mercado de capitais

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SUMÁRIO BLOCO 1 – ASPECTOS BÁSICOS DO AMBIENTE FINANCEIRO TEMA 1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE ORIGEM DA MOEDA E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Conteúdo 1 – Evolução Histórica da Moeda e Política Monetária Conteúdo 2 – Sistema Financeiro: instituições financeiras; distribuidores de títulos e valores mobiliários; sistema de liquidação e custódia; agentes especiais. Conteúdo 3 – Sistema Financeiro Internacional: investidores internacionais Conteúdo 4 – Mercado de Capitas e de Câmbio TEMA 2 – CRISES FINANCEIRAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS E BOLSAS DE VALORES Conteúdo 1 – Crises Financeiras das Décadas de 1990 e 2000 Conteúdo 2 – Operações de Underwritting, Block-Trade e Securitização Conteúdo 3 – Sistema de Pagamentos Brasileiro Conteúdo 4 – Bolsas de Valores: Bolsa de Nova York; Nasdaq; Bolsa de Londres; Bolsa de São Paulo BLOCO 2 – NEGÓCIOS COM AÇÕES E GOVERNANÇA CORPORATIVA TEMA 3 – ELEMENTOS INERENTES À NEGOCIAÇÃO COM AÇÕES Conteúdo 1 – Formador de mercado; Brokers Conteúdo 2 – Home Broker; After-market; Day Trade Conteúdo 3 – Mercados de Ações da BMF&Bovespa: Mercado a Termo Conteúdo 4 – Mercado de Opções TEMA 4 – ANÁLISE E GOVERNANÇA CORPORATIVA Conteúdo 1 – Eficiência do Mercado Conteúdo 2 – Tomada de Decisão sobre Investimentos; Fontes de Financiamento Conteúdo 3 – Valorização de Ações Conteúdo 4 – Análise Técnica de Ações REFERÊNCIAS

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SUMÁRIO BLOCO 1 – ASPECTOS BÁSICOS DO AMBIENTE FINANCEIRO TEMA 1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE ORIGEM DA MOEDA E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Conteúdo 1 – Evolução Histórica da Moeda e Política Monetária Conteúdo 2 – Sistema Financeiro: instituições financeiras; distribuidores de títulos e valores mobiliários; sistema de liquidação e custódia; agentes especiais. Conteúdo 3 – Sistema Financeiro Internacional: investidores internacionais Conteúdo 4 – Mercado de Capitas e de Câmbio TEMA 2 – CRISES FINANCEIRAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS E BOLSAS DE VALORES Conteúdo 1 – Crises Financeiras das Décadas de 1990 e 2000 Conteúdo 2 – Operações de Underwritting, Block-Trade e Securitização Conteúdo 3 – Sistema de Pagamentos Brasileiro Conteúdo 4 – Bolsas de Valores: Bolsa de Nova York; Nasdaq; Bolsa de Londres; Bolsa de São Paulo BLOCO 2 – NEGÓCIOS COM AÇÕES E GOVERNANÇA CORPORATIVA TEMA 3 – ELEMENTOS INERENTES À NEGOCIAÇÃO COM AÇÕES Conteúdo 1 – Formador de mercado; Brokers Conteúdo 2 – Home Broker; After-market; Day Trade Conteúdo 3 – Mercados de Ações da BMF&Bovespa: Mercado a Termo Conteúdo 4 – Mercado de Opções TEMA 4 – ANÁLISE E GOVERNANÇA CORPORATIVA Conteúdo 1 – Eficiência do Mercado Conteúdo 2 – Tomada de Decisão sobre Investimentos; Fontes de Financiamento Conteúdo 3 – Valorização de Ações Conteúdo 4 – Análise Técnica de Ações REFERÊNCIAS

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APRESENTAÇÃO Caros (as) Estudantes! A partir deste momento vocês irão navegar pelo espaço virtual, com a disciplina

Mercado de Capitais Este material foi elaborado de forma que vocês possam utilizá-lo para permitir

maiores e melhores conhecimentos sobre a nossa disciplina e consequentemente, nosso curso de Ciências Contábeis.

Desse modo, este material será uma excelente fonte de pesquisa sobre Mercado de Capitais, um tema contemporâneo que todo e qualquer profissional de Contabilidade proativo tem que conhecer.

Aqui serão vistos conteúdos importantes que lhes auxiliarão na sua formação. O bloco 1 trata dos aspectos básicos do ambiente financeiro. O tema 1 traz as considerações sobre origem da moeda e intermediação financeira, com os seguintes conteúdos: a evolução histórica da moeda e política monetária; o sistema financeiro: instituições financeiras, distribuidores de títulos e valores mobiliários, sistema de liquidação e custódia e agentes especiais; sistema financeiro internacional: investidores internacionais e mercado de capitas e de câmbio. O tema 2 os levará a conhecer as crises financeiras nacionais e internacionais e bolsas de valores, com os seguintes conteúdos: crises financeiras das décadas de 1990 e 2000; operações de underwritting, block-trade e securitização; sistema de pagamentos brasileiro; e Bolsas de Valores: Bolsa de Nova York; Nasdaq; Bolsa de Londres; Bolsa de São Paulo.

O bloco 2 apresenta negócios com ações e governança corporativa. O tema 3 evidencia os elementos inerentes à negociação com ações, com os seguintes conteúdos: formador de mercado; brokers; home broker; after-market; day trade; mercados de ações da BMF&BOVESPA e mercado de opções. O tema 4 apresenta análise e governança corporativa, com os seguintes conteúdos: eficiência do mercado; tomada de decisão sobre investimentos; fontes de financiamento; valorização de ações e análise técnica de ações.

Portanto, aproveitem este extraordinário material de estudo e pesquisa.

Abraços Profª Maria Alice G. Porto

Profª Luciana Catarino Sousa Bandeira Profª Elba Duarte Guimarães

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BLOCO 1 – ASPECTOS BÁSICOS DO AMBIENTE FINANCEIRO Queridos (as) estudantes! Sejam bem-vindos a este tema maravilhoso que os levará a novas descobertas,

dentro do seu curso de Ciências Contábeis.Estamos caminhando nessa jornada rumo à graduação em Ciências Contábeis. Cada vez mais damos passos largos no sentido de nos tornarmos profissionais contábeis do mais alto grabarito. Já alcançamos mais um degrau do conhecimento da Contabilidade. Estamos construindo um grande conhecimento cientifico, e descobrindo a cada dia uma realidade. Neste bloco 1 aspectos básicos do ambiente financeiro.

TEMA 1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE ORIGEM DA MOEDA E

INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Olá caros (as) alunos (as)! A partir agora iremos solidificar alicerçar muito mais o nosso conhecimento

contábil. Partiremos em busca do que há de mais novo em relação ao maravilhoso mundo do Mercado de Capitais. Neste tema 1 estudaremos a evolução histórica da moeda e política monetária. Veremos o sistema financeiro e suas instituições financeiras, distribuidores de títulos e valores mobiliários, sistema de liquidação e custódia e agentes especiais. Abordaremos o sistema financeiro internacional - investidores internacionais e trataremos sobre o mercado de capitas e de câmbio.

CONTEÚDO 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA

Este Conteúdo irá abordar dois assuntos extremamente importantes história da

evolução da moeda e a política monetária. Evolução histórica da moeda A moeda surgiu em virtude da necessidade de superar obstáculos para o

desenvolvimento do sistema de trocas na economia. À medida que os grupos humanos evoluíam superavam o estágio da auto-suficiência e passavam a realizar operações de troca entre os grupos, a criação de um sistema monetário eficiente que tornasse viável essas operações foi se tornando indispensável.

Dentro deste contexto o escambo (troca) foi se tornando um instrumento cada vez mais ineficiente.

As Moedas mercadorias As primeiras moedas foram as mercadorias que deveriam ser raras (para

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possuir valor) e atender a uma necessidade geral (para que pudesse ser aceita sem restrições), ou seja, tinham que ter valor de uso e valor de troca. É fácil entender essas condições afinal é indispensável que a moeda possua aceitação geral. Segundo Lopes e Rossetti (1998) as moedas-mercadorias variaram amplamente de comunidade para comunidade e de época para época, sob marcante influencia dos usos e costumes dos grupos sociais que circulavam. Contudo, embora tenham sido utilizadas até a idade moderna estas foram progressivamente descartadas. As razões principais para o declínio do seu uso foram:

Não preenchiam as características essenciais que se exige dos instrumentos monetários para o desempenho eficiente de suas funções como: aceitação geral, homogeneidade, resistência e facilidade divisão, transferência e manuseio e transporte.

Origem e evolução do metalismo Os metais foram as mercadorias que mais se ajustaram às funções monetárias,

isso porque as suas características aproximam-se das necessárias nos instrumentos monetários e também pelo fato do seu valor de uso não comprometer o seu valor de troca.

Os metais empregados como instrumentos monetários foram o cobre, o bronze e o ferro. No entanto por esses metais serem abundantes na natureza não preenchia o requisito de possuir reserva de valor condição necessária da moeda. Sendo assim, os metais não nobres foram substituídos pelo ouro e pela prata.

Segundo Lopes e Rossetti (1998) a substituição dos metais não nobres pelo

ouro e pela prata foi fortalecido pelos seguintes fatores adicionais: Em todos os países e épocas os metais preciosos sempre foram procurados

e desejados pelo seu uso material e simbólico; Enquanto instrumentos monetários eram suficientemente escassos e as

novas quantidades descobertas eram insignificantes em relação ao estoque existente, de tal forma que o seu valor se mantinha estável ao longo do tempo;

Até a segunda metade do século XIX, o crescimento da produção desses metais acompanhou o crescimento dos negócios;

A Moeda Papel

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Com a ampliação do comercio e a intensificação das trocas entre diferentes regiões alguns inconvenientes relacionados à moeda metálica como meio de pagamento começaram a aparecer. O transporte de metais a longas distâncias tornou-se difícil, devido ao seu volume e sujeito a riscos em decorrência de roubos.

Surge então, a necessidade de se criar um instrumento monetário mais flexível que contornasse os inconvenientes da moeda metálica, que facilitasse a efetivação de operações de crédito, que fosse aceito de forma ampla e ainda que tivesse contrapartida de lastro metálico integral.

Segundo Lopes e Rossetti (1998) os ourives, Judeus, cambistas e as casas bancárias italianas passaram a custodiar ouro e prata, fornecendo aos depositantes certificados de depósito, os quais por comodidade e segurança, começaram a circular no lugar dos metais monetários.

Com a circulação espontânea dos certificados representativos de ouro e prata estava criada uma nova modalidade de moeda a Moeda-papel. que possuía 100% de lastro e conversibilidade garantida.

Moeda Fiduciária A moeda fiduciária também conhecida como papel- moeda possui as

seguintes características: Lastro inferior a 100%; Menor garantia de conversibilidade, já que todos ao mesmo tempo não

podiam transformar papeis em metal; Emissão feita por particulares. Só após a falência do sistema que o Estado

assumiu o controle das emissões. Segundo Lopes e Rossetti (1998) acrescentam que a partir da crise de 1929

(Grande depressão) as moedas nacionais deixaram de ter garantia metálicas, com exceção do dólar, que manteve a tradição até 1971. Os lastros sob forma de metais preciosos ficaram no passado, atualmente os sistemas monetários são, em sua quase totalidade, fiduciários prevalecendo as seguintes características:

Inexistência de lastro metálico; Inconversibilidade absoluta; Monopólio estatal das emissões.

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A Moeda Bancária A moeda bancária é também conhecida como escritural ou invisível Lopes e

Rossetti (1998) afirmam que o desenvolvimento desta moeda ocorreu de forma acidental, foi precipitado pela independência do poder decisório dos departamentos bancários e monetário do Banco da Inglaterra, no século XIX.

Atualmente, a moeda bancária representa a parcela maior dos meios de pagamentos. Essa forma de moeda é criada pelos bancos comerciais e corresponde ao total dos depósitos a vista e em curto prazo. Sua movimentação é realizada por cheque ou meio de pagamento.

A moeda bancária é também denominada invisível pelo fato de não ter

existência física e escritural por corresponder a lançamentos de débito e crédito registrados nas contas correntes dos bancos.

Resumindo: as duas formas convencionais de moedas atualmente utilizadas são: Moeda fiduciária e moeda bancária que são integralmente desmaterializadas

1.2-Política monetária Vamos começar o nosso estudo pela política monetária. Ela refere-se à atuação

do governo sobre a quantidade de moeda e crédito disponíveis na economia em um determinado período de tempo. Os instrumentos disponíveis para alcançar tais objetivos são os seguintes:

Emissão de moeda: é a forma primária de administração da política monetária, onde as autoridades monetárias intervêm diretamente no mercado monetário. Daí advém os demais instrumentos da política monetária.

Recolhimento compulsório: percentuais sobre os depósitos que os bancos comerciais devem reter junto ao banco central.

Redesconto: empréstimo do Banco Central aos bancos comerciais.

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Open Market (mercado aberto): compra e venda de títulos públicos Vamos fazer algumas simulações para que possamos entender na prática como o governo utiliza estes instrumentos e qual o efeito e que cada um deles geram na economia:

Simulação 1 - quando o governo tem como objetivo controlar a inflação ele

toma as seguintes medidas: Medida 1 - aumenta o recolhimento compulsório

Lembrem-se de que os recolhimentos compulsórios é o percentual dos depósitos que os bancos comerciais devem reter junto ao Banco Central. Desta forma quando ele aumenta o recolhimento compulsório ele diminui o percentual disponível na mão dos bancos comerciais para que estes realizem empréstimos e assim retirem dinheiro de circulação, o que propicia queda da inflação.

Observe no quadro a seguir a relação existente entre o aumento da taxa de

recolhimento compulsório e o volume de dinheiro disponível nos cofres dos bancos comerciais:

Taxa de recolhimento compulsório

Depósito nos cofres dos

Bancos comerciais

Valor Recolhido

junto ao Banco Central Disponível aos bancos comerciais

20% R$100,00 R$20,00 R$80,00 30% R$100,00 R$30,00 R$70,00

40% R$100,00 R$40,00 R$60,00 50% R$100,00 R$50,00 R$50,00

Observem que à proporção que a taxa de recolhimento compulsório aumenta, diminui o valor disponível dos bancos comerciais, implicando diminuição da quantidade de dinheiro em circulação e reduzir a inflação.

Medida 2- Venda de títulos Quando o governo vende títulos públicos ele está colocando no mercado papeis

(que são os títulos) e recolhendo dinheiro vindo da venda dos mesmos. Com isso, novamente o governo está conseguindo tirar dinheiro de circulação o que ajudará a controlar a inflação.

Simulação 2 - agora, se o objetivo for promover o crescimento, o governo irá

utilizar medidas opostas que utilizou para controlar a inflação. Terá como medida: Medida 01 - Diminuir o recolhimento compulsório Desta forma quando o governo diminui o recolhimento compulsório, ele aumenta

o percentual disponível na mão dos bancos comerciais para que estes realizem empréstimos e assim injete dinheiro na economia, o que irá aumentar a produção, o emprego e a renda, enfim, o crescimento do país.

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Medida 02 - Comprar de títulos Quando o governo compra títulos, ele está recolhendo os títulos que em outra

hora havia colocado no mercado. É notório que, para recolher estes papéis, ele terá que pagar por eles (valor inicial mais remuneração), com isso estará injetando dinheiro na economia e criando uma condição propicia ao crescimento.

Observe que, o que é remédio utilizado para controlar a inflação é veneno para

geração de emprego, ou seja, controlar a inflação e gerar emprego são objetivos conflitantes.

Observando o quadro resumo abaixo se percebe que a compra e venda de

títulos (open market) é uma excelente estratégia de curto prazo, já o recolhimento compulsório funciona melhor no longo prazo.

Prazo Instrumento Finalidade

Longo Recolhimento compulsório Fixação da taxa de reserva bancária

Médio Redesconto Bancário Empréstimo de liquidez

Curto Open Market Controle diário da liquidez do sistema

Sites Recomendados http://www.dieese.org.br/ http://www.ipea.gov.br/default.jsp http://www.bndes.gov.br/ http://www.bcb.gov.br/

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CONTEÚDO 2 – SISTEMA FINANCEIRO Instituições Financeiras

Instituições financeiras são pessoas jurídicas, públicas ou privadas, que a

atividade principal consista na arrecadação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. As pessoas físicas que exerçam qualquer destas atividades descritas anteriormente, de modo permanente ou temporário, são também consideradas instituições financeiras.

As instituições financeiras são classificadas como: ►Bancárias ou monetárias: São aquelas instituições que com habitualidade captam recursos junto ao

público, para a criação de moeda por meio de recebimento de depósito a vista. São Exemplos de IF´s:

Banco Comercial; Caixa Econômica Federal; Cooperativas de crédito; Banco múltiplo com carteira comercial. O modelo mais comum hoje no Brasil são os Bancos Múltiplos, pois eles têm

carteiras especializadas, e podem operar várias carteiras em uma mesma instituição. Bancos Comerciais São instituições financeiras privadas ou públicas cujo objetivo principal é a

dedicação de captação e aplicação de recursos financeiros em operações de curto e médio prazos, por um período de até um ano, além de prestar serviços de pagamentos e recebimentos ao público em geral. Tem que ser constituído como sociedade anônima e na sua designação social deve conter a expressão "Banco". Ex: Banco Safra e Banco Mercantil.

Caixa Econômica As caixas econômicas são instituições que têm um claro objetivo social,

concedendo empréstimos e financiamentos a programas e projetos de assistência social, saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte, sendo seu único

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representante. Cooperativas de Crédito

As cooperativas de crédito podem ter sua origem através da agregação de

funcionários de uma mesma empresa ou grupo de empresas, de profissionais de um segmento determinado, ou de empresários. Todos os associados têm direito a uma parte dos lucros obtidos com as atividades. No nome das cooperativas de crédito deve conter a expressão "Cooperativa", sendo proibido o uso da palavra "Banco".

Bancos Múltiplos Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que

realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diferentes instituições financeiras, através das seguintes carteiras especializadas:

Carteira comercial (substitui o Banco Comercial); Carteira de investimento (substitui o Banco de Investimento); Carteira de Desenvolvimento (substitui o Banco de Desenvolvimento); Carteira de Crédito, Financiamento e Investimento (substitui a Sociedade de

Crédito, Financiamento e Investimento); Carteira de Crédito Imobiliário (substitui a Sociedade de Crédito Imobiliário); Carteira de arrendamento mercantil. A constituição do Banco Múltiplo deve ter no mínimo, duas carteiras, sendo uma

delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco". São alguns exemplos de bancos múltiplos: o Banco Real, Bradesco e Itaú.

Não bancárias ou não monetárias: São as Instituições que não estão autorizadas a captar recursos através de

recebimento de depósitos a vista, ficando incapazes, de realizar a criação de moeda. Temos como exemplos:

Bancos de investimento; Bancos de desenvolvimento; Sociedade de Arrendamento Mercantil; Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento; Companhias Hipotecárias; Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial. Instituições Auxiliadoras

Distribuidoras de títulos e valores mobiliários (DTVM) As Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários são fundadas como sociedade

anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Para operar com ações utilizam os serviços de uma sociedade corretora. Operam com títulos de renda fixa, com "open-market", administram carteiras de títulos para clientes e operam com clubes de

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investimento. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986). Suas atribuições são:

Intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado;

Administrar e custodiar as carteiras de títulos e valores mobiliários; Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; Opera no mercado acionário, através da compra, venda e distribuição de

títulos e valores mobiliários; Fazem intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; Efetuam lançamentos públicos de ações; Operam no mercado aberto e intermedeiam operações de câmbio. Instituições do Sistema de Liquidação e Custódia Estas instituições são aquelas que prestam serviços aos intermediários

Financeiros, criando boas condições de mercado para emissão e circulação de títulos e valores mobiliários, porém sem efetuar operações de compra e venda. O Sistema de Liquidação e Custódia esta subdividida em:

Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC; Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos – CETIP; Caixas de Liquidação e Custódia. Agentes Especiais São instituições que executam atividades diferenciadas, ou seja, além das

funções típicas inerentes às Instituições Financeiras, exercem atividades de interesse governamental. Como exemplos temos:

Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal; Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social-BNDES; Banco do Nordeste do Brasil S.A.; Banco da Amazônia S.A.

Banco do Brasil Sua atuação principal é como banco comercial, mas, também é o banco do

governo federal, de suas autarquias e do Tesouro Nacional. Financia o setor

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agropecuário e administra a câmara de compensação de cheques. Funções realizadas pelo Banco do Brasil que são de interesse do governo: Centralização da arrecadação federal; Administração do Programa de Aposentadoria do Servido Público – PASEP; Administração do Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR. Caixa Econômica Federal É um banco comercial e do governo federal. Administra o FGTS, o PIS e as

políticas de habitação e saneamento básico, com os recursos das cadernetas de poupança. As principais funções realizadas pela CEF que são de interesse do governo são:

Programa de Integração Social (PIS); Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS); Sistema de Loterias; Operacionalização do Sistema de Habitação; Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); Financiamento Estudantil (FIES). Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social-BNDES O BNDES é o principal instrumento de política de investimentos de longo prazo

do governo federal, em áreas com a indústria, o comércio e a agricultura. Ele detém a gestão de todo o processo de privatização do governo. Tem como objetivo principal impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país. Sua principal forma de atuação é no financiamento direto e indireto, apoio ao lançamento de ações e apoio à construção naval.

Sites Recomendados

www.netlegis.com.br/ www.mcontabil.com www.contabilizando.com

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CONTEÚDO 3 – SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL

Investidores Internacionais

A globalização foi um fenômeno que fez os países passarem a olhar melhor os fluxos de capitais estrangeiros, e este movimento fez com que os investidores estrangeiros assumissem uma função extraordinária para o desenvolvimento econômico de um país. À procura de lucros altos e menor risco a partir da diversificação de ativos, os investimentos em mercados internacionais são feitos em:

Investimentos indiretos (compra de ações de empresas, registradas nas

bolsas de outros países); Ações das empresas destes mercados; Fundos mútuos de investimento; Recibos de Depósito de Ações – DR. Os principais investidores internacionais são:

a) Fundos de pensão b) Fundos mútuos de investimento c) Fundos de administração de investimentos (“trust funds”) d) Companhias de seguro e) Bancos de investimento Fundos de Pensão São instituições que são confiadas a elas a administração dos fundos de

aposentadoria dos empregados de determinado segmento governamental ou empresa, chamadas “entidades fechadas”, ou de um grupo de empregados pertencentes a empresas diversas, denominados “entidades abertas”. O crescimento dos fundos de pensão no mundo todo foi tiveram formidável, sendo hoje responsáveis pela grande parte dos fluxos de poupanças e investimentos financeiros que operam em todo o mundo.

Principais Fundos de Pensão Internacionais: California Public Employees Closed; New York State Common; Federal Retirement Thrift; Florida State Board; General Motors;

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General Electric; PIMCO Foreign Bond; BARON; Liberty Acorn; Goldman Sachs.

Principais Fundos de Pensão Nacionais: PREVI – Banco do Brasil FUNCEF – Caixa Econômica CESP - Cia Eletricidade de SP SISTEL – (Sistema Telebrás) PETROS – Petrobrás CENTRUS – Banco Central VALIA – Vale Rio Doce ITAU – Banco Itaú FORLUZ – Cia. El. De MG VARIG

Fundos Mútuos São fundos criados pelas instituições financeiras para captar e investir as

poupanças dos seus clientes. No Brasil esses fundos são conhecidos como fundos financeiros. A seguir a relação dos principais Fundos Mútuos:

Fundos Mútuos Internacionais Vanguard Prime; Fidelity Cash Janus Fund Fidelity Magellan Vanguard Total Bond Vanguard 500 Bond fund of America Janus Overseas Income Fund of America

Fundos Mútuos Nacionais

F. de Curto Prazo F. de Renda Fixa F. de Derivativos F. de Ações F. de Opções

F. Cambial F. de Dep. Interbancários F. Misto F. de fundos

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Companhias de Seguros

As companhias de seguro operam no mercado internacional de capitais, proporcionando vários serviços financeiros, tais como: administração de fundos de recursos, anuidades, fundos de pensão e etc. Elas trabalham assumindo grandes riscos de desembolso imediato assim são obrigadas a conservar grandes volumes de recursos de alta liquidez. As companhias de seguros, em sua maioria, são especializadas em determinados ramos do seguro. Abaixo são mostradas algumas das principais Companhias de Seguro:

Americom Ameritas Banner Life Cincinnati Life CNA/Valley Forge Clarica Life First Penn-Pacific GE Capital John Hancock MONY North American Ohio National Pruco Security-Connecticut West Coast

Bancos de Investimento

Os Bancos de Investimentos têm a função de intermediação financeira internacional, envolvendo a captação e gestão de recursos em grande escala, a seguir é demonstrado alguns bancos que estão em destaque no mercado:

Morgan Stanley Dean Witter Banque Paribas Solomon Smith Barney Deutsche Morgan Grenfell Merryl Lynch Schroeders Goldman Sachs

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HSBC Bear Sterns ABN-AMRO Investment Bank J.P. Morgan Daiwa Bankers Trust Nomura Securities

Sites Recomendados www.supersitesdaweb.com www.guiacontabil.hpg.ig.com.br www.webcontabilidade.com.br

CONTEÚDO 4 – MERCADO DE CAPITAS E DE CÂMBIO

Neste conteúdo serão abordados outros dois mercados financeiros, o mercado

de capitais e o mercado de câmbio. O mercado de capitais assume um papel especialmente importante dentro do

processo de desenvolvimento econômico, isso devido ao fato de ser um elo entre os que têm capacidade de poupança e aqueles carentes de recursos de longo prazo.

O mercado cambial está relacionado à compra e venda de moedas internacionais conversíveis, esse mercado reúne todos os agentes econômicos que tenham motivos para realizar transações com o exterior.

Vejamos agora o detalhamento desses dois mercados.

Mercado de Capitais

O mercado de capitais se configura em um grande municiador de recursos permanentes para a economia, daí a sua grande importância para o desenvolvimento econômico. Realiza o intercâmbio entre os investidores e os agentes que apresentam déficit de investimento.

Assaf Neto (2003) afirma que as principais modalidades de financiamento e os instrumentos financeiros negociados no âmbito de mercado de capitais são os desenvolvidos a seguir:

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Financiamento de capital de giro Esta operação visa suprir as necessidades de recursos do ativo circulante das

empresas, sendo as garantias exigidas duplicatas, avais ou hipoteca de ativos reais. Para a realização dessa operação, as instituições financeiras podem fazer uso

de recursos próprios ou provenientes de depósitos a prazo fixo capitados por meio da emissão de CDB (Certificados de Depósitos Bancários) e RDB (Recibo de Depósito Bancários).

Operação de Repasses Essas operações constituem-se em empréstimos contratados por instituições

financeiras do mercado de capitais e repassados a empresas com necessidade de recursos para investimento de longo prazo. Os repasses podem ser de recursos internos ou externos.

Os repasses de recursos internos consistem na alocação de disponibilidades provenientes de fundos governamentais em diversos ativos de empresas nacionais considerados como de interesse econômico nacional. Os principais executores dessa política são o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Bancos Regionais de desenvolvimento, Caixa econômica e Banco do Brasil.

Os repasses de recursos externos processam-se por meio da contratação de empréstimos em moeda estrangeira por meio de instituições financeiras sediadas no país e seu repasse para empresas comerciais, industriais e de serviços nacionais. Essas operações são regulamentadas pelo Banco Central do Brasil Poe meio da Resolução 63.

Arrendamento Mercantil O arrendamento mercantil pode ser considerado uma forma especial de

financiamento, é praticada mediante a celebração de um contrato de arrendamento (aluguel) efetuado entre um cliente (arrendatário) e uma sociedade de arrendamento mercantil (arrendadora).

As prestações do aluguel do bem são normalmente mensais essa de arredamento amplamente adotada no Brasil é denominada leasing financeiro.

Outra modalidade de arrendamento mercantil é o lease-back, neste caso a empresa proprietária vende para a sociedade de leasing o ativo e o arrenda simultaneamente. Assaf Neto (2003) conclui afirmando que pelo lease-back uma empresa passa de proprietária para arrendatário do ativo, podendo continuar utilizando o bem como se fosse um leasing financeiro.

Assaf Neto (2003) acrescenta ainda que as principais vantagens do

arrendamento mercantil para uma empresa arrendatária são as seguintes: • Permitir a renovação periódica da maquinaria da empresa; • Evitar os problemas e as dificuldades do processo de imobilização; • Permitir maior flexibilidade e dinamismo aos recursos financeiros da empresa.

Oferta pública de ações e debêntures Caracteriza-se por uma operação típica das sociedades anônimas. A emissão e

colocação de novas ações no mercado se apresentam como uma forma vantajosa que as empresas possuem de levantar recursos.

As debêntures são classificadas como títulos privados de crédito visando

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essencialmente o levantamento de recursos de médio e longo prazo. A emissão das debêntures por parte das sociedades por ações pode ser privadas ou por oferta publica.

Securitização de Recebíveis São operações de captações financeiras por meio de títulos emitidos pelos

próprios tomadores de recursos vem ao longo do tempo constituindo-se em um mercado de emissão direta em que se estabelece a securitização da carteira de recebíveis da empresa.

Esta operação é realizada normalmente por empresas que apresentam uma carteira pulverizada de valores a receber, em que nenhum recebível representa grande relevância no montante total.

Mercado de Bônus (Bonds) O mercado internacional de dividas permite o levantamento de recursos por

meio da emissão de títulos pelos próprios tomadores. Nesse contexto destaca-se a emissão de bônus.

Os bônus constitui-se em uma importante fonte de recurso a longo prazo, são essencialmente títulos de renda fixa, representativos de dívidas de maior maturidade, emitidos diretamente pelos tomadores de recursos. Os emitentes desses títulos são geralmente empresas privadas, o governo e instituições públicas.

Os adquirentes dos bônus emitidos pelas empresas tomadoras de recursos são em grande parte, investidores institucionais, instituições financeiras, governos, grandes corporações etc.

Neste mercado os bancos atuam sob diferentes formas:

Podem surgir como emissores de bonds; Podem utilizar o mercado de bonds como investidores de recursos Podem atuar como intermediários nos lançamentos de bônus emitidos por

outras empresas. As empresas têm sido avaliadas com relação aos riscos de créditos de suas

dívidas, essa avaliação de risco é denominada rating que tem como propósito mensurar a qualidade do crédito.

Sendo assim, podemos definir rating como sendo uma opinião expressa por agencias especializadas sobre a qualidade dos créditos das empresas. É importante salientar que essa opinião não se constitui em uma verdade absoluta inquestionável.

Segundo Assef Neto (2003) afirma que os ratings são atribuídos a partir de informações contidas nos demonstrativos financeiros publicados e expressam a qualidade da dívida da empresa em termos de inadimplência e garantia do crédito. O mesmo autor acrescenta ainda que devido a globalização o rating da empresa está diretamente relacionado ao rating do país.

As dívidas bem classificadas na escala dos ratings com os melhores créditos

aquele que apresentam um menor risco permitindo que a empresa tomadora do recurso opere com taxas de juros reduzidas. Já as empresas que apresentam baixa qualidade de crédito exigem a praticas de elevados rendimentos compatíveis com os riscos.

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Warrants e títulos conversíveis Warrant é um título que concede a seu titular o direito de adquirir outros títulos

de emissão da própria empresa, constituindo-se em uma alternativa adcional de financiamento está operação concede ao investidor do título o direito de compra de outro por um preço estabelecido previamente.

Os Warrants são geralmente convertíveis em ações ou em títulos de dívidas como bonds por exemplo.

Assaf Neto (2003) diferencia um warrant de um título conversível explicando que: o titulo conversível concede a seu titular o direito de trocar o ativo possuído por outro ativo e não o direito de comprar.

Forfaiting Este mercado representa negociações com títulos de crédito e contratos

representativos de exportações realizadas por empresas brasileiras. É uma forma de financiamento rápida e eficiente e eficiente destinada a fortalecer as empresas exportadoras reforçando o seu capital de giro.

Os encargos desse tipo de operação são negociados com a empresa

exportadora, levando em consideração o risco da empresa e da economia. O mercado de forfaiting é coordenado por instituições financeiras especializadas.

Caderneta de poupança

É uma aplicação bastante conservadora. Possui duas características básicas: Segurança, visto que o governo garante os depósitos até certo limite; Baixa remuneração.

A caderneta de poupança paga juros 0,5 ao mês acrescido de correção e tem

como vantagem ao aplicador a isenção de imposto de renda. Mercado cambial

Este mercado é o segmento financeiro em que ocorrem operações de compras e vendas de moedas internacionais conversíveis, ou seja, em que se verificam conversões de moeda nacional em estrangeiras e vice-versa. Sendo assim podemos afirmar que: taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira, em termos da moeda nacional, determinada pela oferta e demanda de divisas. Observe o exemplo:

Se a cotação do dólar é 3,19 reais, significa dizer que cada dólar vale 3 reais e 19 centavos.

Se a cotação da libra esterlina é 4,50, significa dizer que cada libra vale 4 reais e cinqüenta centavos.

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Oferta e demanda de divisas A oferta de divisas depende do volume de exportação e da entrada de turista e

capitais externos (agentes que querem trocar dólares por reais). Aumenta o volume de moeda estrangeira em território nacional. Por outro lado a demanda de divisas depende do volume das importações, saída de turistas e capitais externos (agentes que querem trocar reais por dólar). Significa saída de dólares e diminuição das reservas cambiais.

Esse mercado reúne diversos agentes econômicos que tenham motivos para realizar transações como, operadores de comércio internacional, Instituições financeiras, investidores e Bancos centrais.

O Banco central atua no mercado de câmbio com o objetivo de controlar as reservas cambiais da economia e manter o valor da moeda nacional em relação a outras moedas internacionais em um patamar conveniente.

Valorização cambial (valorização da moeda nacional) Aumento do poder de compra da moeda nacional perante as outras moedas, ou

seja, um real compra mais dólares. Corresponde a uma queda da taxa de câmbio.

Desvalorização cambial (desvalorização da moeda nacional)

A perda do poder de compra da moeda nacional significa um aumento da taxa de câmbio. É o processo inverso da valorização.

As operações cambiais processam-se por meio de operadores (corretores) de

câmbio, que são especialistas vinculados às instituições financeiras na função de transacionar divisas e as corretoras de câmbio, que atuam como intermediária entre os operadores e os agentes econômicos interessados em comprar ou vender moedas.

É importante destacar que, no Brasil, as operações de compra e venda de moedas estrangeiras somente podem ser realizadas por meio das autoridades monetárias, constituindo um monopólio do governo (ASSAF NETO 2003).

Operações futuras e arbitragem de câmbio Na modalidade de operação cambial futura, a moeda é negociada no presente,

ocorrendo, entretanto a entrega efetiva no futuro. Nestas condições, é possível um credor e um devedor em moeda estrangeira definirem no ato da operação o valor dos respectivos recebimento e pagamentos futuros.

Page 21: mercado de capitais

Veja o exemplo! Um importador adquiriu um bem para pagamento em uma data futura ele terá

duas opções: Primeira opção: Aguardar o prazo de pagamento acordado com o exportador e efetuar o

pagamento. O risco de utilizar esta opção é a moeda do país exportador se valorizar em

relação a sua moeda e ter de incorrer em um aumento de custo ao comprar divisas no mercado para efetuar o pagamento.

Segunda opção Adquirir moeda de pagamento o mercado cambial futuro a uma taxa definida no

momento da compra, protegendo-se assim, contra uma alteração na paridade cambial.

Assaf Neto (2003) afirma que os riscos cambiais de mudanças nas cotações das

moedas podem ser eliminados mediante operações futuras, efetuando-se uma venda ou compra de divisas para entrega futura, sendo a taxa de conversão definida previamente.

O processo conhecido por arbitragem de cambio acontece quando ocorrem

diferenças de cotações temporárias em diferentes centros financeiros, sendo possível atuar nos dois mercados e tirar vantagem dessa diferença, ou seja, uma moeda é adquirida em um mercado onde o seu preço estar mais baixo e vendida em outro onde o seu preço estar mais elevado, obtendo-se lucro com essa operação.

Sites recomendados

http://www.ecen.com/eee15/cambio.htm http://www.bcb.gov.br http://classecontabil.com.br

Page 22: mercado de capitais

TEMA 2 – CRISES FINANCEIRAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS E

BOLSAS DE VALORES O tema 2 os traz as crises financeiras nacionais e internacionais e bolsas de

valores, com os seguintes conteúdos: crises financeiras das décadas de 1990 e 2000; operações de underwritting, block-trade e securitização; sistema de pagamentos brasileiro; e Bolsas de Valores: Bolsa de Nova York; Nasdaq; Bolsa de Londres; Bolsa de São Paulo.

Assim sendo sigamos com vontade e determinação rumo a mais uma etapa desta maravilhosa caminhada rumo ao conhecimento do Mercado de Capitais e suas particularidades.

CONTEÚDO 1 – CRISES FINANCEIRAS DAS DÉCADAS DE 1990 E 2000

Crise Japonesa (1990) Até a segunda metade dos anos 80 o Japão estava com sua economia em pleno

vapor. Entre 1953 a 1973 O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão cresceu a taxas anuais próxima de 10%, o que era considerado um recorde entre as economias dos países desenvolvidos. Esta economia próspera teve sua queda no início de 1990. O surto especulativo verificado no mercado de ativos de Tóquio levou o Japão a uma crise política e econômica sem precedentes. O País entrou em uma profunda recessão e sua economia praticamente estagnou. As taxas de crescimento do PIB reduziram a 0,7% ao ano.

Em abril de 1990, o índice Nikkei 225 da bolsa de Tóquio teve uma baixa de 28% em relação ao ano anterior e continuou caindo, chegando a perder aproximadamente 63% do nível máximo que foi alcançado em 1989.

Esta bolha financeira além de atingir o mercado de capitais, chegou também aos preços dos imóveis e do solo. As grandes empresas japonesas, tais como: NEC, Hitachi e Mitsubishi tiveram que reduzir seus quadros de funcionários através de demissão em massa.

Conseqüências para o Brasil: Os Brasileiros que moravam no Japão chamados de dekasseguis viram de uma

hora para outra seus salários caírem e até mesmo sofreram a perda do emprego. Assim esses brasileiros retornaram para o Brasil desempregados.

Crise Mexicana (1994/1995) O peso mexicano passou por uma forte desvalorização, que chegou a cair 50%

em apenas 10 dias. Em clima de desespero o governo mexicano ampliou a banda cambial em 15% o que causou uma perda de mais de 4 bilhões de dólares nas reservas. O país sofreu com a fuga de capitais e de investidores. A crise ficou conhecida como “Efeito Tequila”.

O Brasil bem como vários países da América do Sul foi atingido pela crise. Durante esse período os investidores achavam que o Brasil poderia pedir moratória novamente. Em 1995, o país estava perdendo aproximadamente um bilhão de dólares por dia da reserva. Assim o banco central na tentativa de escapar da crise e manter o câmbio fixo aumentou os juros. Como conseqüência, o câmbio brasileiro ficou muito

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apreciado e houve perda de competitividade externa. Para conseguir se recuperar o México obteve ajuda dos Estados Unidos e de

organismos internacionais como o FMI.

Crise Asiática (1994/1995) A crise asiática explodiu em julho de 1997 na Tailândia, Não tinha como reverter,

a conta corrente do país estava com um grande déficit e a dívida externa estava aumentando em grandes proporções. A moeda tailandesa sofreu flutuações e a desvalorização foi imediata em um valor aproximado de 15%. O mesmo fato aconteceu com outros países asiáticos como a Malásia, Indonésia e Filipinas. Atendendo às solicitações de apoio financeiro da Tailândia, Indonésia e Coréia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou pacotes emergenciais de empréstimos. Assim houve um grande mutirão entre o FMI e os banco internacionais para ajudar a resolver esta crise, o que começou a dar resultado.

A crise asiática contribuiu para a crise russa no ano seguinte e para a brasileira, em 1999.

Crise Russa - 1998 Como já foi dito anteriormente, a Crise financeira asiática só fez piorar a situação

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da Rússia, com a redução da oferta de crédito internacional e à desvalorização do preço das commodities (agrícolas, minerais e energéticas) exportadas pela Rússia. Por não conseguir novos créditos para pagar suas dívidas o governo da Rússia decretou moratória ao pagamento da dívida externa, de 90 dias, e em seguida sua moeda o rublo desvalorizou em aproximadamente 50%.

Como havia uma recessão global por causa da crise asiática, a demanda por commodities reduziu consideravelmente. Isso provocou uma queda no preço do petróleo que chegou a ser cotado abaixo de US$ 10,00 durante algumas semanas de 1998 e se manteve abaixo de US$ 15,00 até 1999. Isto reduziu sensivelmente o valor das exportações russas.

O Brasil também foi atingido, o que levou o Ibovespa se desvalorizar em 63%.

Crise Brasileira – 1999 Temendo acontecer com o Brasil o que aconteceu com a Rússia, se instalou uma

insegurança para a economia do país. E como conseqüência, ocorreu uma evasão de capitais, o governo, então foi forçado a realizar uma desindexação do real em relação ao dólar e por não conseguir manter o regime cambial vigente ele adotou o câmbio flutuante. O governo implantou essa política cambial por não ter mais o que fazer, não sabendo ele que as conseqüência seriam desastrosas. Com a liberação do câmbio em janeiro de 1999, ocorreu uma desestabilização do Plano Real que abalou a imagem do governo internacionalmente. Provocando crise de natureza cambial e desequilíbrio nas contas externas.

A conseqüência dessa decisão foi uma queda significativa da moeda brasileira. Assim a cotação passou de US$1,21 em janeiro para US$1,90, em março. O mercado operou em baixa por oito meses consecutivos, chegando a perder 38%.

O Brasil conseguiu sair da crise através de várias ações tais como:

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Ajuste orçamentário; Flutuação de sua moeda; Um importante pacote de ajuda por parte do FMI e pelo BIS; Implicação dos bancos internacionais na manutenção do financiamento a curto

prazo. A longo prazo essa estratégia foi determinante para o crescimento da economia

brasileira. O Banco Central foi obrigado a vender um bilhão de dólares para se defender dos especuladores quando a crise começou a se tornar mais aguda. , mas com essas medidas tomadas pelo governo o país voltou à normalidade.

Crise Argentina A Argentina era um país promissor com uma economia que mais se desenvolvia

na América Latina. Sua renda per capta, a taxa de analfabetismo e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) eram os melhores do continente. O cenário começou a mudar após a Segunda Guerra Mundial, o país caminhou para uma gama de crises políticas e econômicas. Levando à queda do Presidente de La Rua.

A economia argentina estava sofrendo com a hiperinflação Então em 1989, o presidente Carlos Menem atrelou o peso ao dólar e em 1991, foi implantado um sistema monetário que fixava o peso (a moeda corrente argentina) ao dólar. Com esse regime monetário o governo queria garantir que 1 peso poderia ser trocado por 1 dólar americano a qualquer momento. Este regime é também conhecido como “currency board”.

O impacto deste regime, sobre investidores e sobre as expectativas dos argentinos, foi positivo. Ocorreu uma grande queda na inflação melhorando assim a economia. No Entanto o país sofreu vários impactos econômicos em função das crises da Ásia, da Rússia, e do Brasil.

Em dezembro de 1999, Fernando dela Rua tomou posse como presidente da Argentina, prometendo impulsionar a economia para que os investidores retomassem a confiança no país. Em 2000, o governo mexeu na política fiscal, elevando os impostos e diminuindo os gastos do governo. Isto gerou um protesto com 20 mil manifestantes.

Em dezembro de 2000 o FMI forneceu para a Argentina um empréstimo de 40

bilhões de dólares para apoiar o peso. Os mercados então reagiram com entusiasmo. Porém o país acumulou uma dívida internacional quase impossível de ser paga. Para que o empréstimo fosse fornecido o FMI colocou várias condições, uma delas exigia que o país tivesse déficit zero no orçamento. O que não era aconselhável, para um país em recessão. O governo argentino padeceu com dois problemas econômicos

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concomitantemente: o governo não tinha controle sobre suas taxas de juros e não tinha permissão para aumentar os gastos do governo.

Em Julho de 2001 a Argentina vê suas bolsas em queda por causa de boatos sobre a renúncia do presidente De La Rua. Assim, agências de classificação de risco rebaixam a Argentina e anunciam o risco de calote. O risco-país sobe ultrapassando 13 pontos percentuais.

Em outubro de 2001 a recessão intensa deixou milhares de pessoas desabrigadas, a cada dia negócios eram fechados e o desemprego crescia cada vez mais. Neste período o desemprego atingiu 18,3%, a maior taxa desde o começo da recessão econômica em 1998.

Em Dezembro de 2001 o governo lança um pacote econômico para conter os saques que assolavam o país. Nas medidas estavam inclusos o limite de saque mensal de mil dólares, que foi chamado de “corralito”. Suas medidas não funcionaram e ocorreram manifestações populares tendo como liderança as maiores centrais sindicais que convocaram uma greve geral. Tudo isso levou à renúncia do Presidente Fernando de La Rua.

A renúncia de De La Rua provocou uma crise política no país. Durante as duas semanas seguidas à renúncia, quatro presidentes chegaram ao governo, mas renunciaram. O quinto foi Eduardo Duhalde, que ficou efetivo.

Crise do Sub Prime 2008 No ano de 2006 ocorreu a quebra de instituições de crédito dos Estados Unidos,

que concediam empréstimos hipotecários de alto risco, onde o banco emprestava dinheiro para a compra de casas sem haver cobrança de comprovação de renda ou qualquer outra garantia por parte das pessoas, se confiava somente no crescimento do mercado imobiliário.

Este fato desencadeou a crise do Sub Prime. O público somente ficou sabendo dessa crise em 2007. Foi uma crise grave, considerada a maior crise desde a quebra da bolsa de 1929, a probabilidade era de se transformar em crise sistêmica, gerando uma suspensão da cadeia de pagamentos na economia global, chegando a atingir todos os setores econômicos. Ela gerou uma grande falta de liquidez no mercado, toda a economia ficou estagnada, pois não havia circulação de moeda.

Os subprimes, linha de crédito de alto risco dos Estados Unidos, que eram concedidos, a clientes sem comprovação de renda. O crédito era liberado mesmo para aqueles clientes com histórico ruim de crédito, os chamados clientes ninja (sem renda, sem emprego, sem patrimônio). No Subprime continha empréstimos hipotecários, cartões de crédito e aluguel de carros. Essas dívidas só eram honradas, mediante sucessivas "rolagens", o que foi possível enquanto o preço dos imóveis permaneceu em alta.

Com os imóveis valorizados os mutuários podiam solicitar novos empréstimos, para liquidar os empréstimos anteriores, que se encontravam com o pagamento em atraso usando o mesmo imóvel como garantia. As taxas de juros eram pós-fixadas, ou seja, determinadas no momento do pagamento das dívidas. Quando ocorreu a queda do preço dos imóveis, os juros dispararam nos Estados Unidos, por causa deste fato houve inadimplência em massa.

A partir de 2006 vários bancos foram arrastados para uma situação de insolvência, ou seja, ficaram impossibilitados de cumprir suas obrigações vencidas por causa da queda nos preços de imóveis, repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo.

Em 18 de Julho de 2007, a crise do crédito hipotecário provocou um conflito de

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confiança geral no sistema financeiro e falta de liquidez bancária, ou seja, não havia dinheiro disponível para saque imediato pelos correntistas dos bancos.

Uma boa parte dessas hipotecas foram securitizadas nos Estados Unidos, ou seja, são agrupadas e transformadas em papéis que são comprados e vendidos. É uma forma de transformar ativos relativamente não líquidos em títulos mobiliários líquidos, além de transferir os riscos associados a eles para os investidores que os compram. Nesta situação o banco que fez o empréstimo tem prejuízo, além de se espalhar o risco por todo o mercado. Isto fez com que os prejuízos atingissem dezenas de instituições financeiras e de fundos de investimento. Ocorreu também uma crise de liquidez, já que as instituições relutavam em emprestar dinheiro umas às outras.

Medidas adotadas para solucionar a crises Algumas medidas foram tomadas para minimizar os efeitos da crise: Pacotes Econômicos; Diminuição da taxa de juros; Socorro aos países em crise; Resgate de instituições. Impactos da crise para o Brasil O impacto da crise na economia brasileira foi devido à confusão nas finanças das

famílias e a diminuição do crédito disponível nos EUA, impactando em redução no consumo e como conseqüência, a recessão no país. Por haver menor liquidez no mercado global os investidores preferiram investir em papéis de menor risco.

A seguir é demonstrado um folheto onde descreve passo a passo as

características da crise.

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Sites Recomendados

http://www.ipea.gov.br/default.jsp http://classecontabil.com.br http://www.bndes.gov.br/

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CONTEÚDO 2 – OPERAÇÕES DE UNDERWRITTING, BLOCK-TRADE E SECURITIZAÇÃO

Underwritting significa operação de abertura de capital com colocação de novas ações para o público investidor, essa prática é explicitamente autorizada às instituições financeiras com carteira de investimento. Block- trade relaciona-se ao leilão de ações antigas com colocação para o público investidor.

Nesse conteúdo iremos conhecer um pouco mais sobre essas duas operações.

Operação Underwritting Para realizar a operação de colocar novas ações no mercado a empresa terá um

custo. Na análise do custo da emissão a empresa deve priorizar acima de qualquer outro fator a qualidade do serviço.

Segundo Brito (2005) afirma que a remuneração recebida pela instituição financeira em operações de underwritting é variável em função dos aspectos que precedem a sua fixação. Esses fatores estão ligados, principalmente, ao risco da operação e são os seguintes:

Valor da emissão; Maior ou menor dificuldade de colocação; Preço fixado para outros títulos; Condições vigentes no mercado de ações; Momento econômico.

Os custos para a empresa em uma oferta pública incluem geralmente três tipos

de comissão:

A- Comissão de coordenação B- Varia entre 1% e 2%e refere-se à remuneração dos serviços de

coordenação da emissão, que vão desde a elaboração da documentação de registro até a liquidação financeira.

C- Comissão de garantia D- Varia entre 2% e 4% e é a comissão que o coordenador e seus

subordinados recebem para garantir a emissão

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E- Comissão de colocação F- Varia entre 3% e 4% e refere-se à remuneração que o intermediário,

realizador colocação do papel no mercado vai receber.

A subscrição de novas ações para o aumento do capital social deve ser deliberada pela assembléia geral dos acionistas, reunidos extraordinariamente ou em reunião do conselho de administração, conforme estiver previsto em estatuto.

Brito (2005) afirma que a deliberação de aumentar o capital deverá dispor sobre os seguintes aspectos:

Se o aumento será mediante subscrição pública ou particular; Prazo para o exercício; Condições de subscrição das ações, explicitando forma e percentuais de

integralização das ações; Características das ações a serem emitidas (quantidade, espécie, classe,

forma, vantagens, restrições e direitos); Preço de emissão;

As companhias abertas precisam ser registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esse registro implica em enviar e manter um processo de informações econômico-financeiras por meio do qual será possível aos investidores avalie as condições atuais, o desempenho e as perspectivas futuras da empresa.

Compete a CVM definir critérios quanto aos registros e quanto às informações que devem constar no prospecto. Além disso, deve ser assegurado o acesso a essas informações a qualquer investidor interessado.

Brito (2005) afirma que para que o público tenha elementos suficientes para uma boa avaliação o prospecto deve conter:

Informações sobre a administração e estrutura organizacional; Aspectos técnicos; Aspectos financeiros; Características do lançamento. Para que a ação possa ser negociada no mercado secundário (bolsa de valores)

é necessário que se obtenha o registro na bolsa de valores em que se deseja que o papel seja negociado, além do registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Para a obtenção do registro na Bolsa de Valores, se faz necessário o envio de

cópia da mesma documentação enviada com o número de registro na CVM e o requerimento de solicitação.

Formação do pool (grupo) de Instituição Financeira. A colocação de ações no mercado é realizada por intermédio de um pool

(grupo) de instituições financeiras, sendo composto de um coordenador, um líder e consorciados. Vejamos:

Coordenador

Funções:

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Elaboração da documentação necessária e acompanhamento do

processo; Apresentação da empresa para o mercado; Escolha das instituições que serão convidadas para líderes e

consorciadas; Elaboração e publicações de anúncios; Realização de reuniões com a empresa e com as instituições

participantes do pool (grupo) para avaliar o andamento dos trabalhos; Liquidação física e financeira da operação.

Líder

É a instituição que se responsabiliza por um lote grande de ações, segmentando

e distribuindo para os outros intermediários e consorciados. Consorciado Tem a função de distribuir as ações ao investidor final.

Sobre a formação do pool das instituições financeiras Brito (2005) acrescenta

que acontece por meio de convites dirigidos, geralmente de coordenador aos líderes e para as demais instituições convidadas e consorciadas. No convite constam as características da operação, o tamanho do lote para o qual está sendo convidado e o prazo para a resposta. A resposta do convite possui valor compromisso assumido.

Operação de Block-Trade

A operação de Block-trade promove a abertura de capital através de leilão de

ações antigas, de posse da companhia ou de algum acionista, com colocação junto ao público investidor.

Brito (2005, p.175) conceitua block-trade como: “o lote a ser colocado aos investidores pode vir de algum acionista atual ou de ações que estejam na tesouraria da empresa, não representando assim aumento de capital”.

Assaf Neto (2001) acrescenta que o lançamento de ações no mercado pode ocorrer, também, pela oferta de um lote de ações possuídas por um acionista ou grupo de acionistas. Essa modalidade de oferta pública constitui-se, em verdade, em uma distribuição secundária de ações. Não resulta na entrada de novos recursos à empresa, restringindo-se os resultados financeiros da operação no âmbito dos investidores.

Os parâmetros para realização de block-trade são semelhantes ao do underwriting no lançamento de ações no mercado. De acordo com a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários – CVM é obrigatório o prévio registro na venda, oferta de venda ou aceitação de pedido de venda, formalizados por uma corretora de valores credenciada.

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Brito (2005) destaca que o leilão é livre, realizado em Bolsa, em hora e local

amplamente divulgados. Existe esquema de garantia apenas para o preço mínimo estipulado, ou seja, se na hora do leilão aparecer um ou mais investidores dispostos a comprar o papel, por um preço igual ou superior ao preço mínimo, a instituição estará desobrigada a prestar garantias, recebendo assim, sua comissão.

Nas operações de Block-Trade existe a necessidade de anuência da Comissão

de Valores Mobiliários – CVM, mesmo porque a empresa passará a ser de capital aberto. Com relação às informações sobre a empresa, a documentação é a mesma da operação de Underwritting.

Brito (2005) acrescenta ainda que da mesma forma que na operação de underwritting, é necessário fazer o marketing da operação e abertura de informações referentes à empresa para atrair potenciais investidores para o papel. Sendo necessárias, reuniões com analistas, visita á empresa, palestras e disponibilização de informações adicionais.

A realização do leilão e o fim da operação. Uma vez realizado o leilão, procede-se às liquidações físicas e financeiras, pagam-se as comissões devidas e encerra-se a operação e a empresa passa a ser de capital aberto

Securitização: Consiste na emissão pública de títulos lastreados em ativos comerciais

(recebíveis), pertencentes à categoria de títulos de dívidas lastreados em ativos.

Brito (2005) acrescenta que a securitização consiste em uma operação complexa, estruturada de forma a antecipar ou postergar, por meio da emissão de títulos negociáveis no mercado secundário, um fluxo de caixa associado a uma determinada transação ativa ou passiva já realizada.

Os riscos dos títulos são na maioria das vezes, analisados por empresas de rating que divulgam notas que representam o nível de risco em consonância com os conceitos utilizados pelas empresas de rating.

Utilizando securitização de recebíveis, a empresa pode antecipar os recursos a

serem recebidos no futuro, por meio da emissão de venda de títulos conversíveis em recurso financeiro.

A securitização de dívidas consiste em uma operação em que uma empresa

substitui seus créditos, vencidos ou a receber por títulos negociáveis no mercado secundário.

Vejamos agora alguns conceitos citados por Brito (2005) importante para que se possa entender o processo de securitização.

Trustee Pessoa jurídica independente que assume os recebíveis e emite os títulos neles

lastreados.

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Ativo utilizado como lastro Representa a garantia de um titulo principal. O fluxo de caixa decorrente da

realização dessa garantia é a fonte dos recursos para o pagamento aos titulares do título principal.

Collection Account Contas correntes em que os recebimentos da empresa são organizados e

consolidados. Agente Fiduciário Instituição financeira com responsabilidade pela administração e custódia de

bens de terceiros. Crédito Elegível É o crédito eleito para atender aos requisitos para a securitização. Elegibilidade Categoria que permite ao título creditório ser considerado como garantia para o

título principal. Enhancement Garantia adicional para a redução dos riscos de crédito e de mercado para os

investidores Fee É a remuneração dos agentes que estruturam e administram o processo. Evento de avaliação Evento a ser analisado, após consulta formal aos debenturistas, em assembléia. Evento de liquidação Evento que pode gerar a liquidação antecipada do título principal. Fundo de amortização Fundo de caixa constituído por aplicações financeiras geralmente de curto

prazo, a fim de garantir liquidez para o pagamento das próximas parcelas. GAP Representa a diferença entre taxas ou períodos dos títulos da transação. Originador Empresa geradora dos recebíveis. Outstanding Representa o saldo dos recebíveis Overcolateral Percentual da garantia excedente ao saldo do título principal. Perda Volume de títulos vencidos e não pagos, geralmente acima de 180 dias de

atraso. Rating Classificação emitida por agencia independente, objetivando evidenciar conceito

referente ao grau do risco de crédito dos títulos. Recebíveis Crédito oriundo das atividades operacionais da empresa originadora,

representando o lastro da operação de securitização. Servicer Prestador do serviço de processamento e cobrança dos recebíveis. Titulo de Securitização Principal É o título emitido e garantido pelos recebíveis, sendo negociáveis no mercado

secundário. Vantagens da Securitização

Page 35: mercado de capitais

Brito (2005) acredita serem os itens listados a seguir as grandes vantagens da

securitização: Meio de obter empréstimos geralmente a taxas inferiores; Tratamento fora do balanço, não impactando limites operacionais para

órgão reguladores e índices de endividamento; Melhora a alavancagem da empresa.

Principais Tipos de Securitização

Cartões de crédito; Construções civis; Crédito direto ao consumidor; Dividas do governo; Planos de saúde; Hipotecas Financiamento de automóveis; Exportações

Sites Recomendados

http://www.ipea.gov.br/default.jsp http://classecontabil.com.br http://www.bndes.gov.br/

CONTEÚDO 3 – SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO

O atual sistema de pagamentos proporciona a execução de diversas ordens

emitidas pelas pessoas, empresas, governo, instituições financeiras, bancos e o Banco Central do Brasil, efetivando assim seus respectivos compromissos financeiros. Essas ordens de pagamentos são realizadas, em sua maioria por meio de cartões de débito, cheques, transferências eletrônicas e DOCs.

Os principais problemas desse sistema são segurança e confiabilidade da

Page 36: mercado de capitais

liquidação financeira. Vejamos agora algumas características desse sistema descritas por Brito

(2005): Os processos usados para as transferências de recursos do pagador ao

recebedor são relativamente automatizados; As telecomunicações envolvidas nos processos têm-se mostrado eficientes para

as necessidades atuais; Satisfatório funcionamento operacional dos sistemas e das câmaras de

compensação, liquidação e custódia existentes; O banco central assume de forma geral o risco de perdas.com a inadimplência; A perspectiva de risco sistêmico contribui para tornar o mercado brasileiro

menos atraente aos investimentos estrangeiros; As câmaras de compensação e liquidação cumprem o papel de executar ordens

de pagamento sem garantias adequadas, transferindo o risco de crédito para o Banco Central;

Ordens de pagamentos de altos valores, que oferecem maior ameaça ao mercado, são tratadas pelo mesmo sistema que liquida as ordens de menor valor.

O comitê da Basiléia cita dez princípios fundamentais para um adequado sistema de pagamentos. Brito (2005) resumi estes princípios da seguinte maneira:

1- O sistema de pagamentos deve ter base legal adequada e abrangente a

todas as jurisdições aplicáveis. 2- As regras e os procedimentos devem permitir aos participantes um claro

entendimento dos riscos financeiros presentes no sistema de pagamentos. 3- o sistema de pagamentos deve ter definidos os procedimentos para o

gerenciamento dos riscos de crédito e de liquidez. 4- Deve promover a liquidação final no dia válido, preferencialmente durante o

dia. 5- Deve ser capaz de assegurar o ciclo completo de liquidações diárias. 6- Ativos utilizados para a liquidação devem estar em uma conta vinculada ao

Banco Central. 7- O sistema de pagamento deve assegurar um alto grau de segurança e

realização operacional e deve possuir procedimentos para contingência com relação ao processamento diário afim, deste ser realizado com êxito.

8- O sistema de pagamentos deve promover meios para as liquidações de forma prática para seus usuários e eficiente para a economia.

9 – o sistema de pagamentos deve ter Créditos evidenciados permitindo o acesso livre e justo.

10- O sistema de pagamentos deve ter governança eficiente responsável e transparente.

Ainda segundo o comitê da Basiléia, as responsabilidades do Banco Central

são: Definir de forma clara os objetivos do sistema de pagamentos e evidenciar

publicamente de forma clara suas regras e políticas; Assegurar que o sistema de pagamento opere de acordo com os princípios

fundamentais; Estar de acordo com os princípios fundamentais de sistemas de

pagamentos com os quais ele opere;

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Cooperar com outros bancos centrais e com outras importantes autoridades domesticas a fim de promover um sistema de pagamentos seguro e eficiente por meio dos princípios fundamentais.

Com a globalização os mercados financeiros se integram surgindo maior desregulamentação do sistema bancário contribui também para formação de mercados mais eficientes e complexos do ponto de vista econômico financeiro. Sobre esta questão Brito (2005) pontua quatro importantes aspectos. São eles:

Maior volatilidade dos recursos financeiros, facilitada por um processo de

comunicação as dinâmico entre os diversos mercados; Surgimento de novos produtos de intermediação financeira, como os

derivativos e as securitizações, tornando os mercados mais sofisticados e complexos.

Maior número de agentes financeiros, como os fundos de investimentos e de pensão;

Possibilidade de constituir posições em mercados pertencentes a mais de um país, globalizando-se os efeitos as crises econômicas.

As oscilações nos mercados financeiros não causam apenas um efeito local a

globalização faz com que esse efeito seja generalizado nos mercados de todo o mundo.

A Reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro

A reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro compreende um

conjunto de medidas que visam solucionar os problemas descrito até aqui. Brito (2005) pontua algumas medidas:

Monitoramento, em tempo real, do saldo de cada conta reservas bancárias, sem admitir saldo devedor em qualquer momento.

Oferta de empréstimo durante o dia, mediante operações de compra, pelo Banco Central, de títulos públicos federais dos bancos, que deverão recomprar os títulos do Banco Central no mesmo dia, registrando-se em tempo real o resultado financeiro na conta reservas bancárias.

Implantação de sistema que processa ordens de transferência eletrônica de fundos entre bancos, criando alternativas mais seguras com relação aos cheques e DOCs para a realização de pagamentos de grande valor.

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Criação de rede de telecomunicações dedicada ao sistema financeiro operada com rígidos padrões de segurança e confiabilidade definidos pelo Banco Central.

O setor privado deverá assumir os riscos, com definição de regras mais rígidas para as câmaras de compensação privadas, que passam a adotar adequados mecanismos de gerenciamento de riscos, com o estabelecimento de limites para os bancos.

Adoção de mecanismos indutores à oferta, pelos bancos de novos produtos aos clientes.

Com a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro esperam-se os seguintes benefícios comentados por Brito (2005):

Redução do risco de crédito do Banco Central do Brasil; Aumento da liquidez no mercado secundário de títulos públicos federais; Aumento da eficiência dos instrumentos de pagamentos; Fortalecimento do mercado de capitais. Principais componentes da reestruturação do sistema de pagamentos Vejamos agora os principais componentes da reestruturação do Sistema de

Pagamentos. Liquidação Bruta em tempo Real (LBTR) O principal sistema introduzido pelo novo Sistema de Pagamentos Brasileiro é

os Sistemas de Transferência de Reservas, STR. Este sistema encaminha as liquidações de pagamentos oriundas dos bancos para o seu processamento por meio do modelo LBTR.

Brito (2005) destaca os fundamentos deste sistema: Redução de riscos de inadimplência; Maior velocidade para o processo de liquidação; Custo mais elevado por utilizar reserva bancária. Exigência de sistemas mais sofisticados de comunicação e gerenciamento

da liquidez.

Os bancos centrais da União Européia (EU) decidiram de forma coletiva que todos os Estados membros deverão ter um sistema LBTR para a transferência de grandes valores e que esses sistemas deverão ser interligados, a fim de fornecer suporte à integração da união econômica monetária.

Liquidação Defasada Liquida (LDL) Esta liquidação é realizada no momento posterior ao de concretização das

operações que dão origem aos correspondentes direitos e obrigações. Esse modelo é seguido pelas câmaras de liquidação e compensação.

Os fundamentos do Sistema LDL descrito por Brito (2005) são: Limites bilaterais e multilaterais de exposição ao risco; Constituição de garantias e pré-depósitos;

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Regras de repartição de perdas na hipótese de inadimplência

Ainda sobre este assunto o mesmo autor acrescenta que as regras de repartição de perdas são instrumentos que estabelecem a forma pela qual a posição devedora do participante insolvente na câmara será rateada. Segue o detalhamento dos três modelos:

Defaulters pay – o banco insolvente assume toda a perda via constituição de

garantias no valor total da sua posição de débito. Survivors pay – as garantias constituídas pelas contrapartes do insolvente são

utilizadas para cobrir a posição de débito. Third parties pay – terceiros assumem totalmente a posição de débito. Em geral,

quando essa regra vigora, os bancos centrais assumem este papel. O Brasil optou pela adoção de um sistema misto de transferência eletrônica:

Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR) e Liquidação Defasada Liquida (LDL). Sistema de Transferência de Reservas (STR) Este sistema é o núcleo do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, pois é o

único responsável pela execução das transferências de recursos entre as contas reservas bancárias.

O STR possibilita que somente a própria instituição financeira comande débitos em sua conta reservas bancárias.

O Sistema de Transferência de Reserva trabalha em regime de Liquidação

Bruta em tempo real (LBTR) o que significa dizer que obedece a um procedimento que liquida as operações individualmente no momento em que o banco manda a mensagem para o Banco Central.

Indicação de sites por conteúdo

http://www.ipea.gov.br/default.jsp www.sitecontabil.com.br http://www.bndes.gov.br/

CONTEÚDO 4 – BOLSAS DE VALORES Neste conteúdo iremos conhecer algumas bolsas de valores de grande

relevância no cenário mundial. NASDAQ A Bolsa de Valores NASDAQ (National Association of Securities Dealers

Automated Quotations) representa uma evolução do mercado de capitais americano. Em 1961, o Congresso americano procurava uma estratégia para potencializar o crescimento neste mercado. O objetivo era montar um sistema com baixos custos e agilidade nas transações.

Neste contexto surgue a Nasdaq, que começou suas atividades por telefone e telégrafo, onde os interessados em participar deste sistema se cadastravam para

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transacionarem ações. Com a globalização e a evolução da tecnologia atualmente, esta Bolsa de Valores utiliza tecnologia de ponta na organização e execução de suas operações.

Em 8 de fevereiro de 1971 a Nasdaq começou a funcionar a sua evolução foi surpreendente e em 1994, a Nasdaq superou a Bolsa de Valores de Nova York em volume de ações negociadas. E em 1999, já era o maior mercado dos Estados Unidos em volume de dinheiro.

A Bolsa de Valores Nasdaq se diferencia das demais bolsas de valores

tradicionais por se tratar desde a sua origem de um sistema de negociação puramente eletrônico, ou seja, nunca utilizou em sua história um salão de negociações físico (pregão viva voz), a condução dos negócios, inicialmente, acontecia via telefone e telégrafo com a evolução da tecnologia passou a ser conduzida via computadores e sofisticados sistemas de telecomunicação.

A NASDAQ é tão poderosa que atualmente, cerca de 3.000 empresas negociam

seus ativos através dela. Essas empresas são formadas por organizações que desenvolvem e fabricam produtos de alta tecnologia. Produzem aparelhos e componentes eletrônicos; trabalham com tecnologia de telecomunicação, desenvolvimento de software, além de atuarem no ramo da química e biotecnologia.

As empresas da Nasdaq são de um modo geral, menos endividadas do que as que formam a velha economia (bolsas tradicionais). Possuem poucas dívidas com bancos, menos estoques e menos ativos permanentes, possuindo desta forma, menos giro de ativos, maior liquidez consequentemente, mais dinheiro em caixa.

Bolsa de Londres A conhecida Bolsa de Valores de Londres é a principal bolsa da Inglaterra e

uma das mais importantes do mundo. Fundada em 1801, seu surgimento está com a necessidade de financiamento

para duas grandes viagens: a tentativa da Companhia Muscovy de chegar à China através do Mar Branco, ao norte da Rússia; e a viagem da Companhia das Índias Ocidentais à Índia e ao leste asiático.

Sem recursos para pagar as viagens, essas empresas arrecadaram dinheiro

vendendo o direito a uma porcentagem dos lucros obtidos aos mercadores locais.

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Com o passar dos anos, a bolsa de valores de Londres teve sua sede em diferentes prédios, estabelecendo-se, finalmente em 2004 próxima a Catedral de São Paulo (St. Paul’s Cathedral).

Hoje em dia, a bolsa de valores de Londres negocia ações tanto de empresas britânicas quanto estrangeiras. Sua estrutura é dividida no Mercado Principal – Main Market, e no Mercado Alternativo de Investimentos – Alternative Investments Market; além do EDX London, que lida com os derivativos.

Bolsa de Nova York New York Stock Exchange (Bolsa de Valores de Nova Iorque) conhecida

também pela sua NYSE, é a bolsa de valores de Nova Iorque. Está localizada em Manhattan, na Wall Street. É administrada pela NYSE Euronext. É comum as pessoas se referirem a bolsa de Nova York somente por Wall Street.

Foi criado em 1792. A bolsa de valores nova-iorquina está localizada, no centro financeiro da cidade de Nova YorK. Na bolsa de valores são transacionadas ações das maiores empresas americanas.

Em 2006, a NYSE juntou-se à Euronext, formando assim o primeiro mercado de capitais pan-atlântico.

É considerada uma das mais famosas instituições financeiras da Cidade de

Nova Iorque. É a maior bolsa de valores dos Estados Unidos, e, juntamente com a NASDAQ e a American Exchange, uma das mais influentes e relevante do mundo.

Bolsa de São Paulo A Bolsa de Valores de São Paulo conhecida mundialmente como BOVESPA é a

bolsa oficial do Brasil, maior bolsa de valores da América Latina e a oitava maior do

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mundo. Sua sede localiza-se no centro da cidade de São Paulo. Seu principal índice econômico é o IBOVESPA.

A BOVESPA foi fundada em 23 de agosto de 1890 por Emílio Rangel Pestana a Bolsa Livre, que seria o embrião da Bolsa de Valores de São Paulo. A Bolsa Livre fecha em 1891 em decorrência da política do Encilhamento. Quatro anos depois, em 1895, é aberta a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo que da continuidade à evolução do mercado de capitais brasileiro.

Até meados da década de 1960, a Bovespa e as demais bolsas brasileiras eram entidades oficiais corporativas, vinculadas às secretarias de finanças. Nesta época eram 27 bolsas de valores em todo o Brasil.

Após as reformas do sistema financeiro nacional e do mercado de capitais implementadas nos anos de 1965 e 1966, as bolsas assumiram a característica institucional, transformando-se em associações civis sem fins lucrativos, com autonomia.

No ano 2000 as Bolsas de Valores de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais Espírito Santo Brasília, do Extremo Sul, de Santos, da Bahia Sergipe Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Paraná e a Bolsa Regional passam por um processo de integração. Desde então, a Bovespa passa a concentrar toda a negociação de ações do Brasil. A Bolsa de Valores de São Paulo é uma entidade auto-reguladora que opera sob a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

Vejamos agora uma análise cronologia da BOVESPA desde os seus primórdios até os dias atuais.

Década de 1960 A Bovespa passa a assumir a característica institucional, deixando de ser

subordinada ao Secretário da Fazenda do Estado, com autonomia administrativa, financeira e patrimonial.

Década de 1970 Em 1972, a Bovespa foi a primeira bolsa brasileira a implantar o pregão

automatizado com utilizando informações on-line e em real time, através de uma moderna rede de terminais de computador. Esta década marca também a introdução de operações com opções sobre ações no Brasil.

Década de 1980 Foi implantado o Sistema Privado de Operações por Telefone (SPOT) e uma

rede de serviços on-line para as corretoras, foi também desenvolvido um sistema de custódia fungível de títulos.

Década de 1990

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Foram iniciadas as negociações através do Sistema de Negociação Eletrônica - CATS (Computer Assisted Trading System) que operava simultaneamente com o sistema tradicional de Pregão Viva Voz. Especificamente no ano de 1997 foi implantado o novo sistema de negociação eletrônica da Bovespa, o Mega Bolsa, ampliando o volume potencial de processamento de informações;

Década de 2000 Neste período Ocorre a integração de todas as bolsas de valores brasileiras

e a Bovespa passa a concentrar toda a negociação de ações do país. No ano de 2005 a Bovespa se torna uma bolsa totalmente eletrônica ocorrendo o fim do tradicional pregão viva-voz.

Em 2006 a Bovespa passa a operar exclusivamente em pregão eletrônico

doméstico; Em 2007 ocorreu uma abertura de capital da empresa coligada Bovespa Holding

denominada no IBOVESPA de: BOVH3, que é um consórcio das corretoras que operam na Bolsa de Valores de São Paulo;

Sites Recomendados

www.webcontabil.com.br www.cfc.org.br/ www.crcmg.org.br/

BLOCO 2 – NEGÓCIOS COM AÇÕES E GOVERNANÇA CORPORATIVA

Veremos que o bloco 2 apresenta negócios com ações e governança corporativa.

Você estudará o papel de formador de mercado, aprenderá o que são os brokers, verá como é realizada a operação via Home Broker. After-Market e Day Trade. É o fascinante mundo do Mercado de Capitais se abrindo para você, estudante de Ciências Contábeis.

Neste bloco também serão estudadas as operações do mercado a termo, do mercado de opções. Serão vistas as análise e governança corporativa, eficiência do mercado; tomada de decisão sobre investimentos; fontes de financiamento; valorização de ações e análise técnica de ações.

Desse modo, termos a certeza de que a Contabilidade, como Ciência Social aplicada, possibilita vastos caminhos ao profissional contábil, que a cada dia é mais e mais requerido nas organizações.

TEMA 3 – ELEMENTOS INERENTES À NEGOCIAÇÃO COM AÇÕES O tema 3 explana os elementos essenciais à negociação com ações. Você

estudará formador de mercado; brokers; home broker; after-market; day trade;

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mercados de ações da BMF&BOVESPA e mercado de opções. Veremos o quanto é importante o (a) contador (a) conhecer o Mercado e Capitais percebendo o macro ambiente com visão sistêmica.

CONTEÚDO 1 – FORMADOR DE MERCADO; BROKERS

Formador de Mercado Empresas com Formador Renda Variável Renda Fixa Formador de Mercado, agente de liquidez, facilitador de liquidez, promotor de

negócios, especialista, market maker e liquidity provider são algumas designações atribuídas àqueles que se propõem a garantir liquidez mínima e referência de preço para ativos previamente credenciados, fatores de destaque na análise da eficiência no mercado de capitais.

Na BM&FBOVESPA, o papel de Formador de Mercado pode ser desempenhado

por corretoras, distribuidoras de valores, bancos de investimento ou bancos múltiplos com carteira de investimentos, que, ao se credenciarem para exercer essa função, assumem a obrigação de colocar no mercado, diariamente, ofertas firmes de compra e de venda para uma quantidade de ativos predeterminada e conhecida por todos. Ao registrar ofertas, o Formador de Mercado proporciona um preço de referência para a negociação do ativo.

E essa é uma tarefa importante porque envolve prévio conhecimento da empresa, atualização constante sobre suas condições econômico-financeiras, acompanhamento do valor de seus ativos e também de perspectivas no longo prazo, fatores essenciais para o estabelecimento de um preço justo, resultado de um extenso trabalho de relacionamento e análise.

Como funciona o Formador de Mercado Definição da Quantidade Mínima e do Spread Máximo A quantidade mínima de ativos de cada oferta do Formador de Mercado é

estabelecida pela BM&FBOVESPA, em função da quantidade média diária negociada no caso de ações e características da emissão e distribuição no caso de debêntures. Assim, a quantidade mínima de cada oferta pode ser de um lote-padrão vigente para aquele ativo ou múltiplos dele.

A oscilação nos preços das ofertas de compra e de venda do Formador de

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Mercado deve respeitar a um intervalo máximo (usualmente denominado spread) calculado para cada ativo com base na volatilidade verificada ao longo de um determinado período de tempo. As ações menos voláteis, ou seja, aquelas que têm um spread menor costumam ser mais líquidas. Já para o mercado de renda fixa, a base de cálculo do spread é a taxa de juros do mercado.

Situações Extraordinárias Sempre que o mercado apresentar comportamento atípico, com oscilações fora

dos padrões regulares (decorrentes de algum fato econômico, catastrófico ou, até mesmo, algum fato positivo totalmente inesperado que altere em demasia o preço do papel), o Formador de Mercado ou terá seus parâmetros alterados ou será liberado de suas obrigações até que o mercado reencontre um novo nível de normalidade.

Abrangência do Formador de Mercado Cada Formador de Mercado poderá se credenciar para representar mais de

uma ação ou mais de uma debênture de empresas diferentes, podendo também representar mais de um ativo por empresa. Deverá, entretanto, solicitar à BM&FBOVESPA credenciamento específico para cada ativo em que desejar atuar.

O pedido de credenciamento é muito simples. No caso de ações, se for uma corretora membro da BM&FBOVESPA, basta formalizar a solicitação do credenciamento. Para as instituições não-membros, além de encaminhar solicitação formal, deverão assinar um contrato com a BM&FBOVESPA e indicar a corretora membro por meio da qual exercerão sua função, declarando seu conhecimento e concordância com as regras gerais de negociação e específicas do Formador de Mercado e as obrigatoriedades a que se submetem.

No caso de debêntures, basta o Participante do BM&FBOVESPA Fix formalizar a solicitação do credenciamento.

Modelo Competitivo Uma mesma ação ou debênture poderá ter mais de um Formador de Mercado.

A BM&FBOVESPA estabelecerá o limite máximo de formadores para cada ativo. Isso é o que se chama de modelo competitivo de Formador de Mercado. A adoção desse modelo reflete uma das principais características do mercado acionário brasileiro, que é um mercado "dirigido por ordens" e a rejeição da exclusividade de negociação, presente, por exemplo, no tradicional modelo do Especialista.

Formador de Mercado Independente ou Contratado O Formador de Mercado poderá desempenhar suas funções de duas formas:

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independente ou contratado. Quando for independente, significa que o Formador de Mercado não possui qualquer vínculo com a empresa emissora dos ativos, nem com seus controladores ou grandes detentores de ações, comprometendo-se a "fazer o mercado" sem qualquer envolvimento com a empresa, grupo controlador ou outro detentor do papel.

Quando for contratado, significa que firmou um contrato com a empresa emissora dos ativos que representa, ou com um grupo controlador, controlado ou coligado ao emissor ou por qualquer detentor dos ativos que deseje formar mercado para os mesmos.

Por esse contrato, o Formador de Mercado poderá ser remunerado por quem o contratou, sendo a remuneração livremente pactuada entre as partes. Poderá, ainda, receber, de quem o contratou, e com o objetivo exclusivo de proporcionar suporte operacional à sua obrigatoriedade de comprar e vender os ativos para os quais atua, numerário para a liquidação das compras de ativos realizadas no exercício da função de Formador de Mercado, e/ou os ativos que representa, para a liquidação física no caso das vendas realizadas como Formador de Mercado. Além disso, é permitido à própria empresa participar do processo de melhora da liquidez de seus ativos, aumentando a atratividade de seus papéis para o mercado.

O processo de disponibilização de ativos para o Formador de Mercado pode ser de variadas formas, inclusive, por intermédio do BTC - Banco de Títulos da CBLC, serviço em que os interessados tomam papéis emprestados mediante aporte de colaterais, sob controle e garantia da CBLC.

Regras de Negociação As ofertas de um ativo que conta com Formador de Mercado competem em

condições de igualdade com as demais ofertas do mercado, com o fechamento de negócios obedecendo aos critérios de melhor preço e ordem cronológica de registro. A BM&FBOVESPA, como forma de incentivar a atividade de Formador de Mercado, poderá conceder vantagens de custo nas negociações realizadas pelo mesmo.

O Formador de Mercado desempenhará suas atividades dentro de princípios

éticos e da mais elevada probidade. Nesse sentido e, visando a manter o mercado sempre justo e ordenado, foram estabelecidas algumas vedações à sua atuação que, se infringidas, poderão resultar em sanções ou ainda, levar ao seu descredenciamento.

Descredenciamento do Formador de Mercado

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O descredenciamento poderá ser de duas formas: por solicitação do Formador de Mercado ou por decisão da BM&FBOVESPA. Quando for por iniciativa do próprio formador, ele somente poderá solicitar seu descredenciamento decorrido 90 dias de atuação na função.

Divulgação A BM&FBOVESPA, em consonância com sua postura de buscar a transparência

e a informação dos participantes do mercado constantemente, divulga neste site a relação de formadores credenciados, os respectivos ativos e as características principais da operação. A importância do papel do Formador de Mercado será medida pelos resultados obtidos com sua atuação, uma vez que a possibilidade de comprar e vender ativos a qualquer momento incentiva as pessoas a investirem nesses papéis. Essa situação de confiança, acrescida ao fato de que ativos mais líquidos têm uma melhor formação de preços, confere dinamismo às operações, ideal buscado pelos mercados de valores mobiliários do Brasil e de todo o mundo.

Regulamentação Desde junho de 2003, a atividade de Formador de Mercado está regulamentada

pela Instrução CVM nº 384 e pelas Resoluções da BM&FBOVESPA n.os 293 e 300. Instrução CVM nº 384 Resolução BM&FBOVESPA nº 293/2003 - Renda

Variável Resolução BM&FBOVESPA nº 300/2004 - Renda Fixa Veja a tabela de custos completa Confira os regulamentos e normas para realização de negócios em Bolsa.

Brokers Nos mercados financeiros é onde ocorre deslocamento recursos das unidades

superavitárias para as unidades deficitárias. Os participantes do mercado financeiro são divididos em três grupos: empresas, famílias e governo. Estes grupos podem ser vendedores (agentes superavitários) ou compradores (agentes deficitários).

Os financiamentos podem ser descritos como: Diretos: agentes deficitários pedem recursos diretamente para os agentes

superavitários; Indiretos: captação por intermediários financeiros para os agentes deficitários.

Existem os Mercados de Prestadores de Serviço, que são os brokers, que

procuram a melhor negociação para seus clientes, ou seja, melhor conhecimento dos preços do mercado; melhor oferta de preço de compra ou de venda.

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Conforme Pinheiro (2009), as operações de compra e venda no país são realizadas por meio de um membro do mercado, Sociedade Corretora de Títulos e Valores Mobiliários. Desse modo, ao adquirir ações as pessoas passam a utilizar os serviços de um membro autorizado que insere no computador central da bolsa de valores a ordem para que seja devidamente executada.

A corretagem é cobrada conforme a política da corretora, pela custódia dos valores. Alguns prestadores de serviços remetem para seus clientes relatórios mensais contendo informações como o valor atual das ações depositadas ou ampliações de capital que possa haver algum desembolso. Essas sociedades podem vender os direitos das ampliações de capital com prêmio de emissão, caso não sejam emitidas ordens contrárias. Além disso, realizam, em nome dos investidores, ampliações gratuitas e depositam na conta dos investidores os dividendos pagos pelas empresas. Ao final do exercício remetem relação das operações para o pagamento do imposto de renda e o valor das ações para fins de declaração do imposto de renda.

Ao contrário da intermediação financeira, na prestação de serviço pelas instituições financeiras operadoras não resolvem problemas entre as partes, tais como: divergência de magnitudes e prazos e o risco envolvido. Essas sociedades limitam-se a executar as ordens de compra e venda emitidas pelos clientes (PINHEIRO, 2009).

No Brasil os principais prestadores de serviços são as Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários e as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários.

As Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários são instituições financeiras, membros das bolsas de valores, credenciadas pelo Banco Central, pela CVM e pelas próprias bolsas estando habilitadas a negociar valores mobiliários com exclusividade no pregão das bolsas. Essas sociedades também prestam serviços, aos investidores, tais como intermediação de operações de câmbio e assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures conversíveis em ações, renovação do registro de capital etc.

Segundo Pinheiro (2009), a diferença básica entre as Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários e as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários era a habilitação para negociar diretamente na bolsa de valores. Entretanto, essa proibição advinda da Lei nº 4.728/65 regulamentada pela resolução do Conselho Monetário Nacional. A Decisão-Conjuntira nº 17 de março de 2009, do Banco Central e da CVM, as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, foram autorizadas a operar diretamente na bolsa de valores.

Sites Recomendados

http://www.portaldecontabilidade.com.br/ http://www.classecontabil.com.br/ http://www.cfc.org.br/ http://www.scielo.com

CONTEÚDO 2 – HOME BROKER; AFTER-MARKET; DAY TRADE

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Home Broker A operação via Home Broker iniciou-se no ano de 1999 e consuste em uma

ferramenta que permite a negociação de ações via Internet. Ele está interligado ao sistema de negociação da BM&FBovespa - MegaBolsa - e permite que o investidor envie ordens de compra e venda através do site de sua corretora.

Por meio da plataforma eletrônica da corretora, o investidor verifica o valor da cotação da ação naquele momento e especifica sob que condições sua compra ou venda deve ser executada. Em seguida, a ordem é inserida em um sistema eletrônico da BM&FBovespa que procura casar as ordens de compra com as ordens de venda: o MegaBolsa. Quando a ordem é executada, o investidor recebe uma confirmação.

O Home Broker torna mais ágil e simples negociar no mercado acionário, o que explica a forte expansão no número de usuários do sistema nos últimos anos. Além disso, essa plataforma pode oferecer informações sobre andamento do pregão, gráficos e análises do mercado. Tudo em busca de minimizar riscos e ampliar ganhos do investidor.

Conforme a Instrução CVM nº 376, "a responsabilidade pela segurança do sistema, bem como pelo sigilo de toda a informação de seus clientes é das corretoras, devendo, para tanto, utilizar elevados padrões tecnológicos de segurança de rede".

Esse sistema exige cautela do investidor, pois além dos além dos riscos inerentes ao mercado de ações, o sistema de home broker oferece alguns riscos adicionais, no que tange à estrutura e tecnologia que fazem com que ele funcione na maior parte do tempo. São eles:

Riscos do uso da internet: não divulgue suas senhas, mantenha seu computador protegido contra vírus, não abra e-mails suspeitos ou de pessoas desconhecidas etc.

Riscos da conexão com a internet: falta de energia, má qualidade de linhas telefônicas, queda do serviço de banda larga, desempenho do computador utilizado etc.

After-Market Conforme a BM&Fbovespa, apenas operações no mercado a vista estão

autorizadas à negociação no período After-Market (não está autorizada a negociação com derivativos nesse horário). Papéis pertencentes às carteiras teóricas dos índices calculados pela BVSP e que tenham sido negociados, no mesmo dia, durante o horário regular de pregão.

No período After-Market, as operações são dirigidas por ordens e fechadas automaticamente por meio do Sistema Eletrônico de Negociação da BVSP, devendo ser observados os parâmetros de negociação estabelecidos para o período.

Poderão ser enviadas ao sistema ordens simples (compra ou venda), negócios diretos, ou ainda outros tipos de ordem, como "ordem a mercado", "execute ou

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cancele", etc. a. Há a possibilidade de execução parcial das ordens: As ordens do pregão

diurno, que estiverem remanescentes no sistema (não canceladas), permanecerão ativas durante o After-Market, sujeitando-se a seus limites de negociação; e

b. O sistema rejeitará ofertas de compra a preço superior ao limite e ofertas de venda a preço inferior ao limite.

As ofertas migrarão entre os horários de negociação, sem a necessidade de atuação das Sociedades Corretoras. Caso a Sociedade Corretora não queira que isso aconteça, o Sistema Eletrônico de Negociação dispõe de uma facilidade para o cancelamento parcial ou global de ofertas durante o período de pré-abertura do After-Market. Assim, a Sociedade Corretora poderá escolher, por exemplo, apenas o cancelamento das ordens com validade para o dia.

A quantidade máxima de negociação por ativo objeto/negócio segue os mesmos

parâmetros aplicáveis durante horário de negociação regular. Quanto aos negócios diretos, também seguem os mesmos parâmetros aplicáveis durante horário de negociação regular.

Quanto à variação de preço para negócios registrados, serão aceitos negócios com a variação máxima positiva ou negativa de 2% em relação ao preço de fechamento do pregão regular.

No que se refere ao registro do movimento gerado e liquidação das operações, os negócios fechados no período After-Market serão registrados no próprio dia de negociação (D+0), e obedecerão ao ciclo de liquidação deste dia.

No que tange à base de variação das ações, todas as variações de preço do próximo dia serão calculadas com base nos últimos preços registrados no pregão regular.

Valoração de custódia / Cadastro de clientes e Sistema de Risco A posição em custódia e a valoração da posição de risco considerarão os

preços registrados no final do horário regular para o cálculo das exigências de margem pela CBLC.

Acompanhamento, supervisão e controle do mercado Caso um mesmo comitente ou grupo de comitentes atuando em conjunto

exceda o limite autorizado para o período After-Market, por meio de mais de um negócio, estas operações serão examinadas pela BSM na manhã do dia seguinte (D+1), e serão canceladas se fora do limite.

Divulgação de informações Após o horário regular de negociação, a BVSP disponibilizará o BDI (Boletim

Diário de Informações) para todo o mercado, no qual não constarão as operações do After-Market. No encerramento do pregão After-Market não haverá emissão de novo

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boletim de informações. As operações fechadas no período After-Market serão informadas diariamente

no site da BVSP e no BDI do dia seguinte à negociação (D+1). Adicionalmente, nesse mesmo BDI (em D+1), a BVSP informará o volume total de negociação do dia anterior, compreendendo o volume negociado no horário regular e o volume negociado no período After-Market.

Os índices não serão calculados nem difundidos no horário After-Market. Suas variações serão calculadas com base nos índices de fechamento do pregão regular do dia anterior. O Sistema Eletrônico de Negociação sinalizará ao mercado a tendência do Ibovespa, de acordo com os preços praticados no período After-Market. Essa informação, contudo, não será considerada oficial.

No que se refere à correção de operações, as operações realizadas no período After-Market poderão sofrer correções, mediante solicitação de ambas as partes.

Day Trade Conforme Pinheiro (2009), day trade consiste em uma operação de compra e

venda de uma mesma quantidade de ações de uma mesma empresa, realizada no mesmo dia pelo mesmo cliente, por meio da mesma corretota, nos mercados a vista, futuro e de opções e liquidasas por meio do memso Agente de Compensação.

Essa operação é liquidada po diferença de saldos em D + 3. Se o cliente vendeu as ações da empresa em determinado dia, a um preço superior à compra, também realizada no mesmo dia, ele recebe um crédito em D + 3 na compensação financeira referente ao saldo positivo da ação. Entretanto se o cliente vendeu as ações da empresa em determinado dia a um preço inferior à compra também realizada no mesmo dia, ele pagará o prejuízo da operação em D + 3, sofrendo um débito na compensação financeira.

O autor supracitado exemplifica: Exemplo 1)

Resultado da operação em D + 3 Valor da compra em D + 3 = R$ 34.500,00 Valor da venda em D + 3 = R$ 36.000,00

Difrença = R$ 1.500,00

O resultado líquido (sem considerar os custos e tributação) da venda será um crédito, compensação financeira de R$ 1.500,00, em D + 3.

Exemplo 2)

Resultado da operação em D + 3 Valor da compra em D + 3 = R$ 36.000,00 Valor da compra em D + 3 = R$ 34.500,00

Difrença = (R$ 1.500,00)

O resultado líquido (sem considerar os custos e tributação) da compra será um débito, compensação financeira de R$ 1.500,00, em D + 3. CONTEÚDO 3 – MERCADOS DE AÇÕES DA BMF&BOVESPA: MERCADO A TERMO

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Definição de Termo No mercado a termo, existe a compra ou venda de determinada quantidade de

ações a um preço fixado para liquidação em uma data futura, resultando em um contrato entre as partes. O preço a termo é fixado na abertura do negócio e é formado pelo preço a vista mais a taxa de juros, que varia de acordo com o prazo do contrato.

Mercado a Termo No Mercado a Termo, as operações tem os prazos de liquidação diferidos,

mínimo de 12 dias úteis e máximo de 999 dias corridos, em geral de 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias (PINHEIRO, 2009). É uma compra ou venda, em mercado, de uma determinada quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado, a contar da data de sua realização em pregão, resultando em um contrato entre as partes.

Para aplicações no mercado a termo são requeridos, além do registro na CBCL, um limite mínimo para a transação e depósitos de valores na CBCL – tanto pelo vendedor quanto pelo comprador, utilizados como margem de garantia da operação. O contrato a termo pode, ainda, ser liquidado antes do seu vencimento. O preço será o valor da ação adicionado de uma parcela correspondente aos juros – que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato.

No que se refere a garantias, toda transação a termo requer um depósito de garantia. Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura ou margem.

Cobertura: um vendedor a termo que possua os títulos-objeto pode depositá-los na CBLC, como garantia de sua obrigação; Margem: valor igual ao diferencial entre o preço a vista e o preço a termo do papel, acrescido do montante que represente a diferença entre o preço a vista e o menor preço a vista possível no pregão seguinte, estimado com base na volatilidade histórica do título.

Estratégias Por que comprar ações a Termo - as principais vantagens desse tipo de

operação consistem em permitir ao investidor: Proteger Preços: um aplicador que espera uma alta nos preços de uma ação ou

de um conjunto delas pode comprar a termo, fixando o preço e beneficiando-se da alta da ação. Poderá fazer isso porque, embora não conte, no momento, com dinheiro suficiente para a compra do lote desejado, aguarda a entrada de novos recursos dentro do prazo para o qual realizou a operação.

Diversificar Riscos: um aplicador quer comprar algumas ações cujas cotações estima estarem deprimidas, porém não quer concentrar todos os seus recursos em apenas um ou dois papéis, para não assumir riscos muito elevados. Adquire a termo quatro papéis mais atrativos, desembolsando apenas a margem de garantia. Essa

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diversificação envolve riscos menores do que uma aplicação em ações de uma única empresa, já que a eventual perda com uma ação pode ser compensada com ganhos com as outras três. Obter Recursos (operação caixa): para detentores de carteiras que precisam de recursos para uma aplicação rápida, mas não querem se desfazer de nenhuma ação.

A alternativa de vender a vista para imediata compra a termo do mesmo papel permite ao aplicador fazer caixa e, ao mesmo tempo, manter sua participação na empresa. Alavancar Ganhos: a compra a termo confere ao investidor que, num dado instante, possua um determinado volume de recursos a possibilidade de adquirir uma quantidade de ações superior à que sua disponibilidade de adquirir uma quantidade de ações superior à que sua disponibilidade financeira permitiria comprar a vista naquele momento, proporcionando-lhe uma taxa de retorno maior, no caso de elevação dos preços a vista. Por que vender a Termo - principalmente, para obter renda adicional:

Para Financiar: nesse tipo de operação - de financiamento - o aplicador compra ações no mercado a vista e as vende a termo, no prazo que deseja financiar, com o objetivo de ganhar a diferença existente entre os preços à vista e a termo, ou seja, os juros da operação; Aumentar a Receita: tomada a decisão de vender uma ação - sem a necessidade de uso imediato de recursos -, pode-se optar por uma venda a termo, maximizando ganhos, pois serão recebidos os juros de um período além do preço a vista da ação. Esse período - o prazo do contrato - será escolhido pelo vendedor a termo, de acordo com sua programação de aplicações e seu conhecimento de alternativas futuras. Estratégias adicionais – mais informações na publicação Mercado a Termo.

Corretora: Todas as negociações de compra e venda a Termo são intermediadas por Corretoras. O investidor deve buscar, nas corretoras, um assessor de investimentos para se aconselhar ou montar uma estratégia.

Custos e Tributos: As operações realizadas no mercado a Termo estão sujeitas a:

Taxa de corretagem (livremente pactuada entre o cliente e a Corretora que ele contratar). A taxa incide sobre o movimento financeiro total (compras mais vendas); taxa de registro; emolumentos; taxas de liquidação. Veja a tabela de custos completa. O Imposto de Renda incide sobre todas as operações, sendo que os procedimentos são diferenciados para operações financeiras e não financeiras. Saiba mais.

Mercado a Termo Flexível Segundo a BM&FBovespa, Termo Flexível é uma nova modalidade de contrato

a termo, que é negociado em um segmento específico do mercado. Assim como o

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termo tradicional, ele envolve uma compra e venda de uma determinada quantidade de ações a um preço fixado, para liquidação em um prazo futuro determinado a contar da data da operação. O Termo Flexível apresenta uma característica específica que o difere do termo tradicional: o comprador pode substituir as ações-objeto do contrato. Nesse caso, o comprador venderá a vista as ações adquiridas a termo (por exemplo: ações ABC), sendo que o montante financeiro apurado ficará retido na CBLC sem remuneração. O comprador somente poderá utilizar esses recursos para comprar ações de outras empresas (por exemplo: ações XYZ) no mercado a vista, que ficarão depositadas como cobertura em substituição às anteriores e passarão a ser as novas ações-objeto do contrato. Essa possibilidade de substituição está prevista no contrato e não é considerada uma antecipação do vencimento, que ocorrerá normalmente na data originalmente pactuada. Além disso, a substituição das ações não altera o valor do compromisso financeiro da operação. Os demais procedimentos operacionais são idênticos aos do termo tradicional.

Vantagens do Termo Flexível Para o comprador, o termo flexível apresenta maior flexibilidade dada a

possibilidade de substituição da ação-objeto. Assim, o investidor pode aproveitar oportunidades de lucro oriundas da variação do preço dos ativos no mercado, maximizando seu retorno com a mesma simplicidade operacional do termo regular, sem a necessidade de liquidar antecipadamente o contrato. Para o vendedor, estima-se que ele consiga uma remuneração superior à praticada nas operações com o termo tradicional, uma vez que, como o termo flexível é mais atrativo do que o tradicional para o comprador, este provavelmente estará disposto a pagar uma taxa mais alta por esse contrato.

Uma vez que o perfil do Termo Flexível é semelhante ao do termo tradicional, acreditamos que os principais compradores e vendedores pertencerão aos mesmos grupos de investidores do termo regular. Em sua maioria, os compradores são pessoas físicas e os vendedores são investidores institucionais e instituições financeiras.

1) Procedimentos de Garantia Abertura da posição: Termo Flexível utiliza os mesmos procedimentos de

garantias do termo tradicional, cujos cálculos se baseiam no intervalo de margem da ação:

Comprador: D+0 - depósito de ativos; D+1 - depósito de dinheiro (caso não tenham sido depositados ativos). Vendedor: deve efetuar a cobertura de sua posição.

2) Substituição das ações-objeto

A- Venda à vista das ações-objeto da operação sem usar o dinheiro para

compra à vista no mesmo pregão. O sistema exige o depósito de 100% do compromisso financeiro, que

equivale a: preço a termo da operação de abertura x quantidade negociada

Se a venda à vista gerar um valor superior ao do compromisso financeiro, o sistema libera o excedente; no caso contrário, exige o depósito do complemento necessário.

Page 55: mercado de capitais

B- Aquisição de ações usando o valor retido do compromisso financeiro O sistema libera recursos para a compra, que deve ser de valor igual ou

inferior ao compromisso financeiro. Se a compra consistir em valor inferior, a diferença continua retida. O cálculo de margem sobre as novas ações-objeto é feito com base no

intervalo de margem desse papel, considerando o preço à vista da operação de substituição.

A BM&FBovespa ressalta que as duas operações podem ser efetuadas no mesmo pregão.

A BM&FBovespa traz o seguinte exemplo de operação com Termo Flexível: Oferta de taxas de financiamento no mercado, para 60 dias: Termo tradicional: 3,5% Termo flexível: 4,0% Abertura da operação Ação ABC PV = $ 100 Intervalo de margem = 15% Financiador a termo flexível

para 60 dias: 4,0% (taxa bruta) Compra termo: 1.000 ABC por $ 104,00 para 60 dias (compromisso = $ 104.000) Depósito de margem = $ 19.000 20 dias após a abertura

Cotação ABC = $ 115,00 Investidor vende a vista as 1.000 ABC Resultado da

venda a vista = $ 115.000 Retenção do valor do compromisso financeiro = $ 104.000 Lucro liberado para o investidor = $11.000 Margem liberada = $ 19.000 22 dias após a abertura

Investidor compra a vista 2.000 XPT por $ 50/ação (intervalo de margem XPT =

20%) Utiliza $ 100.000 do valor do compromisso financeiro retido para pagar as ações Saldo de $ 4.000 do compromisso financeiro continua retido As 2.000 ações XPT serão depositadas como “cobertura” É efetuada uma chamada de margem de $ 20.000 (20% de $ 100.000) 40 dias após a abertura

Investidor vende a vista XPT por $ 58/ ação Resultado da venda a vista = $

116.000 Valor retido para recompor 100% do compromisso financeiro = $ 100.000 Lucro liberado para o investidor = $16.000 Margem liberada = $ 20.000 45 dias após a abertura

Investidor compra a vista 2.400 EMBX por $42/ação (intervalo de margem

EMBX = 18%) Utiliza $ 100.800 do valor do compromisso financeiro retido para pagar as ações Saldo de $ 3.200 do compromisso financeiro continua retido As 2.400 ações EMBX serão depositadas como “cobertura” É efetuada uma chamada de margem de $ 18.144 (18% de $ 100.800) 57 dias após a abertura

Investidor vende a vista 2.400 EMBX por $ 45/ação, liquidando o termo flexível

Resultado da venda à vista = (+) $108.000 Débito do valor do compromisso financeiro = (–) $ 104.000 Liberação do saldo do compromisso financeiro retido = (+) $ 3.200 Lucro liberado para o investidor = (=) $7.200 Margem liberada = $ 18.144 Resultado total do investidor

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$ 34.200 = $ 11.000 + $ 16.000 + $ 7.200

Fonte: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/mercados/acoes/formas-de-negociacao/mercado-a-termo/mercado-a-termo-flexivel.aspx?idioma=pt-br

Qual é o objeto de negociação do Termo Felxível? Todas as ações listadas na

BM&FBOVESPA. Qual o Sistema de Negociação: Mega Bolsa - sistema eletrônico de negociação. Qual o horário de Negociação? Conforme estabelecido pela BM&FBOVESPA. As ações no mercado a termo são cotadas em Reais (R$) e seguem a mesma

forma de cotação (por ação ou por mil ações) da ação subjacente ao contrato. O tipo de contrato do Termo Flexível é: VC - À Vontade do Comprador, ou seja, somente o comprador, se assim o desejar, pode liquidar a operação antecipadamente e/ou solicitar a substituição das ações-objeto.

O comprador poderá solicitar a substituição das ações-objeto inicialmente adquiridas no termo flexível. Nesse caso, o comprador venderá à vista as ações adquiridas a termo, sendo que o montante financeiro correspondente à quantidade de ações vendidas vezes a cotação a termo ficará retido sem remuneração. O comprador somente poderá utilizar esses recursos para comprar ações de outras empresas no mercado à vista, que ficarão depositadas como cobertura em substituição às anteriores. A substituição das ações não alterará o valor do compromisso financeiro da operação e não será considerada como antecipação do vencimento. A data-limite para substituição é V-10, a partir da qual o investidor não poderá mais alterar sua posição

A liquidação pode ser: Por decurso de prazo: na data do vencimento do contrato; Antecipada: antes da

data do vencimento do contrato. Liquidação por Diferença Mediante a venda à vista, pelo comprador, dos valores mobiliários comprados a

termo, com o objetivo de encerrar a operação. A liquidação será somente financeira, podendo ser solicitada a partir da

cobertura do contrato (D+3) até V-3 (terceiro dia útil anterior ao vencimento do contrato).

É exigida garantia tanto do comprador como do vendedor. As garantias podem ser sob a forma de cobertura ou margem. A cobertura é o depósito, pelo vendedor, da totalidade das ações-objeto iniciais da operação.

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Margem A CBLC usa o sistema de administração de risco CM-TIMS (Clearing Member

Theoretical Intermarket Margin System), que diariamente avalia a adequação do nível de garantias de cada investidor à sua exposição ao risco nos mercados a prazo da BM&FBOVESPA. Para tanto, diariamente projeta o valor de liquidação do portfólio de cada investidor final, calculando o total de margem exigida com base em dois componentes: Margem do Prêmio e Margem de Risco.

Margem do Prêmio: corresponde à diferença entre a cotação de fechamento do ativo subjacente ao contrato a termo e o preço efetivo do contrato do investidor. Margem de Risco: é o valor correspondente à perda potencial do contrato do investidor no caso de movimento adverso nos preços de mercado. Ressalte-se que, em caso de substituição do ativo-objeto, os cálculos dos montantes de margem devidos pelo comprador utilizarão os parâmetros válidos para o novo ativo-objeto (que será registrado pelo valor da aquisição à vista), sendo efetuadas, se necessário, chamadas adicionais. Eventuais diferenças entre o valor das ações adquiridas e o valor do compromisso financeiro resultarão em chamada de margem em dinheiro.

Ativos Aceitos Como Garantia Moeda corrente nacional; títulos públicos; ouro ativo financeiro; ações de

companhias abertas admitidas à negociação em bolsa de valores; títulos privados; títulos negociados nos mercados internacionais; cartas de fiança bancária; cartas de fiança ou cartas de crédito emitidas por instituições sediadas no exterior; seguro de crédito de companhias sediadas no país ou no exterior; outros ativos ou instrumentos.

Proventos A partir da realização da operação a termo, todos os proventos deliberados

pelas empresas emissoras são do comprador. No caso de subscrição, o investidor deverá manifestar sua intenção de subscrever ou de vender seu direito à subscrição até o 5º dia anterior ao prazo final estabelecido pela empresa.

Custos Operacionais Emolumentos: percentual sobre o valor do contrato. Taxa de liquidação:

percentual sobre o valor do contrato. Taxa de corretagem: livremente negociada entre as partes. Taxa de registro: percentual do valor da operação; cobrada somente na abertura da operação. Limite Operacional

Mercado como um todo: 30% das ações em circulação no mercado. Por intermediário: 10% das ações em circulação no mercado. Por investidor: 4,5% das ações em circulação no mercado.

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Mercado a Termo em Pontos O objeto de negociação do Mercado a Termo em Pontos são todas as ações

listadas na BM&FBOVESPA. O Sistema de Negociação é a Mega Bolsa - sistema eletrônico de negociação. O horário de negociação é o estabelecido pela BM&FBOVESPA.

As ações no mercado a termo são cotadas em Reais (R$) e seguem a mesma forma de cotação (por ação ou por mil ações) da ação subjacente ao contrato. Cada ponto equivale ao preço a termo em Reais (R$) ajustado pelo índice definido entre as partes.

Índices de Referência: indicadores previamente autorizados pela BM&FBOVESPA.

Unidade de Negociação: lote-padrão vigente para a ação-objeto no mercado à vista.

Prazo de Vencimento: livremente escolhido pelos investidores, observado o período mínimo de 16 dias e máximo de 999 corridos para cada contrato.

Negociação Secundária: o valor apregoado na negociação secundária pode ser igual, inferior ou superior ao valor de face do contrato original.

Liquidação das Operações no Mercado Secundário: o ágio ou deságio apurado na negociação é liquidado financeiramente, pela CBLC, no terceiro dia útil após a operação. Para efeito de liquidação financeira é utilizado o valor atualizado do contrato, válido para a data.

Liquidação Final do Contrato: a liquidação é feita pela CBLC e pode ser: Por decurso de prazo: Na data do vencimento do contrato Por Diferença Mediante a venda à vista, pelo comprador, das ações compradas a termo. A

liquidação será somente financeira, podendo ser solicitada até V-3 (terceiro dia útil anterior ao vencimento do contrato).

O preço de liquidação ao final do contrato é calculado pela conversão do valor dos pontos para Reais. É exigida garantia tanto do comprador, como do vendedor. As garantias podem ser sob a forma de cobertura ou margem. A cobertura é o depósito, pelo vendedor, da totalidade das ações-objeto do contrato.

Margem A CBLC usa o sistema de administração de risco CM-TIMS (Clearing Member

Theoretical Intermarket Margin System), que diariamente avalia a adequação do nível de garantias de cada investidor à sua exposição ao risco nos mercados a prazo da

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BM&FBOVESPA. Para tanto, diariamente projeta o valor de liquidação do portfólio de cada investidor final, calculando o total de margem exigida com base em dois componentes: Margem do Prêmio e Margem de Risco.

Margem do Prêmio: corresponde à diferença entre a cotação de fechamento do ativo subjacente ao contrato a termo e o preço efetivo do contrato do investidor.

Margem de Risco: é o valor correspondente à perda potencial do contrato do investidor no caso de movimento adverso nos preços de mercado.

Ativos Aceitos Como Garantia Moeda corrente nacional; títulos públicos; ouro ativo financeiro; ações de

companhias abertas admitidas à negociação em bolsa de valores; títulos privados; títulos negociados nos mercados internacionais; cartas de fiança bancária; cartas de fiança ou cartas de crédito emitidas por instituições sediadas no exterior; seguro de crédito de companhias sediadas no país ou no exterior; outros ativos ou instrumentos.

Proventos A partir da realização da operação a termo, todos os proventos deliberados

pelas empresas emissoras são do comprador. No caso de subscrição, o investidor deverá manifestar sua intenção de subscrever ou de vender seu direito à subscrição até o 5º dia anterior ao prazo final estabelecido pela empresa.

Limite Operacional Mercado como um todo: 30% das ações em circulação no mercado. Por

intermediário: 10% das ações em circulação no mercado. Por investidor: 4,5% das ações em circulação no mercado. Custos Operacionais

Emolumentos: percentual sobre o valor do contrato. Taxa de corretagem: livremente negociada entre as partes. Taxa de registro: percentual do valor da operação, cobrada na abertura da posição (não incide na negociação secundária do termo em pontos)

Mercado a Termo em Dólar O objeto de negociação são todas as ações listadas na BM&FBOVESPA. Seu

sistema de negociação é a Mega Bolsa - sistema eletrônico de negociação. O horário de negociação é o fixado pela BM&FBOVESPA. As ações no mercado a termo são cotadas em Reais (R$) e seguem a mesma forma de cotação (por ação ou por mil ações) da ação subjacente ao contrato.

O valor do contrato é corrigido diariamente pela taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos, definida como “Cotação para Contabilidade”, apurada pelo Banco Central do Brasil, segundo critérios por ele definidos e divulgada através do SISBACEN, transação PTAX 800, opção 5, utilizada com quatro casas decimais. O período de correção compreende desde o dia da operação, inclusive, e o dia de encerramento, exclusive.

Tipo de Contrato: VC - À Vontade do Comprador, ou seja, somente o comprador pode liquidar a operação antecipadamente, se assim o desejar. O prazo de vencimento é livremente escolhido pelos investidores, observado o período mínimo de 16 dias e máximo de 999 corridos para cada contrato. A liquidação é feita pela CBLC e pode ser:

Por Decurso de prazo: Na data do vencimento do contrato Antecipada: antes da data do vencimento do contrato. Liquidação por Diferença: Mediante a venda a vista, pelo comprador, dos valores mobiliários comprados a termo.

A liquidação será somente financeira, podendo ser solicitada até V-3 (terceiro dia útil anterior ao vencimento do contrato).

É exigida garantia tanto do comprador, como do vendedor. As garantias podem ser sob a forma de cobertura ou margem. A cobertura é o depósito, pelo vendedor, da

Page 60: mercado de capitais

totalidade das ações-objeto do contrato. Margem: A CBLC usa o sistema de administração de risco CM-TIMS (Clearing

Member Theoretical Intermarket Margin System), que diariamente avalia a adequação do nível de garantias de cada investidor à sua exposição ao risco nos mercados a prazo da BM&FBOVESPA. Para tanto, diariamente projeta o valor de liquidação do portfólio de cada investidor final, calculando o total de margem exigida, com base em dois componentes: Margem do Prêmio e Margem de Risco.

Margem do Prêmio: corresponde à diferença entre a cotação de fechamento do ativo subjacente ao contrato a termo e o preço efetivo do contrato do investidor.

Margem de Risco: é o valor correspondente à perda potencial do contrato do investidor no caso de movimento adverso nos preços de mercado.

Ativos Aceitos Como Garantia Moeda corrente nacional; títulos públicos; ouro ativo financeiro; ações de

companhias abertas admitidas à negociação em bolsa de valores; títulos privados; títulos negociados nos mercados internacionais; cartas de fiança bancária; cartas de fiança ou cartas de crédito emitidas por instituições sediadas no exterior; seguro de crédito de companhias sediadas no país ou no exterior; outros ativos ou instrumentos.

Proventos A partir da realização da operação a termo, todos os proventos deliberados

pelas empresas emissoras são do comprador. No caso de subscrição, o investidor deverá manifestar sua intenção de subscrever ou de vender seu direito à subscrição até o 5º dia anterior ao prazo final estabelecido pela empresa.

Custos Operacionais Emolumentos: percentual sobre o valor do contrato. Taxa de corretagem:

livremente negociada entre as partes. Taxa de registro: percentual do valor da operação, cobrada somente na abertura da operação. Limite Operacional

Mercado como um todo: 30% das ações em circulação no mercado. Por intermediário: 10% das ações em circulação no mercado. Por investidor: 4,5% das ações em circulação no mercado.

Page 61: mercado de capitais

CONTEÚDO 4 – MERCADO DE OPÇÕES

O Mercado de Opções consiste em uma modalidade operacional em que não se negociam ações-objeto, e sim direitos sobre essas ações. Opções são direitos de uma determinada parte adquirir ou vender a outra parte, até certa data, uma quantidade de ações-objeto a um preço preestabelecido. No Mercado de Oções não ocorre a negociação da ação, mas dos direitos sobre ela. Assim, por esses direitos, o titular de uma ação paga um pêmio, podendo exercê-lo até a data do vencimento (em se tratando de uma opção americana) ou na data do vencimento (em se tratando de opção europeia), ou revendê-la no mercado (PINHEIRO, 2009).

O autor supracitado apresenta os elementos de um contrato de opções: Ativo-objeto: (underlaying asset) que pode ser de vários tipos, como, por

exemplo, as ações, as taxas de juros e as commodities Titular: comprador da opção. Aquele que adquire o direito de exercer a opção,

pagando por isso um prêmio ou preço. Lançador: vendedor da opção. Aquele que assume a obrigação, recebendo por

isso um prêmio. Prêmio da opção: é o preço de negociação da opção a pagar pelo comprador. Preço do exercício: (strike price) é o preço a pagar para obter o ativo-objeto no

momento do vencimento da opção. Em opções de compra, é o preço a pagar para obter o ativo-objeto no momento do vencimento da opção. Em opções de compra, é o preço que o titular deve pagar ao lançador pelo ativo, se o primeiro exercer o direito de comprar. Em opções de venda é o preço que o lançador deve pagar ao titular, se este exercer seu direito de vender o ativo.

Data de vencimento: (expiration date) é a data em que se liquida o contrato. Em função da data do vencimento, há três tipos de opções:

Opções amenricanas: quando podemos exercer a opção a qualquer

momento antes do vencimento; Opções europeias: quando só podemos exercê-las na data exata do

vencimento; e Opções aiáticas: ujo valor no vencimento não depende do ativo-objeto

nesse momento, mas im da mádia de seus preços em determinado período de tempo.

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Para melhor compreensão, segue um artigo da autoria de Paula Leite que trata sobre esse interessante tema:

Entenda como funciona o mercado de opções de ações na Bovespa Contratos servem para fazer apostas sobre preços de ações. Opções

movimentaram mais de R$ 40 bilhões no ano passado.

As opções de compra e venda de ações são instrumentos financeiros muito usados por investidores, e o vencimento delas costuma mexer com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) devido ao grande volume de "apostas" feitas com esses contratos.

As opções de compra e venda movimentam grandes volumes na Bovespa. Em

2009, as opções de compra totalizaram negócios de R$ 57,7 bilhões, alta de 39% sobre 2008. Já as opções de venda tiveram R$ 2,6 bilhões em negócios no ano passado. O mercado de opções no Brasil é dominado por Petrobras e Vale, que representam quase 90% do volume deste tipo de contrato.

Na Bovespa, as opções de compra e venda dizem respeito somente a ações,

mas na BM&F, há opções para produtos agropecuários, como milho e café, e produtos financeiros, como dólar. As opções agropecuárias são usadas muitas vezes para produtores ou exportadores para se proteger de variações de preço entre o plantio e a entrega do produto, por exemplo.

Compra e venda Existem dois tipos de opções: de compra e de venda. Normalmente, a opção de

compra é usada quando se espera que uma determinada ação vá subir. Já a opção de venda é usada para se proteger no sentido contrário, ou seja, quando é possível que a ação caia.

As opções, conforme diz o nome, dão ao comprador do contrato a opção de

comprar ou vender uma determinada ação por um preço pré-estabelecido dentro de um prazo estipulado. Quando termina esse prazo, as opções vencem, e é nessas datas de vencimento, que o principal índice da Bovespa, o Ibovespa, pode sofrer influência devido ao grande número de ações que trocam de mãos.

Pessoas físicas

Page 63: mercado de capitais

De acordo com Julio Carlos Ziegelmann, diretor de renda variável da

BM&FBovespa, no mercado de opções de ações as pessoas físicas são as maiores participantes. Os investidores usam as opções de duas formas, principalmente, diz ele: para se proteger ou para fazer apostas diretas.

No caso do uso das opções para proteção, um investidor que tem muitas ações

de uma determinada empresa pode comprar opções que permitam que ele venda a ação por um determinado preço. Assim, ele está protegido de perdas maiores se a ação cair abaixo desse preço.

Já as apostas diretas são um pouco mais complicadas: vamos supor que uma

ação hoje custa R$ 12 e o investidor compra uma opção de comprá-las a R$ 14, pagando R$ 1 pela opção. Se a ação subir para R$ 16, por exemplo, o preço da opção também subirá. O investidor pode então vender a opção e lucrar.

"A pessoa física que investe em opções conhece bem o mercado. Geralmente,

as corretoras avaliam o conhecimento do cliente ou oferecem treinamentos antes de habilitá-lo a operar com opções", diz Ziegelmann.

Ele explica que, no vencimento de uma opção, se ela puder ser exercida (se

valer a pena usá-la), o volume financeiro da Bovespa pode subir bastante no dia. Além disso, com muitas pessoas comprando ou vendendo uma determinada ação, por conta das opções, isso pode influir no preço da ação propriamente dita.

Exemplos Veja abaixo exemplos de negócios com opções de compra: A ação da empresa fictícia XYZ fechou cotada a R$ 50 na sexta (22). Vamos supor que o investidor Fulano compre de Sicrano uma opção que dá o

direito a ele de comprar a ação por R$ 52 em 22/02, e paga R$ 4 por esse contrato. No primeiro cenário, em 22/02 a ação da XYZ vale R$ 60. O investidor Fulano

exerce sua opção, compra de Sicrano a ação da XYZ por R$ 52 e vende a um terceiro investidor por R$ 60.

Como ele gastou um total de R$ 56 (R$ 4 da opção em si e R$ 52 para comprar

a ação), ele embolsa um lucro de R$ 4. Sicrano tem um prejuízo de R$ 4, pois vendeu por R$ 52 uma ação que agora vale R$ 60 (prejuízo de R$ 8), mas havia recebido R$ 4 pela opção.

Em outro cenário, o dia 22/02 chega e a ação da companhia XYZ cai e vale só R$ 48. Fulano então simplesmente não exerce sua opção, pela qual já pagou R$ 4; Sicrano tem um lucro de R$ 4.

Um raciocínio similar vale para a opção de venda. Veja os exemplos abaixo: A ação da empresa fictícia XYZ fechou cotada a R$ 50 na sexta (22).

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O investidor Fulano tem ações da XYZ e compra de Sicrano uma opção que dá o direito a ele de vender a ação por R$ 50 em 22/02, pagando R$ 4 por esse contrato.

No primeiro cenário, em 22/02 a ação da XYZ vale R$ 42. Fulano exerce sua

opção, vende sua ação por R$ 50 a Sicrano, embolsando R$ 4 de lucro (uma vez que pagou R$ 4 pelo direito de venda). Sicrano tem prejuízo de R$ 4.

Em outro cenário, porém, a ação da XYZ vale R$ 52 em 22/02. Fulano

simplesmente não exerce sua opção, tendo prejuízo de R$ 4 (valor que pagou pela opção); esses R$ 4 vão para a mão de Sicrano. Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1459347-9356,00.html Sites Recomendados http://www.portaldeauditoria.com.br/ http://www.consultorfinanceiro.com.br/ http://www.praticacontabil.com.br/

TEMA 4 – ANÁLISE E GOVERNANÇA CORPORATIVA

O tema 4 apresenta análise e governança corporativa, com os seguintes conteúdo: eficiência do mercado; tomada de decisão sobre investimentos; fontes de financiamento; valorização de ações e análise técnica de ações. CONTEÚDO 1 – EFICIÊNCIA DO MERCADO

Eficiência do mercado financeiro é um tópico importante no mundo de Finanças.

Quando a maioria de financeiros acreditarem os mercados são nem 100% eficiente, nem 100% ineficientes, muitos discordam onde os mercados de mundo da eficiência na linha caem.

As teorias principais que descrevem como eficiente os mercados financeiros são podem geralmente ser quebradas naqueles que acreditam os mercados são geralmente muito eficientes, e aquelas que acreditam os mercados são geralmente ineficientes. Ambos os lados tem os dados para provar suas teses; os exemplos

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numerosos que parecem provar seu ponto. No geral, a maioria de financistas acreditam que a eficiência de um mercado correlaciona diretamente ao número de seus participantes.

Em finanças, a hipótese de eficiência dos mercados afirma que o preço dos ativos negociados nos mercados financeiros reflete toda a informação conhecida pelos membros do mercado e todas as crenças dos investidores sobre o futuro. Esta hipótese implica que não é possível conseguir de forma consistente superar os resultados do mercado exceto através da sorte ou da informação privilegiada. Sugere também que o fluxo futuro de notícias que determinará o preço das ações é aleatório e que não é possível o conhecer por adiantado. A hipótese de eficiência dos mercados é uma peça central da teoria dos mercados eficientes.

É um erro frequente achar que a hipótese de eficiência implica que os investidores se comportam racionalmente. O único que exige é que as reações dos investidores sejam o suficientemente aleatórias para que não seja possível obter um benefício que supere ao mercado. É possível, portanto que o mercado se comporte irracionalmente durante um longo período de tempo.

A hipótese apresenta-se em três formas diferentes (forma fraça, forma média ou

semiforte e forma forte). A cada forma tem envolvimentos diferentes para o funcionamento dos mercados.

Forma fraca da hipótese da eficiência do mercado Não é possível achar estratégias de investimento baseadas em preços

históricos das ações ou outros dados financeiros para conseguir rendimentos que superem aos do mercado. A forma fraca da hipótese implica que a análise técnica não é útil.

O melhor prognóstico para o valor de um ativo amanhã é utilizar o valor que teve hoje. O único fator que afeta aos preços é a chegada aos mercados de notícias desconhecidas. Como se supõe que as notícias ocorrem aleatoriamente, a mudança dos preços também deve ser aleatória.

Forma da hipótese da eficiência do mercado Os preços dos ativos ajustam-se instantaneamente a toda a informação que se

faz pública e não pode se conseguir um rendimento superior ao do mercado utilizando dita informação.

A hipótese média ou semiforte implica que as técnicas da análise fundamental não serão capazes de conseguir rendimentos superiores aos do mercado.

Forma forte da hipótese da eficiência do mercado O preço dos ativos reflete toda a informação e ninguém pode obter um

rendimento superior ao do mercado. A informação privilegiada parece negar a

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hipótese forte. Estudos no mercado dos Estados Unidos têm demonstrado que especular utilizando este tipo de informação é habitual. Não obstante, o seguimento que os investidores que não possuem dita informação fazem dos que se a possuem reduz o possível benefício a obter. O fato de que alguns fundos de investimento consistentemente superem o rendimento do mercado não invalida a hipótese. Os resultados dos fundos seguem uma distribuição normal com fundos que superam, fundos que igualam e fundos que têm um resultado inferior ao do mercado.

Discussão sobre a validez da hipótese Há economistas, matemáticos e especuladores que não crêem na hipótese da

eficiência dos mercados. Pensa que há razões poderosas para que existam ineficiências: a lenta difusão da informação, o poder desigual dos diferentes participantes nos mercados e a existência de investidores profissionais que, ao menos aparentemente, conseguem altos rendimentos.

A hipótese dos mercados eficientes desenvolveu-se nos anos sessenta. Anteriormente, o ponto de vista geral opinava que os mercados eram ineficientes. Não obstante Kendall em 1953 sugeriu que o preço das ações no mercado britânico era aleatório. Mais tarde Brealey e Dryden, além de Cunningham encontraram que a hipótese fraca da eficiência de mercados também se cumpria em Reino Unido.

Outros estudos tem demonstrado que a hipótese média ou semiforte também se cumpre. Os estudos de Firth desde o ano 1976 até 1980 em Reino Unido observaram o preço das ações desde que anunciava-se uma aquisição por outra empresa. Os preços ajustavam-se imediata e corretamente ao nível de preço predito.

Outros afirmam que o que ocorre é que os profissionais do mercado dispõem de informação que não chega aos acadêmicos: "Os que sabem não falam e os que falam não sabem". Alguns observadores acham que há ineficiências estacionais nos ativos ou que mediante a análise de fatores é possível achar ações que no longo prazo superam ao mercado.

Os adversários da hipótese de eficiência dos mercados argumentam que há movimentos do mercado inexplicáveis seguindo a hipótese como na segunda-feira negra de 1987, quando os preços das ações de todo mundo baixaram com força. Não teve nenhuma notícia que justificasse um colapso de tal extensão. Tentou-se explicar o fato pela influência dos programas de compra de informática, vendedores ou a irracionalidade do comportamento humano. Sites Recomendados: http://www.classecontabil.com.br/ http://www.contabeis.com.br/ http://www.portaldecontabilidade.com.br/

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CONTEÚDO 2 – TOMADA DE DECISÃO SOBRE INVESTIMENTOS; FONTES DE FINANCIAMENTO

Tomada de Decisão Sobre Investimentos

Conforme Lagioia (2007), o investidor prudente, opera com riscos cobertos para preservar capitais, diversifica seus investimentos, procura o longo prazo, buscam qualidade, preços baixos, rendimentos elevados.

Conservador Portifólio Balanceado Conservador

Portifólio Concentrado

Fonte: Lagioia (2007).

Consoante Kimura (2010),

As finanças comportamentais representam um novo ramo na teoria financeira, que busca incorporar os aspectos psicológicos dos indivíduos no processo de avaliação e precificação de ativos

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financeiros. Por apresentar uma visão multidisciplinar, envolvendo modelos financeiros tradicionais, métodos quantitativos, economia e psicologia, as finanças comportamentais surgem como uma das mais importantes e surpreendentes inovações na teoria de finanças nos últimos anos.

Entende-se, portanto que as finanças comportamentais avaliam que os investidores estão aptos a agir de maneira não-racional, trazendo assim, conseqüências para o mercado. De acordo com o autor supracitado, para os que são a favor das finanças comportamentais apadrinham a que os investidores podem obter altíssimos ganhos em razão de distorções previsíveis nos preços dos ativos financeiros.

Conforme Kahneman e Tversky (1979) investidores no mercado financeiro aspiram a não aceitação de perdas de modo que demoram a se desfazer de determinadas posições que lhes levem a obter prejuízos enquanto inutilizam velozmente posições vencedoras.

Rogers, Favato e Securato (2010) afirmam que, baseado no conceito de “aversão às perdas”, pode-se observar também que o medo da perda faz com que pessoas tomem decisões de forma irracional, criando molduras cognitivas que as deixam cegas aos dados históricos e principalmente às probabilidades estatísticas.

Desse modo, os referidos autores sustentam que muitas vezes o excesso de confiança dos indivíduos em suas próprias habilidades é o viés mais comum, e com maior poder de catástrofe.

Kimura (2010) assevera que muito embora a existência da hipótese de mercados eficientes crer que a maioria dos investidores haja de forma racional, o comportamento humano sofre influência por vários aspectos psicológicos, os quais que podem alterar a racionalidade no processo de tomada de decisão. A seguir, podem-se perceber alguns vieses de decisão que o referido autor traz na justificativa da importância das finanças comportamentais.

a) Dissonância cognitiva: As atitudes dos investidores podem ser influenciadas

pelas tentativas de diminuição de sua dissonância cognitiva, uma vez que existe uma motivação natural para a redução de conflitos internos. Por exemplo, suponha um investidor que comprou uma determinada ação devido a uma expectativa de alta dos preços. No caso de queda acentuada do preço da ação, talvez a grande perda seja encarada como um resultado pouco relevante. Este comportamento é uma forma de diminuição da dissonância cognitiva, que pode surgir como uma defesa psicológica para justificar a aquisição da ação e diminuir a importância da perda causada pelo investimento. Em termos práticos, este fato pode estar associado à evidência empírica de os indivíduos postergarem a realização de prejuízos.

b) Heurística da representatividade: A representatividade é uma heurística que

se refere ao julgamento baseado em estereótipos (Shefrin, 2000). No caso de investimentos, a heurística da representatividade pode influenciar a percepção dos investidores sobre o potencial de valorização de uma ação. Investidores podem avaliar positivamente o potencial de uma ação específica simplesmente em função de terem formado uma opinião estereotipada sobre a empresa. Esta visão pode ser conseqüência da simpatia pela empresa, do desempenho passado da empresa ou de informações obtidas através de outros investidores ou meios de comunicação.

c) Excesso de confiança: Diversas pesquisas têm demonstrado que os

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indivíduos apresentam excesso de confiança em suas habilidades. Segundo Plous (1993), nenhum outro problema de julgamento e tomada de decisão tem maior poder de catástrofe do que o excesso de confiança. No processo de tomada de decisão de investimento, o excesso de confiança pode ter diversas conseqüências. Primeiramente, pode levar o investidor a crer que possui vantagens comparativas na análise e avaliação de ativos em relação ao mercado, mantendo posições perdedoras. Além disso, o excesso de confiança pode levar a demasiada exposição em determinados ativos, tendo em vista a crença viesada do investidor em que seu posicionamento no ativo conduzirá a ganhos futuros consideráveis. Neste contexto, pode haver uma diversificação de investimentos inadequada, devido à concentração da carteira em determinados ativos.

d) Ancoragem e conservadorismo: Edwards (1964) propõe um problema

baseado em probabilidades para demonstrar que os indivíduos têm um valor de referência que ancora suas percepções levando-os a estabelecer estimativas conservadoras. Shefrin (2000) afirma que a deficiência de o indivíduo em analisar informação adicional é análoga à deficiência que os analistas financeiros apresentam quando fazem novas projeções sobre lucros futuros de uma empresa, em função do surgimento de nova informação relevante. Assim, os analistas não revisam suficientemente suas estimativas para refletir novas informações. (KIMURA, 2010).

Fontes de Financiamento

As fontes de financiamento designam o conjunto de capitais internos e externos

à organização utilizados para financiamento dos investimentos realizados. Na decisão de qual a fonte de financiamento a utilizar, a primeira grande

escolha é sobre se o financiamento deverá ser externo ou interno. Nesta escolha deverão pesar, entre outras questões, a perda ou ganho de autonomia financeira, a facilidade ou possibilidade de acesso às fontes de financiamento e o custo financeiro (juros) desse financiamento.

Principais fontes de financiamento disponíveis: Autofinanciamento: corresponde aos fundos financeiros libertados pela atividade

da empresa. Aumento de Capitais Próprios: corresponde ao aumento dos capitais próprios da

empresa por novas entradas de capital por parte dos atuais ou de novos sócios ou acionistas.

Capitais Alheios: corresponde ao recurso a entidades externas para obtenção dos capitais necessários à concretização dos investimentos tais como: crédito bancário, leasing, crédito dos fornecedores de imobilizado, suprimentos de sócios, entre muitos outros;

Incentivos Financeiros ao Investimento: corresponde aos diversos programas de apoio criados pelo Estado para incentivar o investimento e a competitividade.

Para tratar das decisões de financiamento de empresa e do uso de capitais de terceiro, se faz necessário a abordagem inicial de alguns conceitos da política de capital de giro.

Conceito de capital de giro – é o investimento de uma empresa em ativos de curto prazo (caixa, títulos negociáveis, estoques e contas a receber), ou seja, ativos circulantes.

Capital de giro líquido – são os ativos circulantes menos os passivos circulantes

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(AC–PC). Índice de liquidez seca – Ativos circulantes subtraídos do estoque menos

passivo circulante (AC – estoques – PC). Orçamento de caixa – demonstrativo que prevê as entradas e saídas de caixa,

focalizando a capacidade da empresa de gerar entradas suficientes para honrar as saídas.

Identificada a necessidade de obtenção de empréstimos para capital de giro, comentar-se á as vantagens e desvantagens do financiamento de curto prazo (CP) em relação ao de longo prazo (LP):

a) Velocidade – o crédito de CP é obtido com maior facilidade e rapidez; b) Flexibilidade – pagamentos antecipados, liberação de novos valores, sem

clausula restringindo ações futuras da empresas são algumas vantagens do financiamento de CP;

c) Custo do LP versus CP: as dívidas de curto prazo possuem taxas de juros inferiores às de longo prazo (isto no caso americano. O que se verifica sobre isto no Brasil?);

d) Risco da dívida do CP versus LP:

o As taxas de juros são variáveis no CP, diferente das dívidas de LP, onde as taxas são estáveis ao longo do tempo;

o As dívidas de LP não se submetem às pressões momentâneas de demanda (as variações das taxas de juros dia a dia), já que estão normalmente estabelecidas;

o O financiador do CP pode exigir o pagamento imediato do saldo devedor.

Fontes de financiamento a curto prazo garantido. Fontes de capital:

- Adição de capital social; - Maior prazo nas compras com fornecedores; - Sócios/acionistas; - Obtenção de recursos no sistema financeiro.

a) Fontes de financiamento a curto prazo – com e sem garantias

- Empréstimos com garantia * caução de duplicatas a receber * factoring de duplicatas a receber - Empréstimo com alienação de estoques - Empréstimo com certificado de armazenagem

b) Fontes de financiamento a longo prazo

- Empréstimos - Debênture: a) com garantia b) sem garantia - Ações

Normalmente, empresas tem à sua disposição apenas um montante limitado de

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financiamento a curto prazo sem garantia. Para se obter fundos adicionais é necessário que se dê algum tipo de garantia, ou seja, à medida que uma empresa incorre em montantes cada vez maiores de financiamento a curto prazo sem garantia, ela atinge um nível máximo, além do qual os fornecedores de fundos a curto prazo acham que a empresa oferece demasiado risco para se conceder mais crédito sem garantia. Este nível máximo está intimamente relacionado com o grau de risco do negócio e o histórico financeiro da empresa, entre outros fatores. Várias empresas são incapazes de obter mais dinheiro a curto prazo sem oferecer garantias.

Uma empresa deve sempre tentar obter financiamento a curto prazo sem garantia, visto que esta modalidade é menos dispendiosa do que o empréstimo com garantia.

Características de Empréstimos com Garantia a Curto Prazo Empréstimo a curto prazo com garantia é aquele pelo qual o credor exige ativos

como colaterais (qualquer ativo sobre o qual o credor passa a ter direito legal caso o tomador não cumpra o contrato), geralmente em forma de duplicatas a receber ou estoques. O credor adquire o direito de uso do colateral mediante a execução de um contrato (contrato de garantia) firmado entre ele e a empresa tomadora.

Esse contrato de garantia indica o colateral empenhado para garantir o empréstimo, bem como as suas condições. Especificam-se, dessa forma, as condições exigidas para a extinção do direito sobre a garantia, a taxa de juros sobre o empréstimo, datas de reembolso e outras cláusulas. Uma cópia desse contrato é registrada em cartório público – geralmente um cartório de registro de títulos e documentos. O registro do contrato fornece aos futuros credores informações sobre quais ativos de um tomador potencial estão indisponíveis para serem usados como colateral. O registro em cartório protege o credor, estabelecendo legalmente seu direito sobre a garantia.

Apesar de muitos argumentarem que uma garantia reduz o risco do empréstimo, os credores não encaram desse modo. Os credores reconhecem que podem reduzir as perdas por ocasião da falta de pagamento, mas quanto à mudança no risco de não pagamento, a presença de garantia não tem qualquer efeito. Afinal, quem empresta não deseja administrar e liquidar garantias.

As duas técnicas mais utilizadas pelas empresas para obter financiamento a curto prazo com garantias são: caução de duplicatas e faturas de duplicatas:

a) Caução de Duplicatas a Receber - Caução de duplicatas é, por vezes,

usada para garantir empréstimo a curto prazo, uma vez que as duplicatas apresentam significativa liquidez.

Tipos de Caução: As duplicatas são caucionadas numa base seletiva. O credor potencial analisa

os registros de pagamento passados das duplicatas com o objetivo de determinar quais as duplicatas representam colateral aceitável para empréstimos.

Um segundo método é vincular todas as duplicatas da empresa. Esse tipo de contrato de alienação flutuante é normalmente usado quando a empresa possui muitas duplicatas que, em média, tem apenas um pequeno valor. Neste caso não se justificaria o custo de avaliar cada duplicata separadamente a fim de determinar se ela é aceitável.

Processo para Caução de Duplicatas:

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Quando uma empresa solicita um empréstimo contra duplicatas a receber, em primeiro lugar o credor avaliará as duplicatas da empresa, a fim de determinar se são aceitáveis como colateral. Além disso, elaborará uma lista das duplicatas aceitáveis, contendo as datas de vencimento e montantes. Se o tomador solicitar um empréstimo em valor fixo, o credor precisará selecionar apenas as duplicatas suficientes para garantir os fundos solicitados. Em alguns casos, o tomador poderá desejar o empréstimo máximo possível. Nessa situação, o credor avaliará todas as duplicatas, a fim de determinar o máximo de colateral aceitável.

a) Factoring de Duplicatas a Receber - O factoring de Duplicatas a Receber envolve a venda direta de duplicatas a um capitalista (factor) ou outra instituição financeira. O factor é uma instituição financeira que compra duplicatas a receber de empresas. O factoring de duplicatas não envolve realmente um empréstimo a curto prazo, porém é semelhante ao empréstimo garantido por duplicatas.

Contrato de Factoring O factoring é feito normalmente com notificação e os pagamentos são efetuados

diretamente ao factor. Ademais, em sua maioria, as vendas de duplicatas a um factor são feitas sem opção de recurso. Isso significa que o factor concorda em aceitar todos os riscos de crédito; se as duplicatas forem incobráveis, terá que absorver as perdas.

Em geral, o factor não paga a empresa o total de uma só vez e imediatamente, ela paga de forma parcelada, de acordo com o faturamento da empresa, num período que se estende até a data da cobrança da duplicata (há casos em que parte do dinheiro só é liberado ao cliente após o desconto da duplicata). O factor geralmente abre uma conta semelhante à conta corrente bancária para cada um de seus clientes, ele deposita dinheiro na conta da empresa (ou conforme contrato), ao qual pode sacá-lo livremente.

Uso de Estoque como Colateral Nos ativos circulantes da empresa, o estoque é o colateral mais desejável após

as duplicatas, em face da sua negociação no mercado por valores similares ao seu valor contábil, que é usado para fixar seu valor como colateral.

A característica mais importante do estoque a ser considerado como colateral para empréstimo é a sua negociabilidade, a qual deve ser analisada à luz de suas propriedades físicas. Um armazém de produtos perecíveis, como pêssegos, pode ser bastante negociável; porém, se o custo de armazenar e vender os pêssegos forem muito elevados, poderão não ser um colateral desejável. Itens especializados, como veículos para explorar a superfície lunar, tampouco são um colateral desejável, visto que pode ser muito difícil encontrar um comprador para eles. Ao avaliar estoques como colateral para empréstimo, o credor se interessa por itens com preços de mercado muito estáveis, que possam ser liquidados facilmente e que não apresentem propriedades físicas indesejáveis (rápido obsoletismo, fragilidade, dificuldade de armazenamento).

Empréstimos com Alienação Um credor poderá estar disposto a garantir um empréstimo com alienação de

estoque, se uma empresa tiver um nível estável de estoque que consista num conjunto diversificado de mercadorias, e desde que cada item não tenha um valor

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muito alto. Já que é difícil para um credor verificar a existência do estoque, geralmente ele adiantará valores inferiores a 50% do valor contábil do estoque médio.

Empréstimos com alienação são muitas vezes exigidos pelos bancos comerciais como garantia extra. Eles podem ser obtidos também junto a financeiras.

Empréstimos com Alienação Fiduciária Nestes casos o tomador recebe a mercadoria e o credor adianta algo em torno

de 80% do valor de seu preço. O credor obtém uma alienação sobre os itens financiados, que contém uma listagem de cada item financiado, bem como sua descrição e número de série. O tomador fica liberado para vender a mercadoria, mas se responsabiliza por enviar ao credor o montante tomado em empréstimo para cada item, acrescido dos juros, imediatamente após a venda. O credor, então, libera a alienação respectiva.

Empréstimos com Certificado de Armazenagem É um contrato pelo qual o credor, que poderá ser um banco ou uma financeira,

assume o controle do colateral caucionado, que poderá ser estocado ou armazenado por um agente designado pelo credor. Após selecionar o colateral aceitável, o credor arrenda uma empresa armazenadora para tomar posse do estoque fisicamente.

São possíveis dois tipos de contratos de armazenagem: armazéns gerais e armazéns de “campo”.

a) Armazém geral - É um armazém central, usado para armazenar

mercadorias de vários clientes. O credor normalmente se utiliza desse tipo de armazém quando o estoque for facilmente transportado e puder ser entregue com pouco dispêndio.

b) Armazém de “campo” - O credor arrenda uma companhia de armazenagens de “campo” para construir um armazém na empresa do tomador ou arrendar parte do armazém do mesmo, com o objetivo de guardar o colateral caucionado.

Independentemente de se optar por um armazém geral ou de “campo”, a empresa de armazenagem toma conta do estoque. Só mediante aprovação escrita do credor, pode-se liberar qualquer parcela do estoque garantido.

Fontes de financiamento a longo prazo Empréstimos Empréstimo a Longo Prazo pode ser caracterizado como dívida que tem

maturidade superior a um ano. É obtido junto a uma instituição financeira como um empréstimo a prazo ou através da venda de títulos negociáveis, que são vendidos a um número de credores institucionais e individuais. O processo de venda dos títulos, tal como de ações, é geralmente acompanhado por um banco de investimento (uma instituição financeira que auxilia em colocações privadas e assume um papel relevante em ofertas públicas). Empréstimos a longo prazo propiciam alavancagem financeira, sendo um componente desejável na estrutura de capital, desde que atenda a um menor custo de capital médio ponderado.

De modo geral, o empréstimo a longo prazo de um negócio possui vencimento entre cinco e vinte anos. Quando o empréstimo a longo prazo estive a um ano do vencimento, os contadores passarão o empréstimo a longo prazo para o passivo

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circulante, porque nesse ponto ele se tornou uma obrigação a curto prazo. Inúmeras cláusulas padronizadas de empréstimos são incluídas nos contratos

de empréstimo a longo prazo. Essas cláusulas especificam certos critérios a respeito de registros e relatórios contábeis satisfatórios, do pagamento de impostos e de manutenção geral do negócio por parte da empresa tomadora. As cláusulas padronizadas de empréstimos normalmente não trazem problemas para empresas em boa situação financeira e aquelas mais comuns são:

a) Exige-se que o tomador mantenha registros contábeis satisfatórios, de

acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos; b) Exige-se que o tomador apresente periodicamente demonstrações

financeiras auditadas, as quais são usadas pelo credor para monitorar a empresa e forçar o cumprimento do contrato de empréstimo;

c) O tomador deve pagar os impostos e outras obrigações no vencimento; d) O credor exige que o tomador mantenha todas as suas instalações em bom

estado, garantindo a continuidade de seu funcionamento.

Contratos de empréstimos a longo prazo resultantes quer de um empréstimo negociado a prazo, quer da emissão de títulos negociáveis, normalmente incluem certas cláusulas restritivas, que impõem certas restrições operacionais e financeiras ao tomador. Já que o credor está comprometendo seus fundos por um longo período, obviamente ele procura se proteger. As cláusulas restritivas, juntamente com as cláusulas padronizadas de empréstimos, permitem ao credor monitorar e controlar as atividades do tomador para se proteger do problema criado pelo relacionamento entre proprietários e credores. Sem essas cláusulas, o tomador poderia “levar vantagem” sobre o credor, agindo no sentido de elevar o risco da empresa, talvez pelo investimento de todo o capital da empresa na loteria estadual, por exemplo, sem ser obrigado a pagar ao credor um retorno maior (juros).

A cláusula restritiva mantém-se em vigor durante a vida do contrato de financiamento. As mais comuns são:

a) Exige-se do tomador a manutenção de um nível mínimo de capital circulante

líquido. Capital circulante líquido abaixo desse mínimo é considerado indicativo de liquidez inadequada, um precursor da falta de pagamento e, em última instância, da falência;

b) Os tomadores são proibidos de vender contas a receber para gerar caixa, pois tal operação poderia causar um problema de caixa a longo prazo, se essas entradas fossem usadas para quitar obrigações a curto prazo;

c) Credores a longo prazo normalmente impõem restrições quanto ao ativo permanente da empresa. Essas restrições para empresa são relativas à liquidação, aquisição e hipoteca dos ativos permanentes, frente ao fato que essas ações podem deteriorar a capacidade da empresa para pagar o seu débito;

d) Muitos contratos de financiamentos inibem empréstimos subseqüentes, pela proibição de empréstimos a longo prazo, ou pela exigência de que a dívida adicional seja subordinada ao empréstimo original. Subordinação significa que todos os credores subseqüentes ou menos importantes concordem em esperar até que todas as reivindicações do atual credor sejam satisfeitas, antes de serem atendidas às suas;

e) Os tomadores podem ser proibidos de efetuar certos tipos contratos de

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leasing para limitar obrigações adicionais com pagamentos fixos; f) Ocasionalmente, o credor proíbe combinações, exigindo que o tomador

concorde em não consolidar, fundir ou combinar-se com qualquer outra empresa. Tais ações poderiam produzir mudanças e/ou alterações significativas no negócio e no risco financeiro do tomador;

g) A fim de evitar a liquidação de ativos devido ao pagamento de altos salários, o credor pode proibir ou limitar o aumento salarial de determinados funcionários;

h) O credor pode incluir restrições administrativas, exigindo que o tomador mantenha certos funcionários-chaves, sem os quais o futuro da empresa estaria comprometido;

i) Às vezes, o credor inclui uma cláusula limitando as alternativas do tomador quanto aos investimentos em títulos. Esta restrição protege o credor, pelo controle de risco e negociabilidade dos títulos do tomador;

j) Ocasionalmente, uma cláusula específica exige que o tomador aplique os fundos obtidos em itens de comprovada necessidade financeira;

k) Uma cláusula relativamente comum limita a distribuição de dividendos em dinheiro a um máximo de 50 a 70% de seu lucro líquido, ou a um determinado valora.

Custo do Financiamento a Longo Prazo O custo do financiamento a longo prazo é, geralmente, maior do que o custo do

financiamento a curto prazo. O contrato de financiamento a longo prazo, além de conter cláusulas padronizadas e cláusulas restritivas, especifica a taxa de juros, o timing dos pagamentos e as importâncias a serem pagas. Os fatores que afetam o custo ou a taxa de juros de um financiamento a longo prazo são o vencimento do empréstimo, o montante tomado e, mais importante, o risco do tomador e o custo básico do dinheiro.

Vencimento do Empréstimo Geralmente, os empréstimos a longo prazo têm maiores taxas de juros do que

aqueles a curto prazo, em razão de vários fatores:

a) A expectativa geral de maiores taxas futuras de inflação; b) A preferência do credor por empréstimos de períodos mais curtos, mais

líquidos; e c) A maior demanda por empréstimos em longo prazo do que a curto prazo. Em um sentido mais prático, quanto maior o prazo do empréstimo, menos

exatidão se obterá na previsão das taxas de juros futuras e, portanto, maior o risco do credor perder. Além disso, quanto maior o prazo, maior o risco de incobráveis associado ao empréstimo. Para compensar todos esses fatores, o credor costuma cobrar maiores taxas de juros em empréstimos a longo prazo.

Montante do Empréstimo O montante do empréstimo afeta de maneira inversa o custo dos juros sobre o

empréstimo. Os custos de administração de empréstimos provavelmente decresçam, quanto maior for o montante do empréstimo. Por outro lado, o risco do credor aumenta, pois empréstimos maiores resultam em menor grau de diversificação. O montante do empréstimo que cada tomador procura obter precisa, portanto, ser avaliado para que se determine a relação custo líquido administrativo X risco.

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Risco Financeiro do Tomador Quanto maior a alavancagem operacional do tomador, maior o grau de risco

operacional. Também, quanto maior o seu grau de endividamento ou o seu índice exigível a longo prazo, maior o seu risco financeiro. A preocupação do credor é com a capacidade do tomador para reembolsar o empréstimo solicitado. Essa avaliação global do risco operacional e financeiro do tomador, bem como informações sobre os padrões históricos de pagamentos, são usadas pelo credor, ao determinar a taxa de juros sobre qualquer empréstimo.

Custo Básico do Dinheiro O custo do dinheiro é a base para se determinar a taxa de juros real a ser

cobrada. Geralmente, a taxa de juros de títulos do governo, com seus vencimentos equivalentes, é usada como o custo básico (menor risco) do dinheiro. Para determinar a taxa real de juros a ser cobrado, o credor adicionará prêmios pelo tamanho do empréstimo e risco do tomador ao custo básico do dinheiro para determinado prazo de vencimento.

Alternativamente, alguns credores determinam a classe de risco do tomador potencial e estimam as taxas cobradas sobre empréstimos de mesmo prazo de vencimento às empresas que, em sua opinião, se encontram na mesma classe de risco. Ao invés de determinar um prêmio pelo risco de um tomador específico, o credor pode usar o prêmio pelo risco vigente no mercado para empréstimos semelhantes.

Debêntures Base legal: Lei 6.404/76. Emitentes: qualquer sociedade comercial constituída

sob forma de sociedade por ações. (com exceção das Instituições Financeiras – não é o caso da Sociedade Arrendamento Mercantil). A sua finalidade é a captação de recursos de terceiros a médio e longo prazo para capital de giro e capital fixo.

Debêntures são títulos de dívida, cuja venda permite à empresa a obtenção de financiamento geral para as suas atividades, ao contrário de muitas linhas de empréstimo e financiamento existentes no Brasil, principalmente os chamados fundos especiais, que exigem um projeto indicando detalhadamente onde e como os recursos solicitados serão aplicados.

Assim sendo, tanto as debêntures como a ações dão à empresa maior flexibilidade na utilização dos recursos, além de serem vendidas com maior ou menor facilidade em função das expectativas que o seu comprador em potencial possa ter da rentabilidade futura da empresa, como garantia última da remuneração do seu investimento. As debêntures dão ao seu comprador o direito de receber juros (geralmente semestrais), correção monetária variável, e o valor nominal na data de resgate prevista (a data de vencimento preestabelecida). Assim, a debênture distingue-se da ação preferencial principalmente pela existência do prazo e do valor de resgate pela empresa. Para a empresa, a debênture apresenta a vantagem de ser uma alternativa de obtenção de recursos a longo prazo (ou seja, para investimento ou giro permanente) e a custo fixo (representado por juros presumivelmente conhecidos de antemão). Além disso, há a flexibilidade permitida pela inexistência de obrigação em aplicar os recursos de uma forma predeterminada.

Tipos de Debêntures Debêntures sem garantias - são emitidas sem caução de qualquer tipo

específico de colateral, representando, portanto, uma reivindicação sobre o lucro da

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empresa, não sobre seus ativos, existindo três tipos básicos: a) Debêntures - têm uma reivindicação sobre quaisquer ativos da empresa que

restarem após terem sido satisfeitas as reivindicações de todos os credores com garantia;

b) Debêntures Subordinadas - são aquelas que estão especificamente subordinadas a outros tipos de dívida. Embora os possuidores de dívida subordinada se alinhem abaixo de todos os outros credores de longo prazo quanto a liquidação e o pagamento de juros, suas reivindicações precisam ser satisfeitas antes que as dos acionistas comuns e preferenciais.

c) Debêntures de Lucros - exige o pagamento de juros somente quando existirem lucros disponíveis. Em vista de ser bastante frágil para o credor, a taxa de juros estipulada é bastante alta.

Debêntures com Garantias - os tipos básicos são: a) Debêntures com Hipoteca - é uma debênture garantida com um vínculo

sobre a propriedade real ou edificações. Normalmente o valor de mercado do colateral é maior do que o montante da emissão de debênture;

b) Debêntures Garantidas por Colateral - se o título possuído por um agente fiduciário consistir de ações e/ou debêntures de outras companhias, as debêntures garantidas, emitidas contra este colateral, são chamadas de Debêntures Garantidas por Colateral. O valor do colateral precisa ser de 20 a 30% superior ao valor das debêntures;

c) Certificados de Garantias de Equipamentos - a fim de obter o equipamento, um pagamento inicial é feito pelo tomador ao agente beneficiário, e este vende certificados para levantar os fundos adicionais exigidos para comprar o equipamento do fabricante. A empresa paga contraprestações periódicas ao agente fiduciário, que então paga dividenda aos possuidores de debêntures.

Ações Base legal: Lei 6.404 (Lei das S.A.) Conceito: título negociável emitido por

Sociedade Anônima e que representa a menor parcela do seu capital social (capital social dividido em ações).

Vantagens:

• Dividendo – parcela do lucro distribuída aos acionistas (limites legais do total); • Bonificação – distribuição gratuita de novas ações aos acionistas em

decorrência de aumento de capital ou transformação de reservas; • Subscrição – quando da emissão de novas ações, o acionista tem a

preferência na aquisição destas a preço favorecido (direito garantido por 30 dias).

Espécies:

• Ordinárias – dão direito a voto e, por conseguinte, possibilita os acionistas

participarem da gestão da empresa;

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• Preferenciais – não têm direito a voto. Possuem preferência no recebimento dos lucros. No caso da empresa falir, serão as primeiras ações a receberem.

• Formas: • Nominativa – tem certificado onde consta o nome do acionista. Sua

transferência exige novo registro; • Escritural – não tem certificado. O controle é feito numa conta de depósito

em nome do acionista (numa corretora de valores).

Ações ordinárias Os verdadeiros proprietários de uma empresa são os acionistas comuns, ou

seja, aqueles que investem seu dinheiro na expectativa de retornos futuros. Um acionista comum é, às vezes, conhecido como proprietário residual, pois, em essência, recebe o que restar após terem sido satisfeitas todas as outras reivindicações sobre o lucro e ativos da empresa. Como resultado dessa posição geralmente incerta, ele espera ser compensado por dividendos e ganhos de capital adequado.

As ações ordinárias de uma empresa podem ser possuídas por um único indivíduo, por um grupo relativamente pequeno de pessoas, tais como uma família, ou ser propriedade de um número amplo de pessoas não-relacionadas entre si e investidores institucionais. De forma geral, as pequenas empresas são propriedade de um único indivíduo ou de um grupo restrito de pessoas e, caso suas ações sejam negociadas, isso ocorreria através de arranjos pessoais ou no mercado de balcão.

Geralmente, cada ação ordinária dá direito a seu possuidor a um voto na eleição de diretores ou em outras eleições especiais. Os votos são assinados e devem ser depositados na assembléia geral ordinária.

O pagamento de dividendos depende do conselho de diretoria e muitas empresas pagam-nos trimestralmente, em dinheiro, ações ou mercadorias. Os dividendos em dinheiro são mais comuns, e dividendos em mercadoria, os menos comuns. O acionista comum não tem certeza de receber um dividendo, porém espera certos pagamentos de dividendos segundo o padrão histórico de dividendos da empresa. Antes de os dividendos serem pagos aos acionistas comuns, é preciso satisfazer às reivindicações de todos os credores, do governo e dos acionistas preferenciais.

Contudo, o possuidor de ação ordinária não tem nenhuma garantia de receber qualquer distribuição periódica do lucro na forma de dividendos, nem de ficar com quaisquer ativos, em caso de liquidação. O acionista comum provavelmente nada receba como resultado do processo legal da falência. Porém, uma coisa lhe é assegurada: se tiver pago mais do que o valor nominal pela ação, não poderá perder mais do que investiu na empresa. Ademais, o acionista comum pode receber retornos ilimitados, tanto pela distribuição do lucro como pela valorização de suas ações. Para ele nada é garantido; entretanto, podem ser enormes os possíveis prêmios pelo fornecimento de capital de risco.

Ações preferenciais A ação preferencial dá a seus possuidores certos privilégios que lhes conferem

direitos preferenciais em relação aos acionistas comuns. Por esse motivo, geralmente

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não é emitida em grandes quantidades. Os acionistas preferenciais têm um retorno periódico fixo, que é estipulado como porcentagem ou em dinheiro. Em outras palavras, pode-se emitir ação preferencial de 5% ou ação preferencial de $ 5,00.

A ação preferencial é freqüentemente emitida por empresas públicas, por empresas adquirentes de fusão, ou por empresas que estejam sofrendo perdas e precise de financiamento extra. As empresas públicas emitem ações preferenciais para aumentar sua alavancagem financeira, enquanto aumentam o capital próprio e evitam o risco mais alto associado a empréstimos. A ação preferencial é usada em conexão com fusões, para dar aos acionistas da empresa adquirida um título de renda fixa que, quando trocado por suas ações, resulta em certas vantagens tributárias. Além do mais, a ação preferencial é usada freqüentemente para levantar os fundos necessários por empresas que estejam tendo prejuízos. Essas empresas podem vender mais facilmente ações preferenciais do que ações ordinárias por darem ao acionista preferencial um direito que é prioritário ao dos acionistas ordinários e, assim sendo, têm menos risco que a ação ordinária.

Diferem das ações ordinárias por causa de sua preferência no pagamento de dividendos e na distribuição dos ativos da sociedade, na eventualidade de liquidação. A palavra preferência significa apenas que os titulares de ações preferenciais devem receber um dividendo antes que os titulares das ações ordinárias recebam qualquer coisa. A ação preferencial é uma forma de capital próprio, de um ponto de vista legal e fiscal. O que é importante, porém, é que os titulares de ações preferenciais às vezes não possuem direito de voto.

Vantagens e Desvantagens da Ação Preferencial Vantagens Uma das vantagens comumente citadas das ações preferenciais é a sua

capacidade de aumentar a alavancagem financeira. Desde que a ação preferencial obriga a empresa a pagar somente dividendos fixos aos seus portadores, sua presença ajuda a aumentar a alavancagem financeira da empresa. A alavancagem financeira crescente ampliará os efeitos dos lucros crescentes sobre os lucros dos acionistas ordinários.

A segunda vantagem é a flexibilidade proporcionada pela ação preferencial. Embora a ação preferencial acarrete maior alavancagem financeira, da mesma forma que um título privado, ela difere deste porque o emitente pode falhar no pagamento de um dividendo sem sofrer as conseqüências que resultam quando falha num pagamento de juros. A ação preferencial permite que o emitente mantenha sua posição alavancada, sem correr um risco tão grande a ponto de ser forçado a abandonar o negócio num ano de “vacas magras”, como poderia ser o caso se falhasse no pagamento de juros.

A terceira vantagem de ação preferencial tem sido o seu uso em reestruturação corporativa – fusões, compra pelos executivos e desapropriações. Muitas vezes, a ação preferencial é trocada pela ação ordinária de uma empresa adquirida, sendo o dividendo preferencial determinado a um nível equivalente ao dividendo histórico da empresa adquirida. Isso faz com que a empresa adquirente defina, na época da aquisição, que será pago somente um dividendo fixo. Todos os outros lucros poderão ser reinvestidos para perpetuar o crescimento do novo empreendimento. Além do mais, essa abordagem permite aos proprietários da empresa adquirida seguirem um fluxo contínuo de dividendos equivalente àquele obtido antes da reestruturação.

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Desvantagens Três desvantagens principais das ações preferenciais são freqüentemente

citadas. Uma delas é a propriedade nos direitos dos acionistas preferenciais. Uma vez que os portadores de ações preferenciais têm prioridade sobre os acionistas comuns em relação à distribuição de lucros e ativos, em certo sentido a presença da ação preferencial compromete os retornos aos acionistas comuns. Se o lucro da empresa após o imposto de renda for bastante variável, poderá ser seriamente prejudicada a sua capacidade de pagar, pelo menos dividendos simbólicos a seus acionistas comuns.

A segunda desvantagem da ação preferencial é o custo. O custo do financiamento da ação preferencial é geralmente maior do que o custo do financiamento através de empréstimo. Isso porque o pagamento de dividendos a acionistas preferenciais não é garantido, ao contrário do pagamento de juros sobre títulos privados. Já que os acionistas preferenciais estão dispostos a aceitar o maior risco de comprar ação preferencial em vez de títulos de dívida a longo prazo, eles precisam ter a compensação com um retorno mais elevado. Outro fator que leva o custo da ação preferencial a ser significativamente superior ao do empréstimo a longo prazo é que os juros sobre ele são dedutíveis para fins fiscais, enquanto que o dividendo preferencial precisa ser pago do lucro após o imposto de renda.

A terceira desvantagem da ação preferencial é que ela é geralmente difícil de ser vendida. A maioria dos investidores não vê atrativos na ação preferencial, em comparação com os títulos privados (pois o emitente pode decidir não pagar os dividendos) e com a ação ordinária (devido ao seu retorno limitado). Sites Recomendados http://www.cfc.org.br/ http://www.scielo.com http://www.portaldecontabilidade.com.br/ CONTEÚDO 3 – VALORIZAÇÃO DE AÇÕES

A análise de valores ou segmentos é a nálise em que inicia de baixo até chegar acima (bottom up). Essa abordagem é direcionada para a análise de valores ou fragmentos e não a de empresas. Conforme Pinheiro (2009), essa abordagem consiste na valorização de ações e na comparação do valor obtido com o valor de mercado. Assim, tenta-se encontrar ações subvalorizadas no mercado, que irão constituir, conforme essa análise, boa oportunidade de investimento.

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De acordo com o autor supracitado, uma das ferramentas tradicionais de análise de ações é a análise fundamentalista do valor da ação, conhecida como bottom up ou approach. Consiste em valorizar as ações e comparar o preço resultante da análise como preço de mercado.

O valor de uma organização é dado pelo seu comportamento bursátil. Tal comportamento, segundo o autor, é obtido em razão da valorização do preço de suas ações, mais a rentabilidade esperada de seus dividendos descontos pela volatilidade da ação.

As recomendações dessa análise são feitas baseadas em:

Visão do negócio; Valorização das ações; Análise financeira. Continua o referido autor, que um grade problema que os investidores

enfrentam é saber se os preços pagos por uma ação são altos, baixos ou justos, devido a não existência de um método ou processo matemático exato e isto se deve a dois aspectos principais: a capacidade de remunerar o investimento que define o valor intrínseco da ação e sua comparação com o preço de mercado, que é sensível a fatores psicossociais.

Ao se conseguir definir um valor intrínseco da ação de uma empresa que tenha relativa estabilidade, embora variando em períodos mais longos, será possível avaliar a justeza dos preços formados no mercado a agir conforme as conclusões. Para que isso seja possível, é fundamental que se estabeleça a capacidade da empresa remunerar o investimento feito nela, considerando a expectativa do investidor em rentabilidade e prazo de tempo, as condições internas da empresa e o mercado em que opera.

Já que o preço justo para um investidor não é sempre igual para outro, é necessário, ao analisar uma empresa, se o seu lucro líquido é o indicador por excelência do resultado de todos os fatores internos e externos que agem sobre essa empresa e se a distribuição do lucro no que se refere a dividendos afeta a sua situação futura para que ela possa se expandir com recursos próprios. Desse modo, fatores que afetam o valor instríseco da ação são: a capacidade de remunerar o

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patrimônio e a capacidade de expansão com recursos próprios. Modelos baseados no valor patrimonial Esses métodos determinam o valor da empresa por meio da estimação do valor

do seu patrimônio. São métodos que consideram que o valor de uma empresa se fundamenta do seu balanço (PINHEIRO, 2009). Continua o referido autor, que ao considerar que a contabilidade de modo tradicional, se preocupa com a mensuração do lucro da empresa e não com o valor de venda de seus ativos, esse método se restringe a situações específicas como no caso da aquisição de uma empresa com um posterior término da liquidação.

Os problemas mais comuns neste método são: ٠ Não valoriza a estrutura de capital da empresa; ٠ Não valoriza o potencial de crescimento da empresa no mercado; ٠ Valoriza os ativos de um negócio em andamento, mas não reflete seu valor

futuro (PINHEIRO, 2009, p. 435).

Valor Contábil De acordo com Pinheiro (2009), valor contábil é o valor dos recursos próprios

que figuram no balanço. É a diferença entre o ativo total e o passivo total. Continua do referido autor, que o valor contábil é um preço de referência a partir do qual a empresa será negociada considerando as reservas ocultas ou geração do valor adicional que tenha. Uma empresa não deveria ser negociada abaixo do seu valor contábil, a não ser que haja expectativas de geração de prejuízo que absorverá uma parte substancial dos recursos próprios.

Valor Contábil Ajustado O valor contábil ajustado é também conhecido como valor matemático. Esse

método estabelece o valor da empresa por meio da estimativa do valor contábil. Este valor é proporcionado desde uma perspectiva estática que não considera a possível evolução futura da empresa nem o valor do dinheiro no tempo. Para se minimizar esse inconveniente e se aproximar o valor valendo-se do balanço à realidade, considera-se o valor da empresa na hipótese de que ocorra sua liquidação, ou seja, que se vendam seus ativos para honrar suas dívidas (PINHEIRO, 2009).

Para tal efeito, deve-se desconsiderar que as contas que, figurando no ativo, não tenham nenhum grau ou possibilidade de reabilitação. Essas contas normalmente estão representadas no ativo fictício, que embora a empresa teve que reembolsar e considerar, de fato não repercute na valorização da empresa em si.

O valor dos ativos líquidos de uma ação é dado pela diferença existente no balanço entre o valor real e o passivo total exigível ou dívidas totais. Devemos insistir no fato de considerar apenas o ativo real. Assim, devem-se os ajustes relativos:

Ao valor dos ativos fictícios ou intangíveis. As contas que normalmente são registradas como ativo fictício são:

٠ Gastos ocasionados pela constituição da empresa; ٠ Gastos ocasionados por ampliação do capital; ٠ Gastos de emissão de dívida.

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Modelos baseados no desconto do fluxo de fundos São vários os métodos que existem para determinar o valor de uma empresa e

de suas ações. A valorização baseada no desconto de fluxo de fundos, determina-se uma taxa de desconto adequada para cada tipo de fluxo de fundos. A determinação da taxa de desconto é um ponto crítico no processo, pois repercutirá na precisão do modelo. Realiza-se considerando o risco, as volatilidades e, na prática, muitas vezes a taxa de desconto mínima é determinada pelos interessados (compradores ou vendedores não dispostos a investir ou vender por menos de um determinado percentual etc).

Método geral para desconto de fluxos Valorização do dinheiro no tempo – desconto do fluxo de fundos Conforme o conceito de Valor Presente Líquido VAL de um fluxo de recursos no

tempo, um dinheiro de amanhã não é o mesmo de um dinheiro de hoje. O dinheiro de hoje tem um valor maior do que o dinheiro de amanhã. Esse método permite comparamos fluxos de dinheiro de tamanho desigual que aparecem em momentos de tempo distintos. A fórmula matemática que determina o VAL de um fluxo de dinheiro no futuro é:

VAL = CF1 + CF2 + + CF + Vr (1 + K) (1 + K) 2 (1 + K) n Onde K – WACC, que pode ser calculado com a seguinte fórmula: WACC = FP x Ke + D x Kd x (1- Impostos) (D + FP) (D + FP) Onde: FP – fundos próprios; D = dívida financeira; Ke = cisto do capital; Kd = custo da dívida.

O valor residual da perpetuosidade A determinação do valor residual através da perpetuidade pressupõe que a

empresa gerando retornos maiores do que seu custo de capital; (K) atrairá uma concorrência que, ao fim do período de previsão, levará os retornos dos novos investimentos para baixo do custo de capital.

Considerando que a perpetuidade aumentará anualmente à taxa de crescimento (g) do período pós-previsão, a fórmula para o cálculo do valor presente (ao final do período de previsão) é uma simplificação algébrica de uma perpetuidade crescente.

Perpetuidade = Fluxo de Caixa Anual x (1 + Taxa de Crescimento) Custo de Capital - Taxa de Crescimento

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Descontos dos fluxos de caixa A utilização dos lucros, mesmo que projetados para os próximos exercícios, tem

a limitação de que se trata de uma magnitude que às vezes pode afastar-se do dinheiro que a empresa pode gerar para os acionistas. Esse afastamento pode ser produzido pela diferença entre os ciclos econômico e financeiro que altera os valores expressos nesses regimes.

Por esse tipo de motivo, nos últimos tempos, o desconto dos fluxos de caixa tornou-se o método de valorização de empresas geralmente aceito, que é considerado o mais conceitualmente correto para este fim.

O desconto dos fluxos de caixa é baseado no prognóstico detalhado e cuidadoso, para cada período, de cada uma das contas financeiras que se vinculam com a geração dos fluxos financeiros correspondentes às operações da empresa. Essa técnica trata de determinar o valor da empresa por meio da estimativa dos fluxos financeiros – chash flows – que gerará no futuro, para logo descontá-los a uma taxa de desconto apropriada segundo os riscos desses fluxos.

A valorização pelo desconto dos fluxos de caixa parte da Idéia do valor do dinheiro no tempo. Nesse método são descontados os fluxos de caixa livre ao custo médio ponderado de capital (Weighted Average Cost of Capital - WACC).

Determinação dos fluxos de caixa livres para o acionista Como o objetivo é valorizar as ações da empresa, tem-se que descontar os

fluxos disponíveis para as ações; quer dizer, os fluxos produzidos pela empresa que ficam disponíveis para os acionistas, desde que a empresa tenha:

Realizados novos investimentos necessários em ativo fixo e ativo circulante líquido;

٠ Pago os juros da dívida; ٠ Devolvido parte da dívida que corresponda a cada ano; ٠ Solicitando nova dívida necessária

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Taxa de crescimento dos fluxos de caixa Após de determinado o fluxo produzido pela empresa que fica disponível para

os acionistas, o próximo passo é a projeção desse valor para os anos seguintes. A prática usada é a utilização do modelo de crescimento constante, em que a taxa de crescimento deve ser sustentável indefinidamente, normalmente semelhante ao crescimento do PIB.

Entretanto, paralelamente à condição imposta pelo nível da dívida atual da entidade, refere-se à taxa que se deverá aplicar à atualização das entradas previstas. Utilizando novamente a taxa exigida pelo investidor, a taxa básica ou a aplicável em princípio a todo investimento sem risco estará baseada normalmente:

Na taxa básica média do mercado de renda fixa; Na taxa média dos investimentos em valores isentos de risco (títulos

públicos).

Essa taxa é denominada de k. Conforme Pinheiro (2009) é sabido que em todo investimento existe um risco

dado pelas seguintes situações: 1. Impossibilidade de cumprir as previsões que servirão de parâmetro para a

tomada de decisões; 2. Grau de liquidez dos excedentes, que se produzem, em comparação com os

possíveis obtidos em outros investimentos; 3. Situação do ambiente econômico e da atividade da empresa,

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Todos esses aspectos devem ser considerados pelo investidor, e ao conjunto de todas, estas contingências chama-se de índice de risco R ou prêmio de risco.

Assim, a taxa global i será igual a:

i = K + R

A taxa i para a atualização dos investimentos previstos, deve-se considerar também a existência de uma taxa de crescimento fruto da própria evolução da entidade, como reinvestimento nos lucros.

A taxa de crescimento esperado é o resultado de duas variáveis determinadas quando da avaliação de empresas: o quanto do que foi ganho é reinvestido na empresa e a qualidade desse investimento.

Para isso, a taxa de crescimento deverá dar prioridade ao conhecimento de: Evolução da própria empresa; Política de autofinanciamento, dividendos e lucros; Flexibilidade da empresa diante de mudanças conjunturais e estruturais; Comportamento do mercado onde se opera; Evolução dos agentes econômicos em geral; Características e idiossincrasia da concorrência; Política do produto, preço e demanda.

CONTEÚDO 4 – ANÁLISE TÉCNICA DE AÇÕES

A análise técnica teve sua gênese em torno de 1700, quando algumas famílias japonesas iniciaram a formular o preço do que atualmente é denominado de “Contratos Futuros de Arroz”. Essas famílias passaram a acompanhar o comportamento do preço do arroz e formular tendências. Esse método é conhecido como Candlsticcks (PINHEIRO, 2009).

Consoante o autor supracitado, a análise técnica pode ser conceituada como um estudo nos movimentos passados dos preços e dos volumes de negociações de ativos financeiros, objetivando elaborar previsões acerca do comportamento futuro dos preços. Essa análise baseia-se na tese de que os preços das negociações futuras são demasiadamente dependentes dos preços das negociações anteriores, sendo possível prever tendências de preços valendo-se da observação dos movimentos passados. O seu principal input é o comportamento histórico dos preços.

Conforme essa análise, as variações dos preços de mercado não são

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independentes de suas variações passadas, o mesmo ocorrendo com as taxas de retorno sobre o investimento em qualquer ativo estudado. As séries de preços de preços de mercado apresentam padrões identificáveis, e cabe ao analista desenvolver a arte de identificar tendências e saber interpretá-las (PINHEIRO, 2009).

Continua o referido autor, que para essa análise não são relevantes as informações sobre lucros, dividendos, participação no mercado, grau de endividamento ou liquidez da entidade, do modo que são consideradas na análise fundamentalista. O que interessa são os fatores de procura e oferta internos ao mercado, sendo crucial entender a psicologia do mercado, devido o mercado ser “arbitrado”, isto é, os impactos dos fatores externos já estão embutidos nos preços. Assim, essa análise consiste no estudo de como os preços movimentam-se, não se preocupando com o porquê de eles se movimentarem.

Ela parte de três princípios: 1°) a ação do mercado reflete todos os fatores envolvidos neste; 2°) os preços se movimentam em tendências; 3°) o futuro reflete o passado.

Teorias Clássicas sobre o mercado bursátil Teoria de Charles Dow

Charles H. Dow divulgou sua teoria em uma série de artigos no The Wall Street Journal, entre 1900 e 1902. Essa teoria objetivava a identificação das tendências do mercado e defende que as ações negociadas seguem uma tendência de alta ou baixa a qualquer momento, e para estudar o mercado é necessária a construção de uma média da evolução dos preços, por meio de uma amostra representativa dos ativos. Dessa teoria originou-se o índice Dow-Jones, que até hoje é o indicador geral mais acompanhado pelas pessoas.

Esta teoria foi depois refinada por William Hamilton e articulada por Robert Rhea, em que a Teoria Dow deixa apenas de se dirigir para a análise técnica, mas passa também a ser considerada como filosofia do mercado. Na Teoria de Dow existe um determinado número de pressupostos que tem de ser aceitos logo à partida e sem reservas. Sendo:

Manipulação da tendência primária Na Teoria Dow, a manipulação da tendência primária não é possível. Isto porque

fala-se de um período longo, em que estão muitos investidores/dinheiro a participar no mercado, pelo que a tentação para manipular tende para o presente. Considera-se que ninguém consegue manipular o mercado por muito tempo e a todo o tempo. Ou

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seja, não existe possibilidade dos especuladores, especialistas ou outro qualquer participante no mercado poderem manipular os preços indeterminadamente. Já na tendência menor ou diária, que normalmente não ultrapassa o período de uma semana, é feita pelas pequenas oscilações diárias e é o resultado de pequenos desencontros da oferta e da procura dentro da tendência; por vezes, é sujeita a alguma manipulação, ao contrário das tendências primárias ou secundárias, em que a força, o período e o volume envolvidos não permitem tais atos.

As médias descontam tudo A questão de que as médias descontam tudo baseia-se no princípio de que o

mercado reflete a informação disponível. Isto é, tudo que já é conhecido reflete-se no mercado por meio do preço; em que o preço representa a soma total de todas as expectativas, esperanças, humor, medo e ganância de todos os participantes. Os movimentos das taxas de juros, as expectativas de resultados, as projeções de lucros, atos do governo etc. apenas produzem iniciativa porque tudo o isso já está descontado no mercado. O inesperado pode acontecer, mas normalmente isso só afeta o curto prazo (a tendência menor e, quanto muito, a tendência secundária), sendo que o longo prazo (tendência primaria) deverá continuar inalterada.

Uma das observações que é utilizada para confirmar esta questão é o fato de, muitas vezes, o mercado reagir negativamente a uma boa notícia; que, aliás, resulta num velho axioma do mercado que diz “buy on the rumor, sell on the news” (comprar no rumor, vender na notícia). A justificativa para isso é que o mercado olha para frente, sendo que quando as notícias chegam à rua, já estão refletidas o preço. Isto porque quando o rumor começa a tornar-se conhecido, os compradores começam a entrar no mercado e a levar o preço para cima (ou vendedores a levar o preço para baixo, quando a notícia é má); quando o rumor se materializa na notícia e chega à rua, o preço já foi tão puxado para cima (ou para baixo, caso seja um rumor negativo) que já reflete perfeitamente as notícias. Um movimento clássico deste tipo de acontecimentos é a quando o anúncio dos resultados das empresas. Muitas vezes as ações sobem bastante antes do anuncio dos resultados e, quando estes são tornados públicos, a ação cai apesar de os lucros poderem ter excedido as expectativas.

Teoria não perfeita A Teoria Dow assume-se como uma teoria não perfeita na medida em que não

constitui uma garantia de rentabilidade acima do mercado (“bater o mercado”). Esta teoria deve ser olhada como um conjunto de princípios e orientações para ajudar os investidores nos seus próprios estudos do mercado. A Teoria Dow proporciona aos investidores utilizarem alguns mecanismos de análise técnica que lhes permite eliminar a emoção (esperanças, medos, ganâncias etc.) e agir mais racionalmente, ainda que errado.

Apesar de ter-se verificado que na tendência menor ou diária pode ser sujeita a manipulações e distorções inesperadas, a Teoria Dow pode ter aplicação no curto prazo, traduzindo numa adição de valor ao investidor na medida em que lhe permite, independente do time frame, identificar as varias tendências e registrar tais distorções.

O mercado tem três tendências Na Teoria Dow, considera-se que o mercado tem três tendências:

Primária ou Principal, que se mantém durante um ano ou mais; Secundária ou Intermédia, que se mantém por 3 a 12 semanas e representa

as correções da tendência primaria;

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Terciária, ou diária, que normalmente se refere às variações diárias e que não dura mais de três semanas, reflete as pequenas flutuações da tendência secundária.

Na Teoria Dow, é considerada tendência ascendente quando esta se mantém

enquanto cada sucessivo máximo e cada sucessivo mínimo forem superiores aos antecessores; dito de outra forma, é quando se registra um padrão e máximos e mínimos cada vez mais altos. O inverso é aplicado para uma tendência descendente, em que cada sucessivo máximo e cada sucessivo mínimo é inferior ao antecessor.

A tendência primária ou principal tem três fases. A tendência principal tem três fases que são:

Primeira fase: acumulação, que representa a área onde os investidores mais bem

informados e experientes compram, uma vez que as más notícias já forma descontadas pelo mercado.

Segunda fase: onde a maioria dos chamados investidores seguidores de tendência (Trend-followers), identificando a primeira fase, começam a participar.

A terceira fase ou fase final: é caracterizada pelo aumento da participação do público onde o volume de participantes aumenta.

As médias devem-se confirmar uma à outra é mais uma das questões da Teoria Dow. Significa que nenhuma subida ou descida importante se pode verificar, sem ambas as médias dessem o mesmo sinal de tendência.

Nota: Dow referia-se às médias do índice Dow Jones Industrial (índice industrial)

e do índice Dow Jones Transportation (índice dos caminhos de ferro). O volume deve confirmar a tendência Charles Dow reconhecia a importância do volume, como fato imprescindível na

confirmação do sinal gerado pelo gráfico dos preços. O volume deve expandir na direção da tendência principal. Se a tendência principal é de subida, o volume deve aumentar à medida que os preços sobem. Consequentemente, grandes volumes numa correção indicam uma mudança de tendência para dar início a uma tendência descendente.

Uma tendência mantém-se válida até inverter O pressuposto de que uma tendência permanece válida até dar um sinal efetivo

de que inverteu a direção, constitui, ainda hoje, a base de abordagem da tendência. Ou seja, uma tendência em movimento mantém-se em movimento até ao aparecimento da sua inversão; o que muitas vezes é difícil de conseguir detectar rapidamente.

Movimentos do mercado Charles Dow identificou três tipos de movimentos de preços nos índices Dow

Jones Industrial (índice industrial) e do índice Dow Jones Transportation (Rail - índice dos caminhos de ferro): movimentos primários, secundários e flutuações diárias. Primário ou principal, que se mantém durante um ano ou mais; secundária ou Intermédia, que se mantém por três a doze semanas e representa as correções da tendência primaria; menor ou diária, que normalmente se refere às variações diárias e

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que não dura mais de três semanas, reflete as pequenas flutuações da tendência secundária.

Movimento Primário ou Principal Os movimentos primários ou principais representam o principal e mais extenso

movimento subjacente à tendência do mercado e pode durar de um a vários anos. Estes movimentos são normalmente chamados de Bull market ou Bear market. Uma vez que a tendência primária é identificada, continua em efeito até dar um sinal efetivo de que inverteu a direção.

Muitos investidores preocupam-se em apanhar o preço e o time target, mas a realidade é que ninguém sabe exatamente quando e onde é que a tendência primária termina antes desta efetivamente terminar. O objetivo da Teoria Dow é o de poder ser utilizada naquilo que já se sabe e não num palpite casual acerca do que ainda não se sabe. Através de uma série de orientações e princípios, a referida Teoria permite que os investidores identifiquem a tendência primária e invistam em conformidade com a sua direção. Tentar prever a duração e a extensão da tendência é um exercício fútil, já que a habilidade está em identificar a tendência primária e permanecer nela até que inverta.

Movimento Secundário ou Intermédio Os movimentos secundários ou intermédios representam o movimento intermédio

subjacente à correção da tendência do mercado (tendência primária) e pode durar de três a doze semanas. Estes movimentos são normalmente reacionários por natureza, movendo-se contra a tendência primária. Um movimento secundário é considerando uma correção ao movimento primário; num Bull Market é chamado de pull back e no Bear Market um reaction rally. O movimento secundário é tido como um momento saudável, necessário para corrigir o excesso de confiança e especulação dos investidores.

Nota: Uma das matérias ainda em discussão é saber se a queda de 1998 foi um

Bear Market ou apenas um movimento secundário dentro de um grande Bull Market. Se, por um lado, parece ser um Bear Market, uma vez que a queda foi bastante acentuada e quebrou mínimos anteriores, o fato de ter-se registrado apenas por um período de alguns meses torna difícil justificá-lo como tal.

Movimento Menor ou Diário Os movimentos menores ou diários, normalmente referem-se às variações

diárias e que não duram mais de três semanas. Estes movimentos refletem as pequenas flutuações da tendência secundária.

Para a Teoria Dow, o registro das flutuações diárias é importante quando visto

em conjunto (formam o registro da tendência), mas já são considerados como falíveis enquanto vistos individualmente. Isto devido a aleatoriedade dos movimentos do dia-a-dia. O importante, segundo a Teoria r Dow, é reter toda a imagem na cabeça quando se analisa o movimento de preços diários, como se fossem apenas parte de um grande puzzle.

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A tendência primária ou principal tem três fases A tendência de longo prazo, primária, é dividida em três momentos: Um primeiro momento, quando ocorre uma mudança nessa tendência e estamos

perante um movimento de acumulação ou distribuição – de acumulação quando acontece após uma tendência descendente (bearish); de distribuição após uma tendência ascendente (bullish). Nesse primeiro momento, os investidores especialmente bem informados, em antecipação ao movimento de longo prazo, acumulam, não deixando que a cotação atinja novos mínimos, com um provável pequeno aumento de preço.

Um segundo momento, em que os compradores melhor informados, face à não confirmação de novos mínimos e, por isso, uma inversão de tendência, entram no mercado comprando ações e elevando bastante o seu preço. Nesta altura, é quebrado o range de acumulação e o preço sai disparado em alta. – o inverso acontece num movimento descendente (bearish).

Um terceiro momento, com as ações a permitirem um excelente ganho, os restantes participantes desperta, o público sente-se confortável para entrar no mercado que está a subir, convencido de que o preço continuará a subir; compra desenfreadamente e, com elevados aumentos de volume, os acumuladores distribuem as ações que comprar na fase de acumulação, abastecendo esta nova massa de investidores. Só no fim dessa tendência é que o público descobre que pagou caro e tenta liquidar rapidamente a sua posição, entrando em pânico e fazendo o mercado cair. – o inverso acontece num movimento descendente (bearish).

Fase 1 do Bull Market A primeira fase de um Bull Market é difícil de distinguir a priori do que poderá ser

um reaction rally ao Bear Market. O pessimismo, que é excessivo no final do Bear Market, continua a dominar no inicio do Bull Market. Este é um período em que o público em geral vende as suas ações e sai do mercado, as noticias são geralmente negativas e as avaliações normalmente registram mínimos históricos. No entanto, é nesta altura que os investidores especialmente bem informados, o chamado smart money (que não existe), começam acumular em antecipação ao movimento de longo prazo; acumulam não deixando que a cotação atinja novos mínimos e registra-se um pequeno aumento de preço. As ações estão normalmente baratas, mas ninguém se interessa em comprar.

Nesta primeira fase, as ações vão construindo um fundo cada vez mais firme.

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Fase 2 do Bull Market A segunda fase de um Bull Market é normalmente a mais longa de todas e é

onde se registra o maior aumento do preço das ações. Nesta altura, depois da acumulação dos mais bem informados, é que os compradores mais experientes (normalmente seguidores de tendência), face à não confirmação de novos mínimos, verificam que estão perante uma inversão de tendência, entram no mercado comprando ações e elevando bastante o seu preço. No entanto, no início desta segunda fase, os investidores que venderam as suas ações recentemente, no fim do Bear Market (na altura em que os investidores especialmente bem informados – smart money), e que continuam pessimistas, dizem que este movimento é apenas uma correção à queda registrada no Bear Market e que este contínua, pelo que não é aqui tornam a entrar no mercado.

Fase 3 do Bull Market A terceira fase de um Bull Market é marcada normalmente por um excesso de

confiança e muita especulação que acabe por inflacionar bastantes os preços. Nesta altura as ações a permitirem um excelente ganho para os que acumularam na primeira fase e compraram na segunda. É no início desta terceira fase que os restantes participantes se envolvem bastante no mercado e que o público se sente realmente confortável para comprar um mercado que esta sempre a subir, isto mesmo depois de o mercado já ter registrado consideráveis valorizações, pois estes últimos investidores a entrarem no mercado estão convencidos de que o preço continuará a subir. Com excesso de confiança, o público em geral compra desenfreadamente e aconselha todos os seus amigos a comprar, pois parece dinheiro fácil de tirar num mercado sempre a subir. Passam-se a registrar elevados aumentos de volume e o número de indivíduos a participar no mercado aumenta exponencialmente. É nesta altura que os investidores que compraram nas fases anteriores distribuem as ações por estes novos investidores. Só no fim dessa tendência é que o público descobre que pagou caro e tenta liquidar rapidamente a sua posição, entrando em pânico e fazendo o mercado cair.

Fase 1 do Bear Market A primeira fase de um Bear Market é tão difícil de distinguir do que poderá ser um

pullback do Bull Market, como inicio de Bull Market que vimos acima. Só que neste caso, em vez de pessimismo em excesso, verifica-se é um forte otimismo e muita especulação a dominar o mercado. Este é um período em que o público em geral compra bastantes ações e em que parece que qualquer pessoa consegue fazer dinheiro facilmente. Ninguém quer sair do mercado e todas as correções são tidas como novas oportunidades de compras, até que uma dessas correções, não é uma correção e marca uma inversão de tendência. Nesta altura as noticias são geralmente muito positivas e as avaliações normalmente registram máximos históricos; é muito normal empresas de referência encherem as capas das revistas com boas notícias e price targets elevados. No entanto, como acontece na primeira fase do Bull Market, é nesta altura que os investidores especialmente bem informados (smart money), começa a negociar, só que neste caso, em vez de acumular com acontece no inicio do Bull Market, começa a distribuir não deixando que a cotação atinja novos máximos, registrando uma pequena descida no preço. As ações estão normalmente caras, mas todos as querem comprar, dando-se uma exaustão de compradores.

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Nesta primeira fase, as ações vão construindo um topo cada vez mais firme. Fase 2 do Bear Market A segunda fase de um Bear Market é idêntica à segunda fase de um Bull Market

e é também, normalmente, a mais longa de todas, só que neste caso é onde se registra a maior queda do preço das ações ao contrário do que do que acontece no Bull Market. Nesta altura, depois da distribuição dos mais bem informados, é que os investidores mais experientes (normalmente seguidores de tendência), face à não confirmação de novos máximos e perante a ligeira queda de cotações e aumento de volume, verificam que estão perante uma inversão de tendência, entram no mercado vendendo ações e fazendo cair o seu preço para mínimos anteriores. No entanto, no início desta segunda fase, os investidores que compraram as suas ações recentemente e que continuam otimistas, consideram que este movimento é apenas uma correção do movimento de alta e não vendem as suas ações, mantendo-as ou até comprando mais.

Acontece que o mercado, que está extremamente comprando, atinge uma exaustão de compras e por isso cada vez passa haver menos intervenientes com disponibilidade para comprar, o que deixa de sustentar o mercado, permitindo que esta segunda fase se comece a desenvolver em queda.

Fase 3 do Bear Market A terceira fase de um Bear Market é marcada normalmente pelo desespero e

falta de confiança, a contrastar com o excesso de confiança e especulação registra no fim do Bull Market. Os investidores, que mantiveram as suas ações durante toda a queda da segunda fase e provavelmente até foram comprando nesse período para reduzir custos médios, entram em desespero, pois só conseguem ver as suas ações a desvalorizar, nessa altura, com medo de continuarem a perder, liquidam as suas posições e vendem tudo. É nesta altura que os investidores mais bem informados que venderam as suas ações na fase 1 deste Bear Market, tornam a recomprar as suas ações.

Críticas à Teoria de Dow Apesar da Teoria de Dow ter tido bons desempenhos ao longo dos anos na

identificação de tendências principais, é alvo de algumas críticas: A primeira é que os sinais de inversão são dados muito tarde. Geralmente, os

sinais de compra só são dados na segunda fase de uma tendência de subida, quando o topo intermédio anterior é penetrado. O inverso para uma tendência de descida. Em média vinte a vinte e cinco por cento do movimento é perdido antes do sinal ser dado.

A segunda que é feita a esta teoria, é a que uma pessoa não podia comprar ou vender médias, uma vez que a teoria não dizia quais as ações a comprar ou a vender. Esta crítica foi ultrapassada com a introdução dos futuros de índices de ações, permitindo a um investidor “comprar ou vender médias” sem se preocupar com as ações que compõem esse índice.

A terceira é que os índices Dow Jones Industrial e Dow Jones Transportation já não refletem precisamente a economia, não sendo assim um bom indicador. No entanto, a Teoria de Dow pode ser aplicada a qualquer índice ou mesmo às próprias ações individualmente, embora não fosse esse o propósito (que se saiba) do seu criador.

O objetivo da Teoria de Dow é identificar a tendência primária e negociar dentro os maiores movimentos. Permite entender que o mercado se move por influência das

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emoções (expectativas, esperança, medo e ganância) de extremo para entendermos, de máximos para mínimos e que isso pode ser aproveitado por um investidor atento. Tendo presente estes dois princípios, o investidor pode concentrar-se em identificar e seguir a tendência, que se manterá até inverter independente de tudo o resto.

A Teoria das Ondas de Elliot

A Teoria das Ondas de Elliott desenvolvida por Ralph Nelson Elliott (1871–1948), baseia-se no princípio dos movimentos dos preços do mercado financeiro através das ondas que o formam e o estudo de sua formação gráfica. Está baseada na Teoria Dow e é um avanço significativo com respeito a ela.

A Teoria das Ondas de Elliot trata os movimentos de mercado pela Teoria Fractal. Esta teoria diz que um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, sendo que cada uma das partes é semelhante ao objeto original, e gerado normalmente por um padrão repetido.

A teoria de Elliot sustenta a idéia que as seqüências de altas e baixas no mercado podem ser explicadas por certo padrão que não segue lógica determinada, ou seja, um padrão caótico. Na teoria do caos, é dito que tudo no universo por mais aleatório que seja, possui um grau de repetição. Isto quer dizer que as variações aparentemente aleatórias no mercado, seguem um padrão, mesmo que caótico. E, que tal padrão se repete em escalas menores ou maiores que o período observado, seguindo uma lógica fractal.

Os fractais possuem infinitas formas, no entanto, há duas características freqüentemente observadas: a auto-semelhança e complexidade. Diz-se que é complexo, pois a quantidade de detalhes é infinita, o que torna impossível de representá-los totalmente. Em sua forma, sempre haverá saliência e concavidade cada vez menores. Ao mesmo tempo, diz-se também que possuem auto-similaridade, pois apresentam cópias de si mesmo em seu interior. Um pedaço de fractal é similar ao seu todo. Em diferentes escalas, a sua aparência apresenta similaridade.

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Exemplo de formação de fractal

A teoria dos fractais descreve de forma simples as estruturas e fatos naturais, por

exemplo, podemos perceber que a maioria dos elementos que fazem parte da natureza não são formados por quadrados, triângulos, e sim por figuras muito mais complexas. Segundo a teoria de Elliot, pode-se verificar que as ondas formadas nos gráficos, se repetem em diversos níveis, sendo que o ciclo completo de oito ondas pode formar mais outros níveis de ondas, ou estar dentro de outros níveis de ondas. Esta teoria utiliza o mesmo princípio dos fractais, pois cada onda possui outras ondas componentes, sendo que ela mesma é parte de uma onda maior.

De acordo com Elliot, é seguido o seguinte padrão: A tendência principal é formada por 5 ondas:1,2,3,4 e 5; A correção da tendência principal é composta de três ondas: a b e c; Um ciclo completo é formado por 8 ondas. Deve-se observar a figura abaixo:

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Ondas de Elliot

Sua base de raciocínio é a de que a emoção surge primeiro que a ação. Por isso, a representação gráfica de uma série histórica de cotações de um ativo nada mais é do que a oscilação de humor do coletivo numa tentativa desesperada de encontrar sua precificação. Segundo Elliott, o público age de forma emocional, subjetiva e impulsiva, tomando decisões em condições de ignorância e incerteza, e, na maioria das vezes, assumindo a chamada "atitude manada".

Com o propósito de quantificar a psicologia humana associada às oscilações dos preços, Elliott catalogou diversos desses padrões gráficos criando específicas regras, originando assim o Princípio das Ondas de Elliott ou, simplesmente, Teoria de Elliott.

Logo abaixo, de forma resumida, segue o padrão geométrico de um ciclo que Ralph Elliott identificou. Note que a representação gráfica é mais que um simples padrão, é uma forma de se mapear a evolução do preço até o momento presente, a fim de vislumbrar cenários futuros.

Representação teórica padrão:

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Fonte: Elliot Brasil.com

A identificação dos padrões gráficos permitiu que Elliott conseguisse encontrar as

"formas" existentes no mercado de capitais, porém faltava uma ferramenta que lhe auxiliasse medir essas mesmas formas. Então Elliott recorreu à matemática e lá encontrou uma importante proporção chamada de Número de Ouro (=1,618) que foi extraída da seqüência de números de Fibonacci, a qual possui fortes correlações com o seu princípio.

Para este estudioso, os ciclos têm características definidas e a compreensão de sua Teoria permite que o investidor possa antecipar com certa precisão grandes reversões de tendência tanto de índices, ações, derivativos, commodities ou moedas, e, assim, aproveitar os bons movimentos de alta ou de baixa do mercado

Uso com Fibonacci O número de ondas verificados na teoria de Elliot, são exatamente os números

da seqüência de Fibonacci. O formato da onda corretiva é uma reta descendente, enquanto que o formato de uma onda impulsora é uma reta ascendente, ou vice-versa.

Desta forma, um ciclo completo sobe-desce tem apenas duas ondas; uma que sobe, outra que desce, ou uma que desce e outra que sobe. No próximo nível, os números que correspondem as ondas corretivas e impulsoras são 3 e 5, respectivamente. Segundo a teoria de Elliot, a linha descendente tem 3 ondas, e a ascendente tem 5. O n° 3 e n° 5 são números de Fibonacci. O ciclo completo é formado por 8 ondas, que também é um n° de Fibonacci.

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