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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE MEU ALUNO É AUTISTA E AGORA? Por: Severina Borges da Silva Orientador Prof. Dr.Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2010.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MEU ALUNO É AUTISTA E AGORA?

Por: Severina Borges da Silva

Orientador

Prof. Dr.Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2010.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

MEU ALUNO É AUTISTA E AGORA?

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em

Psicopedagogia.

Por: Severina Borges da Silva

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AGRADECIMENTOS

Aos meus professores e colegas de

turma pela grande contribuição.

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DEDICATÓRIA

As minhas filhas, Bruna e Suelen e

á Deus por me dá força e coragem.

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RESUMO Este trabalho tem como finalidade realizar uma reflexão sobre práticas

educacionais pedagógicas, na busca do processo de inclusão escolar, causas

e características do autismo, benefícios, facilidades e dificuldades encontradas

pelos alunos autistas no processo de inclusão na escola regular. Buscando a

construção e estruturação da escola inclusiva almejando a escola para todos,

inclusive alunos com Transtorno de Aprendizagem no ensino regular. Esse

trabalho procura esclarecer também sobre a diferença de integração e inclusão

e ainda mostrar a importância do psicopedagogo na Educação Inclusiva e

também em outras instituições tais como: Empresas Públicas e Privadas,

Clínica e Rede Hospitalar.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado através de leituras de várias obras que

trataram sobre os assuntos “inclusão e autismo”. Acompanhamento a uma

criança autista que freqüentava a escola regular e como ela se relacionava com

os outros alunos da turma e ainda como é o tratamento dos funcionários,

professores com esse aluno.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – COMO DEFINIR INCLUSÃO? 13

CAPÍTULO II – O QUE DEVEMOS ENTENDER POR AUTISMO? 19

CAPÍTULO III - A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA NA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA 25

CONCLUSÃO 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 37

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 39

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INTRODUÇÃO

O tema deste estudo monográfico é a inclusão do aluno com autismo na

escola regular. A questão central deste trabalho e a inclusão do aluno autista e,

como será o procedimento a ser tomado pelo professor ao receber uma criança

com autismo na sua sala de aula.

Quando falamos de inclusão não é necessariamente incluir o aluno na

sala de aula e pronto; o aluno com necessidades especial, por exemplo, deva

ser feito de modo cuidadoso e que possa ser diferente com as possibilidades

individuais de cada aluno.

O meu interesse sobre o tema surgiu quando recebi na minha sala de

aula de uma escola publica municipal uma criança com características do

autismo. Sendo assim, pensando na criança e na falta de preparo minha, dos

funcionários e da equipe pedagógica para lidar com essa criança, isso

aumentou a minha curiosidade e necessidade de pesquisar sobre o assunto e,

ainda por não terem os recursos físicos na escola para atender essa criança.

Para realizar a inclusão na escola regular é preciso contar com a sala de

apoio e com profissionais experientes e capacitados para lidar com essa

situação e ainda saber organizar estratégias de trabalhos e avaliações, avaliar

sua eficiência, problemas de comportamento.

A proposta de educação inclusiva (tratado da Quatemala, 1991;

declaração de Salamanca, 1994) declara que todos os alunos devem ter

possibilidade de integrar-se ao ensino regular, mesmo aqueles com

deficiências sensoriais, mentais, cognitivas ou que apresentem transtornos

severos de comportamento, preferencialmente sem defasagem idade-serie.

O autista que incluído na escola regular aprende a se relacionar com

outras pessoas e com o mundo.

O professor deverá demonstrar diretamente com a criança tudo o que

quer ao professor, seja ela de uma sala de aula especial ou não.

A comunicação entre o professor e o aluno com autismo tem que ser

clara, concreta e objetiva.

Como educadores devemos nos preocupar e nos prepararmos para a

questão da inclusão e como poderá ser feita. Por ser extremamente importante

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que essa inclusão de certo, caberá a escola ter profissionais que avalie essa

criança e isso só será possível se a escola no seu corpo decente ter um

Psicopedagogo para fazer as intervenções necessárias para saber o tipo de

síndrome essa criança apresenta.

Crianças com autismo são crianças que teriam enquanto diagnostico

dificuldade de laços afetivos e sociais; problemas na área da linguagem

“ecolalia” não usam a primeira pessoa do singular ”eu” para se referir a ele

próprio; problemas no desenvolvimento cognitivo têm prejuízo na função

organizadora e vai comprometendo outras funções.

O autismo foi descrito pela primeira vez por Leo Kanner em 1943

(médico austríaco) no artigo distúrbios autísticos do contato afetivo, nele

descreveu a condição de 11 crianças consideradas especiais que tinham em

comum um isolamento extremo desde o inicio da vida e um desejo obsessivo

pela preservação da rotina. em 1944, Hans Asperger, formado na mesma

universidade que Leo Kanner escreve um outro artigo, cujo título foi

psicopatologia autística da infância, descrevendo crianças semelhantes ás de

Kanner. Aspenger não ficou tão conhecido como Kanner, pois o artigo original

foi escrito em alemão.

O autismo nada mais é, do que uma deficiência intelectual.

È de suma importância esta pesquisa para mostrar aos profissionais

da educação como é feita essa inclusão de alunos com autismo na escola

regular e, como trabalhar com a criança e com toda a classe, ensinando-os a

respeitá-lo promovendo atividades em grupo que envolva e facilitem a sua

socialização e inclusão no grupo, sempre ressaltando a respeitar as diferenças

e as limitações de cada um.

O autismo é como se fosse uma cultura diferente, já que afeta no

individuo a forma como ele come, veste, ocupa seus momentos de lazer. o

papel do professor de pessoas com autismo equivale a um intérprete fazendo a

conexão entre duas culturas. Segundo Gary Mesilov, diretor da divisão Teacch

na Carolina do Norte.

Foi na metade dos anos 80 que a educação inclusiva começou a dar

seus passos, mas ela deu início mesmo na década de 90 que a educação

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tomou conhecimento desse novo caminho, o caminho da inclusão, com uma

educação de qualidade e aberta para todos.

A educação inclusiva é diferente da educação do passado chamada de

inserção escolar de alunos com deficiência ou outros tipos de deficiências que

se afastam da dita normalidade, no que diz a respeito da inclusão, ela precisa

de mudanças na perspectivas pela qual a educação deve ser compreendida.

As formas até aqui vistas de inserção, partem do seguinte da visão de

que existem dois tipos de educação: Um sistema regular e outro sistema

especial. Os alunos com alguma deficiência poderiam ser matriculados em

escolas regulares e se eles não tiverem condições de acompanhar seus

colegas ditos “normais” iriam para as escolas especiais. Por esse motivo, foi

desenvolvido um sistema para acomodar os níveis de capacidade. Porém, a

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, ela deixa clara que

existe um sistema paralelo, exclusivamente para aqueles alunos que

apresentam incapacidade para freqüentar as escolas regulares por causa de

suas deficiências físicas, intelectual, sensoriais ou múltiplas. A Lei ficou mais

reforçada pelo Decreto nº3.298,de 1999, quando determina “a matricula

compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares

de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrar na rede regular

de ensino” (Art.24, inciso I ). E pela Resolução nº. 2, do Conselho Nacional de

Educação Básica (2001). Tudo isso é para dizer que o problema do individuo

com deficiência, precisa ser “corrigido”, ou seja, tem que ser melhorada,

curada, para poder então fazer parte da sociedade.

Esse tipo comportamento não foi muito aceita pelas pessoas com

deficiências ou pelas famílias que tinham alguém com deficiência, esta forma

de atender as necessidades educacionais de crianças com deficiência. As

pessoas não achavam justa esta exigência da sociedade de que as crianças

com qualquer tipo de necessidades especiais tinham que provarem estarem

aptas para ser inseridas no Sistema Educacional Regular.

As pessoas entendiam e entendem até hoje que é de responsabilidade

da sociedade e das escolas regulares modificarem seus planejamentos

educacionais, suas estruturas físicas programáticas e filosóficas, para que as

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escolas regulares possam torna-se mais adequadas a necessidade de todos os

alunos.

O modelo social é basicamente elaborado por pessoas com deficiência,

elas apontam as dificuldades da sociedade, (das escolas, empresas, etc.) que

não deixam as pessoas se desenvolver e incluir-se socialmente na escola, na

profissão, etc., por puro preconceito, por acharem que o deficiente não é uma

pessoa capaz de fazer algo que qualquer pessoa dita “normal” pode fazer.

Essas dificuldades se manifestam por meio de ambientes restritos por

não aceitarem pessoas cujos patrões não estão dentro das normalidades, e

ainda a falta total ou até mesmo parcial da desinformação de alguns setores

sobre necessidades especiais e também dos direitos que esses cidadãos têm.

A inclusão tem por finalidade em adequar os sistemas sociais da

sociedade de forma que deixem de lados todos os fatores que excluam

pessoas do seu seio e afastem aqueles que excluam. Esse processo de

eliminação deve ser continuo com esforço de que a sociedade deve acolher

todos, independentes de suas diferenças individuais e das suas origens na

diversidade humana. Para incluir a sociedade como um todo, precisa mudar

partindo do pressuposto de que ela, a sociedade, precisa ser capaz de atender

as necessidades de seus membros.

O conceito de inclusão tem sido usado como sinônimo para integração

de alunos com deficiência no ensino regular, derrubando a vinculação com

educação com a educação especial.

Para alguns, há um consenso de que a inclusão implica em celebrar

a diversidade humana e as diferenças individuais como recursos existentes nas

escolas e que devem servir ao currículo escolar para contribuir na formação da

cidadania. Diversidade e diferenças constituem uma riqueza de recursos para a

aprendizagem na sala de aula e na vida.

A educação e a inclusão tornam-se uma etapa tarefa indispensável

quando a sociedade busca meios de garantir as crianças, direitos e o

cumprimento desses direitos almejando uma educação de qualidade.

Pensando assim, uma reflexão envolvendo a pratica educativa é importante

aos desafios com os quais convivemos na educação brasileira, diante da

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necessidade da escola buscar atender ás necessidades educacionais especiais

dos alunos.

Este trabalho é composto de três capítulos cada um deles fala do

comprometimento que o profissional de educação deve ter com a inclusão.

O primeiro capitulo fala da inclusão de alunos com deficiência e outras

dificuldades na sala de aula no ensino regular, mais dando prioridade a alunos

com autismo, e o que deve ser feito pelo professor para receber e incluir o

aluno com autismo na sala de aula.

E no segundo capítulo fala do autismo e suas causas específicas, e a

dificuldades dos profissionais de educação para lidar com esse aluno por não

terem uma formação adequada. E ainda dificuldades dos alunos ditos

“normais” a aceitar o aluno com autismo na turma. E encontrar soluções para

lidar com esse problema.

Já no terceiro e último capitulo vai falar sobre a importância e da

contribuição do psicopedagogo na escola, principalmente na inclusão de alunos

com autismo e para melhor ajudar os professores, funcionários e alunos para

receber o aluno com autismo e assim tentar facilitar a inclusão do autista na

sala de aula no ensino regular, ainda nesse mesmo capítulo vamos abordar a

participação do psicopedagogo em outras áreas como das Empresas Públicas

e Privadas, Clínica e Hospitalar.

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CAPÍTULO I

COMO DEFINIR INCLUSÃO?

“incluir não é sentir pena, incluir é aceitar paradigma”

(CELSO ANTUNES, 2009)

Faz algum tempo que educadores de todo o Brasil lutam por uma escola

inclusiva que incluísse crianças e jovens com deficiência, pois a luta continua,

porque ainda são poucas as escolas inclusivas, mesmo assim, a inclusão é

feita de forma equivocada, que ao invés de incluir a criança ou esse jovem eles

são excluídos. Pois, esse processo efeito por algumas escolas de qualquer

maneira. Não é só ingerir uma criança deficiente numa sala de aula regular,

sem que primeiro haja uma preparação com os alunos ditos “normais” e com os

profissionais para receber esse aluno.

Para haver inclusão é preciso que esse aluno seja aceito pelos seus

colegas e aconteça uma interação entre o aluno incluído e turma.

A inclusão veio como lei, como obrigatoriedade de impor a todos ligados

ao meio escolar a obrigação de incluir, mas infelizmente não teve um preparo

para que essa inclusão fosse feita.

Segundo Celso Antunes (2009), “a construção de um novo pensar no

contexto da ideia de inclusão e este pensar nos exigem uma reflexão, que

inclusão não apenas atender a lei, que incluir não é sentir pena, incluir aceitar

mudanças de paradigmas”. (p.28) Incluir é aceitar a ideia de estarmos vivendo

tempos onde os valores de agora, não são necessariamente valores que eram

cultuados antes.

Incluir não é apenas atender alunos com deficiência e outras

dificuldades, é aceitá-los na sala de aula e assumir uma nova compreensão de

que vivemos novos tempos que hoje o conceito normalidade que durante muito

tempo se cultuou não è o conceito que precisa existir hoje.

É preciso acolher esse aluno e garantir que ele avance nos conteúdos e,

isso só poderá acontecer com trabalho em equipe entre professores regentes e

especialistas e uma estrutura física necessária, isso já acontece em algumas

escolas. Diversos municípios e estados estão se organizando para tornar isso

realidade.

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Não basta acolher e promover interação social. É preciso ensinar, como

a própria legislação prevê desde 1988, quando a constituição foi aprovada.

Para oferecer uma educação inclusiva de qualidade é preciso fazer

adaptações físicas e pedagógicas para atender os alunos com dificuldades.

Não se deve confundir a expressão integrada e inclusiva, pois ambos

não têm o mesmo significado. O ensino integrado tem por objetivo atender

alunos com deficiência de aprendizagem de forma eficaz quando freqüentam

as escolas regulares, tendo como base a qualidade do ensino. No ensino

inclusivo, o aluno é visto como sendo portadora de um problema e tendo

dificuldade de ser adaptar aos demais estudantes; como por exemplo: um

aluno com dificuldade auditiva é integrado numa escola regular, ela poderá

usar aparelho auditivo e espera-se que ela aprenda a falar de maneira que irá

poder pertencer ao grupo, sem que haja necessidade de professores e os

colegas aprenderem à língua dos sinais, ou seja, a integração pressupõe que o

aluno com problemas se reabilite e possa ser integrado, ou não obterá

sucesso. Já o ensino inclusivo tem por fim uma visão sociológica de deficiência

e diferença, reconhecer que todas as crianças são diferentes, e que os

sistemas de educação e as escolas precisarão ser transformados para que as

necessidades individuais de todos os alunos com necessidades especiais ou

não possam ser atendidas.

A inclusão não significa tornar todos iguais e sim respeitar as diferenças

de cada um, seja no ambiente escola ou em qualquer outro lugar.

Não há uma receita ou regras a ser seguida para inclusão, só temos a

certeza é de que a inclusão exige esforços e recursos tanto para os

professores como para os alunos.

As escolas têm que incluir as diversidades de cada um dos alunos

portadores de necessidades especiais e avalorização dessas diversidades.

A inclusão é um processo lento, feito de etapas e essas etapas têm que

ser avaliada para certificar a sua eficácia.

De acordo com Seminário Internacional do Consócio da Deficiência

do Desenvolvimento (International Disability and Development Consorium –

IDDC) há 11 anos sobre a educação inclusiva, realizada em março de 1998 em

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Agra, na Índia, um Sistema Educacional só pode ser considerado inclusivo

quando abrange a definição ampla deste conceito, nos seguintes temos:

• Reconhece que todas as crianças podem aprender;

• Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia,

língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (hiv,

tb, hemofilia, hidrocefalia ou qualquer outra condição)

• Permite que as estruturas, sistema e metodologias de ensino

atendam as necessidades de todas as crianças:

• Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma

sociedade inclusiva;

• É um processo dinâmico que está em evolução constante;

• Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas

nem por falta de recursos materiais.

A escola inclusiva é aquele que se preocupa com todos os seus alunos,

sendo ou não deficientes, não se importando com suas condições,

sociais, físicas, intelectuais, emocionais e lingüísticas, havendo

necessidade de se preocupar exclusivamente com uma pedagogia

voltada principalmente para o educando.

A educação é uma das formas efetiva para ajudar a criança com

autismo, essa criança pode aprender tanto numa escola especial como

numa escola regular, mas é necessário fazer adaptações, havendo

necessidade de um professor auxiliar no inicio da inclusão.

O professor deve ensinar por um longo tempo atividades que

deverá estar presente na rotina do aluno, nunca deixar o aluno escolher

as atividades sem antes ter a certeza de que o aluno aprendeu a fazer

suas escolhas.

O educador deve ensinar a criança com autismo a aprender,

buscando sempre a contribuição da família.

O resultado da convivência positiva dos alunos e das pessoas que

convive com o autista só vai surgir depois que o autista tomar

conhecimento de si mesmo, e isso só será possível a partir do avanço

do desenvolvimento cognitivo.

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As situações sociais devem ser apresentadas à criança com autismo da

mesma maneira que todas as atividades, forma lenta, constante e persistente

dando limites, firmes e claro que devem estar sempre presentes.

A inclusão tem que ser vista como política social e educativa, nunca

como voluntarista e caridosa. Pensar numa inclusão é pensar em questões

relacionadas à diversidade social e a diferença e a cultura.

Para a escola inclusiva é fundamental que todos os alunos aprendam

juntos independente de suas diferenças e dificuldades. Na inclusão as

diferenças sejam respeitadas e aceitas, para isso acontecer é preciso que haja

mudanças sociais e um esforço de todos da área da educação, buscando se

aprimorar na prática educacional. Inclusão é garantir que todos tenham uma

educação de qualidade, e uma adaptação desafiadora, corajosa nos currículos

escolares em assumir um sistema incluso para todos os alunos e

principalmente aqueles com autismo.

As diferenças entre os alunos, às vezes são vistas como um problema.

Acredita-se que as diferenças dos alunos em relação a ajustes educacionais

são dificuldades que necessitam ser trabalhadas, melhoradas ou os alunos

precisam estar “prontos” para ser colocados em uma situação de

aprendizagem.

Isso pode ser um equivoco muito grande, prejudicando o processo

ensino aprendizagem inclusivo para os alunos com autismo ou não.

Para que uma inclusão tenha sucesso, as diferenças entre os alunos

têm que ser reconhecidos como recursos positivos e canalizados para que haja

oportunidades de aprendizagem para todos os alunos da sala de aula.

Segundo Robert Barth (1990) “Eu preferia que meus filhos estivessem

em uma escola onde as diferenças são notadas, cuidadas e vistas como sendo

uma noticia boa para enriquecer o processo de aprendizagem. A pergunta a

qual várias pessoas estão preocupadas é “qual é o limite da diversidade além

do comportamento aceitável?”

Porém a pergunta que eu gostaria que fizessem mais frequentemente é:

“Como podemos transformar o uso deliberado das diferenças de classes

sociais, gênero, idade, habilidades, raças e interesse em recursos positivos

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para serem usados na aprendizagem?” As diferenças oferecem uma grande

oportunidade para o aprendizado” p.570.

As diferenças oferecem recursos livres, abundantes e renováveis. Eu

gostaria de ver a nossa compulsão por querer eliminar as diferenças em força

igualitárias e fazer uso dessas diferenças pra modificar as escolas. O que é

importante sobre as pessoas e as escolas são exatamente as diferenças e não

as semelhanças.

O Brasil e o mundo estão caminhando rumo a uma sociedade cada vez

mais inclusiva. Esse processo é visível com bastante freqüência nas escolas,

na televisão, em fim em todos os lugares.

Muitos países já adotaram a Educação inclusiva em suas escolas.

Mesmo com pouca ajuda técnica e financeira o Brasil já começou buscar o seu

caminho, com grande determinação por parte dos diretores, professores e pais,

além de muitas escolas particulares em regiões do País.

Ainda são pequenos os resultados, mas são crescentes e animadores. A

cada dia mais pessoas desejam conhecer a metodologia da inclusão escolar,

partindo da idéia de que todas as crianças e jovens com ou sem deficiência

têm direito de estudar juntos para forma-se cidadãos capazes de contribuir

para a melhor qualidade de vida no mundo em que vivem.

O movimento de inclusão é bastante alimentado pelos setores da

sociedade como: escolas, associações, órgãos governamentais, instituições

especializadas, empresas e outros, aos princípios da inclusão social.

Estar inserido nesta cultura propicia à pessoa com deficiência mais

oportunidade igualdade.

Proporcionar a criança com autismo a conviver com outras na mesma

faixa etária para possibilitar o estimulo e a capacidade de interação para

impossibilitar o isolamento continuo.

Sabendo-se também que o conceito de competência social está a noção

de habilidades sociais são passiveis a serem adquiridas pelas trocas que

acontecem no processo social. Por tanto esse processo tem que haver respeito

as singularidade de cada criança.

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Fica claro que as crianças com desenvolvimento típico fornecem

modelos de interação para as crianças com autismo, mesmo que a

compreensão social seja difícil.

Acredita-se que a convivência compartilhada da criança com autismo na

escola regular a partir da sua inclusão, possa dar oportunidade aos contatos

sociais e favorecer não só desenvolvimento da criança autista, mas das outras

crianças também, na medida em que as crianças ditas “normais” convivam e

aprendam com as diferenças. Em uma revisão sobre as diferentes intervenções

que têm sido recentemente utilizadas no tratamento do autismo, Bosa (2006)

destaca as evidencias de que a provisão precoce de educação formal, a partir

dos dois aos quatros anos, aliada á integração de todos os profissionais

envolvidos, tem obtido bons resultados.

Alguns professores têm demonstrado que realmente estão envolvidos

com o processo de inclusão , é possível verificar importantes ganhos para o

desenvolvimento de crianças com autismo incluídas no ensino regular.um

exemplo disto é o estudo realizado por Serra ( 2004 ), no qual buscou verificar

os efeitos da inclusão de um menino de sete anos com autismo. Os resultados

obtidos através da dinâmica familiar e escolar e da própria criança mostraram

que a inclusão trouxe benefícios para ela. A criança apresentou melhora

significativa da concentração nas atividades propostas, bom estabelecimento

de relacionamentos com os colegas e no comportamento de atender ordens.

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CAPÌTULO II

O QUE PODEMOS ENTENDER POR AUTISMO?

“a ausência de respostas das crianças autistas deve-se á falta de

compreensão”

(BOSA, 2002)

Autismo é uma alteração cerebral, ou seja, uma desordem que

compromete o desenvolvimento psicológico e afeta a capacidade da pessoa

se comunicar , compreender, falar e ainda seu convívio social.a maioria dos

sintomas do autismo infantil apresentam nos primeiros anos de vida antes dos

três anos de idade, variando em intensidade de mais severos a mais leve. e

mais comum em meninos do que em meninas e não vem necessariamente

acompanhado de retardo mental, pois existem casos que a criança apresenta

inteligência e fala inata. Existe também o transtorno degenerativo do

desenvolvimento que difere do autismo infantil, pois só identificado depois dos

três anos idade, e se refere a um desenvolvimento anormal e prejudicada e

não apresentam todos os critérios de diagnósticos.

Ainda, segundo Marta Relvas (2009) “O autismo é distúrbio no

desenvolvimento de origem orgânica (lesão encefálica) cuja causa específica é

de componente genético, {...}” (p.78)

Alguns profissionais da área de neurociência descobriram a importância

dos neurônios chamados de “Neurônios Espelhos” com o autismo, por que

quanto menor é a ativação desses neurônios espelhos, maior é a dificuldade de

comunicação social, de imitação sentimentos de medo, alegria, amor dos

autistas.

A diferença do funcionamento cerebral entre um individuo com autismo e

um individuo dito normal , ocorre exatamente na parte frontal inferir do cérebro

onde se localiza os neurônios espelhos, esse diagnóstico só foi possível por

meio de uma exame chamado de mapeamento cerebral usando a técnica de

ressonância magnética funcional para medir atividades do cérebro.

O autismo atípico surge mais precisamente em indivíduos com

deficiência mental profundo e em indivíduos com grave transtorno especifico do

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desenvolvimento da recepção da linguagem. Por não apresentar uma causa

específica, é chamado de síndrome, ou seja, conjunto de sintomas que

caracterizam doenças e pode atingir qualquer classe social, no mundo inteiro.

A criança com autismo tem dificuldades para se relacionar, vive presa ao

seu mundo, apresenta atraso ou alterações na comunicação, tanto verbal como

não verbal, deficiências nas atividades significativas e imaginaria, com

alterações de condutas inflexíveis, ritualizadas e estereotipias que são

comportamentos bizarros como sons estranhos, gritos, maneirismos com as

mãos, movimentos do corpo, além de agressões a si mesmo. Mas é antes dos

três anos de idade que os pais percebem que seu filho tem dificuldade

qualitativa de se relacionar e se comunicar de maneira visual com as pessoas.

Buscar atendimento precoce e intensivo pode fazer uma

diferença importante no diagnostico do autista.

O quadro do autista não é estático, alguns sintomas modificam-se,

outros podem amenizar-se e vir a desaparecer, porém, outras características,

poderão surgir com a evolução do individuo. Por isso, são aconselháveis

avaliações sistemáticas periódicas.

É fundamental o investimento no ser humano com autismo, toda

intervenção produzira benefícios significativos e duradouros.

É indispensável o roteiro de trabalho com fotos das atividades para o

aluno se organizar, pois os autistas têm desejos obsessivos pela rotina e

dificuldades em memorizar suas tarefas do dia - a – dia.

A causa especifica, ainda é desconhecida, mais há indícios de que seja

alguns fatores como: influencia genética, vírus, toxinas e poluição, desordens

metabólica, intolerância imunológica, infecções virais e grandes doses de

antibióticos nos primeiros três anos de vida.

Os seres humanos, ou melhor, ou seres vivos necessitam ingerir por

meio de medicamento ou alimentos que contenham alguns metais como:

cobalto, cobre, manganês, molibdênio, vanádio, estrôncio e cinco, para

realização de funções vitais no organismo, o uso excessivo desses

componentes podem ser tóxico e, ainda o acumulo de chumbo, cádmio,

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mercúrio no organismo pode provocar doenças graves, principalmente nos

mamíferos.

Observe se a criança entre o 6º a 8º meses

• Ela faz contato ocular.

• Apresenta reação auditiva.

• Sorri responsivamente.

Entre 9º a 12º meses

• Se a criança olha para a face do outro.

• Olha para o objeto seguro por outros.

• Apresenta orientação para o seu nome

Entre 13 a 18 meses

• Seguir o apontar

• Apresenta o apontar declarativo

• Apresentar o apontar imperativo

• Apresenta linguagem referencial.

O autista apresenta limitações em pelo menos duas das seguintes

habilidades que causa a deficiência intelectual do Autista, são elas:

comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança,

usam de recurso da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e

trabalho. O termo deficiência intelectual substituiu “deficiência mental” para

evitar confusões com “doença mental”.

O autista não expressar suas emoções, ele rejeita qualquer tipo de

afago, não diferencia alegria de tristeza.

Cabe o professor trabalhalhar esse sentimento com ajuda dos colegas.

Para inclusão dos alunos com autismo tem haver capacitação de

profissionais que saibam lidar com as diferenças e que possam elaborar

atividades que agrade o autista e estimule a mente desses alunos com jogos

visuais, história lùdicas, musica que envolva toda a turma.

O que pode deixa o aluno com autismo com problemas de

comportamento é quando o professor fala e ele não consegue entender o está

lhe sendo pedido, quando o ambiente não o agrada , atividades difíceis e

demoradas.

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Durante as atividades se o aluno apresentar comportamento agressivo

por não conseguir realizar as tarefas, o professor deverá então, interromper a

tarefa e desenvolver uma outra atividade que lhe chame atenção. É importante

que o professor peça a colaboração dos pais para as atividades de casa.

É de suma importância que o professor incentive o aluno autista a ter

responsabilidade, dando-lhe uma atividade importante, como distribuir o

lanche, ou o material.

A maior parte dos autistas apresenta aspectos significativos importante

na memória, na percepção visual ou até mesmo talentos isolados como por

desenhos,ouvido musical.

Alguns autistas apresentam inteligência na média ou acima da média,

outros autistas funcionam a níveis de aproximação da deficiência mental leve,

enquanto os outros restantes apresentam deficiência mental entre moderada e

profunda.

O educador tem que ficar atento com as mudanças negativas de

comportamentos do aluno com autismo e resolvê-los de maneira que esses

comportamentos não aparecem novamente.

As atividades com fotos do aluno com autismo devem ser colocadas em

lugar visível ao aluno e em ordem de execução indicando para onde o aluno

deverá ir a cada final de tarefa.

O aluno poderá ter uma mesa só para ele, ou dividir a com outro aluno,

sendo assim a quadro com as atividades devem conter as atividades com fotos

dos e das atividades de cada um que deverá executar. O material para a as

tarefas devem estar em local fácil para que os alunos possam localizar, e ainda

deverá apresentar informações bastante claras onde poderá ser colocadas as

atividades depois de realizadas.

Quando o educador for ensinar uma nova atividade ao aluno com

autismo, deverá se apresentada a criança de modo fácil, para que não ela não

saia da rotina, a atividades deverá ser exposta sempre no mesmo sentido da

escrita, da esquerda para a direita ou de cima para baixo, o educador ainda

deverá tomar cuidado para alterar essa ordem, pois a autista não gosta de

mudanças.

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Se o aluno com autismo jogar objetos ou materiais, o educador deverá

fazer com que o próprio aluno pegue os objetos, caso isso não der certo, o

educador deverá dirigir a atenção do autista para a atividade e pedir a outra

criança para recolher os objetos jogados. Se o aluno estiver muito agitado o

educador não vai conseguir sua atenção, o educador deverá sentar-se no chão

com o aluno de modo ao envolvê-lo nos braços suavemente e falando baixinho

no seu ouvido que é para ele se acalmar que estar tudo bem, esperar que ele

se acalme e aí poderá recomeçar a tarefa novamente.

Coloque também ao alcance do autista meio que ele possa se

comunicar, quando quiser ir ao banheiro, beber água. O educador pode utilizar

o sistema de comunicação por meio de figuras.

Procure observar qual é o tipo de ritual de comportamento que causa

comportamento agressivo no aluno, e que atividade ele não gosta e o que ele

gosta.

O educador não pode oferece ao aluno só atividades que ele gosta e

nem deve forçá-lo, mas sim inserir essas atividades aos poucos com outras

atividades com intervalos de tempos, até que o autista aceite as atividades,

pois essas atividades que ele não aceitou também são importantes para seu

desenvolvimento.

Quando o autista lê alguma coisa, você pode adotar um meio de

comunicação por agenda com palavras escritas claras e simples, observando

sempre se o método empregado funciona com o aluno, não é porque o aluno é

autista que ele não sabe lê ou não poderá aprender, vai depender muito do

grau do transtorno,uns aprendem outros não.

Quando o aluno não souber lê o educador poderá usar cartões com

desenhos, fotos como já vimos anteriormente, começamos com uma ou duas

figuras e ir inserindo aos poucos figuras novas, ou até mesmo objetos

concretos que podem ser relacionados com as atividades, como: o copo

quando ele quiser beber água, o prato quando ele quiser comida.

O professor pode também usar a música como forma de comunicação

com o autista, à música pode servi como marcador do tempo para a hora do

descanso ou para dar idéia de sentimento.

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Não é recomendável dar explicações de atividades ao aluno autista por

meio de explicação verbal, ele pode não entender.

As tarefas realizadas pelo autista devem permanecer expostas, o

professor ainda poderá trabalhar com material de sucatas, pois o autista no

primeiro momento não deve utilizar papel, lápis e tesoura, porque o autista tem

dificuldades de utilizar esses objetos, só depois de algum tempo esses

materiais poderão ser usados por ele.

Segundo Bosa (2000), a ausência de respostas das crianças autistas

deve-se, muitas vezes, á falta de compreensão do está sendo exibido dela, ao

invés de uma atitude de isolamento e recusa proposital. Nesse sentido, julgar

que a criança é alheia ao que acontece ao seu redor restringe a motivação

para investir na sua potencialidade para interagir.

O trabalho pedagógico integrador transforma limitações em um desafio

para todos, através de uma postura de confiança na capacidade de mudanças

do aluno, em situações de confronto (Baptista, 2002).

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CAPÍTULO III

A IMPORTANCIA DA PSICOPEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

“a psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em

conta as realidades interna e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto”

( Neves anpud BOSSA,2002)

A Psicopedagogia atua no processo de ensino aprendizagem do aluno e

nas suas dificuldades, seja ela de caráter preventivo ou terapêutico. Na área

da prevenção o psicopedagogo atua na escola, mas alçando a família e a

comunidade falando das diferentes etapas do desenvolvimento da criança e do

adolescente para que a família e a comunidade venham a entender suas

características para evitar cobranças de atitude e não são compatíveis com as

idades deles. E já no âmbito terapêutico o psicopedagogo identifica o

problema, analisa e planeja como vai intervir através das etapas do diagnostico

e tratamento.

É trabalho do psicopedagogo é realizar sessões e intervenções

diagnósticas individuais ou em grupo para diagnosticar possíveis níveis de

problemas de aprendizagem, visando esclarecer a indaptações escolar, sociais

e corrigi-las. Ele também faz acompanhamento dos professores para ajudar no

convívio e com os conflitos surgidos na sala de aula, fazendo transformações,

buscando recursos apropriados as demandas emergentes da escola.

É através do Psicopedagogo que o aluno é encaminhando se necessário

por meio de relatório a outros profissionais tais como: o psicólogo, o

fonoaudiólogo, o neologista, para que realizem diagnósticos especifico e

exame mais detalhados com objetivo de favorecer o desenvolvimento da

potencialidade do educando no processo de aquisição do saber.

Segundo Bossa ((1994) p.74) o diagnostico é um processo continuo

sempre revisável, onde a intervenção do Psicopedagogo inicia numa atitude

investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude

investigadora, de fato, prossegue durante todo trabalho, na própria intervenção,

com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.

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O psicopedagogo precisa compreender principalmente como a criança

passa para ele suas dificuldades, para depois então, preocupar-se com o

ensino. É de suma importância à construção de vínculos baseados na

confiança recíproca e no respeito mútuo o que irá favorecer o desenvolvimento

do olhar e das escuta psicopedagogica.

Segundo o artigo 5º do Código de Ética da Associação Brasileira de

Psicopedagogia, o trabalho do psicopedagogo tem como objetivo: I - promover

a aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em atendimento

profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo a relação

interprofissional; II – realizar pesquisas cientificas no campo da

Psicopedagogia.

É papel do Psicopedagogo também conversar com a família do

aluno para saber o que ela pensa e quais são as suas expectativas com

relação ao desenvolvimento desse aluno para que o Psicopedagogo consiga

chegar um diagnostico, porque cabe a ele intervir junto à família do aluno que

apresenta dificuldades na aprendizagem, por meio de uma entrevista, de uma

Anamnese para obter informações sobre a vida do educando, informações

essas podendo ser de ordem orgânica, cognitiva, emocional e até social, para

diagnosticar suas possíveis causas podendo então, ajudar esse aluno e sua

família a enfrentar o problema.

O diagnóstico psicopedagogico é composto dos aspectos do passado,

do presente e tem também o prognóstico que está relacionado ao futuro nesse

caso o psicopedagogo segue outra direção, dependendo do caso que está

sendo estudado. O essencial é a descrição e a sua localização é o ponto

principal. Dessa maneira, devemos analisar as queixas sob o ponto de vista: do

tempo e do espaço, da vida familiar, da vida escolar, da vida no meio social e

do patológico.

Esta entrevista é um dos principais pontos para um bom diagnóstico,

pois possibilita a integração do passado, presente e futuro do sujeito.

O psicopedagogo não deve procurar transformar a entrevista num

simples questionário, ele deve procurar estabelecer a historia do paciente

desde o momento da concepção, suas aquisições, progressos e atrasos em

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relação aos irmãos, situação de mudanças ocorridas em casa, na escola,

esclarecer outros aspectos que possam ter influenciado na vida do sujeito,

como morte, separação e outros.

A entrevista pode ser feita com os pais juntos, com cada um em

separação, com avôs, irmãos outra pessoa que tenha um convívio com o

sujeito.

É possível que em alguns casos haja necessidade de mais de uma

sessão de Anamnese.

Há casos que por falta de informações dos pais ou responsáveis é

preciso solicitar álbuns de fotos, relatórios das escolas.

A entrevista pode ainda precisar da ajuda de outros profissionais que

atuam ou atuaram com o sujeito.

O psicopedagogo deve fazer um registro fiel dos dados e para isto

podem ser usadas as gravações, anotações, desde que autorizadas.

Há ainda outros procedimentos de entrevistas tais como EFES -

Entrevista Exploratória Situacional, onde os pais se reúnem com o filho numa

sessão conjunta de 50 minutos, tendo como objetivo estabelecer uma relação

de confiança para que possam ser captadas informações que venham a

facilitar o diagnostico e a observação.

Temos ainda, a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem –

EOCA, ela não é uma formula rígida, podendo variar de acordo com as

circunstancias. É um instrumento de avaliação simples, mas poderoso em seus

resultados.

Há três aspectos importantes na EOCA:

Em primeiro lugar a temática, aquilo que o sujeito diz as formas

manifestadas e latentes. Em segundo lugar a dinâmica, aquilo que o sujeito faz

e que não é verbal (gestos, tons de voz, postura e outros.), e por último o

produto, o que o sujeito apresenta no papel. ( desenhos, escritas e cálculos)

Objetivos da EOCA é detectar os sintomas das dificuldades

apresentadas e formular hipóteses sobre as causas das quais o sujeito

emergem os sintomas, permitindo que o sujeito construa a sua entrevista da

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maneira que mais espontânea possível, sempre observando seus

conhecimentos, atitudes, destrezas, ansiedade, conduta e outros.

Para começar a EOCA o psicopedagogo deve deixar o material ao

alcance do sujeito como: papel ofício, papel pautado, papel colorido, lápis,

preto novo sem ponta, apontador, borracha, regue, caneta, tesoura, cola,

pedaços de papel lustroso, livros, revistas.

Deve-se solicitar ao sujeito se ele:

• “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer”

• “Gostaria que você me mostrasse o que te ensinaram e o que

você aprendeu”

• “Este material é para você usar se precisar para me mostrar que

lhe falei que queria saber de você”

• “Você já me mostrou como lê e desenha: agora eu gostaria que

você me mostrasse outra coisa”

• “Você pode desenhar, escrever, fazer alguma coisa de

matemática ou qualquer outra coisa que lhe venha a cabeça”.

O material a ser utilizado pode ser diferente, dependendo do grau de

escolaridade do paciente e podem ser acrescentados outros materiais.

Ao termino da entrevista, o psigopedagogo deve fazer as observações

para o levantamento de hipóteses, baseado nos três aspectos já citados.

O psicopedagogo deve verificar o nível pedagógico do aluno buscando

as hipóteses para tal nível e depois delinear as linhas de investigação que

seguirá.

Quando o problema do aluno não é de ordens neurológicas, o

Psicopedagogo vai atuar no ambiente familiar, por acreditar que a família tem

grande parcela de culpa no baixo rendimento, ou seja, nesse fracasso escolar,

não devemos nos esquecer a escola e o meio social em que esse aluno vive

tem a sua responsabilidade nesse fracasso. Parte desse problema de fracasso

é o desenterre, falta de atenção, lentidão de raciocínio. Esses problemas têm

que ser trabalhados para que eleve a autoestima do aluno, ele possa alcançar

os objetivos.

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Por ser atribuída ao psicopedagogo todas essas tarefas, ele é

indispensável na rede escolar e na educação inclusiva.

O psicopedagogo colabora para a compreensão e para a mudança do

comportamento de educadores e educandos, no processo ensino-

aprendizagem, nas relações interpessoas e nos processos intrapessoas,

referindo-se sempre ás dimensões políticas, econômicas, social e cultural.

Podendo assumir em caráter preventivo e assistencial.

Na função preventiva segundo Bossa (2000), cabe ao psicopedagogo

perceber eventuais perturbações no processo de aprendizagem, participar da

dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo

orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades

dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação.

Já no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes

responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/pratico

das políticas educacionais, fazendo com que professores diretores e

coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e ás

necessidades individuais de aprendizagem da criança ou do próprio ensino.

O psicopedagogo ainda participa da rotina escolar, interagindo com a

comunidade escolar, participando das reuniões de pais, esclarecendo o

desenvolvimento dos alunos, participa nos conselhos de classe avaliando o

processo didático metodológico, acompanhando a relação professor e aluno,

sugerindo atividades ou oferecendo apoio emocional e, também o

acompanhamento do desenvolvimento do educando e do educador no

complexo de aprendizagem que estão compartilhando.

Ainda conforme disse Castyoriadis citado por Valle (1997), “o real é

também aquilo que se pode ser transformado”, a utopia não estaria apenas em

querer os dois, razão e imaginário são duas faces de uma mesma moeda. O

real é aquilo a ser transformado pelo imaginário e o imaginário é aquele que

um dia, ao aproximar a realidade da imaginação, transforme o que era imagem

em real.

Vale lembrar, segundo o Código de Ética da Associação Brasileira de

Psicopedagogia Capitulo IV do Sigilo. Artigo. 10º - Os resultados de avaliações

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só serão fornecidos a terceiros interessados, mediante concordância do próprio

aliado ou do seu representante legal.

E fundamental que o psicopedagogo escute o sujeito para saber

conhecer como a criança aprende. É importante também que o psicopedagogo

se prepare para lidar com reações frente a algumas tarefas como: resistências,

bloqueios, lapso de memórias, sentimentos e outros. E importante que o

psicopedagogo não pare diante dos obstáculos, procurando sempre se

aperfeiçoar para melhor compreender de forma mais completas estas crianças

e adolescentes já tão rotulados pelos pais e professores por não responderem

suas expectativas.

Segundo Bossa (2000), o termo aprendizagem com o qual trabalha a

Psicopedagogia , “remete a uma visão de homem como sujeito ativo de um

processo de interação com o meio físico e social” (p.75).

O psicopedagogo ainda pode atuar com a educação hospitalar com

crianças e adolescentes. A educação hospitalar vem para oferecer apoio

psicopedagogico ás crianças e aos adolescentes internados para assegurá-los

uma boa recuperação. A educação hospitalar veio para deixar o ambiente

hospitalar mais humano, saudável e seguro para os jovens pacientes.

Pacientes e acompanhantes ficam juntos nas enfermarias por se tratarem de

jovens menores de idade é garantido por lei. Juntos eles participam das

intervenções, visto que a hospitalização poderá ser muito longa.

Quando o psicopedagogo chega a um ambiente hospitalar, ele se

depara com sentimentos, angustia e estranheza.

A hospitalização de pacientes que fizeram ou não uma cirurgia, é um

ambiente cercado de instrumentos cirúrgico, de traumatismos físicos e

psíquicos. A angustia da criança e do adolescente sobre o futuro, causa

depressão no hospitalizado e nos pais impotentes perante a doença do filho,

sem saber como amenizar o sofrimento e o medo da criança.

O psicopedagogo vem para tentar amenizar esse sofrimento,

trabalhando com elas apenas com instrumentos que não aja diretamente no

corpo do paciente, e sim na sua mente. Os instrumentos do psicopedagogo

são: papel, caneta lápis, borracha.

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Mesmo o paciente sofrido e machucado, nele se abriga um individuo

capaz de aprender e de desenvolver suas habilidades e capacidades

intelectuais. A aprendizagem pode acontecer em qualquer espaço, até mesmo

num hospital, só é preciso haver contato do professor e do aluno e também

com outros indivíduos para isso acontecer.

Mostrar a unidade e a singularidade de cada aluno “paciente” numa

classe hospitalar é dever do psicopedagogo. Na classe hospitalar não há

paciente, mas sim aluno com seus próprios nomes. Não haverá classes ou

séries, mas crianças e seus níveis de aprendizagens.

Quando a crianças e o adolescente deixa o hospital, o psicopedadgogo

tem que fazer uma escolha por uma ou outra pessoa, para manter contato

para a continuação do trabalho.

O psicopedagogo trabalha diretamente com a criança e indiretamente

com os pais ou acompanhantes. Esse trabalho só será possível com a parceria

da e dos pais.

O psicopedagogo deverá manter contato freqüente com os

acompanhantes ou responsáveis para falar da criança, da capacidade do

psicopedagogo de resolver problemas e de participar o objetivo do trabalho.

Fica extremamente proibido a interferência do psicopedagogo no

tratamento do paciente, no que diz respeito aos medicamentos e ainda a

medicina alternativa, nenhuma sugestão deve ser sugerida a família. A

sugestão ao um possível medicamento mesmo tendo as melhores da intenção,

tal procedimento pode ser um grave risco a saúde do paciente.

O psicopedagogo tem como objetivo oferecer apoio pedagógico, esse

sim é o alimento possível a oferecer. Nunca ultrapasse o saber pela piedade.

O psicopedagogo estar ali para compreender e saber entender as

dificuldades dos pacientes, e adaptá-los um comportamento pedagógico.

Em se tratando de um paciente de doenças severas de escola pública é

a equipe médica que deverá acionar a Secretaria de Educação, e para os que

pertencem a escola particular, cabe a própria escola providenciar o serviço.

Cabem também os governos municipais e estaduais oferecer esses serviços e

fazer as capacitações necessárias. Tudo isso é para não prejudicar o aluno em

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sua turma de origem. O recomendável é que o aluno tenha o mesmo conteúdo

e a mesma carga horária da escola, mas isso nem sempre é possível, por o

aluno ás vezes apresentá-se indisposto por causa do tratamento. A escola

desse aluno “paciente” tem que dar apoio aos professores da classe hospitalar.

Logo que chaga ao hospital para tratamento da doença, o titular da

classe hospitalar chama o aluno e a família para conversar sobre a situação

desse aluno, geralmente é um coordenador pedagógico que a principio tem

essa conversa. A partir daí o docente solicita a escola o currículo que o aluno

seguiria se estivesse na escola. É de responsabilidade da escola encaminhar

todas as atividades previstas para que o aluno faça durante a sua internação,

inclusive as provas que serão devolvidas após a sua realização para serem

corrigidas pelo professor da escola em que o aluno se encontra matriculado.

A reiteração desse aluno a sala de aula regular, precisa ser pensada

com antecedência caso tenha que fazer adaptações estruturais tais como ;

construção de rampas para os jovens que passam a usar cadeira de rodas.

Fazer uma pasta com todas as documentações sobre o período de internação,

como; exercícios feitos avaliações, relatórios com a carga horária total do

atendimento, os conteúdos abordados e as principais dificuldades encontradas

e observações feitas pelo professor.

As avaliações para medir o nível do aluno de volta a sala de aula não é

aceitável pelo MEC. O aceitável é que a equipe pedagógica da escola análise

os materiais fornecidos pelo hospital para chegar a um diagnóstico. Certos comentários maldosos devem ser evitados, por isso o aluno

deverá contar com o apoio e a sensibilidade dos professores e funcionários da

escola. Manter o vinculo com a escola durante o período de internação do

aluno ajuda a evitar esse problema. Já que todos do corpo docente da escola

têm ciência do processo.

O ensino hospitalar faz com que o aluno não perca tempo durante a

internação e continue os estudos acompanhando sempre o currículo da escola

regular. Os estudos apontam que as atividades nas classes hospitalares são de

grandes valias na recuperação clinica desse aluno.

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A criança ou adolescente apresenta dificuldades em aceitar o ambiente

hospitalar, nas meninas esse problema tornam-se mais difícil, pois elas são

mais agressivas e inquietas, já os meninos mostram-se dóceis, passivos,

inibidos, sem motivação. Com essas demonstrações de comportamentos só

uma coisa eles tem de em comum, os dois se recusa em permanecer sós,

necessitando de carinho físico, principalmente o carinho e o afago dos pais, o

que é normal.

O psicopedagogo também pode atuar na área empresarial, nas

empresas públicas e privadas, individualmente ou em equipe multiprofissional,

em atividades de Consultoria em Desenvolvimento de Recursos Humanos,

Acompanhamento Funcional, Pesquisa e outros Programas Específicos, onde

quer que se dêem as relações de trabalho nas organizações sociais formais,

visando a aplicação do conhecimento da Psicopedagogia para compreensão,

intervenção e desenvolvimento das relações e dos processos das dificuldades

de aprendizagem e em suas articulações com as dimensões políticas,

econômica, social e cultural.

Segundo o Código de Ética da Associação Brasileira de Psicopedagogia

Capitulo VI da Publicidade Profissional: Artigo 14º - O psicopedagogo poderá

atuar como consultor cientifico em organizações que visem o lucro com venda

de produtos, desde que busque sempre a qualidade dos mesmos.

O psicopedagogo assume o papel significativo ao lado dos profissionais

de recursos humanos. Sua ação se dá no sentido de facilitar a construção e o

compartilhamento, incentivando novas formas de relacionamentos, criando

sinergia entre o comportamento de gestores e colaboradores. Sua contribuição

no planejamento, gestão, controle e avaliação de aprendizagens, podem

favorecer a qualidade do processo de recrutamento, seleção e organização de

pessoal, bem como os de diagnóstico organizacional, dando subsídios

significativos e perfis específicos aos treinamentos que se efetivam no interior

da organização.

A Psicopedagogia dentro da organização pode orientar ações avaliando

a aprendizagem profissional, propondo e coordenando cursos de atualização

que atendam as necessidades especificas desse espaço, além de estabelecer

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princípios técnicos e metodológicos que permitam o tratamento didático dos

diferentes programas da Andragogia.

É importante ressaltar que a Psicopedagogia é uma área multidisciplinar

que não sozinha, dependendo e enriquecendo outras áreas de atuação e

trabalhando em parceria com os diversos profissionais da organização.

Desta forma, identificar as condições de adaptação nas funções dos

trabalhadores a partir das facilidades ou dificuldades de desempenho nas

atividades desenvolvidas na organização e do reconhecimento da sua

adaptabilidade e produtividade.

As atividades previstas se relacionam as áreas tradicionais de

observação, entrevistas, análise, desenvolvimento e acompanhamento de

pessoal. Incluem ainda o diagnóstico das dificuldades apresentadas pelo

trabalhador e a indicação da inserção do individuo num contexto mais

adequado.

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CONCLUSÃO

Com base em todo o estudo o estudo realizado conclui-se que a

inclusão escolar e o autismo apontam para a identificação de competência

social nessas crianças. Por tanto, essa é uma habilidades que depende de um

conjunto de medidas com, a qualificação dos professores, apóia e a

valorização do seu trabalho. Mostra que a escola pode sim, ser um espaço de

desenvolvimento da competência social para crianças e ainda um grande

desafio para os professores, sabendo-se que alguns professores apresentam

idéias distorcidas sobre o autismo, principalmente quanto á (in) capacidade de

comunicação.

Toda qual quer pessoa nesta nova escola (inclusiva) será vistas como

um ser em potencial para aprender, contribuir e se desenvolver plenamente até

atingir a cidadania como tanto sonhou e lutou nosso saudoso Paulo Freire

(1979), ver outros. Ele nos mostrou que a inclusão não é uma utopia, mas uma

possibilidade a ser realizada, desde que todos nós iniciemos uma luta contra o

preconceito e formas mascaradas de práticas de exclusão. Não podemos

pensar em inclusão sem pensar nos processos de exclusão tão inerente à vida

em sociedade. O primeiro passo em direção a inclusão na sala de aula, na

escola, na família, na comunidade ou na sociedade é reconhecer a exclusão

seja ela de que natureza for.

As dificuldades são muitas, por isso há a necessidade de que a escola, a

sociedade, assim como os poderes públicos encarem a inclusão não como um

favor, mas como um obrigação a ser cumprida, pois inclusão não é favor que

se faz a estes alunos com necessidades educacionais especiais. Deixar o

aluno em sala de aula regular e não atender o que realmente ele necessita,

não é inclusão.

É importante também ressaltar que o autista bem estimulado, poderá ler

e escreve e ser uma pessoa independente. Nosso cérebro é dotado de

plasticidade, o que quer dizer que se estimulado corretamente, poderá realizar

conexões neurais em variais áreas que tenderão substituir as áreas afetadas

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por esses transtornos. Podemos levar em contar também que alunos com

distúrbios de desenvolvimento de origem orgânica (autistas) têm

potencialidades ilimitadas. Este enfoque positivo é fundamental para que pais e

professores não fechem os olhos para essas potencialidades dos autistas, pois

embora haja modificações nos Neurônios Espelhos localizados na parte frontal

do cérebro se comparados aos cérebros “normais”, estes cérebros estimulados

são dotados de criatividades, habilidades intuitivas e principalmente

inteligência.

Daí a importância do psicopedagogo para desenvolver um trabalho para

o desenvolvimento desses indivíduos.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Porto Alegre, 2000.

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Editora. Wak.3ªedição. Rio de Janeiro. 2009.

BRASIL. Declaração de Salamanca.1994.

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WEBGRAFIA

Vale, L. (1997). A Escola Pública e a crise do pensamento utópico

moderno. Artigo não Publicado. Postado por Mariana S.Rodrigues

Almeida.

Site: http://inclusaobrasil.blogspot.com/2008/08/incluso-escolar-de-alunos-

com-autismo.html

Data: 04/08/2008

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 13

COMO DEFINIR INCLUSÃO?

CAPÌTULO II 19

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O QUE PODEMOS ENTEDER POR AUTISMO?

CAPÌTULO III 25

A IMPORTANCIA DA PSICOPEDAGOGIA NA EDUCAÇÃOINCLUSIVA.

CONCLUSÃO 35

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

ÌNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: Meu aluno é autista e agora?

Autor: Severina Borges da Silva

Data da entrega:

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Avaliado por: Vilson Sérgio de Carvalho Conceito: