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MÉTODO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE
PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO:
ESTUDO DE CASO NA CONSTRUÇÃO
CIVIL
ALMIR MARIANO DE SOUSA JUNIOR (UFERSA )
KARINE VANESCA DA CUNHA BEZERRA SILVA (UnP )
LIGIA LEITE PAIVA PAULA MARTINS (UnP )
Maria Rosangela de Oliveira (UnP )
ANTONIO CARLOS LEITE BARBOSA (UFERSA )
Diante do contexto social e econômico contemporâneo, o planejamento
e o controle da produção são processos fundamentais para que
empresas consigam o êxito desejado. De tal modo, este trabalho tem
como objetivo principal apresentar um método para a implementação
do nível de planejamento de curto prazo para empresas de construção
civil. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de fundamental
importância para dar embasamento teórico sobre o assunto aqui
discutido. Posteriormente fez-se um estudo de caso de uma construtora
de edifícios. A pesquisa é importante, pois, apresenta não só a teoria,
mas um caso concreto de um método para implementar um
planejamento a curto prazo na empresa para a qual foi desenvolvido o
estudo. Por fim, o estudo de caso comprova que para reduzir a
ocorrência de acontecimentos inesperados na obra é essencial a
elaboração de um planejamento e controle adequados. Deste modo,
garante-se um andamento continuo e satisfatório da obra.
Palavras-chaves: Planejamento, Controle, Produção, Construção
Civil.
XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10
Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.
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1. Introdução
A indústria da construção civil vem passando por mudanças ao longo dos últimos anos. O
aumento do nível de exigência dos consumidores, a reduzida disponibilidade de recursos
financeiros, o aumento da competição empresarial, entre outros fatores, tem forçado a
indústria da construção civil a buscar melhorias de seus sistemas gerenciais (COELHO 2003,
apud ISATTO et al., 1999).
A atuação na área do planejamento e controle da produção é um fator preponderante para que
seja alcançado êxito nos processos de produção e nos procedimentos administrativos e
gerenciais. Muitas empresas têm consciência da importância do planejamento, mas poucas
têm um sistema bem estruturado.
O ambiente da construção civil é incerto, logo os planos que apresentam um horizonte de
longo prazo com alto nível de detalhamento, tendem a apresentar muitas falhas, o ideal seria
que esse detalhamento fosse elaborado num momento mais próximo de sua execução.
O planejamento e controle possuem três tipos básicos o longo, o médio e o de curto prazo,
esse último é semanal o que proporciona uma redução nas incertezas. Este trabalho relata a
implementação do Planejamento de Curto Prazo, que é um planejamento semanal, em uma
obra de construção civil a partir de um planejamento de longo prazo utilizado pela empresa
pesquisada, objetivando um processo previsível visando à antecipação das ações futuras.
A falta de planejamento pode se tornar um problema significativo no andamento da obra,
impedindo que a mesma se desenvolva e que possa gerar resultados. Assim, o Planejamento e
Controle da Produção (PCP) tornam-se essencial ao empreendimento para garantir o
desenvolvimento contínuo da obra. O PCP é uma ferramenta que visa determinar
antecipadamente quais os objetivos relacionados a produção serem atingidos e o que deve ser
feito para atingi-los de maneira eficaz, cumprir os prazos pré-estabelecidos, medir o
desempenho e compará-lo com o planejado, possibilitando a identificação dos erros ou
desvios e corrigi-los.
A necessidade de um planejamento e controle adequado na construção civil dá-se devido à
diversidade dos trabalhos realizados nas obras. Com a aplicação do sistema de planejamento
possibilita-se a melhoria da utilização dos recursos, a eficiência e os resultados.
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Objetivando apresentar um método para a implementação do nível de planejamento de curto
prazo para empresas de construção civil; Expor o sistema atual de planejamento e controle da
produção da empresa estudo de caso; Apresentar um método que facilitem a implementação
do planejamento de curto prazo em empresas de construção e Fazer uma analise dos
resultados obtidos, expondo as dificuldades encontradas pela empresa para implantação do
modelo.
2. O planejamento e controle da produção na construção civil
O planejamento de obra na construção civil faz-se necessário para minimizar a ocorrência de
acontecimentos inesperados e auxiliar nas tomadas de decisões favoráveis a fim de aumentar
as possibilidades de alcançar as metas inicialmente estabelecidas, executando-as com
qualidade dentro do orçamento e do prazo contratual. Tem como principal objetivo conhecer a
demanda por meio de previsões, definir o que, quanto e quando produzir, envolvendo uma
série de decisões baseadas em previsões. (FERNANDES; GODINHO FILHO, 2010).
É importante mencionar que o planejamento pode ser definido como o processo de tomada de
decisão realizado para antecipar uma desejada ação futura, utilizando meios eficazes para
concretizá-la (LAUFER & TUCKER,1987 aput BERNARDES; REICHMANN; FOTMOSO,
1999). Em uma determinada circunstância para resolver uma situação-problema a equipe de
gerenciamento da obra se deparam com a necessidade de tomadas de decisões que possui a
missão de escolher o caminho mais adequado para dar continuidade à execução da obra.
Segundo Laufer & Tucker (1987) aput (BERNARDES; REICHMANN; FOTMOSO, 1999, p.
2), o processo de planejamento da construção civil envolve cinco fases (figura 1):
Figura 01 – As cinco fases do ciclo de planejamento
Fonte: LAUFER & TUCKER, 1987.
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Na primeira fase, são tomadas decisões relativas ao horizonte e nível de detalhes do
planejamento, frequência de replanejamento e grau de controle a ser efetuado.
Na segunda fase, ocorre à coleta das informações necessárias para se realizar o planejamento.
Os documentos necessários para a obtenção de informações incluem, geralmente, contratos,
plantas, especificações técnicas, condições do canteiro e ambientais, dentre outras.
As decisões são tomadas na terceira fase (preparação dos planos). Essas são baseadas na
avaliação das informações coletadas na fase anterior. Geralmente, são utilizadas técnicas de
planejamento e programação de recursos, como diagrama de Gantt, técnicas de rede, dentre
outras.
A preparação dos planos é seguida pela quarta fase: a difusão da informação. Essa deve ser
transmitida de acordo com as necessidades de seus usuários e o responsável pelo
planejamento na empresa deve discernir quem deve recebê-las e qual seu formato necessário.
Já na quinta fase, avaliação do processo de planejamento é para tornar possível tal avaliação, é
necessária a utilização de indicadores de desempenho, não só da produção propriamente dita,
mas também do próprio processo de planejamento.
Um problema sério é que a elaboração do planejamento é muitas vezes encarada como uma
missão enfadonha que o setor técnico da empresa precisa cumprir. O produto final serve
apenas para “fazer figura” ante o cliente. São planilhas, gráficos e cronogramas que
prescindem de análise apurada e muitas vezes nem são aprovados por quem vai fazer a obra,
ou sequer submetidos ao crivo da equipe de produção. Planejamento serve para ajudar, não
para representar um ônus. (MATTOS, 2010, p. 23).
O planejamento serve de apoio à coordenação de todas as atividades executadas no decorrer
da obra na construção civil. Para que a obra seja concluída com grande facilidade, deve-se
existir um bom planejamento e controle, pois essa ferramenta é uma peça fundamental na
Construção civil. Cada tipo de planejamento varia no propósito de acordo com, período de
tempo e nível de detalhamento.
De acordo com TUBINO (2009) pode-se dividir o horizonte de planejamento de um sistema
produtivo em três níveis: o longo, o médio e o curto prazo. Onde esses prazos estão
relacionados às atividades estratégicas, táticas e operacionais das empresas.
Para o sucesso de um planejamento é indispensável à interligação dos diferentes níveis de
planejamento; Oliveira (2008), define de forma resumida a relação dos tipos de planejamento
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aos níveis de decisão numa pirâmide organizacional, conforme mostrado na figura 01. O
planejamento estratégico relaciona-se com o objetivo de longo prazo e com estratégias e ações
para alcançá-los que afetam a empresa como um todo, enquanto o planejamento tático
relaciona-se a objetivos de mais curto prazo e com estratégias e ações, geralmente afetam
somente parte da empresa.
Figura 01 – Níveis de decisão e tipos de planejamento
Fonte: OLIVEIRA, 2008.
2.1 Planejamento à longo prazo
Esse nível de planejamento é de responsabilidade da alta gerência, e é também chamado de
planejamento estratégico, ele se refere à determinação dos objetivos estratégico do
empreendimento a partir do perfil do cliente. Nesse momento são definidos, entre outros,
tempo para execução da obra, o tipo de empreendimento e sua viabilidade baseado em um
estudo de mercado.
Segundo Formoso (2001) o planejamento de longo prazo tem como principal produto o plano
mestre, nesse nível são definidos os ritmos das principais etapas da obra conjugado ao
orçamento, definindo o fluxo de despesas que deve ser compatível com o estudo de
viabilidade do empreendimento. Esse plano deve ser atualizado periodicamente em virtude de
mudanças que surgirão no decorrer da obra.
Para desenvolver um planejamento de longo prazo de acordo com Bernardes (2001, p. 145),
as atividades envolvidas estão representadas abaixo:
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Figura 02: Planejamento de Longo Prazo
Fonte: BERNARDES, 2001.
2.2 Planejamento à médio prazo
O planejamento de médio prazo, ou tático é desenvolvido pelos níveis organizacionais
intermediários, possui objetivos predominantemente táticos, e obedecem as estratégias
traçadas pelo planejamento de longo prazo. De acordo com Formoso (2001) esse nível tende a
ser móvel, sendo por isso, denominado de planejamento olhado para frente ( look ahead
planning).
Segundo Oliveira (2008, p.19) “o planejamento tático é a metodologia administrativa que tem
por finalidade otimizar determinada área de resultado e não da empresa como todo”. Ele
enfatiza as atividades de várias divisões da organização, e é definido por um período de um
ano. Nesse sentido Chiavenato, 2010, cita que o planejamento tático é utilizado para delinear
o que as várias partes da empresa deve fazer para que ela obtenha sucesso no decorrer do
período de seu exercício.
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Figura 03: Planejamento de Médio Prazo
Fonte: BERNARDES, 2001.
2.2 Planejamento à curto prazo
Esse nível está relacionado com a tomada de decisão à curto prazo e possui objetivos
operacionais, tem como objetivo principal orientar a execução da obra e detalhar as atividades
que serão realizadas junto com os responsáveis pelas equipes, normalmente é realizado em
ciclos semanais. Em obras muito rápidas, e nas que existem um grau de incerteza muito alto,
esse ciclo pode ser diário (FORMOSO 2001).
O planejamento de curto prazo é normalmente elaborado por níveis organizacionais
inferiores, nessa situação têm-se os planos de ação ou planos operacionais, que focam as
atividades do dia-a-dia da empresa, no planejamento operacional deve conter recursos
previstos para seu desenvolvimento, procedimentos básicos a serem adotados, resultados
esperados, prazos estabelecidos e responsáveis por sua implantação e execução (OLIVEIRA
2008).
Figura 04: Planejamento de Curto Prazo
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Fonte: BERNARDES, 2001
No planejamento de curto prazo pode-se realizar uma importante avaliação. De acordo com
FORMOSO (2001) essa avaliação se refere ao cálculo do indicador PPC (Percentual
Planejado Concluído), que é a relação entre o número total de tarefas concluídas na semana,
em relação ao número total de tarefas programadas.
3. Percentual Planejado Concluído - PPC
O indicador Percentual Planejado Concluído – PPC, tem o objetivo de calcular o avanço da
obra avaliando o comprometimento das equipes na execução da mesma. Consiste na relação
das tarefas efetivamente realizadas em relação às tarefas programadas. (FORMOSO et al.
2001).
PPC = Quantidade de pacotes de trabalho executado
Quantidade de pacotes de trabalho planejado
Para garantir a continuidade das tarefas deve-se ter o controle maior da mão de obra destinada
diariamente aos serviços e registrar as causas pelas quais as tarefas executadas não seguiram o
plano determinado.
4. A utilização do controle na construção Civil
O controle da obra é imprescindível quanto ao planejamento para que a qualquer momento
possa fazer o comparativo do previsto com o realizado e corrigir a direção das atividades já
determinadas se for necessário. O mesmo tem a função administrativa que trata de medir e
corrigir o desempenho das atividades executadas para atingir os objetivos da empresa
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conforme planos delineados e desempenha um papel extremamente importante na
identificação da necessidade de mudar o escopo do projeto. O planejamento e controle afetam
absolutamente do início ao fim na execução da obra. (BERNARDES, 2001).
Realizar o controle contínuo das atividades executadas é assegurar que os resultados previstos
estão sendo alcançados, ou seja, comparam o realizado pela produção com o previsto no
planejamento, que nada mais é a 3º etapa do ciclo do PDCA (Planejar / Desempenhar / Checar
/ Agir). De acordo com Aldo Mattos (2010) o PDCA é o conjunto de ações ordenadas e
interligadas entre si, dispostas graficamente em um círculo em que cada quadrante
corresponde a uma fase do processo.
Figura 05: Planejamento e controle de obras.
Fonte: MATTOS, A. D., 2010.
O acompanhamento da obra é fundamental para detectar desvios ocorridos e estabelecer
condições para sua correção já que o planejamento é um sistema imprevisível. De acordo com
TUBINO (2009, p. 4) “quanto mais rapidamente os problemas forem identificados, mais
efetivas serão as medidas corretivas visando ao cumprimento do programa de produção”.
O Controle pode ser visto como um processo de monitoramento contínuo, envolvendo a
análise das causas, seus efeitos sobre durações do projeto e se esses desvios estão dentro das
margens estabelecidas” (BARCAUI et al. 2006, p. 104). Porem, segundo esse autor, um dos
problemas mais comuns em todos os projetos é, justamente, a fase de controle, ou a ausência
do mesmo.
Segundo Fernandes e Godinho Filho (2010), o Controle da Produção pode ser definido como
a atividade gerencial responsável por regular (planejar, coordenar, dirigir e controlar) no curto
prazo, o fluxo de materiais em um sistema de produção por meio de informações e decisões
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para execução. No controle podemos identificar problemas, erros e imperfeições que se
converte em desvios do planejamento, com o destino de corrigi-los e de evitar retrabalhos nas
obras.
Chiavenato (2010, p. 513) diz que o controle é a função administrativa que monitora e avalia
as atividades e resultados alcançados para assegurar que o planejamento, organização e
direção sejam bem-sucedidos. O controle, em geral, serve para fazer algo acontecer de
maneira como foi planejado. Nesse sentido, ele consiste basicamente de um processo que guia
a atividade exercida para fim previamente determinado. Sendo necessário que a equipe esteja
comprometida com a importância do acompanhamento e controle das atividades em
andamento.
De acordo com Oliveira (2008) os tipos de controle são consequência dos tipos de
planejamento de uma empresa, onde subdivide o controle em três tipos: estratégico, tático e
operacional.
Segundo Oliveira (2008), esse tipo de controle decorre do processo de planejamento
estratégico e envolvem, primordialmente, as relações da empresa com o ambiente, ele
controla o desempenho empresarial como um todo.
Chiavenato (2010) caracteriza o nível estratégico como o nível sendo direcionado ao longo
prazo na preocupação com o futuro, focalizando o ambiente externo a fim de alcançar os
resultados planejados.
De acordo com Oliveira (2008), no tipo tático os padrões de controle e avaliação são
estabelecidos a partir de objetivos setoriais departamentais para avaliar os resultados de cada
área e dos sistemas administrativos.
Segundo Chiavenato (2010) o controle tático está direcionado ao médio prazo abordando cada
departamento ou unidade organizacional focalizando a articulação interna.
Oliveira (2008), ressalta que o controle é realizado pela execução das operações, ou seja,
sobre a própria execução das tarefas do dia-a-dia da empresa.
Segundo Oliveira (2008), o controle operacional toma algumas decisões, tais como, revisão
do quadro de pessoal, determinação do processo de controle de qualidade de produção.
De acordo com Chiavenato (2010), este tipo de controle está direcionado ao curto prazo e
aborda cada tarefa ou operação focalizando em cada processo.
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5. Estudo de Caso
A empresa objeto de estudo é uma construtora que atua no mercado há 24 anos, surgiu
inicialmente em estrutura familiar e iniciou suas atividades com destaque para a realização de
obras públicas e na década de 90 passou a realizar também incorporações. A construtora
possui certificação nível A do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat
(PBQP-H) e ISO 9001. Os certificados são válidos por um ano e a empresa possui o nível
máximo de qualidade desde 2010. A obra em estudo é composta por duas torres com 18
pavimentos cada, com dois tipos de apartamento, constituído de 2 quartos com 61,31m² e
outro de 3 quartos com 74, 60m², localizada no município de Mossoró-RN. A empresa conta
com os planejamentos a longo e médio prazo, sendo o primeiro elaborado pela gerência e
diretoria da empresa, e o segundo pelo engenheiro responsável pela obra.
No planejamento de longo prazo a empresa define os objetivos do empreendimento baseado
em pesquisas elaborada pela mesma na cidade, a partir dessas pesquisas são definidos o tipo
de empreendimento e o valor aproximado, além dos prazos da obra. Nesse nível é também
elaborado o orçamento da obra e a seleção e aquisição dos recursos necessários para a
construção da obra. A empresa estudada não utiliza nenhum pacote computacional para
elaboração desse planejamento.
No planejamento de médio prazo utilizado pela empresa os serviços são detalhados e
divididos em pacotes com previsões para inicio e termino baseado no que foi estabelecido no
plano anterior, nesse nível a empresa não faz um planejamento muito detalhado, a
programação das atividades é feita num momento mais próximo da execução e não é
documentada.
O engenheiro responsável pela obra usa esse planejamento, e a experiência nos prazos
estabelecidos pelos fornecedores, para programar a aquisição de material e monitorar a obra.
6. Modelo de Planejamento de Curto Prazo
Baseado em BERNARDES (2001), o modelo de planejamento implementado na obra em
estudo é básico com poucas etapas como forma de evitar o desinteresse por parte dos
funcionários envolvidos no processo e ao mesmo tempo possibilitar o entendimento do
processo de planejamento de curto prazo.
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O engenheiro da obra deve se encarregar de preparar o plano de curto prazo. Contudo, para a
identificação dos pacotes de trabalho que podem ser executados e incluídos neste plano, deve-
se buscar o auxílio do mestre de obras. Nesse sentido, o mestre pode verificar e registrar no
plano o momento segundo o qual os pacotes estão sendo desenvolvido, bem como os
problemas que estão impedindo a equipe de alcançar a meta fixada. (BENARDES, 2001, p.
136).
O quadro abaixo é a planilha implementada na obra no planejamento de curto prazo. Na
primeira coluna tem-se a sequencia dos pacotes de trabalhos, na segunda é o nome do
responsável pela equipe de trabalho para a execução de cada pacote, na terceira coluna é o
tipo de serviço, e à descrição das atividades do pacote que serão executados é na quarta
coluna. Nas demais temos as semanas onde serão marcados os dias de execução do
determinado pacote de trabalho, em seguida a porcentagem de realização com o espaço na
coluna vizinha para observar os motivos do não cumprimento das metas.
Quadro 01: Planilha de planejamento de curto prazo
Fonte: Planilha de planejamento de curto prazo, 2013
No fim do ciclo de curto prazo (semanal), de acordo com BERNARDES (2001) procede-se o
acompanhamento do escopo realizado e registrando as circunstancias dos que não cumpriram
o planejamento. Com a ajuda do indicado PPC calcula-se a razão dos pacotes de trabalhos
completados pelos totais planejados.
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7. Método e Implantação do Modelo
O método desenvolvido para a implementação do modelo de Planejamento de Curto prazo foi
aplicado em uma obra em andamento de uma construtora de médio porte localizada em
Mossoró-RN. Sendo divido em 3 etapas, a intervenção na obra teve a duração de 4 semanas
objetivando a implementação do planejamento de curto prazo, entre os dias 28 de Outubro e
22 de Novembro de 2013.
A primeira etapa do método desenvolvido iniciou por uma reunião previamente realizada com
o engenheiro responsável geral da obra expondo os objetivos da inclusão do planejamento de
curto prazo, posteriormente foi praticado um treinamento com toda equipe de gerenciamento
da obra composta por um engenheiro, um mestre de obra encarregado pela alocação de
pessoal aos serviços programados e pelo controle de qualidade e um técnico em edificações
responsável pela aquisição dos materiais para o abastecimento da obra, visando capacitar os
envolvidos para o desenvolvimento do projeto.
A terceira e ultima etapa envolve os estudos realizados na obra, as reuniões semanais para
preenchimento e acompanhamento da planilha, e a coleta de dados. Foi desenvolvida uma
planilha de fácil preenchimento para que não impactasse na rotina de trabalho da equipe do
desenvolvimento do projeto.
O técnico de edificações juntamente com o mestre de obras ficou responsável pelo
preenchimento da mesma e pelo acompanhamento das tarefas previamente planejadas. Na
empresa tem instaurado o procedimento de fotografar todos os apartamentos de todos os
andares dos prédios com a finalidade de acompanhar a evolução da obra, com essa prática
ajudou a determinar todos os serviços necessários para se executar na obra nos próximos dias,
até a conclusão do estudo.
8. Análise e resultados
Na primeira semana 12 pacotes de trabalhos planejados distribuídos para as equipes, tais
como assentamento de revestimento cerâmico em diversos apartamentos do bloco A e bloco
B, execução de mestras e regularização de piso de escadas, execução de acabamento em gesso
nas escadas e hall. Conforme Tabela 01 – PPC primeira semana houveram 8 atividades
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concluídas 100% no prazo previsto, 1 atividade concluída 100% fora do prazo planejado e 3
atividades não concluídas em virtude de alguns problemas.
Tabela 01 – PPC primeira semana
PACOTE DE
TRABALHO
SITUAÇÃO
(%)
PROBLEMAS
1 40% Mudança de prioridade
2 80% Retrabalho na obra, devido a identificação de vazamento
3 100%
4 100%
5 100%
6 90% Retrabalho na obra, devido a identificação de piso fofo.
7 100% Não concluído no prazo previsto. Atraso de material pelo
fornecedor.
8 100%
9 100%
10 100%
11 100%
12 100%
PPC sem (%) 75,00%
Fonte: Autoria Própria, 2013
Já na segunda semana foram planejadas 9 pacotes de trabalhos distribuídos entre as equipes.
Houve atividades de assentamento de revestimento cerâmico, assentamento de piso tipo
porcelanato, instalação de forro em gesso liso, execução de acabamento em gesso nas escadas,
regularização de piso em patamar e escadas. Conforme Tabela 02 – PPC segunda semana
houve 4 atividades concluídas 100% no prazo previsto, 2 atividades concluídas 100% fora do
prazo planejado, 1 atividade não executada e 2 atividades não concluídas em virtude de alguns
problemas.
Tabela 02 – PPC segunda semana
PACOTE DE
TRABALHO
SITUAÇÃO
(%)
PROBLEMAS
1 80% Atraso da tarefa antecedente
2 100%
3 0% Mão de obra doente
4 100%
5 80% Interferência do cliente (faltou material)
6 100% Não concluído no prazo previsto. Retrabalho na obra, devido a
identificação de piso fofo.
7 100% Não concluído no prazo previsto. Atraso de material pelo fornecedor.
8 100% Não concluído no prazo previsto. Retrabalho na obra, devido a
identificação de piso fofo.
9 100%
PPC sem (%) 66,67%
Fonte: Autoria Própria, 2013
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Na terceira semana foram programados 10 pacotes de trabalhos e distribuídas para as equipes.
Ocorreram atividades de assentamento de revestimento cerâmico, instalação de forro em
gesso liso, acabamento em gesso nas paredes no hall, execução de rejunte em revestimento
cerâmico de fachada. De acordo com a Tabela 03 – PPC terceira semana houve 8 atividades
concluídas 100% no prazo previsto, 1 atividade concluída 100% fora do prazo planejado, 1
atividade não executada e 1 atividade não concluída em virtude de alguns problemas.
Tabela 03 – PPC terceira semana
PACOTE DE
TRABALHO
SITUAÇÃO
(%)
PROBLEMAS
1 100%
2 80% Falta de material devido ao atraso do fornecedor
3 100% Não concluído no prazo previsto, devido à mão de obra lenta
4 100%
5 100%
6 100%
7 100%
8 100%
9 0% Mudança de prioridade
10 100%
PPC sem (%) 80%
Fonte: Autoria Própria, 2013
9. Considerações finais
O gráfico 01 mostra os principais problemas encontrados na obra pelas quais não se
cumpriam as metas pré-estabelecidas, resultado obtido no estudo de caso:
Gráfico 01 – Principais problemas para o não cumprimento das metas
Fonte: Autoria Própria, 2013
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Entre as semanas apresentou uma variação dos índices de PPC coletados em estudo. A
variação é devido ao efeito aprendizagem da equipe envolvida na elaboração do planejamento
na tentativa de ajustar os pacotes de trabalhos com a capacidade das equipes de execução.
Gráfico 02 – PPC das semanas em estudo
Fonte: Autoria Própria, 2013
Dessa forma o planejamento implementado nos comprova um ambiente incerto na construção
civil e que para reduzir a ocorrência dos acontecimentos inesperados na obra é fundamental a
elaboração de um planejamento adequado, afim, de garantir o andamento contínuo da obra.
REFERÊNCIAS
BARCAUI, A. B. et al. Gerenciamento do tempo em projetos. Rio de Janeiro, FGV, 2006.
BERNARDES, M. M. S. Desenvolvimento de um Modelo de Planejamento e Controle da Produção para
Empresas de Construção. Porto Alegre, PPGEC/UFRGS, 2001. Tese de doutorado.
CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. 2 ed. Rio de Janeiro. Elsevier, 2010.
FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo. Atlas,
2010.
FORMOSO, C. T.; BERNARDES, M. M. S.; ALVES, T. C. L., OLIVEIRA, K. A. Planejamento e Controle
da Produção em Empresas de Construção. Porto Alegre. UFRGS, 2001.
FORMOSO, Carlos Torres et al. Modelos de Planejamento de Curto Prazo para Construção Civil. NORIE –
Núcleo Orientado para a Inovação da Construção –Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
1999.
OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 25 ed. São Paulo. Atlas,
2008.
TUBINO, D. F. Planejamento e Controle da Produção: teoria e prática. 2 ed. São Paulo. Atlas, 2009.