Metodos de Lavra IV

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Métodos de Lavra _________________________________________________________________ ___ ESCOLHA DO MÉTODO DE LAVRA A escolha do método de lavra é uma das decisões mais importantes durante o estudo de viabilidade econômica. Na fase de pl baseada em critérios geológico, social, geográfico e ambiental, t segurança e higiene devem ser garantidas durante toda a vida útil relativos à estabilidade da mina, à recuperação do minéri também devem ser considerados. A seleção do método de lavra é um dos principais elemen econômica de uma mina e sua escolha permite o desenvolvimento da etapa de maior detalhe, pode constituir-se como fator preponderan positiva do projeto. A seleção imprópria tem efeitos negativos na A mineração é uma atividade que é praticada em todo mundo e as té empregadas estão em constante evolução. Os métodos são limitados disponibilidade e desenvolvimento dos equipamentos e, como todos influenciam em sua seleção, devem ser avaliados levando-se em con tecnológico, social, econômico e político; a escolha do método de lavra pode ser considerada tanto uma arte como uma ciência. Comumente o método de lavra é designado como sendo a técnica de e material. Isso define a importância de sua seleção, já que todo o torno da técnica utilizada para lavrar o depósito. Os trabalhos d diretamente relacionados com o método. Embora possam ocorrer modificações durante os serviços de lavra, adicionais, essas alterações, geralmente, não produzirão um proje eficiência operacional, porém, caso seja imperioso essa mudança, estabelecer um método que possua maior flexibilidade em termos de técnica de extração. O emprego do termo "técnica de extração" ref técnicos da seleção do método, que é parte fundamental da análise dimensionamento dos equipamentos, disposição das aberturas e seqü A maioria das minas utiliza mais de um método de lavra na sua ope método pode ser mais apropriado para uma zona do depósito, todavi seu emprego pode não ser a melhor opção. Selecionado o método, este deve ser seguro e produzir condições a funcionários, fomentar a redução dos impactos causados ao meio am condições de estabilidade durante a vida útil da mina, ser flexív condições geológicas e à infra-estrutura disponível, permitindo a produtividade reduzindo o custo unitário. Mergulho é a inclinação do corpo mineral com relação ao eixo horizontal. O mergulho do corpo é um fator importante que influencia tanto na seleção do mé indicação preliminar sobre a aplicabilidade de técnicas de lavra sua inclinação. podendo ser definidos como suave (horizontal a 20 íngreme (50º a vertical). As características físicas do depósito limitam as possibilidades métodos de lavra. A profundidade e a extensão do capeamento forne preliminar sobre a aplicabilidade de técnicas de lavra a céu aber

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Mtodos de Lavra ______________________________________________________________________ ___ ESCOLHA DO MTODO DE LAVRA A escolha do mtodo de lavra uma das decises mais importantes que so tomadas durante o estudo de viabilidade econmica. Na fase de planejamento, a seleo baseada em critrios geolgico, social, geogrfico e ambiental, todavia as condies de segurana e higiene devem ser garantidas durante toda a vida til da mina. Os aspectos relativos estabilidade da mina, recuperao do minrio e produtividade mxima tambm devem ser considerados. A seleo do mtodo de lavra um dos principais elementos em qualquer anlise econmica de uma mina e sua escolha permite o desenvolvimento da operao. Numa etapa de maior detalhe, pode constituir-se como fator preponderante para uma resposta positiva do projeto. A seleo imprpria tem efeitos negativos na viabilidade da mina. A minerao uma atividade que praticada em todo mundo e as tcnicas de extrao empregadas esto em constante evoluo. Os mtodos so limitados pela disponibilidade e desenvolvimento dos equipamentos e, como todos os fatores que influenciam em sua seleo, devem ser avaliados levando-se em conta os aspectos tecnolgico, social, econmico e poltico; a escolha do mtodo de lavra pode ser considerada tanto uma arte como uma cincia. Comumente o mtodo de lavra designado como sendo a tcnica de extrao do material. Isso define a importncia de sua seleo, j que todo o projeto elaborado em torno da tcnica utilizada para lavrar o depsito. Os trabalhos de infra-estrutura esto diretamente relacionados com o mtodo. Embora possam ocorrer modificaes durante os servios de lavra, implicando custos adicionais, essas alteraes, geralmente, no produziro um projeto timo em termos de eficincia operacional, porm, caso seja imperioso essa mudana, ser preciso estabelecer um mtodo que possua maior flexibilidade em termos de variaes na tcnica de extrao. O emprego do termo "tcnica de extrao" reflete os aspectos tcnicos da seleo do mtodo, que parte fundamental da anlise, dimensionamento dos equipamentos, disposio das aberturas e seqncia de lavra. A maioria das minas utiliza mais de um mtodo de lavra na sua operao. Um dado mtodo pode ser mais apropriado para uma zona do depsito, todavia em outras partes seu emprego pode no ser a melhor opo. Selecionado o mtodo, este deve ser seguro e produzir condies adequadas para os funcionrios, fomentar a reduo dos impactos causados ao meio ambiente, permitir condies de estabilidade durante a vida til da mina, ser flexvel adaptando s diversas condies geolgicas e infra-estrutura disponvel, permitindo atingir a mxima produtividade reduzindo o custo unitrio. Mergulho a inclinao do corpo mineral com relao ao eixo horizontal. O mergulho do corpo um fator importante que influencia tanto na seleo do mtodo, fornecendo uma indicao preliminar sobre a aplicabilidade de tcnicas de lavra a cu aberto de acordo a sua inclinao. podendo ser definidos como suave (horizontal a 20), mdio (20 a 50) e ngreme (50 a vertical). As caractersticas fsicas do depsito limitam as possibilidades de aplicao de alguns mtodos de lavra. A profundidade e a extenso do capeamento fornecem uma indicao preliminar sobre a aplicabilidade de tcnicas de lavra a cu aberto.

O mergulho do corpo um fator importante que influencia tanto na seleo do mtodo como na escolha dos equipamentos, podendo ser definidos como suave (horizontal a 20), mdio (20 a 50) e ngreme (50 a vertical). A espessura do depsito e a sua forma tambm permitem a excluso de determinados mtodos. Os depsitos so classificados como estreito ( 100m) (Nicholas, 1968). Alm do condicionamento da escolha do mtodo pelo teor do minrio e sua distribuio espacial, tem se ainda consideraes sobre as guas superficiais e subterrneas, quanto s formas de drenagem e bombeamento; consideraes geotcnicas sobre o macio rochoso relacionadas s propriedades permeabilidade, deformabilidade, resistncia etc., aliadas as caractersticas da geologia estrutural que procurar determinar feies estruturais (falhas, dobras, diques etc.), devendo todas elas ser consideradas no estgio preliminar do projeto. Outras consideraes como estabilidade poltica do Pas, questes sociais e geogrficas podem influenciar diretamente na escolha do mtodo. Um exemplo disto que a minerao em regies remotas raramente desperta o interesse de operrios qualificados e sua permanncia no local, alm da influncia direta nos custos e na produtividade, afetando a escala de produo, j que ela depende do desenvolvimento tecnolgico, pois uma operao em grande escala exige infra-estrutura adicional, enquanto que uma operao de pequena escala pode ser feita por um programa sazonal. Os critrios bsicos para definio dos custos de cada mtodo devem ser de forma tradicional atravs da apropriao de seus componentes individuais, baseando-se em mais de um critrio de avaliao econmica, levando-se em conta, tambm, a situao financeira da empresa, pois se trata reconhecidamente de uma atividade que est sujeita a riscos elevados.

SUBSTNCIAS MINERAIS E OS MTODOS APLICADOS NA SUA EXTRAO Feldspato: lavras a cu aberto, e subterrnea por abertura de galerias atravs de desmonte com utilizao de explosivos em pegmatitos; Quartzo: lavras a cu aberto, subterrnea (corte e enchimento), garimpagem manual (por guas pluviais e catas) e desmonte hidrulico com posterior catao manual; Mica: lavras a cu aberto, e subterrnea por abertura de galerias atravs de desmonte com utilizao de explosivos em pegmatitos e alasquitos; Caulim: lavras a cu aberto, com emprego de mtodos convencionais de extrao como o uso de trator, retro-escavadeira e carregadeira frontal, e subterrnea em jazimentos de rochas sedimentares, pegmatticas, granticas, vulcnicas, anortosticas e lentes argilocaulnica tipo semi-flint; Talco: lavra a cu aberto em bancadas, geralmente acompanhando a topografia do terreno;

Argilas: lavra a cu aberto bem simplificada, sendo a extrao realizada por trabalhadores braais para melhor aproveitamento da jazida; Turmalina: lavras a cu aberto, e subterrnea por abertura de galerias atravs de desmonte com utilizao de explosivos em pegmatitos; Esmeralda: lavras a cu aberto; subterrnea, essencialmente, por abertura de poos, tneis e galerias, por vezes muito rudimentares, utilizando detonaes e, posteriormente, escavaes manuais para extrao dos cristais; e garimpagem manual (por guas pluviais, fluviais e catas); Diamante: garimpagem manual (por guas pluviais, fluviais e catas) e/ou mecanizada (desmontes hidrulico e hidrulico em leitos submersos), e dragagem; Ouro: lavras a cu aberto; subterrnea atravs da abertura de tneis e galerias e pelos mtodos realce auto-portantes a exceo do VCR, suporte das encaixantes e abatimento; garimpagem manual (por guas pluviais, fluviais e catas) e mecanizada (desmontes hidrulico e hidrulico em leitos submersos) e dragagem; Agregados (brita, areia e cascalho): lavra a cu aberto, desmonte hidrulico e dragagem; Brita: lavra a cu aberto, em meia encosta, iniciando-se com a execuo do plano de fogo para desmonte primrio (perfurao + detonao por explosivos), seguindo-se, no necessariamente, do desmonte secundrio (fogacho + rompedores hidrulicos) e carregamento e transporte dos fragmentos rochosos para os locais de britagem (praas de alimentao) ou diretamente para os britadores primrios; Areia: lavra a cu aberto, desmonte hidrulico e dragagem, sendo quase sempre comercializada na forma como extrada, passando, na maioria das vezes, apenas por grelhas fixas que separam as fraes mais grossas (cascalho, pelotas e concrees) e eventuais sujeiras (matria orgnica, folhas e troncos) e por uma simples lavagem para retirada de argila; Cascalho: subproduto das mineraes de areia e brita.

2- Lavra A extrao industrial das substncias minerais teis de uma jazida (sua lavra) pode ser efetuada por trabalhos a cu aberto, por trabalhos subterrneos ou por uma combinao de ambos. A opo de se lavrar a cu aberto ou subterraneamente depende de se ultrapassar ou no a relao de minerao limite (relao estril/minrio limite ), nmero adimensional que expressa uma relao entre massas ou entre volumes. Esta relao um dos valores fundamentais de qualquer planejamento de lavra, bem como os denominados teores de corte (para a mesma jazida havero teores de corte diferentes, se ela for lavrada a cu aberto ou subterraneamente, admitindo como tecnicamente vivel ambos esses tipos de lavra), os teores mnimos ou marginais, etc.

A nvel de toda a jazida, a opo de lavra ser obtida atravs de anlise das expresses:

Expresso CMs > CMca + RCe CMs = CMca + RCe CMs < CMca + RCe Onde: (1) (2) (3)

Opo Lavra a cu aberto Lavra indiferente Lavra subterrnea

CMs custo de lavra subterrnea de 1 t de minrio, incluindo os custos operacionais de desmonte, carregamento, britagem do minrio transporte do mesmo at a usina de concentrao; CMca custo de lavra a cu aberto de 1 t de minrio, incluindo os custos operacionais de desmonte, carregamento, britagem e transporte at a usina de concentrao; Ce custo de lavra do estril, incluindo seu desmonte, carregamento, britagem e transporte at o bota-fora; R relao de minerao ou relao estril/minrio, que representa o nmero de unidades de estril a remover para cada unidade de minrio lavrada a cu aberto. A condio limite obtida da relao (2), denominada ralao de minerao limite e que vale RL= CMs CMca. Ce A opo de lavra se referida, para a mesma jazida, a blocos de deciso de lavra, envolveria outras consideraes, para as quais se definem: - Teor de corte (cu aberto): Entende-se por teor de corte de um bloco (tc), aquele teor capaz de pagar sua lavra, seu tratamento, bem como seus custos indiretos e financeiros, no auferindo nenhum lucro e tambm no suportando a remoo de nenhum estril associado. - Teor mnimo ou marginal (cu aberto): Teor mnimo ou marginal (tm) aquele teor que paga apenas os custos de beneficiamento, alm dos custos indiretos e financeiros subseqentes. Correspondem ao bloco j lavrado que, em lugar de ser jogado ao pilha de Estril levado usina de beneficiamento, extraindo-se o elemento valioso, no dando nem lucro nem prejuzo. - Teor de utilizao (cu aberto): O conceito de teor de utilizao (tu) tem aspectos a ver com o estabelecimento do contorno final da cava, planejamento seqencial da lavra, beneficiamento do minrio e fluxo de caixa da empresa. Dentre os materiais desmontados com certeza vai-se encontrar blocos mineralizados e no mineralizados. Estes ltimos, como evidente, sero levados a pilha de estril, os blocos mineralizados constituem o problema: o que se deve utilizar? Como bvio, o teor de alimentao da mina no pode estar aqum do teor marginal, pois ento no se pagaro as despesas subseqentes.

Surge assim a necessidade do conceito de teor de utilizao. Este teor, pelo visto, deve estar compreendido entre o teor de corte e o teor mnimo. A diminuio do teor de utilizao acarreta um aumento do volume de minrio a tratar e uma diminuio do estril, pois dentro do contorno da cava h um volume definido e conhecido. O teor de utilizao estimado engendrando-se vrias admisses, que levaram a vrias alternativas, das quais ser selecionada aquela que melhor se coadune com os objetivos de produo e econmicos da empresa. - Teor limite (teor de corte subterrneo): Define-se como teor limite (ti) o menor teor que compensa economicamente a lavra subterrnea. De posse destes conceitos, podemos ento concluir: Se o bloco tecno1gico (ou painel) estiver gravado por uma relao estril/minrio R superior relao estril/minrio limite RL (R>RL) e se o respectivo teor ti for igual, ou superior a ti, o bloco ser lavrado subterraneamente. Se R>RL, com teor de bloco inferior ao teor limite (ti tl)' no h lavra pois, se houvesse conduziria ser lavrado subterraneamente. Se R>RL, com teor de bloco inferior ao teor limite (ti tl )no h lavra pois, se houvesse conduziria a prejuzos econmicos. Se R