MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

26
MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie

Transcript of MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

Page 1: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICAAneChristianCleversonDiego C.Marjorie

Page 2: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

MEDIDA DO EFEITO...

Estudos de caso-controle – qual o efeito de um fator de exposição sobre uma determinada doença?

É necessário medir o efeito de uma determinada exposição;

Na área médica, é utilizada para analisar a associação entre um fator de risco e uma doença.

Page 3: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

FATOR DE RISCO

DOENÇA

Forte?

Fraco?

Muito Forte?

Muito Fraco?

Inconclusivo?

Page 4: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

... RESPOSTA DICOTÔMICA

Variável-resposta é dicotômica; Apenas duas categorias; Padrão em estudos do tipo caso controle e

muitos estudos de coorte.

DOENTE x NÃO-DOENTE

EXPOSTO x NÃO-EXPOSTO

Page 5: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ESTUDO DE CASO-CONTROLE OU COORTE

Seus dados são agrupados na seguinte tabela:

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente

Ausente

Total

Page 6: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ESTUDO DE CASO-CONTROLE OU COORTE

Seus dados são agrupados na seguinte tabela:

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente

Ausente

Total p qp e q = tamanhos relativos das coortes do estudo

p + q = 1

Exemplo: p = 0,3 = 30% de expostos ao fator de risco p = P (E) e q = P (E)

Page 7: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ESTUDO DE CASO-CONTROLE OU COORTE

Seus dados são agrupados na seguinte tabela:

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente pP1 qP0

Ausente

Total p q 1P1 = proporção de pacientes que desenvolveram a doença, dentre os expostos. P1 = P (D|E)

P0 = proporção de pacientes que desenvolveram a doença, dentre os não expostos. P0 = P (D|E)

pP1 = P (D ∩ E)

Page 8: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ESTUDO DE CASO-CONTROLE OU COORTE

Seus dados são agrupados na seguinte tabela:

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente pP1 qP0 pP1 + qP0

Ausente pQ1 qQ0

Total p q 1

Q1 = proporção de observados que não desenvolveram a doença, dentre os expostos. Q1 = P (D|E)

Q0 = proporção de observados que não desenvolveram a doença, dentre os não expostos. Q0 = P ( D|E)

pQ1 = P (D ∩ E)

Page 9: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ESTUDO DE CASO-CONTROLE OU COORTE

Seus dados são agrupados na seguinte tabela:

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente pP1 qP0 pP1 + qP0

Ausente pQ1 qQ0 pQ1 + qQ0

Total p q 1

Page 10: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO

P1 = 0,20 Po = 0,10 p = 0,4

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente pP1 qP0 pP1 + qP0

Ausente pQ1 qQ0 pQ1 + qQ0

Total p q 1

0,4 0,6

0,2 x 0,4

0,10 X 0,6

Page 11: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO

P1 = 0,20 Po = 0,10 p = 0,4

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente 0,08 0,06 0,14

Ausente 0,32 0,54 0,86

Total 0,40 0,6 1

Page 12: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

E SE EU NÃO TIVER P1 E P0?

Tabela de estudos de coorte:

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente a b a + b

Ausente c d c + d

Total a + c b + d N

P1 = a/a+cP0 = b/b+dp = a+c/N

Page 13: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

MEDIDA DE EFEITO

Para QUANTIFICAR o efeito da exposição a um fator de risco, utiliza-se o Risco Relativo.

RR = P (D|E) / P (D|E) = P1/P0

Ou, num estudo de coorte...

RR = P1/P0 = a/a+c / b/b+d

Um ensaio clínico também pode ter seu risco relativo calculado, pois é um coorte com pacientes agrupados aleatoriamente.

Page 14: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO

325 mg de aspirina, dias alternados, reduz a mortalidade cardiovascular?

Ensaio clínico, controlado, duplo-cego. 22.071 médicos americanos. Idade entre 40 e 84 anos. Sem AVC ou IAM prévio. Não usavam aspirina nem possuíam contra-

indicações ao seu uso.

N Engl J Med. 1989 Jul 20;321(3):129-35.Final report on the aspirin component of the ongoing Physicians' Health Study. Steering Committee of the Physicians' Health Study Research Group.

Page 15: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO

22.071 médicos; 11037 receberam aspirina; 11034 placebo; 139 infartos dentre os usuários de aspirina; 239 no grupo placebo;

Page 16: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente 139 239 378

Ausente 10898 10795 21963

Total 11037 11034 22.071

P1 = a/a+c 139/11037 0,013 P0 = b/b+d 239/11034 0,022 RR = P1/P0 = 0,013/0,022 = 0,59

Pode-se, ainda fazer o raciocínio inverso:1/RR = 0,022/0,013 = 1,69

Page 17: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

CONCLUSÃO

O risco de infarto dentre os que tomavam aspirina regularmente era 59% do que os que tomavam. OU

O risco de infarto dentre os que não tomavam aspirina era 1,69 vezes maior do que os usuários.

Page 18: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ODDS RATIO

NÃO se estima Risco Relativo em estudos de caso controle;

P1 e P0 variam de acordo com o número de casos e controles escolhidos no estudo,e não com as características do grupo.

DOENÇA FATOR DE

EXPOSIÇÃO

Presente Ausente Total

Presente 80 20 100

Ausente 30 70 100

Total 110 90 200

60 14014

0160

Page 19: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ODDS RATIO

É a forma de medir o efeito de exposição em estudos de caso-controle;

“Razão das chances”: Ψ = P1/Q1 / P0 / Q0 = P1Q0 / P0Q1

Ou, na tabela 2 x 2: Ψ = a/(a+c) / c (a+c) / b/(b+d) / b (b + d) = ad/bc

Page 20: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ODDS RATIO

É necessário conhecer a variação do Ψ ...

Var (ln Ψ) = 1/a + 1/b + 1/c + 1/d

... Para calcular o intervalo de confiança.

Z é o percentil obtido de uma tabela de distribuição gaussiana padrão. Para Nível de confiança = 95%, z = 1,96.

Page 21: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

ANALISANDO O ODDS RATIO

Se o IC contém o número zero, a associação entre doença e fator não é estatisticamente significativa.

O IC para Ψ é obtido exponenciando-se os limites inferior e superior do intervalo ln Ψ (e ) ;

Dois motivos ocorrem para a adoção de Odds ratio para se medir associação entre doença e fator de risco: Doença rara - P1 e P0 pequenos, Q1 e Q0 próximo de 1.

Ψ = P1/ P0 = RR Ψ pode ser estimado com dados de qualquer tipo de

estudo.

Li/Ls

Page 22: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO II

Estudo sobre amamentação na infância e câncer de mama;

Estudo caso-controle;

Freudenheim JL, Marshall, JR, Graham S, Hellmann R, Vena JE, Bandera E, Muti P, Swanson M, Nemoto T. Exposure to breastmilk in infancy and the risk of breast cancer. Epidemiol 1994;5:324-31

AMAMENTADA NÃO AMAMENTADA

Casos 353 175

Controles 449 153

Ψ = ad/bc = 353 x 153 / 449 x 175 = 0,69

Page 23: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO II

Ψ = 0,69 Amamentados tem 69% do risco. Qual intervalo de confiança tenho eu?

ln Ψ = ln (0,69) = -0,37

Var (ln Ψ) = 1/a + 1/b + 1/c + 1/d

Var (ln Ψ) = 1/353 + 1/175 + 1/449 + 1/153

Var (ln Ψ) = 0,02

Page 24: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO II

Z = 1,96 (Nível de confiança = 95%) ln Ψ = -0,37 Var (ln Ψ) = 0,02 [-0,37 – 1,96 x 0,14 ; -0,37 + 1,96 x 0,14] [-o,64 ; -0,1] EXPONENCIAR!!!

Page 25: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

EXEMPLO II

IC = [0,53 ; 0,90] (95%) 1 não está contido. Associação

estatisticamente significativa entre ter sido amamentada e câncer de mama.

PS: Conclusão tomada com cuidado (não é uma análise multivariada)

Page 26: MEDIDA DO EFEITO: RESPOSTA DICOTÔMICA Ane Christian Cleverson Diego C. Marjorie.

One by one,

Only the good die

young.

They're only flying

too close to th

e

sun…

We'll remember…

Forever...

OBRIGADO!