METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE...
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UNIVERSIDADE DE BRASLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
METODOLOGIA PARA AVALIAO DE DESEMPENHO
DE SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA
EDUARDO CONCESSO MENDONA
ORIENTADOR: MARCO ANTONIO ALMEIDA DE SOUZA
DISSERTAO DE MESTRADO EM TECNOLOGIA AMBIENTAL E
RECURSOS HDRICOS
BRASLIA/DF: NOVEMBRO 2009
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UNIVERSIDADE DE BRASLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
METODOLOGIA PARA AVALIAO DE DESEMPENHO DE
SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA
EDUARDO CONCESSO MENDONA
DISSERTAO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DA FACULDADE DE
TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE BRASLIA COMO PARTE
DOS REQUISITOS NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU
DE MESTRE EM TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS
HDRICOS.
APROVADA POR:
_________________________________________________
Prof. Marco Antonio Almeida de Souza, PhD (UnB)
(Orientador)
_________________________________________________
Prof. Oscar de Moraes Cordeiro Netto, DSc (UnB)
(Examinador Interno)
_________________________________________________
Prof. Priscilla Macedo Moura, DSc (UFMG)
(Examinador Externo)
BRASLIA/DF, 16 DE NOVEMBRO DE 2009.
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FICHA CATALOGRFICA
MENDONA, EDUARDO CONCESSO
Metodologia para avaliao de desempenho de sistemas de drenagem urbana. [Distrito
Federal] 2009.
xvii,176p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Tecnologia Ambiental e Recursos Hdricos,
1999). Dissertao de Mestrado Universidade de Braslia. Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
1.Drenagem Urbana 2.Avaliao de desempenho
3.Mtodos de Auxlio a Deciso 4.Inundaes
I. ENC/FT/UnB II. Ttulo (srie)
REFERNCIA BIBLIOGRFICA
MENDONA, E. C. (2009). Metodologia para avaliao de desempenho de sistemas de
drenagem urbana. Dissertao de Mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hdricos,
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Braslia, Braslia, DF,
171p.
CESSO DE DIREITOS
AUTOR: Eduardo Concesso Mendona.
TTULO: Metodologia para avaliao de desempenho de sistemas de drenagem urbana.
GRAU: Mestre ANO: 2009
concedida Universidade de Braslia permisso para reproduzir cpias desta dissertao
de mestrado e para emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e
cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao, sendo que nenhuma parte pode
ser reproduzida sem autorizao por escrito do autor.
____________________________________
Eduardo Concesso Mendona
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que me capacitou e me deu foras em todos os momentos da
pesquisa.
Aos meus pais, por todo amor e incentivo, por sempre colocarem a minha educao em
primeiro lugar e por me ensinarem que o conhecimento o maior bem que se pode ter.
Larissa pelo carinho e compreenso, por acreditar que as dificuldades sempre passariam
e que o sofrimento no seria em vo.
Agradeo a Carol e ao Edu, que sempre me alegraram e me daro a honra de batizar o
Pedro, o filho que est por vir. minha av Lola pelos conselhos e pelas broncas. Aos
meus familiares que, mesmo longe, sempre me deram foras e torceram pelo meu sucesso.
A todos os meus sinceros e verdadeiros amigos, desde os da infncia at os mais recentes.
Como vocs so importantes. Obrigado pela cobrana, pela desconfiana, mas tambm
pelo apoio e pela certeza de que esse dia chegaria.
Aos amigos-irmos do Maanaim, por estarem sempre ao meu lado e por todas as oraes,
mesmo nos momentos em que no fui merecedor.
minha terapeuta Silvana, que em vrios momentos me auxiliou na escolha dos caminhos
a seguir, foi fundamental para que eu no desistisse do sonho que tracei ao iniciar o
mestrado.
Ao professor, orientador, amigo, confidente e conselheiro Marco Antonio, que se disps a
me orientar em uma circunstncia muito especial, comprovou ser um excelente profissional
e um ser humano admirvel.
Aos colegas e amigos do Programa de Ps-Graduao em Tecnologia Ambiental e
Recursos Hdricos, que dividiram o perodo acadmico mais intenso da minha vida. Bruno
Tvora, Bruno Goulart, Davi, Gustavo, Par, Bernardo, Diego, Lcia, Dbora, Dayane,
Marcely, Amanda, Melissa, Rodolfo, Alessandra, Ronaldo, Leonor, Orlandina, entre vrios
outros no menos importantes.
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v
Aos professores do programa, Koide, Cristina, Ariuska, Ricardo, Ges, Oscar, Nabil e
Nestor, pelos conhecimentos transferidos. Aos funcionrios e colaboradores, Boy e
Adelias, bem como o pessoal da limpeza e todos os outros.
s pesquisadoras que me auxiliaram na pesquisa, principalmente a Jussan Milograna, que
de certa maneira me co-orientou e me possibilitou vrias reflexes. Raquel Brostel, pela
excelente dissertao que esclareceu muitos aspectos da metodologia. Priscilla Moura,
que gentilmente me cedeu sua dissertao para consulta e enriquecimento do meu trabalho.
Aos especialistas que colaboraram com a resposta dos questionrios. Cludia Vale,
Eduardo Mrio Mendiondo, Flvio Mascarenhas, Jaime Cabral, Jferson Costa, Jos Ges
de Vasconcelos Neto, Jussan Milograna, Leonardo Mitre A. de Castro, Luiz Fernando
Orsini, Mrcio Baptista, Neiva Azzolin, Priscilla Moura, Raquel Brostel, Rosa Martins,
Vanessa Freitas e Vanusa Gomes.
Ao CNPQ pelo fomento pesquisa e concesso de bolsa de estudos.
A todos, muito obrigado.
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METODOLOGIA PARA AVALIAO DE DESEMPENHO DE SISTEMAS DE
DRENAGEM URBANA
RESUMO
Os frequentes problemas decorrentes da inexistncia ou ineficincia do manejo e
gesto das guas pluviais urbanas foram motivadores para o desenvolvimento deste
trabalho. O objetivo central da pesquisa desenvolver e aplicar uma metodologia de apoio
capaz de avaliar o desempenho global de sistemas de drenagem urbana com aplicao de
tcnicas de anlise de auxlio deciso, permitindo a identificao dos aspectos mais
eficientes e tambm dos mais precrios associados aos sistemas de drenagem urbana.
Para avaliar os sistemas de drenagem urbana foram selecionados dezesseis critrios
com auxlio de especialistas. Esses critrios tiveram duas formas de avaliao, os
indicadores de desempenho e as planilhas de avaliao, que so semelhantes s
metodologias utilizadas em auditorias. Os sistemas de drenagem urbana tiveram seus
desempenhos avaliados segundo cada critrio e agrupados em seis dimenses, sendo elas:
legal, econmica, ambiental, social, de prticas sustentveis e tcnica. Dessa agregao,
foi possvel proceder a uma avaliao global dos sistemas.
Os mtodos de auxlio deciso selecionados para dar suporte a avaliao foram os
mtodos multicritrio e multiobjetivo ELECTRE TRI e TOPSIS, que tm como
caractersticas as possibilidades de alocao das alternativas em categorias. As categorias
utilizadas para definir o nvel de desempenho dos sistemas de drenagem urbana foram
timo, muito bom, bom, regular, ruim e muito ruim.
Foram utilizados como estudos de caso trs cenrios de sistemas de drenagem
urbana, que hipoteticamente pudessem ser implantados em uma sub-bacia do Crrego
Vaca Brava, no municpio de Goinia. O primeiro, era composto por uma rede de
drenagem tradicional, separada da rede de esgoto. O segundo, contava com a incorporao
de duas bacias de deteno ao sistema tradicional e, o terceiro, incorporava a incluso de
microreservatrios nos lotes para auxiliar o sistema tradicional de drenagem urbana.
Os resultados indicaram desempenho regular, muito bom e timo para os cenrios I,
II e III, respectivamente, com a utilizao do ELECTRE TRI. Utilizando o TOPSIS, o
desempenho do cenrio I foi bom e dos cenrios II e III muito bom. Esses resultados
mostraram-se coerentes e confirmaram a expectativa de desempenho mediante o emprego
das tcnicas compensatrias.
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vii
METHODOLOGY FOR EVALUATION OF PERFORMANCE OF URBAN
DRAINAGE SYSTEMS
ABSTRACT
The frequent problems due to the non existence or the inefficiency of the
management and the handling of urban stormwater were the motivators for the
development of this essay. The main aim of this research is to develop and apply a support
methodology that is able to evaluate the global performance of urban drainage systems by
means of using analytical techniques of decision support, allowing the identification of the
most efficient, and also the most precarious, aspects related to the urban drainage systems.
To evaluate the urban drainage systems, sixteen criteria were selected with the help
of experts. These criteria were evaluated in two different ways: the performance indicators
and the evaluation tables, which are similar to the methods used in audits. The
performances of the systems of urban drainage were evaluated according to each criteria
and were classified in six dimensions: legal, economic, environmental, social, sustainable
practices and technical. After this aggregation, it was possible to proceed to a global
evaluation of the systems.
The decision support methods selected to provide the evaluation were the method
multicriteria and multipurpose ELECTRE TRI and TOPSIS, which allow the classification
of the alternatives into categories. The categories used to define the average performance
of the urban drainage systems were excellent, very good, good, regular, bad and
very bad.
Three different scenarios of urban drainage systems that hypothetically could be
deployed in the stream Vaca Brava sub-basin, in the city of Goinia, were used as case
studies. The first scenario consisted in a traditional drainage network, separated from the
sewage. The second one added two detention basins to the traditional system, and the third
one included some micro reservoirs in each urban lot to help the traditional urban drainage
system.
The ELECTRE TRI method indicated the performances as regular, very good and
excellent to the scenarios I, II and III, respectively. With the TOPSIS method, the
performance of scenario I was good, and the performances of scenarios II e III were very
good. These results were consistent and confirmed the expectation of performance through
the use of best management practices.
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viii
SUMRIO
1. INTRODUO ............................................................................................................................. 1
2. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 4
3. FUNDAMENTAO TERICA ................................................................................................. 5
3.1. GESTO E MANEJO DAS GUAS PLUVIAIS URBANAS ............................................. 5
3.2. AVALIAO DE DESEMPENHO ..................................................................................... 16
3.3. MTODOS DE AUXLIO DECISO ............................................................................. 28
4. METODOLOGIA DE PESQUISA .............................................................................................. 33
4.1. PESQUISA BIBLIOGRFICA (1 ETAPA) ....................................................................... 33
4.2. ESCOLHA DO MTODO DE AUXLIO DECISO (2 ETAPA) ................................. 34
4.3. DEFINIO DO(S) MTODO(S) MULTICRITRIO E MULTIOBJETIVO PARA
APLICAO PESQUISA (3 ETAPA) .................................................................................. 35
4.4. LEVANTAMENTO PRELIMINAR DOS OBJETIVOS E CRITRIOS DE AVALIAO
DOS SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA (4 ETAPA) ..................................................... 37
4.5. CONSULTA A ESPECIALISTAS E ENQUADRAMENTO DOS CRITRIOS SEGUNDO
OS OBJETIVOS ESPECFICOS SOB DIMENSES DE AVALIAO (5 ETAPA) ............ 37
4.6. DESENVOLVIMENTO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO DE DESEMPENHO
DOS SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA (6 ETAPA) ..................................................... 38
4.7. APLICAO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO, ANLISE DOS RESULTADOS
E CONCLUSO (7 ETAPA) ..................................................................................................... 38
5. MTODOS MULTIOBJETIVO E MULTICRITRIO .............................................................. 40
5.1. APRESENTAO E CLASSIFICAO DOS MTODOS MULTIOBJETIVO E
MULTICRITRIO ...................................................................................................................... 40
5.2. SELEO DO MTODO MULTIOBJETIVO E MULTICRITRIO ................................ 46
5.3. MTODOS MULTICRITRIO E MULTIOBJETIVO APLICADOS AVALIAO
NAS REAS DE RECURSOS HDRICOS E SANEAMENTO AMBIENTAL ....................... 60
5.4. MTODOS MULTICRITRIO E MULTIOBJETIVO APLICADOS EM PESQUISA
ASSOCIADAS DRENAGEM URBANA ............................................................................... 63
6. IDENTIFICAO E SELEO DOS OBJETIVOS E CRITRIOS PARA AVALIAO DE
SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA ....................................................................................... 73
6.1. CONSULTA A ESPECIALISTAS ....................................................................................... 76
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ix
6.2. DEFINIO DOS PESOS DOS CRITRIOS .................................................................... 85
7. PROPOSIO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO DE DESEMPENHO DE
SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA ....................................................................................... 91
7.1. DIMENSO LEGAL ........................................................................................................... 92
7.2. DIMENSO ECONMICA ................................................................................................ 94
7.3. DIMENSO SOCIAL .......................................................................................................... 98
7.4. DIMENSO AMBIENTAL ............................................................................................... 103
7.5. DIMENSO DE PRTICAS SUSTENTVEIS............................................................... 108
7.6. DIMENSO TCNICA ..................................................................................................... 113
7.7. DEFINIO DAS CATEGORIAS DE DESEMPENHO SEGUNDO OS CRITRIOS DE
AVALIAO ............................................................................................................................ 118
7.8. APRESENTAO DO PROCEDIMENTO DE AVALIAO DE DESEMPENHO DE
SISTEMAS DE DRENAGEM URBANA ................................................................................ 123
8. APLICAO DA METODOLOGIA DE APOIO .................................................................... 130
8.1. ESTUDO DE CASO REGIO DA SUB-BACIA DO CRREGO VACA BRAVA, DA
CIDADE DE GOINIA-GO ..................................................................................................... 130
8.2. AVALIAO DOS CENRIOS SOB OS DIFERENTES CRITRIOS ......................... 134
8.3. AVALIAO DO DESEMPENHO DO CENRIO I ...................................................... 143
8.4. AVALIAO DO DESEMPENHO DO CENRIO II ..................................................... 145
8.5. AVALIAO DO DESEMPENHO DO CENRIO III .................................................... 147
8.6. COMPARAO DOS DESEMPENHOS DOS TRS CENRIOS AVALIADOS ........ 150
8.7. VERIFICAO DA PERTINNCIA DOS MTODOS MULTIOBJETIVO E
MULTICRITRIO TOPSIS E ELECTRE TRI .......................................................................... 153
9 . CONCLUSES E RECOMENDAES ................................................................................. 157
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................... 161
APNDICE A ................................................................................................................................ 171
APNDICE B ................................................................................................................................ 176
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x
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1. Balano hdrico afetado pela urbanizao (EPA, 2005) ..................................... 7
Figura 3.2. Alterao do Escoamento em funo da Urbanizao (EPA, 2005) ................... 7
Figura 3.3. Sistemas de microdrenagem (boca-de-lobo) e macrodrenagem (canal) ........... 12
Figura 3.4. Caractersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/BID, 1997) .......................... 17
Figura 3.5. Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997 .................. 19
apud Ribeiro, 2000) ............................................................................................................. 19
Figura 3.6. Funes dos Indicadores de desempenho (Tunstall, 1992, ............................... 23
apud Castro et al. 2004) ...................................................................................................... 23
Figura 3.7. O que Benchmarking? (Adaptado de Arajo, 2008) ...................................... 24
Figura 3.8. Ciclo PDCA (Arajo, 2008). ............................................................................. 26
Figura 4.1. Etapas 1 e 2 da metodologia de pesquisa .......................................................... 35
Figura 4.2. Problemticas decisrias , e . ..................................................................... 36
Figura 4.3. Etapas complementares da metodologia de pesquisa........................................ 39
Figura 5.1. Alternativas de Referncia (b), Critrio (i) e Categorias (E) ............................ 47
no ELECTRE TRI (Yu e Roy, 1992) ................................................................................... 47
Figura 5.2. ndice de concordncia ci(a,b) .......................................................................... 49
Figura 5.3. ndice de discordncia di(a,b) ........................................................................... 50
Figura 5.4. Relao entre a e b a partir de s(a,b), s(b,a) e . (Yu e Roy, 1992) ............... 51
Figura 5.5. Diagrama de utilizao do ELECTRE TRI (Adaptado de Yu e Roy, 1992). .... 53
Figura 5.6. Distncia retangular (p=1) das alternativas de projeto PIS (Vetschera, 2005)
............................................................................................................................................. 57
Figura 5.7. Distncia Euclidiana (p=2) das alternativas de projeto PIS (Vetschera, 2005)
............................................................................................................................................. 57
Figura 5.8. Distncia de Tchebycheff (p = ) das alternativas de projeto PIS ............... 58
(Vetschera, 2005)................................................................................................................. 58
Figura 5.9. Distncia das alternativas soluo ideal e anti-ideal ..................................... 58
(Pomerol e Barba-Romero, 1993). ...................................................................................... 58
Figura 5.10. Diagrama do processo de auxlio deciso para seleo de alternativas de
drenagem urbana (Adaptado de Azzout et al., 1995). ......................................................... 64
Figura 6.1. Avaliao dos objetivos segundo os especialistas ............................................ 78
Figura 6.2. Avaliao dos critrios segundo os especialistas .............................................. 79
Figura 6.3. Fases de Implementao da TGN ..................................................................... 86
Figura 6.4. Etapas para implementao da Tcnica Delphi (Wright e Giovinazzo, 2000) . 87
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Figura 7.1. Elementos da avaliao do risco (Kates, 1978) .............................................. 101
Figura 7.2 Fluxograma do Modelo de Avaliao de Desempenho Global de Sistemas de
Drenagem Urbana .............................................................................................................. 123
Figura 8.1. Localizao da rea de estudo (Adaptado de Milograna, 2001). .................... 131
Figura 8.2. Detalhamento da rea de estudo (Adaptado de Milograna, 2001). ................. 133
Figura 8.3. Desempenhos individuais do Cenrio I sob os critrios de avaliao ............ 143
Figura 8.4. Desempenhos Finais do Cenrio I................................................................... 144
Figura 8.5. Desempenhos individuais do Cenrio II sob os critrios de avaliao ........... 146
Figura 8.6. Desempenhos Finais do Cenrio II ................................................................. 146
Figura 8.7. Desempenhos individuais do Cenrio III sob os critrios de avaliao .......... 148
Figura 8.8. Desempenhos Finais do Cenrio III ................................................................ 148
Figura 8.9. Comparao dos desempenhos dos cenrios com utilizao do ELECTRE TRI
........................................................................................................................................... 150
Figura 8.10. Comparao dos desempenhos dos cenrios com utilizao do TOPSIS ..... 150
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xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1. Conceito de Canalizao x Conceito de Reservao ------------------------------ 14
Tabela 3.2. Evoluo do Conceito de Avaliao ------------------------------------------------- 16
Tabela 5.1. Enquadramento dos Mtodos Multicritrio segundo aclassificao de
Goicoechea et al. (1982) ----------------------------------------------------------------------------- 41
Tabela 5.2. Resumo dos trabalhos revisados com mtodos multicritrio e multiobjetivo
aplicados a avaliao nas reas de recursos hdricos e saneamento ambiental --------------- 62
Tabela 5.3. Razes que justificam o uso e o no uso das BMPs ------------------------------- 71
Tabela 5.4. Resumo dos trabalhos revisados com aplicao de mtodos multicritrio e
multiobjetivo drenagem urbana ------------------------------------------------------------------- 72
Tabela 6.1. Objetivos e expectativas associados drenagem urbana segundo os atores
envolvidos ---------------------------------------------------------------------------------------------- 74
Tabela 6.2. Objetivos e critrios pr-selecionados para avaliao de desempenho de
sistemas de drenagem urbana ----------------------------------------------------------------------- 75
Tabela 6.3. Avaliao dos objetivos e critrios pr-selecionados pelos especialistas ------- 77
Tabela 6.4. Sugestes de critrios para avaliao dos sistemas de drenagem urbana Parte
A --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 82
Tabela 6.4. Sugestes de critrios para avaliao dos sistemas de drenagem urbana Parte
B --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 83
Tabela 6.5. Enquadramento dos critrios segundo as dimenses de avaliao -------------- 84
Tabela 7.1. Resumo dos critrios selecionados para a avaliao de desempenho de sistemas
de drenagem urbana ---------------------------------------------------------------------------------- 91
Tabela 7.2. Leis estaduais de recursos hdricos --------------------------------------------------- 92
Tabela 7.3. Planilha pontuada para avaliao do atendimento legislao ------------------ 94
Tabela 7.4. Sntese dos custos de implantao e vida til das estruturas --------------------- 97
Tabela 7.5. Sntese dos custos de manuteno e operao e vida til das estruturas -------- 98
Tabela 7.6. Planilha pontuada para avaliao da aceitao social do sistema de drenagem
urbana ------------------------------------------------------------------------------------------------- 100
Tabela 7.7. Doenas ligadas carncia ou precariedade dos servios de drenagem urbana
--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 102
Tabela 7.8. Planilha pontuada para avaliao de risco e vulnerabilidade sade pblica 103
Tabela 7.9. Poluentes das guas pluviais urbanas e seus efeitos ----------------------------- 104
Tabela 7.10. Porcentagem mdia de reduo dos poluentes do escoamento superficial -- 105
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xiii
Tabela 7.11. Valores atribudos aos parmetros de qualidade da gua de acordo com a
porcentagem de reduo --------------------------------------------------------------------------- 105
Tabela 7.12. Planilha pontuada para avaliao do controle sobra a proliferao de insetos
--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 107
Tabela 7.13. Planilha pontuada para avaliao dos problemas de odores ------------------ 108
Tabela 7.14. Planilha pontuada para avaliao o uso de princpios e prticas sustentveis
--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 110
Tabela 7.15. Planilha pontuada para avaliao da possibilidade de escalonamento dos
objetivos ao longo do tempo----------------------------------------------------------------------- 112
Tabela 7.16. Planilha pontuada para avaliao da possibilidade de monitoramento da
qualidade das guas pluviais urbanas ------------------------------------------------------------ 113
Tabela 7.17. Planilha pontuada para avaliao da confiabilidade operacional do sistema 118
Tabela 7.18. Distribuio de intervalos para alocao dos sistemas de drenagem em
categorias de desempenho segundo as dimenses de avaliao com aplicao do TOPSIS
--------------------------------------------------------------------------------------------------------- 119
Tabela 7.19. Limites das categorias de desempenho dos critrios de avaliao para
aplicao do mtodo ELECTRE TRI ------------------------------------------------------------- 122
Tabela 7.20. Pesos dos objetivos de avaliao -------------------------------------------------- 125
Tabela 7.21. Pesos dos critrios de avaliao --------------------------------------------------- 126
Tabela 7.22. Parmetros sugeridos para utilizao do ELECTRE TRI ---------------------- 128
Tabela 8.1. Quantitativos e custos de implantao associados aos cenrios avaliados --- 135
Tabela 8.2. Quantitativos e custos de manuteno associados aos cenrios avaliados --- 135
Tabela 8.3. Caracterizao das reas Existentes ----------------------------------------------- 140
Tabela 8.4. Relao de reas impermeveis e reas verdes antes e depois da implantao
dos sistemas de drenagem urbana ---------------------------------------------------------------- 141
Tabela 8.5. Alteraes na vazo de pico provocadas ------------------------------------------ 142
pela implantao dos sistemas de drenagem urbana ------------------------------------------- 142
Tabela 8.6. Desempenho dos cenrios avaliados em funo das variaes nos pesos dos
critrios com aplicao do TOPSIS --------------------------------------------------------------- 154
Tabela 8.7. Desempenho dos cenrios avaliados em funo das variaes nos pesos dos
critrios com aplicao do ELECTRE TRI ------------------------------------------------------ 154
Tabela 8.8. Resultados da avaliao de desempenho com variao do parmetro p do
mtodo TOPSIS ------------------------------------------------------------------------------------- 155
Tabela 8.9. Resultados da avaliao com diferentes ------------------------------------------- 156
nveis de corte do mtodo ELECTRE TRI ------------------------------------------------------- 156
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xiv
LISTA DE NOMENCLATURA E ABREVIAES
ANN Artificial Neural Networks
AHP Analytic Hierarchy Process
BMP Best Management Practices
BSC Balanced Scorecard
CBUQ Concreto Betuminoso Usinado a Quente
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CSDU Centro Studi Idraulica Urbana
CP Compromise Programming
DEHRH Departamento de Engenharia Hidrulica e Recursos Hdricos
ELECTRE Elimination and (et) Choice Translating Reality
ENEA Ente per Le Nuove tecnologie, lEnergia e lAmbiente
EPA Environmental Protection Agency
EVO/BID Oficina de Evalucin / Banco Interamericano de Desarrollo
ETA Estao de Tratamento de gua
ETE Estao de Tratamento de Esgoto
EUA Estados Unidos da Amrica
FGV Fundao Getlio Vargas
FCTH Fundao Centro Tecnolgico de Hidrulica
GQT Gesto pela Qualidade Total
ID Indicador de Desempenho
IGP ndice Geral de Preos
INCC ndice Nacional de Custos na Construo
INSA Institut National des Sciences Apliques de Lyon
ISO International Organization for Standardization
IWA International Water Association
NBR Norma Brasileira
NIS Negative Ideal Solution
NN Neural Networks
PAM Procedimento de Agregao Multicritrio
PDCA Ciclo Plan Do Check Act
PIS Positive Ideal Solution
PQSP Programa da Qualidade nos Servios
PTARH Programa de Ps-Graduao em Tecnologia Ambiental e Recursos Hdricos
SSD Sistema de Suporte a Deciso
TCD Teoria dos Conjuntos Difusos
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xv
TOPSIS Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UnB Universidade de Braslia
UNDP United Nations Desenvelopment Program
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
USAID International Desenvlopment Agency of United Sates
VPL Valor Presente Lquido
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xvi
LISTA DE SMBOLOS
, , , Problemticas Decisrias de Referncia
Nvel de corte
s(a,b) ndice de Credibilidade
a, b, c, x, w, z Aes ou alternativas
AD rea a ser desapropriada par utilizao do sistema de drenagem urbana
AIA Percentual de rea impermevel antes da implantao do sistema
AID Percentual de rea impermevel depois da implantao do sistema
AVA Percentual de rea verde antes da implantao do sistema
AVD Percentual de rea verde depois da implantao do sistema
ASDU rea a ser ocupada pelo sistema de drenagem urbana
b0, b1, b2, ..., bh Alternativas de referncia
ci(a,b) ndice de concordncia do critrio i
C(a,b) ndice de concordncia global
di(a,b) ndice de discordncia do critrio i
D(a,b) ndice de discordncia global
DBO Demanda Bioqumica de Oxignio
dMp (aj) Distncia a soluo ideal
dmp (aj) Distncia a soluo anti-ideal
dp Distncia da alternativa ao ponto de referncia
Dp(ai) Taxa de similitude
E1, E2,..., Em Categorias de alocao de alternativas
f Ponto analisado
f* Ponto ideal
f(x) Funo qualquer de x
f(w) Funo qualquer de w
f(z) Funo qualquer de z
I Indiferena
IAMF Indicador de alterao do meio fsico
IUAP Indicador de utilizao de guas pluviais
ID Indicador de desapropriao
IQA Indicador de qualidade da gua
ITR Indicador do tempo de retorno
IVVP Indicador de variao na vazo de pico
i1, i2, ..., in Critrios de avaliao
Ik Limite inferior do Objetivo k
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xvii
k Nmero de dimenses
Lp Comprimento Mtrico
n Nmero de intervalos de pagamento
pi Limite de preferncia para o critrio i
p Parmetro que indica o tipo de distncia utilizada
qi Limite de indiferena para o critrio i
QPA Vazo de pico antes da implantao do sistema
QPD Vazo de pico depois da implantao do sistema
R Incomparabilidade
TN Nitrognio Total
TP Fsforo Total
TPA Tempo ao pico de vazo antes da implantao do sistema
TPb Chumbo Total
TPD Tempo ao pico de vazo depois da implantao do sistema
TRD Tempo de retorno desejvel
TRP Tempo de retorno de projeto
TSS Slidos Suspensos Totais
TZ Zinco Total
vi Limite de veto para o critrio i
wk Peso do Objetivo k
> Preferncia
-
1
1. INTRODUO
Acompanhando a necessidade atual de se gerir adequadamente as guas urbanas, a gesto
das guas pluviais tem-se modificado constantemente na busca de novas alternativas de
preveno e controle de inundaes.
Um fator agravante no controle das inundaes a intensificao da urbanizao, que
altera o ciclo hidrolgico no ambiente urbana e compromete os sistemas tradicionais de
drenagem, pautados basicamente no rpido escoamento dos volumes drenados e na
canalizao, medidas atualmente insustentveis frente aos grandes volumes produzidos nos
centros urbanos devido fundamentalmente ao aumento das reas impermeveis e aos novos
paradigmas ambientais, que se valem da sustentabilidade dos cenrios urbanos e da
preocupao com aspectos sociais e sanitrios. Inseridas nesse cenrio modificado pela
urbanizao, as tcnicas compensatrias (Best Management Practices BMP) aparecem
como alternativas de soluo para os problemas de drenagem urbana. Essas alternativas
abrangem um vasto universo de possibilidades a respeito das suas funcionalidades,
aplicaes e seleo.
Diversos centros de pesquisa, nacionais e internacionais, tm desenvolvido amparo
cientfico e tecnolgico para tratar a problemtica da drenagem urbana, enfocando
principalmente a utilizao de tcnicas compensatrias. Os principais estudos esto
associados seleo de processos e medidas para controle de inundaes e ao controle e
monitoramento da qualidade das guas pluviais urbanas.
Uma importante ferramenta para o desenvolvimento desses estudos so os mtodos de
auxlio deciso. Sua aplicao bastante usual no processo de seleo das tcnicas de
drenagem urbana para aplicao em diferentes localidades, considerando suas limitaes e
particularidades.
No seria absurdo afirmar que, pelo menos no Brasil, a gesto das guas pluviais urbanas
colocada em segundo plano no desenvolvimento das cidades. Os maiores investimentos
so destinados ao tratamento de gua e esgoto, que impulsionados pela busca da
maximizao dos lucros das companhias de saneamento e pela exigncia da sociedade, tm
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buscado o constante aperfeioamento dos produtos e servios oferecidos. Contudo, as
consequncias da objeo da gesto das guas pluviais so catastrficas. As inundaes
atingem a maior parte das grandes cidades brasileiras, evidenciando a precariedade dos
sistemas de drenagem existentes e a gravidade da no existncia deles.
Os problemas associados aos sistemas de drenagem urbana, como a exposio da
populao s doenas, ao risco de morte, os prejuzos econmicos e sociais e a degradao
dos ambientes naturais motivaram a presente pesquisa. A dissertao apresenta a
elaborao de um procedimento de avaliao de desempenho de sistemas de drenagem
urbana, que tem como objetivo identificar os aspectos positivos e negativos dos sistemas,
permitir a proposio de intervenes, mudanas de operao e recomendaes que tanto
possam minimizar as deficincias bem como destacar os aspectos mais eficientes do
sistema de drenagem urbana. Alm, tambm, de promover a melhoria do prprio sistema
avaliado, esse processo poder ser utilizado para aperfeioar novos projetos de sistemas de
drenagem urbana.
A dissertao est estruturada em Nove Captulos, sendo o Primeiro a presente Introduo,
que apresenta o contexto e a motivao da pesquisa.
O Segundo Captulo apresenta os Objetivos, Central e Especficos, fundamentais para o
delineamento do problema e para estabelecer o procedimento de avaliao dos sistemas de
drenagem urbana.
No Terceiro Captulo, intitulado de Fundamentao Terica, fez-se uma breve descrio
das trs temticas centrais desta dissertao, que so: o manejo das guas pluviais urbanas,
os procedimentos e ferramentas utilizados nas avaliaes de desempenho e a utilizao dos
mtodos de auxlio deciso.
No Quarto Captulo, descreveu-se a metodologia da pesquisa, enumerando as atividades
realizadas e evidenciando seu carter indutivo. A escolha dos mtodos de auxlio deciso
multiobjetivo e multicritrio justificada nesse captulo. O captulo relata as atividades
desenvolvidas cronologicamente.
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No Quinto Captulo, apresentou-se os principais mtodos multiobjetivo e multicritrio, a
seleo dos mtodos utilizados na proposio do procedimento de avaliao dos sistemas
de drenagem urbana, bem como uma reviso detalhada de alguns trabalhos que utilizaram
os mtodos multicritrio e multiobjetivo aplicados a procedimentos de avaliao de
desempenho nas reas de recursos hdricos e saneamento, assim como trabalhos que tratam
a problemtica da drenagem urbana.
O Sexto Captulo prope a discusso e seleo dos objetivos e critrios utilizados para
avaliao dos sistemas de drenagem urbana. O processo proposto sustentado pela reviso
dos trabalhos feitos no Quinto Captulo, e pela consulta a especialistas, realizada por meio
da aplicao de um questionrio que apresentava o tema central da pesquisa,
possibilitando-os exprimir suas opinies respeito da proposio do procedimento de
avaliao de sistemas de drenagem urbana.
O Stimo Captulo identificado como o principal desta dissertao, no qual so descritos
os procedimentos para utilizao dos diferentes critrios selecionados para avaliar o
desempenho dos sistemas de drenagem urbana, assim como as etapas que devem ser
processadas para que se tenha uma resposta da avaliao.
No Oitavo Captulo, o procedimento de avaliao aplicado a trs sistemas de drenagem
urbana aplicveis a uma regio da sub-bacia do crrego Vaca Brava, do municpio de
Goinia-GO, como estudos de caso. So apresentados os desempenhos dos sistemas de
drenagem e a verificao do procedimento de avaliao.
No Nono Captulo, so apresentadas as concluses observadas no desenvolvimento desta
dissertao e as recomendaes para melhoria do processo de avaliao dos sistemas de
drenagem urbana.
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2. OBJETIVOS
2. 1. Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho desenvolver e testar um procedimento de avaliao de
desempenho de sistemas de drenagem urbana.
2.2. Objetivos especficos
Os objetivos especficos propostos so:
1) analisar os diferentes mtodos de apoio deciso e selecionar algum que se adapte ao
problema proposto;
2) estudar o conceito e as tcnicas de avaliao de desempenho em geral, e, em particular,
aquelas que se apliquem ao manejo de guas pluviais, e utiliz-las no desenvolvimento do
procedimento de avaliao;
3) identificar e selecionar, com auxlio de especialistas, os principais critrios para
avaliao de desempenho de sistemas de drenagem;
4) analisar, identificar e propor procedimentos que permitam quantificar o desempenho dos
sistemas de drenagem sob os critrios utilizados para avaliao;
5) avaliar o procedimento de avaliao de desempenho proposto, utilizando cenrios reais
de gesto e manejo de guas pluviais com um estudo de caso.
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3. FUNDAMENTAO TERICA
No presente captulo, so apresentados os principais conceitos e definies que
contextualizem o procedimento de avaliao de desempenho dos sistemas de drenagem
urbana. Primeiramente, faz-se a apresentao do manejo das guas pluviais urbanas,
relatando as interferncias provocadas pela urbanizao, as principais medidas de controle
de inundaes e a modificao do pensamento de concepo dos sistemas de drenagem
urbana. Em seguida, apresentada a evoluo do conceito de avaliao, os principais tipos
de avaliao de desempenho e as ferramentas utilizadas para as avaliaes. Por fim, so
descritos os principais mtodos de auxlio que podem ser utilizados na proposio do
procedimento de avaliao. Nos captulos seguintes, sero apresentadas pesquisas
revisadas que tenham utilidades e contedos semelhantes aos da presente dissertao.
3.1. GESTO E MANEJO DAS GUAS PLUVIAIS URBANAS
Ao longo da histria humana, as cidades sempre estiveram associadas aos cursos dgua,
fundamentais na sedentarizao das populaes. De forma elementar, pode-se constatar a
utilidade dos corpos dgua em suprir as necessidades alimentares e higinicas dos
integrantes das cidades. A sustentabilidade de outrora no se estabelece mais entre os
aglomerados urbanos e os corpos dgua, e os problemas decorrentes desse desequilbrio
carecem de solues. Por isso, o desenvolvimento da gesto e do manejo das guas
pluviais urbanas inevitvel. Alguns conceitos relacionados drenagem urbana sero
discutidos a seguir.
3.1.1. As Inundaes e a Urbanizao
As inundaes podem ser oriundas de fontes distintas. Algumas so de origem natural,
chamadas de inundaes naturais e acontecem independentes da presena do homem,
como consequncia de precipitaes intensas e baixa capacidade de infiltrao dos solos.
Outras so afetadas por aes antrpicas, que podem atenuar ou amplificar a magnitude da
inundao e, so chamadas de inundaes naturais modificadas. Existem, tambm, as
inundaes induzidas, que so aquelas provocadas estritamente pela ao humana, como
por exemplo, no caso de alterao de operao de uma barragem ou uma represa.
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As condies meteorolgicas e hidrolgicas propiciam a ocorrncia de inundaes. O
conhecimento do comportamento meteorolgico em longo prazo pequeno, devido s
incertezas associadas ao grande nmero de fatores envolvidos nos fenmenos
meteorolgicos e da interdependncia dos processos fsicos a que a atmosfera terrestre est
sujeita.
As condies hidrolgicas associadas s inundaes podem ser naturais ou artificiais. As
condies naturais so aquelas em que a ocorrncia de inundao propiciada pela bacia
em seu estado natural, a exemplo do tipo de relevo, de precipitao, capacidade de
drenagem e cobertura vegetal. J as condies hidrolgicas artificiais da bacia so aquelas
provocadas pela ao antrpica: obras hidrulicas, desmatamento, reflorestamento, uso
agrcola, urbanizao, entre outros (SNSA, 2006).
Associada s inundaes, a urbanizao provoca uma srie de impactos, devido ao
aumento de reas impermeveis, ocupao do solo e a construo da rede de condutos
pluviais. O desenvolvimento urbano pode ainda produzir obstrues ao escoamento, como
aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstrues de condutos e assoreamento do leito
dos rios. Montenegro e Tucci (2005) descrevem os principais impactos da urbanizao:
1) aumento das vazes mximas (em cerca de seis vezes) e de sua frequncia, decorrente
do aumento da capacidade de escoamento atravs de condutos e canais, e da
impermeabilizao do solo;
2) aumento da eroso, da produo de sedimentos e de resduos slidos urbanos;
3) deteriorao da qualidade da gua superficial e subterrnea, em virtude da lavagem das
ruas, do transporte de material slido e das ligaes clandestinas de esgoto domstico e
pluvial e da contaminao de aquferos.
A Environmental Protection Agency (EPA), agncia norte americana de proteo
ambiental, responsvel por uma srie de estudos que discorrem sobre os efeitos da
urbanizao nas inundaes urbanas. As Figuras 3.1 e 3.2 apresentam alguns desses
efeitos.
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Figura 3.1. Balano hdrico afetado pela urbanizao (EPA, 2005)
Figura 3.2. Alterao do Escoamento em funo da Urbanizao (EPA, 2005)
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3.1.2. Medidas de Controle das Inundaes
O controle de inundaes pode ser abordado por medidas estruturais e no-estruturais. As
estruturais so aquelas que modificam o sistema fluvial (ou o meio ambiente) atravs de
obras na bacia (medidas extensivas), ou ento no prprio rio (medidas intensivas) para
evitar o extravasamento do escoamento para o leito maior decorrente das enchentes. J as
no-estruturais so aquelas que possibilitam um melhor convvio da populao com os
eventos de inundao, sem que haja alterao do meio fsico, reduzindo os prejuzos
atravs de medidas preventivas (Tucci, 2007; Baptista et al., 2005a).
inimaginvel o controle total das inundaes. Assim, todas as medidas, sejam elas
estruturais ou no-estruturais, visam minimizar as consequncias das inundaes. A gesto
da inundao obtida por uma combinao de medidas estruturais e no-estruturais que
permita diminuir as perdas da populao e manter uma relao harmnica com o rio.
3.1.2.1. Medidas Estruturais
As medidas estruturais podem ser extensivas ou intensivas. As extensivas atuam na bacia e
modificam as relaes entre precipitao e vazo, tentando reduzir e retardar os picos de
enchente e controlar a eroso na bacia. Tais medidas atuam principalmente no controle de
inundaes frequentes (com baixo tempo de retorno). Como exemplo desse tipo de medida,
pode-se citar a alterao de cobertura vegetal com reflorestamento e o controle de perda de
solo atravs de medidas de conservao.
As medidas estruturais intensivas atuam no rio e podem ser de quatro tipos: medidas que
aceleram o escoamento, como a construo de diques e polders, aumento da condutncia
dos rios e da declividade; medidas que amortecem e retardam o escoamento, como
reservatrios e bacias de amortecimento; medidas de desvio do escoamento, que so obras
como canais de desvios, que transferem o escoamento para outras bacias ou trechos de rios
e; medidas que englobem a introduo de aes individuais, visando tornar as edificaes
prova de enchentes (Tucci, 2007; Canholi, 2005).
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3.1.2.2. Medidas No-estruturais
As medidas no-estruturais podem reduzir significativamente os prejuzos causados por
inundaes com custos sensivelmente menores que os envolvidos na implantao de
medidas estruturais. Essas medidas tm como propsitos principais a reduo de perdas de
vidas humanas e a reduo de danos s propriedades com adoo de medidas de preparo,
resposta, legislao e financiamento (Adjelkovic, 2001). As medidas no estruturais so
basicamente aes preventivas, como o gerenciamento de desastres, previso e alerta de
inundaes, seguros, proteo individual (flood proofing) e zoneamento de reas de risco
de inundao.
Gerenciamento de desastres
O gerenciamento de desastres est ligado vulnerabilidade da populao e ao fator
aleatrio do risco de inundao. A vulnerabilidade pode ser considerada como um
fenmeno dinmico, que depende do tipo de ocupao existente na plancie de inundao,
enquanto que o risco est ligado s condies hidrolgicas da bacia hidrogrfica. O
gerenciamento dos desastres urbanos, categoria que inclui as inundaes urbanas, deve ser
compartilhado por todos os setores que tm conexo com o desenvolvimento e com as
mudanas na poltica urbana. Assim, possvel reduzir a vulnerabilidade pela integrao
de medidas de sobrevivncia, reabilitao e reconstruo dentro do planejamento do
desenvolvimento urbano, e pela definio dos riscos aceitveis baseados em uma anlise
quantitativa que inclua os custos dos danos decorrentes das inundaes (Milograna, 2009).
Previso e alerta de inundaes
A previso e alerta de cheia composta por um sistema de monitoramento composto de
pessoal tcnico e procedimentos para aquisio e anlise dos dados de precipitao e vazo
para previso das inundaes. O sistema de previso pode ser composto de modelagem
matemtica para converso das informaes em um mapa de risco indicando as reas a
serem inundadas, para posterior distribuio de avisos s instituies e comunidades
envolvidas. Essencialmente, o sistema conta com uma poltica de disseminao da
informao; um plano emergencial em que so identificadas as aes a serem tomadas
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antes, durante e imediatamente aps a ocorrncia da inundao; e um programa de
manuteno do gerenciamento das inundaes (Andjelkovic, 2001; Milograna, 2009).
Seguro contra inundaes
Os seguros contra inundaes propem a compensao financeira pelas perdas causadas
quando os danos previstos so superiores aos valores aceitveis. A vantagem dessa medida
est no fato de que o capital empregado normalmente inferior aos investimentos
requeridos para implantao de medidas estruturais, sua utilizao no provoca qualquer
interferncia na natureza (Thampapillai e Musgrave, 1985 apud Milograna, 2009).
Flood Proofing
Flood Proofing refere-se utilizao de tcnicas permanentes, eventuais e de emergncia
utilizadas tanto para prevenir a entrada da gua pluvial nas edificaes e na infraestrutura,
quanto para minimizar os danos decorrentes do escoamento e do contato com as guas
pluviais por meio da preparao da edificao em si. A elevao do nvel das edificaes, a
construo de barreiras fsicas para impedir a entrada das guas das chuvas so algumas
aes que se enquadram nesse tipo de medida no-estrutural. A utilizao de flood
proofing complementa aes de zoneamento e feita tambm em locais em que no h
como prevenir o risco de inundaes de outras formas, como na proteo de prdios
histricos, por exemplo (FEMA, 1981).
Zoneamento
O zoneamento um instrumento legal de regulao do uso do solo por meio de parties
espaciais, as quais so conferidas possibilidades e proibies. A sua utilizao possui
maior apelo em situaes em que o risco claramente definido e contam com o apoio da
populao. O gerenciamento do uso do solo busca a alterao dos padres de ocupao da
plancie de inundao para o desenvolvimento atual e futuro. O controle do zoneamento,
sob responsabilidade do poder pblico, institui que tipo de atividade poder ser instalada
dentro da bacia hidrogrfica levando-se em considerao o controle de inundao,
contemplando os aspectos de risco, econmicos, sociais e ambientais. O poder pblico
dever impor as condies de ocupao apropriadas para assegurar que o desenvolvimento
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futuro seja compatvel com os riscos de inundaes predominantes na bacia. Dentre as
restries para as reas de interesse, no tocante gesto das guas pluviais, podem ser
citadas as delimitaes de reas para implantao de estruturas de armazenamento ou a
previso de reas de interesse para o favorecimento dos processos de infiltrao das guas
pluviais (Baptista et al., 2005a; Milograna, 2009).
3.1.3. A Gesto de guas Pluviais
No contexto do presente trabalho, faz-se necessria uma abordagem relativa situao das
guas pluviais urbanas. O adequado gerenciamento dessas guas associa-se a aes
conjuntas de drenagem urbana, tratamentos de gua e esgoto, bem como manejo e
disposio de resduos slidos.
luz da Lei de Saneamento Bsico, Lei n. 11.445, Janeiro de 2007, pode-se afirmar que o
manejo e a gesto das guas pluviais urbanas, em consonncia com os servios pblicos de
saneamento bsico, devem ser pautados nos seguintes princpios fundamentais:
1) universalizao do acesso;
2) integralidade de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos servios de
saneamento bsico, que devem ser oferecidos, propiciando populao o acesso na
conformidade de suas necessidades e maximizando a eficcia das aes e resultados;
3) abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, limpeza urbana e manejo dos resduos
slidos realizados de formas adequadas sade pblica e proteo do meio ambiente;
4) disponibilidade, em todas as reas urbanas, de servios de drenagem e de manejo das
guas pluviais adequados sade pblica e segurana da vida e dos patrimnios pblico
e privado;
5) adoo de mtodos, tcnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e
regionais;
6) articulao com as polticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitao, de
combate pobreza e de sua erradicao, de proteo ambiental, de promoo da sade e
outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as
quais o saneamento bsico seja fator determinante;
7) eficincia e sustentabilidade econmica;
8) utilizao de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos
usurios e a adoo de solues graduais e progressivas;
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9) transparncia das aes, baseada em sistemas de informaes e processos decisrios
institucionalizados;
10) controle social;
11) segurana, qualidade e regularidade;
12) integrao das infraestruturas e servios com a gesto eficiente dos recursos hdricos.
Ainda no texto da Lei de Saneamento (2007), pode ser vista uma pequena reflexo
respeito da cobrana dos servios de drenagem urbana, que deve ser estabelecida levando
em conta, em cada lote urbano, os percentuais de rea impermeabilizada, a existncia de
dispositivos de amortecimento ou reteno de gua de chuva, o nvel de renda da
populao da rea atendida, as caractersticas dos lotes urbanos e as reas que podem ser
neles edificadas. A gesto das guas pluviais urbanas deve caminhar em direo
sustentabilidade, adaptada evoluo dos ambientes urbanos e aos demais componentes do
saneamento bsico.
3.1.4. Sistemas de Drenagem Urbana
Tradicionalmente no manejo das guas pluviais urbanas so apresentados dois sistemas
distintos que devem ser analisados e projetados sob critrios diferentes: o sistema de
microdrenagem e o de macrodrenagem (Figura 3.3).
Figura 3.3. Sistemas de microdrenagem (boca-de-lobo) e macrodrenagem (canal)
O sistema de microdrenagem, tambm chamado de sistema inicial de drenagem ou sistema
coletor de guas pluviais, aquele composto pelos pavimentos das ruas, guias e sarjetas,
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bocas-de-lobo, rede de galerias de guas pluviais e, tambm, canais de pequenas
dimenses.
O sistema de macrodrenagem constitudo por canais de maiores dimenses, sejam eles
abertos ou fechados. Esses sistemas encaixam-se no contexto do controle do escoamento
superficial direto, tendo como base o enfoque orientado para o aumento da condutividade
hidrulica do sistema de drenagem. As tendncias modernas desse controle, que j vm
amplamente aplicadas ou preconizadas internacionalmente, passam a dar nfase ao
enfoque orientado para o armazenamento das guas por estruturas de deteno ou reteno
(FCTH, 1999).
As diretrizes gerais de projeto de drenagem urbana podem ser classificadas segundo os
conceitos de canalizao e reservao.
A idia central do conceito de canalizao refere-se prtica convencional, amplamente
utilizada em todo o mundo e principalmente no Brasil, voltada implantao de galerias e
canais de concreto; ao tamponamento dos crregos; retificao de traados e ao aumento
de declividades de fundo e demais intervenes, que visavam, prioritariamente, promover
o afastamento rpido dos escoamentos e, ainda, o aproveitamento dos fundos de vale como
vias de trfego.
O conceito de reservao foca suas aes na conteno da gua na prpria bacia, adotando
medidas globais e localizadas de forma combinada e complementar (Canholi, 2005). So
utilizadas estruturas de armazenamento e reteno das guas pluviais como bacias de
deteno, telhados reservatrios, trincheiras de infiltrao e pavimentos permeveis, entre
outros.
A diferena observada entre os conceitos no puramente tcnica, trata-se de um embate
de concepes e pensamentos. Enquanto os conceitos de canalizao carregam uma viso
imediatista do problema de drenagem urbana, por muitas vezes propondo solues
egostas, sem considerar outras bacias hidrogrficas ou at mesmo a populao de
jusante na prpria bacia, com o propsito central de retirar a gua excedente do sistema, os
conceitos de reservao incorporam um pensamento amadurecido de sustentabilidade,
tratando o problema de uma forma dispersa e socializada, absorvendo os problemas
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decorrentes pelas inundaes na prpria bacia e se preocupando com a proteo e
segurana de toda a populao envolvida, inclusive as populaes de jusante. A Tabela 3.1
resume as principais diferenas tcnicas entre os dois conceitos.
Tabela 3.1. Conceito de Canalizao x Conceito de Reservao
CARACTERSTICAS CANALIZAO RESERVAO
Funo - Remoo rpida dos escoamentos
- Conteno temporria para subseqente liberao
Componentes Principais
- Canais abertos / galerias - Reservatrios a superfcie livre - Reservatrios subterrneos - Reteno sub-superficial
Aplicabilidade
- Instalao em reas novas - Construo por fases - Ampliao de capacidade pode se tornar difcil (centros urbanos)
- reas novas (em implantao) - Construo por fases - reas existentes ( superfcie ou subterrneas)
Impacto nos trechos de jusante
(quantidade)
- Aumenta significantemente os picos das enchentes em relao condio anterior - Maiores obras nos sistemas de jusante
- reas novas: podem ser dimensionadas para impacto zero (Legislao E.U.A.) - Reabilitao de sistemas: podem tornar vazes a jusante compatveis com capacidade disponvel
Impacto nos trechos de jusante
(qualidade)
- Transporta para o corpo receptor toda carga poluente afluente
- Facilita remoo de material flutuante por concentrao em reas de recirculao dos reservatrios e dos slidos em suspenso, pelo processo natural de decantao
Manuteno e Operao
- Manuteno em geral pouco freqente (pode ocorrer excesso de assoreamento e de lixo) Manuteno nas galerias difcil (condies de acesso)
- Necessria limpeza peridica - Necessria fiscalizao - Sistemas de bombeamento requerem operao/manuteno - Desinfeco eventual (insetos)
Estudos hidrolgicos e
hidrulicos
- Requer definio dos picos de enchente
- Requer definio dos hidrogramas (volumes das enchentes)
Fonte: Canholi, 2005.
3.1.4.1. Sistemas Clssicos de Drenagem Urbana
Seguindo os conceitos de canalizao, tradicionalmente adotou-se a recomendao da
rpida evacuao das guas pluviais e servidas das reas urbanas, por meio de condutos,
preferencialmente subterrneos, como forma de conservar os preceitos higienistas, sem a
presena nociva da gua superfcie das ruas, ao mesmo tempo em que se efetuaria a
preveno de doenas de veiculao hdrica. Essa forma de proceder vigora at hoje em
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algumas localidades, ainda que modificada por aportes tecnolgicos e cientficos, como a
anlise de risco ou a adoo de sistema separador para o esgoto pluvial e as guas
residurias domsticas. Esse tipo de procedimento a base dos chamados sistemas
clssicos de drenagem urbana (Baptista et al., 2005a).
A urbanizao intensa observada ao longo de sculo XX evidenciou os limites das
solues clssicas de drenagem urbana. Ao retirar rapidamente as guas pluviais das reas
urbanas, transferem-se os problemas de inundao para jusante, como resultado, novas
obras de drenagem devem ser construdas a jusante, gerando custos que devem ser arcados
por toda a comunidade. A canalizao de cursos dgua gera na populao a falsa idia de
segurana no que diz respeito s inundaes, facilitando a ocupao das reas ribeirinhas.
A ocorrncia de inundaes nessas reas resulta em perdas humanas e em prejuzos
econmicos considerveis.
Normalmente, as solues clssicas no contemplam os problemas de qualidade de gua.
So comuns os problemas de inadequao do funcionamento do sistema de drenagem
causados por deposio de sedimentos, que tm origem em processos erosivos
intensificados pela urbanizao ou por deficincias nos sistemas de limpeza urbana. As
solues clssicas conduzem, muitas vezes, situaes irreversveis que limitam outros
usos presentes ou futuros da gua em meio urbano.
3.1.4.2. Tcnicas Compensatrias de Drenagem Urbana
Devido limitao das tcnicas tradicionais de drenagem urbana, novas abordagens foram
desenvolvidas, sobretudo na Amrica do Norte e na Europa. Trata-se do conceito de
tecnologias alternativas ou compensatrias de drenagem urbana (Best Management
Practices BMP), que buscam neutralizar os efeitos da urbanizao sobre os processos
hidrolgicos, com benefcios para a qualidade de vida e a preservao ambiental. Essas
alternativas abordam os impactos da urbanizao de forma global, tomando a bacia
hidrogrfica como base de estudo (Baptista, et al., 2005a; Baptista et al., 2007; Canholi,
2005 e Campana et al., 2008).
A compensao feita pelo controle da produo de excedentes de gua decorrentes da
impermeabilizao e evitando-se sua transferncia rpida para jusante. Essas tecnologias
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alternativas, tambm conhecidas como medidas no convencionais, normalmente, visam
incrementar o processo da infiltrao; reter os escoamentos em reservatrios; ou retardar o
fluxo nas calhas dos crregos e rios. Tambm so adotadas as medidas destinadas a
proteger as reas baixas e derivar os escoamentos. As tcnicas compensatrias podem ser
aplicadas em escalas de diferentes magnitudes, sendo compostas por aes individuais e
localizadas e, tambm, por grandes intervenes coletivas (Canholi, 2005).
3.2. AVALIAO DE DESEMPENHO
Tradicionalmente percebida com um enfoque unidimensional, feita por um avaliador,
especialista em determinada rea, a avaliao caminha para uma abordagem metodolgica
multidimensional, onde existem vrios avaliadores, vrios objetos e processos sob
avaliao e vrios interesses associados ao resultado da avaliao.
A avaliao pode ser vista como uma ferramenta metodolgica que aplica mtodos
rigorosos destinados a analisar e determinar o progresso de um determinado projeto, ou de
um processo, adotando um critrio de julgamento que considere os pontos de vista dos
agentes envolvidos (EVO/BID, 1997). A Tabela 3.2 apresenta uma breve evoluo do
conceito de avaliao.
Tabela 3.2. Evoluo do Conceito de Avaliao
ETAPA CARACTERSTICA INTERESSE 1 Gerao (Final do
Sculo XIX) Medio
Identificao de um nvel de alcance dos objetivos especficos, utilizando uma medida quantitativa com instrumentos unimodais.
2 Gerao (De 1920 a
1950)
Descrio e Comparao
Identificao dos aspectos otimizadores e limitantes, em relao aos objetivos estabelecidos; comparao de enfoques usando meios experimentais ou de fenmenos em grupo ou situao de ocorrncia natural.
3 Gerao (De 1950 a
1980) Servios de Valor
Comparao de mltiplos resultados com metas e normas estabelecidas a priori; avaliao normativa, que relaciona com dados de referncia e indicadores.
4 Gerao (A partir de
1980)
Transparncia, responsabilidade
executiva e desempenho
Transparncia, responsabilidade executiva e desempenho, coordenados por meio da anlise dos dados disponveis utilizando vrios mtodos e formas de medies mltiplas, e incorporando o conhecimento, as perspectivas e os valores de todos os envolvidos.
Adaptada de EVO/BID, 1997 e Brostel, 2002.
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A avaliao deve ser analisada como um processo dinmico, que se dese
de todas as etapas de um empreendimento, e que tem por objetivo a obteno de
informaes que permitam alocar aes e procedimentos
desempenho (Brostel, 2002).
Para que os propsitos do processo de avaliao sejam
deve-se garantir que a avaliao possua as seguintes caractersticas: Credibilidade,
Utilidade, Participao, Retroalimentao e Custo Eficaz (EVO/BID, 1997). A Figura 3.4
apresenta esses conceitos.
Figura 3.4. Caractersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/B
3.2.1. Tipos de Avaliao de Desempenho
A avaliao de desempenho uma conduta que pode ser observada em qualquer nvel
organizacional, mesmo que, em alguns casos, seja pautada em conceitos subjetivos e
inexatos, em funo do despreparo do avaliador e da dificuldade de obteno de
informao acerca do instrumento ou servio avaliado.
de novos direcionamentos e reorientaes no processo conceptivo de produtos e servios.
O processo deve apresentardados, atender as necessidadeconfiabilidade e credibilidade
Credibilidade
Uma avaliao devecontribuies claras,
Utilidade
A avaliao feita dentrocompartilhamento das
Participao
O processo de avaliarpromovendo a retroalimentaoorganizacional.
Retroalimentao
As avaliaes devembuscando alcanar a proporcionalidade
Custo Eficaz
A avaliao deve ser analisada como um processo dinmico, que se dese
de todas as etapas de um empreendimento, e que tem por objetivo a obteno de
informaes que permitam alocar aes e procedimentos, visando a excelncia no
desempenho (Brostel, 2002).
Para que os propsitos do processo de avaliao sejam alcanados e os objetivos atendidos,
se garantir que a avaliao possua as seguintes caractersticas: Credibilidade,
Utilidade, Participao, Retroalimentao e Custo Eficaz (EVO/BID, 1997). A Figura 3.4
ctersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/B
3.2.1. Tipos de Avaliao de Desempenho
A avaliao de desempenho uma conduta que pode ser observada em qualquer nvel
organizacional, mesmo que, em alguns casos, seja pautada em conceitos subjetivos e
inexatos, em funo do despreparo do avaliador e da dificuldade de obteno de
erca do instrumento ou servio avaliado. Sua aplicao permite a elaborao
de novos direcionamentos e reorientaes no processo conceptivo de produtos e servios.
apresentar normas claras, metodologia definida paranecessidade e perspectivas dos envolvidos, de forma
credibilidade a avaliao.
deve ter efeito sobre as pessoas e a organizao, porconcisas e oportunas s tomadas de decises.
dentro de um processo participativo de todos os envolvidosdas experincias e o atendimento aos seus interesses.
avaliar deve gerar informaes de forma sistematizadaretroalimentao para auxiliar na tomada de deciso e
agregar valor a experincia dos interessados e ao empreendimento,proporcionalidade aos investimentos.
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A avaliao deve ser analisada como um processo dinmico, que se desenvolve ao longo
de todas as etapas de um empreendimento, e que tem por objetivo a obteno de
visando a excelncia no
alcanados e os objetivos atendidos,
se garantir que a avaliao possua as seguintes caractersticas: Credibilidade,
Utilidade, Participao, Retroalimentao e Custo Eficaz (EVO/BID, 1997). A Figura 3.4
ctersticas da Avaliao (Adaptado de EVO/BID, 1997)
A avaliao de desempenho uma conduta que pode ser observada em qualquer nvel
organizacional, mesmo que, em alguns casos, seja pautada em conceitos subjetivos e
inexatos, em funo do despreparo do avaliador e da dificuldade de obteno de
Sua aplicao permite a elaborao
de novos direcionamentos e reorientaes no processo conceptivo de produtos e servios.
a avaliao dosforma a proporcionar
por intermdio de
envolvidos permite o
aos envolvidos,no aprendizado
empreendimento,
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18
Na busca pela qualidade, produtividade e competitividade empresarial, administradores e
pesquisadores tm buscado tcnicas modernas de administrao, como os programas de
qualidade total, reengenharia, downsizing e benchmarking, que possam auxiliar as
organizaes no sucesso pela busca da excelncia, com oferta de eficincia e eficcia
(Ribeiro, 2000). Assim, a avaliao de desempenho pode ser especialmente valorizada
como suporte no processo de gesto organizacional.
A avaliao de desempenho se estabelece nas esferas individuais, grupais ou
organizacionais, considerando que o desempenho organizacional resulta da sinergia entre
os desempenhos grupais, e esses resultam da sinergia entre os desempenhos individuais.
Em nvel individual, a avaliao de desempenho deve fazer parte da avaliao de
desempenho organizacional, produzindo uma inter-relao entre as metodologias utilizadas
em cada nvel, permitindo a sua introduo no plano estratgico da empresa (Guimares,
1998 apud Ribeiro, 2000).
Alm de estar inserida no planejamento estratgico da empresa, a avaliao de
desempenho deve considerar alguns aspectos que promovem o sucesso de uma entidade:
1) competncia;
2) capacidade inovadora;
3) desempenho positivo da fora de trabalho.
Os modelos de gesto de desempenho organizacional fundamentam-se em um ciclo
contnuo de planejamento, acompanhamento e avaliao. As atividades de avaliao so
planejadas, com o estabelecimento de metas, controles e provimento de recursos, em
seguida, implementadas, resultando na identificao dos possveis empecilhos, que sero
objetos de aperfeioamento, e das variveis interferentes no desempenho.
A Figura 3.5 descreve um modelo bsico de avaliao de desempenho. Esse tipo de
modelo pode ser aplicado em qualquer nvel de avaliao de desempenho (individual,
grupal ou organizacional) e no foca exclusivamente os resultados, mas tambm a
evoluo do processo (Ribeiro, 2000).
-
Figura 3.5. Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) adota outro procedimento de
avaliao de desempenho, freq
denominado de Matriz de Marco Lgico. Esse modelo, produzido pela Agncia para o
Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) no final dos anos 70, possui
algumas vantagens: clareza na relao
conduzem a produtos/componentes requeridos para alcanar o propsito e o fim
estabelecidos; especificao precisa das atividades e de seus custos; descrio de
indicadores de desempenho; especificao das supos
de um marco de referncia para identificar as experincias adquiridas e incorpor
outros projetos (EVO/BID, 1997).
A metodologia da Matriz de Marco Lgico estrutura
de um empreendimento: a de preparao, a concorrente e a posterior. Em cada uma dessas
etapas desenvolvida uma matriz de avaliao, com objetivos e caractersticas especficas,
que determinam a eficcia e o impacto do empreendimento. Por fim, feita uma ava
do impacto sobre o desenvolvimento e os resultados so integrados na formulao de
novos projetos. Esse modelo consiste num sistema de avaliao dinmico, que visa o
desenvolvimento da capacidade da instituio (EVO/BID, 1997).
Avaliao do Desempenho
Resultado esperado versus
Resultado alcanado
AoCorretiva
. Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997
apud Ribeiro, 2000)
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) adota outro procedimento de
avaliao de desempenho, frequentemente aplicado na avaliao de empreendimentos,
denominado de Matriz de Marco Lgico. Esse modelo, produzido pela Agncia para o
Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) no final dos anos 70, possui
algumas vantagens: clareza na relao de meios/fins das atividades do projeto, que
conduzem a produtos/componentes requeridos para alcanar o propsito e o fim
estabelecidos; especificao precisa das atividades e de seus custos; descrio de
indicadores de desempenho; especificao das suposies e riscos envolvidos; e, definio
de um marco de referncia para identificar as experincias adquiridas e incorpor
outros projetos (EVO/BID, 1997).
A metodologia da Matriz de Marco Lgico estrutura-se de forma a atuar em todas as etapas
m empreendimento: a de preparao, a concorrente e a posterior. Em cada uma dessas
etapas desenvolvida uma matriz de avaliao, com objetivos e caractersticas especficas,
que determinam a eficcia e o impacto do empreendimento. Por fim, feita uma ava
do impacto sobre o desenvolvimento e os resultados so integrados na formulao de
novos projetos. Esse modelo consiste num sistema de avaliao dinmico, que visa o
desenvolvimento da capacidade da instituio (EVO/BID, 1997).
Planejamento do Desempenho
Acompanha-mento do
Desempenho
Melhoria do Desempenho
Avaliao do Desempenho
Resultado esperado
Resultado alcanado
Ao Corretiva
Estabelece metas, indicadores, controles e provimento de recursos
Verifica o desempenho do indivduo ou grupo
19
. Modelo de Avaliao de desempenho (Adaptado de Stoffel, 1997
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) adota outro procedimento de
entemente aplicado na avaliao de empreendimentos,
denominado de Matriz de Marco Lgico. Esse modelo, produzido pela Agncia para o
Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) no final dos anos 70, possui
de meios/fins das atividades do projeto, que
conduzem a produtos/componentes requeridos para alcanar o propsito e o fim
estabelecidos; especificao precisa das atividades e de seus custos; descrio de
ies e riscos envolvidos; e, definio
de um marco de referncia para identificar as experincias adquiridas e incorpor-las a
se de forma a atuar em todas as etapas
m empreendimento: a de preparao, a concorrente e a posterior. Em cada uma dessas
etapas desenvolvida uma matriz de avaliao, com objetivos e caractersticas especficas,
que determinam a eficcia e o impacto do empreendimento. Por fim, feita uma avaliao
do impacto sobre o desenvolvimento e os resultados so integrados na formulao de
novos projetos. Esse modelo consiste num sistema de avaliao dinmico, que visa o
Estabelece metas, indicadores, controles e provimento de recursos
Verifica o desempenho do indivduo ou grupo
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20
3.2.2. Avaliao do desempenho organizacional
Ao longo dos anos, a medida do desempenho empresarial esteve vinculada a indicadores
financeiros e contbeis. Eccles (2000) afirma que uma das principais razes para que os
indicadores financeiros tenham peso significativo sobre o desempenho a crena de que
eles so critrios uniformes e comparveis, o que constituiria uma base para processos
decisrios. Entretanto, essa afirmao pode no ser to correta na prtica, devido aos
diferentes mtodos contbeis que podem ser aplicados para obteno desses indicadores, e
em alguns casos, devido a situaes de manipulao que podem ocorrer para disfarar a
situao da empresa. Assim, as mudanas nas organizaes advindas da necessidade de
satisfazer o cliente e da busca por excelncia nos produtos e servios prestados, tornaram-
se valores agregados, que devem ser considerados na avaliao de desempenho
empresarial.
Kaplan e Norton (1997) desenvolveram um sistema de avaliao de desempenho em 1992,
que se aplica especificamente a organizaes, propuseram a avaliao segundo quatro
perspectivas: a financeira, a do cliente, a interna e de inovao e aprendizado. O sistema,
batizado como Balanced Scorecard (BSC), adota medidas equilibradas entre os objetivos
de longo e de curto prazo, entre as medidas financeiras e no financeiras, entre os
indicadores de tendncia e de ocorrncia e entre as perspectivas internas e externas.
Segundo Chiavenato e Sapiro (2004), o BSC pode ser visto como um sistema de avaliao
de desempenho organizacional que considera os indicadores financeiros, por si mesmos,
insuficientes para refletir a efetividade da organizao. De acordo com esses autores, o
BSC uma metodologia baseada no equilbrio organizacional e se fundamenta no
balanceamento entre as quatro diferentes perspectivas apresentadas por Kaplan e Norton
(1997), que so:
1) Perspectiva Financeira - reflete como a organizao vista por seus acionistas ou
proprietrios. Os indicadores devem mostrar de que forma a estratgia organizacional est
contribuindo para melhoria dos resultados, atravs da lucratividade, retorno sobre
investimentos, fluxo de caixa, retorno sobre o capital, entre outros.
-
21
2) Perspectiva do Cliente - como a organizao vista pelos clientes e como ela pode
atend-los da melhor forma possvel. Os indicadores devem mostram se os servios e
produtos ofertados esto de acordo com o propsito da organizao. Como exemplos: tm-
se a satisfao do cliente, cumprimento de prazos de entrega, participao no mercado,
acompanhamento de tendncias e aquisio de novos clientes.
3) Perspectiva dos Processos Internos - indica os processos de negcios que a organizao
precisa ter excelncia. Os indicadores devem mostrar se os processos e a operao esto
alinhados e se esto gerando valor. Tal perspectiva pode ser identificada pela qualidade,
produtividade, logstica, comunicao interna e interfaces.
4) Perspectiva da inovao e aprendizagem - refere-se capacidade da organizao para
melhorar continuamente e se preparar para o futuro. Os indicadores devem apresentar de
que maneira a organizao pode aprender e desenvolver-se para garantir o crescimento.
Essa perspectiva pode ser notada atravs de ndices de renovao de produtos,
desenvolvimento de processos internos, inovao, competncias e motivao das pessoas.
A utilizao do BSC possibilita associar informaes financeiras que traduzem a
performance do passado com informaes que impulsionam o futuro. possvel adicionar
novas perspectivas quando o setor ou a estratgia da unidade de negcio indicar a
necessidade de se avaliar algum desempenho crtico (Kaplan e Norton, 1997). Brostel
(2002) destaca como exemplo de nova perspectiva, a necessidade de se considerar os
fatores ambientais em trabalhos da rea de saneamento, na qual as questes ambientais so
fundamentais no atendimento de alguns objetivos, devendo assim ser incorporado a
avaliao como uma nova perspectiva.
3.2.3. Tcnicas aplicveis na melhoria do desempenho organizacional
Nos ltimos anos, diferentes tcnicas como as Auditorias, Indicadores de Desempenho
(ID), Benchmarking, Gesto pela Qualidade Total (GQT) tm sido utilizadas na avaliao
de organizaes, no presente trabalho espera-se avaliar o desempenho de alternativas de
sistemas de drenagem e para isso, essas tcnicas podem ser ferramentas importantes no
desenvolvimento da metodologia. A seguir, essas tcnicas sero apresentadas.
-
22
3.2.3.1. Auditoria
Segundo a ISO 9000 (2000), a auditoria pode ser definida como um processo sistemtico,
documentado e independente, para obter evidncias da auditoria e avali-la objetivamente
para determinar a extenso na qual os critrios da auditoria so atendidos. A auditoria
permite avaliar a eficcia do sistema de gesto de qualidade e identificar oportunidades de
melhoria. As auditorias utilizam critrios como referncia que podem ser um conjunto de
polticas, procedimentos ou requisitos. A anlise desses critrios faz-se por meio de
evidncias, que podem ser registros, apresentao de fatos ou outras informaes
pertinentes e verificveis, que tanto podem ser quantitativas como qualitativas.
Quando a auditoria feita pela prpria organizao, ou em seu nome, para propsitos
internos, ela chamada de auditoria de primeira parte e pode auxiliar em uma auto-
declarao da conformidade da organizao. As auditorias de segunda parte so aquelas
realizadas pelos clientes da organizao, visando uma garantia da qualidade de servios e
produtos. E, por fim, a auditoria pode ser de terceira parte, quando feita por organizao
externa independente, normalmente credenciada para fornecer certificaes ou registros de
conformidade como requisitos previstos pela ISO 9000 (2000).
As auditorias podem ter enfoques variados, como o financeiro, o gerencial, contbil e o
ambiental. Este ltimo, amplamente utilizado pelas empresas associadas ao saneamento,
aos recursos hdricos e construo civil.
3.2.3.2. Indicadores de desempenho
Na esfera organizacional, pode-se conceituar o Indicador de Desempenho como uma
medida quantitativa do desempenho ou nvel de servio de uma organizao, segundo a
qual possvel obter informaes, de forma simplificada, referentes eficincia e eficcia
da organizao sob um determinado aspecto de interesse (IWA, 2000 apud Brostel, 2002).
Atualmente os indicadores de desempenho so componentes essenciais em processos de
tomada de deciso, pois permitem agregar informaes relevantes pelos decisores e demais
agentes envolvidos (Castro et al., 2004). Moldan e Bilharz (1997, apud Castro et al., 2004)
afirmam que os indicadores que se espera, so aqueles que resumem ou simplificam
-
informaes, quantificando, medindo ou comunican
um determinado fenmeno. Uma das dificuldades freqentes no uso de indicadores a
integrao de variveis, uma vez que normalmente as mesmas envolvem grandezas de
naturezas distintas. A Figura 3
desempenhadas pelos indicadores de acordo com Tunstall (1992,
Figura 3.6. Funes dos Indica
Os valores dos indicadores podem ser
fonte. Entretanto, derivam geralmente de dados primrios processados e analisados,
produzindo valores agregados que funcionaro como indicadores. Os indicadores podem
ser variveis simples ou funes de vri
razo, proporo ou ndice, dependendo de duas ou mais variveis, ou funes complexas
como o resultado de simulaes por meio de modelos (Castro, 2007).
Aos gestores, os indicadores de desempenho permitem
expectativas dos clientes, respostas rpidas, identificao dos pontos fortes e fracos nas
organizaes e o monitoramento dos efeitos de suas decises, alm do aux
tcnicas de gesto, como o
administradores, os indicadores de desempenho oferecem uma base comum para
comparao entre entidades, permitindo a formulao de polticas especficas. Para rgos
reguladores, os indicadores de desempenho servem como
aos rgos financiadores, servem de suporte na avaliao das prioridades de investimentos,
na seleo e no acompanhamento de projetos (IWA, 2000
Comparar lugares,
situaes ou alternativas
informaes, quantificando, medindo ou comunicando dados, facilitando a compreenso de
um determinado fenmeno. Uma das dificuldades freqentes no uso de indicadores a
integrao de variveis, uma vez que normalmente as mesmas envolvem grandezas de
naturezas distintas. A Figura 3.6 apresenta algumas das funes que podem ser
desempenhadas pelos indicadores de acordo com Tunstall (1992, apud Castro
. Funes dos Indicadores de desempenho (Tunstall, 1992,
apud Castro et al. 2004)
Os valores dos indicadores podem ser observados, calculados ou medidos diretamente na
fonte. Entretanto, derivam geralmente de dados primrios processados e analisados,
produzindo valores agregados que funcionaro como indicadores. Os indicadores podem
ser variveis simples ou funes de vrias variveis. Podem ser funes simples como uma
razo, proporo ou ndice, dependendo de duas ou mais variveis, ou funes complexas
como o resultado de simulaes por meio de modelos (Castro, 2007).
Aos gestores, os indicadores de desempenho permitem a internalizao das necessidades e
expectativas dos clientes, respostas rpidas, identificao dos pontos fortes e fracos nas
organizaes e o monitoramento dos efeitos de suas decises, alm do aux
tcnicas de gesto, como o benchmarking e a Gesto de Qualidade Total
administradores, os indicadores de desempenho oferecem uma base comum para
comparao entre entidades, permitindo a formulao de polticas especficas. Para rgos
reguladores, os indicadores de desempenho servem como instrumento de monitoramento, e
aos rgos financiadores, servem de suporte na avaliao das prioridades de investimentos,
na seleo e no acompanhamento de projetos (IWA, 2000 apud Brostel, 2002).
Proporcionar antecedncia
ou advertir sobre algum
efeito ou impacto de uma
ao
Prever futuras condies e tendncias
Estudar Condies e Tendncias
23
do dados, facilitando a compreenso de
um determinado fenmeno. Uma das dificuldades freqentes no uso de indicadores a
integrao de variveis, uma vez que normalmente as mesmas envolvem grandezas de
as funes que podem ser
Castro et al., 2004).
Tunstall, 1992,
observados, calculados ou medidos diretamente na
fonte. Entretanto, derivam geralmente de dados primrios processados e analisados,
produzindo valores agregados que funcionaro como indicadores. Os indicadores podem
as variveis. Podem ser funes simples como uma
razo, proporo ou ndice, dependendo de duas ou mais variveis, ou funes complexas
a internalizao das necessidades e
expectativas dos clientes, respostas rpidas, identificao dos pontos fortes e fracos nas
organizaes e o monitoramento dos efeitos de suas decises, alm do auxlio em outras
a Gesto de Qualidade Total. Para os
administradores, os indicadores de desempenho oferecem uma base comum para
comparao entre entidades, permitindo a formulao de polticas especficas. Para rgos
instrumento de monitoramento, e
aos rgos financiadores, servem de suporte na avaliao das prioridades de investimentos,
Brostel, 2002).
Estudar Condies e Tendncias
-
3.2.3.3. Benchmarking
Formalmente, o benchmarking
que prope a medio de prticas, produtos e servios, em relao aos concorrentes mais
expressivos no mercado ou s empresas reconhecidas por suas lideranas em campos
particulares de atuao (Arajo, 200
Figura 3.7. O que
De modo geral, o benchmarking
eles fazem de melhor e por que fazem to bem e, depois, tentar fazer melhor. uma fonte
de informaes que ajuda no estabelecimento de metas e objetivos que conduzem a
patamares superiores de qualidade.
uma prtica de parcerias esclarecidas para o desenvolvimento salutar do mercado. Dessa
maneira, pode-se utilizar o
melhoria nos diferentes pro
O benchmarking pode ser aplicado de diversas formas e situaes, quando realizado entre
diferentes setores, ou departamentos de uma mesma empresa e chamado de
Interno, sendo de fcil aplicao
informaes e pode servir como aprendizado para aplicao em outras esferas. O
Benchmarking Competit