MERCADO DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO 2º tri/2018 … TRI Relatorio... · PIB do Agronegócio Brasil...

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AGRONEGÓCIO BRASILEIRO 2º tri/2018 MERCADO DE TRABALHO DO

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AGRONEGÓCIOBRASILEIRO2º tri/2018

MERCADO DE TRABALHO DO

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MERCADO DE TRABALHO

do MERCADO DE TRABALHODO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO

O Boletim Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro é uma publicação trimestral, elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), que aborda aspectos da conjuntura e da estrutura do mercado de trabalho do setor. O agronegócio, se-tor foco deste boletim, é entendido como a soma de quatro segmen-tos: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços. A pesqui-sa do Cepea utiliza como principal fonte de informações os microda-dos da PNAD-Contínua e, de forma complementar, dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS-MTE) e de outras pesquisas do IBGE. É importante mencionar que as análises do Cepea baseiam-se na PNAD-Contínua, que não contempla indivíduos que atuam no se-tor produzindo apenas para próprio consumo. A descrição metodológi-ca do cálculo e o acompanhamento do mercado de trabalho do agro-negócio podem ser obtidos mediante solicitação: [email protected].

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA (CEPEA). BOLETIM CEPEA DO MERCADO DE TRABALHO. PIRACICABA, V. 1, N.3, 2018.

EQUIPE RESPONSÁVEL:

Coordenação Geral: Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, Ph.D, Pesquisador Chefe/Coordenador Científico do Cepea/ Esalq/USP;Equipe técnica: Dra. Nicole Rennó Castro, MSc. Leandro Gilio, Bel. Ana Carolina de Paula Morais, Dr. Alexandre Nunes de Almeida, Bel. Marcello Luiz de Souza Junior, Dra. Adriana Ferreira Silva, Dr. Arlei Luiz Fachinello.

Notas Metodológicas

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PIB do Agronegócio Brasil | 2º trimestre de 2018

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MERCADO DE TRABALHO

EMPREGOS SEM CARTEIRA ASSINADA E OS DE MAIOR QUALIFICAÇÃO CRESCEM NO 1º SEMESTRE

A população ocupada (PO) to-tal do agronegócio manteve-se praticamente estável no segun-

do trimestre frente ao trimestre ante-rior (2T2018/1T2018). Tal resultado representa uma leve queda no indi-cador que mede a participação da PO do agronegócio na PO total do País, tendo em vista que, no Brasil, hou-ve aumento de 0,72% no número de ocupados no período (Ver Tabela 1). Pela ótica dos segmentos do agronegócio, também não foram regis-tradas variações importantes no número de ocupados entre o primeiro e o segun-do trimestres do ano (2T2018/1T2018). Em geral, verificou-se pequeno aumento no número de ocupados nos elos indus-triais e continuidade do decréscimo na

PO da agropecuária (a taxas de +4,68%, +0,68% e -0,58%, respectivamente, para os segmentos de insumos, agroin-dustrial e agropecuário) – Ver Tabela 1. Cenário similar é observado ao se comparar dados de 2018 com o ano anterior. Na comparação entre o primeiro semestre de 2018 e o mesmo semestre de 2017 (1S2018/1S2017), não houve alteração relevante na PO total do agronegócio (Tabela 1). Mas, pela ótica dos segmentos, 2018 tem mais ocupados nos elos de insumos, indústria e serviços, com redução na agropecuária. A PO total do agrone-gócio no País aumentou 1,47% e a participação média da PO do agrone-gócio na PO do Brasil foi estimada em 19,92% no primeiro semestre de 2018.

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Ainda na comparação semestral, analisando-se os segmentos de forma desagregada entre os ra-

mos agrícola e pecuário, verifica-se que, na agropecuária, a retração mais expres-siva do número de ocupados ocorreu nas atividades pecuárias, de -3,03% na comparação 1S2018/1S2017, sob influ-ência de redução nos postos de trabalho verificada nas atividades de suíno e bo-vinocultura. Para as atividades agríco-las “dentro da porteira”, a queda foi de 1,32%, com destaque para a perda de postos de trabalho na atividade de cul-tivo de cereais. Já na agroindústria, os empregos nas atividades de bases ve-getal e animal seguiram dinâmicas dis-tintas na comparação 1S2018/1S2017. Enquanto na indústria de base agrícola houve diminuição de 2,55% o núme-ro de ocupados, na de base pecuária, registrou-se crescimento relevante de 8,73%. Na indústria agrícola, recuos

importantes para explicar a taxa regis-trada foram observados para os setores de açúcar, massas e outros, bebidas, têxtil, de produtos de madeira e de pa-pel e celulose. Já na indústria de base animal, aumentou o número de ocupa-dos para todos os setores acompanha-dos (abate, laticínios e couro/calçados) na comparação 1S2018/1S2017, mas com destaque para a indústria láctea. Em resumo, para a peque-na variação negativa de 0,37% na PO do agronegócio na comparação 1S2018/1S2017, influenciaram com -1,3% as reduções importantes nos segmentos primário agrícola e pecuá-rio e na agroindústria de base agrícola; essa queda foi amenizada em 0,93% pelos ganhos em número de ocupados observados sobretudo na indústria pe-cuária e também nos agrosserviços e no segmento de insumos (Ver Figura 1).

Tabela 1 - Número e variação da população ocupada (PO) no agronegócio, seus segmentos e

no Brasil como um todo (2018/2017)

1S2018/1S2017* 2T2018/1T2018**

Insumos 4.45% 4.68%

Primário -1.93% -0.58%

Agroindústria 0.35% 0.68%

Agrosserviços 1.30% -0.18%

Agronegócio -0.37% -0.13%

Brasil 1.47% 0.72%

Fonte: Cepea, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS. * Primeiro semestre de 2018 frente ao primeiro semestre de 2017; ** segundo trimestre de 2018 frente ao primeiro trimestre do mesmo ano

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Figura 1 - Contribuição de cada segmento para a variação total da PO do Agro na

comparação 1S2018/1S2017 (%)

Fonte: Cepea, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS. * Primeiro semestre de 2018 frente ao primeiro semestre de 2017.

Considerando-se categorias dis-tintas que caracterizam os tra-balhadores do agronegócio

brasileiro em relação a (i) posição na ocupação e categoria de emprego e (ii) nível de instrução, os dados descri-tos na Tabela 2 mostram aumento na informalidade no agronegócio e tam-bém elevação no nível médio de qua-lificação. Esses dois aspectos não são específicos ao agro, sendo um com-portamento reflexo do que se observa na economia brasileira como um todo. Lançando foco especificamen-te sobre os empregos (empregados com ou sem carteira assinada), nota--se o aumento da informalidade no

setor tanto na comparação com 2017 (1S2018/1S2017) quanto ao longo de 2018 (2T2018/1T2018) – Tabela 2. Quanto ao número de empregadores no agronegócio, dado o reduzido peso do grupo no contingente total de ocu-pados, sua variação positiva – verifica-da nas comparações 1S2018/1S2017 e 2T2018/1T2018 – não exerceu im-pacto importante na PO do setor. Por outro lado, frente ao elevado número de atuantes por conta própria no agro-negócio, a redução, mesmo que mais modesta, tem impactado fortemen-te na queda da PO do agronegócio.

0,05%-0,40%

-0,50%

-0,40%

0,47%

0,40%

-1,50%

-1,00%

-0,50%

0,00%

0,50%

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1,50%

%

Insumos Primário agrícola Primário pecuário Indústria agrícola

Indústria pecuária Agrosserviços Agronegócio total

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Categorias 1S2018/1S2017* 2T2018/1T2018**

Posição na ocupação e categorias de emprego

Empregado c/ carteira 6.571.306 6.544.512

Empregado s/ carteira 2.872.044 2.997.930

Empregador 747.693 802.136

Conta própria 5.883.727 5.863.760

Outros 1.977.944 1.908.561

Níveis de instrução

Sem instrução 1.740.240 1.375.251

Fundamental* 8.005.052 8.090.551

Médio* 5.891.116 6.096.451

Superior* 2.416.305 2.554.645

Tabela 2 - Variação na PO do agronegócio por classes de posição na ocupação e

categorias de emprego e de níveis de instrução (2018/2017)

Fonte: Cepea, a partir de informações dos microdados da PNAD-Contínua e de dados da RAIS. * Primeiro semestre de 2018 frente ao primei-ro semestre de 2017; ** segundo trimestre de 2018 frente ao primeiro trimestre do mesmo ano

No que se refere aos níveis de es-colaridade, novamente, os dados de 2018 apontam tendência de

aumento do nível médio de qualifica-ção dos trabalhadores do agronegócio. Para os trabalhadores sem instrução, a redução no número de ocupados na comparação com o ano passado (1S2018/1S2017) ainda é de expressi-vos 18,66%. No outro extremo, tanto na comparação com 2017 quanto ao longo de 2018, o número de ocupados com ensino superior segue em expansão. Em análises anteriores, o Cepea já indicava para a redução acentuada das ocupações para trabalhadores re-lativamente mais vulneráveis, sem ins-

trução, ocupados principalmente no segmento primário e por conta própria, sobretudo no Nordeste. Na atual aná-lise, o cenário se mantém. Salienta-se que, para o segmento primário, a redu-ção da PO não é pontual de 2018, mas segue uma tendência de mais longo prazo, relacionada a diversos aspectos, como a elevação da tecnificação no campo, inviabilidade de pequenos es-tabelecimentos rurais no ambiente al-tamente concorrencial e tecnológico da agropecuária brasileira, a intensificação e concentração da produção, e melho-res oportunidades de emprego em am-bientes urbanos em algumas regiões.

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