Mecanica Dos Pavimentos Aula 01-2

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Componente Curricular: Estruturas viárias e mecânica dos pavimentos Professor: Jaelson Budny

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Aula de Mecânica dos pavimentos

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  • Componente Curricular:

    Estruturas virias e mecnica dos pavimentos

    Professor: Jaelson Budny

  • BIBLIOGRAFIA BSICA

    3) Yoder, E.J. e Witczack, M. W. (1975)

    Principles of Pavement Design - Ed John Wiley

    1) Medina, J. (1997)

    Mecnica dos Pavimentos - Ed UFRJ

    2) Huang, Y. H. (1993)

    Pavement Analysis and Design - Ed Prenctice Hall

    4) Teses COPPE

    5) Anais e Publicaes (ABPv, ABCP, AASHTO, etc)

    6) Revistas e Peridicos (TRB, LCPC, etc)

    MECNICA DOS PAVIMENTOS

    7) DNER (Manuais - ES - ME)

  • Pavimentos

    Estrutura de mltiplas camadas que tem finalidade de:

    Resistir s cargas verticais do trfego

    Dar conforto e segurana em qualquer condio

    climtica

    Resistir s cargas horizontais

  • Pavimentos

    FUNO ESTRUTURAL = capacidade de carga dimensionamento

    Dimensionar : calcular espessuras de um conjunto de camadas que trabalham juntas compatibilizar materiais Escolha de materiais e espessuras em funo de : trfego esperado (perodo de projeto)

    clima condicionantes particulares: subleito,topografia,

    drenagem, tcnicas construtivas, etc critrios de ruptura (como definir vida til)

  • Mtodos de Projeto

    Empricos

    Mecanstico-Emprico

    Mecanstico

    Mecanismos de

    degradao

    Trincamento por Fadiga

    Afundamentos em trilhas de roda

  • Mtodo de Projeto Emprico

    Baseado em experincias ou experimentos anteriores

    Correlaes nem sempre vlidas

    Base cientfica nem sempre obrigatria

    Fruto da observao da evoluo de parmetros fsicos observados no pavimento em servio

    Limitados a seu campo de aplicao

  • Mtodo de Projeto Emprico

    Um mtodo emprico quando consiste de bacos, tabelas ou frmulas

    para o dimensionamento que refletem o desempenho observado em

    alguns pavimentos em servio. So correlaes diretas entre alguns

    parmetros estruturais e de trfego e a vida de servio esperada.

    Vantagens:

    -Utilizao fcil e rpida, o que conveniente para pr-dimensionamento ou em

    aplicaes rotineiras;

    -Necessidade de poucos dados, sendo estes, inclusive, de fcil obteno;

    -Simplicidade, o que permite ao projetista ganhar, em pouco tempo, sensibilidade quanto

    a influncia dos diversos parmetros de que depende o mtodo nos dimensionamento

    obtidos;

    - Reproduo de desempenho de alguns pavimentos em verdadeira grandeza, j

    embutindo, portanto, os efeitos do trfego real (cargas, geometria, relao passagem

    cobertura, solicitaes dinmicas...) e os do intemperismo;

  • Desvantagens:

    - So vlidos, a rigor, apenas dentro das condies estruturais, climticas, de trfego e de

    materiais referentes s sees experimentais que lhe deram origem. Sua extrapolao para

    fora destas condies deve ser, portanto, cuidadosa;

    - Sofrem de uma falta de acurcia fundamental para se analisar os reflexos, para o

    desempenho, de variaes nas propriedades mecnicas dos materiais, o que impede seu

    uso para integrar a dosagem das misturas com o projeto do pavimento, sem falar na

    impossibilidade de considerao de novos materiais;

    - Nada informam acerca da evoluo das condies estruturais e funcionais do pavimento

    ao longo de sua vida de servio.

    Mtodo de Projeto Emprico

  • Mtodo de Projeto Mecanstico-Empricos

    Combina aspectos mecanstico-empricos

    Determina esforos gerados por carregamento

    Analisa o comportamento do sistema multi-camadas

    Relaciona esforos ao desempenho (emprica)

    Defeitos associados a uma resposta da estrutura

  • Mtodo de Projeto Mecanstico-Empricos

    So mtodos que efetuam a integrao de um modelo estrutural para o

    pavimento, modelos este relacionado estreitamente com a gerao de defeitos

    na estrutura, com uma base experimental. Para tanto, utiliza as chamadas

    funes de transferncia, que relacionam as respostas da estrutura s cargas

    do trfego (tenses, deformaes, deflexes) ao surgimento e evoluo dos

    defeitos (trincamentos e deformaes plsticas).

    Vantagens:

    - Apresentam elevada acurcia para analisar os efeitos, para o desempenho do pavimento,

    de variaes nas propriedades mecnicas dos materiais, bem como variaes especiais

    nas caractersticas de cargas do trfego atuante;

    - Permitem a anlise de novos materiais, j que utilizam, como dados de entrada,

    propriedades mecnicas fundamentais (rigidez e resistncia) e no resultados de ensaios

    ndices (como CBR, LL, LP ou estabilidade Marshall);

  • Desvantagens:

    - Tendem a ser de utilizao mais trabalhosa (a no ser que se automatize o processo);

    - Requerem uma srie de parmetros cuja obteno pode ser onerosa e demorada

    Vantagens:

    - Embora sua base experimental seja limitada, quanto mais bem elaborado e mais

    cientificamente embasado for o modelo terico, maior ser a confiabilidade do mtodo e

    maior ser sua universalidade, ou seja, maior ser a confiana em se aplic-lo a situaes

    diversas daquelas abrangidas pela sua base emprica, em termos de condies climticas,

    caractersticas do trfego e natureza dos materiais;

    - Permitem a previso de desempenho do pavimento ao longo de sua vida de servio, o

    que fundamental quando se deseja estimar os custos futuros de conservao e de

    restaurao (SGP nvel de projeto);

    Mtodo de Projeto Mecanstico-Empricos

  • Mecnica dos Pavimentos: consiste na aplicao da Mecnica do Contnuo, da Mecnica dos Solos e da Mecnica da Fratura ao dimensionamento estrutural e

    previso de desempenho de pavimentos. Seu objetivo tem sido o de fornecer subsdios

    cada vez mais confiveis e racionais, alm de fornecer um arcabouo onde as evidncias

    experimentais possam ser interpretadas e aplicadas a novos materiais, minimizando os

    riscos inerentes a uma simples extrapolao.

  • Fatores que levam degradao:

    clima (temperatura e umidade)

    trfego

    materiais

    plano de manuteno

  • Dimensionamento Mecanstico

    FatoresAmbientais

    Trfego MateriaisDisponveis

    TcnicasConstrutivas

    Parmetrosde Projeto

    Variabilidadede cada item

    Mtodo de Clculode Tenses

    Parmetros deAcompanhamentodo Desempenho

    Deciso Finaldas espessuras

    Comparao entreVida Estimada e de Projeto

    Estimativa de Vida til

    Espessuras Adotadas

    No Satisfaz

    Satisfaz

  • FATORES CLIMTICOS NO

    DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS

    ELEMENTOS

    DO CLIMA

    mdia da atmosfera (TMA)

    temperatura oscilao diria e peridica da TMA extremos mximos e mnimos

    pluviosidade precipitao mdia anual mximos e mnimos mensais

    FATORES

    DO CLIMA

    latitude geogrfica altitude - inclinao

    slida - cobertura vegetal

    base - gelo e neve lquida - proximidade do mar

    CLIMA CONJUNTO DE FATORES

    METEOROLGICOS QUE CARACTERIZAM

    O ESTADO MDIO DA ATMOSFERA E SUA

    EVOLUO EM DETERMINADO LUGAR

  • REGIO TROPICAL CLIMA TROPICAL

    PREDOMINNCIA DE

    CLIMAS TROPICAIS MIDOS

    temperatura mdia anual > 18 C pluviosidade > 1.500 mm/ano sem congelamento do subsolo

    REGIO

    GEOGRFICA

    TROPICAL

    Trpico de

    Capricrnio

  • BRASIL

    > 2.500 mm

    2.000 - 2.500 mm

    1.500 - 2.000 mm

    1.000 - 1.250 mm

    500 - 650 mm

    < 500 mm

    650 - 1.000 mm

    1.250 - 1.500 mm

    PRECIPITAO ANUAL MDIA

  • CLIMAS DO BRASIL

  • EFEITO DA TEMPERATURA

    RIGIDEZ DO REVESTIMENTO (deformabilidade) = f (Temperatura)

    2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24

    horas do dia

    20

    30

    10

    40

    50

    60

    70

    Tsup

    T5 cm

    T10 cm

    Tar

    Temp

    C

    pontos de mximos no

    coincidem no tempo

    menores variaes de T com a profundidade a 20 cm pouca variao T gradiente trmico variando de + parra - ao longo do dia

  • Trfego e Nmero Equivalente

    VDM (ou VMD) - Volume dirio mdio quantidade de veculos que passam em um

    sentido da via (veculos leves+ comerciais);

    - Normalmente para perodo de um ano (abertura da via);

    - No expressa necessariamente a quantidade que passou em um dia

    - Unidade [veculos por dia];

    - Volume de trfego para um ano no futuro aplicar taxa de

    crescimento, aritmtica ou geomtrica, de ndices socioeconmicos ou

    sries histricas.

    365

    ano um em veculosde totalVDM

  • Trfego e Nmero Equivalente

    VDM - Volume de trfego total durante o projeto, admitindo taxa de

    crescimento no-linear

    t

    tVDMVt

    P 1)1.365

    Onde: Vt =trfego total acumulado para o perodo de projeto;

    VDM = volume dirio mdio no ano zero;

    t = taxa de crescimento;

    P = perodo de projeto.

  • Nmero N

    - Nmero equivalente de operaes de um eixo padro para um

    perodo de projeto em anos;

    - N realiza a equivalncia de operaes da frota, com base no VDM

    -Parmetro representativo do efeito destrutivo do trfego. Utilizado

    do dimensionamento do pavimento;

    - Eixo padro - ESRD com 8.200 kg;

    - Contagem volumtrica e classificatria;

    Trfego e Nmero Equivalente

    FRFVVtFRFCFEVtN ..... Onde: Vt =trfego total acumulado para o perodo de projeto;

    FE = Fator de eixos;

    FC = Fator de carga;

    FV = Fator de veculo;

    FR = Fator regional, atualmente utiliza-se FR=1,0.

  • Conceito do

    Eixo Padro Rodovirio

    Trfego e Nmero Equivalente

    Como em uma rodovia trafegam vrios tipos de veculos com

    variadas cargas em cada eixo foi necessrio introduzir o conceito

    de Eixo Padro Rodovirio. Este eixo um eixo simples de rodas

    duplas com as seguintes caractersticas:

    Carga por Eixo (P): 18 Kips = 18.000 lb = 8.165 Kgf = 8,2 tf = 80 KN

    Carga por roda (P/4): 4,5 Kips = 4.500 lb = 2.041 Kgf = 2,04 tf = 20 KN

    Presso de Enchimento dos Pneus (p): 80 lb/Pol2 = 5,6 Kgf/cm2

    Presso de Contato Pneu-Pavimento (q): 5,6 Kgf/cm2

    Raio da rea de Contato Pneu-Pavimento (r): 10,8 cm

    Afastamento entre Pneus por Roda (s): 32,4 cm

  • Tabela de fatores de equivalncia de cargas

    (FEC)

    Trfego e Nmero Equivalente

  • TRFEGO

    CLASSIFICAO DOS VECULOS

    Contagem

    volumtrica

    classificatria dos

    veculos comerciais

    (DNER):

    3 dias consecutivos

    de contagem

    durante

    24 horas e de

    pesagem durante 8

    horas

  • FATOR DE EQUIVALNCIA DE OPERAES

  • Quais as configuraes de veiculos que existem no Brasil?

    Qual o carregamento permitido

    nos mesmos?

  • ENSAIOS DAS CAMADAS

  • Mdulo de Resilincia de solos e britas

    Por definio:

    Mdulo de resilincia de um solo a relao entre a tenso desvio ( d ) aplicada repetidamente e a deformao elstica axial (a ) resultante, para uma certa condio de ensaio ( nmero de repeties da carga, tempo de aplicao, frequncia, umidade, densidade, tipo de compactao, etc)

    MR= d / a Ensaio: triaxial dinmico DNER ME 131/94

  • Significado e uso

    O ensaio de mdulo de resilincia determina uma

    relao bsica entre tenso e deformao dos materiais,

    para uso na anlise estrutural do pavimento como

    sistema em camadas.

    O ensaio de mdulo prov uma forma de caracterizao

    dos materiais de construo de pavimento, incluindo o

    solo do subleito, sob uma variedade de condies

    (umidade, densidade, etc) e estados de tenso que

    simulam as condies de um pavimento sujeito a cargas

    em movimento.

  • DEFORMABILIDADE DE SOLOS E AGREGADOS

    LIMITAES DOS

    ENSAIOS ESTTICOS

    CONVENCIONAIS

    1) pequenas deformaes na ruptura

    2) CBR ruptura localizada

    3) pavimentos carregamento repetido

    0

    ENSAIO TRIAXIAL DINMICO

    3 = conste

    1 = 3 + d = varivel

    PULSOS DE CARGA

    0.1 s 0.9 s

    Freqncia do ensaio = 1 Hz

    d

    t

  • ENSAIO TRIAXIAL DE CARGA REPETIDA

    LVDT

    CILINDRO DE

    PRESSO

    AR COMPRIMIDO

    CLULA TRIAXIAL

    h

    15 30

    10 20

    7.5 15

    5 10

    h

  • ENSAIO TRIAXIAL DE CARGA REPETIDA

    SEQNCIA

    - blocos indeformados (5 x 10)

    - compactados em moldes tripartidos (10 x 20 ou 15 x 30)

    - prensagem esttica (5 x 10)

    - em geral hot ou smax ou condies de campo

    PREPARAO DO CORPO-DE-PROVA 1

    INSTALAO DO CORPO-DE-PROVA 2 - assentamento na base da clula triaxial com pedra porosa

    - colocao da membrana e cabeote

    - verificao de orifcios (vcuo)

    - colocao dos LVDTs

    - medio da distncia de referncia h0

    PR-CONCIONAMENTO 3 - aplicao de 3 constante (ensaio drenado) - aplicar seqncia de carregamento para eliminar deformaes permanentes

    freqncia: 1 Hz

    intervalo de aplicao: 0.1 s

    3 = 0.7 kg/cm2 ............... 1/ 3 = 2 .................... 300 repeties

    APLICAO DA CARGA E MEDIO DA DEFORMAO VERTICAL 4

    3 = 0.21 - 0.35 - 0.525 - 0.7 - 1.05 - 1.4 kg/cm2

    4323

    1

    d tal que (para cada 3 )

    - medio da deformao vertical plstica aps 100 a 200 aplicaes

    - registrar deformaes plsticas e elsticas

  • MDULO DE RESILINCIA DE MISTURAS BETUMINOSAS

    ENSAIO DE COMPRESSO DIAMETRAL DE CARGAS REPETIDAS

    cilindro

    presso

    pisto

    amostra LVDT

    ar comprimido

    friso

    t

    d

  • ENSAIO DE COMPRESSO DIAMETRAL DE CARGAS REPETIDAS

    freqncia 1 Hz

    (tempo de aplicao da carga = 0.1 seg)

    temperatura do ensaio T = 25 C

  • MDULO RESILIENTE DE MISTURAS ASFLTICAS

    dt

    Ft

    2

    Normalmente d = 10 cm (4)

    t

    F.t 0640

    12.7mm Para friso de carga de 1.27 cm de largura

    2692099760 ..t

    FM

    t

    tR

    Admitindo = 0.35

    618402

    .)(t

    FMR

    (Ref: PINTO, Salomo; PREUSSLER, Ernesto. Mdulos resilientes de

    concretos asflticos. IPR/DNER - 1980)

    deformao especfica

    resiliente horizontal

    d

    t

  • Novos mtodos

    - O pavimento pode servir para resolver outros problemas ambientais tais como a disposio de rejeitos industriais ou no:

    - ex. restolho de pedreira, entulhos limpos de obras civis, escrias de aciaria e de alto forno, ou combinados com solos ou outros estabilizantes (fosfogesso, cido fosfrico, lama vermelha da bauxita, vinhoto, cinza-volante, etc.).

    - O uso de camadas com ligantes comerciais convencionais tipo cal ou cimento tambm passam a integrar a gama de opes que o projetista deve considerar

    - novos mtodos de dimensionamento

  • Ensaio de resistncia trao indireta esttica

    Ensaio mais adequado para medir as caractersticas de dosagem associadas fadiga do que a Estabilidade Marshall

    Estado de tenses perfeitamente definido

    DNER ME 138/94

    Alta correlao com o Mdulo Resiliente

  • Relao Mdulo Resiliente (MR) e Resistncia Trao esttica (RT)

    DNER PRO 269/94: MR = 5000 RT

    Motta e Pinto (1994): MR = 4385 RT

    Motta (1998): Para misturas com polmero: MR = 3000 a

    3500RT

    Ensaios 25C, qualquer idade das misturas

  • Novos mtodos de dimensionamento

    A utilizao dos conceitos da Mecnica dos Pavimentos e dos ensaios dinmicos tambm permitem sair do empirismo e do engessamento das especificaes rodovirias estrangeiras quando se passa para o domnio do problema de pavimentao urbana.