Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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1 www.eunapos.com.br Curso de Pós-Graduação Lato Sensu a Distância Métodos e Técnicas de Pesquisa Autor: José Manfroi EAD – Educação a Distância Parceria Universidade Católica Dom Bosco e Portal Educação

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Explicação sucinta de métodos e técnicas de pesquisa

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Curso de Pós-Graduação Lato Sensu a Distância

Métodos e

Técnicas

de Pesquisa

Autor: José Manfroi

EAD – Educação a Distância

Parceria Universidade Católica Dom Bosco e Portal Educação

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA .............................. 03

1.1 Processo de produção do conhecimento ........................................................ 03

1.2 Etapas necessárias na produção do conhecimento ....................................... 04

UNIDADE 2 – PESQUISA CIENTÍFICA .............................................................. 07

2.1 Em busca de um conceito de Pesquisa .......................................................... 07

2.2 Princípios da Pesquisa Científica ................................................................... 08

2.3 Modalidades de Pesquisa ............................................................................... 10

2.4 Modalidades mais utilizadas em Pesquisa ..................................................... 14

2.5 Técnicas para a coleta de dados e informações ............................................ 16

UNIDADE 3 – PROJETO DE PESQUISA ............................................................ 30

3.1 Conceito ......................................................................................................... 30

3.2 Escolha do tema ............................................................................................ 31

3.3 Estrutura do Projeto de Pesquisa .................................................................. 31

UNIDADE 4 – ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE

TEXTOS CIENTÍFICOS ........................................................................................ 45

4.1 Forma de apresentação gráfica do texto científico ........................................ 45

4.2 As normas da ABNT ...................................................................................... 49

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UNIDADE 1 – OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA

1.1 Processo de produção do conhecimento

A universidade fundamenta-se no tripé ensino, pesquisa e extensão. Portanto,

pesquisar faz parte de sua formação tanto em nível de graduação como em nível de

pós-graduação. É preciso entender o que

é pesquisar, como pesquisar e por que

pesquisar. É importante você perceber

que pesquisar exige estudo, seriedade,

persistência, organização, ética,

compromisso social e político,

intencionalidade, criatividade. Além disso,

pesquisar deve ser uma ação prazerosa,

pois é você que escolhe a área de

conhecimento, o tema e o grupo a ser

pesquisado.

Fonte: http://migre.me/2RYdD

Por intermédio da pesquisa científica, você poderá encontrar respostas para

suas dúvidas e de muitas outras pessoas e, numa ação dinâmica e cheia de movimento

como a própria vida, irá se deparar com novas questões e novas dúvidas que vão,

sucessivamente, instigar sua curiosidade e sua vontade de estudar e pesquisar cada vez

mais.

O ato de pesquisar deve nos tornar mais humildes, pois há muito a estudar e

descobrir; mais solidários, pois as maiores descobertas são fruto do trabalho de

muitos/as pesquisadores/as; mais comprometidos social e politicamente, pois não

pesquisamos para nós, os resultados das pesquisas científicas devem ser de domínio

público e de fácil acesso à população em geral.

Minayo (1997), professora e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública

da Fundação Oswaldo Cruz/RJ, adverte:

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Diferentemente da arte e da poesia que se concebem na inspiração, a pesquisa é um labor artesanal, que se não prescinde da criatividade, se realiza fundamentalmente por uma linguagem fundada em conceitos, proposições, métodos e técnicas, linguagem esta que se constrói com um ritmo próprio e particular. A esse ritmo denominamos ciclo de pesquisa, ou seja, um processo de trabalho em espiral que começa com um problema ou uma pergunta e termina com um produto provisório capaz de dar origem a novas interrogações (1996, p. 25-26)

1.2 Etapas necessárias no processo de produção do conhecimento

Para que você entenda melhor a trajetória de uma pesquisa, apresentamos

logo a seguir, um quadro, no qual você identificará as diversas etapas e as diferentes

atividades em cada etapa de uma pesquisa.

Quadro 1 – Etapas da Pesquisa

ETAPAS ATIVIDADES

1. Definição do tema e elaboração do Projeto de

Pesquisa

1.1 Seleção do tema e formulação do problema.

1.2 Pesquisa exploratória (É isso mesmo? É viável? É relevante social, acadêmica e pessoalmente? Existe bibliografia disponível? Professor/a orientador/a?).

1.3 Definições sobre a pesquisa/delimitação do tema: caracterização minuciosa do grupo a ser pesquisado / instituição / espaço geográfico, etc.

1.4 Levantamento da(s) hipótese(s) que levem à solução/ explicação do problema.

1.5 Revisão bibliográfica inicial que garanta suporte teórico para o desenvolvimento do tema.

1.6 Indicação dos recursos metodológicos.

2. Definição do/a orientador/a e redefinição

do tema (sendo necessário)

2.1 Escolha do/a professor/a orientador/a. 2.2 Discussão do tema escolhido com o/a orientador/a. Verificar a viabilidade e a relevância da pesquisa. 2.3 Revisão do Projeto de Pesquisa. 2.4 Reescrita do Projeto (se exigido pelo/a orientador/a). 2.5 Definição do cronograma de orientação e de atividades a desenvolver (datas de orientação e pesquisa; prazos de entrega de material escrito). 2.6 Elaboração do plano de trabalho (sumário

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provisório / capítulos ou partes).

3. Definição do tipo de pesquisa, seleção,

construção e aplicação dos instrumentos de

coleta de dados

3.1 Recursos metodológicos: (escolher um ou mais de acordo com a pesquisa a ser realizada) 3.1.1 Pesquisa experimental. 3.1.2 Pesquisa bibliográfica. 3.1.3 Pesquisa documental. 3.1.4 Entrevistas. 3.1.5 Questionários e formulários. 3.1.6 Observação sistemática. 3.1.7 Estudo de caso. 3.1.8 Dinâmicas, intervenções. 3.1.9 Material iconográfico/imagético. 3.2 Pesquisa propriamente dita.

4. A análise dos dados

4.1 Classificação e organização das informações coletadas. 4.2 Tratamento estatístico dos dados (quando for necessário). 4.3 Estabelecimento das relações existentes entre os dados: análise qualitativa e análise quantitativa. 4.4 Análise dos dados tendo como referência a teoria escolhida. Discussão dos achados com a teoria.

5. A elaboração escrita

5.1 Estrutura provisória do relatório de pesquisa. 5.2 Apresentação ao/a orientador/a. 5.3 Qualificação (quando exigida). 5.4 Redefinição do trabalho com o/a orientador/a. 5.5 Redação provisória. 5.6 Revisão de português e de normas técnicas. 5.7 Redação final. 5.8 Preparação da defesa (quando exigida). 5.9 Defesa oral (quando exigida). 5.10 Redação definitiva a partir das sugestões/ exigências (obrigatório) da Banca.

5.11 Entrega final e revisada do trabalho de pesquisa.

Fonte: Adaptado de Pádua (1989)

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Procure fixar bem em sua mente a estrutura do quadro acima, pois ele serve de

guia no processo de organização e produção do seu trabalho de conclusão de curso

(TCC).

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UNIDADE 2 - PESQUISA CIENTÍFICA 2.1 Em busca de um conceito de pesquisa

Para que você entenda melhor o que é pesquisar, buscamos definições em

diferentes autores/as:

Para Minayo (1996, p. 17-18):

Entendemos por pesquisa a atividade básica da Ciência na sua indagação e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente condicionadas. São frutos de determinada inserção no real, nele encontrando suas razões e seus objetivos.

Para Barros & Lehfeld (1986, p. 87-89):

[...] para que a pesquisa receba a qualificação de Pesquisa Científica, deve caracterizar-se através da efetivação de um processo que, mediante a aplicação da Metodologia Científica e de técnicas adequadas, procura obter dados fiéis, objetivos, relevantes para se conhecer e compreender um dado fenômeno. [...] A pesquisa é um processo reflexivo, sistemático, controlado e crítico que nos conduz à descoberta de novos fatos e das relações entre as leis que regem o aparecimento ou ausência dos mesmos. O espírito científico não é inato. A sua edificação e o seu aprimoramento são conquistas que o universitário vai obtendo ao longo de seus estudos, da elaboração de trabalhos acadêmicos e pesquisas científicas. Sabe-se que todo trabalho de pesquisa requer imaginação criadora, iniciativa, persistência, originalidade e dedicação do pesquisador. Porém, todo estudante que vá aos poucos criando hábitos sistematizados de estudo, de montagem de documentação, percorrerá as fases do método de pesquisa sem grandes dificuldades. Na verdade, a Pesquisa Científica não pode ser fruto da intuição do indivíduo, exigindo a admissão de procedimentos metodológicos e de técnicas, como já foi dito. O método deve ser visto como orientador e indicador de um caminho e não como roteiro formal que conduz a resultados automáticos.

Para Santos (2000, p.15), “A pesquisa científica pode ser caracterizada como

atividade intelectual que visa responder às necessidades humanas”.

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2.2 Princípios da Pesquisa Científica

Podem se destacar como princípios da Pesquisa Científica, os seguintes:

a) Precisão: O autor deve ser preciso em suas pesquisas, tanto para ganhar

tempo em seu trabalho, quanto para que seu texto seja útil. Evitar a dispersão muito

comum quando o aluno faz os primeiros resumos bibliográficos e é atraído por variadas

obras e enfoques temáticos. O pesquisador não deve alargar, mas restringir e

aprofundar o tema, evitando desdobramentos que são interessantes, mas não são

essenciais.

b) Exaustão: refere-se ao esgotamento não do autor, mas da pesquisa. Todas

as obras consultadas devem ser revisadas em sua totalidade, não apenas num item do

sumário que se consagra precisamente ao tema do TCC. Outros títulos e subtítulos

podem conter preciosas informações e reflexões sobre o tema de pesquisa.

c) Clareza: O aluno não pode escrever para si mesmo, nem para o orientador.

Sua obra será acessível ao público na Biblioteca da Universidade, ou talvez, será

parcial ou totalmente publicada.

Portanto o texto deve ser inteligível

para todo o leitor que reúna um mínimo

de conhecimentos ligados ao tema. A

clareza dependerá também do plano de

trabalho. O texto não fluirá quando o

plano de trabalho não for bem feito.

Como dizia Câmara Júnior (1970),

“Ninguém escreve bem se não sabe

bem o que vai escrever”.

Fonte: http://migre.me/2S0IF

d) Exterioridade: Cabe ao aluno guardar certa distância em relação ao objeto

escolhido como tema da pesquisa. Guardar um recuo confortável, em relação aos

atores principais da situação em tela, aumenta o grau de objetividade. Buscar a

imparcialidade (melhor dizendo, independência), mas nunca o isolamento ou a

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alienação. O pesquisador deve tomar em consideração os pontos de vista e juízos de

valor com os quais será confrontado ao longo do trabalho.

Outros princípios muito importantes:

Contextualizar a informação coletada. Perceber a escola, ou corrente

de pensamento a que se filia o autor consultado, conhecer propostas que

ele eventualmente apresente. Toda fonte deve ser explorada ao máximo.

Mesmo que esse procedimento pareça trabalhoso, muito mais

desgastante será retornar à fonte quando, durante a redação do texto

final, percebe-se a falta de consistência nas informações ou subsídios

coletados.

Anotar sempre as referências bibliográficas, inteiramente, inclusive o

número da página onde se encontra dada informação ou comentário;

todos os dados que merecem uma citação, com o cuidado de copiá-la

rigorosamente da forma como foram escritas. Tais anotações mostrar-se-

ão preciosas no momento da redação do TCC.

O trabalho científico dispensa floreios e exige austeridade. As frases não

devem ser longas, primando pela objetividade. Na dúvida entre um termo

rebuscado e uma expressão clara, a escolha deve repousar sobre a

segunda, sem remorsos. Por outro lado, todo termo técnico deve ser

acompanhado de uma definição, apoiada por uma referência bibliográfica

fidedigna.

Espírito científico, não distorce os fatos e respeita escrupulosamente a

verdade, cultivando a honestidade e evitando o plágio. Aproveitando o

acúmulo de informações e o privilégio de, na condição de pesquisador, ter

acesso a opiniões variadas, o aluno deve abordar a realidade da forma

mais isenta possível. Ele deve construir as suas próprias opiniões e, se

for o caso, afirmá-las na conclusão depois de ter demonstrado os

respectivos fundamentos ao longo do trabalho. Para Cervo e Bravian

(1996 p.17):

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O aluno deve dotar-se de um 'espírito científico', que se traduz no senso de observação, no gosto pela precisão e pelas ideias claras, na imaginação ousada, mas regida pela necessidade da prova, na curiosidade que leva a aprofundar os problemas, na sagacidade e o poder de discernimento.

2.3 Modalidades de Pesquisa

O quadro que segue nos ajuda a entender melhor este universo:

Quadro 2 – Modalidades de Pesquisa

Tipos de pesquisa atendendo ao objetivo

Exploratória: quando você se aproxima do tema pela primeira vez.

Descritiva: quando você apenas descreve os fatos.

Explicativas: quando você procura explicar as causas, os porquês dos fatos.

Tipo de pesquisa atendendo ao procedimento da coleta

Experimental: quando a situação de investigação é controlada externamente e intencionalmente; levantamento, que coleta informações/opiniões diretas de um grupo sobre determinado assunto.

Tipos de pesquisa atendendo às fontes de informação

De campo, quando você pesquisa no local onde o fenômeno/fato ocorre.

De laboratório, onde você pesquisa com interferência artificial e controlada.

Bibliográfica, busca de informações já organizadas oriundas de estudos e pesquisas anteriores.

Fonte: Elaboração própria Para que você compreenda melhor, vamos detalhar um pouco mais as

diferentes formas de pesquisa.

2.3.1 Pesquisa bibliográfica

Procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em

documentos. Pode apresentar-se como trabalho científico original. Neste sentido temos

as monografias, dissertações e teses ou resumos de assuntos, que é o primeiro passo

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da investigação.

Pela sua característica eminentemente bibliográfica, o pesquisador deverá

assumir uma atitude crítica durante a leitura dos documentos ou livros, buscando

delinear com clareza o referencial teórico a ser adotado, seja na elaboração do plano

de trabalho, seja na seleção dos autores.

Para desenvolver uma pesquisa puramente bibliográfica, você precisa ser um/a

leitor/a atento/a e capaz de identificar as ideias defendidas por um/a autor/a;

estabelecer semelhanças e diferenças entre as ideias de diferentes autores/as sobre

um mesmo tema; ter uma boa capacidade de redação textual.

No entanto, é importante saber que a revisão bibliográfica deve fazer parte de

qualquer trabalho científico para que você desenvolva seu trabalho a partir do que

existe de mais recente na área de conhecimento na qual seu tema de pesquisa se

insere.

2.3.2 Pesquisa de campo

Neste tipo de pesquisa não se manipulam variáveis, isto é, toma os dados como

eles se apresentam na natureza, procurando descobrir, com a precisão possível, a

frequência com que o fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros fenômenos,

sua natureza e características.

A pesquisa de campo trabalha

sobre dados ou fatos colhidos da própria

realidade. Neste tipo de pesquisa é

essencial a utilização do caderno ou

diário de campo no qual você irá anotar

todos os detalhes observados, suas

dúvidas, seus sentimentos em relação ao

que viu e vivenciou, indicações de leituras

necessárias, correlação com outros fatos,

etc.

Fonte: http://migre.me/2S1Lh

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Pode fundamentar-se em qualquer tipo de fonte que registre a presença de

indivíduos ou grupos (monumentos, fotografias, pinturas, arquivos institucionais ou

pessoais, cartas, etc.).

Algumas modalidades de pesquisa de campo:

Estudo de caso: pesquisa sobre um determinado indivíduo, família,

grupo ou comunidade para examinar aspectos variados de sua vida. Deve

buscar detalhes, particularidades.

Pesquisa de opinião: procura saber atitudes, pontos de vista e

preferências que as pessoas têm a respeito de algum assunto;

Levantamentos: recolhem dados de um número relativamente grande de

casos num momento dado;

Estudo documental: estudo de documentos para comparar usos e

costumes, tendências ou diferenças.

2.3.3 Pesquisa experimental

Quando utilizada com seres humanos e animais deve ter autorização do Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade. Segundo Baruffi, (1998, p. 39-41)

Caracteriza-se por manipular, isto é, mexer, controlar variáveis relacionadas com o objeto de estudo, buscando normalmente

estabelecer relações de causalidade entre as variáveis. O enfoque da pesquisa dirige-se para as relações de causa e efeito; as variáveis são manipuladas cuidadosamente pelo pesquisador com o propósito de determinar sua influência. A busca dessas relações se dá através da criação de situações artificiais de controle, denominadas experimentação. Procura dizer de que modo ou por que causas o fenômeno é produzido. Tem uma metodologia própria e

seu ponto de partida é sempre uma hipótese.

Fonte: http://migre.me/2S2zM

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Barros (1986, p.94) explica de forma mais detalhada os elementos

diferenciadores da pesquisa experimental:

A investigação experimental - conhecida também por experimentação - adota o critério de manipulação de uma ou mais variáveis independentes (causas), sob adequado controle, a fim de observar e interpretar as modificações e reações ocorridas no objeto de pesquisa (efeito-variável dependente). Assim sendo na pesquisa experimental o investigador interfere na realidade, fato ou situação estudada através da manipulação direta das variáveis. Nos estudos experimentais clássicos era costume estudar a relação de uma única variável com o objeto enfocado (causa-efeito). Hoje é frequente estudar a relação de uma ou mais variáveis nos limites de um único experimento, observando-se as inter-relações e graus de intensidade, de influência das variáveis entre si.

Estes são, então, os elementos necessários para o desenvolvimento da

pesquisa experimental.

2.3.4 Pesquisa-ação

O/a pesquisador/a desempenha papel ativo no equacionamento dos problemas

encontrados, não só faz a investigação, mas procura desencadear ações e avaliá-las

com a participação da população envolvida.

Thiollent (1980, p.10) explica com mais detalhes esta modalidade:

É um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Esta forma de pesquisa é aconselhável para os pesquisadores que estão com

um bom grau de engajamento com o grupo envolvido no processo da pesquisa.

2.3.5 Pesquisa de intervenção

É uma pesquisa onde coexistem a investigação e o desenvolvimento de ações

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que visam minimizar os problemas existentes ou a aplicação de atividades que exigem

uma avaliação inicial (pré-teste) e uma avaliação final (pós-teste) para averiguar qual a

influência das mesmas sobre a população pesquisada. Difere da pesquisa-acão, pois

não exige que os participantes tenham uma ação consciente durante a intervenção ou

que participem das decisões.

2.4 Modalidades mais utilizadas em pesquisa

Apesar destas modalidades acima descritas, em grande parte das áreas de

conhecimento, a pesquisa acomoda-se dentro destas modalidades, adquirindo uma

caracterização própria. Vejamos:

2.4.1 Compilação ou “estado da questão”

Escolhido um tema, o aluno parte em busca de toda a literatura e produção

científica sobre a referida temática, tanto em nível nacional como internacional.

Embora útil, porque a pesquisa revela o estágio em que

se encontra a compreensão ou o debate sobre o tema em

determinado momento e lugar, esta modalidade oferece

vários riscos:

a) Transformar o trabalho numa colagem.

b) Negligenciar os últimos estudos, pois exige do

pesquisador, a busca em artigos de revistas e sites

especializados na área do conhecimento que tragam as

últimas publicações sobre a temática escolhida.

Fonte: http://migre.me/2S3aN

2.4.2 Análise de texto

A obra de um autor em seu conjunto ou apenas numa de suas partes, enseja

uma investigação, seja por sua originalidade, seja pela contribuição que traz à

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elucidação de um tema, ou para discutir uso de seus conceitos, etc.

2.4.3 Estudo comparativo

A expressão “estudo comparativo” está ligada ao “estudo comparado”, devendo

ser reservada à confrontação de fenômenos que se passam de um lado e de outro

entre duas experiências ou concepções bem diferenciadas.

O pesquisador age como um intérprete que procura tornar inteligível uma outra

realidade e uma outra forma de conceber um determinado fenômeno.

2.4.4 Estudo histórico

Aqui, os conhecimentos estão indissociavelmente associados aos históricos,

numa construção interdisciplinar de grande valia para a área de conhecimento em foco.

Conhecer a história mostra-se essencial para a compreensão do problema da pesquisa

em questão. Quando o objeto escolhido é local, o aluno deve revelar especial vocação

para pesquisa em arquivos ou para colher depoimentos.

Deve reforçar sua base de história geral, regional e local para bem contextualizar

os elementos da pesquisa.

2.4.5 Pesquisas de campo

De acordo com o pensamento de Cruz Neto (apud. Ventura, 2000, p. 34):

Permitem o melhor conhecimento de incontáveis situações que interessam ao estudo: são fruto de um momento relacional e prático, pois o que atrai o pesquisador é a existência do desconhecido, o sentido da novidade e o confronto com o que nos é estranho (grifo nosso).

O trabalho de campo traz excelentes contribuições para a pesquisa, pois pode

produzir estatísticas importantes que permitam a avaliação dos efeitos de ações já

desenvolvidas ou em desenvolvimento.

Pode também complementar uma dada abordagem teórica com informações

originais, devidamente referendadas pelos dados “fenomênicos” apresentados e

recolhidos da realidade.

A pesquisa de campo é empírica por natureza e se funda na observação que o

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aluno faz diretamente dos fatos ou na indagação concreta das pessoas envolvidas ou

interessadas no tema. A vida profissional, se prestarmos atenção, é um grande

laboratório que abre inúmeras oportunidades para a pesquisa de campo.

Quando os dados necessários nao se encontram em arquivos, mas devem ser

produzidos, é necessária a elaboração de instrumentos de investigação. Há diversas

formas de coleta de dados, sendo mais comuns as entrevistas, os questionários e

formulários, a história de vida, o depoimento, o relato vida, a observação, etc. (que

veremos logo adiante).

2.5 Técnicas para a coleta de dados e informações

São aplicadas após delimitar o tema da pesquisa, o grupo ou instituição a ser

estudado, o tipo de pesquisa que será desenvolvida, e, dependendo do tempo e dos

recursos financeiros que você possui, é o momento de decidir quais técnicas serão

utilizadas para coletar os dados e as informações necessários ao desenvolvimento de

seu trabalho.

Se você possui pouco tempo e o grupo a ser investigado é letrado, você poderá

optar pelo questionário. No entanto, se você quiser obter dados e informações mais

detalhados, talvez a entrevista e a observação possam ser mais indicadas.

Portanto, para ter clareza na escolha de uma ou mais técnicas de coleta de

dados e informações, é preciso saber que não existe uma técnica melhor do que a

outra, o importante é você conhecer o grupo a ser pesquisado através de uma

pesquisa exploratória, saber os objetivos e as perguntas que pretende responder com a

pesquisa, bem como o tempo e as condições materiais que possui para efetivá-la.

2.5.1 Questionário ou formulário

O questionário e o formulário são

instrumentos muito usados para o levantamento

de informações. Diferenciam-se apenas no que

se refere à sua aplicação.

O questionário é preenchido pelo próprio

entrevistado e o formulário é preenchido

indiretamente, isto é, pelo entrevistador.

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Fonte: http://migre.me/2S4dr

O pesquisador, ao elaborar os seus questionários, deve ter a preocupação de

determinar o tamanho, o conteúdo, a organização e clareza de apresentação das

questões a fim de estimular o informante a responder.

É aconselhável que o questionário não exija muito mais de 10 a 20 minutos para

ser respondido. Um questionário muito extenso é desmotivador e pode condicionar

respostas rápidas e superficiais do informante.

Os questionários remetidos pelo correio devem trazer todas as instruções ao

pesquisador que motivem o informante a expressar-se com clareza e profundidade

demonstrando em si um apelo ao leitor.

Nelas o pesquisador deve esclarecer o que é a pesquisa, seus objetivos e

destino final. Ela deve ser breve, porém conter todas as instruções necessárias para o

preenchimento do questionário, garantindo o anonimato. A linguagem utilizada no

questionário deve ser simples e direta para que o respondente compreenda com

clareza o que está sendo perguntado.

Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por causa

das características de linguagem do grupo (grupo de surfistas, grupos de usuários de

drogas, por exemplo).

Todo questionário deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo

reduzido, para que se possam corrigir eventuais erros de formulação.

a) Estrutura Textual do Questionário:

O questionário deve ter uma carta de apresentação (quando for enviado pelo

correio) ou um parágrafo inicial (quando entregue em mãos) que contenha: a

identificação da instituição e do pesquisador; a proposta da pesquisa; as instruções de

preenchimento; as instruções para devolução; um incentivo para o preenchimento; um

agradecimento pela colaboração. Sempre que possível deve-se evitar a identificação

do nome do respondente para não inibir determinadas respostas. Outros tipos de

identificação: tipo idade, escolaridade, gênero, etc... podem e devem ser solicitados.

Outro fator que pode colaborar para a escolha pela aplicação de questionários

diz respeito ao custo. O questionário custa menos para o pesquisador do que as

entrevistas.

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Barros (1998) afirma que o questionário apresenta, como todo instrumento de

pesquisa, suas vantagens e limitações. A vantagem maior diz respeito à possibilidade

de se abranger um grande número de pessoas. Segundo o autor:

É um instrumento muito útil para certas pesquisas em que se procuram informações de pessoas que estão geograficamente muito dispersas. [...] Por exemplo, posso distribuir questionários, de uma só vez, para todos os elementos que participam de uma reunião num congresso ou numa sala de aula (BARROS, 1998, p. 50 e 51).

O questionário é um dos instrumentos mais universal e mais democrático. No

entanto o segredo está na estruturação e no direcionamento que é dado ao construí-lo.

Veremos a seguir.

b) Tipos de perguntas (de acordo com o tipo de respostas que suscitam):

O questionário pode possuir perguntas fechadas (mais fáceis de mensurar),

perguntas abertas ou a combinação dos dois tipos:

Questões fechadas: apresentam categorias ou alternativas de respostas

fixas tipo: sim ou não, certo e errado.

Exemplo: Após concluir o curso você pretende atuar na área? ( )sim ( )não ( )talvez Múltipla escolha: Exemplo: Renda familiar: ( ) menos de 1 salário mínimo ( ) 1 a 3 salários mínimos ( ) 4 a 6 salários mínimos ( ) 7 a 11 salários mínimos ( ) mais de 11 salários mínimos

Questões abertas: permitem ao informante responder livremente com

frases ou orações.

Exemplo: a) Bairro onde mora:

b) Qual a sua opinião sobre a UCDB?

Obs.: Devem-se evitar questões que suscitam duas ou mais respostas

para não confundir-se na análise dos dados coletados. Exemplo: Você é

contra, a favor ou indiferente ao aborto e à prevenção da gravidez?

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Questões mistas:

Exemplo: Você é favorável ao esporte de rendimento nas escolas?

( ) sim ( ) não ( ) em parte Justifique:

c) Vantagens no uso do questionário:

De acordo com Barros (1986, p.109 e 110), existem várias vantagens no uso do

questionário:

o questionário possibilita ao pesquisador abranger um maior número de

pessoas e de informações em espaço de tempo mais curto do que outras

técnicas de pesquisa;

facilita a tabulação e tratamento dos dados obtidos, principalmente se o

questionário for elaborado com maior número de perguntas fechadas e de

múltipla escolha;

o pesquisado tem o tempo suficiente para refletir sobre as questões e

respondê-las mais adequadamente;

pode garantir o anonimato, consequentemente maior liberdade nas

respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre as

mesmas;

economiza tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua

aplicação.

d) Desvantagens no uso questionário

No entanto existem também algumas limitações do uso do questionário. A

principal limitação do questionário está relacionada com a sua devolução, além do que

o grau de confiabilidade das respostas obtidas pode diminuir em razão de que nem

sempre é possível confiar na veracidade das informações. Outra limitação ocorre pelo

fato de ter-se de elaborar questionários específicos para segmentos da população a fim

de se ter maior compreensão das perguntas. Também não pode ser aplicado a

pessoas analfabetas (BARROS, 1986, p.110).

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2.5.2 Entrevista

A entrevista é uma técnica que permite o relacionamento estreito entre

entrevistado e entrevistador.

As entrevistas, segundo sua forma de operacionalização, podem ser

classificadas em estruturadas e não-estruturadas.

São estruturadas quando possuem as questões previamente formuladas, isto é,

o entrevistador estabelece um roteiro prévio de perguntas, não há liberdade de

alteração dos tópicos ou para fazer inclusão de

questões frente às situações.

Nas entrevistas não estruturadas, o

pesquisador busca conseguir, através da

conversação, dados que possam ser utilizados em

análise qualitativa, ou seja, os aspectos

considerados mais relevantes de um problema de

pesquisa.

Fonte: http://migre.me/2S5ju

Para que a entrevista tenha êxito, é necessário tomar alguns cuidados:

Preparar o informante para entrevista: é a fase do contato inicial entre

entrevistador e entrevistado. Deve-se motivar e preparar o entrevistado antes

de iniciar a indagar as questões. Explicações sobre o objetivo da entrevista

devem ser dadas, assegurando o sigilo das respostas, bem como valorizar as

informações que o entrevistado possa fornecer.

Elaboração das questões: as questões devem ser elaboradas de acordo

com o tipo de entrevista a ser desenvolvida (estruturada ou não-estruturada).

Registro da entrevista: uma vez realizada a entrevista, o pesquisador deve

transcrever e analisar as informações imediatamente após a sua efetivação.

Registrar os dados ao mesmo tempo em que se realiza a entrevista pode trazer

inibições. Para o uso de gravador é necessário solicitar a autorização do

entrevistado.

Prestar atenção aos itens que o entrevistado deseja esclarecer sem

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manifestar as suas opiniões (do entrevistador). Nao apressar o entrevistado

dando- lhe tempo para expor suas conclusões.

Assegurar as condições favoráveis ao bom desenvolvimento da pesquisa.

Procurar evitar desencontros e perda de tempo.

Vantagens da utilização da entrevista:

Maior flexibilidade para o pesquisador. A entrevista pode ser aplicada em

qualquer segmento da população, isto é, o entrevistador pode formular e reformular as

questões para melhor entendimento do entrevistado.

O entrevistador tem oportunidade de observar atitudes, reações e condutas

durante a entrevista.

Há oportunidade de se obter dados relevantes e mais precisos sobre o objeto de

estudo.

Limitações da utilização da entrevista:

Barros afirma que:

Entre as limitações quanto ao uso da entrevista é necessário ressaltar que, para o uso desta técnica, no estudo, o pesquisador despenderá mais tempo. O custo operacional será mais alto, precisando-se treinar e habilitar o entrevistador para tal função (1986, p. 110 - 111).

Recomendações importantes:

Procure selecionar pessoas que realmente têm o conhecimento

necessário para satisfazer suas necessidades de informação.

Procure realizar uma entrevista com alguém que poderá fazer uma crítica

de sua postura antes de se encontrar com o entrevistado de sua escolha.

Prepare com antecedência as perguntas a serem feitas e a ordem em que

elas devem acontecer (estruturada) ou faça um pequeno roteiro das

informações essenciais a serem obtidas (não-estruturada).

Diante do/a entrevistado/a:

Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de ideias.

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Não demonstre insegurança ou admiração excessiva diante do/a

entrevistado/a para que isso não venha a prejudicar a relação entre

entrevistador/a e entrevistado/a.

Deixe que as questões surjam mais naturalmente, mesmo que você

possua um roteiro, evitando que a entrevista assuma um caráter de uma

inquisição ou de um interrogatório policial, ou ainda que a entrevista se torne

um “questionário oral”.

Seja objetivo, já que entrevistas muito longas podem tornar-se cansativas.

Procure incentivar o/a entrevistado/a para as respostas, evitando que

ele/a se sinta falando sozinho/a.

Vá anotando tópicos centrais da fala do/a entrevistado/a evitando que

ele/a fique esperando sua próxima indagação.

Caso use o gravador ou a filmadora, não deixe de pedir permissão para

tal. Às vezes, o uso do gravador ou da filmadora pode inibir o/a depoente e

frustrar o/a entrevistador/a. Recomenda-se que esses equipamentos sejam

utilizados após os primeiros encontros quando já deve ter sido estabelecida

uma cumplicidade entre pesquisador/a e pesquisados/as.

Relatório da entrevista

Mesmo tendo gravado, procure fazer o relatório o mais cedo possível. Anote as

respostas e as reações que você conseguiu observar durante a entrevista. É essencial

a utilização de uma caderno/diário de campo.

2.5.3 Observação com método científico

Há uma grande diferença entre uma observação não dirigida, superficial e uma

observação dirigida ou científica. Barros (1990, p.54) nos introduz nesta importante

técnica de coleta de dados:

A observação é uma das técnicas de coleta de dados imprescindível em toda pesquisa cientifica. 0bservar significa aplicar atentamente os sentidos a um objeto para dele adquirir um conhecimento claro e preciso.[...] A observação é uma técnica que pode ajudar muito o pesquisador nas suas pesquisas. O pesquisador iniciante pode ir aos poucos observando e registrando os fenômenos que aparecem na realidade.Posteriormente recomenda-se que o observador se

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prepare adequadamente com cuidados especiais para cada estudo realizado.[...] A maior vantagem do uso da observação em pesquisa está relacionada com a possibilidade de se obter a informação na ocorrência espontânea do fato. A observação é uma técnica que pode ser usada por todo o pesquisador, além de que, existem certos fenômenos que não poderiam ser estudados de outra maneira.

Sugestões para uma observação satisfatória:

Antes de iniciar o processo de observação, procure examinar o local.

Determine que tipo de fenômenos merecerão registro.

Crie, com antecedência, uma espécie de lista ou mapa de registro de

fenômenos.

Procure estipular algumas categorias dignas de observação.

Esteja preparado/a para o registro de fenômenos que surjam durante a

observação, que não eram esperados no seu planejamento.

Para realizar registros iconográficos (fotografias, filmes, vídeos, etc.), caso o

objeto de sua observação sejam indivíduos ou grupos de pessoas, prepare-os

para tal ação. Eles não devem ser pegos de surpresa, têm o direito de dizerem

não. No entanto, ao consultar e avisar, é importante deixar claro que não

devem se preparar artificialmente, mascarando a realidade.

Porém, se isso ocorrer, anote os detalhes, pois todos são importantes.

Procure fazer o relatório o mais cedo possível.

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Quadro 3 – Classificação da observação

1. Quanto à estruturação

a) Observação assistemática ou não estruturada: não tem controle e nem instrumental apropriado.

b) Observação sistemática ou planejada: é realizada em condições controladas. Utiliza instrumental adequado.

2. Quanto à participação do observador

a) Observação não participante: o pesquisador permanece de fora da realidade a estudar. Não há envolvimento do observador.

b) Observação participante: o observador se incorpora natural ou artificialmente ao grupo ou comunidade pesquisados.

3. Quanto ao número de observadores

a) Observação individual: realizada por um só pesquisador.

b) Observação em equipe: quando há o trabalho integrado de uma equipe de observadores.

4. Quanto ao local de observação

a) Observação em campo: observação feita dos fenômenos na realidade social.

b) Observação em laboratório: quando as situações são criadas em laboratórios.

Fonte: Elaboração própria

Além destas quatro formas, ainda temos a observação enquanto técnica de

atuação na realidade. Também denominada de observação militante. No entanto, esta

técnica pode estar permeada por concepções ideológicas ou políticas as quais visam à

estimulação da mudança dos grupos e comunidades envolvidas.

2.5.4 História Oral

A história oral é uma técnica de coleta de dados que vem sendo utilizada cada

vez mais em ciências humanas e sociais devido ao alcance junto aos pesquisados. Se

subdivide em:

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a) História de vida

A história de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral

quando o/a depoente é o informante fidedigno de um determinado momento histórico,

de um grupo social, de uma instituição ou quando sua vida, de alguma forma, merece

ser recontada para fazer parte da memória coletiva.

E importante que o/a pesquisador/a tenha clareza de que a memória muda pelo

esquecimento de detalhes, pela diferente leitura de um mesmo acontecimento de

acordo com as influências do contexto, pela presença do/a pesquisador/a e a

percepção do lugar social e da ideologia que representa.

Portanto, a história de vida não é indicada para investigar fenômenos porque

reflete a visão muito particular de uma pessoa, não cabendo ao/a pesquisador/a

interferir ou corrigir o relato. Fundamenta-se na fala de um/a só informante.

Denzin, (1973, p.220 apud MINAYO, 1999, p. 126), afirma que:

A História de Vida apresenta as experiências e as definições vividas por uma pessoa, um grupo, uma organização, como esta pessoa, esta organização ou este grupo interpretam sua experiência. O/a depoente deve estar totalmente livre para falar/relatar os fatos como quiser, na ordem cronológica ou de importância que escolher. Esses detalhes devem ser observados pelo/a pesquisador/a que deve ter ouvido e olhos atentos.

b) Depoimento Oral

O depoimento oral também é uma técnica de coleta de dados utilizada na

história oral quando o objetivo da pesquisa é recontar a trajetória de um determinado

grupo social ou desvelar um determinado fenômeno.

Para optar por esse tipo de investigação o/a pesquisador/a precisa se constituir

em um/a “interlocutor válido”, isto é, conhecer o assunto para poder analisar os

discursos, interferir quando necessário para reenfocar o tema, evitando que o/a

depoente fuja muito do assunto.

Por isso afirmamos anteriormente que toda pesquisa exige uma revisão

bibliográfica e um bom conhecimento teórico sobre o tema a ser investigado. Por

exemplo, se você vai ouvir depoimento de presos, é essencial que você conheça sobre

o sistema carcerário, sobre as características desses grupos (psicológicas, de

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sobrevivência, religiosas, etc.), sobre processos, sobre injustiça social, para ter

parâmetros de análise (sem julgar como certo ou errado).

É importante que a cada depoimento o/a pesquisador/a tenha clareza: De quem

fala? De onde fala? Do que fala?

Devemos transitar no equilíbrio, não sendo ingênuos/as a ponto de pensarmos

que o/a depoente é neutro na sua fala ou juízes, mantendo uma constante

desconfiança.

A natureza desse tipo de coleta de dados é recolher os depoimentos e depois de

transcrevê-los, efetivar uma análise comparativa, apontando contradições e

convergências sobre um mesmo fato ou conceito.

Exige um número de informantes que seja capaz de representar o universo

pesquisado (ler quadro sobre amostragem).

c) Relato de vida (Tranche de vie = Pedaço de vida)

O relato de vida é uma técnica de coleta de dados utilizada na história oral

quando o objetivo da pesquisa é recontar um determinado momento histórico.

O/a informante fica menos livre porque o papel do/a pesquisador/a, com maior

domínio da situação, é focalizar o depoimento no tema que investiga procurando trazer

o/a depoente de volta quando este começar a divagar ou a relatar outros episódios.

Esta técnica é indicada para recompor um determinado período da história geral

ou de uma instituição ou fenômeno.

Por exemplo, colher relatos de pessoas que participaram da Coluna Prestes; de

uma determinada empresa; da fundação de uma instituição ou grupo.

Neste tipo de coleta de informações é essencial que o/a pesquisador saiba:

Quem fala? De onde fala? Do que fala? Pois, sobre um mesmo fato podem existir

relatos antagônicos dependendo de quem fala (Ex: Golpe militar relatado por um militar

que foi a favor do golpe e um preso político).

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Importante: Quando você optar pela História Oral deve seguir alguns passos

metodológicos ao transcrever o que ouviu (e gravou, quando obteve permissão para

isto). As anotações devem ser organizadas e constantes (nossa memória é muito

seletiva e corremos o risco de esquecer ou desconsiderar falas importantes). Para

tanto, é importante que sejam utilizados:

Diário de campo: onde serão registradas as falas, as observações, os

detalhes. Anotar risos, choros, silêncios, má interpretação da pergunta,

vacilações, expressões corporais, etc. Também deve conter as percepções e

sentimentos do/a pesquisador/a: nojos, indignações, conflitos, desânimo,

esperança, alegria, etc.

Ficha do informante: onde constarão todos os dados necessários para

identificá-lo no grupo social e frente ao fenômeno investigado (lembre-se que é

bastante significativo você saber: quem fala? de onde fala? do que fala?)

Estrategicamente é importante que você preencha esta ficha após o

depoimento para não inibir ou censurar a fala do/a depoente, mesmo que

depois, se assim for solicitado ou exigido, no relatório final não seja identificado

o nome do/a depoente, usando-se um pseudônimo.

Acervo visual: filmagens, fotografias que auxiliam na estruturação do texto.

Depois do material coletado, devemos fazer a transcrição suja, fidedigna

ao oral, que passa a ser a transposição para uma outra linguagem, a escrita,

onde se perde muito da riqueza do oral e do visual.

Só limpamos (corrigimos) o que vamos utilizar, evitando transcrever o

caricato da fala do/a informante. O ideal, nessas pesquisas seria o relatório

através de multimídia (que as academias ainda não aceitam como científico,

exigindo o texto escrito).

Ao organizar o material para ser transcrito, recomenda-se que sejam

organizados fichamentos temáticos de acordo com o tema do roteiro.

É recomendado analisar os grandes temas de forma comparativa por blocos

de informantes (mulheres, homens, jovens, crianças, velhos; negros/brancos/

índios/ocidentais; autoridades/ detentos, etc.). Explicar o porquê de cada grupo

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ter construído de uma maneira o seu relato.

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UNIDADE 3 - PROJETO DE PESQUISA 3.1 Conceito

Sem um projeto de pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um trabalho

inseguro, desorientado, redundando em desperdício de esforços e recursos (BARROS,

1986, p.97).

O Projeto de Pesquisa é um projeto e, portanto, é redigido antes de realizar a

pesquisa. Os verbos, em geral, devem estar conjugados no presente e no futuro. Exige

do/a pesquisador/a um conhecimento prévio, obtido através da pesquisa exploratória,

sobre a viabilidade/relevância do tema, da instituição ou grupo a serem pesquisados.

Escreve-se um projeto para:

Mapear um caminho a ser seguido durante a investigação.

Esclarecer para o próprio investigador os rumos do estudo.

Comunicar seus propósitos para a comunidade científica.

Segundo Rudio (1986), a escolha de um tema de pesquisa exige um

conhecimento prévio do tema (pesquisa exploratória) e merece que o pesquisador faça

sérias indagações:

Trata-se de um problema

original?

O problema é relevante?

Ainda que seja “interessante”,

é adequado para mim?

Tenho hoje possibilidades

reais para executar tal estudo?

Existem recursos financeiros

para a investigação deste tema?

Terei tempo suficiente para

investigar tal questão?

Fonte: http://migre.me/2XvkM

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3.2 Escolha do tema

Existem dois fatores principais que interferem na escolha de um tema para o

trabalho de pesquisa:

Fatores internos: afetividade em relação a um tema ou alto grau de

interesse pessoal; tempo disponível para a realização do trabalho de

pesquisa; o limite das capacidades do/a pesquisador/a em relação ao

tema pretendido.

Fatores externos: o significado do tema escolhido, sua novidade, sua

oportunidade e seus valores acadêmicos e sociais; o limite de tempo

disponível para a conclusão do trabalho; material de consulta e dados

necessários ao/a pesquisador/a.

Segundo Leite (1997, p.82), a escolha do tema “reveste-se de grande

importância e merece uma reflexão séria”, pois o prazer de pesquisar e a qualidade da

pesquisa a ser realizada são determinados pela escolha do tema. Por isso, segundo o

autor, deve-se levar em consideração:

A vocação: “cada pessoa, no decorrer dos estudos, já demonstra

inclinação especial por uma determinada área do conhecimento” (LEITE,

1977, p.83). A preferência pessoal se revela como expressão concreta da

vocação.

Qualificação: “a real apreciação da competência pessoal ou da

qualificação intelectual [...] é bom ajuizar-se das reais aptidões e limites dos

conhecimentos básicos e complementares exigidos em tarefa de tal

envergadura” (LEITE, 1977, p. 83).

Objetivo Profissional: “o objetivo primordial é a aquisição de

experiência, de domínio sobre a área escolhida [...] A vantagem é dupla, e

as possibilidades de desenvolver o processo cognitivo, absolutas”. (LEITE,

1977, p.85).

3.3 Estrutura do projeto de pesquisa

É imprescindível que você tenha a Unidade 4, Orientações e normatizações para

a redação de textos, como base referencial para a elaboração do projeto de pesquisa e

do TCC. Na unidade constam as normas da ABNT, assim como orientações

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necessárias para que você não encontre nenhuma dificuldade na produção textual.

3.3.1 Inicia-se com a capa e com a folha de rosto

Veja na figura a seguir a localização dos elementos necessários para a

constituição de uma Capa em um trabalho científico:

Figura 1 – Modelo de capa de Trabalho Científico

Fonte: http://migre.me/2Xw7l

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Veja a seguir um modelo de localização dos elementos necessários para a

constituição da Folha de Rosto:

Figura 2 – Modelo de Folha de Rosto

Fonte: http://migre.me/2XwB4

3.3.2 Elementos essenciais do Projeto de Pesquisa

Os elementos essenciais para a elaboração de um Projeto de Pesquisa são os

seguintes:

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1. Titulo (o que pesquisar?): apresenta a área de interesse a ser pesquisada, já

delimitada em alguns aspectos: assunto, população, instituição, período, etc. Pode ter

uma conotação criativa e singular. Aparece na capa e folha de rosto sem constar a

palavra “título”.

2. Justificativa (por que pesquisar?): É o momento do/a pesquisador/a

convencer de que o projeto é importante, que possui relevância científica, que vai

trazer contribuições. É o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental e

deve ser efetivado, de que o tema/título escolhido é de suma importância, para a

sociedade ou para algum grupo específico de indivíduos. Devemos tomar cuidado, na

elaboração da justificativa, de não justificar a hipótese levantada, ou seja: tentar

responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. Não tentar

antecipar os resultados da pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser

estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.

Também, nessa etapa, devem ser colocadas as motivações pessoais que levaram o/a

pesquisador/a a escolher o tema. Pode ser colocada, resumidamente e de forma

objetiva, a trajetória de vida do/a pesquisador/a que o/a qualifica para o trabalho de

pesquisa.

Sobre a justificativa num projeto de pesquisa, afirma Bittar (2000,p.14), que se

trata de “convencer sobre a relevância científica do problema; contextualizá-lo

historicamente; explicar quais os motivos que levaram a pesquisar o tema e qual a

contribuição que tal estudo trará para a sociedade”.

3. Definição do problema (quais as perguntas/dúvidas que quero responder

com essa pesquisa?): Recorte na realidade, delimitação do tema. Nos primeiros

projetos é mais fácil formular de forma interrogativa, pois facilita a redação e

compreensão. Se não há problema, se não há dívida, não há motivo para realizar a

pesquisa.

Severino (1996, p.75) dá uma dica muito importante para compreender este

passo do projeto: “[...] antes da elaboração do trabalho, é preciso ter ideia clara do

problema a ser resolvido. Exige-se consciência da problemática específica relacionada

com o tema abordado de determinada perspectiva, cuja natureza especificará o tipo e o

método de pesquisa e de reflexão a serem utilizados no decorrer do trabalho”.

De acordo com Barral (2003, p. 68), “não basta delimitar o tema, mas deve-se

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identificar um problema específico que será analisado no trabalho. [...] A

problematização se relaciona com o foco do trabalho, no que se refere àquele tema. É

a pergunta que pretende ser respondida ao final do trabalho científico”.

Alguns exemplos de problemas/questões de pesquisa:

O alcoolista em tratamento tem o comportamento de mentir compulsivo?

Quais as características/estilo de vida das crianças obesas?

Quais os elementos da ansiedade?

Existe relação entre pressão familiar e iniciação esportiva precoce?

Partindo de um projeto de pesquisa concreto, vejamos a formulação do

problema.

Qual o tratamento que a Constituição Federal e as normas infraconstitucionais vêm dando aos trabalhadores considerados escravos? Quais os principais direitos dos trabalhadores em condições análogas à de escravo? Quais os deveres dos empregadores que mantêm trabalhadores escravos em seus estabelecimentos? As decisões judiciais atuais estão em consonância com a Constituição Federal, a CLT e o Código Penal? (PIROSKI, 2009).

É importante lembrar que cada tipo de questão exige um tipo de investigação, a

escolha adequada de técnicas de coleta de dados/informações e análise adequada dos

achados.

4. Objetivo(s) (para que pesquisar?): “Uma vez estipulado o que será estudado

no trabalho, deve-se ainda esclarecer no projeto o

objetivo do trabalho, ou seja, o que se pretende com a

proposta apresentada” (BARRAL, 2003, p.73). Quais as

metas que pretendemos alcançar ao final da pesquisa?

A definição do(s) objetivo(s) determina o que o/a

pesquisador/a quer atingir com a realização do trabalho

de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Iniciamos

a formulação de um objetivo com um verbo no infinitivo.

Fonte: http://migre.me/2XzHo

Os verbos, no infinitivo, mais utilizados na formulação de objetivos são:

Demonstrar, avaliar, caracterizar, comparar, correlacionar, descrever, diagnosticar, diferenciar, identificar, classificar,

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conceituar, categorizar, desenvolver, dimensionar, enumerar, formular, listar, organizar, operacionalizar, propor, relacionar, selecionar, verificar (MARQUES; MANFROI; CASTILHO; NOAL, 2009, p.100).

Podemos ter vários objetivos estipulando diversas metas com o trabalho

científico, ou optarmos por definir objetivo geral (O quê? Para quê?) e outros objetivos

específicos (detalhamento do objetivo geral em ações mais imediatas e menos amplas

que, efetivadas, leva ao alcance do objetivo geral).

Exemplo:1

Objetivo Geral: Demonstrar, por meio da análise das legislações pertinentes e decisões jurisprudenciais os reflexos jurídicos do trabalho escravo após a Constituição Federal de 1988, tanto para o empregador quanto para o empregado. Objetivos Específicos: a) Dimensionar as principais características do trabalho escravo no Brasil, pós-promulgação da Constituição Cidadã. b) Identificar os direitos e deveres dos empregadores e empregados na relação configuradora do trabalho escravo. (PIORSCKI, 2009)

É importante observar que os objetivos devem ser frases curtas e diretas,

indicando as metas a serem alcançadas com o trabalho acadêmico-científico.

5. Formulação de hipótese(s) (quais suposições?):

A palavra hipótese vem de hipo=antes, anterior + tese = afirmação, verdade. Logo, hipótese é uma afirmação (mesmo que na expressão negativa) tida provisoriamente como verdade, ou seja, é algo que precisa ser confirmado ou refutado pela pesquisa. Diz-se pedagógica e didaticamente que a hipótese é uma resposta ao problema formulado, e como tal deve ser redigida (MARQUES et al. 2009, p.96).

Deve estar fundamentada em uma teoria, observação, resultados de outras

pesquisas, ou mesmo intuição, A hipótese é sinônimo de suposição. Neste sentido,

hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tenta responder ao

problema levantado no tema escolhido para a pesquisa. O trabalho de pesquisa, então,

1 Extraídos do projeto de TCC de Carlos Alberto Ricci Piorscki, cujo tema era: O trabalho escravo no Brasil após

1988, e as consequências jurídicas aos empregados e empregadores. 2009. Este projeto está no portal

UCDB/MARCATO, Curso Direito do Trabalho 2009B.

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irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição) levantada.

É preciso não confundir hipótese com pressuposto, com evidência prévia. Hipótese é o que se pretende demonstrar e não o que já se tem demonstrado evidente, desde o ponto de partida. Muitas vezes, ocorre esta confusão, ao se tomar como hipóteses proposições já evidentes no âmbito do referencial teórico ou da metodologia adotados. E, nesses casos, não há mais nada a demonstrar, e não se chegará a nenhuma conquista e o conhecimento não avança (SEVERINO, 1996, p. 129).

As hipóteses podem ser utilizadas em qualquer área do conhecimento, no

entanto, são mais apropriadas ao universo das ciências exatas e da natureza. As

hipóteses ao serem formuladas devem ser consistentes, compreensíveis, explicativas,

ligadas ao problema formulado, tentando criar uma suposição plausível de solução

àquele problema (MARQUES et al. 2009, p.96-98).

Partindo da questão acima colocada no projeto já citado, vejamos as hipóteses:

[...] a incidência do trabalho escravo ocorre, principalmente, nas regiões economicamente mais pobres do Brasil, nas quais o baixo grau de conhecimento da população resulta na inobservância da legislação pertinente, via de consequência na não aplicação das medidas protetivas aos trabalhadores (PIORSKI, 2009).

Percebe-se na afirmação acima, que a hipótese tenta construir um caminho de

solução para a questão central da pesquisa. No entanto, ainda não é uma resposta, é

apenas uma suposição de resposta que irá ser confirmada ou negada pela pesquisa.

6. Referencial teórico (quais os pressupostos teóricos?): Um passo sempre

exigido num projeto de pesquisa. Este item não deve ser uma

lista de autores e livros que abordaram o tema, mas sim a

descrição preliminar do “estado-da-arte”, ou seja, do

conhecimento atual sobre o problema. O autor do projeto

demonstrará de forma sintética, no referencial teórico, o que

sabe antes de começar a pesquisa. A descrição dos conceitos

fundamentais relacionados ao tema proposto.

Fonte: http://migre.me/2XKTi

Para um TCC, é preciso fazer uma explicitação dos principais conceitos e

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categorias que serão utilizados na pesquisa buscando, num percurso teórico rápido,

compreender como três ou quatro autores, reconhecidos na área da pesquisa,

conceituam a questão. Devemos ser sintéticos e objetivos, estabelecendo um diálogo

entre a teoria e o problema a ser investigado. É a etapa em que o/a pesquisador/a

demonstra em quais pressupostos está fundamentado/a para realizar a pesquisa.

De acordo com Bittar (2000,p.14), a função do referencial teórico é “explicar

qual a base teórico-metodológica que embasa o problema; qual a perspectiva filosófica

e ideológica do pesquisador; citar autores que já estudaram sobre o mesmo tema”.

Vejamos no exemplo que estamos acompanhando, como o autor do projeto

iniciou a sua descrição do referencial teórico para a pesquisa:

É inconteste a proporcionalidade entre a incidência de empregadores que se utilizam da mão de obra escrava, a legislação pertinente e as medidas judiciais para proteger o empregado que presta trabalho na condição de escravo e punir o empregador que pratica o crime previsto no artigo 149 do Código Penal. Todavia, o número de trabalhadores escravos tende a aumentar, pois segundo Abreu e Zimmerman a forma escravagista de trabalho subsiste ainda nos dias atuais como efeito da ignorância, da má distribuição de renda, da concentração fundiária nas mãos de poucos e do desrespeito à legislação trabalhista, sendo que este ocorre tanto na zona rural quanto urbana. Não se pode olvidar que são muitos os esforços no sentido de erradicar com problema tão sério na sociedade contemporânea – o trabalho escravo, que nos dias atuais não pode ser mais ignorado. Sendo assim, várias são as normas protetivas, tanto no âmbito nacional quanto internacional, aos trabalhadores que se encontram na condição análoga a de escravo. Em conformidade com dados da Organização Internacional do Trabalho – OIT, as Convenções nºs. 29 e 105 são, dentre os instrumentos fundamentais, os que mais obtiveram ratificações pelos Estados-membros, pois somente dez países deixaram de ratificar referidas Convenções. Com o objetivo de atribuir um tratamento diferenciado e eficaz à questão do trabalho escravo no Brasil, a Lei nº 10.803/2003 alterou o sentido de trabalho escravo, indicando as hipóteses em que se configura condição análoga à de escravo, sendo esta o gênero e dentre suas espécies estão o trabalho forçado e o trabalho degradante, conforme entendimentos doutrinários sedimentados Ademais, o aludido texto veio corroborar com o disposto na Convenção n° 29 da OIT, que preconiza em seu artigo 2º que o trabalho forçado é o "trabalho ou serviço exigido de um indivíduo

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sob a ameaça de alguma punição e para o qual o dito indivíduo não se apresentou voluntariamente”. De acordo com a doutrina de Delmanto “para a tipificação não se exige que haja verdadeira escravidão nos moldes antigos. Contenta-se a lei com a completa submissão do ofendido ao agente”. Baseando-se neste contexto e visando apresentar um estudo sobre a supressão da liberdade individual do trabalhador e a garantia da sua dignidade, optou-se pelo tema o trabalho escravo no Brasil pós 1998 e as consequências jurídicas aos empregadores e empregados (PIORSKI, 2009).

Como é possível perceber, o autor do projeto, dá um direcionamento teórico ao

trabalho indicando algumas fontes que serão ponto de partida para a pesquisa. Por

isso nós chamamos referencial. No decorrer da pesquisa, o pesquisador, com certeza,

irá encontrar outras fontes para completar o “estado-da-arte” e fazer a revisão

bibliográfica que sustentará a fundamentação teórica.

7. Metodologia (como pesquisar?): A Metodologia é a explicação minuciosa,

detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do

trabalho de pesquisa.

É a explicação do tipo de pesquisa (uma ou a combinação de duas ou mais

formas de pesquisa: bibliográfica, de campo, experimental, quantitativa, qualitativa,

documental, de observação, etc.), do instrumental utilizado (questionário, entrevista,

observação, diário de campo, filmagem,

fotos, pré-testes, pós-testes, etc.), do

tempo previsto, da equipe de

pesquisadores e da divisão do trabalho,

das formas de tabulação e tratamento

dos dados, enfim, de tudo aquilo que se

utilizará no trabalho de pesquisa.

Fonte: http://migre.me/2XAyc

Num projeto de pesquisa é função da metodologia, descrever o universo a ser

pesquisado, delimitando-o; o tipo de amostragem a ser utilizada (como serão

selecionados os indivíduos), dependendo se a pesquisa será qualitativa ou quantitativa

(amostragem representativa). Organização e análise dos dados coletados em relação à

teoria escolhida.

Page 39: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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Vejamos como o projeto de pesquisa que estamos acompanhando descreveu a

proposta metodológica:

A presente pesquisa tem a característica de demonstrar no regime jurídico pátrio da proteção ao trabalho, identificando os direitos e deveres dos trabalhadores e empregadores envolvidos nas relações do trabalho escravo. Registre-se que sua abordagem é qualitativa porque pretende analisar as conquistas jurídicas dos trabalhadores em condições análogas à de escravo e avaliar a efetivação das normas reguladoras e de combate ao trabalho degradante e forçado. Do ponto de vista do método a pesquisa proposta seguirá a lógica dedutiva, pois fará deduções a partir da evolução das legislações protetivas ao trabalho e trabalhadores para identificar as reais consequências jurídicas dos trabalhadores escravos. No que concerne à revisão bibliográfica a pesquisa não tem uma área específica, todavia, demonstrará que os Estados do Maranhão e Pará são os principais mantenedores do trabalho escravo. Considera alvo da pesquisa os trabalhadores e empregadores que estejam envolvidos com o trabalho escravo, especialmente nos Estados do Maranhão e Pará, bem como dos operadores do Direito em geral e das Varas Trabalhistas. A pesquisa será executada exclusivamente pelos acadêmicos proponentes da presente pesquisa. (PIORSKI, 2009).

Vemos na definição metodológica acima, a caracterização da pesquisa, a

abrangência da pesquisa, a área geográfica em foco, a clientela e os recursos

humanos que serão utilizados para levar a efeito o projeto.

8. Cronograma de execução (quando pesquisar?): Traçar o tempo que será

necessário para a realização de cada etapa, sendo que muitas podem acontecer

concomitantemente.

Page 40: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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ATIVIDADES 2011

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Elaboração do projeto X X

Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X

Estudos exploratórios X X

Elaboração dos instrumentos de coleta de dados

X

X

Pré-teste dos instrumentos de coleta de dados X X

Coleta de dados X X X X X X

Organização, tabulação, análise e interpretação dos dados X X X X X X X

Redação preliminar X X

Qualificação X

Redação final X X X

Defesa X

Versão final X

A elaboração do Cronograma de Execução visa apresentar um mapeamento

operacional e cronológico. Tal procedimento corresponde à necessidade de

estabelecer prazos para as distintas fases da pesquisa. No entanto, o Cronograma não

deve funcionar como uma “camisa de força”, mas tão somente um referencial temporal,

para que ele saiba coordenar o tempo disponível e cumprir as atividades sem maiores

traumas (MARQUES et al. 2009, p.103).

9. Orçamento (com que recursos): Planilha de custos. É muito importante

quando se trata de pesquisas ligadas a instituições ou órgãos de apoio. Quando será

custeada pelo/a próprio/a autor/a do trabalho, o orçamento inicial possibilita planejar os

gastos e decidir sobre a extensão da pesquisa e a utilização ou não, da coleta de

dados de questionários, entrevistas, fotos, filmagens, etc.

Exemplo:

DESCRIÇÃO QUANTIDADE PREÇO

UNITÁRIO

TOTAL

Livros 3 R$ 30,00 R$ 90,00

CD 10 R$ 2,00 R$ 20,00

Impressão 200 R$ 0,15 R$ 30,00

TOTAL R$140,00

Page 41: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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A previsão serve também para saber das reais possibilidades de se levar avante

a pesquisa proposta. Em outros termos, é fazer previsão de recursos materiais e

financeiros.

Ávila (1996, p. 24) destaca que:

[...] recursos são todos os meios que tornam possível a concretização do com quê, genericamente descrito em relação a cada procedimento [...]. Detalhar recursos, aqui significa, portanto, especificar, em listagem com discriminação própria [...] todos os suportes logísticos ou com quê, senão todos pelo menos os essencialmente básicos, necessários à ativação de todos e de cada procedimento previstos para a demonstração da hipótese, para a conquista do objetivo ou para o seguro norteamento do processo de pesquisa, de acordo com a questão norteadora.

Ao fazer o projeto de pesquisa, temos a tentação de não estruturarmos o

programa orçamentário. No entanto, dependendo do comprometimento da pesquisa, a

previsão de recursos materiais e financeiros é determinante para a continuidade ou não

da proposta. É melhor gastar um pouco a mais de tempo e desenvolver o orçamento do

que correr o risco de parar no meio da pesquisa por falta de recursos.

10. Referências: Relacionar as referências básicas que foram utilizadas, textos

fundamentais onde se aborda a problemática em

questão. Estas referências serão enriquecidas no

decorrer da execução da pesquisa Todas as

citações feitas no projeto devem constar como

referências bibliográficas no final. Observar as

Normas da ABNT.

Fonte: http://migre.me/2XBMP

Page 42: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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UNIDADE 4 – ORIENTAÇÕES E NORMATIZAÇÕES PARA REDAÇÃO DE TEXTOS

CIENTÍFICOS.

4.1 Forma de apresentação gráfica do texto científico

Para a elaboração de um texto científico, seguem-se as normas técnicas da

ABNT, NBR 14724, ago 2002.

Fonte: http://migre.me/2XDDB

4.1.1 Papel e Margens

Os trabalhos são digitados em folhas de papel branco, A4 (21cm x 29,7cm), de

um lado só, respeitando-se as seguintes margens: margem superior: 3 cm; margem

inferior: 2 cm; margem esquerda: 3 cm; margem direita: 2 cm.

4.1.2 Numeração das Páginas.

As páginas são contadas sequencialmente a partir da folha de rosto, sendo os

números (algarismos arábicos), inseridos a partir da introdução, no canto direito

superior, sempre a 2 cm da borda superior e da primeira linha do texto e 2cm da borda

direita da folha.

4.1.3 Fontes (letras), Espaçamento, Parágrafos.

O espaço usado entrelinhas é de 1,5; o tipo de letra Times New Roman.

O tamanho recomendado é 12 para o texto, 11 para citações longas e 10 para

notas de rodapé.

Os parágrafos iniciam com 2cm de recuo na margem esquerda do texto.

Page 43: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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Um novo parágrafo no final da página deve ter, no mínimo, duas linhas. Se a

página não comportar, iniciar o parágrafo na página seguinte.

As citações ou transcrições de texto com mais de três linhas, de acordo com a

ABNT, NBR 10520/2002 “[...] devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem

esquerda do texto, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas” . Deve ser

separada do texto que os precede ou que os sucede por espaçamento 1,5 .

4.1.4 Títulos, Subtítulos, Alíneas.

O título do artigo deverá estar centralizado, em caixa alta, fonte 12 e negrito.

Os subtítulos são escritos de maneira homogênea, de forma a serem realçados

no texto. Os espaços que os separam do texto são maiores e proporcionais, sendo

numerados de acordo com a ordem arábica.

Podem-se utilizar algarismos ou letras, fechados em meio-parêntese para

especificar tópicos no interior destas subdivisões {1) , a) }.

As alíneas são assinaladas por letras minúsculas ou números, fechados em

meio-parêntese para especificar tópicos no interior dos subtítulos. Ex.: 1) ou a).

As orações que precedem as alíneas devem ser terminadas com dois pontos.

Após a letra de ordenamento, inicia-se com letra minúscula e termina-se com dois

pontos.

Veja num quadro esquemático as informações acima:

Page 44: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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Quadro 4 – Formatação do Trabalho Científico

PAPEL E MARGENS

Folhas de papel branco, A4 (21cm x 29,7cm), de um lado só. Margens:

margem superior: 3 cm;

margem inferior: 2 cm;

margem esquerda: 3 cm;

margem direita: 2 cm.

NUMERAÇÃO DAS PÁGINAS

Páginas contadas sequencialmente a partir da página de rosto, sendo os números (algarismos arábicos), inseridos a partir da introdução, no canto direito superior, sempre a 2 cm da borda superior e da primeira linha do texto e 2 cm da borda direita da folha.

FONTES (LETRAS), ESPAÇAMENTO, PARÁGRAFOS

Espaçamento entre linhas: 1,5.

Tipo de Letra: Times New Roman.

Tamanho recomendado:

Texto: 12

Citações: 11

Notas de Rodapé: 10

Parágrafos iniciam com 2 cm de recuo da margem esquerda do texto.

Um novo parágrafo no final da página deve ter, no mínimo, duas linhas.

As citações com mais de três linhas (ABNT, NBR 10520/2002) devem ter recuo de 4 cm da margem esquerda do texto e sem aspas.

TÍTULOS E SUBTÍTULOS

Título do artigo: centralizado, caixa alta, fonte 12 e negrito.

Subtítulos: escritos de maneira homogênea, sendo realçados no texto. Os espaços que os separam do texto são maiores e proporcionais, numerados com ordem arábica.

Fonte: Elaboração própria.

É muito importante o princípio da uniformidade.

Ao folhear o trabalho, o leitor deverá ter uma ideia da organização que o autor

fez, bem como da hierarquia e subordinado de títulos, subtítulos, alíneas e incisos.

Uma distribuição adequada pode ser esta: titulo em letra maiúscula e em negrito;

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subtítulo em letra maiúscula sem negrito; outros subtítulos em letra minúscula, em

negrito e itálico. É o princípio da uniformidade na estruturação do trabalho científico.

Exemplo de página padrão:

3 cm livres

MARGEM SUPERIOR

2cm

3 cm livres

MARGEM

ESQUERDA

2cm

MARGEM DE INÍCIO

DO PARÁ- GRAFO

4cm

MARGEM DE

CITAÇÃO LONGA

2 cm livres

MARGEM DIREITA

MARGEM INFERIOR

2 cm livres

Figura 3 – Página padrão

Fonte: Elaboração própria

Page 46: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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4.2 As normas da ABNT

4.2.1 Citações diretas (textuais) e indiretas (livres) colocadas no corpo do texto e

notas de rodapé

As citações são os elementos retirados dos documentos pesquisados durante a

leitura de documentação e que se revelam úteis para corroborar as ideias

desenvolvidas pelo autor no decorrer do seu raciocínio (SEVERINO, 1998, p. 89).

São transcrições exatamente iguais ao que algum autor já publicou ou uma

síntese do trecho que se quer citar.

Elas podem ser colocadas no interior do texto com a finalidade de reforçar ou

questionar dados encontrados pela pesquisa ou para que o/a autor/a do trabalho

critique e/ou refute a ideia/teoria explicitada.

As citações são mencionadas no texto com a finalidade de esclarecer ou

completar as ideias do/a autor/a, ilustrando e sustentando afirmações. Não devem

substituir a exposição e discussão do tema pelo/a autor/a da pesquisa. Jamais se deve

copiar a ideia de outro sem fazer a devida referência.

De acordo com a ABNT, NBR 10520, ago de 2002, encontramos algumas

definições básicas:

Citação: Menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.

Citação de citação: Citado direta ou indireta de um texto em que não se

teve acesso ao original.

Citação direta: Transcrição textual dos conceitos do autor consultado.

Citação indireta: Transcrição livre do texto do autor consultado.

Notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou remetem

a outras partes da obra onde o assunto foi abordado.

Notas de rodapé: Indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos

pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem

esquerda ou direita da mancha gráfica.

Notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou

explanações, que não possam ser incluídos no texto. (ABNT, NBR 10520,

2002, p. 1 e 2).

Page 47: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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4.2.2 Algumas orientações básicas

a) Quando é feita uma citado direta, o texto do autor deve ser copiado ao pé da

letra e colocado entre aspas quando contém

até três linhas. No caso de citações longas,

com mais de três linhas, não usar aspas,

separando do texto por dois espaços duplos,

recuo de 4 cm da margem esquerda e letra

tamanho 10 ou 11.

Fonte: http://migre.me/2XEZl

b) Caso haja no texto algum tipo de erro de português ou alguma ideia

estranha, não podemos modificar. Nestes casos, coloca-se logo em seguida da

palavra um (sic), entre parênteses, para indicar que estava assim mesmo no texto

original e não foi erro nosso de digitação.

c) Quando não é necessário colocar todo o texto podemos usar supressões: [...]

Ex.: Segundo Pereira de Sá (1995, p. 27): “[...] por meio da mesma 'arte de

conversação' que abrange tão extensa e significativa parte de nossa existência

cotidiana” (ABNT, NBR 10520, 2002, p. 2).

d) Quando ocorrem interpolações, acréscimos ou comentários, também

utilizamos colchetes: [ ] (ABNT, NBR 10520,2002, p.2).

e) Quando queremos destacar ou dar ênfase para alguma passagem de uma

citação literal, costuma-se grifá-la, sublinhá-la ou utilizar o itálico, colocando a seguir,

entre parênteses, no próprio texto, a expressão (grifo nosso). Exemplo: [...] para que

não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos (SIC) quer Moraes (SIC),

misérias, verdadeiras ameaças à sociedade (SOUTO, 1916, p.46, grifo nosso).

f) Se o destaque for do autor, usa-se, após os dados de identificação da

citação, grifo do autor. Exemplo: (CANDIDO, 1993, v.2, p.12, grifo do autor).

g) Quando a citação for direta, é essencial citar, após a data, o número da

página precedido por uma vírgula e a letra “p” seguida de ponto (PEREIRA, 1999, p.

21). O número da página possibilita ao leitor uma consulta mais rápida e precisa. As

citações indiretas dispensam a indicação da/s página/s. Quando houver coincidência

de sobrenomes de autores, acrescentar as iniciais de seus prenomes. Ex.: Carvalho,

C. (1985, p.27) e Carvalho, B. (1985, p.34). Se, mesmo assim houver coincidência,

Page 48: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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colocar os prenomes por extenso. Ex.: Carvalho, Carlos (1965) e Carvalho, Cláudio

(1965).

h) Quando se tratar de vários trabalhos de um/a mesmo/a autor/a, escritos

em datas diferentes, cita-se o sobrenome do autor, seguido das datas entre

parênteses. Ex.: Farias (1978, p.23); Farias (1985, p.56); Farias (1990, p.67).

i) Para a citação de vários trabalhos de um/a mesmo/a autor/a, com a mesma

data, usam-se letras minúsculas acompanhando a data. Exemplo: Silva (1975a, p.45);

Silva (1975b, p.47); Silva (1975c, p34).

j) Documentos sem data, citar a expressão s.d., entre parênteses. Exemplo: AS

(s.d.).

4.2.2 Tipos de Citações

a) Citação direta/textual curta: (com menos de 3 linhas) deve ser feita na

continuidade do texto, entre aspas, sem itálico.

Exemplo de citação direta curta:

Ora se existe uma ideia de devir no conceito de cientificidade, não se pode

trabalhar, nas ciências sociais, com a norma da cientificidade já construída. A

pesquisa social é sempre tateante, mas, ao progredir, elabora critérios de orientação

cada vez mais precisos. Conforme lembram Bruyne e colaboradores (1991), “na

realidade histórica de seu devir, o procedimento científico é ao mesmo tempo

aquisição de um saber, aperfeiçoamento de uma metodologia, elaboração de uma

norma” (p. 16). Obviamente isto se faz dentro da especificidade que as ciências

sociais representam no campo do conhecimento. Por isso, para falarmos de Ciências

Sociais, dentro de sua distinção, retomaremos critérios gerais que se distinguem e que

se encontram em autores como Demo (1981) e Minayo (1920), sem, contudo,

desvinculá-la dos princípios da cientificidade. (MINAY0, 1993, p. 13)

Outra forma de identificar a fonte é colocar o nome do autor, o ano de publicação

da obra e a página onde consta a citação. Exemplo: (P0NCE, 1994, p.54)

P0NCE= último sobrenome do autor; 1994= ano de publicação; 54 =número da

página em que a citação está contida.

Page 49: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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b) Citação direta/textual longa: (com mais de 3 linhas)

Utilizar espaço simples e tamanho de letra 10 ou 11. Lembre que o texto é

digitado em espaçamento 1,5 e letra tamanho 12. A citação deve ser

precedida de dois pontos (:) e aparecerem em bioco, recuadas a 4 cm da

margem esquerda. Não utilizar aspas duplas neste caso.

Terminada a citação, tanto incluída no parágrafo ou fora deste, coloca-se

o nome do autor, ano de publicação da obra e o número da página e cita-

se a obra nas Referências. Outra opção é utilizar o número de chamada,

indicativo da nota de referência do rodapé.

O número de chamada virá após os sinais de pontuação, acima da

metade da linha. Os números de chamada seguem ordem crescente. No

entanto, há uma forte tendência de colocarmos as citações no corpo do

trabalho, deixando as notas de rodapé para outras explicações (de termos

com possibilidade de dupla interpretação, breve histórico de uma

instituição ou caracterização de um determinado fenômeno).

A citação direta longa não deve fechar um item temático. Após a citação, o autor

do trabalho deve fazer-se presente, continuando ou fechando o raciocínio em debate.

c) Citação de citação:

É a citado que já foi utilizada por outro pesquisador. Segundo Santos

(2000, p. 50), só devemos recorrer a esta forma quando não existe a

possibilidade de consultarmos os originais de documentos citados em outras

fontes, reproduzimos a informação coletada utilizando-se do seguinte recurso:

No texto, citar o sobrenome do autor do documento não

consultado, seguido das expressões citado por, conforme ou

segundo, e o sobrenome do autor do documento efetivamente

consultado, seguido da data. Em nota de rodapé, mencionaremos

os dados do documento original.

Na listagem bibliográfica, devem-se incluir os dados completos

do documento efetivamente consultado.

Page 50: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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Você também poderá encontrar a expressão latina, “apud”

(citado por).

Santos (2000) apresenta exemplos de citação:

Com utilização de notas de rodapé:

Ponce citado por Silva (1982) declara que instrução, no sentido moderno

do termo, quase não existia entre os espartanos.

Sem utilizar notas de rodapé:

Incluir duas entradas na listagem das Referências, uma relacionando o

documento não consultado, seguido da expressão apud (citado por) e os

dados do documento efetivamente consultado. A outra entrada será feita

relacionando apenas os dados da fonte consultada.

Veja na nota de rodapé, um exemplo de citação2.

d) Citação indireta/livre

Ao fazer uma síntese das ideias, a transcrição é livre desde que citada a

fonte e mantido o sentido do texto original.

Nestes casos utiliza-se a expressão Cf. que significa confira. Exemplo: Cf.

Silva, Pedro A. A descoberta científica, p. 15.

Também podemos citar o nome do/a autor/a e explicar, com nossas

palavras o que afirma. Exemplo: Ponce (1994) leva-nos a compreender o

exato alcance das ideias pedagógicas de Lutero, ressaltando que não

devemos perder de vista dados anteriores. Afirma ainda que a instrução

elementar era o primeiro dever da caridade, e que, mesmo no fanatismo

de Lutero, se não sobrasse muito lugar para o saber profano,

aconselhava os pais que enviassem seus filhos à escola.

.

2 PONCE, Anibal. Educação e luta de classes. São Paulo: Cortez, 1980, apud SILVA, John. Classes

sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1982. SILVA, John. Classes sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1982. “É evidente, em primeiro lugar, que a mais estreita relação de parentesco é aquela que também admite a mais generalizada forma de reciprocidade.” (SERVICE apud SEVERINO, 1998, p.94)

Page 51: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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e) Dados obtidos por informação oral

Quando se tratar de dados obtidos por informação oral (palestras, debates,

comunicações, etc.), indicar entre parênteses a expressão 'informação verbal',

mencionando-se os dados disponíveis, somente em nota de rodapé.

Exemplo:

Tricart constatou que na bacia do Resende, no Vale do Paraíba, há indícios de

cones de dejeção (informação verbal). (ABNT, NBR 10520, 2002, p.3)

f) Trabalhos em fase de elaboração

Na citação de trabalhos em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato,

indicando-se os dados disponíveis, somente em nota de rodapé.

Exemplo:

Poetas Rio-grandenses, de autoria de Eivo Clemente, a ser editado pela

EDIPUCRS, 2001 (em fase de elaboração). (ABNT, NBR 10520, 2001, p.2).

4.2.3 Localização das citações

a) No texto: a citação vem logo após o texto, (MANACORDA, 1989, p. 162); ou

antecede a citação, segundo Manacorda (1989, p.62). Deve-se separar o ano de

publicação para o número da página com vírgula, colocando a letra p. de página antes

do número da página. Quando o(s) nome(s) do(s) autor (es) estiver entre parênteses,

utilizam-se letras maiúsculas, quando estiver fora do parêntese, utiliza-se letra

maiúscula para a inicial e depois letras minúsculas. Ex.: Segundo Moreira (1999, p.49)

ou (MOREIRA, 1999, p.49).

b) Em nota de rodapé: Ficam com a mesma margem à esquerda e à direita do

texto. Apenas o número adentra-se 1 cm. Devem ficar separadas do texto por um traço

que avança até 1/3 da página, ficando este traço a 1 cm da última linha . Coloca- se o

número de chamada que deve corresponder ao número da nota de rodapé. Alguns

autores consideram suficiente constar na nota de rodapé o nome do autor, o nome do

livro, e o número da página, pois consideram que os demais dados encontram-se na

bibliografia.

Page 52: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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c) Outros autores preferem colocar todos os dados do livro como consta na

bibliografia seguido do número da página onde está localizado o texto citado. Autores

como Severino (1998, p. 94) optam por fazer a entrada da nota pelo nome e não pelo

sobrenome do autor, separando por vírgula os vários elementos. Quando várias notas

de rodapé se referem a uma mesma obra de um mesmo autor, variando-se apenas a

página, usa-se a expressão latina: ibid.

Veja os exemplos na nota de rodapé3;4:

No entanto, se outro autor for citado entre uma citação e outra, do mesmo autor,

a citação deve ser completa, da mesma forma se cair em outra página:

4.2.4 As notas de rodapé

a) Inserem no trabalho considerações complementares que, por extenso,

ocupariam desnecessariamente o desenvolvimento do texto, mas que podem ser úteis

ao leitor, caso queira aprofundar no assunto.

b) Trazem a versão original de alguma citação traduzida no texto quando se fizer

necessária e importante a comparação dos textos.

c) Explicam ou conceituam determinados termos utilizados na pesquisa que

podem ter compreensão dúbia ou que necessitam ser explicitados pelo(s) autor(es).

Exemplo:

“Optamos pela utilização do termo “menina” tendo em vista as seguintes

questões: a inexistência de um termo que abrangesse a grande variedade entre idade

cronológica...”

4.2.5 Normas para elaboração de referências

A referência é constituída de elementos essenciais e, quando necessário,

acrescida de elementos complementares. (ABNT, NBR 6023/2002, p.2).

Regras gerais de apresentação das referências (bibliográficas e virtuais):

Em geral são apresentadas por ordem alfabética crescente (pode-se apresentar

por ordem cronológica ou por assunto). Se o número de obras citadas for extenso, as

referências bibliográficas poderão ser divididas por tipo de obra: livros, periódicos, etc.

3 GOLDMANN, Lucien. Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Cortez, 1999, p. 10.

4 Ibid. p. 16.

Page 53: Metodos e Tecnicas de Pesquisa Atualizado

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Quadro 5 - Configuração textual

ALINHAMENTO

Segundo a NBR 6023/2002: “As referências são alinhadas somente à margem esquerda e de forma a se identificar individualmente cada documento.” Portanto, você não deve justificar as margens, deixando a margem direita irregular, não alterando, assim, os espaços entre os elementos da referência.

Exemplo: DINIZ, Maria Helena; FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio: GEÓRGAKILAS, R. A. Steveson. Constituição de 1988: legitimidade, vigência e eficácia, supremacia. São Paulo: Atlas, 1989.

A ENTRADA DA SEGUNDA LINHA

Até agosto de 2000, a NBR 6023 que orientava as referências bibliográficas era a de agosto de 1989. No entanto, em agosto de 2000, a ABNT divulgou a NBR 6023 alterando alguns itens da antiga norma. Uma das mudanças ocorridas é que, até então, iniciava-se a segunda linha da referência abaixo da terceira letra da primeira linha, com a nova Norma, inicia-se a segunda linha imediatamente abaixo da primeira. A NBR 6023, de agosto de 2002, manteve as determinações da NBR de 2000.

Fonte: Elaboração própria

Exemplos diversos e mais usados de como proceder na construção das

referências.

Capítulo de livro do mesmo autor. Exemplo:

HABERMAS, Jurgen. Derecho natural y revolución. In: _________ Teoría Y praxis: estúdios de filosofía social. Tradução de Salvador Má Torres e Carlos Moya. Espanha/Madrid: Tecnos, 1990. cap. 2, p. 87-162.

Parte de uma obra, coletânea. Exemplo:

PILATI, José Isaac. Direitos autorais e internet. In: ROVER, Aires José (org.). Direito, sociedade e informática: limites e perspectivas da vida digital. Florianópolis: Fundação Voiteux, 2000. p. 127-134.

Revista como um todo:

REVISTA SEQUÊNCIA. Florianópolis: Curso de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, Jan. fev. mar./2001. n. 27, Trimestral.

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Número Especial de revistas:

ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2000. Florianópolis: TRE, v.2, n.1, nov. de 2001. 635 p. Edição Especial.

Suplemento de periódico:

A JUSTIÇA FEDERAL ATRAVÉS DE DOCUMENTOS. Brasília, DF: Conselho da Justiça Federal, v. 1, 1994. Suplemento.

Artigo de revista institucional:

SALES, Gabriela Bezerra. Psicanálise e Poder. Revista Roteiro, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, v. XVIII, n. 33, p. 88-96, jan./jun. 1995.

Artigo de revista:

ZAVERUCHA, Jorge. O Congresso, o presidente e a justiça militar. Justiça e Democracia. São Paulo, n. 3, p. 141-152, 1997.

Artigos de jornal diário:

MARCELO, Cláudia. Crescem os lares sob chefia da mulher. Diário Catarinense. Florianópolis, p.34, 12 de maio de 2002.

Artigo de jornal assinado pelo autor do artigo:

MARCELO, Cláudia. Crescem os lares sob chefia da mulher. Diário Catarinense. Florianópolis, p.34, 12 de maio de 2002.

Anais de Congressos:

CONGRESSO JURÍDICO BRASIL-ALEMANHA,7.,1996, Belo Horizonte. Anais do VII Congresso Jurídico Brasil-Alemanha. Belo Horizonte: Sociedade de Estudos Jurídicos Brasil-Alemanha, 1996. 305 p.

Resumos de encontros/eventos:

SIMPOSIO BRASIL-ALEMANHA, 4., 1998, Bonn, Alemanha. A projeção do Brasil face ao século XXI: livro de resumos. São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer, 1998.

Trabalhos publicados em congressos:

LAMOUNIER, Bolívar. Assegurar a governabilidade: perspectivas do futuro político e social do Brasil. In: SIMPÓSIO BRASIL-ALEMANHA,4., 1998, Bonn, Alemanha. A Projeção do Brasil face ao século XXI. São Paulo: Fundação Konrad-Adenauer, 1998, p. 83-90.

Constituições:

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

MATO GROSSO DO SUL. Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. Campo Grande: Imprensa Oficial, 1979.

Emendas Constitucionais:

BRASIL. Constituição (1988). Emenda constitucional n. 8, de 15 de agosto de 1995. Altera o inciso XI e a alínea “a” do inciso XII do art. 21 da Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. 24. ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 180-181.

Medidas Provisórias:

BRASIL. Medida Provisória n. 2.214, de 31 de agosto de 2001. Altera o art. 1º da Lei n. 10261, de 12 de julho de 2001, que desvincula, parcialmente, no exercício de 2001, a aplicação dos recursos de que tratam os arts. 48, 49 e 50 da Lei n. 9.478, de 6 de agosto de 1997, pertencentes à União. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1º de setembro de 2001. Seção I-E, Edição Extra, p. 01.

Decretos:

BRASIL. Decreto n. 2.173, de 5 de março de 1997. Aprova o regulamento da organização e do custeio da Seguridade Social. Consolidação da Legislação Previdenciária. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1999, p. 43-101.

Consolidação de leis:

BRASIL. Consolidação da legislação previdenciária: regulamento e legislação complementar. Organizador Aristeu de Oliveira. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

Jurisprudências:

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental em agravo de instrumento. Taxa de limpeza pública e IPTU. Identidade de base de cálculo. Impossibilidade. Agravo Regimental em Agravo de Instrumento n. 194.063-3. Agravante Município de São Paulo e Agravado Denise Carmona Fernandes. Relator Ministro Maurício Corrêa. 29 de abril de 1997. JANCZENSKI, Célio Armando. Taxas: doutrina e jurisprudência. Curitiba: Juruá, 1999, p. 332-333.

Súmulas:

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 241. A contribuição previdenciária incide sobre o abono incorporado ao salário. Previdência social. São Paulo: Saraiva, 1997. p. 395.

Monografrias, dissertações e teses:

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BAEZ, Narciso Leandro Xavier. Execução de quantia certa contra a fazenda pública a partir da Constituição Federal de 1988. 58 f. Monografia (Especialização) - Curso de Direito Processual Civil, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Chapecó, 2002.

MONTEIRO, Cláudia Servilha. Em busca de uma racionalidade prática para o direito: a teoria da argumentação jurídica da nova retórica. 251 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Coordenação de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999.

MEZZAROBA, Orides. Da representação política liberal ao desafio de uma democracia partidária: o impasse constitucional da democracia representativa brasileira. 2000. 545 f. Tese (Doutorado em Direito) - Curso de Pós-Graduação em Direito, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

Meios Eletrônicos - Artigo de revista e jornal assinado pelo autor:

VELOSO SOBRINHO, Manoel Lopes. Execução do pequeno valor contra a fazenda pública: questão de sobrevivência e a lei de responsabilidade fiscal Jus Navegandi, n. 50. Disponível em: <http://www1.jus.com.Br/doutrina/texto.asp?> Acesso em: 12 mai. 2002.

Meios Eletrônicos - Artigo de revista e jornal não assinado pelo autor:

A DECISÃO do STF sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agência Estado, São Paulo, 12 maio 2002. Disponível em: <http://www.estadao.com.br> Acesso em: 12 mai. 2002.

Meios Eletrônicos - Congresso Científico:

CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA, 6., 1999. Rio de Janeiro. Anais eletrônicos... Rio de Janeiro, 1999. Disponível em: <http://www.abed.org.br>. Acesso em: 15 dez. 1999.

Meios Eletrônicos - Citação de trabalhos de congressos científicos:

PEDROSA, Fernanda. Juristas declaram que a dívida externa é ilegítima e opressiva. In: FÓRUM SOCIAL MUNDIAL, 1, 2001, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre, 2001. Disponível em: <http://www.forumsocialmundial.org.br> Acesso em: 21 jan. 2002.

(Incluir a partícula <in>: antes do evento)

Meios Eletrônicos - Legislações - Sempre iniciar pela jurisdição do órgão: Brasil, Mato Grosso do Sul, Dourados:

BRASIL. Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Disponível em:< http://www.met.gov.br/conjur/lei/lei>. Acesso em: 24 nov. 2000.

Meios Eletrônicos - Súmulas em home-page:

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BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 608. No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada. Disponível em: <http://www.stf.gov.br>. Acesso em: 12 mai. 2002.

Meios Eletrônicos - e-mail:

ROVER, Aires José. Grupos de pesquisa do CNPq. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected]. em 10 mar. 2002.

Meios eletrônicos - CD-ROM:

ORDEM DOS ADVOGADOS O BRASIL A OAB e o controle de constitucionalidade. Brasília: ArqDigital, [2000].1 CD-ROM.

Meios eletrônicos - Banco de Dados:

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: Banco de dados. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br> Acesso em: 23 abr. 2002.

Meios eletrônicos - Homepage Institucional:

INFOJUR. Coordenação Aires José Rover. Desenvolvido pelo Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Santa Catarina. Apresenta textos sobre informática jurídica. Disponível em: http://www.infojur.ccj.ufsc.br . Acesso em: 21 abr. 2002.

Entrevistas gravadas - Gravador convencional - Fita Cassete:

PEIXOTO, Luiz. A pena de morte: depoimento (jan.1977) Entrevistadores: Julio Matos e André Castro. Florianópolis: Comitê de Direitos Humanos, 1977. 1 fita cassete (60 min.), estéreo. Entrevista concedida ao Comitê de Direitos Humanos.

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