Memorial Descritivo Projeto Jardim Ceramico

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Memorial descritivo apresentado como requisitopara integralização da HISTORIA DO DESIGN doCurso de Artes Aplicadas – UFSJ

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  • JARDIM

    CERMICO

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    JARDIM CERMICO

    Maria Lcia de Campos Arajo

    Orientador: Prof. Cristiano Lima

    Memorial descritivo apresentado como requisito

    para integralizao da HISTORIA DO DESIGN do

    curso de Artes Aplicadas 5 Perodo

    So Joo del Rei, Minas Gerais, 18/07/2014

    Universidade Federal de So Joo del-Rei - UFSJ

    Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Artes

    Aplicadas - DAUAP

    Curso de Artes Aplicadas

  • 3

    Sumrio

    Pginas

    1. Introduo ............................................................... 4

    2. Justificativa .............................................................. 5

    3. Objetivo Geral ......................................................... 6

    4. Referencial Tcnico,Terico e Visual..................... 7

    5. Desenvolvimento..................................................... 8

    6. Metodologia............................................................. 9

    7. Tcnicas de Execuo ............................................. 11

    8. Consideraes Finais .............................................. 14

    9. Referncias Bibliogrficas ...................................... 15

  • 4

    Introduo

    O presente projeto surgiu a partir da disciplina Histria do Design, propondo aos alunos confeccionar 12 (doze) flores de cermica para expormos em uma praa

    pblica da cidade de So Joo del-Rei, como parte dos eventos do Inverno Cultural de

    2014. O projeto fazer uma interveno artstica crian um jardim composto de 300

    (trezentas) flores gigantes de cermica em homenagem aos 300 anos da cidade.

    Estas flores sero expostas e podero ser comercializadas, revertendo parte da

    verba para o Laboratrio de Cermica e outra em doao para uma Instituio de

    caridade. Devido ao grande nmero de exemplares, o projeto se expandiu tornando-se

    um projeto integrador com a participao de outras turmas do curso de Artes

    Aplicadas da UFSJ, sob a superviso do professor que ministra a disciplina: Prof.

    Cristiano Lima.

  • 5

    Justificativa

    A escolha de um exemplar de flores para esse projeto foi o primeiro desafio a

    se transpor. Diante de tantas possibilidades deveramos escolher aquela que pudesse

    agradar, mas, sobretudo a que melhor se adaptasse ao material com a qual ser

    confeccionada a argila.

    Aps muitas pesquisas optei por fazer o GIRASSOL - planta originria da

    Amrica do Norte cujo nome cientfico Helianthus annus, que significa flor do sol. uma flor pela qual sempre fui fascinada, ela como a argila possui a particularidade

    de ser flexvel, acompanhando o sol, do nascente ao poente. Sua cor amarela ou os

    tons de cor laranja associam a ideia de calor, lealdade, vitalidade e fecundidade.

  • 6

    Objetivo Geral

    A proposta deste projeto fazer uma interveno artstica no jardim de uma

    praa na regio central de So Joo del-Rei, totalizando 300 (trezentas) flores

    confeccionadas em cermica, em comemorao aos 300 anos da cidade de So Joo

    del- Rei.

    Aos alunos do Curso de Artes Aplicadas participantes deste projeto foi

    proposto a execuo de 12 (doze) flores em argila, utilizando a tcnica que melhor

    se identificassem; as flores devero ter um dimetro de 20 cm, tendo um orifcio na

    parte traseira onde sero fixadas as hastes de ferro para sua sustentao.

    As flores devero permanecer na cor original do barro e caso o aluno opte

    por aplicar engobes ou esmaltes que seja em cores terrosas, para haver uma

    unicidade no projeto.

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    Referencial tcnico, terico e visual

    Alm da beleza inegvel dos girassis, este tema me remete ao artista de minha

    preferncia Van Gogh que se encantou com a cor amarela radiante dessas flores, e as

    pintou como nenhum outro. A famosa srie de girassis deste pintor holands (sete

    quadros com um nmero de trs, cinco, doze e quinze girassis), so exemplos de seu

    deslumbramento, ele as observava e as pintava esta tarefa exigiu dele destreza ao

    pintar, as flores colocadas num vaso pela manh, no eram as mesmas ao fim do dia,

    talvez por isto as ptalas tem um formato disforme, soltas como se estivessem

    balanando ao vento.

    Ao Girassol associado tambm um aspecto mstico que muito me intriga. Os

    chineses o veem como um alimento da imortalidade que simbolizaria o amor divino,

    sentimentos e pensamentos dirigido Deus, simbolizado pelo Sol seria um smbolo

    da prece. Eles o associam a um ser devoto, que se ajoelha diante do sol, se

    reverenciando e recebendo sua luz, somente quando alcana a maturao ele cessa sua

    reverncia e paralisa na posio da nascente.

    Beleza, arte e misticismo me motivaram na escolha deste tema.

  • 8

    Desenvolvimento

    O primeiro passo foi fazer algumas maquetes e moldes de papel, para tentar

    visualizar melhor a minha pea. Para os moldes utilizei alguns pratos em tamanhos

    diferentes, uma vez que o miolo do girassol maior do que suas ptalas; como base

    usei um prato de 22 cm de dimetro e outro para o miolo de 14 cm. Nesta fase, no

    me preocupei com a quantidade de ptalas, tampouco em faz-las todas iguais.

    Imaginei um jardim de girassis, cada flor com sua beleza e singularidade, algumas

    maiores, outras disformes, outras ainda em formao.

    Enquanto idealizava minha flor, pensando em suas dimenses, no tamanho

    das ptalas, no miolo surgiu o primeiro desafio: em que lugar e como faria o

    orifcio para que uma flor to pesada fosse se sustentar sob uma haste de ferro. A

    princpio pensei em colocar uma abertura de cada lado para passar o vergalho para

    sustenta-la, mas fui orientada a coloca-lo na parte traseira, pois a flor ir se encaixar

    no vergalho com cola e ficar em posio vertical.

    Em outro momento quis aproveitar a parte mais cncava do prato tentando

    imitar o movimento de uma flor com o miolo mais saliente, coloquei entre a massa e o

    prato um jornal, tanto para facilitar a retirada da massa quanto para fazer um pequeno

    volume atrs e pudesse ainda contribuir para secar mais rapidamente. Para as

    sementes do miolo utilizei pequenos fragmentos da massa e os colei com barbotina na

    massa, em outras utilizei os prprios dedos para furar o miolo dando a ideia de

    sementes ou furando-os com uma ferramenta pontuda. A barbotina um lquido feito

    com a prpria argila adicionando gua at adquirir uma textura pastosa, ela permite

    uma adeso de partes de argila que queremos acrescentar pea na fase da

    modelagem.

    Nos ltimos exemplares optei por acrescentar nas bordas do miolo e tambm

    ao redor das ptalas, rolinhos de argila, o que me permitiu mold-las com mais

    facilidade, dando movimentos inesperados. Tambm decidi que o miolo ficaria melhor

    se fizesse ranhuras e movimentos de convergncia para o centro, utilizei praticamente

    em todo o processo os dedos e unhas, que me permitiram levantar as bordas e fazer

    pequenas curvas que imitavam as ptalas do girassol.

    Na fase de acabamento tive o cuidado de retirar os excessos, moldando e

    remodelando caso necessrio, as ptalas e no esquecendo na parte traseira do pequeno

    orifcio para encaixar as flores no vergalho.

  • 9

    Metodologia

    O registro do processo de construo .

    OS MOLDES EM PAPEL

    O PROJETO

    Os primeiros exemplares

  • 10

    FLORES BISCOITADAS- QUEIMADAS NO FORNO ELTRICO EM BAIXA

  • 11

    Tcnicas de execuo

    A Cermica argila (barro) que aps modelada e cozida no forno torna-se

    dura e pouco quebradia; os seus principais elementos so a slica e o alumnio.

    Para se tornar cermica, a argila (barro) tem que ser modelada, passar por um

    processo de secagem para posterior queima. A queima pode ser tanto em um forno

    eltrico em temperatura baixa como queimada em fornos alcanando altas

    temperaturas, em torno de 1200C. Neste caso, as peas sero queimadas

    (biscoitadas) em temperatura baixa, no forno eltrico.

    Aps a escolha do tema passei fase de execuo das flores para isto

    escolhi a tcnica de lastra ou tcnica de placas de argila.

    A tcnica de lastra consiste em espalhar, com um rolo, uma poro de argila

    sobre uma superfcie lisa, compactando-a. Usam-se duas rguas de madeira sobre

    as quais movimenta-se o rolo com as mos. As rguas servem tambm para calibrar

    a espessura da placa. Deve-se cobrir a argila, com um tecido, jornal ou plstico,

    para que no agarre no rolo. Esta tarefa pode tambm ser efetuada mecanicamente,

    com a plaqueira - equipamento que permite espremer a argila atravs de dois rolos

    tracionados por uma manivela.Com esta tcnica de fazer placas de barro pode-se

    construir a maioria das peas cermicas.

    Fonte: www.ehow.com.br

    O trabalho com a argila envolve cautela e pacincia, pois temos que respeitar o

    seu tempo de secagem; como ela um material que possui gua, temos que observar

    quando ela est pronta para a queima. No ponto inicial, a argila est muito mida,

    cheia de gua, mas pronta para ser modelada. Dependendo do local onde estamos

    construindo a nossa pea, do arejamento, da temperatura e da umidade inicial da

    argila, ela vai perdendo a gua e muitas vezes temos que borrifar um pouco de gua

    para que continuemos a trabalhar.

    O processo de secagem inicia-se com a pea coberta por um plstico, para

    impedir que a gua saia rapidamente, aos poucos a cobertura vai sendo retirada, at

    que seja possvel que a pea seque de forma totalmente descoberta. um processo que

    exige vigilncia, deve secar de maneira uniforme e lenta permitindo que a umidade

    saia de forma homognea, caso contrrio ela retrair de forma desigual causando

    tenses que podero se transformar em trincas.

  • 12

    Outro cuidado com a massa que ela no ultrapasse o momento que chamamos

    de ponto de couro. A fase do ponto de couro, ou ponto de acabamento, nos permite

    que faamos intervenes na pea, pois ela no estar totalmente seca para a queima e

    nem muito mida. o ponto certo para se fazer os acabamentos, acertar, limpar, retirar

    excessos, fazer bordas e esculpir se necessrio. Aps os acabamentos deixamos a pea

    sem o plstico em local arejado para terminar de secar e ser encaminhada para a

    queima. preciso que a antes de queimar no forno seja retirado todo o excesso de

    gua, caso contrrio, a pea ir explodir dentro do forno.

    Para terminar o processo, a pea poder sofrer interferncias de engobe, ou de

    um processo de esmaltao, dependendo do resultado que o ceramista deseja.

    Um engobe a mistura de argila ou fragmentos de argila com gua, de

    consistncia pastosa qual pode-se acrescentar xidos corantes e/ou pigmentos para

    produzir uma colorao e fundos nas peas de argila. A aplicao se d normalmente

    em peas no ponto de couro, sobre a argila crua e mida, para que ambos encolham

    juntos durante a secagem. Deve ser aplicado com pincel macio, duas ou trs vezes, em

    direes diferentes para cobrir bem a superfcie. Tambm pode ser aplicado utilizando

    a tcnica de imerso, rolagem ou pulverizao. A superfcie pintada pode ainda ser

    polida com uma pequena pedra, quanto mais polida a pea mais acetinada ser aps a

    queima.

    O processo de esmaltao significa passar sobre a pea uma camada de

    esmaltes cermicos ou vidrados que tem como finalidade dar um aspecto vitrificado na

    pea aps sua queima. Seu estado normal transparente, incolor, mas pode se tornar

    opaco ou colorido dependendo dos corantes e xido que so acrescentados a ele. O

    vidrado pode ser aplicado na pea cermica de diferentes formas como: aplicao com

    pincel, derrame, imerso e pulverizao.

    A aplicao do esmalte com pincel utilizada em pequenas peas, evita

    desperdcio e deve ser aplicada na pea j biscoitada (queimada em baixa

    temperatura). J a imerso consiste em mergulhar a pea por cerca de 10 segundos dentro de um recipiente com o esmalte, essa tcnica ao contrrio da anterior precisa de uma

    grande quantidade de esmalte, e deve-se ter o cuidado de antes de mergulhar a pea

    proteger as reas que no sero esmaltadas com cera lquida ou parafina. Para retirar a

    pea do recipiente utilizamos uma pina grande. A tcnica de banho ou derrame o processo de derramar o esmalte sobre a pea, usando uma jarra ou pera de oleiro, este processo muito utilizado para esmaltar

    o interior das peas. Se o ceramista for esmaltar tambm a regio externa, coloca-se o

    objeto de cabea para baixo sobre duas ripas de madeira com um recipiente embaixo;

    despeja-se o esmalte em movimento circular lento e contnuo, pode-se aplicar

    novamente caso seja necessrio.

    O processo de pulverizao por sua vez, consiste no uso de uma pistola de

    pintura para aplicar o esmalte, necessrio que o ceramista sempre utilize a mscara e

    de um lugar reservado para esta tcnica. Pode-se utilizar um torno manual para

    auxiliar a aplicao de forma uniforme.

  • 13

    Aps a aplicao do engobe ou do esmalte passamos a ltima fase que a

    queima das peas. O processo de cozimento s pode acontecer quando o objeto estiver

    totalmente seco, ou seja, ele adquire uma colorao mais clara. A queima pode

    acontecer em um forno eltrico ou em um forno a lenha que adquire altas temperaturas

  • 14

    Consideraes finais

    O projeto em questo ousado, desafiador e indito, muitos so os desafios a serem vencidos: o grande nmero de artistas, cada uma com sua peculiaridade; as

    surpresas das queimas, a colocao das hastes de sustentao, as dificuldades do

    transporte, primeiro com as flores ainda em ponto de couro, e depois o transporte para

    o local da exposio.

    Provavelmente o pblico ao admirar a exposio jamais poder vislumbrar as

    horas de dedicao e trabalho que cada artista precisou para que este evento se

    realizasse. No suspeitar de todo o processo de criao que com certeza foi exaustivo

    e at mesmo doloroso para alguns. Cada etapa vencida foi computada como uma real

    vitria: a pesquisa, a escolha da tcnica, a execuo do objeto, a espera do tempo da

    argila, as inmeras frustaes, os erros e os inmeros desafios.

    Tudo isto faz com que cada exemplar ali exposto tenha um valor agregado, que

    ultrapassa o olhar, quando se admira uma obra de arte deveria tambm se valorizar

    todo o esforo que o artista precisou para que aquele exemplar ali chegasse. Algumas

    obras levam anos de trabalho para serem finalmente levadas ao pblico; outras que s

    vem a pblico depois que o artista morre. Assim como o aconteceu com o artista cujas

    flores me inspiraram, Van Gogh autor de inmeras obras de arte, hoje consideradas de

    enorme valor, em vida s conseguiu vender um nico exemplar, suas obras s

    adquiriram valor aps sua morte. O trabalho seriado pode tirar junto com a repetio

    este valor emocional e restar apenas o valor laboral, mas no conjunto tudo isto

    desaparece.

    No meu caso em particular, foi um trabalho rduo e de muitas horas de

    dedicao. Depois do projeto pronto, de esboar e dimensionar com rigidez as flores,

    ao execut-las percebi no tinha sentido seguir este padro; primeiro por que o

    trabalho era manual e artesanal, o que j est implcito um diferencial de acabamento e

    resultado final; depois com o grande nmero de exemplares seria impossvel ter uma

    srie totalmente igual. Em cada exemplar fui tentando aprimorar mais, com o intuito

    de aproximar artisticamente da flor que me inspirou, alm de estar ciente de que as

    flores so diferentes entre si, portanto, me permiti miolos diferenciados e ptalas com

    tamanhos desiguais. Apesar de todas as flores terem sido feitas sob uma nica base,

    eu tentei para cada uma um tratamento diferente, principalmente para no cair no

    aborrecimento que fazer um trabalho em srie e tornar o trabalho um ato montono.

    Fui propositalmente minuciosa na descrio da tcnica utilizada, considerando

    um leitor leigo, mas principalmente, por que acho que a parte terica do nosso curso

    falha, na grande maioria aprendemos alguns conceitos importantes olhando e

    perguntando alguns colegas mais experiente, sem que nos aprofundemos em temas de

    suma importncia para a parte prtica.

    Finalmente, nos resta saber qual ser a receptividade do grande pblico,

    acredito que ser um belo espetculo o conjunto com certeza atrair mais que cada flor

    em particular, a arte vai sobrepor ao artista, o que importa.

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    Bibliografia e referncias adicionais

    1. http://www.atelierterraecor.com/faq.html, acessado em 10/07/2014

    2. http://www.portorossi.art.br/secagem01.htm,acessado acessado em 10/07/2014

    3. http://www.atelierterraecor.com/faq.html , acessado em 10/07/2014

    4. http://ceramica-da-ivhe.blogspot.com.br/2009/04/ceramicas-de-picasso-com-

    engobes.html acessado em 10/07/2014

    5. http://terraefogo.blogspot.com.br/2004/10/esmaltes-cermicos.html acessado em

    12/07/2014

    6. http://www.portorossi.art.br/vidrados.htm acessado em 12/07/2014

    7. http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/viewFil

    e/755/445 acessado em 14/07/2014

    8. http://www.ufrgs.br/lacad/revestesmaltacao.htm acessado em 14/07/2014

    18/07/2014 MLCA/mlca