Métodos de investigação – Passagem dos Slides para Texto

Cap1 . Introdução

A ciência Psicológica Os Psicólogos desenvolvem teorias e fazem investigação para responder a questões sobre o comportamento e os processos mentais. A investigação psicológica fornece respostas que afectam indivíduos e a sociedade. Um exemplo é a investigação sobre os efeitos da violência dos media na juventude. Após cinco décadas de investigação, o que é que os psicólogos sabem sobre os efeitos comportamentais, emocionais, e sociais da violência nos media? A exposição à violência dos media causa um aumento da probabilidade de pensamentos, de emoções e de comportamentos agressivos, a curto e a longo prazo.

Violência dos media e agressividade Os efeitos da violência dos media são consistentes ao longo de uma variedade de estudos e de métodos da investigação, em várias amostras de pessoas, e vários tipos de media (por exemplo, TV, filmes, jogos de vídeo, Internet, música).~ Tipo de vídeo jogo nos jovens (pode ter mais níveis mas pelo menos 2. 1º vídeo jogos

violentos - grupo experimental, vídeo jogos estratégicos - grupo de controlo) 2º - Causa

Comportamento agressivos dos jovens - Consequência Causas - Variáveis independentes

Consequências - Variáveis dependentes Grupo de controlo é o que não tem o componente que não afecta os jovens.

Estudos longitudinais recentes associam a exposição frequente das crianças à violência dos media com a violência em adulto, nomeadamente com a violência física e os abusos inerentes à violência doméstica. A evidência da investigação confirma as teorias psicológicas que afirmam que a exposição à violência dos media: “activa” a agressividade primária e a excitação fisiológica, facilita a aprendizagem de comportamentos agressivos por imitação dos modelos observados, e insensibiliza face à violência. Os factores que influenciam a probabilidade de agressão como consequência da exposição à violência dos media incluem: As características dos espectadores (por exemplo, idade, identificação com os conteúdos agressivos exibidos), O ambiente social (por exemplo, educação parental), e os conteúdos dos media (por exemplo, o realismo das representações violentas, as consequências da violência). Ninguém é imune aos efeitos da violência dos media. Factor tempo: No estudo para mostrar e provar algo é necessário vários estudos ao

longo do tempo para ter confiança no mesmo. Por outro lado, para contrariar algum estudo basta ter um estudo que comprove o contrário do que os outros estudos.

O método científica O método científico” remete para:

Um conceito abstracto,

Não para uma técnica ou para um método particular. O método científico refere-se ao modo como os cientistas elaboram as questões e à lógica e aos métodos que usam para obter as respostas. O método cientifica parte de pressupostos (a realidade que podemos observar é

observável directa e indirectamente). Há questões que não podem ser testadas pelo método empírico e portanto não podem

ser formuladas pelo método científico e não podem ser testadas.

Dois aspectos importantes do método científico são:

A confiança no método empírico,

A atitude céptica que os cientistas adoptam face às explicações sobre o comportamento e os processos mentais. A Atitude céptica, mesmo face a muita literatura que vá num certo sentido sabemos que os estudos têm qualidades diferentes, temos de ter atitude crítica em relação aos métodos

científicos. Dado que todos os métodos tem limitações. Apoiar nestes dois pressupostos, confiamos á priori que a realidade que pode ser

estudada é possível ser estudada pelos métodos empíricos.

Uma atitude empírica para a obtenção de conhecimento dá ênfase:

À observação dos comportamentos que podem ser observados directamente,

À experimentação, na qual os cientistas empregam o controlo sistemático da situação a ser observada. Um estudo empírico quer dizer que tenho de observar directamente ou criar

operacionalização (regras que utilizo para transformar conceitos não directamente observáveis em indicadores directamente observáveis) Operacionalização - Como se observa e quantifica uma variável. (Como se mede, dadas as varias ferramentas, e depois quanto quantificamos, e como se limita os indicadores)

Para se desenhar estudos empíricos temos de ter variáveis observadas directamente e por outro lado fazer estudos que permitam experimentar e testar as relações entre estas

variáveis)

Ciência em Contexto

Contexto Histórico

O espaço da psicologia científica aumentou dramaticamente em 100 anos. A Associação de Psicologia Americana (APA) e a Sociedade de Psicologia Americana (APS) promoveram a ciência psicológica. Na viragem do século XX, os psicólogos adoptaram, desde logo, o método empírico como o melhor meio para desenvolver a ciência psicológica. A revolução informática foi um factor decisivo na mudança do comportamentalismo (behaviorismo) para psicologia cognitiva, como perspectiva teórica dominante na psicologia. A investigação faz-se num certo contexto histórico que tem a ver com a tecnologia que existe nessa altura. Os comportamentalistas constituíram enquanto campo da área científica,

tiraram-nos dos métodos interpretativos exclusivos e abriram os outros modos.

Contexto Social e Cultural

As questões, os recursos, e a aceitação dos cientistas são influenciados pelo zeitgeist existente - o espírito social e cultural da época em que são produzidos. Por conduzirem a investigação psicológica em contexto social e cultural, os cientistas são potencialmente susceptíveis de caírem no erro do etnocentrismo. As questões e os recursos disponíveis e a aceitação do público faz-se à luz do momento de um certo espírito cultural aceite numa certa cultura num certo momento. Qual o zeitgeist

deste momento no mundo - envelhecimento (envelhecimento com qualidade) porque dá

dinheiro e não nos faz perder dinheiro.

O risco é nós só investigar-mos o que temos dinheiro, e só investirmos nas áreas que são aceites socialmente pelo estereótipo do mundo.

Etnocentrismo

O enviesamento que resulta de se compreender o comportamento dos indivíduos de uma cultura diferente através da estrutura ou do ponto de vista da nossa própria cultura. Estar consciente da influência cultural. A forma como pensamos sobre nós próprios e sobre os outros é profundamente influenciada pela cultura em que vivemos. A nossa compreensão da psicologia é baseada na investigação feita principalmente no contexto cultural americano. O etnocentrismo pode influenciar as áreas de pesquisa e as questões que escolhemos investigar. Por exemplo:

Avaliamos mais as insuficiências/défices dos mais velhos (por exemplo, o declínio da memória) que os seus poderes (por exemplo, a sabedoria)?

Avaliamos mais as questões que associam agressão e etnia do que práticas educativas e etnia?

Ao desenvolver uma questão de investigação, tenha a certeza de que não está incorrer no etnocentrismo.

Considere a possibilidade de desenvolver uma questão de investigação que seja contrária à norma cultural. Um viés etnocêntrico pode influenciar a forma como interpretamos o comportamento. Considere, por exemplo, como estereotipamos as pessoas baseados na forma como se vestem e penteiam (por exemplo, “Góticos”, Hip-Hop). O seu comportamento já foi alguma vez interpretado em termos de enviesamento etnocêntrico?

Contexto Moral

Os cientistas respeitam os padrões mais elevados para a integridade e a conduta ética. Os cientistas não fabricam dados, não plagiam, nem seleccionam as descobertas da investigação. Os psicólogos consultam os princípios éticos da Associação Psicológica Americana. O código de ética ajuda investigadores a avaliar dilemas, tais como os riscos e benefícios associados à fraude e ao uso de animais na investigação

Questão de discussão: O método científico: Formas de conhecimento Etapa 1: O que é a verdade e como a conhecemos?

Como sabemos que algo é verdadeiro?

Que instituições na nossa sociedade afirmam dizer-nos coisas que são verdadeiras? R1 - opinião pessoal; opinião pública; afirmação de fontes credíveis R2 - Educação; Governo; Justiça; Religião; Média Etapa 2: Como funciona a Justiça? Para esta instituição identifique:

Um pressuposto na procura da verdade

Regras ou linhas orientadoras na procura de evidência sobre a verdade

A regra para decidir o que é verdadeiro R1 – presunção de inocência

R2 – mandatos busca, regras de apresentação de provas em tribunal R3 – “culpado, para além de dúvida razoável” A ciência, tal como outras instituições, também é guiada por:

Pressupostos

Regras de evidência – regras para recolher e identificar os factos

Regras de decisão

Curso de Métodos de Investigação proporciona uma introdução a este Método Científico

O Método científico é uma, entre outras, formas de conhecimento da verdade.

Pensar como um investigador: “Pensar como um investigador” é ser céptico a respeito das afirmações sobre as causas do comportamento e dos processos mentais — mesmo afirmações baseadas nos indispensáveis resultados científicos “publicados”. A evidência mais forte para uma afirmação sobre o comportamento vem da evidência convergente resultante de muitos estudos — embora os cientistas reconheçam que as afirmações são sempre probabilísticas. Os cientistas são similares aos detectives e outros no sistema legal - ambos os grupos procuram tomar decisões baseadas na evidência. No sistema legal, uma pequena quantidade de evidência leva à suspeita, mas é necessária uma grande quantidade de evidência para condenar alguém de um crime. Tal como a evidência legal, a evidência científica varia de acordo com o poder da evidência.

Descrição do comportamento

Predição sobre o comportamento

Evidência para a causa de um comportamento

Replicações (repetições) dos procedimentos para descobrirem a causa do comportamento.

Quanto mais forte for a evidência, mais confiança podemos ter nas afirmações sobre o comportamento.

Evidência e tomada de decisão:

Linhas gerais para Avaliação da Investigação em Psicologia: Não confundir pseudociência ou neociência com ciência.

Ser céptico.

Estar ciente que os cientistas podem discordar.

Ter em mente que a investigação é geralmente sobre médias.

Sempre que possível, vá à fonte original.

Começar a fazer investigação:

O que devo estudar?

Escolha um tema de investigação examinando matérias sobre psicologia em:

Revistas científicas de psicologia,

Livros e manuais,

Cursos.

Uma hipótese é:

Uma tentativa de explicação para um fenómeno,

É frequentemente formulada como uma predição juntamente com uma explicação para a predição.

Exemplos de hipóteses:

É suposto que os participantes da investigação que experimentam activamente jogos de vídeo violentos demonstrem mais agressividade após a exposição do que os que vêem passivamente violência na televisão porque a agressividade dos sujeitos que jogam é reforçada (recompensada) pelo facto do jogador ter um papel activo no jogo. É suposto que os participantes da investigação que experimentam activamente jogos de vídeo violentos demonstrem menos agressividade após a exposição do que os que vêem passivamente violência na televisão porque os participantes que jogam têm oportunidade de libertar impulsos agressivos no decurso dos jogos de vídeo; enquanto os espectadores passivos de violência na televisão não têm essa possibilidade durante a exposição.

Como devo desenvolver uma hipótese para testar na minha investigação?

Pense sobre desvios (excepções) a uma tendência ou a um princípio geral. Imagine como se comportaria face a uma tarefa ou perante um problema específico. Considere problemas semelhantes com soluções conhecidas. Faça observações planeadas e continuadas de uma pessoa ou fenómeno (por exemplo, faça “um estudo de caso”). Crie “contra-exemplos” para uma conclusão óbvia sobre o comportamento. Procure ideias ou teorias a partir de outras disciplinas. Leia trabalhos de investigação em psicologia.

A questão de investigação é pertinente?

Por que é que esta questão poderá ser cientificamente importante? Qual é o âmbito desta questão? Quais serão os resultados prováveis deste projecto de investigação? Que avanço terá a ciência psicológica com a resposta a esta questão? Qual é o interesse dos resultados a obter na resposta a esta questão?

A perspectiva multi-método na investigação em Psicologia: A questão de investigação é pertinente? Por que é que esta questão poderá ser cientificamente importante? Qual é o âmbito desta questão? Quais serão os resultados prováveis deste projecto de investigação? Que avanço terá a ciência psicológica com a resposta a esta questão? Qual é o interesse dos resultados a obter na resposta a esta questão? Nenhum método ou técnica de investigação pode responder por si só a todas as diferentes questões. Uma vantagem importante da perspectiva multi-método é que os investigadores obtêm uma compreensão mais completa do comportamento complexo e dos processos mentais. Os investigadores reconhecem que não há um método perfeito para responder às questões — cada método ou medida do comportamento tem defeitos ou podem ser incompletos para responder inteiramente às perguntas de investigação. Usando métodos múltiplos, as falhas associadas a um método em particular são superadas pela utilização de outros métodos que “preenchem essas lacunas”. A perspectiva multi-método significa que temos uma “caixa de ferramentas” com diversos instrumentos para realizar a investigação. O foco desta disciplina é introduzir os diferentes utensílios de investigação e o modo de os utilizar.

Etapas do processo de Investigação:

Desenvolva uma questão de investigação:

Esteja consciente do etnocentrismo

Ganhe experiência pessoal realizando investigação

Leia a literatura sobre psicologia.

Formule uma hipótese de investigação.

Estude teorias da psicologia sobre esse tópico.

Considere a experiência pessoal, pense nas excepções, e detecte inconsistências na investigação precedente.

Operacionalize os conceitos:

Consulte as investigações precedentes para verificar como os outros investigadores definiram os mesmos constructos (conceitos).

Identifique as variáveis em estudo.

Escolha um delineamento de investigação.

Decida se a sua questão de investigação procura descrever, permite predizer, ou se identifica relações causais.

Escolha o delineamento apropriado para o estudo da sua questão de investigação.

Avalie as questões éticas:

Identifique os riscos e os benefícios potenciais da investigação e o modo como o bem-estar dos participantes será protegido.

Submeta o projecto de investigação a uma comissão de ética.

Obtenha autorização para realizar a investigação junto de uma autoridade competente.

Recolha e analise os dados; estruture as conclusões.

Conheça os dados.

Resuma os dados.

Confirme o que os dados revelam.

Comunique os resultados da investigação:

Apresente os resultados numa conferência de psicologia.

Submeta um artigo sobre a investigação a uma revista de psicologia.

Cap2 . O método científico:

Método científico:

- Método empírico: - Observação directa/indirecta (operacionalização)

- Experimentação - Controlo * Tipos de estudos empíricos:

- Experiencias causa manipulada -» efeito

- Preditivo/comparativo = selecciono e meço variáveis - Descritivos - medir, quantificar

- Atitude céptica**

Quando eu tenho um estudo que consigo controlar todas as outras explicações que podem ser a causa deste efeito então pode-se ter mais confiança.

100%? NAO porque mesmo controlando todas as variáveis a relação causa efeito é

probabilística, encontrada naquela amostra. Nestes casos perde-se a realidade geral pois essa variável não se expressa sem outras variáveis.

* Validação interna = confiança na relação causa-efeito.

Dentro dos estudos empíricos há outros métodos entre eles as experiências. Nas experiências a uma manipulação da causa, pode não se conseguir manipular a

causa, ex. características do sujeito. Neste caso o estudo teria de ser preditivo/comparativo correlacionar = seleccionar e medir as variáveis. (não posso ou não manipulei no estudo as

variáveis apenas medi ou estudei sujeitos com o nível de variável)

Validade ecológica - Quando se faz a experiencia em contexto real diminui-se o controlo

e aumenta e a validação sendo esta validação ecológica.

** Senão, que aspectos positivos e negativos a nestes estudos.

Nem sempre sabemos como as pessoas vão agir ou o que pensam. Precisamos de fazer investigação.

O método científico O método científico é o modo como os investigadores em psicologia adquirem conhecimento sobre o comportamento e os processos mentais. O método científico não é uma técnica ou ferramenta particular. É antes, uma abordagem/perspectiva global para a construção do conhecimento.

Abordagem Global:

Observação:

Controlo: Num estudo experimental, os cientistas investigam o efeito de vários factores, um de cada vez. Um estudo experimental tem, pelo menos, uma variável independente e uma variável dependente. Variável Independente (VI): Um factor que é manipulado ou controlado pelo investigador, de modo a determinar o seu efeito no comportamento. Um mínimo de 2 níveis: A condição experimental (tratamento) e a condição ou grupo de controlo Exemplo: No estudo de Pennebaker e Francis (1996), a VI era se os estudantes escreviam sobre a adaptação à universidade (condição experimental) ou sobre assuntos superficiais (condição de controlo). Variável Dependente (VD): A medida do comportamento que é usada para avaliar o efeito da variável independente. Exemplo: No estudo de Pennebaker e Francis (1996) sobre os efeitos da escrita emocional comparada com a escrita superficial, uma VD foi a Média das Notas Escolares (MNE). Na maioria da investigação psicológica, várias variáveis dependentes são medidas para avaliar os efeitos da variável independente. Por exemplo, Pennebaker e Francis também mediram a saúde dos estudantes.

Relatório:

Conceitos:

Constructos: Há muitos constructos psicológicos Exemplos: agressividade, depressão, emoção, inteligência, memória, personalidade, stress, bem-estar. Uma definição operacional é o procedimento específico utilizado para produzir e medir um constructo.

Vantagens das definições operacionais:

Permite aos cientistas definir de forma específica o que entendem pelos constructos que utilizam

Permitem uma comunicação clara entre os cientistas.

Desvantagens:

Existe um número ilimitado de definições operacionais para cada conceito particular.

Algumas definições operacionais podem não ter significado.

Para que um operacionalizador:

Preciso

Mensurável

Comparável (condições standard)

Válido (exacto, e expressar a natureza do conceito)

Exactas (medir a realidade do conceito)

Fiabilidade da medida (consistente)

Preciso

Fiável

Fidedigno

Fiel

Instrumentos:

Mensuração:

Mensuração física envolve dimensões que têm instrumentos e valores estandardizados consensuais. Exemplos: comprimento, peso, tempo Mensuração psicológica é usada para medir constructos para os quais não existem padrões ou instrumentos consensuais. Existem padrões consensuais para o que é considerado beleza, inteligência ou agressividade? Os Psicólogos desenvolvem medidas para avaliar ou medir, estes e outros constructos psicológicos.

Medidas devem ser válidas e fiáveis.

Validade refere-se à veracidade; uma medida válida é a que mede o que afirma/é suposto medir. Exemplo: Os exames das vossas cadeiras avaliam as matérias abordadas nas aulas e os textos recomendados?

Fiabilidade refere-se à consistência de uma medida:

Por exemplo, uma medida é considerada fiável quando diferentes observadores estão consistentemente de acordo sobre uma observação. Note que uma medida pode ser fiável mas não válida. Por exemplo, uma balança que mede consistentemente menos peso do que a pessoa realmente pesa é fiável mas não válida.

Hipóteses: Possibilidade de resposta a uma pergunta. Afirmação a comparar, proposta a uma resposta de investigação. Hipóteses vêm de resultados das investigações prévias.

Hipóteses não são testáveis se tiverem alguma destas 3 características:

Os Constructos não estão adequadamente definidos. Exemplo: As pessoas tornam-se agressivas depois de expostas a violência nos media porque a violência é “perturbadora”.

A hipótese é circular — o próprio acontecimento é usado como explicação do acontecimento. Exemplo: As pessoas tornam-se agressivas depois de expostas a violência nos media porque se tornam, verbalmente ou fisicamente, abusivas.

A hipótese recorre a ideias ou forças que não são reconhecidas pela ciência. Exemplo: As pessoas tornam-se agressivas depois de expostas a violência nos media porque ficam possuídas pelo Demónio.

Atitude: Questões metodológicas, analise sistemática das suas limitações (do método) e ver a influencia que isto pode ter no estudo.

Etapas do processo de desenvolvimento:

Desenvolva uma questão de investigação:

Esteja consciente do etnocentrismo

Ganhe experiência pessoal realizando investigação

Leia a literatura sobre psicologia.

Formule uma hipótese de investigação.

Estude teorias da psicologia sobre esse tópico.

Considere a experiência pessoal, pense nas excepções, e detecte inconsistências na investigação precedente.

Operacionalize os conceitos:

Consulte as investigações precedentes para verificar como os outros investigadores definiram os mesmos constructos (conceitos).

Identifique as variáveis em estudo.

Escolha um delineamento de investigação.

Decida se a sua questão de investigação procura descrever, permite predizer, ou se identifica relações causais.

Escolha o delineamento apropriado para o estudo da sua questão de investigação.

Avalie as questões éticas:

Identifique os riscos e os benefícios potenciais da investigação e o modo como o bem-estar dos participantes será protegido.

Submeta o projecto de investigação a uma comissão de ética.

Obtenha autorização para realizar a investigação junto de uma autoridade competente.

Recolha e analise os dados; estruture as conclusões.

Conheça os dados.

Resuma os dados.

Confirme o que os dados revelam.

Comunique os resultados da investigação:

Apresente os resultados numa conferência de psicologia.

Submeta um artigo sobre a investigação a uma revista de psicologia.

Objectivos do método científico: Os investigadores utilizam o método científico para realizarem 4 objectivos de pesquisa:

Descrição

Predição

Explicação

Aplicação Descrição Os investigadores definem, classificam, catalogam ou categorizam os acontecimentos e as relações entre estes para descreverem o comportamento e os processos mentais. Exemplo: Os psicólogos descrevem os sintomas da depressão. Uma definição operacional de depressão vem da lista de sintomas que surge no DSM-IV-TR Diagnostic and Statistical Manual. A maior parte da investigação psicológica é nomotética, em vez de ideográfica.

Nomotética: amostras de grande dimensão, resultado “médio” de um grupo.

Ideográfica: estudos de caso individual, tenta sempre a compreensão do problema

baseando-se em exemplos únicos, e comparando muitos deles!

Investigadores nomotéticos reconhecem que há importantes diferenças entre os indivíduos; mas procuram, no entanto, sublinhar as semelhanças entre os indivíduos.

A maior parte da investigação psicológica é quantitativa em vez de qualitativa.

Quantitativa: resumos estatísticos dos resultados

Qualitativo: resumos verbais dos resultados da Investigação. Predição: Os investigadores conseguem predizer os comportamentos e processos mentais, quando identificam correlações (relações) entre variáveis. Exemplo: À medida que os níveis de depressão aumentam, os indivíduos exibem maior incapacidade/desamparo na aprendizagem (incapacidade para iniciar actividades e pessimismo perante o futuro). O investigador não pode modificar a variável; como tal procede-se só a comparação de dados e tentar prever qual a probabilidade de estas variáveis afectarem o resultado.

Uma variável é uma dimensão na qual as pessoas diferem ou variam. Exemplos: perda dos pais na infância (sim/não), sintomas de depressão, agressividade, idade, problemas emocionais, acontecimentos de vida stressantes, doença física. Uma correlação ocorre quando duas medidas dos mesmos sujeitos, acontecimentos ou coisas, variam em conjunto ou ao mesmo tempo. Exemplo: Quanto maior o número de acontecimentos de stress que a pessoa experiencia (uma variável), maior a sua probabilidade de ter uma doença física (uma segunda variável). Quando duas variáveis estão correlacionadas, se conhecemos os resultados da pessoa numa variável, podemos calcular estatisticamente (predizer) os seus resultados (scores) na segunda variável. Por exemplo, se sabemos o nível de stress sentido pela pessoa na sua vida, podemos calcular a probabilidade dela experienciar doença física (e predizer o stress baseado na doença). Porque os resultados do teste (SAT, GRE) estão correlacionados com os resultados escolares, podemos predizer os resultados escolares dos alunos baseados no conhecimento dos seus resultados no teste psicológico (e predizer os resultados do teste a partir dos resultados escolares).

Correlação não implica causalidade. Não sabemos porque é que as variáveis estão correlacionadas. Por exemplo, há uma correlação entre a quantidade de pêlos no ouvido de uma pessoa e a presença de doença cardíaca. (verdadeiro) Será que isto significa que ter pêlos no ouvido causa doença cardíaca? Será que isto significa que ter doença cardíaca causa o crescimento de pêlos nos ouvidos? Ou existe outra variável responsável pela relação entre os pêlos e a doença cardíaca? Explicação: Os investigadores podem compreender e explicar um fenómeno quando conseguem identificar a(s) sua(s) causa(s). Exemplo: Participantes de uma investigação expostos a problemas insolúveis tornam-se mais pessimistas e demonstram menos vontade de realizar novas tarefas (i.e., ficam desamparados) do que os participantes a quem é pedido que resolvam problemas solucionáveis. Investigadores realizam experiências (EE) controladas para identificarem as causas de um fenómeno. Ter controlo requer que o investigador manipule os factores, um de cada vez, para determinar o seu efeito no acontecimento de interesse — são as variáveis independentes. O investigador observa o efeito da variável independente através da medição das variáveis dependentes. Lembre-se: O termo “experiência”(EE) é muitas vezes utilizado na linguagem corrente como sinónimo de “investigação”, mas a palavra experiência/estudo experimental refere-se a um tipo de estudo ou investigação muito específico. Realizando estudos experimentais, os investigadores podem fazer inferências causais — afirmações sobre a causa de um comportamento ou acontecimento.

Três condições para fazer uma inferência causal:

1. Co variação dos acontecimentos: Se um acontecimento causa o outro, os 2 devem variar em conjunto (quando um muda, o outro também deve variar). 2. Relação de ordem temporal: A suposta causa deve ocorrer antes do presumido efeito. 3. Eliminação das possíveis causas alternativas: Aceitamos uma explicação apenas quando forem eliminadas outras possíveis causas desse efeito. Exemplo de uma inferência causal baseada em resultados de investigação: A exposição à violência nos média causa um acréscimo na probabilidade da ocorrência de pensamentos, emoções e comportamentos agressivos, imediatamente após a exposição.

Com base nesta investigação, sabemos que:

A exposição à violência nos média e à agressividade variam em conjunto.

A agressividade ocorre após a exposição (não antes).

Outras explicações para a relação entre a exposição à violência nos media e a agressividade foram eliminadas.

Inferências Causais:

O controlo científico requer que os efeitos das variáveis independentes sejam isolados.

Um efeito de interferência (confounding) ocorre quando é permitido que duas variáveis, que podem potencialmente produzir efeito, variem simultaneamente —não conseguimos determinar qual das variáveis causou o efeito na variável dependente. Quando um estudo experimental está livre de efeitos de interferência, podemos fazer uma inferência causal sobre o efeito da variável independente na variável dependente. Os investigadores não estão interessados apenas na amostra de pessoas ou no conjunto limitado de circunstâncias que testaram. Pretendem generalizar os resultados de um estudo a diferentes populações, condições e contextos que vão para além dos utilizados no seu estudo específico. Podemos generalizar ou aplicar os resultados dos estudos de psicologia com amostras de estudantes universitários a outras pessoas? Podemos generalizar os resultados de estudos laboratoriais, altamente controlados, a contextos reais? Por exemplo, pode um estudo que examina condições da agressividade em laboratório com estudantes universitários, ser usado para compreender as condições que desencadeiam a agressividade em situações reais? Aplicação: Os psicólogos aplicam o seu conhecimento e métodos de investigação para melhorar a vida das pessoas. Exemplo: Tratamentos que encorajam indivíduos deprimidos a tentarem realizar tarefas que podem ser facilmente dominadas ou realizadas, fazem decrescer os seus sentimentos de desamparo e pessimismo.

Investigação Básica e Aplicada Investigação Aplicada: Os psicólogos realizam investigação para mudar para melhor a

vida das pessoas. A investigação aplicada é frequentemente realizada em contextos naturais ou na “vida

real”.

Investigação Básica: Os psicólogos fazem investigação para compreender o comportamento e os processos mentais — “procurando o conhecimento pelo próprio conhecimento.” A investigação básica é frequentemente realizada em contextos laboratoriais com o objectivo de testar teorias. São necessários quer estudos de investigação básica quer estudos de investigação aplicada.

Construção e Testagem de Teorias Científicas As teorias são propostas de explicação para as causas dos fenómenos. As teorias tentam explicar quem, o quê, quando, onde, como e o porquê do comportamento e processos mentais das pessoas. Uma teoria é uma conjunto de afirmações organizadas de forma lógica que:

Define os acontecimentos/fenómenos (conceitos),

Descreve as relações entre esses acontecimentos,

Explica a ocorrência desses acontecimentos.

Teorias psicológicas: As teorias variam no seu âmbito/alcance e complexidade.

As teorias bem sucedidas organizam o que sabemos sobre um comportamento ou processo mental (conhecimento empírico), guiam a investigação futura sugerindo hipóteses testáveis, e sobrevivem a testagem rigorosa (como a falsificação). As boas teorias são lógicas, têm consistência interna, são precisas e parcimoniosas.

Variáveis intervenientes

As teorias propõem frequentemente processos ou mecanismos intervenientes para explicar a relação entre uma variável independente e uma variável dependente. Exemplo: Pennebaker and Francis (1996) verificaram que a escrita emocional sobre a adaptação à universidade, quando comparada com a escrita superficial, causava melhores resultados escolares dos estudantes (GPAs). Propuseram uma variável interveniente: A escrita emocional causa mudança cognitiva (e.g. modo de pensar sobre a universidade), que por sua vez causa melhores GPAs. Variáveis intervenientes são processos “escondidos” que são representados por constructos psicológicos. Para cada uma das alíneas seguintes , pense numa variável interveniente que possa explicar a relação:

Cap3 . Ética:

Normas éticas: Código de Ética da APA que todos os psicólogos (e estudantes) devem seguir as normas éticas da APA. Os cinco valores ou princípios gerais para uma conduta ética são:

Generosidade e Boa Conduta

Fidelidade e Responsabilidade

Integridade

Justiça

Respeito pela Dignidade e Direitos Humanos.

Questões Éticas a Considerar antes de Iniciar a Investigação: Antes de ser realizado qualquer estudo, a pesquisa proposta tem de ser avaliada para determinar se está de acordo com as normas éticas.

Comissão de Avaliação Institucional (IRB):

Pelo menos 5 membros com diferentes percursos e proficiência.

Cientistas e outros profissionais, pelo menos 1 pessoa sem afiliação à instituição.

Avalia as propostas para proteger os direitos e bem-estar dos participantes humanos. Comissão Institucional para o Uso e Cuidado de Animais (IACUC)

Avalia a investigação para garantir que os animais são bem tratados.

Para além de rever os procedimentos da pesquisa, estas comissões revêem as instalações dos animais e os procedimentos de treino para aqueles que trabalham com animais.

Inclui pelo menos um cientista, um veterinário, e uma pessoa sem afiliação à instituição.

A relação risco/benefício: A relação de risco/benefício é uma avaliação subjectiva dos custos e benefícios de um projecto de investigação:

participantes

sociedade

o investigador e instituição A pesquisa vale a pena? São os benefícios superiores aos riscos? O estudo produzirá resultados válidos e interpretáveis? Não existem respostas matemáticas; Os membros das comissões esforçam-se para chegar a um consenso. Os membros das comissões podem requerer mudanças nos procedimentos antes de aprovarem um projecto.

Risco de investigação: Diferentes tipos de risco: danos físicos, danos psicológicos (mentais ou stress emocional), danos sociais (humilhação, vergonha) Os investigadores são eticamente obrigados a proteger os participantes de qualquer risco. Em muitos estudos psicológicos, o stress emocional pode ser muito elevado — incluindo stress que possa emergir das noções falsas dos participantes sobre a tarefa.

Risco mínimo: O risco mínimo significa que o prejuízo ou desconforto que os participantes podem experimentar não é superior ao que possam experimentar nas suas vidas quotidianas ou durante testes físicos ou psicológicos rotineiros. Se os riscos forem considerados mais do que mínimos, então considera-se que os indivíduos estão “em risco”. Quando os indivíduos estão “em risco”, os investigadores são eticamente obrigados a proteger o bem-estar dos participantes. Toda a pesquisa que ponha os participantes em risco não deve ser realizada se existirem métodos disponíveis que tenham um risco menor.

Confidencialidade: Uma forma de proteger os participantes do risco social é manter as suas respostas confidenciais.

Remover toda a informação da identificação

Fornecer resultados em termos de médias estatísticas

“Confidencial” não é o mesmo que “anónimo”

As respostas são anónimas quando os indivíduos não fornecem nenhuma informação sobre a sua identificação.

A confidencialidade é um problema especial na investigação em Internet, mesmo que os participantes percebam as suas respostas como anónimas.

Consentimento informado: Os investigadores e os participantes estabelecem um contrato social, usando frequentemente um procedimento de consentimento informado. Os investigadores são obrigados eticamente a esclarecer os participantes sobre a natureza da pesquisa (o que irão fazer na experiência) e todos os riscos possíveis. O consentimento informado por escrito é essencial quando os participantes são expostos a risco mais do que mínimo. O consentimento informado não é necessário quando os investigadores observam o comportamento público. Os participantes potenciais devem ser informados sobre todos os aspectos da pesquisa que podem influenciar a sua decisão de participar. Os participantes da pesquisa devem poder retirar o seu consentimento a qualquer altura sem sofrer penalidades. Os indivíduos não devem ser pressionados para participar na pesquisa. O consentimento informado deve ser obtido dos guardiões legais quando os indivíduos não o podem fornecer (por exemplo, crianças, indivíduos mentalmente diminuídos). Os indivíduos incapazes de fornecer a autorização legal devem fornecer o seu assentimento à participação Obter o consentimento informado é um problema especial na investigação em Internet.

Privacidade: A privacidade é o direito dos indivíduos de decidirem se informação sobre eles é comunicada a outrem. O investigador deve explicar aos participantes como é que a sua informação será protegida e mantida confidencial. O consentimento informado não é requerido quando os investigadores observam o comportamento da pessoa em locais públicos. Devem ser consideradas três dimensões principais para decidir se o comportamento da pessoa é público ou privado:

A sensibilidade da informação

Uma informação mais sensível é tipicamente considerada como mais privada (i.e., práticas sexuais, crenças religiosas)

O contexto da informação

Em locais públicos, as pessoas abdicam de um certo grau de privacidade (i.e., eventos desportivos, concertos)

Método de disseminação da informação

Informação sensível deve ser relatada de modo que os indivíduos específicos não possam ser identificados (i.e., médias de grupo)

Decepção: A decepção ocorre quando a informação é omitida aos participantes ou quando os participantes são intencionalmente mal informados sobre um aspecto da pesquisa.

Iludir pessoas com o intuito de obter a sua participação num projecto de investigação é sempre uma falta de ética.

Prós e Contras da Decepção

Prós: Porque é que iludimos?

A decepção permite que os investigadores estudem o comportamento natural dos indivíduos.

A decepção permite oportunidades de investigar comportamentos e os processos mentais que não são estudados facilmente através de métodos sem esta característica.

Contras: Porque é que não devemos iludir?

A decepção contradiz o princípio de consentimento informado.

O relacionamento entre o investigador e o participante não é aberto e honesto.

O uso frequente da decepção pode fazer os indivíduos duvidarem da investigação e da psicologia.

A decepção é justificada somente:

Quando o estudo é muito importante,

Nenhuns outros métodos estão disponíveis para conduzir a pesquisa, e

A decepção não influenciaria a decisão dos indivíduos para participar na investigação.

Quando a decepção é utilizada, o investigador deve:

Informar os participantes após a experiência sobre as razões para a usar a decepção,

Discutir todas as noções falsas que possam ter,

Remover quaisquer efeitos prejudiciais da decepção. - Isto é chamado debriefing.

Investigação em animais: Devem os animais ser usados na pesquisa?

A resposta a esta pergunta é debatida ferozmente. Normas éticas da APA e IACUCs : O investigador que utiliza animais é obrigado eticamente a garantir o seu bem-estar e a tratá-los humanamente Toda a dor, desconforto, ou morte devem ser justificados por potenciais objectivos científicos, educacionais, ou aplicados.

Apresentar investigação em Psicologia: Crédito da publicação:

Reconheça justamente todos os que contribuíram para o projecto de pesquisa.

A autoria deve ser baseada na importância científica das contribuições dos indivíduos.

Plágio

Não apresente partes ou elementos substanciais do trabalho de outrem como de si próprio.

Ignorância e negligência não são desculpas legítimas.

Cite as fontes de suas ideias quando utiliza as palavras exactas (com aspas e número de página) e quando parafraseia.

Etapas para tomar decisões éticas: Recolha todos os factos da situação (o procedimento, quem participará, etc..)

Identifique as questões éticas que são relevantes (i. e., risco, consentimento informado, privacidade, confidencialidade, decepção, debriefing).

Decida o que está em jogo para todos as partes envolvidas (i.e., participantes, investigadores, instituições, sociedade).

Identifique métodos ou procedimentos alternativos, e discuta os constrangimentos práticos, as consequências, e as implicações éticas de cada alternativa.

Decida qual a acção a ser tomada. Julgue a “correcção” da decisão em termos do processo que foi seguido, não se a decisão faz o investigador feliz.

Cap.4 – Observação Método de observação directa de comportamentos:

- Recolha de dados (comportamentos observáveis): Textos narrativos - Análise qualitativa (Dados compreensivos do

comportamento - descrevemos o que estamos a observar) - Comportamentos seleccionados (quantificamos os comportamentos

específicos) Método de investigação:

- s/observação: Observação naturalista

- c/observação: Observação participação Estruturada

Experimentação de campo

Observação e Investigação

Os investigadores não podem observar todos os comportamentos de uma pessoa, como também não podem observar todas as pessoas.

Como tal os investigadores obtêm diferentes amostras:

Amostras de indivíduos

Amostras de comportamentos de indivíduos em dados momentos.

Amostras de diferentes contextos e condições.

O objectivo é utilizar a amostra para representar a população mais vasta:

A população alargada de comportamentos

A população alargada de pessoas

A população alargada de contextos e condições. Exemplo: Numa semana típica, quantas horas passa a ver televisão? Para a totalidade da turma, será o número médio de horas a ver televisão representativo das horas vistas pelos estudantes do ISPA? E de outros estudantes universitários? Da maioria da população? Quando utilizamos dados de uma amostra para representar a população, generalizamos os resultados de uma amostra para a população.

Validade Externa refere-se ao grau de generalização dos resultados de uma investigação a diferentes populações, contextos e condições.

“Validade” refere-se à “veracidade”

Quando procuramos estabelecer a validade externa de um estudo, examinamos até que ponto os resultados de uma investigação podem ser utilizados na descrição de pessoas, contextos, e condições para além das usadas no estudo.

Só podemos generalizar os resultados quando a amostra é representativa da

população.

A amostra é semelhante à população? Problema: Raramente sabemos as características da população. Muitos estudos de psicologia usam amostras de estudantes universitários. Será que os estudantes universitários são representativos da população alargada? Como é que obtemos amostras representativas?

Amostragem e comportamento: A extensão da generalização das observações (validade externa) depende de como é efectuada a amostragem do comportamento. Existem dois métodos:

Amostragem temporal

Amostragem de situação.

Os investigadores utilizam tipicamente uma combinação dos dois métodos. O objectivo dos dois métodos é obter uma amostra representativa do comportamento.

Amostragem temporal: São escolhidos intervalos de tempo para realizar as

observações.

Sistemática: Agende as observações de forma regular (e.g., primeiro dia da semana, sempre ao meio-dia).

Aleatória: Identifique os tempos de observação de formas aleatórias. A amostragem temporal não é utilizada quando os investigadores querem observar acontecimentos raros (e.g., o comportamento depois de um furacão). A amostragem de acontecimento é utilizada em acontecimentos raros (por exemplo, o investigador viaja para o lugar onde ocorreu recentemente um furacão).

Amostragem de Situações: os investigadores escolhem diferentes contextos,

circunstâncias e condições para as suas observações.

A amostragem de situações aumenta a validade externa dos resultados.

Nas situações, os investigadores podem utilizar a amostragem de sujeitos para observar algumas pessoas no contexto (e.g., escolher a quinta pessoa que entra numa loja).

Classificação dos métodos de observação:

Existem duas categorias nos métodos de observação:

Observação sem Intervenção

Observação com Intervenção

Os métodos de observação também podem ser classificados de acordo com os

métodos de registo do comportamento:

Registo compreensivo do comportamento

Comportamentos seleccionados

Observação sem Intervenção:

Observação Naturalista: Observação em contextos naturais (“mundo real”) sem

tentativa de intervir ou alterar a situação.

Objectivos: Descrever o comportamento como ocorre naturalmente, examinar relações entre as variáveis que ocorrem naturalmente. A observação naturalista ajuda a estabelecer a validade externa dos resultados laboratoriais. A observação naturalista é utilizada quando considerações éticas e morais impedem a manipulação experimental.

Observação com Intervenção:

A maior parte da investigação em psicologia envolve observação com intervenção. Os investigadores escolhem de entre três métodos de observação com intervenção em contexto natural:

Observação participativa

Observação estruturada

Experimentação de campo

Observação participativa: o observador é um participante activo no contexto natural

que ela ou ele observa.

Sem disfarce: as pessoas no contexto sabem que estão ser observadas

Com disfarce: as pessoas não sabem que estão a ser observadas

A observação participante disfarçada ajuda no controlo da função reactiva, um dos principais problemas associado à observação.

A Reactividade ocorre quando as pessoas alteram o seu comportamento habitual

porque sabem que estão a ser observadas. Os observadores participantes podem, por vezes, perder a sua objectividade por se envolverem excessivamente com a situação. Os observadores participantes podem influenciar o comportamento das pessoas que estão a observar.

Observação Estruturada: o investigador estrutura uma situação específica para

observar o comportamento das pessoas. Exemplos: observações clínicas e desenvolvimentais do comportamento, testagem psicológica A observação estruturada é útil quando é demasiado difícil observar o comportamento tal como ocorre naturalmente. Os observadores utilizam muitas vezes cúmplices/comparsas para criar a situação estruturada. Os problemas ocorrem quando os observadores não seguem os mesmos procedimentos através das observações ou observadores, e quando não são controladas variáveis importantes. Exemplo de uma observação estruturada: Simons & Levin (1998) estudaram “cegueira à mudança” estruturando uma situação na qual mudavam a pessoa que perguntara ao participante direcções para o campo universitário. Os resultados indicaram que somente metade dos participantes observados notaram a troca de pessoas. Website com vídeos: http://viscog.net/demos.html vá para “A subject in a real-world person change event

Experimentação de campo: o investigador manipula uma variável independente em

contexto natural e observa o comportamento (variável dependente). É necessário existirem duas ou mais condições para comparar (variável independente). Os investigadores usam muitas vezes cúmplices para criar estas diferentes condições. Os investigadores procuram ter o máximo de controlo na experimentação de campo.

Registar o comportamento:

Os investigadores podem obter um registo compreensivo do comportamento das pessoas (e.g., vídeo) ou seleccionar comportamentos específicos para registar. O método para registar o comportamento determina como é que os resultados do estudo serão eventualmente medidos, resumidos, analisados e comunicados.

Registos Qualitativos

Os investigadores utilizam registos de narrativas quando querem uma reprodução completa (compreensiva) do comportamento das pessoas. Exemplos: registos de vídeo, de áudio, notas de campo Registos de narrativas devem ser realizados durante ou logo após a observação do comportamento. Os observadores devem ser cuidadosamente treinados.

Vantagem: Pode-se rever o registo frequentemente para observar o comportamento.

Desvantagem: Dispendioso, consome muito tempo.

Registos Quantitativos

Comportamentos seleccionados: Os investigadores escolhem o comportamento que querem observar e ignoram outros comportamentos. Os investigadores precisam decidir como irão medir o comportamento. Exemplos: frequência do comportamento, duração As técnicas de registo incluem preenchimento de listas e gravação e monitorização electrónica. Escalas de Medida: quatro níveis para quantificar o comportamento: nominal, ordinal, intervalar e proporcional ou de razão.

Escalas de medida:

Nominal: classifica comportamentos, acontecimentos e características em diferentes

categorias. É frequentemente utilizada uma checklist para registar os comportamentos e características seleccionados dos participantes. Exemplos:

Sexo (masculino/feminino)

Voluntário para ajudar (sim/não)

Nota (aprovado/chumbado) As escalas nominais representam o nível mais baixo de medição.

Ordinal: escala de medida na qual os acontecimentos e os comportamentos podem ser

ordenados por ordens (i.e., primeiro, segundo, terceiro, etc.). Exemplos:

Notas de teste por letras (A, B, C…)

Interacção verbal num grupo: quem foi 1º,2º,3º a falar Questão: qual é a média dos resultados no teste? Não é possível dizer com medidas ordinais

Intervalar: escala de medida que permite ao investigador especificar a distância entre duas

observações numa dada dimensão. Exemplos:

Resultados no teste (a diferença entre 48 e 45 é a mesma que a diferença entre 44 e 41).

Número de vezes que a pessoa toma a palavra num grupo As medidas intervalares permitem o cálculo de médias na investigação (e.g., a média do resultado num teste). A grande vantagem das escalas intervalares: Podemos calcular a média e o desvio padrão que permitem descrições fáceis de um grupo de pessoas (que é o objectivo da investigação nomotética). Questão: Será que uma pessoa que teve 50 num teste de métodos de investigação sabe o dobro de uma pessoa que teve 25?

Razão: iguais às intervalares, mas o valor zero tem significado. As razões/proporções podem

ser utilizadas.

Uma pessoa que acabou em 50 minutos demorou o dobro do tempo do que uma pessoa acabou em 25 minutos. Para a maioria dos constructos psicológicos não temos um resultado de “0” com significado. Por exemplo não reconhecemos um conceito de “inteligência zero” ou de “memória zero”. A maioria da mensuração psicológica é considerada como sendo intervalar (mas pode ser definida mais cuidadamente como ordinal).

Análise de dados de observação:

Análise Qualitativa e Quantitativa A forma como os investigadores analisam dados de observação depende de:

Como registaram os dados;

Da sua escala de medida. A análise qualitativa de dados é utilizada com registos compreensivos, narrativos. Estão envolvidas três etapas: (1) Codificar os dados a partir do registo da narrativa (2) Apresentar os dados (3) Tirar e verificar conclusões Exemplo: a eficácia do professor (vídeo de professores e estudantes) (1) Desenvolva um esquema de codificação no qual vários comportamentos de professores e estudantes são classificados (Note: veja como rapidamente se tornam comportamentos seleccionados).

Professor: uso de perguntas, uso de exemplos de investigação, uso do humor, uso de anedotas, solicitação de envolvimento, etc.

Estudantes: colocar questões, aborrecimento, tirar apontamentos, nível de interesse, etc. (2) Apresentar os dados. Por exemplo, desenvolva uma sequência de efectividade durante o período de aula no qual professores eficazes:

Começam por usar anedotas,

Depois apresentam um exemplo,

Depois colocam questões,

Depois inserem humor,

Depois solicitam envolvimento, etc. Isto poderia ser apresentado num diagrama de nodos que mostre uma sequência ou uma cadeia de acontecimentos ao longo do tempo. (3) Tirar e verificar conclusões. Por exemplo, desenvolva uma teoria segundo a qual um professor eficaz usa diferentes tipos de desempenho durante um período de aula. Problema: Como é que saberia se esta teoria está correcta? A validade (veracidade) da análise qualitativa de dados é frequentemente questionada.

Os dados (evidência) utilizados para desenvolver a teoria (observações do professor) são os mesmos dados que, em última instância, são utilizados para suportar a teoria.

A análise qualitativa de dados pode ser circular.

Um investigador com um viés para assumir que a eficácia do professor depende do uso de vários tipos de desempenho, pode somente olhar para a evidência que suporta esta teoria. A análise quantitativa de dados é usada quando os investigadores seleccionam comportamentos para medir. O método particular de análise quantitativa depende da escala de medida. Nominal: Descreve o comportamento das pessoas utilizando a frequência relativa — por exemplo, quantas pessoas em cada categoria, proporção ou percentagem de pessoas numa categoria. Exemplo 1: Percentagem de sujeitos dos sexos feminino e masculino nesta classe: Feminino: Masculino: Exemplo 2: Desempenho Futebol? Vitória vs Derrota Intervalo ou Razão: descreve o comportamento das pessoas utilizando a tendência central (média) e a dispersão (desvio-padrão) Exemplo: a nota média no primeiro exame foi ____, o desvio-padrão foi ____. Assim, 68% da turma obteve resultados entre ____ e ____ (+/- um desvio-padrão da média). Exemplo: Futebol Média de passes concretizados (P+); DP

Fiabilidade: confiança refere-se à consistência.

Precisamos de saber se dois ou mais observadores estão de acordo (são consistentes) nas suas observações. Isto é conhecido como o acordo inter-observadores. Exemplo: Suponha que dois investigadores observam professores e avaliam a sua “eficácia pedagógica” numa escala de 1-5, sendo que 1 indica “não eficaz” e 5 indica “muito eficaz”. Suponha que observaram um período de uma aula com o “instrutor Z, e que um cotou a eficácia do instrutor Z como “1” e o outro como “4”. Questão: Será o Instrutor Z eficaz? Não sabemos, devido ao baixo acordo inter-observadores. Ou seja, os dois observadores não concordam. Porque é que não estiveram de acordo?

Factores que afectam o acordo inter-observadores: Características dos observadores Aborrecimento, quantidade de experiência, olhar para aspectos diferentes (o que consideramos ser “eficaz” pode diferir) Os investigadores precisam de treinar os seus observadores e providenciar feedback/retroacção sobre os erros e discrepâncias. Acontecimentos e comportamentos para observação e registo não estão claramente definidos

O investigador tem de ser claro a transmitir aos dois observadores sobre o que é que entende como “eficaz”. É melhor apresentar exemplos: Como é avaliado o acordo inter-observadores? Escala Nominal: percentagem de acordo Número de acordos entre os dois observadores X100 Número de oportunidades para concordar

Como é que isto pode ser aplicado à avaliação dos observadores sobre a eficácia do professor? O professor é eficaz? sim/não

Escalas Intervalares e de Razão: O acordo inter-observadores é avaliado através do coeficiente de correlação. Calcular a correlação entre as cotações de dois observadores: Ex: escala ordinal - Qualitativa

A correlação entre as cotações do Observador 1 e do Observador 2 para estes dados é de 0,88. Quando a correlação para o acordo inter-observadores é superior a 0,85, considera-se que existe uma fiabilidade aceitável entre os observadores.

Para dados nominais, a fiabilidade aceitável é definida como superior a 85% de acordo/concordância entre dois observadores.

Pensar de Forma Crítica Sobre a Observação em Investigação:

Os problemas associados à metodologia de observação na investigação incluem:

A influência do observador sobre o comportamento;

O viés ou enviesamento do observador.

Influência do observador: Reactividade

A reactividade ocorre quando indivíduos alteram o seu comportamento habitual porque sabem que estão a ser observados. Isto é um problema porque os investigadores querem observar o comportamento natural das pessoas.

Como é que os indivíduos sabem qual deverá ser o seu comportamento num estudo

observacional?

Características do pedido: os participantes na investigação dão atenção às pistas e

informações disponíveis numa situação. Estas características do pedido – características de uma situação que “pedem” respostas particulares – dizem aos indivíduos como se devem comportar. Ex: Introversão/Extroversão e discussão em grupo

Controlar a Reactividade: Oculte o observador (mas tenha cuidado com as questões de privacidade).

Use observação participante disfarçada (questões de privacidade novamente).

Use observação indirecta (discreta).

Adapte/Familiarize os participantes à presença do observador.

Habituação: Coloque o observador na situação, e espere até os participantes estarem habituados à presença do observador.

Dessensibilização: Introduza gradualmente o observador na situação. Familiarizar progressivamente com o elemento que produz mudança e reatividade.

Lembre-se: A reactividade é um problema potencial em toda a investigação psicológica, porque todos os estudos envolvem alguma forma de observação.

Viés ou Enviesamento do observador:

Os observadores têm frequentemente certas expectativas sobre um comportamento.

Nas suas hipóteses, os investigadores predizem com avanço o que pensam que irá acontecer num estudo.

Estas expectativas podem levar os observadores a olhar somente para aspectos particulares do comportamento – por exemplo, para os comportamentos que confirmam as suas hipóteses.

O enviesamento do observador refere-se a erros sistemáticos na observação que resultam das expectativas dos observadores (efeitos de expectativa).

O enviesamento do observador é um potencial problema em todos os estudos: O enviesamento do observador é difícil de eliminar.

Os observadores devem tentar estar sempre cientes das circunstâncias em que podem enviesar as suas observações. O enviesamento do observador pode ser reduzido mantendo os observadores “cegos” a aspectos do estudo.

As razões ou motivos das suas observações

Os objectivos do estudo

As hipóteses do estudo

Cap. 5 – Inquéritos

Inquéritos Os resultados de inquéritos são usados para descrever as opiniões, atitudes e preferências das pessoas. Os resultados de inquéritos são também utilizados para fazer predições sobre o comportamento das pessoas. Numa investigação típica por inquérito, um grupo de participantes completa um questionário; as respostas da amostra são usadas para descrever a população. O inquérito requer a aplicação de um conjunto predeterminado de questões.

Ex:

VI situação geográfica: litoral; interior VD níveis bernaut

Inferência causal: A VI é a causa da VD Com um estudo de caracter preditivo

Tudo é medido através de questionário não se pode fazer inferência causal porque não se consegue:

- Co-variação

- Precedência causal

- Eliminação das explicações alternativas

Os inquéritos podem ser específicos ou limitados na sua finalidade - Por exemplo, opiniões sobre um programa específico de TV ou mais globais nos seus objectivos. - Por exemplo, sobre os hábitos de ver TV em geral. Os inquéritos estão sempre enviesados? A melhor forma de determinar se um inquérito está enviesado é examinar os procedimentos e análises do inquérito.

Investigação correlacional

Investigação Correlacional: Avalia relações entre variáveis que ocorrem naturalmente. Por exemplo: Atitudes, preferências, inteligência, personalidade, traços, sentimentos, idade, sexo Os investigadores calculam coeficientes de correlação para determinar a força e direcção de uma relação de predição entre duas variáveis.

-1.00 a 0 a +1.00 (negativa) (positiva)

As relações abaixo indicadas representam correlações positivas ou negativas? À medida que aumenta o número de anos em que se fuma cigarros, eleva-se a probabilidade de cancro de pulmão. Correlação positiva À medida que aumenta a frequência de participação em actividades voluntárias, diminuem os episódios de humor depressivo. Correlação negativa À medida que aumenta o nível de excitação, eleva-se a probabilidade de retaliação após uma ofensa. Correlação positiva

Obter uma amostra

Os Investigadores não estão apenas interessados nas respostas dos sujeitos inquiridos — procuram descrever a população mais vasta de onde a amostra foi extraída. A selecção cuidadosa da amostra de um inquérito permite aos investigadores generalizar os resultados dessa amostra à população.

Conceitos fundamental da amostragem

População: conjunto de todas os casos de interesse. Ex: - os estudantes actuais do ISPA - os residentes actuais de Lisboa - os habitantes de Portugal - os habitantes da Península Ibérica Quadro de Amostragem: lista dos membros de uma população. Por exemplo, lista de todos os estudantes matriculados Amostra: é um subconjunto (fracção, parcela, parte) da população que é utilizado para a representar. Estudantes de uma turma como amostra dos estudantes existentes na instituição (ou de Lisboa, Portugal, Península Ibérica) Elemento: cada membro da população.

Obter uma amostra (continuação)

Objectivo: A amostra deve ser representativa da população. As características dos participantes da amostra devem ser semelhantes às da população. Exemplo: Qual é a amostra que representa uma população com 30% caloiros, 30% de alunos do 2º ano, 20% de alunos do 3º ano, e 20% do 4º ano?

Uma amostra está enviesada quando as suas características diferem sistematicamente das características da população alvo. Uma amostra pode sub-representar um segmento da população, ou Sobre representar um segmento da população. Exemplo: A maior parte das amostras na investigação em psicologia sobre representam os estudantes universitários e sub-representam as pessoas que não frequentam as universidades. A maior parte da investigação sub-representa indivíduos de diversas culturas.

Duas causas de enviesamento das amostras: Vieses de selecção ocorrem quando os procedimentos do investigador relativamente à selecção da amostra, resultam na sub ou sobre representação de um ou mais segmentos da população. Exemplo: O investigador coloca anúncios sobre um trabalho de investigação num Departamento de Psicologia. Estudantes de Psicologia ficarão provavelmente sobre representados devido ao processo de selecção. Vieses de resposta ocorrem quando os indivíduos seleccionados para a amostra inicial não completam e devolvem o inquérito. Exemplo: As pessoas que recebem o inquérito não estão interessadas, preocupam-se com a privacidade, têm problemas de visão, não têm tempo, etc. A amostra final representará apenas a população de pessoas interessadas, não preocupadas, com boa visão, tempo, etc.

Tipos de amostragem

Amostragem refere-se aos procedimentos utilizados para obter uma amostra. Dois tipos principais de amostragem: - Amostragem não-probabilística; - Amostragem probabilística.

Amostragem não-probabilística: Não se garante que cada membro da população tenha a mesma probabilidade de ser incluído na amostra. “Amostragem de conveniência” ocorre quando o investigador selecciona indivíduos acessíveis e dispostos a responder ao inquérito. Exemplos: Inquéritos de revistas, Internet Muitos trabalhos de investigação em psicologia utilizam amostras de conveniência (mas isso pode ser considerado razoável).

Amostragem probabilística: Todos os membros de uma população têm a mesma probabilidade de serem seleccionados para o inquérito (isto designa-se por “amostra aleatória simples”). É necessário ter uma lista dos membros da população, ou marcar números de telefone aleatoriamente (mas nem todos os membros da população podem ser incluídos). Amostra aleatória estratificada: A população é dividida em sub-populações designadas “estratos.” Amostras aleatórias são então extraídas dos estratos. Por exemplo, estratos de uma população universitária incluem potencialmente alunos de todos os anos dos diferentes ciclos (1º, 2º e 3º), corpo docente, funcionários e administração. A amostragem estratificada aleatória aumenta a probabilidade da amostra representar a população.

Métodos de inquérito:

Quatro métodos para obter dados de inquérito:

o Inquéritos por correio,

o Entrevistas pessoais,

o Entrevistas por telefone, e

o Inquéritos por Internet. Cada método tem vantagens e desvantagens. Os investigadores fazem opções tendo em conta a sua questão de investigação.

Inquérito por correio

Rápido e conveniente, autopreenchimento, adequado a tópicos muito pessoais ou embaraçosos. Podem surgir vieses de resposta quando as pessoas seleccionadas não completam e devolvem os questionários. Devido aos vieses de resposta, a amostra final pode não ser representativa da população. Dado que os inquéritos por correio são de autopreenchimento, os inquiridos interpretam livremente as questões (como lhes parece apropriado), o que pode levar a possíveis diferenças na forma como cada inquirido responde.

Entrevistas Pessoais

São dispendiosas, mas os investigadores têm mais controlo sobre a forma como o inquérito é administrado e como as pessoas interpretam as questões. Os entrevistadores podem procurar clarificar as respostas.

Problema provável : vieses do entrevistador. Vieses do entrevistador ocorrem, por exemplo, quando este regista apenas parte das respostas dos inquiridos, ou os entrevistadores ajustam/adaptam as palavras das questões de uma forma diferente para certos inquiridos. Os entrevistadores devem estar muito motivados, cuidadosamente treinados e supervisionados.

Entrevistas Pessoais

São dispendiosas, mas os investigadores têm mais controlo sobre a forma como o inquérito é administrado e como as pessoas interpretam as questões. Os entrevistadores podem procurar clarificar as respostas. Problema provável : vieses do entrevistador. Vieses do entrevistador ocorrem, por exemplo, quando este regista apenas parte das respostas dos inquiridos, ou os entrevistadores ajustam/adaptam as palavras das questões de uma forma diferente para certos inquiridos. Os entrevistadores devem estar muito motivados, cuidadosamente treinados e supervisionados.

Inquéritos por Internet

A Internet permite um meio de aplicar inquéritos a grandes amostras de pessoas, de uma forma eficiente e de baixo custo. As amostras podem ser muito variadas e o acesso sub-representa tipicamente as amostras. Os problemas potenciais como vieses de selecção (é necessário acesso a computadores e Internet), vieses de resposta e falta de controlo sobre o ambiente em que a investigação é realizada.

Meios para aumentar a taxa de resposta dos inquéritos (e diminuir problemas associados com vieses de resposta): Questionário com um “toque pessoal ” (e.g., inquiridos são designados pelo nome e não simplesmente por “Caro aluno”) Responder requer um mínimo de esforço O tópico/tema do inquérito ser intrinsecamente interessante para o inquirido O Inquirido identifica-se com a organização ou investigador responsável pelo inquérito.

Delineamentos de Investigação por Inquérito

Um delineamento de investigação é um plano para realizar um projecto de investigação. É o método de investigação que o psicólogo escolhe para melhor responder à sua questão de investigação. Há três tipos de desenhos de investigação por inquérito:

o Delineamento transversal

o Delineamento de amostras independentes sucessivas

o Delineamento longitudinal O desenho escolhido pelos investigadores depende da sua questão de investigação.

Delineamento transversal

Selecciona-se a amostra de uma ou mais populações num determinado momento. Os investigadores escolhem a(s) população(ões) que pretendem descrever. Usam uma amostragem quer probabilística ou de conveniência— a amostragem probabilística obtém amostras mais representativas. Os inquiridos completam o inquérito. As respostas são utilizadas para descrever e fazer predições sobre a população naquele momento do tempo. Usam-se estatísticas descritivas e correlações. Se duas ou mais amostras são retiradas de populações diferentes, as populações podem ser comparadas. Ao usar desenhos transversais os investigadores não podem avaliar mudanças ao longo do tempo.

Delineamentos de Amostras Independentes Sucessivas

Uma série de inquéritos transversais ao longo do tempo. Uma amostra distinta de pessoas preenche o inquérito em cada ocasião. Cada amostra é seleccionada da(s) mesma(s) população(ões). As respostas da amostra são usadas para descrever a população em cada momento no tempo. Os investigadores podem comparar as respostas de cada amostra para ver como a população muda ao longo do tempo. Desenhos de amostras independentes sucessivas não nos dizem se os indivíduos mudam ao longo do tempo (porque diferentes pessoas completam o inquérito em cada ocasião). O Problema das amostras não-comparáveis: Se diferentes populações são seleccionadas em cada ocasião, não sabemos se as respostas diferem devido a mudanças reais ao longo do tempo, ou porque foram seleccionadas populações diferentes.

Delineamentos Longitudinais

A mesma amostra de indivíduos completa o inquérito em diferentes ocasiões no tempo. Isto permite aos investigadores avaliar como os indivíduos mudam ao longo do tempo. As respostas da amostra dos inquiridos são generalizadas, para descrever mudanças ao longo do tempo na população de onde provém. Problemas com desenhos longitudinais: Mesmo que as pessoas mudem ao longo do tempo, os inquéritos não podem indicar porque é que mudam. Não pode haver inferências causais a partir de dados correlacionais Ocorre perda/atrito quando as pessoas abandonam/não completam o estudo. A amostra deixa de representar a população de onde foi seleccionada Reactividade: Os inquiridos podem empenhar-se em ser consistentes ou ficar sensibilizados ao tópico.

Medidas na Investigação Correlacional: Questionários

Os investigadores usam muito frequentemente, questionários, como inquérito para obter informação. Os psicólogos medem tipos diferentes de variáveis: Variáveis demográficas (e.g., idade, sexo, raça, estatuto socioeconómico) - Preferências e atitudes Muito frequentemente são medidas com escalas de autopreenchimento, os participantes respondem através de escalas que pressupõem um nível de medição intervalar.

Fiabilidade e Validade de Medidas de Autopreenchimento

Toda a medição deve ser fiável e válida. Fiabilidade refere-se à consistência da medição. Fiabilidade teste-reteste: Aplicar o instrumento duas vezes à mesma amostra. As pontuações dos indivíduos devem ser consistentes ao longo do tempo. Uma correlação alta entre duas pontuações indica boa fiabilidade teste-reteste (r >.80). Os Indivíduos necessitam apenas de manter a sua posição relativa na distribuição; não necessitam da mesma pontuação em cada aplicação.

Medidas nos Inquéritos (Continuação)

Nota: Não esperamos que algumas medidas produzam valores consistentes ao longo do tempo. Quando as pessoas mudam numa determinada variável ao longo do tempo, espera-se uma baixa fiabilidade teste-reteste. Espera que estas medidas tenham uma elevada ou baixa fiabilidade teste-reteste? - Sintomas de depressão - Traços de personalidade - Inteligência Como melhorar a fiabilidade? A existência de mais itens melhora a fiabilidade. Se for usado um único item para medir o vosso conhecimento desta cadeira, a medição não será provavelmente fiável. Deverá haver grande variabilidade entre os indivíduos no factor a ser medido. Quando há diversidade na amostra, a medição é mais fiável a discriminar indivíduos com pontuações elevadas e baixas. A Fiabilidade melhora quando a situação de teste está livre de distracções e as instruções são claras. Qualquer processo que diminua a possibilidade de erros melhora a fiabilidade da medição. As medidas fiáveis providenciam uma maior confiança relativamente a medir consistentemente um conceito numa amostra; mas serão essas medidas verdadeiras? Podíamos medir fielmente o vosso conhecimento nos métodos de investigação a partir da altura. Quanto maior a altura melhor a pontuação.

Será esta uma medida verdadeira ou adequada ao conhecimento de métodos de investigação? Validade refere-se à veracidade da medida. Uma medida válida mede o que pretende medir. Validade do Constructo: Um instrumento mede o constructo (conceito) que pretende medir? Isto parece uma questão simples, mas considerem-se as medidas largamente usadas da inteligência incluindo itens como: - Compreensão: “Porque se usa a votação secreta?” - Vocabulário: “O que significa moroso?” - Semelhanças: “Em que se parecem um telefone e um rádio?” Estes itens (e outros semelhantes) avaliam a inteligência de uma forma válida? A validade do constructo da inteligência é matéria de debate aceso. O estabelecimento da validade de constructo de uma medida depende da - Validade convergente e - Validade discriminante. Validade convergente indica em que medida duas medidas do mesmo constructo estão correlacionadas (variam conjuntamente). Validade discriminante indica em que medida duas medidas de constructos diferentes não estão correlacionadas (não variam conjuntamente). Exemplo de Validade de Constructo: Suponha que desenvolveu uma nova medida para a auto-estima (i.e., sentido que a pessoa tem do seu próprio valor).

idos, esperaria encontrar validade convergente ou validade discriminante, relativamente à sua medida? Medidas de: Depressão, bem-estar, inteligência, extroversão, idade, procura de sensações, ansiedade social , satisfação com a vida, média de notas, compreensão na leitura, aptidão artística Deve verificar a necessidade de formular uma teoria que defina auto-estima e descreva como esta se relaciona com outros constructos!

Correlações demonstrando validade e fiabilidade de constructo são apresentadas numa matriz de correlação:

Construção de um Questionário:

A melhor forma de seleccionar um questionário é usar um já considerado fiável e válido. Se não se encontram uma medida adequada, os investigadores criam o seu próprio questionário. Pode parecer fácil, mas há muito trabalho a fazer para construir um questionário fiável e válido.

Etapas importantes para preparar um questionário:

1. Decidir sobre a informação a pesquisar. 2. Decidir que tipo de questionário deve ser usado (e.g., será de autopreenchimento?). 3. Fazer um primeiro esboço do questionário. 4. Reexaminar e reformular o questionário depois de ser revisto por especialistas. 5. Pré-testar o questionário usando uma amostra de inquiridos em condições semelhantes às da aplicação projectada para o inquérito. 6. Redigir o questionário, especificando os procedimentos necessários à sua utilização. As próximas etapas incluem estabelecer a fiabilidade e validade do questionário.

Orientações para Redigir Questões de Inquérito

(1) Escolher o modo de resposta dos participantes:

Resposta livre: Questões de itens abertos permitem maior flexibilidade nas respostas mas são difíceis de codificar. Resposta fechada: Escolha múltipla e verdade-falso são mais rápidas e mais fáceis de pontuar, mas podem não descrever adequadamente as respostas dos indivíduos .

(2) Usar vocabulário simples, directo e familiar; manter as questões breves (20

ou menos palavras).

(3) Escrever questões claras e específicas:

Evitar questões com ideias duplas (e.g., “Concorda com a pena de morte e o aborto?”). Colocar frases condicionais no início da questão (e.g., “Se fosse forçada a mudar de residência, onde viveria?” Evitar questões que levam a respostas socialmente desejáveis (e.g., “A maioria das pessoas são a favor do controlo de armas; o que acha disso?”). Evitar questões com carga emocional (e.g., “Indivíduos que discriminam outros são porcos racistas: V ou F”).

Ordem das Questões

Em questionários de autopreenchimento, colocar as questões mais interessantes em primeiro lugar de forma a obter a atenção dos inquiridos. Em entrevistas pessoais e telefónicas, colocar questões demográficas em primeiro lugar de forma a estabelecer relação com o inquirido. Usar questões de “funil” (funnel): Começar com questões mais gerais, introduzindo-se depois questões mais específicas sobre um determinado tópico.

Usar questões de “filtro/filtragem” : Estas questões orientam os inquiridos para as questões do inquérito que se lhes aplicam directamente.

Pensamento Crítico sobre a Investigação por Inquérito

Correspondência Entre o Comportamento Descrito e o Real As respostas das pessoas nos inquéritos podem não ser verdadeiras. Reactividade: As pessoas frequentemente não dão respostas verdadeiras, porque sabem que a informação está a ser registada. Desejabilidade Social ocorre quando as pessoas respondem aos inquéritos não de acordo com as suas crenças ou sentimentos, mas como acham que “deve ser”. Os questionários têm sido desenvolvidos para avaliar o grau em que os inquiridos manifestam respostas socialmente desejáveis. Amostra de itens da Escala de Desejabilidade Social de Marlowe-Crowne (1964). Pode assinalar para cada item, se “Verdade” ou “Falso” representa uma resposta socialmente desejável?

Geralmente, os investigadores aceitam as respostas das pessoas como verdadeiras, a não ser que haja razão para suspeitas Por exemplo, as respostas não são consistentes ou o padrão visual das respostas constituem uma determinada perspectiva ou quadro. Porque o comportamento não corresponde sempre às suas descrições verbais, a abordagem multi-método é a mais indicada para responder a questões em psicologia.

Correlação e Causalidade

“Correlação não implica causalidade.” Exemplo: Correlação entre ser socialmente activo (sociável) e satisfação com a vida Três possíveis relações causais: - A causa B (ser sociável é causa das pessoas estarem mais satisfeitas com a sua vida) - B causa A (estar mais satisfeito com a vida é causa das pessoas serem mais sociáveis) - C causa A e B Uma terceira variável pode ser responsável pela relação entre actividade social e satisfação com a vida. Por exemplo, ter mais amigos (uma terceira variável) pode ser causa das pessoas serem mais sociáveis e estarem mais satisfeitas com a sua vida. Uma correlação que pode ser explicada por uma terceira variável designa-se por “relação espúria/falsa”.

Cap.6 – Medidas discretas do Comportamento

Métodos discretos de observação Os investigadores podem estudar o comportamento das pessoas a partir da evidência do seu comportamento no passado. Estes métodos são apelidados de não reactivos porque as pessoas não reagem à observação (o investigador observa o seu comportamento passado).

A Abordagem Multi-Método As medidas discretas contribuem para a abordagem multi-método na compreensão dos processos mentais e comportamentais. Uma abordagem multi-método significa que os investigadores utilizam uma variedade de medidas para explorar uma questão de investigação:

o Observação directa

o Inquéritos

o Medidas discretas Os resultados da investigação baseados num único método de observação podem estar enviesados devido às características do processo de medição. Porque os métodos de observação directa e de inquérito podem ser reactivos (i.e., as pessoas reagem à observação), as medidas discretas providenciam uma alternativa importante na recolha de informação sobre as pessoas.

Dois Métodos Discretos de Observação

o Traços Físicos são reminiscências, fragmentos e resultados/produtos do comportamento passado.

o Dados de Arquivo são documentos públicos e privados que descrevem as actividades dos indivíduos, instituições, governos e outros grupos.

Traços Físicos As medidas de traço físico são obtidas:

o Indirectamente – as pessoas não estão

o Presentes quando os dados são recolhidos. Dois tipos de traços físicos:

o Traços de Uso/Utilização

o Produtos

Traços de Uso: Evidência que permanece do uso/da utilização ou não de um item. Exemplo: recipientes de bebidas para reciclagem no campus universitário (sumo, água, etc.) O que é que estes recipientes nos dizem sobre os hábitos de saúde dos estudantes universitários? Os traços de uso físico são classificados como naturais ou controlados (planeados).

o Os traços de uso natural são obtidos sem intervenção do investigador.

Exemplo: analisar a quantidade de texto sublinhado pelos estudantes nos seus livros para investigar qual o material que está a ser lido. O que é que esta análise nos diz sobre o que os alunos estudam? Sobre a sua aprendizagem do material?

o Os Traços de uso controlado são obtidos com algum grau de intervenção ou manipulação pelo investigador.

Exemplo: coloque pequenas porções de cola entre as páginas dos textos antes da sua compra. Analise os textos no final do semestre para determinar que páginas foram abertas (i.e., descoladas). O que é que esta análise nos diz sobre o que os alunos estudam? Produtos: criações, construções ou outros artefactos realizados anteriormente. Exemplos: Programas televisivos como a Rua Sésamo, Power Rangers, Pokemon, Dragonball Z O que é que os programas de televisão para crianças nos dizem sobre a nossa cultura?

Medidas de Traços Físicos: Problemas e Limitações Os traços físicos são medidas válidas do comportamento? São possíveis outras inferências com base na evidencia física. Ex: um maior nº artigos na imprensa sobre pedofilia significa maior frequência do fenómeno? Existem vieses nos traços físicos? Os vieses podem existir devido à forma como são criados os traços físicos ou ao modo como sobrevivem. As respostas a ambas as questões indicam que precisamos de abordagens multi-método para compreender o comportamento. Quando possível, os investigadores deveriam obter evidência suplementar. Podemos ter mais confiança nas nossas conclusões, quando existe acordo (ou convergência) entre diferentes medidas do comportamento.

Dados de Arquivo Registos de Arquivos são os documentos públicos e privados de indivíduos, instituições, governos e outros grupos. Estes podem ser registos correntes (i.e. cópia do certificado de habilitações) ou registos de acontecimentos específicos (i.e. da entrega do diploma). Os dados obtidos a partir destes registos são não-reactivos porque os comportamentos das pessoas são observados indirectamente. Os dados de arquivo são utilizados para:

o Testar hipóteses como parte de uma abordagem multi-método,

o Testar a validade externa dos resultados laboratoriais (i.e., saber se os resultados obtidos são generalizáveis ao mundo real),

o Testar hipóteses sobre o comportamento passado, e

o Avaliar o efeito de um tratamento natural.

Tratamentos naturais são eventos que ocorrem naturalmente e influenciam a sociedade e os indivíduos. Exemplos: Mudanças drásticas nas bolsas, actos de terrorismo, eleição de um novo presidente (nível social) Falecimento de um parente, divórcio, obter uma licenciatura (nível individual).

A análise de dados de arquivo pode revelar efeitos de tratamentos naturais nos comportamentos das pessoas.

Análise de Conteúdo A análise de conteúdo refere-se ao processo de fazer inferências a partir da codificação objectiva de dados de arquivo. A análise quantitativa refere-se à classificação de acontecimentos e comportamentos em categorias para obter a frequência de ocorrência. nº afectos + e – A análise qualitativa refere-se a julgamentos subjectivos sobre o conteúdo de dados de arquivo. Expressões psicopatológicas

Três passos da análise de conteúdo

o Identificar uma fonte relevante.

o Escolher um registo de arquivo que providencie informação para responder à questão de investigação.

o Seleccionar a amostra a partir da fonte. O objectivo é obter uma amostra representativa:

o Codificar unidades de análise.

o Utilize definições operacionais precisas de categorias descritivas e unidades de medida apropriadas.

Dados de Arquivo: Problemas e Limitações Problemas com dados de arquivo: depósito selectivo e sobrevivência selectiva. O Depósito Selectivo ocorre quando alguma informação é seleccionada para ser incluída nos registos de arquivo, mas outra informação não o é. Exemplo: os médicos não registam toda a informação dada pelos pacientes, somente a que eles consideram mais importante naquele momento. A Sobrevivência Selectiva ocorre quando a informação é perdida ou falta na fonte de arquivo. Exemplo: Na América do Norte, quando os estudantes desistem de uma cadeira após um curto período de tempo, os registos de inscrição e frequência dessas aulas são removidos dos seus certificados escolares. Exemplo: As fotografias de álbuns de família podem “perder-se”, por exemplo, após um divórcio ou devido a terem sido tiradas em períodos com excesso de peso. Uma relação espúria existe quando a evidência indica falsamente que duas ou mais variáveis estão relacionadas. Uma relação espúria pode ocorrer devido a:

o Problemas estatísticos ou análises inadequadas,

o Coincidência, tal como quando uma correlação entre duas variáveis pode ser atribuída a uma terceira variável.

Exemplo de uma relação espúria: A venda de gelados e o índice de crimes estão positivamente correlacionados (as vendas aumentam, o crime aumenta.

Comer gelado causa o crime? Ou O crime causa a ingestão de gelado? Ou Haverá uma terceira variável que pode contribuir para o aumento de vendas de gelados e o aumento do crime? Sim, temperatura.

Questões de Ética e Medidas Discretas As medidas discretas ajudam os psicólogos a alcançarem os seus objectivos éticos de contribuir para o conhecimento e compreensão do comportamento, melhorando assim a condição dos indivíduos e da sociedade. Porque as medidas discretas envolvem um risco menor para os participantes, os investigadores podem estudar problemas psicológicos importantes com uma proporção muito favorável de risco/benefício.