Metodologias no design e na interação

20
Aprendendo com o Desenho Industrial: Uma Análise de Metodologias Aplicadas ao Design de Interação Gil Barros e Carlos Zibel Costa Análise: Guilherme Couto Nuno Jardim

description

Mini-seminário de alunos sobre Design de Interação - Pós em Ergodesign e Usabilidade - PUC-Rio - 2010.

Transcript of Metodologias no design e na interação

Page 1: Metodologias no design e na interação

Aprendendo com o Desenho Industrial:

Uma Análise de Metodologias Aplicadas ao Design de Interação

Gil Barros e Carlos Zibel Costa

Análise:Guilherme Couto

Nuno Jardim

Page 2: Metodologias no design e na interação

Introdução

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Especificamente este trabalho propõe umacomparação entre as metodologias presentes naárea de desenho industrial e design de interação, e procura verificar como o design de interação pode ser aprimorado com base nesta comparação.

Page 3: Metodologias no design e na interação

Etapas Sub-etapas

1. análise do problema e pesquisa1. problematização2. análise3. definição do problema

2. geração de alternativas 4. anteprojeto geração de alternativas

3. seleção de alternativas 5. avaliação, decisão, escolha

4. Realização 6. realização7. análise final da solução

Metodologia Linear

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Bonsiepe (1984)

Desenho Industrial

Page 4: Metodologias no design e na interação

Guilherme Couto / Nuno Jardim

As etapas são executadas numa ordem pré-definidaSem revisõesVisão mais racionalistaPropõe um processo unidirecional de resolução de problema.

Metodologia LinearDesenho Industrial

Page 5: Metodologias no design e na interação

Metodologia da Retroalimentação

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Uma evolução da metodologia linear, pois percebeu-se que eram necessárias revisões e que se retornasse a etapas anteriores, devido à descoberta de novas informações.

Bürdek (2005)

Desenho Industrial

Page 6: Metodologias no design e na interação

Metodologia Espiral

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Bonsiepe (1984)

Etapas básicas que são executadas diversas vezes sempre na mesma ordem

Cada ciclo aumenta-se gradativamente a definição da solução

Cada "revolução" o projeto caminha em um eixo ortogonal ao plano circular

Desenho Industrial

Page 7: Metodologias no design e na interação

Metodologia de Geração e Redução

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Bonsiepe (1984)

A sequência entre elas pode ser alterada de acordo com o problema sendo resolvido.

Um processo iterativo de geração e redução de variedade

Alguns artefatos são mais voltados para a simulação real do objeto sendo projetado enquanto outros buscam uma representação mais técnica e abstrata.

Desenho Industrial

Page 8: Metodologias no design e na interação

Metodologia de Geração e Redução

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Avaliação dos Artefatos

1. “Autocomunicação" (exemplos: croquis e modelos preliminares)

2. Simulação (exemplos: renderings, mocku-ups)

3. Comunicação técnica (exemplos: desenhos deex ecução, modelos de fabricação)

Desenho Industrial

Page 9: Metodologias no design e na interação

Início do Design de Interação

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Design de Interação

"Raízes nos modelos de engenharia de software e nos ciclos de vida da IHC" (PREECE; ROGERS; SHARP, 2002)

As interfaces eram projetadas para que outros profissionais utilizassemos computadores e nesta época são envolvidos nos processos profissionais da área de psicologia. Estas duas áreas, ciências exatas e psicologia, formam a base do conhecimento na área de IHC.

Apenas em meados dos anos 90 que profissionais da área do design passam a fazer parte do processo de design de interfaces computacionais de formamais consistente.

Page 10: Metodologias no design e na interação

Início do Design de Interação

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Design de Interação

A etapa de design de software está preocupada em dar forma e descreveros componentes (configurar e documentar), mas não diz respeito à descoberta de necessidades do usuário ou a invenção, que devem ocorrer na etapa anterior, de requisitos de software.

Buxton (2007) traz uma citação que afirma: "… em projetos desoftware, por exemplo, a fase de design e construção são sinônimos" (NOKES et al., 2003 apud BUXTON, 2007).

Page 11: Metodologias no design e na interação

Metodologia em Cascata

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Design de Interação

Na sua origem é umametodologia linear, com etapas bem definidas,onde cada etapa precisa estar completa antes de se passar para a etapa seguinte.

Retroalimentações noprocesso, mas não existe a idéia cíclica de diversas interações de desenvolvimento

Preece, Rogers e Sharp (2002)

Page 12: Metodologias no design e na interação

Metodologia em Espiral

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Design de Interação

Diversas etapas executadas de maneira cíclica, aumentando o nível de definição a cada revolução.

Avaliar o produto ao longo do seu desenvolvimento, e nãoapenas no final do processo.

Page 13: Metodologias no design e na interação

Metodologia em Estrela

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Design de Interação

As etapas são definidas,mas não o ordenamento entre elas, e a avaliaçãotem uma importância muito grande.

É possível passar de uma etapa para qualquer outra, desde que passando antes por uma etapa de avaliação

Page 14: Metodologias no design e na interação

Metodologia de Engenharia de Usabilidade

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Design de Interação

Composto de três grandes etapas, sendo que a etapa intermediária (projeto/teste/desenvolvimento) é a maiscomplexa, subdividida em três níveis aumentando o nível de definição do projeto.

Estrutura de retroalimentação, mas que propõe um mecanismo de validação na sua etapaintermediária.

Page 15: Metodologias no design e na interação

Processo apresentado por Moggridge

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Design de Interação

Composta por dez etapas, organizadas de maneira cíclica edividida em três grandes grupos: compreensão, geração e seleção.

"modelo fliperama" onde o designer (ou equipe) alterna rapidamente entre as etapas emuma sequência que pode parecer desordenada, mas na verdade é guiada pelo julgamento do designer.

Page 16: Metodologias no design e na interação

Avaliação de Artefatos

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Avaliação dos Artefatos

Menos estruturados: (sketches)

2. Simulação (exemplos: renderings, mocku-ups)

Mais estruturados: (protótipos)

Design de Interação

Avaliação dos Artefatos

Não difere sketches de protótipos

Preece, Rogers e Sharp (2002)

Buxton (2007)

Page 17: Metodologias no design e na interação

Pressupostos e conhecimento explícito

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Desenho Industrial IHC

"A metodologia apresenta fases nunca sejam exatamente separáveis no caso real. Elas se entrelaçam umas às outras, com avanços e retrocessos." (LÖBACH, 2001)

A presença de um pensamento mais espontâneo e intuitivo é aceita como uma das etapas no processo de design.

Metodologias apresentadas nafase IHC do design de interação tem um caráter muito mais prescritivo de sequência a ser seguida e respeitada.

Sempre um caminho explícito e racional, não existe espaço para o conhecimento tácito, implícito.

Conclusões

Conclusão A aparente semelhança entre as metodologias apresentadas não se verifica na prática, pois os pressupostos que as orientam são distintos.

Page 18: Metodologias no design e na interação

Modelos e protótipos

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Desenho Industrial IHC

Taxonomia que define claramente três tipos de modelos, os de "autocomunicação" os de simulação e os de comunicação técnica.

Existe uma indefinição muito maior. Existem objetivos distintos entre um esboço (mais ligados à "autocomunicação") e protótipos (simulação), mas não deixa clara esta diferença. Além disto, não menciona os artefatos de comunicação técnica.

Conclusões

Conclusão Este tipo de generalização presente no IHC não parece interessante, pois é útil para um especialista da área ter um nome melhor definido para artefatos tão diferentes quanto um desenho rápido de rascunho e um modelo funcional implementado em software.

Page 19: Metodologias no design e na interação

Considerações Finais

Guilherme Couto / Nuno Jardim

Conclusões

Em termos de metodologias quanto de artefatos o design de interação está se aproximando cada vez mais das práticas tradicionais de design.

Enquanto que a fase IHC do design de interação tinha pressupostos e práticas mais ligados à engenharia, atualmente estes modelos são mais semelhantes ao que encontramos tradicionalmente nas disciplinas de design .

As metodologias de design de interação podem ser aprimoradas tendo como modelo as metodologias do desenho industrial, principalmente observando os seus pressupostos e seus artefatos;

Seria interessante uma melhor classificação dos artefatos utilizados no design de interação, como existe no desenho industrial;

Tendo suas origens na engenharia, atualmente o design de interação migrou desta área para se tornar uma disciplina de design, e está cada vez mais próximo de disciplinas desta área, como o desenho industrial.

Page 20: Metodologias no design e na interação

Bibliografia

Guilherme Couto / Nuno Jardim

ABRAN, A.; MOORE, J.; BOURQUE, P.;DUPUIS, R.. SWEBOK: Guide to the Software Engineering Body of Knowledge, IEEE Computer Society, Los Alamitos, 2004.BAXTER, M.. Projeto de Produto, Edgard Blücher, São Paulo, 2000.BONSIEPE, G.. Teoría y práctica del diseño industrial, Gustavo Gili, Barcelona, 1978.BONSIEPE, G.. Metodologia experimental: desenho industrial, CNPq, Brasília, 1984.BURDEK, B. E.. Design: The History, Theory and Practice of Product Design, Birkhäuser, Basel, 2005.BUXTON, B.. Sketching User Experiences: Getting the Design Right and the Right Design, Morgan Kaufmann, San Francisco, 2007.LÖBACH, B.. Design industrial: bases para a configuração dos produtos industriais, Edgard Blücher, São Paulo, 2001.MAYHEW, D. J.. The Usability Engineering Lifecycle: A Practitioner's Handbook for User Interface Design, Morgan Kaufmann, San Francisco, 1999.MOGGRIDGE, B.. Designing Interactions, The MIT Press, Cambridge, 2007.MUNARI, B.. Das Coisas Nascem Coisas, Martins Fontes, São Paulo, 1998.NIELSEN, J.. Usability Engineering, Morgan Kaufmann, San Francisco, 1993.PREECE, J.; ROGERS, Y.; SHARP, H.. Interaction design: beyond human-computer interaction, Wiley, New York, 2002.STOLTERMAN, E.. The Nature of Design Practice and Implications for Interaction Design Research, International Journal of Design, 2, 55-65, 2008.SUTCLIFFE, A.. On the effective use and reuse of HCI knowledge, ACM Transactions on Computer-Human Interaction (TOCHI), 7, 197–221, 2000.