Mecânica

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Mecânica Noções Básicas de Elementos de Máquinas Sumário Parafusos, porcas, arruelas e rosca....................................... 03 Parafusos ............................................... ........................... 03 Porcas .................................................. ............................. 08 Arruelas ................................................ ............................. 10 Rosca ................................................... ............................. 12 Engrenagens, Correias, Polias e Correntes ........................... 23 Transmissão por engrenagens .......................................... 23 Transmissão por polias e correias ..................................... 33 Transmissão por correntes ................................................ 43 Mancais de Rolamento e Deslizamento ................................. 49 Mancais de Rolamento ................................................. ..... 49 Mancais de deslizamento .............................................. .... 55 Acoplamentos .............................................. .......................... 61 Elementos de Vedação ................................................... ....... 75 Travas, Chaveta, Anel elástico, Pinos e Freios ...................... 87 Travas .................................................. ............................. 87 Chaveta ................................................. ............................ 88

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MecânicaNoções Básicas deElementos de MáquinasSumárioParafusos, porcas, arruelas e rosca....................................... 03Parafusos .......................................................................... 03Porcas ............................................................................... 08Arruelas ............................................................................. 10Rosca ................................................................................ 12Engrenagens, Correias, Polias e Correntes ........................... 23Transmissão por engrenagens .......................................... 23Transmissão por polias e correias ..................................... 33Transmissão por correntes ................................................ 43Mancais de Rolamento e Deslizamento ................................. 49Mancais de Rolamento ...................................................... 49Mancais de deslizamento .................................................. 55Acoplamentos ........................................................................ 61Elementos de Vedação .......................................................... 75Travas, Chaveta, Anel elástico, Pinos e Freios ...................... 87Travas ............................................................................... 87Chaveta ............................................................................. 88Anel elástico ...................................................................... 94Pinos ................................................................................. 96Freios .............................................................................. 101Noções de Elementos de Máquinas - Avaliação................... 104

Parafusos, porcas, arruelas e rosca

Parafusos, porcas e arruelas são peças metálicas de vitalimportância na união e fixação dos mais diversos elementos demáquina.Por sua importância, a especificação completa de um parafuso esua porca engloba os mesmos itens cobertos pelo projeto de umelemento de máquina, ou seja: material, tratamento térmico,dimensionamento, tolerâncias, afastamentos e acabamento.

Parafusos

O parafuso é formado por um corpo cilíndrico roscado e por umacabeça que pode ser hexagonal, sextavada, quadrada ouredonda.cabeça hexagonal ou sextavadacabeça quadrada

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Em mecânica, ele é empregado para unir e manter juntas peçasde máquinas, geralmente formando conjuntos com porcas earruelas.Em geral, os parafusos são fabricados em aço de baixo e médioteor de carbono, por meio de forjamento ou usinagem. Osparafusos forjados são opacos e os usinados, brilhantes. Asroscas podem ser cortadas ou laminadas.Aço de alta resistência à tração, aço-liga, aço inoxidável, latão eoutros metais ou ligas não-ferrosas podem também ser usadosna fabricação de parafusos. Em alguns casos, os parafusos sãoprotegidos contra a corrosão por meio de galvanização oucromagem.

Dimensão dos parafusos

As dimensões principais dos parafusos são:diâmetro externo ou maior da rosca;comprimento do corpo;comprimento da rosca;altura da cabeça;distância do hexágono entre planos e arestas.O comprimento do parafuso refere-se ao comprimento do corpo.

Carga dos parafusos

A carga total que um parafuso suporta é a soma da tensãoinicial, isto é, do aperto e da carga imposta pelas peças queestão sendo unidas. A carga inicial de aperto é controlada,estabelecendo-se o torque-limite de aperto. Nesses casos,empregam-se medidores de torque especiais (torquímetros).

Tipos de parafusos

Os parafusos podem ser:

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sem porcacom porcaprisioneiroAllende fundação farpado ou dentadoauto-atarraxantepara pequenas montagens

Parafuso sem porca

Nos casos onde não há espaço para acomodar uma porca, estapode ser substituída por um furo com rosca em uma das peças.A união dá-se através da passagem do parafuso por um furopassante na primeira peça e rosqueamento no furo com roscada segunda peça.

Parafuso com porca

Às vezes, a união entre as peças é feita com o auxílio de porcase arruelas. Nesse caso, o parafuso com porca é chamadopassante.

Parafuso prisioneiro

O parafuso prisioneiro é empregado quando se necessitamontar e desmontar parafuso sem porca a intervalosfrequentes. Consiste numa barra de seção circular com roscasnas duas extremidades. Essas roscas podem ter sentido oposto.Para usar o parafuso prisioneiro, introduz-se uma das pontas nofuro roscado da peça e, com auxílio de uma ferramentaespecial, aperta-se essa peça. Em seguida aperta-se a segundapeça com uma porca e arruelas presas à extremidade livre doprisioneiro. Este permanece no lugar quando as peças sãodesmontadas.

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Parafuso Allen

O parafuso Allen é fabricado com aço de alta resistência àtração e submetido a um tratamento térmico após aconformação. Possui um furo hexagonal de aperto na cabeça,que é geralmente cilíndrica e recartilhada. Para o aperto, utilizaseuma chave especial: a chave Allen.Os parafusos Allen são utilizados sem porcas e suas cabeçassão encaixadas num rebaixo na peça fixada, para melhoracabamento. E também por necessidade de redução de espaçoentre peças com movimento relativo.

Parafuso de fundação farpado ou dentado

Os parafusos de fundação farpados ou dentados são feitos deaço ou ferro e são utilizados para prender máquinas ouequipamentos ao concreto ou à alvenaria. Têm a cabeçatrapezoidal delgada e áspera que, envolvida pelo concreto,assegura uma excelente fixação. Seu corpo é arredondado ecom dentes, os quais têm a função de melhorar a aderência doparafuso ao concreto.FarpadoDentado

Parafuso auto-atarraxante

O parafuso auto-atarraxante tem rosca de passo largo em umcorpo cônico e é fabricado em aço temperado. Pode ter pontaou não e, às vezes, possui entalhes longitudinais com a funçãode cortar a rosca à maneira de uma tarraxa. As cabeças têmformato redondo, em latão ou chanfradas e apresentam fendassimples ou em cruz (tipo Phillips).Esse tipo de parafuso elimina a necessidade de um furo roscado

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ou de uma porca, pois corta a rosca no material a que é preso.Sua utilização principal é na montagem de peças feitas defolhas de metal de pequena espessura, peças fundidas maciase plásticas.

Parafuso para pequenas montagens

Parafusos para pequenas montagens apresentam vários tiposde roscas e cabeças e são utilizados para metal, madeira eplásticos.

Dentre esses parafusos, os utilizados para madeira apresentamroscas especiais.com cabeça oval com cabeça redonda com cabeça chata

PorcasPorcas são peças de forma prismática ou cilíndrica, providas deum furo roscado onde são atarraxadas ao parafuso. Sãohexagonais, sextavadas, quadradas ou redondas e servem paradar aperto nas uniões de peças ou, em alguns casos, paraauxiliar na regulagem.

Cabeça oval Cabeça chata

Tipos de porcas

São os seguintes os tipos de porcas:castelocega (ou remate)borboletacontraporcas

Porca castelo

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A porca castelo é uma porca hexagonal com seis entalhesradiais, coincidentes dois a dois, que se alinham com um furo noparafuso, de modo que uma cupilha possa ser passada paratravar a porca.

- Porca cega (ou remate)

Nesse tipo de porca, uma das extremidades do furo rosqueadoé encoberta, ocultando a ponta do parafuso.A porca cega pode ser feita de aço ou latão, é geralmentecromada e possibilita um acabamento de boa aparência.

- Porca borboleta

A porca borboleta tem saliências parecidas com asas paraproporcionar o aperto manual. Geralmente fabricada em aço oulatão, esse tipo de porca é empregado quando a montagem e adesmontagem das peças são necessárias e frequentes.

- Contraporcas

As porcas sujeitas a cargas de impacto e vibração apresentamtendência a afrouxar, o que pode causar danos às máquinas.Um dos meios de travar uma porca é através do aperto de outraporca contra a primeira. Por medida de economia utiliza-se umaporca mais fina, e para sua travação são necessárias duaschaves de boca. Veja figura a seguir.

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Arruelas

São peças cilíndricas, de pouca espessura, com um furo nocentro, pelo qual passa o corpo do parafuso.As arruelas servem basicamente para:proteger a superfície das peças;evitar deformações nas superfícies de contato;evitar que a porca afrouxe;suprimir folgas axiais (isto é, no sentido do eixo) namontagem das peças;evitar desgaste da cabeça do parafuso ou da porca.A maioria das arruelas é fabricada em aço, mas o latão tambémé empregado; neste caso, são utilizadas com porcas eparafusos de latão.As arruelas de cobre, alumínio, fibra e couro sãoextensivamente usadas na vedação de fluidos.

Tipos de arruelas

Os três tipos de arruela mais usados são:arruela lisaarruela de pressãoarruela estrelada

- Arruela lisa

A arruela lisa (ou plana) geralmente é feita de aço e é usada sobuma porca para evitar danos à superfície e distribuir a força doaperto.As arruelas de qualidade inferior, mais baratas, são furadas apartir de chapas brutas, mas as de melhor qualidade sãousinadas e têm a borda chanfrada como acabamento.

- Arruela de pressão

A arruela de pressão consiste em uma ou mais espiras de mola

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helicoidal, feita de aço de mola de seção retangular. Quando aporca é apertada, a arruela se comprime, gerando uma grandeforça de atrito entre a porca e a superfície. Essa força éauxiliada por pontas aguçadas na arruela que penetram nassuperfícies, proporcionando uma travação positiva.

- Arruela estrelada

A arruela estrelada (ou arruela de pressão serrilhada) é dedentes de aço de molas e consiste em um disco anular providode dentes ao longo do diâmetro interno ou diâmetro externo. Osdentes são torcidos e formam pontas aguçadas. Quando aporca é apertada, os dentes se aplainam penetrando nassuperfícies da porca e da peça em contato.A arruela estrelada com dentes externos é empregada emconjunto com parafusos de cabeça chanfrada.

Roscas

Rosca é uma saliência de perfil constante, helicoidal, que sedesenvolve de forma uniforme, externa ou internamente, aoredor de uma superfície cilíndrica ou cônica. Essa saliência édenominada filete.

Passo e hélice de rosca

Quando há um cilindro que gira uniformemente e um ponto quese move também uniformemente no sentido longitudinal, emcada volta completa do cilindro, o avanço (distância percorridapelo ponto) chama-se passo e o percurso descrito no cilindropor esse ponto denomina-se hélice.O desenvolvimento da hélice forma um triângulo, onde se têm:= ângulo da héliceP (passo) = cateto opostohélice = hipotenusaD2 (diâmetro médio) = cateto adjacente

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Podem-se aplicar, então, as relações trigonométricas emqualquer rosca, quando se deseja conhecer o passo, diâmetromédio ou ângulo da hélice:ângulo da hélice = tg = PD2 . P (passo) = tg . D2 . Quanto maior for o ângulo da hélice, menor será a força deatrito atuando entre a porca e o parafuso, e isto é comprovadoatravés do paralelogramo de forças. Portanto, deve-se tercritério na aplicação do passo da rosca.Para um aperto adequado em parafusos de fixação, deve-semanter < 15º.FA = força de atritoFN = força normalFR = força resultante

Rosca fina (rosca de pequeno passo)

Frequentemente é usada na construção de automóveis eaeronaves, principalmente porque nesses veículos ocorremchoques e vibrações que tendem a afrouxar a porca.É utilizada também quando há necessidade de uma ajustagemfina ou uma maior tensão inicial de aperto e, ainda, em chapasde pouca espessura e em tubos, por não diminuir sua secção.Parafusos com tais roscas são comumente feitos de aços-liga etratados termicamente.Observação: Devem-se evitar roscas finas em materiaisquebradiços.

Rosca média (normal)

Utilizada normalmente em construções mecânicas e emparafusos de modo geral, proporciona também uma boa tensãoinicial de aperto, mas deve-se precaver quando do seu empregoem montagens sujeitas a vibrações, usando, por exemplo,

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arruelas de pressão.

Rosca de transporte ou movimento

Possui passo longo e por isso transforma o movimento giratórionum deslocamento longitudinal bem maior que as anteriormentecitadas. É empregada normalmente em máquinas (tornos,prensas, morsa, etc.) ou quando as montagens e desmontagenssão frequentes.O material do furo roscado deve ser diferente do aço para evitara solda a frio (emgripamento). Também é desaconselhável suamontagem onde as vibrações e os choques são frequentes.Quando se deseja um grande deslocamento com filetes depouca espessura, emprega-se a rosca múltipla, isto é, com doisfiletes ou mais.Em alguns casos, quando o ângulo da hélice for maior que 45º omovimento longitudinal pode ser transformado em movimentogiratório, como por exemplo o berbequim.

Perfil da rosca (secção do filete)

Triangular

É o mais comum. Utilizado em parafusos e porcas de fixação,uniões e tubos.

Trapezoidal

Empregado em órgãos de comando das máquinas operatrizes(para transmissão de movimento suave e uniforme), fusos eprensas de estampar (balancins mecânicos).

Redondo

Emprego em parafusos de grandes diâmetros e que devemsuportar grandes esforços, geralmente em componentesferroviários. É empregado também em lâmpadas e fusíveis pelafacilidade na estampagem.

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Dente de serra

Usado quando a força de solicitação é muito grande em um sósentido (morsas, macacos, pinças para tornos e fresadoras).

Quadrado

Quase em desuso, mas ainda utilizado em parafusos e peçassujeitas a choques e grandes esforços (morsas).

Simbologia dos principais elementos de uma roscaD = diâmetro maior da rosca interna (nominal)d = diâmetro maior da rosca externa (nominal)D1 = diâmetro menor da rosca internad1 = diâmetro menor da rosca externaD2 = diâmetro efetivo da rosca internad2 = diâmetro efetivo da rosca externaP = passoA = avançoN = número de voltas por polegadan = número de filetes (fios por polegada)

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H = altura do triângulo fundamentalhe = altura do filete da rosca externahi = altura do filete da rosca internai = ângulo da hélice ()rre = arredondamento do fundo da rosca do parafusorr1 = arredondamento do fundo da rosca da porca

Engrenagens, Correias, Polias e Correntes

Transmissão por engrenagensAs engrenagens, também chamadas rodas dentadas, sãoelementos básicos na transmissão de potência entre árvores.Elas permitem a redução ou aumento do momento torsor, commínimas perdas de energia, e aumento ou redução develocidades, sem perda nenhuma de energia, por nãodeslizarem.A mudança de velocidade e torção é feita na razão dosdiâmetros primitivos. Aumentando a rotação, o momento torsordiminui e vice-versa. Assim, num par de engrenagens, a maiordelas terá sempre rotação menor e transmitirá momento torsormaior. A engrenagem menor tem sempre rotação mais alta emomento torsor menor.O movimento dos dentes entre si processa-se de tal modo queno diâmetro primitivo não há deslizamento, havendo apenasaproximação e afastamento.Nas demais partes do flanco, existe ação de deslizamento erolamento. Daí conclui-se que as velocidades periféricas(tangenciais) dos círculos primitivos de ambas as rodas sãoiguais (lei fundamental do dentado).Elementos básicos das engrenagens

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Perfil do flanco do dente

O perfil do flanco do dente é caracterizado por parte de umacurva cicloidal chamada evolvente. A figura apresenta oprocesso de desenvolvimento dessa curva.O traçado prático da evolvente pode ser executado ao redor deum círculo, marcando-se a trajetória descrita por um pontomaterial definido no próprio fio.Quanto menor for o diâmetro primitivo (Dp), mais acentuadaserá a evolvente. Quanto maior for o diâmetro primitivo, menosacentuada será a evolvente, até que, em uma engrenagem deDp infinito (cremalheira) a evolvente será uma reta. Neste caso,o perfil do dente será trapezoidal, tendo como inclinação apenaso ângulo de pressão ().

Geração de evolvente

Imagine a cremalheira citada no item anterior como sendo umaferramenta de corte que trabalha em plaina vertical, e que acada golpe se desloca juntamente com a engrenagem a serusinada (sempre mantendo a mesma distância do diâmetroprimitivo).É por meio desse processo contínuo que é gerada, passo apasso, a evolvente.O ângulo de inclinação do perfil (ângulo de pressão ) sempre éindicado nas ferramentas e deve ser o mesmo para o par deengrenagens que trabalham juntas.

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Tipos de engrenagensEngrenagem cilíndrica de dentes retos

Os dentes são dispostos paralelamente entre si e em relação aoeixo. É o tipo mais comum de engrenagem e o de mais baixocusto.É usada em transmissão que requer mudança de posição dasengrenagens em serviço, pois é fácil de engatar. É maisempregada na transmissão de baixa rotação do que na de altarotação, por causa do ruído que produz.

Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais

Os dentes são dispostos transversalmente em forma de héliceem relação ao eixo.É usada em transmissão fixa de rotações elevadas por sersilenciosa devido a seus dentes estarem em componente axialde força que deve ser compensada pelo mancal ou rolamento.Serve para transmissão de eixos paralelos entre si e tambémpara eixos que formam um ângulo qualquer entre si(normalmente 60 ou 90º).

Engrenagem cilíndrica com dentes internos

É usada em transmissões planetárias e comandos finais demáquinas pesadas, permitindo uma economia de espaço edistribuição uniforme da força. As duas rodas do mesmo

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conjunto giram no mesmo sentido.

Engrenagem cilíndrica com cremalheira

A cremalheira pode ser considerada como uma coroa dentadacom diâmetro primitivo infinitamente grande. É usada paratransformar movimento giratório em longitudinal.

Engrenagem cônica com dentes retos

É empregada quando as árvores se cruzam; o ângulo deinterseção é geralmente 90º, podendo ser menor ou maior. Osdentes das rodas cônicas têm um formato também cônico, oque dificulta sua fabricação, diminui a precisão e requer umamontagem precisa para o funcionamento adequado.A engrenagem cônica é usada para mudar a rotação e direçãoda força, em baixas velocidades.

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Engrenagem cilíndrica com dentes oblíquos

Seus dentes formam um ângulo de 8 a 20º com o eixo daárvore. Os dentes possuem o perfil da envolvente e podem estarinclinados à direita ou à esquerda.Os dentes vão se carregando e descarregando gradativamente.Sempre engrenam vários dentes simultaneamente, o que dá umfuncionamento suave e silencioso. Pode ser bastante solicitadae pode operar com velocidades periféricas até 160m/s.Os dentes oblíquos produzem uma força axial que deve sercompensada pelos mancais.

Engrenagem cilíndrica com dentes em V

Conhecida também como engrenagem espinha de peixe. Possuidentado helicoidal duplo com uma hélice à direita e outra àesquerda. Isso permite a compensação da força axial na própriaengrenagem, eliminando a necessidade de compensar estaforça nos mancais.Para que cada parte receba metade da carga, a engrenagemem espinha de peixe deve ser montada com precisão e uma dasárvores deve ser montada de modo que flutue no sentido axial.Usam-se grandes inclinações de hélice, geralmente de 30 a 45º.Pode ser fabricada em peça única ou em duas metades unidaspor parafusos ou solda. Neste último caso só é admissível osentido de giro no qual as forças axiais são dirigidas uma contraa outra.

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Engrenagem cônica com dentes em espiral

Empregada quando o par de rodas cônicas deve transmitirgrandes potências e girar suavemente, pois com este formatode dentes consegue-se o engrenamento simultâneo de doisdentes.O pinhão pode estar deslocado até 1/8 do diâmetro primitivo dacoroa. Isso acontece particularmente nos automóveis paraganhar espaço entre a carcaça e o solo.

Parafuso sem-fim e engrenagem côncava (coroa)

O parafuso sem-fim é uma engrenagem helicoidal com pequenonúmero (até 6) de dentes (filetes).

O sem-fim e a coroa servem para transmissão entre dois eixosperpendiculares entre si. São usados quando se precisa obtergrande redução de velocidade e consequente aumento de

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momento torsor.Quando o ângulo de inclinação (y) dos filetes for menor que 5º,o engrenamento é chamado de auto-retenção. Isto significa queo parafuso não pode ser acionado pela coroa.Nos engrenamentos sem-fim, como nas engrenagenshelicoidais, aparecem forças axiais que devem ser absorvidaspelos mancais.Entre o sem-fim e a coroa produz-se um grande atrito dedeslizamento. A fim de manter o desgaste e a geração de calordentro dos limites, adequam-se os materiais do sem-fim (aço) eda coroa (ferro fundido ou bronze), devendo o conjuntofuncionar em banho de óleo.

Transmissão por polias e correiasPara transmitir potência de uma árvore à outra, alguns doselementos mais antigos e mais usados são as correias e aspolias.As transmissões por correias e polias apresentam as seguintesvantagens:possuem baixo custo inicial, alto coeficiente de atrito, elevadaresistência ao desgaste e funcionamento silencioso;são flexíveis, elásticas e adequadas para grandes distânciasentre centros.

Relação de transmissão ( i )É a relação entre o número de voltas das polias (n) numaunidade de tempo e os seus diâmetros. A velocidade periférica(V) é a mesma para as duas rodas.V1 = V2

Transmissão por correia plana

Essa maneira de transmissão de potência se dá por meio doatrito que pode ser simples, quando existe somente uma poliamotora e uma polia movida (como na figura abaixo), ou múltiplo,quando existem polias intermediárias com diâmetros diferentes.

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A correia plana, quando em serviço, desliza e portanto nãotransmite integralmente a potência.A velocidade periférica da polia movida é, na prática, sempremenor que a da polia motora. O deslizamento depende dacarga, da velocidade periférica, do tamanho da superfície deatrito e do material da correia e das polias.A correia plana permite ainda a transmissão entre árvores nãoparalelas.

Formato da polia plana

Segundo norma DIN 111, a superfície de contato da polia planapode ser plana ou abaulada. A polia com superfície planaconserva melhor as correias e a polia com superfície abauladaguia melhor as correias.O acabamento superficial deve ficar entre quatro e dezmilésimos de milímetro (4 10m).∼Quando a velocidade da correia supera 25m/s é necessárioequilibrar estática e dinamicamente as polias (balanceamento).

. Materiais para correia planaCouro de boiRecebe emendas, suporta bem os esforços e é bastanteelásticas.

Material fibroso e sintéticosNão recebe emendas (correia sem-fim), própria para forças semoscilações, para polia de pequeno diâmetro. Tem por materialbase o algodão, o pêlo de camelo, o viscose, o perlon e onylon.

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Material combinado, couro e sintéticosEssa correia possui a face interna feita de couro curtido aocromo e a externa de material sintético (perlon). Essacombinação produz uma correia com excelente flexibilidade,capas de transmitir grandes potências.

Transmissão por correia em V

A correia em V é inteiriça (sem-fim) fabricada com secçãotransversal em forma de trapézio. É feita de borracha revestidapor lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizadospara absorver as forças.O emprego da correia em V é preferível ao da correia plana epossui as seguintes características:Praticamente não tem deslizamento.Relação de transmissão até 10:1.Permite uma boa proximidade entre eixos. O limite é dadopor p = D + 3/2h (D = diâmetro da polia maior e h =altura da correia).A pressão nos flancos, em consequência do efeito de cunha,triplica em relação à correia plana.Partida com menor tensão prévia que a correia plana.Menor carga sobre os mancais que a correia plana.Elimina os ruídos e os choques, típicos da correia emendadacom grampos.Emprego de até doze correias numa mesma polia.Perfil e designação das correias em VA designação é feita por uma letra que representa o formato epor um número que é o perímetro médio da correia empolegada.Os perfis são normalizados e denominam-se formato A, B, C, De E, suas dimensões são mostradas na figura a seguir.Para especificação de correias, pode-se encontrar, poraproximação, o número que vai ao lado da letra, medindo ocomprimento externo da correia, diminuindo um dos valoresabaixo e transformando o resultado em polegadas.

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Relação de transmissão (i) para correias e polias em VUma vez que a velocidade (V) da correia é constante, a relaçãode transmissão está em função dos diâmetros das polias.Para as correias em V, deve-se tomar o diâmetro nominal médioda polia (Dm) para os cálculos.Dm = De - 2xOnde:De = diâmetro da poliax = altura efetiva da correiah = altura da correia

Transmissão por correia dentada

A correia dentada em união com a roda dentada correspondentepermitem uma transmissão de força sem deslizamento. Ascorreias de qualidade têm no seu interior vários cordonéishelicoidais de aço ou de fibra de vidro que suportam a carga eimpedem o alongamento. A força se transmite através dosflancos dos dentes e pode chegar a 400N/cm2.’

O perfil dos dentes pode ser trapezoidal ou semicircular,geralmente, são feitos com módulos 6 ou 10.As polias são fabricadas de metal sinterizado, metal leve ouferro fundido em areia especial para precisão nas medidas embom acabamento superficial.Para a especificação das polias e correias dentadas, deve-semencionar o comprimento da correia ou o número de sulcos dapolia, o passo dos dentes e a largura.

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Procedimentos em manutenção com correias e polias

A correia é importante para a máquina. Quando mal aplicada oufrouxa, provoca a perda de velocidade e de eficiência damáquina; quando esticada demais, há quebra dos eixos oudesgaste rápido dos mancais.As polias devem ter uma construção rigorosa quanto àconcentricidade dos diâmetros externos e do furo, quanto àperpendicularidade entre as faces de apoio e os eixos dosflancos, e quanto ao balanceamento, para que não provoquemdanos nos mancais e eixos.Os defeitos construtivos das polias também influemnegativamente na posição de montagem do conjunto detransmissão.

Transmissão por correntes

Um ou vários eixos podem ser acionados através de corrente. Atransmissão de potência é feita através do engrenamento entreos dentes da engrenagem e os elos da corrente; não ocorre odeslizamento.É necessário para o funcionamento desse conjunto detransmissão que as engrenagens estejam em um mesmo planoe os eixos paralelos entre si.

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A transmissão por corrente normalmente é utilizada quando nãose podem usar correias por causa da umidade, vapores, óleos,etc. É, ainda, de muita utilidade para transmissões entre eixospróximos, substituindo trens de engrenagens intermediárias.

Tipos de correntesCorrente de rolosÉ composta por elementos internos e externos, onde as talassão permanentemente ligadas através de pinos e buchas; sobreas buchas são, ainda, colocados rolos.Esta corrente é aplicada em transmissões, em movimentação esustentação de contrapeso e, com abas de adaptação, emtransportadores; é fabricada em tipo standard, médio e pesado.

Várias correntes podem ser ligadas em paralelo, formandocorrente múltipla; podem ser montadas até 8 correntes emparalelo.

Corrente de dentes

Nesse tipo de corrente há, sobre cada pino articulado, váriastalas dispostas uma ao lado da outra, onde cada segunda talapertence ao próximo elo da corrente.

Dessa maneira, podem ser construídas correntes bem largas emuito resistentes. Além disso, mesmo com o desgaste, o passofica, de elo a elo vizinho, igual, pois entre eles não há diferença.Esta corrente permite transmitir rotações superiores àspermitidas nas correntes de rolos. É conhecida como correntesilenciosa (“silent chain”).

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Corrente de elos livres

Esta é uma corrente especial usada para transportadores e, emalguns casos, pode ser usada em transmissões. Suacaracterística principal é a facilidade de retirar-se qualquer elo,sendo apenas necessário suspendê-lo. É conhecida por “linkchain”.

Corrente comum

Conhecida também por cadeia de elos, possui os elos formadosde vergalhões redondos soldados, podendo ter um vergalhãotransversal para esforço. É usada em talhas manuais,transportadores e em uma infinidade de aplicações.

Corrente de blocos

É uma corrente parecida com a corrente de rolos, mas, cada parde rolos, com seus elos, forma um sólido (bloco). É usada nostransportadores e os blocos formam base de apoio para osdispositivos usados para transporte.

Fabricação das correntes

As talas são estampadas de fitas de aço; os rolos e as buchassão repuxados de chapas de aço ou enrolados de fitas de aço;os pinos são cortados de arames de aço. As peças prontas são,separadamente, beneficiadas ou temperadas paraaproximadamente 60 rockwell.

Engrenagens para correntes

As engrenagens para correntes têm como medidas principais onúmero de dentes (Z), o passo (p) e o diâmetro (d).

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O passo é igual à corda medida sobre o diâmetro primitivodesde o centro de um vão ao centro do vão consecutivo, porquea corrente se aplica sobre a roda em forma poligonal.O perfil dos dentes corresponde ao diâmetro dos rolos dacorrente e para que haja facilidade no engrenamento, as lateraisdos dentes são afiladas e 10% mais estreitas que a corrente.Algumas rodas possuem o perfil modificado para compensar oalargamento produzido pelo desgaste. Os dentes são formadosde tal modo que os rolos colocados entre eles tenham folga noflanco da frente e no flanco de trás.

Mancais de Rolamento e DeslizamentoMancais de RolamentoQuando se buscou diminuir sensivelmente os problemas deatrito de resistência à alta velocidade, encontrados nos mancaisde deslizamento, chegou-se aos mancais de rolamento ousimplesmente rolamentos.Os rolamentos são simplesmente rolamentos de máquinasconstituídos por dois anéis de aço (geralmente SAE 52 100)separados por uma ou mais fileiras de esferas ou rolos.

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Essas esferas ou rolos são mantidos equidistantes por meio doseparador ou gaiola a fim de distribuir os esforços e manterconcêntricos os anéis.O anel externo (capa) é fixado na peça ou no mancal e o anelinterno é fixado diretamente ao eixo.A seguir veja as vantagens e desvantagens que os rolamentospossuem em relação aos mancais de deslizamento.

VantagensMenor atrito e aquecimentoCoeficiente de atrito de partida(estático) não superior ao deoperação (dinâmico)Pouca variação do coeficiente deatrito com carga e velocidadeBaixa exigência de lubrificaçãoIntercambialidade internacionalMantém a forma de eixoPequeno aumento da folga durante avida útil

DesvantagensMaior sensibilidade aos choquesMaiores custos de fabricaçãoTolerância pequena para carcaça ealojamento do eixoNão suporta cargas tão elevadas comoos mancais de deslizamentoOcupa maior espaço radial

Classificação dos rolamentosQuanto ao tipo de carga que suportam, os rolamentos podemser:Radiais - suportam cargas radiais e leves cargas axiais.Axiais - não podem ser submetidos a cargas radiais.Mistos - suportam tanto carga axial quanto radial.

Tipos de rolamentosRolamento fixo de uma carreira de esferasÉ o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais epequenas cargas axiais e é apropriado para rotações maiselevadas.Sua capacidade de ajustagem angular é limitada, porconseguinte, é necessário um perfeito alinhamento entre o eixoe os furos da caixa.Rolamento de contato angular de uma carreira de esferasAdmite cargas axiais somente em um sentido, portanto, devesempre ser montado contraposto a um outro rolamento quepossa receber a carga axial no sentido contrário.Rolamento autocompensador de esferas

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É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esféricano anel externo, o que lhe confere a propriedade de ajustagemangular, ou seja, compensar possíveis desalinhamentos ouflexões do eixo.

Rolamento de rolo cilíndricoÉ apropriado para cargas radiais elevadas e seus componentessão separáveis, o que facilita a montagem e desmontagem.

Rolamento autocompensador de uma carreira de rolosSeu emprego é particularmente indicado para construções emque se exige uma grande capacidade de suportar carga radial ea compensação de falhas de alinhamento.

Rolamento autocompensador com duas carreiras de rolosÉ um rolamento para os mais pesados serviços. Os rolos são degrande diâmetro e comprimento.Devido ao alto grau de oscilação entre rolos e pistas, existe umadistribuição uniforme de carga.

Rolamento de rolos cônicosAlém de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos tambémsuportam cargas axiais em um sentido.Os anéis são separáveis. O anel interno e o externo podem sermontados separadamente. Como só admitem cargas axiais emum sentido, de modo geral torna-se necessário montar os anéisaos pares, um contra o outro.

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Rolamento axial de esferaAmbos os tipo de rolamento axial de esfera (escora simples eescora dupla) admitem elevadas cargas axiais, porém, nãopodem ser submetidos a cargas radiais. Para que as esferassejam guiadas firmemente em suas pistas, é necessária aatuação permanente de uma determinada carga axial mínima.

Rolamento axial autocompensador de rolosPossui grande capacidade de carga axial e, devido à disposiçãoinclinada dos rolos, também pode suportar consideráveis cargasradiais.A pista esférica do anel da caixa confere ao rolamento apropriedade de alinhamento angular, compensando possíveisdesalinhamentos ou flexões do eixo.

Rolamento de agulhasPossui uma secção transversal muito fina, em comparação comos rolamento de rolos comuns.É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado.

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Designação dos rolamentosCada rolamento métrico padronizado tem uma designaçãobásica específica que indica o tipo de rolamento e a correlaçãoentre suas dimensões principais.Essas designações básicas compreendem 3, 4 ou 5 algarismos,ou uma combinação de letras e algarismos, que indicam o tipode rolamento, as séries de dimensões e o diâmetro do furo,nesta ordem.Os símbolos para os tipos de rolamento e as séries dedimensões, junto com os possíveis sufixos indicando umaalteração na construção interna, designam uma série derolamentos.A tabela mostra esquematicamente como o sistema dedesignação é constituído.Os algarismos entre parênteses, indicam que embora elespossam ser incluídos na designação básica, são omitidos porrazões práticas.Como no caso do rolamento de duas carreiras de esferas decontato angular onde o zero é omitido.Convém salientar que, para a aquisição de um rolamento, énecessário conhecer apenas as seguintes dimensões: odiâmetro externo, o diâmetro interno e a largura ou altura.Com esses dados, consulta-se o catálogo do fabricante paraobter a designação e informações como capacidade de carga,peso, etc.

TabelaTipos de rolamento

AcoplamentosIntroduçãoAcoplamento é um elemento de máquina que transmitemomentos de rotação segundo os princípios da forma e doatrito.

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Emprega-se o acoplamento quando se deseja transmitir ummomento de rotação (movimento de rotação e forças) de umeixo motor a outro elemento de máquina situado coaxialmente aele.

ObservaçãoOs acoplamentos que operam por atrito são chamados deembreagem (fricção) ou freios.

Classificação dos acoplamentosOs acoplamentos classificam-se em permanentes e comutáveis.Os permanentes atuam continuamente e dividem-se em rígidose flexíveis. Os comutáveis atuam obedecendo a um comando.

Acoplamentos permanentes rígidosOs mais empregados são as luvas de união que devem serconstruídas de modo que não apresentem saliências ou queestas estejam totalmente cobertas, para evitar acidentes.

Observação: A união das luvas ou flanges à árvore é feita porchaveta, encaixe com interferência ou cones.Para transmissão de grandes potências usam-se osacoplamentos de disco ou os de pratos, os quais têm assuperfícies de contato lisas ou dentadas.Acoplamento de Discos Acoplamento de PratosOs eixos dos acoplamentos rígidos devem ser alinhadosprecisamente, pois estes elementos não conseguem compensareventuais desalinhamento ou flutuações.O ajuste dos alojamentos dos parafusos deve ser feito com aspartes montadas para obter o melhor alinhamento possível.

Acoplamentos permanentes flexíveisEsses elementos são empregados para tornar mais suave atransmissão do movimento em árvores que tenham movimentosbruscos e quando não se pode garantir um perfeito alinhamentoentre as árvores.

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Os acoplamentos flexíveis são construídos em forma articulada,em forma elástica ou em forma articulada e elástica. Permitem acompensação até 6º de ângulo de torção e deslocamentoangular axial.Veja a seguir os principais tipos de acoplamentos flexíveis.

Acoplamento elástico de pinosOs elementos transmissores são pinos de aço com mangas deborracha.

Acoplamento perflexOs discos de acoplamento são unidos perifericamente por umaligação de borracha apertada por anéis de pressão.

Acoplamento de dentes arqueadosOs dentes possuem a forma ligeiramente curvada no sentidoaxial, o que permite até 3º de desalinhamento angular. O aneldentado (peça transmissora do movimento) possui duascarreiras de dentes que são separadas por uma saliênciacentral.

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Travas, Chaveta, Anel elástico, Pinos e Freios

TravasAs uniões roscadas são submetidas a vibrações e podem soltarsepor essa razão. Para evitar isso, colocam-se travas earruelas nas porcas ou parafusos.

Existem dois tipos de travas:Trava por fechamento de forma - é a mais segura e impedeo afrouxamento da união.Trava por fechamento de forças - esta trava estabelece umaforça de compressão entre as peças, o que aumenta o atritoe dificulta o afrouxamento da união mas não impedetotalmente a soltura.

ChavetaChaveta é um corpo prismático que pode ter faces paralelas ouinclinadas, em função da grandeza do esforço e tipo demovimento que deve transmitir. É construída normalmente deaço.A união por chaveta é um tipo de união desmontável, quepermite às árvores transmitirem seus movimentos a outrosórgãos, tais como engrenagens e polias.

Classificação e característicasChaveta de cunha (ABNT-PB-121)Empregada para unir elementos de máquinas que devem girar.

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Pode ser com cabeça ou sem cabeça, para facilitar suamontagem e desmontagem. Sua inclinação é de 1:100, o quepermite um ajuste firme entre as partes.O princípio da transmissão é pela força de atrito entre as facesda chaveta e o fundo do rasgo dos elementos, devendo haveruma pequena folga nas laterais.Havendo folga entre os diâmetros da árvore e do elementomovido, a inclinação da chaveta provocará na montagem umadeterminada excentricidade, não sendo portanto aconselhado oseu emprego em montagens precisas ou de alta rotação.

Chaveta encaixada (DIN 141, 490 e 6883)É a chaveta mais comum e sua forma corresponde ao tipo maissimples de chaveta de cunha. Para facilitar seu emprego, orasgo da árvore é sempre mais comprido que a chaveta.

Chaveta meia-cana (DIN 143 e 492)Sua base é côncava (com o mesmo raio do eixo). Sua inclinaçãoé de 1:100, com ou sem cabeça. Não é necessário rasgo naárvore, pois transmite o movimento por efeito do atrito, de formaque, quando o esforço no elemento conduzido é muito grande, achaveta desliza sobre a árvore.

Chaveta plana (DIN 142 e 491)É similar à chaveta encaixada, tendo, porém, no lugar de um

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rasgo na árvore, um rebaixo plano. Sua inclinação é de 1:100com ou sem cabeça.Seu emprego é reduzido, pois serve somente para atransmissão de pequenas forças.

Chaveta tangencial (DIN 268 e 271)É formada por um par de cunhas com inclinação de 1:60 a 1:100em cada rasgo. São sempre utilizadas duas chavetas e osrasgos são posicionados a 120º.A designação tangencial é devido a sua posição em relação aoeixo. Por isso, e pelo posicionamento (uma contra a outra), émuito comum o seu emprego para transmissão de grandesforças, e nos casos em que o sentido de rotação se alterna.

Chaveta transversalAplicada em uniões de órgãos que transmitem movimentos nãosó rotativos como também retilíneos alternativos.Quando é empregada em uniões permanentes, sua inclinaçãovaria entre 1:25 e 1:50. Se a união necessita de montagens edesmontagens frequentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.

Chaveta paralela (DIN 269)É normalmente embutida e suas faces são paralelas, semqualquer conicidade. O rasgo para o seu alojamento tem o seucomprimento.As chavetas embutidas nunca têm cabeça e sua precisão deajuste é nas laterais, havendo uma pequena folga entre o ponto

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mais alto da chaveta e o fundo do rasgo elemento conduzido.A transmissão do movimento e das forças é feita pelo ajuste desuas faces laterais com as do rasgo da chaveta.A chaveta paralela varia quanto à forma de seus extremos (retosou arredondados) e quanto à quantidade de elementos defixação à árvore.Pelo fato de a chaveta paralela proporcionar um ajuste precisona árvore não ocorre excentricidade, podendo, então, serutilizada para rotações mais elevadas. É bastante usada noscasos em que o elemento conduzido é móvel.

Chaveta de disco ou meia-lua tipo woodruff(DIN 496 e 6888)É uma variante da chaveta paralela, porém recebe esse nomeporque sua forma corresponde a um segmento circular.É comumente empregada em eixos cônicos por facilitar amontagem e se adaptar à conicidade do fundo do rasgo doelemento externo.

Anel elásticoÉ um elemento usado para impedir o deslocamento axial,posicionar ou limitar o curso de uma peça deslizante sobre umeixo. Conhecido também por anel de retenção, de trava ou desegurança.Fabricado de aço para molas, tem a forma de anel incompleto,que se aloja em um canal circular construído conformenormalização.

Tipos de anéis elásticos e aplicaçõesAplicação: para eixos com diâmetro entre 4 e 1000mm. Trabalhaexternamente - DIN 471.

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Aplicação: para furos com diâmetro entre 9,5 e 1000mm.Trabalha internamente - DIN 472.

Aplicação: para eixos com diâmetro entre 8 e 24mm. Trabalhaexternamente - DIN 6799.

PinosÉ uma peça geralmente cilíndrica ou cônica, oca ou maciça queserve para alinhamento, fixação e transmissão de potência.

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Os pinos se diferenciam por suas características de utilização,forma, tolerâncias dimensionais, acabamento superficial,material e tratamento térmico.Os alojamentos para pinos devem ser calibrados com alargadorque deve ser passado de uma só vez pelas suas peças a seremmontadas.Esta calibragem é dispensada quando se usa pino estriado oupino tubular partido (elástico).O principal esforço a que os pinos, de modo geral, estãosujeitos é o de cisalhamento. Por isso os pinos com função dealinhar ou centrar devem estar a maior distância possível entresi, para diminuir os esforços de corte. Quanto menorproximidade entre os pinos, maior o risco de cisalhamento emenor a precisão no ajuste.

Pino cilíndrico paraleloPino de ajuste (guia) temperadoÉ feito de aço-prata ou similar e é temperado, revenido eretificado. Pode resistir a grandes esforços transversais e éusado em diversas montagens, geralmente associado aparafusos e prisioneiros.Pode ser liso, liso com furo para cupilha, com cabeça e furopara cupilha, com cabeça provida de ressalto para evitar o giro,com ponta roscada e cabeça.Todos os pinos que apresentam furo ou rosca são usados comoeixo para articulações ou para suportar rodas, polias, cabos, etc.A precisão destes pinos é j6, m6 ou h8.

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Pino de segurançaÉ usado principalmente em máquinas-ferramentas como pino decisalhamento, isto é, em caso de sobrecarga esse pino serompe para que não quebre um componente de maiorimportância.

Pino de uniãoTem funções secundárias como em dobradiças para caixasmetálicas e móveis.

Pino cônicoFeito geralmente de aço-prata, é temperado ou não e retificado.Tem por diâmetro nominal o diâmetro menor, para que se use abroca com essa medida antes de calibrar com alargador.Existem pinos cônicos com extremidade roscada a fim demantê-los fixos em casos de vibrações ou sacá-los em furoscegos.O pino cônico tem largo emprego na construção de máquinas,pois permite muitas desmontagens sem prejudicar oalinhamento dos componentes; além do que é possívelcompensar eventual desgaste ou alargamento do furo.

Pino estriadoA superfície externa do pino estriado apresenta três entalhes erespectivos rebordos. A forma e o comprimento do entalhesdeterminam os tipos de pinos. O uso destes pinos dispensa oacabamento e a precisão do furo alargado.

Pino tubular fendidoTambém conhecido como pino elástico, é fabricado de fita deaço para mola enrolada. Quando introduzido, a fendapermanece aberta e elástica gerando o aperto.Este elemento tem grande emprego como pino de fixação, pinode ajuste e pino de segurança. Seu uso dispensa o furoalargado.Há um pino elástico especial chamado Connex, com fendaondulada cujos cantos estão opostos entre si. Isto proporcionauma força de ajuste maior em relação ao pino elástico comum.

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Cupilha ou contrapino

Trata-se de um arame de secção semicircular dobrado de talforma a obter-se um corpo cilíndrico e uma cabeça. A cupilha éusada principalmente para travar porcas-castelo.

NotaUm pino qualquer ao se quebrar deve ser substituído por outrocom as mesmas características de forma, material, tratamento eacabamento.

Rebites

O que é: O rebite possui corpo cilíndrico e cabeça, sendo fabricado em aço (comum, inox, etc), alumínio, cobre ou latão. É usado para fixação permanente de duas ou mais peças.

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Emprego: Em geral, seu emprego está em situações onde não é possível usar solda por um ou mais motivos: tipo de material, não admissão de tensões provenientes da solda, facilidade do processo de fabricação, etc. Na indústria aplica-se principalmente em: estruturas metálicas, reservatórios, caldeiras, máquinas, navios, aviões, veículos de transporte e treliças.

Molas

Os elementos elásticos, chamados de molas, são todos aqueles que, pelo formato ou instalação, proporciona movimentação dentro do campo de deformação elástica, ou seja, que se movimenta sem deformar-se permanentemente. As molas são usadas, principalmente, nos casos de armazenamento de energia (acionar mecanismos de relógios, de brinquedos, de retrocesso das válvulas de descarga e aparelhos de controle), amortecimento de choques (suspensão e pára-choques de veículos, em acoplamento de eixos, proteção de instrumentos sensíveis), distribuição de cargas (estofamentos de poltronas, colchões, estrados de camas, veículos), limitação de vazão (regulam a vazão de água em válvulas e registros e a vazão de gás em bujões ou outros recipientes), preservação de junções ou contatos (preservar peças articuladas, alavancas de contato, vedações, etc. que estejam em movimento ou sujeitas a desgastes). Os elementos elásticos podem ser classificados quanto à forma geométrica (helicoidais ou planas). Muitas indústrias de molas fabricam por encomenda molas especiais, projetadas de acordo com a necessidade de fixação, espaço, etc, ainda que permanecendo o princípio funcional. A seleção de uma mola depende das respectivas formas e solicitações mecânicas. Molas Helicoidais Em geral são feitas de barra de aço, enrolada em forma de hélice cilíndrica ou cônica. A barra de aço pode ter seção de perfis variados. Em geral, a mola helicoidal é enrolada à direita, podendo ser também à esquerda. É classificada quanto à resistência a esforços (tração, compressão ou torção).

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Molas Planas São confeccionadas de material plano ou em fita. Foram projetadas para receberem esforços em um só sentido. Simples Esse tipo de mola é empregado somente para algumas cargas. Em geral, essa mola é fixa numa extremidade e livre na outra. Quando sofre a ação deuma força,a mola é flexionada em direção oposta. PratoEm geral, as molas prato funcionam associadas entre si, empilhadas, formando colunas. O arranjo das molas nas colunas depende da necessidade que se tem em vista.

Cabos de Aço

Os cabos são elementos que transmitem movimento e suportam grandes cargas (força de tração),deslocando-as nas posições horizontal, vertical ou inclinada. São muito empregados em equipamentos de transporte e na elevação de cargas, como em elevadores, escavadeiras e pontes rolantes. A fixação das extremidades se

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dá por meio de ganchos ou laços(formados pelo trançamento do próprio cabo). Os cabos são normatizados e possuem limites de cargas tabeladas pelos fabricantes.

Estruturas: São fabricados com arame de aço trefilado a frio. Inicialmente, o arame é enrolado de modo a formar pernas. Depois as pernas são enroladas em espirais em torno de um elemento central, chamado núcleo ou alma.

Tipos de distribuição dos fios: Existem vários tipos, sendo os mais comuns os seguintes: - Distribuição normal: todos os fios possuem o mesmo diâmetro. - Distribuição seale: as camadas são alternadas em fios grossos e finos. - Distribuição filler: As pernas contêm fios de diâmetro pequeno que são

Tipos de almas: Podem ser de vários materiais, dependendo da aplicação. Fibra: é o mais utilizado para cargas não muito pesadas, podendo ser naturais (sisal ou rami) ou artificiais (polipropileno). - Algodão: é o mais utilizado em cabos de pequena dimensão. Asbesto: utilizado em cabos especiais, sujeitos a altas temperaturas. Aço: para grandes cargas utilizados comoenchimento dos vãos dos fios grossos. Distribuição warrington: Os fios das pernas têm diâmetros diferentes numa mesma camada.

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Rodas Dentadas

As engrenagens, também chamadas rodas dentadas, são elementos básicos na transmissão de energia mecânica entre eixos (árvores). Elas permitem a redução ou aumento do torque, com mínimas perdas de energia (quando estão em bom estado), e aumento ou redução de velocidades, sem perda nenhuma de energia, por não deslizarem e apresentarem engrenamento perfeito. A mudança de velocidade e torção é feita na razão dos diâmetros primitivos. Aumentando a rotação, o torque (momento torsor) diminui e se diminuirmos a rotação poderemos aumentar o torque (força de transferência de energia mecânica). Assim, num par de engrenagens, a maior delas terá sempre rotação menor e transmitirá torque maior. A engrenagem menor tem sempre rotação mais alta e momento torsor menor. As engrenagens devem estar sempre lubrificadas durante o funcionamento dos conjuntos mecânicos, pois a película formada entre os dentes completa o engrenamento reduzindo a folga natural e em alguns casos minimizando os desgastes dos dentes compensando com uma lubrificação de maior teor de viscosidade. Este procedimento é apenas emergencial, já que todos os conjuntos mecânicos devem trabalhar com suas características originais conservadas para obter o máximo da potência estabelecida pelo projeto das máquinas.

Rodas de atrito

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São elementos de máquinas que transmitem movimento por atrito entre dois

eixos paralelos ou que se cruzam.

Utilizadas entre veios paralelos, veios concorrentes ou veios não complanares,

com razões de transmissão até i = 6:1 (10:1), com rendimentos de 95% a 98%

e escorregamentos idênticos aos obtidos com transmissões por correias, mas,

em contrapartida, as distâncias entre eixos são menores e o peso e o preço

são menos competitivos.

REDUTORES DE VELOCIDADE Redutor de velocidade é um dispositivo mecânico que reduz a velocidade (rotação) de um acionador (geralmente um motor, elétrico ou não).

Seus principais componentes são basicamente: Eixos de entrada e saída, rolamentos, engrenagens e carcaça.

O redutor de velocidade é utilizado quando é necessária a adequação da rotação do acionador para a rotação requerida no dispositivo a ser acionado.

Devido às leis da física, quando há redução da rotação, aumenta-se o torque disponível e vice-versa.

Existem diversos tipos e configurações de redutores de velocidade, sendo os mais comuns os redutores de velocidade por engrenagens. Essas engrenagens, por sua vez, podem ser cilíndricas ou cônicas. Pode-se ainda utilizar o sistema coroa e rosca sem fim.

Já os dentes das engrenagens podem ser retos ou helicoidais. Quando há

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intenção de se reduzir a vibração e ruído utiliza-se, nos redutores, engrenagens de dentes helicoidais, já que a transmissão de potência, nesse caso, é feita de maneira mais homogênea. Por outro lado, as engrenagens de dentes retos são mais simples de serem fabricadas e por isso apresentam menor custo.

Existe ainda o redutor do tipo epicicloidal. Este tipo de redutor utiliza em sua configuração, engrenagens comuns de dentes retos e uma ou mais engrenagens de dentes internos.Os redutores epicicloidais são normalmente indicados quando se procura um sistema mais compacto e com capacidade para trabalhar com altas taxas de redução.

Os redutores de velocidade trabalham normalmente com apenas uma taxa de redução. No caso de existir a possibilidade de atuar no dispositivo e alterar a taxa de redução, este passa a ser chamado de câmbio ou caixa de marchas.

Existem também equipamentos que permitem a alteração gradual da taxa de redução, sendo estes chamados variadores de velocidade. Um exemplo moderno de variador de velocidade aplicado à área automobilística é o câmbio CVT - Continuosly Variable Transmission - utilizado atualmente pela Honda.

Existem também estudos para desenvolvimento de novos tipos de redutores de velocidade. Um deles é a concepção do redutor de velocidade esférico. Ele é baseado nos mesmos princípios de funcionamento dos rolamentos de esferas e fusos de esferas recirculantes e visa apresentar como principais vantagens menor vibração e atrito, tamanho reduzido e menores folgas

Redutores Coroa e Rosca Sem Fim: simplicidade, baixo custo, reduções elevadas com um único estágio, facilidade de manutenção, baixo rendimento, baixa capacidade térmica, baixa relação entre torque transmitido/peso•Redutores de Engrenagens Helicoidais: Relativa simplicidade, médio custo, consegue-se baixas reduções para transmitir altas potências, facilidade de manutenção, alto rendimento, alta durabilidade, boa capacidade térmica, peso elevado para grandes reduções com alto torque•Redutores Planetários: Alta capacidade de torque, ótima relação entre torque transmitido/peso, alto custo, baixa capacidade térmica, média facilidade de manutenção