Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência....

51

Transcript of Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência....

Page 1: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência
Page 2: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

Módulo I BASE TEÓRICA

ABRIL 2018

Material desenvolvido por Claudia Vassão e Eliane Kuhn com colaboração de Katharine

Jansen e Tiago Litieri

Revisado em outubro 2020

www.omega-tac.com.br

Page 3: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

SUMÁRIO

I. SUMÁRIO

II. Das Física Clássica ao Universo Quântico...................................................................... 1

A. CLÁSSICA ................................................................................................................... 1

B. QUÂNTICA ................................................................................................................. 1

C. TEORIA QUÂNTICA DE CAMPOS ................................................................................ 1

D. CAMPOS MORFOGENÉTICOS .................................................................................... 1

E. CAMPOS MÓRFICOS .................................................................................................. 2

F. PODEMOS MUDAR UM CAMPO MÓRFICO OU UM CAMPO MORFOGENÉTICO? ...... 3

III. A perspectiva sistêmica das Constelações Familiares ............................................... 4

A. Reflexão: o “Eu Quântico” e a cura ........................................................................... 4

IV. SERES MULTIDIMENSIONAIS ..................................................................................... 5

A. COMO ATUA A CONSCIÊNCIA? .................................................................................. 6

V. TEORIA DOS SISTEMAS VIVOS ....................................................................................... 7

A. PENSAMENTO SISTÊMICO ......................................................................................... 7

B. A TEIA DA VIDA ......................................................................................................... 8

C. CARACTERÍSTICA DAS REDES VIVAS .......................................................................... 8

VI. CONCEITOS BÁSICOS DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR .................................................. 9

A. BERT HELLINGER ....................................................................................................... 9

B. INFLUÊNCIA DO PASSADO ......................................................................................... 9

C. IDEIAS DE HELLINGER QUE RESSOEM COM AS TRADIÇÕES ANCESTRAIS AFRICANAS

10

D. A TERAPIA SISTÊMICA ............................................................................................. 10

E. PRINCÍPIOS SISTÊMICOS .......................................................................................... 11

F. ORDENS DO AMOR ................................................................................................. 11

G. FAMÍLIA DE ORIGEM ............................................................................................... 11

VII. FENOMENOLOGIA ................................................................................................... 11

A. CONCEITOS ............................................................................................................. 12

VIII. Etologia Equina ....................................................................................................... 13

A. PREDADORES E A NECESSIDADE DE CONTATO SOCIAL ........................................... 13

B. A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS CAVALOS ................................................................. 13

C. O GARANHÃO ......................................................................................................... 14

Page 4: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

D. AS ÉGUAS ................................................................................................................ 14

E. OS JOVENS MACHOS ............................................................................................... 15

F. COMUNICAÇÃO DOS CAVALOS ............................................................................... 16

G. RELAÇÃO COM O HOMEM ...................................................................................... 17

IX. OS 5 SENTIDOS ........................................................................................................ 19

A. Visão ....................................................................................................................... 19

B. Audição ................................................................................................................... 20

C. Olfato ...................................................................................................................... 20

D. Paladar .................................................................................................................... 21

E. Sensibilidade Cutânea ............................................................................................. 21

X. OS 10 SEGREDOS ANCESTRAIS DA MENTE DO CAVALOS ............................................ 22

1. FUGA ................................................................................................................... 22

2. PERCEPÇÃO ......................................................................................................... 22

3. TEMPO DE RESPOSTA .......................................................................................... 22

4. AUTORREGULAÇÃO ............................................................................................. 22

5. APRENDIZAGEM .................................................................................................. 22

6. MEMÓRIA ............................................................................................................ 23

7. HIERARQUIA DOMINANTE ................................................................................... 23

8. CONTROLE DE MOVIMENTOS .............................................................................. 23

9. LINGUAGEM CORPORAL ...................................................................................... 23

10. PRECOCIDADE .................................................................................................. 23

XI. CARACTERÍSTICAS GERAIS IMPORTANTES ................................................................. 25

A. PRESA ...................................................................................................................... 25

B. PERCEPÇÃO AGUÇADA ............................................................................................ 25

C. CURIOSIDADE E ECONOMIA DE ENERGIA ............................................................... 25

D. MARCA MENTAL ..................................................................................................... 25

E. APRENDIZAGEM ...................................................................................................... 25

F. HERBÍVOROS E NÔMADES ...................................................................................... 26

G. GREGÁRIO ............................................................................................................... 26

H. ROTINEIRO, MAS ADAPTÁVEL ................................................................................. 26

I. DOMÍNIO VITAL ....................................................................................................... 27

J. LINGUAGEM ............................................................................................................ 27

K. SENSAÇÃO DE CLAUSTROFOBIA .............................................................................. 27

Page 5: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

XII. Terapia e aprendizagem com cavalos ..................................................................... 28

A. OBSERVANDO ......................................................................................................... 28

B. SEGURANÇA ............................................................................................................ 28

C. PRATICAR E OBSERVAR ........................................................................................... 29

D. O PAPEL DO CAVALO ............................................................................................... 30

E. O FACILITADOR ....................................................................................................... 31

F. PAPEL DO FACILITADOR .......................................................................................... 31

G. RELACIONAMENTO ................................................................................................. 31

H. META ...................................................................................................................... 32

I. ACUIDADE SENSORIAL ............................................................................................ 32

J. FLEXIBILIDADE ......................................................................................................... 33

XIII. Trabalho em grupo .................................................................................................. 34

A. TEORIA DO ICEBERG ................................................................................................ 34

B. DICAS ...................................................................................................................... 34

XIV. TAREFAS PARA TERAPIA E APRENDIZAGEM EM GRUPO ......................................... 35

XV. Terapia e aprendizagem com cavalos ..................................................................... 37

A. PREPARAR-SE .......................................................................................................... 38

B. Filosofia de vida ...................................................................................................... 39

C. Participam de uma sessão ....................................................................................... 39

D. Preparação .............................................................................................................. 39

E. Conexão e permissão .............................................................................................. 39

F. Cheque interno ....................................................................................................... 39

G. O diálogo com o inconsciente ................................................................................. 40

H. O corpo como mediador ......................................................................................... 40

I. Prática ..................................................................................................................... 40

J. Estrutura de uma sessão ......................................................................................... 41

XVI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – TEORIA CAMPO .................................................. 42

Page 6: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

INTRODUÇÃO

Para compreender o que está presente em uma sessão de terapia e aprendizagem com

cavalos precisamos ir além do plano físico, material.

Vamos conhecer inicialmente alguns conceitos de áreas como física quântica, biologia,

bioquímica e da visão sistêmica da vida e de todos os seres para compreendermos o ser

humano como um ser multidimensional.

Passaremos então para o estudo da etologia equina para, finalmente, entrar no mundo

da terapia e aprendizagem com cavalos do método Omega-TAC.

Certamente, além deste material teórico, o mais rico aprendizado que podemos ter é o

prático, é a vivência com os cavalos, a observação de um incrível conteúdo que emerge

toda vez que seres humanos e cavalos interagem.

Nossa intenção com este treinamento é despertar em cada um dos participantes um novo

olhar para a relação humano-cavalo e abrir caminho para que cada aluno se torne um

facilitador de processos, um ajudante presente e ético.

Bem-vindos, bem-vindas!

Claudia Vassão

Page 7: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

PARTE I OS HUMANOS

Page 8: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

1

II. DAS FÍSICA CLÁSSICA AO UNIVERSO QUÂNTICO

A. CLÁSSICA

Campos Magnéticos e Elétricos

Campos Eletromagnéticos

As partículas podem ser observadas

A luz é uma manifestação de partículas

Elas se movem no presente e no futuro

B. QUÂNTICA

O campo são as ideias relativas ao esquema de um diagrama espaço-tempo

As partículas não podem ser diretamente observadas

Elas se movem no presente, no futuro e no passado

As partículas estão sempre em movimento

C. TEORIA QUÂNTICA DE CAMPOS

As partículas vivem os seus cotidianos envolvidas numa interminável dança de impactos e

colisões, onde elas surgem, desaparecem e surgem novamente na realidade.

A ciência desconhece as causas deste fenômeno, mas sabe-se, através da Teoria Quântica

de Campo, que nestes encontros acontecem conexões com o passado, o presente e o

futuro.

Neste mundo, além de nos deslocarmos no espaço, nos deslocamos no tempo e podemos

trazer de lá fatos e acontecimentos que aparecem no mundo da realidade presente como

se tivessem surgido do nada.

D. CAMPOS MORFOGENÉTICOS

Morfo vem do grego “morphe” e significa forma

Gene ou genética vem do grego “geno” e significa fazer nascer

A biologia reducionista transformou o DNA numa cartola de mágico da qual é possível

tirar qualquer coisa. Na vida real a atuação do DNA é bem mais modesta, os genes ditam

somente a estrutura primária.

Page 9: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

2

A maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, as células nos tecidos, os

tecidos nos órgãos e os órgãos no organismo não está programado no DNA.

O organismo, de alguma maneira, se monta automaticamente.

A morfogênese, ou seja, a modelagem formal de sistemas biológicos, seria ditado pelos

chamados Campos Morfogenéticos. Estes campos se transformam o tempo todo graças

ao processo de ressonância mórfica.

Cada tipo de molécula, cada proteína, tem seu próprio campo morfogenético. Por

exemplo, a hemoglobina tem um campo de insulina etc. Cada tipo de organismo, cristal,

instinto, padrão de comportamento tem seu campo morfogenético. São estes campos

que ordenam a natureza. Há muitos tipos de campos pois há muitos padrões na natureza.

Os campos morfogenéticos vão variar sua estrutura dando causa, deste modo às

mudanças estruturais dos sistemas aos que estão associados.

São estruturas que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento

de todos os sistemas do mundo material, conectando todos os sistemas individuais que a

eles estão associados.

Os campos morfogenéticos e os campos mórficos são campos que levam informações,

não energia;

Eles são campos não físicos, portanto, não mensuráveis, que exercem influência sobre

sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente;

Há uma causa pela qual as coisas tomam suas formas e padrões;

Todo animal, planta ou ser humano está continuamente informado do seu passado

E. CAMPOS MÓRFICOS

Campos mórficos são campos de memória do coletivo e de tudo o que vai existindo –

emoção, comportamento etc.

São campos de ressonância de imitação e não tem a ver com a família;

Os campos mórficos são gigantes, eles abarcam, envolvem tudo o que tem propriedade

auto organizacional, tais como galáxias, átomos, células, sociedades;

São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, uma totalidade articulada e não

um mero ajuntamento de partes, distribuindo-se pelo espaço-tempo, conectando todos

os sistemas individuais que a eles estão associados;

Por serem campos de informação e não de energia, sua intensidade não decai com o

quadrado da distância. Neles, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos

agrega-se ao patrimônio coletivo e passa a ser compartilhado por toda a espécie.

Page 10: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

3

Se tenho comportamentos que não fazem sentido é porque estou fazendo parte,

pertenço a um campo mórfico. Vou procurar repetir este comportamento para continuar

fazendo parte deste campo mórfico.

Quando estou em ressonância com um campo mórfico é difícil sair dele pois o campo

mórfico é a consciência coletiva, é o campo da diferenciação entre o bem e o mal, o

campo da necessidade de compensação.

F. PODEMOS MUDAR UM CAMPO MÓRFICO OU

UM CAMPO MORFOGENÉTICO?

Como facilitador devo procurar ser menos terapêutico pois nas relações terapêuticas as

projeções, as ressonâncias, as transferências e contratransferências são mais presentes.

Meu trabalho interno, pessoal, será um trabalho de purificação, de libertação de minhas

crenças e condicionamentos pois as crenças são campos mórficos aos quais estou

conectado.

Rupert Sheldrake – teoria dos campos mórficos e morfogenéticos

Page 11: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

4

III. A PERSPECTIVA SISTÊMICA DAS CONSTELAÇÕES FAMILIARES

Este, definitivamente, não é um curso de Constelação com Cavalos, tampouco de

Constelação Familiar, porém a abordagem de Bert Hellinger nos ensinou a ver as relações

interpessoais e profissionais a partir de uma visão expandida na qual cada interagente (ou

cliente ou coachee ou paciente, dependendo do objetivo da sessão ou trabalho em

grupo) passa a ser visto como participante de um ou vários sistemas.

Sendo assim, este capítulo tem como objetivo trazer informações básicas, introdutórias,

da Constelação Sistêmica que serão muito úteis durante a aplicação do modelo Omega-

TAC.

“(...) o cavalo não reage apenas aos participantes como um indivíduo e

sim a todo sistema ao qual o indivíduo pertence. Podemos comparar o

participante com as células do corpo humano, onde todas as

propriedades do corpo já existem, de modo que todo o sistema está

presente.” (Knaapen, p.39)

A. Reflexão: o “Eu Quântico” e a cura

Segundo a consteladora espanhola Brigitte Champetier de

Ribes, o que Bert Hellinger chama “o amor do espírito” é a

visão quântica da vida.

O Eu Quântico é aquele observador neutro, que vê tudo

com amor, agradecimento e respeito e, ao mesmo tempo

que muda aquilo que vê, é transformado pelo que vê. A

cura se transforma em um circuito de ressonância sem fim, em uma espiral de cura.

Sabemos que somos energia e que tudo é, ao mesmo tempo, onda e partícula. O Eu

Quântico é onda, o Eu Manifestado é partícula, o salto da partícula para a onda de

probabilidades acontece quando a mente está vazia.

“O livre arbítrio existe: é o dizer sim ou não para a vida, como ela é”

BRIGITTE CHAMPETIER DE RIBES

Page 12: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

5

IV. SERES MULTIDIMENSIONAIS

Nesta abordagem o encontro é multidimensional, pois todos os atores são seres

multidimensionais: corpo, emoção, mente, espírito e contexto sistêmico.

Esta multidimensionalidade nos ajuda a observar os recursos que serão acessados nesta

caminhada:

FÍSICO Sentidos de percepção no corpo;

EMOÇÃO Reações emocionais;

MENTE Ideias e pensamentos;

ESPÍRITO Intuição, insights;

SOCIAL ou SISTÊMICO Seu lugar no todo.

ESPIRITUAL

Conexão

Intuição

FÍSICA

Cérebro Reptiliano Sentidos

MENTAL

Neo-cortex

Pensamentos

EMOCIONAL

Límbico

Sentimentos

SISTÊMICA

Social Família Cultura

Page 13: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

6

A. COMO ATUA A CONSCIÊNCIA?

“A boa consciência é a força propulsora que está por traz de quase todos

os grandes conflitos”

BERT HELLINGER

É com a consciência que sentimos se estamos agindo de acordo com os padrões de nosso

sistema, ao qual pertencemos ou não. Ela funciona como um instrutor interno, que pode

gerar tensão e conflito, quando as diferenças se manifestam.

Se em meus atos eu for contra o sistema do qual faço parte, vou me sentir incomodado

(culpa), ao passo que, se eu seguir as regras, moral, normas ou cultura do meu sistema,

me sinto bem, em casa (inocente).

Todas as consciências são campos espirituais.

Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência.

Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela

sobrevivência do grupo.

Consciência espiritual – responde ao movimento do espírito, que pensa e cria tudo

da maneira como é e onde tudo e todos podem ter o seu lugar. Tudo está

submetido a este movimento.

A consciência espiritual é sentida pela vibração, não pelo pensamento. E a única forma de

irmos para este nível é irmos para nosso centro, fazendo escolhas conscientes, em

sintonia com o AMOR DO ESPÍRITO. Este movimento une o que antes estava separado.

Quando SOMOS O MOVIMENTO DO ESPÍRITO ele se perde como conceito, como algo

externo, e simplesmente passa a SER.

Page 14: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

7

V. TEORIA DOS SISTEMAS VIVOS

Sistemas integrados cujas propriedades não podem ser reduzidas às suas partes menores.

Embora seja possível distinguir as partes de qualquer sistema vivo, a natureza do todo é

sempre diferente da simples soma de suas partes.

A. PENSAMENTO SISTÊMICO

Significa uma nova forma de ver o mundo e uma nova forma de pensar em termos de

relações, padrões e contexto.

Todo organismo – animal, planta, microrganismo ou ser humano – é um todo integrado,

um sistema vivo.

Partes de organismos, como folhas e células, também são sistemas vivos dentro de outros

sistemas vivos.

Em toda a natureza encontramos sistemas vivos dentro de outros sistemas vivos, ou

ecossistemas.

Page 15: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

8

B. A TEIA DA VIDA

O mais importante ensinamento da

abordagem sistêmica da vida é o

reconhecimento de que as redes constituem o

padrão básico de organização de todos os

seres vivos.

Os ecossistemas são compreendidos em

termos de teias alimentares, ou seja, de rede

de organismos; os organismos são redes de

células e as células são redes de moléculas.

A rede é um padrão comum a todas as formas de vida. Onde existe vida, existem redes.

Somos apenas um segmento dentro da Teia da Vida.

Tudo o que fazemos para a teia, fazemos para

nós mesmos.

Todas as coisas estão ligadas entre si. Todas as coisas interagem…

CHEFE SEATTLE

C. CARACTERÍSTICA DAS REDES VIVAS

A principal característica é que as redes vivas são autógenas: em uma célula, todas as

estruturas biológicas são continuamente produzidas, consertadas e regeneradas por uma

rede de reações químicas.

As redes vivas estão sempre criando ou recriando a si próprias através da transformação

ou substituição dos seus componentes.

Page 16: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

9

VI. CONCEITOS BÁSICOS DA CONSTELAÇÃO FAMILIAR

Uma abordagem terapêutica que olha para o indivíduo como parte integrante de um ou

mais sistemas.

Este indivíduo exerce e recebe influência do sistema, por exemplo, sua família de origem.

Observa-se que esta influência vai além das pessoas desta geração, podendo sentir a

influência de pessoas ou acontecimentos, em seu sistema familiar, de várias gerações

anteriores.

A. BERT HELLINGER

Criador das Constelações Familiares.

Nasceu em 1925, estudou filosofia, teologia e pedagogia.

Sua formação religiosa levou-o a ingressar em uma ordem religiosa católica.

B. INFLUÊNCIA DO PASSADO

Hellinger observou, por meio das constelações, que existe uma relação muito íntima

entre gerações passadas e gerações presentes.

Isso ressoa com várias tradições, como o culto aos antepassados realizados nas culturas

orientais ou rituais africanos de conexão com os ancestrais.

Esta conexão com gerações passadas pode tanto ser origem de força e fluidez como ser

responsável por vínculos simbióticos e emaranhados sistêmicos.

Page 17: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

10

C. IDEIAS DE HELLINGER QUE RESSOAM

COM AS TRADIÇÕES ANCESTRAIS AFRICANAS

O reconhecimento que os pais biológicos são importantes no sistema familiar, ainda que

eles não tenham tido nenhuma outra relação com os seus filhos.

A ideia de que muitas gerações de antepassados são sentidas como um recurso e fonte de

energia. Isto inclui o reconhecimento que os nossos antepassados e a nossa família estão

profundamente conectados tanto com o bem estar como com a doença.

O alinhamento em termos da ordem na família – quem chega primeiro, a linhagem

geracional e a continuidade da árvore familiar, incluindo quem ainda poderia estar

causando problemas, até ser reconhecido.

A importância da parte excluída que tem efeito nos assuntos da vida familiar ou pessoal,

seja consciente ou inconscientemente

Curando usando símbolos e rituais e conectando com os mortos.

Honrando os mais velhos e o lugar certo dos mortos.

D. A TERAPIA SISTÊMICA

O olhar sistêmico nos permite acessar algo que está presente no sistema e que muitas

vezes não é compreendido nem percebido sem se observar o todo.

É um trabalho que se ocupa de questões relacionadas a dinâmicas (enredamentos) que

começam quando os princípios sistêmicos são transgredidos.

Page 18: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

11

E. PRINCÍPIOS SISTÊMICOS

Bert Hellinger sintetizou sua experiência e o que aprendeu com as comunidades sul

africanas em três princípios chamados por ele de Ordens do amor. Sempre que um desses

princípios é transgredido há como efeito um desequilíbrio na esfera individual e, quase

sempre, na esfera sistêmica também. Quando o equilíbrio não é retomado as gerações

futuras passam a fazer parte do seu efeito. A isso chamamos emaranhados sistêmicos.

F. ORDENS DO AMOR

VÍNCULO – Todos têm o mesmo direito de pertencer ao seu sistema familiar.

ORDEM – Existe uma hierarquia temporal.

EQUILÍIBRIO – Dar e tomar traz experiências de culpa e inocência.

G. FAMÍLIA DE ORIGEM

Quem pertence:

Todos os filhos, incluindo os que nasceram mortos, filhos adotados, meio irmãos e

alguns filhos abortados ou perdidos.

Os pais e os seus irmãos.

Casamentos (ligações) anteriores dos pais.

Avós e os seus casamentos (ligações) anteriores.

Bisavós (às vezes).

Aqueles que, em relação ao sistema familiar, carregam uma perda ou obtiveram

um benefício que lhes mudou a vida, por exemplo, pessoas cujos bens foram

roubados por um antepassado.

VII. FENOMENOLOGIA

É um método que permite reconhecer “o que é” sem opiniões preconcebidas nem pré-

julgadas.

A Fenomenologia permitiu uma forma de perceber com maior profundidade as dinâmicas

sistêmicas, bem como o aparecimento de imagens interiores surpreendentes.

Revela a crise da ciência que se detém apenas aos fatos, gerando problemas no sentido

da existência humana: o ser no mundo.

Page 19: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

12

Tudo o que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos

ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua

essência, a sua SIGNIFICAÇÃO!

A. CONCEITOS

A imaginação apreende coisas em imagens e preenche segundo a realidade do

sujeito;

A percepção consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das

informações obtidas pelos sentidos, envolvendo a memória e outros aspectos que

podem influir na interpretação dos dados percebidos;

A significação é correlato de intenção;

O ideal do conhecimento é o preenchimento total.

A consciência é, portanto, doadora de sentido e fonte de significado. Conhecer é

um processo que não acaba nunca, é uma exploração exaustiva do mundo.

Page 20: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

PARTE II OS EQUINOS

Page 21: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

13

VIII. ETOLOGIA EQUINA

Etologia é o estudo do comportamento animal. Quando falamos em Etologia Equina,

estamos então nos remetendo a tudo o que se destina à vida dos cavalos na sua forma

natural.

A. PREDADORES E A NECESSIDADE DE CONTATO SOCIAL

O cavalo era um animal pequeno, solitário que vivia há cerca de 65 milhões de anos na

selva (Eohippus). O primeiro cavalo tinha aproximadamente o tamanho de um cão.

Houve mudanças climáticas, a floresta desapareceu, o clima tornou-se mais quente e

seco. Diferentes espécies desapareceram e algumas que conseguiram se adaptar às áreas

de estepe sobreviveram.

A relação do homem e cavalo é algo que já se mostrava nas paredes das cavernas

primitivas há milhares de anos. Eles eram símbolos de admiração, mas também serviam

como refeição.

O seu ancestral mais antigo possuía 3 dedos nas patas de trás e 4 nas da frente. Com o

tempo, suas necessidades foram mudando, a disponibilidade de alimento e habitat

tornou-se abundante. Os três dedos não eram mais necessários, desaparecendo cada vez

mais, até o momento em que o futuro cavalo passou a andar somente sobre o dedo do

meio, dando agilidade e velocidade ao animal.

Atualmente é um animal grande, especializado em alimentação fibrosa de baixa caloria

que passa muito tempo se alimentando. Tem facilidade de compartilhar o estado de

vigília

B. A ORGANIZAÇÃO SOCIAL DOS CAVALOS

Os cavalos juntaram-se em grupos sociais, aumentando as chances de sobrevivência,

assim mantiveram uma vida consideravelmente regrada. Os cavalos selvagens se

organizam em grupos com um garanhão, uma fêmea alfa e a prole, ou em pequenos

grupos de jovens machos solteiros.

Page 22: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

14

O grupo é formado por mais ou menos 10 integrantes, e está longe da imagem que a

maioria das pessoas tem da imensa tropa de cavalos selvagens correndo livres na

montanha. O que ocorre é que, por vezes, vários grupos que convivem próximos se

deslocam em conjunto, dando a impressão do grupo familiar ser maior.

Os potros só deixam o grupo familiar aos dois ou três anos de idade, quando atingem a

sua maturidade sexual. Este comportamento é totalmente conveniente e adequado, pois

assim a probabilidade de cruzamentos consanguíneos diminui grandemente.

Uma vez que o grupo foi formado, ele permanece estável por muitos anos, apenas

havendo variação pela saída dos jovens. Com raras exceções, o garanhão e as éguas

permanecem juntos por toda vida.

A fêmea alfa sempre será a mais velha do grupo, ou seja, a que chegou primeiro. Ela

mantém uma posição hierárquica superior em relação às outras éguas. E esta hierarquia

se sustenta por anos.

C. O GARANHÃO

Os garanhões têm a função de proteger e coordenar o grupo.

Eles passam grande parte do tempo cercando as fêmeas e impedindo-as de deixar o

grupo ou serem levadas por outros machos. Eles são como pastores do rebanho,

encorajam o grupo a se manter unido.

Quando o harém muda o seu local de

pastagem, o garanhão sempre fica por

último, incentivando a caminhada e

cuidando para que nenhum indivíduo fique

para trás.

Normalmente, eles se organizam em um

harém estável onde cada garanhão passa a

vida com algumas poucas éguas, em geral,

duas.

Os garanhões sempre evitarão os conflitos e brigas pela posse do grupo de fêmeas. Uma

série de ameaças é a primeira escolha, o contato físico é feito somente quando é

absolutamente necessário. Ferimentos fatais são raros na natureza.

D. AS ÉGUAS

A égua pode ser considerada a líder do grupo. Isto é verdadeiro se observamos que

quando os cavalos se deslocam, sempre a égua mais velha que vai à frente.

As fêmeas geralmente demonstram o seu primeiro cio com um ano de idade, mas parece

não receber atenção do garanhão nesta faixa etária.

Page 23: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

15

Quando o cio surge na primavera, é uma vantagem, pois os potros nascerão em

condições ambientais mais favoráveis. A gestação da égua dura 11 meses.

As éguas possuem diferenças individuais e podem apresentar preferência por garanhões

específicos. Éguas mais velhas e

dominantes podem,

energicamente, interromper a

atenção de um garanhão, que está

voltada para uma fêmea (de um

posto mais baixo da escala social)

que esteja no estro.

Uma égua pode ser abandonada no

momento do parto e se juntar a

outro grupo, cujo garanhão,

diferente da crença popular, não

matará o potrinho por não ser seu

descendente.

E. OS JOVENS MACHOS

As fêmeas mais jovens só deixam o seu grupo familiar quando algum jovem macho de

outro grupo a "sequestra" para formar uma nova família.

Já os jovens machos, pelo contrário, passam um bom período de vida solteiros para

depois conseguirem formar o seu próprio bando.

Por volta dos 2 ou 3 anos, eles deixam o grupo onde nasceram (por vezes por iniciativa

própria, por vezes são expulsos pelo garanhão) e se juntam a um grupo de jovens

machos.

Neste novo grupo, os jovens machos irão aprender a medir as suas forças, simular

combates e respeitar a hierarquia estabelecida. A composição do grupo depende muito

das chegadas e saídas, mas geralmente é limitada entre 6 e 7 cavalos.

Com 5 ou 6 anos de idade, os cavalos já têm maturidade e força suficientes para

coordenar, defender e formar o seu próprio grupo familiar.

Page 24: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

16

F. COMUNICAÇÃO DOS CAVALOS

Segundo Aluísio Marins, médico veterinário, domador e treinador de cavalos e reitor da

Universidade do Cavalo, o equilíbrio da convivência, sincronismo das atitudes,

simplicidade das ideias, a segurança pelo conforto e confiança são características naturais

de vida dos cavalos. Na vida natural, os cavalos vivem em uma comunidade de respeito e

imitação aos mais experientes. Quando existe uma quebra na hierarquia, a situação é

resolvida entre os membros do bando através dos mais experientes. Tudo isto é resolvido

através da comunicação entre os indivíduos. Os cavalos comunicam-se através de voz e

de sinais corporais utilizando, por exemplo, as orelhas, os olhos, a cauda, as patas, a boca,

os andamentos e o pescoço.

O movimento de repressão, o empurrão e a apresentação da traseira são os sinais de

comunicação emitidos pelos cavalos, numa linguagem bastante peculiar.

Nos mais corajosos e dominadores prevalece o movimento de repressão, linguagem em

que o animal coloca o corpo na frente do outro, impedindo-o de avançar.

A forma de dominação é o empurrão com o ombro. Já a apresentação da traseira ocorre

quando o cavalo demonstra que vai escoicear.

Enquanto soltos, os cavalos demonstram grande alegria, exibindo um corpo flexível, cheio

de movimentos, que simplesmente explora todas as suas possibilidades.

São oito os sons principais com que os cavalos se comunicam. Relincho é o mais

conhecido. Trata-se de um som longo, alto e agudo, usado para chamar a atenção sobre

algo ou de alguém.

A saída bruta de ar pelas narinas, que trepidam, dá origem ao resfôlego. É, também, uma

forma de limpar as vias respiratórias, aumentando a oxigenação. Muitas vezes, é usado

para alertar outros animais, de algo novo e ameaçador.

Um som emitido com a boca fechada, o guincho é baixo e frequente, em encontros não

muito "românticos" entre éguas e garanhões. É do tipo "não estou gostando".

A ideia de namoro, ou de um cumprimento maternal, manifesta-se pelo ronco, um som

grave, curto e descontínuo. Quase sempre está ligado ao reconhecimento, a um sinal leve

de excitação, ou porque viu um cavalo amigo, uma pessoa querida.

O ronco de namoro é o mais excitante, pois é acompanhado do bater dos cascos e o

movimento da cabeça, pescoço e cauda. Muitos cavalos reagem dessa forma na

aproximação de seus donos.

Em estados emocionais intensos, ocorre o urgido, que é um som agudo, comum entre os

cavalos selvagens. O sopro é semelhante ao resfôlego, mas sem trepidação, sendo mais

suave e com uma mensagem menos tensa, significando apenas um "Hum! " O suspiro é

um som que demonstra certo tédio, mal-estar digestivo ou angústia, e constitui-se de

uma saída longa de ar pelas narinas.

Page 25: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

17

O sinal mais fácil de ser entendido é a posição das orelhas. É considerado o mais

importante na comunicação dos cavalos. As orelhas podem mostrar o ânimo ou a atenção

do animal. Por exemplo: inclinação aguda para frente indica tensão, curiosidade ou boa

intenção; caídas para o lado significam aborrecimento ou cansaço; abaixadas e voltadas

para trás indicam animosidade ou agressão. As orelhas em pé e voltadas para trás

denotam a presença de um dominador, o treinador ou cavaleiro. E significam, também,

submissão.

O lado brincalhão é demonstrado pelo ato de abocanhar, puxando o canto da boca. A

cordialidade entre eles é representada pela brincadeira de mordiscar os pelos ou a crina.

Sua estratégia de vida é baseada na formação de fortes laços sociais, que servem à

sobrevivência e à reprodução.

G. RELAÇÃO COM O HOMEM

Os primeiros cavalos (Equus caballus) foram domesticados há cerca de 6 mil anos onde o

povo botai, que habitava o norte do Cazaquistão, começou a caçá-los, atraído pela carne

como fonte de alimento e a pele para fazer couro. Mais tarde, os botai os domesticaram.

O povo botai e as sucessivas civilizações encontraram nos cavalos, animais fortes,

espertos e de boa índole, o melhor dos parceiros.

Ao longo dos séculos, os cavalos acompanharam a evolução dos seres humanos e foram

protagonistas, assim como eles, de importantes acontecimentos na história da

humanidade formando uma parceria para a realização de várias tarefas que envolveriam

a agricultura, o transporte, a guerra e até mesmo o esporte.

Na Grécia Antiga, temos o aparecimento do antigo mito do centauro, uma fantástica

criatura, meio homem e meio cavalo. Sob o ponto de vista filosófico, essa alegoria

atestava a junção da inteligência que o homem possuiu ao vigor físico que os equinos

dominam tão bem. De acordo com alguns estudiosos, esse personagem da mitologia

grega teria origem nas antigas tribos nômades da Ásia, que organizavam seus ataques

com o uso destes animais.

No período medieval, os hunos compunham uma poderosa comunidade nômade que

passava boa parte de seu tempo montada no lombo deste animal. Segundo alguns

relatos, os hunos guerreavam e, em alguns casos, dormiam no próprio animal. Com o

tempo, esse animal também viria a integrar a rotina das comunidades sedentárias. Nesse

caso, a finalidade do animal se deslocava para a realização de tarefas diárias e,

principalmente, na produção agrícola.

Prosseguindo pela Idade Média, vemos que os europeus incorporaram o animal ao seu

mundo e chegaram ao ponto de inventarem academias responsáveis pelo adestramento

dos animais e o ensinamento da montaria. E não pensem que foram apenas os cavalos

que se subordinaram aos seus donos. As calças, tão comuns no vestuário da moda

Page 26: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

18

contemporânea, foram inicialmente inventadas para dar mais conforto na hora da

montaria.

Na Idade Moderna, mais precisamente durante o período da colonização, os cavalos

aterrorizaram as populações nativas americanas. Observando a situação, os

conquistadores espanhóis espalharam boatos dizendo que os cavalos eram bestas de

origem demoníaca. Segundo o próprio Hernán Cortéz, responsável pela dominação do

México, a importância do cavalo na conquista do continente americano só perdia para a

intervenção divina.

Nas primeiras décadas da Revolução Industrial, o crescimento dos centros urbanos esteve

seguido de um estrondoso número de cavalos empregados nas mais variadas funções.

Durante a queda do Antigo Regime e em outras situações de guerra, vemos que as

cavalarias eram insubstituíveis na organização das táticas de guerra.

Apesar de estarem mais presentes no mundo rural e esportivo, observamos novos

campos de atuação onde os cavalos mostram seu valor. Ele é o parceiro importante e

agente cinesioterapêutico dentro de atividades montadas, pelo seu movimento

tridimensional, que se assemelha ao movimento humano, possibilitando restaurações

motoras, cognitivas e de sociabilização dentro da equoterapia.

Nos processos terapêuticos e de aprendizagem, nos quais os cavalos não são montados, é

possível observar grandes transformações emocionais, mudanças de padrões e

comportamentos seja individualmente, em grupo ou nas organizações, desenvolvendo

lideranças, comunicação eficaz e produtividade.

Page 27: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

19

IX. OS 5 SENTIDOS

A. Visão

A importância deste sentido para os cavalos pode

ser evidenciada pelo tamanho dos seus olhos que

estão estre os maiores dentre os mamíferos

terrestres.

O cristalino dos cavalos possui o recurso de

acomodação dinâmica mais limitado se

comparado à nós humanos, que consiste na

capacidade de ajustar a visão de um objeto

próximo e de outro mais distante de forma

alternada, cruzando ou diminuindo a

convergência.

No entanto, o formato ovoide do globo ocular dos

cavalos resulta em distâncias diferentes entre o

cristalino e a retina (onde formam-se as imagens),

a depender de que região dos olhos estamos falando. Assim sendo, na parte inferior do

campo de visão o cavalo tem nitidez para os objetos próximos e na parte superior para os

objetos mais distantes. Dessa forma, é possível ter um campo de visão amplo mesmo

quando se está com a cabeça baixa pastando. O seu campo de visão é de quase 360O no

plano horizontal, tendo somente como pontos cegos logo atrás da garupa e bem à frente

da cabeça, onde sua visão se torna binocular (aproximadamente entre 65o e 80o à

frente), conforme podemos ver na imagem a seguir.

Cavalos são dicromatas, o que significa que possuem células receptoras de duas das cores

fundamentais, diferentemente de nós humanos que somos tricromatas. Na prática isso

significa que os cavalos não conseguem distinguir todas as cores tal como nós

conseguimos.

Embora possuam uma boa visão noturna, os equinos possuem uma adaptação lenta às

mudanças de luminosidade. É por isso que por vezes temos animais que se assustam ou

reagem com certa cautela quando estão sendo conduzidos de um local ao ar livre para

entrarem em suas cocheiras ou embarcarem em um trailer. Somando isso ao ponto cego

frontal temos então uma limitação acerca da acuidade visual no que diz respeito à

percepção de profundidade. Para lidar com tal limitação os cavalos possuem pelos abaixo

do focinho que conferem uma contribuição de percepção tátil para, por exemplo,

encontrarem a ração dentro do cocho.

Figura 1(cf. Larousse dos Cavalos, 2006, p. 20-21; GEMEC, 15/abr/2019)

Page 28: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

20

B. Audição

Os equinos possuem uma audição bastante desenvolvida e sensível. São capazes de

reconhecer a voz do tratador e sons familiares, bem como responder a comandos por

voz. Possuem uma extensão da audição maior do que a nossa no que diz respeito aos

agudos e um pouco menor no que diz respeito aos graves.

As orelhas são côncavas e possuem um formato afunilado, o que contribui para o

direcionamento das ondas sonoras aos tímpanos. A mobilidade das orelhas em até 180o

permite com que o cavalo direcione o pavilhão auditivo para onde está vindo o som para

melhor identificá-lo. Essa mobilidade acontece de forma independente para cada orelha,

permitindo que o animal se dedique a perceber dois focos de sons distintos ao mesmo

tempo.

O cavalo é dotado de um sistema de alerta coordenado envolvendo a visão e a audição, o

qual pode ser notado quando o animal ouve um ruído inesperado e imediatamente

direciona os olhos, movimentando a cabeça, e as orelhas na direção do som.

C. Olfato

O olfato é também um sentido muito mais desenvolvido nos cavalos do que em nós. O

chanfro comprido da anatomia do cavalo proporciona uma grande superfície para a

mucosa olfativa. É a partir do olfato que a égua identifica o seu potro, bem como uns aos

outros. Em situações de apreensão, o cavalo inspira de forma mais vigorosa, expandindo

as narinas, para melhor perceber os odores presentes, no intuito de identificar se há um

perigo iminente ou não.

Existe ainda uma percepção olfativa especializada na detecção dos feromônios. Ela está

relacionada à atuação do órgão vomeronasal, situado abaixo da cavidade nasal, capaz de

detectar essas substâncias químicas voláteis emitidas pelos animais e que influenciam,

sobretudo, no que diz respeito aos comportamentos sexuais.

Uma mímica característica evidencia a atuação desta percepção. Ela é intitulada “Reflexo

de Flehmen” e consiste no posicionamento da cabeça para o alto, com o pescoço

estendido, e o lábio superior retorcido (ver imagem abaixo). Quando nesta posição, o

cavalo costuma inspirar de forma vigorosa e parece prender a respiração antes de

expirar, como se buscasse uma percepção mais profunda acerca dos odores presentes. As

circunstâncias mais recorrentes em que podemos observar esta atitude são a presença de

um potro recém-nascido ou a proximidade de éguas no cio.

Page 29: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

21

D. Paladar

Cavalos são capazes de perceber diferentes níveis de salgado, doce, ácido e amargo.

Apesar de tolerarem melhor os sabores amargos se comparados ao nosso paladar,

costumam sentirem-se mais atraídos por sabores doces.

O paladar está relacionado a importantes aspectos relativos à saúde de um cavalo,

influenciando na distinção e seleção dos alimentos, na quantidade de sal a ser ingerida,

no equilíbrio nutricional e relativo a manutenção da homeostase corporal, bem como na

fisiologia gastrointestinal.

(cf. Larousse dos Cavalos, 2006, p. 20-21; KOGIMA, 13/abr/2019)

E. Sensibilidade Cutânea

Podemos atestar a grande sensibilidade cutânea que os cavalos possuem quando

observamos uma mosca pousar em seu dorso e a mesma, após ser detectada, ser

espantada através de uma sutil e precisa contração da pele. A sensibilidade cutânea é a

terminologia correta para nos referirmos ao tato nos animais.

Os níveis de refinamento e precisão de comandos presentes em um conjunto (cavalo e

cavaleiro) com alto nível de equitação também comprovam como a sensibilidade cutânea

dos cavalos é elevada, permitindo a percepção de movimentos extremamente sutis, na

maioria das vezes imperceptíveis visualmente.

Outro aspecto muito presente na vida dos cavalos, relativo a este sentido, diz respeito à

vida social. Trata-se da “toalete social”, momento em que os indivíduos de um grupo

Figura 2 (cf. Larousse dos Cavalos, 2006, p. 20-21; KOGIMA, 11/abr/2019) Reflexo de Flehmen

Page 30: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

22

mordiscam-se mutuamente na região do pescoço, cernelha e dorso. Ao mesmo tempo

em que cumpre uma função relacionada à higiene, promove também um

aprofundamento dos vínculos sociais dentro da manada.

(cf. Larousse dos Cavalos, 2006, p. 19-21)

X. OS 10 SEGREDOS ANCESTRAIS DA MENTE DO CAVALOS

1. FUGA Seu principal método de defesa é a fuga.

Por seu habitat natural em pastos, estepes e pradarias e por sua anatomia e fisiologia,

têm grande habilidade para a fuga.

Os cavalos são animais de presas de felinos e caninos e também dos homens.

Sendo assim, é fundamental que por sua história os cavalos vão sempre fugir ante

qualquer perigo real ou imaginário.

2. PERCEPÇÃO Por serem presas, estão constantemente com a ideia de que há um perigo iminente e que

podem ser comidos por seus predadores.

Assim, estão programados para estarem sempre alertas e preparados para disparar a

qualquer instante.

Tem habilidade inata de detectar estímulos sensoriais absolutamente imperceptíveis para

os seres humanos.

3. TEMPO DE RESPOSTA O cavalo possui o tempo de resposta mais veloz que qualquer outro animal doméstico.

Chamado tempo de reação. É a habilidade de perceber estímulos e reagir a eles.

Esse tempo de resposta é essencial para a fuga, pois sair em disparada imediatamente ao

estímulo é o que pode garantir que a fuga seja bem-sucedida.

4. AUTORREGULAÇÃO O cavalo é o animal que mais rapidamente se autorregula, caso contrário, estaria sempre

em fuga uma vez que qualquer estímulo pode ser interpretado como perseguição e

desencadear uma fuga.

5. APRENDIZAGEM Da mesma maneira que rapidamente se autorregulam, os cavalos também tem a

habilidade de rapidamente aprenderem coisas novas.

Page 31: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

23

6. MEMÓRIA A memória do cavalo é infalível, eles não esquecem absolutamente nada.

Os cavalos classificam as experiências vividas como algo a temer e consequentemente

fugir. O que eles experimentam, principalmente quando jovens, criam comportamentos e

reações duradouras.

7. HIERARQUIA DOMINANTE De todos os animais domésticos, o cavalo é o mais fácil de ser dominado.

Por ser um animal de manada sujeito a uma hierarquia dominante e por ter a fuga como

método de defesa, necessita ter um líder para saber quando e onde deve ir.

Em manadas os cavalos aceitam as lideranças.

8. CONTROLE DE MOVIMENTOS É o único animal doméstico que determina a dominância e hierarquia no seu grupo

controlando os movimentos dos demais integrantes.

É compreensível em uma espécie que para a qual a habilidade de fugir significa vida ou

morte, o controle de posições na manada estabelece a liderança.

Os cavalos dominantes realizam movimentos que ameaçam os demais cavalos e os

membros submissos precisam ceder espaço para o líder dominante.

9. LINGUAGEM CORPORAL Cada espécie mostra subordinação e submissão por meio de uma linguagem corporal que

é instintivamente compreendida pelos demais membros da sua espécie.

Os sinais de medo, submissão, ameaça, atenção e desconforto são transmitidos

visualmente, através da linguagem corporal do cavalo.

10. PRECOCIDADE O cavalo pertence a uma espécie precoce, o que significa que é neurologicamente

maduro ao nascer. Isto se deve a sua natureza de animal de presa.

Page 32: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

24

Page 33: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

25

XI. CARACTERÍSTICAS GERAIS IMPORTANTES

A. PRESA

Cavalos são animais predados. Seu principal recurso de sobrevivência, o qual é acionado

toda vez que o seu instinto de defesa (autopreservação) entra em ação, é a fuga. Quando

o instinto de defesa está acionado não existe aprendizado e qualquer sensação negativa

aciona o gatilho da preservação.

B. PERCEPÇÃO AGUÇADA

Por se tratar de animais predados cuja principal defesa é a fuga, possuem uma habilidade

inata de detectar estímulos sensoriais, por vezes, imperceptíveis para nós seres humanos.

O cavalo possui o tempo de resposta mais veloz que qualquer outro animal doméstico,

chamado de tempo de reação. Trata-se da habilidade de perceber estímulos e reagir a

eles. Esse tempo de resposta é essencial para a fuga, pois sair em disparada

imediatamente ao estímulo é o que pode garantir que a fuga seja bem-sucedida.

C. CURIOSIDADE E ECONOMIA DE ENERGIA

A curiosidade dos cavalos é o que permite a eles que não fujam de tudo e de todos a todo

momento. Através da curiosidade o cavalo confirma se aquela eventual suspeita de um

perigo iminente é verdadeiramente um perigo. Desta forma, o cavalo pode então

economizar energia para quando realmente for necessário fugir.

D. MARCA MENTAL

O cavalo que temos hoje é resultado do acúmulo de experiências que ele teve ao longo

de toda a sua vida. Tudo aquilo que o cavalo vive se torna uma marca mental. Segundo o

domador e treinador Aluísio Marins “O cavalo não julga certo ou errado, julga o que ele

está vivendo e se tudo está ok com relação a sua preservação como indivíduo...” e conclui

dizendo que “assim, um cavalo é hoje o que ele aprendeu a ser”. (MARINS, p. 6).

E. APRENDIZAGEM

Os cavalos possuem uma capacidade de aprendizagem incrível. Com algumas poucas

repetições eles já são capazes de aprender algo novo. É importante conhecer e respeitar

os comportamentos naturais da espécie, bem como o tempo e as especificidades de cada

animal. Dessa forma, geraremos somente marcas mentais positivas.

Page 34: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

26

F. HERBÍVOROS E NÔMADES

Cavalos são animais herbívoros e nômades. Pastam cerca de 13 a 20 horas por dia e

fazem isso caminhando ao longo do dia. Ou seja, quanto mais conseguirmos nos

aproximar destas condições melhor será para os cavalos.

G. GREGÁRIO

Cavalos são animais gregários, vivem em grupos e respeitam hierarquias. Relacionar-se

com outros animais, ainda que não sejam da mesma espécie, é muito importante para

eles. Eles buscam confiança e laços duradouros pois isso é parte da estratégia de

sobrevivência da espécie.

H. ROTINEIRO, MAS ADAPTÁVEL

Cavalos são animais afeitos à rotina, mas conseguem se adaptar bem à um novo local e

uma nova rotina, sobretudo, se o processo de adaptação respeitar aspectos inerentes à

sua natureza e propor mudanças gradativas. Portanto, é importante levar em

consideração os horários de manejo, principalmente, o horário em que os animais vão

comer o concentrado (ração) na hora de organizar a agenda com atividades Omega-TAC.

Obs.: é recomendável aguardar no mínimo uma hora após o animal ter comido a ração

para que possam trabalhar.

Page 35: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

27

I. DOMÍNIO VITAL

Se houver recursos de alimento suficientes e espaço condizente à quantidade de animais,

manadas de cavalos poderão conviver em um mesmo domínio vital e, se as condições

forem favoráveis, poderão passar toda a sua vida dentro deste perímetro. Isso porque os

cavalos não são animais territorialistas. Os asininos (jumentos e jumentas) e os muares

(burros e mulas), bem como as zebras, tendem a um comportamento territorialista.

J. LINGUAGEM

Cavalos são animais que se comunicam através da linguagem corporal e de vocalizações.

É importante que o facilitador Omega exercite a sua acuidade em perceber as mudanças

de estado dos cavalos, bem como cuide do seu estado interno quando for interagir com

eles.

K. SENSAÇÃO DE CLAUSTROFOBIA

Por serem animais de fuga, cavalos tendem a evitar locais estreitos e apertados. Mas a

medida em que construímos uma relação de confiança através de marcas mentais

positivas, é possível lidar com essa tendência natural de forma bastante tranquila.

Felizmente eles são muito adaptáveis.

Page 36: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

PARTE III TERAPIA E APRENDIZAGEM

COM CAVALOS

Page 37: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

28

XII. TERAPIA E APRENDIZAGEM COM CAVALOS

100% no solo (sem montaria).

Direcionada para solução.

Tarefas específicas, adaptadas para as necessidades dos clientes (grupo).

Estrutura sugerida: sensibilização (boas-vindas), introdução (atividade divertida

focada no tema), tarefa com cavalos (uma ou duas), fechamento.

A. OBSERVANDO

Mudanças.

Padrões.

Discrepâncias entre comunicação verbal e não verbal.

Eventos únicos.

Os nossos próprios sentimentos.

B. SEGURANÇA

A segurança durante sessões Omega-TAC ou Workshops é fator primordial, porém para

algumas pessoas que já estão no mundo dos cavalos, a maneira de abordar a questão de

segurança será totalmente nova.

O que irá aumentar quantitativamente e qualitativamente a segurança durante o trabalho

que reúne pessoas em solo e cavalos é, em primeiro lugar, o conhecimento dos

facilitadores sobre etologia e manejo de equinos.

Quanto mais souber sobre o comportamento dos cavalos, mais poderá prever situações

de risco.

Em segundo lugar, desenvolver a percepção sutil, mantendo-se centrado durante o

trabalho, totalmente presente, acompanhando passo a passo o que está acontecendo na

interação entre humanos e equinos.

Como abordar, na prática, questões de segurança?

Tendo em mente que esta é uma “abordagem experimental”, ou seja, os participantes

aprendem por meio das experiências que irão vivenciar, iniciar o processo dizendo o que

é seguro e o que é perigoso poderá diminuir em muito a naturalidade e a experiência

propriamente dita poderá ficar comprometida caso os participantes passem a focar mais

na sua segurança por sentirem medo após o facilitador elencar quais movimentos são

perigosos, quais posições criam vulnerabilidade.

Page 38: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

29

Quando vemos um cliente se colocar em risco não chamamos sua atenção com frases

como “cuidado, você pode se machucar” ou “saia de trás do cavalo”, pois isto pode

provocar tensão e reações que não desejamos. Por isso é tão importante estudar mais

profundamente o comportamento dos cavalos e ter mais horas de vivências, observando

ação e reação.

A intervenção mais assertiva é, ao prever o risco, aproximar-se da pessoa e com

tranquilidade retirá-lo do local. Podemos utilizar frases simples como “Vamos nos

posicionar um pouco mais à direita.” ou “Vamos caminhar para outra direção.” ou

“Vamos experimentar um novo ponto de vista.” Para que a pessoa saia do local de

vulnerabilidade sem se sentir amedrontada em continuar a tarefa.

Quando a tarefa terminar, podemos então perguntar se ela percebeu o seu

posicionamento, verificar se ela tinha consciência de que corria risco com determinados

movimentos ou se posicionando de maneira imprudente. Muitas vezes esse

comportamento é um reflexo de como a pessoa cuida efetivamente da sua vida. Podemos

aproveitar essa informação e perguntar a ela: “Como é isso na sua vida? Você costuma se

colocar em risco? Você não percebe o perigo?” Comumente o cliente reconhece e diz “é

assim mesmo, eu sempre me coloco em risco”. Isso nos dá chance de conduzir para

reflexões profundas.

C. PRATICAR E OBSERVAR

Reaprendendo sobre segurança.

Tentativa e erro: aprender fazendo.

Refletir sobre a interação entre clientes e cavalos.

Facilitadores presentes e focados.

Clientes ativos.

Questionamento.

Investigando.

Experimentando.

Resolvendo problemas.

Sendo criativo.

Construindo significado.

Identificando crenças e atitudes atuais.

Praticando novas estratégias para atingir os objetivos.

Page 39: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

30

D. O PAPEL DO CAVALO

Ler e reagir à comunicação não-verbal.

Enfrentar comportamentos e atitudes.

Atuar como metáfora de relacionamentos (representação de alguém).

Imediato, imparcial.

Sempre fornece feedback.

Espelhamento.

sem PRESENÇA: Pessoas dispersas, sem foco, distraídas... Cavalos dispersos, sem foco, distraídos...

Page 40: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

31

E. O FACILITADOR

Equipe de trabalho constituída por cavalos e pessoas física e emocionalmente saudáveis

são essenciais para oferecer um ótimo processo de terapia e aprendizagem.

Primeiro, cuidar bem de si próprio para então cuidar de outros.

Só podemos levar nossos clientes até onde já chegamos!

Ideal: trabalhar em dupla, uma pessoa focada nas pessoas e outra focada nos cavalos.

F. PAPEL DO FACILITADOR

Criando um espaço para clientes e cavalos interagirem.

Acompanhar o processo do cliente.

Estar sempre disponível.

Estar conectado às cinco dimensões.

Foco na comunicação não-verbal.

Observações objetivas, neutras

NÃO interpretações (subjetivas).

Consciência dos nossos próprios sentimentos e emoções.

Transferência e contratransferência.

G. RELACIONAMENTO

Relacionamento é especificamente

aquela qualidade de confiança

mútua e sensibilidade no

relacionamento conhecida como

rapport.

Qualquer coisa que você faz ou

qualquer coisa que você queira, ser

bem-sucedido irá envolver se

relacionar ou influenciar outras

pessoas.

Assim, o primeiro passo é estabelecer rapport com você mesmo e depois com os outros.

Page 41: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

32

H. META

Fixar a sua meta - saber o que você quer. A chave para o sucesso é

ser preciso.

Quanto mais preciso você for sabendo o que é que você quer e o

porquê, é mais provável que você consiga exatamente o que quer.

E o mais provável é que você saberá quando você atingiu a sua

meta.

É toda uma maneira de pensar - pergunte consistentemente a si

mesmo e aos outros envolvidos (clientes e/ou parceiros) o que

você e eles querem.

I. ACUIDADE SENSORIAL

Use os seus sentidos: vendo, olhando, ouvindo e sentindo o que está acontecendo, na

verdade, com você em primeiro lugar!

Expanda esta acuidade para todos os outros que fazem parte: pessoas, cavalos, recursos,

ambiente.

Somente então você irá saber se estão todos no caminho da meta estabelecida. Você

pode usar esse feedback para ajustar o que está sendo feito se for necessário.

Page 42: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

33

J. FLEXIBILIDADE

Flexibilidade comportamental é permitir-se ter muitas opções de ação.

Quanto mais escolhas estiverem disponíveis, mais chances de sucesso

existirão.

Se fizermos sempre a mesma coisa, vamos obter sempre o mesmo

resultado?

Resiliência, adaptabilidade e contingência devem estar em mente.

Observação:

As fotos deste capítulo são todas dos treinamentos Omega-TAC. Por meio dessas imagens

é possível perceber que trabalhamos todas as habilidades necessárias para desenvolver a

percepção da multimensionalidade.

Page 43: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

34

XIII. TRABALHO EM GRUPO

A. TEORIA DO ICEBERG

Na psicoterapia, no “ponto alto” paramos para que o cliente fique com suas percepções e

siga seus processos. Na aprendizagem aproveitamos o “ponto alto” para fazer perguntas

e conduzir para o objetivo.

B. DICAS

No trabalho em grupo com muitas pessoas, necessário manter distância para ter várias observações.

Buscar uma metáfora geral para todo grupo, as vezes 3 perguntas sobre cavalo são suficientes para uma sessão.

Filtrar as respostas dos participantes a partir da pergunta geral.

Anotar metáforas potenciais.

Usar as palavras do cliente criando um rapport.

Grupo – Sessão aprendizagem.

Decidem o que precisam trabalhar como grupo e eles mesmos montam a tarefa para eles realizarem.

É possível verificar o comportamento dos cavalos, enquanto as pessoas decidem o quê e de que forma irão trabalhar.

Page 44: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

35

XIV. TAREFAS PARA TERAPIA E APRENDIZAGEM EM GRUPO

Dupla – Liderança

Cercado no chão com cones e um caminho de aros que leva até o cercado.

Levar cavalos sem tocar até o cercado.

Pode-se observar o quanto a dupla está alinhada entre si e se as pessoas estão

disponíveis e confiam neles.

Dupla (continuidade do exercício 1)

Com as observações do exercício 1 é possível dar continuidade pedindo que a dupla agora

construa algo com suas regras e execute a tarefa que criaram.

Grupo – Observações e Mudanças

Observação dos cavalos ainda fora da pista.

Listar as percepções

Após dentro do cercado integrando a manada listar as percepções.

Atividade grupo

Unidos pelas fitas, pessoas e cavalos percorrem um caminho.

Observações:

conexão, objetivo, liderança etc.

Grupo – dividir em grupos 3

Grupo 1: levar cavalo branco para lado esquerdo pista. Permanecer lá;

Grupo 2: escolher um cavalo e dar uma volta na pista;

Grupo 3: Escovar o cavalo branco

Atividade Grupo – comunicação e empoderamento

Escolher um cavalo e passar pelo obstáculo, em equipe e em silêncio.

(deixar recursos como cabresto, corda, fita sem mencionar)

Page 45: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

36

Dupla – Comunicação e confiança

Pista montada com um percurso e obstáculo;

Uma pessoa vendada e não pode falar. Outra guia somente com a voz para que o

percurso seja realizado.

Grupo, casal, dupla ou individual – Perceber como as emoções influenciam os

resultados

Definir uma situação alegre, confortável, ou de vitória e levar o cavalo até o local

definido;

Em seguida dar a instrução de pensar em algo angustiante, que gere incerteza, ansiedade

e levar o cavalo a outro local;

Por último, pensar em algo que gere raiva, irá e levar o cavalo para outro local.

Grupo ou Individual – Identificando fragilidade

Escolher um cavalo e percorrer o caminho definido com um ovo sobre o cavalo. Deixar

objetos na volta da pista, sem mencioná-los.

Grupo ou individual – Construindo Pontes

Deixar disponível na pista várias matérias.

O grupo deve construir uma ponte com o que quiserem na pista.

Após escolher um cavalo para passar pela ponte sem falar, com ou sem cabresto.

O que a ponte representa na vida? O simboliza a entrada e saída? O que é o cavalo?

Page 46: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

37

XV. TERAPIA E APRENDIZAGEM COM CAVALOS

Aqueles que mantem um relacionamento próximo com cavalos reconhecem a sua

enorme capacidade de influência.

O desenvolvimento de relações, treino, instrução e cuidado pelo cavalo afetam

positivamente as pessoas envolvidas, por isso o uso de cavalos para fins terapêuticos tem

crescido e ganhado popularidade com o surgimento de novas abordagens, como a

equoterapia, o método Eagala e, recentemente com o Coaching Sistêmico com Cavalos e

com o método Omega-TAC.

O grande porte do cavalo cria uma oportunidade natural para ultrapassar o medo e

desenvolver a confiança, uma vez que oferece, muitas vezes, intimidação pelo seu porte.

Em algumas técnicas, concretizar uma tarefa que envolva o cavalo, significa superar tais

medos enquanto desenvolve a confiança e descobre habilidades que até então não eram

utilizadas. A aprendizagem pode ser reforçada utilizando-se do recurso “Metáforas”, que

permite redesenhar situações que, antes eram desafiadoras ou intimidantes, com uma

roupagem totalmente nova, com os recursos próprios do interagente, reais e testados

durante a tarefa com os cavalos, que possam levá-lo a uma solução ou, ao menos, a uma

nova perspectiva da sua questão.

Tal como o ser humano, o cavalo é um animal bastante social. Em grupo, os cavalos

desenvolvem papeis bastantes definidos entre si, com personalidades distintas, atitudes e

disposições.

Na interação com humanos, dentro de um trabalho de terapia e aprendizagem individual

ou em grupo, é possível identificar movimentos que não são característicos dos cavalos

quando em seu grupo social ou diferente da sua personalidade. Por exemplo, observa-se

dois animais que não convivem amigavelmente quando estão no bando, porém, ao

estarem juntos durante um trabalho assumem uma postura de afeto, chegando a fazer o

conhecido ato de se acarinharem e se limparem, grooming. Outro animal que

normalmente é agitado, brincalhão, fica totalmente impassível, às vezes ficando numa

mesma posição por horas, enquanto outro que não permite ser tocado por humanos, se

deixa abraçar pelo interagente.

Como são seres extremamente sensíveis e, certamente, pela perspectiva presa-predador,

os cavalos sentem o estado emocional e têm uma capacidade única de compreender,

através da linguagem corporal e das mudanças mais sutis do mundo interno do

interagente, quais são os limites. Eles atuam em consonância com o estado de espírito do

cliente. É por esta razão que o comportamento do cavalo se modifica de uma pessoa para

outra.

Sendo o cavalo um animal honesto, ele transmite mensagens bastante fortes e seus

feedbacks conduzem ao ponto alto da sessão.

Page 47: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

38

A. PREPARAR-SE

O resultado de uma sessão de terapia com cavalos não depende “dos cavalos”.

Depende de uma ação conjunto do terapeuta e do cliente.

Os cavalos são o caminho para uma boa solução.

No trabalho sistêmico, Hellinger afirma que “O resultado de uma Constelação depende

principalmente do constelador. Somente quando ele já integrou em sua própria vida as

leis da vida e as ordens do amor é que poderá efetivamente fazer uma Constelação.”

Trazendo esta orientação para a prática do método Omega-TAC, é recomendado que o

facilitador permaneça em processo contínuo de autoconhecimento. Os cavalos são muito

sensíveis ao campo humano, desta forma, se o facilitador tem muito conteúdo seu para

desenvolver, em alguns casos ficará a dúvida: isso que os cavalos estão acessando e

mostrando vem do campo do cliente ou do campo do facilitador?

O que diferencia um facilitador de outro, o quanto um facilitador é capaz de aprofundar

em um trabalho com seu cliente, está ligado diretamente ao nível de consciência,

novamente estamos falando no quanto este facilitador já se trabalhou e liberou seus

traumas, crenças e limitações.

“Confia no guia que segue em sintonia e que ajuda a você mesmo estar

em sintonia.

Segue em sintonia até mesmo quando esta mesma sintonia te diz que

deixes de seguir o guia.

Um mestre nunca foi um discípulo e um discípulo nunca se tornará um

mestre. Sabe por quê? O mestre olha, por isso não necessita estudar. O

discípulo aprende, por isso não olha.”

BERT HELLINGER

Page 48: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

39

B. Filosofia de vida

Não é possível ser um terapeuta sistêmico se não adotou ainda a postura sistêmico-

fenomenológica como filosofia de vida.

Todos os dias, em todas as relações, o terapeuta precisa colocar em prática o deixar ir e o

tomar.

C. Participam de uma sessão

Terapeuta – pode ser um terapeuta apenas ou uma dupla de terapeutas. O

trabalho em parceria enriquece a sessão.

Cliente – pode ser uma pessoa, um casal ou uma família. Sócios de uma empresa

ou parceiros em um projeto, desde que o tema seja o mesmo para todos.

Cavalos – 2 a 4 para uma sessão individual.

D. Preparação

Chegar no local da sessão com antecedência.

Entrar em contato com os cavalos que irão trabalhar.

Buscar uma conexão com o ambiente e com os animais.

Verificar se há alguém responsável pelos cavalos que permaneça próximo durante

a sessão.

E. Conexão e permissão

Buscar um momento consigo mesmo para encontrar o seu centro e a partir deste lugar,

pedir permissão e orientação.

F. Cheque interno

No trabalho com cavalos estamos em contato com informações dos campos

morfogenéticos do cliente, porém não temos como confirmar através de sensações de

representantes, como acontece em uma Constelação Familiar.

Uma maneira de verificarmos se a informação é verdadeira e se nos mostra um caminho

a seguir é através do cheque interno (vamos praticar no módulo presencial).

Page 49: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

40

G. O diálogo com o inconsciente

São sensações imperceptíveis àqueles que ainda não tomaram consciência da existência

delas.

Quando nosso inconsciente quer nos dizer sim, na altura do diafragma e dos pulmões,

algo se expande, se alegra.

E quando nos quer dizer não, algo se fecha e nos oprime ligeiramente.

Nosso inconsciente sempre está nos acompanhando e falando e ele o faz

fundamentalmente através do nosso corpo.

H. O corpo como mediador

Sempre que nosso guia interno ou nosso inconsciente quer fazer-se presente, ou nos quer

avisar de algo, fará através de uma sensação corporal que nos chame e atenção.

Se nos quer encorajar, aprovando o que estamos pensando ou fazendo, nosso corpo se

expande, tomamos uma inspiração profunda e nos sentimos fortes, grandes e ágeis.

Se a mensagem é de que devemos mudar nossa direção, a sensação irá de um pouco

desagradável a nitidamente desagradável, segundo a importância do que que nos dizer.

Assim temos que parar o que estamos fazendo e rever o rumo.

I. Prática

Descobrindo o diálogo com o guia interno ou inconsciente.

Testando SIM e NÃO.

Praticando com outros seres

Caminhar e orientar-se quanto ao ambiente externo.

Conectar-se e sentir seu próprio corpo, sua respiração, seu centro cardíaco.

Observar padrões e pensamentos e informações que possam surgir. Se você

puder, pratique fazendo isso com:

✓ Uma árvore.

✓ Um cavalo (ou seu pet).

✓ Uma pessoa.

Page 50: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

41

J. Estrutura de uma sessão

Antes do cliente chegar, conectar-se com o lugar (natureza), com os cavalos,

reconhecer todos que fazem parte deste lugar, do proprietário ao tratador.

Recepção do cliente.

Ambientação do cliente no espaço e com os animais (principalmente quando

percebemos que o cliente não está acostumado com cavalos ou sente medo).

Pergunta principal: “Qual o seu tema?” ... Outras perguntas para explorar o tema.

Sempre observando os cavalos!

Pedir que o cliente faça alguma tarefa com os cavalos. Tomar nota de

acontecimentos relevantes, de interferências de outros animais ou pessoas, de

percepções.

Se necessário, pontuar suas percepções para o cliente e se afastar para que ele

tenha tempo de sentir o efeito desta informação.

Perguntar como ele se sente, quais suas sensações, como foi a experiência para

ele. Pontuar as descobertas que direcionam para uma solução.

Finalizar com um fechamento. Pode ser uma tarefa de casa ou que o cliente faça

um acordo consigo mesmo de algo que ele vai fazer e em um prazo determinado.

Page 51: Módulo I...Consciência pessoal – ela é sentida como boa consciência e má consciência. Consciência coletiva – é como um instinto inconsciente para nós, vela pela sobrevivência

42

XVI. REFERÊNCIAS

Rupert Sheldrake – Uma Nova Ciência da Vida - Editora Cultrix

Rupert Sheldrake – Ciência sem Dogmas – Editora Cultrix

Bert Hellinger – A Cura – Editora Atman

Bert Hellinger – Conflito e Paz, Uma Resposta – Editora Cultrix

Brigitte Champetier de Ribes – Empezar a Constelar – Gaia Ediciones

Osny Ramos – A Física Quântica em Nossa Vida - Editora Odorizzi

Ruud Knaapen – Coaching com cavalos – Arte Editora

[vários autores/colaboradores] – Larousse dos Cavalos – Tradução por Adriana de Oliveira

GEMEC – Grupo de Estudos em Medicina Equina da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) –

Sede Dois Irmãos. A visão dos equinos: como eles veem o mundo. Disponível em:

<https://www.comprerural.com/visao-dos-equinos-como-eles-veem-o-mundo/>. Acesso em: 15/abr/2019.

MARINS, ALUÍSIO. Etologia e comportamento natural dos cavalos. In: Apostila de Casqueamento e

Ferrageamento. Sorocaba: Universidade do Cavalo.

KOGIMA, Paula de Andrade. O sentido da audição do cavalo. Outubro de 2014. Disponível em:

<https://www.etologiaclinicaequina.com/a-audicao>. Acesso em: 10/abr/2019.

KOGIMA, Paula de Andrade. O olfato do cavalo. 08 de junho de 2016. Disponível em: <

https://www.etologiaclinicaequina.com/o-olfato>. Acesso em: 11/abr/2019.

KOGIMA, Paula de Andrade. O paladar do cavalo. 26 de junho de 2016. Disponível em: <

https://www.etologiaclinicaequina.com/o-olfato>. Acesso em: 13/abr/2019.