METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE...

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i UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA EDUARDO CONCESSO MENDONÇA ORIENTADOR: MARCO ANTONIO ALMEIDA DE SOUZA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS BRASÍLIA/DF: NOVEMBRO – 2009

Transcript of METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE...

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    UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

    METODOLOGIA PARA AVALIAO DE DESEMPENHO

    DE SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA

    EDUARDO CONCESSO MENDONA

    ORIENTADOR: MARCO ANTONIO ALMEIDA DE SOUZA

    DISSERTAO DE MESTRADO EM TECNOLOGIA AMBIENTAL E

    RECURSOS HDRICOS

    BRASLIA/DF: NOVEMBRO 2009

  • ii

    UNIVERSIDADE DE BRASLIA

    FACULDADE DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    METODOLOGIA PARA AVALIAO DE DESEMPENHO DE

    SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA

    EDUARDO CONCESSO MENDONA

    DISSERTAO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE

    ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DA FACULDADE DE

    TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE BRASLIA COMO PARTE

    DOS REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU

    DE MESTRE EM TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS

    HDRICOS.

    APROVADA POR:

    _________________________________________________

    Prof. Marco Antonio Almeida de Souza, PhD (UnB)

    (Orientador)

    _________________________________________________

    Prof. Oscar de Moraes Cordeiro Netto, DSc (UnB)

    (Examinador Interno)

    _________________________________________________

    Prof. Priscilla Macedo Moura, DSc (UFMG)

    (Examinador Externo)

    BRASLIA/DF, 16 DE NOVEMBRO DE 2009.

  • iii

    FICHA CATALOGRFICA

    MENDONA, EDUARDO CONCESSO

    Metodologia para avaliao de desempenho de sistemas de drenagem urbana. [Distrito

    Federal] 2009.

    xvii,176p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Tecnologia Ambiental e Recursos Hdricos,

    1999). Dissertao de Mestrado Universidade de Braslia. Faculdade de Tecnologia.

    Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.

    1.Drenagem Urbana 2.Avaliao de desempenho

    3.Mtodos de Auxlio a Deciso 4.Inundaes

    I. ENC/FT/UnB II. Ttulo (srie)

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA

    MENDONA, E. C. (2009). Metodologia para avaliao de desempenho de sistemas de

    drenagem urbana. Dissertao de Mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hdricos,

    Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Braslia, Braslia, DF,

    171p.

    CESSO DE DIREITOS

    AUTOR: Eduardo Concesso Mendona.

    TTULO: Metodologia para avaliao de desempenho de sistemas de drenagem urbana.

    GRAU: Mestre ANO: 2009

    concedida Universidade de Braslia permisso para reproduzir cpias desta dissertao

    de mestrado e para emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e

    cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao, sendo que nenhuma parte pode

    ser reproduzida sem autorizao por escrito do autor.

    ____________________________________

    Eduardo Concesso Mendona

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente a Deus, que me capacitou e me deu foras em todos os momentos da

    pesquisa.

    Aos meus pais, por todo amor e incentivo, por sempre colocarem a minha educao em

    primeiro lugar e por me ensinarem que o conhecimento o maior bem que se pode ter.

    Larissa pelo carinho e compreenso, por acreditar que as dificuldades sempre passariam

    e que o sofrimento no seria em vo.

    Agradeo a Carol e ao Edu, que sempre me alegraram e me daro a honra de batizar o

    Pedro, o filho que est por vir. minha av Lola pelos conselhos e pelas broncas. Aos

    meus familiares que, mesmo longe, sempre me deram foras e torceram pelo meu sucesso.

    A todos os meus sinceros e verdadeiros amigos, desde os da infncia at os mais recentes.

    Como vocs so importantes. Obrigado pela cobrana, pela desconfiana, mas tambm

    pelo apoio e pela certeza de que esse dia chegaria.

    Aos amigos-irmos do Maanaim, por estarem sempre ao meu lado e por todas as oraes,

    mesmo nos momentos em que no fui merecedor.

    minha terapeuta Silvana, que em vrios momentos me auxiliou na escolha dos caminhos

    a seguir, foi fundamental para que eu no desistisse do sonho que tracei ao iniciar o

    mestrado.

    Ao professor, orientador, amigo, confidente e conselheiro Marco Antonio, que se disps a

    me orientar em uma circunstncia muito especial, comprovou ser um excelente profissional

    e um ser humano admirvel.

    Aos colegas e amigos do Programa de Ps-Graduao em Tecnologia Ambiental e

    Recursos Hdricos, que dividiram o perodo acadmico mais intenso da minha vida. Bruno

    Tvora, Bruno Goulart, Davi, Gustavo, Par, Bernardo, Diego, Lcia, Dbora, Dayane,

    Marcely, Amanda, Melissa, Rodolfo, Alessandra, Ronaldo, Leonor, Orlandina, entre vrios

    outros no menos importantes.

  • v

    Aos professores do programa, Koide, Cristina, Ariuska, Ricardo, Ges, Oscar, Nabil e

    Nestor, pelos conhecimentos transferidos. Aos funcionrios e colaboradores, Boy e

    Adelias, bem como o pessoal da limpeza e todos os outros.

    s pesquisadoras que me auxiliaram na pesquisa, principalmente a Jussan Milograna, que

    de certa maneira me co-orientou e me possibilitou vrias reflexes. Raquel Brostel, pela

    excelente dissertao que esclareceu muitos aspectos da metodologia. Priscilla Moura,

    que gentilmente me cedeu sua dissertao para consulta e enriquecimento do meu trabalho.

    Aos especialistas que colaboraram com a resposta dos questionrios. Cludia Vale,

    Eduardo Mrio Mendiondo, Flvio Mascarenhas, Jaime Cabral, Jferson Costa, Jos Ges

    de Vasconcelos Neto, Jussan Milograna, Leonardo Mitre A. de Castro, Luiz Fernando

    Orsini, Mrcio Baptista, Neiva Azzolin, Priscilla Moura, Raquel Brostel, Rosa Martins,

    Vanessa Freitas e Vanusa Gomes.

    Ao CNPQ pelo fomento pesquisa e concesso de bolsa de estudos.

    A todos, muito obrigado.

  • vi

    METODOLOGIA PARA AVALIAO DE DESEMPENHO DE SISTEMAS DE

    DRENAGEM URBANA

    RESUMO

    Os frequentes problemas decorrentes da inexistncia ou ineficincia do manejo e

    gesto das guas pluviais urbanas foram motivadores para o desenvolvimento deste

    trabalho. O objetivo central da pesquisa desenvolver e aplicar uma metodologia de apoio

    capaz de avaliar o desempenho global de sistemas de drenagem urbana com aplicao de

    tcnicas de anlise de auxlio deciso, permitindo a identificao dos aspectos mais

    eficientes e tambm dos mais precrios associados aos sistemas de drenagem urbana.

    Para avaliar os sistemas de drenagem urbana foram selecionados dezesseis critrios

    com auxlio de especialistas. Esses critrios tiveram duas formas de avaliao, os

    indicadores de desempenho e as planilhas de avaliao, que so semelhantes s

    metodologias utilizadas em auditorias. Os sistemas de drenagem urbana tiveram seus

    desempenhos avaliados segundo cada critrio e agrupados em seis dimenses, sendo elas:

    legal, econmica, ambiental, social, de prticas sustentveis e tcnica. Dessa agregao,

    foi possvel proceder a uma avaliao global dos sistemas.

    Os mtodos de auxlio deciso selecionados para dar suporte a avaliao foram os

    mtodos multicritrio e multiobjetivo ELECTRE TRI e TOPSIS, que tm como

    caractersticas as possibilidades de alocao das alternativas em categorias. As categorias

    utilizadas para definir o nvel de desempenho dos sistemas de drenagem urbana foram

    timo, muito bom, bom, regular, ruim e muito ruim.

    Foram utilizados como estudos de caso trs cenrios de sistemas de drenagem

    urbana, que hipoteticamente pudessem ser implantados em uma sub-bacia do Crrego

    Vaca Brava, no municpio de Goinia. O primeiro, era composto por uma rede de

    drenagem tradicional, separada da rede de esgoto. O segundo, contava com a incorporao

    de duas bacias de deteno ao sistema tradicional e, o terceiro, incorporava a incluso de

    microreservatrios nos lotes para auxiliar o sistema tradicional de drenagem urbana.

    Os resultados indicaram desempenho regular, muito bom e timo para os cenrios I,

    II e III, respectivamente, com a utilizao do ELECTRE TRI. Utilizando o TOPSIS, o

    desempenho do cenrio I foi bom e dos cenrios II e III muito bom. Esses resultados

    mostraram-se coerentes e confirmaram a expectativa de desempenho mediante o emprego

    das tcnicas compensatrias.

  • vii

    METHODOLOGY FOR EVALUATION OF PERFORMANCE OF URBAN

    DRAINAGE SYSTEMS

    ABSTRACT

    The frequent problems due to the non existence or the inefficiency of the

    management and the handling of urban stormwater were the motivators for the

    development of this essay. The main aim of this research is to develop and apply a support

    methodology that is able to evaluate the global performance of urban drainage systems by

    means of using analytical techniques of decision support, allowing the identification of the

    most efficient, and also the most precarious, aspects related to the urban drainage systems.

    To evaluate the urban drainage systems, sixteen criteria were selected with the help

    of experts. These criteria were evaluated in two different ways: the performance indicators

    and the evaluation tables, which are similar to the methods used in audits. The

    performances of the systems of urban drainage were evaluated according to each criteria

    and were classified in six dimensions: legal, economic, environmental, social, sustainable

    practices and technical. After this aggregation, it was possible to proceed to a global

    evaluation of the systems.

    The decision support methods selected to provide the evaluation were the method

    multicriteria and multipurpose ELECTRE TRI and TOPSIS, which allow the classification

    of the alternatives into categories. The categories used to define the average performance

    of the urban drainage systems were excellent, very good, good, regular, bad and

    very bad.

    Three different scenarios of urban drainage systems that hypothetically could be

    deployed in the stream Vaca Brava sub-basin, in the city of Goinia, were used as case

    studies. The first scenario consisted in a traditional drainage network, separated from the

    sewage. The second one added two detention basins to the traditional system, and the third

    one included some micro reservoirs in each urban lot to help the traditional urban drainage

    system.

    The ELECTRE TRI method indicated the performances as regular, very good and

    excellent to the scenarios I, II and III, respectively. With the TOPSIS method, the

    performance of scenario I was good, and the performances of scenarios II e III were very

    good. These results were consistent and confirmed the expectation of performance through

    the use of best management practices.

  • viii

    SUMRIO

    1. INTRODUO ............................................................................................................................. 1

    2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 4

    3. FUNDAMENTAO TERICA ................................................................................................. 5

    3.1. GESTO E MANEJO DAS GUAS PLUVIAIS URBANAS ............................................. 5

    3.2. AVALIAO DE DESEMPENHO ..................................................................................... 16

    3.3. MTODOS DE AUXLIO DECISO ............................................................................. 28

    4. METODOLOGIA DE PESQUISA .............................................................................................. 33

    4.1. PESQUISA BIBLIOGRFICA (1 ETAPA) ....................................................................... 33

    4.2. ESCOLHA DO MTODO DE AUXLIO DECISO (2 ETAPA) ................................. 34

    4.3. DEFINIO DO(S) MTODO(S) MULTICRITRIO E MULTIOBJETIVO PARA

    APLICAO PESQUISA (3 ETAPA) .................................................................................. 35

    4.4. LEVANTAMENTO PRELIMINAR DOS OBJETIVOS E CRITRIOS DE AVALIAO

    DOS SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA (4 ETAPA) ..................................................... 37

    4.5. CONSULTA A ESPECIALISTAS E ENQUADRAMENTO DOS CRITRIOS SEGUNDO

    OS OBJETIVOS ESPECFICOS SOB DIMENSES DE AVALIAO (5 ETAPA) ............ 37

    4.6. DESENVOLVIMENTO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO DE DESEMPENHO

    DOS SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA (6 ETAPA) ..................................................... 38

    4.7. APLICAO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO, ANLISE DOS RESULTADOS

    E CONCLUSO (7 ETAPA) ..................................................................................................... 38

    5. MTODOS MULTIOBJETIVO E MULTICRITRIO .............................................................. 40

    5.1. APRESENTAO E CLASSIFICAO DOS MTODOS MULTIOBJETIVO E

    MULTICRITRIO ...................................................................................................................... 40

    5.2. SELEO DO MTODO MULTIOBJETIVO E MULTICRITRIO ................................ 46

    5.3. MTODOS MULTICRITRIO E MULTIOBJETIVO APLICADOS AVALIAO

    NAS REAS DE RECURSOS HDRICOS E SANEAMENTO AMBIENTAL ....................... 60

    5.4. MTODOS MULTICRITRIO E MULTIOBJETIVO APLICADOS EM PESQUISA

    ASSOCIADAS DRENAGEM URBANA ............................................................................... 63

    6. IDENTIFICAO E SELEO DOS OBJETIVOS E CRITRIOS PARA AVALIAO DE

    SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA ....................................................................................... 73

    6.1. CONSULTA A ESPECIALISTAS ....................................................................................... 76

  • ix

    6.2. DEFINIO DOS PESOS DOS CRITRIOS .................................................................... 85

    7. PROPOSIO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO DE DESEMPENHO DE

    SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA ....................................................................................... 91

    7.1. DIMENSO LEGAL ........................................................................................................... 92

    7.2. DIMENSO ECONMICA ................................................................................................ 94

    7.3. DIMENSO SOCIAL .......................................................................................................... 98

    7.4. DIMENSO AMBIENTAL ............................................................................................... 103

    7.5. DIMENSO DE PRTICAS SUSTENTVEIS............................................................... 108

    7.6. DIMENSO TCNICA ..................................................................................................... 113

    7.7. DEFINIO DAS CATEGORIAS DE DESEMPENHO SEGUNDO OS CRITRIOS DE

    AVALIAO ............................................................................................................................ 118

    7.8. APRESENTAO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO DE DESEMPENHO DE

    SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA ................................................................................ 123

    8. APLICAO DA METODOLOGIA DE APOIO .................................................................... 130

    8.1. ESTUDO DE CASO REGIO DA SUB-BACIA DO CRREGO VACA BRAVA, DA

    CIDADE DE GOINIA-GO ..................................................................................................... 130

    8.2. AVALIAO DOS CENRIOS SOB OS DIFERENTES CRITRIOS ......................... 134

    8.3. AVALIAO DO DESEMPENHO DO CENRIO I ...................................................... 143

    8.4. AVALIAO DO DESEMPENHO DO CENRIO II ..................................................... 145

    8.5. AVALIAO DO DESEMPENHO DO CENRIO III .................................................... 147

    8.6. COMPARAO DOS DESEMPENHOS DOS TRS CENRIOS AVALIADOS ........ 150

    8.7. VERIFICAO DA PERTINNCIA DOS MTODOS MULTIOBJETIVO E

    MULTICRITRIO TOPSIS E ELECTRE TRI .......................................................................... 153

    9 . CONCLUSES E RECOMENDAES ................................................................................. 157

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................... 161

    APNDICE A ................................................................................................................................ 171

    APNDICE B ................................................................................................................................ 176

  • x

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 3.1. Balano hdrico afetado pela urbanizao (EPA, 2005) ..................................... 7

    Figura 3.2. Alterao do Escoamento em funo da Urbanizao (EPA, 2005) ................... 7

    Figura 3.3. Sistemas de microdrenagem (boca-de-lobo) e macrodrenagem (canal) ........... 12

    Figura 3.4. Caractersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/BID, 1997) .......................... 17

    Figura 3.5. Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997 .................. 19

    apud Ribeiro, 2000) ............................................................................................................. 19

    Figura 3.6. Funes dos Indicadores de desempenho (Tunstall, 1992, ............................... 23

    apud Castro et al. 2004) ...................................................................................................... 23

    Figura 3.7. O que Benchmarking? (Adaptado de Arajo, 2008) ...................................... 24

    Figura 3.8. Ciclo PDCA (Arajo, 2008). ............................................................................. 26

    Figura 4.1. Etapas 1 e 2 da metodologia de pesquisa .......................................................... 35

    Figura 4.2. Problemticas decisrias , e . ..................................................................... 36

    Figura 4.3. Etapas complementares da metodologia de pesquisa........................................ 39

    Figura 5.1. Alternativas de Referncia (b), Critrio (i) e Categorias (E) ............................ 47

    no ELECTRE TRI (Yu e Roy, 1992) ................................................................................... 47

    Figura 5.2. ndice de concordncia ci(a,b) .......................................................................... 49

    Figura 5.3. ndice de discordncia di(a,b) ........................................................................... 50

    Figura 5.4. Relao entre a e b a partir de s(a,b), s(b,a) e . (Yu e Roy, 1992) ............... 51

    Figura 5.5. Diagrama de utilizao do ELECTRE TRI (Adaptado de Yu e Roy, 1992). .... 53

    Figura 5.6. Distncia retangular (p=1) das alternativas de projeto PIS (Vetschera, 2005)

    ............................................................................................................................................. 57

    Figura 5.7. Distncia Euclidiana (p=2) das alternativas de projeto PIS (Vetschera, 2005)

    ............................................................................................................................................. 57

    Figura 5.8. Distncia de Tchebycheff (p = ) das alternativas de projeto PIS ............... 58

    (Vetschera, 2005)................................................................................................................. 58

    Figura 5.9. Distncia das alternativas soluo ideal e anti-ideal ..................................... 58

    (Pomerol e Barba-Romero, 1993). ...................................................................................... 58

    Figura 5.10. Diagrama do processo de auxlio deciso para seleo de alternativas de

    drenagem urbana (Adaptado de Azzout et al., 1995). ......................................................... 64

    Figura 6.1. Avaliao dos objetivos segundo os especialistas ............................................ 78

    Figura 6.2. Avaliao dos critrios segundo os especialistas .............................................. 79

    Figura 6.3. Fases de Implementao da TGN ..................................................................... 86

    Figura 6.4. Etapas para implementao da Tcnica Delphi (Wright e Giovinazzo, 2000) . 87

  • xi

    Figura 7.1. Elementos da avaliao do risco (Kates, 1978) .............................................. 101

    Figura 7.2 Fluxograma do Modelo de Avaliao de Desempenho Global de Sistemas de

    Drenagem Urbana .............................................................................................................. 123

    Figura 8.1. Localizao da rea de estudo (Adaptado de Milograna, 2001). .................... 131

    Figura 8.2. Detalhamento da rea de estudo (Adaptado de Milograna, 2001). ................. 133

    Figura 8.3. Desempenhos individuais do Cenrio I sob os critrios de avaliao ............ 143

    Figura 8.4. Desempenhos Finais do Cenrio I................................................................... 144

    Figura 8.5. Desempenhos individuais do Cenrio II sob os critrios de avaliao ........... 146

    Figura 8.6. Desempenhos Finais do Cenrio II ................................................................. 146

    Figura 8.7. Desempenhos individuais do Cenrio III sob os critrios de avaliao .......... 148

    Figura 8.8. Desempenhos Finais do Cenrio III ................................................................ 148

    Figura 8.9. Comparao dos desempenhos dos cenrios com utilizao do ELECTRE TRI

    ........................................................................................................................................... 150

    Figura 8.10. Comparao dos desempenhos dos cenrios com utilizao do TOPSIS ..... 150

  • xii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 3.1. Conceito de Canalizao x Conceito de Reservao ------------------------------ 14

    Tabela 3.2. Evoluo do Conceito de Avaliao ------------------------------------------------- 16

    Tabela 5.1. Enquadramento dos Mtodos Multicritrio segundo aclassificao de

    Goicoechea et al. (1982) ----------------------------------------------------------------------------- 41

    Tabela 5.2. Resumo dos trabalhos revisados com mtodos multicritrio e multiobjetivo

    aplicados a avaliao nas reas de recursos hdricos e saneamento ambiental --------------- 62

    Tabela 5.3. Razes que justificam o uso e o no uso das BMPs ------------------------------- 71

    Tabela 5.4. Resumo dos trabalhos revisados com aplicao de mtodos multicritrio e

    multiobjetivo drenagem urbana ------------------------------------------------------------------- 72

    Tabela 6.1. Objetivos e expectativas associados drenagem urbana segundo os atores

    envolvidos ---------------------------------------------------------------------------------------------- 74

    Tabela 6.2. Objetivos e critrios pr-selecionados para avaliao de desempenho de

    sistemas de drenagem urbana ----------------------------------------------------------------------- 75

    Tabela 6.3. Avaliao dos objetivos e critrios pr-selecionados pelos especialistas ------- 77

    Tabela 6.4. Sugestes de critrios para avaliao dos sistemas de drenagem urbana Parte

    A --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 82

    Tabela 6.4. Sugestes de critrios para avaliao dos sistemas de drenagem urbana Parte

    B --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 83

    Tabela 6.5. Enquadramento dos critrios segundo as dimenses de avaliao -------------- 84

    Tabela 7.1. Resumo dos critrios selecionados para a avaliao de desempenho de sistemas

    de drenagem urbana ---------------------------------------------------------------------------------- 91

    Tabela 7.2. Leis estaduais de recursos hdricos --------------------------------------------------- 92

    Tabela 7.3. Planilha pontuada para avaliao do atendimento legislao ------------------ 94

    Tabela 7.4. Sntese dos custos de implantao e vida til das estruturas --------------------- 97

    Tabela 7.5. Sntese dos custos de manuteno e operao e vida til das estruturas -------- 98

    Tabela 7.6. Planilha pontuada para avaliao da aceitao social do sistema de drenagem

    urbana ------------------------------------------------------------------------------------------------- 100

    Tabela 7.7. Doenas ligadas carncia ou precariedade dos servios de drenagem urbana

    --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 102

    Tabela 7.8. Planilha pontuada para avaliao de risco e vulnerabilidade sade pblica 103

    Tabela 7.9. Poluentes das guas pluviais urbanas e seus efeitos ----------------------------- 104

    Tabela 7.10. Porcentagem mdia de reduo dos poluentes do escoamento superficial -- 105

  • xiii

    Tabela 7.11. Valores atribudos aos parmetros de qualidade da gua de acordo com a

    porcentagem de reduo --------------------------------------------------------------------------- 105

    Tabela 7.12. Planilha pontuada para avaliao do controle sobra a proliferao de insetos

    --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 107

    Tabela 7.13. Planilha pontuada para avaliao dos problemas de odores ------------------ 108

    Tabela 7.14. Planilha pontuada para avaliao o uso de princpios e prticas sustentveis

    --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 110

    Tabela 7.15. Planilha pontuada para avaliao da possibilidade de escalonamento dos

    objetivos ao longo do tempo----------------------------------------------------------------------- 112

    Tabela 7.16. Planilha pontuada para avaliao da possibilidade de monitoramento da

    qualidade das guas pluviais urbanas ------------------------------------------------------------ 113

    Tabela 7.17. Planilha pontuada para avaliao da confiabilidade operacional do sistema 118

    Tabela 7.18. Distribuio de intervalos para alocao dos sistemas de drenagem em

    categorias de desempenho segundo as dimenses de avaliao com aplicao do TOPSIS

    --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 119

    Tabela 7.19. Limites das categorias de desempenho dos critrios de avaliao para

    aplicao do mtodo ELECTRE TRI ------------------------------------------------------------- 122

    Tabela 7.20. Pesos dos objetivos de avaliao -------------------------------------------------- 125

    Tabela 7.21. Pesos dos critrios de avaliao --------------------------------------------------- 126

    Tabela 7.22. Parmetros sugeridos para utilizao do ELECTRE TRI ---------------------- 128

    Tabela 8.1. Quantitativos e custos de implantao associados aos cenrios avaliados --- 135

    Tabela 8.2. Quantitativos e custos de manuteno associados aos cenrios avaliados --- 135

    Tabela 8.3. Caracterizao das reas Existentes ----------------------------------------------- 140

    Tabela 8.4. Relao de reas impermeveis e reas verdes antes e depois da implantao

    dos sistemas de drenagem urbana ---------------------------------------------------------------- 141

    Tabela 8.5. Alteraes na vazo de pico provocadas ------------------------------------------ 142

    pela implantao dos sistemas de drenagem urbana ------------------------------------------- 142

    Tabela 8.6. Desempenho dos cenrios avaliados em funo das variaes nos pesos dos

    critrios com aplicao do TOPSIS --------------------------------------------------------------- 154

    Tabela 8.7. Desempenho dos cenrios avaliados em funo das variaes nos pesos dos

    critrios com aplicao do ELECTRE TRI ------------------------------------------------------ 154

    Tabela 8.8. Resultados da avaliao de desempenho com variao do parmetro p do

    mtodo TOPSIS ------------------------------------------------------------------------------------- 155

    Tabela 8.9. Resultados da avaliao com diferentes ------------------------------------------- 156

    nveis de corte do mtodo ELECTRE TRI ------------------------------------------------------- 156

  • xiv

    LISTA DE NOMENCLATURA E ABREVIAES

    ANN Artificial Neural Networks

    AHP Analytic Hierarchy Process

    BMP Best Management Practices

    BSC Balanced Scorecard

    CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

    CSDU Centro Studi Idraulica Urbana

    CP Compromise Programming

    DEHRH Departamento de Engenharia Hidrulica e Recursos Hdricos

    ELECTRE Elimination and (et) Choice Translating Reality

    ENEA Ente per Le Nuove tecnologie, lEnergia e lAmbiente

    EPA Environmental Protection Agency

    EVO/BID Oficina de Evalucin / Banco Interamericano de Desarrollo

    ETA Estao de Tratamento de gua

    ETE Estao de Tratamento de Esgoto

    EUA Estados Unidos da Amrica

    FGV Fundao Getlio Vargas

    FCTH Fundao Centro Tecnolgico de Hidrulica

    GQT Gesto pela Qualidade Total

    ID Indicador de Desempenho

    IGP ndice Geral de Preos

    INCC ndice Nacional de Custos na Construo

    INSA Institut National des Sciences Apliques de Lyon

    ISO International Organization for Standardization

    IWA International Water Association

    NBR Norma Brasileira

    NIS Negative Ideal Solution

    NN Neural Networks

    PAM Procedimento de Agregao Multicritrio

    PDCA Ciclo Plan Do Check Act

    PIS Positive Ideal Solution

    PQSP Programa da Qualidade nos Servios

    PTARH Programa de Ps-Graduao em Tecnologia Ambiental e Recursos Hdricos

    SSD Sistema de Suporte a Deciso

    TCD Teoria dos Conjuntos Difusos

  • xv

    TOPSIS Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UnB Universidade de Braslia

    UNDP United Nations Desenvelopment Program

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    USAID International Desenvlopment Agency of United Sates

    VPL Valor Presente Lquido

  • xvi

    LISTA DE SMBOLOS

    , , , Problemticas Decisrias de Referncia

    Nvel de corte

    s(a,b) ndice de Credibilidade

    a, b, c, x, w, z Aes ou alternativas

    AD rea a ser desapropriada par utilizao do sistema de drenagem urbana

    AIA Percentual de rea impermevel antes da implantao do sistema

    AID Percentual de rea impermevel depois da implantao do sistema

    AVA Percentual de rea verde antes da implantao do sistema

    AVD Percentual de rea verde depois da implantao do sistema

    ASDU rea a ser ocupada pelo sistema de drenagem urbana

    b0, b1, b2, ..., bh Alternativas de referncia

    ci(a,b) ndice de concordncia do critrio i

    C(a,b) ndice de concordncia global

    di(a,b) ndice de discordncia do critrio i

    D(a,b) ndice de discordncia global

    DBO Demanda Bioqumica de Oxignio

    dMp (aj) Distncia a soluo ideal

    dmp (aj) Distncia a soluo anti-ideal

    dp Distncia da alternativa ao ponto de referncia

    Dp(ai) Taxa de similitude

    E1, E2,..., Em Categorias de alocao de alternativas

    f Ponto analisado

    f* Ponto ideal

    f(x) Funo qualquer de x

    f(w) Funo qualquer de w

    f(z) Funo qualquer de z

    I Indiferena

    IAMF Indicador de alterao do meio fsico

    IUAP Indicador de utilizao de guas pluviais

    ID Indicador de desapropriao

    IQA Indicador de qualidade da gua

    ITR Indicador do tempo de retorno

    IVVP Indicador de variao na vazo de pico

    i1, i2, ..., in Critrios de avaliao

    Ik Limite inferior do Objetivo k

  • xvii

    k Nmero de dimenses

    Lp Comprimento Mtrico

    n Nmero de intervalos de pagamento

    pi Limite de preferncia para o critrio i

    p Parmetro que indica o tipo de distncia utilizada

    qi Limite de indiferena para o critrio i

    QPA Vazo de pico antes da implantao do sistema

    QPD Vazo de pico depois da implantao do sistema

    R Incomparabilidade

    TN Nitrognio Total

    TP Fsforo Total

    TPA Tempo ao pico de vazo antes da implantao do sistema

    TPb Chumbo Total

    TPD Tempo ao pico de vazo depois da implantao do sistema

    TRD Tempo de retorno desejvel

    TRP Tempo de retorno de projeto

    TSS Slidos Suspensos Totais

    TZ Zinco Total

    vi Limite de veto para o critrio i

    wk Peso do Objetivo k

    > Preferncia

  • 1

    1. INTRODUO

    Acompanhando a necessidade atual de se gerir adequadamente as guas urbanas, a gesto

    das guas pluviais tem-se modificado constantemente na busca de novas alternativas de

    preveno e controle de inundaes.

    Um fator agravante no controle das inundaes a intensificao da urbanizao, que

    altera o ciclo hidrolgico no ambiente urbana e compromete os sistemas tradicionais de

    drenagem, pautados basicamente no rpido escoamento dos volumes drenados e na

    canalizao, medidas atualmente insustentveis frente aos grandes volumes produzidos nos

    centros urbanos devido fundamentalmente ao aumento das reas impermeveis e aos novos

    paradigmas ambientais, que se valem da sustentabilidade dos cenrios urbanos e da

    preocupao com aspectos sociais e sanitrios. Inseridas nesse cenrio modificado pela

    urbanizao, as tcnicas compensatrias (Best Management Practices BMP) aparecem

    como alternativas de soluo para os problemas de drenagem urbana. Essas alternativas

    abrangem um vasto universo de possibilidades a respeito das suas funcionalidades,

    aplicaes e seleo.

    Diversos centros de pesquisa, nacionais e internacionais, tm desenvolvido amparo

    cientfico e tecnolgico para tratar a problemtica da drenagem urbana, enfocando

    principalmente a utilizao de tcnicas compensatrias. Os principais estudos esto

    associados seleo de processos e medidas para controle de inundaes e ao controle e

    monitoramento da qualidade das guas pluviais urbanas.

    Uma importante ferramenta para o desenvolvimento desses estudos so os mtodos de

    auxlio deciso. Sua aplicao bastante usual no processo de seleo das tcnicas de

    drenagem urbana para aplicao em diferentes localidades, considerando suas limitaes e

    particularidades.

    No seria absurdo afirmar que, pelo menos no Brasil, a gesto das guas pluviais urbanas

    colocada em segundo plano no desenvolvimento das cidades. Os maiores investimentos

    so destinados ao tratamento de gua e esgoto, que impulsionados pela busca da

    maximizao dos lucros das companhias de saneamento e pela exigncia da sociedade, tm

  • 2

    buscado o constante aperfeioamento dos produtos e servios oferecidos. Contudo, as

    consequncias da objeo da gesto das guas pluviais so catastrficas. As inundaes

    atingem a maior parte das grandes cidades brasileiras, evidenciando a precariedade dos

    sistemas de drenagem existentes e a gravidade da no existncia deles.

    Os problemas associados aos sistemas de drenagem urbana, como a exposio da

    populao s doenas, ao risco de morte, os prejuzos econmicos e sociais e a degradao

    dos ambientes naturais motivaram a presente pesquisa. A dissertao apresenta a

    elaborao de um procedimento de avaliao de desempenho de sistemas de drenagem

    urbana, que tem como objetivo identificar os aspectos positivos e negativos dos sistemas,

    permitir a proposio de intervenes, mudanas de operao e recomendaes que tanto

    possam minimizar as deficincias bem como destacar os aspectos mais eficientes do

    sistema de drenagem urbana. Alm, tambm, de promover a melhoria do prprio sistema

    avaliado, esse processo poder ser utilizado para aperfeioar novos projetos de sistemas de

    drenagem urbana.

    A dissertao est estruturada em Nove Captulos, sendo o Primeiro a presente Introduo,

    que apresenta o contexto e a motivao da pesquisa.

    O Segundo Captulo apresenta os Objetivos, Central e Especficos, fundamentais para o

    delineamento do problema e para estabelecer o procedimento de avaliao dos sistemas de

    drenagem urbana.

    No Terceiro Captulo, intitulado de Fundamentao Terica, fez-se uma breve descrio

    das trs temticas centrais desta dissertao, que so: o manejo das guas pluviais urbanas,

    os procedimentos e ferramentas utilizados nas avaliaes de desempenho e a utilizao dos

    mtodos de auxlio deciso.

    No Quarto Captulo, descreveu-se a metodologia da pesquisa, enumerando as atividades

    realizadas e evidenciando seu carter indutivo. A escolha dos mtodos de auxlio deciso

    multiobjetivo e multicritrio justificada nesse captulo. O captulo relata as atividades

    desenvolvidas cronologicamente.

  • 3

    No Quinto Captulo, apresentou-se os principais mtodos multiobjetivo e multicritrio, a

    seleo dos mtodos utilizados na proposio do procedimento de avaliao dos sistemas

    de drenagem urbana, bem como uma reviso detalhada de alguns trabalhos que utilizaram

    os mtodos multicritrio e multiobjetivo aplicados a procedimentos de avaliao de

    desempenho nas reas de recursos hdricos e saneamento, assim como trabalhos que tratam

    a problemtica da drenagem urbana.

    O Sexto Captulo prope a discusso e seleo dos objetivos e critrios utilizados para

    avaliao dos sistemas de drenagem urbana. O processo proposto sustentado pela reviso

    dos trabalhos feitos no Quinto Captulo, e pela consulta a especialistas, realizada por meio

    da aplicao de um questionrio que apresentava o tema central da pesquisa,

    possibilitando-os exprimir suas opinies respeito da proposio do procedimento de

    avaliao de sistemas de drenagem urbana.

    O Stimo Captulo identificado como o principal desta dissertao, no qual so descritos

    os procedimentos para utilizao dos diferentes critrios selecionados para avaliar o

    desempenho dos sistemas de drenagem urbana, assim como as etapas que devem ser

    processadas para que se tenha uma resposta da avaliao.

    No Oitavo Captulo, o procedimento de avaliao aplicado a trs sistemas de drenagem

    urbana aplicveis a uma regio da sub-bacia do crrego Vaca Brava, do municpio de

    Goinia-GO, como estudos de caso. So apresentados os desempenhos dos sistemas de

    drenagem e a verificao do procedimento de avaliao.

    No Nono Captulo, so apresentadas as concluses observadas no desenvolvimento desta

    dissertao e as recomendaes para melhoria do processo de avaliao dos sistemas de

    drenagem urbana.

  • 4

    2. OBJETIVOS

    2. 1. Objetivo Geral

    O objetivo geral deste trabalho desenvolver e testar um procedimento de avaliao de

    desempenho de sistemas de drenagem urbana.

    2.2. Objetivos especficos

    Os objetivos especficos propostos so:

    1) analisar os diferentes mtodos de apoio deciso e selecionar algum que se adapte ao

    problema proposto;

    2) estudar o conceito e as tcnicas de avaliao de desempenho em geral, e, em particular,

    aquelas que se apliquem ao manejo de guas pluviais, e utiliz-las no desenvolvimento do

    procedimento de avaliao;

    3) identificar e selecionar, com auxlio de especialistas, os principais critrios para

    avaliao de desempenho de sistemas de drenagem;

    4) analisar, identificar e propor procedimentos que permitam quantificar o desempenho dos

    sistemas de drenagem sob os critrios utilizados para avaliao;

    5) avaliar o procedimento de avaliao de desempenho proposto, utilizando cenrios reais

    de gesto e manejo de guas pluviais com um estudo de caso.

  • 5

    3. FUNDAMENTAO TERICA

    No presente captulo, so apresentados os principais conceitos e definies que

    contextualizem o procedimento de avaliao de desempenho dos sistemas de drenagem

    urbana. Primeiramente, faz-se a apresentao do manejo das guas pluviais urbanas,

    relatando as interferncias provocadas pela urbanizao, as principais medidas de controle

    de inundaes e a modificao do pensamento de concepo dos sistemas de drenagem

    urbana. Em seguida, apresentada a evoluo do conceito de avaliao, os principais tipos

    de avaliao de desempenho e as ferramentas utilizadas para as avaliaes. Por fim, so

    descritos os principais mtodos de auxlio que podem ser utilizados na proposio do

    procedimento de avaliao. Nos captulos seguintes, sero apresentadas pesquisas

    revisadas que tenham utilidades e contedos semelhantes aos da presente dissertao.

    3.1. GESTO E MANEJO DAS GUAS PLUVIAIS URBANAS

    Ao longo da histria humana, as cidades sempre estiveram associadas aos cursos dgua,

    fundamentais na sedentarizao das populaes. De forma elementar, pode-se constatar a

    utilidade dos corpos dgua em suprir as necessidades alimentares e higinicas dos

    integrantes das cidades. A sustentabilidade de outrora no se estabelece mais entre os

    aglomerados urbanos e os corpos dgua, e os problemas decorrentes desse desequilbrio

    carecem de solues. Por isso, o desenvolvimento da gesto e do manejo das guas

    pluviais urbanas inevitvel. Alguns conceitos relacionados drenagem urbana sero

    discutidos a seguir.

    3.1.1. As Inundaes e a Urbanizao

    As inundaes podem ser oriundas de fontes distintas. Algumas so de origem natural,

    chamadas de inundaes naturais e acontecem independentes da presena do homem,

    como consequncia de precipitaes intensas e baixa capacidade de infiltrao dos solos.

    Outras so afetadas por aes antrpicas, que podem atenuar ou amplificar a magnitude da

    inundao e, so chamadas de inundaes naturais modificadas. Existem, tambm, as

    inundaes induzidas, que so aquelas provocadas estritamente pela ao humana, como

    por exemplo, no caso de alterao de operao de uma barragem ou uma represa.

  • 6

    As condies meteorolgicas e hidrolgicas propiciam a ocorrncia de inundaes. O

    conhecimento do comportamento meteorolgico em longo prazo pequeno, devido s

    incertezas associadas ao grande nmero de fatores envolvidos nos fenmenos

    meteorolgicos e da interdependncia dos processos fsicos a que a atmosfera terrestre est

    sujeita.

    As condies hidrolgicas associadas s inundaes podem ser naturais ou artificiais. As

    condies naturais so aquelas em que a ocorrncia de inundao propiciada pela bacia

    em seu estado natural, a exemplo do tipo de relevo, de precipitao, capacidade de

    drenagem e cobertura vegetal. J as condies hidrolgicas artificiais da bacia so aquelas

    provocadas pela ao antrpica: obras hidrulicas, desmatamento, reflorestamento, uso

    agrcola, urbanizao, entre outros (SNSA, 2006).

    Associada s inundaes, a urbanizao provoca uma srie de impactos, devido ao

    aumento de reas impermeveis, ocupao do solo e a construo da rede de condutos

    pluviais. O desenvolvimento urbano pode ainda produzir obstrues ao escoamento, como

    aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstrues de condutos e assoreamento do leito

    dos rios. Montenegro e Tucci (2005) descrevem os principais impactos da urbanizao:

    1) aumento das vazes mximas (em cerca de seis vezes) e de sua frequncia, decorrente

    do aumento da capacidade de escoamento atravs de condutos e canais, e da

    impermeabilizao do solo;

    2) aumento da eroso, da produo de sedimentos e de resduos slidos urbanos;

    3) deteriorao da qualidade da gua superficial e subterrnea, em virtude da lavagem das

    ruas, do transporte de material slido e das ligaes clandestinas de esgoto domstico e

    pluvial e da contaminao de aquferos.

    A Environmental Protection Agency (EPA), agncia norte americana de proteo

    ambiental, responsvel por uma srie de estudos que discorrem sobre os efeitos da

    urbanizao nas inundaes urbanas. As Figuras 3.1 e 3.2 apresentam alguns desses

    efeitos.

  • 7

    Figura 3.1. Balano hdrico afetado pela urbanizao (EPA, 2005)

    Figura 3.2. Alterao do Escoamento em funo da Urbanizao (EPA, 2005)

  • 8

    3.1.2. Medidas de Controle das Inundaes

    O controle de inundaes pode ser abordado por medidas estruturais e no-estruturais. As

    estruturais so aquelas que modificam o sistema fluvial (ou o meio ambiente) atravs de

    obras na bacia (medidas extensivas), ou ento no prprio rio (medidas intensivas) para

    evitar o extravasamento do escoamento para o leito maior decorrente das enchentes. J as

    no-estruturais so aquelas que possibilitam um melhor convvio da populao com os

    eventos de inundao, sem que haja alterao do meio fsico, reduzindo os prejuzos

    atravs de medidas preventivas (Tucci, 2007; Baptista et al., 2005a).

    inimaginvel o controle total das inundaes. Assim, todas as medidas, sejam elas

    estruturais ou no-estruturais, visam minimizar as consequncias das inundaes. A gesto

    da inundao obtida por uma combinao de medidas estruturais e no-estruturais que

    permita diminuir as perdas da populao e manter uma relao harmnica com o rio.

    3.1.2.1. Medidas Estruturais

    As medidas estruturais podem ser extensivas ou intensivas. As extensivas atuam na bacia e

    modificam as relaes entre precipitao e vazo, tentando reduzir e retardar os picos de

    enchente e controlar a eroso na bacia. Tais medidas atuam principalmente no controle de

    inundaes frequentes (com baixo tempo de retorno). Como exemplo desse tipo de medida,

    pode-se citar a alterao de cobertura vegetal com reflorestamento e o controle de perda de

    solo atravs de medidas de conservao.

    As medidas estruturais intensivas atuam no rio e podem ser de quatro tipos: medidas que

    aceleram o escoamento, como a construo de diques e polders, aumento da condutncia

    dos rios e da declividade; medidas que amortecem e retardam o escoamento, como

    reservatrios e bacias de amortecimento; medidas de desvio do escoamento, que so obras

    como canais de desvios, que transferem o escoamento para outras bacias ou trechos de rios

    e; medidas que englobem a introduo de aes individuais, visando tornar as edificaes

    prova de enchentes (Tucci, 2007; Canholi, 2005).

  • 9

    3.1.2.2. Medidas No-estruturais

    As medidas no-estruturais podem reduzir significativamente os prejuzos causados por

    inundaes com custos sensivelmente menores que os envolvidos na implantao de

    medidas estruturais. Essas medidas tm como propsitos principais a reduo de perdas de

    vidas humanas e a reduo de danos s propriedades com adoo de medidas de preparo,

    resposta, legislao e financiamento (Adjelkovic, 2001). As medidas no estruturais so

    basicamente aes preventivas, como o gerenciamento de desastres, previso e alerta de

    inundaes, seguros, proteo individual (flood proofing) e zoneamento de reas de risco

    de inundao.

    Gerenciamento de desastres

    O gerenciamento de desastres est ligado vulnerabilidade da populao e ao fator

    aleatrio do risco de inundao. A vulnerabilidade pode ser considerada como um

    fenmeno dinmico, que depende do tipo de ocupao existente na plancie de inundao,

    enquanto que o risco est ligado s condies hidrolgicas da bacia hidrogrfica. O

    gerenciamento dos desastres urbanos, categoria que inclui as inundaes urbanas, deve ser

    compartilhado por todos os setores que tm conexo com o desenvolvimento e com as

    mudanas na poltica urbana. Assim, possvel reduzir a vulnerabilidade pela integrao

    de medidas de sobrevivncia, reabilitao e reconstruo dentro do planejamento do

    desenvolvimento urbano, e pela definio dos riscos aceitveis baseados em uma anlise

    quantitativa que inclua os custos dos danos decorrentes das inundaes (Milograna, 2009).

    Previso e alerta de inundaes

    A previso e alerta de cheia composta por um sistema de monitoramento composto de

    pessoal tcnico e procedimentos para aquisio e anlise dos dados de precipitao e vazo

    para previso das inundaes. O sistema de previso pode ser composto de modelagem

    matemtica para converso das informaes em um mapa de risco indicando as reas a

    serem inundadas, para posterior distribuio de avisos s instituies e comunidades

    envolvidas. Essencialmente, o sistema conta com uma poltica de disseminao da

    informao; um plano emergencial em que so identificadas as aes a serem tomadas

  • 10

    antes, durante e imediatamente aps a ocorrncia da inundao; e um programa de

    manuteno do gerenciamento das inundaes (Andjelkovic, 2001; Milograna, 2009).

    Seguro contra inundaes

    Os seguros contra inundaes propem a compensao financeira pelas perdas causadas

    quando os danos previstos so superiores aos valores aceitveis. A vantagem dessa medida

    est no fato de que o capital empregado normalmente inferior aos investimentos

    requeridos para implantao de medidas estruturais, sua utilizao no provoca qualquer

    interferncia na natureza (Thampapillai e Musgrave, 1985 apud Milograna, 2009).

    Flood Proofing

    Flood Proofing refere-se utilizao de tcnicas permanentes, eventuais e de emergncia

    utilizadas tanto para prevenir a entrada da gua pluvial nas edificaes e na infraestrutura,

    quanto para minimizar os danos decorrentes do escoamento e do contato com as guas

    pluviais por meio da preparao da edificao em si. A elevao do nvel das edificaes, a

    construo de barreiras fsicas para impedir a entrada das guas das chuvas so algumas

    aes que se enquadram nesse tipo de medida no-estrutural. A utilizao de flood

    proofing complementa aes de zoneamento e feita tambm em locais em que no h

    como prevenir o risco de inundaes de outras formas, como na proteo de prdios

    histricos, por exemplo (FEMA, 1981).

    Zoneamento

    O zoneamento um instrumento legal de regulao do uso do solo por meio de parties

    espaciais, as quais so conferidas possibilidades e proibies. A sua utilizao possui

    maior apelo em situaes em que o risco claramente definido e contam com o apoio da

    populao. O gerenciamento do uso do solo busca a alterao dos padres de ocupao da

    plancie de inundao para o desenvolvimento atual e futuro. O controle do zoneamento,

    sob responsabilidade do poder pblico, institui que tipo de atividade poder ser instalada

    dentro da bacia hidrogrfica levando-se em considerao o controle de inundao,

    contemplando os aspectos de risco, econmicos, sociais e ambientais. O poder pblico

    dever impor as condies de ocupao apropriadas para assegurar que o desenvolvimento

  • 11

    futuro seja compatvel com os riscos de inundaes predominantes na bacia. Dentre as

    restries para as reas de interesse, no tocante gesto das guas pluviais, podem ser

    citadas as delimitaes de reas para implantao de estruturas de armazenamento ou a

    previso de reas de interesse para o favorecimento dos processos de infiltrao das guas

    pluviais (Baptista et al., 2005a; Milograna, 2009).

    3.1.3. A Gesto de guas Pluviais

    No contexto do presente trabalho, faz-se necessria uma abordagem relativa situao das

    guas pluviais urbanas. O adequado gerenciamento dessas guas associa-se a aes

    conjuntas de drenagem urbana, tratamentos de gua e esgoto, bem como manejo e

    disposio de resduos slidos.

    luz da Lei de Saneamento Bsico, Lei n. 11.445, Janeiro de 2007, pode-se afirmar que o

    manejo e a gesto das guas pluviais urbanas, em consonncia com os servios pblicos de

    saneamento bsico, devem ser pautados nos seguintes princpios fundamentais:

    1) universalizao do acesso;

    2) integralidade de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos servios de

    saneamento bsico, que devem ser oferecidos, propiciando populao o acesso na

    conformidade de suas necessidades e maximizando a eficcia das aes e resultados;

    3) abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, limpeza urbana e manejo dos resduos

    slidos realizados de formas adequadas sade pblica e proteo do meio ambiente;

    4) disponibilidade, em todas as reas urbanas, de servios de drenagem e de manejo das

    guas pluviais adequados sade pblica e segurana da vida e dos patrimnios pblico

    e privado;

    5) adoo de mtodos, tcnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e

    regionais;

    6) articulao com as polticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitao, de

    combate pobreza e de sua erradicao, de proteo ambiental, de promoo da sade e

    outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as

    quais o saneamento bsico seja fator determinante;

    7) eficincia e sustentabilidade econmica;

    8) utilizao de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos

    usurios e a adoo de solues graduais e progressivas;

  • 12

    9) transparncia das aes, baseada em sistemas de informaes e processos decisrios

    institucionalizados;

    10) controle social;

    11) segurana, qualidade e regularidade;

    12) integrao das infraestruturas e servios com a gesto eficiente dos recursos hdricos.

    Ainda no texto da Lei de Saneamento (2007), pode ser vista uma pequena reflexo

    respeito da cobrana dos servios de drenagem urbana, que deve ser estabelecida levando

    em conta, em cada lote urbano, os percentuais de rea impermeabilizada, a existncia de

    dispositivos de amortecimento ou reteno de gua de chuva, o nvel de renda da

    populao da rea atendida, as caractersticas dos lotes urbanos e as reas que podem ser

    neles edificadas. A gesto das guas pluviais urbanas deve caminhar em direo

    sustentabilidade, adaptada evoluo dos ambientes urbanos e aos demais componentes do

    saneamento bsico.

    3.1.4. Sistemas de Drenagem Urbana

    Tradicionalmente no manejo das guas pluviais urbanas so apresentados dois sistemas

    distintos que devem ser analisados e projetados sob critrios diferentes: o sistema de

    microdrenagem e o de macrodrenagem (Figura 3.3).

    Figura 3.3. Sistemas de microdrenagem (boca-de-lobo) e macrodrenagem (canal)

    O sistema de microdrenagem, tambm chamado de sistema inicial de drenagem ou sistema

    coletor de guas pluviais, aquele composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas,

  • 13

    bocas-de-lobo, rede de galerias de guas pluviais e, tambm, canais de pequenas

    dimenses.

    O sistema de macrodrenagem constitudo por canais de maiores dimenses, sejam eles

    abertos ou fechados. Esses sistemas encaixam-se no contexto do controle do escoamento

    superficial direto, tendo como base o enfoque orientado para o aumento da condutividade

    hidrulica do sistema de drenagem. As tendncias modernas desse controle, que j vm

    amplamente aplicadas ou preconizadas internacionalmente, passam a dar nfase ao

    enfoque orientado para o armazenamento das guas por estruturas de deteno ou reteno

    (FCTH, 1999).

    As diretrizes gerais de projeto de drenagem urbana podem ser classificadas segundo os

    conceitos de canalizao e reservao.

    A idia central do conceito de canalizao refere-se prtica convencional, amplamente

    utilizada em todo o mundo e principalmente no Brasil, voltada implantao de galerias e

    canais de concreto; ao tamponamento dos crregos; retificao de traados e ao aumento

    de declividades de fundo e demais intervenes, que visavam, prioritariamente, promover

    o afastamento rpido dos escoamentos e, ainda, o aproveitamento dos fundos de vale como

    vias de trfego.

    O conceito de reservao foca suas aes na conteno da gua na prpria bacia, adotando

    medidas globais e localizadas de forma combinada e complementar (Canholi, 2005). So

    utilizadas estruturas de armazenamento e reteno das guas pluviais como bacias de

    deteno, telhados reservatrios, trincheiras de infiltrao e pavimentos permeveis, entre

    outros.

    A diferena observada entre os conceitos no puramente tcnica, trata-se de um embate

    de concepes e pensamentos. Enquanto os conceitos de canalizao carregam uma viso

    imediatista do problema de drenagem urbana, por muitas vezes propondo solues

    egostas, sem considerar outras bacias hidrogrficas ou at mesmo a populao de

    jusante na prpria bacia, com o propsito central de retirar a gua excedente do sistema, os

    conceitos de reservao incorporam um pensamento amadurecido de sustentabilidade,

    tratando o problema de uma forma dispersa e socializada, absorvendo os problemas

  • 14

    decorrentes pelas inundaes na prpria bacia e se preocupando com a proteo e

    segurana de toda a populao envolvida, inclusive as populaes de jusante. A Tabela 3.1

    resume as principais diferenas tcnicas entre os dois conceitos.

    Tabela 3.1. Conceito de Canalizao x Conceito de Reservao

    CARACTERSTICAS CANALIZAO RESERVAO

    Funo - Remoo rpida dos escoamentos

    - Conteno temporria para subseqente liberao

    Componentes Principais

    - Canais abertos / galerias - Reservatrios a superfcie livre - Reservatrios subterrneos - Reteno sub-superficial

    Aplicabilidade

    - Instalao em reas novas - Construo por fases - Ampliao de capacidade pode se tornar difcil (centros urbanos)

    - reas novas (em implantao) - Construo por fases - reas existentes ( superfcie ou subterrneas)

    Impacto nos trechos de jusante

    (quantidade)

    - Aumenta significantemente os picos das enchentes em relao condio anterior - Maiores obras nos sistemas de jusante

    - reas novas: podem ser dimensionadas para impacto zero (Legislao E.U.A.) - Reabilitao de sistemas: podem tornar vazes a jusante compatveis com capacidade disponvel

    Impacto nos trechos de jusante

    (qualidade)

    - Transporta para o corpo receptor toda carga poluente afluente

    - Facilita remoo de material flutuante por concentrao em reas de recirculao dos reservatrios e dos slidos em suspenso, pelo processo natural de decantao

    Manuteno e Operao

    - Manuteno em geral pouco freqente (pode ocorrer excesso de assoreamento e de lixo) Manuteno nas galerias difcil (condies de acesso)

    - Necessria limpeza peridica - Necessria fiscalizao - Sistemas de bombeamento requerem operao/manuteno - Desinfeco eventual (insetos)

    Estudos hidrolgicos e

    hidrulicos

    - Requer definio dos picos de enchente

    - Requer definio dos hidrogramas (volumes das enchentes)

    Fonte: Canholi, 2005.

    3.1.4.1. Sistemas Clssicos de Drenagem Urbana

    Seguindo os conceitos de canalizao, tradicionalmente adotou-se a recomendao da

    rpida evacuao das guas pluviais e servidas das reas urbanas, por meio de condutos,

    preferencialmente subterrneos, como forma de conservar os preceitos higienistas, sem a

    presena nociva da gua superfcie das ruas, ao mesmo tempo em que se efetuaria a

    preveno de doenas de veiculao hdrica. Essa forma de proceder vigora at hoje em

  • 15

    algumas localidades, ainda que modificada por aportes tecnolgicos e cientficos, como a

    anlise de risco ou a adoo de sistema separador para o esgoto pluvial e as guas

    residurias domsticas. Esse tipo de procedimento a base dos chamados sistemas

    clssicos de drenagem urbana (Baptista et al., 2005a).

    A urbanizao intensa observada ao longo de sculo XX evidenciou os limites das

    solues clssicas de drenagem urbana. Ao retirar rapidamente as guas pluviais das reas

    urbanas, transferem-se os problemas de inundao para jusante, como resultado, novas

    obras de drenagem devem ser construdas a jusante, gerando custos que devem ser arcados

    por toda a comunidade. A canalizao de cursos dgua gera na populao a falsa idia de

    segurana no que diz respeito s inundaes, facilitando a ocupao das reas ribeirinhas.

    A ocorrncia de inundaes nessas reas resulta em perdas humanas e em prejuzos

    econmicos considerveis.

    Normalmente, as solues clssicas no contemplam os problemas de qualidade de gua.

    So comuns os problemas de inadequao do funcionamento do sistema de drenagem

    causados por deposio de sedimentos, que tm origem em processos erosivos

    intensificados pela urbanizao ou por deficincias nos sistemas de limpeza urbana. As

    solues clssicas conduzem, muitas vezes, situaes irreversveis que limitam outros

    usos presentes ou futuros da gua em meio urbano.

    3.1.4.2. Tcnicas Compensatrias de Drenagem Urbana

    Devido limitao das tcnicas tradicionais de drenagem urbana, novas abordagens foram

    desenvolvidas, sobretudo na Amrica do Norte e na Europa. Trata-se do conceito de

    tecnologias alternativas ou compensatrias de drenagem urbana (Best Management

    Practices BMP), que buscam neutralizar os efeitos da urbanizao sobre os processos

    hidrolgicos, com benefcios para a qualidade de vida e a preservao ambiental. Essas

    alternativas abordam os impactos da urbanizao de forma global, tomando a bacia

    hidrogrfica como base de estudo (Baptista, et al., 2005a; Baptista et al., 2007; Canholi,

    2005 e Campana et al., 2008).

    A compensao feita pelo controle da produo de excedentes de gua decorrentes da

    impermeabilizao e evitando-se sua transferncia rpida para jusante. Essas tecnologias

  • 16

    alternativas, tambm conhecidas como medidas no convencionais, normalmente, visam

    incrementar o processo da infiltrao; reter os escoamentos em reservatrios; ou retardar o

    fluxo nas calhas dos crregos e rios. Tambm so adotadas as medidas destinadas a

    proteger as reas baixas e derivar os escoamentos. As tcnicas compensatrias podem ser

    aplicadas em escalas de diferentes magnitudes, sendo compostas por aes individuais e

    localizadas e, tambm, por grandes intervenes coletivas (Canholi, 2005).

    3.2. AVALIAO DE DESEMPENHO

    Tradicionalmente percebida com um enfoque unidimensional, feita por um avaliador,

    especialista em determinada rea, a avaliao caminha para uma abordagem metodolgica

    multidimensional, onde existem vrios avaliadores, vrios objetos e processos sob

    avaliao e vrios interesses associados ao resultado da avaliao.

    A avaliao pode ser vista como uma ferramenta metodolgica que aplica mtodos

    rigorosos destinados a analisar e determinar o progresso de um determinado projeto, ou de

    um processo, adotando um critrio de julgamento que considere os pontos de vista dos

    agentes envolvidos (EVO/BID, 1997). A Tabela 3.2 apresenta uma breve evoluo do

    conceito de avaliao.

    Tabela 3.2. Evoluo do Conceito de Avaliao

    ETAPA CARACTERSTICA INTERESSE 1 Gerao (Final do

    Sculo XIX) Medio

    Identificao de um nvel de alcance dos objetivos especficos, utilizando uma medida quantitativa com instrumentos unimodais.

    2 Gerao (De 1920 a

    1950)

    Descrio e Comparao

    Identificao dos aspectos otimizadores e limitantes, em relao aos objetivos estabelecidos; comparao de enfoques usando meios experimentais ou de fenmenos em grupo ou situao de ocorrncia natural.

    3 Gerao (De 1950 a

    1980) Servios de Valor

    Comparao de mltiplos resultados com metas e normas estabelecidas a priori; avaliao normativa, que relaciona com dados de referncia e indicadores.

    4 Gerao (A partir de

    1980)

    Transparncia, responsabilidade

    executiva e desempenho

    Transparncia, responsabilidade executiva e desempenho, coordenados por meio da anlise dos dados disponveis utilizando vrios mtodos e formas de medies mltiplas, e incorporando o conhecimento, as perspectivas e os valores de todos os envolvidos.

    Adaptada de EVO/BID, 1997 e Brostel, 2002.

  • A avaliao deve ser analisada como um processo dinmico, que se dese

    de todas as etapas de um empreendimento, e que tem por objetivo a obteno de

    informaes que permitam alocar aes e procedimentos

    desempenho (Brostel, 2002).

    Para que os propsitos do processo de avaliao sejam

    deve-se garantir que a avaliao possua as seguintes caractersticas: Credibilidade,

    Utilidade, Participao, Retroalimentao e Custo Eficaz (EVO/BID, 1997). A Figura 3.4

    apresenta esses conceitos.

    Figura 3.4. Caractersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/B

    3.2.1. Tipos de Avaliao de Desempenho

    A avaliao de desempenho uma conduta que pode ser observada em qualquer nvel

    organizacional, mesmo que, em alguns casos, seja pautada em conceitos subjetivos e

    inexatos, em funo do despreparo do avaliador e da dificuldade de obteno de

    informao acerca do instrumento ou servio avaliado.

    de novos direcionamentos e reorientaes no processo conceptivo de produtos e servios.

    O processo deve apresentardados, atender as necessidadeconfiabilidade e credibilidade

    Credibilidade

    Uma avaliao devecontribuies claras,

    Utilidade

    A avaliao feita dentrocompartilhamento das

    Participao

    O processo de avaliarpromovendo a retroalimentaoorganizacional.

    Retroalimentao

    As avaliaes devembuscando alcanar a proporcionalidade

    Custo Eficaz

    A avaliao deve ser analisada como um processo dinmico, que se dese

    de todas as etapas de um empreendimento, e que tem por objetivo a obteno de

    informaes que permitam alocar aes e procedimentos, visando a excelncia no

    desempenho (Brostel, 2002).

    Para que os propsitos do processo de avaliao sejam alcanados e os objetivos atendidos,

    se garantir que a avaliao possua as seguintes caractersticas: Credibilidade,

    Utilidade, Participao, Retroalimentao e Custo Eficaz (EVO/BID, 1997). A Figura 3.4

    ctersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/B

    3.2.1. Tipos de Avaliao de Desempenho

    A avaliao de desempenho uma conduta que pode ser observada em qualquer nvel

    organizacional, mesmo que, em alguns casos, seja pautada em conceitos subjetivos e

    inexatos, em funo do despreparo do avaliador e da dificuldade de obteno de

    erca do instrumento ou servio avaliado. Sua aplicao permite a elaborao

    de novos direcionamentos e reorientaes no processo conceptivo de produtos e servios.

    apresentar normas claras, metodologia definida paranecessidade e perspectivas dos envolvidos, de forma

    credibilidade a avaliao.

    deve ter efeito sobre as pessoas e a organizao, porconcisas e oportunas s tomadas de decises.

    dentro de um processo participativo de todos os envolvidosdas experincias e o atendimento aos seus interesses.

    avaliar deve gerar informaes de forma sistematizadaretroalimentao para auxiliar na tomada de deciso e

    agregar valor a experincia dos interessados e ao empreendimento,proporcionalidade aos investimentos.

    17

    A avaliao deve ser analisada como um processo dinmico, que se desenvolve ao longo

    de todas as etapas de um empreendimento, e que tem por objetivo a obteno de

    visando a excelncia no

    alcanados e os objetivos atendidos,

    se garantir que a avaliao possua as seguintes caractersticas: Credibilidade,

    Utilidade, Participao, Retroalimentao e Custo Eficaz (EVO/BID, 1997). A Figura 3.4

    ctersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/BID, 1997)

    A avaliao de desempenho uma conduta que pode ser observada em qualquer nvel

    organizacional, mesmo que, em alguns casos, seja pautada em conceitos subjetivos e

    inexatos, em funo do despreparo do avaliador e da dificuldade de obteno de

    Sua aplicao permite a elaborao

    de novos direcionamentos e reorientaes no processo conceptivo de produtos e servios.

    a avaliao dosforma a proporcionar

    por intermdio de

    envolvidos permite o

    aos envolvidos,no aprendizado

    empreendimento,

  • 18

    Na busca pela qualidade, produtividade e competitividade empresarial, administradores e

    pesquisadores tm buscado tcnicas modernas de administrao, como os programas de

    qualidade total, reengenharia, downsizing e benchmarking, que possam auxiliar as

    organizaes no sucesso pela busca da excelncia, com oferta de eficincia e eficcia

    (Ribeiro, 2000). Assim, a avaliao de desempenho pode ser especialmente valorizada

    como suporte no processo de gesto organizacional.

    A avaliao de desempenho se estabelece nas esferas individuais, grupais ou

    organizacionais, considerando que o desempenho organizacional resulta da sinergia entre

    os desempenhos grupais, e esses resultam da sinergia entre os desempenhos individuais.

    Em nvel individual, a avaliao de desempenho deve fazer parte da avaliao de

    desempenho organizacional, produzindo uma inter-relao entre as metodologias utilizadas

    em cada nvel, permitindo a sua introduo no plano estratgico da empresa (Guimares,

    1998 apud Ribeiro, 2000).

    Alm de estar inserida no planejamento estratgico da empresa, a avaliao de

    desempenho deve considerar alguns aspectos que promovem o sucesso de uma entidade:

    1) competncia;

    2) capacidade inovadora;

    3) desempenho positivo da fora de trabalho.

    Os modelos de gesto de desempenho organizacional fundamentam-se em um ciclo

    contnuo de planejamento, acompanhamento e avaliao. As atividades de avaliao so

    planejadas, com o estabelecimento de metas, controles e provimento de recursos, em

    seguida, implementadas, resultando na identificao dos possveis empecilhos, que sero

    objetos de aperfeioamento, e das variveis interferentes no desempenho.

    A Figura 3.5 descreve um modelo bsico de avaliao de desempenho. Esse tipo de

    modelo pode ser aplicado em qualquer nvel de avaliao de desempenho (individual,

    grupal ou organizacional) e no foca exclusivamente os resultados, mas tambm a

    evoluo do processo (Ribeiro, 2000).

  • Figura 3.5. Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997

    O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) adota outro procedimento de

    avaliao de desempenho, freq

    denominado de Matriz de Marco Lgico. Esse modelo, produzido pela Agncia para o

    Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) no final dos anos 70, possui

    algumas vantagens: clareza na relao

    conduzem a produtos/componentes requeridos para alcanar o propsito e o fim

    estabelecidos; especificao precisa das atividades e de seus custos; descrio de

    indicadores de desempenho; especificao das supos

    de um marco de referncia para identificar as experincias adquiridas e incorpor

    outros projetos (EVO/BID, 1997).

    A metodologia da Matriz de Marco Lgico estrutura

    de um empreendimento: a de preparao, a concorrente e a posterior. Em cada uma dessas

    etapas desenvolvida uma matriz de avaliao, com objetivos e caractersticas especficas,

    que determinam a eficcia e o impacto do empreendimento. Por fim, feita uma ava

    do impacto sobre o desenvolvimento e os resultados so integrados na formulao de

    novos projetos. Esse modelo consiste num sistema de avaliao dinmico, que visa o

    desenvolvimento da capacidade da instituio (EVO/BID, 1997).

    Avaliao do Desempenho

    Resultado esperado versus

    Resultado alcanado

    AoCorretiva

    . Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997

    apud Ribeiro, 2000)

    O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) adota outro procedimento de

    avaliao de desempenho, frequentemente aplicado na avaliao de empreendimentos,

    denominado de Matriz de Marco Lgico. Esse modelo, produzido pela Agncia para o

    Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) no final dos anos 70, possui

    algumas vantagens: clareza na relao de meios/fins das atividades do projeto, que

    conduzem a produtos/componentes requeridos para alcanar o propsito e o fim

    estabelecidos; especificao precisa das atividades e de seus custos; descrio de

    indicadores de desempenho; especificao das suposies e riscos envolvidos; e, definio

    de um marco de referncia para identificar as experincias adquiridas e incorpor

    outros projetos (EVO/BID, 1997).

    A metodologia da Matriz de Marco Lgico estrutura-se de forma a atuar em todas as etapas

    m empreendimento: a de preparao, a concorrente e a posterior. Em cada uma dessas

    etapas desenvolvida uma matriz de avaliao, com objetivos e caractersticas especficas,

    que determinam a eficcia e o impacto do empreendimento. Por fim, feita uma ava

    do impacto sobre o desenvolvimento e os resultados so integrados na formulao de

    novos projetos. Esse modelo consiste num sistema de avaliao dinmico, que visa o

    desenvolvimento da capacidade da instituio (EVO/BID, 1997).

    Planejamento do Desempenho

    Acompanha-mento do

    Desempenho

    Melhoria do Desempenho

    Avaliao do Desempenho

    Resultado esperado

    Resultado alcanado

    Ao Corretiva

    Estabelece metas, indicadores, controles e provimento de recursos

    Verifica o desempenho do indivduo ou grupo

    19

    . Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997

    O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) adota outro procedimento de

    entemente aplicado na avaliao de empreendimentos,

    denominado de Matriz de Marco Lgico. Esse modelo, produzido pela Agncia para o

    Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) no final dos anos 70, possui

    de meios/fins das atividades do projeto, que

    conduzem a produtos/componentes requeridos para alcanar o propsito e o fim

    estabelecidos; especificao precisa das atividades e de seus custos; descrio de

    ies e riscos envolvidos; e, definio

    de um marco de referncia para identificar as experincias adquiridas e incorpor-las a

    se de forma a atuar em todas as etapas

    m empreendimento: a de preparao, a concorrente e a posterior. Em cada uma dessas

    etapas desenvolvida uma matriz de avaliao, com objetivos e caractersticas especficas,

    que determinam a eficcia e o impacto do empreendimento. Por fim, feita uma avaliao

    do impacto sobre o desenvolvimento e os resultados so integrados na formulao de

    novos projetos. Esse modelo consiste num sistema de avaliao dinmico, que visa o

    Estabelece metas, indicadores, controles e provimento de recursos

    Verifica o desempenho do indivduo ou grupo

  • 20

    3.2.2. Avaliao do desempenho organizacional

    Ao longo dos anos, a medida do desempenho empresarial esteve vinculada a indicadores

    financeiros e contbeis. Eccles (2000) afirma que uma das principais razes para que os

    indicadores financeiros tenham peso significativo sobre o desempenho a crena de que

    eles so critrios uniformes e comparveis, o que constituiria uma base para processos

    decisrios. Entretanto, essa afirmao pode no ser to correta na prtica, devido aos

    diferentes mtodos contbeis que podem ser aplicados para obteno desses indicadores, e

    em alguns casos, devido a situaes de manipulao que podem ocorrer para disfarar a

    situao da empresa. Assim, as mudanas nas organizaes advindas da necessidade de

    satisfazer o cliente e da busca por excelncia nos produtos e servios prestados, tornaram-

    se valores agregados, que devem ser considerados na avaliao de desempenho

    empresarial.

    Kaplan e Norton (1997) desenvolveram um sistema de avaliao de desempenho em 1992,

    que se aplica especificamente a organizaes, propuseram a avaliao segundo quatro

    perspectivas: a financeira, a do cliente, a interna e de inovao e aprendizado. O sistema,

    batizado como Balanced Scorecard (BSC), adota medidas equilibradas entre os objetivos

    de longo e de curto prazo, entre as medidas financeiras e no financeiras, entre os

    indicadores de tendncia e de ocorrncia e entre as perspectivas internas e externas.

    Segundo Chiavenato e Sapiro (2004), o BSC pode ser visto como um sistema de avaliao

    de desempenho organizacional que considera os indicadores financeiros, por si mesmos,

    insuficientes para refletir a efetividade da organizao. De acordo com esses autores, o

    BSC uma metodologia baseada no equilbrio organizacional e se fundamenta no

    balanceamento entre as quatro diferentes perspectivas apresentadas por Kaplan e Norton

    (1997), que so:

    1) Perspectiva Financeira - reflete como a organizao vista por seus acionistas ou

    proprietrios. Os indicadores devem mostrar de que forma a estratgia organizacional est

    contribuindo para melhoria dos resultados, atravs da lucratividade, retorno sobre

    investimentos, fluxo de caixa, retorno sobre o capital, entre outros.

  • 21

    2) Perspectiva do Cliente - como a organizao vista pelos clientes e como ela pode

    atend-los da melhor forma possvel. Os indicadores devem mostram se os servios e

    produtos ofertados esto de acordo com o propsito da organizao. Como exemplos: tm-

    se a satisfao do cliente, cumprimento de prazos de entrega, participao no mercado,

    acompanhamento de tendncias e aquisio de novos clientes.

    3) Perspectiva dos Processos Internos - indica os processos de negcios que a organizao

    precisa ter excelncia. Os indicadores devem mostrar se os processos e a operao esto

    alinhados e se esto gerando valor. Tal perspectiva pode ser identificada pela qualidade,

    produtividade, logstica, comunicao interna e interfaces.

    4) Perspectiva da inovao e aprendizagem - refere-se capacidade da organizao para

    melhorar continuamente e se preparar para o futuro. Os indicadores devem apresentar de

    que maneira a organizao pode aprender e desenvolver-se para garantir o crescimento.

    Essa perspectiva pode ser notada atravs de ndices de renovao de produtos,

    desenvolvimento de processos internos, inovao, competncias e motivao das pessoas.

    A utilizao do BSC possibilita associar informaes financeiras que traduzem a

    performance do passado com informaes que impulsionam o futuro. possvel adicionar

    novas perspectivas quando o setor ou a estratgia da unidade de negcio indicar a

    necessidade de se avaliar algum desempenho crtico (Kaplan e Norton, 1997). Brostel

    (2002) destaca como exemplo de nova perspectiva, a necessidade de se considerar os

    fatores ambientais em trabalhos da rea de saneamento, na qual as questes ambientais so

    fundamentais no atendimento de alguns objetivos, devendo assim ser incorporado a

    avaliao como uma nova perspectiva.

    3.2.3. Tcnicas aplicveis na melhoria do desempenho organizacional

    Nos ltimos anos, diferentes tcnicas como as Auditorias, Indicadores de Desempenho

    (ID), Benchmarking, Gesto pela Qualidade Total (GQT) tm sido utilizadas na avaliao

    de organizaes, no presente trabalho espera-se avaliar o desempenho de alternativas de

    sistemas de drenagem e para isso, essas tcnicas podem ser ferramentas importantes no

    desenvolvimento da metodologia. A seguir, essas tcnicas sero apresentadas.

  • 22

    3.2.3.1. Auditoria

    Segundo a ISO 9000 (2000), a auditoria pode ser definida como um processo sistemtico,

    documentado e independente, para obter evidncias da auditoria e avali-la objetivamente

    para determinar a extenso na qual os critrios da auditoria so atendidos. A auditoria

    permite avaliar a eficcia do sistema de gesto de qualidade e identificar oportunidades de

    melhoria. As auditorias utilizam critrios como referncia que podem ser um conjunto de

    polticas, procedimentos ou requisitos. A anlise desses critrios faz-se por meio de

    evidncias, que podem ser registros, apresentao de fatos ou outras informaes

    pertinentes e verificveis, que tanto podem ser quantitativas como qualitativas.

    Quando a auditoria feita pela prpria organizao, ou em seu nome, para propsitos

    internos, ela chamada de auditoria de primeira parte e pode auxiliar em uma auto-

    declarao da conformidade da organizao. As auditorias de segunda parte so aquelas

    realizadas pelos clientes da organizao, visando uma garantia da qualidade de servios e

    produtos. E, por fim, a auditoria pode ser de terceira parte, quando feita por organizao

    externa independente, normalmente credenciada para fornecer certificaes ou registros de

    conformidade como requisitos previstos pela ISO 9000 (2000).

    As auditorias podem ter enfoques variados, como o financeiro, o gerencial, contbil e o

    ambiental. Este ltimo, amplamente utilizado pelas empresas associadas ao saneamento,

    aos recursos hdricos e construo civil.

    3.2.3.2. Indicadores de desempenho

    Na esfera organizacional, pode-se conceituar o Indicador de Desempenho como uma

    medida quantitativa do desempenho ou nvel de servio de uma organizao, segundo a

    qual possvel obter informaes, de forma simplificada, referentes eficincia e eficcia

    da organizao sob um determinado aspecto de interesse (IWA, 2000 apud Brostel, 2002).

    Atualmente os indicadores de desempenho so componentes essenciais em processos de

    tomada de deciso, pois permitem agregar informaes relevantes pelos decisores e demais

    agentes envolvidos (Castro et al., 2004). Moldan e Bilharz (1997, apud Castro et al., 2004)

    afirmam que os indicadores que se espera, so aqueles que resumem ou simplificam

  • informaes, quantificando, medindo ou comunican

    um determinado fenmeno. Uma das dificuldades freqentes no uso de indicadores a

    integrao de variveis, uma vez que normalmente as mesmas envolvem grandezas de

    naturezas distintas. A Figura 3

    desempenhadas pelos indicadores de acordo com Tunstall (1992,

    Figura 3.6. Funes dos Indica

    Os valores dos indicadores podem ser

    fonte. Entretanto, derivam geralmente de dados primrios processados e analisados,

    produzindo valores agregados que funcionaro como indicadores. Os indicadores podem

    ser variveis simples ou funes de vri

    razo, proporo ou ndice, dependendo de duas ou mais variveis, ou funes complexas

    como o resultado de simulaes por meio de modelos (Castro, 2007).

    Aos gestores, os indicadores de desempenho permitem

    expectativas dos clientes, respostas rpidas, identificao dos pontos fortes e fracos nas

    organizaes e o monitoramento dos efeitos de suas decises, alm do aux

    tcnicas de gesto, como o

    administradores, os indicadores de desempenho oferecem uma base comum para

    comparao entre entidades, permitindo a formulao de polticas especficas. Para rgos

    reguladores, os indicadores de desempenho servem como

    aos rgos financiadores, servem de suporte na avaliao das prioridades de investimentos,

    na seleo e no acompanhamento de projetos (IWA, 2000

    Comparar lugares,

    situaes ou alternativas

    informaes, quantificando, medindo ou comunicando dados, facilitando a compreenso de

    um determinado fenmeno. Uma das dificuldades freqentes no uso de indicadores a

    integrao de variveis, uma vez que normalmente as mesmas envolvem grandezas de

    naturezas distintas. A Figura 3.6 apresenta algumas das funes que podem ser

    desempenhadas pelos indicadores de acordo com Tunstall (1992, apud Castro

    . Funes dos Indicadores de desempenho (Tunstall, 1992,

    apud Castro et al. 2004)

    Os valores dos indicadores podem ser observados, calculados ou medidos diretamente na

    fonte. Entretanto, derivam geralmente de dados primrios processados e analisados,

    produzindo valores agregados que funcionaro como indicadores. Os indicadores podem

    ser variveis simples ou funes de vrias variveis. Podem ser funes simples como uma

    razo, proporo ou ndice, dependendo de duas ou mais variveis, ou funes complexas

    como o resultado de simulaes por meio de modelos (Castro, 2007).

    Aos gestores, os indicadores de desempenho permitem a internalizao das necessidades e

    expectativas dos clientes, respostas rpidas, identificao dos pontos fortes e fracos nas

    organizaes e o monitoramento dos efeitos de suas decises, alm do aux

    tcnicas de gesto, como o benchmarking e a Gesto de Qualidade Total

    administradores, os indicadores de desempenho oferecem uma base comum para

    comparao entre entidades, permitindo a formulao de polticas especficas. Para rgos

    reguladores, os indicadores de desempenho servem como instrumento de monitoramento, e

    aos rgos financiadores, servem de suporte na avaliao das prioridades de investimentos,

    na seleo e no acompanhamento de projetos (IWA, 2000 apud Brostel, 2002).

    Proporcionar antecedncia

    ou advertir sobre algum

    efeito ou impacto de uma

    ao

    Prever futuras condies e tendncias

    Estudar Condies e Tendncias

    23

    do dados, facilitando a compreenso de

    um determinado fenmeno. Uma das dificuldades freqentes no uso de indicadores a

    integrao de variveis, uma vez que normalmente as mesmas envolvem grandezas de

    as funes que podem ser

    Castro et al., 2004).

    Tunstall, 1992,

    observados, calculados ou medidos diretamente na

    fonte. Entretanto, derivam geralmente de dados primrios processados e analisados,

    produzindo valores agregados que funcionaro como indicadores. Os indicadores podem

    as variveis. Podem ser funes simples como uma

    razo, proporo ou ndice, dependendo de duas ou mais variveis, ou funes complexas

    a internalizao das necessidades e

    expectativas dos clientes, respostas rpidas, identificao dos pontos fortes e fracos nas

    organizaes e o monitoramento dos efeitos de suas decises, alm do auxlio em outras

    a Gesto de Qualidade Total. Para os

    administradores, os indicadores de desempenho oferecem uma base comum para

    comparao entre entidades, permitindo a formulao de polticas especficas. Para rgos

    instrumento de monitoramento, e

    aos rgos financiadores, servem de suporte na avaliao das prioridades de investimentos,

    Brostel, 2002).

    Estudar Condies e Tendncias

  • 3.2.3.3. Benchmarking

    Formalmente, o benchmarking

    que prope a medio de prticas, produtos e servios, em relao aos concorrentes mais

    expressivos no mercado ou s empresas reconhecidas por suas lideranas em campos

    particulares de atuao (Arajo, 200

    Figura 3.7. O que

    De modo geral, o benchmarking

    eles fazem de melhor e por que fazem to bem e, depois, tentar fazer melhor. uma fonte

    de informaes que ajuda no estabelecimento de metas e objetivos que conduzem a

    patamares superiores de qualidade.

    uma prtica de parcerias esclarecidas para o desenvolvimento salutar do mercado. Dessa

    maneira, pode-se utilizar o

    melhoria nos diferentes pro

    O benchmarking pode ser aplicado de diversas formas e situaes, quando realizado entre

    diferentes setores, ou departamentos de uma mesma empresa e chamado de

    Interno, sendo de fcil aplicao

    informaes e pode servir como aprendizado para aplicao em outras esferas. O

    Benchmarking Competit