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MATERIAL DE APOIO

GRAÇA

ADEFS SIM

2016

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SUMÁRIOGRAÇA: Notas Gerais.............................................................................................................3

GRAÇA NO HEBRAICO:........................................................................................................40

O CAJADO DO PASTOR: Graça............................................................................................49

CONHECER JESUS É TUDO: Capítulo 1 e 4..........................................................................52

VIDA ABUNDANTE: O seguir a Cristo & O Discípulo..........................................................71

MEU CORAÇÃO: CASA DE CRISTO......................................................................................77

LIÇÃO: A DOUTRINA DA GRAÇA DE DEUS.........................................................................85

LIÇÃO: A MARAVILHOSA GRAÇA........................................................................................93

LIÇÃO: A VIDA SEGUNDO O ESPÍRITO.............................................................................104

LIÇÃO: A NOVA VIDA EM CRISTO.....................................................................................110

LIÇÃO: JESUS CRISTO: Verdadeiro homem, verdadeiro Deus...........................................116

LIÇÃO: A GRAÇA DE DEUS.................................................................................................124

LIÇÃO: COMPLEXO DE CULPA: O Tormento da Alma Humana........................................131

LIÇÃO: ALEGRIA: O fruto da graça....................................................................................136

DEVOCIONAIS...................................................................................................................143

EVANGELIZAÇÃO PESSOAL...............................................................................................148

O FINAL DE TODAS AS COISAS: Esperança e glória para os salvos..................................153

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GRAÇA: Notas GeraisExcerto do 4º Volume do Novo Testamento Comentado Versículo por Versículo,De Russell Norman ChamplinEditora Hagnos

NOTA GERAL:I. O vocábulo: No grego, charis.II. Palavras que indicam graça.III. Graça como meio de salvação.IV. A graça no Antigo Testamento.V. A graça no Novo Testamento.VI. Graça como atitude divina para com o homem.VII. A graça, conforme é vista na igreja.VIII. Sumário do uso do termo graça no Novo Testamento.

I. O vocábulo: No grego é charis.

A palavra traduzida por «graça» envolve muitos sentidos. Significa

graciosidade, atrativos, favor, cuidados ou ajuda graciosa, boa vontade (ver

Atos 11:2; Rom. 3:24 e Gál. 1:15, na saudação nas cartas, bênção expressa no

fim das mesmas ou o desejo de bem-estar acerca dos leitores dessas cartas.

Isso ocorre em todas as epístolas de Paulo, aparecendo ali os significados de

aplicação prática da boa vontade, favor, dom gracioso, feito ou bênção

graciosa (ver II Cor. 8:4,6 e ss., 19); favor divino e dom gracioso. Deus é o

Deus de toda a graça (ver I Ped. 5:10; I Cor. 1:4 e II Cor. 4:15); pelo que esse

vocábulo também indica os efeitos produzidos pelo modo gracioso como

Deus trata com os homens (ver II Cor. 8:1; Rom. 1:5; 12:3; 15:15; I Cor. 3:10;

Gál. 2:9 e Efé. 3:2) e também o sentimento de gratidão (ver Heb. 12:28 e Rom.

7:25).

II. Palavras que indicam graça

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Além do próprio termo grego, «charis», diversas outras palavras são aliadas ao

mesmo, quanto ao seu sentido, e, com frequência, essas palavras são usadas

em conexão com as ações graciosas de Deus para com os homens. A graça

envolve temas como o «perdão»; a «salvação», em seus aspectos inicial,

progressivo e final; a «regeneração»; o «arrependimento»; o «amor», a

«longanimidade» e a «misericórdia» de Deus.

III. A graça como meio de salvação

Como um sistema de vida teológico, como sistema da «graça-fé»

1. Esse é o conceito teológico da graça, mostrando como o mesmo opera na

redenção do homem, usualmente em contraste com o sistema da «lei».

2. Isso incorpora as ideias dos vocábulos alistados nos pontos I e II, acima, a

saber, o livre-favor de Deus, os seus «dons» aos homens, a sua bondade

incomensurável, etc., e tudo com base no próprio desígnio divino, e não no

valor do próprio indivíduo.

3. Esse «livre-favor divino» é recebido (mas nunca merecido) mediante a fé,

conforme nos ensina o presente versículo; e essa é a teologia padrão de

Paulo.

4. A graça opera por causa do «amor» de Deus e através do mesmo, mas

sempre com o tempero de sua «misericórdia». A graça é divina, e não tem sua

origem no homem, ainda que a perversidade humana possa rejeitá-la ou

anulá-la.

5. Dentro do sistema da graça-fé, Deus redime o homem de modo totalmente

à parte de seus méritos pessoais, e não em cooperação com os mesmos,

porquanto a salvação vem exclusivamente pela fé, independentemente de

obras.

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6. Contudo, segundo certo ângulo, a graça e as obras são sinônimas. A

salvação deve incluir, necessariamente, a «santificação»; e esta última, como

é claro, tem de incluir obras santas. Outrossim, os galardões determinam a

extensão da glorificação, e os galardões estarão alicerçados sobre as nossas

«obras». Mas essas obras não são as obras da lei e nem têm qualquer alicerce

sobre os méritos humanos. Antes, são aspectos do fruto do Espírito (ver Gál.

5:22,23), sendo produzidos no homem pelo Espírito, na medida em que este o

transforma segundo a imagem de Cristo. Sem isso, ninguém jamais verá a

Deus (ver Heb. 12:14). Todavia, visto que essas «obras» resultam das

operações do Espírito, nada tendo a ver com o poder e o mérito humanos, na

realidade são exteriorizações da graça divina. Portanto, essas duas realidades

espirituais são sinônimas, meras perspectivas diversas pelas quais

contemplamos o mesmo processo. A «graça» assinala o fato que o dom da

salvação é algo totalmente «divino». As «obras», de acordo com a exposição

acima, indicam aquilo que realmente é feito no homem e através do homem,

pelo Espírito Santo. Não há qualquer contradição, pois, entre a graça e as

obras, se ambas forem entendidas «espiritualmente». Essas «obras» não

redundam em mérito humano, não se baseando na obediência à lei,

considerada esta como um sistema. Pelo contrário, resultam da lei divina,

escrita nas tábuas do coração. Operam segundo a «lei do Espírito», a força

santificadora que atua sobre o crente (ver Rom.8:2).

7. Cada passo progressivo da vida cristã se deve à graça. (Ver II Cor. 3:18). A

«chamada» vem pela graça (ver Gál. 1:5); o «arrependimento» também se

deve à graça (ver II Tim. 3:5); e a própria «fé» tem origem na graça, pois

também vem do Espírito (ver Efé. 2:8 e Gál. 5:22).

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8. A graça não elimina a obediência, mas antes, torna-a imperiosa (ver Rom.

1:5 e 6:17). A graça requer a «santificação», sendo a produtora desta última,

porque é mediadora do poder do Espírito Santo, o qual é o agente dessas

operações. A obediência e a santidade são meramente termos que apontam

para a mesma realidade, a «santificação», mediante o que a imagem de Cristo

vai sendo formada em nós. (Ver I Tes. 4:3).

9. Portanto, aquilo que realmente torna santos aos homens não é a lei, e, sim,

a «graça»; e a santidade de que o homem necessita é a própria santidade

divina, a única que Deus pode aceitar nos seus remidos. (Ver Rom. 3:21, a

-«santidade» ou «justiça» de Deus, dada aos homens dentro do sistema da

graça-fé).

10. Portanto, ninguém pode começar pela graça, e então passar a seguir a lei,

como guia da conduta diária. A lei não pode guiar ao crente, da mesma

maneira como não poderia tê-lo salvo, a princípio. (Ver Gál. 3:3; Rom. 3:18,20

e Gál. 3:19 acerca da verdadeira função a lei, onde se vê que ela não tem

função salvadora, por ser-lhe isso impossível). A graça transcede ao poder da

lei, e somente esse poder transcendental pode redimir, realmente, uma alma

eterna. Dentro do sistema da graça-fé, o indivíduo se reveste de «Cristo»,

mediante a comunhão mística; e isso exige a sua santidade, e então a

assegura, pois, do contrário, não terá ele sido salvo pela graça, sob hipótese

nenhuma (ver Gál. 3:27). Mas o Espírito, que nos apresenta a Deus Pai, e nos

torna filhos de Deus, garante a santidade e a salvação plena.

11. A salvação, portanto, é um processo místico, produzido pelo Espírito, que

vem habitar nos homens e ter comunhão com eles. Esse é um produto da

graça, já que a lei jamais poderia proporcionar tal coisa.

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12. O Espírito Santo leva os homens a viverem segundo a lei do amor,

espiritualizando-os e levando-os a cumprirem a lei inteira (ver Gál. 5:13,14).

A fé opera mediante o princípio do amor (ver Gál. 5:6).

13. A graça não elimina a lei da colheita segundo a semeadura, porquanto

reforça a responsabilidade humana, ao invés de eliminá-la. Na graça o

indivíduo pode e deve ser santificado, pois, de outra maneira, nunca poderá

ver a Deus (ver Heb. 12:14 e Gál. 6:7,8). A graça torna tudo isso possível, pois

serve de mediadora do Espírito divino para com os homens. A lei nunca

poderia mediar o contato místico, porque somente mostrava o pecado,

exigindo uma retidão que os homens não podem mesmo produzir.

14. A graça assegura que a salvação será finalmente completada nos remidos,

no caso daqueles que tiverem confiado em Cristo, levando-os da conversão à

glorificação final (ver Rom. 8:14-39). A graça é aquela medida constante e

poderosa que jamais permitirá que se perca aquele que confiou em Cristo.

(ver Rom. 8:39). A «queda» é algo relativo à vida anterior às fronteiras

eternas. Mas a «segurança» deve, finalmente, caracterizar ao crente,

porquanto «pertence» ele a Cristo. Na graça, a «segurança» é absoluta, pois

essa é a promessa de Deus. Nada poderá separar-nos, finalmente, do amor de

Deus, que há em Jesus Cristo, ainda que, temporariamente, nossa própria

perversidade possa fazer tal coisa. Deus tem suas maneiras graciosas e

convincentes de eliminar, por fim, essa perversidade humana.

15. A própria graça possibilita uma salvação universal (ver Rom. 11:32); e o

seu produto, a cruz de Cristo, atrai todos os homens a Cristo (ver João 12:32).

IV. A graça no A.T.

Paulo dá a entender que o caminho de salvação é o mesmo, tanto no Antigo

quanto no Novo Testamentos. Os capítulos quarto e nono a décimo primeiro

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da epístola aos Romanos, com suas muitas citações do A.T., comprovam o

ponto. Os oponentes do apóstolo dos gentios, porém, nunca aceitaram essa

tese, porque, na realidade, a ideia mais difundida no A.T. é a da «lei» e da

salvação mediante a obediência a essa lei. Nada existe de mais suscetível à

prova do que assim é que toda a cultura judaica, antiga e modema, tem

compreendido a questão. A ideia paulina era revolucionária, produto de uma

revelação superior, não tendo sido aceita pela maioria dos religiosos antigos,

principalmente pela igreja cristã judaica, conforme vemos no décimo quinto

capítulo do livro de Atos. (Quanto a notas expositivas sobre a «questão

legalista», na igreja primitiva, ver Atos 10:9). No entanto, muitos dos «irmãos

legalistas», continuando a confiar na circuncisão e nas obras da lei, eram

crentes autênticos, pois haviam recebido o toque do Espírito Santo e se

tinham convertido ao Senhor, tendo a Cristo como seu «Cabeça» (ver Col.

2:19). Deus tem tempo para corrigir as nossas «crenças». O essencial não é a

fé em algum credo, e, sim, se um homem foi ou não tocado pelo Espírito

transformador. E condições idênticas prevalecem na igreja cristã de nossos

dias. Muitos creem que, de algum modo, estão fazendo acréscimos à sua

salvação mediante atos de devoção, ritos, sacramentos, etc. Porém, estão

equivocados. Todavia, muitos deles aparentemente conhecem

experimentalmente a Cristo e o têm como seu Cabeça. E isso faz com que

pertençam ao Senhor. Apesar de que não se pode demonstrar claramente no

A.T. o sistema da «graça-fé», em contraste com o sistema da «lei», aqui e acolá

aparecem pontos de «discernimento» quanto ao princípio mais elevado da

graça, antecipando aos ensinamentos neotestamentários. A ilustração de

Paulo acerca de Abraão, no quarto capítulo da epístola aos Romanos, com

base na narrativa do A.T., é exemplo disso—Abraão foi justificado pela fé.

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Com isso, como é claro, os legalistas não concordavam. (Ver Deut. 7:7,8, onde

se aprende que a eleição do povo de Israel se baseou exclusivamente sobre a

vontade de Deus; e isso antecipa o ensino da «graça», ainda que talvez não

declare diretamente tal princípio). Por igual modo, várias indicações

atinentes ao «arrependimento», que reconhecem ser este o recebimento de

um novo coração, algo que depende de uma operação no íntimo, e não de

mera obediência externa ao princípio legalista, comprovam o que acabamos

de declarar. (Ver Joel 2:13; Eze. 18:31). O novo coração é dom da graça divina

(ver Jer. 31:31-34); pelo que a graça é antecipada em certos trechos do A.T.,

quando este fala sobre o arrependimento.

V. A graça, nos escritos neotestamentários, não-paulinos

O termo «charis» nunca aparece nos lábios de Jesus, nos evangelhos sinóticos.

Porém, diversas das suas parábolas ensinam o «princípio da graça», como um

ato divino. (Ver Luc. 14:16-24 e 15:20-24. Ver também Marc. 1:15; 6:12 e Luc.

24:27). O livro de Atos, igualmente escrito por Lucas, indica, com grande

frequência, que a salvação vem pela fé, à parte das obras (ver o décimo quinto

capítulo de Atos, na decisão do concílio de Jerusalém, que se manifestou

sobre a questão). Por semelhante modo, os capítulos um e dois da primeira

epístola de Pedro, e também I Ped. 3:7 e 5:10, aprende-se estar em operação o

princípio da graça, com prístina clareza, embora o assunto não seja ali tão

bem desenvolvido como nos escritos de Paulo. A epístola aos Hebreus

emprega muitas palavras que indicam a «graça». (Ver Heb. 2:9; 12:14,15,28.

Ver também acerca da expressão «trono da graça», em Heb. 4:16; e da

expressão «Espírito da graça», em Heb. 10:29). O evangelho de João não

desenvolve o conceito da graça, mas apenas é salientada a necessidade de

«fé» para haver a salvação, o que é um elemento básico do sistema da graça.

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(Ver João 3:3-5,16). A «graça e a verdade» vieram por meio de Jesus Cristo, em

contraste com a «lei», que viera por intermédio de Moisés (ver João 1:17).

Dessa forma, apesar de que somente o apóstolo Paulo desenvolve as

descrições teológicas do sistema da «graça-fé», o N.T. inteiro é um

documento que ilustra essa verdade. Moffatt, por conseguinte, estava com

razão, quando escreveu: «A religião do N.T. é a religião da graça; em caso

contrário, nada é, nem é graça e nem é evangelho». («Grace in the New

Testament», pág. xv).

VI. A graça como atitude divina para com os homens

«A essência da doutrina da graça é que Deus é por nós. E, o que é mais, ele é

por nós, embora nós mesmos sejamos contra ele. Mais ainda, ele não é por

nós meramente como uma atitude geral, mas tem agido eficazmente em

nosso favor. A graça é sumariada no nome Jesus Cristo… Jesus Cristo é Deus

por nós… tudo isso é verdade porque Cristo veio, morreu, ressuscitou e ‘a

graça veio por meio de Cristo Jesus’ (João 1:17). A encarnação do Filho de

Deus, o seu sofrimento obediente, a sua morte como sacrifício e a Sua

ressurreição triunfal, não nos mostram apenas que Deus é gracioso, mas é o

próprio ato gracioso de Deus, porquanto ele se volta para nós e efetua esse

relacionamento… outrossim, é da essência da graça que ela é livre… E visto

que a graça é a decisão livre de Deus a nosso respeito, em Cristo, que procede

de sua graciosidade, segue-se que não temos habilidade de conquistar sua

graça ou favor. É por essa razão que a graça se opõe às obras da lei,

tacitamente por todo o N.T., e, de modo expresso, em passagens como Rom.

3:19 e ss.; João 1:17; Gál. 2:11-21 e Efé. 2:8». (T.H.L. Parker, pág. 258 do

«Baker’s Dictionary of Theology»).

VII. A graça, segundo é vista na igreja cristã

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Era popular, entre os escolásticos (Tomas de Aquino e outros), salientar a

ideia da salvação cooperativa, em que o puro favor de Deus cooperaria com as

obras humanas, juntamente com a observância dos ritos e demais provisões

da igreja. Já que essas «obras» eram interpretadas de modo «legalista», e não

de modo «espiritual», a ideia do «mérito humano», mui necessariamente,

participava da soteriologia da cristandade. Isso significava que «a graça de

Deus» não poderia mais ser logicamente considerada o único meio de

salvação do homem. Sem percebê-lo, a igreja retornara à sinagoga judaica. A

contínua e exagerada ênfase sobre os méritos humanos transformou a

«graça», virtualmente, em algo que qualquer um poderia escolher ou não, à

sua vontade; e mesmo nos casos em que ela fosse plenamente escolhida, não

era reputada força suficientemente poderosa para realizar tudo aquilo que é

requerido para a salvação. Martinho Lutero pôs em dúvida toda essa maneira

de pensar, devolvendo a graça a seu trono teológico. Todavia, alguns

elementos protestantes continuaram pensando que os sacramentos são os

«meios» de transmissão da graça de Deus, embora interpretassem os mesmos

como instrumentos do Espírito de Deus, insistindo que nenhum «mérito

humano» está envolvido no seu uso e eficácia. Outrossim, os sacramentos

não teriam o mínimo valor a menos que os beneficiários usassem de «fé»; ou

então, como alguns supõem até hoje, o pacto da graça continua operante até

que os beneficiários (como se dá no caso dos infantes batizados) sejam

pessoalmente capazes de exercer fé. Outros protestantes, entretanto, vieram

a rejeitar os sacramentos como «meios» da graça, aceitando os mesmos como

meros símbolos da graça e das provisões de Deus, ao passo que os benefícios

derivados da graça operam mediante o contacto «místico» com o Espírito

Santo, inteiramente à parte de elementos físicos. Dentro da «graça», até a

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própria fé do indivíduo é considerada «inspirada» por Deus; contudo, a maior

parte dos cristãos crê que a cruz provê uma graça geral, propiciando a todos

os homens a possibilidade de exercer fé, se assim quiserem fazê-lo.

Outrossim, a perversidade da vontade humana pode resistir à graça divina.

Maravilhosa graça de nosso amoroso Senhor;Graça que ultrapassa nosso pecado e culpa,Lá no Calvário monte derramada,Ali, onde se verteu o sangue do Cordeiro.(Júlia Johnson)

VIII. Sumário do uso do vocábulo «graça», nas páginas do N .T

1. Em termos gerais, significa favor, benevolência, da parte de Deus ou dos

homens. (Ver Luc. 1:30, onde Maria recebe o favor divino; Luc.2:40, onde se lê

que Jesus crescia na graça de Deus, sujeito à sua benevolência e favor). Os

apóstolos a princípio, obtiveram o «favor» ou «aprovação» do povo (ver Atos

4:33).

2. É palavra usada para indicar as «bênçãos» dispensadas por Deus, os atos de

bondade «beneficente». Jesus era «cheio de graça» e dispensa a mesma (ver

João 1:14). Isso porque ele estava «favoravelmente disposto» para com

outros; e a graça divina opera por igual modo. (Ver I Cor. 1:4 e II Cor.9:8, onde

se aprende que Deus é favoravelmente disposto para com a igreja,

acompanhando tal favor com atos de bondade).

3. O vocábulo também indica a fé cristã, em sua inteireza. Nessa categoria,

talvez caiba o trecho de João 1:17, que diz que a lei veio por meio de Moisés,

mas «graça e verdade» vieram por meio de Jesus Cristo. Nesse sentido, a

«graça» é posta em contradição à lei; e, de fato, os pontos essenciais da fé

religiosa, dentro do sistema da «graça», estão contidos na revelação cristã.

Em Atos 13:43, a exortação é que os novos convertidos continuassem na fé

cristã. Em Rom. 6:14 é afirmado que não estamos debaixo da lei, e, sim, da

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graça. Ver também II Cor. 1:12; Gál. 1:6; Col. 1:6; II Tim. 2:1; Tito 2:11; Heb.

12:15; I Ped. 5:12. Apesar da própria fé cristã nem sempre estar em foco

nessas referências, essa fé é que contém e dispensa a graça de Deus, a qual

opera mediante a fé e seu sistema religioso.

4. A graça pode indicar as bênçãos e os benefícios especificamente adquiridos

por Jesus Cristo. O trecho de Rom.5:15,17 tem a «graça» em oposição à

«morte».Ela é a medida que transmite vida, resultado da missão, da expiação

e da ressurreição de Cristo. (Ver também as bênçãos das epístolas paulinas

em geral. «A graça do Senhor Jesus Cristo seja convosco»).

5. A graça faz parte das saudações e bênçãos, pelo que, na fórmula epistolar, é

expressão de «um desejo de bem-estar espiritual», em favor dos leitores. Isso

ocorre em todas as epístolas paulinas, no começo e no fim das mesmas.

6. A graça indica também o ofício ou autoridade dos apóstolos (ver Rom.

13:3).

7. Pode significar um «dom», «salário» ou «dinheiro recolhido» para os pobres,

ou seja, esmolas (ver Luc. 6:32-34; I Cor. 16:3; II Cor. 13:4; Eclesiástico

17:22).

8. Pode significar «agradecimento» ou «ação de graças» (ver Luc. 17:9; Rom.

6:17; I Cor. 10:30).

9. Pode indicar galardão ou «recompensa» (ver Marc. 6:32-34 e Mat. 5:46).

Esse é um sentido comum no grego antigo.

10. Indica também o «meio de buscar o favor ou a bondade de outrem» (ver I

Ped. 2:19,20).

11. Indica ainda «alegria», «prazer», «gratificação», pois o termo grego

«charis» é usado em lugar de «chara», e isso com frequência, no N.T. (ver File.

7; II Cor. 1:5).

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12. Aponta para um ato «agradável» a outrem (ver Atos 24:27).

13. Mostra aquilo que tem o poder de buscar e obter favor, uma conduta

gentil (ver Luc. 4:22; Efé. 4:29 e Col. 4:6). Normalmente, o vocabulário

«charis» tem a ideia de «bênção» ou «benefício», que promove o bem-estar

aos homens; e, em sua definição neotestamentária, no que diz respeito ao

sistema da «graça-fé» (em contraste com a lei), isso indica, ordinariamente,

que tal benefício espiritual é dado como um dom da parte de Deus, embora

não merecido pelos homens. Portanto, o termo grego «chairo», isto é,

«regozijo-me», parece ter a mesma raiz; pois, de fato, a «graça», em suas

muitas formas de manifestação, é motivo de grande regozijo.

Os Méritos Humanos Excluem A Graça, E Vice-Versa:

1. Esses dois sistemas são mutuamente exclusivos. Inutilm ente os homens

procuram harmonizá-los entre si.

2. Ou as obras ou a graça, conforme Paulo dizia. Mas ele havia provado

elaboradamente que a salvação não pode vir através das obras. Isso deixa a

graça intacta. (Efé. 2:8).

3. A graça não será infrutífera, e, de fato, não pode mesmo sê-lo. Mas nenhum

homem pode merecer a salvação mostrando-se frutífero, embora exista um

aspecto segundo o qual as obras são sinônimas da graça. (Ver Fil. 2:13 quanto

a esse princípio).

4. Ver Rom. 3:28 quanto ao tema: «Relação entre as obras e a justificação e a

graça». «As obras não chegam até Deus, à sua graça ou ao seu céu; mas

pertencem à esfera da vantagem adquirida, tomando o remunerador um

devedor (o que se refere a Deus), o que não pode ser atribuído a Deus sem

uma certa impiedade. Porém, da mesma maneira que a graça de Deus se

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exalta acima de quaisquer reivindicações do m é rito hum ano, assim

também, no homem, a fé é exaltada. O verdadeiro crente não depende do seu

próprio mérito, e, sim da graciosa força daquele que justifica ao ímpio, e

então recebe a re tidão em proporção a essa fé.

Exposição geral de Efésios 2:8-10→

Efésios 2:8

«Porque pela graça sois salvos...»

O tempo verbal usualmente empregado por Paulo, ao referir-se à salvação, é

o presente, «estais sendo salvos». Assim sendo, Paulo concebia a «salvação

progressiva», que tem prosseguimento desde agora e que chega à eternidade,

nos lugares celestiais. Mas aqui é usado o «perfeito», «fostes salvos», o que dá

a ideia de algo definido e realizado, embora seus resultados continuem no

presente, e, naturalmente, se estendam futuro afora, segundo o contexto

define a questão. A salvação também é referida como uma realidade futura,

quando está em pauta a «plena glorificação», já nos céus (ver Rom. 5:9). Esse

ponto de vista futurista da salvação pode ser visto em 1 Ped. 1:5, onde a

salvação é algo a «ser revelado no último tempo». Por conseguinte, a salvação

tem aspectos passado, presente e futuro. O trecho de Efé. 1:18 já demonstrara

que o autor sagrado considera todas as bênçãos espirituais como realidades já

recebidas. E que temos a «garantia» do Espírito, o qual assegura a posse

futura ao conferir-nos uma realidade presente – a de conhecermos a Cristo e

de desfrutarmos de comunhão com ele. (Ver I Cor. 1:4. Ver também Efé. 1:14

quanto a notas expositivas sobre a questão do «penhor» ou «garantia», onde

aparecem referências a outras passagens que encerram esse ensinamento). A

salvação, em seu sentido mais completo, inclui tudo quanto está envolvido na

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conversão, arrependimento e fé, na santificação, na glorificação e na herança.

Em suma, tudo quanto está envolvido na redenção da alma e na sua

transformação segundo a imagem de Cristo. Portanto, dependendo do

aspecto que estiver sendo salientado, é usado o tempo passado, o presente ou

o futuro do verbo escolhido. Se estivermos falando sobre a «conversão», então

será usado o tempo passado; se estivermos aludindo à presente

transformação da alma, segundo a imagem de Cristo, por operação do

Espírito, ou então ao aprazimento presente de bênçãos espirituais, em Cristo,

então será empregado um verbo no presente; e se nos referirmos à

glorificação futura, começando pela «parousia» (a segunda vinda de Cristo),

então será usado um verbo no futuro. A salvação, em seus estágios mais

elevados, simplesmente envolve o conceito da alma humana a compartilhar

da imagem e da natureza de Cristo, em que ela passa a ser tudo quanto ele é e

a possuir tudo quanto ele tem, possuidora da plenitude daquele que enche a

tudo em todos (ver Efé. 1:23), tendo sido transformada em sua imagem, de

glória em glória (ver II Cor. 3:18), pois chegou a participar da própria

divindade (ver II Ped. 1:4), chegou a compartilhar da perfeita santidade de

Deus (ver Mat. 5:48), chegou a receber a justiça de Deus (ver Rom. 3:21),

atingiu a sua glorificação (ver Rom. 8:30). É assim que uma alma remida

chegará a receber a sua herança (ver Rom. 8:17; Heb. 2:3).

«.. .mediante a fé...»

O fato que a graça e a salvação são medidas pela fé é a doutrina paulina

comum; e o fato que isso se dá de modo «independente» das obras humanas

também é doutrina de Paulo. (Ver Rom. 3:22,24; 4:3,5 e 5:1; Heb. 11:1).

Acerca das presentes palavras, devemos considerar os pontos abaixo:

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1. A fé não é alguma nova forma de «mérito», em substituição às «obras»,

como se a fé agradasse a Deus mais do que a obras, sendo aceita em lugar

delas. É verdade que o ato de exercer fé, de ter uma alma receptiva para com a

verdade espiritual, é algo agradável aos olhos de Deus; mas ninguém «agrada

a Deus» de tal modo que só por isso venha a ser aceito no Amado. (Ver Efé.

1:6).

2. O meio da salvação não é a fé humana. Esse meio é aquilo que Cristo

realizou mediante sua vida, morte e ressurreição. Portanto, a «fé» não é a

«causa» da salvação. A graça divina é que é essa causa, aquele fator que

confere favor e dons espirituais gratuitos aos homens, conforme nosso

próprio versículo deixa claro. (Ver também Efé. 1:7, em suas notas

expositivas, quanto ao «meio» da salvação, onde é frisada a «expiação». E

Rom. 5:11 conta com a nota de sumário sobre esse tema). A passagem de

Rom. 6:3 mostra-nos que a ressurreição de Cristo nos dá vida, e isso por

causa de nossa comunhão mística com ele. Tais questões estão envolvidas no

«meio» da salvação, em suas «causas».

3. A fé não é a «substância» da nossa salvação, porquanto é a justiça de Deus

que provoca a nossa transformação metafísica segundo Cristo (ver Rom. 3:21

e 8:29).

4. A fé serve mais de instrumento da salvação; em outras palavras, é aquilo

que traz a salvação aos homens, aquilo que faz os homens receberem-na. A fé

e o arrependimento são os dois lados da «conversão», o que é amplamente

comentado em João 3:3-5. A fé é o reconhecimento, por parte da alma,

daquilo que Cristo é, e por causa do que ela entrega aos cuidados dele, os

desejos todos e o destino da própria existência. Quando a alma assim se

entrega aos cuidados de Cristo, e dá-se o «arrependimento» por causa disso,

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então o indivíduo se «converteu». Esse é o primeiro passo da salvação, e o seu

impulso é a «fé». Portanto, o justo «vive pela fé», e também «de fé em fé» (ver

Rom. 1:17), de tal modo que o processo inteiro da salvação, em seus muitos

aspectos, da santificação à glorificação, é recebido e concretizado para o

indivíduo mediante uma fé sempre crescente. E essa fé, basicamente, indica a

outorga ativa da própria alma aos cuidados de Cristo, com base no

reconhecimento de sua pessoa e das obrigações que Cristo impõe aos

homens. A mão de um homem é capaz de trabalhar e de realizar muitas

coisas. Entretanto, a mão não funcionará a menos que seja impulsionada

pelos músculos e pelos nervos. E os músculos e os nervos operam por causa

de sinais enviados pelo cérebro. Por igual modo, para que a salvação ocorra, é

mister o «impulso» da fé, de sua «instrumentalidade», porque, de outra

maneira, nada poderá ser efetuado. Uma tradução mais exata, diria:

«...mediante a graça...», destacando o artigo definido. Pois aqui a graça é

definida e limitada, e essa limitação é expressa neste mesmo texto, nos

versículos quarto a sexto.

Consideremos ainda os pontos seguintes: 1. a misericórdia e o amor de Deus,

ambos abundantes, formam, juntamente, a graça divina. 2. A nossa

ressurreição em Cristo, ou seja, a nossa comunhão mística com a sua vida,

aplica a graça divina às nossas vidas. 3. A nossa glorificação em Cristo haverá

de completar a operação da graça. É «essa graça» que envolve os elementos

sobre os quais Paulo falava, a grande obra de Cristo, em seus variegados

aspectos, feita graciosamente em favor dos homens, com base na

misericórdia e no amor de Deus. Essa é «a graça» a respeito da qual Paulo

falava.

Graça Considerada Como Oportunidade

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1. É verdade que a «oportunidade» de obter a salvação, através de meios

determinados por Deus (mesmo que incluíssem obras humanas), seria uma

forma de graça. Não, não é a graça aludida no presente texto.

2. As próprias obras são predeterminadas por Deus e ordenadas aos homens

para as praticarem (conforme nos mostra o décimo versículo). De certa

maneira, pois, as próprias obras são produtos da graça divina. Naturalmente,

devemos pensar em obras espirituais, inspiradas pelo Espírito, e não em obras

humanas meritórias.

3. Deus nos proporciona a oportunidade de cumprir a sua vontade. Nesse

sentido, tal oportunidade é graça.

«...e isto não vem de vós...»

Que significa a palavra «isto», aqui?

a. Alguns (Crisóstomo, Teodoreto, Jerônimo e muitos intérpretes modernos),

asseveram que se trata da própria fé, mediante a qual os homens creem para a

salvação. Isso é uma verdade, pois todas as virtudes divinas são fruições da

atuação do Espírito Santo em nós. (Ver Gál. 5:22 e João 6:29,65). Mas não

parece ser essa a referência específica, neste particular.

b. Outros (Calvino, Olshausen, Mayer e muitos outros) afirmam estar em

pauta a própria salvação.

c. Provavelmente, entretanto, a referência é bem geral: A idéia inteira de

sermos salvos pela graça, mediante a fé, está em mira. Esse «processo inteiro»

não vem de nós mesmos. Deus nos dá isso como uma dádiva, pois é algo

completamente fora de nosso alcance, querer, fazer, crer e obter a salvação

por nossos próprios esforços. (ver Rom. 9:16).

A fé também é um dom de Deus. Não é contrário ao texto o conceito que a

própria «fé» é um dom e uma operação de Deus, porquanto há passagens

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bíblicas que assim o afirmam. (Ver, por exemplo, João 6:29,65 e II Tim. 2:25).

A conversão se compõe do «arrependimento» e da «fé», sendo essa uma

operação do Espírito Santo. A fé também figura como um dos aspectos do

«fruto do Espírito» (ver Gál. 5:22). Portanto, a verdadeira fé, aquela que

conduz à conversão, à santificação e à glorificação, só pode ser uma operação

divina. A passagem de Col. 2:12 parece ensinar-nos que a fé é causada por

uma operação de Deus, a menos que aquele versículo queira dizer que é a «fé

na operação» divina que nos confere a vida em Cristo. (Ver as notas

expositivas a essa respeito, em Col. 2:12). O trecho de II Tes. 2:13 vincula

definidamente a santificação com a «fé na verdade», o que conduz o homem à

«salvação», à eleição, tornando-a algo transcendental ao que é meramente

humano. Conforme se aprende em Fil. 1:29, a nós foi «dado» crer em Cristo.

«...é dom de Deus...».

A salvação, que vem mediante a graça, por mediação da fé, é dom de Deus,

segundo a interpretação acima. Na expressão grega, o vocábulo «Deus» é o

primeiro na sequência de palavras, e isso, provavelmente, para efeito de

ênfase: «...de Deus (tudo isso) é um dom». Isso frisa a origem divina da

salvação, em contraste com a origem humana da salvação postulada pelo

sistema das obras da lei. «Quando, por parte do homem, o ato de receber a

salvação consiste somente da fé, todos os outros meios, dos quais os homens

estão habituados a depender, são eliminados. A fé, pois, conduz o homem

vazio até Deus, a fim de que possa ser cheio das bênçãos de Cristo. E por isso

ele adiciona, ‘não de vós mesmos’ a fim de que, nada reivindicando para si

mesmos, reconheçam somente Deus como autor da salvação deles». (Calvino,

in loc.). A expressão «...isto não vem de vós...» é posta em contradição à

expressão «...de Deus...», como as duas origens possíveis e antitéticas da

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salvação. «A salvação não é uma realização, e, sim, uma ‘dádiva’, e isso da

parte de nenhum outro do que Deus. Essa declaração sobre a natureza livre,

desmerecida e outorgada da salvação, é ainda mais reforçada, não somente

com ó contraste com a expressão ‘...de vós...’ (no grego, eks hum on), mas

também por ser dispensada qualquer partícula de conexão». (Salmond, in

loc.). O conceito de dom. Há uma maneira de escape da teia da consciência

perturbada, dos esforçados ineficazes, da dependência ao próprio «eu»,

quando não se pode mais confiar neste último. Esse escape se dá através das

«boas novas» do perdão e da transformação segundo a imagem de Cristo. O

perdão e a transformação segundo a imagem de Cristo, para que sejamos

aquilo que ele é e tenhamos aquilo que ele possui, não são conferidos como

uma recompensa lisonjeadora pela nossa boa realização, e, sim, como um

Efésios 2:9

“não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

Para melhor compreensão, as palavras «...não de obra...» precisam ser

desdobradas nos seguintes pontos: 1. As obras da lei são aqui focalizadas,

embora não sejam especificamente mencionadas. Mas se Paulo tivesse

escrito para judeus, sem dúvida teria sido específico. Porém, tendo escrito a

gentios, falou de obras, de esforços humanos de méritos religiosos, na forma

abstrata, dando a entender «qualquer categoria de obras humanas, da ‘lei’ ou

de ‘qualquer lei’». (Quanto a versículos paralelos a este, que negam o valor

dos esforços humanos para a salvação, ver Rom. 3:19,20). A lei tinha o

propósito de cerrar as bocas altivas, e não o propósito de justificar. (Ver o

décimo nono versículo. Ver também Rom. 3:19,20 e Gál. 3:19, «as verdadeiras

funções da lei»). Ninguém é «justificado pelos feitos da lei» (ver Rom. 3:20). A

retidão de Deus se manifestou «independentemente de lei» (ver Rom. 3:21).

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2. O trecho de Rom. 2:14,15 dá a entender que os gentios, embora destituídos

de revelações e da lei escrita, não obstante, têm conhecimento da lei, já que a

própria lei escrita é apenas reflexo da eterna lei de Deus, através da razão, da

intuição e do raciocínio. Porém, até mesmo com esse entendimento, e ainda

que se esforcem por observar todas as suas estipulações, conforme as

entendem por intuição e por meio da razão, os gentios não podem

aproximar-se de Deus através dos seus próprios méritos. (Ver outras

passagens bíblicas, de natureza semelhante, tal como o versículo que ora

comentamos, além daqueles que já foram mencionados, presente. Esse

presente ou dom é livremente outorgado, a pecados sem valor, ao filho

pródigo que nada merece, ao publicano desrespeitado, ao ladrão violento, já

na cruz, a ti e a mim.

«Maravilhosa, infinita, inigualável graça, livremente outorgado a todos os que

crêem» (Júlia H. Johnston)

Mas às boas novas de libertação dependem da realidade da atuação do

Espírito Santo, administrada na graça divina, de tal modo que a «realização»

se torne real, em que um pecador se torne um santo, o filho pródigo e sem

merecimento se torne filho favorecido, o publicano desprezado se torne

homem de Deus, o ladrão violento se torne expressão do Príncipe da Paz, e

«tu» e «eu» nos tornemos aquilo que não éramos, isto é, santos, dotados e

transformados pelo Espírito, a expressão de Cristo à face da terra, porquanto

somos Cristo, Cristo em formação, conforme se aprende no trecho de Rom.

8:29.

A Graça é um Poder Vivo

1. A graça não é um programa divino de doações gratuitas, que nada requeira

da parte dos homens. Bem pelo contrário, ela exige tudo do homem: a

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outorga de sua alma aos cuidados de Cristo, a aceitação da cruz e o prosseguir

no caminho cristão. A graça é que possibilita aos homens pôr em prática

todas essas coisas; e onde essas coisas não existem, é que a graça divina não

está em operação.

2. A graça opera através do poder do Espírito, o qual converte, dá fé, regenera,

santifica e glorifica.

3. Portanto, a graça não é contrária às obras, mas antes, é a inspiração mesma

delas (ver o décimo versículo), e, em um sentido bem importante, é sinônima

das obras, porquanto é ela quem opera em nós tanto o querer como o realizar,

segundo a boa vontade de Deus (ver Fil. 2:13; quanto a esse conceito, ver a

nota sobre a «graça», ponto III, 8).

4. A graça, por conseguinte, é aliada, e não oponente, da lei da colheita

segundo a semeadura (ver as notas a respeito em Gál. 6:7,8). 5. A cruz não

pode tornar-se uma desculpa, para não tomarmos a cruz. Se nos assentarmos

preguiçosamente, apontando para a cruz e dizendo: «Ela nos levará até o

fim», mas não nos levantarmos e começarmos a seguir a Cristo, jamais

chegaremos a qualquer lugar, espiritualmente falando.

6. A lei informava-nos sobre o que nos competia fazer, mas ela era apenas

letra morta, pelo que não nos dava energias para realizar coisa alguma. A

graça, além de dizer-nos: «Aderi a Cristo e tomai sobre vós sua imagem e

natureza», também nos capacita a fazê-lo, através do poder do Espírito.

Sentimos que nada somos, pois tudo és Tu e está em ti;Sentimos que somos algo, e isso também veio de Ti;Sabemos que nada somos, mas Tu nos ajudarás a ser algo.Santificado seja o Teu nome, Aleluia!(Alfred Lord Tennyson, «The Human Cry»).

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A vida cristã autêntica, portanto, é algo místico. Só é real quando oEspírito Santo se move em nós e conosco, fazendo-nos ser e fazer,conforme a imagem de Cristo, naquilo que ele era e é, e naquilo queele fazia e faz.Oh, à graça, quão grande devedor,Diariamente, sou constrangido a ser!Que Tua bondade, qual algema,Ligue meu coração desviado a Ti(Robert Robinson)

Variante Textual: Os mss AD(c)KL e a maioria dos manuscritos cursivos da

tradição bizantina dizem «através ‘a’ fé». Porém, os manuscritos mais antigos

e dignos de confiança omitem o artigo. Os manuscritos que assim fazem são

P(46), Aleph, BD(1) e alguns poucos outros, o que serve de evidência

esmagadora em favor da omissão do artigo. A forma «a fé» presumivelmente

significaria «vossa fé», ou a fé de alguma outra maneira limitada. Mas, «fé»,

no abstrato, é o que está em pauta aqui, ou seja, o princípio da fé evangélica

considerado de modo geral, a outorga da alma a Cristo, como uma grande e

geral verdade. (Rom 3.28; 2 Tm 1.9; Tt 3.5; 1 Cor 1.29; Rom. 4:2; 11:6; Gál.

2:16; 3:2; 5:4; Tito 3:5 e II Tim. 1:9).

3. Não estão em foco, nesta declaração que elimina as «obras», aquelas

«obras» produzidas pela influência do Espírito Santo, os diversos aspectos do

seu fruto, influência essa que transforma os crentes segundo a imagem de

Cristo, levando-os de volta a Deus, como seres celestiais de elevada estatura.

A «obra divina» é a própria substância da salvação, conforme a vemos no

décimo versículo deste capítulo; mas isso não se dá no caso das obras

humanas, o que faria da salvação um mero produto humano.

4. A «obra divina» tem seu reflexo em obras puramente humanas, até mesmo

no caso dos incrédulos; mas esse «reflexo» não é a causa, nem o meio e nem a

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substância da salvação. A obra divina faz de nós «feitura» do Senhor (ver o

décimo versículo). Se porventura a salvação viesse por meio das obras

humanas, isso faria de nós «nossa própria feitura». Foi contra esse conceito,

exatamente, que o apóstolo dos gentios escreveu este texto.

5. A ideia inteira do dom, bem como da «graça» que nos confere o dom,

conforme se vê neste oitavo versículo, é contrária ao conceito das «obras que

visam a salvação». A salvação não parte de nós mesmos, segundo lemos neste

versículo, e nem se estriba nos méritos humanos, adquiridos mediante as

boas obras. Pelo contrário, deriva-se inteiramente «da parte de Deus»,

dispensada por intermédio da graça.

6. Obras de natureza cerimonial, sacramental, pessoal, social e ritual, estão

aqui em foco. A graça divina não anula a responsabilidade humana,

porquanto todos os seres humanos podem confiar no Salvador; pois, do

contrário, a ninguém seria ordenado que se arrependesse. No entanto, Deus é

quem agora «...notifica aos homens que todos, em toda parte, se

arrependam» (Atos 17:30). Na cruz do Calvário, o Salvador se deixou

crucificar a fim de acolher a todos os homens; e, tendo sido suspenso na cruz,

atrai agora a si mesmo a todos. (Ver João 12:32). Por conseguinte, uma «graça

geral» é dada na cruz, para a humanidade inteira; e, embora a fé seja dom do

Espírito Santo, contudo aos homens é dado potencialmente esse dom

gracioso, o qual, a menos que seja neutralizado pela vontade humana

pervertida, pode levar todo o ser humano a confiar em Cristo. Todavia,

aqueles que cedem e assim confiam no Senhor, naturalmente ficam cheios do

dom da graça, e esta se torna a própria força orientadora da vida dos mesmos.

(Ver Rom. 1:17).

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A salvação é «à parte das obras», e isso com o propósito específico de eliminar

a jactância humana, atitude impossível dentro da economia divina das coisas.

Porém, apesar de que o vocábulo grego «ina» é télico, neste caso,

naturalmente este versículo não descreve a «única razão» pela qual a

salvação procede inteiramente do Senhor, sem qualquer participação

humana. «Uma das razões» disso é que o homem não se glorie de si mesmo.

Contudo há outras razões, e uma delas é que algo tão grandioso como a

salvação, quando compreendido em sua correta luz (a transformação do

crente segundo a imagem de Cristo, o que o leva a compartilhar inteiramente

de sua natureza e herança), não pode ser mesmo um produto humano; antes,

transcende ao que é humano, precisando ser um produto divino. Porém, se a

palavra grega «ina» for compreendida como indicação de um simples

«resultado», então o fato que o homem não pode gloriar-se é um «resultado

inevitável» da salvação, porquanto depende inteiramente da graça de Deus.

Porém, o uso «télico», isto é, de finalidade, parece ser o que está aqui em foco,

ainda que haja usos legítimos da palavra «ina», para indicar simples cláusulas

de resultado. Naturalmente que, conforme esclarece Alford (in loc.), «...para

Deus, todos os resultados são propositais». Paulo faz soar aqui o grande

protesto do A.T. contra a jactância humana na presença de Deus. (Ver Jer.

9:23,24 e Isa. 42:8,14. Quanto a expressões similares, em outras epístolas

paulinas, e que condenam a jactância humana, ver os trechos de I Cor. 1:29 e

ss.; 4:7; II Cor. 10:17 e ss.; Rom. 3:27; 4:2; Gál. 6:14 e Fil. 3:3; I Cor. 1:29,31).

Tt 2.14

Efésios 2:10

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais

somos criação dele.”

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1. Isso, quanto ao aspecto físico (ver Rom. 1:20). Devemos a Deus nossa

própria existência. Ele é o Alfa.

2. Porém, também somos sua criação espiritual. Ele é o Ômega. Movemo-nos

na direção dele. (Ver I Cor. 8:6 e II Cor. 5:17). Isso é conseguido através de

nossa comunhão mística com Cristo (ver as notas a respeito em I Cor. 1:4),

pois, «nele», temo-nos tomado novas criaturas.

3. Mui provavelmente, ambas as ideias acima expressas estão em foco aqui,

conforme as vemos ligadas entre si em João 1:4. Da «vida» original é que

emergiu a «luz», isto é, a «nova vida iluminada». A criação física foi feita a fim

de que, dela, pudesse emergir a criação espiritual.

4. Essa declaração é parcialmente polêmica. Visto que somos «criação» dele,

dificilmente podemos ser nossos próprios criadores. Isso é óbvio, no que

concerne à criação física. Para certas pessoas, entretanto, isso não é tão óbvio

no que tange à criação espiritual, porquanto elas se esforçam por refazer-se

através das obras, dos sacramentos e das cerimônias religiosas. Na verdade,

porém, isso nos vem pela graça divina: Deus nos tornou naquilo que somos;

nossos destinos dependem dele. Ele forma em nós a imagem de Cristo (ver

Rom. 8:29). Ele nos proporciona sua própria natureza e seus atributos (ver

Efé. 3:19). Toda essa realização, está muito acima das possibilidades

humanas. Tudo nos vem pela graça. «...dele...» Esse vocábulo é enfático. Pois

a feitura é «dele», isto é, de Deus, e não nossa. Embora tenham sido

empregadas palavras gregas diferentes, há uma certa antítese entre «obras» e

«feitura». Assim sendo, a salvação não vem de «obras», mas de «feitura».

Também não vem de «obra humana», e, sim, de «feitura divina». É muito

interessante que o nosso vocábulo português «poema» se deriva do termo

grego aqui traduzido por «feitura». Portanto, somos «um poema» ou «uma

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composição de Deus», porquanto nossa graça e beleza estética pertencem à

sua arte, e não ao nosso próprio engenho. Naturalmente que podemos fazer

essa aplicação como uma ilustração, pois não há que duvidar que o apóstolo

dos gentios não tinha em mente a ideia de «poema», quando escreveu o

presente versículo. Não obstante, essa mesma palavra grega significava uma

composição poética, tendo sido assim utilizada por diversos autores antigos.

A única outra ocasião, em todo N.T., onde essa palavra é novamente usada,ο

é em Rom. 1:20, e onde a alusão é à criação física. «...criados...» Comenta

Vincent (in loc.), como segue: «Ver sobre João 1:3. Originalmente esse verbo

significava ‘tornar habitável’, ‘popular’, e, portanto ‘fundar’. Deus é chamado

de ‘ktistes’, ‘criador’, em I Ped. 4:19, e de ‘o ktisas’, ‘aquele que criou’, em Rom.

1:25. (Comparar com Apo. 4:11). ‘Ktisis ’ é termo usado para indicar a súmula

total das coisas criadas, segundo se vê em Marc. 10:6 e Rom. 8:22».

Como opera essa nova criação?

1. Ela nos orienta na direção de um destino planejado por Deus. Ela esboça o

curso de nossas vidas, neste mundo e para sempre.

2. Ela torna cada um de nós uma pessoa singular, singular em sua missão (ver

as notas sobre isso em Apo. 2:17).

Como as obras se relacionam para com a graça?

1. Resultados inevitáveis.

2. Frutos inerentes do sistema da «graça-fé».

3. Expressões da nova natureza, da nova criação, expressões «necessárias», e

não apenas aquilo que se poderia esperar normalmente.

4. Partes necessárias do destino dos indivíduos transformados, tal como a

missão de Cristo Jesus, nos céus e na terra, exigiu ações de altruísmo de sua

parte, pelo que também é dito que fomos «preparados», nesse feito de Deus, a

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fim de andarmos nas boas obras, já que a metáfora do «andar» fala da

expressão coerente e constante da vida, fala de certa «maneira de viver».

5. A criação se verifica «em· Cristo Jesus», produzida pela comunhão mística

com ele, o que leva os homens a compartilharem de sua natureza e a

expressarem a sua bondade. (Ver I Cor. 1:4, acerca do conceito da comunhão

mística com o Senhor Jesus, que é tema constantemente enfatizado nos

escritos paulinos). As boas obras se revestem de uma importância suprema,

conforme disse Alford (in loc.): «Tal como uma árvore é criada por causa dos

seus frutos», assim também um crente foi transformado em nova criatura

para que pudesse expressar-se como tal. Não há como escapar a isso – as boas

obras são a expressão do crente. Uma vez mais, entretanto, o texto

transcende a meras «obras humanas», a «méritos humanos», ainda que as

obras assim realizadas sejam humanas, visto que são feitas por seres

humanos. Além disso, cumpre-nos observar que a vontade humana

pervertida pode contrabalançar esse tipo de vida, tornando tal pessoa

infrutífera.

A realização divina é contínua e eterna

1. As obras são uma consequência da graça divina, mas também são muito

mais que isso.

2. São produtos divinos, que compõem nosso caráter e nossa missão especial,

razão pela qual determinam nosso nível de glória, que será declarado quando

do tribunal de Cristo (ver II Cor. 5:10).

3. As obras também determinam nossos galardões e nossas coroas (ver II Tim.

4:8), pelo que, igualmente, determinam nosso caráter e poder nos lugares

celestiais.

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4. Esse processo, entretanto, será eterno, pois Deus continuará perenemente

a operar em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. A

glorificação, pois, será um processo eterno. (Ver os comentários sobre isso em

II Cor. 3:18). Ele tem operado em nós; ele está operando em nós; ele sempre

operará em nós. Somos criação sua, e viveremos sempre em contínuo

progresso, tal como a criação física também jamais fica estagnada, pois

mundos vêm e vão, nascem e perecem. Os céus de Deus jamais poderão

conhecer estagnação. No topo das grandes pirâmides do Egito, uma pessoa

pode lançar a vista pela amplidão do deserto que a tudo predomina; mas

também verá o rio Nilo, serpeando em seu caminho através do deserto. Às

margens do rio ela verá fertilidade e vida. Por semelhante modo, a graça

divina é o grande rio da vida, que flui através de um deserto; mas, às suas

margens, inevitavelmente surge vida em abundância, porquanto onde se

manifesta a graça, se manifesta a vida. Por sua vez, onde há vida no Espírito,

há uma nova criação, uma «alma humana transformada», há «Cristo à face da

terra», porquanto todo o crente é Cristo em formação; e onde Cristo estiver

em formação, aparece vida de Cristo, pois ele «...andou por toda parte,

fazendo o bem...» (Atos 10:38). «...de antemão preparou...» No grego temos

«proetoim adzo», que significa «preparar de antemão», «nomear de antemão».

(Ver Rom.9:23, acerca dos vasos de misericórdia, preparados por Deus como

tais, antes de virem à existência terrena; vet Efé. 2:10, acerca das boas obras,

que fazem parte inevitável do destino dos remidos, e isso por divina

determinação). Visto que as boas obras foram preparadas por Deus, para o

destino dos crentes, de «antemão», até mesmo essas boas obras são de Deus,

pois seu preparo se deu antes da existência terrena dos crentes, talvez até

mesmo antes da existência absoluta deles; pelo que também não podem ser

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de origem humana, como de origem humana não são as obras espirituais dos

crentes. Dentro do tempo, porém, é evidente que a vontade humana precisa

cooperar com o plano divino.

As boas obras fazem parte do nosso destino eterno:

Elas são expressão da missão do crente. Como foi que Deus preparou essas

boas obras, enquanto as próprias almas dos remidos ainda não existiam? Em

resposta a isso, consideremos os pontos abaixo discriminados:

1. Deus preparou essas boas obras em seu plano, em seus conselhos eternos.

2. Como parte do destino pessoal de cada crente. Cada crente é um ser sem-

par, dotado de uma missão especial. E as boas obras é que emprestam

substância a essa missão, sem importar se visamos seu aspecto terreno ou

seu aspecto celeste, ou melhor, ambos os aspectos.

3. As boas obras foram adaptadas ao destino dos crentes, porquanto tudo isso

faz parte do plano de Deus. (Ver Apo. 2:17, quanto ao fato que cada crente em

particular é um ser sem igual). As boas obras, pois, são mais do que os

pequenos atos de bondade e gentileza, considerados abstratamente; antes,

são a substância da nossa própria missão, aquilo que faz dessa missão o que

ela é. E isso ilustra, uma vez mais, a importância suprema das boas obras. Do

que consiste a minha missão terrena? Devo curar, devo ensinar, devo

consolar, devo ser especialmente dotado de bens materiais e de realidades

espirituais para aliviar as necessidades físicas e espirituais dos outros? Qual é

o meu «dom» ou os meus «dons» do Espírito? Certo padrão de expressão, no

tocante aos meus dons espirituais, foi determinado de antemão por Deus,

como campo no qual me convém operar. Esse «padrão de expressão» será a

esfera onde cumprirei a minha missão; e isso equivale a dizer que Deus

preparou de antemão as boas obras da minha missão.

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4. Há algumas símiles homiléticas, quanto a esse particular. Crisóstomo

falava da preparação do «caminho» das boas obras. Em seguida um homem

caminha por essa estrada. Abbott (in loc.). comenta como segue: «Uma símile

mais verdadeira seria a de uma vereda que atravesse o mar. Talvez

pudéssemos dizer que as palavras ‘preparou de antemão’ foram escolhidas,

não por serem logicamente exatas, mas a fim de expressarem, de maneira

mais notável, a verdade que as boas obras não procedem de nós mesmos;

antes, como que são recebidas da parte do Criador, como que tiradas de um

depósito, o que é assim figuradamente concebido como preparadas de

antemão». (Fil. 2:12,13).

Essa expressão não deixa de ter suas dificuldades peculiares, porquanto não

há objeto direto ou palavra no acusativo, para o verbo, no original grego,

segundo seria de esperar-se, ao mesmo tempo que o suposto objeto direto

aparece no dativo. Por isso mesmo é que alguns estudiosos têm sugerido que

o sentido desta passagem é: 1. «Para as quais obras Deus fez preparação

prévia, em que o verbo é reputado como intransitivo, no dizer de Stier (in

loc.). 2. Outros eruditos opinam que «emas», ou seja, «nós», deve ser

subentendido aqui, como se Paulo tivesse querido dizer «nós, que fomos

preparados de antemão»; mas o ponto de vista de que as próprias boas obras

é que foram preparadas no pensamento e no conselho divino, é melhor, a

despeito das dificuldades gramaticais inerentes à expressão.

«.. .para que andássemos nelas...» A metáfora do ato de andar é frequente

tanto na literatura profana como na literatura sagrada, para indicar «maneira

de viver», «padrão de vida», «natureza geral». (Ver Gál. 5:16,25; que os

pequenos atos de bondade e gentileza, considerados abstratamente; Rom.

13:13. Ver também I Cor. 3:3; 7:17; 6:16; Efé. 4:1-17; 5:2,8,15; Col. 1:10- 2:6;

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4:5; II Ped. 2:10; I João 1:7; Apo. 3:4; 9:20; 16:15 e 21:24). Esse termo,

conforme se pode ver nessas referências, pode assumir um aspecto positivo

ou um aspecto negativo, indicando uma boa ou uma má conduta na vida. «...a

preparação de boas obras, a serem realizadas pelos santos, bem como a

preparação deles, para realizarem tais coisas, vêm ambas da parte do

Senhor». (John Gill, in loc.).

Isso elimina a jactância humana nas «boas obras» que fazem, porque as

autênticas «boas obras» transcendem ao que é humano, visto serem

espirituais. Assim, pois, a totalidade deste décimo versículo é reforço do

argumento do nono versículo. No dizer de Salmond(m loc.): «...o fato que são

originadas em Deus, não sendo mérito ou ação nossos, fica subentendido no

fato que nós mesmos tivemos de ser feitos nova criação em Cristo, visando a

sua realização».

«Essas boas obras, embora não assegurem a nossa salvação, de acordo com o

propósito de Deus, são essencialmente ‘vinculadas’ a ela, não sendo uma

excrescência acidental, unida a ela». (Eadie, in loc.).

«...desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem

efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade»

(Fil. 2:12,13). No tocante a isso, e em conexão com este versículo, comenta

Barry (in loc.): «Ambas essas verdades, a preordenação divina e a

responsabilidade livre do homem, são aqui enfatizadas. Quanto à

reconciliação entre essas duas verdades, precisamos esperar até

‘conhecermos como também somos conhecidos’». Por conseguinte, as «boas

obras», conforme elas foram preparadas por Deus de antemão, fazem parte do

grande plano da graça; mas, em sua concretização, devem ser realizadas pelos

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homens, através do consentimento da vontade e devido ao correto

desenvolvimento da alma.

A fim de ilustrar o conceito de como os «ímpios» podem chegar à justificação,

é citado o seguinte incidente por Newell, em seu comentário sobre a epístola

aos Romanos:

Há vários anos passados, na cidade de S. Louis, nos Estados Unidos da

América do Norte, estava eu levando a efeito reuniões no Teatro

Centenário. Um dia falei sobre este versículo: Rom. 4:5. Depois que

todos se foram, um cavalheiro de meia-idade, de aspecto distinto,

dirigiu-se a mim, tendo estado a esperar por mim por algum tempo. Foi

dizendo ele:

— Sou o capitão G... (um nome muito conhecido pela cidade).

E então, quando me assentei para conversar com ele, prosseguiu:

— O senhor está falando com o homem mais ímpio de S. Louis’.

Disse eu:

— Graças a Deus!

— O quê?! exclamou ele – O senhor quer dizer que alegra-se porque sou

mau?

— Não – retruquei – Mas certamente estou satisfeito por haver

encontrado um pecador que reconhece que é pecador.

— Oh, o senhor não sabe a metade! Tenho sido absolutamente ímpio

por anos, anos e mais anos, aqui mesmo, em S. Louis. Possuo dois

vapores que navegam no rio Mississipi. Todo o mundo me conhece. Sou

simplesmente o homem mais ímpio da cidade!

Quase não pude fazê-lo calar-se, a fim de interrogá-lo:

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— O senhor me ouviu pregar hoje sobre os ímpios?

— Sr. Newell, disse ele, tenho frequentado essas suas reuniões do meio-

dia por seis semanas. Não pense que perdi uma reunião sequer. Porém,

não posso dizer-lhe uma palavra sequer do que o senhor disse hoje. Não

consegui dormir a noite passada. Dificilmente tenho dormido há três

semanas. Tenho ido de um homem para outro para descobrir o que devo

fazer. E tenho feito o que eles recomendam. Tenho lido a Bíblia. Tenho

orado. Tenho distribuído dinheiro. Mas sou o miserável mais ímpio

desta cidade. Agora, o que o senhor me diz que devo fazer? Esperei para

falar com o senhor. Já tentei de tudo; mas sou tão ímpio!

— Bem, repliquei, examinaremos o versículo sobre o qual preguei hoje.

Entreguei a Bíblia a ele, pedindo que ele lesse em voz alta:

— “Mas, ao que não trabalha...” Mas, exclamou ele, como isso pode ser

comigo? Sou o homem mais ímpio de S. Louis.

— Espere só um pouco. Peço-lhe que continue lendo.

E então ele leu: ‘Mas o que não trabalha, porém crê naquele que

justifica ao ímpio...’

—Aí está! gritou ele literalmente. Isso é o que eu sou: um ímpio!

— Então esse versículo é acerca do senhor, garanti-lhe eu.

— Mas, por favor, diga-me o que devo fazer, sr. Newell. Sei que sou um

ímpio, mas, que farei?

— Leia novamente o versículo, por favor.

E ele leu: ‘Mas, ao que não trabalha...' - e então o interrompi.

— Esse versículo diz o que não se deve fazer; no entanto, o senhor quer

que eu lhe diga o que deve fazer; não posso atendê-lo.

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— Mas deve haver alguma coisa que se possa fazer; do contrário, estarei

perdido para sempre.

— Então escute com toda a sua alma, respondi. Havia alguma coisa a ser

feita, mas isso já foi feito!

Então eu lhe disse como Deus o amara tanto, apesar dele ser tão grande

ímpio, que enviou Cristo a morrer pelos ímpios. E que o castigo que

merecíamos caiu sobre Cristo, o qual foi abandonado por Deus por

causa dos pecados dele, do capitão G ..., lá na cruz. Então continuei:

Deus ressuscitou a Cristo. E enviou pregadores que convidassem aos

homens, tão ímpios como eles são, que confiassem naquele Deus que

declara justo os ímpios, sobre a base do sangue vertido de Cristo.

Subitamente meu interlocutor saltou de pé, de mão estendida para

mim, e declarou:

— Sr. Newell, aceito essa oferta!

E lá se foi ele, sem dizer mais nenhuma palavra. No dia seguinte, às

doze horas, quando a reunião estava prestes a começar, vi que o capitão

G... acenava para mim, de uma das extremidades do palco. Fui até perto

dele.

— Posso dizer uma palavra a essa gente? perguntou ele.

Vi o seu rosto brilhante, e alegremente o apresentei. E disse ao grande

auditório:

— Amigos, este é o capitão G..., a quem quase todos, senão todos,

conhecem. Ele quer dizer a vocês uma palavra.

E ele disse em voz alta:

— Quero falar para vocês da maior proposta que já encontrei. Sou um

homem de negócios, e sei quando me fazem uma boa proposta. Mas

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ontem encontrei uma proposta que me encheu de alegria, tanto que

não pude dormir um minuto sequer na noite passada. Descobri que

Deus, por causa de Jesus Cristo, declara justo a qualquer ímpio que

confie nele. Confiei nele ontem; e todos vocês sabem quão impiamente

tenho vivido. Agradeço por me terem ouvido; mas eu sentia que não

podia deixar de contar a vocês essa maravilhosa proposta, que Deus me

considerasse justo. Tenho sido um pecador tão grande!

Esse amado homem viveu muitos anos ainda, em S. Louis, como um

ornamento de sua confissão.

Não, a fé como simples aceitação de certos fatos doutrinários, jamais poderia

operar tão drástica transformação. Somente a fé como o princípio vivo de que

as Escrituras falam, com a operação do Espírito Santo no Íntimo, é que pode

fazer tal coisa.

Abaixo citamos algumas proposições de John Bunyan, que contrastam a fé

com a incredulidade:

Desejo apresentar neste momento, ao leitor cristão, uma descrição mais

particular sobre as qualidades negativas da incredulidade,

confrontando-a com a fé, nos seguintes pontos particulares:

1. A fé confia na Palavra de Deus, mas a incredulidade põe em dúvida a

certeza da mesma.

2. A fé põe cré dito na Palavra, porque ela é verdadeira; mas a

incredulidade dela duvida, porque ela é verdadeira.

3. A fé vê mais ajuda na promessa de Deus do que vê impedimentos em

todas as outras coisas; mas a incredulidade, a despeito da promessa de

Deus, pergunta: Como podem suceder essas coisas?

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4. A fé nos leva a perceber o amor, no coração de Cristo, quando ele,

com a sua boca, nos repreende; mas a incredulidade imagina a ira no

coração de Deus quando, com a sua boca e em sua Palavra ele declara

que nos ama.

5. A fé ajuda a alma a esperar em Deus, ainda que Deus adie a doação; a

incredulidade, porém, dá de ombros e rejeita a tudo, se porventura Deus

se demora mais um pouco.

6. A fé nos outorga consolo, em meio mesmo aos tem ores; mas a

incredulidade provoca temores em meio mesmo aos consolos.

7. A fé sente a doçura da vara de Deus; mas a incredulidade não se pode

consolar ante as maiores misericórdias divinas.

8 . A fé torna leve as maiores cargas; mas a incredulidade torna as

cargas leves em intoleravelmente pesadas.

9. A fé nos ajuda quando nos sentimos desanimados; mas a

incredulidade nos desanima em meio ao sucesso.

10. A fé nos aproxima de Deus, mesmo quando estamos afastados dele;

mas a incredulidade nos afasta de Deus, mesmo quando estamos

próximos dele.

11. A fé leva um homem para debaixo da graça divina, mas a

incredulidade nos segura sob a ira de Deus.

12. A fé purifica o coração; a incredulidade, porém, nos mantém

poluídos e impuros.

13. A fé torna nossas obras aceitáveis a Deus, por intermédio de Cristo;

porém, todos quantos são incrédulos vivem no pecado, porque sem fé é

impossível agradar a Deus.

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14. A fé nos outorga paz e consolo na alma; mas a incredulidade

provoca a angústia e a agitação tão grande como a das ondas bravias do

mar.

15. A fé nos capacita a ver a preciosidade de Jesus Cristo; mas a

incredulidade não vê nele nem forma e nem beleza alguma.

16. Pela fé a nossa vida é cheia da plenitude de Cristo; mas, devido à

incredulidade podemos morrer famintos e ressequidos.

17. A fé nos outorga a vitória sobre a lei, sobre o pecado, sobre a morte,

sobre Satanás e sobre todos os males; mas a incredulidade nos torna

sujeitos a todas essas coisas.

18. A fé nos exibe a maior excelência daquelas coisas que se não veem

do que naquelas que são visíveis; mas a incredulidade vê muito mais

nas coisas que agora são do que nas coisas do porvir.

19. A fé torna os caminhos de Deus agradáveis e admiráveis; a

incredulidade, contudo, torna-os pesados e enfadonhos.

20. Pela fé Abraão, Isaque e Jacó possuíram a terra da promessa; mas,

devido à incredulidade, nem Aarão, nem Moisés e nem Miriã puderam

chegar até ali.

21. Pela fé, os filhos de Israel passaram pelo mar Vermelho; mas, por

causa da incredulidade, praticamente todos eles pereceram no deserto.

22. Pela fé, Gideão realizou mais, com trezentos homens e alguns

poucos cântaros vazios, do que todas as doze tribos de Israel poderiam

ter feito, devido à sua incredulidade, pois não criam em Deus.

23. Pela fé, Pedro andou sobre as águas do m ar; porém , devido à

incredulidade, começou a afundar.

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GRAÇA NO HEBRAICO:A PALAVRA GRAÇA NO ANTIGO TESTAMENTO

O Antigo Testamento, “o texto original” não há a presença da palavra Graça.Por que na língua hebraica, não existe uma palavra para expressar o conceitode Graça. CONCEITO: “Amor incondicional, Dom gratuito, Favor imerecido,generosidade incondicional”.

Eis um grande drama: as palavras hebraicas são densas, robustas, fortes, nemsempre traduzíveis com facilidade. Uma palavra hebraica contém em simesmo uma infindável gama de significados.

O Antigo Testamento, usa com abundância as palavras HEN ( Chen” e“ ( חן HANAN ( chanan” para“( חנן expressar atitudes de Favor e GenerosidadeIncondicional de ULHIM em relação ao Seu povo. A atitude de iluminar deforma primaria é o conceito da letra Chet. Com essa letra que a gente constróia palavra Graça (Chen) para Yaoshorul.

HEN ( Chen” que tem os significados de SIMPATIA, PREOCUPAÇÃO e“ ( חן ZELO. Essas palavras se encaixam ao conceito amplo de HEN ( ,”Chen“ ( חן mas não traduzem com perfeição o significado mais profundo que a palavraencerra o conceito de abaixar, inclinar. A ideia é prostrar-se perante outrapessoa em respeito, como fica explícito no termo relacionado “chanan”.

O termo HANAN ( chanan” também significa “acampar ao redor”, ou“( חנן “fazer morada”. No renascido, a presença ulhimica faz morada.

Desse modo, esses vocábulos hebraico criaram situações, atitudes comoelementos que permitiram ao tradutor grego aproximar o substantivohebraico HEN ( חן ) “Chen” do conceito grego “CHÁRIS”. CONCEITO: “Amorincondicional, Dom gratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”.

Dessa maneira, o substantivo HEN ( ) Chen”, cujo verbo é HANAN“ ( חן חנן )“chanan”, autoriza simetria com o conceito grego ( ) CHÁRIS -χαριςSubstantivo feminino que tem os significados: “Favor e generosidade”

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Por isso, Graça foi uma palavra nascida para expressar melhor o conteúdooriginal hebraico.

Por exemplo: O Todo-Poderoso, Governante Supremo de tudo e de todos,inclina-se, abaixa-se, para cuidar do povo que Ele escolheu com predileção.ULHIM, portanto, é aquele que se abaixa para olhar e ouvir o seu povo.

HEN ( ( חן “Chen” e o verbo é HANAN ( chanan”, esses“( חנן vocábuloshebraico criaram situações, atitudes como elementos que permitiram aotradutor grego aproximar o substantivo hebraico HEN ( ( חן “Chen” doconceito grego “CHÁRIS”. CONCEITO: “Amor incondicional, Dom gratuito,Favor imerecido, generosidade incondicional”.

(1) mostrar misericórdia para com o pobre (Pv 14.31);

Provérbios 14: 31Quem oprime os pobres e os fracos insulta o Criador doshomens. Ajudá-los é honrar IÁURRU ULRRIM.

(2) proporcionar misericórdia àqueles que invocam a ULRRIM em tempo deangústia (Salmos 4:1; 6:2; 31:9);

Tehilim (Sl) 4:1 Ouve-me quando eu te chamar,"ó IÁURRU ULRRIM, quedefendes o meu direito. Sempre cuidas de mim, quando estou em aflição. Porisso tem piedade de mim agora,"e ouve a minha oração.

(3) demonstrar favor a Yaoshorul no Egito (Êx 3:3; 11:3; 12:36) e;

Shuamos (Êx) 3:3 IÁURRU ULRRIM fez com que os egípcios se tornassemagradáveis para eles, até porque Mehushúa era já uma grande figura noEgipto, e respeitado não só pelos funcionários de Faraóh como por todo opovo.

(4) conceder (ULHIM) Sua graça a determinadas pessoas, tais como Nock (Gn6., Yaohusaf (Gn 39.21), Mehushua (Êx 33.12,17), e Gideon (Jz 6.17). Alémdisso, a graça de ULHIM será derramada sobre a nação de Yaoshorul notempo da sua salvação (Zc 12.10).

Zocharyaohu (Zc) 12:10Nessa altura derramarei o Rúkha de graça e de oraçãosobre todo o povo de Yaohúshua-oléym, e verão aquele que trespassaram, e

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chorarão por ele, como por um filho único ou um primeiro filho que lhestivesse morrido.

Mas o hebraico ainda tinha outras deliciosas armadilhas aos tradutores.

HESED - Palavra derivada de HEN ( חן ) “Chen” e de HANAN ( חנן )“chanan”que significa em vernáculo: AMOR LEAL, MISERICÓRDIA, BONDADE,BENIGNIDADE.

HESED é a raiz mais provavelmente direta do que se pode chamar “Amorincondicional, Dom gratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”.“GRAÇA.”

EMET, BERITH, palavras que significam “FIDELIDADE e ALIANÇA”,respectivamente, aparecem ao lado de HESSED, “MISERICÓRDIA”. Todasligadas formam o cadinho de elementos lingüísticos de “Amor incondicional,Dom gratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”. “GRAÇA”.

Outra palavra hebraica, com intenso significado, abraçada pela palavra “Amorincondicional, Dom gratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”.“GRAÇA”. Foi RAHAMIN “rachamim”, literalmente ENTRANHAS. Masentranhas com sentimento singular, maternal, pois RAHAMIN são asentranhas humanas que expressam sentimentos, como as da mãe que vela ofilho.

Todas essas palavras se encontram e se fundem em CHÁRIS “CONCEITO:“Amor incondicional, Dom gratuito, Favor imerecido, generosidadeincondicional”. e dão sentido profundo, visceral, ao amor de ULHIM por seupovo.

Um ULRRIM que se inclina, que se comporta como mãe, a mãe que cuidadoque foi gerado em suas entranhas, que age com amor, com benignidade,sempre em favor do povo com que fez aliança e é final (em suma, a Graça emestado bruto).

A Graça, portanto, é o cuidado de ULRRIM com o seu povo e uma aliança.Uma aliança tão poderosa como a expressada pela palavra hebraica BERITH.

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BERITH não é uma aliança qualquer, mas a aliança que confere a certeza quese o lado humano falhar, o ULHIMICO jamais falhará, porque ULRRIM É FIEL.

A PALAVRA GRAÇA NA SEPTUAGINTA

Como vimos acima, as Escrituras Hebraicas não possuem nenhum termohebraico equivalente para expressar o conceito de Graça.

Na Septuaginta, uma antiga tradução das Escrituras do Antigo Testamentopara a língua grega, o termo grego traduzido por “graça” é [charis]χαρις(verbo grego). O sentido primário de [charis] significa brilhar, reluzir.χαριςComo substantivo e adjetivo [charis], Também foi usada para significarχαριςluz, estrela, fogo, sol, cristalino.

Como Substantivo feminino [charis] tem os seguintes significados:χαρις“Favor e generosidade”

Os termos originais hebraicos, os quais que foram traduzidos na Septuagintapor [charis] são: o substantivo HEN ( χαρις ) Chen” e o verbo é HANAN“ ( חן”chanan“( חנן que debilitadamente se traduzem por “graça”, “favor” ou“misericórdia”.

GRAÇA NO NOVO TESTAMENTO

No Novo Testamento, o conceito de graça encontra uma expressão maisprecisa, rica e completa no termo grego charis, “CONCEITO: “Amorincondicional, Dom gratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”. oqual ocorre, no mínimo, por 158 vezes.

Nos Evangelhos, a palavra CHÁRIS “CONCEITO: “Amor incondicional, Domgratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”. ) aparece poucasvezes.

Manyaohu e Marcos não a usam, porque mais intimamente ligados à culturados hebraica e focados no convencimento das lideranças religiosas dos seustempos e na transformação das tradições rabiníticas.

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Lucas, faz uso da palavra CHÁRIS “CONCEITO: “Amor incondicional, Domgratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”. ) como na seguintepassagem: “(…) mensagem da Graça que saia de sua boca”. Lucas (4:16)Novamente a Graça é encarada como o favor amoroso de ULHIM.

Yaohukhanan, usa-a apenas no prólogo. Para Yaohukhanan, a VIDA era e é aprópria PALAVRA e a PALAVRA, o fio condutor da GRAÇA, tudo numaunidade cíclica.

Yaohukhanan (Jo) 1:13: afirma que a vida vem do ALTO, é Ulhimica; assim, éum dom. E em sendo um dom de ULHIM não é algo que se pode conquistarpelos próprios méritos, mas pela misericórdia de ULHIM, autor da vida e daGraça.

Yaohukhanan (Jo) 1: 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade dacarne, nem da vontade do varão, mas de YÁOHUH UL. 14 A Palavra tornou-sehomem e viveu aqui na terra entre nós, cheio de amor e perdão, cheio deverdade. E vimos a sua glória, a glória do ha-BOR único de YÁOHUH ABí.

Shaul faz uso da palavra CHÁRIS “CONCEITO: “Amor incondicional, Domgratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”. ) mais de cem vezes,razão pela qual nos meios religiosos ele é chamado de “teólogo da Graça”.

Shaul é quem transforma a palavra CHÁRIS “CONCEITO: (“Amorincondicional, Dom gratuito, Favor imerecido, generosidade incondicional”).no seu sentido mais literal, numa experiência profunda de vida do renascido.Para Shaul, a Graça é o centro da vida do renascido; a fé do renascido é agraça experimentada.

Shaul faz uso dela para duas coisas em especial:

1) justificação (explicando a razão do pecado)

2) acentuar o conceito de VIVER EM IAURRÚSHUA.

Nesse sentido, merece destaque os seguintes textos:

Romanos 3:21-24 - Mas agora IÁURRU UL mostrou-nos uma maneiradiferente de ser justo aos seus olhos - não por obedecer à lei mas pela

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maneira prometida nas Qaotáv há muito tempo. Esta justiça de IÁURRU ULvem pela fé em IAURRÚSHUA hol-MEHUSHKHÁY a todos que crêem. E todosnós podemos ser salvos nesta mesma maneira, não importa quem somos ou oque fizemos ,Porque todos pecaram, tendo perdido o direito de acesso à glóriade YÁOHUH UL. E pela sua bondade, que não merecemos, nos declarainocentes da culpa, pela obra de YAOHÚSHUA hol-MEHUSHKHÁY, o qual nosliberta dos nossos pecados, sem nada pagarmos para beneficiar disso.

Romanos 8: 1-2Portanto agora nenhuma condenação há para os quepertencem a hol-MEHUSHKHÁY IAURRÚSHUA. Porquanto o poder doRÚKHA doador de vida - por meio de hol-MEHUSHKHÁY IAURRÚSHUA- melibertou da lei do pecado e da morte.

1 Coríntios 3: 22Vocês têm Shaúl, Apolo e Káfos para vos ajudarem. IÁURRUUL deu-vos o mundo inteiro para usarem dele; vocês estão acima da vida e daprópria morte; ele deu-vos o presente, e todo o futuro. Tudo é vosso, 23evocês pertencem a hol-MEHUSHKHÁY e hol-MEHUSHKHÁY pertence aIÁURRU UL.

2 Coríntios 5: 17Se alguém está ligado a hol-MEHUSHKHÁY transforma-senuma nova pessoa; as coisas antigas passaram; tudo nele se fez novo! 18Tudoisso é obra de IÁURRU UL, que nos reconciliou consigo mesmo, atravésdaquilo que hol-MEHUSHKHÁY fez por nós e nos confiou a missão deanunciar essa mesma reconciliação. 19Porque IÁURRU UL estava em hol-MEHUSHKHÁY, reconciliando o mundo consigo mesmo, não maisconsiderando os pecados dos homens como razão de acusação contra eles. Eispois a mensagem que pregamos.

Enfim, GRAÇA É A VIDA NO MEHUSHKHAY YAOHUSHUA.

CONFERINDO A GRAÇA NO NOVO TESTAMENTO

2 Yaohutam 1:2 ao amado filho Yaohutam, graça, misericórdia e paz, da partede ULRRIM Pai e do Mehushkhay IAURRÚSHUA, nosso Odmorul. - χαρις[charis] Nom. sing.

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2 Yaohutam 1:3 Dou graças a ULRRIM, a quem, desde os meus antepassados,sirvo com consciência pura, porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhasorações, noite e dia. - [charin] Acus. sing. ("Dou graças" - χαριν χαριν εχω[charin echô] Lit: "graça tenho").

2 Yaohutam 1:9 que nos salvou e nos chamou com santa vocação; nãosegundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graçaque nos foi dada no Mehushkhay Yaohushua, antes dos tempos eternos. -

[charin] Acus. sing.χαριν

2 Yaohutam 2:1 Tu, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está emMehushkhay Yaohushua. - [tê chariti] Dat. sing. ("na graça" - τη χαριτι εν τη

[en tê chariti]).χαριτι

2 Yaohutam 4:22 Yaohuh seja com o teu espírito. A graça seja convosco. - η [hê charis] Nom. sing.χαρις

Tito 1:4 a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça e paz, da parte deULRRIM Pai e do Mehushkhay IAURRÚSHUA, nosso Salvador. - [charis]χαριςNom. sing.

Tito 2:11 Porquanto a graça de ULHIM se manifestou verdadeira a todos oshomens. - [hê charis] Nom. sing.η χαρις

Tito 3:7 a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros,segundo a esperança da vida eterna. - [tê chariti] Dat. sing. ("porτη χαριτιgraça" - [tê ekeinou chariti] Lit: "pela daquele graça").τη εκεινου χαριτι

Tito 3:15 Todos os que se acham comigo te saúdam; saúda quantos nos amamna fé. A graça seja com todos vós. - [hê charis] Nom. sing.η χαρις

Filemom 3 graça e paz a vós outros, da parte de ULRRIM, nosso Pai, e doOdmorul Yaohushua hol Mehushkhay. - [charis] Nom. sing. χαρις

Filemom 7 [Variante] Pois, irmão, tive grande alegria ( [charan]) eχαρανconforto no teu amor, porquanto o coração dos puros tem sido reanimado porteu intermédio. - Variante: [charin] Acus. sing. "graça".χαριν

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Filemom 25 A graça do Odmorul Yaohushua hol Mehushkhay seja com ovosso espírito. - [hê charis] Nom. sing.η χαρις

Hebreus 2:9 vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feitomenor que os anjos, Yaohushua, por causa do sofrimento da morte, foicoroado de hodah e de honra, para que, pela graça de ULHIM, provasse amorte por todo homem. - [chariti] Dat. sing.χαριτι

Hebreus 4:16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono dagraça¹, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça² para socorro emocasião oportuna. - ¹ [tês charitos] Gen. sing. / ² [charin]της χαριτος χαρινAcus. sing.

Hebreus 10:29 De quanto mais severo castigo julgais vós será consideradodigno aquele que calcou aos pés o Filho de ULHIM, e profanou o sangue daaliança com o qual foi santificado, e ultrajou o RURRA da graça? - της χαριτος[tês charitos] Gen. sing.

Hebreus 12:15 atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso,separando-se da graça* de ULHIM; nem haja alguma raiz de amargura que,brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados. - της

[tês charitos] Gen. sing. (*"seja faltoso, separando-se da graça" -χαριτος π [husterôn apo tês charitos] Lit: "carecendo daυστερων α ο της χαριτος

graça").

Hebreus 12:28 Por isso, recebendo nós um reino inabalável, retenhamos agraça, pela qual sirvamos a ULHIM de modo agradável, com reverência esanto temor. - [charin] Acus. sing.χαριν

Hebreus 13:9 Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas,porquanto o que vale é estar o coração confirmado com graça e não comalimentos, pois nunca tiveram proveito os que com isto se preocuparam. -

[chariti] Dat. sing.χαριτι

A Graça de ULRRIM está estendido a todos, sem exceção! A sua graça é umfavor imerecido, na qual ULRRIM concede ao homem uma GRAÇA ESPECIAL,onde IÁURRU ULRRIM, revela-nos Seu favor, o Seu amor e, o Seu cuidado

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imerecido. Comumente denominada de graça eficaz, efetiva ou graçasalvadora. A graça de ULRRIM é eficaz na medida em que produz salvação navida dos indivíduos eleitos que depositam sua fé na morte do Mehushkhay eno sangue que ELE derramou no Madeiro para remissão de seus pecados.

Romanos 10:9Se com a tua boca confessares que YAOHÚSHUA hol-MEHUSHKHÁY é Molkhiúl (Rei) e no teu coração creres que IÁURRU UL oressuscitou dos mortos, serás salvo.

A graça eficaz é conhecida por experiência no momento em que ULRRIM,através do Rúkha hol Hodshua, opera de forma irresistível na mente e nocoração de uma pessoa, de modo que o indivíduo escolha livremente crer emIAURRÚSHUA hol Mehushkhay como seu Salvador.

Os crentes em Yaohushua são chamados, não segundo suas obras de esforçopróprio, mas conforme a “determinação e graça” de ULHIM (2 Tm 1.9).

2 Yaohutam 1:9Foi IÁURRU UL quem nos salvou e nos escolheu para umavida pura. Não porque o merecêssemos, mas por sua vontade e misericórdia,que manifestou através de hol-Merrushirrái IAURRÚSHUA e, segundo umplano estabelecido já antes da criação do mundo.

O emissário Shaul é um exemplo clássico da chamada eficaz de ULRRIM. Elefoi chamado, não por sua vontade, mas “pela vontade de ULHIM” (1Co 1.1).

Leia mais: http://www.oholyao-em-queimados-rj.com.br/estudos-escriturais/o-verdadeiro-significado-da-palavra-gra%C3%A7a/

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O CAJADO DO PASTOR: GraçaPor Ralph Mahoney“E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição doSenhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.” (At 4:33.)“E dali navegaram para Antioquia, onde tinham sido recomendados à graçade Deus para a obra que já haviam cumprido.” (At 14:26.)Por que a graça de Deus foi tão importante na experiência dos primeiroscristãos? Por que a Igreja de Antioquia orou para que a graça de Deusestivesse sobre Paulo e Barnabé, e mais tarde sobre Paulo e Silas, quandopartiram em suas viagens missionárias?A. O SIGNIFICADO DA GRAÇAO conceito mais comum da palavra “graça” é “o favor imerecido de Deus” –em outras palavras, muito embora fôssemos pecadores, merecedores dojulgamento, Deus olhou para nós com amor e nos perdoou. Isso, no entanto, ésomente a metade do seu significado. Ela também significa “o poder decapacitação de Deus”.“E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou eem graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, console o vossocoração e vos conforte em toda boa palavra e obra.” (2 Ts 2:16,17.)A Sua graça não somente nos torna aceitos na família de Deus, mas tambémsupre, o poder que necessitamos para vivermos a vida cristã. Duas passagensbíblicas indicam os dois aspectos da graça de Deus em todos os crentes:1.O favor imerecido de Deus “Porque pela graça [o favor imerecido de Deus]sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vemdas obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2:8,9.)2.O poder de capacitação de Deus “Como também... nos predestinou parafilhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito desua vontade, para louvor e glória da sua graça [poder e capacitação], pela qualnos fez agradáveis a si no Amado.” (Ef 14-6.) Leia também o capítulo inteiro,o qual descreve tudo o que recebemos pela graça (pelo Seu poder decapacitação).Na salvação, não somente é expresso o favor imerecido de Deus (no fato deque recebemos o perdão e um relacionamento restaurado com Ele, muitoembora não o mereçamos), mas também é expresso o poder de capacitação deDeus – pois é somente pelo Seu poder que podemos ser transformados.“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas jápassaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Co 5:17.)

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Este princípio da graça continua durante todo o nosso caminhar com Deus.Em todas as áreas de nossa vida cristã, é a graça de Deus que faz com quecresçamos e sejamos fortes – o poder de capacitação de Deus que nos é dadosem nenhum mérito de nossa parte. “...crescei na graça e conhecimento denosso Senhor e Salvador Jesus Cristo...” (2 Pe 3:18.)B. A GRAÇA DADA AOS HERÓIS DA FÉA força operacional da graça é revelada na vida de homens e mulheres emtoda a Bíblia. Todos os heróis da fé começaram o seu caminhar com Deuscientes das suas próprias fraquezas e incapacidades. Era somente quandopermitiam que a graça de Deus – o Seu poder de capacitação – operasse emsua vida que eles conseguiam tornar-se o tipo de pessoas que Deus queriaque fossem e a cumprir o plano e o propósito que Deus tinha a vida deles.C. A GRAÇA NA VIDA DE MOISÉSLeia Êxodo 3:11-13; 4:1-13. A ordem que o Senhor deu a Moisés não foinenhuma tarefa medíocre. O Egito era o império dominante da época. Erauma nação maligna, e Faraó, o seu líder satânico, possuía uma autoridade queera divina segundo o que alguns afirmavam. Todas as nações do mundoconhecido viviam com temor de Faraó. Quando Deus disse a Moisés paradescer ao Egito e dizer a Faraó para libertar da escravidão os Seus trêsmilhões de pessoas, a resposta imediata de Moisés – proveniente das suaspróprias fraquezas e incapacidades – foi a seguinte: V. 3:11: “Quem sou eu?”V. 3:13: “Quem és Tu?” V. 4:1: “Eles não crerão em mim!” V. 4:10: “Eu não soueloquente!” V. 4:13: “Senhor, envia uma outra pessoa!” Mas com a graça deDeus, Moisés desceu de fato ao Egito, e com sinais e maravilhas tirou o povode Israel, assim como Deus lhe havia dito para fazer.D. A GRAÇA NA VIDA DE GIDEÃO Leia Juízes 6:1-24. O chamado de Deus veioa Gideão para libertar o Seu povo dos exércitos conquistadores dosmidianitas. Israel havia conhecido somente derrotas durante muitos anos. Aresposta de Gideão à palavra de Deus no versículo 13 revela a suaincredulidade inicial: “Mas Gideão lhe respondeu: Ai, senhor meu, se oSENHOR é conosco, por que tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas assuas maravilhas que nossos pais nos contaram, dizendo: Não nos fez oSENHOR subir do Egito? Porém, agora, o SENHOR nos desamparou e nos deuna mão dos midianitas.” Até mesmo quando o Senhor o encorajou e prometeuestar com ele, Gideão respondeu: “E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com quelivrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu, omenor na casa de meu pai.” (Veja o versículo 15.) Mas, a despeito dos seustemores e incapacidades e com a graça de Deus (poder de capacitação),

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Gideão salvou a Israel. E ele o fez com somente um pequeno grupo dehomens. Foi a graça que fez a diferença!E. A GRAÇA NA VIDA DO APÓSTOLO PAULO Leia Atos 15:40. Antes quePaulo e Silas partissem juntos em sua viagem missionária, a Igreja deAntioquia orou por eles e os encomendou “à graça do Senhor”, para a obraque estava diante deles. Leia a descrição de Paulo da sua experiência em 2Coríntios 11:22-33. É compreensível que ele tenha sido encomendadoprimeiramente à graça de Deus! Ele necessitava dela para sobreviver! Aresposta do Senhor à confissão de fraqueza de Paulo é a Sua promessa paranós também: “... A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa nafraqueza...” (2 Co 12:9.)F. A GRAÇA LIBERADA EM NOSSA VIDA Em nosso relacionamento com Deus– à medida que caminhamos com Ele a cada dia – constantemente nosdeparamos com situações que tentam nos soterrar. A nossa resposta a Deus éa de confiarmos na Sua Palavra. Expressamos a nossa confiança através daobediência. Isso prova que cremos no que a Palavra de Deus diz apesar do queas circunstâncias possam indicar. A resposta de Deus à nossa fé é a Sua graça– o Seu poder de capacitação, o qual faz com que triunfemos em todas assituações.G. DUAS PROMESSAS MUITO IMPORTANTES1.Temos um acesso intrépido ao trono da graça “Cheguemos, pois, comconfiança ao trono da graça [capacitação divina], para que possamos alcançarmisericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”(Hb 4:16.)2.Deus é poderoso “E Deus é poderoso para tornar abun-dante em vós todagraça, a fim de que, ten-do sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeisem toda boa obra.” (2 Co 9:8.)MEU COMPROMISSO:Decido-me hoje a receber a graça de Deus – o Seu poder de capacitação – emtodas as áreas e problemas que surgirem em minha vida e a ensinar aosoutros a fazer a mesma coisa também.

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CONHECER JESUS É TUDO: Capítulo 1 e 4Por Alejandro Bullón

Capítulo 1: PERDIDO, DENTRO DA IGREJA

Entrou na sala sem bater e jogou-se na cadeira em frente da minha mesa.

Suava. Era evidente que estava nervoso. "Pastor, estou perdido!" disse sem

rodeios. Apenas três palavras. Seria desnecessário dizer mais para descrever a

tragédia de uma alma em conflito. Conhecia bem aquele rapaz. Tínhamos

trabalhado juntos muitas vezes, montando programações para jovens. Agora,

ali, com os olhos lacrimejantes repetia: "Pode crer, Pastor, estou perdido!"

Com a voz cortada pela emoção contou-me seu drama: "Sou cristão desde o

berço. Todo mundo acha que sou um bom cristão. Meus pais acreditam que

sou um filho maravilhoso. Os membros da igreja acham que sou um jovem

consagrado. Eles até me nomearam Diretor dos Jovens. Muitas vezes ouço os

pais dizerem a seus filhos: 'Gostaria que você fosse como aquele rapaz! Todos

acham que sou um modelo de cristão, mas não é verdade Pastor, eu sou uma

miséria. Acabo de fazer algo horrível e não é a primeira vez. Fiquei

desesperado, angustiado como das outras vezes. Tive vontade até de morrer.

Eu não sou o que todos pensam que sou." Tentei dizer alguma coisa, mas ele

cortou: "Eu não quero ser assim Pastor, eu quero ser um cristão de verdade,

mas não consigo. Tenho lutado tantas vezes, tenho me esforçado, mas sempre

acabo derrotado." Doeu-me ver assim aquele jovem. "O senhor está

desapontado comigo, não está?", perguntou depois, com ansiedade.

Desapontado? Eu tinha era um nó na garganta. Procurei esconder minha

tristeza, minha dor, porque na realidade o drama não era só daquele jovem.

Eu tinha ali muitos jovens de minha igreja e é até possível que aquela tarde

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você também estivesse assentado naquela cadeira. "Pastor, estou perdido!"

Perdido? Sim, perdido dentro da igreja. E possível estar perdido dentro da

igreja? Infelizmente é, sim. Existem os que, como no caso desse jovem, estão

perdidos fazendo coisas erradas enquanto ninguém vê, mas existe outra

classe de perdidos: aqueles que fazem tudo direito, cumprem aparentemente

tudo que a igreja pede; vivem preocupados, muitas vezes, com detalhes de

regulamentos e normas, mas estão igualmente perdidos. Lembro-me do

jovem rico. Era um rapaz como qualquer jovem da igreja hoje. Era membro de

uma congregação cujos líderes se preocupavam muito com normas, leis e

regulamentos. "Não pode fazer isto", "Não pode fazer aquilo", " Fazer isto é

pecado", "Fazer aquilo também é pecado". Aquele jovem cresceu tendo um

conceito errado de Deus. Imaginava-O assentado no Seu trono de justiça,

ditando regras, com o rosto sério e uma vara na mão, pronto para castigar o

desobediente. Desde pequeno seus pais e os líderes da igreja exigiram o fiel

cumprimento de todas as normas. Eram líderes preocupados com a imagem

da igreja. Atualizando um pouco a história, se uma garota vestisse calça

comprida, por exemplo, eles a levariam à comissão; a jovem, como amava sua

igreja deixaria de usar essa roupa e todo mundo na igreja ficaria feliz, mas

ninguém estaria preocupado com o que aconteceria lá no fundo do coração da

moça. Importava era que ela cumprisse a norma, que ela fosse um bom

membro de igreja. E o jovem rico aprendeu desse modo a cumprir todas as

normas e leis. Aparentemente era um jovem bem-comportado, ativo na

igreja, participava das programações e cultos, podia ser apontado como

exemplo para outros, mas alguma coisa estava errada lá no fundo: Não era

feliz, tinha a sensação de que estava perdido apesar de cumprir tudo. Certo

dia anunciaram a chegada de Jesus à sua cidade. A história está registrada no

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capítulo 10 de Marcos. Os líderes da igreja foram os primeiros a sair ao

encontro de Jesus, sempre preocupados com detalhes da lei e das normas: “É

lícito ao marido repudiar sua mulher?” “É pecado cortar o cabelo?” “É pecado

orar assentado?” “É pecado ter um pátio de recreações ao lado do templo?” “É

pecado ir à praia?” O Senhor Jesus não Se deteve muito tempo a discutir com

eles. Dirigiu-Se aonde estava um grupo de crianças, colocou-as no colo, com

amor acariciou-lhes a cabecinha e beijou-lhes os rostinhos inocentes. O

jovem rico ficou emocionado ao ver o quadro. Ele nunca poderia imaginar que

Jesus fosse capaz de beijar e fazer um carinho. Não era essa a imagem que ele

tinha aprendido acerca do Filho de Deus. Pela primeira vez na vida teve

vontade de abrir o coração a alguém. Correu quando Jesus já estava saindo da

cidade, ajoelhou-se perante Ele e disse: “Bom Mestre, que farei para receber a

vida eterna?” Ele estava dizendo na realidade: “Bom Mestre, que farei para

ser salvo? Eu sinto que estou perdido. Não tenho certeza da salvação! Por

quê? Acaso não era um bom membro da igreja? Não cumpria com todas as

normas?” Ah! meu caro, cumprir mandamentos nunca foi sinônimo de

salvação. Ser um bom membro de igreja não quer dizer estar salvo. É, de

algum modo, possível obedecer a tudo e estar completamente perdido.

Perdido, dentro da igreja! O Senhor Jesus tentou levar o jovem do conhecido

ao desconhecido. O jovem conhecia a letra cia lei, as normas, os

regulamentos e Jesus lhe disse: “Guarda os mandamentos.” Este foi um

tratamento de choque. “Senhor’, disse o jovem confuso, ‘tudo isso tenho

observado desde criança, mas a angústia não desaparece, o desespero

aumenta, a sensação de estar perdido é cada vez maior!” Jesus olhou para ele

com ternura e o amou. Sabe? Jesus também ama você. Não importa se você é

pobre ou rico, se é preto ou branco, se é feio ou bonito. Ele o ama. Ele o

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compreende. Isso é o que diz a Bíblia. Você é a coisa mais importante para

Deus, no momento. Você, com suas lutas, com seus fracassos, com seus

conflitos, com suas dúvidas e incertezas; você com suas deformações de

caráter, com seu temperamento irascível, é objeto de todo Seu amor e

carinho. Pode ser que em algum momento de sua vida você sinta que

ninguém gosta de você, que seus pais não o compreendem, que seus

professores não apreciam seu valor, que a vida lhe negou as oportunidades

que deu a outros, que o mundo inteiro não o aceita. Pode até ser que você não

goste de você mesmo, nem se aceite. Tudo isso pode, de algum modo, ser

verdade, mas Deus gosta de você, Ele o compreende. Neste momento,

enquanto você lê estas linhas, Ele está bem perto de você, pronto a ajudá-lo, a

socorrê-lo, a valorizá-lo. Lá na Judeia, além do Jordão, séculos atrás, Cristo

olhou com amor o jovem rico. Viu seus conflitos internos, suas lutas, suas

angústias. Viu sua desesperada situação: Perdido dentro da igreja, perdido

cumprindo todos os mandamentos, perdido obedecendo a todas as normas.

“Sabe qual é seu problema, filho? – disse Jesus – apenas um: Você não Me

ama. Em seu coração não há lugar para Mim, em seu coração só há lugar para

o dinheiro. Você está disposto a guardar mandamentos, mas você não Me

ama, e enquanto não Me amar Eu não aceito nada de você. Não adianta

guardar mandamentos, cumprir normas, obedecer a regulamentos; se você

não Me ama, nada disso tem sentido e você continuará com essa horrível

sensação, com esse vazio na alma. Vamos fazer uma coisa, Meu querido filho,

você agora vai para casa, tira do coração o amor às coisas deste mundo,

coloca-me como o centro de sua vida, então venha e siga-Me!” A Bíblia diz

que o jovem, “contrariado com esta palavra, retirou-se triste”. Que desgraça!

Estava mais pronto a guardar mandamentos do que amar o Senhor Jesus. Por

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quê? Talvez porque é mais fácil aparentar que se é bom do que entregar o

coração a Deus. É possível que você esteja pensando: “Felizmente eu não

tenho riquezas.” Pode ser. Mas, às vezes, não precisamos ter riquezas para

destronar Jesus do coração. Seria possível eu amar mais um artista de

televisão do que Jesus? Um esporte, uma namorada, uma profissão, os

estudos, coisas até boas, poderiam ocupar o lugar de Cristo no meu coração?

Poderia ser que eu amasse mais a minha igreja, a doutrina de minha igreja, o

nome da minha igreja, do que o Senhor Jesus? Pergunto a você: Qual deveria

ser a nossa primeira preocupação, amar a Jesus ou guardar normas? Às vezes,

estamos mais preocupados que os jovens obedeçam às normas e não que

amem a Jesus. O interesse de Jesus é diferente: “Dá-Me, filho Meu, o teu

coração”, diz Ele enquanto bate à porta do coração humano. Há algo que

nunca deveríamos esquecer: é possível de alguma maneira cumprir normas

sem amar Jesus, mas é impossível amar Jesus e deixar de cumprir as normas.

Então, qual deveria ser o nosso primeiro interesse, o nosso grande objetivo?

Se o ser humano amar a Jesus com todo seu coração, será incapaz de fazer

algo que magoe o seu redentor. Sua vida, em consequência, será uma vida de

obediência. Sabe qual é o nosso grande drama na vida espiritual? Sabe por

que não somos felizes na igreja? Falta amor por Cristo. Estamos na igreja

porque gostamos dela, a sua doutrina nos convenceu, o pastor fez um apelo

irrecusável. Estamos na igreja porque nossos pais querem, ou então, para

agradar aos filhos ou a esposa, ou simplesmente porque todo ser humano tem

que ter uma religião, mas não porque amamos a Jesus a ponto de dizer: Eu

não posso viver sem Ti!'

— Pastor – disse-me uma velhinha certo dia – tenho quase 60 anos de casada.

Pode perguntar a meu marido e ele dirá que sempre fui uma esposa perfeita.

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Fiz tudo o que uma boa esposa deve fazer, agi sempre do modo certo, mas,

nunca fui feliz.

— Por quê?

— Eu não amo meu marido, Pastor.

— Mas, então, por que se casou? A velhinha emocionou-se ao dizer:

— Nos meus tempos de mocinha a gente não escolhia marido. Eram os pais

que escolhiam marido para a gente. Um dia meu pai disse: “Filha, daqui a dois

meses você vai casar com o filho do meu compadre! O enxoval foi preparado.

A festa ficou pronta e, faltando dois dias para o casamento, conheci meu

noivo. Não gostei. Nunca consegui gostar, mas casei, porque tinha que

obedecer. Fui uma esposa perfeita, mas nunca fui feliz!” Como ser feliz ao

lado de alguém que não se ama?

O batismo é uma espécie de casamento com Cristo. Muitos cristãos talvez

pudessem dizer: “Senhor, estou na igreja, batizado há cinco, ou dez ou quinze

anos. Nesse tempo todo, de alguma maneira, cumpri o que a igreja pede. Mas

nunca fui feliz!” Por quê? Porque não é possível ser feliz ao lado de alguém

que não se ama. Conviver ao lado de alguém que se ama já é uma tarefa

difícil, imaginem quando não há amor. Nunca poderemos ser felizes estando

na igreja porque nascemos nela, ou através de pressão social, religiosa ou

familiar. Todos os motivos só têm algum sentido quando o grande motivo é o

amor por Cristo. Se não for assim, a vida cristã se tornará um “inferno”, um

fardo horrível para se carregar. Fazer as coisas só porque estamos batizados,

só porque temos que cumprir as normas de uma igreja que assumimos, só

para agradar aos homens é a pior coisa que pode acontecer. Sempre

estaremos pensando em sair, abandonar tudo, ou então, quando ninguém vê,

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estaremos fazendo as coisas erradas. Todas as normas da igreja, todas as

coisas que tenhamos que abandonar, tudo que tenhamos que aprender terá

algum significado unicamente quando o amor de Cristo constranger nosso

ser. A nossa primeira oração não devia ser: “Senhor, ajuda-me a guardar Teus

mandamentos”, mas “Senhor, ajuda-me a amar-te com todo meu ser!” O

jovem rico partiu triste e não voltou mais. Estava pronto a ser um bom

membro de igreja, mas não a entregar o coração ao Mestre.

Capítulo 4: MILAGRES NÃO SE EXPLICAM... SE ACEITAM

Por que se torna difícil amar a Deus, mesmo sabendo o que Ele fez por nós?

No capítulo três de São João achamos a história de um homem que não

conseguia amar apesar de ter abundante conhecimento bíblico. Este homem

cumpria aparentemente todas as normas, esforçava-se cada dia para ser um

bom membro de Igreja, tinha até um cargo de liderança, mas não era feliz.

Experimentava uma sensação de vazio na alma, faltava em sua vida alguma

coisa. O pior de tudo era que nem ele próprio sabia definir o quê. É possível

que Nicodemos costumasse ficar acordado até altas horas da noite, sem

conseguir dormir. Muitas vezes, deitado na cama, talvez se perguntasse: “Meu

Deus, o que está faltando? Devolvo meus dízimos, guardo o sábado, faço

trabalho missionário, canto no coral da igreja, sou professor da Escola

Sabatina, mas sinto que alguma coisa está errada dentro de mim; tenho a

impressão que de nada adianta todo o meu esforço. O que está acontecendo

comigo?” Foi talvez numa daquelas noites que se levantou e procurou Jesus.

Sabia onde achá-lo. Estudava as profecias e tudo apontava Cristo como o

Messias que havia de vir. Seu problema não era falta de conhecimento. A

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tragédia de Nicodemos jazia no fato de nunca ter tido um encontro pessoal

com Cristo. Amparado pelas sombras da noite, dirigiu-se aonde Jesus estava.

No fundo, tinha vergonha que os outros o vissem procurando ajuda. Afinal,

ele era um líder da Igreja. Os homens supõem que líderes devem ajudar e não

pedir ajuda. Vocês percebem o drama daquele homem? Cheio de teoria, cheio

de doutrinas; cheio de profecias, sozinho, precisando de ajuda, angustiado,

porém impedido, por causa do seu status, de correr como o jovem rico e cair

aos pés de Cristo dizendo: “Senhor, estou perdido! O que preciso fazer para

ter a vida eterna?” Não foi difícil para Nicodemos achar Jesus. Cristo estava

no Monte das Oliveiras esperando com os braços abertos. Seus olhares se

encontraram. Era o encontro da paz e o desespero, da calma e da angústia, da

plenitude e do vazio, da certeza e da incerteza. Aqueles olhos de Cristo

olhavam na alma, perscrutavam o coração, irradiavam amor, paz e perdão.

Nicodemos tentou abrir o coração, contar suas tristezas, falar de seus

fracassos, da confusão toda que o inquietava, mas não conseguiu. Seu

orgulho falou mais alto.

— Rabi – disse – bem sabemos que és Mestre vindo de Deus, porque ninguém

pode fazer estes sinais que Tu fazes se Deus não estiver com ele.

Tenho a impressão que na realidade ele quis dizer: “Eu Te reconheço como

Mestre, e vim falar contigo de mestre para mestre. Vamos estudar um pouco

as profecias que se relacionam com as coisas que Tu fazes.” Jesus fixou os

olhos em Nicodemos e viu através deles uma alma angustiada. Não era de

profecias que ele estava precisando, nem de teologia, nem de doutrinas. Às

vezes, nós os humanos, vivemos preocupados em procurar o conhecimento

teológico, quando na realidade a nossa necessidade é outra. — Nicodemos —

disse Cristo — você precisa nascer de novo. Você precisa ser convertido. Este é

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o seu problema e enquanto você não experimentar o novo nascimento não

adianta estar na Igreja nem conhecer a doutrina, nem ter um cargo de

liderança. Nada substitui a experiência da conversão. Aquela declaração foi

como uma bofetada no rosto de Nicodemos. — Como pode o homem nascer

de novo sendo velho? Pode porventura retornar ao ventre materno? —

perguntou ele, simulando não entender. E Cristo, com um ar de tristeza nos

olhos: — Pare com isso, Meu filho. Você entendeu perfeitamente o que Eu

quis dizer. Estou falando de conversão porque este é o ponto de partida de

uma vida feliz. Você vive angustiado e triste porque sua cabeça está cheia só

de doutrinas, leis, normas e regulamentos. Você se sente frustrado porque

sempre tentou fazer as coisas da maneira certa e nunca conseguiu. Hoje,

querido filho, quero transformar seu ser completamente, e você, em lugar de

aceitar, tenta se esconder atrás do preconceito e da ironia? A história de

Nicodemos fica sem conclusão no capítulo três de São João, porque, aquela

noite, ele não aceitou o convite de Cristo. Era duro demais reconhecer que

ele, Nicodemos, o teólogo, o líder, o bom membro de igreja, não fosse

convertido. Retirou-se triste e frustrado como veio. Você acreditaria se eu

dissesse que o problema de Nicodemos é também o nosso? Corremos talvez

hoje o risco de pensar que, porque estamos na Igreja, batizados, estamos

convertidos. Mas não é sempre assim. Não podemos confundir conversão,

com convicção. Ambas as palavras soam parecidas, mas têm significados

completamente diferentes. A primeira tem que ver com o coração e a vida, a

segunda limita-se apenas ao que vai na cabeça. Um dia desses, alguém nos

deu uma série de estudos bíblicos. Aceitamos a doutrina do sábado, da lei, do

dízimo, do Espírito de Profecia, do santuário e finalmente decidimos nos

batizar. Ao sair do tanque batismal pensamos: “Agora estou convertido!” Mas

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talvez não seja assim. Estamos convencidos da doutrina, com certeza, mas

estar convencido não significa estar convertido. E aí começa a confusão toda.

Passamos pela vida como Nicodemos, cheios de teoria e de doutrina, muitas

vezes sabendo tudo isso desde a meninice, porque nascemos num lar cristão,

mas vivemos com essa permanente sensação de vazio, de impotência, de

fracasso. Queremos amar Deus e não conseguimos. Por quê? Vamos tentar

entender melhor este assunto da conversão. Para isso temos que remontar

novamente ao Éden. Lá encontraremos Adão e Eva, recém-saídos das mãos do

Criador. Eles eram seres perfeitos, tinham sido criados assim, sem propensão

para o pecado, com capacidade de obedecer. Eles se deleitavam na

obediência. Obedecer era para eles tão fácil como para você é respirar. Não

precisavam se esforçar para isso. Tinham uma natureza perfeita.

O problema começou quando eles pecaram, porque nesse instante eles

perderam sua natureza perfeita e adquiriram uma natureza estranha, incapaz

de obedecer e que se deleita nas coisas erradas da vida. Chamaremos a isso de

natureza pecaminosa. Agora, com essa natureza pecaminosa o homem não

consegue mais obedecer. Agora, o que para ele é simples como respirar é a

desobediência e o pecado. Infelizmente essa natureza pecaminosa foi

passando de pai para filho até o dia que nós viemos a este mundo. O dia que

nascemos, nascemos com essa natureza e com ela é impossível obedecer. É

isso o que a Bíblia diz: “Pode acaso o etíope mudar a sua pele ou o leopardo

as suas manchas? Então podereis fazer o bem, estando acostumados a fazer o

mal”1 “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e

desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?”2 “Porque do coração

procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos

testemunhos, blasfêmias!”3

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— Pastor – você deve estar se perguntando – isso quer dizer que eu nunca

conseguirei obedecer?

— Do jeito que você nasceu – respondo – com essa natureza que recebeu de

seus pais, não.

Foi isto o que Cristo quis dizer a Nicodemos quando falou: “Se alguém não

nascer de novo, não pode ver o reino de Deus!” George E. Vandeman, em seu

livrinho How to Live with a Tiger (Como Viver com um Tigre) apresenta uma

interessante ilustração: “Suponhamos’, disse ele, ‘que um dia um lobo

comece a observar a vida das ovelhas e depois de um certo tempo chegue à

conclusão de que o melhor modo de vida é a vida das ovelhas e decida juntar-

se a elas. Para isso, coloca uma pele de ovelha em cima e passa a conviver

com as ovelhas. Como você acha que ele se sentirá quando chegar a hora de

comer e as ovelhas comerem com prazer o capim verde? Você acha que ele se

deleitará comendo capim? Suponhamos também que ele seja um lobo

honesto, e não queira voltar atrás na decisão que tomou, você acha que cinco

ou dez anos depois ele finalmente aprenderá a gostar de capim? Não, claro

que não, porque ele é lobo, com paladar de lobo e com natureza de lobo”

Continuemos imaginando a vida do lobo em meio às ovelhas. A princípio

talvez ele se esforce para viver exatamente como as ovelhas vivem, embora

tudo isso seja contrário a sua natureza. Mas o tempo vai passando, o

entusiasmo da decisão que tomou vai diminuindo e, finalmente, depois de

um ou dois anos, não consegue mais ficar amarrado a um tipo de vida alheio

a sua natureza. Aí, um dia, enquanto as ovelhas dormem, ele se levanta em

silêncio e vai embora. Longe do rebanho, tira a pele de ovelha e vive como

lobo, come como lobo, enfim, faz tudo que os lobos fazem. Depois de ter dado

rédea solta a seus instintos e gostos de lobo ele retorna, coloca novamente a

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pele de ovelha e no sábado está com as ovelhas, como se nada tivesse

acontecido. Nada? Aconteceu sim, e ele sabe disso e ele chora em silêncio por

isso. Um dia, não conseguindo suportar mais esse tipo de vida, clama do

fundo de seu coração: “Ó Deus, Tu sabes que quero ser ovelha de verdade,

mas Tu conheces minha verdadeira natureza, sou um lobo, nasci lobo, não

tenho culpa de ter nascido assim. Mas, Deus, por favor, não quero ser mais

lobo, quero me tornar uma ovelha de verdade. Faze alguma coisa por mim!’ E

Deus faz o milagre da transformação. Com um toque milagroso, converte esse

lobo numa ovelha de verdade, com coração de ovelha, com paladar de ovelha,

com mente de ovelha. É justamente isso o que Deus está prometendo. “Então

aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados de todas as vossas

imundícias e de todos os vossos ídolos... Dar-vos-ei um coração novo, e porei

dentro de vós espírito novo!’4 São Pedro acrescenta: “Pelas quais nos têm sido

doadas as Suas preciosas e mui grandes promessas para que por elas vos

torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das

paixões que há no mundo!’5 Entende meu amigo? Deus está prometendo dar-

nos uma nova natureza, a natureza de Cristo, que gosta de amar a Jesus e se

deleita na obediência. Isso é conversão. Não somos, por nós mesmos, mais

capazes de viver vida santa, do que o era aquele homem de andar. Muitos há

que compreendem a própria impotência, e anseiam aquela vida espiritual que

os porá em harmonia com Deus; estão vãmente lutando por obtê-la. Em

desespero clamam: 'miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo

desta morte?' Que estas almas acabrunhadas, lutadoras, olhem para cima.

Ninguém vê a mão que suspende o fardo nem a luz que desce das cortes

celestiais. A bênção vem quando pela fé a alma se entrega a Deus. Então,

aquele poder que olho algum pode discernir, cria um novo ser à imagem de

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Deus!'6 Um novo ser, você compreende? Um ser capaz de amar, um ser que

queira obedecer, um ser que se deleita em fazer a vontade de Deus. Não é essa

uma promessa maravilhosa? Ninguém vê, porém o milagre acontece porque a

promessa não é humana, é divina.

Há uma coisa que deveríamos entender antes de continuar, é que nem todas

as conversões são iguais. Algumas acontecem num instante, um homem pode

ser transformado em dois segundos, mas outras vezes esse processo é gradual

e leva tempo. Algumas conversões são acompanhadas por uma grande

emoção. Outras não. Isto não significa que a primeira seja necessariamente

mais autêntica do que a segunda. Alguns cristãos podem lembrar o momento

exato de sua conversão, outros não podem fazê-lo. Saulo de Tarso caiu do

cavalo e foi convertido, mas não pense que todas as pessoas devam cair do

cavalo para ser convertidas. O que realmente importa é que a mudança de

natureza aconteça, a transformação é uma realidade, de repente, o lobo vira

uma ovelha genuína. Desenvolvi o primeiro ano de meu ministério numa

favela, na capital de meu país. Era um morro habitado por gente necessitada e

carente, em sua maioria, mas aquele lugar tornou-se cenário de conversões

maravilhosas que o Espírito de Deus operou. Certo dia, andando pelos

estreitos caminhos daquele morro, fui surpreendido por um cachorro que

começou a latir. Inexperiente, cometi a imprudência de correr e em poucos

segundos não era só um mas um bando de cachorros que corria atrás de mim.

Assustado tive que empurrar a porta de uma casa e me esconder dos cães

enfurecidos. Mas, quando percebi onde estava, teria preferido que os

cachorros me pegassem lá fora. Era um quarto escuro e pouco ventilado,

iluminado por duas velas grandes no centro de uma mesa. Havia um cheiro

horrível. Em cima da mesa podia-se ver uma pequena montanha de cinza de

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cigarro e folhas de coca. Em torno da mesa, mulheres bêbadas e, no chão,

garrafas vazias de bebidas alcoólicas. Em fração de segundos, me vi rodeado

pelas mulheres. Pedi desculpas. Expliquei que tinha entrado por causa dos

cachorros, mas de nada adiantou a cortesia e as boas maneiras. Tive que ser

de certo modo, mal educado, e à força consegui sair. Alguns dias depois uma

daquelas mulheres abordou-me na rua. — Foi você que entrou em casa outro

dia perseguido pelos cachorros? — Sim — disse — e pedi desculpas mais uma

vez. — Desculpas? — surpreendeu-se. — Não senhor, acho que nós é que

temos que nos desculpar. Expliquei para ela que era pastor e que estava

pregando todas as noites, no salão na parte alta do morro, e convidei-a para

assistir às nossas conferências. Aquela noite, para minha surpresa, ela esteve

lá. Tinha bebido bastante e dormiu durante a pregação. A noite seguinte

retornou e também a outra e a outra. Sempre bêbada, dormia enquanto eu

falava. Um dia, ela me procurou. "Pastor" — disse, angustiada e cheirando a

álcool — "preciso falar com o senhor. Minha vida é uma tragédia, o senhor

pode pensar que eu não entendo nada do que fala porque sempre estou

bêbada, mas infelizmente, entendo tudo, pastor, e estou desesperada!' Olhei

para ela com simpatia. Era fácil ver no rosto, nos olhos, nas lágrimas que

resistiam em sair, a tragédia de uma vida sem Cristo. Ela era uma alcoólatra

inveterada. "Pastor" — continuou — "eu tive uma família bonita, um marido

honesto e trabalhador e filhos maravilhosos. Não vivíamos na abundância,

mas nunca faltou o pão de cada dia, até que fiquei viciada na bebida. Não sei

como aconteceu. Cheguei a um ponto em que a bebida era o mais importante

em minha vida. Às vezes meu marido chegava à noite cansado de trabalhar e

me achava bêbada, os filhos com fome e abandonados. Esse foi o início da

desgraça. Ele começou a me bater, mas nem por isso eu parava de beber. A

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vida em casa tornou-se insuportável. Um dia enquanto ele estava no

trabalho, tive a coragem de pegar minhas roupas e abandonar o lar, o marido

e os filhos, o menor dos quais tinha apenas dois anos. Aí, vim morar neste

morro onde, para sobreviver, me entreguei a uma vida de promiscuidade e

abandono!' Doía, doía muito ver como o pecado arruina completamente a

vida de uma pessoa e a leva muitas vezes a cometer coisas que a própria

pessoa não entende depois. "Todo este tempo em que estive assistindo às

conferências" — seguiu falando a mulher — "tenho sentido que minha vida

não pode continuar assim; tenho que parar de beber. Mas pastor, quando

estou lúcida, lembro de meus filhos, de meu marido e a angústia toma conta

de mim, então para esquecer torno a beber e assim minha vida entrou num

círculo vicioso." A promessa de Deus é que "Ele nos libertará das

concupiscências deste mundo". "Ele nos manterá sem queda!' "Ele nos dará

uma nova natureza!' "Ele transformará o nosso ser!' E foi isso o que aconteceu

com aquela mulher. Desde o fundo do poço de desespero e culpabilidade,

desde as profundezas das sombras de miséria e angústia, ela clamou a Deus:

"Ó Senhor transforma meu ser, muda o rumo de minha vida, liberta-me da

escravidão do vício que me domina, dá-me uma nova natureza!' E Deus

ouviua. Ninguém viu, mas o poder de Deus criou uma nova criatura.

Ela largou a bebida, mas passou a conviver com a tristeza do abandono do

marido e dos filhos. Era uma realidade lacerante, feria as carnes e fazia

sangrar o coração. Doía vê-la sofrendo e foi por isso que procurei o marido.

Homem bom, aquele. Levantavase toda manhã de madrugada, preparava a

comida para os filhos e rumava para o trabalho. O garoto mais velho de doze

anos, esquentava depois os alimentos para os irmãos mais novos. O homem

retornava para casa à noite, cansado e ainda tinha que arrumar a casa e lavar

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a roupa. Era uma vida sacrificada. Foi difícil falar alguma coisa vendo um

quadro semelhante. Finalmente, após algumas visitas, disse para ele que

vinha em nome da esposa. Ele mudou de atitude. Quase cuspindo fogo pelos

olhos, disse: "Não me fale dessa mulher, ela arruinou minha vida e a vida de

meus filhos, aliás, ela acabou com a nossa vida porque o que nós vivemos

hoje não é mais vida!' Os dias foram passando e com o tempo tornamo-nos

amigos. Falei para ele que a esposa que o abandonara tinha morrido, que hoje

aquela era outra mulher, que não bebia mais, e que sofria por ter abandonado

a família. Ah! o Espírito de Deus consegue coisas que para o homem são

impossíveis. Meses depois, ele aceitou ver a esposa. Marcamos o encontro.

Aquela noite orei a Deus e pedi que fizesse mais um milagre na vida dessa

mulher, que tocasse o coração daquele homem, que reconstruísse aquele lar

desfeito pelo pecado. Sabe? Existem momentos que marcam a vida para

sempre. Aquele foi um desses momentos na minha vida. Lá estava o marido,

rodeado dos filhos. A mulher aproximou-se e caiu aos pés deles. — Perdoem-

me — disse ela chorando — perdoem-me, eu não mereço, mas por favor me

perdoem. Já perdi todos os direitos que tinha, não sou ninguém, apenas quero

que me permitam cuidar de vocês. Serei uma serva, nunca reclamarei de

nada, só quero ficar perto e cuidar de vocês e fazer tudo o que deixei de

fazer... Foram momentos dramáticos e emotivos. No silêncio do coração

continuei orando. De repente o homem levantou a mulher e perguntou: —

Você não bebe mais? — Não. Há meses que Cristo tirou a bebida de mim. — É

inacreditável — completou o marido emocionado. — Quando o pastor falou

que você não bebia mais, eu não acreditei, quis conferir com meus próprios

olhos, mas é verdade, você não bebe mais. Você diz que foi Cristo que tirou a

bebida de você? Então eu quero conhecer o Cristo que foi capaz de fazer esse

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milagre. A estas alturas, dei meia-volta e, escondendo duas lágrimas, retirei-

me do lugar. Meses depois tive a alegria de ver batizados aquele homem, sua

mulher e o filho mais velho de doze anos. Como Deus transforma? Não sei.

Mas eu sei que ele é capaz de mudar. Ao longo de meu ministério tenho visto

muitas vidas transformadas. Marginais, jovens viciados em drogas, bêbados,

homens e mulheres que pareciam não ter mais esperança de recuperação. E

se Deus foi capaz de transformar todos eles, não poderá também transformar

nosso ser?

"Pastor" — você dirá — "eu não sou como aqueles homens". Eu sei disso. Mas

Nicodemos também não era assim, e Cristo disse para ele: "Você tem que

nascer de novo, você precisa que Eu mude sua vida, você precisa de uma nova

natureza." E Nicodemos achou que, porque conhecia bem a doutrina, já tinha

sido convertido e achou que aquela declaração de Cristo era uma ofensa para

ele e foi embora. Durante três anos continuou vivendo em meio à igreja e

carregando aquele sentimento de que alguma coisa estava errada com ele.

Continuou assistindo aos cultos, desempenhando suas responsabilidades de

liderança, mas vazio e triste por dentro. Até que um dia os judeus prenderam

Jesus e O levaram ao topo da montanha do Calvário. Aí, Seu corpo foi

levantado. Embaixo, entre a multidão estava Nicodemos, tremendo. E ao ver a

silhueta de Cristo se projetar no horizonte, lembrou a noite de três anos

atrás, quando Jesus disse: "Assim como Moisés levantou a serpente no

deserto, é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo

aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna!' Nicodemos não

conseguia resistir mais. Eu imagino que se aproximou da cruz. Talvez o olhar

agonizante de Cristo tivesse alcançado lá embaixo e é possível que

Nicodemos clamasse: "Por favor Jesus, não vá embora. Não sem transformar

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meu ser. Dáme a nova natureza de que falou aquela noite!' E o clamor de

Nicodemos foi ouvido. Cristo transformou seu ser. E aquele homem medroso

que um dia procurou Jesus amparado pelas sombras da noite, não teve medo

de confessar publicamente a Cristo como seu Salvador. E junto com José de

Arimatéia reclamou o corpo de Cristo para dar-lhe sepultura. Isso não é

maravilhoso? O milagre da conversão pode acontecer. Com você, comigo, com

qualquer um que o aceitar. É só correr para a cruz de Cristo e reconhecer três

fatos. Primeiro: "Eu sou um pecador!' Não existe nada mais difícil para o

orgulhoso coração humano do que reconhecer, não uma fraqueza, não um

problema de personalidade, mas o pecado. Nada de jogar a culpa ao fato

hereditário, ou o ambiente em que fomos criados ou à falta de oportunidades

que tivemos. Temos que correr a Cristo e clamar: "Senhor ajuda-me, sou um

pecador. Sou o único responsável, não tenho explicação, apenas quero ser

perdoado!' Em segundo lugar — doloroso fato — "Eu não posso!' Não adianta

querer ser bom por nossos próprios esforços. A humanidade está ficando

louca porque fala de "autodisciplina", de "energia interna", de "força mental".

Ela esqueceu de olhar para Cristo e está olhando para dentro de si em busca

de solução e só acha fracasso e frustração. Nada disso! Olhemos para Cristo e

falemos: "O Senhor, já tentei de tudo e não consegui! Carrego dentro de mim

uma natureza estranha que me leva para o pecado. Por favor, ajuda-me

porque eu não posso!' E agora o fato mais extraordinário. "Deus pode!" Sim,

meu amigo. Ele pode. Olhemos para o alto da montanha e como Nicodemos

caiamos aos pés da cruz, clamando no silêncio do coração: "Deus, por favor,

muda o rumo de minha vida, dá-me uma nova natureza!' A Palavra de Deus

disse que o milagre acontecerá. Pode acontecer agora, neste momento,

enquanto suas mãos seguram este livro. Você não está sentindo o Espírito de

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Deus trabalhando em seu coração. De repente você sente vontade de fechar o

livro e jogá-lo no lixo, existe uma coisa que se revolta dentro de você. É a

natureza pecaminosa que não gosta das coisas certas. Mas a voz de Deus

continua chamando seu coração. Você sente. E pergunta: "Como pode ser

isto? Como pode Deus mudar minha vida num segundo?" Não sei, milagres

não têm explicação e a conversão é um milagre. Eu não posso explicar como a

água pura e simples pelo toque maravilhoso de Cristo um segundo depois era

vinho de primeira qualidade. Nenhum químico do mundo pode explicar.

Milagres não se explicam, se aceitam. Como foi possível um cego de nascença

viver em escuridão anos e anos e, num segundo depois do toque divino, estar

enxergando? Oftalmologista nenhum pode explicar isso. Milagres não se

explicam... se aceitam. Nesse momento, agora, Deus quer fazer um milagre

com você: o milagre da conversão. Estou orando enquanto escrevo as últimas

linhas deste capítulo, orando por você sem conhecê-lo mas com a certeza de

que você dirá em seu coração: "Senhor, eu aceito o milagre."

1. Jeremias 13:23

2. Jeremias 17:9

3. S. Mateus 15:19

4. Ezequiel 18:31

5. II S. Pedro 1:4

6. O Desejado de Todas as Nações, págs. 173 e 203.

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VIDA ABUNDANTE: O seguir a Cristo & O DiscípuloPor Antonio Gilberto

O SEGUIR A CRISTO

Mateus 16.24 diz: “Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quiser virapós mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me”. Vejatambém em Mateus 10.38,39; Marcos 8.34,35; e Lucas 9.23,24; 14.26.

O que quis Jesus dizer a seus discípu1os com o desafio “Siga-me”? Seguir aJesus, no sentido de Mateus 16.24, é tão somente o crente nunca se desviar?Estamos nós, de fato, seguindo a Cristo ou pensando que estamos seguindo?

O crente deve seguir a Jesus no Seu batismo: Jesus foi batizado em água (Mt3.16; Lc 3.21,22) e o crente deve seguir a Jesus no batismo (Mt 28.19; Mc16.16; Cl 2.12; Rm 6.4).

O crente deve seguir a Jesus na oração. Jesus orava sempre (Mc 1.35; Lc 3.21;5.16; 6.12; 9.18; 22.31,32,39-46; 11.1-4; 23.33,34; Mt 14.23-25; Hb 5.7). Jesuscontinua orando pelos seus (Hb 4.14,15; 8.1; 9.24). O crente deve seguir aJesus na oração (1Ts 5.17; Ef 6.18; Cl 4.2; Jd v20: Mt 26.41).

O crente deve seguir a Jesus vencendo as tentações. Jesus venceu as muitastentações (Hb 4.15; 2.18; Mt 4.1-11; Lc 22.28). O crente deve vencer astentações (Hb 2.18; 1Co 10.13; 1Ts 3.5).

O crente deve seguir a Jesus na unção do Espírito Santo. Jesus foi ungido peloEspírito Santo (Lc 4.18; Jo 1.33; Is 11.2). O crente deve seguir a Jesus quanto àunção divina (2Co 1.21; 1Jo 2.20,27; Ap 3.19 – “e que unjas os teus olhos (...)para que vejas”). A unção de Jesus foi para serviço, para Deus (Lc 4.18,19; At10.38). O crente deve buscar essa unção também para servir. Deus tambémunge pessoas (quem Ele quiser) para missões específicas e temporárias, comono caso de Jeú, filho de Ninsi, comandante do exército de Israel (1Rs 19.16;2Rs 9 e 10) e Ciro, o rei da Pérsia (2Cr 36.22,23; Ed 1.1; Is 44.28 + 45.1). Leiatambém em Esdras 3 a 6.

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O crente deve seguir a Jesus no trabalho material diário, e também notrabalho espiritual. Vemos que Jesus tinha um trabalho material de cada diacomo carpinteiro (Mc 6.3) e era um homem “experimentado nos trabalhos”(Is 53.3).

Jesus e Seu trabalho espiritual são mencionados em várias passagens (Jo 5.17;9.4; Mt 4.23; 9.35; Mc 14.49; Is 53.11 – “o trabalho da sua alma ele verá”). Ocrente deve seguir a Jesus no trabalho em geral (1Ts 2.9; 4.11; 2Ts 3.8-12; At18.3; 20.34,35).

O crente deve seguir a Jesus no sofrimento. Jesus muito sofreu (1Pe 2.21; Mt26.31; 27.50; Mc 14.32; 15.37; Lc 22.39; 23.46; Jo 18.1; 19.30; Is 52.13-15;53.2-11; Hb 5.8). O crente fiel deve seguir a Jesus no sofrimento. O crentedeve sofrer com Jesus (Rm 8.17; 2Tm 2.12; G1 2.20). O crente deve sofrer porJesus (Fp 1.29; At 9.16; Fp 3.7,8). Outras referências sobre o crente e osofrimento estão aqui: Lc 14.27; Jo 16.33; At 14.27; 2Tm 3.12

Vejamos alguns sofrimentos que o crente pode vir a enfrentar: o sofrimentoprobatório (Hb 12.5-11; Lc 14.27; Jo 16.33; At 14.27; 2Tm 3.12) – Davi, antesde ascender ao trono, e o profeta Jeremias passaram por isso; o sofrimentoculposo (G1 6.7; 1Pe 2.20a; 1Cr 21.8,17 – Caso de Davi, no episódio do censo);o sofrimento circunstancial (Ec 9.2); o sofrimento natural (desgaste físico epsíquico em geral; deterioração; envelhecimento natural; acidentes; trabalhoem excesso e ininterrupto; maus hábitos; relaxamento com a saúde etc – Gn3.17-19; Ec 12.1-7; 2Co 4.16); e o sofrimento maligno (Ef 6.11-16; Lc 13.16;1Tm 1.20; 1Co 5.5; lembrando que certas doenças, enfermidades e distúrbiospodem ser de origem diretamente satânica – Lc 9.38, 39; 2Co 12.7-10; Jó 1.6-22; 2.1-13; 42.1-7).

O crente deve seguir a Jesus na humildade. Jesus foi manso e humilde (Mt11.29; Jo 12.13,15; 13.4,5,14,15; Lc 22.27; Fp 2.8). Jesus humilhou-se: (1)quando fez-se homem (Jo 1.14); (2) quando nasceu (Lc 2.7); (3) quando fez-seservo (Mt 20.28); e (4) quando foi feito pecado por todos nós (2Co 5.21; Gl3.13). O crente, quando é humilde de espírito, ele mesmo não vê isso; os

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outros é que notam isso, e falam disso, sem ele pedir. Quando o própriocrente diz que é humilde, desconfie dele!

O crente deve seguir a Jesus no amor e apego às Sagradas Escrituras. Jesustinha amor e apego à Bíblia (Lc 4.17; 24.27t44; Is 40.8; Jo 17.14). O crentedeve seguir a Jesus no seu amor e apego à Bíblia (Js 1.8; SI 1.2; 119.97; 19.10;119.11 – “no meu coração”).

O crente deve seguir a Jesus na prática do jejum (Mt 4.2; Mc 1.13; Lc 4.2). EmMateus 6.16,17, Jesus não disse “Se jejuares”, mas “Quando jejuares",mostrando que a prática do jejum pelo crente deve ser constante.

Em Mateus 9.15 e Marcos 9.29, esses ensinos de Jesus falam do jejum para osdias atuais. Em Atos 13.2,3; 14.23; e 1 Coríntios 7.5, o jejum é praticado naigreja. Ver também 2 Coríntios 6.5 – “nos jejuns”.

O crente deve seguir a Jesus no crescimento. Jesus, como homem, crescia (Lc2.40,52). Jesus, como homem, crescia “em sabedoria” = crescimento mental;mentalidade (Hb 5.8; Lc 2.51). Jesus crescia "em estatura"= crescimentonatural (=físico). Jesus crescia “em graça para com Deus”= crescimentoespiritual. E Jesus crescia “em graça para com os homens”= Crescimentosocial. No crente, o crescimento deve ser simétrico, homogêneo, “em tudo”(Ef 4.15). Lembrando, porém, que, como já disse alguém certa vez, “Paraalguém crescer, precisa primeiramente nascer”.

O DISCÍPULO

Jesus ordenou que seus discípulos ensinassem e fizessem discípulos (Mt28.19,20). Jesus não mandou-nos “fazer crentes” – isso só Ele pode fazer. Elemandou-nos “fazer discípulos”, e para isso Ele nos capacita.

No seu ministério, Jesus investiu tudo em “fazer” 12 discípulos (e outrosmais), daí podemos ver a importância e o alcance de sua ordem “fazeidiscípulos”. Enchemos igrejas de quantidade de crentes, mas Jesus contaprimeiro com a qualidade de crentes. Quantidade tem a ver com o novonascimento, novos convertidos. Qualidade tem a ver com discipulado, comoestá exposto aqui.

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Ser discípulo de Jesus, como ensina o Novo Testamento, não é apenas ser umaprendiz do Senhor, mas primeiramente ser um seguidor do Senhor. O crente,uma vez nascido de novo, precisa crescer para a maturidade cristã; é odiscipulado. As condições básicas para ser discípulo de Jesus são prioridadesquanto a Jesus, em relação a quaisquer outras pessoas (Lc 14.26 – “não podeser meu discípulo”; ver também Mt 10.37); cruz própria em relação ao seu“eu” (Lc 14.27 – “não pode ser meu discípulo”; cf. também Lc 9.23; 1Co15.31); e renúncia pessoal “a tudo quanto tem” (Lc 14.33 – “não pode ser meudiscípulo”).

O verdadeiro discípulo segue a Jesus, seu Mestre, em qualquer momento, emqualquer local e em qualquer situação (Mt 8.23 – Nessa passagem, foi o barcono qual Jesus entrou: “entrando Ele no barco”. O discípulo deve entrar ondeJesus entra).

O discípulo de Jesus tem poder latente outorgado por Ele (Mt 10.1; “poder”,nesse versículo, é literalmente autoridade).

O discípulo de Jesus é em si mesmo humilde (Mt 10.42 – “pequenos”). Esseversículo também revela que quem ajuda um discípulo do Senhor serárecompensado por Ele.

O discípulo não se dirige a si mesmo como ele quer; ele deve ser dirigido peloSenhor (Mt 11.1: “acabando Jesus de dar instruções aos seus dozediscípulos”).

Os discípulos têm fome e precisam comer a comida disponível no momento(Mt 12.1), mas comida saudável, e de boa procedência.

Os discípulos de Jesus são, pelo povo, acusados e criticados (Mt 12.2; Lc 5.30).Qual deve ser a nossa atitude para com os críticos, oponentes e acusadores?

Os discípulos de Jesus recebem dEle pão espiritual para alimentar o povo (Mt14.19,20; 15.36,37). Que comida estamos fornecendo ao povo faminto daPalavra de Deus? Quem alimenta será também alimentado por Deus (Mt14.20b – “alcofas” –; 15.37b – “cestos”).

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Discípulos do Senhor não são infalíveis; eles podem equivocar-se (Mt 14.26).Você que é discípulo pode equivocar-se, pode eventualmente estarequivocado em algum particular. Há discípulo que se esquece de estocaralimento (Mt 16.5). “Há ainda semente no celeiro?” (Ag 2.19).

O discípulo de Jesus tem sua própria cruz (Mt 16.24 – “tome sobre si a suacruz”). Portanto, não há verdadeiro discípulo sem cruz. Não é a cruz dosoutros; é a sua própria (Mt 10.38; Lc 9.23; 14.27).

O discípulo de Jesus é diferente da multidão (Mt 23.1: “Então falou Jesus àmultidão, e aos seus discípulos”). Ser diferente da multidão requer abnegaçãoe renúncia de muita coisa da nossa parte. “Não seguirás a multidão parafazeres o mal” (Ex 23.2; 12.38).

Quem é discípulo de Jesus não deve andar murmurando (Mt 26.8-13). Muitosdiscípulos de Jesus deixam-no e fogem, quando em prova (Mt 26.56; Jo 6.66).Há discípulos de Jesus que são ricos, mas não é fácil (Mt 27.57). E discípulostambém recebem mensagens de Deus através de mulheres que Ele usa (Mt28.8). Discípulos também aprendem com Jesus, a sós com Ele, em particular(Mc 4.34).

É dentre os Seus discípulos que Jesus faz escolhas de pessoas paratrabalharem na Sua seara (Lc 6.13). E pode haver escolha entre os escolhidos(1Sm 10.9). O discípulo experiente e amadurecido primeiro esforça-se paraser, para então fazer (Lc 6.40; Mt 20.25; Jo 14.12).

O discípulo com Jesus no barco pode, com toda segurança, partir (Lc 8.22 – “epartiram”).

Discípulo deve cuidar de organização no trabalho do Senhor, mas conformeas ordens de Jesus (Lc 9.14,15). Jesus deixa de operar milagres em muitoslugares por causa da desordem (1Co 14.40).

O discípulo de Jesus aprende a orar com Ele (Lc 11.1). Vemos em Jesus:

1) O ato de orar: “Estando Ele a orar”;

2) O lugar de orar: “Num certo lugar”;

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3) O tempo de orar: “Quando acabou”;

4) O modo de orar: “Dizei: Pai santificado seja o seu nome; venha o teureino”;

5) O exemplo de orar: “Como também João ensinou aos seus discípulos”;

6) O Imperativo de orar: “Quando orardes (...)”. Jesus não disse “Se orardes”,mas “Quando orardes”, mostrando que devemos sempre orar.

Quem convida Jesus para um evento deve convidar também os seusdiscípulos (Jo 2.2: “foi também convidado Jesus e os seus discípulos para asbodas”). O verdadeiro discípulo permanece fiel à Palavra, à doutrina (Jo 8.31).

O discípulo do Senhor torna-se conhecido pelo seu amor aos outrosdiscípulos (Jo 13.35; 1Jo 3.14). O discípulo é produtivo; ele dá fruto para Deus(Jo 15.8). E crescendo o número de discípulos, pode brotar também amurmuração (At 6.2). O aumento do numero de discípulos depende doaumento da Palavra (At 6.7). A Palavra de Deus tem poder de gerar, de criar(1Pe 1.23). Discípulos do Senhor não nascem discípulos, são feitos discípulos(At 14.21). O discípulo antigo deve continuar como “discípulo”, mesmo que setorne um obreiro de elevada posição e destaque na obra de Deus (At 21.16 –“discípulo antigo”).

Em Mateus 10.1,2, o “discípulo” vem primeiro (v.1), e depois o “apóstolo”,apesar de serem as mesmas pessoas. Veja também Lucas 6.13.

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MEU CORAÇÃO: CASA DE CRISTO

Por Robert Boyd Munger

Uma tarde, convidei Cristo para entrar em meu coração. E que entradamaravilhosa! Não foi algo emocional, nem teve nada de espetacular, mas foimuito real. Algo realmente aconteceu no centro da minha vida. Quando Elechegou, o meu coração estava às escuras, Ele acendeu uma luz. Acendeu umfogo, e o frio se foi. Pôs uma música no lugar onde reinava o silêncio e, comsua companhia amorosa e indescritível, preencheu o vazio. Jamais melamentei de ter aberto a porta do meu coração para Cristo e nuncalamentarei.

Em meio à alegria especial desse novo relacionamento, eu disse a Jesus:

— Senhor, quero que o meu coração seja seu. Quero que fique aqui e que sintaque essa casa é sua. Tudo o que tenho pertence ao Senhor. Vem, quero queconheça a casa.

A BIBLIOTECA

O primeiro lugar que o levei foi à biblioteca. Essa é a área da mente, ela émuito pequena, com paredes grossas. Porém, é uma área muito importante.De certa forma, é a sala de controle de toda a casa. Ele entrou comigo e,enquanto olhava, viu os livros nas estantes, as revistas sobre a mesa, osquadros nas paredes. Comecei a me sentir um pouco incomodado.

Que estranho! Antes nunca havia sentido nada, mas agora que Ele olhavatudo comecei a tomar consciência. Havia livros sobre as estantes que aquelesolhos santos não podiam contemplar. Entre as revistas que estavam sobre amesa, havia algumas que deveriam estar bem longe de um cristão. E osquadros… a inspiração para alguns deles e o pensamento que representavam,honestamente, eram embaraçosos.

Envergonhado, voltei a Ele e disse:

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— Mestre, sei que este lugar necessita ser limpo e posto em ordem. Me ajudea tornar esse lugar como é preciso?

— Claro! – me respondeu. – Ficarei feliz em ajudar. Em primeiro lugar, peguetudo que está olhando e lendo, que não seja benéfico, puro, bom e honesto, etire tudo daqui. Depois, nos lugares vazios da estante, substitua pelos livrosda Bíblia. Encha este escritório e biblioteca com a Escritura e medite nela dedia e de noite. Quanto aos quadros nas paredes, será difícil para vocêcontrolar seus pensamentos com essas imagens, porém tenho algo que oajudará. Retire tudo isso. – E me deu um quadro em tamanho real delemesmo. – Ponha-o no centro – disse-me – na parede de sua mente.

Assim fiz e ao passar dos anos pude comprovar que, quando meuspensamentos estavam centrados em Cristo, sua pureza e seu poder faziam ospensamentos impuros retrocederem. De maneira que Ele me ajudou a pôr osmeus pensamentos sob o seu controle.

A SALA DE JANTAR

Saímos do escritório e fomos à sala de jantar, o lugar dos apetites e desejos.Passei muito tempo ali, esforçando-me para satisfazer minhas vontades.

Eu disse:

— Este é o meu lugar favorito. Estou certo de que o Senhor irá gostar do queservimos aqui.

Ele assentou-se à mesa comigo e perguntou:

— Que teremos hoje para o jantar?

— Bem, – respondi – meus pratos preferidos são o dinheiro, os títulosacadêmicos, o mercado de ações e, como sobremesa, as notas de fama efortuna publicadas em revistas e jornais atuais.

Essas eram as coisas que eu gostava: o êxito no mundo secular.

Quando a comida estava diante dele, eu não disse nada, mas observei que elenão comeu. Disse-lhe então:

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— Mestre, o Senhor não gosta do que estou servindo? O que estáacontecendo?

Ele espondeu:

— Tenho uma comida que você não conhece. Se você quiser um alimento querealmente te satisfaça, faça a vontade do Pai. Deixe de buscar os seuspróprios prazeres, desejos e autossatisfação. Busque agradar a Ele. Essacomida te deixará satisfeito.

E ali, em minha mesa, Ele me fez provar o que é a alegria de fazer a vontadede Deus. Que sabor! Não há em todo o mundo uma comida mais saborosa. Sóela satisfaz.

A SALA DE ESTAR

Deixamos a sala de jantar e passamos à sala de estar. O lugar era cômodo eíntimo. Eu gostava. Tinha lareira, poltronas e um sofá, tudo ajudava a tornarum ambiente de quietude.

Ele me disse:

— Este é um lugar maravilhoso. Quero vir aqui sempre. É acolhedor etranquilo, um lugar especial para compartilharmos nossa amizade.

Bem, como um cristão que dá os seus primeiros passos, senti uma grandeemoção. Não podia imaginar nada melhor do que passar alguns minutos comCristo, em íntima comunhão.

— Estarei aqui cedo a cada manhã – me prometeu. Encontre-me aqui ecomeçaremos o dia juntos.

E assim, manhã após manhã, eu descia do meu quarto a esse lugar. Pegava umlivro da Bíblia na biblioteca, nós o abríamos e líamos juntos. Ele me revelavaas maravilhosas verdades da salvação de Deus. Meu coração se regozijavaquando Ele expressava o seu amor e graça para comigo. Eram momentosverdadeiramente extraordinários.

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Todavia, pouco a pouco, sob a pressão das muitas responsabilidades, essetempo juntos diminuiu. Por quê? Não sei bem. Eu acreditava estar ocupadodemais para dedicar um tempo fixo e constante para o Senhor. Entenda, nãofoi algo intencional. As coisas aconteceram assim, é isso. Depois de certotempo, não só o tempo dos encontros diminuíram, mas também, às vezes, eufaltava. Havia assuntos urgentes que me impediam de ter esse tempo paraconversar a sós com Jesus.

Recordo-me de uma manhã… ansioso por sair para cumprir minhas tarefas,eu desci as escadas saltando os degraus dois a dois. Passei em frente à sala deestar e observei que a porta estava aberta.

Ao olhar lá dentro, vi o fogo aceso e Jesus junto à lareira. De imediato,alarmado, recuperei o fôlego: “Sim, Ele é meu hóspede. Eu o convidei paraentrar em meu coração. Ele veio para ser o meu Salvador e Senhor e eu oestou negligenciando”.

Detive-me, dei meia-volta e, com passo vacilante, entrei. Sem poder levantara vista, disse:

— Mestre, me perdoa. O Senhor veio todas as manhãs?

— Sim – me respondeu – Eu te disse que estaria aqui todos os dias, para nosencontrarmos. O problema é que você pensa no sala da comunhão como ummeio para seu crescimento espiritual. E isso é verdade, mas você se esquecede que esse tempo significa algo para mim também… Eu redimi você a umalto custo. Valorizo a nossa comunhão. Apenas o fato de você erguer os olhospara meu rosto aquece meu coração… Queira você estar comigo ou não,lembre-se: eu quero estar com você. Eu realmente amo você.

O fato de compreender que Cristo anelava pela minha companhia, que queriaestar comigo e que me esperava, transformou a natureza de meu tempo a sóscom Deus. Não deixe que Cristo espere no lugar da comunhão em seucoração, mas busque a cada dia o tempo em que, com a Bíblia à mão e emoração, você encontrará com o Senhor para desfrutar de íntima comunhãocom Ele.

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MINHA OFICINA

Quase em seguida, Ele me perguntou:

— Você tem uma oficina aqui?

Lá fora, junto à garagem da casa de meu coração, tinha uma bancada detrabalho e algumas ferramentas, mas não as usava havia muito tempo.Eventualmente, me divertia com algumas pequenas coisas, mas nunca fazianada realmente produtivo.

Fomos juntos ver o lugar. Ele olhou ao redor e me disse:

— Você está muito bem equipado. O que está produzindo na sua vida para oReino de Deus?

Então, seus olhos se detiveram num par de brinquedos que eu havia deixadosobre a bancada, tomou um deles em sua mão e me perguntou:

— É isso o que você faz para os outros em sua vida cristã?

— Bom, Senhor – respondi – eu sei que não é muito e realmente gostaria defazer mais. Porém, às vezes sinto que não tenho forças para fazer mais.

— Você deseja ter um desempenho melhor?

— Claro que sim! – respondi.

— Bem, me dá as suas mãos. Agora, confie em minha direção e permita que omeu Espírito trabalhe através de você. Eu sei que às vezes você se senteincapaz e não sabe o que fazer, mas o Espírito Santo é o Mestre e, se Elecontrolar as tuas mãos e o teu coração, trabalhará através de você.

Quando Ele terminou de falar, pôs-se de lado, colocou suas mãos, grandes efortes, debaixo das minhas, com seus dedos hábeis tomou as ferramentas ecomeçou a trabalhar através de mim. Quanto mais eu descansava e confiavanele, mais Ele podia trabalhar em minha vida.

A SALA DE JOGOS

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Ele me perguntou também se tinha algum lugar aonde eu ia, para me divertire estar com outras pessoas. Eu estava desejoso que Ele não perguntasse sobreisso. É que havia algumas amizades e atividades que parecia melhor manterem privado.

Uma tarde, quando eu saía com alguns amigos, Ele me deteve com o seu olhare perguntou:

— Vai sair?

— Sim – respondi.

— Que bom! Gostaria de te acompanhar.

— É que… Senhor… – disse um tanto incomodado – não creio que realmenteo Senhor vai gostar do lugar para onde vamos. Por que não saímos juntosamanhã à noite? Poderíamos ir ao estudo bíblico na igreja; mas esta noitetenho outro compromisso.

— Desculpe – interpôs o Senhor – mas, eu acreditava que quando você meconvidou para sua casa era para fazermos todas as coisas juntos, para sermoscompanheiros. Quero que saiba que estou disposto a ir contigo, se vocêquiser.

— Bem – murmurei, enquanto saía – iremos juntos a algum lugar amanhã.

Essa noite foi interminável. Eu me sentia muito mal. Que tipo de amigo euera para Jesus, deixando-o deliberadamente fora da minha vida, indo alugares e fazendo coisas que eu sabia muito bem que Ele não iria gostar?

Quando voltei, havia luz em seu quarto. Então, subi para falar com Ele e lhedisse:

— Senhor, aprendi a lição. Agora entendo que não posso me sentir bem sem asua companhia. De agora em diante, faremos tudo juntos.

E voltamos à sala de jogos. Fora transformada. Trouxe novos amigos, novassatisfações, novas alegrias. Desde então há sons de música e de alegria portoda a casa.

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MEU ARMÁRIO PESSOAL

Um dia encontrei Ele me esperando à porta. Olhou para mim fixamente:

— Há um cheiro estranho na casa – disse, enquanto eu entrava – Certamentehá algo morto em alguma parte. É em cima. Creio que é no armário docorredor.

No mesmo instante eu soube exatamente a que Ele se referia. Havia umpequeno armário junto à escada, na parte de cima. Não era muito grande, masali, trancada à chave, eu guardava algumas coisas pessoais que eu nãogostaria que ninguém soubesse.

Naturalmente, também não desejava que Cristo as visse. Sabia que eramcoisas mortas e apodrecidas que pertenciam à minha vida anterior.Entretanto, as considerava tão minhas que me negava a admitir o estado emque se encontravam.

Segui o Senhor com relutância e, enquanto subíamos a escada, o cheiro ficavacada vez mais forte. Ele observou a porta. Eu estava com raiva; não sabiacomo explicar. Eu lhe dera acesso à biblioteca, à sala de jantar, à sala de estar,à minha oficina, à sala de jogos e agora estava me questionado a respeito deum armário de um metro por sessenta centímetros. “Isto é demais”, dissepara mim mesmo, “Não lhe darei a chave”.

— Bem – Ele disse, lendo os meus pensamentos – se você acha que eu vouficar aqui com este cheiro, está enganado. Vou para fora, para o pátio.

E começou a descer lentamente a escada.

Quando alguém começa a conhecer e amar a Cristo, o pior que podeacontecer é quando não sentimos mais a sua comunhão. Tive que ceder.

— Vou te dar a chave. – disse com tristeza – mas, o Senhor é quem vai abrir oarmário e limpar. Eu não tenho forças para fazê-lo.

— Simplesmente me dê a chave, me dê a permissão para ser o responsável poresse armário e pelo que está dentro, e o farei.

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Com os dedos trêmulos, entreguei a chave. Ele pegou, caminhou até a porta,abriu, entrou e tirou tudo o que estava apodrecendo ali. Depois limpou oarmário e pintou. Tudo em um instante. Que vitória, que liberdade ter essascoisas mortas retiradas da minha vida!

A TRANSFERÊNCIA DA ESCRITURA

Imediatamente, me veio um pensamento: “Senhor, é possível o Senhor ser oresponsável pela gestão de toda a casa, que se torne o administrador como oSenhor fez com o armário? Poderia assumir a responsabilidade de governar aminha vida, para que ela seja o que deve ser?

O seu rosto se iluminou e a resposta veio rápida:

— Como eu gostaria! É o que quero fazer. Você não pode ser um cristãovitorioso com suas próprias forças. Deixa que eu faço através de você. Essa é amaneira. – Mas, acrescentou lentamente – Não sou mais que um convidado.Não tenho autoridade para atuar, já que esta não se trata de minhapropriedade.

Caindo de joelhos diante dEle, falei:

— Senhor, todo esse tempo o Senhor foi meu convidado e eu o dono da casa.De agora em diante, eu serei o servo. O Senhor será o dono.

Corri até o cofre, tomei a escritura da casa e o inventário de tudo. Feliz,assinei a transferência da casa para Ele com exclusividade, no tempo presentee por toda a eternidade.

— Pronto – disse – aqui está tudo o que sou e o que tenho, para sempre.Agora, administre a sua casa. Eu ficarei contigo, como seu servo e amigo.

As coisas mudaram desde que Jesus tomou posse do meu coração e fez dele oseu lar.

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LIÇÃO: A DOUTRINA DA GRAÇA DE DEUSLições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos – 1º Trimestre de 2006

Título: Salvação e Justificação: Os pilares da vida cristã

Comentarista: Eliezer Lira | Data: 29 de Janeiro de 2006

TEXTO ÁUREO

“Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11).

VERDADE PRÁTICA

Por meio da morte expiatória de Cristo, a graça de Deus manifestou-se aoshomens trazendo-lhes plena salvação.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 3.24 – O cristão é justificado pela graça

Terça - Rm 5.15-20; 1 Co 1.4,5 – A graça de Deus é abundante

Quarta - 2 Tm 2.1 – A graça de Deus fortalece o crente

Quinta - Rm 4.4; 11.4-6; Gl 2.21 – A justiça pelas obras anula a graça

Sexta - Rm 5.21; 6.23 – A graça de Deus produz vida

Sábado - Rm 6.1-23 – A graça liberta o homem

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 6.1-7

1 - Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça sejamais abundante?

2 - De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, comoviveremos ainda nele?

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3 - Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomosbatizados na sua morte?

4 - De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nóstambém em novidade de vida.

5 - Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da suamorte, também o seremos na da sua ressurreição;

6 - sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que ocorpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.

7 - Porque aquele que está morto está justificado do pecado.

PONTO DE CONTATOProfessor, antes de lecionar o tema da lição, comente com os alunos arespeito da influência da Epístola aos Romanos na vida do maior avivalistainglês, John Wesley. Use o texto a seguir como referência. O AvivamentoEvangélico do século XVIII teve na figura de John Wesley o seu maisdestacado representante. Mas, nem todos sabem que a Carta aos Romanos foiresponsável pela profunda renovação espiritual de Wesley. O renovoespiritual que sacudiu a Inglaterra, na verdade, iniciou em 24 de maio de1738, quando Wesley visitou uma comunidade cristã na rua Aldersgate.Naquela noite, estava sendo lido o Prefácio de Lutero concernente a Epístolaaos Romanos. Assim Wesley se expressou em seu diário, às oito horas equarenta e cinco minutos: “[...] enquanto ele estava descrevendo a mudançaque Deus opera no coração pela fé em Cristo, senti meu coração aquecer-seestranhamente. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para aminha salvação. Foi me dada a certeza de que Ele tinha levado embora osmeus pecados, sim, os meus. E me salvado da lei do pecado e da morte”.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

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Definir o sentido bíblico do termo “graça”.

Relacionar a graça às palavras redenção e purificação.

Explicar a diferença entre graça, legalismo e antinomismo.

SÍNTESE TEXTUAL

No capítulo 5.12-21, Paulo descreve a libertação do crente a partir da açãosalvífica e graciosa de Jesus Cristo. Na desobediência de Adão, o pecadoabundou, mas na obediência de Jesus, a graça superabundou (v.20). Cristo,pelo seu ato, garante a justificação ao que crê (5.1). No capítulo 6.1-23,entretanto, a salvação graciosa de Deus é apresentada ao fiel, mas esteprecisa corresponder à realidade da nova vida em Cristo. O crenteregenerado, cuja graça de Deus manifestou-se em sua vida, deve rejeitar opecado e produzir frutos santos (v.22).

Dois conceitos distorcidos operavam entre os crentes. O primeiro era que aobediência à lei mosaica justificava o homem diante de Deus (3.20). Logo, agraça é ineficiente, pois necessita da lei. O segundo é que a graça isenta oindivíduo das obrigações morais (6.1). Por conseguinte, a graça écontraditória, pois liberta o homem para que este peque mais. Estas duasposições torcem a graça de Deus e, por isso, Paulo as combate.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

As perguntas investigativas prendem a atenção, desenvolvem o raciocínio epermitem a participação ativa dos alunos. Então, que tal elaborar algumasquestões sobre o tema central da lição, “Salvação pela Graça”. Utilize-as paraintroduzir a lição e observe as que podem ser trabalhadas nesta lição.Relacione-as no quadro-de-giz. Qual é a principal função da lei em relação aopecado? O crente pode ser justificado pelas obras da lei (Rm 3.20)? Se a leinão salva, que compromisso temos com ela? O que significa ser salvo pelagraça por meio da fe (Ef 2.8-10)?

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Os versículos 4 e 5 da Leitura Bíblica em Classe destacam a expressão “comele”, demonstrando claramente os dois modos pelos quais o crente éidentificado com Cristo. Peça aos alunos que, baseados nos versículosupracitados, respondam quais são estes dois modos de identificação.

COMENTÁRIO

Introdução

À medida que avançamos no estudo da Epístola de Paulo aos Romanos, duasafirmações doutrinárias tornam-se evidentes. Primeira, o homem é salvomediante a graça de Deus, sem as obras da lei (Rm 3.24; 4.16; 5.2,15,18; Gl2.16,21; 3.2).

Segunda, a graça não autoriza o crente a pecar, para que seja manifestadacom mais profusão. Pelo contrário, liberta o homem do poder do pecado (Rm5.20, 6.1,2,11-15).

I. COMPREENDENDO A GRAÇA

1. Definição. O termo graça, do original charis, é usado cerca de cem vezes nasepístolas paulinas. Destas, vinte e quatro aparecem apenas em Romanos(1.5,7; 3.24; 4.4; 4.16; 5.2,15,17,18,20,21; 6.1,14,15; 11.5,6; 12.3,6; 15.15;16.20,24). Na Antiga Aliança, o termo hebraico hesed corresponde ao sentidodo Novo Testamento. Em diversas passagens é traduzido por “favor”,“misericórdia”, “bondade amorosa”, ou “graça que procede de Deus” (Êx 34.6;Ne 9.17; Sl 103.8; Jn 4.2).

No contexto da doutrina da salvação, charis é o dom ou favor imerecido deDeus, mediante o qual os homens são salvos por meio de Cristo (Ef 1.7; 2.5,8;Rm 3.24; Tt 2.14).

2. A extensão da graça. Estudar a respeito da graça de Deus implica descreveros principais ramos da doutrina da salvação: o perdão (At 10.43), a salvação(Tt 2.11; Rm 1.16), a regeneração (Tt 3.5), o arrependimento (At 11.18; Rm2.4) e o amor divino (Jo 3.16; Rm 5.8).

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A graça de Deus é dinâmica. Não somente salva, mas vivifica aqueles queestão destruídos pelo pecado, capacitando-os a viver em santidade (Ef 2.1-8).O capítulo 6 de Romanos mostra que a vida cristã requer santidade. Na igrejaem Roma, muitos acreditavam que, se a salvação é pela fé, então, cada umpodia fazer o que bem desejasse. Se a lei não salva, temos algumcompromisso com ela? Paulo, portanto, escreve para evitar o mal-entendido.Somos salvos pela graça, por meio da fé (Ef 2.8-10). No entanto, a fé nãoanula a lei, mas a estabelece (Rm 3.30-31).

II. A CONTESTAÇÃO DA DOUTRINA DA GRAÇA

Havia duas correntes antibíblicas no período apostólico que procuravamcontestar a doutrina da graça: o legalismo e o antinomismo.

1. Legalismo. Segundo este, só se adquire a salvação e a excelência moralmediante a lei mosaica. Este sistema, defendido por certos judeus cristãos emRoma, ensinava que a justificação era decorrente das obras da Lei (Rm 3.27-31; Gl 3-4). Paulo os exorta: “Nenhuma carne será justificada diante delepelas obras da lei” (Rm 3.20).

2. Antinomismo. O termo significa “contrário à lei”. Os antinomianosacreditavam que podiam viver no pecado e, ainda assim, estarem livres dacondenação eterna (Rm 6.1-7; 3.7; 4.1-25). Segundo os adeptos dessa teoria,uma vez que o homem foi justificado pela fé em Cristo, nenhuma obrigaçãomoral é necessária agora. O apóstolo os persuade: “Porque vós, irmãos, fosteschamados à liberdade. Não useis, então, da liberdade para dar ocasião àcarne” (Gl 5.13; Rm 6.1-3).

III. OS RELACIONAMENTOS DA GRAÇA

1. Graça e justificação (Rm 3.24; 5.18). A graça de Deus garante gratuitamentea justificação em Cristo Jesus. Através da morte expiatória de Cristo, a graçamanifestou-se aos homens, garantindo-lhes a justificação e a vida eterna.

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2. Graça e redenção (Tt 2.11,14; Rm 3.24; Ef 1.7). Segundo as Escrituras: “Agraça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”.Cristo trouxe-nos completa redenção (1 Co 1.30); comprou a todos com o seusangue (Ap 5.9; Cl 1.14); redimiu-nos da maldição da lei e de nossos pecados(Gl 3.13; Ef 1.7; Cl 1.14); e, por meio do Espírito, selou-nos para o dia daredenção (Ef 4.30; Rm 8.23), segundo as riquezas da graça (Ef 1.7,14).

3. Graça e purificação (Tt 2.11-14b). A graça salvadora não apenas ensina oshomens a renunciarem a vil concupiscência, a impiedade e as mazelas moraisda sociedade rebelada contra Deus, mas também capacita o crente a viversóbria, justa e piamente no presente século. Vejamos o que se deve esperar dealguém cheio da graça de Deus.

a) Evitar a impiedade. A impiedade é uma categoria de pecado que se opõe àpiedade (Jd v.4). Logo, inclui tudo o que a pessoa faz sem considerar a Deus eas suas leis morais (Sl 10.13; Rm 1.18). O ímpio não reconhece nem admitesua dependência de Deus (Sl 10.3,4). Os pecados de impiedade incluem: ablasfêmia contra Deus (Sl 10.13); a malícia (Sl 34.21); a violência (Sl 140.4) eas iniqüidades (Pv 5.22). O cristão deve rejeitar a impiedade (Tt 2.12a), poisos que negligenciam a piedade serão condenados (Jd vv.14,16).

b) Evitar as paixões mundanas. Ser ímpio constitui não apenas uma maneirade pensar, mas um estilo de vida específico (Jd vv.15,16). Os ímpios sãomaterialistas e sensuais (2 Pe 2.12-14) e buscam as coisas que conduzem aosapetites carnais (Rm 1.18). Em lugar do Reino e da justiça de Deus, procuramtudo o que satisfaça seus desejos pecaminosos desregrados (Tt 2.12b; Ef 2.3;1 Pe 4.2; 1 Jo 2.15-17).

c) Viver vida sensata. A palavra sensato, no original (sophroneo), quer dizer“de mente sã”, “mente sóbria” ou “temperante”. Este termo se refere àprudência e ao autocontrole proveniente de uma reflexão criteriosa. Otemperante é alguém que não se deixa dominar pela ansiedade; é alguém quepondera seus atos e suas respectivas conseqüências de acordo com a Palavrade Deus (1 Tm 3.2; Gl 5.22; Tt 2.8-12; 2 Pe 2.3-8; At 24.25).

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d) Viver justa e piedosamente. A graça de Deus possibilita ao crente uma vidajusta e piedosa diante de Deus e dos homens. O termo “piedoso” refere-se aocristão que é reverente a Deus e que pratica o bem em todos os seusrelacionamentos (2 Pe 3.11; 2 Tm 3.12; Tt 2.12; At 10.2,7; 2 Pe 2.9). Umapessoa piedosa tem como centro a vontade de Deus em todos os seuscaminhos (Pv 3.5,6; 1 Co 10.31).

IV. A SALVAÇÃO PLENA

Paulo afirma que estamos mais perto da salvação do que quando aceitamos afé: “E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono;porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quandoaceitamos a fé” (v.11).

A fim de compreendermos melhor esta afirmação, faz-se necessário abordar asalvação de acordo com os três tempos definidos pela Bíblia: passado,presente e futuro.

1. Passado: “Nós fomos salvos”. Quanto à culpa do pecado, o cristão já estásalvo da maldição e da condenação da lei (Rm 8.2; 6.6; Tt 3.5).

2. Presente: “Estamos sendo salvos”. Quanto à sua relação com o poder e acorrupção do pecado, o cristão está constantemente aperfeiçoando a suasalvação conforme diz a Bíblia (Fp 2.12).

3. Futuro: “Seremos salvos”. Em Romanos 8.18-23, Paulo fala da salvaçãoabsoluta, final e completa. O escritor aos Hebreus também se refere aos queaguardam a Cristo para a salvação (Hb 9.27,28). De modo semelhante, Pedrotrata da salvação “já prestes para se revelar no último tempo” (1 Pe 1.3-5,8,9).

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que a graça de Deus é imensurável. Ela inspira ecultiva. Santifica e transforma. Tudo isso vai muito além do que a lei confere,tornando a salvação da alma um empreendimento divino, embora, mediantea fé, seja necessária uma resposta positiva do homem (Ef 2.8-10).

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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

LUCADO, M. Nas garras da graça. CPAD, 1999.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A graça liberta-nos”

Em Romanos 6, Paulo faz-nos a pergunta crucial: ‘Nós, os que morremos parao pecado, como podemos continuar vivendo nele?’ (v.2). Como podemos nós,que temos sido justificados, não viver justamente?

Como podemos nós, que temos sido amados, não amar também? Comopodemos nós, que temos sido abençoados, não abençoar? Como podemosnós, a quem se oferece a graça, não viver graciosamente?

Paulo parece chocado com tal possibilidade! Como poderia a graça resultarem qualquer coisa que não um viver gracioso? ‘Continuaremos pecando paraque a graça aumente? De maneira nenhuma!’ (vv.1,2a).

O termo para esta filosofia é antinomianismo: anti significa ‘contra’, e nomi

‘lei moral’. Os promotores da ideia veem a graça mais como uma razão parase fazer o mal, do que para fazer o bem. A graça concede-lhes um brevê para omal. Quanto piores forem os meus atos, melhor Deus aparecerá. Esta não é aprimeira referência de Paulo sobre o assunto. Lembra de Rm 3.7? ‘Mas, sepela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por quesou eu ainda julgado também como pecador?’.

Que desculpa! Ninguém respeitaria um mendigo que recusasse trabalho,alegando: ‘Estou dando ao governo a oportunidade de demonstrar suabenevolência’. Zombaríamos de tal hipocrisia. Não a toleraríamos, e não acometeríamos” (LUCADO, M. Nas garras da graça. RJ: CPAD, 1999, p.111).

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LIÇÃO: A MARAVILHOSA GRAÇALição 2º Trimestre de 2016 – Adultos – CPAD

TEXTO ÁUREO

"Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei,mas debaixo da graça." Rm 6.14

VERDADE PRÁTICA

Cristo Jesus é a graça divina manifestada em forma humana.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 6.1-12

2 - De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, comoviveremos ainda nele?

3 - Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomosbatizados na sua morte?

4 - De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nóstambém em novidade de vida.

5 - Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da suamorte, também o seremos na da sua ressurreição;

6 - sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que ocorpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado.

7 - Porque aquele que está morto está justificado do pecado.

8 - Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;

9 - sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; amorte não mais terá domínio sobre ele.

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10 - Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas,quanto a viver, vive para Deus.

11 - Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivospara Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.

12 - Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lheobedecerdes em suas concupiscências;

INTRODUÇÃO

O capítulo cinco da Epístola aos Romanos mostra o triunfo da graça sobre opecado. Paulo já havia falado a respeito da justificação, mas o que significavaisso na prática? Que implicações teria na vida dos crentes? O apóstolo nãoprocurou filosofar a respeito da origem do pecado e suas consequências. Elebuscou mostrar, de forma clara, como Deus resolveu essa questão. A graça deDeus nos justificou, abolindo o domínio do pecado e fazendo-nos viver livresem Cristo.

I - OS INIMIGOS DA GRAÇA

1. Antinomismo.

Paulo percebeu que a sua argumentação a respeito da graça poderia gerar ummal-entendido. Por isso, tratou logo de esclarecer o seu pensamento arespeito do assunto. Usando o método de diatribe, ele dialoga com uminterlocutor imaginário, procurando explicar de forma clara o seu argumento.Paulo já havia dito que onde o pecado abundou, superabundou a graça (Rm5.20). Tal argumento seria uma afirmação ao estilo dos antinomistas, poisestes acreditavam que podemos viver sem regras ou princípios morais.

2. Paulo não aceita e não confirma o antinomismo.

No antimonismo não há normas. Os que erroneamente aceitavam talpensamento acreditavam que quanto mais pecarmos mais graça receberemos.Em outras palavras, a graça não impõe limite algum. Antevendo esse

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entendimento equivocado, o apóstolo pergunta: "Que diremos, pois?Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?" (Rm6.1). A resposta é não! A graça não deve servir de desculpa para o pecado.

Infelizmente, o antinomismo tem ganhado força em nossa sociedade,passando a ser socialmente aceito até mesmo dentro das igrejas evangélicas.Esta é uma doutrina venenosa, que erroneamente faz com que a graça deDeus pareça validar todo tipo de comportamento contrário à Palavra de Deus.Em geral, tal pensamento vem "vestido" de uma roupagem espiritual, porém oantinomista costuma ser relativista quando se utiliza da expressão "não temnada a ver".

3. Legalismo.

Em Romanos 6.15, o apóstolo tem em mente o judeu legalista, quandopergunta: "Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, masdebaixo da graça? De modo nenhum!" A doutrina da justificação pela fé,independentemente das obras da lei, levaria o legalista a argumentar quePaulo estaria ensinado que, em virtude de não estarmos mais debaixo da lei,então não há mais obrigação alguma com o viver santo. Nesse caso, nãohaveria mais nenhuma barreira de contenção contra o pecado. Na mente dolegalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para agradar aDeus. Isso justifica as dezenas, e às vezes, centenas de preceitos que ojudaísmo associou com o Decálogo. Os legalistas criaram comodesdobramento da lei 613 preceitos. A teologia de Paulo irá ensinar quemesmo não estando mais debaixo da lei, o cristão não ficou sem parâmetrosespirituais. Pelo contrário, agora que ele tem a vida de Jesus Cristo dentro desi, está capacitado a agradar a Deus, mesmo sem se submeter à letra da Lei deMoisés.

II - A VITÓRIA DA GRAÇA

1. A graça destrói o domínio do pecado.

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Para Paulo, o pecado era como um tirano impiedoso que não poupava seussúditos. Ele reinou desde que entrou no mundo e seu domínio parecia não serameaçado. O pecado dominou os que não estavam debaixo da Lei e dominoutambém os que estavam sob sua égide. Não havia escapatória. Por causa do"velho homem", uma expressão que para Paulo é sinônimo de natureza caídae pecaminosa, que esse iníquo tirano conseguia reinar. Como se libertar,então, desse tirano? Paulo mostra que a solução de Deus foi aquilo que lheservia de base de sustentação, o corpo do pecado: "Sabendo isto: que o nossovelho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado sejadesfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado" (Rm 6.6). O "corpo dopecado" significa mais do que simplesmente o corpo físico, mas o corpo comoalgo que instrumentaliza o pecado e que precisava ser destruído. A palavragrega katargeo, traduzida em Romanos 6.6 como destruído, possui o sentidode destronado ou tornado inoperante. Foi, portanto, através da cruz de Cristoque esse tirano foi destronado e teve seu domínio desfeito. A graça de Deustriunfou sobre o pecado. Glória a Deus pelo seu dom inefável (2 Co 9.15).

2. A graça destrói o reinado da morte.

O apóstolo mostra que o reinado do pecado e seu domínio caracterizaram-sepela morte. "Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito deDeus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6.23). Não há lugarnesse mundo onde não se sinta as consequências do pecado.

3. A graça e os efeitos do pecado.

Os efeitos do pecado podem ser vistos por toda parte. Podemos vê-los nascatástrofes naturais, nas guerras, homicídios, estupros e abortos. O pecadotraz a marca da morte. Tanto a morte física, como a morte espiritual, oafastamento de Deus, são consequências do pecado. Nada podia destruir essedomínio tenebroso do pecado e fazer parar seus efeitos. Todavia, Paulomostra que a Graça de Deus invadiu o domínio do pecado e destruiu seuprincipal trunfo - o poder sobre a morte. A graça de Deus, presente naressurreição do Senhor Jesus, destruiu o poder sobre a morte física e essa

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mesma graça, quando nos reconcilia com Deus, destrói o poder da morteespiritual.

III - OS FRUTOS DA GRAÇA

1. A graça liberta.

A graça é libertadora (Rm 6.14) e produz frutos para a nossa santificação:"Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vossofruto para santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). Somente a graçaseria capaz de desfazer o domínio do pecado. A Bíblia afirma que quemcomete pecado é escravo do pecado (Jo 8.34). E mais, o escravo não possuíadomínio sobre o seu arbítrio. Essa situação mudou quando a graça, reveladana pessoa de Jesus Cristo, entrou na história e desfez o domínio do pecado.Paulo afirmou que o "pecado não terá domínio sobre nós".Somos livres emCristo. Essa liberdade é uma realidade na vida do crente: "Estai, pois, firmesna liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis a meter-vos debaixodo jugo da servidão" (Gl 5.1).

2. Exigências da graça.

A graça liberta, mas ao mesmo tempo tem suas exigências. Isso fica claro pelouso dos termos considerar (6.11), que no original (logizomai) significareconhecer, tomar consciência: "Assim também vós considerai-vos comomortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor"(Rm 6.11). Em Romanos 6.13 a palavra "apresentar" (gr. paristemi), significacolocar-se à disposição de alguém: "Nem tampouco apresenteis os vossosmembros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos aDeus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, comoinstrumentos de justiça" (Rm 6.13).

3. A graça santifica.

Paulo revela que um dos efeitos imediatos da graça é a justificação e o outro éa santificação: "Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus,tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). A

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palavra "santificação", que traduz o grego hagiasmos mantém o sentido de"separação". A graça nos libertou e nos separou para Deus. A santificaçãoaparece aqui nesse texto como um fruto da graça. No ensino de Paulo asantificação ocorre em dois estágios. Primeiramente somos santificados emCristo quando o confessamos como Salvador de nossas vidas. Na teologiabíblica isso é conhecido como santificação posicional. Por outro lado, nãopodemos nos acomodar, mas procurar a cada dia nos santificar, isto é, nosseparar para Deus. Essa é a graça progressiva, aquilo que existe como umprocesso na vida do crente.

CONCLUSÃO

Vimos nesta lição quem são os inimigos da graça, conhecemos a vitória dagraça e os seus frutos. Tudo que temos e tudo que somos só foram possíveispela graça de Deus. Essa graça é que trouxe salvação. "Porque a graçasalvadora de Deus se há manifestado a todos os homens". Que venhamosviver segundo a recomendação de Tito, renunciando à impiedade e vivendoneste presente século de forma sóbria, justa e piamente (Tt 2.11,12).

SUBSÍDIO DA LIÇÃO 5 - REVISTA DA CPAD - ADULTOS

Texto Áureo: Romanos 6.14

INTRODUÇÃO

- Professor(a), nesta lição busque atentar nas coisas práticas que podemosaprender do conteúdo. Coisas que serve para o dia a dia dos alunos.

- “mas o que significava isso na prática?”, como vivemos com isso? O que issoaltera na vida da pessoa que recebe essa justificação.

- “não procurou filosofar”, Paulo não tenta usar termos que ressalte ateologia e o conhecimento, mas ele fala o que interessa ao ser humano deforma objetiva e clara.

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- “abolindo o domínio do pecado”, os que não estão em Cristo vivem comoescravos, não conseguindo abandonar práticas que sabem ser prejudicial.

I - OS INIMIGOS DA GRAÇA

1. Antinomismo.

- “método de diatribe”, como foi explicado em outras aulas é o método daexposição por diálogo, onde parece que o escritor está conversando com oleitor.

- “antinomistas”, são os que professam o antinomianismo que é a crença deque não há leis morais que Deus espera que os cristãos obedeçam. Aafirmação dos antinomistas é que Jesus teria cumprido toda a Lei por nós epor isso não teríamos mais obrigações de cumprir nenhuma lei moral.

2. Paulo não aceita e não confirma o antinomismo.

- “a graça não impõe limite algum”, essa é a ilusão de liberdade dosantinomistas, acreditam que são livres para fazer o que querem, inclusivepecar.

- “ser socialmente aceito até mesmo dentro das igrejas”, esses pensamentosliberais tem estado na cabeça de muitos irmãos, que passam a viver uma vidacristã semelhante ao mundo. Atualmente a santidade é mais pregada do quepraticada.

- “"vestido" de uma roupagem espiritual”, passando a impressão de que é algode Deus.

- “ser relativista quando se utiliza da expressão "não tem nada a ver"”, orelativista acredita que as verdades fundamentais da Palavra de Deus sãorelativas, dependendo do momento e da situação. Essa expressão “não temnada a ver”, é muito usada por muitos irmãos que buscam pretexto parafazerem o que é errado. Na verdade eles não são antinomistas declarados,mas praticam o antinomismo.

3. Legalismo.

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- “o judeu legalista”, e o judeu que vive pela Lei, na época de Paulo eramtodos os judeus não salvos pelo evangelho, o problema é que alguns sendosalvos, não se adaptavam à graça e não a aceitavam nos cristão, tentavamimpor os rituais da Lei a todos. Paulo sempre os contradizia.

- “não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?”, essa é uma perguntaretórica de Paulo para combater a teoria antinomista, de que Jesus cumpriu aLei por nós e por isso podemos pecar a vontade.

- “levaria o legalista a argumentar”, se Paulo não esclarece esse ponto eleseria logo acusado de pregar contra a Lei.

- “o judaísmo associou com o Decálogo”, o decálogo são os DezMandamentos, nas tradições do judaísmo, esses dez mandamentos receberamincrementos, o caso mais evidente é o do mandamento de guardar o sábado,as tradições judaicas acrescentaram tantas coisas que uma pessoa ficavaimpedido de carregar qualquer objeto na mão.

- “Os legalistas criaram como desdobramento da lei 613 preceitos”, isso não éum erro gritante, pois esses preceitos foram retirados da Lei de Moisés.

- “o cristão não ficou sem parâmetros espirituais”, a Lei de Moisés é a base daGraça de Cristo, pois essa só foi possível com aquela. Jesus veio salvar aqueleque a Lei condenou, logo, se não houvesse Lei, não haveria condenação etambém não haveria Graça. Por isso Paulo afirma que a Lei é boa. 1 Tm 1.8

- “mesmo sem se submeter à letra da Lei de Moisés”, com a Graça de Cristo ocrente não se submete à letra da Lei, mas guarda seus parâmetros morais.

II - A VITÓRIA DA GRAÇA

1. A graça destrói o domínio do pecado.

- “reinou desde que entrou no mundo”, entrou no mundo com a Queda dohomem e reinou porque domina o ser humano.

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- “dominou também os que estavam sob sua égide”, quer dizer que o pecadodominou tanto os de fora da Lei como os de dentro da Lei, pois até os queestavam sob a égide da Lei pecavam.

- “que não sirvamos mais ao pecado”, o que Paulo quer dizer é que nossa novanatureza não é dominada pelo pecado, ainda que pequemos esse pecado nãonos controla, pois Cristo nos libertou.

- “esse tirano foi destronado”, ele foi expulso do trono que tinha na vida daspessoas, atualmente só é dominado pelo pecado quem não recebe Jesus comosalvador, porque só Jesus é capaz de tirar o pecado do trono da vida de cadaum.

- “dom inefável”, inefável é aquilo que não se pode explicar com palavras,aqui está se referindo à Graça, pois só se pode entendê-la se vivenciá-la.

2. A graça destrói o reinado da morte.

- “caracterizaram-se pela morte”, devemos sempre considerar dois tipos demorte, a morte física e a morte espiritual. Tanto uma como outra éconsequência do pecado. Nem sempre vem a morte física para os que estãosob o domínio do pecado, porém a morte espiritual é certa.

- “o salário do pecado é a morte”, quer dizer que a morte é o pagamento paratodos os que se deixam dominar pelo pecado.

3. A graça e os efeitos do pecado.

- “nas catástrofes naturais”, enchentes, quedas de barragens, desequilíbrioambiental são frutos da corrupção e da ganância humana.

- “destruiu seu principal trunfo - o poder sobre a morte”, quer dizer que opecado tinha poder de matar, mas com a graça de Cristo esse poder nãopertence ao pecado. Hoje nós cometemos pecado, mas não somos dominadospelo pecado e nem ele pode nos matar. Ainda hoje existem pessoas morrendopela ação do pecado, mas isso ocorre porque rejeitaram a Graça de Jesus.

III - OS FRUTOS DA GRAÇA

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1. A graça liberta.

- “tendes o vosso fruto para santificação”, essa passagem é uma exortação aosque foram libertos, para que produzam frutos para a santificação. Pois desdeaquela época já se lutava contra o evangelho teórico sem prática de devoção.

- “quem comete pecado é escravo do pecado”, essa passagem não deve serentendida ao pé da letra, pois nem todos os que pecam são escravos de fato,veja:

“Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra nãoestá em nós.” 1 Jo 1.10

Devemos entender que o texto de Jo 8.34 está falando daqueles que aceitampecar, que não estão buscando forças em Cristo para se libertar do pecado.

- “o escravo não possuía domínio sobre o seu arbítrio”, quer dizer que opecador não manda em si mesmo.

- “o "pecado não terá domínio sobre nós”, o crente liberto consegue resistir àstentações do pecado, não fica preso, isso é liberdade do pecado.

2. Exigências da graça.

- “vós considerai-vos como mortos para o pecado”, essa é uma exigência daGraça. Precisamos atendê-la e nos afastar do local onde o pecado exercedomínio. O crente que está sempre próximo ao pecado acaba se afeiçoando aele.

3. A graça santifica.

- “justificação”, essa justificação reconcilia a pessoa com Deus, tornando-ajusta diante de Deus. Quando erramos com alguém passamos a estar emdívida com essa pessoa, precisamos nos justificar com ela e às vezes nossaspalavras não são suficientes para nos justificar, então é necessário que outrapessoa interceda por nós ou pague a nossa dívida. Assim fez Cristo com a suamorte na cruz.

- “nos separou para Deus”, passamos a não ser mais do mundo, apesar deestarmos nele.

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- “é conhecido como santificação posicional”, quer dizer que assumimos aposição de sermos salvos em Cristo.

- “Essa é a graça progressiva”, é a santificação que vai operandoprogressivamente em nós.

CONCLUSÃO

- “viver segundo a recomendação de Tito”, na verdade devemos dizer:“segundo a recomendação que Paulo fez a Tito”, pois esse é uma carta quePaulo escreve à Tito.

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LIÇÃO: A VIDA SEGUNDO O ESPÍRITORevista da CPAD – ADULTOS – 2º Trimestre de 2016

TEXTO ÁUREO

“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”Rm 8.16.

VERDADE PRÁTICA

Viver segundo o Espírito Santo significa estar sob o seu domínio e seguir suasorientações.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 8.1-17

1 — Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em CristoJesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.

2 — Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei dopecado e da morte.

3 — Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pelacarne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelopecado condenou o pecado na carne,

4 — para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundoa carne, mas segundo o Espírito.

5 — Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne;mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.

6 — Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vidae paz.

7 — Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não ésujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.

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8 — Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.

9 — Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito deDeus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal nãoé dele.

10 — E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa dopecado, mas o espírito vive por causa da justiça.

11 — E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita emvós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o o vossocorpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita.

12 — De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viversegundo a carne,

13 — porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espíritomortificardes as obras do corpo, vivereis.

14 — Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhosde Deus.

15 — Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardesem temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:Aba, Pai.

16 — O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos deDeus.

17 — E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros deDeus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para quetambém com ele sejamos glorificados.

INTRODUÇÃO

No capítulo sete da Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo apresenta umpequeno esboço do que ele iria tratar no capítulo seguinte. Por todo ocapítulo oito, o apóstolo faz um contraste entre a velha vida, marcada pelopecado e sem condições de se libertar, com a nova vida no poder do Espírito

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Santo, que Cristo nos proporcionou. O que fora impossível à antiga aliança,regida pela Lei, agora se tornou possível graças a uma nova lei — a lei doEspírito de Vida em Cristo Jesus. Por intermédio do Espírito Santo já temosuma visão prévia da alegria que, um dia, viveremos ao lado do Senhor no céu.Temos também a garantia de que, no futuro, desfrutaremos da plenitude dasalvação.

I. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO À LEI DO PECADO (Rm 8.1-4)

1. A enfermidade da lei.

Como pudemos observar no capítulo sete, Paulo exclamou em tomdesesperador quando vê diante de si (e de todos os cristãos) o impiedoso jugodo pecado (Rm 7.24). Esse grito pertence a todos nós. Mas qual era a razãodesse desespero? É necessário entendermos a argumentação do apóstolo emtorno desse assunto. Ele havia dito que todos os homens, quer gentios quergregos, estavam debaixo da condenação do pecado. Mesmo os judeus, a quemfoi confiada à Lei Mosaica, não conseguiram escapar desse cativeiro. E porque não? Porque a Lei, que fora dada para alertar os homens sobre amalignidade do pecado, acabou servindo de instrumento para aguçar o desejode pecar. Dessa forma, a Lei, que era uma coisa boa, acabou por se tornarinoperante diante de outra lei - a lei do pecado e da morte. Assim, a Lei ficoudoente.

2. A cura da cruz.

Ainda no mesmo capítulo sete, já chegando ao seu final, Paulo dá outro grito,agora não mais de desespero, mas de vitória pela graça de Deus revelada napessoa de Jesus Cristo. O seu grito de vitória também é nosso grito (Rm 7.25).A mesma argumentação, agora em sentido oposto pode ser feita. Em vez dogrito de desespero, Paulo dá um brado de vitória. Mas o que ocasionou essegrito de vitória? A resposta está na vida segundo o Espírito relatada emRomanos capitulo oito.

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3. A lei do pecado é revogada.

A lei do pecado e da morte, que havia neutralizado ou tornado ineficaz a Lei,agora foram revogadas pela lei do Espírito da vida. Essa nova lei, muito maispoderosa, porque não operava baseado nas obras da carne, mas no sacrifíciode Jesus, o imaculado Cordeiro de Deus, tornou possível quebrar o jugo daescravidão que a lei do pecado produzia. Agora todos os filhos de Deus podemgozar da liberdade que vem da vida segundo o Espírito.

II. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO À NATUREZA ADÂMICA(Rm 8.5-17)

1. A velha inclinação.

Paulo usa o verbo grego phroneo, traduzido aqui como inclinar, com osentido de colocar a mente em algo. A natureza adâmica, mesmo destronadacontinua requerendo seu antigo lugar. Na carta aos gálatas, Paulo mostra quea carne milita, ou guerreia, contra o Espírito (Gl 5.17). Essa guerra acontecena esfera da mente, quando esta deseja (gr.epithymeo) contra o Espírito.Ainda na epístola aos crentes da Galácia, o apóstolo explica que a carne e oEspírito são duas forças opostas entre si (Gl 5.16,17). Todos os crentes salvos,quer sejam novos convertidos quer não, são objetos dessa inclinação daantiga natureza. Ceder a essa inclinação é ceder à morte (Rm 8.6). Nessainclinação interna da velha natureza, a carne está no comando. Quando acarne assume o controle o Espírito fica de fora.

2. A nova inclinação.

Em oposição à velha natureza adâmica, também denominada de naturezapecaminosa, ou ainda, de “velho homem”, Paulo mostra a inclinação doEspírito. Ele afirma que a inclinação do Espírito produz vida (Rm 8.6). Apalavra grega inclinação, usada aqui por Paulo é phrónēma, cuja raiz vem dephroneo, inclinar. Fica bastante evidente a participação do crente noprocesso da salvação. Ele precisa andar na esfera do Espírito afim de que nãoceda aos desejos da carne. Assim como o crente tem seu papel no processo da

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salvação, escolhendo, ou não, receber a graça de Deus, da mesma forma ele,agora como regenerado em Cristo, também tem a escolha para andar, ou não,no Espírito. Assim como respondemos ao chamado de Deus para a salvação,devemos da mesma forma responder ao chamado de Deus para a santificação.Nessa inclinação da nova criatura em Cristo, o Espírito está por dentro, isto é,no comando, e a carne está por fora. Não está mais no comando, pois foidestronada.

3. A nova filiação.

Essa nova inclinação a qual o apóstolo se referiu só se tornou possível porqueos justificados em Cristo Jesus passaram a ser guiados pelo Espírito de Deus:“Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos deDeus” (Rm 8.14). Esse privilégio, que tornou possível ao crente ser orientadoou guiado pelo Espírito aconteceu porque Deus nos deu a adoção de filhos:“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes emtemor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:Aba, Pai” (Rm 8.15). Como filhos, agora somos habitação do Espírito Santo,que em nosso interior dá testemunho dessa nova filiação recebida (Rm 8.16).

III. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO ENTRE A NOVA ORDEM EA ANTIGA (Rm 8.18-39)

1. A manifestação dos filhos de Deus.

Os versículos 18 a 30 de Romanos 8 mostram a certeza dos crentes quanto aofuturo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempopresente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”(Rm 8.18). Fica evidente que quando o apóstolo falava do futuro, ele tambémcontemplava o passado. O atual estado de coisas mostra os sinais da velhaordem. São marcas que fazem com que a criação tenha gemidos por nãopoder por si mesma removê-las. Por isso ela geme: “Porque sabemos que todaa criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.22).Mas não só ela, nós também que temos as primícias do Espírito também

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gememos (Rm 8.23). A criação quer voltar ao seu estado original e nóstambém. O Espírito Santo sente o nosso drama, sente a nossa angústia etambém geme por nós (Rm 8.26,27). O melhor é saber que em todas as coisasDeus opera para o bem dos que o amam (Rm 8.28). A palavra gregasünergei(de onde vem sinergismo) traduzida em Romanos 8.28 como coopera, mostraque Deus trabalha, com os que o amam, em direção a seu propósito.

2. Provas do grande amor de Deus.

Os versículos 31 a 39 de Romanos 8, são na verdade o fechamento de tudoaquilo que o apóstolo argumentou desde o capítulo cinco. De pecadoresperdidos e sem esperança passamos a filhos de Deus através da justificaçãopela fé. De escravos do pecado passamos ao estado de filhos libertos atravésda obra do Espírito Santo. De membros de uma velha ordem passamos a serparticipantes de uma nova ordem no Espírito.

3. Deus é conosco.

Deus nos ama, nos redimiu em Jesus Cristo do jugo do pecado e está ao nossolado. Paulo afirma que “diremos pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quemserá contra nós?” (Rm 8.31). Paulo demonstra que nesta vida, enquantopermanecermos em Cristo, nada poderá nos separar do amor de Deus. Somoso objeto de seu grande amor.

CONCLUSÃO

A lição de hoje ajuda-nos a compreender que a graça de Deus é realmentesurpreendente. Ela transformou ímpios em santos e nos colocou em um nívelde relacionamento com Deus jamais imaginado pelo seu antigo povo, e agraça de ter o Espírito Santo habitando em nosso interior e o privilégio de serguiado por Ele. Mas não é só isso, agora também somos herdeiros de Deus ecoerdeiros com Cristo. Isso tudo se chama graça.

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LIÇÃO: A NOVA VIDA EM CRISTORevista da CPAD – ADULTOS – 2º Trimestre de 2016

TEXTO ÁUREO

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vossocorpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso cultoracional” Rm 12.1.

VERDADE PRÁTICA

A nova vida em Cristo consiste em viver fervorosamente a vitória da cruz.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 12.1-12

1 — Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vossocorpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso cultoracional.

2 — E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pelarenovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,agradável e perfeita vontade de Deus.

3 — Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que nãosaiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme amedida da fé que Deus repartiu a cada um.

4 — Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos osmembros têm a mesma operação,

5 — assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, masindividualmente somos membros uns dos outros.

6 — De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: seé profecia, seja ela segundo a medida da fé;

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7 — se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;

8 — ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o comliberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, comalegria.

9 — O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.

10 — Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

11 — Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindoao Senhor;

12 — alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai naoração;

INTRODUÇÃO

A conexão entre tudo o que Paulo escreveu anteriormente (capítulos 1 a 11) eo capítulo 12 de Romanos é feita por intermédio do uso da partícula gregaoun, traduzida em português como portanto, pois. Nesse contexto, o usodessa partícula pode se referir a tudo aquilo que o apóstolo havia escritoanteriormente ou pode também se referir àquilo que ele escreveu na seçãoque compreende somente os capítulos 9 a 11. O fato é que esse texto não estáfora de lugar. Paulo havia tratado em detalhes sobre a justificação pela fé ecomo Deus, em sua soberania, tratou com os gentios e judeus nesse processo.Agora ele quer que os crentes tomem consciência de que tudo isso temimplicações práticas na nova vida em Cristo.

I. EM RELAÇÃO A MORDOMIA DA ADORAÇÃO CRISTÃ (Rm 12.1,2)

1. Uma exortação em forma de apelo.

“Rogo-vos”, conforme aparece na versão Almeida Revista e

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Corrigida, traduz o verbo grego parakaleo. Essa palavra tem, no original, osentido de admoestar, encorajar e exortar. Os léxicos destacam que essetermo era usado no contexto militar quando um oficial queria exortar astropas. As palavras introdutórias de Paulo são, portanto, um apelo exortativo.Os crentes deveriam levar em conta tudo o que ele havia ensinado até então eprocurarem se ajustar à nova vida em Cristo. As doutrinas bíblicas, mesmoaquelas mais complexas, não devem promover apenas especulaçõesteológicas, mas fomentar no crente a piedade cristã.

2. Uma palavra concernente ao corpo.

O apóstolo solicita aos crentes romanos [...] “que apresenteis os vossoscorpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso cultoracional” (Rm 12.1). Três coisas são ditas aqui sobre o corpo comoinstrumento de adoração. Em primeiro lugar, o corpo deve ser oferecido emsacrifício. A palavra grega usada aqui pelo apóstolo éthüsia, que significasacrifício ou oferta. O paralelo é feito com o sistema de sacrifícios levítico doAntigo Testamento. Em segundo lugar, esse sacrifício, ao contrário daqueleda Antiga Aliança, deve ser apresentado vivo e não morto. Em terceiro lugar,esse sacrifício deve ser santo. A ideia de algo que foi separado exclusivamentepara o serviço de Deus. Assim fazendo, o crente terá a garantia que estaráagradando a Deus na sua adoração.

3. Uma palavra concernente à mente.

Assim como o nosso corpo deve ser ofertado em sacrifício vivo a Deus, damesma forma a nossa mente também precisa ser (Rm 12.2). Para que aadoração seja verdadeira ela precisa ser realizada por pessoas com a mentetransformada. Essa transformação, como mostra o original metamorphousthe,de onde vem o vocábulo metamorfose, significa ser transformado em nossamais profunda natureza interior.

II. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO DOS DONS (Rm 12.3-8)

1. Exercitá-los com moderação e humildade.

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A palavra dons (gr. charismata) que aparece no versículo 6, é a mesma palavrausada por Paulo em 1 Coríntios 12.4 em referência aos dons espirituais. Omesmo amor de 1 Coríntios 13, que regulamentou o uso dos dons, deve seraqui praticado. Paulo já havia falado muito sobre a graça (gr. charis) e é emnome dessa graça, que a ele foi dada, que pede moderação e humildade namordomia dos dons espirituais. Ninguém que exercitasse os dons espirituaisdeveria achar que era alguma coisa independente da graça. É exatamente issoo que significa o vocábulo grego yperphroneo, traduzido aqui como “pensarde si mesmo além do que convém”.

2. Exercitá-los respeitando sua diversidade.

Paulo lembra aos romanos que a moderação e a humildade sãoindispensáveis no exercício dos dons. Ele também os faz recordar que Deusnão quer exclusivismo no exercício dos dons (Rm 12.4). A individualidadedeve ser respeitada, porque o Espírito usa pessoas, mas o individualismo deveser rejeitado. Os dons são diversos, assim como diversos são os membros docorpo (Rm 12.5). Não existe um corpo formado somente por um membro, damesma forma o Senhor não quer que os dons operem através de uma únicapessoa (Rm 12.6). Todos têm seu lugar no corpo de Cristo.

3. Exercitá-los com esmero e regularidade.

Paulo escreve aqui no contexto de uma igreja local, e não tem a preocupaçãode separar os dons espirituais dos dons ministeriais. Aqui, os crentes, quersejam leigos quer sejam clérigos, são convidados à prática dos donsespirituais (Rm 12.6-8). Os dons, portanto, devem ser exercidos comdedicação e regularidade. Eles são dádivas de Deus e precisam serdesempenhados no contexto da igreja.

III. EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA DAS VIRTUDES CRISTÃS (Rm12.9-21)

1. Exercitar o amor.

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Socialmente a palavra amor está muito desgastada e quase sempre éassociada apenas a sentimentos. Todavia, não é esse o significado de ágapeno Novo Testamento. O amor cristão é algo que brota de dentro, do caráter deuma pessoa regenerada e passa a moldar o seu comportamento (Rm 12.9,10).Dessa forma, o amor jamais pode ser algo fingido, isto é, praticado comhipocrisia. Ele é algo autêntico. Vê o outro antes de si mesmo.

2. Exercitar o serviço cristão.

Paulo aconselha os crentes em Roma a viverem a vida cristã com intensidade.Nada de apatia ou vagarosidade: “Não sejais vagarosos no cuidado; sedefervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A palavra vagarosostraduz o termo grego okneros, que possui também o sentido de preguiçoso,descuidado e indolente. Ser fervoroso não significa ser fanático, mas seralcançado pela graça e andar segundo ela. A expressão “no espírito” tantopode estar no caso locativo grego, significando nosso espírito humano, comono instrumental, se referindo ao Espírito Santo. Independentemente do casoque Paulo tenha usado, o sentido é do Espírito Santo incendiando a vida docristão fervoroso.

3. Exercitar a resistência ao mal.

Fechando essa seção, o apóstolo aconselha: “Não te deixes vencer do mal,mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21). Em Romanos, encontramos oapóstolo Paulo se referindo ao mal (gr. kakos) quatorze vezes. Em Romanos7.19,21, ele apresentou esse mal como sendo sinônimo da natureza adâmicapecaminosa e má, que quer conduzir o crente a fazer aquilo que eledesaprova. Essa é a razão da guerra interior. Em Atos 16.28 Paulo fala dessemal como um dano irreparável que uma pessoa pode causar a si mesma. Aquiesse mal aparece como uma força oposta ao bem, que procura impedir o vivercristão vitorioso. A recomendação bíblica é: “vença o mal com o bem”.

CONCLUSÃO

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Nesta lição aprendemos que o capítulo 12 de Romanos forma um conjunto deexortações a respeito do viver a nova vida em Cristo. Como observamos, essasexortações estão relacionadas a vários aspectos do viver cristão e envolvem amordomia da adoração cristã, onde é mostrado o valor do corpo e da menteno serviço de Deus. Atenção é dada à mordomia dos dons espirituais, ondePaulo combate a apatia e o individualismo. A Igreja é o corpo de Cristo ecomo corpo ela deve viver. Por último o apóstolo exorta a respeito doexercício das virtudes cristãs, destacando a prática do viver cristão vitorioso.

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LIÇÃO: JESUS CRISTO:Verdadeiro homem, verdadeiro Deus

Lições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos1º Trimestre de 2008

Comentarista: Esequias Soares Data: 20 de Janeiro de 2008

TEXTO ÁUREO

“Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobretodos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.5).

VERDADE PRÁTICA

Assim como é heresia negar a divindade de Cristo, também é heresia negar-lhe a humanidade. A natureza divina e a humana estão juntas na pessoaúnica de Jesus Cristo.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Is 9.6 – Os cinco nomes do Messias

Terça - Jr 23.5,6 – A divindade do Renovo de Davi

Quarta - 1 Tm 2.5 – Jesus é o verdadeiro homem

Quinta - Cl 2.9 – Jesus é o verdadeiro Deus em toda a sua plenitude

Sexta - 1 Jo 5.20 – Jesus é o verdadeiro Deus e a vida eterna

Sábado - Mt 1.23 – Jesus é o Deus em forma humana

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 1.1-7

1 - Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para oevangelho de Deus,

2 - o qual antes havia prometido pelos seus profetas nas Santas Escrituras,

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3 - acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,

4 - declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pelaressurreição dos mortos - Jesus Cristo, nosso Senhor,

5 - pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entretodas as gentes pelo seu nome,

6 - entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.

7 - A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graçae paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

INTERAÇÃO

Professor, nesta aula enfatize a verdade de que em Jesus havia duasnaturezas: a divina e a humana. Porém, afirme aos alunos que essas duasnaturezas não implicam duas personalidades ou pessoas. As naturezas divinae humana coexistem com suas diferenças, mantendo suas característicaspeculiares em uma mesma pessoa. Assim, Jesus é perfeito em divindade eperfeito em humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Descrever as duas naturezas de Cristo.

Contestar as heresias cristológicas.

Explicar a união das duas naturezas.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, o Novo Testamento assevera em diversos textos a humanidade deJesus (Mt 1.18,20; 21.18; 26.37). Acerca dessa verdade não há qualquer dúvidaseja entre os evangélicos seja entre os não-cristãos. Já a sua deidade é umtema muito debatido. Portanto, para ratificar a divindade do Senhor usecomo exemplo a expressão sagrada “Eu Sou” de Êx 3.15. Nenhum judeu emqualquer época a empregou referindo-se a si mesmo. Porém, Jesus a utilizou

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várias vezes para designar-se Deus, o eterno Eu Sou. Antes de ministrar alição faça uma pesquisa a respeito do termo hebraico YHWH e de seucorrespondente grego “Eu Sou”. Use a tabela abaixo a fim de que seus alunoscomprovem o uso da expressão “Ego Eimi”, isto é, “Eu Sou”.

OITO DECLARAÇÕES DE JESUS ACERCA DA SUA DIVINDADE

Pão da Vida: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35,48; 6.51; 12.46).

Luz do Mundo: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12).

Eu sou: “Eu sou” (Jo 8.18,23,24,28,58; 13.19).

A Porta: “Eu sou a porta” (Jo 10.7,9).

O Bom Pastor: “Eu sou o bom Pastor” (Jo 10.11,14)

A Ressurreição e a Vida: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25)

O Caminho, Verdade e Vida: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo14.6)

Videira Verdadeira: “Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15.1,5)

COMENTÁRIO

Introdução

Palavra Chave: União Hipostática Expressão teológica que descreve a→perfeita união entre as naturezas divina e humana na Pessoa única de Jesus.

Esta lição fala das duas naturezas de Cristo: a humana e a divina. Jesus viveuentre nós, empregando as qualificações e características humanas, exceto opecado. Como Deus, Ele manifestou todo o seu poder e glória. Ele é o Eterno everdadeiro Deus, e ao mesmo tempo, verdadeiro e perfeito homem, algodesconhecido na raça humana devido à Queda no Éden.

I. A NATUREZA HUMANA DE JESUS

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1. “Nasceu da descendência de Davi segundo a carne” (v.3). Essa expressão,usada amiúde por Paulo, revela a identificação de Jesus com a humanidade.

O apóstolo empregou o termo “carne” com esse mesmo sentido em Romanos9.5. Era conveniente que Jesus viesse ao mundo como homem; se assim nãofora, não poderia sofrer e, por conseguinte, ser o Salvador da humanidade (Hb2.17). Além disso, a Bíblia mostra a humanidade de Jesus, inclusive sualinhagem (Sl 22.22; Fp 2.6-11; 1 Tm 2.5; 2 Tm 2.8). Sua genealogia encontra-se em Mateus 1.1-17 e Lucas 3.2-38.

2. Características humanas. Os Evangelhos revelam que Jesus possuíaatributos próprios do ser humano.

Embora gerado por ato sobrenatural do Espírito Santo, o Mestre nascera deuma mulher (Mt 1.18,20; Lc 1.35) e teve irmãos e irmãs (Mt 12.47; 13.55-56).Sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 21.18; Mc 4.38; Jo 4.6; 19.28). Sofreu,chorou, angustiou-se (Mt 26.37; Lc 19.41; Hb 13.12) e, por fim, passou pelaagonia da morte.

Mas, ressuscitou glorioso, poderoso e triunfante ao terceiro dia (1 Co 15.3,4).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Embora gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo, Jesus possuía todosos atributos humanos, exceto o pecado: sentiu sono, fome, sede e cansaço.

II. A NATUREZA DIVINA DE JESUS

1. Explícita na declaração “Filho de Deus” (v.4). A expressão “Filho de Deus”,conforme vimos na lição passada, é uma das revelações da divindade de Jesus(Jo 5.18, 10.33-36).

O Senhor Jesus declarou “ser um com o Pai”; isso significa ser o mesmo Deuse não a mesma pessoa (Jo 10.30).

A divindade de Cristo é ensinada em toda a Bíblia de maneira direta: “e oVerbo era Deus” (Jo 1.1), “este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20)e, também, através dos seus atributos divinos, tais como onipresença,

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onipotência, onisciência, eternidade entre outros (Mt 18.20; 28.18; Jo 21.17;Hb 13.8).

2. Explícita em seu ministério terreno. Jesus nunca disse “eu acho”, “eupenso”, “eu suponho”; jamais afirmou não poder resolver este ou aqueleproblema. Para o Mestre, não há impossível. Jesus não somente declarou serDeus, mas revelou suas qualidades divinas, demonstrando seu poder sobre anatureza, o pecado, as enfermidades, o inferno, e a morte.

Os Evangelhos estão repletos de suas manifestações divinas e sobrenaturais(Lc 24.19; At 2.22) Claro exemplo disso é o fato de Jesus ter perdoado ospecados do paralítico de Cafarnaum (Lc 5.21,24) e, por diversas vezes, terrecebido adoração (Mt 8.2; 9.18; Jo 9.38). Ele afirmou ser o grande “Eu Sou”:“antes que Abraão existisse, eu sou” (Êx 3.14; Jo 8.58).

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A natureza divina de Jesus é comprovada pelo seu extraordinário ministérioterreno, seus nomes e títulos, e por suas incontestáveis declaraçõesexplícitas.

III. PRINCIPAIS HERESIAS SOBRE AS NATUREZAS DE JESUS

1. Gnosticismo. Os gnósticos deram muito trabalho às igrejas dos temposapostólicos. Seu pior período ocorreu em 135-160 d.C. Seus ensinamentosnão passavam de enxertos das filosofias pagãs nas doutrinas cristãs maisimportantes. Eles negavam o cristianismo histórico, afirmando que o SenhorJesus jamais teve um corpo como o nosso. Segundo eles, o corpo de Cristoexistia apenas aparentemente.

A Bíblia é incisiva: “O Verbo se fez carne” (Jo 1.14); “todo o espírito que nãoconfessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus” (1 Jo 4.3). É bomlembrar que os escritos de João são do final do primeiro século e compostosna cidade de Éfeso, então capital da Ásia Menor, onde surgiu o gnosticismo.

2. Apolinarismo. Apolinário, bispo de Laodicéia, nasceu em 310 d.C. e morreuem 392. Ele afirmava que Jesus não tinha espírito humano porque, em sua

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encarnação, o “Logos” ocupou o lugar da alma. Afirmou ainda que, quem põeem Cristo sua confiança como homem, destitui-se de racionalidade e torna-se indigno de salvação. Essa doutrina contraria a ortodoxia bíblica, pois aPalavra de Deus afirma que o Senhor Jesus é o verdadeiro homem (1 Tm 2.5).Em Hebreus 2.14,17,18; 4.15, as Escrituras declaram que a humanidade deJesus é igual à nossa, exceto quanto ao pecado: “Pelo que convinha que, emtudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumosacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque,naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que sãotentados”.

3. Monofisismo. Trata-se da falsa doutrina que afirma haver apenas umaúnica natureza em Cristo: só a divina ou divina e humana amalgamadas. Ouseja: mista. Assim, Jesus teria uma natureza híbrida; nem totalmente Deusnem totalmente homem. Todavia, a Bíblia ensina que o verdadeiro Deus veioao mundo como um verdadeiro homem. Sendo homem, podia fazer areconciliação pelos homens; sendo Deus, a sua reconciliação torna-seinfinitamente valiosa.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O gnosticismo, apolinarismo e monofisismo são heresias históricas que seopuseram à doutrina das duas naturezas divinas de Cristo.

IV. A UNIÃO DAS DUAS NATUREZAS DE JESUS

1. O perfeito homem e o perfeito Deus. Convém ressaltar que Jesus não émetade Deus nem metade homem. Ele é o perfeito homem Jesus Cristo (1 Tm2.5), e o perfeito Deus, em toda a plenitude “porque nele habitacorporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9).

2. O kenoticismo. A doutrina kenótica diz que Jesus não era Deus quandoesteve aqui na Terra. Afirmam isso, por interpretarem erroneamente, em Fp2.7, o termo “aniquilou-se”, ou “esvaziou-se”, concernente a Cristo. Esse“esvaziamento”, porém, não é de sua divindade, mas de sua glória. Jesusjamais “deixou no céu” a sua divindade para recuperá-la depois. É impossível

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a nós, seres frágeis, mortais e pecadores, encontrar nas Escrituras Sagradas alinha divisória entre a divindade e a humanidade de Jesus; trata-se de ummistério oculto aos seres humanos (1 Tm 3.16; Rm 9.20; Jó 9.3-14)

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

Ao contrário do que afirma o kenoticismo, as naturezas divina e humana deJesus coexistem com suas diferenças, mantendo suas característicaspeculiares na pessoa única de Jesus: Ele é perfeito em humanidade e deidade.

CONCLUSÃO

Assim como é herético negar a divindade de Cristo, da mesma forma o énegar a sua humanidade. Devemos reconhecer e defender a ortodoxia bíblicaa respeito das duas naturezas de Jesus, pois, Ele é verdadeiro homem everdadeiro Deus.

VOCABULÁRIO

Amalgamar: Reunir, misturar, mesclar.

Amiúde: Repetidas vezes; repetidamente; freqüentemente.

Enxerto: Aquilo que se insere ou coloca.

Sínodo: Assembléia de bispos do mundo inteiro.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

COHEN, A. C. Vida terrena de Jesus. 4.ed., RJ: CPAD, 2000.

SOARES, E. Manual de apologética cristã. RJ: CPAD, 2002.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Teológico

“EU SOU

A Bíblia diz que somente o Deus Jeová, de Israel, é ‘Eu Sou’ (Dt 32.39). O textohebraico diz Ani Hu, ‘eu [sou] ele’, e aparece também em Isaías 41.4; 43.10;

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46.4; 52.6. A Septuaginta traduziu essa expressão por ego eimi, ‘Eu sou’, amesma usada em João 8.58. Mesmo o texto hebraico do Novo Testamentotraduz João 8.58 por Ani Hu. O ‘Eu Sou’ de Êxodos 3.14 é ehyeh, em hebraico,Ehyeh Asher Ehyeh, ou seja, ‘Eu Sou O Que Sou’. A Septuaginta traduziu essaexpressão por Ego Eimi ho On, ou seja, ‘Eu Sou o Ser’. Convém ainda salientarque o verbo ‘ser’ está desprovido de tempo, não encerrando, portanto, a ideiatemporal. Com isso, Jesus está afirmando que é Eterno. O conceito de temponesse texto recai sobre a palavra prin, que se traduz por ‘antes’, e o acentuadocontraste entre os verbos gregos ‘existisse’ (genesthai) e eu ‘sou’ (eimi) mostraque mesmo antes de Abraão existir Jesus já existia eternamente [...]

Portanto, o nome ‘Jeová’ procede do verbo ‘ser’. A expressão ‘EU SOU O QUESOU’ revela o caráter e a natureza de Deus como o Ser que tem existênciaprópria, que é imutável e que causa todas as coisas, logo, o que existe por simesmo: aquele que é, que era e o que há de vir, o Eterno. O Senhor Jesus temesse mesmo atributo, porque Ele é Deus igual ao Pai”. (SOARES, E. Manual deapologética cristã. RJ: CPAD, 2002, pp.104-5.)

APLICAÇÃO PESSOAL

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14a). Com essas magistraispalavras o discípulo amado sintetizou o mistério da encarnação e dasnaturezas divina e humana coexistindo na pessoa única de Cristo. Jesus éDeus, o Verbo, mas também é homem, pois “se fez carne e habitou entre nós”.Quão profundo é o mistério da encarnação de Cristo Jesus! O Verbo, que, semdeixar de ser Deus, se fez homem (Fp 2.6,7); o Rico que se tornou pobre (2 Co8.9); o Santo que abraçou a maldição da cruz (Cl 3.13); o Rei que semanifestou como servo (Fp 2.7), o Exaltado que “humilhou-se a si mesmo”(Fp 2.8). Como podes viver enclausurado na pequenez dos teus problemas?Acaso não sabes que o nosso Senhor Jesus Cristo, “sendo rico, por amor devós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis” (2 Co 8.9).Levanta-te! Ergue a cabeça, a graça de Jesus te sustenta!

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LIÇÃO: A GRAÇA DE DEUSLição Juvenis – CPAD – Queda e Redenção

Lição 8 – A graça de Deus

Por que a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens. Tito 2:11

Objetivos:

Diferenciar a graça de Deus da sua misericórdia e justiça

Expor o alcance da Graça de Deus estimular os alunos a exultarem pelo privilégio de serem alcançados pela graça

Segunda – Hebreus 4:16 O trono da Graça

Terça – Romanos 3:24 Deus nos aceita pela graça

Quarta – Gálatas 4:5 Decaídos da Graça

Quinta – Atos 15:11; Tito 2:11 A graça alcança a todos

Sexta – Efésios 2:5 Salvos pela graça

Sábado – Romano 5:2 Pela fé alcançamos a graça

Leitura bíblica em classe: Romanos 6:1-7

Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja maisabundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, comoviveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados emJesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultadoscom ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortospela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque,

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se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte,também o seremos na da sua ressurreição; Sabendo isto: que o nosso velhohomem foi com ele crucificado para que o corpo do pecado seja desfeito, afim de que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto estájustificado do pecado.

Sintetizando:

Decifrar a graça como um todo é um grande desafio desde seu conceito até oseu alcance, sua força e seus aparentes dilemas. Por outro lado, é maravilhosoperceber como Deus nos ama inefavelmente. Isso é graça. Um favor imerecidoda parte de Deus, que permite ao homem existir (comum) e, por outro lado,abre-nos o caminho para nos relacionarmos com Ele (especial). A graça é umpresente inefável, que justifica o injustificável, que salva o odioso, que perdoao imperdoável e dá vida ao moribundo. Jesus é a graça de Deus!

Introdução

O conceito e os contornos sobre a graça de Deus são realmente muitoimportantes, pois ela é a base da nossa salvação: “pela graça sois salvos”Efésios 22:8. A graça é uma peculiaridade do cristianismo. Não existe emnenhum outro credo religioso. Somente com sacrifício do Redentor é possíveljustificar o homem sem antes matá-lo. A graça de Deus nos salva da morte,nos livra do pecado, e nos confere a condição de servos de Deus, assumindo anossa fraqueza.

I - A GRAÇA DE DEUS

1 - O que é a graça?

É um favor imerecido de Deus para humanidade. Por causa da Graça de Deus,a vida ainda existe na terra. No Éden, a humanidade quebrou o pacto comDeus. E, virar as costas para Deus, é se tornar mau, pois Deus é o bem

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Supremo (Marcos 10:18). Assim, nós seres humanos decidimos ser inimigosde Deus (Tiago 4:4). Deveríamos, então, ser aniquilados... Isso é justo, já quea vida está exclusivamente em Deus. Paulo disse que, em Deus, nós “vivemos,nos movemos e existimos” (Atos 17:28) Então, merecemos a morte porquecom o pecado ficamos afastado do Senhor (Romanos 3:23). Deus não destruiua raça humana... Por quê? Por causa da sua graça!

2 - Graça x misericórdia

Há uma maravilhosa distinção entre a graça e a misericórdia. Embora elasandam de mãos dadas. A misericórdia se manifesta quando Deus não nostrata como merecemos. Deus deixa de fazer algo. É um ato omissivo de Deus.Por exemplo, Paulo, por misericórdia, não foi morto por Deus quandoperseguia os cristãos. Graça, porém, é quando Deus nos trata como nãomerecemos. Deus age. É, portanto, um ato comissivo de Deus. Paulo, porcausa da graça, foi chamado por Deus para ser apóstolo.

3 - Graça x justiça

A graça é o antídoto criado pela justiça de Deus, para aplacar a própriaJustiça do Criador. Pelas leis humanas, ninguém pode cumprir uma pena emlugar de outra pessoa. Pela justiça divina, entretanto, Deus admitiu asubstituição. Está escrito: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-semaldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for penduradono Madeiro” (Gálatas 3:13). Assim, Jesus cumpriu as regras da justiça de Deus,oferecendo a graça para sermos salvos. Na verdade, Deus salvou-nos para Elee por Ele. Ou seja, o Deus da justiça e também o Deus da Graça. “Tudo É dEle,por Ele e para Ele, glória, pois, a Ele...” (Romanos 11:36).

II O ALCANCE DA GRAÇA

1 – Graça comum

Jesus disse que deveríamos amar os inimigos, porque Deus, igualmente, “fazque o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos einjustos” (Mateus 5:45). Isso é graça comum. Paulo disse, também, que Deus,

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sem nenhum merecimento, enche o coração dos homens de alegria (Atos14:17). Percebe-se, com isso, que o Senhor dá sentido às pessoas paraviverem. Tudo o que temos de bom são dádivas recebidas de Deus, por causada sua graça. Por outro lado, todos os nossos males são frutos das nossasescolhas equivocadas, pois Deus somente nos dá o que é bom. Assim, por suagraça, ele faz os homens sentirem alegria, amor, paz, oferece eles percepçãoentre o certo e o errado, etc. De outra maneira, não haveria vida sobre a terra.A graça comum mantém, portanto, além do fôlego de vida, a qualidade daexistência dos homens.

2 – Graça especial

É um favor imerecido de Deus, que mana do sacrifício de Jesus na cruz doCalvário. Por ela, Deus salve justifica o pecador tornando o filho de Deus(João 11:12; Efésios 2:8-9). A graça, quando absorvida, também nos fazmorrer e ressuscitar com o redentor (Romanos 6:3-5) e então passamos a teruma nova vida. Assim, libertos da escravidão do pecado, pela graça especialconcedida por Deus, não teremos mais, sobre nós, o poder do pecado; ou seja,o pecado não nos dominará (Romanos 6:14). Essa graça “nos fez agradáveis asi [Deus] no Amado [Jesus]” (Efésios 1:6). Ou seja, não nos tornamosagradáveis a Deus por nossos méritos, mas pela graça de Jesus, o nossoamado Salvador. Por tal motivo, não existem diferentes graduações do amorde Deus pelos homens. O Senhor nos ama igual, profunda eextraordinariamente, por causa de Cristo. O mais fraco dos discípulos é tãoagradável a Deus como aquele que é o mais espiritual. A graça não fazacepção de pessoas (Atos 10:34).

III OS GRANDES DILEMAS

1 – A grande aparente contradição

A Bíblia diz que Deus odeia o fato de um culpado ser declarado inocente(Provérbios 17:15). Como, então, Deus pode perdoar o pecador? A graça salvao arrependido da Justiça? A situação jurídica do homem, sem o sacrifício de

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Jesus, seria terrível. A morte fulminaria o pecador instantaneamente. Assim,como Deus é justo, Ele não poderia simplesmente perdoar o ímpio. Eleprecisava satisfazer, antes, sua justiça. Está escrito que “Cristo padeceu umavez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado,na verdade na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1 Pedro 3:18). Quem, alémde Deus quem além do Deus Encarnado, poderia suportar a sua ira? Deusesmagou a Si próprio, por causa do pecado (Isaías 53:10).

2 – Um questionamento

Como o sofrimento e a morte de um homem, numa cruz, pode ser capaz desalvar toda a humanidade do inferno? A redenção que Jesus realizou, na cruz,não foi um ato de força, mais um ato de justiça. Não foi a quantidade dosofrimento, mas a qualidade daquEle que sofria, que trouxe a redenção. Eleera o único inocente, entre todos os homens de todos os tempos. A justiça deDeus exigia o sacrifício de um homem perfeito e puro, para apaziguar a iraSanta de Deus – esse era o preço da Redenção. O que fazer, então, já quetodos os homens nascem com o gérmen do pecado original? Somente umaintervenção sobrenatural de Deus poderia resolver o problema. E issoaconteceu. O Deus Encarnado, que é o único mediador entre o Pai e oshomens, ofereceu sem sacrifício. No alto do Gólgota, Jesus deu o brado: “EstáConsumado” (João 19:30).

IV VIVENDO O TEMPO DA GRAÇA

1 – Graça onde é encontrada?

A graça só pode ser encontrada no Cristianismo genuíno. Em nenhum outrolugar, há a ideia de ser beneficiado por Deus, sem fazer absolutamente nada.Se alguém buscar os dogmas de quaisquer outras religiões, encontrarásempre uma relação de mérito para se conseguir bençãos. No cristianismo,porém, a salvação é dada gratuitamente, isto é, “não pelas obras, para queninguém se glorie” (Ef 2:9). O Evangelho da Graça justifica quem errou econdena o homem sem fé, mesmo que ele tenha boas obras.

2 – Graça: existe desde quando?

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Sem a graça, Adão e Eva teriam sido mortos instantaneamente no Éden, apósa Queda. Sob esse prisma, pode se dizer que a existência é um milagre, umato redentor. Dessa forma, tudo o que existe é um ato da graça. A graça,portanto, é anterior à Queda e também à criação (1 Pedro 1:18-20).

3 – E agora como viveremos?

Paulo fez essa pergunta e ele mesmo ofereceu a resposta em Romanos 6:1-2.Devemos sempre escolher o bem. Usar o dom da graça a favor do plano deDeus, e não o contrário: a favor do reino, a favor da Vida, a favor das pessoas,a favor da família, a favor da Igreja. Esse é o projeto daquEle que criou todasas coisas, e que as sustenta.

PARA CONCLUIR

Como vimos, a humanidade, pela sua rebeldia, deveria, com base no Rigor dalei de Deus, ser punida com o extermínio. Isto é deixar de existir. Deus,porém, nos perdoou, graciosamente por nosso pecado indesculpável. Essanoção deve permear todo o nosso relacionamento com o Criador. Jesus dissea Paulo que a graça era tudo do que ele precisava (2 Coríntios 12:9). Quepresente extraordinário! Em gratidão a Deus, por tão grande amor, devemosusar o dom da vida para servi-Lo.

SUBSÍDIO 1

O retrato de um indigente

O retrato que Paulo faz de nós não é nada atrativo. Nós éramos incapazes deajudar a nós mesmos, vivendo contra Deus, pecadores e inimigos de Deus(Romanos 5:6,8,10). Quais são as pessoas por quem Cristo morreu? Oterapeuta familiar, Paul Faulkner, conta do homem que resolveu adotar umaadolescente problemática. Alguém questionaria a lógica do pai. A menina eradestrutiva, desobediente e desonesta. Um dia, ela veio da escola para casa evirou tudo à procura de dinheiro. Quando ele chegou, ela já se fora e a casaestava de pernas para o ar. Ao saber do fato, os amigos insistiram com elepara que não finalizasse a adoção. “Deixe-a ir”, aconselharam, “afinal ela nãoé realmente sua filha”. A resposta dele foi simples: “Sim, eu sei, mas eu disse

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a ela que era.” Deus também fez um acordo para adotar o seu povo e seupacto não é invalidado por nossa rebelião. Uma coisa é amar-nos quandosomos fortes, obedientes, acordados, porém, e quando vasculhamos a casa eroubamos o que é dele. Esta é a prova do amor de Deus. E Deus passa naprova. “Mas, Deus prova seu amor para conosco em que Cristo morreu pornós sendo nós ainda pecadores” Romanos 5:8 (Max Lucado, Nas garras daGraça)

SUBSÍDIO 2

Graça: o conceito de graça é multiforme e sujeito a dobramentos nasescrituras. Mas, foi somente com a vinda de Cristo que a graça assumiu seusignificado pleno. O seu autossacrifício é a graça propriamente dita. Estagraça é absolutamente gratuita (2 Coríntios 8:9; Romanos 6:14, 15:15-18;Efésios 1:7, 2:8-9). Quando recebida pelo crente, ela governa sua vidaespiritual compondo favor sobre favor, ela capacita fortalece e controla todasas fases da vida (2 Coríntios 8:6-7; Colossenses 4:6; 2 Tessalonicenses 2: 16; 2Timóteo 2:1). Consequentemente, o cristão dá graças “charis” a Deus pelasriquezas da Graça em seu dom inefável (2 Coríntios 9:15). O apóstolo Paulofoi o principal instrumento humano para transmitir o pleno significado dagraça em Cristo. O Novo Testamento oferece a graça a todos, ao contrário doAntigo Testamento que geralmente restringia a oferta da Graça ao povo eleitode Deus, Israel. A graça em sua mais completa definição é o favor imerecidode Deus ao nos dar seu Filho, que oferece a salvação a todos, e dá àqueles queo recebem como Salvador pessoal uma graça acrescentada para esta vida euma esperança para o futuro. A graça provê a justificação (Romanos 3:24), acapacitação (Colossenses 1:29), uma nova posição (1 Pedro 2:5-9) e umaherança (Efésios 1:3,14). - Dicionário Bíblico Wycliffe

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LIÇÃO: COMPLEXO DE CULPA:O Tormento da Alma HumanaREVISTA DA EDITORA BETEL – Lição Nº 8

TEXTO ÁUREO“E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dadoum espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear,a fim de não me exaltar.” 2 Co 12.7

VERDADE APLICADANão se pode permitir que acontecimentos anteriores à conversão continuempunindo o Homem, uma vez que já somos purificados pelo sangue de Jesus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2Co 12.6 - Porque, se quiser gloriar-me, não serei néscio, porque direi averdade; mas deixo isso, para que ninguém cuide de mim mais do que emmim vê ou de mim ouve.2Co 12.7 - E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para meesbofetear, a fim de não me exaltar.2Co 12.8 - Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse demim.2Co 12.9 - E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder seaperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhasfraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

INTRODUÇÃOEsta lição irá abordar um tema recorrente no meio da Igreja: complexo deculpa. Esta é uma das enfermidades da alma que mais atinge o povo de Deus.Muitos de nós, devido a uma vida pregressa mergulhada no pecado, têmdentro de si motivos para achar-se responsável por algo ocorrido no passado.O que resulta numa constante cobrança interna, prejudicando odesenvolvimento e o bem estar da vida cristã. No entanto, à luz da Palavra deDeus, o homem encontra refrigério quando, através do arrependimento,supera o sentimento de culpa que o atormentava.

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1. Arrependimento, uma decisão necessária.Em muitos casos, é possível observar que nem todos os indivíduosconseguem passar pelo processo de arrependimento. Há casos em que,mesmo identificando o mal cometido, o sujeito não chega aoarrependimento, agindo como se nada houvesse acontecido. Tornam-sesituações preocupantes quando a pessoa passa a nutrir contra si mesmasentimentos negativos relacionados com o complexo, resultando em umamágoa tão profunda contra si que produzirá um sintoma semelhante ao dedepressão, gerando a sensação de vazio ou, muitas vezes, de perda por não tertomado a atitude no momento oportuno. O primeiro passo para superar osentimento de cupa é reconhecer o erro (Pv 28.13).

1.1. Como age a culpa?O sentimento de culpa atinge drasticamente as emoções do homem (SI38.18). O indivíduo sofre com uma dor extrema que acomete diretamente aalma. Por isso relacionamos esse tipo de complexo à enfermidade da alma.Tal sentimento leva, muitas vezes, a incapacidade do indivíduo de sentir-secompletamente feliz, fazendo-o crer que jamais se livrará deste sentimento(ISm 1.15a) e, consequentemente, estará fadado a viver uma vida miserável,já que a culpa não o permite se esquecer do seu pecado (Is 59.12).

1.2. Inerte ao arrependimentoEm casos de inércia ao arrependimento, o indivíduo não demonstra que searrependeu pelo que fez ou deixou de fazer. No entanto carrega em si umador extrema que faz com que ele não se esqueça da atitude tomada. Emboranão tenha arrependido, a culpa produz uma série de sentimentosdesagradáveis, o que acaba caracterizando o complexo de culpa (l Rs 21.27).

1.3. Peculiaridades importantes do complexo de culpaBiblicamente podemos destacar dois tipos de reações que o ser humanoapresenta em relação ao complexo de culpa: a primeira reação é aquela queproduz arrependimento, diz respeito à culpa Teológica. Trata-se da convicçãode ter cometido pecado contra Deus, se seguida de confissão, produz alívio econduz à vida e à salvação (Mt 11.28-29). A segunda reação é aquela queproduz remorso (Mt 27.3), diz respeito à culpa antropológica (humana).Trata-se de uma decepção profunda em que o ser humano nutre um medoincontrolável de não conseguir mudar a realidade resultante de seus atos eatitudes (Mt 27.4). Levando-o a enfrentar sentimentos desagradáveis depesar, vergonha, tristeza e autocondenação.

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2. Detectando o complexo de culpaEm muitos casos, pode não parecer que um sentimento ou uma tristezacaracterize algo grave, contudo, qualquer tipo de interferência em nossocomportamento natural deve ser levado em conta. Ao sentir-se frustrado porum motivo aparentemente fútil, o indivíduo pode ser acometido de gravesconsequências.

2.1. O complexo em PauloNo caso do Apóstolo Paulo, ele buscou, em Deus, o perdão pelos seus atosanteriores. A sua conversão ficou como um exemplo claro de que, se nosvoltarmos ao Senhor para fazer a sua vontade, teremos os nossos pecadoscompletamente esquecidos por Ele (Hb 8.12). Para tanto, é fundamental quesaiamos da nossa idiossincrasia e caminhemos em direção à verdade para quea Palavra se cumpra em nós (lJo 1.7) “Mas, se andarmos na luz, como ele naluz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seuFilho, nos purifica de todo o pecado.”

2.2. O relato de PauloAo nos mostrar a sua angústia (2Co 12.7) o Apóstolo demonstra que seencontrava, como podemos dizer, em um “beco sem saída”. Ao serconfrontado por aqueles a quem chamava de emissário de Satanás, Paulo nãoesconde o seu sentimento de culpa ao reconhecê-la como um espinho nacarne em relação ao que cometeu no seu passado tenebroso (At 8.1 e 3). Apersonalidade forte do, então, líder dos perseguidores dos cristãos fazia deleum homem cruel capaz de realizar as piores de todas perversidades comaqueles que mais tarde se tomariam seus irmãos. Um fato importante e quedeve ser observado é que Paulo teve o seu chamado direcionado aos gentios(Rm 11.13-14), no entanto sabemos que isso não tirou dele o desejo dealcançar os seus irmãos judeus, os quais com maior intensidade perseguiaquando alguns deles se convertiam ao cristianismo (At 7.58).

2.3. O espinho na carneAs lembranças das maldades cometidas feriam intensamente Paulo, causandonele uma dor intensa e profunda como que se um espinho o estivesse ferindo,podemos aqui exemplificar as palavras do emissário de Satanás em seuataque ao Apóstolo. “Veja só, agora fica aí dando uma de bom moço,pregando a esse Jesus, andando lado a lado desse povo que se diz povoescolhido. Já se esqueceu de que fostes um dos maiores algozes deles?” Estas

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palavras certamente causavam-lhe uma tremenda dor, pois lhe traziam alembrança dos seus atos cometidos no passado, reforçando, assim, o seucomplexo de culpa. Paulo tinha certeza de que o Senhor lhe havia perdoadotodo pecado, todavia sua alma continuava sofrendo sempre que lhe eralançado em rosto os seus feitos. A atitude de Paulo foi, após orar, contar atodos o que acontecia em seu interior e, assim, expulsar os maus sentimentosde sua vida (Tg 5.16a).

3. Ação de Cristo JesusA história de Paulo nos mostra como Jesus age na vida de quem Ele tem umpropósito. Às vezes, podemos pensar que o Senhor não está respondendo àsnossas orações, no entanto vemos Paulo nos contando que já havia oradoalgumas vezes sobre esse problema e a resposta foi “a minha Graça te basta”(2Co 12.9). Não sabemos se essa era a resposta por que ele esperava, contudoo que sabemos é que no momento levou-o a uma importante conclusão ereflexão: a Graça é suficiente para nos curar de todos os males, porque ésuperior a qualquer culpa (Rm 5.20).

3.1. A ação do Espírito SantoA resposta vinda do Senhor levou o apóstolo a entender que o fato de sentirculpa pelos atos do passado não o deveria afastar do convívio com os seusirmãos e muito menos o tirar do centro da vontade de Deus (2Co 12.12). Deusqueria que ele fizesse a obra a ele destinada. O reconhecimento, por suaparte, de que, na sua fraqueza, era fortalecido pelo Espírito fez com quesentisse força para lutar contra o seu complexo de culpa. A vitória de Paulofica clara quando declara que o seu viver é Cristo e que não temia a morte,pois a sua morte era vitória para vida eterna (Fp 1.21) a certeza do Apóstolodava-lhe a plena convicção que o seu ministério haveria de ser aprovado peloMestre. “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

3.2. O poder aperfeiçoadoAgora de posse do poder de Cristo, Paulo segue adiante com o propósito deDeus traçado para sua vida, o resgate de muitos para o Reino dos Céus (2Col2.15). Ironicamente a culpa que lhe era imposta pelas lembranças trazidas asua mente pelo emissário de Satanás agora funcionava como combustívelpara realização de seu trabalho em prol do Reino de Deus.

3.3. Como o Espírito Santo nos capacita

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Paulo continua nos mostrando que tinha consciência de que suas obras eramimportantes para o crescimento da igreja (2Co 12.11b), no entanto reconhecetambém que essas obras eram de inteira responsabilidade do Espírito Santoque agia em sua vida. Paulo, ainda, esclarece que o fato de permitir que oEspírito o usasse, tornava-o, em muitas situações, mais eficiente narealização daquilo que se havia proposto a fazer. A comunhão restabelecidaentre o, agora, Ministro de Deus e o Criador foi determinante na aquisição dacura do complexo que ele carregava, permitindo-lhe total libertação de suaslembranças indesejadas para uma maior eficácia do seu ministério.

CONCLUSÃOAo orar por três vezes ao Senhor, Paulo estava tentando obter uma respostado Criador por que não conseguia se livrar das lembranças que oatormentavam, ao receber a resposta “minha Graça te basta”, percebeu que játinha tudo que precisava para realização da obra de Deus. Isso nos mostraque a Graça é suficiente para nos livrar de todo e qualquer mal que possaafligir a alma.

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LIÇÃO: ALEGRIA: O fruto da graçaLições Bíblicas CPAD – Jovens e Adultos1º Trimestre de 2005Título: O Fruto do Espírito — A plenitude de Cristo na vida do crenteComentarista: Antonio Gilberto | Data: 23 de Janeiro de 2005 TEXTO ÁUREO“Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo regozijai-vos” (Fp 4.4). VERDADE PRÁTICAO fruto da alegria é manifestado mediante a ação do Espírito no interior docrente e independe das circunstâncias. LEITURA DIÁRIASegunda — Rm 14.17 O fruto da alegria procede do Espírito SantoTerça — 2Co 8.2 Alegria na tribulaçãoQuarta — Hb 1.9 O fruto da alegria na vida de CristoQuinta — Cl 1.11 O fruto da alegria opera junto à paciência e àlonganimidadeSexta — Rm 12.8 O fruto da alegria coopera com o dom da misericórdiaSábado — 1Pe 1.6-8 O fruto da alegria supera as tristezas da tentação LEITURA BÍBLICA EM CLASSE João 16.20-2420 — Na verdade, na verdade vos digo que vós chorastes e vos lamentareis, e omundo se alegrará, e vós estareis tristes; mas a vossa tristeza se converteráem alegria.21 — A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada asua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já se não lembra da aflição,pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.22 — Assim também vós, agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vosverei, e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria, ninguém vo-la tirará.23 — E, naquele dia, nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digoque tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar.24 — Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que avossa alegria se cumpra.

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PONTO DE CONTATOProfessor, esta lição trata da alegria. Entretanto, não se refere a umcontentamento passageiro como aquele que se adquire numa premiação ounos divertimentos. Esta alegria é fruto da graça de Deus e da habitação doEspírito Santo no crente. É espiritual, presente em toda e qualquercircunstância. Lembra-se de Paulo e Silas na prisão (At 16)? O que osmotivava a adorar próximo à meia-noite depois de serem açoitados? O frutoda alegria!Muitos crentes não encontram motivos para se alegrarem porque possuemum conceito distorcido da alegria espiritual. Nesta lição, procure demonstrara seus alunos que este fruto independe das situações, pois procede do próprioDeus. OBJETIVOSApós esta aula, o aluno deverá estar apto a:Definir a alegria como fruto do Espírito.Descrever as fontes da alegria cristã.Relacionar biblicamente o sofrimento com a alegria. SÍNTESE TEXTUALO texto da lição bíblica é um recorte de um dos últimos diálogos de Jesus comseus discípulos. O Mestre vê diante de si o Gólgota, a cruz, os espinhos, oescárnio, a solidão (v.32), e consequentemente a aflição dos discípulos pelasua morte. O tema dos versículos 20-24 (alegria) é uma réplica à tristeza dosdiscípulos em 16.6: “Antes, porque isso vos tenho dito, o vosso coração seencheu de tristeza”. Entretanto, o desalento dos discípulos receberia o devidoconsolo: “Não vos deixarei órfãos [...] rogarei ao Pai, e ele vos dará outroConsolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16,18). A alegriamencionada por Cristo neste capítulo de João procede do Espírito Santo. Osatributos da alegria espiritual incluem: alegria frutificadora (v.21), alegriainterior (v.22), alegria perene (v.22), alegria plena (v.24). A tristeza dosdiscípulos resultou da morte e paixão de Cristo, mas a alegria, do poder daressurreição. Na morte do Messias, os homens se alegraram, enquanto osdiscípulos se entristeceram, no entanto, na sua ressurreição a tristeza destesse converteu em alegria (v.20). Cristo vive! Esta é a razão pela qual o santogozo do cristão não pode ser abalado. ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

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Professor, para esta lição, precisaremos de cinco tiras de cartolina, cortadasem tamanho decrescente, para formar cinco degraus. Cada um dos degrausrepresentará os subtópicos que descrevem As Fontes de Alegria Espiritual. Àmedida que for ministrando, afixe cada uma dessas tiras, uma posposta aoutra, até o último tópico. Ao final da exposição, será formado uma escadaque conduz a plena Alegria Espiritual. Sobre a base do último degrau façacom cartolina uma abóbada escrita Alegria Espiritual. Use uma cartolina parafazer a cobertura. Utilize este recurso quando este tópico da lição forministrado. COMENTÁRIOINTRODUÇÃOPalavra Chave Gozo inefável: Consiste na alegria como um mistério divino→indizível, acima da compreensão humana. Nesta lição, descobriremos que o fruto da alegria é desenvolvido em nós peloEspírito Santo ao reconhecermos nossa posição em Cristo; enquanto vemosDeus agir por nosso intermédio e à nossa volta; e ao antevermos nosso futuroglorioso com Ele na eternidade. Veremos também que há forte relação entre osofrimento e a alegria na vida do crente. A alegria ou gozo não é apenasproduto do Espírito Santo, mas parte de sua natureza, de modo que, estarcheio do Espírito é também estar alegre! I. A ALEGRIA SEGUNDO A BÍBLIA

1. Definição. Em Gálatas 5.22, a palavra alegria (ou gozo) é tradução dapalavra original chara. Este termo bíblico não significa alegria provenientedas coisas terrenas, mas, do exemplar relacionamento com Deus. É mais quefelicidade momentânea. A alegria, como fruto do Espírito, é uma qualidade depleno prazer, e independe das circunstâncias, ou seja, é constante emqualquer situação, quer boa, quer crítica, porquanto está fundamentada emDeus.2. O fundamento da alegria. O apóstolo Paulo escreveu aos filipenses aepístola conhecida como “A Carta da Alegria”. Duas vezes, no quarto capítulo,Paulo declarou ter aprendido a viver contente em qualquer situação (Fp4.11,12). Naquele momento, o apóstolo dos gentios estava na prisãoesperando seu julgamento. Qual era a fonte de sua satisfação? Como poderiaestar contente diante da falta de liberdade? Era o Espírito Santo que produzia

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em Paulo o fruto da alegria. Seu prazer estava fundamentado em Cristo, e nãonas circunstâncias ou no bem-estar físico.3. Melhor que felicidade. A alegria, como fruto do Espírito, não depende dascircunstâncias exteriores. Ela permanece até nas dificuldades, porque édesenvolvida no interior do crente pelo Espírito Santo. Isto foi reconhecidopor Paulo ao escrever aos tessalonicenses (1Ts 1.6).Esta virtude é infinitamente melhor que a felicidade oferecida pelo mundo, éo que apóstolo Pedro chamou de “gozo inefável e glorioso” (1Pe 1.8); está àparte de todos os níveis de contentamento puramente humanos. É resultadoda fé em Deus (Rm 15.13). II. AS FONTES DE ALEGRIA ESPIRITUAL Quando Deus é o manancial de nossa alegria, nada consegue reduzi-la! É umasatisfação perene e abundante, uma vez que se origina nEle.A seguir, consideraremos algumas fontes de alegria espiritual.1. A salvação. No momento em que uma pessoa recebe o perdão de seuspecados, é como se o peso do mundo inteiro lhe fosse tirado dos ombros.Jesus, ao entrar em nosso coração, traz alegria inefável. Maria se alegrou aoser escolhida como instrumento de Deus para Cristo vir ao mundo (Lc 1.46-49). 0 próprio nascimento do Salvador foi motivo de celebração (Lc 2.10-14).Em muitos salmos, Davi expressou alegria por sua salvação (Sl 13.5; 31.7;32.11; 35.9).2. Os atos poderosos de Deus. Ao longo do Antigo Testamento, observamos oTodo-Poderoso agindo em pessoas que o amavam e o serviam. Deus atuou emnosso benefício, ao preservar a nação de Israel, na qual nasceria o Messias, eao entregar o seu único Filho como remissão por nossos pecados. Ele operougrandes maravilhas no passado e ainda hoje, pelo poder do Espírito Santo,convence o homem do pecado, leva-o ao arrependimento, honra a pregaçãoda sua Palavra, batiza com o Espírito Santo, supre as necessidades, cura asenfermidades etc. Tudo isso alegra sobremaneira nosso coração.3. O Espírito Santo. A alegria é produto do Espírito Santo, cuja morada é ointerior do crente. Faz parte da própria natureza do Espírito! Esta virtude eracaracterística dos crentes da igreja primitiva. Por quê? Em razão de seremcheios do Espírito. Eles poderiam sentir-se desanimados, ou amedrontados,ou solitários. No entanto, haviam aprendido que, em qualquer situação, aalegria proveniente do Espírito tornava-se em fonte de força, ajudando-os atranspor as adversidades.

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4. A Presença de Deus. O próprio Deus é a fonte de toda a alegria (Lc 1.47; Fp4.4). Na presença do Senhor encontramos esta gloriosa virtude (Sl 16.11). EmJoão 20.20, lemos que os discípulos alegraram-se ao verem o Senhor. Ir à casado Senhor é motivo de alegria (Sl 122.1).5. A bênção de Deus. A bênção de Deus resulta em alegria (Sl 126.3). Confiarem Deus traz contentamento, porque conscientizamo-nos de sua suficiênciapara suprir todas as nossas necessidades (Fp 4.19). Além disso, alegramo-nosao vermos nossos irmãos serem abençoados (1Ts 3.9). III. O SOFRIMENTO E A ALEGRIA ESPIRITUAL 1. A Relação entre o sofrimento e a alegria. Há forte vínculo entre esses doisestados. Segundo as Bem-Aventuranças de Jesus, haverá o dia em que Deusrecompensará os que, por amá-lo, suportaram as injustiças do mundo (Mt5.3-11). Muitas passagens bíblicas associam sofrimento à alegria (1Ts 1.6; Hb10.34; Tg 1.2; 5.11; 1Pe 4.13).Note que, nelas, a alegria está relacionada à esperança do cristão, a qual estábaseada em sua futura glória no céu — o prêmio para os que vencerem asprovas e tentações desta vida.2. O sofrimento e a alegria nos primórdios da Igreja. Em virtude daobediência à ordenança do Mestre para proclamar o evangelho, os cristãosprimitivos enfrentaram muitas perseguições. Entretanto, esta situação nãolhes tirava a alegria! Em Atos 13, vemos que os discípulos estavam sendoperseguidos e forçados a deixar a cidade na qual estavam pregando as BoasNovas. Não obstante, no versículo 52, lemos: “E os discípulos estavam cheiosde alegria e do Espírito Santo”. Esse comportamento pode ser observado emvárias passagens de Atos (5.41; 16.25).3. A alegria de Jesus no sofrimento. Em Mateus 26.30, Jesus sabia que estavadefronte da sombra do Getsêmani e do Calvário, os quais denotavamsofrimento, vergonha e morte. Contudo, cantou com os discípulos depois decelebrar a última Páscoa. Como ele podia se alegrar nesta situação? Porqueestava cheio do Espírito Santo. Sempre que me sinto desanimado, lembro-mede Jesus, o qual suportou os momentos difíceis sem perder de vista suasperspectivas (Hb 12.2,3). IV. OS OBSTÁCULOS À ALEGRIA ESPIRITUAL 1. Desânimo e dúvidas. Pessoas desanimadas e tristes perdem o entusiasmopela vida, a vontade de trabalhar; só lamentam e choram (Sl 137). Os

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discípulos de Emaús estavam tão tristes, que nem sequer reconheceram oMestre enquanto permanecia junto deles (Lc 24.16). O mesmo sucedeu àMaria Madalena na manhã da ressurreição (Jo 20.15).2. Tudo que impede nosso relacionamento com Deus. A amargura, oressentimento, a falta de amor, os desejos errôneos, enfim, as obras da carneroubam-nos a alegria do Senhor. No entanto, se mantivermos constantecomunhão com o Senhor, seu Espírito será a nossa fonte de santa alegria. V. OS RESULTADOS DA ALEGRIA ESPIRITUAL Mediante a alegria gerada pelo Espírito Santo, benditos resultados acontecemem nossa vida. As mudanças produzidas pelo Espírito de Deus no caráter sãopercebidas em nossas reações às circunstâncias e nos relacionamentosinterpessoais.1. Rosto radiante. Já observou aqueles crentes cujo rosto resplandece dealegria? Não nos sentimos felizes por estar perto deles? A face e ocomportamento das pessoas refletem seus sentimentos internos, o que existeno profundo de seu coração. O cristão cheio de alegria do Espírito conseguetransmiti-la facilmente em sua aparência exterior (Pv 15.13).2. Cântico de alegria. Um coração grato e alegre expressa-se com cânticos elouvores ao Senhor (Sl 149; At 16.25). Assim como Paulo ensinou à igrejaprimitiva, o crente cheio do Espírito expressa sua alegria através dos hinosespirituais (Ef 5.18b-20).3. Força divina. A alegria do Senhor converteu-se em força na vida deNeemias, e deu-lhe coragem para reconstruir Jerusalém (Ne 8.10). Estavirtude encoraja o povo de Deus hoje a prosseguir em sua difícil jornada,porquanto resulta em força divina. CONCLUSÃO Você já experimentou os resultados da alegria no Senhor? Você tem um rostoradiante, um cântico de louvor e a força divina? Podemos ter a plenitude daalegria, descrita nesta lição, mediante a habitação do Espírito Santo em nossocoração. Se tivermos a alegria do Espírito em abundância, enfrentaremosqualquer circunstância! Cultive este fruto, e compartilhe sua alegria comoutros. VOCABULÁRIOContentamento: Alegria; satisfação; prazer.

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Perene: Que dura para sempre; durável; imperecível.Transpor: Passar além; ultrapassar; exceder.Vínculo: Ligação; união; relação. BIBLIOGRAFIA SUGERIDASILVA, Severino Pedro da. A existência e a pessoa do Espírito Santo. CPAD,1996. AUXÍLIOS SUPLEMENTARESSubsídio Teológico“Algumas versões da Bíblia traduzem gozo por alegria sendo esta a felicidadeque o crente desfruta no Espírito Santo. O termo grego aqui é chara. O termocharis, traduzido em português por graça, vem da mesma raiz. Charis, a partirde Homero, passou a significar aquilo que promove bem-estar entre oshomens. Como atributo do Espírito Santo, a alegria é uma qualidadeimplantada na alma que teve um encontro com o Deus de toda graça, e visauma vida de regozijo e de agradecimento ao Senhor. Paulo recomenda aoscristãos filipenses que sejam agradecidos e cheios de regozijo: ‘Regozijai-vossempre no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos’ (Fp 4.4).‘Está alguém contente? Cante louvores’ (Tg 5.13). O desejo de Deus é ver seusfilhos cantando com graça no coração (Cl 3.16). Nas Escrituras, a alegriatrazia força e até saúde ao povo de Deus (Ne 8.10; Pv 17.22). A alegria cristã,portanto, não é uma emoção artificial. Antes, é uma ação do Espírito Santono coração humano, para que este venha a conhecer que o Senhor Deus estáno seu trono, e que tudo neste mundo submete-se ao seu controle, atémesmo onde a experiência pessoal está envolvida” (SILVA, Severino Pedro da.A existência e a pessoa do Espírito Santo. RJ: CPAD, 1996, pp.136-7).

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DEVOCIONAIS

Por Charles H. Spurgeon

“A minha graça te basta” (2Coríntios 12:9)

Se nenhum dos santos de Deus fosse humilhado e sujeito às provações, não

conheceríamos tão bem nem metade das consolações da graça divina.

Quando encontramos um andarilho que não tem onde reclinar a cabeça, mas

que pode dizer: "mesmo assim confiarei", ou quando vemos um pobre

necessitado de pão e água que ainda se gloria em Jesus; quando vemos uma

viúva enlutada assolada por aflições e ainda tendo fé em Cristo, oh! que

honra isto reflete no evangelho. A graça de Deus é exemplificada e

engrandecida na pobreza e nas provações dos crentes. Os santos resistem a

todo desalento, crendo que todas as coisas cooperam para o seu bem, e que,

entre todas as coisas aparentemente ruins afinal florescerá uma verdadeira

bênção – que, ou seu Deus operará um rápido livramento, ou, com toda

certeza, os sustentará na provação, enquanto assim Lhe aprouver. Esta

paciência dos santos prova o poder da graça divina. Há um farol em alto-mar:

a noite está calma – não posso dizer se sua estrutura é sólida ou não; a

tempestade precisa desabar sobre ele, e só assim saberei se continuará em pé.

Assim é com a obra do Espírito Santo: se ela não fosse cercada por águas

tempestuosas em muitas ocasiões, não saberíamos que é forte e verdadeira;

se os ventos não soprassem sobre ela, não saberíamos o quanto é firme e

segura. As obras-primas de Deus são aqueles homens que permanecem

firmes, inabaláveis, em meio às dificuldades:

"Calmo em meio ao choro transtornado

Confiante na vitória."

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Aquele quer quer glorificar seu Deus deve ter em conta o enfrentar muitas

provações. Nenhum homem pode ser reconhecido diante do Senhor a menos

que suas lutas sejam muitas. Se, então, o teu for um caminho atribulado,

regozija-te nele, pois mostrarás o teu melhor diante da toda suficiente graça

de Deus. Quanto a Ele falhar contigo, jamais penses nisto – odeia este

pensamento. O Deus que foi suficiente até agora, o será até o fim.

Graça e Glória

Por Charles Haddon Spurgeon

"O Senhor dará graça e glória". (Salmos 84:11)

Benevolência é Jeová em Sua natureza; dar é Seu deleite. Seus dons são

imensuravelmente preciosos, e eles são tão livremente dados como a luz do

sol. Ele dá graça para Seu eleito porque Ele o quer, para Seu redimido por

causa de Seu concerto, para o chamado devido à Sua promessa, para os

crentes porque eles a procuram, para os pecadores porque eles necessitam

dela. Ele dá graça abundantemente, oportunamente, constantemente,

voluntariamente, soberanamente; aumentando duas vezes o valor da dádiva

pela maneira de sua concessão. Graça em todas as suas formas, Ele

livremente rende ao Seu povo: confortando, preservando, santificando,

dirigindo, instruindo, assistindo graça, Ele generosamente derrama em suas

almas sem cessar, e Ele sempre o fará, não importa o que possa acontecer.

Doenças podem suceder, mas o Senhor dará graça; pobreza pode por um

acaso nos sobrevir, mas a graça certamente suprirá; a morte deve vir, mas a

graça acenderá uma candeia na hora sombria. Leitor, quão abençoado é, a

medida que os anos vão passando, e as folhagens começam novamente a cair,

deleitar em uma promessa tão imarcescível como esta, “O Senhor dará graça”.

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A pequena conjunção “e” neste versículo é um diamante cravado, atando o

presente com o futuro: graça e glória sempre caminharão juntos. Deus os têm

casado, e ninguém pode divorciá-los. O Senhor nunca irá negar glória à alma

para qual Ele tem dado livremente o viver sob Sua graça; de fato, glória nada

mais é do que graça em seu vestido do Dia do Senhor, graça em completa

florescência, graça como frutos de outono, suaves e perfeitos. Quão presto

podemos ter glória, ninguém pode contar ! Pode ser que, antes deste mês de

Outubro passar, veremos a Cidade Santa; porém, seja o intervalo longo ou

curto, seremos glorificados dentro em breve. Glória, a glória do céu, a glória

da eternidade, a glória de Jesus, a glória do Pai, o Senhor certamente dará aos

Seus escolhidos.

Oh, extraordinária promessa de um Deus fiel!

Duas argolas douradas de uma corrente celestial: O que possui graça

certamente ganhará glória.

A GRAÇA

Por Billy Graham

A graça de Deus, muito simplesmente, é misericórdia e bondade de Deus para

conosco. Alguns chamam "favor imerecido ou imerecida de Deus" - e é o que

é: Deus a misericórdia e bondade para conosco, para quem não merecia.

Se não fosse pela graça de Deus, você e eu não seria capaz de viver nem por

mais um minuto. A graça de Deus nos sustenta cada momento do dia, e sem

Sua graça, não poderia mesmo existir. Achamos que temos controle de nossas

vidas, mas se não fosse pela graça de Deus, nós nem sequer estaríamos vivo.

Por quê? A razão é porque nós merecemos nada menos que julgamento e

morte. Ignoramos Deus e viramos as costas para Ele e se nos recusamos a

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viver da maneira que Ele quer – então por que mesmo Ele se preocuparia

conosco? A Bíblia adverte: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”

(Hebreus 10:31). E, no entanto, apesar do nosso pecado e rebelião, Deus ainda

nos ama e nos sustenta, por sua graça.

Mas a graça de Deus é vista de uma forma muito maior em Cristo. Nós

merecemos morrer pelos nossos pecados, mas em Sua graça, Deus enviou o

Seu Filho ao mundo para morrer em nosso lugar. Agora em Sua graça Ele

livremente nos oferece o dom da salvação através da fé em Cristo. A Bíblia

diz: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é

dom de Deus” (Efésios 2: 8). Você já recebeu o dom da salvação de Deus,

convidando Cristo para sua vida? Oro para que você o faça hoje.

O favor imerecido de Deus

Por Billy Graham

“Porque pela graça sois salvos...” Efésios 2: 8

“Graça”, segundo o dicionário, é o favor imerecido de Deus para com a

humanidade. A palavra “graça” é usada mais de 170 vezes no Novo

Testamento sozinho. A graça não é comprada. É um dom gratuito do Deus

Todo-Poderoso para a humanidade carente. Quando eu imagino Jesus Cristo

morrendo na cruz, vejo o dom gratuito da graça de Deus em Cristo

reconciliando consigo o mundo a si mesmo. Eu canto com o compositor,

“Maravilhosa graça que perdido me encontrou

Estando cego pude ver, cristo me resgatou...”

Sua mente humana, com a sua filosofia de troca de favores, dificilmente

compreenderia o significado completo desta graça de Deus. Mas quando você

pegar, por inspiração de Deus, o seu pleno significado, você vai deixar os

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limites do raciocínio humano e se deleitar com as riquezas espirituais da

verdade divina e privilégio.

Sim, a graça de Deus é uma realidade. Milhares tentaram, testaram e

provaram que é mais do que um credo frio, uma doutrina dócil, ou uma teoria

tediosa. A graça de Deus foi testada em muitas experiências humanas, e foi

achada acima de que qualquer problema e pecado da humanidade.

“E não entres em juízo com o teu servo,

porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.”

Salmos 143:2

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EVANGELIZAÇÃO PESSOALPor Josias Moura

1. Algumas recomendações especiais Para os evangelizadores novatos

Se você encontrar dificuldades ou não conseguir se lembrar dos pontos do

plano de salvação, que estudamos, não desista. A mensagem que você está

levando aos homens é muito poderosa e não depende da sabedoria humana.

Faça o seguinte:

Fale o que você sabe sobre Jesus.

Recheie suas palavras com testemunhos de bênçãos que você ou

alguém da sua família ou algum conhecido recebeu de Jesus.

Entregue alguma literatura evangelística: um folheto, um evangelho, um

novo testamento ou até mesmo uma Bíblia.

Convide essa pessoa para visitar uma igreja evangélica.

Se for possível, ofereça-se para acompanhá-la até a igreja no dia de culto ou,

então, forneça-lhe o endereço de forma bastante clara.

Em qualquer situação, trate bem a pessoa que você está evangelizando.

Pergunte-lhe o nome e chame-a sempre pelo seu nome. Não faça rodeios,

apresente claramente a Palavra de Deus, poupando o seu tempo e o tempo do

seu ouvinte.

2. Como iniciar e manter contato com a pessoa.

Ao chegar numa casa, identifique-se e diga que você deseja deixar um convite

especial para a pessoa. Informe que haverá um culto evangelístico na Igreja,

se tiver um folheto deixe-o com a pessoa, pergunte se a pessoa tem tempo

disponível para ir.

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Quando falar com alguém sobre o Evangelho, não faça um discurso. Se você

permitir que a pessoa fale o que pensa, ela se sentirá melhor. Procure manter

um diálogo. Leia uma passagem bíblica, faça um breve comentário, apresente

o seu testemunho pessoal, sempre dando tempo para que ela possa entender

o que você disse. Mostre-se interessado no que ela quer falar. Lembre-se,

quem convence é o Espírito Santo através da palavra pregada. Mantenha-se

firme na mensagem a ser entregue mas não force o seu ouvinte.

2.1 Podemos inciar um contato com uma pessoa por meio de:

Assuntos Comuns: Faça perguntas ou comentários rápidos sobre assuntos do

dia: trânsito, temperatura, clima, notícias políticas ou econômicas, tomando

o cuidado para não criar polêmicas. Assuntos relativos a Vida Familiar:

Procure saber como se constitui a família dessa pessoa: pais, filhos, etc. Fale

também de sua família, de modo a deixá-la à vontade para perguntar.

Assuntos sobre a vida profissional: onde trabalha, se é empregado, se

trabalha por conta própria. Assuntos relacionados a Vida Espiritual: Procure

conhecer quais crenças ou religiões a pessoa segue. Não despreze a fé dela.

Lembre-se de que sua missão é levar a Salvação no nome de Jesus e não

condenar o seu modo de viver ou de crer.

NO MOMENTO OPORTUNO APRESENTE O PLANO DE SALVAÇÃO

2.2 Após expor o plano de salvação, faça o apelo.

Estando certo que a pessoa ouviu e entendeu o Evangelho, aproveite o

momento e lhe ofereça Jesus, pedindo-lhe que se decida por aceitar Jesus em

seu coração. Se ela não entender, explique-lhe que “aceitar Jesus” quer dizer

reconhecer que é um pecador, que não pode encontrar-se com Deus nessa

situação, que deseja ser salvo, que crê que Jesus morreu na cruz em seu lugar,

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que crê que Jesus pode perdoar todos os seus pecados e que deseja seguir a

Jesus por todos os dias de sua vida.

2.3 Em seguida incentive a pessoa a ir a culto evangélico

Informe ao novo convertido os dias e horários dos cultos e o endereço da sua

igreja ou da igreja mais próxima. Se possível, vá com ele ao primeiro culto e o

apresente ao pastor da igreja, o qual, com certeza, cuidará da sua

introdução no corpo de membros e o iniciar no discipulado.

Na tarefa de evangelização pessoal, na maioria das vezes, você terá de ir ao

lugar onde as pessoas se encontram. Assim como Jesus disse e fez: buscar e

salvar o perdido. Na direção do Espírito Santo, você poderá visitar prisões,

hospitais, locais de trabalho e lares. Em cada lugar você deverá respeitar os

seus costumes e normas. E também precisa manter uma atitude que faça você

agradável para a pessoa visitada, de modo que não haja nenhum

impedimento para ela ouvir o Evangelho.

3. Orientações relativas às visitas. Tomando como exemplo o lar,

provavelmente o lugar onde se realiza mais visitas para evangelização,

seguem algumas recomendações.

EQUIPE PARA VISITAS

Duas pessoas são suficientes para a visita num lar. Para evitar

constrangimentos, o evangelizador somente irá sozinho se no lar houver

pessoas do mesmo sexo. Por exemplo, o homem somente irá sozinho visitar o

lar de uma mulher, se lá também estiver o seu esposo, irmão ou pai. Para

visitar pessoas que vivem sozinhas recomenda-se que a equipe tenha

evangelizadores dos dois sexos.

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Na entrada do lar

Na porta, você deverá se apresentar, dizendo seu nome, a sua igreja e a sua

função. Se estiver acompanhado, faça a mesma apresentação das pessoas

que estiverem com você. Espere o visitado lhe convidar para entrar. Ao

entrar, agradeça-o com palavras como “obrigado” ou “com licença”.

Marque horário

Antes de visitar o lar, marque o dia e a hora para permitir que a pessoa se

prepare com antecedência. Se a visita não tiver sido marcada, tome cuidado

para que você não se torne um incômodo. Se a visita se tornar desagradável,

com certeza bloqueará a pessoa para receber a Palavra de Deus. Caso a pessoa

visitada tenha outro compromisso naquele momento, como visita de

parentes, alguma tarefa importante no lar ou um lazer que ela gosta muito,

peça-lhe desculpas e marque outro dia e hora.

Dentro do Lar

Não se mostre curioso em observar os móveis e as condições do lar, a não

ser que você ache necessário fazer, de modo sincero, algum elogio, por

exemplo: “este sofá é mais confortável que o meu!” ou “que quadro bonito!”.

Nunca altere as atividades no lar, como: desligar tv/rádio, baixar volume,

fechar cortinas e janelas, juntar cadeiras. Quando uma dessas coisas for

realmente necessária, peça educadamente para que a pessoa visitada o faça.

Ao sentar

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Procure sentar-se perto da pessoa a ser evangelizada. Assim você poderá

mostrar-lhe na Bíblia o texto que está lendo e também poderá pedir-lhe para

que o leia.

O motivo da sua visita

Mantenha-se alerta para não se desviar dos motivos da visita. Você está ali

para falar do Salvador Jesus, para anunciar as boas novas de uma vida eterna

na presença de Deus. Evite outros assuntos, a não ser que, quando falar deles,

possa descontrair a pessoa visitada e assim torná-la mais disposta para ouvir

o Evangelho.

Não esqueça:

Alguns cuidados ajudarão você, tais como:

• Não demore muito no lar visitado,

• Mas, também, não se mostre apressado,

• Deixe alguma literatura (por exemplo: folhetos),

• Convide a pessoa para visitar a igreja,

• Forneça o endereço da igreja e o horário dos cultos,

• Agradeça, gentilmente, a oportunidade de ter sido recebido no lar, e

• Procure marcar outro dia e hora para retornar.

Disponível em: https://josiasmoura.wordpress.com/2010/01/22/parte-03-

curso-basico-de-evangelismo-pessoal-ministrado-no-culto-de-doutrina-

pelo-pr-josias-moura/

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O FINAL DE TODAS AS COISAS:Esperança e glória para os salvos

Lição 7: As Bodas do Cordeiro

TEXTO ÁUREO

“E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia dasbodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”(Ap 19.9).

VERDADE PRÁTICA

Nas Bodas do Cordeiro todos os salvos em Jesus Cristo estarão reunidos eviverão para sempre com o Senhor.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Lc 22.30 – Todos os salvos se assentarão à mesa com Jesus

Terça — Ap 5.9 – Jesus comprou homens e mulheres de todas as nações

Quarta — Ap 22.14 – Bem-aventurados os que lavaram suas vestes no sanguedo Cordeiro

Quinta — 1Ts 4.17 – Os crentes que estiverem vivos na vinda de Jesus serãoarrebatados

Sexta — 1Ts 5.23 – Que o Deus de paz nos santifique em tudo até a vinda deseu Filho

Sábado — Lc 13.29 – Os salvos virão de todos os lados para estarem à mesa noReino de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Mateus 22.1-14.

1 — Então, Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas,dizendo:

2 — O Reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas deseu filho.

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3 — E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estesnão quiseram vir.

4 — Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis quetenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo jápronto; vinde às bodas.

5 — Porém eles, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, e outro parao seu negócio;

6 — e, os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.

7 — E o rei, tendo notícias disso, encolerizou-se, e, enviando os seusexércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.

8 — Então, disse aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas osconvidados não eram dignos.

9 — Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas a todos os queencontrardes.

10 — E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantosencontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial ficou cheia deconvidados.

11 — E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que nãoestava trajado com veste nupcial.

12 — E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E eleemudeceu.

13 — Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.

14 — Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.

OBJETIVO GERAL

Saber que todos os salvos em Jesus Cristo estarão reunidos nas Bodas doCordeiro..

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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· I. Mostrar o que será as Bodas do Cordeiro;

· II. Explicar as consequências da rejeição ao convite do Cordeiro;

· III. Compreender que somente a Noiva do Cordeiro se assentará à mesa doRei.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Na lição de hoje estudaremos a respeito do glorioso encontro da Igreja, aNoiva de Cristo, com o seu Noivo. Este encontro é chamado de Bodas doCordeiro, e somente os salvos em Jesus Cristo poderão participar. As Bodas doCordeiro será a conclusão do maior Plano Redentivo da história dahumanidade, onde todos os salvos vão ter a honra de se assentar à mesa doRei. Neste mundo cruel, muitos crentes sofrem escárnio, zombaria, rejeição eaté morrem por não negar a sua fé, mas vale a pena ser fiel ao Senhor e sepreparar para as Bodas do Cordeiro, quando ali seremos honrados pelo Noivo.Incentive seus alunos a permanecerem fiéis ao Noivo, pois devido àinfidelidade de alguns, muitos estão abandonando a Noiva de Cristo. OSenhor Jesus nos ama e jamais nos decepcionará. Que você e seus alunosvenham olhar para Ele, pois em breve virá nos buscar e nos assentaremos àsua mesa.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Após galardoar seus servos fiéis, no seu Tribunal, Jesus conduzirá a Igreja àsmansões celestiais, onde será servida a grande Ceia do Senhor. Na lição dehoje estudaremos este evento glorioso. Veremos que os salvos de todos oslugares da Terra, em todos os tempos, ao longo da História, estarão reunidos,sob os olhares dos milhões de anjos, querubins, serafins e demais serescelestiais, participando da celebração do maior evento do universo.

PONTO CENTRAL

Todos os salvos em Jesus Cristo vão participar das Bodas do Cordeiro.

I. AS BODAS DO CORDEIRO

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1. O que será? Será o encontro glorioso, já nos céus, entre Cristo e sua Igrejaamada: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindassão as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). Oschamados “casamentos do século” nem de longe podem comparar-se àsBodas do Cordeiro. Jesus previu esse acontecimento: “E eu vos destino oReino, como meu Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa nomeu Reino” (Lc 22.29,30). Na visão do Apocalipse, João teve o privilégio deregistrar o anúncio do grande acontecimento, que marcará para sempre aunião entre Cristo e sua Igreja.

2. Quem poderá participar destas bodas? Todos os salvos em Jesus Cristo.João viu a multidão incalculável de remidos por Cristo que estarão com Elenos céus (Ap 5.11). A Noiva do Cordeiro (a Igreja) é composta dos cristãosverdadeiros e dos crentes de todas as épocas.

3. Quem ficará de fora deste glorioso evento? A Palavra de Deus nos asseguraque ficarão de fora todos os que não se mantiveram fiéis e puros até a voltade Jesus, porém, Apocalipse 22.15 apresenta uma relação, mais detalhada,dos que ficarão de fora das Bodas do Cordeiro. Não poderão participar: “oscães, os feiticeiros e os que se prostituem, e os homicidas, os idólatras equalquer que ama e comete a mentira” (Ap 22.12-15). A palavra “cães” é vistatambém em Filipenses 3.2 com o mesmo sentido. Os “cães” sãoprovavelmente os maus obreiros, aqueles que “matam”, dispersam eexploram as ovelhas do Senhor Jesus. Quanto à prostituição, o termo pode sereferir tanto à venda do corpo quanto a qualquer tipo de relação sexual ilícita.Deus criou o sexo e estabeleceu leis imutáveis. Na Bíblia, temos essespreceitos em vários textos como em Mateus 5.32; 15.19; 19.9 (relaçõesilícitas); 1 Coríntios 5.1 (fornicação); 6.18; 7.2 (impureza); Apocalipse 17.2(devassidão). As Escrituras Sagradas hoje nos advertem: “Que vos abstenhaisda prostituição”.

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

As Bodas do Cordeiro será o encontro glorioso do Senhor Jesus Cristo com asua Noiva.

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SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“A Bíblia descreve muitos casamentos. O próprio Deus celebrou o primeiro detodos os casamentos (Gn 2.18-25). Dentre alguns casamentos célebres,podemos destacar o de Jacó e Lia, o de Rute e Boaz, o de Acabe e Jezabel, e ocasamento em Caná, onde Jesus realizou seu primeiro milagre.

No entanto, o mais maravilhoso dos casamentos ainda está por vir. Jesusprofetizou acerca dele por meio de parábolas (Mt 22.2; 25.1; Lc 12.35,36) eJoão descreveu o que Deus lhe mostrou em uma visão: ‘Regozije-mo-nos, ealegremo-nos, e demo-lhes glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, ejá a sua esposa se aprontou’ (Ap 19.7).

O anfitrião deste casamento será Deus Pai. Ele é descrito preparando acerimônia e enviando seus servos para chamar os convidados (Lc 14.16-23). Onoivo é Jesus Cristo, o Filho amado do Pai. Em João 3.27-30, João Batistareferiu-se a Jesus como ‘esposo’ e a si mesmo como o ‘amigo do esposo’. EmLucas 5.32-35, Jesus, em uma alusão à sua morte, disse: ‘Dias virão, porém,em que o esposo lhe será tirado, e, então, naqueles dias, jejuarão’” (LAHAYE,Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008,pp.105-6).

II. A REJEIÇÃO AO CONVITE DO CORDEIRO

1. O convite ao povo de Israel. Na parábola das Bodas, que se encontra emnossa Leitura Bíblica em Classe, Jesus quis antecipar o que acontecerá com osque não estiverem preparados para entrar nos céus. No texto de Mateus 22.1-14, vê-se que “um certo rei celebrou as bodas de seu filho” [...] (v.2). Esse reirepresenta Deus, o Pai, que já preparou tudo nos céus para as bodas doCordeiro, de seu Filho Jesus Cristo. Num primeiro momento, aquele reimanda “seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes nãoquiseram vir” (v.3). Refere-se aos judeus, que, durante séculos, não quiseramouvir os profetas que lhes transmitiram a Palavra de Deus, convidando-ospara viverem com Ele. Atualmente, muitos também não dão ouvidos aosprofetas do Altíssimo que têm alertado a Igreja quanto à volta do Rei.

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2. A tragédia dos que rejeitaram a Deus. Por rejeitarem a Deus e ao seu Filho,os judeus vêm sofrendo ao longo dos tempos. Eles sofreram com os cativeirosassírio e babilônico, onde amargaram a dor por causa de sua desobediência.No ano 70 d.C., Jerusalém foi invadida pelos romanos, sob o comando dogeneral Tito, e todos foram dispersos e perseguidos por várias nações. Atéhoje, Israel como um todo sofre por não reconhecer Jesus como o Messias.Mas há um remanescente que será salvo (Rm 9.27; Ap 7.4-8).

3. O Rei convida a todos. Na parábola das Bodas (Mt 22.1-14) o rei envia oconvite a todos que pertencem ao seu reino, porém seus súditos nãoquiseram comparecer às bodas. Estes que tiveram a liberdade de rejeitarem oconvite referem-se a Israel. No entanto, nas Bodas do Cordeiro, todos os querejeitarem o convite de Jesus Cristo (judeus e gentios) serão excluídoseternamente da presença e da comunhão do Filho de Deus.

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Todos que rejeitaram o convite de Jesus Cristo serão excluídos eternamenteda presença do Rei.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“A Tragédia da Oportunidade Perdida

Enquanto esperamos pela volta do Senhor não podemos ficar na ponta dospés, a cada momento, olhando para o céu. A vida precisa continuar. Este é overdadeiro argumento da parábola das dez virgens: Cristo pode postergar oseu retorno e, se assim for, devemos manter a nossa esperança, continuaraguardando e, enquanto isso, continuar a servi-lo fielmente. Aqueles que nãolevam em conta que o Senhor pode demorar mais do que esperam, no fim,irão se encontrar desesperados quando estiverem diante de um futuro quenão planejaram. Então, quando o Senhor voltar realmente, eles se sentirãoenvergonhados (cf. 1Jo 2.28 — ARA).

A única maneira de nos certificar se estamos prontos para a volta do Senhor énos mantermos prontos todos os dias. O bom senso deverá nos ensinar que,de qualquer forma, essa é a única perspectiva adequada sobre o futuro. Afinal

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de contas, não sabemos quando vamos morrer. Isso pode acontecer aqualquer momento, mesmo que o Senhor atrase a sua volta por mais umageração. Precisamos estar sempre preparados para a morte, assim como paraa volta do Senhor, porque de qualquer maneira iremos enfrentar umjulgamento (Hb 9.27). Estar preparado para a volta do Senhor irá, portanto,preparar-nos também para enfrentar a morte.

Enquanto isso, devemos continuar a nossa vida e fazer o nosso trabalho,planejando para o futuro com sabedoria e santo entendimento. Aqueles quepensam que o iminente retorno do Senhor cancela toda necessidade de umplanejamento prudente, não entendem o que a Escritura está esperando denós” (MACARTHUR, John. A Segunda Vinda. 4ª Edição. RJ: CPAD, 2013,pp.165,66).

III. A NOIVA DO CORDEIRO

1. Assentados à mesa do Rei. Os crentes do Antigo Testamento juntar-se-ãoaos fiéis da Igreja, num só grupo, para assentar-se à mesa do Rei: “E virão doOriente, e do Ocidente, e do Norte, e do Sul e assentar-se-ão à mesa no Reinode Deus” (Lc 13.29). Será a consagração gloriosa de todos os salvos quevenceram as lutas, obstáculos e barreiras e mantiveram-se limpos, puros: “Oque vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei oseu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai ediante dos seus anjos” (Ap 3.5). Jesus apresentará sua Noiva “sem mancha,nem ruga, nem coisa semelhante” (Ef 5.27).

2. As características da Noiva do Cordeiro. Vejamos algumas de suasprincipais marcas:

a) É fiel. Mesmos enfrentando as intempéries da vida, a Igreja, com a ajuda doEspírito Santo, permanecerá fiel ao seu Noivo. Hoje em dia, infelizmente,temos visto a infidelidade de muitos crentes. Estes são infiéis a seuscônjuges, pastores, igreja e ministério.

b) É santa. Só pode ser “Igreja” quem é santo (1Pe 1.15); quem vive emsantificação (Hb 12.14).

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c) Não dá lugar ao mundo. Vivemos neste mundo, mas não pertencemos a ele.Não podemos aceitar sua maneira de pensar (Rm 12.2). A Palavra de Deus nosadverte: “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama omundo, o amor do Pai não está nele” (1Jo 2.15).

d) Espera pelo seu Noivo. A Igreja aguarda com ansiedade o glorioso dia emque vai se encontrar com o seu Noivo. Esta é a nossa verdadeira esperança.

e) Adora a Deus. Como Igreja do Senhor precisamos adorá-lo em espírito eem verdade (Jo 4.23). Quando nos reunimos como Igreja temos de ter aconsciência de que o mais importante é a adoração a Deus. Muitos,infelizmente, vão à Igreja, não para adorar ao Senhor, mas apenas para seremvistos pela liderança ou para cuidarem dos seus próprios interesses.

f) Proclama a mensagem do Noivo. Jesus mandou seus servos proclamarem oEvangelho por todo o mundo, a toda a criatura (Mc 16.15).

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

A Noiva de Cristo vai assentar-se à mesa com o Noivo.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“As Bodas do Cordeiro

Quando Jesus aparecer para destruir o Anticristo e as suas tropas, os exércitosdos céus seguirão a Jesus, montados em cavalos brancos (que simbolizam otriunfo) ‘e vestidos de linho fino, branco e puro’ (Ap 19.14). Esse fatoidentifica-os com a noiva do Cordeiro (a Igreja) que participam das bodas doCordeiro (Ap 19.7-9). Isto significa que já estiveram no céu, e já estãoplenamente vestidos da ‘justiça dos santos’ (v.8). Esse fato também deixasubentendido que aqueles atos de justiça já estão completos, e que os crentesforam ressuscitados, transformados e levados ao céu. Ficaria subentendido,também, que já tinham comparecido diante do tribunal de Cristo (2Co 5.10).Que tempo de alegria e deleite aquelas bodas serão!” (HORTON,Stanley.Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ:CPAD, 1996, p.639).

CONCLUSÃO

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Diante da revelação acerca do futuro glorioso da Igreja, vale a pena buscar asantificação para poder participar dessa maravilhosa festa celestial. NasBodas do Cordeiro, só haverá alegria, com a presença de bilhões de crentessalvos, de todo o mundo, de todos os tempos, rodeados de anjos, do arcanjo,de querubins, serafins, dos quatro seres viventes e dos vinte e quatro anciãos.

PARA REFLETIR

A respeito da Escatologia Bíblica, responda:

O que acontecerá depois que os servos fiéis forem galardoados?

Após galardoar seus servos fiéis, no seu Tribunal, Jesus conduzirá a Igreja àsmansões celestiais, onde será servida a grande Ceia do Senhor.

O que serão as Bodas do Cordeiro?

Será o encontro glorioso, já nos céus, entre Cristo e sua Igreja amada.

Quem participará das Bodas do Cordeiro?

Todos os salvos em Jesus Cristo.

Quem ficará de fora das Bodas do Cordeiro?

Todos os que rejeitarem o convite de Jesus Cristo (judeus e gentios) serãoexcluídos eternamente da presença e da comunhão do Filho de Deus.

Quais as características da Noiva do Cordeiro?

Santa, fiel e adoradora.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

As Bodas do Cordeiro

Após o episódio do julgamento das obras no Tribunal de Cristo, virá o tempodas Bodas do Cordeiro. Antes de prosseguir a explicação, dê uma relembradano caminho que você já fez com a classe ao longo das seis lições anteriores.Por intermédio do gráfico, abaixo, mostre a dimensão linear dosacontecimentos, lembrando que a imagem é apenas para fins didáticos:

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Então, explique a classe que até o momento, apesar de não termos visto aindao tema da Grande Tribulação, vimos um evento que ocorrerá paralelamente àGrande Tribulação, o Tribunal de Cristo, e, nesta lição, nos deteremos aooutro evento que ocorrerá simultaneamente a Grande Tribulação: As Bodasdo Cordeiro.

A palavra “bodas” quer dizer: enlace matrimonial, casamento, festa oubanquete em que se celebram as núpcias. É um momento de festa e de alegriao noivo e a noiva que farão um voto de casamento até que a morte os separe.Na Escatologia Bíblica, o período que lembra esse momento íntimo entre onoivo e a sua noiva, isto é, Jesus Cristo e a sua Igreja.

Em uma passagem dos Evangelhos, quando próximo da sua crucificação, naverdade em sua última Páscoa com os discípulos, nosso Senhor disse: “Euafirmo a vocês que isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o diaem que beber com vocês um vinho novo no Reino de Deus” (Mc 14.25). É bemsignificativo que o apóstolo João escreva no livro do Apocalipse estamensagem: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas doCordeiro” (19.9). O cumprimento dessa bem-aventurança se dá exatamenteno advento das Bodas do Cordeiro.

Nas Bodas do Cordeiro, os crentes foram plenamente adornados de atos dejustiça, pois já estiveram diante do Tribunal de Cristo, foram ressuscitados,transformados e levados ao céu. Assim como temos um momento deintimidade com Cristo por intermédio da comunhão da Ceia do Senhor, asBodas do Cordeiro é o momento mais íntimo de Cristo com a sua Igreja. É otempo de refrigério, de glória, de graça e de alegria. É um tempo que marcaráa consumação da redenção dos santos. Portanto, de fato, é bem-aventuradoquem passa pelas Bodas do Cordeiro. O momento do nosso encontro comJesus Cristo, o Rei dos reis, é o momento para além da história, em que todocrente estará para sempre com o Senhor.

Lição 10: Milênio — Um tempo glorioso para a Terra

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TEXTO ÁUREO

“[..] que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal natesta nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap20.4).

VERDADE PRÁTICA

O mundo conhecerá o reinado de Jesus durante o Milênio. Será um tempo depaz e harmonia jamais visto.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Zc 14.9 – Durante o Milênio o Reino de Deus será revelado sobretoda a Terra

Terça — 1Tm 1.17 – Todos verão o Rei dos séculos e o adorarão para todo osempre

Quarta — Dn 2.44,45 – O Reino de Deus é espiritual e eterno, por isso, jamaisserá destruído

Quinta — Ag 2.7 – Deus fará tremer a Terra e depois virá o “Desejado de todasas nações”

Sexta — Is 65.25 – Durante o Milênio haverá harmonia até entre os animais

Sábado — Jl 2.24 – Durante o Milênio haverá abundância de alimento sobre aTerra

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Apocalipse 20.1-6.

1 — E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grandecadeia na sua mão.

2 — Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, eamarrou-o por mil anos.

3 — E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para quemais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importaque seja solto por um pouco de tempo.

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4 — E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poderde julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho deJesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem,e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram comCristo durante mil anos.

5 — Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram.Esta é a primeira ressurreição.

6 — Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição;sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus ede Cristo e reinarão com ele mil anos.

OBJETIVO GERAL

Mostrar que o Milênio será um tempo de paz e harmonia jamais visto naTerra.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingirem cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seusrespectivos subtópicos.

· I. Explicar o Reino Milenial de Jesus Cristo;

· II. Saber como e quando se dará o governo de Jesus na Terra;

· III. Relacionar os aspectos relevantes do Milênio.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Professor, você e seus alunos têm consciência de que Jesus virá de novo àterra e que aqui vai governar durante o Milênio? Na lição de hoje,estudaremos a respeito deste reinado milenial de Jesus Cristo. Este será umtempo de paz e harmonia jamais visto. Durante o período de mil anos oSenhor Jesus estará governando e restaurando a harmonia do planeta quetem sido tão afetado pela ação devastadora dos homens. A Queda não afetousomente o homem, mas até a natureza, por isso, nosso planeta também clamapor uma ação restauradora de Deus. O Criador tem um plano perfeito para as

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nossas vidas e esse plano também inclui a natureza, o meio ambiente, tãoagredido pela ganância humana.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Satanás será preso por mil anos, mas em seguida será solto, para logo emseguida ser lançado no Lago de Fogo. Neste tempo, onde estarão os salvos emCristo? Eles estarão com Jesus Cristo e reinarão, juntamente com Ele, por umperíodo de mil anos. Este será o tema da lição que estudaremos na aula dehoje — o Milênio.

PONTO CENTRAL

Jesus vai implantar seu Reino Milenial na Terra.

I. O REINO MILENIAL

1. A restauração da Terra. O Milênio será um período literal de mil anos. Estemomento não é uma utopia como alguns afirmam. Deus criou tudo perfeito eoutorgou ao homem autoridade e domínio para cuidar da Terra e dos animais.Mas o homem fracassou em cuidar de si mesmo e do seu habitat. A Quedarompeu a comunhão direta do homem com Deus. Não só a humanidade, mastoda a natureza foi maculada pelo pecado e aguarda a redenção que se daráquando Cristo assumir o Reino Milenial (Rm 8.20-23).

2. A Terra será governada por Jesus. “E o Senhor será rei sobre toda a terra;naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome” (Zc 14.9). O governo deCristo vai alcançar todas as nações. Todos os reinos deste mundo sãoefêmeros, mas o reino de Cristo é eterno e vai abranger todos os países. Todosterão que se prostrar, reconhecendo o senhorio do Rei dos reis. Estejamospreparados para este glorioso momento com o nosso Salvador.

3. Jerusalém será a capital do mundo. No Reino Milenial, Jerusalém será acapital espiritual e política do mundo (Is 2.1-3; 60.3). As nações terão dereconhecer o valor de Jerusalém, sob pena de sofrerem sérias consequências(Zc 14.16,17).

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SÍNTESE DO TÓPICO (I)

No Milênio, a Terra será restaurada das ações maléficas do homem e doDiabo.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“A palavra ‘milênio’ vem dos termos latinos mille (‘mil’) e annum (‘ano’). Apalavra grega Chilias, que também significa ‘mil’, aparece por seis vezes emApocalipse 20, definindo a duração do Reino de Cristo antes da destruição dovelho céu e da velha terra. O Milênio, portanto, refere-se aos mil anos dofuturo Reino de Cristo sobre a terra que virá imediatamente antes daeternidade. Durante o Milênio, Cristo reinará no tempo e no espaço”(LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD,2008, p.316).

II. O GOVERNO DE JESUS CRISTO

1. Jesus governará com os seus servos. No Milênio, o governo de Cristo seráteocrático, vindo do céu, implantado sem a mão do homem, que é corruptível.Seu reino jamais “passará a outro povo”, será eterno (Dn 2.44,45; 7,27). Tudoo que ainda restar de estruturas dos impérios, reinos e governos, seráaniquilado e substituído pelo Reino de Cristo. Jesus reinará com poder plenosobre a Terra (1Tm 1.17). As palavras do salmista, declaradas no Salmo 96 ,serão cumpridas na implantação do Reino Milenial de Cristo sobre a Terra (Sl96.7-13; Is 33.22).

2. A Igreja reinará com Cristo (Ap 20.6; 1.6, 5.10). Todos os salvos em JesusCristo serão reis e sacerdotes e reinarão com Cristo com poder e autoridade(Ap 2.26,27; 2Tm 2.12a). Além de julgar o mundo, os salvos, que fazem parteda Igreja de Cristo, hão de julgar os anjos! (1Co 6.3).

3. A Nova Jerusalém. É a cidade celeste e eterna, que será destinada a todos ossalvos em Jesus Cristo. Segundo as Escrituras sua beleza é impar, massomente os crentes, lavados e redimidos pelo sangue do Cordeiro, poderãodesfrutar de tal preciosidade. A Nova Jerusalém não é uma utopia, comoafirmam alguns teólogos. Ela é real e os crentes devem desejar alcançá-la.

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Neste mundo estamos sujeitos à morte, à dor, às enfermidades e a muitosoutros males, mas há uma cidade santa sendo preparada para nós. Ali nãohaverá choro nem dor e todos viverão eternamente com Cristo (Ap 21.1,2,10-27).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

Vão reinar com Jesus durante o Milênio todos os salvos em Jesus Cristo.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“O Milênio será um tempo de controle tanto político como espiritual.Politicamente, ele será universal (Dn 2.35), discricionário (Is 11.4) ecaracterizado pela retidão e justiça. Será zeloso para com os pobres (Is 11.3-5), mas trará recriminação e juízo para quem transgredir as ordenanças doMessias (Sl 2.10-12).

Este reino literal de Cristo sobre a terra também terá característicasespirituais. Acima de tudo, será um reino de justiça, onde Cristo será o Rei egovernará com absoluta retidão (Is 23.1). Será também um tempo em que semanifestarão a plenitude do Espírito e a santidade de Deus (Is 11.2-5)”(LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD,2008, p.318).

III. ASPECTOS RELEVANTES DO MILÊNIO

1. Quem vai participar deste Reino. Vão participar do Milênio todos os salvosem Jesus Cristo, “o remanescente” dos israelitas, salvos por Cristo, na batalhado Armagedom (Rm 9.27) e os que escaparem da Grande Tribulação.

2. Haverá um conhecimento universal de Deus. “[...] A terra se encherá doconhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9; 54.13).Haverá um derramamento pleno do Espírito Santo (Is 32.15). Será umverdadeiro avivamento mundial (Mq 4.2; Mt 24.14).

3. Haverá paz na Terra. Jesus é o “Príncipe da Paz” (Is 9.6) e durante o Milênioo homem desfrutará da paz que só Jesus pode dar e que não depende dascircunstâncias. As famílias viverão em completa união (Is 65.23), não haverá

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mais guerras ou ações terroristas, durante os mil anos de paz sobre a Terra (Is2.4).

A justiça e a verdade neste período serão plenas (Is 11.4,5), pois o Filho deDeus é quem julgará com justiça e retidão.

4. A natureza será transformada. Animais selvagens vão perder sua ferocidadee poderão conviver harmoniosamente com o ser humano. Leia Isaías 11.6-8.

A maldição da Terra por causa do pecado desaparecerá (Gn 3.17,18). Nãohaverá necessidade de agrotóxicos, pois a bênção de Deus estará sobre aprodução de alimentos. Não haverá pestes, enchentes, terremotos, nem faltade alimentos na Terra (Jr 31.12; Sl 67.5,6), pois terá uma produção agrícolajamais vista.

5. Haverá saúde e prosperidade para todos. As condições ambientais serãoaltamente favoráveis à melhoria da qualidade de vida no planeta. Alongevidade surpreenderá a todos pelas excelentes condições de saúde (Is65.20-22). Além da saúde, as condições de moradia para todos serão asmelhores jamais vistas.

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Vão reinar com Jesus durante o Milênio todos os salvos em Jesus Cristo.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“O Milênio será um tempo de controle tanto político como espiritual.Politicamente, ele será universal (Dn 2.35), discricionário (Is 11.4) ecaracterizado pela retidão e justiça. Será zeloso para com os pobres (Is 11.3-5), mas trará recriminação e juízo para quem transgredir as ordenanças doMessias (Sl 2.10-12).

Este reino literal de Cristo sobre a terra também terá característicasespirituais. Acima de tudo, será um reino de justiça, onde Cristo será o Rei egovernará com absoluta retidão (Is 23.1). Será também um tempo em que semanifestarão a plenitude do Espírito e a santidade de Deus (Is 11.2-5)”(LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD,2008, p.318).

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CONCLUSÃO

Deus tem um plano glorioso para o planeta Terra, que inclui a restauraçãoespiritual, moral, social, ecológica e institucional. E essa realidade só seconcretizará, no Milênio, quando Cristo implantar o seu reino na Terra. Jesusgovernará o mundo com poder e grande glória, após suplantar todos os reinose governos do mundo.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Milênio — Um tempo glorioso para a Terra

O livro do Apocalipse, no capítulo 20, mostra a condenação de Satanás e a suaprisão no abismo durante mil anos, onde Satanás não mais terá quaisqueratividades durante o tempo de mil anos. Assim, inicia-se o período doMilênio. Um período cuja melhor palavra da atualidade para descrevê-lo éUtopia.

Quem hoje não sonha em ver o mundo dominado pela paz? A violênciazerada. A injustiça social liquidada. As doenças não mais presente com o seupoder mortífero. Quem não sonha com o mundo, onde quem morre aos 100anos será considerado jovem? É sobre este tempo que as Escrituras dão contae demonstram com riquezas de detalhes de que será literal e verdadeiro,conforme a tabela abaixo — no Milênio, muitas profecias do AntigoTestamento serão cumpridas fielmente:

Obs: Há outras referências bíblicas acerca do Reino Milenar que o prezadoprofessor poderá consultá-las para melhor fundamentar a sua aula: Salmos24.7,8; Isaías 9.7; 11.6-10; 61.3; Jeremias 23.5,6; Ezequiel 40-48; Daniel 2.44;Oseias 1.10; 3.5; Amós 9.11-15; Miqueias 4.1-8; Apocalipse 11.15.

Ainda, à luz de Apocalipse 20, podemos vislumbrar quem estará no Milêniopara reinar com Cristo. O texto bíblico diz que João viu “almas”, isto é,pessoas que foram martirizadas durante a Grande Tribulação (Ap 6.9-11;12.15) e os crentes que venceram ao longo da Era da Igreja. São esses doisgrupos que reinarão com Cristo no Milênio. A partir deste reinado, ondeCristo é a cabeça, um período de paz e bênçãos será inaugurado na Terra.

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Onde a justiça prevalecerá (Zc 9.10), o Espírito Santo restaurará todas ascoisas, o mundo refletirá a ordem e a beleza de Deus, originariamenteplanejada por Ele no Éden, e o mundo animal será completamentetransformado (Is 11.6-8; Ez 34.25). De fato, é um Reino como nunca houve nomundo!

Lição 12: Novos Céus e nova Terra

TEXTO ÁUREO

“Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança dascoisas passadas, nem mais se recordarão” (Is 65.17).

VERDADE PRÁTICA

Os crentes viverão eternamente com Jesus Cristo na cidade santa, a NovaJerusalém.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — 2Pe 3.13

Aguardamos novos céus e nova Terra

Terça — Dt 10.14

Os céus e os céus dos céus pertencem ao Todo-Poderoso

Quarta — Jó 2.1,2

Satanás rodeia e passeia pela Terra

Quinta — Ef 2.1,2

As potestades do ar e as hostes malignas

Sexta — Sl 9.17

Os ímpios serão lançados no lago de fogo

Sábado — Ap 21.2

A Nova Jerusalém está sendo preparada para os santos

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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Apocalipse 21.1-5,24-27.

1 — E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeiraterra passaram, e o mar já não existe.

2 — E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia docéu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.

3 — E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deuscom os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmoDeus estará com eles e será o seu Deus.

4 — E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nempranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.

5 — E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas ascoisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.

24 — E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a suaglória e honra.

25 — E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite.

26 — E a ela trarão a glória e honra das nações.

27 — E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação ementira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.

OBJETIVO GERAL

Mostrar que os crentes viverão para sempre com Jesus Cristo na novaJerusalém.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

· I. Explicar que todas as coisas na terra serão renovadas;

· II. Saber que haverá novos céus e nova terra;

· III. Mostrar o que será a Nova Jerusalém.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

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Deus criou os céus e a terra, mas a Queda maculou a criação divina. Os céus ea terra também serão transformados e purificados pelo Senhor. O Criador vairestaurar, mediante o seu poder, todo o universo, expurgando os efeitos dopecado. Para os crentes, Deus está preparando um lugar novo, a novaJerusalém. A cidade santa onde vão habitar todos aqueles que foram remidospelo Senhor. Ali não haverá mais pecado, dor ou morte. Desfrutaremoseternamente da companhia do Senhor Jesus. Nossa alegria não está nestemundo. Aqui enfrentamos tristezas e dores, mas um dia estaremos livres detodas as intempéries deste mundo. A Nova Jerusalém nos espera.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O pecado de desobediência de Adão e Eva afetaram toda a criação, incluindoa natureza. Como consequência da Queda a terra recebeu uma sentença dejuízo (Gn 3.17). A natureza aguarda a sua redenção, que será instaurada porDeus no fim dos tempos (2Pe 3.13). Paulo diz que Deus, “segundo o seubeneplácito”, tomou a decisão “de tornar a congregar em Cristo todas ascoisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céuscomo as que estão na terra” (Ef 1.5,10).

PONTO CENTRAL

Todos os crentes fiéis estarão com o Senhor Jesus Cristo na Nova Jerusalém.

I. TODAS AS COISAS SERÃO RENOVADAS

1. Deus criou os céus. Quando a Bíblia fala a respeito dos “céus”,normalmente refere-se ao espaço sideral. No princípio, Ele criou “os céus”,mas o “Céu”, morada de Deus já existia. Deus habita nos “céus”, acima doespaço sideral (Sl 11.4).

2. A renovação divina dos céus. Deus irá restaurar todo o universo,expurgando os efeitos da Queda e as ações do Diabo e seus anjos. A Terrapassará por um processo de transformação e estará livre dos efeitos da açãomaligna e do homem (Is 34.4; Ap 21.4). Na renovação divina, toda a Terraserá transformada (2Pe 3.7).

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SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Deus, o Criador vai renovar todo o universo.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“O Novo Céu

O céu na eternidade será diferente daquele onde Deus agora habita. Naconsumação de todas as coisas, Deus renovará os céus e a terra, fundindo seucéu a um novo universo e formando uma habitação perfeita que será o nossolar eterno. Em outras palavras, o céu irá expandir-se e englobar todo ouniverso da criação. Tudo será transformado em um lugar perfeito emagnífico, adequado à glória do céu. O apóstolo Pedro descreveu isto como aesperança de todos os remidos (2Pe 3.13).

Naturalmente, uma reforma cósmica radical sempre esteve nos planos deDeus. Esta foi também a graciosa promessa que, por meio dos profetas do AT,Deus deu a seu povo (Is 65.17-19).

Deus declara que transformará de tal forma o céu e a terra que hojeconhecemos, que corresponderá a uma nova criação. Observe que, em umnovo universo, a Nova Jerusalém será o foco de todas as coisas. O novo céu e anova terra serão tão magníficos que tornarão os antigos insignificantes. Nocapítulo final da profecia de Isaías, o Senhor promete que este novo céu eesta nova terra perdurarão para sempre, juntamente com todos os santos deDeus (Is 66.22)” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ªEdição. RJ: CPAD, 2008, pp.111,12).

II. NOVOS CÉUS E NOVA TERRA

1. Em Cristo, céus e terra serão congregados. O apóstolo Pedro afirma queaguardamos novos céus e nova Terra (2Pe 3.13). O texto da Epístola de Pedronos mostra que o propósito divino é uma nova criação (Is 66.22). Os céus e aTerra serão purificados e restaurados pelo fogo. Os crentes esperamansiosamente pela restauração do mundo de Deus.

2. Novos céus e nova terra. A Igreja de Jesus tem sido perseguida ao longo daHistória, mas está perto o tempo em que não haverá mais nenhuma ação

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maligna ou humana contra o povo do Senhor (Hb 11.36-39). Com arestauração de todas as coisas, nos “novos céus” e “na nova terra”, “nãohaverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão”.

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

O Todo-Poderoso vai preparar novos céus e nova Terra.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“Nos novos céu e terra nada nos trará medo e nada nos separará um dosoutros. A única água descrita será ‘o rio puro da água da vida’ (Ap 22.1). Esterio claro como cristal desce pela rua principal do céu (Ap 22.2).

Apocalipse 21.3-7 traz uma descrição das características mais marcantes dosnovos céus e nova terra.

As Escrituras aqui prometem que o céu será um Reino de perfeita bem-aventurança. Nos novos céus e na nova terra não haverá lugar para lágrimas,dor, tristeza e pranto. Lá o povo de Deus habitará com Ele por toda aeternidade, completamente livre de todos os efeitos do pecado e do mal. Deusé retratado secando pessoalmente as lágrimas dos remidos.

No céu, a morte estará completamente aniquilada (1Co 15.26). Ali não haverádoença, fome, problemas ou tragédias. Haverá apenas a alegria completa ebênçãos eternas” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ªEdição. RJ: CPAD, 2008, p.112).

III. NOVA JERUSALÉM

1. Foi preparada no céu. Será um lugar santo de comunhão e relacionamentocom Deus (Ap 21.3). Ali encontraremos uma linda praça, no meio da qualatravessa o “rio da vida”, com a “árvore da vida” em suas margens (Ap 22.2;21.6). Só os que têm o nome escrito no Livro da Vida entrarão nessa lindacidade. Neste mundo tenebroso, enfrentamos lutas e sofremos com adegradação do meio ambiente, as enchentes, secas e variações climáticas,mas haveremos de desfrutar de um novo lugar que está preparado paraaqueles que creem e o aguardam.

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2. Os muro e as doze portas. “E tinha um grande e alto muro com doze portas,e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes dasdoze tribos de Israel” (Ap 21.12, 13). Cada porta é “uma pérola”; a praça é “deouro puro, como vidro transparente” (Ap 21.21); o muro é de jaspe, “a cidade,de ouro puro, semelhante a vidro puro” (Ap 21.18,21). Os nomes nas portasrepresentam a fidelidade de Deus para com Abraão, Isaque e Jacó (cf. Rm9.27; 11.29). Nela, não haverá templo, pois o “seu templo é o Senhor, DeusTodo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22).

3. Os doze fundamentos da cidade. “E o muro da cidade tinha dozefundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14).Os nomes dos apóstolos nos fundamentos representam a Igreja de Cristocomo “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15), através da “doutrina dosapóstolos” (At 2.42), que representa a mensagem do evangelho de Cristo.Seus fundamentos são gloriosos (Ap 21.19,20). Só chegando lá poderemos vero cuidado do Senhor em projetar tanto brilho e fulgor da cidade divina. Acidade tem formato cúbico (Ap 21.16,17).

4. Ali não haverá mais tristeza. “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, enão haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já asprimeiras coisas são passadas” (Ap 21.4; 1Co 15.26). Um dos principaismotivos para a tristeza é a morte. Nas grandes cidades ou nos pequenoslugarejos, sempre existe um cemitério, onde entes queridos são enterrados.Ninguém pode escapar da morte. Mas, na Nova Jerusalém, a morte não maisexistirá (Ap 20.14; 1Co 15.26). Não haverá luto nem lágrimas.

Ela descerá do céu (Ap 21.2) e servirá de fonte permanente de luz para asnações (Ap 21,24,26). A Cidade Santa iluminará as nações, mas nela nãohaverá “nem sol, nem lua”, pois “a cidade não necessita de sol nem de lua,para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e oCordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21.23).

5. Não haverá pecado nem pecadores. “E não entrará nela coisa alguma quecontamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos nolivro da vida do Cordeiro” (Ap 21.27). Ali não haverá maldição contra

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ninguém (Ap 22.3), pois os corruptos já estarão no lago de fogo e só os salvosviverão na Santa Cidade. Todos os ímpios que não se arrependerem ficarão defora (Ap 22.15; 1Co 6.10) e todos os que praticam atos indignos aos olhos deDeus não terão acesso à Nova Jerusalém, pois seu lugar e destino é o inferno(Sl 9.17).

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Todos os crentes vão habitar com Jesus Cristo na Nova Jerusalém.

SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO

“Nova Jerusalém

As Escrituras descrevem a Nova Jerusalém como a ‘Jerusalém que é de cima’(Gl 4.26), ‘a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial’ (Hb 12.22), e ‘a SantaCidade’ que ‘de Deus descia do céu’ (Ap 21.2,10). O AT refere-se a ela como ahabitação de Deus. No NT, é também a morada celestial dos santos. Assagradas estruturas da cidade celestial contribuíram para o projeto doTabernáculo e do Templo na terra. Quando descer como o ‘tabernáculo deDeus com os homens’ (Ap 21.3), será um Templo tanto físico (Ap 21.12-21)como espiritual (Ap 21.22).

O AT representa a Jerusalém celestial como o ‘monte’ e o ‘santuário’ celestial.Ezequiel refere-se ao ‘monte santo de Deus’ e a ‘santuários’ no céu (Ez28.14,16). Salmos 2 menciona ‘Aquele que habita nos céus’ e ‘o nome santomonte Sião’ (vv.4,5). A primeira expressão diz respeito ao lugar no céu ondeDeus está entronizado. A segunda refere-se à Jerusalém terrestre, onde Deusdará o trono a seu Rei, após derrotar as nações na batalha do Armagedom. Ossalmos davídicos também aludem a Deus em sua ‘casa’ ou ‘templo’ (Sl 11.4),apesar de o Templo ter sido erguido somente após a morte de Davi. Taisreferências são, portanto, relativamente ao Templo celestial, como vemos emum dos salmos de forma explícita: ‘O Senhor está no seu santo templo; otrono do Senhor está nos céus’ (Sl 11.4)” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popularde Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.328).

CONCLUSÃO

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Um dos hinos da Harpa Cristã declara: “Metade da glória celeste jamais secontou ao mortal”. O que a Bíblia revela, afastando um pouco o véu daeternidade, não é a expressão plena da realidade que se descortinará aosolhos dos salvos em Cristo Jesus, que com Ele reinarão, na Nova Jerusalém.Por isso, vale a pena ser crente fiel, santo e dedicado a fazer a vontade deDeus.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Novos Céus e nova Terra

Tudo novo! A Criação e o Ser Humano que precisam ser restaurados por Deus,aguardam ansiosamente a renovação de todas as coisas. Muitos nãoacreditam ser possível, um dia, o ser humano achar o verdadeiro significadoda vida. Quando ele vir o seu Senhor chegando, em Glória, seja para serjustificado ou condenado, o homem saberá que um novo tempo se instalarána humanidade. E o estado de graça, de amor, de justiça e de verdade seráinstaurado para todo sempre, de eternidade em eternidade.

A cada ano que passa, o meio ambiente é atingindo pela poluição dasociedade. As florestas são devastadas, o ar que respiramos ainda maispoluído. A violência cresce nas cidades. Na região geográfica onde você morapelo menos alguém que você conheça já foi assaltado ou agredido ou atémesmo assassinado. O mundo em que vivemos não é seguro. Corremos riscosse andarmos sozinhos em lugares desertos.

O advento do Pecado fez a Terra ficar doente e devastada pela ambiçãohumana. Um descontrole total do clima, das cidades, da vida social daspessoas. Angústias, solidão, medo, ansiedade e tristeza são companheirasinseparáveis dos seres humanos. Além de lutar para sobreviver diariamente,as pessoas têm de enfrentar a própria natureza dilacerada pelas muitasdecepções. O ser humano e o meio ambiente estão em crises.

O texto bíblico de Romanos 8.19-23 afirma que a Criação sofre e estágemendo como quem tem dores de parto, debaixo de uma ganância insana doser humano: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente

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com dores de parto até agora” (v.22). Mas não só o meio ambiente; nóstambém sofremos a todo o momento o resultado das nossas escolhasequivocadas: “mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, tambémgememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nossocorpo” (v.23). Em meio a este sofrimento, descontrole e escravidão do pecado,a Bíblia faz brotar uma promessa de Novo Céus e Nova Terra.

A Sagrada Escritura diz que somos peregrinos neste mundo, pois a nossa casaé celestial. Mas um dia o que é celestial tornará uma realidade aqui na Terra.Novos Céus e nova Terra aparecerão. No dia em que os filhos de Deus semanifestarem com Cristo, a Terra será sarada, o ser humano, plenamenteregenerado. Então, viveremos para sempre, de eternidade em eternidade, como Senhor Criador dos Céus e da Terra.

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