Memorial - SOS Professor

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Aline Torrieri Camargo Carolina Pereira Otero Rodrigues Marina Dantas Guimarães Nathália de Azevedo Salvado MEMORIAL DE PROJETO EXPERIMENTAL Livro-reportagem SOS Professor UMESP - Universidade Metodista de São Paulo FACOM – Faculdade de Comunicação Curso de Jornalismo São Bernardo do Campo, 2010

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A trajetória e a pesquisa por detrás do livro SOS Professor

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Page 1: Memorial - SOS Professor

Aline Torrieri Camargo

Carolina Pereira Otero Rodrigues

Marina Dantas Guimarães

Nathália de Azevedo Salvado

MEMORIAL DE PROJETO EXPERIMENTAL

Livro-reportagem SOS Professor

UMESP - Universidade Metodista de São Paulo

FACOM – Faculdade de Comunicação

Curso de Jornalismo

São Bernardo do Campo, 2010

Page 2: Memorial - SOS Professor

Aline Torrieri Camargo

Carolina Pereira Otero Rodrigues

Marina Dantas Guimarães

Nathália de Azevedo Salvado

MEMORIAL DE PROJETO EXPERIMENTAL

Livro-reportagem SOS Professor

UMESP - Universidade Metodista de São Paulo

Faculdade de Comunicação

Curso de Jornalismo

São Bernardo do Campo, 2010

Memorial de Projeto Experimental apresentado

em cumprimento parcial às exigências do Curso

de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da

Universidade Metodista de São Paulo, para

obtenção do título de Bacharel em Comunicação

Social Habilitação Jornalismo.

Orientadora do Projeto Experimental:

Profa. Dra. Verónica Aravena Cortes

Coordenadora dos PE’s:

Profa. Dra. Verónica Aravena Cortes

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Aos nossos pais, pela paciência, dedicação e amor incondicional.

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“Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir

até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador.

Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada”

Clarice Lispector

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos nossos pais, família e amigos pelo apoio e

compreensão durante as reuniões intermináveis, a procura por fontes e os

trajetos nas zonas mais violentas de São Paulo. À nossa orientadora, Verónica

Cortes, por ampliar nossos horizontes e nos dar dicas e críticas preciosas.

Agradecemos também às escolas e aos professores que nos receberam e

compartilharam histórias tão íntimas. Sem vocês, não teríamos criado o SOS

Professor.

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Sumário

APRESENTAÇÃO 7

1. A ESCOLA 8

1.1 A ESCOLA IDEAL 8 1.2 MUDANÇA DA AUTORIDADE 11 1.3 PANORAMA DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA 14

2 CAUSAS DA VIOLÊNCIA 16

2.1 PROGRESSÃO DA VIOLÊNCIA 17 2.2 MEDIDAS 17

3. PESQUISA 19

3.1 RESULTADOS 19 3.1.1 Profissão 24 3.1.2 Relação 28 3.1.3 Violência 30

4. OBJETIVOS 37

4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 37

5. TRAJETÓRIA 38

6. DIFICULDADES 40

7. DILEMAS ÉTICOS E RESPONSABILIDADE SOCIAL 41

8. AVALIAÇÃO GERAL 43

9. PROJETO EDITORIAL ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

9.1 CUSTOS DO PROJETO 455

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS__________________________________________________46

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APRESENTAÇÃO

Decidimos finalizar nosso curso de Jornalismo escrevendo um livro que

tivesse uma abordagem social e que contribuísse para a discussão do assunto.

Afinal de contas, foi para isso que nos tornamos jornalistas.

A educação sempre foi um tema que nos interessou e, depois de uma

conversa casual sobre professores que sofreram violência, encontramos o

nosso desafio.

Desde março de 2010, pesquisamos sobre os conceitos de escola, as

alterações dessa instituição ao longo dos anos, e sobre os índices de violência

contra docentes. Fizemos também uma pesquisa com 132 professores da

cidade de São Paulo para descobrir o perfil do nosso personagem principal e

do nosso público-alvo.

O livro-reportagem começou a nascer quando iniciamos nossa busca por

fontes. Ao realizarmos as entrevistas, passamos a entender a dificuldade que

os professores enfrentam para lecionar no país. Há falta de infraestrutura, de

apoio do governo e de estrutura familiar. Mas também percebemos que há

docentes que não se esforçam em colaborar para um bom ambiente de

trabalho.

Tudo isso revelou a complexidade do problema educacional do Brasil.

Por isso, ficamos ainda mais convencidas do nosso propósito.

Nesse Memorial, registramos como foi feito o SOS Professor, nossas

impressões sobre o processo e nossa avaliação do trabalho desenvolvido.

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1. A escola

A palavra "escola" vem do grego schole, que significa descanso, ou o

que se faz na hora do descanso. Na Grécia Antiga, a escola era para os que

não precisavam trabalhar e podiam dedicar-se à reflexão e ao conhecimento

sobre o ser humano.

Já na Idade Média, a escola era uma instituição punitiva e religiosa.

Existia para que os indivíduos fossem moldados rigidamente ao padrão social e

econômico da época. A hierarquia era raramente contestada: os educadores

tinham um poder claro e conciso sobre os educados.

Segundo explica a doutora em Saúde Coletiva e mestre em Educação

Maria dos Santos Prata (2005), no século XIX a rigidez na transmissão dos

conhecimentos permanece. Os internatos são vistos como modelos ideais:

afastam as crianças de suas origens para confiná-las e adequá-las a regras

pré-estabelecidas. Nesse movimento, uma nova noção de moral começou a

distinguir a criança na escola, separando-a: a noção de criança bem educada.

Esta seria preservada das rudezas e da imoralidade. (Ariés, 1981).

Nesse caso, a escola pode ser entendida como uma das "Instituições de

Sequestro", proposta por Foucault (1975) em seus estudos referentes à

sociedade disciplinar. Assim como outras que "modelam" os sujeitos, como

hospitais, presídios e quartéis, a escola seria detentora de um poder sobre sua

clientela - no caso, os alunos. Esse poder é proveniente do conhecimento, que

possibilita a criação de conceitos irrevogáveis de verdade.

Assim, a sociedade acaba por esperar que a escola seja educadora, que

ela transforme e adéque os cidadãos para a "normalidade" e que seja capaz de

preencher seus cérebros com conhecimentos.

1.1 A escola ideal

A Lei Nº 9.394 de 1996, conhecida como Lei das Diretrizes e Bases da

Educação, estabelece, em seu Título II, como deveria ser o ensino no Brasil:

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TÍTULO II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.

Fica claro, então, o conceito da escola ideal. Universal, ela deveria

ajudar a transmitir os valores da democracia, liberdade de expressão e respeito

ao próximo, para formar cidadãos que possam construir um país cada vez

melhor. Não seria uma escola que apenas transmite conhecimento, mas sim

que ensinasse o jovem a pensar e buscar respostas e soluções para seus

problemas, com criatividade e discernimento.

A educação se divide em duas partes: um, é preciso sonhar. O espaço da

escola tem que ser um espaço para as crianças sonharem. E uma das

funções dos professores é ajudar a criança a sonhar sonhos diferentes. E a

segunda parte da educação é criar as competências, porque não adianta

você só sonhar, sonho sozinho não faz nada. (Alves, 2003, in Programa Roda

Viva)

Junto com um ideal de escola, existe também um ideal de professor. Ele

teria grandes conhecimentos em sua disciplina, e estaria sempre se

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atualizando. Teria estudado sua área por paixão; e, com uma paixão maior

ainda, transmitiria esse conhecimento para os alunos, fazendo com que todos

os assuntos pareçam interessantes e importantes para a vida profissional

deles.

E para que o ambiente em que esses jovens vivem ajude a incentivar o

aprendizado, as escolas possuiriam um acesso farto a computadores, internet,

mídias eletrônicas, laboratórios científicos equipados e todo o tipo de

tecnologia. Afinal, como seriam criados os cidadãos do futuro sem que eles

estivessem habituados ao que de mais avançado que existe no presente?

Elaine de Souza, professora da Universidade de São Paulo, realizou, em

2005, uma atividade com dez alunos entre 9 e 16 anos, do Serviço de

Educação e Recreação do Centrinho/USP, em que eles escreveram como seria

a "Escola dos Sonhos". No texto, "liberdade" é a palavra chave. Liberdade de

expressão, de forma que suas ideias e opiniões influenciem mais na

administração de escola. Liberdade de conteúdo, para que o que eles

aprendam possa ser realmente interessante para eles. O sonho é uma escola

livre de rigidez desnecessária, funcionários ruins ou desmotivados, matérias

"chatas" e preconceitos.

...a escola dos sonhos tem cores bonitas e a colaboração dos alunos que

costumam pichar paredes. Para dizer a verdade, as cores da escola são as

mesmas dos nossos sonhos: todas elas. As cores das diferenças raciais, as

cores da alegria perdida por muitos de nossos amigos que já se foram; o

verde da esperança, o branco da paz, o colorido da vida, o grafite do rap, o

azul infinito das possíveis viagens que a gente pode fazer no universo da

literatura, do teatro e de tudo o que envolve a escola ideal. (PAULA, Alysson

et al in SOUZA, Elaine, 2005, p.5)

Essas são as ideias que governos, estudiosos ou mesmo pais de alunos

têm, com algumas variações, sobre como deveria funcionar a escola. Inclusive

o estereotipo de aluno com que se trabalham os conceitos pedagógicos e

institucionais da escola está, muitas vezes, fora da realidade. Conforme explica

Medeiros (2009), é fato que a escola e a sociedade, ao longo da história,

trabalharam com modelos ideais de crianças e jovens, classificando-os,

segregando-os e, consequentemente, levando-os a viverem formas de

socialização brutais e opressoras.

Page 11: Memorial - SOS Professor

1.2 Mudança da autoridade

A rigidez dos professores em sala de aula e o respeito cego dos alunos

em relação aos docentes puderam ser observados até o início da década de 80

no Brasil, aproximadamente.

Após isso, uma série de mudanças sociais causou a alteração de

comportamento dentro das escolas e também modificou o papel dos

professores. Segundo Nancy Cardia, na introdução de Violência na Escola:

Um guia para pais e professores:

A escola se transformou em um dos mais importantes agentes do processo

de socialização de crianças e adolescentes. Isso se deve, em larga escala, às

mudanças que ocorreram na composição das famílias e à entrada maciça

das mulheres no mercado de trabalho e a alteração no papel que a religião

desempenha na vida das famílias (CARDIA, Nancy, 2003, p.13 in

ABRAMOVAY, Miriam e RUA, Maria das Graças, 2003)

Isso significa que as instituições que ajudavam no desenvolvimento dos

jovens ou se desintegraram ou perderam o valor que obtinham anteriormente.

Dessa forma, a escola passou a ter uma responsabilidade muito maior. Além

de passar os conhecimentos acadêmicos, ela também deve orientar as

crianças no desenvolvimento pessoal.

Contudo, os docentes não acompanharam essa evolução e não têm

consciência do papel que passaram a desempenhar, como também observa

Nancy Cardia:

Quer os educadores estejam ou não conscientes da ampliação de seu papel,

o fato é que direta e indiretamente a escola passou a ter outras

responsabilidades, além daquela de prover os conteúdos educacionais

tradicionais. É na escola que milhares de crianças aprendem a se relacionar

umas com as outras, adquirem valores e crenças, desenvolvem senso crítico,

auto-estima e segurança. Esse papel tem ainda maior peso quando não há,

na comunidade, uma rede de serviços de proteção social que dê um

Page 12: Memorial - SOS Professor

atendimento suplementar a essas crianças e jovens, naqueles intervalos

entre o término do período escolar e a volta de seus pais para casa. Nesses

contextos a escola pode ser (e com freqüência é) o único local onde crianças

e jovens têm um contato estruturado com adultos outros que a família. Esse

contato tem um enorme potencial de proteção contra riscos de problemas de

comportamento ou de ampliação dos riscos (CARDIA, Nancy, 2003, p.13 in

ABRAMOVAY, Miriam e RUA, Maria das Graças, 2003)

Paralelamente a essa alteração no papel da instituição escolar, está a

mudança de comportamento dos alunos.

Alguns estudantes de hoje não veem mais o professor como alguém que

deve ser respeitado e obedecido. Isso acontece devido à falta de preparo de

alguns docentes, que não sabem como lidar com jovens, e ao descrédito da

instituição escolar na visão da juventude.

Rubem Alves explica como os jovens de setores populares enxergam a

escola:

Os adolescentes de periferia não vão [à escola] para aprender, porque as

coisas que são ensinadas no programa, exigidas pelo programa, não são de

interesse deles, não estão relacionadas com a sua vida. Eles vão à escola

para ter um diploma, porque eles sabem que diploma é importante; quando

se vai pedir emprego, você tem que dizer que tem o segundo grau [Ensino

Médio] (Alves, 2003 in Programa Roda Viva)

Assim, as crianças e adolescentes não sentem prazer em ir à aula,

quando, na teoria, a escola deveria ser respeitada e aclamada, por ser o local

do conhecimento, da possibilidade de elevação. Sheila Medeiros comenta o

assunto em texto que faz parte do livro Violência na Escola e da Escola -

Desafios contemporâneos à psicologia da educação:

Na atual conjuntura da violência, impressionam a força e a continuidade do

mito sobre a função social da escola como instituição salvadora, cuja missão

é tirar das ruas crianças e jovens, ensinarem-lhes princípios de moral e

fornecer-lhes um diploma ilusório que não é capaz de garantir-lhes um lugar

no mercado de trabalho em tempos de desemprego estrutural e de formas

produtivas flexibilizadas e desregulamentadas (in Antunes, 1999)

Essa reflexão também ocorre em RUOTTI; ALVES e CUBAS:

Page 13: Memorial - SOS Professor

Hoje, os benefícios obtidos ao freqüentar a escola não estão mais claros: a

ligação entre escola e aprendizado não está tão evidente, a assiduidade do

aluno não é mais algo obrigatório ou ainda, o que é mais preocupante, a

orientação dada pelos professores não tem mais legitimidade entre os alunos.

Isso aponta claramente para a responsabilidade do professor, já que violência

escolar e práticas de ensino cotidianas estão intimamente conectadas e

incidem diretamente no eixo central que movimenta a escola. Havendo

sentido nas práticas da instituição, tornam-se claras as condutas de cada um,

assim, é bem raro encontrar alunos violentos entre os que acham sentido e

prazer na escola... (Ruotti, Alves, Cubas, 2006, p. 50)

Muitos docentes não sabem como lidar com os problemas enfrentados

dentro da sala de aula e, ao não encontrar alternativas, desistem de tentar

reverter a situação.

Quando começam a ensinar, os jovens mestres seguem modelos.

Quando não têm opção, inspiram-se em seus antigos mestres, que foram

formados em instituições antigas, arcaicas, que ainda não incorporaram a

escola democrática, acolhedora de estudantes diferentes, com problemas

diversos (Blaya in Ruotti, Alves, Cubas, 2006, p. 47).

Com uma instituição desencontrada dos ideais, abre-se caminho para a

violência na escola. Não há apenas um responsável por essa realidade. Na

verdade, o problema acontece devido a falhas de diversos setores - da escola,

dos jovens e dos pais dos alunos.

O fato de a escola ser palco das mais diversas formas de violência pode

ser considerado uma ironia. O ambiente que existe para educar pessoas acaba

sendo prejudicado exatamente pela indisciplina dos alunos.

A existência desse problema permanece por diversas razões, como a

simples continuação dos modelos institucionais vigentes. Mas, para buscar

uma solução, o princípio básico é assumir a realidade, o que não acontece,

como relatam RUOTTI; ALVES e CUBAS:

É comum nas escolas brasileiras que seus responsáveis neguem a existência

dos conflitos, seja para tentar preservar a imagem do estabelecimento e seus

funcionários, seja como forma de sobrevivência diante da incapacidade de

tratar dos transtornos do dia-a-dia. Dessa forma, é central que a comunidade

escolar, sobretudo professores e direção, assumam que os conflitos, em

maiores ou menores proporções, estão presentes na escola e que parte

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considerável é produzida pelas relações estabelecidas no próprio ambiente

escolar (Ruotti, Alves e Cubas, 2006, p. 51)

1.3 Panorama da violência na escola

Em 2008, segundo o IBGE, a cidade de São Paulo abrigava 5.867

escolas públicas de ensino pré-escolar, fundamental e médio. Ao todo, eram

81.348 docentes para lidar com os 1.964.639 alunos matriculados no mesmo

ano do ensino pré-escolar ao médio.

No ano anterior, a Udemo (Sindicato de Especialistas de Educação do

Magistério Oficial do Estado de São Paulo) realizou a pesquisa “Violência nas

Escolas” (2008). Os formulários foram enviados a 5.300 escolas da rede

pública estadual, mas só foram recebidas 683 respostas.

De qualquer forma, os números merecem ser destacados. Os resultados

gerais apontam que em 86% das escolas que participaram da pesquisa houve

algum tipo de violência em 2007. E em 70% dos casos foram registrados

Boletins de Ocorrência (B.O.), com média anual de 2,18 por escola.

No item Violência contra Pessoas, o desacato contra os profissionais da

educação foi o mais citado: 88% afirmam que houve na escola desacato contra

professores, funcionários ou direção no ano de 2007. Em sexto lugar ficaram

as ameaças de morte (neste caso envolvendo alunos, professores, funcionários

e direção), citadas em 21% dos questionários. A pesquisa ainda revela que, no

geral, a maioria das violências ocorre no período da tarde (36%).

Quando a pesquisa é desmembrada por regiões, a Grande São Paulo

teve a maior ocorrência de violência nas escolas em 2007, com 97% de casos

nas 122 escolas consultadas, seguida pela capital (88% em 100), litoral (87%

em 23) e interior (82% em 438).

A região da Grande São Paulo também lidera o item Violência contra

Pessoas, com 91% de respostas positivas. O interior vem em seguida, com

88%, e litoral e capital somam 85%.

Antes, em 2001, uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Psicologia

do Trabalho comparou a qualidade do ensino médio e fundamental em escolas

Page 15: Memorial - SOS Professor

públicas e privadas de todo o Brasil. A diferença foi gritante, principalmente em

relação à violência.

O registro de atos violentos, graves e não graves, na quarta série da

rede pública, foi de 14,5%. Na rede particular, o índice atingiu apenas 2,4%.

Nas oitava séries a porcentagem é ainda maior nas escolas públicas, cerca de

24,3% contra 2,5 % das particulares. E na terceira série do ensino médio, as

escolas públicas registraram 23,1% de ocorrências e as privadas apenas 3,2%.

Esses números contribuem significativamente para a queda e

aproveitamento dos alunos. Segundo os autores da pesquisa, quanto maior a

agressão sofrida pela escola, piores são seus índices de rendimento, atingindo,

sobretudo, as quartas e oitavas séries do ensino fundamental. (O. Gonçalvez e

Sposito, 2002).

Page 16: Memorial - SOS Professor

2 Causas da violência

Álvaro Chrispino, em Avaliação e Políticas Públicas em Educação

(2007), com foco em “Gestão do conflito escolar: da classificação dos conflitos

aos modelos de mediação”, ajuda a elucidar alguns pontos ao apontar uma

pesquisa encomendada em 2006 pelo Sindicato dos Estabelecimentos de

Ensino do Rio de Janeiro (Sinepe) para o IBOPE. O estudo trata sobre os

jovens e a sociedade e revelou a importância da escola para crianças e

adolescentes. A pesquisa também aponta a opinião dos jovens sobre a

violência, identificada como o maior problema da sociedade atual.

Quando perguntados sobre quem é mais responsável pela garantia de

um bom futuro, 48% responderam que é a escola. A instituição ocupa o

segundo lugar, perdendo apenas para a família (77%). No fator confiabilidade,

professores (84%), e escolas particulares (77%) e públicas (76%) lideram a

lista.

Outros pontos relevantes são que 82% dos adolescentes consideram

que a juventude deve ter limites. Criatividade (33%), disciplina rígida (32%) e

diálogo (29%) foram definidos como ferramentas que fazem parte de uma boa

escola.

Em 2002, o estudo Violências nas Escolas, da Unesco, realizado por

Miriam Abromovay e Maria das Graças Rua sobre violência no ambiente de

ensino, observou 14 capitais brasileiras, ouviu 34.000 estudantes, 13.000 pais

e professores e 340 escolas públicas e privadas e destaca alguns números:

40% dos professores consideram gangues e drogas os maiores problemas das

escolas no Brasil; 50% dos alunos brasileiros têm o aprendizado prejudicado

pela violência nas escolas; 50% do corpo docente de SP e 51% de Porto

Alegre relata ter sofrido algum tipo de agressão; 4 em cada 10 professores

atribuem a violência ao envolvimento com drogas.

Page 17: Memorial - SOS Professor

2.1 Progressão da violência

A partir da década de 80, a principal preocupação da maioria das

administrações públicas era a de democratizar o ensino. Havia a necessidade

de promover acesso dos setores mais populares da população à educação

formal, melhorando a qualidade do ensino e procurando erradicar o

analfabetismo. Pretendia-se também eliminar processos educativos

considerados exclusivos, como a evasão e a repetência.

Essa expansão da oferta do sistema de ensino, apesar de amenizar a

exclusão, suscitou novos conflitos sociais. O resultado dessa expansão é

nítido: à medida que o ensino público passa a absorver maior número de

jovens, em cenários de crise econômica e de investimentos reduzidos na área

educacional, os problemas tendem a se ampliar em larga escala. (Haddad,

1998).

Um outro estudo, realizado por El-Mor Batista em 1999, constatou que

escolas com mais de 2.200 alunos são mais suscetíveis às práticas de

violência, principalmente as que se encontram em capitais.

Na década de 90, ocorreram intensas mudanças no padrão da violência

nas escolas públicas. Foi nessa época que se tornaram comuns, além dos

atos de vandalismo, agressões entre estudantes, agressões verbais,

depredações e ameaças a professores.

2.2 Medidas

Diversos programas foram criados, tanto a nível estadual quanto federal,

para tentar transformar a escola em um espaço de ação e interação da

comunidade de bairro. Alguns exemplos em São Paulo são:

Page 18: Memorial - SOS Professor

- Projeto Fim de Semana, da gestão Mário Covas (1983-1985), que propunha o

uso das escolas nos sábados e domingos para atividades envolvendo

professores, alunos e moradores do bairro.

- Projeto Pela Vida, Não Pela Violência, no governo Luiza Erundina (1989-

1992), com diversas formas de atuação: atendimento de solicitações de

escolas em situações críticas, formação de profissionais para ações

preventivas nas escolas.

- Projeto RAP nas escolas, ainda no mandato de Erundina, que discutia o

racismo e a violência junto a grupos de rappers que interagiam com os alunos.

É importante ressaltar que nessa época também foi elaborada a LDB –

Lei de Diretrizes e Bases para a educação no Brasil, fixando novas formas de

organização dos ciclos escolares e de avaliação de professores e alunos.

De uma forma geral, diversas esferas da administração pública tentavam

disseminar uma “cultura pela paz”. Mas o maior desafio dessas políticas era

conseguir que elas não se chocassem com o projeto pedagógico das escolas e

continuassem após a sensibilização das pessoas envolvidas.

Além disso, esses programas tinham uma repercussão distinta

dependendo da escola em que eram aplicados. Enquanto alguns conseguiram

mudar a imagem da escola para os moradores do bairro, outros fracassaram

por falta de capital e recursos humanos. Em geral, os episódios de violência

tenderam a diminuir.

Nas administrações seguintes, a ênfase não foi no incentivo da

participação da sociedade, mas em rondas escolares, zeladorias e instalação

de alarmes. A Secretaria de Segurança e a polícia começaram a intervir em

problemas que, anos atrás, considerava-se que deviam ser resolvidos dentro

dos muros da escola.

Page 19: Memorial - SOS Professor

3. Pesquisa

Para compreender os problemas vividos pelos professores da rede de

ensino público de São Paulo, o grupo desenvolveu uma pesquisa entre os

meses de abril e maio de 2010. Para isso, foi elaborado um questionário com

27 questões, sendo 19 objetivas e oito dissertativas. Ele foi repassado a 132

professores de escolas municipais e estaduais da cidade de São Paulo.

Por meio dele, buscou-se conhecer o perfil desses profissionais, as

maiores dificuldades enfrentadas por eles, que soluções eles encontram para

enfrentar esses problemas e, para se aproximar do tema central do projeto, se

eles já sofreram algum tipo de violência.

Para realizar uma pesquisa equilibrada, os questionários foram

distribuídos em escolas das zonas Norte (duas), Sul (três), Leste (duas), Oeste

(duas) e Central (duas) da cidade de São Paulo.

Ainda com o mesmo objetivo, as autoras escolheram, em cada região,

uma escola bem colocada no ranking do Idesp (Índice de Desenvolvimento da

Educação do Estado de São Paulo) e uma mal colocada. Com isso, a pesquisa

pôde verificar a realidade geral do ensino público da cidade, tanto nas

instituições bem reconhecidas quanto nas pouco recomendadas.

No total, foram entrevistados 19 professores de escolas da região

Central, 20 docentes de escolas da Zona Leste, 31 da Zona Norte, 21 da Zona

Oeste e 41 professores de escolas públicas da Zona Sul.

O número de professores por escola e região variou de acordo com a

quantidade de docentes presentes nas reuniões em que os questionários foram

aplicados.

A seguir, mostraremos os principais dados obtidos com a pesquisa.

3.1 Resultados

Na pesquisa, os docentes nomearam as três principais dificuldades que

possuem atualmente em seu trabalho. A indisciplina dos alunos é considerada

Page 20: Memorial - SOS Professor

a principal dificuldade de 23,48% dos professores, ou seja, a maioria deles. Em

proporção quase igual está o desinteresse dos alunos, apontado como principal

dificuldade por 21,21% dos

Esses dois problemas refletem um problema complexo e de raízes

profundas, que é o da perda da autoridade dentro da sala de aula. O professor

tem dificuldades em atrair a atenção dos alunos para o conteúdo a ser

passado, que parece desinteressante e longe d

diferente de escolas encontradas no passado, em que a rigidez mantinha a

maior parte dos alunos com uma postura impecável dentro da sala de aula,

hoje o professor tem sérias dificuldades em controlar o comportamento dos

jovens.

Gráfico

a principal dificuldade de 23,48% dos professores, ou seja, a maioria deles. Em

proporção quase igual está o desinteresse dos alunos, apontado como principal

dificuldade por 21,21% dos entrevistados.

Esses dois problemas refletem um problema complexo e de raízes

profundas, que é o da perda da autoridade dentro da sala de aula. O professor

tem dificuldades em atrair a atenção dos alunos para o conteúdo a ser

passado, que parece desinteressante e longe da realidade deles. E, muito

diferente de escolas encontradas no passado, em que a rigidez mantinha a

maior parte dos alunos com uma postura impecável dentro da sala de aula,

hoje o professor tem sérias dificuldades em controlar o comportamento dos

Gráfico 1 – Principal dificuldade

a principal dificuldade de 23,48% dos professores, ou seja, a maioria deles. Em

proporção quase igual está o desinteresse dos alunos, apontado como principal

Esses dois problemas refletem um problema complexo e de raízes

profundas, que é o da perda da autoridade dentro da sala de aula. O professor

tem dificuldades em atrair a atenção dos alunos para o conteúdo a ser

a realidade deles. E, muito

diferente de escolas encontradas no passado, em que a rigidez mantinha a

maior parte dos alunos com uma postura impecável dentro da sala de aula,

hoje o professor tem sérias dificuldades em controlar o comportamento dos

Page 21: Memorial - SOS Professor

Os outros dois problemas mais mencionados como principais, a

desestrutura escolar ( 6,82% ) e a desestrutura familiar (5%), também são um

importante reflexo do cenário em que se encontra a escola pública de São

Paulo.

Dentro de estrutura escolar foram agrupadas respostas que reclamavam

do funcionamento da instituição em que os professores trabalham como um

todo, como desatenção do governo, mudanças de políticas educacionais

quando trocam as diretrizes políticas governamentais, a má organização

administrativa e até mesmo as obrigatoriedades colocadas pela legislação,

quando relacionada à escola.

A desestrutura familiar envolve uma discussão muito séria quando

relacionada aos problemas encontrados nas escolas brasileiras. O fato de

muitas crianças já chegarem na escola cheias de problemas e o descaso dos

pais e/ou familiares com a vida escolar dos alunos são reflexos disso.

Em uma instituição em que se espera a presença de todas as crianças e

jovens, é óbvio que se tem a presença de todos os tipos de pessoa, com

histórias de vida e quadros familiares distintos. Assim, a escola absorve um

papel que vai muito além do de fornecer conhecimento ou adequar

comportamentos.

Outros problemas apontados pelos professores foram baixo rendimento

dos alunos; desorganização da escola; desvalorização da escola na vida dos

alunos; excesso de obrigações; falta de limites dos alunos; falta de tempo;

impotência; irresponsabilidade dos alunos; e até mesmo o interesse eleitoral

do governo sobre a escola.

Page 22: Memorial - SOS Professor

Como se pode ver no

mencionado como a segunda principal dificuldade dos professores, com

17,42% das respostas. Em seguida vem a indisciplina, com 10,61%. São

proporções extremamente parecidas com as do item anterior, assim como a do

itens "falta de incentivo da família", com 12,88%.

A falta de recursos foi mais mencionada como segunda principal

dificuldade do que a desestrutura escolar. Em falta de recursos foram

respostas referentes a detalhes que atrapalham de maneira inc

funcionamento da escola, como por exemplo: materiais didáticos inadequados,

lousas, carteiras e salas em más con

ferramentas a que muitas vezes não se dá a devida atenção, mas que são

essenciais para que o pr

Gráfico 2

Como se pode ver no gráfico, o desinteresse é o problema mais

mencionado como a segunda principal dificuldade dos professores, com

17,42% das respostas. Em seguida vem a indisciplina, com 10,61%. São

proporções extremamente parecidas com as do item anterior, assim como a do

tens "falta de incentivo da família", com 12,88%.

A falta de recursos foi mais mencionada como segunda principal

dificuldade do que a desestrutura escolar. Em falta de recursos foram

respostas referentes a detalhes que atrapalham de maneira inc

funcionamento da escola, como por exemplo: materiais didáticos inadequados,

lousas, carteiras e salas em más condições, a hierarquia da escola

ferramentas a que muitas vezes não se dá a devida atenção, mas que são

essenciais para que o professor se sinta motivado a trabalhar.

Gráfico 2 – 2ª principal dificuldade

gráfico, o desinteresse é o problema mais

mencionado como a segunda principal dificuldade dos professores, com

17,42% das respostas. Em seguida vem a indisciplina, com 10,61%. São

proporções extremamente parecidas com as do item anterior, assim como a do

A falta de recursos foi mais mencionada como segunda principal

dificuldade do que a desestrutura escolar. Em falta de recursos foram reunidas

respostas referentes a detalhes que atrapalham de maneira incisiva o

funcionamento da escola, como por exemplo: materiais didáticos inadequados,

dições, a hierarquia da escola etc. São

ferramentas a que muitas vezes não se dá a devida atenção, mas que são

Page 23: Memorial - SOS Professor

H - 3,03%

I -3,03%J -1,52%

K - 1,52%L -1,52%

M -1,52%

N - 6,82%

Brancos - 32,58%

Gráfico 3

Nessa questão também foram agrupadas em "outros" respostas únicas,

fornecidas por um só professor. São elas: descaso do governo; desestrutura

familiar; alunos desmotivados; desorganização da escola; falta de autonomia

da escola; alunos irresponsáveis; pais de alunos problemáticos e falta de pré

requisitos (a pessoa que respondeu não disse se dos alunos, dos professores

ou da escola).

É curioso notar que, enquanto a desestrutura familiar dos alunos foi

mencionada por 5% dos professores como o principal problema de seu

trabalho, apenas um professor indicou isso como o segundo principal

problema. Isso significa que, para os que sofrem mais com alunos que tem

uma situação ruim em casa, isso é um problema ainda maior que a

o desinteresse ou a falta de recursos. Provavelmente essa é a situação dos

que trabalham em lugares onde a situação de vida da comunidade é mais

precária.

Com esse gráfico, perce

pela maioria dos entrevistados que indicou a terceira principal dificuldade em

A -11,36%

B -10,61%

C - 9,09%

D -6,82%

E -4,55%F -3,03%G -3,03%

3,03%

Gráfico 3 - 3ª Principal Dificuldade

A - Desinteresse

B - Falta de incentivo da família

C - Desestrutura familiar

D - Falta de recursos

E - Baixo Salário

F - Desestrutura familiar

G - Desmotivação

H - Indisciplina

I - Violência

J - Desrespeito

K - Desvalorização

L - Falta de educação

M - Irresponsabilidade

N - Outros

Nessa questão também foram agrupadas em "outros" respostas únicas,

fornecidas por um só professor. São elas: descaso do governo; desestrutura

familiar; alunos desmotivados; desorganização da escola; falta de autonomia

da escola; alunos irresponsáveis; pais de alunos problemáticos e falta de pré

requisitos (a pessoa que respondeu não disse se dos alunos, dos professores

É curioso notar que, enquanto a desestrutura familiar dos alunos foi

% dos professores como o principal problema de seu

trabalho, apenas um professor indicou isso como o segundo principal

problema. Isso significa que, para os que sofrem mais com alunos que tem

uma situação ruim em casa, isso é um problema ainda maior que a

o desinteresse ou a falta de recursos. Provavelmente essa é a situação dos

que trabalham em lugares onde a situação de vida da comunidade é mais

Com esse gráfico, percebe-se que o desinteresse dos alunos é lembrado

pela maioria dos entrevistados que indicou a terceira principal dificuldade em

Desinteresse

Falta de incentivo da família

Desestrutura familiar

Falta de recursos

Baixo Salário

Desestrutura familiar

Desmotivação

Indisciplina

Violência

Desrespeito

Desvalorização

Falta de educação

Irresponsabilidade

Outros

Nessa questão também foram agrupadas em "outros" respostas únicas,

fornecidas por um só professor. São elas: descaso do governo; desestrutura

familiar; alunos desmotivados; desorganização da escola; falta de autonomia

da escola; alunos irresponsáveis; pais de alunos problemáticos e falta de pré-

requisitos (a pessoa que respondeu não disse se dos alunos, dos professores

É curioso notar que, enquanto a desestrutura familiar dos alunos foi

% dos professores como o principal problema de seu

trabalho, apenas um professor indicou isso como o segundo principal

problema. Isso significa que, para os que sofrem mais com alunos que tem

uma situação ruim em casa, isso é um problema ainda maior que a indisciplina,

o desinteresse ou a falta de recursos. Provavelmente essa é a situação dos

que trabalham em lugares onde a situação de vida da comunidade é mais

unos é lembrado

pela maioria dos entrevistados que indicou a terceira principal dificuldade em

Page 24: Memorial - SOS Professor

seu trabalho, cerca de 11,36% deles. E os outros três problemas mais

lembrados também são os mesmos colocados nos itens anteriores: Falta de

incentivo da família, com 10,61%, desestrutura familiar, com 9,09%, e falta de

recursos, com 6,82%.

É interessante notar que o baixo salário não apareceu como a principal

dificuldade de nenhum dos professores, mas como a segunda principal de

2,27% e a terceira de 4,55%. Isso mostra que a maior parte deles está mais

preocupada com sua atuação e suas condições de trabalho do que com sua

remuneração. Isso reforça a tese de que, de forma geral, o docente é um

profissional extremamente engajado com a proposta de ensinar e criar

cidadãos para o futuro.

A falta de incentivo da família também foi muito mencionada nos três

itens da questão. Percebe-se que o docente sempre espera que os

responsáveis pela criança e pelo adolescente façam sua parte na educação,

incentivando-os a ir à escola, a estudar e a saber a importância disso para seu

futuro. A impressão que se tem é a de que o docente sente que a escola não

representa, para eles, a importância que deveria representar.

Nesse item da questão, também foram agrupados as respostas únicas,

fornecidas por apenas um entrevistado cada. São elas: assiduidade dos

alunos, descaso do governo, desprestígio, excesso de alunos por sala, falta de

limites dos alunos, falta de rede de apoio fora da escola, impunidade aos

alunos, a mídia que interfere na escola e o projeto vida, sobre o qual não foram

encontradas informações.

3.1.1 Profissão

Uma questão remetia ao gosto pela profissão. Dos 132 professores

consultados, 92,42% declararam gostar da profissão. Apenas 0,76% afirmaram

que não gostam da área e 6,06% oscilam em relação a isso e responderam “Às

vezes”. Do total, 0,76% não responderam a questão.

Isso mostra que, mesmo com todas as dificuldades do cotidiano, os

professores ainda têm amor à profissão que escolheram. O que foi relevante

Page 25: Memorial - SOS Professor

para a pesquisa é que as autoras esperavam um maior número de respostas

“Às vezes”, pois se pensava que os conflitos pudessem alterar o gosto pela

profissão.

Já o número de negativas fugiu pouco do esperado, afinal, seria difícil

continuar trabalhando em uma profissão não desejada.

Para os que gostam da profissão, u

pelos professores para

cidadãos. Com 44,07%, essa resposta mostra que o prazer de instruir um

jovem é uma das maiores recompensas desse trabalho.

.

Em segundo lugar, com 21,19%, está o sentimento de gratificação. Isso

significa que os docentes sentem

aspectos, com o trabalho exercido

em seguida, totalizando

profissão, pois têm interesse pelo ensino e pela instituição escolar.

B -21,19%

C - 20,34%

D - 3,39%

E - 3,39%

F - 2,54% G - 2,54%

Gráfico 4 - Por que gostam da profissão

pesquisa é que as autoras esperavam um maior número de respostas

“Às vezes”, pois se pensava que os conflitos pudessem alterar o gosto pela

Já o número de negativas fugiu pouco do esperado, afinal, seria difícil

em uma profissão não desejada.

Para os que gostam da profissão, um dos maiores motivos apontados

pelos professores para tal foi o fato de eles terem a capacidade de formar

cidadãos. Com 44,07%, essa resposta mostra que o prazer de instruir um

das maiores recompensas desse trabalho.

Em segundo lugar, com 21,19%, está o sentimento de gratificação. Isso

significa que os docentes sentem-se satisfeitos e realizados

com o trabalho exercido. O motivo de gosto pela área

ando 20,34% das respostas. Os professores gostam da

têm interesse pelo ensino e pela instituição escolar.

A - 44,07%

21,19%

2,54%

H - 1,69%

I - 0,85%

Por que gostam da profissãoA -

formação

cidadãosB -

de gratificação

C -

área

D -

E -

compensa

decepçãoF -

vida

pesquisa é que as autoras esperavam um maior número de respostas

“Às vezes”, pois se pensava que os conflitos pudessem alterar o gosto pela

Já o número de negativas fugiu pouco do esperado, afinal, seria difícil

m dos maiores motivos apontados

foi o fato de eles terem a capacidade de formar

cidadãos. Com 44,07%, essa resposta mostra que o prazer de instruir um

Em segundo lugar, com 21,19%, está o sentimento de gratificação. Isso

se satisfeitos e realizados, em diversos

motivo de gosto pela área aparece logo

20,34% das respostas. Os professores gostam da

têm interesse pelo ensino e pela instituição escolar.

- Importância

formação

cidadãos- Sentimento

de gratificação

- Gosto pela

área

- Desafio

Realização

compensa

decepçãoOpção de

vida

Page 26: Memorial - SOS Professor

D - 12,5%

E - 12,5%

F - 12,5%

Gráfico 5 -

Com os resultados é possível analisar que o objetivo principal da carreira

de um professor, que é o

valorizada por quem a pratica.

O fato dos alunos serem desinteressados a ponto de atrapalhar o

andamento da aula é o maior motivo para os professores não gostarem da

profissão, com 25% das ocorrências

docentes atingiram a mesma frequência de

“cansativo”, “decepção em relação à profissão”, “indisciplina” e “

Assim é possível observar que o comportamento dos alunos

do ensino público em geral

profissionais perderem o gosto pela

Em outra questão, descobriu

novamente pela profissão se pudessem es

não seriam professores novamente. Essa parcela está descontente com

diversas facetas da profissão, como salário, comportamento estudantil e

institucional e, por isso, preferiria trabalhar em outro ramo.

Os dois maiores mo

mesma profissão, caso pudessem optar, são o gosto pela área (32,93%) e o

sentimento de gratificação (30,49%).

A - 25%

B - 12,5%

C - 12,5%

12,5%

- Por que não gostam da profissão

A - Falta de interesse

dos alunos prejudica

trabalho B - Baixo salário

C - Cansativo

D - Decepção em relação

à profissão

E - Indisciplina

F - Ilusão passado

Com os resultados é possível analisar que o objetivo principal da carreira

de um professor, que é o de formar pessoas, faz com que a profissão seja

valorizada por quem a pratica.

O fato dos alunos serem desinteressados a ponto de atrapalhar o

andamento da aula é o maior motivo para os professores não gostarem da

profissão, com 25% das ocorrências. Todos os outros motivos apontados pelos

atingiram a mesma frequência de 12,5%. São eles: “baixo salário”,

“cansativo”, “decepção em relação à profissão”, “indisciplina” e “ilusão

Assim é possível observar que o comportamento dos alunos

do ensino público em geral e o cansaço desmotivam os professores e fazem os

fissionais perderem o gosto pela área em que trabalham.

Em outra questão, descobriu-se que boa parte dos entrevistados

profissão se pudessem escolher (73,48%). Contudo, 23,48%

não seriam professores novamente. Essa parcela está descontente com

diversas facetas da profissão, como salário, comportamento estudantil e

institucional e, por isso, preferiria trabalhar em outro ramo.

s dois maiores motivos declarados pelo professores para escolher a

mesma profissão, caso pudessem optar, são o gosto pela área (32,93%) e o

mento de gratificação (30,49%).

Por que não gostam da profissão

Falta de interesse

dos alunos prejudica

Baixo salário

Cansativo

Decepção em relação

à profissão

Indisciplina

Ilusão passado

Com os resultados é possível analisar que o objetivo principal da carreira

de formar pessoas, faz com que a profissão seja

O fato dos alunos serem desinteressados a ponto de atrapalhar o

andamento da aula é o maior motivo para os professores não gostarem da

os outros motivos apontados pelos

12,5%. São eles: “baixo salário”,

ilusão”.

Assim é possível observar que o comportamento dos alunos, a situação

desmotivam os professores e fazem os

entrevistados optaria

Contudo, 23,48%

não seriam professores novamente. Essa parcela está descontente com

diversas facetas da profissão, como salário, comportamento estudantil e

tivos declarados pelo professores para escolher a

mesma profissão, caso pudessem optar, são o gosto pela área (32,93%) e o

Page 27: Memorial - SOS Professor

Com os resultados, percebe

ensino público persistirem na profissão é o fato de o lado positivo prevalecer

sobre o negativo. O gosto pela instituição escolar, a realização pessoal e os

casos de sucesso encontrados em sala de aula permitem uma esperança por

conta dos docentes.

C -15,85%

D -8,54%

E -6,10% F -2,44%

G -3,66%

Gráfico 6 -

C -19,44%

D -5,56%

E -22,22%

Gráfico 7 - Por que não seria professor novamente

Com os resultados, percebe-se que o que faz os professores da rede de

persistirem na profissão é o fato de o lado positivo prevalecer

sobre o negativo. O gosto pela instituição escolar, a realização pessoal e os

casos de sucesso encontrados em sala de aula permitem uma esperança por

A - 32,93%

B - 30,49%

3,66%

Por que seria professor novamente

A - Gosto pela área

B - Sentimento de Gratificação

C - Realizações compensam

decepções

D - Importância na formação

de cidadãos

E - Desafio

F - Opção de Vida

G -Outros

A - 30,6%

B -22,22%

Por que não seria professor novamente

A - Desvalorização da profissão

B -Baixo Salário

C - Baixa Qualidade de ensino

D - Estresse

E -Outros

se que o que faz os professores da rede de

persistirem na profissão é o fato de o lado positivo prevalecer

sobre o negativo. O gosto pela instituição escolar, a realização pessoal e os

casos de sucesso encontrados em sala de aula permitem uma esperança por

Por que seria professor novamente

Gosto pela área

Sentimento de Gratificação

Realizações compensam

Importância na formação

Opção de Vida

Por que não seria professor novamente

Desvalorização da profissão

Baixo Salário

Baixa Qualidade de ensino

Page 28: Memorial - SOS Professor

O motivo mais recorrente apontado pelos docentes para não escolher a

mesma carreira se pudessem optar é o fato de a profissão estar desvalorizada

(30,6%).

Os entrevistados não sentem que a carreira de professor é vista com o

respeito e a valorização que deveria ter e, por conhecerem a real situação de

um docente, não escolheriam novamente essa profissão.

O segundo motivo, com 22,22% das ocorrências, é o baixo salário. Além

de enfrentarem diversas dificuldades no dia a dia e de a profissão não ser

valorizada pela sociedade, eles também não são recompensados pelo trabalho

da maneira que gostariam.

Já 19,44% dos docentes estão descontentes com a baixa qualidade de

ensino. Eles não acreditam que a instituição possa oferecer estrutura para uma

boa formação de alunos e, por isso, não seriam professores novamente.

3.1.2 Relação

A pesquisa também questionou a relação entre professores e alunos. Do

total dos docentes consultados, 48,48% consideram ter uma boa relação com

os alunos. Em segundo lugar, com 34,85%, ficou a alternativa que define a

relação como muito boa. O relacionamento foi considerado regular por 14,39%

dos professores e nenhum deles respondeu que a relação era ruim ou

péssima.

Page 29: Memorial - SOS Professor

Três leituras podem ser feitas a partir desse resultado. A relação entre

professor-aluno realmente pode ser boa ou muito boa na maior parte dos casos

consultados ou os docentes talvez tenham uma noção equivocada do que é

uma relação saudável, devido à banalização da violência e à frequente falta de

respeito. A terceira hipótese é de que alguns professores não conseguem

admitir que não possuem uma boa relação com os estudantes.

A maioria dos entrevistados considera como boa a relação com os pais

(47,73%) e apenas 2,27%

B - 48,48%

C -14,39%

Brancos

Gráfico 8

C - 29,55%

D - 2,27%

Brancos -

12,12%

Gráfico 9 - Relação com pais de alunos

Três leituras podem ser feitas a partir desse resultado. A relação entre

aluno realmente pode ser boa ou muito boa na maior parte dos casos

consultados ou os docentes talvez tenham uma noção equivocada do que é

relação saudável, devido à banalização da violência e à frequente falta de

respeito. A terceira hipótese é de que alguns professores não conseguem

admitir que não possuem uma boa relação com os estudantes.

A maioria dos entrevistados considera como boa a relação com os pais

(47,73%) e apenas 2,27% consideram essa convivência ruim.

A -34,85%

Brancos - 2,27%

Gráfico 8 - Relação com alunos

A - Muito Boa

B - Boa

C - Regular

Brancos

A - 8,33%

B -47,73%

Relação com pais de alunos

A - Muito boa

B - Boa

C - Regular

D - Ruim

Brancos

Três leituras podem ser feitas a partir desse resultado. A relação entre

aluno realmente pode ser boa ou muito boa na maior parte dos casos

consultados ou os docentes talvez tenham uma noção equivocada do que é

relação saudável, devido à banalização da violência e à frequente falta de

respeito. A terceira hipótese é de que alguns professores não conseguem

A maioria dos entrevistados considera como boa a relação com os pais

Muito Boa

Muito boa

Page 30: Memorial - SOS Professor

Muitas vezes, apesar da boa relação com os professores, os pais

agressivos com os docentes

Na maioria dos casos

a maneira como a situação será exposta pelos filhos. Afinal, com a tendência

de serem bons protetores, eles vão querer defender seus filhos.

3.1.3 Violência

A maior parte dos professores

sofrido violência por parte dos alunos. Foram 68,94% dos docentes que

admitiram o fato.

Já 28,79% dos professores disseram nunca ter

na escola. Deve-se considerar que algumas das respostas negativas a essa

questão podem ter ocorrido

em relação à definição de violência, que também inclui a falta de respeito. É

muito raro conhecer docentes que nunca t

extremada ou com falta de respeito em sala de aula.

Ao contrário do que muitos podem pensar, há várias atitudes que podem

ser consideradas atos violentos. A falta de atenção que impossibilita o

A - 50%

B -49,24%

Gráfico 10

Muitas vezes, apesar da boa relação com os professores, os pais

agressivos com os docentes.

Na maioria dos casos, o que vai influenciar na agressão dos familiares é

a maneira como a situação será exposta pelos filhos. Afinal, com a tendência

de serem bons protetores, eles vão querer defender seus filhos.

A maior parte dos professores consultados na pesquisa declarou

sofrido violência por parte dos alunos. Foram 68,94% dos docentes que

Já 28,79% dos professores disseram nunca ter sido vítima de

se considerar que algumas das respostas negativas a essa

questão podem ter ocorrido devido ao não esclarecimento de algumas pessoas

em relação à definição de violência, que também inclui a falta de respeito. É

muito raro conhecer docentes que nunca tenham sofrido com falta de atenção

extremada ou com falta de respeito em sala de aula.

Ao contrário do que muitos podem pensar, há várias atitudes que podem

ser consideradas atos violentos. A falta de atenção que impossibilita o

49,24% C -10,61%

D - 3,79%

E - 3,03%

Brancos -

30,30%

Gráfico 10 - Tipos de violência sofridos

A - Falta de atenção que

impossibilita o andamento da

aulaB - Desrespeito à sua

pessoa, por meio declarado ou

nãoC - Ameaças

D - Violência Física

E - Outros

Muitas vezes, apesar da boa relação com os professores, os pais são

influenciar na agressão dos familiares é

a maneira como a situação será exposta pelos filhos. Afinal, com a tendência

sa declarou já ter

sofrido violência por parte dos alunos. Foram 68,94% dos docentes que

sido vítima de violência

se considerar que algumas das respostas negativas a essa

devido ao não esclarecimento de algumas pessoas

em relação à definição de violência, que também inclui a falta de respeito. É

enham sofrido com falta de atenção

Ao contrário do que muitos podem pensar, há várias atitudes que podem

ser consideradas atos violentos. A falta de atenção que impossibilita o

Falta de atenção que

impossibilita o andamento da

Desrespeito à sua

pessoa, por meio declarado ou

Ameaças

Violência Física

Page 31: Memorial - SOS Professor

andamento da aula é a forma de violência que mais atinge os professores,

abrangendo 50% das respostas.

Os alunos não veem mais a escola como um local de aprendizado e

pretendem fazer o que bem querem nesse ambiente. A falta de autoridade dos

professores, que já não dão conta de lidar com as crianças e adolescentes de

hoje, impedem que as aulas tenham o encaminhamento adequado.

Em segundo lugar aparece o desrespeito, por meio declarado ou não

(49,24%), o que mostra mais uma vez que os estudantes não encaram mais o

professor como alguém que deve ser respeitado. Hoje, os alunos falam o que

querem, como querem e quando querem, sem receio algum de enfrentar os

docentes.

O item ameaças aparece em terceiro lugar, com 10,61%, seguido pela

violência física (3,79%). A agressão física não necessariamente vem após uma

ameaça, mas, em muitos casos, a violência parece não vir depois de ser

anunciada.

As diferentes formas de violência às quais os professores são expostos

todos os dias podem causar traumas inesquecíveis na vida desses

profissionais. Mas está visível que a maioria deles não teve problemas de

saúde devido à violência ou não reconheceu que um problema de saúde é

consequência do trabalho na sala de aula.

Foram 56,06% de respostas negativas. Apenas menos da metade

(22,73%) dos entrevistados afirmam que tiveram problemas de saúde.

O número de respostas em branco atingiu 21,21%, o que faz supor que

muitas pessoas podem ter enfrentado problemas de saúde sem se darem

conta de que eram provenientes do desgaste causado pela atividade de

lecionar.

Page 32: Memorial - SOS Professor

Trinta das 74 pessoas que afirmaram ter problemas de saúde como

resultado da violência não identificaram qual o problema enfrentado.

Mesmo assim, os números mostram as doenças que mais afetam

educadores, que são as com relação ao psicológico e me

profissionais: o estresse (9,09%) e a depressão (6,06%).

A voz e as doenças de fundo emocional

freqüência, e ficam entre

com 2,27% das respostas.

Não são apenas os alunos que trazem problemas para os educadores.

Apesar de a maioria afirmar que não sofreu violência por parte dos pais dos

alunos (71,21%), outros

possível notar que os riscos para os educadores estão além dos limites da

escola. Mesmo não sendo a maior porcentagem de respostas, os números

mostram que quase um terço dos professores sofre

pais.

Brancos - 78,03%

Gráfico 11

das 74 pessoas que afirmaram ter problemas de saúde como

resultado da violência não identificaram qual o problema enfrentado.

Mesmo assim, os números mostram as doenças que mais afetam

educadores, que são as com relação ao psicológico e me

profissionais: o estresse (9,09%) e a depressão (6,06%).

A voz e as doenças de fundo emocional aparecem com a mesma

freqüência, e ficam entre os problemas que menos atingem os professor

com 2,27% das respostas.

Não são apenas os alunos que trazem problemas para os educadores.

Apesar de a maioria afirmar que não sofreu violência por parte dos pais dos

outros 26,52% responderam “sim” a essa pergunta.

otar que os riscos para os educadores estão além dos limites da

escola. Mesmo não sendo a maior porcentagem de respostas, os números

mostram que quase um terço dos professores sofreu violência por parte dos

A -9,09% B - 6,06%

C -3,79%

D - 2,27%

E - 2,27%

F -9,85%

Gráfico 11 - Tipos de problemas de saúde

das 74 pessoas que afirmaram ter problemas de saúde como

resultado da violência não identificaram qual o problema enfrentado.

Mesmo assim, os números mostram as doenças que mais afetam os

educadores, que são as com relação ao psicológico e mental desses

aparecem com a mesma

professores,

Não são apenas os alunos que trazem problemas para os educadores.

Apesar de a maioria afirmar que não sofreu violência por parte dos pais dos

responderam “sim” a essa pergunta. Assim, é

otar que os riscos para os educadores estão além dos limites da

escola. Mesmo não sendo a maior porcentagem de respostas, os números

violência por parte dos

2,27%

Tipos de problemas de saúdeA - Estresse

B - Depressão

C -Hipertensão

D -Voz

E - Doenças de

fundo

emocionalF - Outros

Page 33: Memorial - SOS Professor

Segundo os entrevistados, quando os c

maioria das vezes se trata de desrespeito à pessoa, por meio declarado ou não

(21,21%). Isso é facilitado pelo contato próximo que as escolas permitem que

os pais tenham dos professores. Muitos familiares aproveitam essa oca

para ameaçar os pais, o que ocorreu com 9,09% dos educadores

entrevistados.

De acordo com os professores, a conversa ainda é a melhor opção para

resolver o problema da violência. A maioria deles (69,70%) orienta os alunos

diante de um ato violento

Brancos -

73,48%

Gráfico 12 -

B -16,67%

C -12,88%

D -

6,06%

E -

2,27%

F -

1,52%

G -9,85%

Brancos - 16,67

Gráfico 13 -

Segundo os entrevistados, quando os conflitos com pais acontecem

maioria das vezes se trata de desrespeito à pessoa, por meio declarado ou não

(21,21%). Isso é facilitado pelo contato próximo que as escolas permitem que

os pais tenham dos professores. Muitos familiares aproveitam essa oca

para ameaçar os pais, o que ocorreu com 9,09% dos educadores

De acordo com os professores, a conversa ainda é a melhor opção para

resolver o problema da violência. A maioria deles (69,70%) orienta os alunos

diante de um ato violento dentro da escola.

A -21,21%

B - 9,09%

C - 0,76%

Tipo de violência por parte dos pais

A - Desrespeito a sua

pessoa, por meio

declarado ou não

B - Ameaças

C - Violência Física

Brancos

A -69,70%

Como lida com o problema da violência

A - Orientação

B - Chamar os pais

C - Encaminha para coordenação

D -Aproximação

E - Ignora

F - Culpa a sociedade

G - Outros

Brancos

onflitos com pais acontecem, na

maioria das vezes se trata de desrespeito à pessoa, por meio declarado ou não

(21,21%). Isso é facilitado pelo contato próximo que as escolas permitem que

os pais tenham dos professores. Muitos familiares aproveitam essa ocasião

para ameaçar os pais, o que ocorreu com 9,09% dos educadores

De acordo com os professores, a conversa ainda é a melhor opção para

resolver o problema da violência. A maioria deles (69,70%) orienta os alunos

Desrespeito a sua

Como lida com o problema da violência

Orientação

Chamar os pais

Encaminha para coordenação

Aproximação

Culpa a sociedade

Page 34: Memorial - SOS Professor

A segunda opção mais citada foi chamar os pais, representando 16,67%

das respostas, a mesma porcentagem das respostas em branco. Muitos

professores já descobriram que conversar apenas com os alunos não resolve

mais. Assim, preferem fazer isso com os pais, passando para eles uma parcela

da responsabilidade em cuidar das atitudes dos filhos na escola.

Apenas 1,52% dos professores responsabilizam a sociedade pela

violência no ambiente escolar. Isso mostra que os educadores estão cada vez

mais cientes do seu papel e das suas responsabilidades na escola, ainda mais

perante aos problemas.

Page 35: Memorial - SOS Professor

Quando o assunto é a melhor maneira de lidar com a violência nas

escolas, muitos professores aparentam não saber o que fazer. Essa afirmação

vem da resposta com segunda maior porcentagem, a qual 20,45% deixaram

em branco.

Porém, para a maioria dos

resolver o problema é aproximar a escola da família

Tendo em vista que cada uma dessas partes é responsável pelo

aprendizado e educação de crianças e adolescentes, levar a família para a

escola pode fazer com que os pais também reconheçam suas

responsabilidades e saibam a melhor maneira de agir, junt

escola, não apenas em casos de violência, mas em qualquer

Os pais precisam ser mais participativos e não apenas passar toda a

responsabilidade da educação de seus filhos para a escola e criticar a atuação

de professores, coordenadores e diretores.

As medidas que parecem ser menos efetivas para resolver

violência no ambiente escolar são a conscientização dos alunos e o

E -F -6,06%

G -5,30%H - 2,27%

I -2,27%

J - 2,27%

K -9,84%

Brancos

20,45%

Gráfico 14 - Como a escola pode lidar com esse

Quando o assunto é a melhor maneira de lidar com a violência nas

escolas, muitos professores aparentam não saber o que fazer. Essa afirmação

ta com segunda maior porcentagem, a qual 20,45% deixaram

Porém, para a maioria dos docentes (26,51%), a saída ideal para

resolver o problema é aproximar a escola da família.

Tendo em vista que cada uma dessas partes é responsável pelo

do e educação de crianças e adolescentes, levar a família para a

escola pode fazer com que os pais também reconheçam suas

responsabilidades e saibam a melhor maneira de agir, junto com a atuação da

escola, não apenas em casos de violência, mas em qualquer situação.

s pais precisam ser mais participativos e não apenas passar toda a

responsabilidade da educação de seus filhos para a escola e criticar a atuação

de professores, coordenadores e diretores.

As medidas que parecem ser menos efetivas para resolver

violência no ambiente escolar são a conscientização dos alunos e o

A - 26,51%

B - 15,90%

C - 8,33

D -7,57%-6,81%

Brancos -

20,45%

Como a escola pode lidar com esse problema A - Aproximação escola

B - Políticas educacionais efetivas

C - Orientação

D - Punição

E - Culpa Sociedade

F - Psicólogos

G -Rigidez

H - Conscientização dos Alunos

I - Conselho Tutelar

J - Especialistas

K - Outros

Brancos

Quando o assunto é a melhor maneira de lidar com a violência nas

escolas, muitos professores aparentam não saber o que fazer. Essa afirmação

ta com segunda maior porcentagem, a qual 20,45% deixaram

a saída ideal para

Tendo em vista que cada uma dessas partes é responsável pelo

do e educação de crianças e adolescentes, levar a família para a

escola pode fazer com que os pais também reconheçam suas

com a atuação da

situação.

s pais precisam ser mais participativos e não apenas passar toda a

responsabilidade da educação de seus filhos para a escola e criticar a atuação

As medidas que parecem ser menos efetivas para resolver casos de

violência no ambiente escolar são a conscientização dos alunos e o

Aproximação escola-família

Políticas educacionais efetivas

Orientação

Punição

Culpa Sociedade

Psicólogos

Rigidez

Conscientização dos Alunos

Conselho Tutelar

Especialistas

Outros

Brancos

Page 36: Memorial - SOS Professor

encaminhamento ao Conselho Tutelar ou a especialistas. Apenas 2,27% dos

entrevistados citou cada um desses três itens.

Page 37: Memorial - SOS Professor

4. Objetivos

O objetivo do livro-reportagem SOS Professor é expor a atual situação

do ensino público na cidade de São Paulo (SP), por meio de histórias e

depoimentos que discutem as diversas formas de violência sofridas pelos

docentes no contexto da escola pública. Além disso, o livro também mostra

alternativas que acreditamos poder ajudar na resolução de alguns desses

problemas.

4.1 Objetivos específicos

- Expor situações violentas entre aluno e professore as diversas formas como

isso ocorre sob uma perspectiva mais humana e não acadêmica;

- Expor a complexidade da situação em que se encontra a educação pública

em São Paulo, pela ótica dos docentes;

- Abrir os olhos da sociedade para esse problema que afeta profundamente o

futuro do país;

- Identificar, por meio dos alunos, o que se espera do educador;

- Elaborar um guia de como ter uma boa escola, por meio da observação de

exemplos de casos de sucesso;

Page 38: Memorial - SOS Professor

5. Trajetória

A primeira etapa do nosso projeto experimental foi a elaboração do pré-

TCC a respeito do tema escolhido. Foram feitas pesquisas teóricas sobre

educação e violência dentro das escolas para um melhor entendimento sobre o

assunto.

Junto ao pré-TCC foi elaborada a pesquisa quantitativa, citada

anteriormente, e o Projeto de Gestão Estratégica, com as seguintes etapas:

� Estudo de viabilidade: estudo do ambiente mercadológico em que o SOS

Professor está inserido. Estabelecemos os professores e profissionais da

educação como público-alvo e pessoas interessadas no assunto como público

periférico. Analisamos o mercado de livros que tratam da violência na escola,

das características da profissão de professor e da escola pública em geral.

� Características editoriais e comerciais do produto

� Formas de divulgação e planos para o futuro

Em julho, começamos a busca por personagens. O ponto de partida foi a

própria pesquisa, pois havia, no final dos questionários, espaço para os que

quisessem participar. Também buscamos fontes através de redes sociais e

conhecidos.

Também foi nessa época que criamos o blog Projeto SOS Professor. Lá,

além de praticar a escrita, também relatamos nossa trajetória, comentamos

notícias relacionadas ao assunto e contamos histórias que, por alguma razão,

não puderam entrar no livro.

Durante cerca de três meses, ouvimos 14 professores com histórias de

violência, sob a condição de anonimato. Desses, 12 tiveram participação no

livro. As entrevistas foram realizadas na própria escola, dentro de casa ou em

lugares públicos, como cafés e shoppings.

Isso não foi tarefa fácil. Fomos a bairros distantes, marcamos encontros

com pessoas que não apareceram e tivemos dificuldades para entrar em

algumas escolas.

Page 39: Memorial - SOS Professor

Contudo, algumas instituições nos receberam de braços abertos,

colaborando para o capítulo “É Possível”. São elas a E. E. Professor Samuel

Morse e a E.E. Leopoldo Santana. Para o capítulo “A Voz dos Alunos”, fomos à

E. E. Gracinda Maria Ferreira, onde realizamos um bate-papo com cinco alunos

do terceiro ano do Ensino Médio, também sob anonimato. Foi lá também que

tiramos as fotos que ilustram todo o livro.

Depois de realizadas e transcritas todas as entrevistas, dedicamo-nos,

durante cerca de dois meses, a escrever essas histórias. Lemos diversos

livros-reportagem como referência e para formularmos nosso próprio estilo

literário. Alguns deles foram: Viúvas da Terra, de Klester Cavalcanti, A Vida

que Ninguém Vê, de Eliane Brun, Abusado, de Caco Barcelos, além de livros-

reportagem elaborados por alunos da própria Universidade Metodista de São

Paulo.

Aos poucos, e com ajuda da orientadora do TCC, os textos foram sendo

padronizados. Por fim, organizamos tudo em sequência lógica e dividimos

capítulos.

Nas etapas finais do SOS Professor, contamos com a revisão de Renata

Holdack e com a diagramação de Renato Cassio. A impressão foi feita pela

Prol Gráfica em papel offset de 75 gramas e com capa em papel cartão 250

gramas em laminação fosca. O livro mede 18x23 centímetros, uma medida um

pouco mais larga que o tradicional devido aos boxes que acompanham o texto.

Page 40: Memorial - SOS Professor

6. Dificuldades

Durante a aplicação dos questionários para os professores, encontramos

diversas dificuldades em relação à aceitação da atividade de pesquisa

realizada nas escolas.

O contato com a pessoa certa era difícil, e foram necessárias várias

ligações para cada escola até achar uma pessoa que liberasse a visita às

instituições de ensino. Algumas escolas recusaram a pesquisa e, outras,

proibiram a aplicação já durante visita. Além disso, as respostas ao

questionário se diferenciaram do que esperávamos. Muitos não entediam a

pergunta e outros mostravam total descaso com a nossa proposta, deixando

respostas em branco e até mesmo debochando.

Ao procurarmos embasamento teórico para nossas afirmações,

encontramos reportagens que afirmavam que a ONU considera professor uma

profissão de risco. Porém, não foi possível constatar isso oficialmente, mesmo

entrando em contato com o escritório brasileiro da organização. Por isso, essa

informação não entrou em nenhuma etapa do projeto.

Nas entrevistas com os personagens, diversos tipos de problemas

surgiram. Houve os que marcaram encontros e não compareceram, os que

contaram fatos que depois foram contraditos por colegas de trabalho e os que,

apesar de terem deixado contato, nunca mais foram localizados.

A escrita das histórias foi um desafio. Estávamos acostumadas a

escrever textos de reportagem ou acadêmicos, raramente literários. Era difícil

usar o que chamamos de “liberdade poética” para recriar cenários e situações.

Só mesmo com a prática aprendemos a escrever de uma maneira leve e

interessante ao leitor.

Page 41: Memorial - SOS Professor

7. Dilemas éticos e responsabilidade social

O grupo decidiu pelo anonimato das fontes por se tratar de um tema

social, que envolve violência, governo e crianças. Por esse mesmo motivo, a

ética causou grande preocupação durante todo o desenvolvimento do projeto.

Uma das situações em que tivemos nosso senso ético testado

aconteceu quando ouvimos depoimentos que se revelaram mentirosos – ou,

pelo menos, duvidosos. Quando isso ocorreu, decidimos não inserir essas

histórias no livro.

Também por motivos éticos, não há imagens de personagens. As fotos

são apenas de escolas “modelo”, as únicas instituições de ensino a terem seus

nomes divulgados.

Houve conflitos éticos também em relação a um texto que tratava de

uma licença médica. Após conversar com uma professora da rede estadual de

ensino em São Paulo que está há mais de dois anos afastada por motivos de

saúde, foi escrito um texto em primeira pessoa. Nessa história, além de contar

os motivos que a levaram a se afastar das salas de aula, a educadora também

falava das dificuldades para renovar a licença médica diversas vezes por ano -

como o tempo que demorava o processo e a diminuição brusca no salário. Ela

concluía dizendo que não quer voltar para as salas de aula e, por isso, está em

busca de uma readaptação.

Apesar de ser uma vertente importante das consequências da violência

nas escolas, esse texto foi excluído do livro. Como a professora criticava o

governo e etapas do processo de pedido de licença médica, fomos até o

Departamento de Licenças Médicas do Estado de São Paulo para procurar

ouvir o outro lado da história e apresentá-lo como complemento ao texto.

Infelizmente só conseguiríamos a possibilidade de conversar com o

departamento sobre o assunto mediante um ofício em nome da Universidade

Metodista de São Paulo. Devido ao curto tempo para produção dos textos e da

demora em encontrar e conversar com essa fonte, não nos sobrou tempo

suficiente para aguardar um retorno do governo.

Page 42: Memorial - SOS Professor

Assim, achamos que não seria justo colocar a história desta educadora

sem abrir espaço para esclarecimentos do DPME e, então, o texto ficou fora do

livro.

Page 43: Memorial - SOS Professor

8. Avaliação geral

Apesar de já existirem pesquisas e reportagens sobre violências nas

escolas, dificilmente essa abordagem é sobre a relação entre professor e aluno

e, muitas vezes, tem um enfoque mais acadêmico. Por isso, o livro é a nossa

contribuição para a sociedade: chamamos a atenção para um problema grave

que envolve a educação no Brasil, de forma humana e interessante.

Como percebemos que o assunto não era tratado com a devida

importância, decidimos escrever um livro que tivesse uma linguagem acessível

e agradável para o maior número de pessoas possível. Com isso, acreditamos

ter grandes chances de trazer o assunto à tona e despertar o interesse para

essa questão.

O fato de ele traçar um panorama da realidade da educação por meio

dos docentes não significa que ele responsabiliza os outros envolvidos na

situação, ou seja, os professores são os narradores da história, mas alguns

setores responsáveis pela violência ou vítimas dela são contextualizados.

Esperamos também que os professores percebam que o SOS Professor

foi feito para eles, e que não se trata apenas de um livro sobre práticas

pedagógicas. Além de mostrar a realidade, ele também desperta esperanças

através das histórias de escolas que superaram a violência.

Ao escrever esse livro-reportagem, mudamos nosso conceito em relação

a alguns pontos do tema. Descobrimos que entre professores, alunos, pais e

governo, não podemos vitimar nem culpar completamente ninguém.

Sabemos que é essencial para um jornalista conhecer a situação

socioeconômica de seu país. E ao nos aprofundarmos na situação da

educação, adquirimos um diferencial em nossa formação.

Além disso, pudemos desenvolver muito mais nossas técnicas de

entrevista ao conversar com as fontes sobre assuntos muitas vezes dolorosos

e traumáticos.

Aprendemos a escrever de uma maneira completamente nova. Superar

o desafio de fazer textos literários para contar fatos vividos por outras pessoas,

com certeza, foi uma das maiores conquistas que tivemos com o livro.

Page 44: Memorial - SOS Professor

9. Projeto editorial

O livro tem como objetivo principal falar diretamente aos professores,

como o próprio nome já deixa claro.

A educação no país é um tema que interessa a todos, portanto, focou-se

nos professores, mas todos os envolvidos nesse processo também foram

levados em conta.

Ao menos 60% do público-alvo são formados por professores de escolas

públicas de ensino fundamental e médio. Outros 30% são compostos por

professores de escolas privadas que possam se interessar pelo tema, já que a

violência contra professores também atinge funcionários de escolas privadas.

Quanto ao restante, 5% são compostos por professores universitários e

pesquisadores. Os outros 5% formam o público adulto geral, pessoas da

sociedade que se interessam sobre o assunto.

O texto foi escrito dentro de um estilo narrativo suave, com amplo uso de

descrições e diálogos. Muitos trechos tiveram o uso de licença poética para

que pudéssemos recriar cenas e trazê-las para mais perto do leitor. Os dados e

fatos científicos foram usados pontualmente, de forma periférica ao texto

principal.

Por tudo isso, o livro é uma leitura agradável e envolvente, mesmo

contendo informação e até mesmo análises críticas, pinceladas ao longo da

obra.

“SOS Professor” tem 96 páginas, divididas em Parte I e Parte II. Na

primeira, impressa em preto e branco, constam os capítulos de um a seis, e na

segunda, em cores, o capítulo sete. Todas as imagens são genéricas e

ilustrativas, usadas para abrir os capítulos e suavizar o texto.

Page 45: Memorial - SOS Professor

9.1 Custos do projeto

GASTOS PREÇO UNID. QTD CUSTO TOTAL

TELEFONEMAS Telefonemas escolas interurbano R$ 2,49 Hora 2 R$ 4,98

Telefonemas escolas local R$ 1,00 hora 3 R$ 3,00

Telefonemas escolas de celular R$ 5,00 hora 1 R$ 5,00

TOTAL TELEFONEMAS R$ 12,98

TRANSPORTE

Ida a escolas com carro de fora da cidade R$ 0,25 Km 400 R$ 100,00

Ida a escolas com transporte público (onibus + metrô) R$ 10,00 Ida e Volta 5 R$ 50,00

Ida para entrevistas com carro de fora da cidade R$ 0,25 Km 200 R$ 50,00

TOTAL TRANSPORTES R$ 200,00 CORREIO

Envio questionários a escolas por sedex R$ 13,40 Postagem 7 R$ 93,80

TOTAL CORREIO R$ 93,80

IMPRESSÕES

Impressão questionários R$ 0,03 Folha 2800 R$ 84,00

Impressão Questionários R$ 50,00 Cartucho 1 R$ 50,00

Impressão versões/definitivo pré-projeto R$ 0,03 Folha 200 R$ 6,00

Impressão versões/definitivo pré-projeto/TCC R$ 50,00 Cartucho 1 R$ 50,00

Impressão Memorial R$ 0,03 Folha 48 R$ 1,44

TOTAL IMPRESSÕES R$ 191,44

SERVIÇOS DE TERCEIROS

Diagramação Livro-reportagem R$ 600,00 1 R$ 600,00

Revisão Livro-reportagem R$ 3,00 Folha 51 R$ 153,00

Impressão Livro-reportagem R$ 9,00 Unidade 100 R$ 900,00

Xerox / encadernação Memorial R$ 6,80 Cópia 4 R$ 27,20

TOTAL SERVIÇOS DE TERCEIROS R$ 1.680,20

TOTAL GERAL: R$ 2.178,42

Page 46: Memorial - SOS Professor

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