MErcado Calçados

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Dados do setor calçadista

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Dados do setor calçadista

O Mercado do Setor de Calçados

Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem representado um importante papel na história do calçado. O maior país da América Latina é um dos mais destacados fabricantes de manufaturados de couro, detendo o terceiro lugar no ranking dos maiores produtores mundiais, tendo ainda importante participação na fatia de calçados femininos que aliam qualidade a preços competitivos. Os embarques para o exterior vêm crescendo anualmente para mais de uma centena de países, confirmando a capacitação para atuar no comércio internacional.

Apesar da concentração das empresas de grande porte estar localizada no estado do Rio Grande do Sul, a produção brasileira de calçados está gradualmente sendo distribuída para outros pólos, localizados nas regiões do Sudeste e Nordeste do país, sendo destacado o interior do estado de São Paulo (cidades de Jaú, Franca e Birigui), bem como estados emergentes como Paraíba, Ceará e Bahia. Há também crescimento na produção de calçados no estado de Santa Catarina (região de São João Batista) e em Minas Gerais (região de Nova Serrana e Belo Horizonte).

A indústria calçadista brasileira desempenha importante papel na economia brasileira no que se refere à empregabilidade. De sete milhões de pessoas ocupadas assalariadas na indústria de transformação no Brasil em 2007, a indústria calçadista é responsável por mais de 300 mil empregos, o que significa 4,3% do total da indústria de transformação. O Rio Grande do Sul responsável por 37% do total de pessoas ocupadas assalariadas na fabricação de calçados, seguido de Ceará e São Paulo com 17% cada, Bahia 9% e Minas Gerais 8%. (Fonte: RAIS 2007)

Para verificar a evolução do emprego e empresas na fabricação de calçados no Brasil, coletaram-se dados entre os anos de 1999 e 2007. Os resultados do processamento dessas informações apresentam crescimento anual do emprego e do número de empresas, porém uma redução apontada no ano de 2006. O índice de crescimento mais moderado é em 2007, com 2% para o número de empresas e 2,6% para o pessoal ocupado na fabricação de calçados.

Exportações Brasileiras de Calçados

Para análise das exportações brasileiras foram coletadas informações do período de 1990 a 2008, sendo processadas as informações da quantidade de países de destino, total das exportações em US$ e pares e preço médio (PM). Apresentam-se também, os índices de variação com base igual ao período anterior:

Fonte: MDIC/SECEX

A partir da elaboração destes dados históricos das exportações brasileiras de calçados, é possível analisar as mudanças que ocorreram com o posicionamento do calçado brasileiro no mercado internacional, diversificando cada vez mais os mercados de destino das exportações, bem como elevando seu preço médio.

No início da década de 90, o Brasil despontava com 78 países com os quais realizava negócios comercializando seus produtos. Em 2000 esse número já aumentava para 99 países de destinos (crescimento de 27% em relação a 1990) e em 2007 para 146 países (crescimento de 87% em relação a 1990). Entre os anos de 2007 e 2008 houve uma pequena redução no número de países de destino de 146 para 141, significando uma redução de 3,4%.

Outra observação é o aumento do preço médio desde 2004 resultando na sustentação do valor exportado enquanto as exportações em volume têm um resultado negativo de 22% entre 2004 e 2008. O valor exportado de 2004 para 2008 é de US$ 1,8 para US$ 1,9 bilhão ante uma redução de 212,5 para 165,8 milhões de pares exportados neste período.

O crescimento gradual do preço médio, bem como no número de países de destino das exportações nos últimos anos, reflete as estratégias atuais das empresas calçadistas brasileiras que focam na

diversificação de mercados e na diferenciação dos seus produtos agregando valor ao mesmo. As representações gráficas do comportamento das exportações brasileiras seguem abaixo:

Fonte: MDIC/SECEX

Fonte: MDIC/SECEX

Os Estados Unidos e Reino Unido, desde o início das relações de comércio internacional de calçados, são os principais compradores do

produto brasileiro. Porém uma grande diferença desponta entre estes dois países no momento atual:

* Os EUA, principal importador e consumidor mundial de calçados, que já na década de 1990 foram os responsáveis por mais de 70% das exportações brasileiras de calçados, reduziram ano a ano sua parcela de compra do Brasil. Enquanto ao longo de 1990 a média de volume importado nos EUA de calçado brasileiro foi por volta de 100 milhões de pares, em 2008 esse volume reduziu aos 38 milhões de pares, representando 22,7% das exportações de calçados em volume, a menor quantidade registrada desde o início das exportações brasileiras;

* Já o Reino Unido mantém uma relação contrária de crescimento e expansão das importações de calçados brasileiros. Mesmo sendo responsável por somente 6,2% das exportações brasileiras em volume e 13,5% em faturamento, nos últimos anos registraram-se números positivos das exportações brasileiras para este destino (ver Tabela 3).

Além dos principais compradores (EUA e Reino Unido) é importante observar que a América Latina, representada por Argentina e Venezuela, se encontra no grupo dos cinco principais compradores de calçados brasileiros que demonstram crescimento nos últimos dois anos. Acompanhado destes vem a Itália, mercado tradicional e exigente na produção de calçados que se torna também um comprador em ascensão do calçado verde-amarelo.

Fonte: MDIC/SECEX

Somando-se o último triênio (de 2006 a 2008) é estabelecida a posição que cada um dos cinco principais países de destino das exportações brasileiras ocupa:

Fonte: MDIC/SECEX

Os EUA representaram em 2008 22,7% do volume total das exportações brasileiras. Esse é o principal destino das exportações brasileiras, posição a qual ocupa com uma margem significativa em relação aos demais países, mesmo com a redução gradativa nos últimos anos. Esse fato propõe a abordagem dos dados específicos desse país. Assim, segue a enumeração dos dados das exportações brasileiras para os EUA de 1990 a 2008:

Fonte: MDIC/SECEX

Demonstração do percentual que as exportações dos EUA representam sobre o total das exportações brasileiras:

Fonte: MDIC/SECEX

Importações Brasileiras de Calçados

Para análise das importações brasileiras, foram coletadas informações do período de 1999 a 2008, sendo processadas as informações da quantidade de países de origem, total das importações em US$ e pares e preço médio (PM). Apresentam-se também, de acordo com a Tabela 1, os índices de variação com base igual ao período anterior:

Fonte: MDIC/SECEX; elaborado pela ABICALÇADOS

A partir da elaboração destes dados históricos das importações brasileiras de calçados, é possível analisar a abertura do mercado brasileiro que nos últimos anos recebe o crescimento das importações de calçados no Brasil com maior preocupação. É possível perceber o aumento do volume de calçados importados no país e, proporcionalmente, do valor em dólar. Em 1999 o Brasil recebia o calçado importado de 45 países, comprando por volta de sete milhões de pares de calçados num total de US$ 50 milhões. Em 2008 estes números se elevaram, uma vez que foram 55 países com os quais o Brasil realizou negócios, importando mais de 39 milhões de pares de calçados a um valor total de US$ 307 milhões. É um crescimento de 460% em pares e 515% em dólares importados na comparação de 1999 a 2008. No comparativo entre 2007 e 2008 o crescimento total foi de 37,2% em pares e 46,8% em US$.

As representações gráficas do comportamento das importações brasileiras seguem nos gráficos abaixo:

Fonte: MDIC/SECEX; elaborado pela ABICALÇADOS

Fonte: MDIC/SECEX; elaborado pela ABICALÇADOS

Fonte: MDIC/SECEX; elaborado pela ABICALÇADOS

China, Indonésia e Vietnã têm sido os principais vendedores para o mercado brasileiro com um crescimento de destaque para os calçados de origem da China, que em 1999 já representavam uma fatia de mercado de 53,8% do total das importações brasileiras de calçados em pares (3,8 milhões de pares). Hoje, a China representa 85,4% das importações de calçados em pares e 71,1% em dólar. Isso significa 33,6 milhões de pares e 218,7 milhões em US$. Em ritmo

semelhante o Vietnã cresceu de 380 mil pares vendidos ao Brasil em 1999 para 3,2 milhões de pares em 2008, ao valor de US$ 3,8 milhões e US$ 47,1 milhões respectivamente.

É importante ainda destacar o crescimento das importações de calçados de outros países como Indonésia, Tailândia e Itália. Este último vem gradativamente aumentando a entrada no mercado brasileiro com um diferencial: calçados de preço médio elevado, diferentemente dos outros países que possuem calçados com preço médio menor. Um exemplo é a China que tem um preço médio do calçado vendido ao Brasil por volta dos US$ 6,5 enquanto a Itália atingiu um preço médio de US$ 114,7 em 2008. Veja detalhamento abaixo:

Fonte: MDIC/SECEX; elaborado pela ABICALÇADOS

Somando-se o último triênio (de 2006 a 2008) é estabelecida a posição que cada um dos cinco principais países de origem das importações brasileiras ocupa:

Fonte: MDIC/SECEX

A China, isoladamente, representa em 2008 85,4% do volume total das importações brasileiras. A primeira posição é sustentada em todo o período de análise com uma significativa margem em relação aos demais países, fato que propõe abordagem dos dados específicos deste país. Assim, segue a evolução das importações brasileiras da China de 1999 a 2008:

Fonte: MDIC/SECEX

A tabela abaixo demonstra o percentual que as importações da China representam sobre o total das importações brasileiras.

Fonte: MDIC/SECEX

O Espírito Santo no Setor de Calçados

Importações brasileiras de calçados por estado:

Fonte: Abicalçados

Em fevereiro de 2009 foi realizada a 17ª edição da “Espírito Santo Calçados”. O evento apresentou aos profissionais e empresários do setor calçadista as tendências para a próxima estação em calçados,

acessórios, material esportivo e artigo de viagem. Realizado pela Associação dos Representantes de Calçados do Espírito Santo (Arces), o evento atraiu cerca de 1500 visitantes.

Nos 130 estandes expostos na feira, os visitantes puderam conferir as melhores marcas do mercado, como Primicia, Rainha, Via Uno e Ramarim. No total, foram 500 marcas apresentando as novidades. Entre as empresas capixabas, presenças confirmadas foram da Pimpolho e da Realce. A Espírito Santo Calçados, que acontece duas vezes ao ano, é uma grande oportunidade de negócios para o setor calçadista.

Nos três dias, foram movimentados mais de R$ 11 milhões, número superior ao da edição passada, que aconteceu em julho de 2008 e comercializou cerca de R$10 milhões. (Fonte: ARCES)

O setor calçadista no Espírito Santo gera aproximadamente 2500 empregos diretos e 1500 indiretos e tem produção aproximada de 30.000 pares/dia. (Fonte: ARCES)

O evento “Espírito Santo Calçados” foi realizado, estrategicamente, após a Couromoda, maior feira de calçados e acessórios da América Latina, que acontece em São Paulo. A intenção da Associação dos Representantes de Calçados do Espírito Santo (Arces) é proporcionar aos comerciantes capixabas que não participaram da Couromoda a oportunidade de conferir os últimos lançamentos.

Fundado em 21 de fevereiro de 1969, o Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados) reúne as empresas que executam as atividades de produção de calçados infantis, sandálias femininas e masculinas, calçados de segurança, calçados ortopédicos e acessórios de couro em geral. Representa o setor calçadista, que conta com 68 empresas sindicalizadas.

Fundado em 21 de fevereiro de 1969, o Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados) reúne as empresas que executam as atividades de produção de calçados infantis, sandálias femininas e masculinas, calçados de segurança, calçados ortopédicos e acessórios de couro em geral. Representa o setor calçadista, que conta com 68 empresas sindicalizadas.

Sua função é oferecer apoio às empresas associadas, representando os seus interesses em todas as instâncias públicas, promover a difusão de conhecimento que melhore a competitividade das associadas, identificar as oportunidades de investimento e negócios e gestionar para a capacitação gerencial e tecnológica das empresas. Também promove o encaminhamento de soluções para quaisquer fatores restritivos das atividades das associadas tanto no que se refere ao ordenamento jurídico, envolvendo as legislações trabalhistas, tributária e ambiental quanto na atualização tecnológica

que possa restringir a competitividade das associadas. O Sindicato exerce a representação das empresas do setor nos conselhos e fóruns afins e busca participar na formulação de leis ou políticas econômicas que de algum modo afetem o setor. O Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados) integra o Sistema Nacional de Indústria através da sua filiação à Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo com o que credencia as empresas associadas a desfrutar dos benefícios e serviços disponibilizados pelo Sistema Indústria.