MEIO AMBIENTE NA ONDA DA BIOARQUITETURA · princípios fundamentais de ecologia e utilização de...
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CASAS VERDESBioarquitetura alia charme e sustentabilidade
BENEFÍCIOS DO HIPISMOPrática favorece a postura e dá força aos músculos
RENOVAÇÃOGolfe Clube apresenta nova diretoria
NO CAMINHO DA ESTRADA REALDesvendamos os segredos de Cunha, no interior de SP
# 44//2011
NA ONDA DA BIOARQUITETURA
26 // MEIO AMBIENTEnaBaroneza #44
POR PAULA IGNACIO
Mais do que uma
simples tendência,
criar novas manei-
ras de se conciliar o consumo e
o estilo de vida à preservação
do meio ambiente consiste,
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da arquitetura moderna. Nesse
cenário, ganha força o termo
bioarquitetura, que congrega
todos os tipos de construção
que priorizam o uso de materiais
naturais – ou mesmo recicláveis
–, proporcionando economia de
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meio ambiente.
“A chamada ‘casa sus-
tentável’ é uma tentativa de se
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cos aos sistemas já consolidados
do modo de construir. Estas
visões geram arquiteturas bem
diferentes: a linha ecológica se
inicia com um uso adequado de
materiais naturais locais, sem
causar impacto e buscando har-
monia com o meio natural onde
se insere; já a linha sustentável
pode resultar em uma casa
feita totalmente de materiais
industrializados, porém com tec-
nologias para autossustentação
– como uma pequena estação
para tratamento de esgoto,
captação de energia eólica e 1
grandes janelas de vidro, que permitem
uma boa iluminação, por exemplo”, explica o
bioarquiteto paulista César Augusto da Costa.
Muitos profissionais aderiram ao
conceito de uma vida sustentável e procu-
ram transformar seus projetos de casas e
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com atitudes conscientes de preservação
ambiental.
O arquiteto Marcelo Todescan, Sócio
da Todescan Siciliano Arquitetura, não só
aderiu ao conceito de sustentabilidade, como
tem empregado em muitos dos seus projetos
a utilização de materiais não agressivos
ao meio ambiente. Muito requisitado, já
coordenou projetos na Quinta da Baroneza
e atualmente é um dos participantes do
Transition Towns no Brasil.
O Transition Towns é focado na
harmonização das grandes cidades com o
meio ambiente, bem como em ações de
conscientização sobre o consumo consciente,
descarte de lixo e construções de baixo
impacto ambiental, entre outras questões.
“Essas, entre outras ideias, devem ser co-
muns a todos os setores da sociedade para
que, de fato, as cidades iniciem um processo
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Earthships
Há diversas maneiras de se reciclar
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vidro e o papel, e uma delas é o reaprovei-
tamento dos mesmos como matéria-prima
em construções. O arquiteto norte-americano
Michael Reynolds, por exemplo, criou um
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Nestas páginas, “paredes verdes” assinadas pelo francês Patrick Blanc
cação de casas totalmente independentes, as chamadas Earthships.
A construção se dá a partir de pneus descartados cobertos
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entre os pneus são preenchidos com barro e outros materiais des-
cartados, como latinhas e garrafas pet. Após secagem, as paredes
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A impermeabilização do chão, por sua vez, é feita com pneus
velhos picados misturados com cimento ecológico. E todas as casas
têm seu aquecimento e energia garantidos pela luz solar.
Dome House
As Dome House���������'�(���������������)���� ��������
com o mais inusitado de todos os materiais: o poliestireno expandido,
mais conhecido como isopor. O formato de cúpula contribui para
uma melhor circulação do ar em seu interior, dispensando o uso de
aquecedores ou aparelhos de ar condicionado.
Elas são mais comuns no Japão – principalmente porque
resistem a terremotos por conta do seu formato circular –, mas
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O curto tempo de construção e o isolamento térmico que as
Dome House���������������� ������� �������6���� �� �����
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mar, inclusive, que este tipo de residência contribui para a cura de
Abaixo, interior de casa-cúpula (Dome-House); à dir.,
projeto de César Augusto da Costa executado com
materiais naturais e/ou reaproveitados
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doenças como rinite e asma. Por
ser uma solução antioxidante,
o poliestireno expandido evi-
taria desgastes estruturais na
construção, contribuindo para
amenizar os sintomas desses
males.
Uma das maravilhas da
bioarquitetura é justamente a
possibilidade de se criar dese-
nhos diferentes em construções
que poderiam ser mais sóbrias.
Algumas casas se apre-
sentam como verdadeiras obras
de arte, seja em meio à natureza
ou nas grandes cidades. As re-
sidências projetadas pelo arqui-
teto mexicano Javier Senosiain,
por exemplo, são absolutamente
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Concebidas a partir de
formas orgânicas, suas cria-
ções atuam como esculturas e
algumas parecem flutuar em
meio à paisagem. Na Nautilus,
além das formas arredondadas,
Senosiain criou jardins internos
que se integram muito bem aos
ambientes. Pedaços de vidro de
diferentes cores aplicados nas
paredes conferem um colorido
e uma iluminação toda especial
aos ambientes. Um luxo.
Paredes e telhados verdes
Pensando em inovações
que favorecessem a qualidade
de vida em cidades onde as
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construções de concreto são mais
comuns, o francês Patrick Blanc
desenvolveu uma pesquisa sobre
as chamadas “paredes verdes”.
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de jardins verticais, o botânico
se dedicou a encontrar plantas
que se adaptassem a uma vida
“vertical”, além de terem o
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controlado.
Depois de estudar as
plantas mais adequadas para
um determinado local, Patrick
utiliza em suas criações uma
armação de metal, uma cama-
da de PVC e, por último, uma
camada de feltro. A armação de
metal pode ser “pendurada” nas
paredes ou ser completamente
independente, o que confere
mobilidade ao trabalho. “Algu-
mas plantas, se observadas com
mais atenção, costumam crescer
e se desenvolver em terrenos
verticais. Sem qualquer tipo de
solo, o sistema planta-suporte
é muito leve e, portanto, pode
ser implementado em qualquer
parede, seja qual for o seu tama-
nho” diz Patrick que, em 2004,
participou de uma exposição no
MAB-FAAP, em São Paulo.
Ainda pouco comuns
no Brasil, os telhados verdes
também vão muito além da
beleza. Eles ajudam a manter
a temperatura da casa mais
amena e contribuem para conter
o aquecimento global, já que
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construções ao meio ambiente.
Além de todos os be-
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verde pode ser adotado em
qualquer tipo de casa, contanto
que a estrutura suporte o peso
das instalações e das plantas.
“Temos de pensar na insolação,
no tipo de manutenção desejado
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Nesta página, o exterior de uma Dome-House; ao lado, mais uma criação de Patrick Blanc
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PERMACULTURA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Em São Paulo, César Augusto da Costa aproveita sua experiência na área para realizar oficinas educativas
para grupos individuais, condomínios e escolas, oferecendo a oportunidade de aprendizagem sobre alguns
princípios fundamentais de ecologia e utilização de materiais não prejudiciais ao meio ambiente. “Muitos
têm se interessado pelo projeto, pois além de aprenderem mais sobre o aproveitamento consciente dos
materiais disponíveis, também participam da construção de uma pequena escultura ou canteiro para o
jardim”, conta o bioarquiteto.
Crianças e adolescentes, por sua vez, têm a oportunidade de aprender sobre técnicas de construção de
maneira mais consciente, o que futuramente poderá se refletir na maneira como pensam a qualidade de
vida e a necessidade de preservação dos recursos naturais.
O IDHEA (Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica), na capital paulista, procura educar leigos
e profissionais da área, promovendo e divulgando novas tecnologias e o desenvolvimento de materiais
para construção que não prejudicam o meio ambiente. Segundo Márcio Araújo, sócio-fundador do Instituto,
é preciso reconhecer a importância da permacultura. “Esta é uma palavra que surgiu da união de outras
duas: permanência e agricultura. Ela não diz respeito apenas a um modo de se construir, mas a um modo
de se viver, de maneira cada vez mais sustentável, partindo da integração de diversos ramos da economia
e atividade humanas com a própria natureza”, diz.
pessoa pretende obter. Alguns
clientes optam pela grama, que
demanda maior manutenção de
poda e rega, e outros preferem
espécies de baixa manuten-
ção. Mas sempre encontramos
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Manuela Feijó, da Ecotelhado.
“O ideal é que se chegue a
uma mistura de espécies colo-
nizadoras, de forma que se crie
um consórcio entre as plantas.
Elas podem colaborar entre si”,
acrescenta.
Sistemas para captação de energia eólica e de água da chuva em residências
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SAIBA MAISTRANSITION TOWNS:
TODESCAN SICILIANO ARQUITETURA E SUSTENTABILIDADE:
ARQUITETO CÉSAR AUGUSTO DA COSTA:
INTERNACIONAL DOME HOUSE:
VERTICAL GARDEN – PATRICK BLANC:
ECOTELHADO: EARTHSHIPS:
INSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA HABITAÇÃO ECOLÓGICA:
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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