MÉTODOS QUE AUXILIAM NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS- CSHNB CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA MARIA DE FÁTIMA DE LIMA MÉTODOS QUE AUXILIAM NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA NOS ANOS INICIAIS PICOS 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS- CSHNB

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

MARIA DE FÁTIMA DE LIMA

MÉTODOS QUE AUXILIAM NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA

ESCRITA NOS ANOS INICIAIS

PICOS

2013

2

MARIA DE FÁTIMA DE LIMA

MÉTODOS QUE AUXILIAM NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA

ESCRITA NOS ANOS INICIAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

Coordenação do Curso de Graduação em

Pedagogia, Campus Senador Helvídio Nunes de

Barros – CSHNB, como requisito para a obtenção

do grau de Graduada.

Orientador: Profª Me. Luisa Xavier de Oliveira

Picos-PI 2013

3

Eu, Maria de Fátima de Lima, abaixo identificado (a) como autor (a), autorizo a biblioteca da Universidade Federal do Piauí a divulgar, gratuitamente, sem ressarcimento de direitos autorais, o texto integral da publicação abaixo discriminada, de minha autoria, em seu site, em formato PDF, para fins de leitura e/ou impressão, a partir da data de hoje.

Picos-PI, 17 de Abril de 2013.

FICHA CATALOGRÁFICA

Serviço de Processamento Técnico da Universidade Federal do Piauí Biblioteca José Albano de Macêdo

S729c Lima. Maria de Fátima de.

Métodos que auxiliam na aquisição da leitura e da escrita nos

anos iniciais / Maria de Fátima de Lima. – 2013.

CD-ROM:4 ¾ pol.; il. (43 p.)

Monografia (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade

Federal do Piauí. Picos-PI, 2013.

Orientador (A): Profa. Me. Luisa Xavier de Oliveira.

1. Leitura. 2. Escrita. 3. Métodos. I. Título.

CDD 372.4

1. Leitura. 2. Escrita . 3. Métodos. I. Título.

CDD 371.3

4

MARIA DE FÁTIMA DE LIMA

MÉTODOS QUE AUXILIAM NA AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA

ESCRITA NOS ANOS INICIAIS

Monografia apresentada ao curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Piauí - UFPI, como requisito parcial para a obtenção do grau de Graduada em Pedagogia.

Aprovada em: ........../ .........../ .............

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________ Profª Me. Luisa Xavier de Oliveira

(orientadora)

__________________________________________

Profª Esp. Joselma Gomes dos Santos Silva (membro)

__________________________________________ Profª Esp. Francisca D´arc Nascimento dos Santos

(membro)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu Deus todo poderoso por me dar força, coragem e

sabedoria para seguir nesses cinco anos de Universidade e conseguir realizar mais

um sonho.

Aos meus pais Francisco e Josefa pelo incentivo e apoio aos meus estudos.

Ao meu esposo Célio pela compreensão, amizade e carinho.

Ao meu filho que está para chegar, maior benção que recebi de Deus. E a

minha irmã Mara por sua boa vontade e disposição em me ajudar sempre.

A minha orientadora Luisa Xavier, pelos conhecimentos repassados para a

construção deste trabalho.

Aos meus colegas de turma que estiveram comigo nessa longa jornada

escolar, em especial do meu grupo de trabalho, os quais fizeram enormes amizades.

6

Dedico este trabalho ao meu Deus todo poderoso que é meu guia e protetor de todas as horas.

7

Os objetivos pedagógicos devem nortear o uso

de atividades lúdicas no processo de

alfabetização: brincar por brincar pode ser

divertido, mas não necessariamente contribui

para o processo de ensino-aprendizagem.

(LEAL, 2006, p. 35)

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RESUMO

O referido trabalho aborda questões sobre as diferentes formas do desenvolvimento

no processo de construção da leitura e escrita nos anos iniciais do Ensino

Fundamental; Buscando esclarecimentos sobre os diversos métodos que auxiliem

na aquisição do conhecimento a cerca do mesmo pelos alunos; um dos métodos

bastante utilizados são as atividades lúdicas realizadas através de jogos e

brincadeiras que estimulam a aprendizagem das crianças; compreender a

psicogênese da língua escrita; a metodologia utilizada teve como apoio uma

pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo com o uso de questionário do tipo

quantitativo realizados com professores de 1º ao 4º ano do ensino fundamental em

duas escolas distintas. Após a coleta de dados foi possível perceber que os

professores procuram diversificar as atividades de leitura e escrita tentando

estimular os alunos com o uso de alguns métodos pedagógicos. Ao longo da

pesquisa podemos observar que os professores necessitam conhecer como ocorre a

construção do conhecimento da criança, bem como buscar meios que propicie que

isso a aprendizagem dos mesmos através de recursos didáticos que venha a

estimular e desenvolver as suas habilidades de leitura e escrita.

Palavras-chave: Leitura. Escrita. Métodos.

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ABSTRACT

This paper deals with issues about the different forms of development in the process

of construction of reading and writing in the early years of Elementary School;

seeking clarification on the various methods that help in the acquisition of knowledge

about the same by the students; one of the methods widely used are the playful

activities carried out through games and activities that stimulate the children's

learning; understand the psychogenesis of written language; The methodology used

was to support a bibliographic research and field research with the use of the

quantitative questionnaire conducted with teachers of 1ST to 4TH year of elementary

school in two different schools. After the data collection was possible to realize that

the teachers attempting to diversify the activities of reading and writing trying to

stimulate students with the use of some teaching methods. Along the research we

can observe that the teachers need to know how the construction of the knowledge

of the child, as well as to seek means to tackle that this learning them through

didactic resources which will stimulate and develop their reading and writing skills.

Key-words: Reading. Writing. Methods.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Características e especificidades dos sujeitos ............................... ....27

11

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Formação dos professores escola A ............................................. ....28

GRÁFICO 2 - Formação dos professores escola B ............................................. ....28

GRÁFICO 3 - Utilização do livro didático adotado pela escola nas aulas de leitura e

escrita – Escola A ................................................................................................. ....30

GRÁFICO 4 - Utilização do livro didático adotado pela escola nas aulas de leitura e

escrita – Escola B ................................................................................................. ....30

GRÁFICO 5 - Participação dos professores em treinamentos ou capacitação sobre

alfabetização/ letramento – Escola A ................................................................... ....32

GRÁFICO 6 - Participação dos professores em treinamentos/ capacitação/

letramento – Escola B .......................................................................................... ....32

GRÁFICO 7 - Atividades lúdicas auxiliam na aquisição da leitura e da escrita –

escola A................................................................................................................ ....33

GRÁFICO 8 - Atividades lúdicas auxiliam na aquisição da leitura e da escrita –

escola B ............................................................................................................... ....33

12

SUMÁRIO

Sumário.....................................................................................................................11

1. Introdução ....................................................................................................... ...12

2- Psicogênese da língua escrita: um olhar sobre a obra .............................. ...14

2.1 Características do trabalho experimenta (FERREIRO E TEBEROSKY) ........ ...15

2.2 A Evolução da escrita, segundo (FERREIRO E TEBEROSKY):.........................18

3- Métodos que auxiliam na aquisição da leitura e da escrita ........................ ...20

3.1 Jogos e brincadeiras no processo ensino-aprendizagem ............................. ...22

4- A pesquisa em questão ................................................................................. ...26

5- Considerações finais ..................................................................................... ...36

6- Referências bibliográficas ............................................................................. ...38

Apêndices ........................................................................................................... ...39

Questionário de professores ............................................................................... ...

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1 Introdução

Perante a importância da leitura e da escrita na formação da aprendizagem

da criança esse trabalho tem como objetivos analisar as diferentes formas do

desenvolvimento no processo de construção da leitura e escrita nos anos iniciais do

ensino fundamental, bem como conhecer métodos que auxiliem na aquisição do

mesmo pelo aluno. Nesta fase da vida estudantil da criança, ela necessita de

estímulos, através de atividades lúdicas e jogos para exercitar o processo de ensino

aprendizagem.

De acordo com Santos (2000, p. 37) o professor é um criador de situações

estimuladoras e eficazes, pois competi a ele o desafio de comandar os caminhos da

aprendizagem, a partir dessa perspectiva autora afirma:

É nesse contexto que o jogo ganha espaço, como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a construir suas novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.

Segundo o Programa de Formação Continuada de Professores dos

Anos/Séries Iniciais do Ensino Fundamental – Pró-Letramento (BRASÍLIA, 2006), a

escola torna-se fator fundamental na aquisição do habito da leitura e da escrita, por

isso é preciso que as crianças se desponha de recursos que os professores possam

utilizar na formação do aluno. É importante o cultivo do espaço da biblioteca, através

do laboratório de leitura, estimular o uso da literatura infantil, como texto literário,

aproveitando o universo infantil para varias possibilidades da leitura, levando assim o

aluno ao conhecimento de varias palavras facilitando o processo da escrita.

Acredita-se que a escola é o lugar onde se aprende a ler e escrever, por isso

na fase em que o aluno se encontra nas séries iniciais do Ensino Fundamental deve-

se dar uma atenção especial ao ensino da leitura e da escrita. Desperta o prazer da

leitura e da escrita nos alunos não e tarefa fácil para os professores, é preciso

desenvolver estratégias que facilitem esse processo, para que a criança se torne um

adulto letrado e preparado para agir de forma critica e significativa na sociedade.

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Além de buscar métodos que ajudem o professor a repassar o conteúdo é

preciso que o educador saiba como utilizá-lo. Os métodos de ensino são

instrumentos que o professor realiza para melhorar suas aulas facilitando o processo

de ensino – aprendizagem. Ao longo do trabalho vários métodos que auxiliem no

processo de aquisição da leitura e da escrita serão apresentados. A começar pelo

estudo Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1985) duas pesquisadoras respeitadas no

âmbito da alfabetização. O livro Psicogênese da Língua Escrita é um estudo

desenvolvido pelas duas pesquisadoras no final dos anos 1970, que trouxe novos

elementos para esclarecer o processo vivido pelo aluno que está aprendendo a ler e

a escrever. A pesquisa tirou a alfabetização do âmbito exclusivo da pedagogia e a

levou para a psicologia.

As autoras procuram mostrar no decorrer da pesquisa realizada por elas que

a aquisição das habilidades de leitura e escrita depende muito menos dos métodos

utilizados pelos professores em sala de aula do que da relação que a criança tem

desde pequena com a cultura escrita, pois a criança leva para a construção do seu

conhecimento as experiências e o contato vivido por elas no decorrer do sue

processo de alfabetização.

Esse trabalho está dividido em três capítulos, sendo no primeiro abordado a

obra psicogênese da língua escrita, das autoras Emília Ferreira e Ana Teberosky

(1985). A preocupação das autoras não era criar um método de alfabetização, e sim

procuraram observar como ocorre a construção da linguagem escrita da criança.

No segundo capítulo enfatizaram-se alguns métodos que auxiliam na

aquisição da leitura e da escrita e a utilização do lúdico no processo de ensino

aprendizagem. No terceiro ponto apresenta a análise de dados, onde procurou

conhecer os métodos didáticos utilizados pelos professores do Ensino Fundamental

menor (1º ao 4º ano) nas aulas de leitura e escrita. Os objetivos da pesquisa se

fazem a seguir:

15

2 Psicogênese da língua escrita: um olhar sobre a obra...

O livro Psicogênese da Língua Escrita foi escrito pelas pesquisadoras Emilia

Ferreiro e Ana Teberosky (1984), trazendo reflexões e teses baseadas num trabalho

experimental que foi realizado em Buenos Aires no final dos anos dos 1970 e

publicado no Brasil no ano de 1984. As autoras pertencem à escola do grande

epistemológo e psicólogo Jean Piaget.

Esse livro tem como objetivo explicar os processos e as formas mediante os

quais as crianças chegam a aprender a ler e a escrever, apresentando a

interpretação dos processos desde o ponto de vista do sujeito que aprende, e tendo,

tal interpretação, seu embasamento de dados obtidos no decorrer de dois anos de

trabalho experimental com crianças entre quatro e seis anos de idade. Segundo

depoimentos das autoras:

Nosso interesse residia em descobrir qual era o processo de construção da escrita, ao planejar situações experimentais procuramos que a criança colocasse em evidência a escrita tal como ela a vê, a leitura tal como ela a entende e os problemas tal como ela propõe para si (FERREIRO e TEBEROSKY, 1985, p.33)

Ferreiro e Teberosky (1985) tinha o interesse de descobrir o caminho pelo

qual a criança percorria para compreender as características, o valor e a função da

escrita. Através das situações experimentais as autoras procuraram analisar como

as crianças constroem diferentes ideias sobre a escrita, resolvem problemas e

elaboram conceituações.

As autoras Ferreiro e Teberosky (1985) citam os princípios básicos que

guiam a construção de seu projeto experimental e sua pesquisa no livro

Psicogênese da língua escrita: Não identificar a leitura com decifrado, não identificar

a escrita como uma copia de um modelo, Não identificar progressos na

conceitualização com avanços no decifrado ou na exatidão da copia.

As atividades realizadas na situação experimental consistiram estruturadas,

porém flexíveis, permitindo as pesquisadoras descobrir hipóteses que a criança põe

em jogo na raiz de cada tarefa proposta. Com efeito, o estudo da psicogênese da

língua escrita é importante não apresentando nenhum método pedagógico, mas

revelando os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que

puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita.

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2.1 Características do trabalho experimental (FERREIRO E TEBEROSKY)

O trabalho experimental realizado por Emilia Ferreiro e Ana Teberosky

(1985) foi aplicado em grupos de crianças totalizando 108 (cento e oito) sujeitos,

envolvendo 06 (seis) escolas divididas entre a classe média e a classe baixa.

Durante o período de estudo as pesquisadoras passarão pelas fases de

interrogatório, método de indagação e analise de resultados, vejamos o que elas

relatam sobre cada fase. Ferreiro e Teberoski (op. cit.,, p. 35), afirmaram que:

Durante o interrogatório, que era individual, registraram-se manualmente, e gravaram-se, as respostas das crianças. Cada sujeito era atestado em toda série de tarefas, em alguma sala da escola ou jardim de infância que frequentam. O protocolo final é o resultado de unir ambos os registros.

Ainda relatam que o interrogatório ocorria individualmente, onde as

respostas eram colhidas manualmente e posteriormente gravadas. O interrogatório

acontecia em alguma sala da escola ou do jardim de infância em que elas

participavam cada criança era avaliada em toda série de tarefas.

Todas as tarefas realizadas para o interrogatório supunham uma interação

entre o sujeito e o objeto de conhecimento que neste caso era a escrita, sob uma

forma de situação a ser resolvida, desenvolvendo um dialogo entre o sujeito e o

entrevistador, dialogo esse que tentava evidenciar os mecanismos do pensamento

infantil.

O método de indagação, inspirado no “método clínico” (ou “método de exploração crítico”), amplamente desenvolvido pela escola de Genebra, tinha como objetivo explorar os acontecimentos da criança no que se referia às atividades de leitura e escrita. Foram justamente a modalidade do interrogatório e flexibilidade a situação experimental que nos permitiam encontrar respostas realmente originais - no sentido de inesperadas ara um adulto – ao mesmo tempo que elaborar hipóteses adequadas para compreender seu significado (FERREIRO e TEBEROSKY, op. cit., p. 35).

Segundo Ferreiro e Teberosky (1985) o método de indagação baseado no

método clínico, tinha a preocupação de explorar os acontecimentos prévios que

cada criança carregava sobre as atividades de leitura e escrita. Foi através do

interrogatório e a flexibilidade da situação experimental que as crianças deram

respostas diferentes das esperadas pelos adultos, porém muito significativas para

elas, a partir daí as pesquisadoras procuraram elaborar hipóteses adequadas para

compreender o significado de cada resposta.

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A analise dos resultados que apresentaremos em cada capitulo será fundamentalmente de caráter qualitativo, destinada a descobrir e interpretar cada categoria de respostas, assim como encontrar, nas situações que se apresentam, os níveis de sucessivos do desenvolvimento que nos ocupa. (FERREIRO e TEBEROSKY, op. cit., p. 35).

Ferreiro e Teberosky (1985) buscam apresentar a analise dos resultados no

decorrer de cada capítulo fundamentada de caráter qualitativo, com o intuito de

descobrir e interpretar cada categoria de resposta, encontrando no decorrer dos

dados obtidos os níveis sucessivos do desenvolvimento que nos ocupa.

As autoras (FERREIRO & TEBEROSKY, 1985) começam seus estudos por

um seguimento semilongitudinal de um ano de duração. Escolhendo aleatoriamente

um grupo de 30 crianças provenientes de um meio social de classe baixa que pela

primeira vez cursavam a primeira série do ensino primário. Essas crianças foram

entrevistadas periodicamente no inicio, pelo meio e ao fim do ano escolar. No final

da pesquisa a experiência foi terminada com 28 das 30 crianças usadas

inicialmente. Essas crianças frequentavam duas turmas da primeira série na mesma

escola.

Embora essas respectivas professoras seguissem o mesmo método de

ensino e utilizasse o mesmo método de iniciação, a diferente experiência anterior de

cada uma delas determinava diferença nos procedimentos concretos, pois uma

delas já tinha trabalha do o nível primário e no ano anterior havia ensinado a na

primeira série. Já a outra estava passando pela primeira vez pela experiência de

ensinar o ensino inicial, tendo anteriormente trabalho como professorar jardineira.

As duas professoras que participaram da pesquisa utilizavam o método de

ensino da leitura e da escrita que era conhecido como “método misto” ou de

“palavras-tipo”, analítico- sintético esse método era utilizado em toda a Argentina

(país onde foi realizada a pesquisa). Esse método de ensino se baseava em iniciar o

ensino da leitura e da escrita com palavras fáceis como, por exemplo, “mamá, papá,

oso, ala, mamãe papai, urso usa”, etc., palavras onde existe uma duplicação sílabas

ou repetição da mesma vogal em diferentes sílabas.

Essas palavras se decompõem em constituintes menores, recombinando-se

posteriormente. A partir dessas decomposições consoante e vogal, ou vogal

exclusivamente. As consoantes se combinam com todas as vogais para formar

novas sílabas. As palavras são ensinadas uma de cada vez, sem passar outra nova

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antes que aquela seja aprendida. O tipo de letra com que se começa o ensino é a

cursiva minúsculas; as maiúscula só são introduzidas lá pela metade do curso, e a

de imprensa aos livros de textos.

A população escolhida pelas pesquisadoras para a realização desse estudo

tiveram como justificativa duas razões para tal seleção: uma delas foi o fato da

acumulação de fracassos escolares na crítica etapa inicial em crianças com baixos

níveis socioeconômicos. A segunda razão seria o fato das autoras pensarem que as

crianças de classe baixa fossem aquelas que começam a aprendizagem escolar ao

começar a escolaridade primaria, enquanto que as de classe média não fazem mais

do que continuar uma aprendizagem iniciada anteriormente. Isso também ocorre

pelo fato de na Argentina o numero de jardins de infância ser insuficientes e muitas

das crianças de classe baixa não tem oportunidade de assistência pré-escolar.

Os resultados dessa investigação nos proporcionaram dois indícios: por um lado, que o processo de aprendizagem da criança pode ir por vias insuspeitadas para o docente, e por outro, que inclusive essas crianças de classe baixa não começam desde “zero” na primeira série. (FERREIRO e TEBEROSKY, 1985, p.37)

Ainda segundo as pesquisadoras (1985) o sinal aparente sobre os

resultados dessa investigação mostra que muitas vezes a criança que vem de classe

baixa e que não frequentam o jardim de infância chegam à primeira série com um

processo de aprendizagem em que elas já possuem uma série de concepções sobre

a escrita, mesmo sem ter frequentado uma escola antes.

A questão central que se colocou foi, então, conhecer como as crianças chegam a ser “leitores”- no sentido psicogenético - antes de sê-lo – no sentido das formas terminais do processo. Os problemas colocados concernem tanto á natureza do objeto escrita, como aos processos de apropriação do objeto, por parte da criança. (FERREIRO e TEBEROSKY, 1985, p.260).

Neste livro as autoras não criaram um método de alfabetização e sim

procuraram observar como se realiza a construção da linguagem escrita na criança,

para a partir de então o docente conhecer como a criança interage no processo de

aprendizagem.

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2.2 A Evolução da escrita, segundo (FERREIRO E TEBEROSKY):

Ao longo do capítulo seis as autoras FERREIRO e TEBEROSKY (1985),

relatam os cinco níveis sucessivos, embasados nos resultados obtidos na teoria da

psicogênese da língua escrita, com as crianças de 4 a 6 anos de idade, de classe

média e classe baixa.

Os resultados obtidos com as crianças de 4 a 6 anos de CM e CB nos permite definir cinco níveis sucessivos (que propomos, provisoriamente, como níveis ordenados, sujeitos a retificações e complementos que suscitem as atuais investigações em curso, como veremos, os resultados obtidos superam em novidades as novas previsões, e as técnicas que empregamos ficaram para trás com respeito à informação que potencialmente pode ser obtida. (FERREIRA e TEBEROSKY, 1985, p. 183)

No nível 1, o ato de escrever é considerado como sendo uma reprodução de

traços típicos da escrita, onde a criança identifica apenas a forma básica da escrita.

Ela não estabelece vinculo entre a fala e a escrita e tem leitura global, individual e

instável do que se escreve, só ela sabe o quis escrever. No que diz respeito à

interpretação da escrita (FERREIRA e TEBEROSKY, 1985, p. 183), deixa claro que:

Nesse nível, a intenção subjetiva do escritor conta mais que as diferenças objetivas no resultado: todas as escritas se assemelham muito entre si, o que não impede que a criança as considere como diferentes, visto que a intenção que presidiu a sua realização era diferente (se quis escrever uma palavra num caso, e outra palavra no ouro caso).

A hipótese central do nível 2 é que pra conseguir ler coisas diferentes, ou

seja atribuir significados diferentes, deve ter uma diferença objetiva nas escritas,

nessa fase a criança começa a ter consciência de que existe alguma relação entre a

pronuncia e a escrita. Porém, o fato conceitual mais interessante citado pelas

autoras é a seguinte:

Segue-se trabalhando com a hipótese de que faz falta uma certa quantidade mínima de grafismo para escrever algo, e com a hipótese variedades no grafismo. Agora em algumas crianças, a disponibilidade de formas gráficas é muito limitada, e a única possibilidades de responder ao mesmo tempo a podas as exigências consiste em utilizar a posição na ordem linear. (FERREIRA e TEBEROSKY, 1985, p. 189)

FERREIRA e TEBEROSKY(1985) ressalta que a aquisição de certas formas

fixas e estáveis podem servir de modelos de outras escritas, isso porque a função de

influencias culturais exteriores á criança, e de relevância culturais já devem estar

relacionadas no período da pré – escolar.

A hipótese silábico se encontra no nível 3, consiste pela tentativa de dar um

valor sonoro a cada uma da letras que fazem parte da escrita. Com isso a criança

20

passa por uma fase de maior importância evolutiva, ou seja, a criança consegui dar

um salto qualitativo com respeito aos níveis precedentes. Segundo (FERREIRO e

TEBEROSKY, 1985, p.193) a mudança qualitativa consiste em:

Se superar a etapa de uma correspondência global entre a forma escrita e a expressão oral atribuída, para passar a uma correspondência entre as partes do texto (cada letra) e parte da expressão oral (recorte silábico do nome); mas, além disso, pela primeira vez a criança trabalha claramente com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da escrita.

A passagem da hipótese silábica para a alfabética está inserida no nível 4,

nesse período de fundamental evolução, a criança deixa a hipótese silábica e

consegui fazer uma analise mais aprofundada da sílaba, ela consegui combinar

vogais e consoantes, numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons sem

tornar ainda sua sociável.

A criança abandona a hipótese silábica e descobre a necessidade de fazer uma analise que vá “mais além“ da sílaba pelo conflito entre a hipótese silábica e a exigência de quantidade mínima de grafias (ambas exigências puramente internas, no sentido de serem hipoteses originais da criança) e o conflito entre as formas gráficas que o meio lhe propõe e a leitura dessas formas em termos de hipótese silábica ( conflito entre uma exigência interna e uma realidade exterior ao próprio sujeito). (FERREIRA e TEBEROSKY, 1985, p. 196-209)

E para finalizar temos o nível 5, onde a escrita alfabética constitui o final

desta evolução, quando a criança chega nesse nível, é sinal de que ela passou pela

barreira do código, ou seja, aprendeu que cada um dos caracteres da escrita possui

um valor sonoro menor que a sílaba, e consegui fazer uma analise das vogais e

consoantes das palavras que vai sendo construída. Para (FERREIRO e

TEBEROSKY, 1985, p. 213) mesmo a criança estando nessa fase isso não quer

dizer que todas as dificuldades tenham sido superadas:

A partir desse momento a criança se defrontará com as dificuldades próprias da ortografia, mas não terá problemas com a escrita, no sentido escrito. Parece-nos importante fazer essa distinção, já que amiúde se confundem as dificuldades ortográficas com as dificuldades de compreensão do sistema de escrita.

21

3 Métodos que auxiliam na aquisição da leitura e da escrita

Para que os alunos das séries iniciais obtenha uma boa aprendizagem é

importante que, na sala de aula de aula, a leitura e a escrita não sejam vistam como

atividades secundárias, onde o professor só aplica as atividades quando sobrar um

tempinho. Aquele tempinho do finalzinho da aula em que os professores precisam

manter os alunos ocupados e já aplicaram o conteúdo da aula. Vieira (2006, p.23)

explicita que “leitura e escrita precisam ser panejadas como atividades cotidianas,

não só entre alunos, mas também entre nós professores e professoras.”

Existem várias maneiras de aplicar atividades de leitura e escrita nas séries

iniciais, diversos caminhos cada um com vantagem e desvantagem, isso ocorre

porque nem tudo funciona da mesma maneira em turmas diferentes. Vieira (2006,

p.6) sugere “organização e uso da biblioteca escolar e da sala de leitura”.

Ainda segunda a autora (op. cit., p. 06), “a biblioteca escolar propicia ao

aluno o livre acesso aos livros de todas as formas, tamanhos e cores”. O ambiente

escolar, onde todos os alunos se sentem estimulados a está, com as mais variadas

opções de tipos de leitura pra todos os gostos e idade, “esses nos parecem bons

motivos para a sua organização inicial e, é lógico, sem esquecer-se de muitas

alternativas que o professor pode realizar utilizando a criatividade”, pois o professor

é quem conhece o grupo de crianças com o qual trabalha seus sonhos, histórias,

gostos e interesses.

Biblioteca é por excelência o lugar de acesso a livros, coleções, periódicos, jornais, gibis. Enfim, aos mais variados tipos e alternativas de materiais impressos. Além disso, espaço com lápis e papel, para que um leitor inspirado tenha chance de fazer seus registros, copiar um poema que o fascinou, um titulo de romance para recordar a um amigo, ou simplesmente para escrever algo de seu interesse (VIEIRA, 2006, p. 8).

VIEIRA (2006) define a o espaço da biblioteca como sendo um lugar onde o

aluno pode ter acesso a vários tipos de livros de todos os tamanhos, cores e formas,

bem como pode manter contato com o lápis e o papel desenvolvendo assim a

escrita. Com isso, a biblioteca também pode trazer para os alunos momentos

coletivos de leitura, não só para nos aproximar dos textos, mas sobre tudo para

aprofundar a sua compreensão.

22

Em muitas escolas o uso da biblioteca como instrumento de ensino-

aprendizagem, muitas vezes não se apresenta, daí a necessidade da escola em

realizar adaptações e mudanças temporárias. Quanto a essa realidade Vieira (2006,

p. 14) propõe uma sugestão:

Uma dessas soluções seria o professor, em consonância com a direção escolar, encontrar um meio de formar um acervo e guarda-lo em um armário da sala de aula. Outra alternativa seria procurar livros em bibliotecas públicas, ou mesmo fazer visitas monitoradas a uma delas, onde os alunos poderiam fazer seus cadastros e tomar livros emprestados.

Acrescenta que dentre as várias formas de trabalhar com a leitura em sala

de aula, apresentação oral de um texto lido é uma das maneiras mais simples de e

ao mesmo tempo mais eficientes de despertar o gosto pela leitura. Uma vez feita à

primeira parte que é escolha de um livro, o professor pode utilizar a estratégia de

levar o próprio aluno a contar a história para a classe (VIEIRA, 2006). Essa

alternativa é muito válida, pois contar e ouvir histórias são habilidades que sempre

fascinam o ser humano. E quando, em vez de preencher uma ficha de leitura, a

criança tem oportunidade de compartilhar seu prazer com os colegas, pode

despertar o interesse dos outros alunos em relação à obra mencionada.

Outra forma baseia-se em desenvolver a apresentação oral de um texto o

fato do professor ser o “contador de história” da classe. Ele pode fazer também em

sua sala de aula a “hora do conto” (op. cit., 2006). Para que isso ocorra de maneira

estimulante, o docente deve selecionar um momento da aula para ler com a classe,

seja um conto, uma crônica, um poema, um livro inteiro com pouco texto e muitas

ilustrações. Nesse caso o professor deve selecionar parágrafos ou trechos que ele

perceba seja mais estimulante para seus alunos de maneira que consiga despertar a

curiosidade para conhecer o final da historia, ou ainda o professor pode ser um

capítulo a cada dia, fazendo suspense para o capítulo do dia seguinte.

A escolha do momento da leitura é um detalhe importante: é bom que a turma esteja em “forma” e não cansada ou com fome. Você pode, por exemplo, pedir às crianças que se sentem no chão, à vontade, para depois começar a contar a história. Talvez algumas dinâmicas como um pequeno aquecimento físico e alongamento, ajudem as crianças a despertarem e a se sentirem relaxadas e bem dispostas, seja para ler, contar ou ouvir histórias, sentindo–se também mais desinibidas para dar suas opiniões e ajudar no processo (VIEIRA, 2006, p. 32)

23

O uso do dicionário em sala de aula é outra estratégia aponta por Vieira

(2006, p. 34) para desenvolver a leitura é a escrita na escola, ele pode ser usado no

decorrer das atividades de leitura para ampliarmos nossos conhecimentos, sendo

considerado um forte aliado no ensino-aprendizagem.

O dicionário é um tipo de livro muito especial, porque nele esta registrada uma grande quantidade de palavras da nossa língua, palavras que usamos e que já não usamos mais, palavras que são usadas em algumas regiões do país e não em outras, palavras muito usuais e palavras muito raras. É muito interessante ver a surpresa de algumas crianças quando elas descobrem que estão no dicionário palavras que elas não podem ou não devem pronunciar, os palavrões, palavras relacionadas ao seu corpo, sua sexualidade, etc.

Para tanto o uso do dicionário em sala de aula, a reação das crianças ao se

depararem com um livro onde estão escritas uma infinidade de palavras com seus

significados, palavras essas em que muitas vezes eles ainda não conhecem, ou até

conhecem mais não utilizam.

3.1 Jogos e brincadeiras no processo ensino-aprendizagem

No cotidiano da sala de aula, professores buscam formas de tornar o ensino

mais eficaz e também mais estimulante. Uma das alternativas é aliar o prazer e o

divertimento à aprendizagem. Porém nem sempre isso é fácil, mesmo porque os

interesses e as solicitações das crianças são bem diversos, e não são todas as

situações de ensino-aprendizagem que possibilitam um trabalho com dimensões

lúdicas na escola. No caso específico de jogos e brincadeiras, quando direcionadas

para a alfabetização e o ensino da língua materna, “isso é perfeitamente possível,

por meio deles integram-se o prazer e o aprender, sabor e saber” (LEAL, 2006, p.

06).

Relata que o uso de jogos e brincadeiras pode auxiliar o professor a

promover um aprendizado, onde se integram o prazer e o aprender. Aprender de

forma lúdica é perfeitamente possível no ensino da língua portuguesa.

De fato nenhuma criança precisa que lhe ensinem a brincar, pois o jogo e a brincadeira fazem parte da vida da criança desde o seu nascimento. Podemos sim, como professores e professoras, apresentar novas facetas das brincadeiras, que escondem um imenso potencial. O de preciosas oportunidades de se envolver em práticas de letramento diversas, ao mesmo tempo em que se apropriam das convenções e regularidades do nosso sistema de escrita. Enfim, brincando também se aprende (LEAL, 2006, p. 35).

24

Para LEAL (2006) os professores e professoras podem adaptar as

brincadeiras em sala de aula de forma que os alunos possam aprender de forma

lúdica. Os jogos e brincadeiras trás valiosas oportunidades de desenvolver práticas

de letramento diversas, ou seja, ao mesmo tempo em que a criança está sendo

estimulada a brincar ela está adquirindo conhecimento sobre a língua portuguesa.

O uso de atividades lúdicas no processo de alfabetização pode ajudar muito

o professor em sala de aula, mas para que isso ocorra com bons resultados é

preciso que o docente planeje bem cada atividade a ser realizada, para que a

aprendizagem se dê de forma positiva, contribuindo assim para o ensino-

aprendizagem. Realizar determinado jogo com atividades exigem reflexões do

professor sobre a contribuição desse jogo no processo de alfabetização dos alunos

que dela participarão. “A motivação pelo prazer é o principio de tudo, alunos

motivados se envolvem mais facilmente nas atividades e, consequentemente estão

mais dispostos a aprender” (op. cit., p. 35).

De acordo com LEAL (2006) o desenvolvimento da leitura e da escrita nas

séries iniciais é uma preocupação entre os professores dessa área que buscam

diversos tipos de recursos que auxiliam no processo de aquisição do conhecimento.

O uso jogos e brincadeiras infantis em sala de aula é um recurso bastante poderoso

para aperfeiçoar o aprendizado das crianças, pois as brincadeiras fazem parte do

mundo infantil, ou seja, o aspecto lúdico faz parte do cotidiano das crianças, brincar

aprendendo e aprender brincando. Por isso o professor que trabalha nas séries

iniciais tem que desenvolver atividades em sala de aula que despertem o interesse

dos alunos de forma lúdica.

Fantacholi (2011) aponta que na educação de modo geral, e principalmente

na educação infantil o brincar é um potente vínculo de aprendizagem experimental,

visto que permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo

social. A proposta do lúdico é promover uma alfabetização significativa na prática

educacional, é incorporar o conhecimento do mundo através das características do

conhecimento do mundo. O lúdico promove o rendimento escolar além do

conhecimento, oralidade, pensamento e o sentido. Entretanto, compreender a

relevância do brincar possibilita aos professores intervir de maneira apropriada, não

interferindo e descaracterizando o prazer que o lúdico propicia.

Ainda segundo Fantacholi (2011, p. 14) “ao assumir a função lúdica e

educativa, a brincadeira propicia diversão, prazer, potencializa a exploração, a

25

criação, a imaginação e a construção do conhecimento”. Brincar é uma experiência

fundamental para qualquer idade, principalmente par as crianças de Educação

Infantil. Dessa forma, a brincadeira já não deve ser mais atividade utilizada pelo

professor apenas para recrear as crianças, mas como atividade em se mesmo, que

faça parte do plano de aula da escola. Portanto cabe ao educador criar um ambiente

que reúna os elementos de motivação para as crianças. Criar atividades que

proporcionam conceitos que preparam para a leitura, para os números, conceitos de

lógica que envolve classificação, ordenação dentre outros motivos, os alunos a

trabalhar em equipe na resolução de problemas, aprendendo assim, expressar seus

próprios pontos de vista em relação ao outro.

Ao usar a brincadeira como recurso pedagógico, deve-se ter presente que na expressão e construção do conhecimento, a criança apropria-se da realidade imediata, atribuindo-lhe significado. Assim, alunos com dificuldades de aprendizagem podem valer-se da brincadeira como recurso para facilitar a compreensão espontânea dos conteúdos pedagógicos, rompendo com velhos pré-conceitos em relação a uma disciplina ou outra. (MELO, 2009, p.2)

Com isso se faz necessário ressalta a importância de se utilizar a brincadeira

em sala de aula como recurso pedagógico, levando em consideração a aquisição do

conhecimento. A autora também relata que o uso da brincadeira como recurso

pedagógico pode ajudar e facilitar a aprendizagem de alunos com dificuldade na

aprendizagem, fazendo com que o aluno compreenda os conteúdos pedagógicos

(MELO, 2009).

De acordo com Santos (1999) os jogos lúdicos despertam condições para o

educando vivenciar situações-problema, a partir do desenvolvimento de jogos

planejados e livres que permitam à criança uma vivência no tocante às experiências

com lógica e raciocínio e permitindo atividades físicas e mentais que favorecem a

sociabilidade e estimulando as relações afetivas, cognitivas, sociais, morais,

culturais linguísticas.

O educador deve oferecer formas didáticas diferenciadas, como atividades lúdicas para que a criança sinta desejo de pensar. Isso significa que ela pode não apresentar predisposição para gostar de uma disciplina e por isso não se interessa por ela. Daí a necessidade de programar atividades lúdicas na escola (SANTOS, 1999, p. 4).

26

Sendo assim, o professor e o responsável que deve propiciar atividades

diferenciadas em sala de aula, atividades essas que desperte na criança um bem

estar, um interesse e o desejo de participar da aula. Através das atividades lúdicas

na escola a criança pode passar a gosta de uma disciplina que antes ela não se

interessava (SANTOS, 1999).

Para Santos (2011), o jogo lúdico e a educação de crianças tem uma relação

muito próxima, pois a atividade lúdica favorece o ensino-aprendizagem de

conteúdos escolares e pode ser utilizado como recurso para a motivação no ensino

atendendo ás necessidades dos alunos. Através das atividades lúdicas os

educandos se sentem mais vontade para participarem das aulas e se sentem mais

abertos para realizar as atividades.

27

4 A pesquisa em questão

Segundo Matos (2001) a partir da analise dos dados coletados e dos

procedimentos utilizados, o pesquisador consegue ter um conhecimento, mais amplo

do conteúdo estudado. Após ter se concretizado a atividade de coleta o seu próximo

passo é transformar os dados em novos conhecimentos. Para tanto, o autor afirma

que:

Ao analisar as informações, o pesquisador não caminha às cegas, mas antes, adota determinados procedimentos que imprimem um caráter de maior objetividade aos dados, facilitando sua interpretação. Depois de conduzido o trabalho de coleta, sua tarefa básica e fazer os dados falarem. Para tanto além das possibilidades já assinadas, dispõe também de outros recursos, como a analise de conteúdo e a analise de discurso, procedimentos que podem ser formas de trabalho e finalidades semelhantes, mas trazem diferenças entre si (op. cit., p. 66).

As escolas investigadas foram duas unidades escolares públicas municipais.

A escola “A” é localizada na Avenida São João Batista e a escola “B” situada na

Avenida Nossa Senhora de Fátima, ambas na cidade de São João da Canabrava,

Estado do Piaui. Os sujeitos que participaram da pesquisa foram 10 (dez)

distribuídos em ambas às escolas nos turnos manhã e tarde, da 1ª e 4ª série do

Ensino Fundamental, sendo os docentes da Escola “A” 03 (três) no turno da manhã

e 02 (dois) no turno da tarde. Na Escola “B” encontram-se os outros 05 (cinco)

lotados no período da tarde.

O instrumento utilizado na pesquisa foi o questionário. Matos (2001) define o

questionário como sendo um modo de investigação, onde a mesma é feita através

de respostas por escrito podem ser entregue pessoal ou enviado por algum meio de

comunicação pelo pesquisador.

Essa técnica de investigação consiste em que sem a presença do pesquisador, o investigado responde por escrito a um formulário (com questões) entregue pessoalmente, ou enviado pelo correio, visando à compreensão do respondente, o instrumento deve possuir um cabeçalho, em que será explicada a pesquisa, os objetivos e a importância das respostas corretas, como também ser respondido por completo, além da garantia do sigilo das informações. Em seguida são fornecidas orientações para o seu preenchimento adequado (op. cit., p. 60).

28

Para Matos (2001), as questões presentes no questionário devem ser bem

elaboradas de forma que as perguntas sejam objetivas e claras. As perguntas

podem ser abertas, fechadas e mistas. A escolha do tipo de pergunta vai depender

levando em conta se o investigado deve colocar sua opinião ou se existem opção de

respostas, podendo ser ainda uma junção dos dois tipos.

De acordo com os dados coletados, os sujeitos apresentaram as seguintes

características: 09 (nove) são do sexo feminino e apenas 01 (um) do sexo

masculino; a idade dos sujeitos varia entre 26 e 42 anos; quanto ao estado civil, 04

(quatro) casados, 03 (três) solteiros, 01 (um) possui união consensual, 01(um)

divorciado e 01(um) separado mais não judicialmente. com relação à escola, a série,

o turno as disciplinas que lecionam e a formação, vejamos o quadro 1:

QUADRO 01

“Características e especificidades dos sujeitos”

Fonte: elaboração própria

___________________________________________________________________ 1 Nomes fictícios atribuídos aos sujeitos, incomuns na realidade em que vivem, com o objetivo de preservar o

anonimato dos professores.

PROFESSOR ESCOLA SÉRIE TURNO DISCIPLINAS FORMAÇÃO

ANTÔNIA A 3º ano Manhã Ciên, port, relig, mat, art.

Letras/ Português

CARMEM A 2º ano Manhã Port, mat ,ciên, art, relig.

Pedagogia

GABRIELY A 1º ano Manhã Mat, ciên, port, art, relig.

Pedagogia

JOSEFA A 4º ano Tarde Mat, ciên, port, relig, art.

Letras/ Português

CAROL A 4º ano Tarde Port, ciên, mat, relig, art.

Pedagogia

IRENE B 2º ano Tarde Port, mat,ciên, hist, geog.

Letras/ Português

ANA B 4º ano Tarde Mat, port, hist, ciên, geog,

Pedagogia

FLÁVIA B 1º ano Tarde Ciên, port,mat, hist, geog.

Pedagogia

PEDRO B 3º ano Tarde Port, ciên, hist, geog, mat.

História

JÚLIA B 1º ano Tarde Port, mat, geog, ciên, hist.

Pedagogia

29

No que se refere à formação dos professores na escola A, 04 professores

possui graduação completa, 01 está cursando uma graduação e 03 já concluíram

uma especialização. Na escola B 04 professores possui uma graduação completa,

01 está cursando graduação e 02 já concluíram uma especialização (GRAF. 1 e 2).

Já na questão da especialização dos 10 professores pesquisados, apenas 04 já

concluíram uma especialização

GRÁFICO 1 GRÁFICO 2

FONTE: Elaboração própria.

Fonte: elaboração própria

Os professores ao serem questionados sobre como quais as atividades

utilizadas para trabalhar a leitura e a escrita em sala de aula, os mesmos afirmaram

que:

Ditados, leituras, interpretações de textos, exercícios pesquisados em outros livros da biblioteca, bem como as atividades do próprio livro didático. (ANTÔNIA - Escola – A).

Leituras de história em quadrinhos e de contos de fadas, ditados lacunados, pequenas interpretações de textos, constituição de murais das datas comemorativas de cada mês e construção de pequenos textos. (CARMEM – Escola –A).

Interpretações de textos, produção de textos, leituras individuais e copias para melhorar a caligrafia. (GABRIELY– Escola –A).

Jogral, ditados, criação de propagandas, poesias e histórias em quadrinhos, produção e interpretação de textos, leituras de histórias infantis e dramatizações (ANA, Escola –B).

1

4

2

0 0

FORMAÇÃO DOS PROFESSORES ESCOLA-A

CURSANDOGRADUAÇÃO

GRADUAÇÃOCOMPLETA

ESPECIALIZAÇÃO

MESTRADO

1

4

2

0 0

FORMAÇÃO DOS PROFESSORES ESCOLA-B

CURSANDOGRADUAÇÃOGRADUAÇÃOCOMPLETAESPECIALIZAÇÃO

MESTRADO

DOUTORADO

30

Construção de crachás e cartazes feitos pelos próprios alunos, leitura em voz alta de histórias, noticias, propagandas, avisos, cartas e textos, ditados, copias e atividades do livro (FLÁVIA– Escola –B)

Observando as respostas aferidas pelos professores é possível perceber

que a leitura, a interpretação e a produção de textos são a base para se desenvolver

a leitura e a escrita dos alunos em sala, como demonstra se observar nas falas das

docentes. Batista (2006) já expunha a ideia que o contato com diferentes tipos de

textos poderá proporcionar aos alunos vivência e conhecimentos, de forma que a

aquisição da leitura e da escrita pode acontecer com a utilização de diversos

suportes apresentados pelo professor.

Quando questionadas sobre os materiais didáticos utilizados pelos docentes

durante as aulas de leitura e escrita, os sujeitos relataram que:

Livro didático, data show, jornais, revistas, textos, pinceis, folhas e cartazes (IRENE - Escola B).

Revistas, histórias em quadrinhos, livros com histórias infantis, atividades da Internet, vídeos e músicas (PEDRO - Escola B).

Cartolinas, livros da biblioteca, pinceis, revistas, data show, computador e vídeos. (CARMEM - Escola A).

Livros de histórias infantis, diversos livros didáticos, jornais, data show e retroprojetor (JOSEFA- Escola A).

Nesses discursos é possível perceber que os professores se preocupam em

diversificar os materiais didáticos nas aulas de leitura e escrita. Batista (2006) cita

que entre os suportes e instrumentos de escrita do cotidiano escolar nos dias atuais,

o professor pode utilizar livro didático, livros de histórias, caderno, bloco de escrever,

papel ofício, cartaz, lápis, borracha, computador, entre outros. Ainda lembra que é

preciso que o professor conheça esses materiais didáticos, para saber usar da

melhor maneira possível para desenvolver a leitura e a escrita.

O livro didático adotado pela escola é um importante aliado para os

professores durante as aulas, porém alguns professores também buscam outras

fontes restringindo o seu uso nas aulas de leitura e escrita (GRAF. 3 e 4),

31

GRÁFICO 3 GRÁFICO 4

Fonte: elaboração própria

Os sujeitos da pesquisa expuseram que os livros didáticos podem ser

utilizados de diversas formas em sala de aula, segundo suas afirmações:

Utilizo o livro didático durante as aulas para que os alunos possam acompanhar os conteúdos, assim como para eles fazerem leituras e copias. Também gosto de realizar as atividades propostas pela autora do livro. (CAROL- Escola - A).

Para aplicar exercícios, fazer as leituras, cópias e ditados. Também utilizo durante as aulas para que os alunos acompanhe o assunto de cada mês. É bom utilizar porque os alunos tem um contato direto com os conteúdos e imagens do livro. (JÚLIA – Escola – B).

Utilizo o livro didático para seguir o planejamento, explanando os seus conteúdos, atividades e textos. Mas também procuro outras atividades e textos em outros livros da biblioteca para que assim os exercícios fiquem mais diversificados. (FLÁVIA – Escola – B).

O livro didático é utilizado para explanar os exercícios, realizar as leituras com os alunos, realização de cópias. Também facilita para os alunos na hora de estudar para fazer as provas. (ANTÔNIA – Escola – A).

Ao analisar as afirmações acima exposto pelos professores fica evidente que

o livro didático é utilizado para a realização das atividades e para a aplicação dos

conteúdos. Em alguns casos a utilização do livro didático é considerado como um

suporte básico para o planejamento das aulas, em outros o docente sente a

necessidade de buscar outras atividades em outros livros para complementar os

conteúdos de cada mês, mesmo com a utilização de outros suportes para

3

2

UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO ADOTADO PELA ESCOLA NAS AULAS DE

LEITURA E ESCRITA ESCOLA- A

SIM NÃO

4

0 1

UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO ADOTADO PELA ESCOLA NAS AULAS DE LEITURA E ESCRITA

ESCOLA- B

SIM NÃO AS VEZES

32

desenvolver as atividades, o livro didático ainda ocupa um importante papel na

educação. Morais (2006, p. 07) defende a importância do livro didático:

Não parece haver de que o livro didático em geral, ocupam um significativo espaço na cultura escolar brasileira. De fato independentemente de restrições do seu uso, sob o argumento principal de que condiciona a autonomia do professor e da professora, o livro didático permanece como um dos suportes básicos na organização do trabalho pedagógico. Nesse sentido, mesmo reconhecendo-se sua utilização por vezes parcial, seletiva ou reinterpretada por parte dos educadores, não há com menos prezar a força do livro didático nas definições escolares.

Morais (op. cit., 07-08) enfatiza que o livro didático é composto por uma série

de regulamentações, que podem ajudar o professor em sua prática, direcionando os

conteúdos a serem aplicados, bem com a sequência a serem seguidas, as

atividades, leituras e exercícios a serem desenvolvidos durante as aulas.

No entanto, se perguntarmos hoje aos professores e professoras se eles utilizam e seguem o livro didático, teremos diferentes tipos de respostas. Alguns dirão imediatamente que usam o livro sim, mas só como um apoio, e acrescentarão que utilizam vários materiais. Outros podem dizer que não usam um livro especifico, mas retiram atividades de diferentes livros. Já outros dirão que não usam livro, pois os que têm chegado a escola não lhes parecem adequados, por que apresentam um nível muito elevado para seus alunos e são “difíceis de trabalhar”. Essas diferentes respostas se relacionam a duas questões principais. Ao surgimento de um forte discurso contrário ao o uso desse material e as mudanças ocorridos no livro didático a partir da implantação do PNLD (programa nacional do livro didático) pelo MEC.

Além dos materiais didáticos que os professores podem trazer de casa para

trabalhar a leitura e a escrita. Quando questionados sobre a escola disponibilizar

outros materiais além do livro didático para que sejam trabalhados durante as aulas

de leitura e escrita, os professores foram unanimes quanto a utilização de outros

instrumentos para além do livro didático como é possível verificar na fala dos

docentes:

A escola possui uma biblioteca com diversos livros e revistas, possui data show, tv, vídeo e internet para os professores pesquisar as atividades. (CARMEM Escola- A).

Os materiais didáticos disponibilizados pela escola são: livros infantis, jornais, pilotos, cartolinas, coleção, data show, retroprojetor, TV e computador. (ANA Escola- B).

33

Através das falas fica claro que as escolas pesquisadas possuem biblioteca,

onde os professores dispõem de alguns materiais impressos e alguns recursos áudio

visuais em que os docentes podem expor os conteúdos em forma de imagens e

sons. Vieira (2006, p. 35), enfatiza a importância da biblioteca, ao afirmar que “é um

ambiente em que as crianças têm livre acesso aos livros de todas as formas,

tamanhos e cores, que propicia várias opções de leitura para todos os gostos e

idades”, cabe assim ao professor diversificar o uso da biblioteca para que os alunos

sejam estimulados a vivenciarem diversas situações de leitura.

Sobre os recursos audiovisuais os Parâmetros Curriculares Nacionais –

PCN’s do ensino fundamental orienta que esses instrumentos podem ser de muita

utilidade nas aulas de leitura e escrita, possibilitando situações de aprendizagem da

língua (BRASIL, 1997). Os professores de leitura e escrita precisam está em

constante aprendizagem para buscar meios de desenvolver e estimular o processo

de ensino e aprendizagem.

Ao longo do questionário foi perguntado sobre a participação dos docentes

em treinamentos/capacitações/formações em alfabetização e/ou letramento (GRAF.

5 e 6).

GRÁFICO 5 GRÁFICO 6

GRÁFICO 5 GRÁFICO 6

Fonte: elaboração própria

Fonte: elaboração própria

Conforme o relato dos professores, eles aprenderam durante os treinamentos/

capacitações que participaram, o seguinte:

1 2

2

PARTICIPAÇÃO DOS PROFESSORES EM TREINAMENTOS OU CAPACITAÇÃO SOBRE

ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO ESCOLA- B

SIM NÃO AS VEZES

2 1

2

PARTICIPAÇÃO DOS PROFESSORES EM TREINAMENTOS OU CAPACITAÇÃO SOBRE

ALFABETIZAÇÃO/ LETRAMENTO ESCOLA- A

SIM NÃO AS VEZES

34

Aprendi novas formas de estimular a aprendizagem dos alunos, através de recursos didáticos, que venha a desenvolver as habilidades de leitura e escrita. Também pude perceber que as atividades lúdicas constitui um ótimo aliado durante as aulas. (PEDRO- Escola B).

Participei apenas uma vez de uma capacitação de letramento, foi muito bom lá aprendi que o professor deve esta em constante aprendizagem para melhorar e trazer novidades para suas aulas. (IRENE- Escola B).

Que é muito importante diversificar os tipos de atividades realizados em sala de aula. Também aprendi que é preciso levar em consideração os conhecimentos dos alunos e trabalhando as suas dificuldades. (GABRIELY- Escola A).

Por meio dos relatos dos professores foi possível perceber a importância em

buscar métodos que possam auxiliar suas aulas facilitando o processo de ensino

aprendizagem e para que isso ocorra, o professor deve está em constante

aprendizagem. Rocha (2012) defende a diversificação das atribuições aos

professores e também a importância do docente se adequar e se inserir nas

reformas curriculares, para que isso ocorra, o profissional deve sempre intensificar e

participar de formações continuadas, seja pelo sistema municipal ou estadual de

educação, para que assim possam está em constante aprendizagem.

No quesito sobre atividades lúdicas foi questionado aos docentes

participantes da pesquisa sobre a utilização de atividades lúdicas em sala de aula

(GRAF. 7 e 8). Através das falas dos professores. Antônia (Escola A), Carmem

(Escola A), Ana (Escola B) e Júlia (Escola B) verificamos quais as atividades lúdicas

os docentes utilizam em suas aulas.

GRÁFICO 7 GRÁFICO 8

Fonte: elaboração própria

1 0

4

PROFESSORES QUE REALIZAM ALGUMA ATIVIDADE LUDICA EM

SUAS AULAS ESCOLA-A

SIM NÃO AS VEZES

2

0

3

PROFESSORES QUE REALIZAM ALGUMA ATIVIDADE LUDICA EM

SUAS AULAS ESCOLA-B

SIM NÃO AS VEZES

35

Os professores completaram a pergunta apresentando as atividades lúdicas

utilizadas no desenvolvimento da leitura e escrita, como se pode observar abaixo

nas falas:

Gosto de fazer leituras de forma coletiva, onde os alunos possam interagir uns com os outros, faço dinâmicas utilizando os conteúdos a serem estudados, e dramatizações, onde os alunos desenvolvem a leitura e a oralidade. (ANTÔNIA – Escola A).

Procuro aplicar os conteúdos utilizando algum tipo de jogo ou brincadeira que pesquiso na internet, tento fazer atividades onde os alunos possam participar de forma ativa. (CARMEM – Escola A).

Faço brincadeiras de competição com perguntas e respostas sobre os assuntos abordados durante o mês, faço jogos com fichas para formar frases, coloco os alunos para fazer dramatizações de histórias infantis. (ANA Escola- B).

Jogos, brincadeiras, músicas e vídeos que possam desenvolver a leitura e a escrita dos alunos. (JÚLIA – Escola B).

Através das falas das professoras podemos conhecer algumas atividades

lúdicas que são utilizados nas Escolas A e B para desenvolver a leitura e a escrita

em sala de aula, é por meio dessas atividades que os alunos conseguem adquirir

com mais estímulos os conteúdos, possibilitando a emoção, o prazer, e a motivação

no processo ensino aprendizagem.

Para Lucon (2003, p. 23) as atividades de caráter lúdico podem representar

uma característica importante na diminuição das angustias que permeiam alguns

dos estágios do desenvolvimento humano, pois, é “por intermédio do jogo e da

recreação que o individuo tem acesso às emoções e o prazer, podendo modificar

essas transformações essas emoções consideradas negativas em emoções mais

positivas”.

Na esfera do jogo, outros elementos característicos podem ser vitais para o

aprimoramento deste momento, no qual o vinculo entre “o prazer e a motivação

favorece uma outra dinâmica de ação, capaz de fazer o adolescente compreender a

regra de uma outra perspectiva, alimentando a vontade de realização” (op. cit., p.

135).

Após citar algumas da atividade lúdica realizadas em sala de aula os

professores poderão responder se eles percebem que as atividades lúdicas (brincar,

jogar, etc...) como instrumento que auxiliam no desenvolvimento da aquisição da

36

leitura e da escrita. Todos foram unanimes em afirmar de forma positiva a inferência

das atividades lúdicas.

Santos (1999, p. 2) considera que:

Tento em vista que é grande a responsabilidade do educador para alcançar a aprendizagem dos educandos fazendo-se a integração dos conteúdos curriculares propostos como o lúdico (jogos, brinquedos e brincadeiras), mas todos têm o direito de aprender e aprender com prazer o resultado será bem melhor.

Os jogos, brinquedos e brincadeiras são atividades consideradas fundamentais

na infância (Santos 2000, p.110), para ele o brinquedo pode favorecer os mais

diferentes aspectos das crianças, a imaginação, a confiança e a curiosidade,

desenvolvendo assim o mundo social, linguístico e criativo, bem como o pensamento

e a capacidade de aprendizagem.

37

5 Considerações finais

Por meio deste trabalho pode-se verificar que é preciso que o professor

conheça como ocorre a construção do conhecimento da criança, os processos e as

formas pelos quais as crianças aprendem a ler e a escrever. Um bom caminho seria

conhecer o trabalho experimental aplicado pelas pesquisadoras Emília Ferreira e

Ana Teberosky (1985), o qual teve como objetivo principal conhecer como a criança

interage no processo de construção da aprendizagem na leitura e escrita.

Ao longo da pesquisa foi possível identificar alguns métodos que podem

auxiliar na aquisição da leitura e da escrita em sala de aula, a importância da

biblioteca no ambiente escolar para o desenvolvimento dos conhecimentos dos

alunos, pois as crianças precisam desde cedo ter contato com os mais variados tipos

de leituras.

Outro dado diz respeito às aulas de leitura e escrita onde se faz necessário

que o professor busque métodos didáticos que estimulem a aprendizagem dos

alunos, aplicado atividades em que os alunos possam participar de forma ativa,

fazendo leituras individuais, coletivas, em formar debates e etc. as atividades de

leitura e escrita devem ser estratégias didáticas desenvolvidas diariamente durante

as aulas, para que as crianças tenham um contato direto com situações que

possibilitem a aquisição.

O lúdico é um ótimo aliado para auxiliar o professor a promover o

aprendizado, pois, através de jogos e brincadeiras os alunos conseguem juntar o

prazer e o aprender. Ao mesmo tempo em que o aluno está sendo estimulado a

brincar ele esta adquirindo conhecimentos. Ao abordar a questão do lúdico podemos

perceber que as crianças necessitam de meios que lhes propicie uma boa

aprendizagem, sua interação durantes as aulas desperta um aluno mais

participativo, curioso e dinâmico em sala, pois quando a criança se sente a vontade

ela desenvolve melhor suas atividades.

Através dos dados coletados verificamos que os professores em suas aulas

de leitura e escrita procuram diversificar os métodos e os materiais didáticos para

desenvolver suas atividades e explanar os conteúdos. Além de utilizarem o livro

didático adotado pela escola os professores buscam atividades em outros livros

didáticos ampliando assim o conhecimento dos alunos.

38

No processo de analise de dados foi possível verificar as atividades de

leitura e escrita desenvolvidas em sala de aula pelos professores. Pude observar os

materiais didáticos utilizados por eles para realizarem essas atividades. As escolas

pesquisadas também disponibilizam: livros, jornais, revistas, data show e retro

projetor para que os docentes possam trabalhar seus conteúdos, diversificando suas

aulas.

Ditados, leituras infantis, interpretações e copias de textos são as atividades

mais expostas pelos docentes para desenvolver habilidades de leitura e escrita em

seus alunos. Também foi possível observar que elas utilizam tanto o livro didático

escolhido pela escola como outros livros didáticos encontrados na própria biblioteca

da escola para aplicar os conteúdos.

Outro ponto bastante importante foi saber que os professores acham que

participar de treinamentos e capacitações na área de alfabetização ou letramento os

ajudam a melhorar suas aula, pois ele precisam está em um processo de constante

aprendizado.

No que se refere à realização das atividades lúdicas em sala de aula, foi

possível detectar que os docentes têm uma preocupação em adaptar jogos e

brincadeiras para utilizar na explanação do conteúdo.

Com relação a formação dos professores um fator que me chamou bastante

a atenção foi a questão de todos os professores está inseridos em uma graduação,

embora nem todos sejam formados em pedagogia.

39

6 Referências bibliográficas

BATISTA, Antônio Augusto Gomes et al. Capacidades Linguísticas da alfabetização e a avaliação. Brasília: MEC. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação à Distância. Universidade Federal de Minas Gerais. 2006.100 p. [ coleção: PRÓ-LETRAMENTO. Fascículo 01].

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MATOS, Kelma Socorro Lopes de. Pesquisa educacional: o prazer de conhecer. Sofia Lecher Vicera. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, UECE.

SANTOS, Élia Amaral do Carmo. O lúdico no processo Ensino – aprendizagem. 1999 < http:www.unimat.br > acessado em 12/02/2013

SANTOS. Santa Marli Pires. Brinquedoteca: A criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis, 2000. Editora vozes.

VIEIRA, Adriana Silene et al. Organização e uso da Biblioteca Escolar e das salas de leitura. Brasília: MEC. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação à Distância. Universidade Estadual de Campinas 2006.44 p. [Coleção: PRÓ-LETRAMENTO. Fascículo 03].

ROCHA, Luciene Martins Ferreira. A concepção de formação continuada nos programas da União Repercussões no âmbito municipal. 2010. < http:www.ufgd.ed.br > acessado em 10 de março de 2013.

40

APÊNDICES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

CAMPUS SENADOR HELVIDIO NUNES DE BARROS

CURSO DE PEDAGOGIA

QUESTIONÁRIO

“Métodos que auxiliam na aquisição da Leitura e da Escrita”

1. Identificação Pessoal e Profissional

1.1. Sexo: 1 ( ) Masculino 2 ( ) Feminino

1.2. Data de Nascimento ___/___/___

1.3. Estado Civil:

1 ( ) Solteiro

2 ( ) Casado

3 ( ) União consensual

4 ( ) Separado não judicialmente

5 ( ) Desquitado ou separado judicialmente

6 ( ) Divorciado

7 ( ) Viúvo

1.4 Local de Trabalho

1.4.1 Qual o ano/série que você ensina?

___________________________________________________________________

1.4.2 Ensina em que turno?

___________________________________________________________________

1.4.3 Qual (is) disciplina (s) você leciona?

___________________________________________________________________

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2. Formação

1 ( ) Ensino Fundamental

2 ( ) Ensino Fundamental Incompleto

3 ( ) Ensino Médio

4 ( ) Ensino Médio Incompleto

5 ( ) Cursando Graduação

6 ( ) Graduação Completa

2.1 Caso você assinale o item 6, por favor responda:

2.1.1 Seu curso de graduação é

1 ( ) Licenciatura 2 ( ) Bacharelado

2.1.2 Qual é seu curso?

___________________________________________

2.1.3 Você concluiu?

1 ( ) Especialização 2 ( ) Mestrado 3 ( ) Doutorado

II- QUESTÕES ESPECÍFICAS

1) Que atividades você utiliza em sala de aula para trabalhar a leitura e da escrita

junto aos alunos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Quais os materiais didáticos você utiliza durante as aula de leitura e escrita?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3) Você utiliza o livro didático adotado pela escola para trabalhar leitura e escrita?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Caso tenha respondido “sim”, de que forma utiliza?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4) A escola disponibiliza de outros materiais além do livro didático para ser

trabalhado a leitura e escrita dos alunos?

( ) Sim ( ) Não

Quais_______________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5) Você já participou de alguma formação/capacitação/treinamento sobre

alfabetização e/ou letramento?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Caso tenha respondido “sim”, o que aprendeu?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6) Você realiza alguma atividade lúdica em suas aulas?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

Caso tenha respondido “sim”, quais as atividades que você utiliza?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

7) Você percebe que as atividades lúdicas ( brincar, jogar, etc...) auxiliam no

desenvolvimento da aquisição da leitura e escrita?

( ) Sim ( ) Não