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R. Bras. Risco e Seg., Rio de Janeiro, v. 8, n. 16, p. 1-18, maio/out. 2013 1 Metodologia para Classicação de Estabilidade de Segurança de Barragem em Seguros Elias Anacleto de Toledo Junior Engenheiro Civil formado na PUC-Goiás, Goiânia, Brasil [email protected] Resumo A análise da estabilidade e segurança de barragens, para o prossional subscritor da Seguradora, tem se baseado nos pareceres de laudos de inspeção de risco, solicitados quando da prospecção de seguros para riscos que contemplem barragens em suas plantas. Os trabalhos geralmente são executados por engenheiros, que possuem os conhecimentos cientícos aplicáveis ao risco, mas não têm experiência em seguros ou por técnicos em seguros, que por sua vez dominam a interpretação das coberturas contratuais de seguro e se pautam na experiência e na estatística atuarial. A metodologia para classicação de estabilidade e segurança de barragens em seguros reúne os parâmetros constantes em tabelas de autores conhecidos, referenciadas no MSIB – Manual de Segurança e Inspeção de Barragens (2002) e nas informações constantes no MPFCB – Manual de Preenchimento da Ficha de Cadastro de Barragem (2010), aplicando uma interpretação de risco de sinistros para as coberturas passíveis de contratação em seguros. Palavras-Chave Barragens, segurança de barragens, inspeção de barragens, risco de barragens, seguro de barragens. Sumário 1. Introdução. 2. Justicativa. 3. Embasamento. 3.1. Legislação. 3.2. Conceituação básica de seguro. 3.2.1. Contrato de seguros – Apólice. 3.2.2. Inspeção de risco. 3.2.3. Descontos possíveis de serem aplicados. 4. A metodologia matemática. 4.1. Dados de entrada. 4.1.1. Dados básicos. 4.1.2. Potencial de risco da barragem. 4.1.3. Tabelas propostas. 4.1.3.1. Tabela cha. 4.1.3.2. Tabela equipamentos. 4.1.3.3. Tabela faixa de proteção. 4.1.3.4. Barragem. 4.1.3.5. Tabela vertedouro. 4.1.3.6. Tabela drenagem. 4.1.3.7. Tabela coeciente estático de segurança. 4.1.3.8. Tabela OMI. 4.1.3.9. Tabela PAE. 4.1.3.10. Tabela Escoamento. 4.1.3.11. Tabela Seguro. 4.1.3.12. Tabela Resultado. 5. Ensaios e resultados. 5.1. PCH A – Itarumã/GO (Tabela 5.2). 5.2. PCH B – Mambai/GO (Tabela 5.2). 5.3. PCH C – Dianópolis/ TO (Tabela 5.3). 5.4. PCH D – Dianópolis/TO (Tabela 5.4). 5.5. PCH E – Dianópolis/TO (Tabela 5.5). 5.6. UHE F – Candoi/PR (Tabela 5.6). 5.7. PCH G – Vilhena/RO (Tabela 5.7). 5.8. Barragem H – Goiânia (Tabela 5.8). 6. Conclusões. 7. Agradecimentos. 8. Referências bibliográcas.

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Metodologia para Classifi cação de Estabilidade de Segurança de Barragem em Seguros Elias Anacleto de Toledo JuniorEngenheiro Civil formado na PUC-Goiás, Goiânia, [email protected]

Resumo

A análise da estabilidade e segurança de barragens, para o profi ssional subscritor da Seguradora, tem se baseado nos pareceres de laudos de inspeção de risco, solicitados quando da prospecção de seguros para riscos que contemplem barragens em suas plantas. Os trabalhos geralmente são executados por engenheiros, que possuem os conhecimentos científi cos aplicáveis ao risco, mas não têm experiência em seguros ou por técnicos em seguros, que por sua vez dominam a interpretação das coberturas contratuais de seguro e se pautam na experiência e na estatística atuarial. A metodologia para classifi cação de estabilidade e segurança de barragens em seguros reúne os parâmetros constantes em tabelas de autores conhecidos, referenciadas no MSIB – Manual de Segurança e Inspeção de Barragens (2002) e nas informações constantes no MPFCB – Manual de Preenchimento da Ficha de Cadastro de Barragem (2010), aplicando uma interpretação de risco de sinistros para as coberturas passíveis de contratação em seguros.

Palavras-Chave

Barragens, segurança de barragens, inspeção de barragens, risco de barragens, seguro de barragens.

Sumário

1. Introdução. 2. Justifi cativa. 3. Embasamento. 3.1. Legislação. 3.2. Conceituação básica de seguro. 3.2.1. Contrato de seguros – Apólice. 3.2.2. Inspeção de risco. 3.2.3. Descontos possíveis de serem aplicados. 4. A metodologia matemática. 4.1. Dados de entrada. 4.1.1. Dados básicos. 4.1.2. Potencial de risco da barragem. 4.1.3. Tabelas propostas. 4.1.3.1. Tabela fi cha. 4.1.3.2. Tabela equipamentos. 4.1.3.3. Tabela faixa de proteção. 4.1.3.4. Barragem. 4.1.3.5. Tabela vertedouro. 4.1.3.6. Tabela drenagem. 4.1.3.7. Tabela coefi ciente estático de segurança. 4.1.3.8. Tabela OMI. 4.1.3.9. Tabela PAE. 4.1.3.10. Tabela Escoamento. 4.1.3.11. Tabela Seguro. 4.1.3.12. Tabela Resultado. 5. Ensaios e resultados. 5.1. PCH A – Itarumã/GO (Tabela 5.2). 5.2. PCH B – Mambai/GO (Tabela 5.2). 5.3. PCH C – Dianópolis/TO (Tabela 5.3). 5.4. PCH D – Dianópolis/TO (Tabela 5.4). 5.5. PCH E – Dianópolis/TO (Tabela 5.5). 5.6. UHE F – Candoi/PR (Tabela 5.6). 5.7. PCH G – Vilhena/RO (Tabela 5.7). 5.8. Barragem H – Goiânia (Tabela 5.8). 6. Conclusões. 7. Agradecimentos. 8. Referências bibliográfi cas.

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Metodologia para Classifi cação de Estabilidade de Segurança de Barragem em Seguros

Abstract

Methodology for the Classifi cation of Insurance Related to the Safety and Stability of Dams

Elias Anacleto de Toledo JuniorCivil Engineer, graduate of PUC-Goiás, Goiânia, Brazil [email protected]

Summary

The analysis of dam safety and stability, for the professional insurance company underwriter, relies on the advice given in risk inspection reports, requested during the initial prospect for insurance at plants that incorporate dams. The works are usually carried out by engineers, who have scientifi c knowledge applicable to the risk but lack experience in insurance, or by insurance technicians who, in turn, govern the interpretation of the contractual insurance covers, based on experience and on actuarial statistics. The methodology employed in insurance to classify dam safety and stability uses the parameters listed in the tables of known authors, referenced in MSIB – Security and Inspection Manual for Dams (2002) and the information contained in the MPFCB –Manual for Filling Dam Registration Forms(2010), applying an interpretation of losses for the coverage in insurance contracts.

Key Words

Dam, dam safety, dam inspection, dam risk, dam insurance.

Contents

1.1. Introduction. 2.2. Rationale. 3.3. Justifi cation. 3.1. Legislation. 3.2. Basic concepts of insurance. 3.2.1. Insurance contract – Policy. 3.2.2. Risk inspection. 3.2.3. Possible discounts applied. 4. The mathematical methodology. 4.1. Input data. 4.1.1. Basic data. 4.1.2. Risk potential of dams. 4.1.3. Proposed tables. 4.1.3.1. Fixed table. 4.1.3.2. Equipment Table. 4.1.3.3. Protection range table. 4.1.3.4. Dam. 4.1.3.5. Spillway table. 4.1.3.6. Drainage table. Static coeffi cient of security table. 4.1.3.8. OMI table. 4.1.3.9. PAE table. 4.1.3.10. Outfl ow table. 4.1.3.11. Insurance table. 4.1.3.12. Results table. 5. Experiments and results. 5.1. PCH A – Itarumã / GO (Table 5.2). 5.2. PCH B – Mambai / GO (Table 5.2). 5.3. PCH C – Dianópolis / TO (Table 5.3). PCH D – Dianópolis / TO (Table 5.4). 5.5. PCH E – Dianópolis / TO (Table 5.5). 5.6. UHE F – Candói / PR (Table 5.6). 5.7. PCH G – Vilhena / RO (Table 5.7). 5.8. Dam H – Goiânia (Table 5.8). 6. Conclusions. 7. 7. Acknowledgments. 8. Bibliographic references.

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Elias Anacleto de Toledo Junior

Sinopsis

Metodología en Seguros para la Clasifi cación de la Estabilidad y Seguridad de Represas

Elias Anacleto de Toledo JuniorIngeniero Civil por la PUC-Goiás, Goiânia, [email protected]

Resumen

El análisis de la estabilidad y seguridad de las represas, para el profesional de la aseguradora que subscribe riesgos, se ha basado en los pareceres de los informes de inspección de riesgo, solicitados en la ocasión de la prospección de seguros para riesgos que incluyen represas en sus plantas. Por lo general, los trabajos son ejecutados por ingenieros que poseen los conocimientos científi cos aplicables al riesgo, pero no tienen experiencia en seguros, o bien por técnicos en seguros que, a su vez, dominan la interpretación de las coberturas del contrato de seguro y se basan en la experiencia y en las estadísticas actuariales. La metodología para la clasifi cación de la estabilidad y seguridad de las represas en los seguros cumple con los parámetros indicados en las tablas de conocidos autores, citados en el MSIB – Manual de Seguridad e Inspección de Represas (2002) y en la información suministrada por el MPFCB – Manual para Rellenar el Formulario de Registro de Represas (2010), aplicando una interpretación de riesgo de siniestros para las coberturas susceptibles de contratación en seguros.

Palabras-Clave

Represas, seguridad de represas, inspección de represas, riesgo de represas, seguro de represas.

Sumario

1.1. Introducción. 2. Justifi cación. 3. Fundamentación. 3.1. Legislación. 3.2. Conceptos básicos de seguros. 3.2.1. Contrato de seguro – Póliza. 3.2.2. Inspección de riesgo. 3.2.3. Aplicación de posibles descuentos. 4. Metodología matemática. 4.1. Datos de entrada. 4.1.1. Datos básicos. 4.1.2. Potencial de riesgo de la represa. 4.1.3. Tablas Propuestas. 4.1.3.1. Tabla registro. 4.1.3.2. Tabla equipos. 4.1.3.3. Tabla franja de protección. 4.1.3.4. Represa. 4.1.3.5. Tabla vertedero. 4.1.3.6. Tabla drenaje. 4.1.3.7. Tabla coefi ciente estático de seguridad. 4.1.3.8. Tabla OMI. 4.1.3.9. Tabla PAE. 4.1.3.10. Tabla sumidero. 4.1.3.11. Tabla seguro. 4.1.3.12. Tabla Resultado. 5. Pruebas y resultados. 5.1. PCH A – Itarumã / GO (Tabla 5.2). 5.2. PCH B – Mambaí / GO (Tabla 5.2). 5.3. PCH C – Dianópolis / TO (Tabla 5.3). 5.4. PCH D – Dianópolis / TO (Tabla 5.4). 5.5. PCH E – Dianópolis / TO (Tabla 5.5). 5.6. UHE F – Candoi / PR (Tabla 5.6). 5.7. PCH G – Vilhena / RO (Tabla 5.7). 5.8. Represa H – Goiânia (Tabla 5.8). 6. Conclusiones. 7. Agradecimientos. 8. Referencias bibliográfi cas.

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Metodologia para Classifi cação de Estabilidade de Segurança de Barragem em Seguros

1. Introdução Diz Luciano Barbosa (MSIB, 2002, introdução) “As barragens são obras geralmente associadas a um elevado potencial de risco devido à possibilidade de um eventual colapso, com consequências catastrófi cas para as estruturas das próprias barragens, ao meio ambiente, com destruição de fauna e fl ora, e, principalmente, pela perda de vidas humanas.”

A Lei Nº 12.334 (Brasil, 2007), estabeleceu a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e criou, o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), aplicáveis a barragens destinadas à acumulação de água, com altura de maciço maior ou igual a 15 metros e capacidade total de reservatório maior ou igual a 3.000.000 m³.

Os objetivos da PNSB preconizaram garantir a observância de padrões de segurança de barragens de maneira a reduzir a possibilidade de acidentes e suas consequências, regulamentando ações no planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento, vertimento, operação, desativação e usos futuros. No escopo dos objetivos ainda se pretende: promover o monitoramento e o acompanhamento das ações de segurança empregadas; e criar condições para ampliação do universo de controle de barragens pelo poder público, com base na fi scalização, orientação e correção das ações de segurança.

O projeto de Lei (PL) Nº 436 (Brasil, 2007), de Elcione Barbalho, PMDB/PA observou em seu artigo 1º a obrigatoriedade da contratação de seguro contra o rompimento de barragens, com o objetivo de cobrir os danos físicos e materiais às pessoas físicas e jurídicas domiciliadas nas áreas a jusante. Portanto um panorama favorável de mercado na área de seguros está sendo desenhado.

Os critérios de classifi cação de barragens englobam a análise feita com base nas características técnicas do estado de conservação do empreendimento, do Plano de Segurança da Barragem (PSB) e da categoria de dano potencial (perda de vidas humanas e impactos econômicos, sociais e ambientais da ruptura). Os agentes fi scalizadores do governo, adotaram estes critérios preconizados pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). Portanto, pretende-se mostrar que estes critérios podem ser considerados ferramentas de análise para os subscritores das Seguradoras.

A responsabilidade civil pela barragem é do proprietário (o concessionário, quando designado). São atribuídas ao responsável, a segurança da barragem em todas as fases, isto é, construção, comissionamento, operação e eventual abandono, respondendo pelas consequências de eventuais acidentes.

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2. Justifi cativa Alguns profi ssionais que atuam especifi camente com segurança de barragens, não têm uma interpretação e análise focada nas coberturas contratuais de seguro. Os inspetores de segurança de barragens, geralmente são engenheiros, sem experiência ou formação em seguros. Os inspetores técnicos em seguros, não têm os conhecimentos científi cos da engenharia. Com isto é extremamente difícil encontrar num primeiro momento, aceitação de cobertura técnica de seguros para uma barragem e num segundo momento, preços compatíveis com a realidade do empreendimento.

O desenvolvimento deste projeto se justifi ca pela importância de diminuir a distância existente entre a necessidade da viabilização do contrato de seguro de uma barragem e a aceitação do risco, por parte das Seguradoras e Resseguradoras. O empreendimento está obrigado a atender os critérios constantes nas metodologias, que foram elaboradas por agentes fi scalizadores do governo, basicamente engenheiros, então por que, estes critérios também não serem utilizados pelos subscritores do mercado segurador?

3. Embasamento As fontes de informações se pautam basicamente nas diretrizes observadas nos manuais do Ministério da Integração: MSIB, 2002 e MPFCB, 2010; na legislação pertinente a barragens; conceitos básicos de seguros e procura buscar mais autores para compor o estudo de variáveis úteis à metodologia aqui proposta.

Extraiu-se defi nições básicas e úteis para a composição das variáveis na elaboração da metodologia de classifi cação de estabilidade e segurança da barragem, de forma a produzir resultados de classifi cação que possam fundamentar a análise de subscrição de seguros de barragens, somando engenharia civil a seguros.

3.1 Legislação O (PL)Nº 436/2007, poderá tornar obrigatório a contratação de seguro para barragens. O andamento se encontra no site www.camara.gov.br. O status para o projeto de lei está observando que aguarda parecer na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), desde 22/03/2011, consulta realizada em novembro de 2012.

A Lei Nº 12.334 – estabeleceu a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e criou, o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), ambos os sistemas instituem regras e procedimentos que podem pautar ou colaborar na análise de risco por parte dos subscritores das Seguradoras.

3.2 Conceituação As coberturas de seguro, aqui elencadas compõem o padrão de Básica de Seguro orientação dado pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP,

mas vale ressaltar que cada seguradora pode registrar condições contratuais modifi cadas, mediante processo na autarquia.

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Metodologia para Classifi cação de Estabilidade de Segurança de Barragem em Seguros

3.2.1 Contrato de A modalidade de seguros que atende o risco barragens está enquadrado Seguros – Apólice em Riscos Operacionais, apresentando em sua constituição Cláusulas

Especiais, Particulares, Gerais e Adicionais, respectivamente em sua ordem de importância e aplicação.

As principais cláusulas são observadas aqui:

Condições Gerais de Riscos Operacionais;• Condições Especiais de Danos Materiais – Seguro de Riscos • Operacionais;Condições Particulares para Cobertura de Quebra de Máquinas – • Seguro de Riscos Operacionais;Cláusula Adicional de Exclusão para Atos de Terrorismo;• Cláusula de Exclusão “Interpretação de Datas por Equipamentos • Eletrônicos”;Cláusula de Exclusão “Riscos Nucleares”;• Cláusula Adicional de Testes e Entrada em Operação de • Instalações;Cláusula Adicional de Guerra Civil;• Cláusula Adicional para Sinistros em Série – MR 11;• Cláusula 344 – Inspeção de Turbinas movidas a Vapor, Água e Gás • e de Turbogeradores (Revisão “Overhaul”);Cláusula Adicional para Exclusão de Asbestos;• Cláusula Benefi ciária; e• Outras cláusulas. •

3.2.2 Inspeção O procedimento é previsto no contrato de seguro e permite à Seguradora, de risco acesso a todas as informações pertinentes à operacionalidade do seu

segurado em prospecção e ainda a sugestão e/ou recomendações pertinentes para a adequação, melhora ou restrição do risco. Permite ainda a autorização para quantas inspeções forem necessárias ao longo do período de vigência da apólice e observa que o não atendimento, implica em possibilidade de perda de direito a ressarcimento dos prejuízos em caso de eventual sinistro com cobertura técnica. O procedimento tem a mesma responsabilidade da inspeção de segurança de barragem, preconizada nas metodologias constantes nos manuais aqui analisados. Pretende-se atribuir variáveis e valores na metodologia a ser elaborada.

3.2.3 Descontos A circular SUSEP Nº 006, de 16/03/1992, regulamenta a concessão depossíveis de descontos aos riscos que dispuserem de meios próprios de detecção eserem aplicados combate a incêndio, previstos no item 2 do Art. 16 da Tarifa de Seguro

Incêndio do Brasil – TSIB. O resultado da inspeção poderá permitir a aplicação dos descontos permitidos, viabilizando o contrato, no quesito preço.

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A Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil, foi criada em 1954 e apesar de ter sido revogada em 2005, pela circular SUSEP Nº 321, em decorrência da incompatibilidade das condições contratuais da Tarifa com o Novo Código Civil, liberando as seguradoras para estabelecerem critérios tarifários próprios, não signifi cou sua substituição, mas sim um material de referência, de caráter facultativo para a maioria das congêneres. Portanto, uma variável para compor a metodologia aqui proposta.

4. A Metodologia Utilizou-se tabelas pré-determinadas, de forma genérica, para atender Matemática a uma análise de barragens com fi nalidade de uso em saneamento e

geração de energia elétrica. Os itens elencados são úteis numa inspeção de risco para seguros, e a grande maioria são itens mencionados na MSIB (2002), que contempla tabelas de autores da área de segurança e estabilidade de barragens. Os tópicos das tabelas receberam cinco classificações de análise, também sugeridas na MSIB (2002), Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Categoria de Classifi cação

Categoria

Satisfatório

Aceitável

Qualidade condicionalmente inferior

Qualidade inferior

Inferior

Fonte: MSIB (2002)

Utilizando o método empírico, efetuou-se uma pontuação de 1 a 5 para as respectivas classifi cações (Tabela 4.2).

Tabela 4.2 – Pontuação por categoria

Categoria Pontuação

Satisfatório 1

Aceitável 2

Qualidade condicionalmente inferior 3

Qualidade inferior 4

Inferior 5

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Inspecionado in loco a barragem, procedeu-se o preenchimento das tabelas, observando os itens de cada uma das 12 tabelas propostas, como exemplo (Tabela 4.3).

Tabela 4.3 – Forma de preenchimento das tabelas propostas

Item

Satis

fató

rio

(1)

Ace

itáve

l (2)

Qua

lidad

e C

ondi

cion

alm

ente

In

feri

or(3

)

Qua

lidad

e In

feri

or

(4)

Infe

rior

(5

)

01 1

02 2

03 3

04 4

05 5

Calculou-se o somatório numérico e realizou-se a comparação em um gabarito exemplo (Tabela 4.4), onde as faixas de pontuação foram determinadas pela distribuição proporcional, de acordo com a totalização de cinco itens observados na Tabela 4.3, onde ocorreria um mínimo de cinco pontos e um máximode 25 pontos.

Tabela 4.4 – Gabarito para uma tabela com 5 itens

Categoria Pontuação

Satisfatório até 5

Aceitável de 6 a 10

Qualidade condicionalmente inferior de 11 a 15

Qualidade inferior de 16 a 20

Inferior de 21 a 25

As faixas de pontuação para as 12 tabelas propostas, foram determinadas pela distribuição proporcional, com base no somatório de pontos de todos os itens, gerando gabaritos distintos, para cada tabela.

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4.1 Dados A aplicação da metodologia matemática para classifi cação de estabilidade de Entrada e segurança de barragem em seguros observa os dados básicos, para

a indentifi cação do risco, a análise do potencial de risco e as tabelas propostas.

4.1.1 Dados • Nome do empreendimento a ser inspecionado e analisado;básicos • Suas coordenadas geográfi cas;

A data em que a inspeção foi realizada;• Tempo de operação do empreendimento;• Existência de projeto básico e/ou executivo;• Existência de manuais O&M;• Existência de manual PAE;• Determinação da fi nalidade de uso do reservatório;• Área alagada, volume represado, cota máxima, profundidade máxima • e vida útil do reservatório;Técnica de construção da barragem;• Altura máxima, comprimento e cota da barragem;• Tipo, quantidade de vãos, largura, comprimento, existência ou não • de comporta e tipo, para tomada d’água;Existência, comprimento e diâmetro para túnel de adução e/ou • condutos; eTipo, vazão, comprimento, existência ou não de comportas, • quantidade, cota de crista e taxa de retorno para vertedouros.

4.1.2 Potencial Utilizando as tabelas sugeridas por Menescal (2001), para determinação de risco da do potencial de risco, referenciadas no MISB (2002), realizou-se asbarragem análises:

Periculosidade da estrutura da barragem;• Vulnerabilidade; e• Importância estratégica•

Os resultados foram somados à metodologia proposta.

4.1.3 Tabelas Na metodologia, propôs-se 12 tabelas, sendo que a última, refl etepropostas o resultado da análise e inclui as tabelas de pontencial de risco da

barragem, observadas no item 4.1.2.

4.1.3.1 Tabela Nesta tabela entra-se com os dados básicos, anteriormente mencionados, Ficha para o início da análise. Os dados foram colhidos na inspeção física ou

através do projeto básico da barragem ou anexos fornecidos. Os anexos informados contribuem para a pontuação ao fi nal da análise.

4.1.3.2 Tabela Analisa-se vertedouro, condutos, comportas, acionadores, dispositivos Equipamentos de acionamento de comportas, instrumentação e bombas, obtendo um

valor e gabarito, onde os dados contribuirão ao fi nal da análise.

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Metodologia para Classifi cação de Estabilidade de Segurança de Barragem em Seguros

4.1.3.3 Tabela Os cuidados com a manutenção da faixa de proteção da barragem e Faixa de Proteção vias de acesso às plantas, recebem pontuação para o somatório na

análise fi nal.

4.1.3.4 Barragem Realiza-se uma análise geral da barragem de acordo com o seu tipo, seja de concreto, rocha, solo, solo-cimento, metais, madeira, tecido de revestimento, borracha/elastrômetro, vedações e juntas. O resultado agrega a análise fi nal.

4.1.3.5 Tabela Os dispositivos de descarga são analisados quanto à capacidade de Vertedouro galgamento, cheia afl uente de projeto, cavitação, erosão, passagem

de entulho, confi abilidade dos mecanismos, acesso livre, monitoramentos e entulhos acumulados. A pontuação é somada na análise fi nal.

4.1.3.6 Tabela Inspeciona e analisa a barragem quanto à percolação e controle de Drenagem drenagem. A pontuação é incluída ao resultado fi nal.

4.1.3.7 Tabela Os coefi cientes de jusante e montante são verifi cados e recebe pontuação Coefi ciente Estático positiva, quando superiores ao mínimo estabelecido no MSIB (2002). de Segurança

4.1.3.8 Tabela OMI Analisa-se o nível de operação, de manutenção e montagem da barragem. Verifi cam-se os níveis de controles operacionais.

4.1.3.9 Tabela PAE Nesta tabela verifica-se a existência do Plano de Atendimento Emergencial e se contempla a totalidade de cobertura a situações de risco.

4.1.3.10 Tabela Uma rápida estimativa de perda de vidas pode ser obtida nesta etapa, Escoamento segundo Morris, Samuels e Elliot (1999).

4.1.3.11 Tabela As coberturas principais são elencadas e uma análise pode ser feita, Seguro com base na inspeção do local, dos anexos verifi cados e da experiência

do inspetor da seguradora, pontuando quesitos de seguro, para análise fi nal.

4.1.3.12 Tabela Obtendo as pontuações e os pareceres para cada tabela utilizada, Resultado efetua-se uma nova análise com base no gabarito, obtendo nova

pontuação. Comparando ao gabarito defi nido e reduzido para a atividade de seguros, obtêm-se uma pontuação e uma classifi cação do risco para seguros.

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5. Ensaios e Foram ensaiadas: seis barragens de PCH’s – Pequenas Centrais Resultados Hidrelétricas, uma barragem de UHE – Usina Hidrelétrica, com base em

laudo de inspeção de seguros realizado pelo graduando e uma barragem de saneamento, com base em partes de um laudo de risco ambiental, obtido na empresa. Utilizou-se novamente de forma empírica os valores de 1 a 5 e a proporção do somatório das faixas, para determinar uma pontuação por categoria (Tabela 5.1).

Para preservar os empreendimentos, os nomes foram omitidos, mencionando apenas as cidades.

Tabela 5.1 – Pontuação para aceitação em seguros

Categoria Pontuação

Satisfatório até 12 pontos

Aceitável* de 13 a 19 pontos

Aceitável com recomendações** de 20 a 24 pontos

Risco recusável acima de 24 pontos

* Podendo conter ou não recomendações.** Recomendações obrigatórias para que o seguro possa ser aceito.

5.1 PCH A – Itarumã/GO (Tabela 5.2)

Tabela 5.2 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação Nota

Potencial de Risco 18,5 Baixo 2

Equipamentos 7 Satisfatório 1

Faixa de proteção 4 Satisfatório 1

Barragem 10 Satisfatório 1

Vertedouro 15 Satisfatório 1

Drenagem 4 Satisfatório 1

Coefi ciente estático 6 Satisfatório 1

OMI 14 Satisfatório 1

PAE 30 Qualidade condicionalmente inferior 3

Escoamento 1 Aceitável 2

Anexos apresentados 5 Satisfatório 1

Seguros 21 Aceitável 2

Parecer para seguro Total 17

Aceitável

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O resultado da classifi cação endossa um parecer aceitável, sinalizando que uma apólice de seguro pode ser viabilizada.

5.2 PCH B – Mambai/GO A Figura 1, ilustra a barragem da PCH B, projetada com enroncamento.(Tabela 5.2)

Figura 1 – Barragem de enroncamento

Tabela 5.2 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação Nota

Potencial de Risco 22,8 Baixo 2

Equipamentos 7 Satisfatório 1

Faixa de proteção 6 Satisfatório 1

Barragem 8 Satisfatório 1

Vertedouro 17 Satisfatório 1

Drenagem 5 Satisfatório 1

Coefi ciente estático 6 Satisfatório 1

OMI 17 Aceitável 2

PAE 17 Aceitável 2

Escoamento 1 Aceitável 2

Anexos apresentados 5 Satisfatório 1

Seguros 22 Aceitável 2

Parecer para seguro Total 19

Aceitável

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O resultado com parecer aceitável pode ou não conter recomendações, que não são obrigatórias, o que sinaliza a viabilização de uma apólice de seguro.

5.3 PCH C – Dianópolis/TO (Tabela 5.3)

Tabela 5.3 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação Nota

Potencial de Risco 15,4 Baixo 2

Equipamentos 7 Satisfatório 1

Faixa de proteção 6 Satisfatório 1

Barragem 10 Satisfatório 1

Vertedouro 13 Satisfatório 1

Drenagem 4 Satisfatório 1

Coefi ciente estático 6 Satisfatório 1

OMI 17 Aceitável 1

PAE 28 Qualidade condicionalmente inferior 3

Escoamento 1 Aceitável 2

Anexos apresentados 6 Aceitável 2

Seguros 21 Aceitável 2

Parecer para seguro Total 19

Aceitável

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5.4 PCH D – Dianópolis/TO Barragem de terra e concreto assentada em maciço rochoso, após a (Tabela 5.4) remoção dos aluviões e blocos de rocha presentes nas fundações.

Tabela 5.4 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação Nota

Potencial de Risco 18,5 Baixo 2

Equipamentos 7 Satisfatório 1

Faixa de proteção 6 Satisfatório 1

Barragem 10 Satisfatório 1

Vertedouro 13 Satisfatório 1

Drenagem 4 Satisfatório 1

Coefi ciente estático 6 Satisfatório 1

OMI 17 Aceitável 1

PAE 20 Aceitável 2

Escoamento 1 Aceitável 2

Anexos apresentados 6 Aceitável 2

Seguros 21 Aceitável 2

Parecer para seguro Total 18

Aceitável

O resultado pode endossar a viabilização de uma apólice de seguro.

5.5 PCH E – Dianópolis/TO A barragem da PCH E, ilustrada pela Figura 2. (Tabela 5.5)

Figura 2 – Barragem da PCH E

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Tabela 5.5 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação Nota

Potencial de Risco 15,42 Baixo 2

Equipamentos 7 Satisfatório 1

Faixa de proteção 6 Satisfatório 1

Barragem 10 Satisfatório 1

Vertedouro 13 Satisfatório 1

Drenagem 4 Satisfatório 1

Coefi ciente estático 6 Satisfatório 1

OMI 17 Aceitável 1

PAE 20 Aceitável 3

Escoamento 1 Aceitável 2

Anexos apresentados 6 Aceitável 2

Seguros 21 Aceitável 2

Parecer para seguro Total 18

Aceitável

A apólice de seguro pode ser viabilizada.

5.6 UHE F – Candoi/PR (Tabela 5.6)

Tabela 5.6 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação NotaPotencial de Risco 16,65 Baixo 2

Equipamentos 7 Satisfatório 1

Faixa de proteção 14 Qualidade Inferior 4

Barragem 10 Satisfatório 1

Vertedouro 18 Aceitável 2

Drenagem 4 Satisfatório 1

Coefi ciente estático 6 Satisfatório 1

OMI 17 Aceitável 1

PAE 24 Aceitável 2

Escoamento 1 Aceitável 2

Anexos apresentados 6 Aceitável 2

Seguros 21 Aceitável 2

Parecer para seguro Total 22Aceitável com recomendações

As recomendações deverão ser atendidas.

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5.7 PCH G – Vilhena/RO (Tabela 5.7)

Tabela 5.7 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação NotaPotencial de Risco 29,6 Normal 3Equipamentos 13 Aceitável 2Faixa de proteção 6 Satisfatório 1Barragem 7 Qualidade condicionalmente inferior 3Vertedouro 17 Aceitável 2Drenagem 10 Qualidade condicionalmente inferior 3Coefi ciente estático 6 Satisfatório 1OMI 29 Qualidade condicionalmente inferior 3PAE 29 Qualidade condicionalmente inferior 3Escoamento 1 Aceitável 2Anexos apresentados 15 Qualidade condicionalmente inferior 3Seguros 44 Qualidade condicionalmente inferior 3Parecer para seguro Total 29Recusável

O resultado sinaliza que o risco é expressivo.

5.8 Barragem H – Goiânia (Tabela 5.8)

Tabela 5.8 – Análise Numérica

Tabelas Pontos Classifi cação NotaPotencial de Risco 19,2 Baixo 2Equipamentos 7 Satisfatório 1Faixa de proteção 4 Satisfatório 1Barragem 11 Aceitável 1Vertedouro 15 Aceitável 2Drenagem 4 Satisfatório 1Drenagem 4 Satisfatório 1Coefi ciente estático 3 Satisfatório 1OMI 28 Aceitável 2PAE 26 Aceitável 2Escoamento 3 Qualidade inferior 4Anexos apresentados 5 Satisfatório 1Seguros 24 Aceitável 2Parecer para seguro Total 21Aceitável com recomendações

As recomendações deverão ser atendidas.

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6. Conclusões A metodologia sugerida, fundamenta-se nas variáveis observadas no MSIB (2002) e nas prerrogativas necessárias numa inspeção de risco para subscrição em seguros.

Os ensaios realizados demonstraram a funcionalidade da metodologia e os resultados de classifi cação quanto a estabilidade e segurança de barragem obtidos, e endossaram pareceres de laudos de subscrição anteriormente realizados. Comparando os resultados obtidos no modelo para as PCH F e PCH A, verifi cou-se que a primeira não teria aceitação, já a segunda PCH prospectada poderia ter apólice de seguro viabilizada. Comparando ainda os resultados da PCH E, com os da UHE F, observou-se que ambas poderiam ter aceitação de seguros, sendo que a PCH poderia ter recomendações e a UHE, obrigatoriamente, deveria atender às recomendações.

As recomendações aqui observadas foram oriundas da observação in loco e da experiência do inspetor, não sendo elencadas parapreservar a integridade comercial das empresas. Ametodologia, mesmo necessitando de mais ensaios, sugere utilidade na análise de risco para subscrição em seguros. Por se basear em um modelo empírico, recomenda-se mais ensaios para a correta calibração dos valores.

7. Agradecimentos

Aos meus professores da PUC – Goiás: Cybelle Luiza Barbosa Musse, Mayara Queiroz Moraes e Arlam Junior que proporcionaram uma excelente orientação, motivação e incentivo para o assunto solo e água.

A minha esposa Afonsita Escolástica de Araujo Toledo, pela paciência, carinho, dedicação, incentivo e força dada nesta jornada.

A FUNENSEG – Escola Nacional de Seguros, que permitiu ampliar os conhecimentos no setor de seguros.

8. Referências Bibliográfi cas

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretariade Infra-estrutura Hídrica. Pró-água/Semi-Árido – UGPO. Departamento de Projetos e Obras Hídricas(DPOH). Manual de segurança e inspeção de barragens. Brasília, DF: jul. 2002, 148 p.

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretariade Infra-estrutura Hídrica. Pró-água/Semi-Árido.Manual de preenchimento da fi cha de cadastro de barragem. Brasília, DF: 2010, 32 p.

BRASIL. Projeto de Lei Nº 1.181, de 03 de junho de 2003. Estabelece diretrizes para a verifi cação da segurança debarragens de cursos de água para quaisquer fi ns e para aterros de contenção de resíduos líquidos industriais. Autor: Deputado Leonardo Monteiro. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fi chadetramitacao?idProposicao=118248, acesso em Mai. 2012.

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18 R. Bras. Risco e Seg., Rio de Janeiro, v. 8, n. 16, p. 1-18, maio/out. 2013

Metodologia para Classifi cação de Estabilidade de Segurança de Barragem em Seguros

BRASIL. Projeto de Lei Nº 436, de 14 de março de 2007. Torna obrigatória a contratação de seguro contra o rompimento de barragens. Autora: Deputada Elcione Barbalho. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fi chadetramitacao?idProposicao=492196, acesso em Mai. 2012.

MENESCAL, R. de A.;VIEIRA, V. de P.P.B.; OLIVEIRA, S.K.F. de. Terminologia para a análise de risco e segurança de barragens. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS (SNGB), 2001, Fortaleza, CE. A segurança de barragens e a gestão de recursos hídricos no Brasil. Brasília: Ministério da Integração Nacional, jan. 2005, 2. ed., p. 31-53.

MORRIS, M.; SAMUELS, P.; ELLIOTT, C. Risk and Reservoirs in the UK. In: CADAM Meeting, nov. 1999, Zaragoza, Spain, 10p. (p. 441-450).