Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

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Levantamento da situação do mercado de trabalho na Baixada Santista nos últimos dez anos.

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EXPEDIENTE — Idealização do Projeto Baixada Santista 2021: Instituto Metropolitano de Pesquisas Acadêmicas e Consultoria Técnico-Operacional (Impacto)

Produção de Conteúdo/Análise : R. Amaral & Associados — Consultoria, Pesquisas e Análise de Dados Equipe Técnica: Rodolfo Amaral e Verônica Mendrona (jornalistas);

Rubens Mendrona Filho (administrador de empresas)

Fontes de Informação: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Previdência Social; IBGE, Banco Central do Brasil; Secretaria de Estado da Fazenda de São Paulo e Fundação Seade

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DESAFIOS & PERSPECTIVAS 04

CENÁRIOS APURADOS NA DÉCADA 06

SERVIÇOS LIDERAM O MERCADO 08

OCUPAÇÃO MANTÉM TAXA DE 3,7% 10

BAIXADA GERA PREJUÍZOS À PREVIDÊNCIA 12

ESCOLARIDADE FORTALECE RENDIMENTOS 14

INDÚSTRIA RETÉM NÍVEL DE CONSUMO 16

REGIÃO REVELA BOM NÍVEL DE POUPANÇA 18

POPULAÇÃO VAI EXIGIR MAIS VAGAS 20

JUVENTUDE AGUARDA PREPARAÇÃO 22

ÍÍÍÍ NNNN DDDD IIII CCCC EEEE

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INTRODUÇÃO

DESAFIOS &

PERSPECTIVAS

Desafio será conciliar desenvolvimento organizado e demandas sociais

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A Região Metropolitana da Baixada Santista iniciou uma nova década com uma forte expecta-tiva de desenvolvimento econômico e de geração de oportunidades de trabalho.

O anúncio das descobertas de petróleo e de gás na Bacia de Santos e a divulgação do Plano de Negócios da Petrobras para o período de 2010/2019 contribuíram de maneira decisiva para a formação deste cenário.

Ao entusiasmo ligado à futura produção pe-trolífera ainda são somadas as perspectivas de expansão da atividade portuária na Área Conti-nental de Santos, com o desenvolvimento do pro-jeto denominado Barnabé/Bagres.

Os cenários mencionados criaram um grau de apreensão com o tempo disponível para pre-paração de mão-de-obra , no primeiro estágio do planejamento regional; mas também existem ou-tras preocupações ligadas à ocupação do solo urbano e com eventuais ciclos migratórios.

De fato, há motivos de sobra para as autori-dades regionais e à sociedade em geral ficarem vigilantes com os acontecimentos presentes e futuros vinculados à expansão dos segmentos produtivos em questão.

Nem todas as intervenções socioeconômi-cas que envolvem uma forte pressão de desen-volvimento são diretamente controladas pelo po-der público.

A própria Região Metropolitana da Baixada Santista já vivenciou situações semelhantes, nas décadas de 50 e 60 e os resultados conjunturais não foram bem aproveitados sob a ótica do pla-nejamento urbano.

A instalação do parque industrial de Cuba-tão, a expansão do Porto de Santos e a produ-ção imobiliária de veraneio registradas naquelas duas décadas produziram seqüelas com as quais a população regional convive até hoje.

A ocupação desordenada de localidades nos municípios de Santos, São Vicente, Guarujá

e Cubatão deu enorme espaço para o surgimen-to de fortes ciclos migratórios de contingentes de baixa renda à procura de empregos.

Este fato criou um enorme conjunto de de-mandas sociais e também dificultou a organiza-ção adequada dos espaços urbanos.

Como os nove municípios da região dis-põem de uma extensão territorial correspondente a apenas 0,97% do território paulista (2.405,9 km²), com ampla área de preservação ambiental, vários outros problemas estruturais surgiram do processo de ocupação desordenada.

Do ponto de vista do uso e ocupação do solo, por exemplo, percebe-se cada vez mais os avanços dos níveis de adensamento, fato que reflete no custo do metro quadrado de terreno e desloca a população fixa de baixa renda para as áreas periféricas e impróprias à moradia.

Além deste aspecto, a limitação territorial também inibe a instalação de empresas de gran-de porte para produção em escala em diferentes segmentos econômicos, pressionando o merca-do local para as atividades do comércio varejista e de oferta de serviços.

Desde a consolidação do perfil econômico gerado a partir da década de 50, a Região Metro-politana da Baixada Santista assumiu uma cota-parte da ordem de 4% na maioria dos indicado-res sociais e econômicos do Estado de São Pau-lo, incluindo neste contexto o contingente vincu-lado ao mercado de trabalho.

Sendo assim, cabe, neste momento, conhe-cer melhor cada segmento social e econômico da região, a fim de planejar com mais rigor as inter-venções públicas que devem orientar esta nova e decisiva etapa do desenvolvimento regional.

Por esta razão, iniciamos o processo de análise de conjuntura pela configuração do mer-cado de trabalho regional nas últimas décadas, para, a partir destes cenários, estabelecer metas para pôr em prática nos próximos anos.

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MERCADO FORMAL

CENÁRIOS APURADOS NA DÉCADA

O desempenho da economia reflete na geração do nível regional de empregos

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nais, a participação regional é de 4,03%, conclui-se que a Baixada Santista está aquém do seu potencial de inserção de mão-de-obra nos meios de produção.

Somente os municípios de Praia Grande (52,47%) e Bertioga (51,74%) acusaram avanço do seu mercado formal acima da faixa de 50%.

Os municípios Guarujá (44,09%), Peruíbe (42,21%), São Vicente (40,94%) e Santos (37,23%) ultrapassaram a média regional 36,98%, mas ficaram bem abaixo do patamar médio estadual, de 58,18%.

Em Santos, onde está concentrada quase metade de mão-de-obra regional com carteira assinada (45,44%), a taxa de crescimento prati-camente determinou a média regional.

Embora abrigue um dos parques industriais mais importantes do País, o Município de Cuba-tão apresentou uma evolução tímida de 17,01%, motivada, aliás, pelo processo de desaceleração da indústria no contexto paulista.

A pior performance da década coube a Mon-gaguá, curiosamente município limítrofe de Praia Grande, ao qual coube o melhor desempenho.

O mercado formal de trabalho da Região Metropolitana da Baixada Santista registrou uma evolução percentual de 36,98%, no período com-preendido entre 2001 e 2010.

Este índice ficou abaixo do patamar apurado nas outras duas regiões metropolitanas paulistas: de Campinas (57,62%) e de São Paulo (46,22%).

A expansão de empregos regionais, em ter-mos percentuais, também ficou abaixo do de-sempenho verificado em todo o Estado de São Paulo (58,18%) e no território nacional (65,26%).

Ao término do exercício de 2010, a região somava um contingente de trabalhadores formais de 364.366 pessoas, ou 98.364 trabalhadores com carteira assinada a mais do que o registrado ao final de 2000.

Em idêntico período, o Estado de São Paulo totalizou um mercado formal de trabalho de 12.732.373 empregados. Isto representa dizer que, ao final da década passada, a Região Me-tropolitana da Baixada Santista representava apenas 2,86% do contingente de trabalhadores paulistas com carteira assinada.

Considerando que, em termos populacio-

Municípios Empregos Formais 2000

Saldo Gerado 2001/2010

Total Geral

Em (%) Regional

Bertioga 6.805 3.521 10.326 2,83

Cubatão 34.682 5.901 40.583 11,14

Guarujá 32.230 14.210 46.440 12,75

Itanhaém 7.993 2.605 10.598 2,91

Mongaguá 5.565 526 6.091 1,67

Peruíbe 5.558 2.346 7.904 2,17

Praia Grande 24.549 12.881 37.430 10,27

Santos 120.643 44.920 165.563 45,44

São Vicente 27.977 11.454 39.431 10,82

Total Regional 266.002 98.364 364.366 100,00

Evolução na Década (%)

51,74

17,01

44,09

32,59

9,45

42,21

52,47

37,23

40,94

36,98

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SERVIÇOS LIDERAM

O MERCADO

SETOR DE SERVIÇOS

O segmento de serviços, em Santos, tem a representatividade de 63,96%

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A atividade de serviços tem um papel pre-ponderante na economia regional da Baixada Santista, com uma participação percentual média de 50,47%, no mercado formal de trabalho.

Do total de 364.366 empregos registrados no mercado regional ao final de 2010, 183.907 ocupações estavam relacionadas com o setor de serviços; ficando o comércio com a segunda po-sição, com 80.902 empregos formais.

Este índice de 50,47% está bem acima do patamar verificado em âmbito estadual (37,70%) e em nível federal (32,53%) e também se torna ainda mais marcante na verificação isolada do Município de Santos, onde representa 63,93%.

Do acréscimo de 44.920 empregos no mer-cado formal de trabalho de Santos, entre 2001 e 2010, por exemplo, nada menos que 30.855 va-gas foram geradas no setor de serviços (68,69%), com destaque para as áreas de co-mércio e administração de imóveis; valores mobi-liários e serviços técnicos, com 11.743 oportuni-dades (ou 38,06%).

Em Guarujá, outro município com atuação marcante do setor portuário, a atividade de servi-

ço responde por 54,44% do mercado formal de trabalho (25.281 postos), deixando de prevalecer com setor mais determinante apenas em Monga-guá (11,07%); Peruíbe (26,76%) e em Cubatão, município de perfil industrial (25,06%).

O peso regional do comércio é de 22,20%, no contexto da oferta de empregos formais, con-tra uma taxa média estadual de 19,51% e nacio-nal de 18,95%, o que revela um certo nível de equilíbrio na conjuntura econômica do País.

Muito procurada nos últimos tempos como uma oportunidade de trabalho, a área da Admi-nistração Pública tem uma participação regional de 12,24%, contra 12,65% no Estado, e nada menos que 20,23% em âmbito nacional, índice evidentemente pressionado pelas regiões do Norte e Nordeste.

Ao final de 2010, o salário médio de admis-são da atividade de serviços na região ficou no patamar de R$ 910,00, abaixo do nível estadual (R$ 987,54), mas acima da remuneração nacio-nal (R$ 887,34).

A preponderância deste setor na região, aliás, ocorre desde a década de 1980.

Municípios

Extrativa Mineral

Indústria de Transformação

Serv. Ind. Util. Pública

Construção Civil

Comércio

Serviços

Adm. Pública

Agropecuária

Bertioga 01 153 69 403 2.791 5.378 1.500 31

Cubatão 97 13.866 580 7.834 3.469 10.172 4.417 148

Guarujá 04 1.456 513 1.722 11.441 25.281 5.744 279

Itanhaém 0 286 198 321 3.343 3.910 2.354 186

Mongaguá 63 140 34 1.625 1.560 1.173 1.483 13

Peruíbe 03 151 66 835 2.990 2.115 1.685 59

Praia Grande 0 1.296 327 2.463 11.782 12.628 8.930 04

Santos 917 7.597 863 4.413 31.874 105.893 13.625 381

São Vicente 38 1.607 1.431 2.467 11.652 17.357 4.859 20

Total 1.123 26.552 4.081 22.083 80.902 183.907 44.597 1.121

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POSIÇÃO HISTÓRICA

OCUPAÇÃO MANTÉM

TAXA DE 3,7%

A performance regional no contexto estadual ficou na faixa de 3,46 a 3,75%

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Page 11: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

Municípios Década 1970

Década 1980

Década 1990

Década 2000

Bertioga -0- -0- -0- 13.051

Cubatão 15.028 31.576 34.742 38.535

Guarujá 28.181 56.571 82.443 101.985

Itanhaém 5.158 9.833 17.759 26.025

Mongaguá 1.656 3.285 6.902 12.923

Peruíbe 1.999 6.009 12.796 17.447

Praia Grande 6.233 23.066 44.860 71.323

Santos 121.602 166.913 178.328 172.939

São Vicente 34.799 70.409 105.035 110.162

Total Regional 214.656 367.662 482.865 564.390

Evolução (%)1970/2000

-0-

156,42

261,89

404,56

680,37

772,79

1.044,28

42,22

216,57

162,93

Total do Estado/SP 6.209.717 10.236.018 13.149.094 15.069.645 142,68

Total Brasil 28.959.523 42.274.316 55.293.313 65.629.892 126,63

Variação (%) População

-0-

112,76

181,65

396,00

573,28

638,60

882,95

20,93

160,59

126,01

108,39

82,32

A Região Metropolitana da Baixada Santista vem registrando uma evolução percentual tímida no contexto da chamada população ocupada, que envolve a mão-de-obra formal, informal e ainda autônomos, profissionais liberais e empre-gadores.

No período entre 1970 e 2000, por exemplo, a participação regional neste universo de pessoal ocupado variou entre 3,46% e 3,75% do total estadual, índice muito próximo dos 4% de repre-sentatividade regional na economia do Estado.

Os números relativos ao final da última dé-cada ainda não foram disponibilizados publica-mente pelo IBGE, mas devem girar em torno desta mesma taxa.

Em termos de mercado formal o índice apu-rado em 2010 ficou no patamar de 2,86%, porém ainda devem ser acrescidos a este percentual o mercado informal e de autônomos e profissionais liberais, com presença expressiva na região.

A estabilização deste índice de pessoal

ocupado também possui uma relativa vinculação com a automação de dois setores importantes na empregabilidade regional: o pólo industrial de Cubatão e a atividade portuária, além, evidente-mente, da marcante presença de aposentados.

Na comparação entre a evolução do pessoal ocupado com a expansão da população residen-te, observa-se uma variação de 36,92 pontos percentuais (ou de 29,21%) em favor da ocupa-ção profissional.

Esta suposta folga, no entanto, acaba sendo superada pela mudança do perfil etário, com o ingresso de um número maior habitantes na dis-puta por algum tipo de ocupação, outro tipo de preocupação que deve ser observado na leitura do mercado de trabalho.

Os jovens de 16 a 24 anos têm uma partici-pação de 18,50%, no mercado regional, índice próximo da média estadual (19,49%) e nacional (17,99%), mas o nível de escolaridade vai exigir ocupações mais nobres em curto período.

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Page 12: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

PREVIDÊNCIA SOCIAL

PREJUÍZOS À

PREVIDÊNCIA

O déficit apurado na Previdência Social da região representa 7,47% do País

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Page 13: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

Municípios Benefícios Emitidos 2001/2010

Bertioga 22.208

Cubatão 229.383

Guarujá 318.983

Itanhaém 108.658

Mongaguá 52.805

Peruíbe 71.979

Praia Grande 232.688

Santos 980.175

São Vicente 434.258

Total Regional 2.451.137

Total do Estado/SP 54.999.423

Em (%) do Estado 4,46

Saldo (R$) 2001/2010

(3.172.622)

(1.865.821.875)

(1.569.912.434)

(634.862.116)

(336.715.514)

(439.831.207)

(1.375.508.399)

(5.305.530.767)

(3.315.830.270)

(14.847.185.204)

73.461.179.381

-0-

Valor Recebido (R$) 2001/2010

191.814.801

2.463.355.341

2.747.120.003

834.521.332

433.965.186

566.616.291

1.967.977.778

10.413.079.721

3.841.749.240

23.460.199.693

448.059.857.823

5,24

Valor Arrecadado (R$) 2001/2010

188.642.179

597.533.466

1.177.207.569

199.659.216

97.249.672

126.785.084

592.469.379

5.107.548.954

525.918.970

8.613.014.489

521.521.037.204

1,65

O sistema previdenciário brasileiro injetou na economia regional, nos últimos dez anos, em valores nominais, R$ 23 bilhões 460 milhões, e recebeu de empregadores e empregados contri-buições de apenas R$ 8 bilhões 613 milhões.

Este cenário gerou um déficit na Previdên-cia Social de R$ 14 bilhões 847 milhões, o que representa dizer que os benefícios previdenciá-rios, em termos médios, contribuíram com um aporte anual de quase R$ 1,5 bilhão no mercado regional ou cerca de 3% do Produto Interno Bruto da Baixada Santista.

A marcante presença da circulação de re-cursos previdenciários na economia regional se dá por duas razões distintas: o perfil empresarial empregatício está muito vinculado às atividades de serviços e comércio, com baixo nível de remu-neração; e há uma presença expressiva de apo-sentados e pensionistas na região.

Embora neste momento os valores adicio-nais previdenciários sejam importantes para o

consumo regional, em médio e longos prazos, com a expansão do déficit da Previdência Social no País, a tendência é que tal espécie de receita sofra uma desvalorização gradativa.

O volume de benefícios previdenciários emi-tidos na região representou 4,46% do total esta-dual, índice superior à representatividade regio-nal no mercado formal de trabalho.

No tocante aos valores recebidos, esta parti-cipação percentual da região sobe para 5,24%, na comparação com o Estado, mas quando se trata da análise das contribuições de empregado-res e empregados esta taxa diminui para 1,65%.

Também neste universo de dez anos, a Pre-vidência Social registrou um déficit — entre valo-res arrecadados e benefícios emitidos — de R$ 198 bilhões 734 milhões 785 mil.

Isto significa que a Região Metropolitana da Baixada Santista contribui com 7,47% de prejuí-zo previdenciário nacional, embora do contexto do mercado formal de trabalho tenha só 0,84%.

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Page 14: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

NÍVEL ESCOLAR

ESCOLARIDADE FORTALECE

RENDIMENTOS

A carência de cursos técnicos estimulou a ocupação de vagas administrativas

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Page 15: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

A ausência de universidade pública nos mu-nicípios da Baixada Santista ao longo de várias décadas contribuiu de forma decisiva para con-tenção dos níveis de desenvolvimento regional.

As dificuldades de acesso ao conhecimento de nível superior e a extinção de cursos técnicos vinculados ao Ensino Médio geraram um univer-so de mão-de-obra limitado em suas aspirações profissionais.

Isso provocou uma vinculação demasiada da força de trabalho regional nas áreas de co-mércio e de serviços administrativos, diminuindo durante décadas as potencialidades de ascensão para carreiras mais promissoras.

Levantamentos feitos pelos últimos Censos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tísticas) revelam que apenas o Município de San-tos conseguiu superar a marca média estadual, entre 1970 e 2000, no registro de pessoas com mais de 11 anos de estudos, entre os moradores

com faixa etária de 25 anos ou mais. Nos últimos anos, face às oportunidades

geradas no Ensino Superior privado, esta realida-de vem se modificando, mas ainda assim de for-ma muito tímida, quer na comparação com o uni-verso paulista ou até mesmo com o cenário na-cional.

Os avanços mais expressivos vêm ocorren-do exatamente em Santos, com uma evolução percentual relevante, de 3,91%, em 1970 para 20,89%, em 2000.

Os números relativos à última década ainda não foram disponibilizados e devem ter avanços importantes, diante da criação do Prouni e tam-bém da expansão de vagas públicas, porém o esforço na ampliação do conhecimento será de-terminante nos próximos dez anos.

As descobertas do pré-sal vão impulsionar a economia regional, em áreas diretas e indiretas, sendo indispensável aprimorar o conhecimento.

Municípios Censo 1970

Censo 1980

Censo 1991

Censo 2000

Evolução Pontos Percentuais

Bertioga -0- -0- 5,40 8,00 2,60

Cubatão 0,38 1,94 3,86 6,10 5,72

Guarujá 0,55 2,68 5,01 7,20 6,65

Itanhaém 2,74 3,78 7,08 7,10 4,36

Mongaguá 1,37 4,01 4,29 6,60 5,23

Peruíbe 1,54 2,93 6,86 9,50 7,96

Praia Grande 1,63 3,19 5,44 8,60 6,97

Santos 3,91 10,71 18,68 24,80 20,89

São Vicente 1,87 4,65 7,41 9,1 7,23

Total do Estado/SP 3,00 7,20 10,80 13,10 10,10

Total Brasil 2,00 5,00 7,50 9,30 7,30

Pessoas com 25 anos ou mais — com mais de 11 anos de estudos — ( Em %)

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Page 16: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

CONSUMO REGIONAL

INDÚSTRIA RETÉM NÍVEL DE CONSUMO

A Baixada apurou a menor variação regional do Valor Adicionado do ICMS

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Page 17: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

Municípios Valor Adicionado (R$) 2001

Valor Adicionado (R$) 2009

Variação Em (%)

Bertioga 62.086.540 234.266.193 277,32

Cubatão 6.836.636.495 10.059.136.809 47,14

Guarujá 672.951.358 1.481.965.421 120,22

Itanhaém 83.726.353 220.131.323 162,92

Mongaguá 33.203.675 119.629.348 260,29

Peruíbe 62.048.404 183.392.028 195,56

Praia Grande 276.828.288 917.313.635 231,37

Santos 2.142.642.127 6.291.473.536 193,63

São Vicente 378.345.582 1.064.134.416 181,26

Total Regional 10.548.468.822 20.571.442.709 95,02

Total do Estado/SP 279.938.077.367 630.536.862.531 125,24

RM de São Paulo 132.504.662.602 290.333.617.345 119,11

RM de Campinas 33.287.884.828 75.819.218.046 127,77

A expansão modesta do mercado de traba-lho regional na última década também pode ser observada pelo comportamento do Valor Adicio-nado do ICMS, referencial que serve para medir o comportamento dos níveis de consumo.

No período de 2001 a 2009 (os dados de 2010 serão divulgados pela Fazenda do Estado somente em julho) a variação nominal do Valor Adicionado regional foi de apenas 95,02%, con-tra uma taxa estadual de 125,24%.

O índice obtido pela Baixada Santista tam-bém ficou abaixo das taxas verificadas nas regi-ões metropolitanas de São Paulo (119,11%) e de Campinas (127,77).

É verdade que a taxa regional foi travada principalmente pelo baixo desempenho do Muni-cípio de Cubatão, com uma variação nominal de apenas 47,14%, uma vez que o pólo industrial instalado neste município responde por quase 50% do Valor Adicionado Regional.

Os melhores desempenhos regionais neste período foram observados em Bertioga (277,32%), Mongaguá (260,29%) e Praia Grande (231,37%).

Vale observar, ainda, que apenas Cubatão (47,14%) e Guarujá (120,22%) registraram índi-ces abaixo da média estadual de 125,24%.

A apuração de um Valor Adicionado expres-sivo denota o comportamento da economia, mas também serve para definir o percentual de repas-se do ICMS para os municípios, pois este item tem um peso de 76% no critério de partilha.

Quanto maior for o Valor Adicionado, mais significativo é o repasse de ICMS, ou seja, mais recursos os municípios dispõem para investimen-tos públicos e geração de empregos regionais.

Em termos estaduais, no contexto das 15 regiões Administrativas do Estado de São Paulo, a Baixada Santista figura na quinta colocação, com um índice de 3,26% do total do Estado.

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Page 18: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

POUPANÇA E CRÉDITO

REGIÃO REVELA BOM NÍVEL

DE POUPANÇA

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Performance da região é favorável à expansão de negócios e à oferta de vagas

Page 19: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

Municípios Poupança R$/2010

Depósito a Prazo R$/2010

Operações de Crédito (R$)/2010

Bertioga 56.469.090 39.825.965 67.310.857

Cubatão 408.801.496 314.303.507 291.249.463

Guarujá 526.588.211 273.295.501 444.034.845

Itanhaém 124.828.897 101.868.050 163.206.551

Mongaguá 80.640.651 19.977.162 98.584.196

Peruíbe 135.184.460 48.772.478 129.111.836

Praia Grande 416.640.238 167.899.079 471.697.389

Santos 2.858.175.811 2.395.265.275 5.685.742.125

São Vicente 642.704.439 233.830.366 558.512.084

Total Regional 5.250.033.293 3.595.037.383 7.909.449.346

Investimento Total (R$)

96.295.055

723.105.003

799.883.712

226.696.947

100.617.813

183.956.938

584.539.317

5.253.441.086

876.534.805

8.845.070.676

A população da Baixada Santista possui uma capacidade de poupança superior ao seu nível de endividamento, fato que cria um ambien-te favorável à expansão de negócios e à geração de novos empregos.

De acordo com dados do Banco Central do Brasil, em 31 de dezembro de 2010, entre depó-sitos em poupança e aplicações a prazo, a região somava R$ 8 bilhões 845 milhões, contra um volume de operações de crédito de R$ 7 bilhões 909 milhões.

As reservas financeiras dos moradores da região, no curso da última década (entre 2001 e 2010) apresentaram um crescimento real de 40,14% ( medido pela na variação do IGP-M de idêntico período).

A disposição da população em se endividar com o uso de financiamento em suas compras, na última década, também exibiu uma perfor-mance expressiva, com um avanço real de 116,74%, mas em nível ainda insuficiente para dar maior impulso à expansão de mão-de-obra.

Em termos nominais, a expansão regional do volume de operações de crédito, na compara-

ção entre 2001 e 2010, atingiu o patamar de 394,88%, índice aliás superior aos apurados nas regiões metropolitanas de Campinas (315,88%) e de São Paulo (260,54%).

Também sob o aspecto nominal, os depósi-tos em poupança na Baixada Santista superaram a marca obtida na Região Metropolitana de São Paulo (185,73% contra 169,79%), mas ficaram abaixo da evolução observada na Região Metro-politana de Campinas (211,21%).

Os chamados depósitos a prazo acusaram uma expansão menor na região (287,91%, em termos nominais), na comparação com as regi-ões de São Paulo (402,19%) e de Campinas (535,37%), uma vez que nestas duas localida-des, neste tipo de aplicação financeira, prevale-cem os investimentos de pessoas jurídicas.

Para incrementar os negócios locais no cur-so desta nova década e assim contribuir com a ampliação da oferta de empregos, além das perspectivas inseridas no Pré-Sal, as empresas locais terão de investir mais em marketing.

O acompanhamento do perfil de poupança e crédito pode ajudar nos planos de negócios.

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Page 20: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

PERFIL POPULACIONAL

POPULAÇÃO VAI EXIGIR

MAIS VAGAS

O processo de expansão econômica pode gerar ocupação desordenada

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Page 21: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

Municípios Censo 1991

Censo 2000

Censo 2010

Projeção 2020

15/24 Anos 2020

Bertioga 21.786 20.874 35.070 47.058 10.574

Cubatão 61.155 77.233 91.060 103.402 20.841

Guarujá 139.249 187.078 223.044 260.711 51.269

Itanhaém 30.409 51.196 66.968 81.185 15.792

Mongaguá 12.830 25.082 35.931 43.073 8.372

Peruíbe 21.361 36.131 46.176 48.178 10.734

Praia Grande 82.682 139.566 204.046 247.662 46.190

Santos 303.144 335.976 363.522 354.797 53.110

São Vicente 183.792 221.364 262.040 285.518 53.026

Total Regional 856.408 1.094.500 1.327.857 1.471.584 269.908

Total do Estado 21.880.608 27.288.622 33.069.089 36.101.375 6.490.494

Região (Em %) do Estado 3,91 4,01 4,02 4,08 4,16

15/24 Anos Em (%)

22,47

20,16

19,66

19,45

19,44

22,28

18,65

14,97

18,57

18,34

17,98

-0-

População com 15 anos ou mais

Outra preocupação que deve tomar a aten-ção das autoridades regionais na Baixada Santis-ta com o mercado de trabalho diz respeito às mudanças do perfil populacional.

De acordo com os levantamentos do último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), há uma tendência do contingente habitacional da região avançar, no contexto esta-dual, na faixa etária com 15 anos ou mais.

No Censo de 1991, por exemplo, este extra-to populacional representava 3,91% da popula-ção estadual, porém para 2020 há uma tendên-cia deste índice subir ao patamar de 4,08%.

Tal situação poderá pressionar ainda mais a competição de vagas no mercado de trabalho nos próximos anos e isto é preocupante porque a expansão da oferta na última década ficou bem abaixo dos níveis apurados em todo o Estado.

Na faixa etária de 15 a 24 anos, a média regional igualmente é superior ao índice verifica-do no âmbito estadual, o que deve forçar tam-bém as pressões sociais em termos de oferta por cursos técnicos profissionalizantes ou de Ensino Superior.

É importante observar que tais cenários fo-ram projetados com base nas tendências das taxas de crescimento de período anteriores e não mediram, por exemplo, possibilidades do descon-trole sobre processos migratórios.

Em décadas passadas, quando ciclos eco-nômicos impulsionaram a região com a instala-ção do pólo industrial de Cubatão, com a expan-são do Porto de Santos e com o boom imobiliá-rio, a migração gerou maior competição no mer-cado de trabalho e ocupação desordenada em diversos municípios.

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Page 22: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

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JUVENTUDE AGUARDA

PREPARAÇÃO

PRESSÃO JOVEM

Baixada Santista deve ter plano estratégico para absorver mão-de-obra jovem

Page 23: Mercado de Trabalho na Região Metropolitana da Baixada Santista

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População Por Faixa Etária

Brasil

São Paulo

Baixada Santista

Baixada Santista Em (%) do Estado

15 anos 3.574.928 683.010 27.172 3,98

16 anos 3.410.704 655.287 26.475 4,04

17 anos 3.372.242 651.950 26.188 4,02

18 anos 3.367.170 651.593 25.572 3,92

19 anos 3.265.826 662.068 25.743 3,89

20 anos 3.389.728 701.812 25.851 3,68

21 anos 3.421.736 715.015 27.140 3,80

22 anos 3.510.497 734.682 26.959 3,67

23 anos 3.420.252 728.069 26.762 3,68

24 anos 3.502.977 758.110 27.850 3,67

Totais 34.236.060 6.941.596 265.712 3,83

Estudos técnicos preliminares desenvolvidos nos últimos anos pelo Governo do Estado de São Paulo indicam que, até 2020, os negócios vincu-lação à exploração da Bacia de Gás e Petróleo de Santos podem gerar certa de 60 mil novos empregos diretos e indiretos.

Esta estimativa é expressiva, caso compara-da com os 98.364 empregos formais gerados no período de 2001 a 2010, mas ainda será insufici-ente para abrigar uma legião de jovens que de-vem pleitear, ano a ano, uma vaga no mercado de trabalho regional.

Os dados apurados pelo último Censo do IBGE revelaram, em 2010, que a Região Metro-politana da Baixada Santista possuía 265.712 jovens na faixa etária entre 15 e 24 anos e este universo representa a retaguarda produtiva que estará em preparação para a fase de exploração de petróleo e gás.

Normalmente, esta faixa etária ocupa cerca de 20% do mercado formal de trabalho, em ativi-dades auxiliares nos mais diversos segmentos econômicos, porém com o estímulo à formação

de mão-de-obra técnica a tendência é que a ju-ventude venha a pressionar as novas oportunida-des do mercado.

Tal cenário recomenda às autoridades locais a produção de planos de negócios secundários para o desenvolvimento econômico regional, a fim de garantir oportunidades de empregos em setores desvinculados da cadeia de gás e petró-leo da Bacia de Santos.

Os estudos preliminares também indicam avanços populacionais migratórios à razão de um terço da expansão de moradores, até 2025, o que significa dizer que as pressões em torno de empregos também devem crescer.

É de fundamental importância, igualmente, que a programação dos investimentos do Pré-Sal esteja adequadamente distribuída na região, de modo a evitar a excessiva concentração de opor-tunidades no Município de Santos.

As carências estruturais no sistema de transporte dificultam e encarecem a locomoção de trabalhadores, assim como é indispensável elevar o nível de renda em toda a região.

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