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Melissa Cristina da Silva
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE SALAMES (Staphylococcus spp., Salmonella
spp., Escherichia coli e Coliformes totais) COMERCIALIZADOS
CLANDESTINAMENTE NA REGIÃO DE CURITIBA/PR
Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.
Professor Orientador: Profª. MSc. Jesséa de Fátima França
Orientador Profissional: Dra. Julia Arantes Galvão
CURITIBA
2016
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitora Promoção Humana
Prof. Ana Margarida de Leão Taborda
Pró-Reitor
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-reitora acadêmica
Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Diretor de Graduação
Prof. João Henrique Faryniuk
Secretário Geral
Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz
Coordenador do Curso de Medicina Veterinária
Prof. Welington Hartmann
Supervisora de Estágio Curricular
Prof. Elza Maria Galvão Ciffoni Arns
Campus Barigui
Rua Sydnei A Rangel Santos, 238
CEP: 82010-330 – Curitiba – PR
Fone: (41) 3331-7958
TERMO DE APROVAÇÃO
Melissa Cristina da Silva
ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE SALAMES (Staphylococcus spp., Salmonella
spp., Escherichia coli e Coliformes totais) COMERCIALIZADOS
CLANDESTINAMENTE NA REGIÃO DE CURITIBA/PR.
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção
do título de Médico (a) Veterinário (a) pela Comissão Examinadora do Curso de
Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 30 de novembro de 2016.
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________
Prof. MSc. Jesséa de Fátima França
__________________________________________
Prof. Dra. Anderlise Borsoi.
__________________________________________
Prof. MSc. Ana Carolina Aust.
Curitiba, 30 de novembro de 2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças, determinação para
realizar um sonho de infância e iluminado o meu caminho para estagiar em um
ambiente com pessoas que só acrescentaram coisas boas na minha vida, agradeço
principalmente a minha linda família a qual amo muito e aos amigos que sempre
estiveram ao meu lado me ajudando e me apoiando de alguma forma para que eu
concluísse este curso o qual não foi nada fácil.
Quero agradecer também a orientadora profissional e Doutora Julia Arantes
Galvão pela oportunidade de estagiar em seu laboratório e passar um pouco do seu
conhecimento durante este período que estive lá. A técnica em laboratório Elvira
Alice Kudla pelo grande auxílio no meu projeto e pela sua enorme paciência e
delicadeza. São pessoas que desejo permanecer com a amizade que construímos
neste período que passamos juntas.
Agradeço de coração a professora e Mestre Jesséa de Fátima França por ter
aceitado me orientar neste trabalho de conclusão de curso mesmo não me
conhecendo como aluna, seu enorme carinho na correção para que este trabalho
saísse o mais perfeito possível e a professora Anderlise por me indicar à professora
Jesséa.
Agradeço a empresa LABORCLIN, por financiar uma parte da minha pesquisa,
a qual foi de suma importância para os resultados obtidos.
Agradeço às residentes do laboratório LABMOR, Jessica e Juliana, por
cederem alguns equipamentos e materiais que não tínhamos na LACQSA e por
serem meninas muito queridas e prestativas.
E por fim agradeço aos meus queridos professores por estes períodos em
que passamos juntos na Universidade, os quais transmitiram seus conhecimentos e
experiências profissionais e pessoais, tenho particularmente alguns em especial que
me apoiaram em uma fase mais difícil que passei com meu filho, vocês morarão
para sempre em meu coração.
APRESENTAÇÃO
Este trabalho de conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina
Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti
do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médico Veterinário, é
composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as atividades realizadas
durante o período de 8 de agosto a 28 de outubro de 2016, no Laboratório de
Controle de Qualidade e Segurança de Alimentos (LACQSA), Departamento de
Medicina Veterinária, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), localizada no
Setor de Ciências Agrárias, na Rua dos Funcionários 1540 – Bairro Juvevê, Curitiba
– Paraná, local de cumprimento do Estágio Curricular e também pela descrição de
um experimento que versa sobre análise microbiológica de salames coloniais
comercializados clandestinamente na região de Curitiba/PR.
RESUMO
Grande parcela da população possui o hábito de consumir salames coloniais, parte da produção desse alimento comumente ocorre em agroindústrias familiares de forma artesanal. A maioria dos produtores rurais desconhecem os padrões de higiene, produzindo desta forma, alimentos com qualidade microbiológica duvidosa o que traz riscos à saúde do consumidor. Este trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade das condições higiênico-sanitárias de amostras de salames comercializados clandestinamente na região de Curitiba-PR. Nas análises procurou-se verificar se as mesmas atendiam aos padrões estabelecidos pela ANVISA contidos na RDC 12. Para tanto, foram coletadas 21 amostras de salames provenientes do comércio de Colombo, Campina Grande do Sul e Bairro Alto. Avaliou-se características fenotípicas e bioquímicas de coliformes totais, Escherichia coli, Staphylococcus coagulase positiva e Salmonella spp. Foi encontrada neste estudo uma amostra adquirida no município de Campina Grande do Sul contendo Salmonella spp. e outra do município Colombo extrapolou o valor estabelecidos pela ANVISA para Staphylococcus coagulase positiva, sendo imprópria para consumo; para coliformes totais e Escherichia coli as 21 amostras deram negativas.
Palavras-chave: infeção alimentar; microbiologia; RDC 12.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - LABORATÓRIO DE CONTROLE DE QUALIDADE E
SEGURANÇA DE ALIMENTOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PARANÁ................................................................................
16
FIGURA 2 - GELADEIRA E FREEZER DO LABORATÓRIO QUE ERAM
ARMAZENADOS MEIOS DE CULTURA.....................................
16
FIGURA 3 - AUTOCLAVE E ESTUFA UTILIZADAS NO
LABORATÓRIO............................................................................
17
FIGURA 4 - FLUXOGRAMA DOS PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS..... 20
FIGURA 5 - DIFERENÇA DE BACTÉRIAS STAPHYLOCOCCUS SPP.
TÍPICAS E ATÍPICAS...................................................................
42
FIGURA 6 - RESULTADO POSITIVO DE TESTE DE STAPHYLOCOCCUS
SPP..............................................................................................
42
FIGURA 7 - PLACAS CONTENDO ÁGARES XLD E MLCB........................... 43
FIGURA 8 - COLÔNIAS CARACTERÍSTICAS DE SALMONELLA SPP......... 44
FIGURA 9 - TESTE DE SOROAGLUTINAÇÃO POSITIVA PARA
SALMONELLA SPP.....................................................................
45
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - SÉRIE HISTÓRICA DE SURTOS POR DTA............................. 27
GRÁFICO 2 - DISTRIBUIÇÃO DOS SURTOS DE DTA POR REGIÃO........... 27
GRÁFICO 3 - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS INCRIMINADOS EM
SURTOS DE DTA......................................................................
28
GRÁFICO 4 - AGENTES ETIOLÓGICOS RESPONSÁVEIS PELOS
SURTOS DE DTA......................................................................
28
GRÁFICO 5 - PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS POR SURTOS DE
DTA............................................................................................
29
GRÁFICO 6 - PRINCIPAL LOCAL A OCORRÊNCIA POR SURTOS DE
DTA............................................................................................
29
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- RESULTADOS OBTIDOS DOS SALAMES ATRAVÉS DAS
ANÁLISES REALIZADAS NESTA PESQUISA..............................
46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACP Ágar Contagem Padrão
AN Ágar Nutriente
APT Água Peptonada Tamponada
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BHI Brain Heart Infusion
BP Ágar Base Baird Parker
CFU Unidade Formadoras de Colônias
DAEC Echerichia coli difusamente aderente
DTA Doenças Transmitidas por Alimentos
E. coli Echerichia coli
EAggEC Echerichia coli enteroagregativa
EHEC Echerichia coli entero-hemorrágica
EIEC Echerichia coli enteroinvasora
EPEC Echerichia coli enteropatogênica clássica
ETEC Echerichia coli enterotoxigênica
G Gramas
H2O2 Água Oxigenada
H2S Sulfito de Hidrogênio
LABMOR Laboratório de Ornitopatologia
LACQSA Laboratório de Controle de Qualidade e Segurança de
Alimentos
LIA Ágar Lisina Ferri
MAPA Ministério de Agricultura e Abastecimento do Paraná
mL Mililitro
MLCB Ágar Manitol Lisina Cristal Violeta Verde Brilhante
Ng Nanograma
RDC Resolução da Diretoria Colegiada
RIISPOA Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de
Origem Animal
RV Rappaport-Vassiliadis Soya Peptone (RVS) Broth
SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde
SS Solução Salina
SUH Síndrome Urêmica Hemolítica
TNase Termonuclease
TSI Tríplice Açucar Ferro
TT Thetrathionate Broth Base
UFC Unidade Formadora de Colônia
UFPR Universidade Federal do Paraná
Un. Unidades
XLD Ágar Xilose Lisina Desoxicolato
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 13
2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO.......................................... 15
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS....................................................... 18
4 REVISÃO DA LITERATURA............................................................... 22
4.1 SALAME............................................................................................... 22
4.2 MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS.................... 25
4.2.1 Grupo dos Coliformes.......................................................................... 31
4.2.2 Escherichia coli.................................................................................... 32
4.2.3 Salmonella spp..................................................................................... 34
4.2.4 Staphylococcus coagulase positiva...................................................... 36
5 OBJETIVOS......................................................................................... 39
5.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................. 39
5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO..................................................................... 39
6 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................... 40
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................... 46
8 CONCLUSÃO...................................................................................... 49
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 50
REFERÊNCIAS.................................................................................... 51
13
1. INTRODUÇÃO
Desde meados da década de 90 tem sido observado aumento na oferta de
produtos coloniais, especialmente em feiras livres e vendas diretas ao consumidor.
Também tem aumentado o número de agricultores voltados ao mercado de produtos
coloniais, o que representou uma opção para complementar a renda familiar, amea-
çada pelo movimento de exclusão em atividades tradicionais, principalmente na sui-
nocultura. Embora a própria noção de produto colonial ainda esteja em construção,
sua imagem está relacionada aos imigrantes europeus e aos seus descendentes,
sobretudo os de origem italiana e alemã que inicialmente se instalaram na região sul
do Brasil (OLIVEIRA; SCHMIDT; SCHMIDT, 2000).
Entende-se por linguiça colonial ou também mais conhecida como salame
colonial, “produto cárneo industrializado, elaborado exclusivamente a partir de car-
nes suínas, acrescentado de toucinho, ingredientes, carne moída em variável granu-
lometria, embutida em envoltório natural, curado, que sofre processo rápido de fer-
mentação, sendo defumado e dessecado por tempo indicado pelo processo de fabri-
cação. Deve ter presença de "mofos" característicos, com consequência natural do
seu processo tecnológico de fabricação. Trata-se de um produto curado, defumado e
dessecado” de acordo com seu padrão de identidade e qualidade (BRASIL, 2000).
A estabilidade microbiológica desse tipo de produto deve-se principalmente
a atividade de água e pH baixos (entre 4,6 – 5,3). Os embutidos semi secos (lingui-
ças) perdem aproximadamente 15% da umidade durante o processo de fabricação e
geralmente são defumados, enquanto os embutidos secos (salames) perdem entre
25 e 50% de umidade. A temperatura de fermentação pode variar de 25°C até 43°C
(BRASIL, 2000). Essas condições selecionam bactérias lácticas que provocam a
acidificação do produto, inibindo diversos microrganismos indesejáveis e patogêni-
cos nos alimentos, estendendo sua via útil, além de lhes conferir características sen-
soriais desejáveis (ICMSF, 1998).
Em meio a vários tipos de embutidos, o salame se sobressai por não passar
por tratamento térmico e por ser um produto cru, apresentando maior risco de acon-
tecer desenvolvimento de Salmonella spp., além Staphylococcus aureus, Listeria
monocytogenes e Escherichia coli, que podem levar a contaminação de alimentos,
gerando doença de origem alimentar. Os microrganismos podem estar presentes
14
tanto na carne quanto em seu envoltório. A suinocultura é responsável por 5 a 30%
dos casos de Salmonella spp. (SPRISIGO et al, 2008).
A Escherichia coli é uma bactéria utilizada como indicadora de contaminação
de origem fecal, sendo as bactérias do grupo dos coliformes termotolerantes e totais,
os mais utilizados para estes fins (MAGRO; KLEIN, 2006). A contaminação de em-
butidos cárneos através de coliformes é causada principalmente pela falta de higie-
nização tanto dos manipuladores quanto do local do processamento, podendo haver
contaminação também dependendo da forma de como o produto será acondicionado
depois de pronto (SALVATORI; BESSA; CARDOSO, 2003).
Segundo Almeida, Almeida e Rodrick (1999), os embutidos cárneos fermen-
tados, sobretudo os salames coloniais produzidos em pequena escala, geralmente
são postos à venda antes de atingirem a atividade de água necessária à inibição de
determinados microrganismos. Constituem, assim, perigo considerável à saúde dos
consumidores. Além do intenso manuseio durante a fabricação, utilização de equi-
pamentos com higienização deficiente, bem como o uso de condimentos contamina-
dos, pode fazer dos produtos embutidos, ótimos veículos para microrganismos po-
tencialmente patogênicos (SABIONI; MAIA; LEAL, 1999).
O presente trabalho teve como objetivo demonstrar as condições higiênico-
sanitárias de salames comercializados clandestinamente na região de Curitiba-PR,
através das análises de coliformes totais, Escherichia coli, Salmonella spp. e
Staphylococcus spp.
15
2. LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
O estágio foi realizado no Laboratório de Controle de Qualidade e
Segurança de Alimentos (LACQSA), Departamento de Medicina Veterinária, na
Universidade Federal do Paraná (UFPR), localizada no Setor de Ciências Agrárias,
na Rua dos Funcionários 1540 – Bairro Juvevê, Curitiba – Paraná.
O laboratório é constituído por material permanente como geladeira,
autoclave, estufa de cultura bacteriológica digital, balança digital, freezer, mesa com
bancos, vórtex, pia, bico de Merck, micro-ondas, armários para vidrarias e outros
materiais necessários, conforme demonstrados nas Figuras 1, 2 e 3. Materiais de
consumo como papel kraft, meios de cultura, caixas plásticas, colheres, garfos, facas,
alças de platina, agulhas de platina, tábuas de frios, estantes para tubos, tubos de
vidro com e sem tampas, pipetas, Béquers, Erlenmeyers, placas de Petri, petrifilms,
bastão em L, provetas, sacos estéreis para amostras, embalagem para autoclave,
jalecos, máscaras, luvas, papel alumínio, barbantes, gases e algodão hidrofóbico.
O laboratório possui seis meses de atividade e foi desenvolvido para realizar
análises microbiológicas e físico-química dos alimentos de origem animal, análises
microbiológica de água e amostras ambientais, avaliação de fraude de alimentos
incluindo o leite, aulas didáticas, controle microbiológico ambiental do hospital
veterinário da universidade, recebimento de amostras externas para analises
microbiológicas em alimentos, parceria com a prefeitura de São José dos Pinhais no
programa da melhoria de qualidade do leite para os pequenos produtores.
16
Figura 1 - Laboratório de Controle de Qualidade e Segurança de Alimentos da Universidade Federal do Paraná, 2016.
Figura 2 – Geladeira e Freezer utilizados para o armazenamento dos meios de cultura, LACQSA, 2016.
17
Figura 3 – Autoclave e estufa utilizadas no LACQSA, 2016.
18
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
O estágio foi realizado com o intuito de enriquecer conteúdos adquiridos
durante a graduação e desenvolver habilidades na área de microbiologia de
alimentos de origem animal. As atividades ocorreram no período de 1 de agosto a 7
de outubro de segunda à sexta-feira das 8:00 as 17:00 horas e do dia 8 a 28 de
outubro de segunda à sexta-feira das 8:00 às 12:00 horas, totalizando 432 horas.
Como orientadora acadêmica a professora Jesséa de Fátima França e orientadora
profissional Julia Arantes Galvão. No local, além da professora trabalha uma técnica
em laboratório que auxilia nos experimentos e no manuseio dos materiais de
análises e equipamentos.
As atividades desenvolvidas no LACQSA foram: análises microbiológicas e
físico-química de alimentos de origem animal; controle microbiológico ambiental do
hospital veterinário da universidade e preparo dos meios de cultura para análises
quando necessário. Por ser um laboratório novo ainda não tinha muitas análises
para ser realizadas.
As tarefas executadas durante o período foram: higienização das vidrarias e
organização do laboratório; preparo e autoclavagem de meios de cultura;
esterilização de materiais contaminados; participação em um experimento de análise
microbiológica de bactérias totais, Escherichia coli, coliformes totais e Salmonella
spp. do leite pasteurizado e desenvolvimento de um experimento referente a análise
microbiológica de salames coloniais comercializados clandestinamente na região de
Curitiba.
Para a higienização das vidrarias e outros materiais no laboratório, utilizou-
se o produto Det Limp S32 (detergente indicado para limpeza de material de
laboratório), os mesmos poderiam ser deixados para pré-secagem em temperatura
ambiente ou em estufa a 60º C por seis horas. Após a secagem, as mesmas foram
acondicionadas em embalagens próprias e autoclavadas em temperatura de 121º C
por 15 minutos, posteriormente passando por outro processo de secagem em estufa
à temperatura de 100º C por uma hora, datadas e guardadas nos seus devidos
locais.
Os materiais contaminados eram autoclavados em temperatura de 121º C
durante 40 minutos e descartados em lixo hospitalar ou no caso de vidrarias, estas
eram lavadas com Det Limp S32. Tais procedimentos realizavam-se em áreas
19
separadas, para que não houvesse contaminação.
Para o preparo ou manipulação de qualquer meio ou material do laboratório
era importante observar-se as necessárias condições de assepsia, de modo a se
evitar contaminações com outros microrganismos. A bancada de trabalho era
sempre higienizada com álcool 70% e forrada com papel kraft. O manipulador
deveria estar sempre paramentado antes das atividades utilizando jaleco, máscara,
touca e luvas.
Os meios de cultura preparados foram os caldos (meios líquidos que
possibilitam multiplicação maior de microrganismos, os quais são distribuídos em
tubos ou frascos) e agares (meios sólidos, utilizados para crescimento de colônias
específicas e também com o propósito de verificar características fenotípicas das
bactérias, com distribuição em tubos ou placas).
Para o preparo dos meios que necessitavam ser autoclavados (água pepto-
nada 1% (APT), ágar base baird parker (BP), ágar contagem padrão (ACP), brain
heart infusion (BHI), ágar nutriente (AN), caldo rappaport-vassiliadis (RV), tríplice
açúcar ferro (TSI) e ágar lisina ferri (LIA)), pesou-se a quantidade do conteúdo desi-
dratado (mensurada por meio de cálculos) e homogeneizou-se com bastão de vidro
e/ou por agitação do recipiente (Erlenmeyer) em água destilada pré-aquecida até
dissolução completa. Após, o conteúdo era submetido à fervura para que não for-
masse grânulos, devidamente tampado com algodão hidrofóbico o que era conheci-
do por rolha ou “boneca”, envolto em papel Kraft, amarrado com barbante e subme-
tido para a esterilização em autoclave por 15 minutos à uma temperatura de 121º C,
com exceção do RV que era autoclavado a 115ºC por 15 minutos conforme orienta-
ção do fabricante. Resfriava-se até 45º C e vertia-se em tubos ou placas de Petri,
sempre próximo do bico/chama de Merck ou mesmo em fluxo laminar. Os tu-
bos/placas eram identificados e colocados em estufa a 37º C por 24 horas para che-
car a esterilidade (ausência de colônia e integridade da coloração do meio) e depois
armazenados em plástico e em geladeira de 4 a 8º C por uma semana.
Os meios que não necessitavam de autoclavagem caldo tetrathionato (TT),
ágar xilose lisina desoxicolato (XLD), ágar mannitol lysine crystal violet brilliant green
(MLCB), solução salina (SS) 0,9% adquirida comercialmente, foram preparados se-
guindo a descrição supracitada, vidrarias e os materiais auxiliares eram autoclava-
dos antes do preparo.
20
Figura 4 - Fluxograma dos procedimentos laboratoriais.
Fonte: Brasil, 2003; Andrews, Jacoson, Hammack, 2007, adaptado.
21
As análises microbiológicas do centro cirúrgico do hospital veterinário da
UFPR foram realizadas com o intuito de se avaliar as condições higiênico-sanitárias,
através de contagem de bactérias totais, para tanto utilizou-se três placas de Petri
com ágar contagem padrão (ACP) e para verificar crescimento de Stafphylococcus
spp. três placas de Petri contendo ágar baird parker (BP). As análises eram feitas
uma vez por semana, totalizando 10 repetições.
Essas placas foram identificadas, abertas e colocadas em locais pré-
determinados como: porta externa do centro cirúrgico, internamente próximo a porta
de entrada e abaixo da mesa cirúrgica. O tempo de exposição equivalia-se ao tempo
de duração dos procedimentos cirúrgicos, após o término as placas eram fechadas,
recolhidas, levadas ao laboratório e acondicionadas na estufa à 37ºC por 48 horas,
na sequência realizava-se as leituras das mesmas para verificar o desenvolvimento
de bactérias totais. Para a análise de Staphylococcus spp. as placas eram levadas
ao laboratório e colocadas em estufa por 48 horas. Para a confirmação da presença
de Staphylococcus spp. se fazia o teste de coagulase e o teste de catalase para
confirmação da presença da Staphylococcus spp.
Durante o período das cirurgias foram observados os profissionais que
frequentavam o centro cirúrgico, com o intuito de avaliar o comprometimento da
esterilidade do ambiente, do paciente e da equipe. Os resultados foram anotados em
fichas de avaliação, pôde-se destacar que os itens que conferiam maior risco eram
paramentação, uso de celulares, porta do centro cirúrgico (aberta ou fechada
durante os procedimentos), contaminação da equipe (coçar olhos e nariz, retirar
máscara, circular para o outro centro cirúrgico durante o procedimento com a mesma
paramentação e retornar novamente para cirurgia) e estrutura física das salas
cirúrgicas como as mesas, tetos, paredes e piso (constatou-se presença de mofos
nas paredes e teto e azulejos rachados).
As análises microbiológicas demonstraram a presença de fungos, bactérias
totais e Staphylococcus spp. Estas foram quantificadas, identificadas e registradas.
Não foi possível acompanhar o resultado final desse experimento.
22
4. REVISÃO DA LITERATURA
A carne é um alimento de alto valor nutricional, apresenta níveis considerá-
veis de vitaminas e minerais, sendo o zinco e o ferro considerados os de maior im-
portância, além de conter aminoácidos de alto valor biológico (MAGNONI; PIMEN-
TEL, 2006), devido a essa rica composição nutritiva e alta atividade de água, é tam-
bém altamente perecível pela ação de microrganismos (ORDÓÑEZ, 2007). Quando
a carne é processada via tratamento químico, biológico, físico, ou pela combinação
destes métodos passa a ser chamada de produto cárneo. A finalidade do desenvol-
vimento de um produto cárneo é prolongar a sua vida útil, anulando ou reduzindo a
ação de microrganismos e enzimas, mantendo sua qualidade nutricional e orga-
noléptica, assim como sua integridade (TERRA; FRIES; TERRA, 2004).
A carne suína é uma das mais consumidas no mundo, sendo que no merca-
do interno sua produção teve um acréscimo de 70%, de 2.556 toneladas no ano de
2000 para 3.643 toneladas no ano de 2015 (ABPA, 2016). No Brasil, 70% da produ-
ção é consumida na forma de embutidos ou produtos industrializados (SILVEIRA;
TALAMINI, 2007).
Existem diferentes tipos de produtos cárneos, entre eles os salames (produ-
tos cárneos embutidos). Para a sua produção deve-se ter extremo cuidado para não
ocorrer contaminação, devendo ser conhecida a origem da matéria prima, já que se
trata de um alimento a base de carnes cruas, o que propicia considerável contami-
nação caso haja falhas nos cuidados higiênicos durante a preparação (ALMEIDA;
GONÇALVES; FRANCO, 2002).
4.1 SALAME
O salame é a mistura de carne crua suína ou composta de suíno e bovino,
adicionado de toucinho, sais, agentes de cura e temperos, embutido em envoltórios
naturais ou artificiais, curado, fermentado, maturado, dessecado e submetido ou não
a defumação. Como ingredientes opcionais podem possuir leite em pó, açúcares,
maltodextrinas, proteínas lácteas, aditivos intencionais, vinho, condimentos, aromas
e especiarias (BRASIL, 2000).
Existem oito tipos de salames classificados de acordo com a legislação no
Brasil sendo eles o italiano, milano, hamburguês, napolitano, friolano, calabrês,
23
alemão e o salaminho. Suas características de identidade e qualidade estão
definidas e diferem em relação à sua origem, granulometria da carne e do toicinho,
características físico-químicas, com ênfase nos condimentos. Além destes, a
legislação também define as características de identidade e qualidade de linguiça
colonial, popularmente conhecida como salame tipo colonial (BRASIL, 2000). São
dois os fatores que diferenciam estes produtos dos demais embutidos, o baixo teor
de umidade e a presença de ácido láctico, que confere um sabor característico
(GRIS; BORTOLUZZI, 2002).
A fermentação ocorre por consequência da desidratação assim havendo
uma grande produção de ácido lático (TERRA, 1998); Segundo Garcia, Gacleazzi e
Sobral (2000) durante o processamento do salame ocorrem significativas perdas de
peso e de umidade e esta perda de umidade associada à presença de sais,
ocasiona redução de atividade de água. Quanto menor o pH, maior é a perda de
água, levando a menores valores da mesma (NASSU; GONÇALVES; BESERRA,
2002). Então a redução da atividade de água somada a queda do pH consiste em
dois empecilhos que se formam durante a produção e que são importantes para
conferir solidez aos embutidos fermentados (GARCIA; GACLEAZZI; SOBRAL, 2000).
Toda carne utilizada para produção de salames deverá ser submetida aos
processos de inspeção descritos no Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária
de Produtos de Origem Animal - RIISPOA (BRASIL, 1952).
Conforme Terra, Fries e Terra (2004), o salame teve a sua fabricação
iniciada no Brasil com a imigração italiana, no sul do país, região onde encontraram
como aliado um clima propício para a produção caseira que, com o passar do tempo,
deu origem as pequenas fábricas. O Brasil é considerado um grande produtor de
embutidos cárneos, sendo que cada região possui suas peculiaridades, que estão
relacionadas aos tipos de condimentos que cada embutido possui e também por sua
composição, ainda são utilizados pelos fabricantes diferentes períodos de maturação,
presença ou não do processo de defumação. A qualidade do produto final se dá pela
sua atividade de água, umidade, quantidade de lipídios e açúcares que compõem o
produto, além da cor e sabor característico (GRIS; BORTOLUZZI, 2002;
CACCIOPPOLI et al, 2006).
Como o salame é um produto bastante consumido no país e os
consumidores tornam-se cada vez mais exigentes, as indústrias produtoras buscam
melhoria na qualidade e redução de custo em seus processos (TERRA; FRIES;
TERRA, 2004).
24
Quando trata-se de produtos coloniais, esta imagem ainda está relacionada
aos imigrantes europeus e aos seus descendentes, sobretudo os de origem italiana
e alemã, que inicialmente se instalaram na Serra Gaúcha em fins do século XIX e
que, no início do século XX, migraram para outras regiões constituindo as “colônias”.
Na região, “colono” também é sinônimo de agricultor. Assim o produto “colonial” faz
referência a certa cultura e tradição, ligada ao saber-fazer dos imigrantes europeus,
ao seu modo de vida, as suas formas específicas de ocupar o território e fazer
agricultura, atributos valorizados pelos consumidores. Então pelo termo “produtos
coloniais” entende-se como um conjunto de produtos tradicionalmente processados
no estabelecimento agrícola para o autoconsumo familiar, tais como o salames,
queijos, doces e geleias, conservas de hortaliças, massas, biscoitos e açúcar
mascavo. Devido a tradições culturais, é comum a produção de salame tipo colonial
nos domicílios ou em indústrias familiares, onde o produto muitas vezes é
manipulado manualmente sendo comercializado em feiras, supermercados e bancas
de produtos coloniais localizadas ao longo de rodovias (OLIVEIRA; SCHMIDT;
SCHMIDT, 2000; RITTER et al, 2003; MAGRO; KLEIN, 2006).
Oliveira, Schmidt e Schmidt (2000) pesquisaram a valorização da imagem
dos produtos coloniais junto aos consumidores, e essa se mostrou positiva em crité-
rios como nutrição, saúde e honestidade. Sobre as vantagens dos produtos coloniais,
a mais citada, de longe foi a de serem produtos saudáveis e naturais, vindo a seguir,
as questões de preço e sabor.
Os ingredientes presentes nos produtos cárneos fermentados são suficien-
tes para dificultar o desenvolvimento de bactérias deteriorantes e da maioria dos pa-
tógenos. Porem estudos têm demonstrado que a sobrevivência de patógenos como
Listeria spp., Salmonella spp. e Escherichia coli, podem ocorrer em produtos fermen-
tados mesmo em condições desfavoráveis (LINDQVIST; LINDBLAB, 2009).
A partir de 1961, culturas puras de microbiota útil passaram a ser disponibili-
zadas, facilitando a obtenção de salames com alta qualidade (TERRA, 1998), pois
esses microrganismos ajudam na melhoria da qualidade e na obtenção de novos
produtos cárneos fermentados (TERRA; FREITAS; CICHOSKI, 2007).
Estas culturas puras são chamadas de cultivos iniciadores ou culturas inoculo,
ou “starter” e são utilizadas para trazer mudanças metabólicas e sensoriais no ali-
mento, geralmente acompanhadas de um efeito de preservação (BIASI et al, 2007;
CAPLICE; FITZGERALD, 1999; HOLZAPFEL; GEISEN; SCHILLINGER, 1995).
25
A utilização dessas culturas tem permitido às indústrias, processos de fer-
mentação e produtos mais seguros, confiáveis e uniformes, com menos tempo de
fermentação, conseguindo produtos com melhores características nutricionais, sen-
soriais e microbiológicas (NASSU; GONÇALVES; BESERRA, 2002).
Os microrganismos mais utilizados na fermentação de carnes pertencem aos
gêneros Lactobacillus e Pediococcus, conhecidos como bactérias láticas. Além des-
tas, também utilizam as do gênero Staphylococcus não patogênicas e Micrococcus.
Algumas culturas comerciais utilizam a combinação das duas (BACUS, 1984).
As características de bactérias láticas são bastonetes ou cocos Gram-
positivos (HALL; LEDENBACH; FLOWERS, 2001) geralmente mesofílas, podendo
desenvolver-se em temperatura de 5ºC a 45ºC, com pH entre 4,0 e 4,5 (CAPLICE;
FITZGERALD, 1999) e estes microrganismos são acrescentados aos produtos cár-
neos curados por terem capacidade de fermentar açúcares com produção de ácidos
orgânicos, principalmente o ácido lático. Esse ácido influencia ativamente no sabor,
coloração, fatiabilidade e no aroma do produto cárneo fermentado (DABÉS, 2000;
TERRA, 1998). Impedindo o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis, co-
mo Clostridium botulinum, Staphylococcus aureus e Listeria monocytogenes (TER-
RA, 1998; TERRA; FRIES; TERRA, 2004).
O grupo dos microrganismos flavorizantes é composto por leveduras, fungos
filamentosos e pela família Micrococcaceae, sendo os gêneros Staphylococcus (Sta-
phylococcus xylosus e Staphylococcus carnosus) e Kocuria (Kocuria varians). Estes
microrganismos são adicionados aos produtos cárneos curados, pois ao seu meta-
bolismo estão diretamente relacionados à coloração, o aroma e o sabor (TERRA;
FRIES; TERRA, 2004).
4.2 MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS
Os casos de doenças de origem alimentar (DTA) têm aumentado no mundo
e as causas são muitas e variadas. Conforme Leistner (2001), alguns fatores contri-
buem para o agravamento da situação como o crescimento cada vez maior da popu-
lação mundial, a produção em massa de alimentos, o aumento do número de pes-
soas idosas em asilos e de bebês e crianças em creches. Alguns agentes causado-
res de doenças de origem alimentar possuem uma baixa dose mínima infectante, o
que deve ser observado com rigor e especialmente no caso de indivíduos imunossu-
26
primidos. Além da descoberta de novos tipos de agentes infectantes, capazes de se
multiplicarem em temperaturas inferiores a 5ºC e pH abaixo de 5,0.
Germano e Germano (2001) citavam que todos os anos, até 100 milhões de
indivíduos adquirem doenças de origem alimentar decorrentes do consumo de ali-
mentos e água. Há que se considerar que, de uma maneira geral, existe perda de
informações epidemiológicas, assim subestimando-se o número real de casos. Esti-
ma-se que apenas de um a 10% dos casos sejam computados pelas estatísticas
oficiais.
Relatos nacionais e internacionais demonstram que a maioria dos casos de
DTA não são notificados às autoridades sanitárias, pois muitos dos patógenos ali-
mentares causam sintomas brandos, fazendo com que a vítima não busque auxílio
médico. Em muitos países, inclusive no Brasil, os surtos notificados, geralmente, se
restringem àqueles que envolvem um maior número de pessoas ou quando a dura-
ção dos sintomas é mais prolongada (GERMANO; GERMANO, 2001).
Conforme os dados publicados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(BRASIL, 2016), o número de notificações vem diminuindo nos últimos anos (Gráfico
1), sendo que as regiões Sul e Sudeste notificaram 68,6% dos surtos (Gráfico 2), o
que pode estar relacionado com a melhor implantação do sistema de vigilância epi-
demiológica nos municípios (BRASIL, 2008). Os embutidos estão registrados como
1,5% dos alimentos causadores DTA (Gráfico 3). Entretanto 90,5% dos surtos são
causados por bactérias, onde a Salmonella é a principal envolvida nos surtos (Gráfico
4), sendo a diarreia um dos principais sintomas (Gráfico, 5) e as residências o local
de maior ocorrência (Gráfico 6) (BRASIL, 2016).
27
Gráfico 1: Série histórica de surtos por DTA. Brasil, 2007 a 2016.
Fonte: SINAN/SVS, 2016.
Gráfico 2: Distribuição dos surtos de DTA por região. Brasil, 2007 a 2016.
Fonte: SINAN/SVS, 2016.
28
Gráfico 3: Distribuição de alimentos incriminados em surtos de DTA. Brasil 2007 a
2016.
Fonte: SINAN/SVS, 2016.
Gráfico 4: Agentes etiológicos responsáveis pelos surtos de DTA. Brasil 2007 a
2016.
Fonte: SINAN/SVS, 2016.
29
Gráfico 5: Principais sinais e sintomas por surtos de DTA. Brasil 2007 a 2016.
Fonte: SINAN/SVS, 2016.
Gráfico 6: Principal local inicial a ocorrência por surtos de DTA. Brasil 2007 a 2016.
Fonte: SINAN/SVS, 2016.
30
Segundo Pereira (2007) produtos cárneos como linguiças, hambúrgueres,
salames e presuntos estão assiduamente associados a algum tipo de doença de
origem alimentar.
Para Matsubara (2005), como os animais de corte possuem sua própria mi-
crobiota natural acredita-se que há o envolvimento de carnes e produtos cárneos na
ocorrência de doenças de origem alimentar contaminando as carcaças durante o
abate, ou acabam sendo transferidos do ambiente contaminado para as mesmas
pelo manipulador, utensílios, equipamentos ou mesmo pela água.
A contaminação por microrganismos em produtos cárneos pode ocorrer des-
de a matéria prima até o consumo (BROMBERG, 2007). As infecções e as intoxica-
ções alimentares em muitos casos podem ser atribuídas às práticas incorretas nas
operações de processamento ou fornecimento dos alimentos, à falta de conhecimen-
to quanto à manipulação dos mesmos e às instalações inadequadas (BROMBERG,
2007).
A produção de embutidos com padrões de qualidades satisfatórios requer, a
execução de fatores relacionados à qualidade sanitária da matéria prima, às condi-
ções de higiene e à tecnologia utilizada na sua fabricação, pois esta consiste na
transformação das carnes in naturas em produtos alimentícios, realizando integral-
mente um ciclo que tem seu início na produção de carnes com qualidade (MARTINS,
2006; TERRA, 1998).
A medida de controle da contaminação dos alimentos, deve ser sempre prio-
rizada e observada a participação do manipulador, o qual representa um dos maio-
res fatores de importância no sistema de proteção dos alimentos às alterações, sen-
do o principal elo da cadeia de transmissão da contaminação microbiana dos alimen-
tos (CURI, 2006).
Produtos fermentados, como o salame, precisam de carnes de alta qualida-
de e a manutenção de padrões higiênicos elevados sendo pré-requisitos para sua
produção com boa qualidade e segurança (OLIVEIRA; MENDONÇA, 2004), pois são
considerados prontos para o consumo e não sofrem qualquer tipo de tratamento
térmico prévio (TILDEN JUNIOR et al, 1996).
O grupo dos aeróbios mesófilos é formado por todos os microrganismos ca-
pazes de crescer em temperaturas de 35-37° C em condições de aerobiose indican-
do a qualidade com que o alimento foi obtido ou processado. Sua presença em altas
contagens é indicativa de procedimento higiênico inadequado na produção, no bene-
ficiamento ou na conservação (COUTO, 2011).
31
Devido à baixa morbidade da intoxicação por Staphylococcus spp., os surtos
acabam sendo subnotificados aos órgãos de Saúde Pública. As diarréias causadas
pela E. coli apresentam distribuição mundial, contudo a real extensão da ocorrência
não está dimensionada, principalmente devido à elevada subnotificação de casos
(PEREIRA, 2006).
4.2.1 Grupo dos Coliformes
São considerados microrganismos indicadores de ocorrência de contamina-
ção, quando presentes no alimento em certos níveis podem fornecer informações
sobre a ocorrência de contaminação de origem fecal, provável presença de patóge-
nos, deterioração do alimento, além de poder indicar deficiências higiênicas durante
o processamento ou armazenamento do produto. São bactérias aeróbias ou não
anaeróbias, Gram-negativas, não formadoras de esporos e fermentadoras da lactose,
produzindo ácido e gás em até 48 horas a 35º C (KORNACKI; JOHNSON, 2001).
Eles podem desenvolver em pH entre 4,4 e 9,0 e em temperatura que dife-
renciam entre -2ºC e 50ºC, entretanto, em alimentos, o crescimento é muito lento a
5ºC. Tem capacidade de crescer na presença de sais biliares, os quais inibem o
crescimento de bactérias Gram-positivas (JAY, 2005).
Bactérias patogênicas entéricas pode-se citar a Salmonella spp. e Shigella
spp. (ALMEIDA et al, 1996), são pertencentes à família Enterobacteriaceae, poden-
do ser subdivididos em dois subgrupos: coliformes totais desenvolvem a 35º C/48
horas, originados do ambiente e utilizados como indicadores da qualidade higiênica
dos alimentos e os coliformes termotolerantes desenvolvem a 45º C que são proce-
dentes de uma contaminação fecal e usados como indicadores de condições sanitá-
rias durante o processamento, produção ou armazenamento (FRANCO; LANDGRAF,
1996).
As bactérias pertencentes a este grupo de 35º C são as Citrobacter. A de-
nominação coliforme fecal foi utilizada durante muitos anos para descrever colifor-
mes que continuam fermentando a lactose com produção de gás a 44-45,5º C
(FRANCO; LANDGRAF, 1996). Escherichia coli e algumas cepas do gênero de Kle-
bsiella e Enterobacter possuem esta característica de termotolerância, contudo so-
mente E. coli tem como habitat primário o intestino humano e de animais. A Klebsiel-
la e Enterobacter podem ser encontrados em outros ambientes, como vegetais e
solo, onde persistem por tempo superior ao das bactérias patogênicas de origem
32
intestinal. Portanto, não é correta a relação direta da presença de coliformes termo-
tolerantes em alimentos e água com contaminação de origem fecal, o que levou à
necessidade de modificação, na legislação brasileira, da denominação coliformes
fecais para coliformes a 45º C (SILVA; CAVALLI; OLIVEIRA, 2006).
Para Franco e Landgraf (1996) um microrganismo para ser considerado um
bom indicador de contaminação de origem fecal deve possuir alguns requisitos como:
Ter como habitat exclusivo o trato intestinal do homem e de outros
animais;
Ter presença em grande quantidade nas fezes;
Apresentar-se resistente ao ambiente extra-intestinal;
Ser detectado e contado por técnicas rápidas, simples e precisas.
Conforme Smooth e Pierson (1997), através de pesquisas constataram que
estes microrganismos se transformaram em uma ferramenta simples para controlar a
condição higiênica dos alimentos.
4.2.2 Escherichia coli
Utilizada para indicar contaminação fecal recente ou processos realizados
em condições insatisfatórias de higiene (FENG; WEAGANT; GRANT, 2002). Conta-
gens elevadas de E. coli indicam processamento inadequado e/ou recontaminação
pós-processamento, sendo as causas mais frequentes aquelas provenientes da ma-
téria prima, equipamento sujo ou manipulação sem higiene (TILDEN JUNIOR et al,
1996).
Embora a maioria das cepas de E. coli não seja considerada patogênica, es-
tes microrganismos podem agir como patógenos oportunistas, causando infecções
em hospedeiros imunodeprimidos. Também existem cepas patogênicas que quando
ingeridas, causam problemas gastrointestinais em indivíduos saudáveis (FENG;
WEAGANT; GRANT, 2002).
Segundo Germano e Germano (2001) a E. coli não apresenta resistência a
temperaturas elevadas, sendo destruída a 60º C em poucos segundos e capaz de
resistir por longo tempo em temperaturas de refrigeração.
O significado da sua presença em um alimento deve ser avaliada sob dois
aspectos. Inicialmente por ser uma enterobactéria, que quando detectada no alimen-
to indica que o mesmo apresenta contaminação microbiana de origem fecal e por-
tanto, está em condições higiênicas ineficazes. Outro aspecto é que diversas linha-
33
gens são comprovadamente patogênicas para o homem e os animais (FRANCO;
LANDGRAF, 2005).
As linhagens consideradas patogênicas são agrupadas em seis classes: E.
coli enteropatogênica clássica (EPEC), E. coli enteroinvasora (EIEC), E. coli entero-
toxigênica (ETEC), E. coli entero-hemorrágica (EHEC), E. coli enteroagregativa (EA-
ggEC) e a E. coli difusamente aderente (DAEC). Dentre as inúmeras cepas enterovi-
rulentas, a que estabelece maior preocupação para as autoridades de saúde é a E.
coli O157:H7, responsável pela forma enterohemorrágica da infecção, tendo sido
identificada em 1982, associada com surtos de colite hemorrágica. Os quadros clíni-
cos das infecções dependem das cepas e de suas patogenicidades e virulências,
bem como da idade e do estado imune dos pacientes. Qualquer alimento exposto a
contaminação fecal, seja através de preparo ou dos manipuladores infectados, é ca-
paz de propagar a bactéria (GERMANO; GERMANO, 2001).
Segundo Germano e Germano (2003) os microrganismos enteropatogênicos
tem período médio de incubação de 36 horas (17 a 72 horas) e caracteriza-se por
diarréia aquosa com grande quantidade de muco, náuseas, dores abdominais, vômi-
tos, cefaléia e febre. Não é comum diarréia com sangue. A remissão dos sintomas
dá-se, geralmente em 24 horas, mas pode ocorrer entre seis horas e três dias.
Já a enterotoxigênica tem período de incubação que varia de oito a 44 horas,
com média de 26 horas e os sintomas principais são diarréia aquosa, febre, cólicas
abdominais, mal-estar e náuseas. Nos casos mais graves, a intensidade e o aspecto
da diarréia assemelham-se à dos quadros clínicos de cólera, levando o paciente à
desidratação. A duração da doença pode variar de três a 19 dias.
Os entero-hemorrágicos seus primeiros sintomas ocorrem geral, quatro dias
após a ingestão do alimento contaminado, mas pode variar de três até nove dias. O
quadro de colite hemorrágica caracteriza-se por diarréia sanguinolenta profusa, dor
abdominal intensa e vômitos, na ausência de quadro febril. A síndrome urêmica he-
molítica (SUH) apresenta diarréia sanguinolenta, evoluindo para nefropatia aguda,
provocando convulsões, conduzindo ao coma e morte. Os pacientes que conseguem
superar a doença recuperam – se de dois a nove dias.
Para as enteroinvasivas o período médio de incubação é de apenas 11 ho-
ras, embora possa variar de oito a 24 horas. Os sintomas principais são diarreia pro-
fusa ou disenteria, cólicas abdominais, febre, cefaléia e mialgia. Muco e sangue po-
dem ser encontrados nas fezes dos pacientes. A recuperação, de modo geral é lenta
e pode demorar até algumas semanas.
34
4.2.3 Salmonella spp.
Pertencente à família “Enterobacteriaceae”, morfologicamente são bactérias
Gram-negativas, anaeróbicas facultativas que apresentam forma em bastonetes e
geralmente móveis, exceto os sorovares Pullorum e Galinarum. São catalase positi-
vas, oxidase negativas, anaeróbias facultativas, com metabolismo respiratório e fer-
mentativo, capazes de formar ácido e na maioria das vezes, gás a partir da glicose,
com exceção de S. Typhi, S. Pullorum e S. Gallinarum (PAULA, 2002; LEVINSON,
2005; BRASIL, 2011).
A maioria das salmonelas de interesse clínico não fermentam lactose, entre-
tanto, muitas cepas podem adquirir essa característica. Apresentam ainda como ca-
racterísticas metabólicas a capacidade de descarboxilação dos aminoácidos lisina e
ornitina, redução de nitrato a nitrito e utilização do citrato como única fonte de carbo-
no, podendo ocorrer variações em função do sorovar e/ou da subespécie (BRASIL,
2011).
Segundo Paula (2002) a Salmonella spp. é eliminada em grande número nas
fezes, contaminando o solo e a água. O tempo de vida no meio ambiente pode ser
muito longo, em particular na matéria orgânica. Pode permanecer viável no material
fecal por até anos, particularmente em fezes secas.
Os produtos agrícolas não processados, como hortaliças e frutas e os ali-
mentos de origem animal, como as carnes cruas, leite e ovos são portadores fre-
quentes de salmonelas. São responsáveis por quadro de gastrenterite (enterocolite)
ou por doenças de transmissão alimentar. Sua distribuição é mundial, sendo os ali-
mentos os principais veículos de transmissão. São responsáveis por significantes
índices de morbidade e mortalidade, tanto nos países emergentes quanto nos de-
senvolvidos, determinando pequenos e grandes surtos, envolvendo principalmente,
o consumo de alimentos de origem animal, como ovos, aves, carnes e produtos lác-
teos (PAULA, 2002).
Sua adaptabilidade fisiológica é demonstrada pela habilidade para multipli-
car-se em valores de pH entre 7,0 e 7,5 sendo os extremos 4 e 9,5, a temperatura
ideal para crescimento é de 35º C a 43º C, sendo os extremos 5º C a 46º C. Esta
bactéria é sensível ao calor, não sobrevivendo a temperatura superior a 70ºC. En-
tretanto, a termorresistência pode incrementar-se com menor coeficiente de ativida-
de de água. Certos processos como salmoura e defumação tem efeito limitado na
sua sobrevivência, elas não toleram concentração de sal superior a 9% e o nitrito
35
possui efeito inibitório de crescimento. Podem sobreviver por vários meses na sal-
moura com cerca de 20% de sal e em produtos de elevados teores protéicos ou de
gordura e apresentam capacidade de sobrevivência de semanas a meses. A relativa
resistência que esses microrganismos apresentam a dessecação, congelamento,
salmoura e defumação explicam por que sobrevivem em muitas classes de alimen-
tos. O efeito bactericida das condições ácidas varia de acordo com a natureza do
ácido utilizado no processo, sendo que os ácidos acético e propiônico são mais inibi-
tórios que os ácidos lático e cítrico (LEVINSON, 2005).
As doenças de origem alimentar resultam da ingestão de alimentos possuin-
do número significativo de determinadas linhagens do gênero (JAY, 2005). Os mi-
crorganismos penetram por via oral, invadindo a mucosa intestinal, com dissemina-
ção para a submucosa, resultando em enterocolite aguda. Normalmente, o quadro
diarreico é moderado, sem a presença de sangue, porém, em alguns quadros clíni-
cos, pode ocorrer perda de pequeno volume de fezes associado a tenesmo e san-
gue (BRASIL, 2011).
As doenças provocadas por Salmonella spp. costumam ser subdivididas em
três grupos: a febre tifoide causada pela Salmonella typhi, febres entéricas causadas
pela Salmonella paratyphi (A, B e C) e as enterocolites, também chamadas de sal-
moneloses, (FRANCO; LANDGRAF, 2005). Outro aspecto levantado pelo por Franco
e Landgraf (2005) referente a febre tifóide, que essa só atinge homens e sua trans-
missão ocorre através de água e alimentos contaminados com material fecal huma-
no. Os sintomas são graves e incluem septicemia, febre alta, diarreia e vômito, que
possuem duração de uma a oito semanas. Possui alta taxa de mortalidade (JAY,
2005).
As febres entéricas são semelhantes à febre tifóide, mas os sintomas são
mais brandos, geralmente ocorrendo septicemia, febre, vômito e diarreia, que pos-
suem duração de no máximo três semanas (FRANCO; LANDGRAF, 2005).
Germano e Germano (2001) mencionam que as salmoneloses caracterizam-
se por sintomas como diarreia, febre, dores abdominais e vômito, geralmente acom-
panhados por fraqueza, fadiga muscular, nervosismo e sonolência (JAY, 2005). Es-
tes sintomas aparecem de 12 a 36 horas após o contato com o microrganismo, du-
rando entre um e quatro dias (FRANCO; LANDGRAF, 2005; GERMANO; GERMA-
NO, 2001).
A patogenicidade e o estabelecimento dos sintomas, bem como a sua gravi-
dade, variam de acordo com o sorotipo de Salmonella spp., idade e condições de
36
saúde do hospedeiro (FRANCO; LANDGRAF, 2005; GERMANO; GERMANO, 2001)
e as características do alimento envolvido (FRANCO; LANDGRAF, 2005).
Profissionais que manipulam produtos de origem animal precisam saber das
normas de educação e higiene no manuseio de alimentos pois eles representam os
principais aspectos para minimizar o risco de transmissão alimentar (JAY, 2005).
Ainda que os microrganismos sejam eliminados rapidamente do trato intesti-
nal, mais de 5% dos pacientes tornam-se portadores assintomáticos após a cura da
doença, possuindo um papel importante na sua disseminação (JAY, 2005).
Com exceção dos poucos sorovares adaptados a espécie humana, não há
dúvida de que o homem contrai a infecção, cuja manifestação clínica é gastroentéri-
ca, usualmente resultante do consumo de alimentos de origem animal (BRASIL,
2011).
Existe uma dificuldade de adoção nas medidas de prevenção e de controle
como por exemplo a correta lavagem das mãos dos manipuladores de alimentos,
cuidados desde a recepção da matéria prima até o preparo e consumo do alimento,
correta higienização dos utensílios e dos equipamentos e o consumo de água potá-
vel (ORDEÑEZ, 2007).
4.2.4 Staphylococcus coagulase positiva
Os Staphylococcus spp. são cocos Gram-positivos, pertencentes a família
Microccaceae, imóveis, catalase positivos, aeróbios e anaeróbios facultativos. Apre-
sentam metabolismo de carboidratos oxidativo e fermentativo, com produção de áci-
dos (HOLT; KRIEG; SNATH, 1994). São bactérias mesófilas, se desenvolvendo em
temperatura de 7ºC a 47,8ºC. São microrganismos considerados atípicos, pois são
capazes de crescer em níveis baixos de atividade de água, toleram pH entre 4,5 e
9,5, sendo o ideal entre 7,0 e 7,5. São resistentes a concentração de 10% a 20% de
NaCl e a nitratos, o que torna os alimentos curados potencial veículos do patógeno
(FRANCO; LANDGRAF, 2008).
Bactérias do gênero Staphylococcus são ubiquitárias e impossíveis de se-
rem totalmente eliminadas do meio ambiente. Muitas das espécies e subespécies
deste gênero são potencialmente encontradas em alimentos contaminados a partir
do ambiente, humanos e animais (FDA, 2012).
Existem duas categorias de microrganismos empregados como culturas
“starters”, utilizadas na elaboração de produtos fermentados permitindo uniformidade
37
entre eles, redução do tempo de fermentação e conservação do produto. Estes mi-
crorganismos são bactérias ácido lácticas que contribuem para a qualidade e estabi-
lidade do produto e a Staphylococcus coagulase negativa responsáveis por estabili-
zar a cor, prevenir a rancificação e realçar compostos aromáticos dos produtos cár-
neos (CIROLINI, 2010).
Várias espécies já foram isoladas de embutidos fermentados. Todavia a
Staphylococcus saprophyticus e Staphylococcus epidermidis são encontradas na
pele de humanos e animais domésticos e já foram isolados de infecções urinárias de
humanos. O aparecimento destas espécies nos produtos embutidos são provavel-
mente, oriundos da pele de suínos ou da manipulação humana durante a fabricação.
A adição dessas cepas como alternativa de processamento não deve ser realizada,
uma vez que Staphylococcus são patógenos oportunistas. Por isso a caracterização
pelos métodos fenotípicos e moleculares de microrganismos utilizados como culturas
“starters” se faz necessária para garantir a segurança do alimento e do consumidor
(FIORENTINI, 2009).
A gastroenterite estafilocócica ocorre pela ingestão de alimentos que conte-
nham uma ou mais toxinas as quais são produzidas por algumas espécies e varie-
dades deste gênero. São descritos cinco subtipos de enterotoxinas estafilocócicas (A,
B, C123, D, E) e recentemente outras foram descobertas (G, H, I) (FDA, 2012).
Outro aspecto levantado por FDA (2012) por acreditar que a produção de en-
terotoxina esteja associada com as estirpes da Staphylococcus aureus que produ-
zem coagulase e termonuclease (TNase), muitas espécies desse gênero que não
possuem essa característica são reconhecidas como produtoras de enterotoxinas.
Sabe-se que pelo menos 18 espécies oferecem risco para os alimentos. Seis delas
são coagulase e TNase positivas e 10 espécies não possuem estas características.
As enterotoxinas são termoestáveis e produzidas entre 10ºC e 46ºC, os ex-
tremos de temperatura são dependentes dos demais parâmetros que devem estar
em condições ótimas. No entanto, quanto menor for a temperatura, maior será o
tempo para produção de toxina. Em condições ótimas, a enterotoxina é detectada no
alimento após quatro a seis horas. A termorresistência é um fator importante na in-
dústria de alimentos, pois na maioria dos casos, o alimento sofrerá algum tipo de
tratamento térmico no processamento, o qual eliminará o microrganismo, não inati-
vando a toxina (FRANCO; LANDGRAF, 2008).
38
A quantidade mínima de enterotoxina necessária para causar sintomas nos
seres humanos é de 20 ng. Este nível é atingido quando as populações excedem
100.000 (105) bactérias por grama de alimentos (FDA, 2012).
Em 2011, a ANVISA estabeleceu na legislação a enumeração de somente
Staphylococcus coagulase positiva tendo por objetivo substituir a exigência do con-
trole de Staphylococcus aureus (BRASIL, 2001). Nela a determinação da capacida-
de de produção de termonucleases e de toxinas estafilocócicas das cepas isoladas
podem ser realizadas a fim de se obter dados de interesse à saúde pública. O apa-
recimento dos sinais de intoxicação alimentar por Staphyfilococcus geralmente é
rápido, quatro horas após a ingestão. Este período da ingestão até a manifestação
dos sintomas depende da susceptibilidade do indivíduo à toxina, da quantidade de
alimento com toxina ingerido e da saúde geral do indivíduo. Os sintomas mais co-
muns são náuseas, vômitos, cólica abdominal e prostração. Em casos mais graves
pode ocorrer dor de cabeça, cãibra muscular, alterações transitórias da pressão arte-
rial e frequência cardíaca. A recuperação geralmente ocorre em até dois dias, sendo
a taxa de mortalidade muito baixa. A vítima não adquire imunidade contra novas ex-
posições à toxina (JAY, 2005; SILVA et al, 2010).
Para evitar que Staphylococcus spp., seja um perigo à saúde dos consumi-
dores, certos aspectos devem ser observados: refrigeração adequada do alimento,
manutenção em temperaturas acima de 60º C, evitar preparo com muita antecedên-
cia, cozimento adequado, higiene rigorosa, evitar contato dos manipuladores que
apresentem infecções respiratórias, distúrbios gastrointestinais, lesões de pele, evi-
tar tocar no alimento que não será submetido ao tratamento térmico, combater mos-
cas e investir em educação sanitária (JAY, 2005).
Vários trabalhos destacam os manipuladores como principais responsáveis
pela contaminação dos alimentos. Alimentos que exigem manuseio considerável du-
rante a preparação e que são mantidos a temperaturas ligeiramente elevadas após a
preparação são frequentemente envolvidos em intoxicação alimentar estafilocócica
(FDA, 2012).
Devido à baixa severidade da intoxicação estafilocócica, os surtos acabam
sendo subnotificados aos Órgãos de Saúde Pública (PEREIRA, 2006). Em 2012,
conforme relato da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul, 80 pessoas
adoeceram com sintomas da intoxicação após consumo de linguiça defumada e sa-
lame tipo italiano (SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE, 2012).
39
5. OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a qualidade das condições higiênico-sanitárias das amostras de
salames comercializados clandestinamente na região de Curitiba-PR.
5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Pesquisar através da avaliação de características fenotípicas e bioquímicas,
por meio da enumeração de coliformes totais, Escherichia coli e Staphylococcus
coagulase positiva e pesquisar a presença de Salmonella spp. nos salames
comercializados clandestinamente na região de Curitiba.
Verificar se o salame colonial comercializado clandestinamente na região
atende aos padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) contidos na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 12, de janeiro de
2001.
40
6. MATERIAL E MÉTODOS
Foram adquiridas no comércio varejista local, sete amostras de salames
coloniais de três diferentes produtores, Bairro Alto (BA), Colombo (C) e Campina
Grande do Sul (CGS); totalizando 21 amostras. As amostras foram adquiridas
semanalmente, identificadas e armazenadas em geladeira em temperatura de 4 a
8ºC, até o momento da análise.
A vidraria utilizada no experimento foi previamente esterilizada em autoclave
a 121ºC por 15 minutos e secadas na estufa a 100ºC por uma hora e mantida a 60ºC
por quatro horas. As soluções, reagentes, meios de cultura e materiais descartáveis
foram preparados conforme suas especificações e em quantidades suficientes para
o uso durante uma semana.
Os meios preparados para análise foram Agar Base Baird Parker (BP),
Solução Salina 0,9% (SS), água peptonada 1%, Caldo cérebro e coração (BHI), para
análise de Staphylococcus spp. e para confirmação do teste de coagulase positiva
utilizou-se o plasma de coelho cedido pela empresa Laborclin.
Para a análise de Salmonella spp., foram utilizados os meios de cultura:
água peptonada 1%, Tetrathionate Broth Base (TT), Caldo Rapapport-Vassiliadis
(RV), Ágar Manitol Lisina Cristal Violeta Verde Brilhante (MLCB), Ágar de Xilose
Lisina Desoxicolato (XLD), Ágar Lisina Ferro (LIA), Tríplice Açúcar Ferro (TSI).
Para coliformes totais e Escherichia coli utilizou-se a placa petrifilm EC (3M
Company).
Todas as amostras foram preparadas em ambiente asséptico, com a
sanificação da bancada com álcool 70%, forrada com papel kraft.
Para a realização da análise, foi necessário fatiar os salames em tábua de
vidro, com auxílio de facas, garfos e luvas cirúrgicas, todos estéreis. O manipulador
utilizou máscara, touca e jaleco para evitar contaminação por contato.
Foram retiradas de cada fatia dos salames porções dos miolos com auxílio
de garfos, os mesmos foram armazenados em embalagem plástica estéril e
posteriormente, pesados em balança digital. Para cada sub-amostra, as embalagens
foram identificadas e os materiais utilizados substituídos por outros estéreis, isto
para não ocorrer contaminação cruzada de um produto para o outro. O restante dos
salames, permaneciam armazenados em geladeira a temperatura de 4 a 8ºC em
sacos plásticos estéreis e identificados com a mesma numeração da sub-amostra.
41
Para contagem de Staphylococcus coagulase positiva, quantificação de
coliformes totais e Escherichia coli, foram pesados 25 g de salame em embalagem
plástica estéril e em seguida adicionou-se 225 mL de Água Peptonada 1% (APT).
Posteriormente realizou-se a homogeneização das amostras (ANDREWS et al,
2007). À partir da suspensão, foram realizadas diluições nos tubos com tampa,
utilizando-se 9 mL de solução salina a 0,9% adicionando 1mL da diluição anterior,
sendo que as diluições iniciaram em 10-1 a 10-6. A partir dessas, foram pesquisados
e enumerados Staphylococcus coagulase positiva, coliformes totais, Escherichia coli
e pesquisou-se a presença de Salmonella spp.
As análises para contagens de Staphylococcus coagulase positiva foram
realizadas conforme recomendações do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) (BRASIL, 2003), já para coliformes totais e E. coli foram
realizados conforme instruções do fabricante (3M Company) e Salmonella, seguiu-se
a metodologia de análise desenvolvida segundo Andrews et al, 2007.
Para análise de Staphylococcus coagulase positiva distribuiu-se 0,1mL da
amostra, com auxílio de um bastão em L, em placa de Petri com Ágar BP pipetando
do mais diluído para o menos (10-6 até 10-1), sempre ao redor do bico de Merck e
incubados em estufa a uma temperatura de 35-37º C por 48 horas.
A ocorrência da formação de colônias nas placas de Petri, podem ser
classificadas como típicas (identificadas com dois halos) e atípicas (ausência de
halos) conforme demonstrado na Figura 5, onde os halos estão indicados com a seta
vermelha e as que não possuem halos com a seta de cor azul. Coletou-se três
colônias típicas e em mesma quantidade atípicas da placa e cada colônia foi inserida
em tubos contendo BHI, todos identificados (número da amostra, T para típicas e a A
para atípicas e divididas em a, b e c). Incubavam-se as amostras em estufa a
temperatura de 35-37º C por 24 horas. Para confirmar a presença de
Staphylococcus realizou-se o teste de coagulase, transferindo-se 0,3 mL de cada
tubo de cultivo BHI para tubos estéreis contendo 0,3 mL de plasma de coelho com
incubação a 36ºC, por seis horas após esse período observava-se a formação de
coágulo e no caso da não observação incubava-se por 24 horas. A não formação de
coágulo era indicativa de prova negativa (Figura 6). Para o teste de produção de
catalase homogeneizou-se em lâmina uma colônia a uma gota de peróxido de
hidrogênio (H2O2), com auxílio de uma alça de platina. A formação de bolhas
indicava prova positiva.
42
Figura 5 - Diferença entre bactérias Staphyloccus spp. típicas (seta vermelha) e atípicas (seta azul).
Figura 6 - Resultado positivo de teste de Staphylococcus coagulase positivo.
43
Para a análise de coliformes totais e Escherichia coli, à partir da mesma
diluição, distribuía-se 1mL em placas petrifilm pipetando do mais diluído para o
menos (10-6 até 10-1). A incubação em estufa era de 35-37º C por 24 a 48 horas.
Após este período realizava-se as leituras e as identificações das bactérias.
Para contagem de Salmonella spp. utilizou-se o mesmo procedimento,
distribuiu-se 25 g de amostra e adicionou-se 225 mL de água peptonada a 1% em
saco de amostra estéril, homogeneizou-se e colocou-se na estufa para incubação a
uma temperatura de 35-37º C por 24 horas para pré-enriquecimento.
No enriquecimento seletivo, pipetou-se da mistura pré-enriquecida 1 mL e
transferiu-se para tubos de ensaio contendo 10 mL de Tretrationato (TT) e 0,1 mL no
tubo de caldo Rappaport-Vassiliadis (RV), sendo três tubos de TT e três tubos de RV,
levando-os para a estufa a 42º C por 18 a 24 horas para incubar.
Para o plaqueamento seletivo, os caldos de enriquecimento foram estriados
na superfície das placas de Petri XLD e MLCB, com auxílio de alça de platina. As
placas de Ágar (XLD e MLCB) foram divididas em duas partes e identificadas como
TT e RV (Figura 7). Em seguida transferia-se para estufa a uma temperatura de 35-
37º C por 24 horas para que fossem incubadas.
Figura 7 - Placas contendo ágares XLD e MLCB.
44
Para a identificação bioquímica (RV e TT) se observasse o desenvolvimento
de Salmonella spp. as colônias características observadas em ágar XLD
apresentavam coloração vermelha e com centros pretos e no ágar MLCB coloração
roxas-enegrecidas (Figura 8). Caso verificasse a presença do microrganismo,
coletava-se de três a cinco colônias e transferia-se cada colônia para um tubo de TSI
e outro de LIA, sempre identificando os tubos com o tipo de amostra e seus números
respectivos, sendo os mesmos incubados a 35ºC por 24 horas.
Figura 8 - Colônias características de Salmonella spp.
45
Caso apresentasse aspecto característico deveria ser feito o teste de
soroaglutinação (Figura 9) que consiste em um soro polivalente específico para
Salmonella spp.. Neste caso, colocava-se com auxílio de alça de platina uma colônia
e tranferia-a para uma lâmina adicionando uma gota deste soro, realizando suaves
movimentos circulares por dois minutos ou até aglutinar.
Figura 9 - Teste de soroaglutinação positiva para Salmonella spp.
46
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 21 amostras analisadas para coliformes totais e E. coli, todas
apresentaram resultado inferior a 1,0x101 UFC/g de salame. Para a pesquisa e
quantificação de Staphylococcus spp., 19 amostras apresentaram resultado inferior a
1,0 x 102 UFC/g de salame, uma amostra adquirida no município de Campina
Grande do Sul apresentou 5,0 x 103 UFC/g de salame e outra adquirida no município
de Colombo apresentou 4,3 x 107 UFC/g de salame. Das 21 amostras avaliadas, 20
apresentaram ausência de desenvolvimento para Salmonella spp. e uma amostra
adquirida no município de Campina Grande do Sul, revelou resultado positivo para a
bactéria pesquisada.
Tabela 1 – Resultados obtidos dos salames através das análises realizadas
nesta pesquisa.
Regiões de
Curitiba
Número de
amostras
Colombo Bairro Alto Campina
Grande do Sul
Coliformes totais 21 ---- ---- ---
Coliformes
termotolerantes
21 1,0x101 1,0x101 1,0x101
Staphylococcus
coagulase positiva
2 4,3 x 107 5,0 x 103
Salmonella spp. 1 +
Não há parâmetro estabelecido pela Legislação Nacional (BRASIL, 2001)
para contagem de coliformes totais em amostras de salame, já para coliformes
termotolerantes o limite máximo é de 1,0x103. Para Staphylococcus coagulase
positiva, o limite máximo tolerado é de 5,0x103 e para pesquisa de Salmonella spp. o
resultado deve ser ausência em 25g.
Diferente dos resultados observados por Silva et al. (2006) no qual houve a
presença de coliformes termotolerantes em diferentes tipos de alimentos, de 56
amostras de linguiça analisadas, 26 apresentavam presença de coliformes termoto-
lerantes, sendo que em 20 destas havia presença de E.coli, mas apenas 13 amos-
tras apresentavam contagem acima dos limites estabelecidos pela legislação vigente
ANVISA e todas essas 13 amostras apresentavam E. coli. Marques et al. (2006) rela-
47
tou que coletara 40 amostras para verificar presença de coliformes termotolerantes
nas quais obteve um resultado de 14 amostras que se encontravam fora dos pa-
drões vigentes estabelecidos pela ANVISA.
A contagem de coliformes totais é importante para estimar a condição
higiênica da preparação dos alimentos, bem como as condições da matéria prima
(JAY, 2005). Os salames avaliados apresentaram resultados que revelam excelentes
condições de preparo e matéria prima no tocante a contaminantes ambientais, assim
como todas as amostras avaliadas apresentaram resultados dentro dos padrões
estabelecidos pela Legislação para contagem de E. coli que é considerada o real
indicador sanitário no grupo dos coliformes termotolerantes (JAY, 2005), já para
Staphylococcus coagulase positiva houve uma amostra que ultrapassou os limites
estabelecidos e outra apresentou-se no limite máximo para consumo, as outras 19
análises apresentaram resultados abaixo dos limites estabelecidos, ainda com
relação à Salmonella spp. uma das amostras apresentou-se imprópria ao consumo
humano.
Biasi et al. (2007), Nassu, Gonçalves e Beserra (2002), referem que a
atividade metabólica das bactérias láticas tornou-se essencial para o controle do
crescimento espontâneo de microrganismos patogênicos e/ou a deterioração
bacteriana, os valores encontrados para a contagem de Staphylococcus spp.
coagulase positiva na presente pesquisa levam a suposição de que a atividade
inibitória das bactérias láticas tenha sido 100% efetiva nas 19 amostras.
Dalla Santa (2008), Perazzoli e Gelinski (2006) relataram que nas amostras
de salames coloniais, como não há adição de cultura “starter”, a fermentação se dá
através da microbiota de crescimento espontâneo da matéria prima, ocasionando um
menor controle de microrganismos patogênicos e/ou de deterioração bacteriana.
Consequentemente esperava-se contagens maiores de Staphylococcus spp.
coagulase positiva nas amostras deste estudo.
Os resultados foram semelhantes aos observados por Pereira (2006)
quando analisou salames industrializados relatando a presença de Staphylococcus
spp. em uma amostra. Ao contrário de Dalla Santa (2008) com salames coloniais
que encontrou ausência em 100% das amostras analisadas.
Segundo Gottardo et al. (2011) das 60 amostras de embutidos cárneos
fermentados artesanais analisados na região oeste do estado do Paraná, foram
obtidas contagens de coliformes a 45°C acima do padrão da legislação brasileira em
18,3% das amostras e de Staphylococcus coagulase positiva em 16,7%, indicando
48
que as condições gerais de higiene e manipulação desses produtos não foram
satisfatórias. Seis amostras apresentaram contagem superiores a 105UFC/g o que
poderia representar risco à saúde do consumidor caso a cepa fosse
enterotoxigênica. Em 8,3% das amostras foi detectada a presença de Salmonella
spp., o que tornaria esses produtos impróprios para consumo.
Em contradição a esta pesquisa, Andreoli (2009) relatou que de 75 amostras
analisadas, 58 apresentaram-se fora do padrão estabelecido na legislação (BRASIL,
2001), cinco amostras fatiadas na indústria e uma amostra fatiada no varejo
apresentaram contaminação compatível com produção de enterotoxina, passíveis de
causar danos à saúde do consumidor.
A contaminação por Salmonella spp. e Staphylococcus spp. podem ser
minimizadas por meio de um controle regular de qualidade de matérias-primas,
ingredientes e insumos e com a implantação e implementação das boas práticas de
fabricação contemplando os processos e pessoas envolvidas na produção,
distribuição e comercialização destes produtos (SILVA; GANDRA, 2004).
49
8. CONCLUSÃO
Embora os resultados referentes a coliformes totais e E. coli terem se
revelado dentro dos limites aceitáveis pela legislação, há risco sanitário ao ingerir
salames produzidos clandestinamente na região de Curitiba ao se considerar as
amostras avaliadas neste estudo, onde duas amostras estavam em desacordo com
a legislação. É recomendada a intensificação das ações de inspeção e vigilância
sanitária na região a fim de coibir que tais práticas continuem a ocorrer, colocando
em risco a saúde da população consumidora. A adaptação dos pequenos
produtores às legislações vigentes é necessária, desde a regularização quanto ao
registro, aquisição de matérias primas, insumos, embalagens oriundos de empresas
regularizadas, passando pelos treinamentos e desenvolvimento de manuais de boas
práticas de fabricação, rotulagem e comercialização dentro do período de validade
para que possam oferecer um produto seguro ao consumidor. É importante que mais
estudos sejam realizados nesse campo de trabalho, já que o consumo se dá por
ampla parcela da comunidade.
50
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estágio foi de suma importância para que eu aprendesse em prática
como o médico veterinário atua em laboratório de Controle de Qualidade e
Segurança de Alimentos de Origem Animal. Para minha vida profissional houve um
acréscimo significativo, pois eu ainda não tinha esta experiência em currículo e no
qual fiquei encantada com esta área, pretendendo seguir carreira.
Para minha vida pessoal foi de extrema importância, pois convivi com
profissionais de alta qualidade; são pessoas muito queridas, prestativas e de uma
simplicidade admirável.
Só tenho a agradecer a todos que convivi neste período e que gostaria de
continuar com a amizade.
51
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