Mensageiro da Esperanca 3

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O extraordinário da dignidade humana aflora nas pessoas em momentos ex- tremamente especiais. Em um acidente de trânsito, por exemplo, a vítima é so- corrida quase que instan- taneamente por todos os passantes, independente de credo, cor, religião ou natu- ralidade. O que podemos constatar é que a solidarie- dade humana, imanente a todo ser humano, tantas ve- \GU ƒEC GUEQPFKFC FQ TGUVQ das pessoas, parecendo que só em momentos cruciais esse Dom tão especial se manifesta plenamente. O homem precisa se exercitar mais nessa forma de agir junto ao próximo, mesmo em momentos que não são trágicos, no viver de todo dia. É difícil? É, mas é dever cristão. Vendo a criatura como algo divino, Deus criou o Homem à sua imagem “à imagem de Deus os criou, macho e fê- mea Ele os criou.” (Gn 1, 27). Por isso, cada um já carrega no seu âmago a obrigação de transcender sua gran- deza divina, em algum mo- mento de sua vida. Alguns alcançarão essa graça por si mesmos, ou através da participação de outro, o que PȆQ KPXCNKFC Q QDLGVKXQ ƒPCN Sim, não invalida, pois, em muitos momentos, a ajuda de terceiros é necessária para alcançar as metas de- sejadas, uma vez que, na relação com a sociedade, o ser humano encontra diver- sas ferramentas de apoio para atingir a felicidade ple- na (professores, médicos, instrutores, advogados, ar- quitetos e tantos outros), sem que isso seja demeri- tório, porque todas essas ferramentas fazem parte do conjunto social para a construção da obra que dig- PKƒEC C ƒIWTC JWOCPC As pessoas carregam essa Dignidade desde o Gêne- ses, como herança Divina de Deus. O valor ordinário da Dignida- de Humana estaria ao lado dos homens públicos que, pela peculiaridade na vida social da comunidade, lhes competiria cuidar para que o poder público exercesse sua função social. Mas não é sempre assim, no afã de promoverem políticas priva- do-partidárias, esquecem- se de seus semelhantes, aqueles que os conduziram ao poder através do sufrá- gio, negligenciando, assim, o aspecto fundamental da ação social. É preciso tratar da educação, saúde, mora- dia; dos jovens e dos idosos, GPƒO FG VQFQ Q NGSWG SWG EQPƒIWTC C UQEKGFCFG EQOQ OGKQ G ƒO NGXCPFQ C ECDQ o pensamento de Charles Chaplin, no seu último dis- curso: “O Reino de Deus está dentro do homem, não de um só homem ou grupo de homens, mas de todo homem”, referindo-se a São Lucas (Lc 17, 20-21). Pag. 02 Pag. 03 Pag. 04 A DIGNIDAADE HUMANA E NOSSOS IDOSOS EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM vIDA! O DESAFIO DA TRANSCENDÊNCIA A CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ PALAVRA DO PÁROCO Nossa sociedade, se, por um lado, passa por um pe- ríodo de grandes inovações tecnológicas e cien- VȐƒECU RQT QWVTQ XKXG WO OQOGPVQ FG ITCPFG tensão com toda a onda de violência, corrupção, que pro- vocam muitos questionamentos e exigem transformações. Fala-se sobre aborto, células-tronco, fertilização in vitro, repro- dução assistida, eutanásia… Por outro lado, crescem também a violência, os conflitos entre povos e nações, as guerras entre “tribos” ao interno das grandes cidades, refletindo, muitas ve- zes, nas famílias. Em meio a tantas situações e discussões, pa- rece-me oportuno pedir que paremos para pensar um pouco e nos perguntar: qual a importância que se dá à pessoa humana? Existe uma verdadeira preocupação com a dignidade humana? O que representa o outro na nossa vida? Precisamos recuperar o olhar para o outro como um ser vi- vente, vale dizer, observar as peculiaridades do que seja vida e como ela se manifesta em sua forma humana, para que se possa alcançar a ideia de homem na sua complexidade e em todas as suas dimensões. Olhando para o mundo, percebemos que o ser humano deixou de reconhecer-se como tal. O outro, ao invés de contribuir, ele atrapalha os projetos egocêntricos que alimentamos no nosso interior. Assim, manipula-se a vida de inocentes e indefesos, muitas vezes ainda não nascidos, mas também muitas vidas já nascidas, algumas idosas, frágeis, inocentes e indefesas. Jesus Cristo nos disse: “Eu vim para que tenham vida e a te- nham em abundância.” (Jo 10,10). Cristo não vem por razões egoístas. Ele vem para dar, não para receber. Ele vem para que CU RGUUQCU VGPJCO PŨ'NG WOC XKFC UKIPKƒECVKXC KPVGPEKQPCN alegre e eterna. Portanto, é dever do cristão estar atento aos acontecimentos e ser a ‘voz que clama no deserto’ em defesa da vida e do respeito à dignidade humana, em qualquer situação, e assim ser reco- nhecido como verdadeiro discípulo de Jesus. Precisamos Amar incondicionalmente e fazer brotar no coração da humanidade o desejo de paz! Pag. 03 PORQUE LEGALIZAR A MORTE, SE QUEREMOS A VIDA? DA ESPERANÇA -251$/ 0(16$/ '$ 3$548,$ 1266$ 6(1+25$ '$ (63(5$1$ %27$)2*2 5,2 '( -$1(,52

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Edição numero 3 do Mensageiro da Esperança. Jornal da Paróquia Nossa Senhora da Esperança. Botafogo - Rio de janeiro

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Page 1: Mensageiro da Esperanca 3

EditorPadre Márcio Queiroz

Comissão EditorialMarco CazumbaMarcos de Oliveira MacielMaria Aparecida PinillaPatrício Ivan Pinilla Gustoff

Publicidade e VendasMarcos de Oliveira Maciel

IlustraçõesMarco Cazumba

Anisia Marques de Melo GomesCélia Helena Fernandes da Costa

DiagramaçãoMarco Cazumba

ImpressãoEditora NewstechTelefone (21) 3552-0580

Colaboraram nesta edição:Ir.Conceição VieiraMarco CazumbaMarcos de Oliveira MacielMaria Aparecida PinillaMaria José da Silva (Zezé)Padre Márcio QueirozPadre Ricardo Rezende FigueiraPatrício Ivan Pinilla Gustoff

Tiragem1.500 exemplares

O jornal Mensageiro da Esperança é umórgão informativo, de distribuição gratuita,editado pela Pastoral da Comunicação daParóquia Nossa Senhora da Esperança

Rua Conde de Irajá, 465 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ. CEP 22271-020Telefone (21) 2538-2215e-mail: [email protected]

Oextraordinário da dignidade humana aflora nas pessoas em momentos ex-

tremamente especiais. Em um acidente de trânsito, por exemplo, a vítima é so-corrida quase que instan-taneamente por todos os passantes, independente de credo, cor, religião ou natu-ralidade. O que podemos constatar é que a solidarie-dade humana, imanente a todo ser humano, tantas ve-

das pessoas, parecendo que só em momentos cruciais esse Dom tão especial se manifesta plenamente. O homem precisa se exercitar mais nessa forma de agir junto ao próximo, mesmo em momentos que não são trágicos, no viver de todo dia. É difícil? É, mas é dever cristão.

Vendo a criatura como algo divino, Deus criou o Homem à sua imagem “à imagem de Deus os criou, macho e fê-mea Ele os criou.” (Gn 1, 27).

Por isso, cada um já carrega no seu âmago a obrigação de transcender sua gran-deza divina, em algum mo-mento de sua vida. Alguns alcançarão essa graça por si mesmos, ou através da participação de outro, o que

Sim, não invalida, pois, em muitos momentos, a ajuda de terceiros é necessária para alcançar as metas de-sejadas, uma vez que, na relação com a sociedade, o ser humano encontra diver-sas ferramentas de apoio para atingir a felicidade ple-na (professores, médicos, instrutores, advogados, ar-quitetos e tantos outros), sem que isso seja demeri-tório, porque todas essas ferramentas fazem parte do conjunto social para a construção da obra que dig-

As pessoas carregam essa Dignidade desde o Gêne-ses, como herança Divina de Deus.

O valor ordinário da Dignida-de Humana estaria ao lado dos homens públicos que, pela peculiaridade na vida social da comunidade, lhes competiria cuidar para que o poder público exercesse sua função social. Mas não é sempre assim, no afã de promoverem políticas priva-do-partidárias, esquecem-se de seus semelhantes, aqueles que os conduziram ao poder através do sufrá-gio, negligenciando, assim, o aspecto fundamental da ação social. É preciso tratar da educação, saúde, mora-dia; dos jovens e dos idosos,

o pensamento de Charles Chaplin, no seu último dis-curso: “O Reino de Deus está dentro do homem, não de um só homem ou grupo de homens, mas de todo homem”, referindo-se a São Lucas (Lc 17, 20-21).

A CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ Pag. 02 Pag. 03 Pag. 04

A DIGNIDAADE HUMANA E NOSSOS IDOSOS

EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM vIDA!

O DESAFIO DA TRANSCENDÊNCIA

A CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ

PALAVRA DO PÁROCO

Nossa sociedade, se, por um lado, passa por um pe-ríodo de grandes inovações tecnológicas e cien-

tensão com toda a onda de violência, corrupção, que pro-vocam muitos questionamentos e exigem transformações.

Fala-se sobre aborto, células-tronco, fertilização in vitro, repro-dução assistida, eutanásia… Por outro lado, crescem também a violência, os conflitos entre povos e nações, as guerras entre “tribos” ao interno das grandes cidades, refletindo, muitas ve-zes, nas famílias. Em meio a tantas situações e discussões, pa-rece-me oportuno pedir que paremos para pensar um pouco e nos perguntar: qual a importância que se dá à pessoa humana? Existe uma verdadeira preocupação com a dignidade humana? O que representa o outro na nossa vida?

Precisamos recuperar o olhar para o outro como um ser vi-vente, vale dizer, observar as peculiaridades do que seja vida e como ela se manifesta em sua forma humana, para que se possa alcançar a ideia de homem na sua complexidade e em todas as suas dimensões.

Olhando para o mundo, percebemos que o ser humano deixou de reconhecer-se como tal. O outro, ao invés de contribuir, ele atrapalha os projetos egocêntricos que alimentamos no nosso interior. Assim, manipula-se a vida de inocentes e indefesos, muitas vezes ainda não nascidos, mas também muitas vidas já nascidas, algumas idosas, frágeis, inocentes e indefesas.

Jesus Cristo nos disse: “Eu vim para que tenham vida e a te-nham em abundância.” (Jo 10,10). Cristo não vem por razões egoístas. Ele vem para dar, não para receber. Ele vem para que

alegre e eterna.

Portanto, é dever do cristão estar atento aos acontecimentos e ser a ‘voz que clama no deserto’ em defesa da vida e do respeito à dignidade humana, em qualquer situação, e assim ser reco-nhecido como verdadeiro discípulo de Jesus. Precisamos Amar incondicionalmente e fazer brotar no coração da humanidade o desejo de paz!

TENHAM vIDA!

PALAVRA DO PÁROCO

04

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Pag. 03

PORQUE LEGALIZAR A MORTE, SE QUEREMOS A VIDA?DA ESPERANÇA

mensageiro da esperança

E x p e d i e n t e

JUNHO DE 2015

A Casa de Saúde São José nas-ceu do “sonho” das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, V. M. de ir ao encontro dos pobres, em especial, doentes e idosos, se colocando a serviço da vida. Por ser uma Instituição religiosa, a sua história, como comunidade cristã, esteve intimamente ligada à Paróquia São João Batista, da qual fazia parte até o ano em que foi criada a nova Paróquia: Nossa Senhora da Esperança. Portanto, como não poderia deixar de ser, ligada também à Arquidiocese do Rio de Janeiro. Situada à Rua Macedo Sobrinho 21, no bairro do Humaitá, é uma das Instituições de saúde mais antigas da cidade, sendo fundada em 1921 por um

grupo de religiosas da Congre-gação de Santa Catarina V. M., que obtiveram licença, junto ao cardeal Dom Sebastião Leme, para a construção canônica da Casa, à qual as Irmãs já tinham dado o nome: Casa de Saúde São José. Sua sede foi compra-da da família do Marechal Bit-tencourt, um dos herdeiros da tradicional família Guilhobel, e concebida com o objetivo inicial de dar abrigo a idosos e doentes graves, sob a proteção de São José, padroeiro das famílias. Logo a instituição conquistou o respeito de médicos e pacien-tes e a procura pelos serviços aumentou gradualmente, tor-nando-se necessário ampliar a capacidade de atendimento aos doentes, como também, iniciar

nhecido como verdadeiro discípulo de Jesus. Precisamos Amar incondicionalmente e fazer brotar no coração da humanidade o desejo de paz!

a construção de uma nova ca-pela, pois a antiga capelinha, instalada na frente do prédio, já não comportava as pessoas que

participar da Eucaristia.

No ano de 1949, iniciou-se a construção. Aos 8 de setembro do mesmo ano, lançou-se a pe-dra fundamental, benta por sua excelência, o cardeal Dom Jaime de Barros Câmara. Foi inaugura-da aos 20 de Janeiro de 1952, dia do glorioso mártir São Se-bastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.

O presbitério é ornado por três vitrais, no centro São José, pa-droeiro da Casa de Saúde, ao lado direito Santa Catarina de Alexandria, padroeira das Irmãs

Tu me escutas Senhor?

“”

Os cristãos, de fato, vão ao encontro dos pobres e frágeis não para obedecer a um programa ideológico, mas porque a palavra e o exemplo do Senhor nos dizem que todos somos irmãos.

e Santa Isabel de Portugal, por ser a protetora dos pobres. Nas paredes internas, acham-se gravadas doze cruzes, que sig-

cada uma delas, está colocada uma vela. Na década de 50/60, foi adquirido um órgão, que veio da Alemanha, para a glória de Deus e a alegria dos que parti-cipavam das cerimônias religio-sas na linda Igreja dedicada a São José. Coerentes com a espi-ritualidade da Bem-aventurada Regina Protmann, fundadora da Congregação, antes mesmo de receberem os doentes, as Irmãs se preocuparam com a constru-ção de uma Via-Sacra, que tam-bém se encontra nas paredes da Capela. Na contemplação do Servo sofredor, as Irmãs devem haurir forças para os exigentes serviços diuturnos e noturnos, junto ao leito dos doentes.

Sofro de modo atroz. Encarcerado em mim mesmo. Prisioneiro de mim mesmo.Só ouço a minha voz. Só enxergo a mim próprio. E por detrás de mim, só o sofrimento existe.

Tu me escutas Senhor? Liberta-me de meu corpo: ele é pura fome, e tudo o que ele toca com seus gran-des olhos incontáveis, com suas mil mãos estendidas, crispadas, é sempre para se apossar e tentar acalmar seu apetite insaciável.

Tu me escutas Senhor?Liberta-me de meu coração: ei-lo

todo enfunado de amor, mas, quando penso que amo louca-mente, entrevejo, coberto de ver-gonha, que, através do outro, é a mim próprio que amo.

Tu me escutas Senhor?Liberta-me de meu espírito: está cheio de si mesmo. De suas ideias, de seus julgamentos - nem sabe dialogar, pois nenhuma ou-tra palavra o atinge senão suas próprias palavras.Sozinho, me aborreço, me can-so, detesto-me, enojo-me a mim mesmo.Há quanto tempo me reviro em minha mísera pele como em um leito de doente do qual quisera escapar. Tudo me parece mesquinho e feio, sem luz. . . é que nada posso ver que não seja através de mim mesmo.Sinto-me prestes a odiar as pes-soas e o mundo inteiro. . . por

despeito, já que não as posso acu-sar.Quisera sair. Quisera andar, correr para outro país.Sei que existe a ALEGRIA: vi-a can-tar em alguns rostos.Sei que rebrilha a LUZ: vi-a ilumi-nar certos olhares.Mas, Senhor, não consigo liber-tar-me, gosto de minha prisão, ao mesmo tempo em que a odeio. Pois sou a minha prisão.E me amo. Amo-me, Senhor, e te-nho náuseas de mim.Nem encontro, Senhor, a porta de mim mesmo. Arrasto-me às apalpadelas, às cegas. Esbar-ro em minas próprias paredes, em meus próprios limites. Fi-ro-me. Sinto dor. Sinto dores demais – e ninguém sabe. Por-que ninguém jamais entrou den-tro de mim. Estou só. Sozinho.

Senhor, Senhor, tu me escutas?Senhor, mostra-me a minha porta;

toma-me pela mão. Abre. Aponta-me o Caminho. A estrada da ALE-GRIA, o sendeiro da LUZ. . .Mas. . .

Mas, Senhor, tu me escutas?

“Meu menino, eu te escutei:Causas-me dó. Me fazes pena.Há quanto tempo que espreito tuas persianas cerradas. Abre-as.Minha Luz há de te iluminar.Há quanto tempo me posto à tua porta trancada. Abre-a, me en-contrarás à soleira.Eu te espero, os outros te espe-ram. Mas tens de te abrir. Tens de sair de ti.

mesmo? És livre.Não fui eu quem fechou tua porta.Não serei eu quem a possa des-cerrar. . . pois, és tu que, de den-tro,A guardas fortemente aferrolha-da.”

MICHEL QUOIST“Poemas para rezar”.

Por Ir.Conceição Vieira

Page 2: Mensageiro da Esperanca 3

03

A o passar, observava a mesma cena. Uma se-nhora, mais de 70 anos, varria diariamente a

mesma praça e, com água, so-corria as plantas da seca. Ela o fazia quando o sol estava menos quente e uma sombra se derramava sobre a cidade. Cabelo preso, morena, baixa estatura, olhos vivos, aparên-cia simples, executava a tarefa com desvelo de camponesa. Ele tem consciência de que o pastor acolhe, “abre portas”, “deixa entrar”, “vai atrás” e não nos deixa esquecer de que Deus ouve o grito dos que sofrem (Ex.3,7) E nos convida, como Igreja, a ir para as margens, ao encontro dos que precisam ma-terial e espiritualmente.

cuidando da praça!” Parou, enxugou o suor da face, obser-

merece, não acha?”. Concordei.

mais bonito.

Um dia, soltaram na praça uma galinha e um galo. Quem soltou e por quê? Os animais destruí-ram o jardim que ela tanto ama-va! E o casal de novos hóspedes se multiplicou em diversos pin-tinhos.

Não a vejo mais. Procuro-a com

ada ao perceber que o cuidado

Não sei. As pessoas do entorno não souberam informar. Mas sei que uma senhora idosa cuidava da praça e, por isso, da cidade. Sem ela, a praça e a cidade não são mais as mesmas...

Muitos idosos não têm a vitali-dade desta senhora. Quem cui-

da deles? O quarto mandamen-to determina: “Honra teu pai e

teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar” (Ex 20, 12). Na doutrina Social da igreja, essa ordem é recordada quan-do se reflete sobre a situação das multidões de idosos aban-donados, esquecidos, descar-

pela própria sociedade.

A Igreja, através do curto ver-sículo 12, lembra que a ordem pode ser interpretada em um

Como trato meus pais? Como trato os idosos e sua experi-ência? E a sociedade como os trata?

A sociedade, quantas vezes, descarta pessoas! Não sem razão, o sociólogo Bauman, escreve que a sociedade “líqui-da”, sem forma, substância e solidez, que irresponsavelmen-te descarta de forma frenética coisas, “despedaça” vidas hu-manas, torna gente “refugo”. Gente e coisa são tratadas como iguais: viram “lixo”.

Corremos o risco de descartar os idosos. Eles podem não pro-duzir certas coisas, perdem o vigor e a beleza da juventude. Mas podem, porque alguns ain-da conseguem se manter pro-dutivos por um período longo. A senhora da praça é um exem-

foram ativos, como o arquiteto Oscar Niemeyer. Outros não conseguem. Mas gente, lem-brando Kant, não tem “valor”: tem dignidade. Nós não pode-mos ver o outro apenas como um objeto que produz.

lidar com a diferença! E quando a diferença é a idade avançada? Cuide dos pais, adverte Deus, “a

na terra que o Senhor teu Deus te vai dar” (Ex 20, 12). As pes-soas têm dignidade! Os idosos precisam de casa, alimentação, remédio, atendimento médico e dentário. É uma responsabili-dade enorme do poder público estar atendo às tais necessi-dades. Mas os idosos também precisam de atenção, cuidado, carinho dos parentes, dos ami-gos, dos vizinhos.

A dignidade humana, para os cristãos, advém da certeza da

mo Deus. E o resumo de todo o mandamento é amar a Deus e ao próximo (Mc 12, 28ss). Li com satisfação, em um jornal católico, que, em Cuba, a Igreja Católica há vinte anos mantém em torno de 7 mil voluntários que cuidam de milhares de ido-sos. Sabemos que, na Igreja do Rio de Janeiro, centenas de voluntários visitam idosos e prestam assistência religiosa a idosos e enfermos. Se um idoso está abandonado, por questões econômicas, sociais ou familia-res, algo de errado se passa. É o momento de tornar a caridade

planejamento de uma política pública competente e inclusiva. E, como cristãos, somos interpe-lados por Deus para darmos uma resposta aos casos individuais e aos problemas coletivos. Aque-les que têm os cabelos brancos provenientes da idade avançada são dons preciosos de Deus.

Por Pe. Ricardo Rezende Figueira

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Por Maria José da Silva (Zezé) - Membro da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida / Rede Pró-vida Nacional. Coordenadora Estadual do Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida – BRASIL SEM ABORTO.

Por Marco Cazumba (Kaká)

02 mensageiro da esperança JUNHO DE 2015 mensageiro da esperança JUNHO DE 2015

Respeitar, proteger e defen-der a dignidade da pessoa humana, desde a concep-ção até a morte natural, é

um dever de cada cidadão, princi-palmente, daqueles que profes-sam á Fé cristã.

O Catecismo nos diz: “A vida hu-mana é sagrada porque desde sua origem ela encerra a ação criadora de Deus e permanece para sempre em uma relação especial com o

ninguém pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente.” No Brasil, a Igreja Católica, em parceria com os diversos seguimentos da socieda-de civil, vem unindo esforços para que o valor da vida seja garantido, conforme o Art.5° da Constituição Federal de 1988.

Há mais de quatro décadas, foi fundado, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Movimento em de-fesa da vida. Nos anos seguintes, muitos outros grupos, associações e institutos foram sendo criados, no Brasil inteiro, com o objetivo de unir os esforços para combater as ações contrárias à DEFESA DA VIDA. Em 2007, a Comissão Arqui-diocesana de Promoção e Defesa da vida uniu todos os grupos de

a proposta de atuarem em con-junto e com a adesão dos grupos pró-vida, de todo o país, as ações

de que a unidade gera resultados

positivos, foi a NÃO aprovação do PL1135/91 que tramitava no congresso federal e que previa a descriminalização do aborto até os 9 meses de gestação. Inúme-ros projetos que promovem a cul-tura da morte e a desvalorização da vida humana continuam sendo apresentados. E nós, não pode-mos nos omitir!

O ABORTO é crime no Brasil, in-felizmente há exclusão de puni-bilidade em três situações que são: quando a gravidez resulta de estupro; quando não há outros meios de salvar a vida da mãe; e, por último, em caso de bebês com diagnósticos de anencefa-lia. Em todos os casos, a criança morre sem ter tido, ao menos, o direito de se defender. Quando orientadas e acompanhadas de-vidamente, mesmo nesses casos previstos em lei, as mulheres têm mantido a gestação. Diversos testemunhos nos comprovam que elas não se sentem culpa-das por terem desistido do seu

permitiram a “interrupção da gestação”. Há relatos de inúme-ros traumas com consequências psicológicas e até físicas, após o procedimento do aborto. Hoje, com os meios de que a medicina dispõe, é possível salvar a mãe e

ser preservada.

para se legalizar este proposto holocausto em nosso país.”

É concepção dos grupos “femi-nistas” que a mulher tem o direi-to de “interromper” a gestação,

a criança já existe! A mulher já é mãe! Logo, não se trata de um objeto de que ela possa se des-fazer, trata-se de um ser humano em gestação; um ser totalmente independente que não pode ser descartado. Caso a mãe não te-nha condições de criar a criança, cabe ao Estado apresentar as possibilidades. Uma delas seria o encaminhamento para adoção. Hoje no Brasil, existem milhares de famílias cadastradas, aguar-dando a chegada de uma criança.

Felizmente, existem inúmeras instituições que atuam no país acolhendo gestantes, amparando e orientando, e, quando ajudadas, desistem do aborto. Isso eviden-cia que a mulher assistida com dignidade opta sempre pela vida.

Como ajudar? Acesse: www.bra-silsemaborto.com.br, e assine a petição on-line para a Aprova-ção do Estatuto do Nascituro: PL 478/2007. Você pode ainda imprimir o formulário e coletar assinaturas na sua Igreja. O ende-reço para o envio das assinaturas consta no site acima. Contatos para a redação. Caso alguém queira nos contactar.

Porque legalizar a morte, se queremos a vida?

ENCONTROS ACONTECEM!Encontro dos Solteiros, Divorciados e Viúvos

Missas semanaisDe terça-feira a sexta-feira às 18h (Comunitária)

Missas dominicais e preceitoSábado às 16h (Catequese Infantil) e 18h (Comunitária)Domingo às 09h (Individual), 11h (“Pro-populo”) e 18h30 (Comunitária)

Missa Apostolado da OraçãoToda 1ª sexta-feira às 08h

Missa com Oração de Cura e Libertação

Toda 2ª quarta-feira às 20hMissa em honra à Nossa Senhorada Esperança

Todo dia 15 de cada mês às 12hCelebração da Palavra

Segunda-feira às 18hTarde de Intercessão

Quarta-feira às 16hCatequese Infantil

Quarta-feira (Pré) às17h30Sexta-feira às 09h e 16hSábado às 10h e 14h

Rito de Iniciação Cristã de Jovense Adultos (RICA)

Sábado às 17hEstudo da Palavra

Quinta-feira às 19hJuventude Água Vida

Domingo às 17hTerço dos Homens

Quarta-feira às 19hApostolado da Oração

Toda 1ª quinta-feira (Reunião)às 15hToda 1ª quinta-feira (Adoraçãoao SS. Sacramento) às 16h30

Curso de Preparação parao Batismo

Todo 2º sábado às 15hCelebração de Batizados

Todo 3º sábado às 10h

Grupo de Oração “Jesus é Misericórdia”

Terça-feira às 19h30Grupo de Oração “Almoçando com Jesus”

Terça-feira às 12hLegião de Maria

Quinta-feira (Reunião) às 09hDiariamente (Recitação do Terço Mariano) às 17h30

Pastoral Social3ª sexta-feira às 19hMinistros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística– MESCE

Toda 2ª sexta-feira (Formação) às 19hToda 4ª sexta-feira (Espiritualidade) às 19h

Pastoral da ComunicaçãoToda 4ª quinta-feira às 20h

Pastoral do AcolhimentoTodo 3º sábado às 15h

Pastoral FamiliarToda 4ª terça-feira às 19h

Coral “Voz da Esperança”Quinta-feira às 20h

AlongamentoSegunda-feira e Quarta-feira às 10h

Pastoral do Dízimo1ª terça-feira às 19h

Meditação CristãSegunda-feira às 18h30

Pastoral VocacionalQuinta-feira às 15h

Terça-feira às 15h30Círculos Bíblicos

Toda 2ª terça-feira às 19h (Artur)Terça-feira às 15h (Silvina)Quinta-feira às 16h (Angelina e Regina)

EXPEDIENTE DA SECRETARIADe segunda-feira a sexta-feira: das 09h30 às 13h e das 14h às 18hSábado: das 08h às 12h e das 17h às 18h30Domingo: das 08h30 às 11h30 e das17h às 18h30

ATENDIMENTO DO PÁROCO *Quarta-feira: após a Missa das 18hQuinta-feira e sábado: a partir das 15h

HORÁRIOS

ESPERANÇADA

* Outros dias e horários com agendamento

comunidadeem foco.

Notícias de nossa paróquia e nossa gente.

Em Mateus (Mt18,20), lemos “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu esta-rei entre vós”. Pois foi exatamen-te esse o objetivo do grupo que se reuniu para realizar os Encontros dos Solteiros, Divorciados e Viú-vos 2015: estar junto em nome de Jesus Cristo. De março a maio, uma vez por mês, domingo à tar-

de, os encontros aconteceram no salão do 1º andar da Paróquia. Se

po, mas não teve a oportunidade

se juntar às pessoas que o com-põem. Procure se informar e en-volva-se nas próximas atividades delas. Você será abençoado, isso é garantido, pois Deus estará com

O desafio da transcendência.

Outro encontro aconteceu e foi para os que apreciam música ao vivo e comida boa. O Almoço de Páscoa dançante, que aconteceu no dia 17 de maio, foi uma con-fraternização com muita alegria e descontração, em que as pessoas puderam dançar ao som de músi-cas de boa qualidade e saborear um delicioso bacalhau.

Festa JuninaEsta você não pode perder! A nos-sa Festa Junina acontecerá nos dias 19, 20 e 21, a partir das 19 horas. O salão do 2º andar esta-rá todo enfeitado esperando por você. Haverá barraquinhas, qua-drilha e muitas outras atrações. Vamos superar o sucesso do ano passado! Venha se divertir conos-co!

Com certeza, esses encontros são momentos de estreitamento entre aque-les que já convivem entre si e de acolher aqueles que farão parte de nossa comunidade.

E stes são dias difíceis na história do nosso mundo. Mais de 1 milhão de pessoas estão desesperadamente pobres, desastres naturais abalam nações inteiras e a incerteza econômica as-sombra todo o globo. Mas se a você e eu for dada a oportu-

irradiássemos o mundo com esperança?

Para trilhar esse caminho, precisamos sair de nós mesmos, senão

mos sobre nós mesmos nos sufocamos, pois não fomos criados para

isso. Fomos criados para transcender. Nos desenrolarmos em direção a Deus e ao outro.

Busquemos a cada dia o que Deus planejou para a nossa vida. Fomos criados por Ele para fazer grandes obras, até mesmo nas pequenas coi-sas. O Pai nos convida a viver, não com a nossa, mas com a intensidade d’Ele, não apenas no céu, mas aqui na terra. Assim, contratempos se tornarão trampolins. Obstáculos serão transformados em oportunida-des. Muros em pontes. Barreiras em bênçãos. E o mundo será mais feliz conosco.

ALMOÇO DE PÁSCOA

Page 3: Mensageiro da Esperanca 3

03

A o passar, observava a mesma cena. Uma se-nhora, mais de 70 anos, varria diariamente a

mesma praça e, com água, so-corria as plantas da seca. Ela o fazia quando o sol estava menos quente e uma sombra se derramava sobre a cidade. Cabelo preso, morena, baixa estatura, olhos vivos, aparên-cia simples, executava a tarefa com desvelo de camponesa. Ele tem consciência de que o pastor acolhe, “abre portas”, “deixa entrar”, “vai atrás” e não nos deixa esquecer de que Deus ouve o grito dos que sofrem (Ex.3,7) E nos convida, como Igreja, a ir para as margens, ao encontro dos que precisam ma-terial e espiritualmente.

cuidando da praça!” Parou, enxugou o suor da face, obser-

merece, não acha?”. Concordei.

mais bonito.

Um dia, soltaram na praça uma galinha e um galo. Quem soltou e por quê? Os animais destruí-ram o jardim que ela tanto ama-va! E o casal de novos hóspedes se multiplicou em diversos pin-tinhos.

Não a vejo mais. Procuro-a com

ada ao perceber que o cuidado

Não sei. As pessoas do entorno não souberam informar. Mas sei que uma senhora idosa cuidava da praça e, por isso, da cidade. Sem ela, a praça e a cidade não são mais as mesmas...

Muitos idosos não têm a vitali-dade desta senhora. Quem cui-

da deles? O quarto mandamen-to determina: “Honra teu pai e

teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar” (Ex 20, 12). Na doutrina Social da igreja, essa ordem é recordada quan-do se reflete sobre a situação das multidões de idosos aban-donados, esquecidos, descar-

pela própria sociedade.

A Igreja, através do curto ver-sículo 12, lembra que a ordem pode ser interpretada em um

Como trato meus pais? Como trato os idosos e sua experi-ência? E a sociedade como os trata?

A sociedade, quantas vezes, descarta pessoas! Não sem razão, o sociólogo Bauman, escreve que a sociedade “líqui-da”, sem forma, substância e solidez, que irresponsavelmen-te descarta de forma frenética coisas, “despedaça” vidas hu-manas, torna gente “refugo”. Gente e coisa são tratadas como iguais: viram “lixo”.

Corremos o risco de descartar os idosos. Eles podem não pro-duzir certas coisas, perdem o vigor e a beleza da juventude. Mas podem, porque alguns ain-da conseguem se manter pro-dutivos por um período longo. A senhora da praça é um exem-

foram ativos, como o arquiteto Oscar Niemeyer. Outros não conseguem. Mas gente, lem-brando Kant, não tem “valor”: tem dignidade. Nós não pode-mos ver o outro apenas como um objeto que produz.

lidar com a diferença! E quando a diferença é a idade avançada? Cuide dos pais, adverte Deus, “a

na terra que o Senhor teu Deus te vai dar” (Ex 20, 12). As pes-soas têm dignidade! Os idosos precisam de casa, alimentação, remédio, atendimento médico e dentário. É uma responsabili-dade enorme do poder público estar atendo às tais necessi-dades. Mas os idosos também precisam de atenção, cuidado, carinho dos parentes, dos ami-gos, dos vizinhos.

A dignidade humana, para os cristãos, advém da certeza da

mo Deus. E o resumo de todo o mandamento é amar a Deus e ao próximo (Mc 12, 28ss). Li com satisfação, em um jornal católico, que, em Cuba, a Igreja Católica há vinte anos mantém em torno de 7 mil voluntários que cuidam de milhares de ido-sos. Sabemos que, na Igreja do Rio de Janeiro, centenas de voluntários visitam idosos e prestam assistência religiosa a idosos e enfermos. Se um idoso está abandonado, por questões econômicas, sociais ou familia-res, algo de errado se passa. É o momento de tornar a caridade

planejamento de uma política pública competente e inclusiva. E, como cristãos, somos interpe-lados por Deus para darmos uma resposta aos casos individuais e aos problemas coletivos. Aque-les que têm os cabelos brancos provenientes da idade avançada são dons preciosos de Deus.

Por Pe. Ricardo Rezende Figueira

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Por Maria José da Silva (Zezé) - Membro da Comissão Arquidiocesana de Promoção e Defesa da Vida / Rede Pró-vida Nacional. Coordenadora Estadual do Movimento Nacional da Cidadania Pela Vida – BRASIL SEM ABORTO.

Por Marco Cazumba (Kaká)

02 mensageiro da esperança JUNHO DE 2015 mensageiro da esperança JUNHO DE 2015

Respeitar, proteger e defen-der a dignidade da pessoa humana, desde a concep-ção até a morte natural, é

um dever de cada cidadão, princi-palmente, daqueles que profes-sam á Fé cristã.

O Catecismo nos diz: “A vida hu-mana é sagrada porque desde sua origem ela encerra a ação criadora de Deus e permanece para sempre em uma relação especial com o

ninguém pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente.” No Brasil, a Igreja Católica, em parceria com os diversos seguimentos da socieda-de civil, vem unindo esforços para que o valor da vida seja garantido, conforme o Art.5° da Constituição Federal de 1988.

Há mais de quatro décadas, foi fundado, na Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Movimento em de-fesa da vida. Nos anos seguintes, muitos outros grupos, associações e institutos foram sendo criados, no Brasil inteiro, com o objetivo de unir os esforços para combater as ações contrárias à DEFESA DA VIDA. Em 2007, a Comissão Arqui-diocesana de Promoção e Defesa da vida uniu todos os grupos de

a proposta de atuarem em con-junto e com a adesão dos grupos pró-vida, de todo o país, as ações

de que a unidade gera resultados

positivos, foi a NÃO aprovação do PL1135/91 que tramitava no congresso federal e que previa a descriminalização do aborto até os 9 meses de gestação. Inúme-ros projetos que promovem a cul-tura da morte e a desvalorização da vida humana continuam sendo apresentados. E nós, não pode-mos nos omitir!

O ABORTO é crime no Brasil, in-felizmente há exclusão de puni-bilidade em três situações que são: quando a gravidez resulta de estupro; quando não há outros meios de salvar a vida da mãe; e, por último, em caso de bebês com diagnósticos de anencefa-lia. Em todos os casos, a criança morre sem ter tido, ao menos, o direito de se defender. Quando orientadas e acompanhadas de-vidamente, mesmo nesses casos previstos em lei, as mulheres têm mantido a gestação. Diversos testemunhos nos comprovam que elas não se sentem culpa-das por terem desistido do seu

permitiram a “interrupção da gestação”. Há relatos de inúme-ros traumas com consequências psicológicas e até físicas, após o procedimento do aborto. Hoje, com os meios de que a medicina dispõe, é possível salvar a mãe e

ser preservada.

para se legalizar este proposto holocausto em nosso país.”

É concepção dos grupos “femi-nistas” que a mulher tem o direi-to de “interromper” a gestação,

a criança já existe! A mulher já é mãe! Logo, não se trata de um objeto de que ela possa se des-fazer, trata-se de um ser humano em gestação; um ser totalmente independente que não pode ser descartado. Caso a mãe não te-nha condições de criar a criança, cabe ao Estado apresentar as possibilidades. Uma delas seria o encaminhamento para adoção. Hoje no Brasil, existem milhares de famílias cadastradas, aguar-dando a chegada de uma criança.

Felizmente, existem inúmeras instituições que atuam no país acolhendo gestantes, amparando e orientando, e, quando ajudadas, desistem do aborto. Isso eviden-cia que a mulher assistida com dignidade opta sempre pela vida.

Como ajudar? Acesse: www.bra-silsemaborto.com.br, e assine a petição on-line para a Aprova-ção do Estatuto do Nascituro: PL 478/2007. Você pode ainda imprimir o formulário e coletar assinaturas na sua Igreja. O ende-reço para o envio das assinaturas consta no site acima. Contatos para a redação. Caso alguém queira nos contactar.

Porque legalizar a morte, se queremos a vida?

ENCONTROS ACONTECEM!Encontro dos Solteiros, Divorciados e Viúvos

Missas semanaisDe terça-feira a sexta-feira às 18h (Comunitária)

Missas dominicais e preceitoSábado às 16h (Catequese Infantil) e 18h (Comunitária)Domingo às 09h (Individual), 11h (“Pro-populo”) e 18h30 (Comunitária)

Missa Apostolado da OraçãoToda 1ª sexta-feira às 08h

Missa com Oração de Cura e Libertação

Toda 2ª quarta-feira às 20hMissa em honra à Nossa Senhorada Esperança

Todo dia 15 de cada mês às 12hCelebração da Palavra

Segunda-feira às 18hTarde de Intercessão

Quarta-feira às 16hCatequese Infantil

Quarta-feira (Pré) às17h30Sexta-feira às 09h e 16hSábado às 10h e 14h

Rito de Iniciação Cristã de Jovense Adultos (RICA)

Sábado às 17hEstudo da Palavra

Quinta-feira às 19hJuventude Água Vida

Domingo às 17hTerço dos Homens

Quarta-feira às 19hApostolado da Oração

Toda 1ª quinta-feira (Reunião)às 15hToda 1ª quinta-feira (Adoraçãoao SS. Sacramento) às 16h30

Curso de Preparação parao Batismo

Todo 2º sábado às 15hCelebração de Batizados

Todo 3º sábado às 10h

Grupo de Oração “Jesus é Misericórdia”

Terça-feira às 19h30Grupo de Oração “Almoçando com Jesus”

Terça-feira às 12hLegião de Maria

Quinta-feira (Reunião) às 09hDiariamente (Recitação do Terço Mariano) às 17h30

Pastoral Social3ª sexta-feira às 19hMinistros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística– MESCE

Toda 2ª sexta-feira (Formação) às 19hToda 4ª sexta-feira (Espiritualidade) às 19h

Pastoral da ComunicaçãoToda 4ª quinta-feira às 20h

Pastoral do AcolhimentoTodo 3º sábado às 15h

Pastoral FamiliarToda 4ª terça-feira às 19h

Coral “Voz da Esperança”Quinta-feira às 20h

AlongamentoSegunda-feira e Quarta-feira às 10h

Pastoral do Dízimo1ª terça-feira às 19h

Meditação CristãSegunda-feira às 18h30

Pastoral VocacionalQuinta-feira às 15h

Terça-feira às 15h30Círculos Bíblicos

Toda 2ª terça-feira às 19h (Artur)Terça-feira às 15h (Silvina)Quinta-feira às 16h (Angelina e Regina)

EXPEDIENTE DA SECRETARIADe segunda-feira a sexta-feira: das 09h30 às 13h e das 14h às 18hSábado: das 08h às 12h e das 17h às 18h30Domingo: das 08h30 às 11h30 e das17h às 18h30

ATENDIMENTO DO PÁROCO *Quarta-feira: após a Missa das 18hQuinta-feira e sábado: a partir das 15h

HORÁRIOS

ESPERANÇADA

* Outros dias e horários com agendamento

comunidadeem foco.

Notícias de nossa paróquia e nossa gente.

Em Mateus (Mt18,20), lemos “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu esta-rei entre vós”. Pois foi exatamen-te esse o objetivo do grupo que se reuniu para realizar os Encontros dos Solteiros, Divorciados e Viú-vos 2015: estar junto em nome de Jesus Cristo. De março a maio, uma vez por mês, domingo à tar-

de, os encontros aconteceram no salão do 1º andar da Paróquia. Se

po, mas não teve a oportunidade

se juntar às pessoas que o com-põem. Procure se informar e en-volva-se nas próximas atividades delas. Você será abençoado, isso é garantido, pois Deus estará com

O desafio da transcendência.

Outro encontro aconteceu e foi para os que apreciam música ao vivo e comida boa. O Almoço de Páscoa dançante, que aconteceu no dia 17 de maio, foi uma con-fraternização com muita alegria e descontração, em que as pessoas puderam dançar ao som de músi-cas de boa qualidade e saborear um delicioso bacalhau.

Festa JuninaEsta você não pode perder! A nos-sa Festa Junina acontecerá nos dias 19, 20 e 21, a partir das 19 horas. O salão do 2º andar esta-rá todo enfeitado esperando por você. Haverá barraquinhas, qua-drilha e muitas outras atrações. Vamos superar o sucesso do ano passado! Venha se divertir conos-co!

Com certeza, esses encontros são momentos de estreitamento entre aque-les que já convivem entre si e de acolher aqueles que farão parte de nossa comunidade.

E stes são dias difíceis na história do nosso mundo. Mais de 1 milhão de pessoas estão desesperadamente pobres, desastres naturais abalam nações inteiras e a incerteza econômica as-sombra todo o globo. Mas se a você e eu for dada a oportu-

irradiássemos o mundo com esperança?

Para trilhar esse caminho, precisamos sair de nós mesmos, senão

mos sobre nós mesmos nos sufocamos, pois não fomos criados para

isso. Fomos criados para transcender. Nos desenrolarmos em direção a Deus e ao outro.

Busquemos a cada dia o que Deus planejou para a nossa vida. Fomos criados por Ele para fazer grandes obras, até mesmo nas pequenas coi-sas. O Pai nos convida a viver, não com a nossa, mas com a intensidade d’Ele, não apenas no céu, mas aqui na terra. Assim, contratempos se tornarão trampolins. Obstáculos serão transformados em oportunida-des. Muros em pontes. Barreiras em bênçãos. E o mundo será mais feliz conosco.

ALMOÇO DE PÁSCOA

Page 4: Mensageiro da Esperanca 3

EditorPadre Márcio Queiroz

Comissão EditorialMarco CazumbaMarcos de Oliveira MacielMaria Aparecida PinillaPatrício Ivan Pinilla Gustoff

Publicidade e VendasMarcos de Oliveira Maciel

IlustraçõesMarco Cazumba

Anisia Marques de Melo GomesCélia Helena Fernandes da Costa

DiagramaçãoMarco Cazumba

ImpressãoEditora NewstechTelefone (21) 3552-0580

Colaboraram nesta edição:Ir.Conceição VieiraMarco CazumbaMarcos de Oliveira MacielMaria Aparecida PinillaMaria José da Silva (Zezé)Padre Márcio QueirozPadre Ricardo Rezende FigueiraPatrício Ivan Pinilla Gustoff

Tiragem1.500 exemplares

O jornal Mensageiro da Esperança é umórgão informativo, de distribuição gratuita,editado pela Pastoral da Comunicação daParóquia Nossa Senhora da Esperança

Rua Conde de Irajá, 465 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ. CEP 22271-020Telefone (21) 2538-2215e-mail: [email protected]

Oextraordinário da dignidade humana aflora nas pessoas em momentos ex-

tremamente especiais. Em um acidente de trânsito, por exemplo, a vítima é so-corrida quase que instan-taneamente por todos os passantes, independente de credo, cor, religião ou natu-ralidade. O que podemos constatar é que a solidarie-dade humana, imanente a todo ser humano, tantas ve-

das pessoas, parecendo que só em momentos cruciais esse Dom tão especial se manifesta plenamente. O homem precisa se exercitar mais nessa forma de agir junto ao próximo, mesmo em momentos que não são trágicos, no viver de todo dia. É difícil? É, mas é dever cristão.

Vendo a criatura como algo divino, Deus criou o Homem à sua imagem “à imagem de Deus os criou, macho e fê-mea Ele os criou.” (Gn 1, 27).

Por isso, cada um já carrega no seu âmago a obrigação de transcender sua gran-deza divina, em algum mo-mento de sua vida. Alguns alcançarão essa graça por si mesmos, ou através da participação de outro, o que

Sim, não invalida, pois, em muitos momentos, a ajuda de terceiros é necessária para alcançar as metas de-sejadas, uma vez que, na relação com a sociedade, o ser humano encontra diver-sas ferramentas de apoio para atingir a felicidade ple-na (professores, médicos, instrutores, advogados, ar-quitetos e tantos outros), sem que isso seja demeri-tório, porque todas essas ferramentas fazem parte do conjunto social para a construção da obra que dig-

As pessoas carregam essa Dignidade desde o Gêne-ses, como herança Divina de Deus.

O valor ordinário da Dignida-de Humana estaria ao lado dos homens públicos que, pela peculiaridade na vida social da comunidade, lhes competiria cuidar para que o poder público exercesse sua função social. Mas não é sempre assim, no afã de promoverem políticas priva-do-partidárias, esquecem-se de seus semelhantes, aqueles que os conduziram ao poder através do sufrá-gio, negligenciando, assim, o aspecto fundamental da ação social. É preciso tratar da educação, saúde, mora-dia; dos jovens e dos idosos,

o pensamento de Charles Chaplin, no seu último dis-curso: “O Reino de Deus está dentro do homem, não de um só homem ou grupo de homens, mas de todo homem”, referindo-se a São Lucas (Lc 17, 20-21).

A CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ Pag. 02 Pag. 03 Pag. 04

A DIGNIDAADE HUMANA E NOSSOS IDOSOS

EU VIM PARA QUE TODOS TENHAM vIDA!

O DESAFIO DA TRANSCENDÊNCIA

A CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ

PALAVRA DO PÁROCO

Nossa sociedade, se, por um lado, passa por um pe-ríodo de grandes inovações tecnológicas e cien-

tensão com toda a onda de violência, corrupção, que pro-vocam muitos questionamentos e exigem transformações.

Fala-se sobre aborto, células-tronco, fertilização in vitro, repro-dução assistida, eutanásia… Por outro lado, crescem também a violência, os conflitos entre povos e nações, as guerras entre “tribos” ao interno das grandes cidades, refletindo, muitas ve-zes, nas famílias. Em meio a tantas situações e discussões, pa-rece-me oportuno pedir que paremos para pensar um pouco e nos perguntar: qual a importância que se dá à pessoa humana? Existe uma verdadeira preocupação com a dignidade humana? O que representa o outro na nossa vida?

Precisamos recuperar o olhar para o outro como um ser vi-vente, vale dizer, observar as peculiaridades do que seja vida e como ela se manifesta em sua forma humana, para que se possa alcançar a ideia de homem na sua complexidade e em todas as suas dimensões.

Olhando para o mundo, percebemos que o ser humano deixou de reconhecer-se como tal. O outro, ao invés de contribuir, ele atrapalha os projetos egocêntricos que alimentamos no nosso interior. Assim, manipula-se a vida de inocentes e indefesos, muitas vezes ainda não nascidos, mas também muitas vidas já nascidas, algumas idosas, frágeis, inocentes e indefesas.

Jesus Cristo nos disse: “Eu vim para que tenham vida e a te-nham em abundância.” (Jo 10,10). Cristo não vem por razões egoístas. Ele vem para dar, não para receber. Ele vem para que

alegre e eterna.

Portanto, é dever do cristão estar atento aos acontecimentos e ser a ‘voz que clama no deserto’ em defesa da vida e do respeito à dignidade humana, em qualquer situação, e assim ser reco-nhecido como verdadeiro discípulo de Jesus. Precisamos Amar incondicionalmente e fazer brotar no coração da humanidade o desejo de paz!

TENHAM vIDA!

PALAVRA DO PÁROCO

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PORQUE LEGALIZAR A MORTE, SE QUEREMOS A VIDA?DA ESPERANÇA

mensageiro da esperança

E x p e d i e n t e

JUNHO DE 2015

A Casa de Saúde São José nas-ceu do “sonho” das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, V. M. de ir ao encontro dos pobres, em especial, doentes e idosos, se colocando a serviço da vida. Por ser uma Instituição religiosa, a sua história, como comunidade cristã, esteve intimamente ligada à Paróquia São João Batista, da qual fazia parte até o ano em que foi criada a nova Paróquia: Nossa Senhora da Esperança. Portanto, como não poderia deixar de ser, ligada também à Arquidiocese do Rio de Janeiro. Situada à Rua Macedo Sobrinho 21, no bairro do Humaitá, é uma das Instituições de saúde mais antigas da cidade, sendo fundada em 1921 por um

grupo de religiosas da Congre-gação de Santa Catarina V. M., que obtiveram licença, junto ao cardeal Dom Sebastião Leme, para a construção canônica da Casa, à qual as Irmãs já tinham dado o nome: Casa de Saúde São José. Sua sede foi compra-da da família do Marechal Bit-tencourt, um dos herdeiros da tradicional família Guilhobel, e concebida com o objetivo inicial de dar abrigo a idosos e doentes graves, sob a proteção de São José, padroeiro das famílias. Logo a instituição conquistou o respeito de médicos e pacien-tes e a procura pelos serviços aumentou gradualmente, tor-nando-se necessário ampliar a capacidade de atendimento aos doentes, como também, iniciar

nhecido como verdadeiro discípulo de Jesus. Precisamos Amar incondicionalmente e fazer brotar no coração da humanidade o desejo de paz!

a construção de uma nova ca-pela, pois a antiga capelinha, instalada na frente do prédio, já não comportava as pessoas que

participar da Eucaristia.

No ano de 1949, iniciou-se a construção. Aos 8 de setembro do mesmo ano, lançou-se a pe-dra fundamental, benta por sua excelência, o cardeal Dom Jaime de Barros Câmara. Foi inaugura-da aos 20 de Janeiro de 1952, dia do glorioso mártir São Se-bastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.

O presbitério é ornado por três vitrais, no centro São José, pa-droeiro da Casa de Saúde, ao lado direito Santa Catarina de Alexandria, padroeira das Irmãs

Tu me escutas Senhor?

“”

Os cristãos, de fato, vão ao encontro dos pobres e frágeis não para obedecer a um programa ideológico, mas porque a palavra e o exemplo do Senhor nos dizem que todos somos irmãos.

e Santa Isabel de Portugal, por ser a protetora dos pobres. Nas paredes internas, acham-se gravadas doze cruzes, que sig-

cada uma delas, está colocada uma vela. Na década de 50/60, foi adquirido um órgão, que veio da Alemanha, para a glória de Deus e a alegria dos que parti-cipavam das cerimônias religio-sas na linda Igreja dedicada a São José. Coerentes com a espi-ritualidade da Bem-aventurada Regina Protmann, fundadora da Congregação, antes mesmo de receberem os doentes, as Irmãs se preocuparam com a constru-ção de uma Via-Sacra, que tam-bém se encontra nas paredes da Capela. Na contemplação do Servo sofredor, as Irmãs devem haurir forças para os exigentes serviços diuturnos e noturnos, junto ao leito dos doentes.

Sofro de modo atroz. Encarcerado em mim mesmo. Prisioneiro de mim mesmo.Só ouço a minha voz. Só enxergo a mim próprio. E por detrás de mim, só o sofrimento existe.

Tu me escutas Senhor? Liberta-me de meu corpo: ele é pura fome, e tudo o que ele toca com seus gran-des olhos incontáveis, com suas mil mãos estendidas, crispadas, é sempre para se apossar e tentar acalmar seu apetite insaciável.

Tu me escutas Senhor?Liberta-me de meu coração: ei-lo

todo enfunado de amor, mas, quando penso que amo louca-mente, entrevejo, coberto de ver-gonha, que, através do outro, é a mim próprio que amo.

Tu me escutas Senhor?Liberta-me de meu espírito: está cheio de si mesmo. De suas ideias, de seus julgamentos - nem sabe dialogar, pois nenhuma ou-tra palavra o atinge senão suas próprias palavras.Sozinho, me aborreço, me can-so, detesto-me, enojo-me a mim mesmo.Há quanto tempo me reviro em minha mísera pele como em um leito de doente do qual quisera escapar. Tudo me parece mesquinho e feio, sem luz. . . é que nada posso ver que não seja através de mim mesmo.Sinto-me prestes a odiar as pes-soas e o mundo inteiro. . . por

despeito, já que não as posso acu-sar.Quisera sair. Quisera andar, correr para outro país.Sei que existe a ALEGRIA: vi-a can-tar em alguns rostos.Sei que rebrilha a LUZ: vi-a ilumi-nar certos olhares.Mas, Senhor, não consigo liber-tar-me, gosto de minha prisão, ao mesmo tempo em que a odeio. Pois sou a minha prisão.E me amo. Amo-me, Senhor, e te-nho náuseas de mim.Nem encontro, Senhor, a porta de mim mesmo. Arrasto-me às apalpadelas, às cegas. Esbar-ro em minas próprias paredes, em meus próprios limites. Fi-ro-me. Sinto dor. Sinto dores demais – e ninguém sabe. Por-que ninguém jamais entrou den-tro de mim. Estou só. Sozinho.

Senhor, Senhor, tu me escutas?Senhor, mostra-me a minha porta;

toma-me pela mão. Abre. Aponta-me o Caminho. A estrada da ALE-GRIA, o sendeiro da LUZ. . .Mas. . .

Mas, Senhor, tu me escutas?

“Meu menino, eu te escutei:Causas-me dó. Me fazes pena.Há quanto tempo que espreito tuas persianas cerradas. Abre-as.Minha Luz há de te iluminar.Há quanto tempo me posto à tua porta trancada. Abre-a, me en-contrarás à soleira.Eu te espero, os outros te espe-ram. Mas tens de te abrir. Tens de sair de ti.

mesmo? És livre.Não fui eu quem fechou tua porta.Não serei eu quem a possa des-cerrar. . . pois, és tu que, de den-tro,A guardas fortemente aferrolha-da.”

MICHEL QUOIST“Poemas para rezar”.

Por Ir.Conceição Vieira