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Me abraça... o poder do tempo

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Me abraça... o poder do tempo Rob Gomez

2ª edição

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À alguém especial.

Uma inspiração e alento.

À minha família.

Sabedoria e porto.

Ao meu melhor amigo.

Ombro e participação.

Aos amores correspondidos e escolhidos.

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“Carpe diem quam minimum credula postero.” Aproveite o dia, confia o mínimo no amanhã

Horácio.

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“Escrever é esquecer. A literatura é a maneira

mais agradável de ignorar a vida.”

Ler “Me abraça... O poder do tempo” é mergulhar em uma história que mais parece a vida de alguém que a gente conheceu – um vizinho, um amigo. Foi assim que me senti ao ler as primeiras páginas desse livro magnífico (tive o privilégio de ler em “primeira mão” cada página recém-escrita). Você se torna amigo dos personagens, assim como eles o são.

A trama consiste no triângulo amoroso de dois amigos apaixonados por uma mesma mulher. Mas não é simplesmente mais uma novela, é a encarnação de autor-personagem (aqui eu tomo a liberdade para assim dizer) para que nos identifiquemos no decorrer de sua narrativa. Afinal, quem não se apaixonou pela namorada do amigo? Quem um dia não sonhou em viajar para umas férias com a pessoa amada num lugar paradisíaco ou viver a vida de príncipe? E quem ainda não pensou que descobrira ser herdeiro de uma fortuna?

É assim que a gente imerge na deliciosa leitura das aventuras e desventuras de Pedro e Alice.

Convido você a dar asas à imaginação, deleitar e se surpreender com o desfecho desta obra.

Um verdadeiro primor.

Meu querido súdito, um abraço…

Isolda Barbosa Gaspar de Souza

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Prólogo

Entre um eu e a verdade

dia amanheceu singelo, amarelado, o sol reluzia sobre as copas das árvores, imponente e quente. Pedro estava de pé no quintal de sua casa, esperando

que o tempo passasse e chegasse a hora de ir para o trabalho. A noite anterior havia sido permeada de sobressaltos, mesmo se lembrando do quanto havia sido interessante e fortalecedor ter estado com Alice, mas o que se seguiria a partir dali seria um divisor de águas entre os sentimentos dele por Alice e o que seu peito pedia que fosse feito com relação a Nando.

Pelo caminho, Pedro observou os pássaros que revoavam e achou que não aconteceriam maiores problemas no decorrer do dia, pois a brisa da manhã e a paz relativa reinavam firmes e seguia um curso normal e simples. Ao longe avistou Nando que vinha em sua direção, como sempre fazia pela manhã, o acompanhava até o trabalho.

- E aí, amigo? – Cumprimentou-o Pedro.

O

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- Pedro, eu tive umas ideias para continuarmos aqueles projetos... acho que precisaremos ter uma grana maior, mas isso não será problema.

- Claro que não será... daremos um jeito! – concordou Pedro, mas sentindo um aperto no peito, sem nem saber por onde começar. – Nando, precisamos conversar sobre uma situação... nos encontramos no final do dia? Meu patrão vai viajar e ficarei na loja...

- Você está muito estranho... mas tudo bem, eu te vejo à noite!

Chegaram à loja, enquanto Nando seguia seu caminho e Pedro o observava da porta. Ele não sabia se seu melhor amigo estava desconfiando de alguma coisa do qual se trataria o encontro marcado para mais tarde, mas Pedro percebeu mesmo assim que seria necessário uma boa conversa para poder acertar o que seu coração pedia.

Durante todo o dia, mesmo estando num lugar cheio de pessoas a toda hora, Pedro se sentia deslocado e não conseguia se concentrar no que fazia, sentia uma imensa vontade de correr até o mais longe possível daquele lugar e gritar bem alto para poder extravasar tudo que estava doendo por dentro, pois de um lado sabia da necessidade de ter que conversar com Nando, mas por outro sabia que estaria em jogo anos de uma amizade verdadeira e uma felicidade que deveria começar a ser construída.

Havia descoberto que este estava gostando de Alice também, devido à aproximação que teve com ela, por Pedro sempre desabafar e contar-lhe o que seu coração sentia por ela. O sentimento de Pedro era antigo e só nos últimos meses, resolvera declarar para ela o que realmente sentia. Nando atuou como o intermediário entre os dois e assim resultou num enlace para o que ele acreditava, pois Alice era uma mulher realmente inacreditável e deveras o ser humano está sujeito a estas situações. Ela também não sabia das intenções de Nando, o que o fazia frustrado, além de estar entre o que Pedro sentia e a amizade.

Pedro o considerava como um irmão, pois na verdade era isso o que ocorria. A amizade dos dois era intermediada por muita

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cumplicidade e entendimento, havia a verdade e a vontade de crescer deles e por isso, nem mesmo depois de Pedro descobrir o que estava acontecendo, não o considerou um traidor de toda confiança que ele depositou em Nando. Em família tem-se que acreditar e perdoar e foi isso o que Pedro fez no decorrer dos fatos. Os sentimentos de Pedro eram definidos, amadurecidos com o tempo e a verdade com que encarava isso o fez mostrar a Alice, que realmente o que ele queria era estar feliz a seu lado, demonstrando toda a paz e estabilidade possível num relacionamento. Quanto a Nando, Pedro não duvidava do que pudesse realmente estar sentindo, porém ele nunca havia se demorado muito com uma só mulher, no máximo que havia conseguido foi um relacionamento permeado de muito desejo carnal e singelas demonstrações de afeto verdadeiro, com isso sua vontade de estar com Alice, o fazia desacreditado pelos sentimentos.

A noite chegou como um ladrão, de leve, sem aviso.

Minutos depois, a sensação de flutuar pairou sobre todo o corpo de Pedro, pois entrava pela porta, tudo o que ele menos imaginou que um dia pudesse acontecer. Deveria ser forte para poder aguentar o que tivesse que acontecer. Mas o dia todo foi repleto de flashes e complementação daquilo que havia descoberto sobre os sentimentos de seu melhor amigo. A loja já estava fechada, Pedro chamou Nando e se dirigiu aos fundos, em direção à casa.

- Quero que antes de começarmos a conversa, você me dê um abraço, pois não sei o que acontecerá depois... – pediu Pedro, olhando para Nando que estava encostado no sofá na sala.

- O que pode acontecer depois... só dependerá de você... – respondeu Nando. Pedro percebeu no instante seguinte que ele já sabia do que se tratava e isso o trouxe à realidade de que o que estava prestes a fazer era realmente necessário.

- Me abraça...

Nando levantou-se e veio em sua direção. Abraçaram-se num momento de entendimento.

- Porque você não me contou antes sobre o que está acontecendo? – Perguntou Pedro, em meio às lágrimas que

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começavam a rolar, tudo isso porque o peito apertava e depois daquele dia tudo seria diferente, até mesmo na amizade mantida entre os dois, pois dois pensamentos não poderiam se relacionar na mesma linha sobre um mesmo sentimento.

- E você acha que está sendo fácil para mim? Gostar da mesma garota que meu melhor amigo já está gostando? – Respondeu Nando, também se deixando levar pela emoção do momento. Continuavam o abraço, pois não poderia ser diferente. Pedro sabia que a verdade era necessária, mas percebia que o sofrimento a partir dali seria inevitável para as três pessoas envolvidas no caso. – Eu não pude fazer nada! Eu juro! Quando comecei a perceber que isso estava acontecendo, eu tentei não pensar nela, mas é muito mais forte do que eu...

- Eu te entendo... mas isso fará com que a nossa amizade tome outro rumo e eu não queria que fosse assim, mesmo, não quero que isso interrompa tantos anos de uma amizade construída quando mais eu precisei.

- Eu também não quero ver você sofrer por minha causa... somos irmãos, isso não poderia acontecer! – disse Nando, entre dentes.

- A situação vai ficar meio estranha a partir de hoje, mas não pense que mudará alguma coisa que antes era normal, até porque eu te considero demais e não seria bom nem para mim nem para você e muito menos para Alice. – Pedro sentia Nando concordando através do aperto que era transferido para o abraço.

- Não quero nenhuma mudança, quero que isso fique claro! Não importa que rumo daremos aos nossos destinos a partir de agora, quando você me procurar, lá eu estarei e isso eu acho que é recíproco...

- Claro que é, porque te conheci quando a situação não estava muito boa, criamos um vínculo e isso é uma vida toda. – concordou Pedro, devolvendo o aperto no abraço. – você sabe o quanto é difícil encontrar outra pessoa que nos entenda e nos aconselhe quando necessário, pois foi isso que aconteceu contigo! Você é a parte que eu não encontro em minha família.

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- Acho que nos tornaremos maiores, mas não quero deixar que esse crescimento nos atrapalhe...

- Vai ser um crescimento sim, mas a seriedade disso tudo envolve diretamente a você e tua felicidade e o que acreditas... eu quero apenas que estejamos todos felizes!

- Eu sei do quanto tu gostas dela, Pedro, e por isso acho que fui um idiota ao deixar isso acontecer...

- Todos nós estamos sujeitos a isso, eu sei o quanto podemos aguentar até não mais poder... eu entendo muito bem a tua parte e te digo que você querendo ou não, isso poderia acontecer! – disse Pedro, sem ter muita certeza do que dizia, pois por mais que quisesse que tudo continuasse normal, não saberia que rumo àquela história tomaria. Os dois estavam muito envolvidos num processo onde o destino poderia ferir o que eles mais prezavam, pois o caminho ainda desconhecido que trilhariam os fariam ainda mais cúmplices com relação a Alice e com eles mesmos.

Pedro deixava que suas lágrimas mantivessem o que seu coração sentia no momento e ainda assim, Nando também continuava a segui-lo, choravam sem saber que se acalmavam, sem entender o quanto a vida era estranha e conivente com as mais variadas formas de aproximar e afastar as pessoas.

Nesse meio tempo, o que Pedro pensava era em deixar todos que estavam envolvidos, na mais completa felicidade, isso dizia respeito a Nando e Alice. Quanto a ele, se manteria firme e disposto a contribuir para que não fossem machucados de forma nenhuma.

- Eu quero que você esteja feliz, Nando, você é a pessoa que mais me ajudou e se importou comigo, isso é algo que eu não devo, nem vou esquecer! – Disse Pedro, com a certeza de que Nando estava entendendo o que ele queria dizer.

- Eu sei, Pedro e tenho raiva de ti por causa disso, dessa tua mania de querer a felicidade dos outros e esquecer a tua própria, dessa tua mania de só pensar nos outros e esquecer que tu também deves ser feliz... – esbravejou Nando, percebendo que ao abrir mão de correr atrás de sua felicidade, Pedro também estaria se resguardando a

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não mais se importar com o que Alice acharia de tudo isso. – o que importa não é o que eu ou você achemos, tem outra pessoa envolvida nisso e que terá que decidir...

- Mas não importa isso, diante de tudo que eu sinta por ela, nada será maior e mais digno para mim se não for por você!

- Não é assim, Pedro! O que você acha que eu penso quando vejo o que você faz pelos outros e esquece que também tem um coração? – disse Nando, tentando mostrar a Pedro que com sentimento não pode se brincar.

- Eu sei que isso a gente não pede para acontecer, mas hoje foi um dia que me fez perceber que eu não sou intocável... por que eu pensava que uma história assim nunca poderia me acontecer, nunca pensei em me envolver em algo assim! – retornou Pedro, com a sensação de ter perdido algo com tudo aquilo.

- Estamos assim e não podemos mudar isso, a única coisa que podemos fazer é esperar que o tempo defina o que vai acontecer...

- Eu também acho! Eu não quero magoar nem você, nem ela!

- Muito menos eu...

- Eu gosto realmente dela, mas uma amizade é para todo o sempre e se mudar algo vai ser muito chato... eu já te conheço desde a muito... não foi de uma noite para o dia que tudo isso aconteceu! – Pedro tinha a certeza do que estava falando, pois no fundo do coração sentia as palpitações dos mil sentimentos que passou a sentir. Não estava sendo fácil ter aquela conversa com Nando, mas a verdade deveria imperar entre dois amigos que sempre estiveram juntos e passaram a apoiar um ao outro como verdadeiros irmãos de sangue e deveras não era simplesmente encarar com superficialidade tudo aquilo.

- Acredito que a gente já passou por muita coisa nessa vida, Pedro e essa história é só mais um passo para superarmos, eu realmente não gosto de estar atrapalhando a vida de outra pessoa, ainda mais a tua, mas estamos expostos a isso! – lamentou Nando,

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mas eles entendiam o quanto a situação era complexa e perfeitamente sabiam até onde isso iria acontecer.

Aquela conversa estava sendo necessária por vários motivos: pelo que sentiam um pelo outro, pelo que sentiam com relação a Alice, pelo que encontrariam pela frente, pois a novidade que se seguiria seria a muito diferente de tudo que já haviam encarado. Seriam firmes, porém distantes de perceber que a vida prega peças e por isso, a calma e a leveza do momento os fazia entender que o que mais queriam era a felicidade um do outro e os dois a felicidade de Alice.

- Nando, obrigado por entender toda essa história e vamos deixar que o tempo se encarregue de definir o que vai acontecer com cada um de nós. Quanto a Alice, o que mais importa é ela estar bem. – Pedro sentia que depois dali não haveria mais inoportunos e o que acreditava que fosse acontecer, estava muito além de simplesmente estar presente nos pensamentos dele.

O abraço ficou mais apertado.

A vida que sentia sair de ambos os sentimentos, fazia o coração de Pedro saltar, em conjunto com isso, sentia o pulsar de Nando que se manteve a todo o tempo compreensivo e se fez muito maduro para entender o quão complexo se diria com relação ao que estava se passando. Pedro se perguntava até onde o que se passava poderia afeta-los, pelo menos até Alice se decidir sobre o que ocorreria a partir dali, pois por mais interessado que estivesse no desfecho dessa história, prezava pela completa felicidade de ambos, já que estes participavam tanto de sua vida.

O abraço terminou e as lágrimas deram lugar ao entendimento mútuo e um desejo fiel de que tudo pudesse ocorrer com a mais perfeita harmonia e paz.