MÉTODOS EXECUTIVOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE UM...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Escola Politécnica Curso de Engenharia Civil Departamento de Construção Civil MÉTODOS EXECUTIVOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE UM EMPREENDIMENTO COMERCIAL DE GRANDE PORTE Mônica Athayde Freire Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola Politécnica

Curso de Engenharia Civil

Departamento de Construção Civil

MÉTODOS EXECUTIVOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE UM

EMPREENDIMENTO COMERCIAL DE GRANDE PORTE

Mônica Athayde Freire

Rio de Janeiro

2007

ii

Mônica Athayde Freire

MÉTODOS EXECUTIVOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE UM

EMPREENDIMENTO COMERCIAL DE GRANDE PORTE

Projeto de Monografia apresentado ao Departamento de Construção Civil da Escola Politécnica da UFRJ como exigência parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil

Orientador: Profª. Elaine Garrido Vazquez

Rio de Janeiro

2007

iii

MÉTODOS EXECUTIVOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE UM

EMPREENDIMENTO COMERCIAL DE GRANDE PORTE

Mônica Athayde Freire

MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO COMO PARTE DOS REQUIITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO

TÍTULO DE ENGENHEIRO CIVIL.

Aprovada por:

_________________________________________

Profª. Elaine Garrido Vazquez, D. Sc.

_________________________________________

Profª. Ana Catarina Jorge Evangelista , D. Sc.

_________________________________________

Profª. Jaqueline Passamani Zubelli Guimarãres, M. Sc.

Rio de Janeiro, RJ – BRASIL

DEZEMBRO DE 2007

iv

AGRADECIMENTOS

Com a entrega da monografia, seguida da colação, chega o fim de mais uma etapa

em minha vida. Lembranças destes anos de faculdade nunca me faltarão.

Compartilho esta conquista e agradeço a todos que fizeram parte de minha jornada.

A todos os meus amigos, em especial à Fabiene pela força, à Vivi pela imensa

ajuda, à Fernanda por aturar minhas reclamações e ao Rodrigo por sempre torcer

por mim.

Aos meus familiares, especialmente ao meu irmão pela paciência, minha irmã pela

presença mesmo distante e ao meu pai por aturar meu mau-humor, ou seria sono?

À minha querida orientadora Elaine Vazquez pela ajuda constante e à Jaqueline

Zubelli pelas respostas para uma grande quantidade de “pequenas” dúvidas.

v

Resumo da Monografia apresentada à Escola Politécnica da Universidade Federal

do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de

Engenheiro Civil.

MÉTODOS EXECUTIVOS DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE UM

EMPREENDIMENTO COMERCIAL DE GRANDE PORTE

Mônica Athayde Freire

Dezembro/2007.

Orientador: Profª. Elaine Garrido Vazquez

A impermeabilização tem a finalidade de tornar materiais, áreas ou objetos

impermeáveis. A proteção de determinada área em uma construção, quando

realizada corretamente, garante sua estanqueidade. Sendo de grande importância

para a construção civil, a impermeabilização aumenta a durabilidade das

construções. O processo de impermeabilização é constituído de diversas etapas até

chegarmos ao produto estanque, consistem na análise da estrutura a ser

impermeabilizada, o projeto de impermeabilização, a preparação da superfície, a

impermeabilização propriamente dita, os testes de estanqueidade, as camadas

separadoras e as proteções, cada uma destas etapas devem ser monitoradas no

decorrer de sua execução. Foi realizado um estudo de caso em um empreendimento

comercial de grande porte de uma construtora de renome. O processo de

impermeabilização e o método executivo foram acompanhados durante

aproximadamente um ano para que pudessem ser analisados.

Palavras-chave: Impermeabilização, estanqueidade, processo e projeto de

impermeabilização.

1

ÍNDICE

1.  INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 

1.1.  Considerações Iniciais ................................................................................... 6 

1.2.  Justificativa ..................................................................................................... 6 

1.3.  Objetivo .......................................................................................................... 6 

1.4.  Metodologia Aplicada ..................................................................................... 6 

1.5.  Estruturação do Trabalho ............................................................................... 7 

2.  IMPERMEABILIZAÇÃO: PROJETO E PROCESSO ............................................ 8 

2.1.  Histórico ......................................................................................................... 8 

2.2.  Princípios Básicos do Processo de Impermeabilização ................................. 8 

2.2.1.  Fase 1: Preparo de Superfície e Regularização .................................... 10 

2.2.2.  Fase 2: Impermeabilização .................................................................... 11 

2.2.3.  Fase 3: Sistemas Auxiliares e Complementares ................................... 12 

2.3.  Classificação dos Sistemas de Impermeabilização ...................................... 15 

2.3.1.  Classificação quanto à Aderência .......................................................... 15 

2.3.2.  Classificação quanto à Flexibilidade ...................................................... 16 

2.3.3.  Classificação quanto ao Método de Execução ...................................... 16 

2.4.  Solicitações Impostas pelos Fluidos nas Partes Construtivas ...................... 17 

2.4.1.  Impermeabilização Contra Fluidos que Atuam Sob Pressão Unilateral ou

Bilateral .............................................................................................................. 17 

2.4.2.  Impermeabilização de Estruturas Sujeitas à Água de Percolação......... 19 

2.4.3.  Impermeabilização contra a Umidade do Solo ...................................... 20 

2.4.4.  Impermeabilização de Estruturas Sujeitas à Água de Condensação .... 20 

2.5.  Principais Materiais ...................................................................................... 21 

2.6.  Ferramentas e Equipamentos Utilizados na Impermeabilização .................. 25 

2.7.  Detalhes Construtivos .................................................................................. 28 

3.  CASE EMPREENDIMENTO COMERCIAL NO RIO DE JANEIRO .................... 29 

3.1.  Introdução .................................................................................................... 29 

3.2.  Áreas Impermeabilizadas – 2º Subsolo ........................................................ 31 

3.2.1.  Cisterna ................................................................................................. 31 

3.2.2.  Poço do Elevador .................................................................................. 32 

3.2.3.  Paredes dos Subsolos ........................................................................... 34 

3.3.  Áreas Impermeabilizadas – 1º Subsolo ........................................................ 36 

3.3.1.  Central de Água Gelada de Ar Condicionado ........................................ 36 

2

3.4.  Áreas Impermeabilizadas – Térreo .............................................................. 38 

3.4.1.  Área Externa Descoberta ...................................................................... 38 

3.4.2.  Espelhos D´água ................................................................................... 44 

3.4.3.  Área Coberta Aberta .............................................................................. 46 

3.4.4.  Piscina ................................................................................................... 48 

3.4.5.  Haman (Banho Romano) ....................................................................... 50 

3.4.6.  Sauna Seca ........................................................................................... 51 

3.4.7.  Sauna a Vapor ....................................................................................... 53 

3.5.  Áreas Impermeabilizadas – Pavimento Tipo e Cobertura ............................ 55 

3.5.1.  Terraços e Varandas ............................................................................. 55 

3.6.  Áreas Impermeabilizadas – Telhado ............................................................ 61 

3.6.1.  Calhas ................................................................................................... 61 

3.6.2.  Teto da Casa de Máquinas .................................................................... 63 

4.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 65 

5.  BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 67 

3

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Preparo da superfície ........................................................................................................... 10 

Figura 2 – Regularização: cantos arredondados .................................................................................. 11 

Figura 3 – Imprimação asfáltica ............................................................................................................ 11 

Figura 4 – Aplicação de manta asfáltica ............................................................................................... 12 

Figura 5 – Teste de estanqueidade ...................................................................................................... 12 

Figura 6 – Pressão unilateral positiva ................................................................................................... 18 

Figura 7 – Pressão unilateral negativa .................................................................................................. 18 

Figura 8 – Pressão bilateral positiva e negativa ................................................................................... 18 

Figura 9 – Equipamentos de segurança ............................................................................................... 25 

Figura 10 – Ferramentas ....................................................................................................................... 26 

Figura 11 – Esfregão de mupiá ............................................................................................................. 26 

Figura 12 – Caldeira elétrica ................................................................................................................. 27 

Figura 13 – Caldeiras ............................................................................................................................ 27 

Figura 14 – Manta aplicada com maçarico ........................................................................................... 27 

Figura 15 – Localização pelo Google Earth .......................................................................................... 29 

Figura 16 – Locação da obra ................................................................................................................ 29 

Figura 17 – Corte .................................................................................................................................. 31 

Figura 18 – Preparo da superfície ......................................................................................................... 32 

Figura 19 – Corte .................................................................................................................................. 33 

Figura 20 – Preparo de superfície ......................................................................................................... 33 

Figura 21 – Corte .................................................................................................................................. 34 

Figura 22 – Preparo de superfície ......................................................................................................... 35 

Figura 23 – Argamassa Polimérica ....................................................................................................... 35 

Figura 24 – Corte .................................................................................................................................. 36 

Figura 25 – Regularização .................................................................................................................... 37 

Figura 26 – Piso armado para concretagem ......................................................................................... 37 

Figura 27 – Corte área de circulação e de jardins ................................................................................ 39 

Figura 28 – Regularização .................................................................................................................... 39 

Figura 29 – Imprimação asfáltica .......................................................................................................... 40 

Figura 30 – Manta asfáltica ................................................................................................................... 40 

Figura 31 – Teste de estanqueidade .................................................................................................... 41 

Figura 32 – Proteção primária ............................................................................................................... 41 

Figura 33 - Brita nº2 .............................................................................................................................. 42 

Figura 34 - Geotextil não tecido de poliéster ........................................................................................ 42 

Figura 35 – Assentamento e compactação do solo .............................................................................. 43 

Figura 36 – Piso intertravado ................................................................................................................ 43 

Figura 37 – Detalhe executivo ............................................................................................................... 44 

Figura 38 – Teste de estanqueidade .................................................................................................... 45 

4

Figura 39 – Proteção primária e paramento vertical ............................................................................. 45 

Figura 40 – Revestimento final: cerâmico ............................................................................................. 46 

Figura 41 – Corte .................................................................................................................................. 47 

Figura 42 – Manta asfáltica aderida com asfalto .................................................................................. 47 

Figura 43 – Corte .................................................................................................................................. 48 

Figura 44 – Regularização do fundo ..................................................................................................... 49 

Figura 45 – Teste de estanqueidade .................................................................................................... 49 

Figura 46 – Corte .................................................................................................................................. 50 

Figura 47 – Epóxi com alcatrão de hulha .............................................................................................. 51 

Figura 48 - Corte ................................................................................................................................... 52 

Figura 49 – Epóxi isento de solventes .................................................................................................. 52 

Figura 50 – Corte .................................................................................................................................. 53 

Figura 51 – Argamassa polimérica........................................................................................................ 54 

Figura 52 – Corte .................................................................................................................................. 56 

Figura 53 - Imprimação asfáltica no terraço .......................................................................................... 56 

Figura 54 – Manta asfáltica e rodapé de 40 cm .................................................................................... 57 

Figura 55 – Manta asfáltica: Ralo .......................................................................................................... 57 

Figura 56 – Teste de estanqueidade .................................................................................................... 57 

Figura 57 – Proteção Primária .............................................................................................................. 58 

Figura 58 – Entrada da impermeabilização .......................................................................................... 58 

Figura 59 – Emenda de mantas ............................................................................................................ 59 

Figura 60 – Isolamento térmico e geotextil não tecido de poliéster ...................................................... 59 

Figura 61 – Tela soldada e acabamento final: cimentado .................................................................... 60 

Figura 62 – Corte .................................................................................................................................. 61 

Figura 63 – Geotextil não tecido de poliéster ........................................................................................ 62 

Figura 64 – Proteção mecânica em placas 60 x 60 cm ........................................................................ 62 

Figura 65 – Corte .................................................................................................................................. 63 

Figura 66 – Manta asfáltica ardoziada .................................................................................................. 64 

5

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Etapas do processo de impermeabilização ......................................................................... 10 

Tabela 2 - Sistemas auxiliares e complementares ............................................................................... 13 

Tabela 3 – Sistemas de impermeabilização ......................................................................................... 15 

Tabela 4 – Métodos executivos ............................................................................................................. 17 

Tabela 5 – Atuação dos fluídos ............................................................................................................. 17 

Tabela 6 – Influência da pressão .......................................................................................................... 19 

Tabela 7 – Exemplo para impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão .......................... 19 

Tabela 8 – Exemplo para impermeabilização contra água de percolação ........................................... 20 

Tabela 9 – Exemplo para impermeabilização contra umidade do solo ................................................ 20 

Tabela 10 – Exemplo da impermeabilização contra água de condensação ........................................ 21 

Tabela 11 – Principais materiais utilizados ........................................................................................... 22 

Tabela 12 - Impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral ............. 23 

Tabela 13 – Impermeabilização contra água de percolação ................................................................ 23 

Tabela 14 - Impermeabilização contra umidade do solo ...................................................................... 24 

Tabela 15 - Impermeabilização contra água de condensação ............................................................. 25 

Tabela 16 – Detalhes Construtivos ....................................................................................................... 28 

Tabela 17 – Áreas impermeabilizadas .................................................................................................. 30 

Tabela 18 - Cisterna .............................................................................................................................. 31 

Tabela 19 – Poço do elevador .............................................................................................................. 32 

Tabela 20 – Paredes dos subsolos ....................................................................................................... 34 

Tabela 21 - Central de água gelada de ar condicionado ...................................................................... 36 

Tabela 22 – Área externa descoberta ................................................................................................... 38 

Tabela 23 – Espelho d´água ................................................................................................................. 44 

Tabela 24 – Área Coberta Aberta ......................................................................................................... 46 

Tabela 25 – Piscina ............................................................................................................................... 48 

Tabela 26 – Haman ............................................................................................................................... 50 

Tabela 27 – Sauna seca ....................................................................................................................... 51 

Tabela 28 – Sauna a vapor ................................................................................................................... 53 

Tabela 29 – Terraços e varandas ......................................................................................................... 55 

Tabela 30 – Calhas ............................................................................................................................... 61 

Tabela 31 – Teto da casa de máquinas ................................................................................................ 63 

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Considerações Iniciais

As construções podem sofrer mutações climáticas e estar sujeitas à umidade

relativa, temperatura, vento, chuva, calor ou incidência do Sol. Dessa forma, há a

necessidade de às protegermos de infiltrações e do calor.

A impermeabilização é um processo com a finalidade de tornar materiais,

áreas ou objetos impermeáveis. A proteção de determinada área em uma

construção, quando realizada corretamente, garante sua estanqueidade.

Sendo de grande importância para a construção civil, a impermeabilização

aumenta a durabilidade das construções, impede a corrosão das armaduras de

concreto, protege as superfícies de umidade, manchas e fungos e garante

ambientes salubres.

1.2. Justificativa

A fim de complementar a formação de graduação, a escolha do tema foi

direcionada para as etapas da construção de uma edificação. Dentre diversos temas

vivenciados nesta área, a oportunidade de executar um estudo de campo, a

necessidade em dar ênfase à importância do projeto de impermeabilização e à

impermeabilização propriamente dita foram determinantes para a escolha do tema.

1.3. Objetivo

A etapa de impermeabilização é uma fase importante para tornar a

construção protegida, evitar comprometimento e preservar sua vida útil. Desta forma,

conhecer os tipos, como aplicá-la e qual o melhor material a ser especificado são

itens que devem ser observados e analisados durante a concepção do projeto de

impermeabilização.

1.4. Metodologia Aplicada

Primeiramente, foram elaboradas pesquisas em livros, normas, sites na

internet e manuais técnicos de grandes empresas da área. Além disso, foi realizado

um estudo de caso no subsistema de impermeabilização em uma obra.

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1.5. Estruturação do Trabalho

O trabalho foi estruturado em cinco capítulos, nos quais se incluem esta

introdução, as considerações finais e a bibliografia.

No segundo capítulo foi realizado um breve histórico, conceituando os

princípios básicos, incluindo as fases e o projeto específico, a classificação, os

materiais mais utilizados, as solicitações impostas pelos fluidos, as ferramentas e o

procedimento de execução para os processos de impermeabilização.

No terceiro capítulo foi realizado um estudo de caso, com a finalidade de

enriquecer o trabalho. A partir da compreensão de diversos itens no segundo

capítulo, pôde-se analisar a impermeabilização na obra visitada.

Já no quarto capítulo foram apresentadas as considerações finais deste

trabalho lembrando a importância do projeto de impermeabilização, da manutenção

pós entrega da obra e da sustentabilidade.

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2. IMPERMEABILIZAÇÃO: PROJETO E PROCESSO

2.1. Histórico

A necessidade de impermeabilizar vem de muito tempo, seja no segmento

comercial ou residencial, os serviços de impermeabilização até hoje são executados.

O primeiro processo de impermeabilização da história foi descrito na Bíblia.

Versículos do Antigo Testamento informam que a Torre de Babel e a Arca de Noé

foram impermeabilizadas com asfalto. Durante as instruções para a construção da

grande Arca de Noé, Deus teria dito: “Faze para ti uma arca de madeira resinosa:

farás compartimentos e a revestirás de betume por dentro e por fora”. Essas ordens

foram providenciais para gerar um barco seguro e salvar as espécies no dilúvio.

O petróleo e derivados como o asfalto e o betume são conhecidos pelo

homem há pelo menos seis mil anos. Segundo Heródoto, na construção dos Jardins

Suspensos da Babilônia, Nabucodonosor utilizou betume como impermeabilizante e

material de liga (século V a.c.). O petróleo era usado pelos egípcios para

embalsamar mortos ilustres e como elemento de liga de suas pirâmides.

Os índios das Américas do Norte e do Sul – muitos anos antes da chegada de

portugueses, ingleses e espanhóis – serviam-se do petróleo e de seus derivados

naturais para pavimentar estradas do império inca. Gregos e romanos utilizavam o

petróleo, também para a confecção de armas.

Entre os construtores das caravelas de Pedro Álvares Cabral, havia um grupo

especialistas (calafates) em impermeabilizar as juntas das madeiras com betume,

abreu, pez, resina e alcatrão.

Atualmente, dispomos de diversos produtos desenvolvidos especialmente

com a função de evitar a ação indesejada da água.

2.2. Princípios Básicos do Processo de Impermeabilização

Para uma construção devem ser elaborados diversos projetos necessários

para a sua execução. Alguns destes projetos são essenciais à construção e outros

são os chamados complementares. Entre os projetos essenciais podemos

exemplificar os de estrutura, instalações e arquitetura. Já o projeto de

impermeabilização é complementar aos anteriores, neste devemos especificar as

cargas, as dimensões e os detalhes.

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O processo de impermeabilização é constituído de diversas etapas até

chegarmos ao produto estanque. A análise da estrutura a ser impermeabilizada, o

projeto de impermeabilização, a preparação da superfície, a impermeabilização

propriamente dita, os testes de estanqueidade, as camadas separadoras e as

proteções, cada uma destas etapas devem ser monitoradas no decorrer de sua

execução.

Durante a concepção do projeto de impermeabilização é possível alcançar

uma maior eficiência a partir da escolha dos materiais e sistemas que serão

aplicados de acordo com as características do projeto a ser executado. Em cada

caso, deverão ser analisadas todas as interferências construtivas, tais como o tipo

de edificação, movimentações estruturais, finalidades de cada área e segurança dos

trabalhadores.

As principais normas que referenciam o projeto de impermeabilização são:

NBR 9575 – Impermeabilização: Seleção e Projeto e a NBR 9574 – Execução de

impermeabilização. Estas normas estabelecem que para a aplicação da

impermeabilização nas construções, o executante deve receber uma série de

documentos técnicos. Estes são constituídos de memorial descritivo e justificativo,

desenhos e detalhes específicos, especificações dos materiais e serviços a serem

realizados.

A norma (NBR 9575, 2003) indica que o projeto seja elaborado por um

profissional que possua qualificação para exercer esta responsabilidade técnica e

deve ser legalmente habilitado pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia,

Arquitetura e Agronomia). Este projeto deve ser seguido na integra pelo executante

da obra e no fechamento da contratação, deve ser fornecida uma planilha com a

quantidade dos serviços a serem realizados e com a forma de medição dos serviços.

Para que a impermeabilização seja iniciada é necessário que o projeto tenha

sido entregue ao responsável pela obra e que esta por sua vez esteja com o local

onde será executada a impermeabilização liberado para início dos serviços.

Na tabela 1, observa-se três fases do processo de impermeabilização.

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Tabela 1 - Etapas do processo de impermeabilização

LIMPEZA GERAL

REGULARIZAÇÃO: DECLIVIDADE > 1% (NBR 9574, 1986).

IMPERMEABILIZAÇÃO DE ACORDO COM O PROJETO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA: ENTRE SUBSTRATOS E A MANTA

TESTE DE ESTANQUEIDADE: COMPROVAR A EFICIÊNCIA

CAMADAS

PROTEÇÕES

TRATAMENTO DE JUNTAS

FASE 2: IMPERMEABILIZAÇÃO

FASE 1: PREPARO DA SUPERFÍCIE E

REGULARIZAÇÃO

FASE 3: SISTEMAS AUXILIARES E

COMPLEMENTARES

2.2.1. Fase 1: Preparo de Superfície e Regularização

O preparo da superfície consiste em uma limpeza geral e detecção de pontos

falhos de concretagem, grauteamento de tubos e elementos transpassantes à

superfície e preparar a superfície com argamassa específica. Deve-se umedecer a

área com água em abundância antes da regularização. Na figura 1 exemplifica-se a

execução do preparo da superfície.

Figura 1 – Preparo da superfície

A regularização consiste em adequar a superfície para ao recebimento do

sistema de impermeabilização. É necessário fornecer à camada impermeável

11

declividade de no mínimo 1%, quando necessário (NBR 9574, 1986). Na figura 2

observamos o canto arredondado da meia-cana.

Figura 2 – Regularização: cantos arredondados

2.2.2. Fase 2: Impermeabilização

A etapa de impermeabilização tem a função de barrar a passagem de fluidos.

Baseado no projeto, de acordo com desenhos e detalhes específicos, deve-se

aplicar o sistema e material especificado.

Caso o sistema especificado utilize mantas pré-fabricadas surge a

necessidade de um elemento de ligação entre o substrato e a manta que é a

imprimação asfáltica. Este elemento é composto por asfalto oxidado diluídos em

solventes orgânicos. Na figura 3 temos um exemplo de aplicação.

Figura 3 – Imprimação asfáltica

12

Pode-se aplicar no processo de impermeabilização inúmeros tipos de

sistemas que serão vistos posteriormente. Na figura 4, exemplifica-se a aplicação de

manta asfáltica.

Figura 4 – Aplicação de manta asfáltica

Para comprovar a eficiência da impermeabilização quando este é composto

por mantas, utilizamos o teste de estanqueidade por 72 horas. Após este período,

observa-se a ocorrência de sinais de infiltração. Na figura 5, observa-se este teste

de estanqueidade.

Figura 5 – Teste de estanqueidade

2.2.3. Fase 3: Sistemas Auxiliares e Complementares

Alguns sistemas auxiliares ou complementares são utilizados após a camada

de impermeabilização, estes são objeto de projeto executivo. Devem ser detalhados

para caracterizar todos os materiais e serviços que compõe o projeto (NBR 9575,

13

2003). A tabela 2, relaciona estes sistemas auxiliares com o material utilizado para

este fim.

Tabela 2 - Sistemas auxiliares e complementares

SISTEMAS FUNÇÃO MATERIAL UTILIZADO

CAMADA-BERÇO

Apóia e protege a camada

impermeável contra agressões

provenientes do substrato.

adesivo elastomérico;

asfáltico;

geotêxtil de poliéster ou

polipropileno;

manta asfáltica;

poliestireno expandido ou

extrudado;

CAMADA DE

AMORTECIMENTO

Absorve e dissipa os esforços

estáticos e dinâmicos atuantes sobre

a camada impermeável, protegendo-a

de danos causados por estes.

composta por areia, cimento e

emulsão asfáltica;

geotêxtil de poliéster ou

polipropileno;

emulsão asfáltica com

borracha moída;

poliestireno expandido ou

extrudado;

CAMADA

DRENANTE

Facilita o escoamento de fluidos que

atuam junto à camada impermeável.

geotêxtil;

polipropileno;

CAMADA

SEPARADORA

Evita a aderência de outros materiais

sobre a camada impermeável.

filme polietileno;

papel Kraft betumado;

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PROTEÇÃO

MECÂNICA

Protegem contra os efeitos do meio

ambiente danificam a

impermeabilização. É o caso do

ataque das raízes agressivas,

vibração de um motor ligado à

estrutura de um subsolo, entre outros.

Recomenda-se o uso, também, para

proteger a impermeabilização dos

danos causados pela própria obra na

instalação de revestimentos.

argamassa;

concreto;

metal;

solo

geotêxtil;

PROTEÇÃO

TÉRMICA

Reduzir as oscilações térmicas sobre

as estruturas e sobre a

impermeabilização, protegendo-a e

aumentando sua vida útil, acarreta em

economia de energia e aumento da

vida útil dos componentes da

edificação.

concreto celular;

lã de rocha;

lã de vidro;

mineral expandido;

poliestireno;

poliuretano.

TRATAMENTO

DE JUNTAS

A impermeabilização deve respeitar

as juntas de dilatação do edifício.

faixas de mantas asfálticas

pré-fabricadas;

faixas de mantas

elastoméricas de

poliisobutileno isopreno;

faixas de mantas

elastoméricas de

etilenopropilenodieno-

monômero (EPDM);

lâminas metálicas; perfil de

policloropreno;

perfil de policloreto de vinila

(PVC);

mástiques;

membrana elastomérica de

poliisobutileno isopreno, em

solução, estruturada;

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2.3. Classificação dos Sistemas de Impermeabilização

Os sistemas de impermeabilização podem ser classificados quanto à

aderência, flexibilidade e execução. Esta classificação está apresentada na tabela

3.

Tabela 3 – Sistemas de impermeabilização

CLASSIFICAÇÃO

pintura

aplicação de camadas

SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Aderentes

Não - aderentes

Quanto à aderência Parcialmente aderentes

Quanto à flexibilidade

Quanto ao método de execução

Moldados in loco

Rígidos

Semi-flexíveis

Flexíveis

a frio

a quente

Pré fabricados

2.3.1. Classificação quanto à Aderência

A norma (NBR 9575, 2003) classifica os processos, quanto à aderência, em

aderentes, parcialmente aderentes e não aderentes.

Os processos aderentes são totalmente ligados à estrutura de concreto

armado constituído por materiais de seu próprio corpo. São exemplos deste

processo o chapisco na argamassa impermeável e a imprimação no revestimento

impermeável.

Os processos parcialmente aderentes são definidos como o conjunto de

materiais ou produtos aplicáveis nas partes construtivas, parcialmente aderidos ao

substrato. Este processo só tem aderência na zona de compressão da ferragem do

concreto e soltos na zona de tração.

Já os processos não aderentes são definidos como um conjunto de materiais

ou produtos aplicáveis nas partes construtivas, totalmente não aderidos ao

substrato. É exemplificada pelo contato do processo somente com as superfícies

verticais de arremate.

16

2.3.2. Classificação quanto à Flexibilidade

Nesta classificação os sistemas podem ser rígidos, semi-flexíveis e flexíveis.

Os sistemas rígidos são utilizados em estruturas com sub pressão e não

sujeitas à movimentação, forte exposição solar e variações térmicas e vibração. Este

sistema acompanha proporcionalmente o trabalho estrutural sem sofrer infiltração

nas zonas de fissuração. Utilizam-se argamassas impermeáveis e processos de

cristalização para este sistema. Aplica-se este sistema em reservatórios, piscinas e

caixas d`água enterradas, fundações, subsolos, pisos, paredes de encosta, entre

outros.

Os sistemas semi-flexíveis são muito eficientes para superfícies sujeitas a

rachaduras e fissuras. Aplicação de argamassas poliméricas e resinas epóxicas

flexibilizadas são exemplos deste sistema. Os polímeros empregados lhes conferem

a propriedade de dar certa flexibilidade, além de aumentar a aderência e a

impermeabilidade dos mesmos. Utiliza-se este sistema em saunas, banheiros, piso

de cozinhas, paredes de subsolos sem influência do lençol freático, entre outros.

Os sistemas flexíveis são aplicados em estruturas que estão sujeitas ao

trabalho térmico e não sujeitas ao lençol freático. Utilizamos para estes sistemas

mantas pré-moldadas e mantas moldadas in loco. Aplica-se este sistema em

terraços, pilotis expostos ao sol, bases de torre de refrigeração, juntas de dilatação,

entre outros.

2.3.3. Classificação quanto ao Método de Execução

A classificação quanto ao método executivo pode ser divida em materiais

moldado in loco e pré-fabricados. Apresentamos na tabela 4 uma comparação entre

os dois métodos para facilitar a escolha.

17

Tabela 4 – Métodos executivos Fonte: Cocito, 2006

MOLDADOS IN LOCO PRÉ-FABRICADOS

Espessura variável, com pontos de menor espessura mais frágeis

Espessura definida e controlada pelo processo industrial

Conhecimento das características dos materiais componentes

Conhecimento prévio das características do material

Aplicação em camadas sobrepostas, sujeitas a interferências

Aplicação normalmente em uma única camada

Menor velocidade de aplicação, com maiores custos de mão-de-obra

Maior velocidade de aplicação, com maior rendimento da mão-de-obra

Maior dificuldade como o número de camadas, consumo por m², tempo de secagem, entre outros.

Maior facilidade de controle de aplicação

2.4. Solicitações Impostas pelos Fluidos nas Partes Construtivas

O tipo adequado da impermeabilização a ser empregado na construção deve

ser determinado segundo as solicitações impostas pelos fluidos. A tabela 5

apresenta formas de atuação destes fluidos.

Tabela 5 – Atuação dos fluídos

IMPOSIÇÃO FORMA DE ATUAÇÃO

ÁGUA SOB PRESSÃO UNILATERAL OU BILATERAL

ÁGUA DE PERCOLAÇÃO CHUVA, LAVAGEM

UMIDADE DE SOLO ÁGUA CAPILAR

ÁGUA DE CONDENSAÇÃOSAUNAS, CAMARAS

FRIGORÍFICAS

2.4.1. Impermeabilização Contra Fluidos que Atuam Sob Pressão Unilateral ou

Bilateral

No caso da pressão deve-se analisar se a estrutura a ser impermeabilizada

está sujeita à pressão da água unilateral ou bilateral. Quando a pressão é unilateral,

ela pode ser considerada positiva ou negativa, porém quando bilateral, a pressão

será considerada positiva e negativa.

18

Água sob pressão positiva é a água confinada ou não, exercendo pressão

hidrostática superior a 1kPa de forma direta à impermeabilização (NBR 9575, 2003).

Observa-se este fenômeno na figura 6.

Figura 6 – Pressão unilateral positiva

Água sob pressão negativa é a água confinada ou não, exercendo pressão

hidrostática superior a 1kPa de forma inversa à impermeabilização (NBR 9575,

2003). Como exemplifica a figura 7.

Figura 7 – Pressão unilateral negativa

A figura 8 mostra a atuação bilateral onde há Influência da pressão positiva e

negativa.

Figura 8 – Pressão bilateral positiva e negativa

A tabela 6 associa o sistema de impermeabilização quanto à flexibilidade que

deve ser aplicado, de acordo com a influência da pressão.

19

Tabela 6 – Influência da pressão

SISTEMA INFLUÊNCIA DA PRESSÃO

RÍGIDO UNILATERAL (NEGATIVA)

UNILATERAL (POSITIVA OU NEGATIVA)

BILATERAL

FLEXÍVEL UNILATERAL (POSITIVA)

SEMI-FLEXÍVEL

A tabela 7 exemplifica o local identificando qual sistema e material pode ser

especificado de acordo com a pressão atuante.

Tabela 7 – Exemplo para impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão

LOCALPRESSÃO ATUANTE

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

ESCOLHA DO MATERIAL

PISCINAS ELEVADAS Unilateral Positiva FlexívelMembranas Asfálticas ou

de Polímeros

Flexível Manta de Polímeros

Semi-Flexível Epoxi

RigidaArgamassa Impermeável

ou epoxi

Semi-Flexível Argamassa PoliméricaSUBSOLOS Unilateral Negativa

BANHEIROS - BOX Unilateral Positiva

2.4.2. Impermeabilização de Estruturas Sujeitas à Água de Percolação

Os sistemas de impermeabilização de estruturas também estão sujeitos à

água de percolação, que atua sobre superfícies não exercendo pressão hidrostática

superior a 1 kPa (NBR 9575, 2003).

Na tabela 8, de acordo com o local exemplificado determina-se o sistema e

material que pode ser especificado.

20

Tabela 8 – Exemplo para impermeabilização contra água de percolação

LOCALCLASSIFICAÇÃO

DO SISTEMAMATERIAL

TERRAÇOS / MARQUISES Flexívelmembrana asfáltica, de polímero e

elastômeros

JARDINS SUSPENSOS Flexível membranas de polímeros

PISO DE BANHEIROS / COZINHAS

Semi-flexível argamassa polimérica / epoxi flexibilizado

2.4.3. Impermeabilização contra a Umidade do Solo

A umidade no solo é a água existente no solo absorvida pelas partículas do

solo (NBR 9575, 2003).

Na tabela 9, de acordo com o local exemplificado determina-se o sistema e

material que pode ser especificado.

Tabela 9 – Exemplo para impermeabilização contra umidade do solo

LOCALCLASSIFICAÇÃO

DO SISTEMAMATERIAL

CONSTRUÇÕES AO NIVEL DO SOLO EM ALVENARIA

OU CONCRETO

SUBSOLOS SEM ÁGUA SOB PRESSÃO D´ÁGUA DE

LENÇOL

PISOS RESIDENCIAIS

MUROS DE ARRIMO

Rígido ou Semi-FlexívelArgamassa impermeável ou argamassa

polimérica, respectivamente

Rígido ou Semi-FlexívelConcreto impermeável ou argamassa

polimérica, respectivamente

2.4.4. Impermeabilização de Estruturas Sujeitas à Água de Condensação

Água de condensação nada mais é que a água com origem na condensação

de vapor d’água presente no ambiente sobre a superfície de um elemento

construtivo deste ambiente (NBR 9575, 2003).

Na tabela 10, de acordo com o local exemplificado, determina-se o sistema e

material que pode ser especificado.

21

Tabela 10 – Exemplo da impermeabilização contra água de condensação

LOCALCLASSIFICAÇÃO

DO SISTEMAMATERIAL

SAUNAS Semi-flexivel epóxi com alcatrão de hulha

2.5. Principais Materiais

Os materiais mais utilizados na impermeabilização são as argamassas, os

cristalizantes, os cimentícios, os asfálticos, os poliméricos e o epóxi.

No grupo das argamassas encontram-se os sistemas de impermeabilização

em que a camada impermeável é fruto do emprego de argamassas de cimento e

areia preparadas com aditivos hidrofugantes ou resinas poliméricas com a função de

torná-las impermeáveis.

Já os cristalizantes são sistemas cuja camada impermeável é obtida pela

aplicação de materiais à base de cimento, adicionados às resinas e aplicados na

forma de pasta, este penetra nos poros da superfície e ao se cristalizar tampa os

poros.

Os sistemas de impermeabilização cimentícios são aqueles em que se

empregam materiais à base de cimento, adicionados às resinas e aplicados na

forma de pasta o que resulta numa película impermeável sobre a superfície. Este

sistema é muito semelhante ao cristalizante por haver a penetração e a cristalização

dos compostos de cimento, porém se diferenciam pela formação de uma película

impermeável com espessura da ordem de 5mm.

No grupo asfáltico, encontram-se os sistemas de impermeabilização à base

de asfalto na camada impermeável que podem ser moldadas in loco (membranas a

quente ou a frio) ou pré-fabricadas (mantas).

Os sistemas poliméricos são aqueles cuja camada impermeável é obtida pela

aplicação de polímeros na forma de membranas ou mantas.

O epóxi faz parte de um sistema de impermeabilização flexibilizado, moldado

in loco do tipo aderente à estrutura, constituído por um revestimento polimérico à

base de resinas epóxi.

A tabela 11 relaciona-se, de acordo com a flexibilidade, especificações mais

utilizadas à base dos materiais citados acima.

22

Tabela 11 – Principais materiais utilizados

SISTEMAS QUANTO À FLEXIBILIDADE

a quente (com asfalto oxidado)

a frio (emulsão asfáltica)

solução asfáltica modificada compolimeros (geralmente a frio)

sem adição de cimento

com adição de cimento (MAI)

MANTAS - pré fabricado

SEMI-FLEXÍVEL

Mantas plásticas - ex. PVC, PEAD

Mantas asfálticas

Mantas poliméricas

Mantas elastométricas - ex. butílicas, EPDM

FLEXÍVEL

Concreto impermeável com aditivos

Argamassa com hidrofugantes

Cimentos impermeabilizantes e líquidos seladores

Cimentos impermeabilizantes e polímeros

MATERIAL UTILIZADO

RÍGIDO

Concreto impermeável sem aditivos

Argamassa aditivadas com polímeros

Membranas acrílicas

Epóxi flexibilizado

Epóxi isento de solventes

Membranas poliméricas

Membranas elastométricas - ex. neoprene, hypalon

Epóxi cinza

MEMBRANAS - moldadas in loco

Membranas asfálticas

A tabela 12 relaciona algumas especificações de materiais

impermeabilizantes que podem ser aplicados quando a impermeabilização atua

contra os fluidos que atuam sob pressão unilateral e bilateral.

23

Tabela 12 - Impermeabilização contra fluidos que atuam sob pressão unilateral ou bilateral Fonte: NBR 9575, 2003

argamassa impermeável com aditivo hidrófugo;membrana elastomérica de poliisobutileno-

isopreno (I.I.R), em solução;

argamassa modificada com polímero; membrana de asfalto elastomérico em solução;

argamassa polimérica; membrana poliuréia;

cimento cristalizante para pressão negativa; membrana de poliuretano;

cimento modificado com polímero;membrana de poliuretano modificada com

asfalto;

membrana epoxídica; manta asfáltica;

membrana de asfalto modificado sem adição de polímero;

manta elastomérica de etilenopropilenodieno-monômero (E.P.D.M.);

membrana de polímero modificado com cimento;manta elastomérica de poliisobutileno-isopreno

(I.I.R);membrana de asfalto modificado com adição de

polímero elastomérico;manta de policloreto de vinila (P.V.C);

membrana de emulsão asfáltica; manta de polietileno de alta densidade (P.E.A.D).

IMPERMEABILIZAÇÃO CONTRA FLUIDOS QUE ATUAM SOB PRESSÃO UNILATERAL OU BILATERAL

Se a impermeabilização atua contra a água de percolação algumas

especificações de materiais impermeabilizantes que podem ser aplicados estão

relacionados na tabela 13.

Tabela 13 – Impermeabilização contra água de percolação Fonte: NBR 9575, 2003

argamassa impermeável com aditivo hidrófugo;membrana elastomérica de poliisobutileno-

isopreno (I.I.R), em solução;

argamassa modificada com polímero; membrana de emulsão asfáltica;

argamassa polimérica; membrana de poliuretano;

cimento modificado com polímero;membrana de poliuretano modificado com

asfalto;

membrana epoxídica; membrana de poliuréia;

membrana acrílica; manta asfáltica;

membrana de polímero modificado com cimento; manta de acetato de etilvinila (E.V.A);

membrana de asfalto elastomérico em solução;manta elastomérica de etilenopropilenodieno-

monômero (E.P.D.M.);

membrana de asfalto modificado sem adição de polímero;

manta elastomérica de poliisobutileno-isopreno (I.I.R);

membrana de asfalto modificado com adição de polímero elastomérico;

manta de policloreto de vinila (P.V.C);

membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno (SBS);

manta de polietileno de alta densidade (P.E.A.D.).

membrana elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonado;

-

IMPERMEABILIZAÇÃO CONTRA ÁGUA DE PERCOLAÇÃO

24

Quando a umidade do solo atua temos algumas especificações de materiais

impermeabilizantes que podem ser aplicados, estes estão listados na tabela 14.

Tabela 14 - Impermeabilização contra umidade do solo Fonte: NBR 9575, 2003

argamassa impermeável com aditivo hidrófugo; membrana de emulsão asfáltica;

argamassa modificada com polímero;membrana elastomérica de poliisobutileno-

isopreno (I.I.R), em solução;

argamassa polimérica; membrana de asfalto elastomérico em solução;

cimento modificado com polímero; membrana poliuréia;

membrana epoxídica; manta asfáltica;

membrana de polímero modificado com cimento;manta elastomérica de etilenopropilenodieno-

monômero (E.P.D.M.);

membrana de asfalto modificado sem adição de polímero;

manta elastomérica de poliisobutileno-isopreno (I.I.R);

membrana de asfalto modificado com adição de polímero elastomérico;

manta de policloreto de vinila (P.V.C.);

membrana de poliuretano;manta de polietileno de alta densidade

(P.E.A.D.).

membrana de poliuretano modificado com asfalto;

-

IMPERMEABILIZAÇÃO CONTRA UMIDADE DO SOLO

No caso do fluido atuante é resultado da água de condensação, algumas

especificações de materiais impermeabilizantes que podem ser aplicados estão na

tabela 15.

25

Tabela 15 - Impermeabilização contra água de condensação Fonte: NBR 9575, 2003

argamassa impermeável com aditivo hidrófugo; membrana de emulsão asfáltica;

argamassa modificada com polímero; membrana de asfalto elastomérico em solução;

argamassa polimérica; membrana de poliuretano;

cimento modificado com polímero;membrana de poliuretano modificado com

asfalto;

membrana epoxídica; membrana de poliuréia;

membrana de polímero modificado com cimento; manta de acetato de etilvinila (E.V.A.);

membrana de asfalto modificado sem adição de polímero;

manta de policloreto de vinila (P.V.C.);

membrana de asfalto modificado com adição de polímero elastomérico;

manta de polietileno de alta densidade (P.E.A.D.);

membrana acrílica; manta asfáltica;

membrana elastomérica de estireno-butadieno-estireno (S.B.S.);

manta elastomérica de etilenopropilenodieno-monômero (E.P.D.M.);

membrana elastomérica de poliisobutileno-isopreno (I.I.R), em solução;

manta elastomérica de poliisobutileno-isopreno (I.I.R).

membrana elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonado;

-

IMPERMEABILIZAÇÃO CONTRA ÁGUA DE CONDENSAÇÃO

2.6. Ferramentas e Equipamentos Utilizados na Impermeabilização

Na impermeabilização, como nos demais serviços executados em uma

construção, é necessário zelar pelos operários.

Na figura 9, abaixo, são dados exemplos de equipamentos como botas, luvas

(PVC ou borracha), capacetes, óculos de segurança, máscaras de proteção (para

aplicação de imprimação e produtos à base de solvente) e uniformes.

Figura 9 – Equipamentos de segurança

26

Algumas ferramentas também são necessárias no processo de

impermeabilização. Na figura 10 temos desempenadeira, colher de pedreiro, trincha

e pincel largo, vassoura ou vassourão de pêlo macio, rolo para pintura e maçarico.

Figura 10 – Ferramentas

Para aplicação de mantas utiliza-se, também, o esfregão de mupiá, uma fibra

de tecido reforçado que suporta altas temperaturas. A aplicação pode ser observada

na figura 11.

Figura 11 – Esfregão de mupiá

Para utilização de, por exemplo, mantas com aplicação a quente é necessário

esquentar o asfalto. Pode ser na caldeira elétrica ou caldeira de aquecimento

elétrico, à gás ou à lenha. A figura 12 apresenta a caldeira elétrica.

27

Figura 12 – Caldeira elétrica

Na figura 13, podemos observar a caldeira de aquecimento à lenha e à gás.

Figura 13 – Caldeiras

Quando a manta não é aplicada com asfalto a quente, é executada com o

auxílio do maçarico. Na figura 14 podemos observar um exemplo desta aplicação.

Figura 14 – Manta aplicada com maçarico

28

2.7. Detalhes Construtivos

Alguns detalhes devem ser seguidos para maior eficiência da

impermeabilização. Se vedados com cuidado conforme estes detalhes a vida útil da

impermeabilização será prolongada. Muitos dos casos de infiltrações são causados

por erros de aplicação nestes pontos.

Dentre diversos tipos de detalhes construtivos, faremos referência aos

principais, isto é, referentes a tubulações, ralos e área onde há o encontro de

impermeabilização horizontal e vertical. Alguns itens da NBR 9575 estão

relacionados na tabela 16.

Tabela 16 – Detalhes Construtivos

Toda a tubulação que atravesse a impermeabilização deve ser fixada na

estrutura e possuir detalhes específicos de arremate e reforços de impermeabilização

Todo encontro de planos verticais e horizontais deve possuir detalhes específicos da impermeabilização

Os planos verticais a serem impermeabilizados devem ser executados com elementos rigidamente solidariezados às estruturas, até a cota final de arremate da impermeabilização, prevendo reforços

necessários

DETALHES CONSTRUTIVOS

A inclinação do substrato das áreas horizontais deve ser no mínimo de 1% em

direção aos coletores de água. Para calhas e áreas internas é permitido o mínimo de

0,5%.

As arestas e os cantos vivos das áreas a serem impermeabilzadas devem ser

arredondados sempre que a impermeabilização assim requerer

As proteções mecânicas, bem como os pisos posteriores, devem possuir juntas de

retração e trabalho térmico preenchidos com materiais deformáveis, principalmente no

encontro de diferentes planos.

29

3. CASE EMPREENDIMENTO COMERCIAL NO RIO DE JANEIRO

3.1. Introdução

Neste capitulo será apresentado um case de um empreendimento comercial

localizado no Rio de Janeiro de uma construtora de renome. O empreendimento se

situa na Barra da Tijuca numa área construída de 111.327,20 m², constituído de 6

blocos com 6 ou 7 andares cada e aproximadamente 900 unidades comerciais.

Figura 15 – Localização pelo Google Earth

Figura 16 – Locação da obra

No empreendimento estudado, foi contratada uma empresa terceirizada para

a execução do projeto de impermeabilização. Em conjunto com este projeto foi

30

entregue um caderno de especificações complementares e detalhes específicos

para execução.

No projeto referente ao empreendimento analisado, houve indicação para

impermeabilização em diversos locais. Na tabela 17, de acordo com o pavimento

localizado, estão relacionadas as áreas analisadas em nosso estudo.

Tabela 17 – Áreas impermeabilizadas

PAVIMENTO LOCAL

CISTERNA

POÇO DO ELEVADOR

PAREDES DO SUBSOLO

PAREDES DO SUBSOLO

CENTRAL DE ÁGUA GELADA DE AR CONDICIONADO

ÁREA EXTERNA DESCOBERTA

ESPELHOS D´ÁGUA

ÁREA COBERTA ABERTA

PISCINA

HAMAN

SAUNA SECA

SAUNA A VAPOR

PAVIMENTO TIPO E COBERTURA

TERRAÇOS E VARANDAS

CALHA

TETO DA CASA DE MÁQUINASTELHADO

TÉRREO

1º SUBSOLO

2º SUBSOLO

No estudo de caso classificou-se a impermeabilização quanto à aderência, à

flexibilidade e ao método de execução.

Devido à influência da pressão analisou-se o sistema quanto à flexibilidade,

isto é, se o sistema utilizado era rígido, flexível ou semi-flexível e com o trabalho

estrutural classificou-se quanto à aderência, ou seja, aderente, parcialmente

aderente ou não-aderente. De acordo com o método de execução, classificou-se em

moldado in loco ou pré-fabricado.

31

A classificação quanto à flexibilidade também pode ser influenciada por outras

atuações dos fluidos, conforme apresentado na revisão bibliográfica, porém nesta

análise somente a pressão foi determinante para a escolha do sistema.

3.2. Áreas Impermeabilizadas – 2º Subsolo

3.2.1. Cisterna

Tabela 18 - Cisterna

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1 PREPARO DE SUPERFÍCIE

FASE 2EPOXI ISENTO DE

SOLVENTES

FASE 3 -

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

CISTERNA (NÃO ENTERRADA)

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

ADERENTE

SEMI-FLEXÍVEL

MOLDADO IN LOCO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

LOCAL

SOLICITAÇÃO

3.2.1.1. Procedimento de Execução

Na figura 17, abaixo, apresenta-se um corte representativo da cisterna.

Figura 17 – Corte

32

Este sistema de impermeabilização iniciou-se com o preparo de superfície

que consiste na limpeza geral com escova de aço e água, com remoção das

partículas soltas ou desagregadas, corrigindo-se todas as imperfeições de

concretagem. Podemos observar a sua aplicação na figura 18.

Figura 18 – Preparo da superfície

Seguido ao preparo de superfície, houve a aplicação de epóxi isento de

solventes com rolo. A especificação “isento de solventes” foi escolhida por ser

aplicado em ambientes fechados sem oferecer riscos e sem alterar a potabilidade da

água.

3.2.2. Poço do Elevador

Tabela 19 – Poço do elevador

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1 PREPARO DE SUPERFÍCIE

FASE 2 EPOXI ISENTO DE SOLVENTES

FASE 3 -

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

MOLDADO IN LOCO

POÇO DO ELEVADOR

PRESSÃO UNILATERAL NEGATIVA

SEMI-FLEXÍVEL

ADERENTE

33

3.2.2.1. Procedimento de Execução

O corte referente à execução do poço do elevador pode ser observado na

figura 19. O procedimento utilizado é similar ao aplicado na cisterna.

Figura 19 – Corte

A figura 20 representa o preparo de superfície do poço.

Figura 20 – Preparo de superfície

34

3.2.3. Paredes dos Subsolos

Tabela 20 – Paredes dos subsolos

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1 PREPARO DE SUPERFÍCIE

FASE 2 ARGAMASSA POLIMÉRICA

FASE 3 -

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

MOLDADO IN LOCO

PAREDES DOS SUBSOLOS

PRESSÃO UNILATERAL NEGATIVA

SEMI-FLEXÍVEL

ADERENTE

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

3.2.3.1. Procedimento de Execução

O corte observado na figura 21 ilustra o processo de impermeabilização.

Figura 21 – Corte

Nas paredes dos subsolos inicialmente aplicou-se o preparo de superfície. Na

figura 22 observamos o preparo de superfície das paredes dos subsolos.

35

Figura 22 – Preparo de superfície

Seguido do preparo de superfície houve a aplicação da argamassa

polimérica, que consiste em uma argamassa impermeável bi-componente, à base de

cimento, agregados minerais inertes, polímeros acrílicos e aditivos, formando um

revestimento impermeável. Fornecida pronta para o uso, a aplicação foi executada

com desempenadeira metálica em camadas de no máximo 1 mm de espessura até

que a superfície atingisse o acabamento desejado. A figura 23 abaixo ilustra esta

aplicação.

Figura 23 – Argamassa Polimérica

36

3.3. Áreas Impermeabilizadas – 1º Subsolo

3.3.1. Central de Água Gelada de Ar Condicionado

Tabela 21 - Central de água gelada de ar condicionado

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1 REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA TIPO III

TESTE DE ESTANQUEIDADE

PARAMENTO VERTICAL: CHAPISCO + TELA

GALVANIZADA (RODAPÉS)

GEOTEXTIL NÃO TECIDO DE POLIESTER

CENTRAL DE ÁGUA GELADA

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

FLEXÍVEL

FASE 3

ADERENTE

FASE 2

PRÉ-FABRICADO

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

3.3.1.1. Procedimento de Execução

O corte na figura 24 se refere às camadas do processo de impermeabilização.

Figura 24 – Corte

37

A impermeabilização desta central iniciou-se com a regularização, seguida da

aplicação da imprimação asfáltica e colagem da manta asfáltica a quente com

asfalto oxidado, virando o rodapé com 40 cm. A eficiência do processo de

impermeabilização foi comprovada a partir do teste de estanqueidade num período

mínimo de 72 horas. A figura 25 ilustra a execução da regularização com caimento.

Este processo de execução está descrito de forma completa no item referente à área

externa descoberta.

Figura 25 – Regularização

Atuando como camada separadora aplicou-se o geotextil não tecido de

poliéster, como reforço utilizou-se o chapisco com tela galvanizada no rodapé de 40

cm. O piso foi armado com tela soldada e concretado para acabamento final. Na

figura 26 observamos a tela soldada, antes da concretagem.

Figura 26 – Piso armado para concretagem

38

3.4. Áreas Impermeabilizadas – Térreo

3.4.1. Área Externa Descoberta

Tabela 22 – Área externa descoberta

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1ARGAMASSA DE

REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA TIPO III

TESTE DE ESTANQUEIDADE

PROTEÇÃO PRIMÁRIA: ARGAMASSA DE CIMENTO E

AREIA 1:6, e = 2cm

PARAMENTO VERTICAL: CHAPISCO + TELA

GALVANIZADA (RODAPÉS)

PROTEÇÃO MECÂNICA COM PINTURA ANTI-RAIZ (JARDINS)

CAMADA CONTÍNUA DE BRITA Nº 2

GEOTEXTIL NÃO TECIDO DE POLIESTER

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

FASE 3

ÁREA EXTERNA DESCOBERTA

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

FLEXÍVEL

FASE 2

ADERENTE

PRÉ-FABRICADO

3.4.1.1. Procedimento de Execução

Os cortes na figura 27, a seguir, se referem às camadas de

impermeabilização desta área. A esquerda observa-se as camadas dos locais de

circulação de pessoas e a direita tem-se as áreas onde há jardineiras.

39

Figura 27 – Corte área de circulação e de jardins

Devido à extensão desta área, a impermeabilização foi executada em

diversos setores a fim de não prejudicar o andamento da obra. Este processo

iniciou-se com a regularização com caimento de no mínimo 1%. A composição da

regularização foi argamassa de cimento portland e areia média, traço 1:3, com

acabamento áspero, desempenado fino, isento de quaisquer aditivos e consistência

firme. No encontro de planos foi executado um arredondamento todas as arestas.

Na figura 28 observamos a execução da regularização em um destes setores.

Figura 28 – Regularização

Seguido da regularização, aplicou-se a imprimação asfáltica, um elemento de

ligação entre a manta pré-fabricada de asfalto e o substrato. A figura 29 ilustra a

imprimação em outro setor.

40

Figura 29 – Imprimação asfáltica

Após a imprimação, utilizou-se a manta aderida a quente, com asfalto oxidado

com sobreposição das mantas de 10 cm. Onde há encontro do plano horizontal da

área com um plano vertical, a manta deve subir no rodapé de 40 a 80 cm, de acordo

com a necessidade imposta pela obra.

Na figura 30 temos, à esquerda, a aplicação da manta com asfalto a quente e

a direita, um setor com a manta já aplicada.

Figura 30 – Manta asfáltica

Para o teste de estanqueidade, isto é, comprovação da eficiência após a

manta já aplicada, separou-se em setores os locais a serem testados. Após o

barreiramento do setor, preencheu-se a área com lâmina de água mínima de 10 cm

ao longo de toda a superfície impermeabilizada por 72 horas. Após este período,

observou-se a ocorrência de sinais de infiltração. Na figura 31 pode-se observar dois

setores sofrendo o teste de estanqueidade em separado.

41

Figura 31 – Teste de estanqueidade

Depois de finalizado o teste de estanqueidade, foi necessário executar a

camada de proteção primária, composta por argamassa e areia num traço de 1:6

com espessura de 2 cm. A necessidade desta camada vem da intensa

movimentação de materiais e pessoas na obra diariamente. Com isso, a

impermeabilização executada até então não sofreu danos até que o revestimento

final fosse executado. Juntamente à execução da proteção primária nos rodapés, foi

realizado o paramento vertical, correspondente à aplicação de tela galvanizada e

chapisco (cimento e areia traço 1:2) para reforço. Abaixo, figura 32, observamos a

execução da proteção primária.

Figura 32 – Proteção primária

Nos locais onde seriam construídos jardins aplicou-se a proteção mecânica

anti-raiz, que é uma tinta a base de alcatrão com propriedades repelentes a raízes.

42

Com a necessidade de drenar a água que atua sobre a área, foi executada

uma camada contínua de brita funcionando como uma camada drenante. Na figura

33 observamos a aplicação desta camada.

Figura 33 - Brita nº2

Para que não houvesse comunicação entre o solo usado para enchimento do

piso no acabamento final e a camada de brita, foi utilizado uma camada separadora.

Esta camada se refere à aplicação de geotextil não tecido de poliéster não

permitindo, assim, que o solo se misture com a camada de brita, prejudicando a

drenagem. A figura 34, a seguir, representa esta camada separadora sendo aplicada

sobre a camada drenante.

Figura 34 - Geotextil não tecido de poliéster

O assentamento do solo e a sua compactação podem ser observados na

figura 35.

43

Figura 35 – Assentamento e compactação do solo

O acabamento utilizado para o piso final foi de blocos intertravados conforme

observamos abaixo, na figura 36.

Figura 36 – Piso intertravado

44

3.4.2. Espelhos D´água

Tabela 23 – Espelho d´água

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1ARGAMASSA DE

REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA TIPO III

TESTE DE ESTANQUEIDADE

PROTEÇÃO MECÂNICA: ARGAMASSA DE CIMENTO E

AREIA 1:6, e = 2cmPARAMENTO VERTICAL:

CHAPISCO + TELA GALVANIZADA (RODAPÉS)

FASE 2

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

FASE 3

ADERENTE

PRÉ-FABRICADO

ESPELHO D´ÁGUA

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

FLEXÍVEL

3.4.2.1. Procedimento de Execução

O corte na figura 37 se refere às camadas de impermeabilização do espelho

d´água.

Figura 37 – Detalhe executivo

45

O procedimento utilizado no espelho d´água consistiu em regularização com

caimento. Seguida da imprimação asfáltica e a aplicação da manta asfáltica a

quente com asfalto oxidado nas paredes e fundo. Em locais como o espelho d´água,

deve-se atentar aos detalhes construtivos referentes às tubulações. O teste de

estanqueidade foi executado conforme a figura 38.

Figura 38 – Teste de estanqueidade

Após o teste de estanqueidade aplicou-se a proteção primária com

argamassa de cimento e areia, nas paredes executou-se o paramento vertical com

tela e chapisco para reforço, conforme observamos na figura 39.

Figura 39 – Proteção primária e paramento vertical

Por fim, na figura 40, observamos a aplicação do acabamento final com

pastilhas.

46

Figura 40 – Revestimento final: cerâmico

3.4.3. Área Coberta Aberta

Tabela 24 – Área Coberta Aberta

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1ARGAMASSA DE

REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA TIPO III

TESTE DE ESTANQUEIDADE

PROTEÇÃO MECÂNICA: ARGAMASSA DE CIMENTO E

AREIA 1:6, e = 2cmPARAMENTO VERTICAL:

CHAPISCO + TELA GALVANIZADA (RODAPÉS)

FASE 3

ADERENTE

PRÉ-FABRICADO

ÁREA COBERTA ABERTA

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

FLEXÍVEL

FASE 2

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

47

3.4.3.1. Procedimento de Execução

O corte na figura 41 representa as camadas do processo de

impermeabilização da área coberta aberta.

Figura 41 – Corte

O caso da área coberta aberta é semelhante ao da área externa descoberta.

As diferenças observadas na área coberta é que não há a necessidade de proteção

mecânica anti-raiz, por não existirem jardins neste local, da execução da camada

drenante nem da camada separadora por não receber diretamente água da chuva,

por exemplo.

Assim, após o teste de estanqueidade da manta asfáltica executou-se o

paramento vertical e a proteção primária. E a seguir foi assentado o revestimento

final especificado para o local.

Na figura 42 podemos observar a manta asfáltica e a areia para o preparo da

proteção primária.

Figura 42 – Manta asfáltica aderida com asfalto

48

3.4.4. Piscina

Tabela 25 – Piscina

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1ARGAMASSA DE

REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA TIPO III

TESTE DE ESTANQUEIDADE

PROTEÇÃO MECÂNICA: ARGAMASSA DE CIMENTO E

AREIA 1:6, e = 2cmPARAMENTO VERTICAL:

CHAPISCO + TELA GALVANIZADA (RODAPÉS)

PRÉ-FABRICADO

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

FASE 3

ADERENTE

PISCINA

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

FLEXÍVEL

FASE 2

3.4.4.1. Procedimento de Execução

O corte na figura 43 se refere às camadas de impermeabilização da piscina.

Figura 43 – Corte

O processo de impermeabilização utilizado na piscina é similar ao do espelho

d´água. Inicialmente aplicou-se a regularização com caimento, conforme a figura 44,

a seguir.

49

Figura 44 – Regularização do fundo

A imprimação asfáltica foi utilizada após a regularização, seguida da

aplicação da manta asfáltica a quente com asfalto oxidado nas paredes e fundo. O

teste de estanqueidade foi realizado no tempo mínimo de 72 horas, conforme

observamos na figura 45, seguido da proteção primária com argamassa de cimento

e areia e nas paredes executou-se o paramento vertical com tela e chapisco. Por fim

foi aplicado o acabamento final.

Deve-se atentar nos detalhes construtivos referentes às tubulações, conforme

também observou-se na análise do espelho d´água.

Figura 45 – Teste de estanqueidade

50

3.4.5. Haman (Banho Romano)

Tabela 26 – Haman

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1REGULARIZAÇÃO PISO E

PAREDES

FASE 2EPÓXI COM ALCATRÃO DE

HULHA

FASE 3 -

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

ADERENTE

MOLDADA IN LOCO

HAMAN

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

SEMI-FLEXÍVEL

3.4.5.1. Procedimento de Execução

Abaixo, na figura 46, segue o corte referente às camadas de

impermeabilização do haman.

Figura 46 – Corte

O método de execução da impermeabilização do haman iniciou-se com a

regularização de pisos e paredes. Seguido da aplicação, até 2,20m, do epóxi com

alcatrão de hulha epóxi em 3 camadas. O alcatrão de hulha epóxi é uma tinta

51

bicomponente, uma contendo composto por resina poliamida mais alcatrão de hulha,

e outra contendo resina epóxi. São tintas que associam a alta inércia química do

alcatrão de hulha com a impermeabilidade da resina epóxi. Na figura 47 pode-se

observar a impermeabilização do haman.

Figura 47 – Epóxi com alcatrão de hulha

3.4.6. Sauna Seca

Tabela 27 – Sauna seca

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1REGULARIZAÇÃO PISO E

PAREDES

FASE 2EPÓXI COM ALCATRÃO DE

HULHA

FASE 3 CAMADA DE AREIA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

ADERENTE

MOLDADA IN LOCO

SAUNA SECA

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

SEMI-FLEXÍVEL

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

52

3.4.6.1. Procedimento de Execução

A seguir, na figura 48 o corte esquemático das camadas de

impermeabilização da sauna seca.

Figura 48 - Corte

O procedimento de execução da impermeabilização da sauna seca é similar a

do haman, o que difere é que a aplicação nas paredes vai até o teto. Observe na

figura 49 a aplicação deste epóxi. Para a sauna é necessário aplicar na terceira

camada de aplicação do epóxi com alcatrão de hulha areia para que haja aderência

das cerâmicas que serão o revestimento final da sauna.

Figura 49 – Epóxi isento de solventes

53

3.4.7. Sauna a Vapor

Tabela 28 – Sauna a vapor

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1REGULARIZAÇÃO PISO E

RODAPÉS

FASE 2 ARGAMASSA POLIMÉRICA

FASE 3 -

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

ADERENTE

MOLDADA IN LOCO

SAUNA A VAPOR

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

SEMI-FLEXÍVEL

3.4.7.1. Procedimento de Execução

Abaixo, na figura 50 observamos o corte referente às camadas de

impermeabilização da sauna a vapor.

Figura 50 – Corte

A execução da impermeabilização da sauna a vapor foi iniciada pelo preparo

de superfície. A aplicação da argamassa polimérica no piso e no rodapé de 80 cm,

54

devido à altura do banco, que consiste em uma argamassa impermeável bi-

componente, à base de cimento, agregados minerais inertes, polímeros acrílicos e

aditivos, formando um revestimento impermeável. Fornecida pronta para o uso, a

aplicação foi com desempenadeira metálica em camadas de no máximo 1 mm de

espessura até que a superfície atingisse o acabamento desejado. Na figura 51

observa-se o rodapé de 80 cm com a aplicação da argamassa.

Figura 51 – Argamassa polimérica

55

3.5. Áreas Impermeabilizadas – Pavimento Tipo e Cobertura

3.5.1. Terraços e Varandas

Tabela 29 – Terraços e varandas

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1ARGAMASSA DE

REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA TIPO III

TESTE DE ESTANQUEIDADE

PROTEÇÃO MECÂNICA: ARGAMASSA DE CIMENTO E

AREIA 1:6, e = 2cm

PARAMENTO VERTICAL: CHAPISCO + TELA

GALVANIZADA (RODAPÉS)

ISOLAMENTO TÉRMICO

GEOTEXTIL NÃO TECIDO DE POLIESTER

TERRAÇOS E VARANDAS

FLEXÍVEL

ADERENTE

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

FASE 2

FASE 3

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

PRÉ-FABRICADO

3.5.1.1. Procedimento de Execução

Na figura 52 apresenta-se o corte das camadas de impermeabilização dos

terraços e varandas.

56

Figura 52 – Corte

A impermeabilização dos terraços e varandas é similar à aplicação na área

coberta externa. Consiste na regularização com caimento em direção ao ralo,

imprimação asfáltica, conforme a figura 53.

Figura 53 - Imprimação asfáltica no terraço

Após a regularização executou-se da manta asfáltica aderida ao substrato a

quente com asfalto oxidado. Na figura 54, a esquerda observa-se a manta já colada

e a direita, o rodapé virado em 40 cm para evitar a umidade ascendente.

57

Figura 54 – Manta asfáltica e rodapé de 40 cm

Na figura 55, observamos a colagem da manta asfáltica no ralo das varandas.

Figura 55 – Manta asfáltica: Ralo

Para comprovar a eficiência da aplicação da manta, utilizou-se o teste de

estanqueidade, conforme observamos na figura 56.

Figura 56 – Teste de estanqueidade

58

Para a proteção enquanto há a movimentação de materiais e pessoas sobre a

área concretada, executou-se a camada de proteção primária e paramento vertical

no rodapé com chapisco e areia para reforço do rodapé.

Figura 57 – Proteção Primária

Em locais onde existe comunicação entre a área externa e a interna num

mesmo nível, há a necessidade de avançar com a impermeabilização para dentro do

ambiente. É o caso destas varandas e terraços, desde a regularização até a

proteção primária, houve um avanço de 1 m para dentro conforme figura 58.

Figura 58 – Entrada da impermeabilização

Nos terraço da cobertura localizavam-se os ganchos usados na sustentação

de andaimes suspensos utilizados na execução do emboço das fachadas. Após a

59

desmontagem, os ganchos foram cortados e surgiu a necessidade de emenda nas

mantas, conforme a figura 59.

Figura 59 – Emenda de mantas

Após o acerto das áreas com emendas, deu-se o início da aplicação da

camada proteção térmica. Esta proteção reduz as oscilações de temperatura sobre

as estruturas e a impermeabilização, protegendo-a e aumentando sua vida útil. O

material utilizado nesta proteção é o poliestireno expandido. Como camada

separadora utilizou-se o geotextil não recibo de poliéster, para que não houvesse

comunicação entre a camada impermeabilizante e o acabamento final. Observe a

aplicação da proteção térmica e a camada separadora na figura 60.

Figura 60 – Isolamento térmico e geotextil não tecido de poliéster

Para o acabamento final aplicou-se cimentado, mas antes utilizou-se tela

soldada para armação do piso. Para que não houvesse deformação devido a, por

60

exemplo, variações térmicas foi executado juntas de retração no piso preenchidas

com materiais deformáveis (mástique).

Figura 61 – Tela soldada e acabamento final: cimentado

61

3.6. Áreas Impermeabilizadas – Telhado

3.6.1. Calhas

Tabela 30 – Calhas

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1ARGAMASSA DE

REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA TIPO III

TESTE DE ESTANQUEIDADE

PARAMENTO VERTICAL: CHAPISCO + TELA

GALVANIZADA (RODAPÉS)

ISOLAMENTO TÉRMICO

GEOTEXTIL NÃO TECIDO DE POLIESTER

PROTEÇÃO MECÂNICA EM PLACAS, 60X60cm, e=3cm

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

FASE 2

FASE 3

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

CALHAS

FLEXÍVEL

ADERENTE

PRÉ-FABRICADO

3.6.1.1. Procedimento de Execução

Na figura 62, segue o corte referente às camadas de impermeabilização da

calha.

Figura 62 – Corte

62

A aplicação da impermeabilização nesta área é semelhante aos terraços e

varandas. Na figura 63 podemos observar a aplicação da proteção térmica e a

camada separadora.

Figura 63 – Geotextil não tecido de poliéster

A diferença no método aplicado nos terraços e varandas é que na calha não

foi aplicada a proteção primária com argamassa cimento e areia, mas sim a proteção

mecânica em placas 60x60 cm com espessura 3 cm. Esta, substituiu a necessidade

de uma proteção com argamassa e, também, a execução de um piso em cimentado

armado. Podemos observar na figura 64 a execução deste plaqueamento. É

importante ressaltar que nas juntas de retração aplicou-se o mástique para que o

piso final não fosse prejudicado com as variações térmicas.

Figura 64 – Proteção mecânica em placas 60 x 60 cm

63

3.6.2. Teto da Casa de Máquinas

Tabela 31 – Teto da casa de máquinas

QUANTO À ADERÊNCIA

QUANTO À FLEXIBILIDADE

QUANTO AO MÉTODO DE EXECUÇÃO

FASE 1ARGAMASSA DE

REGULARIZAÇÃO

IMPRIMAÇÃO ASFÁLTICA

MANTA ASFÁLTICA ARDOZIADA

FASE 3 -

LOCAL

SOLICITAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO SISTEMA

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO

PRÉ-FABRICADO

FASE 2

TETO DA CASA DE MÁQUINAS

FLEXÍVEL

ADERENTE

PRESSÃO UNILATERAL POSITIVA

3.6.2.1. Procedimento de Execução

A seguir, na figura 65, tem-se os cortes das camadas impermeabilizantes do

teto da casa de máquinas.

Figura 65 – Corte

Nesta área, após a regularização com caimento, aplicou-se uma camada de

imprimação asfáltica com rolo e a seguir houve a aplicação da manta auto protegida

com grânulos de ardósia na face oposta ao intemperismo, aderida ao substrato a

quente com asfalto oxidado. Nas mantas ardoziadas é necessário uma sobreposição

de 10 cm das emendas e aplicação de grânulos adicionais de ardósia para que

estas fiquem uniformes após a aplicação a quente. Na figura 66 observamos a

manta ardoziada já acabada.

64

Figura 66 – Manta asfáltica ardoziada

65

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimos no decorrer do trabalho, a impermeabilização é um serviço com

fases bem distintas, a fim de obter a maior eficiência em sua execução deve-se

acompanhar todas as etapas do sistema. Além das fases descritas na revisão

bibliográfica, após a entrega da obra inicia-se uma nova fase: manutenção. Assim,

após a conclusão da impermeabilização são necessários alguns cuidados para a

preservação da mesma, como impedir que as áreas tratadas sejam perfuradas ou

danificadas, não deve-se alterar níveis de jardineiras ou piscinas, deve-se impedir

pancadas em áreas onde for executada impermeabilização rígida. A

impermeabilização é responsável pelo maior índice de retorno para manutenção por

garantia e, também, pelo maior custo para reparo (ZUBELLI GUIMARÃES, 2007).

O sistema de impermeabilização adotado deve atender às exigências de

desempenho, como a resistência às cargas estáticas e dinâmicas; resistência às

pressões hidrostáticas, de percolação, coluna d’água e umidade do solo; resistência

aos efeitos dos movimentos de dilatação e retração do substrato, ocasionados por

variações térmicas; resistir à degradação ocasionada por influências climáticas,

térmicas, químicas ou biológicas, decorrentes da ação da água, de gases ou do ar

atmosférico; deve apresentar aderência, flexibilidade, resistência e estabilidade

físico-mecânica compatíveis com as solicitações previstas em projeto, deve

apresentar vida útil compatível com as condições previstas em projeto.

Nos casos em que a empresa especializada em impermeabilizarão é

contratada quando os projetos já estão finalizados, podem haver falhas no projeto de

impermeabilização, como a falta de previsão de caimentos, sobrecargas, rebaixos

das lajes ou outros detalhes da mesma espécie. Assim podem ocorrer

improvisações, acarretando em soluções não satisfatórias, custos elevados e,

muitas vezes, há a dificuldade na definição das responsabilidades dos técnicos

envolvidos.

Neste trabalho, foi realizado um estudo de caso em um empreendimento

comercial de grande porte de uma construtora de renome. Neste empreendimento

foi contratada uma empresa terceirizada com experiência no mercado para a

execução do projeto de impermeabilização. O processo de impermeabilização e o

método executivo foram acompanhados durante aproximadamente um ano para que

pudessem ser sucintamente analisados. Durante este período de análise dos

66

métodos observou-se que todos estão de acordo com as normas de execução, já

mencionadas neste trabalho.

A impermeabilização também tem a sua função na sustentabilidade, um

exemplo seria o teto verde, isto é, jardins suspensos geralmente de vegetação

rasteira, que pode ser implantado em lajes planas e em telhados. Sem a

impermeabilização, esta execução com segurança e eficiência seria impossível.

Porém, os produtos utilizados na impermeabilização em geral, são nocivos ao

ambiente e ainda não é utilizado nenhum material para substituir estes. Sobre a

reciclagem de materiais resultantes de sobra ainda não é realizada, mas é uma

questão que não poderia ser deixada para trás, ainda mais que atualmente a

reciclagem e o aproveitamento de recursos são tópicos principais em qualquer

serviço na construção civil.

O conhecimento adquirido durante a execução deste projeto de final de curso

de graduação contribui para a complementação de minha formação acadêmica.

Todo este conhecimento será de grande utilidade para a minha vida profissional e,

no decorrer dos anos, este ainda será enriquecido ganhando com a prática, cada

vez mais, experiência no assunto.

67

5. BIBLIOGRAFIA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9575: Impermeabilização: Seleção e Projeto. Rio de Janeiro, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9574: Execução de Impermeabilização. Rio de Janeiro, 1986. COCITO, Luiz Otávio. Material de aula da disciplina EEC 523 – Construção Civil I – UFRJ, 2006. CUNHA, Aimar Gonçalves da e Ronaldo Gonçalves da. Impermeabilização e Isolamento Térmico: Materiais e especificações. 1. ed. Brasil, 1997. Google Earth, versão 4.0 http://pt.wikipedia.org/wiki/Impermeabiliza%C3%A7%C3%A3o, 2007 http://www.denverimper.com.br/, 2007 http://www.lwart.com.br/site/content/quimica/default.asp, 2007 http://www.primer.com.br/manualdoimpermeabilizador.htm, 2007 http://www.vedacit.com.br/, 2007 PIRONI, Zeno. Manual Prático da Impermeabilização e de Isolação Térmica. 2. ed. São Paulo, 1988. ZUBELLI, Jorge Castilho. Aditivos e Impermeabilizações em Edifícios. 3. ed. Rio de Janeiro, 1983. ZUBELLI GUIMARÃES, Jaqueline Passamani. Material de aula da disciplina CIV1305 – Construção Civil – PUC-RJ, 2007.