Matérias > História > História Geral > Antiguidade...

610
1_7 Página 1 Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução ANTIGÜIDADE ORIENTAL As mais antigas civilizações da história surgiram na Antigüidade Oriental entre os anos 4.000 a.C. e 2.000 a.C. Foram as chamadas civilizações hidráulicas. As Principais civilizações da Antigüidade Oriental foram: egípcios (Vale do Nilo) mesopotâmicos (Vale do Tigre e Eufrates) hebreus (Vale do Jordão) fenícios (Líbano atual) persas (Planalto do Irã) hindus (Planície Indo-gangética) chineses (Vales do Tang-tse e Huang Ho). Estas civilizações apresentaram características comuns como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão da sociedade em classes e a religião organizada (estruturada com sacerdotes, lugares para reverenciar os deuses e assim por diante). A invenção da escrita permitiu ao homem registrar e difundir idéias, descobertas e acontecimentos que ocorriam ao seu redor. Esse avanço é responsável por grandes progressos científicos e tecnológicos que possibilitaram o surgimento de civilizações mais complexas. Exemplos de tipo de escrita: Suméria - cuneiforme (gravação de figuras com estilete sobre tábua de argila) Egito - hieroglífica (com ideogramas) Fenícia (atual Líbano) Fonético - (alfabeto) Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (1 of 610) [05/10/2001 22:27:01]

Transcript of Matérias > História > História Geral > Antiguidade...

  • 1_7

    Página 1

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    ANTIGÜIDADE ORIENTAL

    As mais antigas civilizações da história surgiram na Antigüidade Oriental entre os anos 4.000 a.C. e 2.000a.C. Foram as chamadas civilizações hidráulicas.

    As Principais civilizações da Antigüidade Oriental foram:

    egípcios (Vale do Nilo)●

    mesopotâmicos (Vale do Tigre e Eufrates)●

    hebreus (Vale do Jordão) fenícios (Líbano atual)●

    persas (Planalto do Irã)●

    hindus (Planície Indo-gangética)●

    chineses (Vales do Tang-tse e Huang Ho).●

    Estas civilizações apresentaram características comuns como a escrita, a arquitetura monumental, aagricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, adivisão da sociedade em classes e a religião organizada (estruturada com sacerdotes, lugares parareverenciar os deuses e assim por diante).

    A invenção da escrita permitiu ao homem registrar e difundir idéias, descobertas e acontecimentos queocorriam ao seu redor. Esse avanço é responsável por grandes progressos científicos e tecnológicos quepossibilitaram o surgimento de civilizações mais complexas.

    Exemplos de tipo de escrita:

    Suméria - cuneiforme (gravação de figuras com estilete sobre tábua de argila)●

    Egito - hieroglífica (com ideogramas)●

    Fenícia (atual Líbano) Fonético - (alfabeto)●

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (1 of 610) [05/10/2001 22:27:01]

  • Apesar da fixação dos diversos grupos humanos em áreas próximas aos rios (abastecimento de água ecomunicação) ter ocorrido em regiões distintas, a maioria das civilizações da Antigüidade se desenvolveuno Crescente Fértil. Esta área possui a forma de arco e estende-se do Vale do Jordão à Mesopotâmia, alémde abrigar os rios Tigres e Eufrates. A revolução agrícola e a fixação de grupos humanos em locaisdeterminados ocorreram simultaneamente no Crescente Fértil. Neste mesmo período outras civilizações sedesenvolveram às margens dos rios Nilo (egípcia), Amarelo (chinesa), Indo e Gânges (paquistanesa eindiana).

    Página 2

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    ASPECTOS ECONÔMICOS

    Predomínio da agricultura de subsistência e de regadio, devido ao aumento das comunidades ribeirinhasque tornaram-se conhecidas como civilizações hidráulicas. Neste período, a construção de canais deirrigação que permitiam levar a água onde fosse necessária era de grande importância.

    Principal atividade: Cultivo de cereais. Comércio e artesanato eram atividades secundárias.

    Exceção: fenícios, dedicados predominantemente ao comércio marítimo (talassocracia no Mediterrâneo).

    ASPECTOS SOCIAIS

    Predomínio da sociedade estamental; nessa, cada grupo social tem uma posição e uma função definida. Aposição social é determinada pela hereditariedade. A estrutura é estática (não há mobilidade social) ehierárquica, sendo vinculada às atividades econômicas.

    Regime de trabalho:

    A maior parcela da comunidade trabalhava sob um regime de servidão coletiva . As Comunidadescamponesas produziam excedentes agrícolas entregues ao Estado sob a forma de impostos (os camponesesnão eram escravos já que viviam em comunidades, produziam seus próprios alimentos e construíam suas

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (2 of 610) [05/10/2001 22:27:01]

  • moradias).

    Divisão da sociedade:

    Soberano e aristocracia (nobres e sacerdotes)●

    Grupos intermediários (burocratas, militares, mercadores e artesãos).●

    Camponeses●

    Escravos utilizados na construção de obras públicas (obras de irrigação, templos, palácios e outros).●

    Exceções:

    Fenícios, sociedade de classes (hierarquia baseada na riqueza móvel).●

    Hindus, sociedade de castas (de origem religiosa e absolutamente impermeável).●

    Página 3

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    Particularidades e diferenças dos modelos econômicos e sociais:

    Egito Vale doNilo

    MesopotâmiaTigre eEufrates

    Sul da Ásia,Planície Indo-gangética

    Norte da China,o Hwang Ho

    Soberano earistocracia

    Faraó e ossacerdotes da família real,oficiais dopalácio

    Nobreza =família real,altossacerdotes,oficiais reais

    Falta de evidências

    O rei, a classearistocrática e aburocracia estatalfaziam parte danobreza guerreira

    Gruposintermediá-rios

    Sociedaderelativamenteaberta;habilidade +ambição =mobilidadesocial

    Clientes =cidadãos livrestrabalhandopara a nobreza

    Comércio com aMesopotâmia, Sul da Índiae Afeganistão

    Artesãos/escultorescomerciantes

    Camponeses

    Camponeses =servos,pequenaspropriedadesde terras

    Plebe =cidadãos livres proprietários deterras

    Fazendeiros plebeus(servos)

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (3 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Escravos

    Escravos eramprisioneiros deguerra;camponeseseramsubmetidos arecrutamentoforçado tantopara serviçosmilitares como paragrupos detrabalhos

    escravos escravos

    Página 4

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    ASPECTOS RELIGIOSOS

    Predomínio do politeísmo (acreditavam na existência de inúmeros deuses). Os deuses tinham estreitosvínculos com as atividades e as forças da Natureza.

    Exceções:

    Monoteísmo: hebreus e egípcios durante o reinado do Faraó Amenófis IV●

    Dualismo: persas (zoroastrismo).●

    Modelos Religiosos :

    EgitoVale do Nilo

    MesopotâmiaTigre e Eufrates

    Sul da Ásia,Planície Indo-gangética

    Norte da China,o Hwang Ho

    Faraó - consideradouma divindade em

    forma humana,provando que os

    deuses seimportavam com a

    população

    Hierarquia dedivindades (maiores emenores) de acordocom suas funções

    Importância da fertilidade= culto à deusa mãe

    Rei adorado como umintermediário entre osdeuses e os homens

    Crença em vidaapós a morte,

    reflexo da naturezacíclica das estações

    e enchentes

    Divindades imortais epoderosas, mas com

    características humanas(hábitos e emoções)

    Imagens de deuses emquadros de argila, figuras

    de animais em argila

    Culto às figuras reaisfalecidas, base do culto

    aos ancestrais

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (4 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Pirâmides sãosímbolos da

    eternidade da vidaapós a morte e dopoder espiritual etemporal do Faraó

    Lendas e crençaspopulares – história dacriação, humanos comcaracterísticas divinas,

    enchentes

    Confucionismo = crençasecular na conduta ética e

    na harmonia social

    Curto período demonoteísmo = cultoao deus Sol(Amon-Ra)

    Sacerdócio influente

    Taoísmo = filosofia quepreza o viver emharmonia com as leis danatureza

    Página 5

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    ASPECTOS POLÍTICOS

    Estado fortemente centralizado que possuía as terras e controlava a mão-de-obra.

    A religião justificava o poder absoluto do governante, por isto, neste período, havia predomínio dasmonarquias despóticas (absolutas) de caráter teocrático.

    Teocracia é uma forma de governo na qual a autoridade, proveniente de um Deus, é exercida por seusrepresentantes na terra. O Egito Antigo foi um dos exemplos mais extremados de teocracia.

    Exceção:

    Fenícios, organizados em cidades-estados monárquicas ou republicanas, controladas por oligarquiasmercantis.

    Modelos Políticos:

    EgitoVale do Nilo

    MesopotâmiaTigre e Eufrates

    Sul da Ásia,Planície Indo-gangética

    Norte da China,o Hwang Ho

    O Faraó; rei-deuscomo ditador

    absoluto: Teocracia

    Cidades-estado chefiadaspor guerreiros que se

    tornaram reis

    Governo centralizado,cidades planejadas, com

    prédios e serviçospúblicos

    Pequenos reinos feudaisposteriormente unidospela dinastia de Zhou

    Monarquiacentralizada e

    hereditária

    Seqüência de impérios,alguns formados por

    grupos locais e outrospor invasores

    Autocracia altamente

    centralizada e unificaçãopor Ch’in

    Longa série dedinastias familiares

    Número cada vez maiorde códigos legais

    Período Dinástico, idéiada permissão dos deuses

    para governar

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (5 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Página 6

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    ASPECTOS CULTURAIS

    Forte influência religiosa na vida cultural, principalmente entre egípcios e hebreus.

    Desenvolvimento científico mais importante entre os egípcios (Matemática e Medicina) e entre os caldeus(Matemática e Astronomia).

    Arte principal: Arquitetura, tendo a Escultura e a Pintura como artes auxiliares.

    Escrita predominantemente ideográfica (no Egito: hieróglifos; na Mesopotâmia: cuneiformes). Criação daescrita fonética pelos fenícios.

    Direito baseado no princípio de Talião. Primeiro conjunto de leis escritas: Código de Hamurabi(Mesopotâmia).

    MEIO AMBIENTE E SEUS IMPACTOS

    As civilizações existentes nesse período tinham muitos pontos em comum. Entretanto, as condiçõesambientais e naturais nas quais viveram fizeram com que cada um desses grupos se desenvolvesse deforma única e independente.

    EgitoO Vale do Nilo

    MesopotâmiaTigre e Eufrates

    Sul da Ásia,Planície Indo-gangética

    Norte da China,o Hwang Ho

    Enchentes brandase previsíveis =possibilidades

    criativas e positivas

    Enchentes violentas= pessimismo, medo

    de desastres

    Enchentes periódicas = renovaçãoe fertilização do solo

    Enchentes= renovação e

    fertilização do solo

    Clima árido =bom estoque de

    alimentos

    Muito tributário =cidades-estado

    dispersas = desuniãoe guerras

    Clima subtropical-úmido =dificuldades no estoque de

    alimentos

    Muitas regiõesmontanhosas esemidesérticas:assentamentos

    apenas nas margensdos rios

    Rio facilmentenavegável = uniãopolítica e cultural

    Regiões pantanosas= irrigação usadapara drenagem

    Montanhas do Himalaia = proteçãocontra invernos rigorosos

    Enchentes violentas= construção de

    diques para controlaras águas

    Desertos =isolamento

    Falta de pedras paraconstrução =

    estruturas de cana ede tijolos de argila

    Monções (ventos) e derretimentoda neve = suprimentos abundantes

    de água

    Montanhas edesertos =

    isolamento cultural

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (6 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Abundância depedras = arquitetura

    permanente

    Contato com o Oriente Médio anoroeste

    Página 7

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    CONTRIBUIÇÕES E REALIZAÇÕES DAS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGÜIDADE ORIENTAL

    Sociedade Região / Período Contribuições / Realizações

    Sumérios Mesopotâmia meridional(3500-2300 a.C.).

    Cidades-estado, matemática (base 60 e sistemas delatitude), veículos com rodas, zigurates (templos),

    escrita cuneiforme, escolas.

    Egípcios Vale do Nilo (Egito)(3100-1200 a.C.)

    Irrigação para controlar o rio, expansão de terrascultiváveis, calendário, medicina, monarquiahereditária e centralizada, escrita pictográfica

    (hieróglifos), tumbas nas pirâmides, mumificação.

    Babilônicos Mesopotâmia(1900-1600 a.C.)

    Código de leis de Hamurábi, unificação de todaregião mesopotâmica.

    Hititas Turquia e Síria(1800-1200 a.C.)

    Metalurgia (ferro)

    Fenícios Líbano atual (1400-800 a.C.) Navegação marítima, alfabeto fonético, comércioalém-mar.

    Assírios Norte da Mesopotâmia(900-612 a.C.)

    Sociedade militarista, engenheiros militares,império armado da Mesopotâmia ao Egito.

    Lídios Turquia (700-550 a.C.) Cunhagem de moedas, sistema monetário.

    Hebreus/Judeus/Israelitas

    Terra de Canaã / atual Israel(2.000 a.C.-79 d.C.)

    Monoteísmo - conceito de um Deus único, os 10Mandamentos, a criação de um código de valores

    éticos e morais; O Velho Testamento.

    Caldeões Mesopotâmia (612-539 d.C.) Astronomia, fases lunares = 4 semanas por mês, anosolar preciso, astrologia: Zodíaco.

    Persas Irã atual (1200-330 d.C.)Amplo sistema de estradas, unificação de um povo

    vasto em um único império, período de paz e detolerância, regras claras.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (7 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • 2_5

    Página 1

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Egito

    EGITO

    A Civilização egípcia data do ano de 4.000 a.C., permanecendo relativamente estável por 35 séculos, apesar deinúmeras invasões das quais foi vítima.

    Em 1822, o francês Jean François Champollion decifrou a antiga escrita egípcia tornando possível o acesso direto àsfontes de informação egípcias. Até então, o conhecimento sobre o Egito era obtido através de historiadores daAntigüidade greco-romana.

    O MEIO AMBIENTE E SEUS IMPACTOS

    Localizado no nordeste africano de clima semi-árido e chuvas escassas ao longo do ano, o vale do rio Nilo é um oásisem meio a uma região desértica. Durante a época das cheias, o rio depositava em suas margens uma lama fértil na qualdurante a vazante eram cultivados cereais e hortaliças.

    O rio Nilo é essencial para a sobrevivência do Egito. A interação entre a ação humana e o meio ambiente é evidente nahistória da civilização egípcia, pois graças à abundância de suas águas era possível irrigar as margens durante o períododas cheias. A necessidade da construção de canais para irrigação e de barragens para armazenar água próximo àsplantações foi responsável pelo aparecimento do Estado centralizado.

    Nilo > agricultura de regadio > construção de obras de irrigação que exigiam forte centralização do poder >monarquia teocrática

    EVOLUÇÃO HISTÓRICA

    A história política do Egito Antigo é tradicionalmente dividida em duas épocas:

    Pré-Dinástica (até 3200 a.C.): ausência de centralização política.

    População organizada em nomos (comunidades primitivas) independentes da autoridade central que era chefiada pelosmonarcas. A unificação dos nomos se deu em meados do ano 3000 a.C., período em que se consolidaram a economiaagrícola, a escrita e a técnica de trabalho com metais como cobre e ouro.

    Dois reinos Alto Egito (sul) e Baixo Egito (norte) surgiram por volta de 3500 a.C. em conseqüência da necessidade dese unir esforços para a construção de obras hidráulicas.

    Dinástica: forte centralização política

    Menés, rei do Alto Egito, subjugou em 3200 a.C. o Baixo Egito. Promoveu a unificação política das duas terras sob umamonarquia centralizada na imagem do faraó, dando início ao Antigo Império, Menés tornou-se o primeiro faraó. Osnomarcas passaram a ser “governadores” subordinados à autoridade faraônica.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (8 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Página 2

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Egito

    PERÍODOS DA ÉPOCA DINÁSTICA

    A Época Dinástica é dividida em três períodos:

    Antigo Império (3200 a.C. – 2300 a.C.)

    Capital: Mênfis

    Foi inventada a escrita hieroglífica.

    Construção das grandes pirâmides de Gizé, entre as quais as mais conhecidas são as de Quéops, Quéfrem eMiquerinos. Esses monumentos, feitos com blocos de pedras sólidas, serviam de túmulos para os faraós.Tais construções exigiam avançadas técnicas de engenharia e grande quantidade de mão-de-obra.

    Invasão dos povos nômades > fragmentação do poder

    Médio Império (c. 2040-1580 a.C.)

    Durante 200 anos o Antigo Egito foi palco de guerras internas marcadas pelo confronto entre o podercentral do faraó e os governantes locais – nomarcas. A partir de 2040 a.C., uma dinastia poderosa (a 12ª)passou a governar o País iniciando o período mais glorioso do Antigo Egito: o Médio Império. Nesseperíodo:

    Capital: Tebas●

    Poder político: o faraó dividia o trono com seu filho para garantir a sucessão ainda em vida●

    Poder central controlava rigorosamente todo o país●

    Estabilidade interna coincidiu com a expansão territorial●

    Recenseamento da população, das cabeças de gado e de terras aráveis visando a fixação de impostos●

    Dinamismo econômico●

    Página 3

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (9 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

    http://www.10emtudo.com.br/materias/historia/historia_geral/antiguidade_oriental/egito/index_arquivos/2b.jpg

  • Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Egito

    Os Hicsos

    Rebeliões de camponeses e escravos enfraqueceram a autoridade central no final do Médio Império,permitindo aos hicsos - um povo de origem caucasiana com grande poderio bélico que havia seestabelecido no Delta do Nilo – conquistar todo o Egito (c.1700 a.c.). Os hicsos conquistaram econtrolaram o Egito até 1580 a.C. quando o chefe militar de Tebas derrotou-os. Iniciou-se, então, um novoperíodo na história do Egito Antigo, que se tornou conhecido como Novo Império.

    As contribuições dos hicsos foram:

    fundição em bronze●

    uso de cavalos●

    carros de guerra●

    tear vertical●

    Novo Império - (c. 1580- 525 a.C.)

    O Egito expulsou os hicsos conquistando, em seguida, a Síria e a Palestina.

    Capital: Tebas.●

    Dinastia governante descendente de militares.●

    Aumento do poder dos sacerdotes e do prestígio social de militares e burocratas.●

    Militarismo e expansionismo, especialmente sob o reinado dos faraós Tutmés e Ramsés.●

    Conquista da Síria, Fenícia, Palestina, Núbia, Mesopotâmia, Chipre, Creta e ilhas do Mar Egeu.●

    Afluxo de riqueza e escravos e aumento da atividade comercial controlada pelo Estado.●

    Amenófis IV promoveu uma reforma religiosa para diminuir a autoridade dos sacerdotes efortalecer seu poder implantando o monoteísmo (a crença numa única divindade) durante seu reino.

    Invasões dos “povos do mar” (ilhas do Mediterrâneo) e tribos nômades da Líbia conseqüente perdados territórios asiáticos.

    Invasão dos persas liderados por Cambises.●

    Fim da independência política.●

    Com o fim de sua independência política o Egito foi conquistado em 343 a.C. pelos persas. Em 332 a.C.passou a integrar o Império Macedônio e, a partir de 30 a.C., o Império Romano.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (10 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

    http://www.10emtudo.com.br/materias/historia/historia_geral/antiguidade_oriental/egito/index_arquivos/3b.jpg

  • Página 4

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Egito

    ASPECTOS ECONÔMICOS

    Base econômica:

    Agricultura de regadio com cultivo de cereais (trigo, cevada, algodão, papiro, linho) favorecidapelas obras de irrigação.

    Agricultura extensiva com um alto nível de organização social e política.●

    Outras atividades econômicas: criação de animais (pastoreio), artesanato e comércio.●

    ASPECTOS POLÍTICOS

    Monarquia teocrática:

    O governante (faraó) era soberano hereditário, absoluto e considerado uma encarnação divina. Eraauxiliado pela burocracia estatal nos negócios de Estado.

    Havia uma forte centralização do poder com anulação dos poderes locais devido à necessidade deconjugação de esforços para as grandes construções.

    O governo era proprietário das terras e cobrava impostos das comunidades camponesas (servidãocoletiva). Os impostos podiam ser pagos via trabalho gratuito nas obras públicas ou com parte daprodução.

    ASPECTOS SOCIAIS

    Predomínio das sociedades estamentais (compostas por categorias sociais, cada uma possuía suafunção e seu lugar na sociedade).

    O Egito possuía uma estrutura social estática e hierárquica vinculada às atividades econômicas. Aposição do indivíduo na sociedade era determinada pela hereditariedade (o nascimento determina aposição social do indivíduo).

    A estrutura da sociedade egípcia pode ser comparada a uma pirâmide. No vértice o faraó, emseguida a alta burocracia (altos funcionários, sacerdotes e altos militares) e, na base, ostrabalhadores em geral . A sociedade era dividida nas seguintes categorias sociais:

    O faraó e sua família - O faraó era a autoridade suprema em todas as áreas, sendo responsável portodos os aspectos da vida no Antigo Egito. Controlava as obras de irrigação, a religião, os exércitos,promulgação e cumprimento das leis e o comércio. Na época de carestia era responsabilidade do

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (11 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

    http://www.10emtudo.com.br/materias/historia/historia_geral/antiguidade_oriental/egito/index_arquivos/4b.jpg

  • faraó alimentar a população.

    aristocracia (nobreza e sacerdotes). A nobreza ajudava o faraó a governar.●

    grupos intermediários (militares, burocratas, comerciantes e artesãos)●

    camponeses●

    escravo●

    Os escribas, que dominavam a arte da escrita (hieróglifos), governantes e sacerdotes formavam um gruposocial distinto no Egito.

    Página 5

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Egito

    ASPECTOS CULTURAIS

    A cultura era privilégio das altas camadas.●

    Destaque para engenharia e arquitetura (grandes obras de irrigação, templos, palácios).●

    Desenvolvimento de técnicas de irrigação e construção de barcos.●

    Desenvolvimento da técnica de mumificação de corpos.●

    Conhecimento da anatomia humana.●

    Avanços na Medicina.●

    Escrita pictográfica (hieróglifos).●

    Calendário lunar.●

    Avanços na Astronomia e na Matemática, tendo como finalidade a previsão de cheias e vazantes.●

    Desenvolvimento do sistema decimal. Mesmo sem conhecer o zero, os egípcios criaram osfundamentos da Geometria e do Cálculo.

    Engenharia e Artes.●

    Jogavam xadrez.●

    ASPECTOS RELIGIOSOS

    Politeísmo●

    Culto ao deus Sol●

    As divindades são representadas com formas humanas (politeísmo antropomórfico), com corpo deanimal ou só com a cabeça de um bicho (politeísmo antropozoomórfico)

    Crença na vida após a morte (Tribunal de Osíris), daí a necessidade de preservar o cadáver,desenvolvimento de técnicas de mumificação, aprimoramento de conhecimentosmédico-anatômicos.

    3_3

    Página 1

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (12 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Mesopotâmia

    Mesopotâmia

    Região do Oriente Médio, localizada entre os rios Tigre e Eufrates (a palavra Mesopotâmia significa entrerios), onde se sucederam as civilizações dos Sumérios, Babilônicos, Assírios e Caldeus. A Mesopotâmianão se unificou sob um governo como no Egito, a região era povoada de cidades-estados independentesque periodicamente exerciam forte hegemonia sobre toda a Mesopotâmia.

    O meio ambiente e seus impactos

    Situada entre os rios Tigre e Eufrates, a Mesopotâmia pertencia ao chamado Crescente Fértil. Ao norte, oterritório é montanhoso, desértico e, portanto, menos fértil; já ao sul, a região é constituída por planíciesmuito férteis. A aridez do clima obrigou a fixação da população às margens dos rios Tigre e Eufrates,cujas águas permitiram o desenvolvimento da agricultura na região. A construção de obras de irrigação foifundamental para o aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis na área.

    Além disso, por ser uma região de grande fertilidade em meio à regiões áridas, a Mesopotâmia foi vítimade constantes invasões de povos estrangeiros.

    Página 2

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Mesopotâmia

    Evolução histórica e características de cada civilização:

    POVO CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

    SUMÉRIOS

    (antes de 2000 a.C.)

    Originários do planalto do Irã, fixaram-se na Caldéia.

    Organizavam-se politicamente em cidades-estado (Ur, Uruk, Lagash, Eridu).

    Em cada cidade-Estado o poder político era exercido por chefes militares ereligiosos (rei-sacerdotes) chamados de patesi .

    A religião era politeísta.

    O templo era não somente o centro religioso como político, administrativo efinanceiro.

    Contribuição cultural: invenção da escrita cuneiforme : sinais abstratos emforma de cunha, feitos em tábuas de argila.

    Na literatura, destaque para os poemas “O Mito da Criação” e “A Epopéia deGilgamesh”.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (13 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • ACADIANOS

    (antes de 2000 a.C. )

    Povo de origem semita que ocupou a parte central da Mesopotâmia, realizando,por volta de 2300 a.C., durante o reinado de Sargão I, a unificação política.

    Estabeleceu sua capital em Akkad, daí o nome da civilização acadiana.

    Disputas internas e invasões estrangeiras levaram ao desaparecimento desseImpério.

    Página 3

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Mesopotâmia

    PRIMEIRO IMPÉRIO BABILÔNICO

    (2000 a.C. –1750 a.C.)

    Grupo de invasores amoritas, vindos do deserto da Arábia

    Capital: Babilônia.Grande centro urbano da AntigüidadeOriental, eixo econômico e cultural da região.

    Hamurábi o mais importante rei babilônico unificoupoliticamente a Mesopotâmia e elaborou o primeiro código deleis escritas: Código de Hamurábi (compilação deprocedimentos jurídicos). Neste, está prevista a Lei do Talião(“olho por olho, dente por dente”), abrange quase todos osaspectos da vida babilônica (comércio, propriedade, herança,direitos da mulher, família, escravidão etc.).

    Hamurábi realizou uma reforma religiosa, instituindo o culto aMarduk, principal divindade em honra de quem foiconstruído um imponente zigurate.

    Rebeliões internas e invasões que levaram a umenfraquecimento do Império e fragmentação do poder.

    IMPÉRIO ASSÍRIO

    (1300 a.C.– 612a.C.)

    Ocupou o norte da Mesopotâmia, perto do curso superior dorio Tigre, região rica em madeira e minério (cobre e ferro).

    Capital: Assur.

    Principal atividade econômica: pastoreio e comércio. Grandeparte da riqueza vinha do saque das regiões conquistadas; existia uma espécie de sistema bancário.

    Militarismo: Usavam cavalos e armas de ferro e passarampara a história como o povo mais guerreiro da antiguidade.Formação de um Império. Conquista da Mesopotâmia, da Síriae da Palestina.

    Crueldade com os derrotados de guerra (esfolamento vivo naspedras, corte de orelhas, órgãos genitais e narizes);escravização dos sobreviventes.

    Governante mais conhecido: Assurbanipal, ampliou as

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (14 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • fronteiras do império; ordenou a construção da principalbiblioteca da Antigüidade Oriental em Níneve, reunindoimportante acervo cultural. Morreu em 631 a.C. passando aocorrer revoltas dos povos dominados que, chefiados peloscaldeus de Nabopolasar, derrubaram o império por volta de612 a.C.

    SEGUNDO IMPÉRIO BABILÔNICO

    (612 a.C. – 539 a.C.)

    Origem semita; derrotando assírios, estabeleceu seu podersobre a Mesopotâmia.

    Capital: Babilônia.

    Com o rei Nabucodonosor II o império babilônico atingiuseu apogeu. Ampliou as fronteiras do reino, dominando aFenícia e a Síria.Vitória sobre o Egito, ocupação do Reino deJudá e Jerusalém com escravização dos hebreus (“O Cativeiroda Babilônia”).

    Construção de grandes obras públicas: templos epalácios; zigurate (imponente construção em forma de torrecom degraus , conhecido como a torre de Babel) e osfamosos “Jardins Suspensos da Babilônia”.

    Com a morte de Nabucodonosor II há o enfraquecimento doreino, tornando-se alvo da expansão persa. Chefiados por CiroI, os persas invadiram e dominaram a Mesopotâmia, que setornou uma província do Império Persa.

    4_1

    Página 1

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Fenícia

    Fenícia

    A Fenícia corresponde atualmente à região do Líbano. De recursos naturais escassos, além do clima áridoe solo pouco apropriado à atividade agrícola, sua localização geográfica favoreceu fundamentalmente anavegação e o comércio. Essa vocação marítima dos fenícios contou ainda com a ajuda das abundantesflorestas de cedro, madeira adequada para a fabricação de embarcações, presentes em seu território.

    Os fenícios não conheceram, na Antigüidade, a centralização política, organizando-se segundocidades-estados; unidades autônomas do ponto de vista econômico e administrativo, sendo que as que maisse destacaram foram Biblos, Tiro e Sidon.

    A principal classe da sociedade fenícia, pelas próprias atividades econômicas dessa civilização, eraformada pelos comerciantes e armadores que controlavam a vida econômica e política das cidades-estado.

    A expansão das atividades comerciais levou os fenícios a controlar a navegação no Mediterrâneo, ondefundaram diversas colônias e feitorias. Entre elas destacam-se Palermo, na Sicília, Cádis e Málaga, naEspanha, e, principalmente, Cartago, no norte da África. A cultura fenícia, dado o caráter “aberto” de sua

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (15 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • organização sócio-econômica, assimilou diversos componentes de outras culturas. Cabe, destacar, suamais importante contribuição para a cultura ocidental: a invenção do alfabeto com 22 letras, matriz denossa escrita atual.

    5_24

    Página 1

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Grécia

    Chamamos de civilização grega, ou civilização helênica aquela que se desenvolveu a partir do extremo sulda Península Balcânica (a Grécia atual) e se difundiu pelas ilhas do Mar Egeu, costa ocidental da ÁsiaMenor, litoral do Mar Negro e por certos pontos africanos e europeus do Mediterrâneo.

    As origens da civilização helênica são encontradas nos primitivos povos que habitavam a PenínsulaBalcânica, os pelasgos, na civilização egéia e nos povos indo-europeus (aqueus, jônios, eólios e dórios)que, desde mais ou menos 2.000 a.C. começaram a penetrar nos Bálcãs.

    A CIVILIZAÇÃO EGÉIA

    A civilização egéia desenvolveu-se, originalmente, nos muitos arquipélagos do Mar Egeu e teve comoprincipal centro a ilha de Creta, daí também ser conhecida por civilização cretense. Os egeus chegaram aocupar também as costas ocidentais da Ásia Menor e a parte meridional dos Bálcãs.

    A exigüidade das terras aráveis e das reservas minerais e a facilidade para a navegação (muitas enseadasnaturais e ilhas próximas umas das outras) fizeram com que os egeus se notabilizassem como um povo denavegadores.

    O comércio marítimo foi a base de sua economia. Conseqüentemente, a civilização egéia caracterizou-sepor um notável desenvolvimento urbano, sendo que dentre suas cidades a mais importante foi Cnossos,cujos reis recebiam o título de Minos.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (16 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Cada cidade tinha, provavelmente, o estatuto de uma cidade-estado, ou seja tinha sua autonomia esoberania política. É provável que essas muitas cidades-estados tenham formado uma espécie defederação, sob a liderança efetiva de Cnossos. Parece-nos fora de dúvida que os Minos (reis de Cnossos)exerciam uma efetiva hegemonia sobre os povos egeus. Alguns historiadores chegam a designar essacivilização como civilização minóica.

    Página 2

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    As relações das cidades-estados do Egeu eram pacíficas, já que não existiam resquícios arqueológicos defortificações em nenhuma delas. Já nas cidades egéias do sul da Península Balcânica encontramosfortificações, o que demonstra a preocupação defensiva gerada pelas sucessivas ondas de povosindo-europeus que lá foram chegando.

    Nossos conhecimentos acerca da civilização egéia são limitados pelo fato de que seus sistemas de escritaainda não foram plenamente decifrados e, conseqüentemente, temos de contentar-nos com suposiçõesfeitas a partir de achados arqueológicos e de documentos escritos que já puderam ser decifrados.

    Entretanto, algumas afirmações podem ser feitas com relativa segurança: sua religião estava diretamenteligada à natureza e sua principal divindade era representada por uma figura de mulher (a Grande deusa),que era tida como mãe de todos os outros deuses e dos homens.

    A arte egéia era viva e brilhante, plena de humanismo e individualidade, ou seja, ela se distingueplenamente das artes anteriores e contemporâneas, mesmo porque ela não estava a serviço nem do Estadonem da religião.

    Embora não tenhamos muitos elementos para conhecer a cultura egéia, é certo que ela exerceu profundainfluência junto aos povos mediterrâneos, especialmente através dos gregos, que foram seus principaisdepositários.

    Por volta de 1.600 a.C., Cnossos foi destruída por uma aliança de cidades-estados egéias do sul da Grécia,lideradas por Micenas.

    Página 3

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (17 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • A CIVILIZAÇÃO MICÊNICA

    O nome de civilização micênica é dado ao conjunto dos povos “gregos” (aqueus, jônios e eólios) queassimilaram a cultura egéia e conquistaram boa parte dos domínios egeus, inclusive Cnossos. Adesignação micênica é devida ao fato de que a cidade de Micenas e seus reis exerciam uma efetivahegemonia sobre os demais povos “gregos”. Essa hegemonia não foi estabelecida de forma pacífica. Asguerras entre as diversas cidades-estados micênicas foram constantes, sendo que, dentre essas guerras, asmais importantes foram entre Micenas e Tebas e entre Micenas e Tróia (esta imortalizada pela Ilíada).

    Os micênicos, a exemplo dos egeus, tiveram no comércio sua atividade econômica dominante, sendo ocomércio o principal difusor da cultura e da civilização micênica pelo Mediterrâneo.

    A Ilíada e a Odisséia, poemas épicos atribuídos a Homero, e achados arqueológicos, constituem-se asprincipais fontes históricas para o conhecimento da História micênica, bem como para os primeiros temposda civilização helênica .

    A decadência e conseqüente desaparecimento da civilização micênica ocorreram, fundamentalmente,devidos à invasão dos dórios, um povo também indo-europeu, altamente belicoso e que chegou àPenínsula Balcânica por volta do século XII a.C.

    Como povo tipicamente agrário, os dórios instalaram-se nas melhores e mais férteis terras balcânicas. Talfato provocou um grande fluxo migratório, bastante desordenado, através do qual os povos micênicospovoaram as terras menos férteis da Grécia, as ilhas do Egeu, partes do litoral ocidental da Ásia Menor ecertas regiões em torno do Mar Negro. Esse movimento migracional ficou conhecido como DiásporaGrega.

    O território da Grécia Antiga (Grécia Continental, Peloponeso ou Grécia Peninsular e Grécia Insular)possui um relevo montanhoso que isola , umas das outras, as poucas planícies mais ou menos férteis láexistentes.

    Tal situação de relevo, somada ao fato de o litoral ser altamente propício ao desenvolvimento danavegação ( multiplicidade de enseadas naturais propícias ao aproveitamento como portos), ajuda aexplicar a vocação mercantil da Grécia.

    O caráter com o qual ocorreu a Diáspora Grega e o tipo de realidade geográfica dos territórios ocupadospelos migrantes nos ajudam a entender certos aspectos econômicos e políticos das comunidades gregas.

    Cada planície foi ocupada por um clã cujo chefe, normalmente o mais velho dos homens, exercia umaautoridade quase que absoluta.

    Inicialmente, a terra era de todos, mas com o crescimento demográfico, a exploração comunal foipassando a ser insuficiente para a população. É o início da propriedade privada, sendo que as terras eramdistribuídas por um critério de parentesco em relação ao chefe do clã. As melhores terras eram dadas aosparentes mais próximos, e assim por diante, até que os parentes mais distantes nem sequer recebiam umapropriedade agrária.

    Em outros termos, podemos afirmar que, com o advento da propriedade privada, configurou-se umaestratificação social, em cujo topo tínhamos uma aristocracia (proprietários das melhores terras). Emsituação intermediária, tínhamos os pequenos proprietários (em posse de terras não tão férteis). Na base,havia uma massa de trabalhadores agrários. É importante notar que os descendentes desses primeirosgregos (os participantes da Diáspora) eram sempre homens livres. Só mais tarde viria aparecer ainstituição da escravidão por dívidas.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (18 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • Página 4

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    A GRÉCIA ARCAICA (Séculos VIII a VI a.C)

    Já que a economia das diversas comunidades gregas era tipicamente agrária, podemos entender que apropriedade da terra era o elemento fundamental na determinação da condição sócio-econômica doindivíduo, bem como de sua participação política na comunidade. Dentro desses parâmetros, é fáciljustificar o fato de que, na maioria das cidades-estados gregas, verificamos uma progressiva concentraçãode poder nas mãos da aristocracia (classe social dos grandes proprietários de terra). Por meio dessasinformações pode-se afirmar que houve na Grécia uma evolução política de monarquias paraoligarquias.Só que o domínio político e econômico da aristocracia não perdurou indefinidamente semcontestação.

    A concentração da propriedade fundiária nas mãos da aristocracia, o regime de transmissão da herançaapenas para o primogênito e o próprio crescimento vegetativo da população foram responsáveis por umacrescente tensão social que ameaçava desestabilizar o dominío da aristocracia.

    Nesse contexto podemos entender o desencadeamento do sistema de colonização grega no Mediterrâneo,processo que consistiu na ocupação de terras não-gregas por povos gregos. A invasão dessas terras seconcretizava com a instalação de famílias nessas áreas, esses grupos originavam novas cidades-estados.

    Os gregos , no movimento colonizatório, ocuparam diversos pontos da Ásia Menor ( costa da Anatólia); aregião dos estreitos (Mar de Mármora e Mar Negro), onde fundaram Bizâncio; Sicília (onde fundaram,entre outras, as cidades-estados de Siracusa e Agrigento) e no sul da Itália (Tarento, Síbaris, Crotona eNápoles). As colônias gregas do sul da Itália e Sicília são conhecidas genericamente pelo nome de MagnaGrécia.

    As colônias mantinham estreitas ligações com as terras de origem dos colonos, ou seja, com ascidades-estados na própria Grécia.

    A colonização grega no Mediterrâneo trouxe consigo diversas consequências, dentre as quais merecemdestaque:

    a helenização cultural de diversos pontos do Mediterrâneo.●

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (19 of 610) [05/10/2001 22:27:02]

  • um intenso desenvolvimento comercial entre as colônias e as cidades-estados da Grécia.●

    As colônias ficavam em regiões de solo fértil, portanto, tinham uma produção agrária diversificada eabundante, cujos excedentes eram exportados para a Grécia.

    Clique no mapa para ampliar.

    Página 5

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    A crescente penetração , na Grécia, de produtos agrícolas coloniais determinou a decadência do sistemaagrário tradicional. Inicialmente, os pequenos proprietários viram-se arruinados pela concorrênciacolonial; depois, a própria aristocracia teve seu poderio econômico abalado.As terras em mãos daaristocracia foram sendo progressivamente aproveitadas para o plantio da vinha e da oliva. Paralelamente,desenvolveu-se a produção do vinho e do azeite. Configurou-se, dessa forma, uma reciprocidadecomercial: as colônias forneciam alimentos, a Grécia fornecia vinho e azeite.

    O trato da vinha e da oliva exigia grandes contingentes de mão-de-obra, fato este que contribuiu para ocrescimento da escravidão. Na Grécia, além do escravo obtido por conquista ou compra, havia o escravopor dívidas (o devedor que não podia pagar aquilo que devia era escravizado pelo credor como forma depagamento). A escravidão por dívidas atingia, fundamentalmente, os pequenos proprietários de terra que,depois de perderem suas propriedades, acabavam perdendo a liberdade.

    Verificamos que a colonização trouxe consigo um notável desenvolvimento comercial que serviu deestímulo para o incremento da vida urbana e, conseqüentemente, das atividades artesanais. A camadasocial constituída por indivíduos ligados a atividades urbanas (comércio, artesanato e funções liberais)viu-se fortalecida e multiplicou-se .

    Resumindo: as necessidades da sociedade aristocrática grega levaram à ocorrência de uma colonização noMediterrâneo; tal colonização desencadeou um desenvolvimento mercantil e uma crise agrária na Grécia;essa crise significou um enfraquecimento econômico e político da aristocracia; o desenvolvimentomercantil gerou um fortalecimento econômico e político das camadas sociais urbanas.

    Na Grécia, nesse período (séculos VIII a VI a.C.) o poder econômico concentrava-se cada vez mais nasmãos das camadas urbanas, enquanto o poder político continuava monopolizado pela aristocraciafundiária.Tal contradição, somada às crescentes tensões sociais, serviu de vetor para uma série detransformações políticas que ocorreram nas cidades-estados grega. Essas transformações políticasaconteceram sempre no sentido da evolução de uma oligarquia (governo de poucos) para uma democracia(governo de todos os cidadãos).

    Os principais agentes dessa evolução política foram os legisladores e os tiranos. Os legisladores eramindivíduos nomeados pela aristocracia para realizarem reformas capazes de aliviar a tensão social e acontestação política. Os tiranos eram líderes que tomavam o poder pela força, geralmente com apoiopopular; uma vez no poder, os tiranos realizavam reformas políticas e sociais mais ou menos profundas.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (20 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

    http://www.10emtudo.com.br/materias/historia/historia_geral/antiguidade_classica/grecia/index_arquivos/mapa_o_imperio_de_alexandre.gif

  • No Período Arcaico da história da Grécia (séculos VIII a VI a.C.), verificamos uma crescente urbanizaçãoeconômica e, conseqüentemente, um deslocamento do poder político das mãos da aristocracia fundiáriapara as mãos das camadas urbanas. Só que tais processos não ocorreram da mesma forma e nemsimultaneamente nas diversas cidades-estados gregas.

    Cada cidade-estado (polis é o termo grego) da Grécia conheceu seu próprio processo evolutivo; duas delas,Esparta e Atenas, foram as mais notáveis e importantes polis do Período Arcaico.

    Página 6

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    ESPARTA

    Esparta conheceu um desenvolvimento e uma organização absolutamente singulares em relação às demais“polis” gregas. Essa cidade estava localizada no centro da planície da Lacônia, no fértil vale do rioEurotas. Nos tempos pré-gregos, aí se desenvolvera a civilização mecênica que, por volta de 1200 a.C.,fora conquistadas pelos dórios.

    A partir da ocupação da Lacônia, os dórios, que deram origem aos espartanos, através de uma série deguerras, foram conquistando os territórios vizinhos, dentre os quais o mais importante foi a planície daMessênia. O imperialismo continental foi uma das características dominantes da história de Esparta. Essacidade quase não participou do movimento colonizatório grego no Mediterrâneo por ocupar uma regiãofértil. Seu expansionismo limitou-se ao território da própria Grécia. Essa é uma singularidade de Esparta.

    Segundo a tradição, a organização sócio-política e econômica de Esparta deve-se a uma “constituição”,que teria sido elaborada por um personagem semilendário chamado Licurgo.

    Na verdade, a organização espartana não é devida à obra de um único indivíduo e nem foi estabelecida deuma só vez.; ela é resultado de reformas que foram realizadas desde a origem da polis até, mais ou menos,o século VI a.C., quando adquiriu sua feição definitiva.

    Em seus moldes finais, a sociedade espartana estava estratificada da seguinte maneira:

    Espartanos ou Espartíatas. Camada que agregava todos os indivíduos que possuíam direitos políticos;provavelmente, os espartíatas eram os descendentes dos dórios que haviam conquistado a Lacônia e dadoorigem à polis de Esparta.

    Hilotas

    Camada constituída de escravos do Estado que descendiam, provavelmente, dos primitivos habitantes daLacônia (aqueles que a ocupavam quando houve a invasão dos dórios).

    Periecos

    Camada composta de indivíduos livres que viviam sob a dominação política dos espartíatas e sededicavam ao artesanato e à exploração de pequenas propriedades agrárias. Os periecos eram,provavelmente, descendentes dos povos que foram sendo vencidos por Esparta através de suas guerras.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (21 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • Página 7

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Os espartíatas, além de serem os únicos a possuir direitos políticos, eram submetidos a um regime especialde vida: o homem espartíata era fundamentalmente um soldado e sua mulher era mãe de outros espartíatas.Para que pudessem ser soldados, os espartíatas tinham sua manutenção, bem como a de suas famílias,assegurada pelo Estado. Cada espartíata, ao completar sua educação militar, recebia do Estado um lote deterra e uma ou mais famílias de hilotas que trabalhavam na terra e produziam o suficiente para amanutenção do espartíata, de sua mulher (também uma espartíata) e de seus filhos.

    É interessante notar que a sociedade espartíata era absolutamente democrática (todos tinham exatamenteos mesmos direitos), os meios de produção pertenciam ao Estado, ou seja, não havia propriedade privadados meios de produção entre os espartíatas .

    Os hilotas, como já dissemos, pertenciam ao Estado e eram cedidos aos espartíatas para serem utilizadosexclusivamente pelos cidadãos, sendo que seu trabalho era basicamente aproveitado no trato da terra.

    Os periecos, como homens livres , podiam possuir suas próprias terras ou seus próprios meios de trabalhoe sobrevivência. Eram obrigados a pagar tributos para o Estado e a prestar serviço militar, quandoconvocados.

    A organização política de Esparta também era singular, em relação às demais existentes na Grécia.

    O poder político espartano era exercido nos seguinte termos:

    A Diarquia era constituída por dois reis que representavam as duas famílias mais importantes deEsparta (os Europôntidas e os Agíadas) e que exerciam funções religiosas e militares.

    A Gerúsia era uma assembléia formada por vinte e oito anciões, recrutados dentre as famílias maistradicionais, e mais os dois reis; a Gerúsia funcionava como um tribunal julgando os infratores dalei.

    A Apella era a assembléia de todos os cidadãos; suas funções eram praticamente ilimitadas; era oórgão que tomava todas as decisões em última instância.

    O Eforado, ou Conselho dos Cinco Éforos, principal órgão executivo do governo, era formado porcinco cidadãos, eleitos anualmente pela Apella, que deviam fiscalizar a observação da Constituiçãoe das leis.

    Nos parâmetros dessa organização política, o que verificamos de fato é que os cinco éforos eram os reaisdetentores do poder e, exatamente por isso, eram trocados todos os anos para que não houvesse apossibilidade de um indivíduo ou um grupo de indivíduos monopolizar o poder em caráter permanente.

    Página 8

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (22 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • ATENAS

    Atenas desenvolveu-se como sendo o centro político e econômico da planície da Ática; esta região secomunica mais facilmente com o mar do que com o interior do continente, em função de seu relevo.

    A Ática apresentava um solo relativamente fértil, um boa reserva florestal que fornecia, abundantemente,madeira para a construção naval, grandes reservas de prata e chumbo, muita argila e grandes pedreiras decalcário e mármore. Dentre os recursos naturais disponíveis o ferro era o material mais escasso.

    Primitivamente, desenvolveram-se diversas comunidades na planície da Ática, que foramprogressivamente sendo unificadas em torno de um centro político instalado na Acrópole de Atenas. Talprocesso foi gradual e pacífico e recebeu o nome de sinecismo; esse, levou à instalação de uma monarquia.

    O fortalecimento da aristocracia, formada por grandes proprietários de terra, fez com que a monarquia setransformasse, progressivamente, numa oligarquia aristocrática. Tal evolução aconteceu pacificamente,através do esvaziamento das funções do Basileu, que aos poucos tornou-se apenas um chefe religioso.Simultaneamente, foram surgindo outras magistraturas: o Polemarca, a quem competia a chefia militar; oArconte, responsável pela administração e os seis Tesmotetas , que eram os juízes e guardiões da lei.Osmagistrados eram eleitos anualmente pela Eclésia, assembléia de todos os cidadãos. Havia ainda oAreópago, conselho formado exclusivamente por elementos recrutados dentre a aristocracia, oscomponentes desse grupo cooperavam com os magistrados na direção da polis.

    Página 9

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (23 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • Com a configuração política da oligarquia, verificamos o surgimento de uma nova estratificação socialque, ao invés de ser baseada em critérios de nascimento, sustentava-se por critérios determinados a partirdas rendas e propriedades dos indivíduos. Essa estratificação ampliou o número de cidadãos e tornoupossível aumentar os efetivos militares, e conseqüentemente, o poderio do Estado.

    O crescimento demográfico, aliado a outros fatores já mencionados, fez com que Atenas empreendessetenazmente uma ação colonizatória no Mediterrâneo. Tal feito impulsionou as atividades mercantis efortaleceu as camadas urbanas; ao mesmo tempo, as atividades agrárias conheciam uma radicaltransformação: o desenvolvimento da vinicultura e das oliveiras.

    Um fato relevante é que ao lado da aristocracia, até então hegemônica em termos políticos, passa a existiruma camada social ligada às atividades mercantis (comércio e artesanato) , que conheceu um rápidoprocesso de enriquecimento passando a reivindicar uma posição mais atuante no aparelho do Estado.

    O processo de desenvolvimento mercantil foi acompanhado por uma crise agrária que atingiu,fundamentalmente, os pequenos proprietários que se viam empobrecidos e mesmo escravizados pordívidas. Em síntese, havia uma crescente insatisfação popular que pôde ser utilizada pelas camadasmercantis como instrumento de pressão para a realização de transformações políticas.

    As primeiras manifestações para a transformação política ocorreram de forma pacífica. A própria estruturaoligárquica, pressionada pelos setores urbanos e populares, formou legisladores encarregados de reformasque aplacassem a tensão sócio-política e permitissem a continuidade do dominío aristocrático. Dracon,oprimeiro legislador, em 621 a.C., elaborou as primeiras leis escritas de Atenas; as leis draconianascaracterizaram-se por sua excessiva severidade. Essas regras não chegaram até os documentos escritos;sendo assim, tal legislação não teve seu caráter efetivamente demonstrado. Mais tarde, a simples existênciade leis escritas coibiu a arbitrariedade com o qual os juízes (aristocratas) julgavam os não-aristocratas.

    Pouco após a elaboração das leis draconianas, um segundo legislado, foi constituído: Sólon. Em 594 a.C.,Sólon elaborou profunda reformas nas leis de Dracon.

    Página 10

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    ATENAS

    Os principais aspectos das reformas de Sólon foram:amenização da severidade das leis draconianas;●

    fim da escravidão por dívidas;●

    devolução das terras que haviam sido tomadas pelos credores dos seus proprietários originais;●

    estabelecimento de um tamanho limite para as propriedades agrárias;●

    admissão dos tetas (trabalhadores livres não-proprietários de terra) na Eclésia;●

    criação do Heliaea (tribunal de justiça do qual todos os cidadãos podiam participar);● as magistraturas passaram a ser exercidas por todos os cidadãos.●

    Vale a pena destacar o fato de que, em Atenas, eram cidadãos apenas os homens livres não-estrangeiros;sendo assim, os estrangeiros e os escravos não possuíam direitos civis.

    Sólon fez com que todos os cidadãos pudessem exercer as magistraturas; entretanto, na prática,só os

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (24 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • indivíduos mais ricos se ocupavam das funções dos magistrados (Basileu, Polemarco, Arconte eTesmotetas), pois estas exigiam dedicação exclusiva sem remuneração.

    As reformas de Sólon ampliaram a faixa de participação dos cidadãos ligados às atividades mercantis,atenderam parcialmente os interesses das camadas populares e aboliram a escravidão por dívidas. Só queessa mudanças não foram bem aceitas nem pela aristocracia e nem pelas camadas populares desejosas dereformas mais profundas do que as efetuadas , grande parte da insatisfação do povo estava ligada àestrutura da propriedade fundiária.Apesar desse descontentamento proveniente de diversas camadassociais, não há como negar que após as reformas de Sólon, Atenas conheceu um período de relativa pazsocial; fato este que permitiu o desenvolvimento de uma política imperialista, cuja primeira manifestaçãoconcreta foi o conjunto de lutas contra Mégara acerca da posse de Salamino. Nessas batalhas, Pisístrato,grande general, foi importantissímo. Em 561 a.c, com ampla base de apoio popular, esse general tomou opoder em Atenas estabelecendo a Tirania , governo de um tirano. Na Grécia Antiga, tirano era o indivíduoque tomava o poder pela força das armas. Pisístrato exerceu a Tirania de 561 a 528 a.C., ou seja, datomada do poder até sua morte. Com a instalação da Tirania, esse líder não extinguiu a estruturapolítico-administrativa estabelecida por Sólon, apenas superpôs uma nova e superior esfera de poder, ouseja, o tirano colocou-se acima da estrutura já existente.

    Página 11

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Dentre as realizações de Pisístrato, estão:

    o enfraquecimento da aristocracia, através do confisco de parte substantiva de suas terras, e adistribuição destas áreas para os cidadãos pobres;

    a montagem de uma poderosa frota naval, objetivando o estabelecimento da hegemonia ateniense noMediterrâneo Oriental.

    Com a morte de Pisístrato, seus filhos Hiparco e Hípias o sucederam no poder. Pouco após essa sucessão,uma conspiração aristocrática assassinou Hiparco, provocando a adoção de uma política intensamenterepressiva por parte de Hípias. Tal forma de liderança causou uma progressiva perda das bases políticas deHípias, fato que acabou criando as condições necessárias para um movimento insurrecional que derrubou aTirania. Com o fim dessa forma de governo, o poder foi concentrado nas mãos de um novo legislador,Clístenes, que realizou as reformas que conduziram Atenas à condição de uma Democracia. No início deseu governo, Clístenes sofreu uma intensa oposição da aristocracia, que se aliou a Esparta. Os espartanoschegaram a ocupar Atenas, mas logo foram expulsos; esse evento só contribuiu para o fortalecimento deClístenes e de suas pretensões reformistas.

    As reformas de Clístenes instalaram em Atenas uma nova sistemática política, cujas idéias fundamentaiseram a igualdade política de todos os cidadãos e a participação direta dos mesmos na máquinagovernamental.

    O principal aspecto de suas reformas foi a criação de uma nova estrutura de recrutamento para aparticipação política. Os cidadãos foram distribuídos em demos (unidades organizacionais de caráter localàs quais todos os cidadãos eram obrigados a pertencer formalmente).

    O conjunto dos demos foi distribuído em três grupos:

    o primeiro reunia os demos da cidade de Atenas (nos quais predominavam os indivíduos ligados àsatividades de comércio e artesanato, além dos trabalhadores urbanos);

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (25 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • o segundo reunia os demos do litoral (que agregavam os navegadores e pescadores);●

    o terceiro reunia os demos do interior (que agregavam os proprietários rurais grandes e pequenos).●

    Página 12

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Cada um desses grupos era dividido em dez Tritia (cada qual formada por vários demos). Três tritias (umade cada grupo) formavam uma Tribo.

    Essas dez tribos formavam a base para o recrutamento político e militar necessário. É importante saber queem cada tribo havia participação indistinta dos diversos estratos sociais.

    Cada tribo fornecia uma unidade militar sob o comando de um Estratego , eleito pela própria tribo.

    A Boulê ou Conselho dos Quinhentos, formada por cinqüenta elementos de cada tribo, passou a ser oprincipal órgão executivo do governo.

    As funções legislativas foram integralmente concentradas nas mãos da Eclésia (assembléias de todos oscidadãos).

    As funções judiciárias pertenciam ao Heliaea (tribunal formado por juízes eleitos anualmente, em númeroidêntico para cada tribo, pela Eclésia).

    Com essas reformas, todos os cidadãos, independentemente de sua condição sócio-econômica, passaram aparticipar diretamente do exercício do poder político. Com isso, Atenas atingiu seu esplendordemocrático. Só que o conceito de cidadania era restrito aos homens livres nascidos em Atenas;conseqüentemente, mulheres, escravos e estrangeiros não tinham acesso ao poder político; logo, ademocracia ateniense não era o governo de todos, e sim o governo de todos os cidadãos. Ainda assim, asreformas realizadas por Clístenes reduziram muito os níveis de tensão social e contestação políticaexistentes.

    Página 13

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (26 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • Civilização Grega Arcaica (séculos VIII a VI a.C)

    As bases da cultura e da civilização grega devem ser buscadas entre os egeus; os povos indo-europeus quederam origem à nação grega assimilaram aquilo de mais significativo produzido por esse grupo.

    Em função do desenvolvimento da colonização mediterrânea, particularmente no que diz respeito aoestabelecimento de colônias na Ásia Menor, a civilização grega entrou em contato com as civilizaçõesorientais (egípcia e mesopotâmica principalmente), das quais recebeu fortes influências.

    A partir desses dois fundamentos, os gregos desenvolveram uma cultura e uma civilização originais, quepodem ser consideradas fatores fundamentais da unidade nacional grega.

    Um segundo fator dessa unidade era a religião. Os gregos praticavam um politeísmo cujos deuses, além deserem representados com formas humanas (Antropomorfismo), eram efetivamente humanizados em seuscomportamentos e histórias. Os deuses gregos, além de suas virtudes, possuíam defeitos humanos. A vidados deuses era contada através de lendas (Mitologia) que, de uma certa forma, foram sistematizadas nospoemas homéricos.

    O templo era considerado como a casa do deus e, por isso , merecia um cuidado arquitetônico distinto dodado as demais edificações gregas.

    Cada polis tinha seu deus principal, ao qual era dedicado o mais imponente templo da cidade. Aindaassim, havia alguns templos que adquiriam uma importância que transcendia o âmbito restrito da polis. É ocaso do Templo de Apolo, em Delfos, cujo oráculo era consultado indistintamente por todos os gregos; étambém o caso do Templo de Zeus, em Olímpia, onde, de quatro em quatro anos, eram realizados os JogosOlímpicos, atividades nas quais atletas de toda a Grécia tomavam parte.

    Página 14

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Em termos de literatura, a poesia épica foi o primeiro ramo desenvolvido. No período arcaico, os poemashoméricos conheceram sua primeira edição; nessa época viveu Hesíodo, poeta de origem campesina, cujasprincipais obras são: A Teogonia, em que tentou organizar a genealogia dos deuses e Os Trabalhadores eos Dias, em que narra o cotidiano da vida rural grega de seu tempo. Ainda no período arcaico, nasceu apoesia lírica, cujos principais representantes, naquele momento, foram Alceu e a poetisa Safo.

    Nas suas origens, a ciência e a filosofia se confundiram bastante. No período arcaico, a principalpreocupação dos filósofos era a de encontrar o elemento primário da vida, a partir do qual o mundo e ohomem teriam surgido. O primeiro dos nomes conhecidos é o de Tales de Mileto, cuja maior especulaçãodizia respeito à formação das leis que regiam o conhecimento da ciência abstrata. Além disso, Talesdesenvolveu uma série de conhecimento práticos, especialmente em Matemática, e formulou a teoria deque a substância primária era a água.

    Dentre os discípulos de Tales de Mileto, merecem destaque: Anaxímenes que via no ar a substânciaprimária, e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua perpétua inter-relação. Dois outrosfilósofos merecem destaque: Xenófanes, que acreditava em um único deus que dirigia as forças do mundoe considerava o politeísmo e as lendas acerca da vida dos deuses como simples invenções da imaginaçãohumana, e Pitágoras de Samo, para quem os segredos do universo estão na harmonia dos números.

    A arquitetura grega manifestou sua máxima produtividade e esplendor na construção dos templos. Para

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (27 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • essa arquitetura, as idéias de proporção e harmonia eram fundamentais, partindo delas formaram-se doisestilos básicos: o dórico (severo e funcional) e o jônico (luxuoso e elegante).

    A escultura exercia um papel efetivamente independente da arquitetura, sendo que a estatuária, trabalhadafundamentalmente em mármore, preocupava-se com o rigor anatômico e com a precisão dos movimentos edetalhes.

    Página 15

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    AS GUERRAS MÉDICAS OU GRECO PÉRSICAS

    É fato notável de que, no século VI a.C., as poleis gregas da Anatólia (Ásia Menor) e na Magna Grécia(sul da Itália e Ilha da Sicília) apresentavam maior desenvolvimento econômico e cultural que as daprópria Grécia. Destaque maior deve ser dado às principais poleis da Anatólia: Mileto, Éfeso, Samos eLesbos. Estes eram, sem dúvida, os mais prósperos centros irradiadores da civilização helênica.

    O Reino Lídio fazia fronteira com as poleis gregas da Anatólia e mantinha intensas relações mercantiscom elas. Esse contato fazia com que a Lídia assimilasse, em larga escala, os padrões culturais dacivilização helênica; em contrapartida, o Reino Lídio foi estabelecendo uma efetiva hegemonia políticasobre a Anatólia.O estabelecimento da hegemonia lídia é facilmente compreensível se levarmos emconsideração não só a inexistência de uma unidade política entre as poleis gregas da Anatólia, comotambém a existência, muitas vezes, de intensas rivalidades entre elas. Em 548 a.C., Ciro, rei dos persas, emsua política imperialista, conquistou o Reino da Lídia e, por extensão, estabeleceu seu domínio políticosobre a Anatólia. A sujeição ao Império Persa não alterou, substancialmente, a vida de Anatólia;entretanto, mudou drasticamente os objetivos imperialistas persas.

    A partir do estabelecimento de seu domínio sobre a Anatólia, os persas passaram a participar,indiretamente, do comércio mediterrâneo. A inserção dos persas nos assuntos mediterrâneos orientais fezcom que o imperialismo persa passasse a almejar o domínio dos Bálcãs. Esse objetivo era favorecido pelafragmentação política da Grécia e pelas freqüentes e intensas rivalidades entre as cidades-estados daGrécia. Entre 499 e 494 a.C., as poleis gregas da Anatólia, apoiadas por Atenas, revoltaram-se contra odomínio persa. Esses dominadores, tendo subjugado os povos revoltosos da Anatólia, voltaram suaatenção para os Bálcãs e, nesse contexto, em 492 a.C., conquistaram a Trácia e a Macedônia, cujo governofoi entregue por Dario I a Mardônio e cuja posse serviria de base de apoio para futuras incursões noterritório grego.

    Página 16

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (28 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • Em 490 a.C., os persas, sob comando de Mardônio e com apoio de Hípias, tirano deposto de Atenas,iniciaram a invasão da Grécia Setentrional, fixando como objetivo primordial a conquista da Ática. Osgregos, graças a uma vitória na Batalha de Maratona, conseguiram rechaçar essa primeira tentativa deconquista empreendida pelos persas; esse povo atravessou uma série de problemas internos em seuImpério (revolta do Egito, morte de Dario I e sua sucessão por Xerxes). Essa situação fez com que, por dezanos, os persas não voltassem a ameaçar diretamente o território grego. Esse período de trégua deu aosgregos, a possibilidade de se organizarem melhor, particularmente através da conscientização de diversascidades-estados de que o problema persa representava uma ameaça para toda a Grécia e não apenas paraAtenas.

    Em 480 a.C., teve início uma nova campanha persa na Grécia. De imediato, Tessália foi tomada e oavanço sobre a Ática iniciado; neste, os persas foram retardados pela passagem no desfiladeiro dasTermópilas, graças à ação dos espartanos sob o comando de Leônidas.Esse atraso nas Termópilas permitiuque a população de Ática fosse evacuada para Salamina. Quando os persas tomaram e saquearam Atenas,ela estava despovoada. Em seguida, os invasores pretendiam vencer, definitivamente, os gregosconcentrados em Salamina.

    Desde o final da primeira incursão persa, os atenienses, liderados por Temístocles, haviam montado umapoderosa frota naval, graças à qual foi possível impedir uma derrota na batalha naval de Salamina. Com aperda persa em Salamina, a hegemonia marítima passou para as mãos dos gregos, tal fato foi decisivo parao destino da guerra.

    Em 479 a.C., os persas tentaram uma nova investida e, desta feita, foram derrotados pelos espartanos emPlatéia (Pausânias era o chefe espartano nessa batalha) e pelos atenienses em Mícale. Diante dessas duasderrotas, os persas tiveram de desistir definitivamente da conquista da Grécia, já que seus exércitos e suafrota naval foram quase que totalmente destruídos.

    Página 17

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    O APOGEU DE ATENAS

    Após as batalhas de Platéia e Mícale, acabaram as lutas entre gregos e persas no território da Grécia,contudo as guerras continuaram.

    Em função das pesadas derrotas, a Pérsia precisou de uma trégua para rearticular suas forças, reaparelharseu exército e sua frota. Nesse mesmo momento os gregos atenienses viam a oportunidade de afastar ospersas definitivamente do Mar Egeu.

    No fim da guerra, Atenas era a cidade-estado em melhores condições para exercer um papel hegemônicoentre os gregos. Além de possuir a maior frota naval do Egeu e um poderoso exército, Atenas, após asreformas de Clístenes, vivia uma relativa paz social e, em função dos sucessos nas Guerras Médicas, seusentimento nacional estava vivo e forte.

    Para as poleis gregas das ilhas do Egeu e da Anatólia, era vital a continuidade das lutas contra o impériopersa. Sendo assim, não foi difícil para Atenas, acatando a sugestão de um de seus generais das GuerrasMédicas, Aristides, propor e conseguir a formação de uma confederação marítima: a Confederação deDelos. Essa Confederação agregava quase todas as poleis das ilhas do Egeu e da Anatólia sob apresidência de Atenas. Cada membro da Confederação, ou seja, cada polis que dela participava, devia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (29 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • contribuir com tropas e navios ou então com dinheiro, que viabilizava o recrutamento de tropas eequipagem para a marinha. Por ser a mais rica dentre as cidades-estados que participavam daConfederação de Delos, Atenas sempre exerceu uma efetiva hegemonia sobre todas as poleis que delaparticipavam.

    Muito cedo, as poleis gregas do Helesponto e do Mar de Mármora aderiram à Confederação. A atuaçãobélica da Confederação de Delos foi eficiente, pois, em cerca de vinte anos, ela conseguiu afastar os persasdo contato direto com o Mar Egeu.

    Nos primeiros tempos, a figura dominante em Atenas e, conseqüentemente, na Confederação, foi Cimon e,posteriormente, Péricles, sendo que o último exerceu durante mais de quinze anos um papel absolutamentepreponderante na vida ateniense, tanto que os seus tempos ficaram conhecidos sob a designação da Era dePéricles.

    Em conseqüência das Guerras Médicas e através daConfederação de Delos, Atenas passou a exercerabsoluta hegemonia política, militar e econômica em todo o Mediterrâneo Oriental. Essa situação acelerouo ritmo de desenvolvimento mercantil de Atenas, provocando um intenso crescimento de sua populaçãoatravés do aumento considerável do número de metecos (estrangeiros) e de escravos.

    O desenvolvimento mercantil de Atenas fez com que se tornasse obrigatória a consolidação de suadominação no Mediterrâneo Oriental. Nesse quadro era natural que a Confederação de Delos se tornasseum império Ateniense, ela passou a existir, uma vez afastado o problema persa, para contribuir para ofortalecimento e enriquecimento de Atenas.

    Em função dessa realidade é dito que o século V a.C. é o século do apogeu de Atenas e não resta dúvidaque essa expansão imperial ateniense inquietou diversas outras poleis na Grécia, particularmente Esparta.

    Página 18

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    A GUERRA DO PELOPONESO E A GRÉCIA NO SÉCULO IV a.C.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (30 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • A hegemonia ateniense sobre a Grécia esbarrava, dentre outras coisas, na concepção política doparticularismo das cidades-estados. A idéia de nacionalidade, para os gregos antigos, estava ligada à suapolis de origem e não à nação grega.

    A ação centralizadora de Atenas, de certa forma, opunha-se à concepção de polis. O império atenienseencontrava forte oposição junto às principais polis da Grécia, principalmente no que diz respeito a Espartae suas aliadas, que formavam a chamada Liga do Peloponeso.

    Inicialmente, o imperialismo preocupava-se com as terras litorâneas do Mar Egeu; entretanto seu própriodesenvolvimento fez com que as terras do Mediterrâneo Ocidental passassem a ser áreas atrativas. NoMediterrâneo Ocidental, particularmente na Magna Grécia, havia várias poleis; Siracusa por exemplo,mantinha um próspero comércio que chegava à Grécia principalmente através de Corinto, uma polis aliadaa Esparta. Conforme Atenas voltava sua atenção imperialista para o Ocidente, entrava em choque comCorinto e, conseqüentemente , agravava suas relações com Esparta. O apoio ateniense à revolta da Córcira,uma colônia de Corinto, foi suficiente para que toda a Liga do Peloponeso entrasse em Guerra comAtenas. Sendo assim, no ano de 431 a.C. iniciava-se a Guerra do Peloponeso.

    Durante dez anos, Esparta e seus aliados bloquearam, por terra, a Ática, forçando Atenas a buscar seussuprimentos por mar, principalmente na Ásia Menor. Tal bloqueio, bem como as constantes lutas, fizeramcom que a população da Ática fosse concentrada dentro dos muros de Atenas. Isso dificultava oabastecimento desse povo e piorava as condições sanitárias de Atenas. Esse contexto tornou muitopropícia a ocorrência de várias epidemias que mataram grandes contingentes humanos, inclusive Péricles.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (31 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • Página 19

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Em 421 a.C. foi negociada e assinada a Paz de Nícias, que deveria ser mantida por, no minímo, cinqüentaanos. Restabelecida a paz, Atenas retomou sua política imperialista no ocidente e, em 413 a.C., começou aarticular planos para atacar Siracusa, que também era aliada de Corinto. Os planos para o ataque a Siracusaforam concebidos por Alcebíades e sofreram forte oposição dos aristocratas de Atenas. Essa oposiçãocausou violentos ataques a Alcebíades, que acabou obrigado a fugir dessa pólis e a refugiar-se em Espartadelatando os planos atenienses aos que o acolheram e que, sob o comando de Nícias, fracassaram. A partirdisso, a ocorrência de uma ofensiva espartana por terra impingiu diversas derrotas a Atenas até que, em404 a.C., com a Batalha de Egos-Pótamos, os espartanos foram vitoriosos.

    Com a derrota de Atenas, teve início o período da hegemonia espartana na Grécia. Essa pólis tentouestabelecer seu império através de uma crescente intervenção nos assuntos internos das outras poleis.Além disso, Esparta procurou estabelecer seu controle sobre o comércio do Mediterrâneo Orientalgerando com isso a renovação dos choques contra o Império Persa.

    As posições imperialistas de Esparta desestabilizaram sua realidade interna. O crescimento do número deseus escravos provocou novas necessidades militares capazes de preservar a dominação política dosespartíatas. Esses problemas internos fizeram com que Esparta deixasse de preservar suas posições naAnatólia. Dessa forma essa cidade voltou a sofrer pressões e acabou voltando a pertencer ao ImpérioPersa. Esses acontecimentos propiciaram uma aliança entre Atenas e Tebas e a formação de uma nova ligamarítima sob a liderança dessas poleis. Ainda nesse período, Esparta teve de enfrentar diversas revoltas deseus escravos. Em suma, a hegemonia espartana viu-se em xeque até que, com a Batalha de Leuctras, 371a.C., os tebanos, liderados por Pelópidas e Epaminondas, expulsaram os espartanos da Grécia Setentrional.

    Em seguida, Tebas apoiou a libertação da Messênia em relação a Esparta e conquistou a Tessália. Assim ahegemonia tebana estabelecia-se sobre a Grécia. Só que em 362 a.C., Atenas e Esparta aliaram-se ederrotaram Tebas; a partir daí, nenhuma polis grega tinha condições de impor sua hegemonia à Grécia.

    Página 20

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (32 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • A CIVILIZAÇÃO GREGA NOS SÉCULOS V E IV a.C.

    No século V a.C., a vida cultural grega encontrou em Atenas o seu principal centro irradiador, o que énatural, se pensarmos que nesse século Atenas era efetivamente a principal potência do mundo helênico.

    Se quisermos atribuir uma característica básica para a cultura grega clássica (aquela produzida nosséculos V e IV a.C.), devemos indicar o Humanismo : preocupação com a valorização do homem e dohumano.

    Esse Humanismo é visível, por exemplo, na escultura. Fídias e Miron, os dois principais escultores daépoca, antes de pretenderem representar os deuses como divindades, davam-lhes traços marcadamentehumanos, tanto no que diz respeito ao seu aspecto físico, quanto na preocupação da fixação de umaemoção em cada imagem esculpida.

    Fídias, além de ter sido notável escultor, colaborou com o arquiteto Ictinínio e com Péricles nareconstrução de Atenas, após as Guerras Médicas, sendo que dessa reconstrução o monumento maissignificativo foi o Partenon, templo da deusa Atena, na Acrópole de Atenas

    Na filosofia, após Heráclito, que via no fogo o elemento essencial e que foi o primeiro filósofo a constatara importância do movimento do universo, e de Demócrito, o formulador da teoria do atomismo, a filosofiagrega passou a se preocupar fundamentalmente com o homem; é o caso, por exemplo, dos sofistas(Protágoras foi o mais notável) que, antes de filósofos, eram educadores, ou seja, dedicavam-se atransmitir os conhecimentos adquiridos pela humanidade.

    Foi em meio aos sofistas que surgiu Sócrates, o primeiro dos grandes filósofos gregos. Ao contrário do quese fazia até então, Sócrates não se preocupou com a cosmologia e sim com o homem; discutiu, através deseu método denominado maiêutica, as grandes virtudes dos homens. Sócrates não deixou nada escrito eseu pensamento chegou até nós através das obras de seus discípulos, dentre os quais o principal foi Platão,que reuniu os ensinamentos socráticos nos Diálogos.

    Página 21

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (33 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • Platão fundou uma escola chamada Academia. Preocupou-se com a teoria do conhecimento; para ele, a“idéia” é a “forma essencial” de todas as coisas; o mundo real transcende o mundo dos fenômenosaparentes. Outra preocupação de Platão foi a política e, em sua obra República, ele desenvolveu todo umpanorama crítico da vida política das cidades-estados.

    Dentre os discípulos de Platão, o mais notável foi Aristóteles que, a exemplo de seu mestre, tambémfundou uma escola, o Liceu. Para Aristóteles, a razão é um elemento essencial no conhecimento humano;entretanto, os dados manipulados pela razão são fornecidos pelos sentidos, ou seja, pela experiênciasensorial.

    Os escritos de Aristóteles abrangeram todos os campos do conhecimento humano de então, desde o mundomaterial (Física), passando pela teoria do conhecimento (Organum) até política (Política) e as artes (ArtePoética e Arte Retórica).

    Outro campo do conhecimento que se desenvolveu no período clássico foi a História.

    Heródoto (o “Pai da História”) em sua obra Guerras Médicas foi o primeiro a se preocupar com oregistro sistemático do passado isento das lendas e da mitologia. Tucídides, autor da Guerra doPeloponeso, acrescentou à observação histórica a crítica histórica, ou seja, preocupou-se em estabelecerrelações de causa-efeito entre os fatos históricos. Xenofontes é outro historiador do período.

    Página 22

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introdução

    file:///C|/html_10emtudo/Historia/html_historia_total.htm (34 of 610) [05/10/2001 22:27:03]

  • O MUNDO HELENÍSTICO

    A Macedônia é um território ao norte da Grécia. Seu povo foi considerado por muito tempo, pelos gregos,como sendo bárbaro, essa imagem só foi alterada quando os macedônios passaram por um processo dehelenização.

    Em função do desenvolvimento comercial e das Guerras Médicas, a Macedônia viu suas relações com aspolis gregas intensificadas, a ponto da Macedônia passar a ser vista como parte do mundo helênico.

    Desde cedo, a Macedônia conheceu um processo político altamente centralizador. A monarquia absolutaera sua verdade em termos de organização do Estado.

    Felipe, rei da Macedônia, viveu em Tebas a partir de 356 a.C, onde passou a conhecer profundamente arealidade da Grécia, suas virtudes e fraquezas.

    O crescente caos político grego, após o período da hegemonia tebana, deu margem para que Felipedesenvolvesse uma ação política, cujo objetivo era o estabelecimento do domínio macedônico sobre aGrécia. Tal política encontrava entre os próprios gregos inúmeros adeptos. É o caso de Isócrates e deEsquines, que viam no domínio macedônico o único caminho viável para preservar a soberania grega noEgeu, diante do novo expansionismo persa. É claro que entre os gregos também havia ferrenhos opositoresa Felipe da Macedônia, caso, por exemplo, do grande orador Demóstenes.

    Com o intuito de desencadear um imperialismo macedônico, Felipe realizou profundas transformações nasestruturas militares e sociais de seu reino; por exemplo: adotou a “falange” tebana como unidade de luta deseu exército, confiscou as terras dos aristocratas e distribuiu-as aos homens pobres para que estes tambémtivessem condições de servir no exército.

    Aproveitando as divergências de opinião entre os gregos, Felipe foi estabelecendo seu domínio na GréciaContinental. Teve de enfrentar resistências militares que foram definitivamente sobrepujadas com suavitória na Batalha de Queronéia, em 338 a.C., em conseqüência da qual foi criada a Liga de Corinto,através da qual a Grécia, menos o Peloponeso, reconheceu a supremacia macedônica.

    Página 23

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Clássica > Grécia

    Clique no mapa para ampliar

    Pouco após esses eventos, Felipe foi assassinado e sucedido no trono por seu filho Alexandre, que passoupara a história como Alexandre Magno.

    Alexandre Magno foi educado durante algum tempo por Aristóteles, sendo profundo admirador econhecedor do mundo grego. Alexandre dizia-se descendente de deuses e heróis e desenvolveu em tornode si toda uma mística que o transformou em personagem semidivino.

    Matérias > História > História Geral > Antiguidade Oriental > Introd