Mestre philippe de lyon volume iii sevananda

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Sri SEVANANDA Swami O MESTRE PHILIPPE, DE LYON VOLUME III Prefácio à edição digitalizada Este trabalho é resultado do esforço de vários estudantes do Instituto, os arquivos aqui apresentados de forma inédita, são as obras digitalizadas na íntegra dos quatro volumes da obra O Mestre Philippe de Lyon escritos e editados por Swami Sevananda. Este esforço inicial dos estudantes foi motivado pela necessidade de uma nova publicação e conseqüente divulgação dos trabalhos de Sri Sevananda de forma unificada dos quatro volumes em um Único Volume que será publicado em número limitado destinado aos amigos e simpatizantes da AMO PAX. Se você desejar colaborar da forma que achar útil e conveniente, entre em contato conosco em http://amopax.org, pois, o PPP (Precisamos de Pessoas Positivas) lançado por Sri Sevananda na década de 50 continua agora e você é muito bem vindo. Eu decidi colocar os livro da AMO PAX na internet afim de combater a exploração capitalista de nossos amigos e simpatizantes por vendedores amadores que cobram preços exorbitantes nas obras ou cópias das obras deixadas pelos nossos mestres e instrutores. Meus sinceros votos de Luz e Ananda. Direção da AMO PAX 25 de dezembro de 2007. Contatos AMO PAX Caixa Postal 3871 Brasília DF 70089-970 http://amopax.org Fraternidade dos Sarva Swamis Brasília DF Brazil http://www.amopax.org

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Sri SEVANANDA Swami

O MESTRE PHILIPPE, DE LYON VOLUME III

Prefácio à edição digitalizada Este trabalho é resultado do esforço de vários estudantes do Instituto, os arquivos aqui apresentados de forma inédita, são as obras digitalizadas na íntegra dos quatro volumes da obra O Mestre Philippe de Lyon escritos e editados por Swami Sevananda. Este esforço inicial dos estudantes foi motivado pela necessidade de uma nova publicação e conseqüente divulgação dos trabalhos de Sri Sevananda de forma unificada dos quatro volumes em um Único Volume que será publicado em número limitado destinado aos amigos e simpatizantes da AMO PAX. Se você desejar colaborar da forma que achar útil e conveniente, entre em contato conosco em http://amopax.org, pois, o PPP (Precisamos de Pessoas Positivas) lançado por Sri Sevananda na década de 50 continua agora e você é muito bem vindo. Eu decidi colocar os livro da AMO PAX na internet afim de combater a exploração capitalista de nossos amigos e simpatizantes por vendedores amadores que cobram preços exorbitantes nas obras ou cópias das obras deixadas pelos nossos mestres e instrutores. Meus sinceros votos de Luz e Ananda.

Direção da AMO PAX 25 de dezembro de 2007.

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VOLUME 03

A NOSSA CAPA DO III VOLUME

Bem sabemos não ser norma gráfica colocarem-se ilustrações – e ainda em sentido inverso ao habitual! – nas capas, de livros, de modo tal que impeçam até de figurar os nomes dos autores!

Mas, nisso como em outros tantos aspectos, parece que romper a rotina tenha causado muito especial prazer ou tenha sido meta notadamente visada, nesta obra. Assim é que neste volume e no seguinte, ocupamos as capas e sua s orelhas, com as ilustrações, esclarecimentos e comentários das mesmas, relativas a dois dos aspectos menos fáceis de “acreditar sem ver”… esperando que: vendo se torne não somente mais fácil, senão que muito interessante e proveitoso. Essa, é a nossa intenção e, também explicação por termos fugido aos cânones gráficos.

“Alba Lucis”

O MEM no LABOR DE “SSS”

(Vivência de Sarah, 15-2-59)

Ó TU Guardião de LUZ!

Coroado, de Rosas,

espargindo esplendores,

esperam-TE amorosas,

as almas sofredoras!

Ó TU Guardião de AMOR,

Ó vem com Divino AMIGO!

lavar pranto, minorar a dor

Ó vem! Queremos estar CONTIGO!

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……………………………………..

No Arco-íris

de Rosas mil,

TU ligas a Terra

ao Céu.

E TUA Alma

de afagos infindos

é FOGO e LUZ!

AMÓS! AMÓS! AMÓS!

Infinitude! Infinitude!

Ó vem! Ó! vem!

* * *

(Segue na outra orelha)

Sobre as nuvens navega,

Esplendoroso! Formoso!

Barco de Ouro!

Condutor de Estrela de Luz!

Se as lágrimas de Mãezinha

São Bênçãos

As Rosas desfolhadas:

Carícias.

...........................................................................

Só TU tens o poder de reter em Teu

Seio a essência Cósmica do Divino Oceano!

(ref. À água que o barco comporta)

E de um extremo ao outro... ó! Fulguras

com TEU Arco-íris de Rosas Azuis!

Ó! TU que fulguras desde os Cavalos Alados

à coroa do REI dos REIS!

Ó Guardião atento quantas almas quererão

beber da Tua Água Sagrada!

............................................................................

(Nessa parte diz Sarah vi as mãos muito brilhantes do MEM verterem gotas de água cristalina. Logo, novamente respiração profunda e o indício do fim da vivência: a pressão nas têmporas e epigastro desaparece e sinto calor e moleza; são 13:50 de 16-2-1959.) ............................................................................ Detalhes dados pela Vidente: A Estrela está dentro de Água Azul, transparente e plácida. De uma extremidade a outra das 2 pontas

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que estão imergidas n’água vi o nome de SRI SEVÂNANDA SWAMI em semicírculo. Antes de surgir o Nome AMÓS ao centro da Estrela, veio por diversas vezes o Rosto sorridente de Mãezinha, depois o do MEM e finalmente ficou fixada a palavra “AMÓS”. A palavra “MAGNIFICAT” recebi-a ontem (16-2) às 14 horas, assim como o Anjo (Visão n. 57.)

Sarah. (Ver o comentário na última capa.)

TECEIRA PALESTA COM CAROLEI,

INICIANDO A TERCEIRA PARTE

Com. 131 – Carolei, veremos logo adiante, nos Ensinamentos do Muito

Excelso MESTRE, que ele determina serem “os bons escritos, os que ensinam a

paciência”. Creio, também, Carolei, que o são aqueles que nos dão alguma coisa

que não temos, ou da qual precisamos maior vivência, Carolei, desejo compartir

consigo, coisas vividas, na esperança que possam ajuda-lo, a compreender,

perceber e – também – sentir, o que na realidade são, como partes da Vida.

V. 15 – “Tenho passinho tão leve / Caminho sem tocar no chão/Vivo sempre tão alegre/Alegria dou a todo coração…”

Fig. 1

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Por isso, a contemplação deste delicado Ser, da Visão n. 15, ajudá-lo a

compreender melhor a que vem logo na outra página; pois, é evidente que somos

todos, geralmente, inconscientes da parte viva, que em nós passam a serem a viver,

a se tornar: criaturas e criadores, os elementos que em nós penetram…

A legenda dessa bela visão, Carolei, completa-se com a explicação “técnica”,

do mecanismo e finalidade do labor desse delicado Ente, pois diz assim: “Pequenino

Ser, de uns 30 cm, que passeava de um lado para o outro, na borda do círculo

dourado que vejo sempre ao redor de Swamiji, quando a Ele me ligo” – Assim,

Carolei, temos todos: dentro de nós, em torno de nós e acima de nós, uma série –

enorme – de Seres: uns benfazejos, outros daninhos; muitos, criados por nós

mesmos; outros – como a da Visão – enviados para nos ajudarN. 114.

V. 16 – Pequeno Ser, ajudando a Mantramização e a Oração…

Então, Carolei, como limitar-se, ao relativamente estéril modo de ver as

coisas, já não digo do materialista, apenas, senão – e até – de muitos estudantes de

filosófica, religião, ou mesmo espiritualismo, que só andam atrás das informações

N. 114 – Somente a experiência mística pode de fato, dar ao estudante a rela percepção e compreensão

correta deste fenômeno UNIVERSAL. No caso que citei e ilustrei acima, poderia ser interessante, para ampliar a compreensão sua, Carolei, aproximar tal fato destes outros: 1º) – No “assunto n. 11” – dos 14 apontados H. 16 - consta isto: “Há duas criancinhas: um menino e uma menininha que Sevânanda salvou, e dizem que estão sempre a seu lado, para alegrar seu espírito, que às vezes se abate, e que sai apenas fecha os olhos” (tanto no caso de dormir, de sono natural, Carolei, como: apenas entrando em concentração ou desejando sair, mentalmente…). 2º) – De fato, além desse pequeno Ser angelical feminino, existe outro, o da Visão n.16, de 11 de fevereiro de 1958, que até deixou a Vidente intrigada, como se nota do seu apontamento arquivado: “Anel fluídico à altura do peito de Swamiji, disposto em canais entremeados de bolhas de ar (ou prâna) ; pequenino Ser, de 25 cm; não era Gnomo, nem desses outros Seres da Natureza que estou acostumada a ver. Ele dava voltas, rapidamente, sobre o anel”. – Entendeu, Carolei? Não? Ora, se Você tivesse praticado a dar voltas em torno de altares, doente ou plantas, meditando, orando ou mantramizando, já teria entendido há muito tempo, “não acha?”. – Também há os que dão voltas dentro de casa, resmungado, e enchem o ambiente de mau humor, tristeza ou pouco sorte. Por isso dizem alguns: “Tudo igual a tudo”…

Fig. 2

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dos livros, ou das iniciações “raras” (simbólicas, verbais ou outras…), sem perceber

o laço vivo que, como já comentei em outras partes precedentes, o livro, isto é a

VIDA, de Mestre pode plantar em nós!?

Por isso, Carolei, quis compartilhar também, consigo, essa dádiva da Visão N.

17, que vamos comentar antes que Você contemple, e medite, a dupla realidade que

a Vidente brinda, com o desenho e com o texto!

A essência da Luz universa, manifestada pelo Cristo Cósmico, só se torna

Carne nesta Terra, e em cada um de nós, pela Cruz aceita: como doutrina, como

Caminho, como Verdade e como VIDA, isto é: vivendo-a, cada dia mais; e cada dia

mais espontânea e conscientemente.

Isso, quis o Muito Excelso Mestre intentar comigo; e isso estou procurando

que Você comigo comparta: que este Livro, que traz a essência da Cruz, e da Luz,

impregnando e vivificando cada palavra do MEM nos Seus Ensinamentos e nos

Seus Atos, que iremos ver nesta terceira parte, possa também penetrar e lançar

raízes na parte intelectual da nossas mentes; e no Ajna Chakra, ou seja, no Plexo

frontal, pelo qual se vê, e se dirige a Luz, e se procura agir; e que cada fibra, cada

célula, cerebral nossa, seja ligada a uma linha do texto, a um pensamento do MEM,

a uma das partículas que compõem A CRUZ DO CRISTO SOCIAL: do que é

preciso que se viva, para que o Seu Reino possa ser, em nós, em outros, em

muitos…, um dia em todos!

Que as espigas laterais, nascidas da que, no centro, se liga ao próprio eixo da

Cruz, nasçam das águas da oração e da meditação nas Verdades eternas, e que –

acima do Livro, isto é: além do texto, floresçam na nossa vida psíquica, formando

nessa altura, nesse nível, um coração; a parte alta do coração espiritual nosso, que

nos religa à Vida Angélica!

Que a nossa Alma (a Chispa Divina em nós) possa viver esse estado de

oração, de elevação ou de imploração que as mãos juntas são, no plano superior,

em que podem assim estar, e permanecer, enquanto as físicas: trabalham,

escrevem, curam ou abençoam…

E que, todos, posamos sempre andar, ser e agir com Um processo

germinação, florescimento e semeadura, constantes; sempre ajudados pelos Seres

– pequenos ou grandes – da Natureza e Angélicos que: segundo a espontaneidade

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do nosso modo de vibrar; e, de acordo com a harmonia entre: o que sabemos, o que

dizemos e o que fazemos, aproxima-se ou não, e podem – ou não – apoiar o que

pedimos, e aquilo a que aspiramos!

Estes são, Carolei, meus mais carinhosos desejos, ao iniciar esta terceira

parte, que há de lhe brindar – espero – todo o melhor que seja eu capaz de oferecer,

como comentários e exemplos, com relação ao que o Muito Excelso Mestre

PHILIPPE nos outorgou a todos! – Retiro Alba Lucis, 17 de outubro de 1958. N. 115 (N.

115 pág. 6)

Sevânanda

V.17 (– Visão apresentada à Monja Sarah, relativa ao Livro, insistindo-se nela, nos dias 26,

27 e 28 de agosto de 1958, ou seja: nos três dias em que me tocou preparar-me e começar a escrever a “Segunda Palestra com Carolei” e estes dois tomos…

N. 115 – Para quem preste atenção ao “Verbo”, isto: a Visão sobre o efeito que o Livro do Mestre dever produzir, tomou o n. 17. No Tarot, tal número corresponde a “PH” (inicial de PHILIPPE) e à Fecundidade de PALAVRA: DO VERBO!

Fig. 3

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O Muito Excelso MESTRE e AS SESSÕES (1870-1904)

Com. 132 – No palacete particular da Rua a Cabeça de Ouro, a Sala das

Sessões era relativamente grande, tendo cerca de uns sete metros por doze. Na

extremidade posta à porta, havia, além da mesa, uma janela e uma estufa. Sobre

esta última, achava-se a estátua “A Caridade”, que fora oferecida do M. PHILIPPE

por Discípulos seus. Bancos, dispostos como uma igreja, permitiam aos doente e

mais pessoas presentes, ficarem tranqüilos N. 116

Já vimos que o MEM, ao chegarem os doentes, mandava embora os que

pudessem perturbar a atmosfera fluídica (Vol. I, pág. 42); pois, isso devemos

meditar: para fazer o Bem, e para obter as graças superiores, os humanos deve pôr-

se, determinadas condições. E, os que não estão nelas – e não querer ou não

poder, são iguais no caso – perturbam o estado dos outros, e as possibilidades de

serem ajudados em determinada forma. Um pequeno exemplo disso: não se pode

ajudar, mediante orações ou passes, a um doente no leito, se estiver rodeado de

ruído e agitação; de pessoas falando ou mofando; de gene mal disposta, ou muito

indisposta física ou animicamente, etc. Em tais casos, a ação a distância e sigilosa,

é bem mais fácil, pois que não desperta resistência. Daí, o MEM mandar os doentes,

aceitos, sentarem-se e se concentrarem, calados. Logo, Ele se recolhia por alguns

N. 116 – Descrição que me foi feita, em l’Arbresle, em 1956, pessoalmente por Michel de Saint-Martin,

quando relatou o notável episódio, acontecido em 1928, com ele e Phaneg, e que será contado no tema “A Permanência”.

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momentos no quarto contíguo. O célebre quartinho que já conhecemos. Lá onde

ELE orava………… - E, só então, voltava, para “olhar” os doentes e “dar ordem de

curar”, aos que tinham reservas morais e fé, suficientes. Aos demais, mandava orar

determinadas condições; isto é: apoiando suas orações com atos de Balança Moral:

reconciliações, perdões, abandono de vícios, esforço de não maledicência, etc…

antes de orarem!

F.34 – O Muito Excelso Mestre PHILIPPE.

Fig. 4

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O Pai dos Pobres – O das Sessões em que curava os corpos, mediante o esforço moral que permite a cura da alma… O que, hoje como então, nunca deixa de ouvir todo pedido apoiado por um real e sincero esforço, proporcionando, feito com entrega incondicional ou com a fé singela!

(Fotografia dos Arquivos do Dr. Ph. Encausse. – Ampliação M. Pezzuol – S. Paulo)

Tais Sessões, pois, eram um labor duplo: os que lá vinham, chegavam

procurando alívio físico, principal e exclusivamente. Mas o MEM fazia as coisas em

forma tal, que recebiam ou, até, chegavam a buscar e obter, progresso interior.

Pois o Anjo dissera ao Eleito: “Tu ensinarás aos homens a certeza da

Bondade de Deus e o desprezo da Vontade, e serás ouvido pelos pobres e pelos

eleitos…” (Ver Vol. I, pág. 54).

Nessas sessões, sua doutrina básica surgia sob mil formas, todas elas

insistindo no mesmo ponto, que já Marc Haven ressaltou: “de um só ponto tudo

dependia; a automodificação, a forja, a modelagem, a têmpera pessoal, até que a

criatura fosse a ausência de egoísmo e o amor integral, a bondade total para com o

semelhante”.

E o MEM fazia sentir aos assistentes, a Verdade, tanto nos seus aspectos

psicológico-espirituais, como nos da presença permanente dos Seres de todos os

planos, simultânea e entrosada:

E. 146 – P: Por que as pessoas, que vos conhecem, não vêm todas para vós?

R: Certas plantas gostam do sol e, com vinda da luz, viram suas folhas para o

seu lado. Outras, porém preferem ficar na sombra.

Existe algo nesta sala, invisível para vós, que vos reconforta no físico e no

moral.

Com.133 – Os que são “inquietos”, que tem aspiração, que são capazes de

fazer um esforço desinteressado ou penoso, viram-se para a luz, embora

percebendo que irão sofrer pela dissolução de suas partes escuras. Outros,

preferem ficar na ignorância, no erro, etc. E, o MEM lhes aponta que, mesmo assim,

a luz e a verdade os penetram, parcialmente, quando afirma que existe algo,

invisível para os presentes, que os reconforta no físico e no moral. Isto, Carolei, é

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muito importante, pois é o que explica a real utilidade dos santos, dos mestres e de

todos os que se esforçam por viver a verdade e refletir a luz… N. 117

E o MEM insistia sempre, junto aos que vinham buscar ajuda, no papel

protetor, e até com certo caráter compulsório, dos Anjos, como vimos quando Ele

lembrava-lhes: “… às vezes dizeis a vós mesmos: “Não vamos lá hoje”, e contudo

sois levados a vir. São os vossos anjos da guarda que vos empurram, e não achais

que ao sair daqui estais mais aliviados, que vos sentis mais fortes?” N. 118

Aliás, muito embora o público que vinha às sessões fosse, com

predominância, composto de gente humilde, também vinham outros, inclusive os

que vinham para aprender, e já não mais para serem curados no corpo. Isso

obrigava – e permitia, também – o MEM usar de uma foram expositiva que

satisfizesse a aspiração de todos e, às vezes, com sua espontaneidade tão

deliciosa, revelava-se tal como era:

E. 471 (bis) – Ele falava então do Espírito e Dele Próprio, como Jesus falava

de Seu Pai que era um com Ele e do qual Ele tudo recebera. O Evangelho de João-

o-Bem-Amado contém capítulos vibrantes desse estado de alma, dessa união entre

a Vida Suprema e o Seu Enviado” (L.B., 15).

E, quando o M. PHILIPPE ausentava-se mesmo que por pouco tempo, o

próprio modo de avisar, e de viver, tal ausência, seguia sendo um ensinamento e um

oportunidade:

E. 760 – “Vou realizar uma viagem que irá durar quiçá um mês, quiçá mais.

Apesar da minha ausência aparente, estarei sempre entre vós. Prometei-me por em

prática aquilo que sempre vos disse. Se queres obter do Céu seja lá o que for, segui

sempre bem as suas leis. Amai ao vosso próximo como a vós mesmos e a Deus por

cima de todas as coisas. Vivei em paz uns com os outros: orai; pois, pela prece,

obtém-se tudo do Céu; é uma arma nas tentações; um apoio nos transes difíceis e o

único meio para obter a misericórdia de Deus” N. 119

Com. 134 – Já fiz o comentário, Carolei, ressaltando os elementos

fundamentais do Ensinamento; porém, surge também, isto: o MEM já pôs os ditos

elementos na devida ordem. De não os respeitar, nessa ordem, surgirá a nulidade

do desejo: seja lá o que for – pequeno favor ou milagrosa graça – só se obterá

N. 117 – O E. 146, provém de S. Ly. de 10-5-1893. acha-se na 4ª edição francesa e, também, na 5ª, embora lá truncado (faltam as duas últimas linhas, pág. 166).

N. 118 – Parte do E. 348, comentado a pág. 62, e que convém tornar a meditar. N. 119 – S. Ly., de 31-8-1903, citada na 5ª ed. francesa, pág. 186.

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seguindo, primeiramente, as leis divinas; amando a Deus, o que se prova vivendo

em paz com os outros seus filhos. Depois, a poderosa arma múltipla de efeitos, que

Ele cita.

E. 724 “Breve, sabereis porque não posso mais permanecer nas sessões,

porém o Céu não vos abandonará. Orai, e sereis atendido. Antes do fim do mês, já

não me vereis mais…” N. 120

Efetivamente, no sábado 19 de novembro de 1904, o M. PHILIPPE esteve

pela última vez nas Sessões, segundo informa o Dr. Ph. Encausse (5ª pág. 87). O

MEM exaltou, nessa oportunidade, entre outras qualidades, a perseverança na

prece, o que deve ser meditado nos múltiplos sentidos que pode ter: orar sempre;

sempre ora, apesar de tudo; orar muito tempo, por um mesmo doente ou problema;

orar, com fé perseverante; orar, com entrega mantida; etc.

Assim, durante 34 anos, O MEM esgotou-se, em todos os sentidos do termo:

dando tempo, atenção, magnetismo, conhecimento, perdão, luz; recebendo, em sua

aura, todas as emanações de doença, dúvida, descrença, ingratidão. Lendo, como

em um livro aberto, por não cumprirem o que Lhe prometiam, em tantos sentidos, e,

mais especialmente no que mais O feria: que não conseguissem viver em paz uns

com os outros, nem amar-se um pouco mais e um pouco melhor!

Iremos ver, agora como Ele conseguia fazer a transmissão…

* * *

O Muito Excelso Mestre e a SUA TRANSMISSÃO

Com. 135 – Já vimos, Carolei, aquelas palavras do Anjo, ao Eleito: “e serás

ouvido pelos pobres e pelos eleitos”. Creio que devo comentar a forma em que, após

estudar e meditar, tendo a vida do MEM como seus Ensinamentos, cheguei a definir,

para mim mesmo, aquilo que agora exponho a Você, Carolei, sem pretender impor-

lhe como uma coisa indiscutível, e sim como uma investigação, iniciada por mim

aqui e que, todos, deveríamos prosseguir se quisermos ir além da letra,

aparentemente simples do ensinamento. E da singeleza, também aparente, das

sessões e da transmissão, feita nelas também em grande parte.

N. 120 – S. Ly. , sem indicação data, na 5ª ed. Francesa, pág. 167, mas deve ter sido em outubro de 1904,

já que o MEM retirou-se em novembro, como acima dito.

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1º) O Muito Excelso Mestre conhecia as Duas Vias, mas, pelas razões que

Ele mesmo aponta, e que veremos no tema posterior a este, seguia e ensinava a Via

Cardíaca, a do Amor, a Crística.

2º) Ainda assim, há, nessa Via mesma, um certo Conhecimento, e um

conhecimento Certo, que o MEM nunca ocultava, nem negava; muito pelo contrário,

procurava aos Eleitos – aos quais chamava, como veremos, de “Filhos de Deus” –

para lhes transmitir o que eles mesmos pediam, e permitiam que lhes fosse

transmitido: pela conduta, pela fidelidade, pela atenção e pela sagacidade, de que

eram capazes.

3º) Aos Discípulos que, além de aceitos na sua intimidade, pelas qualidades

morais, que já tinham se esforçado por realizar e possuíam, podiam conviver com

Ele, além das Sessões, Ele outorgava instruções diretas. Porém, nas próprias

Sessões, também havia alguns desse Eleitos, para os quais não podia Ele deixar de

manifestar tudo que era possível.

4º) Por outra parte, os “Pobres” (e, nesta apelação, não vai, da minha parte,

nenhuma diminuição de consideração, senão, e somente, a constatação de não

possuírem: ou interesse, ou possibilidade, de receberem mais) também devia poder

entender sempre, o que lhes estava sendo dito; pelo menos; deviam poder levar,

consigo, ao saírem de cada sessão, alguma coisa que lhes significasse: consolo,

estímulo, norma de conduta para a vida diária, e, ainda, para soerguer-se quando

possível, no moral, devocional e espiritual.

5º) E, como se todas as essas dificuldades, de tão variada espécie fossem

poucas, apresentava-se, ainda, esta última que, com toda certeza representa, pela

foram em que o MEM a resolvia, a prova mais elevada do Talhe do M. PHILIPPE.

Efetivamente, aquela frase de Sédir “por todos os pontos pelos quais o Infinito

penetre no finito”, torna a ressoar, agora, se olharmos para o Ensinamento do MEM,

na própria Transmissão nas Sessões.

O Seu Ensinamento, realmente, oferece esta particularidade única (e,

modéstia à parte, creio conhecer bastante dos ensinamentos de todos os Mestres do

Oriente e do Ocidente…), de sempre abranger TODOS os aspectos: do mais singelo

e banal, para a conduta na vida diária, do lar u do negócio, até as infinitas

derivações; e., desde as raízes universais, de cada afirmativa. E, tudo isso é dado,

como “en passant”, como se fora, não: sem importância; mas, sim: singelo,

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categórico, fácil de assimilar e de aceitar, e, como se (e como, de fato, é!), a única

coisa importante e difícil, fosse o, por Ele sempre lembrado, “Amai-vos…”

Efetivamente, não há nenhum setor da vida universal, desde a vida celular ou

atômica, até a constituição e populações dos outros mundos longínquos; desde o

mecanismo da renovação das raças, até o mecanismo do perdão, neste e nos

outros planos, e mil outros pormenores e panoramas, entrosados e relacionados, da

Vida cósmica ou infinitesimal, que não tenha resposta. E que respostas: curtas,

clara, completas… e, naturalmente CERTAS, já que Quem as dava, provava-o,

pelos tremendos Poderes, únicos na história, desde Jesus!

O Seu Ensinamento é, por isso, único pela pureza e pela amplidão, ao

mesmo tempo. Mas, se bem seja certo que ainda poderão surgir mas partes do

Seus Ensinamento (especialmente do setor privado), creio ter procurado uma

divisão útil, para a meditação do dito Ensinamento, ao separar o 88 temas que

compõem esta terceira parte, em duas grandes séries; que são, este volume e o

quarto:

– Do tema “51” (na minha numeração de planejamento), que foi o das

“Sessões”, já tratado de modo geral, até o tema “93” (Condições para as Curas da

Graça, e a Balança Moral), considerei esses 42 temas como compondo a parte mais

externa, mais pública, do Ensinamento do MEM PHILIPPE (3º VOLUME).

Naturalmente, não se deve acreditar, por isso, que tais temas sema menos

elevados, ou menos universais, que os que seguem na outra Série. Nada disso

existe, já que, não somente a divisão que resulta um tanto arbitrária – pelas

características que já comentei do Ensinamento do MEM – como também e

logicamente, há muito que meditar, nessa mesma primeira Série, para os Discípulos,

para os “Eleitos” e para os “Filhos de Deus”. Até, para desvendar o meu pensamento

até o fundo, devo dizer que, com esta primeira Série, acontece um pouco aquilo que

a todos nós ocorre, com relação à fé singela do camponês. Esses temas contêm, o

que todo assistente das Sessões, todo doente, todo ser desejoso de receber ajuda e

de merecê-la, necessita e deve saber. É, ainda assim, apenas no que se refere ao

dito pelo próprio MEM, sem os comentários e informações que achei oportuno

acrescentar, pela razões que já expus nos Prefácios que o precedem.

Estou convencido de que, quando algum de nós chega a assimilar o que a

outra Série contém, e a procurar vive-lo, então, de repente, tudo quanto se contém

nesta primeira Série, ilumina-se com nova Luz.

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Assim também, aquele que, pela primeira vez, procura estudar e meditar a

segunda Série, certamente sentirá uma espécie de deslumbramento, de iluminação,

ao perceber: como certos pontos da primeira, que pareciam um tanto abstratos ou

dogmáticos, tornam-se lógicos, coesamente unidos como o todo, do Ensinamento.

A segunda Série, que se inicia com o tema “94”: “Responsabilidade dos que

Sabem”, reúne, pois, aquilo que me pareceu ser mais apropriado para um esforço

sistematizado, para os que, procurando viver o Ensinamento mais profundamente,

também buscam apoio nos dois planos do Ser. E, sem dúvida, o aspecto inicial da

segunda Série, é de esclarecer o intelecto, de tornar mais claro o amplo, aquilo que,

para a mente o não fôra totalmente. Mas, que panoramas infinitos para a

contemplação! Que laços com todos os Ensinamentos do Passado e do Distante!

Que progressão, levando-nos até à Sua Grandeza! a que procurei refletir no Tema

138: O IMPERADOR! (4º VOLUME)

Pelo menos, Carolei, isso foi o que eu vivi, ao meditar, e pôr na ordem

indicada, os temas todos. E, por isso, seja bem sucedida ou não, essa minha

tentativa, sua motivação a justifica, pois foi a de procurar proporcionar a Você, o que

Ele me dera a Graça de viver!

Vejamos, agora, a rede de Transmissão, que este Pescador de Almas

lançava, no emaranhado de tantas sutilezas, ocultas nas frases de tão simples

vestimenta, das Sessões… Vejamo-lo nos Seus Ensinamento: - E nos

apontamentos sobre Ele, dos Discípulos da época:

E. 574 – “Quando a gente aproximava-se do M. PHILIPPE, de Lyon, tinha a

impressão de encontrar duas personagens numa só: Um camponês de aspecto rude

enérgico, um suboficial aposentado, cheio de irradiação e de bondade.

“Ele parecia mais alto do que na realidade era. Conservava-se sempre muito

erecto, tinha um olhar às vezes longínquo e velado, outras, incisivo e penetrante.

“Quando se Lhe dirigia a palavra, Ele respondia de modo afável; se Lhe

faziam perguntas, parecia ausente. Conservava o silêncio; Ele parecia não querer

responder. Se a gente insistia, bruscamente a resposta surgia, precisa, viva, tocando

no ponto sensível; ficava-se sacudido como por um contacto elétrico, como sob a

influência de uma descarga. A palavra ouvida acompanhava a gente, e nunca mais

nos deixava… Poucos livros havia em casa Dele. As Santas Escrituras, a Imitação

de Cristo, não lembro mais o que…”

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E. 453 – O Mestre nunca impunha sua opinião. Dizia simplesmente: “É a

minha opinião; não estais obrigados a nela acreditar; é a minha opinião, só isso.”

E. 343 – Não estais obrigados a crer em muitas das coisas que vos digo, mas

aquilo que tendes obrigação de crer e de fazer, é amar ao vosso semelhante. Essas

palavras foram escritas antes do início do mundo, e a miúdo, quando dizeis: “Vamos

para lá, nos dirão coisas belas”, não sei se são belas, mas o que afirmo é que vós,

sob pena de estar nas trevas, estais obrigados a pó-las em prática, pois doutra

maneira é inútil vir ouvi-las.

Com. 136 – “é a minha opinião, só isso”. Mas, Carolei, que Discípulo é esse

que perde tempo em divergir ou em duvidar da opinião de um Mestre, ou daquele

Conhecimento que o MEM modestamente apresenta nesse modo, apenas para

respeitar a liberdade interior alheia? Não será melhor, sempre em lugar de duvidar,

procurar meditar e aplicar, para passar a opinião após a experiência vivida? – A

única obrigação: amar ao semelhante. Isso, portanto a única missão, real,

compulsória , fundamental e suprema, que aqui nos traz. Ele o disse, com a Sua

consciência de séculos: quem lucraria alguma coisa em divergir ou em duvidar? –

“escritas antes do início do mundo”: meditar na expressão que, nos lábios Dele,

significa que antes de iniciar-se cada mundo, decretadas ficam quais as lições a

serem vividas nele… - “nos dirão coisas belas”: não procurar o ensinamento, nem

como passatempo intelectual, nem recreação emotiva, apenas, como é tão comum!

– “sob pena de estar nas trevas, estais obrigados, etc.” o ensinamento é muito

profundo pois, que estar nas trevas, significa, a um tempo: permanecer na

ignorância, e, continuara ligado ao reino do mal, às forças demoníacas que nos

impelem a não por em prática aquilo de que “tenho vindo ouvir”, nos tornamos

consciente, isto é, voluntariamente responsáveis.

E. 289 – P: E por que é que as explicações que dais não são as mesmas para

todos?

R: É porque, há diversas moradas na Casa de Deus. Não vedes a prova disso

no fato de nenhuma pessoas se assemelhar a outra? No Evangelho há “alimento”

para todos.

E. 218 – P: Por que, embora ouvindo com atenção aquilo que tendes a

bondade de nos dizer, não podemos grava-lo em nós, nos lembrar disso?

R: Então é quando, como Cristo às vezes dizia aos seus discípulos, está acima do

vosso alcance. Algumas pessoas poderão se lembra, outras de jeito nenhum. Isso,

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porque é dado a cada um aquilo que seu estômago pode digerir. Assim, uma criança

que precisa de leite, não poderá suportar alimento pesado. Aquele que lembra

compreende aquilo que lembra. E aqui, para todos, pode ser achado aquilo que é

mais apropriado: há para as crianças, para os adultos e para os velhotes.

E. 329 – Tudo quanto estou vos dizendo deve aborrecer a muitos dente vós,

porém dirijo-me aos mais idosos, embora possam ser os mais jovens. Não

compreenderíeis se vos dissesse que um de vós pode ser o pai do seu avó, e no

entanto, se acreditais ser os filhos de Deus, é fácil entender.

E. 285 – Não se deve dar ao estômago aquilo que não pode digerir.

Não me importa que estejas ressentidos comigo. Podeis até não me amar

nem um pouco. Eu vos amo duplamente: o que vos peço apenas é que ameis ao

próximo tanto quanto a vós mesmos.

Com. 137 – “diversas moradas”: momentos evolutivos, etapas de progresso e

de consciência, das diversas pessoas, com as diferentes possibilidades de

compreensão, de posição, de responsabilidade, e de interesse ou apetência: moral,

devocional, espiritual, etc. – Mas, muito profundo o aspecto que o MEM aponta: a

prova, é o fato de nenhuma pessoa se assemelhar (totalmente). Isso deve ser

observado e meditado. Desde as impressões digitais, às emotivas, mentais,

psíquicas; e, tanto no que concerne às relativas semelhanças, que constituem as

séries – assunto sobre o qual tornaremos (o MEM, e eu, insistentemente), como

sobre as diferenças, que explicam a dificuldade de harmonia entre os seres, de dar

ensinamentos que a todos sirvam, etc. – “quem lembra, compreende aquilo que

lembra”. Eu tenho achado, Carolei, forte oposição, tanto no Monastério como fora

dele, em fazer aceitar (reconhecer) isto, por muitos…

Uns alegam “falta de memória” etc. mas, a verdade é a que o MEM ensinou.

A prova é fácil: ambicioso ou avaro, não esquece conta por cobrar; vendedor não

esquece freguês por visitar; devoto não esquece altar por florescer nem oração por

fazer; e, assim, na infinita escada dos estados de alma habituais, adestramos a

nossa mente a gravar, lembrar, evocar, etc.o que realmente constitui para a nossa

intimidade, para o âmago de nós mesmos, os motivos mais “vitais” da nossa

existência, isto é: o que a Vida tem de mais atraente para nós. Creio que a

meditação profunda disto, traria luz, sobre si mesmo, e sobre o Ensinamento, a

Você, Carolei!…

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– O MEM admite que alguns devem se aborrecer com o que expõe, e o

termo que Ele usou (em francês) abrange também o sentido de causar tédio,

desinteresse. Quantas vezes notei isso, interrogando, inesperadamente para eles,

aos que pareciam ouvir uma leitura ou algum ensinamento! A medida da real

atenção, da real compreensão nos deve dar, a cada um, a medida do nosso

interesse. E, a medida deste último, para cada espécie de tema, assunto, ou aspecto

da Vida, nos classifica, espiritualmente, de modo claro, exato e completo, se nos

estudarmos nessa forma. – Veja-se, entretanto, a sutil delicadeza do MEM,

empregando os termos: crianças, adultos e velhotes… Ele recorre, assim, mais uma

vez, ao estratagema de usar termos que cada aceita, embora compreendendo-os

diversamente: idade física dos presentes, para os “pobres”; idade moral e intelectual,

para os “cultos”; idade da alma, em número de experiências e vidas, para os “filhos

de Deus”, etc.: a meditar e a aplicar em todas as conseqüências e derivações. – Por

isso esclarece o MEM, adiante: pode ser o pai de seu avô, bastando que aquele que

foi o nosso avô, volte como filho nosso.

– Que grito de Amor, o do MEM ! não importa se ressentidos, nem se os

ensinamentos, provocando reação, calam transitoriamente a voz do amor nos

ouvintes, ou nos Discípulos: Eu vos amo duplamente; e o termo brasileiro é menos

amplo; o francês “para dois”, indica melhor a bilateralidade, a reciprocidade, que

deveria permanecer, e que, quando ausente, o MEM A CUMPRE POR AMBAS AS

PARTES! Há tanto para meditar nisso, seja em relação à posição e função instrutor-

discípulos, como na cósmica: CRISTO-humanidade! Mas, a voz compassiva remata:

– com um “subentendido” : já que sois ainda incapazes disso – e um explícito

peremptório: vos peço apenas que ameis ao próximo…

E. 385 – P: Dissestes que daries alguma explicações sobre a alma e a

matéria.

R: Sim, é verdade. Porém seria preciso fazer algumas experiências

correlatas, e não formais um número suficiente, pois sabeis que h´s diversas

moradas na mesma residência, e diversos tempos no mesmo tempo. Em cem

pessoas há uma que compreende, noventa e nove que não entedem, e a miúdo

entre estas dez que interpretam mal.

E. 32 – Falar cedo demais, ou ensinar a um ser verdades prematuras, é mais

grave do que deste lado, pois que é no outro lado que se adquire realmente a luz.

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E. 185 – Este senhor perguntou-me um dia o significado destas palavras:

“tinha sido vedado dar parvas de trigo a quem as tinha guardadas em seu paiol” .

Pois bem, isso significa que certas coisas não devem dizer-se a pessoas que não as

possam digerir. Muitas coisas há que não podemos compreender, por serem

imperceptíveis aos nossos sentidos. É como ver diversas moradas na casa do pai.

Sim, todas as pessoas que se acham aqui, pertinho umas das outras, estão

contudo a grade distância, e nem uma reside na mesma morada. Isso parece

incompreensível, mas assim é. Acusam-me de mentiroso, de toda espécie de cosas,

de chamar os demônios. Tende por certo que não seria bastante estúpido para levar

o sacrilégio até o ponto de vos dizer que pedísseis a Deus.

Tenho um grande “livro” onde as respostas às perguntas que poderíeis fazer

estão escritas de antemão.

E. 283 – (Parte final, Carolei, pois o início refere-se à morte): não tendes

notado que em todas as vossas articulações vos chega socorro, seja para as penas,

seja para a saúde? Acaso Aquele que nos pôs na terra não sabe o que precisamos?

Não esta dito, e isso com relação aos fardos que vos parecem pesados demais,

“Tudo quanto pedirdes em meu nome vos será concedido”? E quando se faz o mal,

ou antes, quando não se sabe discernir o mal do bem, é-se irresponsável. Assim,

eis uma pessoa perto de vós. Indicais-lhe o bom caminho, e me dais os mesmos

conselhos que a essa pessoa, que os segue, enquanto eu faço pouco caso, e ainda

procuro desviá-la. Tive pois ouvidos para não ouvir e olhos para não ver, e terei de

pagar as minhas dívidas até a sétima geração. E se consegui achar no meu caminho

alguém que me isente dessa dívida, nem por isso deixarei de me tornar então

devedor dessa pessoa que terá pago por mim.

E quando se acredita estar na luz embora fazendo o mal, desvia-se da luz

quando a divisa, e a prova de que tem consciência disso é que sempre procura pôr o

mal nas trevas. Será preciso que ela chegue a pôr as trevas na luz e a luz nas

trevas.

Com. 138 – observe-se como, no E. 385, o MEM foge de realizar

determinadas experiências - e de dar, após, as explicações – quando: não estão

presentes pessoas maduras para vivê-las, ou as entender, bem como número

suficiente para formar o ambiente protetor bastante e para merecer a presença de

certos Anjos. “Diversos tempos” no mesmo tempo, alude às diferentes velocidades

vibratórias: da vitalidade, ânimo e mente ou psique que permitiriam aos presentes

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viver devidamente: as experiências e as explicações. E, nem Você nem eu,

Carolei, escapamos a essa regra, diante do que a Vida nos coloca, instante após

instante, para ser vivido e meditado… E, veja-se, ainda, que uma em cem

compreende. Das outras noventa e nove, que ficariam protegidas pela ignorância de

não terem entendido, há dez que interpretam mal, isto é, que passam a viver errado

o que se lhes tivesse dado prematuramente.

Por isso, no E.32, fala em “debilita-lo”: dando oportunidade de errar mais do

que acertar; poupando esforços que deveriam ser feitos para merecer o que, após,

lhe será dado ouvir e viver; etc. – enfraquecer do outro lado; na consciência moral e

espiritual, que “mora” no plano em que os mortais comuns agem e estudam mais: no

sono, na supraconsciência e após a morte. Em outros termos: só se deve dar à

mente concreta, usada na consciência vigília, o que pode compreender e aplicar,

pela sua idade mental e moral. O resto, só faz mal. Por isso é muito interessante o

complemento deste E. 32, que aparece na 5ª Ed.: “Aqui, só nos toca esforçar-nos

para nos melhorar o coração. O resto nos será dado.”

“Coisas que não podemos compreender, por serem imperceptíveis”. – Isto

deve ser meditado, Carolei, pois é o maior problema: tanto do progresso, como da

busca do mesmo, como da dificuldade de tolerância e do entendimento, entre os

seres. Por isso, a extensão, a ampliação, da percepção e da apercepção, sempre

preocuparam aos reais místicos equilibrados. Mas, não deve ser: nem forçada, nem

unilateral. Daí a importância da Via escolhida e dos métodos que a mesma

comporta.

Em certa altura do E. 185, o MEM aproveita para mostrar que, por mais

milagres, curas, favores, ensinamentos puros, graças de toda a espécie ou talhe,

que Ele outorga ou obtenha para os humanos, assim mesmo é acusado de toda

espécie de torpezas, até de “chamar os demônios” (!)… mas, aproveita o ensejo

para dar, em forma muito velada, um ensinamento elevadíssimo sobre dois pontos:

“Não seria bastante estúpido, etc.” – Com linguagem enérgica, quase rude, o

MEM PHILIPPE mostra que: até quando os seres não atingem a levar a vida

correspondente a um filho de Deus, será melhor que não cometam o sacrilégio de

pedir a Deus: sacrilégio: isto é, Carolei. Muito claro: quem vive contra as Leis

Sagradas, de Deus, pode, deve, pedir a esse mesmo Deus? Não será melhor ter a

humildade de dirigir-se a Seus Enviados menores, antes de se atrever a pedir tão

alto, quando se vive ainda tão rasteiramente? E, observe, Carolei, como o MEM usa,

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precisamente, dessa linguagem forte, para gravar, em certas almas, por uma

emoção-choque, o que, possivelmente no momento não entendessem, e mais tarde

necessitarão assimilar!

Na parte final do E. 185, Ele revela, discretamente ante os “pobres”, e com

meridiana clareza para os “Eleitos”, Quem é: Tenho um grande livro, etc… é o Livro

de Vida: aquele onde estão escritas: - todas as perguntas, de todos seres que já

viveram: esses problemas todos, que o MEM ajudou já a superar, a milhares de

gerações e que, no entanto, cada pequeno humano pensa que “o seu caso é um

caso e sua dor a maior”!... O MEM confessa também, assim, a Sua Onisciência! E,

ainda: se as respostas estão escritas de antimão, Carolei, é porque a solução é uma

só. E, que não adianta fugir dela. A ela teremos que tornar ou chegar, nas asas da

Aspiração ou nas garras do Sofrimento!

“Em todas… vos chega socorro… Aquele que nos pôs na Terra”… e, Carolei:

de que duvidais sempre, que temeis sempre, por que agradeceis tão raramente? Fé

para pedir, com entrega para viver!

Quem, realmente, não discerne o mal do bem, é irresponsável: Carolei; creio

que devemos aplicar isso! Caso por caso, o progresso será veloz! Pois, em sã

consciência, quem não insiste naquilo que sabe ou sente, errado? Até quando, fingir

acreditar que não nos será apresentada a conta? E o MEM adverte: oportunidade

dada e voluntariamente malograda: dívida que será cobrada, seja a nós mesmos

antes que passem sete encarnações, ou em nossos descendentes, antes que

passem sete gerações. E, se a culpa for grave, poderá ser em todas as sete e

poderemos vir, como nosso próprio bisneto, colher o que, como “bisavô”,

preparáramos pela obstinação, pela teimosia no erro ou na indiferença…

E, seja dinheiro ou seja graça mística, tudo quanto nos eximem de pagar, ou

que outros pagam por nós, o seguimos devendo. Quando muito, muda a moeda,

tornando-se mais forte, mais valiosa: se alguém paga o que deve em dinheiro, fico

lhe devendo a soma; se resgato essa parte da divida (material) continuo a dever:

gratidão a ele, e obrigação a todos de os ajudar, como a mim ajudaram. Essa, é a

Lei. E que boa rima: Lei e Carolei! Carolei e Cara Lei: lei querida e lei pesada.

Pesada para quem não ama a Lei!

E, quem desvia-se da luz, é por lhe ferir os olhos da consciência! Por isso

oculta o mal nas trevas. Mas todos precisamos chegar a por os erros próprios, na

luz: - da própria consciência – para poder emendá-los e abandoná-los – e à luz

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pública, para que nos vejam como somos, e não mais como nos esforçávamos –

vaidosamente – por parecer !

Então só então, poderemos levar luz nas trevas: ajudar a esclarecer aos

outros, com a luz do exemplo. E, com o bem, feito em segredo, compensamos o mal

que outros (como nós mesmo antes) , fazem nas trevas. Pois: as trevas não são

senão o próprio mal acumulado em densas nuvens, que os raios da luz, que é o

próprio mal acumulado em densas nuvens, que os raios da luz, que é o próprio bem,

procuram dissolver. Isso, num’alma, como em torno: de um fato, de um planeta ou

mais…

E.148 – Deus dá a todos, gradativamente, a luz necessária para transpor os

pequenos obstáculos.

E.35 – Os bons escritos são os que nos ensinam a paciência.

E.12 – É preciso semear sempre. Não se deve falar aos surdos. É preciso

fazer o que mais custa. Rir na dificuldade é o começo da fé.

Com. 139 – O MEM, após as indicações, algumas delas um tanto severas,

reais advertências de Pai, dá o consolo em forma de ensinamento (148):

gradativamente: à medida que, pelo esforço, nos elevamos a cada degrau

imediatamente superior, recebemos nova luz, para galgar, transpor um pequeno

obstáculo. Outros, novos, ainda pequenos, vão nos sendo concedidos (cedidos com:

a força e a luz para os transpor com esforço), até que sejamos capazes de abordar a

série dos grandes obstáculos. . Essa, Carolei, é a Lei. – Daí, que bons escritos

sejam os que ensinam a paciência, pois que, sem ela não se pode seguir, bem, esse

Curso em infinito número de aulas, da Vida!

Semear sempre, mas não àqueles que não querem ouvir! A dor os sacudirá

da indiferença, um dia! Fazer o que mais custa, em todos os sentidos: físico, moral,

mental, psíquico; na vida pessoal, familiar, profissional, social, devocional, etc… É

aquele famoso “ponto único”: a têmpora voluntária; a modelagem esforçada; o

esforço procurado, etc... E, amar a dificuldade, rir quando ela nos busca, ou nos é

concedida; esse é o começo da fé, porque: todos têm fé em Deus quando tudo vai

bem! Então, Deus é “bonzinho”, é o Pai amoroso, etc. Mas, Amá-LO, Agradecer-

LHE, quando vem a dor, a provação, aquilo que, realmente irá nos fazer progredir e

purificar, isso, poucos agradecem espontaneamente. Entretanto, nisso, reside a real

medida da nossa fé: em que tudo o que nos chega é o melhor que nos poderia

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acontecer (como dizem “As Promessas”… no S.D.M.) e, o Discípulo que não vive

isso, ainda tem uma fé muito vacilante.

E, na Sua Transmissão, o MEM PHILLIPPE utilizava todos os modos, tanto

teóricos – por assim – como experimentais, selecionando porém, tanto as pessoas

capacitadas para ouvir ou presenciar, certos Ensinamentos ou Experiências, quando

indicada, categoricamente, que certas coisas não deviam ser divulgadas, a não ser

com muita cautela e discernimento. Vejamos alguns exemplos e provas, disso.

E.568 – No curso de 26 de dezembro de 1895, da Escola Secundária de

Magnetismo de Lyon, houve, perante 75 pessoas presente: magnetismo a distância

– dissertação sobre o magnetismo e uma operação mágica. Dissertação sobre o

magnetismo (e experiência): há um homem doente. “trata-se, nos diz o Mestre, de

uma operação difícil para vós, mas estais na escola, é para aprender o que não

sabeis. Peço aos discípulos desejosos de receberem uma lição séria, que se

separem” (uns dez discípulos se retiram, então, numa salinha à parte). Após a leitura

de um diagnostico, feito por um médico faz-se entrar na sala geral uma das pessoas

que estavam na salinha. “Deveis, agora, diz o Mestre, fazer um diagnóstico, isto é,

explicarmos de que doença sofre este homem e nos dizer onde sente a dor.”

Ante as respostas confusas do discípulo, o Mestre acrescenta: “não estais

lembrando de ter recebido o poder de vos dar conta da doença de uma pessoa,

quando ela se aproxima?” – Imediatamente, a lembrança torna ao discípulo e este

repete (assim como os outros discípulos, chamados logo, um por um, da salinha) o

diagnostico que tinha sido estabelecido pelo médico.

Em outros casos, como aquele no qual o MEM fez ver a PAPUS sobre a

parede do celebre Quartinho de Oração, a vida passada das mulheres e da parenta

morta de fome (vol. I, pág. 46, e comentando no II também), o MEM fazia a

transmissão nesse modo; animando clichês, que o Discípulo via, ou externamente,

ou no seu mental.

Porém, como vemos na Sessão de quinta-feira 5 de dezembro de 1895, após

elevados comentários sobre a alma e a matéria, o MEM fez esta advertência: “não

repitais isso lá fora, pois não seria compreendido o que, neste momento

compreendeis, e assim perderíeis o vosso tempo. Não é assim que se deve semear

a boa semente.”

Com. 140 – Pelo E. 568, vimos, Carolei, que o MEM separava os Discípulos

sérios: os que não tinham medo do ridículo, nem temor: de errar, nem de serem

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exigidos como esforço, e nem de receber mais responsabilidade, pois que sabiam

ser isso automático ao receberem nova experiência. – O “poder de se dar conta”...

da doença, da localização da dor, etc... (já aludi a isso quando falei das consultas

em Montevidéu) é citado pelo MEM com a prudência de termos oportuna, para não

falar na Cognição direta, limitada a certo setor, e que Ele transmitia, de modo

passageiro, ou definitivo, de acordo com o Discípulo... – Até hoje, Carolei, é como

Ele segue operando, nesse setor e em todos os outros.

Agradecemos, então, a Ele, e aos demais, pela Transmissão. N.121

* * *

O Muito Excelso Mestre e AS DUAS VIAS

Com. 141- Já vimos, em partes diferentes do segundo volume, mais

especialmente na que se referia, diretamente às experiências feitas por nós, antes

do Monastério e nele, os métodos e dificuldades das duas Vias: Mental e Cardíaca.

Vimos, também, que se unem a partir de elevada altura: a da Compaixão. E, se

todas as atividades humanas, e este mesmo livro, abundam – até com aparente

excesso – em considerações de ordem intelectual, a razão é a que já apontei em Yo

que...: o ser humano só pode gozar de duas posições principais: ou tem mais fé, que

desejo ou pretensão de compreender, em cujo caso tudo é fácil, dentro das

relatividades da existência humana. Ou, tendo ficado divorciado da fé singela, por

motivos que podem ser de muitas origens diferentes, acha-se lançado na senda da

“inquietude” mental, mais terá paz até: ou achar a Verdade, pela renúncia e o

discernimento (Via Mental levada até suas mais elevadas etapas); ou, sentindo

quando tal via é árida e separativa, regressar, apesar de todas as dores e

decepções, para o convívio geral, na Via Cardíaca. Mas, desta vez, é bem verdade

que sua Fé, esclarecida pelas experiências e meditações, torna-se tanto mais sólida

que já renunciou a analisar, ou saber, o que verificou estar acima da real

compreensão no estado mental comum, e, tendo verificado que, para elevar,

N.121 – Com relação à origem dos diferentes Ensinamentos do tema comentado: do Manuscrito de Papus: E. 32, 35 e 453. – De diferentes fontes: E. 12. – Das S.Lyon, citadas no I vol: E. 148, 218, 283, 285, 289, 329, 343, 385 e 453, sendo que o 385 não está incluído na 5ª ed. Francesa. – E. 565 (parte): vem do vol. 29 de L’INITIATION (1895), pág. 279 e seg. – 568: é parte da Sessão publicada no Vol.31 (1896) pág. 95 e seg. da dita Revista. – o E. 574 provem da primeira parte do relato “A propósito do Mestre PILIPPE”, que já citamos, da pág. 125 do n.3, do ano 29 (1955) de L’INITIATION (nota fase)

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realmente, tal percepção até às etapas supramentais, isso iria requerer um esforço,

uma tensão e um modo de vida, que muito raros indivíduos se dispõem a viver.

Não é que, como já mostrei ao falar do Monastério, as dificuldades de seguir

a Via Cardíaca sejam menores. Há o perigo de cair, nesta via também, na rotina e

na confusão. Na rotina de fazer atos mediocremente úteis, sem posição interior

esforçadamente espiritual. E, na confusão que resultaria de pensar, como a muitos

acontece, que o simples fato de falar muito em Jesus, ou na Caridade, fazendo

obras que – embora úteis à coletividade – não apresentem como base esse mesmo

esforço de superação, de modelagem, de tempera, já citado.

Creio, Carolei, que coloquei, assim, pequenos sinais de alerta, para que sua

atenção interior, sua sagacidade ou sua intuição, possam retirar maior proveito dos

Ensinamentos do MEM, sobre este tema. Antes, porém, de abordar tais

Ensinamentos, gostaria de reproduzir os que, assimilando e adaptando, o generoso

Mestre PAPUS tinha dado, com relação ao mesmo problema:

E. 808 – “O sofrimento terrestre é abençoado porque ele constitui o grande

meio de resgate e o único modo de pagamento das culpas para os espíritos

encarnados.”

“Por isso, bem imprudente é aquele que quer evitar o sofrimento: só lhe fica

uma saída, revelada pelo Buddha, é a liberação progressiva e consciente dos

atrativos da vida. Eis porque a via revelada pelo Cristo é a única divina. Longe de

fugir da vida, deve-se, pelo contrario, aceitar dela todas as responsabilidades e

todos os cargos, com calma e firmeza: e para isso, é preciso saber sofrer, sem

revolta e com gratidão para com Aquele que nunca abandona aos que a Ele se

abandonam…”

E. 578 – “A Via do desenvolvimento espiritual é simples e clara: “viver sempre

para os outros e nunca para si” – fazer a outrem só aquilo que gostaríes que vos

fosse feito, em todos os planos – nunca falar mal e nunca para pensar mal dos

ausentes. Fazer o que mais custa, antes que aquilo que agrada. – Tais são algumas

das formulas desta via, que desemboca na humildade e na prece.. – Quando um

homem acredita saber alguma coisa e se coloca em igualdade com os deuses,

trabalhando pela sua salvação pessoal e retirando-se numa torre de marfim para se

purificar, por que iriam lhe dar alguma coisa, já que tem o que precisa e que se

apresenta, a seus próprios olhos, como um ser puro e sábio?... – Mas, quando um

homem é singelo, convencido da sua fraqueza e sabendo que a sua Vontade nada é

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se ela não acompanha a ação do Pai celeste; quando tal homem não se preocupa

nunca com a sua pureza pessoal, nem com as suas necessidades, mas, sim, com a

sua pureza pessoal, nem com as suas necessidades, mas, sim, com os sofrimentos

alheios, então o Céu reconhece nele a “uma das suas criancinhas” e o Cristo pede

que o deixem vir até Ele…

“Uma mãe que passou as noites, e que passou toda uma vida, dedicando-se

para criar, não somente a seus filhos, mas aos de mais pobres que ela mesma, é

maior perante a Eternidade que o teólogo mais pedante e que o pretenso adepto

mais orgulhoso da sua pureza. Essa, é uma verdade instintiva que a multidão sente,

sem ser preciso nenhuma demonstração, porque ela é verdadeira para todos os

planos.

“Por isso, prefira o estudante ir sempre para a singeleza, antes que para a

pretensão, e que desconfie dos homens que se apresentam a ele como perfeitos,

pois que ninguém cai a não ser da própria altura!...

“A Via Mística necessita pois de uma assistência em todos os estados de evolução e

de percepção. No plano físico, assistência dos companheiros e dos mestres, que

ensinam pelo exemplo; no plano, astral, assistência dos pensamentos de

devotamento e de caridade, iluminando a rota e permitindo superar as provas,

graças à paz do coração; finalmente, no plano espiritual, assistência dos espíritos

guardiões, alimentada pela compaixão por todos os pecadores, a união por todos os

pecadores, a indulgência por todos os pecadores, a indulgência por todas as

fraquezas humanas, e a prece por todos os cegos e os inimigos. Então é, quando a

sombra terrestre se dissolve pouco a pouco, a cortina afasta-se por alguns segundos

e a sensação divina da prece ouvida enche o coração de coragem e de amor... - ...

Por isso, nada é fácil e nada é difícil que percorrer esta via. Ela está aberta a toda

"boa vontade" e nenhum ser humano é dela digno. A porta é tão baixa que só as

criancinhas podem entrar, mas são geralmente os homens grades e altivos que se

apresentam e que acham indigno tornar-se pequeninos; por isso a entrada

permanece-lhes, demoradamente, invisível..."

Passemos, agora, aos profundos ensinamentos do MEM PHILIPPE:

E. 72 – Há duas vias: a via mental e a via do Pai. Assim, o Conde de Saint-

Germain, que está morto agora, viveu certamente muito tempo. Não é pela magia. É

preciso comer muito pouco carne, não tomar álcool, abster-se de mulheres, jamais

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cair em ira. Então, poder-se-á tomar, por diversas vezes consultivas, o corpo de um

jovem.

Com. 142 – nos lábios do MEM tomam especial importância as duas

afirmações relativas ao Conde de Saint-Germain: uma, que está morto, pois esta

destrói as lendas, e pretensões de certas pessoas, relativas a encontros "recentes"

ou na época do próprio MEM com aquele Adepto. – A segunda confirma que

realmente, esse Enviado viveu muito tempo. Para que a sua inquietude mental

Carolei, o não atormente, resumo algumas informações sobre o citado Conde N. 122.

As restantes indicações do MEM são bem claras inclusive a afirmação final, sobre a

possibilidade, reiterada, de utilizar o corpo de discípulo jovens que, voluntariamente,

oferecem o veículo preparado a seu Mestre....

E. 781 – Dizei aos vossos amigos que evitam os treinamentos voluntários não

confundir o procedimento teosófico e o dom do Céu. Não comais as frutas, de

aparência tão bela, que vos apresentarão...

N. 122 - Durante pelo menos 112anos, o ministério Conde de Sait-German, apresentado-se as vezes sob

outro nomes, mas sendo invariavelmente reconhecido por elevadas personagens que assombravam-se por verem como ele permanecia jovem enquanto elas mesmas tinham envelhecido, esteve cumprindo uma Missão dos Iluminados, pelas cortes e pelos meios iniciáticos da Europa, e possivelmente fora dela.

A Enciclopédia britânica não só o qualifica de ministerioso, como menciona ter sido ele representante dos Franco-mações em 1785. Se juntamos a isso que em 1767 presidiu uma reunião da Grande Loja, juntamente com Saint-Martin e Mesmer, os laços entre os diferentes setores que vinham trabalhar pela iluminação da Sociedade Humana, apesar da iminente Revolução Francesa, e pela conservação da Tradição mística, tornam-se evidentes.

Com riquezas ilimitadas, provavelmente filho do Príncipe Racoczy Transilvania, até hoje reverenciado por muitos como o Chefe de todos os verdadeiros "Mações Místicos" e das atividades das Sociedades Secretas ou Sociais, de tendência evolucionista, há provas Históricas de sua influencia decisiva, desde 1743, na Corte Francesa, tendo lá feito predições sobre a próxima conclusão, o fim da Monarquia, as atrocidades vindouras. Muitas personagens, inclusive, Maria Antonieta, sabiam por ele da morte atroz que as esperavam, tendo porém confiança na sua Proteção, mesmo além da morte, como prometeu à Rainha quando, em corpo astral, lhe apareceu na prisão do templo.

Pessoas de fama e seriedade notórias, como Rameau, o grande compositor deixaram testemunho de terem conhecido ao Conde de Saint-Germain: em Veneza em 1710, e novamente, acha-lo mais jovem em Paris, em 1795. Paris Londres, Viena e muitas outras capitais ou cidades importantes – da Europa – possuem documentação oficial e privada, muito abundante sobre esse Adepto da Via Mental.

Gostaria de terminar esta nota, Carolei, apontando que, na Via Mental, as Águias do talhe de um Saint-Yves d'Alveydre, quando já fizeram a SINTESE de toda a Organicidade Universal e de todo o Andar da Civilização, só podem – como já iniciam com certas Missões diplomáticas e culturais – continuar subindo em UTILIDADE, em vidas ulteriores – ingressando: ou na Alta Magia com influencia coletiva, ou, caso mais geral e mais elevado, na dolorosa via da reencarnação ininterrupta, pelo processo que o MEM confirma. Imagine, Carolei, o que seja, para quem já não tem ilusão sobre a massa humana, continuar por mais de um século, procurando trabalhar, dentro e por meio: de todas as organizações eivadas de quanto caracteriza a imperfeição e as paixões humanas!?

A esse respeito, gostaria de ressaltar o quanto pode lucrar o Discípulo que compare os interessantes livros ZANONI – no qual pode Mejnour representa a Saint-Germain e a Via Mental; e zanoni representa a Cagliostro e a Via Cardíaca; e á ação de ambos-ambas: na sociedade humana e na vida individual. Bem como, ao Filho de Zamboni, obra na qual Sêvaka (Valdomiro Lorenz), procurou mostrar a superioridade da Via Cardíaca. Os estudantes sérios e Martinistas, lucrarão em estudar Cazotte (Biblioteca da Ordem Martinista).

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E. 676 – Se queres a fé, não fictícia, mas verdadeira, expulsa de teu coração

a ira surda que lá ronca, e quisera reduzir a nada o mundo das iniqüidades, para

nele plantar a árvore da esperança com o fim de lá colher os frutos da fé. Se fazes

nas trevas alguma ação devendo ser feita a plena luz, mister te será ir buscar essa

ação nas trevas para traze-la para a luz, pois que tudo que se faz na luz não pode

ser trevas.

E. 677 – Quando Nosso Senhor curava os doentes, as vezes, em alguns

deles, a doença reaparecia dois ou três dias após e O vinham procurar. Ele lhes

dizia: "os homens de pouca fé! não mudareis então nunca? Quando o Céu vos

concede uma cura, tendes ainda medo que a doença volte. Ficai sabendo que a

vossa fala de fé paralisa todas as bondades DO Céu".

Com. 143 – A fé verdadeira deve excluir, eliminar em nós, até a dolorosa

rebelião ou amargura, contra as iniqüidades e limitações alheias, dos indivíduos ou

da sociedade humana. Mas, quão difícil é isso, Carolei: “transformar todo o nojo em

compaixão”. E quão bem constituída a expressão usada pelo MEM, que tem a

extensão de plantar a árvore, tanto no coração como no mundo das iniqüidades,

como se fosse um processo mútuo e contínuo... – A parte referente a “ir buscar e

trazer para a luz”, já foi comentada. Não assim o último trecho: “tudo que se faz na

luz...” e deve ser meditado, pois que nos ensina a tolerar e admitir realmente tudo

quando outrem faça abertamente, francamente, já que isso, além de evitar a

hipocrisia, dar-nos-á oportunidade a que outros nos ajudem a emendar-nos. A luz

sempre dissolve a treva. O que é feito na luz, não acumula, pois, trevas.

No E. 677, além da lição de fé, de que todos precisamos, há uma revelação

histórica, que tem o aspecto bem claro de ter o MEM assistindo a cena... – No

E.781, está claramente indicado de não se usar os treinamentos de afirmação

voluntária, de práticas que, como as da ioga, aceleram um processo que, na Via

Cardíaca, em lugar de provir do forçar humano, para proveito próprio, surge do

conceder divino, em reconhecimento do esforçar-se, humano, por aprimoramento na

conduta coletiva, para maior utilidade e melhor exemplo. Devo deixar claro que: “ler”

obras ditas teosóficas (ressalvada a relativa perda de tempo e energias, nesta Via,

tem tal leitura) não configura transgressão à fiel observância do Ensinamento do

MEM. – Sim, as praticas de ordem mental, mágicas etc. Isso explica porque, ao

retornar, de cheio, esta Via, estamos modificando não somente a vida do grupo

intimo (Retiro), como também estamos operando a separação mais nítida, entre os

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Discípulos externos, dos que preferem uma ou outra das Vias, no que se refere ao

aspecto das práticas (Sarva Ioga, etc) e os milagres técnicos, decorrentes.

E.374 – Bem gostaríes de saber que vos dissesse o que é a criação, o que

sereis após a morte, quantos anos de vida tendes. Não falo dos que se lembram 30

a 40anos de existências; há os que acreditam em vidas sucessivas. Gostaríamos de

saber o que é esta vida, por que estamos sobre a Terra. E quando souberes tudo

isso, sereis melhores?

E.747 – Durante a prece, não prestar atenção às nossas sensações

interiores.

Com. 144 – Quantos anos? Isto é: idade séculos, madureza espiritual relativa.

E, assim mesmo, se soubessem quando lhes aguça a curiosidade, vem a lição

realista: sereis melhores? Daí que, mesmo na prece, o MEM recomenda não

analisar-se, não se deleitar com os estados, pois que o único que interessa é: o

estado de Graça, cujo prova, também única é: quando o Céu nos concede o que

pedimos para outrem e quando já não sentimos desejo de pedir NADA para nós .

E, a confirmação de não procurarmos: nem conhecimentos que não somos

ainda capazes de viver, nem as complicações distantes, vem do MEM, peremptória:

ocupar-nos em pulir o que segue à nossa atual situação.

E. 791 – Olhar, somente, o passo seguinte; não emaranhar-se com horizontes

mais longínquos.

E. 368 – Temeis ao vosso vizinho mais do que temeis a Deus; já que

procurais antes agradar ao vosso vizinho que a Deus, em detrimento das leis de

Deus. Procurais por amor-próprio ficar bem com o vizinho. Deus, quando criou o

mundo, criou seres inofensivos; ele também criou seres infernais. Ele os criou

conscientemente. Tudo quando Deus fez, fê-lo com conhecimento de causa. O bem

está em antagonismo com o mal e continuará assim até o fim dos séculos, ou antes,

é o mal que está sempre em antagonismo com bem. É preciso lutar sempre, lutar

sem cessar, sufocar o mal, extirpá-lo se tiver coragem para isso. Nosso Senhor veio

para mostrar o caminho e como era preciso conduzir-se quando se for perseguido:

submeter-se ás leis de Deus com calma e resignação. Vindo mostra-nos isso, Jesus

deu uma terrível lição ao homem. Ele veio sobre um terreno cheio de silvas e

espinhos plantar o bem. Essa formosa planta nasceu, não foi compreendida, foi

escanercida. Jesus veio trazer a luz ao homem e encheu a sua lâmpada de azeite.

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Com. 145 – Indicações de conduta, na vida diária e coletiva, como na

espiritual, ressaltando a luta consigo mesmo. E, como sempre, a parte de

consolação, e mística: “encheu sua lâmpada de azeite”, já que, pelo exemplo, pelo

resgate que alimentou espiritualmente, como azeite na lâmpada da Transição… E,

vem a lição maravilhosa da progressão do amor, que nos dá o MEM:

E. 790 – Ama-se, primeiramente, todas as mulheres; depois, todos os homens

e mulheres como irmãos; após, tem-se dor de toda a gente (humanidade sofredora).

Então se começa após 10 ou 15 reencarnações, a esta sobre a Via do Pai…

Com. 146 – Quanto conteúdo oculto em 4 linhas, Carolei: desde a indicação

de que a paixão amorosa, até a mais grosseira, já é o inicio da Via do Amor; e do

que sempre ensinei em segredo, pois que mal compreendido seria na rua: a grade

devoção nada mais é do que a transmutação da paixão amorosa – Nenhum grande

devoto da Divina Mãe, por exemplo, amará plenamente à MÂE DIVINA, senão após

as lições de amor, as carícias, as desesperanças de amor, e os cantos, e danças,

poemas e pinturas; sacrifícios e esbanjamentos, dedicações e até suicídios, que,

vidas, dedicou a inúmeras amadas e amantes, esposas e amigas, inspiradoras e

musas pois: poderia a paixão humana pelo divino, ser outra coisa senão a soma de

toda a parte divina da humana paixão, sublimada por séculos de superação?

E, quando o egoísmo, a possessividade ciumenta e instintiva da polarização

sexual se sublimam, começamos a poder ter para com outros seres, do mesmo

sexo, a ternura, da qual antes só fôramos capazes para com o pólo diferente. E, só

então, começa a lenta ascensão da escada da pureza no amor e na amizade, na

fidelidade e na dedicação cada vez com mais desinteresses. – E, como o MEM nos

aponta, ainda falta chegar “a dor de toda a gente”, pequenas amostras da Dor do

mundo (da H. 5…). – E, se vivermos isso, bem, temos umas 10 a 15 reencarnações

somente, para achar a real Via do Pai! Quão infantis resultam então, Carolei, tantas

coisas!...

E o MEM não dá esses ensinamentos, como muitos outros Dele; a estes, que

indicam A via, Ele apóia com a categórica declaração da sua Própria Experiência:

E. 367 – Eu tenho procurado muito se havia algum outro meio para se chegar

á meta. Só há absolutamente um, é o amor ao próximo como a si mesmo, e aquele

que não pode fazê-lo, é porque não trabalhou bastante. Utilizai as vossas forças e

não sejais preguiçosos, pois se não o fizerdes as forças que Deus vos tem dado vos

serão retiradas. Trabalhai sempre, pois se recuardes ser-vos-á duplamente difícil

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progredir; fareis esforços durante muito tempo sem poder achar. Se Deus vos

manda alguém para vos trazer a luz, não o refuteis, não o julgueis: vede se essa luz

é justa conforme suas obras. Por que refutais esse bem porque não vos foi feito, a

vós mesmo?

Com.147 – Como afirma, que Ele mesmo, em ciclos idos, muito procurou! E

que só há , categoria e exclusivamente UM caminho, que só se cria, em nós, pelo

esforço por amar mais! É como se Ele nos dissesse que devemos fazer, em nós

mesmo, de nós mesmo, o “Eu sou caminho...” – E como recomenda não perdermos

oportunidade de receber mais luz, por queremos julgar a quem a traz, ou porque o

bem é feito a terceiros! – Vejamos, então, Carolei, para terminar este Tema, o que

parece ser o modo inicial, e o sintoma mais claro, de começar a percorrer,

realmente, tal caminho:.

E. 591 – “… uma voz grave fez calar os cachorros…alguém, de tamancos,

vinha abrir-me a porta… um homem forte, de uns sessenta anos, virando com pá, a

terra de um canteiro de rosas…tamancos, calça gasta, com remendos no

joelhos…chapéu desbotado por muitos aguaceiros… me fez entra… adiantou uma

poltrona… tomou meu sobretudo e o levou ao cabide… sentou do outro lado da

mesinha, na qual me indicou cigarros, fumo para cachimbo, fósforos… pouco após:

aceitará um café conosco?...(temas graves)… eis a minha senhora que nos traz

café… acompanhou com carinhoso olhar a esposa e a filha que se retiraram…

(longa e notável palestra)… sim, irei vê-lo em sua casa… acompanho-o até a rua…

e (diz o visitante), ao virar a cabeça, quando já ia perto da esquina, vi-o, em pé na

porta, fazendo com a mão uma saudação… mas me pareceu que esse gesto era,

também, uma bênção…”

Com. 148 – São trechinhos das impressões da primeira visita de Michel de

Saint-Martin, a CHAPAS (M.Oliver, no livro). Deixei, propositalmente de lado, todos

os ensinamentos dados em modo verbal explicativo, expositivo. Ressaltei o que

chapas fazia, vivia para que você visse, sentisse, Carolei, como Michel de St-Martin

soube mostrar o que realmente vale: o ter cachorro e cuidá-los, e fazer com que

amem aos nossos amigos; e a singeleza, o trabalho manual, o saber receber a um

novo discípulo, com a calça remendada, e com chapéu desbotado por tantas visitas

a doentes, ou labores manuais, debaixo da chuva! – E a tenção afetuosa ao visitante

e suas vestes ou chapéu. E a tolerância, o uso de fumo e do conforto cordial; e a

cena de ternura íntima, sem teatralidade, mas sem ocultamentos do afetos humano

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ou familiares… e tudo, até a modéstia e a generosidade da Benção, oculta num

adeus cordial…

Mas, cuidado, Carolei, não é a vida social amena, nem a afabilidade: “arte de

fazer amigos”! É, muito diferentemente, a procura espontânea de dar a

oportunidade, a quem ainda vive duvidas e recalques, hesitações e convencialismos,

de sentir o que pode ser, o que realmente é, a vida humana geral, quando na vida

social ingressa “essa coisa” que brota do âmago do ser, e que, nas vivencias

coletivas ou iniciáticas, é uma espécie de equivalência do “l’amour avec tendresse”

(o amor com ternura), ou seja: quando a espontaneidade deixa que o fundo se

manifesta com adequada e cativante forma!

Isso, Carolei, buscando com finalidade espiritual, é o que permite que toda a

vida o seja! É, por isso, a lição inicial, na Via Cardíaca, da modalidade social

ocidental, e de acordo com a estrutura da sociedade em que convivemos, para ir,

gradativamente, para o

E.792 – AMAI-VOS UNS AOS OUTROS! N. 123

* * *

O Muito Excelso Mestre e O PAI…

E. 5 – A Providência é o Pai, bondade infinita que age por meio do Filho.

Quem não conhece o Pai, não conhece o Filho.

Com. 149 – Quem não segue as Leis do Pai, quem não tem real entrega e

confiança, fé e gratidão, para com a Providência do Pai, não pode por mais que fale

em Jesus, conhecer o Filho. Assim também, em miniatura, seremos considerados

pelos outros, não pelo Verbo de amor, nem pela ação em geral, se não pelo espírito

paternal-maternal com o qual nos esforcemos sempre para providenciar em favor de

outrem…

N. 123 – Com relação a origem dos diferentes ENSINAMENTOS do tema “AS DUAS VIAS” temos: do Manuscristo de Papus: E. 72 – De Papus, trecho de um artigo “O Sofrimento”, a pág. 79 de ILUMINATION, junho de 1954 e E. 808. – De La Science dês Mages (1905), de Papus, trechos de uma parte sobre “A Via Cardíaca ou Mística” (págs. 92 e segs.), e que foi junto com mais ensinamentos de Papus, na Revista ILUMINATION, de junho de 1956, temos o E. 578 – De diferentes fontes, e incluídos na 5ª edição francesa, temos o E. 676, 677, 747, 781, 790, 791 e 790 (este último é DO CRISTO, diretamente). O E.591; provém de Revelations, págs. 1 a 32. – E, finalmente os E. 367, 368 e 374, provém das Sessões de Lyon, dezembro de 1954, publicadas no 1º Volume.

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E. 258 – É inútil pedir a Deus. Entretanto está dito no Evangelho: “Tudo

quanto pedirdes a Deus em meu nome será concedido”. Sim, mas é preciso crer, ter

fé. Ninguém crer. Os próprios apóstolos não acreditavam, já que duvidavam do

milagre da multiplicação dos pães.

E. 73 – Fazemos todos Judas: cada vez que pecamos traímos o Pai.

Com. 150 – Inútil pedir a Deus, ao Pai, ser ter fé na sua Providência sem

seguir as Suas leis. É o MEM põe o dedo na chaga mais cotidiana: cada vez que

pecamos, traímos! Quão belo seria, Carolei, se cada um gravasse isto no coração,

ou pelo menos na mente! Como essa convicção de trair, ato que repugna a todo ser

bem formado, auxiliaria as evasivas à Lei divina! E que absoluta deve ser a fé, como

apontado no E. 258!…

E. 339 – Qual é aquele dentre vós que não disse num momento ou outro:

Deus não é justo; se estivesse no lugar dele não tinha feito isso assim – Como ousar

julgar as obra de Deus quando Ele nos julga e quando somos incapazes de

compreende-lo? Nem uma só pessoa aqui tem a inteligência bastante formada, o

espírito bastante sutil, para fazer-se um idéia do que Deus é.

E. 52 (parte) – As doenças não são castigo. Deus não castiga…

Com. 151 – Já, no E. 279 (que foi dado a pág. 94 do II Vol.), o MEM nos

dissera que Deus não julga, nós nos julgamos! Agora, reafirma e amplia, como

vimos nos ensinamentos precedentes. É, nos que seguem, descortinaremos: como e

porque assim acontece e qual a senda a tomar.

E. 170 – Alguns dizem que o homem, ou antes, a terra é muito atrasada.

Sim, é verdade, porém milhares e milhares de planetas são também

atrasados e um ser poderia passar uma eternidade contando os que estão no nível

do nosso, sem chegar a contá-los. Assim, é também, com os que estão mais

adiantados. Deus não quis que, por mais que buscássemos, achássemos aquilo que

gostaríamos de saber, posto que nem tudo está em nosso alcance. E se há pessoas

que se acreditam adiantadas, por terem certas comunicações com outros seres

enganam-se; o orgulho as impedem de progredir, como também a falta de caridade,

pois sem a caridade, embora com a fé, não há salvação. Há pessoas que dizem:

“Oh! meus Deus, quanto vos amo!” É inútil dizer isso. Deus não pede que o

amemos, senão amando aos nossos próprios semelhantes”.

E. 236 – Dirigindo-se a uma senhora: - Sofreis? E que fazeis quando estais

sofrendo muito? – Oro.

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– E sentis alívio quando orais!

– Sim, me parece melhorar.

– Pois bem, se tivésseis fé não só ficareis aliviada, mas curada.

– Sim, mas chegar a ter fé, é difícil.

– Não observai somente os mandamentos de Deus. Não falo dos

mandamentos estabelecidos no tempo de Móises, mas daquele que sempre existiu,

de amar ao próximo como a si mesmo. Quando oramos e dizemos: Perdoa-nos as

nossas ofensas, como perdoamos. Vêm essas palavras do fundo a alma? Não,

porque tudo se tornaria então possível. É aqueles que nos são caros, dos quais

desejaríamos a cura, seja lá o que padecessem, seriam curados. Mesmos que

estivessem mortos, com a caridade e a fé, poderíeis dizer-lhes: “Levanta-te” e se

levantariam.

– Mas é bem difícil amar ao próximo como a si mesmo.

– Não.

– A gente faz o que pode, gostaria, mas não pode.

Outra pessoa diz: - Eu creio que se pode mas não se quer.

– Sim. Esta senhora diz a verdade. O que falta são os esforços, e os que

paralisa, é o orgulho.

– A gente não devia sair de casa, então só faria o bem.

– Sim, se tendes bem a fazer em casa, mas, e se o bem que podeis e deveis

está lá fora?

Com. 152 – Seria bom perceber, Carolei, as afirmações que o MEM faz, na

sua Qualidade de quem visitou a todos esses mundos e se lembra, mesmo quando

encarnado” como homem terrestre”, sobre as condições de evolução em incontáveis

milhares de planetas. Pela época em que foi dito, e pela forma em que Ele provava

seu saber, e que verificamos, mas uma vez, o Talhe do MEM PHILIPPE. É isso,

Carolei, quero dizer: essa nossa tomada de consciência de tal fato, deve nos

permitir, não somente distinguir a Ele e a Seu Ensinamento, das vaguidades

psicografadas e outras, como também, nos obriga, pelo que já nos ensinou Ele

mesmo, que saber que tudo isso é de Tão Excelsa Fonte, é o mesmo que ter a

responsabilidade de observar, obedecer, seguir, cumprir, viver, realizar, ou que

contém e significa em todos os modos e momentos. Para nos estimular a isso, são

as afirmações e promessas do E. 236. Será possível ler tão coisa, saber de quem

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vem, e permanecer indiferente? e continuar tendo estima por si mesmo ainda? -

Acho que a melhor solução é do ensinamento transmitido por chapas:

E. 554 – Quando Deus pôs o homem sobre a terra, Ele não lhe fez discursos;

disse-lhe: “Vai, o progresso está no infinito…”

Apos meditar isso, Carolei, que tantos sentidos, práticas e transcendentais

tem, tornemos a agradecer a todos os que deram ou transmitiram os ensinamentos

deste tema! N. 124

* * *

O Muito Excelso Mestre e O CÉU

Com. 153 – Como é comum na linguagem corrente, também o MEM usava,

as vezes, a expressão “O Céu” para designar a Deus e a todas as potencias que

agem seguindo as linhas de Sua Vontade. Veremos estes exemplos:

E. 344 – Bem que tendes lido no Evangelho que Cristo virá como um ladrão

vos surpreender. Pois bem, que aquele que faz o bem continue, pois então será

tarde demais. Algumas hora ainda restam para vos decidirdes a fazer o bem, porém

são poucas. O céu não pede tanto quanto pensais. Ele é indugente. Deus bem sabe

vos criou simples, e como progredimos às cegas, muito será levado em conta no

caso de quem tiver acreditado sem nada saber.

E. 484 – “algumas horas… são poucas”: dentro do plano de dias cósmicos de

criação, que se marcam em ciclos definidos, aos quais o MEM não quer aludir, para

evitar a famosa “curiosidade intelectual, dos pormenores que fazem esquecer a

essência espiritual”, Ele afirma que as horas terrestres (anos) que faltam para “o fim

dos tempos” são bem poucas. Adiante veremos que dá todas as indicações

correlatas. Por isso lembra: continuar fazendo o bem, ou decidir-se a fazê-lo! E,

também, que trata-se de coisa singela, mais profunda: que cada um faça o que sabe

e sente como sendo O BEM, ou: certo, direito, exato, honesto, moral, espiritual, tal

como é capaz de perceber. Porque não experimenta, Carolei? Mas, seriamente,

N. 124 – As origens dos ensinamentos do tema “O Pai”, são as seguintes: E. 52 e 73: Manuscrito de

Papus. – E. 5, das “diversas fontes” às quais se referem a 5ª edição francesa. – Os E. 170, 258, 339, provém das sessões de Lyon, entre setembro de 1893 e novembro de 1894, citadas no I Volume. Finalmente, o E. 554, de Chapas, faz parte das anotações tomadas pelo Conde Maurice de MIOMANDRE e reproduzidas no artigo do seu Filho, em L’INITIANTION, de outubro de 1953, a pág. 236.

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sem fugas, sem subterfúgios: nem antes si, nem ante os outros; é tão instrutivo e

esclarecedor!

E, por isso, o duplo sentido do termo francês (às cegas, na versão nossa) que

significa: às apalpadelas; isto é, conforme podemos ir tocando, experimentando,

percebendo, dentro da nossa limitada consciência: física, moral e espiritual. E, “às

cegas”, realmente, com relação à Verdade Universal, da qual nada sabemos, por

experiência pessoal, em relação ao que vivemos com tão reduzida sabedoria. E, por

isso também, o mérito creditado, a quem tem plena fé, embora sendo tão vazio de

real saber!

Afinal afirmação de poupar a muitos e a todos, por “um só” que fosse bom,

pode ser tomada em diferentes acepções. – A mais ilimitada é: uma virtude só, uma

faceta só, construtiva, em nós, se cultivada constantemente (continuar a fazer o

Bem…) pode salvar a todo o nosso mundo interior, a todo nosso “planeta”

individual? – No outro extremo a acepção planetária mesma: não haverá um só

“bom-mesmo”? – Eu sei que não sou. E Você, Carolei? Aquele que dirigente de

Igreja de Governo, de Universidade, de Partido, de Indústria, de Comércio, de Clube,

de Família, - ou como simples Membro de uma dessas atividades, e como Membro

da Humanidade, tenha a certeza de sempre ter procedido, pelo menos de acordo

como o seu real conceito do Bem e com total acordo da pequena voz da sua

consciência, poderia ir se apresentar ante Ele e pedir por todos nós! Eu não vou. E

Você?

Será melhor, então abaixar as orelhas, curvar as cerviz, “criar vergonha”

(como recomenda aquele famoso projeto de Constituição) e procurar “decidir-se a

fazer o Bem, sem complicações, nem pretensões, nem separatividades, que já são

as primeira prova do Mal, que mora nos corações?

É, tornemos a agradecer a transmissão! N. 125

* * *

O Muito Excelso Mestre e O VERBO

N. 125 – Origens dos ensinamentos do tema “o Céu”: O E. 344, vem das S. Ly. da quarta-feira, 21 de

novembro de 1894, eu consta do I Vol. – O E. 484, provém de L. B., págs.37.

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Com. 155 – Sobre o mistério do Verbo, o ensinamento do MEM PHILIPPE, é,

como tudo que Dele nos vem, muito conciso e categórico. Muito rico, porém, se

meditado:

E. 345 (parte) – P: E de onde vem a palavra? – R: “A palavra sempre existiu

bem antes da criação.”

E. 64 – Aqueles que “vivem no Céu”, já nada sabem a seu pedido, porém, a

“vos”, que está ligada a cada coisa, diz-lhes a verdade.

E. 260 – Pois bem, em vo-lo digo, podeis trazer aqui a quantidade de espíritos

que quiserdes, capazes de evocar quaisquer espíritos, podeis trazer todos os

magnetizadores e médiuns, capazes de magnetizar a este candelabro e pedir que

não se mecha do lugar. – Eu só precisaria dizer – e isto não é para provocar –

“Apraz-me que este candelabro seja transportado a tal e qual lugar” e lá iria, pela

vontade de Deus. E poderíeis ter no colo uma boneca de papelão e se me

aprouvesse que tal boneca se transformasse em criança viva, tereis logo um bebê

no colo. A palavra de Deus basta para isto.

Com. 156 – E o mistério do Verbo, Carolei, também nos é chave do nosso

próprio mistério, origem e organicidade. Como um deus em repouso – entre duas

Criações – podemos estar com a mente imóvel, apenas conscientes de ser. Mas, se

de repente, por algum estimulo interior, inerente à nossa própria natureza, ou por

necessidade externa – própria ou alheia – nasce em nós um sentir, um desejo: ação

de aspirar à ação –, então já somos dois em um, e a imagem de nos mesmos,

concebemo-nos levando a efeito determinado ato. Está criado, assim, o pensamento

criador. Mas, se dele passarmos à sua manifestação, surge o Verbo. E, Você

mesmo, Carolei, deverá ter vivido isso: antes de falar, não sabe, em texto, o que irá

dizer. Apenas a intenção de falar, de, sobre, para, determinada coisa, (fim) o move.

De mil coisas, irão depender a escolha, a concatenação e a inflexão, dadas ao

Verbo.

E, se houver real harmonia vibratória, entre o impulso do dito e sentido;

motivo, meio e objeto; raiz, talho e flor; então, Carolei, surge o criado, pelo Verbo

que antecede ao ato, assim, no homem como nos Elohim e no Eterno Pai!…

Lembra-me do poema de Kabir, sobre o “divino Som Criador”: Todas as coisas foram

criadas pelo OM!… Ou as do Dante “antes de mim não houve coisas criadas”, ou a

João “Em Princípio era o Verbo”. Era: em abstrato, diríamos no pobre linguajar da

mente intelectual concreta. Era: como uma energia que é, - e por isso manifesta-se

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com – matéria… à medida que as circunstâncias vão permitindo que o Divino

Decreto se formalize, se concretize, se materialize, se cumpra, isto é: ande na

direção dada inicialmente! E já vi, Carolei, criar pelo som: flores, brinquedos para as

crianças pobres; e outras coisas. E, já vivi alguma coisa do que diz o ensinamento

65. mas, eu ainda estou muito longe de “viver no céu”. Os que lá vivem, são os que

nada devem. Sem desejos, sem vontade própria, sem projetos; postos na Mão do

Pai como a folha no hálito do vento, já nada sabem, porque não mais lhes inquieta

saber. Contenta-se com ser… Por isso, a voz ligada a cada coisa: átomo, pedra,

planta, animal, nuvem, homem, anjo, fato… lhes diz a sua verdade; ou seja, o que

tal coisa é. De onde vem, o que faz, aonde irá, o que será. Isso, foi o que, em

pequeno vivi, quando por exemplo – como já referi – podia dizer aos irmãos

Giovanelli, como morreriam, pouco após; ou ao Dr. Dircksen, em Paris.

E há, Carolei, uma certa etapa, na qual, chega-se a quase temer abrir a

boca. Pois, se nos casos graves, como as mortes que se citei, é claro que não nos

ocorreria pensar, que iria morrer assim “porque o disséramos”, em contraposição, ou

– pelo menos – diferentemente, acontece que em muitos fatos miúdos, torna-se

difícil distinguir quando as coisas acontece: tal como as soubemos,

antecipadamente, ou, como as dissemos.

Por isso Carolei, é que proíbo, aos que me seguem, usarem do sistema

(ilusório em parte, e “magia preta” na outra parte) das afirmações: tenho saúde, sou

bonito, hei de vencer, etc… e, ainda mais, dos que cultivam “do poder do verbo”

procurando dominar, sugestionar, comandar, aos outros. Isto, é, não somente magia

negra que ninguém vê, como até constitui um dos problemas morais, de mais difícil

solução, para o estudante um pouco adiantado. Pois que, sem uma humildade

interior especial, sem uma prece condicional, muito bem feita diariamente (quero

dizer: sincera, sentida), lhe será difícil evitar, que a força do seu verbo não lhe traga

vantagens (vendas, amizades, concessões de qualquer espécie) outorgadas por

terceiros, com privação parcial da liberdade de escolha dos interessados.

Nesse sentido, todo “bom vendedor” é um “mago negro” (na linguagem

exagerada dos espiritualistas). Na verdade, é uma pessoa que toma a

responsabilidade de forçar a outrem. A reiteração disso, se não houver muito critério,

e muita compensação de utilidade, trará sérias conseqüências.

A Gnose, o “conhecimento direto”, é, pois, esse segredar silente, com o qual,

sem fenômenos de audição, as “coisas criadas”falam e revelam seu desígnio…

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Essa, e não outras fantasias complicadas, é a real Voz do Silêncio, isto é: aquecer

se ergue no colóquio entre os âmagos, e não entre as superfícies!

Já pensou, Carolei, no que significa nos lábios do MEM esse desafio que o

MEM lança? Não às pessoas, mas sim aos tipos de força: não há humano

magnetismo, não há mediunidade de efeitos físicos, não há espíritos nem legiões do

astral, não há NADA capaz de deter aquela coisa que recebe no seu âmago, a

ordem da palavra de Deus. Por isso, o MEM vai até o máximo: animar a matéria!

Mandar ao papelão ao que se torne carne e a uma alma que entre e fica lá dentro!

Pois, sem isso, como fazer, uma boneca, um bebê! Mas, Ele o disse: A palavra de

Deus basta para isso.

Então, que outras coisas, conhecimentos, “truques”, perderíamos tempo em

procurar?

E, para provar que, até o mais ignorante, até o grosseiro, até o que debocha

das mais sagradas leis divinas, não pode anular esse pode, também divino, que

cada um leva em si, porque sem isso morreria – (quem fala, após o último alento?) –

o MEM nos dá isso:

E. 622 – o tempo da brincadeira passou. Não debocheis uns dos outros,

porque sereis julgados por palavras vãs. E, acima de tudo, não debocheis, nunca, de

uma mulher em estado interessante, porque iríeis escandalizar à criança que está

nela e, pelos vossos ditos, e colocaríeis no ambiente desta criança, o necessário

para que ela caísse no mesmo pecado que vós, quando fosse grande, e sem vos ter

pedido conta da nossa grave culpa.

Com. 157 – O tempo de brincar passou, Carolei, para quem: só para os que

ouviam? ou para todo estudante sério? ou para todos, porque as horas já são

poucas? – Dos pensamentos apenas nos pede conta, porque o Céu sabe que

somos incapazes de governar a mente; mas, sendo o Verbo ação voluntária, e,

ainda, com escolha livre: termos, tom e inflexão; e, mais, sendo ouvido por muitos,

ou repetido a inúmeros o que dizemos: aí! Dos que semeiam palavras vãs, ou

piores. Da simplesmente desnecessária ou inútil, até a caluniosa ou ofensiva. E as

que induzem em erro, ou em pecado: do saber, ou do agir.

E o feto em formação e seu ambiente, que recebe a semente verbal, que,

como toda semente, germinará logo que as circunstâncias do calor emocional e da

umidade da inconsciência, o facilitem! Ambiente: que hábil termo, o do MEM, para

não designar especificamente, nem a aura, nem os veículos diferentes que a

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irradiam e nos quais, em verdade, grava-se o verbo, envenenador no caso em

apreço. Que lição de múltiplos aspectos. Lembra-me, Carolei, quando eu conseguia

fazer com que a minha filhinha de meses, sorrisse no sono, ao dizer-lhe, verbal ou

mentalmente, coisas belas ou agradáveis. Que lição é um bebê!

Um último aspecto do E. 157: “sem vos ter podido conta”; isto é: sem ter

podido defender-se, nem repelir ou revidar. Tendes abusado duas vezes: falando no

mal ausente, já que não vedes a essa criança, e tendes agredido ao um indefeso. A

semente é veículo de múltipla falta: às leis divinas á suas mais excelsa expressão na

humildade: a maternidade; e aos aspectos diversos da inocência, que se vê poluída:

na usa origem e na sua constituição.

E, devo dize-lo, Carolei, ninguém vem me contar que estuda seriamente

“ocultismo, esoterismo, ou qualquer outra forma preparatória da mística”, se não

olha á vida por esse prisma; e se não; se detém a meditar sobre esse lado sutil e

profundo da criação!

E, tornemos, novamente, a agradecer a Transmissão! N. 126

* * *

N. 126 – Os ensinamentos do tema “O Verbo”, têm estas origens: O E. 64, figura duas vezes na 5ª edição

francesa (além da quarta), com tipos diferentes, não se sabendo, assim, se procede do manuscrito de Papus ou das “diferentes fontes”, ou se existe em ambas as partes, como pereceria. – Os ensinamentos 260 e 345. são das sessões de Lyon, de 1894, publicados no I Volume. O E. 622 vem da pág. 99 da 5ª edição francesa, “fontes diversas”.

Fig. 5

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F. 35 – JESUS-O-CRISTO

Quadro original a óleo do grande pintor inglês Reynolds, feito sobre os versículos em que O Senhor diz a Pedro: “Tu me traíras…” – E, nós tomamos esta efígie do Senhor, porque é bela, e porque o tema lembra…bem, o Ensinamento do MEM PHILIPPE: “muito mais O fazemos sofrer cada dia”.

(Fotografia do original: ampliação de M. Pezzuo. (Persistex) – S. Paulo)

O Muito Excelso Mestre e J E S U S – O – CRISTO. N. 127

“Credo in unum Dominum Jesum Christum, Filium Dei unigenitum. Et ex Pare natum ante omnia saecula … Genitum, non factom, Consubstancialem Patri: per quem omnia facta sunt”. N. 128

E. 487 – Quando tu queres criar ou aperfeiçoar alguma coisa que não existe

aqui, tu refletis na tua obra, antes de fazê-la. Esse pensamento ainda não realizado

é o tipo do que será a tua obra. Assim mesmo, Deus, antes de criar o todo, pensou

na sua obra: esse pensamento foi alguém, e foi o Cristo, a vida, a palavra de Deus,

o pensamento de todas as coisas. Pois Deus criou em imagem, e logo, pouco a

pouco, com o tempo, tudo se realiza. O Cristo, primogênito antes de todas as coisas,

foi o último criado.

E. 478 – Jesus foi criado após nós, porém não como nós.

E. 142 – No que respeita a ver Deus, ninguém viu, nem jamais verá Deus: um

só homem, Jesus Cristo, foi posto em sua presença.

N. 127 – Independentemente da nota final, sobre a origem dos ensinamentos relativos a este tema, devo

assinalar, desde já, que tenho o querido Mestre PAPUS, divulgado certos ensinamentos do MEM PHILIPPE, referentes a Jesus, muito esclarecedores, selecionei alguns deles, que contam palavras diretas do MEM. E, para os diferenciar daqueles que são, totalmente, texto proferido pelo próprio MEM PHILIPPE, assinalei os que devemos a Papus com o sinal, colocado no final de cada um deles: (PPS).

N. 128 – Texto do credo do I Concílio de Nicéia (ano 325), completado no de Constantinopla (381). Do Missal (Grande Edição) da Ordem dos Beneditinos. (Organizado por Dom Gaspar LEFEBVRE, Beneditino da Abadia de S. André, Bélgica.).

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E. 406 – Alguns tem com freqüência, e interiormente, chamado ao Cristo de

“irmão” e acreditaram ser ele um homem que, como todos, porém maior que todos,

deverá ter chegado a perfeição. Pois bem, não. Há apenas um que, Esse sim, não

precisou passar pelo caminho de todos e a quem foi dado saber tudo e tudo poder.

É o Filho Primogênito que resgatou pelos seus sofrimentos.

– E se diz que está só?

– Sim e não, pois Dele têm partido inúmeras centelhas que alimentam a

estrela. Ele é um, e Nele são todas essas estrelas que estão no Sol. Eis a diferença

entre a nossa crença e a dos espíritas, dos quais falaremos um dia, e que

pretendem que o Cristo é um homem, um espírito chegado a um auto grau de

perfeição.

E. 479 – Jesus veio sobre a nossa Terra, para nós, e também para todos os

outros mundos. Ele achava-se simultaneamente sobre o nosso mundo e nos outros,

em corpo e em espírito.

Com.158 – Eis-nos, Carolei, ante o Cristo Omniversal, isto é Cósmico no

sentido de: “para todos os Universos”. E, vemos que o antigo Credo de Nicéia, ainda

em uso na liturgia católica, dá a mesma noção essencial que o MEM PHILIPPE

esclarece, como dito adiante, ou seja: Cristo, Filho único e primogênito, e não feito

(criado); consubstancial (um com) com o Pai, nato antes dos Tempos (séculos). Isto,

o MEM expõe, no E. 487, naquela forma tão Dele! Fala, como se qualquer um

pudesse assimilar o mistério. E, a minha explicação sobre o mistério humano, que

pelo dom da palavra, evidencia sua origem divina, e sua similitude funcional “à

imagem de…”, recebe também uma confirmação, tanto de veracidade, como de

plena ortodoxia com o Ensinamento do MEM.

Assim, vemos no E. 487, a criação “em princípio” e não, no começo, pois era

antes do começar: das coisas e dos tempos. E, quando surge o CRISTO – O que

era como Deus e Deus era –, o MEM define-lhe triplicemente a Função e a

Presença, indivisas e inseparáveis: Vida (universal) – Verbo (criador) – Pensamento

de todas as coisas; em certo modo: a idéia, o ideal recôndito, em tudo!

Primogênito, antes que todas as coisas foi gerado com Pensamento-

Arquétipo, do Projeto-Criação total! E, enquanto a etapa criadora prosseguiu, o que,

em outros termos, alguns chamariam de Descida ou de Involução do Verbo, até Sua

Encarnação nos últimos átomos dessa Criação, o Cristo era, mas Jesus ainda não

existia, não fora criado, pois o que foi o último nesse sentido.

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Por isso também, ele foi o único que precisava, e podia, ser posto na

Presença de Deus, já que ia por sua vez, consubstanciar-se, temporariamente como

Homem, com o Filho. E, daquele momento em diante o MEM mostra a identidade

realizada, que indico sempre usando a expressão “Jesus-O-Cristo’.

Precisamos ressaltar que, desde esses ensinamentos relativos à missão

cósmica, o MEM assinala que foi, pelos seus sofrimentos, que o Filho Primogênito

resgatou: não só a nós, mas sim a Criação toda, como é fácil de entender, pelo que

comentei acima. E, para apontar com precisão, suma, tal fato, o MEM diz: Ele é um,

e Nele são: todas essas estrelas que estão no Sol (E. 406), ao que junta que Jesus

veio sobre a nossa Terra e para todos os outros mundos. Estando simultaneamente,

aqui e lá, em corpo e em espírito. Isto ergue uma pergunta: em corpo, com o mesmo

corpo? Em corpos múltiplos e simultâneos? Mediante corpos adaptados à

semelhança ou figura da cada humanidade, nos diferentes mundos?

Mas adiante (E. 489), o MEM nos dirá que O Cristo formava um corpo

instantaneamente e onde lhe aprouvesse. E, não esqueçamos Carolei, que Quem

isto nos ensina é quem falava durante uma hora inteira com Jesus, na mais recente

encarnação como M. Philippe!

Creio que, nos ensinamentos dados acima, está muito claro a solução real.

que o MEM, digna-se nos transmitir e que Ele acompanhou através dos séculos: O

Verbo criando e animando toda a fase da Criação, que se realiza por degraus e

etapas, e Vindo, como forma visível e sensível, sacrificando-Se “feito carne”, no

momento em que se inicia o Retorno, a Reintegração consciente, também por

etapas, mas cuja possibilidade inicial e dada por Ele.

E, antes de passar a ensinar o processo da Descida do Cristo e da

Encarnação em Jesus, o MEM já nos adverte que Jesus, é criado após nós, isto é: o

último homem criado, ou seja, quando a Humanidade Terrestre já tinha recebido o

total de almas que esta Criação comporta, para este Planeta, irá nascer Jesus,

porém: não criado como nós.

Fonomenologia universal da Sua Vinda

E. 809 – A Tradição cerebral foi difundida por Krishna, Fo-Hi, Zoroastro,

Orfeu, e Moisés. Mostrei-vos cada um desses homens, respondendo, aos surtos de

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selvageria, pela escolha de um povo ao qual dava um Livro de Revelação,

simultaneamente: escrito no Invisível e transcrito no Visível.

Após esses enviados, vieram os representantes da Tradição cardíaca, e os

fundadores dos cultos mágicos. Houve uma verdadeira florescência de iniciadores,

lá pelos anos 500 antes de Jesus. Em Roma, e Numa; na Grécia, é Pitágoras; entre

os Hebreus, é Esdras; no Egito, é Hermes; na Pérsia, é o último Zoroastro; na Índia,

é Gautama, ou, o quarto Buddha; na China, é o Lao-Tsê e Kong-Tsê; no Japão, é

Son-Mou.

Por toda parte, onde passam esses missionários, lá surgem colégios

iniciáticos que se multiplicam notavelmente. Ordens iniciáticas leigas, organizam-se

no mundo inteiro. O Kabbalistas, os Pitagóricos, os Neo-Platônicos e os Essênios se

constituem. Missões secretas permutam-se entre eles. O caráter da época que

procede ao Cristo, é muito interessante de se estudar, a tal respeito. Vê-se,

efetivamente, a todas as sociedades de iniciação, comunicarem entre si. E, a

permanência de embaixadores Buddistas e Alexandria é por demais conhecida, para

ser preciso insistir… - Mas, de repente, um rumor sagrado agita os restos dos

Templos Mágicos. Os astrônomos – e astrólogos – caldeus, fremem, prosternam-se

e adorem … Que aconteceu?… (PPS)

E. 810 – “…os sacerdotes caldeus percebem que uma luz imensa acaba de

atravessar os signos zodiacais que, conforme a Tradição hermética, são guardados

cada um por um gênio. Ele vêem os guardiões das portas zodiacais fugirem

espavoridos. Sob a influência dessa Luz, num estranho fenômeno se reproduz: a

cabeça e a cauda da Serpente (fluindo em forma de corrente e impedia a saída, fora

do Zodáico, das almas encarnadas em algum dos planetas do sistema), são

esmagadas no sentido de se dobrarem por debaixo da Terra.

O Caminho, que religa assim a esta, como Plano divino, acha-se então

aberto, e as almas humanas podem doravante por ele passar… (PPS)

E. 395 – Uma pessoa pergunta a opinião do Mestre sobre Nosso Senhor

Jesus Cristo. O Mestre responde:

Não sou bastante sábio para vós dar uma explicação nítida. Porém nas

minhas pesquisas psicológicas, tenho reconhecido que não era somente um erudito,

um sábio, mas que Ele era Deus. Quanto a mim, na verdade o declaro, que aquilo

que deseja o Pai, que é Deus, é desejado também pelo Filho, que é Deus, pois o

que o Filho que,r o Pai também quer.

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Se Nosso Senhor Jesus Cristo, quando veio sobre a Terra, neste mundo, não

tivesse tido o cuidado de por a sua deslumbrante luz por trás da cortina que separa

este mundo do outro, nenhum homem teria podido chegar junto Dele.

E. 4 - Os enviados de Deus, antes do Cristo, era homens nos quais a chispa

divina fora dinamizada e a faculdade de lembrar, parcialmente devolvida. Cristo era

o próprio espírito de Verdade; desde então, não mais voltou à terra, mas se

manifestou diversas vezes, de acordo com o grau dos seres aos quais se dirigia,

por intermédio de diversos.

Complementando ao E. 4 – O Cristo, como primeiro, veio do Céu e pagou a

mensagem.

E. 814 – Umas trinta almas, vindas dos Mundos Celestes, tinham-se

efetivamente encarnado, ao mesmo tempo que o Cristo. Assim, foi como a alma de

João Batista, que foi Elias reencarnado. Ao iniciar a sua vida pública, Jesus tornou a

achar essas almas uma após outra. Uma só O traiu. Tenhamos compaixão desse

pobre espírito, que bem castigado foi por ter realizado em atos humanos, aquelas

palavras que pronunciaram no outro lado: “Eu, sei que Jesus vai descer, e desafio

ao Céu que deixe ao Cristo se encarnar”. – Esperemos que o Pai o tenha perdoado,

já que lhe foi permitido vestir um corpo terrestre, para cumprir a traição que

projetará. (PPS)

Com. 159 – toda verdadeira Revelação vem, pois, através dos que podem ler,

ou intuir, o que está escrito no Céu. O resto, são apenas conjecturas ou opiniões,

humanas: a “vã filosofia”… - Quando a via Mental, que só ilumina a poucos, produz

excessiva tentativa de buscar a prova, ou saber, pelo fenômeno ou o domínio: a

magia, surge sempre um surto cardíaco compensador reparador. Ao chegar-se ao

ponto de retorno, o qual já falei, tinha que vir “O Reparador” – que é o Nome que

Jesus recebe nos Santuários – e, não “um Reparador parcial”, como o foram os

Enviados precedentes, senão o único capaz de produzir o fenômeno que os E. 209 e

810 expõem. - Note-se, de passagem, a verdade oculta para os devotos singelos e,

meridianamente clara para os iniciados, da Virgem que põe o pé sobre a cabeça da

Serpente. Ela o faz, como iremos comenta-lo ao falar da própria Virgem, por Graça

do Seu Filho…

A conjunção de Saturno-Júpiter no Céu físico; a Luz nos Céus Superiores; os

fenômenos terrestres que faziam calar Oráculos, e cair os “deuses” locais: tudo era

“anunciação” para os que sabem, observam, ou “vêem”.

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Curiosa e até emocionante, a forma em que o MEM ensina certas verdades

superiores, sem afastar-se do se modo singelo: “não sou bastante sábio”, ou seja:

não o bastante a sua intimidade com Jesus, os seus poderes “desconcertantes” o

seu mister funcional de Imperador deste Mundo, Ele afirma não ser bastante sábio

para dar uma explicação nítida sobre Jesus-Cristo! Que lição para os pretensiosos

terrestres, que tudo desmontam, analisam e criticam! E que verdade essencial: pois

que, de acordo com o Seu próprio Ensinamento, “ninguém viu jamais a Deus”. E,

sendo Cristo parte do próprio Deus, não cabia afirmar conhecer a Deus-mesmo.

Mas, o MEM junta isto: o que o Filho quer, o Pai também quer: assim se confirma a

“consubstanciação” e identificação, tantas vezes afirmada por Jesus (meu Pai e eu,

somos um). E, também, pelo E. 395, parte final, vemos confirmado o que Papus nos

expunha – no E. 810 – que provém de fonte Gnósticas (Pistis Sophia, de Valentino),

e que recebe assim assentimento do M. PHILIPPE.

No E. 4 o MEM revela, com sua descrição habitual, que, na proporção, em

que nos vai sendo permitido lembrar: a origem divina, do antes vivido, etc. assim se

manifesta o saber-poder, unificando em espontaneidade. Em Cristo, Verdade Total,

o Poder era Supremo. E também mostra como, esse Cristo, “como primeiro”, isto é:

primeiro Gerado; primeiro em Função, após o Pai; primeiro em ter aceito e realizado

o sacrifício-milagre da Encarnação Divina total (já que as próprias, as houvera, como

vimos); primeiro em focar, pelo Amor-Sofrimento, a limitação zodiacal; e, finalmente,

primeiro em vir do Céu propriamente dito (região do Pai); esse Cristo, então, podia

pagar a passagem: aberta aos que Ele vinham encarnar, e aos humanos que A

buscassem, pelo esforço e, tomando-O como modelo, ao aceitarem sofrer pelos

outros.

Logo adiante, iremos ver os dois modos: um, na conduta do indivíduo para

consigo mesmo e para com Deus; outro, na conduta do indivíduo, para com Deus.

Através da Sociedade humana, da aplicação do modelo divino de Jesus à nossa

modelagem

Cristo-O-Jesus, visível

E.401 – Que significam no Evangelho essas palavras do Cristo a sua Mãe:

“Nada tendes em comum Comigo”?

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R: Se isso esta no Evangelho muitos tem polido censurar ao Cristo e pensar que Ele

faltava com o respeito, porem ao dizer que Ele nada tinha de comum com sua Mãe

Ele dizia a verdade. Era de fato preciso que Ele tivesse um corpo numa família, sua

Mãe esta consentindo que fosse o dela, mas ela não estava de forma alguma na

mesma “morada” que seu filho.

E. 534 – O corpo de Cristo estava feito com a matéria mais pura.

E. 811 – O menino criara-se como todas as crianças. Mas, aos doze anos,

ocorreu um fenômeno que faço questão de vos descrever:

José tinha propriedades nas quais cultivava para terceiros. Tinha ido para os

vinhedos, com o rapaz. A mãe tinha ficado em casa. Em certo momento, ela fica

pasma por ver chegar o duplo luminoso, o fantasma astral do seu filho, que lhe diz:

“Onde esta Jesus, meu irmão, para que eu o encontre?”. Maria não sabe o que

responder: ela amarra o espírito ao do leito e foge. Chega ao campo em que se

achava o esposo, vendo então a Jesus que lhe pergunta: “Onde está ele, que eu o

veja?”. Jesus é reconduzido à casa paterna. Imediatamente, o Ser de luz desliga-se

do leito e vem abraçar ao menino. Então, ambos se fundem um no outro.(PPS)

Com. 160 – Assim, o MEM nos confirma que Myriam (Maria) embora

previamente consciente e “consentindo”, ou seja: de acordo, para a vinda de Jesus

em seu Lar e Claustro, era de outra “morada”: de outra família celeste, de outra

jerarquia espiritual. Isso nos ajudara, mais adiante, a compreender os papeis de

Maria humana e Maria-Cósmica. – Também ressalta o MEM, sem que isso surja

como importante, mas é, que Jesus cumpria com uma lei terrestre, ao aceitar “ter

uma família”, aqui. O acontecido, aos doze anos, com Jesus, é muito notável, pela

prova dupla: do espírito tangível, já que se deixa amarrar ao pé do leito, para dar

prova. E, a de Jesus que, no campo, já sabia que seu irmão – celeste -, vinha unir-

se a ele, como fora planejado no Céu: lembremos que Ele tinha a lembrança

completa. Por isso, também, desde essa idade poderá discutir com os Doutores e

deixá-los estarrecidos...

E. 812 – “Para conhecer a vida exata do Cristo sobre a Terra, tornava-se

muito útil conhecer pessoas que tivessem, realmente, visto... (O MEM PHILIPPE...) –

Pois bem: o Cristo veio à Europa. Segue-se a sua passagem por Roma, na qual

César reinava; na Gália, em que deixou rastos muito nítidos de sua estada na cidade

de Viena, na Sicília, e em muitos outros paises que não posso citar...” (PPS)

E. 408 – P: Que fez o Cristo dos doze aos trinta e três anos?

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R: Há raças inteiras nas entranhas da Terra. Há também tribos que não são

civilizadas e que o Cristo resgatou.

E. 813 – “Uma palavra do Cristo, é sempre a lembrança de um salmo de David, de

acordo com uma chave cifrada...” (PPS)

E. 691 – Existia um retrato Dele na biblioteca do rei Herodes; tornara a ser

achado.

E. 815 – Foi a família de Lázaro, que proveu a Jesus do que sua missão

necessitava. E, posteriormente, ainda é um parente de Lazaro, quem doa a

concessão do túmulo, que possuía: o sepulcro de José de Arimatéia. (PPS)

Com. 161 – Papus, sempre prudente positivo, nunca deixe de lembrar que

tudo quanto ele divulga, relativo ao Cristo e a Jesus, provém do MEM ou concorda

com que Ele ensina, por recordar eras remotas, ou por ver nos Céus, dando provas,

como sabemos, pelos mesmos milagres outrora feitos por Seu Amigo: Jesus.

Por isso, o revelados sobre as viagens do Cristo, na parte secreta da sua

Missão, é muito interessante, já que nesses lugares irão fundar-se mais tarde

centros: religiosos ou iniciáticos ou místicos. A Espanha e o Cáucaso estavam

também na lista, que Papus não cita.E creio lembrar até de certa viagem pela

Criméia... Aos trinta anos, esta de volta na Palestina, fielmente acompanhado pelos

Essênios que tinham sido agraciados para servi-lO.

Sobre as “as raças inteiras” das entranhas da terra, haveremos de voltar ao

tema, Carolei. Por agora, devemos anotar, no sentido da missão Crística, que isso

explica também a expressão “que desceu aos infernos”, já que inferno,

etimologicamente, significa apenas “inferior” (sob, debaixo”, o que daria uma idéia de

que, até a vinda do Cristo, os “primitivos”, os que, tendo vivido em raças anteriores,

e não obtidos o “progresso mínimo exigível”, teriam então permanecido encarnado

em condições “subhumanas”, relativamente falando ou seja: quando à forma e ao

ambiente. E que embora sem permissão para compartirem a “nossa” (?) modalidade

de ser e de viver, teriam sido, também, resgatados, isto é, teriam partilhado da

possibilidade de sair do limite zodiacal, ou das limitações que os caracterizavam. O

mesmo digo dos “não-civilizados”, que por ficarem segregados do convívio do

“progresso” social, mas não do moral e do natural individual, teriam merecido a

mesma graça do Divino Amigo, que viam em nome do Pai “que não quer que um só

de seus filhos se percam”.

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O E. 813 –, Não comentarei por ser uma indicação fecunda só para os

estudiosos. Se o são, não precisam do meu comentário. A afirmação do MEM sobre

o retrato de Jesus, soa outra vez a lembrança de quem conviveu e profetiza. Eu,

acho. – As interessantes investigações de Papus, que, guiado pelo MEM, “achava”

toda a documentação oportuna, provaram assim como foi “financiada” a missão

pessoal de Jesus e, ainda, deu as provas de sua existência histórica e o por

menores jurídico no seu processo Tribunal Judaico, assim como – cousa que muito

mais nos interessa – da fidelidade gratidão demonstrados por todos os parentes de

Lázaro ressuscitado por Jesus!

Nada comentarei da missão pública e ensinamento de Jesus: a primeira é

bem conhecida de todos; e, o segundo é o próprio objeto desta obra, já que o

Ensinamento do MEM é a demonstração e aplicação contemporânea, de tal doutrina

pregada por Jesus! O que mais precisamos, creio, é sentir bem o real conteúdo da

Missão:

E. 264 – Os espíritas consideram a Jesus como homem superior; como o

primeiro espírita, que curavam chamando os espíritos em torno dele. Pois bem: não.

Jesus é uma centelha de Deus. Somos todos chispas de Deus, porem Jesus é uma

parte de Deus – Mesmo.

E. 689 – O nosso sofrimento nada é, porque está dividido e descansa sobre o todo.

Jesus sofreu de todo o sofrimento que existia, porque esse achava-se todo,

concentrados sobre Ele. Não devemos julgar aos que O crucificaram, porque O

fazemos sofrer muito mais cada dia... – Jesus tem sofrido desde o início dos tempos

e sofrerá até o fim dos tempos.

E. 690 – Jesus Cristo não expressamente para sofrer, mas para nos mostrar o

caminho. Quando Ele veio, ninguém tinha sido até então julgado e ninguém tinha

visto o Pai.

E. 521 (parte) – “…O único que não tem Anjo da Guarda (isto é; espírito

superior a ele), é o que é Cristo. Acima Dele, não há nada. Ele é o Espírito vivo,

consciente, total da “humanidade...”

Com. 162 – Além da importante negação, pelo MEM PHILIPPE, da limitada

compreensão espírita, temos; no E. 264, a reafirmação dupla da divindade de Jesus.

É uma centelha, mais: uma parte de Deus-Mesmo. – este conceito, esta realidade

teogônica, é difícil de aceitar o de ser compreendido pelo homem ocidental, quando

não mais possui a fé singela. Para o oriental, que tem não somente o conceito do

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“avatara”: encarnação de uma virtude, de um princípio, de Quem é o ápice, cimo e

origem da mesma, não existe tal dificuldade. – Vemos, no Bhagavad-Gita, O Senhor

Deus afirmar que: às vezes vem Ele-Mesmo (totalidade), às vezes manifesta-se

(parcialmente) por elevados Enviados. Temos o caso de certos Avataras que, no

Oriente, são citados como “encarnando os 7% do poder”, de tal ou qual aspecto da

Divindade. Nós, ocidentais, que tanto gostamos de levar “até o período matemático”,

todo e qualquer conhecimento, possivelmente por reconhecer a nossa geral

incompetência em proceder igualmente para com os fenômenos ontológicos e

funcionais do Universo, e ainda mais, do plano Celeste, optamos por sorrir; ou por

descrever. Não creio, contudo, que seja a posição mais fecunda para progredir.

Por isso, a figura-se muito útil a declaração do MEM, o único que fala com

conhecimento, real até essa altura, e, logo após, nos outorga o como e o porquê:

Como: ao ensinar-nos que sofremos em forma centrífuga, mesmo sem o

saber e sem o querer: células de um corpo coletivo, que somos, o que ressentimos

comunica-se a todas as demais células-homens. De onde, também, dupla

resultância: uma, a de ninguém poder sofrer tanto quanto imagina, nem só, já que

“tudo se comunica, reparte e comparte” (como diz o Ritual da Comunhão

expectante), e que portanto o nosso fardo é suportado, parcialmente, por todos os

outros; a segunda conseqüência: uma solidariedade automática, mesmo nos que

dela são ainda inconscientes, e compulsória, em benefícios como em

responsabilidades e obrigações, para os que já percebem, ou a pressentem.

Jesus, pelo contrario, sofria centripetamente. Era, e segue sendo, o ponto de

convergência do sentir terrestre, embora só nesse Ponto haja plena Consciência e

pleno Amor: as duas cousas que nos falta e para cuja obtenção por nós, veio Ele

sacrificar-se. Este fato é o que explica que Ele tenha sofrido desde o início dos

tempos, isto é: desde que formas, seres, fatos decorrentes da atividade e da vida de

relação dessas existências transitórias. Povoaram “os tempos”: um ciclo de labor:

para uma turma de almas num grupo-miriade de universos. E, para nós terrestres,

esse mesmo fenômeno, na medida do nosso universo atual: onde e por determinado

lapso de tempo nos toca atuar.

Por isso, também, expressa que, até a Sua Vinda, ninguém tinha sido julgado,

nem tinha visto O Pai, já que ambas as cousas são uma só. Ser julgado, nos sentido

mais profundo, é comparecer perante O Pai ou Seu Mandatário pleno, ao que

voltaremos ainda.

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Encaminhando o ensinamento para o terreno dos “Pobres”, ou para os

deveres do primeiro dos dois modos, a que me referi no Com.159, o MEM outorga

três noções: que todo Ser, seja qual for a sua magnitude, tem um Anjo da Guarda, o

que precisaremos lembrar, quando chegarmos ao tema dos Anjos. – Mas, o

ESPÍRITO CRÍSTICO, que é parte do Pai, só teria por “Anjo”, ao próprio Pai, já que

emana de sua Luz Primeva, antes que fossem geradas, ou criadas, quaisquer outras

formas. Por isso a confirmação categórica: Acima Dele, não há nada. E a

explicação: Ele é a Vida, é a consciência espiritual do TOTAL e DO TOTAL da

humanidade (e das humanidades, além do nosso conceito ego-geocêntrico). Isso

termina de explicar porque o Cristo sofrerá até o fim dos tempos, já que Ele sente e

ressente, todos os esforços, todos os êxitos, todas as quedas, de cada Ser (de todos

os Reinos, ó homens que só em vós, humanos, pensais!).

Esta função cósmica e, ao mesmo tempo geo-egregórica, do Cristo, a

veremos no segundo dos modos precitados. Agora, toca-nos conhecer,

primeiramente, as diretivas que o MEN dava ao indivíduo, para a vida diária,

evidenciando de onde e como nasciam as obrigações e as possibilidades, para cada

ser humano, através da vida e doutrina de Jesus-O-Cristo.

Jesus, o Salvador dos Pobres

E. 267 – P: E como fazer para conseguir isso? (a Luz).

R: É preciso ter caridade. Há muito tempo que vo-lo digo, já vão mais de três

anos. Que aquele que faz o bem continue e que aquele que faz o mal continue e

faça ainda mais.

É preciso amar ao próximo como a si mesmo. Porém como? Não o sei, e o

atesto perante Deus não se deve tomar a Deus. Não se deve tomar a Deus nem a

ninguém como testemunha. Se o faço, é melhor vos afirmar que vos amo mais que a

mim mesmo.

Ah! com um pouco de confiança far-se-iam milagres vós todos os vistes aqui,

e todo tendes lido ou tendes ouvido ler o que esta escrito nas Escrituras, que com

pouco de fé se transportaria montanhas. Acreditais que fostes postos na Terra para

morrer? – Respostas da assistência: Para viver – Pois bem, por que duvidais?

Acreditais na existência da alma? – R: Sim. – Acreditais que seja imortal? – Sim –

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acreditai que de longe em longe vem um Salvador? – R: sim – acreditais que Deus

seja inteligência e força? – R: Sim – acreditais que Jesus tenha vindo á Terra? – R:

Sim. – Pois bem, por que duvidais então sempre do amanhã? Jesus veio

estabelecer o reino da caridade e eu vim para completar as suas leis.

Com.163 – A Fé sem a Caridade é morta, mas o MEM também ensina que a

Caridade leva á Fé, pois é o exercício dela. E diz que, quem faz o mal, faça ainda

mais, pois que a reação é que lhe trará a experiência, o remorso, a conversão. – Só

os mornos são mortos, só os indiferentes são suicidas e desertores da vida! – “… Se

o faço”: o MEM ensina, assim, que quando se trata de servir a outrem, e tendo-se

consciência de ser por amor ao semelhante, pode-se transgredir aparentemente a

Lei. Na realidade, obedece-se a outra lei, superior. E, como lhes aponta que viram

milagres, e por isso tem obrigações de fé! E, quem não viu milagres? Não o é

Carolei, que sigamos vivendo, com tudo quanto fazemos contra todas as leis:

Físicas, morais e espirituais? Esse milagre é o que, a mim, mais assombra!

Vim para completar suas leis. Chegou o momento de comentar estas palavras

do MEM, e as minhas próprias quando, na “primeira palestra com Carolei” (a pág 10

do volume precedente), disse que eu completaria os Ensinamentos do MEM. Esse

“mistério” é bastante singelo... como todos os mistérios. Completar, é dar um

complemento. Mas, tratando-se da vida espiritual dos seres, não seria possível que

tal complemento se revestisse, apenas, da forma de uma explicação intelectual,

teórica. Deve se, é, aliás, em ambos os casos complemento de oportunidades, de

facilidade; de possibilidade, também e consequentemente .

Jesus veio nos ensinar, nos exemplificar e nos exigir, e nos amássemos uns

aos outros. Deu o ensinamento por parábolas, e um exemplo transcendental; com a

realização também, de um fenômeno quase incompreensível: Como podia, uma

parte de Deus – Mesmo, vir conviver, e morrer por eles sacrificado, entre os homens.

O MEM PHILIPPE veio nos facilitar, em modo nunca antes outorgado, a

nossa melhor ou maior aproximação á qualidade de Cristãos, ou de Filhos de Deus.

“de paletó e por pouco tempo”, vestido como um bom burguês, vivendo, comendo,

bebendo, fumando, casando, tendo filhos, perdendo-os e chorando, aparentemente

como qualquer um de nós, e, ao mesmo tempo: realizando todos o milagres de

Cristo; outorgando dons, curas, e, também explicações claras, nítidas, singelas, de

toda a doutrina, de toda a constituição universal, de todos os problemas do passado

e do futuro, do longínquo e do imediato (vida diária, fatos ambientais). E, finalmente,

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nos outorgando duas demonstrações: a do preço (modo, condições, métodos) para

que cada um e todos pudessem saber por onde começar e seguir, desde a primeira

modificação própria a fazer, até os passos mais interiores e elevados. Completou,

pois, maravilhosamente, a dádiva de Jesus, a missão de Jesus e se o fez, também

disse o porque são poucas as horas!

Eu, dentro do que a minha limitadíssima possibilidade me permitem procuro

ainda “fazer negócio por menos”. Procuro tornar mais barata a compreensão, com

alguns comentários; menos onerosa a fé: mostrando que, mesmo depois de morto, o

corpo do MEM a Sua Transmissão e a Sua Proteção seguem, para quem a busque

como se deve. E: sem magias, sem espiritismos, sem cerimoniais sem inúteis

fenomenismos. Compreender mais ou menos bem. Esforçar-se honestamente. Só.

E, como estímulo, dou exemplos recentes; ilustro os mundos, os seres, o

mecanismo entre os planos e os fatos. Dou o que temos, e que a Ele devemos.

E, antes de encerrar este tema, não se esqueça por favor, Carolei, que é O

Imperador do Mundo, que veio dar essa nova e mais fácil oportunidade: aceitar a

reencarnação, se possível embora sem incomodar aos mortos; praticar singelas leis

que Ele nos ensina; e preparar-se para as mudanças necessárias, que Ele aponta.

Vejamos, então, a continuação do que outorgava aos “Pobres”:

E. 282 – P: Tem-se feito algum progresso desde a cinda de Cristo?

R: Por Deus, não ainda nenhum. É possível que se esteja mergulhando um

pouco mais nas trevas, e se o Cristo voltasse para nosso meio, estaríamos ainda

mais dispostos a sacrifica-lo.

Se Ele viesse dizendo-nos: Venho para que os vossos pecados vos sejam

perdoados, talvez a Igreja não lhe infligisse novamente o mesmo suplício, mas

sempre a pena de morte. E dizeis: Ah! os que vieram naquele tempo eram bem

felizes. Se Ele estivesse no meio de vós, a primeira pergunta que lhe faríeis seria:

Que se deve fazer para ser salvo? É bem fácil. Amai-vos uns aos outros disse a

Escritura, e o que vemos é que cada vez se pula mais sobre o próximo para fazer-

lhe o mal.

Assim, veio a mim recentemente um doente a quem eu dissera: Ficareis

curado, mas sob uma condição: a de abandonardes o processo que moveis, e

devolverdes às pessoas o que lhes cabe. Prestai atenção. O compromisso que

assumis è como se o assumísseis perante Deus, pois eu Lhe prometo em vosso

nome. Esse homem ficou curado. Poucos meses após, sua mulher me veio procurar;

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o marido estava doente. Pergunto-lhe se manteve a promessa. Ah!, disse ela, há

vem pouco reiniciou a questão. Então, eu já nada posso.

E. 234 – Acreditai de fato que não sou eu quem vos alivia.

– Sim, mas há o Amigo.

– Isto sim. E um Amigo que não vedes. Só faço é lhe pedir para vós, eis tudo.

Por isso, há poucos anos, vos fiz uma promessa, porque o próprio Amigo ma fizera,

de que dentro de mais algum tempo as coisas melhorariam, isto e aqueles que estão

sem trabalho tê-lo-iam, poderíeis viver do trabalho. Haverá usinas onde se

empregará de preferência pelos vossos, marido ou mulher ou filhos, ou irão ou irmã;

eu vos disse apenas que amásseis a um estranho como a vós mesmos.

E. 245 – Todos podeis vos aliviar, vos curar uns aos outros, pelo magnetismo

sobre as partes doentes, e pedindo a Deus. Mas para ser ouvido, é preciso não ter

rancor contra ninguém e amar ao próximo como a si mesmo.

Os profetas, que obtiveram curas, e Nosso Senhor Jesus Cristo, não

operavam, como dizem e pensam alguns, por meio dos espíritos. Não, Ele não

precisava de ninguém, porque Ele não era, como se acredita, um homem superior.

Ele era Deus.

Não fostes sempre aliviados, e há algumas pessoas que não o tenham sido?

Eu, nada faço, por mim mesmo para vos curar; dirijo-me ao Mestre, que é Deus.

Tendes visto aqui as coisas sobrenaturais, os milagres. Pelas experiências que se

realizarão a partir de hoje, nos farei parar caro. Oh bem sei, estais sempre

dispostos. Mas não é desse pagamento que preciso. Às pessoas que vêm pela

primeira vez, peço-lhes que façam esforços por ajudar ao próximo como a si

mesmas. Às que já estiveram, peço que amem ao próximo como a si mesmas e

aqueles que não possam me fazer esta promessa não poderão ficar nesta sala

(coisa que só é possível exigir em caso de experiência logo após). É preciso

também que toas as pessoas que movem processo me prometam sustar toda

demanda, pois que, eu vo-lo digo, se não estiverdes de acordo neste mundo, será

muito difícil harmonizar-vos no outro.

E. 219 – P: Dissestes um dia que viria alguém que nos explicaria o que não

compreendemos.

R: Sim, e tal tempo está próximo. Não disse Jesus mesmo a seus Apóstolos

que mais tarde voltaria? Pois bem, é Ele quem deve vir, porem quando se der a

conhecer, talvez seja tarde demais, pois a alma estará excessivamente nas trevas e

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a luz que passará ante ela só a iluminará por um instante. Eu prometi que nenhum

de vós ou dos vossos ancestrais ficaria perdido. Entretanto, feliz aquele que terá

acreditado antes de ver, e infeliz de quem, tendo visto, não acreditará, pois seus

olhos não poderão mais tarde receber a luz e seus ouvidos não ouvirão.

E. 405 – Em breve, vos falarão de uma ciência nova. Vereis que o nosso

mundo foi privilegiado, pois temos traços que, longe de serem repelentes, tem

aparência de serem feitos a imagem de Deus, quando somos tão maus e

deveríamos nos assemelhar apenas a velhos horrorosos macacos. Deus está em

nós: a nossa alma é centelha Dele. E na sua grandeza infinita, Ele quis, também

criar o mal para lutar contra Si mesmo e permitir que a Luz chegue até nós. A nossa

alma tem ficado em estado latente e teria podido ficar nele mais tempo ainda, se um

gênio oriundo de outro planeta não tivesse vindo para estimula-la e projeta-la no

meio de um terreno de lutas e provas para faze-la avançar. Ninguém chegara ao

Paraíso sem ter lutado e vencido. Desde muito tempo vo-lo tenho dito: a colheita

será feita; o momento é chegado.

E. 238 – P: não somos (como) condenados a trabalhos forçados perpétuos? E

quanto sofrimento é preciso agüentar para depurar a alma e o coração, pois o

coração também precisa de se purificar. Quem é esse Consolador de quem fala

Jesus e que deve vir um dia?

R: Sim, Jesus mandará um Consolador, e O vereis todos. Mas quantos

desgarramentos antes que chegue, pois Jesus voltará, porém será tarde demais

para aqueles que não seguem o caminho do bem. Não lestes no Evangelho que

haveria choro e ranger dos dentes? Esse tempo ainda não está totalmente cá, mas

não está muito afastado. E preciso andar para o bem, que todos os atos possam ser

feitos à luz do dia, pois o mal está na sombra, e como há bastante na sombra, é

preciso lá por um pouco de bem. Vale dizer que quando façais um pouco de bem,

ocultai-o quanto vos seja possível conseguir, em lugar de pô-lo em plena luz.

Com. 164 –O MEM PHILIPPE, após aquela lição de modéstia, de incrível

humildade, ao dizer (E. 267) que atestava perante Deus não saber como amar ao

próximo, como a si mesmo, porém sim, mais que a si mesmo, isto é: já com

consciente altruísmo, esforçado, muito embora sem a plenitude de consciência e de

amor, que o MEM concebe ser privilégio do Cristo!

Progresso, desde a vinda do Cristo: no aspecto de real esforço de muitos

indivíduos, por viver o amor fraternal, ou de ser este intentado pelas grandes

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instituições humanas: N Ã O! é a terrivelmente realista resposta do Imperador –

Tornaremos a examina-la, na parte final do tema do Cristo! – Logo, o MEM aponta a

parte de culpa que cabe as Igrejas, e, – também – a possibilidade que os indivíduos

tem, independentemente das Igrejas, de se salvarem, e como. Até indica as

condições para curar: corpo e alma. E, ainda, o que os humanos fazem para impedir

que a Graça se salve! (E. 282)

Tanto no E. 282 como no 234, ressaltam: a intimidade do Divino Amigo, que

faz promessa ao MEM – e Este, então, aos humanos – assim como o contraste, que

deve ser meditado, entre a terrível responsabilidade que o MEM assume por nós,

endossando promessas perante Deus, e a exigência de, apenas, estendermos um

pouco aos estranhos, a humana tolerável benevolência que temos para os “nossos”

(?). Observe-se, de passo, como o MEM pedira a Jesus pela expansão industrial,

para maior fonte de trabalho os operários, e a promessa de emprego aos que lhe

ouvem as diretivas.

Logo, aponta o modo de se aliviarem mutuamente. Já o comentei antes:

magnetismo é dar de si. Por isso tem mérito e apoio.

É o começo da comunhão vital. Da transfusão, do que o ser humano mais

preza: a vitalidade física, a saúde, o bem-estar corporal. E o MEM indica as

condições morais, para o fazer. Observe-se bem a progressão das exigências, das

responsabilidades que o MEM aponta aos que vem; aos que já são seguidores, e

aos que perderão, ou perderam, a oportunidade. E, Carolei, isto é assim, cada dia,

em cada instante, para cada um. Será preciso repeti-lo sempre?

Nos E. 219, 405 e 238, observe, Carolei, isto: quem esforça-se em vida, pelo

Bem, tem o privilegio de poder perceber a luz, progressiva, porem demoradamente.

Os outros, terão um clarão fugaz, que, se não aproveitado para uma entrega e

reconhecimento instantâneos, não os salvara de ficarem nas trevas, para o novo

ciclo. E, com que eloqüente discrição mostra o MEM a que etapas de “velhos e

horríveis macacos” é o recomeçar da etapa! – A alma ficando “em estado latente”

indica bem que é uma criação nossa, no que a seu desenvolvimento concerne. E

que, “um Gênio vindo de outro planeta” mostra que Jesus (não O Cristo) é oriundo

de outro mundo, de outro corpo celeste, tendo, voluntariamente, aceito vir a este,

mais terrível como condições de vida, para nos ajudar. Até à colheita que é para

breve e da qual falaremos mais adiante.

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Agora veremos o outro modo; esse que, embora obrigação para todos, é

sentido como tal, ainda e somente, pelos que são mais amplos de mente e

generosos de coração.

JESUS O RESSUCITADO E O CRISTO COSMICO E SOCIAL

E. 817 – Ele foi pregado sem ter sido ligado previamente. A operação foi feita

em terra. As duas mãos foram perfuradas primeiro e os pregos entraram entre os 4º

e 5º metacarpos, em cada mão; pregou-se, logo, cada um dos pés, separadamente,

mas como um dos pregos atravessava partes moles, sem poder ser suficientemente

sustentado, tirou-se aquele prego, colocaram-se os pés um acima do outro, e

utilizou-se um prego só para ambos os pés. Não houve cavalete para suster o meio

do corpo. O golpe de lança foi dado à esquerda, atravessando o braço, o diafragma,

e a parte inferior do coração. Este ferimento somente bastava, para dar a morte que

foi cumprida desde que as palavras: “Eli, Eli Sabachtani?” (Meu Deus, Meu Deus,

porque me abandonaste?) foram pronunciadas. Elas apagaram os clichês ulteriores

de desesperança e de não-confiança no Pai, gerados pelos homens.

Com. 165 – A descrição minuciosa do procedimento da Crucificação, exposta

graças à percepção que o MEM tinha de todo o passado, é muito instrutiva. Papus já

divulgava parte da mesma, em uma de suas obras na qual certos termos eram

ressaltados, e que eu sempre apontara como ensinamentos do MEM, aos que nos

seguiam, muito antes de ser divulgada Sua doutrina que, agora esclarece publica e

mundialmente, a tantos! – É emocionante o contraste, alias, entre a realidade, que o

MEM nos aponta, e os erros que os humanos – geralmente com boas intenções -,

cometem até em relação aquilo que dizem prezar mais. Veja-se, por exemplo, o

caso que já comentei, daquele setor espírita que nega o real sacrifício da

Crucificação, alegando que o Salvador, Aquele que era, e disse ser “A Verdade e a

Vida”, enganara os humanos, colocando na cruz um boneco, um corpo ilusório!

Ilusória, sim, a esperança de tais ingratos, de serem salvos com semelhantes

desprezo e desconfiança, para com o cristo.

Por outro lado, temos as investigações feitas por “homens de ciência”,

católicos, ou para autoridades dessa Igreja, que mediante exames radiográficos e

outros, do Sudário de Turim e mais relíquias, pensavam ter podido reconstruir a

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efígie do Senhor e o desenrolar do Seu suplicio. E, que triste resulta, Carolei, ver

que a dor física era o que mais ressaltava nesses estudos, como se essa dor tivesse

sido a que tinha importância.

Quanta razão assistia o MEM ao nos adverti: “não devemos julgar aos que O

crucificaram, porque O fazemos sofrer muito mais, cada dia!”. – E, por atrozes que

fossem as dores da carne, no Crucificado, bem leves e breve seriam e são, ante a

dor permanente que, de todos os recantos e células do mundo, converge NELE!

entretanto, como estímulo a mais um motivo de reverencia, pelo Sacrificado, tais

estudos são meritórios e úteisN. 129. Emocionante é o fato, que o MEM nos revela:

por ter Jesus sofrido em carne própria, a desesperança do abandono, redimiu assim,

da mesma fraqueza, aos homens. Há tanto para meditar, em tudo isso!

E. 816 – Após ter estado sepultado e ter ressuscitado, o corpo de Jesus

deixou subitamente a Terra, por determinado processo... Após o desaparecimento

do corpo do Messias, o Espírito do Reino Mineral, disse aos pregos que serviram à

crucificação: “Que fizestes do corpo de Jesus?”. Mas, não puderam indicar o lugar

em que tal corpo descansava. – E o Espírito do Reino Vegetal, fez a mesma

pergunta a madeira, que tinha suportado o corpo do Cristo, e tampouco obteve

resposta, certa. O Espírito do Reino Animal fez também essa pergunta aos seres

que tinham nutrido aquele corpo; procuraram por toda parte, e não O acharam. – Foi

então quando os três Chefes dos Reinos da Natureza terrestre, pediram conta ao

Espírito da Raça de Israel, desse corpo que se não mais achava; e ouviu-se uma

voz que dizia: “Enquanto esse corpo não for achado, não poderás reunir o teu corpo

social; serás dispersados sobre toda a Terra, e não poderás voltar à Judéia, senão

quando for achado”... (PPS)

E. 407 – P: Que significam essas palavras: Ele será o primeiro ressuscitado

de entre os mortos?

N. 129 – No Brasil, onde as fontes de cultura católica são as mais difundidas, ler-se-á com proveito o interesse o estudo A Paixão de Cristo, de R. W. Hynek, obra de um medico, traduzida e publicada pela Editora Vozes, útil como argumentação contra os detratores do Cristo, bem como pela documentação que brinda, recapitulando os estudos de muitos médicos. Entretanto, a pág. 66, lê-se que o golpe de lança foi dado a direita, muito embora, na mesma pagina, o autor assinale que Teresa Neuman tem a ferida à esquerda, assim como alguns outros estigmatizados; não todos. Estados pois, evidentemente errada a parte que se refere a localização do lado em que o golpe de lança foi dado, pois que: entre a opinião do MEM e a das complexas analises de médicos que duvidam de tantas relíquias – como o citado livro mostra ficaremos, evidentemente com a do M. PHILLIPPE, Vale a pena examinar, na obra citada, a importância que dão ao suplicio material. Visão míope.

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R: Foram os profetas que predisseram isso, mas o Cristo não pode ser o

primeiro ressuscitado, já que não pode ter morrido.

E. 177 – P: Aquilo que esta escrito sobre a ressurreição de Jesus é, de fato,

verdadeiro?

R: Eu vos tenho dito amiúde que a terra não toma senão aquilo que deu.

Jesus não nasceu da carne; não podia, portanto, ficar muito tempo na terra a

que não pertencia. Como ele, houve também profetas, pois Deus não fez a lei para

um só de seus filhos, embora Jesus não deve ser posto em paralelo com os

profetas.

E. 489 – Todas as fibras do nosso ser devem ser purificadas pelo fogo; a

nossa alma deve atrair a si, a todas as almas do nosso corpo material, até que essa

matéria se torne fluida e que a reunião dessas almas só forme um todo. É por isso

que o Cristo, cuja corpo tinha vindo para a Luz, podia - a vontade - formar-se um

corpo no instante e no lugar que Ele quisesse.

E. 490 – A Terra é o Templo do Cristo.

E. 688 – (parte final, que complementa o E. 368) – Ele veio trazer a Luz as

almas, por azeite na lâmpada.

E. 178 – P: Que significa: “É preciso que bebas meu sangue e comas a minha

carne, para teres a verdadeira vida”?

R: Isso não vos devo explicar. Estaria acima de vossa compreensão.

E. 488 – O espírito de Jesus estendia se de fato por toda parte, mais era

preciso que seu corpo estendesse também (crescesse).

Com. 166 – A Terra tomando apenas o que dera, não podia reter o corpo de

Jesus, que fora feito com átomo do Sol, cousa que o MEM deixa entrever nos

diferentes ensinamentos citados, e outros que virão na segunda parte deste livro.

Ao dizer que não nascera da carne, confirma o “et incarnatus est de Spiritu Sancto”,

do citado credo. Mas o ensinamento é dado em modo tão curioso, que admite

muitos sentidos: nem Cristo nem certos profetas nasceram da carne; nem Um, nem

certos desses outros, podiam ficar na Terra por muito tempo, e – ou – foram

retirados dela. Meditar o E. 177, em todos os modos em que o místico medita, será

muito útil...

Veja bem, Carolei: o MEM PHILIPPE afirma que Cristo não podia ser

ressuscitado (E. 407), mas afirma que Jesus o foi. E, no maravilhoso E. 816,

ficamos conhecendo a responsabilidade de cada Reino, por cata átomo a ele

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pertencente; e por cada corpo que uma Raça recebe para encarnar uma alma dessa

Raça, ou nessa Raça. E, a partir desse Ensinamento, junto que os que lhe seguem,

descortinamos a maravilhosa lei da unificação progressiva:

Do átomo de divina Luz quem nosso coração reside, e que nos toca fazer

crescer (E. 488), é como poderemos ir chamando, e quando chama (até proporia o

duplo sentido para tal verbo!) a todas as almas que nos compõem! Almas dos

átomos e células que nos animam. Até as levar para a Luz, até fazer delas um todo.

Seria, então, o Reino do Cristo em nós. Estaríamos Cristificados, integralmente;

partícula por partícula. E miríades de pontos de Luz, viajando na Luz, com a

velocidade da Luz, levando Luz! – o que podemos fazer com a mente – pense, se

quiser, com a imaginação, Carolei – poderia se tornar realidade mais sensível,

porque mais completa. Tender, pois, com todas as força s da nossa alma, para a

Luz, para a purificação de cada fibra, até iluminar a própria matéria material, é o

caminho...

E, se a Terra é o Templo, o Corpo do Cristo – como o nosso corpo é o templo

da nossa alma –, então o problema é o mesmo, na dimensão adequada.

Porém, Carolei, temos que abandonar, uma vez por todas, as doutrinas que,

sejam apresentadas como filosofia ou como misticismo, retornam as vaguidades do

passado, ou as teorias especulativas do presente intelectual. Apenas. O MEM disse

que as horas são poucas. É preciso olhar a realidade como verdadeiros místicos,

isto é os que penetram no mistério da vida. E tal mistério, Carolei, deve ser olhado,

estudado, vivido, sempre de acordo com o que o próprio MEM nos ensinavam: “olhar

só para o passo seguinte”.

Perguntemo-nos, então, qual a relação prática, verificável, entre a vinda do

Cristo e o andar da Humanidade? Antes que eu procure responder a tal pergunta,

parece-me útil o ensinamento de um sábio e filosofo contemporâneo, de um místico

prático, o Dr. Hugh Schonfield, de cuja obra Com que Autoridade? Extraímos este

ensinamento:

E. 818 – o Espírito da época: “sem aventurar-se a dogmatizar, torna-se

evidente que certas diretivas são dadas ao pensamento humano e seus esforços,

em época adequadas; e que certos conceitos emergem em tempos mais favoráveis

para sua compreensão e disseminação. Uma noção ou convicção esta difundida,

quando busca, exige, e recebe, encarnação. Tal espírito (do tempo) pode ser bom

ou mau, e deve ser julgado convenientemente, mas seu surgir não parece depender

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só da vontade do homem. Determinadas épocas são mais significativas que outras,

e podemos, para ser breves, dizer que caracterizam-se pele notável rapidez ou forte

ímpeto que as distinguem (em determinado sentido)...

“devemos acreditar que a nossa época é uma dessas: crítica. O Espírito do

nosso Tempo, é principalmente o espírito da UNIDADE. Ele grava-se em

muitíssimos dos nossos labores e pensamentos. Tecnicamente, esta fazendo do

nosso mundo um todo, devorando distancias, ligando os confins da Terra pela

imagem pelo som; apagando as distinções entre tradicionais áreas; as isoladoras

superstições dos povos primitivos; os setores e as regiões geladas; nivelando

classes, semeando conhecimentos, difundindo comércios e industrias. Socialmente,

a tendência e de comunismo ou coletivismo, com movimento de massas, de

controles unificados, e de consciência nacional mais acentuada. Na esfera política,

são as manifestações de absolutismo estatal, de geopolítica e domínio mundial, e,

por outro lado, a procura de um governo mundial por meio de progressiva

coordenação internacional. Na religião, também um sentir de unificação ou

integração, impera...

“Exatamente como, há dois mil anos antes, na Cruz, chegara o tempo de se

indicar o ponto de encontro dos homens, como indivíduos, assim hoje, chegou a

hora de especificar-se o ponto de encontro dos homens, nas suas relações grupais.

Então, um Cristo, uma nação-Cristo, é necessárias... Tendo a certeza que, enquanto

a visão de uma nação- mártir, se nos afigure absurda e impossível, nunca haverá

uma nação cristã. – Precisamos, pois, um povo pronto a sofrer pelos demais povos,

para que, através do seu surgir desde a morte, possa ser espalhada sobre a Terra

uma nova graça de Pentecostes, em vivas línguas de fogo purificador...”

Com. 167 – Agora temos, Carolei, todos os elementos para compreender: o

individuo não progride espiritualmente, não se ilumina realmente, se antes não se

unifica. E isso, conseguir-se-á, somente, pela harmonização, pelo esforço de todos e

pelo sacrifício voluntário de alguns, os mais compreensivos, pelos demais. A Lei é,

que o superior sempre desce, trazendo a luz ao que ela aspira, e abrindo-lhe o

caminho, como vimos que Cristo fizera, por meio de Jesus.

Temos então que tomar a fazer, a pergunta que tanto nos entristecera ao

MEM (E.282): Tem-se feito algum progresso desde a vinda de Cristo? – O MEM

respondeu: não! E comentei que, de fato, voluntária e conscientemente, aspirando

ao Bem, e por Amor, nem homens isolados, em numero ponderável ou em modo

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sublime; nem as instituições humanas responsáveis pelo progresso coletivo, como

sejam: os Governos e as Igrejas, respectivamente sedes do Poder social e da

Autoridade moral, ou espiritual se a conservassem, tinham procurado realizar o

Cristo Social.

Porém, Carolei, o que vem precisamente, demonstrar a grandeza do Cristo, é

o fenômeno que iremos ver agora. Cada Revelador traz, como vimos em

ensinamentos anteriores, um livro “escrito do outro lado”, que “um Povo” deverá

conduzir. Mas, socialmente falando, o fenômeno é observável em modo mais

concreto. Cada Revelação dá nascimento a uma teologia, uma filosofia, e uma

posição do povo, em geral, diante da vida. O conjunto das ações e reações que tais

fatores, operantes nas esferas da alma, da mente e dos interesses materiais,

respectivamente, conseguem realizar, é a civilização, típica e correspondente, criada

por aquela Revelação. E, como bem dizia o Dr. Schonfield, a “encarnação”, que a

idéia, o ideal, difundido nos diferentes níveis do povo que a recebe, realiza. E, ao

realizar tal encarnação, o citado Povo realiza a parte que pode e como pode, da

lição que lhe fora outorgada sob forma de Revelação, e transcrita por Ele, povo, dia

após dia, em fatos de vivencia, que são essa civilização.

E quem disse, então, que o Cristianismo fracassou? E que a vinda do Cristo

não nos trouxe progresso? Qual era a característica da Sua Revelação, da Sua

Missão? As verdades cósmicas, e as androgônicas, que deu, já eram, senão

divulgadas, conhecidas pelos povos antigos. – A tremenda e profunda lição do

Buddha, já tinha provado a existência e a razão da dor, bem como o único meio de

fugir, de se evadir, dela, por morte do desejo.

Mas, agora O revelador do poder do Amor, vem e nos diz: não adianta fugir!

Salvar-se sozinho, nem resolve, nem é transcendentalmente falando, possível.

Somos todos solidários. A Lei amar-se. “Ide, e realizar isso”. (Estas ultimas palavras

não ditas por Ele; eu as digo, porque são o que a Sua Missão, e Vida e Doutrina

significam e apontam. – provem e exigem.) – Nesses vinte séculos, é bem verdade

que, nem indivíduos nem agrupamentos procuraram realizar, por amor, o seu

ensinamento. – Mas, por bem ou por mal, ou seja – querendo ou não, a sabendas

ou às apalpadela, foram realizando o que Ele mandara. Em parte, pelo menos:

Já, o individuo nada mais é. Já, o individualismo fracassou e tornou-se

impotente. Adquirir o cigarro que mais nos agrada, não é questão de querer. É

preciso que haja “divisas de importação”. É preciso, para que eu – o mínimo

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63

individuo – possa adquirir um objeto quase insignificante, que a balança coletiva: o

equilíbrio comercial das exportações e importações entre meu país (milhões de

células humanas – terrestres) e outro país, esteja ativo, e harmônico. É preciso que

a circulação, de mercadoria e de vidas, tenha sido mantida. A lei da vida coletiva, a

lei da necessidade construindo o que o ausente Amor não fizera. E, por toda parte,

sob todos os modos, a união surge, em todos os níveis, formas, magnitudes e para

toda as finalidades: do sindicato de gangsters até as associações comerciais: dos

clubes desportivos aos recreativos: das ligas culturais às religiosas: para cassar e

pescar, para viajar ou comerciar: para estudar ou ensinar: para pregar ou governar:

tudo é tratado, tudo cooperativa, sindicado, liga, associação, federação! Bloco de

Nações: e Nações Unidas!

Os problemas já não são, nem tem soluções, nacionais: os internacionais o

são na escala mundial, e são invadidos, cada vez mais, pelos interplanetários. É a

cristificação pela força. Não pela força da violência imposta pelo Céu. Senão pela

força da Necessidade Humana, vil sucedâneo, mas sucedâneo enfim, do que devera

ter sido pelo Amor!

O povo judaico, vítima involuntária, mas participante sofredor, desse processo

unificante mundial, volta a Terra Hebréia. Mas, se o Povo Sofredor Involuntário esta

perto (faltam umas, terríveis) do fim das suas tribulações; se a Humanidade já sente

e proclama, pela boca de porta-vozes tão importantes, como são: Chefes de

Governo, Blocos numerosos de Parlamentares (britânicos, no caso) e dos

economistas e dos cientistas do talhe dos Einstein e dos Schweitzer, que o

mundialismo, o governo mundial e a única solução possível, então, Carolei, estamos

jamais perto da solução do problema.

É verdade que continua a um nível da Necessidade e do Temor, em lugar de

ascender ao da Aspiração e do Amor! Então esta realmente falando, como dizia

Schonfield, o Cristo; melhor dito: uma Nação-Jesus, que venha sacrificar-se

voluntariamente para fazer o Cristo social. O velho sonho, já apontei ao falar dos

misteriosos Rosa-Cruzes Místicos (RCM), que queriam fazer da Terra, da

Humanidade, um diamante, cujas facetas estivessem unidas, para refletir a sua Luz:

a do Cristo!

Então, essa Republica dos Cidadãos do Mundo, gerada como Nação

Servidora e criada como Nação de Sacrificados voluntários, como Nação-Mártir-

Consciente, se preciso for, pode ser um ideal digno, para os que compreenderam o

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expus acima: que o Cristo Social, não vira sem o nosso esforço, de todos! Que a

Cristificação da Terra, ou seja: de todos os Reinos que a povoam, só esta

dependendo da decisão humana! Os demais Reinos fazem o seu dever: o mineral

alimenta o vegetal, o vegetal ao animal e, este é criado e morto para nutrir aos

homens! E o homem: a quem nutre? por quem se sacrifica? a quem se une, para

cumprir a Lei?

Lembremo-nos do ensinamento do Mestre: O Cristo, pensamento de todas as

coisas!

Basta contemplar o desenho desse pequeno Ser, cuja missão é auxiliar as

funções vegetativas das arvores, para perceber que, de fato, o Cristo e a sua Cruz,

estão gravadas no âmago de tudo.

Mas, a revelação de tal imagem, e a emoção que isso permite, é tão dura de

produzir no homem, indiferente e separatista, ignorante e petulante!

Por isso, Carolei, deixaremos à sua meditação: o símbolo da Republica dos

Cidadãos do Mundo, como um exemplo, possivelmente o melhor, do que se pode

fazer para viver o exemplo de vida coletiva terrestre, sobre bases racionais e

místicas, o mesmo tempo!

E, o pequeno Ser, que nos dá, a todos, uma lição que deveria nos estimular,

ou nos envergonhar, tão profundamente, que a emoção que faz surgir a Cruz

gravada no âmago do nosso coração, nos lançasse, definitivamente, em meio os

que lutam pelo Cristo Social!

Possa, então, a meditação desses dois símbolos levar, a cada um, à escolha

do caminho que mais afinidade tem, com o seu momento interior: ou o mais místico,

no qual a superação própria ocupa maior esforço; ou o servir coletivo no qual este

último predomina. Porém, na Via Cardíaca, ambos devem permanecer unidos

sempre!

D. 6 – Escudo da Republica dos Cidadãos do Mundo. Ao centro, sobre o fundo vermelho, que, com o branco, reúne as cores do sangue humano, igual em todos nós, vê-se o esforço do Homem por fechar o Circulo da Unidade Mundial: o Cristo Social...

Fig. 6

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V. 18 – “Alguns há que reverenciam a Cruz... não sei se conhecem o drama do Calvário. Mas,m vi um deles chorar aos pés da pequena Cruz, feita do ramo do pinho, depois jogava sobre ela seus “cabelos” abraçado-a contrictamente... (visão de 12-7-57) Quando, Carolei, procuraremos viver, pelo menos um, dos modos!? N. 130 (N.130)

O Muito Excelso Mestre e O ESPÍRITO SANTO

Com. 168 – Não me será possível ser muito explicito, Carolei, sobre este

tema, já que o MEM, como veremos nos Ensinamentos do tema, limita as Suas

próprias explicações. Vejamos como:

E. 29 – Todo pecado será perdoado, ate para com Deus, mas não a blasfêmia

contra o Espírito Santo. Perdoar a quem nos prejudica, é semear nele o germe que

um dia produzira o arrependimento e o retorno ao bem.

E. 307 – Estão dito no Evangelho: “Quando ofendeis a Deus podeis ser

perdoado; mas ai daquele que ofende ao Espírito Santo!” Vós todos, aqui presentes,

N. 130 – Os Ensinamentos do tema “O CRISTO” tem a origem seguinte: de PAPUS: E.1 (Manuscrito); E. 809, 810, 812, 814, 815 e 816 (Traité Elementaire d’Occultisme et d’Astrologie, págs. 146 e segs.). – Da 5ª edição francesa de Lê Maître PHILIPPE (diversas fontes): E. 4, 688, 689, 690, 691 e 817. Este ultimo já parcialmente empregado por Papus, na obra supra citada. – Das Sessões de Lyon, citadas no I Vol., e ocorridas entre maio de 1893 e novembro de 1895: E. 1431, 145, 177, 178 (que falta na 5ª ed. Francesa), 219, 234, 238, 245, 264, 267, 282, 378, 395, (este, já publicado na 4ª ed.francesa, assim como na 5ª (a pág. 144 desta ultima), acha-se completado, na 5ª ed.francesa, pela publicação integral da Sessão de 28 de novembro de 1895, que se completa com a de 1 de dezembro, desse mesmo ano, que reproduziremos em outro tema; ainda das Sessões de Lyon: E. 401, 405, 407, 408 (similar ao 378 do I Vol.). – De Lumiere Blanche: E. 478, 479, 480 (contido no 521), 484, 487, 488, 490. – Da Biografia de Marc Haven: E. 521 (que inclui e completa o 480), 521, 534. – De By What Anthority: E. 818, a págs. 106 e 107 desse notável livro do Dr. Hugh J Schonfield, Fundador da Republica dos cidadãos do Mundo, Labor iniciado em 1938 como “Movimento da Nação-Servidora” e, hoje, plenamente difundido. Agora espero, Carolei, que lhe seja mais fácil perceber por que os reais místicos, que sempre são os que agem e realizam, porque eles possuem: fé, entrega e capacidade de sacrifício, preferem, a qualquer outra modalidade “mundialista” (das quais muitas são puramente teóricas, filosóficas ou emaranhadas nas rédeas de organismo governamentais eivados de interesses nacionalistas, essa modalidade da Republica dos Cidadãos do Mundo, por ser a única que não somente foge a toda tendência ou influencia nacionalista de algum governo existente, senão que oferece a dupla vantagem e característica seguintes:

a) Seu caráter prático, de Povo Mundial, ao nível de Nação soberana. b) Seu caráter místico, de Movo Mártir, ao nível de Nação servidora.

Toda informação e material, relacionados com a R. C. M., podem ser solicitados a caixa Posta 4028, Rio de Janeiro, D. F., ao seu Oficial de Informações e Relações Publicas, Dr. Carlos André Bonoiv Comissionado da Comunidade no Rio de Janeiro, Prof. Mario Teles de Oliveira.

Fig. 7

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66

gostaríeis de saber como se pode ofender ao Espírito Santo. Porém tendes lido que

os próprios anjos ignoram certas cousas. Não precisais pois saber e nem estais

perto de tal saber.

E. 601 (parte: o resto é relativo à Virgem) – O Espírito Santo é a irradiação da

Divindade, Irradiação que pode penetrar tudo que o Pai criou pelo Seu Verbo,

Irradiação que testemunha a Presença de Deus... Espírito Santo, Que nunca Se

encarna, mas Que pode manifestar-Se em muitas criaturas encarnadas, quando elas

respondem às condições exigidas.

E.604 – “o pecado contra o Espírito Santo, do qual falam os Evangelistas (“...

mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste

século nem no futuro”) (S. Mateus XII – 32; S. Marcus III – 29; S. Lucas XII – 10),

não pode ser cometido senão com conhecimento de causa. Que isto sirva de

consolo para os que ignoram o que seja, e, se são sábios, não procurarão saber em

que consiste, porque então tornar-se – iam suscetíveis de nele sucumbirem;

entrementes a ignorância os preserva. (É um pouco como a fruta da árvore do

Jardim do Éden.)

“Alguns pensaram ter achado uma explicação em S. Mateus, II – 30: “Jesus

falou assim porque diziam: ele esta possuído por um espírito impuro”. Mas, isso

está profundamente errado. Na Epístola aos Hebreus de S. Paulo VI – 4 a 6, esta

dito: “Pois é impossível que aqueles que foram uma vez iluminados (esclarecidos),

que provaram (gostaram) do dom celeste, que participaram do Espírito Santo, que

provaram (gostaram) da boa palavra de Deus e das potencias (virtudes, maravilhas

do poder) próprias do século vindouro (idade messiânica, era ou ciclo nascentes) – e

que (no entanto) recaíram – sejam ainda renovados e trazidos a arrependimento, já

que eles crucificam, na sua parte (e novamente) ao Filho de Deus e O expõem ai

vitupério (ou publica ignomínia)”. – E, mais adiante, na mesma epistola, X – 26 a 29:

“Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento

da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma pavorosa

expectação do juízo, e o ardor de um fogo que devorara aos rebeldes. – aquele que

violou (quebrantou) a lei de Moises, morre sem misericórdia, (só) pela palavra de

duas ou três testemunhas; de quanto pior castigo pensais serás julgado merecedor,

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aquele que pisoteou ao Filho de Deus, que considerou como profano o sangue da

Aliança, pelo que foi santificado, e ultrajou ao Espírito da graça?” N. 131

E. 772 – Para adquirir os sete dons do Espírito Santo, é preciso purificar-vos

dos sete pecados capitais;

Se tivermos Fé, oraremos com tanto ardor, que tudo obteremos do Céu. É

grande felicidade que a não t3enhamso, porque as culpas que cometeríamos nos

pareceriam excessivamente graves.

Entre os sete dons do Espírito Santo, estão: a sabedoria, a inteligência, a

ciência, a piedade, o temor de Deus.

E. 773 – O Espírito Santo veio com Jesus-Cristo sob forma de Luz Intelectual.

E. 774 – Todo homem encontrará, um dia, a quem o batizara em Espírito.

Terá então o direito de acesso ao Céu, purificado e tendo esquecido tudo.

Com. 169 – Sarva OM! Tudo é Divino! N. 132

O Muito Excelso Mestre e O REINO (Espiritual)

Com. 170 – Lembra-se, Carolei, de Chapas preferindo que morres a filhinha

dele, e não uma mãe de família? Lembre-se do E. 348 (pág. 66 do II Vol.), onde o

MEM nos dizia para agradecermos as adversidades, fazer exercício disso; não ser

moralmente preguiçoso; expulsar orgulho e maledicência; cumprir as promessas,

feitas a nós mesmos ou a Jesus, pelos esforços de superação, suportar as

adversidades, com coragem, para que o MEM nos considere Seus irmãos; e não

acredita na moral banal, convencional, aparente, nem nas confissões “de ultima

hora” para nos garantir um imerecido Paraíso? Agora veremos novos Ensinamentos,

sobre: como chegar ao Céu... ou pelo menos a um Paraíso:

E. 678 – (Uma pessoa de idade avançada pergunta) – Apesar da minha

idade, gostaria de viver pelo menos cinco anos ainda?

R: Ninguém foi mais jovem do que vós. Do outro lado, não se é mais velho do

que aqui, já que se renasce. – A religião nos diz. Que, se se fez o bem, passa-se um

N. 131 – Procurando “dar” o mais possível, entrosei as versões da Bíblia usada por Chapas, a

versão critica católica (Bover-Burgos), págs. 1580, 1977, etc., e a versão protestante da Soc. Bíblica do Brasil (1950), por meio de termos sinônimos entre parênteses, ou escolha de trechos melhores.

N. 132 – Origem dos ensinamentos do tema “O ESPIRITO SANTO”: E. 29: M. P. – E. 307: S. Ly., 21-6-1894. – E. 601:, 604: Revelations. – E. 772, 773, 774: diversas fontes, da 5ª ed. Francesa.

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momento no purgatório, e de lá para o Paraíso, notadamente fazendo uma boa

confissão e derramando algumas lagrimas. Não há nada disso… É totalmente

necessário calcar a si mesmo debaixo dos pés e amar ao semelhante como a si

mesmo. Está escrito: “Do teu coração farei um tempo; orna esse templo, para que

dele faça minha morada”. É preciso cultivar o terreno, lá plantar arvores de

esperança para colher os frutos da Fé. Acreditamos possuir Fé, mas, logo que

aparecem as adversidades, dela nada fica. Está escrito também: “Aplaina o

caminho, porque o Senhor ira passar por lá”.

E. 399 – P: E o que é o Céu?

R: O CÉU esta no teu coração. Assim esta escrito: “Edificarás o teu templo

para que o Senhor nele penetre”, pois há em nós uma chispa da alma que é a luz, e

essa Luz, é Deus: para que esta Luz nos ilumine completamente, é preciso

abandonar ao próprio eu.

E. 400 – P: Mas se tivéssemos essa caridade, se amassemos ao próximo como a

nós mesmo, não se poderia mais viver sobre a Terra

– Por quê?

– Porque, vendo sofrer tanto ao semelhante,m não se suportaria a visão de todos

esses sofrimentos que já tanto nos afligem com relação a nós.

R: Sim, mas o orgulho... Bem tereis de confessar que cada um tem um

pouco, mais ou menos. Não façamos juízo sobre ninguém, pois Deus no julgou e

não julga. Quereis que vos diga o que é o Paraíso, que não é o Céu? Quando

tiverdes dado ajuda ao próximo e tiverdes aliviado penas, chegou a vossa vez de

pedir e sereis ouvidos. Eis o Paraíso. Compreendeis?

E. 167 — Todos quantos vos achais aqui não ireis ainda para o Paraíso. Se

eu soubesse, aliás, que iríeis e se Deus me tivesse dado algum poder, eu vos

impediria de ir, até que viésseis buscar, entre os vossos irmãos, os que não estão

prontos para ir. Não devemos entrar no Céu, uns sem os outros. Deveis estar

lembrados que vos prometi uma surpresa. Pois bem, está próximo o tempo em que

a tereis. Aqueles a quem falta pão e trabalho, te-los-ão.

Com. 171 — Por que desejar viver mais tempo, se se viveu intensa juventude

e se teve espírito jovem por longos anos? Teve-se ótimo quinhão! - Nada disso: não

depositeis esperanças em promessas vãs! — Contai, antes, com o vosso esforço.

Se dissermos, Carolei, isto: aplaina porque (motivo moral e místico) e para que

(condição exigida) o Senhor. . . etc. acho que fica claro, tudo. E a seqüência dos E.

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678, 399, 400, torna-se iluminada por outra luz. Paraíso que não é o Céu: paraíso

prometido aos que cumprirem com determinados esforços, sem por isso terem

chegado às condições para não mais voltarem das “regiões do Pai”... por isso falei,

no Com. 170: ou pelo menos a um Paraíso. E, logo, com sua energia habitual, o

MEM adverte que não se deve ir, nem procurar ir, então, para o Céu, “uns sem os

outros”. É a Lei, justa para irmãos: filhos do mesmo Pai. E, a parte final do E. 167

(que não está neste tema, na 5ª edição francesa) é bem clara: para ir ao Paraíso,

será preciso, antes, que: aqui na Terra, os que têm o poder material outorguem pão

e trabalho aos que deles carecem. A que Paraíso poderiam pretender acesso,

aqueles que nunca se importaram com a miséria ou a necessidade alheia? Daí a

frase do Ritual da Igreja Expectante: “um devoto que não comparte, é um hipócrita,

etc…”. — Parece que o MEM entendia a Comunhão assim, também!

Vejamos agora, como Ele adverte aos que não cumprem com a ajuda e o

aliviar de penas, até nestas “horas poucas”…

E. 310 — Não, o ciúme não entra no Céu, nem muitas outras cousas ainda.

Se eu tivesse algum poder, como supondes, vos atesto que nenhum de vós entraria

no Céu se não amasse ao próximo como a si mesmo.

E. 311 — P: E como se deve fazer?

R: É preciso não ter personalismo. Quando ides a um bom confessor ele vos

diz: é preciso orar muito para elevar a vossa alma e pedir sempre a Deus. E que

fazeis quando orais? Pedis para que não tenhais atribuições e para que tenhais

sempre o que precisais. Pois bem, permiti que vos diga que chamo a isso maldade,

preguiça, e a preguiça não entra no Céu. Há dez anos não vos teria falado assim,

mas os tempos estão no fim, e já quase tarde demais. Que aquele que fez o bem

faça o bem, que aquele que fez o mal faça o mal, pois aqueles que não acreditarem

agora são os mornos. Para se chegar ao bem será preciso tudo conhecer, e mais

vale não ser que não ter feito aqui nem o bem nem o mal.

E. 144 — P: Por que diz o Evangelho que muitos, dentre nós, não morrerão?

R: A. morte só é aparente. É uma transformação apenas para o corpo.

Vamos, todos os que têm fé nas palavras do Evangelho, em rebanho para a luz; ai

do que não quiser, porém, ver nem ouvir, do que rejeitar as palavras do Cristo: esse

morrerá, isto é, ficará para trás, nas trevas, a milhares de séculos, sendo obrigado a

esperar novas gerações.

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E. 491 - Está escrito, efetivamente: “Há os que não morrerão, sem terem visto

o reino de Deus voltar com potência”. - Com potência, sim, mas não com esplendor.

Com. 172 — Fustiga fortemente, agora, o MEM: chama de maldade e de

preguiça a esse estado de pieguice egoísta tão comum e, além de confirmar que,

nem isso entra no Céu, nem nele se entra com isso, alerta para o pouco tempo que

fica, lembrando, como em temas anteriores, que são trevas por milhares de séculos,

isto é: todo um novo ciclo de vida, desde os estados mais rudimentares, o que

espera aos “rebeldes, mornos e indiferentes”, que verão o reino de Deus chegar,

não com o esplendor da Luz para os bem-aventurados, senão com a potência

destruidora, a da ‘limpeza” de fim de era, quando os tempos são fechados. —

Julgamento, conta nova; mas muitos, em lugar da vida eterna ascendente: em

rebanho para a Luz, lutarão por novos corpos em antigas condições, isto é,

recomeçarão toda uma época planetária, como um aluno que ficou reprovado. É

muito pior do que condenar-se, a si mesmo, a viver na miséria (material e espiritual),

após ter tido vislumbre de boa condição em todos os planos.

E. 98 — Entre o Homem e os anjos está Deus, porque Deus está em toda

parte. Em toda parte, porém, estão também os deuses e, entre eles, existem alguns

que pensam ser muito grandes e não são nada.

E. 515 — Deus nos tem dado um reino que é bem nosso. Nós trabalhamos

pois para nós, para nós mesmos, embora seja para ele.

E. 457 (parte) — “O Reino de Deus bem que está em vós, mas não estamos

no Reino de Deus.”

“O Paraíso está sobre a Terra, é o pleno conhecimento, está no Paraíso

aquele que atingiu a sua plena liberdade.”

E. 494 — Nos mundos superiores, o riso não existe, nem os prantos; só há o

sorriso.

E. 220 — Ninguém entrará no Céu sem antes ter pago as suas dívidas.

E. 95 — Somente os fracos entrarão no Céu.

E. 13 — Três coisas são necessárias para se ir ao Céu: amar ao próximo

como a si mesmo, ter pago sua dívida e perdoar a outrem.

E. 17 — Todos os preceitos se reduzem a um só: ninguém entrará no Céu

senão quando nada lhe custe. Enquanto algum ato a cumprir, possa causar-lhe

qualquer mágoa, não estará pronto.

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Com.173 — Dando, como sempre, a parte transcendental também, na forma

velada embora aparentemente clara, o MEM resume todo o problema, assim: entre o

Homem: singular, para mostrar que é a consciência individual, que joga, e os anjos,

que nos ajudam, está Deus, a quem esquecemos, logo que possuímos umas noções

técnicas, ou mais próximas, e, indo contra sua Lei. Sem a noção-primeiro, e a

percepção, mais tarde — da presença de Deus, em tudo, não podemos progredir

muito. E, em toda parte: da Terra e dos Espaços, estão os Deuses: os que forjamos

e que se interpõem entre nós e Deus, como o deus-dinheiro, o deus-eu-mesmo, a

deusa-técnica; etc.... que nos parecem deuses tão poderosos, e que são meras

superstições ou pretensões, que nos levam à perdição; também estão “os deuses”

menores: os que nós fabricamos, ou que, pelo menos, aceitamos como onipotentes,

já que neles confiamos totalmente, esquecendo assim ao Deus único, o único

Senhor dos nossos espíritos e destinos. Tais deuses, por grandes que pareçam

devido ao culto local ou temporário, na realidade nos afastam de Deus-mesmo, e,

portanto, do cultivar de Deus em nós, nesse reino que é bem nosso, já que somente

nós podemos governá-lo na direção que escolhermos. Todo esforço moral ou

espiritual é trabalho para nós mesmos, embora para Ele, já que realiza Seu Plano.

Já apontei (págs. 21/22, II Vol.), que deve-se chegar a não ter nada mais a

pagar, nem a seres, nem a cousas, nem a Anjos, nem a Deuses! – A isso, chama o

MEM de “ter pago a sua dívida”; estar quite, para com tudo, e com todas as formas

(dos átomos aos deuses) às quais devemos ter existido, recebido estímulos das

mais diferentes espécies e de todos os níveis. É um tema de meditação infinito, do

qual decorre um esforço infinitamente rico já que aplicável a tudo, em cada instante

e lugar!

Por isso, em certo ensinamento, diz o MEM que só os fortes, entrarão no Céu:

é a etapa da luta “até à morte”... da pessoa, do personalismo, do egoísmo, da

indiferença e da rebelião. E, só os fracos entrarão: aqueles que levaram a força, o

esforço moral, até à entrega, o reconhecer da própria inanidade: nada ser e nada

valer; e até o abandono nas Mãos do Pai.

Mas, não bastará um abandono-preguiça, nem um abandono-comodidade. É preciso

um abandono-confiança, durante o amar ao próximo como a si mesmo, durante o

esforço por reparar, por compensar, por aplainar, tudo quanto devia-se a seres e

cousas, e por não criar novas dívidas, pela reiteração dos mesmos erros.

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E, perdão de tudo, a todos. Então, aponta-nos o MESTRE, haverá um sinal

infalível, para sabermos, no âmago da consciência, se estamos prontos... ou se nos

achamos ainda longe de está-lo.

Basta fazer a lista de quantas cousas nos custam: esforço, magoa, dor,

relutância. Sendo a dor apenas o fenômeno alertador, produto da nossa resistência

para com algum fenômeno natural isto é: decorrente da Sua Lei, intensidade e

número das nossas resistências, ante qualquer ato a cumprir, podemos medir o

nosso nível de imperfeição, e, cousa mais útil, aplicativamente, descobrir, um por

um, todos os pontos a serem trabalhados.

Acho indispensável ressaltar, Carolei, que todos os Ensinamentos do MEM

devem ser olhados, meditados e aplicados, em função do E.17, que é a chave-

mestra, a pedra de toque, para a realização daquele “ponto único” da modelagem-

têmpera. N. 133

* * *

O Muito Excelso Mestre e A VIRGEM

Com. 174 – Sobre este tema, tão raramente bem compreendido, tanto pelos

devotos deste ou daquele culto ou dogma, como por muitos ocultistas, inclusive os

que chegaram a confundir o Espírito Santo e a Virgem, ao quererem fazer de ambos

uma mesma “terceira pessoa” da Trindade; ou os que nada entenderam da Função

Cósmica da Virgem, e por isso a suprimiram, descendo ao estado de “órfãos de

mãe”..., serão interessantes e úteis os ensinamentos que seguem:

E. 785 – Deve-se orar à Virgem. Ela predomina sobre todas as mulheres.

E. 786 – Ela não pertencia ao mesmo “apartamento” que N. S. Jesus Cristo.

E. 602 – “... A Virgem é, não a Terceira Pessoa da Trindade, mas sim a

Primeira das Criaturas fora da Trindade. Entretanto, Ela está no Mundo

divino...Deus-Pai, é o Poder Criador; Deus-Filho, é a Ação Criadora. O Pai cria pelo

seu Verbo, parte integrante Dele-mesmo. O Espírito Santo é a Irradiação... – Cada

uma dessas Três Pessoas da Divindade é Uma com as Outras Duas, e as Três

N. 133 - Os ensinamentos do tema “O REINO”, têm a origem seguinte: M. P.: E. 13, 17, 95 e 98, assim como o 457, que também provém de L. B., da qual temos ainda: E. 491 e 494. – Das Sessões de Lyon temos: E. 144, 167, 220, 310, 311, 348, 399 e 400. – Da B. M. H. é o E. 515. – Das Sessões de Lyon (5ª ed.) o E. 678. – Todos eles são (como sempre que não indico o contrário) palavras diretas do MEM recolhidas diretamente pelos autores das diferentes obras ou documentos, citados.

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formam Um. Mas essa aritmética é um tanto árdua de se assimilar, para os nossos

cérebros tridimensionais.

“A Virgem: Ela, é a Natureza, ou antes: a Criação inteira, e a Sabedoria é a

Chispa Divina que constitui a Alma superior dessa Entidade maravilhosa, que é a

Virgem Universal...“

“A Sabedoria, que era antes que a Criação fosse (Provérbios, cap. VIII), não

podia ser senão em Deus, porque essencialmente abstrata, e foi Ela que Deus deu

como alma, como Chispa Divina, à Santa Virgem (cósmica). Assim pois, é Ela, no

Mundo divino.“

“Essa Virgem Universal, por ordem do Seu Criador, tomou um corpo, um

corpo de mulher, pois que Só a Virgem Universal, Rainha de todas as criaturas, Pura

em Sua Essência, podia dar um corpo e servir de Mãe ao Verbo, encarnando-se

para Se revelar aos homens. – A Santa Virgem, Mãe do Nosso Senhor Jesus-Cristo,

é pois de fato uma encarnação da Virgem Universal, mas não do Espírito Santo,

Que nunca Se encarna...”

Com. 175 – Devo agora frear-me, Carolei, para não começar a entoar Loas à

Divina Mãe, na forma em que o vivo quando me ponho na tônica oriental, na desse

Oriente onde a Virgem Cósmica foi tão bem sentida, e tão reverenciada, sob os

Seus Múltiplos Aspectos, tão inumeráveis como a própria Vida...e, muito

especialmente, no Seu Aspecto que mais devemos reverenciar: a Divina Mãe

Providência, cuja diferença em relação ao Verbo Criador ressalta no Ritual

Expectante:

“... O Teu Universal Pensar, mantém vivo o mundo; e a Tua Faculdade

Criadora, Divina Mãe Providencial, é a Cósmica Energia que realiza sua existência,

assim como tudo se cumpre para quem segue as Suas sábias Leis!...”

Já vimos, Carolei, o emocionante (e que termo pobre, ainda!) papel da Virgem, ao

plasmar, com uma lágrima, o Anjo protetor do Eleito (pág. 53 do I Vol. E Com. 1, a

pág. 22, do II).

Veja, também, a pág. 47 do I Vol., o que essa mesma Virgem Compassiva,

tomando uma oração dos ancestrais, fez como milagre ao permitir que as duas

velhas tivessem que aprender: a gratidão e o amor! – E, ainda, a pág. 73, a

recomendação de Sédir: “rogai à Virgem e Ela apresentará a vossa súplica ao seu

Filho, que a aceitará”. – É a Missão intercessora da Virgem Providencial. – Assim,

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tornam-se muito claros os Ensinamentos como a recomendação do MEM (E. 785) e

como esta outra, de Chapas:

E. 539 – A Virgem é o estribo do Céu. Ela ora continuamente pelos homens.

Com. 176 – Carolei: Você poderia fazer o favor de lembrar que Chapas, Sucessor do

MEM, era aquele que, diariamente, estava na Presença do Espírito Santo? Ajudá-lo-

ia a meditar no valor excepcional do que nos Transmite: agradeçamos novamente! N.

134

* * *

O Muito Excelso Mestre e OS ANJOS E GUIAS

Com. 177 – Seja qual for a posição que Você, Carolei, tenha tomado quando,

nos volumes precedentes e neste, achou figuras de Anjos, ou frases do MEM

PHILIPPE, ou de terceiros, relativas aos Seres sutis da Vida, crio que este Tema

ser-lhe-á de elevado interesse.

E, de acordo com as considerações que já fiz, quando falamos da famosa

“inquietude mental”, penso que para tornar mais úteis, mais fáceis de aceitar, ou

compreender, certos dos ensinamentos do tema presente – e de muitos outros que

virão – era interessante lhe dar, uma vez por todas, um resumo do que os humanos

já estabeleceram sobre “as duas facetas da Vida”: o lado visível... com os olhos de

carne... e o lado invisível, ou seja: o que é deslumbrantemente visível para os olhos

da alma!

Aliás, tenho a certeza de que: os dados que vou lhe proporcionar irão

esclarecer diferentes ensinamentos e que, reciprocamente, algumas afirmações

“tradicionais” da Angeologia, ou seja, dos conhecimentos relativos aos Anjos, que

poderiam lhe parecer duvidosos (ó homem de pouca fé! ó materialíssimo Carolei,

que se diz crente, mas só acredita no que toca, e, ainda mais no que lhe toca!) irão

ficar esteadas nos Ensinamento do MEM!

N. 134 - Os ensinamentos do tema “A VIRGEM” tem a seguinte origem: E. 539: transmitido por

Chapas a Maurice de Miomandre (L’ INITIATION, artigo já citado); E. 602: também de Chapas, em Revélations, pág. 116 e segs.; E. 785 e 786, de “diversas fontes”, reproduzido na 5ª ed. Francesa. – provérbios, Cap. VIII – convém ver, especialmente, os versículos 22 (número do próprio Reino) a 32 (pág. 929 da Versão Crítica, católica, já citada). O texto citado, no Com. 175, do Ritual Expectante (Benção Dominical, pág. 16, da edição de 21-11-1956) e particularmente interessante, não só pela sua perfeita ortodoxia com os Ensinamentos direto do MEM, como por ser uma adaptação do Mangala Gayatri, isto é, de uma oração sagrada do Oriente, que o Sacerdote Expectante recita, logo após o Pater, unificando assim as duas Tradições: a dos Vedas e a Crística.

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Para isso, coloquei já os ditos resumos (E. 819 a 824) em certa ordem. Se

Você tem um pouco de paciência, e os compara, verá que se completam muito bem,

nesta forma: o 819 é geral, mostrando que todas as Tradições concordam nos fatos,

diferindo só em termos e, muitas vezes, nem nisso, como fica evidente. Há muitos

mistérios práticos, ocultos nas linhas desse Ensinamento, e resolvi ressaltar alguns

termos, para orientar sua visão.

Com o 820, começa o pormenorizar, que o 821 esclarece muito,

especialmente da 3ª ordem para baixo. – O 822 está especialmente destinado, por

mim, aos amigos latino-americanos, entre os quais certo número só lida com mortos

e parece ignorar, ou não mais se lembrar, que elevados Seres, não entidades

mortais humanas, desempenham transcendental e permanente papel, na economia

e na fisiologia universais. Também grifei uns termos reveladores, nesse

ensinamento, que será especialmente interessante tornar a estudar, Carolei, tanto

após conhecer este tema todo, e o seguinte, como após ter lido, relido e meditado

todo este volume.

E. 819 – Influências do Plano Invisível, de acordo com as principais

Tradições.

PLANO DIVINO

Egípcios: os Deuses superiores.

Gnósticos: os Recebedores de Luz.

Pagãos: Querubins, Serafins, Tronos – Dominações, Virtudes e Potências.

Espiritismo: Espíritos superiores.

Ocultismo: Seres alados ou criaturas angélicas.

PLANO ASTRAL SUPERIOR (na mesma ordem tradicional)

Anjos alados; Recebedores pacíficos; Semideuses e Heróis; Principados, Arcanjos e

Anjos; Espíritos inferiores; Seres astrais, Imagens astrais (animadas) e Elementares.

Entre o Astral superior e o inferior: Todas as Tradições estão de acordo em colocar à

“Humanidade”, que fica, assim, solicitada em ambas as direções...

PLANO ASTRAL INFERIOR (igual ordem tradicional)

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Demônio negro; Litúrgicos; Genii loci: Espíritos elementares; Demônios ou Anjos

rebeldes. (O espiritismo não tem termo)

Ocultismo: Serpente astral – Elementais – Suicidas e Bruxos.

E. 820 – Mitologia Greco-romana:

Fatum: Potencia mal definida; a que os próprios Deuses estavam submetidos.

Deuses: Potencias supremas, divididas em 12 grandes deuses e uma multidão de dii

minores, todos submetidos a Zeus ou Júpiter.

Semideuses: Oriundos das relações de um deus com uma mortal, ou

reciprocamente.

Espíritos diversos: Demônios, bons e maus: e gênios, lares, etc..

Heróis: Homens e Mulheres, que foram elevados à dignidade de deuses, mediante

Apoteose.

Manes: Espíritos dos ancestrais, geralmente protetores.

E. 821 – Angelologia dos hebreus:

1. Hajoth Há-Kadosch...............Animais santos.

2. Ophanim................................Formas ou Rodas.

3. Aralim....................................Grandes Anjos.

4. Hasmalim...............................Os Lúcidos; proteção, imaginação.

5. Seraphim................................Espíritos ardentes de zelo.

6. Malachim................................Os Mensageiros, os reis.

7. Elohim....................................Os deuses.

8. Beni-Elohim............................Os filhos dos deuses.

9. Cherubim............................... Potencias fecundantes.

10. Ischim...................................Os homens fortes, os heróis.

E. 822 – Angelologia Cristã:

I.ª JERARQUIA – Assistente – Age no plano Celeste

São 7 assistentes: Miguel: Quis ut Deus? – Gabriel: Força de Deus (Geborim)

– Rafael: Força medicatriz de Deus – Uriel: luz fogo de Deus. – Seatiel, Jehudiel e

Barachiel: não está bem definida a função destes três últimos.

1.º Coro: dos Serafins – Amor divino; purificam-nos pelo fogo e nos inflamam

com o amor de Deus.

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2.º Coro: dos Querubins – Ministros de bondades; misericórdia, Providência.

Guardam a Árvore de vida, verdade, plenitude de ciência.

3.º Coro: Tronos – Vigiam sempre. Tribunal que julga os impérios, os reis, os

governantes; presidem ao futuro do universo.

II.ª JERARQUIA – Dirigente – Age nos planos: Mental e Emocional, sendo

este último a parte superior e média, acima do astral.

V. 19 – Os pequenos Seres da Natureza, embora sendo do mundo do Éter, ressentem no

etérico a parte etérica do vento...

4.º Coro: Dominações – Estabelecem a dominação de Deus nas almas e

sobre todo ser criado.

5.º Coro: Virtudes – Força invencível na ordem da natureza: Graças, milagres,

curas milagrosas.

6.º Coro: Potências – Combatem a influência dos demônios, sobre os quais

tem um poder despótico: impedem-nos de nos matar, limitam suas tentações e as

catástrofes.

III.ª JERARQUIA – Realizante – Age no plano Físico por meio do astral.

7.º Coro: Principados – Velam pelo governo temporal e espiritual, das

cidades, províncias e reinos.

8.º Coro: Arcanjos – Embaixadores de Deus; anunciam seus grandes

propósitos ou desígnios sobre o gênero humano; dirigem aos Anjos, tem missões

especiais.

9.º Coro: Anjos – Mensageiros; voam ao primeiro sinal da vontade do Senhor,

cuidam das nossas almas; anjos da Guarda.

E. 823 – Síntese feita pela Alta Magia:

Fig. 8

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78

Deus

Manifestação do Verbo no plano Celeste, de onde Ele irradia em todos os

planos.

Virgem celeste; com as suas diferentes personificações.

Anjos e deuses.

Santos.

Gênios – Grupo variado, incluindo numerosas classes de Espíritos, que não

provem do plano Celeste, nem ultrapassam o Mental superior.

Mensageiros e Obreiros – Espíritos subordinados, muito diferentes dos Anjos

(Anneloi: mensageiros)

Desencarnados: De muito diversos degraus de evolução.

Elementais: Espíritos muito numerosos e muito variados, desde os

infinitamente pequenos até monstros gigantescos. Eles elaboram as Forças.

Espíritos elementares – que não se deve confundir com os Elementais –

elaboram os elementos físicos.

Espíritos diversos: demônios, duendes, trasgos, diabretes, etc. As Fadas são

de diferentes origens: umas pertencem a esta categoria, outras relevam da classe

dos Gênios.

Larvas e Egrégoros: Entidades artificiais.

E. 824 – As duas facetas da evolução da Vida (ioga)

Espíritos Solares – Adeptos – Discípulos – Homens Superiores – Homens

Vulgares e Homens Primitivos: constituiriam um escalão descendente, acima do

nível da individualização. Abaixo de tal nível, isto é, já sem a liberdade individual de

ação e de responsabilidade, tal escala passaria pelos: Animais domésticos,

Mamíferos, mamíferos inferiores e Raptes antediluvianos – Árvores, Arbustos,

Plantas florais, fetos (samambaias-eriptógamas) e musgos: em direção à Terra, na

qual a vida mineral é elaborada pela vida elementar (elaborada pelas almas ou

espíritos elementares).

Na outra faceta, habitualmente – e mal – chamada “invisível”, teríamos, na

mesma ordem descendente: os Anjos do Mental Superior, e os do mental Inferior.

Logo, os Anjos do Astral, e o limite da individualização, que também existe para

estas formas da existência, mais sutil. Dentro do éter, e em direção ao elemento

físico da água, achamos aos Espíritos das Nuvens, aos Superiores e, logo, os

Inferiores, da dita água; depois, as formas etéreas entre as águas, e as semi-

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amorfas, abismais. Na mesma ordem, porém no lado físico das formas aquáticas:

Peixes, Cefalópodes, Corais, Esponjas e Algas, correspondem às sutis.

Do lado em que o Éter superior se dirige para o elemento físico do fogo,

achamos a série sutil descendente: Salamandras e Fadas – da superfície. – Gnomos

soltos. – Gnomos amorfos, ou presos a lugares, ou formas físicas, que apóiam. –

Entidades tênues do éter. E, no físico: Aves, Reptis, Insetos, Bactérias e Fungos na

descida direta. Na parte mais pura: Abelhas, Formigas, Cereais e Ervas, fecham o

laço com a Mãe Terra.

Considerando como descida a vinda sucessiva dos Espíritos mais elevados,

ao encontro das Formas que progridem, ao serem criadas pela conjunção dos

esforços, vê-se que o resumo pode ser estudado como Descendente ou

Ascendente, pois a compreensão resulta idêntica.

E. 96 – Os anjos, querubins, serafins, etc...., criados no início, antes do

homem, existem realmente.

E. 3 – Os anjos do túmulo eram espíritos divinos que, para se tornarem

visíveis, utilizaram a vida do Cristo, que ainda flutuava ao redor do corpo.

E. 251 – Algumas pessoas puderam estar presentes, algum tempo atrás,

quando se fizeram experiências que o próprio Céu permitiu, entre outras a de fazer

sair a alma de um corpo e mandar que as pálpebras de cada pessoa fossem

sensivelmente tocadas. Não houve tempo naquele dia para dar explicações. Penso

que o compreendeis. Tendes lido no Evangelho que há diversas moradas na casa

do Pai. Pois bem, erguemos os tabiques que separam os “apartamentos” a fim de

que ficásseis todos no mesmo. E também, quando duas pessoas estão juntas

falando, seu anjo da guarda se afasta para deixar lugar ao outro. Se uma terceira

pessoa chegar, esse anjo desaparece também para dar lugar a outro, e assim

sucessivamente para uma assembléia, que é presidida por um anjo especial.

Essa alma, a quem se teria mandado sair do seu corpo e tocar as pálpebras

de cada um, terá sido ouvida pelo anjo presente, que fará o que a ela fora mandado,

e eis porque todos que lá estavam sentiram uma pressão sobre o párpado. Assim

também, se se tivesse querido adormecer a todos, após tê-lo mandado, todos teriam

adormecido. Estas experiências não poderiam ser feitas por preço nenhum. Não se

as faria por todos os bens da Terra, perante alguém que apenas tivesse curiosidade,

mas seriam feitas para uma alma só, se crente, pois uma alma vale mais que todos

os bens da Terra.

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E. 164 – Quem nos mandou à terra, sabe de que precisamos e não devemos

crer, mesmo em face de grandes penas, que estejamos abandonados. Nunca

estamos sós. Temos sempre, perto de nós, o nosso anjo da guarda, que para nós

pede a força e a resignação necessárias e não exige de nós senão um pouco de boa

vontade. Em todos os tempos, e muito antes da História Sagrada, tem-se dito: “Pedi

e recebereis”. Para receber, é muito simples. Precisais somente mudar de

“departamento” e tomar outro que não vos custe muito caro. Eu vos tenho dito,

muitas vezes, que uma coisa só basta para que sejais ouvidos por Deus: a caridade.

E. 24 – Nunca deixar para amanhã qualquer ação porque mais tarde, os seres

presentes para nos ajudar podem ter partido para junto de outras pessoas.

Com. 178 – No E. 96, além da afirmativa categórica sobre a existência dos

seres angélicos, temos a de terem sido criados antes do homem, o que mostra

serem uma outra série, que segue outro caminho, pelo menos com relação a nós.

No E. 3, há um segredinho técnico, de como operam certos anjos. E, no E. 251,

achamos a confirmação do dito nos que dei ao iniciar o tema. Pois que, se para

duas, três ou vinte pessoas, as categorias de Anjos mudam conforme o volume de

almas a serem ouvidas, vistas e dirigida; incentivadas ou até perdoadas, é lógico

que esse escalão continue, até o talhe de um império, por exemplo. Agora, Carolei,

o Anjo Amo-Pax, há de lhe parecer “lógico” (ainda bem que essa palavra vem de

logos!...). Porém, há mais para extrair, no sentido prático: quando Você está

sozinho, normalmente só o Anjo encarregado de Você, o olha, ouve, etc...., porém, à

medida que a reunião humana cresce, mais Anjos nos olham, vêem e ouvem, etc...

Acho que dá para...pensar!

E. 125 – Nesta terra, progredimos todos para o bem e, em cada período em

que nossa alma se aperfeiçoa e dá um passo para o nosso progresso, trocamos de

guia e aquele que nos vem guiar é mais adiantado que o precedente.

E. 295 – P: Muda-se de anjo da guarda?

R: Sim, mas é preciso progredir, e às vezes, pelo contrário, se o nosso anjo

da guarda vê que não seguimos os seus conselhos, nos deixa.

E. 521 – “Pouco apouco, e à medida que progredimos, mudamos de Anjo da

Guarda, até o dia em que formos livres, e que não precisaremos mais de anjo

guardião.

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“O único que não tem Anjo da Guarda (isto é: de espírito superior a Ele) é O

que é o Cristo. Acima Dele, não há nada. – Ele é o Espírito vivo, consciente, total, da

humanidade.”

“Pode-se progredir no mal como no bem, isto é: tornar a descer, em lugar de

lutar por subir”.

E. 138 – P: Podemos ver nosso anjo da guarda?

R: Quase ninguém, ou bem pouca gente, pode vê-lo. Aquele que possuir tal

dom, terá grandes contas a prestar, pois está dito nas Escrituras: “Muito deve dar

aquele que muito receber”. Tal pessoa jamais deverá deixar de fazer o bem, nem de

cumprir o seu dever. Do mesmo modo, é dever do rico dar ao pobre; é dever de

quem nada possui não invejar o rico, para que um e outro não faltem à caridade,

pois ninguém entrará no reino do Céu se não tiver a CARIDADE.

E. 294 – P: Por que temos anjos da guarda?

R: Se compreendêsseis o que é a alma, não faríeis essa pergunta. Imaginai

que tendes uma criancinha bem novinha. Deixá-la-íeis andar sozinha, ou poríeis

junto dela pessoas mais idosas para conduzi-la?

E. 298 – A Igreja diz que pondo-se uma fruta ruim junto das boas, far-se-á

com que apodreçam as boas. Não, ponde sempre os bons com os maus, porque

mesmo se colocardes num terreno uma semente má, ela poderá ficar esmagada se

não a cultivardes.

E. 147 – P: E o nosso anjo da guarda?

R: Eu vos atesto que, para mim mesmo, nunca lhe pedi nada e que apenas o

ouvi duas vezes: uma, para me dizer “sim”, em resposta ao que lhe pedia; outra,

para me repreender, limitando-se essa repreensão a uma única palavra “o senhor!”,

em vez de “tu”, que me devia ser sempre dito.

Com. 179 – Pelos Ensinamentos que acabamos de ver, tornam-se mais

luminosos também os precedentes. Compreendemos melhor o 24, pois quando

deixamos para amanhã, ou pior ainda “para outra oportunidade”, ou como tantos

preguiçosos: “então farei na outra encarnação!...”, acontece que os Seres angélicos

– ou de alguma outra espécie, mas que nos ajudam – que tinham vindo colabora

conosco, vão embora para junto de outras pessoas, isto é: das que estejam melhor

dispostas, menos incrédulas, menos preguiçosas ou menos presunçosas!

Creio que a pequena indicação que, como comentário apenas, terminei de

dar, ajudará para estudar e meditar os E. 125 e seguintes, até o 138 inclusive, nos

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quais o MEM torna evidente a escala: de seres angélicos, de funções e de modos

humanos que, correspondendo-se, cumprem coordenadamente a evolução, que Ele

ressalta ao mostrar, no E. 294, que somos criancinhas, de quem os Anjos cuidam e

protegem, especialmente na missão permanente que o E. 164 ilumina: graças a

eles, recebemos a força e a resignação, em troca de só um pouco de boa vontade.

Aliás, no próprio mundo sutil, acontece analogicamente a mesma cousa, como

verificamos pelo visto em 3 de novembro de 1957, sobre o riacho. V. 20 – O texto de quem viu e desenhou (a cores no original), diz assim: “Espécie de duende” ou “saci”, descia sobre uma folha cachoeira abaixo...Com uma única perninha... Dava a impressão de ser mais travesso que mesmo mau... Os gnomos mais velhos exerciam sobre ele uma vigilância constante, me pareceu que porque só sabia fazer travessuras de toda espécie…

Fig. 9

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Caberia perguntar-se, para um da via mental, se o duendezinho perdeu uma

perna por culpa de alguma travessura; mas, para um discípulo da via cardíaca, que

procura não julgar e, sim, agradecer, melhor será contemplar emocionado, a infinita

cadeia de ação entrosada, como uma sarva-engrenagem: tudo é roda dentada,

engrenando um ser no outro, um ato no seguinte, uma vibração na vizinha em lugar

ou densidade, etc....e compreender, por fim, Carolei! Que não é possível que os que

sentem ou podem ver, estas cousas, tenham um conceito bruto (oposto de sutil) da

existência humana, e nem da Vida Universal.

Estou-lhe ouvindo, Carolei: “E os que não vêem, nem sentem?” Esses,

Carolei, podem procurar: estudar, observar, experimentar, meditar e, se são

sinceros, os seus Anjos os ajudarão a crer sem terem visto, estado que o MEM

descreve como as mesmas Escrituras: feliz do que acredita, sem ter visto!

Aliás, o E. 298, foi citado por mim neste tema, por isso: se os Anjos – e outros

seres mais puros ou sábios do que nós – não aceitassem pôr-se junto das frutas

ruins que somos, que seria de nós, Carolei?

E, no ensinamento 147, o MEM nos dá uma tremenda lição, com a suave

sutileza que lhe era tão habitual: Ele nunca pediu para si; só para outrem. Mas, a

nós que somos muito pouca cousa, que somos criancinhas, é-nos recomendado

pedir aos Anjos, culto que devemos ter, ensinando-o desde a primeiríssima infância

às nossas criancinhas (que às vezes são mais velhas que nós!). E, medite, Carolei,

na “repreensão” do Anjo, que consiste apenas em por uma pequena distancia

verbal, ou manifestada pela forma verbal. Quando pudermos tutear e aceitarmos ser

tutelados por tudo e todos (como são parentes todos esses termos!)...como já

observei na primeira palestra com Você... estaremos bem perto de não mais precisar

de Anjo da Guarda!...Até então, teremos que ir aceitando, solicitando, percebendo

aos poucos e procurando conservar, o contacto com todos os Seres, mediante a

forma pura: oração, esforço, moral e entrega.

Com. 180 – Carolei: em temas futuros, deste livro, veremos muitas outras

espécies de Seres. Compreenderá, então, porque os Alquimistas, os Teurgos, os

Santos – e os reais Yoguis, no Oriente - nada fazem sem a veneranda colaboração

de todos os Servidores da Sua Vontade, nos diferentes níveis da existência formal.

Mas, para merecer do Céu tais lições práticas, creio que será necessário, Carolei,

fazer como este Gnomos da Visão 21, na qual ressaltam – do texto da própria

Vidente – duas evidências: uma, que ela, de Lajes, podia perceber o que, a 1.300

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quilômetros de distancia, acontecia. Isso graças ao laço que procurava formar com

seu Instrutor. Outra, que os Gnomos ao perceberem o Símbolo traçado, que para

eles é tão real como para os materialistas, um letreiro de gás néon, não perdiam a

oportunidade, como veremos agora:

V. 21 – O Mundo Encantado dos Gnomos (25-6-1957)

Texto da Vidente: No laço de ontem, com Swamiji, estando em intenso estado devocional, me

vi no Monastério – no recanto dos nossos Gnomos. Junto à emoção de ver ali também o corpo etérico de Swamiji (três vezes o tamanho do normal), lançando uma Benção, enquanto projetava o luminoso símbolo composto de um pentagrama inscrito num círculo. – para minha surpresa, vi 5 Gnomos aparecerem no símbolo, assumindo as mais incríveis posições. Eles faziam questão de colocarem as cabecinhas nas pontas da Estrela.

Quando mais Swamiji projetava Benção e Força, começavam a descer belos globos transparentes. O que mais me encanta nesses pequenos Seres, além da espontaneidade, é a expressão infantil que conservam, apesar de alguma idade. Faz lembrar a pureza e a inocência da infância... (Lajes, 26-6-1957. Sarah.)

Com. 181 – E agora, Carolei, conviria estudar os Ensinamentos todos, deste

tema, e procurar entender e sentir... por exemplo: a razão de ser, um Serafim, o qual

vem proteger e estimular o labor da época da Hora Amarga, “do que vem aí...”. –

Voltaremos a isso! N. 135

* * *

N. 135 Os Ensinamentos do tema “ANJOS E GUIAS” têm a seguinte origem: os de números: E. 819: de

Papus, em L’INITIATION, 1896, pág. 240; os 820 até 823, inclusive, são a tradução, com ligeiros comentários meus, que fiz de parte do ensinado pelo eminente Dr. Rozier, que fora Professor da Universidade dos Altos Estudos, em Paris, no tempo de Papus, que o considerava um “especializado no conhecimento do Mundo Invisível”. Tais Ensinamentos constam da sua obra – inachável hoje -, Les Puissances Invisibles, págs. 7 a 11. – O E. 824, é uma tradução, em forma de texto corrido, com algumas palavras de comentário, que fiz do quadro “Evolução da Vida”, que consta da obra do Sr. Leadbeater Los Espíritus de la Naturaleza (Barcelona, 1924). Os Ensinamentos que provém do MEM, nos foram transmitidos pelas seguintes vias: E. 3, E. 24, E. 96, são do M. P. – Das Sessões de Lyon temos: E. 125, 138, 147, 164, 251 (este só figura na 4ª ed. Francesa), 294, 295, 298 e 683: este último, da 5ª ed. Francesa. – O E. 521 provém da B. M. H., pág. 168. – E, não sei se mister é lembrá-lo: todas as visões de Anjos, do II e III volumes, assim como as de Gnomos, Fadas e demais seres do mundo sutil, são autenticas.

Fig. 10

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O Muito Excelso Mestre, OS GÊNIOS E OS EGRÉGOROS

E. 61 – Os gêmeos são enamorados que juraram fidelidade mútua e foram

separados. Tornam a encontrar-se.

Com. 181 – Em tudo quanto existe, divulgado até agora, pelo menos, do MEM

sobre o mistério da união das almas pelo Amor, só achamos esse Ensinamento, que

parece tão singelo e, no entanto, é chave de meditação ou compreensão de

fenômenos tão complexos e tão estreitamente relacionados, que me pareceu muito

útil dar algumas indicações...

Que estranho poder, Carolei, este: do amor e da fidelidade, que, quando

reunidos, vencem a própria morte e tornam a unir, acima ou por meio dos

fenômenos das novas encarnações, e através das licenças ou decreto que permitem

descer ao mesmo tempo, no mesmo lugar e lar, e num comum claustro materno!

Não estará aí oculto e deslumbrantemente exposto, um dos segredos mais

importantes, decorrentes dessa Revelação do Amor que Jesus fez?...

Negam-se a procriar inúmeras mulheres. Umas, para desfrutar da vida, sexual

e social, sem conceber e sem cumprir o elevado dever da Maternidade. Outras, por

sincera convicção, eventualmente, do perigo que há, dizem os sábios materialistas,

no crescimento demográfico e na futura falta de alimentos! Umas e outras, na

verdade, fogem da lei natural, como da Fé em que a Providência sempre deu e dará

alimento, às formas que permitiu virem à existência. Não o emocionou nunca,

querido Carolei, o papel social e místico dessas mulheres que, em número também

crescente, surgem por toda parte com gestações múltiplas: três, quatro, até seis

filhos ao mesmo tempo! Por um lado, parece um recurso da Natureza e do Céu,

contra essa rebelião, essa “greve dos ventres”, que o materialismo pôs em voga!

Mas, não haverá outra razão mais elevada, menos visível?: O espírito de

labor em grupo, não já em grupo subconsciente, como aquele que dirige às famílias

animais; senão em colaboração de almas, de corações, de mentes?...

Com. 182 – As “almas gêmeas”, teoria que encanta aos poetas e parece

preocupar a certos espiritualistas, não serão de diferentes espécies, origens e

magnitudes? Nesse divórcio quase sempre existente, ou pelo menos, nessa

desarmonia quase sempre ainda existente, em cada ser, entre coração e mente;

entre as duas partes de sua alma: a mental e a sensitiva ou emocional, não haverá

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uma mística boda a ser celebrada um dia, e para sempre? E como base e prelúdio

de outra, mais elevada e profunda, em que a alma e o espírito tornar-se-iam um?...

Com. 183 – Certos Gênios, em todos os sentidos que Você, Carolei, queira

dar ao termo: desde os que preocupam aos estudiosos de engrimanços, até os que

nos assombram pela sua precocidade musical, científica ou psíquica, não serão, em

certos casos pelo menos, a apresentação de um trabalho de equipe? Se o labor

mais elevado que um ser humano pode realizar – seja qual for, aliás, a Via escolhida

para lograr tal finalidade – é o de se unificar, pela harmonização de suas

componentes, não será o processo extensível a mais de um indivíduo formal?

Eu creio – em certo modo poderia dizer: sei – que um grupo de humanos que

se entendem bem; em todos os sentidos concebíveis e “vivíveis” do termo, tende a

formar tal Gênio, um de cujos modos de criação ou de existência constitui, também,

um dos modos e dos talhes (porque há muitos), de ser dos Egrégoros...misteriosos

seres, dos quais devo dizer alguma cousa, pois isso poderá ser muito útil aos que

meditem bem o tema.

Com. 184 – Em páginas reservadas a seu discípulo predileto Barão de

Spedalieri, o kabbalista Eliphas Lévi tinha dado para “Egrégoros” uma origem, ou

pelo menos uma explicação que, procurando comentar os mistérios do Livro de

Enoch, ou do Zohar, abordava os aspectos cósmicos do problema dos Egrégoros –

Deixarei de lado esses problemas, já que o MEM nos recomendava de cuidar “só do

próximo passo e do horizonte mais visível”. O nome “egrégoro”, de origem grega,

significa: aquele que vigia, que cuida. A interpretação que alguns, como o próprio

Lévi, deram, querendo fazer derivar do latim Eggregius e Gregorius, dois termos

que, unidos, dariam o sentido de “excelência sobreeminente ou supereminente e

coletiva”, está etimologicamente inexata, já que egrégoro leva uma só letra “g”.

Porém, como sói acontecer com as cousas divinas, os diferentes termos do linguajar

humano que se assemelham, entre si e à cousa considerada, dão muitas vezes

sentidos diferentes, de vários aspectos, ou de parte, do fenômeno em apreço...

Cada vez que falamos – e possivelmente isto aconteça com todo ser dotado

de som – criamos uma pequena forma viva. Tal criação dura pouco tempo, se suas

partes componentes foram geradas com fraca intenção e criadas com pouco vigor

anímico ou vital. Mas, existe certo tempo. E, como toda forma existente, atuam e

influenciam, no ambiente, lugar e raio, que lhes cabem.

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Daí, torna-se fácil compreender, Carolei, que cada vez que um grupo de

pessoas acha-se reunido, geram-se milhares de pequenos seres: vital-animico-

verbalmente constituídos. Se diferirem muito entre si, esparsos ficam, agem e

morrem. Mas, e se forem afins? E se forem até o ponto de se unirem, aglutinarem ou

fusionarem? E, se o Anjo Coletivo, isto é aquele “tipo” de Anjo que tal reunião

merece, necessita e tem, acha oportuno, ou recebe ordem superior, para animar,

proteger e incorporar a essa entidade-coletiva; não haverá ali uma espécie de

misteriosa boda entre: uma entidade artificialmente (?) – se pode haver alguma

cousa artificial neste cosmos!? – gerada pelos humanos e o Anjo, resultando desse

conúbio, um novo Ser, maior em talhe e mais complexo em organicidade?

Com. 186 – E, se por exemplo, um Grande Ser, como poderíamos considerar

a um Santo, um Mestre, um Revelador, etc. consegue constituir-se como Verbo

(idéia, ideal, finalidade divina ou superior), e tomar como Alma Psíquica, a um Anjo

que lhe serve, ou a um gênio que lhe obedece, e se, ainda, escolhe, na Terra, a um

homem (ou mulher) que se dedique, entregue, sacrifique, totalmente, a esse Labor,

e que constitui, por sua vez, o centro de atração e de união de muitas mentes e

corações, que se congregam, teremos então um Grande Egrégoro, do tipo chamado

“Descendente”, pois há dois tipos gerais de egrégoros poderosos:

a) os ascendentes, provocados pelos homens, que se unem para uma

finalidade qualquer, criam – mesmo sem o saberem – a entidade coletiva

(emocional-mental) e, muitas vezes, pedem e obtêm o apoio de uma entidade do

mundo chamado invisível e passam então a trabalhar “sob a invocação de...”

b) os descendentes, provocados quando um Ser Espiritual escolhe, como já

vimos, aos que irão colaborar: entre si e com Ele, para que a Graça Descendente

(esta a verdadeira razão da designação desta espécie de egrégoros) possa dirigir,

proteger e utilizar, à Comunidade Egregórica. Será muito útil, Carolei, estudar, sob

este ângulo de visão, as orações que escrevi para o Monastério Amo-Pax, na época

em que pensava-se poder obter, lá, um tipo de “labor egregórico”.

Com. 187 – Os dois modos egregóricos, ascendente ou descendente, têm em

comum algumas características, tais como:

a) quanto aos humanos: alimentam ao Egrégoro, por meio de todos os atos

de união, amor, preces e outros modos de ação, que sejam feitos com tal intenção e

que fortifiquem a comunhão ou comunicação entre os componentes do grupo: Isso

inclui, naturalmente, desde a franqueza, transparência, gentileza, até a necessidade

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de conhecimentos e posições interiores comuns, isto é: afins, semelhantes em

origem e finalidade. Uma das razões dos rituais, é de essência egregórica evidente.

b) O Ser humano – em certos casos um casal ou um grupinho muito íntimo,

porém geralmente é um ser só – escolhido pelo Invisível, é quem outorga, no plano

visível, a maior parte do esforço e da alimentação etérica, da vida egregórica. Por

isso é, que tais seres-eixos devem ser “poderosos”, em alguma das principais

modalidades em que – relativamente falando – um humano medíocre pode sê-lo:

– ou pelo poder anímico do entusiasmo e da dedicação até o heroísmo e a

morte, se preciso for (perigo: fanatismo);

– ou pelo poder mental do conhecimento, do discernimento e da eficiência

intelectual, etc. (perigo: orgulho, personalismo);

– ou pelo poder psíquico, que pode provir, ou de treinamentos especiais, ou de

algum tipo de ascetismo (perigo: unilateralidade);

– ou pelo poder da entrega, apoiada: ou na prece e na fé; ou numa confiança

sem complicações (perigo: dúvida e depressão).

c) Quanto aos que rodeiam ao ser-eixo, e além das condições que expus no

item a) evidentemente quaisquer discórdias entre eles, oriundas de ciúmes, de

obstinações em hábitos ou opiniões, etc. serão outros tantos modos de enfraquecer

o Egrégoro, na sua vitalidade corporal, já que, em resumo, os egrégoros são

constituídos de modo geral, por um corpo egregórico humano, um espírito (parte

intermediária, na linguagem do MEM), composto das preces e ideais dos humanos e

do Ser angélico ou astral; e de uma Alma Imortal constituída pelo Ente Espiritual

Diretor e pelo Decreto Imortal constituída pelo Ente Espiritual Diretor e pelo Decreto

do Plano do Verbo, que permitiu a constituição de tal Egrégoro, no caso de

empreendimentos de certa importância.

Todo Egrégoro age, depois que começa a funcionar como tal, em modo

múltiplo: proporciona, ao chefe ou representante visível, por meios muito diferentes,

todos os avisos, informações, medidas preventivas ou defensivas, oportunas para a

conservação do labor. Também exige os sacrifícios indispensáveis, que incluem:

desde os sofrimentos que tal representante, ou grupinho íntimo, deve aceitar para

compensar os erros de outros componentes, ou para absorver obstáculos externos;

até a eliminação dos humanos que formassem oposição, consciente ou não, à

finalidade livremente aceita. Conforme o grau de consciência nos opositores, a

eliminação vai: desde a separação do ambiente coletivo, provocando egressos,

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mudanças, etc., até a doença, e a morte aparentemente prematura ou que colhe de

surpresa...

Aliás, este panorama, tão mal conhecido por muitos, é ainda mais complexo

no que se refere às luta entre Egrégoros, que se iniciam no plano sutil e se

concretizam no visível. Mas, sobre isto nos calaremos, por ser terreno perigoso. O

que ficou dito é o bastante para se compreender diferentes fenômenos, como por

exemplo:

a) Que Lourdes, Aparecida ou Luján, são centros Egregóricos, nos quais os

milagres, são cousa natural, para quem conhece o mecanismo da Graça

Descendente...

b) Que, por isso, uma das razões de se procurar formar coletividades de

caráter espiritual ou devocional, é a de ter que opor, pelo menos no sentido de

compensar, de equilibrar, forças egregóricas do bem, à inúmeras facções

egregóricas do mal, constituídas pelos círculos ou modos associativos de viciados,

de materialistas, de ambiciosos, de violentos, de conspiradores, etc, etc....

Nesse misterioso ensinamento, cuja raiz vimos no milagre de Amor que torna

a unir aos enamorados que a incompreensão separara, está também a chave do

poder de um grupinho de almas que, realmente, se entendem bem e se entregam,

juntas e conjuntas, a um ideal e a uma Direção Superior. E, quanto mais pura a

intenção, mais elevada a Entidade Diretora, mais amplos poderão ser os

resultados... Porém, atenção: mais duras e categóricas, isto é, mais realistas serão

as exigências da vida egregórica, cuja base é a vida diária, instante após instante...N.

136

* * *

O Muito Excelso Mestre e OS ENVIADOS

Com. 188 – Já vimos em temas precedentes, Carolei, que o MEM ensinava,

como cousa certa, a vinda periódica de Enviados do Pai, munidos de Poderes, como

quando nos dizia que “quando passa um que tem a Vida do Pai, se pisar uma árvore

N. 136 O único Ensinamento reproduzido no tema “GÊNIOS E EGRÉGOROS” é do Manuscrito

de Papus. As páginas de Eliphas Lévi, aludidas, foram publicadas em janeiro de 1893, em L’INITIATION, págs.193 a 209 – No que se refere aos nossos comentários sobre os Egrégoros, e aos aspectos menos divulgáveis do tema, os nossos estudantes sérios e martinistas, poderão achar informações de interesse, na obra já citada do Dr. Rozier: Les Puissances Invisibles.

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seca, esta reverdece” (E. 66, pág. 59, II Vol.); ou que “os que vivem no Céu, já nada

sabem, mas a voz ligada a cada cousa lhes diz...” (E. 64, pág. 31, deste Vol.); ou,

ainda, que “os Enviados anteriores a Cristo, eram homens nos quais a faculdade de

lembrar fora parcialmente devolvida, etc...” (E.4, pág. 38, deste Vol.).

Iremos ver agora, novos pormenores sobre tal tema:

E. 356 – P: Teve o homem um começo?

R: Ele teve um começo, porém não terá fim. Há seres que, tendo existido até

a consumação dos séculos, deixarão o lugar aos que parecerão não mais terem

existido, e que quando os séculos se consumarem, virão retomar uma vida normal.

Não recuseis a luz. De longe em longe, tem vindo sobre diversos pontos do

globo enviados do Céu vos trazer a luz, e se a recusardes, das trevas menos densas

em que vos achais sereis mergulhados em trevas mais escuras.

E. 415 – Cada dois mil anos, aproximadamente, em períodos mais ou menos

fixos, aparece sobre a terra um Salvador, que é sempre perseguido. Os profetas

vieram anunciar o Messias e esses mesmos profetas foram os apóstolos de Jesus-o-

Perseguido.

E. 653 – Moisés, Jacó e Abraão, e todos aqueles que tiveram colóquios com

O Senhor, ouviam a Sua voz, porém não O viam, ou, pelo menos, o viam somente

através das últimas trevas; mas a grande fé deles permitia-lhes se contentarem com

tais visões fugidias.

E. 654 – Os enviados da Corte celestial só vêm em famílias pobres.

E. 825 – “...Os Messias, enviados aos diferentes mundos...constituindo todos

em conjunto apenas um só e mesmo Filho único do Pai Celeste...”

E. 826 – “...E não me foi permitido escrever os mistérios desta encarnação,

quando onze eleitos passaram pelo Sol para acompanharem Aquele que,

voluntariamente, tornava à Terra; e os onze chegaram ao Sol cinco anos após a

metade do século.”

Com. 189 – No E. 356, inicialmente o MEM mostra como, ao findar “um ciclo

de tempos”, a Humanidade que completou o progresso “mínimo exigido”, parte para

outro campo de ação, deixando o que ocupara às que – como atualmente ocorre no

interior da Terra – tinham desaparecido aparentemente, quando não puderam

acompanhar o ritmo exigido pela sucessão das eras...Esse preâmbulo explica a

frase: “Não recuseis a luz...” para que não vos aconteça o mesmo!

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Depois, outro ponto importante: de longe em longe, têm vindo sobre diversos

pontos do globo, enviados do Céu. É uma notável confirmação, muito útil para todos,

inclusive para os seguidores do MEM que só vêem Nele a Luz, quando Ele Mesmo,

já veio outras vezes, com outros Rostos; e quando Ele Mesmo nos ressalta que em

diferentes pontos nascem Enviados! Muito útil, também, como Lição do Imperador

do Mundo aos diferentes tipos de unilaterais e fanáticos! – E, o aviso reiterado: não

recuseis a Luz, pois o preço de tal recusa será trevas mais escuras...das quais nos

falava em termos de “milhares de séculos”, lembra, Carolei?

Após citar o ciclo, mais ou menos fixo de 2... anos para a vinda de um

Salvador: isto é, para cada Raça, que domina por esse período aproximado, o MEM

nos mostra aos Apóstolos como os próprios Profetas reencarnados. E, Quem melhor

do que Ele, para sabê-lo e proclamá-lo?

Também nos confirma a realidade dos colóquios entre O Senhor e certos dos

Profetas, a alude às “últimas trevas”, termo de sentido duplo: “ultimas”, antes de

chegar-se ao estágio da total iluminação, na qual “não mais véus...” separam da Luz

do Pai...; - e, “últimas”, antes da Vinda do Verbo, que inundaria de Luz as regiões

mais difíceis de atravessar, pela alma dos “Mortos” ou pelo olhar dos Videntes...

E, agora, Carolei, consideremos algumas das características inconfundíveis

dos Enviados do Pai: nascer em um lar pobre; fazer parte do que o MEM chamava

“a Estrela”, o que Michel de Figanieres, no E. 825 nos mostra significar: “todos parte

de um mesmo Filho único”. E, na “Encarnação do Eleito” (E. 826) se nos diz que

onze eleitos chegaram ao Sol, em 1855, rumo à Terra na qual encarnariam, para

apoiar a Missão do MEM, evidentemente.

Ora, Carolei, como estou “um pouquinho cansado”... de ouvir tanta gente que

nada faz que signifique real sacrifício, e que nenhum poder manifesta, proclamarem-

se a si mesmos “reencarnação do apóstolo tal ou qual”, achei oportuno reproduzir a

vida de um dos onze, para Você ver, Carolei, que, quando alguém é, de fato, um

Eleito, deixa provas disso. Os demais, podem ser “homens secundários”, como diz

Michel de Figanieres, e até muito úteis, porém não há como enganar-se. Espero que

a historieta que segue, que é muito rara de se achar, esclarecerá o ponto:

H. 21 – Vida e Morte de “Um dos Onze” “Desde dois meses, a cidade de Dênver, a pérola do Colorado, estava em festa. Centenas de

milhares de peregrinos, lá chegavam, vindos de todos os recantos da América, acorrendo à casinha do honorável Mr. E. L. Fox, Conselheiro Municipal, que hospedava a Francisco SCHLATTER, “o

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maior taumaturgo do nosso século” – diziam os jornais americanos (que ignoravam a existência de M. PHILIPPE) nesse ano de 1895.

“De onde vinha Schlatter? – Francês, nascido na Alsácia em 1855, chegou um dia na América, onde trabalhou nos mais diferentes ofícios, especialmente de sapateiro. Certo dia, “acordou iluminado”. Sem chapéu, de pés no chão, percorria os vários Estados americanos, dizendo ser enviado do Céu. Pregava o amor a Deus e a paz às almas. Posto na cadeia, seguiu pregando. Os demais prisioneiros, debochando inicialmente, convertem-se logo. Apenas coloca a mão sobre alguém, cura-o!

“Liberado da prisão, vai para o texas. Vestido de modo raro, cabeça descoberta, com seus longos cabelos e seu rosto delicado de Iluminado, atraía as multidões. Os exaltados diziam ser Elias ressuscitado.”

“Mas Schlatter, sem fazer caso dos dizeres de seus contemporâneos, advertia-lhes:” “Prestai atenção e vinde a mim, que sou apenas um simples enviado do meu Pai Celeste”.

F. 36 – Francis SCHLATTER – um dos Onze Eleitos

“Curava a todos os incuráveis. Trancado num manicômio, em Throckmorton, soltam-no ante

as curas feitas. Segue para a Califórnia. Rodeado de veneração, atravessa também as aldeias

mexicanas. Faz chover milagres sobre os doentes, abençoa as crianças, chega por fim a São

Francisco, em dezembro de 1894. Sempre a pé, cabeça descoberta, atravessa os desertos de

Mohave, chegando em março de 1895 em Flagstaff, pregando e curando. Trabalha de pastor, quando

necessário (pastor de rebanhos). Prossegue a viagem penosa, agora já entre os índios também.

Torna-se amigo, em cinco dias de milagres, feitos junto ao chefe da tribo dos Navajos.

“Em 15 de agosto está em Albuquerque; em setembro chega a Dênver, cidade na qual ficará

mais tempo, recebendo real apoteose de todos: povo, autoridades, jornais, pobres e poderosos, pelos

incríveis milagres que operava. Sempre dizia:”

“Eu nada sou; mas meu Pai é Quem tudo é. Tende fé Nele e tudo irá bem”.

“E ainda lhes dizia, quando insistiam em saber de seus poderes:”

“Meu Pai substitui tão facilmente um par de pulmões doentes, como nos cura dos

reumatismos ou da rouquidão. Basta Ele querer, e o doente torna-se são, e o são fica doente. –

Perguntais-me em que consiste a minha força: Ela nada é, a Sua Vontade é tudo!”

“Certo dia, que alguns milhares de pessoas o seguiam, Sclatter vira-se para um homem e lhe

diz; com um tom de violência que chocou à multidão:”

“Sai! Sai e abandonai Dênver, porque sois um assassino”.

Fig. 11

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“E o homem sumiu. A multidão assombrada, ouviu Schlatter declarar que:” “não está em meu

poder curar aos que são maus”.

“A fé em Schlatter, e sua fama, foram tais que a Cia. da Estrada de Ferro Union Pacific

Railway, mandou certa vez afixar em todo o país, uma comunicação dizendo que: “aqueles de seus

funcionários que, com toda a família, desejassem consultar a Schlatter, receberiam imediatamente a

respectiva licença para fazê-lo”. E nessa mesma época, o Omaha World Herald relata o espetáculo

grandioso de milhares de homens, mulheres e crianças, de todos os níveis da administração dessa

ferrovia, indo pedir perdão de seus pecados e voltando curados.”

“Os jornais ingleses fizeram-se eco do acontecido, e muita gente ia da Europa até Schlatter.

Relatar as curas de generais, altos funcionários, de doentes tais como: surdos, cegos, paralíticos,

pulmonares, encheria páginas. Bastava mandar luvas a Schlatter. Ele abençoava-as e os que as

recebiam ficavam curados desde que se arrependessem. Nunca aceitou um único ceitil, mas em

compensação, montanhas de luvas chegavam pelo correio...”

“Há documentação provando que Schlatter curava de 3 a 5.000 pessoas por dia. Encostado

numa espécie de carteira escola, da qual pregava, Schlatter estendia ambas as mãos, abençoava a

multidão e curava. Todos partiam com a paz na alma. E, Certa vez que insistiam em lhe dar

“dólares”:”

“Dinheiro? Que quereis que faça com isso? Não me dá meu Pai tudo quanto necessito?...Não

há maior riqueza do que a fé; ora, eu creio no meu Pai, com toda a minha fé ardente!”

“E, num 13 de novembro, Schlatter desapareceu, deixando para Mr. Fox um recado (do qual

possuímos a fotografia) que diz assim: “Mr. Fox: My mission is finished. Father takes me away. Good-

bye. November 13th. Francis Schlatter”. – Ou seja : Mr. Fox: A minha missão terminou. O Pai me

chama. Saúdo-o. Francis Schlatter, em 13 de novembro”.

E, conforme notícias da época, no New York Journal: “Schlatter, o divino curador, está morto.

Seu cadáver foi achado nas montanhas do norte do México; junto a ele estava a sua Bíblia, a única

ajuda de que serviu-se para produzir os milagres, que milhares de pessoas podem testemunhar.

Sabe-se, com certeza, que morreu de fome; aliás, antes de desaparecer, tinha declarado sua

intenção de jejuar por quarenta dias, como Seu Mestre.

“Em 29 de maio de 1896, um jovem vaqueiro mórmon, passando a umas 25 milhas da Casa

Grande, viu, dependurado de um velho carvalho seco e solitário, um selim, umas rédeas e um

chapéu. Chegando lá, viu o esqueleto já branquinho de um homem, deitado sobre um cobertor, em

postura muito natural. Sobre os ossos: nem roupas, nem carne. O crânio brilhava ao Sol. O esqueleto

descansava de costas, com a mão direita sobre o peito, a esquerda ao longo do corpo. O joelho

direito encolhido; a perna esquerda alongada. Tudo indicava paz, como se tivesse morrido no sono

ou na prece. Perto dele, a sua varinha de cobre, de uns três pés e meio. Junto à árvore, debaixo de

um atado de roupas, uma Bíblia e duas agendas. Na capa interior da Bíblia: o nome de François

Schlatter e um endereço: Clarence S. Clark, Dênver, Colorado. Os restos foram, posteriormente,

fotografados. Os ossos enterrados ao pé da árvore. O cobertor queimado. A última vez em que

Schlatter foi visto vivo, em Loudsburg (New México) ia montado num cavalo cinzento. Perguntaram-

lhe aonde ia. Com a sua vara de cobre, assinalou para o México...”

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E, Carolei, as últimas palavras sobre Schlatter, são as que Papus, naturalmente com

assentimento do MEM PHILIPPE, escreveu:

“Curar a catarata, fazer os surdos ouvirem, reconstruir pulmões perfurados pela tuberculose,

são fatos que não se explicam por qualquer ação sobre a imaginação dos doentes!”

“François Schlatter era um iluminado, e diremos, apenas para OS QUE SABEM, que este

homem, obscuro pelo seu nascimento e sua posição social, era, não obstante, um dos onze que

passaram pelo Sol, em 1855...”N. 137

* * *

O Muito Excelso Mestre e “OS TRÊS ENVIADOS”

E. 427 – Bou Amama dizia dele que há três Mestres sobre a Terra e que ele é

o primeiro deles.

Com. 190 – Esse ensinamento, que provém do Manuscrito de Papus,

figurando na quarta e quinta edições francesas, sem o menor comentário, ficaria

assim pouco compreensível para Você, Carolei. Vamos procurar dar algumas

indicações...

Papus, verdadeiro iniciado amplo, pertencia ás mais variadas seitas, inclusive

a algumas muito elevadas e secretas. Entre estas últimas, estava a dos Sufis, da

qual ele era Membro muito estimado, não somente pelo seu valor como mago e

como místico, mas também pela ação que, tanto pelas suas revistas, como pelas

suas relações e atividade pessoal em inumeráveis ambiente, desenvolvia em favor

da liberdade de todos os povos. – Era o que hoje se chama um “anticolonialista”,

como somos todos nós, que compreendemos que cada ser e cada povo deve ter

direito a evoluir livremente. Apoiado, ajudado, quando oportuno, mas nunca ao preço

de ser, ostensiva ou subreptamente subjugado ou explorado. Mais cedo ou mais

tarde, aliás, os países “colonialistas” pagam caro seu erro de querer dominar, e

conservar dominados, os povos aos quais inicialmente tinham prestado alguns

serviços de ordem cultural e outras.

N. 137 – Os Ensinamentos do tema “OS ENVIADOS”, têm por origem: E. 145 e E. 356, são das

Sessões de Lyon, constam da 4ª e 5ª ed. – os E. 653 e 654, são de “Fontes Diversas”, constando da 5ª ed. Francesa. – E. 825: são palavras de Michel de Figanieres – tomo I, pág. 91. – E. 826: ver “A Encarnação do Eleito”, últimas linhas, pág. 54 do I Vol. – Tudo que se refere a François SCHLATTER, é resumido por nós, de: um artigo de oito páginas, com notáveis pormenores, que Papus publicou em L’INITIATION, Vol. 30, ano 1896, pág. 261 a 269; e de outro artigo, que Phaneg publicou sobre a morte de Schlatter, no volume 36, de 1897, da dita Revista, a págs. 85 a 87.

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Isto, que nada parece ter a ver com o tema que nos ocupa, é no entanto o

que explica as relações de profunda amizade pessoal, e iniciática, que Papus tinha

com Bou-Amana, chefe místico, que no mundo externo e diplomático era

considerado como um agitador. Mas, para quem conhece o sentir do Islão, é claro

que todo mokkadem (pregador), e mais ainda no setor senufista, luta pela

independência, já que a “guerra santa” nunca está totalmente detida, no ambiente

árabe onde o fervor religioso e a rebelião contra todo domínio alienígena, são

inseparáveis.

E a importância que Papus dava, á opinião, ou melhor: ás revelações da

Tradição Secreta, vinda dos Sufis, pela via de Bou Amama, podemos vê-la nesta

afirmação dele:

E. 827 – “Existem sempre sobre a Terra, segundo uma tradição secreta três

destes enviados do Pai; quer estejam encarnados juntos, quer estejam agindo cada

um em plano diferente, pouco importa. Cada um desses enviados tem um caráter

especial. Aquele de Quem o nosso coração permanece saudoso, pelas palavras

vivas que nos ensinou, chamava-se “o mais velho espírito da Terra”; Ele tinha poder

especial sobre o raio, que obedecia a seus pedidos e, igualmente agia sobre o ar e a

água, etc...”

Com. 191 – Assim, Carolei, esta afirmação de Papus, deixa em aberto uma

série de perguntas, que irão formar parte do que assinalei quando falei “nos muitos

mistérios que ainda rodeiam a Personalidade e missão do MEM PHILIPPE”.

Efetivamente, quem puder responder a estas perguntas, ou, simplesmente,

quem tenha estudado e meditado os problemas que configuram, que apareça. Será

interessante colaborar, por exemplo, sobre:

Quem eram os outros dez, que com Schlatter formavam os “onze”?

Cada um dos três Enviados, traz sua corte de onze; ou só o MEM tem onze e

os outros têm menos?

Os Três Grandes, que “apresentam um caráter especial”: em que diferem?

Cardíaca, Mental e Sintética; ou: Ação, Devoção, Conhecimento? Ou: para cada

Raça, das três que ocupam os lugares de avô, filho e neto?

Ou, em continentes e – ou – Planos diferentes. Que Planos?: no sentido de

planejamento, ou no sentido de setores diversos, da organização universal, como

por exemplo: físico, astral, mental ou celeste?

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Poderá haver algum dos três, como Sri YUKTESWAR (Giri), que, “por acaso”

nasceu, também, em 10 de maio de 1855?: e que tantos pontos de contacto, em

caráter, em métodos, em vida pessoal, em respeito pelas leis do mundo, em curas e

ressurreições (embora menos extensos seus Poderes, aparentemente) apresentava

com o MEM?

E, lembremos que Sri Yukteswar veio realizar a missão de divulgar a YOGA

CRÍSTICA, e que sua única obra escrita, pequena, aliás, é sobre a concordância

entre o Bhagavad Gitâ e o Evangelho de São João (o do Verbo)... – Lembremos que

a raiz espiritual de Yukteswar é Babaji, “um Avatara Crístico”. É Babaji “um dos três”,

e Yukteswar, um “dos seus onze”?...

Creio, Carolei, ter aguçado e estimulado suficientemente a sua curiosidade, e

– assim o espero – também a sua veneração, para que o tema dos Três Enviados

do Pai, que sempre há sobre a terra o preocupe, ma que também lhe dêem

confiança e esperança; e Fé, em que os seus esforços, por pequenos que sejam, e

os de todos os Servidores do Verbo, em todos os níveis, têm a Proteção de Um dos

Três, segundo o Modo e o Plano, em que cada um preferentemente atua.

E, pode tornar a ler e meditar, também, as palavras de Michel de Figanieres,

que confirmam tão notavelmente as de Papus e as da Tradição Secreta Sufi, de Bou

Amama...N. 138, e que podem ser achadas no primeiro volume, ás páginas 89 e segs.,

nas quais fala do Homem perfeito, das regiões do Grande Motor, e o aponta como o

Principal...

* * *

O Muito Excelso Mestre e OS APÓSTOLOS E PROFETAS

E. 40 – Os apóstolos eram antigos profetas, mas não o sabiam. Judas era o

mais adiantado dos apóstolos; ele caiu por orgulho. Seu crime ainda não está

perdoado. Os apóstolos partiram, em 1856, do lugar em que se encontravam e

vieram encarnar sobre a terra.

E. 767 – É por modéstia que João Batista dizia não ter sido Elias.

N. 138 - Os Ensinamentos do tema “OS TRÊS ENVIADOS” provêm: o E. 427, do Manuscrito de Papus.

Mas suas palavras, do E. 827, que podem ser lidas a pág. 47 do I Vol., foram já divulgadas antes, por Papus mesmo, em obras precedentes. – Notícias sobre o misterioso Bou Amama, que foi “mokkadem” antes de tornar-se importante personagem, mística e nas atividades das Sociedades Secretas Muçulmanas, podem achar-se na pista que começa com uma referência a pág. 445 do Vol. N. 6 (ano 1889), de L’INITIATION. Dados sobre Sri Yukteswar Giri, consultar Autobiography of a Yogi, pág. 106 e segs.

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Com. 192 – Com os dois ensinamentos acima, Carolei, começam a ficar

respondidas algumas das perguntas, que formulei no tema precedente. Por

exemplo: se os apóstolos partiram em 1856, do lugar em que se encontravam, para

reencarnarem-se sobre a Terra, então Schlatter e outros, nascidos em 1855 ou

antes, não fazem parte dos “Doze”, embora possam ter feito parte dos “onze” que

seguem aos Três...

Outro aspecto; o MEM afirma, com notável familiaridade, tudo quanto

concerne aos apóstolos e aos profetas. Mais tarde haveremos de ver que Ele foi um

dos Profetas. Teria sido, também um dos Apóstolos? É cousa que estudaremos ao

falar, adiante, das eventuais encarnações, passadas e futuras, do MEM... Mas,

desde já, conviria ir notando que Ele, embora sem muito pormenor, sempre fala em

determinados personagens.

Sobre o talhe espiritual dos Apóstolos – e daqueles dos profetas que

haveriam de ser Apóstolos, mais tarde; e não são todos os Profetas – veremos

alguns ensinamentos que Chapas dava a Michel de Saint-Martin, naturalmente

comentando o que recebera do próprio MEM:

E. 606 – “...Judas, deveríamos deixá-lo de lado, isto é, fora de toda

apreciação, pois que: seja qual for o seu crime, ele nos supera como talhe, não

sendo um homem comum... se o julgarmos, estaremos expostos a que nos peçam

conta disso, e até a trairmos um amigo...observe-se que nos Evangelhos não há

uma só palavra de ódio a seu respeito...

Os Apóstolos que rodeavam ao Cristo, não pertencem à nossa humanidade.

Que são Eles? Pouco nos importa isso por agora. São diferentes de nós e não Os

devemos julgar. Entretanto, o próprio Cristo disse “Não vos escolhi eu, a vós os

doze? e um de vós é um diabo!” (João VI, 70). E ainda disse O Senhor: “Eu, vos

escolhi...” “Manifestei Teu nome aos homens que do mundo me deste; eram Teus, e

Tu mos deste e guardaram Tua palavra...” “...e o mundo os aborreceu, porque não

são do mundo, como eu não sou do mundo”. (João, XVII, 16, 6, 14.)

Com. 193 – Isto nos mostra, Carolei, que os Apóstolos pertencem ao Mundo

Divino, não à nossa raça, nem ao nosso mundo. São Homens Livres, que voltam,

sempre em posição obscura, aceitando um destino que não é Deles, senão que o

carregam voluntariamente para nos ajudar, a exemplo do Senhor...E, relacionando

os Apóstolos com seu passado de Profetas, o MEM nos aponta isto:

E. 753 – Moisés, Elias, João Batista eram profetas verdadeiros.

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E. 627 – Proximamente, haverá fazedores de milagres por toda parte, na

França e no estrangeiro. Obterão fenômenos muito atraentes: Cuidado!

E. 628 – Dentro de pouco tempo virão homens que semearão uma pevide de

uva; logo germinará, crescerá uma parreira que dará frutos: tudo isso em poucas

horas. Não sigais a essa gente; serão dos falsos profetas que virão para vos seduzir.

Assim, Carolei, está Você avisado: onde há faquirismo, ioga corporal

somente, fenômenos de materializações e cousas desse estilo, o MEM já disse: c u i

d a d o! – Mas, onde houver profetas que lhe exigem esforço moral, humildade,

entrega à Divina Providência, e amor ao semelhante, sem mexer com os mortos

nem com os poderes físicos tecnicamente forçados, então há um Caminho... de

valor.N. 139 Tornaremos,, aliás, a falar dos Profetas e de sua diferença em relação a

outros pregadores e instrutores, quando chegarmos ao tema das Profecias.

* * *

O Muito Excelso Mestre e A ALMA

Com. 194 – Espero que este tema irá requerer poucos comentários, tal a

abundância dos Ensinamentos, que se completam e esclarecem, mutuamente.

Entretanto, acho conveniente ampliar, aqui, o que procurei ressaltar, no Com. 62 (a

pág. 95 do II Vol.): o MEM PHILIPPE usa sempre o termo ALMA no sentido de

partícula ou chispa divina, imortal; e, “espírito”, para designar a parte intermediária

entre o corpo e a alma, ou seja o conjunto que, em outros vocabulários, seria

“animus” .N. 140

N. 139 – Origem dos ensinamentos do tema “APÓSTOLOS E PROFETAS”: o E. 40, vem do

Manuscrito de Papus, com texto que figura no I Vol., a pág. 95, igual ao da 4ª ed. Francesa, pág. 104. – Para assombro nosso, na 5ª edição francesa é um dos truncados, em modo que lhe tira sua parte mais transcendental, razão pela qual não o citamos. – Os E. 627, 628, 753 e 767, são de “Diversas Fontes” e figuram na 5ª ed. Francesa. Os componentes do E. 606, provêm de trechos das páginas 148 e 176 do livro Revelations, já citado.

N. 140 – O MEM usa: Alma – Espírito e Duplo Etérico, mais o Corpo físico. Os ocultistas puseram-se de acordo, posteriormente, para usar: Corpo físico, Alma intermédia e Espírito imortal. Nisso, há choque com os teólogos, pois que os mais esclarecidos, partindo de S. Paulo (1ª.Epistola aos Tessalonicenses) usam: de baixo para cima: Anima: que preside à vida do corpo (isto é: vital, etérico e subconsciente vital). Animus (alma animal dos ocultistas), que dá a consciência comum, e inclui até os homens de Santo Agostinho, os de São Benedito que inclui a inteligência e a vontade. E, Spiritus propriamente dito (psíquico-espiritual e “supramental” no aspecto consciência) e cuja essência é um amor espontâneo: do belo, do real e de Deus.

Nisto, os católicos lucrarão muito em ler as explicações que o Superior de um Convento Carmelita dá, com o pseudônimo de “Yogin du Christ”, em sua obra LA VOIE DU SILENCE: Experiência de um Monge numa Yoga Cristã, livro que tornou adotada por conventos católicos a ioga, para obter a contemplação.

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É interessante lembrar, Carolei, que há certa correspondência entre estes

termos, na comparação do homem e do Universo: Deus-Natureza-homem; é: Alma-

Espírito-Corpo. Isto, tornando a usar Alma como parte divina, na linguagem adotada

pelo MEM e que prevalecerá em todos os Ensinamentos que seguem.Neles, ver-se-

á também a similitude inevitável – e maravilhosa a meu ver – de conceitos e de

imagens, que o MEM contemporaneamente, o místico Louis-Claude de Saint-Martin

(a quem o MEM, cita nominalmente, aliás – cousa raríssima Nele!), e os Mestres do

Zen, usam; a mesma comparação, ao falar, com a mesma poesia, do Vento, como

imagem da Vida, do Sopro de Deus animando tudo, e da própria alma...Vejamos:

E. 173 – O nosso ser compõe-se de três partes distintas: a alma, o

“perispírito” ou invólucro do corpo, e o corpo. Pode a alma, às vezes, embora não se

perceba, estar ausente, sem que o corpo sofra com isso.

E. 614 – A alma é um sopro de Deus. Mas não podemos saber o que ela é,

pois os próprios Anjos o ignoram...

E. 174 – P: Foi a alma criada?

R: Sim, ela foi criada, mas é eterna, já que emana de Deus, de quem é uma

centelha; quando apraz a Deus, ela pode tomar corpo.

E. 186 – P: Foi criada a alma?

R: Sim. Bem gostaríeis de saber de onde vem, onde está ela, para onde vai.

Como sopra o vento, e aonde vai? Sabeis que Jesus dizia aos seus discípulos: “Eu

não posso responder a vossas palavras, porque não estaria ao vosso alcance.” O

que dizia a seus apóstolos não estava ao alcance dos seus discípulos. Como

quereis que vos responda? Não podeis compreender estas cousas, já que as

elementais são indigestas ao vosso estômago. Seria preciso ter materiais. Esses

materiais são de amar ao próximo como a si mesmo. Até hoje, vos pedi todos os

vossos esforços para que não faleis mal de ninguém, para amardes ao semelhante

como a vós mesmos. Agora, vos peço, não somente que façais esforços, mas que

ameis ao vosso próximo como a vós mesmos e que não faleis mal dele. Então

muitas cousas vos serão desvendadas, e pelas experiências que o Céu tem

permitido se ver aqui, bem podeis fazer alguma cousa. Os que aqui estão – e isso

me alegra – têm inteligência, porém aqueles dentre vós que pudessem dela carecer

tê-la-ão a partir de hoje.

E. 518 – O conhecimento da alma nos é negado porque, para a maior parte

dos seres, seria uma tentação para a covardia, e a preguiça. Devemos lutar,

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100

trabalhar, sofrer, para aplainar o nosso caminho, para subir. E, esse caminho, que é

o nosso, é também aquele pelo qual deve passar o Senhor. Por tal razão está

escrito: “Aplainai o caminho do Senhor”. Ora, o saber prematuro, seria pesada

responsabilidade e um perigo para o homem.

E. 314 – P: Quem é o dono na Terra, o corpo ou a alma?

R: É o espírito que faz agir o corpo e fala à alma.

E. 20 – A alma é um sopro, uma parcela de Deus que não pode pecar. É o

espírito, portanto, que peca com ou sem o assentimento do corpo.

E. 315 – P: Sim, mas qual manda no outro?

R: Não nos estenderemos mais longe, pois não queremos entregar o nosso

segredo. Que vos baste aprender a amar ao vosso semelhante e tudo quanto

pedirdes vos será concedido. E quando estiverdes sofrendo, que o vosso

pensamento se dirija a mim, eu pedirei a Deus por vós.

E. 616 – O corpo gira em torno da alma como a Terra gira em torno do Sol.

Com. 195 – Quão belo é, Carolei, ver ao MEM ensinar que o material de

progresso da alma, é o amar ao semelhante, e Ele, no mesmo instante, faz as almas

presentes progredir, dando-lhes a inteligência das cousas espirituais, mediante: uma

dádiva do Seu amor, e uma Prece da Sua própria alma! – Creio que isso ilumina, em

certo modo, o que seja a alma, essa esteira de luz pela qual O Senhor há de passar;

e que tão certo é tal destino, com o correr do tempo, que tal certeza prejudicaria aos

que não podem (ou não querem), entender que o esforço é a lei! E, mais ainda: o

esforço por amor coletivo. Que lição disso dá o MEM ao prometer: que o vosso

pensamento se dirija a mim, eu pedirei a Deus por vós. Será que a nossa alma não

pode, esforçando-se, aprender a fazer o que o MEM? – Claro, que isso leva tanto

tempo que, o corpo não só vai girando ao impulso da alma, senão que gira em

revoluções, ciclos, que são existências – ás quais chamamos encarnações – para

elaborar A Vida na, da, com, a alma...

Nem todas descem nas mesmas condições:

E. 617 – Antes que a alma se encarne, “se” lhe mostra, durante três dias (se

ela for muito corajosa) todos os acontecimentos que deverá passar na vida. Mas, se

ela for medrosa, não “se” lhe mostra nada. Efetivamente, muitas vezes recusaria

viver. Muitos abortos são devidos a essa percepção consciente das dores futuras, e

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101

à negativa da alma em vir para este mundo. É, aliás, um mau cálculo, pois é preciso

que, mais cedo ou mais tarde, isso seja. – Pospor os aborrecimentos para mais

tarde é um método ilusório e, até, muitas vezes pouco hábil.

Os que já entreviram sua existência futura, são almas de elite e já perto de

ficarem marcadas no “Livro de Vida”. A viagem de três dias através da vida é um

signo dessa Iniciação. Cinco ou seis anos antes de sua encarnação, a alma já sabe

onde irá morar e quanto tempo haverá de passar na Terra.

E. 618 – Uma alma vale mais do que todos os bens da Terra.

E. 522 – O número das almas é limitado; um nascimento exige uma morte. Há

muitos seres considerados como vivos e que já estão mortos; velhotes recaídos na

infância, por exemplo. Sua alma já está utilizada em outra parte.

E. 523 – Muitas vezes, um mesmo espírito anima a dois corpos.

Com. 196 – Mas o esforço não é aceito senão pelos fortes; pelos que já foram

temperados. E tal têmpera começa sendo involuntária, como nos mostra o E. 617, e,

quando preciso, compulsiva, já que o que tem de ser feito, o será. Pospor é covardia

inútil.

Em cada universo, cada planeta, cada era, um certo número de alma labora.

Assim numa família: se queremos salvar o neto, morrerá o avô. Se ninguém na

família é bastante “grande” para salvar essa alma, será preciso “desencarnar”

alguma equivalente, fora, como no caso que Chapas recusou... – As almas que já

deixaram um corpo que parece vivo, é fenômeno fácil de observar pelos que sabem

diferenciar as manifestações vegetativas e de rotina, das outras; mas, quem nunca

obteve ou procurou fazê-lo em si mesmo, como poderia ter certeza de localizá-lo em

outrem? Assim, o distinguir quando dois corpos são movidos por alma gêmea ou

espírito-duplo. – Dá-se, até, o caso dos dois corpos não habitarem no mesmo lugar,

embora eles sejam uma morada só.

Condições para descer, atuar e progredir

E. 2 – As almas foram criadas todas, ao mesmo tempo; todas elas não

desceram, porém, ao mesmo tempo; a criação dura sempre. Fomos criados antes

que os animais o fossem, mas eles nasceram antes de nós. Quando todos os seres

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102

da criação forem reconduzidos a Deus, estando determinado o trabalho, haverá

outra criação.

E. 44 (parte) – Nas raças humanas, como no universo, os seres podem vir

desempenhar o papel de cometas e trazer uma esperança ou um exemplo.

E. 543 – O número das almas que nascem é contado.

E. 544 – Nas famílias numerosas, sempre vem um ser que soergue a família.

E. 550 – Não devemos julgar a ninguém. Em seu sono, sobre outro planeta, a

alma de um grande ser viu a nossa Terra.

Fora levada pelo seu anjo. Ela disse: “é um paraíso”. Pediu ao Céu para

poder ir para lá. Como ela provinha de um planeta muito inferior ao nosso, logo que

tal criancinha pode, cometeu assassinato. Ao condená-la, possivelmente estamos

carregando ao ser mais adiantado de sua raça.

E. 615 – O juízo da alma se faz perante um acusador (nosso anjo mau) e um

defensor (nosso “anjo da Guarda”) que é o Amigo do qual fala Saint-Martin.

E. 308 – Ignorais que Deus, na sua glória e total bondade, deixou almas no

mais profundo das trevas, e que após a morte pode-se sofrer os mesmos

sofrimentos que antes? Pois bem, a miúdo, essas almas, deixadas às trevas, e cujo

corpo tem acessos de raiva, vêm procurar outras almas durante o sono. Só um raio

de luz pode aliviar e penetrar até lá. Tendes compreendido?

– Todos os presentes dizem: Sim.

– Pois bem, eu vos digo: não, não tendes compreendido, e se tivésseis

compreendido, estaríeis obrigados a amar ao vosso próximo como a vós mesmos.

Seria a perfeição, e a perfeição não é deste mundo. Eu não sou mais perfeito que

vós; não sou eu quem faz estas coisas, é alguém invisível que manda. Não tendes

notado que às vezes, quando faço experiências, dizeis-me: “Ah! Faça tal cousa!”

Pois bem, é simplesmente porque essa experiência estava escrita e devia ser feita e

mandada de antemão.

E. 309 – Fazei o bem. Prometei-me amar ao próximo como a vós mesmos. Então

podereis pedir a Deus o que quiserdes. Ele vos ouvirá. Neste momento peço a Deus

que vos conceda força e luz. Alguns de vós ireis muito longe.

Com.197 – Como no tema dos Anjos e da Evolução da Vida, vemos aqui que as

almas mais simples – animais no caso – descem antes, para usar as formas que já é

possível fazer com a matéria da era. Assim também, salvo os Precursores, Profetas

e Missionados, as almas mais elevadas da turma anterior, que ainda têm alguma

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103

cousa a fazer numa era, descem posteriormente às menos evoluídas. – Por isso,

terminado o trabalho de uma, há outra criação. O modo e nível, formas e ambientes

diferem, só. O trabalho é sempre o mesmo: outorgar a consciência da bem-

aventurança, diria o Mangala Gayatri; em ocidental, diríamos: ampliar o número dos

Obreiros conscientes do Espírito Santo.

Numa raça ou família numerosa (que analogia poderia haver entre raça e filho

único e mimado?), as possibilidades de esperança, soerguimento ou exemplo,

cumprem-se pelos cometas. Por isso é contada cada alma: aonde vai; em que raça,

país, família, lar e corpo. Belo exemplo de relatividade e responsabilidade, nos dá o

E. 550! – Todos vivemos, morremos, somos julgados e continuamos, solicitados por

representantes dos momentos evolutivos que nos precedem e nos seguem.

Regeneramos a um deles em nós, e realizamos o nosso progresso em o outro. – O

raio de luz, de que fala o E. 308 forçado, consciente e desinteressado. Ficou mais

clara, Carolei, a resposta do MEM? Que mostra, também, que ninguém deve atribuir-

se mérito nem iniciativa, pois em ambos os casos há inspiração, proteção e direção

superiores: outra vez o que pedimos nas Orações que lhe recomendei estudar,

meditar e ... usar!N. 141

O Muito Excelso Mestre e O DIABO

E. 105 – O Diabo é muito poderoso e ouve os que se acham em seu caminho

e aos quais Deus não atenderia; sempre cobra, porém, o que concede.

E. 107 – Há demônios ligados à matéria, como há outros, ligados ao ar e que

são bastante maus (produzem as tormentas, etc.) e ainda outros, no mental, que

atacam, pela tentação, os homens já fortes e os santos.

E. 346 – P: É o mal mais forte que o bem?

N. 141 Origem e particularidades dos Ensinamentos do Tema “A ALMA”: do Manuscrito de

Papus, são os E. 2, 20, e 44, sendo que este último, tal como está reproduzido na pág. 95 do I Vol., oferece dois inconvenientes: um, de ter o erro (de correção no Brasil) que deixou isto: “sabe onde irá morrer”, quando devia ser: “irá morar” (embora ambas as cousas estejam certas, no fim!); o segundo inconveniente, é o de ser incompleto – na 4ª edição francesa – com relação ao E. 617 – que provém de “Diferentes Fontes”, na 5ª edição – e o de ser menos claro que outros pelos quais o substituímos, com exceção das três linhas da parte de tal E. 44, utilizado. – Das Sessões de Lyon: E. 174, 186, 308, 309, 314 (que no I Vol. tem o erro de dizer: “que faz aqui”; quando deve dizer, como agora colocamos: “que faz agir o corpo”) e 315. – Da B. M. H., são os E. 518, 622 e 523. – Dos Ensinamentos de Chapas, transmitidos por Maurice de Miomandre, em L’INITIATION de outubro de 1953, são os E. 543, 544 e 550. Da 5ª edição francesa (fontes diversas): E. 614 a 618, inclusive.

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104

R: Não. Dir-vos-ei uma cousa que nunca disse senão em uma palestra

particular. Eis um senhor que quisera saber se o espírito infernal sempre existiu e

existirá sempre. Deus, ao criar todas as cousas, quis que houvesse uma potencia

que o mal preside, potencia forte como a Sua. Assim, não é proibido aos que tal

potencia atrai, irem para ela, e Deus sempre os receberá quando voltarem a Ele.

A alma vem das trevas, já que as trevas estão na luz, e podeis ficar certos

que, quando nesta vida quiserdes ocultar alguma cousa aos vossos irmãos, após a

morte essa será a primeira que os vossos irmãos saberão. Não está dito: Será

preciso que o que tenhais posto nas trevas, o ponhais na luz?

E. 106 – Os demônios existem. Não se deve – nem se pode – negar a

existência dos espíritos infernais, porque isto seria negar a dos espíritos benfazejos.

Há demônios em todos nós; nós não somos nem homens nem demônios, porém

mistos. A redenção do demônio se faz em nós, e ele torna-se nós - mesmos ao

desenvolver-se, deixando assim o mundo dos demônios.

Com. 198 – Para nós, mortais comuns, Carolei, seria presunção grave, querer

estabelecer a ontologia do mal, e de sua personificação ou entidade reitora: O

Diabo, que não deve ser confundido com os “demônios”, graúdos ou miúdos, que na

água, no ar, no éter; ou, no vital e no mental dos seres, causam as pequenas

tormentas ou os furacões, que as circunstâncias facilitam. Por isso, Carolei, facilitar

nunca é bom!... nesse sentido!

Mas, suponha Você, Carolei, que organiza qualquer cousa: desde um estatuto

institucional, até um organismo coletivo vivo, como um colégio, exército, ou

“qualquer diabo de história ou cousa” que Você imaginar queira. Acha que será fácil

conceber, que haja formas, relativamente livres, de agir..., sem ter de se conceber

simultaneamente que: em virtude de sua relativa liberdade e imperfeição, irão às

vezes atuar mal, isto é: erradamente, agindo voluntária ou inconscientemente (em

parte) contra o plano do Bem? Tal fato implicaria, ao mesmo tempo, em reconhecer

a existência e necessidade da existência de : mal; fonte de direção e de provedoria

de meios de fazê-lo, para quem assim é, ou sente; e meios de sanção e de

recuperação; de soerguimento e de reorientação. Eu acho, que, meditando nesta

analogia, torna-se bastante mais fácil e claro, compreender o ensinamento 436, e os

demais que o acompanham.

A alma, vem das trevas, já que nelas está submersa ao agir, e em meio a

erros coletivos além dos próprios. E que, ela mesma aumenta o volume e densidade

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105

de trevas, cada vez que erra e que oculta o erro, ou nele insiste. E, geralmente,

reiteramos abundantemente tal duplo procedimento de fabricação de trevas, isto é,

aumentamos a percentagem demoníaca que nos compõe, realizando assim, isto é:

tornando realidade, a incorporação, a transubstanciação de parte do Diabo: do Mal

Universal, em nós.

Em contraposição, se pomos na luz os erros próprios; se lutamos contra as

tentações; se nos esforçamos pela prática do Bem e se ajudamos ao semelhante,

em todos os modos que pudermos, contribuímos para dissolver parte do mal; em

nós, opera-se assim a redenção parcial, isto é, de parte, do Diabo. Como se vê, em

ambos os casos, parte do Diabo torna-se nós mesmos, seja que o assimilemos na

luz que atraímos e – em certo modo – até produzimos ao fazer o bem; seja

enfeudando-nos ainda mais sob o império do mal. O ensinamento que Chapas dava

sobre estas revelações do MEM foi brilhantemente resumido por Michel de Saint-

Martin:

E. 598 – “Ora, se temos pecado contra Deus, se temos agido mal, é porque,

em lugar de seguir os mandamentos do Pai, cedemos ao Tentador, e, cada vez que

cedemos, emprestamos do seu reino alguma cousa; uma certa quantidade de mal, e

ao seguir tomando emprestado, como nada possuímos, propriamente nosso, a não

ser nossa alma, não tendo outro penhor para dar, foi ela que hipotecamos. Assim, o

Diabo lançou sua garra sobre nós.

“É a ele que se tornava preciso pagar, para nos resgatar; a ele, a quem nos

entregáramos, e de quem nos tornáramos escravos, mais ou menos completamente.

É para nos resgatar do Príncipe deste Mundo, que O Cristo, Filho de Deus, Ele-

Mesmo-Deus, ofereceu ao Demônio, Seus sofrimentos, para que Satã ficasse pago

do que os homens lhe deviam. Pois: é do Diabo, e não de Deus, que O Cristo nos

resgatou... – Quando, pelo Seu sacrifício, Nosso Senhor teve resgatadas do

Demônio, as almas de todos os homens, eles acharam-se, naquele dia, quite de

todas as dívidas atrasadas, que tinham contraído com o Príncipe deste Mundo.”

Com. 199 – Assim, Carolei, ficou claro que, se quando O Senhor andava

sobre a Terra, os homens tivessem podido sentir a oportunidade, a permanência

deles em “estado de inocência” teria sido mais fácil. Porém, vê-se que naquele

tempo não conseguimos (pois aquela gente, éramos todos nós!...) vivê-lo

plenamente. Por isso, a lei continua sendo: o esforço por não ceder! Mas é preciso

tomar o assunto com realismo. Pois, tão real é, quanto nos ensina o MEM: que após

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a morte nossa, ou deles, a primeira cousa que “os nossos” (esposa, filhos, amigos,

fregueses, colegas, discípulos, etc. ...) irão ver, é o que mais lhes ocultávamos! Não

seria melhor sermos francos, humildes e transparentes, sinceros, desde já? – E, real

ainda, o que veremos com mais pormenores no tema da Magia: que permanecer

ignorantes, ou desprezando o Verbo de Deus, o papel guardião e protetor dos Anjos,

e outras muitas cousas que já foram dadas, é magia negra, ou seja: pôr-se,

voluntariamente, debaixo da garra do Destino! Mas, para poder compreender melhor

tudo isso, deveremos, antes, lançar uma olhadela sobre outros órgãos do Grande

Homem Cósmico...

E, como tema complementar de meditação, Carolei, gostaria de lembrar o

termo usado por Chapas: nos enfeuda ao Diabo... Enfeudar: é tornar feudo, converte

em súdito e em tributário; e, cousa mais grave ainda: da mesma fé. Devemos ao

Diabo, porque nele cremos, mais do que em Deus, já que preferimos as forças do

mal, às do bem. E, não em pensamento somente, não em palavras apenas – o que

já seria grave – mas em atos reiterados. Quem poderia, depois disso, não entender

seriamente, em que consiste a redenção, tanto do Diabo como nossa, e por onde

começar um trabalho espiritual sério!? N. 142

* * *

O Muito Excelso Mestre e O DESTINO (Karma)

Com. 200 – A maneira em que O Destino é considerado pelos humanos,

Carolei, varia tanto, que só esse fato mostra quão pouco dele sabem realmente.

Uns, o consideram como uma palavra, um termo convencional, que nada de exato,

fixo, e muito menos definível ou cognoscível representa; para esses, “destino” é uma

espécie de mistura de boa e má sorte, produzindo uma existência indefinível e

indefinida, inevitável ou não, em proporções ou condições que ninguém sabe

delinear (eles pelo menos!).

N. 142 – Origem dos ensinamentos do Tema “O DIABO”: o E. 105 parece provir do M. Papus,

pois assim figura na 4ª edição; na 5ª, além de estar com o tipo de letra que não indica, geralmente, tal procedência, parece que alguém se permitiu mudar a pontuação, cousa que também ocorre no fim do E. 107. Por tais razões, segui usando o texto de origem da 4ª edição, fiel ao Mestre.

O E. 106, na 4ª edição (pág. 101 do nosso I Vol.), é muito incompleto, em comparação com o que, na 5ª edição francesa, figura na pág. 114, mas que não traz o tipo de letra do “Manuscrito de Papus”, devendo provir de “Fontes Diversas”. Empreguei-o, por ser muito mais rico em conteúdo, já que engloba e completa o 106 primitivo. – O E. 346, provêm das Sessões de Lyon. – O E. 598, é de Revelations, págs. 78 a 80.

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107

Outros, pelo contrário, entendem por tal termo, uma força misteriosa e terrível,

que, compulsória e inevitavelmente, obriga os humanos a viverem “cousas”,

geralmente desagradáveis, e neste sentido chamam-nas de “fatais”, com privação

de livre-arbítrio. É um determinismo total, fatalista e pessimista.

Outros ainda, por “Karma” entendem: ou apenas uma solução dialética “Lei de

causa e efeito”, com a qual, distraidamente explicam, ou comentam, quanto

acontece, sem por isso acharem ou conhecerem o mecanismo, nem geral, nem caso

por caso. Aceitam, teoricamente que assim é. Claro, que pior é nada! – Ou,

concebem o tal de “Karma” como um cidadão (provavelmente uniformizado de

polícia especial...) que, vingativo e implacável, nos persegue sadicamente,

esperando que furemos o olho do vizinho...para nos queimar os dois...

Por isso, um estudo meditado dos ensinamentos deste tema será muito

esclarecedor. Começaremos por um de Chapas, que ilumina o aspecto

transcendental, que o MEM “indica”, mais discretamente, nos demais ensinamentos:

E. 599 – “Compreendendo que o ser humano não vem à Terra uma só vez,

mas que deve reencarnar até quando tiver terminado de pagar suas dívidas, torna-

se muito fácil entender, também, o mecanismo, o funcionamento, do Destino... É um

Servidor do Pai, e se o Destino não é uma entidade revestida de um corpo terrestre,

nem por isso deixa de ser um servidor, um ente, no Invisível. Ele tem por missão

registrar escrupulosamente todos os atos do homem, e, ao mesmo tempo, a de

colocar na rota de cada um a reação normal, que seus atos podem atrair de acordo

com as leis que foram criadas por Deus.

“O Destino aplica a Lei. Como? É muito simples. – Se fizemos mal a alguém,

imediatamente o Destino coloca em nossa rota a mesma quantidade de mal, para

que topemos com ela; e deixa, em Nome do Pai, ao Demônio – a quem servimos

quando agimos mal – o direito de se cobrar, torturando-nos, já que então nos toca a

vez!

“Pois, não esqueçais que o mal que fazemos, o tomamos emprestado, ou o

compramos, do Demônio, e disso ficamos-lhe devedores.

“Assim, para o bem que fizermos: o Destino coloca sobre a nossa rota, a

mesma quantidade de Bem. E o Acaso, é outro Servidor: o que tem a faculdade de

colocar, em lugar totalmente inesperado, um acontecimento que nós, humanos, não

tínhamos meio nenhum de prever, se utilizando apenas os nossos conhecimentos e

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108

razão. Ele é um servidor que trabalha sob as ordens do Destino que, por sua vez,

está sob as ordens do Pai.”

E. 52 – As doenças não são castigos. Deus não castiga. Aquilo que

chamamos de “castigo” ou “punição” não é mais que uma dificuldade, logicamente

religada aos nossos atos precedentes.

Com. 201 – É tão clara a explicação de Chapas, que o E. 52, do MEM sobre

as doenças, fica evidente: cada doença é a quantidade de mal, produzida ou

acumulada por nós – muitas vezes pela simples teimosia em fazer, durante meses

ou anos, o mesmo pequeno erro, que dá um “montãozinho” bem regular de mal,

quando o Destino apresenta a continha. Parece: a caderneta a crédito, da bodega

da ignorância!...E, o “logicamente religado” deve ser aplicado a todo ato, de qualquer

espécie, já que tudo tem aquela voz que deve dizer, ao Destino, quanto debitar ou

creditar na nossa continha, segundo agimos com “essa cousa” (ser, objeto,

oportunidade, circunstância...).

E. 161 – Mais tarde, quando tivermos mais tempo, eu vos falarei do Destino,

que não considero da mesma forma que vós, pois o vejo como uma estrada que

muitos devem percorrer e sobre a qual podem encontrar obstáculos. Aquele que, em

face do obstáculo, não retrocede, “espanta” esse obstáculo, aplainando-o para a

passagem de outras pessoas. Eis porque o bem, que se pode fazer, torna-se útil aos

outros seres.

E. 362 – Prometei-me não recuar perante a luta, e da minha parte, neste

mesmo instante, peço a Deus que vos ajude. Mas a vós, ser-vos-á dado mais,

prestai atenção a isso. Se aquele a quem foi dado fica atrás, ser-lhe-á tomado o

pouco que puder ter, para ser entregue àquele que tem mais.

E. 189 – P: Quando da nossa criação, pôs Deus tanto ao nosso alcance do

lado do bem, quando do lado do mal?

R: Tanto dum lado quanto do outro.

190) – P: Por que estamos atrasados?

R: Quem vos disse que estais atrasados?

191) – P: Pelo fato de pedirmos coragem ao menor aborrecimento.

R: Mas não deveis pedi-lo, porque se vo-lo dão, sereis mais fortes, e nunca se

deve ser o mais forte.

192) – P: Então, devemos pedir penas, provas?

R: Sim, dever-se-ia chegar a isso. Quanto aos que não têm sofrimentos

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109

e não fazem o bem, que são, numa palavra, plantas parasitas, eu peço para eles

uma mudança, e que se lhes fustigue um pouco, para que não percam tempo, pois

prefiro uma pessoa que faça muito mal a outra que não faz o bem nem o mal.

Com. 202 – O importante, no E. 161, além do que nele compreende-se

facilmente pelo já dito no 599, é que não se deve retroceder (ceder, o que causaria

retrocesso...), pois quando sabemos resistir à dificuldade, que é um mal atraído por

nós mesmos, o nosso esforço, produz uma vitória que é útil a muitos outros seres,

isto é: a todos aqueles que estavam em casos análogos, ou que dependiam de nós,

por motivos ou laços que até desconhecemos, muitas vezes. É uma das belas

aplicações da solidariedade automática, resultante da unidade de vida, que impera

em tudo.

Por isso, também, a promessa do MEM aos que se esforçam, e o aviso do

sobre preço para os que recebem um suplemento de ajuda. É sempre A Velha

Balança. E não há oportunidades “perdidas”: são apenas transferidas a outro ser,

que as não despreze!

O E. 189, já foi comentado, quando explicou-se que somos, em todo

momento e lugar, solicitados, - psicologicamente poderíamos dizer: estimulados –

por ambas as tendências, por meio de seus representantes, que são os “entes”, que

sob mil e uma formas, variáveis com os níveis diferentes da existência, vêm a

contacto conosco, colaborando assim como os nossos dois anjos: o bom, e o outro.

A resposta do MEM (E. 190) é algo de maravilhoso, em todos os planos: -

Humanamente: consolador, deixando entender que não devemos nos julgar, nem

nos afligir; apenas: esforçarmos-nos por seguir adiante e para cima! –

Cosmicamente: há tantos outros mundos, mais e menos adiantados que este, que a

palavra: “atrasado” nada significa, na realidade! – Transcendentalmente: tudo é

como deve ser, porque tudo é como pode ser; logo, não estais atrasados, estais

como deveis e podeis estar, em direta razão do que tendes feito até este instante.

Coragem: só devemos pedi-la em última instância; lembre, Carolei, como já o

MEM nos dissera: “quando não podeis mais agüentar”; Pois, se pedirmos antes,

seremos então bem mais fortes do que supomos, e nos darão uma carga mais

pesada! A isso, só se deve chegar quando se aspira a carregar o fardo alheio, do

que, a aprendizagem inicia-se saindo da moleza ou da morneza! Parasitária! Aquele

que faz muito mal, irá encontrar na rota um volume de dor que o sacudirá, e pode

convertê-lo em poderoso agente do bem.

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110

E. 240 – Dirigindo-se a uma pessoa: Gostaríeis de remoçar. Com que idade

quiséreis estar? Com trinta anos?

– Sim.

– Mas não é possível, nem mais para mim do que para os outros. Estivesse

no meu poder fazê-lo e não o faria, porque seria transgredir as leis de Deus.

– E por que seria ir contra as leis de Deus?

– Porque se andássemos para trás com uma pessoa, não haveria razão para

não fazê-lo com todos, e até haveria os que pediriam que se fizesse para eles

destruindo aos outros. Assim vós, senhora, não seria uma vez que pediríeis para

voltar atrás, mas duas vezes, três vezes, até com prejuízo de todos os vossos. E

todos que estão aí fariam o mesmo. É preciso respeitar as leis de Deus e os

mandamentos.

E. 411 – Tendes o vosso livre-arbítrio e contudo não o tendes, Vós não fazeis

o que está decretado pelas leis de Deus. A vossa alma não é dependente do vosso

corpo; é preciso que o vosso cérebro esteja muito lúcido para perceber o que

acontece e se passa como uma imagem por trás desse cérebro, e que deve ser

levado a efeito. Seja qual for a vossa luta, eu pedirei força para vós e tê-la-eis. De

resto, ireis percebendo após cada curso que esse trabalho vos aproveitará não só

no moral, mas aumentará a vossa filosofia sob toda forma. O vosso alívio está em

vós mesmos. Para isso, apenas se exige de vós um pouco de confiança e podereis

aliviar aos vossos semelhantes.

Quanto a curar à distância com passes magnéticos, é inútil que procureis, não

podeis fazê-lo ainda. O que podeis fazer, eu o peço neste instante para vós, é

quando virdes um acidente, por exemplo alguém caindo de um andaime, pedir a

Deus, instantaneamente, e enquanto esperam a chegada de outros socorros, fazei

alguns passes que manterão lá a essa alma, pronta para ir embora, e permitirão ao

coração ficar ligado à vida.

(Após algumas experiências de hipnotismo, nas quais fica demonstrado ao

“sujet” o que acontece por trás da segunda cortina que está erguida para ele, tal

“sujet” cai inanimado.)

E. 693 – O homem é composto de três elementos principais: a alma, o espírito

e a matéria, e logo, de uma infinidade de seres que, todos, têm sua vida própria e

que, todos, têm uma liberdade relativa, como todos os seres, pois a liberdade não

existe. – Consequentemente, pode-se ter o seu livre-arbítrio, porém depende de

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111

uma força centrífuga que faz mover tudo segundo leis estabelecidas; o que produz

que, a miúdo, fazemos o que não quereríamos fazer e reciprocamente.

E. 182 – Precisais trabalhar e exercitar vossa pernas, se quiserdes transpor

obstáculos. Como quereis vencer os grandes, se não podeis passar os pequenos?

Eu vos afirmo que, aos que não andam, eu empurrarei e pegarei pela cabeça.

Devemos conquistar a nossa liberdade, para nos tornarmos independentes; não

conseguiremos isso senão quando amarmos ao nosso semelhante como a nós

mesmos.

Com. 203 – O MEM começa por mostrar – á senhora do E. 240, que serve de

cobaia no caso – que todos desejam fugir da Lei, até com prejuízo dos que lhes são

caros, ou seja: com um egoísmo bem maior que seu amor-mirim, do qual têm tão

elevada opinião, geralmente! E que, por isso, não podem ter senão muito reduzido

livre-arbítrio (E. 411) já que os seres – em geral - : não cumprem as leis divinas;

acham que o corpo é o senhor (instintos, gostos, paixões, manias, crendices & Cia.

Ilimitada...) e, ainda, ignoram totalmente o modo pelo qual, mediante clichês

(imagens sutis) que lhes são projetados na nuca (lá onde fica o olho astral dos não-

desenvolvidos), os incitam e... caem logo. Disso falaremos muito adiante.

Por isso recomenda o MEM: se vossa luta é involuntária, mas corajosa, vos

apoiarei; se for esforçada e consciente, muito mais! (o vosso alívio está em vós

mesmos!). E logo, para lembrar que só pela caridade e solidariedade progride-se, dá

o exemplo de fazer o bem que nos põem sob os olhos, até em modos

aparentemente acidentais, em lugar de querermos fazer, inicialmente, “cousas

difíceis, raras e importantes” (mania espiritualista muito difundida!). E o MEM dá um

segredo: de como a vida nossa, mais uma prece sentida, podem reter um’alma por

alguns momentos...A experiência feita nesse dia, refere-se, pelo contrário, à atração

que o mundo da luz exerce sobre a alma. Tornaremos ao caso.

E, voltando ao tema do livre-arbítrio, mostra que a total liberdade, só pode

existir para os que estão livres de toda dívida. Estando livres, são livres. Aliás,

Carolei, se Você medita um pouco, verá que na vida, ser e estar conjugam-se com

conjugados: sempre se está onde corresponde pelo que se é. Isso: em forma, modo,

lugar e condição. Daí, ser relativo a essa força, a essa lei que centrifuga, para cada

ser, cada átomo e cada consciência de cada partícula, o resultado – no sentido

algébrico do termo – dos níveis conjugados das componentes “morais-espirituais”,

se me permite o termo, que é bem pobre e limitado, para abranger a tudo.

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112

O mistério da composição do ser humano, sobre o qual haveremos de voltar

em temas do ensinamento “reservado”, explica que a necessidade (logo: direito), de

cada parte componente, viver a experiência que merece e necessita, promove que

façamos, ás vezes, aquilo que nossa consciência vígil de humanos não poderia

projetar, ou planificaria diferentemente. No E. 182, o MEM torna a chamar a nossa

atenção sobre a inútil pretensão: de querer vencer grandes obstáculos, recusando o

esforço nas cousas de cada dia, da vida quotidiana (pequenos obstáculos). E, com

Sua energia habitual, avisa-nos: acordem dessa indiferença ou resistência para com

o esforço, pois vos empurrarei e pegarei pela cabeça. Que maneira de mostrar onde

está a doença! – Depois: a receita da liberdade: Amai e O AMOR vos libertará.

Experimente, Carolei, verá que é bem mais difícil do que “fazer-se a ilusão” de

seguir a verdade...zinha humana!

E. 275 – É-se soldado quando se quer sê-lo, e também se é até quando não

se quer.

E. 409 (parte) – P: É preciso que passemos por onde fizemos passar a

outrem?

R: Sim e não. Se tivermos bastante abnegação, confiança e caridade,

podemos comprar as penas que fizemos outros sofrerem.

E. 828 – O destino atual é modificável por três elementos: 1º) – Pela coragem

física; 2º) – Pela submissão às provações morais; 3º) – Pela prece e pela assistência

divina.

O destino domina sobre o passado; a vontade humana sobre o presente, a

providência divina sobre o porvir.

Com. 204 – Por mais que fujamos do esforço, obrigar-nos-ão a fazê-lo, por

mais covardes que sejamos: ao ponto de procurarmos desertar, fugir para a terra

dos parasitas. E, não há exército sem batalhões disciplinares...- No E. 409, o MEM

mostra que: ”Sim”: do merecido ninguém foge; o mal feito tem que ser compensado.

Porém, não precisa ser em modo idêntico (circunstancialmente) senão equivalente:

que soframos quanto fizemos sofrer. E, se nos movermos a tempo, para reparar ou

para compensar, poderemos assim, equilibrando o débito, comprar, resgatar a

dívida. Por exemplo: um grande bem, feito a uma criança abandonada, que nada

nos é familiarmente, poderá pagar um nosso erro metido para com os nossos

próprios filhos, ou deles para conosco e que não perdoáramos. Mas o “perdão” é

tema à parte, que veremos a seu tempo. De todos os modos, o E. 828, que Papus

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113

formulara procurando resumir os ensinamentos do MEM, é muito eloqüente.

Procurarei esclarecer ainda mais o tema, com esta explicação, que já dei

verbalmente em tantas conferências:

Suponha, Carolei, um triângulo eqüilátero. Se quisermos saber como é todo

ele, isto é, cem por cento, nos veremos obrigados a dizer: cada lado vale 33 e o

centro de figura: 1. – Por isso, Carolei, tanto faz, por, como certos Ritos fazem, uma

cifra 33 no centro (que alude à proporção dos lados) ou um olho, que alude à

consciência central: se do Universo, Divina! Se humana: do que o rodeia!

Suponha, também, que desde o ápice, no lado direito da figura for escrito:

DESTINO. – No outro, PROVIDÊNCIA. E, no que serve de base na terra,

escreveremos VONTADE HUMANA. No centro, já o disse, está a nossa consciência,

relativamente livre...

Livre de que? Livre em que modo e proporção? Vejamos: posso aliar minha

vontade humana (33%) ao Destino, que é, não só o mal, resultante do passado

negativo, como também tudo que é fatal e automático: leis naturais, morais,

psíquicas e, de modo geral todas as que regem as formas de todos os entes

criados...Tal Destino também tem – na linguagem desta época – 33% das ações da

Vida S.A. – E lá estou eu comprometido em 66% no Grupo Destino, contra, ou pelo

menos em contacto e colaboração com o Grupo da Providência. Como haveria de

me queixar, depois, se não recebo a Proteção do Grupo que ignoro, desprezo ou

combato? – E como não haveria de sofrer todas as conseqüências de me haver

voluntariamente unido, ligado, associado, ao Destino. Esta, a posição do malvado,

do descrente, do rebelde, do fatalista, do ímpio, e, até certo ponto, do materialista,

salvo se muito “Humanista”, em cujo caso tem a proteção do Espírito Santo, embora

nem saiba o que É.

Mas, também posso procurar passar por sabido, por “oportunista”. Fazer-me

de “petit-Perón”, de “terceira força” e jogar por minha conta, procurando dividir para

reinar, recusando aliança ou compromisso, seja com o Destino, como com a

Providência. Em tal caso, seja eu ignorante de ambos, ou real pretenso equilibrista,

não é difícil, Carolei, perceber o que pode um 33% contra um 66%. E, mais ainda

quando os “donos” de cada metade são: a Natureza, a Criação toda, por um lado...e

o Criador pelo outro. No entanto, Carolei, há “gente bem” e até cheia de

pergaminhos, empenhada nessa luta inglória!...

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114

Mas, se tendo compreendido o valor real das Forças Fatais do Destino,

resolvo respeitar seu divino e natural Jogo, porém aliando-me à Providência,

melhoro logo de posição: fico com 66%, a meu favor, inicialmente. E, à medida que

a minha entrega à Providência for maior, isto é, à medida que: em lugar de juntar a

minha Vontade Humana aos desígnios Providenciais que possa perceber, renuncio,

a ela – Vontade Humana – então acontece este curioso fenômeno, que só um

Místico pode entender facilmente: “eu” quase desapareço. A Providência é quem

“compra” as minhas ações (ó termo rico!), e Ela é quem passa a Jogar: eu sou

apenas o peão. E vou ficando livre do Destino, que, percebendo estar em minoria

em todas as jogadas...perde por desistência! O um no centro, contudo, perdura até a

reintegração do eu, no Todo. E, até lá, certo setor ficará ainda sujeito às Leis do

Destino, que funcionam em todo o mundo das Formas, isto é: que lá cumprem, por

ordem e em Nome do Pai, as cósmicas funções.

Sendo tal processo de entrega, demorado; e mais ainda o de renúncia ao “si -

mesmo”, convém, Carolei, seguir as diretrizes que nos outorga o MEM, com

humildade, e conscientes, agora, do equilíbrio relativo, que uma Consciência

Humana, sábia das Leis do Destino, e veneradora das Providências, pode viver,

mediante o uso de sua relativamente livre Vontade, discernindo como pô-la a

Serviço dos semelhantes, do bem e da Lei do Amor, que é a direta expressão da

Providência, Nossa Divina Mãe, por Vontade do Pai.N. 143

O Muito Excelso Mestre e A MORTE

E. 569 – Sessão da Escola Secundária de Magnetismo, de Lyon, de domingo

7 de fevereiro de 1897 – Acham-se presentes: M. PHILIPPE, diretor; Doutor Marc

Haven e Chapas e mais umas 110 pessoas.

RELATÓRIO

N. 143 - Origem dos Ensinamentos do Tema “O DESTINO”: Papus: E. 52 (M. P.) e 828 (La

Reincarnation, pág. 123). – Das Sessões de Lyon: E. 161, 182, 189, 190 e este falta na 5ª ed. Francês, 191, 192, 240, 275, 362, 409, e 411. – Da 5ª ed. Francesa (Diversas Fontes), o E. 693. – E, de Revelations, págs. 85, 86 – o E. 599.

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Na 1ª. Experiência, nosso Diretor nos demonstra que o pensamento não é um

elemento principal da nossa vida.

Para tal fim, toma três sujets lúcidos, põe-nos em sono sonambúlico, e ordena

a seu pensamento que se afaste deles, e pode-se verificar quase imediatamente que

cada um deles tem o olho sem brilho e sem expressão, olhar fixo e a pupila dilatada;

a circulação é um tanto mais lenta porém regular, e que todos os três parecem muito

abatidos. Fica bem evidente que só a vida material existe neles.

2 ª Experiência: feita para demonstrar que o coração pode bater sem a

respiração.

Nesta experiência, M. PHILIPPE serve-se dos três mesmos sujets e detém a

respiração deles por meio da asfixia.

Para isso, manda que seus pulmões respirem ar que só contenha doze partes

de oxigênio; vê-se os imediatamente muito oprimidos; e, diminuindo-lhes

rapidamente a dose de oxigênio, dá-lhes a respirar somente azoto (nitrogênio) puro,

o que produz em poucos segundos a asfixia completa dos três sujets, que rolam ao

chão como fulminados.

Nesse momento, nosso Diretor manda ao coração dele agir só pelos meios

que lhe são providos pelo cérebro; os sujets ficam na mesma atitude e pode-se

verificar que o coração de cada um deles continua a bater com regularidade, porém

de forma mais fraca.

Estas experiências nos demonstram de forma total, que o coração,

contraindo-se sob a influência do cérebro e sob a influência da respiração, pode

contudo funcionar, ou antes: contrair-se, independentemente de um e de outra,

dessas duas forças. O Secretário: Grandjean.

E. 439 – Em sessão, para mostrar a Papus o que é a morte, tomou a um

homem presente e lhe deteve o coração. O homem caiu inanimado. Após alguns

minutos, devolveu os movimentos ao coração do paciente, que se levantou e,

interrogado, disse ter sonhado que tomava o trem.

E. 55 – A morte só é apavorante para os que rodeiam o moribundo.

E. 283 – Perguntando a um homem: Tendes medo de morrer?

– Não, Senhor.

– Efetivamente, nesta sala todos têm essa resignação. Aliás, por que temer a

morte? É apenas uma transformação, e às vezes esse corpo que na agonia parece

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116

sofrer, é simplesmente uma contração da matéria que pede para beber ou comer.

Por que temer sempre?

E. 149 – Não se sofre no momento da morte: o que faz sofrer é o medo que

dela se tem. Por que tal medo? A morte não existe. È uma falta de confiança em

Deus o ter medo dela. Muitas vezes, aqueles que, pela contração dos órgãos,

parecem sofrer, não sentem absolutamente nada e cantam quando se pensa que

sofrem. Eles não sabem para onde vão, nem onde estão, nem de onde vêm. Nós, do

mesmo modo, não sabemos de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.

Aqueles que não acreditam na existência da alma, mas que guardam, dentro de si,

tal crença, serão retardatários, dentro de trevas menos densas, porém, do que

aqueles que a todos dizem: “não existe alma; com a morte, nada fica da nossa alma,

nem de nós: acaba tudo”.

Assim como a pessoa, a quem se amputa um braço ou uma perna, sente

esse membro como se ele existisse, assim certas pessoas não se acreditam mortas

e sentem seu corpo. Aqueles que, publicamente, acreditaram que tudo tinha

terminado, e nada mais ficava de nós após a morte, procuram os seus membros e

não podem achá-los.

E. 347 – Por que há pessoas que morrem tão subitamente e outras que têm

tão horrível agonia? Acreditais quiçá, e todas as pessoas aqui presentes o

acreditam, que aquele que morre de morte súbita não sofre. Desenganai-vos.

Aquele que parece ter uma agonia terrível sofre menos, já que no momento em que

o corpo faz contrações a alma nada vê. O nosso anjo da guarda teve o cuidado de

por um véu entre a alma e o corpo, e quando nos achamos do outro lado, não

vemos todo o Sol do mesmo lado. Uns o vêem aqui e outros lá, e aquele que não fez

bem nenhum tem ante si um véu que faz com que fique mergulhado nas trevas.

E. 57 – Não se deve ter medo da morte. Aqueles que seguiram o bom

caminho têm uma agonia curta, deixam rapidamente o corpo que, reduzido ao

estado caótico, espera o retorno da alma. Eles podem assistir e guiar os vivos e, em

alguns casos, orar por eles. Os outros têm uma longa agonia, ficam apegados ao

cadáver (fantasma, vampiros), devem pagar do outro lado, são obrigados a aceitar

um novo destino e reencarnarem.

E. 199 – P: Há diversas vidas imortais dentro do nosso ser?

R: Sim, a vida do corpo e a da alma. Nada perece, e, após a morte, as

moléculas que se deslocam do corpo tornam a formar outros corpos. Quem nos diz

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que não voltamos antes do nosso corpo estar totalmente desprendido? Não se se

acreditais na reencarnação, porém eu, vos juro ter sido antes de estar aqui e ter lido

uma noite a frase:”nesse momento o mar desbordará”. Sim, e tal momento não está

longe.

Sabeis como desbordará?

H. 22 – O M. PAPUS e o Discípulo “Jeholo”

Nos últimos meses de 1950, em um dos Grupos que a A. M. O. tinha em Buenos Aires, contava-se o Discípulo ao qual dera o nome de “Jeholo” (porque tinha percebido nele um passado chinês, e dei-lhe esse nome de um discípulo do Buddha, na China). Tal discípulo, tinha uma vidência boa, que lhe fora desenvolvida, quase repentinamente para poder “ver” o que acontecia em certo Centro espírita, que ele não freqüentava, mas no qual sua esposa fora mediu,, por algum tempo. Ao realizar as práticas que lhe demos, essa vidência mudou de “apartamento” – como diria o MEM – e começou Jeholo a perceber seres e cousas do mundo etérico. Após algumas ótimas experiências nesse sentido, chegou o verão. Nessa época, cada ano, Jeholo ia para Mar del Plata, como massagista de um grande Clube desportivo, ganhando assim mais, e com muitas horas e dias livres, naquele famoso lugar de veraneio.

Certo entardecer, estando lá só, encostado ao molhe, meditando ante o mar, sentiu, e logo “viu” um Chinês (um mestre Zen) que lhe disse: “Gostarias de ver a vida dos peixes?”. Ante a afirmativa, mental, de Jeholo, o Chinês fez certo gesto e o Discípulo, pasmo, começou a ver, no seio das águas, os peixes, rodeados cada um da pequena luz, diferente em cada espécie...

Estava nessa contemplação, quando percebeu que o Chinês sumira, e que, no lugar em que estivera, achava-se o venerável Mestre PAPUS, que perguntou: “E agora, gostarias de ver a vida do mar?”. – E, em resposta à muda súplica do Discípulo, o Mestre fez um gesto, e Jeholo viu o oceano de luz, de força, que se move dentre e por meio da massa das águas. Espetáculo único, comparável somente ao do oceano astral...

Mas PAPUS não lhe deixou muita folga... e perguntou logo: “Você, que nos últimos dias andava tão preocupado com a real condição de certos seres, após a morte física, gostaria de ver isso?”. – E, ao “sim” de Jeholo, respondeu: “Então, vamos andando para o Cemitério...”.

Jeholo não gostou muito da proposta, embora vinda do Mestre PAPUS. O cemitério era longe, após atravessar-se um bairro de péssima reputação e não muita segurança, além de haver por lá uma cachorrada pouco amável...

Mas, ficava feio dar marcha à ré... e lá foi o nosso amigo Jeholo, seguindo por certo tempo ao M. Papus, que o precedia de meio a um quarteirão e que acabou por desaparecer...provavelmente para deixar livre... o arbítrio e o mérito de Jeholo, na travessia que, aliás, correu bem, com a particularidade de nenhum cachorro latir ao desconhecido...Cousas!

Quando, um pouco reconfortado com o bom êxito, Jeholo chegou aos portões, naturalmente fechados naquela hora já noturna, do Cemitério, lá estava o Mestre, que foi entrando...através do Portão. E Jeholo começou a poder “ver” o que acontecia lá dentro:

Alguns túmulos tinham por cima, como colados sobre a lápide mortuária, vultos amarelados, levemente fosforescentes, que lutavam, ao parecer, desesperadamente, por erguer um braço, uma perna, o tronco. Cada parte assim erguida, ficava retida à lápide, ou ao corpo que debaixo dela jazia, por filamentos grossos, elásticos e resistentes, que só cediam um tanto e, logo, tornavam a vencer o esforço do pobre duplo, assim preso por uma existência de negatividade, de descrença ou de materialismo mental ou passional.

Outros, um pouco melhor situados, conseguiam desprender-se me parte e até se moviam sobre a tumba ou junto a ela. E, para surpresa de jeholo, alguns faziam tudo que podiam para bater nas flores ou quebrá-las, mostrando assim revolta, ou algum sentimento não muito elevado...

Foi tal o estado de depressão que Jeholo sentiu, que o Mestre “baixou” a cortina, como diria o MEM, e Jeholo nada mais percebeu nesse dia..., mas teve tema de meditação para muito tempo e também ficou incluído nos que podem dizer que viram, “em verdade”, um dos aspectos da existência além da faceta de vida terrestre.

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Com. 205 – Realmente, Carolei, são numerosos os ensinamentos do MEM,

sobre este tema – já que a “morte” preocupa tanto aos vivos que, por mais

“espiritualizados” que queiram parecer, vivem perguntando e temendo a respeito – e

por isso, certamente, muito indagaram do M. PHILIPPE. Ele, aliás, tinha elevado

interesse em outorgar certeza, aos que o seguiam, e por tal motivo, além de lhes

afirmar, tão reiteradamente como vimos acima, a inutilidade do temor à morte, fazia-

lhes essas experiências tremendas, indiscutíveis! Gostaria de ver quais dos

“conversadores” que por aí andam – e “não é para provocar”, como dizia o MEM... –

que, uns como materialistas, outros como espírita-espiritualistas ou fiéis (?) de

qualquer religião, podem nos trazer os argumentos práticos, as demonstrações que

o MEM outorgou: curar, ressuscitar, para o coração, fazer morrer provisoriamente...

e até fazer morrer definitivamente, como veremos adiante! Eu acho bom, Carolei,

levar a sério o que é, e muito! E, meditar bem sobre a magnitude espiritual de Quem

nos ensinou tudo isto. Quase seriam desnecessários comentários, em vista da

abundância dos ensinamentos deste tema. Porém, não gostaria que uma preguiça

minha, ou juízo prematuro sobre a capacidade de atenção ou de percepção alheia,

privasse alguém de qualquer cousa útil. Darei, pois, algumas indicações.

Observou, Carolei, o dito pelo MEM sobre as causas das diferentes espécies

de agonia, no que à dor (não confundir com duração) das mesmas, se refere? E

que, muitas vezes, nessa agonia, as crispações e mais reações do físico, são

manifestações do instinto, que seguem sua rotina? Nós, que temos assistido a

bastante agonia, presenciamos muitas vezes a brusca intervenção da alma, que, se

não cantava, musicalmente falando, pelo menos expressava com enlevo, seu amor

a Deus, sua satisfação por ir para a luz, sua mágoa por certas cousas vividas, sua

gratidão... E, ainda lembro, um caso especialmente típico, de um amigo em

Campinas, junto ao qual fôramos, por ordem superior, para ajudá-lo a deixar o

corpo, vítima de prolongada e dolorosíssima enfermidade, localizada na região que

mais pecara, aparentemente. – Era terrível, para quem percebe os “apartamentos”,

ver surgir sucessivamente, no palco da consciência verbalizada: á alma enlevada e

aspirante à luz e à paz, cheia de gratidão e de arrependimento; e, repentinamente,

quando o medo e o egoísmo dos familiares impediam a ação facilitadora: a rebelião,

a amargura, a vituperação, com as quais o agonizante, gastando as poucas energias

que tinha, deixava transparecer, não só a luta daquele instante, mas a luta de toda a

sua vida, em que sua alma estivera solicitada, com toda a veemência do seu caráter,

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pelas paixões e, pelos ideais altruístas e espirituais. Era um espetáculo simultâneo

dos dois mundos e uma pré-visão, uma antevisão e...um pré-aviso, do que a cada

um de nós espera, cada vez que nos torna a tocar morrer para este plano e

renascer, mais uma vez, no outro...

Por isso diz o Mestre que nem todos vêem o Sol do mesmo lado. Para alguns,

incapacitados de verem a Luz – e há um Sol dos Mortos, do qual falaremos em outro

tema... – espiritual, todo seu esforço permanece em perceber este Sol da vida física,

na qual tinham posto todo seu capital vital, sua única fé, ou, pelo menos tinham

perdido todo seu tempo de existência, na lamentável confusão de que essa agitação

material fosse A Vida!

E o MEM descreve as diferentes condições, em que ficam, às vezes por

tempo prolongado, as diversas espécies de “mortos”: a pior de todas: a dos que

semearam a descrença, já que são como aqueles que, portadores de doença

contagiosa, fazem questão de passá-la adiante, numa espécie de rebelião-vingança,

em lugar de reconhecerem que cada um carrega o micróbio que merece! Há outras

“condições”...

Por exemplo, os que ficam “apegados” ao corpo (E. 57), e sobre cujo caso,

Carolei, preciso insistir. – o mal de muita gente é a “ilusão verbal”, com a qual,

pensando ter definido alguma cousa – mesmo sem a ter meditado nem, muito

menos, vivido – acreditam ter resolvido o caso com “um termo”, como por exemplo:

“apegado ao corpo”. E dizem: “pois é, ficam pensando nas cousas da Terra,

gostariam de seguir tendo um corpo”. E, com isso, Carolei, acham, melhor dito,

mostram: ou que nada sabem, ou que acreditam que isso irá lhes sair “assim tão

barato”, etc. Por isso é que referi a H. 22, para que todos vejam que: “apegados”,

significa colado, preso, pegado mesmo, e em condições muitas vezes horrorosas de

serem vividas, pois assim é “em verdade”! E, não é com princesinhas dos lábios

para fora, nem com sessõeszinhas na casa da cunhada, que irão resolver essa

realidade: só com esforço de automodelação!

Nós nos lembramos bem, Carolei, dos muitos casos nos quais, tendo podido

merecer a graça de procurar e conseguir ajudar um pouco, em agonias ou logo após

elas, acontecia que durante semanas, logo que nos ligávamos ao “morto”, e às

vezes espontaneamente (isto é, quando era ele que nos buscava) o cheiro putrefato

acompanhava sempre a manifestação: fosse em nosso tempo privado, na casa

particular, no automóvel, ou em plena rua! Porque as moléculas físicas, certo

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número delas pelo menos, vão lá onde vai parte ou todo do duplo! Estou lhe falando

“em verdade”, Carolei!

E, por falar em moléculas, o estado caótico, de que fala o MEM, alude à

dissociação molecular, operada por meio do duplo, e que leva anos, para tornar

livres, tais moléculas, para novas combinações. Falaremos mais, nisso. O MEM

aborda novamente o tema, porém desde já afirma o processo da reencarnação,

fenômeno universal, que dará lugar a um tema, imediato ao presente. Quanto “ao

mar desbordar” é assunto que veremos nas Profecias...

Nos casos mais gerais, isto é, nos menos anormais, há uma ajuda, para os

mortos. É bom dar alguma cousa que seja, também, material “em verdade”. A

generosidade de Papus a outorgará, neste ensinamento:

E. 829 – “Um dia, fui admitido a ver em verdade, as ânsias horrendas de uma

alma que acabava de ser separada do corpo, e que ignorava ainda que a morte

neste mundo estava cumprida. Por ordem do meu Mestre, o véu que separa os dois

planos ergueu-se, e eu vi... vi os terrores indescritíveis do pobre ser para o qual a

Terra parecera tudo... e vi os Recebedores chamados pelo Mestre, rodearem aquela

alma com o seu manto de Luz e de esquecimento... e o véu recaiu. Isso, acontecia

ao meio-dia, num pobre quartinho, e os parentes choravam o ser querido, que

acabava de receber o consolamentum...

“É um poder ainda pouco conhecido, esse de consolar à alma que termina de

morrer, e meu coração não tem agradecimentos bastantes para o Mestre que, certa

noite, nos deu, a um amigo caro á minha alma, e a mim mesmo, as chaves deste

poder...”

Com. 206 – Leia novamente, Carolei, o E. 149, especialmente a parte final.

Lembrarei, ainda, que o “Consolamentum” é um dos Sacramentos Gnósticos, isto é,

um dos mistérios que um Sacerdote Iniciado, pode operar. A Igreja Expectante tem,

por tal motivo, dois rituais diferentes para os mortos. Um, de “Despedida”, para os

agonizantes, baseia-se nesse poder de consolar, do qual uma certa transmissão nos

foi confiada e que, em certas condições, é transmitida aos que chegam a reais

Sacerdotes Expectantes iniciados. Os outros, seguindo nisso a linha de todos os

sacerdotes de todas as igrejas, quando celebram o ritual com fé e exatidão, embora

não saibam, não sintam ou não percebam, plenamente, o que fazem, recebem a

prometida ajuda que toda ordenação confere, já que ela situa o portador na ordem:

no lugar e condição que permite tal funcionamento. Você dirá, Carolei: “Sevânanda,

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Você está mais perto do ensinamento católico do que de qualquer outro, me

parece!”. – Sim e não. Sim, porque é a Igreja mais sábia e mais mágica, ou

operativa, do ocidente. Não, porque a gnose é de livre acesso...

Reencarnação e Ressurreição da carne

E. 33 – Deve-se enterrar aos mortos, e não recorrer à cremação. Deve-se

enterrá-los num esquife de madeira, em contacto com a terra e não em sepulcros

subterrâneos (ou nichos).

E. 45 – Após a morte, o espírito permanece comumente só dois ou três dias.

Em alguns, permanece por séculos. Quando se morre, três cousas morrem: um

vegetal, um animal e um mineral. Não tenhais medo da morte. Há os que

descansam dez anos; outros, cinqüenta ou cem anos; mas o tempo é outro; um

século pode parecer um dia.

E. 709 – Após a morte, alguma cousa sobrevive em nós, que permanece com

o nosso corpo mais ou menos tempo, ás vezes dois ou três anos.

E. 51 – O duplo fica na terra até a reencarnação.

E. 166 – Pode a alma, após a morte, elevar-se e afastar-se do corpo; fica,

porém, o que se chama a vida do corpo, o “perispírito”, que acompanha o corpo até

que o tornemos a achar. Nosso corpo, eu vo-lo afirmo, é de toda a eternidade e

ressuscitaremos. Eu vos falarei, proximamente, do primeiro homem e de sua

formação. Hoje, é preciso que me façais a promessa de por todos os vossos

esforços em fazer o bem e não falar mal de ninguém. E agora, já que todos me

prometeram, por minha vez, vou pedir para todos e ireis ter: a paz do coração, a

calma e a força nas dificuldades.

Com. 207 – Nos ensinamentos acima, Carolei, além de muita sabedoria, útil

para todos nós, achamos diferentes mistérios, que apontarei para sua meditação. O

E. 33, é a lógica confirmação de que, pelo estado confuso da alma, necessita poder

achar seu corpo para “compreender” a morte; também o processo caótico deve ser

progressivo, e não apressado ou alterado pelo fogo. E aqui me penitencio pelas

violentas campanhas contra os cemitérios que fiz, nos meus tempos de estudante,

em nome da higiene e da estética. O que prova, mais uma vez, que visão curta e

míope das cousas, nos dá a perspectiva, quando só física!

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Um dos mistérios, é o das 3 cousas que morrem. Somos um corpo físico

mineral; somos também uma unidade do reino animal e possivelmente sejamos um

vegetal do plano espiritual. Em outro sentido, que ficará esclarecido nos

ensinamentos privados, há vegetais, minerais e animais em nossa “família” e que

morrem com a nossa morte, como viviam compartindo da nossa vida. – Logo, no

mesmo E. 45, o MEM nos previne que a “consciência do tempo” é outra, fora do

físico. Mas, que – além dessa diferente percepção na vida quadrimensional – o

“tempo de calendário terrestre” que decorre entre duas encarnações, pode variar

tanto, que: há os casos excepcionais dos extremos; alguns, por excessivamente

apegados ou diferentes razões, demoram em terem que voltar aqui; outros demoram

também, mas é por serem mais úteis “lá em cima”, como no caso dos que recebem

licença para ficarem dirigindo, do plano sutil, grandes massas de almas encarnadas.

Santos, Mestre, e outros Seres elevados, estão nesse caso, quando sua modalidade

ou determinadas circunstâncias não exigem o contrário, isto é: o sacrifício de

reencarnar com pouquíssimo intervalo! Isso, sim, (me) parece inferno voluntário!...

Diz-se, nos círculos iniciáticos (que correspondem ao que, no mundo

“profano”, denomina-se “os círculos geralmente bem informados”...) que até há umas

décadas, a média de intervalo era, para o comum dos humanos, de 600 anos, logo

de uns 300 e que, hoje, como em cada fim de era, acelerou-se o retorno para um

intervalo médio de 60 a 80 anos. Favor não considerar isso como taxativo nem geral.

O E. 45 é claro, sobre o ponto.

Com. 208 – Outro dos “mistérios”, aliás exclusivo do MEM, como

ensinamento, é o fato do nosso corpo nos pertencer, para que elaboremos, através

das centúrias: moléculas de todos os corpos, em todos os planos, que nos são

confiadas até que apresentemos a obra, a grande-obra, da Cristificação do mundo

individual que nos foi entregue. Meditando os E. acima e os que precederam, é o

que se fica compreendendo, sem lugar as dúvidas...

Assim é como, a reencarnação, real ressurreição, vê-la-emos adiante, é

perfeitamente conciliável com o “Et expecto ressurrectionem mortuorum”, do velho

Credo. (Já reparou, Carolei, quantas vezes o termo expecto volta, na liturgia

católica; e como, também, no tema do Espírito Santo, falou-se numa expectação

ardente, etc.? Gostaria que meditasse e sentisse, assim, de onde vem uma, quiçá a

maior, das raízes da Igreja Expectante.)

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Condições especiais de morte

E. 708 – Quando a morte fere a grande quantidade de pessoas

repentinamente, todas as pessoas que estão sobre o mesmo plano ressentem

naquele momento abalos – ou sacudidelas – nervosos.

Com. 209 – Ficará mais claro quando estudarmos as famílias, séries e

caminhos, na segunda parte do ensinamento do MEM. Por agora comentarei: no

mesmo plano: físico ou não; moral ou não; mental ou não; evolutivo ou não; racial ou

não; etc. é a lei de afinidade e, até certo ponto estende-se planetariamente e além,

como é lógico, se meditarmos um pouco. Por exemplo: todos os que são “regidos”

por um mesmo planeta, sentirão abalos nervosos quando uma catástrofe atinge a

grande número de “colegas” de influência, ou quando tal catástrofe é operada por

meio do “seu” elemento. Um exemplo, Carolei: já profetizei com exatidão a morte de

diversas pessoas, sempre no elemento água. Eu nasci em signo de água (nada que

ver com o mês do nascimento). Há nisso, uma das relações de “plano”, que são

múltiplas, a que alude o MEM, já que ele interessa-se, fortemente por desenvolver

em todos nós a compreensão e o sentir, dos inúmeros modos pelos quais estamos

ligados, atados, solitários, com todos os demais seres, de todos os reinos, planos,

etc. Aquele que não aceita, não sabe ou não sente isso, ainda é uma pedra bruta, no

sentindo da expressão simbólica, e na realidade cardíaca e mística também!

E. 777 – Determinadas crianças mortas com pouca idade são suicidas

reencarnados.

E.60 – Os suicidas sofrem pelo tempo que teria durado sua vida normal.

Muitos suicídios são apenas o castigo irrevogável de seres que cometeram um

assassínio e aos quais é dado pagar, deste modo, a divida.

E. 776 – Tudo quanto podemos fazer pra evitar uma desgraça é impotente,

nada pode impedi-la. Aquele que se suicida para pôr fim às suas desgraças engana-

se, pois terá de voltar expiar sua culpa, compensar o tempo abreviado. Mas não

devemos lançar-lhe pedra, seria uma covardia e aquele que o fizesse, bem poderia

ter que dar-se à morte, a si próprio, naquilo em que não sabe o que é sofrer e não

tem adversidade.

Com. 210 – A condição dos suicidas está claramente ensinada; comentarei

apenas que outras pessoas, como as que maltratam os animais, por exemplo,

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também sofrem muito após a morte e que o MEM a demonstrava por experiências, a

seus Discípulos como se vê no seguinte:

E. 382 – O que acabei de fazer ante vós é para vos mostrar a que tortura está

exposto um corpo após a morte, quando esse corpo pode fazer mal aos animais.

Nunca façais mal a um animal pois, quando o espírito se desliga da matéria, é a

hora em que por sua vez ele poderá ter por onde atingir a essa matéria. Aqueles que

se acreditam filhos de Deus nada têm a temer dos animais, pois as feras do deserto

passariam junto deles sem tocá-los, e até sem olhá-los.

Isto é lógico e guarda relação com os suicidas, já que matar ou torturar os

corpos que não nos pertencem, é sempre fonte de dor futura. Ainda mais se o corpo

é “alheio”, e de seres pelos quais deveríamos zelar: humanos ou animais! – No que

concerne ao E. 776, quando o MEM fala em que “nada pode impedir” uma desgraça,

revela uma lei oculta: quando essa desgraça está decretada, o foi pelo Destino, cujo

mecanismo já conhecemos, como também vimos o porquê da sua automaticidade

fatal: justa! como justo seria o que nos m ostra o MEM: criticar um suicida, pode nos

levar a termos que ferir-nos de morte afetiva, mental ou até física, se insistimos em

posições erradas e julgamos que “nunca procederíamos assim, em tais ou quais

condições”... então, nos dão a oportunidade de verificar!

A conduta para com os mortos

E. 59, 56, 168 – 59) – É melhor deixar os mortos sossegados; não se deve

fazer-lhes preces ou pedidos. Se formos muito bons, porém, os parentes virão por si

mesmos.

56) – Possuímos, após a morte, um corpo objetivo; nascemos, vivemos,

constituímos família e morremos. Os mortos que puderam orar sobre a terra

continuam a poder fazê-lo depois; eles podem manifestar-se tomando a forma de

mortos recentes.

168) – Por que temer a morte? Ela não é absolutamente nada. Os que estão

mortos nos vêem e ouvem; se Deus, porém, não quis que os víssemos, é porque

sabe de que precisamos. Se os pudéssemos ver e ouvir, teríamos talvez mais

confiança e menos temor do amanhã, pois sempre nos estamos inquietando com o

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porvir. Deus, entretanto, soube prover no passado; por que não quereis que assim

aconteça, também, mais tarde?

Com.211 – Bem, Carolei, acho que só não entende quem não quiser, que é

preciso deixar os mortos EM PAZ. E, se não precisam nem de preces (em favor

deles), nem de pedidos, em benefício nosso... muito menos precisam de... mesas,

bancos e terreiros! Mas isso, vê-lo-emos no capítulo reservado ao Espiritismo.

Pelo contrário, quem teve fé, resignação e devoção na vida, pode, do outro

lado, orar pelos que ficaram. Peço meditar bem o E. 56, e rever o caso do

magnetizador Robert, para lembrar que, quando estamos “desegoistizados”

(relativamente) ao perder os laços da carne, do dinheiro, etc. ... é quando podemos

um pouquinho mais, por aqueles aos quais sigamos amando... um pouco mais

desinteressadamente; medite, Carolei, verá como concorda! E, no E. 168, ainda está

lição mais ampla: devemos criar fé e confiança, se possível sem ver aos mortos!...

(nem conversar fiado, com eles).

Como nos ajudam e como nos ajudarmos a nós mesmos...

Com. 212 – Francamente, Carolei, está tudo tão claro, nos ensinamentos que

seguem sobre a nossa condição após a morte, sobre os que nos ajudam e a nossa

vida, no lado “de lá”; e sobre o que devemos e o que não devemos fazer, quando

vivos, com relação à morte e aos mortos, que só apontarei a promessa do MEM aos

que Lhe seguem o ensinamento, promessa que reitera. E, hoje ainda estão de pé as

Suas Promessas; basta crer nelas e cumprir, o melhor possível com o que Ele

ensina e pede, para ter a Proteção merecida...

E. 97 – Nenhum ser fica eternamente nas trevas, nisso que chamais de

“inferno”.

E. 58 – Alguns velhos, após a morte, podem ir direito para Céu, mas, para

isso, é preciso ficar semelhante ao ser que vem pela primeira vez (recém-nascido).

E. 149 (fim) – Pergunta: O Bem feito, durante a vida, com esperança de uma

recompensa, é nos contado após a morte?

A matéria é matéria, e o espírito é espírito. Está dito no Evangelho: “Ama teu

próximo como a ti mesmo”. É preciso amá-lo com total desinteresse.

Certamente, mais vale ainda fazer o bem com idéia que Deus no-lo devolverá,

do que não fazê-lo de jeito nenhum. Porém seria melhor fazer o mal do que não

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fazer nem bem nem mal: Esses são os mornos, os retardatários, e, para adiantar no

Céu, é preciso que nos seja devolvido aquilo que temos feito, nossos atos, nossas

palavras, nossos pensamentos. O pensamento deve ser puro.

E. 228 – Para chegar ao outro lado é preciso, se posso usar deste termo, um

tamis, como assim par avir a este lado. Porém ao deixar o outro lado, nem sempre

se pode trazer este aquilo que se quis. E vos juro que para ir deste para o outro, é

preciso deixar tudo e só o bem que se tiver feito será levado.

E. 710 – Quando morremos, não há fenômeno intermediário entre a nossa

partida daqui e a nossa chegada em outro lugar. Achamo-nos logo, imediatamente,

em casa dos nossos amigos espirituais.

E. 154 – A morte não existe. O corpo devolve à terra a matéria que, por sua

vez, a terra lhe tornará a dar, para a criação de outro corpo. Se quiserdes,

entretanto, passar bem, após essa mudança, essa transformação, deveis preparar o

vosso leito porque, após a morte, todos os atos da vida tornam a passar ante vós.

Tende por certo que estarei sempre convosco, e que, se vos protejo aqui, vos,

vos protegerei ainda do outro lado. E todos os que perdeste me viram e me vêem

desde a primeira vez que tendes vindo aqui.

E. 712 – Não virais com os mortos, não faleis sempre dos mortos, porque são

ausentes que não podem se defender. Trabalhais mais para o Céu, corrigindo-vos

dos vossos defeitos, do que orando pelos mortos.

Não se esquece nada. Quando estiverdes do outro lado, vereis o que tendes feito, o

que teríeis podido fazer, e o que deveríeis ter feito: tanto em bem como em mal.

E. 331 – Amai-vos uns aos outros, e vos prometo que na vossa morte um só

pensamento vosso me trará para vós. Lá estarei. Pareço estar falando como Mestre,

mas é porque tenho um Mestre que tudo pode; eu nada posso. Ele está diante de

mim e eu atrás de vós, e vos farei andar quando não avançardes. Tudo vive na

natureza e a matéria é viva. Há três vidas em vós. Eu não vos posso dizer como a

Igreja, que acredita não ter a matéria vida própria, porque não o creio. Há a vida do

corpo, o espírito que acompanha ao corpo e a alma ou centelha de Deus. Porém

não precisais saber todas estas cousas. Só precisais amar ao vosso próximo como a

vós mesmos, e tudo vos será dado.

E. 507 – Domingo, 29 de agosto de 1897: Sessão com a presença de

sumidades médicas, professores da escola de magnetismo de Paris, de Durville –

diretor –, de Encausse (Papus), Lalande, mais professores, e outros. O MESTRE

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diz: “Ao partirmos, um anjo está lá, que vem para nos conduzir como num carro,

pois, a morte não existindo, não devemos com ela nos atemorizar; o que não é para

todos”. – A seguir, o MEM realiza a prodigiosa experiência de fazer morrer já a um

doente que iria sofrer durante meses ainda, o que deixa aos médicos pasmos. (Esta

experiência será relatada no tema “O TEMPO”...)

Com. 213 – Assim, Carolei, com os conselhos do E. 17, dado em temas

anteriores, para nos aferirmos continuamente; com os do E.712, tão

categoricamente claro sobre a nossa orientação cá e lá, e com a maravilhosa dádiva

que Marie Lalande nos fez, ao transmitir-nos o E.507, que contém a prova do Poder

do MEM, sobre a própria Morte, fica completa a explicação do labor: do nosso Ando

da Guarda, dos Anjos Recebedores, e, de tudo quanto existe, na infinita e bondosa

previsão do Pai e da Divina Mãe, na organização da vida universal. Procuremos,

assim, não contribuir para desorganizá-la, e agradeçamos, mais uma vez, a

Transmissão! N. 144

O Muito Excelso Mestre e A REENCARNAÇÃO

E. 457 (parte) – A verdadeira ressurreição da carne, e a única, é a

reencarnação. Isso explica tudo; etc. ...

E. 766 – Se não se acredita na reencarnação, fica impossível explicar estas

duas parábolas do Cristo: “A sétima geração não passará sem que tu pagues as

tuas dívidas até o último iota”. – “Não arrancarás um só cabelo da cabeça do teu

irmão, sem que isso te seja devolvido”.

N. 144 – Origem dos Ensinamentos do Tema “A MORTE”: do Manuscrito de Papus são os E.33

(usando o da 5 ed. Francesa, mais completo), 45, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 97, 439. Ainda de Papus (L’ INITIATION, Vol. 35, ano1897, pág. 21) é o notável E. 829... – De Lumiére Blanche, o extraordinário E.507 – Das Sessões de Lyon: E.708, 709, 710, 711, 712, 776 e 777, são de “Diversas Fontes” e aparecem na 5 ed. Francesa. – A sessão de Lyon (E. 569), a reproduzi diretamente de L’ INFITIATION, Vol. 34, ano 1897, pág. 264 e segs. – O referente à Igreja Expectante, vem de “Bases e Rituais”, pág. 29 e segs. – a H. 22, vem dos arquivos da nossa vida mística com os discípulos... Aliás, felicito-me, Carolei, pela extensão dos nossos arquivos e pelo tempo e tranqüilidade, que o Muito Excelso MESTRE PHILIPPE nos concede neste Retiro, pois sem todas estas condições, não poderíamos ter reunido toda esta vasta documentação, nem eliminado as “correções” que, na Europa, alguns acharam necessário fazer, às vezes para deixar “mais bonito, mais gramatical...ou mais a seu gosto” (deles...) o que o MEM dissera. Creio que NÃO SE PODE NEM DEVE ALTERAR NADA do que o MEM dissera. Creio que NÃO SE PODE NEM DEVE ALTERAR NADA do que O MESTRE disse. É uma linha necessária de ser seguida, por cada Discípulo, em todos os níveis de Mestres e de Discípulos, e sem a qual a TRANSMISSÃO torna-se: desordem, deformação e deturpação. Por isso arquivamos os volume anotados; de tudo quanto citamos.

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E. 641 – O bem, feito na sombra, é hereditário.

E. 6 – Provém a timidez, às vezes, de uma demora no outro lado.

E. 68 – A lembrança das encarnações precedentes pode influir em nossas

antipatias.

E. 65 – Quando reencarnarmos, voltaremos com as paixões que não tivermos

combatido.

E. 43 – Tudo quanto a alma adquiriu de luz, em uma encarnação, ela o

conserva na encarnação subseqüente. Apenas o erro e as falsas opiniões

desaparecem, porque a verdade é o pão da alma.

Com. 214 – Convém lembrar, em primeiro lugar, Carolei, que nos temas

anteriores, o MEM já afirmou a realidade da reencarnação e mostrou que Ele

Mesmo lembrava ter estado antes, aqui. Também recordarei que nos foi dito que a

alma, cinco ou seis anos antes de sua encarnação, já sabe onde irá morar (e

morrer); morar: claustro materno, lar, família, país, lugar, etc., e quanto tempo terá

de passar na Terra (E. 44, pág. 95, I Vol.). Também nos foi dito, no E. 617, que as

almas corajosas, durante uma viagem de 3 dias “através da vida”, vão sendo

informadas; ; “Vêem”, o que haverão de viver. Isso, unido ao que já comentei da

ressurreição de nos mesmos - por reencarnação – como corpos e como entidade

humana tríplice, esclarece bem o que, no E. 457, o MEM afirma.

No E. 766, cujo texto é claríssimo, há uma particularidade: o “iota” era o “Iod”,

nos tempos de Jesus, letra hebraica que significa “germe, semente, princípio”. Vale

dizer: pagarás, em tua própria pessoa, até o último e mais mínimo dos teus atos

(cabelo arrancado, por ex.) e até a semente que hajas lançado, em terceiros ou

torno de ti, de bem e de mal; e até a semente (intenção) que gerou qualquer de teus

pensamentos, palavras ou atos. Este comentário, Carolei, está ortodoxamente de

acordo com o sentido que já vimos, diversas vezes, do que é “pagar a sua dívida”:

some e siga.

O E. 641 contêm um sentido duplo: hereditário em nossos descendentes

(físicos, morais e espirituais) como em nós mesmos, por reencarnação, cousa que

fica bem clara com os E. 43 e 65. Devemos, apenas distinguir das paixões, que são

um movimento vital da alma e do duplo, as “opiniões”, que são uma posição – nesse

caso errônea e transitória – da mente, que são retificadas do outro lado. É lógico

que, se não perdoamos e não nos reconciliamos com alguém, ou não aprendemos a

tolerá-lo, e ao reencarnar nos encontrarmos com tal pessoa, a “antipatia” surge em

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129

modo automático para o mental, porém consciente na alma. Por isso é, que o MEM

ensinava que devemos vencer a antipatia a qual quer preço; é evidente, já que isso

equivale: a um perdão, se for uma antipatia com raiz no passado de outra vida; e a

um progresso importante se for apenas o resultado atual de um orgulho desta

mesma existência.

Os netos que pagam pelos avós: solidariamente e unitariamente, podem

pagar pelos seus parentes terrestres, que além disso podem ser “parentes de família

espiritual” e, inevitavelmente irmãos em Cristo-Social... – Também podemos voltar,

como netos, para pagar um erro que, quando avós, cometemos com nossos filhos...,

o que já comentei antes. O E. 768 confirma tudo isso:

E. 768 – Somos todos irmãos; os netos pagam pelos avós.

E. 248 – Uma pessoa na sala diz: Desejo-vos a felicidade e longos dias.

A felicidade, oh! Não, não é deste mundo. E longos dias, sempre se deve

pedir a Deus viver o maior tempo possível. Os nossos corpos, eu vo-lo prometo, eu

vo-lo juro, ressuscitarão sem as suas enfermidades. A matéria é animada e os

corpos mais pesados podem ter movimento.

E. 471 – P: Como entender estas palavras, que nos haveis dito: Para mim, em

certas famílias, três gerações só fazem uma, enquanto em outras, duas gerações

fazem três?

R: Se um homem dá-se à bebida, satisfaz todas as suas paixões, e morre

com sessenta anos quando deveria ter vivido noventa anos, são pois trinta os anos

que ainda deveria ter vivido sobre esta Terra, e ele terá de vivê-los no outro mundo;

ele pagará assim a sua dívida, pois não importa que ela se pague neste mundo ou

no outro, desde que seja paga.

Há seres que ainda não deixaram inteiramente esta Terra; só as suas

faculdades estão apagadas e já estão reencarnados; quando seu corpo morre, uma

nova encarnação já está na adolescência. Chama-se a isto reencarnação por

antecipação. Não é para todos, mas apenas para algumas famílias privilegiadas.

Com. 215 – Deixemos de lado, Carolei, o “grito do coração”, o desabafo do

MEM, com relação à felicidade que este mundo possa proporcionar!...Vejamos,

antes, a lição que nos dá: pedir a graça de viver muitos anos, pela longa

oportunidade que isso representa; por isso é um dever... – Já vimos porque os

corpos ressuscitarão sem as enfermidades: à medida que purifiquemos as várias

partes componentes, já que a luz deverá nos impregnar totalmente: átomos físicos,

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130

duplo, espírito e alma...através de séculos de esforços, cujos resultados crescem a

partir do momento em que tais esforços se tornam conscientes e puros de intenção.

A “matéria animada”, é tema para a outra seção do ensinamento. O E. 418 não

necessita ser comentado, basta apontar que as “famílias privilegiadas” são,

evidentemente famílias espirituais. Este ensinamento completa outros dados no

tema A Alma.

E. 353 – P: Por que há tão pouca gente que acredita na reencarnação?

R: É por causa dos preguiçosos. Eles sempre têm tempo de sobra. Aliás, não

se é obrigado a acreditar na reencarnação. Tudo quanto sei, é que me lembro de

longo tempo, bem longo tempo mesmo.

E. 410 – Não sei se acreditais na reencarnação: tendes liberdade de não

acreditar nisso. O que sei, é que me lembro de ter existido, de ter partido novamente

e voltado, e que também sei quando partirei outra vez. Mas, haverá outra cousa que

mostre com mais evidência a justiça de Deus, do que esse tempo que Ele nos

concede para que resgatemos as nossas culpas? E por que, sem essa justiça, tal

pessoa seria mais feliz que tal outra, mais inteligente ou menos favorecida?

Acreditai-me, fazei o bem e não vos inquieteis com outra cousa, predicai com o

exemplo e não façais a outros o que não gostaríeis que vos fosse feito. Deus

devolve centuplicado o bem que tiverdes feito.

Com. 216 – Há dois tipos de preguiçosos, entre os que o MEM designa: os

que, não sendo “espiritualistas”, ganham em lutarem por superação, pelo fato em si,

como é o caso de muita gente boa, mas que se esforçaria muito menos, se não

tivesse a esperança de um paraíso ou de um descanso, após o esforço de uma

existência, aliás banalíssima em geral, de 60 anos em média! Quão ilusão é a lei

humana! – E os outros, que nessa “triste tropa” já tem pretensões a serem “mais

evoluídos”, são os que muitas vezes vejo, quando com certo sorriso de quem está

sendo muito “sabido”, dizem-me “isso deixo para a próxima vez”... e de fato deixam...

“tudo que mais lhes custa”, isto é: fazem exatamente o contrário, do que o MEM

aponta indispensável para progredir. A conclusão fica por sua conta, Carolei...

Vejamos, agora, dois ensinamentos transmitidos por Chapas, que situam o

problema atual, e a esperança futura; do tema:

E. 592 – Creio, prosseguiu Chapas, que efetivamente Roma sabe a que se

ater (sobre a Reencarnação), mas que por prudência conserva o silêncio. Essa

prudência é quiçá um pouco... imprudente, porque a Igreja não tardará em ficar

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obrigada a promulgar o dogma da reencarnação, se ela quiser conservar a confiança

dos seus fiéis; já é até tarde. A reencarnação, efetivamente, explica muitas cousas

que, até então, eram obscuras para os que não estudassem o que era conhecido

por um pequeníssimo número de iniciados...aliás os pastores protestantes tampouco

a ensinam e não é Roma que os segura! Nem os rabinos falam nela e nem os

Muçulmanos...Mas há muitas religiões que a ensinam, e muito sábias...

E. 538 – No mundo novo, haverá lembrança das existências anteriores, a dor

da morte dos entes próximos será atenuada, será como uma partida para uma

viagem.

Com. 217 – Lembraremos, Carolei, que a Reencarnação, nunca foi negada

pela Igreja Romana. O que houve, no IV Concílio de Constantinopla, foi a declaração

que: “anatematizado seja aquele que proclame ter voltado sobre a Terra, por

desgosto ou nojo do Céu”. Tal declaração, longe de negar ou condenar a

reencarnação, mostra pelo contrário que ela fazia parte do ensinamento, e que, se

havia os que voluntariamente se reencarnavam, não por nojo do Céu, mas pelo

amor ao semelhante, tal anátema não os podia concernir, como bem o comentou

Papus, aprovando os trabalhos do já citado Dr. Rozier. E, para terminar, vejamos,

em relação ao E. 410 do MEM, as sete conclusões que, em 1946, formulei e que

foram adotadas pelo “Primeiro Congresso Espiritualista para o Estudo da

Reencarnação”, pois em ambos os casos: as conclusões e o próprio Congresso e a

Grande Mãe do Muito Excelso MESTRE PHILIPPE fizera-se sentir claramente como

pormenorizei em Yo que...

Com. 218 – As Sete Conclusões Fundamentais

1º) O Espírito é Eterno (Alma, na linguagem do MEM).

2º) A Reencarnação é real, evidente e verificável, tanto em modo

experimental, como pela via introspectiva.

3º) Sem a Reencarnação, nenhum modo de evolução formal ou

energético, é explicável.

4º) A aceitação das premissas anteriores, implica uma total renovação da

base moral, na conduta individual e coletiva.

5º) A Reencarnação é o sentido da história, por ser o meio do progresso.

6º) A Reencarnação é a prova da Justiça de Deus.

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7º) A Reencarnação é o meio e o esteio do ser, no seu processo de

reintegração na Divina Origem. N. 145

* * *

O Muito Excelso Mestre e O DESTINO ESPIRITUAL DO SER

E. 629 – Se nos dessem o conhecimento do mistério da criação, seria, para

conosco, uma grande imprudência, pois, sabendo-o, não faríamos mais progressos.

E. 492 – Nenhum cérebro humano pode conceber a felicidade que nos está

reservada.

E. 373 — Bem gostaríeis de saber de onde vimos, e para sabê-lo, seria

preciso conhecer para onde ides, e o que sois. Mas então nada vos atingiria, e os

sofrimentos são necessários: sem eles não podeis progredir. Que faríeis para isso

sem o sofrimento?

E. 711 — Experiência — O Mestre explica que existem sete cortinas e que,

por trás da primeira cortina, acham-se os seres mais evoluídos que habitaram este

mundo. Ele chama, então, um jovem para perto Dele e participa-nos que irá erguer a

primeira cortina, que separa este do outro mundo.

No mesmo instante, todas as pessoas presentes sentem uma corrente de ar,

mais fria e mais leve, que produz em todos um inexplicável bem-estar. Tendo todos

expressado o desejo de que o Mestre concorde em erguer a segunda cortina, Ele

declara consentir. No mesmo instante, o jovem cai inanimado e todos os assistentes

são tomados de espanto e alguns se sentem até atraídos no vácuo.

N. 145 - Origem dos Ensinamentos do Tema “A REENCARNAÇÃO”: do M. P.: E. 6, 43, 65, e 68 –

Das S. Ly: E. 248, 353, 410, 417 e a parte usada, neste tema, do E. 457, que aliás já fora divulgada também em Lumiere Blanche, pág. 32. Da 5ª ed. Francesa (Diversas Fontes): E. 641, 766 e 768 – De Chapas: o E. 538 vem do artigo já citado, de Maurice de Miomandre em L’INITIATION, out. 1953, e o E. 592, vem de Revelations, pág. 29. – o comentário de Papus sobre o IV Concílio de Constantinopla, está em La Reincarnation, pág. 171 e as sete Conclusões Fundamentais e muitos outros pormenores do Congresso citado, estão no Yo que Caminé por el Mundo..., pág. 229 e seg. – Devo ressaltar que, além das “reencarnações” das quais, eu ou pessoas do nosso círculo íntimo, possamos ter lembrança parcial ou maior, conheço inúmeros casos, verificados, tanto em pessoas no Brasil, como por exemplo na própria família do Prof. Valdomiro Lorenz, ou contidos em literatura de valor. A notável revista Voz Informativa, quiçá o melhor que se divulga em matéria espírita, em idiomas latino-americanos, traz frequentemente estudos a respeito. No número de junho de 1958, a pág. 23, trazia notáveis casos. Porém, Carolei, acho que: se o que o MEM PHILIPPE nos dá, não nos esclarece, de que serviria “contar casos”?

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A impressão geral é que teríamos sofrido a influência do mesmo fenômeno,

se o Mestre não tivesse baixado logo a cortina.

E. 412 — Explicação: Sabeis porque caiu e não suportou essa visão? É

porque quando alguém está preso numa fortaleza, enquanto tem o que beber e

comer, não procura fugir, porém procura fugir quando já nada tem. Assim, o espírito

deste homem atraído pelo que viu, quis seguir adiante, e o corpo tombou.

Com. 219 — Se os humanos pudessem ter certeza experimental da

beatitude, da bem-aventurança, sem ainda terem deixado seus defeitos; e

indiferenças, sua preguiça e seu desamor; e, se por acréscimo, pudessem ter a

certeza, como uma fé inabalável, de que isso nos está reservado, ninguém — ou

quase — mexia mais uma palha! Por isso é bom que só tenhamos a fé, a

capacidade de crer, de acordo com o nosso aperfeiçoamento geral. O fato da bem-

aventurança ser conquistada só pelos santos, pelos ascetas e pelos muito entre-

gados, é uma confirmação do dito. A experiência extraordinária outorgada pelo

MEM, é uma graça concedida, como prova, para ser registrada e divulgada. Há

muito mais, em tal ensinamento, que lembraremos adiante... — E, Carolei, convém

tornar a meditar nesse Poder do MEM de erguer as cortinas dos Mundos! ... ou dos

modos que permitem percebê-Ios, em estado de graça, mesmo que esta seja só

emprestada por instantes; por exemplo!

E. 67 - Embora tenhamos partido, uns após outras, para o trabalho,

Chegaremos todos juntos à meta.

E. 670 - O segador colhe todas as espigas, até as que não estão maduras,

para estar seguro que o granizo não virá lhe destruir a colheita.

Com. 220 — Embora as “partidas” sejam todas diferentes: uns descem

primeiro, como já vimos; outros decidem-se antes que outros ao esforço; em muitas

maneiras nos diferenciamos nos “momento de partida”. Basta observar a vida para

vê-lo. No entanto, certas “chegadas” são comuns: aqui, por exemplo, os fins de

ciclos; os “tempos que chegam ou que se fecham”. E, mais transcendentalmente:

chegaremos todos juntos à meta: no sentido que uma leva de almas, de uma

criação, haverá de reintegrar-se “íntegra”, isto é, todos reunidos, no seio divino, de

origem. É tema para se meditar muito, Carolei N. 146

N. 146 — Origem dos Ensinamentos do Tema "DESTINO ESPIRITUAL DO SER": o E.

67 é do M. P. - Os E. 373, 412 e 711 são das Sessões de Lyon. - O 492 vem de Lumière Blanche, pág. 40; e 629, 670 são de "Diversas Fontes" da 5.ª edição francesa.

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* * *

O Muito Excelso Mestre e o ESPORTE

E. 118 — (M. P.) — Podemos praticar esporte; se nisso colocarmos orgulho,

porém, ele nos fará mal.

Com. 221 – O ensinamento acima é evidente. Todos julgarão ter

compreendido que o exercício físico é bom, e que o orgulho é mau. Seria útil,

entretanto, ir um pouco além: deveríamos poder praticar esporte, pela coisa em si,

sem nenhuma espécie de competição e, indo mais longe, diria que toda competição

é má como resultados. Pedagogicamente, longe de criar estímulos construtivos, os

que desenvolve são de luta, de rivalidade, de astúcia e até de ódio.

Basta ver, nesta época em que vivemos, tão degradada que o futebol chegou

a ocupar lugar principal em tudo: ocupações, publicações e orçamentos! O resultado

é uma mentalidade da mesma altura, para uma grande parte da massa humana de

muitos países.

Há repúblicas americanas nas quais o ódio é sistematicamente inculcado à

criança, para os que são do clube rival. Tenho visto espetáculos dos mais

degradantes nesse aspecto. A "guerra" nas alfândegas, contra os inocentes

passageiros, quando o "time" do país venha contra o da outra margem do rio, é

coisa comum no Prata. Houve derrotas que quase geraram conflitos diplomáticos e,

para vergonha definitiva desta era, houve certos países que decretaram feriado

nacional por terem ganho um campeonato de chutar bolas e canelas adversárias.

Coisa de selvagens, numa palavra. E isso, é mundial. A Terra toda está infestada

das competições e dos ódios que as mesmas semeiam, junto com orgulho, compras

de consciência, e baixezas de toda a espécie. — A historieta que vou reproduzir da

imprensa nacional ilustrará porque digo que um Sistema educacional decente,

começaria por suprimir todo esporte bruto ou competitivo; com maior razão os que

são ambas as coisas!

H. 23 — Reação diferente dos alemães à derrota

Estocolmo, 29-6-1958 - A derrota da Alemanha no campeonato mundial de futebol teve, segundo o

vespertino "Ksvaell Posten", de Malmoe, os mais inesperados resultados; um atacadista de Malmoe

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recebeu uma carta de uma firma alemã anunciando-lhe que lhe suprimia, com efeito imediato, o crédito

permanente de 40,000 coroas suecas de que a firma sueca dispunha há 13 anos na Alemanha.

Do mesmo modo, prossegue o jornal, um juriscolsulto de MaImoe recebeu, por seu lado, uma carta

do diretor de uma importante firma alemã declarando:

"O povo sueco parece mais interessado pelas nossas mercadorias e considero praticamente impossível

continuar a nossa colaboração. Interesso-me muito pouco pelo futebol, mas os jornais alemães me

mostraram as disposições da Suécia para com a Alemanha sob um tal aspecto, que julgo preferível pôr fim

às nossas relações". (F. P., no "Correio da Manhã" do Rio, de 1-7-1958.) (!…) (Carolei: não são crianças,

dizem ser homens!)

* * *

O Muito Excelso Mestre e a DIETA

E. 36 — Estamos obrigados a comer carne; devemos comer, entretanto, o

menos possível, carne de caça. Beber vinho cortado com água, ou água pura,

ou um pouco de vinho puro no fim da refeição.

E. 687 — Quando se está sedento, é preciso lutar contra a sede, beber

pouco. A embriaguez é uma forma de gula. As pessoas que se entregam à

bebida, aos álcoois, cometem um homicídio; essas pessoas serão punidas

proporcionalmente. Deus nos deu um corpo, devemos cuidar dele e não

deteriorá-Io pela nossa gulodice ou por outro defeito qualquer.

Com. 222 — Esta "famosa" questão das dietas alimentícias, Carolei, que

— como o futebol — divide o mundo dos "espiritualistas" em equipes, acho que

pode ser resumida como segue:

Para toda a gente em geral: o MEM aponta a norma: "estamos obrigados

a comer carne". Vê-se, pela forma em que o expressa, para a massa, que Ele

não está intimamente satisfeito com o fato, mas que constitui uma das

obrigações da era, do tipo de civilização criada por todos nós, pelos hábitos e

sentimentos que cultivamos. Entretanto, recomenda evitar o mais possível, a

carne de caça; isto é: da que foi morta por prazer, pois contém uma dose dupla

de veneno: o terror do animal perseguido e o pecado da sanha, da maldade -

pois outro termo não há! - de quem mata sem necessidade e sem compaixão!

Aqui vem a calhar, lembrar que o MEM ensinava que "depois de morta a carne,

é quando a alma tem meios de agir, que antes não tinha": os animais que

matamos e que comemos, reagem, em nós, comunicando-nos a dor e o temor

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que lhes fizemos sofrer! Mas, pouco adiantará dizer tudo isto a estas gerações

que premeditam liquidar civilizações inteiras a golpes de bombas atômicas.

Estão longe de poder sentir qualquer espécie de real compaixão desinteressada,

pelo reino animal. E, o mesmo homem que “brigaria” com quem tivesse

maltratado o cachorro dele, aplaudirá medidas de repressão violenta contra

homens que sejam de outra nação, religião ou ideologia. Coisa de loucos, ou,

tecnicamente falando, coisa normal já que somos semidemônios. Em resumo,

para “toda a gente” o problema está resolvido: cada um come como quer e pode,

o que já comentei amplamente em yo que…, pág. 120 e seguintes.

Para os “discípulos (?): Aqueles que se consideram “discípulos”,

naturalmente se alimentarão de acordo com a escola a que pertencem, aos

instrutores que seguem e ao fim que procuram. Já sabemos que Papus e outros

eram antivegetarianos, no sentido de não adotarem tal dieta como habitual.

Papus a tolerava como devendo ser usada um mês em cada três ou quatro. Já

dei, no Yo que…, e mais explicitamente nas lições da A.M.O., todas as

explicações a respeito. — As pessoas que desejem seguir a Via que o MEM

indica, não precisarão dieta alimentar, a não ser no sentido de evitar os abusos

que o MESTRE pondera: se tivermos vícios, como gula ou embriaguez,

deteriorando assim células, órgãos e funções do corpo que nos fora confiado,

seremos punidos em proporção: teremos nessa e nas vidas seguintes, a

quantidade de doenças,deformações, fome ou miséria, que tivermos decretado

para nós mesmos, aliando-nos mais ao Destino dos bêbados que ao dos

sóbrios, etc… É fácil e lógico, de entender!

Quanto aos que seguem determinado regime para melhorar-se: física,

anímica ou espiritualmente, é tema que tratarei — Se me for permitido — mais

amplamente no Tratado de Sarva Ioga, mas quero, desde já, dizer isto: todos os

sistemas são bons, para o corpo, quando seguidos com bom senso. Os que gozam

de melhor saúde parecem ser os semivegetarianos, assim como as pessoas que

comem um pouco de tudo, evitando aquilo que é menos sadio.

No aspecto moral, creio poder dizer que: os benefícios que uma alimentação

especial proporciona, em tal sentido, dependem fundamentalmente, da aspiração e

do método com que é feita. A nossa permanência de mais de quatro anos no

Monastério Amo-Pax, no qual o regime era vegetariano, nos mostrou que, os lá

residentes não faziam nenhum progresso moral, em função da citada alimentação.

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Até poderia observar-se que os que já eram vegetarianos antes de irem para aquele

lugar, deram mostras de muita baixeza moral, continuando a ter vícios sexuais,

morais e outros, tal como antes. — E, as pessoas que apresentaram progressos

mais sólidos, nem sempre eram as mais severas em matéria de regime. — Por isso,

conclui-se, sempre, que o regime serve apenas de ponto de apoio, ao que uma

vontade e aspiração fortes e constantes, procuram construir sobre tal base.

Para os da Via Mística essênia: o problema amplia-se e complica-se. Resumi-

lo-ei assim: sendo unitariamente solidários, a dor e o crime — se crime há — que o

reino humano impõe sobre o reino animal, deve ser por todos compartido. A parte

que eu me negar a absorver, recai sobre meu irmão. Por outro lado, é convicção de

certos místicos, que os reinos das formas e das energias progridem, precisamente,

por essa absorção ascendente: o mineral assimilado precisamente pelo vegetal, este

pelo mineral, que, por sua vez, é incorporado à vida humana, principalmente pela

alimentação. Negar o fato é posição de cego. Torna-se, até, curioso, ver que no

Oriente, onde a Divina-Mãe num de seus aspectos (Kali-a-Terrível) foi tão bem

compreendida, como Lei da Destruição-Morte-Assimilação-Renascimento-Mais

Elevado; justamente lá, os povos são de grande maioria vegetariana, especialmente

no setor buddhista, embora uma parte deles recuse a castidade e o vegetarianismo

como indispensáveis à realização espiritual.

Subindo na escadinha infinita…: no que a mim concerne, a experiência do

Monastério me convenceu que é melhor comer às vezes uma camaronada, do que

falar da vida alheia ou viver construindo intrigas. Aliás, já foi dito: “o que faz mal é o

que sai da boca”. O problema, porém, consiste em não tomar essa afirmativa como

desculpa para comer quanto agrada, sem por isso esforçar-se em real progresso,

moral, principalmente. — Os Mestres do Zen, a escola mais transcendental do

buddhismo, iam às vezes pescar e comiam o peixe, só para mostrar que não era

isso que impediria o progresso. Tal gesto deles, era uma miniatura do que vemos

acontecer com o MEM (E. 421 e 461, já citados e comentados às págs. 100/101 do

II vol.) : o MEM não tinha regime especial. Comia carne, bebia vinho em pequenas

quantidades ou água pura, fumava muito. Já vimos que não era por preferência,

senão para mostrar que é possível viver “por fora”, como todas as pessoas decentes

e equilibradas de cada época em que nos toque encarnar, e seguindo os usos do

lugar, e, ao mesmo tempo, fazer essa ascese real: interior, moral, espiritual de fato,

que já foi apontada por Sédir e que também comentei nos temas dedicados ao

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MESTRE N. 147.

* * *

O Muito Excelso Mestre e O ESPIRlTISMO.

E. 127 — P: Existe algo bom no Espiritismo para se tomar?

R: Há, em toda coisa, uma parte boa para Se tomar. Os espíritas fazem

evocações das almas de seus mortos e, às vezes são outros espíritos, e não os

chamados, que vêm comunicar-se. Está dito no Evangelho que não se deve

perturbar os mortos.

E. 128 - Uma senhora pergunta: E quando os mortos nos falam, sem que os

tenhamos chamado?

R: Sim, isso pode ser; é preciso, porém, que as pessoas, com quem isso

acontece, reservem para si tais coisas, não fazendo delas uma propaganda para a

religião dos espíritas. Disse religião: é muito mais uma crença.

E. 130 - No espiritismo, o que constitui o fundamento e explica a justiça de

Deus são as reencarnações. Por que é inteligente determinada pessoa, enquanto

outra é tola, se essa diversidade não se explicar pelo trabalho em encarnação

precedente? Poderia estender-me muito mais; mais uma vez, porém, não vos digo

para crer assim mais que de outra forma. Deus apenas vos pede que ameis ao

próximo como a vós mesmos.

E. 257 — P: O espiritismo evoca certos espíritos. Podem vir?

R: Sim. A isto podeis responder-me: nem todos podem fazê-los vir.

Evidentemente, pois em tudo é preciso prática. Se vos dão um instrumento que não

conheceis, não podereis usá-Io.

Aliás, por que chamar os mortos? Não disse a Escritura que se deixassem os

mortos em paz? O espiritismo é uma religião na qual, como entre os católicos, há

bons e maus. E, no espiritismo como noutra parte, há os que não se preocupam se

o vizinho não tem o que precisa. Mas não se pode negar que se se tiver suportado

N. 147 - Origem dos Ensinamentos do Tema “A DIETA”:E. 36: provém do M. P., publicado no I Vol.,

porém completado por dados de "Diversas Fontes" que se acham na 5.ª edição francesa, de onde também

provém o E. 687. — Com a publicação desta obra, que dá a posição do MEM PHILIPPE sobre o assunto, e as

obras Coma bem… (posição vegetariana ampla), e o Memorial Macrobiótico, cada um terá por onde

documentar-se relativamente ao que quiser fazer, se é que aparece quem saiba o que quer!

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existências penosas, e se não se tiver feito muito mal nas existências anteriores, só

se chamará bons espíritos orando a Deus.

262 — P: Mas, está errado?

R: Quanta coisa pode fazer-se, pensando serem boas, e que não o são.

E. 261 — Experiências foram feitas pelas quais vos foi mostrado que a

matéria podia ser animada. Os espíritas, quando chamam espíritos, tanto Podem

dirigir-se a espíritos infernais como a bons espíritos.

Loucura e Espiritismo

E. 197— P: O que é a loucura?

R: A loucura é às vezes originada pelo deslocamento da alma num corpo que

não lhe pertence; ou é sinal de expiação; ou algum afastamento do pensamento.

E 477 — A maior parte dos casos de loucura são apenas obsessões. Dar-vos-

ei uma comparação. Supondo uma casa que se acabou de erguer; está vazia em

aparência, mas na realidade há espíritos que lá fazem sua moradia, e se lá fordes

uma noite, perto da meia-noite, possivelmente poderíeís perceber alguns.

Suponhamos que um inquilino venha lá se instalar um dia; se a casa pudesse

falar, diria: "Mudam continuamente aqui, o habitante precedente era melhor", e que

diremos nós, da casa? Que está louca. O louco também é sincero e sabe o que diz;

ele pensa, sente e vê sucessivamente tudo quanto diz, mas esquece logo, e passa

para outro tema. Nós, que nada vemos, chamamos a isso de loucura.

Orientação aos Seus Discípulos

N. 160 — A doutrina, entre os espíritas, é amar à humanidade e fazer o bem;

eles recorrem, porém, para todos os seus atos, às comunicações com os mortos.

Nossa religião, aqui, é praticar a caridade e agir sem importunar os que partiram. Se

os chamardes, isto pode, às vezes, incomodá-los muito, porque é impossível que ve-

nham completamente a vós. Há uma barreira, colocada por Deus entre os vivos e os

mortos. Acreditais que, a um simples chamado, eles possam vir? Nada disso.

Para isso, fazeis metade do caminho e chegais até a essa barreira. E isso faz

com que, freqüentemente, após uma sessão espírita, vos sintais cansados.

E. 158 — Para vos demonstrar aquilo que, estou certo, acreditareis depois,

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embora eu preferisse que tivésseis acreditado antes, para vos demonstrar, não a

existência da alma, mas a sua imortalidade, prometi que vos faria ver, um dia, os

seres que perdestes. Logo os vereis, mas era preciso que, para isso, eu vos

preparasse, pois embora digais "Ah! como ficaria feliz e quanto prazer teria em ver

meus familiares mortos", isso vos impressionaria muito. Nosso organismo não está

feito para isso e, se Deus não quis que tornássemos a ver os que partiram, é porque

sabe de que necessitamos.

E. 775 — O espiritismo é uma ciência que se pode chamar de uma

consolação. Eu sempre vos tenho dito, entretanto, que não pratiqueis espiritismo,

porque, se uma pessoa acreditasse ter uma comunicação ou se outra acreditasse

ter visto um fantasma, elas se apressariam em dizê-lo, por vaidade, por orgulho.

Ninguém pode ser bastante puro, cá em baixo, para ter mais coisas que vêm do

Céu. É inútil procurar saber por esses meios, pois que quando chegardes a amar ao

semelhante como a vós mesmos, vos será dado tudo saber. Começai pouco a

pouco a não falar dos ausentes, e virá um tempo no qual não mais tereis

oportunidade de fazê-lo, e no qual não julgareis mais a ninguém, porque então

sabereis que é um pecado.

E. 131 — P: Não se poderia ir para o Céu após a morte, sem passar por

outras encarnações?

R: Sim, mas teríeis, para isso, de vos despojar totalmente de tudo quanto

possuis, andar de pés descalços em proveito dos que nada têm, para adquirir,

então, o bastante para ir ao Céu. Há alguém capaz de fazer isso?

Com.223 — Vejamos Carolei, os diferentes ângulos, dos quais se pode

considerar o problemas do espiritismo. Isso contribuirá para esclarecer a Você,

sobre o tema em si, bem como sobre a nossa própria posição, em função dos

ensinamentos do MEM PHILIPPE, bem como dos fatos científicos, sociais e

religiosos.

Cientificamente: Já consignei, a páginas 44 e, 227 e seguintes, da minha obra

Yo que…,tudo quanto se deve ao espiritismo ocidental, no seu aspecto mais

interessante para a ciência: a demonstração de fenômenos vitais, bem como dos

laços que podem permanecer entre o espírito e o corpo do “mortos”; e dos que

podem — às vezes — ser estabelecidos entre tais mortos e os vivos.

Em sua notável Tese de Doutorado em Medicina Ciências Ocultas e

Desequilíbrio Mental, o Dr. Philippe ENCAUSSE reproduz as categóricas afirmativas

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do célebre Professor Charles RICHET (no seu Traité de Métapsychique), que

pondera o bem fundado das convicções científicas: dele próprio, como de William

Crookes, do Professor Morselli, de Russel Wallace, do Prof. Hyslop, de Sir Oliver

Lodger, dos Professores Challis, Frederico Myers, Cesare Lombroso e muitas outras

celebridades, e sábios que, após experiências pessoais, feitas em condições

rigorosamente científicas, concluem: “o fato existe, inegavelmente”…

Em apoio de tal afirmativa científica, temos os ensinamentos do MEM: “os

espíritos podem vir” (E. 257); “podem, porém, não ser os evocados” (E. 127);

“podem manifestar-se, tomando a forma de mortos recentes” (E. 56, no tema A

Morte). Não há, pois, Carolei, como fugir à realidade dos fenômenos, isto é: certo

número de tais fenômenos são reais. E isso, é o bastante para constituir o

esqueleto, do que o MEM chamou, com toda razão: “uma ciência-consolação” (E.

775).

Psicologicamente: Há muita gente, Carolei, que acha que o espiritismo é, ou

tornou-se, um mal. Possivelmente tenham razão, em certo sentido, mas eu diria que,

mesmo em tal caso, o espiritismo seria então, “um mal necessário”, pois que

psicologicamente ele compensa a falta de conhecimento, ou de boa fé, com que

outros setores da sociedade humana — uns no campo científico, outros no religioso

—, ocultam ou ignoram aquilo que, com lógico afã, procura o ser humano: certeza

sobre a vida além-túmulo! E, numa época terrível como esta, na qual até os médicos

se tornam materialistas, é muito mais útil à humanidade o gesto de Adous Huxley,

indo procurar até em meio à Macumba, do Morro do Salgueiro, elementos para sua

indagação da vida, que a indignação do Estado de São Paulo (Huxley na Macumba,

14-8-1958). Pois que, se a imprensa paulista tem razão, em achar vergonhoso para

o país, os cultos fetichistas ainda nele existentes, deveria compreender também, que

não é somente a incúria administrativa ou a apetência eleitoral, o que mantém vivos

os centros e terreiros. Há uma ânsia coletiva, de saber e de sentir, o que não

podem, ou não querem, outorgar, os cleros por um lado e os materialistas de avental

branco por outro! Nesse problema como em qualquer outro, educação,

esclarecimento e verdade, darão mais do que ocultamentos ou repressão. E, se os

habitantes do Rio tivessem verdadeira fé, a qual lhes fizeram perder os que apontei,

não mais recorreriam às cerimônias que transformam as praias em terreiros! Seguro

de sorte, seguro de vida, seguro de amor, e seguro ele morte, é o que os humanos

buscam! Pouco lhes importa, em geral, a Verdade, nem Deus! — Mas, isso não é

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razão bastante, para que se lhes negue o conhecimento, que pode elevar sua moral

e firmar sua esperança, em alguma coisa mais pura!

Por essas e outras, é que declarei certa vez que "há momentos da vida, em

que para certas pessoas, uma boa materialização é tão vital quanto uma transfusão

de sangue para outras!". Exagerando diria: "Fantasma ou morte!". E, por isso, sem

ser espírita, e sendo até pouco partidário de sua prática, acho que se deve muita

gratidão a pessoas como as seguintes: um médico e médium, Dr. Luiz Parigot de

Souza, que permitiu que seu colega Dr. Osório Cézar, anatomopatologista do

Hospital de Juquerí, em São Paulo, fizesse aquelas experiências de materializações,

com documentação fotográfica e cinematográfica, que Saul de Medeiros

pormenorizava em recente artigo (Diário da Noite, 2 de maio de 1958); ou as

experiências de idêntica espécie — materializações, voz direta, etc. — realizadas

durante anos, e notavelmente controladas, graças à dedicação do Dr. Bernardo

Pericás, que em 17 de dezembro de 1952 nos brindou pormenores das mesmas, em

seu consultório (Rua Marechal Deodoro, 167 - Curitiba); ou as que vimos, em 14 de

novembro de 1953 e outras vezes, posteriormente, no discreto e humilde Grupo

"Apóstolos de São Francisco", em Saquarema, onde os "fantasmas" apertavam a

mão da gente e faziam uma série de demonstrações, indiscutíveis para quem está

habituado a observar e que não se impressiona muito facilmente." — Ou, para

terminar, o caso do Cel. Moacyr Uchôa, que já citei na História n. 22, Durante meses

e meses, milhares de pessoas, puderam testemunhar haver até três fantasmas

materializados, simultaneamente, na sala do Coronel. Faziam chegar flores,

bombons e toda sorte de objetos, através das paredes. Um dia, um dos “inefáveis

incrédulos” —, que tinha já recebido sobre o colo um ramalhete de cravos, permitiu-

se observar: “mas, como é que estas flores estão enxutas, se lá fora está

chovendo!”. E, no mesmo instante, caíram duas dúzias de enormes cravos,

cheirosos, sobre o peito dele… Mas, ficou “ensopado”, de tão molhados virem! —

Seria um nunca terminar, contar casos. E, Carolei, já lhe disse: há gente que “nem

fazendo cair um elefante no prato de sopa deles”… Mas, como vimos, as

“materializações”, e, de modo geral, todo o setor do espiritismo científico, seria, e é

muito útil, mas as boas condições de experimentação são muito difíceis de reunir!

Pelo menos pouco freqüentes.

Do ponto de vista "ocultismo ocidental": É coisa certa, neste aspecto, que o

espiritismo é considerado como uma via duvidosa. Os médiuns, sendo mecanismos,

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passivos c inconscientes (e quando deixam de sê-lo, não servem mais como médiuns,

no real sentido do termo, embora haja por aí uma série de pessoas querendo fazer

até Jesus de médium!), não podem assegurar o que realmente estão realizando,

como fenômeno. E dizer que os que observam, sabem o que está acontecendo,

não é o caso. Basta ver as polêmicas ou as dúvidas que, após quase cada sessão,

circulam nos próprios centros, com relação ao dito ou feito por intermédio dos

médiuns. O mais sábio dos ocultistas europeus, “Barlet", escrevia: "O Médium, pa-

rece-nos mais digno de pena que de ser estimulado, até que não seja dirigido, e

mesmo tratado, por algum iniciado de elevada categoria e de alta ciência, capaz de

arrancá-Io às influências nefastas que ameaçam a passividade; e até que ele

mesmo não seja de uma espiritualidade bastante desenvolvida para fugir, quanto

possível, das influências inferiores. — Então, mas só então, como vidente, como ex-

plorador do invisível, poderá ser de alguma utilidade — dada a penúria de adeptos -

para suprir a insuficiência (psíquica) dos iniciados; porém, suas explorações deverão

ser sempre controladas".

Em apoio a quanto ficou dito nesta parte do tema, lembrarei os seguintes

ensinamentos do MEM: "é impossível que venham completamente a vós. Há uma

barreira colocada por Deus ... fazeis metade do caminho e chegais até a essa

barreira" (E. 160). - Isto significa que: 1.º) Nunca, ou quase nunca, um

"espírito",de morto, pode vir completo; sua consciência superior, geralmente

falta, e isso explica porque apresentam, a miúdo, as idéias de rotina,

apenas. 2.º) Para fazer a metade do caminho, é preciso que, tanto os presentes,

como ainda mais o médium, fiquem "entre vivos e mortos" — como estado — o que

se realiza por um processo duplo: torpor da consciência e despesa vital elevada, de

fluidos de diferentes densidades (dos quais os espíritas, infelizmente, são quase

totalmente ignorantes), e que vai depauperando aos que assim praticam;;

especialmente os médiuns “de encarnação”. Por essa razão Barlet os admitia,

mesmo após preparação, apenas como “videntes”.

Aliás, a prova da grande parte de ilusão que existe no procedimento corrente

do espiritismo, é que vimos o MEM nos explicar que, “atrás da 1.ª cortina estão os

espíritos mais evoluídos que habitaram este mundo” (Ensinamento e experiência

probatória, do E. 711, tema Destino Espiritual). Ora, pelo volume pavoroso de

palavras e o pouco conteúdo real, que as inúmeras “doutrinações” e “psicografias”

derramam sobre este planeta, já infestado pela verborréia dos vivos, compreende-se

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que as entidades (?) então, não são nem sequer da “após a 1.ª cortina”!

E, neste caso. O “repente” de Papus, certa vez: “Prefiro os santos católicos

aos do espiritismo, porque os primeiros, pelo menos, não falam!”, torna-se alguma

coisa mais do que um gracejo… Por isso, também, o MEM avisa que: “os espíritas,

tanto podem dirigir-se a espíritos bons como a infernais” (E. 261). O termo, em lábios

de Quem mede cada palavra, é grave! E, não creio, Carolei, que certos — poderia

dizer muitos — espíritas e médiuns, cujos pendores para a vaidade, disputa, calúnia,

fanatismos, etc… são infelizmente bem conhecidos, possam atrair anjos!

Mas, há o casos de merecimento moral, aos quais se pode aplicar o que o

MEM dizia: “Não se pode negar que, se se tiver suportado existências penosas,

etc…” (ver o E. 257), o que justifica que nos grupos espíritas pequenos, em número

e em pretensão, nos quais há harmonia, humildade, devoção e dedicação ao

semelhante, obtêm-se comunicações, contatos e proteção de “bons espíritos”,

orando a Deus.

Não esqueçamos, tampouco, que o MEM assinala que uma das razões de

ser difícil aos humanos — e inconveniente para quase todos eles — presenciar fatos

inegáveis como o são certas materializações, é que : “impressionaria muito… nosso

organismo não está feito para isso” (E 158). — E, tive a oportunidade de verificar,

muitas vezes, quanto temor à morte, e quanta impressão causam, nos próprios

assistentes, muitos dos fatos em apreço. Mas, cada um é livre para procurar a

verdade como quer.

Para método de desenvolvimento espiritual: Francamente, Carolei, torna-se

difícil para mim, aprovar a prática mediúnica como um bom método de progresso

espiritual, propriamente dito. Vimos, no que Barlet dizia os perigos psíquicos — e

fisiológicos — que apresenta, sobre os quais ainda voltarei. Por outra parte, não se

deveria confundir “procurar contato com os espíritos” — e ainda mais, tão

discutivelmente identificáveis — coma a busca do contato com O ESPÍRITO (…

Santo, se possível!…). — Vejo-me, nesta parte do tema, obrigado a dar satisfação a

muitos amigos ou discípulos que tem sido “incomodados” pelas críticas, que por aí

se tem formulado, contra o suposto fato de eu “ser contra o Espiritismo”. — Errado.

Não sou contra nada. Apenas insisto, sempre, em que se deve saber o que se quer.

E que, para sabê-lo em forma mais ou menos clara, convém também informar-se,

evitando confusões. Vou procurar desmanchar as duas que me ocorre serem as

mais importantes, praticamente falando, isto é: para uso das pessoas, já que gosto

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exclusivamente — já o disse — daquilo que pode ser aplicado. Ao resto, insisto em

chamar de conversa fiada, ou pelo menos, inútil.

Como investigador de ioga, durante muitos anos, cheguei a poder verificar a

realidade do ensinamento oriental, quando diz que, até a terceira raça humana,

éramos dirigidos em modo semiconsciente, com pouca percepção, com limitada

consciência e responsabilidade (sobre este ponto fundamental, volto adiante), sendo

que isso se produzia porque: certos centros nervosos e sua contraparte sutil

(chakras, rodas, lotos, etc.) estavam pouco desenvolvidos (os superiores), mas

alguns dos inferiores, sim o estavam. Tendo sido mudada tal condição, durante e

após a quarta raça, e na quinta em que nos achamos. Também houve mudança do

sentido de rotação, de alguns de tais centros. É até possível que esse fato, esteja

também incluído nas palavras de Jesus: "fiz girar em outro sentido ... pus à

esquerda o que à direita estava, etc.", palavras que constam do ensinamento

secreto dos Gnósticos...

Tendo verificado pois, que nos médiuns um ou outro desses centros gira ao

inverso do que gira num praticante de ioga, é coisa exclusivamente de lógica

técnica, o fato de que eu proíba, a quem deseja fazer ioga, ser médium ao mesmo

tempo, porque uma coisa anula a outra. Tanto assim é, que todo ex-médium que

pratique ioga cura-se da mediunidade. E, como não se deve privar a quem quer que

seja do direito de escolha, eu aviso: saiba, pense, e resolva: se quer ser cavalo de

umbanda, médium kardecista, ou meditar sem fenomenismos astrais dessa

natureza. E, Volte, querendo. Só. E, conste que acho que todo diretor de centro

espírita, como todo sacerdote católico, deve dizer a mesma coisa aos que lhe

seguem: "olhe que, o que nós ensinamos e praticamos, não pode ser feito si-

multaneamente com meditação buddhista ou de ioga, etc.". O fato de que as razões

de um são dogmáticas, as do outro técnicas e as do terceiro, ainda diferentes, dá

"na mesma" praticamente. Acho que todos podem compreender isso.

Como místico cristão (Via do M. PHILIPPE): Evidente ficou, nos ensinamentos

do tema, que não me seria possível aconselhar, aos discípulos meus, que prefiram

procurar seguir a via cardíaca Crística, e não a ioga, praticarem espiritismo; muito

menos: mediunidade! Basta pôr em fila as recomendações do MEM a Seus Discí-

pulos: "Eu sempre vos tenho dito, entretanto, que NAO PRATIQUEIS espiritismo" (E.

775). Ele dava as razões: "Está dito NO EVANGELHO, que não se deve perturbar

aos mortos!" (E. 127); "A ESCRITURA, diz que se os deixe em PAZ!" (E. 257). Ele

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mostrava o poder limitado, e a limitadíssima proteção, que os médiuns e espíritas

têm, em comparação com os que confiam NA PALAVRA DE DEUS! (E. 260 —

Tema: O VERBO!). — Ele ressaltava o ponto fundamental: a relativa

irresponsabilidade, que o espiritismo tende a desenvolver nos seus seguidores;

motivo: "eles recorrem, porém, para todos os seus atos, às comunicações com os

mortos" (E. 160; na 5.ª edição francesa, procuraram atenuar a coisa, e puseram

"certos" de seus atos: vá lá que seja!). E, para contraste com essa tendência à

irresponsabilidade, vemos as indicações categóricas do MEM PHILIPPE:

775) Começai pouco a pouco a não falar mal dos ausentes!…

131) Sim, mas teríeis, para isso, de vos despojar TOTALMENTE, etc... Há

alguém capaz de fazer isso? (E. 131). - Há muitos espíritas que tenham saído, como

Schlatter, de pés no chão em proveito dos que nada têm? Os "guias" mandam fazer

isso, ou se contentam com recomendações morais (ótimas, em geral) ao alcance da

"triste tropa"? - Sejamos, então, razoáveis, Carolei e meditemos na resposta triste do

MEM: "Quanta coisa pode fazer-se, pensando serem boas!... " (E. 262).

Não critiquemos pois, aos que, sinceramente, cultivam o espiritismo.

Vejamos, entretanto, alguns perigos mais, do mesmo, que são geralmente mal

considerados, por desconhecimento ou fanatismo.

Do ponto de vista higiene médica: Vimos, Carolei, como o MEM com relativa

delicadeza, aponta a fonte de loucura, que o espiritismo constitui. Eu serei menos

caridoso (como corresponde à minha imperfeição) e direi: embora sabendo as

maldições e as perseguições que isto me trará, não trepido em afirmar que as

sessões espíritas, especialmente as chamadas de "desobsessão" têm fabricado

mais doentes e mais malucos, do que têm curado!

Além do que, os mortos têm quem cuide deles, e constitui pura pretensão

dos "vivos", doutriná-los, curá-Ios, etc. - As palavras do MEM a tal respeito, são

contundentes: "THABALHAIS MAIS PARA O CÉU, CORRIGINDO-VOS DOS

VOSSOS DEFEITOS, DO QUE ORANDO PELOS MORTOS!" (E. 712 - Tema: A

Morte). Claro, Carolei, que um ou outro presidente de centro ou de federação irá me

anatemizar, junto com algum prelado. Uns e outros dirão de mim "o diabo", e que as

palavras do MEM nada valem. Mas, Você, Carolei, poderá lembrar, para seu

proveito, que o MEM: curava, ressuscitava, etc. e então deixará passar o mar de

palavras. Eu também.

Aliás, basta olhar para o número de cretinos, tarados, aleijados e de vesgos,

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que encarnam nos lares espíritas, para dar-se conta das "relações" astrais que os

centros atraem. Poderá se me objetar: isso também é caridade, pois é preciso haver

lares que aceitem tais almas, que vêm passar por "encarnações de prova".

Reconheço como válido, em parte, esse argumento. Em parte, apenas,

porque: antes de haver a enxurrada mediúnica; quando o fenomenismo mediúnico

estava restrito às suas proporções naturais — quero dizer: não forçado pela mania

de desenvolvimento da inconsciência receptiva — o fato é, que encarnavam menos

de tais espíritos, que naturalmente faziam "em outros céus", que não debaixo do

físico, certas transformações. Mas: Deus permite tudo que os homens provocam,

através do seu cósmico Funcionário: O Destino, como vimos! E, tanto o abrir dos

sarcófagos violados pelos europeus, no Egito, como a inundação de centros e

terreiros, dirigidos por incapazes em muitos casos, são, em nossa opinião, igual

avalanche, análoga e relacionada com a onda de vícios individuais e coletivos:

abriram demais a porta do astral inferior. E, não podem mais: nem fechá-Ia, nem

deixar de receber aos visitantes que convidaram e seguem convidando!...

Vejamos, também, os lados bons, que servem de compensação e que

permitem contrabalançar parte dos pontos fracos acima expostos. Antes, porém,

desejaria apontar que, na já citada e imparcial "Tese", do Dr. Philippe ENCAUSSE,

constam as opiniões de 82 especialistas dos fenômenos metapsíquicos (médicos,

espíritas, ocultistas, psicólogos, etc ... ). — Ocupam: desde a pág. 65 até a 106, e

todas elas mostram o perigo que, inevitavelmente, implica a prática mediúnica. A

opinião do próprio Allan Kardec é clara: "Um dos maiores escolhos da mediunidade,

é a obsessão, isto é, o império que certos Espíritos podem exercer sobre os

médiuns... " (O Livro dos Espíritos). Tal abundância de opiniões concordantes, serve

de fundamento ao autor, para as três Conclusões seguintes: "A pergunta: "Podem,

as "ciências ocultas" levar ao desequilíbrio mental?" — Convém responder pela

afirmativa.

"Porém, é preciso especificar: 1.º) — Que é notadamente a prática, das

"ciências ocultas" que, no caso deve ser posta em causa. — 2.º) — Que trata-se

quase sempre de predispostos. — 3.) — Que as práticas derivadas das "ciências

ocultas" e, em particular as do espiritismo, são mais nefastas que outras para as

almas já perturbadas. Perigoso, às vezes, pelo ambiente de certas sessões, o

espiritismo também o é pelas práticas mediúnicas que comporta. Tais práticas são

um treinamento para o automatismo, para o desdobramento da personalidade (no

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sentido científico do termo). Se tal desagregação se toma habitual, se ela se faz

apesar do médium, a alucinação fica constituída".

Terminada esta parte "aspecto médico" da questão, vejamos as que

faltam.

Considerações religiosas relativas ao espiritismo: O MEM nos dizia: "Disse

religião: é muito mais uma crença" (E. 128). Efetivamente, Carolei, já vimos que

não é a mesma coisa procurar aos espíritos, e buscar o contato com O

Espírito! Kardec, aliás, dissera que: "o espiritismo será uma ciência, ou não

será". Se tivesse podido ficar nesse terreno, teria feito muito mais bem, e muito

menos mal. Teria dado as provas, sem importar os perigos. E, como "culto", é

claro que não tem os elementos indispensáveis: sacerdotes preparados;

cerimonial religioso; culto aos Anjos; coordenação litúrgica exata, para facilitar o

rapto religioso, ou, pelo menos, a vivência devocional com um cultivar do

religare aos planos Celestes e Providenciais, e não aos do mundo das sombras

dos mortos, que às vezes estão nas trevas.

Sabemos que, no Brasil e no Camboge, por exemplo, existem tentativas

de cultos, do tipo "sincretista", como é a Umbanda.

Achamos que, se como Magia, a Umbanda só poderia ser criticada como

tal, pelos que, de diferentes pontos de vista, não aprovam o uso da Magia

cerimonial, essa mesma Umbanda, ao querer se erigir em Religião, e ainda

mais em Igreja, não presta a si mesma um grande serviço. Como culto mágico

que é, devia conservar tal caráter, sem procurar disfarçar-se do que não é.

E, muito embora, como Patriarca Expectante, nossa posição seja sempre

de lamentar profundamente todas as campanhas, que as diferentes Igrejas se

fazem,entre si, compreendemos perfeitamente que certa vez o Cardeal

Arcebispo do Rio procurasse obter do Presidente da Legião da Boa Vontade

(proposta de fins de 1956, para uma trégua que pouco durou ...), seu acordo em

não apoiar ao espiritismo, especialmente à Umbanda. É claro que os altares

mistos, causam confusão e que a Magia, unida ao culto, pode despertar no

público, além de reais perigos para sua alma, curiosidades também perigosas

para os dogmas; melhor dito: para os véus postos sobre os fundamentos de

certos dogmas.

Mas, Carolei, nisso como em tudo, o Destino é quem está em primeiro

plano. Um dos modos, com os quais as raças mais velhas, já em quase

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decadência, estão revidando à falta de compreensão, de real posição cristã, para

com elas, da orgulhosa civilização branca materialista, é precisamente o reavivar

dos velhos cultos que, embora obsoletos em muitos aspectos, ainda são

reveladores em outros, e impedem assim o total esquecimento da existência dos

espíritos da Natureza e outros, a que o racionalismo idiotizante estava levando

a era toda.

E, por isso, tão antipáticos quanto inconducentes, são os exageros de um e

outro lado. Ninguém, de bom senso, poderia admitir o que um centro espírita do Rio

pretendia recentemente: ter tido uma "comunicação" do espírito do Papa Pio XII. É,

não somente uma falta de respeito, realmente, como uma confissão de total

ignorância! É alguma coisa assim, como esperar que eu, após a morte, vá a um

Match de futebol ou a uma sessão de Rock'n roll! Não seria melhor que "guias e

exus" dessem prova de um pouco mais de sagacidade, por exemplo: se tivessem

avisado, em tempo útil, para evitar a desmoralização de toda uma federação

umbandista, que o "Papa" da mesma era um refinado vigarista, pouco tempo após

condenado a 26 anos de prisão! Outra vez, senhores espíritos "extralúcidos", não se

deixem "madrugar" assim!

Quanto às Perseguições que certas Igrejas, como a católica, a protestante e

outras, fazem em forma mais velada ou mais aberta, contra o espiritismo, achamo-

las tão lamentáveis e chocantes, quanto ilegais e inúteis. Basta ver que em 1890,

publicava-se, entre muitas outras análogas, esta notícia:

"Os católicos começam a se comover como o êxito obtido pelo movimento

provocado pela ciência oculta, Assim, cada sexta-feira, a contar de 28 de fevereiro,

terão lugar na igreja São Merri (Paris) conferências sobre o espiritismo e o ocultismo,

pelo R.P. Le Moigne, da Companhia de Jesus",

Francamente, queridos colegas, jesuítas, em 70 anos de luta, não se pode

dizer que tenhais lucrado no embate. Até muito pelo contrário. Aliás, o amor de

Jesus pela Verdade não permitia esperar outra coisa. E as campanhas do anímico

Frei Boaventura e do técnico Ir. Vitrício, parecem-me — (é uma opinião pessoal,

apenas) simplesmente ótimas. Tomando por base, o crescimento vertiginoso da L.

B. V., durante e após a campanha que lhe moveram; e o próprio crescimento do

Cristianismo desde o circo de Nero, estou convencido de que todos os aspectos que

se "mexem e remexem” do funcionamento do ser humano, terminarão em que

não mais se poderá ocultar o que somos, Além do que, uma coisa é fazer as

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pessoas viverem estados análogos (não: iguais) aos das incorporações mediúnicas,

e outra é produzir os fenômenos fotografáveis e ponderáveis, dos aportes e das

materializações, Por outro lado, o procedimento "letárgico", é muito interessante.

Faço votos, de todo coração, porque profanos e espíritas, o estudem muito; uns e

outros têm tudo a lucrar com isso!

E, terminando a parte do aspecto "religioso", devo dizer que se a Igreja

Expectante aceita o fato espírita, oficialmente, embora não recomende nem pratique

mediunidade, é precisamente por reconhecer: uma verdade científica comprovada,

e, também um fenômeno social ponderável e construtivo, como já vimos quando

expliquei a utilidade do espiritismo nesta era de materialismo e de descrença.

Filosófica e Socialmente: O MEM nos ensinava que: "NO ESPIRITISMO, o

que constitui o fundamento e explica a justiça de Deus, são as reencarnações" (E.

130), Já vimos, Carolei, as sete conclusões fundamentais do Congresso de 1946, e

a remodelação, básica e total, que o reconhecimento da reencarnação traria e trará,

no dia em que o Ocidente a comprove e aceite. Neste sentido, o espiritismo concorre

— e muitíssimo — para contrabalançar essa falha desta civilização "branca". Todo o

ORIENTE aceita a reencarnação. Terá o Ocidente que sofrer uma longa invasão e

ocupação oriental, para poder reaver uma das verdades que os nossos

antepassados já possuíam? É assunto para se meditar, e para se rever nas

"profecias”…

Deixemos, pois, passar também o cortejar que os partidos políticos já

iniciaram, aos onze milhões de "acatólicos", dos quais grande maioria é espírita! Isso

constitui mal inevitável. Mas, se em lugar de viverem divididos, ao ponto das

federações kardecistas incidirem — algumas — em renegar a seus irmãos de fé, os

umbandistas; e, se em lugar de fugirem, com temor que abeira a covardia, às

oportunidades que as próprias Nações Unidas lhes deram, para ajudar a terminar

com a perseguição religiosa, os espíritas se dessem conta do seu papel social; se

tomassem, com humildade, mas com realismo e coragem, sua parte na luta pela

união dos crentes, fariam certamente jus ao apoio de certos dos Espíritos que estão

"atrás da 1.ª e, quiçá, da 2.ª cortina"!…

Entrementes, fique aqui constando a nossa reiterada admiração - pois já a

expressara em Yo que… — pelo labor assistencial do Espiritismo, especialmente do

Brasileiro!

Mas, Carolei, devemos procurar ser sempre tão gratos e justos, quanto

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possível. E, se por um lado, o feitio generoso do Brasileiro em geral, pode explicar a

hospitalidade com a qual sempre fomos recebidos, em nossa Cruzada de Vida

Espiritual, assim como muitas das obras sociais que visitamos, não se pode deixar

de ver, de reconhecer, de aplaudir e de reverenciar certas realizações típicas do

kardecismo brasileiro: creches, educandários, asilos para velhos, colégios, hospitais

e muitos outros modos da assistência coletiva.

Mas, em tudo isso, o que deve ser observado, o que merece mais ampla

admiração, é o modo individual, em que tudo isso é feito, Isto é, a posição interior,

que leva a muitos espíritas, principalmente na camada socialmente humilde, a

realizarem atos notavelmente concordantes com o ensinamento de Cristo, e com o

que o MEM recomendava. Bastaria lembrar o caso da senhora viúva, que sem

recursos iniciais montou, em certa capital estadual uma "Casa Transitória",

recolhendo junto com os seus familiares, a leprosos, prostitutas, bêbados e doentes

em geral, ou abandonados. E, como se fosse pouco, concordou plenamente, mais

tarde, no casamento — aliás muito bem sucedido — de um filho com uma das

mulheres recuperadas, da "cloaca social" criada pelos convencionalismos e os

absurdos do sistema social e religioso! Isso, Carolei, é a Via Cardíaca real, e, a esse

tipo de espíritas, que não tinham quase mais tempo para comer ou descansar — e

muito menos para sessões de conversa comprida! – é certo que o Muito Excelso

Mestre daria e dava toda a Sua Proteção, e pedia a do Seu Divino Amigo, pois

esses não faziam a Caridade "para se salvarem", mas, simplesmente, para salvar

aos outros da dor “de agora mesmo"! Com esse modo, de seguir a moral que surge

da real compreensão da vida unitária e da reencarnação, sempre nos acharão

acordes! N. 148

N.148 - Origem dos Ensinamentos e Informações do Tema "O ESPIRITISMO: das

Sessões de Lyon, são os E. 127,128, 130, 131, 158, 160, 197 e 257. Todos eles figuram na 4.ª ed. francesa e em nosso I Vol... brasileiro. Mas, devo apontar que, na 5.ª ed. francesa, o E. 197 traz o termo "perturbação", em lugar de afastamento (do pensamento). Creio que quem permitiu-se alterar o que o MEM dissera, pensou pouco (além da falta de respeito), pois que o afastamento, causado por exemplo por violenta contrariedade repentina, ou por prolongado desacordo com o ambiente, etc., pode ser a causa invisível e incompreensível para os mortais comuns — da aparente perturbação. Seria bom que nós, que procuramos seguir o que o MEM nos ensina, não caíssemos na linguagem materialista dos médicos, ou dos profanos. — Por outra parte, também aparece, 5.ª ed. francesa, o E. 257 truncado, após as palavras "bons e maus", o que suprime, lamentavelmente a afirmativa do MEM PHILIPPE das condições em que pode-se chamar a bons espíritos. Evidentemente usamos o texto completo, como pode ser visto a pág. 127 e 128 do I Vol. — Os E. 261 e 262 são também das Sessões do Lyon, e, o E. 775, provém das "Diversas Fontes" que figuram na 5.ª edição francesa. — O E. 477 é de Lumière Blanche, pág. 34. — Sobre as três edições da Tese do Dr. Philippe Encausse, vejam-se as primeiras páginas do nosso I Vol. — As informações sobre o Dr. Pericás, o Grupo de Saquarema e o Cel.

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* * *

O Muito Excelso Mestre, e OCULTISMO E MAGIA

Com. 224 — Na quarta edição francesa, nada consta em caráter de

ensinamento do MEM, sobre Magia e Ocultismo. Na quinta edição, apenas acham-

se os Ensinamentos numerados, por mim, 696 e 713, que figuram a páginas 149

e158 de tal livro francês, e que reproduzo logo adiante. Um deles trata do

“Ocultismo”. Outro, alude a Magia, em modo tal que parece uma condenação

categórica, formal e definitiva do MEM a todo ato mágico seja qual for o modo e

altura, do mesmo. Eu poderia ter deixado a coisa assim, já que o MEM PHILIPPE

não parece cansar de nos repetir “não precisais saber todas essas coisas, Deus só

quer que ameis o semelhante como a vós mesmos”!

Acontece, porém, que não tenho a pretensão de ser uma peça rara, nem

única, neste pequeno mundo agitado. E, por isso, outros poderiam achar, nas

mesmas fontes que consultei, e pelas mesmas meditações que fiz, certas aparente

contradições, entre o que parece resultar de se ter citado apenas esses dois

ensinamentos, bem como de não ter divulgado ou comentado, atos do MEM e outras

palavras Dele, que ampliam consideravelmente o panorama…

E, Carolei, dada essa minha crônica sarvamania pela amplidão e pelas coisas

claras, resolvi então expor a Você umas tantas coisas junto com os dois

Ensinamentos acima apontados. Depois, comentarei tudo, o mais sinteticamente

possível. Vamos lá:

E. 713 — O Ocultismo pode aprender-se em três semanas. Mas… não é a

via. O que vale, é observar os três grandes mandamentos.

E. 696 — Magia: os escritos que dela tratam, são criminosos!

E. 547— Atualmente, o Céu não mais permite que se faça mal a outrem pela

Uchôa (hoje Comandante do Colégio Militar de Salvador), constam dos "Diários da Cruzada", nos quais figura um relatório completo de sessões de Saquarema. — Os ensinamentos de "Barlet" são parte de longo e notável estudo desse Mestre, cuja publicação, com o título "L'AstraI", foi iniciada no número de novembro de 1895 e terminada no de janeiro de 1897,de L'INITIATION.

A notícia sobre a pretendida comunicação do espírito do Santo Padre Pio XII, foi dada por TRIBUNA DA IMPRENSA de 13-X-1958, sob o excelente título: "Mistificadores desrespeitam Pio XII”. — Os atos de Frei Boaventura e do Irmão Vitrício, são "dos jornais" (diversos). O que concerne ao fato da Igreja Expectante reconhecer o fenômeno espírita, é conseqüência de Resolução do Patriarca, com data de 30 de janeiro de 1955, constando da Ata n. 6, do Livro respectivo, e de publicações ulteriores.

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magia. O que se quiser fazer, volta imediatamente sobre vós.

E. 831 — (Da Rússia): Mantinham-No informado do estado dos doentes, dos

quais Lhe mandavam a descrição e uma madeixa de cabelo. O Mestre respondia

pelo correio de volta, dando indicações, conselhos médicos; às vezes em oposição

aos que foram dados pelos médicos. Em diversas circunstâncias ordenava preces;

em outras, recomendava recorrer a um ESPELHO MÁGICO que remetia.

Em sinal de gratidão, grã-duques, duquesas, príncipes, oficiais, mandavam-

Lhe obséquios; assim, por exemplo, o Grã-duque Nicolau mandou-Lhe, por um

lacaio, um magnífico galgo (TCHAI!).

E.832 — “Operação Mágica”

“Nesse caso, disse-nos o Mestre, iremos proceder diferentemente: Vou tomar

uma quantidade considerável de fluido num país que não conheceis, e vou torná-lo

tangível, vale dizer: “sólido”, e ireis vê-lo como eu, e o sentireis também como eu, o

que fica feito neste mesmo instante.”

Todos os assistentes declaram distinguir perfeitamente o fluido sobre a mão

do Mestre.

“Vou lançar esse fluido sobre o espelho que está defronte de vós: vede e

ouvi.”

No mesmo instante, um terror atroz toma conta dos assistentes, um homem

recebe fluido em pleno peito, o que lhe ocasiona uma sufocação e uma perda de

respiração durante alguns minutos; os discípulos temem uma asfixia completa.

O Mestre nos diz então:

“Não podereis fazer estas coisas senão mais tarde; mas quero vos ensinar as

operações de magia, a fim de que possais fabricar fluidos magnéticos com

substâncias vegetais. Pode-se fazê-las com substâncias animais, mas isso vô-lo

proíbo.”

O Senhor X…, mestre-escola primário, tendo demonstrado cepticismo sobre o

que acabava de ver, o Mestre ordena-lhe cair em catalepsia, e, imediatamente, a

catalepsia começa a tomar conta dele. Nesse instante, o Mestre pergunta-lhe se

ainda duvida. O Senhor X… responde negativamente (Sessão de 26-XII-1895).

E. 830 — Ele (Chapas) disse-nos um dia “que, se tinha ficado totalmente

proibido aos Ocidentais fazer magia, tal indicação não rezava para os Orientais, pois

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154

que Jesus tinha-lhes dado, há dois mil anos, a certos dentre eles, um ensinamento

apropriado para seu desenvolvimento”.

Com. 225 — Bem, Carolei, acho que já temos agora material para entender

as coisas em forma um pouco mais completa. Vamos começar pelo começo.

Colocado entre as chamadas ciências positivas, que só pesquisam os atos materiais

e as leis que os regem, e — ao outro extremo — a metafísica que indaga as causas

primárias de tudo (sem falar de dogmas que prejulgam da Causa das causas), o ser

humano, geralmente incapaz dessa fé singela e dessa entrega pura, das quais já

falamos em temas precedentes, inquieta-se, com toda razão, por compreender: a si

mesmo, ao mundo que o rodeia, e, com maior afã, feito ânsia de saber e de temor

do desconhecido, pelo mundo chamado “invisível”. — O “Ocultismo”, sobre o qual

não tenho aqui lugar para ser extenso, é pois um conjunto de Ciências: do que é

oculto (por não ser visível materialmente); do que é ocultado (pelos humanos que o

sabem, ou pelos seres situados acima do homem, ou em modos de existência

diferentes); e ainda, do que deve ser, do que só pode ser investigado por meios

(instrumentais) ocultos: em nós, na Natureza, ou nos mundos superiores.

Finalmente, também, do que deve ficar ocultado aos que não merecem conhecer

verdades que, por ignorância ou por imperfeição moral, iriam deturpar ou aplicar em

prejuízo próprio ou alheio.

Quando o MEM diz que o Ocultismo pode ser aprendido em três meses, diz

uma verdade “absoluta”. Em modo mais relativo às imperfeições humanas, Papus

concedia seis meses. Eu, após 40 anos como instrutor, confesso que nunca achei

seres capazes de querer estudar em modo tal, que conseguissem fazer, mesmo em

dois anos, a síntese clara e indispensável, para quem deseja ter uma base exata,

para orientar-se e saber como proceder, tanto na escolha de dados teóricos, ou

entre as afirmações de tantas Tradições e Instrutores, como nas chaves práticas.

Em Yo que caminé…, e no complemento que são as Lições Martinistas da A.M.O.,

temos procurado resumir o que um estudioso deve saber, a não ser que se lance

resolutamente, e sem ilusão nem moleza, na Via que o MEM aponta, e para a qual

esta obra é guia mais do que suficiente!

O fato é, que uma parte do programa de estudos teórico-práticos do

“Ocultismo” é a magia. Porém, sob esse nome, tem-se designado tantas coisas, que

terei de procurar esclarecer um pouco o assunto. Papus propôs, certa vez, esta

definição da Magia:

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155

“A Magia é a aplicação da vontade humana dinamizada, à evolução rápida

das forças vivas da natureza”. — Como se vê, a expressão “evolução rápida”,

lembra logo aquilo que comentei sobre o “milagre”. Fica-se, assim, entendendo logo

que o mago, conforme sua “especialização”, procurará mudar, transformar,

transmutar (segundo o caso): a circunstância ou força, ou “espírito”, adversos, em

favoráveis; ou metal vil, em nobre; etc. — Vou propor, outras definições, que

possivelmente esclareçam mais o tema. Não são definições clássicas, nem feitas

para cabeçalho de tratados especializados. Há ótimas obras sobre a matéria. São

sugestões para auxiliar a compreensão dos diferentes pontos de vista, dos distintos

níveis do quais parte a tentativa humana, revestida do qualificativo da mágica…

Magia é: toda tentativa de mover, dominar ou canalizar forças ou seres, que

não nos obedecem espontaneamente, porque não temos superioridade para tanto;

mas, mediante certos artifícios técnicos, obedecem-nos, de acordo com as leis que

regem sua classe.

Magia é: a tentativa de construir, de lançar, de estabelecer, uma ponte de

pontões, entre: a vida diária, o conhecimento comum, por um lado, e a metapsíquica

por outro. Tais pontões são vivências. A qualidade dos mesmos é que define o tipo

de Magia.

Magia é: usar as Chaves do Verbo, para que os seres e coisas, chamados pelo seu

verdadeiro Nome, nos respondam ou colaborem conosco. Pode-se saber seus

Nomes: roubando-os nos engrimanços; forçando seus portadores a confirmá-los ou

revelá-los, por meio da magia cerimonial; ou, obtendo pela vida mística e pura, que

os donos de tais nome, se apresentem espontaneamente em nossa vida, quando as

nossas vivências o mereçam e necessitem!

Magia Cerimonial: um ser humano de qualidade comum, utilizando meios

incomuns, por obter resultados extraordinários, atentando mais às formas e ao fim

visado que ao valor dos meio morais em jogo. Em se tratando de violar, em certo

modo, a vontade alheia, tanto faz ser estupro de mulher bonita ou feia, como de exu

ou de espíritos melhores. Forçar é forçar. Prematuro é prematuro. Magistas e

hipnotizadores, são todos ladrões que entram com efração, em casa alheia, cujo

dono desconhecem.

Quando mereçamos a amizade de alguém, tal ser nos oferecerá: seu cartão,

sua casa, e até poderá nos dar uma das chaves para lá entrarmos, ou seu telefone

para chamar a qualquer hora. O que façamos, sem ser por tais modos, é sempre

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abuso em algum sentido.

Com. 226 — A Magia, em suas diferentes formas e alturas, evolui também

com as eras e as raças. O E. 547, por exemplo, nos mostra que, depois que O Cristo

veio, e deu a todos um grau de consciência e de possibilidade maior, a

responsabilidade cresceu em modo tal que a “volta” (o choque de retorno) é

imediato, contra quem faz o mal pela via mágica, e o que forem visados por tais

meios são mais protegidos que antes. O fato de Jesus ter dado a certas pessoas

Ensinamentos de elevada Magia, é fácil de documentar: “entre os raros monumentos

gnósticos que nos foram conservados, o Papiro de Oxford, é o mais rico em

documento sobre a Magia. O texto compreende dois tratados intitulados O Livro das

Gnoses do Invisível divino, e, O Livro do grande Logos em cada mistério; trata-se

nesses dois livros, da iniciação que Jesus dá aos Seus discípulos, para torná-los

perfeitos na compreensão da Gnose, e das “palavras de passe”, reais incantações

mágicas que lhes ensina para poder atravessar vitoriosamente o plano astral”. —

Não querendo ser prolixo, Carolei, direi que possuímos a reprodução dos Selos

Mágicos do Papiro Gnóstico Bruce. Não é coisa para crianças, nem para ser

publicada. Ainda menos nesta era, e lugar, pois não iria demorar em aparecerem

reproduzidos e deformados, em alguma “psicografia” ou em algum tratado de

Umbanda, Quimbanda ou pior!… Deixemos as coisas sagradas, onde corresponde!

E, antes de ver qual situação em que ficam os que, com sinceridade, querem seguir

a Via do MEM, com relação à “Magia”, olhemos para o que seu Discípulo Phaneg,

em 1911, comentava:

“Entretanto, nem tudo é para ser rejeitado, na magia. Se é bem verdade que

nenhum direito temos sobre os outros, podemos e até devemos cultivar, do melhor

modo possível, as faculdades que a natureza nos confiou — e por isso todos os

ensinamentos relativos ao homem devem ser conservados. Só a idéia de agir é má.

Podemos seguir os treinamentos indicados, com a condição de pôr de antemão

todas as nossas faculdades dinamizadas a serviço do Espírito e de nunca esquecer

que O Cristo, nosso Iniciador, declarou que nada podemos sem ele. A grande

diferença entre o magista e o místico reside, pois, em que o primeiro procura

arrancar pela força, à natureza, o que o segundo pede ao Céu. …O Pai, cuja

essência é a bondade. O Pai, que é sábio e forte, e que conhece suas crianças, verá

logo se a fruta que pedimos nos é favorável e nô-la dará sem perigo…”

Completando o já dito e dado, sobre a real compreensão do que são as Ciências

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Mágicas, creio muito útil reproduzir e comentar alguns aspectos do notável Quadro

da Magia de Arbatel, organizado por Marc Haven (origem indicada na N. 75, II Vol. ):

E. 834 — Ciências do BEM :

a) Teosofia (no sentido clássico do termo, não relacionado com a sociedade

oriental, homônima), que inclui: Conhecimento do Verbo de Deus; Direção da Vida,

seguindo esse Verbo; Conhecimento da administração das coisas por Deus, por

meio dos anjos que a Escritura chama se “Guardiães” (da Guarda); Conhecimento

do ministério angélico.

b) Antroposofia (sabedoria dada ao homem): Ciência das coisas naturais;

sabedoria nas coisas humanas.

Ciências do MAL :

c) Kakosofia: Desprezo do verbo de Deus; Vida vivida de acordo com a

vontade do Diabo; Ignorância da administração das coisas pelos anjos de Deus;

Desprezo da guarda dos Anjos; Freqüentação dos espíritos do Mal; Idolatria-

Ateísmo.

d) Cacodemonia: Ciência dos venefícios (despachos & cia…) na natureza e

seu uso; Ciência de todas as artes do mal para perda do gênio humano; Seu uso no

desprezo de Deus para perda e desgraça dos homens.

Com. 227 — Parece-me fácil, Carolei, se entender, pelo quadro acima, que a

mais elevada forma de Magia, é a Vida dos que seguem tudo quanto se acha

incluído no inciso a): e que, para esses seres, a responsabilidade e iniciativa,

descansa no conhecimento da ciência de sua época, unido à sabedoria das e nas

coisas humanas, o que vai do bom senso até à moral e à vida espiritualmente vivida!

Também fica claro que: já é magia negra, desconhecer, negar ou desprezar a

existência dos Anjos e seu ministério, sua intervenção e sua Guarda (proteção e

direção, que exercem junto a nós) e que, como vemos no quadro, a idolatria e o

ateísmo já são piores do que a frequentação de espíritos do mal. É bom meditar isso

à luz dos Ensinamentos do MEM! Dos terreiros, etc… é melhor nem falar! — Que

cada um se situe conforme possa compreender e fazer.

Assim, Carolei, vemos que : não se deve praticar nenhuma espécie de Magia

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158

cerimonial, embora seja bom conhecer os reais embasamentos do diferentes tipos

de Magia, para poder, às vezes, indicar a uma vítima, como proteger-se. O

“magista”, isto é: aquele que só está na etapa da magia cerimonial, mesmo que não

seja de má intenção, só cultiva orgulho e ilusão. Pode pouco, não sabe quase nada,

e pensa ser muita coisa!

O “psicurgo”, que cuida das almas, principalmente pela prece, está num andar

muito acima, porém ainda lá, vaidade e outras ciladas da nossa imperfeição, e das

tentações que nos fazem os seres sutis, podem atingir facilmente ao discípulo.

Se, alguma vez, chegar à real mística: à entrega, singela e grande, de quem

faz tudo que se pode por se modelar, se superar e por ser útil; então esse receberá

sempre a tempo as indicações de como agir. E, se precisar recorrer a alguma

modalidade mágica, ser-lhe-á indicado. Porém, para ele a Magia reveste-se,

geralmente, de outra forma de ser: a que o MESTRE sempre ressaltava nos que Ele

Mesmo fazia: “observai bem que isto foi feito sem aplicação de vontade”. É mais

profunda do que parece, a afirmação; quer dizer: sem vontade pessoal, própria.

Apenas seguindo a ESPONTANEIDADE que nasce do ser, quando vive entregue à

Providência, permitindo que todas as Forças e todos os Seres, atuem com ele ou

por seu intermédio, na certeza de que sua vida diária tem assegurado a seleção (da

classe de seres e dos modos de operar dos mesmos), das manifestações da Vida

com as quais entrará em contato!

E, quando o místico precisar receber alguma indicação ou lição sobre as

cerimônias reais, mediante as quais os Seres da Natureza operam sobre as

energias e as formas, irão lhe mostrar, não somente as ditas cerimônias, como ainda

lhe confiarão as chaves, isto é os símbolos, palavras e cantos, para que — sendo

realmente necessário — possa apelar para a colaboração desses Seres, que virão

se a conduta, a pureza, a aura do Místico estiverem em condições…

Vejamos uma lição prática, vivida em 17 de junho de 1957:

V.22 — Os Gnomos fazendo Magia da Vida…

Fig. 12

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H. 24 — Uma lição de Magia da Vida

“… para que eu entrasse num estado interior muito especial, e depois aproximadamente às 19 horas,

comecei a presenciar uma cena bastante estranha, tão estranha quanto inesperada.

“Ao me reportar agora à vivência e procurar reproduzir os fatos, imagens e símbolos — isso exige de

mim energia psíquica tão grande, que me vejo obrigada a fazê-lo recostada — para não sofrer muito a sensação

de vertigem e mal-estar no plexo solar.

“Com o aparecimento dos 3 Gnomos silenciosos — pois, nenhum ruído faziam — a vegetação ao redor

deles tornou-se completamente, prateada, como que inundada de luz.

“Era um Gnomo de idade — de barbas e bastão — embora, a expressão fisionômica fosse juvenil,

acompanhado por um par de Gnominhos jovens. A “gnominha” era loura e linda (chamo-a de “gnominha” por

causa dos seus cabelos louros e longos e dos olhos de boneca). Vestiam calças curtas e botas pontudas — ele

de boina — “ela” com uma touca tipo holandesa.

“Iniciou-se então uma cerimônia, notando-se um crescente aumento de luz. Se toda a luz do mundo se

juntasse, não daria tanta claridade!

“O “Velho” traçou um círculo no chão, com o bastão e o jovem par carregou alguns gravetos e aí fizeram

fogo. Acocoraram-se os 3 ao redor do círculo e puseram-se a orar. Era maravilhoso como ao queimar de certos

“pós”, juntava-se o estalido das chamas, da fumaça produzida — formava no ar desenhos de símbolos singelos,

como formas geométricas, corações, variadíssimos tipos de flores, animaizinhos pequenos e deliciosos.

“Foi nesta ocasião que, de todas as cavidades do solo, surgiram uns vinte gnomos que rodeando o

círculo cerimonial dos 3 — puseram-se a cantar e bater ritmadas palmas, cada vez que um símbolo se formava e

se perdia no ar.

“Se todas as vozes se juntassem num só coro — não haveria tanta harmonia! A simplicidade e

espontaneidade da cerimônia me deixavam admirada. De todos os lados, das matas, da terra, dos galhos, dos

ninhos, dos riachos, do ar dos montes — de toda a parte surgia uma quantidade enorme de seres pequeninos,

numa verdadeira explosão de alegria…

“A fogueira cessou logo — cessaram o incenso e também os símbolos.

“Ficaram apenas os 3 primeiros Gnomos.

“A cerimônia tomou um aspecto grave e, após alguns toques de sineta, o “Velho” fez o encerramento,

completando o símbolo dentro do círculo traçado.

“Nessa modificação de ambiente e estado, era como se perguntassem: “Não ouvem os humanos as

vozes que ressoam da profundeza da Terra? não ouvem o sussurro que os ventos trazem de estrelas e de

mundos? não ouvem o clamor dos céus? — Quando cantareis — ó humanos — a grande sinfonia universal? A

grande sinfonia do amor divino?”

“Há coisas que só se vive, se sente, se ouve e se vê, quando o coração está ardente de devoção e

quase a espoucar de ânsia de Deus. Sobe-se… cada dia uma subida… sobe-se junto com outros seres — que

não são gnominhos nem seres da natureza, que nos levam a percorrer espaços sem fim.

“”Em cada viagem há sempre uma nova luz. Mas também o sofrimento é cada vez mais intenso, cada

vez menos se conforma a alma com a prisão. Quanto mais se ora e se medita, mais se aguçam as percepções,

mais cresce a ânsia de silêncio e penetração…

“Encontro-me diante de longínquo umbral — quanto mais afasto os véus, mais transparece a luz! Além

da extensa via de treva — de formas indistintas, refulge a luz — variante para minha sensibilidade — em cor e

tamanho — contudo sempre intangível. Porém debilitada minha alma torna a cair, na queda se formam novos

véus. E a realidade é qual megera — dedo em riste — a me apontar. Contudo, em meio desses tormentos, sinto

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160

que minha alma triunfa” (Sarah — Lajes, 17 de junho de 1957).

Viu, Carolei, que formosa lição e tema de meditação?…

Quanto aos modos de preparar, tecnicamente falando, os “fluidos dos

vegetais”, é assunto que será mais facilmente percebido quando entrarmos nos

ensinamentos privados, do MEM, aos “Filhos de Deus”. A experiência relatada é,

aliás, muito clara!… E, pelo E. 831,ficamos sabendo (além da real origem do querido

TCHAI que se vê junto à pág. 48 do I Vol.), que o MEM preparava, às vezes,

“espelhos mágicos”.

Isso me permitirá resumir, num exemplo, os diferentes modos em que pode

ser compreendida a Magia: posso tomar um objeto brilhante, e durante meses a fio,

por meras concentrações mentais e óticas, chegar a perceber algumas imagens

nele. Estou, assim fazendo sem o saber quiçá, “magia natural”, que é uma

continuação da física…

Também posso receber de um Mestre certas indicações, como sejam: tipo de

objeto, horas astrológicas próprias, perfumes, palavras, orientação, etc., que podem

facilitar a operação. Já houve uma síntese de: astrologia, ciência do verbo, ciência

das cores, radiestesia, magnetismo, etc… E, por isso, Carolei, é que Você nos vê

“sorrir” um pouco, quando ouvimos falar em tantos “magos” por aí…, que não sabem

uma palavra de astrologia (por exemplo!). Pois: não pode haver magia de certa

elevação sem conhecimento de astrologia, kabbala e outras ciências que levariam

anos de estudo, como levam a qualquer estudante sério.

Também posso procurar um espelho, pela magia “brutal”: com as receitas de

engrimanços, nos quais se inclui a matança de animais, etc… com evocações, e

mais pormenores: estaria, assim, me metendo num enredo de baixo astral,

equivalente a ir pedir informações no meio de capangas! Podem, às vezes, dar. Mas

ficam com certos direitos e intimidade, com quem as pede e as paga…

Também posso, seguindo métodos árabes, por exemplo, obter por meio de certos

versículos do Alcorão, que venha “O Varredor”, limpar o campo da visão; ou por

meios kabbalistas, procurar que algum espírito das legiões subalternas de Anjos me

mostre… quando ele quiser, o que busco saber. Mas, tal espelho só servirá para

mim e dentro de certas condições!

Mas o MEM, abençoando um Espelho e pedindo ao Anjo da Guarda do

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161

destinatário, que lhe mostrasse o que fosse oportuno, ou o que Ele, a distância,

projetaria no espelho, resolvia a questão… até pelo correio!…

Quando estudarmos o ensinamento que chamei de privado,do MEM veremos

que Seus modos de proceder, em muitos casos incluíam meios que são da magia

das correspondências das coisas, e, por exemplo, se lhe faziam a descrição de

doente, morador na Rússia, no caso, e lhe enviavam uma madeixa de cabelo, era

possivelmente porque o MEM nos ensinou que “o magnetismo a distância pode, às

vezes, cair sobre outras pessoas”. Claro está que, com alguma coisa do físico (que

traz algo do duplo, também) do paciente, a relação vibratória (na qual se baseia toda

a medicina de Paracelso, por exemplo) ficava estabelecida com segurança.

Isso indica, também, que o MEM fazia questão de ir treinando os Discípulos a

começarem pelo começo: juntando, as preces, o meios de ter mais fluidos benéficos

e mais meios de os dirigir com precisão. E, sobre o cultivar da Magia da Vida e dos

treinamentos da mesma, queira rever o Yo que… Quando alguém tiver meditado e

aplicado, o que lá se contém, certamente estaremos em contato e o resto virá como

deve vir… Isso faz parte da Magia também… N. 149

* * *

O Muito Excelso Mestre, as RELIGIÕES E AS IGREJAS

Com. 228 — Neste tema, Carolei, teria muito a comentar sobre o papel das

Igrejas e modo de atuar de seus Cleros, dada a enorme importância que isso tem,

em relação com “o que vem aí”.

N. 149 — Origem dos Ensinamentos e informações do Tema “OCULTISMO E MAGIA”: DA 5.ª

ed. Francesa: E. 696 e 713. — Dos Ensinamentos dados por Chapas e Maurice de Miomandre, reproduzidos por Christian de Miomandre e L’INITIATION de outubro de 1953: E. 547 e 830. — O E. 832, que relata a “Operação Mágica” feita pelo MEM em 26-XII-1895, é parte do Relatório do Curso daquele dia. Tal parte traz, pois, oficialmente esse título, no próprio Relatório, como pode ser visto a páginas 95 a 98 de L’INITIATION (Vol. 31 — Ano 9, n.7, abril de 1896). — O E. 831, apresenta esta particularidade: na pág 223 da 4.ª ed. Francesa, e — na mesma forma — a pág. 243 da 5.ª edição, acha-se o que figura a pág 193 do nosso I Vol. brasileiro, no que se refere às palavras de Bricaud, que terminam — na parte citada — com “madeixas de cabelo”. A frase: “E M. Philippe respondia a todos os pedidos”, não é de Bricaud, pois ele prosseguia na forma que consta do E. 831, como pode ser verificado a pág. 23, Cap. VIII, do livro do citado Bricaud Lê Maître Philippe. — A definição da Magia, por Papus, acha-se também na Conferência de Phaneg “A magia e o Misticismo” (V. L’INITIATION, setembro 1954, pág. 136 e segs.). Pormenores sobre o Papiro de Oxford, acham-se em “LA GNOSE”, diferentes artigos de “Marnés”, nos anos 1909 e 1910. — Livros de Ocultismo e Magia, de Papus, à venda atualmente, constam da capa da 4.ª e 5.ª edições francesas, confirmando minha opinião.

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Achei, porém, preferível deixar o Tema “puro”, isto é, como Ensinamento do

MEM, somente, reservando-me para tratar das “questões de atualidade”, mais

adiante, pois tendo conhecimento prévio de muitos outros temas da obra, a visão

panorâmica do problema torna-se mais fácil e mais rica.

E. 769 — É uma grande felicidade ser Católico.

E. 129 — Diz-se “todas as religiões são boas”. Não sei. Em primeiro lugar,

não vos digo que acrediteis como eu. Digo-vos apenas o que sei. Aqui somos todos,

ou quase todos, católicos. Pois bem, talvez sejam boas todas as religiões, mas a

nossa gostaria de sufocar todas as outras. Aliás, por que vos preocupais com tudo

isso? Deus não vos pede tanto.

E. 833 — Devemos seguir as leis do nosso país, porque se Deus permite que

tenhamos leis injustas, é por sermos injustos também. Seja qual for a vossa religião,

também deveis seguir suas leis.

E. 770 — Fazeis a vossa Páscoa? Bem fazeis; eu nunca disse o contrário; é

até o vosso dever. Ireis me prometer que, quando a fizerdes, em honra a esse

grande dia, não tereis rancor contra ninguém e que amareis aos que vos tenham

feito mal, como aos que vos tenham feito bem.

E. 141 — P: E a comunhão?

R: Gostaria de ver a Comunhão assim praticada: numa aldeia, ou em

qualquer outro lugar, por exemplo, reunir-se-ia, uma vez por ano, todos quanto lá

morassem, estando cada um bem decidido a esquecer as ofensas e a partir o pão

em sinal de paz e reconciliação.

E. 376 — Há muitos que observam a religião, salvo todavia uma coisa que os

contraria: a confissão. Por que? Porque não é agradável falar das suas culpas.

— Mas nem sempre queremos que se saiba dos nossos assuntos?

— Que assuntos? Será que tendes alguma coisa para ocultar? Tudo deve ser

posto em plena luz.

— Ah! se se pusesse tudo em plena luz, haveria muitos escândalos.

E. 171 — Deve-se respeitar tudo quanto foi instituído na terra. Assim sendo,

muitos acreditam, conforme a Igreja, que devem confessar as culpas pelo menos

uma vez por ano. Se assim pensam, que o façam. Se não acreditam, não o façam,

mas evitem exibir a sua descrença, pois esta escrito no Evangelho: “Aquele que for

causa de escândalo será ferido pela desgraça e Jesus Cristo, perante seu Pai, o

renegará”.

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163

E. 778 — Deve-se ter confiança muito limitada em certos usos. Por exemplo,

não se dirigir automaticamente a Santo Antônio para achar um objeto perdido.

E. 779 — Não se deve ser supersticioso.

E. 559 — Deve-se ir à Igreja todas as vezes que se escandalizaria a outrem,

ou negar-se.

Com. 229 — É fácil perceber, Carolei, que os ensinamentos precedentes,

foram dirigidos principalmente para orientar aos Discípulos e ouvintes católicos, que

eram maioria como se vê pelo E. 129. O MEM disse "felicidade grande, ser

Católico". Por que? Creio que dois principais sentidos tem esta afirmação. Uma,

porque católico significa universal, e que o maior desejo do MEM sem dúvida é ver

o Cristo Social constituir-se, progressivamente. Em segundo lugar, porque, das

Igrejas cristãs, a Católica é sem dúvida nenhuma a de doutrina mais sábia, mais

completa: seu culto aos Anjos, sua adoração a Maria e outros muitos aspectos a

tornam, do ponto de vista mágico-iniciático e espiritual, nitidamente superior a outros

cultos cristãos. É uma religião, no real sentido da palavra. Nos seus ritos há calor

para o coração e luz para a alma.

No entanto, o MEM aponta claramente que Ele não acha que seja bom que o

Catolicismo queira sufocar todas as outras! Mas, nos Ensinamentos que seguem

após, EIe mostra, especialmente, como devem os fiéis procurar viver a sua religião,

com a base moral em primeiro plano, tanto para limpar o coração pelo perdão, antes

de comungar, como para todos os outros grandes atos religiosos. E insiste em que

nada fique oculto, já que isso é que envenena tudo!

E, com novos ensinamentos, torna a ressaltar que temos os cultos e os

sacerdotes que merecemos. E que o importante, é não causar escândalo nos outros,

não julgar e nada fazer sem ter consciência do que se faz.

E. 375 - Eu vos tinha dito que dentro de algum tempo veríeis alguma coisa de

extraordinário, todos vós que estais presentes vereis alguma coisa e o tempo não

está longínquo. Apressai-vos em fazer o bem, pois a colheita se aproxima. Aquele

que está comigo disse-me que vos falasse assim: respeitai as leis dos governos,

sejam quais forem; respeitai também as leis da Igreja, Deus assim o quis; respeitai a

religião, todas as religiões, é Deus que as criou.

E. 139 — P: Estará errado um livre-pensador que, embora crente em Deus,

quer ser enterrado sem a ajuda dos padres?

R: Se ele for católico, deve conformar-se às regras de sua religião, pois também

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está dito no Evangelho: "aquele que for objeto de escândalo, será mostrado com o

dedo".

E. 140 — P: Mas se a pessoa considerar o sacerdote, que o deve enterrar,

indigno de jazer isso?

R: Isso não tem importância, pois não devemos julgar se não quisermos ser

julgados.

E. 733 - Muitos sacerdotes são diabos encarnados, que "SE" coloca assim,

para que não se casem e não tenham filhos. Há 50 anos, os espíritos infernais estão

desencadeados sobre a Terra.

É. 553 (de Chapas) — Se os sacerdotes não fossem ávidos de dinheiro,

suas procissões seriam seguidas pela população toda. Os pequenos, de que

fala o Evangelho, são os operários.

Diretrizes religiosas para todos:

E. 19 - Com relação às práticas religiosas, deve fazer-se tudo ou nada.

Mas vale nada do que observar pela metade.

E. 754 - A Igreja ensina que a Alma passa um momento pelo Purgatório e,

de lá, vai ao Paraíso. Há certas almas, efetivamente, que se acham bem lá

onde se encontram, contentam-se com o que têm e querem ficar lá. Outras,

mais ambiciosas, vão mais longe!; outras, ardentes, não param nunca e dão

suas recompensas a outras almas que estão nas trevas (inferno) e não

conseguem sair por si mesmas. Nenhum ser fica eternamente nas trevas .

E. 377 — P: Foram os descendentes dos apóstolos que estabeleceram as

leis da Igreja, tais como são, a confissão, por exemplo?

P: Não terá muitas vezes a confissão impedido mau proceder?

R: Confessai as vossas ofensas a Deus. Podeis ofendê-Io, mas deveis

guardar-vos de ofender ao Espírito Santo. Respeitai todas as religiões, pois é

preciso que todos de todas as religiões comam a Carne e bebem o Sangue do

Mestre. Mas, sobretudo se ofenderdes ao vosso vizinho, é preciso que lhe

estendais a mão dizendo-Ihe: falei muito mal de vós. Se ele vos perdoar,

pensais que isso não vale qualquer outro perdão?

E. 172 — O que a Igreja, ou antes, o sacerdote não se preocupa é saber,

na confissão, a quem tendes ofendido e que dano lhe causastes. Pois bem, eu

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vos afirmo que tal absolvição só terá validade se aquele a quem ofendestes

vos perdoar. E se um homem, a sós com uma criança, disser a essa criança:

"és mentirosa", isso seria um insulto, mesmo que fosse verdade, mas, se o não

fosse, seria preciso receber o perdão dessa criança, bem como o das

testemunhas, para entrar no Céu. Ireis dizer que não havia testemunhas.

Desenganai-vos. Havia lá, talvez, mais de duzentas pessoas invisíveis, perante

as quais, também, o perdão deverá ser pronunciado. Nunca estamos

sozinhos.

E 42 — Os sacramentos são portas.

E. 110 - Nenhuma religião nos salvará se não amarmos ao próximo

como a nós mesmos.

Com. 230 - Assim pois, Carolei, após o MEM nos alertar sobre a mudança

que virá (alguma coisa de extraordinário), e de nos mostrar que — como falei

nos temas A Magia e O Espiritismo — os demônios estão desencadeados

sobre a Terra, também seu Sucessor, Chapas, alerta sobre os operários, os

pequenos cujos direitos terão que ser ouvidos na Terra, pois o são no Céu!

O E. 19 deveria ser meditado muito. Já falamos, com relação às Duas Vias,

que não se resolve nada fazendo as coisas "mais ou menos". O MEM categoriza:

tudo ou nada! — Em outras palavras, é ilusão inútil, e farsa dizer-se "de tal ou qual

religião", se não se vive os fundamentos de sua doutrina espiritual, o que Seu

Revelador apontou. Sei que todos concordam teoricamente com isso. Mas o mundo

não anda com teorias! ...Por isso aponta o MEM (E. 754) que certas almas

contentam-se com "um paraíso" (já o comentei antes, em outro tema) que não é O

Céu. Outras, esforçam-se por irem de céu em céu. — E, algumas que poderiam

parar no Céu, voltam voluntariamente, dando sua luz, recompensa de seus

esforços, aos que nas trevas estagnam! - Importante é o E. 377, em vários pontos;

ressaltei dois, que é necessário serem mais meditados, sendo que o segundo será

comentado no tema O Perdão.

Aliás, o E. 172, já diz, terminantemente, que só com o perdão do ofendido, é

que apaga-se a ofensa; e, ainda, na presença de quantos seres tenham presenciado

a mesma. O "nunca estamos sozinhos", é tema para: fé, vergonha, alerta, esperança

... e quantos outros aspectos mais, para Você meditar! ...

Com. 231 — Todo ser que, alguma vez, passa por uma experiência, por uma

vivência, a pIena consciência, recebe a chave para poder revivê-la, geralmente

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como evocação primeiro, mais tarde em modos cada vez mais plenos.

Assim, os que recebem chave do Espírito Santo, diretamente, ou por

intermédio de alguém que possa "abrir e fechar" as portas de cada sacramento,

podem validamente administrá-Io. Esta é a conseqüência visível do E. 42. — Mais

alto, ele significa o que literalmente consta: cada sentimento, cada emoção, cada

graça; cada lugar, cada estado, cada plano; etc... estão devidamente guardados: por

Guardiães e por Portais, pois o mundo sutil é tão bem, ou melhor, organizado como

a inconsciente cópia ou imitação que nossa razão ou intuição intenta na Terra. Por

isso, cada Sacramento, de toda e de qualquer Religião, abre determinadas Portas.

Mas (E. 110), como não adianta a recomendação do inferior, se o superior acha-a

inoportuna, assim o Sacramento mal administrado, ou prematuramente, como o

perdão das ofensas pelo confessor "funcionário" apenas, pode acontecer que

tenhamos confiança ilusória em certos atos; se tivéssemos sempre a fé real, seria

então na parte espiritual, e o E. 110 seria então para nós: Chave e Sacramento, pois

que abrindo com ele, cada dia o nosso corarão para com o próximo, acharíamos Os

Portais do Céu abertos de par em par, quando lá chegássemos, “com o nosso Anjo

Bom sobraçando volumosa coleção de atos em nosso favor”, se me permite o símile,

Carolei!

E, sendo o E. 110 como uma equação reversível, não esqueçamos que

significa também que o MEM afirma: “Toda e qualquer religião salva, desde que

amemos ao próximo como a nós mesmos”. Para Maior Glória de Deus,

evidentemente! N. 150

* * *

O Muito Excelso Mestre e O ANTIGO TESTAMENTO

E. 336 — Com relação ao Antigo Testamento, naquele momento não se viam

as coisas do mesmo ponto de vista que hoje. Elas eram interpretadas em outro

sentido, e a maneira em que se interpreta hoje o Novo Testamento será bem

N. 150 — Origem dos Ensinamentos do Tema “IGREJAS E RELIGIÕES”: do M. Papus: E. 19, 42, 110 e 559, sendo que este último não figura na quarta, nem na quinta edições francesas, mas achamo-lo a pág. 264 de Sciences Occultes, entre o que são os E. 31 e 32 da 4.ª edição. — Das Sessões de Lyon: E. 129, 139, 140,141,171,172,375, 376 e 377. — Da 5.ª ed. Francesa (Diversas Fontes): E. 733, 754, 769, 770, 778, 779 e 833. — O 553 provém dos apontamentos de Maurice de Miomandre (E. de Chapas) já citados.

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diferente em algum tempo.

Complemento do E. 366 — Há muita gente que pensou, ao ler o Evangelho

posterior a Cristo: “Se eu tivesse estado lá, teria compreendido aos antigos

Profetas”. — Pois bem, assim acontece também hoje com o Evangelho. Dentro de

algum tempo dirão: “Quão cego era preciso ser, para não ver os ensinamentos tão

singelos do Evangelho”.

E. 557 — O Antigo Testamento não é útil de se estudar.

Com. 232 — Temos assim, Carolei, diferentes assuntos: por um lado, é coisa

facilmente demonstrável que existem hoje companhias mercantis, que estão fazendo

bons lucros, ao dedicarem-se a procurar certos minerais, ou a fazer tais ou quais

plantios, nos lugares determinados, como próprios para tais fins, no Antigo

Testamento, que mostra assim ser, histórica e geológica ou agronomicamente, fonte

de informações exatas. Também o convênio franciscano de estudos, que

recentemente reunia em Roma uns cem professores da Ordem dos Frades Menores,

verificou a exatidão de muitos dados arqueológicos e topográficos das

Escrituras,como foi divulgado pela imprensa nacional. E, não cabe dúvida tampouco,

que para um kabbalista, o conhecimento real do Universo implica o estudo do

Gênesis de Moisés à luz dos trabalhos esclarecedores de Fabre d’Olivet, Saint-Yves

d’Alveydre e outros, mostrando que os nomes próprios desse Livro, o são de

funções cosmogênicas: — Abel: o espaço etéreo, a expansão, a espontaneidade, a

força centrífuga, etc. Kain (com K; assim como Enoch, escrito Enoque em português,

perde todo valor por não mais corresponder aos hierogramas), era tudo que é

oposto: Yang!…

Mas o MEM não queria “sábios”, intelectualmente falando, isto é: doutos.

Queria sábios em sabedoria do coração. E, por isso, ensina que o Antigo

Testamento não interessa mais, já que a Nova Lei, a do Amor, a que rege a contar

da Vinda do Verbo, difere muitíssimo das leis que antes constavam. Por isso é que o

Discípulo da Via do Coração pode guiar-se só com os Evangelhos Crísticos… N. 151

N. 151 — O E 557 é do Manuscrito de Papus, embora não conste da 4.ª nem da 5.ª edições

francesas, pois é encontrado em Sciences Occultes, pág. 262, colocado entre os Ensinamentos 16 e 17. — O E. 366, por outra parte, não está completo na 4.ª e 5.ª edições francesas, pois que, com a mesma data, especificada, de quinta-feira, 13 de dezembro de 1894, achamos em Lumiére Blanche — pág. 46 — o mesmo E 366, porém incluindo o segundo parágrafo que dei acima como “complemento”. — Notícia sobre o Convênio franciscano de estudos bíblicos, veja-se o artigo “Descobertas confirmam topografia do Evangelho”, no CORREIO DA MANHÃ de 22-X- 1957.

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* * *

O Muito Excelso Mestre e O EVANGELHO

E. 176 — P: Foram os apóstolos que fizeram os Evangelhos?

R: Não, os apóstolos nunca escreveram nada sobre Jesus Cristo, mas

algumas antigas pessoas sábias, de sabedoria comparável a de certas pessoas

atuais, lembraram-se das palavras de Jesus e sobre elas escreveram. Aliás, para

corroborar o que já vos disse um dia, nada se perde; tudo quanto está escrito, feito,

pensado ou dito, está registrado no Céu e a algumas pessoas foi dado ver no Céu o

que dissera Jesus.

E. 379 — No Evangelho há alimento para todos, e cada um pode lá colher

ensinamentos diferentes. Tudo se resume nesta religião: ama ao teu próximo como

a ti mesmo, e se fizerdes mal a teu semelhante, esse mal te será devolvido, pois

está escrito: olho por olho, dente por dente.

E. 119 — O Evangelho contém toda a iniciação. Por exemplo: “acender

brasas ardentes sobre a cabeça do inimigo” é perdoar-lhe, pois isso põe nele um

germe que um dia produzirá remorso e o retorno ao bem.

E. 41 — É preciso ler os Evangelhos. Quanto mais vos adiantardes, mais vos

darão. Neles podeis estudar toda a vida sem esgotá-los, embora todas as coisas

não estejam neles.

E. 665 — Jesus não disse tudo aos Seus Discípulos e eles não

compreendiam Sua palavra inteiramente. Todavia, os evangelhos transmitiram-se

com algumas modificações pouco importantes, sem que o sentido ficasse alterado.

Deus não o teria permitido.

E. 666 — Quando Jesus deu aos Seus discípulos o dom das línguas, então

começaram eles a compreender o sentido das palavras do seu Mestre e o sentido

das assinaturas naturais. Eles viram as virtudes das plantas, dos animais, através

das suas formas, (e) os ensinamentos do Mestre através das palavras.

E. 667 — Se tudo fosse revelado a todos, ninguém mais faria nada, ou antes:

cada um procuraria e saberia achar o atalho para se afastar quando se precisasse

de alguém! Seria como no quartel, onde ocultam-se para fazer o menos possível.

E. 668 — O Evangelho tem um sentido só; os antigos livros sagrados tem

diversos.

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Com. 233 — No E. 176, o MEM já mostra que, para escrever os Evangelhos,

foi preciso seres dotados da faculdade de lembrar, pelo menos “parcialmente

devolvida”, como já nos explicou: e, para confirmar tal coisa, adverte que tudo está

registrado no Céu, onde nem todos podem ler, mas Deus não teria permitido (E.

665) que os cegos deturpassem o que “algumas pessoas” viam, no Céu, do que

dissera Jesus. Nos Evangelhos não está tudo. Isto é, não estão, explicitamente, as

ciências e as aplicações de toda espécie, que os humanos devem obter, por

dedução ou por intuição, e uns poucos por inspiração direta, segundo o “que cada

um pode colher” (E.379). Mas, por diferentes níveis que tenham esses

ensinamentos, assim obtidos, todos terão um sentido só, porque Jesus veio para

guiar a nossa alma psíquica-moral para o Lar espiritual, por um Caminho único:

“Amai-vos…”.

O MEM mostra, também, que nem por isso se deve querer pensar que o

sentido é sempre “evidente” (manifesto); por isso ensina o caso das “brasas

ardentes”: mais uma vez é o fogo do amor, o que queima o erro ou pecado e das

cinzas nasce o remorso.

Por isso é que podemos estudar toda a vida (toda a nossa existência, tudo

que compõe a nossa vida, e a vida em geral).

E, para estimular a todos, o MEM mostra que, aquele que se unir ao Espírito

Santo, receberá — aos poucos — o dom das línguas. E, em modo que lembra

curiosamente o De Natura Rerum: Da Natureza das Coisas, de Jacob Boehme, e a

linguagem de Saint-Martin e de todos os hermetistas e místicos do passado, o MEM

cita as assinaturas naturais: assim como cada ato, bom e mau, de hoje ou de

tempos imemoriais (para o vulgo e para os historiadores…) está escrito na fronte de

cada ser, assim também cada forma de existência, tanto pela sua morfologia, como

por outros mil modos em que se fixa, irradia ou modifica a vibração da Vida, revela

aquela sua finalidade transitória. E a “voz” enuncia ou confirma isso, para “Os

Eleitos”… Por isso, Carolei, insisti eu que os Discípulos procurassem sentir ou

aceitar que, só quando desejassem aprender a tomar contato com cada fato, ser ou

coisa, poderiam também começar a perceber o ensinamento através das palavras.

E, não vá pensar que com este mesmo Livro, possa acontecer coisa diferente!

O E. 665 é mais uma das oportunidades em que, notável coincidência, o MEM

expressa-se como fazem os Gnósticos, com relação ao ensinamento privado de

Jesus. Parece até ouvir o reflexo da Pistis Sophia: “Após ter ressuscitado de entre

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os mortos, Jesus passou onze anos a ensinar entre os discípulos, mas não os

instruiu senão até os lugares do primeiro mandamento e até os lugares do primeiro

mistério que se acha no interior do Véu e no interior do primeiro mandamento, que é

o vigésimo quarto mistério fora e debaixo, etc… Jesus não lhes tinha dito da

extensão total de todos os lugares do grande invisível, etc. etc. “.

E assim, por páginas, carolei, segue citando quanto “não lhes tinha dito

Jesus…”, isto é: à totalidade dos Discípulos! Porque, como explica o MEM: se

soubéssemos todos, dos “atalhos” que permitem encurtar o Caminho, não

cumpriríamos com a Lei do Amor, a de esperar aos que vêm atrás! E, quando se

precisasse de ajuda, os que mais podem dá-la, teriam já partido antes. Por isso, a

Ciência do Bem e do Mal deve ser vista como uma Árvore, sob cuja sombra

devemos conviver, para irmos juntos pelo grande caminho da vida coletiva, da

solidariedade, do aperfeiçoamento, sobre o qual o Evangelho e a Imitação de Cristo

falam tanto e que os Ensinamentos do MEM PHILIPPE tornam claro de iniciar. N. 152

* * *

O Muito Excelso Mestre e A NÃO-VIOLÊNCIA

E. 18 — Se fordes atacados na rua, protegei-vos, aparai os golpes; mas não

se deve bater nem matar. Ninguém será atacado nunca se, pessoalmente, não o

mereceu.

E. 637 — Estimo tanto a um ladrão quanto a um homem honesto, pois que

ninguém entre vós, pode gritar “Ladrão!”. Não há nem um só, que não tenha

causado maior ou menor prejuízo a outrem, e categoricamente nenhum existe que

realmente não tenha feito nunca mal algum ao próximo.

E. 638 — Não zangaremos mais, não seremos já maus, quando não tivermos

mais moléculas de selvagens, para os quais a força e a astúcia são tudo. Quando

formos todos civilizados, seremos bons e calmos.

A ira degrada ao homem, avilta-o e o coloca ao nível dos inferiores. Se,

quando éramos mais jovens, não tivéssemos entrado em ira, seja para obter alguma

coisa, seja para nos fazer temer e criar autoridade por orgulho ou por amor-próprio;

N. 152 — Origem dos Ensinamentos do Tema “O EVANGELHO”: Os E. 41 e 119 são do M. Papus. — Os

E. 176 e 379, das Sessões de Lyon. — E. 665,666, 667 e 668, de “Diversas Fontes”, da 5.ª edição francesa. —

As palavras da Pistis Sophia, são pequeno trecho do Cap. XII, pág. 236, de LA GNOSE, de II. Leisegang.

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171

se pelo contrário tudo tivéssemos feito por expulsar aos maus instintos, agora não

seríamos levados à ira, a acessos de louca raiva, muitas vezes por motivos fúteis.

E. 639 — Mesmo quando abusarem de vós, sempre deveis responder com o

bem. — Como progrediria o mal, se não fosse em (chez) alguma pessoa (ou, se não

fosse “em ninguém”); pois: o mal não deve ser destruído, mas transmutado em bem.

E. 640 — Mais vale fazer o mal do que nada fazer!…

Com. 234 — Realmente, Carolei, está tudo tão claro, que quase dispensa

comentário. Apenas isto: meditar, observar, tudo quanto se nos pode aplicar,

pessoalmente, dos E. 637 e 638, no que diz respeito a como procedemos em: atos,

palavras, pensamentos e intenções, nos permitirá aceitar o E. 18: pessoalmente

merecido! E, como a expressão “mais jovens” (E. 638) tanto pode aludir a vidas

pregressas, como à infância desta, como agora mesmo com relação ao amanhã,

então convém, Carolei, tudo fazer… (E. 638), a não ser que Você faça questão de

conservar e cultivar as moléculas de selvagem, e de apanhar ou ser morto, por

“merecimento pessoal”!

O Ensinamento do MEM é, como sempre, profundíssimo, pois vai desde os

aspectos da transmissão material — moléculas — aos das emoções e do valor

educativo, até o cósmico: onde e como transmutar o mal, a não ser fazendo-o

habitar uma forma que, pela dor ou pela aspiração, o redima, a ele: parcela do

Diabo!? Por isso, melhor dito, essa a razão profunda de ser melhor fazer o mal que

nada fazer: mole e morno não serve nem para alojar ao Diabo! — Assim, o MEM nos

ensina uma “Não Violência” muito superior à de Gandhi, pois a do querido Mahatma

é mais psicológica, mais “humanista”, pelo menos de aspecto. Aqui, não se trata de

tomar uma “posição filosófica”, senão de compreender, de sentir o mecanismo de

um fator moral e cósmico, no seu duplo aspecto de Destino em Luta com a

Providência, no palco diminuto e porém grande porque universalmente multiplicado:

a consciência dos seres. Porque, não é só para os humanos! N. 153

* * *

O Muito Excelso e OS PROCESSOS

N. 153 — Origem dos Ensinamentos do Tema “A NÃO-VIOLÊNCIA”: E. 18, do M.P. — De

“Diversas Fontes”, da 5.ª ed. Francesa: E. 637 e 640, inclusive.

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172

E. 39 — Evitai os processos: eles nutrem os polvos.

E. 246 — P: E se formos chamados como testemunhas, podemos aceitá-

lo?…

R: Sim, porém não deveis denunciar, e se sabeis qualquer coisa que possa

mandar condenar, deveis, esquecê-la.

E. 159 — Para alcançarmos nosso aperfeiçoamento, precisamos não guardar

rancor contra ninguém, pois está dito na Santa Escritura: “Não cai um só cabelo da

cabeça, sem que seja devolvido”. Não como na religião de há dois mil anos, que

dizia: olho por olho, dente por dente. Então, do outro lado? Não. É neste lado que se

deve pagar, pois o que está vinculado ao Céu, no Céu se desvinculará e o que está

ligado à terra, aqui se desligará. Por exemplo, tendes uma demanda com alguém. É

vosso vizinho: ele perde e vós ganhais. Acreditais que, se vierdes a morrer, a

questão ficará liquidada deste modo? Não. Será preciso que volteis, até selar a paz

com o vosso irmão e isso perante tantas testemunhas quantas existiam no

momento da disputa. Por isso, eu vos digo: fazei a paz neste mundo porque é muito

difícil fazê-la no outro, a menos que encontreis, em vosso caminho, um daqueles

que têm o poder de ligar ou de desligar. Se tendes, porém, rancores contra alguém,

mesmo estando com a razão, deveis perdão, agindo assim, não por vós, mas para

lhe poupar penas. Ide estender-lhe a mão: será um dever de caridade.

E. 250 — Tudo quanto existe, existe pela vontade de Deus, e todos devemos

nos curvar sob o jugo das leis civis, que não podem ser justas, já que foram feitas

por homens que não o são. Quando um culpado é julgado pelas leis civis, sofre uma

pena: fica dispensado de ser julgado pelas leis do Céu. Aqueles que julgam são por

sua vez julgados. Mas, acima de tudo, o que não se deve fazer, é delatar ou

denunciar a um culpado. Aquele que cumpre esse ato meritório de não denunciar,

pode ficar certo de ser um dia o anjo da guarda de um culpado, para o qual poderá

obter o perdão do Céu, ou de ter na sua família, até a sétima geração, um culpado

que será perdoado pelo seu ato meritório e se livrará do castigo.

E. 276 — Dirigindo-se a uma pessoa: Nas vossas dificuldades,não tendes

sentido sempre a proteção de Deus? Que temeis? Tudo correrá como desejais, com

uma condição. Ganhastes um processo?

— Sim.

— Não o foi justamente. Quereis me prometer uma coisa? (Se eu fosse

sacerdote e se fosseis um homem, eu vos diria certas coisas em particular; essas

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173

coisas não posso dizê-las diante de todos.) Quereis me prometer que ireis restituir

às pessoas a soma que vos foi concedida pelo tribunal?

— Sim.

— No que se refere a processo, quem de vós não acusaria ao vizinho para

ganhar o pleito? Ainda mais, alguns apelariam, prazerosamente, para falsas

testemunhas. Infelizes daqueles. Os que foram chamados para nos julgar, foram

chamados por Deus, embora seus julgamentos nem sempre sejam justos, já que o

homem é injusto.

E. 277 — Dirigindo-se a um homem: Bem gostaríeis de ficar curado, mas isto

vos irá sair caro.

— A questão é que não sou rico.

— É preciso ser rico. Eu não dou àquele que nada tem mas creio que podeis

pagar-me se quiserdes. Ter um pouco de boa vontade chama-se riqueza. Não sois

mau?

— Não creio sê-lo.

— Pois bem, é preciso me prometer serdes melhor. Eu verei na próxima vez

em que vierdes. Sabeis o que isto significa?

Aí tendes uma senhora que estava doente. Eu lhe disse que acalmasse um

parente dela que estava altercando, para que esse pleito não tivesse lugar: é preciso

ser pacífico. Ela fez tudo quanto pôde, pode pois pedir uma graça e lhe será

concedida. Se me permito vos falar assim é para vos mostrar que um favor feito

nunca fica perdido.

E. 282 (Ver o Tema “O CRISTO”) — “Ficareis curado, mas sob uma condição:

a de abandonardes o processo e devolver… etc. Ficou curado. Reiniciou a questão:

ENTÃO, EU JÁ NADA POSSO!”…

E. 835 — Nunca movamos processo, mesmo tendo certeza de ganhar. É

sempre muito ruim para a nossa evolução, como para a do nosso adversário.

Contraímos uma nova dívida, que retarda mais um pouco a reintegração final. É pois

preferível e preciso, procurar reconciliar-se com o inimigo. E tenho visto, mais de

uma vez, o MEM PHILIPPE, dizer a um “senhor”: “Eu te dei a vida; te salvei da

morte. Pois bem! se moves esse processo e se o tribunal te der razão, te retirarei a

saúde e morrerás”. — Tais palavras, de “Um que Sabia”, vos darão uma explicação

das desgraças espantosas que golpeiam às vezes a uma família inteira e a fazem

naufragar. Se investigássemos o passado dessa família, acharíamos, às vezes,

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como origem de todos esses sofrimentos, aparentemente injustificados, o êxito de

um processo que criou algum benefício ou fortuna escandalosos. (Papus)

Com. 235 — Também tudo muito claro, Carolei: se podemos procurar nos

reconciliar, ou desistir, por que alimentar os “polvos”, as “sanguessugas da

discórdia”? E, se não podemos fugir quando lei nos coloca como testemunhas,

devemos esquecer, voluntariamente, aquilo que pode privar a outro da liberdade.

Pois que, solto, no convívio social, achará também aquela quantidade do mal, da

dor, que necessita. E, muito menos, poderíamos denunciar! Por isso, quem sabe

alguma coisa que poderia, ou teria até certa “obrigação” de delatar, e resolve seguir

a lei mais alta, de não denunciar, poderá ter, na própria família, um “perdoado” (E.

250), mas nesse Ensinamento o MEM, de passagem, revela como se cria certo tipo

de Anjo da Guarda, ou de Espíritos Protetores…

Muito transcendental, como evidência da Eterna Balança, o E. 159: paga-se

do lado em que se contrai a dívida; e, para achar a um que “tem poder para

desligar”, também é preciso merecimento. Quando há disputa, Certo número de

almas têm assim oportunidade de ficar escandalizadas, de “tomar partido”, de se

alegrar ou entristecer, pelo sucedido. — Se não as mesmas, igual número terá de

presenciar a reconciliação. Ma, quanto trabalho dá a procura dessas condições do

perdão,é o que veremos no tema especial, que amplia o E. 149. — Torne a meditar,

frase por frase, todos esses ensinamentos, Carolei, para poder agir e aconselhar,

em casos em que os processos podem nascer!

Veja até onde o MEM considera básico esse fato: exige a desistência do

pleito e a devolução do que fora ganho em juízo, para outorgar a cura (E. 276);

mostra quanto o Céu dá, por um esforço em tal sentido (E. 277); mas, não só

declara nada poder, para quem reinicia uma questão (E. 282), como vem o terrível:

“te retirarei a saúde e morrerás”, mostrando que a Lei da Balança é de caráter

absoluto e, que “Os que Sabem, Os que têm Poder para Desligar”, cumprem essa

Lei tão minuciosamente que, não obstante Sua Bondade, retiram a vida que

obtiveram da Graça, aos que teimam em ir contra a Lei do Amor, e que são tão

ingratos, que a Graça tocou-lhes o corpo mas não penetrou-lhes na alma, ainda

fechada pelo egoísmo, pela ambição ou pela simples falta de crer, realmente, terem

sido salvos pela Graça! O comentário de Papus ao que “mais de uma vez”

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presenciou, é altamente instrutivo e dispensa mais comentários. N. 154

* * *

O Muito Excelso Mestre e OS AINDA IMPERFEITOS…

E. 15 — É preciso conhecer a si mesmo, antes de procurar conhecer os

outros. Quando a gente se conhece, não tem mais vontade de julgar os outros.

Com. 236 — É muito evidente o Ensinamento, Carolei, mas ninguém o

aceitará plenamente, sem antes fazer a experiência, procurando observar-se com

sinceridade e, logo, comparar-se no que se refere às mesmas coisas (asseio,

pontualidade, tolerância, calma, paciência, silêncio, perdão, devoção e mil outros

aspectos, dos quais citei uns poucos, para exemplo); comparar-se com os que nós

achamos que “deveriam” (?) nos ser inferiores, por terem uma posição social,

econômica, cultural, funcional ou simplesmente “pretensional”… menor! Um exame

desses, bem feito, reiterado, com muita gente e numerosos aspectos, é todo um

curso de humildade e de “situar-se”, como recomenda aquele amigo do Yo que… —

Por isso, a segunda pare do E. 15 é contundente!

Mas, Carolei, acontece sempre que achamos por aí pessoas, que realmente

nos parecem “muito imperfeitas”. Para tais casos é que Marie Lalande anotou, no

domingo 9 de junho de 1895, estas palavras do MEM:

E. 836 — “Não deveis querer mal aos que erram, que cometem desatinos

para convosco. Se o vosso vizinho tiver grandes defeitos, não lhe queirais mal por

isso; se examinásseis a cabeça dele, em sua construção, veríeis que os órgãos não

estão ainda perfeitos”. — por isso acresce Marie, da Epístola aos Gálatas: “Carregai

os fardos, uns dos outros”.

Carolei, verá como, quando chegarmos ao ensino privado do MEM, todos

esses misteriosos assuntos de moléculas, de órgãos ainda imperfeitos, etc… se

tornarão repentinamente bem mais claros. Por agora, meditemos um pouco em

N. 154 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS PROCESSOS”: O E. 39 figura no M. Papus,

e também na 5.ª edição com letra de “Diversas Fontes”, o que parece indicar existir em ambas as partes. — Os E. 159, 246, 250, 276, 277 e 282 são das Sessões de Lyon. — O E. 835 figura a pág. 220 do Traité Elémentaire d’Ocultisme et d’Astrologie, de Papus, e bastaria, por si mesmo, para tirar qualquer ilusão aos que, ingenuamente, pensassem que para seguir seriamente a Via do MEM basta ser “bonzinho” no sentido lato e cômodo que muita gente dá a “ser uma pessoa direita”, etc… Basta tornar a ler o E. 250 para perceber como deveríamos considerar a vida.

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“como deve olhar para nós o nosso Anjo da Guarda?”. — Ou, se Você ainda tem

dificuldade em acreditar nele, ou em representar-se “ele olhando para Você”, então

pense em Mozart, em Einstein, em São Francisco, em Santa Teresa de Jesus, no

MEM, olhando para qualquer um de nós! E, em Jesus que nos vê “fazendo

desatinos contínuos”, para com a Lei do Pai! Se não fossem tolerantes!…

Assim pois, certos de que outras formas de existência e de consciência, de

percepção e de amor, nos vêem e nos toleram, isso pode nos estimular a viver com

mais realismo e humildade! N 155

* * *

O Muito Excelso Mestre e OS QUE RECUSAM AJUDA — ou não podem receber,

por não estarem em condições…

E. 266 — Eu nada posso, só faço é pedir a Deus, e só podeis sentir alívio

nesta sala, seja nas doenças, seja para aliviar o fardo que gravita pesadamente

sobre este triste mundo, quando, vós também, tiverdes alguma coisa no lado do

“Deve”, alguma coisa que tenhais feito para o Céu. Aquele que não tiver feito obras

meritórias nada tem a esperar, e assim vós mesmos não podeis ser ouvidos. Não se

deve ser refratário à Luz, mas sim pôr-se no caminho dela.

E. 332 — Sei que é preciso ser humano. Assim, vedes esta senhora que está

satisfeita por ter feito condenar alguém a vinte anos nas galés; ela esfrega as mãos

de contente. Pois bem, pensais que se tivéssemos tido os mesmos instintos que a

pessoa recentemente condenada, não teríamos feito a mesma coisa? Há muito

pouca gente entre os presentes nesta sala que, quando criança, não tenha roubado

alguma coisa dos companheiros. E há crianças que,com 10, 15 anos têm a mesma

responsabilidade que mais tarde. Há guris que, condenados, vêm mais tarde vos

pedir trabalho. Pensais que vos serviriam muito bem, mas a folha corrida deles não

está branquinha: mandai-os buscar trabalho noutra parte. Se não acharem, o

condenais a reincidir e, se repetem, são logo postos fora da sociedade. Sabeis a

N. 155 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS AINDA IMPERFEITOS”: E. 15, vem do M. de Papus.

— E. 836 está na pág. 47 de Lumière Blanche. Mais tarde, em outro tema, acharemos o E. 393, que contém

mais ou menos frases, porém o 393 sendo muito mais extenso e tendo outra data, julgamos ser uma das muitas

ocasiões em que o MEM reiterou o mesmo conceito.

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177

quem condenais assim? A vosso irmão. Quando ouvis que uma criança foi

condenada, dizeis: bem feito. E gostaríeis logo de perceber e ver a cara com que

ficam o pais. Ah! se fôsseis vós, seria diferente, seríeis dignos de pena. Achais que

esteja certo?

E quando ofendeis alguém, não é à pessoa ofendida que ides procurar, ides

ao confessor e lhe direis: “Padre (meu pai!) — pois é assim que vos dirigis ao

confessor — perdoai-me.” Porém se quiserdes ir até o fundo das coisas, interrogai-o

sobre a remissão dos pecados. Ele sabe perfeitamente que quanto às coisas de

Deus são do seu ministério, porém o mesmo não se dá com a ofensa a um

semelhante. Porém eu, também, tenho um confessor, e a ele me dirijo após alguma

ofensa a meu semelhante. Mas irei antes procurar a pessoa ofendida e lhe estender

a mão: “Façamos as pazes.” E pedirei perdão a Deus se provoquei uma dor, e que

passe pela mesma pena, para obtê-lo.

E nos negócios, quando vendeis um objeto bem acima do seu valor, pensais

que no comércio é permitido. Pois bem, é um roubo, e o roubo não entra no Céu.

Aqui estão algumas pessoas que podem ter cometido essa falta: pelo que foi feito

até este dia, peço a Deus que se passe a esponja nisso.

Com. 237 — Pelo E. 266, fica evidente que, quando os que precisam de

ajuda não a querem ou não a merecem, nem o MEM pode obter alguma coisa por

eles! Ainda menos nós, ou os próprios necessitados se não “ se põem no caminho

da Luz!”. — E, para colocar-se na sua rota, Carolei, já o E. 267 (Tema Ocultismo e

Magia) o MEM nos dissera como fazer: É preciso ter caridade. Que aquele que faz o

bem continue e que aquele que faz o mal continue e faça ainda mais! — É preciso

amar ao próximo!… Por isso vem o conselho do E. 332, sobre o modo de cultivar as

virtudes que outorgam a confiança — primeiro —, mais tarde: a fé!

E, para que ninguém se faça de inocente, o MEM aponta como todos

furtaram, quando menos em criança! E quão desumanos são, ao negarem trabalho a

quem errou alguma vez! Isso será pago por nós, ou pelos descendentes, assim

como o perdão não procurado. E,no fim do E. 332 há um conselho “oportuno” para

muita gente com patente comercial…, e boa definição de roubo. O Poder do MEM

torna-se novamente evidente, ao declarar perdoados os pequenos (ou grandes)

roubos comerciais dos presentes, até a data em que tiveram a graça de acharem-se

ante Ele: porém, mais responsáveis serão agora que sabem e foram “agraciados”.

E. 371 — P: Deve-se tirar uma pessoa do erro, mesmo que disso resulte

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escândalo?

R: Bem tendes lido que é preciso salvar a um irmão até mesmo com perigo da

própria vida, e se vedes uma canoa pronta a naufragar, não ireis vos lançar ao mar

para fazer esse salvamento sem vos inquietar com o que possa acontecer?

A propósito disso, quero vos fazer um pedido. Tendes na vossa família um

homem que se deixou pegar e acusar de traição para com seu país. Com isso quiçá

quis o Céu evitar, ao permitir tal captura, matasse ele, ao longe, numerosos irmãos

vossos. Achais que a desonra entrou na vossa família. Ireis mudar de nome?

— Alguns dizem sim, outros não.

— Pois bem, não, efetivamente, pois se repudiardes esse nome será preciso

que o nome que adotardes seja por sua vez punido cem vezes mais, com a mesma

falta, até a quinta geração. Para o bem como para o mal, torna-se a encontrar

centuplicado aquilo que se fez. Estais debaixo do meu império, e só entrarei no

Paraíso quando lá entrardes todos.

E. 233 — Como quereis ser curados ou aliviados dirigindo-vos a pessoas que

amiúde estão mais nas trevas do que vós? Pedi com confiança. Não tendes visto

pessoas curadas, das quais apenas o nome fora dado, e que nem vos conheciam e

não podiam portanto ser sugestionadas? Basta pedir a Deus.

Com. 238 — Ao E. 371: assim, pois, nada a fazer com aqueles que não

ajudam a outrem “para não intervir no karma alheio”! (que desculpa “furada”,

Carolei!). Pelo contrário, a Lei é ajudar sempre, inclusive quando isso nos causar

incomodidade, transtorno e, como mostra o MEM no teste que fez com os presentes:

aparente desonra. Pois: se continuam compartindo o nome, compartem da vergonha

e do resgate: mas se fogem de tal apoio ao culpado, já vimos a pena que o MEM

assinalou. E, para que não duvidassem, lembrou-lhes ser Ele o IMPERADOR!… e o

porquê: Sua Compaixão!

Quanto ao E. 233, merece especial atenção, pois não somente há pessoas

que vão consultar — para conselhos ou curas — a pessoas sem luzes e sem saúde,

sem moral e sem conduta, e o fazem antes, ou em lugar de irem consultar a um

médico, um técnico ou uma pessoa espiritualmente capacitada; como ainda existem

os que fazem muito pior: consultam a um médico, ou a um ser espiritual, ou pedem a

um santo ou ao próprio Jesus, e depois! Ainda vão consultar algum terreiro,

cartomante ou coisa que o valha.

Que diabo de confiança é essa, Carolei? — Por isso é que o MEM passa-lhes

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a lavagem de cabeça, que acho ser ainda hoje muito oportuna para gregos e

troianos, isto é: materialistas e “espiritualistas”, assim como para certos profanos, e,

dos nossos próprios Discípulos que pedem ao MEM… e depois vão a alguma

sessão de fantasmas ou alguma consulta, etc!… — Por isso dizia o MEM: Ah!

quantos milagres se faria com um pouco de confiança!

E. 498 — Segunda-feira, 29 de janeiro de 1900. O seu servidor pergunta se

se deve pedir socorro ou ajuda, por uma pessoa que está sofrendo, mas que se

opõe. O MESTRE responde com força, que Ele já indicou a miúdo, nunca

preocupar-se com a recusa ou a aceitação, mas fazer para os outros aquilo que

desejaríamos que se fizesse para nós mesmos, e que as boas obras nunca ficam

perdidas.

E. 26. — É preciso agir mesmo quando persuadido de que se fracassará ou

de fazer coisa inútil?

Com. 239 — Não é preciso comentar o E. 498, meridianamente claro, mas

que deve ser aplicado em todos os sentidos e planos. Quanto ao E.26, é certamente

um dos mais graves e decisivos, dados pelo MEM PHILIPPE. Coloca, assim a Ação,

com fé no Céu, mesmo quando pela “lógica” humana tudo é inútil ou parece inviável,

— acima de tudo. — Pode ser aplicado em inúmeros sentidos e casos. Veremos

alguns: toda oportunidade de ação, que a Vida nos brinda, deve ser vivida. O

resultado não nos compete prever nem julgar, desde que tenhamos agido com boa

intenção e boa fé.

Ao agir, mesmo persuadido de fracassar ou de ser inútil, poderá acontecer

fracassar-se realmente, porém conseguindo, seja uma outra visão de como proceder

mais útil ou vitoriosamente ou, ainda, poder-se-á preparar assim o caminho para

outra pessoa que posteriormente, vencerá utilizando as bases ou sementes da

nossa ação, ou — até — a lição do nosso fracasso. Por isso disse o MEM — E. 498

—: “as boas obras nunca ficam perdidas”.

Aplicando o E. 26 em todo seu alcance, compreenderemos que não há

“utopias”, senão determinados esforços que pessoas, mais intuitivas ou inspiradas,

iniciam e outras rematam. Daí que, mesmo em casos tão desesperados,

aparentemente, como as campanhas pela Paz ou contra as Explosões Atômicas,

etc., se ninguém tivesse agido, por achar inútil ou ridículo, não haveria até hoje nada

feito em tal sentido. A primeira pessoa, cujo nome a história não registrou, que

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recolheu um ferido em plena luta, facilitou o início do Caminho da Cruz Vermelha! —

Assim é como devemos ligar esse ensinamento ao termo tão habitual no MEM:

aplainar os caminhos, assustar (fazer retroceder) os obstáculos. E, por isso também,

é que não são fáceis de ajudar, os que nada fazem por terceiros, nem têm confiança

na Vida ou em Deus! N. 156

* * *

Os Muito Excelso Mestre e os MORNOS

E. 223 — Está dito na Escritura: A árvore que não produzir fruto será abatida

e lançada no fogo. Mais vale certamente fazer o mal do que não fazer nem o bem

nem o mal, pois a preguiça não entra no Céu, a maledicência tampouco. O orgulho

não entra no Céu, e quem possui a Caridade não tem orgulho.

E. 297 — Será que duas crianças, tendo recebido a mesma educação e os

mesmos exemplos, terão mais tarde as mesmas idéias? O exemplo pode servir a

uma criança se, anteriormente, ela tiver tido germes de bem. Então o exemplo faz

com que tais germes entrem em ação.

E. 389 - Aquele que não tem inimigo é um morno, já que nunca fez o bem,

pois que ao fazer-se o bem, colhe-se geralmente apenas ingratidão, coisa de que

não há porque se preocupar. Se dermos é para nós e não para os outros, já que

não devemos julgar aqueles a quem se dá nem nos preocuparmos se são ricos.

Com. 240 - Ao E. 223: Já trazemos cada um, a nossa tendência a menos ou

mais mornidão, ou mais ação, boa ou má. Porém: mornidão, orgulho, maledicência e

preguiça não entram no Céu. Daí que – E. 291 - as crianças precisam do exemplo,

que só é dado pelos que agem e, melhor é agir mal do que nada, pois se não somos

capazes de dar o bom exemplo, pelo menos não devemos dar o da mornidão ou

indiferença, em caso nenhum: nem na luta, nem no bem, nem na caridade, como

mostra o E. 389.

Cabe lembrar ainda, Carolei, que o MEM, nos dizia (no Tema A Morte, E. 149,

fim), que os que não fazem bem nem mal: "Esses são os mornos, os retardatários,

N. 156 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS QUE RECUSAM AJUDA”: O E. 498 é de L. Blanche,

pág. 47 (de 20-1-1900). — O E. 26, do M.P. — Os E. 233, 266, 322 e 371, provém das Sessões de Lyon.

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e, para adiantar no Céu, é preciso que nos seja devolvido aquilo que temos feito:

nossos atos, nossas palavras, nossos pensamentos"; pois, Carolei, sempre

colhemos a experiência (recompensa ou castigo; oportunidade boa ou

desagradável) que temos semeado. Quem nada semeia, NADA COLHE. Por isso é

que, no E. 331, parte final (Tema: Reino) o MEM nos afirmava: "Para se chegar ao

bem, será preciso tudo conhecer, e mais vale não ser que não ter feito aqui nem o

bem nem o mal". Por isso é, Carolei, que tudo vai tão mal: porque a enorme maioria

da humanidade: nem rouba nem mata, porém nada útil procura fazer; não fede nem

cheira! Deles é que tenho tal nojo que já dizia no II VoI. (pág. 12): "Outros, nem isso:

— não admiram — nem a si, nem a outrem. São mortos que caminham, almas que

se arrastam até que alguma dor bem grande os SACUDA !". Esses são os mornos!

Desses é que fala, com náuseas, a Escritura quando a Apocalipse exclama: "Eu sei

as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente!

"Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitarte-ei da minha

boca" (Ap. III — 15, 16).

Esses, Carolei, são os que sepultam ao mundo, sob a inércia de seus

corações de pedra! — Esses, são o peso morto, maior do que as iniciativas

construtivas e altruístas; esses, Carolei, são os que impedem que se possa SALVAR

AO MUNDO, dos seus principais males! — Esses, são os que se queixam

lamurientamente dos vizinhos, da vida, do governo, da época, de tudo enfim, porque

todo morno é covarde! Mas, vá Você lhes pedir um sacrifício, um gesto, uma

assinatura que o comprometa um pouco, seja contra as explosões atômicas, ou

contra qualquer coisa que os pode indispor, e logo se ouve os: “eu, não!”; “não vale

a pena, é sé p’ra gente s’incomodar!”, etc… as mil e uma desculpas para fugir,

covardemente, para se refugiar na sua cova de indiferença, de mornidão e do

egoísmo sempre crescente que assim cultivado, por cada negativa a se útil à

coletividade! Daí, vêm as guerras, as ditaduras, as medidas injustas, os males de

cem espécies, oriundos das mentiras: da propaganda comercial ou da política, que

todos vêem mas contra as quais não se pode mobilizar A MASSA INERTE, PASTA

AMORFA DE MORNIDÃO! Compreende, Carolei, por que o nojo do Apóstolo, ou

melhor dito, no Apocalipse, está ressaltado, com relação às palavras que citei: "Isto

diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus!". — Ou

seja, Carolei, O VERBO, que é a Voz do Criador, é Quem diz que "os vomitará de

Sua boca". Oxalá pudessem sofrer bastante, eles mesmos, sem ser pelos

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sofrimentos coletivos, pelas pragas sociais e mundiais que trazem, porque eles são

a enorme maioria! — Compreende-se assim, melhor ainda, porque o MEM prefere

sempre aos que fazem o mal, a tais mornos! N. 157

* * *

O Muito Excelso Mestre e CASAMENTO, DIVÓRCIO e FILHOS

E. 14 - O casamento é um dever. A mulher deve conhecer, amar e servir

plenamente ao homem. O homem, porém, que é o senhor, deve ouvir o que diz a

mulher, mais do que costuma fazer. Casai-vos para devolver vosso empréstimo à

Natureza, sem o que poderíeis não voltar aqui. O casamento também vale do outro

lado; os seres ficam juntos enquanto tiverem de prestar ajuda mútua e corrigir um ao

outro.

E. 705 — Ao casar-se, a moça desposa ao mesmo tempo os defeitos e

qualidades do seu marido, e, um dia, Deus disso pedirá conta, como das próprias

culpas dela. O mesmo acontece como o homem.

E. 706 - Amamos inconscientemente a uma mulher que não conhecemos e

nunca temos encontrado, nunca visto. Nascemos com a sua imagem num canto da

nossa imaginação, com o seu pensamento num recanto do nosso coração. Uma e

outro, sem alterarem-se, crescem em nós e, quando somos homem e que

percebemos ao alcance de uma carícia, de um beijo, à mulher que até então viveu

em nós, os nossos sentimentos explodem, espontâneos, vibrantes, impetuosos, Eis

porque, a gente deve casar-se uma vez só, porque se o homem tem, ao nascer, a

lembrança de uma mulher, é porque já a conheceu.

Com. 241 - Esse assunto de casamento é muito delicado de se estudar,

N. 157 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS MORNOS” : OS E. 223, 297 e 389 são todos das Sessões de Lyon, com estas observações: na 4.ª edição francesa termina assim: “Então o exemplo faz pôr esses germes em execução”; o que foi traduzido por nós: “…faz com que tais germes entrem em ação”: ou seja, também: que se realize o que eles trazem como tendência. — Na 5.ª edição francesa houve quem modificasse o texto do MEM, para: “Então o exemplo os faz manifestarem-se”. Discordamos por duas razões: uma, pela irreverência de “modificar” o dito pelo MEM; outra, porque “manifestar-se” não implica realizar, cumprir, o que trazia como tendência, sentido que era o que o MEM indicara. — No que se refere ao E. 389, também devemos dizer que na 5.ª ed. está citado incompletamente, sem indicação de tal. A seguir-se tal procedimento, as edições futuras serão uma colcha de retalhos remendados! Estaríamos assim longe do respeito religioso pelas palavras do MEM; que Papus, Chapas e outros (por aqui também) temos.

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Carolei, ainda mais na época que vivemos que, por desorganizada socialmente,

quanto materializada e descrente em matéria religiosa e notavelmente ignorante no

que se refere à vida da alma, não tem nenhuma facilidade para entender bem este

ensinamento tão profundo do MEM. Procuraremos resumir: O casamento é um

dever: humano e coletivo, pois assim colaboramos em formar mais uma célula social

e a reduzir o número dos desequilibrados sexuais e egoístas, que são todos os

solteiros e solteiras, quando não casaram por motivos pessoais, isto é, por um dos

mil modos de orgulho ou covardia, que estão na base da maior parte dos casos de

celibato (não achei nada bastante bom para mim ... ; ou: não gosto de me amarrar,

etc... ). — É um dever espiritual, porque não pode haver melhor nem maior lição,

que o casamento: suportar os defeitos mútuos, aprender a admirar o que o outro

tem, e que tanto nos falta!; ajudar-se mutuamente, lutar juntos, pelo progresso ma-

terial, social, moral espiritual e por dar a outras almas (filhos) as melhores condições

possíveis, para todos esses modos do progresso.

É um dever cósmico: da economia terrestre e universal, que precisa de

corpos, ninhos, etc., tal como nos ensinam os pássaros! E, daí vem a ameaça

contida nas palavras do MEM: bem poderia se dar que, por terdes egoisticamente

deixado de casar, andásseis mais tarde vagando pelo astral, implorando um ventre

que vos receba e que não achásseis quem vos quisesse por filho! — Isso explica

porque, no tema "Igrejas" (E. 733) o MEM nos esclareceu que certos diabos —

homens demoniacamente egoístas antes — são postos como monges ou

sacerdotes, para viverem privados de amor e de filhos!

Por isso mostrei, já a pág. 52 do II Vol., que quando o MEM casou, cumpria

uma Lei, e dava um exemplo. — Sobre a conduta da mulher e do homem, cuja base

deve ser a de compreensão, a Mestra Sádhanâ tem escrito umas bonitas

conferências, sobre o papel de: esposa, amante, amiga, companheira, camarada e

colaboradora, que a mulher deve realizar, se quiser ser e fazer feliz. O homem está

com a mesma obrigação e isso explica todos os sentidos e deveres, e o E. 705

mostra que, deles nos será pedido conta!

Do E. 706, obtém-se a confirmação de que o casamento só pode ser "por

amor" — como se costuma dizer — seja qual for a altura ou qualidade deste amor

humano (mais: passional, sentimental ou espiritual) pois que, ao pressentir à mulher

ideal, "explodem" — como diz o MEM com toda força de expressão — os

sentimentos do homem, e vice-versa. Claro está que a indicação de se terem já

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conhecido em outras existências e de ser nítido o casamento do outro lado, bem

como a de casar uma vez só por existência, são indicações exatas, porém gerais. A

Chave de todas elas está no E. 14: os seres ficam juntos enquanto tiverem de

prestar ajuda mútua e corrigir um ao outro.

Por isso, certos viúvos ou viúvas, podem e devem tornar a casar, como vimos

aliás o próprio MEM encaminhar e predizer: ao fazer Papus casar com uma viúva; ao

predizer a Marie e a Lalande, que iriam casar quando Marc Haven enviuvou por

morte de Victoire, a filha do MEM. — Mas, como geralmente a enorme maioria dos

seres não esgotam em uma, e nem em muitas vidas, as experiências de se

ajudarem, se compreenderem, etc. é lógico que tenham de reencarnar juntos, ou

encontrarem-se, novamente como marido e mulher (às vezes com mudança de sexo

para ampliar a lição!: tanto das mulheres gastadoras ou levianas demais, como a

dos maridos infiéis ou que não dão à esposa o valor que tem, etc... ).

Ainda temos, Carolei, o caso do "Poder do Amor", que víramos no tema

"Gênios e Egrégoros", mostrando que os verdadeiros enamorados, mesmo

separados pela incompreensão alheia ou pela morte, tornam a se encontrar, até

nascendo como gêmeos; e, ainda está o caso muito mais misterioso de quando um

espírito passa a animar dois corpos, ou quando dois espíritos animam a um começo

de corpo genial... É bom Você meditar um pouco, Carolei.

O Divórcio

E. 704 — Deve-se casar uma vez só. O homem só casa com a mulher que

lhe foi concedida de antemão, e que ele já teve em existências anteriores. Ao

divorciar-se, comete-se uma culpa dupla: primeiro, pelo escândalo que se causa, e

ainda, ao repelir a vossa mulher, a expondes a tornar a casar, o que lhe faz cometer

falta grave pelo prejuízo que ela assim causaria a alguém, já que só se deve casar

uma vez em uma mesma existência.

E. 650 — O divórcio não está inscrito nisso que chamais de “Astral”.

E. 151 — As leis de Deus repelem o divórcio e será preciso sofrer até

encontrar a companheira ou o companheiro de quem a gente separou-se, e lhe ter

perdoado.

E. 649 — (Resposta a uma pergunta) O divórcio não deve ter lugar sob

pretexto nenhum, neste sentido que: Deus pondo no casamento a um ser mais

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185

adiantado que o outro, eles devem cumprir a sua peregrinação. Nada pode quebrar

essa união.

Com. 242 — O E. 650 mostra que o divórcio, não estando “inscrito” nisso que

chamamos de astral, é pois um ato de livre arbítrio, isto é: da nossa total

responsabilidade, motivo pelo qual, como se vê pelo E. 151, deveremos encontrar,

ou na Terra, ou no céu a Companheira e obter o perdão mútuo, haver reconciliação,

embora esta não signifique novamente união, pois pode ter-se esgotado a série de

possibilidades de utilidade mútua de tal união.

A H. 10, por exemplo, nos mostrou que, quando um dos cônjuges nega-se,

voluntária e conscientemente, a acompanhar um esforço razoavelmente feito, pelo

progresso moral ou espiritual, que o outro intenta, pode causar assim a ruptura do

laço entre ambos. Por isso, no E. 649, o MEM explicava que Deus põe geralmente a

um ser mais adiantado que o outro, em cada casal. O menos evoluído deve

esforçar-se por seguir ao outro; aquele que está adiante, deve aguardar ao mais

lento, salvo quando este se "planta" — como a mula com as quatro patas esticadas!

— numa negativa de progresso. Mesmo assim, o real dever, estaria certamente em

se agüentarem, porém geralmente a imperfeição relativa de ambos, faz com que

"possam haver" circunstâncias em que, por aquilo que se chama com razão de "total

incompatibilidade", cesse a possibilidade de se ajudarem, e a separação torna-se

inevitável; embora, repito que — salvo perfeito entendimento harmônico para tal

separação e com boa organização para as melhores condições de vida de ambos,

após a mesma, inclusive o sempre difícil problema da existência de filhos menores

— tal separação é, geralmente, apenas prova de imperfeição mútua.

Aliás, Carolei, cabe perfeitamente perguntar como é que, ante os

Ensinamentos do MEM podemos ter estabelecido, na Igreja Expectante, aceitar o

divórcio?

A resposta é: que não somente a Igreja Expectante limita-se a aceitar o

divórcio, embora não o recomende e até o ache espiritualmente "errado", como

ainda ela ressalta que o aceita como um mal inevitável, uma das características

sociais desta infeliz época, tendo achado preferível dar uma nova oportunidade de

vida devocional e religiosa regularizada por uma cerimônia e um sacramento, já que

as leis civis e as circunstâncias sociais assim o indicam necessário. Ainda, devemos

apontar que o Sacerdote Expectante só aceita celebrar tais casamentos pós-

divórcio, quando a seu juízo, for justo e oportuno. E, dado serem totalmente gratuitas

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186

as celebrações expectantes, há pelo menos algumas circunstâncias mais em favor

de provável imparcialidade.

Filhos

E. 648 - Se tendes filhos que têm um mau caráter, não lhes batais para os

corrigir, porque os golpes azedam o caráter. Após ter-lhes mostrado aonde os levará

sua conduta e lhes terdes mostrado os perigos da via que encetam, dizei-lhes

"caminha" e, então, começai por vos melhorar a vós-mesmos, pois: melhorando-vos,

melhorais aos Que vos rodeiam. Um dia, devolver-vos-ão o que por eles tiverdes

feito.

E. 641 - Creio que as duas espécies, de ESCOLAS (ensino civil — ou leigo —

e ensino nos educandários religiosos), são necessários, para se estimularem uma à

outra. Aquele que for um bom sujeito, freqüente ele uma ou outra escola, dará um

bom sujeito.

E. 664 - O espírito sempre compreende, tanto na criancinha como no velhote,

mas na criança, os órgãos não estão ainda bastante desenvolvidos para poderem

guardar a lembrança.

E. 740 (de Chapas) - As mães devem ensinar a seus filhos a orar, desde a

infância e a pôr toda sua confiança só em Deus. É preciso semear a boa semente

nesses corações jovens para que a colheita seja boa.

E. 415 - P: Por que é que numa família todas as crianças caem vítimas da

mesma doença?

R: É uma maneira de pagar as dívidas. O Evangelho bem vos diz que os

netos pagarão as dívidas dos avós até a quinta e às vezes até a sétima geração.

Com. 243 - Não tenho lugar aqui, Carolei, para fazer um curso de educação

das crianças. Também sobre este tema, temos dado e escrito conferências,

chegando sempre à mesma conclusão: o que torna difícil o problema, é a quase

impossibilidade de educar aos pais! — E, se cada geração educa mal aos filhos,

principalmente por lhes dar péssimo exemplo, é coisa evidente o mal só piora! — -

Por isso, além do que o E. 648 dá, concernente ao modo de educar os filhos, firme

porém serenamente, conclui: um dia, devolver-vos-ão, o que por eles tiverdes feito:

o EXEMPLO que lhes tiverdes dado, principalmente!

No E. 641, além da posição sempre ampla, o MEM mostra quanto Ele confia

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187

principalmente no que cada um traz como predisposições: reencarnamos com os

defeitos que não tivermos combatido, com as doenças e deficiências, má sorte, etc.

que fabricamos. Por isso é, que Chapas insiste na educação devocional que as

mães devem dar aos filhos; motivo pelo qual: homem não serve para educar criança

antes dos sete anos, porque — em geral — homem é “animal seco, mental, sem

estética, sem delicadeza e sem a poesia do coração” (Sevananda dixit ). Pelos

milhares de discípulos que nos passaram entre as mãos, vimos o drama dos que

não tiveram educação devocional em casa: cujos pais não oravam, nem lhes

falavam em Anjos, e… possivelmente nunca se lembravam disso, embora

freqüentassem tal ou qual igrejinha ou centrinho…

O E. 664 é muito profundo, pois mostra que tudo que se diz, se faz, ou se

mostra, a uma criança, é compreendido pela alma e pelo espírito da criança, embora

a “cultura mental e verbal” ainda não lhe permita traduzi-lo em “termos de adulto

intelectualmente sabido”.

Consulte, Carolei, o Yo que Caminé…” e verá algumas das nossas

observações sobre a educação dos filhos. E, conste que temos outra versão desse

livro — que não foi publicada — na qual dizemos as coisas bem mais duramente! —

Indigna ver a incompreensão do que é uma criança, e do papel dos adultos junto a

ela! — Daí a importância que damos a experiência do Instituto Juvenil de Yoga, no

qual o Swami Sarvânanda e Daya estão tentando métodos para esta era, tendo

adotado já lá mais de meia dúzia!

O E. 415 explica a verdadeira razão de um fato que, às vezes, tem provocado

rebelião em certos lares. Muitas coisas erradas que fazemos atualmente, nos trarão

esse tipo de “dor de cabeça”, já que muitas vezes aquilo que não queremos ajudar a

remediar nos lares “alheios”, teremos que vir a sofrê-lo no próprio! — Ou, ainda,

quando provocamos uma doença, em nós ou nos que convivem conosco, pela

obstinação em posições erradas: desde as alimentícias, até os costumes sociais,

amorosos, morais, mentais e religiosos! N. 158

* * *

N. 158 — Origem dos Ensinamentos do Tema: “CASAMENTO-DIVÓRCIO-FILHOS”: os E. 151, 415 são das Sessões de Lyon, figurando na 4.ª e 5.ª edições francesas. Todos os outros do Tema: 647, 648, 649, 650, 664, 704, 705,706 e 740 são das “Diversas Fontes” da 5.ª edição, e pelo próprio texto nota-se que quase todos ou a totalidade, foram também dados durante as Sessões de Lyon.

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O Muito Excelso Mestre e A MULHER

Com. 244 — Inicialmente, devo dizer que, se a mulher figura em tema

separado, é para mostrar que, aqui, não se trata de sua posição como esposa, mãe,

ou filha, mais especialmente, senão do que ela é como mulher, propriamente dita.

Em outras palavras, quais tendências que se deve procurar desenvolver, e quais as

que geralmente se tem que combater, quando se nasce mulher — coisa que pode

prosseguir por muitas encarnações, como pode quase que alternar, não havendo

regras a não ser em Certos Caminhos.

Lembremos pois, em primeiro lugar, o E. 348 — do tema "Chapas" no qual

víamos ao MEM PHILIPPE qualificar claramente de "mexeriqueiras" às mulheres.

E, muito embora não seja o mexerico privilégio delas, não há dúvida

nenhuma, contudo, que a indiscrição e a perfídia verbal são mais freqüentes e mais

graves na mulher. No próprio Monastério, apesar de as amostras masculinas que

por lá tivemos serem, em geral, de péssima qualidade, assim mesmo, o Clube dos

Mexericos tinha por lugares de sessões permanentes, a cozinha, a sala de costura e

os horários femininos de expediente. Sem as ditas mexeriqueiras, é até bem

possível que os homens tivessem sido mais fáceis de levar adiante. Não é certo,

mas houve observações em tal sentido. Aliás, é o que o MEM confirma novamente

nos Ensinamentos seguintes:

E. 369 — Todos tendes lido na Escritura que o tempo da colheita virá. Esse

tempo está mais perto do que pensais, e conheço um fazendeiro-mor, um

comandante, que procura obreiros para fazer a colheita. Bem que tendes visto

também no Evangelho o que se pode fazer com a fé. Eu poderia vo-la dar, assim

como a esperança, mas sabeis já que condição é preciso atender para tê-Ias: se o

vosso vizinho vos fala mal de alguém, é preciso que não acheis nem uma palavra

para lhe responder nem lhe dar aprovação .

E. 414 — O homem é o rei da criação, e ele não poderia ser completo sem a

mulher. O homem tem mais força, age, mexe-se; a mulher tem visão mais vasta, é

mais perspicaz. Porém é bom que ela não tenha a força do homem, pois, como seria

pior! Observai as mulheres, sejam quais forem — e se não o fazem é porque não

podem — procuram, com seus enfeites, tentar ao homem; o homem, depois de

tentado, não pensa já estar procedendo mal.

E. 74 - A mulher tem o espírito mais agudo que o do homem; ela sofre mais e,

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189

por conseqüência, está mais perto do Pai.

Com. 245 - Assim, pois, as qualidades negativas, que o MEM aponta como

comuns na mulher são: maledicência, que deve ser corrigida, até não pronunciar

nem uma só palavra para aprovar ou prosseguir nas conversas "de tirar o couro".

Depois, vem a coqueteria provocativa, a necessidade de seduzir; "tentar ao

homem", como diz o MEM e, este... que só pede para ser tentado, acha logo

desculpa para prosseguir depois nesse terreno. Aliás, entre as nossas discípulas,

tenho observado como é difícil à mulher, separar o aspecto afetivo-amoroso, do

afetivo-espiritual; diga-se, para ser equânime, que a maior parte das mulheres estão

desconformes com o "tipo" de carinho, atenção, etc. que seus respectivos "donos"

lhes outorgam. Isso, é o que as estatísticas provam claramente. E também, o que

provoca mais uma dificuldade para a vida coletiva, reunindo homens e mulheres.

Vejamos também.os lados bons das mulheres! Mais perspicaz, mais

intuitiva, de espírito mais agudo, diz o MEM e, acrescentarei: infinitamente

menos covarde do que o homem — em geral — frente à dor física ou moral! —

Basta ver a valentia de quase todos os "gorilas cultos" da nossa sociedade,

perante as dores do parto! — A mulher tem indiscutível espírito de sacrifício, de

abnegação, que lhe é duas vezes indispensável: para ser mãe e criar os filhos

com amor, apesar das dores de cabeça e sofrimentos que lhe originam; e...

suportar um marido! — Eu, que tenho ouvido as confissões de milhares de

homens e de mulheres, creio saber alguma causa sobre o tema...

O homem, incompleto sem a mulher, e incompleto em si mesmo,

enquanto não procure desenvolver um pouco da graça, da abnegação e da

intuição femininas, tem levado a civilização ocidental — masculina de base —

para o descalabro que cada dia apresenta o planeta. Se a mulher o

acompanhar em todas as atividades, porém sempre submetida a ele e obrigada

a macaqueá-lo, como até agora corre a coisa, nada de bom poderá ser

esperado, pois que em lugar de um desajustado, teremos dois. Porém, esperar

que as mulheres se UNAM, para porem fim às tolices políticas e outras, que os

seus "inteligentes" pais, maridos, irmãos e filhos têm estabelecido, é muito

pedir, também, já que os "mornos" contam muita gente também, entre "elas"!

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Ver-se-á! N. 159

* * *

O Muito Excelso Mestre e OS SONHOS

E. 75 — Quando se tem um sonho exato por mês, já é muito.

E. 62 — A interpretação dos sonhos varia para cada pessoa. É preciso

observar a hora. Os sonhos da madrugada são os mais verdadeiros. Se o mesmo

sonho torna a apresentar-se, é iminente a sua realização.

E. 771 — Para ter sonhos puros e ter às vezes comunicações com o vosso

anjo da guarda, não deveis nunca entrar em ira, ser moderado em tudo, em bebida,

em alimento, em trabalho, em vigílias e ter somente bons pensamentos. — Deus

permite algumas vezes, que se pague grandes dívidas pelos sonhos e, então sofre-

se o que se tinha feito outros sofrerem .

E. 358 - Dentro de poucos dias, far-se-á uma experiência na qual se separará

o espírito da alma, depois o corpo do espírito.

Não podeis quiçá compreender-me muito bem; às vezes os vossos sonhos se

realizam logo; outras vezes é o contrário; outras vezes ainda, realizam-se mais

tarde, e gostaríeis de saber por que. Tereis explicação disso após a experiência que

vos prometo.

Com. 246 — O E. 75 é muito útil, para tirar a ilusão de tanta gente que "vive"

contando, comentando (e impressionando-se com) os sonhos, dos quais a maior

parte tem pouca importância, pois, como se vê pelo E. 358, as origens dos sonhos

são três: os que vêm do corpo, e não só "da digestão" como dizem os materialistas,

e os grandes comilões! Há, certamente, sonhos fisiológicos, criados pelo estômago

excessivamente cheio, por pressão de fermentação intestinal, e por necessidades de

urinar! Um pouco de "ordem e progresso", na alimentação e hábitos,evitará tudo

isso. — Há, porém, os sonhos de partes do corpo. Exemplo: o conjunto das células

do meu braço, ou do baço, pode "sonhar": ou o que necessitam com urgência, ou

aquilo que lhes incomoda — nos meus hábitos, etc. — e pela via subconsciente (a

N. 159 — Os Ensinamentos do Tema “A MULHER” provêm: E. 47, do M. Papus e os demais: E. 369 e E.

414, das Sessões de Lyon.

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da vida vegetativo-instintiva) registra-se na minha mente, vagamente, ou até com a

intensidade de um pesadelo, fatos ou cenas, grotescas e incompreensíveis umas,

outras possíveis de se interpretar e que são avisos do corpo, a um dono relaxado ou

ignorante... — Outros sonhos vêm das diferentes zonas do "espírito" (linguagem do

MEM) , indo desde os reflexos dos instintos, desejos, sentimentos e preocupações

muito animicamente sentidos — inclusive alegrias e dores de toda a espécie —até a

invasão de tais mesmos estímulos, de origem alheia: ambiente, pessoas a nós

ligadas por amor ou por ódio, ou por quaisquer outros modos de vibração do

espírito, em seus diferentes níveis... e, ainda, há o que nos é transmitido pelos

outros membros da nossa família espiritual (mineral, vegetal, animal, humana e

angélica). É fácil entender que, conforme a própria situação de cada um desses

seres, na escala da Vida, sentiremos (sonharemos, no caso) em modos diferentes...

E, se a interpretação varia, é porque há fatores múltiplos que modificam o

modo de criação (quando própria), de transmissão (quando alheia a fonte), tais

como: hábitos, crenças, ditos e adágios da raça, país e zona; crença e simbolismo

religioso; simbolismo espiritual dos iniciados; e, finalmente, símbolos e quadros reais

— do Mundo Espiritual propriamente dito, que só aqueles que vivem nas condições

do E. 771 podem ter, em forma freqüente. As mulheres, mais sensitivas que os

homens, podem sonhar mais e melhor, sempre que tenham boa saúde física e

mental.

Como dito no E. 771, pode-se viver provas, em sonhos, já que quando se

dorme, está-se quase como morto: alma e espírito separados em grande parte, do

corpo.

Aliás, já indiquei em Yo que Caminé…, a multiplicidade existente de “estados”

, entre o de real consciência vigílica que quase ninguém tem; essa “modorra

acordada” na qual quase todos vivem, e os numerosos tipos de “sono”: natural,

tranqüilo, agitado, etc. — mais provocados por nós mesmos: reflexão, meditação,

concentração, contemplação, êxtase, etc., e o provocados por “outros”, encarnados

ou não: mediunidade, catalepsia; sono hipnótico, com suas fases; sono magnético,

com suas etapas, etc. — Ora, a cada tipo de sono, corresponde uma determinada

zona da infinita série dos modos de percepção. E, francamente, creio ter dito muito,

inclusive sobre como sonhar à vontade, no modo e altura que se deseje, inclusive

aliando o que disse com a Prece aos Anjos, etc…

Pode-se também receber, no sonho, avisos providenciais, o que se

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reconhece pela impressão fortíssima que deixam em nós. Ai do que não os siga:

alia-se ao Destino, ao recusar a Ajuda Providencial! Também pode-se receber

ensinamentos até extraordinariamente valiosos, em cujo caso quase sempre o

"sonho" traz um ou mais elementos verificáveis a curto prazo, para nos outorgar a

certeza de sua importância. — Relatarei um, a título de exemplo, pelo menos...

H. 25 — Jesus e as Raças Terrestres…

Isso foi no tempo em que me facilitaram "lembrar" certas coisas e não perder tempo, em inúteis

buscas pelo lado da ciência material, etc. Tinha eu 17 anos; meu irmão tinha 3, aproximadamente. O mais

curioso aspecto, no sentido mais externo, deste sonho, é que ele foi sempre de madrugada. E, digo

sempre, porque reproduziu-se, durante dez madrugadas consecutivas, sempre exatamente igual:

começando e terminando com a mesma cena, idêntica em seus pormenores, como idênticos foram todos

os pormenores, de cada um dos dez sonhos.

Via a meu Pai e Mestre Cedaior, um pouco mais velho do que era na época do sonho; junto a ele,

meu irmão, com o aspecto de uns 10 a 12 anos de idade — e, mais tarde ele ficou exatamente como o vi!

— Via-me, a mim mesmo, caminhando perto deles, mais forte e com barba total. Em 1918, época do

sonho, não a tinha; mas, em 1924, 1025, tive exatamente o rosto e o tipo de barba vistos nos dez

sonhos…

Os três personagens humanos — únicos vistos no sonho —caminhavam juntos até uma escadaria

ampla e majestosa, que formava a parte de acesso a um imenso prédio, tipo "Partenão". Subíamos e

entrávamos. No interior parecia existir um vastíssimo museu de arquitetura, quase toda ela de motivos

sacros ou simbólicos: O Moisés, Diana, Eras e Psyché, etc… Mas, a peça central era uma gigantesca

Esfinge, toda de mármore níveo.

Enquanto meu Mestre e meu irmão, afastavam-se, juntos, como para visitar outras partes da

imensa galeria escultural, eu ia, diretamente, à Esfinge. Contornando-a, verificava que em cada uma das

quatro faces do elevado pedestal que a suportava, existia uma, como que "pia" – dessas para água benta

das igrejas — em forma semicircular, porém tendo, cada uma, um cilindro, também de mármore branco,

incrustado nas suas paredes. Eu sabia que devia ir à face do Oriente. Lá, sabia que devia fazer girar sete vezes

o cilindro sobre si, no sentido do relógio. Feito isso, toda a Estátua e seu pedestal, basculou pondo a descoberto

o início de estreita escada em espiral (caracol, de pedra) que sumia nas entranhas da Terra.

Por ela desci, 365 longos degraus. No fim de tal escada, havia um corredor, também talhado na rocha,

que teria parecido sem fim, e sem possibilidade de segui-lo, se não fosse uma luz que se percebia, infinitamente

longe! E, contudo, eu sabia que essa Luz era de Sol!...

Caminhei, caminhei... no corredor sem nenhum motivo de atenção, pois não havia portas nem

ornamentos, nos longos muros; nenhum obstáculo no chão. E, quando ia, por fim, chegando perto da Luz, que

agora já ocupava todo o retângulo do corredor — de uns dois metros de largura por quase três de altura — a

própria LUZ impedia de ver o que pudesse haver adiante. Mas, antes de chegar a essa "Cortina de Luz", havia, à

minha direita, uma porta.

Porta singela, de três folhas envidraçadas, das quais duas abertas. Entrei. No centro dessa espécie de

"atelier" de escultor, sentado sobre um singelo escabêlo, o CRISTO: Jesus, com a aparência de uns 33 anos, e

muito semelhante ao retrato que Dele brindei no início deste volume.

Prosternei-me, longamente. Quando ergui-me, Ele estava em pé. Sem muitas palavras, apontou para as

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estátuas que se achavam perto das paredes desta ante-sala. Divisei, na outra sala, estátuas inacabadas... Mas,

no recinto em que nos achávamos, eram todas estátuas prontas, de mármore branco. À medida que Ele

apontava para uma, a estátua não se movia; isto é, não fazia gestos nem movimentos externos. Mas, tornava-se,

simultaneamente: translúcida e viva por dentro. Eu via como funcionavam os órgãos e como estavam dispostos...

Vi, assim, raças do passado... Logo, me mostrou-me Raças do futuro. Nesse instante, passou pela minha mente

quanto isso interessaria a meu Mestre, quase estranhei não vê-lo ali, em meu lugar...

Mas, Ele sorriu levemente e disse-me: Isto é para ti, só para ti. Confesso que não entendi bem, então,

por que. Até hoje não terminei de entender... Porém, o resto do sonho era uma confirmação das palavras Dele.

Quando havia terminado de me mostrar as estátuas, ergueu levemente uma mão, a direita, num gesto que

poderia ser bênção e despedida... Prosternei-me... Quando me ergui, Ele estava outra vez sentado, mas os Seus

Olhos pareciam estar contemplando alguma coisa bem maior do que minha pequena figura...

Saí, caminhei o "interminável" corredor… cheguei à escada, subi, saí "para a luz do dia" (que

pobrezinha luz!… ) e divisei, a certa distância: digamos, cinqüenta metros, a meu Mestre e a meu irmão, que

vinham, pausadamente, em minha direção e nem pareciam ter notado minha ausência nem a gigantesca estátua

erguida em báscula sobre invisível eixo...

Fui para junto deles e os convidei a virem, com mais rapidez, "ver alguma coisa muito extraordinária".

E... à medida que nos acercávamos da estátua, ela fechava-se lenta, porém inexoravelmente. Ao chegarmos a

seu pé, estava totalmente fechada. Fui logo, como é de imaginar, no "Cilindro do Oriente"... mas este tinha ficado

dentro da estátua e não mais se podia tocá-lo e fazê-lo girar. (Porém… na madrugada seguinte, estaria em seu

lugar inicial!)

E Carolei, nunca me foi possível nem permitido relatar, NEM A MEU MESTRE, o que lá vi. Uma vez

tentei escrever tudo que vi: minha mãe, sem o saber, queimou as páginas iniciadas, junto com outros papéis. —

A segunda vez, fazendo um borrador num trem, que corria junto no mar, o vento Ievou-o para a água .. — A

TERCEIRA VEZ… ora, Carolei, eu já conhecia a LEI, e não in cair nessa! Agora, só se eu receber ordem, de

falar ou descrever o que vi. Do contrário, será como até agora: Só para mim… saber quando alguma coisa do

que escrevem, dizem ou vêem por aí, confere… ou não!

Sabe, Carolei, que desde aquela época, nunca posso falar Nele, como ouço tantos outros

conversarem!… Mas isso… é outra história.

Assim, Carolei, é fácil entender como se pode receber em sonhos,

ensinamentos valiosos, ou — como já citei em temas precedentes —,

demonstrações da real possibilidade do espírito ir, durante o sono do corpo físico,

verificar o que tem ao longe (espaço), ou no passado e no futuro (tempo)... N. 160

* * *

O Muito Excelso Mestre e A TRANSPARÊNCIA

E. 70 — Não deve haver segredos. Um homem que acha algo e o guarda é

N. 160 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS SONHOS”: os E. 62 e 75 são do M. Papus;

o E. 358, da Sessão de Lyon de 29-11-1894, está na 4.ª ed. francesa, mas falta na 5.ª — E. 771 de “Diversas Fontes”, da 5.ª edição.

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culpado; a Natureza o pune. O único segredo a guardar deve concernir aos erros

alheios, para os quais o nosso coração deve ser um túmulo.

E. 209 — Que importa se muitas coisas nos são ocultadas, já que nunca

estamos sós, que todos os nossos pensamentos são conhecidos, e que está dito

nas Escrituras: "Aquele que puser a luz nas trevas e as trevas na luz, deverá um dia

retirar o que estiver nas trevas para pô-lo na luz.

Com. 247 — Não deve haver segredos: nem individuais, isto é, toda a

conduta deveria ser franca, clara, e — como diziam as famosas "orações" do

Monastério - com a transparência no centro de tudo!, lei que segue em vigor para os

nossos Íntimos, eliminando-se rapidamente do nosso convívio aqueles que têm

pensamentos ou conduta dúplice! — Assim, pois, não deveria haver segredos

coletivos tampouco: nem técnicos, nem políticos, nem diplomáticos. A "diplomacia

de cristal" está longe ainda, porém mais perto do que nos tempos de Metternich! —

Deixemos, porém as exigências impossíveis — coletivamente — para esta época e

compenetremo-nos da necessidade de fazer o esforço pessoal de vivê-Io. Não deve

haver segredos; quem descobre ou "inventa" (?...) alguma coisa, deve dá-Ia ao

mundo, como a sua contribuição à vida, progresso e conforto coletivos. O resto tudo

é possessividade, egoísmo, etc.

Sei, Carolei, já ouço a gritaria: mas, e os direitos (patentes, exclusividades,

etc... )? — Bem, como parte do egoísmo erguido ao nível de sistema social, não está

mal..., porém algum dia virá coisa melhor: ou pelo amor, ou pela força. É só

escolher, como sempre. Já falaremos disso no Tema O COMUNISMO…

Voltando ao esforço pessoal, de não maledicência, que bela é a forma do

MEM indicar o único segredo a guardar: o que se refere aos erros alheios! — E, que

treinamento difícil, Carolei; já experimentou? — No E. 209, há diferentes

chavezinhas ocultas; desde a inutilidade das evasivas alheias ou próprias, ou dos

atos de infidelidade (da conjugal até a espiritual) pois sempre há testemunhas

invisíveis e registro de tudo! E que, o que fizermos escondido, algum dia teremos

que proclamá-Io? - A parte superior do E. 209, é que: nada pode nos ser ocultado,

nem por governos, cleros, trustes, etc... ; pois os que, invisíveis, estão ao nosso

lado, sempre nos farão saber, o que realmente necessitamos ou mereçamos saber.

Duas formas de dizer a mesma coisa, aliás.

E. 352 - Por que quereis ocultar os vossos atos aos vossos irmãos? Não

sabeis que tudo deve ser posto à luz do dia?· Se os que estão deste lado não vos

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vêem, os que estão do outro lado vos vêem. Assim, é inútil querer andar com

dissimulações para com o vizinho; que importância tem que ele saiba o que sois?

— Sim, porém se a gente souber que esse vizinho dará mais batidas de

línguas que fatias de pão?

— Que pode importar isso? Está escrito, desde muito antes da criação, e não

digo deste mundo: Aquele que está marcado pelo Céu não poderia ser despedaçado

pelas feras.

— Então, é uma graça?

— Quer dizer que se os vossos vizinhos devem falar mal de alguém, que

importa que seja de vós ou que suporteis pelos outros!

Com. 248 — E agora, Carolei, vemos o MEM insistir em que nada seja por

nós ocultado aos nossos irmãos e, além de lembrar novamente as permanentes

testemunhas invisíveis, vitupera: que importância tem que o vizinho saiba o que

sois!? — Esse é o mal principal, Carolei. Cada um pensa poder aparentar mais do

que é; melhorzinho, mais espiritualizado, etc... — Por que não procurar conhecer-se

e mostrar-se, como se é! — Não há nenhum progresso real possível, sem isso.

Aliás, o MEM dá logo dois ensinamentos transcendentes, no próprio E. 352: velha

astúcia mental, tornam a surgir, ao indagarem Dele se "é uma graça" não poder ser

despedaçado pelas feras (neste caso: calúnia, críticas, etc... alheias) e o MEM indica

como é a graça... o que deve ter causado "pouca graça" ao perguntador: o mal não

está em que sejais vós o criticado; o triste é que o vosso vizinho tenha que (precise,

não possa deixar de, etc... ) falar mal de alguém. Então a graça consiste, para vós,

em não sentir-se ofendido, em não criar rancor e em pedir pelo dito vizinho, e em

não dar o mesmo exemplo… — E, se sois criticados ou caluniados, agradecei: pois

enquanto se fala mal de vós, não está se falando mal de outrem! — Pois é, Carolei,

a isso deve-se chegar como posição mental e como sentir!

Galgando alguns céus — imaginativamente —, já pensou, Carolei, no Talhe

de quem diz: antes da criação, e não digo deste mundo? Já percebeu que isso

equivale a declarar que Ele assistiu e lembra-se do que foi decretado e escrito, antes

da criação de outros mundos, anteriores a este... Brrr... dá até calafrio na gente!

E, voltando a religar os que, durante sua vida terrena, pensam ter conseguido

ocultar alguma coisa, lembremos, Carolei, do já dito - no Tema O Diabo - pelo E,

346: "podeis ficar certos que, após a morte, essa (coisa) será a primeira que os

vossos irmãos saberão !".

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196

E. 165 — Nada está oculto, absolutamente nada. O mais insignificante de

nossos pensamentos está marcado e também a alguns filhos de Deus é dado

conhecê-los.

Com. 249 — NADA ESTÁ OCULTO, ABSOLUTAMENTE NADA! — Mais uma

vez, Carolei, o MEM dá "de contrabando" por assim dizer — um ensinamento

transcendental, para os que estão atentos, tensos na procura do Que É. — Lembra

aquele caso do Mestre ZEN, que fora acusado, por um "ouvinte" de seus lacônicos

sermões, de ocultar as verdades elevadas? Mais tarde, ao passear pelo Mosteiro

com o Visitante, o Mestre Zen perguntou: "Senti-o?" — "Sim", respondeu o

interrogado, pensando que ele aludia ao perfume do Jasmineiro... — Já vos afirmei,

insistiu o Mestre Zen, que nada está oculto!" — Assim, Carolei, está a VIDA, a

Verdade exposta na soma dos infinitos fatos da Manifestação, que desfilam

ininterruptamente: em nós, em torno, antes e depois no imanente presente. Mas,

quem O vê, sem os contemplar? — Por isso foi que eu levei, do fracassado

Monastério, o Jasmineiro que só cresce para encantar os que sentem o perfume

além do nariz. — Por isso, também, após ter afirmado a presença ubíqua e eterna

da Eterna e Total Verdade, o MEM deixa cair a cortina e volta à aplicação moral

imediata: "o mais insignificante dos nossos pensamentos está marcado” e, para que,

pelo menos por veneração, à manifestação do Poder que o Pai outorga aos que Lhe

seguem as Leis, os da "triste tropa" procurem comportar-se melhor, Ele nos adverte

que existem esses Filhos de Deus que podem conhecer tais pensamentos.

Neste caso também, o MEM fala em conhecer (gnose), não diz: ver, ouvir,

nem ler; embora esses três modos mais lentos e complexos de perceber, sejam os

dons primeiramente outorgados e, já dei, em temas anteriores, a chave de tal poder.

já dei, em temas anteriores, a chave de tal poder. O MEM disse que aquele que

lembra compreende o que lembra. Espero, pois, Carolei, que Você esteja lembrando

quando falei nisso. (N. 161)

* * *

(N. 161) - Origem dos Ensinamentos do Tema “A TRASPARENCIA”: e E. 70 e 165, do M. Papus

– embora o segundo figure na 5º ed. Com o tipo que indica “Diversas Fontes” também. – E. 209 e 35, das Sessões de Lyon, sendo que o último acha-se completo na 4º ed. francesa, porém incompleta na 5º, faltando a pergunta e resposta finais, relativos a graça, que e tão profunda! O Jasmineiro, a que aludo no Com. 249, é aquele que se pode ver na ilustração a cores V. 13 (Tema: ALBA LUCIS) e que já tornou a florescer, junto ao Abrigo da Ermida... – E para os incrédulos e os “intelectuais”, felizmente se “vê” também na fotografia F. 33, do mesmo tema!...

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O Muito Excelso Mestre e O PERDÃO

E. 134 - Embora possa receber, após a confissão, absolvição de um ato ruim,

eu vos digo que disso não sereis perdoado enquanto não vos tiver perdoado a

pessoa ofendida.

Podeis dar-vos por bem felizes que eu não seja cura, porque não vos daria

absolvição senão quando tivésseis reparado o mal.

E. 136 - Não bastam, para obter o perdão das ofensas e ganhar o Céu, uma

confissão e uma absolvição quaisquer; o que se deve obter é um ato de contrição,

bem do fundo do coração, bem como o perdão daquele a quem ofendemos.

E. 354 - Quereis ser soldados livres ou soldados dependentes de quem?

– Todos dizem: soldados livres.

– Pois bem, para isso, é preciso vos livrar do vosso eu. Se quereis viver com

os vivos, é preciso viver com os mortos, pois se não viveis com os mortos, não

podeis viver com os vivos.

E. 355 – P: Mas como se pode viver com os mortos?

R: É fácil. Por exemplo, tendes uma vizinha com quem não vos dai a quem

não recebeis que tem um caráter azedo. Podeis juntar a esse mal todo outro

qualificativo. Essa vizinha cai na miséria e tem intenção de vir bater à vossa porta.

Pelo vosso postigo vedes que ela vem chegando, e lhe trancais a Porta. Ela não se

atreve a apresentar e se retira: é impossível que viva com ela quando estiver morta.

Mas se lhe abris antes mesmo dela bater, e lhe dizeis com delicadeza: "Tenho várias

causas com que te brindar, aceitando as quais irás me dar prazer", essa pessoa,

quando morta, poderá viver convosco. E eis porque, ao viver com os vivos, podereis

viver com os mortos.

E. 126 – Está dito no Evangelho: "Fazei a paz deste lado, pois no outro isso é

muito difícil". Na verdade, se uma pessoa vos ofende, ela também ofende o vosso

guia. Dez doze anos passam; ambas as pessoas já adquiriram um pouco de

perfeição e têm ambas novos guias. Vem a morte. Do outro lado, essas pessoas

deverão fazer a paz, mas, para isso, é preciso que primeiramente se encontrem e,

conseqüentemente, também os guias que elas tinham por ocasião da ofensa sobre a

terra. É muito difícil. A pessoa que vos ofender, mesmo que lhe perdoeis o mal feito

a vós, terá de sofrer, a menos que peçais por ela.

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E. 721 - Na vida, progride-se sem cessar e, à medida que os progressos se

realizam, muda-se de guia. Daí, a necessidade de fazer a paz IMEDIATAMENTE

com os nossos inimigos, pois, ofendendo aos nossos inimigos, ofendemos ao guia

(nosso e deles), e a paz não pode ser feita senão entre "os próprios interessados".

Não sendo feita assim, seria preciso esperar que, ela série das reencarnações, o

mesmo período se produzisse, e que o perdão fosse concedido. É até preciso que o

ofendido ore pelo ofensor.

Com. 250 - Temos assim, Carolei, uma série de afirmações e indicações:

começando com a categórica de não bastar à confissão, e absolvição, sem real

contrição de todo coração a qual fica provada e efetivada - isto é: produzindo efeitos

- quando se vá pedir e obter o perdão do ofendido. - Logo, no E. 354 - o MEM

condiciona o estado de soldado livre, isto é, que pode passar a servir sem peias, que

pode ajudar a outros porque já não está sempre preso pelas próprias dívidas morais.

E, indica o caminho: livrar-se do eu, na faceta "orgulho" no caso. Dá-nos assim; a

medida e modo de como verificar a conduta própria só se vive bem; quando,

pensando sempre na morte, procura-se não levar ressentimentos, não deixar

desafetos, perdoar tudo, etc... pois pela forma em que vivemos com os vivos

podemos saber que vida, além-túmulo nos espera. E, nos que as dívidas aqui

contraídas, pagam-se aqui, sempre.

No E. 355, o MEM indica inicialmente que pouco importa o adjetivo que

colocamos no vizinho, isto é: quais os defeitos que este apresenta ou os pontos que

conosco se choca, ou os motivos que causaram a desavença. E, logo adiante, o E.

355 torna-se mais emotivo e profundo, pois mostra ao nosso desafeto posto na

necessidade, e a nossa reação livre – antes mesmo que ele nos procure -, com a

qual: abrimos ou fechamos à porta do nosso coração, e conseqüentemente da

nossa casa ou bolsa. E o MEM com essa suprema delicadeza tão Dele, passa ao

tutelo "com que TE brindar", etc., mostrando que, pelo contrário, o fato de termos

estado distanciados do semelhante, deveria, se a contrição é real, nos levar a trazê-

lo agora bem junto a nos, começado pelo trato mais íntimo: o dos irmãos. Isto me

lembra Carolei, as frases que ouvimos tão freqüentemente nos ambientes

"espiritualistas", por ex.: "como O Meu irmão sabe, etc...", isto é: um V.Sa.

disfarçado. E, cuidado, Carolei, não vá tutear a um Irmão desses, porque o caboclo

diz que nada dói tanto como coice de perto!... Assim, pois, a lição é: aprender a viver

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com os vivos; e, quem se nega ou "não liga", prova não acreditar, de tato, na outra

vida, seja qual for o credo que pretende, ou acredita, ter...

Com os E. 126 e 721, a coisa torna-se mais clara, no que ao mecanismo do

Perdão se refere. Imagine Carolei, como deve ser difícil achar a outrem e aos

respectivos Guias, quando cada um tem evoluído, não só em diferentes sentidos,

mas com diversa velocidade também, e se acha, pois em outro "apartamento".

Já no Tema "O Evangelho", vimos, no E. 119, que ao perdoar ao nosso

inimigo "acendemos brasas sobre sua cabeça", isto é, provocamos um início do fogo

do arrependimento. Isso confirma o que dizem as partes finais dos E. 126 e 721: é

até preciso, que o ofendido ore pelo ofensor; isto é a parte profunda do perdão: se

realmente perdoamos, devemos desejar que o nosso ex-desafeto, não sofra por

nossa causa; então, orar por ele é a prova superior, dirigida ao Plano Providencial,

como o pedir perdão é a do plano humano. Ambos os modos, de humildade

manifesta em atos, são, pois necessários para o perdão. Vou deixar a questão das

testemunhas para outro comentário, adiante. Quero apontar aqui que, no E. 721,

além da necessidade de fazer a Paz o mais rapidamente possível - para não se

ausentarem os Guias e mais testemunhas do invisível, e para não criar-se

ressentimento acumulado no mental humano -, tal paz precisa ser feita aqui na Terra

e, não somente entre "os próprios interessados", como grifei no E. 721, pois o texto

original desse ensinamento foi dado por PAPUS a pág. 102 de La Réincarnation, e

diz assim:... e a paz não pode ser feita senão entre os amigos. “Não sendo feita

assim, etc...” - Eu grifei as palavras: paz, feita, e amigos, para mostrar bem a

diferença que há entre o texto que alguém se permitiu "corrigir" no E. 721 e o

original; “senão entre os próprios interessados" revela bem a noção corrente, da

reconciliação feita porque interessa, convém: diante dos outros, de si e até, quiçá

entre os deuses, se existem; interessa, pois, procurar o outro "interessado" no

mesmo negócio. - Mas o que o MEM quis fazer sentir, é que a que a Paz: a vibração

de amor, de afinidade, esse material, essa luz, esse tecido de laços, o

momentaneamente roto, rasgado ou deteriorado pela desavença, só pode ser feito,

refeito, reconstruído, entre amigos. A causa está clara como diferença, não acha

Carolei? E indica bem o estado que o MEM caracterizou duas vezes: com o “tu” e,

com o “entre amigos”.

Vem, agora, a parte misteriosa: quando, por indiferença ou por ativa negativa

dos desafetos, tal procura do perdão e da reconstrução da Paz, não é feita; quando

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200

se foge a ela, então acumula-se as conseqüências até que, quando um concurso de

circunstâncias, iguais não, mas sim análogas e equivalentes e com consideração

das mudanças havidas, se produza. E isto requer que o; mesmo período

(circunstâncias e condições ciclicamente análogas) se apresenta na série das

reencarnações, já que estas se acham dispostas ordenadamente, como cursos para

as famílias de almas, nos diferentes Caminhos, como veremos na parte mais intima

dos Ensinamentos...

E. 137 - P: E se o ofendido negar-se a perdoar?

R: Nesse caso, o que pediu ao ofendido um perdão que lhe foi negado, fica

livre, tornando-se assunto de seu anjo da guarda perdoar-lhe isso.

Com. 251 - Observe aqui, Carolei, que quem fica livre é o ofensor, porém, o

ofendido negou-se a perdoar. Ora, como este último devia ter perdoado e, ainda,

orando pelo ofensor, acontece agora inversamente; o ofensor arrependido é que

deveria tomar tais deveres a seu cargo: perdoar a negativa e orar pelo ex-desafeto.

– Outro aspecto do E.137 é o Poder de Perdoar, que os Anjos da Guarda têm, como

aparece com divina luz, nas palavras do MEM, que aponta claramente que o Anjo ira

resolver se deve não perdoar. Isso equivale a dizer, também, que o perdão do Anjo

despensa o ser humano da continuação do sofrimento, pela culpa relativa a cada

caso. Pode ser interessante para você, Carolei, fazer uma escala dos perdões,

seguindo a altura a quem se pede e os resultados. Para ajudar, aponto isto:

psicológica e moralmente, não há ser humano que – lá na sua consciência – não

reconheça que se deve pedir perdão aqueles que ofendemos ou prejudicamos; um

degrau acima, o Crente sincero, pede perdão cada dia a seu Anjo da Guarda, e o

ser posto por Ele – Anjo – nas melhores circunstancias para reparar e pedir perdão.

- Já vimos que, quando vem "um Ser que tem o poder de ligar e desligar", como o

MEM PHILIPPE, "cura perdoando os pecados", etc...; vimos também que (pág. 48

do I Vol.) aquele que pede perdão ao céu, após sincero reconhecimento do poder

divino, ou de seus enviados, obtém a graça da liberdade para casos como o do

estrangulador!... Vimos, também (no Com. 65 – Tema Outros Poderes Dele), os que

o MEM “operava” em virtude do Seu poder de Perdoar!...

E. 600 – P: E se a pessoa morre antes que se tenha podido reparar e pedido

perdão?

R: (de chapas) – Então, isso se torna mais complicado, menos para reparar

que para pedir perdão. Pois, quando ainda estamos deste lado, ofensor e ofendido,

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201

as coisas se passam mais facilmente. Mas, quando um dos dois já partiu, é preciso,

quando chegamos do outro lado, tornar achar a pessoa ofendida, e não somente

ela, mas todas as testemunhas da ofensa, visíveis e invisíveis. E, será somente

quando tais condições estiverem preenchidas, que nos será possível pedir perdão.

Como vedes, é melhor estar em boa ordem, não é verdade?

No que se refere a reparar o mal, se a pessoa a quem temos prejudicado já

partiu, só nos restará fazer a um dos nossos semelhantes o bem equivalente ao mal

causado, e, como não temos meios para medir comparativamente (com certeza), o

bem e o mal, façamos a todos os nossos irmãos o maior bem possível. Assim,

haverá em nossa conta no Banco do Destino, muito do lado do Haver; é a única

forma de podermos pagar. O Destino se encarregará então dos pagamentos por

nossa conta, e ele providenciará - mediante remessas - para fazer chegar a cada um

dos nossos credores, o que lhe devemos.

E. 392 - O Evangelho nos diz que se usará para conosco da mesma medida

que tenhamos usado para com outrem. É, portanto preciso obter do nosso irmão o

perdão das injúrias ou do mal que lhe tenhamos podido fazer.

E. 409 (fim) - Mas precisamos achar em nosso caminho a um ser que tenha o

direito de dar absolvição?

– Possivelmente, pois eis três homens: um disse do outro, ao terceiro, que era

um grande velhaco, etc..., e isso diante de grande número de pessoas. E preciso,

para que seja perdoado de tal insulto, não somente o perdão do ofendido, mas

também de todas as pessoas presentes, e ainda o de todos os invisíveis que

acompanhavam as pessoas presentes no momento da ofensa, e isso é muito difícil.

Por isso Deus manda a Terra, cada dois ou três mil anos, um ser que tem o poder

de ligar e desligar, cujos olhos lançam chamas de bastante longe para queimar tudo

que é mau e substituí-lo pelo bem.

E. 117 - O esquecimento é uma espécie ele perdão, o mais fácil. Quando um

de nossos, órgão esquece seu mal, começa a curar-se.

Com. 252 – Temos, nessa série de ensinamentos, diferentes temas para

meditar, Carolei, sendo importante o dito por Chapas, - no livro Révélations - que

completa os diferentes casos, no que a pedir perdão e reparar, se refere: entre

vivos, quando ofensor e ofendido aceitam, ou não, pedir ou outorgar o perdão; entre

um vivo e um morto (E.600) e, as penas que sofremos e as condições que nos

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202

retardam, quando deixamos isso para após a morte de ambos os "interessados"

(!...).

No tocante à presença, necessária para o perdão ser efetivado, das

testemunhas invisíveis e visíveis que presenciaram a ofensa, devo comentar isto: no

tema Os Processos (E. 159) dizia: "será preciso que volteis, até (quantas vezes

quantas preciso forem!) selar a paz com o vosso irmão e isso perante tantas

testemunhas quantas existiam no momento da disputa. – Por outra parte, nas E.

126, 721, 600 e 409, acha-se a necessidade da presença das testemunhas da

ofensa. Há contradição ou divergência, Carolei? - Não, o que há, são três aspectos

da mesma condição fundamental: quando a ofensa foi feita e recebida,

principalmente em função do número e qualidade de presentes (ora! ele me insultou

diante de tanta gente, até estranhos!) é evidente que muitos dos presentes nem

deram importância ao fato, mas o ofendido sim: sentiu-se vexado, ofendido ou

caluniado perante "x" pessoas de "x" importância!...

A humana e a divina justiça querem, então, que perante "tantas quantas", seja

reparada a falta! - O outro caso, é o de maior freqüência: quando a ofensa é

caracterizadamente de pessoa a pessoa, diante de seres visíveis e invisíveis -

ligados em modo habitual, especial, ou importante na existência dos "interessados”.

É lógico que em tais casos – e repito serem os mais comuns – será preciso achar-se

todos os presentes, para o Perdão.

O terceiro caso, ou modo – que se acha no E. 409 – mostra que se pode

obter o Perdão de todas as testemunhas da ofensa, sem que estejam reunidas;

coisa lógica se pensamos na posição dos ofensores e ofendidos – em geral – que na

maior parte dos casos não da especial importância aos presentes e, muito menos,

ás testemunhas invisíveis. Daí que a alma do ofensor pode servir-se dos seus

sentimentos durante a vida terrestre, para obter que peça perdão ao ofendido e,

posteriormente, ira procurar aos demais “interessados”, na Terra ou no Céu, à

medida que sua consciência do fato o torne possível e necessário. – pesada tarefa,

que será evitada se pedirmos perdão logo, quando ainda estão presentes ou por

perto, todos os seres ligados ao fato.

Com relação ao E. 409, convém ainda lembrar, Carolei, que o início do

mesmo (no Tema O Destino) nos mostrara que "passaremos por onde fizermos

passar a outrem" (insulto, dor, miséria, etc.) sempre que não reparemos diretamente,

ou que não compremos essas penas que impusemos a outros; isto esclarece com

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palavras diretas do MEM, o dito por Chapas no E. 409, com relação a fazermos a

todos os nossos irmãos o maior bem possível e ao papel do Destino na distribuição

dos saldos credores e devedores... como está confirmado, no E. 329, pelo

Evangelho.

Quanto aos Seres "cujos olhos lançam chamas” – muito notável modo de

expressão do MEM, Carolei.... – a versão portuguesa do I Vol., ao dizer "de"

bastante longe, foge um pouco à realidade, ou pelo menos vela o que o MEM

dissera: "bastante longe, ou bastante ao longe", isto é: até bastante dentro das

trevas!...

Quanto ao E. 117, Carolei, é um dos ensinamentos mais belos e profundos: já

que o ser humano não é capaz de perdoar por amor, voluntariamente, a Providência

deu-lhe o "esquecimento", para que, na medida do apagar-se nele a lembrança de

ofensas, ressentimentos, rancores, estes se transformem numa espécie de

indiferença, de inconsciência. É como se disséramos: o esquecimento é um perdão

inconsciente e involuntário... mas, na falta de causa melhor, serve para os semi-

demônios (homo sapiens) desta Terra...

Lembre Carolei, que o esquecimento, de involuntário e inconsciente, pode -

como a própria intuição e como tudo - tornar-se voluntário, consciente e rápido.

Quando sua velocidade e consciência chegam ao coeficiente do milagre, muta-se

num Poder maravilhoso. Para compreender isto bem, Carolei, veja: E. 440 e Com.

65 (Tema Outros Poderes Dele); veja H. 5, "Que Maior Poder?"; e lembre-se

daquelas palavras do MEM: "um ser, bastante puro para sacrificar-se por qualquer

de seus irmãos e esquecer imediatamente tal sacrifício, saberia tudo...".

Quando esquecemos os motivos, seja de uma paixão, vício, mau hábito ou

desavença, começam a curar-se os órgãos respectivos: fígado, estômago, cabeça,

mente e aura, etc... - Outro aspecto mais difícil: quando cada célula de um órgão

passa pelo mesmo processo e que um órgão se resigna, aceita o esforço, doença,

etc... começa a se curar, também. Quando Você, Carolei, esquece da doença do

comodismo, começa a se curar dela e a tornar-se capaz de meditar por si mesmo,

sobre este e mais ensinamentos... E - assim por diante! Assim, esquecer qualquer

mal - com exceção do que fizemos e ainda não tivermos reparado - é sempre um

bem; - por isso nos permite a Divina Providência, o "esquecimento" das

circunstâncias das encarnações precedentes, para que nos possamos.

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204

Curvar das feridas do passado, mediante o uso das virtudes que os nossos esforços

vão fixando em nós... (N. 162)

***

O Muito Excelso Mestre e “O D A R”

E. 63 - Não sepulteis as riquezas em cofres, mas usa i-as para fazer viver

homens, crianças ou, se não podeis, em benefício de animais, como cachorros,

gatos, pássaros, etc. Felizes os dadivosos!

E. 132 - Uma senhora diz: Sim, eu o farei. Sim, sois a única pessoa, nesta

sala, capaz de fazer isso. Pois bem, eu tenho um amigo que deu, não só o que

possuía, mas o que não possuía, fazendo divida para ajudar ao seu próximo. Ah!

Bem sei que as mães de família me responderão que tem filhos e não podem

desfazer-se, por cansa deles, de seus haveres. Eu contestarei isso, porém, dizendo

que se elas têm filhos, há crianças que não têm mãe e são igualmente suas.

E. 133 - Fazei o bem, mas é preciso que o não faças para que todos fiquem

sabendo. Se um lavrador semeia grãos, deve cobri-los com terra para fazê-los

germinar.

E. 143 - Dizem com freqüência: Oh! tal pessoa em boa e que deixou, ao

morrer, tal soma... Pois bem, efetivamente deixo, porque nada podia levar. Durante

a vida, porém, é que teria agido bem em doá-la.

Com. 253 - Os Martinistas, Carolei, costumam dizer que "o único direito que

nos assiste, é o ele dar...". Por isso, julgavam e julgam a um ser humano, capaz de

se tornar, “Iniciador”, somente quando DAR é, para ele, uma necessidade; e que,

nesse afã dadivoso, está pronto para sofrer todas as ingratidões e traições em busca

de alguns que possam recolher maior parcela, do que tem para DAR; e que, até os

menos gratos ou interessados não,podem deixar de receber em parte! Felizes, pois,

os dadivosos!, como diz o MEM. E, aquele que não pode casar, ou não consegue ter

filhos, que os adote! Ou que faça obra assistencial direta. E, se as circunstâncias os

isolam, como certas solteiras ou anciãos, então proteja-se animais. Por isso, o

verdadeiro Discípulo da via essênia, não ri nem dos cemitérios para cachorros! (N. 162) - Origem dos Ensinamentos do Tema "O PERDÃO": E. 117, do M. Papus e 721 (original) de La Réincarnation, de Papus, pág. 120. – Os E. 117, 126, 134, 136, 137. 354, 355, 392 e 409, são das Sessões de Lyon. - O E. 721, com o texto modificado na forma que citei, acha-se na 5º ed. francesa, pág. 160/161, sem indicação de fonte ("Diversas Fontes").

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205

Quantos, do que verberam o “ridículo” de tais sentimentos, não são úteis a ninguém,

pelo menos esforçadamente!

No DAR, como em tudo, há nuances, e deles nascem resultados de diferentes

importâncias. Dar é sempre bom. Mas, há casos como aquele de um discípulo - já

falecido - "Ayur 165", Martinista espanhol, que tornou-se Procurador Universitário na

Argentina que, em uma das muitas vicissitudes de sua agitada e romântica vida, foi

por um ano para o interior do país, plantar com duro, trabalho um campo de alfafa

(luzerna). Quando a ceifa estava por chegar, de volta de uma pequena ausência, viu

o gado do vizinho magro e mugindo ao longo da cerca, Indagou o que havia. O dono

do gado explicou: seca, campo esgotado, fome. "Ora, isso se arruma já”, disse o

Ayur! - E, com uma torquês, cortou a cerca e... perdeu totalmente sua salvação

financeira e seu esforço, para DAR vida aqueles animais. Não é de admirar, Carolei,

que o MEM lhe tivesse outorgado, mais de uma, vez, Graças e Curas, conforme

presenciei...

Por isso, quando o MEM perguntou em sessão, de 27 de abril de 1893 (E.

132) se haveria alguém capaz de despojar-se de tudo em proveito dos que nada

tem... uma só pessoa respondeu. (E acho Carolei, que o MEM, perguntou por que

nesse dia havia uma, já que não parece viável havê-la cada dia...) – Então o MEM

reconheceu a virtude dessa dama e também proclamou a de seu amigo (Chapas)

que fez dividas para DAR a terceiros, necessitados, etc.

E, para que o bem seja fecundo, deve ser “luz nas trevas”, isto é, feito

sigilosamente ou, pelo menos, sem ostentação. É... também, se esperar para

quando não precisemos mais da matéria (morte); ou quando damos só aquilo que

não precisamos: agindo, pois, como mortos em vida!... Creio que as aplicações

todas, disso, Você acha sozinho, Carolei, no que se refere a DAR: exemplo, amor,

carinho, conhecimento, tempo, gosto, objetos, e até dinheiro, a etapa mais comum,

mais expeditiva para “se livrar”. – Muito embora a mais útil, muitas vezes, com

discernimento. (N. 163)

O Muito Excelso Mestre e OS HUMILDES E ENTREGADOS

(N. 163) - Origem dos Ensinamentos do Tema O DAR: E.63, do M. Papus; E. 132,133 e 143, das Sessões de Lyon. - A história de Ayur: do meu coração e dos Arquivos da Ordem Martinista.

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Com. 254 - Tanto neste como nos próximos temas, Carolei, é preciso ter em

conta que todos eles se relacionam, como entrosam-se os fatos humanos, interiores

ou externos. Por isso, certos ensinamentos poderiam ter figurado em outros temas,

como por exemplo, o E. 227 que se refere ao Perdão... mas, cadê arrependimento

sem humildade? E assim por diante.

Do mesmo modo, os "humildes" são aqueles que estão em tal condição:

monetária, social, ou interior, pois são degraus da mesma lição: forçada, funcional, e

voluntária. Lembremos as palavras do Ser Alado ao Eleito: "Eu vim para os

ignorantes e para os pobres... - Sim, será um humilde e, essa mesma humildade

será a prova da tua grandeza aos olhos dos videntes; porque só os humildes estão

marcados com o selo do Cordeiro e os orgulhosos, com o selo da falsa luz". - Assim,

Carolei, procuremos o que nos impede ser humildes e o que nos tolhe de ter a real

entrega...

E. 227 - Não tendes lido também no Evangelho: Ninguém poderá entrar no

Céu sem ter recebido o perdão daquele a quem tiver ofendido. E, atesto-o perante

Deus, ninguém poderá achar no seu caminho a um dos que tem poder para desligar

o que foi ligado, se antes não se arrependeu.

E. 390 - Não devemos nos orgulhar com nada, a perfectibilidade vai até quase

o infinito. Devemos freqüentar aos seres mais, repelentes, não desprezar ninguém.

Já que o sopro de Deus, estando em todo ser, seria ofendê-lo.

E. 642 - Se um príncipe vos der uma CONDECORAÇAO, usai-a, para não

causar-lhe pena; é um brinco que, logo em casa, fica no canto.

E. 643 - Seria melhor que não as houvesse (condecorações).

E. 671 - Deus dá a todos seus filhos, à medida que se esforçam por viver, de

acordo com sua Lei. No dia em que, do fundo do coração, faz-se o que a Escritura

ensina, o Céu nos dá luz e conhecimento, e isto: desde a vinda do Cristo.

E. 672 - Não precisamos de ninguém para nos instruir, por que temos em nós

tudo quanto é preciso para fazer crescer a plantinha que está dentro do nosso

coração. É apenas o orgulho, o egoísmo, a maldade, que a sufocam e a impedem

de se desabrochar.

E. 673 - Nosso coração é como uma choupanazinha sobre um terreno ruim.

Devemos, por meio de transformações, de embelezamentos sucessivos, fazer dela

um palácio. Devemos também melhorar o terreno que a rodeia; para que seja digno

dos materiais que servem para edificar esse palácio no qual o Senhor virá morar.

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207

E. 719 – O orgulho: é o próprio homem; é impossível vencê-lo. Por isso o Céu

nos pede somente que amemos ao nosso semelhante.

E. 720 - O orgulho está sobre a nossa cabeça; ponhamo-lo sob os nossos

pés.

E. 25 - É preciso calcar o amor-próprio aos pés. Aqueles dos que ninguém

debochou não podem ir para o Céu.

E. 31 (parte) - A humildade é necessária para que a prece seja ouvida.

E. 306 (parte) – Eu sou o cão do Pastor e o menor entre vós.

Com. 255 - Nos E. 642 e 643 estão: a vaidade a combater e a humildade a

cultivar, para aceitar sempre aquilo que, se recusado, magoaria. Seria melhor,

entretanto, não existir o cultivar da vaidade. - No E. 671, a humanidade e a entrega

já surgem juntas e inseparáveis, em aqueles que desejam seguir o que Cristo viveu

e deixou; e, o MEM aponta os resultados infalíveis!... por ser promessa do Senhor. O

E. 672 da à pragmática a seguir e o 673 o motivo espiritual do esforço a fazer, e a

Meta!...

É bem verdade que, no E. 719, o MEM aponta que o orgulho é o próprio

homem: transcendentalmente, porque o "ego"... só subsiste enquanto houver ego-

ismo! - desejo de separatividade, de sentir-se um "eu" independente e não "entregue

até à fusão” á vontade do Pai! - Mais perto de nós, o orgulho é o âmago da nossa

modalidade; por isso sempre ensinei: "a vaidade é o verme mais junto à semente, na

fruta humana". Ê o último que parte, já que foi o que nos criou, sendo o que nos

mantém separados: individualizados. Por isso, reconhece o MEM: O Céu nos pede

somente (sabe que para mais não damos, mas, tampouco concorda com menos!)

que amemos ao nosso semelhante. E, nos E. 720 e 25, o MEM torna a nos apontar

o meio: calcar o amor-próprio (amor de nós, mal entendido) aos pés. E, subindo

novamente, ressalta que sem ter sido objeto de escárnio, ninguém vai para o Céu!

Nem a prece sem humildade!

E, agora que já vimos (só nos falta realizá-lo, Carolei) o que precisamos como

humildade, vejamos diferentes modos de entrega:

E. 499 (quinta-feira, 27 de dezembro de 1894) - Uma mulher chega,

carregando uma criancinha, de um viúvo - de duvidosa conduta - que ela cuidava

desde alguns dias, e diz não poder conservá-la por mais tempo, visto ser uma carga

pesada demais. Uma mulher doente e sem trabalho, pede então para ser designada

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208

para tomar conta; O MEM PHILIPPE, vendo tal dedicação, diz: "Sereis a mãe e eu o

pai e a felicidade estará em vossa casa".

E. 221 - Bem que tendes vistos nas Escrituras esta palavra:

"Que aquele que me ama deixe-seu pai e sua mãe e sua irmã, e o marido sua

mulher, para seguir-me." Tendes compreendido o que isto quer dizer?

Não é refugiar-se nos conventos para deixar passar a vida ali. Não é que eu

queira falar mal dos conventos. Existem, é preciso respeitá-los. Mas para nós, por

exemplo, um pai morre e deixa seu patrimônio a partilhar entre dois irmãos.

Ligeirinho, cada um irá querer a metade. Pois bem, se um gostar de ter mais do que

a sua parte, é preciso que o outro lhe dê, e ainda mais, até que fique sem nada. Está

claro, sua família o chamará de insensato; mais tarde: seus filhos o amaldiçoarão

por havê-los despojados. Isso não tem importância. É assim que me pode seguir

deixando aos seus, e, como tudo torna a ser achado, os bens doados são

devolvidos aos filhos daquele que deles dispusera.

E. 28 – Nunca manifestar a própria tristeza; ocultar-se chorar; sorrir por fora.

É preciso ajudar a todos sem, preocupar-se em saber se aquele a quem se ajuda é

um bêbado, um ladrão, etc. Não fazer sofrer a ninguém. Nunca usar da espada, nem

com um diabo; agir pela doçura.

Com. 256 - Que pela lição, Carolei, na qual o MEM, sem uma palavra de

reproche à primeira das mulheres, premia a real entrega, a dadivosidade generosa,

da segunda e, como ele declara logo os efeitos que isso irá produzir, por ter sido

sincero e espontâneo, e feito com sacrifício sem teatralidades! E que forma mais

completa e singela, nivelando-se com a humilde mulher, a, que toma o MEM para

anunciar que Ele assume a Proteção daquele lar!

Já, no E. 221, a coisa muda de figura. Após apontar, muito delicadamente,

que convém ficar na vida ativa e coletiva, mostrar qual o modo em que age um real

entregado que, sem egoísmo, despoja-se do que lhe tocava "legalmente". Assim

também é como, em casos reais, a Providência toma conta dos seres que

dependiam daqueles que partiram a serviço da Humanidade, do Pai, etc... com real

entrega. Cuidado, Carolei, essa palavrinha "entrega" é cheia de espinhos!... até vive-

la, depois é balsamo de tranqüilidade.

Mas, no pequeno esforço de humildade e entrega conjugada, que boa parte -

para não dizer: todos - poderiam realizar, o MEM nos mostra, no E. 28: o entregado

confia no consolo superior e no "amanhã", por isso não exibe tristeza nem lágrimas;

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209

sempre sorri, para estimular aos outros. Não julga nem condena e, se um bêbado ou

ladrão vem nos pedir alguma coisa, esse nos foi entregado para que o ajudemos,

Carolei. - Só fazemos sofrer aos outros por orgulho, por egoísmo e por falta de

humildade, então...

- E como aponta o MEM, a doçura e a paciência farão mais e melhor, do que a

espada: violência em todos os aspectos. As muito raras exceções aparentes são

casos puramente defensivos, sem ferir ao outro, ou, quando Os que sabem

percebem ser mais útil para o ser, a morte ou a doença, como naqueles casos de

Balança do MEM: “... te retirarei a saúde e morreras!...”: Era uma graça também,

morrer, já que assim não seguira no caminho que leva ao pecado contra o Espírito

Santo...

Lembremos à entrega e humilde totais do MEM, expressas no E. 306. -... Era

o MAIOR porque aceitara e realizara ser o menorzinho, sempre... (N. 164)

* * *

O Muito Excelso Mestre e A CARIDADE

Com. 257 – Para lembrarmo-nos logo, Carolei, da importância que Jesus e o

MEM atribuem a caridade, ressaltarei já que, na sala das sessões estava a Estatua

de Caridade, como símbolo permanente do que se devia praticar. No tema OS

ANJOS, foi lembrado também, pelo E. 164, que para poder "pedir e receber", é

preciso que "mudemos para um "departamento" que, não nos custe muito caro”, isto

é: que do apartamento do egoísmo ou da indiferença, em que costumamos morar,

mudemos para o da caridade, que não nos custara já que dando é que

receberemos,.. E, no tema Jesus, o Salvador dos Pobres, o E. 267 nos mostrou que,

respondendo o M. à pergunta "como fazer para conseguir a Luz?", disse: “E preciso

ter caridade. - ... Pois bem, por que duvidais sempre do amanhã? Jesus veio e,

estabelecer o reino da caridade e eu vim para completar as suas leis".

Se lermos a Epístola de São Paulo aos Coríntios, 13: A Suprema excelência

da caridade veremos o ímpeto ígneo com o qual o apóstolo situa a condição

(N. 164) - Origem dos Ensinamentos do Tema HUMILDES E ENTREGADOS: O E. 499 é outra

das Jóias que devemos a Marie E. Lalande, em Lumière Blanche, pág. 48. Os E. 25, 28 e a parte citada do E. 31, são do M. Papus. - Os E. 221, 227, 390, das cessões de Lyon. – Os E. 642, 643, 671, 672, 673, 719, e 720 são das "Diversas Fontes” da 5º edição francesa. – “A Encarnação do Eleito”: ver pág. 54 do I Vol.

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210

inexorável de ter caridade para ser espiritualmente, já que no versículo segundo

disse que: embora tivesse fé, da que transporta montes, e não tivesse caridade,

nada seria! - Vejamos agora como São Mateus ilustra as palavras do Senhor e,

depois, "completando suas leis", o MEM nos mostrara por onde começar, e como

fazer a caridade nos diferentes setores ou planos da existência. .

E. 595 – “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos

anjos com ele, então se assentará no trono da sua gloria; e todas as nações serão

reunidas diante dele... e porá as ovelhas a sua direita, mas os bodes à sua

esquerda... Então dirá o Rei -aos que estiverem a sua direita: Vinde, benditos de

meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do

mundo. Porque ... - Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te

vimos com fome e te demos de comer? ou com sede e te demos de beber? E

quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te

vimos enfermo, ou na, prisão e fomos ver-te?

"E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando fizestes a

um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.

"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: apartai-vos de mim,

malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome

e não me destes, etc... (pois) em verdade vos digo que, quando a um destes

pequeninos o NÃO fizeste, NÃO o fizestes a mim."

E. 623 - Para ser caridoso, não é preciso despojar-se de todos os seus bens;

mas o que é necessário, antes de tudo, é amar ao próximo, não julgar a ninguém,

nunca criticar e nunca falar mal dos ausentes.

E. 624 - Quando fizerdes esmola, faze i-a na sombra e sem esperar uma

recompensa do Céu, pois, se tiverdes tal pensamento, vos pagais a vós mesmos.

Porém, fazei a esmola com bondade, com uma causa devida a um irmão.

E.150 – É muito fácil obter o que pedis. Vós o podeis tanto quanto eu.

Prometei ter caridade e não querer mal a ninguém. Muitas vezes, tende queixas

contra alguém, e, durante infinito quase sempre, guardais ressentimento contra ele e

dizeis: "essa pessoa me fez isso". Por que não deixar de lado o que já passou e

voltar sempre sobre uma coisa enterrada? Não se desperta aos mortos. Se não

esqueceis, não faleis a ninguém desses rancores e procureis esquecer perdoando.

Infeliz do que deseja a morte a alguém; é preciso tocar-lhe a vez de que leve sobre

ele o mesmo desejo.

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211

Com. 258 - Desde o E. 623, o MEM já nos aponta que a Caridade não é, nem

pode ser somente material, pois esta é a mais fácil e o E. 624 mostra que ela é coisa

que devemos (solidariedade) e que até há modos de fazê-la que é um

autopagamento! – A Caridade deve pois ser exercitada, treinada, por nós, em outros

modos além da material. O E. 150 é bem claro no caso: comecemos por fazer a

caridade aos desafetos, perdoando e esquecendo. Quanto à última parte, ressaltada

no E. 150, ela até causou uma quase divergência com um dos revisores da

tradução, que não queria deixar a expressão "que levem sobre ele"; MEM dissera,

em francês, "on porte sur", deixando assim margem a nossa meditação sobre o fato

duplo: psicologicamente, formularão sobre ele, isto é, com respeito, em relação, a

ele, o mesmo desejo (que mora!). Mas para os que vão além da pura conversa

filosófica que tanto encanta aos cultos discutidores nas trevas, o fato é, também, que

levam sobre ele: cobrem-no ou cobri-lo-ão um dia, com o mesmo material vibratório,

com a mesma onda atrativa de desgraça, a força do verbo negativo, a quase que

maldição, no sentido técnico do termo, cairá sobre ele. Esse, o mistério do E.150.

Também no tema dos ANJOS, já o E. 138 nos dissera que: sem Caridade

ninguém vê o seu eu Anjo da Guarda; que ninguém entra no Céu sem ela; e que,

também, o rico deve ter a caridade de dar ao pobre e, este, de não, invejar ao rico. -

Prossigamos no estudo que o MEM nos legou:

E. 153 - Poderemos nos governar sozinhos, quando tivermos a Caridade mas,

para isso, precisamos esquecer as queixas e não desenterrar os mortos, isto é, não

reprovar em outrem, durante anos, as mesma coisas.

E. 169 - Só vos peço uma coisa: amai ao próximo, não tenhais nenhum

rancor, nem idéia de vingança. Para que desenterrar os mortos e volver as penas

passadas? É preciso andar para frente, sem olhar para trás. Quereis que vos diga o

que é preciso fazer para ser sempre feliz? É preciso pedir a adversidade e jamais se

queixar dela.

E. 249 - Ser feliz, sim. Todo mundo quer ser feliz, e para sê-lo, é preciso pedir

adversidades. Assim quando orais e dizeis: "Que seja feita a Vossa Vontade", dizeis

o que não pensais, pois que a Vontade de Deus é que sejamos provados. Bem que

pedis graças, favores, para vós e os vossos, mas dos vizinhos não falais. Se eu

fosse rico, gostaria de ter um palácio para alojar a miséria, já que ninguém a quer.

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E. 716 - Ele – O MEM PHILIPPE - condenava, acima de tudo, o orgulho e o

egoísmo, ou melhor, não condenava tais defeitos, mas assinalava-os como grandes

obstáculos ao nosso progresso.

Dizia: "O Céu desconhece os orgulhosos". "Se não fordes até aos pobres e

aos humildes, como virão os Anjos até vós?". "E preciso que exerçais a caridade

para com todas as formas da vida: para com os semelhantes, animais e plantas; é

preciso ser caridoso para com a adversidade que o vosso vizinho repele, para com

os descobrimentos e as invenções que deveis espalhar gratuitamente, já que os

tendes recebido gratuitamente; para com as leis que vos ferem - no vosso parecer,

injustamente - posto que se as evitais, caíram então sobre o vosso irmão, e que o

vosso irmão sois vós mesmos”.

Com. 259 - Nos E. 153 e 169, confirma o MEM a caridade que perdoa e

esquece; logo, sobe bem mais alto, mais difícil para nós, já que deveríamos poder

pedir adversidades: voluntariamente, e não sem sabe-lo, como fizemos com o Pai

Nosso, o que comentarei no tema A PRECE. Mas, Carolei, com que poder do

coração e que graça de poeta gostaria o MEM “ter um palácio para alojar a Miséria!”.

Coloquei a maiúscula para Você, Carolei, perceber que a Miséria é, como O Destino,

como o Sofrimento, como A Prece, etc., um Ente, uma Função cósmica, fato que o

MEM apontou discretamente, na sua poética frase, que também é grito de angústia,

ao ver que ninguém a quer! A Ela, que é uma das mestras mais sábias, de ação

mais fecunda! Eu, que já passei pelas suas lições: da miséria imposta; como da

voluntária, alternadas com as fases da comodidade e da opulência, e que olhei,

tanto em mim como em milhares de seres, quanto produz ela, de rebelião e de dor,

de compreensão e de humildade, acho que, de fato, deveríamos lhe erguer um

palácio! Não é Ela, também que gera – infelizmente pelo temor, já que não é ainda

possível por amor -desde as: medidas de proteção individual e social, até o saudável

temor à miséria coletiva, nas suas reações - também coletivas!? – Por isso meditar

no – E. 7l6, tão completo e rico, será necessário, para que o mecanismo total da

Caridade, desde seus aspectos da vida de relação entre Anjos e Homens, até o

problema de solidariedade, mesmo que solidariedade, mesmos que involuntária

surja ante si, Carolei!

E. 372 – Todos vós procurais à confiança, a ter confiança, a fé. Não é isso

que se deve procurar. Por mais que peçais, se não tiverdes caridade no vosso

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213

coração, não a achareis: é preciso que semeeis a semente que é a caridade e

colhereis a fé. A caridade não consiste em despojar-se de tudo quanto se tem: ela

consiste, em todas as coisas, em na o fazer a outrem aquilo que não gostaríeis que

vos fosse feito. Em todos os vossos atos, perguntai-vos se gostaríeis que assim se

fosse para convosco.

E. 215 – E sabeis por que não ficará cego este homem? Ele fez em certa

época, embora sem ser muito generoso, certa coisa bastante boa, e essa "alguma

coisa" lhe atraiu a proteção de Deus.

Por isso, vos digo; fazei tudo quanto podeis, pois se na vossa contabilidade

não tendes muito do lado do “haver”, nada achareis do lado do "deve". Pois será

tomado àquele que nada tem para entregar a quem já muito tem. A quem tem muito,

será dado mais ainda. E muito simples, Não sei Se estais me entendendo.

R. 224 - Quantas vezes dizem os pais os filhos: Presta bem atenção, meu

filho ou minha filha, não freqüente companheiros inferiores a ti. E todos vos, que

aqui estais, tendes ouvido isso das vossas mães. Então, se aqueles que estão

acima de vós disse o mesmo, a quem se freqüentaria? Aquele que não tem caridade

não entra no Céu. A esperança e a fé nada são sem a caridade.

E. 394 - E o orgulho que produz a antipatia. Duas pessoas não são

antipáticas no mesmo grau; é o inferior que tem antipatia pelo superior. Se tais

pessoas fossem do mesmo grau de adiantamento moral, não haveria entre elas

antipatia nenhuma, mas pelo contrário simpatia. Muitas vezes é a matéria e não o

espírito que é antipático. E pois preciso que o superior seja caridoso para com o

inferior, porém raspando um pouco profundamente ao melhor dos homens, acha-se

o bruto, isto é, a maldade.

E. 210 - Não se deve temer o freqüentar alguém pior que nós mesmos, pois

não acreditais que como diz a Igreja, ao se por uma fruta ruim junto da boa, se

possa estragar as boas.

Não é assim com a alma. Alguém abaixo de vós subirá até vós, e fará ainda

subir, a vós mesmos.

Com. 260 - Que chave, Carolei, a do final do E. 372! - E, que prova do poder

dessa chave, o caso 215! - E, adiante, quantos de nós precisaríamos, para aspirar a

ser "discípulo", ou a algum progresso espiritual e moral, procurar viver o E. 224, e o

394, sendo que o último tem chave dupla: a da causa de certa antipatia que, quando

vem de baixo, é um modo de inveja, consciente ou não; e, quando parte de cima (?),

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214

é tão somente falta de compreensão do dever de benevolência – que é o início da

caridade do superior para o inferior - como ainda a lição: por “superior” que vos

considereis com relação a outrem, não esqueçais que basta vós “raspar” um pouco

– a pele, o amor-próprio, os gostos, as comodidades, ou as necessidades e

instintos, ou as opiniões – para surgir a besta! , o bruto. Que falte lugar no

transporte, pão ou manteiga, que peque o fogo num cinema, etc... e surge o bruto! E

até com menos “necessidade”! É bom então, treinar o oposto em nós. - O E. 210

mostra, aliás, que cada vez que um "inferior" nos permite, nos brinda, a oportunidade

de sermos caridosos, benevolentes, solidários (?...) conscientemente ele nos faz

subir! – E, como um exemplo da existência de seres que têm a caridade a caminho

dessa poesia do coração e da alma, da qual o MEM nos permitiu contemplar uma de

Suas Centelhas, preferirei um belo caso vivido há muito tempo...

H. 26 - Anjo ou Homem?..

Buenos Aires, 1917. Estudante universitário, dedicado já aos aspectos místicos da vida, tinha

também um refúgio noturno, misto de penha literária e de cova de jovens filósofos, na casa de uma

mulher que foi a minha "amante espiritual" - se a expressão cabe, pois nada material houve entre nós

- russa, filha da primeira mulher que, em 1905, foi deportada para a Sibéria, como promotora de

rebelião feminina. Mas, isso é outra história...

Costumava recolher-me de madrugada, embora as sete da manhã estivesse já no Laboratório

da Faculdade, como substituto do Preparador. Numa dessas madrugadas de inverno, nas quais as

ruas de inverno estão desertas cedo, eu atravessava um bairro industrial, a caminho de Retiro, onde

pegaria um trem.

De repente, a certa distância ante mim, um homem (?) que me precedia em meio quarteirão.

Usava a capa preta e o "chambergo" (chapéu de abas largas), que os artistas europeus antes, e

Alfredo Palácios na Argentina, tornaram celebres; e que, muito antes, usávamos... em certa

Sociedades Iniciática de outra era. O desconhecido era bem físico, pois, seu passo e o meu ressoam

com aquele tom claro e seco das noites frias, sobre as calçadas de pedra.

Não poderia - até hoje- dizer por que, mais esqueci do meu caminho e me pus a seguir a

esse homem, como se segue (aos 17 anos!) a uma mulher bonita! - Em certa rua, ele parou e

agachou-se, parecendo arrumar alguma coisa, na sombra de um portão grande, da Fábrica Nacional

de Fósforos, cujo edifício creio que ocupava todo aquele quarteirão, - Detive-me, para não encurtar a

distância, num gesto instintivo, ou guiado?

Quando ele recomeçou a andar, prossegui também e, ao chegar à cavidade do portão, me

detive, para contemplar um quadro altamente emocionante: num dos ângulos, o mais protegido

contra a aragem fria, uma mocinha, possivelmente de uns doze ou - treze anos; dormia; sentada e

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215

encostada àquele canto. Com parte do seu pano de pescoço e do casaquinho, procurara, antes de

adormecer, abrigar o mais possível à irmãzinha, de uns quatro a cinco anos, que dormia contra ela...

E, a esse casaquinho, o desconhecido prendera, com um alfinete: uma nota de dez pesos (muito

dinheiro para um artista, se o era?) e UMA ROSA....

Fiquei tão emocionado, Carolei, que demorei em procurar o meu desconhecido! Ainda o vi

dobrar uma esquina... apressei o passo... mas, quando lá cheguei, não se via já ninguém. Esperei,

olhando se alguma luz revelava uma chegada recente, em algum dos prédios. E, com pesar até hoje

não dissipado, nunca mais achei aquele homem (?). Como deveria ser delicada aquela alma! -

Momentos e lições assim, se não esquecem, Carolei! (N. 165)

* * *

O Muito Excelso Mestre e A PRECE

E. 743- Se não podemos orar, é porque temos negligenciado faze-lo, em tempo

oportuno: quando tudo ia bem/

E. 31 (a) - O que faz com que Deus não ouça a prece de todos os que oram, não é

que Ele esteja longe deles, mas são eles que estão longe dele. Deus está em toda

parte.

E. 607 - O MEM PHILIPPE dizia também: "Para orar, é preciso primeiramente

recolhei-se, de modo a que todo o vosso ser, todo o vosso espírito, ore convosco e

saiba bem”.

V. 23 – Os pequenos Seres da Natureza sempre podem orar: não têm a nossa complicada

mente!...

É útil orar, não para aliviar os nossos sofrimentos, mas para pedir força,

coragem. A nossa prece nem sempre é ouvida, e, felizmente assim é, pois se Deus

ouvisse todas as preces, elas amiúde O ofendiam. Porém é útil orar porque isso nos

conserva alentados.

(N. 165) - Origem dos Ensinamentos do Tema A CARIDADE: Os E. 150, 153,169, 210, 215, 224,

372e 394, são das Sessões de Lyon. - Os E. 623 e 624, das "Diversas Fontes", da 5° ed. francesa. - O E. 595, do Evangelho e, o E. 716 são palavras, do MEM PHILIPPE, transmitidas por Sédir: v. pág,-73 do I. Vol.

Fig. 13

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216

DEIXAR DE ORAR, É NÃO MAIS PODER ORAR UM DIA! - E, além disso, nossos

inimigos ficam assustados. - Se sabe que oramos, não ousa mais atacar.

“Só se deve pedir (para nós, Carolei) quando os sofrimentos, tornando-se

intoleráveis, nos impedem de agir”.

E. 384 - P: Se a gente quer levar a Uma pessoa para o bem, mas ela nos

afasta constantemente ou faz pouco, que fazer?

R: E a luta do bem e do mal, e para ser bom soldado, é preciso fazer

exercício. As pessoas de quem falais o que são?

– Estão na religião.

– Sim, porém na religião há diversos caminhos. Assim um mau sacerdote vos

dirá, se tendes dificuldades com alguém: "devei defender os vossos interesses:

deveis defender a vossa causa". Um bom sacerdote vos dirá: "Se discutir assuntos

de interesse, e vos pedirem alguma coisa, dai mais ainda." Quais dos dois ouvirão?

– Aquele que disser que se dê mais ainda.

– Ah, muito bem, segui essa lei, que é a do Cristo. Amai vosso próximo como

a vós mesmos, não há outra coisa a fazer, e quando orardes, que seja do fundo do

coração. Para podê-lo faze-lo assim, é preciso estar num cômodo especial, e então

achareis à calma.

Aquele que não tem coisas graves demais a se reprochar, e que tem as mãos

limpas, pode estar em paz consigo mesmo e orar com resultado. Esse, pode pedir;

será ouvido.

Com. 261 - Inicialmente, Carolei, surgem assim ante nós as condições

negativas: as que nos impedem orar e, as que obstam que nossas preces sejam

ouvidas. Aliás, o MEM declara que é um bem, pois que todas aquelas que pedem

coisas injustas, impossíveis – em relação à condição ou circunstâncias -, coisas

egoístas ou de alguma forma opostas à Lei, são outras tantas ofensas a Deus. Há

certa analogia, com a vida humana, quando pedimos a um egrégio musicista que

toque peças cacofônicas, ou ao queremos subornar ou enganar, em proveito

próprio. Mas a culpa e maior, por ser para com Deus, que – por meio de seus

Agentes Virtuosos. – tudo vê...

Sobra só, como mostra o MEM, em tais casos, o fato de que, pelo mesmo ato

de orar, reconhecemos um Poder acima de nós, o que é gesto de relativa

humildade, afastando ao "Inimigo". Especial atenção merece o final do E. 607, por

parte da "triste tropa" que vive em lamúria que ousa apresentar como prece! E, o

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217

MEM dá, claramente, o modo de discernir quando pedir por nós: quando não

podemos mais agir, isto é: quando corremos o perigo de perder utilidade coletiva,

caso que torna então o nosso pedido menos egoísta e mais justificado.

No E. 384, além de sutis indicações iniciais, a resposta final é rica em dádivas

do MEM: seguir a lei do Cristo. - Amar ao próximo, único caminho e, orar

espontânea e profundamente quando colocados no estado de oração (cômodo

especial). Logo surge a indicação de ter as mãos limpas, que iremos precisar tanto,

neste tema e nos imediatos, que vale a pena meditar o que diz ali!

Outras condições necessárias para orar:

No E.384, Para que o Céu nos ouça, e preciso que amemos aos nossos

parentes, (Deste ensinamento, Chapas também transmitia a versão: ... é preciso que

não detestemos aos nossos parentes.)

E. 737 – Se quereis que o Céu ouça as vossas preces, amai ao vosso

próximo como a vós mesmos, não tenhas rancor contra ninguém, não faleis mal dos

ausentes.

E. 752 – Na prece, não se agradece bastante – NÃO SE AGRADECE

BASTANTE!

E.714 – Qualquer um que recita “Pais Nossos”, assim mesmo está na Via,

porque evidencia um gesto de humildade à matéria, humildade necessária para que

a nossa prece seja ouvida.

E. 751 – Quando se tem confiança, está permitindo pedir pela parte material.

– É permitindo pedir pela (vida) material quando se tem confiança na prece.

E. 548 – Pela manhã, deve-se pedir a Deus que abra o nosso cérebro, nossos

olhos e os nossos ouvidos.

E. 734 – Deus disse: “Quando estiverem todos reunidos em meu nome,

estarei no meio de vós”. Isso quer dizer que quando o coração, o cérebro e o espírito

estão de acordo para orar, Deus está conosco para nos dar aquilo que precisamos.

Com. 262, O fato de existirem duas versões do E. 742, nos da a medida dos

extremos: para poder orar e ser ouvido, é preciso amar aos nossos pais e parentes

(em francês tem esse duplo sentido) ou, pelo menos, não odiá-los! – Tal estado de

animo estende-se, no E. 737 aos nossos demais irmãos... humanos, especialmente

quando ausentes 1

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218

Do E. 752, também há duas versões, muito sugestiva: O ser humano nunca

agradece bastante: nem na prece (intensidade), pois, em verdade lhe digo Carolei,

que deveríamos agradecer continuamente, já que em qualquer instante nos dão

muitas vezes mais do que damos: durante qualquer dia de nossa existência, nos dão

a vida, a luz, o ar, as forças ambientais, o conforto que séculos de civilização

fizeram, as comodidades da era, as informações da data, as oportunidades, lições,

prazeres e penas da jornada, a proteção da policia, da esposa, do Anjo da Guarda e

não sei mais o que...nem o que foi que demos ao findar o dia! Não é de se

agradecer incessantemente!? – E, para os que querem ser discípulo do MEM, direi:

é preciso agradecer muito, durante o dia, para poder ter o direito de agradecer em

prece; é preciso esforçar-se a folha para virar pétala e ter o direito de elevat seu

aroma!... – Assim a Gratidão, na Prece.

O E. 714 confirma o que já comentei do que “sobra” como parte aproveitável,

nas preces mecânicas, rotineiras, dos que recita orações, como diz o MEM como

termo tão eloqüente!

Com as duas versões do E. 751, torna a acontecer o caso dos E. 742 e 752.

Quando se tem confiança durante o dia todo, e prova-se tal confiança pelos atos,

então à confiança manifestada na prece é ouvida e bem acolhida. No pior dos casos,

há os que têm confiança na prece somente. Os reais seguidores do MEM têm

confiança: em si, na vida, na prece, nos Anjos e Acima...

O E. 548 é um pedido para que o dia a ser vivido não passe “na branca

nuvem”, da nossa inconsciência, indiferença ou desatenção. Finalmente estamos

aqui para isso apenas: ouvir, ver, sentir meditar e compreender: o que precisam os

nossos semelhantes e o que espera de nós – como colaboração voluntária – o Pai!

O E. 734 revela um dos aspectos misteriosos das palavras, tão citadas, do

Senhor – a Quem o MEM chama: Deus – e nos dá uma poderosa chave técnica da

oração, que outros ensinamentos esclarecem mais ainda, adiante, em forma de tal

que “todos” passam a ser mais pormenorizado que seus Delegados gerais citados.

Conselhos para orar:

E. 205 – Sabeis por que Deus não ouve sempre a vossa prece? Amiúde vos

meteis na vida do vizinho e falais dele e, quando orais, sois distraídos, pelo que

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219

tendes podido dizer dele. Há um provérbio que reza: “Dize-me com quem andas e

dir-te-ei quem és.” Isso tanto se aplica a alma como ao corpo, e a nossa prece não

pode ser ouvida senão conforme o nosso espírito estiver menos ou mais distraído.

E. 746 – Repetir (reiterar) a prece, porque somos desatentos e, muitas vezes,

uma silaba só, é ouvida.

E. 747 – Durante a prece, não preocupar-se com as nossas sensações

interiores.

E. 31 (b) – Se a prece for ouvida o sentireis por um estado especial de

exteriorização, de luz interior, mas não por sopros ou tremores físicos.

Com. 263 – Além da reiteração relativa à maledicência e seus maus efeitos

morais e na própria prece, o MEM nos mostra que há um convívio: social, moral,

vibratório, astral, que pode – quando não suficientemente pucro ou puro – afastar de

nós a possibilidade de que a nossa prece seja elevada até as regiões da pureza, em

que pode ser ouvida. Isto tornar-se-á mais claro, quando virmos quais os seres que

ouvem as nossas preces, em diferentes níveis. O E. 746 parece muito claro. No

entanto, Carolei, sei por experiência própria e em muitos dos que amigo convivem, o

trabalho que da para a gente perceber a realidade vivida desse fato, e a importância

generosa dessa indicação do MEM!, que mostra-nos haver preces nossas nas quais

fomos conscientes, concentrados, humildes e atentos, somente DURANTE uma

silaba!...

Contrariamente a meditação ioguística, na qual o discípulo está atento a

quanto acontece dentro e fora dele, na Via Essênia, o que importaria é: entrega

espontaneidade; se possível: amor! Por isso, seria contraproducente estar a se

observar, tanto quanto o seria ficar esperando “fenômenos”, tais como sopros ou

tremores físicos, que são apenas indicadores de mediunidade ou da aproximação de

seres pouco elevados do astral, etc...

A elevação devocional ou, em outros casos, a expansão espiritual da nossa

consciência psíquica – e da aura em conseqüência – produzem o que o MEM

mostra no E. 31 –b, sendo que há casos nos quais outras sensações habituais em

que ora, se produzem ao nível de certos, plexos, etc. – porém não chamam a

atenção, nem – muito menos – interferem no estado de oração. A este respeito,

achar-se-ão indicações nas “Orações” que já citei em outros temas. – No As Duas

Vias, a pág., 24, dei uma outra versão do E. 747: “não prestar atenção às”, em lugar

de: “não preocupar-se com”. Ambos os sentidos completam-se, também.

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220

Promessas e seus efeitos

E. 365 – Deve-se orar sempre. O céu nos diz que peçamos. Ele nos prometeu

que receberíamos se pedíssemos o pão de cada dia. Se o que pedimos é útil, se o

pedido parte do coração ser-nos-á concedido.

É muito difícil orar, e todos nos sentimos isso. Eles porque somos levados a

fazer promessas. Mas, foi-nos dado antes da promessa ter sido ouvida? Não. Diz-

se: Tenho muito tempo para ver, e depois, então, orarei. Isso e um sinal de grande

confiança.

Sim, deve-se orar para aprender a orar. Ensina-me uma prece para a

criancinha fazer: quando já se tornou velhote, ela se lembra dessa prece que os

seus pais lhe ensinaram aos dois ou aos três anos de idade, e será quiçá a única

coisa que lembrara da primeira infância. Porém essa prece, cada vez que a criança

a recitar, será creditada a seus pais. Fazei o bem, e os vossos ancestrais se

beneficiarão daquilo que tiverdes feito. Nunca deveis enrijecer contra o bem se

quiserdes ir para a luz, para Aquele que vos mandou sobre a Terra. É preciso passar

com calma e resignação pelas adversidades, aborrecimentos e tormentos que Ele

vos manda.

Com. 264 – Ninguém, pois, poderá se deixar se não recebe o pão que não

pediu: uma das condições para ter sempre alimento, para o corpo, como para o

coração ou a mente, é ter a humildade de pedi-lo e a gratidão por cada parcela

recebida. – E, quando pedimos seja lá o que for, façamo-lo sempre em modo

condicional, pois não podemos saber se o mais útil é aquilo que pedimos; que parta,

pois, do fundo do coração, não somente a intensa suplica, mas, também, a sincera

aceitação da solução que for dada “por esse Pai tão bom que bem sabe do que

precisamos”, como sempre repetia o MEM.

Já comentei antes, Carolei, a pena que tenho dos que não tiveram a

felicidade de uma educação religiosa, e da parte essencial da mesma: o exemplo da

devoção e da entrega no lar em que se criaram! - Essa posição é, pois, confirmada

Pelo ensinamento 365, que mostra bem o enorme valor da semente da prece

infantil. Das "Orações do monastério", citarei uma prece que escrevi certa vez, para

a primeira criança que lá residiu (Palomita), e que poderá servir de modelo aos pais,

para mostrar como inculcar aos pequenos a existência das leis de Deus e o respeito

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221

a todos os modos da existência; e aos próprios pais (que devem procurar merecer

tal respeito!...).

"Querido Mestre AMO: Olha que eu sou residente, sou pequenina, mas faço

tudo o que posso para que todos estejam sempre contentes comigo”.

"Também Te peço, querido Mestre AMO, que aqui todos estejam sempre com

saúde, contentes entre si, fazendo tudo o que te agrada”.

“Também Te peço querido, querido mestre AMO, que haja Sol ou chuva,

conforme a terra, os bichinhos e as plantinhas precisam.

“E também Te peço, querido Mestre AMO, que me ajudes a ser como papai e

mamãe, que já são grandes e fazem tantas coisas boas e bonitas".

Há nessa oração, que foi vivida por mim num estado todo especial, certo ritmo

e certo laço, certa Bênção recebida, que a torna muito Útil. Inclusive para a

meditação dos "que já são grandes”…

– Há outras preces nossas, para as Crianças, com relação aos Anjos, para

outras horas do dia, ou para alternar, pois deve-se evitar a rotina, para que a criança

não recite orações!

E. 750 - Inútil orar pelos mortos; não sabemos onde estão.

E. 738 - Os vivos precisam mais de orações que os mortos, mas se tendes

prometido dizer ou fazer preces, cumpri a vossa promessa e, se prometeis alguma

coisa a Deus, o Céu só vos atenderá quando tiverdes cumprido o prometido.

Com. 265 - Quem é que sabe se os "seus" (?) mortos estão no paraíso, ou

fora de possibilidade de serem ajudados, ou já reencarnados? - Vimos que os

mortos que oram em vidas, são os que ajudam os vivos... que muito mais precisam

(E. 738)... porém o que o MEM visa, é fazer com que levemos a sério as Promessas

que fizemos e, Ele que tão direta e constante relação tinha com O Céu, mostra-nos

que nesse céu a Justiça é bem administrada...

Será oportuno tornar a meditar o Com. 76, relativo às Promessas escritas do

próprio MEM. E, sobre este assunto de escrever o que prometemos ao Céu, também

deriva-se daí uma regra de vida que formularia assim: “Nunca dizer o que não

poderia escrever e, nunca escrever o que não se assinaria com intenção de

cumprir”.

E. 31 (c) – É coisa grave o prometer a alguém que orará por ele. Fica-se

ligado, é preciso fazê-lo, até tirando do próprio sono se for preciso.

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222

E. 211 – P: a prece que se pode fazer aqui, quando estamos em pé, pode ser

ouvida?

R: Existe alguma pessoa que, entrando nesta sala sofrendo muito, possa

dizer ter saído sem estar aliviado? (Todos dizem: “Oh, não!”).

Há dezoito séculos e alguns anos, Jesus curava aos doentes dizendo-lhes: “Ide e

não pecais mais”, e alguns voltavam poucos dias após, mais doentes ainda. Hoje,

quando se lhes concede alívio, se lhe s pede apenas que façam esforços por fazer o

bem, há alguém que tenha cumprido sua promessa? Nem uma pessoa desta sala

deixou de falar mal do próximo, pensando: “Ora, é pouca coisa!”. Isso pode fazer

muito mal.

Com. 266 – Quando o MEM nos diz Carolei, que “e coisa grave”, prometer

orar por alguém, devemos pensar que ficamos, de fato, ligados: moralmente, pela

palavra dada, ante a nossa consciência, ante a pessoa que espera (aguarda e tem

esperança!) os nossos pedidos; ante os que ouviram – visíveis e invisíveis -, entre

os quais o nosso Anjo e o da pessoa necessitada. E, fica-se também mais ligado do

que antes ao doente ou aflito. Pois: se já o estávamos, mesmo que não

conhecêssemos, pelo fato de ser um “semelhante” (primeiro laço), criou-se novo laço

quando soubemos da sua existência e aflição; e, um terceiro laço cociente e

voluntário este, fica criado no instante em que prometemos orar. Ninguém se

admire, pois: nem dos benefícios recebidos, se oramos pelo doente; nem das dores

ou dificuldades que nos transferem, para ajudar de fato o necessitado e para pagar

parte do pedimos; e tão pouco se admirem os que cessam ou esquecem de pedir,

se alguma coisa desagradável lhes acontecer: não há culpa sem sanção, nem

pagamento sem moeda de alguma espécie! – Por isso também, no fim do E. 211, o

MEM aponta que, os que tendo prometido “procurar não falar mal” para, nesse

modo, acumular bem em beneficio alheio, traíram a promessa, podem fazer muito

mal: é evidente, já que, além de não cumprir e por tanto defraudarem ao necessitado

e aos invisíveis, ainda comunicam ao doente, pelo laço tríplice que com ele mantêm

o mal que contem. É uma espécie de contagio, de infecção. Esse, Carolei, o mistério

do E. 211, nesse aspecto.

Há outra faceta muito importante. Na quanta edição francesa, o texto original,

tomado na Sessão de Lyon, de quinta-feira, 16 de novembro de 1893, diz “ici,

lorsquón est lere”, que traduzi para “aqui, quando estamos em pé” (pág. 118, I Vol.).

Na quinta edição francesa, a pág. 139, foi trocado o termo "em pé" (levé) por

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223

"presente", Possivelmente, pana muita gente não tem, ou não parece ter

importância, Mas tem Carolei. Tem, para não deformar a realidade histórica e a

fidelidade da Transmissão; isso, em primeiríssimo lugar! - E, do ponto de vista do

ensinamento, ver-me-ei obrigado há ser um pouco indiscreto e mostrar algumas

diferenças existentes entre as várias posturas para orar.

De modo geral os que seguem a via oriental, na qual a meditação e a oração

estão Intimamente unidas, oram na própria posição que cada um tenha adotado

para meditar (das 84 mais correntes na Ioga), se for iogue, Geralmente, será nas Do

Loto, do Fogo, etc... E, não sendo nessas, será na universalmente sentida, em modo

espontâneo: prosternado. Mas, é de toda evidência, Carolei, que ninguém - salvo

refinado farsante - oraria prosternado sem estar num profundo estado de humildade,

- reverência – devoção ou adoração. Ora, isso sendo pouco freqüente em todas as

longitudes e latitudes, deixá-lo-emos para a espontaneidade dos grandes

devocionais... que não precisam das minhas indicações!

No Ocidente, a posição para orar e nas igrejas em geral: sentado ou em pé

(mulheres e homens respectivamente) nas partes mais demoradas das cerimônias e

para os momentos mais elevados (se possível!) todos estão de joelhos, tal como -

assim o espero, Carolei - Você e eu estávamos, em criança, ao pé da cama, junto à

nossa mãezinha, aprendendo a orar e com o coraçãozinho, batendo mais forte!...

Quem nos dera Carolei, pudéssemos sempre tornar a senti-lo assim, quando nos

propomos orar!…

Aliás, há certo segredo técnico, que não vem ao caso já que este livro é de

doutrina geral, com relação aos centros dos joelhos. E, sem ir até o extremo de certo

Amigo nosso que, cada dia, ora durante uma hora ajoelhado sobre milhos, para,

sentir dor, física, creio que nessa postura e como se sente mais facilmente

humildade, recolhimento, devoção, etc.

Existem também, Carolei, muitos modos de orar em pé, Desde os menos

elevados, por assim dizer, que seria o dos homens aos quais, em muitos templos do

Ocidente, deixa-se estarem assim, para que as mulheres disponham dos bancos –

de sentar, e de ajoelhar. Ao outro extremo das preces em pé, teríamos as

espontâneas e tão vibrantes quanto a prosternação. O desenho D. 7, da página ao

lado, é muito expressivo em tal sentido, Quem ora, aí, não é o homem de carne. É o

ser espiritual, que o nosso querido Narendra, discípulo do Rio de Janeiro, fez

espontaneamente e nos enviou com outros desenhos. Há nessa composição real

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224

intuição do fenômeno da prece. A base até parece comentário dos Ensinamentos do

MEM: a essência da prece - chama ou vapor, no desenho -, surge da cruz, da fé em

Cristo e no valor do sacrifício; do lírio, o esforço de pureza, ambos conjugados pelos

espinhos: a "Coroa do Cristianismo" e, em cada um de nós, veremos no E. 247, o

valor que o MEM assinala ao sofrimento com, Resignação, para que as preces

sejam ouvidas.

D. 7 – A Oração sem palavras...

E o ser espiritual, o nosso espírito pode elevar-se, evolar-se para as regiões

da Graça, erguendo por impulso de "coração, alma e corpo" como recomenda o

MEM... - a esse mesmo corpo que se estende e distende, num gesto de entrega e

adoração à Providência, da qual descem os Raios de Graça, que, entrelaçados com

os de amor que o humano irradia, formam outra vez o eterno hexagrama

misterioso...

Existe, porém, Carolei, uma outra forma de orar em pé. Além de que, pelo E.

211, vemos que Ele fazia com que os presentes às sessões orassem e pedissem

em pé, podemos verificar a pág. 42 do I Vol. que, quando ele mesmo voltava pela

segunda vez, orando (como comentei no Tema As Sessões - II Vol.), ordenava:

"Levantem-se". Em seguida, prescrevia recolhimento por alguns minutos e uma

invocação a Deus... E, a pág. 173 do dito I Vol. - está referido aquele caso tão

instrutivo: "Quando Chapas, em pé, levantou a mão para começar o Pater..."

Fig. 14

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225

De fato, Carolei, estar em pé, não é apenas estar numa situação ou posição

que, por menos cômoda que sentado, não incita à modorra ou desatenção, senão

que devemos estar em pé: erguidos, solenes conscientes, decididos e responsáveis,

e, levantando a mão direita aquele que dirigir a prece coletiva, ergue uma verdadeira

tacha de luz e, na misteriosa linguagem dos Anjos, é como se dissesse: aqui estou

eu, pequeno verbo encarnado, que, com toda humildade mas com, toda

Consciência, vou escrever para sempre na luz que me rodeia e no éter que circunda

esta Terra, isto:... a prece, promessas e pedidos... - E, Carolei, os Anjos e outros

invisíveis registram tudo isso! – Compreende-se assim melhor, porque os

Cavalheiros, os militares do espírito, oram em pé. Decididos, conscientes, humildes

e entregados, tanto quanto um semidemônio pode sê-lo. As cadeias de prece,

também são feitas "em pé", pelos que lhes conhecem o mecanismo.

Os Seres que Ouvem as nossas preces.,.

E. 744 - Uma prece que não é ouvida por Deus, pode entrementes ser ouvida

por outros Seres, que então nos ajudam para que as nossas preces sejam ouvidas. -

Em primeiro, lugar, perdoar aos inimigos e agradecer ao Céu. É preciso, para isso,

estar no caminho da calma e não fazer-se preocupações. É necessário fechar-se

com chave. Que o corpo e o espírito seja um - manter-se assim 24 horas se for

preciso para tal.

E. 391 - A prece só, não pode nos salvar, mas ela dá lugar ao nosso anjo da

guarda para nos conduzir. E necessário orar com freqüência, antes de dormir, ao

acordar, e finalmente elevai a vossa alma a Deus,

E. 746-b - Há seres cujo pão é a prece; ela é-lhes necessária como o ar é o

vara nós.

E. 243 – Se nosso senhor viesse à Terra e entrasse nesta sala, acreditar-se-

ia nisso? Não, Pois bem, mais vale crer sem ter visto, porque seria tarde demais

para orar. Mas quando oreis, tende cuidado de lançar longe de vós o rancor, e

quando disserdes: "Perdoai-nos as nossas ofensas como perdoamos", entrai em vós

mesmos, não querendo mal a ninguém, porque aqueles que não vedes, mas que

estão encarregados de transmitir a vossa prece, ficariam escandalizados. Lavai as

vossas mãos antes de orar, não com a água e sabão, mas de todas as impurezas, e

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226

então a vossa prece será ouvida, e se não for totalmente, Deus, que sabe o que

precisamos, vos dará outra coisa por acréscimo.

Com. 267 – Além da reiteração das condições morais para orarmos (perdão e

as anteriormente vistas), o MEM indica como necessário estar no caminho da calma.

Outra indicação de sentido múltiplo: no caminho, ou pelo menos "a caminho"; e,

mais tarde, no caminho, trilhado somente pelos que cultivam ou têm a calma. O

meio, Ele nos outorga também: renunciar a fazer-se preocupações. Não é Carolei,

tornar-se indiferente, morno! – E o oposto: viver, trabalhar, lutar, fazer o que nos é

possível, porém sem desesperanças, sem desânimos: com fé e entrega. Logo, é

preciso fechar-se com chave; não apenas o nosso oratório, mas sim a mente que

deve ficar livre dos pensamentos rotineiros, Fechados com chave, a tudo que é

material e da vida mecânica do dia, e abertos, o mais possível a tudo quanto é

espiritual, necessidade alheia, amor aos Anjos e a Deus, etc... Para os que querem

seguir a Via – de fato – o MEM dá o conselho: manter-se assim 24 horas, se

necessário!

E, após ressaltar que a prece só não salva - sem as obras! - o MEM nos

aponta os seres que nos ajudam para que elas, prece, seja ouvidas, como o nosso

anjo que assim “tem por onde nos agarrar”, ou seja: por um material que é a da sua

tenuidade e modulo vital, além da possibilidade moral: se pedimos vara sermos

protegidos, ou dirigidos, ou repreendidos e exigidos, ou por terceiros, o Anjo tem o

dever de transmitir a prece, sempre e quando: ela seja sincera e concentrada não

distraída, que é ofensa!- e, com mãos limpas, isto - é, sem ter "coisas muito graves a

se reprochar" e, ainda, tendo-se lavado das inevitáveis falhas mediante: sincero

arrependimento, pedido de perdão ao Céu antes da prece, completados por decisão

de reparar e não reincidir.

No E. 746-b, há um segredo sobre a Vida dos Anjos: alimentam-se pelo peito,

como já expliquei no tema correlato. Por isso, a prece, alimento emocional espiritual

é, para eles, como o trigo para nós. Essa a razão do "como", usado pelo MEM. - E,

além desses Seres, superiores a nós, mas, aos quais provemos de certo alimento,

como os animais e vegetais fazem para conosco, há também os que são menores

do que nós e que precisam das preces humanas:

E. 735 - Orai e vigiai! - Vigiemos para que não sucumbamos à tentação do

demônio que nos empurra sem cessar para o mal. Oremos do fundo do coração,

porque há em nós seres insaciáveis que saciam-se com a prece.

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E. 748 - Orar em casa, sempre. - E preciso "trancar-se com chave". Que o

corpo, o espírito e a Alma sejam um. - Permanecer - 24 horas, se for preciso para

atingir a esse estado. As células dos nossos lábios são responsáveis. E alguma

coisa muito grave e muito grande, o fato de orar.

E. 31 (d) - A prece desatenta é, para os seres invisíveis que a ouvem, ou

pouco caso. Deve-se orar em casa. Ao acordar, pedir para não ficar zangados. Se

tomarmos a menor partícula do nosso corpo e for dividida em mil, cada uma dessas

partes tem um espírito.

Os seres que estão dentro de nós precisam ir para o templo, dentro do nosso

coração, para ouvir preces. Um mau pensamento nos impede orar; é um escárnio

para esses seres; é nesse coração espiritual onde está depositada a centelha de

Deus que nos corresponde fazer crescer.

Com. 268 - Orar concentrados é atento, com consciente unidade. Manter-se o

tempo necessário para chegar ao estado ele Oração. Vigiar durante o dia, e na

própria prece, para não cair em tentação, injustiça ou distração. E tão grave o fato

de orar, que o instrumento da prece, toma-se responsável, célula por célula (isto

veremos mais amplamente no tema Responsabilidade celular). Essa chavezinha (do

homem e do Universo!) nos permite compreender porque cada partícula dividida em

mil, tem espírito... e quem são, esses seres que estão dentro de nós e vão ao

Templo do coração espiritual... Carolei: Você sabe da sensação de dor e indignação

que ressentem os humanos quando, em algum templo, vão para assistir a uma

celebração (missa, batismo, encomendação, ou qualquer outra) e vêem o oficiante

distraído, apressado, indiferente ao que faz! Por que seria diferente, para esses

habitantes da nossa cidade ou mundo individual, dos quais somos sacerdote ou

semi-deus? Medite um pouco, compare e... aplique! - Por isso disse o MEM a Papus,

certa vez:

E. 837 – “Entre dois seres, um que ora e outra não, aquele que ora tem uma

utilidade muito grande no invisível, porque ele nutre espiritualmente a certos seres

que vivem só das preces humanas.”

Em temas especiais, voltaremos sobre esses pequeninos seres que animam

a matéria... Por agora, julgo útil, Carolei, Você poder observar, pelo menos com os

olhos que lhe emprestam, fraternalmente, os Videntes Místicos, como é a prece, nos

seres da Natureza:

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V. 24 - "Quando um Gnomo ou alguém ora, todos os seres que estão perto o acompanham..."

Pela visão acima, Carolei, já recebemos uma boa lição não acha Você? - Se

não acha, ponha-se a orar no meio da Rua do Ouvidor ou de qualquer outra

"civilizada" artéria de uma cidade crista... depois me conta. E, agora que Você já

levou uns quantos “sustos místicos” nesta obra, atrever-me-ei a avançar um

passinho mais, com Você.

Sabe que há, no mundo dos elementos seres que cuida dos vegetais e "dos

bichinhos" - como dizia a Oração das Crianças? Sabe, Carolei amado, que há,

também, nesses Reinos, manifestações Do Plano Divino como era a Cruz no galho

do pinheiro, e como, em modo muito mais emocionante, foi dada, a GRAÇA, à

pequena Monja Sarah, de ver o que via o Gnomo, nesse fato místico do

Bosquezinho Sagrado do Retiro... Contemple bem a lâmina as cores e compare-a

com o texto da Vidente, a respeito do qual só comentarei este fato, normal para

quem conhece os hábitos dos Gnomos que, quando são dos que conviveram

longamente com certos homens (tipo, nação, raça) terminam por aspirar a usar sua

linguagem, como nós aspiramos a usar os idiomas sagrados que vêm do Verbo dos

Anjos...

Fig. 15

Fig. 16

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229

V. 25 – O Gnominho Anjo da Guarda do Ratinho e de outros Seres, adora uma Manifestação Divina no Reino

correspondente.

(Visão N. 25): A Oração e a Devoção no “Reino” dos Gnomos.

“Os galhos, folhagens e os troncos dos arvoredos, esfumam-se como

fantasmas assustados, dentro da escura madrugada ao “chegar a Grande luz”“.

“Ajoelhado, em profunda devoção, o Gnominho transfigura-Se; o etérico do

seu etérico expande-se numa nebulosidade de suave celeste; o formoso óvulo roxo

que, envolve sua cabecita, envia lampejos ao Céu”.

“E o ratito, seu companheirinho inseparável, que deve ter sido despertado e

atraído para junto dele... veio orar também”.

....................... .......................

“Padre mio,

Tu Gloia es infinita!

Mi devoción tan pequena,

Oh, Dios de mi corazón!”

“Gracias Te Doy,

Padre mio,

Porque me hás enseñado

A amar y a orar! Amén!”

....................... .......................

Eu podia, pelas circunstâncias do "estado" em que me encontrava, e pela

primeira vez, ver a visão do Gnominho;

O maravilhoso Ser de cabelos verde-dourados, semblante meigo, olhos

verde-azul profundos. A magnífica auréola de luz ao redor de sua cabeça e a

famosa "vibração" multicolorida, com uma espiral no centro, donde saíam as 4

"asas" verde-douradas.

Formosa luz se projetava do centro desta espiral, irradiando-se sobre o

Gnominho. A chegada dessa visão produziu um som semelhante a um farfalhar de

asas ou de folhas.

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230

E, neste instante em que termino o desenho e o relato (às 11:40 dia 4-8-58)

percebo o Gnominho batendo palmas de alegria, no que é acompanhado pelo seu

amiguinho, - o ratinho.

“Estado devocional intenso e gratidão profunda. - Nota: o Gnominho estava

ajoelhado sobre tecido branco. (ass.: Sarah).”

Carolei; um último comentário sobre tão notável fato e relato: quantos

homens, salvos de perigos graves - como provavelmente o foi o "ratito"-, não tem,

contudo gratidão suficiente para poder vir orar junto a seu Anjo da Guarda...

Utilidade social ou coletiva da Prece

E. 739 – Se ficásseis pelo menos um meio-dia sem ter maus pensamentos,

palavras más, sem falar mal dos ausentes, sem julgar a ninguém, a prece que faríeis

depois, seria ouvida pelo Céu. Tenho dito a miúdo: “Mais vale não orar do que orar

mal, pois se orais após ter feito mal a alguém e dizeis “Amo a meu próximo”, dizeis

uma maneira e as mentiras estão formalmente proibidas pela lei do Céu”.

Orai, porém, pois ainda que não fôsseis ouvidos, por terdes, logo antes,

zangado ou cometido qualquer outro pecado, pela prece melhorais o mal que

acabais de fazer, Todos os vossos maus pensamentos, todas as vossas palavras

inúteis serão outros tantos obstáculos que acharei um dia no caminho para o Céu.

Sede completamente desinteressados. Se estais doentes e pedis a cura, em

vossas preces, que não seja para retirar disso proveito ou satisfação pessoal, e, sim

para que outros além de vós possam ser beneficiados.

E. 749 – Pedis a minha proteção, mas não posso mais que vós, protegerdes

alguém. Vindes aqui, ficais aliviados. Uns vêm por doenças, os outros por penas

morais, mas todos vós pedis alivio. Conservai-vos por algumas horas com bons

sentimentos, o espírito virado para p bem. Deus disse: "Quando estiverem vários

reunidos em meu nome, ser-vos-á concedido o que pedirdes"; Deus também disse:

“Ajudai-vos uns aos outros”, seja pela prece, seja por qualquer outro meio. Ireis me

prometer ajudar a esta senhora e pagar pela sua criança, fareis esforços por ficar 24

horas sem falar dos ausentes. E esta senhora para vos agradecer pedirá ao Céu,

alívio, para todos vós.

Com. 269 – Ao E. 739: medita-lo será provavelmente, Carolei, e ressaltei três

palavras nele... três coitadas palavrinhas, na infinita multidão de palavras inúteis,

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231

que cada um de nós achará como obstáculos a superar, no caminho do Céu! Por

isso, Carolei, cultivam espontaneamente o silêncio os seres que têm vida interior. E,

também por isso, aquele provérbio sarva: "Quanto mais vazia a lata, mais barulho

faz". - Do fim do E. 749, surge à indicação do MEM sobre a utilidade coletiva da

prece, cuja chave para eficiência está no inicio... do 739. - Veja também, Carolei, a

N. 91, na qual está explicado o mecanismo das Cadeias de Prece apoiando labores

magnéticos...

V. 26 – Plenilúnio out. de 1956 – Visão em profunda adoração à Virgem...

E. 247 - P: Como fazer, para pedir?

R: Não tendes lido nas Escrituras, e não disse Jesus: "Quando pedirdes e

estiverdes reunidos (em números), estarei no meio de vós”. Pois bem, não estamos

todos aqui para esse fim? As pessoas que muito sofrem, quando forem para o outro

lado, poderão logo aliviar, e já deste lado, uma pessoa que tenha sofrido muito com

resignação, pode mandar ao mal que se afaste, e ele se afastará.

Com. 270 - E, aqui achamos Carolei, a continuação dos segredos da prece.

De onde vem o PODER das preces, dos mortos, e dos vivos. Assim explicam-se os

fatos produzidos por aqueles que, como Jesus e o MEM, tendo sofrido durante

séculos por nós, tudo podem, quando pedem ao Céu. E, em escala descendente, o

poder das preces dos Santos, de um Gandhi, de um Swami Subrahmanyânanda,

Fig. 17

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232

etc. - E, ainda e sempre: que, na falta de grandes luzes, pode-se reunir em série,

uma quantidade de velinhas. Não importa que haja alguma fumacinha, Carolei, a

soma das luzes produz-se igualmente. Assim a dos sacrifícios, do amor das preces

coletivas e das promessas coletivas cumpridas. E, agora, vejamos o ensinamento do

MEM, sobre a Prece, subir através dos planos...

E. 714 - BIS - "É necessário rogar e agradecer. Pode-se orar em qualquer

parte e em qualquer momento, porque Deus não esta jamais longe de nós; somos

nós que às vezes nos mantemos afastados dele... Basta pedir do fundo do coração,

sem formula sábias, pois que procurando em qualquer parte, nos milhões de

mundos e de sóis semeados pela mão do Pai, jamais se achará nada melhor que a

Oração dominical; e se não ousais vos dirigir a esse Pai tão bom, rogai a virgem e

ela apresentará a vossa súplica ao seu Filho, que a aceitara”. “No entanto,

acrescentava o nosso herói, para que a vossa voz suba até o Céu, é preciso ser

pequenino: o Céu só escuta aos débeis”.

Com. 271 - Após o resumo de instruções, feito pelo MEM no início de tal

ensinamento, nos brinda a afirmação dos milhões de mundos e de sóis, e a

confirmação do valor da Oração dominical, que veremos adiante. Quando a Virgem,

a essa Virgem sobre A qual nos dissera que se deve orar a Ela, lembremos também

o fato luminoso em todos, os sentidos, Carolei!... que nos revelou a Encarnação do

Elcito (I-53): "Tua prece, Criatura bela entre as criaturas, foi então elevada à

existência real por uma lágrima da celeste Virgem, e eu nasci...". - Veja novamente,

Carolei, essa página, e a oração do MEM PHILIPPE antes de descer... e o milagre

dos Anjos que nascem como encarnação de certas Preces, por intercessão, da

Virgem!

E, Carolei, quando é um pequenino quem ora à Virgem, veja como responde

o Plano da Providência, o Raio da Virgem, a Corrente de Compaixão, a Luz da

Universal Devoção. Veja como oram os humanos sinceros e como é a luminosa

manifestação que enche a alma do devoto-vidente, de mística alegria...

O texto dessa visão, vivida na cerimônia de Plenilúnio de outubro de 1956 no

Abram, diz assim:

“Sobrepujando o vasto horizonte como quem se sobrepuja à dor ou à morte.

“Ao azul do Infinito se mistura o azul das águas tranqüilas. Sobre elas um

rosário de contas...

“No céu, um outro, - de Estrelas!

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233

“Ondulando sobre a superfície azul - uma melodia qual lima suave queixa de

sons tão doces e ternos!

“Em segredo, eu murmuro:

"AVE! MARIA."

E. 31 (e) - A humildade é necessária para que a prece seja ouvida. As preces

fios homens são ouvidas e ultrapassam o departamento da matéria, desde que

Jesus Cristo se fez carne.

E. 745 - Orai e Vigiai, O Céu pode TU DO!

E. 320 (fim) - Sim. E se algum dentre vós tem fé, tudo lhe é possível: fazer

chover em tempo de seca, parar o vento que sopra e isso três horas após tê-lo

pedido, e até instantaneamente, se for preciso. Mas por que ter medo, sempre

medo? Estou diante de vós e estou atrás de vós. Fui antes e serei após, e onde quer

que eu esteja, estou em casa, e eis porque, quando aqui estais, estais na vossa

casa.

Com. 272- Esse Imperador, Carolei,é aquele que dera a Chapas a corda de

nós, para estar uma hora por dia "em seu quarto", até chegar ao nó em que estaria

ante o Espírito Santo! Esse, Carolei, o Imperador que inspirou a Papus as palavras

que estão sobre o túmulo da F. 22:

"A Prece é o grande Mistério e pode, para aquele que percebe a influência do

Cristo, Deus vindo em carne, permitir receber as mais Elevadas influências em ação

no Plano divino".

A ORAÇÃO DOMINICAL

Com. 273 - Vimos a páginas precedentes, Carolei, no E. 714-Bis, que o MEM

recomendava em modo especialíssimo, usar do Pater - o Pai Nosso - quando não se

estivesse orando em modo espontâneo, improvisado e "sem fórmulas sabias", como

dizia Ele. Poderia parecer, então, desnecessário comentar o Pai Nosso, oração que

todos conhecem no mundo ocidental. No entanto, acontece que os próprios

Evangelhos são provas evidente, e muito sugestiva de vários fatos:

1.º) Que as versões dadas nos diferentes Evangelhos variam entre si, como

por exemplo as que são atribuídas a S. Mateus (VI,1-13) e a S. Lucas (XI, 1-4). Isso,

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234

sem entrarmos a considerar que o MEM já nos explicou que os Apóstolos nunca

escreveram eles mesmos, nada disso tudo!

2.º) Entre as versões católicas e as protestantes, há diferenças que podem

ser ponderáveis, inclusive a muito importante do versículo final - em uso pela Igreja

Reformada -, em S. Mateus, que nas versões protestantes inclui: "mas livra-nos do

mal, porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. A "parte que

grifei é muito importante, vinda do ensinamento profundo, e tanto os Gnósticos como

os Kabbalistas, a usavam; porém completa e clara, como a darei logo adiante.

Achamo-nos, assim, diante de duas evidências: a primeira, que pela forma em

que a Oração Dominical é dada, na versão S. Lucas, se vê que o que importava dar

ao povo, era o sentido geral. É até interessante reproduzir o comentário da "Versão

Crítica" da Bíblia, da Pontifícia Universidade de Salamanca:

A fórmula conservada por São Lucas, é mais breve que a transmitida por São

Mateus (6,9-13). A brevidade pode explicar-se de duas maneiras: ou porque o

Mestre, sem ater-se a uma fórmula fixa, a deu aqui mais breve, ou porque o

evangelista ou seu informador quiseram dar a substância antes que a fórmula

precisa (o grifo e a versão brasileira, são nossos).

A segunda evidência, é que há sentidos mais elevados; que se tornam

"esotéricos, ocultos", pelo simples fato de que nem – todos que recitam o Pater, os

percebem. Daí resulta também que muitos procuraram estudar os sentidos

profundos do Pai Nosso, como veremos depois. - E, com o já exposto, também

ficarão mais claros os ensinamentos do MEM PHILIPPE, que darei adiante, mas que

devo preceder com esta observação: na 5.º ed. francesa, págs. 159 e 160,

aparecem os mesmos que publicarei, porém com pequenas diferenças.

A razão de tais diferenças é que preferi publicar o texto tomado de

Révélations (págs. 202-203), porque nessa obra está grifado e precedido desta

observação: O Senhor Olivier (Chapas) tomou então um livro grosso, mais

exatamente um muito volumoso caderno, um registro, de capa preta de tela, e cujas

páginas eram manuscritas e foi lendo lentamente: Eis o que foi dito a Papus, na

sexta-feira 27 de setembro de 1901 (seguem-se os ensinamentos sobre a Prece a e

sobre a Oração Dominical). E, logo, a pág. 203, o autor de Révélations, após o texto

grifado, escreve:

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235

"Quando terminei de tomar as minhas notas, o Sr. Olivier deixou de lado seu

livro, etc..." - o que indica a fidelidade da reprodução, único motivo que me fez

preferir esta fonte.

Finalmente, devo indicar que, para não romper a bela seqüência dos

ensinamentos do MEM sobre a Oração Dominical, cito antes de reproduzi-los, a

parte que parece ser um comentário do próprio MEM em Révélations estava após as

três linhas iniciais do E. 715. - Tal ensinamento comentário diz assim:

O Pater foi dado a alguns daqueles aos quais se falava, para encorajá-los. Ele

é ainda a prece da maioria, e isso porque sempre há almas, seres que não vemos

que estão presentes e aos quais essas palavras fazem refletir (meditar, pensar). São

eles que nos induzem em tentação. No momento em que oramos e pronunciamos

essa frase, eles que nos atormentavam, se recobram e se dizem: "Mas, por que nos

entretemos em fazer mal a estas crianças?". - Porém, o verdadeiro soldado que

deseja ir para diante, não deve dizer: "Não nos induzais em provação".

Com. 274 - Carolei, Você terá observado que o MEM aponta que, em sua

opinião o Paler foi dado para alguns e que, até deveria já ter sido substituído por

nova forma, ou pela oração espontânea, mas que segue sendo necessário para a

maioria, pelas razões que o MEM dá, e que significam especialmente que: todos nós

ainda somos tão relativamente impuros e crianças que, perto de nós, junto a nós,

dentro de nós, acham-se quase sempre esses seres, ou essas almas, que nos

induzem a tentação, e que a Oração Dominical afasta... até o próximo erro nosso!

Também se vê Carolei, pelo final do trecho citado, que se refere ao final do Pater, e

foi essa a razão pela qual a retirei do início, em que se acha intercalado em

Révélations, como já dito.

E. 175 - Oração dominical - QUE O VOSSO NOME SEJA SANTIFICADO. É

um preito que prestamos a Deus, ao iniciar a nossa prece. Não se deve procurar

outro sentido.

Esta prece que nos vem do Céu pelo filho, não pode pronunciar-se sem que

aquele que a diz do fundo do coração esteja unido em intenção com Nosso Senhor.

Quando pronunciamos: DAI-NOS HOJE NOSSO PÃO, isso quer dizer “dai-nos o pão

da alma que é o sofrimento". O sofrimento é a nutrição da alma, como o trigo é o

alimento do corpo. Se nos alimentamos, é para viver, e a vida da alma é a sua

comunhão com Nosso Senhor.

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Como comungar com Ele? - Dando pelos nossos irmãos uma parte da nossa

felicidade como Cristo tem dado Sua Vida para fazer-nos participar da Vida Eterna,

até que o menor de entre nós tenha chegado ao Reino dos Céus, no qual o

sofrimento é transmutado e torna-se alegria (júbilo).

Os interesses materiais não devem entrar em consideração no Pater, porque

Deus provê a todas as nossas necessidades materiais. O pequeno inseto que não

diz a prece, não recebe a vida?

NÃO NOS INDUZAIS EM TENTAÇÃO. Essas palavras nunca foram dadas,

mas têm sido muito pronunciadas. NÃO NOS DEIXES SUCUMBIR NA TENTAÇÃO.

Eis o que se deve dizer. Deus não pode ser o autor das nossas tentações, mas Ele

permite que Satã nos tente a fim de que sem ele nada somos. A tentação à qual se

resiste é o melhor meio de trabalho, mas não devemos expor-nos a ela para

avançar. Aquele que quer salvar sua alma perde-a. Todo homem trabalha porque

tem dentro de si, ao mesmo tempo em que os sete pecados capitais, as Virtudes

que lhes são opostas.

Com. 275 - Não farei grandes comentários. Carolei, porque não somente é

tudo muito claro, como ainda: ninguém procure mais do que precisa saber, já que

poderia perder sua calma e, como todos temos dentro de nós, aqueles sete pecados

e virtudes que lutam, às vezes alternativamente, outras simultaneamente, em

nossos instintos, sentimentos, pensamentos e até em nossa região que acreditamos

religiosa ou ideal, darei então, simplesmente, diferentes versões do Pater, que se

completam e comentam umas pelas outras, além dos esclarecimentos que cada

uma traz. Estão em ordem crescente de dificuldade de compreensão. Mas, o MEM já

nos disse que a versão de todos conhecida é “o melhor que há em milhões de sóis e

de universos", ou seja: apta para salvar à maioria das almas!

Oração Dominical

(Versão: Mateus VI, 1-3 ou S.Lucas XI, l-4, com as variantes grandes entre o

texto latino-e o dos fiéis, nos Missais Católicos, e ainda maiores nas versões

Protestantes, reunidas).

“PAI nosso que estás nos Céus; santificado seja o Teu Nome; venha (chegue,

advenha) - a nós o Teu Reino; feita seja a Tua Vontade, assim na Terra como no

Céu. - O pão quotidiano (de cada dia) dá-nos hoje; perdoa as nossas ofensas

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(dívidas) como perdoamos aos nossos devedores (os que nos ofenderam). – Não

nos deixes cair (ou não nos induzas, ou não nos metas) na tentação; e livrai-nos do

Mal (ou do Malvado, ou do Pecado). – Porque teu é o reino, e o poder, e a glória,

para sempre. – Amém”.

O Pater clássico e completo

(ressaltando o que deve ser meditado para compreender)

"PAI nosso que estás NOS CÉUS; Santificado seja o TEU NOME; advenha a

nós, o TEU REINO (isto é:) feita seja a TUA VONTADE, assim na TERRA como no

CÉU. O PÃO DE CADA DIA SUCESSIVO (do grego: epiusion: vindouro, ou seja:

conseqüência) dá-nos hoje: perdoa as nossas dívidas como perdoamos aos nossos

devedores. Não nos deixes cair na tentação; e livra-nos do Mal. Porque teus são a

Coroa do Poder, e o Reino; a Justiça e a Misericórdia, pelos Eões. Amém."

O Poder espontâneo, numa celebração Expectante:

"PAI nosso, que estás em todos os Céus, santificado seja o Teu Nome; Que

possa advir em nós o Teu Reino, quando façamos a TUA Vontade e que ela seja

feita nesta Terra como neste Céu, e no céu da nossa alma como na terra do nosso

corpo! O pão de cada dia, da tríplice experiência: material, moral e mental, de que

tanto precisamos nos dá também hoje! Perdoa as nossas ofensas (à tua Santa Lei) -

como perdoarmos, e como perdoamos aos que nos ofendeu em nossa pequena

personalidade! Não deixes que nos ponham em tentação, porque cairíamos logo!

Mas livra-nos de todo mal! Porque tua é a Coroa do Eterno Poder e do Infinito Reino,

e da Tua infalível Justiça inseparável da Tua inesgotável Misericórdia, através de

todos os Ciclos de Geração de Seres, como de Mundos!

Om et Amen!"

Adaptação do Pater ao Ideal

(Imagem do Pai, no mundo Moral)

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“Ideal realizador que és em meu Céu interior - Que teu nome seja

manifestado pelo devotamento - Que tua influência evoluidora seja realizada - Que

teu domínio se estenda em meu corpo, como estendido é no meu coração.

“Manifesta-me cada dia tua presença certa - Desculpa as minhas debilidades

- Como perdoa às dos fracos mortais, meus irmãos.

“Preserva-me das miragens da matéria perversa, mas livra-me da

desesperança - Porque tu és a Realeza e o Equilíbrio e a Força, na eternidade da

minha Intuição!”

O Pater, adaptação à Verdade

(Imagem do Pai no mundo Intelectual)

“Verdade viva que és em meu Espírito imortal - Que teu Nome seja afirmado

pelo Trabalho - Que tua manifestação seja revelada – Que tua Lei chegue na

matéria Como ela chegou em o Espírito.

“Dá-nos cada dia a Idéia criadora - Perdoa-me a minha ignorância, como

perdôo a dos ignorantes, meus irmãos.

“Preserva-me da Negação estéril, mas livra-me da dúvida mortal. - Porque tu

és o Principio e o Equilíbrio e a Regra, na unidade da minha Razão.

(Principio paterno de redenção no mundo Material,

mundo no quais os versículos negativos tornam-se

positivos, e reciprocamente, diz Papus.)

“Ó Sofrimento benfazejo que és na Raiz da minha encarnação. Que teu nome

seja santificado pela coragem na prova. Que tua influencia seja compreendida. –

Que teu fogo purificador queime meu corpo como queimou minha alma.

“Vem cada dia evoluir a minha natureza indolente. – Vem destruir a minha

preguiça e meu orgulho. - Como destroem a preguiça e o orgulho dos pecadores,

meus irmãos.

“Preserva-me das covardias que poderiam incitar-me a te afastar, porque só

tu podes me libertar do mal que criei!

"Porque tu és a Purificadora, e a Equilibrante e a Redentora, no ciclo das

minhas existências!"

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O Pater, adaptação Kabbalística

“O Iod criador que és em Ain-Soph. - Que Kether teu Verbo, seja santificado -

Que Tiphereth esplendor do teu reino, emane seus raios – Que IAVE Tua lei cíclica,

reine em Malchuth como ela reina em Kether.

“Dá cada dia a Neschamah a iluminação de uma das 50 portas de Binah. -

Opõe a Misericórdia infinita de Chesed às cascas que crio em minha Imago quando,

desconhecendo uma das 32 Vias de Chocmah, emano o rigor de Ruach para os

meus irmãos.

“Preserva a Neschamah das atrações de Nephesche livra-nos de Nahàsch.

“Porque tu és Mêsch, O Princípio ou EL; Tiphereth, o Esplendor criador ou

IOD; e Iesod, A Matriz, ou MEM, - nos ELOHIM!

Com. 276 - Assim, Carolei: pelo Pater, cada um de nós emite o voto que, para

nos e por todos, santificado seja o Nome, pelo respeito que da Lei se tenha: dentro

de nós mesmos, sobre esta Terra e nos Céus físicos, astrais e superiores que a

rodeiam; assim como nas partes correspondentes que nos compõem. Que nos seja

dado trigo para o corpo; prazer e dor, facilidade ou oportunidade e dificuldade ou

sofrimento, como precisamos. Que saibamos perdoar, para sermos perdoados. E

que só nos chegue à quantidade de mal e de tentação a que possamos resistir ou da

qual nos possamos: soerguer com a Ajuda do Pai e de seus Anjos. E, com as

adaptações de tão maravilhosa Prece, a todos os atos e modos da nossa vida

interior e externa, isto é: de relação com os seres que nos habitam e em nós

evoluem; assim como, com os que nos rodeiam e os que nos dirigem! – Que assim

seja! Amém.

Com. 227 – E que todos possamos aprender a orar, com ou sem palavras,

admirando em tudo a Lei, a Sabedoria, o Amor e a Presença (Nome) do Pai, porque,

Carolei: “Só se ama bem aquilo ou aquele que se admira”. – E, para Você ver como

os poetas também oram “à sua maneira” – como diz o rito expectante – e até na

forma mais moderna do linguajar e do pensar, vejamos uma versão livre de um dos

Salmos das Canoniais de Gerard Murail... (N. 166)

(N. 166) A Transmissão dos Ensinamentos do Tema A PRECE e ORAÇÂO SOMINICAL deve-

se: à 5º ed. francesa: E. 734, 735, 737, 738, 739, 742 (1º versão), 747, 748, 749, 750 e os 751 e 752 em suas primeiras versões. – As Sessões de Lyon, devemos: os E. 205, 211, 243, 247, 320 (fim),

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NONA

Quando as águas dormem o batismo torna a descer

onde sono nenhum, só o último, sabe da fonte

Spira com forma pela crisma e pelo sangue

a sombra encarnada que segue o correr do Sol.

O Muito Excelso Mestre e o “AMAI-VOS...”

MURMÚRIOS (N. 167)

Que espera o meu coração junto à duna?

Cansado está de amar sem resposta.

O amor nada sabe do amor.

Quem decifrará esta runa?

E. 193 - P: Acederíeis em nos fazer amar ao próximo? 365, 384, e 391. – A Révélations (transmitida de Chapas através de Michel de Saint-Martin): E. 607, 714, 715, 742 (2º versão), 743, 744, 746 e 746-B, assim como os E. 751 e 752 em suas segundas versões. – Papus nos transmitiu, pelo seu Manuscrito, o E. 31, que eu dividi nos incisos a) até c) para situar o que correspondia a cada parte estudada. Porém será fácil verificar no I Vol. págs: 94 e 95, que não se alterou nem uma vírgula. - De La Réincarnation, pág. 120, ternos o E. 837 - De Papus mesmo temos: A Prece... (Sobre seu Túmulo) e texto que figura em diferentes obras suas; mais recentemente, acha-se em L'INITIATION. Ano 27, n. 6, pág. 275, ao pé dos “conselhos a um recém chegado, desejando estudar ocultismo ”. – As adaptações do Pater, feitas por Papus, figuram no Vol. 28, Ano 8 (julho de 1895) págs. 98 a 103, de L'INITIATION e são as:ao Ideal, à Verdade, ao Sofrimento e a Kabbalística. - A Sevânanda poder-se-á creditar: as Orações das Crianças, o Pater completo e o Pater espontâneo numa celebração expectante. - De Chapas, ainda, pela via de Maurice de Miomandre, temos o E. 548 (L'INITIATION, A. 27 - N. 5, pág. 236). - A Sédir devemos a transmissão do E. 714-BIS, do Vol. I, pág. 73. - À "Versão Crítica" da Sagrada Bíblia devemos o texto de S. Mateus e a indicação relativa ao "pão do dia vindouro" (pág. 1.569), assim como o texto de S. Lucas e as razões dadas para explicar a sua brevidade e ligeira diferença, em comparação com a de Mateus (pág. 1682); já citei, na Nota 131, que essa "Versão Crítica" é de Bover S.J. e Cantera, feita sobre os textos, hebreu e grego, sob os auspícios e alta direção da Pontifícia Universidade de Salamanca; a segunda edição é de 1951, com 2057 páginas, da "Biblioteca de Autores Cristianos" - Madrid.

E, finalmente, Carolei, Gérard MURAIL é o autor, não somente de Psaumes des Heures Canoniales, mas também de PORTULAN, um livro de alta poesia moderna que, na opinião dos entendidos, faz prever para seu autor um lugar de primeira fila entre os poetas franceses contemporâneos. A este respeito, não sei se vale à pena indicar que SPIRA - que cá no Brasil seria espira - é o nome latino que o Poeta parece ter escolhido para designar à alma. O dicionário diz: espira - cada uma das voltas da espiral...

(N. 167) - "MURMÚRIOS" e "AMOR", são duas poesias- que se acham neste Tema, em versão livre - de Christian de MIOMANDRE. A primeira vem da pág. 17 de PENSEUR & JOUVENCELLE e, a segunda, de CHOIX DE POEMES (ver a N. 45 a respeito desse Poeta, discípulo de Chapas). O Termo runa refere-se a um tipo de caracteres, usados por povos célticos, que tinham em comum com os hieróglifos, o ter diferentes sentidos, acessíveis segundo a sagacidade e espiritualidade de quem os gravasse e decifrasse. Daí que, poética e simbolicamente se use runa como designando inscrição ou dito misteriosos.

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241

R: Mesmo que o pudesse não o faria. Pois assim uma planta é cultivada e

trabalhada pelo jardineiro, assim somos educados e cuidados pelos Invisíveis, e

assim como a planta chega pelos bons tratos a produzir flores, assim para todos nós

chegará o momento em que colheremos os frutos de tantos sofrimentos.

E. 194 – Eis uma pessoa que tem muitos aborrecimentos, e que também,

como alguns dos presentes, quando está em sua casa, sozinha, fala em voz alta.

Isso não é proibido, pois temos certeza de que não nos respondem, ou melhor, dito,

se não ouvimos a resposta, é porque nosso cérebro não tem suficiente lucidez para

percebê-la.

E as pessoas que ouvem os espíritos lhes responderem podem agradecer a

Deus. Sim, especialmente se tais espíritos, pelas suas respostas, zombam de Vós.

Não é só: se tudo não acontece no sentido da resposta, não queremos suportar a

adversidade e dizemos logo: "Não há Deus; isso e impossível; isso que me acontece

é injusto." - Nem uma das pessoas presentes deixou de ter uma vez ou outra este

pensamento, e, no entanto, eu vos afirmo que, melhor do que não fazer nem o bem

nem o mal, é fazer o mal, pois o Evangelho diz: "Toda árvore que não der fruto será

lançada ao fogo." E quando se faz mal ao vizinho, são economias que se junta e que

nos serão devolvidas um dia.

E. 195 - P: Que precisamos fazer para nos tornar melhores?

R: Amar ao próximo como a si mesmo.

E. 196 - P: Mas então, se for necessário tanta perfeição, após quantos

milhares de século entraremos no Céu?

R: Para fazer o bem, o tempo está ante vós. Sabereis quando estiverdes em

condições de voltar ao Reino do Céu.

E. 619 – O que nos impede de progredir, é o orgulho, o egoísmo, duvida. Por

enquanto só temos a fazer: esforços por amar ao nosso próximo como a nós

mesmos. Se pudéssemos consegui-lo, avançaríamos a, passos de gigante!

E. 313 – (parte) - P: Por que não podemos amar ao próximo como a nós

mesmos? – R: É O ORGULHO QUE VOS TOLHE!

E. 236 (parte) - Mas é bem difícil amar ao próximo como a si mesmo.

– Não

– A gente faz o que pode, gostaria, mas não pode. (Outra pessoa diz): Eu creio

que se pode, mas não se quer.

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242

– O MEM: Sim. Essa senhora disse a verdade. O que falta são os esforços, e o

que os paralisa, é o orgulho.

E.69 - Aquele que chegasse a amar ao próximo como a si mesmo saberia

tudo.

E.837 - Uma criatura de Deus, um ser bastante puro para sacrificar-se por

qualquer de seus irmãos e para esquecer imediatamente seu sacrifício, conhece

tudo sem estudo. Interrogará a qualquer ser e este lhe respondera; a estrela revelar-

lhe-á o seu segredo e a pedra deste muro dir-lhe-ão suas virtudes e ele decifrara, na

fisionomia dos homens, os seus atos e os seus pensamentos. Deus nos convida a

todos para recebermos esse privilegio, por meio da paciência e do amor ao próximo.

E. 254 - Todos podem ser livres, comprara nossa liberdade, e mandar então

no que quisermos, porém isso, unicamente amando ao próximo como a nós

mesmos.

E. 620 - Se encontramos infelizes, devemos ser sua providência, ajuda-los

segundo os nossos meios, pois cada um deles é um irmão. Quando tivermos

necessidade, o Céu estará conosco e tudo que pedirmos nos será concedido.

E. 621 – O Amor de Deus está em nós; eis porque deve-se amar ao próximo

e amar-se-á a Deus do fundo do coração.

E. 296 - Eis uma mulher que está sempre com medo de não trabalhar. E

porque trabalhar?

Alguns dizem para juntar riqueza.

Sim, essa riqueza que se deixa porque não é possível carrega-la. Há de fato

uma que se pode levar, oh! mas tão pouquinho, que pouco há que carregar. Haverá

alguém que cumpra suas promessas! - É difícil amar ao próximo como a si mesmo, e

contudo é fácil: Amai menos a vós mesmos.

E. 241 – Aqui está uma pessoa cujos filhos estão doentes. Um dos filhos diz

muitas vezes à sua mãe: Mas está louca. Aquele que trata aos seus pais de doidos

não entrara no Reino do Céu. Procurai, vós que sois mães, conservar a

preponderância, o direito de dirigir os vossos filhos, pois é preciso que, todos,

respeitemos nossos pais. É preciso amar os irmãos. Ah, bem sei, aqui são todos

bonzinhos, ninguém faria mal ao outro. Não vos estou dizendo que não defendeis os

vossos interesses, porém se tendes uma demanda com o vizinho, eu vos juro que

não entrareis no céu senão quando amardes ao inimigo como a vosso irmão.

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243

E. 135 - P: Como poderemos chegar a amar ao próximo como a nós

mesmos?

R: Pelo sofrimento. Ninguém pode compreender o próximo, nem aliviá-la, se

ele mesmo não sofreu; ainda mais, é preciso sofrer sem se queixar, enquanto o

sofrimento puder ser suportado e só pedir alívio; quando ele for insuportável. Leva

isso muito tempo? Claro que sim! Mas, não há pressa; ainda mais, ajuda-te e o Céu

te ajudará. Assim, um beberrão, que se esforçar por deixar de beber, pode estar

certo de que será ajudado a não mais beber.

AMOR A todos meus amigos tenho dado

Farrapos sangrentos de mim mesmo,

Tenho dado meu coração apaixonado

Que odeio quase tanto quanto amo.

Tenho fixado seus olhos assombrados

Na espera de umas palavras supremas...

Mas seus corações eram balizados.

Pelas cruzes de pau de seus sistemas!

Giravam sobre si mesmos, vãos,

Como cavalinhos circenses

À deriva na chuva bronca.

Nenhum aceitava por piedade

O puro tesouro da amizade...

E minha garganta soluça rouca.

Com. 278 - O amor nada sabe do amor! De que Amor poderia saber o

humano amar, tão limitado em todos os sentidos? Será então preciso passar pelo

processo já indicado no E. 790 e Com. 146; será preciso passar pelo sofrimento que

o MEM nos aponta no E. 135, e pelo que o Poeta nos descreve em "Amor", e pelo

que ressaltei em Advertência... e, por tudo quanto calo! Carolei, melhor e não deixar

o coração estourar e nem a dor explodir, quando a gente ainda tem alguma coisa

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244

para fazer. Desculpe, sim, se continuo..., sem mais Comentários a este tema!... (N.

168)

*.. * ..*

O Muito Excelso Mestre e as CONDIÇÕES DAS CURAS

E DAS GRAÇAS, SOB A BALANÇA MORAL...

Com. 279 - Eis-nos chegados, amado Carolei, ao fim da terceira parte desta

obra. Com este tema, completar-se-á o que devem saber e viver os que, sem

pretenderem possuir conhecimentos extraordinários, isto é, fora do comum dos

mortais, desejem, de coração, tornarem-se muito úteis a seus semelhantes!

Eis-nos chegados, também, ao ponto em que terá de lembrar sempre,

Carolei, que este tema, melhor dito: o que ele expõe para ser vivido está

intimamente ligado a todos os temas precedentes, e a cada ensinamento neles

contido, mas, com especial e direta relação, com a prática de: bondade, perdão, não

maledicência, caridade, amor fraterno até onde podemos - com real esforço - e

depois e acima de tudo isso - aceitar as dificuldades o a vida com resignação, lutar

contra as tentações e pedir que nos seja dado sofrer, não somente para equilibrar -

pagar - o que moralmente devemos, senão também pagar uma parte do que está

pesando excessivamente sobre os ombros de nossos irmãos.

Eis-nos chegados, pois, ao ponto em que Você terá que tornar a ler esta

página, até estar intimamente convencido de que, sem um sincero desejo de

procurar vivê-lo assim, mais vale não procurar nestas atividades que, muito embora

seja em certo modo um dever para todos nós, também são sagradas ao ponto de

constituírem o início do Caminho que leva àquilo que Sédir chamava, tão exata e

nobremente, “o ministério do milagre”.

Eis-nos chegados, ainda, Carolei, ao ponto em que se aceita que A PRECE

só pode ser praticada depois de ter procurado, sincera e esforçadamente, por

(N. 168) - A Origem dos Ensinamentos do Tema AMAI-VOS..., é a seguinte: O E. 69 vem do M.

Papus. - Os E. 135, 193, 194, 195, 196, 241, 254 e a parte citada do 313, são das Sessões de Lyon, assim como a parte reiterada do E. 236, que já foi citado no Tema O PAI - Os E. 619, 620 e 621 são da 5.º ed.francesa. – O E. 837 é da transmissão de Sédir, ver I Vol., pág. 74. - Convém também ver a pág. 79 do I Vol. as fundações de assistência, os órfãos criados, e mais dádivas do AMOR do MEM... que surgem em tantos de seus Ensinamentos espalhados por todos os Temas desta obra!...

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245

diariamente em ação, os modos de conduta, acima exarados como resumo da

doutrina do MEM.

Eis-nos chegados, também, à hora solene da vida, em que o ser humano já

não deposita a fé na medicina material apenas, mas sabe, sente, aceita e agradece,

que a Providência é quem nos cura, quando o merecemos, tanto como merecemos

sê-lo, e pelos meios que tenhamos também merecido: da faca ou da pílula, até o

passe magnético ou a verdadeira cura, a única real: pelo perdão das culpas que

geram as doenças.

Assim, Carolei, os que se interessarem por: levar à prática alguma coisa dos

meios de curar, que neste tema se comentam, deverão fazer um estudo sério de

quanto ficou dito nos volumes e temas precedentes, assim como daquilo que

ensinei, com base no que o MEM nos outorgara, sobre a Balança Moral, em Yo que

Camine… – Aqui, porém, os ensinamentos, os exemplos, os pormenores relatados,

são tão eloqüentes que permitem a todos compreender. Quanto a vivê-lo, o que se

expôs e o que irá ser escrito, deixam bem evidentes os modos é as condições.

Alguns comentários surgirão ainda, quando oportunos. .

E, desde já este: o MEM nos disse, em temas anteriores (Os Mornos) que:

“quem não têm inimigos nunca fez o bem”, etc. E, Carolei, é bom lembrar isso, antes

de alguém querer iniciar o esforço de se preparar para Curas Místicas. Bastará

lembrar que, antes de chegar à altura do MEM, isto é, contra os que curam pela

Prece e o Magnetismo, como o célebre Harry EDUARDS - que já curou a mais de

um milhão de pessoas, de perto e de longe - já se evidencia a oposição de médicos

e cleros a reconhecer os fatos,-como ainda recentemente ficou claramente provado. (N. 169)

Assim, pois, Carolei, se Você e outros se dispuserem a procurar seguir a

senda dos que curam, convirá fazê-lo somente pela prece, pois isso não somente

coloca acima e fora do alcance da perseguição clerical e médica, como conserva ao

que pretende ajudar ao semelhante nessa forma, na obrigação de se manter em

condições de poder obter a Graça.

(N. 169) - Veja, Carolei, a flagrante que constitui a contradição destes dois fatos: um, que Harry

Educards, além de ter o testemunha quase que universal, de suas curas tão notáveis, ainda provoca declarações tão insuspeitas como esta, por partir de pessoa experiente e que não foi lá pedir cura, senão verificar: “A SENHORA DE BENAVIDES VIU A HARRY EDWARDS CURAR A VÁRIAS PESSOAS EM FORMA INSTANTANEA” é o titulo do pequeno artigo seguinte:

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246

Que Graça? - Melhor dito: que parte de onde? - Bastante vimos nos temas

precedentes, Carolei, que O Céu concede, por Seus Agentes Virtuosos – como

Cristo Jesus, A Virgem, o MEM, etc. - as ditas Graças. Porém, para que Você

perceba ainda melhor, certo aspecto do mecanismo de tais Curas, lembrarei o

seguinte:

No E. 31 (c) (A. PRECE), o MEM nos apontava que, quando humildes, as

preces dos homens são ouvidas e ultrapassam o departamento da matéria, desde

que Jesus Cristo se fez carne, ou seja: podem agora subir além do círculo Astral

denso que rodeia esta Terra e, por aquele Caminho que vimos que Jesus-O-Cristo

pagou e abriu, elevam-se... em direção à Divina Graça e, mais especialmente - por

simples afinidade eletiva, diríamos - para a Força Medicatriz de Deus, setor

comandado por RAFAEL, na Iª Jerarquia: ASSISTENTE, no Plano Celeste (E. 822 -

OS ANJOS).

E. o 5.º Coro: as VIRTUDES: Força invencível na ordem da natureza: Graças,

milagres, Curas milagrosas. - Acho que tudo está muito claro, Carolei, inclusive

porque sem Virtudes humanas, não se obterá a Graça, das correspondentes

VIRTUDES CELESTES!

A Paciência humilde, também é necessária, pois vimos que Papus, ao

inaugurar a Escola de Lyon, naquele discurso que seu coração fez ramalhete de

flores de gratidão ao MEM PHILIPPE, dizia: espero que, dentro de dez anos, saberei

curar. Isto é, Papus

———— Conta à senhora E. C. de Benavides: - Edwards é baixo, gordo, de cabelo branco, porém a

pele do rosto aparece lisa e brilhante. Está curando. Há mais de 20 pessoas ainda, esperando turno, em atitude reverente. A mim, cedem a cadeira mais pertinho dele. Tenho em mão papel e lápis, porém os meus olhos ficaram pregados em suas mãos e não pude escrever nesse tempo, nem uma palavra. Vi a 4ª pessoas com os dedos das mãos em diversos graus de paralisação. - E, com suaves massagens, lhes devolveu o movimento, fez que o cumprimentassem que apertassem sua mão. Mãos que tinham anos de estarem tolhidas! - Vi uma corcunda, com a cabeça metida nos ombros, seu olhar anelante para o rosto de Edwards, que lhe dizia coisas engraçadas. Deslizou sua mão direita pela coluna deformada. - Seu ajudante lhe emprestou apoio com a, perna e o abdômen, e com as mãos nos ombros enquanto Edwards com uma mão no esterno e outra na região dos rins, combinaram a pressão. As vértebras estalaram e a corcunda desapareceu. E tudo em dois ou três minutos! A um paralítico de uma perna, com 14 anos de padecimento, deu-lhe uma massagem, moveu-lhe as articulações e ficou boa! Etc. (De Cumbres e Abismos, por E. C. de Benavides - Editorial Cuauhtémoc, México, 1957 - reproduzido em VOZ INFORMATIVA (A MELHOR REVISTA ESPIRITA CIENTIFICA), Nov. de 1958.)

O outro fato, o contraste trsti, a má fé dos Brouardel de ontem e de hoje: Na Inglaterra, uma comissão arquiepiscopal, constituída por 14 médicos de nomeada, fora encarregada de axaminar o que se refere à CURA ESPIRITUAL. Depois de 5 anos de trabalho, nos quais Harry Edwards e mais outros se submeteram ao exame das provas, com uma série de curas extraordinárias em casos

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247

"incuráveis" como a leucemia, o câncer, doenças da espinha dorsal e outras, apareceu agora o relatório final da comissão.

Nele está suprimida qualquer referência às provas obtidas, com a evasiva seguinte: "um exame dessa natureza não estava dentro do quadro do trabalho (da comissão)". - Os certificados apresentados eram tão afirmativos que: NEM A IGREJA, NEM O SINDICATO DOS MEDICOS QUERIAM DEIXÁ-LOS VIR A PUPLICO!!! (Da Revista Curadores Espirituais de Londres, julho de 1958, reproduzido também em Weltraumbote de nov. - dez. de 1958, etc.) Calculava em dez anos o esforço para se pôr em condições de poder pedir e obter a

Graça de Curar,seja perdoando ou, coisa mais ao nosso alcance, pedindo ao

paciente um esforço e fazendo, por nossa parte, o esforço completar, além de

estarmos prontos a endossar o que ele não cumpra. . .

Assim Carolei, creio que agora poderemos, sem muitos comentários,

examinar, meditar e aplicar, os Ensinamentos e os Fatos relativos às Curas Místicas.

E. 54 – Toda cura é paga, seja por nós mesmos ou, voluntariamente, por

outrem substituindo-se a nós. (Versão mais ajustada embora equivalente à do I Vol.)

E. 53 – A medicina espiritual, não atua nos casos em que nenhuma obra

meritória foi feita. Então, a medicina material ainda pode atuar.

E. 482 – Para fazer passes magnéticos, etc... (Tema: Magnetismo). . . Pela

prece é mais fácil, porém nem sempre alcança-se bom êxito.

Com. 280 - Honorários de médico, ou balança moral, sempre teremos que

pagar, ou alguém, por nós, ou devolvermos a quem nos emprestar o dinheiro:

material, vital ou moral ou a terceiros para compensar. E, certos tratamentos

excepcionalmente caros têm que ser pagos adiantadamente. - Ao 53: a medicina

espiritual nada pode, se o paciente não tem mérito - crédito moral de reserva - e, por

isso é necessária a medicina material, para a maior parte dos pacientes e das

doenças (pacientes materializados e casos bem materiais de doença). - Ao 482: o

magnetismo requer maior esforço que a prece, porém, sendo uma espécie de

transfusão vital, isto é, sendo mais material que a prece, cura em casos de pacientes

que não teriam estado de graça suficiente, ou não se disporiam a fazer o esforço

necessários. Daí a conveniência de saber operar com diferentes alturas de

tratamento. O próprio MEM dava, por isso, desde remédios alopáticos até um

lacônico "Ide, o vosso doente está curado!".

E. 476 – O mal que for curado sem que os pecados sejam perdoados, apenas

está adiado, aqui curamos perdoando os pecados e o mal conta como se tivesse

sido sofrido.

E. 681- Pode-se obter a cura: 1º) Fazendo o doente prometer alguma coisa;

2.º) Dando a absolvição completa quando se tem qualidade para fazê-lo.

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248

E. 216 - Há lá uma pessoa (é uma moça) que estava bem doente e que está

passando bem melhor. Para isso ela me fez uma promessa.

E. 217 - P: E tais promessas, se não se as cumpre?

R: Aquele que as recebe endossa uma responsabilidade e depois se arranja

com o Céu.

E. 280 - Eis uma senhora que tem o filho doente. Quereis me dar muito? o

vosso filho será curado (a pessoa chora) e mais, mesmo se uma criança doente

estivesse morta há alguns minutos, há um grande médico que poderia fazê-la voltar.

Com. 281 - O pedir a promessa ao doente, é coisa muito delicada. E

necessário discernimento, para saber não somente o que deve: defeitos, vícios,

desavenças, etc. sendo preciso especial cuidado para averiguar isso, sem chocar ao

paciente, sem tomarmos posição de juiz nem de censores, e sem passar,

posteriormente, a de mexeriqueiros. E um segredo, maior que o do médico, que o

considera apenas obrigações profissional; ou do confessor, para quem é assunto de

disciplina eclesiástica. – Para nós, deve ser, acima de tudo, e acima mesmo do

aspecto confiança e confidência, por parte do paciente, o de praticar o único segredo

que o MEM nos pediu para guardarmos: o concernente aos erros alheios.

Além disso, será preciso agir com realismo, isto é: não pedir um esforço maior

do que o paciente pode realizar, pois se passamos da dose, a culpa da não

concessão de graça e de cura será nossa, e bem poderíamos adoecer - da mesma

doença, ou passar por desgostos iguais, análogos ou equivalentes aos do doente,

ou, simplesmente, seremos postos em tentação, para cairmos e vermos com

fôramos severos para com outrem e brandos e ilusões para conosco!

Finalmente, não esquecer, que já apontei a necessidade de apoiarmos a

promessa e o esforço do necessitado, com algum esforço ou sacrifício nosso, assim

como deveremos apoiar suas preces por nós e por outros, com as nossas sinceras e

perseverantes orações. - O E, 217 é claro: quem pede e recebe uma promessa de

um doente ou necessitado a endossa: se ele não pagar, teremos que pagar por ele,

ou seremos arrastados a protesto ante o Cartório do Destino, como já expliquei

antes (O Destino).

Ainda, no E. 245 (Tema O Cristo) havia partes que resumo aqui:

“Todos podeis vos aliviar, vos curar uns aos outros pelo magnetismo sobre as

partes doentes, e pedindo a Deus, Mas, para ser ouvido, é preciso não ter rancor

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249

contra ninguém e amar ao próximo como a si mesmo”. (Torne a ler o E. 245,

completo, Carolei!).

Agora, os casos e meios de cura tornar-se-ão luminosos para os que

estiverem em condições de preparar-se. Faço votos, Carolei-zinho, que Você esteja

entre esses!

ALGUMAS DAS CURAS OPERADAS PELO MEM,

EM LYON

E. 323- Dirigindo-se a uma senhora: Sim, o vosso doente melhorará, e sabeis

por quê? Porque foi bom, porque sempre deu bons conselhos, e embora tenha tido a

miúdo no fundo do coração um fermento de ateu, não divulgou sua crença.

E. 342 - E a dignidade, o que fazeis dela? Ainda freqüentais uma pessoa

pobre, mas, se vos encontrardes com uma moça que, tendo saltos altos demais, deu

um passo em falso, ah! essa a lançareis bem longe. Assim também, se foi um rapaz

que o deu, e se vos pedir socorro, e se o julgais e lho negais, será preciso que a

mesma falta seja cometida pelos vossos netos. Porém, embora conservando vosso

pensamento íntimo de julgá-lo mal, se não fizerdes caso disso e o socorrerdes,

como a outro irmão, isso vos será levado em conta como se o aliviásseis sem julgá-

lo.

E. 303 - Dirigindo-se a um rapazinho: Gostaríeis de ver a memória voltar?

Pois bem, que daríeis a Deus para isso?

– Oraria.

– Oraríeis. É inútil. Isto é, podeis orar; é sempre bom elevar a própria alma.

Porém não é isso que Deus pede para lhe agradecer. - É preciso fazer alguma coisa

que prove que amais ao vosso próximo, ou então fazer o sacrifício de uma

propensão, de um defeito. Tendes compreendido?

– Sim, Senhor.

– Quereis, então; prometer-me não mais dizer mentiras?

– Sim, Senhor.

– Pois bem, neste instante a memória voltou.

E. 509 – (Quarta-feira, 21 de junho de 1899) Curas em grandes números de

doenças diversas, pedindo sempre como pagamento: esforços por amar ao próximo

como a si mesmo; nunca falar mal de ninguém especialmente dos ausentes;

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250

exigindo dos celibatários que se casem e "comprem" crianças, ou tomem algumas a

seu cargo; dos casais novos, promessa de aumentar a família. Fez (o MEM)

prometer a um casalzinho novo terem três filhos mais para obter a cura do primeiro

que é aleijado das duas pernas.

E. 510 - (Segunda-feira, 29 de janeiro de1900) O número de doentes curados

de diferentes enfermidades seria longo demais para descrever; seria preciso

escrever volumes para fazê-lo; entre outros, um homem jovem, de uns trinta anos,

com câncer em cada lado da pança estomacal, que não podia mais comer, nem

andar, ao qual os médicos disseram "não haver nada mais para fazer", que foi

curado ao prometer melhor comportamento (passional).

E. 570 - Tenho Observado outras curas muito interessantes. Citar-vos-ei

algumas. Foram "operadas" por um homem que considero como um Mestre

verdadeiro. Trata-se de Philippe de Lyon. Eu estava lá, com outros dois médicos,

quando chegou uma mãe, de vinte a vinte e dois anos de idade, carregando nos

braços uma criancinha de cinco anos, com a cabeça pendida e os olhos vidrosos.

Ela disse a Philippe: "Meu filho deve morrer dentro de duas horas; e, como me

salvastes a vida há dez anos, venho vos pedir que cureis a meu filho".

"Éramos três médicos para examiná-lo e descobrimos um caso de meningite

tuberculosa muito pronunciada. A criança tinha que morrer. - Mas, devo dizer-lhes

agora, como operava Philippe. Havia sempre lá, perto de duzentas pessoas. Philippe

não era nada "posudo". De caráter cheio de bonomia, sempre fazia rir a seus

doentes. Então, diante dessa gente toda, Ele disse ao ver a criança que tínhamos

examinado: "Pode-se curar a este menino. Quereis vos comprometer todos, a não

falar mal dos ausentes durante três meses?". - Todo mundo pulou e respondeu que

isso não é possível! – Regateando, chegou-se a duas horas. Eu, nunca consegui

ficar duas horas sem falar mal dos ausentes! Pois bem! Philippe disse então: "Está

combinado! Ireis procurar não dizer mal dos outros, durante duas semanas. A

criança estava num "quartinho" ao lado. Nó fim das duas horas, eu fui buscá-lo.

Tomei-o pela mão e ele deu a volta a sala toda, comigo; estava curado.”

Com. 282 - Temos assim, Carolei, uma série de casos eloqüentes: no 323 a

cura foi obtida pelo esforço moral que quem, assim, evitou a praga social de

propagar o ateísmo, destruidor da fé, isto é, da razão de ser da vida. – O 342,

mostra o crédito moral dos que: ou freqüentam e ajudam às moças seduzidas, por

um pouco de coqueteria demais (saltos altos: coqueteria e vaidade, poética e

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251

suavemente apontadas pelo MEM junto com o indício material... na época!); ou

ajudam ao rapaz que uma vez foi expulso ou condenado, por alguma falha, etc. Se,

no E. 342 está a indicação do castigo (destino criado) para os que condenam e

afastam os culposos, em lugar de os ajudar a se recuperarem, moral e socialmente:

benefício individual e coletivo (sempre o conceito utilidade, que o MEM ressalta!),

por outra parte, os que procedem acertadamente nesses casos; formam assim,

economias no Banco, ou Balança Moral, tornando-se curáveis pelas Curas Místicas,

com maior facilidade. - No E. 303, vemos ao MEM considerar que: o livrar alguém

pelo próprio esforço! - do vício de mentir, e à coletividade da propagação da mentira,

merece a Graça de ser devolvida uma faculdade perdida! Claro está que nós não

poderíamos dizer como Ele: "neste instante, a vossa memória voltou" (seja a Luz, e

a luz foi!). – Mas, postos ante idêntico caso, poderíamos propor ao interessado este

negócio: Você vai orar por todos os que mentem, para que possam disso se curar,

assim como por todos os que perderam a memória, e aos quais isso dificulta ganhar

a vida (utilidade social e sofrimento individual) e nós vamos orar ao Céu e ao MEM,

como Você, pedindo para que sua memória volte, se assim for considerado

conveniente por Aqueles que Sabem (ou pela Providência, ou pelo MEM, etc.: usar

da linguagem adequada ao necessitado).

No 509, temos, além, o preço: três filhos mais, por um aleijado a ser curado;

nós, que não sabemos, como o MEM, "pesar" com exatidão, teríamos que pedir:

aceitar todos os filhos que o Céu lhes mande e não mais evitar que venham... Só

esse caso 509, bem meditado, faz compreender que o MEM condena o aborto,

assim como a negativa de ter filhas, o que se explica pelo seu Ensinamento que: nas

famílias numerosas, como já comentei, é onde há oportunidade de nascer pelo

menos uma alma cometa, para soerguer aquela família! Sempre o conceito: utilidade

coletiva, solidariedade! também evidentes nas outras modalidades de promessas do

509.

O 510 comove pelo que ressaltei do que a mística e carinhosa Marie nos

relata: seria preciso escrever volumes!... (faça a conta, Carolei: 30 anos, e Papus

disse que sempre havia lá 200 pessoas!...).

No 570: Papus, sempre generoso, procura comover ao leitor, para que este

tenha a emoção necessária para receber a semente do conhecimento espiritual.

Depois, dá os pormenores que resumo assim: havia a gratidão alimentada durante

dez anos pela jovem Mãe, que conservara tal reconhecimento e sua fé; havia perigo

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252

de morte; havia a utilidade para fortalecer a fé dos presentes; havia muita gente

(utilidade maior!); havia três médicos; houve a sinceridade, realismo, transparência,

dos pularam e se negaram a um compromisso por três meses, aceitando um esforço

(procurar; só) de duas horas! - Essa, Carolei, a grande Lição: para fazer curas, ou

quais quer outras coisas, espirituais, nos pedem realismo. Não pretender fazer

coisas extraordinárias no sentido de muito acima do vulgo e das nossas

mediocridades habituais, senão fazermos a mais extraordinária de todas: NOS

VERMOS E NOS AFERIRMOS PELO QUE SOMOS ACEITANDO E CUMPRINDO

O MAXIMO, REAL, DO ESFORÇO DE QUE SOMOS CAPAZES. O Céu não nos

pede mais do que isso, porque “ao impossível, ninguém esta obrigado”, como diz o

rifão.

Claro, também, que no fato 570, estava presente o MEM PHILIPPE! - Será

bom não esquecer esse “pequeno detalhe”... e não cair na pretensiosa asneira de

querer imitar, teatralmente, o acontecido! Mas, se dissermos: “Pois bem, iremos ficar

duas horas procurando não falar nem pensar mal de ninguém e orando por esta

criança”, assim como continuaremos fazendo diariamente pedidos e tal determinado

esforço, para apoiar o esforço – tal – dos pais, temos a certeza de que o MEM (o

Céu, Jesus, etc...) concederão o que for possível e oportuno. Com real fé... e real

esforço, conseguem-se muitas coisas, Carolei-zinho! – E, Você observou a modéstia

pessoal de Papus, no 570?

CASOS DE CURAS CONTEMPORANEAS

Com. 283 - As Historias 27 e 28, seguintes, destina-se a lhe outorgar, Carolei,

principalmente isto: ambas mostram que a Proteção ou a Presença do MEM é

"permanente"; a singela entrega e bom coração, assim como o desprendimento da

boa mulher da H. 27, são tão comoventes quanto à devoção, perseverança e fé, do

compassivo Jedidiah, da H. 28, história que contém alias um ramalhete de virtuosos

ensinamentos de todo os modos e níveis!...

H. 27 – O RAPAZINHO ALEIJADO, DE MONTEVIDÉU

Isto passou-se naquela época das "Consultas na Sede do “Grupo Independente de estudos

Esotéricos”, em Montevidéu.- Certo dia veio uma senhora de Classe social modesta, consultando-me

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253

se poderia ajudá-la a conseguir um emprego público, do qual muito precisava. Após adiantar que não

tinha relações no mundo político partidário local - único caminho para os empregos do erário,- como

sempre! - perguntei-lhe qual era o emprego: costureira num grande pensionato ou liceu

feminino,estadual.

Fiz-lhe ver que, se acedia às condições que iria lhe expor, podia lhe prometer ajuda do MEM

PHILIPPE. Tais condições eram: prometer que, caso viesse a ser nomeada, usaria do emprego para

orientar, aconselhar, as mocinhas do educandário, no sentido de serem boas esposas e ótimas mães,

etc.: que cada noite deveria faze longos pedidos (preces) a Jesus e ao MEM PIIILIPPE (e dei-lhe um

folheto com o retrato do Mestre), no sentido de solicitar "ajuda - para todas as mulheres

desempregadas" e que, quando sentisse de fato que tinha conseguido pedir DE CORACÃO PELAS

OUTRAS, poderia então pedir pelo emprego que almejava (e para o qual tinha-se inscrito candidata)

mas que, ainda assim, deveria acrescentar na prece; que desejava sinceramente que tal emprego

fosse dado a outra pessoa, se esta o merecesse ou precisasse mais do que ela.

Passaram-se umas duas semanas, quando um belo dia vi entrar no lugar, das consultas, dita

senhora, desbordando alegria!: "Como é, perguntei, já tem o emprego?” Não, mas aconteceu uma

causa muito melhor que o emprego! Imagine o Senhor, disse-me, que orei e fiz tudo direitinho como

me indicara, durante alguns dias. Depois, achei que "por via das dúvidas" não fazia mal passar pelo

Ministério, saber se havia algum andamento na minha solicitação. A funcionária que me atendeu,

amavelmente, após verificar que o expediente continuava "parado", pôs-se a conversar, de mulher

para mulher, contando suas mágoa: viúva, pobre, com o filhinho de uns cinco anos, aleijadinho das

pernas - perfeitas de forma, mas não podia ficar em pé por um vício na articulação das cadeiras – e,

me referiu como coitado ficava o dia inteiro na cama, com as figurinhas e a comida que ela lhe

deixava pronta, ao lado da cama, já que ele não podia descer do leito, até que a mãe voltasse.

“Já nem pensei, mas no emprego! Expliquei tudo direitinho, como o Senhor fizera comigo, e

dei de presente, à coitada dessa mãe, o folheto com o Retrato do MEM PHILIPPE, para que orasse

PELAS OUTRAS MÃES COM FILHOS ALEIJADOS... e... depois pelo dela, etc. e prometi que eu

mesma iria pedir cada noite.

“Dois dias após, pela manhã cedo, a mãe ouviu um grito e correu para o quarto do filho:

gritara porque, ao espreguiçar-se, notara uma OBEDIÊNCIA maior nas pernas, procurou descer da

cama e conseguiu, quis ficar em pé e pôde! Então gritou... e a mãe chegou a tempo de o receber nos

braços após os dois ou três passos que conseguiu dar ESSE DIA, pois a partir do mesmo afirmou-se

e agora JÁ ANDA! - O Senhor imagina, disse-me a boa mulher, como ficamos, a mãe e eu!... Isto

valeu por dez empregos!

Viu, Carolei, como é o coração dos humildes que obtêm as Graças!?

H. 28 - O MEM PHILIPPE E "JEDIDIAH"

"Jedidiah" é um Discípulo e bom Amigo que reside em Montevidéu. Filho de rabino, tendo

feito estudos muito sérios e devocionais, tinha essa sensibilidade que muitos Sepharadis têm. Dotado

de vidência já antes de Ser, Discípulo, a desenvolvera mais ainda com as práticas do Suddha

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Dharma. Casara em condições muito nobres com uma boa moça uruguaia (Mariah). Dotado de

intuição, quase cada noite fazia questão de seguir recebendo palestra instrutiva, após os cursos do

"Gidee"... o que lhe dava oportunidade de nos oferecer café com leite, pois sabia que nem sempre

comíamos o bastante... Era também generoso com os mendigos e ajudava a quem podia. Orava

muito. Certo dia viu cair de elevado andaime a um operário, que foi transportado com a coluna

vertebral rota e mais lesões internas. Condenado a horas de vida, pelos médicos.

Jedidiah se pôs a orar - no seu quarto de meditação - e, subindo de estado em estado, ficou

UMA HORA orando por aquele homem ferido... quando de repente "viu", a incalculável distância, um

ponto luminosíssimo que vinha vertiginosamente atravessando os espaços, em direção a ele,

Jedidiah.

Instantes após, já se distinguia ser uma gigantesca Estrela de Cinco Pontas dourada, que

parou "dentro do quarto", embora não coubesse nele isto é: parte das “pontas da estrela” atravessava

as paredes e penetrava os apartamentos vizinhos. De tão curioso "veículo" apeou o MEM PHILIPPE,

que, após olhar com ternura para Jedidiah, e sem uma única palavra, se pôs frente a ele, na outra

extremidade do quarto e COM OS BRAÇOS EM CRUZ FICOU COMO EM MUDA ORAÇÃO por

momentos... que pareceram Séculos, tal o "ambiente” que lá formou-se. Jedidiah seguia orando, até

que se prosternou de testa no chão.

Pouco após, o MEM tornava a seu Carro de Luz estrelado e atravessava outra vez os rumos

do Infinito. NO DIA SEGUINTE Jedidiah soube que os médicos declaravam "não entender" como era

possível que a espinha JÁ ESTIVESSE, SOLDADA E O HOMEM TOTALMENTE BEM. Tanto, que

voltou ao trabalho dias após.

A PREPARAÇÃO PARA CURAS COLETIVAS, NA “A.M.O”

Com. 284 - Como uma curiosa combinação, entre as antigas curas obtidas

nas "Cadeias de Prece", que vimos no "Relatório do P. do Conselho da Ordem

Martinista, de Montevidéu", com as Curas realizadas nas "Consultas no Gidee" e

com os casos como as H. 27 e 28, surgiu em modo quase inesperado, em começo

de 1949, uma série de fatos mostrando que, sem dúvida alguma, o Poder do MEU

iria mostrar-se novamente, isto é, como uma nova oportunidade dada ao grupo de

"sobreviventes" à dissolução do Gidee e dos trabalhos coletivos da Ordem

Martinista. Eis um fato notável dessa série:

H. 29 - DISPEPSIA. CRÔNICA DE TRINTA ANOS...

Isto aconteceu nos primeiros tempos da "A.M.O." (1949), quando ainda não fora constituído o

"GRUPO DE CURAS MISTICAS", a que irei me referir logo adiante. Estávamos, pois, recebendo as

primeiras instruções do MEM, por meio de intuições, visões, etc... e algumas "experiências" –

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provocadas pelo MEM - deram-se, como a da cura de "Jnanidasa", um "discípulo que sofria de

dispepsia crônica tão grave, desde trinta anos, que estava sempre magro e fraco, muitas vezes

impedido de comparecer ao ganha-pão, "do qual" muito necessitava.

Em certa reunião da "A.M.O.", presentes todos os Discípulos a uma cerimônia mística, eu

recebi - já perto do fim da reunião a ordem intuitiva de tomar entre as minhas mãos um copo com

água, mandando ao Jnanidasa, em tom enérgico que se ajoelhasse, com devoção e humildade (mas

não houve um "discurso" meu em tal sentido, só lhe foi dito: "ajoelha-te, cachorro!", pois ele

necessitava um intenso choque interior, ao que senti pura sacudir suas eternas dúvidas e lamúrias).

Prosternou-se, orando assim, durante minutos em que eu orava ao MEM e transmitia ao líquido o que

sentia fluir em torno e através de mim. Em certo momento, ordenei "Bebe!". Assim foi Jnanidasa

bebendo, sob o olhar concentrado e orações mudas de todos, voltando a seu lugar, para ser

clausurada cerimonialmente a reunião.

No dia seguinte sentia-se "outro homem". Mais um dia e, não mais podendo resistir à

"curiosidade de verificação" (por algo era israelita!) foi a um restaurante e comeu tudo quanto achou

de pior, e que sabia que iria lhe fazer um mal horrível. Digeriu perfeitamente e, a contar dessa data e

por todo o tempo (anos) em que se conservou bem situado, espiritual e moralmente, esteve com

ótima saúde, comendo e bebendo como uma pessoa que nunca tivesse estado doente.

Quando, anos após, abandonou o caminho espiritual - premido pela esposa e por outras

circunstâncias - e que a sua GRATIDÃO não foi suficiente para mantê-lo na Senda do MEM... a

doença voltou, embora menor.

Acho muito instrutivo este caso, Carolei...

O GRUPO DAS "CURAS MISTICAS"

Com. 285 - A contar de 20 de março de 1949, começamos a receber do MEM

PHILIPPE (sempre invocado então sob o nome de "AMO"), as Instruções para a

constituição de um grupo de "CURAS MISTICAS".

Até hoje não foram revogadas, nem modificadas. Nunca foram, tampouco,

transmitidas completamente a ninguém. O grupo que se formou em Montevidéu,

recebeu grande parte; Parcelas menores foram confiadas a grupinhos que, em

Buenos Aires e La Plata, estiveram trabalhando experimentalmente, sendo o

primeiro liquidado por falhas morais e o segundo por introdução mediúnica. O de

Montevidéu cessou sua atividade quando vendemos o nosso “bungalow” de Malvin

em cujo primeiro andar construirá um Templo especial, como já referi.

As Instruções comportavam dois pontos básicos: o primeiro, que somente eu,

ou pessoa por mim designada, poderia aceitar membros para tal grupo, para o qual

fomos designados pelo MEM PHILIPPE e que, geralmente, ELE-MESMO as

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designaria – como realmente aconteceu naquela época, sempre em modos que não

deixavam a menor dúvida para nós.

O segundo ponto compreende tudo aquilo que me vejo obrigado a designar

com o nome de "cerimonial", entendendo com tal expressão, não um ritual simbólico,

cheio de discursos ou gestos prescritos e convencionais, senão normas místicas e,

também, alguns pormenores da ordem física, que deveria servir apenas de base

para celebrarção totalmente espontânea do Ato de Curar.

Felizmente ou infelizmente, Carolei, ainda não foi levantada pelo MEM a

reserva que Ele indicou devermos conservar sobre tais Instruções. Pelo que citei ao

falar do Monastério, ficou claro que, em tais cerimônias estava sempre presente O

Seu Retrato. Que faziam-se "preces em determinadas condições", é cousa também

evidente. Creio que, além desses dois pormenores, ser-me-ia vedado dizer mais,

com exceção disto: o ponto que julgo capital no caso era o de permitir a uma

pequena e selecionada coletividade, operar com a presença do necessitado, fato

que não só movia muito mais a compaixão (o que olhos não vêem, coração não

sente!.. - no caso dos pequenos como nós, Carolei! - pois os Grandes: ou vêem

mais longe ou sentem e acreditam, “sem ver”), como ainda permitia estimular a fé dó

doente que, também, achava-se diretamente expostos aos eflúvios vitais,

devocionais e espirituais, dos presentes: os que aí oravam, etc... e Os que aí vinham

dar a Sua Bênção (Anjos, MEM...?) segundo os casos.

Nunca mais houve, após aquela época oportunidade, ambiente para tornar a

funcionar um grupo de Curas Místicas. É possível que venha a acontecer neste

Retiro, o futuro dirá.

Por agora, Carolei, o que almejo é, pôr sob os seus olhos, juntar a seu

coração mais elementos de compreensão e de sentir. Para isso, nada melhor do que

relatar, singelamente, instrutivos casos vividos pelos componentes do aludido

grupinho...

Sobre a moça da H. 30 posso acrescentar que, ainda há dias, isto é: em

fevereiro de 1959, recebemos notícias, de ter ela uma segunda criança. Já vive, pois

desde DEZ anos, com vida doada pela Graça, e condicionada a manter um "mínimo

exigível" de conduta moral individual e de utilidade coletiva consciente, ambas as

coisas com certo esforço: além do que a rotina da existência quotidiana exigiria por

si mesma, é claro!

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Abra, pois, Carolei-zinho, olhos, ouvidos, mente e coração, como nos

recomendava o MEM que pedíssemos cada manhã, sermos ajudados a fazer! - Até,

não é má idéia pedir para ser ajudado, a perceber o que cada História pode outorgar

Carolei!

H. 30 - CONDENADA A MORTE, CHOLA TORNA-SE MÃE

O mal de muita gente, Carolei, sendo o de querer entender - ou pelo menos opinar! - de fatos cujos

antecedentes e mecanismo desconhece, terei que falar, nesta História e outras, um pouco de Sádhanâ (o que,

aliás, tinha prometido fazer, em temas do segundo volume), para que se compreenda como lhe foi relativamente

fácil tornar-se o que ela é como função espiritual.

Desde a idade de 13 anos, Sádhanâ estudou numa escola profissional na Alemanha, até tornar-se

auxiliar de seu pai e passar, aos 18 anos, a gerir os negócios do mesmo. Em tal atividade, com uma clientela de

nobres alemães, de comerciantes, de judeus também - que abundavam na região em que morava - teve

oportunidade, como sempre diz Sádhanâ, "de agradecer, cada dia, por ter sob os olhos o exemplo de tudo que

NÃO devia fazer"... Uns livros de Prentice Mulford tornaram-se, desde sua juventude, seus livros de cabeceira e

resolveu seguir esse rumo, tomando a Mulford como seu "Mestre", tendo assim uma formação moral e mental

firme, produto de auto-esforço durante dezenas de anos, antes de ingressar na vida "chamada espiritual", no

Uruguai.

Assim é como explica-se que uma moça, de" nome "Chola", tomou-se, com a idade de uns dezoito

anos, aprendiz e empregada de Sádhanâ, que, além de lhe ensinar e dirigir no sentido profissional, também lhe

servia de tutor moral, em diferentes sentidos, já que o ambiente familiar de Chola não era muito favorável. A mãe

da moça era do tipo que no Brasil designa-se como "jararaca". A moça chegara mesmo a furtar diversas vezes

dinheiro da caixa do negócio, até que Sádhanâ organizou uma forma de provar o fato e de poder dar à moça

uma lição enérgica, porém conservando-a no posto, e ajudando-a a soerguer-se, tanto nesse aspecto como em

outros, de vida privada. Tudo isto, Carolei, é muito importante, porque explica como Sádhanâ tinha "raízes no

Invisível" (crédito moral) para pedir por Chola, quando chegou o momento oportuno.

Em certa época, estando já desde uns dez anos com Sádhanâ, a Chola achou um namorado, que

tornou-se logo depois noivo. Mas, nessa mesma época, umas dores que Chóla vinha já sentindo desde certo

tempo, na parte inferior da coluna vertebral, acentuaram-se ràpidamente. Exames com especialistas e

radiografias, mostraram uma espinha rachada, da qual o líquido tendia a escapar, além de outras complicações.

Injeções especiais, feitas por um médico que voltam com curso dos Estados Unidos da América do

Norte, nada resolveram. Cada dia a moça caminhava com mais dificuldade; estar em pé, para seu trabalho, era

cada vez mais doloroso; para dormir, foi mandada faze-lo sobre tábuas e colchão muito fino e duro, pois

qualquer curvatura produzia dores atrozes e perdia o sono. Em casar, nem pensar, pois, após algum tempo os

médicos declaram-na perdida...

Foi então quando recebemos ordem-autorização, de levá-la ao Templo particular que tínhamos em

Malvin. Deveria ir lá sete vezes - uma por semana.

Lá, os nove componentes habituais do Grupo, "operavam", isto é, faziam as operações prescritas, das

quais a PRECE em determinadas condições era a base essencial...

Após a reunião, eu mesmo levava a Chola com o nosso carrinho, até sua residência na Cidade e a

ajudava a subir a longa escada. Sádhanâ ti dispensara de vir trabalhar nos dias que se seguiam às Curas, e

observava-se o curioso fenômeno que Chola dormia até dezoito horas, após tais Curas.

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258

O caráter da Mãe ia mudando, melhorando muito em calma e em compreensão.

O noivo, muito dado a jogo e vida noturna, ia também melhorando o comportamento. Chola mesma fazia grande

esforço de conduta, em diferentes sentidos que nos prometera.

Após a segunda cura, já descia fàcilmente a escada de sua casa, que semanas antes quase não conseguia

transpor. Após a quarta cura, descia correndo! - As noites que se seguiram as quinta sexta e sétima curas,

apresentaram fenômenos muito curiosos:

– Após a 5.º Cura, Chola estando já em sua casa e leito, dormiu muitas horas, até que foi acordada pela sensação

"do ar estar como eletrizado"... e levou um susto regular ao ver uma pessoa, sentada em "posição de loto" (como se

representa sempre ao Buddha), a certa distância de sua cama, e com os dois braços e mãos, em paralelo, dirigidos para ela e

atitude de profunda oração ou concentração... No dia seguinte, Chola nos referia que, se não tivesse percebido logo, que essa

pessoa era... .eu, em corpo fluido, o susto, teria sido bem maior!

– Na noite após a 6.º Cura, Chola (que já se sentia notàvelmente bem, sem dores e trabalhando ativamente), foi

acordada pela mesma sensação já descrita e viu, em pé e junto à cama dela (do lado) a um homem, também com os braços

estendidos e olhando concentrada e suavemente para ela, que sentia-se apoiada. Ela nos descreveu a esse "homem" e quando

lhe mostramos uma coleção de retratos que Chola desconhecia, apontou logo e sem a mínima hesitação a fotografia do

Mestre CEDAIOR!…

– Finalmente, após a sétima e última cura, dormia quando a mesma sensação, mais intensa, a acordou

e viu, ao pé de sua cama, a figura de elevado Talhe (lembrem que, fisicamente o MEM era pequeno) do MEM

PHILIPPE!. . . Chola emocionou-se muito, mas sem "susto" já que tinha o retrato do Mestre debaixo do

travesseiro, desde a primeira cura!... Chorou agradecida!

Resultados observados: a) Pelos médicos: para assombro dos mesmos, a radiografia mostrou uma

coluna vertebral tão ràpidamente e tão incrivelmente bem soldada, com todas as suas anormalidades anteriores

retifica das, que o médico, embora declarando "não entender o milagre", autorizou a Chola até a casar e ter

filhos! (o que, aliás, verificou-se no ano seguinte).

b) por nós e pelos Discípulos: o caráter de Chola mudou, melhorando notàvelmente, e o de toda a sua

família também, inclusive o noivo, que resolveu largar da "boêmia" e casar logo!...

Anos após, tendo Chola cometido certa falta contra a Mestra Sádhanâ (que já estava retirada de toda

atividade profissional e dedicada só à tarefa espiritual), aconteceu que, voltando da rua e de realizar uma coisa

errada, ao abrir a porta de sua casa, tropeçou num gatinho, presente da M. Sádhanâ, caiu e reapareceram

algumas dores... Foi preciso o arrependimento de Chola e fortes orações de todos os do Grupo, para

reestabilizar os resultados. (Viver com saúde emprestada pela Graça, é caso muito sério, Carolei!...)

H. 31 – O IRMÃO DE CHOLA, SALVO DE GANGRENA... E

“PROLONGADO” DE CANCER!

Este caso, Carolei, poderia ser chamado de duplo, ou mesmo de tríplice, tal a curiosa combinação que o

MEM PHILIPPE (então invocado só como "AMO"), provocou, para dar oportunidade a diferentes tipos de

pessoas, de serem beneficiadas.

Em 1950, estando Chola já casada e curada, com filho bem nascido, não tínhamos mais contacto com

ela, senão muito raramente. - Por outra parte, um bom Amigo nosso, o falecido Dr. BELLONI, grandemente

interessado por toda espécie de fatos místicos, contou-nos que em Montevidéu, um outro médico, Professor da

Faculdade e notável operador, radiólogo, etc., tinha-se tornado tão materialista, tão "ateu-propagandista", que

utilizava todas as oportunidades, em sua cátedra, para fazer proselitismo em tal sentido, contribuindo assim para

o aumento da calamidade Bíblica que são os médicos ateus!

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Penalizados com o caso, aceitamos a sugestão do Amigo Dr. Belloni, de provocar um encontro com tal

médico, a quem chamarei de "Ofendido", pois, no jantar - num restaurante sossegado - em que estivemos

reunidos os três casais; Dr. Belloni e Senhora, Dr. "Ofendido" e Senhora Sadhanâ e eu, conseguimos descobrir

que a raiz do mal, era que o Dr. Ofendido tivera uma filhinha, a quem viu adoecer sem poder vencer a doença

pela ciência. Ficou tão indignado com Deus (como é que pode fazer-ME isso, a MIM!) que, não obstante os

rogos de toda a família e da própria menina negou-se a que tivesse qualquer assistência religiosa vindo á

fa1ecer nessas condições.

Todos os nossos argumentos forram mais ou menos inúteis e a conclusão do Dr. Ofendido foi esta:

Sevânanda mostre-me um doente de CÂNCER curado, ou pelo menos melhorado, pelas preces somente e

reconsiderarei a minha posição. Prometi faze-lo quando possível. Devo dizer, honestamente, que muitas vezes

me lembrava do Dr. Ofendido e pedia ao MEM PHILIPPE que, se possível, lhe desse oportunidade de voltar à fé.

As coisas estavam nesse pé, desde meses, quando, em fins de 1950, Chola

Nos procurou, pedindo que a ajudássemos, já que ela e a família toda tinham tanta fé no MEM. - O seu irmão

Luis Eduardo C., cujo trabalho era lidar com pesadas toras de madeira de 1ei, numa "barraca" de Montevidéu,

sofrera um acidente. A perna estava gangrenada em forma tal, que, dada a circunstância "agravante do enfermo

sofre também de câncer incipiente, no fígado, seu estado chegara a que; os médicos o mandaram embora do

hospital (no qual fora posto, no quartinho dos "condenados") para que morresse em casa!...

Lá fomos nós, Sádhanâ e eu, ver o doente e, junto a sua cama, pedimos ao MEM PHILIPPE, demos

algumas indicações de "Ba1ança Moral" aos fami1iares (para eles cumprirem) e, de regresso a casa,

informamos aos do Grupo das Curas...

Alguns meses após, quando o Luis Eduardo apresentou-se no consultório do Dr. Ofendido, para tirar

uma radiografia do fígado, este perguntou-lhe: “mas como, Você ainda vive?”... pois sabia da dup1a razão pela

qual o doente já não devia mais estar entre os que sofrem cá embaixo!

Mas o fato é, que desde meses já, o Luis Eduardo estava novamente trabalhando com as toras, tendo a

sua perna ficado totalmente boa. Com decorrer do tempo, o câncer agravou-se e o doente sentia-se cada vez

mais fraco para o trabalho pesadíssimo que lhe tocava. Os patrões o tratavam com "relativa" consideração, mas

assim mesmo, não agüentaria um mês lá!

Veio então nos procurar e expor o caso: O Dr. Ofendido lhe dissera que "nem valia mais a pena fazer

injeções nem irradiações, pois estava liquidado".

Mas o Luis Eduardo tinha MULHER E SEIS FILHOS (disso tínhamos nos valido já, na cura da perna, para

implorar especial Graça!) e sabendo não ter provável cura, aceitava a morte, mas vinha nos pedir se não seria

possível ajudá-lo a viver trabalhando até que, em pouco mais de um ano, conseguisse erguer sozinho, aos

sábados e domingos, uma casinha que tinha iniciado, de pedra, num terreninho que comprara nos bons tempos,

e que seria um abrigo para a família numerosa.

Na Agenda Mística de 1951, Carolei, consta que a Primeira Cura Mistica com o doente presente foi feita

em 23 de fevereiro e a última em 13 de julho, sendo que ele não tinha facilidade para vir com freqüência.

Dá para pensar, Carolei, quando a gente via esse homem tornar a ter forças para trabalhar duramente a

semana toda e MUITO MAIS, AINDA aos sábados e domingos! Cada vez que se encontrava com o Dr. Ofendido,

este ficava cada vez mais, surpreendido e abalado no seu ateísmo forçado....

A casinha ficou feita. A família ficou mais abrigada, com teto e com a aposentadoria. Quando, ano após,

o Luis Eduardo piorou de golpe e faleceu já o que ele tinha perdido fora outorgado!

Você dirá Carolei: e por que não foi totalmente curado? As razões são muitas: não havia mais, no

ambiente familiar, dele, de Chola, etc. as bases para se obter tal cura, em primeiro lugar. E, por outra parte, é

triste ter que reconhecer Carolei, que, cada vez que Sádhanâ e eu éramos forçados a prolongadas ausências (à

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Argentina, etc.) o doente piorava... porque os Discípulos NÃO faziam, com suficiente regularidade e entrega as

Curas cerimoniais; nem mantinham a vivência necessária...

Não esqueçamos Carolei, que a Graça nunca é "de graça"! Tudo está e seguirá eternamente “sob a

Balança Moral!” E isto nos mostra, uma vez mais, quão difícil é reunir e MANTER um Grupo de Curas Místicas!

H. 32 - A SUPRESSAD DE ATROZ AGONIA NUM CÂNCER

DA GARGANTA

Este é outro caso extraordinário, Carolei, não somente pela Graça concedida à doente, como também

pelos fatos de diferentes espécies que se deram e que - espero - Você saberá observar. Eu o dividirei em

parágrafos, para ressaltar cada vez uma nova série de fatos ao meditar.

Em julho de 19550, aquele "Guardião" que me entregara os documentos secretos dó Suddha Dharma

Mandalam, solicitou-me que fôssemos visitar a um casal que tinha graves problemas de diferentes espécies.

Fomos Sádhanâ e eu, conseguindo orientar e harmonizar alguns dos aspectos. Um dos problemas não tinha

solução: a filha maior do casal a pequena "Surya", com 14 anos de idade, estava atingida por câncer de garganta

e não parecia poder-se fazer muito, por não haver condições de ambiente suficientes.

Tal mocinha muito bonita e suave, tinha nascido em 19 de março de 1936, às 9:50 - hora de Montevidéu

- com Ascendente Touro 6.º (lá onde eu tenho a Lua e signo e grau no qual nasceu também minha filha, o que

explica que devíamos chegar ao contato com essa doente, em vista da afinidade planetária, pois – se fosse

possível - escolhendo médicos ou curadores em boa relação vibratória com os pacientes, os resultados facilitam-

se e o tema natal de Surya, havia já configurações que prognosticavam: Câncer, envenenamento da vitalidade e

possibilidade de ser atacada por "malefícios".

A tal respeito, convém apontar que, embora não me seja possível publicar os pormenores, houve de

fato, na infância da menina, uma época em que seus pais moravam no interior do país, onde, por motivos

diversos, um "bruxo" empenhou-se em produzir toda espécie de males sobre a família e, muito especialmente,

sobre essa menina, com alguns resultados que se manifestaram também durante a sua doença mortal, como

veremos logo...

Em 24 de julho do mesmo ano, recebíamos da Mãe da doente, um cartão para assistirmos ao

Congresso de Psicologia Latino-Americano, do qual ela também participava. Essa senhora é uma escritora de

talento em seu país. Até essa data não tínhamos procurado intervir no caso da pequena doente...

Aliás, todo esse período foi muito intenso: em 22 de julho, foi inaugurado o nosso Templo particular,

erguido em Malvin, junto à nossa casa privada, mediante esforço financeiro exclusivamente nosso e hipotecando

a própria residência ("bungalow" mais tarde vendido para comprar a Ermida Rodante, como expliquei em Yo que

Caminé...). - Em 27 de julho, consta da Agenda Mística que Chola viu, durante a noite, a Sádhanâ e ao MEM

PHILIPPE junto a sua cama, aconselhando-a a deixar fazer certo tratamento médico (... isso foi quando teve a

recaída, por não ter-se mantido nas condições prometidas!). - Em 31 de julho, foi quando "deram" a Sádhnnâ,

em meditação, o titulo "YO QUE CAMINÉ POR EL MUNDO", para minha obra inicial, e por isso consta na

mesma, ter-me sido "imposto" tal título. Em 4 ele agosto, as reuniões de Curas Místicas fazem-se já no Templo

especial, recentemente inaugurado, como acima dito. - Em 6 de agosto, Chola, me vê, durante a noite,

consolando-a e recebe ajuda. Finalmente, nesse mesmo intenso período, diferentes pessoas receberam

consagrações especiais, inclusive a intima! “ISHMA”... Em 16 de agosto, um discípulo (Bhaktiânanda) recebia

minhas instruções e cartas de apresentação para os Ashrams de Sri Aurobindo GOSH, do MAHARISHI e outros

e partia para a Índia, onde de acordo ,com o que lhe indiquei, achou “seu” caminho na Ordem coe Ramakrishna.

Finalmente, nessa época de trabalho muito interessante desse Grupo, e na qual nos tocou começar a procurar,

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ajudar à pequena Surya, fez-se também, de 21 a 28 de setembro, um retiro com jejum total e silencio total, de

sete dias, do qual participaram os que podiam e queriam.

Assim, quando após tal jejum e silêncio; fizemos com Ishma, a segunda visita - em 4 de outubro à

Pequena Surya, achamo-la muito melhor no que se refere a dores que tinham cessado. - O mal, porém já não

parecia ter solução: pela garganta aberta (faltava todo um pedaço do pescoço, já comido pelo carcinoma) viam-

se os órgãos laringeos e faríngeos, cujas paredes começavam, a ser atacadas. Uma morte horrível, por dores e

asfixia, iria ser inevitável, de acordo com os médicos: A angelical criatura que Surya era, não sabia da gravidade

de seu estado, já que não tinha forças para sair da cama - ou da espreguiçadeira em que a arrumavam durante o

dia – e não lhe ,facilitavam, espelhos senão quando já estava penteada e com panos arrumados em torno ao

pescoço, que as moscas procuravam. Um cheiro penetrante e desagradável emanava da coitada, que estava

sempre sorridente e, até, fazendo projetos para a seguinte primavera... Ficávamos, em cada visita, o tempo

possível (meia hora ou mais) agindo silenciosamente, para reforçar o laço com ela, para agirmos à distância nas

reuniões do Grupo... reuniões nas quais, como em 6 de outubro por exemplo, nos foi confirmado ter havido

também ação de bruxaria contra a menina. E, em 7 de outubro, "mostraram" à vidente Samsaradevi o "ombu"

que tinha servido para a bruxaria, o que nos foi confirmado pela mãe de Surya...

Na visita de 8 de outubro vimos que Surya seguia igual (sem dores, porem o mal progredi) e não foi

possível saber se pelos exames bacteriológicos que mandei fazer, o que são, os pequenos vermes que Surya

tem pelo corpo todo não é conhecida tal espécie de bichos e a única cousa "inteligível" que os bacteriólogos

disseram foi: é curioso, que parecem com certos vermes do reino vegetal, e não com os que se desenvolvem

nos tecidos humanos" (transferência mágica de certos vermes do ombu).

Em 10 de outubro visitamos a Surya e tornamos a levar-lhe água preparada em certas condições.

Segue sem dores fortes, o mal progride muito. – No dia seguinte, ao visita-la, falamos em particular á Mãe e

conseguimos que a valente Senhora LUKSMI concordasse, de coração, em orar como nós para que o Muito

Excelso Mestre ajudasse à menina Surya a desencarnar rápida e facilmente. Sádhanâ fez, secretamente (vale

dizer: silenciosamente) um pedido ao MEM para que Ele permitisse que “PAUL” (anterior marido de Sádhanâ,

falecido de câncer do sangue Leucemia e do qual Sádhanâ cuidou com notável dedicação e coragem, em

condições excepcionais que não cabe relatar aqui mas que constituem crédito moral de Paul e dela mesma)

que permitisse, dizia, que esse “PAUL” fosse integrado entre os INVISÍVEIS DO MEM e viesse auxiliar à

pequena Surya... É curioso que, nesse dia também, estava de visita em casa de Surya um Curador, senhor

Zacharias Garcia Corvo, que, imediatamente aderiu a pedir pela pronta “morte” e fácil desencarne de Surya, e

até combinou que o visitássemos no domingo 15 de outubro, para lhe dar pormenores sobre o MEM PHILIPPE.

Já, na quinta-feira 12 de outubro, às 8:30 da manhã, fizemos, Sádhanâ e eu, uma muito secreta

cerimônia, porque recebemos indicação e apoio para fazê-la, pela qual começou a se quebrar o “cordão

prateado” que liga à alma a um dos ventrículos do coração, e, também começou a se preparar a hemorragia

interna. Aliás, esse processo de “eutanásia invisível” nos foi permitido aplicar em outros dois ou três casos

somente, pois é preciso que o paciente merca tal Graça, que suprime às vezes longa agonia ou que permite

vencer resistências orgânicas À morte (um coração “bom demais” em relação ao estado dos outros órgãos

atacados, etc...). É preciso constar de modo muito especial, que como ma confirmação do real laço que ficou

criado entre o que realizávamos em nosso Templo Particular, e a querida pequena doente, o seu cheiro pútrido

surgiu, nitidamente, em o ambiente do Templo e lá permaneceu certo tempo: o seu “etérico” tinha pois sido

trazido lá, carregando com ele suficientes moléculas físicas impregnadas do cheiro, etc...

No dia 13, numa visita de mais de quarenta minutos junto à doente, fez-se um trabalho muito forte sobre

ela, em companhia de ISHMA que desde esse dia passará lá as noites, em cumprimento da sua Missão de

Curas Místicas... Tivemos uma curiosa e emocionante confirmação: a mãe de Surya no contou que, estando

durante a noite anterior muito aflita ao ouvir algumas queixas de dor da doente, embora esta estivesse

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adormecida (sem drogas!) ela viu (pois tinha rudimentos de clarividência) chegar junto ao leito de Surya um

homem de estatura relativamente pequena (como a Mestra Sádhanâ), notavelmente bem penteado, de olhos

salientes, etc...: numa palavra, era a exata descrição, em todos os pormenores, de “PAUL” (a quem essa

senhora nunca vira nem em retrato!). Tal homem, vestido com guarda-pó branco, ficou orando junto ao leito de

Surya, que se acalmou e dormiu mais tranqüilamente. Então, “PAUL”, olhou para Surya e sorriu (mostrando,

assim, que tinha visto que o percebiam...) e retirou-se. Esta, Carolei, era MAIS UMA das Graças concedidas pelo

MEM!...

E, como se fôra pouco, nesse mesmo dia 13, achamos na Agenda Mística (pág. 286), isto: Das 19 até

às 20 horas, formosa experiência vivida por SERAPIO (um do Grupo das C. Místicas): Sentira, durante toda a

tarde, uma grande tristeza e dor e, nessa hora, estando só, com SEVAKI (sua noiva, do Grupo) que o apoiou

ele ficou como esmagado numa poltrona, depois caiu no tapete, como em agonia, sentindo-se SURYA, e

pondo espuma pela boca, com as mãos no pescoço e ficou como desvanecido... A o voltar a si, teve a nítida

impressão de que tinham-lhe permitido viver isso, que era como alguma cousa que será poupada à pequena

Surya, para que ela possa partir com menos dor física. (Carolei: que formoso coração o de quem merece ser,

assim, agente de uma transferência de agonia...).

Outubro 14: Visão, por Samsaradevi, de um galo vermelho, que mantém uma pata “acima” (sem tocar)

de um papel que tem alguma cousa escrita e uma gota de sangue... (explicação: um dos que vigiam (galo) as

agonias da carne, mantêm sua irradiação magnético-espiritual (pata acima) do “caso” (papel com nome) de

Surya, cuja hemorragia “está em andamento” (gota de sangue)...

Outubro 15: Ao visitar à menina Surya, verificamos que o mal já estendeu-se ao peito, ela nada sabe,

mas já tem o temor interno e, outro, emocionante pela ingenuidade: sente sua garganta mal e teme morrer de

fome se não consegue mais se alimentar, pois desde o dia anterior não pode receber nem gotas de líquido.

Silenciosamente, colocamo-nos atrás dela e, momentos que reconhecer, Carolei, que, cada vez que Sádhanâ e

eu éramos forçados a dente, sem saber que “não terá ocasião de morrer de fome!...”. Não é emocionante,

Carolei, esta ternura do MEM que nos ajuda até a poupar à pequena Surya a dor moral, além de lhe evitar a tão

atroz agonia prognosticada pelos médicos!

Outubro 16: Na Agenda Mística, diz assim: Faleceu a pequena SURYA. Obrigado, PHILIPPE! deixou de

sofrer e morreu facilmente. Efetivamente, foi-se “como um passarinho”...

II. 33 ALGUNS CASOS DE CURAS DURANTE A CRUZADA

1. Quando, em setembro de 1952, passamos por Porto Alegre com a nossa Ermida Rodante

demorando lá uns dois meses em Conferências da Cruzada de Vida Espiritual tive o prazer, após onze anos

de ausência, de ter quase imediatamente uma agradável notícia, relativa ao Martinista “Solão” (aquele da II. 3), já

que ao ter que fazer certo trâmite na Secretaria de Educação e Cultos (que nos cedeu o Instituto de Educação

para conferências), encontrei lá ao Dr. J. M. C., que me referiu, com notável emoção, sua gratidão ao Muito

Excelso Mestre PHILIPPE, pois tendo sido sua esposa atacada de câncer num seio, o martinista Solão, sob a

direção da Grande Mão Branca do MEM preparava certos algodões e flores que, postos sobre a parte doente a

curaram radicalmente, e sem a operação que, se não fosse por essa Graça, teria se tornado inevitável...

2. Aqui, Carolei, houve “combinação” entre o MEM e o seu Amigo e Discípulo: o Mestre Cedaior.

Julgue Você mesmo: na sexta-feira 17 de outubro, tivemos o prazer de receber a visita, em nossa Ermida

estacionada ao pé da Avenida Borges de Medeiros, num terreno cedido pela Direção do Patrimônio da

Prefeitura, do Dr.... (o já citado Solão) e, em palestra sobre o que ele continuara fazendo nas suas investigações

místicas e aplicações humanitárias, nos referiu que, em certas e determinadas ocasiões e condições, o Muito

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Excelso Mestre PHILIPPE lhe “mostrava” (em visão) quais as cores e modos de as aplicar, para certos tipos de

doenças. Citou-nos algumas, das quais conhecíamos umas e outras não. Sobre este assunto hei de voltar no

Tema CROMOTERAPIA...

O fato é, que já no dia seguinte, ao visitar à viúva do Mestre Cedaior, verificamos que um de seus filhos,

já homem Rafael estava com pleurisia (já com certa extensão). Com a presença dela, da filha e de um

médico além de Sádhanâ e de mim fiz a aplicação de cores e preces, predominando a parte das cores,

usando aliás uma das indicações especiais para pleurisia, dadas no dia anterior por Solão e recebidas do MEM.

Foi interessante verificar a melhora no mesmo dia e o total restabelecimento em três dias, cousa constatada pelo

médico, com duplo interesse: por ser amigo do doente e da família e por ser um Martinista, antigo amigo e

discípulo do Mestre Cedaior e meu, que levava na Ordem o nome de “Mesmer”, precisamente pelo seu interesse

prático em homeopatia, magnetismo, etc. com os quais fez notáveis curas (Médico Major da Brigada Militar, etc.).

O citado facultativo opinou, aliás, que a pleurisia existente antes da Cura Mística efetuada, não poderia se ter

resolvido, por tratamento alopata bem sucedido, em menos de 17 a 20 dias, tal o derrame!

3. O terceiro dos casos que escolhi, entre os que sucederam durante a Cruzada, ocorreu em Caxias

do (Sul). O sábado 22 de novembro foi um dia excepcional, aliás: comecei o dia presenteando alfaias a

“Diógenes”; e tivemos uma porção de visitas na Ermida Rodante estacionada no pátio do Hotel Real.

Em certo momento, veio nos visitar uma pobre mulher, cujos problemas materiais e sociais viam-se agravados

pelo estado da filhinha ÂNGELA ALCIONE, nascida a 17 de fevereiro de 1952, ou seja, com a idade de nove

meses quando nos foi mostrada. A coitadinha não tinha nenhum domínio sobre seus músculos, estando sempre

com a cabeça pendente e sem poder mover braços e pernas, nem ficar ereta. Tivemos, logicamente, grande

pena da mãe e da menina e, após indicar à Mãe algumas cousas relativas à Balança Moral, modos de orar e

termos também a certeza de que essa Senhora tinha crédito moral, pelo muito sofrido com resignação e com fé,

prometemos-lhe orar por ela e pela Ângela Alcione. Na pequenina foto, tirada dentro da Ermida Rodante, vê-se a

mãe aflita com a criancinha que, de acordo com o laudo médico, não deve viver.

Felizmente, na outra fotografia, maior, que tivemos a grande alegria de receber uns três ou quatro anos

após, a menina está forte, fica em pé e anda, e sua cabecinha está firme. Esperemos que outros progressos lhe

sejam outorgados, para que se torne ÚTIL na sociedade humana (uma cousa que sempre convém pedir, Carolei)

e... agradecemos mais essa graça ao MEM... que nesse 22 de novembro ainda nos deu a oportunidade de ir

assistir (no sentido de auxiliar) à agonia de um Canceroso, à noite, enquanto, pacientemente, o público nos

esperou uma hora para uma Conferência!...

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F. 37 Caxias do Sul: na Ermida Rodante, tirou-se a foto menor, na qual vê-se a pequena

desenganada pela ciência e sem governo que lhe permita sustentar a cabecinha. Felizmente, a foto

grande mostra o que as orações de Sádhanâ, o esforço de Balança da Mãe e o Poder do MEM

PHILIPPE, realizaram... (Foto menor: Cruzada; foto maior: Stúdio GEREMIA, Caxias do Sul.)

Fig. 18

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Com. 286 Pelos casos relatados, ocorridos antes da formação do grupo

das Curas Místicas, ou pelos três que escolhi, entre os acontecidos durante a

Cruzada de Vida Espiritual, expostos na H. 33, ficou evidente que, com ou sem o

grupo constituído, com ou sem cerimonial pois ambas as cousas são apenas

modos para facilitar a ação dos discípulos os resultados, isto é, as Curas físicas,

morais ou mentais, são obtidas cada vez que, pelo menos, acham-se reunidas duas

condições:

1.ª) Que, a pessoa necessitada se disponha a fazer um esforço moral

(perdão, reconciliação, luta contra vício ou defeito habitual, adoção de crianças,

concepções, etc.) segundo o caso, e a regra já está no Ensinamento do MEM: Fazer

o que mais custa!

2.ª) Que, aquele que pede, tanto a promessa do necessitado, como a súplica

dirigida às Virtudes Divinas, a Jesus, ao MEM, etc. tenha as mãos limpas, isto é,

vida sofrivelmente limpa e, antes de orar, faça um sincero pedido de perdão, do

fundo do coração, pelos seus erros recentes e pelos “crônicos” que ainda não

conseguiu melhorar mais, porém pelos que segue e promete seguir pulindo-os e

substituindo-os pela Virtude oposta.

Acho, Carolei, que fica então bem clara a minha intenção, ao colocar, neste

Tema das Curas, a fotografia do MEM PHILIPPE, na qual Você verá as Suas Mãos

Milagrosas, ressaltando pela Sua delicadeza e Brancura e, saindo dos para nós

simbólicos, no caso alvos punhos da sua roupa interior...

Poderia ainda assinalar que esta fotografia é a mesma da qual foi tomada o

Rosto Sofredor (por nós! Carolei, pela nossa geral falta de amor fraterno!...); que,

também, está o MEM diante das videiras símbolo de abundância espiritual, como

o trigo é da material ; ou, ainda, que por entre as folhas se podem ver os rostos de

diferentes Personagens, que mantêm curiosos laços com o MEM...

AQUELE QUE NÃO TEM COUSAS GRAVES DEMAIS A SE REPROCHAR, E QUE TEM AS MÃOS LIMPAS... ...pode estar em paz consigo mesmo e orar com resultado. Esse pode pedir; será ouvido!

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Mas, o essencial é, Carolei, isto: Que Você saiba, sinta, aplique, o fato desta

foto ter sido tomada como aquela por cujo conduto, os que tiverem as mãos limpas

poderão pedir ao MEM PHILIPPE!

E, abençoados sejam todos aqueles que, por amor ao Semelhante,

procurarem manter-se em tal condição, para poderem se apresentar ante Ele,

sempre Disposto a nos outorgar o que pedimos por outrem!... SE FÔR ÚTIL e o

pedirmos condicionalmente!

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F. 38 O ROSTO DOLOROSO E AS MÃOS LIMPAS!... (Dos Arquivos de Papus, transmitida pelo Dr. Ph. Encausse.)

F. 39 BENEDITA, Hélios e seus filhos!

A mais sentida homenagem que podemos prestar ao coração entregue de Benedita e de Hélios, assim

como a nossa Gratidão ao Muito Excelso Mestre PHILIPPE, pelas Graças outorgadas a esse Casal modesto,

honesto e esforçado, pelo exemplo e pela ajuda que eles proporcionaram a terceiros, é de colocar a toda essa

família “nas costas do Mestre”, já que Ele os mantém em Seu coração... enquanto eles se mantiverem em

condições...

Da esquerda, de quem olha, para a direita, vemos: na segunda fila a graciosa Maristela, a gentil afilhada

Clausa, o bom Orlando Antônio, e a Maria de Lourdes (cópia moral e física de sua boa Mãe). Ao centro:

BENEDITA, com o pequeno Philippe Luís no colo; e o “laborioso” HÉLIOS” que tem a sustentar essa “tribo”

toda! Na primeira fila: a inteligente Hélia Maria; o “iogue” Hermes Lévy que não agüenta roupa no corpo e

faz bem as asanas! e a Veralúcia, diligente e bondosa também.

QUE ESTE EXEMPLO, DO QUE PODEM A LUTA RESIGNADA E OTIMISTA, A VIDA MORAL E SEM

MEXERICOS, COM O DESEJO DE AJUDAR, COM O CRIAR NUMEROSOS FILHOS E ACEITAR

Fig. 19

Fig. 20

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ALEGREMENTE QUANTO DEUS NOS MANDA, possa servr de estímulo a todos os HUMILDES que desejam o

contato com o MESTRE!

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H. 34 As graças obtidas por ”Uma Mulher Muito Rica”

A série de casos notáveis que irei relatar agora, Carolei, inclui graças obtidas e fenômenos produzidos

pela influência de uma senhora, que foi por algum tempo Discípula, assim como o foi seu marido, que até teve a

direção do grupo dos Discípulos em São Paulo, entre os anos de 1949 e 1953. Em alguns dos casos que são

referidos pelo próprio discípulo (“Hélios”, e de cujos casos tivemos sempre conhecimento amplo e total na época

em que foram acontecendo ver-se-á que parece não haver grande sacrifício “de Balança Moral”, por parte dos

doentes ou necessitados que obtêm as Graças. Além de que não nos é possível julgar que esforços internos e

que merecimentos anteriores possam ter tido, há um fator essencial que deve ser ressaltado: o haver moral de

BENEDITA, cuja personalidade é fácil perceber através dos diferentes relatos desta história. Na fotografia que

ilustra estas páginas, vê-se ao casal junto com seus sete filhos e mais uma filha adotiva. Criar essas oito

crianças, com o ordenado de um Sargento (que tinha mais um emprego fora do quartel para poder dar conta!), e

pelo fato de BENEDITA, embora sabendo pelos médicos que cada gravidez era ameaça de morte para ela,

continuar a dizer “eu receberei todos os filhos que Deus queira me mandar!”, e por outros mil modos de lutar com

coragem e resignação contra a pobreza, as doenças e, dentro de tudo isso, procurando SEMPRE ser útil e

estimular a terceiros, compreende-se que ESSA MULHER É MUITO RICA e que as Graças pedidas com a sua

fé total, sejam concedidas. Vejamos alguns casos...

1. Quando ainda morávamos no Uruguai, Hélios já era Discípulo e tivemos a oportunidade de ajudá-

lo a conservar a casa que, com muito sacrifício, ia construindo na Estrada de Pirituba, que mais tarde muito lhe

serviria de base econômica e refúgio. Também, no fim de uma das gravidezes, estando ameaçadas de morte

mãe e criança, procuramos pôr ao casal em condições de se dirigir conscientemente ao Muito Excelso Mestre

AMO-PHILIPPE. E, tal foi o esforço deles, que a criança nasceu bem, embora com “coração de boi” como diz o

povo (hiperplasia) e condenada a morrer em horas. No entanto, viveu perto de dois anos e, agora já voltou, com

os mesmos traços, nos braços da mesma Mãe. Mas, voltando à primeira vez, quando teve o nome de Philippe

Luís (em homenagem ao MEM), deram-se com essa criança muitos casos raros. Eis um deles (contado pelo

próprio Hélios, cujo estilo respeitamos):

“Na Casa de Hélios Havia uma discípula que freqüentava a casa deste (Servidora). Depois de certo

tempo, essa discípula aparentava estar se deixando influenciar por idéias negativas, chegando mesmo a quebrar

sua harmonia interna e até a afetar a daqueles com quem falava, tal seu nervosismo.

“Certa ocasião, quando esse quadro se reproduzia na nossa casa (e se pôs a cantar pontos de

terreiro!...) a discípula foi surpreendida por um fato interessante. É que uma criança com um ano e meses de

idade, justamente nesse momento, estendia sua mãozinha direita sobre a fronte da pessoa que, com isso,

sofrera como que a ação de um breque e todo aquele fenômeno é substituído por uma onda de paz e de

felicidade. A criança que era filho do Discípulo Hélios, chamava-se “PHILIPPE Luís”, nome que lhe fôra escolhido

por seus pais em homenagem ao M. Amo-PHILIPPE. (Essa intervenção silenciosa, lembra-me, Carolei, quando

em Córdoba (Argentina) havia um certo grupo de espíritas que acreditavam ser o Swami VIVEKANANDA (!)

quem lhes fazia discursos notáveis e fogosos (dos que tanto gostam). Certo dia, em que tinham convidado o

casal Solon-Theano dos quais já falei e em plena “representação” do pretenso Vivekananda, a nossa

Discípula foi impulsionada a levantar-se e, de longe mesmo, sem uma única palavra, dirigiu também, um dedinho

em direção ao “vivekananda-made-in-astral-barato”... e este caiu sentado “com a viola no saco...”. Estas, Carolei,

as operações de aferição silenciosa dos poderes e da realidade... “Acha?”

2. D. Alice Martins Assunção, residente à Rua Cardeal Arcoverde, 965, bairro de Pinheiros, tinha seu

pai, Benedito José Martins, residente à Rua Dr. César, 1.248, desenganado pelos médicos, devido a estar com

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uma das pernas gangrenada. Deveria sofrer a amputação da mesma, porém sem qualquer esperança, pois a

opinião dos cirurgiões era de que “morreria”, cortasse ou não a perna.

Exatamente no dia em que o referido senhor completava o seu nonagésimo aniversário (19 de arco de

1957) foi feita a amputação e, a única conseqüência é que até hoje aquele cidadão, apesar de sua avançada

idade, está forte e saudável. Por que? É que D. Alice, já desiludida com a opinião dos médicos, e numa

oportunidade que teve (não por obra do acaso), de, conhecendo a Benedita S. Nogueira, contar a esta senhora o

que se passava, foi aconselhada a pedir a ajuda do MEM PHILIPPE, bastando que orasse a Ele e mantivesse

um cravo branco e outro vermelho junto a sua fotografia, que lhe fôra ofertada na ocasião.

(Cabe acrescentar, Carolei, ao relato acima feito por Hélios, que a escolha das flores deve-se a certas

cerimônias nossas, nas quais as flores Brancas representam aos MESTRES espirituais e as vermelhas ao

AMOR, seja da Jerarquia Angélica e Divina, seja ao pequeno esforço de amor, dos humanos. Devo, ainda,

esclarecer, que a Flor que representa ao MEM é a ROSA BRANCA.)

3. Santina G. S. P., residente à Av. Brig. Luiz Antônio, n. ... Estava enfrentando uma séria

incompatibilidade conjugal que terminaria, a seu ver, com toda a certeza, na separação. Aconselhada a rezar ao

MEM PHILIPPE, na forma do costume, isto é, mantendo junto à foto do Mestre as 2 flores (cravos) vermelha e

branca, foi o impasse dissolvido em poucos dias e a vida retornou à devida normalidade.

4. Célia Prunes idade 40 anos aproximadamente. Desde criança vinha sofrendo de epilepsia.

Tudo fizera para sanar o mal, porém sem nenhum resultado. Após travar conhecimento com BENEDITA, e ter

contado a sua triste história, foi orientada a proceder como nos demais casos. Esta senhora recebeu a grande

Graça de não sofrer mais as terríveis crises próprias da doença, durante alguns anos. Digo durante alguns

anos porque posteriormente, ela mesma o disse, deixara de rezar, e chegou a atribuir a cura a outros fatores.

Resultado: voltaram os ataques epilépticos.

(Aí tem Você, Carolei, um “curso completo” de: fé, graça, ingratidão, e de Balança Moral...)

5. Amélia... (25 anos de idade), em 1954. Sofria de alucinações periódicas, a ponto de às vezes

ter que internar-se no Juqueri. Esta moça foi aconselhada a fazer preces ao MEM AMO-PHILIPPE; que se o

fizesse com todo o ardor do seu coração conseguiria sua cura. Fôra nessa ocasião prometido a moça, que ela,

Benedita, também, apesar de suas ocupações, rezaria por ela à noite. Certa noite, Benedita sente, numa espécie

de pesadelo, não podendo precisar se estava acordada ou dormindo: Vê uma sombra no quarto e ouve dizer:

“reze com mais força... mais força...” ... e termina com uma sensação desagradável, como se algo saísse de si

mesma. Acorda e verifica que é meia-noite.

Na sua opinião, não dava crédito. No dia seguinte, encontra-se com uma cunhada de Amélia, a quem

pergunta pelo seu estado. Teve como resposta que “Amélia estava sarando”, e, interessante é que a própria

Amélia veio lhe dizer que esteve naquela noite ameaçada de nova crise, porém via Benedita rezando por sua

intenção e a seu lado uma sombra. Daí por diante, consta que a moça não mais teve as crises.

6. Certa ocasião, em 1954 (não podendo precisar a data certa), estava D. Benedita da Silva

Nogueira, residente (então) à Av. Paula Ferreira, 1933 em Pirituba, São Paulo à porta de sua casa

despedindo-se de uma visita, quando com grande espanto observa, a uns 150 metros aproximadamente, que

uma criança, no momento em que procurava agarrar pelo lado direito para ganhar o estribo do caminhão

(tamanho médio) de seu pai que vinha chegando, não o conseguindo escapa e vai parar debaixo do veículo, que

passa com a dupla roda traseira sobre o tronco do pequeno.

Tudo isso naturalmente ocorreu numa fração de segundo. D. Benedita, nesse mesmo instante, grita

quase que automaticamente: “Valei-me AMO-PHILIPPE!” e corre para o local onde se depara com o pai da

criança, já fora do caminhão, que diz: “Matei o Getúlio!” pois assim se chamava o pequeno. Ela, sem perder

tempo, continua pedindo ao “AMO-PHILIPPE” e manda que todos que ali acorreram gritassem pelo “AMO-

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PHILIPPE” uns gritavam “AMO-PHILIPPE”, outros “Sr, PHILIPPE”, outros ainda: “São PHELIPE”, pois

ninguém ali tinha conhecimento do que seria...

D. Benedita agarra o pequeno e procurando sempre fazer alguma cousa, sopra-lhe nas narinas até que

volta a respirar sozinha a criança. Depois, seguindo os trâmites legais, a criança vai para o Pronto Socorro, mas

lá nada foi constatado senão os sinais do pneu sobre as costelas, apesar das chapas radiográficas tiradas.

Os pais da criança são japoneses (concordam com a divulgação do nome e da fotografia da criança, se

oportuna).

(Viu, Carolei, que bonitos os resultados da FÉ NO MEM! e a suprema delicadeza Dele, salvando a

criança, mas deixando os rastros dos pneus... sem os quais, haveria gente capaz de, também atribuir “a outras

causas”!!!...)

II. 35 UM EXEMPLO DA “BONOMIA” DO MEM PHILIPPE

Um bom Amigo nosso, do Rio, Sr. Nunes Rodrigues, falava a sua Mãe, de 84 anos de idade, muito

doente, da pessoa do MEM e mostrou-lhe a foto do Mestre. Desde então, essa senhora falava “do Português” (!),

por causa do “bigodão” do MEM. Certo dia, quando Nunes orava ao MEM viu primeiramente uma LUZ muito

brilhante, cor azul elétrico, e, depois... a metade do Bigode do Mestre!... (Janeiro de 19568).

II. 36 CURAS MÍSTICAS NO MONASTÉRIO AMO-PAX (1953-1958)

Lá no Monastério, Carolei, a experiência mostrou não haver ambiente para as Curas Místicas. Por

curioso e por triste que possa parecer, era assim mesmo. Havia um naturista que ocupava-se um pouco com

acupuntura e obtinha bons resultados. Havia outro indivíduo que, com o pêndulo e a varinha detectava bem os

remédios, obtendo às vezes ótimos resultados e, se não tivesse sido por outra parte, tarado sexual e farsante,

poderia ter chegado longe na assistência aos necessitados. Os demais, nunca sentiram pelo semelhante amor

suficiente para terem uma conduta coletiva sofrível, ainda menos então para o esforço que as Curas Místicas

requerem!

Mas, diz-se sempre que não há regras sem exceções. Efetivamente, no “Boletim Amo-Pax”, n. 2, de 1

de novembro de 1957, acham-se estas linhas (a propósito do noivado do Swami Sarvânanda com a Residente

Daya):

“Bem, estávamos ficado longe dos noivos. O caso é que a Residente DAYA, que tanto se esforçou pelo

Monastério, chegando a maltratar a saúde, por levantar, durante meses, e ir a pé a Resende, de madrugada,

buscar o especialista em matar saúvas; a moça que se dedicou ao Morro Cedaior, de todo o coração, e que tinha

tido, antes de entrar no Monastério, uma vida muito dura e bastante cheia de desilusões, tinha-se tornado aqui

uma Discípula da via Essênia da entrega e, para assombro de muitos, que não acreditavam que pessoa sem

cultura superior, ou sem posição social “relevante”, seja digna de toda “consideração” ... o MUITO EXCELSO

MESTRE AMO-PHILIPPE, concedeu diversas vezes à pequena DAYA “Graças” muito especiais: a cura de

doentes, o soerguimento moral de pessoas que bebiam, a TRANPARÊNCIA (ou Absorção) a ela, Daya, de

males físicos ou dores que outros sofriam... E tudo isso era feito sem barulho, sem ostentação, com essa

singeleza que pedimos a Deus que DAYA conserve, pois é sem dúvida, junto com a sua DECISÃO, para fazer

tudo e qualquer cousa que achar oportuno, o dom que a levará adiante...”.

Segue-se, Carolei, o relato de ter DAYA feito promessa ao MEM PHILIPPE de lutar contra o “animismo”,

que era a contraparte negativa da espontaneidade de Daya. A cada esforço, sincero e calado, dela, um resultado

vinha. E, como naquela época não julguei oportuno divulgar as curas feitas por DAYA, para não lhe criar mais

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inimigos, dentro e fora do Monastério, devo agora citar um par das que Mãezinha SÁDHANÂ a mais vigilante

dos silenciosos... ia apontando com o seu calado Amor pelo MEM e pelos que se esforçam...

1. Daya, visitando a seu padrinho, achou-o muito dorido, por uma doença na perna, da qual sofre

desde muitos anos. Silenciosamente, para não chamar a atenção, sentou-se ao lado do enfermo, tomando a sua

mão entre as suas e orava ao MEM... Ficou assim 3/4 de hora. Quando voltou, algum tempo depois, a visitá-

lo... soube que a perna estava completamente sã.

2. A Residente Isis, em sua cela, chorando e gritando, por um choque anímico e moral

grande... Daya, vendo a todos em redor da Isis, foi para a Capelinha do MEM, pedir por ela e

ofereceu-se para absorver. Já de volta a sua cela, daya sentiu-se dominada por uma onda de dor e de desesperação, chegando a

se atirar ao chão, chorando e gemendo. Ouviu, de repente, a Isis que, parede por meio, no refeitório, estava

rindo e conversando muito alegre. Deu-se então conta, que a dor não tinha sido dela, Daya, pois na realidade

nenhum motivo tinha. Fôra um caso de “absorção”. E tudo passou rapidamente. (Ano 1957.)

(Viu, Carolei, outro “curso completo”: histerismo dos que pretendem seguir altas iogas de Aurobindo;

safadezas do companheiro produzindo os ataques; inoperância dos que “olham o espetáculo”; ação silenciosa

dos que sentem as cousas e têm o coração mais aberto do que a língua e a mente prontas para criticar; e,

finalmente: quão superficiais as dores barulhentas! E que bela a Graça de poder absorver o que os ouros

sofrem!)

II. 37 UM DOS CASOS DA MISTERIOSA AÇÃO DO M. CEDAIOR:

O Casal Samsaradasa-Samsaradevi (ver a H. 15) tem como filha mais velha a “CHELITA”, encantadora

criatura que fez quinze anos em 1958. Vou traduzir literalmente a cartinha que, em 3 de novembro de 1957, nos

enviou essa gentil amiguinha:

“Querido Mestre Há muitíssimo tempo que queria escrever-lhe para lhe pedir novamente uma foto do

se Pai.

“O Senhor já me tinha dado uma porém desapareceu: acontece que eu estava para me operar da

garganta, apenas se podia engolir com uma dor imponente, e lhe pedi que me curasse. Não tinham passado

nem dez minutos e já eu estava completamente sem nada.

“Coloquei a foto debaixo da almofada e corri dizer o acontecido a meus pais; quase imediatamente

voltei ao quarto e a foto já não estava, verdadeiramente ninguém explica-se isto e por mais que a

procurássemos nunca mais a encontramos.

“Disto, já fazem quatro anos, sempre eu pensando nessa foto, e não me decidia lhe pedir outra, sendo

que me tem feito (o M. Cedaior) muitíssimos favores. E, até agora, nem sei o que é uma dor de garganta.

“Passei otimamente os exames e já vou para o terceiro ano de secundária, e não posso negar que o

Mestre CEDAIOR me tem ajudado muito, principalmente em francês. Tenho muitos desejos de ir aí,

possivelmente vá nas férias próximas, porque não quero festa de aniversário (15 anos). E há muito tempo que

assim decidi.

“Nestas férias vou ler alguns livros que aqui estão, já li muitos, são muito interessantes e a mim

encantam. Desta vez quero ler Yo que Caminé por el Mundo, porém não sei se o poderei entender ou se já

convém para mim? Gostaria que o Senhor me recomendasse alguns.

“Espero que me perdoe por ter “perdido” a foto do Mestre CEDAIOR. Com um abraço para o Senhor e

rogo que o faça extensivo aos outros aí, e muito especialmente à Mestra Sádhanâ CHELITA.”

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(Viu, Carolei: à vezes o “preço” de uma Graça é a pessoa ficar privada de alguma cousa que muito

estima, como neste caso do desaparecimento misterioso da fotografia. Casos análogos, temos até de jóias e de

livros, que desaparecem, ou quebram-se, etc... em condições suficientemente “raras” para dar o que meditar, a

seus donos e aos que vivem a vida mística...)

Com. 287 Para fechar este tema, e esta parte da obra, Carolei, alguns

apontamentozinhos mais, que podem ser-lhe eventualmente úteis:

1 É importante lembrar que, na última das Sessões de Lyon, a que assistiu

fisicamente, o MEM recomendou a perseverança na oração. O caso H. 31

confirma e ilustra isso.

2 Tal perseverança, e o cumprir a promessa de orar por alguém, são mais

importantes que o “como e onde”: Sádhanâ dedicava, no Uruguai, os 25 minutos de

cada manhã, em ir é verdade que guiava seu Topolino por caminho tranqüilo à

cidade: os doentes se curavam!

3 Se algum dos numerosos médicos materialistas discute com Você,

Carolei, não discuta com ele: peça-lhe para ler o livro A Oração, seu poder e seus

efeitos, no qual o mundialmente célebre Dr. Aléxis CARREL, proclama as virtudes

curativas e regeneradoras da prece. Se o dito cujo discutidor não acata seu

eminente colega, então Carolei; é o caso de reencarnação... ou de ser curado, se o

merece!

4 Os cravos, vermelhos e branco, que a boa Benedita mandava pôr ante o

retrato do MEM, são, a realidade típicos de uma Corrente do Oriente! Mostra que o

MEM está acima de tais distinções.N. 170

N. 170 A Origem dos Ensinamentos, Histórias e mais dádivas do Tema das CURAS

MÍSTICAS, é a seguinte: E. 53 e 55, são do Manuscrito de Papus; E. 570, de Papus também (Traité élementaire d’Occultisme et d’Astrologie, pág. 204, e já o tinha eu divulgado em Yo que Caminé..., pág. 301, etc). Os E. 216, 217, 245, 280, 303, 323 e 342, são de Lumière Blanche, págs. 37 e 55.

As Histórias 27 até 37, são dos Arquivos de A. M. O., DA Cruzada e do Grupo de Curas Místicas, respectivamente.

Com relação aos Cravos vermelhos e brancos, todo Discípulo nosso sabe que, no Suddha Dharma Mandalam, em certas Cerimônias, há uma representação do Lado Sagrado de K...... e, nela dois cravos ou algumas outras flores cheirosas e vermelhas, representam a DURGA-YOGADEVI, A Divina mãe, e NARAYANA o Espírito Santo; e, por outra parte, a Flor Branca representa a NARA, ou seja a Jerarquia Visível e, por extensão, a Humanidade. É, pois, um Rito Místico Oriental. Não obstante, o MEM aceitava perfeitamente a Homenagem, desculpava a conjusão e concedia as Graças! Que bonito tema de meditação para alguns dos seus seguidores um tanto limitados!...

E, para fechar esta Nota, Carolei-zinho: não deixe de consultar, ainda, o I Vol., págs. 39 a 42, entre outras, nas quais achará notáveis Curas e, todo ato de um MESTRE ensina muito... a quem aspira Saber para Servir!

PAX TIBI, CAROLEI!

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5 Possivelmente não fosse necessário dizer que, se Você, Carolei, ou

algum necessitado ou dos que se disponham a orar pelos doentes, preferir, de

coração, algum outro Retrato do MEM, e não o que coloquei neste Tema, o MEM

certamente fará como com as flores da Benedita. Ele sabe que, se brindei muitos

retratos diferentes Dele, é para que todos achem algum que tanto lhes agrade, que

mais fácil se lhes torne AMÁ-LO! Assim também lerá Ele, no coração de Você e

de todos, o Imperador disfarçado de Burguês! O que Curava, perdoando os

Pecados!...

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ÍNDICE DO TERCEIRO VOLUME NOSSA CAPA: ilustração a Cores do Labor de SSS, e Com. 407 TERCEIRA PALESTRA COM CAROLEI Com. 131 Ilustrações: Tenho passinho tão leve

Pequeno Ser ajuda Oração Um Clichê do MEM

Início dos Temas: “O MUITO EXCELSO MESTRE E...”

AS SESSÕES (1870-1904): (Com, 132 a 134) Ilustração: magnífico retrato do Muito Excelso Mestre PHILIPPE, O Pai dos Pobres!

A SUA TRANSMISSÃO: (Com. 135 a 140) Modos de Sua Transmissão AS DUAS VIAS: (Com. 141 a 148) Via Mental e Via Mística O PAI: (Com. 149 a 152) Provas da Bondade do Pai O CÉU (Reino Espiritual): (Com. 153 e 154) Condições para ir lá O VERBO: (Com. 155 a 157) JESUS-O-CRISTO: Sua Origem Fenomenologia universal da Sua Vinda Cristo-O-esus, visível

Jesus, o Salvador dos Pobres JESUS O RESSUSCITADO E O CRISTO CÓSMICO E SOCIAL Israel A R. C. M. (Com. 158 a 167) Ilustrações: Magnífico quadro de Jesus-O-Cristo (por Reynolds) Escudo da República dos Cidadãos do Mundo Adoração da Cruz

O ESPIRITO SANTO: (Com. 168 e 169) Dons; e Pecado contra O REINO (espiritual): (Com. 170 a 173) Céu e Paraísos A VIRGEM: (Com. 174 a 176) Quem é Ela Porque orar a Ela OS ANJOS E GUIAS: Influências do Plano Invisível de acordo com as principais Tradições

Angelologia Hebraica, Cristã, Mágica-Oriental Reais funções dos Anjos, provadas pelo MEM Anjos da Guarda (Com. 177 a 180) Ilustrações: Um duende O Mundo Encantado dos Gnomos A CORES: Seres da Natureza e o vento

OS GÊNIOS E OS EGRÉGOROS: (Com. 181 a 187) Mistérios OS ENVIADOS (do PAI): Datas, números e fatos... (Com. 188 a 189) História: 21: Vida e Morte de

“Um dos Onze” que passaram pelo Sol... Ilustração: Retrato de Francis SCHLATTER, um dos Onze

O MEM: UM DOS TRÊS ENVIADOS (Ele, O MAIOR) (Com. 190-191) OS APÓSTOLOS E PROFETAS: (Com. 192-193) Elias, Judas, etc. A ALMA: Sua criação Funções Nem todas descem nas mesmas condições Condições para

descer, atuar e progredir (Com. 194-195) O DIABO: Realidade sobre o Diabo e demônios e suas relações com a nossa vida e progresso (Com.

198-199) O DESTINO (“Karma”, dos orientais): Sua categoria funcional e realidade O Jogo das Três Forças: DESTINO-PROVIDÊNCIA-VONTADE HUMANA (Com. 200 a 204) Como liberar-se do “Destino” A MORTE: O MEM “faz morrer experimentalmente” Condições após a morte “Consolar” aos

moribundos... Reencarnação e Ressurreição da carne Condições especiais da morte Como nos ajudam e como nos ajudamos a nós mesmos A conduta para com os mortos (Com. 205 a 213) História: 22: O M. PAPUS e o Discípulo “Jeholo” (macabra, mas instrutiva experiência!...)

A REENCARNAÇÃO: Diferentes sentidos práticos Ação da Reencarnação no indivíduo, na

sociedade e na história (Com. 214 a 217 e: As Sete Conclusões Fundamentais)

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O DESTINO ESPIRITUAL DO SER: Experiência de erguer as Cortinas que separam os mundos...

(Com. 219 e 220) O ESPORTE: (Com. 221) História: 23: Reação “diferente” dos alemães, à derrota A DIETA: Para toda a gente em geral Para os discípulos Para os da Via Mística essênia

Subindo na escadinha infinita (Com. 222) O ESPIRITISMO: Existe algo bom nele? Orientação do MEM aos seus Discípulos

Cientificamente... Do ponto de vista “ocultismo ocidental” Para método de desenvolvimento espiritual Como investigador de ioga... Como místico cristão (Via do M. PHILIPPE) Do ponto de vista higiene médica Considerações religiosas relativas ao espiritismo Filosófica e Socialmente (Com. 223: de 12 páginas)

OCULTISMO E MAGIA: Aprender-se em 3 semanas “Operação Mágica” Definições de Magia A

que Jesus ensinava Quadro das Ciências do BEM e do MAL (Com. 224 a 227) História: 24: Uma lição de Magia da Vida Ilustração: Os Gnomos fazendo Magia da Vida

AS RELIGIÕES E AS IGREJAS: É uma grande felicidade ser Católico Diretrizes religiosas para todos

“Toda e qualquer religião salva...” (Com. 228 a 230) O ANTIGO TESTAMENTO: Os Evangelhos e as épocas mudam... (Com. 232) O EVANGELHO: Não foram os Apóstolos... O que Jesus não lhes tinha dito... (Com. 233) A NÃO-VIOLÊNCIA: As moléculas de selvagens Mais vale fazer o al... (Com. 234) OS PROCESSOS: Porque evitá-los ...Te retirarei a saúde... (Com. 235) OS AINDA IMPERFEITOS: Os órgãos imperfeitos (Com. 236) OS QUE RECUSAM AJUDA: Ajudar até com escândalo? As conseqüências da ação (Com. 237 a

239) OS MORNOS: (Com. 240 sobre a ipecacuanha social) CASAMENTO, DIVÓRCIO E FILHOS: Ensinamentos transcendentais a respeito a respeito Criação

dos filhos; razões ocultas de sua vinda e na influência sobre as gestantes (Com. 240 a 243) A MULHER: Função espiritual e social das encarnações femininas Emancipação ou não? (Com. 244

e 245) OS SONHOS: Reais e não Como tê-los puros Experiências noturnas (Com. 246) História: 25:

Jesus e as Raças Terrestres A TRANSPARÊNCIA: Segredos aqui e após a morte Nada está oculto (Com. 250 a 252) O PERDÃO: Porque a confissão não basta Dificuldades de se obter o perdão Como funcionam os

Anjos nisso Os Poderes do Perdão (Com. 250 a 252) “O DAR”: As velhas solteiras e seus gatos Chapas e o Dar (Com. 253) e “os mortos em vida” OS HUMILDES E ENTREGADOS: Individual, social e misticamente (Com. 254 a 256) e com

ensinamentos sobre “o verme da vaidade” A CARIDADE: Os mistérios da Caridade no plano sutil, e no prático Sua relação com a adversidade,

a solidariedade e na educação dos filhos Chaves práticas (Com. 257 a 260) História: 26: Anjo ou Homem?

A PRECE: Porque alguns não podem orar Outras condições necessárias para orar Conselhos

para orar Promessas e seus efeitos Posturas de oração Os Seres que ouvem as nossas preces... Utilidade social ou coletiva da Prece A ORAÇÃO DOMINICAL Pater clássico e completo Pater espontâneo Expectante Pater Kabbalístico Hora Nona... (Com. 261 a 277)

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Ilustrações: Seres da Natureza, orando Oração sem palavras Quando um Gnomo ora... Visão em profunda adoração a Virgem A CORES: O Gnominho como Anjo da Guarda

“AMAI-VOS!”: Porque nos é difícil e como fazer para “treinar” o amor ao semelhante Os poderes

decorrentes (Com. 278)

AS CONDIÇÕES DAS CURAS E DAS GRAÇAS, SOB a BALANÇA MORAL: O “ministério do milagre” Curas pela Graça e pela Prece Que fazer quando a medicina espiritual não atua e, vice-versa... O mal curado sem que os pecados sejam perdoados... ALGUMAS DAS CURAS OPERADAS PELO MEM EM LYON CASOS DE CURAS CONTEMPORÂNEAS A PREPARAÇÃO PARA CURAS COLETIVAS NA “A.M.O.” O GRUPO DAS “CURAS M´SITICAS” AS MÃOS LIMPAS... Conselhos práticos, para crentes e para materialistas... (Com. 279 a 287) Histórias: 27: O Rapazinho aleijado, de Montevidéu; 28: O MEM PHILIPPE e “Jedidiah”; 29: Dispepsia crônica de 30 anos; 30: Condenada à morte, Chola torna-se Mãe; 31: O Irmão de Chola, salvo de gangrena e “prolongado” de Câncer; 32: Supressão de atroz agonia num Câncer da garganta; 33: Alguns casos de curas durante a Cruzada; 34: As Graças obtidas por “Uma Mulher Muito Rica”; 35: Um exemplo da Bonomia do MEM PHILIPPE; 36: Curas Místicas no Monastério Amo-Pax (1953-1958); 37: Um dos casos da Misteriosa Ação do M. CEDAIOR Ilustrações: Foto de uma menina “antes e depois” do MEM salvá-la Foto 38: O ROSTO DOLOROSO E AS MÃOS LIMPAS!...” Benedita, Hélios e seus filhos!

Com. 407

Como sempre, isto é: como nas demais Visões que a obra oferece,

todo um curso de simbolismo e de realidades sutis acha-se incluído nesta

jóia mística:

Como se verá no Tema: “O Reino Animal”, no IV volume, assim

como já indicações são dadas no de “Anjos e Egrégoros” (Anjos de

Coletividades) – neste Volume –, acontece que no plano superior, ou seja,

o que se designa como celeste – que não deve ser confundido com o astral

dos médiuns, etc. – todas as atividades idéias e coletivas, apresentam-se

sobe formas, peculiares de cada uma – e revelam Anjos e Videntes, o que realmente são. Assim, a Visão da capa:

Sobre uma nuvem-pedestal que nasce da própria roupagem do Anjo

de tal Labor, acham-se: o próprio Ser angelical, que toca a trombeta de

Alerta, por toda a parte em que passa a naveta com proa de Cisne

(intenção mansa), puxada por dois alados e alvos Cavalos (ideal, poesia, e

também – alusão a Sádhaná e SSS (como se viu no II Volume) que devem

procurar ter motivos e modos de ação tão puros e nobres como os seres

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sutis que puxam a sua barca, na qual certa quantidade de água pura e

serena (conhecimento e influência no Muito Excelso Mestre) está contida.

Ao oposto do que parece na Terra, o nome de Sri Sevânanda Swami

nem se vê. Está, é verdade, inscrito em círculo – como o nome dos navios,

nos salva-vidas… - para indicar que o labor de que se trata, leva o nome dele na Terra, ou parte dela que lhe foi dada como campo para arar, ou

espaço espiritual a percorrer…

Mas, a formosa Estrela gigantesca – que assim mesmo lembra a da

História n. 28 – neste Volume – deve ser compreendida à luz dos detalhes

dados pela Vidente. A Estrela é o veículo do MEM, que assim Se

Manifesta, no e por meio do Labor do SSS, principalmente no que se refere

ao lapso de tempo de Sua ação e Ensinamento, desde os tempos do Profeta AMÓS, que é ELE MESMO, como veremos…

Mas, antes de surgir o Rosto do MEM, aparece dentro da Estrela,

isto é muito mais intimamente ligada ao próprio Muito Excelso Mestre, a

sorridente Mãezinha Sádhanâ…, o que mostra ser por ela (muitos sentidos)

que tal Laço com MEM está assegurado.

Finalmente, acima da maravilhosa Coroa do IMPERADOR DO

MUNDO e do “arco de Rosas Azuis” (ideal de pureza espiritual do Labor e

dos Ensinamentos do MEM) no supremo jorrar da LUZ DO MESTRE

PHILIPPE, está o MAGNIFICAT, que até tomar em crescente ascendente:

O Labor de SSS procura magnificar a alma de todos aqueles eu,

por seu intermédio, possam tomar contacto interior com MEM; Mãezinha

procura magnificar a doutrina do MEM vivendo-a, num grau que só os

Íntimos apreciam realmente, e todo Labor, ensinamentos e Vida do próprio

MEM PHILIPPE, desde antes dos tempos de Amós a hoje são isso: um

MAGNIFICAT ao Divino Amigo e à Bondade do “`Pai tão bom que sempre

sabe o que precisamos”: Esurientes implevit bonis, et divites dimisit inanes! (Aos esfaimados cumulou de bens, e aos ricos mandou de volta,

com as mãos vazias – Magníficat).