Material economia 10º ano (ii ciclo ensino secundário)

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Janísio Salomão 1 ÍNDICE 1. Etimologia da palavra economia .............................................................. 2 2. DIVISÃO E DEFINIÇÃO DA ECONOMIA ................................................... 2 2.1 “ Porquê estudar a Economia?” ........................................................ 3 3. A globalização da economia e o mundo contemporâneo ...................... 4 4. Problemas básicos de organização económica ..................................... 5 5. A ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS ........................ 6 6. INTERLIGAÇÃO DA ECONOMIA COM OUTRAS CIÊNCIAS ................... 7 7. ACTIVIDADE ECONÓMICA E OS AGENTES ECÓNOMICOS .................. 9 7.1 CLASSIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES ........................................... 9 7.2 BENS E SERVIÇOS ........................................................................... 10 7.3 CLASSIFICAÇÃO DE BENS .............................................................. 11 8. Estudo das funções económicas ........................................................... 13 8.1 FUNÇÕES INDISPENSÁVEIS AO CORRECTO FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA COMO UM TODO .............................................................. 13 8.2 FUNÇÕES SECUNDÁRIAS ............................................................... 14 9. AGENTES ECONÓMICOS........................................................................ 14 10. O consumidor como parte integrante do sistema económico ......... 15 10.1 A família e o consumo ...................................................................... 15 10.2 Factores que influenciam o consumo ............................................. 15 11. DIREITOS DO CONSUMIDOR .............................................................. 17

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Modesto contributo a Cadeira de Introdução a Economia, 10º ano ensino secundário Ensino Geral - Angola

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Janísio Salomão

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ÍNDICE

1. Etimologia da palavra economia .............................................................. 2

2. DIVISÃO E DEFINIÇÃO DA ECONOMIA ................................................... 2

2.1 “ Porquê estudar a Economia?” ........................................................ 3

3. A globalização da economia e o mundo contemporâneo ...................... 4

4. Problemas básicos de organização económica ..................................... 5

5. A ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS ........................ 6

6. INTERLIGAÇÃO DA ECONOMIA COM OUTRAS CIÊNCIAS ................... 7

7. ACTIVIDADE ECONÓMICA E OS AGENTES ECÓNOMICOS .................. 9

7.1 CLASSIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES ........................................... 9

7.2 BENS E SERVIÇOS ........................................................................... 10

7.3 CLASSIFICAÇÃO DE BENS .............................................................. 11

8. Estudo das funções económicas ........................................................... 13

8.1 FUNÇÕES INDISPENSÁVEIS AO CORRECTO FUNCIONAMENTO

DA ECONOMIA COMO UM TODO .............................................................. 13

8.2 FUNÇÕES SECUNDÁRIAS ............................................................... 14

9. AGENTES ECONÓMICOS ........................................................................ 14

10. O consumidor como parte integrante do sistema económico ......... 15

10.1 A família e o consumo ...................................................................... 15

10.2 Factores que influenciam o consumo ............................................. 15

11. DIREITOS DO CONSUMIDOR .............................................................. 17

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1. ETIMOLOGIA DA PALAVRA ECONOMIA

A palavra “economia”deriva do grego:

Oikos (casa) + nomos (conhecimento)

Etimologicamente, a Economia é todo o conhecimento organizado que permite

o governo ou a administração da actividade caseira.

Note bem que na sociedade primitiva, como na Grécia Antiga, as unidades de

produção eram familiares: era no âmbito da casa de família que se produzia

praticamente todos os bens e serviços necessários à subsistência do agregado

familiar, havendo, quando muito, algumas trocas com a vizinhança. Eram

raríssimas as trocas de produtos oriundos de longas distâncias.

Também não repugna utilizar na definição do objecto da ciência económica a

palavra "economizar", no sentido mais corrente do termo. E assim, economia

será a ciência que estuda as formas de economizar, isto é, de poupar, ou

ainda, de não desperdiçar. Que é como quem diz: “procurar obter a mesma (ou

até maior) satisfação de necessidades (proveito) com o mínimo dispêndio

possível de recursos (esforço e custo)”.

2. DIVISÃO E DEFINIÇÃO DA ECONOMIA

A economia divide-se em 2 (dois) grandes grupos que são:

1- Economia Pura – Ocupa-se da teorização da matéria económica ou

leis.

2- Economia Social – Ocupa-se da aplicação das teorias ou leis

económicas.

Ambas são muito importantes mais a 2ª é de maior importância pelo

facto de através dela fazer-se o uso dos bens materiais e das leis que se

regem.

No que diz respeito a definição de economia com ciência, podemos dizer

que são muitas as definições dadas por vários especialistas.

Mas antes de abordarmos as várias contradições existentes no que tange a

definição da economia, vamos fazer uma breve análise:

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2.1 “ Porquê estudar a Economia?”

A produção, o investimento, o consumo, a poupança e a repartição do

investimento constituem os principais fenómenos estudados pela ciência

económica. Cabe à Economia estudar os problemas associados a esses

fenómenos. É na compreensão desses problemas que reside a importância do

estudo da Economia.

De forma sintetizada daremos algumas respostas em função da questão que

se levanta. Estudamos economia para:

1- Para: Compreender os problemas que se colocam ao cidadão e a família.

2- Para: Ajudar os governos tanto de nações subdesenvolvidas como de

nações avançadas ou desenvolvidas a promover o crescimento, melhorar a

qualidade de vida ao mesmo tempo contornar a recessão e a inflação.

3- Para: Analisar os padrões de comportamento sociais.

4- Para: Compreender e alternar as desigualdades na repartição de

rendimentos e das oportunidades.

5- Para: Gerir da forma mais proveitosa possível, um confronto permanente

entre recursos escassos (mas polivalentes) e necessidades humanas múltiplas

(mas desigualmente importantes, logo hierarquizáveis).

As várias opiniões dadas por vários economistas:

Paul Anthony. Samuelson: economia é a ciência que se ocupa com o

estudo das leis económicas indicadoras do caminho que deve ser

seguido para que seja mantida em nível elevado a produtividade,

melhorando o padrão de vida das populações e empregados

correctamente os recursos.

Raymond Barre: É a ciência voltada para administração dos escassos

recursos das sociedades humanas: ela estuda as formas assumidas

pelo comportamento humano na disposição onerosa do mundo exterior

em decorrência da tensão existente entre os desejos ilimitados e os

meios limitados aos agentes da actividade económica.

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Stonie e Hague: Se não houvesse escassez nem necessidade de

repartir os bens entre os homens, não existiriam tampouco sistemas

económicos nem economia. A economia é, fundamentalmente, o estudo

da escassez e dos problemas dela decorrentes.

No entanto podemos chegar a conclusão de que:

Segundo Paul Anthony Samuelson e William D. Nordhaus, economia

pode ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades

utilizam os recursos escassos para produzir bens com valor, e de como os

distribuem entre os vários indivíduos. Nesta definição estão implícitas duas

questões fundamentais para a compreensão da economia: por um lado a ideia

de que os bens são escassos, ou seja, não existem em quantidades suficientes

para satissfazer plenamente todas as necessidades e desejos humanos; por

outro lado a ideia de que a sociedade deve utilizar os recursos de que dispõe

de uma forma eficiente, ou seja, deve procurar formas de utilizar os seus

recursos de forma a maximizar a satisfação das suas necessidades.

3. A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA E O MUNDO CONTEMPORÂNEO

Antes de abordarmos o tema em análise é de importância definirmos o sentido

lato da palavra globalização, mais então qual o significado de globalização que

tanto se fala?

Chama-se globalização, ou mundialização, o crescimento da interdependência

de todos os povos e países da superfície terrestre. Alguns falam em “aldeia

global”, pois parece que o planeta está ficando menor e todos se conhecem

(assistem programas semelhantes na TV, ficam sabendo no mesmo dia o que

ocorre no mundo inteiro).

Economia Global – significa que as actividades económicas não ficam

restringidas em exclusivos aos espaços nacionais de cada país nação ou

região.

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Os actos de produção, investimento, comércio, envolvem várias zonas e

recursos produtivos podendo definir-se como transaccionais, onde se perde

todos os significados das fronteiras politicas ou económicas.

A economia surge como um conjunto de processos que se desenvolvem em

forma global transpondo as fronteiras e os estados e aproveitando as

vantagens relativas e os recursos de cada região.

Estas vantagens relativas e os recursos, não são equilibrados devido a

especialização e a tecnologia de cada país.

Assim certos fluxos são mais valorizados do que outros dando origem ao

crescente endividamento dos países subdesenvolvidos relativamente aos

países mais desenvolvidos a quem compramos equipamento e tecnologia.

Na tentativa de resolução destes problemas estabeleceu-se uma nova ordem

económica internacional, esta ordem defende que o verdadeiro

desenvolvimento tem de contar numa reciprocidade de interesses dos diversos

países e na valorização do potencial dos países subdesenvolvidos isto é, dos

seus próprios recursos e capacidades, mais não segundo uma lógica que,

como até agora seja unicamente ditada pelo interesse dos países mais ricos.

4. PROBLEMAS BÁSICOS DE ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA

A economia procura responder a três questões, as quais constituem os três

problemas de qualquer organização económica: o quê, como e para quem:

O que produzir e em que quantidades? Quais os produtos e serviços

deverão ser produzidos por forma a satisfazerem da melhor forma possível as

necessidades da sociedade?

Ex: vamos produzir Maior quantidade de um bem com menor qualidade, vamos

produzir uma menor quantidade e maior qualidade.

Como devem os bens ser produzidos? Que tecnologias e métodos de

produção utilizar? Que matérias-primas deverão ser utilizados para produzir

determinado produto? Como maximizar a produção tendo em conta os

recursos disponíveis? Qual a tecnologia utilizada, e de que forma tecnológica

devem der eles produzidos?

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Para quem são os bens produzidos? Será que vamos produzir para uma

família com poucos recursos económicos? Que irá ter o poder de compra?

Como irá o produto ser repartido entre as diferentes famílias?

5. A ECONOMIA NO CONTEXTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

O ser humano não vive isolado, mas em grupo. E pertence, normalmente, a

vários grupos: a um Estado, Nação ou Povo e também a sociedades ditas

"menores" como sejam sindicatos, partidos, clubes desportivos, colectividades

diversas. A Economia é precisamente uma das Ciências do comportamento

humano em sociedade. E estuda a forma como conjuntos de pessoas

interdependentes desenvolvem e organizam actividades tendentes à satisfação

ordenada das suas necessidades pessoais e colectivas. A satisfação das

necessidades humanas é a finalidade última de todas as instituições e

actividades económicas. Isto não quer dizer que a Economia seja um

compartimento isolado e estanque da vida social; pelo contrário, todas as

dimensões da vida humana, mesmo as que nada têm a ver com a produção e a

troca, têm algum substrato económico que mais ou menos de perto as

condiciona. Por outro lado, em rigor, também não há problemas estritamente

económicos. Todas as Ciências Humanas (há quem prefira a designação de

"Ciências Sociais") são chamadas a dar o seu contributo na explicação do

comportamento humano em sociedade. Por isso a Sociologia diz que "todo o

fenómeno social é um fenómeno social total".

Enquanto ramo do conhecimento científico, a Economia também tem leis. Não

são leis em sentido jurídico-legal, mas sim relações de causa-efeito entre dois

ou mais fenómenos.

Atente na diferença fundamental entre as leis das Ciências Sociais e as leis

das Ciências Naturais e das Ciências Exactas. Nas Ciências da Natureza, as

leis obedecem a um certo determinismo e as relações de causa-efeito podem

ser estabelecidas e usadas com muito rigor:

As leis das Ciências Sociais não são tão exactas como esta, pela simples

razão do comportamento humano não estar sujeito ao determinismo ou ao

fatalismo. Na realidade, o ser humano não é um robot telecomandado à mercê

de leis que lhe são estranhas. As ciências sociais tem por função analisar,

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investigar, compreender e explicar objectivamente o comportamento do homem

na sociedade e das instituições sociais sobre diversos aspectos tais como: o

psicólogo, o sociólogo, o demográfico, o económico, o jurídico, o histórico, o

politico, etc...

Embora estas ciências se ocupem da mesma realidade social que é o homem,

elas são distintas entre si, não pela natureza do seu objecto que é o mesmo,

mas pelo seu particular ponto de vista ou ângulo de visão sobre a realidade

social.

Cada ciência fornece a sua própria visão parcelar da realidade pelo que só

poderá der completamente compreendida se conhecermos todas as visões

parcelares fornecidas por cada ciência social. Por isso se diz que a realidade

social e pluridimensional e as ciências sociais complementadas e

interdependentes.

6. INTERLIGAÇÃO DA ECONOMIA COM OUTRAS CIÊNCIAS

Economia embora seja uma ciência social tão autónoma como as demais deverá ser

sempre estudada em interligação com todas as restantes ciências sócias.

Certamente economia sozinha não nos pode dar respostas completas sobre os

problemas por ele estudados. De facto os problemas económicos que resultam

na vida social são problemas sociais, então numa perspectiva de abordagem,

devemos conjugar explicações dadas pela economia com produzidas por

outras ciências sócias capazes de dar resposta ao problema que estuda.

ECONOMIA

EETTNNOOGGRRAAFFIIAA DDEEMMOOGGRRAAFFIIAA

GGEEOOGGRRAAFFIIAA SSOOCCIIOOLLOOGGIIAA

MMAATTEEMMÁÁTTIICCAA

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Ex: O desenvolvimento económico de uma região não pode ser estudado só

pela economia.

GEOGRAFIA – Fornece aos economistas um conhecimento mais fecundo das

condições físicas e naturais das actividades económicas informa-o sobre as

concentrações espaciais da energia das meterias primas e da população.

DEMOGRAFIA – É a ciência que tem por objecto de estudo a população tem

interesse para a economia porque a população e o fim último de toda

actividade económica, isto porque pretende satisfazer as necessidades

humanas. A população representa a força de trabalho sem no qual deverá ver

a actividade económica e a capacidade de produção de uma economia

fortemente da quantidade e sobretudo da qualidade da sua produção.

SOCIOLOGIA – Estuda o comportamento humano quando inserido nos

diversos grupos sociais. Em matéria económica é de grande interesse estudar

a sociologia do trabalho humano, relativa ao comportamento do homem

enquanto produtor inserido na sua comunidade de trabalho.

ETNOGRAFIA – Esclarece-nos como é a referência de práticas culturais de

habitantes de uma localidade.

MATEMÁTICA – Fornece aos economistas dados históricos sistematizados e

tratados cujo conhecimento permitirá conclusões sobre a evolução conjuntural

ou estrutural e reflectir sobre medidas mais ajustadas a tomar.

Recordando as necessárias interligações a economia com outras ciências do

domínio social, o seu objectivo principal podemos afirmar que é a economia é a

ciência que tem como dever estudar de uma forma articulada com outras

ciências a problemática económica tendo em vista o bem estar e o progresso

da humanidade.

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7. ACTIVIDADE ECONÓMICA E OS AGENTES ECÓNOMICOS

7.1 CLASSIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES

O conceito económico de necessidade é pragmático, empírico e totalmente

abstraído de quaisquer conotações ou valores de ordem ética, filosófica ou

cultural:

Necessidade humana relevante para a análise económica é todo e

qualquer estado de carência, simples apetência ou de insatisfação que

move o indivíduo (ou o grupo social) a procurar obter coisas (ou a

prestação de serviços) que julga capazes de preencher esse vazio ou a

fazer cessar esse estado de insatisfação.

As necessidades podem ser:

1. Quanto a importância

2. Quanto ao dispêndio na aquisição

3. Quanto à abrangência

4. Quanto ao processo de aquisição

Quanto a importância as necessidades podem ser:

1. Básicas ou Primárias – São aquelas necessidades sem as quais

o homem não vive. Ex: Alimentação, Vestuário, Saúde, etc.

2. Secundárias ou não essências – São aquelas que apesar de

serem importantes delas não dependem a vida do homem, e

podem ser adiadas para secundo plano. Ex: Cultura e lazer,

educação, desporto e turismo.

Quanto ao dispêndio na aquisição as necessidades podem ser:

1. Económicas: Aquelas que para satisfazer necessitam da

intervenção da moeda, Ex: Pão, sapato, peixe, etc.

2. Não Económicas: Aquelas que para satisfazer não necessitam a

intervenção da moeda. Ex: o ar, praia. etc.

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Quanto a abrangência as necessidades podem ser:

1. Individuais: São aquelas necessidades que satisfazem apenas um

indivíduo isolado. Ex: Estudo, alimentação, habitação. etc.

2. Colectivas: Aquelas que atingem a comunidade. Ex: Segurança, defesa

nacional.

Quanto ao processo de aquisição:

1. Inatas: São aquelas necessidades que nascem com homem. Ex:

Alimentação.

2. Adquiridas: São aquelas que adquirimos de acordo com o meio.

Ex: Desporto.

7.2 BENS E SERVIÇOS

Os bens materiais são coisas ou objectos com realidade material (da

esferográfica ao avião). Podemos vê-los, apalpá-los, sentir-lhes o peso (e a

sujeição à atrás citada lei da queda livre dos graves).

Os serviços (bens imateriais) são actividades humanas cuja realidade, na

maior parte dos casos, se esgota no momento em que acabam de ser

prestados. É o caso dos serviços de transporte, de um espectáculo, de uma

aula, de um programa de televisão.

Na maior parte dos casos, é natural, ou pelo menos desejável, que os efeitos

da fruição da utilidade do serviço não se esgotem no momento em que acaba

de ser prestado, continuando a produzir novos efeitos durante muito tempo

como por exemplo a lição de Economia (ou de Inglês)...

Na realidade económica há complementaridade absoluta entre bens materiais

e serviços: não é possível produzir e usufruir de um bem, sem obter em

conjunto a prestação de alguns serviços (o do transporte, o da venda, por

exemplo). Também muito dificilmente se poderá prestar hoje um serviço sem a

utilização de vários bens materiais.

Matérias-primas / bens intermédios / bens de consumo final

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As matérias primas são bens tal qual são extraídos da natureza, quando ainda

não sofreram qualquer transformação indispensável à sua posterior utilização

na satisfação de necessidades.

7.3 CLASSIFICAÇÃO DE BENS

O conceito de bem económico é muito simples. Os bens são todo o tipo de

meios, coisas ou actividades (prestação de serviços) que julgamos capazes de

atenuar ou fazer cessar situações de carência ou de simples apetência. Ou,

mais resumidamente, são meios, coisas ou actividades que presumimos serem

capazes de satisfazer necessidades.

Para além da classificação de bens económicos podemos ainda classificar os

bens de acordo comos critérios o que é natural.

Se considerarmos a variedade de bens existentes e a infinidade que estes

devem satisfazer podemos classifica-los da seguinte forma:

Quanto a urgência ou prioridade de consumo podem ser:

1. Bens essências – São aqueles bens que necessitamos para a

nossa satisfação diária. Ex: pão, peixe, farinha, arroz.

2. Bens de consumo supérfluo – Aqueles que podem ser

substituídos. Ex: Desporto, lazer

Quanto função económica:

1. Bens de consumo – Aquele bem que destina ao consumo final, esta

pronto a ser consumido. Ex: pão, manga.

2. Bens de Produção – São aqueles bens utilizados na produção de

outros, sofrem uma alteração. Ex: farinha, a manga para a produção

do sumo de manga.

Quanto a utilização ou valor no mercado:

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1. Bens livres ou não económicos – São ou é qualquer bem que não

tem valor no mercado por não escassear existe em quantidade.

Ex: O ar

2. Bens económicos – Aquele bem que tem um valor, por ser um bem

escasso. Ex: tomate, arroz, etc.

Bens quanto ao mercado podem ser:

1. De consumo final – são aqueles bens que estão imediatamente a

disposição do consumidor, não sendo necessário acrescentar

qualquer operação de produção. Ex: gasolina, pão, energia.

2. Bens de consumo intermédio – Aquele bem que já sofreu

transformação, irá sofrer várias transformações até atingir o produto

final. Ex: Petróleo bruto.

Quanto a sua relação recíproca:

1. Bens complementares – São aqueles que se complementam, não

se utilizam sem a utilização de outros. Ex: o carro e as rodas; ou

combustível.

2. Bens sucedâneos ou substituíveis – Aqueles que se podem

substituir para uma satisfação idêntica: Ex: Margarina e a manteiga

Quanto a sua duração:

1. Bens duradouros – Aquele que ao satisfazerem uma necessidade

não perdem as suas qualidades iniciais: Uma casa. etc.

2. Bens não duradouros – São aqueles que ao satisfazerem as suas

necessidades perdem as suas qualidades iniciais. Ex: O combustível.

Os bens ainda podem ser classificados ainda em Bens Privados e Bens

Públicos.

Os Bens Privados - são os produzidos e possuídos privadamente.

Como exemplo termos os automóveis, aparelhos de televisão etc.

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Os Bens Públicos - referem-se ao conjunto de bens gerais fornecidos

pelo setor público: educação, justiça, segurança, transporte, etc.

8. ESTUDO DAS FUNÇÕES ECONÓMICAS

Duma forma geral, segundo o efeito substituição quando o preço de um

bem aumenta os consumidores tendem a substitui-lo por outros bens menos

caros. Com o intuito de atingir a satisfação de uma forma mais barata.

Uma vez que a produção é limitada devido a escassez do produto é

necessário fazer escolha entre os diversos tipos de bem isto leva-nos a um

conceito que é o custo de oportunidade. Significa que quando escolhemos

um bem deixa de ser consumido isto é o lucro máximo obtido se utilizarmos

factores produtivos empregos noutros usos alternativos.

Ainda em relação a classificação dos bens referimos as situações psicológicas

e culturais ligadas a procura de ostentação é um tipo de procura ligado ao

estatuto do consumidor.

Distinguimo-nos assim os chamados bem de consumo Superior e bem

de consumo inferior.

Bem de consumo Inferior – É um bem cujo consumo diminui quando

aumenta o rendimento.

Bem de consumo superior – Neste caso o acto de consumo é por

vezes irracional aumentando quando os preços aumentam e baixando quando

os preços baixam.

8.1 FUNÇÕES INDISPENSÁVEIS AO CORRECTO FUNCIONAMENTO DA ECONOMIA COMO UM TODO

A produção O consumo A poupança A distribuição A repartição do rendimento A redistribuição do rendimento

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8.2 FUNÇÕES SECUNDÁRIAS

A comercialização A armazenagem O transporte A publicidade Intermediação financeira

Produção: É a actividade que tem como objectivo a satisfação e obtenção

de bens e serviços que satisfazem as necessidades e é certamente uma das

importantes actividades humanas.

Consumo – é a dispesa total feito por cada indivíduo ou pelo país em bens

durante um certo período.

Poupança – É a parcela do rendimento que não é consumida. É a diferença

entre o rendimento disponível e o consumo. Não se destina ao consumo

imediato.

Distribuição – Trata-se da comercialização transporte e serviços que

apoiam as acções de venda. Faz chegar os produtos ou serviços aos locais de

consumo.

Repartição do rendimento – é a forma como o rendimento total é

distribuído o u repartido entre os indivíduos.

A redistribuição do rendimento – é assegurada pelo estado e a

segurança social, através da obtenção do imposto e contribuições e a sua

aplicação em benefícios sociais.

9. AGENTES ECONÓMICOS

Estado Família

Empresas

sfinanceiranão

sfinanceira

/

Agente Funções

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- Família....................................................................... Consumo - Empresa..................................................................... Produção - Estado.....................................................Administração e Redistribuição Há certas actividades que dado a sua natureza importante para a comunidade

não podem ser desempenhadas pelos particulares que as poderiam desviar

dos sus objectivos próprios.

Assim sendo estas actividades por regras são desempenhadas pelo estado isto

porque estão sujeitas a um certo controlo.

Ex: Instituições de saúde, Educação serviços Administração pública, etc

10. O CONSUMIDOR COMO PARTE INTEGRANTE DO SISTEMA ECONÓMICO

10.1 A família e o consumo

10.2 Factores que influenciam o consumo

Económicos Culturais Sociológicos Políticos Psicológicos

Dentro dos factores económicos temos as variáveis

O rendimento disponível O nível de preços O grau de informação económico possuída

O consumidor – Ao afectar as suas escolhas deve ter em conta o melhor

emprego dos recursos disponíveis na economia.

Isto é a escolha económica em relação ao consumo deve ser um acto

verdadeiramente consciente.

O que exige do consumidor necessária informação e uma formação para o

consumo.

Todos os consumidores independentes do seu estatuto económico-social são

influenciados por diversos factores que vão determinar as decisões e escolhas

relativas ao consumo. Assim sendo temos que ter em conta os chamados

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padrões de consumo, isto é formas típicas de realizar gastos por diversos

indivíduos.

Factores económicos (variável rendimento do consumidor)

A medida que se eleva o rendimento os consumidores despenderam mais em

bens essenciais e mais em bens não essenciais.

E a medida que o rendimento baixa os consumidores gastarão cada vez menos

em despesas essenciais, muito menos nas restantes despesas.

O NÍVEL DOS PREÇOS Quando os preços sobem as pessoas tem menos rendimento para gastar têm

menor rendimento real (isto é a quantidade total de bens e serviços que este

dinheiro permite comprar diminui menor rendimento real) e o mesmo

rendimento nominal (a quantidade de notas que possuem). Assim sendo será

necessário abdicar de alguns bens e serviços. As famílias de menor recursos

começaram por eliminar tudo o que não é essencial, tentando manter o mais

possível a quantidade de bens de 1ª necessidade. Já as famílias de maior

capacidade de compra começaram por eliminar alguns consumos não

essenciais, como o seu rendimento é mais elevado em regra não precisara de

efectuar cortes nos bens essenciais.

Concluindo podemos dizer que a subida de preços afecta as famílias de mais

baixo ou menor rendimento.

FACTORES CULTURAIS

Alguns podem ser intrínsecos a sua própria pessoa e outros são externos ao

consumidor.

Em relação aos factores externos ao consumidor temos:

Influencias culturais do meio envolvente. Os efeitos da publicidade, a

tradição cultural do pais, a família em que estamos inseridos,

comportamento do extracto cultural a que se pertence, os modelos

importados por consumo.

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Em relação aos factores intrínsecos:

Os conhecimentos e a formação que possuímos fruto do nosso esforço

pessoal, a educação adquirida, a formação profissional, etc.

FACTORES SOCIOLÓGICOS

Tem haver com os comportamentos que todo o homem tem pelo facto de viver

num meio social ou seja em grupos complexos.

Ex: a moda no vestuário, a pratica de certas modalidades no desporto, o

modelo de carro utilizado. Etc.

FACTORES PSICOLÓGICOS

São factores que levam o consumidor a ter um comportamento irracional, Ex:

publicidade e o meio.

Para promover a racionalização do consumo, de modo a evitar os excessos do

consumo (consumismo) o consumidor devera ter em conta certos aspectos:

Saber conhecer e distinguir os produtos,

Classificar o que é essencial e o que não é

Estabelecer prioridades, valorizar a poupança

Olhar a economia com um todo

Incentivar a pratica de protocolos entre os produtores e

consumidores, e formação do consumidor, a sua informação quanto as

alternativas de consumo, a quantidade dos produtos, os circuitos e

modalidades de venda, a legislação sobre os direitos e deveres dos

consumidores.

11. DIREITOS DO CONSUMIDOR

Os direitos dos consumidores são:

1. Direito a segurança – é uma protecção contra os produtos, serviços e

modos de produção prejudiciais a saúde e a vida do consumidor.

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2. Direito a livre escolha – direito ao acesso a produtos e serviços a

preços competitivos, com garantia de quantidade satisfatória e preço

justo.

3. Direito a informação – direito ao acesso á informação que permita a

realização de escolhas conscientes e devidamente fundamentadas.

4. Direito a representação – direito a ser ouvido e a participar nas

decisões politicas e económicas que lhes respeita.

5. Direito a reparação de danos – direito a satisfação de reclamações

justas.

6. Direito á educação – direito aos conhecimentos e acesso aos meios

que permitam ser um consumidor informado e consciente.

7. Direito ao meio ambiente – direito á um meio ambiente saudável que

lhe garante uma boa qualidade de vida no presente e no futuro.