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Texto II [email protected] facebook.com/professorcarlosluzardo twitter.com/carlosluzardo 51 99955.7502 3 AULA ENEM/2018 TEMA DE REDAÇÃO Texto I A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que considera abusiva a publi- cidade infantil, emitida pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e Adolescente (Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de guerra envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e setores interessados na continuidade das propagandas di- rigidas a esse público. Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução estabelece como abusiva toda propaganda dirigida à criança que tem “a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço” e que utilize aspectos como desenhos animados, bone- cos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, ofertas de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo às crianças. Ainda há sem dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da resolução. E associações de anunciantes, emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticam a medida e dizem não reconhecer a legiti- midade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor a re- solução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. Além disso, defendem que a Autorregulação Publicitária (Conar) já seria uma forma de controlar e evitar abusos. A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Publicidade infantil em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 24 jun. 2014 (adaptado). Texto III Precisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do mundo exterior, para compreender o que se está por trás da divulgação de produtos. Só assim ela se tornará, o consumidor do futuro, aquele capaz de saber o que, como e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente de suas responsabi- lidades consigo mesma e com o mundo. SILVA, A. M. D; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do marketing infantil. São Paulo: Summus, 2012 (adaptado).

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Texto II

[email protected]

facebook.com/professorcarlosluzardo twitter.com/carlosluzardo

51 99955.75023AULA

E N E M / 2 0 1 8

TEMA DE REDAÇÃO

Texto IA aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que considera abusiva a publi-

cidade infantil, emitida pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e Adolescente

(Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de guerra envolvendo ONGs de defesa

dos direitos das crianças e setores interessados na continuidade das propagandas di-

rigidas a esse público.

Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução estabelece como abusiva toda

propaganda dirigida à criança que tem “a intenção de persuadi-la para o consumo de

qualquer produto ou serviço” e que utilize aspectos como desenhos animados, bone-

cos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, ofertas de prêmios, brindes

ou artigos colecionáveis que tenham apelo às crianças.

Ainda há sem dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da resolução.

E associações de anunciantes, emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e

fabricantes de produtos infantis criticam a medida e dizem não reconhecer a legiti-

midade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor a re-

solução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. Além disso, defendem que

a Autorregulação Publicitária (Conar) já seria uma forma de controlar e evitar abusos.

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Publicidade infantil em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 24 jun. 2014 (adaptado).

Texto IIIPrecisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do

mundo exterior, para compreender o que se está por trás da divulgação de produtos. Só assim ela se tornará, o consumidor do futuro, aquele capaz de saber o que, como e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente de suas responsabi-lidades consigo mesma e com o mundo.

SILVA, A. M. D; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do marketing infantil. São Paulo: Summus, 2012 (adaptado).

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Dia das Crianças: “O consumismo tira o espaço e o tempo de ser criança”Para comemorar o Dia das Crianças, entrevistamos a psicóloga e coordenadora de educação e pesquisa do projeto Criança eConsumo do Instituto Alana, Lais Fontenelle Pereira, sobre a relação das crianças com o consumo que merece especialatenção da família e educadores para a proteção da infância frente às relações de consumo.A psicóloga fala sobre a influência da criança no consumo da família, os problemas gerados pelo consumismo infantil, qual opapel da família nesse contexto, como fazer uma comemoração no Dia das Crianças menos mercadológica e mais.(1) O Instituo tem alguma pesquisa recente que evidencie em números o quanto as crianças influenciam no consumo dafamília?O Projeto Criança e Consumo ainda não tem uma pesquisa própria que fale da influência das crianças no consumo da família.Mas em pesquisa da Interscience de 2003, foi constatado que as crianças influenciam 80% das compras domésticas – e nãoapenas de produtos infantis.É evidente que precisamos evoluir no tratamento e nos direitos desse público, considerado hipervulnerável pela ConstituiçãoFederal por não possuir condições de compreender e se defender da comunicação publicitária.Essa mudança de pensamento só será conseguida através da ação conjunta de pais, escolas, sociedade civil e do Governo, queprecisa proteger as crianças de acordo com o que está estabelecido no Código de Defesa do Consumidor e no Estatuto daCriança e do Adolescente.(2) Qual o papel da família para minimizar os efeitos do consumo infantil e não incentivar essa prática?Até os 12 anos a criança está em fase de desenvolvimento, e, por isso, não entende plenamente as relações de consumo esuas conseqüências. Para que esse senso crítico seja formado aos poucos, é preciso que o adulto faça a mediação dessarelação.É importante que as crianças sejam educadas para entender que o consumo de cada um tem um impacto social, ambiental eeconômico. No momento em que as crianças percebem que ao comprar, usar e jogar fora um objeto, por exemplo, nós

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estamos gerando lixo, as coisas começam a ficar mais claras para elas.Da mesma forma, é preciso explicar que a imagem que a publicidade vende, de que consumir traz felicidade, não éverdadeira, e que muitas vezes nossas vontades não serão cumpridas. A criança precisa de limites e dizer NÃO é fundamental.Os pais devem ser presentes na vida dos filhos. Os adultos também não devem se esquecer de ser um exemplo positivo paraos pequenos e oferecer alternativas ao consumo, valorizando outras atividades que não envolvam compras.(3) Qual a sugestão para os pais que pretendem fugir do consumismo no dia das crianças, uma vez que a comemoração épautada pelo consumo?Acreditamos que, para não tornar a data extremamente mercadológica, os pais devam pensar em formas alternativas depresentear a criança. Ao invés de comprar um novo brinquedo, um jogo eletrônico ou um celular, os pais poderiam levar ascrianças para um passeio cultural ou recreativo.Outra sugestão é se unir ao filho em trabalhos manuais e construir seu próprio presente. Isso tornaria a data menosmercadológica, além de estimular a criatividade das crianças e unir pais e filhos.(4) A obesidade infantil é considerada uma conseqüência do consumo infantil desenfreado e mais recentemente vem sendobastante discutida pela mídia. O Instituo Alana listaria outras conseqüências relacionadas ao excesso do consumo infantil?Quais?Sim, cada vez mais as crianças são induzidas a consumir alimentos ultra-processados e com alto teor de sal, gorduras e açúcar.Os apelos são inúmeros: publicidades na TV, embalagens com desenhos divertidos e coloridos, venda de brindes comalimentos, etc.Ainda tem a questão da adultização infantil. As meninas de hoje, por exemplo, estão cada vez mais parecidas com asmulheres: vestem roupas iguais, fazem a unha e escova nos cabelos, usam salto alto e maquiagem – tudo produzido naversão mirim.Só que são apenas meninas, às vezes bem pequenas, que não estão preparadas para lidar com o mundo adulto. São muitosos problemas, como estresse familiar, violência, consumo precoce de álcool e a diminuição das brincadeiras criativas. Oconsumismo tira o espaço e o tempo de ser criança.

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(5) Vários estudos mostram que a publicidade tem um papel importante no consumo infantil. No mundo atual éimpensável evitar que as crianças e os adolescentes sejam expostos a os investimos publicitários. Que medidas osresponsáveis podem tomar para minimizar esse estímulo?A transformação só virá da atuação em duas frentes: educação e regulação. É necessário conscientizar pais e educadoressobre o problema do consumismo na infância e seus impactos no desenvolvimento dos pequenos. Isso é um dos pontosprincipais para a mudança de paradigmas.É muito importante que a família e os educadores desenvolvam um trabalho conjunto quanto à tomada de consciência edemonstrem isso em posturas visíveis no dia-a-dia, para que auxiliem as crianças a compreender o sentido dessas ações.Mas discordo quando se diz que é impensável evitar a exposição de crianças aos apelos comerciais. É possível, sim – como jáse vê em diversas democracias ao redor do mundo – reduzir os impactos da publicidade na criança.Basta criar regras claras para que a mensagem seja dirigida aos adultos e não ao público infantil. É cruel impor que a criança,para que tenha acesso à televisão e às novas mídias, tenha que estar sujeita aos apelos publicitários numa fase dedesenvolvimento em que ainda são vulneráveis.(6) Qual a mensagem que o Instituto Alana deixa para os pais nesse dia das crianças?Seria muito bom que a data fosse marcada por valores menos materialistas e mais humanos. Que pais e filhos brincassemjuntos e comemorassem com alegria, diversão e afeto sem precisar da mediação de tantos presentes.O Projeto Criança e Consumo, desde 2005, desenvolve atividades que despertam a consciência crítica da sociedade brasileiraa respeito das práticas de consumo de produtos e serviços por crianças e adolescentes.

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CONSUMO INFANTILSetembro 2015

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INTRODUÇÃO

O acesso infantil ao universo do consumoNinguém, conscientemente, deseja que os filhos se tornem pessoas consumistas e sem a devida noção do valor do dinheiro. Apesar disso, o fato é que o os hábitos de compra revelam muito sobre a rotina familiar, indicando que o comportamento dos pais e mães reflete nas crianças e em seu processo de socialização. Nem sempre as descobertas são boas, como mostra o estudo ‘Consumo Infantil’, conduzido pelo SPC Brasil e Meu Bolso Feliz.

A pesquisa busca identificar como se dá o acesso das crianças aos mais diversos produtos e demonstrar de que forma o consumo está inserido no universo infantil, considerando a interação com a família, os amigos e colegas de escola. Além disso, o estudo investiga a influência da mídia e dos produtos de alta tecnologia, a fim de compreender o que pode levar as crianças ao consumismo e qual é a atitude dos pais a esse respeito.

O estudo traz informações relevantes sobre quem exerce o poder de compra, quando se trata de produtos para os filhos; as diferenças entre o padrão de vida dos filhos e o dos outros integrantes da família; como se resolvem os conflitos criados em decorrência das compras; quais são as preferências das crianças e que brinquedos e tecnologias as atraem; e quais são as consequências para as finanças familiares, quando os filhos participam do momento da compra.

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Para melhor explorar o tema consumo infantil, foram criadas subcategorias sobre o assunto, de acordo com as motivações, influências e comportamento, a saber:

1. Comportamento geral da mãe e do(a) filho(a) com relação ao consumo;

2. Processo decisório – influência das crianças nas compras;

3. Emoções e sentimentos que impulsionam o consumo;

4. Influenciadores do consumo infantil;

5. Consequências do consumo nas famílias.

Tendo em vista os objetivos do estudo, o planejamento da pesquisa considerou pertinente entrevistar apenas mães de crianças e adolescentes de 2 a 18 anos e que residam com seus filhos. A opção por entrevistar um adulto é proposital e se justifica porque as crianças, dependendo da idade, não podem ser entrevistadas. Além disso, elas não possuem fonte de renda e estão em constante processo de formação cultural e de identidade. Tal formação, por sua vez, é diretamente influenciada pelos hábitos, ensinamentos e exemplos que recebem da família, ou seja: ao mapear o comportamento da mãe, o estudo se aproxima dos hábitos de consumo dos filhos.

Finalmente, é preciso deixar claro que ao entrevistar apenas as mães, deixando de lado os pais, o estudo busca minimizar a diferença de percepção possivelmente existente entre os dois. A partir desta neutralização, foi possível identificar diferenças de acordo com o perfil do filho, considerando os grupos etários, gênero e classe socioeconômica, sem o viés do olhar de pessoas com papéis distintos na vida das crianças e adolescentes. No caso de mães que têm mais de um filho, foi solicitado a elas que concentrassem as respostas pensando em apenas um deles – colocado pelo painel de forma aleatória, de acordo com o planejamento amostral.

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ainda que eu compre a maioria dos produtos que meu (minha) filho(a) pede, percebo que ele(a) nunca está satisfeito(a) com o que tem e sempre quer mais

dizem que dão presentes SOMENTE

em datas especiais como aniversário, Dia

da Criança e Natal

16% dizem que dão presentes quando o filho cumpre as regras e obrigações da casa

13%

COMPORTAMENTO DAS MÃES EM

RELAÇÃO AOS FILHOS

adquirem produtos não necessários solicitados pelos filhos, como um brinquedo, uma roupa nova, doces, entre outros

compram coisas para o filho(a) sem que ele(a) peça, pelo prazer de vê-lo(a) usar

64%

60%

reconhecem que os filhos têm um padrão de vida superior ao da família

afirmam que as roupas e calçados que compram para o(a) filho(a) geralmente são melhores do que as que compram para ela mesma

59%

22%

30%

47% Admitem não existir regras para presentear

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Seis em cada dez mães adquirem produtos não necessários quando solicitados pelos filhos. Metade das compras de brinquedos, jogos, roupas e calçados são feitas por impulso

Comprar um presente para um filho é um ato repleto de significados, e muitas vezes pode equivaler a uma demonstração de afeto. Por outro lado, será que a ausência de regras e limites ao consumo é uma influência positiva para as crianças e adolescentes? O estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz revela que quatro em cada dez mães (46,4%) admitem não existir regras para presentear os(as) filhos(as), ou seja, elas o fazem quando querem – sobretudo no caso dos meninos (50,6%, contra 42,1% das meninas) e na Classe A/B (50,5% contra 40,6% na Classe C/D/E). Apenas 15,6% dizem que dão presentes SOMENTE em datas especiais como aniversário, Dia da Criança e Natal, enquanto 12,7% o fazem quando o filho cumpre as regras e obrigações da casa.

De modo geral, os resultados estão em sintonia com várias outras descobertas importantes da pesquisa, mostrando que as opiniões das crianças ganham cada vez mais importância dentro de casa. A maior parte das mães costuma ceder aos apelos dos filhos, ou mesmo aos anseios e padrões pessoais, para poderem vê-los como gostariam, terminando por consumir além do necessário: 64,4% delas, por exemplo, adquirem produtos não necessários solicitados pelos filhos, como um brinquedo, uma roupa nova, doces, entre outros, com percentuais mais expressivos entre as mães de meninas (68,9%) e as entrevistadas da Classe C/D/E (69,0%, contra 61,2% na Classe A/B). E muitas vezes, nem é preciso que os filhos manifestem seu desejo: 59,6% das mães compram coisas para o filho(a) sem que ele(a) peça, pelo prazer de vê-lo(a) usar coisas que gostam muito.

COMPORTAMENTO GERAL DAS MÃES E FILHOS

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Possivelmente, o desejo de agradar e proporcionar o melhor faz com que parte das mães estabeleça diferenças entre os produtos tidos como adequados para o consumo da família e aqueles que são destinados aos(às) filhos(as). Assim, praticamente seis em cada dez mães (58,5%) concordam com a frase: as roupas e calçados que compro para meu(minha) filho(a) geralmente são melhores do que os que compro para mim. Soma-se a isso o fato de que uma em cada cinco mães (21,9%) reconhece: os filhos têm um padrão de vida superior ao da família, principalmente no caso das crianças de 6 a 11 anos (25,5%).

Contudo, ceder à maioria das vontades da criança ou adolescente nem sempre é uma estratégia eficaz para aplacar o desejo de consumo, pois 29,7% das entrevistadas concordam com a frase: ainda que eu compre a maioria dos produtos que meu (minha) filho(a) pede, percebo que ele(a) nunca está satisfeito(a) com o que tem e sempre quer mais. Esse percentual é ainda maior entre as mães de meninas: 34,5%, contra 25,2% dos meninos.

Ainda assim, uma em cada cinco mães (20,2%) admite dar tudo o que o(a) filho(a) pede (sobretudo as mães de meninos: 23,8%), e 13,6% delas parecem ver o consumo como fonte direta de alegria e satisfação dos(as) filhos(as), já que concordam com a seguinte colocação: acredito que se eu puder dar todos os brinquedos e passeios ao meu(minha) filho(a) ele(a) será mais feliz, aumentando para 16,4% entre as mães de meninas e 17,7% na Classe C/D/E (contra 10,8% na Classe A/B).

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39% das mães gastam mais que o planejado quando os filhos as acompanham nas compras

A fim de identificar a pressão emocional envolvida numa compra, a pesquisa apresentou a seguinte simulação às entrevistadas:

“Seu filho(a) precisa de um tênis novo para ir à escola, pois o antigo não serve mais. Você escolhe um tênis bom e adequado, mas ele(a) quer muito o modelo da moda, que custa mais que o dobro. Como argumento, o(a) filho(a) diz que todos os colegas têm e que sente vergonha por não ter também.”

Ao enfrentar uma situação como essa 52,8% das respondentes garantem não ceder, sendo que a maioria (33,4%) explica que o valor das pessoas não está nas coisas que elas usam, e sim nas atitudes e no caráter. Outras 28,6% negociam um modelo intermediário, enquanto 13,9% compram o tênis desejado pelo(a) filho(a), ainda que seja necessário parcelar em muitas vezes.

O estudo indica que levar os filhos às compras não é um bom negócio. Em geral, praticamente quatro em cada dez respondentes (38,6%) admitem que acabam gastando mais do que o planejado, especialmente no caso das mães de meninas (44,0%, contra 33,4% para os meninos). Nesse sentido, outro dado reforça o resultado: considerando as últimas cinco compras de brinquedos, jogos, roupas e calçados, metade delas (50,8%) foi feita por impulso, com frequência ainda maior entre as mães de crianças de 2 a 5 anos (56,6%). Poderia haver, portanto, uma relação entre aquisições não planejadas e compras feitas na companhia do(a) filho(a).

Levar os filhos às compras não é um

bom negócio:

39%admitem que acabam gastando mais do que

o planejado

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No que diz respeito aos alimentos, o percentual de compras por impulso é ainda maior: 55,8%, considerando as últimas cinco aquisições. Individualmente, porém, o item mais adquirido por impulso nas últimas 5 compras gerais corresponde às roupas, mencionadas por 40,6% da amostra, aumentando para 46,6% entre as mães de meninas. Também vale destacar os percentuais para balas, chocolates e doces (35,5%), calçados (33,4%), brinquedos (32,5%) e lanches (32,2%).

É preciso admitir que o trabalho das mães não é nada fácil, pois os filhos costumam ser determinados na hora de fazer exigências: quase a metade da amostra (48,5%) garante que os filhos são persistentes e não desistem até conseguir, quando querem comprar algo – característica ainda mais latente entre os meninos (53,0%, contra 43,9% para as meninas) e os filhos mais velhos (59,1%).

41% Roupas

Balas, chocolates e doces36%

Calçados33%

Brinquedos33%

Lanches32%

ITENS MAIS ADQUIRIDOS POR IMPULSO:

49% garantem que os filhos são persistentes e não desistem até conseguir, quando

querem comprar algo

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Praticamente uma em cada cinco crianças toma a decisão final na compra de brinquedos e jogos. Grau de influência do filho chega a 7,06

Além de procurar saber se os(as) filhos(as) têm o hábito de acompanhar as mães durante as compras, a pesquisa investigou o protagonismo e o grau de influência das crianças na aquisição de seis categorias de produtos familiares ao universo infantil: brinquedos e jogos, itens de papelaria, eletrônicos (tablets, celulares e computadores), roupas e calçados, maquiagem e produtos de higiene e supermercado.

Inicialmente, pode-se constatar que brinquedos e jogos são os itens em que mais pesa o poder de decisão das crianças: 18,1% das mães admitem que os filhos são os decisores desta compra, com grau de influência do(a) filho(a) de 7,06, numa escala de 1 a 10. Ao mesmo tempo, trata-se de uma das ocasiões em que os(as) filhos(as) mais acompanham as mães: 41,6% afirma que sempre leva o(a) filho(a) para realizar compras de brinquedos e jogos, perdendo apenas para roupas e calçados, com 49,5% (aumentando para 54,4% entre as mães de adolescentes e 54,3% na Classe C/D/E).

Ainda falando sobre a compra de brinquedos e jogos, os resultados indicam que as mães decidem em 59,4% das famílias, com percentuais maiores entre as mães de meninas (63,3%) e na Classe C/D/E (64,8%). Em contrapartida, observa-se que as mães vão perdendo espaço na decisão desse tipo de compra, à medida que a idade dos filhos avança, chegando a 51,8% no caso dos adolescentes.

PROCESSO DECISÓRIO DAS COMPRAS

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Considerando as compras de alimentos como biscoitos, iogurtes e salgadinhos em supermercado, a pesquisa mostra que as mães decidem em 74,4% das famílias – sobretudo as mães de meninos (78,1%). Os pais decidem em 19,5% dos casos, e as crianças assumem o protagonismo da decisão em apenas 4,4% das famílias. O grau de influência dos filhos é mediano (4,99, numa escala de 1 a 10), sendo que um terço das mães (32,7%) sempre leva os filhos para a compra destes itens, principalmente as mães de meninas (36,0%) e aquelas da Classe C/D/E (39,2%, contra 28,1% na Classe A/B).

No que diz respeito a roupas e calçados, percebe-se que aumenta o poder de decisão das mães (83,9%), embora mereçam destaque os pais que têm a última palavra nas compras para meninos (8,4%, contra 3,8% para os pais de meninas) e os pais da Classe A/B (7,9%, contra 3,7% na Classe C/D/E). Vale mencionar que o protagonismo dos filhos aumenta na faixa etária de 12 a 18 anos (12,7%), sendo que a média de influência dos(as) filhos(as) é de 6,32 na compra de roupas e calçados.

Com relação aos eletrônicos (tablets, celulares e computadores), o estudo indica que as mães decidem em 54% das famílias. As crianças, por sua vez, são as principais decisoras em 9,2% das famílias entrevistadas, aumentando expressivamente no caso dos adolescentes (20,5%). O grau de influência médio dos filhos é relativamente baixo (4,87), sendo maior entre os meninos (5,17) e os mais velhos (6,71). 26,7% das mães sempre levam os(as) filhos(as) neste tipo de compra, principalmente os meninos (30,5%) e aqueles com idade entre 12 e 18 anos (44,2%).

Na categoria de produtos de maquiagem, cuidados pessoais, perfumaria e higiene, praticamente nove em cada dez mães (88,3%) são responsáveis pela decisão de compra, com percentual ainda maior entre as mães da Classe A/B (91,3%). As crianças são as principais decisoras em apenas 6,3% das famílias entrevistadas, aumentando para 13,0% entre aquelas de 12 a 18 anos. O grau de influência médio dos filhos é de 4,28, com percentuais maiores entre as meninas (4,78) e os adolescentes (5,35). Além disso, 20,6% das mães sempre levam os(as) filhos(as), sobretudo as meninas (27,1%), os adolescentes (28%) e os pertencentes à Classe C/D/E (24,8%) neste tipo de compra.

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Finalmente, considerando os itens de papelaria (mochila, caderno, lápis etc.), o estudo indica que três em cada quatro mães tomam a decisão de compra (74,7%), principalmente as pertencentes à Classe C/D/E (82,9%) e no caso dos(as) filhos(as) de 2 a 5 anos (85,2%). Já as crianças são as principais decisoras em 12,8% das famílias entrevistadas, com percentual maior na Classe A/B (16,6%).

Vale mencionar os pais que assumem o protagonismo na decisão de compra desta categoria: 13,6% na Classe A/B, contra 7,2% na Classe C/D/E. O grau de influência médio dos filhos na compra de itens escolares e de papelaria é de 5,82, aumentando para 6,68 entre os filhos(as) mais velhos(as). E 38,7% das mães garantem que sempre levam os(as) filhos(as) neste tipo de compra.

Como todos que já foram às compras com os filhos sabem, o processo nem sempre se passa de maneira tranquila, devido a uma série de fatores, incluindo a personalidade da criança, a ansiedade das mães e pais, a vontade de agradar etc. Pensando nisso, o estudo questionou as respondentes sobre possíveis regras para o momento da compra: observa-se que 67,3% das mães que levam os filhos às compras fazem algum combinado prévio, sendo que para 18,6% não é permitido pedir nada (aumentando para 33,7% entre as mães de crianças de 2 a 5 anos) e 48,7% garantem limitar o valor ou a quantidade de coisas que podem ser compradas (aumentando para 59,6% entre as mães de crianças com idade entre 6 e 11 anos).

67% das mães que levam os filhos às

compras fazem algum combinado prévio

49% garantem limitar o valor ou a quantidade de coisas que podem ser

compradas

PODER DE DECISÃO E GRAU DE INFLUÊNCIA NAS COMPRAS

% DAS COMPRAS NAS QUAIS O(A) FILHO(A)

É O DECISOR

GRAU DE INFLUÊNCIA DO FILHO

(MÉDIA DE 1 A 10)

% DAS COMPRAS QUE SÃO ACOMPANHADAS

PELO(A) FILHO(A) SEMPRE

Brinquedos e jogos 18,1% 7,06 41,6%

Papelaria 12,8% 5,82 38,7%

Celular, tablets,

computadores9,2% 4,87 26,7%

Roupas e calçados 8,5% 6,32 49,5%

Maquiagem, higiene 6,3% 4,28 20,6%

Supermercado 4,4% 4,99 32,7%

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INFLUENCIADORES DO CONSUMO INFANTIL

Produtos licenciados são os estímulos que mais influenciam as crianças na hora da compra, principalmente personagens

No intuito de identificar a partir da percepção das mães e o grau de influência que determinados produtos exercem sobre as crianças, a pesquisa investigou 10 estímulos diferentes aos quais os(as) filhos(as) são continuamente expostos(as). Os itens licenciados são os maiores influenciadores na hora da compra: os personagens em brinquedos ocupam a primeira colocação, com média de influência de 5,79, numa escala de um a dez, aumentando para 7,19 entre as crianças de 2 a 5 anos. Em seguida vêm os produtos de material escolar (média de 5,71), cuja influência, a exemplo dos brinquedos, aumenta à medida que diminui a idade das crianças (6,71 para crianças de 2 a 5 anos).

A terceira coloção fica com as roupas e calçados licenciados (5,70, aumentando para 6,86 entre as mães de crianças com idade de 2 a 5 anos). O resultado é coerente, uma vez que os itens licenciados possuem presença intensa e onipresente em toda a mídia, seja em desenhos animados, nos intervalos comerciais da programação televisiva, na Internet, em mídia impressa ou outros formatos.

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O quarto fator de influência corresponde justamente às propagandas de TV, com grau de influência médio de 5,58. Em seguida vêm os amigos e familiares (5,27, caindo para 4,45 entre as mães de crianças com 2 a 5 anos) e os produtos expostos próximo ao caixa ou em locais de destaque no ponto de venda (média de 4,91, aumentando entre os meninos (5,19) e as crianças de 2 a 5 anos (5,25).

Apesar da presença maciça da propaganda no cotidiano das pessoas, nove entre dez mães entrevistadas (90,6%) afirmam que nunca deixaram de comprar produtos importantes para a casa, ou deixaram de pagar uma conta, com o objetivo de comprar algo que viram na mídia para o filho.

GRAU DE INFLUÊNCIA SOBRE OS FILHOS NA HORA DA COMPRA

RU GERAL

SEXO DO(A) FILHO(A) IDADE DO(A) FILHO(A) CLASSE

MASC. FEM. 2 A 5 ANOS

6 A 11 ANOS

12 A 18 ANOS A/B C/D/E

Personagens licenciados - brinquedos 5,79 5,81 5,78 7,19 6,15 4,76 5,87 5,68

Personagens licenciados - material escolar 5,71 5,55 5,88 6,71 5,78 5,14 5,75 5,66

Produtos licenciados - roupas e calçados 5,70 5,62 5,78 6,86 5,64 5,14 5,68 5,72

Propagandas na TV 5,58 5,75 5,4 5,36 5,88 5,44 5,7 5,41

Amigos e Família 5,27 5,2 5,35 4,45 5,37 5,62 5,37 5,14

Produtos no PDV 4,91 5,19 4,61 5,25 5,08 4,58 4,97 4,82

Propagandas na Internet 4,87 4,97 4,77 3,56 4,94 5,49 4,95 4,75

Brindes Colecionáveis 4,86 5,27 4,45 4,61 5,26 4,65 5,05 4,61

Marcas Famosas 4,58 4,89 4,26 3,59 4,43 5,22 4,65 4,49

Embalagens atrativas 4,56 4,63 4,49 4,70 5,04 4,07 4,81 4,21

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Culpa, cansaço e estresse podem funcionar como gatilhos para o consumo

É muito comum que as mães, uma vez ou outra, tenham de enfrentar a sensação de culpa em relação aos filhos, seja por não estarem tão presentes quanto gostariam, seja por sentirem dificuldade em lidar com a frustração das crianças. Com base nisso, a pesquisa procurou saber quais são os sentimentos e emoções que, de alguma forma, poderiam impactar os hábitos de consumo.

De modo geral, a maioria das mães parece saber como evitar os gastos supérfluos, mesmo que tenham de enfrentar a imaturidade e as reações intempestivas dos filhos: sete em cada dez entrevistadas (71,9%) garantem ser muito rigorosas com relação ao consumo sem necessidade e não costumam ceder a birras e chantagem. Por outro lado, um quarto das mães ouvidas (25,5%) não se considera muito rigorosa nesse aspecto, o que significa que, eventualmente, algumas delas não resistem à manha das crianças: 13,2% das mães admitem que, pelo cansaço, costumam ceder a birras, principalmente mães de meninas (15,5%). Além disso, o constrangimento das mães perante outras pessoas, em alguns casos, também faz com que as crianças acabem conseguindo o que querem: 6,8% das entrevistadas dizem que se o(a) filho(a) fizer birra para comprar algo pouco necessário, preferem dar para não passar vergonha.

O estudo ainda aponta que parte das respondentes faz uso do consumo como mecanismo de substituição, já que 17,4% das mães às vezes compensam a ausência com presentes, sendo que os percentuais são ainda mais expressivos entre as mães de meninas (20,8%), filhos(as) com idade entre 2 e 5 anos (26,2%) e pertencentes à Classe A/B (19,8%). Ao mesmo tempo, parte das respondentes assume ter dificuldade para dizer não: 17,3% admitem que muitas vezes compram mais do que podem, pois não conseguem ver a frustração e tristeza do filho(a) por não poder ter algo que deseja.

Percebe-se, portanto, que os hábitos de consumo podem mesmo ser afetados pelas emoções, no que diz respeito à disciplina imposta aos filhos. Muitas crianças percebem que a birra e a chantagem funcionam, e por isso elas acabam apelando para o estado emocional das mães, transformando o consumo em moeda de troca.

EMOÇÕES E SENTIMENTOS IMPULSIONADORES DO CONSUMO

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CONSEQUÊNCIAS DO CONSUMO INFANTIL

Praticamente quatro em cada dez mães já se endividaram ao comprar algo para os(as) filhos(as)

Os resultados sobre os efeitos do consumo infantil na vida das famílias não devem ser desprezados, pois incluem endividamento, sentimentos negativos como estresse e angústia, carga excessiva de trabalho e até discussões. De modo geral, a principal consequência diz respeito às finanças da família: 36,7% das mães entrevistadas já ficaram em algum momento endividadas pelas compras que fazem para os(as) filhos(as). Além disso, uma em cada cinco respondentes (22,7%) garante trabalhar mais que o necessário para manter o padrão de vida dos(as) filhos(as). Para 11,1% das mães, as compras feitas para os(as) filhos(as) são motivos de brigas com os cônjuges, enquanto 9,6% veem as aquisições para os(as) filhos(as) como fonte de estresse e angústia, pois gastam muito mais do que deveria com eles(as), sobretudo entre as mães da Classe C/D/E (12,5%) e as mães de meninas (12,9%).

A pesquisa aponta ainda uma relação entre desequilíbrio financeiro e crença no consumo como um meio para proporcionar felicidade aos filhos: entre as mães que acreditam que dar todos os brinquedos e passeios fará a criança mais feliz, 30,9% estão no vermelho, pois o dinheiro nunca é suficiente para pagar as contas e compromisso. Já entre as mães que não acreditam no consumo como meio para proporcionar felicidade, o percentual das que estão no vermelho cai para 15,8%.

Do mesmo modo, a frequência do perfil das mães endividadas é maior entre aquelas que dão tudo que os(as) filhos(as) pedem, na maioria das vezes: 26,1%, contra 15,5% entre as mães que não concordam com essa atitude. Por fim, o estudo sugere que dar aos filhos um padrão de vida melhor que o da própria família pode, em algum nível, estar relacionado ao endividamento: 22,8% das mães que agem desta forma estão no vermelho, contra 15,6% entre as mães que não concordam em diferenciar as crianças do restante da família.

37% das mães entrevistadas já ficaram em algum momento endividadas pelas compras que fazem para os (as) filhos (s)

23% garantem trabalhar mais que o necessário para manter o padrão de vida dos (as) filhos (as)

31% estão no vermelho, por acreditarem que dar todos os brinquedos e passeios fará a criança mais feliz

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CONCLUSÃO

Ensinar os filhos a consumir de forma responsável é uma tarefa difícil. O estudo do SPC Brasil e Meu Bolso Feliz mostra que as mães encaram inúmeros desafios, frequentemente tendo de lidar com o medo de errar, a culpa, o cansaço e o estresse do dia a dia, além das limitações financeiras da família e das frustrações das crianças quando seus desejos são negados. Mas esses não são os únicos obstáculos, como indica a pesquisa: as próprias mães, muitas vezes, exibem hábitos de consumo pouco recomendáveis que, por sua vez, parecem produzir efeitos indesejáveis no comportamento dos filhos.

Seis entre dez mães (64,4%), por exemplo, adquirem produtos não necessários solicitados pelos filhos, como brinquedos, roupas e doces, entre outros. Ao mesmo tempo, 59,6% compram coisas sem que os filhos peçam, pelo simples prazer de vê-los usar coisas que gostam. Para o educador financeiro do meu Bolso Feliz, José Vignoli, este é um sinal de que o estímulo ao consumismo, não raras vezes, começa dentro de casa.

As mães querem sempre o melhor para seus filhos, o que é compreensível, mas vontade de agradar as crianças pode até mesmo estabelecer diferenças dentro da própria família: uma em cada cinco mães (21,9%) admite que os filhos têm um padrão de vida superior ao dos outros integrantes da família. Além disso, 58,5% das entrevistadas garantem comprar, para os filhos, roupas e calçados melhores que os delas.

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O estudo também sugere que não adianta fazer todas as vontades das crianças: 29,7% das respondentes dizem que mesmo comprando a maioria dos produtos que os filhos pedem, eles nunca estão satisfeitos e sempre querem mais. Portanto, o desejo de consumo não é aplacado quando as mães adotam uma postura permissiva, embora muitas delas achem que existe uma relação entre ganhar o que se quer e ser feliz. 20,2% das entrevistadas admitem dar tudo que o filho quer, e 13,6% concordam com a frase: acho que se eu puder dar todos os brinquedos e passeios ao meu filho ele será mais feliz.

No que diz respeito ao momento de ir às compras, o estudo indica que levar as crianças pode sair caro: 38,6% das entrevistadas dizem que acabam gastando mais do que o planejado, aumentando para 44,0% entre as mães de meninas. Além disso, considerando as cinco últimas compras de brinquedos, jogos, roupas e calçados, 50,8% delas ocorreram por impulso.

Vignoli explica que pode haver uma relação entre aquisições não planejadas e compras realizadas na companhia dos filhos, ou seja: as crianças pressionam e as mães cedem gastando mais que o necessário. Essa situação, por sua vez, pode estar relacionada à personalidade das crianças: 48,5% das mães garantem que os filhos são persistentes e não desistem até conseguir, quando querem comprar algo.

Processo decisório

Ao investigar o protagonismo e a influência dos filhos na hora da compra, o estudo indica que praticamente uma em cada cinco crianças (18,1%) tem o poder de decidir, quando se trata de jogos e brinquedos, sendo que este é o maior percentual entre as seis categorias investigadas. Além disso, 41,6% das mães afirmam que os filhos sempre vão com elas às compras de jogos e brinquedos e o grau de influência das crianças sobre o consumo corresponde a 7,06, numa escala de 1 a 10.

Considerando as roupas e calçados, vale mencionar que 83,9% das mães garantem tomar a decisão de compra, embora o protagonismo dos adolescentes seja consideravelmente maior, em comparação às outras faixas etárias: 12,7%, contra 6,8% para as crianças de 6 a 11 anos e 3,1% para aquelas com idade entre 2 e 5 anos. Algo semelhante ocorre nas compras de eletrônicos, ou seja: os adolescentes ganham importância no processo decisório (20,5%), embora as mães ainda decidam em 54% das famílias.

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Na categoria de produtos de maquiagem, cuidados pessoais, perfumaria e higiene, 88,3% das mães decidem, com os adolescentes assumindo a decisão em 13,0% dos casos. Finalmente, três em cada quatro mães (74,7%) tomam a decisão para a compra de itens de papelaria, enquanto as crianças são as principais decisoras em 12,8% das famílias. E no caso de alimentos como biscoitos, iogurtes e salgadinhos em supermercados, 74,4% das mães assumem o protagonismo.

A pesquisa revela ainda que 67,3% das mães que levam os filhos às compras fazem algum combinado prévio, possivelmente por saberem que sofrerão apelos para consumo pelas crianças. 18,6% das entrevistadas estabelecem que não é permitido pedir nada, enquanto quase a metade (48,7%) limita o valor ou a quantidade de coisas que podem ser compradas.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ressalta que combinar regras antes de ir às compras é uma alternativa saudável para evitar transtornos maiores. Se as mães forem claras e firmes com os filhos, antes de chegar ao local de compra, é mais provável que eles se sintam menos decepcionados, caso seja preciso negar algum pedido.

Influenciadores do consumo infantil

As crianças estão continuamente expostas a fatores externos capazes de despertar nelas a vontade de consumir uma infinidade de produtos. O estudo mostra que os maiores influenciadores, na hora da compra, são os itens licenciados, sendo que em primeiro lugar vêm os personagens em brinquedos, com grau de influência médio de 5,79, numa escala de 1 a 10. Em seguida estão os produtos de material escolar (média de 5,71) e as roupas e calçados (média de 5,7). Certamente, contribui para este resultado a presença constante dos itens licenciados na mídia, seja nos desenhos animados, nos intervalos comerciais, em espaços públicos, em publicações impressas, na Internet etc.

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Emoções e sentimentos impulsionadores do consumo

Todas as mães, em algum momento, já tiveram de lidar com a culpa em relação aos filhos. Elas se perguntam se estão dando pouca atenção às crianças; se deveriam ser mais disciplinadoras ou, se estão dando bons exemplos; se deveriam dizer ‘não’ mais vezes... De qualquer modo, a pesquisa indica que os sentimentos e emoções podem, realmente, funcionar como gatilhos para o consumo.

Embora 71,9% das entrevistadas garantam ser muito rigorosas com relação ao consumo supérfluo, não cedendo a birras e chantagem, 25,5% reconhecem que não são tão firmes nesse aspecto. Ao mesmo tempo, 13,2% das respondentes admitem que, por cansaço, costumam ceder a birras e comprar coisas que não tinham intenção, principalmente no caso das meninas (15,5%).

O constrangimento de ter que enfrentar o descontrole emocional dos filhos também faz com que algumas mães acabem dando o que eles querem: 6,8% das respondentes admitem que se o filho fizer birra para comprar algo pouco necessário, preferem dar para não passar vergonha. Além disso, 17,4% das mães compensam a ausência com presentes, e a mesma proporção (17,3%) admite que muitas vezes compra mais do que pode, pois não consegue ver a frustração e a tristeza do filho por não poder ter algo que deseja.

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Consequências do consumo infantil

A pesquisa revela que 36,7% das mães já ficaram endividadas pelas compras que fazem para os filhos. É um percentual expressivo e que demonstra, na prática, os prejuízos causados pelo consumo infantil nas finanças familiares. As consequências do consumo infantil também envolvem o excesso de trabalho: 22,7% das mães dizem trabalhar mais que o necessário para manter o padrão de vida do filho. Ao lado disso, o estudo mostra que as compras feitas para as crianças podem ser motivo de brigas com os cônjuges (11,1%) e fonte de estresse e angústia (9,6%).

Finalmente, observa-se que há uma relação entre desequilíbrio financeiro e mães que encaram o consumo como meio de proporcionar felicidade aos filhos: entre as mães que acreditam que dar todos os brinquedos e passeios fará a criança mais feliz, 30,9% estão no vermelho, contra 15,8% entre as que não pensam desta forma. Também há maior proporção de mães endividadas entre as que costumam dar tudo que os filhos pedem: 26,1%, contra 15,5% entre as mães que não agem assim.

Certamente, não há um único caminho para ensinar aos filhos como agir de forma correta com relação ao uso do dinheiro e às práticas de consumo. Mas para Marcela, é dever dos pais e mães contribuir para o processo de formação continuamente, de forma ativa e racional. O educador financeiro do meu Bolso Feliz acrescenta que deixar o sentimento de culpa guiar as ações dos responsáveis pelas crianças é a receita pronta para o fracasso, já que mães culpadas são mais propensas a agir de maneira impensada, valendo-se do consumo como ferramenta de troca para recompensar os filhos.

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METODOLOGIA

Público alvo: mães que moram com os(as) filhos(as) com idade entre 2 e 18 anos, residentes nas 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, de todas as classes sociais.

Método de coleta: pesquisa realizada via web e pós-ponderada de acordo com a representatividade do universo com relação a algumas características da mãe (idade, classe, escolaridade, cidade, situação profissional e estado civil) e sexo e idade dos(as) filhos(as).

Tamanho amostral da Pesquisa: 843 casos, gerando margem de erro no geral de 3,4 p.p para um intervalo de confiança a 95%.

Data de coleta dos dados: 5 a 25 de agosto de 2015.

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12/08/2018 “O consumismo tira o espaço e o tempo de ser criança” - Dourados Agora - Notícias de Dourados-MS e Região.

https://www.douradosagora.com.br/noticias/brasil/o-consumismo-tira-o-espaco-e-o-tempo-de-ser-crianca 1/3

Dia das Crianças: “O consumismo tira o espaço e o tempo deser criança”Para comemorar o Dia das Crianças, entrevistamos a psicóloga e coordenadora de educação e pesquisa do projeto Criança eConsumo do Instituto Alana, Lais Fontenelle Pereira, sobre a relação das crianças com o consumo que merece especialatenção da família e educadores para a proteção da infância frente às relações de consumo.

A psicóloga fala sobre a in�uência da criança no consumo da família, os problemas gerados pelo consumismo infantil, qual opapel da família nesse contexto, como fazer uma comemoração no Dia das Crianças menos mercadológica e mais.

(1) O Instituo tem alguma pesquisa recente que evidencie em números o quanto ascrianças in�uenciam no consumo da família?

O Projeto Criança e Consumo ainda não tem uma pesquisa própria que fale da in�uência das crianças no consumo dafamília. Mas em pesquisa da Interscience de 2003, foi constatado que as crianças in�uenciam 80% das compras domésticas –e não apenas de produtos infantis.

É evidente que precisamos evoluir no tratamento e nos direitos desse público, considerado hipervulnerável pela ConstituiçãoFederal por não possuir condições de compreender e se defender da comunicação publicitária.

Essa mudança de pensamento só será conseguida através da ação conjunta de pais, escolas, sociedade civil e do Governo,que precisa proteger as crianças de acordo com o que está estabelecido no Código de Defesa do Consumidor e no Estatutoda Criança e do Adolescente.

(2) Qual o papel da família para minimizar os efeitos do consumo infantil e nãoincentivar essa prática?

Até os 12 anos a criança está em fase de desenvolvimento, e, por isso, não entende plenamente as relações de consumo esuas conseqüências. Para que esse senso crítico seja formado aos poucos, é preciso que o adulto faça a mediação dessarelação.

É importante que as crianças sejam educadas para entender que o consumo de cada um tem um impacto social, ambiental eeconômico. No momento em que as crianças percebem que ao comprar, usar e jogar fora um objeto, por exemplo, nósestamos gerando lixo, as coisas começam a �car mais claras para elas.

Da mesma forma, é preciso explicar que a imagem que a publicidade vende, de que consumir traz felicidade, não éverdadeira, e que muitas vezes nossas vontades não serão cumpridas. A criança precisa de limites e dizer NÃO éfundamental.

Os pais devem ser presentes na vida dos �lhos. Os adultos também não devem se esquecer de ser um exemplo positivopara os pequenos e oferecer alternativas ao consumo, valorizando outras atividades que não envolvam compras.

(3) Qual a sugestão para os pais que pretendem fugir do consumismo no dia dascrianças, uma vez que a comemoração é pautada pelo consumo?

Acreditamos que, para não tornar a data extremamente mercadológica, os pais devam pensar em formas alternativas depresentear a criança. Ao invés de comprar um novo brinquedo, um jogo eletrônico ou um celular, os pais poderiam levar ascrianças para um passeio cultural ou recreativo.

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12/08/2018 “O consumismo tira o espaço e o tempo de ser criança” - Dourados Agora - Notícias de Dourados-MS e Região.

https://www.douradosagora.com.br/noticias/brasil/o-consumismo-tira-o-espaco-e-o-tempo-de-ser-crianca 2/3

Outra sugestão é se unir ao �lho em trabalhos manuais e construir seu próprio presente. Isso tornaria a data menosmercadológica, além de estimular a criatividade das crianças e unir pais e �lhos.

(4) A obesidade infantil é considerada uma conseqüência do consumo infantildesenfreado e mais recentemente vem sendo bastante discutida pela mídia. OInstituo Alana listaria outras conseqüências relacionadas ao excesso do consumoinfantil? Quais?

Sim, cada vez mais as crianças são induzidas a consumir alimentos ultra-processados e com alto teor de sal, gorduras eaçúcar. Os apelos são inúmeros: publicidades na TV, embalagens com desenhos divertidos e coloridos, venda de brindescom alimentos, etc.

Ainda tem a questão da adultização infantil. As meninas de hoje, por exemplo, estão cada vez mais parecidas com asmulheres: vestem roupas iguais, fazem a unha e escova nos cabelos, usam salto alto e maquiagem – tudo produzido naversão mirim.

Só que são apenas meninas, às vezes bem pequenas, que não estão preparadas para lidar com o mundo adulto. São muitosos problemas, como estresse familiar, violência, consumo precoce de álcool e a diminuição das brincadeiras criativas. Oconsumismo tira o espaço e o tempo de ser criança.

(5) Vários estudos mostram que a publicidade tem um papel importante noconsumo infantil. No mundo atual é impensável evitar que as crianças e osadolescentes sejam expostos a os investimos publicitários. Que medidas osresponsáveis podem tomar para minimizar esse estímulo?

A transformação só virá da atuação em duas frentes: educação e regulação. É necessário conscientizar pais e educadoressobre o problema do consumismo na infância e seus impactos no desenvolvimento dos pequenos. Isso é um dos pontosprincipais para a mudança de paradigmas.

É muito importante que a família e os educadores desenvolvam um trabalho conjunto quanto à tomada de consciência edemonstrem isso em posturas visíveis no dia-a-dia, para que auxiliem as crianças a compreender o sentido dessas ações.

Mas discordo quando se diz que é impensável evitar a exposição de crianças aos apelos comerciais. É possível, sim – como jáse vê em diversas democracias ao redor do mundo – reduzir os impactos da publicidade na criança.

Basta criar regras claras para que a mensagem seja dirigida aos adultos e não ao público infantil. É cruel impor que a criança,para que tenha acesso à televisão e às novas mídias, tenha que estar sujeita aos apelos publicitários numa fase dedesenvolvimento em que ainda são vulneráveis.

(6) Qual a mensagem que o Instituto Alana deixa para os pais nesse dia das crianças?

Seria muito bom que a data fosse marcada por valores menos materialistas e mais humanos. Que pais e �lhos brincassemjuntos e comemorassem com alegria, diversão e afeto sem precisar da mediação de tantos presentes.

O Projeto Criança e Consumo, desde 2005, desenvolve atividades que despertam a consciência crítica da sociedade brasileiraa respeito das práticas de consumo de produtos e serviços por crianças e adolescentes.(portaldoconsumidor.wordpress.com)

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12/08/2018 Infância, mídia e consumo

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Infância, mídia e consumo

Poliedro

12 Janeiro 2016 | 16h55

A relação entre mídia e crianças tem sido alvo de discussões e estudos há algum tempo. Porém, após o Inepabordar a temática no Enem 2014, essa questão voltou, fortemente, a ter espaço nos veículos de comunicação.Trata-se de uma íntima relação, permeada por interesses diversos e inúmeras variáveis. Um fato determinantedesse processo é a consolidação da criança como consumidora ativa e com alto poder de influência.

Durante os últimos anos, foram crescentes os gastos com publicidade para esse público, assim como o aumentode esforços criativos para a construção de estratégias que garantissem as vendas. Entre desenhos animados ejogos, novos brinquedos eram anunciados. Um mundo mágico, repleto de fantasia, despertava o desejo imediatopor possuí-los. A ansiedade tomava conta da criança e, para manter a situação sob controle, os pais rapidamenteefetivavam a compra.

Isso ocorreu até o início de 2014, quando o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, oConanda, proibiu as ações publicitárias para esse público. Contudo, não se extinguiu a relação entre mídia einfância, que passou a estabelecer novos contornos.

Uma relação cada vez mais estreita

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12/08/2018 Infância, mídia e consumo

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Por meio dos meios de comunicação, as fronteiras entre conteúdo livre e publicitário foram eliminadas. Animações, jogos, vídeos e outros recursos passaram a se fundir cada vez mais com o objetivo de impactá-las deforma eficiente.

O tempo de contato com os canais de comunicação e com o estímulo ao consumo também aumentousignificativamente nos últimos anos. Segundo dados do Painel Nacional de Televisores, divulgado pelo Ibope em2012, as crianças brasileiras passam cerca de cinco horas e vinte minutos assistindo televisão. Nas grandescidades, isso é agravado pelos passeios a shoppings e centros de compras, onde as crianças são imersas em umambiente comercial.

A demasiada exposição desperta, nos pequenos consumidores, uma vontade crescente por possuir o que há demais moderno, segundo especialistas. Isso acontece pelo entendimento de que esse é o caminho para seremaceitos socialmente. Essa percepção ainda é reforçada pela forma como os pais lidam com o próprio consumo epelo fato de que elas não conseguem dimensionar uma escala monetária, ou seja, não entendem o real valor dodinheiro.

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Com essas e outras justificativas, no início de 2014, o Conanda, órgão vinculado à Secretaria dos DireitosHumanos da Presidência da República, lançou uma resolução proibindo a publicidade direcionada a crianças.Segundo a Resolução 163/2014, “a prática do direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica àcriança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço é abusiva e, portanto,ilegal. ”

Essa resolução torna ilegal o direcionamento de qualquer tipo de publicidade para crianças, como banners,comerciais de TV, spots de rádios, anúncios impressos, merchandising, ações em shows e em pontos de venda.

A ação do Conanda visa coibir os impactos sociais e emocionais do consumismo infantil. Mas quais são essesimpactos?

Os impactos sociais do consumo infantil

O poder da mídia de influenciar é capaz de provocar consequências na organização da sociedade.

Alguns teóricos defendem que ela altera a percepção social e sua construção. Ou seja, as experiências trazidas porela influenciam, de forma decisiva, a formação das relações sociais e a maneira como o indivíduo estabelece suaconduta na sociedade.

Para eles, ao estimular o consumo infantil, a mídia leva esse comportamento a extremos, tornando-o uma mazelasocial crônica.

Segundo pesquisa da World Childhood Foundation, 65% das meninas exploradas sexualmente declaram usar odinheiro conseguido para comprar celular, tênis ou roupas.

Portanto, a sociedade entra em uma espiral crescente de acúmulo de bens, onde a importância reside na aquisiçãode novos produtos, como forma de aceitação social. Os que não possuem poder aquisitivo para tal e, portanto, seencontram às margens, acabam utilizando meios ilícitos para serem incluídos.

Segundo o Instituto Alana, organização não-governamental que atua no desenvolvimento de ações e pesquisas deconscientização sobre as condições de vida das crianças, “as consequências relacionadas aos excessos doconsumismo são: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar,banalização da agressividade e violência, entre outras.”

Consumismo e desenvolvimento infantil

Segundo Valeria Aparecida Guimarães e Silva, pedagoga, as consequências do consumismo infantil podem serrefletidas em diversas áreas.

“Essa questão traz várias consequências para as crianças como obesidade, falta de criatividade e falta deimaginação para brincar com jogos simples. As crianças passam a se comparar muito, causando bullying, além deficarem descontroladas, pois não conseguem lidar com o ‘não’ “, diz Valéria.

Nesse ínterim, o aumento da ansiedade emerge como urgência. A criança adquire um imediatismo que, quandonão correspondido, traz sofrimento. Com isso, não desenvolve a capacidade de lidar com a frustração, que faráparte de toda sua vida.

Para Valéria, o ’não’ tem que estar presente a todo momento. “Os pais precisam ter segurança de falar ‘não’ para ofilho, porque a frustração faz parte do nosso desenvolvimento como ser humano. ”. Portanto, é necessário que seestabeleçam filtros no contato das crianças com o consumo, para que elas não sejam colocadas à mercê da mídia,vulneráveis ao bombardeio de informações.

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Para a pedagoga, a atuação da família é essencial nessa proteção, pois é onde os valores são construídos. “Elas(crianças) podem ser expostas (a mídia), mas quem deve fazer esse caminho de filtro é a família que está ali paraeducar. Como educamos uma criança para assistir a um filme inteiro sem atrapalhar ninguém, educamos para oconsumo, para as posturas que pretendemos que elas tenham”, explica Valéria, que também afirma que os pais,em parceria com a escola (que pode oferecer suporte e orientação), devem ficar atentos ao que as criançasassistem, jogam ou consomem.

Reservar um tempo para os filhos é primordial nesse processo, pois uma simples brincadeira, segundo apedagoga, já é suficiente para trabalhar valores e trazer qualidade de vida para essa criança. “Quando os paisbrincam, a televisão está desligada. O bombardeio é menor. ” E ela continua dizendo que os pais devem semprerealizar os seguintes questionamentos: “O que eu quero que meus filhos sejam? Quais valores eu quero que elesdesenvolvam? ”.

A especialista ainda levanta um outro aspecto dessa questão: o fator ambiental. O acúmulo constante de bens,significa também o aumento do lixo. Portanto, é necessário conversar sobre isso com as crianças e levantar essequestionamento. Para ela “é preciso explicar a relação com o planeta, com o lixo, com o tanto de energia elétricaque vai na produção, a quantidade de água. ”

Valéria alerta que é urgente a ampliação de espaços de discussões sobre esse assunto, em âmbitos diversos: naescola, na família e nos governos. E essas esferas devem dialogar em busca de estratégias que minimizem osefeitos dessa problemática.

O desenvolvimento das crianças é (deve ser) uma preocupação de toda a sociedade.

Alex Félix dos Santos

Redator Web na área de Comunicação & Marketing do Poliedro

Fontes:

http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2014/04/29/medida-proibe-publicidade-dirigida-ao-publico-infantil

http://criancaeconsumo.org.br/consumismo-infantil/

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/10/08/ult5772u5618.jhtm

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12/08/2018 G1 - Resolução do governo considera abusiva propaganda voltada à criança - notícias em Midia e Marketing

http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2014/04/resolucao-do-governo-considera-abusiva-propaganda-voltada-crianca.html 5/13

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Foi publicada no "Diário Oficial" da União desta sexta-feira (4) a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente(Conanda), ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que aponta o tipo de publicidade considerada abusiva para essepúblico.

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De acordo com o texto, é abusiva a publicidade que incentive a criança a consumir determinado produto ou serviço fazendo uso de linguageminfantil, efeitos especiais, excesso de cores, trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança, representação de criança,pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil, personagens ou apresentadores infantis, desenho animado ou de animação, além debonecos ou similares, promoção com distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis ou com apelos ao público infantil e promoção comcompetições ou jogos com apelo ao público infantil.

A resolução indica que a "comunicação mercadológica" abrange, entre outras ferramentas, anúncios impressos, comerciais televisivos, spots derádio, banners e páginas na internet, embalagens, promoções, merchandising, ações por meio de shows e apresentações e disposição dos produtosnos pontos de vendas.

O texto ressalva que as disposições da resolução não se aplicam às campanhas de utilidade pública que não tenha, estratégia publicitária e serefiram a informações sobre, por exemplo, boa alimentação, segurança, educação e saúde.

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12/08/2018 G1 - Resolução do governo considera abusiva propaganda voltada à criança - notícias em Midia e Marketing

http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2014/04/resolucao-do-governo-considera-abusiva-propaganda-voltada-crianca.html 6/13

Questionada pelo G1 sobre o efeito prático da resolução, a Secretaria de Direitos Humanos informou que trata-se de uma recomendação de umórgão colegiado de defesa dos direitos da criança, com participação de representantes da sociedade civil, e que o texto não tem força de lei nemestabelece qualquer sanção no caso de não atendimento à orientação.

O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) afirmou, em nota, que normas que imponham restrições à propagandadependem de lei federal. “O mercado publicitário já sabe que, no Brasil, de acordo com a Constituição, normas que imponham restrições à propaganda comercialdependem de lei federal, votada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República, e as que estão em vigor, bem como aautorregulamentação, estão sendo cumpridas”, disse o presidente do órgão, Gilberto Leifert.

O Instituto Alana, que integra o Conanda, na condição de suplente, entende, porém, que ao considerar abusiva a propaganda direcionada àcriança, esse tipo de publicidade passa a ser ilegal segundo o Código de Defesa do Consumidor.

A Secretaria de Direitos Humanos informou que deve divulgar ainda nesta sexta uma nota de esclarecimento sobre o assunto.

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