Metodologia para Elaboração de Orçamento de Obras Civis
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
CURSO DE ESPECIALIZAO EM CONSTRUO CIVIL
METODOLOGIA PARA ELABORAO DE ORAMENTOS DE
OBRAS CIVIS
AUTOR: Joel Valentini
ORIENTADOR: Prof. Paulo Roberto Pereira Andery
Belo Horizonte
2009
Joel Valentini
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METODOLOGIA PARA ELABORAO DE ORAMENTOS DE
OBRAS CIVIS
Monografia apresentada ao curso de Especializao em Construo Civil da
Escola de Engenharia UFMG
nfase: Gesto e Tecnologia na Construo Civil
Belo Horizonte
Dezembro/2009
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AGRADECIMENTOS
Deus.
minha me Maria Genny Stefani Valentini
Ao meu pai Valentino Valentini (In memorian)
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RESUMO
Podemos determinar que a formao de um oramento seja composta das seguintes etapas:
Anlise Tcnica dos Projetos, Visita Tcnica, Identificao dos Servios, Levantamentos de
Quantitativos, Elaborao das Composies de Preos Unitrios, e por Produo, Planejamento
Bsico, Cotao dos Insumos, Estudo dos Encargos Sociais, Confeco do Beneficio das
Despesas Indiretas (BDI), Determinao do Preo de Venda.
Ressaltando que cada etapa possui suas peculiaridades, variaes, aspectos tcnicos e comerciais
que devero ser estudadas e elaboradas conforme cada obra.
Atualmente indispensvel utilizao da informtica na elaborao de um oramento, alm da
agilidade, formao de bancos de dados e histricos, proporciona relatrios geis e confiveis
fundamentais para uma anlise crtica de um oramento, como por exemplo: Curva ABC,
Histogramas de Mo de Obra e Materiais, BDI diferenciado entre outros.
Embora existam publicaes especializadas de preos por metro quadrado de rea construda,
variando de acordo com nmeros de pavimentos da edificao e dos padres de acabamentos; O
oramento somente poder ser confivel quando realizado obedecendo todas as etapas descritas
acima, pois as variaes entre as obras so muitas e bem significativas o que torna indispensvel
um tratamento exclusivo para cada empreendimento, alm disso, preciso atentar que atividades
como, movimento de terra, fundaes especiais, instalaes complementares especiais, custos
indiretos, remunerao do incorporador entre outros, que compem o preo final de um
oramento, no so consideradas nos preos apresentados nas tabelas de preo por metro
quadrado descritas nas fontes especializadas, ficando claro que esses ndices fornecem somente
uma ordem de grandeza para o valor do empreendimento.
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SUMRIO
INTRODUO ..................................................................................................... 08
1 TIPOS DE ORAMENTOS ............................................................................... 10
1.1 Consideraes Gerais ....................................................................................... 10
1.1.1 Diviso dos Oramentos................................................................................ 10
1.2 Oramento Tabelado ........................................................................................ 04
1.2.1 Definio ...................................................................................................... 10
1.2.2 Formao do CUB......................................................................................... 10
1.2.3 Exemplo de Tabela do CUB .......................................................................... 11
1.2.4 Projeto Padro do Novo CUB........................................................................ 12
1.3 Oramento sinttico ......................................................................................... 12
1.3.1 Definio ...................................................................................................... 12
1.3.2 Detalhamento do Mtodo .............................................................................. 12
1.3.3 Percentuais Referenciais................................................................................ 14
1.4 Oramento Analtico ........................................................................................ 15
1.4.1 Definio ...................................................................................................... 15
1.4.2 Fluxograma Bsico........................................................................................ 15
2 ELABORAO DO ORAMENTO ................................................................. 16
2.1 Anlise da Documentao Tcnica .................................................................. 16
2.1.1 Projetos e Anexos.......................................................................................... 16
2.1.2 Caderno de Encargos..................................................................................... 16
2.1.3 Visita Tcnica ............................................................................................... 16
2.2 Custo Direto da Obra........................................................................................ 17
2.2.1 Definio ...................................................................................................... 17
2.3 Composio de Preos Unitrios ...................................................................... 17
2.3.1 Definio e Formao ................................................................................... 17
2.3.2 Produtividade e ndices ................................................................................. 18
2.3.3 Exemplos de Composies e Interpretaes................................................... 19
2.4 Custo Horrio de Equipamentos ....................................................................... 20
2.4.1 Custo Horrio Total....................................................................................... 20
2.4.2 Hora Produtiva e Improdutiva ....................................................................... 21
2.4.3 Diviso Bsica dos Custos............................................................................. 22
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2.4.4 Clculo dos Custos Horrios.......................................................................... 23
2.4.4.1 Custos de Propriedade ................................................................................ 23
2.4.4.2 Depreciao do Equipamento ..................................................................... 23
2.4.4.3 Juros de Capital .......................................................................................... 24
2.4.4.4 Custos de Operao .................................................................................... 25
2.4.4.5 Custos de Manuteno................................................................................ 27
2.4.5 Exemplo de Clculo do Custo Horrio de um Equipamento........................... 29
2.4.6 Exemplo de Composio por Produo ......................................................... 31
2.5 Procedimentos Tcnicos Iniciais....................................................................... 32
2.5.1 Identificao dos Servios ............................................................................. 32
2.5.2 Associao dos Servios s CPUs ................................................................ 32
2.5.3 Levantamentos de Quantitativos.................................................................... 33
2.5.4 Cotao de Insumos ...................................................................................... 35
2.6 Encargos Sociais .............................................................................................. 36
2.6.1 Classificao dos Encargos............................................................................ 36
2.6.2 Clculo das Horas Produtivas ........................................................................ 36
2.6.3 Demonstrativo dos Encargos Sociais Horista e Mensalista.......................... 37
2.6.3.1 Encargos Sociais Horista ......................................................................... 37
2.6.3.1.1 Grupo A: Encargos Sociais Bsicos ......................................................... 37
2.6.3.1.2 Grupo B: Encargos Sociais que recebem a incidncia de A...................... 39
2.6.3.1.3 Grupo C: Encargos Sociais que no recebem as incidncias globais de A 41
2.6.3.1.4 Grupo D: Taxa de Reincidncia ............................................................... 42
2.6.3.2 Encargos Sociais Mensalista .................................................................... 43
2.6.3.2.1 Grupo B: Encargos Sociais que recebem a incidncia de A...................... 43
2.6.3.2.2 Grupo C: Encargos Sociais que no recebem as incidncias globais de A 43
2.6.3.2.3 Grupo D: Taxa de Reincidncia ............................................................... 45
2.6.4 Encargos Complementares ............................................................................ 46
2.6.4.1 Adicionais Legais ....................................................................................... 46
2.6.4.2 Trabalho Noturno ....................................................................................... 46
2.6.4.3 Insalubridade.............................................................................................. 47
2.6.4.4 Periculosidade ............................................................................................ 47
2.7 BDI.................................................................................................................. 47
2.7.1 Definio ...................................................................................................... 47
2.7.2 Composio .................................................................................................. 48
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2.7.2.1 Custos Indiretos.......................................................................................... 48
2.7.2.2 Administrao Central................................................................................ 49
2.7.2.3 Custos Financeiros ..................................................................................... 50
2.7.2.4 Riscos e Eventuais...................................................................................... 50
2.7.2.5 Tributos...................................................................................................... 51
2.7.2.6 Lucro.......................................................................................................... 53
2.7.3 Preo de Venda ............................................................................................. 53
2.7.4 Nova Metodologia do BDI ............................................................................ 54
2.7.5 Consideraes sobre o BDI ........................................................................... 54
3 RECURSOS DE ANLISES.............................................................................. 56
3.1 Planejamento Bsico ........................................................................................ 56
3.2 Curva ABC ...................................................................................................... 56
3.3 Histogramas ..................................................................................................... 56
3.4 Organogramas.................................................................................................. 56
4 TIPOS DE CONTRATAO............................................................................. 57
4.1 Preos Unitrios ............................................................................................... 57
4.2 Preo Global .................................................................................................... 57
4.3 Administrao .................................................................................................. 57
4.4 Sistema Misto .................................................................................................. 58
CONCLUSO....................................................................................................... 59
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.................................................................... 60
ANEXOS............................................................................................................... 61
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INTRODUO
Segundo Evangelho de So Lucas captulo 14, versculos 28-32, Quem de vs, querendo
fazer uma construo, antes no se senta para calcular os gastos que so necessrios, a fim de
ver se tem com que acab-la? Ainda segundo So Lucas, captulo 14, Para que, depois que
tiver lanado os alicerces, e no puder acab-la, todos os que o virem no comecem a zombar
dele, dizendo: Este homem principiou a edificar, mas no pode terminar.
A elaborao de um oramento, alm de sua importncia histrica, destaca-se na atualidade
como uma atividade indispensvel na conduo dos projetos de engenharia.
Dentre seus principais objetivos podemos destacar o oramento como:
- Ferramenta para anlise de viabilidade de empreendimentos,
- Garantia de segurana e competitividade das proponentes em concorrncias,
- Acurcia nas contrataes proporcionado a empresa contratante o referencial necessrio para
a aplicao do preo justo eliminado os preos abusivos e inexeqveis.
Contudo para o oramento alcanar seus objetivos garantindo o sucesso nos projetos e o preo
justo nas contrataes, o mesmo dever ser elaborado com critrios e qualidade, para isso
necessrio observar um roteiro lgico, possuir o pleno conhecimento do escopo e adotar
procedimentos tcnicos embasados e confiveis.
A elaborao de um oramento exige um amplo estudo e entendimento, pois to importante
como elaborao dos projetos obter o valor correto para materializao dos mesmos. O
oramento resulta de duas realidades opostas, quando mal feito, trazendo prejuzos e em
alguns casos a falncia, quando bem feito, garantindo o lucro e a sobrevivncia.
Quanto responsabilidade do oramentista perante a legislao brasileira. A Lei Federal
N. 5.194, de 24/12/1966 estabelece:
Art.14 Nos trabalhos grficos, especificaes, oramentos, pareceres, laudos e atos judiciais ou administrativos, obrigatria, alm da assinatura, precedida do nome da empresa, sociedade, instituio ou firma a que interessarem, a meno explcita do ttulo do profissional que os subscreve e o nmero da carteira referida no art. 56. (LEI FEDERAL 5194, 1966)
Pelos artigos 1 ao 14 da Resoluo n 425 de 18/12/98 do CONFEA, combinada com o
Pargrafo 1 dos Artigos 2 e 4 da lei n 6.496/77 obrigatrio o recolhimento de Anotao
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de Responsabilidade Tcnica (ART) pela execuo do oramento e pelo ocupante de cargo e
funo oramentista, ficando sujeito s penalidades da lei pelo seu no cumprimento.
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1 TIPOS DE ORAMENTOS
1.1 Consideraes Gerais
1.1.1 Diviso dos Oramentos
O oramento pode ser calculado basicamente de trs formas distintas: Tabelado, Sinttico e
Analtico.
Cada tipo de oramento possui suas peculiaridades, que esto diretamente ligadas ao nvel de
informaes que se possui do empreendimento, qual a finalidade do oramento e do grau de
assertividade que se necessita.
Podemos resumir as caractersticas bsicas de cada tipo de oramento conforme quadro
abaixo:
TIPOS CARACTERSTICAS BASICAS
Informaes Metodologia Finalidade
Tabelado rea Construda (m) * CUB - Sinduscon Ordem de Grandeza
Sinttico Projeto Bsico ndices de construo Estimativa
Analtico Projetos Executivos Apurao completa Preo Real* CUB Custo Unitrio Bsico
1.2 Oramento Tabelado
1.2.1 Definio
O Oramento Tabelado aquele que utiliza como base para clculo a multiplicao da
metragem quadrada da rea pelo Custo Unitrio Bsico da Construo Civil (Cub/m2).
1.2.2 Formao do CUB
O Custo Unitrio Bsico da Construo Civil (CUB) so calculados de acordo com disposto
na ABNT NBR 12.721/2006, com base em novos projetos, novos memoriais descritivos e
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novos critrios de oramentao e, portanto, constituem nova srie histrica de custos
unitrios, no comparveis com a definio anterior, com a designao de CUB/2006.
1.2.3 Exemplo de Tabela do CUB
Os valores abaixo se referem aos Custos Unitrios Bsicos de Construo (CUB/m),
calculados de acordo com a Lei Federal n. 4.591, de 16/12/64 e com a Norma Tcnica NBR
12.721:2006 da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) e so correspondentes ao
ms de SETEMBRO DE 2009.
Sigla Padro (R$ / m2) Projeto Padro
Baixo Normal Alto
R-1 819,38 982,06 1.216,25
ResidencialPP-4 764,02 938,06 ----------
R-8 731,72 813,70 996,32
R-16 -------- 788,58 1.026,12
PIS 531,99 -------- ----------
CAL-8 -------- 934,83 1012,63 Comercial
Andares livres
CSL-8 -------- 806,74 886,01 Comercial
Salas e LojasCSL-16 -------- 1.076,05 1180,63
Sigla (R$ / m2) Projeto Padro
RP1Q 791,03 Casa Popular
GI 440,90 Galpo Industrial* Custo do m em Reais (R$)
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Segundo o SINDUSCON (2009),
Na formao destes custos unitrios bsicos no foram considerados os seguintesitens, que devem ser levados em conta na determinao dos preos por metroquadrado de construo, de acordo com o estabelecido no projeto e especificaescorrespondentes a cada caso particular: fundaes, submuramentos, paredes-diafragma, tirantes, rebaixamento de lenol fretico; elevador(es); equipamentos einstalaes, tais como: foges, aquecedores, bombas de recalque, incinerao, ar-condicionado, calefao, ventilao e exausto, outros; playground (quando noclassificado como rea construda); obras e servios complementares; urbanizao,recreao (piscinas, campos de esporte), ajardinamento, instalao e regulamentaodo condomnio; e outros servios; impostos, taxas e emolumentos cartoriais, projetos:projetos arquitetnicos, projeto estrutural, projeto de instalao, projetos especiais;remunerao do construtor; remunerao do incorporador.
1.2.4 Projeto Padro do Novo CUB
Conforme o novo CUB foram criados novos Projetos Padro para efeito de clculo dos
empreendimentos (ver ANEXO 1).
1.3 Oramento Sinttico
1.3.1 Definio
O Oramento Sinttico calculado pelo mtodo dos ndices de Construo. Para a utilizao
do mesmo imprescindvel a presena de um projeto bsico de onde sero calculadas todas as
atividades macros mensurveis;
Para as atividades de fundao e estrutura utiliza-se uma metodologia que resume
basicamente na aplicao de ndices e taxas pr-estabelecidas calculadas em relao rea
construda.
1.3.2 Detalhamento do Mtodo
Para as atividades mensurveis na planta baixa como: Alvenarias, Pisos, Revestimentos,
Esquadrias, Cobertura etc. utiliza-se o processo de quantificao tradicional.
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Para as instalaes pode-se utilizar a contagem de pontos eltricos e hidrulicos. Hoje existem
revistas especializadas como Informador das Construes que apresentam preos mdios
por pontos eltricos e unidades de banhos e cozinhas.
Para as atividades de fundao e estrutura deve-se proceder conforme os critrios detalhados a
seguir:
Para a Atividade de Estrutura:
Volume de Concreto
Para o Volume de Concreto adota-se um ndice uniforme determinando uma espessura mdia
para o volume de concreto.
ndices: Entre 12 e 15 cm - (Obras Simples)
Entre 15 e 20 cm - (Obras Robustas)
VOLUME DE CONCRETO = REA CONSTRUDA X NDICE
Peso de Armao
Para o Peso da Armao adota-se uma taxa de ao mdia por metro cbico de
concreto.
ndices : Entre 80 e 88 kg/m - (Obras Simples)
Entre 88 e 100 kg/m - (Obras Robustas)
PESO DA ARMAO = VOLUME DE CONCRETO X TAXA DE AO
rea de Forma
Para a rea de Forma adota-se uma taxa por metro cbico de concreto
ndices : 12m/m - (Obras Simples)
14m/m - (Obras Robustas)
REA DE FORMA = VOLUME DE CONCRETO X TAXA DE FORMA
Para a Atividade de Fundao seguir o seguinte critrio:
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Como a espessura mdia adotada para o volume de concreto refere-se somente a Estrutura
no incluindo a fundao, para clculo do oramento sinttico pode-se acrescentar rea
construda uma metragem referente a um pavimento para a incluso da fundao.
Como por exemplo, se uma determinada obra possuir 400 metros quadrados de rea
construda total, sendo 100 metros quadrados por cada pavimento. Para o clculo do concreto,
forma e ao da fundao adotar 100 metros quadrados de rea, e aplicar os ndices e taxas
seguindo os mesmos critrios adotados para a estrutura.
Exemplo de Aplicao do Mtodo:
Dados Gerais:
rea Total da Construo: 400m
rea por Pavimento: 100m
Para o clculo do Concreto, Forma e Ao da Fundao e Estrutura considera-se a rea total
construda mais a rea equivalente a um pavimento.
REA TOTAL = ESTRUTURA (400m) + FUNDAO (100m) = 500m
Volume Concretorea Total ndice Total (m3)
500,00m 0,12cm 60,00
Peso ArmaoVol. Concreto Taxa Total (kg)
60,00m 80 kg/m 4800
rea FormaVol. Concreto Taxa Total (m2)
60,00m 12m/m 720
1.3.3 Percentuais Referenciais
A tabela de percentuais referencias atua no oramento sinttico como uma ferramenta de
grande utilidade, pois aponta percentuais mnimos e mximos para as atividades servindo
como parmetro de comparao para o oramento estimado, podendo assim, corrigir algumas
distores que possam ocorrer, entretanto, importante ressaltar que os percentuais
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referenciais refere-se as obras ditas normais sem variaes significativas ou caractersticas
especiais (ver ANEXO 2).
1.4 Oramento Analtico
1.4.1 Definio
O oramento analtico consiste no detalhamento de todas as suas etapas resultando na
confiabilidade do preo apresentado, o tipo de oramento onde toda a metodologia
aplicada considerando todos os recursos e variveis.
Em sntese no oramento analtico o projeto detalhado em atividades, mensurado e
composto por composies, obtendo-se o custo direto. Posteriormente, com montagem dos
custos indiretos acrescido do BDI, forma-se o preo de venda.
1.4.2 Fluxograma Bsico
ESTUDO DA DOCUMENTAO
PROJETOS EANEXOS
CADERNO DEENCARGOS
VISITATCNICA
COMPOSIO DOSCUSTOS DIRTEOS
IDENTIFICAODOS SERVIOS
LEVANTAMENTOQUANTITATIVOS
ASSOCIAOCOM CPUS
FECHAMENTO DOBDI /PREO DE
VENDA
CUSTOS INDIRETOS
ADMINISTRAO CENTRAL
CUSTOSFINANCEIROS
COTAO DOS INSUMOS
RISCOS
TRIBUTOS
LUCRO
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2 ELABORAO DO ORAMENTO
2.1 Anlise da Documentao Tcnica
2.1.1 Projetos e Anexos
A anlise dos projetos executivos e seus anexos so o primeiro passo para a criao da
planilha de oramento, pois atravs dessa analise so identificados todos os servios com seus
respectivos quantitativos integrantes do escopo.
2.1.2 Caderno de Encargos
No caderno de encargos dever ser definida toda a metodologia construtiva, os critrios de
medio dos servios e condies gerais de fornecimento. Na metodologia construtiva o
contratante demonstra como tecnicamente os servios devero ser realizados.
2.1.3 Visita Tcnica
Na visita tcnica realizada devero ser coletados dados de influncia direta na elaborao do
oramento como, por exemplo:
Infra-estrutura da cidade;
Condies de acesso ao local da obra;
Distncia das ligaes Hidrulicas e Eltricas;
Cotao de preos dos principais insumos;
Preo mdio do transporte urbano;
Valor do ISS da localidade;
Lista dos principais fornecedores;
Para realizao da visita tcnica foi criado um formulrio para utilizao. (ver ANEXO 3).
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2.2 Custo Direto da Obra
2.2.1 Definio
O Custo Direto o somatrio de todos os custos provenientes dos insumos necessrios
realizao das atividades para execuo do empreendimento e que podem ser levantados
diretamente dos projetos, discriminados e quantificados na planilha oramentria. Eles
compreendem nos seguintes grupos de custo: Mo-de-Obra, Materiais e Equipamentos.
2.3 Composio de Preos Unitrios
2.3.1 Definio e Formao
As Composies de Preos Unitrios (CPUs) consiste na apropriao dos materiais e
equipamentos aos seus consumos e mo-de-obra a suas produtividades, associando seus
respectivos preos para uma unidade de servio. Os insumos compreendidos pelas CPUs so
basicamente:
Mo de obra
o resultado do valor do salrio do trabalhador e o consumo de horas para a execuo de
determinada unidade de servio. O custo horrio o salrio acrescido dos encargos sociais,
complementares e quando for o caso dos adicionais legais.
Materiais e Equipamentos
Consiste no consumo de todos os materiais e equipamentos utilizados para a construo do
empreendimento, considerando as quantidades levantadas com seus respectivos preos de
mercado.
Todos os valores so agrupados e formam as Composies de Preos Unitrios (CPUs), para
cada tipo de atividade. Assim sendo as CPUs so os custos unitrios dos servios, onde so
apropriadas as quantidades dos insumos correspondentes. A formao das CPUs consiste
basicamente :
Conjunto de Insumos Aplicados;
ndices de Produtividades;
ndices de Consumos;
Preos Unitrios e Totais.
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2.3.2 Produtividade e ndices
A produtividade a quantidade de produo de um funcionrio ou turma.,trata-se de unidades
de trabalho executada em um determinado tempo.
A produtividade da mo-de-obra um processo que depende de uma srie de fatores, como:
Experincia, Motivao, Conhecimento e etc. As produtividades devem levar em
considerao as paralisaes que ocorrem em uma obra com a produo do funcionrio ou
turma.
Obs.: A melhor forma de medir a produtividade diretamente na obra sem, porm, anunciar a
medio e de preferncia vrias vezes e em dias alternados.
O ndice o contrrio da produtividade, como por exemplo: Na atividade de Armao o
ndice de produtividade do armador de 0,10 h/kg, a produtividade de 10 kg/h. Se o ndice
fosse 0,12 kg/h a produtividade seria 8,83 kg/h.
A apurao dos ndices e seu domnio proporciona:
A determinao da produtividade de mo-de-obra;
Aponta uma comparao para orado x realizado;
Representam o limite que uma atividade se torna improdutiva.
Apropriao de ndices: Com esse recurso, atravs de medio no local, pode-se apurar os
ndices reais de produtividade, garantindo o valor apresentado.
Exemplo: Se um armador produz em mdia 320 kg de armao por semana de 44 horas, a
produtividade estaria em 320/44 = 7,27 kg/h que equivale a um ndice de 0,13 h/kg, se no
oramento foi considerado um ndice de 0,10 h/kg reflete um desvio negativo que apurado a
tempo, poder ser corrigido investigando os motivos do desvio.
Obs.: Quanto maior o ndice, menor a produtividade; Quanto menor o ndice, maior a
produtividade.
2.3.3 Exemplos de Composies e Interpretaes
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Exemplo 1:
Cdigo Descrio Unid.
100001 Armao CA-50 kg
Cdigo Insumos Unid. ndice R$ Unit R$ Total
F00001 Armador h 0,10
F00002 Servente h 0,10
M00001 Ao CA-50 D < 12,5 mm kg 1,10
M00002 Arame Galv. N18 kg 0,04
Preo de Custo R$
BDI %
Preo de Venda R$
Interpretao 1:
- O ndice de 0,10 h de Armador por kg do Ao Montado, em 1 h teremos 1/(0,10 h/kg) 10,0
kg/h que representa a produtividade do armador.
- Em uma semana de 44 horas, uma equipe de 6 armadores consegue montar: 44 h x 6
armadores / 0,10 h/kg = 2.640 kg de armao.
- O ndice de 0,10 h vezes 60 min significa 6 min por Kg.
- O ndice de 1,10 kg de Ao significa 10% de Desperdcio.
Exemplo 2:
Cdigo Descrio Unid.
200001 Forma de chapa compensado resinada e=12 mm 3 vezes de utilizao
M2
Cdigo Insumos Unid. ndice R$ Unit R$ Total
F00004 Carpinteiro H 1,20
F00002 Servente h 1,20
M00003 Chapa Comp. e=12 mm m 0,43
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Cdigo Insumos Unid. ndice R$ Unit R$ Total
M00004 Desmoldante l 0,10
M00005 Prego 18x30 kg 0,25
M00006 Pontalete 3x 3 m 2,00
M00007 Sarrafo 1x 4 m 1,53
M00008 Tbua 1x 12 m 1,40
Preo de Custo R$
BDI %
Preo de Venda R$
Interpretao 2:
- O ndice de 1,20 h de Carpinteiro por m2 de Forma Montada, em 1 h ter 1 / (1,20h/m2) =
0,83 m2/h que representa a produtividade do carpinteiro.
- Em uma semana de 44 horas uma equipe de 6 carpinteiros consegue montar : 44 h x 6
carpinteiros / 1,20 h/m2 = 220,00 m2 de forma.
- O ndice de 1,20 h vezes 60 min significa 1,12 min p/ m2.
- O ndice 0,43 h/m2 da chapa compensada mostra uma perda 30%, sendo a chapa utilizada 3
vezes, o total da chapa por m2 de forma obtido por 1 m2/ 3 + 30% = 0,43 m2.
2.4 Custo Horrio de Equipamentos
2.4.1 Custo Horrio Total
Segundo Aldo (apud, Mattos, 2006, p.108) A maneira habitual de atribuir valor a um
equipamento por hora de utilizao, pois dessa maneira que o equipamento aparece nas
composies de custos unitrios. O custo horrio de um equipamento o resultado da soma
de componentes que so baseados nas condies de trabalho, tipos de equipamentos e
caractersticas especficas.
Esses componentes so apurados atravs de frmulas, entretanto, cada empresa dever
apropriar seus custos para a obteno de dados mais reais e confiveis.
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21
Clculo do Custo Horrio Total:
Ch = Dh + Jh + Ph + Gh + Lh + MOh + Mh
Onde:
Ch Custo Horrio Total
Dh Custo Horrio de Depreciao
Jh Custo horrio de Juros
Ph Custo horrio de Pneus
Gh Custo Horrio de Combustvel
Lh Custo Horrio de Lubrificao
MOh Custo Horrio de mo-de-obra de Operador
Mh Custo horrio de Manuteno.
2.4.2 Hora Produtiva e Improdutiva
A hora produtiva de um equipamento a hora total de trabalho onde todos os componentes
esto sendo utilizados, assim seu clculo a soma de todos os componentes do custo horrio
total.
A hora improdutiva de um equipamento a hora em que o mesmo fica a disposio dos
servios, entretanto, fora da efetiva operao, situao normal de ocorrncia devido a vrias
ocorrncias em uma obra, nesse caso para o clculo da hora improdutiva consideramos
somente os componentes de depreciao, juros e operador.
Segue abaixo um quadro resumo para o clculo das horas produtivas e improdutivas:
Custo Horrio Total Hora Produtiva Hora Improdutiva
Depreciao Considerar Considerar
Juros Considerar Considerar
Pneus Considerar No Considerar
Combustvel Considerar No Considerar
Lubrificao Considerar No Considerar
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22
Custo Horrio Total Hora Produtiva Hora Improdutiva
Operador Considerar Considerar
Manuteno Considerar No Considerar
Assim sendo seguem as frmulas:
Hora Produtiva Ch = Dh + Jh + Ph + Gh + Lh + MOh + Mh
Hora Improdutiva Ch = Dh + Jh + MOh
2.4.3 Diviso Bsica dos Custos
Os custos envolvidos na hora do equipamento so:
1 CUSTOS DE PROPRIEDADE
1.1 Depreciao do Equipamento Consiste na perda do valor do equipamentopelo uso ou tempo.
1.2 Juros de Capital Consiste na rentabilidade do valor impactado
2 CUSTOS DE OPERAO
2.1 Materiais (Pneus, Combustvele Lubrificao)
Refere-se aos materiais necessrios para aoperao.
2.2 Mo-de-obra (Operador) Refere-se ao operador do equipamento.
3 CUSTOS DE MANUTENO
3.1 Manuteno Refere-se ao valor investido para manter oequipamento em condies de operao
Fonte: Como preparar oramentos de obras, p. 110.
-
23
2.4.4 Clculo dos Custos Horrios
2.4.4.1 Custos de Propriedade
Segundo Aldo, Quando o construtor utiliza um equipamento prprio para realizar um servioqualquer em sua obra, o custo envolvido com aquele equipamento no apenas o decombustvel, lubrificao e operador, com o decorrer do tempo, o equipamento sedesvaloriza, tem seu valor de mercado diminudo, os custos de propriedade so, poisinevitveis, ocorrendo independentemente da atividade do equipamento. So custosprovenientes da perda do valor do equipamento com o decorrer do tempo.(MATTOS, 2006, p.110)
2.4.4.2 Depreciao do Equipamento
Segundo Aldo (Apud, Mattos, 2006, p.110), pode-se definir depreciao do equipamento
como a diminuio do valor contbil do ativo O clculo da depreciao pelo mtodo linear,
aponta que o valor do equipamento cair no momento do valor de aquisio original conforme
uma taxa uniforme. Para o clculo da depreciao utilizamos frmula:
Dh = Vo Vr
Vu
Onde:
Dh Depreciao Horria
Vo (Valor de Aquisio) - Valor de aquisio do equipamento
Vr (Valor Residual) - Valor estimado de revenda aps vida til
Vu (Vida til) - Perodo de tempo que o equipamento trabalha em condies
Normais. (Vu = n x a), onde n = vida til (anos) e a = horas de utilizao por ano (h/ano).
Sendo:
A depreciao horria o custo de aquisio do equipamento, deduzindo seu valor residual, e
dividido pelo nmero de horas de vida til.
Obs.: A depreciao horria pode ser calculada por mais dois mtodos distintos: o mtodo do
saldo devedor (exponencial) e o mtodo da soma dos anos.
-
24
2.4.4.3 Juros de Capital
O valor investido na aquisio de um equipamento poderia ser aplicado no mercado
financeiro. Com isso no custo de propriedade devero estar includos os juros decorrentes ao
rendimento que o investimento traria ao longo da vida til do equipamento.
O clculo dos juros baseia-se no conceito de investimento mdio e da taxa de juros do
Mercado.
Para o clculo dos juros utilizamos primeiramente a frmula para encontramos o Investimento
Mdio (Im):
Im = (Vo Vr) x (n + 1) + Vr
2 n
Onde:
Im Investimento Mdio
Vo (Valor de Aquisio) - Valor de aquisio do equipamento
Vr (Valor Residual) - Valor estimado de revenda aps vida til
n Vida til em anos
Com o resultado do investimento mdio (Im) partimos para o clculo dos juros e horrios com
a aplicao da frmula:
Jh = Im x i
a
Onde:
Jh Juros Horrios
Im Investimento Mdio
i Taxa anual de juros
a Horas de utilizao por ano
-
25
2.4.4.4 Custos de Operao
Os custos de operao de um equipamento se dividem em materiais e mo-de-obra, sendo que
os materiais so divididos em pneus, combustvel e lubrificante e a mo-de-obra refere-se ao
operador. Segue abaixo o detalhamento para o clculo dos custos horrios.
Materiais:
Pneus: O clculo do custo horrio dos pneus est diretamente ligado a vida til do mesmo.
Em geral admite-se trs faixas de vida til para os pneus, de acordo com a agressividade do
local de trabalho, como demonstra o quadro abaixo:
Equipamentos Condies Leves Condies Medianas Condies Severas
Motoniveladora 5000 h 3500 h 2000 h
Carregadeira 3500 h 2500 h 1500 h
Caminho Basculante 3000 h 2500 h 2000 hFonte: Mattos, 2006, p. 119.
Presume-se que ao final de toda a vida til do pneu, todo o jogo de pneu ser trocado. Para o
clculo do custo horrio do pneu utilizamos frmula:
Ph = p x Cp
VUp
Onde:
Ph Custo Horrio do Pneu
p Nmero de pneus do equipamento
Cp Custo unitrio do pneu
VUp Vida til do pneu
Combustvel: Para o clculo do custo horrio do combustvel, segundo Aldo (Apud Mattos,
2006, p. 120) deve-se aplicar um fator potncia (f) sobre a potncia nominal do equipamento,
e adotar o consumo mdio conforme o tipo de combustvel: gasolina ou diesel.
-
26
Quadro para apurao do fator de potncia (f):
Situaes de Uso Fator de Potncia (f)
Baixo 40%
Mdio 55%
Intenso 75%
Quadro para apurao do consumo mdio
Motor Consumo Mdio ( Litros/Hora)
Gasolina 0,23 l / h
Diesel 0,15 l / h
Assim sendo, a frmula para o clculo do custo horrio do combustvel aplica-se de duas
maneiras em funo do combustvel a ser utilizado:
Para motores a gasolina 0,23 x f x HP x R$/l
Para motores a diesel .0,15 x f x HP x R$/l
Onde:
f Fator de potncia
HP Potencia nominal do equipamento
R$/l Preo do litro da gasolina ou diesel
Lubrificantes: Segundo Aldo (Apud Mattos, 2006, p. 121), os lubrificantes de um
equipamento abrangem leo de crter, da transmisso, comando final e do sistema hidrulico.
Para o clculo do consumo do leo do Carter a frmula abaixo trabalha em funo de trs
elementos: potncia do motor, capacidade do crter e intervalo entre troca de leo.
Q = HP x 0,6 x 0,0027 kg / (HP x h) + c
0,893 kg/l tFonte: Peurfoy, 1989
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27
Onde :
Q Consumo (l/h)
HP Potencia do motor (HP)
c Capacidade do Carter
t Intervalo de troca
Com o consumo Qapurado, multiplica-se o mesmo pelo preo do litro do leo para
encontrar o custo horrio do lubrificante, sendo:
Custo horrio do lubrificante (Lh) = consumo (Q) x preo do litro do leo (R$/l)
Lh = Q x R$/l
Para os demais lubrificantes: transmisso, comando final e sistema hidrulico a regra
adicionar 50% ao custo.
Mo de Obra: Refere-se ao custo do operador do equipamento, para o clculo do custo
horrio multiplica-se o salrio acrescido de todos os encargos.
2.4.4.5 Custos de Manuteno
Segundo Aldo (apud Mattos, 2006, p.123/124), [...] os equipamentos exigem manuteno.
As despesas so com a aquisio de peas de reposio e a mo-de-obra envolvida na troca de
peas, ajustes etc. Os custos de manuteno compreendem basicamente:
Custos de Manuteno Itens Envolvidos
Manuteno propriamente dita Limpeza, Lavagem, Inspeo, Ajuste, Calibrao,Regulagem, Retoque, Reaperto e troca rotineira depeas (filtros, mangueiras, cabos cmaras) etc.
Reparos Retfica, Servios de chaparia, Usinagem de peasTroca de sapatas e esteiras etc.
Despesas fixas Mo-de-obra de mecnicos, e ajudantes,ferramentas, seguros dos equipamentos, impostos(IPVA), etc.
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28
Para o clculo do custo horrio de manuteno podemos utilizar o mtodo do coeficiente
nico que aponta um coeficiente multiplicador sobre a depreciao horria sobre a
depreciao horria calculada com o valor residual nulo, sendo:
Mh = K x Vo
n x a
Onde:
Mh Manuteno horria
Vo (Valor de Aquisio) - Valor de aquisio do equipamento
n vida til anos
a horas de utilizao por ano
Segue abaixo uma tabela exemplo para o Custo de manuteno Coeficiente nico:
Equipamento K
Betoneira 0,6
Motoniveladora 0,9
Retroescavadeira 0,6
Carregadeira 0,6
Moroescrper 0,9
Rolo compactador 0,8
Trator sobre pneus 0,75
Trator de esteira 0,8
Caminho basculante 0,75
Picape 0,75Fonte: TCPO
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2.4.5 Exemplo de Clculo do Custo Horrio de um Equipamento
Segue abaixo um exemplo de clculo do custo horrio produtivo e improdutivo de um
equipamento.
Dados Gerais
Equipamento: Motoniveladora
Valor de Aquisio: R$ 519.080,00
Pneus: R$ 1.250,00 cada (x4)
Vida til: 8 anos
Horas de Utilizao por ano: 1500 h
Vida til dos pneus: 3.500 h
Valor residual: 30%
Taxa de juros: 7% a.a.
Operador: R$ 22,89/h (encargos includos)
Motor: 173HP
Fator de potncia: 0,55
Capacidade do crter: 54 litros
Perodo entre trocas de leo: 80h
Preo do diesel: R$ 1,86
Preo do leo lubrificante: R$ 12,00
Manuteno: k = 0,90
V (sem os pneus) = R$ 514.080,00
Depreciao (descontados os pneus):
Dh = Vo - Vr = (519.080,00 - 50000) 154.224,00 / 8 x 1500 = R$ 29,99 / h
n x a
Juros:
Jh = Im . i = i x [(Vo Vr) (n + 1)+ Vr] =
a a 2n
= 0,07/1500 x [359.856 x 0,5625 + 154.224,00] = R$ 16,64 / h
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Pneus:
Ph = p x Cp = (4 x 1.250) / 3.500 = R$ 1,43 / h
VUp
Combustvel:
Gh = 0,15 x f x HP x custo = 0,15 x 0,55 x 173 x 1,86 = R$ 26,54 / h
Lubrificantes:
Lh = (HP x 0,6 x 0,0027 + c ) x custo + 50% =
0,893 t
= (173 x 0,6 x 0,0027 / 0,893 +54/80) x 12,00 x 1,50 = R$ 17,80 /h
Operador:
MOh = Salrio com encargos R$ 22,89 / h
Manuteno:
Mh = k Vo = 0,90 x 514.080,00 / 12.000 = R$ 38,56 / h
n x a
Custo total:
Custo Horrio Total Custo Hora Produtiva Custo Hora Improdutiva
Depreciao 29,99 29,99
Juros 16,64 16,64
Pneus 1,43 N
Combustvel 26,64 N
Lubrificao 17,80 N
Operador 22,89 22,89
Manuteno 38,56 N
TOTAIS R$ 153,85 R$ 69,52
-
31
2.4.6 Exemplo de Composio por Produo
Servio: Escavao, carga, transporte, descarga e espalhamento de material de 1 categoria
com motoscraper - dmt de 0 a 200m.
Equipamentos Quant. Q.Prod. Q.Improd. C.Prod. C.Improd. C.hora
Trator de Esteira 1,00 1,00 0,00 348,66 146,18 348,66
Motoescraper 3,00 0,77 0,23 333,47 157,07 878,70
Motoniveladora 1,00 0,05 0,95 153,85 69,52 73,73
Total 1301,09
Mo de Obra Unid. Quant. R$ / h C.hora
Encarregado de Turma h 0,3 16,71 5,01
Servente h 3,0 5,57 16,71
Total 21,72
Produo da Equipe 320,00 Custo Horrio 1.322,81
Custo Unitrio de Execuo Por M3 4,13
Fonte : Revista Informador da Construes, ano base.
Interpretao da composio: O custo horrio dos equipamentos calculado pelo somatrio
do produto da quantidade produtiva pelo custo horrio produtivo mais a quantidade
improdutiva pelo custo horrio improdutivo. O custo horrio total o somatrio do custo
horrio dos equipamentos mais o custo horrio da mo de obra.
O custo unitrio de execuo calculado pelo custo horrio total divido pela produo da
equipe.
-
32
2.5 Procedimentos Tcnicos Iniciais
2.5.1 Identificao dos Servios
A planilha de oramento composta de todos os servios integrantes de uma obra e pode ser
chamada de EAP, (Estrutura Analtica do Projeto) ou em ingls WBS, de Work Breakdown
Structure.
Segundo Silva (2005, p.11), A WBS a decomposio lgica do projeto em pequenas partes
mais fceis de planejar, orar e executar. A planilha oramentria chamada de WBS do
oramento. (ver ANEXO 4).
2.5.2 Associao dos Servios s CPUS
Aps a identificao do servio e do levantamento do seu quantitativo o mesmo necessita,
para a elaborao do oramento, ser associado a uma composio de preos unitrios
(CPUs) , onde apontar os insumos necessrios com seus respectivos consumos e
produtividades para a realizao do servio, com isso toda a composio ser multiplicada
pelo respectivo quantitativo. Abaixo segue exemplo de Associao de Servios CPUs:
Itens Descrio Unid. Quant1 Alvenaria de Tijolo Furado e = 10cm m2 555
No caso do nosso exemplo o servio de alvenaria de tijolo furado e=10 cm dever ser
associado a seguinte composio:
Alvenaria de Tijolo Cermico Furado e =10cm Unid = M2
Insumos Unidade QuantidadeServente h 1,15Pedreiro h 1,10Areia Comum m 0,018Cimento Portland CP-32 kg 3,6Tijolo Cermico Furado 30x20x10cm
Un 21,00
O que significa que todos os insumos sero multiplicados pelo quantitativo do servio, no
nosso exemplo 555 m, assim teremos:
-
33
Mo-de-obra
Servente 1,15 h / m2 x 555 m2 = 638,25 horas
Pedreiro 1,10 h / m2 x 555 m2 = 610,50 horas
Materiais
Areia Comum 0,018 m3 / m2 x 555 m2 = 9,90 m3
Cimento Portland CP-32 3,60 kg / m2 x 555 m2 = 1998 kg
Tijolo Cermico Furado 30x20x10 cm 21 Und / m2 x 555 m2 = 11.655 Unidades
E assim sucessivamente, adota-se essa associao para todos os servios da planilha. Desta
forma, obtm-se as quantidades reais dos insumos aplicveis a uma determinada obra.
2.5.3 Levantamentos de Quantitativos
Os levantamentos de quantidades devero ser executados com memria de clculo, seguir
uma ordem cronolgica das atividades de construo e obedecer a certos procedimentos
tcnicos para quantificao de determinados servios.
Obs.: A perda de material no deve ser considerada no levantamento de quantidades e sim
na composio do custo unitrio.
Levantamento de quantidades pode envolver elementos de natureza diversos:
Dimenses Exemplos
Lineares Tubulao, meio-fio, sinalizao horizontal de estrada, rodap.
Superfcie ou de rea Limpeza e desmatamento, Forma, alvenaria, forro, esquadria,pintura, impermeabilizao, plantio de grama.
Volumtricos Concreto, escavao, aterro, dragagem, bombeamento.
De peso Armao, estrutura metlica.
Adimensionais Referem-se a servios que no so pagos por medidas, mas porsimples contagem, postes, portes, placas de sinalizao,comportas.
Fonte: Mattos, 2006, p.44
Segue abaixo alguns exemplos para levantamentos de quantidades conforme procedimentos
tcnicos aplicveis:
Alvenaria: Para o clculo da rea de alvenaria o mesmo obtido atravs da seguinte regra:
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34
rea < 2 m No se desconta o vo
rea > 2 m Desconta o que exceder a 2 m
Obs.: O clculo feito Vo por Vo e no pela soma dos mesmos.
Exemplo: Em uma parede de alvenaria de 8 metros por 2,80m de p direito, encontra-se uma
porta de 80x210cm e uma janela de 300x150cm, para encontrarmos a rea de alvenaria
faremos a seguinte clculo:
rea Total: 8 x 2,80 = 22,40 m
rea de desconto da porta = 0,80 m x 2,10 m = 1,69 m < 2,00 m Desconto = 0
rea de desconto da Janela 3,00 m x 1, 50 m = ( 4,50 m > 2,00 m2 ) 2,00 m
Desconto = 4,50 m 2,00 m = 2,50 m
rea de Alvenaria = 22,40 m - 0 2,50 m 19.90 m
Cobertura: A cobertura geralmente representada nos projetos arquitetnicos em projeo
horizontal, assim sendo, para obteno da rea real do telhado, temos que multiplicar rea em
projeo horizontal pelos fatores correspondentes a inclinao em porcentagem conforme
detalhado no quadro abaixo:
Inclinao % Graus Fator0% 0 15% 2,86 1,00110% 5,71 1,00515% 8,53 1,01120% 11,31 1,02025% 14,04 1,03130% 16,70 1,04435% 19,29 1,05940% 21,80 1,07745% 24,23 1,09750% 26,57 1,11855% 28,81 1,14160% 30,96 1,16665% 33,02 1,19370% 34,99 1,22175% 36,87 1,25080% 38,66 1,28185% 40,36 1,31290% 41,99 1,34595% 43,53 1,379
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Inclinao % Graus Fator100% 45,00 1,414
Fonte: Mattos, 2006, p.57
Exemplo: Uma cobertura possui uma rea retangular de 22,00 m de comprimento por 10, 00
m de largura e uma inclinao de 30% , para obteno da rea total do telhado faz-se o
seguinte clculo:
rea do telhado: 22,00 X 10, 00 X (fator de inclinao de 30% conforme tabela)
1,044 = 229,68 M2
Pintura: Para o clculo de pintura em determinadas peas como portas, esquadrias, grades,
etc., que possuem uma maior dificuldade de execuo utilizamos um fator de multiplicao
sobre sua rea conforme demonstrado no quadro abaixo:
Peas Multiplicador
Porta de madeira tipo prancheta c/ marcos e alizares 3
Porta de madeira tipo veneziana com marcos e alizares 5
Janelas de Madeira ou Metlica p/ receber vidros 2
Janela de Madeira tipo veneziana 3
Elemento Vazado 4
2.5.4 Cotao de Insumos
Segue abaixo orientaes bsicas importantes para a cotao dos insumos:
Efetuar a cotao com os quantitativos apurados;
Documentar a cotao Garantia do Preo de Fornecedores;
Cuidado com Promoes / Ofertas e Unidades;
Reajustes dos materiais Insumos Chaves dos Oramentos;
Apurao do peso dos insumos atravs da Curva ABC;
Atentar para a data base da construo civil.
-
36
2.6 Encargos Sociais
2.6.1 Classificao dos Encargos
Grupo A Bsicos: Obrigados por lei que incidem sobre a folha de pagamento.
Grupo B Sociais 1: So aqueles que sofrem incidncia dos encargos sociais bsicos.
Grupo C Sociais 2: So aqueles que no sofrem incidncia dos encargos sociais bsicos.
Grupo D Taxa de Reincidncia.
2.6.2 Clculo das Horas Produtivas
Para o clculo dos encargos sociais necessita-se inicialmente do clculo das horas produtivas
cujo seu detalhamento segue abaixo:
Dados bsicos para clculo
Jornada de trabalho semanal = 44 horas semanais
Semana = 6 dias ( Segunda a Sbado)
Jornada diria = 44 horas semanais 6 dias = 7,3333 h / dia
Jornada Mensal 7,3333 h/dia x 30 dias = 220 h / ms
N de semanas p/ ms 365 dias / ano 12 meses / ano 7 dias/semana = 4,3452
semanas / ms
Obs.: Regime usual de trabalho na construo civil
2 a 5 feira de 7h s 17h = 9 h/dia = 36 h/semana
6 feira das 7h s 16h = 8 h/dia = 8 h/semana
Total = 44 h/semanais
Clculo de Horas Totais Anual
Jornada mensal de trabalho = 220 horas/ms
Jornada diria de trabalho = 220 horas/30 dias = 7,3333 horas/dia
1 ano = 365 dias x 7,3333 h = 2.676,65 h
Clculo de Horas Descontadas
-
37
Descanso Semanal Remunerado = 52 domingos x 7,3333 h = 381,33 h
Feriados = 13 dias x 7,3333 h = 95,33 h
Auxlio enfermidade = 15 dias x 7,3333 h x 15% = 2,25 dias = 16,50 h
Licena paternidade = 5 dias x 7,3333 h x 19,40% = 0,97 dias = 7,11 h
Dias de chuva/faltas justificadas/acidentes de trabalho/greves/falta ou atrasos na
entrega dos materiais ou servios na obra/outras dificuldades = 12,96 dias x 7,3333 h
= 95,04 h
Total de horas apuradas = 595,31 h
Clculo das Horas Produtivas
Clculo de Horas Totais Anual 2.676,65 h
Clculo de Horas Descontadas (-) 595,31 h
Total das Horas Produtivas 2081,34 h
Horas Produtivas = 2081,34 h, o que equivale a 283,82 dias teis por ano (2081,34 horas no
/ 7,3333 horas dia).
2.6.3 Demonstrativo dos Encargos Sociais Horista e Mensalista
Com o clculo das horas produtivas podemos calcular e detalhar os encargos sociais que se
divide em Horistas e Mensalista conforme descrito na PINI:
2.6.3.1 Encargos Sociais - Horista
2.6.3.1.1 Grupo A: Encargos Sociais Bsicos
A1 Previdncia Social (20%): Tal contribuio fixada por Lei e seu recolhimento mensal
feito sobre todas as parcelas pagas a ttulo de remunerao do trabalho. O decreto-lei 2318
de 30.12.86 extinguiu o limite mximo para a contribuio do empregador.
Conforme Lei n7787 de 30.06.89, a Contribuio para Previdncia Social passou para 20%
(vigncia 01.09.89) sobre o total das remuneraes pagas ou creditadas, limitadas at 10
-
38
salrios mnimos, no decorrer do ms, aos segurados empregados, avulsos, autnomos e
administradores, abrangendo e extinguindo as contribuies para salrio-famlia, salrio-
maternidade, abono-anual e o pr-rural, bem como a Contribuio Bsica para a Previdncia
Social, que juntas somavam 17,45% e passam a partir desta data para 20%.
A2 Fundo de Garantia por Tempo de Servios (8,0%):De acordo com o que dispe a Lei
5.107, de 13.09.1966, e em consonncia com o seu respectivo Regulamento (Decreto 59.820,
de 20.12.1966), todas as empresas sujeitas a Consolidao das Leis do Trabalho (CLT) ficam
obrigadas a depositar, em conta bancria vinculada, importncia correspondente a 8% (oito
por cento) da remunerao de cada empregado, inclusive 13o.salrio, optante ou no, do
sistema institudo pelo Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS), a qualquer ttulo, e
sem limite.
A3 Salrio educao: 2,50%: Conforme decreto N. 7.043 de 22.03.1982.
A4 Servio Social da Indstria (SESI) 1,50%: Conforme lei N. 5.107 de 13.09.1966.
A5 Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00%: Conforme decreto
N. 6.246 de 05.02.44
A6 Servio de Apoio Pequena e Mdia Empresa (SEBRAE) 0,60%: Institudo
conforme Medida Provisria N. 151/90 e Leis 8029 de 12/04/90 e 8154 de 28/12/90, com
contribuio escalonada em 0,1% em 1991, mais 0,2% em 1992 e mais 0,3% em 1993,
totalizando o recolhimento de 0,6%, em vigor.
A7 . INCRA 0,20%: Conforme lei 2613/55 que autorizou a Unio a criar o Servio Social
Rural, Decreto-lei 1110/70 que instituiu o INCRA, extinguindo o Instituto Brasileiro de
Reforma Agrria e Instituto de Desenvolvimento Agrrio e Decreto-lei 1146 de 31.12.1970,
que consolidou os dispositivos sobre as contribuies criadas pela lei 2613/55.
Todos os encargos acima representam taxas fixas de recolhimento obrigatrio pelas empresas.
A8 Seguro contra os riscos de acidentes do trabalho (3%): De acordo com a Portaria N.
3002 de 02.01.92 do Ministrio de Estado do Trabalho e Previdncia Social, a contribuio da
empresa destinada ao financiamento da complementao das prestaes por acidente de
-
39
trabalho, competncia Novembro/91, passou para 3% sobre o total das remuneraes pagas ou
creditadas, no decorrer do ms, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e mdico-
residentes, referindo-se ao item III, empresas em cuja atividade preponderante o risco seja
considerado grave. Cabe ressaltar que essa taxa pode ser reduzida atravs da eficcia da
preveno de acidentes, medida anualmente pelos coeficientes de gravidade e de frequncia
de acidentes registrados em cada empresa.
A9 SECONCI - Servio Social da Indstria da Construo e do Mobilirio (1%):
Somente aplicvel em localidade onde exista ambulatrio do SECONCI, s empresas filiadas
aos Sindicatos de Grandes Estruturas ou s empresas de construo civil em cujos Acordos
Sindicais j esteja prevista tal contribuio.
possvel para empresas que no se enquadram nas situaes acima associar-se ao SECONCI,
que garante benefcios mdicos assistenciais aos funcionrios. Porm nesses casos a
contribuio passa para 3%.
A porcentagem relativa ao SECONCI foi fixada em acordos salariais sucessivos, a mesma
de: A = 37,80% (Total).
2.6.3.1.2 Grupo B: Encargos Sociais que recebem as incidncias de A
B1 Descanso Semanal e Feriados (22,90%): Sobre as 2081,34 horas de produo durante
um ano, h que se considerar as horas correspondentes aos 52 domingos e 13 feriados, ou seja,
476,66 horas (65 x 7,3333 h) pagas pelos empregadores, onde:
476,66 x 100 / 2081,34 = 22,90%.
B2 Auxlio Enfermidade (0,79%): Em conformidade com o que dispe a Lei 3.807 de
26.08.1960, os primeiros 15 dias de auxlio-doena concedidos pelo INSS devem ser pagos
pelos empregadores. Nestas condies, a deduo poder ser orientada da seguinte forma:
15 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 5,29%
Porm, segundo dados estatsticos constante do Anurio Estatstico do Brasil de 1990 (IBGE),
somente 15% dos beneficirios do INSS recorrem a esse auxlio. Teremos assim:
-
40
5,29 x 0,15 = 0,79%
B3 Licena Paternidade (0,34%): Considerando-se incidncia de indivduos do sexo
masculino no setor da construo civil da ordem de 97% e que somente 20% desse pessoal
obter o benefcio da licena paternidade, temos, para os 5 dias de afastamento, que foi fixado
provisoriamente, conforme artigo 10, inciso II, 1 das Disposies Transitrias da Nova
Constituio:
7,3333 x 5 x 0,97 x 0,20 x 100 / 2081,34 = 0,34%
B4 13 salrio (10,57%): Atravs da Lei 4.090 de 13.07.1962, os empregadores esto
obrigados ao pagamento de um 13 salrio, a ser liquidado no ms de dezembro de cada ano,
podendo a primeira metade ser paga por ocasio das frias dos empregados.
Relacionamos ento a influncia desses 30 dias sobre o montante das horas produtivas,
lembrando que de acordo com a lei 7787 de 30.06.89 o 13 salrio passa a receber incidncias
globais dos Encargos Bsicos:
30 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 10,57%
B5 Dias de chuva/faltas justificadas/acidentes de trabalho/greves/falta ou atraso na
entrega de materiais ou servios na obra/outras dificuldades (4,57%): Os dias de chuva
so dias no trabalhados, mas pagos. Portanto, passam a ser includos nos Encargos Sociais
que recebem as incidncias dos encargos do grupo A. Conforme dados do Instituto Nacional
de Meteorologia, nos ltimo 10 anos tem chovido, em mdia, 128 dias no ano. Se no ano
temos 283,82 dias teis, para calcularmos proporcionalmente quantos dias chuvosos so dias
teis: 283,82 x 128 / 365 = 99,53 dias = 729,89 horas.
Dessas 729,89 horas, considerando que 20% ocorrem durante o dia ou tem durao
considervel, temos: 729,89 x 0,20 = 145,98 horas. Como em uma obra apenas 20% das
atividades necessitam de bom tempo: 145,98 x 0,20 = 29,20 horas ou 3,98 dias.
Conforme artigo 473 da CLT, permitido ao empregado se ausentar do trabalho sem perda de
remunerao, nos casos de morte do cnjuge, casamento, doao de sangue, servio militar e
alistamento eleitoral, totalizando 8 dias/ano.
-
41
Consideraremos a incidncia de 3 faltas nessas circunstncias, mais 6 dias de afastamento por
motivo de acidentes de trabalho, greves, falta ou atraso na entrega de materiais ou servios na
obra e outras dificuldades (estimativa), ou seja 9 dias, que somados aos 3,98 dias de chuva
totalizam 12,98 dias por ano:
12,98 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 4,57%
B = 39,17% (Total)
2.6.3.1.3 Grupo C: Encargos Sociais que no recebem as incidncias globais de A
C1 Depsito por despedida injusta [50% sobre A2 + (A2 x B) = 5,56%]: A referida taxa
destina-se a prover o depsito de 40% sobre o valor do Fundo de Garantia, as que esto
obrigados os empregadores quando dispensam empregados sem justa causa. Na indstria da
construo civil, mais do que em qualquer outra, tal fato ocorre com maior freqncia, eis que
ao trmino de um dado volume de obras, e, sobretudo na eventual falta de outras, os
empresrios recorrem resciso contratual, para no sobrecarregar inutilmente as suas folhas
de pagamento. Tero agora, no ato da dispensa sem culpa do empregado, de depositar 40%
sobre o que estiver na conta do FGTS em nome desse empregado.
Sabendo-se que a taxa de 8% do FGTS recai tambm sobre os encargos que capitulamos no
item "B", ser necessrio completar os 8% com mais essa reincidncia. Neste caso, os 40% do
depsito obrigatrio a que aludimos dever incidir sobre 8% + (8% x 39,17%).
A lei complementar N. 110, de 29.06.2001, instituiu uma contribuio adicional de dez por
cento sobre o total dos depsitos do FGTS quando a empresa demite o trabalhador sem justa
causa, com vigncia a partir de 01/10/2001. Essa contribuio refere-se reposio dos
expurgos ocorridos nos Planos Vero (Fevereiro de 1989) e Collor 1 (Maro de 1990) sobre
os depsitos do FGTS. Assim, a multa passa de 40% para 50% para as dispensas
injustificadas. Como a Lei no define prazo de vigncia, possvel que as empresas venham a
pagar os 10% at que o patrimnio do FGTS seja reconstitudo. Teremos:
0,50 x [0,08 + (0,08 x 0,3917)] x 100 = 5,56%
C2 Frias (14,06%): Dada a taxa de rotatividade na construo civil, as frias anuais sero
necessariamente indenizadas. Dessa forma, obtm-se: 30 x 7,3333 x 100 / 2081,34 = 0,57%
-
42
Conforme o que dispe o artigo 7, inciso XVII, dos direitos sociais previsto pela
Constituio da Repblica Federativa do Brasil, as frias anuais devem ser remuneradas com,
pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal. Assim, teremos:
10,57 x 1,33 = 14,06%
Conforme Decreto N. 90.817, de 17.01.1985 - DOU 18.01.1985 e Lei 8212 e 8213/91 (Plano
de Custeio e Plano de Benefcios da Previdncia Social, art.28, 9), alterada pela Lei 9528
(10.12.97), no incide contribuio previdenciria nos casos de frias indenizadas (integrais
ou proporcionais), no gozadas, mas pagas em dinheiro, ao final do contrato de trabalho.
C3 Aviso Prvio (13,12%): H dois casos distintos de aviso prvio:
a) 100% indenizado ( 1, art.487, da CLT);
b) com horrio reduzido de duas horas dirias, sem prejuzo do salrio, conforme art.488 da
CLT.
Partindo-se da hiptese que em construo civil, do total dos casos de aviso prvio, 100%
pertencem ao tipo a. e considerando-se ainda que o tempo mdio de permanncia na obra de
um funcionrio 9,67 meses (*), conforme dados obtidos de boletim do CEBAT Ministrio
do Trabalho, temos:
30 x 7,3333 x 100 / (2081,34 x 9,67) = 13,12%
12
Conforme Lei 8212 e 8213/91 (Plano de Custeio e Plano de Benefcios da Previdncia Social,
art.28, 8), alterada pela Lei 9528 (10/12/97), no incide contribuio previdenciria nos
casos de aviso prvio indenizado. Apenas durante a vigncia da Medida Provisria 1523-7 (de
30/04/97 a 10/12/97) foi devida a cobrana: C = 32,74% (Total).
2.6.3.1.4 Grupo D: Taxa de Reincidncia
D1 Reincidncia de A sobre B. (37,80% x 39,17%) = 14,81%: Calculando a incidncia
dos 37,80% do agrupamento representado pelos encargos sociais bsicos, sobre os 39,17%
dos que recebem a sua reincidncia, deve-se acrescentar ao total mais 14,81%.
D2 Reincidncia de (A A9). Sobre C3. (36,80% x 13,12%) = 4,83%: O decreto 6.727,
de 12-1-2009, determina a incidncia de contribuio previdenciria sobre o valor pago a
-
43
ttulo de aviso prvio indenizado e cumpre considerar ainda a influncia do Fundo de Garantia
por Tempo de Servio sobre o aviso prvio indenizado, conforme Instruo Normativa N. 3
de 26.06.96, da Secretaria de Fiscalizao do Trabalho.
36,80 % sobre 13,12% = 4,83%.
D = 19,63% (Total)
Encontramos assim a porcentagem total que incide sobre o valor nominal da mo-de-obra
operacional aplicada na indstria de construes, quando se executam oramentos pelo
sistema de composies de preos unitrios: 129,34%.
2.6.3.2 Encargos Sociais - Mensalista
Os encargos sociais para o regime mensalista seguem a seguinte metodologia:
Para o Grupo A - Encargos Sociais Bsicos acompanham o mesmo disposto nos encargos
utilizados para o regime horista. Para os demais grupos B, C e D conforme disposto abaixo:
2.6.3.2.1 Grupo B: Encargos Sociais que recebem as incidncias de A
B1 13 salrio (8,22%): Atravs da Lei 4.090 de 13.07.1962, os empregadores esto
obrigados ao pagamento de um 13 salrio, a ser liquidado no ms de dezembro de cada ano,
podendo a primeira metade ser paga por ocasio das frias dos empregados.
Relacionamos ento a influncia desses 30 dias sobre o montante das horas trabalhadas,
lembrando que de acordo com a lei 7787 de 30.06.89 o 13 salrio passa a receber incidncias
globais dos Encargos Bsicos:
30 x 7,3333 x 100 / 2676,65 = 8,22%
B = 8,22% (Total)
2.6.3.2.2 Grupo C: Encargos Sociais que no recebem as incidncias globais de A
C1 Depsito por despedida injusta [50% sobre A2 + (A2 x B) = 4,32%]: A referida taxa
destina-se a prover o depsito de 40% sobre o valor do Fundo de Garantia, as que esto
-
44
obrigados os empregadores quando dispensam empregados sem justa causa. Na indstria da
construo civil, mais do que em qualquer outra, tal fato ocorre com maior freqncia, eis que
ao trmino de um dado volume de obras, e, sobretudo na eventual falta de outras, os
empresrios recorrem resciso contratual, para no sobrecarregar inutilmente as suas folhas
de pagamento. Tero agora, no ato da dispensa sem culpa do empregado, de depositar 40%
sobre o que estiver na conta do FGTS em nome desse empregado.
Sabendo-se que a taxa de 8% do FGTS recai tambm sobre os encargos que capitulamos no
item "B", ser necessrio completar os 8% com mais essa reincidncia. Neste caso, os 40% do
depsito obrigatrio a que aludimos dever incidir sobre 8% + (8% x 8,22%).
A lei complementar N. 110, de 29.06.2001, instituiu uma contribuio adicional de dez por
cento sobre o total dos depsitos do FGTS quando a empresa demite o trabalhador sem justa
causa, com vigncia a partir de 01/10/2001. Essa contribuio refere-se reposio dos
expurgos ocorridos nos Planos Vero (Fevereiro de 1989) e Collor 1 (Maro de 1990) sobre
os depsitos do FGTS. Assim, a multa passa de 40% para 50% para as dispensas
injustificadas. Como a Lei no define prazo de vigncia, possvel que as empresas venham a
pagar os 10% at que o patrimnio do FGTS seja reconstitudo. Teremos:
0,50 x [0,08 + (0,08 x 0,822)] x 100 = 4,32%
C2 Frias (10,93%): Dada a taxa de rotatividade na construo civil, as frias anuais sero
necessariamente indenizadas. Dessa forma, obtm-se:
30 x 7,3333 x 100 / 2676,65 = 8,22%
Conforme o que dispe o artigo 7, inciso XVII, dos direitos sociais previsto pela
Constituio da Repblica Federativa do Brasil, as frias anuais devem ser remuneradas com,
pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal. Assim, teremos: 8,22 x 1,33 = 10,93%
Conforme Decreto N. 90.817, de 17.01.1985 - DOU 18.01.1985 e MP 1523-7 de 30/4/97,
no incide contribuio previdenciria nos casos de frias indenizadas (integrais ou
proporcionais), no gozadas, mas pagas em dinheiro, ao final do contrato de trabalho.
C3 Aviso Prvio (10,20%): H dois casos distintos de aviso prvio:
a) 100% indenizado ( 1, art.487, da CLT);
-
45
b) com horrio reduzido de duas horas dirias, sem prejuzo do salrio, conforme art.488 da
CLT.
Partindo-se da hiptese que em construo civil, do total dos casos de aviso prvio, 100%
pertencem ao tipo a. e considerando-se ainda que o tempo mdio de permanncia na obra de
um funcionrio 9,67 meses (*), conforme dados obtidos de boletim do CEBAT Ministrio
do Trabalho, temos:
30 x 7,3333 x 100 / (2676,65 x 9,67) = 10,20%
12
Conforme o decreto 6.727, de 12.1.2009, que altera o Regulamento da Previdncia Social,
revogando a no incidncia da contribuio previdenciria sobre o valor pago a ttulo de aviso
prvio indenizado.
C =25,45% (Total)
2.6.3.2.3 Grupo D: Taxa de Reincidncia
D1 Reincidncia de A sobre B (37,80% x 8,22%) = 3,11%: Calculando a incidncia dos
37,80% do agrupamento representado pelos encargos sociais bsicos, sobre os 8,22% dos que
recebem a sua reincidncia, deve-se acrescentar ao total mais 4,32%.
D2 Reincidncia de (A A9) sobre C3 (36,80% x 10,20%) = 3,75%: O decreto 6.727, de
12-1-2009, determina a incidncia de contribuio previdenciria sobre o valor pago a ttulo
de aviso prvio indenizado e cumpre considerar ainda a influncia do Fundo de Garantia por
Tempo de Servio sobre o aviso prvio indenizado, conforme Instruo Normativa n. 3 de
26/6/96, da Secretaria de Fiscalizao do Trabalho 36,80 % sobre 10,20% = 3,75%:
D = 6,86% (Total)
Total Geral (A+B+C+ D) = ( 37,80 +8,22 + 25,45 + 3,75 ) = 78,33%
Encontramos assim a porcentagem total que incide sobre o valor da mo-de-obra mensalista,
aplicada na indstria de construes sobre os valores de folha de pagamento: 78,33%. (ver
ANEXO 5).
-
46
2.6.4 Encargos Complementares
Os encargos complementares abaixo podem ser includos nos encargos sociais:
Vale-Transporte
Refeio Mnima (Caf da Manh)
Refeies
Seguro de Vida e Acidentes em Grupo
Cesta Bsica
Equipamentos de proteo individual;
Ferramentas
Segundo a PINI 2009, os itens abaixo discriminados tambm devem ser includos no clculo
de Leis Sociais. Porm, cada empresa deve adot-los segundo seu critrio, lembrando que
vale transporte e as refeies podem ser parcialmente deduzidas do Imposto de Renda
diminudas as parcelas cobradas dos empregados:
2.6.4.1 Adicionais Legais
A legislao trabalhista determina alguns adicionais que dependendo da situao devero
compor o clculo do salrio do trabalhador:
Trabalho Noturno
Insalubridade
Periculosidade
2.6.4.2 Trabalho Noturno
Corresponde a um acrscimo de 20% sobre a remunerao da Hora diurna. O Adicional
Noturno definido pela lei como sendo o perodo entre as 22 horas de um dia e s 05 horas do
dia seguinte. Essas jornadas so de 7 horas e equipara-se jornada diurna de 8 horas. A
diferena se deve ao fato de que a lei considera a hora noturna como tendo durao de 52,5
minutos. Assim sendo a majorao ser de (60/52, 5x1, 20) = 1,3714%.
-
47
2.6.4.3 Insalubridade
Segundo Mattos (2006, p. 94):O adicional de insalubridade devido quando ocorre exerccio de trabalho emcondies insalubres, ou seja, em atividades ou operaes que, por sua natureza,condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados e agentes nocivos sade acima dos limites de tolerncia fixados em razo da natureza e da intensidadedos agentes e do tempo mximo de exposio aos seus efeitos (Consolidao dasleis do trabalho art. 189).A versatibilidade de escala da insalubridade forou sua classificao em gruas deintensidade: mxima, mdia e mnima. A Norma Regulamentadora NR-15 traz umquadro que classifica cada fonte de insalubridade conforme o grau.
O adicional de insalubridade tem como base de clculo o salrio mnimo e varia conforme o
mesmo:
Grau Adicional
Mnimo 10%
Mdio 20%
Mximo 40%
2.6.4.4 Periculosidade
Segundo Mattos (2006, p. 95):O Adicional de periculosidade devido quando ocorre exerccio de trabalho, ematividades ou operaes perigosas que, por sua natureza ou mtodos de trabalho,impliquem o contato permanente com inflamveis ou explosivos em condies derisco acentuado (CLT art. 193).A periculosidade uniforme e dispensa graduao indenizatria, ou seja, seupercentual nico: 30% sobre o salrio do empregado no sobre o salrio mnimocomo na insalubridade.
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade no se acumulam. Aplica-se o que for mais
vantajoso para o trabalhador.
2.7 BDI
2.7.1 Definio
-
48
A sigla BDI vem da expresso em ingls Budget Difference Income, e possui a traduo de
Receita Adicional alm do Oramento. A traduo para o portugus estabelece o termo
Bonificao e Despesas Indiretas.
Em resumo, o BDI uma percentual que apropria os custos indiretos, tributos administrao
central, encargos financeiros, riscos e a margem do lucro planejado, e que acrescido aos
custos diretos, formam o preo de venda de um empreendimento.
2.7.2 Composio
O BDI composto por um conjunto de despesas que envolvem a obra e que no podem ser
mensurados na planilha dos custos diretos.
So componentes do BDI:
Custos Indiretos
Instalaes Provisrias
Mo-de-obra Indireta
Equipamentos
Mobilizao e Desmobilizao da Equipe
Administrao Local
Administrao Central
Encargos Financeiros
Riscos e Eventuais
Tributos
Lucro
2.7.2.1 Custos Indiretos
Compreende na valorizao dos custos que so parte integrante da obra, mas que no so
apropriados nos clculo das CPUs, pois no so aplicados diretamente em servios presentes
no escopo do projeto.
Os custos indiretos so variveis diretamente ligados ao prazo e ao tipo da obra. So
componentes do Custo Indireto:
-
49
Instalaes Provisrias: Pose ser tratado tambm como Canteiro de Obra, trata-se da
implantao de toda estrutura necessria que dar o suporte fsico para os profissionais e
condies gerais para a execuo da obra. (ver ANEXO 6).
Mo-de-obra Indireta: Trata-se de todos os profissionais que embora envolvidos
indiretamente ou diretamente na obra, no so apropriados nas CPUs. Nesse grupo podemos
citar: engenheiro, mestre-de-obras, tcnico de segurana, almoxarife, vigia, engenheiro de
segurana do trabalho, encarregados motoristas etc., (ver ANEXO 7).
Equipamentos: Trata-se dos equipamentos utilizados na execuo da obra que o no so
apropriados na CPUs. Compreendem os veculos leves, betoneira, compressor, retro-
escavadeira, caminho pipa, trator, pick-up, mquina de solda, andaimes, etc., (ver ANEXO
8).
Mobilizao e Desmobilizao da Equipe: Para o item de mobilizao e desmobilizao,
devem-se considerar todas as despesas necessrias para o inicio e trmino das atividades
baseado nas condies gerais da obra. (ver ANEXO 9).
Administrao Local: Inclui todos os custos preliminares para o inicio dos servios, todas as
despesas necessrias para a manuteno da estrutura montada na localidade da obra e os
custos diversos especficos exigidos, assim sendo, pode-se considerar que a administrao
local torna-se a uma mini filial provisria da empresa na localidade onde so realizados os
servios. (ver ANEXO 10).
2.7.2.2 Administrao Central
A Administrao Central, tambm tratada como Incidncia na Matriz. So as despesas
ocorridas na sede da empresa a qual fornece a estrutura gerencial para a realizao das obras.
Para a manuteno da sede necessrio que cada obra contribua com um percentual cujo esse
rateio realizado dependendo do porte de cada empreendimento. Esse valor poder variar de
3% a 12%. Segue a frmula para clculo da Administrao Central:
AC% = AC x 100%
C.anual
-
50
Onde:
AC = Custo da Despesa Anual c/ Adm. Central
C.anual = Custo Direto Anual
Para maiores anlises (ver ANEXO 11).
2.7.2.3 Custos Financeiros
Resume na necessidade da empresa a buscar emprstimo em instituies financeiras esse
recurso utilizado para inicio dos servios ou por condies de pagamento do contrato. Segue
a frmula para clculo dos Custos Financeiros:
n/30
CF% = ((1+i) 1))
i = Taxa de juros mensais de aplicaes financeiras
n = Nmero de dias decorridos entre a data do desembolso e a efetiva data do recebimento
contratual.
2.7.2.4 Riscos e Eventuais
So verbas consideradas em propostas conforme o nvel de detalhamento do edital e as
condies gerais do empreendimento.
Segundo o PMI o gerenciamento de riscos deve ser efetuado pelo desenvolvimento de seis
atividades:
Identificao de riscos;
Anlise qualitativa;
Anlise quantitativa;
Planejamento de respostas a riscos;
Monitoramento e controle de risco;
Planejamento de gerenciamento de riscos.
-
51
2.7.2.5 Tributos
So tributos federais e municipais obrigatrios que incidem sobre o faturamento ou lucro das
empresas.
Tributo Municipal: Trata-se de um tributo municipal cobrado pela prestao de servios no
local de execuo da obra ou de servio.
ISS Imposto sobre servio: Cada municpio estabelece uma alquota que vai de 2,0% a
5,0 % sobre a despesa da mo-de-obra no local de execuo da obra. Nas faturas de servios
de execuo dever haver a meno explcita da utilizao de materiais e estar indicado o
valor correspondente parcela da mo de obra.
Tributos Federais: So Tributos obrigatrios que incidem sobre o faturamento das empresas.
PIS Programa de Integrao Social
COFINS Financiamento de Seguridade Social
IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurdica
CSLL Contribuio Social p/ Lucro Lquido
O Clculo do IRPJ e CSLL depende do regime tributrio adotado, estabelece duas formas de
apurao do lucro:
Lucro Real - Os tributos incidem sobre o lucro operacional da empresa.
Lucro Presumido - Os tributos incidem sobre o preo de venda da obra.
Clculo do IRPJ e CSLL para o regime de Lucro Real
IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurdica 15% sobre o lucro real da empresa at
R$ 20.000,00 por ms. Caso o lucro exceda R$ 20.000,00 por ms, incide um adicional de
10% , passando para uma alquota de 25%.
CSLL - Contribuio Social p/ Lucro Lquido 9% sobre o lucro real da empresa at
R$ 20.000,00 por ms.
-
52
Lucro Real Tabela Exemplo:
Tributos %
ISS 1,5% a 5,00 %
CONFINS 3,00 %
PIS 0,65 %
IR 15% / 25%
CSLL 9 %
ISS, CONFINS e PIS - Apurados sobre o preo de venda.
ISS - Varivel por localidade.
IR E CSLL - Apurados sobre o lucro real.
Clculo do IRPJ e CSLL para o regime de Lucro Presumido
IRPJ Imposto de Renda de Pessoa Jurdica, alquota 15%. Base de Clculo 8% da receita
bruta (estabelecida governo). Forma de Clculo - 0,15 x 8% - 1,2% sobre o preo de venda
CSLL - Contribuio Social p/ Lucro Lquido. Alquota - 9%. Base de Clculo - 12% da
receita bruta (governo). Forma de Clculo - 0,09 x 12% - 1,08% sobre preo de venda.
Lucro Presumido:
Despesas tributrias Prestao de Servio por Preo Global
Tributo Receita Base Alquota Incidncia
CONFINS 100% 100% 3,00% 3,00%
PIS 100% 100% 0,65% 0,65 %
IRPJ 100% 8% 15,00% 1,20 %
CSLL 100% 12% 9,00 % 1,08%
ISS 100% X 1,5 a 5% YFonte: Silva, 2005, pg. 60/61
-
53
Despesas tributrias Prestao de Servios de Mo de Obra
Tributo Receita Base Alquota Incidncia
CONFINS 100% 100% 3,00% 3,00%
PIS 100% 100% 0,65% 0,65 %
IRPJ 100% 32 % 15,00% 4,80 %
CSLL 100% 32% 9,00 % 2,88%
ISS 100% X 1,5 a 5% YFonte: Silva, 2005, pg. 60/61
Tributos Diversos: Aqueles que so includos nas notas fiscais dos fornecedores de materiais
de construo e servios:
IPI - Imposto sobre produto industrializado;
ICMS Imposto sobre circulao de mercadorias e servios;
II Imposto de importao;
2.7.2.6 Lucro
Tambm conhecido como: Margem ou Resultado, o percentual destinado de remunerao a
empresa contratada.
O percentual usualmente aplicado para esse fim gira em torno de 5% a 12% do valor da obra
e pode variar de acordo com a estratgia utilizada pela empresa e/ou com o tipo de obra.
2.7.3 Preo de Venda
O clculo do Preo de Venda e o BDI, realizado tendo por base a planilha de oramento,
contendo todos os custos diretos e indiretos, bem como os custos referentes aos encargos
financeiros, administrao central, impostos e lucro. Os valores do Preo de Venda e do BDI so,
ento obtidos, a partir desses dados, aplicando-se as frmulas descritas abaixo:
Preo de Venda:
PV = (CD + CI + AC + CF + R)
1 ( T% + L% )
-
54
BDI:
BDI = PV - 1 x 100
Custo Direto
2.7.4 Nova Metodologia do BDI
A nova metodologia do BDI, elaborada pelo Engenheiro Civil Paulo Roberto Vilela Dias,
MSc, elimina o conceito de Custos Indiretos do BDI e adotada planilhas especficas para
itens Mobilizao / Desmobilizao e Administrao Local, sendo assim, os mesmos passam
a ser apurados como Custos Diretos; O BDI ser composto exclusivamente por Administrao
Central, Lucro e Impostos incidentes sobre o Preo de Venda e Despesas Financeiras
incidentes sobre o Custo Direto.
2.7.5 Consideraes sobre o BDI
Os impostos que entram no BDI so somente aqueles que incidem sobre o faturamento (preo
de venda):
Imposto Incidncia
CONFINS BDI
PIS BDI
ISSQN BDI
IRPJ / CSLL BDI
ICMS Material
IPI Material e Equipamento
INSS / FGTS Encargos
IPVA Equipamento
-
55
As propostas comerciais, na maioria das vezes, no apresentam a mesma taxa de BDI;
O BDI real no possui uma taxa superior preestabelecido;
Empresas podem apresentar BDI diferentes para a mesma concorrncia;
Obras de grande porte, prazo extenso e metodologia simples tendem a ter um BDI
menor, enquanto obras de pequeno porte, prazo rpido e metodologia complicada
tendem a um BDI maior.
O BDI diferenciado uma alternativa que pode ser adotada a qual preserva o preo
final, porm no se aplica a todos os servios uma taxa de BDI nica, praticando um
desbalaneamento do BDI na planilha de venda.
-
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3 RECURSOS DE ANLISES
3.1 Planejamento Bsico
O planejamento bsico consiste no dimensionamento das equipes para a realizao de
determinadas atividades conforme os parmetros de produtividade e prazo, composto pela
ordem cronolgica de execuo e ligado com as atividades Antecessoras e Sucessoras.
O recurso de planejamento liga as Atividades aos Prazos de execuo durante o perodo
de obra.
3.2 Curva ABC
A curva ABC, que significa a Atividade Baseada no Custo, consiste no mtodo de
classificao dos insumos ou servios conforme o maior impacto financeiro no
empreendimento.
3.3 Histogramas
Recurso de planejamento que liga os insumos destinados execuo de atividades em um
determinado perodo de tempo, aplicado a Mo-de-obra Direta e Indireta e Equipamentos.
3.4 Organogramas
Recurso de planejamento que discrimina uma hierarquia de funes para determinado
empreendimento.
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4 TIPOS DE CONTRATAO
Podemos dividir os tipos de contratao nas seguintes modalidades:
4.1 Preos Unitrios;
Segundo Tisaka (2006, p. 29):Custo direto mais BDI. O custo unitrio composto pela soma de todos os custosunitrios mais todos os custos diretamente relacionados com a produo. O CustoUnitrio de cada servio o resultado do produto Quantidade x Preo Unitrio dacada um dos insumos, os quais, multiplicados pelo BDI, viram Preo Unitrio. Opreo total a soma de todos os resultados parciais dos servios envolvidos.O pagamento feito atravs da medio no campo dos quantitativos dos serviosrealizados a cada perodo.
4.2 Preo Global;
O Custo Direto global mais BDI, nesse caso as quantidades dos servios sopreviamente determinadas, arcando o consultor com os riscos de um eventual errona quantificao de cada servio. A medio no campo dos servios realizadosnormalmente se faz pela determinao do percentual executado de cada servio, ato limite do valor proposto.As eventuais modificaes de projetos, ou a existncia de situaes imprevisveis eque venham alterar os quantitativos previstos, so pagas parte. (TISAKA, 2006, p.29)
4.3 Administrao
A taxa de administrao sobre os custos gerais da obra cobrada previamente, sendo que ser aplicada mensalmente sobre os gastos da obra. Existem alternativas destamodalidade que incluem reembolsos de determinados gastos e pagamentos fixospara determinados itens de custos. (TISAKA, 2006, p.29)
4.4 Sistema Misto
Trata-se de um sistema misto, onde parte paga por preos unitrios e as demais poradministrao ou pelo sistema de reembolso.Nesta modalidade pode-se estabelecer metas de prazos e de gastos, com oestabelecimento de prmios e multas pelos alcances das metas e pelos atrasos.(TISAKA, 2006, p.29)
-
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CONCLUSO
Como visto, a elaborao de um oramento envolve uma srie de procedimentos tcnicos que
aliado a experincia resultam em um forte patamar de confiana, entretanto, para todo
oramento preciso uma apurao criteriosa de todos os detalhes, ressaltando que a
similaridade de obras pode-se tornar uma armadilha. preciso tratar cada oramento de uma
maneira particular, oramento no tabelado calculado, oramento no histrico e sim um
trabalho tcnico de engenharia.
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REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS
CARDOSO, Roberto S. Oramento de obras em foco: um novo olhar sobre a engenharia de custos. So Paulo: Editora Pini, 2008.
DIAS, Paulo R. V. Engenharia de Custos: metodologia de oramento para obras civis. 5 ed. Itaperuna, RJ: Hoffmann Ltda., 2005.
MATTOS, Aldo D. Como preparar oramentos de obras: dicas para oramentistas, estudos de caso, exemplos. So Paulo: Editora Pini, 2006.
MINAS GERAIS. CUB Custo Unitrio Bsico. In: CUB Definio e principais aspectos. Minas Gerais, 2009. Disponvel em: http://www.sinduscon-fpolis.org.br/index.asp?dep=45. Acesso em: 9 set. 2009.
REVISTA ARQUITETURA E CONSTRUO Edio especial Dicionrio da obra n. 191A. So Paulo: Editora Abril S.A., mensal.
SILVA, Mozart B. da. Manual de BDI: como incluir benefcios e despesas indiretas em oramentos de obras de construo civil. So Paulo: Edgard Blcher, 2005.
TCPO 2000: tabelas de composio de preos para oramentos. 1 ed. So Paulo: Pini, 1999.
TISAKA, Maahiko. Oramento na construo civil: consultoria, projeto e execuo. So Paulo: Editora Pini, 2006.
http://www.sinduscon-fpolis.org.br/index.asp?dep=45
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ANEXOS
ANEXO 1 PROJETOS PADRO DO NOVO CUB M2
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ANEXO 2 PERCENTUAIS REFERENCIAIS
Etapas da Obra Porcentagem mnimaPorcentagem
mxima Discriminao da etapas
Limpeza do terrenoInstalao do canteiro de obraLigaes provisrias de gua e luzLocao da obraMovimentao de terraEscavaesReaterro apiloadoOutrosEstacas/brocasSapatas/blocosBaldramesRadierAlvenaria de embasamentoOutrosPilares de concretoVigas de concretoVergas e cintasLajesEscadas de concretoOutrosTijolosBlocosOutrosMadeiramentoTelhasOutrosDistribuio de gua quente e friaRamais de esgotoguas pluviaisCalhas e rufosLouasMetais sanitriosOutrosEntrada e poste de luzTubulaes e caixasQuadros de luz e foraFiaoAparelhos (interruptores etc.)LuminriasOutrosBaldramesLajes do piso trreoLajes de coberturaLajes de terraosCaixa-d'guaPisos de reas molhadasSubcoberturaOutrosBatentesPortasJanelasPortes e gradesFerragensParapeito de terraosCorrimos de escadasOutrosPisosParedes internasParedes externasTampos e soleirasForrosForros de gessoOutrosComunsTemperadosOutrosParedes internasParedes externasForrosPortasJanelasPortes e gradesOutrosLimpeza da obra
Outros0,5%
PERCENTUAIS REFERENCIAIS
2,0%
4,0%
15,0%
1,0%
6,5%
1,5%
2,0%
3,0%
14,0%
2,0%
10,0%
32,0%
8,0%
11,0%
19,0%
4,0%
4,0%
7,0%
2,5%
Pintura
Esquadrias
Revestimentos e acabamentos
Vidros
4,0%
5,0%
9,0%
Cobertura
Instalao hidrulica
Instalao eltrica
Valores mdios variveis de acordo com cada obra
Servios complementares
Servios preliminares
Fundao
Estrutura
Alvenaria
Impermeabilizao e isolamento trmico
4,0%
7,0%
22,0%
Fonte : Revista Arquitetura & Construo
TOTAIS 67,5% 132,5%
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ANEXO 3 - PLANILHA BSICA PARA VISITA OBRA
DATA :
CIDADE: ESTADO:
TIMA BOA REGUL. RUIM
DIST.
1 VT
2 UND
3 KM
4 DIA
5 MS
INSUMOS R$ UNID.
CIMENTO SACO
AREIA M3
BRITA M3
AO KG
MADEIRA M2
%
%
MS
RESPONSVEL PELAS INFORMAES
NOME ASSINATURA
OBSERVAES
REDE DE ESGOTO
VALOR DO ISS (IMPOSTO SOBRE SERVIO)
DATA BASE DA CATEGORIA DA CONSTRUO CIVIL
R$
R$
LIGAES DE REDES
PRXIMA DISTANTEREDES
DADOS GERAIS
TAXA MDIA DOS ENCARGOS SOCIAS
R$
R$
PREO ALUGUEL DE CASA
R$
R$
COTAO DE PREOS
SALRIO
R$
CATEGORIA
PREO PARA O TRANSPORTE INTERNO R$
R$
PREO DE ALIMENTAO
PREO DE FRETES
PREO DE HOSPEDAGEM
R$
PESQUISA DE PREOS MDIOS
REDE ELTRICA
INFRA ESTRUTURA DA CIDADE
TOPOGRAFIA DO TERRENO
ITENS BSICOSDADOS GERAIS DA OBRA
CLIENTE:
TTULO DA OBRA :
ENDEREO :
CONDIES DO ACESSO
PLANILHA BSICA EXEMPLO DE VISITA TCNICA
ENCARREGADO
CO
TA
OD
EIN
SUM
OS
CO
TA
OM
O
DE
OB
RA
OFICIAL 1
OFICIAL 2
VIGIA
SERVENTE
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ANEXO 4 EXEMPLO DE EAP
Objeto DataLocal Revis.
ITEM DESCRIO QUANT. UNID. R$ UNIT. R$ TOTAL
1 SERVIOS PRELIMINARES
1.1 Mobilizao e Desmobilizao vb
1.2 Locao da obra m2
1.3 Cercas de isolamento da obra de trama horizontal PVC, h = 1,20m m2
1.4 Container metlico para depsito/vestirio 2,30x6,00m vb
1.5 Container metlico para sanitrio 2,30x4,30m - 20 funcionrios vb
Sub Total R$ 0,00
2 FUNDAO
2.1 Estacas
2.1.1 Mobilizao dos equipament