Materiais de Aviação e Processos

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    Apresentao ___________________________________________________4

    Mdulo I __________________________________________________ 6 65

    Mdulo II ________________________________________________ 66 107

    Mdulo III ______________________________________________ 109 172

    Mdulo IV ______________________________________________ 175 - 231

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    Caro aluno

    Pretendo que a disciplina Materiais de Aviao e Processos seja um instrumento queoferea a voc mximo de conhecimento referente a todos o materiais que so usados na construo de umaaeronave. Pretendo tambm que voc conhea os processos de tratamento que so realizados nestes materiais

    fins manter as suas resistncias fsicas.Voc aprender como selecionar o material correto em uma substituio para evitar uma instalao errneaque venha a provocar danos estrutura da aeronave e como fazer o tratamento s possveis danos que

    possam vir a aparecer.

    Para que voc tenha um entendimento peo que voc leia esta apostila com muito ateno, anote ostpicos que voc ficar em duvida para que ns possamos discutir em nossos charts.

    Esta disciplina est dividida em quatro mdulos:

    No mdulo I: Voc ir conhecer os tipos de parafusos, porcas, arruela, torqumetros e comoutiliza-los. Os tipos de freno que so muitos usados para garantir a firmeza das fixaes.

    No mdulo II: daremos continuidade no mdulo1 e voc conhecer os tipos de rebites e como fixa-los. Ir conhecer tambm os tipos de plsticos e vedadores.

    No mdulo III: Voc ir conhecer os tipos de processos corrosivos que possa aparecer nos diversos

    tipos de materiais utilizado na construo aeronutica e bem como proteger esses materiais ou como removeras corroses se estiver presente.

    No mdulo IV: Daremos continuidade ao modo 3 e voc ir conhecer os processo utilizado paraaumentar a resistncias fsicas e anticorrosiva dos materiais aeronuticos.

    Ao encerrar esta disciplina voc possuir condies de Identificar os principais materiais que sousados na construo de uma aeronave e sua importncia, por menor que seja este material. Ir saber quaisso os tipos de tratamentos que so aplicados a eles, fins evitar danos, principalmente em relao corroso.

    Lembre-se que estarei ao seu lado, acompanhando-o, orientando-o, e estimulando seus estudos. muito importante poder compartilhar esses contedos com voc.

    Bons estudos!

    Prof. Vanderlei dos Reis

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    Fonte: Vanderlei dos Reis

    MDULO I

    MATERIAIS AERONUTICOS

    INTRODUO

    Caro aluno,

    No decorrer deste modelo, voc ver as diversas partes utilizadas na fabricao e no reparo

    de aeronaves, como os vrios tipos de prendedores e uma miscelnea de pequenos itens e

    os tratamentos a que esto sujeitos durante sua fabricao ou utilizao.

    A importncia do material de aviao muitas vezes desprezada devido ao seu pequeno

    tamanho. Entretanto, a segurana e a eficincia da operao de uma aeronave dependem de

    uma correta seleo e uso adequado do material de aviao, assim como o conhecimento e

    a utilizao dos processos adequados a esse material.

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    Trataremos, aqui, dos tipos de parafusos, porcas, frenos, os tipos de roscas dos parafusos,

    cabos de ao, etc...

    Portanto, ao final desta unidade voc dever ser capaz de compreender os processos de

    seleo de um material e sua importncia e assim ter conhecimento e confiana para liberar

    uma aeronave na mais perfeita condio de aeronavegabilidade.

    1.1MATERIAIS DE AVIAO

    Identificao

    A maioria dos itens identificada por nmeros de especificao ou nome do fabricante.Peas com fios de rosca e rebites so usualmente identificados pelas letras AN (Air Force -

    Navy), NAS (National Aircraft Standard), ou MS (Military Standard) seguidas de nmeros.

    Os prendedores de desconexo rpida so usualmente identificados por nomes dados pelo

    fabricante e pela designao dos tamanhos.

    Prendedores Rosqueados (parafusos)

    Os vrios tipos de dispositivos de fixao ou de fechamento, permitem uma rpida

    desmontagem e recolocao de partes de aeronaves, que devem ser separadas e conectadas

    em intervalos frequentes.

    Rebitando ou soldando estas partes, cada vez que forem manuseadas, a juno

    enfraquecer, tornando-se deficiente. Algumas juntas, muitas vezes, requerem uma

    resistncia tenso e rigidez superiores a que um rebite pode oferecer.

    Entende-se por parafusos, dispositivos de fixao, que permitem segurana e rigidez na

    unio de peas. Existem dois tipos de parafusos: os utilizados em mecnica (bolts),

    geralmente quando se necessita grande firmeza e os de rosca soberba (screws), quando a

    firmeza no um fator importante. Ambos tm algumas semelhanas, so usados para

    prender e possuem em uma de suas extremidades uma cabea e, na outra, fios de rosca.

    Tambm h diferenas distintas: a ponta com fios de roscas de um parafuso para mecnica

    sempre rombuda (faces paralelas), enquanto que o de rosca soberba pode ter a ponta com

    rosca rombuda ou pontuda.

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    O parafuso para mecnica (bolt), geralmente tem uma porca atarraxada para completar o

    conjunto, enquanto que o de rosca soberba pode ser introduzido em um orifcio prprio

    para ele ou, diretamente no material a ser fixado.

    Um parafuso para mecnica tem a parte rosqueada relativamente curta, com relao ao

    comprimento. Enquanto isso, o de rosca soberba tem a parte rosqueada relativamente

    longa e no tem a parte lisa (gola), claramente definida.

    Um conjunto, parafuso/porca geralmente apertado pela porca e a cabea do parafuso

    poder ser ou no utilizada para fixar o conjunto. Um parafuso de rosca soberba sempre

    apertado pela cabea.

    Quando um dispositivo de fixao tiver que ser substitudo, dever s-lo por uma duplicata

    do original, sempre que possvel. Se no houver uma duplicata, muito cuidado dever sertomado na seleo do substituto.

    Classificao dos Fios de Rosca

    Para os parafusos para aeronaves (bolts) ou os de rosca soberba (screws) e porcas, so

    fabricados em um dos seguintes tipos de fios de rosca: NC (American National Coarse),

    srie de filetes grossos destinados ao uso em metais; NF (American National Fine), sries

    de filetes finos destinados ao uso geral em aeronaves e motores; UNC (American Standard

    Unified Coarse) ou UNF (American Standard Unified Fine).

    A diferena entre os tipos de rosca da srie American National (NC e NF) e os do tipo

    American Standard Unified (UNC e UNF) pode ser notada, por exemplo, no parafuso de

    uma polegada (1") de dimetro do tipo NF, que ser especificado como 1-14NF, indicando

    possuir 14 fios de rosca em cada polegada da parte rosqueada, enquanto que, o parafuso de

    uma polegada (1") de dimetro do tipo UNF ser especificado como 1-12UNF, indicando

    possuir 12 fios de rosca em cada polegada da parte rosqueada.

    Em ambos, considerado o nmero de vezes que o fio de rosca completa uma volta no

    espao de uma polegada, da parte rosqueada de um parafuso de determinado dimetro.

    Por exemplo, a especificao 4-28 indica que um parafuso de 1/4de dimetro tem 28 fios

    de rosca em cada polegada da parte rosqueada.

    As roscas so tambm especificadas em classes de acabamento, que indicam a tolerncia

    permitida pelo fabricante, com referncia a sua instalao nos furos do material a ser preso

    ou fixado.

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    Classe 1 - "Loose fit" - ajuste com folga ou encaixe deslizante - usado onde o espao

    entre as partes conjugadas essencial para uma rpida montagem, podendo ser girado com

    os dedos;

    Classe 2 - "Free fit" - ajuste livre - destinado a partes que so unidas com parafusos e

    porcas, tipo comerciais onde um pequeno jogo tem uma relativa margem de tolerncia;

    Classe 3 - "Medium fit"- ajuste mdio - destinado a partes onde desejado um valor

    mnimo de folga ou de jogo entre as partes rosqueadas. Esse tipo de ajuste geralmente

    empregado na construo aeronutica.

    Classe 4 - "Close fit" - forte ajuste ou ajuste sob presso - destinado a requisitos

    especiais. Os parafusos de ajuste sob presso so instalados com ferramentas ou mquinas.

    Os parafusos e as porcas so tambm produzidos com a rosca-esquerda.

    O parafuso de rosca-direita o que tem o seu aperto no sentido dos ponteiros de um

    relgio. O de rosca-esquerda tem que ser girado no sentido inverso para conseguir o

    aperto.

    As roscas, direita e esquerda so designadas respectivamente por RH e LH.

    1.2 PARAFUSOS DE AVIAO

    Os parafusos empregados em aviao so fabricados em ao resistente corroso, com

    banho de cdmio ou de zinco, de ao resistente corroso, sem banho ou ainda de liga de

    alumnio anodizado.

    A maioria dos parafusos utilizados em estruturas de aeronaves, tanto pode ser do tipo

    padro como AN, NAS com encaixe na cabea para ferramentas, de tolerncia mnima, ou

    do tipo MS.

    Em certos casos, os fabricantes de aeronaves fazem parafusos de diferentes dimenses ou

    maior resistncia do que o tipo padro.

    Do mesmo modo, os parafusos so fabricados para aplicaes especiais e de extrema

    importncia utilizar parafusos iguais como substituto.

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    Os parafusos especiais so normalmente identificados por uma letra "S" estampada na

    cabea. Os parafusos AN so encontrados em trs estilos de cabea: hexagonal, Clevis e

    com olhal (Figura 6-1).

    Os parafusos NAS so encontrados com a cabea hexagonal, com encaixe na cabea para

    ferramentas e com a cabea escariada.

    Os parafusos MS tm a cabea hexagonal ou com encaixe para ferramentas.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-1 Identificao de parafusos de aeronaves.

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    Antes de prosseguir, conhea algumas foras que agem nos parafusos e rebites durante a

    operao da aeronave.

    Trao: uma fora que tende a esticar o material.

    Compresso: uma fora que tende a achatar o material.

    Flexo: uma fora que tende a curvar o material. Quando o material recebe uma fora de

    flexo, nele agem outras duas foras (compresso em baixo e trao em cima).

    Cisalhamento: uma fora que tende a cortar o material ao meio.

    Toro: uma fora que tende a torcer o material.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Parafusos de Uso Geral

    Os parafusos de cabea hexagonal (AN3 at AN-20) so usados em estruturas e em

    aplicaes gerais, que envolvam cargas de tenso e de cizalhamento.

    Os parafusos de ligas de ao, menores do que o n 10-32, e os de liga de alumnio,

    menores do que 1/4de dimetro, nunca devem ser usados em peas estruturais.

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    Os parafusos e as porcas de liga de alumnio no so usados quando tiverem que ser

    removidos, repetidamente, para servios de manuteno e inspeo. As porcas de liga de

    alumnio podem ser usadas com os parafusos de ao banhados de cdmio, que sofram

    cargas de cizalhamento, em aeronaves terrestres, mas no podero ser usadas em aeronaves

    martimas, devido possibilidade de corroso entre metais diferentes.

    O parafuso AN-73 semelhante cabea hexagonal padro, porm, possui uma depresso

    na cabea e um furo para passagem de arame de freno. O AN-3 e o AN-73 so

    intercambiveis para todas as aplicaes prticas, do ponto de vista de tenso e resistncia

    ao cizalhamento.

    Parafusos de Tolerncia Mnima

    Esse tipo de parafuso fabricado com mais cuidado do que o de uso geral. Os parafusos

    de tolerncia mnima podem ser de cabea hexagonal (AN-173 at AN-186) ou ser de

    cabea chanfrada a 100 (NAS-80 at NAS-86).

    Eles so usados em aplicaes onde uma ajustagem forte requerida (o parafuso somente

    ser movido de sua posio quando for aplicada uma pancada com um martelo de 12 a 14

    onas).

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Parafusos com Encaixe na Cabea para Adaptao de Chave

    Estes parafusos (MS-20004 at MS20024 ou NAS-495) so fabricados de um ao de alta

    resistncia e so adequados para o uso em locais onde so exigidos esforos de tenso e

    cizalhamento.

    Quando forem usados em partes de ao, os furos para os parafusos devem ser escariados

    para assentar o grande raio do ngulo formado entre o corpo e a cabea. Quando usados

    em partes de liga de alumnio, uma arruela especial, tratada a quente deve ser usada para

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    permitir um adequado ponto de apoio para a cabea. O encaixe na cabea para inserir

    uma chave para a instalao e remoo do parafuso. Porcas especiais de alta resistncia so

    utilizadas nestes parafusos. Parafusos com encaixe na cabea s podem ser substitudos por

    outros exatamente iguais. Os de cabea hexagonal AN, no possuem a requerida

    resistncia.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Identificao e Cdigos

    Os parafusos so fabricados em uma grande variedade de formatos, no existindo,

    portanto, um mtodo direto de classificao.

    Os parafusos podem ser identificados pelo formato da cabea, mtodo de fixao, material

    usado na fabricao ou emprego determinado. Os parafusos de aviao do tipo AN podem

    ser identificados pelo cdigo marcado nas cabeas. A marca geralmente indica o fabricante,

    o material de que feito, se um tipo AN padro ou um parafuso para fim especial.

    Um parafuso AN padro marcado na cabea, com riscos em relevo, ou um asterisco. O

    de ao resistente corroso indicado por um simples risco, e o de liga de alumnio AN

    marcado com dois riscos opostos. Informaes adicionais, como o dimetro do parafuso,

    comprimento ou aperto adequado, so obtidas pelo nmero de parte (Part number).

    Por exemplo, um parafuso cujo nmero de parte seja AN3DD5A, as letras "AN", indicam

    ser um parafuso padro Air Force-Navy; o "3" indica o dimetro em dezesseis avos dapolegada (3/16"). O "DD", indica que o material liga de alumnio 2024. A letra "C", no

    lugar de "D", indicaria ao resistente corroso e, a ausncia das letras, indicaria ao com

    banho de cdmio. O "5" indica o comprimento em oitavos da polegada (5/8"), e o "A",

    indica no possuir furo para contrapino.

    Os parafusos NAS, de tolerncia mnima, so marcados com um tringulo riscado ou

    rebaixado.

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    As marcas do tipo de material dos parafusos NAS so as mesmas para os AN, exceto

    quando elas so riscadas ou rebaixadas.

    Os parafusos que receberam inspeo magntica (Magnaflux) ou por meios fluorescentes

    (Zyglo), so identificados por uma tinta colorida ou uma marca tipo distintivo na cabea.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Parafusos Para Fins Especiais

    So os fabricados para uma particular aplicao, por exemplo: parafuso Clevis, parafuso de

    Olhal, Jobolts e Lockbolts.

    Parafusos Clevis

    A cabea de um parafuso Clevis redonda e possui ranhuras para receber uma chave de

    fenda comum, ou para receber uma chave em cruz.

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    Este tipo de parafuso usado somente onde ocorrem cargas de cizalhamento e nunca de

    tenso. Ele muitas vezes colocado como um pino mecnico em um sistema de controle.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Parafusos de Olhal

    Este tipo de parafuso especial usado onde cargas de tenso so aplicadas.

    O Olhal tem por finalidade permitir a fixao de peas, como o garfo de um esticador, um

    pino Clevis ou um terminal de cabo. A parte com rosca pode ou no ter o orifcio para

    contrapino.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Jobolts

    "JOBOLT" a marca registrada de um rebite com rosca interna e composto de trs partes:

    um parafuso de liga de ao, uma porca de ao com rosca e uma luva expansvel de ao

    inoxidvel. As partes so pr-montadas na fbrica.

    Quando o JOBOLT instalado, o parafuso girado, enquanto a porca mantida. Isto

    causa a expanso da luva sobre a porca, formando uma cabea que ir empurrar uma chapa

    de encontro outra. Quando a rotao do parafuso se completa, uma poro dele se

    quebra.

    A alta resistncia ao cizalhamento e tenso torna o JOBOLT adequado ao uso em casos

    de grandes esforos, onde os outros tipos de prendedores so impraticveis.

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    JOBOLTS so muitas vezes utilizados em partes permanentes da estrutura de aeronaves

    mais antigas.

    Eles so usados em reas que no so sujeitas a constantes substituies ou servios. Como

    ele formado por trs partes, no dever ser utilizado em locais onde uma parte se solte,

    ou seja, sugada pela entrada de ar do motor.

    Outras vantagens do uso do JOBOLT so sua excelente resistncia vibrao, pouco peso

    e rpida instalao por apenas uma pessoa.

    Atualmente os JOBOLTS so encontrados em quatro dimetros: Sries 200, 260, 312 e

    375, com aproximadamente 3/16, 1/4, 5/16" e 3/8" de dimetro respectivamente. Os

    JOBOLTS so encontrados com trs diferentes tipos de cabea: F (flush), P (hexagonal) e

    FA (millable).

    Parafusos de Reteno (Lokbolts)

    Estes combinam as caractersticas de um parafuso e de um rebite de grande resistncia, mas

    possuem vantagens sobre ambos.

    O parafuso de reteno geralmente usado na juno de asas, ferragens do trem de pouso,

    ferragens de clulas de combustvel, longarinas, vigas, unio do revestimento e outras

    unies importantes da estrutura. Ele mais rpida e facilmente instalado do que um rebite

    ou parafuso convencional e elimina o uso de arruelas-freno, contrapinos e porcas especiais.

    Do mesmo modo que um rebite, o parafuso de reteno (lockbolt), requer uma ferramenta

    pneumtica para sua instalao. Quando instalado, ele permanecer rgido e

    permanentemente fixo no local.

    Os trs tipos de parafusos de reteno lockbolts mais usados so: o convencional (pull), o

    curto (stump) e cego (blind), mostrados na figura abaixo.

    Tipo Convencional (Pull)

    So usados principalmente em estruturas primrias e secundrias de aeronaves. Eles so

    instalados muito rapidamente e tm aproximadamente a metade do peso dos parafusos e

    porcas AN equivalentes. Uma ferramenta pneumtica especial ("pull gun") necessria

    para instalar este tipo de lockbolt. A instalao pode ser executada por apenas uma pessoa

    por no ser necessrio o uso de barra encontradora.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Tipo Curto (Stump)

    Embora o tipo curto no tenha a haste to comprida quanto o convencional, ele

    considerado semelhante na utilizao. Eles so usados principalmente quando o espao no

    permite a instalao do tipo convencional.

    Uma rebitadora pneumtica padro (com um martelete para estampar o colar na ranhura

    do pino) e uma barra encontradora so as ferramentas necessrias para a instalao de um

    lockbolt do tipo curto (stump).

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Tipo Cego (Blind)

    So fornecidos como unidades completas, ou seja, conjuntos montados. Eles tm

    excepcional resistncia e a caracterstica de forar a unio das chapas.

    Os parafusos de reteno cegos so usados onde somente um lado do trabalho acessvel

    e, geralmente, onde for difcil a cravao de um rebite convencional.

    Este tipo de prendedor instalado da mesma maneira que o tipo convencional.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Caractersticas Comuns

    Os trs tipos de parafusos de reteno lockbolt tm em comum, as ranhuras de travamento

    no pino e o colar de travamento, o qual estampado dentro das ranhuras de trava do pino,

    travando-o sob tenso.

    Os pinos dos tipos convencional e cego so compridos para a instalao por trao. A

    extenso da haste provida de ranhuras com a finalidade de permitir a trao e uma

    ranhura maior para a ruptura sob tenso da parte excedente da haste.

    Composio

    Os pinos dos parafusos de reteno do tipo convencional e do tipo curto so feitos de liga

    de ao com tratamento trmico, ou ento, de liga de alumnio de alta resistncia. Os colares

    do conjunto so feitos de liga de alumnio ou de ao macio. O tipo cego (blind) consiste de:

    pino de liga de ao com tratamento trmico, luva cega (lind sleeve), luva cnica (filler

    sleeve), colar de ao macio e arruela de ao carbono.

    Substituio

    Os parafusos de reteno de liga de ao podem ser usados como substitutos dos rebites de

    ao HI-SHEAR, rebites slidos de ao ou parafusos AN do mesmo dimetro e mesmo

    tipo de cabea. Parafusos de reteno de ao e de liga de alumnio podem ser usados para

    substituir os parafusos de ao e os de liga de alumnio 2024 T, respectivamente, do mesmo

    dimetro.

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    Sistema de Numerao

    Para os diversos tipos de parafusos de reteno lockbolts, os sistemas de numerao so os

    seguintes:

    Abaixo segue exemplos de como identificar um parafuso atravs de seu P/N (part

    number).

    Observao: o aluno no deve decorar estas nomenclaturas. Ele deve consultar o manual

    do fabricante a fim de obter as especificaes do parafuso a ser utilizado.

    Tipo Convencional (PULL)

    Tipo Cego (BLIND)

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    Colar do Parafuso de Reteno

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    - Use em liga de alumnio 25 ST, somente parafusos de reteno de liga com tratamentotrmico.

    - Use em liga de alumnio 61 ST, somente parafusos de reteno de liga de alumnio75 ST.

    - Use ao macio com parafusos de reteno de ao com tratamento trmico somente para

    aplicaes em alta temperatura.

    1.3 ESPESSURA DO MATERIAL

    O tamanho do parafuso requerido para um determinado trabalho deve ser de acordo com a

    espessura do material, medida com uma rgua em gancho, atravs do orifcio onde ele ser

    colocado. Aps a medio podero ser determinados os limites da pega (espessura do

    material a ser unido), atravs das tabelas fornecidas pelos fabricantes dos rebites.

    Exemplos das tabelas de limites da pega (grip range) so apresentados nas Figuras acima.

    Quando instalado, o colar do parafuso de reteno dever ser estampado em toda a

    extenso do colar.

    A tolerncia da parte do pino a ser quebrada com relao parte superior do colar deve

    estar dentro das seguintes dimenses:

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    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Quando for necessrio remover um parafuso de reteno, corte o colar com uma pequena

    talhadeira bem afiada, evitando danificar ou deformar o orifcio. aconselhvel o uso deuma barra de encontro no lado oposto ao que est sendo cortado. O pino poder ento ser

    retirado com um puno.

    1.4 PORCAS DE AERONAVES

    As porcas usadas em aviao so feitas em diversos formatos e tamanhos. So fabricadas

    com ao carbono banhado em cdmio, ao inoxidvel, ou liga de alumnio 2024T

    adonizado e podem ser obtidas com rosca esquerda ou direita.

    No existem marcas de identificao ou letras nas porcas, elas podem ser identificadas

    pelas caractersticas metlicas, brilho ou cor de alumnio, bronze ou o encaixe, quando a

    porca for do tipo autofreno.

    Elas podem, alm disso, ser identificadas pela sua construo.

    As porcas usadas em aviao podem ser divididas em dois grupos gerais: comuns e

    autofreno.

    Comuns so aquelas que devem ser frenadas por um dispositivo externo como contrapino,

    arame de freno ou contra-porcas. Porcas autofreno so as que contm caractersticas de

    frenagem como parte integral.

    Porcas Comuns

    o mais comum tipo de porca, incluindo a lisa, a castelo, a castelada de cisalhamento, a

    sextavada lisa, a hexagonal leve e a lisa leve.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    A porca castelo AN310 usada com os parafusos: AN de cabea hexagonal, com furo para

    contrapino, Clevis de olhal, de cabea com furo para freno ou prisioneiros.Ela razoavelmente robusta e pode resistir a grandes cargas tensionais. Ranhuras

    (chamadas de castelo) na porca so destinadas a acomodar um contrapino ou arame de

    freno para segurana.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    A castelada de cisalhamento AN 320 designada para o uso com dispositivos (tais como

    parafusos Clevis com furo e pinos cnicos com rosca) os quais so normalmente, sujeitos

    somente a esforos de cisalhamento.

    Do mesmo modo que a porca castelo, ela castelada para frenagem. Note, entretanto, que

    a porca no to profunda ou to forte quanto a castelo, tambm que as ranhuras no soto fundas quanto aquelas da porca castelo.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

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    A porca sextavada lisa, AN315 e AN335 (rosca fina e rosca grossa) de construo

    robusta. Ela adequada para suportar grandes cargas tensionais. Entretanto, ela requer um

    dispositivo auxiliar de travamento como uma contraporca ou arruela freno e o seu uso em

    estruturas de aeronaves um pouco limitado.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    A porca sextavada leve AN340 e AN345 (rosca fina e rosca grossa), uma porca mais fina

    do que a plana hexagonal e deve ser frenada por um dispositivo auxiliar. Ela usada em

    situaes diversas em que haja pouca exigncia de tenso.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    A porca plana leve AN316, usada como um dispositivo de frenagem (contra-porca), para

    as porcas planas, parafusos de reteno terminais com rosca e outros dispositivos.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    A porca borboleta AN350 aplicada onde a desejada firmeza pode ser obtida com os

    dedos e em conjuntos que so frequentemente removidos.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Porcas Autofreno

    Conforme seu nome indica, as porcas autofreno no necessitam de meios auxiliares de

    frenagem por j terem, como caracterstica de construo, dispositivos de frenagem como

    parte integral.

    Muitos tipos de porcas autofreno tm sido fabricados e o seu uso est amplamente

    difundido.

    Suas aplicaes mais comuns so:(1) Fixao de mancais antifrico e polias de controles;

    (2) Fixao de acessrios, porcas fixas ao redor de janelas de inspeo e em aberturas para

    instalao de pequenos tanques;

    (3) Fixao das tampas das caixas de balancins e dos tubos de escapamento dos gases.

    Porcas autofreno so aceitveis para utilizao em aeronaves, dependendo das restries do

    fabricante.

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    As porcas autofreno so usadas em aeronaves para proporcionar ligaes firmes, que no

    se soltem quando sob severa vibrao. No usar porcas autofreno em juntas, quando

    fixando parafusos ou porcas sujeitas rotao.

    Elas podem ser usadas com mancais antifrico e polias de controles, desde que a pista

    interna do rolamento esteja fixada estrutura de suporte pela porca e o parafuso.

    As porcas, quando fixadas estrutura, devem ser presas de maneira positiva, para

    eliminarem rotao ou desalinhamento, quando apertando os parafusos.

    Os dois tipos de porcas autofreno de uso mais comum, so as do tipo de metal e a do tipo

    de freno de fibra.

    Com a inteno de facilitar o entendimento, somente trs tpicas espcies de porcas

    autofreno sero consideradas neste manual: a porca do tipo boot e a porca de aoinoxidvel, representando o tipo totalmente de metal e a porca de freno elstico,

    representando as do tipo de freno de fibra.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Porca Autofreno Boot

    uma porca construda de uma s pea, inteiramente metlica, destinada a manter a

    fixao mesmo sob severa vibrao. Note, na figura abaixo, que ela tem duas sees e

    essencialmente como duas porcas em uma: a porca freno e a porca suportadora de carga.

    As duas sees so conectadas com uma mola, a qual faz parte integrante da porca. A mola

    mantm as sees de frenagem e de suporte de carga a certa distncia, de modo que os dois

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    setores de fios de rosca fiquem defasados, ou seja, to espaado, que um parafuso sendo

    atarrachado atravs da seo de suporte de carga deve empurrar a seo de frenagem de

    encontro fora da mola, para engrazar propriamente na rosca da seo de frenagem.

    Dessa forma a mola, atravs da metade da seo de frenagem, exerce uma constante fora,

    apertando a porca. Nesta porca, a seo de suporte de carga tem uma rosca com a

    resistncia de uma porca padro das mesmas dimenses, enquanto a seo de frenagem

    exerce presso contra a rosca do parafuso, travando a porca com firmeza em sua posio.

    Somente com a aplicao de uma ferramenta a porca soltar o parafuso. A porca pode ser

    removida e reutilizada sem perder sua eficincia. As porcas autofreno tipo boot so

    fabricadas com trs diferentes estilos de molas e em vrios formatos e tamanhos. O tipo

    borboleta, o mais comum, varia do tamanho n 6 at 1/4", o rol-top, de 1/4" at 9/16" e otipo bellows, do tamanho n 8 at 3/8". As porcas do tipo borboleta so fabricadas com

    ligas de alumnio anodizado, ao carbono banhado em cdmio ou de ao inoxidvel. As

    porcas tipo rol-top so de ao banhado em cdmio, e as do tipo belos so feitas somente de

    liga de alumnio.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Porcas Autofreno de Ao Inoxidvel

    So porcas que podem ser colocadas ou retiradas, giradas com os dedos, porque sua ao

    de frenagem s efetiva quando a porca estiver apertada contra uma superfcie slida.

    A porca consiste de duas partes: o corpo, com um ressalto chanfrado para frenagem com

    chaveta e uma pea com rosca, um ressalto de frenagem, e uma ranhura de encaixe para a

    chaveta.

    A porca pode ser girada facilmente no parafuso, porque a rosca da pea interna da mesma

    medida. No entanto, quando a porca encosta na superfcie slida e apertada, o ressalto de

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    frenagem da pea interna puxado para baixo e forado de encontro ao ressalto do corpo

    da porca. Esta ao comprime a pea com rosca e causa o aperto do parafuso.

    A porca em corte vista na figura abaixo, que mostra como a chaveta do corpo da porca

    encaixa na ranhura da pea interna. No caso da porca ser girada, a pea interna gira com

    ela. Isso permite que a ranhura diminua e a pea interna seja comprimida quando a porca

    estiver apertada.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Porca Elastic Stop

    uma porca padro com a altura aumentada, para acomodar um colar de fibra para

    frenagem. Este colar de fibra bastante duro e resistente, no sendo afetado quando

    imerso em gua quente ou fria ou em solventes comuns como ter, tetracloreto de

    carbono, leos ou gasolina. O colar no causa danos rosca ou camada protetora do

    parafuso.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    A Figura acima mostra que o colar de fibra no tem fios de rosca e que o seu dimetro

    interno menor do que o maior dimetro da parte roscada ou o dimetro externo de um

    parafuso correspondente porca. Quando a porca atarrachada ao parafuso, ela atua como

    uma porca comum, at que o parafuso atinja o colar de fibra. Quando o parafuso

    atarraxado no colar de fibra, a frico (ou arrasto) empurra o colar para fora da porca,

    criando uma presso para dentro da parte suportadora de carga e, automaticamente

    forando a parte suportadora de carga da porca a entrar em um contato positivo com a

    rosca do parafuso. Aps o parafuso ter sido forado por toda espessura do colar de fibra, a

    presso para baixo permanecer constante, mantendo a porca seguramente frenada em sua

    posio, mesmo sob severa vibrao.

    Quase todas as porcas elastic stop so de ao ou liga de alumnio. Esse tipo de porca

    encontrada em qualquer tipo de metal. As porcas elastic stop de liga de alumnio so

    fornecidas com um acabamento anodizado e as de ao, com banho de cdmio.

    Normalmente, as porcas elastic stop podem ser usadas muitas vezes, em completa

    segurana, sem perderem sua eficincia de frenagem. Quando reutilizar uma porca elastic

    stop, certifique-se de que a fibra no perdeu sua capacidade de frenagem, nem se tornou

    quebradia. Se uma porca desse tipo puder ser girada at o fim com os dedos, deve sersubstituda.

    Depois que a porca tiver sido apertada, assegure-se de que a ponta do parafuso ou

    prisioneiro ultrapassou completamente a parte superior da porca no mnimo 1/32".

    Parafusos com o dimetro de 1/16", ou mais, com orifcio para contrapino, podem ser

    usados com porcas autofreno, mas somente se estiverem livres de limalhas ou arestas nas

    margens dos furos. Parafusos com fios de rosca danificados ou ponta spera no so

    aceitveis. No se deve abrir rosca na fibra da porca autofreno.

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    A ao de frenagem da porca elastic stop, o resultado do prprio parafuso ter aberto a

    rosca no colar de fibra.

    No instale a porca elastic stop em locais em que a temperatura ultrapasse 110 C (250F),

    porque a ao de frenagem da fibra perde a eficincia a partir desse ponto. Porcas

    autofreno podem ser usadas em motores de aeronaves e acessrios, quando o seu uso for

    especificado pelo fabricante do motor.

    Porcas autofreno so fabricadas em diferentes formas e materiais, para serem rebitadas ou

    soldadas, na estrutura ou outras partes. Certas aplicaes requerem a instalao das porcas

    autofreno em canais ou trilhos que permitem a fixao de vrias porcas com apenas um

    pequeno nmero de rebites (ver Figura 6-10). Nesses canais ou trilhos, as porcas so

    colocadas em intervalos regulares e, podem ser fixas ou removveis.As do tipo removveis so flutuantes, resolvendo o problema de deslindamento, entre as

    peas que esto sendo unidas e podem ser removidas ou instaladas nos trilhos, tornando

    possvel a substituio de porcas danificadas. Porcas do tipo clinck e spline, que dependem

    de frico para sua fixao, no so aceitveis para o uso em estruturas de aeronaves.

    Porcas de Chapa

    Do mesmo modo que as porcas rpidas, as porcas de chapa so usadas com parafusos de

    rosca soberba, em locais que no sejam estruturais. Elas so encontradas em vrias

    utilizaes, suportando braadeiras de tubulaes e condutes, equipamento eltrico, portas

    de acesso, e so encontradas em vrios tipos. Elas so fabricadas em ao de mola e so

    arqueadas antes do endurecimento. Esse arqueamento da mola funciona como trava,

    impedindo a perda do aperto do parafuso. Essas porcas, somente devem ser usadas,

    quando tiverem sido instaladas durante a fabricao da aeronave.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-10 - Porcas autofreno em trilhos.

    Identificao e Cdigos

    As porcas so designadas por nmeros de parte (PN). Os mais comuns e seus respectivosnmeros de parte so: Lisa, AN 315 e AN 335; Castelo, AN 310; Castelada fina, AN 320;

    Hexagonal fina, AN 430. Os tipos patenteados de porcas autofreno tm como nmero de

    parte (PN) de MS 20363 at MS 20367. As porcas boots, as flexloc, as autofreno de fibra e

    as elastic stop pertencem a este grupo.

    A porca tipo borboleta tem como nmero de parte AN 350.

    Letras e nmeros aps o nmero de parte indicam itens como material, tamanho, fios de

    rosca por polegada e se a rosca esquerda ou direita. A letra "B" aps o nmero de parte

    indica que o material da porca o lato. Um "D" indica liga de alumnio 2017-T. "DD"

    indica liga de alumnio 2024-T. Um "C" indica ao inoxidvel, e um trao, no lugar da letra,

    indica ao carbono banhado a cdmio.

    O algarismo (ou dois algarismos), aps o trao ou aps o cdigo de nmeros e letras da

    porca, indica o tamanho do corpo e o nmero de fios de rosca por polegada do parafuso

    para aquela porca.

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    Um trao seguido de um 3, por exemplo, indica que a porca fixar um parafuso AN3

    (1032). Um trao e o nmero 4 quer dizer que fixar um parafuso AN4 (1/4-28). Um trao

    e o nmero 5, um parafuso AN5 (5/16-24), e assim sucessivamente.

    O nmero de cdigo para as porcas autofreno formado por trs ou quatro dgitos. Os

    ltimos dois dgitos referem-se ao nmero de fios de rosca por polegada e o dgito ou

    dgitos anteriores indicam o tamanho da porca em 16 avos da polegada.

    Outras porcas comuns e seus nmeros de cdigo so:

    Cdigo AN310D5R:

    AN310 = porca castelo para aeronaves.

    D = liga de alumnio 2024-T.5 = dimetro de 5/16".

    R = rosca direita (usualmente 24 fios por polegada).

    Cdigo AN320-10:

    AN320 = porca castelada leve, de ao carbono com banho de cdmio.

    10 = dimetro 5/8", 18 fios de rosca por polegada (esta porca usualmente de rosca

    direita).

    Cdigo AN350 B1032:

    AN350 = porca borboleta para aeronaves.

    B = lato

    10 = parafuso nmero 10.

    32 = nmero de fios de rosca por polegada.

    1.5 ARRUELAS DE AVIAO

    Arruelas de aviao usadas no reparo de clulas de aeronaves podem ser arruelas planas,

    freno ou de tipos especiais.

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    Arruelas Planas

    Tanto a AN960 como a AN970 so usadas sob as porcas sextavadas. Elas proporcionam

    uma superfcie plana de apoio e atuam como um calo para obter uma correta distncia

    para um conjunto porca e parafuso. So usadas para ajustar a posio do entalhe das porcas

    casteladas com o orifcio do parafuso, para o contrapino. Arruelas planas devem ser usadas

    sob as arruelas freno para evitar danos na superfcie do material.

    Arruelas de alumnio e de liga de alumnio podem ser usadas sob a cabea dos parafusos ou

    porcas em estruturas de liga de alumnio ou de magnsio, quando houver a possibilidade de

    corroso causada por metais diferentes.

    Quando usadas desta maneira, qualquer corrente eltrica que fluir no conjunto ser entre aarruela e o parafuso de ao.

    Contudo, prtica comum usar uma arruela de ao banhada em cdmio, sob a porca, em

    contato direto com a estrutura, devido a maior resistncia contra a ao de corte da porca

    ser oferecida pela arruela de ao, do que por uma de liga de alumnio.

    A arruela de ao AN970 proporciona uma rea maior de apoio do que a AN960 e usada

    em estruturas de madeira tanto sob a cabea do parafuso como sob a porca para evitar o

    esmagamento da superfcie.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Arruelas Freno

    Tanto a arruela freno AN935 quanto a AN936, so usadas com parafusos de mquina ou

    parafusos de aviao, onde as porcas autofreno ou castelada no devem ser instaladas.

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    A ao de mola da arruela freno (AN935), proporciona frico suficiente para evitar o

    afrouxamento da porca, devido vibrao.

    A arruela freno AN935 tambm conhecida como arruela de presso (essas arruelas so

    mostradas na figura abaixo).

    As arruelas freno nunca devem ser usadas nas seguintes condies:

    A. Com prendedores em estruturas primrias ou secundrias;

    B. Com prendedores, em qualquer parte da aeronave, onde a falha poder resultar em

    perigo ou dano pessoal ou material;

    C. Quando a falha provocar a abertura de uma juno para o fluxo de ar;

    D. Quando o parafuso estiver sujeito a constantes remoes;E. Quando a arruela estiver exposta ao fluxo de ar;

    F. Quando a arruela estiver sujeita a condies de corroso;

    G. Quando a arruela estiver de encontro a materiais macios, sem uma arruela plana por

    baixo para evitar cortes na superfcie.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

    Arruelas Freno Prova de Vibrao

    So arruelas circulares com uma pequena aba, a qual dobrada de encontro a uma das

    faces laterais de uma porca ou da cabea de um parafuso sextavado, travando na posio.

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    Existem vrios mtodos de segurana com arruelas, como uma aba, que dobrada a 90

    introduzida em um pequeno orifcio na face da unidade, ou uma aba interna que fixar um

    parafuso com uma ranhura prpria para o freno.

    As arruelas freno com aba podem suportar maiores temperaturas do que outros mtodos

    de segurana e podem ser usadas sob condio de severa vibrao, sem perder a segurana.

    Elas devero ser usadas somente uma vez, porque as abas tendem a quebrar-se quando

    dobradas uma segunda vez.

    Arruelas Especiais

    As arruelas AC950 (ball socket) e a AC955 (ball seat), so arruelas especiais, usadas quandoum parafuso precisa ser instalado em ngulo com a superfcie ou quando for necessrio um

    perfeito alinhamento entre o parafuso e a superfcie.

    Essas arruelas so usadas em conjunto e so mostradas na figura abaixo.

    As arruelas NAS 143 e MS 20002 so usadas com parafusos das sries NAS 144 at NAS

    158 (parafusos com encaixe interno para ferramentas).

    Estas arruelas tanto podem ser planas, para serem usadas sob a porca, como escareadas

    (designadas como NAS 143 e MS 20002C) para parafusos com cabea em ngulo (para

    orifcios escareados).

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

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    1.6 INSTALAES DE PARAFUSOS E PORCAS

    Parafusos e Medidas dos Furos

    Pequenas folgas nos furos para os parafusos so aceitveis, onde quer que sejam usadas sob

    tenso e no estejam sujeitas a inverso de carga. Algumas das aplicaes, nas quais a folga

    nos furos permitida so: suportes de polias, caixas de condutes, revestimento e diversos

    suportes.

    Os furos para os parafusos devem ser adequados superfcie envolvida, para proporcionar

    um total apoio cabea do parafuso e a porca, no devendo ser maior do que o necessrio,

    nem ovalizado. Um parafuso em um furo desse tipo no produzir nenhum esforo at queas partes tenham cedido ou deformado o suficiente para permitir o contato da superfcie do

    furo ovalizado com o parafuso. Convm lembrar que os parafusos, quando apertados, no

    preenchem os furos como os rebites.

    Em casos de furos maiores do que o necessrio ou ovalizados em peas crticas, obtenha

    informao nos Manuais do Fabricante, da aeronave ou do motor, antes de alargar o furo

    ou furar para atingir a medida de um parafuso de maior dimetro.

    Usualmente, alguns fatores como distncia da borda, folga ou fator de carga, devem ser

    considerados. Em peas de pouca importncia, os furos ovalizados so alargados para a

    medida maior, mais prxima.

    Muitos furos, principalmente para os parafusos de fixao de elementos primrios, tm

    tolerncia mnima.

    Geralmente permitido o uso da broca com a medida imediatamente superior ao dimetro

    do parafuso, exceto onde for usado parafuso AN de cabea hexagonal, em aplicaes em

    que o furo seja ajustado para aquela medida e onde parafusos NAS de tolerncia mnima ou

    Clevis AN so usados.

    Furos ajustados para parafusos (especificados nos desenhos de reparos com folga mxima

    de 0,0015" entre o parafuso e o furo), so requeridos em locais onde os parafusos so

    usados em reparos ou onde eles so colocados na estrutura original.

    A fixao de um parafuso em um furo no pode ser definida em termos de dimetros,

    como eixo e furo. Ela definida em termos de frico, entre o parafuso e o furo, quando o

    parafuso introduzido no lugar.

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    Um ajustamento forte (tight-drive), por exemplo, necessita de pequenas batidas com um

    martelo de 12 a 14 onas, para introduzir o parafuso.

    Um parafuso que requeira uma pancada firme e permanea apertado, considerado justo,

    demais. Um ajustamento leve (light-drive) far com que um parafuso seja introduzido.

    Entretanto, apenas o peso do martelo sobre a cabea do parafuso o suficiente para mov-

    lo.

    Prticas de Instalao

    Examine as marcaes das cabeas dos parafusos para determinar o material correto de

    cada parafuso. de extrema importncia usar parafusos iguais nas substituies e em todosos casos, recorrer ao Manual de Manuteno e ao Manual de Partes Aplicveis. Esteja certo

    de que as arruelas esto colocadas sob a cabea dos parafusos e porcas. Uma arruela

    protege contra danos mecnicos o material que est sendo aparafusado e evita a corroso

    dos membros estruturais.

    Uma arruela de liga de alumnio dever ser usada sob a cabea e a porca de um parafuso de

    ao, quando fixando peas de liga de alumnio ou de liga de magnsio.

    Se ocorrer alguma corroso, a arruela ser atacada antes das peas. Arruelas de ao devero

    ser usadas, quando unindo peas de ao, com parafusos tambm de ao.

    Sempre que possvel, o parafuso dever ser colocado com a cabea para cima ou para

    frente. Este posicionamento impede que o parafuso saia da posio no caso da perda da

    porca.

    Esteja certo de que o pescoo do parafuso (parte do corpo do parafuso sem fios de rosca)

    tem o comprimento correto. Geralmente, o pescoo do parafuso deve ser igual espessura

    do material que est sendo aparafusado. Porm, parafusos de pescoo ligeiramente maior

    podem ser usados, se forem colocadas arruelas sob a porca e sob a cabea do parafuso. No

    caso de arruelas planas, adicione calos (shimes) sob as arruelas.

    Frenagem de Parafusos e Porcas

    muito importante que todos os parafusos e porcas, exceto as do tipo autofreno, sejam

    frenadas aps a instalao. Mtodos de frenagem sero apresentados em captulos

    posteriores.

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    1.7 TORQUE E TORQUMETROS

    Quando a velocidade de uma aeronave aumenta, cada membro estrutural torna-se cada vez

    mais sujeito tenso. Por este motivo extremamente importante que cada parte suporte,

    nem mais nem menos do que a carga para a qual foi designada. Com a finalidade de

    distribuir a carga, com toda segurana atravs de uma estrutura, necessrio que o torque

    adequado seja aplicado em todas as porcas, parafusos e prisioneiros. Usando o torque

    apropriado se permitir que a estrutura desenvolva a resistncia designada e reduzir a

    possibilidade de falha devido fadiga.

    Torqumetros

    Os trs torqumetros mais utilizados so: barra flexvel, estrutura rgida e estrutura de

    catraca (figura abaixo).

    Quando usando o torqumetro de barra flexvel ou o de estrutura rgida, o valor do torque

    lido visualmente no mostrador ou escala montada no punho do torqumetro.

    Para usar o do tipo catraca, solte a trava e ajuste na escala tipo micrmetro do punho a

    tenso desejada e recoloque a trava. Instale o soquete ou o adaptador adequado no local

    prprio do torqumetro.

    Coloque o conjunto sobre a porca ou parafuso e puxe o punho no sentido dos ponteiros

    do relgio, com um movimento suave, porm, firme. Um movimento rpido ou aos

    trancos resultar numa indicao incorreta. Quando o torque aplicado atinge o valor

    solicitado na regulagem, o punho automaticamente libera a trava, percorrendo livre em uma

    pequena distncia.

    A liberao da trava facilmente sentida, no deixando dvidas de que a aplicao do

    torque foi completada. Para assegurar-se de que a correta quantidade de torque aplicada

    nos parafusos e porcas, todos os torqumetros devem ser testados pelo menos uma vez por

    ms, ou mais vezes se necessrio.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training Handbook

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    Nota: No aconselhvel o uso de extenso em um torqumetro do tipo barra flexvel. Nos

    outros tipos de torqumetros, somente a extenso no causar efeito na leitura da indicao

    do torque.

    O uso de uma extenso em qualquer tipo de torqumetro deve ser feito de acordo com a

    frmula da figura acima.

    Quando aplicando a frmula, a fora deve ser aplicada do punho do torqumetro no ponto

    do qual a medida foi tomada. Se isto no for feito, o torque obtido estar errado.

    Tabelas de Torque

    A tabela padro de torque dever ser usada como um guia, no aperto de porcas, parafusos eprisioneiros, sempre que os valores dos torques no estiverem especificados nos

    procedimentos de manuteno.

    As seguintes regras so aplicveis para o uso correto da tabela de torque da figura 6-13:

    A. Para obter os valores em libra/p, divida as libras/polegadas por 12;

    B. No lubrifique as porcas ou os parafusos, exceto para as partes de ao resistentes

    corroso, ou quando houver instruo especfica para este procedimento;

    C. Sempre aperte girando a porca em primeiro lugar, se possvel. Quando a questo de

    espao no permitir, aperte pela cabea do parafuso, at uma medida prxima do valor de

    torque indicado. No exceder o valor mximo de torque permitido;

    D. O valor mximo de torque dever ser usado somente quando os materiais e superfcies a

    serem unidos forem suficientes em espessura, rea e capacidade, que resistam quebra,

    toro ou outros danos;

    E. Para porcas de ao resistentes corroso, use os valores de torque para as porcas do

    tipo cisalhamento;

    F. O uso de algum tipo de extenso em um torqumetro modifica a leitura do mostrador,

    requerida para obter o valor corrigido na tabela padro. Quando usando uma extenso, a

    leitura do torque deve ser computada usando a frmula apropriada, contida no Manual que

    acompanha o torqumetro.

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    Alinhamento do Furo para Contrapino

    Quando apertando porcas casteladas em parafusos, o furo para contrapino pode estar

    desalinhado com a ranhura da porca ao atingir o valor de torque recomendado. Exceto em

    casos de partes do motor altamente fatigadas, a porca pode ser super apertada para permitir

    o alinhamento da prxima ranhura com o furo do contrapino. As cargas de torque

    especificadas podem ser usadas para todas as porcas de ao com banho de cdmio, no

    lubrificadas, de rosca fina ou rosca grossa, as quais possurem aproximadamente o mesmo

    nmero de fios de rosca e iguais reas de contato. Estes valores no se aplicam quando

    forem especificadas medidas especiais de torque no manual de manuteno. Se a cabea do

    parafuso tiver que ser girada em vez da porca, os valores de torque podem ser aumentadosem uma quantidade igual frico do parafuso, fazendo esta medio anteriormente com o

    torqumetro.

    1.8 OUTROS TIPOS DE PARAFUSOS DE AVIAO SCREWS)

    Estes parafusos so os prendedores rosqueados mais usados nas aeronaves. Eles diferem

    dos parafusos j estudados (BOLTS) por serem fabricados de materiais menos resistentes.

    Eles podem ser instalados com uma rosca com folga e o formato da cabea permite o

    encaixe de chaves de fenda ou de boca. Alguns destes parafusos tm claramente definida a

    parte do corpo sem rosca, enquanto outros, possuem fios de rosca em todo o seu

    comprimento.

    Diversos tipos destes parafusos para uso em estruturas diferem dos parafusos padro

    somente no estilo da cabea. O material de que so fabricados o mesmo e possuem o

    pescoo (parte sem rosca) bem definido. O AN 525 com arruela fixa na cabea e a srie

    NAS 220 at o NAS 227 so desses parafusos.

    Os parafusos mais usados desta classe esto divididos em trs grupos:

    1. Parafusos para estruturas - os quais tm a mesma resistncia e medidas iguais s dos

    parafusos comuns (BOLTS);

    2. Parafusos de mquina - a maioria dos parafusos utilizados em reparos gerais;

    3. Parafusos de rosca soberba - aqueles utilizados para fixar pequenas partes.

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    Um quarto grupo, parafusos de encaixe, no so realmente parafusos, so pinos. Eles so

    colocados nas peas metlicas com um martelo ou macete e suas cabeas no possuem

    fendas ou encaixes.

    Parafusos para Estrutura

    So feitos de liga de ao, termicamente tratados e podem ser usados como um parafuso

    padro. Eles pertencem s sries NAS 204 at NAS 235, AN 509 e AN 525. Eles tm um

    aperto definido e uma resistncia ao cizalhamento semelhante dos parafusos comuns da

    mesma medida.

    As tolerncias so semelhantes s dos parafusos AN de cabea sextavada e a rosca dotipo filete fino (National Fine). Os parafusos para estruturas tm cabea redonda, chata e

    escareada. Os parafusos com encaixe na cabea so girados, ou por chaves Phillips, ou

    Reed and Prince.

    O parafuso AN 509 (100) de cabea plana usado em orifcios escareados, quando for

    necessria uma superfcie plana.

    O parafuso AN 525 de arruela fixa usado onde a cabea protuberante no causa

    problemas. um parafuso que oferece uma grande rea de contato.

    Parafusos de Mquina

    So os fornecidos com cabea redonda, escareada e de arruela fixa. Estes parafusos so

    para uso geral e so fabricados de ao de baixo carbono, lato, ao resistente a corroso e

    de liga de alumnio.

    Os parafusos de cabea redonda AN 515 e AN 520 tem a cabea com fenda ou cruz. O

    AN 515 tem rosca grossa e o AN 520, rosca fina.

    Os parafusos de mquina escareados, so relacionados como: AN 505 e AN 510 com o

    ngulo da cabea de 82, e o AN 507 de 100. Os AN 505 e AN 510 so semelhantes dos

    de cabea redonda AN 515 e AN 520 quanto ao material e o uso.

    Os parafusos de cabea cilndrica AN 500 at AN 503, so de uso geral e utilizados em

    tampas de mecanismos leves, como por exemplo, coberturas de alumnio de caixas de

    engrenagens.

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    Os parafusos AN 500 e AN 501 so fornecidos em ao de baixo carbono, ao resistente

    corroso e lato. O AN 500 possui rosca grossa enquanto o AN 501 tem rosca fina. Eles

    no tm definida a parte do corpo sem rosca (pescoo). Os parafusos acima do n 6 tm

    um furo na cabea para frenagem.

    Os parafusos AN 502 e AN 503 de cabea cilndrica so de liga de ao, com tratamento

    trmico. Tm o pescoo curto e so fornecidos com rosca fina e rosca grossa. Estes

    parafusos so usados onde requerida grande resistncia. Os de rosca grossa so,

    normalmente, usados como parafusos de fixao de tampas de liga de alumnio e magnsio,

    fundidos, em virtude da fragilidade do metal.

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    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 6-13 Tabela de torque padro (lb-pol).

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    Parafusos de Rosca Soberba

    Os parafusos de mquina, de rosca soberba, so relacionados como: AN 504 (de cabea

    redonda) e AN 506 (cabea escareada a 82). Estes parafusos so usados para fixar peas

    removveis, tais como, chapas de inscrio, peas fundidas e partes nas quais o prprio

    parafuso corta os fios de rosca.

    Os parafusos AN 530 e AN 531 de rosca soberba, para chapas metlicas, tais como os

    parafusos Parker-Kalon tipo Z, para chapas metlicas, no tm ponta fina e so usados em

    fixaes temporrias de chapas metlicas a serem rebitadas e em fixaes permanentes de

    conjuntos no estruturais. Parafusos de rosca soberba no devem ser usados como

    substitutos de parafusos padro, porcas ou rebites.

    Identificao e Cdigos

    O sistema de cdigos usado para identificar estes diferentes tipos de parafuso (screws),

    semelhante ao usado para os bolts. Os do tipo NAS so parafusos para estruturas. Os

    nmeros de parte 510, 515, 520, e assim por diante, classificam os parafusos em classes, tais

    como, cabea redonda, cabea plana, cabea com arruela fixa, e etc. Letras e nmeros

    indicam o material de sua composio, comprimento e dimetro. Exemplos de cdigos AN

    e NAS, so dados a seguir:

    AN501B - 416-7

    AN = Padro Air Force - Navy

    501 = Cabea cilndrica, rosca fina

    B = Lato

    416 = 4/16" de dimetro

    7 = 7/16" de comprimento

    A letra "D" no lugar de "B" indica que o material de liga de alumnio 2017-T. A letra "C"

    indica ao resistente corroso. Uma letra "A", colocada antes do cdigo do material,

    indica que a cabea do parafuso furada para frenagem.

    NAS 144DH - 22

    NAS = National Aircraft Standard

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    144 = Tipo de cabea, dimetro e rosca parafuso de 1/4"-28, com encaixe interno para

    ferramenta.

    DH = cabea com furo para frenagem

    22 = comprimento em 16 avos da polegada

    22/16" = 1 3/8"

    O nmero bsico, NAS, identifica a parte. As letras em sufixo e os nmeros separados por

    traos identificam os diferentes tamanhos, camada protetora do material, especificaes da

    furao, etc. Os nmeros aps os traos e as letras em sufixo, no obedecem a um padro.

    Algumas vezes necessrio consultar os manuais especficos para a legenda.

    1.9 REPAROS EM ROSCAS INTERNAS

    Instalao ou remoo de parafusos so tarefas simples, comparadas com a instalao ou

    remoo de prisioneiros. As cabeas dos parafusos e das porcas so instaladas

    externamente, enquanto que, os prisioneiros so instalados em roscas internas.

    As roscas, danificadas em parafusos ou porcas, so facilmente identificadas e s requerem a

    substituio da parte danificada. Quando roscas internas se danificam, existem duas

    alternativas: a substituio da pea e o reparo, ou a substituio da rosca.

    A recuperao da rosca danificada , normalmente, o recurso mais barato e mais

    conveniente. Os dois mtodos de reparo so: substituio de buchas e instalao de roscas

    postias Heli-Coils.

    Substituio de Buchas

    As buchas so materiais de uso especial (buchas de ao ou lato na cabea dos cilindros

    para colocao das velas). So materiais resistentes ao desgaste do uso, onde frequente a

    substituio. A rosca externa , normalmente, de filetes grossos. Quando a bucha

    instalada, um produto de vedao pode ou no ser usado, para evitar perdas. Muitas buchas

    tm rosca esquerda na parte externa e rosca direita na interna. Com esta providncia, a

    remoo do parafuso ou prisioneiro (com rosca direita), tende a apertar o embuchamento.

    Buchas para instalaes comuns, como velas de ignio, podem ser supermedidas, acima de

    .040 (em incrementos de .005). A instalao original e a substituio em oficinas de reviso

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    geral so efetuadas com tratamento antagnico de temperatura, isto , a cabea do cilindro

    aquecida e a bucha congelada.

    Rosca Postia Heli-coil

    um arame de ao inoxidvel 18-8, de seo rmbica, enrolado com rigorosa preciso, em

    forma de mola helicoidal (fig. 6-14).

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-14 Rosca postia "Heli-coil".

    Depois de inserida em um furo rosqueado, devidamente preparado, a rosca postia Helicoil

    constitui uma rosca fmea calibrada (Unified Coarse ou Unified Fine, classes 2-3B),

    correspondente ao dimetro nominal da rosca desejada, em perfeita obedincia s

    dimenses e tolerncias estabelecidas pelo sistema de rosca correspondente (mtrico ou

    polegada). O conjunto instalado acomoda peas com rosca externa. Cada rosca postia tem

    um pino de arrasto com um entalhe, para facilitar a remoo do pino, depois que a rosca

    postia estiver instalada no furo roscado.

    Elas so usadas como uma bucha. Alm de serem usadas para restaurar roscas danificadas,elas so usadas em projetos originais de msseis, motores de aeronaves e todo o tipo de

    equipamentos mecnicos e seus acessrios, para proteger e fortalecer o rosqueamento

    interno de materiais frgeis, metais e plsticos, particularmente, em locais que requerem

    frequentes montagens e desmontagens, e/ou, onde uma ao de frenagem de parafuso

    desejada.

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    Instalao da Rosca Postia

    A instalao consiste em uma sequncia de 5 a 6 itens (Figura 6-15). Dependendo de como

    o quinto item for classificado, descarta-se o sexto item.

    As seguintes instrues do fabricante devero ser seguidas durante a instalao:

    1. Determinar quais as roscas que esto danificadas;

    2. a) Em novas instalaes da rosca postia, broquear a rosca danificada para a

    profundidade mnima especificada;

    b) Com Heli-Coil previamente instalada, usando o extrator no tamanho adequado,

    colocar a borda da lmina a 90 da borda do conjunto. So dadas pequenas pancadas com o

    martelo para assentar a ferramenta, girando para a esquerda com presso, at remover oconjunto. Os fios de rosca no ficaro danificados se o conjunto for removido

    corretamente;

    3. Abridor de rosca - Use o abridor de rosca macho, na medida requerida. O procedimento

    de abrir rosca o padronizado. O comprimento da parte rosqueada deve ser igual ou maior

    do que o requerido;

    4. Medidor - Os fios de rosca devem ser verificados com um medidor de rosca Heli-Coil;

    5. Instalao do conjunto Heli-Coil - Usando a ferramenta adequada, instalar o conjunto

    at uma profundidade que permita que o final superior da espiral fique de 1/4 a 1/2 espira

    abaixo da superfcie do furo;

    6. Remoo do pino de arrasto - Selecione a ferramenta prpria para a quebra do pino de

    arrasto. Os pinos devem ser removidos em todos os furos passantes. Nos furos cegos os

    pinos de arrasto podem ser removidos quando necessrio se o furo tiver profundidade

    bastante por baixo do pino do conjunto instalado.

    Estas instrues no so consideradas como especficas para instalao de roscas postias

    do tipo Heli-Coil. Para instalar um conjunto de roscas postias, devem ser seguidas as

    instrues fornecidas pelo fabricante.

    As roscas postias Heli-Coil so fornecidas com os seguintes tipos de roscas: grossa, fina,

    mtrica, de vela de ignio e National Taper Pipe.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-15 Instalao da rosca postia.

    1.10 REPAROS COM LUVAS ACRES

    Luvas prendedoras acres so elementos tubulares, de parede fina, com a cabea em ngulo

    para furos escareados. As luvas so instaladas em furos destinados a parafusos padro e

    rebites.

    O furo existente deve ser supermedido em 1/16" para a instalao da luva. As luvas so

    fabricadas em incrementos de polegada. Ao longo do seu comprimento, ranhurasproporcionam locais para a quebra ou o corte do excesso do comprimento, para a medida

    exata. As ranhuras proporcionam tambm um espao para manter o adesivo ou selante

    quando colando a luva no furo.

    Vantagens e Limitaes

    As luvas so usadas em orifcios que possam ser supermedidos em 1/64, para remoo

    de corroso ou outros danos. O orifcio supermedido, com a luva instalada, permite o uso

    de um prendedor de dimetro original no orifcio j reparado.

    As luvas podem ser usadas em reas de alta corroso galvnica, desde que esta corroso

    esteja em uma parte que possa ser prontamente removida. O alargamento do furo reduz a

    espessura da seo em corte do local e s dever ser efetuado quando absolutamente

    necessrio. O fabricante da aeronave, do motor ou dos componentes, dever ser

    consultado antes que o reparo dos orifcios danificados seja efetuado com as luvas acres.

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    1.11 PRENDEDORES DE ABERTURA RPIDA

    So prendedores usados para fixar janelas de inspeo, portas e outros painis removveis

    da aeronave. So conhecidos tambm pelos termos: rpida ao trava rpida e prendedores

    para painis trabalhantes. A mais desejvel aplicao para estes prendedores permitir a

    rpida remoo de painis de acesso, para inspeo e servios.

    Estes prendedores so fabricados e supridos por vrios fabricantes e sob vrias marcas

    registradas. Os mais comuns so: Dzus, Camloc e Airloc.

    Prendedores Dzus

    Consistem em um pino prisioneiro, um ilhs e um receptculo. A Figura 6-17 ilustra as

    diversas partes que compem a instalao de um Dzu.

    O ilhs feito de alumnio ou liga de alumnio. Ele atua como um dispositivo de fixao do

    pino prisioneiro. Os ilhoses podem ser fabricados de tubulaes de alumnio 1100, se no

    forem encontrados atravs do fornecimento normal.

    A mola feita de ao, com banho de cdmio para evitar corroso e fornece a fora que

    trava ou prende o pino no lugar, quando os dois conjuntos so unidos.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-17 Prendedores Dzus.

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    Os pinos prisioneiros so fabricados de ao e banhados com cdmio. So fornecidos com

    trs tipos de cabeas: borboleta, plana ou oval. O dimetro do corpo, o comprimento e o

    tipo de cabea podem ser identificados ou determinados pelas marcas na cabea do pino

    prisioneiro (Figura 6-18). O dimetro sempre medido em 16 avos de polegada. O

    comprimento do prisioneiro medido em centsimos de polegada, que a distncia da

    cabea at a parte inferior do orifcio para a mola.

    Um quarto de volta do prisioneiro (no sentido dos ponteiros do relgio), trava o

    prendedor. O prendedor somente pode ser destravado girando-se o pino prisioneiro no

    sentido contrrio dos ponteiros do relgio. Os Dzus so travados ou destravados com uma

    chave de fenda comum ou uma chave especial para Dzus.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-18 Identificao de Dzus.

    Prendedores Camloc

    So feitos em uma variedade de estilos e formatos. Os mais utilizados so os das sries

    2600, 2700, 40S51 e 4002, na linha regular e os prendedores de painis trabalhantes na linha

    de trabalho pesado. Estes ltimos so usados em painis trabalhantes que suportam cargas

    estruturais.

    O prendedor Camloc usado para prender coberturas e carenagens da aeronave. Ele

    consiste de trs partes: um conjunto prisioneiro, um ilhs e um receptculo. Dois tipos de

    receptculos so fornecidos: o rgido e o flutuante. A Figura 6-19 mostra o prendedor

    Camloc.

    O prisioneiro e o ilhs so instalados na parte removvel, enquanto o receptculo

    rebitado na estrutura da aeronave. O conjunto prisioneiro e o ilhs so instalados em

    orifcios planos, mameados, escareados ou rebaixados, dependendo da localizao e da

    espessura do material envolvido.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-19 Prendedor Camloc.

    Um quarto de volta (no sentido dos ponteiros do relgio) do prisioneiro, trava o prendedor

    e ele somente ser destravado quando girado no sentido contrrio dos ponteiros do relgio.

    Prendedores Airloc

    Os prendedores Airloc mostrados na Figura 6-20 consistem de trs partes: um prisioneiro,

    um pino e um receptculo. O prisioneiro feito de ao cimentado para evitar o desgasteexcessivo. O orifcio do prisioneiro ajustado para fixar o pino sob presso.

    A espessura total do material que ser fixado com o Airloc deve ser conhecida antes de

    selecionar o comprimento do prisioneiro que ser instalado. A espessura do material que

    cada prisioneiro poder fixar est estampada na cabea do prisioneiro em milsimos de

    polegada (.040, .070, .190, etc). Os prisioneiros so manufaturados em trs estilos de

    cabea: lisa, oval e borboleta.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-20 Prendedor Airloc.

    O pino (Figura 6-20) manufaturado de ao cromo-vandio e com tratamento trmico

    para proporcionar um mximo de resistncia, utilizao e conservao de fora. Ele nunca

    dever ser usado uma segunda vez. Tendo sido removido, dever ser substitudo por um

    novo. Os receptculos para os prendedores airloc so fabricados nos tipos rgidos e

    flutuantes.

    Os tamanhos so classificados por nmeros: n 2, n 5 e n 7. Eles so tambm

    classificados pela distncia entre os furos dos rebites que fixam o receptculo: n 2, 3/4,

    n 5, 1e n 7, 1 3/8". Os receptculos so fabricados em ao de alto ndice de carbono,

    com tratamento trmico. O encaixe superior, tipo borboleta assegura a ejeo do

    prisioneiro, quando ele for destravado e permite ao pino ser mantido na posio travado,

    entre a borboleta superior, o ressalto e o batente, independente da tenso para a qual o

    receptculo est subordinado.

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    1.12 CABOS DE COMANDO

    Cabos so os meios mais amplamente utilizados para acionamento das superfcies primrias

    dos controles de voo. Comandos atravs de cabos so tambm utilizados nos controles de

    motores, sistemas de extenso, em emergncia do trem de pouso e vrios outros sistemas

    das aeronaves.

    Os comandos, por meio de cabos, tm muitas vantagens sobre os outros tipos. Ele forte,

    de pouco peso e sua flexibilidade torna fcil sua rota atravs da aeronave. Um cabo de

    comando tem uma alta eficincia, e pode ser acionado sem folga, tornando-o de muita

    preciso nos controles.

    As ligaes com cabos tm tambm algumas desvantagens. A tenso deve ser ajustadafrequentemente com o esforo e as variaes de temperatura. Os cabos de controle de

    aeronaves so fabricados de ao carbono ou ao inoxidvel.

    Construo de Cabos

    O componente bsico de um cabo o arame. O dimetro do arame determina o dimetro

    total do cabo. Um nmero de arames pr-formado em uma forma helicoidal ou espiral

    antes de sua adaptao no cabo e podem ser desenroladas de maneira independente. As

    designaes de um cabo so baseadas no nmero de pernas e no nmero de fios em cada

    perna. Os cabos mais comuns usados em aeronaves so o 7x7 e o 7x19.

    O cabo 7x7 consiste de sete pernas, de sete fios cada uma. Seis destas pernas so enroladas

    em torno de uma perna central (veja na Figura 6-21). Esse um cabo de mdia flexibilidade

    e usado para comando de compensadores, controle dos motores e comando de sistemas

    de indicao.

    O cabo 7x19 feito de sete pernas de dezenove fios, cada uma. Seis dessas pernas so

    enroladas em torno de uma perna central (veja na Figura 6-21). Esse cabo extremamente

    flexvel, usado nos sistemas primrios de comando e em outros locais onde a ao sobre

    roldanas frequente.

    Os cabos de comando de aeronaves possuem dimetro que varia de 1/16" a 3/8". O

    dimetro de um cabo medido como mostra a Figura 6-21.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-21 Seo em corte de cabo de comando.

    Terminais de Cabos

    Os cabos podem ser conectados com diversos tipos de terminais, sendo os mais utilizados

    os do tipo prensado, com formato de bola, garfo, rosqueado e outros.

    O terminal rosqueado, o em garfo e o em olhal so usados para conectar o cabo a um

    esticador, uma articulao ou outra ligao do sistema.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-22 Tipos de terminais de cabos de comando.

    O terminal em esfera usado para ligao de cabos em quadrantes e conexes especiais,

    quando o espao limitado. A Figura 6-22 ilustra os diferentes tipos de terminais.

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    Os terminais sapatilha "bushing e shackle" podem ser utilizados no lugar de alguns tipos de

    terminais quando as condies de suprimento forem limitadas e a substituio do cabo

    tenha que ser feita imediatamente.

    Esticadores

    Um esticador um mecanismo formado por dois terminais roscados e uma pea

    intermediria que, ao ser girada em um sentido, tende a separar os terminais. Em outra

    direo, tende a junt-los, possibilitando assim a regulagem da tenso dos cabos de

    comando ligados aos terminais. Um dos terminais possui rosca esquerda e o outro, rosca

    direita. A pea central possui rosca esquerda de um lado e direita do outro, sendo ambasinternas.

    Quando instalando um esticador, em um sistema de controle, necessrio atarraxar ambos

    os terminais em igual nmero de voltas na parte central. tambm essencial, que aps a

    introduo dos terminais na parte central, fiquem expostos, no mximo, trs fios de rosca

    em cada terminal (ver Figura 6-23).

    O tamanho correto e o tipo dos esticadores (longo ou curto) devem ser observados por

    ocasio de cada instalao de cabo. Deve ser observado o estado dos fios de rosca e a sua

    lubrificao. As roscas, esquerda e direita, devem ser verificadas quanto ao sentido correto

    e o tipo de terminal do cabo correspondente, de acordo com os desenhos. Devem ser

    lubrificados, segundo as especificaes da fbrica. Todo o excesso de lubrificante dever

    ser removido. Aps a regulagem, o esticador dever ser frenado. Os mtodos de frenagem

    sero vistos em captulo posterior.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-23 Conjunto tpico de esticador.

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    1.13 CONEXES RGIDAS DE CONTROLE

    So tubos utilizados como ligao em vrios tipos de sistemas, operados mecanicamente.

    Este tipo de ligao elimina o problema de tenso e permite a transferncia, tanto de

    compresso como de trao, por meio de um simples tubo.

    Um conjunto de conexo rgida consiste de um tubo de liga de alumnio ou ao, com um

    terminal ajustvel e uma contraporca em cada extremidade (Figura 6-24).

    As contraporcas fixam os terminais, depois que o conjunto tiver sido ajustado para o seu

    correto tamanho. As conexes rgidas so, geralmente, feitas em pequenas sees, para

    evitar vibrao e curvaturas quando sob carga de compresso.

    1.14 PINOS

    Os trs principais tipos de pinos usados em estruturas de aeronaves so: pino cnico, pino

    de cabea chata e contrapino.

    Os pinos so usados em aplicaes cisalhveis e por segurana. Pinos cnicos tm tido sua

    aplicao aumentada em construo aeronutica.

    Pino Cnico

    Liso ou com rosca (AN385 e AN386), so usados em juntas que sofrem carga de

    cisalhamento e quando a ausncia de folga essencial.

    O pino liso furado e usualmente frenado com arame. O com rosca usado com arruela

    (AN975) e porca (contrapinada) ou porca autofreno.

    Pino de Cabea Chata

    Normalmente chamado de pino Clevis, (MS20392) usado em terminais de tirantes e

    controles secundrios os quais no estejam sujeitos a contnuas operaes.

    O pino deve ser instalado com a cabea para cima, como preveno, para o caso de perda

    ou falha do contrapino, garantindo a permanncia do pino no seu devido lugar.

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    Contrapino

    O (AN380) contrapino de ao de baixocarbono e banhado com cdmio usado na

    frenagem de parafusos, porcas, outros pinos e em vrias aplicaes, quando a segurana se

    faz necessria. O AN381 um contrapino de ao resistente corroso, usado em locais

    onde requerido material no magntico, ou em locais onde a resistncia corroso

    necessria.

    Rollpins

    um pino colocado sob presso e com as pontas chanfradas. Tem a forma tubular ecortado em todo o seu comprimento. O pino colocado no lugar por meio de ferramentas

    manuais, sendo comprimido e girado na posio.

    A presso exercida pelo pino nas paredes do orifcio que o mantm fixo, at sua remoo

    com uma puno de montagem ou com um toca pino.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-24 Conjunto de haste rgida de comando.

    1.15 MTODOS DE SEGURANA

    So os processos de segurana empregados em toda a aeronave em parafusos, porcas,

    pinos e outros elementos de fixao, os quais no podem trabalhar frouxos devido

    vibrao. necessria uma familiarizao com os vrios mtodos e meios de frenagem do

    equipamento na aeronave, com a finalidade de executar a manuteno e inspeo.

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    Existem vrios mtodos de segurana para as partes de uma aeronave. Os mais utilizados

    so: arame de freno, contrapinos, arruelas freno, anis de presso e porcas especiais, como

    a autofreno e contraporca. Algumas dessas porcas e arruelas j foram apresentadas.

    Frenagem com Arame

    o mais positivo e satisfatrio meio de segurana para bujes, prisioneiros, porcas,

    cabeas de parafuso e esticadores, os quais no podem ser frenados por outro processo

    mais prtico.

    o mtodo de frenar duas ou mais unidades, de tal maneira, que qualquer tendncia de

    afrouxar uma delas ser anulada pelo aperto do arame de freno.

    Porcas e Parafusos

    Porcas e parafusos podem ser frenados com arame simples ou duplo torcido. O fio duplo

    torcido o mtodo mais utilizado em frenagem com arame.

    O fio simples de arame pode ser usado em pequenos parafusos, em um espao reduzido,

    prximo e geometricamente colocado em partes do sistema eltrico e em lugares de difcil

    acesso.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-25 Mtodos de frenagem com arame.

    A Figura 6-25 uma ilustrao dos vrios mtodos, que so normalmente usados na

    frenagem com arame de porcas e parafusos.

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    Um estudo cuidadoso da Figura 6-25 mostra que:

    A. Os exemplos 1, 2 e 5 ilustram o mtodo prprio de frenagem de parafusos, plugues com

    cabea quadrada e partes semelhantes, quando frenadas aos pares.

    B. O exemplo 3 ilustra alguns componentes frenados em srie.

    C. O exemplo 4 ilustra o mtodo prprio, de frenagem de porcas, castelo e prisioneiros.

    (Observar que o arame no circunda a porca).

    D. Os exemplos 6 e 7 ilustram um tipo simples de componente roscado, frenado carcaa

    ou outro ponto de fixao.

    E. O exemplo 8 ilustra vrios componentes em espao reduzido, geometricamente

    colocados e usando um simples fio de arame na frenagem.

    Quando frenando juntos parafusos de cabea furada, ou partes semelhantes, eles estaro

    mais convenientemente seguros se forem frenados em srie, do que individualmente.

    O nmero de porcas ou parafusos que podem ser frenados juntos depende da aplicao.

    Quando frenando parafusos muito afastados com fios duplos torcidos, um grupo de trs

    dever ser o mximo em uma srie.

    Quando frenando parafusos, prximos um do outro, o nmero que couber em 24

    polegadas de extenso de arame, o mximo de cada srie.

    O arame dever ser colocado de modo que a tendncia de afrouxar um parafuso encontre

    resistncia no arame que est forando na direo de aperto.

    As partes a serem frenadas devero ser apertadas, at o valor de torque previsto, e os furos

    alinhados antes da operao de frenagem. Nunca apertar alm do torque previsto, ou

    afrouxar uma porca j torqueada para alinhar os furos para a frenagem.

    Bujes de leo, Torneira, Dreno e Vlvulas

    Estas unidades so frenadas como mostra a Figura 6-26. No caso do bujo de leo, o

    arame de freno est preso cabea de um parafuso prximo.

    Este sistema aplica-se a qualquer outra unidade, a qual tenha que ser frenada

    individualmente.

    Ordinariamente, pontos de frenagem so convenientemente localizados prximos a estas

    partes individuais.

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    Quando no houver esta facilidade, a frenagem deve ser feita em alguma adjacente parte do

    conjunto.

    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-26 Frenagem com arame de bujes, drenos e vlvulas.

    Conectores Eltricos

    Sob condies de severa vibrao, a porca de um conector pode vibrar se estiver solta e

    com suficiente vibrao. O conector poder soltar-se. Quando isto ocorre, o circuito

    alimentado pelos fios ficar interrompido. A proteo indicada, para evitar esta ocorrncia,

    a frenagem com arame, como mostra a Figura 6-27. A frenagem deve ser a mais curta

    possvel e a tenso do arame dever atuar no sentido do aperto de porca no plugue.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-27 Frenagem de plugues conectores.

    Esticadores

    Aps um esticador ter sido adequadamente ajustado, ele dever ser frenado. Existem vrios

    mtodos de frenagem de esticadores porm, somente dois deles sero aqui apresentados

    (Figura 6-28 A e B). O clip de travamento o mais recente. O mais antigo o que requerarame de freno, obedecendo a uma sequncia no enrolamento.

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    Fonte: FAA - Federal Aviation Administration-Mechanic Training HandbookFigura 6-28 Frenagem de esticadores:(A) Mtodo "clip" de travamento, (B) Mtodo

    frenagem com arame.

    Mtodo de Enrolamento Duplo de Arame

    Dos mtodos de frenagem de esticadores, o enrolamento duplo o preferido, embora o

    mtodo de enrolamento simples seja satisfatrio. O mtodo de enrolamento duplo

    mostrado na Figura 6-28B.

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    Usando dois pedaos separados do arame indicado na tabela da Figura 6-29, passe uma das

    pontas de um dos pedaos, pelo orifcio central do esticador, dobrando o arame e levando

    as pontas em direes opostas. O procedimento com o outro pedao de arame deve ser

    repetido. Em cada extremidade do esticador, os arames so passados em sentidos opostos,

    pelo orifcio do terminal (olhal, garfo, etc), dando em cada terminal quatro voltas com cada

    ponta dos arames, cortando o excedente. O mesmo procedimento dever ser aplicado em

    cada extremidade do esticador.

    Quando o terminal for do tipo roscado, sem olhal e sem uma passagem mais ampla para as

    duas pontas do arame, passe apenas uma delas e aps cruzar sobre a outra ponta livre, faa

    o enrolamento no terminal com cada uma das pontas do arame.

    Fonte: IAC Instituto de Aviao Civil Diviso de Instruo Profissional

    Figura 6-29 Guia de frenagem de esticadores.

    Mtodo de Enrolamento Simples

    Os mtodos descritos nos pargrafos seguintes so aceitveis, mas no to eficientes

    quanto os de enrolamentos duplos.

    Passe um pedao de arame de freno atravs do terminal do cabo (olhal, garfo ou orifcio do

    terminal roscado) em uma das extremidades do esticador. Cruze cada uma das pontas doarame, em direes opostas, em volta da primeira metade da parte central do esticador, de

    modo que os arames se cruzem duas vezes.

    Passando ambos os arames pelo orifcio central, o terceiro cruzamento dentro da passagem

    feito. Mais uma vez, cruze os arames em direes opostas, em volta da outra metade do

    esticador. Depois s passar a ponta do arame pelo olhal do terminal, garfo ou orifcio do

    terminal roscado e, da maneira j descrita anteriormente, enrole cada ponta no terminal por

    quatro voltas, cortando o excesso.

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    Uma alternativa do mtodo descrito passar um arame pelo orifcio central do esticador,

    dobrar as pontas em direes opostas passando cada ponta pelo olhal, garfo ou orifcio do

    terminal roscado e enrolar cada ponta quatro voltas no respectivo terminal, cortando o

    excesso de arame. Aps a frenagem, somente trs fios de rosca dos terminais devero ficar

    expostos.

    Regras Gerais para Frenagem com Arame

    Quando utilizando os mtodos de frenagem com arame, as seguintes regras gerais devero

    ser seguidas:

    1. A frenagem deve terminar com uma ponta de arame torcido de 1/4" a 1/2" (trs a seisespiras). Esta ponta dever ser torcida para trs ou para baixo para no se tornar um

    estorvo;

    2. Em cada frenagem deve ser usado arame novo;

    3. Quando frenando porcas castelo com arame, o aperto final dever ser dado na porca

    cuidando em alinhar o orifcio do parafuso com o castelo da porca;

    4. Todas as frenagens com arame devero ser apertadas depois de efetuadas, mas nunca

    excessivamente para no enfraquecer o arame que poder quebrar-se com o manuseio ou

    com a vibrao;

    5. O arame deve ser colocado de modo que a tenso exercida por ele seja no sentido de

    apertar a porca;

    6. O arame de freno deve ser torcido com aperto uniforme e entre as porcas, na frenagem

    em srie. Deve ser to esticado quanto possvel sem que fique torcido em demasia;

    7. O arame de freno dever sempre ser instalado e torcido de modo que a curva em torno

    da cabea do parafuso permanea em baixo e no tenha a tendncia a passar para a parte

    superior da cabea, causando uma folga prejudicial.

    Frenagem com Contrapino

    A instalao de contrapinos mostrada na Figura 6-30. As porcas de castelo so usadas

    com parafusos que devem ter o orifcio para o contrapino.

    Este alis, dever estar em perfeitas condies ao ser instalado no orifcio e com pequena

    folga