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Mauro Biscaro Elias Sistemas de sensores ópticos baseados em fibra óptica de perfil-W dopada com Érbio Campinas 2012 101/2012

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Mauro Biscaro Elias

Sistemas de sensores ópticos baseados em fibra

óptica de perfil-W dopada com Érbio

Campinas

2012

101/2012

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA ÁREA DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - BAE - UNICAMP

EL42s

Elias, Mauro Biscaro Sistemas de sensores ópticos baseados em fibra óptica de perfil-W dopada com Érbio / Mauro Biscaro Elias. --Campinas, SP: [s.n.], 2012. Orientador: Carlos Kenichi Suzuki Coorientador: João Batista Rosolem. Tese de Doutorado - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica. 1. Sensor optico. 2. Amplificadores a fibra dopada com érbio. 3. Fibras óticas. 4. Lasers de terras raras. 5. Sistemas WDM. I. Suzuki, Carlos Kenichi, 1945-. II. Rosolem, João Batista. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Mecânica. IV. Título.

Título em Inglês: Optical sensing systems based on Erbium-doped W-fiber Palavras-chave em Inglês: Optical sensor, erbium-doped fiber amplifiers, fiber

optics, rare earth lasers, WDM systems Área de concentração: Materiais e Processos de Fabricação Titulação: Doutor em Engenharia Mecânica Banca examinadora: Niederauer Mastelari, Luiz Otávio Saraiva Ferreira, Cláudio

Floridia, Delson Torikai Data da defesa: 30-07-2012 Programa de Pós Graduação: Engenharia Mecânica

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Aos meus pais (in memorian)

À minha esposa Cintia (in memorian)

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Agradecimentos

Desenvolver uma tese de doutorado é sempre uma tarefa desafiadora. Frustrações com o

inesperado, e até depressão, podem ocorrer, pois estamos estudando uma parte relativamente

desconhecida da ciência, o que é sempre um mistério. E quando olho para os quatro anos

passados, encontro muitas pessoas a quem sou muito grato pelo incentivo e suporte nos

momentos bons e nos mais difíceis.

Gostaria de agradecer ao Professor Dr. Carlos Kenichi Suzuki, orientador deste trabalho, pelo

apoio, paciência, carinho, dedicação, pelo incentivo ao longo desses quatro anos, e sobretudo por

ter acreditado e aceitado este desafio. É uma honra poder trabalhar com alguém tão dedicado e

com a competência do Professor Suzuki e poder usufruir de seu vasto conhecimento na área de

fibras ópticas.

Gostaria de agradecer muito ao Professor Dr. João Batista Rosolem, co-orientador deste trabalho,

pelo decisivo suporte técnico e intelectual, já que é um dos maiores especialistas em engenharia

eletro-óptica do mundo acadêmico, sobretudo na área de conhecimento desta tese, e pela

paciência, dedicação, e por ter me encorajado ao longo desses quatro anos.

Tive muita sorte de poder contar com os Professores Suzuki e Rosolem neste trabalho de tese.

Agradeço também ao companheirismo dos dois.

Agradeço ao Dr. Alberto Paradisi, Diretor de Tecnologia e Inovação, da Fundação CPqD, por

ceder o Laboratório de Sensoriamento e Monitoração Óptica da Fundação.

Agradeço aos colegas pesquisadores da Fundação CPqD, Edson Bezerra e Amauri Juriollo, pelo

suporte dado no laboratório.

Agradeço a Já! Tecnologia, empresa da Fundação CPqD, à qual sou colaborador, pelo tempo

cedido para o desenvolvimento deste trabalho.

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Agradeço a UNICAMP, por todos os meus níveis de formação acadêmica, em particular agradeço

à Faculdade de Engenharia Mecânica por mais essa oportunidade.

Sou muito grato à DRAKTEL, em especial ao Eng. Carlos Bilharinho e ao Superintendente Eng.

Reynaldo Jerônimo, por encaminhar as fibras ópticas usadas nesta tese à DRAKA-ALCATEL, na

França, para caracterização óptica e geométrica das mesmas. A DRAKA-ALCATEL gentilmente

fez esse trabalho em seus laboratórios franceses.

Agradeço a CAPES pelo incentivo financeiro ao longo dos primeiros meses deste trabalho.

Agradecimento especial aos professores que farão parte da banca examinadora.

Por fim agradeço a minha família, em particular aos filhos Eduardo e Matheus, e à Yane pelo

incentivo.

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“Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.”

Fernando Pessoa

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Resumo

Fibras ópticas de casca rebaixada (também conhecidas como fibras ópticas de dupla-casca ou

fibras ópticas de perfil-“W”) com cortes do modo fundamental proporcionam perdas distribuídas

altas em comprimentos de onda longos e perdas baixas em comprimentos de onda curtos. A

grandeza da brusca transição entre a perda baixa em comprimentos de onda curtos e a perda alta

em comprimentos de onda longos excede 200 ��/�� e é extremamente sensível à curvatura

aplicada na fibra. O fenômeno é atribuído ao acoplamento modal entre o modo guiado no núcleo

e os modos discretos guiados na casca externa. A fibra óptica ativa de casca rebaixada : � /��/���2 (DC-EDF) pode ser projetada para ter um corte do modo fundamental próximo de

1530 �� o que proporciona supressão distribuída da emissão espontânea amplificada (ASE) na

banda-C em proveito da ASE na banda-S. Este fenômeno, associado a um outro, o de perda

induzida por curvatura, proporciona um modelo alternativo para obter amplificação óptica na

banda-S, exigida para expandir a capacidade de sistemas de multiplexação por divisão de

comprimentos de onda (WDM). Um laser à fibra óptica, configurado na forma de anel, de fibra

óptica de casca rebaixada dopada com érbio, que pode ser sintonizado através de perdas

induzidas por curvatura na fibra óptica, ou pelo uso de um filtro óptico sintonizável, também

pode ser projetado. Devido às características de amplificação e “lasing” desenvolvidas para

aplicação na banda-S, baseadas em propriedades únicas, a fibra DC-EDF foi base dos sistemas de

sensores desenvolvidos neste trabalho. De fato, os sistemas de sensores propostos mostraram alta

sensibilidade, larga faixa dinâmica, e ampla largura de banda, e podem ser usados para monitorar

parâmetros estáticos, tais como força, pressão, deslocamentos e parâmetros dinâmicos usados em

acústica e vibrações. Dois tipos de sistemas de sensores, com diferentes modelos, foram

estudados: um sensor-amplificador e um sensor-laser. Os desempenhos desses sistemas de

sensores na banda-S (1490 � 1510 ��) foram estudados e analisados nas condições estática e

dinâmica.

Palavras-chave: Sensor óptico; amplificadores a fibra dopada com érbio; fibras ópticas; lasers de

terras raras; sistemas WDM.

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Abstract

Depressed-cladding (often referred to as dual-clad or “W”- fiber) fibers with fundamental-mode

cutoffs provide high distributed losses at long wavelengths and low losses at short wavelengths.

The magnitude of the abrupt transition between low-loss at short wavelengths and high-loss at

long wavelengths exceeds 200 ��/�� and is found to be extremely sensitive to fiber curvature.

The phenomenon is attributed to mode coupling between the core-guided mode and the discrete

modes guided in the outer cladding. The active depressed-cladding : � /��/���2 fiber

(�� − ��) may be designed to have a fundamental mode cutoff near 1530 �� and provides

distributed suppression of C-band amplified spontaneous emission (��) to the advantage of that

in the S-band. This phenomenon, associated with the mechanism of induced bending loss,

provides an alternative approach to obtain amplification in S-band, required to expand the

capacity of wavelength-division multiplexing (WDM) systems. A S-band depressed-cladding

erbium-doped fiber ring laser which can be tuned through the active fiber bending losses or by

using an optical tunable filter, can be designed as well. Due to the amplification and lasing

characteristics developed for S-band, based on unique properties, the �� − �� was the basis of

the optical sensing systems developed in this work. In fact, the sensing systems proposed showed

high sensitivity, high dynamic range and wide bandwidth, and can be used to monitor static

parameters, such as force, pressure, displacement and dynamic parameters used in acoustics and

vibrations. Two types of sensing systems, with different approaches, have been studied: an

amplifier-sensor and a laser-sensor. The performances of these sensing systems in S-band

(1490 ��� 1510 ��) were studied and analyzed in static and dynamic conditions.

Key words: Optical sensor; erbium-doped fiber amplifiers; optical fibers; rare earth lasers; WDM

systems.

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Lista de Ilustrações

Figura 2.1 Diagrama de blocos de um sensor genérico [Santos, 1993] 5 Figura 2.2 Sensores extrínsecos consistem de fibras ópticas que conduzem a

luz para dentro e para fora de uma “caixa preta”, que modula o feixe de luz que passa através dela, em resposta a um efeito ambiental.

7

Figura 2.3 Tipos de sensores ópticos extrínsecos e principais grandezas medidas por eles [Grattan e Meggitt, 1995].

8

Figura 2.4 Sensores ópticos intrínsecos: o feixe de luz se propaga através da fibra óptica sendo modulado pelo efeito ambiental, diretamente ou através variações no comprimento do caminho óptico induzido pelo ambiente.

9

Figura 2.5 Tipos de sensores ópticos intrínsecos e principais grandezas medidas por eles [Grattan e Meggitt, 1995].

10

Figura 2.6 Mecanismos de interação mais usados nos sensores de fibras ópticas de intensidade e interferométricos [Grattan e Meggitt, 1995]

12

Figura 2.7 Tipos de grandeza que podem ser medidas com sensores de fibras ópticas [Grattan e Meggitt, 1995]

13

Figura 2.8 Sensores ópticos interferométricos e as grandezas passiveis de serem medidas por eles [Grattan e Meggitt, 1995].

15

Figura 2.9 Sensor de vibração baseado em abertura numérica pode ser usado em indicadores de fechamento de portas e para medir níveis de vibração em máquinas [Udd, 1996].

16

Figura 2.10 Sensor de abertura numérica baseado em espelho flexível. Pode ser usado para medir pequenas vibrações e deslocamentos [Udd, 1996].

17

Figura 2.11 Sensor de fibras ópticas de translação baseado em abertura numérica usa a razão da saída dos detectores para determinar a posição da fibra de entrada [Udd, 1996].

17

Figura 2.12 Sensor de posição rotativo baseado em reflexão de luz usado para medir posição rotacional do eixo via quantidade de luz refletida de pontos escuros e luminosos [Udd, 1996].

18

Figura 2.13 Sensor de posição linear usando multiplexação por divisão de comprimentos de onda decodifica posição medindo a presença ou ausência de pontos de reflexão de luz a cada posição da fibra à medida que o cartão desliza, via detectores separados por comprimento de onda independentes [Udd, 1996].

19

Figura 2.14 Sensor de posição linear usando medida de multiplexação por divisão temporal decodifica a posição do cartão via um fluxo digital de “on’s” e “off’s” ditados pela presença ou ausência de um ponto de reflexão [Udd, 1996].

20

Figura 2.15 Sensor à fibra usando propriedades do ângulo critico de uma fibra para medida da pressão e e do índice de refração via medidas da luz refletida de volta pela fibra [Udd, 1996].

21

Figura 2.16 Sensor de nível de liquido baseado em reflexão interna total detecta a presença ou ausência de liquido pela presença ou ausência de sinal

21

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Figura 2.17 Sensor óptico baseado em evanescência [Nolan et al., 1991]. 22

Figura 2.18 Sensores de fibras por micro-curvaturas são configurados de tal forma que um efeito ambiental resulta em um aumento ou redução na perda através do transdutor devido à perda de luz resultante de pequenas curvaturas na fibra.

23

Figura 2.19 Sensor de intensidade baseado em grades mede vibração ou aceleração via efeito obturador sensível [Udd, 1996].

24

Figura 2.20 Sensor de fibra óptica baseado em corpo-negro permite medir temperatura de um local quente e é mais efetivo para temperaturas acima de 300 graus Celsius [Fidanboylu, 2009].

25

Figura 2.21 Curvas de radiação do corpo-negro provê assinaturas únicas para cada temperatura [Marine Pollution, n.d.].

25

Figura 2.22 Sensor de fibra óptica baseado em absorção variável de materiais tais como GaAs permite medições de temperatura e pressão.

26

Figura 2.23 Configurações de sonda de sensor de fibra óptica fluorescente que podem ser usadas para medidas de parâmetros físicos assim como presença ou ausência de espécies químicas. [Udd, 1996].

27

Figura 2.24 Fabricação de sensor FBG pode ser conseguido expondo o núcleo da fibra à feixes de laser de comprimento de onda curto (ultravioleta) de modo a formar um padrão de interferência.

28

Figura 2.25 Sistema de-modulação de sensor FBG requer medidas espectrais de alta resolução.

29

Figura 2.26 Sensores híbridos de fibras ópticas baseados em etalon [Udd, 1996]. 30

Figura 2.27 Representação esquemática de um giroscópio –ITA/CTA/IEAv 32

Figura 2.28 Os elementos básicos do interferômetro Mach-Zehnder de fibras ópticas.

34

Figura 2.29 Interferômetro de Michelson de fibras ópticas 35

Figura 2.30 Métodos de multiplexação por divisão no tempo podem ser usados em combinação com fibras ópticas sensíveis a microcurvaturas para localizar posições de stress ao longo de tubulações [Universidade de Aveiro, 2010].

36

Figura 2.31 Multiplexação por divisão de frequência pode ser usada para rotular uma serie de sensores de fibras ópticas [Universidade de Aveiro, 2010].

37

Figura 2.32 Multiplexação por divisão de comprimento de onda [Udd, 1996]. 38

Figura 2.33 Sistemas de estrutura inteligente de fibras ópticas consistem de sensores de fibras ópticas incorporados ou ligados em peças que sensíveis a efeitos ambientais, que são multiplexados . [Udd, 1996].

40

Figura 2.34 Sistemas de manufatura inteligente. 41

Figura 2.35 Arquitetura modular para um sistema de estrutura inteligente 42

Figura 2.36 Redes de sensores de fibras ópticas para monitorar o status de ativos 43

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Figura 3.1 Mecanismo de perda por curvatura pura [Gauthier e Ross, 1997].

46

Figura 3.2 Mecanismo de perda por transição [Gauthier e Ross, 1997]. 48

Figura 3.3 Fibra monomodo curvada mostrando a formação de modo “whispering gallery” gerado da perda por curvatura pura na cáustica de radiação (rc).

50

Figura 3.4 Geometria do modelo de interferência do modo WG para uma fibra com duas camadas de revestimento.

51

Figura 3.5 Perda por curvatura medida e calculada para diferentes raios de curvatura no comprimento de onda (a) 1500 nm e (b) 1600 nm. [Wang et al., 2005]

53

Figura 3.6 Diagrama esquemático do sensor de água. [Jung, 2006] 55

Figura 3.7 Operação do sensor de água (a) sem água e (b) com água [Jung, 2006].

55

Figura 4.1 Formas de índice de refração para quatro tipos de fibras monomodo. [Cohen, Marcuse, Mammel, 1982].

58

Figura 4.2 Distribuição do índice de refração de uma fibra de dupla casca, com casca interna de índice de refração rebaixado. [Marcuse, 1982]

61

Figura 4.3 Perda por vazamento da fibra reta de casca dupla em função do comprimento de onda para diversos valores da razão casca-núcleo � �⁄ [Marcuse, 1982].

63

Figura 4.4 Relação da perda do modo de vazamento na fibra curvada pela perda do modo na fibra reta em função de /� para diversos valores da razão do raio da casca pelo raio do núcleo �/�. [Marcuse, 1982].

65

Figura 4.5 Perda de potência do modo fundamental !"" em função do comprimento de onda para diversos valores de . [Marcuse, 1982].

66

Figura 5.1 Diagrama esquemático do corte transversal de uma fibra óptica de dupla casca.

68

Figura 5.2 Ilustração gráfica da característica de perda versus comprimento de onda, com e sem curvatura na fibra

69

Figura 5.3 Diagrama de níveis de energia do #$em fibras de sílica. 71

Figura 5.4 Diagrama dos espectros de absorção e emissão de uma fibra de sílica dopada com 3+

71

Figura 5.5 Ilustração dos processos que levam à emissão na região de 1550 ��: emissão estimulada e emissão espontânea. 72

Figura 5.6 Largura de banda de amplificação óptica para cada tipo de amplificador e espectro de perda de transmissão.

74

Figura 5.7 Seções transversais de absorção e emissão para o $#. 77

Figura 5.8 Diagrama esquemático de um amplificador de fibra dopada com érbio para banda-S usando filtros de supressão de ASE da banda-C [adaptada de NTT Technical Review, Vol. 1 No. 3 June 2003].

78

Figura 5.9 Diagrama ilustrando uma fibra de perfil-W DC-EDF 81

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Figura 5.10 Visão isométrica de um amplificador de fibra óptica de perfil-W, de cladding rebaixado, dopada com érbio (DC-EDF)

82

Figura 5.11 Espectro de atenuação de fibra DC-EDF para vários diâmetros de curvatura [Vavassori et al.,2005].

84

Figura 5.12 Espectro da emissão estimulada amplificada (ASE) medido para diferentes diâmetros de curvatura [Vavassori et al.,2005].

85

Figura 5.13 Espectro de ganho versus diâmetro de curvatura medidos para potencia de sinal de entrada de -15 dBm [Vavassori et al.,2005].

85

Figura 5.14 Espectro de ASE medido para 15 m de fibra DC-EDF, bombeada com um laser de potência de 120 mW a 980 nm, curvada com dois diferentes diâmetros, 15 e 100 cm [Poli et al., 2006].

87

Figura 5.15 Espectros de ganhos para sinais com potencias de entrada de −20, −10, 0 ���, obtidos com 15 m de fibra óptica DC-EDF, para diâmetros de curvatura de 15 e 100 cm [Poli et al., 2006].

87

Figura 5.16 Espectro de perdas por curvatura de uma fibra com cladding rebaixado dopada com érbio (DC-EDF) obtido pela variação do diâmetro de curvatura na faixa de 10 − 160 (� [Selleri e Poli, 2008].

88

Figura 5.17 (a) Perfil de índice de refração real de uma fibra curvada de casca rebaixada. (b) Perfil de índice de refração da fibra reta equivalente depois da aplicação do mapeamento de conformação [Vincetti, 2008].

92

Figura 5.18 Setup experimental do amplificador para banda-S [Vincetti, 2008]. 93

Figura 5.19 Comparação das perdas por curvatura obtidas numericamente e experimentalmente. [Vincetti, 2008].

94

Figura 6.1 Perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF utilizada neste trabalho, medido com varredura nos eixos ) e * da fibra, usando a técnica Refracted Near-Field (RNF).

98

Figura 6.2 Detalhe do perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF utilizada neste trabalho, medido com varredura nos eixos ) e * da fibra, usando a técnica Refracted Near-Field (RNF).

99

Figura 6.3 Perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF, varredura no eixo ) da fibra, usando a técnica Refracted Near-Field (RNF).

100

Figura 6.4 Perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF, varredura no eixo * da fibra, usando a técnica Refracted Near-Field (RNF).

101

Figura 6.5 Sensor de fibra DC-EDF operando como (a) sensor-amplificador (amplificador de dupla passagem) e (b) sensor-laser (configuração em anel).

102

Figura 6.6 Configuração básica do arranjo do sensor com fibra DC-EDF operada como amplificador óptico de dupla passagem.

104

Figura 6.7 Ganho e ��+ em função da potencia de entrada para o sensor-amplificador, para 1490 �� e 1510 ��.

105

Figura 6.8 Fotografia do arranjo experimental usado para caracterização estática do sensor DC-EDF [LSMO, CPqD, Campinas].

107

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Figura 6.9 Potência de sinal medida em Rx para vários diâmetros de curvatura do sensor DC-EDF para (a) 1490 nm e (b) 1510 nm.

108

Figura 6.10 Relação do sinal transmitido pela fibra DC-EDF com bombeio e sem bombeio versus raio de curvatura.

110

Figura 6.11 Perda por curvatura versus raio de curvatura da fibra DC-EDF. 111

Figura 6.12 Fotografia mostrando o arranjo experimental usado para testes dinâmicos do sensor com fibra DC-EDF [LSMO, CPqD, Campinas].

112

Figura 6.13 Fotografia mostrando detalhe da câmara climática adaptada para ter isolamento acústico usado nos ensaios dinâmicos do sensor DC-EDF [LSMO, CPqD, Campinas].

113

Figura 6.14 Detalhes da fixação dos anéis de fibra DC-EDF para testes dinâmicos [LSMO, CPqD, Campinas].

114

Figura 6.15 Comportamento linear da voltagem no receptor óptico ) na frequência de 100 !, versus a variação do raio para � = 60 �� e 76,5 �� nos comprimentos de onda de sinal de 1490 e 1510 ��.

115

Figura 6.16 Desempenho espectral de 25 Hz a 10 kHz para o diâmetro do sensor de 76,5 mm e para uma variação fixa do diâmetro de 13 µm.

116

Figura 6.17 Exemplos de formas de onda do sensor de fibra DC-EDF e do sensor Hall coletadas pelo osciloscópio, nas freqüências de (a) 100, (b) 1000 e (c) 10.000 !, na variação de diâmetro de 13 0�.

117

Figura 6.18 Potência de saída de sensor-amplificador com raio de curvatura inicial = 34,1 ��, usado para medir forças de compressão. Potência de entrada 123 = −20���, comprimento de onda do sinal = 1490 ��, 14564725 = 18 ��� em 980 ��, e comprimento da fibra DC-EDF de 10�.

118

Figura 6.19 Comportamento da atenuação útil do sensor amplificador para fibras DC-EDF com raio (R) de 24,6 mm e 34,1 mm comparadas com um sensor simples de curvatura de dupla passagem usando fibra monomodo standard.

120

Figura 6.20 Voltagem pico a pico na saída do sensor-amplificador para frequência de vibração de 100 !, em função da variação do raio de curvatura ∆ para comprimentos de onda de sinal de (a) 1490 �� e (b) 1510 ��.

122

Figura 6.21 Desempenho espectral do sensor-amplificador DC-EDF de 10 !, a 10 �!,, para = 34,1 �� e ∆ = 13μ�. 123

Figura 6.22 Exemplos de linhas espectrais do sensor-laser. 125

Figura 6.23 Voltagem pico a pico na saída do sensor-laser para frequência de vibração de 100 !, em função da variação do ∆ para comprimentos de onda de sinal de 1495 ��, 1500 ��, 1505 ��, e 1510 ��.

126

Figura 6.24 Desempenho espectral do sensor-laser DC-EDF de 5 !, a 60 �!,, para = 50�� e ∆ = 4μ�, para os comprimentos de onda 1495 �� e 1510 ��.

127

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Lista de Tabelas

6.1 Comparação entre as duas técnicas de detecção 128

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Lista de Abreviaturas e Siglas

Letras Latinas

W Perfil de índice de refração de fibra óptica com casca dupla (índice de

refração da casca interna mais baixa em relação ao índice do núcleo e da

casca externa

Er Érbio

#$ Érbio (íons)

Al Alumínio

Si Silício

Ge Germânio

DC Depressed-Cladding (casca rebaixada)

EDF Erbium-Doped Fiber

DC-EDF Depressed-Cladding Erbium-Doped Fiber (fibra de casca rebaixada

dopada com Érbio

SiO2 Sílica

DMD Differencial Mode Delay (atraso modal diferencial)

LED Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz)

FBL Fly-by-light

WDM Multiplexação por divisão de comprimentos de onda

Cladding Casca óptica

RF Rádio-frequencia

GaAs Arseneto de Gálio

FBG Fiber Bragg grating (grades de Bragg de fibra óptica)

psi Libra por polegada quadrada

ppm Partes por milhão

YAG Yttrium Aluminum Garnet

FTTH Fiber To The Home

WG Whispering gallery

rc Cáustica de radiação

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SMF28 Marca registrada da fibra monomodo standard da Corning

+� Neodímio

Yb Itérbio

+1 (4<15/2) Nível fundamental do Er

+2 (4<13/2) Nível metaestável do Er

ASE Emissão espontânea amplificada

TIR Reflexão interna total

Banda-L Banda espectral de transmissão na faixa de 1565 nm a 1625 nm

Banda-C Banda espectral de transmissão na faixa de 1530 nm a 1565 nm

Banda-S Banda espectral de transmissão na faixa de 1460 nm a 1530 nm

D Coeficiente de inversão relativa de população

>1?" Modo linearmente polarizado constituído de dois modos !""; modo

único em regime monomodo

!"" Modo fundamental em fibra com perfil degrau

V Frequencia normalizada

FEM Método de elementos finitos

dB Decibel

dBm Abreviação para a taxa de potência em decibel de uma potência medida referenciada a mW; 1(���) = 10. log [1(�D)]

RIP Perfil de índice de refração

RNF Refracted Near-Field (técnica de varredura usada para se determinar o

perfil de índice de refração de uma fibra por campo próximo)

FRM Faraday Rotator Mirror - Espelho rotativo de Faraday

DFB Distributed-feedback Retro-alimentação distribuida – em lasers, técnica

que resulta em largura de linha espectral extremamente estreita

CWDM Course WDM. Método de transmissão por WDM que transmite número

menor de canais (16 comprimentos de onda) e usa espaçamentos mais

largos entre canais (até 20 nm) quando comparado a sistemas DWDM.

DWDM WDM denso. Método de transmissão óptica por WDM que transmite 64

comprimentos de onda com espaçamentos de 100 GHz ou 0,8 nm.

xvii

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OSA Analisador de espectro óptico

OTDR Optical Time Domain Reflectometer

Letras Gregas

λG Comprimento de onda de corte

Φ Ângulo da curvatura da fibra

γ Coeficiente de perda por curvatura

H Constante de propagação modal

IJ Comprimento de onda do sinal de bombeio

K7 Seção transversal de emissão

KL Seção transversal de absorção

�? Número de onda no vácuo

ԑNO Tensor complexo de permissividade magnética

μNO Tensor complexo de permeabilidade magnética.

Abreviações

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

FEM Faculdade de Engenharia Mecânica

DEMA Departamento de Engenharia de Materiais

CPqD Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento

LSMO Laboratório de Sensoriamento e Monitoração Óptica da Fundação CPqD

CTA Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial

IEAv

ITA

Instituto de Estudos Avançados

Instituto Tecnológico da Aeronáutica

xviii

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 01

2 SENSORES DE FIBRAS ÓPTICAS 04

2.1 ASPECTOS GERAIS 04

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SENSORES DE FIBRAS ÓPTICAS 05

2.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À TRANSDUÇÃO 06

2.3.1 SENSORES EXTRÍNSECOS 07

2.3.2 SENSORES INTRÍNSECOS 09

2.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO DE MODULAÇÃO 11

2.5 SENSORES DE INTENSIDADE 14

2.6 SENSORES INTERFEROMÉTRICOS 14

2.7 CONCEITOS BÁSICOS E EXEMPLOS 16

2.7.1 SENSORES DE FIBRAS ÓPTICAS BASEADOS

EM INTENSIDADE 16

2.7.2 SENSORES DE FIBRAS ÓPTICAS BASEADOS

EM ESPECTROS 24

2.7.3 SENSORES DE FIBRAS ÓPTICAS INTERFEROMÉTRICOS 30

2.7.4 SENSORES DE FIBRAS ÓPTICAS

DISTRIBUÍDOS E DE MULTIPLEXAÇÃO 35

2.8 APLICAÇÕES 38

3 SENSORES POR CURVATURA 44

3.1 TEORIA DA PERDA POR CURVATURA 45

3.1.1 PERDA POR CURVATURA PURA 46

xix

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3.1.2 PERDA POR TRANSIÇÃO 48

3.2 CÁLCULO DA PERDA POR CURVATURA 49

3.3 APLICAÇÕES DOS SENSORES POR CURVATURAS 54

4 FIBRAS DUAL-CLAD 57

4.1PERDAS RADIANTES POR VAZAMENTO MODAL EM

GUIAS DE LUZ MONOMODO COM DUPLA CASCA,

DE CASCA INTERNA COM ÍNDICE REBAIXADO 57

4.2 INFLUÊNCIA DA CURVATURA SOBRE AS PERDAS

EM FIBRAS DE DUPLA CASCA 60

5 FIBRAS DE PERFIL-W COM CASCA REBAIXADA

(DEPRESSED-CLADDING) DOPADAS COM ÉRBIO (DC-EDF) 67

5.1 ESTRUTURA DA DC-EDF 67

5.2 NÍVEIS DE ENERGIA DO $#; ABSORÇÃO E EMISSÃO ESPONTÂNEA AMPLIFICADA E EMISSÃO ESTIMULADA AMPLIFICADA 70

5.3 AMPLIFICADORES DE FIBRA ÓPTICA COM DC-EDF

E SEU USO EM AMPLIFICADORES DE FIBRA DOPADA

COM ÉRBIO PARA BANDA-S 73

5.4 EDFA PARA BANDA-S COM SUPRESSÃO DE ASE

INDUZIDA POR PERDA DE CURVATURA DE

FIBRA ATIVA COM CASCA REBAIXADA 83

xx

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5.5 EDFA NA BANDA-S BASEADO EM PERDA

DISTRIBUÍDA NA FIBRA ÓPTICA 89

6 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL, RESULTADOS E DISCUSSÕES 95

6.1 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DA FIBRA DC-EDF USADA NESTE TRABALHO 97

6.2 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE SENSORES ÓPTICOS

COM FIBRA DC-EDF 102

6.3 SISTEMAS DE SENSORES ÓPTICOS DO TIPO SENSOR- AMPLIFICADOR 103

6.3.1 RESULTADOS DO SISTEMA DE SENSOR AMPLIFICADOR

COM FIBRA CURTA 106

6.3.2 RESULTADOS DO SISTEMA DE SENSOR AMPLIFICADOR

COM FIBRA LONGA 118

6.4 SISTEMAS DE SENSORES ÓPTICOS

DO TIPO SENSOR LASER 124

6.4.1 RESULTADOS DO SISTEMA DE SENSOR LASER 126

6.5 COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS SISTEMAS SENSORES

USANDO A FIBRA DC-EDF 128

xxi

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7 CONCLUSÕES 130

8 SUGESTÕES PARA PRÓXIMOS TRABALHOS 132

REFERÊNCIAS 134

APÊNDICE A – ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS

E ANAIS DE CONGRESSO 152

APÊNDICE B – CALIBRAÇÃO DO SENSOR HALL 171

xxii

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1

1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é estudar um tipo de fibra óptica, especialmente desenvolvida para

sistemas de comunicações, para uso em sistemas de sensores ópticos para aplicações em

medições de parâmetros mecânicos. Essas fibras são referidas na literatura como fibras ativas de

perfil-D. Fibras de perfil-D são também conhecidas como fibras de dupla casca (dual-clad ou

doubly clad). Essa fibra tem duas cascas ópticas, sendo a casca óptica interna rebaixada (isto é,

com índice de refração menor que o da casca externa e menor que o índice de refração do

núcleo). Quando ativas, com núcleo dopado com érbio (: � /��/���P) essas fibras são

conhecidas como fibras de dupla casca dopadas com érbio (depressed-cladding erbium-doped

fiber) ou simplesmente DC-EDF, como vamos nos referir a ela neste trabalho. Apesar de ter sido

desenvolvida para aplicações em telecomunicações, neste trabalho ela foi aplicada, pela primeira

vez, como fibra ativa em sistemas de sensores ópticos.

Fibras ópticas DC-EDF tem duas características principais que nos levaram a usá-las como

sensor: (1) ela pode ser projetada para ter um comprimento de onda de corte do modo

fundamental, IQ, à partir do qual as perdas se intensificam por duas ou mais ordens de grandeza;

(2) O comprimento de onda de corte, IQ, determina uma região de transição entre baixas perdas,

para comprimentos de onda curtos, abaixo de IQ, e altas perdas, para comprimentos de onda

longos, acima de IQ. Essa região de transição entre baixa perda e alta perda é muito sensível às

curvaturas. Essas duas propriedades, únicas de fibras de perfil-D (incluindo a DC-EDF) fazem

dela um filtro sintonizável para comprimentos de onda longos (corta os comprimentos de onda

longos) e um filtro sintonizável de passagem para comprimentos de onda curtos.

Devido às características de amplificação óptica desta fibra, os sistemas de sensores que

desenvolvemos, como demonstraremos neste trabalho, apresentam alta sensibilidade e ampla

faixa de largura de banda. Os sistemas de sensores que desenvolvemos com fibra óptica DC-EDF

podem ser usados para monitorar parâmetros estáticos, tais como força, pressão, deslocamento, e

parâmetros dinâmicos usados em acústica e vibração.

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2

Como resultado deste trabalho de tese, foram publicados quatro artigos em periódicos

internacionais e anais de conferência internacional, que estão detalhados no APÊNDICE A desta

tese. Para melhor compreensão do texto da tese, ela foi dividida como descrito abaixo.

No Capítulo 2 (revisão da literatura) são apresentados relevantes temas que levarão à melhor

compreensão dos sistemas de sensores estudados nesta tese. Uma revisão sobre sensores de fibras

ópticas de uma forma geral, e como podem ser classificados segundo o mecanismo de transdução

é apresentada. Em seguida é apresentada uma revisão das aplicações dos sensores de fibras

ópticas.

O Capitulo 3 é dedicado exclusivamente ao estudo dos sensores por curvatura tendo em vista

que o sensor desenvolvido e estudado nesta tese também é um sensor por curvatura. Os

principais conceitos e aplicações envolvendo sensores por curvatura foram abordados.

O Capítulo 4 trata das fibras de perfil-W, ou fibras de dupla casca (dual-clad ou doubly-

clad). Este tipo de fibra é a base da fibra DC-EDF que foi usada neste trabalho. Essas fibras tem

propriedades únicas que são base dos estudos dessa tese

O Capítulo 5 faz uma revisão detalhada da fibra especial que é tema desta tese, ou seja, a

fibra DC-EDF. Nesta descrição é apresentada a estrutura da fibra DC-EDF, sua aplicação original

como amplificador óptico para sistema de comunicações e sua modelagem teórica.

No Capítulo 6 são apresentadas as principais contribuições desta tese, através da descrição

do desenvolvimento experimental, resultados e discussões. O perfil de índice de refração da fibra

DC-EDF utilizada nesta tese é mostrado Apresentamos neste capítulo a descrição dos sistemas de

sensores sendo um deles baseado no efeito de amplificação óptica e outro baseado no efeito de

geração de laser (lasing). São descritos também os arranjos experimentais de laboratório para

caracterização da fibra DC-EDF como sensor óptico. Em seguida, neste mesmo capítulo, são

apresentados os resultados experimentais da caracterização estática e dinâmica desses sistemas de

sensores. Também são apresentadas as discussões relativas aos resultados obtidos.

No Capítulo 7 são apresentadas as conclusões e no Capítulo 8 sugestões para futuros

trabalhos considerando este tema.

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3

No Apêndice A são apresentados os artigos publicados durante o desenvolvimento deste

trabalho de tese.

No Apêndice B é apresentado o sistema de calibração das medições dinâmicas do sensor.

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4

2 SENSORES DE FIBRAS ÓPTICAS

Neste capítulo apresentamos uma revisão da literatura de diversos temas relevantes sobre

sensores ópticos para compreensão do assunto estudado nesta tese.

É apresentada uma revisão geral sobre os diversos tipos de sensores de fibras ópticas bem

como seus modos de operação. Essa descrição é importante para mostrar a forma de

funcionamento inovadora do sensor proposto baseado em fibra óptica DC-EDF em relação aos

sensores já existentes na literatura.

2.1 Aspectos gerais

O artigo publicado por Vali e Shorthill [1976], bem como o publicado por Rogers [1977]

foram marcos para a área de sensores de fibras ópticas. O primeiro descreveu um interferômetro

de Sagnac com caminhos recíprocos implementados em fibra óptica. No segundo foi possível

demonstrar a medição remota de corrente elétrica através do efeito Faraday provocada em uma

fibra óptica monomodo. Esses trabalhos mostraram que as fibras ópticas tinham potencial para

serem exploradas de diferentes maneiras e para diferentes aplicações na área de sensores ópticos.

O primeiro foi base para o surgimento do giroscópio a fibra óptica. No caso do sensor de corrente

elétrica mostrou-se que um cabo de fibra óptica poderia ser usado simultaneamente como sensor

e como canal de transmissão, permitindo, assim, que as medições pudessem ser realizadas em

ambientes hostis. Em ambos os casos a grandeza medida interage diretamente com a fibra óptica,

produzindo alterações na radiação guiada por ela.

Adicionalmente a estas experiências, a gama de grandezas que podem ser medidas com

sensores ópticos tem crescido rapidamente, bem como o numero de mecanismos de transdução.

A queda nos preços dos componentes ópticos e o aumento da qualidade ao longo das

últimas três décadas tem sido os principais responsáveis pelo uso crescente de sensores de fibras

ópticas, substituindo sensores tradicionais para rotação, aceleração, medidas de campos elétricos

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5

e magnéticos, temperatura, pressão, acústica, vibração, posições linear e angular, tensão,

umidade, viscosidade, medidas químicas, e dezenas de outras aplicações.

As vantagens inerentes dos sensores de fibras ópticas que incluem seu peso extremamente

leve, tamanho reduzido, passividade, baixa potência, resistência a interferências

eletromagnéticas, alta sensibilidade, extensa largura de banda e robustez a ambientes hostis,

associadas, atualmente, aos preços competitivos e à familiaridade dos usuários finais, tem

aumentado, drasticamente, o uso desses sensores.

Enquanto essas tendências continuarem, as oportunidades para o desenvolvimento e

inovações de sensores de fibras ópticas cada vez mais competitivos, aumentarão, e essa

tecnologia assumirá uma posição cada vez mais proeminente no mercado de sensores.

A tecnologia de sensores ópticos tem sido grande usuária da tecnologia associada com

optoeletrônica e indústria de comunicação por fibra óptica [Udd, 1991; Dakin et al., 1988;

Culshaw et al.,1989; Giallorenzi et al., 1982; Krohn, 1988; Udd, 1992].

2.2 Classificação dos sensores de fibras ópticas

O termo sensores de fibras ópticas é utilizado quando se deseja ressaltar que o emprego

de fibras ópticas está estreitamente ligado com a concepção, a classificação e a própria

possibilidade de realização desses dispositivos [Santos, 1993].

Na Figura 2.1 mostram-se quais são as particularidades dos elementos constituintes de um

sensor, o que torna possível fazer uma classificação ampla de um sensor óptico genérico.

Figura 2.1 - Diagrama de blocos de um sensor genérico [Santos, 1993].

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Na Figura 2.1, UPS é a unidade de processamento de sinais, E/O é a unidade conversora

dos sinais elétricos em sinais ópticos, e O/E é a unidade conversora de sinais ópticos em elétricos.

Há um enorme número de tipos de sensores de fibras ópticas disponíveis na literatura.

Sensores de fibras ópticas podem ser classificados levando-se em conta os tipos mais importantes

de sensores, os mecanismos de interação, as grandezas medidas e os tipos de sensores

interferométricos.

Os sensores de fibras ópticas podem ser agrupados em quatro classes:

� Grandeza medida

Mecânicos, térmicos, elétricos, magnéticos, de radiação, químicos, biológicos e

médicos.

� Distribuição espacial da grandeza medida

Pontual, integrador, distribuído, e quase-distribuido.

� Transdução (forma como eles se integram com o enlace óptico)

Extrínsecos e intrínsecos.

� Modulação óptica

Sensores de intensidade, sensores interferométricos (ou de fase), sensores

polarimétricos, e sensores de espectro.

Outro aspecto importante em relação aos sensores de fibras ópticas é com relação à

alimentação elétrica, podendo ser passivos ou ativos. Os ativos possuem circuitos eletrônicos

ativos associados aos sensores, requerendo alimentação para seu funcionamento. Os passivos

dispensam alimentação elétrica para seu funcionamento.

2.3 Classificação quanto à transdução

No que diz respeito à integração com o enlace óptico, os sensores de fibras ópticas são

agrupados em duas classes: sensores extrínsecos (híbridos) e intrínsecos.

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7

2.3.1 Sensores extrínsecos

A Figura 2.2 ilustra o caso de um sensor extrínseco, ou híbrido, por não ser totalmente

óptico. Neste caso uma fibra conduz luz até uma “caixa preta” que imprime informação no feixe

de luz em resposta a um efeito do ambiente. Essa informação pode ser impressa em termos de

intensidade, fase, frequência, polarização conteúdo espectral ou outros métodos. Uma fibra óptica

conduz a luz com a informação impressa de volta a um processador eletro-óptico. Nessa

categoria estão todos os sensores ativos e alguns passivos.

Figura 2.2 - Sensores extrínsecos consistem de fibras ópticas que conduzem a luz para dentro e

para fora de uma “caixa preta”, que modula o feixe de luz que passa através dela, em resposta a

um efeito ambiental.

O diagrama de blocos mostrado na Figura 2.3 ilustra as configurações encontradas nos

sensores ópticos extrínsecos, e as grandezas que podem ser medidas por eles [Grattan e Meggitt,

1995].

sinal do ambiente

modulador de luz fibra de entrada fibra de saída

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SENSORES ÓPTICOS EXTRINSECOS

Encoder Reflexão e

Transmissão Reflexão

Interna Total

Grade de Bragg

Fluorescência

Campo Evanescente

Efeito Doppler

Absorção Efeito

Fotoelástico Pirômetro

- Deslocamento - Posição angular

- Pressão - Fluxo - Danos

- Temperatura - Esforço - Fluxo

-Pressão - Nível de líquido

- Temperatura

- Pressão - Acústico - Vibração

- Pressão - Aceleração -Vibração - Rotação

-Temperatura - Viscosidade - Análise química

- Temperatura

Figura 2.3 - Tipos de sensores ópticos extrínsecos e principais grandezas medidas por eles [Grattan

e Meggitt, 1995].

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2.3.2 Sensores intrínsecos

O sensor intrínseco, também chamado de sensor todo em fibra, esquematizado na Figura

2.4, utiliza uma fibra óptica para levar o feixe de luz e a informação impressa do efeito ambiental

nele contido, enquanto está na fibra. A grandeza medida atua diretamente na fibra óptica,

alterando uma ou mais propriedades ópticas da luz guiada.

Figura 2.4 - Sensores ópticos intrínsecos: o feixe de luz se propaga através da fibra óptica sendo

modulado pelo efeito ambiental, diretamente ou através de variações no comprimento do

caminho óptico induzido pelo ambiente.

Em algumas aplicações em que a sensibilidade da fibra é baixa, pode se revestir a fibra

com uma camada de material sensível à presença de uma determinada grandeza a ser medida

[Grattan e Meggitt, 1995], ampliando o efeito sobre a radiação que se propaga na fibra.

Os sensores intrínsecos são sempre passivos e necessitam sinal óptico de referência.

Na Figura 2.5 estão mostradas as configurações de sensores ópticos intrínsecos e as

grandezas que podem ser medidas por eles.

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Figura 2.5 - Tipos de sensores ópticos intrínsecos e principais grandezas medidas por eles

[Grattan e Meggitt, 1995].

Sensores de fibra óptica intrínsecos

Micro Curvatura Sensores

Distribuídos Radiação de Corpo Negro Interferométrico

- Pressão - Vibração - Esforço

- Temperatura - Pressão - Acústico - Esforço - Temperatura - Rotação - Corrente Elétrica - Campo Elétrico - Campo Magnético - Aceleração

Raman Rayleigh Acoplamento Modal Quase-Distribuído

- Esforço - Temperatura - Índice de refração

- Temperatura - Vibração - Presença

- Pressão - Esforço - Temperatura

- Esforço - Temperatura - Campo Magnético - Aceleração - Acústico

Brillouin

- Esforço - Temperatura

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2.4 Classificação quanto ao tipo de modulação

Sensores de fibras ópticas extrínsecos ou intrínsecos operam pela modulação da luz

guiada. A modulação é feita em um ou mais dos parâmetros da luz guiada na fibra: intensidade da

luz transmitida, polarização, fase, comprimento de onda (ou frequência) e espectro, cada um

sensível a uma determinada grandeza [Santos, 1993; Ben-Hur, Amilcar; J. Baptista, 2002;

Grattan e Meggitt, 1995]. Assim, os sensores de fibras ópticas podem ser subdivididos e

classificados como sensores interferométricos e sensores não interferométricos, também

conhecidos como sensores de intensidade.

Os sensores de fibras ópticas de intensidade utilizam, em geral, fibras multimodo e são

baseados na modulação da intensidade da luz guiada por meio de mecanismos que não envolvem

interferometria.

Devido aos efeitos de dispersão modal e cromática que ocorrem em fibras multimodo,

elas não podem ser usadas em sensores interferométricos. O que ocorre é que fibras ópticas

multimodo sofrem um efeito denominado DMD (Differential Mode Delay). O DMD ocorre

porque, em fibras multimodo, um pulso de luz excita igualmente vários modos de propagação.

Esses modos seguem, então, diferentes caminhos dentro da fibra. Os caminhos podem ter

diferentes comprimentos e a transmissão deles sofre atrasos enquanto a luz se propaga pela fibra.

Quando ocorre DMD, um pulso distinto que se propaga pela fibra não é mais distinto. Os modos

tendem a interferir uns nos outros provocando alta dispersão modal. Por outro lado a dispersão

cromática ocorre porque diferentes comprimentos de onda trafegam pela fibra com diferentes

velocidades. Por isso sensores interferométricos que fazem uso dos mecanismos de interação

baseados na modulação da polarização ou da fase utilizam fibras monomodo pois nas fibras

multimodo, devidos aos efeitos da dispersão (modal e cromática), estas características da

radiação não se mantém quando a luz se propaga ao longo da fibra.

Um resumo dos mecanismos de interação que podem ser explorados utilizando-se

sensores de intensidade e interferométricos está apresentado na Figura 2.6.

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Figura 2.6 - Mecanismos de interação mais usados nos sensores de fibras ópticas de

intensidade e interferométricos [Grattan e Meggitt, 1995]

- Perdas por microcurvaturas - Interrupção do feixe de luz - Acoplamento fibra-fibra - Alteração do “cladding” - Reflexão - Absorção - Atenuação - Fluorescência - Variação do comprimento de

onda - Espalhamento molecular - Efeitos moleculares (não

lineares) - Campos evanescentes - Polarização

Sensores de Fibras Ópticas

Sensores de Intensidade Sensores Interferométricos

- Alterações dimensionais da fibra

- Variação nas constantes optoelásticas

- Rotação - Campos magnéticos via

alteração de constantes de propagação modal

- Polarização - Acoplamento modal - Alteração do caminho óptico - Espectro

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A resolução de um sensor óptico interferométrico é muito maior que a dos sensores ópticos de

intensidade. Entretanto, sensores baseados em modulação de intensidade são mais baratos por

serem mais simples, e proporcionam sensibilidades elevadas quando comparadas com sensores

convencionais não ópticos.

O quadro da Figura 2.7 apresenta um resumo de algumas grandezas que podem ser medidas

utilizando sensores de fibras ópticas.

Figura 2.7 - Tipos de grandeza que podem ser medidas com sensores de fibras ópticas [Grattan e Meggitt, 1995]

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2.5 Sensores de intensidade

Os sensores de intensidade foram os precursores dos sensores de fibras ópticas. Esses

sensores ópticos usam a intensidade da radiação que se propaga pela fibra como parâmetro

diretamente modulado. Não usam técnicas de interferometria. São sensores mais simples que os

sensores que utilizam interferometria. São, portanto, conceitualmente simples, fáceis de serem

industrializados, utilizam poucos componentes, que são amplamente disponíveis no mercado.

Usam fibras multimodo e diodos emissores de luz (Light Emitting Diode - LED), por isso são

também mais baratos e competem com os sensores convencionais em termos de custo com

vantagens técnicas.

Existem várias técnicas de modulação para sensores de intensidade, tais como modulação

por perdas na fibra, por interrupção do feixe de luz, por modulação na polarização, conforme

mostrado na Figura 2.8 [Medlock, 1986].

2.6 Sensores interferométricos

Sensores interferométricos utilizam fibras monomodo que tem como propriedade o

guiamento de apenas um modo de propagação. Pequenas variações de fase da luz que é

transmitida pela fibra podem ser medidas. Isso é feito comparando-se a fase do feixe de luz que

atravessou a região onde atua a grandeza medida com a fase de outro feixe da luz proveniente da

mesma fonte de luz, mas que percorreu outro caminho óptico (referência) fora da ação da

grandeza a ser medida. A diferença de fase pode ser medida com alta sensibilidade [Jackson,

1994; Jackson, 1985].

Além das vantagens inerentes aos sensores de fibras ópticas, os sensores interferométricos

apresentam outras tais como versatilidade na geometria do elemento sensor, grande faixa

dinâmica, alta sensibilidade, e possibilidade de multiplexação eficiente [Santos, 1993]. A Figura

2.8 ilustra a grande diversidade de sensores ópticos interferométricos existentes e também as

grandezas passiveis de serem medidas por eles.

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Figura 2.8 - Sensores ópticos interferométricos e as grandezas passíveis

de serem medidas por eles [Grattan e Meggitt, 1995].

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16

2.7 Conceitos básicos e exemplos

2.7.1 Sensores de fibras ópticas baseados em intensidade

Em alguns aspectos o tipo mais simples de sensor por fibra óptica é o tipo híbrido que é

baseado em modulação de intensidade [Yao e Asawa, 1983; N. Lagakos et al., 1981]. A Figura

2.9 mostra um sensor de vibração que consiste de duas fibras ópticas presas uma próxima da

outra. Luz é injetada em uma das fibras e quando sai da fibra a luz se expande em um cone de luz

cujo ângulo depende da diferença entre dos índices de refração do núcleo e da casca óptica da

fibra. A quantidade de luz capturada pela segunda fibra depende do seu ângulo de aceitação e da

distancia d entre as fibras ópticas. Quando a distancia d é modulada, ela por sua vez resulta em

uma modulação de intensidade da luz capturada.

Figura 2.9 - Sensor de vibração baseado em abertura numérica pode ser usado em indicadores de

fechamento de portas e para medir níveis de vibração em máquinas [Udd, 1996].

Uma variação desse tipo de sensor é mostrada na Figura 2.10. Aqui um espelho é usado

montado de forma flexível para responder a um efeito externo, como pressão, por exemplo. Com

o deslocamento da posição do espelho, a separação efetiva entre as fibras se desloca resultando

em modulação de intensidade.

d

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Arranjando-se duas fibras ópticas em linha, um sensor simples de translação pode ser

configurado como na Figura 2.11. A saída dos dois detectores pode ser proporcionada para

determinar a posição translacional da fibra de entrada.

Figura 2.10 - Sensor de abertura numérica baseado em espelho flexível. Pode ser usado para

medir pequenas vibrações e deslocamentos [Udd, 1996].

Figura 2.11 - Sensor de fibras ópticas de translação baseado em abertura numérica usa a razão da

saída dos detectores para determinar a posição da fibra de entrada [Udd, 1996].

Diversas empresas desenvolveram sensores de posição lineares e rotativos por fibras

ópticas para dar suporte a aplicações fly-by-light (FBL) [Udd, 1994]. Esses sensores tentam

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eliminar a susceptibilidade à interferências eletromagnéticas para aumentar a segurança, e reduzir

necessidades de blindagem para reduzir peso. A Figura 2.12 mostra um sensor de posição

rotativo [Fritsch, 1989] que consiste de uma placa de código com pontos de reflexões variáveis

colocadas de modo que cada posição tem um código único. Fibras ópticas são usadas para

determinar a presença ou ausência de um ponto de reflexão de luz.

Figura 2.12 - Sensor de posição rotativo baseado em reflexão de luz usado para medir posição

rotacional do eixo via quantidade de luz refletida de pontos escuros e luminosos [Udd, 1996].

Um exemplo de um sensor de posição linear usando multiplexação por divisão de

comprimentos de onda [Fritsch e Beheim, 1986] está ilustrado na Figura 2.13. Aqui uma fonte de

luz de banda larga, que poderia ser um LED, é usada para acoplar luz no sistema. Uma fibra

óptica é usada para conduzir o feixe de luz até um dispositivo de multiplexação por divisão de

comprimentos de onda (WDM) que divide a luz em fibras separadas que são usadas para

interrogar o cartão codificador e determinar a posição linear. As caixas retangulares no cartão da

Figura 2.13 representam pontos de alta reflexão de luz enquanto o resto do cartão tem baixa

reflexão. Os sinais refletidos são então recombinados e separados por um segundo WDM de tal

modo que cada sinal vindo do interrogador é lido por um detector separado.

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Um segundo método de interrogar um sensor de posição usando uma única fibra é usar

métodos de multiplexação de divisão no tempo [Varshneya e Glomb, 1987]. Na Figura 2.14 uma

fonte de luz é pulsada. O pulso de luz se propaga pela fibra e é separado em múltiplas fibras

interrogadoras. Cada uma dessas fibras é arranjada de tal forma que tenham linhas de atraso que

separam o sinal de retorno do cartão codificador por um tempo mais longo que a duração do

pulso. Quando os sinais de retorno são recombinados no detector o resultado líquido é um disparo

de sinal codificado correspondente à posição do cartão codificado.

Figura 2.13 - Sensor de posição linear usando multiplexação por divisão de comprimentos de

onda decodifica posição medindo a presença ou ausência de pontos de reflexão de luz a cada

posição da fibra à medida que o cartão desliza, via detectores separados por comprimentos de

onda independentes [Udd, 1996].

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Figura 2.14 Sensor de posição linear usando medida de multiplexação por divisão temporal

decodifica a posição do cartão via um fluxo digital de “on’s” e “off’s” ditados pela presença ou

ausência de um ponto de reflexão [Udd, 1996].

Esses sensores tem sido usados em aeronaves militares e comerciais e vem demonstrando

desempenhos comparáveis aos sensores de posição elétricos convencionais usados para posições

do leme, “flap”, e “throttle” [Udd, 1994]. As principais vantagens dos sensores ópticos de

posição são a imunidade à interferência eletromagnética e o peso reduzido.

Uma outra classe de sensores de fibras ópticas baseados em intensidade é fundamentada

no principio de reflexão interna total. No caso do sensor da Figura 2.15, a luz se propaga pelo

núcleo da fibra e bate na extremidade angular da fibra. Se o meio no qual a extremidade angular

da fibra está colocada tem índice de refração suficientemente baixo então virtualmente toda a luz

é refletida quando ela bate a superfície espelhada e retorna via fibra. Se, entretanto, o índice de

refração do meio começa a se aproximar daquele do vidro, parte da luz se propaga fora da fibra e

é perdida resultando em modulação da intensidade.

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Figura 2.15 - Sensor à fibra usando propriedades do ângulo critico de uma fibra para medida da

pressão e e do índice de refração via medidas da luz refletida de volta pela fibra [Udd, 1996].

Este tipo de sensor pode ser usado para medida da variação da pressão e do índice de

refração, em baixa resolução, em um liquido ou gel com precisão de 1 a 10%.

Variações desse método tem sido usadas também para medir nível de líquido [Snow,

1983; Ghatak, e Thyagarajan, n.d.] como mostrado na Figura 2.16. Quando o nível do liquido

bate no prisma de reflexão, a luz vaza para o liquido atenuando o sinal.

Figura 2.16 - Sensor de nível de liquido baseado em reflexão interna total detecta a presença ou

ausência de liquido pela presença ou ausência de sinal de luz de retorno [Ghatak, e Thyagarajan.,

n.d.] .

O confinamento de um feixe de luz que se propaga pelo núcleo da fibra e transferência de

potência entre dois núcleos de fibra colocados próximos pode ser usado para produzir uma serie

de sensores baseados em evanescência [Clark e Burrell, 1988; Li e Lit, 1986; Murakami e Sudo,

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1981]. A Figura 2.17 ilustra dois núcleos de fibras colocados próximos um do outro. Para fibras

monomodo [Nolan et al., 1991] essa distancia é da ordem de 10 a 20 microns.

Figura 2.17 - Sensor óptico baseado em evanescência: acoplamento de luz cruzado entre

dois núcleos colocados muito próximos um do outro. Variações na distancia d entre os

núcleos devido à temperatura, pressão, ou tensão mostram que podem ser aplicados para

monitorar o ambiente [Nolan et al., 1991].

Quando fibra monomodo é usada há considerável perda por vazamento do modo de luz

em propagação do núcleo para o cladding ou para o meio ao redor. Se um segundo núcleo de

fibra é colocado próximo essa luz evanescente tenderá a se acoplar ao núcleo adjacente. A

quantidade de luz acoplada depende de um número de parâmetros incluindo comprimento de

onda da luz, o índice de refração relativo do meio em que as fibras estão colocadas, a distância

entre os núcleos, e o comprimento de interação entre eles. Este tipo de sensor por fibra óptica

pode ser usado para medição do comprimento de onda, filtragem espectral, índice de refração e

efeitos ambientais agindo sobre o meio que circunda os núcleos (temperatura, pressão, e tensão).

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Uma outra maneira que a luz pode ser perdida em uma fibra óptica é quando o raio de

curvatura da fibra excede o ângulo crítico necessário para confinar a luz no núcleo e ocorre

vazamento para o “cladding”. Micro-curvaturas locais podem causar isso, e resultam em

modulação da intensidade da luz que se propaga através da fibra. Uma serie de sensores de fibras

ópticas baseados em micro-curvaturas tem sido desenvolvidos para vibração, pressão, e outros

efeitos ambientais [Berthold et al., 1987; Miers et al., 1987; Spillman et al., 1980]. A Figura 2.18

mostra um arranjo típico deste tipo de dispositivo consistindo de uma fonte de luz, uma seção de

fibra óptica posicionada em um transdutor de micro-curvaturas projetado para modular a

intensidade da luz em resposta a um efeito do ambiente, e um detector. Em alguns casos o

transdutor de micro-curvaturas pode ser implementado usando cabos especiais ou fibras ópticas

que podem ser projetados para serem sensíveis a perdas por micro-curvaturas.

Figura 2.18 - Sensores de fibras por micro-curvaturas são configurados de tal forma que

um efeito ambiental resulta em um aumento ou redução na perda através do transdutor

devido à perda de luz resultante de pequenas curvaturas na fibra [simple macrobending

sensor, n.d.].

Outro exemplo de sensor baseado em modulação de intensidade é o dispositivo baseado

em grade [Udd e Turek, 1985] mostrado na Figura 2.19. Aqui, um feixe de luz de entrada é

colimado por uma lente e passa através de um sistema de grade dupla. Uma das grades é fixa

enquanto a outra pode se mover. Com aceleração, a posição relativa das grades muda resultando

em um sinal modulado em intensidade na fibra óptica de saída.

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Figura 2.19 - Sensor de intensidade baseado em grades mede vibração ou aceleração via

efeito obturador sensível [Udd, 1996].

2.7.2 Sensores de fibras ópticas baseados em espectros

Sensores de fibras ópticas baseados em espectros dependem de um feixe de luz que está

sendo modulado em comprimento de onda por um efeito ambiental. Exemplos desses tipos de

sensores incluem aqueles baseados em radiação de corpo-negro, absorção, fluorescência, etalons

(interferômetros Fabry–Perot), e grades dispersivas.

Um desses sensores mais simples é o sensor de corpo-negro da Figura 2.20. Uma

cavidade de corpo-negro é colocada na extremidade de uma fibra óptica. Quando a temperatura

da cavidade sobe, ela começa a brilhar e atua como uma fonte de luz.

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Figura 2.20 - Sensor de fibra óptica baseado em corpo-negro permite medir temperatura de um

local quente e é mais efetivo para temperaturas acima de 300 graus Celsius [Fidanboylu, 2009].

Detectores em combinação com filtros de banda estreita são então usados para determinar

o perfil da curva de radiação do corpo-negro e consequentemente a temperatura, como na Figura

2.21. Este tipo de sensor tem sido comercializado com sucesso e tem sido usado para medir

temperaturas de poucos graus Celsius sob intenso campo de RF. O desempenho e precisão deste

sensor são melhores em altas temperaturas e caem em temperaturas da ordem de 200 graus

Celsius por causa da baixa relação sinal-ruído. Cuidados devem ser tomados para se certificar que

o ponto mais quente é a cavidade de corpo-negro e não o da fibra pois isso pode corromper a

integridade do sinal.

Figura 2.21 Curvas de radiação do corpo-negro provê assinaturas únicas para cada

temperatura [Marine Pollution, n.d.].

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Outro tipo de sensor de temperatura baseado em radiação espectral é mostrado na Figura

2.22 e é baseado em absorção [Christensen e Ives, 1987]. Neste caso um sensor de prova (sonda)

de Arseneto de Gálio (GaAs) é usado em combinação com uma fonte de luz de banda larga e

fibras ópticas de entrada e saída. O perfil de absorção da sonda é dependente da temperatura e

pode ser usado para determinar temperaturas.

Figura 2.22 - Sensor de fibra óptica baseado em absorção variável de materiais tais como

GaAs permite medições de temperatura e pressão.

Sensores de fibra baseados em fluorescência [Schwab e Levy, 1989; Gratten et al., 1986]

estão sendo amplamente usados em aplicações medicas, sistemas de sensores químicos, e podem

também ser usados para medidas de parâmetros físicos tais como temperatura, viscosidade, e

umidade. Existe um grande número de configurações desses sensores e a Figura 2.23 ilustra duas

das mais comuns. No caso do sensor com ponta na extremidade, a luz se propaga pela fibra até a

sonda de material fluorescente. O sinal fluorescente resultante é capturado pela mesma fibra e

dirigido de volta para um de-modulador de saída. As fontes de luz podem ser pulsadas e as

sondas tem sido feitas dependentes da taxa de tempo de decaimento do pulso da luz.

No modo continuo, parâmetros como viscosidade, conteúdo de vapor de água e grau de

cura de epóxi reforçado com fibra de carbono e materiais compostos de termoplástico podem ser

monitorados.

Uma alternativa é usar propriedades evanescentes da fibra e desgastar regiões da casca da

fibra e enchê-los com material fluorescente. Ao se enviar um pulso de luz pela fibra e observar a

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fluorescência resultante, uma serie de regiões sensíveis podem ser multiplexadas por divisão

temporal.

Figura 2.23 - Configurações de sonda de sensor de fibra óptica florescente que podem ser

usadas para medidas de parâmetros físicos assim como presença ou ausência de espécies

químicas. Essas sondas podem ser configuradas para ter uma única terminação ou multipontos,

usando técnicas de desgastar e incluir materiais florescentes na fibra [Udd, 1996].

É também possível se introduzir dopantes fluorescentes na própria fibra óptica. Este

modelo faria a fibra inteira opticamente ativa florescer. Usando-se multiplexação por divisão

temporal, varias regiões da fibra poderiam ser usadas para fazer uma medição distribuída ao

longo do comprimento da fibra.

Em muitos casos os usuários de sensores à fibra gostariam de ter os sensores de fibras

ópticas análogos aos sensores eletrônicos convencionais. Um exemplo é o medidor de tensão

eletrônico que é usado por engenheiros civis. Sensores de grades de fibras ópticas [Morey et al.,

1989; Ball et al., 1993; Dunphy et al., 1990; Morey et al., 1990] – sensores FBG, podem ser

configurados para medirem de 1 mm a 1 cm, com sensibilidade comparáveis aos medidores de

tensão convencionais.

O sensor é fabricado “escrevendo” uma grade de fibra no núcleo de uma fibra óptica

dopada com germania. Isso pode ser feito de diversas maneiras. Um método, ilustrado na Figura

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2.24, usa dois feixes de laser de comprimento de onda curto, com ângulo determinado entre eles

de modo a formar um padrão de interferência através da lateral da fibra óptica. O padrão de

interferência consiste de bandas escuras e brilhantes que representam variações locais no índice

de refração na região do núcleo da fibra. O tempo de exposição para se fazer essas grades varia

de minutos a horas, dependendo da concentração de dopantes na fibra, do comprimento de onda

usado, e nível de potencia óptica.

Figura 2.24 - Fabricação de sensor FBG pode ser conseguido expondo o núcleo da fibra à feixes

de laser de comprimento de onda curto (ultravioleta) de modo a formar um padrão de

interferência. As franjas brilhantes e escuras que são gravadas no núcleo da fibra induzem uma

variação no índice de refração resultando em uma grade ao longo do núcleo da fibra.

Outros métodos que são usados incluem o uso de mascaras de fase, e padrões de

interferência induzidos por pulsos curtos de laser de alta energia. Os pulsos de curta duração são

usados para escrever as grades de Bragg na fibra enquanto ela é puxada.

Quando usada como sensor de tensão a FBG é afixada ou embutida na estrutura. À

medida que a FBG é expandida ou comprimida, o período da grade expande ou contrai, mudando

a resposta espectral da grade.

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Para grades operando em 1300 nm a variação no comprimento de onda é de cerca de

10R#nm por 10RS strain. Este tipo de resolução requer o uso de técnicas de demodulação

espectral muito melhores do que aquelas associadas aos espectrômetros convencionais. Diversos

métodos de demodulação tem sido sugeridos usando FBG, etalons e interferômetros [Kersey et

al., 1992; Jackson et al., 1993]. A Figura 2.25 ilustra um sistema que usa uma grade como

referência. A ação da grade de referência é agir como filtro modulador. Usando-se grades

similares para referência e sinal, e ajustando a grade de referência para alinhar com a grade ativa,

um sistema preciso de demodulação de “loop” fechado pode ser implementado.

Figura 2.25 - Sistema de-modulação de sensor FBG requer medidas espectrais de alta resolução.

Uma maneira de se conseguir isso é “bater” o espectro da luz refletida pela FBG contra a

característica de transmissão de luz de uma grade de referencia.

Para muitas aplicações um sensor de um só ponto pode ser adequado. Nessas situações

um etalon pode ser fabricado independentemente e afixado na extremidade da fibra. A Figura

2.26 mostra uma série de etalons configurados para medir pressão, temperatura, e índices de

refração, respectivamente.

No caso de pressão o diafragma é projetado para defletir. Faixas de pressão de 15 a 2000

psi podem ser acomodadas mudando-se a espessura do diafragma com precisão de 0,1% [Private

Communication]. Para temperatura o etalon é formado por interfaces de silício. Faixas de

temperaturas de 70 a 500 graus K podem ser selecionadas, e para a faixa de cerca de 100 graus K

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pode se obter resolução de 0,1 graus K [Private Communication]. Para índices de refração de

líquidos, um orifício é aberto para permitir o fluxo do liquido a ser medido sem o diafragma de

deflexão.

Figura 2.26 - Sensores híbridos de fibras ópticas baseados em etalon consistem de cavidades

com acabamento mecânico micrométrico que são colocadas nas extremidades das fibras ópticas e

podem ser configuradas de tal modo que a sensibilidade para um efeito ambiental pode ser

otimizada [Udd, 1996].

2.7.3 Sensores de fibras ópticas interferométricos

Uma das áreas de maior interesse tem sido no desenvolvimento de sensores ópticos

interferométricos de altdesempenho. Esforços substanciais tem sido empreendidos em

interferômetros Sagnac, ressonadores em anel, interferômetros de Mach-Zehnder e de Michelson,

assim como em interferômetros baseados em etalon, grades, interferômetros polarimétricos e de

modo dual. Nesta seção será feita uma breve revisão dos interferômetros de Sagnac, Mach-

Zehnder, e de Michelson.

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Interferômetro de Sagnac

O interferômetro de Sagnac tem sido usado principalmente para medir rotação [Lefevre,

1993; Burns, 1994; Smith, 1989; Ezekial e Udd, 1991] e é um substituto para giroscópios a laser

e mecânicos. Pode ser empregado também para medir efeitos de variação temporais como

acústica, vibração, e fenômenos de variação lenta como tensão. Usando-se múltiplas

configurações é possível empregar o interferômetro de Sagnac como sensor distribuído capaz de

medir a amplitude e a localização de uma perturbação.

Em termos de valor comercial, a aplicação mais importante é o giroscópio de fibra óptica.

Sabia-se, mesmo antes de sua invenção, que um giroscópio de fibra óptica ofereceria a

expectativa de ser um sensor inercial todo em estado sólido sem partes móveis, de confiabilidade

sem precedentes, a tinha-se a expectativa de ser de custo baixo.

E isso vem se confirmando à medida que diversos fabricantes estão produzindo giroscópio

de fibras em larga escala para dar suporte a sistemas de navegação de automóveis, antenas de

satélites, sistemas de medidas inerciais para aeronaves comerciais (Boeing utiliza em seus aviões

mais modernos) e militares, misseis, helicópteros, e voos espaciais de longa duração.

Dois tipos de giroscópios foram desenvolvidos. O primeiro tipo é um giroscópio com

“loop” aberto de fibra óptica com faixa dinâmica de 1000 a 5000 (faixa dinâmica é sem unidade),

com precisão de fator de escala de 0,5% e sensibilidade que variam de 0,01 graus/h a 100 graus/h

[Ezekial e Udd, 1991]. Esses giroscópios são geralmente usados para aplicações de baixo custo

onde a faixa dinâmica e linearidade não são questões cruciais. O segundo tipo é o giroscópio de

fibra óptica com “loop” fechado que pode ter uma faixa dinâmica de 10S e linearidade de fator de

escala de 10 ppm ou melhor [Ezekial e Udd, 1991]. Esses tipos de giroscópio de fibra óptica tem

como alvo, em principio, aplicações em sistemas de navegação de alta precisão.

A representação esquemática de um giroscópio de fibra óptica está ilustrada na Figura

2.27 [Alves, Carvalho e Oliveira, 1999], que apresenta os principais componentes

optoeletrônicos de uma configuração padrão, com entrada e saída comuns. Todos os trechos de

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fibra presentes no dispositivo são fibras monomodo e preservam polarização óptica [Arditty e

Lefèvre, 1992].

Figura 2.27 - Representação esquemática de um giroscópio – (adaptado de F.D.P Alves;

R.T. Carvalho; J.E.B. Oliveira, “Demodulação de Sinal de Giroscópio a Fibra Óptica:

Resultados Experimentais Utilizando Técnica de Cruzamentos de Zero”, ITA/CTA/IEAv

– Revista INATEL TELECOMUNICAÇÕES – Volume 2, número 1, 1999).

Na Figura 2.27 o sinal óptico gerado pelo laser alimenta um acoplador direcional A1 que

tem uma das saídas conectadas a um polarizador óptico. O acoplador A1 tem diretividade igual a

3 dB e sua presença é necessária para obtenção de uma entrada e saída comum no giroscópio

[Arditty e Lefèvre, 1992]. O polarizador é necessário devido a rotações de polarização geradas no

acoplador ou em decorrência de imperfeições ou deformações mecânicas das fibras. O sinal de

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saída do polarizador ao atingir o segundo acoplador direcional, A2, tem sua potência decomposta

em duas, que se propagam em sentidos opostos na bobina de fibra óptica. Quando o giroscópio é

submetido a um movimento de rotação com velocidade angular ω os sinais contrapropagantes na

bobina retornam ao acoplador A2 com fases que diferenciam entre si por uma quantidade que é

proporcional a esta velocidade angular, de acordo com previsões teóricas realizadas por Sagnac

[Sagnac, 1913]. Os sinais contrapropagantes após propagarem-se na bobina de fibra, retornam à

entrada do acoplador A2 e subsequentemente passam pelo polarizador para finalmente retornarem

ao acoplador A1. Este acoplador proporciona um sinal interferométrico na entrada do circuito de

detecção que é constituído de um fotodetetor e um amplificador. O sinal elétrico obtido na saída

deste bloco alimenta um circuito de processamento eletrônico onde é realizada a medida do

desvio de fase de Sagnac gerado pela rotação. Na Figura 2.27, o modulador de fase óptica tem

como função estabelecer um ponto quiescente para a função de transferência do giroscópio, que

proporciona elevada sensibilidade com fator de escala linear [Sagnac, 1913].

É possível usar o interferômetro de Sagnac para outras tarefas de sensoriamento e

medidas. Exemplos incluem: medidas de tensão que variam lentamente, com resolução de 100

µm sobre distancias de 1 km [Michal, Udd, e Theriault, 1986], medidas espectrais de

comprimentos de onda de cerca de 2 nm [Udd et al., 1990], e caracterização de fibras ópticas tal

como expansão térmica com precisões de de cerca de 10 ppm [Udd et al., 1990].

Interferômetros de Mach-Zehnder e Michelson

De forma geral, interferômetros de fibras ópticas são transdutores eficientes que

convertem uma variação de fase induzida ao longo de seus ramos, numa variação de intensidade

óptica que possa ser medida. Uma das grandes vantagens dos interferômetros todo em fibra

óptica, tais como os interferômetros de Mach-Zehnder e Michelson, em particular, é que eles tem

geometrias extremamente flexíveis e alta sensibilidade, que permitem a possibilidade de de uma

vasta gama de arranjos de altas desempenhos.

A Figura 2.28 mostra os elementos básicos de um interferômetro Mach-Zehnder, que são

uma fonte de luz, um módulo acoplador, um transdutor e um demodulador homódino. A fonte de

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luz consiste geralmente de um diodo laser, um divisor de sinal que produz dois feixes de luz, e

meios para acoplar os feixes às duas pernas do transdutor. O transdutor é configurado para sentir

um efeito ambiental isolando-se um feixe de luz do efeito ambiental e usando-se a ação do efeito

ambiental sobre o transdutor para induzir uma diferença no comprimento do caminho óptico entre

os dois feixes. Usa-se, tipicamente, um demodulador hemódino para detectar a diferença no

comprimento do caminho óptico [Dandridge, 1991].

O interferômetro de Michelson mostrado na Figura 2.29 é, em muitos aspectos, similar ao

de Mach-Zehnder. A diferença principal é que são colocados espelhos nas extremidades das

pernas do interferômetro. Isso resulta em altos níveis de reflexão de volta sobre a fonte de luz

degradando a desempenho dos primeiros sistemas. Usando-se lasers YAG (Yttrium Aluminum

Garnet) em anel, bombeados por diodos, como fontes de luz, esses problemas foram superados.

Figura 2.28 - Os elementos básicos do interferômetro Mach-Zehnder de fibras

ópticas são uma fonte de luz, um módulo divisor de feixe de luz, um transdutor

usado para causar um diferencial dependente do ambiente no comprimento de

caminho óptico dos dois feixes de luz, e um demodulador que mede a diferença do

comprimento do caminho resultante entre os dois feixes de luz.

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2.7.4 Sensores de fibras ópticas distribuídos e de multiplexação

Muitos dos sensores intrínsecos ou extrínsecos podem ser multiplexados [Kersey, 1991]

oferecendo a possibilidade de um grande número de sensores sendo suportados por uma única

linha de fibra óptica. As técnicas mais comumente empregadas são as multiplexações no tempo,

em frequência, comprimento de onda, coerência, polarização e espacial.

A multiplexação por divisão no tempo emprega uma fonte de luz pulsada que lança luz

em uma fibra óptica e analisa o atraso temporal para discriminar os sensores. Esta técnica é

comumente empregada para dar suporte a sensores distribuídos onde medidas de tensão,

temperatura e outros parâmetros são coletados. A Figura 2.30 ilustra um sistema multiplexado

que usa áreas sensíveis a microcurvaturas em juntas de tubulação.

Osciloscópio Detector

Fonte de luz

Acoplador direcional Fibras

espelhadas ou Grades de Bragg

Figura 2.29 - O interferômetro de Michelson de fibras ópticas consiste de duas

fibras com extremidades espelhadas, e pode usar muitos dos métodos de

demodulação e técnicas associadas ao Mach-Zehnder.

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36

À medida que as juntas da tubulação sofrem stress, perdas por microcurvaturas aumentam

e o atraso no tempo associado com essas perdas permite a localização da junta com falha.

O comprimento inteiro de uma fibra pode ser feito sensível a microcurvaturas e perdas por

espalhamento Rayleigh usadas para dar suporte a um sensor distribuído predominantemente

medirão tensão. Outros tipos de espalhamento de pulsos ópticos propagando-se ao longo de uma

fibra tem sido usados para suportar sensoriamento distribuído, notadamente o espalhamento

Raman para sensores de temperatura. Esses sensores são capazes de detectar variações de 1 grau

Celsius com resolução espacial de 1 metro em um sensor de 1 km usando um tempo de

integração de 5 minutos.

Um sistema multiplexado por divisão de frequência está mostrado na Figura 2.31. Neste

exemplo faz se uma varredura de frequência óptica em um diodo laser variando-se a corrente

“drive” na forma de um dente de serra. Interferômetros Mach-Zehnder são dispostos

sucessivamente com comprimentos aumentados (L ̶ L1), (L ̶ L2), (L ̶ L3), que diferem

suficientemente tal que a frequência da portadora resultante de cada sensor T�� �UV W(> − >3) é

facilmente separada da dos outros sensores via filtragem eletrônica da saída do detector.

Figura 2.30 - Métodos de multiplexação por divisão no tempo podem ser usados em

combinação com fibras ópticas sensíveis a microcurvaturas para localizar posições

de stress ao longo de tubulações [Universidade de Aveiro, 2010].

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37

A multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM) é o melhor método de

multiplexação porque usa a potência óptica de maneira muito eficiente. Tem também a vantagem

de ser facilmente integrada em outros sistemas de multiplexação permitindo a possibilidade de

um grande numero de sensores ser suportados em uma única linha de fibra óptica. A Figura 2.26

ilustra um sistema onde uma fonte de luz de banda larga, um LED, por exemplo, tem seu sinal

acoplado em uma serie de sensores de fibras ópticas que refletem sinais em bandas de

comprimentos de onda que são sub-conjuntos do espectro da fonte de luz. Um elemento

dispersivo, tal como uma grade de Bragg (FBG), é usada para separar os sinais dos sensores em

detectores separados.

Figura 2.31 - Multiplexação por divisão de frequência pode ser usada para rotular

uma serie de sensores de fibras ópticas; neste caso interferômetros Mach-Zehnder

são mostrados com uma frequência portadora sobre a qual um sinal de saída viaja

[Universidade de Aveiro, 2010].

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Multiplexação por coerência, por polarização e multiplexação espacial são técnicas de

multiplexação não comumente usadas como as de multiplexação por divisão temporal, frequência

e de comprimentos de onda porque apresentam perdas de potencias ópticas significativas e

complexidades adicionais na instalação dos componentes ópticos corretamente. Todas essas

técnicas de multiplexação podem ser usadas em combinação uma com a outra para formar

arranjos de sensores extremamente grandes.

2.8 Aplicações

Sensores de fibras ópticas estão sendo desenvolvidos e usados em duas principais

maneiras. A primeira é como uma substituição direta dos sensores já existentes onde os sensores

de fibras ópticas oferecem desempenhos, confiabilidade, segurança e vantagens de custo

significativamente melhores aos usuários. A segunda é o desenvolvimento e emprego de sensores

de fibras ópticas em áreas do mercado inteiramente novas.

Para o caso da substituição direta, o valor inerente do sensor de fibra óptica ao usuário

tem que ser suficientemente alto para deslocar a tecnologia mais antiga. Porque como isso

Figura 2.32 - Multiplexação por divisão de comprimento de onda são muito

eficientes em energia. Uma serie de sensores de fibras ópticas são multiplexados

sendo arranjados para refletir em uma banda espectral particular que é separada via

elemento dispersivo em detectores discretos [Udd, 1996].

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39

frequentemente envolve substituir uma tecnologia que o usuário está familiarizado, as melhorias

tem que ser substanciais.

O mais óbvio exemplo de um sensor de fibras ópticas suceder com êxito o de tecnologia

mais antiga é o giroscópio de fibras ópticas, que deslocou as tecnologias de giroscópio de anel à

laser e a tecnologia mecânica para dispositivos de média precisão. Hoje esta tecnologia está

madura e os giroscópios de fibras ópticas dominam grandes segmentos desse mercado.

Outra área em que os sensores de fibras ópticas equivalentes substituíram com êxito os

sensores eletrônicos convencionais é a de fly-by-light [Snow, 1983], pois sensores de fibras

ópticas são imunes à interferências eletromagnéticas e, como resultado, houve significativa

redução de peso e melhorias na segurança.

Na manufatura, sensores de fibras ópticas estão sendo desenvolvidos para dar suporte a

controles de processos.

Com frequência o marketing desses sensores é feito em cima de melhorias na robustez e

segurança ambiental, especialmente em áreas onde descargas elétricas podem ser perigosas.

Uma outra área onde sensores de fibras ópticas estão sendo produzidos em massa é o

campo da medicina [Wolfbeis e Greguss, 1993; Katzir, 1993; Milanovich, 1993; Lieberman,

1993].

A indústria automotiva, a indústria da construção e outros usuários tradicionais de

sensores passaram a substituir os sensores convencionais à medida que foram acontecendo

melhorias na optoeletrônica e as comunicações por fibras ópticas continuaram a expandir, o que

trouxeram consigo novos desenvolvimentos e inovações na área de sensores ópticos.

A segunda área de aplicação em oportunidades inteiramente novas onde sensores

equivalentes não existem, tem, obviamente, levado mais tempo para se desenvolver. Entretanto,

uma vez que são desenvolvidos, os impactos são enormes. Um primeiro exemplo disso é a área

de estruturas inteligentes de fibras ópticas [Udd, 1991; Claus e Udd, 1991; Sirkis, 1994; Udd,

1995]. Aqui os sensores de fibras ópticas estão sendo incorporados, ou ligados, aos materiais (1)

durante o processo de manufatura para aumentar sistemas de controle de processo, (2) para

aumentar avaliação não-destrutiva uma vez que as peças já tenham sido feitas, (3) para

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formar sistemas de avaliação de saúde e danos, uma vez que as peças tenham sido montados nas

estruturas e (4) para aumentar sistemas de controle. Um sistema estrutural inteligente de fibras

ópticas está mostrado na Figura 2.33. Sensores de fibras ópticas são incorporados em um painel e

multiplexados para minimizar o número de pontos de entrada e de saída da peça.

Os sinais resultantes realimentam um processador opto-eletrônico para separar os sinais

de saída. A informação é então formatada e retransmitida a um sistema de controle que pode

melhorar o desempenho ou avaliar a saúde da estrutura. O sistema de controle atuaria via um link

de fibra óptica para modificar a estrutura em resposta ao efeito ambiental.

O sistema pode ser usado em processos de manufatura inteligentes (Figura 2.34). Sensores

de fibras ópticas são ligados à uma peça que será processada em uma autoclave. Os sensores

poderiam ser usados para monitorar a temperatura interna e tensão, assim como o grau de cura,

Figura 2.33 - Sistemas de estrutura inteligente de fibras ópticas consistem de sensores

de fibras ópticas incorporados ou ligados em peças que sensíveis a efeitos ambientais,

que são multiplexados . Os efeitos são enviados através de uma fibra óptica a um

processador eletro-óptico que, por sua vez, alimenta a informação a um sistema de

controle que pode ou não atuar sobre a informação via link de fibra para um atuador

[Udd, 1996].

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conteúdo de vapor de água, e viscosidade. Essas medidas, por sua vez, seriam usadas para

controlar o melhoramento do rendimento da autoclave e a qualidade das peças.

Uma das mais interessantes áreas para sistemas de avaliação de saúde e danos é em

grandes estruturas, tais como edifícios, pontes, barragens, aeronaves e naves espaciais. Para dar

suporte a esses tipos de estruturas é necessário ter um grande número de sensores ópticos que

sejam rapidamente reconfiguráveis e redundantes.

Um dos sensores de fibras ópticas mais utilizados para este fim, onde custo, eficácia,

produção em larga escala e desempenho superior são fatores fundamentais, são as grades de

Bragg em fibras (Fiber Bragg Grating, FBG). FBG é um tipo de refletor de Bragg distribuído

Figura 2.34 - Sistemas de manufatura inteligentes: monitoramento de parâmetros

chaves de peças enquanto estão sendo fabricadas, o que melhora o “yield” do

processo e reduz custos.

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construído em um pequeno segmento de fibra óptica que reflete comprimentos de onda de luz

particulares e transmite todos os outros. Isso é feito criando-se uma variação periódica no índice

de refração do núcleo, que gera um espelho dielétrico especifico para comprimento de onda. Uma

FBG pode, portanto, ser usada como um filtro óptico em linha para bloquear certos

comprimentos de onda, ou como refletor especifico de um determinado comprimento de onda.

Esses sensores de fibras ópticas podem ser dobrados em uma arquitetura modular multiplexada

por divisão no tempo e por comprimento de onda, como mostrado na Figura 2.35.

Aqui sensores são multiplexados ao longo de cadeias, ou sequências, de fibras ópticas

(“strings”) e uma chave óptica é usada para dar suporte a esses “strings. Esses “strings” podem

ter dezenas ou centenas de sensores. As chaves ópticas suportam todos os “strings” do sistema.

Quando um evento que requeira avaliação mais detalhada ocorre, o “string” apropriado e os

sensores distribuídos nele podem ser monitorados em um modo de alto desempenho. A

Figura 2.35 - Arquitetura modular para um sistema de estrutura inteligente consiste

de “strings” de sensores de fibras ópticas acessíveis via chave óptica e sistema

demodulador que seleciona sensores chaves em cada “string”. A informação é

formatada e transmitida para uma central de gerenciamento que analisa a saúde da

estrutura.

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informação desses sensores são formatadas e transmitidas por meio de um link de fibra óptica a

um processador de sinal antes de sua introdução no veiculo de gerenciamento da saúde da

estrutura.

Com a chegada dos sistemas FTTH (Fiber To The Home) tem havido a fusão de sistemas

de sensores de fibra óptica e sistemas de comunicação em grandes sistemas capazes de monitorar

o status de edifícios, pontes, rodovias, e fábricas sobre áreas largamente dispersas. Funções de

resposta a terremotos, furacões, tornados, como corpo de bombeiros, policia, manutenção, e

emergência, tem sido integradas em redes de sensores sobre vastas áreas de sensores como na

Figura 2.36.

Figura 2.36 - Redes de sensores de fibras ópticas para monitorar o status de ativos

dispersos como edifícios, pontes e barragens para ampliar serviços de bombeiros,

policia, e serviços de manutenção.

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3 SENSORES POR CURVATURA

Neste capítulo apresentamos uma revisão bibliográfica de um específico tipo de sensor

óptico, que é o sensor por curvatura de fibra óptica, tendo em vista que o sensor proposto nesta

tese também é um sensor que utiliza mecanismo de curvatura. Esta revisão é importante para

melhor compreensão do assunto estudado nesta tese.

Desde o advento de guias de onda ópticos, o fenômeno de perdas induzidas por curvatura

tem sido observado [Gambling et al., 1976; Lewis et al., 1977; Morgan et al., 1990]. Em muitas

aplicações este fenômeno é uma desvantagem por causa de seu efeito adverso sobre as perdas de

potencia em sistemas de comunicações por fibras ópticas [Gloge, 1975; Marcuse, 1976].

Entretanto, ele tem sido explorado em uma faixa de dispositivos práticos na área de sensores

ópticos. Por exemplo, ele tem sido usado como mecanismo de transdução em sensores de fibras

ópticas. Tanto em fibras multimodo como em fibras monomodo, o fenômeno das perdas

induzidas tem sido usado para ejetar luz guiada do núcleo para um receptor, permitindo, assim,

que o feixe guiado pela fibra possa ser monitorado. A dependência da perda com o comprimento

de onda é especialmente importante para o desenvolvimento de sistemas de multiplexação por

divisão do comprimento de onda (WDM) tanto em sistemas de comunicações como em sensores

que usam técnicas de múltiplos comprimentos de onda [Dandridge e Kersey, 1987; Jones e

Spooncer, 1984].

Em geral perdas por curvatura caem em duas categorias: perdas por micro curvaturas e

perdas por macro curvaturas. Perdas em fibras ópticas decorrentes basicamente de micro

deformações axiais periódicas ou distorções instantâneas na fibra são chamadas de perdas por

micro curvaturas e tem sido usadas como mecanismo de transdução em sensores de fibras ópticas

modulados em intensidade. Perda por macro curvatura é relacionada como perda radiativa que

ocorre quando o raio de curvatura é relativamente pequeno. Em geral perdas por macro

curvaturas aumentam fortemente em função da redução do raio de curvatura e também para

comprimentos de onda maiores, muito embora podem ser oscilatórias devido à interferência da

luz refletida no limite entre a casca e o revestimento da fibra e ou na interferência da superfície

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do revestimento externo com o modo de propagação [Murakami e Tsuchiya, 1978; Harris e

Castle, 1986]. Perda por curvatura em fibras ópticas atrai muito a atenção dos fabricantes de

cabos ópticos pois a minimização da perda por curvatura melhora as redes de telecomunicações,

enquanto que na área de sensores a perda por curvatura atrai a atenção por ser um mecanismo de

transdução para medir diferentes parâmetros.

Ao longo das duas últimas décadas pesquisadores desenvolveram várias métodos teóricos

e experimentais para calcular perda por curvatura em fibras ópticas [Murakami e Tsuchiya,

1978; Harris e Castle, 1976; Marcuse, 1976b; c; Renner, 1992; Faustini e Martini, 1992; Morgan

et al., 1990; Wang, 2005; Tsao e Cheng, 2002] e aplicar as técnicas à uma variedade de

exigências em sistemas de sensores ópticos e outras áreas [Gauthier e Ross, 1997; Morgan et al.,

1994; Dinev, 1997; Todoroki et al., 1997; Tomita et al., 1990; Sienkiewicz e Shukla, 1997].

Perdas de potência no núcleo de uma fibra óptica, decorrente da presença de uma

curvatura uniforme, são resultados de dois mecanismos. A energia pode ser dissociada da frente

de onda em um ponto onde a velocidade de fase angular da luz na região da curvatura excede a

velocidade da luz permitida no meio [Gambling et al., 1976]. O segundo tipo de perda de

potência é atribuída a uma incompatibilidade nos perfis do modo entre segmentos da fibra reta e

curvada [Marcuse, 1976b; c]. Ambos os mecanismos podem ocorrer simultaneamente para uma

geometria particular de fibra.

Uma fração da energia da luz perdida da região do núcleo da fibra é acoplada na casca e

se propaga por ele com perda relativamente alta. As propriedades da perda são uma soma de duas

funções de decaimento exponencial dependentes da distancia de propagação da luz na região.

3.1 Teoria da perda por curvatura

Existem dois mecanismos dominantes de perda de potência quando uma fibra óptica reta é

sujeita a uma curvatura única de raio pequeno: perda por curvatura pura e perda por transição

[Gauthier e Ross, 1997].

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3.1.1 Perda por curvatura pura

Na região reta, antes da curva, na Figura 3.1, a fibra é considerada como sem perda e o

modo transversal de potência Po é confinado e se propaga ao longo do eixo da fibra. Na região de

curvatura com raio rb e ângulo Φ, o caminho confinante é assumido como sendo circular. Na

curvatura, a frente de onda modal se propagará com velocidade linearmente dependente da

distância radial do centro de curvatura. Para posições radiais da frente de onda maiores que um

valor característico rc, a velocidade de fase angular da frente de onda se iguala à velocidade da

luz no meio de propagação, e a potência na região sombreada da cauda Pc

se dissocia da frente de onda, propaga-se em um caminho tangencial para o ponto de dissociação

e irradia para longe [Gambling et al., 1976; Buck, 1995]. A potência guiada reduzida na saída no

segmento de fibra reta é dada por

1(4 , X) = 15 − 1Q

Figura 3.1 - Mecanismo de perda por curvatura pura; na curvatura, a região sombreada do

perfil modal é acoplada ao meio circundante e não é mais confinado [Gauthier e Ross, 1997].

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A perda de potência no núcleo da fibra através deste mecanismo é conhecida como perda por

curvatura pura [Gambling, 1978].

Marcuse desenvolveu uma descrição teórica amplamente aceita e testada sobre perdas por

curvatura de fibras ópticas curvadas [D. Marcuse, 1976b; c]. Usando este modelo, Gauthier e

Ross [Gauthier e Ross, 1997] calcularam a potência contida na luz irradiada, dando o escoamento

de energia do núcleo da fibra 1Q. A quantidade de potência �1Q por unidade do comprimento do

arco �Y é proporcional à potência guiada 1(Y) no comprimento do arco s.

�1Q�Y = Z1(Y)

(1)

Z = 1Q ′1(Y)

(2)

onde γ é a constante de proporcionalidade conhecida como coeficiente de perda por curvatura e

1Q′ implica em diferenciação com respeito a s. Integrando a Equação (1) no comprimento total do

arco resulta em uma expressão para a potência no núcleo reduzida pela perda por curvatura pura:

ZY = − � \1(Y)15 ] (3)

1(Y) = 15exp (−ZY) (4)

Uma expressão para o coeficiente de perda γ pode ser obtida quando uma expressão para o

escoamento de potência é determinada com teoria de guias de onda, fazendo-se aproximação do

raio de curvatura para infinito e aproximando a constante de propagação para aquela de uma fibra

reta. A expressão final obtida para a Equação (2) é

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Z = 1�a bc d4�D#e fPgPhaR"P (D) �)i j23 D#4�#HP k (5)

onde � é o raio do núcleo da fibra, U, V e W são parâmetros modais [Snyder e Love, 1983] ,

�a = l2, m = 01, m n 0o

(6)

h é a função de Bessel de segunda espécie; m é a ordem da função de Bessel; e H é a constante

de propagação modal.

3.1.2 Perda por transição

Perdas por transição ocorrem quando os perfis modais nos segmentos de fibra reta e

curvada não são idênticos. Na fibra curvada, o máximo central do perfil modal é deslocado

radialmente para fora por uma distancia δ em comparação com o perfil modal do segmento da

fibra reta, como mostrado na Figura 3.2.

Figura 3.2 - Mecanismo de perda por transição: os perfis modais nos segmentos de fibra

curvada e reta diferem e resultam em uma perda de potencia quando a luz se propaga de

um segmento para o outro [Gauthier e Ross, 1997].

radiation modes

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Na junção 1 entre os segmentos da fibra reta e curvada, uma porção da potência incidente

excita o modo guiado no segmento curvado e a potência que sobra é acoplada aos modos de

radiação na região da casca. Este processo de acoplamento de potência entre os modos guiado e

de radiação também ocorre na junção 2. A perda total por transição resultante da presença da

curvatura leva em conta as perdas que ocorrem em ambas as junções. O deslocamento modal

também tem o efeito de aumentar a perda por curvatura pura pelo aumento da potência na região

da cauda sombreada.

3.2 Cálculo da perda por curvatura

Teorias convencionais assumiram o modelo simplificado de uma fibra óptica com a casca

se estendendo infinitamente. Essas teorias previram que o aumento das perdas em função da

curvatura ou comprimento de onda dava-se sob a forma de uma função monotônica. Entretanto,

tem sido mostrado experimentalmente que dimensões finitas da casca e a presença de

revestimento podem afetar significativamente o comportamento das perdas [Morgan, et al., 1990;

Renner, 1992; Faustini e Martini, 1992; Wang et al., 2005].

De acordo com Marcuse e outros [Gloge, 1972; Marcuse, 1976a; b; c; Gambling et al.,

1979; Gambling et al., 1978; Gambling et al., 1976], a perda por curvatura em fibras monomodo

é uma função que decresce exponencialmente com o raio de curvatura e com o comprimento de

onda. Gambling [Gambling et al., 1976] observou emissão de luz como raios discretos de uma

curvatura e propôs que isso era consistente com o efeito de tunelamento de raios conhecidos

como “whispering gallery” (WG). Harris e Castle [Harris e Castle, 1986] mostraram que as

oscilações nas perdas versus comprimento de onda e o raio de curvatura podem ser entendidas

como sendo devido a interferência entre modos que se propagam pelo núcleo e modos WG da

casca.

A Figura 3.3 mostra o eixo de uma fibra curvada em um raio R. Nesta figura uma

caústica de radiação (rc) está desenhada a uma distância d do eixo da fibra. A uma distância

radial maior ou igual a d do centro do núcleo o campo evanescente perde a direção e dá origem à

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uma perda por curvatura pura. Aplicando-se a óptica de raios para a luz na casca, a perda de

direção da luz no ponto P na cáustica de radiação viajará em uma direção tangencial à cáustica e

atingirá a interface casca/revestimento Q. Em Q ocorre reflexão parcial com os raios refletidos

roçando a cáustica de radiação em S. O raio então move-se ao longo de um caminho similar ao

anterior com a próxima reflexão ocorrendo em T, e assim por diante. A radiação da perda por

curvatura pura forma então um modo WG confinado pela interface casca/revestimento e uma

cáustica interna coincidente com a cáustica de radiação. Na cáustica interna a velocidade de fase

do modo WG é a mesma do modo fundamental do campo evanescente. Consequentemente, a

onda evanescente no núcleo resultante do modo WG na cáustica terá a mesma velocidade de fase

do modo fundamental no núcleo. Para velocidades de fase iguais é possível haver acoplamento

entre o modo WG na casca e o modo fundamental no núcleo cada vez que o raio roçar a cáustica

interna.

Até então foi considerado apenas o caminho de luz originando no ponto P na cáustica.

Caminhos similares serão seguidos para luz que perder a direção em todas as posições na cáustica

de radiação. Desta forma o acoplamento do modo WG ao modo fundamental será contínuo sobre

o comprimento da curvatura.

Pesquisadores apresentaram diversas expressões analíticas para o modelamento da perda

por curvatura em fibra óptica. Existem dois tipos principais: um trata a fibra como sendo uma

Figura 3.3 - Fibra monomodo curvada mostrando a formação de modo “whispering

gallery” gerado da perda por curvatura pura na cáustica de radiação (rc).

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estrutura de três camadas (casca infinita) [Marcuse, 1976b] e o outro trata a fibra como sendo

uma estrutura de cinco camadas (considerando a interface entre a casca e o revestimento)

[Renner, 1992; Faustini e Martini, 1992]. Para essas expressões analíticas, a perda por transição

entre a fibra reta e a fibra curvada foi desprezada.

Na prática, fibras ópticas tem uma ou duas camadas de revestimento sobre a casca para

proteção mecânica. A existência de camadas de revestimento produzirão modos WG na fibra

curvada devido a reflexão do campo radiado na interface entre a casca e a camada de

revestimento. A estrutura de cinco camadas considera apenas uma camada de revestimento. Mais

tarde outro modelo foi proposto considerando duas camadas de revestimento [Morgan et al.,

1990]. O modelo proposto por Morgan foi o primeiro modelo reportado de uma fibra curvada

prática. A geometria da curvatura está mostrada na Figura 3.4. Este método, no entanto,

considera apenas a reflexão da interface mais externa, isto é, entre a camada de revestimento

externo e o ar.

Figura 3.4 - Geometria do modelo de interferência do modo WG para uma fibra com duas

camadas de revestimento. R é o raio de curvatura; d é a separação do eixo da fibra e a cáustica

de radiação; nco, ncl, nb1, nb2 são os índices de refração do núcleo e da casca da fibra, e dos

revestimentos primário e secundário, respectivamente; Z, γ, comprimento do arco do núcleo e

ângulo, respectivamente; L, L1, L2, L3, comprimentos do raio WG; y1, y2, y3 raio externo da

casca, e raios dos revestimentos primário e secundário, respectivamente.

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52

No modelo proposto por Wang [Wang et al., 2005] a perda por curvatura de uma fibra

monomodo é apresentada considerando-se múltiplos revestimentos. Também é mostrado que a

maior parte do campo radiado é absorvido na camada de revestimento primário e o chamado fator

de correção elástico-óptico não é exigido para fibras monomodo standard (SMF28). A maioria

dos modelos usam o fator de correção elástico-óptico ou um fator chamado raio de curvatura

efetivo para fazer as perdas por curvatura calculadas concordarem com os resultados

experimentais devido a mudança no índice de refração causada por stress de curvatura. Os

resultados de simulação e experimental de [Wang et al., 2005] mostram uma comparação de

todos os modelos e estão apresentados na Figura 3.5.

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53

Figura 3.5 - Perda por curvatura medida e calculada para diferentes raios de curvatura

no comprimento de onda (a) 1500 nm e (b) 1600 nm. [Wang et al., 2005]

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3.3 Aplicações dos sensores por curvaturas

Lagakos [Lagakos, Cole, e Bucaro, 1987] foi um dos pioneiros a explorar o efeito de

curvaturas em fibras ópticas como mecanismo de transdução para detectar variações ambientais,

tais como pressão, temperatura, aceleração, e campos magnéticos e elétricos. Lagakos estudou

inicialmente a sensibilidade a micro curvaturas de fibras multimodo e descobriu que ela aumenta

dramaticamente para certas periodicidades de deformação, de acordo com as previsões analíticas

baseadas em acoplamento modal. A sensibilidade à micro curvaturas foi também estudada, e

observou-se que ela depende linearmente do comprimento da fibra curvada que tem

revestimentos de alta absorção, enquanto que para fibras com revestimentos de baixa absorção, a

dependência é mais fraca. Estudou-se experimentalmente, também, o efeito de macro curvaturas

em diversas fibras multimodo, e observou-se que curvaturas com raio < 2(� causam perdas

significativas que podem minimizar drasticamente a sensibilidade a micro curvaturas. O sensor

por curvatura descrito foi usado para medir deslocamentos. O sensor mostrou boa habilidade de

detecção (0,01 Å), larga faixa dinâmica, e alta estabilidade.

Faustine e Martini [Faustine, L. e Martini, G. 1997] apresentaram os resultados de extenso

estudo de perdas por curvatura para duas diferentes fibras em uma faixa bastante larga de

comprimentos de onda (800 – 1600 ��) e raios de curvatura (13,5 – 27,5 mm), e apresentaram

uma nova fórmula de perda por curvatura. A fórmula pode ser usada para estimar perdas por

curvatura de parâmetros da fibra, tais como, raio do núcleo, diferenças de índices de refração,

índice de refração do revestimento, e raio da casca., ou, de maneira inversa, estimar parâmetros

da fibra a partir de medidas da perda por curvatura. Usando um modelo de perfil de índice degrau

equivalente, os autores obtiveram um bom acordo entre parâmetros estimados e reais, como por

exemplo, para comprimentos de onda de corte estimado e real, dentro de uma variação inferior a

1%.

Jung [Jung et al., 2006] fabricou um sensor para monitorar submersão em água, em tempo

real usando uma fibra sensível a macro curvaturas (MSF). O sensor proposto consistiu de um

material flutuante, deformadores de macrocurvaturas, e uma MSF. Nesta estrutura, mostrada na

Figura 3.6, o material flutuante move-se para cima e para baixo de acordo com a força flutuante

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da água, controlando, assim, a perda por curvatura da MSF e permitindo ao sensor detectar

submersão.

Em contraste com sensores existentes onde a perda óptica aumenta no caso de submersão, a perda

óptica, do sensor proposto e fabricado por Jung, decresce devido à ação da força de flutuação

quando a área selecionada é submersa, como mostrado no diagrama da Figura 3.7. Desta forma,

este sensor é capaz de transmitir informação de submersão além do que os sensores que detectam

submersão pelo aumento da perda óptica, e não é afetado por fatores ambientais, tais como

humidade e poluentes na água. O sensor proposto detecta submersão monitorando uma variação

de potência óptica de 16 �� em 1550 ��, e a variação da potência óptica é apenas afetada pela

força de flutuação. Em adição, este sensor de água rapidamente retorna ao seu estado inicial

quando a água desaparece, e a perda de inserção quando ele é conectado a uma fibra monomodo

em ambas extremidades usando conectores é de apenas −1,2 �� em 1550 ��.

Figura 3.6 – Diagrama esquemático do sensor de água. [Jung, 2006]

Figura 3.7 – Operação do sensor de água (a) sem água e (b) com água [Jung, 2006].

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Nguyen [Nguyen e Gupta, 2009] investigou um sensor baseado em curvaturas para

aplicações em monitoramento de estruturas. O sensor, chamado de sensor por loop de fibra, é

baseado no modelo de modulação de potência. O sensor é baseado no princípio de perda de

potência óptica da seção curvada de uma fibra óptica. Testes com resolução mais baixa sobre

uma grande faixa de deslocamentos fornece uma inclinação linear de perda de potência com

respeito a deslocamentos, enquanto testes com resolução mais alta mostraram presença de picos

de ressonância dentro da região. Portanto há a possibilidade de se usar o sensor ou com alta

resolução ou sobre uma faixa e medições maiores. Estudos da calibração mostraram que

resolução de força de 10Rt+ pode ser obtida nesses sensores. A região de medição de maior

resolução pode ser alcançada usando-se um loop pre-estressado para ficar dentro da região entre

dois picos de ressonância. Testes de carga cíclicos mostraram que o sensor sobreviveu a 10t

ciclos de carga e pode ser usado em aplicações práticas. Sob várias taxas de carga, na faixa de

0,01 − 4��/Y, a resposta do sensor permaneceu consistente.

Qin [Qin et al., 2009] estudou experimentalmente a resposta na frequência de vibração

de um sensor de fibra óptica baseado em curvatura; usaram fibras multimodo e monomodo e

apresentaram um contraste entre as duas fibras usadas como elemento sensor. O estudo

experimental sobre a resposta de frequência de vibração foi feita na faixa de 287 a 4762 !,. O

sensor com fibras multimodo mostrou-se mais sensível acima de 500 Hz, porém, na faixa de 287

a 500 Hz o sensor com fibra monomodo teve melhor desempenho.

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4 FIBRAS DUAL-CLAD

Neste capítulo é apresentada uma revisão sobre a fibra especial �u� − ( ��, ou

�vu� * − ( ��, mais frequentemente referida como fibra de i�w� − D, usada no

desenvolvimento dos sensores desta tese. Este tipo de fibra é a base da fibra �� − ��, que foi

usada neste trabalho e que será tratada no Capítulo 5.

4.1 Perdas radiantes por vazamento modal em guias de luz monomodo com dupla casca, de casca interna com índice rebaixado

A Figura 4.1 (a) – (d) compara formas de perfis de índice de refração para quatro tipos de

guias de luz monomodo. O tipo na Figura. 4.1(a) é o mais frequente descrito na literatura [Li,

1980]. Tipicamente tem um núcleo de sílica com germânio e uma casca depositada de sílica e

fósforo cujo índice de refração �?(1 + ∆) é ligeiramente maior que o índice �? da sílica (∆

é a diferença do índice de refração entre o núcleo e a casca óptica externa). Νa maioria das

fibras, uma pequena quantidade de flúor é adicionada na casca para compensar o fósforo e obter

∆�= 0 (∆′ é a diferença entre o índice de refração da casca interna e da casca externa). A Figura.

4.1(b) – (d) ilustra características de estruturas de perfis de fibras de casca dupla [Kawakami,

1974] na qual flúor é depositado em uma casca interna para rebaixar seu índice de refração

(∆�< 0) abaixo de uma casca de sílica externa não dopada [Ainslie et al.,1981; Lazay et al., 1981;

Irven, Byron, Cannell, 1981]. Os núcleos dessas fibras podem conter sílica dopada com

germânio, como na Figura 4.1 (b) ou silicato de fósforo, como na Figura 4.1 (c). Fibras de casca

dupla com casca rebaixada larga são aproximações de fibras com índice de refração em degrau

com casca infinita. Entretanto, se a largura da casca rebaixada é reduzida, como na Figura 4.1 (d),

as propriedades de guiamento da monomodo se tornam influenciadas por ∆′ e por ∆.

Tais guias de luz são potencialmente úteis para aplicações em multiplexação por divisão

de comprimentos de onda (WDM) porque podem ser confeccionados para ter baixa dispersão

entre dois comprimentos de onda de dispersão zero [ Miya et al.,1981].

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As propriedades dos guias de luz de estruturas com casca de índice aumentado [Figura 4.1

(a)] são fundamentalmente diferentes das propriedades dos guias de luz com estruturas de casca

de índices rebaixados [Figuras 4.1 (b) - (d)] para comprimentos de onda longos. O modo

fundamental !"" (fibras monomodo operam em uma frequência onde apenas este modo se

propaga) em uma fibra de índice degrau com ∆′ ≥ 0 [Figura 4.1 (a)] não se torna cortado mesmo

em um comprimento de onda arbitrariamente longo. Entretanto, se ∆�< 0 [Figura 1 (b) – (d)],

então o modo !"" pode tornar-se cortado, mesmo em um guia de luz perfeito, se o índice de

fase modal efetivo se tornar menor do que o índice de refração da casca externa. Portanto, o

Figura 4.1 – Formas de índice de refração para quatro tipos de fibras monomodo. [Cohen, Marcuse, Mammel, 1982].

(a)

(b)

(c)

(d)

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comprimento de onda no corte depende da relação da constante de propagação modal H pela

constante de propagação � = 2d/I da onda plana no espaço livre.

Se H � > �?⁄ , não há perdas por vazamento. Entretanto, se a constante de propagação é

menor, de tal modo que H � < �?⁄ como mostrado na Figura 4.1 (b), então o modo é dito cortado,

porque potência irradia através da casca externa. Se ∆= 0, como na Figura 4.1 (c), então

H � < �?⁄ e não há perdas por vazamento em todos os comprimentos de onda. Portanto o modo

fundamental em uma fibra de casca dupla pode ser cortado se sua casca interna é suficientemente

rebaixada para fazer seu índice de fase menor que o índice de refração da casca externa. Este

mecanismo faz a luz vazar para fora da fibra com casca de índice rebaixado, e explica as altas

perdas observadas experimentalmente.

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4.2 Influência da curvatura sobre as perdas em fibras de dupla casca

Fibras ópticas monomodo típicas consistem de um núcleo cujo índice de refração é

aumentado em relação ao índice de refração da sílica pura pela dopagem com germânio ou uma

mistura de germânio e fósforo. O núcleo é envolto por uma casca que pode ser feita de sílica

pura. Entretanto, em razão da temperatura de amolecimento da sílica ser muito alta, a casca é

geralmente também dopada com germânio ou uma mistura de germânio e fosforo, para reduzir

o ponto de amolecimento do material da casca. Assim, em fibras convencionais, o índice de

refração da casca é mantido ligeiramente maior que o índice de refração da sílica pura. Fibras

deste tipo exibem dispersão mínima em 1,35 μ�, bastante distante do comprimento de onda

desejado, de 1,3 μ�. O deslocamento do comprimento de onda de dispersão mínima de

1,28 μ� (para sílica pura) para 1,35 μ� é atribuído à dopagem de germânio e de algumas

propriedades de guiamento da luz na fibra (dispersão do guia de onda). Se por um lado o

germânio aumenta o índice de refração e o comprimento de onda de dispersão mínima, a

dopagem com flúor faz reduzir ambas as quantidades. Por esta razão, fibras ópticas são feitas

com núcleos que contém apenas uma pequena quantidade de germânio e são circundadas por

uma casca interna cujo índice de refração é reduzido pela dopagem da sílica com flúor. Esta

combinação de um núcleo com um índice de refração ligeiramente superior e uma casca com

índice de refração ligeiramente inferior resulta em uma fibra com perfil de índice de refração do

tipo degrau com uma diferença de índice de refração núcleo-casca desejada e que tem a

vantagem de permitir que o comprimento de onda de dispersão mínima seja deslocado para 1,3

µm.

Fibras de dupla casca, ou dual-clad, também referidas como doubly-clad, ou ainda fibras

de perfil-W, são fibras constituídas por um núcleo cujo índice de refração é, ou ligeiramente

maior, ou igual, ao da sílica pura, e cuja casca (ou cladding) interno tem um índice de refração

ligeiramente menor que o da sílica pura fundida. Essas duas regiões da fibra são protegidas por

uma casca externa feita de sílica fundida. As regiões de diferentes índices de refração da fibra

(curvada) estão indicadas na Figura 4.2.

Se o índice de refração da casca externa é igual ou maior do que o índice de refração do

núcleo, todos os modos da fibra são ondas que “vazam”. Um modo é uma onda que “vaza” se

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sua constante de propagação β, a constante de propagação no espaço livre � = 2d/I, e o índice

de refração �# da casca externa satisfazem a relação H � <⁄ �#. Para modelos teóricos da

determinação do aumento da perda do modo fundamental de fibras de dupla casca, com índice

de refração da casca interna rebaixada, assume-se que o modo !"" da fibra reta é uma onda

vazante cujas perdas por vazamento dependem (entre outros parâmetros) da espessura [� − �] da casca interna. Se a casca interna é larga o suficiente, as perdas podem ser mantidas

desprezíveis.

5

6

Figura 4.2 - Distribuição do índice de refração de uma fibra de dupla casca, com casca

interna de índice de refração rebaixado. [Marcuse, 1982]

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No entanto, uma fibra projetada para ter baixa perda quando estiver reta pode exibir

significativo aumento nas perdas quando curvada. Assim é importante poder se estimar as perdas

da fibra curvada de dupla casca para garantir operação de baixa perda mesmo quando ela estiver

curvada.

Os resultados desses estudos, como o de Marcuse (1982) mostram claramente que as

perdas por vazamento do modo !"" aumentam com a redução do raio de curvatura. Para uma

fibra típica, o efeito da curvatura pode se tornar aparente quando o raio de curvatura decrescer

abaixo de 10 (�.

O modelo desenvolvido por Marcuse (1982) permite projetar uma fibra de casca dupla,

com casca rebaixada. Para indicar a importância de se manter uma casca interna (com índice de

refração rebaixado depositado) suficientemente larga, está mostrado, na Figura 4.3, as perdas por

vazamento de uma fibra de casca dupla, reta, em função do comprimento de onda para diversos

valores da razão casca/núcleo (� �⁄ ) . No pior caso possível onde o índice de refração do núcleo

é igual ao índice de refração da casca externa, �# = �". Para �" − �# > 0, o modo guiado !""

da fibra reta deixaria de ser uma onda vazada para comprimentos de onda curtos. Entretanto é

aconselhável projetar uma fibra com casca de índice de refração rebaixado com largura suficiente

para assegurar que a perda de modo vazado permanece em níveis aceitáveis através da faixa de

comprimentos de onda de interesse.

De acordo com a Figura 4.3 deve-se ter a relação � �⁄ > 9 para assegurar operação

monomodo com perda abaixo de 0,1 ��/�� na faixa de comprimentos de onda de 1,5 a 1,6 μ�.

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Quanto ao comportamento da fibra em relação às perdas por curvatura, a Figura 4.4

mostra a razão das perdas por curvatura de uma fibra com casca interna de índice de refração

rebaixado em relação à perda por vazamento da fibra reta em função do raio de curvatura relativo

�⁄ (� = raio do núcleo da fibra) para diversos valores da relação raio da casca pelo raio do

núcleo � �⁄ [ (∝ ( )�5�4�� ∝ (∞)�5�4��)⁄ ) versus �⁄ ].

Para efeito de comparação, as curvas tracejadas da Figura 4.4 mostram a razão das perdas

por curvatura de uma fibra com casca interna se estendendo ao infinito (�# = �P) em relação à

perda por vazamento da fibra reta com (�# = �")

[ (∝ ( )�23��� ∝ (∞)�5�4��)⁄ ) versus �⁄ ].

Figura 4.3 - Perda por vazamento da fibra reta de casca dupla em função do

comprimento de onda para diversos valores da razão casca-núcleo � �⁄ . Raio da fibra

� = 3,5 μ�; diferença relativa de índice de refração núcleo-casca, (�P − �") �"⁄ =0,005 ; índice de refração da casca externa igual ao índice de refração do núcleo,

�# = �" [Marcuse, 1982].

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A figura mostra claramente o aumento substancial das perdas por vazamento causadas

pela curvatura. A figura mostra também que as linhas sólidas e tracejadas coincidem para raios de

curvaturas pequenos, indicando que a casca externa perde sua influência se a radiação se descola

da fibra já dentro da região da casca interna.

A Figura 4.4 dá uma indicação do aumento da perda relativa devido à curvatura da fibra.

A Figura 4.5 mostra o aumento da perda em termos absolutos. A linha sólida indica a perda por

vazamento na fibra reta em função do comprimento de onda. As linhas tracejadas representam

perdas para diferentes valores finitos do raio de curvatura. Para uma fibra com � � = 8⁄ , o

aumento da perda por vazamento atribuível ao eixo da fibra curvada torna-se perceptível para

= 10 (�. Para = 3,5 (�, a perda por vazamento mais do que já dobrou.

Neste capítulo fizemos uma breve revisão dos principais conceitos e propriedades das

fibras ópticas de perfil-W. No próximo capítulo estudaremos essas fibras com núcleo ativo.

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Figura 4.4 - Relação da perda do modo de vazamento na fibra curvada pela perda do modo na

fibra reta em função de /� para valores da razão do raio da casca pelo raio do núcleo �/�.

Parâmetros usados: �# = �" = 1,457; (�" − �P) �"⁄ = 0,005; I = 1,3μ�; � = 3,5μ�. Com

esse valores, g = frequencia normalizada = �?��(�"P − �PP) = 2,467, onde �? = 2d I⁄ . As

linhas tracejadas representam a relação da perda por curvatura na fibra de casca única pela

perda por vazamento na fibra de dupla casca reta [Marcuse, 1982].

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Figura 4.5 - Perda de potência do modo fundamental !"" em função do

comprimento de onda para diversos valores de . A curva sólida representa a perda

na fibra reta; as curvas tracejadas representam as perdas na fibra curvada. Foi usada a

relação � � = 8⁄ ; todos os outros parâmetros são os mesmos da Figura 4.4 [Marcuse,

1982].

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5 FIBRAS DE PERFIL-W COM CASCA REBAIXADA

(DEPRESSED-CLADDING) DOPADAS COM ÉRBIO (DC-

EDF)

Neste capítulo descrevemos os conceitos básicos da fibra DC-EDF utilizada como sensor

nesta tese. Essas fibras são fibras com perfil-W, ou dual-clad, ou ainda doubly-clad, de casca

interna com índice de refração rebaixado em relação à casca externa, porém tem núcleo ativo

dopado com terra-rara.

5.1 Estrutura da fibra DC-EDF

O Capítulo 4 apresentou as principais características e propriedades das fibras de dupla

casca, com casca interna de índice de refração rebaixado em relação à casca externa e núcleo.

Essas fibras são também referidas como fibras de perfil-W.

Fibras ópticas de casca rebaixada dopadas com érbio (: � /��/���P) (Depressed

Cladding Erbium-Doped Fiber – DC-EDF) são fibras de perfil-W com núcleo dopado com terra-

rara.

A Figura 5.1 ilustra uma fibra óptica compreendida por um núcleo monomodo de sílica

que tem índice de refração �3�Q�75 tipicamente de cerca de 1,47 e um raio " de cerca de

2 – 5 μ� dopado com íons de terra-rara apropriados. Esses íons de terra-rara constituem o

elemento ativo para um laser à fibra óptica (isto é, um laser feito de fibra óptica que tem como

meio ativo os íons de érbio em seu núcleo) ou um amplificador de fibra óptica. Por exemplo, o

núcleo da fibra pode ser dopado com íons de érbio (), tipicamente denotados por #$, que,

neste caso especifico a fibra óptica exibe ganho em um comprimento de onda tipicamente ao

redor de 1550 ��. O núcleo da fibra pode também ser dopado com

neodímio (+�) ou itérbio (��) ou combinações de Er, Nd ou Yb, tais como, por exemplo,

Er:Yb ou Nd:Yb.

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O núcleo é envolto por uma casca interna com seção transversal circular. A região da

casca abrange a extensão longitudinal inteira do núcleo. Essa região em geral é feita com sílica,

tendo um índice de refração menor que o índice de refração do núcleo. Tipicamente o valor de

�Q�L�" é 1,44 e a espessura da camada P da casca é tipicamente de 2 − 5 μ�. Por sua vez, a

primeira camada da casca é envolta por uma segunda camada de casca. O índice de refração

�Q�L�P da segunda casca é selecionado para ter índice de refração maior que o índice de refração

�Q�L�" da primeira casca. Por exemplo, no caso onde o índice de refração do núcleo �3�Q�75 é

1,47 e o índice de refração da casca interna �Q�L�" é 1,44, o índice de refração �Q�L�P da segunda

casca é 1,45. A espessura da camada # da segunda casca tem, tipicamente, de 2 − 5 μ�.

Embora não mostrado na Figura 5.1, a segunda casca pode ser envolta por uma casca de bombeio

que tem um diâmetro de cerca de 250 μ�, por exemplo, para receber luz de bombeio para excitar

os íons de terra rara presentes no núcleo da fibra. O diâmetro da casca de bombeio é,

proporcionalmente, muito maior do que o da seção núcleo/casca da fibra. Por exemplo, a

extensão diametral da seção núcleo/casca da fibra pode ser de 4 μ� a 10 μ� comparada à casca

de bombeio de 250 μ�. A casca de bombeio pode ter a forma do corte transversal diferente da

forma do corte transversal da fibra. Por exemplo, o corte transversal da casca de bombeio pode

ter a forma quadrada, retangular ou elíptica. A casca de bombeio também deve ser envolta por

uma casca de proteção e confinamento da luz.

Figura 5.1 - Diagrama esquemático do corte transversal de uma fibra óptica

de dupla casca.

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Conforme discutido anteriormente, fibras com essas características produzem uma perda

distribuída nas frequências não desejadas. Essas perdas podem ser aumentadas curvando-se a

fibra à um raio de curvatura apropriado. Fibras com perfil-W são muito sensíveis à curvatura e

consequentemente proporcionam um nítido limiar de corte para frequências maiores indesejadas.

Como são sensíveis às curvaturas, com curvaturas apropriadas podem proporcionar aumento das

perdas em comprimentos de onda maiores. Como exemplo, se o comprimento de onda de

operação desejado em um laser à fibra tem um pico em 1100 �� e o comprimento de onda

maior não preferido causado por espalhamento Raman tem um pico em 1180 ��, então um corte

relativamente nítido dos comprimentos de onda maiores causados pelo espalhamento Raman

pode ser conseguido construindo-se uma fibra de acordo com a Figura 5.2 e curvando-a

apropriadamente. Isso faz com que os comprimentos de onda maiores do sinal Raman em

1180 �� irradiem para fora da fibra.

Figura 5.2 - Ilustração gráfica da característica de perda versus comprimento

de onda, com e sem curvatura na fibra.

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Isso está ilustrado na Figura 5.2 onde pode ser visto que a perda da fibra aumenta com o

comprimento de onda como ilustrado na curva (perda na fibra sem curvatura). A curvatura feita

na fibra proporciona um limiar de corte nítido onde ocorre uma transição de baixa perda para alta

perda nos comprimentos de onda maiores e não preferidos, no caso exemplificado, em

comprimentos de onda igual ou maior que 1180 ��, eliminando, no caso, o pico provocado pelo

espalhamento Raman, em 1180 ��, como mostrado na curva de perda com curvatura da Figura

5.2.

5.2 Níveis de energia do ��$�; absorção e emissão; emissão espontânea amplificada e

emissão estimulada amplificada

O érbio presente na fibra dopada do EDFA é um elemento da família terras raras da tabela

periódica. A Figura 5.3 ilustra o esquema dos níveis de energia do átomo de érbio para as últimas

camadas eletrônicas. Para que o processo de amplificação ocorra, elétrons do nível fundamental

devem absorver a energia de bombeio e atingir níveis eletrônicos de maior energia. Tendo

permanecido nestes níveis por um tempo característico, os elétrons decaem para o nível

fundamental emitindo fótons com comprimentos de onda dentro da região espectral de

amplificação. No diagrama da Figura 5.3 são representadas as transições que produzem absorção

em cada um dos dois comprimentos de onda mais usados para o bombeio dos amplificadores de

Érbio: 980 e 1480 ��. Outros comprimentos de onda possíveis seriam 810 e 659 ��. A

emissão ocorre numa faixa larga de comprimentos de onda em torno de 1550 ��. O nível +1

(4<15/2) é o nível fundamental enquanto o nível +2 (4<13/2) é o nível metaestável. As

transições do nível +2 para +1 são as que efetivamente produzem ganho no amplificador, pois o

ganho do amplificador depende do tempo de permanência do elétron neste nível (tempo de vida),

da ordem de 10 �Y. Os tempos de vida do elétron nos outros níveis são da ordem de

microssegundos, o que não resulta em ganho. O sistema de amplificação com bombeio em

1480 �� é conhecido como sistema de dois níveis, pois os elétrons são excitados diretamente

para o nível metaestável. O sistema de amplificação com bombeio em 980 �� é denominado de

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três níveis, pois os elétrons são excitados inicialmente para o nível +3 (4<11/2), onde

permanecem por poucos microssegundos antes de decaírem para o nível metaestável. A Figura

5.4 mostra um gráfico do comportamento espectral da absorção (atenuação) e emissão (ganho) de

uma fibra dopada comercial, na região entre 1450 e 1650 ��.

Figura 5.4 - Diagrama dos espectros de absorção e emissão de uma fibra de

sílica dopada com 3+.

Figura. 5.3 - Diagrama de níveis de energia do #$em fibras de sílica.

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72

Existem dois processos que levam à emissão na região de 1550 ��: emissão estimulada e

emissão espontânea (ver Figura 5.5). Na presença de sinal, ambos os processos de emissão

acontecem simultaneamente no amplificador. A passagem de sinal óptico pelo meio dopado com

érbio, e já previamente excitado com bombeio, estimula a transição dos elétrons para níveis de

energia menor, levando à emissão de luz coerente no comprimento de onda original, isto é,

amplificando o sinal. Esta é a chamada emissão estimulada, que produz o ganho do amplificador.

Entretanto, parte dos elétrons decai espontaneamente para níveis de menor energia, gerando

fótons com comprimento de onda, direção de propagação e polarização diferentes do sinal. A

emissão espontânea gerada no amplificador se propaga ao longo da fibra e é também amplificada,

gerando ruído na saída do amplificador. Este ruído é chamado de emissão espontânea amplificada

ou ASE.

No início da fibra DC-EDF a produção de fótons pelo processo de emissão estimulada ou

espontânea gera fótons em todos os comprimentos de onda como mostrado na Figura 5.5. Mas

devido ao processo de filtragem exercida pela própria fibra DC-EDF ao longo de toda a fibra os

fótons de comprimentos de onda superiores a 1525 �� serão removidos, de tal forma que

somente os fótons (de ASE ou sinal) com comprimentos de onda inferiores a 1525 �� poderão

Figura 5.5 - Ilustração dos processos que levam à emissão na região de 1550 ��:

emissão estimulada e emissão espontânea.

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continuar gerando, ao longo da fibra, ganho e ruído ASE nesta faixa de comprimentos de onda.

Ou seja, sem a presença de fótons com comprimento de onda superior a 1525 �� os processos

de emissão estimulado ou espontâneo são feitos por fótons com comprimento de onda abaixo de

1525 ��.

5.3 Amplificadores de fibra óptica com DC-EDF e seu uso em amplificadores de fibra

dopada com érbio para banda-S

Guias de onda ópticos são projetados para guiar luz de vários modos e estados de

polarização, contidos dentro de uma faixa de comprimentos de onda, de modo controlado. Fibra

óptica monomodo é o mais comum guia de onda para transportar luz à longas distâncias. Outros

guias de onda ópticos, tais como guias de onda planares, guias de onda de polímeros e guias de

onda multimodo são comumente usados para guiar luz sobre distâncias curtas e especialmente

para combinar ou separar luz de diferentes comprimentos de onda, misturar frequências ópticas

em materiais de óptica não linear, modular luz e integrar muitas funções e operações em

pequenos espaços.

Em essência, um guia de onda óptico é um material de alto índice de refração, geralmente

referido como núcleo em uma fibra óptica, imerso em um material ou estrutura com índice de

refração menor, referido geralmente como cladding, ou casca, tal que luz injetada dentro do

material de alto índice de refração, dentro de um cone de aceitação, é confinada para propagar

através dele. O confinamento acontece porque a luz, na interface entre os materiais de alto e

baixo índice de refração, sofre reflexão interna total (TIR) de volta para o material de alto índice

de refração.

O problema da amplificação de sinais ópticos para transmissão em longas distâncias foi

abordado e tratado com sucesso com o advento do desenvolvimento de amplificadores de fibras

dopadas com érbio (Erbium doped fiber amplifiers - EDFAs).

Um EDFA consiste de um pedaço de fibra óptica de sílica com um núcleo ativo dopado

com átomos ionizados do elemento terra rara érbio (#$). A fibra é bombeada com um laser

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operando no comprimento de onda 980 �� ou 1480 ��. A fibra dopada bombeada é acoplada

opticamente à fibra de transmissão de tal maneira que o sinal de entrada é combinado com o sinal

bombeado na fibra dopada. Um isolador na entrada e saída são necessários para evitar reflexões

que converteriam o amplificador em um laser.

Os primeiros amplificadores ópticos podiam fornecer ganhos de 30 a 40 �� na banda-C

que se estende de 1530 a 1565 �� com figuras de ruído de menos de 5 ��. Em 2005 foram

desenvolvidos amplificadores que podem fornecer ganhos de 25 �� na banda-L (1565 a

1625 ��) assim como na banda-C.

Há um grande interesse na indústria de telecomunicações em fazer uso da faixa de

espectro óptico com comprimentos de onda menores do que aqueles atualmente possíveis com

EDFAs para banda-C e banda-L. A faixa de comprimentos de onda, comumente chamada de

banda-S, ou short-band é mal definida porque não há consenso sobre a tecnologia preferida de

amplificador. Em geral, no entanto, a banda-S é considerada como compreendida entre os

comprimentos de onda 1460 nm e cerca de 1525 nm (Figura 5.6).

Figura 5.6 - Largura de banda de amplificação óptica para cada tipo de

amplificador e espectro de perda de transmissão.

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75

O ganho tipicamente observado em amplificadores para banda-S é limitado por diversos

fatores, incluindo inversão de população incompleta dos íons de érbio ativos (ver página 80) e

pela emissão espontânea amplificada (amplified spontaneous emission – ASE) do pico de alto

ganho próximo de 1530 ��.

Os primeiros mecanismos propostos para supressão da ASE em 1530 ��, e em

comprimentos de onda maiores, não foram eficientes.

Vários tipos de guias de onda e fibras ópticas com as quais um EDFA para banda-S pode

ser produzido, foram propostos.

A maioria dos guias de onda é projetada para evitar que a luz injetada se desacople via

mecanismos tais como ondas evanescentes, espalhamento, perdas por curvatura e perdas por

vazamento modal. Um estudo geral desses mecanismos pode ser encontrado na literatura [Cohen,

1982]. Nesta referência os autores descrevem a propagação da luz em guias de luz mais

complexos com a casca tendo uma variação no índice de refração (fibras com casca rebaixada).

Cohen observou que cascas de índice de refração rebaixado produzem altas perdas ao modo

fundamental para comprimentos de onda longos. Além disso, fibras de perfil-W, com alto índice

de refração no núcleo, baixo índice de refração na casca interna, e índice de refração

intermediário na casca externa, tem um certo comprimento de onda de corte acima do qual as

perdas do modo fundamental se intensificam fortemente. Essas perdas não produzem taxas de

atenuação muito altas e, de fato, os autores estudam o comportamento de guiamento da fibra

perto deste comprimento de onda de corte para sugerir maneiras de reduzir as perdas.

As patentes U.S. 5.892.615 e 6.118.575 ensinam o uso de fibras de perfil-W similar às

descritas por L. G. Cohen [Cohen, 1982] para suprimir frequências indesejadas e desta forma

obter potência de saída mais alta em um laser bombeado pela casca. Tais fibras vazam luz de

forma natural nos comprimentos de onda longos e são mais sensíveis à curvatura do que outras

fibras. De fato, quando curvadas, as curvaturas prejudicam a habilidade das fibras de perfil-W em

guiar luz por reflexão interna total. Quanto maior o comprimento de onda, mais seu campo

evanescente se projeta para fora do núcleo da fibra, e mais provavelmente a luz neste

comprimento de onda será perdida do núcleo da fibra curvada. Desta forma, como discutido na

Seção 2.3.1, ao se curvar a fibra corta-se frequências mais baixas (comprimentos de onda

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maiores) não preferidas, tais como comprimentos de onda de espalhamento Raman, a taxas de

centenas de dB por metro.

As perdas relativamente altas e os baixos ganhos tornam a seleção de fibras e o perfil das

fibras muito difícil quando se quer produzir um EDFA para banda-S. A alta inversão de

população exigida para amplificação na banda-S pode ser obtida pela supressão da ASE no pico

de ganho de 1530 �� e comprimentos de onda maiores. Para comprimentos de onda dentro da

banda-S, a relação entre a seção transversal de absorção e a seção transversal de emissão é muito

maior que na banda-C. Portanto, para se atingir transparência na banda-S é necessário uma

inversão de população muito mais alta. A Figura 5.7 mostra as seções transversais de absorção e

de emissão, dependentes do comprimento de onda, de vidro alumino-germano-silicato dopado

com . Outros vidros dopados com tem espectros de ganho (emissão) e absorção

qualitativamente similar. O ganho se estende para comprimentos de onda mais curtos que

1450 ��, mas a seção transversal de absorção é muito maior do que a seção transversal de

emissão para todos os comprimentos de onda dentro da banda de comprimentos de onda curtos

(extensão da banda-S de 1425 �� a 1525 ��). Particularmente, a seção transversal de absorção

é muito acima da seção transversal de emissão próximo de 1500 ��. Isso indica que níveis altos

de inversão de população relativa � são exigidos para o produzir ganho líquido substancial na

banda-S (página 80). Uma banda de comprimentos de onda longos, neste caso banda-C e banda-

L, se estendem de 1525 nm a 1640 nm. As bandas −� e – > exibem ganhos altos, especialmente

na banda-C, no pico de comprimento de onda ao redor de 1530 nm. A escolha de vidros alumino-

germano-silicato é em geral preferida porque quando esses materiais são dopados com a seção

transversal de emissão é maior em relação às fibras de vidro padrão.

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Como a seção transversal de emissão em 1530 �� é de 4 - 6 vezes maior do que a seção

transversal de emissão na banda-S, um amplificador com 30 �� de ganho útil na banda-S requer

pelo menos 120 �� − 180 �� de atenuação em 1530 ��.

De fato, os problemas são tão severos que os primeiros amplificadores ópticos para a

banda-S usaram interposição de filtros externos entre seções do EDFA. Por exemplo, Ishikawa

[Ishikawa et al., 2001] divulgou um método de fabricar um EDFA para banda-S usando cinco

estágios de EDFA em cascata e quatro filtros para supressão da ASE. A absorção de cada filtro

de supressão usado em 1530 �� era de 30 �� e as perdas de inserção de cada filtro de supressão

em 1480 �� e em 980 �� eram de 2 �� e 1 ��, respectivamente. A configuração de bombeio

usada foi bi-direcional, usando comprimento de onda de 980 �� para manter uma alta inversão,

com � (inversão relativa) maior que 0,7 (� ≥ 0,7). As potências de bombeio usadas para frente e

para trás eram as mesmas, sendo a potência total de bombeio de 480 �D. Ishikawa conseguiu

Se

ção

tra

nsv

ers

al d

e a

bso

rçã

o/e

mis

são

(p

m2)

Comprimento de onda (nm)

banda-S (1425-1525 nm)

λc

Si-Ge-Al dopada com Er

D > 0,7

Figura 5.7 - Seções transversais de absorção e emissão para o $#

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ganho máximo de 25 �� em 1518,7 ��. Este método, esquematizado na Figura 5.8, é

complicado e caro pois requer cinco EDFAs, quatro filtros de supressão de ASE e alta potência

de bombeio. Além disso cada um dos filtros de supressão introduz perda de inserção adicional de

1 – 2 ��. A perda de inserção total adicional foi assim de 4 – 8 ��.

Em vista disso, seria um grande avanço desenvolver amplificadores ópticos que exibissem

ganhos líquidos na banda-S e que não requeressem filtros externos, e tendo exigências de baixas

potências de bombeio. Especificamente, seria um avanço desenvolver um EDFA com supressão

distribuída na banda-C e banda-L ou substancialmente em 1530 nm e comprimentos de ondas

Figura 5.8 - Diagrama esquemático de um amplificador de fibra dopada com érbio

para banda-S usando filtros de supressão de ASE da banda-C [adaptada de NTT

Technical Review, Vol. 1 No. 3 June 2003].

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maiores sobre todo o comprimento de um amplificador à fibra, e com ganho liquido sobre toda

banda-S.

A Figura 5.9 é um diagrama ilustrando o perfil da seção transversal da fibra de perfil-W

DC-EDF. O núcleo é circundado por uma casca rebaixada, que por sua vez é envolta por uma

casca secundária. A região associada ao núcleo se estende de 0 ≤ ≤ ?; a região da casca com

índice de refração rebaixado se estende de ? ≤ ≤ "; e a casca secundária de " ≥ ≤ P. O

núcleo tem índice de refração �?, a casca rebaixada tem índice de refração �", e a casca

secundária tem índice de refração �P. O gráfico posicionado acima na seção transversal parcial da

fibra ilustra um índice de refração médio definindo um perfil-W na fibra. A fibra tem um material

ativo dopado no núcleo, que constitui o meio do laser, ou do amplificador, tais como íons de

terras raras. A seleção de valores de índices de refração apropriados �?, �", �P e de raios

?, ", P é feita para se conseguir certas propriedades de guiamento da fibra. Especificamente o

perfil é projetado para ter um comprimento de onda de corte do modo fundamental IQ tal que a

luz no modo fundamental em comprimentos de onda menores que IQ é retida no núcleo, enquanto

luz no modo fundamental no comprimento de onda IQ ou comprimentos de onda maiores é

perdida (vazada) na casca secundária.

O comprimento de onda de corte do modo fundamental IQ da fibra é o comprimento de

onda no qual o modo fundamental (o modo >1?") sofre transição de baixa perda para alta perda,

isto é, é cortado do núcleo. Voltando à Figura 5.9, a distribuição de intensidade de um modo fundamental guiado em

um primeiro comprimento de onda I" < IQ aparece sobreposto ao perfil de índice de refração

médio. Este primeiro comprimento de onda I" está contido na banda de comprimentos de onda

curtos. Um modo fundamental que não é guiado pela fibra aparece também superposto sobre o

perfil médio do índice de refração. Este modo está no comprimento de onda de corte IQ. Também

está mostrado uma distribuição de intensidade de outro modo, de comprimento de onda IP, cujo

comprimento de onda da radiação é maior que o comprimento de onda de corte IQ < IP , que não

é guiado pela fibra e exibe uma distribuição de intensidade oscilante além do núcleo e casca

rebaixada, e está contido na banda de comprimentos de onda longos.

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Portanto, fibras de casca rebaixada (frequentemente chamadas de fibras de dupla-casca ou

perfil-W) podem ser projetadas para terem um comprimento de onda de corte do modo

fundamental, além do qual, perdas altíssimas de 1 – 1000 ��/� são reportadas. O perfil do

índice de refração é escolhido de modo a assegurar que esta perda distribuída exceda o ganho do

érbio no pico de 1530 ��, enquanto a perda distribuída é muito menor que o ganho de érbio na

banda-S.

A Figura 5.10 ilustra um amplificador de fibra de dupla casca, com casca rebaixada,

perfil-W, dopada com , para amplificação na banda-S. O núcleo é circundado por uma casca

rebaixada e uma casca secundária. O EDFA tem uma jaqueta protetora ao redor da casca

secundária que oferece estabilidade mecânica e o protege contra influências externas. Um sinal

de radiação com comprimento de onda I", contido na banda-S, é enviado, por meio de uma fibra

óptica, ao EDFA para amplificação. Essa fibra é acoplada a uma outra fibra, usada para acoplar

radiação de bombeio de uma laser ao EDFA, por meio de um multiplexador de comprimentos de

onda. O laser emite radiação em um comprimento de onda de bombeio IJ para excitar os íons de

no núcleo para se obter um nível alto de inversão de população �. O parâmetro � varia de

� = −1, indicando que não há inversão de população, a � = 1, significando inversão de

população completa. Quando � = 0, metade exatamente dos íons de estão no estado de

energia excitado enquanto metade permanece no estado fundamental de energia. Neste caso, o

EDFA é transparente (para comprimentos de onda próximos à transição de nível 3 em 1530 nm).

Em geral, em EDFAs para banda-S, a intensidade da radiação de bombeio é determinada tal que

garanta uma inversão relativa de � ≥ 0,7 nos íons de .

A radiação de bombeio e a radiação do sinal são misturadas em um acoplador WDM, e

ambos os sinais são acoplados no núcleo de uma fibra óptica e transmitidos ao EDFA. Na maioria

dos amplificadores para banda-S, as seções transversais do núcleo e das cascas e os índices de

refração �?, �", �P são selecionados para fornecer o comprimento de onda de corte IQ ao redor de

1525 nm. Em outras palavras, o comprimento de onda de corte IQ é selecionado para estar entre a

banda de comprimentos de onda curtos, ou banda-S, e a banda de comprimentos de onda longos,

ou banda-C.

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A radiação do sinal com comprimento de onda I" é amplificado enquanto a ASE em

qualquer comprimento de onda IP nas bandas -C e -L, e especialmente em IP = 1530 ��, é

rejeitada pelo núcleo e é conduzida pela casca, como mostrado na Figura 5.10. Ganhos positivos

na banda-S são tipicamente da ordem de 25 ��, com um EDFA de 6 a 15 metros e inversão

� = 0,8.

Figura 5.9 - Diagrama ilustrando uma fibra de perfil-W DC-EDF e modos guiados e não

guiados.

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Figura 5.10 - Visão isométrica de um amplificador de fibra óptica de perfil-W, de

cladding rebaixado, dopada com érbio (DC-EDF)

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5.4 EDFA para banda-S com supressão de ASE induzida por perda de curvatura de fibra ativa com casca rebaixada

Na Seção 5.3 foi mostrado que para se aumentar a capacidade de transmissão de sistemas

WDM, há a necessidade de amplificação óptica fora das bandas –C e –L. A banda-S, definida na

faixa de 1460 �� a 1530 ��, é particularmente atrativa, sendo caracterizada por baixas perdas

em fibra óptica de sílica. Muitas técnicas foram propostas para realizar amplificação na banda-S,

por exemplo, pela exploração do efeito Raman [Bromage et al., 2001], aproveitando elementos

de dopagem como o túlio [Sakamoto et al., 2002; Cucinotta et al, 2003; Gomes et al, 2005], ou

adotando soluções hibridas [Luthi et al, 2004]. Fibras dopadas com érbio também tem sido

usadas suprimindo a emissão espontânea amplificada (ASE) na banda-C. Como mostrado na

Seção 5.3 esta supressão tem sido realizada anteriormente com complicados filtros multiestágio

[Ono et al., 2003] ou pela exploração do corte do modo fundamental próximo de 1530 nm de

uma fibra dopada com érbio de cladding rebaixado (DC-EDF) [Arbore, 2005; Arbore, et al,

2002; Arbore, et al, 2003]. Simulações numéricas tem sido publicadas demonstrando a

possibilidade de supressão da ASE através de perdas por curvatura de uma fibra de núcleo

coaxial [Thyagarajan, 2004].

Vavassori et al. [2005] estudaram e mediram o desempenho de um amplificador para

banda-S baseado em uma fibra dopada com érbio à base de sílica com casca rebaixada. Os

resultados experimentais provaram que a ASE na banda-C pode ser filtrada enrolando-se a fibra

com diâmetros de curvatura apropriados. Espectros de ganhos foram obtidos para diferentes

diâmetros de curvatura para mostrar como a forma do ganho é influenciada pelas perdas por

curvatura. Amplificadores com ganho de 25 dB, constante em uma faixa de comprimentos de

onda de 14 nm em torno de 1508 nm pode ser obtido com uma fibra dopada de 15 m de

comprimento, curvada com um diâmetro de 15 cm e bombeada por 120 mW com um laser em

980 nm.

Na Figura 5.11 estão plotados os espectros de atenuação para diferentes valores de

diâmetros de curvatura d. Essas medidas foram obtidas com 1 metro de fibra DC-EDF.

Observando o comportamento da fibra sem curvatura (fibra reta - straight), é possível

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observar o mínimo de absorção da fibra com érbio, cerca de -12 dB/m em 1530 nm, e uma

atenuação muito alta para comprimentos de onda I > 1570 ��. Esta atenuação está relacionada

com o corte do modo fundamental da fibra de casca rebaixada, ligeiramente abaixo de 1590 nm.

Apesar deste corte, a fibra reta sem curvatura seria inútil para suprimir a ASE da banda-C,

frustrando assim a amplificação na banda-S. Entretanto, como mostrado na figura, reduzindo-se o

diâmetro da curvatura d , a forte transição na curva de atenuação move-se na direção dos

comprimentos de onda mais curtos. As perdas por curvatura podem, desta forma, serem

exploradas como um filtro sintonizável que suprimem a ASE na banda-C e permitem

amplificação na banda-S. Essas expectativas são confirmadas pelo espectro da ASE da Figura

5.12, que muda de acordo com o comportamento da perda por curvatura. Em particular, a forma

do espectro da ASE obtida com d na faixa de 14 a 16 cm é a mais adequada para se obter

amplificação do sinal na banda-S. De fato, com diâmetros maiores, tal como 60 cm, o espectro

da ASE é estreito demais e centrado em 1530 nm. Por outro lado, com os menores valores de d,

10 e 12 cm, há também uma forte atenuação devido à perda por curvatura na faixa de

comprimentos de onda da banda-S. Em vista dessas considerações,

Figura 5.11 - Espectro de atenuação de fibra DC-EDF para vários diâmetros

de curvatura [Vavassori et al.,2005].

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o desempenho do amplificador foi medido variando o diâmetro de curvatura para uma faixa

ligeiramente mais larga, entre 10 (� e 18 (� para potência de entrada de −15 ���, na faixa de

Figura 5.12 - Espectro da emissão estimulada amplificada (ASE) medido

para diferentes diâmetros de curvatura [Vavassori et al.,2005].

Figura 5.13 - Espectro de ganho versus diâmetro de curvatura medidos para

potencia de sinal de entrada de -15 dBm [Vavassori et al.,2005].

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comprimentos de onda de 1470 �� a 1530 ��, conforme mostrado no espectro de ganho da

Figura 5.13. O melhor espectro de ganho foi obtido com diâmetro de curvatura de 15 cm, sendo o

ganho máximo G ao redor de 22 dB em 1504 nm, com largura de banda em - 3 dB de 26 nm. G

decresce abruptamente depois de 1525 nm porque a atenuação se torna alta demais. Reduzindo-se

d, a forte diminuição do ganho se move na direção dos comprimentos de onda mais curtos, assim

como o valor de G máximo, que é 20 dB em 1500 nm e 16,9 dB em 1490 nm, para diâmetros de

curvatura de 14 cm e 12 cm, respectivamente. Interessante notar que com d = 10 cm não é

possível obter ganho significativo na banda-S.

Poli et al. [2005] também demostraram experimentalmente que, pela supressão apropriada

da ASE através das perdas por curvatura de uma fibra óptica dopada com érbio com cladding

rebaixado, o espectro de ganho de um EDFA pode ser ajustado na faixa de comprimentos de onda

entre a banda-S e a banda-C. Uma fibra dopada com érbio com diferentes seções de curvaturas

foi usada para o controle do deslocamento dos espectros. A Fig. 5.14 mostra o espectro de ASE

medido para 15 � de fibra DC-EDF, bombeada com um laser de potência de 120 mW a 980 nm,

curvada com dois diferentes diâmetros, 15 e 100 cm. O diâmetro de curvatura menor causa perdas

muito altas, que por sua vez provocam a supressão do espectro da ASE da banda-C, enquanto que

com a curvatura de 100 (� de diâmetro o espectro da ASE está ainda centrado ao redor de

1540 ��. Em conformidade com o comportamento da ASE, o espectro de ganho se desloca para

uma faixa de comprimentos de onda diferentes, como mostrado na Figura 5.15, para sinais com

potências de entrada de −20, −10, e 0 ��� e curvaturas de 15 e 100 (�. Selleri e Poli [2008] utilizaram a técnica de supressão da ASE pela exploração das perdas

por curvatura de uma fibra DC-EDF, curvada e dopada apropriadamente, para propor, e verificar

experimentalmente, amplificadores e lasers sintonizáveis para a banda-S. De fato, o espectro da

perda se desloca na direção dos comprimentos de onda mais curtos para diâmetros de curvaturas

menores, e esta propriedade pode ser explorada para inibir a ASE na banda-C em proveito da

mesma na banda-S. O efeito é claramente visível na Figura 5.16, que mostra o aumento das

perdas por curvatura na banda-C com a redução do diâmetro de curvatura.

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Figura 5.14 - Espectro de ASE medido para 15 m de fibra DC-EDF, bombeada

com um laser de potência de 120 mW a 980 nm, curvada com dois diferentes

diâmetros, 15 e 100 cm [Poli et al., 2006].

Figura 5.15 - Espectros de ganhos para sinais com potencias de entrada de

−20, −10, 0 ���, obtidos com 15 m de fibra óptica DC-EDF, para diâmetros de

curvatura de 15 e 100 cm [Poli et al., 2006].

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88

Figura 5.16 - Espectro de perdas por curvatura de uma fibra com cladding

rebaixado dopada com érbio (DC-EDF) obtido pela variação do diâmetro de

curvatura na faixa de 10 − 160 (� [Selleri e Poli, 2008].

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89

5.5 Modelo numérico para EDFA na banda-S baseado em perda distribuída na fibra óptica DC-EDF

O principal limite ao uso da banda-S, de 1460 a 1530 ��, em links ópticos que exploram

multiplexação por divisão de comprimento de onda (WDM) é dada pela dificuldade de se prover

amplificadores eficientes nesta faixa de comprimentos de onda. Diversas soluções tem sido

investigadas nos últimos anos. Por exemplo, amplificadores de fibras dopadas com érbio ou com

túlio [Cucinotta et al., 2003], ou soluções hibridas baseadas em fibras Raman e dopadas com

érbio [Seo et al., 2005; Lüthi et al., 2004], tem sido propostas para cobrir ambas as bandas, a

banda-S e a banda-C, ou até mesmo a faixa toda de bandas compreendida pelas bandas S, C e L,

onde a banda-C e a banda-L se estendem de 1530 a 1565 nm e de 1565 a 1625 nm,

respectivamente.

Infelizmente, com esses modelos, não é possível alcançar os desempenhos de

amplificadores de fibras dopadas com érbio convencionais em termos de simplicidade,

confiabilidade e custos. Uma questão crítica é dada pela baixa confiabilidade das fibras de

telurito e fluoreto para as soluções baseadas em túlio e pelas altas potências de bombeio exigidas

pelo efeito Raman e, como consequência, pelos fenômenos não-lineares que podem ser excitados

na fibra.

A tecnologia baseada em fibra dopada com érbio é, certamente, o mais consolidado e

consagrado, e largamente usado modelo para se conseguir amplificação óptica, e muito esforço

tem sido feito para se obter amplificadores de fibras dopadas com érbio toda em sílica para as três

bandas (S, C, e L) [Yeh et al., 2004; Foroni et al., 2007]. Em particular, tem sido demonstrado

que a emissão espontânea amplificada (ASE) de fibras dopadas com érbio pode ser suprimida na

banda-C, favorecendo a amplificação na banda-S, graças ao corte do modo fundamental de fibras

com casca óptica rebaixada (depressed cladding) [Arbore, 2005; Arbore et al., 2002;, Arbore et

al., 2003]. Comportamento similar tem sido obtido experimentalmente, ainda usando fibras com

casca óptica rebaixada [Vavassori et al., 2005; Rosolem et al., 2005; Foroni et al., 2006; Foroni

et al., 2005], através de uma espécie de efeito de filtragem distribuída dado por perdas de

curvaturas. As perdas distribuídas na fibra permitem não apenas a supressão da ASE na banda-C

como também melhora a equalização do ganho espectral [Kakkar et al., 2005].

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90

Investigações numéricas e teóricas desse último efeito são, entretanto, pobres, e os

modelos usados não são validados por resultados experimentais [Kakkar et al., 2005;

Thyagarajan et al., 2004]. Além disso os trabalhos citados são baseados em modelos

aproximados que não levam corretamente em conta o perfil de índice de refração das fibras.

Como o desempenho dos amplificadores é fortemente relacionado às perdas e ao comportamento

espectral de sobreposição do modo dopante, esses parâmetros devem ser previstos tão

precisamente quanto possível para prover um modelo de amplificador confiável.

Luca Vincetti [Vincetti et al., 2008] desenvolveu um modelo para a análise e o design de

amplificadores ópticos baseados em fibras dopadas com érbio trabalhando na banda-S. O modelo

é capaz de considerar qualquer tipo de fibra, graças à uma complexa formulação pelo método de

elementos finitos (FEM) [Selleri et al., 2001], que é usado para calcular as integrais de

sobreposição entre o campo modal e a região dopada bem como as perdas do modo fundamental

em função do comprimento de onda de trabalho. Este aspecto é muito importante, como já

exposto, pois é base do comportamento do amplificador. A solução usando FEM já tinha sido

aplicada com sucesso para calcular perdas associadas a vazamentos de modos de propagação em

certas estruturas de guias de onda tais como fibras “holy”, fibras de “band gap” fotônico

[Ferrarini et al., 2002; Vincetti et al., 2006], e perdas por curvatura [Tsuji et al., 2004]. As

integrais de sobreposição e a perda modal são usadas para calcular a evolução do campo ao longo

da EDF por meio de algoritmo iterativo.

O modelo foi aplicado com sucesso à análise da desempenho de um amplificador de

banda-S baseado em fibra de casca rebaixada. Os resultados numéricos foram comparados com

dados experimentais, assumindo diferentes raios de curvaturas e potencias de sinal de entrada,

validando a precisão do modelo proposto por Luca Vincetti [Vincetti et al., 2008].

O ganho óptico fornecido pelo amplificador é calculado através de um modelo espacial

[Giles et al., 1991; Pasquale et al., 1993] que descreve a evolução da potência ao longo da fibra

por meio das equações de propagação

�1 (,, I) �, = [�(,, I) − 2  (I)]1(,, I)

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91

onde α é a constante de atenuação do modo fundamental no comprimento de onda λ e

�(,, I) = K7(I) ¡ +P¢

(), *, ,)�(), *, I) �) �* − KL (I) ¡ +" (), *, ,)�(), *, I) �) �*¢

é o ganho por unidade de comprimento; K7 e KL são as seções transversais de emissão e absorção, respectivamente; +P e +" são, respectivamente, a população no estado metaestável e no nível fundamental; � é a seção transversal da fibra. � depende da distribuição do campo transversal através da intensidade normalizada

�(), *, I) = 121 [ £ × !£∗ ∙ ,̂ ] onde

1 = 12 ¡ �¢

[ £ × !£∗ ∙ ,̂ ] �) �*

é a potência do modo.

O cálculo preciso da distribuição do campo e da perda modal é um ponto chave para se

prover um modelo numérico confiável do amplificador.

No modelo, esses parâmetros são calculados usando um código de elemento finito

vetorial, que requer, como dados de entrada, o perfil de índice de refração real da fibra dopada

com érbio. A formulação usada é baseada na equação do rotacional-rotacional do campo

magnético ℎ© obtida desacoplando as equações de Maxwell

∇£ × «ԑNOR" ∇£ × ℎ©¬ − �?PμNOℎ© = 0

onde �? = 2d/I é o número de onda no vácuo, ℎ £ (), *, ,) = !£(), *)�R«­$®3¯°°±²¬³ é o campo

magnético, �7´´ o índice de refração efetivo do modo, e ԑNO e μNO os tensores complexos de

permissividade e permeabilidade magnética. No modelo de elementos finitos, o domínio do

problema é adequadamente dividido em uma malha, que é uma miscelânea de um número finito

de sub-regiões, chamadas elementos. Os elementos usados no modelo são de forma triangular e

de diferentes tamanhos e índices de refração, permitindo, assim, precisa representação de seções

transversais e perfis de índice de refração complexos. Aplicando-se um procedimento variacional,

a equação rotacional-rotacional fornece o seguinte problema algébrico:

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92

j[�] − c  �? + �7´´eP [�]k µ!¶ = 0

onde o autovetor µ!¶ representa a distribuição do campo magnético no plano transversal e o

autovalor ­±² + �7´´ fornece a constante de atenuação e o índice efetivo do modo.

Para se calcular a perda por curvatura, foram usados o código de elementos finitos

vetoriais juntamente com técnicas de mapeamento de conformação [Tsuji et al., 2004; Gloge,

1975; Baggett et al., 2003] que permite substituir-se a fibra curvada, com perfil de índice de

refração �(), *), por uma fibra reta, com perfil de índice de refração �7·(), *). A distribuição do

campo, perda, e índice efetivo dos modos da fibra reta equivalente são os mesmos daqueles da

fibra curvada. Vamos considerar * = 0 como sendo o plano definido pela fibra curvada como

mostrado na Figura 5.17; o perfil de índice de refração equivalente da curva reta é dado por

�7·(), *) = �(), *)�¹̧

onde é o raio de curvatura. Uma comparação entre o perfil de índice de refração real de uma

fibra de casca rebaixada curvada e o de uma fibra reta equivalente está ilustrada na Figura 5.17.

Figura 5.17 - (a) Perfil de índice de refração real de uma fibra curvada de casca rebaixada. (b)

Perfil de índice de refração da fibra reta equivalente depois da aplicação do mapeamento de

conformação [Vincetti, 2008].

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93

A confiabilidade e a precisão do modelo numérico foram verificadas através de uma

comparação com resultados experimentais. A EDF considerada para as medidas é uma fibra de

casca rebaixada, cujo perfil de índice de refração está mostrado na Figura 5.17, com �" − �# =0.0162, �P − �# = −0.0028 e a razão entre o raio da casca externa e o raio do núcleo )P/)" =6.3 . A concentração de ions de érbio é igual a 7,40 × 1024 ív�Y �#⁄ dentro da região dopada com

raio de 1.46μ�. O setup usado para medir o desempenho do amplificador realizado com a fibra

curvada está mostrado na Figura 5.18. O arranjo consiste de um laser sintonizável que lança um

sinal de banda-S na fibra de casca rebaixada EDF curvada com 15 � de comprimento. O laser é

seguido por um atenuador, que permite que o nível de sinal seja ajustado entre −25 e 0 ���. Um

laser de bombeio de 120 �D, 980 ��, é acoplado, através de um WDM, à EDF, cuja

extremidade é conectada à um analisador de espectro óptico.

Os resultados relacionados às perdas por curvaturas foram verificados, sendo o

comportamento do espectro de perdas a base da amplificação na banda-S.

As perdas por curvatura �> definidas como

�>(I) =  (I)20 v�"?(�)

foram obtidas como a diferença entre o espectro de atenuação do modo fundamental da EDF reta

e da curvada. A comparação entre os dados numéricos e experimentais está reportado na Figura

5.19, que mostra uma conformidade muito grande na faixa de comprimentos de onda

considerado. Fica claro pela Figura 5.19 que reduzindo-se , o cotovelo da curva se desloca na

direção de comprimentos de onda menores, causando, assim, níveis de perdas muito altas na parte

superior do espectro. Este efeito é explorado para supressão da ASE na banda-C e para obter

amplificação na banda-S.

Figura 5.18 - Arranjo experimental do amplificador para banda-S [Vincetti, 2008].

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94

Figura 5.19 - Comparação das perdas por curvatura obtidas numericamente e

experimentalmente. [Vincetti, 2008].

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95

6 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL, RESULTADOS E

DISCUSSÕES

Neste capítulo apresentamos as principais contribuições desta tese. Pela primeira vez uma

fibra DC-EDF foi estudada para uso como sensor óptico. De acordo com nosso conhecimento

este trabalho é pioneiro.

Para que haja amplificação óptica na banda-S é necessário suprimir a emissão espontânea

amplificada (ASE) na banda-C. As fibras DC-EDF têm duas propriedades que permitem suprimir

este efeito. Uma dessas propriedades, única em fibras de dupla casca de perfil-W, como é o caso

da DC-EDF, é que é possível projetá-las para que tenham um comprimento de onda de corte do

modo fundamental (o modo LP?"), em geral em torno do comprimento de onda de 1530 ��, no

limiar entre as bandas C e S, acima do qual as perdas do modo fundamental se tornam altas

(> 200 ��). Isso é feito por meio de refinada engenharia óptica, que utiliza parâmetros

geométricos e dos índices de refração do núcleo e das cascas. Isso integra uma perda distribuída

no comprimento de onda de corte (por exemplo, em torno de 1530 nm) e comprimentos de onda

maiores. A fibra é projetada, portanto, para ter um comprimento de onda de corte tal que a

radiação do modo fundamental em comprimentos de onda menores que o comprimento de onda

de corte é retido no núcleo, enquanto que a radiação no modo fundamental no comprimento de

onda de corte ou comprimentos de onda maiores é perdida na casca secundária (modo vazante -

leaky mode). O comprimento de onda de corte da fibra de dupla casca de perfil-W DC-EDF, é um

comprimento de onda no qual o modo fundamental sofre transição de baixas perdas para altas

perdas no núcleo, isto é, é cortado do núcleo.

Outra propriedade, conforme destacamos na seção anterior, é que fibras DC-EDF são

muito sensíveis ao raio de curvatura, e esta propriedade, por si só, ou em conjunto com a

primeira, é usada para suprimir a emissão espontânea amplificada na banda-C gerada pela fibra

dopada com érbio, permitindo assim amplificação na banda-S. Em outras palavras, a ASE na

banda-C pode ser filtrada curvando-se a fibra com diâmetros apropriados, em proveito da

amplificação na banda-S. Um método para ajustar o ganho de um amplificador de dupla

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96

passagem baseado em fibra DC-EDF usando uma bobina elíptica foi apresentado por Rosolem

[Rosolem et al., 2005].

Particularmente, as fibras DC-EDF são aplicadas em amplificadores ópticos na banda-S,

entretanto, sua aplicação como cavidade para laser sintonizável à fibra dopada com érbio na

configuração em anel tem se tornado interessante. Alguns trabalhos de pesquisa [Yeh, Lee e Chi,

2003; Foroni et al., 2007] vem estudando esses lasers e suas características, tais como

comportamento espectral, seus mecanismos de sintonia espectral, sua estabilidade térmica,

temporal e espectral, eficiência de emissão, potência, etc..

Algumas técnicas têm sido propostas para se obter operação do laser de fibra dopada em

bandas não usuais, fora da banda-C convencional. Por exemplo, o comprimento de onda de corte

do modo fundamental em fibras DC-EDF tem sido explorado para sintonizar amplamente o laser

à fibra na banda-S. Outro método é explorar as perdas por curvatura de uma fibra DC-EDF usada

como fibra ativa, assim como filtro sintonizável. De fato, como tem sido estudado, e

experimentalmente demonstrado, curvando-se apropriadamente este tipo de fibra dopada, é

possível sintonizar o espectro de ganho do amplificador entre as bandas S e C [Foroni et al.,

2007].

Considerando a característica de dependência da curvatura para amplificação e “lasing”

das fibras DC-EDF, analisamos, neste trabalho, a aplicação desta fibra como sensor.

Descreveremos os sistemas sensores usando fibras DC-EDF em duas configurações: sensor

amplificador e sensor laser. Os sistemas sensores foram caracterizados na banda-S nas condições

estática e dinâmica. O objetivo é explorar o mecanismo de curvatura/amplificação ou o

mecanismo curvatura/lasing da fibra DC-EDF para se obter um sensor altamente sensível que

pode ser usado em muitas áreas de interesse, tais como, energia elétrica e engenharia civil.

Neste capítulo apresentamos inicialmente a caracterização do perfil de índice de refração

da fibra DC-EDF utilizada nesta tese. Esses resultados experimentais são inéditos uma vez que a

literatura não dispõe de tais informações.

Em seguida apresentamos a descrição dos sistemas de sensores baseados na fibra DC-

EDF, os arranjos experimentais para caracterização desses sistemas, os resultados e as discussões.

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97

O sistema sensor-amplificador foi caracterizado na banda-S na condição estática, isto é,

quando os parâmetros medidos mudam em uma frequência muito baixa, tais como pressão em

barragens ou forças em estruturas civis. Ambos os sistemas de sensores foram caracterizados na

condição dinâmica, isto é, quando as variações dos parâmetros medidos mudam em frequências

altas, tais como, vibrações devido a terremotos, ou vibrações de ultrassom devido à descargas

parciais em hidro-geradores e em transformadores de alta tensão, tornando-se opção aos sensores

ópticos interferométricos [Macià-Sanahuja, Lamela, García-Souto, 2007].

Toda caracterização experimental foi feita no Laboratório de Sensoriamento e Monitoração

Óptica (LSMO) da Fundação CPqD, em Campinas, SP.

6.1 Caracterização do perfil da fibra DC-EDF usada neste trabalho

A fibra perfil-W DC-EDF utilizada nesta tese foi fabricada pela OFS, na Dinamarca.

Durante o desenvolvimento deste trabalho de tese, houve necessidade de caracterizarmos a fibra

DC-EDF quanto ao perfil de índice de refração e sua geometria física. Como o fabricante não

forneceu esses dados, solicitamos a caracterização da fibra para a empresa DRAKA-ALCATEL,

na França, líder mundial no campo de fibras ópticas e cabos para comunicações, que

prontamente, e gentilmente, fez as medidas requeridas por nós. Estes dados são originais e não

disponíveis na literatura.

Os outros dados da fibra fornecidos pela OFS são: concentração de érbio no núcleo ≈

7,9.1024 íons de érbio/m3; pico de absorção em 980 nm: 7.60 dB/m; abertura numérica: 0.3; perda

em 1200 nm: 25 dB/km; perda em 1300 nm: 27 dB/km; diâmetro do revestimento de acrilato:

245 µm; diâmetro da casca: 124.7 µm; circularidade da casca: 0.2%; erro de concentricidade do

núcleo: 0.1 µm; proof test: 2 %.

A Figura 6.1 mostra o perfil de índice de refração (RIP) da fibra com varredura nos eixos

) (curva azul) e * (curva vermelha). A Figura 6.2 é uma ampliação da figura anterior, detalhando

a faixa central da fibra. As Figuras 6.3 e 6.4 mostram os perfis de índice de refração da fibra com

varredura nos eixos x e y, respectivamente. A técnica utilizada foi a Refracted Near-Field (RNF).

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98

1,45

586

1,45

667

1,45

390

1,47

787

1,445

1,450

1,455

1,460

1,465

1,470

1,475

1,480

1,485

-80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Ref

ract

ive

Ind

ex

r [µm]

DRAKA-ALCATEL

PC/PCE/Ehv 15-3-2012

Refractive Index Profile

UNICAMP-CPqD

Delta Total: -0,190 % / -0,266 %

0

Delta Total: -0,190 %

Delta min.: 0,055 %

Delta Total: -0,190 %

Delta min.: 0,055 %

Delta min.: 0,055 %

Refracted Near-Field (RNF), Refractive

Index Profile (RIP) and Geometry

Parameters

Figura 6.1 – Perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF utilizada neste

trabalho, medido com varredura nos eixos ) (curva azul) e * (curva vermelha) da fibra,

usando a técnica Refracted Near-Field (RNF). [gentileza da DRAKA-ALCATEL].

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99

1,45

586

1,45

390

1,445

1,450

1,455

1,460

1,465

1,470

1,475

1,480

1,485

-30 -20 -10 0 10 20 30

Ref

ract

ive

Ind

ex

r [µm]

DRAKA-ALCATEL

PC/PCE/Ehv 15-3-2012

Refractive Index Profile

UNICAMP-CPqD

Diam. Core: 19,11 µm / 15,89 µmDiam. Clad.: 61,27 µm / 125,20 µm

Delta Total: -0,190 % / -0,266 %

Delta min.: 0,055 % / 0,017 %

n Core: 1,45390 / 1,45269

n Clad2: 1,45586 / 1,45630

n Clad1: 1,45667 / 1,45655

n Oil: 1,47787 / 1,47876

Refracted Near-Field (RNF), Refractive

Index Profile (RIP) and Geometry

Parameters

Figura 6.2 – Detalhe do perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF

utilizada neste trabalho, medido com varredura nos eixos ) e * da fibra, usando a técnica

Refracted Near-Field (RNF). [gentileza da DRAKA-ALCATEL].

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100

Figura 6.3 - Perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF, varredura no eixo )

da fibra, usando a técnica Refracted Near-Field (RNF). [gentileza da DRAKA-ALCATEL].

1,47787

1,45667

1,453901,45586

1,445

1,450

1,455

1,460

1,465

1,470

1,475

1,480

1,485

-80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Ind

ex o

f R

efra

ctio

n

radius [µm]

Refractive Index Profile

X-scan

Measured at: jjjj-03-15 PC/PCE/Ehv 15-3-2012

DRAKA-ALCATEL

Diam. Core: 19,11 µmDiam. Clad.: 61,27 µm

Delta Total: -0,190 %

UNICAMP-CPqD

Delta min.: 0,055 %

Refracted Near-Field (RNF), Refractive

Index Profile (RIP) and Geometry

Parameters

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101

As Figuras 6.1 – 6.4 mostram claramente o perfil em forma de W da fibra estudada. O

diâmetro do núcleo é da ordem de 4,5 0�. A casca interna tem 11,5 0� de diâmetro, e a casca

externa tem diâmetro nominal de 125,0 0�. Os valores dos índices de refração do núcleo, da

casca interna e da casca externa são 1,464, 1,448, e 1,456, respectivamente.

1,47876

1,45655

1,452691,45630

1,445

1,450

1,455

1,460

1,465

1,470

1,475

1,480

1,485

-80 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Ind

ex

of

Ref

rac

tio

n

radius [µm]

Refractive Index Profile

Y-scan

Measured at: jjjj-03-15 PC/PCE/Ehv 15-3-2012

DRAKA-ALCATEL

Diam. Core: 15,89 µmDiam. Clad.: 125,20 µm

Delta Total: -0,266 %

UNICAMP-CPqD

Delta min.: 0,017 %

Refracted Near-Field (RNF), RefractiveIndex Profile (RIP) and GeometryParameters

Figura 6.4- Perfil de índice de refração (RIP) da fibra perfil-W DC-EDF, varredura no

eixo * da fibra, usando a técnica Refracted Near-Field (RNF). [gentileza da DRAKA-

ALCATEL].

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102

6.2 Descrição dos sistemas de sensores ópticos com fibra DC-EDF

Duas diferentes topologias de sistemas de sensores com fibra DC-EDF foram

desenvolvidas neste trabalho. Na primeira, a fibra DC-EDF é operada como amplificador óptico

de dupla passagem, conforme Figura 6.5(a). Na segunda topologia, a fibra DC-EDF é operada

como laser na configuração em anel (sensor-laser), como mostrado no diagrama da Figura 6.5

(b).

Mux 980/1490 nm

DC-EDF

980 nm pump laser

FO

Isolator

90/10% Splitter

Out

(b)

Mux 980/1490 nm

DC-EDF

980 nm pump laser

Circulator

1 2

3

S band DFB laser

FRM

Out (a)

Figura 6.5. Sensor de fibra DC-EDF operando como (a) sensor-amplificador

(amplificador de dupla passagem) e (b) sensor-laser (configuração em anel).

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103

6.3 Sistemas de sensores ópticos do tipo sensor amplificador

O principal mecanismo de detecção para o sensor-amplificador é a supressão modal

verificada ao se curvar a fibra DC-EDF. Como em fibras dopadas com érbio (EDF) padrão a

amplificação na banda-S não é eficiente, em fibras DC-EDF o processo de amplificação é

melhorado através da supressão da ASE na região da banda-C (1525 a 1560 ��). Isso é feito

explorando-se o comprimento de onda de corte do modo fundamental (IQ) da fibra DC-EDF, que

é dependente de parâmetros de design da fibra tais como perfil do índice de refração, índices de

refração da casca interna e externa, índice de refração do núcleo, parâmetros geométrico como

raios do núcleo e das cascas, bem como o raio de curvatura ( ) que a fibra é submetida [Arbore

et al., 2003]. Para comprimentos de onda acima de IQ, potência óptica substancial é transferida

do núcleo para a casca. Para comprimentos de onda abaixo do IQ a redução progressiva do raio

de curvatura da fibra não apenas suprime a potência da ASE na banda-C, mas permite sintonizar

o ganho na banda-S de acordo com o comprimento de onda do sinal a ser amplificado. A redução

progressiva do raio de curvatura move o pico de ganho na banda-S na direção dos comprimentos

de onda mais curtos.

A configuração básica para o arranjo de ensaios do sensor amplificador baseado no uso de

fibra DC-EDF como amplificador de dupla passagem está representada na Figura. 6.6. Um

circulador óptico foi usado na entrada do sistema sensor para acoplar luz para dentro e para fora

da fibra DC-EDF enquanto ela é bombeada por luz copropagante. O bombeio é obtido por um

laser operando em 980 nm. Um espelho de Faraday (Faraday Rotator Mirror - FRM) foi colocado

na extremidade oposta da fibra dopada com érbio para assegurar 95% de reflexão de volta para o

circuito de amplificação. A fibra DC-EDF usada tem um núcleo dopado com Er-La-Al e a

absorção de bombeio em 980 nm é de 7,6 dB/m. A perda por curvatura na banda-C excede 10

dB/m para um raio de curvatura de 30 mm. Rosolem (2005) usou um arranjo similar para

caracterizar amplificadores de fibras dopadas com érbio (EDFA) em um trabalho anterior

[Rosolem et al., 2005]. O esquema de dupla passagem melhora o ganho em comparação com o

arranjo usando um amplificador de passagem única.

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104

Figura 6.6. Configuração básica do arranjo do sensor com fibra DC-EDF operada como

amplificador óptico de dupla passagem.

Utilizamos lasers DFB (distributed-feedback) para banda-S usados em sistemas de

multiplexação por divisão de comprimento de onda de baixa densidade (CWDM – Coarse WDM)

operando em 1490 �� e 1510 �� para excitar a fibra DC-EDF. Embora existam, na grade de

padronização CWDM para banda-S, lasers que operam em três comprimentos de onda, 1470 ��,

1490 �� e 1510 ��, apenas para os dois últimos há ganhos significativos fornecidos pela fibra

DC-EDF. Na saída do sistema (porta 3 do circulador) utilizamos um analisador de espectro óptico

(OSA) ou um receptor Rx (fotodetector PD mais um amplificador de trans-impedância – TIA –

seguido de um amplificador de áudio e um osciloscópio.

A Figura 6.7 mostra o ganho e a relação sinal/ruído óptica (��+ ) em função da potência

de entrada para o sensor-amplificador em dois comprimentos de onda na banda-S, 1490 �� e

1510 �� para = 34,1 ��. Valores de sinais de baixa potência geralmente têm ��+ pobre.

Em contraste, para potência de entrada alta, a relação OSNR é alta mesmo com sinal de ganho

baixo.

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105

Em uma primeira concepção do sensor amplificador desenvolvida no início dos trabalhos

experimentais desta tese, utilizamos fibras DC-EDF de comprimento curto com o objetivo de

estudar, inicialmente, o sensor como “quase-amplificador” de sinal. Nesta condição o amplificador

opera em uma região sem ganho de sinal, mas de alta sensibilidade com o sinal de entrada. Nos

experimentos usamos comprimentos de fibras DC-EDF de 1,0, 2,7 e 3,6 metros. Na sequência dos

trabalhos experimentais estudamos o uso da fibra DC-EDF como amplificador real com ganhos tal

como aqueles apresentados na Figura 6.7 e como laser a fibra, e para essas aplicações usou-se um

comprimento de fibra DC-EDF de 10 m.

Caracterizamos o sensor amplificador DC-EDF em duas condições: como sensor estático

e como sensor dinâmico. Na condição estática medimos o sinal de saída usando um analisador de

espectro óptico, e variamos o diâmetro do anel (D) da fibra DC-EDF usando um mandril metálico

calibrado. Na condição dinâmica a fibra DC-EDF foi mecanicamente excitada por um transdutor

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0

5

10

15

20

-30 -25 -20 -15 -10 -5

OS

NR

(d

B)

Ga

nh

o

(dB

)

Potência de entrada (dBm)

Gain - 1490 nm Gain - 1510 nm

OSNR - 1490 nm OSNR -1510 nm

Figura 6.7 - Ganho e ��+ em função da potencia de entrada para o

sensor-amplificador, para 1490 �� e 1510 ��.

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106

acústico cujo sinal elétrico foi fornecido por um gerador de áudio, e amplificado por um

amplificador elétrico. Um sensor Hall calibrado (detalhes no Apêndice B) foi acoplado ao

transdutor acústico para medir a variação do diâmetro sofrido pelo anel de fibra DC-EDF causado

pela vibração do transdutor acústico. O processo de calibração do sensor Hall é mostrado no

Apêndice B.

6.3.1 Resultados do sistema de sensor amplificador com fibra curta

Na condição estática medimos a relação do sinal transmitido com e sem potência de

bombeio em 980 nm, e com e sem curvatura na fibra. Os testes do sensor com e sem potência de

bombeio permitem observar como o processo de bombeio do érbio contribui para a sensibilidade

do sensor.

A Figura 6.8 abaixo apresenta uma fotografia do arranjo experimental utilizado para

medições estáticas.

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107

As Figuras 6.9 (a) e 6.9 (b) mostram os resultados desta caracterização em termos de potência de

sinal medida em ) respectivamente para os comprimentos de onda de sinal de

1490 � 1510 ��.

Figura 6.8 – Fotografia do arranjo experimental usado para caracterização estática do sensor

DC-EDF no Laboratório de Sensoriamento e Monitoração Óptica (LSMO) da Fundação

CPqD, em Campinas.

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108

-60

-55

-50

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

20 30 40 50 60 70 80

Po

tên

cia

Óp

tica

(d

Bm

)

Diâmetro do sensor (mm)

Sem bombeio - EDF = 1,0 m

Com bombeio - EDF = 1,0 m

Sem bombeio - EDF = 2,7 m

Com bombeio - EDF = 2,7 m

Sem bombeio - EDF = 3,6 m

Com bombeio - EDF = 3,6 m

1490 nm

(a)

-60

-55

-50

-45

-40

-35

-30

-25

-20

-15

-10

20 30 40 50 60 70 80

Po

tên

cia

Óp

tica

(d

Bm

)

Diâmetro do sensor (mm)

Sem bombeio - EDF = 1,0 m

Com bombeio - EDF = 1,0 m

Sem bombeio - EDF = 2,7 m

Com bombeio - EDF = 2,7 m

Sem bombeio - EDF = 3,6 m

Com bombeio - EDF = 3,6 m

1510 nm

(b)

Figura 6.9 - Potência de sinal medida em Rx para vários diâmetros de curvatura

do sensor DC-EDF respectivamente para (a) 1490 nm e (b) 1510 nm.

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109

Nota-se observando a Figura 6.9 (a) que ocorre uma grande variação de potência de sinal

na faixa de diâmetros do anel de 40 a 60 ��. Quando comparamos a potência de sinal com

bombeio e sem bombeio temos uma razão de 37 �� para 2,7 ��UvY de fibra DC-EDF nesta

faixa de variação do diâmetro do anel para 1490 ��. Para o sinal de 1510 ��, Figura 6.9 (b),

ocorre uma grande variação de potência de sinal na faixa de diâmetros do anel de 40 a 76 ��.

Para 1510 �� temos uma razão potência de sinal com bombeio para sem bombeio de 26 �� para

1,0 ��Uv de fibra DC-EDF. É possível observar que o mecanismo de ganho/curvatura do sensor

de fibra DC-EDF afeta mais o sinal no comprimento de onda de 1490 ��, do que o sinal de

1510 ��.

A Figura 6.10 mostra a relação de sinal com bombeio e sinal sem bombeio, que significa a

potência óptica (em dBm) medida em ) com potência de bombeio na fibra DC-EDF menos a

potência óptica (em dBm) medida em ) sem potência de bombeio na fibra DC-EDF versus o

raio de curvatura da fibra. A potência de bombeio injetada na fibra DC-EDF e a potência do sinal

foram, respectivamente, 44,7�D em 980 �� e −5 ��� em 1490 �� e 1510 ��. O valor

máximo da relação do sinal com bombeio e sinal sem bombeio é de cerca de 37 �� para 2,7 �

de comprimento de fibra DC-EDF, obtido para o comprimento de onda de sinal de 1490 ��, e as

variações maiores nesta relação ocorreram na faixa de 20 � 32 �� de raio de curvatura.

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110

É possível observar na Figura 6.10 que o mecanismo de ganho/curvatura da fibra DC-EDF é

muito afetado pelo raio de curvatura da fibra. Este efeito é muito mais pronunciado para as fibras

DC-EDF longas porque seu mecanismo de ganho é mais intenso do que em fibras DC-EDF

curtas. Este efeito é também mais pronunciado para o sinal em 1490 �� que é mais afetado pelo

mecanismo ganho/curvatura do que o sinal em 1510 ��.

Analisamos também a variação da perda da fibra DC-EDF comparando o comportamento

da fibra curvada e não curvada (Figura 6.11).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

10 15 20 25 30 35 40

Rel

ação

de

sin

al c

om

bo

mb

eio

/ s

em b

om

bei

o (

dB

)

Raio do mandril (mm)

1.0 m - 1490 nm2.7 m - 1490 nm3.6 m - 1490 nm1.0 m - 1510 nm2.7 m - 1510 nm3.6 m - 1510 nm

Figura 6.10 - Relação do sinal transmitido pela fibra DC-EDF com bombeio e sem

bombeio versus raio de curvatura.

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111

Em outras palavras, a perda por curvatura é a potência óptica (em ���) medida em Rx,

sem curvatura na fibra DC-EDF, menos a potência óptica (em ���) medida em Rx curvando a

DC-EDF, versus o raio de curvatura da fibra obtido por meio de um mandril calibrado. Neste

caso a DC-EDF foi bombeada. A variação de perda máxima é em torno de 43 �� para uma fibra

DC-EDF de 2,7 m de comprimento, obtida para sinal em 1490 ��, e a máxima variação de perda

ocorre de 18 � 38 �� de raio de curvatura. Esta faixa de variação do raio de curvatura é uma

boa escolha para detecção de parâmetros estáticos tais como força, pressão, e deslocamentos.

Observando as Figuras 6.10 e 6.11 é possível afirmar que o desempenho do sinal em 1510 ��,

em termos de variação de perda, melhora para um raio de curvatura maior que 30 ��.

A variação da perda de 43 �� para 2,7 � de fibra DC-EDF, obtida para sinal em

1490 ��, na faixa de raios de curvatura de 18 � 38 ��, é um valor muito bom quando

comparado com outros sensores de curvatura. >����vY, por exemplo, demonstrou um sensor

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

10 15 20 25 30 35 40

Per

da

po

r cu

rvat

ura

(d

B)

Raio do mandril (mm)

1.0 m - 1490 nm2.7 m - 1490 nm3.6 m - 1490 nm1.0 m - 1510 nm2.7 m - 1510 nm3.6 m - 1510 nm

Figura 6.11 - Perda por curvatura versus raio de curvatura da fibra DC-EDF.

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112

[Lagakos, Cole, Bucaro, 1987] com fibra multimodo Sumitomo que apresentou variação de perda

de 7 �� para 50 �� de variação de raio de curvatura. Em um trabalho mais recente, uma

variação de perda de 10 �� foi obtida com fibra monomodo (SMF-28e) na faixa de 0,5 a 7,5 ��

de raio de curvatura [Nguyen e Guptaa, 2009].

Devido ao melhor desempenho na condição estática, escolhemos o comprimento de

2,7 ��UvY de fibra DC-EDF enrolada em diâmetros de curvatura de 60,0 e 76,5 �� para o

experimento de curvatura dinâmica. A Figura 6.12 mostra o arranjo experimental usado para

ensaios dinâmicos do sensor de fibra DC-EDF. A Figura 6.13 mostra detalhes da câmara

climática adaptada para ter de isolamento acústico usada nos ensaios dinâmicos do sensor DC-

EDF. O anel de fibra foi orientado na posição vertical (ver Figura. 6.14) e foi fixado em dois

pontos.

Figura 6.12 - Fotografia mostrando o arranjo experimental usado para testes dinâmicos do

sensor com fibra DC-EDF [Laboratório de Sensoriamento e Monitoração Óptica (LSMO)

da Fundação CPqD, em Campinas].

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113

Figura 6.13 - Fotografia mostrando detalhe da câmara climática adaptada para ter isolamento

acústico usado nos ensaios dinâmicos do sensor DC-EDF [Laboratório de Sensoriamento e

Monitoração Óptica (LSMO) da Fundação CPqD, em Campinas].

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114

O anel de fibras DC-EDF foi excitado mecanicamente de 25 !, a 10 �!, por um

transdutor acústico com diferentes amplitudes de deslocamento, ou para o sensor em diferentes

variações de diâmetro (∆�) na faixa de 13 μ� a 265 μ�.

A linearidade do sensor foi testada a seguir. A Figura 6.15 mostra o comportamento linear

da voltagem pico a pico medida pelo receptor óptico ) na freqüência de 100 !, versus a

variação do diâmetro para diâmetros do anel de 60 e 76,5 �� nos comprimentos de onda de

Figura 6.14 - Detalhes da fixação dos anéis de fibra DC-EDF para testes

dinâmicos [Laboratório de Sensoriamento e Monitoração Óptica (LSMO) da

Fundação CPqD, em Campinas].

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115

sinal de 1490 �� e 1510 ��. Podemos observar que a resposta do sensor no comprimento de

onda de 1490 �� é bem linear em toda a faixa de variação do diâmetro tanto para os diâmetros

de 60 como para 76,5 ��. Já para o comprimento de onda de sinal de 1510 �� a resposta é

linear para o diâmetro de 76,5 ��, mas é nula para o diâmetro de 60 ��. Este comportamento

dinâmico está de acordo com o comportamento estático mostrado nas Figuras 6.9 (a) e 6.9 (b).

O sensor foi testado também para várias frequências de excitação. A Figura 6.16 mostra o

desempenho espectral de 25 !, a 10 �!, para o diâmetro do sensor de 76,5 �� e para uma

variação fixa do diâmetro de ∆� = 13 0�, a menor variação, e corresponde à maior largura de

banda do transdutor acústico. É possível observar a formação de picos de ressonância no sinal do

sensor. O comportamento espectral não é plano, mas a sensibilidade é muito boa tanto em baixas

como em altas frequências.

Figura 6.15 - Comportamento linear da voltagem no receptor óptico ) na frequência de 100 !,

versus a variação do raio para � = 60 �� e 76,5 �� nos comprimentos de onda de sinal de

1490 e 1510 ��.

R² = 0,9879

R² = 0,9776

R² = 0,9802

-1

0

1

2

3

4

5

6

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3

Ten

são

em

Rx

(V)

Variação do diâmetro do sensor (mm)

D = 76,5 mm - 1490 nm

D = 60,0 mm - 1490 nm

D = 76,5 mm - 1510 nm

D = 60,0 mm - 1510 nm

F = 100 Hz

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116

Figura 6.16 - Desempenho espectral de 25 Hz a 10 kHz para o diâmetro do sensor de 76,5 mm e

para uma variação fixa do diâmetro de 13 µm.

A resposta espectral do sensor por curvatura em fibra pode ser entendida usando um

modelo simplificado de ressonância da corda. A ressonância do sensor depende de alguns

parâmetros do anel de fibra, tais como, tensão mecânica aplicada, comprimento, raio, pontos de

fixação (nós acústicos) e constantes do material da fibra [Zervas e Giles, 1988; Knudsen et al.,

1997] . Quando o anel de fibra é tensionado pelo transdutor acústico, as ondas transversais se

propagam para o ponto final de fixação onde são refletidas, ocasionando interferência construtiva

que produz as frequências de ressonância.

A Figura 6.17 mostra exemplos de formas de onda do sensor de fibra DC-EDF e do

sensor Hall coletadas pelo osciloscópio, nas freqüências de 100, 1.000 e 10.000 !, na variação

de diâmetro de 13 0�. Como pode ser observado as formas de onda não apresentam distorções,

exceto em 10 �!, devido ao processo de médias usado para minimizar o ruído do ASE que é

criada no processo de amplificação.

D = 76 mm, ∆D = 13 µm

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0,01 0,10 1,00 10,00

Frequência (KHz)

Vo

ltag

em e

m R

x (V

)1490 nm

1510 nm

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117

-0,40

-0,30

-0,20

-0,10

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

-0,00250 -0,00150 -0,00050 0,00050 0,00150 0,00250

Tempo (s)

Ten

são

em R

x (V

)

-0,07

-0,06

-0,05

-0,04

-0,03

-0,02

-0,01

0,00

Ten

são

no s

enso

r H

all

(V)

Sensor ópticoSensor Hall

(b)F = 1 kHz, ∆D = 13 µm

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

-0,03 -0,02 -0,01 0,01 0,02 0,03

Tempo (s)

Ten

são

em R

x (V

)

-0,07

-0,06

-0,05

-0,04

-0,03

-0,02

-0,01

0,00

Ten

são

no s

enso

r H

all

(V)

Sensor ópticoSensor Hall

F = 100 Hz, ∆D = 13 µm (a)

-0,020

-0,016

-0,012

-0,008

-0,004

0,000

-0,00025 -0,00015 -0,00005 0,00005 0,00015 0,00025

Tempo (s)

Ten

são

em R

x (V

)

-0,07

-0,06

-0,05

-0,04

-0,03

-0,02

-0,01T

ensã

o no

sen

sor

Hal

l (V

)Sensor ópticoSensor Hall

(c)F = 10 kHz, ∆D = 13 µm

Figura 6.17 - Exemplos de formas de onda do sensor de fibra DC-EDF e do sensor

Hall coletadas pelo osciloscópio, nas freqüências de (a) 100, (b) 1000 e (c)

10.000 !, na variação de diâmetro de 13 0�.

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118

6.3.2 Resultados do sistema de sensor amplificador com fibra longa

O sistema sensor-amplificador com fibra DC-EDF longa (10 m) foi caracterizado na

banda-S na condição estática. A Figura 6.18 mostra um exemplo da resposta no espectro óptico

da saída de um sensor-amplificador com = 34,1 ��, que poderia ser usado para medir força

de compressão. A redução no raio de curvatura do valor inicial de = 34,1�� foi feita

comprimindo-se o anel de fibra (potência de entrada 123 = −20���, comprimento de onda do

sinal = 1490 ��, 14564725 = 18��� em 980 ��, e comprimento da fibra DC-EDF de 10�).

O sistema sensor-amplificador com fibra DC-EDF longa foi também caracterizado na banda-

S na condição estática, mas de uma forma diferente. Nesta nova caracterização o laser DFB de

banda-S do sensor amplificador foi modulado com pulsos de 500 �Y de duração em uma

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

14

50

14

55

14

59

14

64

14

68

14

73

14

77

14

82

14

86

14

91

14

95

15

00

15

04

15

09

15

13

15

18

15

22

15

27

Po

tên

cia

de

Sa

ída

(d

Bm

)

R = 34 mm

R = 32 mm

R = 30 mm

R = 28 mm

R = 26 mm

R = 24.3 mm

R = 21.8 mm

R = 19 mm

R = 16.7 mm

Figura 6.18 - Potência de saída de sensor-amplificador com raio de curvatura inicial

= 34,1 ��, usado para medir forças de compressão. Potência de entrada 123 =−20���, comprimento de onda do sinal = 1490 ��, 14564725 = 18 ��� em 980 ��, e

comprimento da fibra DC-EDF de 10�.

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119

freqüência de 1,9 �!, simulando um sinal do tipo OTDR (Optical Time Domain Reflectometry).

Esta nova forma de medição permitiu verificar o funcionamento do amplificador com o sinal

pulsado estático no tempo e verificar estes valores na presença do ruído criado pela ASE da fibra

DC-EDF.

Nesta condição (estática) medimos o sinal de saída do sensor-amplificador mudando o raio de

curvatura da fibra DC-EDF usando uma montagem de compressão calibrada. Com o objetivo

de caracterizar esse sistema de sensor, sua saída foi conectada a um receptor ) – fotodetector

(1�) com amplificador de trans-impedância (¼<�), seguido por um amplificador eletrônico e um

osciloscópio, como mostrado no diagrama da Figura 6.6.

A Figura 6.19 mostra o comportamento da atenuação útil do sensor-amplificador para dois

diferentes raios de curvatura de fibra DC-EDF, comparado com um sensor de curvatura de fibra

óptica monomodo padrão.

O primeiro sensor de fibra DC-EDF descrito tinha 2 � de comprimento de fibra DC-EDF,

com raio de curvatura inicial = 24,6 ��; o segundo sensor de fibra DC-EDF tinha fibra de

10 � de comprimento com raio de curvatura = 34,1��. A potência do sinal de entrada em

1490 �� foi de −20 ���, e a 14564725 foi de 18 ��� em 980 ��.

A atenuação útil é definida como a relação do sinal pulsado amplificado em cada raio de

curvatura pelo sinal pulsado amplificado em . O ponto de atenuação maior em cada curva

corresponde ao mínimo sinal visível no osciloscópio. Para efeito de comparação, inserimos uma

curva de atenuação de um sensor de curvatura de passagem dupla usando fibra monodo (STM-

28) no comprimento de onda de 1625 nm. Este sensor tinha o raio de curvatura inicial de 13,7

mm e foi enrolado em 13 voltas.

Pode-se observar na Figura 6.19 que para os raios iniciais de ambas as fibras DC-EDF, a

faixa dinâmica é maior em relação à fibra monomodo. Particularmente, para o sensor DC-EDF

com raio = 34,1 �� a faixa dinâmica é 6 �� maior que a do sensor de fibra monomodo. A

Figura 6.19 mostra ainda um resultado muito bom de atenuação útil (16,5 �� na faixa de

variação de 34,1 – 25,7 ��) quando comparada com outros sensores de curvatura de fibras

ópticas. Lagakos [Lagakos, Cole, Bucaro, 1987], por exemplo, demonstrou um sensor usando

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120

fibra multimodo com perfil de índice de refração gradual, fabricada pela �u��Uv�v, que

apresentou �U��u�çãv úU� �� 7 �� para variação de raio de curvatura de 50 ��. Em um

trabalho mais recente, Nguyen [Nguyen e Gupta, 2009] obteve uma atenuação útil de 10 ��

usando uma fibra monomodo standard (SMF-28), e faixa de variação do raio de curvatura de

0,5 � 7,5 ��, partindo de um raio de curvatura original de 8 ��.

Na condição dinâmica o sensor DC-EDF foi mecanicamente excitado por um transdutor

acústico cujo sinal elétrico foi fornecido por um gerador de sinal de áudio e amplificado por um

amplificador eletrônico (Figura 6.6). Um sensor Hall calibrado foi acoplado ao transdutor

acústico para medir o deslocamento mecânico no raio da fibra DC-EDF causado pelo transdutor

acústico. A fibra DC-EDF de 10 � de comprimento, bobinada em espiras com raio de curvatura

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 10 20 30 40

Ate

nu

açã

o (

dB

)

Raio do anel (mm)

SMF - R = 13.7 mm

DC-EDF - R = 24.6 mm

DC-EDF - R = 34.1 mm

Figura - 6.19. Comportamento da atenuação útil do sensor amplificador para fibras

DC-EDF com raio (R) de 24,6 mm e 34,1 mm comparadas com um sensor simples de

curvatura de dupla passagem usando fibra monomodo standard.

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121

= 34,1 ��, foi orientada na posição vertical (ver inserção na Figura 6.14 foto) e foi fixada

em dois pontos.

Primeiramente a DC-EDF foi excitada mecanicamente pelo transdutor acústico com uma

frequência de 100 !,, em diferentes variações do raio (∆ ) na faixa de 30 � 300 μ�. As Figuras

6.20 (a) e (b) mostram o comportamento linear da voltagem pico a pico medida pelo receptor

óptico Rx em função da variação do raio em 1490 �� [Figura 6.20 (a)] e em 1510 �� [Figura

6.20 (b)] para três níveis de potência de entrada, −5 ���, −15 ��� e −25 ���. O laser DFB

banda-S operou no modo CW (Continuous Wave) neste ensaio.

Em seguida a frequência de vibração foi variada de 10 !, a 15 �!,, com ∆ mantido

constante em 13 μ�. A Figura 6.21 mostra o desempenho espectral do sensor-amplificador DC-

EDF em 1490 �� e 1510 ��. O comportamento do sensor-amplificador é muito similar nesses

dois comprimentos de onda. É possível observar a formação de picos de ressonância no sinal do

sensor. O comportamento espectral não é plano, mas a sensibilidade é muito boa das baixas às

altas frequências. A Figura 6.21 também mostra que a frequência máxima de vibração detectável

para o sensor-amplificador é ao redor de 14 �!,.

R² = 0,9868

R² = 0,9882

R² = 0,8771

0

1000

2000

3000

4000

5000

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35

Ten

são

em

Rx

(m

V)

Variação do raio ΔR (mm)

1490 nm - sensor-amplificador f =100 Hz

Pin = -5 dBm

Pin = -15 dBm

Pin = -25 dBm

(a)

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122

R² = 0,9992

R² = 0,9941

R² = 0,9894

0

1000

2000

3000

4000

5000

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35

Ten

são

em

Rx

(m

V)

Variação do raio ΔR (mm)

1510 nm - sensor-amplificador f = 100 Hz

Pin = -5 dBm

Pin = -15 dBm

Pin = -25 dBm

(b)

Figura 6.20 - Tensão pico a pico na saída do sensor-amplificador para frequência de

vibração de 100 !, em função da variação do raio de curvatura ∆ para comprimentos

de onda de sinal de (a) 1490 �� e (b) 1510 ��.

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123

Aqui também a resposta espectral do sensor de curvatura por fibra pode ser entendida

usando um modelo simplificado de ressonância em corda. A ressonância do sensor tem

dependência com alguns parâmetros da fibra bobinada tais como tensão aplicada, comprimento,

raio, pontos de fixação (nós acústicos) e constantes do material da fibra óptica [Zervas e Giles,

1988; Knudsen et al., 1997]. Quando a bobina de fibra é tensionada pelo transdutor acústico as

ondas transversais se propagam para os pontos de extremidades fixas onde são refletidos sofrendo

interferência construtiva e resultando nas frequências de ressonância.

1

10

100

1000

10000

0,001 0,01 0,1 1 10 100

Ten

são

em

Rx

(m

V)

Frequência (kHz)

sensor-amplificador - ΔR = 13 µm

1510 nm 1490 nm

Figura 6.21 - Desempenho espectral do sensor-amplificador DC-EDF de

10 !, a 15 �!,, para = 34,1 �� e ∆ = 13μ�.

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124

6.4 Sistemas de sensores ópticos do tipo sensor laser

A Figura 6.5 (b) mostra o sensor da fibra DC-EDF usado como laser na configuração em anel

(sensor-laser). Um splitter de razão de acoplamento 90/10% foi usado na saída do sistema do

sensor para retirar uma amostra da luz do laser (na porta de 10%) e também para conectar a saída

contra-propagante da potência de ASE gerada pela ponta inicial da DC-EDF (ligada ao Mux

980/1490 nm) na ponta final. A geração de luz do laser à fibra se mostrou instável quando os

sinais se propagavam em duas direções na fibra DC-EDF. Provavelmente porque reflexões

deixavam a cavidade instável. Com a introdução de um isolador, que deixa a potência óptica fluir

somente no sentido contra-propagante, o problema de estabilidade foi resolvido. Um filtro óptico

permitiu sintonizar a região de oscilação do laser (a largura de linha do laser é muito mais fina

do que a do filtro). A fibra DC-EDF foi bombeada por um esquema de bombeio co-propagante

usando um laser em 980 ��.

A configuração do sensor-amplificador é mais simples e mais barata do que a configuração

do sensor-laser, mas o último é mais flexível, sobretudo se um filtro sintonizável for usado para

escolher o comprimento de onda da operação dentro da banda-S. Neste caso isso habilita a

implementação de uma rede de sensores WDM.

O mecanismo de detecção do sensor-laser proposto nesta tese é diferente do sensor-

amplificador. O sensor-laser também usa a curvatura da fibra DC-EDF para supressão da ASE na

banda-C, mas a sintonização é feita sintonizando-se o filtro óptico. O sensor-laser também requer

mais potência de ASE na banda-S para começar o processo de “lasing”, o que significa que o

raio de curvatura da fibra DC-EDF não poderia ser tão pequeno, porque, à exemplo do que ocorre

no sensor-amplificador, raios de curvatura pequenos reduzem a potência ASE total. Por outro

lado, a relação sinal/ruído óptica do sensor-laser deveria ser melhor do que a do sensor-

amplificador, tornando-o mais vantajoso para detectar sinais de baixa intensidade. Em algumas

aplicações, tal como detecção acústica, por exemplo, o raio da bobina de fibra não sofrerá grande

aumento ou redução, ou seja, ele permanecerá praticamente constante.

A Figura 6.22 mostra algumas linhas espectrais sintonizadas do laser em anel do sensor-laser

usadas neste trabalho. Neste caso, o comprimento da fibra DC-EDF foi de 12 � e bobinada com

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125

raio = 50��. Essa mudança foi necessária para se obter ASE suficiente para que ocorresse

oscilação. A operação espectral é limitada em uma faixa de trabalho de 1495 �� � 1517 ��: a

primeira ocorre devido à faixa de sintonização do filtro óptico, e a segunda ocorre devido ao

comprimento de onda de corte do modo fundamental da fibra DC-EDF. A OSNR para o sensor-

laser é 38 ��, ligeiramente maior do que para o sensor-amplificador.

-60

-50

-40

-30

-20

-10

1490 1495 1500 1505 1510 1515 1520

Po

tên

cia

óp

tica

(d

Bm

)

Comprimento de onda (nm)

Figura 6.22 - Exemplos de linhas espectrais do sensor-laser.

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126

6.4.1 Resultados do sistema de sensor laser

Similar ao sensor-amplificador, o sensor-laser foi mecanicamente excitado pelo transdutor

acústico de acordo com a montagem da Figura 6.6.

Primeiramente, a fibra DC-EDF foi mecanicamente excitada pelo transdutor acústico em uma

frequência de 100 !,, em diferentes valores de ∆ , na faixa de 17 μ� a 727 μ�.

A Figura 6.23 mostra o comportamento linear da voltagem pico a pico medida no receptor

óptico Rx em função da variação do raio de curvatura para quatro comprimentos de onda

selecionados (1495 ��, 1500 ��, 1505 �� e 1510 ��).

R² = 0,9946

R² = 0,9897

R² = 0,9834

R² = 0,9929

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7

Ten

são

em

Rx

(m

V)

Variação do raio ΔR (mm)

laser sensor - f =100 Hz

1510 nm

1505 nm

1500 nm

1495 nm

Figura 6.23 - Tensão pico a pico na saída do sensor-laser para frequência de

vibração de 100 !, em função da variação do ∆ para comprimentos de onda de

sinal de 1495 ��, 1500 ��, 1505 ��, e 1510 ��.

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127

Em seguida, a frequência de vibração foi variada de 5 !, a 60 �!, e ∆ foi mantida em

4 μ�. A Figura 6.24 mostra o desempenho espectral do sistema sensor-laser DC-EDF em

1495 �� e 1511 ��. O comportamento do sensor-laser é similar para esses dois comprimentos

de onda, e também é similar ao comportamento do sensor amplificador. Por causa das limitações

do transdutor acústico, as medidas não puderam ser estendidas acima de 60 kHz.

O sensor-laser mostrou melhor desempenho quando comparado com o sensor-

amplificador em termos de largura de banda, como se pode observar pelas Figuras 6.21 e 6.24,

mas o sensor-amplificador mostrou melhor sensibilidade, como pode ser observado nas Figuras

6.20(a), 6.20(b) e 6.23, onde sensibilidade é definida pela relação

voltagem pico a pico pelo máximo ∆R.

1

10

100

1000

10000

0,001 0,01 0,1 1 10 100

Ten

são

em

Rx

(mV

)

Frequência (kHz)

1511 nm

1495 nm

Figura 6.24 - Desempenho espectral do sensor-laser DC-EDF de 5 !, a 60 �!,, para

= 50�� e ∆ = 4μ�, para os comprimentos de onda 1495 �� e 1511 ��.

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128

6.5 Comparação entre os dois sistemas sensores usando a fibra DC-EDF

A Tabela 6.1 sumariza a comparação entre as duas técnicas. O melhor desempenho do sensor-

amplificador quando comparada ao sensor-laser, em termos de sensibilidade pode ser explicada

em decorrência da potência de saída produzida pela amplificação ser maior que a potência

produzida pelo processo de lasing. Por outro lado, o sensor-laser mostrou melhor desempenho

em termos de largura de banda, que pode ser explicada pela sua melhor OSNR em altas

frequências quando comparada ao sensor-amplificador.

TABELA 6.1

COMPARAÇÃO ENTRE AS DUAS TÉCNICAS DE DETECÇÃO

Parâmetro Sensor-amplificador Sensor-laser

Mínima frequência de

vibração detectável (Hz) 10 5

Máxima frequência de

vibração detectável (Hz) 14.000 60.000

Sensibilidade (mV/µm) 14,5 6,4

Mínima variação de raio

detectável (µm) 13 4

Como podemos observar na Figura 6.24, o sensor-laser pode detectar vibrações na faixa

de frequências ultrassônicas (> 20 �!,) o que habilita seu uso em muitas aplicações

interessantes, tais como em detecção de descargas parciais em transformadores de potência e

hidro geradores. A habilidade do sensor-laser em detectar baixas frequências (< 10 �!,) é uma

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129

ferramenta promissora que poderia ser usada para detectar vibrações em grandes estruturas tais

como pontes e barragens.

Finalmente, pelo melhor de nosso conhecimento, a frequência de vibração máxima

detectável apresentada na Tabela 1 é o mais alto nível medido até o presente momento

[Honggang, Fan, Sheng, 2009; Linze et al., 2010; Wu et al., 2011], uma vez que a literatura

apresentou que a frequência de vibração máxima detectável era 4,7 �!, [Vincetti et al., 2008],

0,4 �!, [Linze et al., 2010] e era 1,9 �!, [Wu et al., 2011].

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130

7 CONCLUSÕES

O objetivo deste trabalho de tese foi estudar um tipo de fibra óptica, especialmente

desenvolvida para sistemas de comunicações, para uso em sistemas de sensores ópticos para

aplicações em medições de parâmetros mecânicos.

Fibras de casca rebaixada (frequentemente referidas como fibras dual-clad ou de perfil-W)

com corte do modo fundamental apresentam perdas distribuídas altas em comprimentos de onda

longos e baixa perdas em comprimentos de onda curtos. O comprimento de onda de corte, IQ,

onde ocorre essa transição de baixas perdas para comprimentos de onda curtos (abaixo de IQ) e

altas perdas para comprimentos de onda longos (acima de IQ) é muito sensível à curvatura da

fibra. Em uma fibra ativa de casca rebaixada : � /��/���2 (DC-EDF) esse fenômeno causa

supressão da emissão espontânea amplificada (ASE) na banda-C favorecendo o surgimento de

ASE na banda-S, se a potência de excitação causar inversão de população acima de 70%. Esse

fenômeno, associado à sensibilidade da região de transição em relação à curvatura da fibra, é

usada tanto para amplificação óptica na banda-S, bem como para a confecção de lasers

sintonizáveis operando dentro da banda-S. Como o ganho do amplificador e os picos de laser são

extremamente sensíveis à curvatura, essa fibra foi usada como mecanismo de transdução em

sistemas de sensores ópticos nesses dois modos, ou seja, desenvolvemos um sensor-amplificador

e um sensor-laser.

Descrevemos a caracterização desses sistemas de sensores na banda-S, em dois

comprimentos de onda preferenciais (1490 �� e 1510 ��) nas condições estática e dinâmica.

Devido às características de amplificação óptica desta fibra, os sistemas de sensores que

desenvolvemos, como demonstramos neste trabalho, apresentaram alta sensibilidade e ampla

faixa de largura de banda, na faixa de frequências de 5 !, a 60 �!,, e podem ser usados para

monitorar parâmetros estáticos, tais como força, pressão, deslocamento, e parâmetros dinâmicos

usados em acústica e vibração.

Pelo melhor de nosso conhecimento, a frequência máxima de vibração detectável

apresentadas neste trabalho, 60 �!,, é a mais alta medida por um sensor óptico até o presente

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131

momento. Pela literatura, observamos que Honggang [Honggang, Fan, Sheng, 2009] apresentou

medições de frequência máxima de vibração detectável de 4,7 �!,, Linze (2010) de 0,4 �!,, e

Wu (2011) de 1,9 �!,.

Os sistemas de sensores ópticos propostos tiveram sua eficácia comprovada e podem ser

imediatamente utilizados em aplicações nas quais se busque as características desejadas propostas

neste trabalho.

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132

8 SUGESTÕES PARA PRÓXIMOS TRABALHOS

Para trabalhos futuros, algumas aplicações especiais desses sistemas de sensores ópticos

são sugeridas. Uma delas é a aplicação desses sensores como sensor de descargas parciais em

transformadores de alta potência. Descargas Parciais (DP) são fenômenos ocasionados pelo

rompimento localizado da rigidez dielétrica do material isolante e sua presença pode ser um forte

indicador de um processo que levará à falha total do isolamento, sendo assim um dos principais

mecanismos de avaliação do isolamento de um transformador. Como os sinais de DP tipicamente

apresentam amplo espectro de frequência, a banda de medição pode ser convenientemente

alterada para ajuste da melhor sensibilidade, compatível com a característica de filtragem

dependente da curvatura apresentada pelos sensores com fibras DC-EDF.

Outra sugestão para trabalhos futuros também se aplicaria às redes de transmissão e

distribuição de energia elétrica. Sistemas de sensores distribuídos para medições de temperatura

(Distributed Temperature Sensing systems – DTS) são dispositivos optoeletrônicos que medem

temperaturas por meio de fibras ópticas atuando como sensores lineares. As medições de

temperatura são captadas ao longo da fibra em perfil contínuo. Tipicamente os sistemas DTS

podem localizar a temperatura à uma resolução espacial de 1 m e é baseado no efeito Raman.

Usando sensores DC-EDF laser ou amplificador, como os desenvolvidos neste trabalho, como

mecanismo de transdução, e aplicados de forma discreta, pode-se melhorar a resolução espacial,

em sistemas DTS de curta distância.

Outra aplicação que poderia ser explorada em futuros trabalhos nesta área é a aplicação

desses sensores para avaliar a saúde de estruturas inteligentes, como pontes, barragens e edifícios.

Neste caso os sistemas de sensores poderiam ser dispostos de forma discreta em uma arquitetura

modular, e consistiriam de fileiras de sensores discretos, cada uma com dezenas ou centenas de

sensores, acessíveis por meio de uma chave óptica e sistemas demoduladores, que poderiam

selecionar sensores chaves em cada fileira. Quando um evento ocorresse que requeresse avaliação

detalhada a fileira apropriada e os sensores nela poderiam ser monitoradas em modo de alta

performance. A informação desses sensores seriam formatadas e transmitidas via link de fibras

ópticas para uma central de gerenciamento de saúde estrutural.

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133

Outro trabalho interessante seria a utilização da fibra DC-EDF em estruturas metálicas ou de

concreto, sem loops, de forma reta contínua e distribuída, como sensor de deformação, acoplada a

um sistema OTDR, para verificar com precisão eventuais deformações ou vibrações.

Outra sugestão para a continuidade deste trabalho no futuro diz respeito à integração desses

sistemas de sensores. Os sistemas de sensores desenvolvidos nesta tese são fundamentados em

conceitos físicos complexos e arranjos optoeletrônicos difíceis. Eles foram produzidos em

laboratório e integrá-los em módulos fáceis de manusear e amigáveis aos usuários pode ser um

grande desafio.

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134

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APÊNDICE A –Artigos publicados em periódicos e em anais de

congresso

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APÊNDICE B – Calibração do sensor Hall

O diagrama da Figura A-1 ilustra como é realizada a calibração do sensor Hall para medir

deslocamento.

Um sensor de efeito Hall é posicionado a uma pequena distância de um magneto (cerca de

2 a 3 mm). A saída elétrica do sensor Hall é conectada a uma das entradas de um osciloscópio. O

magneto é colado em cima de um espelho de espessura fina. Este por sua vez é colado em cima

do cone de um auto-falante.

ΔR

2ΔR

Sensor Hall

Laser Hélio Neônio

Fibra DC-EDF

Espelho

Luz espalhada

do laser

Parede

Magneto D

D

+ -

Sensor Hall

Cone de Auto-Falante

Figura A-1 – Diagrama esquemático de calibração do sensor Hall para medição de deslocamentos.

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Um laser de Hélio Neônio é posicionado a uma certa distância acima do espelho (cerca de

1,5 m) com um ângulo de inclinação em relação ao plano do espelho da ordem de 45°.

O feixe óptico do laser incide no espelho e é refletido para uma parede onde um papel

milimetrado é fixado.

Um gerador de áudio com saída amplificada é conectado no auto-falante. Com tensão de

saída nula no gerador não há nenhuma forma de onda proveniente do sensor Hall, apenas um

ponto de luz no papel milimetrado.

É escolhida uma frequência no gerador de áudio que provoque uma maior excursão do

ponto luminoso do laser na parede, neste caso em torno de 100 Hz.

Para vários níveis de tensão de modulação do auto-falante são coletados pontos de

amplitude do sensor Hall no osciloscópio e de variação do feixe de luz na parede.

A variação total do raio da fibra 2∆R é igual a metade da excursão do ponto luminoso

(4∆R)