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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA
EDUARDO RONALD JOAQUIM
MENSURAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE
COMO FERRAMENTA NA GESTÃO DE PROCESSOS:
PROPOSTA DE UM MODELO PARA UMA EMPRESA
FABRICANTE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES
SANTOS/SP
2014
EDUARDO RONALD JOAQUIM
MENSURAÇÃO DOS CUSTOS DA QUALIDADE
COMO FERRAMENTA NA GESTÃO DE PROCESSOS:
PROPOSTA DE UM MODELO PARA UMA EMPRESA
FABRICANTE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES
Dissertação apresentada à Universidade Santa Cecília, como parte dos requisitos para obtenção de título de mestre no Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Pereira Matos.
SANTOS/SP
2014
Autorizo a reprodução parcial ou total deste trabalho, por qualquer que seja o
processo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos.
Joaquim, Eduardo Ronald. Mensuração dos custos da qualidade: proposta de um modelo
para uma empresa fabricante de veículos automotores / Eduardo Ronald Joaquim.
-- 2014. 83 f. Orientador: Maria Cristina Pereira Matos.
Dissertação (Mestrado) -- Universidade Santa Cecília,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Santos, SP, 2014.
1. Custos de falhas. 2. Custos da Qualidade. 3. Gestão de
custos. 4. Indicadores da qualidade. I. Matos, Maria Cristina Pereira, orient. II. Mensuração dos custos da qualidade: proposta de um modelo para uma empresa fabricante de veículos automotores.
Elaborada pelo SIBi – Sistema Integrado de Bibliotecas ‐ Unisanta
Dedico este trabalho aos meus pais, à minha
esposa e aos meus filhos pelo amor, dedicação
e paciência.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida, saúde e oportunidade de chegar a este novo momento de
aprendizado.
À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Pereira Matos, pela amizade,
proximidade, atenção, inúmeros conselhos, paciência e dedicação no sentido da
obtenção dos melhores resultados, sem os quais não haveria a possibilidade de
finalizar este trabalho.
Aos professores e secretárias da UNISANTA, pela atenção e cuidado no sentido de
não me sentir somente um número de inscrição.
Aos meus colegas de turma, pela amizade e espírito de equipe no desenvolvimento
de nossos trabalhos.
À minha amada esposa Ana Lucia, pelo amor, carinho, incentivo, paciência e
companheirismo em todos os momentos de “nossa” vida.
Aos meus filhos Mariana e Eduardo que, por várias vezes, abriram mão da minha
presença, entendendo a frase: “papai precisa estudar...”.
Aos meus pais Bento (in memoriam) e Delvarice, pelo amor, educação e exemplo de
honestidade e perseverança.
Aos meus sogros Oscar (in memoriam) e Magdalena, pelo amor, carinho, confiança
e apoio em todos os momentos.
“Uma das coisas mais inteligentes que um
homem e uma mulher podem saber é saber
que não sabem. Aliás, só é possível caminhar
em direção à excelência se você souber que
não sabe algumas coisas. Porque há pessoas
que, em vez de ter humildade para saber que
não sabem, fingem que sabem. Pior do que
não saber é fingir que sabe. Quando você
finge que sabe, impede um planejamento
adequado, impede uma ação coletiva eficaz.
Por isso, a expressão “não sei” é um sinal de
absoluta inteligência. ”
“Para ir da oportunidade ao êxito é preciso
enfrentar os medos de mudança, romper com
esse sentimento e ir atrás do vento oportuno.
Para isso, é preciso mudar a mentalidade. É
preciso ter uma mentalidade humilde. Uma
mentalidade moderna. ”
(CORTELA, 2012, p.28 e 47)
RESUMO O presente trabalho teve por objetivo, propor a aplicação dos conceitos de custos da qualidade como ferramenta na gestão de processos. Para isto, foi utilizado o conceito PAF (prevenção, avaliação e falhas), desenvolvido por autores como Joseph M. Juran e Armand V. Feigenbaum. Visou a mudança do paradigma da gestão dos custos com foco somente financeiro ou contábil, onde propôs uma metodologia para identificação, segregação, padronização e monitoramento dos custos da qualidade, de forma a permitir que os resultados sejam utilizados como indicadores ao direcionamento de esforços no sentido da redução dos custos, através da melhoria da eficiência e consequentemente, da produtividade. Esta melhoria gera efetiva vantagem competitiva por reduzir os preços totais dos produtos ou serviços. Para tanto, foi empregada uma metodologia exploratória de caráter quantitativo, uma vez que o presente estudo tem como proposta, mensurar os custos da qualidade de acordo com o tipo (prevenção, avaliação e falhas). Como método, foi utilizada uma pesquisa documental, de onde foram extraídas informações para observação e análise. Sendo assim, a técnica aplicada foi a observação participante. O lócus da pesquisa foi uma empresa fabricante de veículos, delimitada em sua área de montagem, na qual, são agregados os componentes de acabamento, elétricos, motor, câmbio dentre outros e onde são realizados os principais tipos de testes que certificam o veículo acabado. A escolha desta área deu-se ao fato de que todos os outros processos se convergem nesta e há, consequentemente, maior diversidade de informações, condições estas que a qualificam como padrão aplicável às outras áreas da empresa. Por uma questão de confidencialidade e ética profissional, adotou-se a denominação ALFA para o lócus da pesquisa e os valores utilizados foram ajustados em escala, sem perda de proporcionalidade, de forma que não houvesse prejuízos às comparações entre os tipos de custos, suas implicações nos resultados e efetivas conclusões. Palavras-chave: Custos de falhas. Custos da qualidade. Gestão de custos. Indicadores da qualidade.
ABSTRACT This paper aimed to propose the application of quality costs concepts as processes management tool. For this, was used the PAF (prevention, appraisal and failures) concept, developed by authors such as Joseph M. Juran and Armand V. Feigenbaum. Aimed at changing the paradigm of cost management with only financial or accounting focus, where proposed a methodology for identification, segregation, standardization and monitoring of the quality costs, to enable the results to be used as indicators to direct efforts on reducing costs by improving efficiency and thus productivity. This improvement creates an effective competitive advantage by reducing the total cost of products or services. For that, was employed an exploratory methodology of quantitative character, since the present study is proposed to measure the quality costs, according to type (prevention, appraisal and failures). As a method, was employed a documentary research, where information was extracted for observation and analysis. Thus, the applied technique was the participant observation. The research locus was a vehicles manufacturer company, bounded by its assembly area, in which, the finishing components are aggregated, electric ones, engine, gearbox among others and where the main types of the finished vehicles certification tests are performed. The choice of this area was given by the fact that all other processes converge on this and there is consequently the major diversity of information, conditions that qualify as applicable standard to the other areas of the company. For reasons of confidentiality and professional ethics, was adopted the name ALFA to the locus of research and the values used were adjusted in scale, without loss of proportionality, so that there was no damage to the comparisons between the costs types, their implications on results and effective conclusions. Keywords: Costs of failures. Quality costs. Costs management. Quality indicators.
LISTA DE FIGURAS PAG
Figura 1 – Custos da qualidade ............................................................................... 33
Figura 2 – Modelo clássico de custo da qualidade total .......................................... 40
Figura 3 – Modelo de evolução dos custos da qualidade – gráfico de barras ......... 42
Figura 4 – Conteúdos da Tabela de custos com pessoas ....................................... 50
Figura 5 – Conteúdos da Tabela de custos com depreciações ............................... 50
Figura 6 – Conteúdos da Tabela de custos com outras contas ............................... 50
Figura 7 – Fluxograma da rotina de custos da qualidade ........................................ 60
LISTA DE TABELAS PAG
Tabela 1 – Custos com pessoas – janeiro a dezembro de 2013 ............................ 53
Tabela 2 – Custos com depreciações – janeiro a dezembro de 2013 .................... 53
Tabela 3 – Custos com outras contas – janeiro a dezembro de 2013 .................... 54
Tabela 4 – Custos parciais e total – janeiro a dezembro de 2013 .......................... 55
LISTA DE GRÁFICOS PAG
Gráfico 1 – Custos da qualidade x centro de custo – janeiro a
dezembro de 2013 ............................................................................... 56
Gráfico 2 – Evolução dos custos da qualidade x centro de
custo – janeiro a dezembro de 2013 ................................................... 56
LISTA DE QUADROS PAG
Quadro 1 – Atividades e funções sugeridas por Fayol .......................................... 12
Quadro 2 – Princípios gerais da administração sugeridos por Fayol ..................... 13
Quadro 3 – Principais episódios da Escola da Qualidade ...................................... 14
Quadro 4 – Etapas do ciclo industrial segundo Feigenbaum ................................. 17
Quadro 5 – Funções básicas da administração ..................................................... 19
Quadro 6 – Recursos para a administração ........................................................... 21
Quadro 7 – Eficácia e eficiência administrativa ...................................................... 22
Quadro 8 – Conceitos de qualidade ....................................................................... 23
Quadro 9 – Dimensões para satisfação das pessoas ............................................. 24
Quadro 10 – Abordagens de TQM .......................................................................... 25
Quadro 11 – Princípios centrais do TQM ............................................................... 25
Quadro 12 – Ferramentas para a melhoria contínua ............................................. 28
Quadro 13 – Categorias dos custos da qualidade ................................................. 32
Quadro 14 – Aplicações dos custos da qualidade ................................................. 34
Quadro 15 – Pontos para unicidade de relatórios de custos da qualidade ........... 39
Quadro 16 – Passos para análise estratégica dos custos da qualidade ............... 39
Quadro 17 – Análise das zonas do modelo clássico de custos
da qualidade total ............................................................................. 41
Quadro 18 – Composição dos custos considerados ............................................... 47
Quadro 19 – Critérios para a mensuração de custos com pessoas ........................ 49
Quadro 20 – Critérios para a mensuração de custos de depreciações ................... 49
Quadro 21 – Critérios para a mensuração de custos de outras contas ................... 49
Quadro 22 – Conteúdos das Tabelas de custos com pessoas,
depreciações e outras contas............................................................ 51
Quadro 23 – Vantagens x limitações da implementação da proposta ..................... 62
LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CA Custos de Avaliação
CC Centro de Custo
CFE Custos de Falhas Externas
CFI Custos de Falhas Internas
CP Custos de Prevenção
FMEA Failure Mode and Effect Analysis
ISO International Standardization Organization
JIT Just In Time
MRP Manufacturing Requirements Planning
NBR Norma Brasileira da ABNT
PAF Modelo Prevenção-Avaliação-Falhas
QFD Quality Function Deployment
ROI Return on Investment
SAP Systems, Applications, and Products in Data Processing
SGQ Sistema de Gestão da Qualidade
SPC Statistical Process Control
TQC Total Quality Control
TQM Total Quality Management
VDA Verband der Automobilindustrie
SUMÁRIO
PAG
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.1 Relevância do tema ..................................................................................... 1
1.2 Envolvimento das áreas e identificação de necessidades ........................... 2
1.3 Estratégia: uso do recurso do correto dimensionamento de custos ........... 3
1.4 Classificação dos custos e mensuração da qualidade ................................. 4
1.5 Necessidade da padronização e normalização ............................................ 5
1.6 Objetivos ....................................................................................................... 6
1.6.1 Objetivo geral ..................................................................................... 6
1.6.2 Objetivos específicos........................................................................... 6
2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 7
2.1 O Mercantilismo ........................................................................................... 7
2.2 A Revolução Industrial ................................................................................. 8
2.3 A Administração como disciplina ................................................................. 9
2.4 A Administração científica e a linha de montagem de Henry Ford ............ 10
2.5 A Administração de funções ........................................................................ 12
2.6 Surgimento da Escola da Qualidade ........................................................... 14
2.7 A Qualidade como foco e o Gerenciamento Total da Qualidade ................ 15
2.8 O modelo japonês de administração ........................................................... 17
2.9 A padronização das boas práticas para a Garantia da Qualidade .............. 18
2.10 O aprendizado, a eficácia e a eficiência .................................................... 19
2.11 O Gerenciamento da Qualidade Total (TQM) ........................................... 22
2.11.1 Conceitos e dimensões ................................................................. 22
2.11.2 Abordagens e princípios ................................................................ 25
2.11.3 Melhoria contínua .......................................................................... 27
2.12 Custos da Qualidade ................................................................................. 29
2.12.1 Custo e qualidade como dimensões competitivas ........................ 29
2.12.2 Classificação para mensuração dos custos da qualidade ............ 31
2.12.3 Razões para a mensuração dos custos da qualidade .................. 34
2.12.4 Mensuração e interpretação de resultados dos
custos da qualidade ...................................................................... 37
3 METODOLOGIA ................................................................................................ 44
3.1 Procedimentos metodológicos ................................................................... 45
3.2 Configuração do lócus da pesquisa ........................................................... 45
3.3 Coleta de dados ......................................................................................... 46
3.3.1 Mensuração dos custos da qualidade .............................................. 48
3.3.1.1 Critérios para mensuração dos custos da qualidade .......... 48
3.3.1.2 Identificação dos conteúdos das Tabelas de dados
mensurados......................................................................... 50
3.3.1.3 Tabelas de valores obtidos na pesquisa ............................. 52
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 54
4.1 Tabela de custos da qualidade .................................................................. 55
4.2 Gráficos dos custos da qualidade x PAF ................................................... 56
4.3 Análise dos resultados e discussões ......................................................... 57
4.4 Proposta de relatório padrão da mensuração dos custos da qualidade .... 59
4.5 Proposta de procedimento para mensuração dos custos da qualidade .... 59
4.5.1 Fluxograma ...................................................................................... 60
4.5.2 Responsabilidades........................................................................... 61
4.5.3 Informações específicas .................................................................. 61
4.6 Vantagens x limitações da proposta ........................................................... 62
5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 63
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 65
1
1 INTRODUÇÃO
Tomando-se como referência que os produtos e serviços existem pelas
necessidades dos clientes, as empresas que os oferecem se preocupam no
atendimento e até na superação destas necessidades, com preços competitivos.
Este fato é reforçado por Coral (1996) quando identifica W.E.Deming e J.M. Juran,
como os ‘pais da qualidade’ que iniciaram seus discursos nas mudanças dos
processos produtivos para melhor atenderem às necessidades dos clientes,
ensinando que não deve ser a empresa a escolher o que e como produzir, mas sim
o cliente.
Em decorrência de um novo ambiente empresarial, caracterizado por disputa
acirrada em nível global, segundo Collaziol, Damacena e Souza (2010), as
empresas foram levadas a repensar suas estratégias e seus processos
operacionais, como forma de assegurar sua continuidade.
A intensificação da concorrência, conforme afirmam vários autores, dentre eles Bacic
e Petenate (2006), Juran e Godfrey (1999) e Feigenbaum (1991), levou as empresas
à introdução de novos conceitos e técnicas e, consequente necessidade de manter e
aumentar a competitividade como base para sustentabilidade, base esta, vinculada à
minimização de custos e inovação de produtos e serviços.
1.1 Relevância do tema
Pela necessidade advinda da globalização, as empresas tendem a se tornar mais
enxutas, desenvolverem estruturas organizacionais mais flexíveis, redefinirem as
relações com fornecedores, procurarem a otimização dos fluxos de atividades
operacionais, técnicas, logísticas ou administrativas, de forma a aumentarem o ritmo
de lançamentos de novos produtos adequados às necessidades cada vez mais
dinâmicas do mercado. Esta ideia é compartilhada por Feigenbaum (1991), quando
menciona que o aumento da competitividade gera uma maior disponibilidade de
ofertas aos clientes, o que os torna mais exigentes quanto aos requisitos dos
produtos ou serviços que estão dispostos a pagar.
2
Esta situação fica também muito clara, quando Gomes e Soccol (2011) afirmam que
uma empresa é puxada pelos seus clientes e estes impulsionam a produção no
sentido da busca contínua da melhoria e aprimoramento dos produtos e serviços,
visto que, para que a empresa possa sobreviver, é necessário desenvolver produtos
ou serviços melhores, mais baratos, mais seguros, de entrega mais rápida,
manutenção mais fácil, etc., que os concorrentes. Os autores complementam
afirmando que, para produzir novos produtos, são necessários novos processos:
melhores, de mais fácil execução das respectivas rotinas, de menos dispersão, mais
baratos, mais rápidos, mais seguros, etc., que os concorrentes.
Reforçando a ideia de que as melhorias são feitas em produtos e serviços para
aumentar seu valor para os clientes, Collaziol, Damacena e Souza (2010), Bacic e
Petenate (2006), Juran e Godfrey (1999) e Feigenbaum (1991), entre outros,
lembram que os clientes tomam decisões sobre compra e outros julgamentos,
considerando tanto a qualidade quanto o preço: a qualidade descreve o quão bem
um produto ou serviço atende a uma necessidade e o preço refere-se àquilo que o
cliente tem de pagar por um produto ou serviço e pode incluir tanto o preço nominal
quanto o custo de uso. Afirmam, portanto, que o valor propriamente dito de um
produto ou serviço pode ser definido como a sua utilidade ou importância.
A qualidade definida pelas necessidades dos clientes, segundo Feigenbaum (1991),
é vista frequentemente como um campo técnico, ao invés de política econômica e
social fundamental e determinante. Afirma que deve ser base estratégica de
negócios e indicar a necessidade de integração de todas as áreas administrativas,
técnicas e financeiras, no sentido da formulação de estratégias que visem à efetiva
satisfação dos clientes internos e externos na obtenção de processos de todas as
áreas, dimensionados para bons resultados.
1.2 Envolvimento das áreas e identificação de necessidades
Para que sejam atingidos os bons resultados, a efetiva sinergia entre as várias áreas
é fundamental, de forma a definirem todas as necessidades a um mesmo objetivo,
ou seja, conforme afirma Deming (1990), não há o que substitua o trabalho em
equipe para atingir uma consistência nos esforços, juntamente com conhecimento.
3
Como resultado deste trabalho conjunto, ou seja, a união de esforços e
conhecimentos das áreas é possível a identificação das reais necessidades e
conversão de requisitos ou necessidades dos clientes, em necessidades dos
processos que gerarão os produtos ou serviços comprados pelos clientes, ou seja,
conforme afirmam Juran e Godfrey (1999), Feigenbaum (1991) e Deming (1990), as
empresas que conseguirem identificar e interpretar com precisão as necessidades
dos clientes terão diferenciada vantagem competitiva.
Complementando a ideia, os resultados somente são obtidos por uma estratégia
onde os recursos são dimensionados corretamente pela identificação das
necessidades. Esta situação remete à obtenção de processos capazes de satisfazer
os clientes, ou seja, segundo Deming apud Campos (2004), através de processos
mais robustos, a produtividade será aumentada pela melhoria da qualidade, detalhe
bem conhecido por uma seleta minoria de empresas.
1.3 Estratégia: uso do recurso do correto dimensionamento de custos
Dentre os recursos necessários à obtenção dos resultados, há o correto
dimensionamento dos custos envolvidos. O preço que será pago pelo cliente deve
ter a melhor relação custo x benefício, visto que, segundo principalmente Juran e
Godfrey (1999) e, Feigenbaum (1991), esta relação é a que define a efetiva
competitividade e respectiva sustentabilidade de uma empresa no fornecimento de
produtos ou serviços.
Com esta mesma diretriz, Campos (2004) afirma que preço é função do valor e
quanto menor o custo com maior valor agregado, maior a capacidade competitiva de
uma empresa. O lucro decorrente é um prêmio que a sociedade paga à empresa
pelo bom serviço prestado e um sinal de que deve crescer e continuar a servir bem.
Também em consenso e complementando, Robles Junior apud Collaziol e Souza
(2010) afirma que a mensuração da qualidade por meio de seus custos pode
atender a vários objetivos, dentre os quais se destacam: a) conhecer quanto a
empresa está perdendo pela falta de qualidade; b) verificar a distribuição dos custos
por categorias, possibilitando o direcionamento de investimentos; c) verificar
4
aumento da produtividade; d) revelar o impacto financeiro das decisões de melhoria
da qualidade; e) facilitar a elaboração de orçamentos e controles pertinentes.
1.4 Classificação dos custos e mensuração da qualidade
A mensuração do desempenho dos programas da qualidade e a utilização dos
custos da qualidade como ferramenta indicadora para este fim, são necessidades
indicadas por Juran e Godfrey (1999) e, Feigenbaum (1991). Estes autores afirmam
que é importante dividir os custos em ‘custos necessários à obtenção da qualidade’
(custos de prevenção e de avaliação) e ‘custos de perdas’ (relativos às falhas
internas e externas). Unânime e no sentido de complementar a afirmação, Moya
(2001) ensina que os trabalhos relacionados a estudos de custos da qualidade são,
quase que exclusivamente, direcionados ao modelo PAF (prevenção-avaliação-
falhas), sendo muito difícil encontrar bibliografia com outros conceitos.
Apontados como precursores do conceito de custos da qualidade por Coral (1996),
J.M.Juran e A.V.Feigenbaum afirmam que a identificação, segregação e
monitoramento dos custos, permitem a definição e implementação de melhorias pelo
direcionamento de esforços aos pontos onde há a necessidade.
Ainda nesta linha, Coral (1996) informa que os autores identificam e classificam os
custos da qualidade, mas a forma como devem ser usados e gerenciados nas
empresas é específico para cada caso. Tal comentário, leva à interpretação de que
as características de cada uma são diferentes e por isto, a forma de gerenciamento
das informações deve estar de acordo com as necessidades da empresa, inclusive
quanto à sua forma de gestão, visando à melhor interpretação e aproveitamento
possíveis.
Neste contexto, Gomes e Soccol (2011) reforçam a informação, afirmando que um
sistema de mensuração da qualidade, pode ser definido como o conjunto de
processos administrativos dentro da estrutura organizacional da empresa, de forma
que seja possível calcular os gastos referentes às categorias dos custos da
qualidade, entre eles, os custos relacionados à prevenção, avaliação e custos de
falhas internas e externas. Observa-se que deve servir como mecanismo de gestão,
5
ser ou ter um indicador que demonstre tais resultados de forma que os gestores
possam administrá-los, identificando os pontos onde há a efetiva possibilidade de
direcionar ações e esforços de maneira planejada. Os resultados devem permitir a
percepção de que as ações estão sendo efetivas ou não no contexto organizacional.
Reforçando tais informações e afirmações, Moya (2001) deixa claro que os custos
da qualidade compõem uma ferramenta muito eficaz e imprescindível para conseguir
a melhoria da relação custo x qualidade. O conhecimento das causas dos
problemas é fundamental para resolvê-los, porém, somente seu conhecimento não
basta, visto que será necessário estabelecer ações corretivas adequadas para
eliminá-los. Segundo este autor, a simples implementação e cálculo não melhoram a
situação, visto que são ações corretivas adotadas que realmente produzem
melhorias.
1.5 Necessidade da padronização e normalização
Com a finalidade de normalizar, ou seja, criar prescrições e parâmetros comuns que
pudessem facilitar o intercâmbio global, segundo Collaziol, Damacena e Souza
(2010), a International Organization for Standardization (ISO), emitiu normas
internacionais sobre sistemas de qualidade: as normas da série ISO 9000, situação
esta que, além de criar parâmetros comuns para facilitar o intercâmbio e a
normalização, também é utilizada como estratégia para redução de custos.
Complementam os autores que com a necessidade da normalização, as empresas
passaram a buscar a adequação e/ou implementação de seus sistemas de gestão
da qualidade, momento este que houve uma série de dúvidas relacionadas à gestão
das informações. Uma delas foi a má interpretação dos requisitos normativos. As
empresas passaram a criar procedimentos novos no intuito de otimizarem seus
processos e rotinas, que muitas vezes, não condiziam efetivamente com suas
necessidades, ou seja, dimensionados de forma incorreta, a ponto de se tornarem
impossíveis de serem seguidos ou mantidos. Com a maturidade dos sistemas de
gestão, estas dúvidas iniciais foram eliminadas. As empresas perceberam que o
procedimento deveria ser uma forma organizada de sistematizar as rotinas de
trabalho, minimizando as chances de erros por situações diferentes das planejadas.
6
A otimização começou a ser implementada a partir de um determinado padrão
definido, tornando o sistema ainda mais robusto, garantindo a qualidade e
competitividade e principalmente sustentabilidade dos produtos, processos e
serviços.
1.6 Objetivos
1.6.1 Objetivo geral
O presente trabalho teve por objetivo geral, propor a aplicação dos conceitos de
custos da qualidade como ferramenta na gestão de processos da empresa ALFA, no
sentido da padronização e otimização das rotinas de tomada de ações necessárias à
melhoria de eficiência e consequentemente, da produtividade, o que proporciona
efetiva vantagem competitiva através da otimização dos custos totais.
1.6.2 Objetivos específicos
Oferecer subsídio aos gestores dos processos, no sentido do
direcionamento eficaz de esforços para redução dos custos da qualidade;
Implementar com uma nova rotina, a padronização dos processos de
identificação, mensuração, segregação e monitoramento dos custos da
qualidade;
Satisfazer aos requisitos relacionados à gestão dos custos da qualidade,
definidos pelas normas referenciais da certificação do SGQ (Sistema de
Gestão da Qualidade) da empresa ALFA;
Fornecer subsídios para novos estudos e aprofundamento da temática
abordada neste trabalho.
7
2 REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo foram abordados os principais momentos históricos desde o
Mercantilismo, com atividades comerciais dos artesãos, passando pela Revolução
Industrial e pela implementação da Administração Científica e, culminando no
Controle da Qualidade Total (TQC do inglês, Total Quality Control). O TQC foi
abordado como metodologia para a obtenção dos resultados requeridos pelos
clientes, mediante a aplicação das melhores práticas para a Garantia da Qualidade,
dentre elas, a identificação, segregação e controle dos custos da qualidade. Estes
custos são calculados e mantidos no sentido do direcionamento de esforços
necessários à obtenção de processos que proporcionem a qualidade requerida.
2.1 O Mercantilismo
No Capitalismo mercantil ou Mercantilismo que se estendeu a partir do século XV, a
nova burguesia do período medieval se transformou em famílias poderosas de
comerciantes e banqueiros, cujas empresas, agrupadas em sociedades anônimas,
ocuparam um significativo espaço no cenário das atividades econômicas. Em
muitos casos, substituíram as oficinas artesanais locais. Da mesma forma, surgiram
os intermediários e os negociantes de matérias primas e mão de obra. Os negócios
se transformaram em redes, que comercializavam bens em grande escala através
de fronteiras e oceanos. O capitalista se converteu, então, na figura que entendia e
dominava a comercialização de bens (MAXIMIANO, 2009).
Os artesãos atendiam às necessidades específicas de seus clientes que ditavam
com precisão a forma e as características do produto que encomendavam. Os
artesãos e sua forma de trabalho configuram a primeira forma de produção
organizada, onde estabeleciam prazos de entrega, classificavam prioridades,
atendiam especificações prefixadas e determinavam preços para suas encomendas
(LAUGENI E MARTINS, 2010; MAXIMIANO, 2009).
Apesar das grandes empresas que haviam surgido, no século XVII, havia o domínio
das indústrias de pequena escala ‘caseiras’, mantidas predominantemente por
artesãos e seus aprendizes. Muito dependente de habilidades únicas, a produção
8
não era organizada por funções especializadas, mas ainda pela tradição do
artesanato, ou seja, de o trabalhador produzir o produto inteiro manualmente,
situação esta que naturalmente gerava variações em qualidade. Além disto, eram
poucas as máquinas utilizadas e os mercados dessas empresas eram circunscritos
pelos respectivos territórios dos Estados (CORRÊA E CORRÊA, 2012;
KWASNICKA, 2010).
Um importante ponto a ser observado, em paralelo a estes acontecimentos, é a
reforma protestante entre os séculos XVI e XVIII que modificou certos valores e
influiu na cultura empresarial, criando novos paradigmas para a administração das
organizações. Os primeiros líderes protestantes destacavam o trabalho árduo como
uma forma de melhorar a situação pessoal e beneficiar a comunidade. Confirmando
este fato, Maximiano (2009) afirma que os protestantes nos Estados Unidos
ajudaram a definir os princípios do desenvolvimento da filosofia diretiva deste país,
bem como as práticas econômicas deste período, práticas estas que identificaram
este período como Capitalismo Mercantil ou Mercantilismo.
2.2 A Revolução Industrial
Como consequência do mercantilismo, surge na Inglaterra a mudança para uma
sociedade industrial. Os capitalistas entregavam matérias primas e máquinas para
famílias que vendiam as peças produzidas a estes capitalistas. Este sistema foi o
precursor das fábricas e levou alguns comerciantes a começarem por reunir
trabalhadores em galpões, com a finalidade de exercer um maior controle sobre seu
desempenho. A resultante concentração de trabalhadores que faziam uso das
máquinas incrementou significativamente a produtividade e aumentou a
complexidade dos problemas, tanto nas empresas como na sociedade. Reforçando
tais acontecimentos, Corrêa e Corrêa (2012), Laugeni e Martins (2010), Kwasnicka
(2010) e, Maximiano (2009) confirmam tais fatos e complementam a informação,
afirmando que neste momento, a produção artesanal teve sua efetiva decadência
com o advento da Revolução Industrial que foi caracterizada pela transição de
métodos de produção artesanais para a produção por máquinas no século XVIII.
9
A Inglaterra era a líder do mundo industrial e tecnológico e estava obtendo
progressos revolucionários na produção de equipamentos têxteis, máquinas e
motores a vapor. Havia neste país, conforme afirmam Corrêa e Corrêa (2012),
Kwasnicka (2010) e Maximiano (2009), abundância de mão-de-obra, de capitais, de
meios de transporte e de novas tecnologias. Surge então, um novo personagem
social: a empresa industrial.
Estes autores identificam este momento como onde, dado o crescimento das
empresas, a utilização de máquinas, emprego de grande número de pessoas, a
produção em larga escala, entre outros fatores, acirram-se disputas por mercados: a
concorrência. Com isto, pela necessidade de sobrevivência, as empresas foram se
adaptando à nova situação por tentativa e erro. Ocorre, a padronização dos produtos
e processos e com isto, torna-se necessária a especialização através do
treinamento, a divisão do trabalho, a criação e o desenvolvimento dos quadros
gerenciais e de supervisão, o desenvolvimento de técnicas de planejamento e
controle da produção e financeiro e, o desenvolvimento de técnicas de vendas. A
Revolução Industrial espalha-se pelo mundo e, consequentemente, pelas suas
características e necessidades impostas, surgem as primeiras obras literárias na
busca de melhores métodos e práticas administrativas, ou seja, as bases para as
teorias relacionadas à administração como método científico no estudo dos
trabalhos.
2.3 A Administração como disciplina
A preocupação das grandes empresas pela eficiência, imposta pela concorrência,
cria um cenário propício à padronização do funcionamento das máquinas, produção
de peças intercambiáveis, planejamento detalhado de operações, otimização do
espaço físico, cronometragem, estudos de tempos e movimentos, comparação entre
concorrentes e localização da empresa de acordo com a proximidade aos
fornecedores de matéria prima. Além da parte técnica, dado o fato da percepção da
mão de obra como o principal recurso da empresa, abre-se caminho ao pagamento
de incentivos salariais, proporcionais à quantidade de peças produzidas, tempo
ocioso remunerado, construção de casas para os operários e criação de uma
10
sociedade de ajuda mútua. Maximiano (2009) em sua obra, aponta a Fundição
Soho, empresa constituída para fabricar a máquina à vapor de James Watt, entre o
final do século XVII e início do século XVIII como a precursora neste sentido.
Na metade do século XVIII, havia um terreno fértil para consolidar os conhecimentos
e as práticas administrativas em uma disciplina independente. Em 1881, a
Universidade da Pensilvânia, criou a primeira escola de administração do mundo,
devido à doação de 100.000 dólares de Joseph Wharton, que patrocinou muitas das
experiências de Frederick Winslow Taylor, o qual, conjuntamente com seus
seguidores, transformou a administração da eficiência em um conjunto de
conhecimentos com vida própria. Na transição ao século XX, a história da
administração inicia uma fase totalmente diferente: entra em cena a Administração
Científica (MAXIMIANO, 2009).
2.4 A Administração científica e a linha de montagem de Henry Ford
Não são poucos os estudiosos da administração que afirmam e ensinam que
Frederick Winslow Taylor é considerado o criador e participante mais destacado do
movimento de administração científica. Dentre estes estudiosos, destacam-se
Corrêa e Corrêa (2012), Maximiano (2009) e, Certo (2003), que complementam
ainda o fato, esclarecendo que a partir das observações e experiências de Taylor,
comumente chamado de ‘pai da administração científica’, desenvolveu-se o sistema
de administração de tarefas, que mais tarde se conheceria como sistema Taylor,
Taylorismo e por último, administração científica.
É importante lembrar que os principais seguidores e colaboradores de Taylor foram:
Frank e Lillian Gilbreth (trabalhos focados em tempos e movimentos); Henry Gantt
(criador do gráfico que leva seu nome até hoje, focado em planejamento, ilustrando
as diferentes etapas de um projeto) e; Hugo Munsterberg (focado em rotinas de
avaliação e seleção de pessoas). Eles contribuíram para que a administração
científica, rapidamente ganhasse popularidade nos Estados Unidos e depois em
todo o mundo (CORRÊA E CORRÊA, 2012; KWASNICKA, 2010; MAXIMIANO,
2009; CERTO, 2003).
11
Na sequência histórica, conforme afirmam autores como Laugeni e Martins (2010) e
Maximiano (2009), como o nome de Taylor se associa à administração científica, o
nome de Henry Ford está associado aos princípios da produção em massa, tipo de
fabricação que tem como características, a fabricação de produtos não diferenciados
em grandes quantidades; as peças padrões e; o trabalhador especializado.
Estes autores apontam 1910, como o ano em que a Ford estabeleceu a primeira
planta dedicada exclusivamente à montagem final de produtos, momento este que o
trabalhador especializado em funções específicas se converteu no elemento
principal da linha de montagem móvel. Assim, o engenheiro industrial assumiu o
planejamento e o controle da montagem e o engenheiro de produção assumiu a
responsabilidade pelo planejamento do processo de fabricação. Os assistentes
limpavam periodicamente as áreas de trabalho, nas quais, os técnicos calibravam e
reparavam ferramentas. Outros especialistas controlavam a qualidade. Os
supervisores deviam detectar os problemas na fábrica, para que a administração
superior pudesse corrigi-los. Ao final da linha se encontravam os reparadores, que
tinham numerosas habilidades de artesãos originais e corrigiam tudo que estava
incorreto. Este modelo direcionou a Ford à primeira posição na indústria
automobilística mundial, praticamente eliminando as empresas artesanais, exceto
algumas poucas que se mantiveram no mercado de luxo. Segundo estes autores
(LAUGENI E MARTINS, 2010; MAXIMIANO, 2009), em 1923, foram produzidos 2,1
milhões de unidades do veículo Ford Modelo T (conhecido no Brasil como Ford de
bigode); em 1926 a Ford montava automóveis em 19 países, além dos Estados
Unidos; em 1915 já era o principal fabricante na Inglaterra e até a morte de seu
fundador, foram produzidos 17 milhões de unidades do modelo T.
Os autores ainda afirmam que a Ford havia conseguido a intercambialidade de
peças (mesmas peças usadas em mais de um sistema ou produto), padronização do
sistema de calibração, a divisão do processo em etapas, maior especialização do
trabalhador, maior velocidade de produção, padronização de produtos e
consequente redução de custos. Estes fatos fizeram com que o modelo de Ford se
convertesse no modelo de organização das empresas industriais dos Estados
Unidos.
12
Ainda neste contexto, os autores, ensinam que Henry Ford não mantinha suas
técnicas em segredo, sendo estas utilizadas em todas as empresas dos Estados
Unidos e, após a Segunda Guerra Mundial, por companhias de outros países como
Volkswagen, Renault, Fiat e Mercedes-Benz, seguindo o modelo Ford e produzindo
em escala comparável às empresas norte-americanas.
2.5 A administração de funções
De acordo com Kwasnicka (2010), Maximiano (2009) e Certo (2003), o engenheiro
francês Henry Fayol (1841-1925) foi o protagonista da sistematização da
administração, ou seja, a ideia de que administrar é planejar, organizar, dirigir e
controlar.
Segundo estes autores, Fayol desenvolveu seus trabalhos praticamente na mesma
época de Taylor, trabalho este que foi considerado uma das maiores contribuições
para o campo da gerência e da administração. Trabalhou nos níveis organizacionais
de cúpula administrativa, principalmente da direção, buscando uma definição das
responsabilidades em todos os níveis organizacionais, pois sentia que a habilidade
administrativa era a mais importante que se requeria da direção da companhia,
sentimento este que o direcionava a afirmar que havia a possibilidade de se ensinar
administração.
Com isto, afirmam ainda os autores que, sob a ótica de Fayol, há a necessidade da
definição de funções, o que o leva a criar e divulgar sua própria teoria, que começa
por dividir a empresa em seis atividades distintas, expostas no quadro 1.
Quadro 1 - Atividades e funções sugeridas por Fayol
Atividades Funções
1. Técnica Produção, manufatura
2. Comercial Compra, venda, troca
3. Financeira Obtenção e utilização de capital
4. Segurança Proteção da propriedade
5. Contabilidade Registro de ativo, balanços, custos, estatísticas
6. Administração Planejamento, organização, direção, coordenação e controle
Fonte: Elaborado a partir de Maximiano (2009).
13
O quadro 2 a seguir, foi elaborado pelo pesquisador, de acordo com os
ensinamentos unânimes de Kwasnicka (2010) e Certo (2003) e segundo os quais, os
princípios gerais da administração sugeridos por Fayol, ainda são considerados úteis
na prática administrativa contemporânea. Afirmam ainda que os ingredientes
básicos da administração bem-sucedida são aplicáveis a todas as empresas e a
gestão dos mesmos é desejável em gerentes de sucesso.
Quadro 2 - Princípios gerais da administração sugeridos por Fayol
Princípio Descrição
1. Divisão de trabalho O trabalho deve ser dividido entre pessoas e equipes. A especialização no trabalho é a melhor maneira de utilizar os recursos humanos.
2. Autoridade
Autoridade e responsabilidade estão relacionadas. Autoridade é o direito de dar ordens e o poder de exigir obediência. Responsabilidade é responder por deveres e, portanto, está associada à autoridade. Aquele que assume autoridade, também assume responsabilidade.
3. Disciplina Uma empresa bem-sucedida requer o esforço conjunto de seus funcionários. As penalidades devem ser aplicadas criteriosamente, a fim de encorajar esse esforço conjunto.
4. Unicidade de comando Os funcionários devem receber ordens de apenas um administrador.
5. Unicidade de direção A empresa como um todo deve caminhar em direção a um objeto comum, em uma única direção.
6. Subordinação dos interesses individuais aos interesses coletivos
Os interesses de uma pessoa não devem ter prioridade sobre os interesses da empresa como um todo.
7. Remuneração Variáveis como o custo de vida, a oferta de pessoal qualificado, as condições do negócio e seus bons resultados, devem ser levados em consideração na definição da faixa salarial de um funcionário.
8. Centralização Centralização é a redução da importância do papel dos subordinados. Descentralização é o inverso disto. O grau de centralização ou descentralização depende da empresa em que o administrador trabalha.
9. Escala de hierarquia
Cada administrador, desde o supervisor até o presidente, possui certa autoridade. O presidente detém a maior parte desta. Cada administrador deve sempre informar suas atividades aos superiores hierárquicos. A escala hierárquica e a adesão a ela é necessária caso a empresa queira ser bem-sucedida.
10. Ordem A fim de preservar a eficiência e a coordenação, todas as matérias-primas e pessoas envolvidas em uma tarefa específica devem estar situadas em um mesmo local da empresa.
11. Equidade Todos os funcionários devem ser tratados com o máximo de igualdade possível.
14
12. Estabilidade de retenção de pessoal
Manter funcionários produtivos deve ser uma das maiores prioridades. Os custos de recrutamento e seleção e, o aumento dos níveis de rejeição do produto, são geralmente associados a novas contratações.
13. Iniciativa A administração deve estar disposta a encorajar iniciativas de seus funcionários, que é definida como uma nova atividade ou adicional.
14. Espírito de grupo A administração deve encorajar a harmonia e os bons sentimentos.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, a partir de Kwasnicka (2010) e Certo (2003).
2.6 Surgimento da Escola da Qualidade
A Escola da Qualidade surgiu na década de 1920 e teve seu desenvolvimento
paralelamente ao das demais escolas até meados do século XX, quando se uniu a
outros conceitos e convergiu em um enfoque sistemático. Os principais episódios
deste desenvolvimento estão listados no quadro 3.
Quadro 3 - Principais episódios da Escola da Qualidade
Décadas/Período Episódios
1920 Linha de montagem, controle estatístico da qualidade
1940 Segunda Guerra Mundial, controle estatístico da qualidade
1950 O controle da qualidade chega ao Japão por meio de Deming
1960 Qualidade Total de Feigenbaum e Ishikawa
1980 Qualidade assegurada, auditoria da qualidade, normas ISO
Século XXI Qualidade como estratégia de negócios
Fonte: Elaborado a partir de Maximiano (2009).
No início do século XX, conforme expõe Maximiano (2009), a produção em massa
mostrou sua necessidade no sentido de produzir peças em grandes quantidades,
praticamente idênticas, de forma a permitirem sua montagem em qualquer produto
do mesmo tipo. Surge a sistematização e aplicação da estatística como referência,
cujo pioneiro foi Walter A. Shewhart, quem em 1924 preparou o primeiro formulário
para este tipo de controle, uma ferramenta que até hoje é chamada de carta de
controle. O controle estatístico da qualidade, segundo Maximiano, não garantia a
qualidade dos produtos e serviços inspecionados, somente detectava os defeitos, ou
seja, havia a possibilidade de produtos defeituosos ou não.
15
Ainda de acordo com o quadro 3, a segunda Guerra Mundial na década de 1940, foi
o grande impulsionador do controle estatístico da qualidade. Dada a necessidade
de objetos com padrões de qualidade, as forças armadas dos Estados Unidos,
adotaram procedimentos científicos de inspeção por amostragem e instituíram um
programa de capacitação, destinado ao pessoal da indústria bélica e aos
compradores do exército.
Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos voltaram a se interessar pela
produção e venda de produtos. O êxito dos grupos de pesquisa operacional nas
forças armadas foi tão óbvio que os administradores estavam ávidos para
experimentar as técnicas da ciência da administração em um ambiente industrial.
Afinal, os administradores também precisavam lidar com complicados problemas
operacionais. Na década de 1950, a abordagem da ciência da administração provou
ser eficaz e aumentaram as expectativas no refinamento de ferramentas técnicas e
analíticas, momento que administradores e universidades perseguiram esse
refinamento (CERTO, 2003).
Para Kwasnicka (2010) e Maximiano (2009), neste período, os japoneses retomaram
as ideias de Taylor para renovar sua indústria e criaram o conceito de Kaizen
(melhoramento contínuo), uma aplicação do taylorismo.
Nos anos 80, conforme menciona Certo (2003), estudos revelaram que as técnicas
da abordagem da ciência da administração estavam sendo amplamente utilizadas
em muitas empresas grandes e complexas. Entretanto, as empresas menores ainda
não haviam percebido totalmente os benefícios do uso dessas técnicas. Para o
autor, encontrar maneiras de implementar as técnicas da ciência da administração
em empresas menores é, sem dúvida, um desafio válido para os administradores do
século XXI.
2.7 A Qualidade como foco e o Gerenciamento Total da Qualidade
Phlilip B. Crosby, segundo a afirmação de Certo (2003) é conhecido como
especialista na área da qualidade e é considerado pioneiro no movimento da
qualidade nos Estados Unidos. Segundo o autor, o trabalho de Crosby fornece aos
16
gerentes, informações valiosas sobre como atingir a qualidade do produto e indica a
necessidade de se injetar em uma organização certos ingredientes relacionados à
integridade, aos sistemas, às comunicações, às operações e às políticas para que
ela possa atingir progresso significativo na qualidade do produto. Complementa
ensinando que Crosby chama esses ingredientes de ‘soro de vacinação’ que impede
a contaminação da doença da baixa qualidade em toda a empresa.
Ainda seguindo afirmações de Certo (2003), na década de 1960, a ciência da
administração estava sendo utilizada em muitas empresas e aplicada a uma série de
diferentes problemas administrativos, como por exemplo, programação da produção,
localização de fábricas, empacotamento da produção e; o controle da qualidade dos
produtos.
Neste período, os cursos relativos às técnicas da abordagem científica da
administração se difundiram de imediato, atraindo numerosos professores
universitários que desejavam preparar-se para dar aulas de controle de qualidade.
Tal fato é apontado por Maximiano (2009) e indica como uma das figuras mais
importantes deste movimento, William Edwards Deming, que se converteria em um
guru da qualidade da década de 1980 e quem se tornou famoso quando foi
reconhecido como o responsável por ajudar a estabelecer uma cultura de qualidade
no Japão em meados do século XX.
Deming, conforme reforça Certo (2003), originalmente formado como estatístico,
introduziu o ensino do controle estatístico no Japão e defendia a ideia de que para
atingir a qualidade de um produto, a empresa deveria aprimorar seu desenho ou
formato e o processo usado para fabricá-lo, além de que a gerência seria o maior
responsável por atingir a qualidade do produto.
Seguindo a linha de evolução natural da Qualidade como foco, de acordo com
Corrêa e Corrêa (2012), Maximiano (2009) e Certo (2003), entre outros autores,
Armand Feigenbaum cria o conceito de Controle Total da Qualidade (TQC, por sua
sigla em inglês de Total Quality Control). A ideia do TQC, segundo estes autores,
tinha como pedra fundamental, uma definição de qualidade, na qual, o interesse do
cliente era o ponto de partida, ou seja, segundo Feigenbaum (1991), qualidade não
é somente conformidade com as especificações, mas deve estar integrada no
17
produto ou serviço desde o começo, a partir dos desejos e interesses do cliente. A
qualidade total englobaria então, no caso de produtos, todas as etapas do ciclo
industrial (quadro 4).
Quadro 4 - Etapas do ciclo industrial segundo Feigenbaum
Etapa Descrição
Marketing Avaliação do nível de qualidade desejado pelo cliente e o custo que está disposto a pagar.
Engenharia Transforma as expectativas e os desejos do cliente em especificações.
Compras Elege, compra e mantém os provedores de peças e materiais.
Engenharia de Processos
Elege máquinas, ferramentas e métodos de produção.
Produção Supervisores e operadores têm uma responsabilidade importante quanto à qualidade durante a fabricação.
Inspeção e Testes Verificam a conformidade do produto em relação às especificações.
Expedição Responsável pelas funções de embalagem e transporte.
Instalação e Assistência
Técnica (Serviço)
Uma instalação e assistência técnica corretas, ajudam a garantir o funcionamento adequado do produto.
Fonte: Elaborado a partir de Maximiano (2009).
Segundo Maximiano (2009), Feigenbaum afirma que as etapas do ciclo industrial
(quadro 4) são realizadas por um par de mãos humanas e por isto, a obtenção da
qualidade depende da participação e do apoio das pessoas, ideia também
compartilhada por Kaoru Ishikawa, especialista Japonês que trabalhou no conceito
de TQC em seu país, até encontrar-se com as ideias de Feigenbaum.
2.8 O modelo japonês de administração
A história da administração da qualidade, nos ensinamentos de Corrêa e Corrêa
(2012), Maximiano (2009) e Certo (2003), está vinculada ao modelo japonês de
administração, ou seja, uma combinação dos princípios e das técnicas de qualidade
total, da administração científica e das tradições culturais japonesas.
18
Para os autores, o desenvolvimento do modelo japonês é uma história que começa
na década de 1950, cinco anos depois da derrota japonesa na segunda guerra
mundial em 1945. Tem como referência, o ‘Sistema Toyota de Produção’, idealizado
pelo gerente de produção, Tohiichi Ohno, de uma, até então, pequena empresa
fabricante de veículos, chamada Toyota e baseado na eliminação de desperdícios
de esforços, materiais, espaço e tempo, proporcionando a produção de veículos com
qualidade. Segundo estes autores, as técnicas aplicadas e desenvolvidas como o
Kaizen, Just in Time e os ‘5 por que’ colocaram a Toyota na 2.ª posição mundial na
fabricação de veículos no início do século XXI, somente atrás da General Motors e
neste momento, seu sistema de produção já tinha o status de modelo japonês de
administração.
Os autores também ensinam que as técnicas do sistema japonês de administração e
soluções, também foram denominadas de sistema de produção ou manufatura
enxuta (em inglês, Lean Production ou Lean Manufacturing), devido sua orientação à
economia de recursos. Na década de 1990, a expressão Lean, passou a fazer parte
do vocabulário da administração, já como um elemento que integra os chamados
novos paradigmas da administração.
2.9 A padronização das boas práticas para a Garantia da Qualidade
A ISO ou Organização Internacional para a Padronização, um organismo privado,
sem fins lucrativos criado em 1947, com sede em Genebra, pôs em vigor as Normas
ISO série 9000, ou seja, manuais de avaliação dos sistemas de gestão da qualidade,
sintetizando diversas normas já existentes que regulavam as relações entre
fornecedores e compradores. As Normas ISO 9000, foram adotadas por alguns
países, em especial a União Europeia, no intuito de reconhecer as empresas dos
fornecedores internacionais. Deste modo, estes países adotaram procedimentos de
qualificação dos fornecedores de outros países com a finalidade de garantir a
qualidade dos produtos importados (MAXIMIANO, 2009).
A ISO 9001, conforme Laugeni e Martins (2010) tem a finalidade de verificar a
habilidade de uma empresa em atingir os requisitos do cliente e, consequentemente,
19
obter a satisfação do cliente. Segundo estes autores, a única norma da família ISO
9000 que pode ser certificada por empresas certificadoras.
Neste sentido, Maximiano (2009) afirma que a inspeção da adoção de Normas ISO é
feita de acordo com rotinas internacionais de certificação, as quais, são contratadas
e oferecem os certificados de conformidade. Lembra ainda que em vez de criar seus
próprios manuais de avaliação de fornecedores, algumas grandes empresas
preferiram usar as Normas ISO que têm suas versões atualizadas e emitidas
conforme melhores práticas de Garantia da Qualidade.
2.10 O aprendizado, a eficácia e a eficiência
Essencialmente, o papel dos gerentes, segundo Certo (2003) é liderar as empresas
para atingirem suas metas. Toda empresa existe, para um determinado propósito
ou objetivo, e os gerentes são responsáveis por combinar e utilizar os recursos de
que dispõe a organização para garantir que essas empresas alcancem seus
propósitos. A administração faz com que as empresas caminhem em direção a seus
objetivos e metas ao designar atividades que seus membros devem realizar. Caso
atividades sejam planejadas com eficiência, a produção individual de cada
trabalhador contribuirá para o alcance dos objetivos da empresa. A administração
se esforça para encorajar a atividade individual que leve ao alcance das metas
organizacionais e desencoraja a atividade individual que atrapalhe a realização
dessas metas. Neste sentido, o quadro 5, mostra as funções básicas da
administração.
Quadro 5 - Funções básicas da administração
Funções Descrição
Planejamento
Envolve a escolha de tarefas que devem ser desempenhadas a fim de atingir os objetivos da empresa, descrevendo como as tarefas precisam ser executadas e indicando quando executá-las. Enfoca a realização das metas. Por meio de seus planos, os gerentes identificam com exatidão o que as empresas precisam para o sucesso. O planejamento dirá respeito ao sucesso da empresa em um futuro próximo (a curto prazo), bem como em um futuro distante (a longo prazo).
20
Organização
Pode-se definir como o ato de designar, a vários indivíduos ou grupos da empresa, as tarefas desenvolvidas durante o planejamento. Assim, organizar cria um mecanismo que coloca os planos em andamento. Os funcionários recebem tarefas que contribuem para os objetivos da empresa. As tarefas são organizadas de modo que o rendimento dos indivíduos contribua para o sucesso dos departamentos a que pertencem, os quais, por sua vez, contribuem para o sucesso das seções da empresa a que estão submetidos, que por fim contribuem para o sucesso da empresa.
Influência
É outra função básica do processo administrativo. Também citada como sinônimo de motivação, liderança, comando, direção ou força de vontade, a influência diz respeito primeiramente aos funcionários de uma empresa. Pode-se definir influência como o ato de orientar as atividades dos membros de uma empresa na direção apropriada. Direção apropriada é aquela que ajuda a empresa a ir ao encontro de suas metas. Em última instância, a influência tem como fim aumentar a produtividade. Ambientes de trabalho mais humano, usualmente geram níveis de produção mais altos em longo prazo do que ambientes de trabalho que se pautam pelas tarefas, porque as pessoas consideram desagradável esse último tipo.
Controle
É a função da administração por meio da qual os gerentes: 1) reúnem informações que medem desempenho recente da empresa; 2) comparam o desempenho atual com padrões preestabelecidos; 3) determinam, a partir dessa comparação, se a empresa deve implementar mudanças para alcançar os padrões preestabelecidos. Controlar é um processo contínuo. Os gerentes estão constantemente reunindo informações, comparando-as e a partir daí, tentando encontrar novas maneiras de melhorar a produção por meio de mudanças organizacionais.
Fonte: Elaborado a partir de Certo (2003).
Afirmando esta ideia, Maximiano (2009) esclarece que a aprendizagem
organizacional, consiste no processo coletivo de aquisição de competências para
enfrentar novas situações e resolver problemas, o que, no ambiente das
organizações, é dinâmico e apresenta novas situações continuamente. É essencial
adquirir novas competências para sobreviver.
Maximiano (2009) e Certo (2003) compartilham do mesmo esclarecimento que a
aprendizagem organizacional é o processo de tomada de decisões. Quem toma
decisões, aprende à medida que avança na solução de problemas. Segundo os
autores, a forma mais avançada de aprendizagem é aquela onde, além de detectar e
corrigir erros, a empresa substitui as normas, políticas e objetivos que os causaram.
Neste sentido estes autores, apontam a década de 1980 como momento que ficou
evidente a necessidade das empresas em se renovar ou morrer. Apontam a
inovação, o risco e a criatividade como necessidades à substituição das estruturas e
aos comportamentos burocráticos. Afirmam que ao mesmo tempo em que deveriam
21
colocar equipamentos automatizados nas linhas de montagem, as empresas
buscavam um novo tipo de gerente. Surge, portanto, o conceito de empreendedor
interno, que tinha como característica propor e gerir ideias novas e, assume a
responsabilidade de implementar inovações dentro da organização. Estas
inovações têm como base, o fato de que o melhor administrador é aquele que
melhor utiliza os recursos e respectiva interação. O quadro 6 abaixo, foi elaborado
pelo pesquisador e ilustra os recursos essenciais que devem ser alvo de constante
atenção, de acordo com os ensinamentos unânimes de Maximiano (2009) e Certo
(2003).
Quadro 6 - Recursos para a administração
Recursos Descrição
Humanos Pessoas que trabalham para uma empresa. As habilidades que possuem e o conhecimento que têm do sistema de trabalho são de valor inestimável para os gerentes.
Monetários Quantia de dinheiro que os gerentes utilizam para negociar produtos e serviços para empresa.
Matéria-Prima Elementos utilizados diretamente na fabricação dos produtos. Por exemplo, a borracha é uma matéria-prima que empresas fabricantes de pneus utilizam.
Bens de Capital
Máquinas utilizadas durante o processo de fabricação. Máquinas ou equipamentos modernos pode ser o principal fator na manutenção dos níveis de produção. Máquinas velhas ou antiquadas podem impossibilitar que uma empresa se mantenha competitiva.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, através de Maximiano (2009) e Certo (2003).
À medida que os administradores lançam mão de recursos, eles devem se
empenhar em ser eficazes e eficientes. O quadro 7 na sequência, elaborado pelo
pesquisador por meio dos ensinamentos unânimes entre Binda (2011) e Certo
(2003), explica os conceitos de Eficácia e Eficiência Administrativa.
22
Quadro 7 - Eficácia e eficiência administrativa
Eficácia Administrativa
Diz respeito à utilização que os administradores fazem dos recursos da empresa a fim de atingir as metas desta. Administradores de empresas que utilizam os recursos que dispõem são considerados eficazes, porém, quanto mais próxima está uma empresa de atingir seus objetivos, mais eficazes são considerados seus administradores.
Eficiência Administrativa
Quanto maior é a parte do total dos recursos de uma empresa que contribui efetivamente para a produtividade durante o processo de produção, mais eficiente é o administrador. Quanto mais recursos forem desperdiçados ou não utilizados durante o processo de produção, mais ineficiente é o administrador. Ineficiência significa que uma parte muito pequena do total de recursos contribui para a produtividade durante o processo de fabricação; eficiência significa que uma grande parte desses recursos contribui para a produtividade.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, através de Binda (2011) e Certo (2003).
2.11 O Gerenciamento da Qualidade Total (TQM)
Para dissertar sobre conceitos no que tange ao gerenciamento da qualidade total, é
preciso resgatar que autores como Corrêa e Corrêa (2012), Maximiano (2009) e
Certo (2003) entre outros, apontam Feigenbaum como criador do conceito de TQC.
Vale mencionar que, segundo López (2009), Ishikawa também é considerado criador
do conceito de TQC e visitou Feigenbaum, dirigindo um grupo de estudos de
controle da qualidade, levando o conceito ao Japão.
2.11.1 Conceitos e dimensões
Feigenbaum, em seu livro Total Quality Control, usa o termo TQC para Controle da
Qualidade Total e, segundo Zhang (2000), Feigenbaum alega que o termo TQM do
inglês Total Quality Management (Gerenciamento da Qualidade Total) poderia ser
usado por cobrir todo o escopo do ciclo de vida de produtos e serviços, desde a
concepção do produto até a produção e atendimento ao cliente. Em outras palavras,
TQC é o controle da qualidade total e o TQM é o gerenciamento das atividades
relacionadas ao TQC tendo como característica e escopo, o envolvimento de todos
na empresa, no sentido da obtenção do TQC. Sendo assim, foi utilizado neste
trabalho o TQM como termo genérico para Controle e Gerenciamento Total da
Qualidade, dada sua amplitude.
23
Nos ensinamentos de Campos (2004), o TQM é baseado em elementos de várias
fontes: aproveita muito do trabalho de Taylor, utiliza o controle estatístico de
processos de Walter A. Shewhart, adota os conceitos sobre comportamento humano
lançados por Abraham H. Maslow e aproveita o conhecimento ocidental sobre
qualidade, principalmente o trabalho de Juran.
Para que seja possível a compreensão do Gerenciamento da Qualidade Total ou
TQM, no quadro 8 abaixo, são apresentados os conceitos de Qualidade, de acordo
com alguns dos autores mais consagrados que tratam deste assunto:
Quadro 8 - Conceitos de qualidade
Deming (1990) Qualidade é atendimento às necessidades atuais e futuras do consumidor.
Juran e Godfrey (1999) Qualidade é adequação ao uso.
Crosby (1998) Qualidade é conformidade às especificações.
Feigenbaum (1991) Qualidade é atendimento aos interesses e desejos do consumidor e não da companhia.
Ishikawa, de acordo com Zhang (2000) Qualidade é satisfação contínua das necessidades do consumidor.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, a partir dos autores ilustrados no quadro.
Confirmando o direcionamento às necessidades dos clientes, Jaramillo (2004) e
Robles Jr. (1994) afirmam que os fatores chaves de êxito de uma empresa são:
identificar os clientes, estabelecer as necessidades dos diferentes clientes e traduzir
essas necessidades em especificações (associadas aos resultados dos processos,
não somente fabris, mas também com todos os processos que a empresa lança mão
para atender e satisfazer aos clientes: qualidade, quantidade, oportunidade,
apresentação, etc.). Neste sentido, Campos (2004) e Feigenbaum (1991) entre
outros, reforçam a afirmação e apontam a Qualidade Total como o verdadeiro
objetivo de qualquer organização humana no sentido da satisfação de todas as
pessoas.
Também congruente a esta afirmação, Campos (2004) complementa que qualidade
total é o conjunto das dimensões que afetam a satisfação das necessidades das
pessoas e, por conseguinte, a sobrevivência da empresa. Estas dimensões têm seu
significado conforme segue no quadro 9.
24
Quadro 9 - Dimensões para satisfação das pessoas
Qualidade
Diretamente ligada à satisfação do cliente interno ou externo. É medida por meio das características da qualidade dos produtos ou serviços. Inclui a qualidade do produto ou serviço (ausência de defeitos e presença de características que irão agradar o consumidor), a qualidade da rotina da empresa (previsibilidade e confiabilidade nas operações), a qualidade do treinamento, a qualidade da informação, a qualidade das pessoas, etc.
Custo
Custo final do produto ou serviço, incluindo custos intermediários. Qual o custo médio de compras? Qual o custo de vendas? Qual o custo do recrutamento e seleção? O preço é também importante, pois ele deve refletir a qualidade. Cobra-se pelo valor agregado.
Entrega Condições de entrega dos produtos ou serviços finais e intermediários de uma empresa: índices de atrasos de entrega, índices erros de entrega (local e quantidades).
Moral
Nível médio de satisfação de um grupo de pessoas. Este grupo de pessoas pode ser o grupo de todos os empregados da empresa ou os empregados de um departamento ou seção. Pode ser medido de várias maneiras, tais como o índice de turn-over, absenteísmo, índice de reclamações trabalhistas, etc.
Segurança
Avaliação da segurança dos empregados e a segurança dos usuários do produto. Mede-se por meio de índices tais como número de acidentes, índice de gravidade, etc. É ligada à responsabilidade civil pelo produto.
Fonte: Elaborado a partir de Campos (2004).
A prática do controle da qualidade é a base do TQM e principalmente, obrigação de
todos. O TQM é um modelo gerencial centrado no controle de processo. Tem como
meta a satisfação das necessidades das pessoas e exerce o controle sobre as
dimensões da qualidade. Sendo assim, garantia da qualidade é identificada como
uma função da empresa que tem a finalidade de confirmar que todas as rotinas da
qualidade estão sendo conduzidas da forma requerida, ou seja, é a representante do
cliente na empresa. A garantia da qualidade dentro do TQM é um estágio avançado,
obtido pela empresa que pratica suas rotinas de forma correta e principalmente, de
forma harmônica entre todas as áreas, de forma a satisfazer totalmente as
necessidades dos clientes. Portanto, uma empresa não poderá dizer que garante a
qualidade, simplesmente criando uma diretoria da qualidade para este fim
(CAMPOS, 2004; FEIGENBAUM, 1991).
25
2.11.2 Abordagens e princípios
As abordagens de TQM dos gurus de qualidade, Deming, Juran, Crosby,
Feigenbaum e Ishikawa, no entender de Zhang (2000) são distintas, porém,
compartilham vários pontos conforme ilustra o quadro 10.
Quadro 10 - Abordagens de TQM
1 A necessidade do comprometimento do responsável pela alta gerência.
2 Participação dos empregados na melhoria da qualidade através da mudança da cultura voltada à qualidade.
3 A estratégia, a política e as atividades de avaliação de toda a empresa são enfatizadas em todos os níveis hierárquicos.
4 A importância da educação e treinamento dos empregados.
5 Necessidade de reconhecimento e recompensa aos esforços direcionados à melhoria da qualidade.
6 Controle dos processos.
7 Redução dos Custos.
8 Melhoria do sistema de qualidade e desenvolvimento do produto, enfatizando a prevenção e não a inspeção.
9 Esforços simultâneos de todas as áreas.
Fonte: Elaborado a partir de Zhang (2000).
Baseados nestas abordagens, Evans e Lindsay apud López (2009) e, Gonzalez
(2006) afirmam que a estrutura do TQM está apoiada por três princípios centrais:
Quadro 11 - Princípios centrais do TQM
Foco no cliente
A qualidade se relaciona com a percepção do cliente, já que ele é quem compra um produto ou utiliza certos serviços; tem em mente a satisfação de uma necessidade e a motivação em sua decisão de compra ou aquisição está na relação com suas expectativas. Se o produto ou serviço satisfaz ou supera essa expectativa, pensará que é um produto ou serviço de qualidade.
Participação e trabalho em equipe
Os empregados devem sentir a plena liberdade de dar contribuições essenciais à qualidade, para poder garantir a obtenção de produtos de boa qualidade e obter os melhores processos de produção. Dentro da organização deve-se difundir o trabalho em equipe e contar com a participação de todos os integrantes do corpo de trabalho na solução de problemas, aproveitar ideias ou possíveis soluções à aplicação de certas estratégias.
Melhoramento e aprendizagem
contínuos
A busca pela qualidade é um processo que consiste em aceitar um novo caminho a cada dia. Tudo é susceptível a mudanças e melhorias. O processo de melhoria é um meio eficaz para mudanças positivas que irão permitir a redução dos custos de gestão, proporcionando benefícios à organização e seus clientes.
Fonte: Elaborado a partir de Evans e Lindsay apud López (2009)
26
Reforçando o fato de que as dimensões de satisfação dos clientes devem ser
satisfeitas, Gonzalez (2006) afirma que não é possível fabricar produtos de alta
qualidade se o departamento de manufatura trabalha separadamente. O princípio
fundamental é que a qualidade é trabalho de todos e de cada um dos que interferem
em cada etapa do processo.
Neste mesmo entendimento, Jamarillo (2004) afirma que toda empresa tem a
necessidade de ser eficaz ou de cumprir com seus objetivos. Os resultados se
assemelham à satisfação do cliente através do produto e serviço que cumpre com
os requisitos do cliente quando agrupados na composição das dimensões para
satisfação das pessoas.
O melhoramento contínuo tem sua necessidade identificada neste contexto e as
pessoas envolvidas nestas rotinas devem estar preparadas para mudanças e não só
isto, também motivadas a mudarem seus comportamentos, o que caso contrário,
segundo Coral (1996), direcionaria ao fracasso da implementação dos planos
relacionados às melhorias. Segundo a autora, não existe implementação se não
houver aceitação e motivação.
Outro ponto também lembrado por Coral (1996) é o fato da necessidade de
proporcionar às pessoas um incentivo por resultados obtidos, ou seja, gratificações,
participações de lucros, reconhecimento dos trabalhos entre outros benefícios
direcionados à obtenção da motivação necessária.
Unânime, Feigenbaum (1991) ensina que o TQM proporciona a base fundamental
da motivação à qualidade para todas as pessoas de uma companhia, em todos os
níveis, desde a presidência, funcionários, concessionários, escritórios regionais e
serviço de assistência pós-venda.
Orientando-se por estes ensinamentos de Feigenbaum, Campos (2004) tem
argumento para afirmar que o conceito de TQM inclui o lado humano, ou seja,
usando os princípios de Maslow (1997), toma como princípio as ideias de
necessidade de valorização do homem, até porque a garantia da qualidade só pode
efetivamente ser conseguida com a participação de todas as pessoas da empresa.
Do presidente aos funcionários, cada um deve gerenciar a rotina de seu próprio
27
processo e este processo define a função de cada pessoa, define limites às suas
áreas de autoridade e responsabilidade.
Feigenbaum (1991) acrescenta, ainda, que uma das chaves do TQM é utilizar o
conhecimento e experiência prévios dos gerentes, também usando como
abordagens a estratégia e o treinamento das pessoas, no sentido do
estabelecimento de programas de qualidade, por meio da mobilização das pessoas
e, em todos os níveis da organização.
2.11.3 Melhoria contínua
Nos programas de qualidade com base no TQM, citados por Feigenbaum (1991), a
necessidade da melhoria contínua tem sua origem nas mudanças de
comportamentos e exigências dos clientes e baseada na estratégia dos gerentes.
Reforçando este ensinamento, Gonzalez (2006) afirma que o TQM direciona as
empresas de classe mundial ao uso de técnicas como o benchmarking para avaliar
sua gestão com relação às empresas consideradas como líderes mundiais.
Tomando-se como base os resultados do benchmarking, são desenvolvidos planos
quantitativos e qualitativos de trabalho. Técnicas inovadoras como a Reengenharia
se aplicam quando se conclui que são necessárias mudanças bruscas nas linhas de
produção, metodologias de produção e de administração.
Nessa vertente, López (2009) realça que a sistemática do Gerenciamento da
Qualidade Total, por meio da integração dos objetivos da organização, tais como
aqueles relacionados ao crescimento, recursos financeiros, rentabilidade, meio
ambiente, etc., pode facilitar o planejamento no sentido do direcionamento de
recursos ao estabelecimento de objetivos comuns e à evolução da eficiência global
da organização. Assim, é possível a compreensão de que quanto mais aberta a
empresa estiver para o melhoramento contínuo, maiores serão suas chances de
sucesso.
Reforçando López, Campos (2004) acrescenta que o TQM é ainda um sistema
gerencial voltado para a sobrevivência da empresa. Por isto mesmo, o presidente
28
ou maior autoridade local, deve primeiro romper o status quo e assumir o comando
pessoal do programa de TQM ou sua implementação ficará comprometida.
Entende-se que este rompimento dá abertura para a melhoria, que deve ser
contínua, para satisfação dos requisitos definidos pelos clientes.
Para que seja possível a melhoria contínua, Coral (1996) indica que a escolha de
processos críticos, análise de dados e busca de soluções podem ser trabalhadas
utilizando-se ferramentas de análise e visualização do processo em questão. No
quadro 12 são apresentadas algumas ferramentas:
Quadro 12 - Ferramentas para a melhoria contínua
Diagrama de fluxo de dados
Permite a visualização do processo quanto às suas entradas e saídas, bem como relacionamentos com outros processos.
Análise de valor
Busca identificar as expectativas dos clientes e relacionar a forma como as atividades de um processo contribuem para a satisfação de clientes internos e externos. Um produto agrega valor se possuir características que atendam às necessidades de seus consumidores.
Análise funcional
Cada atividade deve ter uma função bem definida. A análise de funções das atividades e do processo como um todo auxilia a equipe de melhorias a compreender os objetivos do processo em questão e identificar oportunidades de melhorias.
Análise da eficiência do ciclo
do processo
A eficiência do ciclo do processo se obtém através da divisão do tempo de processamento pelo tempo total necessário para produzir uma saída. Outra análise que pode ser feita são as diferenças entre o tempo de processamento que agrega valor e o tempo de processamento que não agrega valor. Estes índices servirão de base para as soluções propostas e como medida do resultado das ações implementadas.
Diagrama de causa e efeito
Também chamado de Diagrama de Espinha de Peixe ou Diagrama de Ishikawa, visa identificar as raízes dos problemas e como o mesmo afeta o processo em questão e outros processos.
Brainstorming
É uma técnica que visa a geração de ideias. Por um período de tempo, a equipe de melhoria trabalha na elaboração de soluções para determinado problema encontrado. Todas as ideias são registradas sem interrupções para posterior análise. É uma técnica muito popular para geração de soluções.
29
Matriz de decisão
Em vários pontos do gerenciamento de processos, a equipe de melhoria terá que tomar decisões quanto à escolha de processos críticos, implementação de soluções, classificando-os em ordem de prioridades. O método consiste em estipular critérios para escolha de determinado assunto e classificar atividades segundo esses critérios.
FMEA (Failure Mode and Effect
Analysis)
É uma ferramenta que avalia tipos de falhas e faz análise dos defeitos e suas consequências em processos e projetos de produtos. Tem como objetivo identificar problemas antecipadamente e eliminar os riscos de sua ocorrência
Fonte: Elaborado a partir de Coral (1996).
2.12 Custos da qualidade
Segundo orientação de autores como Crosby (1998), Coral (1996), Feigenbaum
(1991), entre outros, custos da qualidade devem ser tratados, tomando-se como
referência sua importância como diferencial competitivo, sendo assim, é necessária
sua mensuração de forma sistêmica e é apropriado seu uso como indicador ao
direcionamento de esforços para obtenção da qualidade requerida.
2.12.1 Custo e qualidade como dimensões competitivas
Neste sentido, considerando que o preço é composição de custos e lucro,
Feigenbaum (1991) afirma que o preço e a qualidade são considerados de forma
conjunta pelos consumidores ao selecionarem um produto ou serviço, portanto,
qualidade que significa o melhor para certo consumidor em função do uso atual, é
avaliada e torna-se interessante ao consumidor, quando possui também o melhor
preço de venda.
Para que sejam possíveis melhores preços, as empresas refinam seus processos ao
estado da arte de forma a obterem menores custos através da melhoria da
qualidade. Com isto, têm significativa redução de perdas, de desperdícios, de
custos, de retrabalhos, de reclamações e cumprimentos de prazos de entrega, com
reflexos favoráveis no seu desempenho, resultados e competitividade (RIBEIRO,
2011; LÓPEZ, 2009; CONTI, KONDO E WATSON, 2003).
30
Congruentes a esta informação, Gomes e Soccol (2011) e, Coral (1996) afirmam
que o custo de um processo deve estar associado às atividades realizadas no
mesmo, em outras palavras, deve haver o gerenciamento eficiente das atividades de
forma a ser possível a priorização para otimização de esforços e até eliminação de
atividades que não agregam valor. Esta situação permitirá o estabelecimento de
metas em direção ao melhoramento contínuo.
O eficiente direcionamento de esforços à redução de custos, segundo Moya (2001),
exige compromisso para a eliminação do desperdício. Acrescenta que as empresas
em sua grande maioria desconhecem o tamanho efetivo da ineficiência e, com isto,
perdem o controle quando as falhas aumentam, apoiando-se na normalidade das
ações. Diz que a maioria das causas do desperdício (tempo de espera por falta de
material, desperdício autorizado, reparos autorizados, etc.), são detectadas pelos
gestores, não como desperdício, mas sim, como algo normal e inerente a seu tipo
específico de fabricação. Conclui que na grande maioria das organizações, existem
efetivas oportunidades de melhoria em suas estruturas, as quais, dependem de uma
gestão que identifique suas necessidades.
Complementando, de acordo com os ensinamentos de Bacic e Petenate (2006)
entre outros, a melhoria contínua deve ser tratada sobre os elementos que causam
custos, buscando a redução destes e consequente maximização do valor agregado
ao cliente. A gestão eficiente de custos é aquela que foca a eliminação das causas
dos problemas e não seus efeitos.
Sendo assim, finalizam Barreto e Pozo (2011) e Ribeiro (2011), unânimes na
afirmação de que um dos grandes desafios à competitividade e longevidade das
empresas é a flexibilidade organizacional, ou seja, a eficiência das empresas em
colocarem no mercado, produtos que satisfaçam às expectativas dinâmicas dos
clientes, com a qualidade requerida, baixos custos e no menor tempo possível às
mudanças requeridas.
31
2.12.2 Classificação para mensuração dos custos da qualidade
A organização que deseja competir, segundo Almeida e Idrogo (2004), deverá
mensurar os custos relativos à obtenção da qualidade requerida. O rastreamento
destes custos deve auxiliar como indicador na tomada de decisões.
De acordo com Crosby (1998), qualidade não custa, mas é, sim, um investimento
com retorno assegurado. Na verdade o que custa e causa grandes prejuízos às
empresas é a ‘não qualidade’, ou seja, a falta de um nível de qualidade aceitável,
responsável pela satisfação do cliente. Para não correr o risco de passar a ideia de
que a qualidade ocasiona à empresa um custo aditivo supérfluo, seria mais
conveniente, segundo o autor, utilizar a expressão ‘custos da não qualidade’. Por se
tratar de um termo consagrado e usualmente empregado nas normas nacionais e
internacionais, opta-se por manter a expressão ‘custos da qualidade’, tendo-se clara
a ideia de que possuir qualidade, fazendo as coisas certas desde a primeira vez, é
lucrativo para a empresa.
Neste contexto, Gomes e Soccol (2011), Pulgar (2011), Moya (2001), Bornia e
Wernke (2000), Juran e Godfrey (1999) e, Coral (1996), entre outros autores,
afirmam que o termo ‘custos da qualidade’, assumiu diferentes sentidos para
diferentes administradores. Alguns os comparam aos custos para se alcançar a
qualidade, outros igualaram o termo aos custos para funcionamento do
departamento de qualidade das empresas. Os especialistas chegam, então, a uma
interpretação de que em se tratando de qualidade é preciso equiparar os ‘custos da
qualidade’ com os ‘custos da não-qualidade’ (de maneira especial, para prever,
identificar e corrigir o trabalho defeituoso). Desta forma, tem-se como genérico, o
termo ‘custos da qualidade’.
Os primeiros autores a discutirem os custos da qualidade, segundo Moya (2001),
Bornia e Wernke (2000) e, Coral (1996), foram: Juran em 1951 em seu livro Quality
Control Handbook e Feigenbaum em 1956 em seu livro Total Quality Control. Juran,
no sentido de oferecer suporte às ações de melhorias e como forma de medir a
qualidade das empresas; Feigenbaum, enfatizando a importância de medidas para a
qualidade, foi o primeiro a propor a divisão dos custos da qualidade em quatro
categorias: prevenção, avaliação, falhas internas e falhas externas.
32
No quadro 13 a seguir, estão ilustradas as categorias, unindo-se os ensinamentos,
unânimes, dos seguintes autores: Knowles (2011), Collaziol, Damacena e Souza
(2010), Gonzalez (2006), Bornia e Wernke (2000), Zhang (2000), Juran e Godfrey
(1999), Coral (1996), Robles Jr. (1996) e Feigenbaum (1991).
Quadro 13 - Categorias dos custos da qualidade
Custos de Prevenção
Custos para evitar que falhas aconteçam: planejamento da qualidade, revisão de novos produtos, treinamento, controle de processo, análise e aquisição dos dados, relatórios de qualidade, planejamento e administração dos sistemas de qualidade, controle do projeto, obtenção das medidas de qualidade e controle do equipamento, suporte aos recursos humanos, manutenção do sistema de qualidade, custos administrativos da qualidade, gerenciamento da qualidade, estudo de processos, informação da qualidade, entre outros.
Custos de Avaliação
Custos de avaliação da qualidade do produto de forma a ser possível a detecção de falhas e inconsistências antes que o produto seja posto no mercado: Inspeção de Matéria-prima, Inspeção e Teste, Testes de Equipamentos, Material consumido nos Testes, Avaliação de Estoques, Preparação para inspeção e teste, Controle de compras, Operações de laboratório, Aprovações de Órgãos externos como governo, seguro, laboratórios, Envio dos produtos testados para a produção, Demonstração de qualidade, Relatórios de qualidade, Testes de produção, etc.
Custos por Falhas Internas
Custos relativos aos erros no processo produtivo, por falha humana ou mecânica. Quanto mais cedo são detectados, menores serão os custos envolvidos para corrigi-los: Refugos, Retrabalhos, Retestes, Paradas, Esperas, Falhas do fornecedor, Utilização de material rejeitado para outras finalidades, Ações corretivas derivadas de materiais e processos, etc.
Custos por Falhas Externas
Custos relativos às falhas no produto ou serviço quando estes se acham no mercado e ou são percebidos pelo consumidor final. Acarretam amplas perdas em custos intangíveis, como destruição da imagem e confiabilidade da empresa. Quanto mais tarde as falhas são detectadas, maiores serão os custos envolvidos para corrigi-los, além de ocasionar perdas que muitas vezes são irreversíveis.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
Vale ressaltar que Bornia e Wernke (2000) mencionam que a ideia de custos da
qualidade de Crosby, somente se diferencia da de Feigenbaum por englobar as
duas categorias de falhas numa só e mantendo as demais. Os autores
complementam que, mesmo com distinções entre os autores, as classificações dos
custos da qualidade encontradas na literatura, tendem a se resumirem nas
identificadas por Feigenbaum. Moya (2001) complementa, informando que
praticamente todos os autores estabelecem praticamente uma mesma classificação
33
dos custos de qualidade, o que leva o modelo PAF (Prevenção – Avaliação –
Falhas), ser o padrão efetivamente utilizado pelas empresas.
Deve-se ainda tomar como base que apesar das categorias do PAF serem o padrão
efetivamente utilizado, a categoria e definição dos custos no momento da
segregação, devem ser definidos de acordo com as características de cada
empresa. Costuma-se selecionar os custos aplicáveis às características desta e,
portanto, antes da análise dos dados, a direção da empresa deve participar
diretamente da seleção (LÓPEZ, 2009; CORAL, 1996).
Em complemento a estas categorias definidas, Feigenbaum (1991) classifica os
custos da qualidade em dois grandes grupos: os custos de controle e os custos de
falhas no controle. Esses grupos se subdividem, então, em segmentos: os custos
de controle (custos de prevenção e custos de avaliação) e os custos de falhas no
controle (custos de falhas internas e custos de falhas externas), conforme figura 1.
Figura 1 - Custos da qualidade
Fonte: Elaborado a partir de Feigenbaum (1991).
Custos de Controle
Custos de Falhas no Controle
Prevenção
Avaliação
Falhas Internas
Falhas Externas
Custos da Qualidade
34
2.12.3 Razões para a mensuração dos custos da qualidade
O sistema de mensuração dos custos da qualidade, segundo Gomes e Soccol
(2011), pode ser definido como o conjunto de processos administrativos dentro da
estrutura organizacional da empresa de forma que seja possível calcular os gastos
referentes às categorias destes custos.
Para que uma empresa possa sobreviver, deve ter como premissa a boa qualidade,
ou seja, a mais eficiente possível utilização de seus recursos (equipamentos,
materiais, informação e recursos humanos) e consequentemente, supõe custos mais
baixos e produtividade mais elevada. Os custos da qualidade constituem as bases
por meio das quais, investimentos em programas de qualidade podem ser avaliados
em termos de melhoramento de custos, aumento de lucratividade e outros
benefícios. Em essência, os custos da qualidade constituem a base fundamental
para a economia no sistema de gestão responsável pela obtenção da boa qualidade
(FEIGENBAUM, 1991).
Neste contexto, Feigenbaum (1991) identifica como principais aplicações ou razões
para a mensuração dos custos da qualidade, as seguintes (quadro 14):
Quadro 14 - Aplicações dos custos da qualidade
Ferramenta de Avaliação Custos segmentados (prevenção, avaliação e falhas) permitem a avaliação de programas de qualidade através de sua evolução.
Ferramenta de Análise de Processos
Os custos segmentados por linhas ou segmentos de produtos, direcionam os esforços aos problemas específicos.
Ferramenta de Programação ou Planejamento de recursos
Permite a avaliação de custos com mão de obra e outros recursos para a otimização/redução de custos de um programa.
Ferramenta para definição de Budget
Serve como guia na definição de gastos necessários à obtenção de programas de garantia da qualidade.
Ferramenta Preditiva Estima custos em novos negócios/produtos (ex.: base de dados de custos em garantia – falhas externas.)
Fonte: Elaborado a partir de Feigenbaum (1991).
35
De encontro com as aplicações dos custos da qualidade de Feigenbaum e como
menciona Collaziol, Damacena e Souza (2010) entre outros autores em suas obras,
vale ressaltar que quanto à obtenção de programas de garantia da qualidade, há a
necessidade de satisfação aos requisitos das normas para gestão e certificação de
‘Sistemas de Garantia da Qualidade’ nas empresas, como é o caso da VDA 6 –
Parte 1:2010 e da NBR ISO 9001:2008 que, entre outras, unem as melhores
práticas, inclusive para aspectos financeiros, onde se inclui o tratamento dos custos
da qualidade, visando a garantia de produtos e serviços que satisfaçam as
necessidades dos clientes.
Para a obtenção de custos mais baixos, é necessária a mensuração e
implementação de ações que propiciem esta situação. Um efetivo motivador para a
mensuração dos custos da qualidade é que passa a ser ferramenta de comunicação
entre os distintos níveis da organização por orientar os resultados em linguagem
básica da alta administração, o dinheiro. Os projetos devem ser ordenados com
base na análise do custo da qualidade e a seleção dos mesmos deve ser baseada
no retorno sobre o investimento ou do inglês, ROI - Return On Investment (JURAN E
GODFREY, 1999). Neste sentido, Juran e Godfrey (1999) e, Coral (1996) afirmam
que os dados dos custos da qualidade servirão de base à escolha de processos
críticos, análise de sugestões de melhorias, estabelecimento de metas a serem
alcançadas, análise de eficiência e eficácia do processo, identificação de
oportunidades de melhoria e feedback para ações implementadas, inclusive
informações que surgem após a venda (custos de falhas externas), o que possibilita
a identificação de oportunidades para diminuição da insatisfação dos consumidores
e as respectivas ameaças às vendas, tema abordado por Perasso (2001) em seu
trabalho, onde menciona que ações corretivas no produto ou processo, tendo como
referência informações de insatisfação dos clientes, reduzem significativamente os
custos. Tudo isto no sentido de adicionar valor ao investimento, uma vez que
fornece suporte para transformar perdas em ganhos de produtividade e
lucratividade.
Elevar a produtividade significa produzir mais com o mesmo consumo de recursos,
ou seja, ao mesmo custo no que se refere a materiais, mão de obra, tempo, etc., ou
produzir a mesma quantidade, porém, utilizando menos recursos, de modo que os
recursos assim economizados possam ser direcionados à produção de outros bens,
36
traduzindo-se em um maior benefício econômico para a empresa. Sendo assim, o
maior ou menor grau de produtividade de uma empresa se vê influenciado por uma
grande variedade de fatores, dentre os quais, estão os externos e os internos.
Considerando a empresa como um sistema, podemos dizer que os fatores internos
se referem àqueles que estão incluídos dentro do sistema e os fatores externos são
todos aqueles que se encontram fora do sistema. (JAMARILLO, 2004).
A partir desta afirmação, utilizando-se as definições das categorias de custos da
qualidade definidas por Feigenbaum (1991) entre outros autores, entende-se que é
possível identificar os fatores que interferem também na produtividade, através da
mensuração dos custos da qualidade.
A mensuração dos custos da qualidade é o objetivo da liderança nos custos, o que
implica em produtos com menores preços no mercado e qualidade satisfatória. Se a
empresa investisse em programas e ações que garantissem a produção dos bens ou
serviços, livres de falhas e defeitos, não haveria custos da não-qualidade, porém,
isso é uma utopia. Para investir em qualidade é necessário que a empresa tenha
um sistema que indique os custos para auxiliar as tomadas de decisões, evitando
assim, a aquisição de ferramentas da qualidade que não apresentem o retorno
esperado e não compensem financeiramente. Ter o domínio dos custos envolvendo
a qualidade e os defeitos, facilita a relação custo e qualidade, mantendo um
equilíbrio racional dessas duas variáveis. Dessa forma, a empresa terá sucesso na
estratégia competitiva (ALMEIDA E IDROGO, 2004).
Neste sentido, Crosby (1998) afirma que o sistema de custos de qualidade deveria
ser uma parte intrínseca ao sistema financeiro de uma companhia.
Conforme afirma Coral (1996), em 1991, o Instituto de Contadores Gerenciais,
publica Current Trends in Quality Costs, reafirmando a importância dos custos da
qualidade na tomada de decisões gerenciais e propondo a utilização de sistemas de
custos baseados em atividades para medir custos da qualidade e relacionar as
causas dos custos a várias atividades. Segundo a autora, tal informação é
importante ser salientada, visto que, no passado, a obtenção de custos da qualidade
tinha somente foco financeiro, ou seja, eram mensurados os valores, porém, sem
apontar as causas de falhas ou estudá-las diretamente de acordo com as categorias
37
dos custos da qualidade, sendo assim, sem efeito significativo no gerenciamento da
qualidade.
Congruente à afirmação de Coral (1996), Jamarillo (2004) chama a atenção para o
fato de que quando uma empresa carece de um sentido preciso de direção, se
converte em um sistema reativo que simplesmente responde às forças que atuam
sobre ela. Direciona-se a ‘apagar incêndios’ e os custos para a operação, incluindo
aqueles necessários à garantia da qualidade, tornam-se tão críticos que facilmente a
organização desaparece. Tornam-se altíssimos os custos emocionais resultantes, o
que implica aos funcionários o feito de trabalhar sem a direção adequada à
qualidade requerida.
2.12.4 Mensuração e interpretação de resultados dos custos da qualidade
A primeira fase do gerenciamento de custos é uma análise detalhada da
organização e seus processos, de forma a ser possível encontrar a relação entre as
atividades internas da empresa, requisitos dos clientes, políticas, estratégias e
metas da organização. Para que seja possível esta análise, deve-se medir a
performance, tendo como um dos indicadores, os custos da qualidade. O resultado
esperado é um feedback eficiente para os grupos de melhoria contínua dos
processos da organização (CORAL, 1996).
Deve-se observar que são necessárias a obtenção e a análise das informações por
pessoal que tenha conhecimento suficiente, no sentido do direcionamento de
esforços. Este fato é lembrado por Crosby (1998) quando em sua obra, afirma que
os custos da qualidade têm sido obtidos por responsáveis não qualificados para o
desempenho destas tarefas e isso pode gerar uma interpretação incorreta das
informações obtidas nas mensurações.
Para a medição do processo, é necessária a identificação de contas, o que deve ser
adequado às características da empresa. Toda empresa tem um sistema de
contabilidade que permite decidir, resumir, analisar e apresentar, em termos
monetários, toda a informação relativa ao negócio. Todas as informações são
registradas nestas contas. O agrupamento de contas necessárias recebe a
denominação de catálogo de contas, o que constitui por sua vez, o centro nervoso
38
de todo sistema de contabilidade. O catálogo de contas constitui o registro metódico
das informações relacionadas à estrutura legal, financeira e administrativa da
empresa, inclusive quanto aos dados de controle de custos (LÓPEZ, 2009).
Na vertente de Collaziol, Damacena e Souza (2010), as empresas que já possuem o
detalhamento de contas para registro dos custos da qualidade, na prática, acabam
por não o utilizar. Esclarecem estes autores que, conforme observação em 92
empresas pesquisadas, apenas 17,39% fazem o registro contábil da forma indicada
na literatura pesquisada, ou seja, segregando em custos de prevenção, avaliação,
falhas internas e falhas externas. Complementam a informação, expondo que os
gestores, em sua maioria, utilizam seus procedimentos de mensuração dos custos
da qualidade, porém, erroneamente quanto ao prescrito pela literatura.
As atividades produtivas consomem recursos da organização e os produtos
consomem recursos das atividades produtivas, portanto, a mensuração de custos da
qualidade nos processos que geram os produtos (atividades produtivas), deve
fornecer suporte ao gerenciamento dos processos, no sentido do gerenciamento da
organização para a obtenção dos objetivos da empresa. Neste sentido, as
atividades de uma empresa são classificadas em três grupos: agregadoras de valor,
não agregadoras de valor e atividades de suporte. Atividades agregadoras de valor
são aquelas pelas quais o cliente está disposto a pagar por elas. Atividades não
agregadoras de valor são aquelas que não são percebidas pelo cliente final e pelas
quais o cliente não estaria disposto a pagar. Atividades de suporte são atividades
de apoio às atividades produtivas, como por exemplo, as atividades administrativas
(CORAL, 1996).
É importante ressaltar que os custos chaves ao iniciar um sistema de custos da
qualidade, são os relativos aos custos de falhas que geram maiores oportunidades
de redução de custos totais e eliminação de causas de insatisfação dos clientes. Os
custos de avaliação também representam uma área de redução, especialmente
quando as causas das falhas são identificadas e eliminadas (LÓPEZ, 2009).
Segundo Coral (1996) há uma unicidade possível em relatórios de custos da
qualidade. A mensuração dos custos da qualidade para elaboração destes
relatórios prevê os itens apontados no quadro 15 conforme segue:
39
Quadro 15 - Pontos para unicidade de relatórios de custos da qualidade
Definição de qualidade e estratégias industriais
A definição de qualidade da empresa estabelecerá critérios para a definição do que é considerado valor e das atividades que devem incorporar prevenção e falhas. Além disso, as estratégias empresariais e objetivos da empresa têm influência sobre o escopo da qualidade na organização. Relatórios de custos da qualidade podem ser superficiais, atingindo apenas algumas áreas de interesse ou podem ser detalhados, apontando causas de falhas em micro atividades.
Evolução do programa de
melhoria
Programas de melhoria não iniciam com a utilização de ferramentas complexas, mas sim com a reestruturação da organização e educação de pessoal para mudanças culturais. Com o desenvolvimento da empresa e alcance dos objetivos previamente estipulados, passa-se então para outras fases e utilização de ferramentas mais sofisticadas que possibilitam atingir objetivos mais ambiciosos quanto a produtividade e lucratividade. Da mesma forma, um sistema de custos da qualidade deve ser adaptado para a realidade atual da empresa e posteriormente novas etapas devem ser executadas.
Desenvolvimento Tecnológico
O avanço tecnológico das últimas décadas possibilitou às empresas o desenvolvimento de sua tecnologia de informação no sentido de oferecer relatórios mais detalhados, mais precisos e em menor espaço de tempo. Isto influencia a disponibilidade de dados para implementar um sistema de custos da qualidade. Assim, a percentagem de custos da qualidade que podem ser obtidos a partir dos relatórios existentes na empresa dependerá de sua tecnologia de informação. Se importantes itens dos custos da qualidade não estiverem disponíveis, novos procedimentos de coleta e obtenção de dados podem ser necessários. Da mesma forma, a evolução de um programa de custos da qualidade determinará a necessidade da exploração de novos itens de custo.
Fonte: Elaborado a partir de Coral (1996).
Outro cuidado a ser observado na mensuração dos custos da qualidade é que um
programa de análise estratégica dos custos da qualidade deve observar os passos
definidos por Robles Jr. (1996), apontados no quadro 16:
Quadro 16 - Passos para análise estratégica dos custos da qualidade
1
Identificação clara das atividades relacionadas aos custos da qualidade. Como balizador desta identificação recomenda-se a observação mínima do plano de contas dos custos da qualidade.
2 Diagnóstico dos direcionadores de custos da qualidade.
3 Avaliação dos custos da qualidade dos concorrentes.
4 Avaliação dos custos da qualidade dos fornecedores.
40
5 Programa de redução dos custos da qualidade, através da alteração das relações entre as categorias dos custos de qualidade.
6 Acompanhamento dos indicadores da qualidade.
Fonte: Elaborado a partir de Robles Jr. (1996).
Todavia, López (2009) realça que apesar de Deming afirmar que não há um ponto
ótimo em termos de custos da qualidade, o modelo clássico de custos da Qualidade
apontado por Moya (2001) e, Juran e Godfrey (1999) entre outros (vide figura 2),
apresenta este ponto como o de equilíbrio entre custos de falhas e, custos de
prevenção + avaliação.
Nível Ótimo
Cu
sto
Un
itár
io d
o P
rod
uto
Nível de
Qualidade (%)0% 100%
Custos
de Falhas
Custo da Qualidade Total
Custos de Prevenção
+ Avaliação
Zona de Melhoria
Zona de Indiferença
Zona de Perfeccionismo
Figura 2 - Modelo clássico de custo da qualidade total
Fonte: Elaborado a partir de López (2009), Moya (2001) e, Juran e Godfrey (1999).
41
Segundo Gomes e Soccol (2011), o custo da qualidade total é a soma das quatro
categorias identificadas por Feigenbaum. A correta identificação dos custos de
falhas permite sua redução de forma drástica. O autor considera como sendo o
‘Ouro da Mina’ investir na melhoria da qualidade, ou seja, em um caminho com
grande potencial para se reduzir os custos de forma drástica.
No quadro 17, elaborado pelo pesquisador, conforme informações unânimes de
López (2009), Moya (2001) e, Juran e Godfrey (1999), é possível analisar as
condições do custo da qualidade total em relação a cada zona da figura 2:
Quadro 17 - Análise das zonas do modelo clássico de custos da qualidade total
Zona de Melhoria
À esquerda do gráfico. Neste caso existem oportunidades para redução dos custos totais pela melhoria da qualidade de conformidade. O caminho é identificar projetos de melhoria específicos para melhorar a qualidade de conformidade, diminuindo os custos de falhas.
Custos das falhas > 70%
Prevenção < 10%
Zona da Indiferença
Área central do gráfico. O ideal foi atingido em termos de projetos compensadores de aperfeiçoamento da qualidade. É possível mais aperfeiçoamento, porém, os projetos estão competindo com os outros projetos compensadores, que ainda não atingiram os níveis considerados ideais.
Custos das falhas = 50%
Prevenção = 10%
Se não estiver competindo com outros
projetos, focar em Avaliação.
Zona de Perfeccionismo
À direita do gráfico. A redução dos custos pode ser feita da seguinte forma: a) comparando o custo de detecção de defeitos com o prejuízo causado se eles não forem detectados; b) examinando os padrões de qualidade para ver se eles são realistas com relação à adequação ao uso; c) verificando se é possível reduzir o volume da inspeção por meio de amostragem com base no conhecimento da capacidade do processo e ordem de fabricação; d) vendo se é possível evitar a duplicidade de inspeção usando auditoria de decisões.
Custos das falhas < 40%
Avaliação > 50%
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
Através do estudo e da observação das relações entre as categorias de custos da
qualidade, procura-se definir o ponto ótimo de investimento em qualidade. Outro
propósito seria a descoberta da melhor relação custo-benefício, ou seja,
aumentando-se os gastos com prevenção, qual seria a economia de custos obtida
pela diminuição de falhas. Além do aspecto monetário, a imagem da qualidade do
42
produto é fator decisivo do gasto em prevenção, que poderá significar expansão no
volume de vendas ou no próprio preço unitário do produto (ROBLES JR., 1996).
Outro tipo de apresentação da mensuração dos custos da qualidade é a evolução
em um determinado período de tempo. Este tipo de apresentação demonstra a
evolução dos valores de custos da qualidade de forma a ser possível uma análise
das informações obtidas a intervalo de tempo que deve ser dimensionado e mantido
dinamicamente, de acordo com a necessidade. Neste sentido, López (2009) ilustra
tal evolução com um gráfico de barras (figura 3).
Custos de Prevenção (CP)
Custos de Avaliação (CA)
Custos de FalhasInternas (CFI)
Custos de FalhasExternas (CFE)
Custos de Falhasno Controle
Custos de Controle
Custos da Qualidade
A B C D
CP
CA
CFI
CFE
Cu
sto
s d
a Q
ua
lida
de
Períodos de Tempo
Figura 3 - Modelo de evolução dos custos da qualidade – gráfico de barras
Fonte: Elaborado a partir de López (2009).
43
Na figura 3, a diferença que existe entre os períodos A e B é que os custos com
prevenção são maiores e, menores com avaliação. Devido a isto, o custo total
diminui durante o período B. Durante o período C, os custos de avaliação
aumentaram em relação ao período B, o que gerou uma redução dos custos de
falhas, fazendo com que o custo total diminuísse. No período D, com o incremento
dos custos de prevenção e avaliação, houve uma redução nos custos de falhas
internas e externas e consequente redução dos custos totais (LÓPEZ, 2009).
Neste sentido, congruente ao exposto anteriormente, Moya (2001) indica que se
uma organização quer melhorar sua qualidade, incrementar sua produtividade e
reduzir custos, há numerosas ferramentas que ajudam a conseguir estes objetivos.
Algumas das usuais são: um sistema de gestão de qualidade, JIT (Just in Time),
MRP (Manufacturing Requirements Planning), QFD (Quality Function Deployment),
SPC (Statistical Process Control), ou um sistema de custos da qualidade.
Complementando a indicação de Moya, vale lembrar que estas ferramentas têm
base em valores calculados e/ou empíricos e, portanto, deve-se mencionar que a
estrutura lógica da obtenção e análise das informações, gera maior ou menor
confiabilidade nos valores de referência na tomada de ações ora necessárias.
Sendo assim, a aplicação da metodologia lógica adequada é fundamental, seja ela
clássica ou não clássica, tema tratado por Da Silva Filho (1997). Com isto, a
identificação das melhores ações se torna eficiente, minimizando custos de falhas
internas e externas, através do planejamento correto das rotinas de prevenção e
avaliação de falhas, gerando um custo total otimizado para obtenção da qualidade.
44
3 METODOLOGIA
Neste capítulo, estão apresentadas as características da metodologia que vão desde
as proposições, procedimentos metodológicos utilizados e configuração do lócus da
pesquisa, até a apresentação dos valores obtidos no presente estudo.
Os eixos temáticos para a elaboração deste trabalho, foram definidos tomando-se
como referência os acontecimentos históricos que direcionaram à necessidade da
mensuração dos custos da qualidade, ou seja: a história da administração científica,
partindo do mercantilismo e chegando aos conceitos da qualidade orientada às
necessidades dos clientes; os conceitos da administração científica com orientação
à necessidade da mensuração dos custos relativos aos processos, em especial aos
custos da qualidade (custos para a obtenção da qualidade definida pelas
necessidades dos clientes) e; o TQM, filosofia de gerenciamento da qualidade total,
ou seja, sincronismo por meio do gerenciamento das funções e processos em uma
empresa no sentido de que a qualidade requerida, garantida por todos e de forma
organizada, proporcione a geração de produtos que satisfaçam as necessidades dos
clientes.
Seguindo-se o exposto neste trabalho em seus eixos temáticos, a apresentação dos
resultados obtidos em forma de relatório composto por Tabelas, gráficos e análise
de resultados, permitirá aos gestores, utilizarem tal relatório como indicador para
gestão, otimização dos custos da qualidade e, consequentemente, propiciar o
adequado direcionamento de esforços no sentido da melhoria dos processos.
Como consequência da proposta de mensuração dos custos da qualidade para
gestão dos processos, foi possível a elaboração de um procedimento composto por:
fluxograma, definição de responsabilidades e detalhes específicos para
esclarecimento das atividades. Este contexto propicia a padronização da rotina e a
garantia da adequação aos requisitos definidos pelas referências de certificação do
sistema de gestão de qualidade da empresa ALFA (normas NBR ISO 9001:2008 e
VDA 6 – Parte 1:2010).
45
3.1 Procedimentos metodológicos
Com o objetivo da avaliação da rotina de identificação, mensuração, segregação e
monitoramento dos custos da qualidade da empresa ALFA, no sentido da obtenção
de sua padronização e otimização das rotinas de tomada de ações necessárias à
manutenção e melhoria contínua dos processos, o presente trabalho empregou um
estudo descritivo que, no entender de Gil (2010) tem por finalidade identificar
possíveis relações entre variáveis e também se direciona em sua realização com
objetivos profissionais. Sendo assim, converge para a aquisição de conhecimentos
com vistas à aplicação numa situação específica.
Como método científico, este estudo fez uso da pesquisa bibliográfica, e também de
uma pesquisa documental, uma vez que se apropriou de documentos internos da
empresa que foi eleita, como lócus da pesquisa. O método científico é entendido
como apenas um meio de acesso e assim, este trabalho aplicou como técnica, a
observação participante, cuja ocorrência se dá quando o observador,
deliberadamente, se envolve e se deixa envolver com o objeto da observação
(CERVO, 2007).
Sendo assim, tendo como objetivo, propor a aplicação dos conceitos de custos da
qualidade como ferramenta na gestão de processos, pareceu, pois, pertinente, a
definição dos procedimentos metodológicos propostos.
3.2 Configuração do lócus da pesquisa
O lócus da pesquisa se configurou em uma empresa fabricante de veículos que,
conforme esclarecido anteriormente, por questões éticas, não foi identificada e
assim, foi tratada ao longo do presente estudo pela denominação ALFA. A opção
por este lócus se deu em função da facilidade de acesso do pesquisador e pela
percepção da efetiva possibilidade de aplicação dos conceitos de custo da
qualidade, de forma que viabilizasse a proposta deste trabalho.
Sendo a empresa composta por um processo amplo de produção, o presente
estudo, para fins de investigação, optou pela área de ‘montagem de componentes’.
46
Essa opção se justifica pelas características de atividades nesta área, onde são
entregues as carrocerias, portas e tampas prontas (ajustadas, preparadas e
pintadas) e onde, durante o fluxo dos processos, são agregados os conjuntos
elétricos, motor e subconjuntos, câmbio e subconjuntos, componentes de
acabamento, de segurança, comandos, vidros, rodas, etc., até a finalização e testes
dos veículos acabados. Na sequência, os veículos são entregues às áreas
responsáveis pela movimentação e disponibilização para vendas. Além disso, a
escolha desta área deve-se também ao fato da mesma poder representar outras
áreas produtivas da empresa quanto às relações humanas e recursos utilizados
(tecnologias, equipamentos, etc.), bem como, onde outros processos produtivos se
convergem. Dessa forma, é possível afirmar que a área eleita para este estudo
permite a aplicação do modelo proposto nas outras áreas da organização ora lócus
da pesquisa.
3.3 Coleta de dados
Para fins de coleta de dados, o presente estudo se apropriou de documentos
internos referentes aos sistemas aplicados na área escolhida da organização
estudada.
A área escolhida é subdividida em centros de custos identificados por números que
vão de 520 a 620, os quais estão cadastrados e administrados por um sistema
desenvolvido pela empresa SAP (Systems, Applications and Products in Data
Processing – Sistemas, aplicações e produtos no processamento de dados), que
leva o mesmo nome da empresa (sistema SAP®), versão R/3 – P04 FI/CO –
BRASIL - módulo financeiro, do qual, foram extraídas as informações relativas à
administração financeira da empresa ALFA, para a análise e elaboração da proposta
de modelo para a mensuração de custos da qualidade para este trabalho.
O modelo utilizado nos estudos foi o PAF (prevenção-avaliação-falhas), quanto à
classificação dos custos da qualidade, modelo preconizado por Juran e Godfrey
(1999) e, Feigenbaum (1991), além do mais difundido entre os estudiosos do
assunto, conforme abordagem na Fundamentação Teórica deste trabalho e pelas
necessidades definidas nas normas NBR ISO 9001:2008 (requisito: 5.6. Análise
47
Crítica pela Direção) e VDA 6 – Parte 1:2010 (requisito: 05. Considerações
Financeiras sobre o Sistema de Gestão da Qualidade), as quais, são as referências
da certificação do SGQ da empresa ALFA.
Como a empresa ALFA já possui um plano de contas onde são definidos os escopos
de cada uma delas e estes já fazem parte da estrutura financeira prévia inserida no
Sistema SAP®, foi utilizado o mesmo plano de contas já existente. Esta escolha se
deve também ao fato de que sendo assim, proporciona efetiva compreensão dos
resultados pelas áreas e rotinas que já fazem uso da estrutura de contas da
empresa, proporcionando o comprometimento de todos, em um mesmo sentido,
para obtenção de resultados eficientes.
No plano de contas utilizado, a empresa ALFA, tem seus custos relacionados às:
Pessoas (custos com mão de obra), Depreciações (custos de depreciações de
máquinas, equipamentos e outros patrimônios) e Outras Contas (custos
relacionados às demais contas). A composição dos custos considerados foi feita da
seguinte forma:
Quadro 18 – Composição dos custos considerados
Pessoas Custo/hora dos funcionários, 13.º, férias, impostos, INSS, feriados remunerados, auxílio doença, adicional noturno, insalubridade, pagamento de horas extras e encargos legais.
Depreciações
Depreciações com base no Regulamento do Imposto de Renda, artigo 310 da Secretaria da Receita Federal do Brasil de 1999: RIR/99, artigo 310, definidos pelas áreas de Engenharia e tratados no sistema SAP®.
Outras Contas
Transporte de funcionários; comunicação / telefonia; treinamento de funcionários; alimentação; transportes e fretes; manutenção predial e equipamentos; perda de material e refugo; serviços comprados; aluguéis; materiais auxiliares; ferramentas ou instrumentos; viagens domésticas a negócio; água, energia, gás, etc.; outros.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
Os cálculos, Tabelas e gráficos foram elaborados com o uso do aplicativo Microsoft
Excel® versão 2013. As informações foram coletadas, tomando-se como referência,
os valores disponíveis em relatórios específicos, compostos por informações da
base de dados do sistema SAP®.
48
As informações da empresa ALFA, utilizadas como base de cálculo, tiveram como
referência o período de janeiro a dezembro de 2013 e os valores foram ajustados e
agrupados proporcionalmente para a garantia da confidencialidade, ética profissional
e possibilidade de análises comparativas quanto aos meses, áreas, composição e
tipo de custo da qualidade (PAF para Pessoas, Depreciação e Outras Contas).
Para a garantia da execução da rotina de mensuração proposta, apresentação de
respectivas informações destinadas ao uso como indicadores na gestão dos
processos e no sentido da adequação às normas NBR ISO 9001:2008 e VDA 6 –
Parte 1:2010, adotadas como referenciais da certificação do Sistema de Gestão da
Qualidade (SGQ) da empresa ALFA, foi elaborada proposta de procedimento em
substituição ao existente, contendo as informações e metodologia exposta neste
trabalho, focando o estudo de PAF relacionado à área de estudo definida, ou seja, o
processo produtivo na área de Montagem de Componentes, onde é aplicável o
tratamento da Prevenção, Avaliação e Falhas Internas por suas características de
gestão.
3.3.1 Mensuração dos custos da qualidade
Para que fosse possível a mensuração dos custos da qualidade, tomando-se como
referência os dados provenientes do Sistema SAP® quanto aos custos com
Pessoas, Depreciações e Outras Contas, definidos anteriormente no quadro 18, foi
necessário esclarecer os critérios para mensuração dos custos da qualidade, os
quais foram apresentados nos quadros 19, 20 e 21.
3.3.1.1 Critérios para a mensuração dos custos da qualidade
Nos quadros 19, 20 e 21 a seguir, há respectivamente, os critérios para a
mensuração dos custos com Pessoas, Depreciações e Outras Contas.
49
Quadro 19 – Critérios para a mensuração de custos com pessoas
1
Mantendo-se as práticas da empresa ALFA, optou-se pela utilização de um salário médio, ou seja, sem segregação ou valoração de acordo com salários específicos por função. Isto porque o sistema SAP® fornece os valores de custos totais dos salários (todos os custos salariais com encargos legais, contratuais, prêmios, horas extras, etc.) por Centro de Custo e por haver variações significativas nos salários, de mesmas funções, até em uma mesma área (graus salariais de acordo com tempo de empresa, promoções por desempenho diferenciado, etc.).
2 Levantamento de todas as funções de acordo com os centros de custos.
3 Agrupamento de funções similares e mudança de nomenclatura das funções, no intuito da melhor compreensão dos resultados e rotina proposta, bem como, garantir confidencialidade e ética profissional à empresa ALFA.
4 Análise de carga de trabalho (%) das funções para classificação das atividades como ‘operacionais’ (não relacionadas a custos para a obtenção da qualidade) ou ‘para qualidade’ (implicação em custos com PAF).
5 Inclusão dos custos fornecidos pelo sistema SAP®, relativos às pessoas por centro de custo.
6 Levantamento da quantidade de pessoas por função.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
Quadro 20 – Critérios para a mensuração de custos de depreciações
1 Tabulação da finalidade dos Centros de Custos (CC) quanto às suas atividades, ou seja, se os CC são de atividades operacionais (não relacionadas a custos para obtenção da qualidade) ou para qualidade (implicação em custos com PAF).
2 Inclusão dos custos relativos às Depreciações por centro de custo, fornecidos pelo sistema SAP®.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
Quadro 21 – Critérios para a mensuração de custos de outras contas
1 Análise das Outras Contas para classificação quanto a ter sua finalidade definida como ‘operacionais’ (não relacionadas diretamente a custos para a obtenção da qualidade) ou para qualidade (implicação em custos com PAF).
2 Inclusão dos valores de Outros Custos por centro de custo, extraídos do sistema SAP®.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
50
3.3.1.2 Identificação dos conteúdos das Tabelas de dados mensurados
Nas figuras 4, 5 e 6 abaixo, há a identificação dos conteúdos das Tabelas que serão
apresentadas no tópico 3.3.1.3 deste trabalho, de forma a facilitar a interpretação
das mesmas. Os campos estão identificados e em destaque nas figuras (exemplo:
(a), (e), (p2), (v3), etc.).
Parcial Acum. (%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$
(a) (b) (c) (d) (e) (f) (g) (h) (i) (j) (k) (l) (m) (n) (o)
Para Qualidade
Total Prevenção Avaliação Falhas
CUSTOS COM PESSOAS
Centrosde
Custos(CC)
Custos totaiscom
pessoaspor CC
(R$)
FunçãoFuncionários
ATIVIDADES
Operacionais
Figura 4 – Conteúdos da Tabela de custos com pessoas
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
(%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$
(a) (b) (f) (g) (h) (i) (j) (k) (l) (m) (n) (o)
CUSTOS COM DEPRECIAÇÕES
Centrosde
Custos(CC)
Custos totaiscom
Depreciaçõespor CC
(R$)
ATIVIDADES
OperacionaisPara Qualidade
Total Prevenção Avaliação Falhas
Figura 5 – Conteúdos da Tabela de custos com depreciações
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
520 530 540 550 560 570 580 610 620
*** Manutenção predial e de eqtos (p1)*** Perda de material - Refugo, etc. (p2)*** Serviços Comprados (p3)*** Demais contas (p4)
OperacionaisPara
QualidadePrevenção Avaliação Falhas
*** Manutenção predial e de eqtos (q1) (r1) (s1) (t1) (u1)*** Perda de material - Refugo, etc. (q2) (r2) (s2) (t2) (u2)*** Serviços Comprados (q3) (r3) (s3) (t3) (u3)*** Demais contas (q4) (r4) (s4) (t4) (u4)
520 530 540 550 560 570 580 610 620
Prevenção (v1)Avaliação (v2)Falhas (v3)Operacionais (w)
CUSTOS COM OUTRAS CONTAS
Outras ContasCentros de Custos x Custos totais com Outros (R$)
Outras ContasOutras Contas x Atividades (%)
Outras ContasPrevenção-Avaliação-Falhas (PAF) x CC (R$)
Figura 6 – Conteúdos da Tabela de custos com outras contas
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
51
Os conteúdos dos campos e cálculos aplicáveis às figuras 4, 5 e 6, estão descritos
no quadro 22:
Quadro 22 – Conteúdos das Tabelas de custos com pessoas, depreciações e outras contas
Campo Conteúdo Obtenção
(a) Número dos centros de custos das áreas que compõem a Montagem de Componentes.
Sistema SAP®
(b) Custos totais com pessoas por centro de custo (R$). Sistema SAP®
(c) Função no centro de custo (exemplo: Gestor, etc.). Listas de Recursos
Humanos da empresa.
(d) Quantidade de funcionários que executam a função definida em (c).
Listas de Recursos Humanos da empresa.
(e) Quantidade total de funcionários do centro de custo (a).
Listas de Recursos Humanos da empresa.
(f) Porcentual da carga de trabalho da função (c) em atividades operacionais.
Listas de carga de trabalho fornecidas pelas áreas.
(g) Custo com atividades operacionais da função (c) (g) = [(d)/(e)] x (b) x (f)
(h) Porcentual da carga de trabalho da função (c) em atividades para qualidade
Listas de carga de trabalho fornecidas pelas áreas.
(j) + (l) + (n) = 100%
(i) Custo com atividades para qualidade da função (c) (i) = [(d)/(e)] x (b) x (h)
(i) = (k) + (m) + (o)
(j) Porcentual da carga de trabalho da função (c) em atividades para qualidade, voltadas à Prevenção
Listas de carga de trabalho fornecidas pelas áreas.
(k) Custo com atividades para qualidade da função (c) em atividades voltadas à Prevenção.
(k) = (j) x (i)
(l) Porcentual da carga de trabalho da função (c) em atividades para qualidade, voltadas à Avaliação.
Listas de carga de trabalho fornecidas pelas áreas.
(m) Custo com atividades para qualidade da função (c) em atividades voltadas à Avaliação.
(m) = (l) x (i)
52
(n) Porcentual da carga de trabalho da função (c) em atividades para qualidade, voltadas às Falhas.
Listas de carga de trabalho fornecidas pelas áreas.
(o) Custo com atividades para qualidade da função (c) em atividades voltadas às Falhas.
(o) = (n) x (i)
(pn) Custos relativos às Outras Contas por centro de custo.
Sistema SAP®
(qn) Porcentual da conta quanto à sua função operacional.
Tabela de descrição de Contas do sistema SAP®,
fornecida pelas áreas.
(rn) Porcentual da conta quanto à sua função para qualidade.
(sn) Porcentual da conta quanto à sua função para qualidade em rotinas relacionadas à Prevenção.
(tn) Porcentual da conta quanto à sua função para qualidade em rotinas relacionadas à Avaliação.
(un) Porcentual da conta quanto à sua função para qualidade em rotinas relacionadas às Falhas.
(vn) Custos por conta quanto à sua função para qualidade em rotinas de PAF (Prevenção-Avaliação-Falhas).
(v1) = ∑ [(pn) x (rn) x (sn)]
(v2) = ∑ [(pn) x (rn) x (tn)]
(v3) = ∑ [(pn) x (rn) x (un)]
(w) Custos por conta das atividades operacionais. (w) = ∑ [(pn) x (qn)]
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
3.3.1.3 Tabelas de valores coletados na pesquisa
Nas Tabelas de 1 a 3 conforme segue, são apresentados os valores obtidos na
coleta de dados quanto aos custos com pessoas, depreciações e outras contas. O
período utilizado foi o de janeiro a dezembro de 2013.
53
Tabela 1 – Custos com pessoas – janeiro a dezembro de 2013
Parcial Acum. (%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$
GESTOR 03 60% 124.128,24 40% 82.752,16 50% 41.376,08 30% 24.825,65 20% 16.550,43
OPERADOR 146 80% 8.054.543,56 20% 2.013.635,89 20% 402.727,18 60% 1.208.181,53 20% 402.727,18
REPARADOR 13 20% 179.296,35 80% 717.185,39 0% 0,00 0% 0,00 100% 717.185,39
CONTROLADOR 28 10% 193.088,37 90% 1.737.795,36 30% 521.338,61 40% 695.118,14 30% 521.338,61
GESTOR 03 60% 92.945,33 40% 61.963,55 50% 30.981,78 30% 18.589,07 20% 12.392,71
OPERADOR 181 80% 7.476.935,52 20% 1.869.233,88 20% 373.846,78 60% 1.121.540,33 20% 373.846,78
REPARADOR 00 20% 0,00 80% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 100% 0,00
CONTROLADOR 00 10% 0,00 90% 0,00 30% 0,00 40% 0,00 30% 0,00
GESTOR 03 60% 97.116,21 40% 64.744,14 50% 32.372,07 30% 19.423,24 20% 12.948,83
OPERADOR 159 80% 6.862.878,58 20% 1.715.719,64 20% 343.143,93 60% 1.029.431,79 20% 343.143,93
REPARADOR 01 20% 10.790,69 80% 43.162,76 0% 0,00 0% 0,00 100% 43.162,76
CONTROLADOR 01 10% 5.395,34 90% 48.558,10 30% 14.567,43 40% 19.423,24 30% 14.567,43
GESTOR 03 60% 90.721,87 40% 60.481,25 50% 30.240,62 30% 18.144,37 20% 12.096,25
OPERADOR 101 80% 4.072.404,05 20% 1.018.101,01 20% 203.620,20 60% 610.860,61 20% 203.620,20
REPARADOR 00 20% 0,00 80% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 100% 0,00
CONTROLADOR 00 10% 0,00 90% 0,00 30% 0,00 40% 0,00 30% 0,00
GESTOR 03 60% 86.331,75 40% 57.554,50 50% 28.777,25 30% 17.266,35 20% 11.510,90
OPERADOR 139 80% 5.333.383,67 20% 1.333.345,92 20% 266.669,18 60% 800.007,55 20% 266.669,18
REPARADOR 02 20% 19.184,83 80% 76.739,33 0% 0,00 0% 0,00 100% 76.739,33
CONTROLADOR 01 10% 4.796,21 90% 43.165,88 30% 12.949,76 40% 17.266,35 30% 12.949,76
GESTOR 03 60% 95.076,85 40% 63.384,57 50% 31.692,28 30% 19.015,37 20% 12.676,91
OPERADOR 180 80% 7.606.148,38 20% 1.901.537,10 20% 380.307,42 60% 1.140.922,26 20% 380.307,42
REPARADOR 03 20% 31.692,28 80% 126.769,14 0% 0,00 0% 0,00 100% 126.769,14
CONTROLADOR 00 10% 0,00 90% 0,00 30% 0,00 40% 0,00 30% 0,00
GESTOR 03 60% 130.399,74 40% 86.933,16 50% 43.466,58 30% 26.079,95 20% 17.386,63
OPERADOR 21 80% 1.217.064,24 20% 304.266,06 20% 60.853,21 60% 182.559,64 20% 60.853,21
REPARADOR 112 70% 5.679.633,14 30% 2.434.128,49 0% 0,00 70% 1.703.889,94 30% 730.238,55
CONTROLADOR 02 10% 14.488,86 90% 130.399,74 30% 39.119,92 40% 52.159,90 30% 39.119,92
GESTOR 03 60% 91.994,26 40% 61.329,51 50% 30.664,75 30% 18.398,85 20% 12.265,90
OPERADOR 177 80% 7.236.881,65 20% 1.809.220,41 20% 361.844,08 60% 1.085.532,25 20% 361.844,08
REPARADOR 03 20% 30.664,75 80% 122.659,01 0% 0,00 0% 0,00 100% 122.659,01
CONTROLADOR 00 10% 0,00 90% 0,00 30% 0,00 40% 0,00 30% 0,00
GESTOR 03 60% 90.872,74 40% 60.581,83 50% 30.290,91 30% 18.174,55 20% 12.116,37
OPERADOR 128 80% 5.169.649,18 20% 1.292.412,29 20% 258.482,46 60% 775.447,38 20% 258.482,46
REPARADOR 06 20% 60.581,83 80% 242.327,31 0% 0,00 0% 0,00 100% 242.327,31
CONTROLADOR 00 10% 0,00 90% 0,00 30% 0,00 40% 0,00 30% 0,00
183
137
9.997.313,44
9.352.749,59
6.916.425,17
190
184
164
104
145
186
138
570
580
610
620
13.102.425,31
9.501.078,29
8.848.365,46
5.241.708,18
6.954.502,09
9.824.608,33
520
530
540
550
560
Avaliação Falhas
CUSTOS COM PESSOAS - Jan a Dez de 2013
Centrosde
Custos(CC)
Custos totaiscom
pessoaspor CC
(R$)
FunçãoFuncionários
ATIVIDADES
OperacionaisPara Qualidade
Total Prevenção
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, 2014.
Tabela 2 – Custos com depreciações – janeiro a dezembro de 2013
(%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$ (%) R$
520 0,00 100% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
530 0,00 80% 0,00 20% 0,00 0% 0,00 100% 0,00 0% 0,00
540 0,00 100% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
550 0,00 100% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
560 0,00 80% 0,00 20% 0,00 0% 0,00 100% 0,00 0% 0,00
570 31.165,33 80% 24.932,26 20% 6.233,07 0% 0,00 100% 6.233,07 0% 0,00
580 0,00 0% 0,00 100% 0,00 0% 0,00 100% 0,00 0% 0,00
610 0,00 100% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00 0% 0,00
620 4.676,67 80% 3.741,34 20% 935,33 0% 0,00 100% 935,33 0% 0,00
Avaliação Falhas
CUSTOS COM DEPRECIAÇÕES - Jan a Dez de 2013
Centrosde
Custos(CC)
Custos totaiscom
Depreciaçõespor CC
(R$)
ATIVIDADES
OperacionaisPara Qualidade
Total Prevenção
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, 2014.
54
Tabela 3 – Custos com outras contas – janeiro a dezembro de 2013
520 530 540 550 560 570 580 610 620
*** Manutenção predial e de eqtos 668,75 14.921,03 14.161,13 2.941,71 12.453,05 17.506,79 695,60 1.771,71 954,71
*** Perda de material - Refugo, etc. 9.197,63 63.287,07 31.620,59 81.724,11 138.193,33 80.129,65 26.924,32 105.338,51 19.369,50
*** Serviços Comprados 14.660,87 14.586,45 13.165,19 8.558,37 11.163,09 15.107,39 10.939,83 15.256,24 10.642,15
*** Demais contas 24.157,65 41.240,16 21.470,21 -28.847,80 29.159,03 42.108,77 46.806,17 33.629,53 67.641,73
OperacionaisPara
QualidadePrevenção Avaliação Falhas
*** Manutenção predial e de eqtos 90% 10% 100% 0% 0%
*** Perda de material - Refugo, etc. 0% 100% 0% 0% 100%
*** Serviços Comprados 30% 70% 80% 20% 0%
*** Demais contas 100% 0% 0% 0% 0%
520 530 540 550 560 570 580 610 620
Prevenção 8.276,96 9.660,52 8.788,62 5.086,86 7.496,64 10.210,82 6.195,86 8.720,67 6.055,08
Avaliação 2.052,52 2.042,10 1.843,13 1.198,17 1.562,83 2.115,03 1.531,58 2.135,87 1.489,90
Falhas 9.197,63 63.287,07 31.620,59 81.724,11 138.193,33 80.129,65 26.924,32 105.338,51 19.369,50
Operacionais 29.157,79 59.045,02 38.164,78 -23.632,75 43.715,70 62.397,10 50.714,16 39.800,94 71.693,61
Outras ContasPrevenção-Avaliação-Falhas (PAF) x CC (R$)
CUSTOS COM OUTRAS CONTAS - Jan a Dez de 2013
Outras Contas x Atividades (%)Outras Contas
Outras ContasCentros de Custos x Custos totais com Outros (R$)
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, 2014.
Nas Tabelas 1 a 3, foram apresentados os dados obtidos na pesquisa e estes foram
utilizados como base na análise de resultados, discussões e conclusões.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste capítulo, é apresentada a compilação das informações obtidas no período de
referência da pesquisa (janeiro a dezembro de 2013) na área de montagem de
componentes. As informações obtidas são a base para: a) proposta de relatório
padrão da mensuração dos custos da qualidade (composta por: Tabela de custos
parciais e total, gráfico dos custos da qualidade por categoria de custo - PAF e
análise dos resultados e respectivas discussões) e, b) proposta de procedimento
padrão para a mensuração dos custos da qualidade. Juntos, a) e b) compõem a
estrutura da proposta de uso dos custos da qualidade como ferramenta na gestão
dos processos.
55
4.1 Tabela de custos da qualidade
Tabela 4 – Custos parciais e total – janeiro a dezembro de 2013
Total 520 530 540 550 560 570 580 610 620
(R$) 3.609.824,51 973.718,83 414.489,07 398.872,05 238.947,68 315.892,83 422.210,52 149.635,58 401.229,50 294.828,45
(%) 4,47% 7,40% 4,30% 4,47% 4,50% 4,42% 4,22% 1,48% 4,22% 4,20%
(R$) 10.645.397,84 1.930.177,85 1.142.171,50 1.070.121,40 630.203,15 836.103,08 1.168.285,73 1.966.221,00 1.106.066,97 796.047,16
(%) 13,18% 14,68% 11,85% 11,99% 11,88% 11,70% 11,67% 19,50% 11,63% 11,34%
(R$) 5.974.281,29 1.666.999,23 449.526,56 445.443,54 297.440,56 506.062,51 599.883,12 874.522,63 602.107,50 532.295,63
(%) 7,39% 12,68% 4,67% 4,99% 5,61% 7,08% 5,99% 8,67% 6,33% 7,58%
Real (R$) 20.229.503,63 4.570.895,91 2.006.187,12 1.914.436,98 1.166.591,40 1.658.058,42 2.190.379,37 2.990.379,21 2.109.403,98 1.623.171,24
Real (%) 25,04% 34,76% 20,82% 21,44% 21,99% 23,20% 21,88% 29,66% 22,18% 23,12%
Obj. (%) 25,00% 25,00% 25,00% 25,00% 25,00% 25,00% 25,00% 25,00% 25,00% 25,00%
Dif. (%) ‐0,04% ‐9,76% 4,18% 3,56% 3,01% 1,80% 3,12% ‐4,66% 2,82% 1,88%
80.788.322,08 13.151.110,21 9.635.113,00 8.928.782,58 5.306.084,57 7.145.470,59 10.010.626,26 10.082.679,36 9.508.745,58 7.019.709,93
CustoTotal da
Qualidade
Custos Totais(operacionais + para qualidade)
CUSTOS DA QUALIDADE - Jan a Dez de 2013
Classe de Custo
Montagem de Componentes x Centros de Custos
Prevenção
Avaliação
Falhas
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, 2014.
Na Tabela 4 exibem-se os valores de custos de Prevenção, Avaliação e Falhas,
sendo que:
Os valores de PAF foram obtidos através da soma dos valores de custos com
Pessoas, Depreciações e Outras Contas, indicados nas Tabelas 1, 2 e 3
respectivamente.
Os valores de Prevenção, Avaliação e Falhas são apresentados em R$ (valores
em moeda brasileira: reais) e % (valores porcentuais).
Os valores de ‘Custo Total da Qualidade’ são:
- Real (R$): somatória de R$ para Prevenção, Avaliação e Falhas;
- Real (%): somatória de % para Prevenção, Avaliação e Falhas;
- Obj. (%): % proposto pelos gestores dos centros de custos como objetivo, ou
seja, o mesmo para todos e iguais a 25%;
- Dif. (%): diferença entre objetivo e valor real, ou seja, [Obj (%) – Real (%)]. Se
Real (%) é maior que Obj. (%), ou seja, o valor Real indica uma situação pior
do que a do objetivo, a Dif. (%) é destacada em vermelho com letra em branco,
como é o caso de -9,67% para o centro de custo 520 e -4,66% para o centro de
custo 580. Esta indicação visa chamar à atenção do respectivo gestor para um
possível problema.
Na linha de Custos Totais (operacionais + para qualidade), há a soma dos valores
em R$ dos custos operacionais e para qualidade, obtidos nas Tabelas 1, 2 e 3,
quanto às Pessoas, Depreciações e Outras Contas respectivamente, em cada
centro de custo.
56
4.2 Gráficos dos custos da qualidade x PAF
Gráfico 1 – Custos da qualidade x centro de custo – janeiro a dezembro de 2013
GRÁFICO DOS CUSTOS DA QUALIDADE x PAF - Jan a Dez de 2013
4,47%7,40%
4,30% 4,47% 4,50% 4,42% 4,22% 1,48% 4,22% 4,20%
13,18%
14,68%
11,85% 11,99% 11,88% 11,70% 11,67% 19,50% 11,63% 11,34%
7,39%
12,68%
4,67% 4,99% 5,61% 7,08% 5,99%
8,67%
6,33% 7,58%
25,04%
34,76%
20,82% 21,44% 21,99% 23,20% 21,88%
29,66%
22,18% 23,12%
Total 520 530 540 550 560 570 580 610 620
Prevenção
Avaliação
Falhas
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, 2014.
No gráfico 1, apresenta-se os custos da qualidade por centro de custo e PAF. Foi
elaborado com as informações de Prevenção (%), Avaliação (%) e Falhas (%) da
Tabela 4.
Gráfico 2 – Evolução dos custos da qualidade x centro de custo – janeiro a dezembro de 2013
GRÁFICO DOS CUSTOS DA QUALIDADE x EVOLUÇÃO MENSAL - Jan a Dez de 2013
4,47% 4,29% 4,38% 4,31% 4,27% 4,33% 4,50% 4,38% 4,40% 4,45% 4,47% 4,81% 5,18%
13,18% 13,07% 13,19% 13,18% 13,09% 13,08% 13,23% 13,22% 13,20% 13,14% 13,26% 13,19% 13,31%
7,39% 8,14% 6,85% 7,30% 8,00% 7,81% 7,65% 7,37% 7,47% 7,10% 7,04% 7,09% 7,03%
25,04% 25,50% 24,42% 24,78% 25,36% 25,22% 25,39% 24,96% 25,08% 24,69% 24,77% 25,09% 25,53%
Jan_Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Prevenção
Avaliação
Falhas
Fonte: Elaborado pelo pesquisador, 2014.
No gráfico 2, mostra-se a apresentação da evolução mensal dos custos da
qualidade por PAF. Os valores mensais foram calculados utilizando-se a mesma
estrutura de cálculo do período completo (janeiro a dezembro de 2013), porém,
tendo como período de referência o respectivo mês. Para que isto fosse possível,
foi definido no sistema SAP® o período de interesse das informações, mês a mês,
permitindo a extração dos valores mensais. Com estas informações, foram geradas
Tabelas semelhantes às 1, 2 e 3, mudando-se somente o período de referência.
Sendo assim, o pesquisador considerou desnecessária e inviável a apresentação de
todas as Tabelas para seus respectivos meses, visto que tornaria este trabalho
57
muito extenso, não agregando efetivo valor ao mesmo, uma vez que a metodologia
para extração de informações e respectivas análises foram executadas da mesma
forma.
4.3 Análise dos resultados e discussões
Utilizando-se os resultados obtidos, as informações coletadas na pesquisa, o
respaldo teórico de López (2009) na figura 3 deste trabalho e, os ensinamentos de
autores como Juran e Godfrey (1999) e, Feigenbaum (1991), é possível observar
que:
a) No gráfico 2, ilustrado na p.56, onde houve a apresentação da evolução dos
custos da qualidade por centro de custo (período de janeiro a dezembro de 2013), é
possível perceber que os custos da qualidade mensurados mensalmente não
apresentam variações significativas nos valores. Portanto, os processos que geram
estes custos podem ser considerados como estáveis. Em outras palavras, estes
permitem a tomada de ações para melhoria, fato que é reforçado por Juran e
Godfrey (1999) e, Feigenbaum (1991), quando em suas obras, mencionam que a
melhoria contínua só é possível a partir de processos conhecidos e estáveis.
b) Tomando-se como referência o fato de que na Dif. (%) dos resultados da Tabela
4, há a indicação de que os centros de custos 520 e 580 estão acima do objetivo
proposto, em 9,67% e 4,66% respectivamente, pode-se afirmar que estes são
centros de custos prioritários na análise de causas raízes e consequentemente, no
direcionamento de esforços à melhoria dos custos da qualidade para a área de
montagem de componentes.
c) No gráfico 1, disposto na p.56, percebe-se que os maiores custos estão focados
em avaliações e falhas, ou seja:
- Os custos de prevenção são pequenos em relação aos de avaliação e falhas;
- O menor custo de prevenção (centro de custo 580) é o que aponta o maior
custo com avaliações e um dos maiores custos com falhas;
58
- Deve ser realizado estudo da viabilidade de otimização das rotinas de PAF,
tanto durante o processo de fabricação quanto no desenvolvimento do
produto, utilizando-se, por exemplo, como exposto por Coral (1996), as
ferramentas para melhoria contínua, indicadas no quadro 12 deste trabalho;
- Os critérios de avaliações definidos de forma ineficiente por gestores, ou seja,
não havendo a identificação eficiente da qualidade requerida, pode haver um
aumento nos custos de Avaliações e Falhas. Isto ocorre porque,
considerando-se que os custos com Avaliações são provocados pela
necessidade de inibição da entrega de produtos com falhas, quanto maiores
são as possibilidades, maiores são os custos de Avaliações e, como
consequência das avaliações, os produtos definidos como não conformes aos
requisitos, são retrabalhados ou refugados, provocando maiores custos de
Falhas. Neste sentido, critérios sub ou superdimensionados, podem gerar
custos internos excessivos quando superdimensionados (mais rígidos do que
necessário) ou custos externos excessivos (reclamações de clientes, falhas
de função, etc.) quando subdimensionados (menos rígidos do que
necessário). O maior custo do produto final pode inviabilizar a fabricação de
um produto, visto que seu preço pode não ser competitivo;
- Os gestores dos centros de custos 520 e 580 podem utilizar as melhores
práticas da experiência de gestão do centro de custo 530 (menor custo da
qualidade da área), já que as atividades são semelhantes ou afins (pertencem
a uma mesma área: montagem de componentes).
d) Nas Tabelas 1, 2 e 3 (p.53-54), os custos com pessoas são os maiores entre os
componentes dos custos da qualidade, em outras palavras, percebe-se que o
direcionamento de esforços à redução dos custos da qualidade deve ter prioridade
no sentido das atividades executadas pelas pessoas. As atividades relacionadas a
estas, devem ser direcionadas de forma que haja o melhor aproveitamento possível
quanto às habilidades, respectivo treinamento, contratações de pessoas com perfis
específicos e principalmente, planejamento e execução de rotinas de PAF,
balanceadas de forma otimizada quanto a este recurso (pessoas), proporcionando
melhores resultados e consequentemente, competitividade, o que vem de encontro
aos ensinamentos de Petraglia (2013), quando afirma que de acordo com as
59
necessidades impostas pelos clientes a uma organização, os gerentes passam a
proporcionar treinamentos aos funcionários e, para novas contratações, exigirem
formação e experiência prévia apropriados.
4.4 Proposta de relatório padrão da mensuração dos custos da qualidade
Com a finalidade de apresentar os resultados obtidos na mensuração dos custos da
qualidade da área de montagem de componentes, propõe-se a utilização de um
relatório mensal. As informações contidas neste, podem ser utilizadas pelos
gestores, no sentido do direcionamento de esforços à manutenção e otimização dos
processos. A composição proposta para este relatório mensal é:
1. Tabela de custos parciais e total (modelo apresentado e discutido no item ‘4.1
Tabela de custos da qualidade’ – Tabela 4 deste trabalho, p.55).
2. Gráfico dos custos da qualidade x PAF (modelo apresentado e discutido no
item ‘4.2 Gráficos dos custos da qualidade’ – gráfico 1, p.56).
3. Análise dos resultados e discussões, item ‘4.3 Análise dos resultados e
discussões’ deste trabalho, p.57).
4.5 Proposta de procedimento para a mensuração dos custos da qualidade
A partir dos estudos realizados, dos resultados obtidos ao longo deste trabalho e
com o intuito de satisfazer às necessidades impostas pelos requisitos normativos
aplicáveis à certificação do SGQ da empresa ALFA (normas NBR ISO 9001:2008 e
VDA 6 – Parte 1:2010) quanto à padronização e garantia de rotinas, foi elaborada
uma proposta de procedimento para atividade de estabelecer e manter uma
sistemática para apurar os custos da qualidade. Conforme tratado e sugerido por
Joaquim e Matos (2013), deve ser levado em consideração os custos relacionados à
prevenção, avaliação e falhas, onde são identificados: o fluxograma ilustrado na
figura 7 a seguir, as responsabilidades das áreas e informações específicas.
60
4.5.1 Fluxograma
Início
Definir / revisar as quantidades e os porcentuais de custos
com 'pessoas', 'depreciações' e 'outras contas' dedicados à
obtenção da qualidade.
1, 2 a
Inserir nas tabelas os valores de custos totais por centro de
custo.
1 b
Processar informações, gerar e distribuir relatório mensal dos
custos da qualidade.
1 c
Realizar análise crítica mensal dos resultados de custos da
qualidade.
1 d, e
Há ação corretiva, preventiva ou de
melhoria?
S
N
Elaborar plano de ações para correção, prevenção ou melhoria dos custos da
qualidade
1, 2 f
Implementar ações previstas nos planos de ações.
1, 2 f
Verificar eficácia das ações.
1, 2 f
Ações eficazes?
S
N
Arquivar análise crítica, relatório mensal e possíveis
planos de ações de custos da qualidade.
1 d
Fim
Figura 7 – Fluxograma da rotina de custos da qualidade
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
61
4.5.2 Responsabilidades
No fluxograma ilustrado na figura 7 foram definidas as áreas responsáveis pelas
atividades, as quais estão identificadas pelos números 1 ou 2, localizados na parte
esquerda-superior de cada atividade prevista, onde:
1. Define como responsável, a área de qualidade assegurada da empresa e;
2. Define como responsáveis, as áreas de negócios da empresa, de acordo com
a atividade (montagem de componentes, engenharia, qualidade assegurada,
etc.), relativa à obtenção, mensuração, monitoramento e melhoria dos custos
da qualidade.
4.5.3 Informações específicas
Também no fluxograma ilustrado na figura 7, foram estabelecidas informações
específicas que esclarecem detalhes das atividades. Estas informações estão
identificadas por letras de a – f, localizadas na parte direita-superior de cada
atividade prevista, onde:
a. O levantamento e atualização das informações dos porcentuais de mão-de-
obra, despesas gerais e depreciações das plantas, são de responsabilidade
das respectivas áreas de negócios (montagem de componentes, engenharia,
qualidade assegurada, etc.), de acordo com a função.
b. A cada 6 meses, as áreas de negócios devem analisar criticamente os
valores porcentuais das atividades operacionais e para qualidade, bem como
respectivas quantidades de pessoas nas funções. Periodicidade esta,
definida pelo fato de que não houve alterações significativas nestes itens no
período definido para a pesquisa (janeiro a dezembro de 2013).
c. O relatório deve ser emitido até o 5.º dia útil após fechamento mensal do
Sistema SAP® (o fechamento se dá após alimentação e verificação das
informações deste).
62
d. Em reunião conduzida pela qualidade assegurada, os resultados serão
apresentados por esta área à alta direção. Deve ser gerado protocolo da
reunião, contendo resultados da análise e evidência da participação das
áreas envolvidas (análise crítica).
e. Nas reuniões de análise crítica dos resultados, devem ser definidos e
tratados os objetivos de custos totais (inclusive tomando-se como referência
manutenção e melhoria contínua).
f. O monitoramento das ações, atualização dos planos e respectivos registros,
são itens de responsabilidade das áreas de negócios, porém, sob a
coordenação da área de qualidade assegurada.
4.6 Vantagens x limitações da proposta
O quadro 23 a seguir, apresenta um comparativo entre vantagens e limitações da
proposta deste trabalho, de forma a permitir a respectiva análise da viabilidade de
implementação:
Quadro 23 – Vantagens x limitações da implementação da proposta
Vantagens Limitações
Padronização das rotinas de identificação, mensuração, segregação e monitoramento dos custos da qualidade.
Tempo e respectivo custo relacionado às pessoas na padronização de rotinas.
Direcionamento de esforços de acordo com os resultados obtidos nas análises periódicas.
Tempo e respectivo custo relacionado às pessoas no treinamento necessário à interpretação de resultados.
Minimização da possibilidade de erros na obtenção e análise de dados.
Tempo e respectivo custo relacionado às pessoas quanto ao treinamento e uso de técnicas de análise e solução de problemas.
Minimização da possibilidade de erros nas tomadas de decisões.
Necessidade da conscientização das pessoas quanto à importância de suas novas atribuições.
Satisfação aos requisitos quanto à gestão dos custos da qualidade, definidos pelas normas referenciais da certificação do SGQ da empresa ALFA.
Direcionamento à redução dos custos da qualidade, trazendo vantagens competitivas à empresa ALFA.
Fonte: Elaborado pelo pesquisador.
63
5 CONCLUSÕES
Lembrando que o presente trabalho teve por objetivo geral, propor a aplicação dos
conceitos de custos da qualidade como ferramenta na gestão de processos da
empresa ALFA, no sentido da padronização e otimização das rotinas de tomada de
ações necessárias à melhoria de eficiência e consequentemente, da produtividade, o
que proporciona efetiva vantagem competitiva através da otimização dos custos
totais e, como objetivos específicos: oferecer subsídio aos gestores dos processos,
no sentido do direcionamento eficaz de esforços para redução dos custos da
qualidade; implementar com uma nova rotina, a padronização dos processos de
identificação, mensuração, segregação e monitoramento dos custos da qualidade;
satisfazer aos requisitos relacionados à gestão dos custos da qualidade, definidos
pelas normas referenciais da certificação do SGQ da empresa ALFA e; fornecer
subsídios para novos estudos e aprofundamento da temática abordada neste
trabalho, é possível afirmar que os objetivos foram atingidos, visto que: a) com uma
proposta de procedimento para a atividade de estabelecer e manter uma sistemática
para a gestão dos custos da qualidade, de acordo com os requisitos aplicáveis à
certificação do SGQ da empresa ALFA, pôde-se definir uma rotina para
identificação, mensuração, segregação, acesso e gestão dos custos da qualidade
(vide capítulo 4.5 p.59) ; b) com a elaboração de um relatório padrão para a
apresentação dos custos da qualidade e respectiva análise de resultados (vide
capítulo 4.4 p.59), é possível o uso deste relatório como indicador no direcionamento
de esforços à otimização dos processos e; como consequência de b) é possível: b.1)
identificar o foco quanto ao tipo de custo a ser tratado (PAF) (vide Tabela 4, p.55 e
gráfico 1, p.56); b.2) identificar os resultados dos centros de custos, possibilitando
comparações para troca de informações e melhorias (vide Tabela 4, p.55 e gráfico 1,
p.56); b.3) definir limites para os custos da qualidade, de acordo com o desempenho
das áreas (vide capítulo 4.3, p.57; Tabela 4, p.55 e; gráfico 1, p.56); b.4) medir a
evolução mensal dos resultados, verificando situação das áreas ao longo do período
definido para a pesquisa (gráfico 2, p.56, aplicando a estrutura de cálculo do gráfico
1, p.56); b.5) confirmar a estabilidade dos processos, possibilitando a aplicação de
técnicas de melhorias padronizadas (gráfico 2, p.56 indica a estabilidade dos
processos) e; b.6) identificar critérios de avaliações de acordo com as necessidades
dos clientes (capítulo 4.3, p.57).
64
Concomitantemente a estas afirmações, foi também possível perceber que as
vantagens superam as limitações, conforme indicado no quadro 23, p.62 deste
trabalho, o que permite afirmar que os benefícios futuros viabilizam a implementação
da proposta.
Entre outras variáveis a serem observadas em novos trabalhos, é recomendável a
consideração do porte da empresa, o que pela complexidade e quantidade de
processos dependentes entre si, pode requerer um tempo maior ou menor às
adequações impostas pelas necessidades cada vez mais dinâmicas dos clientes. A
flexibilidade dos processos e suas relações, constituem diferencial competitivo,
portanto, neste sentido, deve-se focar a adequação e melhoria do planejamento
estratégico da estrutura organizacional da empresa, mensurando e otimizando as
rotinas de gestão, tanto no aspecto técnico quanto ao trato com as pessoas, de
forma a ser possível a obtenção de processos eficientes.
Pela amplitude do tema e o fato de que o assunto não se esgota com este trabalho,
pode-se afirmar que serve como subsídio para novos trabalhos, por exemplo, nas
rotinas de desenvolvimento de novos produtos e respectivos recursos, onde,
baseados na identificação eficiente das necessidades dos clientes, é possível
dimensionar estrategicamente os custos com PAF, principalmente quanto às rotinas
de Prevenção, proporcionando assim, menores custos com Avaliações e Falhas,
consequentemente, propiciando custos totais menores e, portanto, maior
competitividade.
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