Material Didático - Gardner
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30 deste sculo e poderia ser atualmente consi-
derado um cognitivista, prope uma abordagem
unicadora das dimenses aetiva e cognitiva douncionamento psicolgico que muito se aproxi-
ma das tendncias contemporneas.
2.1.6 Simblico-cultural (Gardner).
HOWARD GARDNER E A TEORIA DAS INTELIGNCIASMLTIPLAS
Introduo
Nesta Unidade, pretendemos aproundar os conhecimentos da te-
oria das inteligncias mltiplas de Howard Gardner. O psiclogo Ame-
ricano Howard Gardner tem 65 anos, proessor na Universidade de
Harvard, nos Estados Unidos, e autor de vinte livros sobre o assuntodas Inteligncias Mltiplas resultado de muitos anos de pesquisa in-
terdisciplinar. Psiclogo americano, proessor e escritor. Desde que o
livro Estruturas da Mente: Teoria das Inteligncias Mltiplas, lanado
nos Estados Unidos e publicado no Brasil, em 1994, a teoria do psi-
clogo americano, que prope a existncia de um espectro de inteli-
gncias a comandar a mente humana, suscitou muitos comentrios,
contrrios e avorveis. Escreveu dezoito livros.Tem viajado o mundo
para proerir palestras nas quais ala da genialidade, liderana e sala
de aula. Em seu livro Frames o Mind, dedica-se a complexa tarea de
explicar como habilidade, talentos e criatividade relacionam-se cominteligncia e apresenta a idia de que os humanos so capazes de
desenvolver inmeras inteligncias. A viso pluralista da mente oe-
recida por Gardner contempla uma variedade de estilos e habilidades
e percebe dierentes aspectos da cognio. Gardner acredita que no
exista uma capacidade geral para a resoluo de problemas, contraria
a idia de que a inteligncia pode ser medida atravs de testes padro-
nizados e demonstra a importncia de papis e desempenhos valori-
zados em dierentes culturas. Conceitua a inteligncia como uma srie
de habilidades e capacidades de resoluo de problemas e a criao
de produtos culturalmente vlidos.A teoria das inteligncias mltiplas um modelo cognitivo que
ATIVIDADE
Atividade E: Refita sobre a importncia da Teoria de Vygotsky para o pro-essor de Portugus. A mediao scio-cultural torna-se necessria em todosos nveis de ensino, mas essencial para os alunos do Ensino Fundamental,Mdio e Superior. Voc acredita nessa armao? Por qu?
Figura 16 - Howard Gardner.
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tenta descreve como os indivduos usam suas inteligncias para resol-
ver problemas e criar produtos.
Nenhum teste pode determinar precisamente a natureza ou a qua-
lidade das inteligncias de uma pessoa. Segundo Gardner, a melhor
maneira de avaliar as suas inteligncias mltiplas, portanto, por meio
de um exame realista de seu desempenho, nos muitos tipos de tare-
as, atividades e experincias associadas a cada inteligncia.
A maioria das pessoas pode vir a desenvolver todas as suas in-
teligncias em um nvel de maestria relativamente competente. Para
desenvolver as inteligncias, depende-se de trs atores principais:
A) Dotao biolgica, incluindo a hereditariedade ou atores gen-
ticos e leses cerebrais, antes, durante e depois do nascimento;
B) Histria de vida pessoal, incluindo experincias com os pais,
proessores, colegas, amigos e outros que estimulam as inteligncias
ou as impedem de se desenvolver;
C) Reerencial histrico e cultural, incluindo a poca e o local em
que voc nasceu e oi criado, a natureza e o estado de desenvolvi-
mento cultural ou histrico nas dierentes reas.
A inteligncia um conjunto de aptides, cada uma delas com
determinado grau de desenvolvimento e voltada para uma habilidade
especca, dierente em cada indivduo.
As implicaes da teoria de Gardner, para a educao, enatizam a
cultura de cada comunidade e apresentam alternativas para as prticas
educacionais reerente aos mtodos de avaliao que considerem a
cultura dos alunos e que levem em considerao o desempenho adul-
to a que se deseja chegar; os currculos deveriam centra-se no aluno
relacionados com a rea do saber a ser desenvolvida adequando-se
as necessidades individuais quanto aos contedos e aos processos
prprios de cada inteligncia (Lingstica, Lgico-matemtica, Musical,
etc).
Inteligncia Musical a inteligncia que permite a algum organizar sons de maneira
criativa, a partir da discriminao de elementos como tons, timbres e
temas. As pessoas dotadas desse tipo de inteligncia geralmente no
precisam de aprendizado ormado para exerc-la, como o caso de
muitos msicos amosos da msica popular brasileira. como uma
lngua especial, alada por msicos geniais, ou por quem toca instru-
mentos, compositores ou mesmo por aqueles com habilidades para
utilizar bem a msica em suas atividades.
Inteligncia corporal-cinestsica a inteligncia que se revela como uma especial habilidade para
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utilizar o prprio corpo de diversas maneiras. Envolve tanto o auto-
controle corporal quanto a destreza para manipular objetos (cineste-
sia o sentido pelo qual percebemos os movimentos musculares, o
peso e a posio dos membros). Atletas, danarinos, malabaristas e
mmicos tm essa inteligncia altamente desenvolvida. a inteligncia
do movimento, da expresso do rosto e da linguagem corporal, que
utilizada por todos os indivduos, consciente ou inconscientemente.
Inteligncia lgico-matemtica
a inteligncia que determina a habilidade para o raciocnio de-
dutivo, para a compreenso de cadeias de raciocnios, alm da capa-
cidade para solucionar problemas envolvendo nmeros e demais ele-
mentos matemticos. a competncia mais diretamente associada ao
pensamento cientco e, portanto, idia tradicional de inteligncia.
Maniesta-se pela capacidade e sensibilidade para discernir padres
lgicos e numricos e a capacidade de trabalhar com longas cadeias
de raciocnio. Os matemticos e cientistas tm essa capacidade privi-
legiada.
Inteligncia lingstica
Maniesta-se na habilidade para lidar criativamente com as pala-
vras nos dierentes nveis da linguagem (semntica, sintaxe), tanto na
orma oral como na escrita, no caso de sociedades letradas. Particu-
larmente notvel nos poetas e escritores, desenvolvida tambm por
oradores, jornalistas, publicitrios e outros.
Inteligncia espacial
a capacidade de ormar um modelo mental preciso de uma situ-
ao espacial e utilizar esse modelo para orientar-se entre objetos ou
transormar as caractersticas de um determinado espao. Habilidades
que est presente em pessoas que podem extrapolar situaes espa-
ciais para o concreto e vice versa e enxergar as projees geomtricasno espao. Ela especialmente desenvolvida, por exemplo, em arqui-
tetos, navegadores, pilotos, cirurgies, engenheiros e escultores.
Inteligncia interpessoal
a capacidade de uma pessoa dar-se bem com as demais, com-
preendendo-as, percebendo suas motivaes ou inibies e sabendo
como satisazer suas expectativas emocionais. a conscincia que a
pessoa tem de sua relao com os outros, de seus vnculos aetivos e
de como interage com eles. Seu uso eetivo est relacionada s habili-
dades de liderana, de gerenciamento e de negociao, solidarieda-de e capacidade de atuar em grupo. Esse tipo de inteligncia ressalta
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nos indivduos de cil relacionamento pessoal, como lderes de grupo,
polticos, terapeutas, proessores e animadores de espetculos.
Inteligncia intrapessoal
a competncia de uma pessoa para conhecer-se e estar bem
consigo mesma, administrando seus sentimentos e emoes a avor
de seus projetos. Enm, a capacidade de ormar um modelo real de
si e utiliz-lo para se conduzir proveitosamente na vida, caractersticas
dos indivduos bem resolvidos, como se diz em linguagem popular.
a inteligncia que mais se relaciona com a auto-estima e quando bem
desenvolvida apresenta pessoas com pensamentos e atitudes positi-
vas pois a imagem que azem de si mesmos de autoconana, amor
prprio e crenas positivas que os azem sentir-se capazes de vencer
os desaos da vida de uma orma competente e saudvel, com a ale-
gria de perceberam-se nicos e em processo de evoluo constante.
Carlos Brando (2002, p.22) aponta no seu artigo O Mundo que
Criamos para Aprender a Viver.
Ns somos aquilo que nos zemos a azemos ser.Somos o que criamos para eemeramente nos per-
petuarmos e transormarmos a cada instante. Tudoaquilo que criamos a partir do que nos dado,
quando tomamos as coisas da natureza e as cria-mos como os objetos e os utenslios da vida social,representa uma das mltiplas dimenses daquilo
que em, uma outra, chamamos de: cultura. O queazemos quando inventamos os mundos em que
vivemos: a amlia, o parentesco, o poder de esta-do, a religio, a arte, a educao e a cincia, pode
ser pensado e vivido como uma outra dimenso.
Tal como a natureza em que vivemos e de quem somos parte, tam-
bm a cultura no exterior a ns. A dierena est em que o mundoda natureza nos antecede, enquanto o mundo da cultura necessita
de ns para ser criado, para que ele, agindo como um criador sobre os
seus criadores, nos recrie a cada instante como seres humanos. Isto ,
como seres da vida capazes de emergirem dela e darem a ela os seus
nomes.
Ao emergirmos com a nossa conscincia refexiva, - e nossas inteli-
gncias mltiplas - do signo e do ato ao smbolo e ao signicado, logo,
ao gesto, descobrimos que o importante no tanto o que transorma-
mos materialmente da natureza. O que importa a nossa capacidade
e tambm a nossa atalidade de atribuirmos signicados mltiplos etransormveis ao que azemos, ao que criamos, aos modos sociais
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pelos quais azemos e criamos e, nalmente, a ns mesmos signica-
do. Pois para a ave que pousa num galho da rvore, a rvore o galho
de pouso, a sombra, o abrigo, a reerncia no espao e ruto. Para
ns, ela tudo isso e bem mais. um nome, uma lembrana, uma
tecnologia de cultivo e de aproveitamento. uma imagem carregada
de aetos, o objeto da tela de um pintor, um poema, uma possvel mo-
rada de um deus ou, quem sabe? Uma divindade que, por um instante,
divide com um povo indgena uma rao de seu mundo.
E azemos isto ao longo da trajetria da histria humana e em cada
instante da vida social de cada grupo humano, de uma maneira aor-
tunadamente mltipla. De um ponto de vista biolgico, somos seres
com mnimas, desprezveis dierenas. Mas as nossas culturas no.
Elas oram e continuam sendo inmeras entre os tempos da histria
e os espaos da geograa humana. Pois somos a nica espcie que,
munida de um aparato biopsicolgico, ao invs de produzir um modo
nico de vida, ou mesmo maneiras de ser muito semelhantes, gera-
mos quase incontveis ormas de ser e de viver no interior de inme-
ras variedades de tipos de culturas humanas.
Mas ao alar das relaes entre a cultura e a educao, uma das
lembranas porventura mais importantes aqui deve ser a de que mais
do que seres morais ou racionais, ns somos seres aprendentes.
Somos de todo o arco-ris de alternativas de vida, os nicos seres em
que a aprendizagem no apenas complementa raes de um saber
da espcie j impresso geneticamente em cada um de seus indivdu-
os, mas, ao contrrio, representa quase tudo o que um indivduo de
nossa espcie precisa saber para vir a ser uma pessoa humana em sua
vida cotidiana.
A educao um dos nomes dado a esses milagres que so: so-
cializao, endoculturao, internalizao da cultura e outros. Todos
tm, no entanto, algo em comum: so progressivos e resultam em
processos de interao de saberes em graus e modos sempre mais
amplos e proundos; no necessariamente restritos a ciclos restritosde vida, podendo acompanhar a pessoa ao longo de toda a sua vida;
so sempre o resultado de interaes signicativas da pessoa com
ela mesma (estou s, somos quatro, dizia em algum lugar Gaston
Bachelard), de pessoas entre elas, como sujeitos sociais e como ca-
tegorias dierenciais de sociabilidade, e de pessoas com sistemas e
estruturas de smbolo e de signicados.
Educar criar cenrios, cenas e situaes em que, entre elas e
eles, pessoas, comunidades aprendentes de pessoas, smbolos sociais
e signicados da vida e do destino possam ser criados, recriados, ne-
gociados e transormados. Aprender participar de vivncias culturaisem que, ao participar de tais eventos undadores, cada um de ns
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se reinventa as si mesmo. E realiza isso atravs de incorporar em di-
erentes instncias de seus domnios pessoais de interaes (muito
mais do que estocagem) de e entre aetos, sensaes, sentidos e
saberes, algo mais e mais desaadoramente denso e proundo destes
mesmos atributos. Tudo isso az parte da inteligncia interpessoal e
intrapessoal.
Inteligncia naturalista
Est estruturalmente ligada vida animal e vegetal. Sua maniesta-
o revela-se pela percia em se identicar membros de uma mesma
espcie e reconhecer a existncia de dierentes espcies. Estmulos
direcionados a essa competncia cerebral permitem maior sensibilida-
de na descoberta da vida e da morte e maior integrao a um sentido
de beleza, ao mesmo tempo esttico e existencial. Est presente nas
pessoas que tem acilidade de dierenciar diversos tipos de rvores,
plantas e animais, e que tem interesse e motivao para estud-las.
Comum entre os ecologistas.
Inteligncia existencial
Estaria ligada capacidade da pessoa em situar-se ao alcance da
compreenso integral dos cosmos, do innito, assim como a capacida-
de de dispor de reerncias s caractersticas existenciais da condio
humana, compreendendo de maneira integral o signicado da existn-
cia, portanto da vida e da morte, o destino do mundo sico e psicol-
gico e a relao do amor por um outro, pela arte ou uma causa. Inclui
a questo de valores, transcendncias e espiritualidade. a busca to
antiga da humanidade das respostas s perguntas bsicas da vida:
Quem somos ns?, Qual o sentido disso tudo?, Por que existe
o mal?, Para onde est indo a humanidade?, Existe signicado na
vida?, e assim por diante. Nesta denio inclusiva, h espao para
papis explicitamente religiosos ou espirituais e tambm para papis
no-religiosos e no-espirituais.Observao: O psiclogo Gardner estabeleceu vrios critrios para
que uma inteligncia seja considerada como tal, desde sua possvel
maniestao em todos os grupos culturais at a localizao de sua
rea no crebro. Ele prprio identicou essas inteligncias, mas no
considera esse nmero denitivo, como ainda est em estudo a pos-
sibilidade dessa nona inteligncia citada acima.
por isso que, em sua dissertao de mestrado sobre o tema
na USP, Ktia Smole amplia a proposta de seu orientador Nilson Jos
Machado, proessor do Departamento de Metodologia da Faculdade
de Educao da Universidade de So Paulo (USP), deendendo a clas-sicao da habilidade de desenhar como o acrscimo de mais uma
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inteligncia: Inteligncia pictrica.
Inteligncia pictrica a aculdade de reproduzir, pelo desenho,
objetos e situaes reais ou mentais. E tambm de organizar elemen-
tos visuais de orma harmnica, estabelecendo relaes estticas
entre eles. Expressa-se pela capacidade de comunicao atravs do
desenho grco. Sabemos que os traos maniestos no desenho reve-
lam em muito do que se passa no interior do indivduo, independen-
te de sua habilidade para desenhar. Trata-se de uma inteligncia que
se destaca em pintores, artistas plsticos, desenhistas, ilustradores e
chargistas.
O conjunto inter-relacionado dos vrios campos investigados indi-
ca a existncia de distintas competncias, inteligncias, sendo que o
objetivo do autor oi conhecer e identicar a diversidade das mesmas,
tendo como pr-requisitos os seguintes parmetros: - dominar um
conjunto de habilidades que permitam ao indivduo solucionar pro-
blemas, descobrir ou cri-los, estabelecendo as bases para um novo
conhecimento, dando nase aos processos criativos; - ser genuina-
mente importante e til no ambiente cultural; - satisazer determina-
das especicaes biolgicas e psicolgicas; - no ter sido dada a prio-
ri. Dessa maneira, esta teoria abarca inmeras classes de habilidades
valorizando a cultura. Para compor o cenrio do desenvolvimento de
cada uma das competncias intelectuais, Gardner utiliza como onte
motivadora: - sistemas simblicos construdos culturalmente; - estu-
dos envolvendo prodgios, indivduos talentosos, crianas e adultos
normais, pacientes com leses cerebrais, indivduos de cultura varia-
da; - especialistas em dierentes linhas de trabalho, ormando equipes
interdisciplinares.
Dessa orma, centrando-se nas capacidades intelectuais humanas,
essa teoria aproveita investigaes nas cincias psicolgicas, nas ci-
ncias biolgicas, incluindo o conhecimento em diversos ambientes
culturais. Propiciar oportunidades para os sujeitos excepcionais e/
ou portadores de necessidades especiais; um ambiente educacionalmais amplo oerecendo oportunidades de desenvolvimento de todas
as reas do saber. A avaliao deve criar uma cultura de avaliao per-
manente mudando o oco de testagem, medidas para um processo de
avaliao que supere a classicao mas que propicie a construo de
habilidades intelectuais mltiplas como um leque de oportunidades
educacionais.
Gardner arma que no se deve avaliar as inteligncias do mesmo
modo em distintas idades; chama ateno que avaliao precoce (l e
2 anos) permite perceber para quais habilidades o indivduo se inclina;
na idade pr-escolar avaliao ser mais rica e dedigna envolvendo acriana em atividades ldicas, estimulantes que propiciam o desenvol-
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vimento das habilidades e competncias, localizando acontecimentos
ou experincias signicativas para indivduos particulares em dom-
nios especcos. As experincias especcas para calcular o potencial
intelectual dierem segundo a idade, condio de vida scio-cultural.
possvel obter o perl intelectual do indivduo, ao longo de um ms,
desde que esteja envolvido em atividades regulares na sala de aula (5
a 10 horas de observao). Assim, as competncias intelectuais sozi-
nhas no so sucientes para o progresso educacional. Faz-se neces-
srio considerar a motivao apropriada, o estado aetivo que conduza
a aprendizagem, um conjunto de valores que avoream e despertam
o desejo de aprender, um contexto cultural de apoio, de aceitao,
enm um clima emocional avorvel.
Gardner deende a idia de ciclo vital, isto , desenvolvimento por
toda a vida explicitando as dimenses inter-relacionando com os sis-
temas simblicos que a sociedade humana vem construindo ao longo
de sua histria.
Para Gardner, a inteligncia e conhecimento se ampliam integran-
do elementos como espacial, corporal e pessoal, entendidos como
expresso de competncias intelectuais. As inteligncias mltiplas
permitem revelar os mecanismos envolvidos nas dierentes atividades
humanas, tanto nas maniestaes cotidianas, cientcas, artsticas e
tecnolgicas. Cabe ainda salientar que as inteligncias mltiplas se
desenvolvem num continuum, em que simplicidade e complexidade
crescente so contempladas, viabilizando o entendimento das reali-
zaes humanas comuns e talentosas. Como exemplo dos extremos
deste continuum, temos: - lingstica: os passos de uma criana em
direo aquisio e produo lingstica e queles do escritor e poe-
ta, envolvidos na criao de um ensaio e de um poema. Na inteligncia
musical: a produo de canes espontneas por uma criana peque-
na e a elaborao ou execuo de uma sonata. Na inteligncia lgico-
matemtica: a descoberta de noo de objeto e nmero na criana
e a construo de um paradigma cientco no adulto. Na intelignciaespacial: a garatuja inantil e um projeto arquitetnico. Na inteligncia
corporal: a tentativa do beb para pegar um objeto, uma apresentao
de bal, o desempenho de um desportista ou de um arteso.
Na inteligncia pessoal: o sorriso de reconhecimento do beb e a
sensibilidade no relacionamento interpessoal, desenvolvido pelo pro-
essor junto aos seus alunos. Assim, a inteligncia pessoal contempla a
sensibilidade para o auto e hetero-conhecimentos undamentais na ao
pedaggica, especialmente nas competncias dos gestores educacio-
nais incluindo as infuncias signicativas dos dierentes papis sociais,
o projeto poltico-pedaggico construdo coletivamente no exerccio dacidadania, liderana, processo decisrio, pensamentos, sentimentos, va-
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lores, atitudes que avorecem as transormaes da educao rumo
emancipao de todos os envolvidos. Gardner em seu livro Inteligncia:
Um Conceito Reormulado (2001 p.263 ) arma:
todos reconhecem a importncia da cincia e datecnologia, mas no se pode menosprezar as artes
e as humanidades. A cincias lidam com princpiose previses gerais e leis universais; as artes e as
humanidades, com a individualidade. Aprende-mos sobre guras histricas em sua individualida-de; exploramos a psique de diversos personagens
(as vezes perversos) na literatura. Recebemos deartistas e msicos um refexo de sua vida emocio-
nal atravs de suas obras. Cada vez que entramosem contato com algum novo em pessoa ou em
esprito, - nossos horizontes se ampliam. E as pos-sibilidades de experimentar conscincias dieren-
tes nunca diminuem. O humanista da era clssicadizia nada do que humano me estranho; e a
saga da conscincia individual no pode reduzir-sea rmulas ou generalizaes.
A abordagem das mltiplas inteligncias postula que as pesso-
as tm necessidades dierentes, tm vivncias anteriores dierentes,percebem as inormaes culturais de modo dierente, possuem di-
erentes estruturas motivacionais e cognitivas para assimilar noes e
conceitos, tm oras cognitivas e estilos de aprendizagem dierentes.
Portanto, os procedimentos educacionais, a partir desta nova viso de
inteligncia, devero sorer mudanas proundas.
Uma vez que todas as inteligncias so partes da herana humana
gentica, em algum nvel bsico cada inteligncia se maniesta univer-
salmente, independentemente da educao ou do apoio cultural.
A trajetria natural de desenvolvimento em cada inteligncia co-
mea com a capacidade pura de padronizar, que predomina no primei-ro ano de vida. No estgio seguinte, a inteligncia encontrada atravs
de um sistema simblico. Nesse momento, as crianas demonstram
suas capacidades nas vrias inteligncias por meio de sua compreen-
so dos vrios sistemas simblicos. Na medida em que o desenvolvi-
mento progride, cada inteligncia, juntamente com seu concomitante
sistema simblico, representada num sistema notacional, que em
nossa cultura so tipicamente dominados num ambiente ormal de
educao. Finalmente, durante a adolescncia e a idade adulta, as in-
teligncias so expressas atravs da variedade de atividades prossio-
nais e de passatempo.Crianas com diculdades em alguns tipos de habilidades, como a
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matemtica e a expresso verbal, por exemplo, possam tambm bus-
car outras ormas alternativas de aprendizagem nas outras habilida-
des, atravs das quais tem mais probabilidades de se expressar com
sucesso.
As mudanas rpidas na tecnologia e na sociedade exigem um
novo projeto educacional mais holstico, que envolva uma educao
em diversos nveis, enatizando o desenvolvimento das reas intrapes-
soal e interpessoal, que constituem a inteligncia emocional.
O conhecimento, dentro de uma viso holstica, vem de vrias
ontes e precisa ser integrado em nossa mente para uma percepo
mais real e abrangente do nosso mundo. Levar a criana a perceber
desde cedo, que a cincia, as tradies ocidentais e orientais, a arte
e o conhecimento dito popular so ngulos dierentes, elementos
parcializados na percepo da realidade total. Perceber que nenhum
destes modelos completo, mas sim complementar essencial, es-
pecialmente num mundo globalizado, cada vez mais transdisciplinar e
transcultural.
Passar os conhecimentos levando em conta as necessidades in-
telectuais, mas tambm as aetivas sociais e transcendentes so es-
senciais para o novo tempo em que estamos vivendo, em que tudo se
relaciona com tudo e a inormao instantnea.
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AS VRIAS FORMAS DE INTELIGNCIA
Por
Fabiane Adela Tonetto Costas
Lorena Ins Peterini Marquezan
Lcia Salete Celich Dani
Denyse Trindade Marciano*
* Fabiane, Lorena e Lcia so professoras do Departamento de
Fundamentos da Educao e Denyse acadmica do Curso de Pe-
dagogia do Centro de Educao da Universidade Federal de Santa
Maria RS.
A temtica Inteligncia suscita as mais variadas ormas de interpre-
tao, conceituao e estruturao.
Sabe-se que o assunto oi e ainda utpico de uma srie de ten-
tativas explicativas, perpassando a hereditariedade, ambiente, sendo
alvo de mensurao e, em decorrncia desses atos, atribuda a pou-
cos iluminados e privilegiados.
Ento, o que seria Inteligncia ou ser inteligente?
Pretendendo-se responder a essas indagaes, az-se necessrio
recorrer a sculos anteriores, visualizando o pensamento corrente napoca.
No nal do sc. XVIII, o jovem Joseph Franz Gall estabeleceu uma
relao entre o tamanho, orma cerebral e Inteligncia, objetivando
que sujeitos portadores de massa encelica volumosa seriam sujeitos
inteligentes.
Se, por um lado, pode-se contestar essa equivalncia, por enten-
der-se que tamanho e orma no necessariamente geram inteligncia,
por outro lado, deve-se considerar que Gall ez observaes bastante
pertinentes, quando postulou que no h ormas gerais de percepo,
memria e ateno mas: H dierentes ormas de percepo, me-
mria e similares para cada uma das diversas aculdades intelectuais
como a linguagem, msica ou viso (GARDNER, 1994, P.11).
A perspectiva de Gall aponta a Inteligncia vinculada a questes
hereditrias, o que corroborou com o pensamento expressado pelo
britnico Francis Galton, no sculo XIX, centrou suas investigaes em
pessoas eminentes ou gnios, recebendo, ao utilizar dados estatsti-
cos, uma relao estreita entre a genealogia e o xito social e pros-
sional dessas personalidades.
E, ainda, no nal do sculo XIX, o Russo Ivan Pavlov elaborou a teo-
ria do Condicionamento Clssico, entabulando uma ligao entre est-
mulo e resposta, em que bastaria a presena de estmulos apropriados
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para que certo organismo produzisse determinada resposta.
Sob este prisma, a Inteligncia poderia ser entendida, apenas,
como resultado de estimulao em que o meio social teria papel de-
terminante e primordial, desconsiderando os aspectos biolgicos e
hereditrios, os quais oram enatizados como determinantes nas con-
cepes de Gall e Galton.
Logo, se a inteligncia j esteve vinculada tanto origem gentica
quanto ao ambiente, para ambas as correntes, em certos perodos,
utilizando-se de mtodos estatsticos ou experimentais, nada mais
presumvel que a mesma osse alvo de medio.
Assim, no incio do sculo XX que Alred Binet e Theodore Si-
mon projetaram os primeiros testes de inteligncia, testes esses que
evidenciaram capacidades lingsticas, lgico-matemticas e espaciais
do ser humano, todas elas pertinentes a uma realidade scio-cultural
especca, ou seja, as questes propostas seriam mais acilmente res-
pondidas pelos indivduos de certos meios sociais, no considerando
os demais.
Questes do tipo: qual o dia da Independncia? Qual a uno dos
rins? Quanto custam 3 pes? Ou ainda resolues de labirintos so in-
dagaes caractersticas dos testes de QI (Coeciente de Inteligncia)
e esto intimamente ligadas a contedos de determinadas culturas e
meios sociais. Portanto, conorme Gardner (1994, p.13),
Quando o assunto a interpretao dos testes deInteligncia, nos derontamos com uma questo
de gosto ou preerncia, ao invs de com uma so-bre a qual a concluso cientca que tende a ser
atingida.
As tendncias mensurativas, intrnsecas dos testes de QI, oram
amplamente criticadas por vrios tericos, que detectaram aspectos
descontextualizados nestes testes.Jean Piaget pode ser citado como autor suo que se interessou
pela maneira como o ser humano apreende, ou seja, o sujeito cognos-
cente, aquele que conhece.
No incio das suas pesquisas, Piaget observou os erros cometidos
pelas crianas ao tentarem elucidar questes eetivadas nos testes de
QI e, a partir da, percebeu que o produto no o mais importante,
quando da resoluo de um problema, mas sim o processo pelo qual
o sujeito elaborou suas hipteses inerenciais.
Preconizando que o processo de construo da Inteligncia acon-
tece de orma interativa, numa relao sujeito-objeto, mediada pelaao, Piaget revolucionou o conceito de Inteligncia, pois entendeu
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que a mesma ruto das inter-relaes e salientou:
(...) o uncionamento cognitivo e o processo deequilibrao como atores responsveis pela pos-sibilidade de pensamento ou da Inteligncia irem
pouco a pouco construindo uma instrumental in-telectual necessrio, para a organizao compre-
ensvel e inteligvel da realidade. (MOSQUERA &ISAA, 1987, p.80).
Logo, Inteligncia pode ser entendida como um processo evolutivo
em que os conhecimentos tambm evoluem desde as primeiras rea-
es refexas, pertinentes biologicidade do sujeito at ormas maiscomplexas e abstratas, envolvendo diretamente o intelecto.
Nesta linha de evoluo interativa, no se pode deixar de mencio-
nar Lev Semionovich Vygotsky, autor russo, contemporneo de Pia-
get, que se interessou pelos processos psicosiolgicos envolvidos na
construo do homem e conseqentemente na sua Inteligncia.
Vygotsky postulava, tambm, uma relao sujeito-objeto, mas a
mediao dessa interao seria atribuda linguagem, esta ltima en-
tendida como atividade consciente do homem, presente em determi-
nada cultural. Percebida como:
Um sistema integrado de signos elaborados cul-turalmente, undamental para a alterao dossistemas uncionais e, conseqentemente, ator
determinante na evoluo do pensamento. me-dida que internalizada, passa a converter-se em
estrutura bsica do pensamento. (MOSQUERA &ISAA, 1987, P.84)
Deste modo, sendo a linguagem um importante instrumento psico-
lgico de internalizao dos conhecimentos acumulados culturalmen-
te, em que o homem produtor e produto deste signo, pereitamen-
te possvel localiz-la para alm da uno mediatizante postulada por
Vygotsky, ou seja, visualiz-la como componente de um conjunto de
competncias intelectuais, inserida num sistema lingstico, ruto de
um entendimento simblico-cultural.
Alm do sistema lingstico, podem-se citar outros, tais como: l-
gico, numrico, musical, corporal, espacial e pessoal, os quais sero
descritos ao longo deste texto, e que incorporam uma nova concepo
de Inteligncia, uma concepo plural, sociocultural e biolgica, simul-
taneamente.
O autor, responsvel por esta novidade, chama-se Howard Gard-
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ner, o qual entabulou, a partir dos sistemas j citados, sete intelign-
cias que passaro a ser explanadas.
Origina-se basicamente da relao auditivo-oral, iniciando-se a
partir do nascimento do sujeito.
Esta competncia se pronuncia atravs de sensibilidades, isto ,
mecanismos elementares que podem permitir variadas perormances
cognitivas, possuindo um caminho evolutivo que abarca aspectos on-
togenticos e logenticos e apresenta locais pr-estabelecidos, de-
tectados neurobiologicamente, o que no desconsidera atores am-
bientais que potencializaram sua ecloso.
Gardner (1994) apresenta quatro mecanismos elementares que
encerrariam sensibilidades pertinentes Inteligncia Lingstica: a se-
mntica, a sintaxe, a onologia e a pragmtica, acrescentando, ainda,
outras unes que lhe so concernentes: a retrica, poder mneum-
nico, a transmisso de inormaes e a metalinguagem.
Pode-se armar que, em termos educacionais, principalmente
na relao proessor-aluno, tanto os mecanismos da semntica e da
pragmtica quanto s unes de convencimento, memria e inorma-
o, contidas na Inteligncia Lingstica, so extremamente relevantes
quando se pensa no potencial interativo e apropriativo contido nessa
competncia intelectual, no desprezando os demais mecanismos e
unes.
Acrescenta-se que a inteligncia Lingstica percorre uma evoluo
que vai desde os primeiros meses at mais ou menos cinco anos de
idade, quando a criana expressaria a ala de orma parecida com o
adulto.
Salienta-se que, at mais ou menos seis meses de idade, tanto
crianas ouvintes quanto surdas, emitem sons ecollicos, acontecendo
a extino destes por parte da criana surda devido alta de feedba-
ck auditivo do meio que a cerca, o que dependendo da estimulao
poder ou no ser resgatado.
Isto signica que certos mecanismos, como a semntica e a prag-mtica, esto mais diretamente ligados a atores scio-culturais circun-
dantes, embora essencialmente humanos.
A inteligncia lingstica possui uma localizao no encalo que
se explicita desta orma, conorme Isaa (1995):
- em pessoas que se utilizam da mo direita predomina no Hemis-
rio Esquerdo, particularmente lobo temporal esquerdo;
- a pragmtica evidencia-se em estruturas do Hemisrio Direito.
Gardner arma que no avano cronolgico do indivduo a acilida-
de de localizao da linguagem cresce.
Diere da inteligncia lingstica, pois tem a sua iniciao no uni-verso dos objetos, porque Gardner (1994, p.100) arma que:
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(...) conrontando objetos, ordenando-os, reor-
denando-os e avaliando sua quantidade que acriana pequena adquire seu conhecimento iniciale mais undamental sobre o domnio lgico ma-
temtico.
Desta confrontao, determinados aspectos tornam-se pertinen-
tes queles que possuem a competncia intelectual vinculada inteli-
gncia Lgico-Matemtica.
Reerem-se ao empenho disciplinado com que o sujeito procura
evidenciar, explicar certos princpios conrmados pelo universo social.
Neste (des) empenho, o sujeito trabalha com hipteses especulati-
vas, visando criao de verdadeiras novidades, estando estas ltimas
contidas em padres matemticos ideais.
Para que toda esta ao acontea, o sujeito despende muito
tempo, concentrao e isolamento e utiliza-se de mecanismos ele-
mentares que englobam: a percepo de padres, produo e enca-
minhamentos quanto a cadeias de raciocnio, objetividade quanto
resoluo de problemas relevantes envolvendo habilidade numrica,
nestes casos, evidenciando mais a ormatao em detrimento do que
est no contedo.
Almejando localizar a Inteligncia Lgico-Matemtica, recorre-se a
ISAA (1995):
-Hemisrio Direito: habilidades numricas, compreenso das re-
laes e conceitos;
-Hemisrio Esquerdo: leitura e produo de signos matemticos;
-Lobo Parietal e reas temporal e occipital de associaes prxi-
mas, relevantes em problemas lgico-matemticos.
Contgua Inteligncia Lgico-Matemtica, percebe-se a Intelign-
cia Espacial que ser detalhada a seguir.
Assim como a Inteligncia Lgico-Matemtica, a Inteligncia Espa-
cial tem seu surgimento na relao objetal, na possibilidade de perce-
ber caractersticas, ormatos e onde se encontram os objetos.
Envolve lanar mo de unes semiticas, isto , representaes
dos objetos que teriam sido apropriadas em processos manipuladores
e exploratrios e de orma individual ou compartilhada, conorme des-
critos nos estudos de Jean Piaget e Lev Vygotsky.
Aspectos como a percepo do mundo circundante, observao
de mudanas objetais e releitura de experienciaes viso-tteis elen-
cam os mecanismos elementares pertinentes inteligncia Espacial.
Estes caracteres permitem ao indivduo localizar-se no espao, as-sim como a evocao daimaginria mentalquando em se tratando
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como do manejo de Gardner (1994, p.37)
(...) representaes grcas verses bidimensio-nais ou tridimensionais de cenas do cotidiano domundo real bem como outros smbolos como
mapas, diagramas ou ormas geomtricas.
A prpria capacidade apreciativa de uma escultura ou pintura re-
fete esta competncia intelectual, pois envolve uma sensibilidade ca-
racterstica desta Inteligncia.
De modo geral, a Inteligncia Espacial se encontra no Hemisrio
direito, pores posteriores, em certos locais do cerebelo.Equilibrar-se, pular, andar, danar, apertar, sacudi, lanar, jogar,
rabiscar, desenhar, brincar, empilhar, recortar, modelar so algumas,
entre tantas atividades, que servem para estimular a Inteligncia Ci-
nestsica Corporal e ampliar as interaes da pessoa com os outros e
o mundo.
Esta Inteligncia caracteriza-se pela habilidade de expressar-se
de diversas maneiras utilizando o prprio corpo. Conorme Antunes
(1998, p.50), outro elemento marcante dessa orma de inteligncia
a capacidade de trabalhar habilmente com objetos, tanto os que
envolvem a motricidade dos dedos quanto os que exploram o usointegral do corpo.
O ponto central desta Inteligncia situa-se no hemisrio esquerdo
do crebro, embora ainda no se possua total certeza que esta locali-
zao seja aceitvel para todos, entre eles os canhotos.
Oportunizar a abertura deste tipo de Inteligncia um desao para
pais e proessores, principalmente no espao de tempo que vai desde
o nascimento at aos cinco-seis anos. Esta abertura ser acilitada na
medida em que as atividades acima citadas e outras mais, que ajudam
a estimular o olato, o paladar, a mmica e os movimentos orem incor-
poradas vida das crianas.Uma msica, uma cano nos traz memria a idia de lgica,
ritmo, melodia e pureza em cada tonalidade, mas o cantor, em sua
interpretao, que empresta mesma toda sua sensibilidade, sua
emoo, sua vibrao e seu olhar particular ao organizar seus sons de
maneira criativa.
Portanto, como nos ala Antunes (1998, p.56):
A inteligncia musical, como as demais, no podeser conundida como um talento, e que sua com-
petncia se maniesta, desde muito cedo, pelaacilidade em identicar sons dierentes, perceber
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as nuanas de sua intensidade, captar sua direcio-
nalidade.
Desta orma, esta Inteligncia caracteriza-se pela capacidade para
perceber sons naturais e, na msica, perceber a distino entre tom,
melodia, ritmo, timbre e reqncia.
A inteligncia Musical pode e deve ser estimulada pelos pais e
amiliares desde que a criana pequena, Habilidades como observar,
escutar, cantar, identicar, relatar, conceituar, reproduzir, combinar, etc.
devero azer-se presentes nas brincadeiras e vivncias das crianas,
tanto em casa quanto na escola.
Para Antunes (1998, p.60), a msica deve ser estimulada em to-dos, ainda que alguns, certamente com maior competncia, possam
apereio-la com a aprendizagem musical propriamente dita.
um processo dinmico, fexvel, abrangente, inacabado, que en-
volve o conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa, locali-
zados nos lobos rontais, segundo os critrios neurolgicos. Gardner
(1995, p.28):
O acesso ao sentimento da prpria vida, gamadas prprias emoes, capacidade de discriminar
essas emoes e eventualmente rotul-las e utili-za-las como uma maneira de entender e orientar o
prprio comportamento.
A pessoa com boa inteligncia interpessoal possui
um modelo vivel e aetivo de si mesma. Uma vezque esta inteligncia a mais privada, ela requer a
evidncia a partir da linguagem, da msica ou dealguma outra orma mais expressiva de intelign-cia para que o observador a perceba uncionando.
Para Gardner, as inteligncias pessoais retratam uma simbioseentre a carga hereditria e as interaes do sujeito com o ambiente
scio-cultural no qual est inserido.
A Inteligncia Intrapessoal envolve a capacidade da auto-estima e
a construo de uma identidade coerente e verdica de si mesmo. Os
estudos mostram que as inteligncias pessoais surgem muito cedo,
para alguns mesmo na vida pr-natal. A ligao entre o beb e a me
vai alm dos cuidados pr e ps-natais. Envolvem uma orte carga ee-
tiva que aos poucos vai abrindo espaos para uma orte carga eetiva
que aos poucos vai abrindo espaos para novas pessoas, como pai, os
irmos, amiliares, etc.Antunes (1998, p.83), refetindo-se s inteligncias intrapessoais,
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assim nos ala:
Durante os primeiros meses de vida, a criana de-
senvolve orte ligao com sua me, igualada tam-bm pela orte atrao da me pelo lho. medi-
da que a criana vai crescendo, novas pessoas soincorporadas a essa relao e a intensidade do re-
cproco se arouxa, ainda que o amor seja intenso.
(...) as inteligncias emocionais expressam sinais
signicativos para todas as culturas. Riso, bem-estar,desconorto e choro so smbolos universais e, aosdois meses de idade, o beb j capaz de discrimi-
na expresses aciais de aeto ou rejeio (...).
undamental que pais e educadores ressigniquem a importncia
da educao inantil e da sociabilidade proporcionada a cada criana,
nica, dierente na maneira de pensar, agir e sentir. Estudos dos russos
Lev Vygotsky, A. Luria, Yodovich e outros mostram situaes de autodes-
coberta expressiva com base no relacionamento entre crianas. Isto sig-
nica que a descoberta do EU tem incio com a descoberta do outro.
Ao salientar o papel dos pais e educadores no estmulo do emo-
cional, Gottman e Claire (1997) citam cinco passos fundamentais da
preparao emocional:
1) que percebam as emoes da criana e a aju-
dem a identic-las; 2) que reconheam a emoocomo uma oportunidade melhor de descoberta e
transmisso de experincias; 3) que legitimem ossentimentos da criana com empatia; 4) que aju-
dem os lhos a nomear e verbalizar seus estadosemocionais; e 5) que mostrem os limites e propo-
nham caminhos para que a criana por seus pr-prios meios, resolva seus problemas emocionais.
Percebe-se a importncia da presena dos pais e educadores como
mediadores do desenvolvimento potencial dos seus lhos e educan-
dos. No senso do EU do indivduo, encontramos uma uso de compo-
nentes inter e intrapessoais.
Na verdade, o senso do eu emerge como uma das
mais maravilhosas invenes humanas um sm-bolo que representa todos os tipos de inormaes
sobre uma pessoa e , ao mesmo tempo, uma in-
veno que todos os indivduos constroem para si
mesma. (GARDNER, 1995, P.29)
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A Inteligncia Interpessoal baseia-se na capacidade de perceber
distines nos outros; variaes em seus estados de nimo, suas mo-
tivaes, suas intenes e seu temperamento.
Todos os ndices na pesquisa do crebro surgem que os lobos ron-
tais desempenham um papel importante no conhecimento interpesso-
al. Um dano nessa rea pode provocar proundas mudanas de perso-
nalidade, ao mesmo tempo em que no altera as ormas de resoluo
de problemas em reas distintas. Segundo Gardner (1995, p.27),
A evidncia biolgica da inteligncia interpessoalinclui dois atores adicionais (...)
Um dos atores a prolongada inncia dos pri-
matas, incluindo o estreito apego me. Nos ca-sos em que a me aastada no desenvolvimentoinicial, o desenvolvimento interpessoal normal ca
seriamente prejudicado.
O segundo ator a relativa importncia da intera-
o social para os seres humanos. As habilidadestais como caar, perseguir e matar, nas sociedadespr-histricas, exigia a participao e cooperao
de grande nmero de pessoas.
A necessidade de coeso, liderana, organizao e
solidariedade no grupo decorre naturalmente disso.
Como vemos, a teoria das inteligncias mltiplas, incluindo a Inteli-
gncia Interpessoal, abrange quatro aspectos: liderana, relacionamen-
to, resoluo de confitos e anlise social. A pessoa com competncia
interpessoal capaz de ter um melhor rendimento em lideranas e
relacionamentos, mantendo e conservando amigos, resolvendo con-
fitos e azendo uma leitura com dierentes olhares, para perceber os
acontecimentos no contexto scio-cultural no qual est inserida.
A competncia interpessoal undamental, pois abrange: empa-
tia, saber ouvir, equilbrio emocional, valores humanos, expresso dossentimentos, motivao, comunicao, aprendizado, resoluo de pro-
blemas, autonomia, refexo e ao emancipatria.
A competncia interpessoal e o relacionamento harmonioso impli-
cam na fexibilidade, na abertura, no respeito ao convvio dos dieren-
tes (idias, valores, sentimentos, etc.). Moscovici (1997, p.120 124)
refete:
Necessitamos abrir espaos para a intuio, a cren-a e a emoo, para completar e ampliar nossa
capacidade intelectual (...)
A competncia interpessoal, como determinante
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de sucesso no desempenho de unes relaciona-
das interao com as outras pessoas (...) guram
tanto nas de transio quanto nas de ponta e soconsideradas caractersticas denidoras do perldo nosso lder na nova empresa (...) A multiplici-
dade de papis vividos pelo ser humano leva-o aodesao das rpidas variaes de cenrio. (...)
Cabe aos pais e educadores o grande desao de estimular o de-
senvolvimento das competncias individuais e coletivas nos vrios do-
mnios, atravs de um crculo transdisciplinar e interdisciplinar.
No seu livro: Inteligncias Mltiplas: a teoria na prtica, Gardner
(1995) nos remete a uma viso da mente radicalmente dierente. uma viso pluralista da mente, reconhecendo muitas acetas dieren-
tes e separadas da cognio, reconhecendo que as pessoas tm oras
cognitivas dierenciadas e estilos cognitivos contrastantes.
A escola ser muito dierente. Centrada no indivduo, demonstran-
do uma viso multiacetada da Inteligncia, baseia-se nos achados
cientcos da cincia cognitiva (o estudo da mente) e na neurocincia
(o estudo do crebro).
Gardner sugere aastar os testes e as correlaes entre os testes e,
ao invs disto, observar as ontes de inormaes mais naturalistas a
respeito de como as pessoas, no mundo todo, desenvolvem capacida-des importantes para seu modo de vida. (1995, p.13)
A denio de Inteligncia ser mais complexa, mais abrangente:
como a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos
que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comu-
nitrios (GARDNER, 1995, p.14). A lista de oito inteligncias uma
tentativa de organizar a massa de inormaes que oram analisadas
subjetivamente.
O ponto mais importante deixar clara a existncia da pluralidade
do intelecto. de mxima importncia reconhecer e estimular todas as
variadas inteligncias humanas.As inteligncias uncionam juntas para resolver problemas, para
produzir vrios tipos de estados nais culturais, ocupacionais, passa-
tempos e assim por diante.
O propsito da escola ser desenvolver as inteligncias e ajudar
as pessoas a atingirem objetivos de ocupao e passatempo adequa-
dos ao seu espectro particular da Inteligncia. As pessoas que so
ajudadas a azer isso, acredito que se sentem mais engajadas e com-
petentes, e, portanto, mais inclinadas a servirem sociedade de uma
maneira construtiva (Gardner, 1995, p.16).
A escola centrada no indivduo seria rica na avaliao das capaci-dades e tendncias individuais. Para isto, az-se necessrio a presena
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dos especialistas em avaliao a m de tentar avaliar outros tipos de
inteligncia, procurando adequar os indivduos aos vrios tipos de vida
e de opes de trabalho existentes em sua cultura.
H necessidade de a escola ter o agente do currculo para o aluno. Sua
tarea seria a de ajudar a combinar pers, objetivos e interesses dos alunos
a determinados currculos e determinados estilos de aprendizagem.
As novas tecnologias interativas so consideravelmente promis-
soras nesta rea: no uturo, provavelmente ser mais cil para estes
agentes combinarem cada aluno com o modo de aprendizagem mais
conortvel para ele.
Ns todos to dierentes e em grande parte possumos dierentes
combinaes de inteligncias. undamental a capacidade de lidar e
resolver problemas. As pessoas se sentiro melhores em relao a si
mesmas, mais competentes, mais comprometidas e mais capazes de
reunir-se ao restante da comunidade mundial para trabalhar pelo bem
comum. Aliando um sentido tico, talvez possamos ajudar a aumentar
a probabilidade da nossa sobrevivncia neste planeta, e talvez contri-
buir para a nossa prosperidade (GARDNER, 1995, p.18).
Figura 17 - Ilustrao dos vrios tipos de inteligncias, segundo Gardner.
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ATIVIDADE
Atividade F: Escolha quais os tipos de inteligncia que voc acredita queesto mais presente em voc no sentido de maior competncia para exercera prosso de proessor. Refita, ser que o ser humano para ser um cidadobom, belo e verdadeiro nos valores deendidos por Gardner, pode ignoraralgum tipo de inteligncia ou ter que lutar para ampliar e desenvolver todosos aspectos plurais possveis em si mesmo e nos seus educandos? Argumen-te criticamente e aplique no cotidiano da escola.
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