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JORNADA PEDAGÓGICA 2015 CONHECER E TRANSFORMAR: CAMIMNHOS E SABERES PARA UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE Organização: Secretaria Municipal de Educação e Centro de Formação dos Profissionais em Educação Paulo Freire ECOBRINQUEDOTECA: CRIAR E BRINCAR A arte de ser um Educador Lúdico. Hortolândia Janeiro 2015

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JORNADA PEDAGÓGICA 2015CONHECER E TRANSFORMAR: CAMIMNHOS E SABERES PARA UMA

EDUCAÇÃO DE QUALIDADEOrganização: Secretaria Municipal de Educação e Centro de Formação dos

Profissionais em Educação Paulo Freire

ECOBRINQUEDOTECA: CRIAR E BRINCAR

A arte de ser um Educador Lúdico.

Hortolândia

Janeiro 2015

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Coordenação

Donizete Farias

Organização e fotos

Renato Matos de Lopes Torres Barboza

Ilustrações

Letícia Graciano

Esse material pode ser reproduzido total ou parcialmente, desde que seja sem fimcomercial e que seja citada a fonte.

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APRESENTAÇÃO

O projeto visa promover o brincar livre do consumismo, que valorize e estimule a

criatividade tanto da criança quanto do adulto brincante, que respeite a diversidade

cultural e que seja acessível às diferentes realidades sociais.

Objetivos Gerais: Estimular a reflexão de educadoras/es com relação aos materiais e

brinquedos oferecidos às crianças e seu papel no brincar infantil.

Objetivos Específicos:

• Realizar um diálogo reflexivo junto as/aos educadoras/es e professoras/es com

relação as diferentes possibilidades de desenvolvimento de brinquedos criativos e

estimulantes.

• Realizar vivências de construção de brinquedos adequados à primeira infância,

que serão levados pelos participantes após o término da atividade e que poderão ser

facilmente multiplicados pelo/a educador/a ou professor/a;

• Apresentar diferentes fontes de captação de recursos materiais descartados

pelas residências, indústrias e comércios, destacando sua abundância, diversidade e

potencialidades para utilização como material lúdico educativo.

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FACILITADOR

Renato Matos de Lopes Torres Barboza

Arquiteto e Urbanista pela UFRuralRJ (2008), com Mestrado em Engenharia Urbanapela UFSCar (2011). Permacultor (Metodologia de planejamento sistêmico) formadopela Casa Colméia (2010), Unesp Botucatu (2012) e IPCP (2012). Atua comoecobrinquedista desde 2008, desenvolvendo projetos em diferentes instituições,realizando atividades de formação de educadores ecobrinquedistas e de arte-educação com crianças, jovens e adultos. Facilitador no Projeto da Ecobrinquedotecado Parque desde 2009. Fez os cursos “O desenvolvimento da criança de 0 a 7 anos”pela Associação Beneficente Três Fontes (2014), "Organização de brinquedotecas eFormação de Brinquedistas" pelo Instituto Indianópolis/ABBRI (2012), "A formaçãodo educador Lúdico" pelo Labrimp/USP (2012); “Formação de Líderes Lekotek" pelaAMCIP (2012) e “Programa Germinar: Formação de Líderes Facilitadores” peloInstituto EcoSocial (2011).

Contatos:E-mail: [email protected]: www.renatombarboza.blogspot.com.br

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CRONOGRAMA

ATIVIDADE TEMPO

Introdução ao tema 10'

Dinâmica de análise e reflexão 1h

Intervalo 10'

Dinâmica de análise e reflexão (continuação) 50'

Vivência de construção 30’

Avaliação e encerramento 20’

Carga horária total – 3 horas

SUMÁRIO

A. INTRODUÇÃO 06

B. JUSTIFICATIVA 07

C. UMA BREVE REFFLEXÃO 09

D. FERRAMENTAS 16

E.MATERIAIS 18

F. PASSO-A-PASSO: 21

F1. ABAYOMI 21

F2. ARAMADO DE ANÉIS 24

G. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30

H. AGRADECIMENTOS 30

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A. INTRODUÇÃO

A forma de atuação das/os educadoras/es e professoras/es em espaços de educação

infantil é fundamental no processo de desenvolvimento das crianças atendidas pelo

sistema de educação básica, principalmente durante a primeira infância.

Mais do que estar junto as crianças, torna-se relevante que as/os educadoras/es e

professoras/es reflitam sobre o significado do brincar e do brinquedo, buscando

intervir de forma positiva e transformadora, tanto nos espaços físicos, quanto nos

brinquedos e materiais que nortearão esse brincar.

Esse material foi criado como um suporte aos educadores a partir do conteúdo

apresentado na formação presencial, que é limitado ao tempo previsto e que contem

um selecionado conjunto de ideias, não tendo a pretensão de esgotar o tema.

Espero que esse material sirva de base para uma transformação positiva na ação

educativa dos participantes dessa formação e de quem vier a ele ter acesso.

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B. JUSTIFICATIVA

Do ponto de vista legal (Lei nº 9.394/96, art. 29), a Educação Infantil é a primeira

etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança

de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico

e social, complementando a ação da família e da comunidade.

Tendo como base as Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Infantil – DCNEI,

publicadas em 09/12/2009 no Diário Oficial da União, destaco alguns trechos que

serão norteadores desta proposta de formação continuada.

“A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que se desenvolve nasinterações, relações e práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos ecrianças de diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se insere. Nessas condiçõesela faz amizades, brinca com água ou terra, faz-de-conta, deseja, aprende, observa, conversa,experimenta, questiona, constrói sentidos sobre o mundo e suas identidades pessoal e coletiva,produzindo cultura”.

“O conhecimento científico hoje disponível autoriza a visão de que desde o nascimento a criança buscaatribuir significado a sua experiência e nesse processo volta-se para conhecer o mundo material esocial, ampliando gradativamente o campo de sua curiosidade e inquietações, mediada pelas orientações,materiais, espaços e tempos que organizam as situações de aprendizagem e pelas explicações esignificados a que ela tem acesso”.

“Uma atividade muito importante para a criança pequena é a brincadeira. Brincar dá àcriança oportunidade para imitar o conhecido e para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenárionecessário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindopersonagens e transformando objetos pelo uso que deles faz”.

“Também as professoras e os professores têm, na experiência conjunta com as crianças, excelenteoportunidade de se desenvolverem como pessoa e como profissional. Atividades realizadas pelaprofessora ou professor de brincar com a criança, contar-lhe histórias, ou conversar com ela sobre umainfinidade de temas, tanto promovem o desenvolvimento da capacidade infantil de conhecer o mundo e asi mesmo, de sua autoconfiança e a formação de motivos e interesses pessoais, quanto ampliam aspossibilidades da professora ou professor de compreender e responder às iniciativas infantis”.

“Cabe às instituições de Educação Infantil assegurar às crianças a manifestação de seus interesses,desejos e curiosidades ao participar das práticas educativas, valorizar suas produções, individuais ecoletivas, e trabalhar pela conquista por elas da autonomia para a escolha de brincadeiras e de

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atividades e para a realização de cuidados pessoais diários. Tais instituições devem proporcionar àscrianças oportunidades para ampliarem as possibilidades de aprendizado e de compreensão de mundo ede si próprio trazidas por diferentes tradições culturais e a construir atitudes de respeito esolidariedade, fortalecendo a auto-estima e os vínculos afetivos de todas as crianças.Desde muito pequenas, as crianças devem ser mediadas na construção de uma visão de mundo e deconhecimento como elementos plurais, formar atitudes de solidariedade e aprender a identificar ecombater preconceitos que incidem sobre as diferentes formas dos seres humanos se constituíremenquanto pessoas. Poderão assim questionar e romper com formas de dominação etária, socioeconômica,étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa, existentes em nossa sociedade e recriadas narelação dos adultos com as crianças e entre elas”.

“O trabalho pedagógico na unidade de Educação Infantil, em um mundo em que a reprodução em massasufoca o olhar das pessoas e apaga singularidades, deve voltar-se para uma sensibilidade que valoriza oato criador e a construção pelas crianças de respostas singulares, garantindo-lhes a participação emdiversificadas experiências.As instituições de Educação Infantil precisam organizar um cotidiano de situações agradáveis,estimulantes, que desafiem o que cada criança e seu grupo de crianças já sabem sem ameaçar suaautoestima nem promover competitividade, ampliando as possibilidades infantis de cuidar e ser cuidada,de se expressar, comunicar e criar, de organizar pensamentos e ideias, de conviver, brincar e trabalharem grupo, de ter iniciativa e buscar soluções para os problemas e conflitos que se apresentam às maisdiferentes idades, e lhes possibilitem apropriar-se de diferentes linguagens e saberes que circulam emnossa sociedade, selecionados pelo valor formativo que possuem em relação aos objetivos definidos emseu Projeto Político Pedagógico”.

“Atividades que desenvolvam expressão motora e modos de perceber seu próprio corpo, assim como asque lhe possibilitem construir, criar e desenhar usando diferentes materiais e técnicas, ampliar asensibilidade da criança à música, à dança, à linguagem teatral, abrem ricas possibilidades de vivênciase desenvolvimento para as crianças”.

A presente formação pretende auxiliar aos educadores, através reflexões teóricas e

vivências práticas, a aplicar na sua prática cotidiana esses conceitos apresentados.

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C. UMA BREVE REFLEXÃO

O brincar como uma condição humana

A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), instituição voltada para a promoção do

desenvolvimento da primeiríssima infância, enfatiza a importância dos primeiros três anos ou

primeiros mil dias de vida como um período determinante no processo de desenvolvimento da

criança, definindo muito do como ela será no futuro, isto é, do adulto que ela se tornará e de que

tipo de relação terá com a sociedade em que está inserido.

A instituição destaca a importância do desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial

como determinantes para o desenvolvimento integral do ser humano, considerando que os processos

de aprendizagem não ocorrem exclusivamente nos espaços educacionais formais, mas em todos os

espaços de interação da criança. (FMCSV, 2013)

A autora francesa Janine Lèvy, apresenta em seus estudos uma perspectiva de que o

desenvolvimento infantil deve ser alicerçado pela ludicidade e afeição, base para a construção da

autonomia da criança. Para a autora, o brincar “atividade motora desembocando em uma atividade

criadora, expressão insubstituível da personalidade”, é a base que sustenta o contato da criança com

o mundo, necessidade intrínseca que quando limitada por fatores externos pode gerar diferentes

impactos negativos no desenvolvimento psicomotor e psicológico da criança (LÈVY, 1985, p.55)

“Para a criança, brincar é viver! Não se trata de um chavão, mas sim uma verdade de todos os dias. O

brincar, função vital – os animais também brincam – tão necessária quanto o sono e a alimentação, é

uma função psicológica. Uma criança que não brincasse estaria morta psicologicamente. É através do

brincar que se fazem muitas aprendizagens, confrontando-se a criança continuamente com a realidade

do seu meio e de suas próprias limitações, com a realidade da vida, em síntese. Mas o brincar é, em si,

algo diferente da aprendizagem, pois se faz por prazer, provém da iniciativa da criança, é criação sua,

no sentido preciso do termo” (LÉVY, 1985, p.53)

O brincar, mesmo nas crianças pequenas, não ocorre de forma mecânica mas sim como um

processo criador onde “desde os primeiros passos, desde as primeiras explorações, sua atividade

motora torna-se atividade criadora. É por isso que é tão importante favorecê-la. Sua criação,

definitivamente é ela...” (LÈVY, 1985, p.59)

O papel do adulto é determinante nas oportunidades de espaço/tempo que são oferecidos à

criança. Os adultos, que podem ser os pais, familiares, cuidadores, pedagogos etc., tem o papel

essencial de facilitar esse processo ofertando espaços seguros, tempo adequado e materiais

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estimulantes, oferecendo assim uma estrutura onde o brincar livre e criativo possa acontecer. A

autora afirma ser essencial “arrumar o espaço, para que esteja na medida da capacidade da criança,

sem que haja necessidade de multiplicar as proibições” (LÈVY, 1985, p.56).

“Possibilitar a iniciativa é também permitir tocar nos objetos e fazer brincadeiras. Quais? Não importa

quais, desde que não sejam perigosas e representem para ela um estímulo sensorial […] Todos os

objetos são bons e se tornam brinquedos interessantes desde que as crianças tenham a oportunidade de

ver, ouvir, provar, cheirar, tocar, mexer, subir, explorar. O brincar neste caso, é diferente do 'brinquedo'

no sentido estrito: ele engloba tudo o que põe a criança em contato com a realidade quotidiana […] O

que conta aqui é menos o objeto em si do que todas as atividades que ele possibilitou. Através dessas

atividades a criança acumula suas experiências, desenvolve suas capacidades e seu psiquismo”

(LÈVY, 1985, p.56-57)

O pedagogo Paulo Fochi ainda complementa, enfatizando a importância do ‘entorno

positivo’ e suas materialidades.

“Uma caixa no meio da sala, que faz um degrau. O bebê vai subir e descer engatinhando, quando

estiver pronto para aquilo. Isso promove a descoberta de seu corpo, que vai providenciar uma

organização para executar a ação de caminhar. O entorno positivo exige materiais adequados. Que

encaixam, que dão para empilhar, que cabem um dentro do outro. Não precisa ser da Fisher Price ou

outra marca famosa. Caixas, potes. Isso dá possibilidade de a criança descobrir o mundo” (FOCHI,

2013)

“O contato dos objetos lhe permite medir-se a si mesma. Subir na poltrona, passar

repetidamente por baixo de uma mesa, tudo isso tem um sentido: medir as dificuldades e vencê-las. A

atividade motora é em si mesma uma brincadeira, sendo ao mesmo tempo uma condição para o bom

desenvolvimento.

O papel dos pais, nesta fase de atividade incessante que se segue à aquisição da capacidade

de andar, pode ser resumido em uma atitude global: tornar possível as experiências da criança. Trata-

se aqui de uma atitude muito profunda, que permite à criança existir” (LÈVY, 1985, p.54)

O brinquedo...

Os pediatras alemães Wolfgang Goebel e Michaela Glöckler em seu livro 'Consultório pediátrico:

Um conselheiro médico-pedagógico' apresentam uma perspectiva interessante sobre o brinquedo,

afirmando que “o brinquedo adequado é todo objeto que desperta uma atividade intensa na criança,

representando tão pouco por si mesmo que ela possa equipá-lo com sua imaginação e determiná-lo

sempre de outra maneira” (GOEBEL & GLÖCKLER, 2002, p.250)

Os autores afirmam ainda que:

“os brinquedos habituais, perfeitos, inventados para as crianças, não deixam espaço para a imaginação

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infantil. Além disso, o material, as cores e as formas da maioria deles geralmente pecam contra o

sentido de realidade e contra a sensibilidade estética. As requintadas possibilidades de movimento e os

efeitos luminosos dos brinquedos técnicos fazem da criança uma mera espectadora, em vez de colocá-

la em atividade. Na brincadeira, trata-se de dar à criança a possibilidade de desenvolver sadiamente

seu corpo pela atividade própria e pela fantasia livre e criativa” (GOEBEL & GLÖCKLER, 2002,

p.251)

A arte-educadora Luise Weiss, também destaca:

“A criança não precisa mais imaginar. Os brinquedos funcionam quase automaticamente. Instaura-se

um novo gesto: apertar um botão e observar. Permanecer muitas vezes fisicamente passivo. E tão logo

o mecanismo para de funcionar, o brinquedo morre, é deixado de lado ou é desmontado por inteiro

para que se veja seu mecanismo” (WEISS, 1997, p.28)

A autora, através de seus estudos do brinquedo/sucata, apresenta significativas

transformações ocorridas no conceito de brinquedo após a revolução industrial.

“O brinquedo mudou. Mudou junto com o tempo. A partir do século passado, com a Revolução

Industrial, ocorre a grande ruptura; o brinquedo deixa de ser aquela peça artesanal, minuciosa,

passando a ser produzido em escala, para atender à demanda cada vez maior dos centros urbanos em

expansão. Multiplicando-se e disseminando-se, rapidamente virou mercadoria dentro do nosso

universo de consumo” (WEISS, 1997, p. 21)

“Uma emancipação do brinquedo começa a se impor: quanto mais a industrialização avança, mais

decididamente o brinquedo subtrai-se ao controle da família, tornando-se cada vez mais estranho não

só as crianças, mas também aos pais” (BENJAMIN apud WEISS, 1997, p. 22)

Essa transformação radical na estrutura do brinquedo exige especial atenção do adulto

educador pois trouxe sérias transformações no processo de desenvolvimento infantil.

“Hoje vivemos numa sociedade fragmentada, na qual coexistem passado, presente e futuro.

Observamos brinquedos artesanais ao lado de outros semi-industrializados e até mesmo brinquedos

eletrônicos altamente sofisticados. Entender cada uma dessas realidades dentro das suas possibilidades

e limitações constitui um grande desafio.

No universo dos brinquedos ocorre o mesmo que no mundo artístico, onde convivem projetos

voltados às novas descobertas técnicas, com outros ligados a técnicas tradicionais até mesmo

rudimentares.

O desafio, a meu ver, cabe ao adulto, que deve desenvolver uma visão crítica consciente, pois só dessa

forma propiciará à criança diversas possibilidades de desenvolvimento, sem que uma exclua

radicalmente a outra” (WEISS, 1997, p.22)

Aprofundando o olhar para o brinquedo, temos o Antropólogo Francês Gilles Brougère,

grande estudioso da sociologia da infância, que afirma que:

“Os brinquedos podem ser definidos de duas maneiras: seja em relação à brincadeira, seja em relação

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a uma representação social. No primeiro caso, o brinquedo é aquilo que é utilizado como suporte

numa brincadeira; pode ser um objeto manufaturado, um objeto fabricado por aquele que brinca, uma

sucata, efêmera, que só tenha valor para o tempo da brincadeira, um objeto adaptado. Tudo, nesse

sentido, pode se tornar um brinquedo e o sentido de objeto lúdico só lhe é dado por aquele que brinca

enquanto a brincadeira perdura. No segundo caso, o brinquedo é um objeto industrial ou artesanal,

reconhecido como tal pelo consumidor em potencial, em função de traços intrínsecos (aspecto,

função) e do lugar que lhe é destinado no sistema social de distribuição dos objetos” (BROUGÈRE,

2010. p. 66-67)

Construído referenciais culturais através do brinquedo

Para Gilles, o brinquedo é apresentado como parte do conjunto de suportes pelos quais a

cultura é transmitida às crianças.

O brinquedo como representação social é refletido na “materialização de um projeto adulto destinado

às crianças (portanto vetor cultural e social) e que tais objetos são reconhecidos como propriedade da

criança, oferecendo-lhes a possibilidade de usá-los conforme a sua vontade, no âmbito um controle

adulto limitado” (BROUGÈRE, 2010. p. 67)

Junto a sua dimensão funcional, o brinquedo também apresenta o que o autor denomina

dimensão simbólica. Ambas são indissociáveis mas sua separação é indispensável para fins de

análise.

“A infância é, consequentemente, um momento de apropriação de imagens e de representações

diversas que transitam por diferentes canais. As suas fontes são muitas. O brinquedo é, com suas

especificidades, uma dessas fontes. Se ele traz para a criança um suporte para a ação, de manipulação,

de conduta lúdica, traz-lhe, também, formas e imagens, símbolos a serem manipulados”

(BROUGÈRE, 2010, p.42)

Essa impregnação cultural da criança através do brinquedo não se apresenta como um

processo de condicionamento estático mas sim de um confronto onde através do brincar a criança

determina as significações que serão conservadas e as que serão substituídas por novas

significações.

“[...] embora a impregnação cultural passe pela brincadeira, não se deve entender isso como uma

simples impregnação dos conteúdos simbólicos do brinquedo. Trata-se de um processo dinâmico de

inserção cultural sendo, ao mesmo tempo, imersão em conteúdos preexistentes e apropriação ativa”

(BROUGÈRE, 2010. p.51)

O autor também propõe a análise da dimensão simbólica do brinquedo através de sua

decomposição em dois aspectos:

• Aspecto material - composto pelas características físicas do objeto (material, forma, cor,

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aspecto tátil, odor, ruídos e sons emitidos)

• A representação – os brinquedos não se apresentam como “uma reprodução fiel do mundo

real, mas sim de uma imagem cultural que lhe é particularmente destinada”, reconhecidos

como “objetos culturais e sociais portadores de significações” antes mesmo de sua

manipulação lúdica. Concluindo que “manipular brinquedos remete, entre outras coisas, a

manipular significações culturais originadas numa determinada sociedade” (BROUGÈRE,

p.45)

De forma sintática, o autor apresenta um quadro para análise do brinquedo (Tabela 1) onde

procura evidenciar a significação do brinquedo relacionada ao seu valor simbólico.

Tabela 1 – Quadro para análise da função simbólica do brinquedo (Brougère, 2010).

1 ASPECTO MATERIAL

1.1 Material

1.2 Forma/desenho

1.3 Cor

1.4 Aspecto tátil

1.5 Aspecto odorífico

1.6 Ruído e produção de sons

2 SIGNIFICAÇÔES

2.1 Representação de uma realidade

2.2 Modificações induzidas nessa realidade

2.3 Universo imaginário representado

2.4 Representação isolada ou que pertence a um universo

2.5 Impacto da dimensão funcional

Material é o que não falta!

Ao observarmos o ciclo dos materiais industrializados, principalmente nos centros urbanos,

podemos perceber o volume e diversidade de materiais que são descartados em perfeitas condições

de reutilização, conhecidos como sucata e aos quais denominaremos 'materiais reutilizáveis' (MR).

Isso ocorre devido a diferentes fatores, entre eles as complexas estruturas comerciais e de fluxo de

mercadorias, o grande número de atravessadores entre o fabricante e o consumidor final, o alto

custo e a demanda de conferência e higienização adequados para sua reutilização na função

original, fatores complexos em comparação com a utilização de materiais novos, e muitas vezes

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inviável por questões de vigilância sanitária, principalmente embalagens de transporte de alimentos.

Algumas características desses MR que vale destacar são:

• Qualidade - pode variar muito, entre materiais sujos, amassados e rasgados até embalagens

semi-novas destinadas a segurança do transporte de produtos de alto valor agregado.

• Quantidade – destaca-se a grande quantidade de MR gerada pelas indústrias de médio e

grande porte, principalmente embalagens de produtos de intenso consumo interno. Pequenas

empresas e comércio varejista como restaurantes e supermercados também geram

destacáveis quantidades de MR, como embalagens de produtos comercializados dentro do

próprio estabelecimento, além das residências que costumam apresentar grande variedade,

mas dificilmente grande quantidade em comparação com as outras fontes. Alguns MR, por

serem descartados individualmente e de forma descentralizada, acabam não destacando seu

volume e muitas vezes passam desapercebidos.

Estamos falando de um significativo conjunto de materiais de alta qualidade. Mas para onde

vai isso tudo? Parte dele é reciclado, principalmente os que apresentam maior retorno financeiro,

mas uma grande parte acaba junto ao lixo comum em aterros sanitários e lixões.

A presente pesquisa promove a importância do diálogo entre os espaços educacionais e as

instituições presente no seu entorno (bairro, distrito, região e município), para que de forma

sistemática esses MR possam continuar seu ciclo de utilização, oferecendo valiosos recursos

materiais para as práticas educativas.

A origem dos MR pode ser dividida em dois grupos: materiais naturais ou materiais

industrializados. Weiss (1997, p.18) destaca que “a decisão quanto ao que fazer com a sucata tem

origem na pesquisa dos próprios materiais; os recursos extraídos da natureza, no entanto, já abrem

um vasto leque”. O contato do educador com os MR deve ocorrer de forma gradual onde mais do

que a captação desses MR, é preciso que o educador transforme seu olhar.

“[...] a questão do uso da sucata como material expressivo extrapola a questão da própria sucata.

Torna-se necessário pensar criativamente esse material, caso contrário ele se torna limitado ou, ainda

pior, vira uma receita, uma fórmula (exemplos não faltam)” (WEISS, 1997, p.18)

Pensando brinquedos

O desafio de desvendar o potencial dos MR como materiais adequados para o brincar é uma

jornada transformadora do educador e sua prática educativa. A partir do momento em que o

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educador se coloca no papel de ecobrinquedista, buscando e modelando os materiais disponíveis,

que podem ser MR ou qualquer outro material ao qual tem acesso, e passa a utilizar seu espaço

educativo como um laboratório de materiais, se inicia um processo contínuo de descoberta, que

aprimora o olhar e amplia os amplia as possibilidades da sua prática educativa.

Essa transformação coloca o educador em um papel ativo, questionador das fórmulas

prontas a que está submetido, modelos estes, que muitas vezes desconexos com a realidade onde o

educador está inserido, não oferecem oportunidades para a livre manifestação das diferentes

culturas infantis existentes, e que pelo contrário, impõem uma homogenização das culturas infantis.

É essencial que o educador, ao se relacionar com a primeiríssima infância, reconheça-a

como um conjunto de indivíduos repletos de manifestações culturais e que busque garantir sua livre

expressão, refletindo sobre a dimensão simbólica, que através do conjunto de objetos por ele

selecionados, permearão esses espaços e processos de aprendizagem.

Luise Weiss apresenta uma colocação que considero de profunda seriedade, remetendo a

importância do retorno do educador ao espírito da criança, não de forma infantil, mas através da

liberdade do olhar.

“Recuperar o espaço lúdico através da construção de brinquedos significa não apenas considerar o

objeto/brinquedo em si, mas aquilo a que ele possa remeter: um pedaço, um fragmento do

tempo/espaço da infância... presente no universo adulto. Recuperar, não a criança, que seria utopia,

mas o espírito da criança, a liberdade da criança ao descobrir o mundo pela primeira vez” (WEISS,

1997, p. 18)

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D. FERRAMENTAS

Ferramentas são parte essencial do processo de construção de brinquedos mas algunscuidados são muito importantes, principalmente quando as utilizamos próximo decrianças pequenas:

• Ferramentas devem sempre ser mantidas fora do alcançe das crianças, depreferência em bancadas ou gavetas altas. (Nunca deixar ferramentas soltaspelo chão)

• Ferramentas com lâmina, como estilete e tesoura, nunca devem ser soltasabertas, devendo permanecer fechadas fora do período de uso.

• Ferramentas são perigosas para crianças mas também podem apresentar perigopara adutos se utilizadas de forma inadequada, atenção a forma de utilizaçãodas ferramentas é essencial. Caso julgue necessário, utilize equipamentos deproteção como óculos e luva.

• Ferramentas elétricas devem sempre ser desligadas da tomada antes da trocade acessórios (brocas, etc.).

Algumas ferramentas básicas são apresentadas abaixo:

Alicate Estilete

Furadores Furadeira elétrica

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Isqueiro Lixa

Removedores de colas Tesoura

Agulhas

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E. MATERIAIS

Existem inúmeros materiais que podem ser utilizados para construçõo de brinquedos.Estes podem ser comprados (material de papelaria, artesanato ou construção) oureaproveitados (sucatas e materiais da natureza).Na construção de brinquedos, os materiais reaproveitados devem ser priorizadosdevido a redução dos custos (permitindo a constante renovação do brinquedo e a fácilaquisição de novas peças no caso de necessidade de reparos) e a grande diversidadeexistente de cores, texturas, cheiros, formas, tamanhos, etc.Alguns cuidados devem ser tomados no processo de seleção dos materiais que serãoutilizados:

• Embalagens e outros materiais que entraram em contato com produtos tóxico(agrotóxicos, metais pesados, produtos de limpesa pesada, etc.) devem serevitados por apresentarem risco de saúde.

• Objetos cortantes devem ser retirados ou aparados e o produto final deve sermanuseado de forma intensa antes do brinquedo ser entregue a criança.

• Em brinquedos para crianças pequenas, películas plásticas (sacos, sacolas, etc.)nunca devem estar expostas, por apresentarem risco de asfixia. Cuidadotambém com peças pequenas, que podem ser engolidas.

• Cordões e elásticos devem ter comprimento máximo de 22 cm quandotensionados (segundo orientação de normas de segurança do brinquedo paracrianças até 3 anos), pois apresentam perigo de estrangulamento. Brinquedoscom conexão que apresentem cordas e elásticos devem ser oferecidos sempresob supervisão de um adulto.

• O teste de qualidade do brinquedo artesanal deve ser feito pelo adulto impondoao brinquedo esforços moderados simulando a exploração intensa que será feitapela criança. Durante o período de testes, é comum o brinquedo se mostrarinadequado ao uso devido a fragilidade ou presença de aparas cortantes,exigindo do adulto soluções criativas e melhor acabamento. (acabamento é umaqualidade que se aprimora após períodos contínuos de execução atenta,qualidade é mais importante do que quantidade, não se esqueça disso!).

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Abaixo apresento alguns materiais básicos:

Vinil adesivo autocolante Arame

Barbante Disco HD

Elástico roliço Embalagens plásticas

Espuma plástica Fita adesiva

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Fita Crepe Fita de Cetim

Garrafas PET Lona plástica

Papel Tecido

Tubo de pp (bobina de nota fiscal)

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F. PASSO-A-PASSO:

F1. BONEC@ DE NÓS (ABAYOMI)

Uma releitura da tradicional boneca abayomi, produzida em variadas cores demalha canelada (podem também serem utilizados diferentes tipos de tecido,encontrando resultados muito distintos) e montada através de nós, que modelam suaforma e dão o acabamento.As bonecas abayomi eram tradicionalmente utilizadas pelas escravas durante asviagens nos navios negreiros, que as confeccionavam utilizando tiras da barra de suassaias e buscavam acalmar suas crianças e trazer alegria a todos. Acredita-se que também eram utilizadas por irmão e irmãs separados ainda nainfância para se reconhecerem, após se reencontrarem na vida adulta, atráves dasimilaridade das bonecas. É considerada até hoje como um amuleto!

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Materiais: Ferramentas:

• 50cm de malha canelada colorida (80 cm de largura)

• Tesoura de tecido

Passo a passo:1. Recorte duas tiras de malha, com 25cm cada.

2. Dobre o tecido no meio e em seguida enrole, formando um rolinho e mantendo aárea cortada para dentro (fica com um melhor acabamento)

3. Em um dos rolinhos, recorte ao meio na direção do comprimento.

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4. Dê um nó nas duas pontas de ambos os rolinhos.

5. Dobre o rolinho mais comprido no meio e dê um nó. (tensionar para dararremate)

6. Passe o rolinho curto por trás do outro, centralizando na parte superior, e dêum nó. Pronto!

Para saber mais, acesse: Http://renatombarboza.blogspot.com.br

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F2. ARAMADO DE ANEIS

O aramado de anéis permite uma infinidade de formas e propõe um desafio ascrianças ao apresentar um trajeto que deve ser percorrido com os anéis. É composto por uma estrutura feita de arame encapada com barbante, transpassandoanéis coloridos feitos de miolos de fita adesiva encapadas também com barbante.Explore as cores dos barbantes na estrutura e nos anéis!

Materiais: Ferramentas:

• Arame galvanizado (n°12)• Barbante colorido (de preferência de

algodão)• Fita adesiva• Miolo de fita adesiva• Cola Branca (não tóxica)

• Alicate• Tesoura

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Passo a passo:

Anel

1. Recorte uma tira de barbante colorido de aprox. 2m e amarre com um nó duplono miolo de fita adesiva. Faça uma agulha na outra ponta contornando cerca de3cm do barbante com fita adesiva.Coloque a ponta do barbante dentro da lateral do miolo de fita e empurre o nópara dentro.

2. Enrole o barbante encapando o miolo de fita. A cada volta, o barbante devepermanecer esticado e as voltas devem ficar juntas (como a dimenção internado circulo é menor que a dimensão externa, a referência deve ser a parteinterna).

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3. Após encapar todo o anel, dar um nó (de preferência do lado oposto ao nóinicial) e arrematar passando a agulha de fita por dentro da parte encapada.

4. Faça uma abertura após cerca de 1 cm e retire a agulha com a ajuda de tesouraou agulha metálica.

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5. Dê acabamento cortando o excedente e redistribuindo, de forma homogênea, obarbante pelo miolo de fita.

Estrutura

1. Recorte um pedaço de arame (No exemplo apresentado, o infinito, foramutilizados 85 cm).

2.

3. Modele com a mão a forma desejada (se necessário utilize o alicate). Coloque osanéis já encapados e sobreponha as pontas aproximadamente 6cm.

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4. Prenda os arames sobreposto utilizando a fita adesiva. Reforce as pontas paraevitar arestas perigosas!

5. Recorte uma tira grande de barbante colorido, utilizando uma média de 1m debarbante para cada 15 cm de arame. Enrole o barbante em uma sacola plásticadobrada, fazendo um carretel.

6. Com a ponta do barbante dê o nó inicial no arame, arremate a ponta prendendo-a com fita adesiva. Comece a enrolar cobrindo-a e mantenha o barbantetensionado e as voltas bem juntas.

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7. Em caso de emendas do barbante, cole com fita adesiva o barbante novoenquanto ainda restar um pedaço do barbante anterior. O barbante anterior irácobrir a parte colada do barbante novo e ser arrematada colando, em seguida,sua ponta com fita adesiva. O barbante novo deve cobrir o arremate do antigo,continuando a encapar o arame.

8. Após encapar todo o arame, de um nó no barbante. Arremate com a tesouradeixando aproximadamente 1cm e cole com cola branca.

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G. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica Brinquedos e brincadeiras de creche: manual de

orientação pedagógica – Brasília: MEC/SEB, 2012.

BROUGÈRE, Gilles, Brinquedo e cultura; trad. Gisela Wajskop. - 8°ed. - São Paulo: Cortez, 2010. (Coleção questões

da nossa época; v.20)

FOCHI, Paulo Estimular os bebês é um equívoco. Entrevista realizada pelo jornal Gazeta do Povo e publicada em

01/12/2013. Disponível em:

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1429607&tit=Estimular-os-bebes-e-um-equivoco.

Acesso em 27 de março de 2014.

FMCSV Primeiríssima infância da gestação aos três anos: percepções e práticas da sociedade brasileira sobre a

fase inicial da vida. Org: Eduardo Marino & Gabriela A. Pluciennik. São Paulo: Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal,

2013.

GOEBEL, Wolfgang & GLÖCKLER, Michaela. Brinquedos condizentes com a idade In: Consultório Pediátrico – um

conselheiro médico-pedagógico. Trad. Sonia Setzer, São Paulo: Editora Antroposófica, 2002 (p. 250-252)

LÉVY, Janine O despertar para o mundo: os três primeiros anos da vida. Tradução: Luiz Cláudio de Castro e Costa.

São Paulo: Martins Fontes, 1985.

SIAULYS, Mara O. de Campos Brincar para todos - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação

Especial, 2005.

WEISS, Luise Brinquedos & engenhocas: atividades lúdicas com sucata. São Paulo: Scipione, 1997. (Coleção

pensamento e ação no magistério)

F. AGRADECIMENTO

Centro de FormaçãoEcobrinquedoteca do ParqueCampinas-SP

[email protected]

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