Meu caminho para a mensagem sagrada e para o senhor até ele deixar esta terra
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Meu caminho para a Mensagem Sagrada e
para o Senhor até Ele deixar esta Terra
Joseph Wagner
Foi no ano de 1931, em Innsbruck. Numa noite, eu e meu colega – se é que eu o posso chamar assim, pois eu não tinha amigos – fomos
passear na cidade. As ruas estavam bem movimentadas. Assim
chegamos a uma praça, onde havia um belo concerto. Em frente ao
pavilhão do concerto havia muitos bancos, contudo todos eles estavam ocupados. Mas já como deveria ser, duas pessoas à nossa frente se
levantaram e nós nos alegramos por termos conseguido um lugar. A
música era muito bonita, e tocavam, por exemplo, o Adágio de Max Bruckner, o sonho dos reservistas e muitas outras. Ao nosso lado
estavam sentadas duas senhoras de certa idade, com as quais
começamos a conversar. Então a senhora mais idosa, que parecia ser bem distinta, disse:
— Veja esse mundo feminino, com suas saias curtas! Estas jovens
devem se tornar as mulheres e as mães de amanhã, que possuem a missão de guiar, proteger e conduzir o povo. Pode-se notar seu
comportamento pouco elogiável e elas não possuem nenhum
sentimento de pudor! Se os seres humanos apenas soubessem o que o
destino lhes reserva, assim como o Senhor, o Filho do Homem, nos disse.
Esse nome “Filho do Homem” me prendeu de tal maneira, que fiquei
totalmente impressionado e ele não me deu mais sossego. Assim eu perguntei:
— O que foi que a senhora disse sobre o Filho do Homem? Quem é o
Filho do Homem?
Então ela disse singelamente:
— O senhor quer saber mais a respeito? Então venha me visitar, eu
moro na Rua Claudia Nº 5, andar térreo à esquerda, Madame Baiger. Com prazer eu lhe darei e lhe contarei mais sobre o Filho do Homem.
— Sim, eu irei. – respondi.
A senhora disse algo bem baixinho para a outra, algo que não pude
entender. Depois de pouco tempo as duas foram embora e houve uma despedida muito cordial.
Para mim não era sempre fácil, pois devido à minha profissão eu não podia sair, pois estava freqüentemente trabalhando fora, fazendo
montagens.
Mas onde existe uma vontade, aí também há um caminho.
Muitas vezes eu chegava muito tarde em casa. A época, 1931-1932,
foi uma época muito ruim. Havia pouco trabalho e tínhamos que cuidar
em manter o nosso emprego, apesar de muitas vezes ele não nos agradar.
As duas senhoras idosas mostravam-se tão surpreendentemente cordiais e tão diferentes, que me chamaram a atenção. Assim eu
também decidi por ir até lá. Mas o que mais soava em mim era a
palavra “Filho do Homem”! Meu colega não estava de forma alguma tão entusiasmado, ele não encontrou nada demais, mas ele prometeu que
iria junto.
Assim chegou o domingo pelo qual havíamos esperado. Nós nos vestimos com uma roupa de domingo e fomos até a casa da Madame
Baiger. Era à noite, às 7:30h, chegamos pontualmente como havíamos
prometido. Quando chegamos lá e uma senhora idosa nos abriu a
porta, me chamou a atenção com que amabilidade e calor humano ela nos recebeu. Na residência eu senti uma pressão benfazeja, tão
diferente, tão solene, como se eu estivesse vivenciando algo bem
especial. Fomos conduzidos para um grande cômodo. Como eu fiquei de pé sob a porta, meu olhar caiu sobre um grande quadro, com cerca de
60 cm de altura. Eu fiquei como que paralisado contra minha vontade,
só olhava e olhava para essa foto maravilhosa. Então eu disse lentamente:
— Esse Senhor na foto tem uma Cruz isósceles reluzente na fronte!
Momentaneamente fiquei meio atordoado, de tão impressionado que eu estava. Então a idosa senhora me olhou surpresa e disse:
— “O que, isso o senhor consegue ver? Então o senhor é um
convocado!”
Eu olhei pensativo. Ela disse:
— Por favor, sente-se.
Nesse momento eu intuí algo que não posso explicar. Nós nos
sentamos em uma grande mesa, que se encontrava no centro e sobre a qual havia um buquê de flores e um candelabro de estanho com velas
acesas e um livro grosso que estava aberto. Eu não perdia nada do que
ela falava. “Então o senhor é um convocado”.
Isso não me disse nada, mas, mesmo assim, às vezes mexia comigo.
Aquela foto maravilhosa e o que o Senhor trazia na fronte, a Cruz
luminosa, não me deixava mais. Ocorreu que eu me sentei de tal forma à mesa, de frente para Ele. A senhora se sentou à mesa e uma suave
música iniciou-se, de forma bem solene. A senhora mais velha disse:
— Nós nos alegramos por vocês terem mantido sua palavra. Isto já é
raro. Eu vou ler uma dissertação escrita pessoalmente pelo Filho do Homem: “O Destino”. O que se encontra aí vos alegrará muito.
Ela começou a ler lentamente, de modo que podíamos entender
cada palavra. Eu me alegrava profundamente, como se eu já as
conhecesse. Nada me era estranho, era simplesmente maravilhoso!
Quando a dissertação chegou ao fim, a senhora fez uma breve oração,
depois da qual soou novamente uma suave melodia. Eu estava tão aprofundado na hora da leitura, que nem percebi que as lágrimas me
escorriam pela face. A dissertação me pareceu longa, bem longa,
totalmente confortante, sim, bem-aventurado estava eu por poder ouvir palavras tão maravilhosas. Eu teria podido jubilar de alegria e gratidão.
A madame era dotada de um pouco de vidência e assim ela me olhou
bem séria, seus olhos, porém, cintilavam. Depois de pouco tempo ela sorriu. Eu, porém, não conseguia sorrir. Mas então ela me perguntou:
— Agradou ao senhor, causou alegria ao senhor?
— E como! – respondi.
Assim começamos a conversar. Primeiramente eu quis saber a respeito do Filho do Homem, com o que ela indicou para a foto. Isso me
estava logo claro: aquele só podia ser o Filho do Homem! Sim, é como
está escrito na dissertação: “Humanidade, desperta! Esforça-te, eu vos dou tudo, para que possais vos desenvolver!”
Então eu perguntei:
— Por favor, posso saber: O Filho do Homem está na Terra, Ele esteve ou ainda está entre nós?
Estava-me totalmente claro que algo assim não podia ter sido
escrito por nenhuma pessoa, de tanto que eu estava impressionado. Madame Baiger me contou tudo. Como eu me sentia poderosamente
impelido, indaguei que livro era aquele. Quão belo ele estava ali, sobre a
mesa, com capa preta e inscrição dourada. Então ela me respondeu calmamente:
— Esta é a Palavra Sagrada, a Mensagem do Graal!
Cheio de alegria eu disse:
— Maravilhoso! Pode-se adquiri-la, comprá-la, como e onde? Eu pago o preço e tudo o que tenho por ela, por favor!
Cada vez mais se tornava claro para mim, sim, eu sentia um
impulso: esta é a Verdade, pela qual eu já há muito tempo procurava. Eu estava muitíssimo feliz. Então pedi, quando eu poderia retornar
novamente. Ela disse:
— Sexta-feira, às sete e meia, então o senhor ficará sabendo mais coisas.
— Sim, com prazer, com grande prazer, por favor.
Na despedida eu agradeci ainda de coração pela bela vivência, sim, belíssima que eu pude presenciar. Eu estava preenchido de alegria e
agradecimento.
Meu colega estava como que nulo. Ele absolutamente não se interessava. Sim, ele disse:
— Eu quase dormi. Você está totalmente entusiasmado! Esse seu
lado eu não conheço. Eu não volto mais aqui, e ainda mais na casa de
mulheres tão velhas. Sim, elas dão a impressão de nobreza, mas isso não é nada para mim.
Eu não falei nada mais do que: cada um tem que saber o que é
melhor para si. Para mim foi maravilhoso, eu estou muito agradecido.
Durante os dias da semana, em cada oportunidade, eu me ocupava
com aquela impressão que adquiri com tudo o que havia de belo na dissertação “O Destino”. Eu deixava surgir tudo de novo de forma viva
diante de mim. A dissertação despertou tantas coisas em mim e, então,
também aquilo que pude ficar sabendo através da Madame. Eu tinha que perguntar tudo de novo, se eu realmente tinha compreendido tudo.
O Filho do Homem encontra-se entre nós? Eu tenho que tomar
conhecimento disso, eu quero ir até Ele. Quero agradecer-Lhe de todo o
coração. Foi difícil esperar até que a sexta-feira chegasse. Eu teria, de preferência, ido todos os dias até a casa da Madame, de tanto que eu
me sentia impelido para o Filho do Homem, de saber sobre Ele, de ouvir
Dele.
Finalmente havia chegado a tão ansiada sexta-feira. Eu me vesti
com roupa escura de domingo, bem limpo, e fui, de modo que às 7:30h eu me encontrava no local. Como sempre eu fui mui cordialmente
recepcionado. A Madame logo me disse:
— Eu logo sabia que da próxima vez o senhor viria sozinho.
Quando entrei na sala, ali já estavam sentados cinco mulheres e
dois homens. Chamou-me a atenção como tudo estava tão silencioso,
sem tagarelice. Com um aceno com a cabeça eu os cumprimentei, o que
eles também fizeram. Foi-me indicado um lugar para sentar e então a Madame também se sentou diante do livro aberto. Como da última vez,
iniciou-se uma melodia de harmônio, então a Madame começou a ler
novamente bem devagar. Foi novamente uma dissertação muito bonita da Mensagem do Graal. Depois da dissertação uma breve oração e
novamente uma música de harmônio. E assim havia terminado
novamente a devoção. Todos nós nos levantamos. Todos me foram apresentados. Não demorou muito e eles deixaram o aposento. Uma
breve despedida e eu me encontrava sozinho com a Madame. Havia
tanto para conversar, como, por exemplo, onde o Senhor morava, o que me interessava muitíssimo. Sim, eu queria saber de tudo. E ela me
contava muito, com o que eu me alegrava muito. Então a Madame me
contou algo bem especial, o que ela já havia preparado. Seus olhos
resplandeciam, e ela me olhava bem firmemente. Ela disse:
— Amanhã virá um senhor muito distinto, que quer conversar com
o senhor. Ele se chama Tenente-Coronel Manz, e quer-lhe fazer algumas
perguntas.
— Sim, com prazer – respondi.
Eu, na verdade, tinha me assustado um pouco, mas logo pensei que
deveria estar relacionado com a Mensagem do Graal. Receio eu não
conhecia. Mas quando ela me disse que esse senhor vinha do Filho do Homem, de Vomperberg, me sobreveio um calor e uma alegria, de forma
que eu poderia jubilar. Ela me disse: “Amanhã por volta das quatro
horas”, às 16:00 horas, eu deveria estar ali.
— Tomara que o senhor consiga se organizar.
E eu iria realmente me organizar! E logo continuei perguntando,
onde é que fica Vomperberg. Uma montanha? Sim, eu iria gostar muito de ir até lá.
— Sim, o senhor vai ficar sabendo de tudo. – Na saída ela ainda
disse: — Senhor Wagner, amanhã o senhor terá uma grande alegria.
No dia seguinte eu já me sentia bem inquieto. Eu já havia pedido licença a partir do meio-dia, para que eu chegasse no horário. Muitas
vezes me parecia como se me seria dito algo bem grandioso. Às 16:00
horas eu estava no local. Só demorou alguns minutos e a elevada visita já havia chegado. A Madame me mandara sentar na sala. Nesse ínterim,
entretanto, eu fiquei olhando para a maravilhosa e irradiante foto do
Filho do Homem e esqueci totalmente que a elevada visita estava por vir. De repente, a porta se abriu, o Sr. Tenente-Coronel entrou. Eu me
assustei, mas logo me recuperei. Nós nos cumprimentamos. Ele era
muito cordial e tranqüilo.
— Ah, você que é o elegante e jovem homem? O senhor conhece
Schwaz?
Eu neguei.
— Sim, ali o senhor tem que subir a montanha, se quiser chegar ao
Filho do Homem. Um estreito caminho leva até lá. O senhor pode ir no
domingo até Ele, de manhã, pelas 10:00 horas.
Eu devo ter ficado bem corado, de tanto que o sangue me subiu à cabeça. A grande alegria, sim, o maior desejo me seria permitido
realizar. Eu mal conseguia acreditar. Aquele senhor olhava para mim.
— O senhor está alegre, não é mesmo?
Lágrimas me sobrevieram e eu disse:
— Eu posso ir até o Filho do Homem, em Vomperberg?
Que alegria! Assim eu fora convidado para ir no domingo. Meus olhos brilhavam de gratidão. O Sr. Tenente-Coronel era um homem bem
calmo e alto. Podia-se notar a nobreza que emanava dele. Ele parecia
tão reconfortante. Às 5:00 horas esse senhor tinha que retornar, tão curto era o tempo.
— Mas eu ainda tenho algo para o senhor.
Então ele abriu sua maleta de mão e me deu o livro sagrado, a
Mensagem do Graal. Agradecido eu olhei para o livro. Peguei-o e
involuntariamente apertei-o contra meu peito. Aquele senhor sorriu, eu
me alegrei demais.
— Eu quero pagá-lo imediatamente.
— Isso tem tempo. – disse ele.
— Por favor, posso pagá-lo já?
Para mim tudo isso era tão imenso, que era como se eu estivesse moído de tanta vivência.
— Portanto, Sr. Wagner, no domingo o Senhor espera por você.
Agradecido eu olhava para ele. O suor me escorria pela fronte.
— Eu desejo ao senhor tudo de belo e muita vivência, e no domingo
quando o senhor vier, procure pela casa 5. Lá o senhor me encontrará.
Eu o levarei ao Senhor, ao Filho do Homem.
Assim ele se despediu cordialmente e partiu, já que seu trem partiria às 5:30h. Eu estava muito feliz por ter descoberto o local de moradia do
Senhor. A Madame estava ali próxima, ouviu tudo o que conversamos e
disse então:
— Você tem todo o motivo para se alegrar, por poder receber essa
enorme graça!
Aquele senhor disse, quando ele cumprimentou a Madame, que o Senhor já se alegrava em poder cumprimentar o Sr. Wagner, ela me
contou, e Ele havia mandado me saudar. Eu não conseguia pronunciar
mais nenhuma palavra. Quão solenemente ele havia dito: “Se anuncie na minha casa, na casa 5, eu o levarei ao Senhor, ao Filho do Homem.”
Em seguida a Madame me explicou o caminho de forma exata.
— Será que posso levar flores junto? – perguntei.
Então ela só sorriu um pouquinho. Contudo, eu estava um pouco
hesitante, se eu poderia mesmo ir até o Senhor. Mas então ela me disse de
novo: “eu posso ir!” Portanto, eu vou, vou com grande alegria. Pois,
quando eu estiver com o Filho do Homem, eu poderei tomar conhecimento de todo o caminho, que um ser humano tem de trilhar para ir para o Alto.
Assim eu cheguei totalmente sozinho até a Luz, ao Senhor e estava
milhares de vezes agradecido por ter encontrado o caminho, o caminho que eu já há muito procurava, desde os 12 anos de idade e que me custou
muito esforço. Agora eu fui com a Sagrada Mensagem para casa, para o
meu quarto, me troquei, calcei os sapatos de casa e me sentei à mesa. Nesse meio tempo já passava das 18:00 horas.
Meu colega, com quem eu dividia o quarto, não estava em casa neste dia. Assim eu pude, sozinho, ler a Sagrada Mensagem sem ser
incomodado. Eu lia e lia, estava muito aberto, tudo me estava claro, tudo
me parecia tão evidente, simplesmente maravilhoso. O tempo deve ter
voado e, de repente, ocorreu algo inusitado. Pareceu-me como se eu começasse a ver tudo meio turvo, como através de um véu, de uma nuvem
cinza, envolvido por uma espessa névoa. Mas depois de pouco tempo a
nuvem turva tornou-se mais clara, mais leve e luminosa, sim, me pareceu
estar vivenciando algo benfazejo. Eu tinha suor na fronte. Então, de
repente, eu reconheci construções de espécie maravilhosa. Várias cúpulas e no meio a mais alta reluzindo de um ouro esverdeado, irradiando e
encima dessa cúpula, no Alto, na ponta, tremulava uma bandeira verde e
à direita num quadrado a Cruz Isósceles dourada. Em cima das outras cúpulas também havia algo, em uma um quadrado, em outra uma meia
lua, então uma esfera e na última um triângulo. Por longo tempo fiquei
olhando essa imagem, como se quisesse cunhá-la em mim, tudo era tão benfazejo, tão fino. A bandeira verde tremulava de forma maravilhosa, e
parecia tão próxima como se pudesse pegá-la com a mão. A forma da
cúpula, especialmente da do centro, era de uma forma tão nobre como a
Cruz. As outras cúpulas eram arredondas, mas também muito belas. Aos poucos a imagem foi se tornando mais e mais fraca, sumindo por fim. Por
longo tempo fiquei parado, olhando para o ar. A bela imagem encontrava-
se firmemente cunhada em mim. Era exatamente 1:00 hora da manhã. Eu me perguntava o que queria dizer isso, o que poderia ter sido isso. Assim
devo ter caído na cama. Um grande cansaço me sobreveio. Às 6:00 horas
levantei surpreso, ainda vestido. Mas eu tinha pouco tempo, pois eu tinha um bom trecho de caminho para percorrer até o trabalho. Demorou
alguns minutos para eu esboçar aquela imagem no papel, a fim de retê-la.
Durante o dia isso me veio várias vezes à cabeça, ela estava totalmente clara diante de mim. Um sentimento de felicidade me sobreveio. Fiquei
feliz quando anoiteceu. Assim retornei para meu lar, meu quarto, e o dia
de trabalho havia passado. Então, tornou-se-me claro que me fora mostrado uma imagem das alturas luminosas, onde queremos e devemos
chegar. Tanto assim eu já havia assimilado da Sagrada Mensagem. Muitas
vezes me parecia como se isso jorrasse de uma fonte fresca, tão
confortante que era. Cada vez mais claro se me tornava, que grande graça eu havia recebido, a qual só poderia vir do Filho do Homem. Amanhã viria
o dia, no qual eu poderia ir até o Senhor, que morava em Vomperberg.
Então ocorreu algo desagradável para mim. A Madame havia me
contado tudo, que o Senhor morava em uma montanha. Sim, eu disse
para mim, eu tenho que me vestir para subir a montanha, com sapatos firmes etc.; por isso ela não respondeu nada, quando lhe perguntei sobre
as flores. Como tudo era bem novo para mim, saí bem cedinho e parti às
6:00 horas com o trem de Innsbruck para Schwaz. Chegando em Schwaz eu observei detalhadamente a região. “Portanto, deve ser lá em cima,
atrás da floresta. Lá em cima é que mora o Filho do Homem.” Eu
perguntei para uma senhora de idade:
— Por favor, a senhora poderia me dizer, como eu posso chegar ao Vomperberg?
— Sim, eu posso lhe dizer. Passe pela linha de trem e ao lado da
pequena casinha, o estreito caminho conduz para cima, para Vomperberg. É uma trilha de caçador e é bem íngreme.
Assim eu fui, agradecendo, dei a mão à senhora e parti. Eu ainda me
lembro, a mulher ficou me olhando de uma tal forma.
De coração feliz eu caminhei vigorosamente pela estreita trilha, para
cima. Ao longe, próximo da floresta, encontrava-se uma pequena casinha
com duas janelas e uma porta. A porta estava aberta e um homem se encontrava parado sob ela. Com as mãos apoiadas na cintura, assim
parecia de longe. Eu ia chegando cada vez mais e mais perto. Era algo
estranho, pensei eu, hum, mas coragem, não tenho nada a perder, talvez eu tenha que me anunciar a este senhor. Ele era um grande e magro
camponês que me olhava com grandes, grandes olhos. Era um
trabalhador do campo que estava na porta, olhando a região. Então, feliz, eu passei por ele e prossegui floresta adentro, subindo o caminho para a
Montanha. O caminho foi se tornando cada vez mais estreito, como uma
trilha de caçador. Ao deixar meus pensamentos brincarem e pensando
em Vomperberg, perdi o caminho, me desviando para a direita. E agora, que devo fazer? Sim, agora eu teria que escalar um trecho, e em parte de
quatro. Subir eu vou, de qualquer jeito, custe o que custar. Às 8:00
horas da manhã eu finalmente estava na beira da floresta, num platô, onde realmente só havia duas casas. Por longo, longo tempo fiquei
observando tudo. Qual será a do Filho do Homem? Está bem, eu tinha
muito, muito tempo para me limpar, já que os sapatos de montanha estavam bem sujos. Limpei-os por longo tempo, até os tirei do pé e usei
para isso muita grama e dois lenços, mas um lenço eu guardei para mim,
o qual estava bem limpo. Afinal, eu cheguei limpo. Eu fora convidado para as 10:00 horas, e havia ainda muito tempo. A Madame também me
veio à mente. Ela havia me explicado muito pouco, mas eu também me
fazia repreensões, por ter perguntado muito pouco. Sim, sim, assim a gente aprende, só através da vivência é que se progride. Isto me estava
totalmente claro.
A alegria se elevava continuamente em mim: Eu posso ir até o Filho
do Homem. Logo eu vou poder vê-Lo, cumprimentá-Lo, agradecer-Lhe de todo o coração. Oh, que maravilhoso, em mim a coragem se elevou, mas
novamente eu tive um sentimento: tomara que eu não fale nada de
incorreto, o que eu não desejo. Freqüentemente eu olhava para o relógio, para que eu pudesse chegar no horário, uns quinze minutos antes, na
casa do Sr. Tenente-Coronel. Bom, eu estava limpo, faltavam 20
minutos. Assim eu fui em direção à primeira casa, e estava certo, era a casa número cinco. Uma casa de madeira, bem limpa, um limpador
muito bom também se encontrava diante da porta, de modo que pude
raspar mais uma vez a sola do meu sapato. Meu coração estava disparado. Eu me sentia tão pequeno, que eu preferia ter me escondido.
Diante da porta eu fechei mais uma vez os olhos e pedi, para que eu
pudesse suportar a força, que eu já sentia agora. Mas, então, uma voz
me disse: “Tenha confiança, alegra-te!”. Então, eu bati à porta. Uma grande, imponente e cordial senhora de cabelos escuros abriu a porta.
Eu disse:
— Bom dia!
— Ah, bom dia! O senhor é o Sr. Wagner de Innsbruck? Entre, por
favor, e fique à vontade, meu esposo já vem.
Não demorou nem um minuto e o Sr. Tenente-Coronel já entrou. Ele
disse:
— Bom dia, Sr. Wagner. Eu já tinha visto o senhor da janela do porão. Vamos? Pontual o senhor é, isso temos que dizer.
Eu não disse absolutamente nada. O relógio que estava ali na sala
marcava 3 minutos para as dez horas. Assim deixamos a casa e caminhamos até a outra. Portanto, esta é a casa do Senhor. A casa de
madeira estava rodeada por uma cerca. Na grade havia um cartaz:
“Cuidado, cães ferozes!” Quando entramos, os dois pastores alemães também já vieram do fundo em nossa direção. Eu disse para mim
mesmo: dois belos cachorros, que nos deixaram ir calmamente até a
casa. Eles me pareceram dois animais bem pacíficos, também porque
eu sempre amei os animais. Três degraus conduziam para dentro da casa, para uma ante-sala, onde o Sr. Tenente-Coronel disse:
— Agora eu desejo para o senhor tudo, tudo de bom. Portanto,
entre. – e ele fora embora.
A ante-sala era pequena. Eu abri uma porta de vidro, então surgiu
uma sala maior, onde uma escada à esquerda conduzia para cima. Assim que me aproximei da escada, eu vi o Senhor lá em cima, que me
disse as seguintes palavras:
— Suba Sr. Wagner, eu já estou aguardando o senhor.
Então eu subi a escada alegremente, que era levemente curva, onde
o Senhor me cumprimentou muito cordialmente. Eu me curvei
profundamente e mal conseguia respirar. Duas Senhoras passavam naquele momento pelo corredor ali de cima.
— Por favor, entre aqui na sala de estar!
E assim eu pude sentar-me em uma cadeira. O Senhor sentou-se à
minha frente e conversamos bastante. A grande amabilidade que era tão benfazeja. Eu sentia uma pressão, sim, uma onda de força, que me
dava uma grande coragem; fiquei bem leve, e alegria me sobreveio. O
Senhor me olhou e sorriu, e disse:
— Então o senhor está novamente junto comigo Sr. Wagner.
Pareceu-me como se eu já conhecesse o Senhor desde sempre e o
Senhor sorria. Fazia-me bem, eu me sentia tão protegido, todo o peso caiu de mim, me senti livre. E as lágrimas me afloraram, de tanta
gratidão. Eu acho que nesse momento eu não teria podido dizer
nenhuma palavra. De preferência eu teria me atirado de joelhos. Mas o Senhor era tão bondoso, Ele me auxiliava, para que eu pudesse
suportar isso, de tanto que me sentia tomado por isso.
— Então estamos novamente juntos. Eu também me alegro,
pelo senhor ter encontrado o caminho até aqui. Assim vai em direção ao Alto.
O Senhor me perguntou sobre muitas coisas, sobre minha
profissão, que o agradou bastante e que era bem prática e diversificada,
e como eu encontrei a Mensagem.
— O senhor também pôde vivenciar muitas coisas?
— Sim – respondi – posso, por favor, contar?
Então eu narrei: a partir dos 12 anos de idade eu comecei a procurar conscientemente. Quando menino, com 6 – 7 anos me fora, em
certas horas, freqüentemente mostrado uma luz. Na direção Leste.
Muitas vezes contei para meu pai, que jamais notara algo de especial. Sim, dizia ele, talvez você esteja vendo uma forte luz da grande
empresa, que lá longe possui uma lâmpada ao ar livre para o trabalho.
Muitas vezes eu saía sozinho, para fora, em direção daquele local, para
fora da pequena cidade Ried, para ver a luz, o que me causava toda vez uma grande alegria. Também na escola houve dificuldades na aula de
religião católica, pois eu sempre via as coisas de maneira diferente e
aquilo me repudiava totalmente. Assim eu cresci e me tornei marceneiro e músico. Com 17 anos saí para o mundo, para me virar totalmente
sozinho. Eu queria encontrar meu caminho totalmente sozinho. Eu me
sentia impelido para as montanhas, e também encontrei trabalho. À noite, quando eu estava sozinho, era muito grande a minha
saudade pelo Alto, e no verão, quando o tempo estava bom, eu
freqüentemente me deitava de costas sobre um banco e deixava tudo passar diante dos meus olhos. Eu sentia que me viria o auxílio do Alto,
e a grande confiança eu a possuía.
O Senhor ouvia tudo atentamente.
O Senhor disse:
— A grande confiança lhe deu tudo!
E sorriu. Assim eu fui contando tudo para o Senhor, e também
relatei sobre a bela imagem que eu tive, quando estava pela primeira vez sozinho e feliz com a Mensagem, quando me fora mostrada a 1:00
hora da madrugada, um Burgo com uma bandeira verde.
Então o Senhor sorriu e disse:
— Aí lhe fora mostrado uma bela imagem de um elevado plano
espiritual. Senhor Wagner, olhe para fora da janela.
Então eu vi sobre um mastro a mesma bandeira verde tremulando, como eu havia visto na imagem. Novamente me sobreveio tanta
vivência.
O Senhor disse:
— O senhor fixou-o bem na memória?
— Sim – respondi – eu fiz um esboço no papel.
Eu mostrei-o ao Senhor. Então o Senhor respondeu:
— Eu tenho então o desenhista para mais tarde.
Pude ficar uma hora inteira junto ao Senhor, junto ao Filho do
Homem, ao Filho de Deus! Eu bebia da sagrada irradiação do Senhor,
inconscientemente, e estava tão feliz! Conversamos ainda bastante, também que a partir de então eu poderia vir à Montanha para
participar das devoções, tantas vezes quantas eu quisesse. O Senhor
alegrou-se sobre a Madame Baiger. Também me desculpei com o Senhor por ter vindo assim, nesses trajes de montanha.
— Ah – disse o Senhor – isso não é o mais importante.
Então eu Lhe contei como eu tinha subido até ali. Mas assim como o Senhor era, Ele riu de coração. Tudo interessava muito ao Senhor.
Assim surgiu de mim a idéia de eu perguntar ao Senhor, caso Ele possa
ou pudesse precisar de mim, que eu me mudaria com o maior prazer
para sempre para a Montanha, com o que o Senhor se alegrou bastante, por eu ter me oferecido por mim mesmo.
O Senhor disse:
— Talvez eu precise e o senhor me seja mesmo bem necessário, um trabalhador assim tão diversificado. Mas nós nos veremos e nos
falaremos com freqüência.
Houve uma enorme quantidade de perguntas e de coisas não ditas. Como o Senhor disse: a partir de agora eu poderia vir para as sagradas
devoções na Montanha Sagrada, tantas vezes quantas eu quisesse!
Parecia-me como se agora eu pudesse ter acesso à Sagrada Devoção. Mil vezes obrigado! Ao olhar para o Senhor, sobreveio-me gratidão.
Na despedida eu apertei firmemente as mãos do Senhor, cheio de
alegria e felicidade, cheio de humildade, de modo que novamente as lágrimas afloraram. O Senhor era tão cheio de bondade. O encontro
com o Filho de Deus, com o Filho do Homem foi o ponto mais elevado
para mim. Poder ter essa graça, é o maior de todos os presentes. Assim
eu não encontrava mais palavras do que, mil vezes obrigado, e irradiante fui embora do Senhor, que, às vezes, me olhava
profundamente, mas sempre de novo sorria. Quando saí da casa,
ambos os cachorros estavam ali, como guardas, mas ambos foram amistosos. Eu disse: “Vocês dois são belíssimos animais!” Eu fui de
volta à casa do Sr. Tenente-coronel Manz. Eu estava repleto de alegria e
disse:
— A partir de agora eu posso vir para a Sagrada Devoção.
O Sr. e a Sra. Manz se alegraram bastante.
No caminho de volta, que agora passava por Vomp, uma bela e estreita estrada, deixei que tudo passasse mais uma vez por minha
cabeça, tudo o que eu pude ouvir e vivenciar. Fora maravilhoso. Assim
eu cheguei à coisa sagrada, à Verdade na Montanha Sagrada da Luz, ao
próprio Senhor, ao Filho de Deus, Filho do Homem. Essas palavras tinham me atingido, me despertado. Agora poderia vir o que fosse. Eu
pedi ao SENHOR, que essa maravilhosa impressão luminosa pudesse
permanecer sempre dentro de mim, pura e clara. Eu devo ter precisado
de um longo tempo para chegar até Vomp, também não encontrei
ninguém. Aí me veio novamente em mente como o Senhor falou a
respeito do Burgo. Isso só mais tarde me ficou claro. Quando cheguei a Innsbruck, tudo me pareceu estar modificado. Eu observava de modo
mais minucioso, notava todas as coisas de forma bem melhor, eu estava
bem mais cordial, prestativo, compreensivo. Sim, tudo havia se modificado, eu tinha até um sorriso cordial. Tornei-me mais livre
através da vivência. Certas pessoas até me disseram, que agora eu
estava como que modificado, bem mais simpático.
Na noite seguinte eu fui à casa da Madame, fui fazer uma visita, que
se alegrou muito. Em breves traços eu contei o mais importante, também que a partir de agora eu poderia ir à Devoção na Montanha
Sagrada.
— O Senhor também se alegrou com a senhora, Madame. Eu posso
lhe dizer: O Senhor manda cumprimentá-la cordialmente.
Aí, percebi, como seus olhos brilharam de forma especial. Sim, não
era de se admirar, quando o Senhor mandava saudar alguém, de modo
que cada um podia sentir a grande força que partia do Senhor. Eu ainda fui muitas vezes à devoção em Innsbruck. Da forma que me era
possível, pois eu estava freqüentemente fora, em montagem. Mesmo aos
domingos, eu não ia sempre à Montanha Sagrada, como ocorria muitas vezes quando eu estava trabalhando em Seefeld. Era uma época muito
ruim, a gente ficava contente quando tinha um trabalho e podia
trabalhar.
Certo dia o Senhor mandou me dizer, que eu deveria vir até Ele
depois da Devoção. Já era maio de 1932, onde Ele me comunicou que
Ele havia refletido muito, mas que na Montanha Sagrada seriam construídos vários alojamentos, já que Ele estava sendo cada vez mais
pressionado por aqueles que queriam morar na Montanha e ter ali seus
domicílios, e pediam ao Senhor por isso. Assim o Senhor cedeu, apesar de não Lhe ser totalmente conveniente. O Senhor me comunicou que eu
poderia contar em breve com o fato, de mudar-me definitivamente para
a Montanha como funcionário. Eu estava muito feliz. Às vezes acontecia de eu encontrar o Senhor quando Ele ia passear e podia ouvir algumas
palavras Dele.
Quatorze dias antes de me mudar para a Montanha, eu fora
novamente convidado pelo Senhor para ir ao Gralshaus (Casa do Graal)
para o café, onde houve tantas coisas belas para se ouvir. Mais tarde eu relatarei a esse respeito. No verão havia chegado o momento em que eu
podia me mudar. Eu estava irradiando de felicidade. Muitas coisas
estavam sendo construídas na Sagrada Montanha, assim também a
marcenaria, otimamente instalada, até com uma máquina universal. Com ela eu podia fazer todas as coisas e mais rápido, já que muito
trabalho se acumulava e parecia não ter fim. Continuamente vinham
mais trabalhadores para a Montanha Sagrada. Havia um labutar intenso, cada um dava o melhor de si. Era simplesmente maravilhoso.
Nos anos seguintes a Montanha Sagrada se modificou tanto, que
não se podia mais reconhecê-la. Nos meses de inverno havia muitas
vezes até 75 cm de neve.
Quase todos os domingos o próprio Senhor proferia as instrutivas e
construtivas dissertações, com o que nós podíamos continuar sempre nos instruindo no elevado saber. Toda vez o saber era ampliado.
Freqüente, mui freqüentemente o Senhor falava no fim da dissertação:
“Agora ide, agi e vivei de acordo! Então nada poderá vos acontecer em vosso caminho, e vós sereis felizes! Pois tudo tece e
se esforça, já que os fios e as irradiações alcançam por toda a parte
e vos conduzem, se fordes puros. Vós sereis guiados pelo Alto. Tende apenas uma forte confiança em Deus, o Senhor. Eu vos
auxilio nisso. A força da Luz vos acompanha então,
continuamente.”
O Senhor esforçava-se continuamente, para que aprendêssemos a
entender a Mensagem do Graal, a conformidade com a lei, pois todos
nós já nos encontramos tão distantes e mal ainda podemos aprender a compreender, como nos tornar simples e naturais. Por isso, para o
Senhor, o mais difícil foi trazer a Palavra para os seres humanos, formá-
La em palavras, torná-la compreensível aos seres humanos, o que praticamente nem é possível se a intuição não trabalhar junto, e esta
quase nenhum de nós conhecia.
“Nisso eu quero vos ensinar, e quão necessário vós o teríeis”, falava o Senhor muitas, muitíssimas vezes.
Assim aconteceu que no ano de 1932 eu fora selado e pude participar e vivenciar a primeira solenidade, apesar de em 1931 eu já
ter estado freqüentemente na Montanha Sagrada. A Solenidade fora
uma grande vivência para mim, grandiosa. A bela música, as rosas
maravilhosas, a entrada dos cavaleiros, dos apóstolos, discípulos, tudo em cores. Os belos trajes e mantos, os chapéus das Senhoras que
possuíam uma elevada convocação, cada uma em sua cor, assim
também os cavaleiros. Os discípulos também com mantos prateados, os chapéus arcados, simplesmente belos e majestosos. De repente a
música de entrada se tornou mais suave, e Frau Maria entrou vestindo
um manto preto, com uma Cruz dourada bordada no lado, Fräulein Irmingard em um manto verde, com lírios bordados sobre o manto,
ambas com um belo, belo diadema sobre as cabeças. E já entrava o
Senhor com um manto violeta e a flor de lótus nas costas. Logo se finalizou a suave música e o Senhor começara a falar. O Altar estava
maravilhosamente enfeitado, com muitas rosas. No centro encontrava-
se o Graal como taça, ao redor dela castiçais dourados, cada um com
uma vela acesa, ao lado a taça de selamento vermelha com água, também algumas bandejas com vinho e pão. Todo o recinto da
solenidade estava fechado da esquerda para a direita com uma cortina
longa e branca, disposta em pregas. Atrás do Altar ficava o púlpito de oratória do Senhor. No centro, atrás do púlpito havia um pano verde,
com o Olho de Deus na altura da cabeça do Senhor, que irradiava,
simplesmente maravilhoso. Ao lado, à direita, a Bandeira do Graal, que
um convocado segurava como porta-bandeira. À direita e à esquerda sentavam-se as elevadas Damas, Frau Maria, o Amor de Deus, Fräulein
Irmingard, o Lírio Puro. O altar ficava no alto, no quinto degrau. À
esquerda e à direita cadeiras azuis, onde os cavaleiros e apóstolos tomavam lugar. Um pouco mais abaixo os discípulos, onde também
havia uma diferença: alguns com os mantos prateados, estes eram os
discípulos de selamento, os outros discípulos, de fraque. Os vários discípulos sentavam-se em semicírculo, assim também as discípulas.
Sobre o primeiro degrau havia um púlpito de oratória com pano preto e
uma Cruz dourada, onde um apóstolo falava em determinada hora. Um
degrau acima encontrava-se um púlpito, sobre o qual estava fixada uma Cruz dourada para o juramento. Lá os portadores da Cruz prestavam o
juramento com as palavras “Eu prometo”, quando recebiam o chamado
para a preparação. Sobre o segundo degrau encontrava-se uma estreita almofada, onde o selamento era recebido de joelhos. Para isso o Senhor
descia os três degraus e selava os solicitantes em nome de Deus.
Cada vez mais pessoas vinham para a Montanha Sagrada, eram
cerca de seiscentas, setecentas pessoas que tiveram lugar no templo.
Todos estavam repletos de humildade e alegria. O Senhor se alegrava.
Por fim fora construído um teleférico, para que o material para o
Gästehaus (Casa de Hóspedes) pudesse ser trazido para cima. Um Gästehaus fazia-se impreterivelmente necessário, para que as muitas
pessoas tivessem um alojamento, enquanto elas estivessem ali. O
Senhor tinha se preocupado com tudo.
Eu tive, nesses anos, muitos belos relacionamentos também com pessoas privadas, que residiam na Montanha e também com hóspedes.
Eu era um rapaz jovem, desembaraçado, cordial e extremamente
prestativo. Havia muito que fazer na Montanha Sagrada. Assim acontecia que eu podia e precisava ir muitas vezes até o Senhor, por
volta das 6:30h da tarde, onde tudo era discutido, entre outras coisas,
tudo o que havia para fazer, e muito mais, o que deveria ser pedido, quais materiais eram necessários. Também, por parte do Senhor, havia
toda vez algo de profundamente espiritual para se ficar sabendo: como o
mundo em geral iria se modificar, como tudo estava previsto pelo Alto, o desenvolvimento na Montanha, ao redor da Montanha, no mundo.
Também que a Montanha seria totalmente modificada. Por isso as
construções eram feitas por enquanto de madeira, para que, quando
tivesse chegado a hora, elas pudessem ser novamente desmontadas, quando o Burgo do Graal estivesse concluído.
Um Burgo luminoso, um Burgo mundial para 12.000 pessoas deveria ser construído. A estrada deveria passar por Fiecht e ir até
pouco antes do Burgo do Graal, já que nenhum carro deveria e poderia
ir até o Burgo. A Montanha inteira deveria surgir em degraus, levando até o Burgo Sagrado, onde, a partir da floresta, iriam surgir belos
jardins com canteiros floridos e crescer muitos arbustos do sul, já que
toda esta parte do Universo seria elevada, para um clima melhor. Zonas
mais agradáveis deverão surgir. Então, acima do Zilderhof, em direção a
Fiecht, deverá ser construído o Templo intermediário para 10.000 pessoas. O Burgo do Graal deverá ser construído com mármore branco
e com muitas pedras vindas de outros países, já que os maiores artistas
e construtores iriam trabalhar nele. Deverá surgir um Burgo mundial, assim como fora visto, tão belo quanto possível: o Burgo da Luz na
Terra. A cúpula central, a maior, resplandecerá em ouro verde, e sua
forma única e nobre irá poder ser reconhecida de longe. Sobre sua ponta deverá tremular a Bandeira verde, a Bandeira do Graal, assim
como ela sempre irá tremular no mastro diante do Gralshaus (Casa do
Graal). O Gralshaus nunca será desmanchado. Ele deverá permanecer
como símbolo da ligação com o Alto. Tudo o mais será retirado. Tornar-se-á maravilhoso! O Burgo da Luz terá sete cúpulas com sete grutas,
cada gruta uma cor diferente: amarelo, azul claro, azul, vermelho rosa,
verde, violeta, branco, portanto, todo dia uma determinada cor para adoração. Assim foi no tempo de Abd-ru-shin e assim também deverá se
tornar aqui no Burgo da Luz na Terra, assim como ele se encontra e
irradia nas alturas luminosas. Também a câmara de sepultamento de outrora do Senhor, a pirâmide, deverá no futuro, quando o pé do
Senhor pisar o deserto de areia, ser desenterrada por uma tempestade e
todos os tesouros maravilhosos serão utilizados e aplicados para o adorno do Burgo do Graal.
O Burgo do Graal dará a oportunidade para 12.000 pessoas, para
que elas possam vivenciar as Solenidades na Montanha Sagrada. Mas seriam organizadas de tal forma, que só poderiam vivenciar as Sagradas
Solenidades delegações de círculos maiores e, nisso, cada vez outros
serão determinados. Todos, sim, todos os outros deverão e poderão ver
de longe, pois não seria possível de outra forma. Assim, será dada oportunidade para cada um de vivenciá-las. Pois se refletirmos, as
muitas e muitas pessoas nunca poderiam ir até a Montanha. Que
maravilhoso isso será, quando o Burgo da Luz reluzir em seu resplendor, o maravilho ambiente ao redor, o clima agradável! Todos os
problemas estariam bem resolvidos, e haveria dinheiro suficiente. Para
isso o Cavaleiro Vermelho seria o responsável. Todos se entregaram ao serviço, ao Senhor, voluntária e alegremente, para servir à Vontade,
bem como a Deus, o Santíssimo, que, aliás, nos o possibilita, que,
através de Seu grande amor pelo espírito humano e pela natureza fez surgir a Terra. O que nós, espíritos humanos, deveremos fazer em troca,
senão de nos movimentar, de aprender a reconhecer e a observar as
simples Leis, e de trilhar o caminho correto. Então seremos do agrado
de Deus. Isso nós devemos Àquele que nos deu a vida, a Deus, ao Senhor.
Muitas coisas aconteceram durante os anos. Assim a Colônia do Graal fora formada; em 31.07.1932, Jaspis; em 16.10.1933 a Escola do
Graal; em 1933 também concertos, os bombeiros e muito mais fora
criado. No Gästehaus (Casa de hóspedes e restaurante) se cozinhava para todos. Também não havia nenhuma diferenciação na comida, quer
fosse para uma pessoa particular ou para um funcionário. Todos se
alimentavam igual e bem, como cidadãos comuns. Os funcionários
eram muito bem tratados, eles recebiam todas as refeições do dia, abundante e suficientemente.
O Senhor falava sempre:
— Meus funcionários, que fazem o trabalho manual, também devem ter o pagamento correto.
O Senhor era a favor de uma roupa boa e limpa. Cada portador da Cruz deve ter um comportamento imaculado, um corte de cabelo limpo,
assim se reconhece até o caráter. Na Montanha Sagrada trabalhava-se
firmemente, cada um de sua maneira. Aos domingos, havia Devoção às 9:00h, onde o próprio Senhor falava freqüentemente, o que era o mais
belo. Assim cada vez mais pessoas encontravam o caminho para a Luz,
para o Senhor, e pediam poder servir, especialmente terrenamente, mas
também espiritualmente. Muitas coisas tinham de ser adquiridas, para que se prosseguisse. Assim vieram dois cavalos, um burro, pavões,
pombas brancas, dois cachorros, um vigia noturno com cão, de nome
Bare.
No que se refere à marcenaria havia muito, muito o que fazer. Tudo
tinha que ser feito: portas, janelas, móveis, cercas, portão de garagem,
etc., já que um carro fora finalmente adquirido, para que o Senhor e também as elevadas Damas pudessem sair, também ir até Innsbruck,
às autoridades. O discípulo Dörflinger, mais tarde o Sr. Deubler, eram
os condutores, os motoristas.
Por muito, muito tempo foi muito bonito na Montanha Sagrada, até
que, às vezes, aquilo que é humano, começou a se colocar em primeiro
plano. Eu posso dizer, eu, por mim, fazia tudo com o maior prazer. Para mim sempre estava diante dos olhos e eu estava sempre consciente, por
que motivo eu posso estar junto ao Senhor, e eu estou agradecido.
Muitas vezes o Senhor falava:
— Meu bom Sr. Wagner, o senhor tem tantas coisas para fazer,
mas mais tarde irá ficar mais fácil.
Em 1934 eu fui convocado. Para sempre servir verdadeiramente
com alegria. Eu já sabia anteriormente o que eu tinha e podia resgatar,
já que temos que seguir o chamado a qualquer preço, e que é o mais belo: poder tornar-se um servo do Senhor, mas plenamente, e por isso
todos nós tínhamos sido encarnados nessa época, para que, na hora da
realização, quando o Senhor nos chamasse, nós também devêssemos estar preparados. Por isso, outrora, todos foram elevados até Patmos,
para prestar o juramento: estar ao lado do Senhor, quando ele
precisasse de nós. As palavras da minha convocação foram: ser um
mestre da juventude, já que a juventude também me era confiada por um tempo, para as atividades de trabalhos manuais, ginástica,
educação, etc. Era um grande campo de atuação. Principalmente a
educação espiritual também era muito importante, o que tem grande
efeito terrenamente. Especialmente para os jovens deviam ser
estabelecidos limites severos, já que eles vinham de baixo. Aí
aconteciam tantas coisas. Todos eles tinham de fato a boa vontade. Assim eu providenciei que também fossem introduzidas horas de
trabalhos manuais, o que todos gostavam. Eu lhes dava sugestões,
ferramentas, material e também introduzi horas de debate, de modo que cada um podia falar o que quisesse. Eu considerava muito
importante, que tudo ocorresse de forma bem livre e espontânea. Eles
tinham que formar fila às 11:15h, assumir uma postura firme, uma breve volta. Pontualidade, limpeza, sim, promessas tinham que ser
rigorosamente cumpridas, tudo o que era importante para que eles se
tornassem rapazes de primeira. Às vezes o Senhor ficava de pé na
sacada da casa e olhava. Os jovens estavam alegres. Às 11:30h nós marchávamos juntos até o Gästehaus para o almoço, onde nós
comíamos juntos em uma longa mesa. Antes, uma oração da refeição.
Mais tarde ainda foi acrescentada mais uma mesa. Cada semana um era escalado, o qual tinha a responsabilidade por todos, mesmo se não
estavam comigo. Nas horas de trabalhos manuais havia, às vezes,
dificuldades. Certos rapazes não eram tão hábeis e também pouco alertas, então outros se aproveitavam disso e pegavam material deles,
para terminarem mais rapidamente o seu trabalho. Mas isso muitas
vezes era mal sucedido, pois eu ficava alerta. Aí eu brigava, não havia perdão. Eu os ensinava como a gente pode reconhecer a intuição de
forma consciente. Há exemplos suficientes. Os rapazes entendiam
muito bem, e para mim era tão belo poder ter um campo de atuação assim. A minha convocação dizia:
“Tu poderás dar muito à juventude, já que desenvolver-te-ás
para um mestre de arte nunca imaginada, assim também no
desenhar, o que já te foi dado.”
Freqüentemente o Senhor dizia para mim:
— Quando se olha para as fileiras, da forma como as pessoas trabalham, só deveria haver coisas belas.
Nisso ele me olhava de um jeito! Eu ainda não entendia, porque o
Senhor dizia isso para mim, eu pensava, isso tem um motivo, eu ainda vou descobri-lo. Temos de viver de forma pura, simples e bela. Quem
não faz isso, perturba a harmonia na Montanha Sagrada, este tem de ir
embora. Infelizmente havia algumas pessoas que não trilham o caminho de forma certa e estas a pureza já irá excluir. Aí tornou-se claro para
mim, porque o Senhor havia dito essas palavras.
Certo dia foi me entregue um projeto pelo cavaleiro branco. Um pavilhão octogonal devia ser construído, com 4 metros de altura e a
mesma largura, uma construção totalmente diferente, de característica
chinesa. Ele deverá servir ao Senhor no jardim do Graal, onde o Senhor irá poder trabalhar ao ar livre sem ser perturbado. O Senhor nos dava
continuamente mais coisas espirituais. O pavilhão deverá ter duas
grandes portas, que podem ser abertas para fora. Quando eu ouvi isso, fiquei muito feliz. Finalmente o Senhor poderá ficar totalmente sozinho.
Eu ainda me lembro como eu disse ao Senhor, que Ele deveria ficar
totalmente isolado, para que não fosse continuamente incomodado.
Então voltamos novamente, como muitas vezes, a conversar sobre
as imagens da Criação, as quais também irão atuar como uma espécie
estranha, pois ninguém pode imaginar, como se pode apresentar a Mensagem assim de forma tão aproximada, e isso foi possível!
Freqüentemente eu trabalhei nos esboços delas, em 1932. Era na pausa
do almoço e eu queria novamente desenhar algumas coisas como esboço. Aí o Senhor encontrava-se de repente atrás de mim, o que eu
nem supunha. Então o Senhor riu e disse:
— Mas o senhor está aprofundado, eu já estou há bastante tempo aqui e o senhor nem me percebeu.
Mas o Senhor logo me dava mais sugestões. Ficamos uma meia
hora conversando sobre isso, já que eu explicava tudo da forma como
eu via. Aí o Senhor estava satisfeito e disse:
— Continue assim, Sr. Wagner, pois devem surgir três imagens.
Mas, de qualquer forma, nós iremos conversar ainda mais vezes
sobre isso.
Depois de alguns dias já comecei a preparação do grande trabalho
para o pavilhão. Havia muito trabalho, até que eu tivesse reunido todo o material desejado. A madeira adequada não se encontrava ali. Todo dia
o cavaleiro branco me apressava, pois ele queria ver algo, apesar de eu
ter lhe esclarecido que eu já havia logo encaminhado tudo para receber o material desejado. Então ele disse: “Sim, isso eu não posso entender.”
Ele imaginava isso bem mais simples do que se podia supor. Um dia
finalmente uma parte do material se encontrava ali. A máquina
universal funcionava a todo vapor. O cavaleiro branco estava radiante. Mas a gente não via nada mais do que cavacos de madeira. Então ele já
perguntava de novo, impacientemente. Eu sei, ele tinha boas intenções.
Também para mim não era tão fácil. Um dia, quando eu novamente pude ir às 5:30h até o Senhor, eu contei ao Senhor, que não era tão
fácil e que já o tipo da construção de tal forma arcada já dava muito
trabalho, muito mais trabalho, e eu tinha que preparar tudo primeiro, até que eu pudesse construir. Eu faço tudo em todo o caso, porque o
cavaleiro branco, às vezes, já me criticava.
Então o Senhor me disse:
— Sr. Wagner, eu o direi ao cavaleiro branco, ele não irá mais
apressar o senhor.
Enfim, eu já faço todo o possível, mas o cavaleiro branco não possui
a compreensão para tal trabalho.
— Eu sei que o senhor está fazendo tudo para que haja um
progresso.
A partir daquele dia o cavaleiro branco estava como que mudado.
No dia seguinte ele veio, bateu nos meus ombros, desculpou-se bem
cordialmente e disse:
— O senhor é um tipo muito formidável! – e riu.
O Senhor me auxiliava continuamente, já que eu podia ir até Ele quase todos os dias às 5:30h. Além do meu trabalho eu tinha muitas
outras coisas para fazer. Eu tinha que cuidar dos pintores, da forja, dos
bombeiros, dos rapazes, da torre do relógio, que às vezes dava problemas e muito mais. Assim havia muito que relatar, quando eu
podia e me era permitido ir até o Senhor. O Senhor me presenteava
muita confiança. Às vezes me oferecia uma taça de vinho, especialmente quando Ele havia boas coisas para contar. Nessas ocasiões Ele me dava
elevadas orientações espirituais, de como os fios corriam na Criação.
Dia a dia prosseguia o pavilhão, até que havia chegado a hora do telhado, onde, em especial, surgiram muitas dificuldades. Ele era
curvado, da forma chinesa, aí eu tinha que encurtar toda vez cada
pedaço de madeira e, além disso, o pavilhão era octogonal. Mas deu certo. Eu estava muito satisfeito. Em aproximadamente uma semana eu
iria poder montá-lo, mas primeiramente deveria ser concretada a base
oitavada. Ela também deveria secar durante o domingo. Um dia tudo estava pronto, eu estava feliz. O cavaleiro branco que, por fim, era
responsável por tudo na Montanha, mandou providenciar um grande
carro, sobre o qual carregamos o pavilhão, que estava dividido em duas partes. Então partimos. O cavaleiro branco cedeu cinco homens para
ajudar, já que o pavilhão era muito pesado, especialmente o telhado,
que tinha de ser erguido sobre o conjunto, mas ele se ajustou muito
bem. Tudo. Eu estava feliz. Nesses dias o Senhor e as elevadas Damas tiverem de ir à Innsbruck. Foi uma grande sensação: “O pavilhão está
sendo montado!” Todos olhavam. Quando à tardinha o Senhor e as
elevadas Damas voltaram, a primeira caminhada do Senhor foi em direção ao pavilhão. Já havia terminado o horário de trabalho e eu
estava justamente reunindo as ferramentas, quando o Senhor chegou.
Alegremente eu relatei sobre tudo:
— Tudo ocorreu bem na montagem e na colocação.
Aí o Senhor riu e me deu a mão, e disse:
— Eu o sabia.
— Agora eu vou aparafusar tudo e começar a dar a primeira demão,
a pintar.
O Senhor se alegrou muito. Eu também irradiava de alegria, por
poder fazer algo bem prático para o Senhor. Eu era humilde e quieto. Eu tinha quase 24 anos de idade. Eu tinha ainda muito pouca
experiência, para atrever-me a um trabalho destes, mas com o grande
auxílio do Senhor, até o impossível pode ser feito.
No dia seguinte continuei novamente com o trabalho. Então me
aconteceu algo. Eu entrei no jardim do Graal com a caixa de
ferramentas, queria tirar a medida de algo, subi em cima de uma
banqueta que virou. Assim tive que procurar as ferramentas. Ai me
faltou meu metro de 2 metros. “Sim”, eu disse para mim mesmo, “este se encontrava aqui.” Eu procurei por tudo, mas ele não estava ali.
Então tenho que voltar novamente até a oficina. Mas também não
estava ali. Assim eu levei um outro junto. Quando eu estava chegando de novo ao portão, à cerca, da casa do Graal, meu amigo canino estava
ali com o metro na boca, abanando o rabo, foi muito bonito. Eu o
acariciei e disse: “Você é um garoto muito esperto”, mas tudo estava bem de novo. Bem disposto comecei a trabalhar, depois que eu havia
agradecido ao cachorro. O cão, em si, não era nenhum camarada assim
tão amistoso, um pastor alemão aguçado, mas eu gostava dele.
Com o trabalho do pavilhão eu aprendi muitas coisas,
especialmente como se deve trabalhar com a intuição. Isso foi o
decisivo, aquilo que fez com que o pavilhão desse tão certo.
O Senhor já havia me dito:
— Preste especialmente bem atenção à sábia disposição da
intuição, pois isso falta à maioria, também aos moradores da Montanha, – sobre o que o Senhor se queixava freqüentemente, que
essa faltava muito aos moradores da Montanha.
Pouco depois as portas foram enganchadas, o soalho colocado. Na mesma semana foram colocados os vidros. Tudo feito por mim mesmo.
Tudo foi pintado de forma bonita, por fora, em parte de vermelho
zinabre, o enchimento de cinza prateado, e o interior, até dois metros de altura, de cinza claro, depois clareando, e mais para cima de um belo
amarelo e o teto superior de dourado. Uma maravilhosa luminária para
iluminação. Para mim o trabalho logo chegou ao fim. Nesse meio tempo
o jardim foi preparado de forma muito bonita e um riacho descia de um jardim de pedras. Como sobre esse pequeno riacho ainda deveria haver
uma ponte, fiz ainda uma de forma arcada, de madeira de larício, com
um bonito corrimão arcado. Tudo deu certo, tudo ficou pronto e todos se alegravam, já que o pavilhão chinês se encaixava muito bem no belo
jardim do Graal.
Dois dias depois o pavilhão foi inaugurado, pois ele era algo
especial. Eu fui convidado pelo Senhor para isso. O Senhor, Frau Maria
e Fräulein Irmingard. Eu fiquei a uma certa distância. Naturalmente eu estava bem vestido com a roupa de domingo. Então o Senhor me
chamou até si. As portas foram abertas, o Trígono Sagrado sentou-se à
mesa, onde eu também tive e pude me sentar, cheio de alegria. Então o
Senhor falou:
— Agora novamente uma etapa se cumpriu, etapa essa que o
senhor, Sr. Wagner, nos tornou tão bela por meio de sua intuição,
de modo que nos alegramos muito.
Eu não pude dizer absolutamente nada, estava radiante, fiquei
muito emocionado. O Senhor me deu a mão e eu me inclinei
profundamente. Nisso o Senhor disse:
— Eu sei, o senhor ainda vai nos causar muita, muita alegria,
como na época de
Abd-ru-shin.
O Senhor contava como era nas alturas luminosas, as quais eram
atravessadas por maravilhosas irradiações, em plena harmonia, como lá
existe um eterno atuar e flutuar e tudo se cumpre. Eu estava com tanto calor, que mal conseguia suportar. O Senhor falava de modo majestoso
sobre assuntos que eu nem conseguia compreender direito. Eu estava
profundamente impressionado. Ele, o Senhor, falava dos ismanos, que eram totalmente perpassados pela intuição, que utilizavam
corretamente o raciocínio, que sabiam exatamente quão maravilhoso é o
grande presente da Luz, a intuição.
“Se os poucos se esforçassem por compreender, o circular seria restabelecido e irradiando a humanidade tornar-se-ia bela e livre.”
Ele contava que seria tão fácil ouvir o que a intuição diz, e as
pessoas a ouvem, sem exceção, só que o raciocínio deve se orientar e agir de acordo com o que a intuição diz, então tudo transcorreria de
acordo com as leis na materialidade. Na época de Abdruschin eu
também já havia cumprido e causado muita alegria, especialmente na construção do Templo, onde eu pude atuar junto.
— Sim, o senhor o sabe. – disse o Senhor e riu.
Depois de longos e muitos assuntos conversados, que não podiam ser captados por mim, o Senhor falou com as Damas, também sobre a
pressão que, de acordo com a Lei, sempre partia de cima até as regiões
mais baixas.
Então eles se levantaram. Fräulein Irmingard tinha uma máquina
fotográfica consigo.
— E agora queremos ter o mestre em uma foto.
Assim tive que ficar de pé na porta aberta.
— Sr. Wagner, o senhor tem motivo para se alegrar.
Então a foto foi tirada. Eu estava naturalmente irradiante.
Mais tarde o Senhor me disse:
— A foto ficou muito bonita.
Eu também ganharia uma cópia dela. Por cerca de duas horas eu
pude ficar junto ao Senhor, junto ao Trígono, onde pude ter as mais belas vivências. Sim, muito, muitas coisas me foram ditas. O pavilhão
causou muita alegria ao Trígono, e a mim também. Maravilhoso era
tudo. O Senhor me disse que, já de natureza, eu possuía uma
disposição infantil e “eu desejo que o Senhor sempre permaneça assim.” Eu não queria nada para mim, apenas servir, facilitar um
pouco o difícil caminho do Trígono. Assim, para mim, só havia mil
agradecimentos, por eu poder cumprir.
O bolo e o café estavam muito gostosos, mas eu mal ousava comer.
O Senhor também contou no café sobre a aliança que fora firmada
outrora, que agora Ele se encontrava pela última vez aqui e que a velha aliança deveria ser desfeita, pela necessidade de uma nova, assim como
foi dito na Solenidade.
Na minha convocação o Senhor disse que minha convocação iria se constituir de modo totalmente diferente, que no Burgo eu iria me tornar
guardião do Burgo, com uniforme, e que tudo o mais eu não deveria
contar.
Frau Maria me perguntou, qual seria agora o meu maior trabalho.
Então o Senhor disse:
— Eu acho, Sr. Wagner, que o senhor tem muito que fazer com
pequenos trabalhos, que se acumularam durante a construção do pavilhão.
Sim, é verdade. Então eu pude me despedir do sagrado Trígono e
agradecer do fundo do meu coração. Também pude dar a mão ao Trígono, já que o Senhor, como primeiro, me estendeu sua mão. Então
eles se retiraram para o interior do pavilhão.
Em 1935 eu casei, ocasião em que o Senhor mandou-nos chamar
especialmente até si e, mais uma vez, desejou tudo de bom. No domingo
seguinte, nós dois fomos convidados para um café no pavilhão, onde o Trígono encontrava-se novamente reunido e o Senhor contou muitas
vivências bonitas, também de espécie espiritual. Sobre o aprendizado
que Ele precisava para, aliás, poder trazer a Verdade aos seres humanos, o que era o mais difícil. Muitas coisas sombrias o Senhor teve
de vivenciar e sofrer, já que tinha de se encontrar como estranho sobre
este globo terrestre sombrio. Então veio o capítulo “reconhecer-se a si
próprio”, apesar Dele já há anos saber bem mais coisas do que todos os outros. Assim veio então o reconhecimento repentinamente. Era como
se uma venda Lhe caísse dos olhos. Como havia chegado a hora, Ele foi
auxiliado pelo Alto. Uma grande alegria surgiu Nele, sim, tudo Ele via diante de si, do Alto até o mais profundo baixio. Ele, que havia vindo do
Alto e que tinha a grande confiança em si, o grande amor, tudo jorrava
Dele com força. Era maravilhoso como o Senhor contava tudo isso. Parecia-me, como se toda a Sua figura reluzisse. Era maravilhoso estar
junto com o Trígono.
À noite, as mesas e as cadeiras foram trazidas para fora do
Pavilhão, já que uma bonita queima de fogos de artifícios seria
realizada. O Trígono tomou lugar por volta das oito horas e então teve
início. Todos os moradores da Montanha puderam ir ao jardim do Graal e alegraram-se. Durou duas horas inteiras, foi maravilhoso. Pois os
foguetes, as bolas luminosas e as muitas, muitas formas maravilhosas
que voavam pelo ar eram muito bonitas. O Trígono deu gargalhadas. Sim, ainda muitas vezes, mais tarde, foi comentado esse evento. No
final o Senhor agradeceu a todos os colaboradores pelo grande esforço,
que fizemos com prazer para o Trígono. Algo pequeno, já que o Senhor
só tinha poucas alegrias para vivenciar.
A vida na Montanha era como deveria ser sempre, pois cada um se
alegrava, se esforçava. O grande exemplo, o Senhor, as Damas, todos
nós sentíamos continuamente a proximidade da sagrada força, a irradiação, que muito necessitávamos. Todos se curvavam em
humildade e podiam captar muito daquilo que o Filho de Deus,
Imanuel, Parsival, continuamente nos dava. Às quartas-feiras à noite sempre havia Devoção, onde eram lidas dissertações de diferentes
senhores para a ampliação da Mensagem. Até mesmo portadores da
Cruz de prata podiam ler, também era muito bonito. Aos domingos, ao contrário, quase sempre era o Senhor quem lia, onde Ele ampliava a
Sagrada Mensagem. Às vezes, quando o Senhor não falava, o Trígono
sentava-se embaixo, diante dos degraus do Altar.
O Senhor fazia freqüentemente um passeio pela colônia com
Fräulein Irmingard e, nessa ocasião, Ele sempre passava pela
carpintaria. Fräulein Irmingard ia sozinha então para a casa da administração. Eu estava muito ocupado, de modo que muitas vezes
não percebia o Senhor chegando, pois, geralmente, eu logo abria a porta
para Ele. Mas o Senhor sorria, quando Ele podia me surpreender. Para mim isso não estava certo, mas Ele dizia:
— Está tudo bem, Sr. Wagner.
Assim eu relatava brevemente, contava o que havia me impressionado ou o que havia ocorrido. Freqüentemente Ele me dava
uma instrução, chamando minha atenção para certas coisas. Então,
quando vinham novos hóspedes, Ele os levava toda vez até a
carpintaria, onde Ele os apresentava a mim. A carpintaria, muitas vezes, encontrava-se num estado terrível, havia tanta poeira que tudo
ficava totalmente cinza. Mas quando o principal trabalho da máquina
acabava, eu logo me punha a fazer uma arrumação. Uma vez, eu ainda me lembro, o Senhor veio até mim na carpintaria. Como Ele ia sair de
carro, Ele me perguntou se eu precisava de algo com urgência. Nessa
ocasião havia uma tal poeira na carpintaria, que eu mal podia ser visto, devido a serra estar funcionando. Então o Senhor disse bem
amavelmente:
— Saia logo por algum tempo.
Tanta compreensão tinha o Senhor por tudo, era simplesmente
maravilhoso.
Um dia ocorreu uma desagradável surpresa, sobre a qual o Senhor
mostrou-se muito triste. Com o tempo, começaram a surgir
discordâncias por parte de certas pessoas, o que chegou até aos ouvidos
do Senhor. Não por mim, apesar de já ter percebido isso algumas vezes. O Senhor apenas queria ajudar a todos. Na verdade, havia alguns entre
as pessoas, que se encontravam bem mal sobre os pés, e nem sempre
eram firmes. Mas eu sei, elas se arrependeram muito quando
repentinamente abriam suas bocas sem pensar. Eu era bem cauteloso e
sempre tratei essas pessoas especialmente bem. Todos as conheciam,
eu sempre tive percepção muito boa para isso. Somente precisava olhar para uma pessoa e já sabia como ela era. Assim havia pessoas que
nunca entendiam bem o Senhor, mesmo as ordens que o Senhor dava,
elas, de preferência, interpretariam diferentemente e estavam interiormente insatisfeitas. Minha observação me dizia com freqüência,
que eu não devia dizer tudo ao Senhor, quando eu podia ir até Ele às
5:30h.
Mas o Senhor estava alerta. Ele logo me disse:
— Sr. Wagner, eu sei tudo. Eu também sei que o senhor quer me poupar. Eu vejo as malhas e os fios de forma clara e exata. Por isso
eu quero mostrar-lhe e dizer-lhe algo, então o senhor vai poder me
entender melhor, o quanto eu sofro já há muito tempo.
Então o Senhor me mostrou uma cabeça entalhada de Cristo, que muitas vezes eu já havia visto em seu escritório, sobre o qual eu nunca
tinha ousado falar algo.
Ele, o Senhor, disse:
— Tanto quanto meu irmão sofreu aqui, tanto assim eu também
sofro, de maneira e dores incríveis.
Por alguns segundos houve silêncio, até que o Senhor novamente olhou para mim. Eu fiquei estarrecido, lágrimas me brotaram dos olhos,
e pela primeira vez me sobreveio de forma inesperada um
pressentimento, sobre o que estava realmente ocorrendo no mundo. Então Ele me contou, bem pensativamente, o que Ele já vinha
observando há muito tempo. Ele disse:
— Se isso prosseguir assim, será pouco provável haver ainda
uma edificação, pois os convocados vêm mui lentamente.
Já estávamos nos aproximando do ano de 1936. Mesmo assim o
Senhor sempre ficava muito alegre por ocasião das festividades de
Natal! Ele cantava conosco, os funcionários, comia conosco e ninguém notava que o Filho de Deus sofria profundamente, pois Ele, o Senhor,
só queria dar. Assim Ele foi se tornando cada vez mais e mais sério.
— Eu digo isso ao senhor, porque o senhor me entende, Sr. Wagner. Por isso eu o quero dizer ao senhor, já chegou ao ponto
que os primordialmente criados queixam-se profundamente ao Pai,
e pedem-Lhe fervorosamente por auxílio, porque nenhum espírito consegue mais encontrar o caminho para o Alto, de tanto eles
terem se emaranhado. A humanidade torna-se cada vez menos
confiável. A Luz prevê isso. Os fios de auxílio pendem frouxos, não
são mais esticados para a vivificação. A honesta e boa vontade deveria primeiramente ir ao encontro deles, ligando-se a eles, então
eles se tornariam mais rígidos, tornando-se luminosos e iriam ao
encontro da humanidade de forma irradiante.
Assim eu pude entender direito o que o Senhor dizia, que o mais
difícil era levar a Palavra Sagrada à compreensão dos seres humanos.
Freqüentemente, quando o Senhor novamente estava muito triste, eu teria preferencialmente me escondido no chão, de tanto que me oprimia,
me tocava. Eu não podia dar nenhum consolo ao Senhor e pedia-lhe
com todo o meu ser, que Ele persistisse, pois Deus, o Senhor, iria intervir quando chegasse o momento.
Muitas vezes o Senhor me parecia tão à vontade, como se anjos O
carregassem nos braços. O Senhor sempre falava da edificação e novamente Ele se tornou satisfeito. Aí Ele podia rir tão à vontade e
alegremente, um irradiar emanava Dele, Ele era, pois, o Senhor!
Eu fora escalado como guardião do Templo, pelo Senhor
pessoalmente. Minha esposa deveria, mais tarde, só lidar com flores no
Burgo. Ao lado do Templo tínhamos nossa residência, pois o Senhor
estava constantemente em perigo, o qual crescia constantemente. Então eu estava especialmente alerta em todos os sentidos.
Uma noite eu acordei repentinamente, já que eu tinha deixado a
janela aberta. Então eu ouvi um ruído, pulei para perto da janela e vi dois camaradas no jardim do Templo que se esgueiraram pelo lado, com
o que eu gritei alto e forte para eles, de modo que eles pularam
rapidamente por sobre a cerca. Num piscar de olhos eu estava no Templo, e eu ainda os vi correndo do lado de fora da cerca. Os dois não
haviam suspeitado que, como era uma hora da madrugada, alguém
estivesse praticamente à espreita. Somente então, por meio desse pequeno incidente, é que se me tornou realmente claro, em que perigo
nós nos encontrávamos aqui em cima, especialmente o Senhor, nosso
Senhor. No dia seguinte eu informei o Senhor pessoalmente. Aí o
Senhor me disse que já o sabia pela Sra. Manz. Fora-lhe dito. Mas como o Senhor era, Ele agradeceu muito. Assim as trevas iam se esgueirando,
para cada vez mais próximo da Sagrada Montanha. Há pouco tempo
também ocorrera um caso parecido perto do jardim do Graal, mas eles foram afugentados pelos cães. Em um domingo o Senhor falou no
Templo, em uma dissertação onde ele indicou de forma especial para a
época futura, que deve ficar claro para cada um, que se deve ter a maior cautela. Então nós poderemos nos defender dos muitos ataques que
ainda virão. Mas ainda mais importante é zelar da pureza, isso detém
as trevas em sua intenção.
Um dia eu tive e pude ir com o Senhor até o sótão do Gästehaus,
(Casa de hóspedes). Lá o Senhor olhou o local, já que Ele tinha a
intenção de estocar ali uma grande quantidade de trigo e painço. Esses cereais deveriam ser prensados em flocos, para os moradores da
Montanha, caso devesse acontecer como estava previsto pelo Alto, que a
Montanha ficaria por um período de tempo isolada por fendas na Terra e água. Para essa finalidade Ele havia comprado uma máquina de
prensar cereais em flocos da Suíça. E essa máquina também veio. Eu
estava presente quando ela foi instalada e experimentada. Ela também funcionou muito bem. O Senhor se alegrava, pois Ele queria ajudar as
pessoas na Montanha e dar-lhes chances de sobrevivência, para que
ninguém passasse fome, pois as grandes modificações que haviam sido
profetizadas estavam iminentes. Eu reformei o sótão otimamente e bem vedado, para que nenhum grão se perdesse.
A máquina de flocos fora providenciada por dois discípulos do
Senhor, que se chamavam Eisenbein e Nabholz, e também eram suíços. Isso funcionou bem até a moagem. Então eles retornaram à Montanha,
totalmente descontentes. O Senhor já me havia dito algumas semanas
atrás, que Ele intuía que algo poderoso iria se modificar em relação a sua pessoa, algo que não seria bom. E veja, veio logo, os dois discípulos
suíços deixaram-se envolver totalmente pelas trevas e simplesmente
colocaram o Senhor diante da seguinte situação: eles teriam que
receber, caso o Senhor quisesse a máquina, a quantia de aprox. 60% de lucro, do contrário eles teriam que transportar a máquina
imediatamente de volta, pois não iriam conseguir a liberação dela pelas
autoridades suíças. O Senhor queria pagar a máquina por esses dias. O Senhor também havia se informado detalhadamente como seria a
liberação pela Suíça. Disseram-Lhe nessa ocasião que a Suíça venderia
a máquina com prazer. Assim ficou totalmente claro ao Senhor, o que esses dois discípulos queriam, ou seja, tirar dinheiro para si. Algo mais
infame eles não poderiam ter feito. O Senhor ouviu ambos calmamente,
olhou-os severamente e se enojou. Ele disse:
— Sim, se é assim, por favor, levem a máquina imediatamente
de volta, pois eu não quero ter nenhum dinheiro, nenhum centavo
para mim. Eu só queria ajudar, e isso só teria custado muito dinheiro a mim.
Então, repentinamente, o Senhor se decidira por devolver a
máquina àqueles, de quem Ele a havia recebido. Os dois discípulos
ficaram muito surpresos com isso, mas o Senhor os repeliu. Tudo isso se espalhou rapidamente. Assim toda uma corrente entrou em
movimento, sobre o que o Senhor dissera que viria a epidemia de
discípulos, porque muitos deles somente então mostraram como eram interiormente. E veja, muitos negaram o Senhor. Assim rompia-se cada
vez mais a confiança do Senhor, pois se já os discípulos não eram fiéis,
como seria então com os outros portadores da Cruz e adeptos. Ainda foi constatada muita coisa, o quanto o Senhor já havia sido enganado há
muito tempo. Diversos portadores da Cruz de ouro e de prata retiraram-
se da Montanha Sagrada e, com isso, do Senhor. Todos eles estavam, junto com os discípulos, numa ligação com as trevas. O Senhor estava
feliz, por ter chegado a isso! Então veio a frase dita pelo Senhor:
— Se eu tivesse ao menos dez honestos, nos quais eu pudesse
confiar, então eu estaria satisfeito.
Quando ele leu o ocorrido no Templo, seus olhos tinham um olhar
cheio de inacreditável severidade, como eu jamais havia visto.
— Agora a Sagrada Espada em breve golpeará! – foram suas últimas palavras.
Naturalmente as palavras pronunciadas pelo Senhor doeram muito
em certas pessoas, pois existiam entre elas alguns realmente bons e
honestos. Mas, como sempre, cada um queria fazer parte dos dez honestos. Tão vaidosos eram alguns.
Em 1936, a construção do Burgo Sagrado já deveria ter se iniciado. Mas infelizmente o Senhor me disse:
— Os seres humanos não ouvem e não ouviram o chamado
sagrado da Luz, que deve e deveria ser tudo para eles. Eles afundam e se enredam cada dia mais. A sagrada promessa e o sagrado
juramento que lhes deve ser tudo, eles esqueceram. Assim, eu
também terei de esquecê-los, de acordo com a Lei. Todos eles foram elevados a Patmos, tiveram a permissão de ver a maravilhosa
ilha azul; eles se ajoelharam orando e agradecendo pela grande
dádiva do Amor Eterno. Suas palavras foram: “Eu prometo servir ao
Senhor, quando Ele nos chamar.” Para tanto eles foram fielmente protegidos e preparados. Só são 144.000, os quais seriam
suficientes para serem exemplo, apoio e suporte para toda
humanidade, pois disso depende a existência inteira do ser humano. Distribuídos sobre o belo globo terrestre, eles se
tornaram, como espíritos alemães, líderes das nações! Irradiante
deveria ser sua existência e seu atuar. “Vós sois o fermento, vossa fidelidade ainda ingressará nas alturas luminosas depois de vosso
cumprimento, onde podeis cooperar alegremente no eterno circular
na Criação.”
O Senhor estava muito desolado, pois Ele não conseguia entender,
aliás, como era possível deixar de ouvir o mais elevado chamado. Já em
1933 Gandhi, Neruh e muitos outros deveriam ter vindo, na verdade,
todos os grandes que estavam destinados. Onde é que estavam os artistas, artesãos? Assim também o cavaleiro vermelho deveria ter vindo
como primeiro, já que ele sempre trazia sua esposa, que era portadora
da Cruz de ouro, para as Solenidades na Montanha. Ele próprio ficava em Innsbruck, se divertindo. Assim continuava e continuava. O Senhor,
como Parsival, esperava pacientemente, tinha de ficar assistindo. Mas
apenas por pouco tempo. Ele, que se esforçava tanto para libertar os seres humanos do cerco. Só era necessária uma vontade para passar a
linha de giz, então a arrogância estaria vencida.
Em 1936, nos primeiros dias do mês de março, o Senhor estava
muito inquieto, como se novamente viesse algo inesperado. Como
sempre eu tinha muito receio quando Ele me contava de seu irmão
Jesus, como este, na cabeça entalhada, dava tanta expressão à dor.
— E tanto assim eu sofro, - dizia ele freqüentemente.
E veja, em 11.03.1936, antes do almoço, houve um forte ataque das trevas contra o Senhor. O Senhor fora preso pela polícia municipal de
Innsbruck por um certo tempo, para averiguação de caso de
contrabando de dinheiro, desencadeado pela epidemia de discípulos e
por um de seus convocados. Difícil foi aquela época, muito difícil para
nosso Senhor, na grande esperança de que Ele logo pudesse retornar.
Demorou certo tempo até que isso acontecesse, até que o Senhor retornasse. Pôde ser provado que o Senhor realmente não sabia nada de
tudo aquilo. Isso fora ocasionado por alemães que residiam na Áustria,
os quais O teriam responsabilizado pelo contrabando de dinheiro. Depois da soltura o Senhor me contou como tudo ocorrera. O Senhor
estava novamente muito triste por causa da imprudência de um elevado
convocado, já que este não queria prejudicar o Senhor, mas aconteceu. Na verdade, isso não passou pelo Senhor sem deixar marcas. Isso não
poderia ter acontecido.
Na sagrada Solenidade fora retirada a espada do cavaleiro branco e
ele foi rebaixado por certo período de tempo. Depois de um tempo ele a
recebeu de volta. O cavaleiro branco ajoelhou-se sobre o quarto degrau
diante do Altar. Foi em uma Solenidade. Eu ouvi como ele falou:
“Senhor, eu Te agradeço.” Ele curvou-se demoradamente. Então ele
ergueu o olhar, e olhou para o Senhor com profundo arrependimento. O
Senhor o perdoou, olhou longa e profundamente para o cavaleiro branco, como se quisesse dizer: como pode um primordialmente criado
cair tão fundo na matéria. Nessa época a ligação havia se
retraído. “Seja novamente meu cavaleiro branco.” Sim, o Senhor perdoou, mas iniciou-se junto ao Senhor uma profunda e incisiva
modificação. Eu sabia de tudo, me doía muito por causa do Senhor,
pois Ele confiava menos ainda em nós. O Senhor nunca mais teve a
grande alegria, apenas objetividade a partir de então. Ele foi se tornando cada vez mais e mais sério, asco surgia Nele, mas também o
grande amor para com aqueles que eram bons.
Em 19.07.1936 fora realizada à noite uma Solenidade extra, sete
anos da transição universal, uma Solenidade bem elevada, onde o
Senhor Imanuel recebeu poderes para tomar os acontecimentos ainda mais firme nas mãos. Por ocasião desta elevada Solenidade, Parsival
fora substituído pelo Senhor Imanuel e a parte irradiante fora retraída
para cima, para que Imanuel pudesse agir diretamente. Fora um ato único, que jamais se repetirá e que não pode ser reconhecido em seu
pleno valor por nós, espíritos humanos. Já que, em conseqüência da lei,
nós, seres humanos, nos originamos do espiritual. Nessa Solenidade houve uma inacreditável tensão, tão cheia de força, como se o próprio
Deus, o Senhor, tivesse descido até nós. O Senhor também revelou a
todos nós, que puderam estar presentes, o que a partir de agora, sim, a
partir de hoje, iniciar-se-ia, que o Amor, o Sagrado Amor, Maria, oriunda do inenteal, começaria a se desligar lentamente da matéria.
Mas dito com acentuação, foi dessa forma que o Senhor pronunciou
estas palavras. Os olhos faiscavam de uma espécie inacreditável, com uma impenetrabilidade e severidade, como eu jamais pude ver e
vivenciar. O Senhor estava ali, com traje branco, diante de nós poucos,
de modo que nem me atrevo de relatar o que ainda pude ver naquele momento. A pressão da Luz era tão forte, quase insuportável. Para essa
Solenidade foram convidados apenas poucos moradores da Montanha,
pelo Senhor pessoalmente: cavaleiros, apóstolos, discípulas, discípulos
bem como três portadores da Cruz de ouro: Fritsch, Götz e eu. Foi à noite, todos os elementos poderosos da natureza estavam presentes. Eu
sei, faltavam 20 minutos para as dezoito horas, quando o Senhor já
estava no Templo, formou-se um temporal bem grande de inacreditável poder. De repente veio uma tempestade, de modo que o Templo
balançava e tremia. O apóstolo Schwarzkopf estava comigo na entrada
do Templo, aí houve um estrondo que foi tão forte, que nos lançou para trás, como se fosse um furacão.
Pontualmente às 18 horas iniciou-se a elevada Solenidade, na qual
o Senhor se revelou a nós, seres humanos, e a todo mundo. Ele retirou
a espada da bainha como se fosse um relâmpago e dirigiu-a contra a humanidade, como sinal do início do Juízo. O Senhor falava tão
incisivamente, tão poderosamente, sim, Dele retumbava, como se Ele
anunciasse a luta. E assim foi, pois o que foi falado dizia tudo. Ele incriminou o espírito humano pelo completo falhar, pela falta de
confiabilidade em todos os sentidos. O Senhor falou por uma hora
inteira e esclareceu tudo em relação a nós. Era um tapa na cara de cada um, pois cada um fora atingido. O Senhor deu novamente uma
visão geral do Alto até aqui embaixo, como tudo acontece e tem de
acontecer de acordo com a Lei.
— Pois por causa de vós toda a sagrada engrenagem não para,
engrenagem que foi construída de forma tão maravilhosa. Vós
entrais nas mós, cada um de acordo com seu atuar, e assim acontecerá. Vós podíeis ter salvado tudo, se assim o tivésseis
desejado, se tivésseis vos esforçado. Agora chegou a hora que cada
um tem de sentir de acordo com sua medida. A sagrada espada
faísca como o raio verde e a ponta dourada, repleta de sagrada força, golpeia agora em vossas fileiras, já que a ira de Deus elimina
os vermes.
Muitas, muitas coisas o Senhor exprimiu de modo retumbante, como se quisesse dizer: Agora é indiferente para mim. Os maravilhosos
servos do Senhor cumprem fielmente sua tarefa, os enteais, já que a
paciência de Deus finalmente chegou ao fim. Assim rege Deus.
No domingo seguinte, o Senhor fez novamente uma palestra de
espécie inacreditável, pois Ele via como todos pendiam as cabeças. Ele disse:
— Agora não é hora de deixar a cabeça pender, ser ainda muito
mais vigilante é lei suprema. Refazei-vos, procurai agir
corretamente! Isso eu exijo de cada um individualmente. Eu tive de sofrer por vós, não vós, na prisão. Eu tive de deixar tudo passar por
cima de mim e vós, o que fizestes?
A partir de então o Senhor se tornara bem severo. Ele estava totalmente diferente, não era de se admirar. O que a humanidade fez,
só porque ela não se esforçava sinceramente.
De forma mísera o Senhor olhava para a fileira dos seres humanos.
Ele teria de preferência se afastado totalmente, de tanto que isso Lhe
doía.
A partir do ano de 1932 eu tive muitas vezes oportunidade de falar
com o Senhor sobre as imagens da Criação. Como tantas vezes, Ele me dava sempre de novo dicas, para que eu progredisse, já que os
desenhos avançavam lentamente. Mas o Senhor via que eu
praticamente não tinha tempo, pois havia muito que fazer na Montanha. Assim Ele me deu a possibilidade de escrever
continuamente tudo o que era dito, para mais tarde, já que virá o
tempo, disse-me o Senhor, onde eu poderei desenhar com tranqüilidade, já que para isso era necessário tranqüilidade. Eu me
lembro, uma vez na hora do almoço senti novamente o impulso, bem
como também freqüentemente aos domingos, para continuar a
desenhar, ou melhor, a fazer os esboços. Nessa ocasião eu devia ter estado bem aprofundado, de repente o Senhor se encontrava atrás de
mim, de modo que eu me assustei um pouco, ao notá-Lo. Então o
Senhor sorriu e disse:
— Mas isto outra vez está ficando bonito.
Então novamente conversamos muito, detalhadamente, já que os
esboços eram bastante compreensíveis.
— Mas, disse o Senhor, não se esqueça de fazer os planos mais
curvados, para que se pareçam com taças. Os mundos são de fato
todos redondos, mas recebem como uma taça.
Quando Ele veio da próxima vez, Ele se alegrou com os meus
progressos. Eu tive que me esforçar muito, muito para trabalhar com a
intuição, já que o Senhor só me dava indicações, mas eu ficava muito feliz e agradecido. Os desenhos também deveriam fazer efeito, e não
apenas agradar. À tardinha, às 5:30h, como freqüentemente, eu pude ir
até o Senhor, onde também começamos a falar novamente sobre as imagens, pois elas também teriam sido importantes. Mas não havia
possibilidade para que fossem terminadas, dizia o Senhor às vezes. Por
ocasião da conversa o Senhor sempre estava muito, muito alegre, tão livre. O Senhor era de caráter muito fino, extremamente fino. Dele
irradiava tudo o que é elevado, puro, podia-se sentir de cada palavra.
Era simplesmente celestial!
Eu, por minha pessoa, estava toda vez tão preenchido e agradecido.
Eu me curvava em humildade diante da figura majestosa do Senhor. O
Senhor vestia-se tão bem, tudo combinava com Ele numa harmonia
plena. Quem se esforçava com sinceridade, recebia a maravilhosa ligação, pois então todas as dificuldades se dissolviam. Os maravilhosos
estímulos que partiam Dele, a vivacidade, faziam com que os problemas
mais difíceis logo encontrassem uma solução. A irradiação do Senhor era inacreditavelmente forte.
Novamente eu pude ir um dia ao Senhor, desta vez foi antes do
almoço. O Senhor era sempre tão cordial. Ele disse:
— No caso, de novamente acontecer algo, – já que a partir de então Ele não tinha mais sossego. Tudo o que aconteceu naquela época,
levou-O a dar passos que não estavam previstos.
— Eu sei, Sr. Wagner, eu posso confiar no senhor, já que o senhor pertence completamente a mim e se esforça sinceramente,
o que me faz muito bem. Caso algo aconteça, eu tenho o endereço
de sua pátria, de seus pais em Ried, em Oberösterreich (Estado da Áustria) para onde eu me dirigirei para informá-lo, caso eu precise
do senhor. As coisas já vão ser arranjadas de tal forma para que
permaneçamos em ligação, assim conduzido pelo Alto. Tenha
apenas uma forte confiança, então nada de sério poderá lhe acontecer. Eu sei, o senhor se alegra, pois eu posso confiar no
Senhor, eu sei isso muito bem. Ao senhor eu posso dizer isso, pois
o senhor não é vaidoso.
Eu agradeci a Ele com todo o meu ser e prometi me esforçar
sempre.
— Sim, eu sei disso, – disse-me Ele e me deu a mão.
Devido à aproximação das trevas da Montanha, foram instituídos
vigias ao redor da Casa do Graal. Primeiramente só os mais elevados convocados fizeram parte disso. A cada duas horas havia um
revezamento. Mas como já era, não demorou muito que isso já
enervasse os elevados senhores, apesar deles terem podido se deitar durante o dia. Em resumo, teve que ser modificado. Então ocorreu que
várias pessoas foram instituídas, como por exemplo, o Sr. Fritsch, ainda
outros e eu. Mas também isso não durou muito tempo, e a vigilância
externa fora retirada pelo Senhor, por um determinado motivo, que preferiria não mencionar, mas foi assim. O Senhor constatou que as
belas roseiras, que ornamentavam maravilhosamente o caminho em
torno da Casa do Graal no verão, ficavam cada vez mais marrom, pelo menos muitas delas. Isso ocorreu devido ao fato de alguns senhores
regarem as roseiras com urina durante a noite, e isso com freqüência!
Sobre isso o Senhor ficou fora de si, já que fora preparado um local para tanto. Ao menos pensar um pouco teria sido oportuno. Isso deixou
o Senhor novamente muito triste. Ele distribuiu a todos um escrito que
dizia que isso não teria sido necessário e que eles deveriam refletir que isso evitará o desenvolvimento normal das roseiras.
O Senhor havia me dito, o que ele próprio percebera.
— Sim, assim são certos convocados, ao invés de ficarem
agradecidos por poder fazer um pequeno sacrifício, o que seria tarefa deles, e empregar todo o esforço para cumprir corretamente.
Infelizmente, infelizmente aqueles que fazem algo assim nunca
compreenderam o Sagrado Chamado. Assim eu me encontro aqui com grande amor, quero auxiliar e dar a todos e como se mostram
certos convocados elevados? Um animal trilha seu caminho de
acordo com a Lei e o que faz a maioria dos seres humanos?
Havia também um motivo mais profundo para a instituição da vigília em torno da Casa do Graal. O Senhor queria dar a todos esses
senhores uma possibilidade de resgatarem por meio dessa vigília, o que,
em relação ao seu comportamento, só teria sido uma pequena parte. Mas nem isso não foi possível com a maior parte. Assim eles davam
provas de sua sintonização espiritual. A partir de então o Senhor
também sabia como era a situação dos poucos que ainda cumpriam. O Senhor me mostrou a ver o acontecimento de forma espiritual. Quão
alegre eu fiquei, por eu pelo menos aí não falhar. Mas o Senhor leu isso
dos meus olhos e disse:
— Alegre-se, Sr. Wagner, e conserve sua simples grandeza de forma fiel e verdadeira.
Novamente me senti tomado por um profundo sentimento. Eu sabia
que nós cometíamos diariamente muitos erros, mas eu pelo menos me esforçava realmente de forma sincera.
Assim aconteceu que o discípulo Lucien Siffrid foi primeiramente encarregado para assumir a vigília na Casa do Graal. Como ele não era
um funcionário, era-lhe fácil lidar com o problema do sono. Depois de
certo tempo era eu quem deveria assumir essa vigília. Eu me alegrava muito e estava grato pela elevada confiança, por me ser permitido
assumir a elevada vigília, velar e proteger o Filho de Deus, Imanuel, da
melhor forma que fosse possível. Para mim só havia e só há uma coisa: o cumprimento, e por que eu, aliás, pude ser encarnado e ter recebido
tanto para facilitar um pouco ao filho de Deus, o seu difícil caminho. Eu
prometi com todo o meu ser, já quando eu recebi a Mensagem pela
primeira vez em 1931. Aí me surgiu a premonição, como se eu já tivesse podido servir sempre ao Senhor. Tudo isso tem de surgir diante dos
olhos de cada um, então não pode mais haver um falhar, porque assim
somos sempre alertados pela intuição, a consciência, o plexo solar. Agradecimento, mil vezes agradecimento pela sagrada disposição.
Minha oração sempre era, para que eu jamais decepcionasse o Senhor.
Assim queira Deus, o Todo-Poderoso, para que a força sempre se encontre ao meu lado. Só quem se esforça pode contar com o auxílio de
Deus, a todo o momento. Não é em vão que a voz do povo diz: “Ajuda a
ti mesmo, então Deus também te ajudará!” e isso tem de ser compreendido.
Aos domingos o Senhor freqüentemente lia uma dissertação, o que
era maravilhoso. Era magnífico poder ouvir e ver o Senhor. No Templo havia muito que fazer. Assim tudo tinha que ser organizado e
preparado. O Altar era novamente cautelosamente descoberto, enfeitado
aos domingos, bem como às quartas-feiras, colocado água no cálice, as velas eram acesas e muitas outras coisas. A tarefa me fora transmitida,
o que eu fazia com prazer. Quando o Senhor falava a Bandeira do Graal
era colocada inclinada à direita atrás do Altar, junto à parede. A Bandeira verde também era hasteada todos os domingos no mastro na
frente da Casa do Graal. Isso também era um ato muito belo. No
inverno eram acesas as quatro estufas. Eu retirava a neve e varria o
caminho para o Templo, e fazia também outras coisas. Havia muito trabalho na Montanha Sagrada. Cada um queria, fazia e auxiliava para
que a Montanha Sagrada ficasse limpa e fosse mantida exemplarmente.
Eu, em todo caso, me esforçava ao máximo possível. Se todos tivessem feito isso, então tudo teria transcorrido bem. Para tanto tínhamos sido
encarnados, para tanto nos fora permitido estar na Montanha. Cada um
havia pedido por isso, ninguém fora chamado, ninguém obrigado. O fato de certas pessoas quererem representar o fino “Max” e muitas vezes se
esquivar do trabalho, era coisa de cada um. Eu teria me envergonhado
profundamente. O Senhor se alegrava por todos que auxiliavam em
manter a limpeza na Montanha. Também o exercício dos bombeiros era realizado brevemente em cada domingo, ao qual o Senhor jamais
deixava de assistir da sacada. Muitas vezes era muito bonito na
Montanha Sagrada. Havia um movimento e labutar, que era de se alegrar. Freqüente, sim, mui freqüentemente o Senhor dizia:
— Que bonito seria, se sempre permanecesse assim.
O Filho de Deus sofria indizivelmente em silêncio. Ele via como tudo
haverá de vir.
— Se os seres humanos apenas soubessem e se esforçassem, ainda se poderia auxiliar. Da maneira como, aliás, as convocações
se sucederam, todos eles deveriam jubilar de alegria e agradecer,
por tudo que puderam vivenciar em Patmos e que lhes foi emprestado, mas que eles também têm de cumprir, de uma ou de
outra forma. Todos eles prestaram diante de Deus, o Senhor, o
sagrado juramento de servi-Lo fielmente quando eu, o Filho de
Deus, os chamasse, para que estivessem aqui quando Ele necessitar deles, porque eu tenho de conduzir a edificação com todos vós.
Contudo, os 144.000 têm de estar completos. Eles são o fermento,
sobre o qual o mundo inteiro tem e deve se edificar, pois vós sois os grandes exemplos, a vós todos será emprestada elevada força,
pois trata-se de tudo, de toda a existência.
Sempre de novo o Senhor falava:
— Reflitam, se vós não cumprirdes, a humanidade inteira cairá
convosco e vós tereis de perecer miseravelmente. Sedes vigilantes, seres humanos, cumpram o que prometestes. Honestidade e
fidelidade têm de se tornar algo próprio a vós a todo custo, pois os
povos estão esperando. Sim, até mesmo a Terra inteira será elevada
para uma zona mais agradável, para um clima melhor. Muitas, muitíssimas vezes eu já vos disse, mas como vós destes atenção a
isso até agora? Por isso, terminam as advertências! Agora virão os
golpes. A Espada divina golpeará entre vós como o relâmpago verde e atingirá cada um lá onde for necessário, pois eu queria vos guiar
suavemente para a alegre construção da tão maravilhosa Criação.
Agora chegou a hora. Como não quereis receber como as crianças, o sagrado Juízo fará tudo o mais. Pois sagrada é a Palavra, tão
sagrada que eu gostaria de retirá-la novamente, pois vos falta
qualquer noção. Eu não posso nem pensar nisso, senão me
sobrevém um horror de vós, pois eu vejo todos os fios atuantes, que os enteais têm de tecer para vós para vos oprimir. Para muitos já é
tarde demais! O que acontece comigo eu não posso vos dizer. Eu
vos dei abundantemente e não me será concedido mais tempo! Pensai nisso. Assim se passa no Fenômeno Universal! Assim se
passa comigo!
As muitas dissertações que o Senhor lia no Templo foram, em parte,
reproduzidas e vendidas, e cada um que as recebia também as
comprava com gratidão, uma vez que não eram caras. Naquela época construía-se sempre, até onde desse o dinheiro do Senhor. Bem como o
Gästehaus (Casa de hóspedes) que precisou incondicionalmente de um
teleférico para o material, já que a longa estrada até a Montanha era
muito estreita. Também um carro fora adquirido, para que o Trígono pudesse e devesse ir a Innsbruck várias vezes.
Sempre de novo certas pessoas pediam ao Senhor, que lhes fosse permitido mudar-se para sempre para a Montanha. Apesar de o Senhor
ver que muitos entre eles não eram sinceros, o que já se mostrava
depois de alguns meses, pois faltavam certas comodidades lá em cima na Montanha.
Em 1936 o Senhor via que muitos portadores da Cruz de ouro não cumpriam, esqueceram totalmente seu juramento realizado em Patmos
e não vinham, como estava previsto. Esta foi a maior decepção e doía
muito ao Senhor. Entretanto o Senhor se tornava cada vez mais calmo, Ele via como viria a ser. Seus olhos tornavam-se cada vez mais
aguçados. 120 pessoas estavam na Montanha, e certas pessoas não se
movimentavam de forma bela. Elas não vibravam, sim, elas
atrapalhavam.
Tudo estava construído conforme o Senhor intencionara e conforme
havia sido planejado. Não era de se admirar, que se tornava cada vez
mais claro ao Senhor, que o Burgo do Graal não iria ser mais construído. Ele disse:
— Agora virá o tempo onde os seres humanos – com isso Ele se
referia aos portadores da Cruz – notarão eles mesmos que já é tarde demais! Os desencadeamentos já estão em andamento e não
terminarão mais.
O Senhor me falava freqüentemente como haveria de vir, como os efeitos iriam se mostrar. Mas eu não deveria falar para ninguém, nem
mesmo para minha esposa, pois virá como está escrito na Bíblia e ali
não está nada róseo. Mais o Senhor não dirá aos seres humanos, já que
eles não acreditam, do contrário agiriam diferentemente. Depois da prisão em 1936 tudo se modificou.
O Senhor falou na Solenidade entre outras coisas:
— Maria, o Amor de Deus, começou a se desligar lentamente da
matéria.
Esta frase me deu muito que pensar. Eu o guardei bem. O que foi que o Senhor disse? Que o Amor começa a se desligar lentamente? Sim,
isso significa que a parte divina é retirada do espírito humano
desenvolvido, e permanece o espírito humano, o qual pôde acolher a parte inenteal, a fim de atuar através dele. O divino inenteal é uma
parte irradiante, sobre a qual o Senhor teria escrito minuciosamente
nos nove volumes que deveriam ser editados. Eu pude tomar conhecimento de muitas coisas através do Senhor, sobre as quais eu
não escrevo, pois elas simplesmente não seriam compreendidas. Então
Fräulein Irmingard usou um véu por ocasião desta Solenidade. Também
isso teve um profundo motivo e causa. Mas enquanto o Senhor estiver na matéria, ela também estará. Aconteceram muitas coisas que os
portadores da Cruz nem percebiam, de tanto que dormiam, pois se
comportavam como crentes de igrejas. Sim, assim se passava na Montanha Sagrada.
Por isso o Senhor falava sempre de novo:
— Virá diferentemente e vem de forma diferente! Se os portadores da Cruz não aprendem, então eles serão obrigados à
modificação, e virá a aflição assim como os sete “ais”, os sete
cavaleiros do Apocalipse passarão.
A diferença fazia-se notar cada vez mais, pois na maioria não eram
portadores da Cruz, mas apenas adeptos, e um grande peso para Ele.
Quantos ainda se esforçavam sinceramente, a perspectiva era ruim, infelizmente.
O senhor passou por muitas dificuldades na vida. Ele veio ao
mundo como filho de um comerciante de Bischofswerda, na Saxônia, onde ele aprendeu o ofício de comerciante, indo mais tarde para o
exterior, para a América, Índia, a fim de encontrar melhores
possibilidades de rendimento. Mas também para poder conhecer o mundo e as pessoas. Na Índia Ele quase fora envenenado, se Ele não
tivesse sido advertido pelo seu servo, que Lhe era muito fiel: Ele não
devia tomar a bebida. (Naquela época era muito difícil para os alemães! Quando Ele fora advertido para que não bebesse, o Senhor viu como
um homem desapareceu rapidamente atrás de uma cortina do local. Em
seguida o Senhor saiu do local e se tornou ainda mais cauteloso. O homem que havia desaparecido por detrás da cortina, era um faquir
que não conseguiu entender por que o Senhor não havia bebido. Mas o
servo sabia. Ao servo, que amava muito o Senhor, por Ele ser bom com
ele, sobrevieram as lágrimas, quando ele contou o que havia observado.) Então o Senhor ficou muito agradecido. Os faquires não eram nobres. O
Senhor, porém, fazia questão de conhecê-los. Então aconteceu que o
faquir seguiu o Senhor e atacou-O na rua, mas ainda pôde ser desviado, já que o Senhor era hábil e cauteloso. O faquir só queria
dinheiro. Mas havia também os iogues, que eram os espiritualmente
nobres e, por isso, tanto mais fortes, já que assimilaram todas as lutas
espiritualmente e observavam a ação. Através disso surgiu uma
agradável conversa com os iogues, mas o Senhor já estava preparado,
para por fim às intenções do faquir. Os faquires, por si, temiam os iogues. Os iogues eram realmente pessoas finas e dessa maneira o
Senhor chegou a conhecer as diferentes formas de convivência. Tudo
deveria acontecer assim, para que o Senhor o conhecesse. Sobre essas narrativas eu poderia escrever um livro inteiro. Uma coisa ainda desejo
mencionar. O faquir não perdeu o Senhor de vista, já pelo fato dele ser
um estrangeiro. Por isso ele interceptou novamente o Senhor, onde houve uma briga. Mas como devia ser, veio-Lhe um senhor em auxílio e
o faquir teve que sumir.
Nesta oportunidade o Senhor conheceu um homem, que foi muito
importante para Ele, pois era um austríaco, que tinha uma propriedade muito bonita na Índia e que também convidou o Senhor para ficar em
sua casa. Aí o Senhor viu quão belo ele havia organizado tudo
tipicamente indiano. Assim, conversando, o Senhor ficou sabendo que o homem era um especialista em escavações. E assim, o Senhor lhe
contou sobre uma pirâmide, sobre a pirâmide de Abd-ru-shin, o que
interessou muito a esse senhor, pois um homem assim era importante para o Senhor, já que o Senhor sabia desde há muito sobre a pirâmide.
Este homem foi conduzido para Ele e assim Ele sempre ficou em
contato com esse especialista. Um dia o Senhor também teve que deixar novamente a Índia. O servo agradeceu ao Senhor do fundo de seu
coração, ele sabia que o faquir logo findaria com sua vida. Levá-lo junto
não era possível, era assim na Índia, mas o Senhor disse-lhe alegremente, que um dia Ele o levaria junto para o Alto, devido à sua
fidelidade e seu servir.
Chegando à Suíça, de onde Ele havia partido, Ele foi logo preso. Motivo: fraude. Aí o Senhor ficou muito admirado, sem saber de nada.
É, como assim? Aí se constatou que seu colaborador mais próximo, com
o qual Ele já trabalhava há muito tempo, tinha falsificado uma promissória com a assinatura do Senhor e desapareceu. Essa
falsificação foi logo descoberta. Por isso já haviam esperado pelo
Senhor. Sabia-se que Ele retornaria nesse dia e horário. Então o Senhor encontrava-se ali, como falsificador. Naquele momento o Senhor
também não pôde fazer nada. Assim aconteceu que ele fora expulso do
país, para fora da Suíça. E isso não foi diferente em muitos dos seus caminhos. Sim, dessa forma o Senhor teve que vivenciar muito,
muitíssimo sofrimento. Isso fazia parte de seu caminho, para conhecer
tudo. Assim, o Senhor também se casou e teve uma filha. Sua esposa
não o compreendia e houve muitas desavenças. Assim, interiormente, mesmo no matrimônio Ele permaneceu sozinho, pois a cabeça dura e o
gênio daquela mulher tornavam-Lhe as coisas impossíveis. Assim o
Senhor também teve de vivenciar aquela horrível separação.
Na primeira Guerra Mundial o Senhor foi internado por ser alemão,
isto é, foi levado preso. Mas a partir desse aprisionamento tudo se modificou, já que o Senhor teve muito tempo para realizar uma
profunda introspecção e escrever os muitos acontecimentos
vivenciados. Sim, cada vez mais consciente foi Lhe tornando, que
missão o aguardava na Terra. A perda de muito dinheiro pela queda da cotação do tabaco no comércio de tabaco, que ele representou por longo
tempo na compra de produtos de tabaco, auxiliou para isso. A vida
intelectual de todas as pessoas Lhe parecia incompreensível. Ele sofria muito. As pessoas não acreditavam Nele, especialmente nos tribunais.
Através do registro por escrito das vivências, foi-Lhe mostrado pelo
Criador o caminho que Ele tinha de trilhar. De repente, ele pôde reconhecer toda uniformidade das Leis, as Leis primordiais se Lhe
tornaram algo próprio. Um anseio se elevou Dele: como é que essa
humanidade pode ser auxiliada? Uma grande gratidão Lhe sobreveio,
Ele não conseguia se desfazer do aperto constante, o poderoso pedido se elevou ao Altíssimo e ligou-se com Deus, o Senhor. Tudo era uma
elevada escola espiritual e Ele se sentia impulsionado a escrever, até
que o caminho estivesse diante Dele, de forma clara e nítida.
Assim surgiu a Sagrada Mensagem. Nele surgiu e estava o
reconhecimento sobre quem de fato Ele era. O Sagrado Filho Parsival, o
Filho da Luz em pessoa, um raio do Burgo luminoso, que tem de travar a luta na materialidade e com Lúcifer, a qualquer preço. Foi como se
uma venda Lhe tivesse caído dos olhos, Ele viu todo o acontecimento
desde o Alto, a partir do Burgo sagrado, o caminho para baixo até a materialidade e ainda mais fundo. Havia chegado a época em que ardia
Nele a fagulha divina e Ele sentiu a ligação com Imanuel, que veio do
inenteal para o Burgo da Luz, onde Ele tem o Seu trono. A Rainha primordial veio até Ele e o conduzia sabiamente. A ligação Imanuel –
Parsival surgiu então conscientemente. Foi maravilhoso. Logo veio o
encontro com Maria, Irmingard, Elisabeth e Alexander. A elevada
condução espiritual se mostrou e o reconhecimento da elevada complementação espiritual tinha chegado. Com isso o Trígono divino
estava unido. Veio também o casamento, já que Frau Maria era viúva.
Mas a ligação espiritual também teria ocorrido de qualquer maneira. A grande realização na matéria e no espiritual ocorreu, assim como estava
determinado pelo Alto. Com elevada, sim elevadíssima força espiritual
se iniciou a edificação, 1928-1929. O Mestre Universal para atuar como Portador da Verdade, como Juiz e como Espírito Santo.
O Senhor escreveu a base da Mensagem Sagrada em Bischofswerda, em um pequeno quarto com uma janelinha e à luz de velas. Logo se
podia notar como progredia rapidamente. Continuamente as pessoas
começavam a encontrar o caminho para o Senhor, para Parsival, devido
à forte irradiação. Eram os primeiros convocados que ouviram o chamado e também O reconheceram. Alegremente o Senhor contou isso
para mim em 1932, quão maravilhosamente tudo estava sendo
conduzido, que os enteais atuavam alegremente junto na materialidade, era belo demais. Da Alemanha o Senhor se mudou para a Áustria em
1927, para Igls perto de Innsbruck, onde Ele permaneceu por certo
tempo. Em 1928 tornou-se-Lhe claro que o belo pedaço de terra em
Vomperberg seria o local, que era consagrado e previsto, e onde Ele, o
Senhor, se estabeleceu para fixar lá Sua meta espiritual.
Ele escreveu:
“Meu objetivo é de espécie espiritual.
Mas eu não trago uma nova religião, não quero fundar uma nova
igreja e muito menos uma seita, mas com toda a simplicidade eu dou uma imagem clara da obra autônoma da Criação, que porta a
vontade de Deus, e de onde o ser humano pode reconhecer
nitidamente quais os caminhos que lhe são bons.
Tudo o que se procura tecer a meu respeito
de intenções terrenas, eu rejeito, pois elas nasceram de fontes
alheias e se originam exatamente de todos aqueles, que procuram
disseminá-las e utilizá-las contra mim.
Desejos ou idéias políticas encontram-se igualmente distantes
de mim, pois me falta para tanto a necessária compreensão. Da
Colônia do Graal em Vomperberg no Tirol eu quero fazer um
Refúgio de Paz
e uma
Fonte de Força Espiritual
para todos aqueles que aspiram sinceramente por isso.
Cada visitante da Montanha deve intuir como digno de ser
imitado, aquilo que vê e ouve, e esse anseio ele deve levar de forma
indissolúvel consigo, até que ele próprio forme sua vida terrena de acordo com isso. Assim as pessoas levarão a Paz interiormente para
seus lares, para seus países, e com essa Paz uma nova força para
um alegre atuar!
Paz é inseparável da satisfação e, enraizando-se nisso, deve surgir a felicidade lá, onde o esforço encontrar o solo correto para
tanto.
Refúgio de Paz! Fonte de nova Força!
Criar isso em Vomperberg, no Tirol é minha única aspiração, e isso só pode trazer benefício a cada pessoa, também a cada família
e a cada nação.
Vomperberg, no ano
de 1936.
Abdru
schin.”
O Senhor publicou isso para que as pessoas soubessem exatamente
o que Ele queria, já desde 1929. Por si o Senhor não queria fundar
nenhuma colônia, já que Ele desejava trazer, no silêncio, junto com
alguns, a Palavra Sagrada para a humanidade. Mas aconteceu que cada
vez mais convocados decidiram ficar na Montanha e pediram ao Senhor por isso. Assim tornaram-se 120 pessoas. Para isso foi necessário
disponibilizar um local para construir uma mercearia e criado um
dinheiro próprio para uso interno na Colônia, para que não fosse necessário ir sempre de novo até Vomp (vilarejo mais próximo). O
dinheiro tinha de um lado um anjo grande e havia notas de 5 a 20
Schillings (dinheiro austríaco da época), especialmente adequado para pequenas compras. Quem cuidava dessa loja era o discípulo Dörflinger,
que era particular. As compras podiam ser feitas das 8:00 até as
12:00h. Assim tudo era providenciado pelo Senhor. O Senhor havia
providenciado as coisas de tal maneira, que as muitas pessoas devessem se desenvolver decentemente. Enquanto elas eram boas, dava
certo. O amor do Senhor era tão grande! O mesmo Ele esperava também
dos portadores da Cruz. Tudo estava organizado de forma maravilhosa, para que cada um pudesse se ocupar com o seu trabalho. Por longo
tempo tudo irradiava, o Trígono Sagrado se alegrava. Sim, Ele viera a
nós, a esse globo terrestre. Para mim só havia mil agradecimentos, também para que eu pudesse assimilar a seriedade, pois quem quisesse
e procurasse sinceramente, a este deveria chamar a atenção o que o
Senhor dava, Ele, o Filho de Deus! Todos deveriam estar sempre cientes disso, então jamais poderia ocorrer uma reclamação, mas ocorria! Um
sinal, que essas pessoas ou certas pessoas não haviam assimilado. Elas
deveriam sair. Tudo transcorreu bem enquanto houvesse humildade e humildade não significa nada mais do que ter coragem para servir.
O Senhor disse:
— E todos devem ter humildade, mesmo eu. Este é o caminho
na Criação, que rege e sustenta tudo, que forma todo o mecanismo na maravilhosa Criação irradiante.
Freqüente, mui freqüentemente o Senhor falava depois da prisão de 1936:
— Deveria ter acontecido de forma diferente do que acreditais,
até que o solo esteja preparado, para que a promessa na Escritura se realize.
Poderia ter sido diferente, se a humanidade tivesse assimilado a
Palavra Sagrada e tornado o caminho do Senhor róseo, ao invés de colocar espinhos e pedras. Então ainda está escrito: “e assim virá como sinal: Tomai conselho e ele será dissipado; tomai decisões e elas não persistirão, pois aqui é Imanuel”. Assim está escrito na Bíblia, em
Mateus, capítulo 24, vers. 24...etc., Lucas, capítulo 27, vers. 24, Daniel, cap. 7, vers. 13..etc. E no Evangelho de João, 16, vers. 5,14 também
está escrito: naquela época Jesus falou para seus discípulos:
“Eu vou para Aquele que me enviou e nenhum de vós me perguntais: Para onde vais? Várias vezes, por eu vos ter dito isso, vosso coração encheu-se de tristeza. Contudo, eu vos digo a verdade. É bom para vós
que eu vá, pois se eu não for, o Consolador não virá a vós. Se, porém, eu for, enviar-vos-Lo-ei. Quando Ele vier para persuadir, convencer o Mundo do pecado e da Justiça e do Juízo. Do pecado, porque não credes em mim, da Justiça, porém, porque irei para meu Pai e não me vereis mais.
Do Juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado, Lúcifer. Eu ainda teria muito que vos dizer, mas ainda não o podeis suportar. Quando, porém, vier aquele Espírito da Verdade, Ele vos conduzirá à toda a Verdade, pois não falará de si próprio, mas tudo o que ouvir Ele vos falará, e o que há para ser anunciado Ele vos anunciará. Ele me glorificará, pois pegará do que é meu e vos o anunciará.”
Assim está na Escritura Sagrada.
Leia as dissertações do Senhor de forma desperta e encontrareis
tudo ali. Tenhais o coração aberto.
— Na maravilhosa Criação encontra-se tudo. Apenas assim
encontrareis o caminho para a Luz. – E assim o Senhor falava muitas
e repetidas vezes.
— Sim, eu vos dei indicações suficientes para que possais
progredir.
Então veio novamente o mais difícil para nosso Senhor. Cada vez
mais o reconhecimento de que a humanidade não é de confiança, em
toda e qualquer forma. As elevadas graças que a humanidade recebeu, eram inconcebíveis. Que ela não compreendeu como utilizar e
reconhecer a maravilhosa, a bela, belíssima disposição, a intuição! Sem
a intuição não há edificação na matéria, ela é o A e o O, o mais importante na Terra! E isso Lúcifer entendeu muito bem, de retirá-la da
fraca humanidade. Mas as próprias pessoas são culpadas, elas não
precisavam dar-lhe ouvidos. O Senhor chamou várias vezes a atenção
para isso: “Atentai para a intuição, quando ela vos fala. O raciocínio deve dizer para si próprio: o que me foi dito agora? Faça-o
imediatamente ou anote, pois do contrário esquecerás”. Assim seria
o caminho simples e a Criação iria irradiar, porque o caminho de acordo com a Lei tinha sido trilhado. E aquilo, quando o raciocínio deixa de
obedecer, é o pecado original, que Lúcifer nos deu como um carma
mau, para que ele tivesse a humanidade na mão, a fim de levá-la à destruição. Por isso o ser humano deve aprender a dar atenção à
intuição, mas infelizmente ele não aprende.
O Senhor falou:
— É incompreensível, onde ela, no entanto, é utilizada a todo
instante, e o ser humano simplesmente não aprende.
Isso O deixava muito triste. Também devido ao fato de não haver
auxílio para isso, já que cada um deve aprendê-lo por si, pois do contrário ele sucumbe. No Além ele não tem então nenhum valor, já que
ao passar para lá ele se encontra com mãos vazias, pois apenas aquilo
que é feito com a intuição é que tem valor no Além. Por isso o Senhor escreveu a dissertação “A ferida”. E cada pessoa deve gravar
profundamente em si e observar o que está escrito: Apenas a convicção
arrebatadora ainda pode vos salvar...etc. Do contrário só há um “tarde
demais”.
Em 1930/1931 já aconteceu algo que não teve um bom final.
Alexander caiu do cavalo, para dentro de uma vala de lixo, ficando com
uma profunda ferida no rosto. Fora dito que o Leão deveria se encarnar nessa época no espírito de Alexander, pois o Leão havia pedido ao
Senhor, lá no Alto para poder servir aqui na matéria, como me fora dito
em 1931. Com a encarnação do raio do Leão o Sr. Alexander teve a paralisia. Essa paralisia irá passar novamente, se a conduta dele estiver
correta. Já que para um espírito saudável tem de haver um corpo
saudável, assim como no caso de Krishna, pois um Leão da Criação primordial tem de ser forte e saudável, para poder atuar corretamente.
Um elevado convocado, pouco antes da prisão, falou em uma
dissertação: “Nada mais irá atingir, acontecer ao Senhor”. Veja, isso estava errado. Onde é que estava a intuição?
Triste o Senhor disse mais tarde para mim:
— Tanto assim esses convocados trabalharam em si.
Na manhã do dia 13 de março de 1938 o Senhor dava, como quase
todos os dias, uma volta pela Colônia e como sempre em companhia de Fräulein Irmingard. Eu só os vi de longe, já que estava a caminho do
Gästehaus com a caixa de ferramentas na mão. Quando eu ia saindo do
portão e estava no desfiladeiro, vi dois nazistas uniformizados vindo em direção da Colônia. Rapidamente eu coloquei minha caixa de
ferramentas de lado e corri tão rápido quanto pude até o Senhor. Eu O
vi indo naquele momento para a administração. Rapidamente eu contei-
Lhe o ocorrido, com o que o Senhor foi logo para o Gralshaus (Casa do Graal). Mas quando o Senhor chegava ao Gralshaus, dois nazistas, um
de nome Brem, já entraram no jardim em direção ao Senhor. Eles
conversaram rapidamente com Ele e então entraram na casa. Eu já pressentia o que estava por vir, já que o Senhor estivera por vários dias
triste, nervoso.
Ele disse entre outras coisas:
— Eu vejo tudo, tudo. É tarde demais. Traição e traição.
Assim fui rapidamente para minha residência e busquei minha
pistola, a qual eu utilizava diariamente na vigília, já que minha vigília na Casa do Graal durou até o Senhor ter sido preso. Quando eu cheguei
ao portão, o Senhor estava descendo o caminho com os dois nazistas,
onde Ele foi colocado em uma moto e eles desceram em direção a
Schwaz. Para mim só havia uma coisa: “ir atrás deles”. Assim corri sobre os campos, pulei as cercas e floresta adentro, onde eu também os
vi. Mas eles iam calmamente em direção a Schwaz. Então fiquei um
pouco mais calmo, pois eu havia pensado que poderia acontecer algo ao Senhor. Isso eu não deveria ter que vivenciar. Depois da agitação eu
tropecei, caindo. Eu devo ter ficado um bom tempo desacordado, como
suponho, pois quando voltei a mim, eu já estava sendo procurado há
muito tempo. Pediram que os informasse, mas não havia nada mais a
dizer além de que o nosso Senhor estava sendo provavelmente levado
para Schwaz. Graças a Deus, que não aconteceu nada na floresta.
Na Colônia havia uma grande agitação, corria-se para cá e para lá,
telefonava-se, até que as elevadas Damas souberam onde o Senhor se
encontrava. Ele estava preso e seria levado para Innsbruck. Os dois nazistas eram de Schwaz. As 13:00h veio um grande grupo de nazistas,
uma delegação de Innsbruck, que reuniu todos em fileiras.
Primeiramente foi perguntado por armas e de forma bem enérgica. Então Lucien Siffrid disse:
— Sr. Wagner, entregue a pistola para que não aconteça algo mais.
Ele tinha razão.
Depois nos fora dito que o Sr. Bernhardt seria levado para Innsbruck por causa do mesmo incidente de 1936, contrabando de
dinheiro. Não acontecerá nada. Seria retomado o caso de 1936. Ambas
as Damas foram colocadas sob vigília e levadas para o Frankhaus, a pequena casa ao lado do Templo. Ninguém tinha acesso às Damas. Nós
fomos todos separados, homens e mulheres. Nós fomos tratados e
vigiados como prisioneiros. Para as refeições éramos escoltados para o Gästehaus, mas logo se verificou e eles viram que éramos pessoas
pacíficas.
Assim aconteceu que logo pudemos voltar ao trabalho. Eu, como carpinteiro, tive logo livre conduta, pois precisavam de mim. A Colônia
inteira foi virada de pernas para o ar. Foram postos guardas para vigiar,
mas não durou muito tempo. Aí os vigias disseram para os homens da S.A.: “Isso não tem lógica, eles tomam conta de nós e não nós deles.”
Tudo, sim até todos os porões foram revistados até o último centímetro.
As escrivaninhas foram derrubadas. Muitas coisas foram queimadas e
assim por diante. Eles queriam encontrar escritos ocultos.
No dia seguinte já foi empossado como administrador um homem de
nome Mayer, uma pessoa nojenta, que tinha a Colônia inteira sob
controle. Ele achava que era um rei! Eu logo pensei: “Espera, você vai ver o que eu faço com você!” O administrador logo me mandou chamar.
Ele quis saber muitas coisas de mim. Eu fui muito amável e prestativo.
Então chegou a vez do Templo.
— Sim – disse eu – vamos entrar logo.
— Não, não, não – disse ele – só lacrar!
— Ah, eu pensei que o senhor queria entrar.
— Sim, sim, não – disse ele.
Então eu percebi, que pessoa covarde ele era.
— Há – disse ele – por ali há alguma aparição.
Por isso nenhum nazista ou homem da S.A. se aproximou do Templo, também para eles era bom, e para nós especialmente bom! Um
dia ele estava xingando sobre a Montanha. Eu me mantive sempre
muito tranqüilo. Isso o deixava ainda mais furioso. Assim uma vez eu
lhe disse:
— Tenha coragem! Seja um homem! Dê uma olhada nos recintos, verifique, veja tudo com calma, então o senhor vai parar com os
xingamentos.
Mas então ele se acalmou de novo.
Um dia veio um oficial graduado até Frau Maria, um homem fino,
que assegurou que o Sr. Bernhardt seria logo libertado novamente, por não ser possível provar nada contra ele. Só que ele não voltaria mais
para a Montanha, já que aqui em cima seria um local adequado para
uma escola militar. Por isso o Senhor devia ir embora. E assim também aconteceu!
Este oficial também me foi apresentado na marcenaria. Ele
perguntou coisas bem sem importância.
Depois de algum tempo o Senhor também fora solto, mas fora
expulso do país. O Senhor ficou na prisão de Innsbruck junto com mais
alguns senhores de Schwaz, como o chefe do distrito e outros da mesma espécie. O aprisionamento também foi terrível para nosso Senhor. Cinco
homens em uma cela e nenhum sabia o porquê. Isso me doía muito! A
comida ainda era suportável, mas o Senhor sofria de forma inacreditável!
Para a Colônia foram trazidos cada vez mais nazistas, entre os quais
também havia pessoas formidáveis. Podia-se realmente dialogar com elas. Eu sempre pude visitar Frau Maria e Fräulein Irmingard, e contar-
lhes diariamente o que acontecia. Eu me sentia um agente secreto. Eu
estava sempre muito atento. Com o tempo descobri que o Sr. Brem de
Schwaz, que prendeu o Senhor, também levara consigo a bela caixa, onde se encontravam os diademas de Frau Maria e de Fräulein
Irmingard!
A escola distrital fora construída. O dirigente dessa escola era um
bom homem. Às vezes ele me dizia: “Os cavaleiros do Graal poderiam ter
ficado, sem problemas.” E isto também foi reconhecido mais tarde pelos nazistas. O tempo em Innsbruck passava muito devagar para nosso
Senhor. Para Ele havia muitíssimo sofrimento. O Senhor também pôde
receber visitas, para mim houve até uma saudação. Mas os oficiais tratavam o Senhor de forma muito baixa, com o que o Senhor ficava
muito nervoso, devendo ir continuamente ao interrogatório. Pois eles
queriam arrancar algo do Senhor, mas onde não existe nada, também não pode ser encontrado nada. Assim eles tiveram que desistir.
Na Montanha, as pessoas deixavam aos poucos suas residências, já
que não queriam ter sempre tudo revirado de cabeça para baixo e por não verem mais nenhuma possibilidade em permanecerem ali. Muitos
mostraram então seus verdadeiros rostos, mas também havia alguns
bons entre os portadores da Cruz, aos quais doía muito. Assim já podíamos reconhecer quem naquele tempo já estava interiormente
contra o Senhor, os Judas, que contribuíram para que o Senhor tivesse
de sair da Montanha. Um dia as Damas foram embora da Montanha e
se mudaram para Innsbruck, onde moraram por um tempo e de onde podiam visitar o Senhor todos os dias. Isso trouxe um certo alívio para o
nosso Senhor e eu fiquei feliz.
Então veio o dia em que o Senhor fora libertado da prisão. Quando
pensamos, quanto tempo o Senhor teve que passar enclausurado, já é
uma vergonha, uma desonra, é inimaginável! Eu pulei alto de alegria, quando eu soube que o Senhor estava novamente livre! Mil
agradecimentos! As lágrimas escorriam sobre minha fronte. Pelo menos
isso foi resolvido. O grande amor para com nosso Senhor era tudo para mim. O Trígono sagrado estava novamente unido. Sobreveio-me um
profundo suspiro!
Mas, honestamente, já naquela época eu via exatamente como seria o futuro, ele me fora mostrado de modo horrível! A partir de então eu vi
o mundo se afundando, vi tudo com olhos diferentes. Tudo regredia. A
bela Terra se tornará como a lua, ou seja, não terá mais vida. E assim a bela mãe Terra, a parte do Universo Éfeso, irá perecer lentamente, pois
os sinais mostrar-se-ão cada vez mais e mais, assim como sempre nos
foi dito. O retrocesso aumentará de forma impetuosa, o Juízo já se iniciou e nunca mais finalizará, dizia o Senhor dos Mundos às vezes. A
natureza mostrará. Os peixes, os pássaros no ar, os animais no solo, a
água morrerão, tudo regredirá, já que o ar ficará cada vez mais contaminado e os espíritos afundarão. A moral tornar-se-á pior. Os
enteais golpearão cada vez mais e a Espada de Deus arde e golpeia no
lodaçal que fora gerado e, assim, surge mais confusão, até o desespero.
Poucos reconhecerão a Luz.
O Templo ficou lacrado, mas havia ainda um caminho, pelo menos
para retirar as belas coisas, pois como guarda do Templo eu conhecia todo o recinto, por dentro e por fora. Assim havia uma portinha nos
fundos, que eu ainda melhorei em silêncio, para que, caso fosse
necessário, eu ainda pudesse entrar. E deu certo! A intuição já me havia ajudado muito tempo antes, como se ela soubesse tudo, e ela
sabia! No Templo havia um grande tapete e embaixo dele um assoalho
de madeira. Aí havia acontecido algo que tinha de ser consertado, e fui eu o incumbido. Nessa ocasião a intuição me havia dito de forma bem
exata: “Você não precisa fixar as tábuas de forma tão firme”. Eu me
perguntei: “Sim, por que não?” Sem questionar mais nada, eu só as fixei com um prego. Sim, se me foi dito, deve haver um motivo. Muitas vezes
eu pensei a respeito, mas obedeci. Assim acontecia quase sempre
comigo. Agora se me tornara claro, porque eu não deveria fixar bem as
tábuas naquela ocasião. Assim, veio-me o pensamento: “Existe uma passagem subterrânea, que, aliás, não estava completamente
terminada. Empurre as tábuas para cima e você poderá entrar sem
dificuldades no Templo!” Só assim é que me foi possível entrar no Templo, por baixo. Havia muitas belas coisas no Templo e eram coisas
que não deveriam cair nas mãos de terceiros, como a Taça, a taça
vermelha de selamento, os vários candelabros, tapetes, quadros, etc.
Essas coisas valiosas, eu tirei do Templo e as levei, no decorrer do
tempo, para a Frankhaus, onde as Damas estavam morando. Frau Maria se alegrou muito! Quando elas partiram, tudo isso pôde ser
empacotado com calma e levado para o armazém. Então chegou a época
que me dizia respeito, mas eu estava bem consciente e bem preparado. Minha característica era de me mostrar bem competente por toda a
parte na Montanha. Eu sabia das coisas, conhecia tudo e também
estava disposto a auxiliar onde eu podia. Assim surgiu uma forte confiança por parte do administrador, que queria me manter para
sempre na Montanha. Naturalmente teria ido para a penitenciária se
eles tivessem descoberto que eu havia entrado no Templo quando eu
bem entendesse, pois ele estava lacrado.
Um dia percebi que o administrador estava muito desconfiado de
mim. Eu prestava atenção como uma raposa. Ele também sabia certas coisas, pois a intuição lhe dizia também: “Será que posso confiar no Sr.
Wagner plenamente?”, mas uma hora deveria vir um rompimento entre
nós dois. Aí aconteceu que eu precisava de madeira para um belo trabalho, mas o administrador queria guardar para si aquela bonita
madeira. Mas eu peguei. Então ele ficou fora de si e me deu uma
enorme bronca.
— Eu não vou deixar isso ficar assim. Isso eu vou levar ao tribunal!
E assim por diante..., pois eu havia pegado algo proibido. E nisso se
tratava da madeira mais bonita que pertencia ao Senhor e que o administrador praticamente havia roubado para si. Ele naturalmente
fez o caso prosseguir, mas constatou-se que eu havia pegado a madeira
para embelezamento na construção da administração. Com isso o
administrador foi ridicularizado novamente. E um bom tempo isso continuou assim. Ele só procurava me atingir. Eu tinha meus olhos e
ouvidos por toda a parte, com o que eu estava muito agradecido. Nesse
meio tempo a Montanha esvaziou-se de portadores da Cruz e eu fiquei sozinho com minha família entre eles. Quando Frau Maria foi embora
da Montanha ela me incumbiu: “Tome bem cuidado para que todas as
coisas que foram empacotadas, também sejam levadas juntas, quando o caminhão vier buscar tudo”. O Templo e o escritório do Senhor nunca
foram tocados, ficaram sempre lacrados. Para mim isso estava mais do
que certo.
Nesse meio tempo passaram-se meses. No dia 18.10.1938 minha
filha nasceu. Os nazistas foram extremamente atenciosos. Deram o
melhor tratamento para minha mulher, sim ela fora internada na primeira classe e, assim, tudo transcorreu muito bem.
O administrador não me dava sossego. Ele procurava me perturbar de todas as formas, também por eu não ser um membro do partido.
Então aconteceu que ele ficou novamente simpático, mas perturbava
gentilmente. Que eu não devia ser tão tolo. Eu ficava atento a cada palavra. Ele também disse: “È necessário ter um trabalhador tão bom
assim! O pagamento iria aumentar muito e o senhor não precisará se
tornar soldado, etc.” Ele me teria prometido tudo. Mas tudo isso não
adiantou nada, mesmo se, como se diz habitualmente, “me fosse prometido o céu”. Minha promessa valia somente ao Senhor, e isso era
tudo para mim no mundo. Aí nada poderia me deter, pois minha
promessa me era sagrada e eu agradecia de todo coração. Quando eu pensava assim, vi, de repente, o Senhor diante de mim. Ele sorriu e
uma elevada força me sobreveio, a qual também senti conscientemente.
Novamente senti alegria e agradecimento. O administrador, muitas vezes ficava me observando. Ele não sabia o que se passava dentro de
mim.
Em 1932, antes de me mudar completamente para a Montanha, eu
recebi uma carta do Senhor onde, entre outras coisas, Ele me escreveu:
— Alegre-se Sr. Wagner, pois o tesouro que o senhor tem dentro
de si, ninguém pode tirar do senhor.
E isso sempre soava dentro de mim, isso é muito belo!
Como eu não concordava em entrar para o partido, o administrador me disse de forma bem incisiva:
— O senhor tem de entrar para o partido.
Então eu lhe disse o seguinte:
— Veja, Sr. administrador Mayer, eu procederia de forma totalmente
errada. Uma pessoa honesta não pode ingressar em algo, que ele não
tenha analisado e que não conhece absolutamente. Isso eu jamais poderia fazer. Isso o senhor tem de entender.
Então ele disse:
— Isso não importa!
— É, mas para mim sim, pois do contrário eu seria um traidor! Isso o senhor tem de compreender.
Eu falei isso de forma bem calma e convincente, o que o deixou fora
de si. Então eu ainda lhe disse, mas cordialmente:
— Veja, o Sr.Hitler, o Führer, não se alegraria comigo, pois eu não
seria uma pessoa honesta.
Então ele me olhou fixamente, pois eu também coloquei muita força nessas palavras, de modo que ele não conseguia pensar em mais nada.
— Sim, sim – disse ele – eu só estou cumprindo as ordens que me
foram dadas. Se o senhor não quer!
— Não – disse eu cordialmente – isso não tem nada a ver com
querer.
— Sim, eu entendo.
— Por favor, senhor administrador Mayer, diga minha posição aos
senhores lá de Innsbruck que lhe deram a incumbência, da mesma
forma amigável como eu estou falando para o senhor.
— Sim, eu vou – foi sua última palavra.
Depois de alguns dias, realmente, veio um oficial graduado, que já
estivera uma vez na minha oficina e que tinha muitas estrelas douradas sobre os ombros, e disse:
— Posso falar com o senhor?
Eu fui muito cordial.
— Sim – eu disse – pois não. Vamos para fora, aqui na oficina há
muita poeira. Senão o senhor só vai sujar seu belo traje.
— Oh – disse ele – está bem! Obrigado!
Sim eu sempre era muito cordial e prestativo. Desculpava-me por eu estar cheio de poeira, por estar trabalhando com a serra circular. Ele
me cumprimentou cordialmente e me disse entre outras coisas:
— Sim, Sr. Wagner, o senhor Mayer nos contou toda a conversa que ele teve com o senhor, como foi e como o senhor lhe respondeu e o que
o senhor lhe disse. Assim eu devo expressar ao senhor toda minha
consideração, da forma como o senhor disse. Se é assim, o senhor tem razão. É essa a doutrina do Graal, que infelizmente eu não conheço?
Com um sim eu dei a resposta:
— Esta é a Verdade que nos é ensinada pela Mensagem do Graal. Ensinamento da Criação, saber da Criação. A Palavra Sagrada que o
Senhor, o Sr. Bernhardt nos anuncia, onde cada um pode reconhecer
seu caminho no mundo, no qual vivemos, na matéria grosseira, sim, onde cada um tem o dever de trilhar este caminho, pois do contrário a
irradiação sagrada que flui para o mundo, o esmaga um dia contra o
solo.
Quando eu disse isso ao oficial com determinação, ele ficou como que arrasado. Ele ficou me olhando. E eu também olhava para ele.
— Sim, – disse ele – da forma como o senhor está me apresentando,
o senhor deve levar uma vida bem satisfeita, cheia de harmonia. Eu me alegro pelo senhor, pela sua missão, pela sua franqueza. A gente pode
sentir, isso vem do coração.
— Sim – disse eu – é assim, pois é a Verdade, e isso é a vida.
Eu não quis estender muito a conversa, mas aproveitei e pedi logo:
— Por favor, trate o Sr. Bernhardt também assim, que em
sinceridade e em verdade só quer o melhor.
— Sim – respondeu ele – eu o parabenizo, ninguém ainda falou
assim.
— E eu agradeço ao senhor pela sua visita.
Então esse senhor quis ir embora. E, de repente, me surgiu algo
vindo da intuição:
— Posso fazer ainda um pedido?
— Sim, senhor Wagner, o que seria?
— Permita que eu parta com minha família, mas, por favor, sem
dificuldades, pois eu conheço o administrador, o Sr. Mayer. O senhor é um homem com quem se pode conversar e que também possui
compreensão e um coração. Eu me alegro por isso.
Assim ele me prometeu isso e eu estava agradecido. Ele ainda disse bem cordialmente:
— Eu ainda vou lhe dar o meu nome e endereço, para que o senhor
possa recorrer a mim, caso precise: Schönbauer, Landhaus, quarto Nº
5. Eu lhe desejo muita sorte, Sr Wagner.
— E eu, Sr. Schönbauer, também ao senhor e muito obrigado!
Depois de uma semana já houve novamente uma discussão com o administrador Mayer, como muitas vezes, ele nunca estava satisfeito.
Ele observava que eu estava arrumando todas as coisas. Assim ele foi
até a marcenaria. Então ele viu que eu estava terminando de deixar tudo em ordem.
— O que é isto?
— Sim, Sr. Mayer, o senhor mesmo já o sabe! Mas eu quero lhe dizer mais uma vez bem amigavelmente que estou deixando as coisas
em ordem para eu ir embora. Daqui a uma semana.
O Sr. Schönbauer tinha me dito tudo.
— Mas isso o senhor também poderia ter-me dito.
— Sim, nisso o senhor excepcionalmente tem razão, mas o senhor
só sabe xingar e dessa forma não se pode conversar direito com o
senhor. Falar de forma objetiva é impossível para o senhor.
— Sim, é bom – foi a resposta bem cínica – que nós nos separemos.
Num tom alegre eu disse para ele:
— Eu nunca lhe causei dificuldades!
— Não, isso não! – respondeu ele.
— Então posso ir embora em paz?
— Sim, pode!
Naturalmente eu entreguei tudo na Montanha de modo
irrepreensível, como por exemplo, a respeito dos registros de água, onde
eles se localizavam, exatamente tudo o que se deveria saber. Em uma grande folha de papel, eu anotei tudo bem direitinho, para que eles não
pudessem falar que eu tivesse sido negligente. Eu li tudo de modo
ponderado para ele. E assim ele ficou satisfeito.
O Sr. Ledermayer veio com um carro grande e assim fomos para
Ried, Oberösterreich, para casa dos meus pais, de onde o Senhor tinha
o endereço. Também levei junto os quatro pavões que o Senhor amava muito, dentro de uma caixa, e os quais eu dei de presente em Ried, já
que na Montanha teriam perecido. Os nazistas não os queriam.
Meus pais não estavam muito contentes com nosso aparecimento repentino, apesar deles gostarem de nós. Mas a circunstância crítica,
onde tudo era minuciosamente observado pelos nazistas, não era boa.
Eu deixei logo a situação bem clara para meus pais: “Faz-se necessário para tanto uma enorme confiança e isso nós devemos ter. Deixem que
eu resolva tudo e não falem coisas desnecessárias, então tudo vai dar
bem certo. Eu só vou ficar por pouco tempo. O Senhor dos Mundos nos
guiará. “Só tenham confiança”, dizia o Senhor.”
Minha intuição me dizia tudo. Eu fora conduzido de forma
maravilhosa e já no próximo dia consegui uma moradia bem pequena.
Nós só havíamos desempacotado poucas coisas, o mais necessário, já que a intuição me falava sempre que iria ser por pouco tempo. A pedido,
eu também consegui um local de trabalho. Um colega de escola
administrava uma boa marcenaria e logo me deu um emprego, apesar de ter lhe esclarecido de antemão que eu só ficaria por pouco tempo.
— Sim, Josef, é bom que eu saiba disso – disse ele.
Assim eu podia partir de novo a qualquer dia. Ele não me perguntou mais nada, do contrário eu só lhe teria dito, me esquivando, que eu
regularizaria tudo e agora ainda não posso dizer nada de concreto. Eu
estava como que açoitado! Sim, bem desperto. Tive também nos primeiros dias dificuldades com minha casinha com “um” que logo veio
buscar uma boa soma como doação para os nacional-socialistas. Isto
era novidade para mim, contudo eu não tinha nenhum dinheiro, mas
me submeti. No terceiro dia ele já voltou, desta vez para a organização. Era um grande nazista. A casinha era tão ruim que a água escorria
pelas paredes. Era, na verdade, uma construção nova que primeiro teria
que secar.
Exatamente depois de um mês veio a libertação: a carta do Senhor,
pessoalmente, a qual tenho ainda hoje, como tudo foi planejado naquela época e eu, em absoluta fidelidade, havia prometido e também cumpri.
Sobreveio-me uma grande alegria. Eu posso ir novamente para junto do
Senhor! Eu tinha vontade de jubilar e agradecer! Assim fomos embora de Ried, despedindo-nos rapidamente de meus pais. Eles deveriam ter
uma grande confiança, então haveria um reencontro. Quando? Era
incerto.
A viagem prosseguiu em direção à Alemanha, Dresden, Kipsdorf, bem distante. Meus pais tinham grandes dificuldades, já que foram
censurados que seu filho seria um espião. Que ele veio e partiu, sem
dizer palavra alguma. Algo bem suspeito! De repente ele tinha ido embora. Para onde? Ninguém sabia.
Já com dezessete anos eu havia feito isso, nunca falava muito a
respeito. Agora para nós só havia uma coisa, ir para Kipsdorf, sair
desses laços familiares. Durante a viagem de trem, a mulher e a criança dormiram encostadas em um canto, eu refletia como tudo acontecera
na vida. Quando menino eu sempre quis ir embora sozinho da casa dos
meus pais. Com dezessete anos saí em busca da minha sorte. Encontrei muitas dificuldades e em silêncio levantei muitas vezes o olhar para o
alto. A vivência do que era bom e ruim não passou por mim sem deixar
suas marcas. Passei fome e necessidade. Havia pouco trabalho, mas, apesar de tudo, eu sempre tive o auxílio da Luz. Às vezes eu ia a um
banco, algo retirado do vilarejo e sobre uma elevação, onde eu me
deitava e dirigia o olhar para o alto, com um grande anseio e com um
pedido, para que me fosse mostrado o caminho que me trouxesse paz. Muitas vezes me acometeu, de modo que as lágrimas rolavam sobre
meu rosto. Mas sempre de novo a alegria ingressava em mim. Muitas
vezes uma voz me falava: tenha persistência, vivencie, permaneça honesto, e isso eu sempre quis.
Viajamos um dia e uma noite com o trem. Aos poucos íamos chegando, em Dresden tivemos de mudar novamente de trem, depois
com um trem misto chegamos até Kipsdorf, no Erzgebirge, onde havia
muita floresta. Então falamos para nós mesmos: “Se nossas coisas também já estivessem aqui!” Infelizmente isso demorou quatorze dias, e
quando chegou, mais da metade havia sido roubada! O vagão havia sido
arrombado e tudo foi revirado. Sim, até algumas belas coisas que eu quis guardar para o Senhor também sumiram, infelizmente! Que bom
que eles deixaram no vagão as ferramentas que eu havia trazido de
Vomperberg, pois isso era para mim o mais importante. Eu contei ao
Senhor que eu queria fazer uma grande surpresa.
Então ele disse apenas:
— Sr. Wagner assim também nos acontece muitas vezes!
Em Kipsdorf não nos sentimos nada bem. Como era bonito na
Áustria! Fomos alojados em uma choupana bem, bem velha, que foi
preparada pelo Sr. Giesecke, um discípulo do Senhor. Esse discípulo era um completo dorminhoco sem igual que em tudo usava o pêndulo.
O discípulo era um homem rico e também possuía uma fazenda do lado
do Schweizerhof e ainda casas. Para nós o mais importante era poder proporcionar novamente um lar para o Trígono, para que pudessem se
sentir em casa. Mas assim nos acontecem as coisas como seres
humanos. Para tanto, tivemos primeiramente que vivenciar isto, o mais
terrível, para que pudéssemos compreender o que o Senhor, o Filho de Deus Imanuel, estava passando. Triste, entristecedor. Os olhos nos
foram abertos, para ver como tudo ocorre aqui, como o Senhor me
contou, entre outras coisas, como Ele recebeu abrigo depois da prisão junto a Müller Schlauroth, um discípulo que possuía um feudo, e onde
o Trígono ficou por um tempo. Assim o Trígono teve de ir a vários
lugares – culpa dos seres humanos.
Quando chegamos ao Schweizerhof e vimos a casa, me senti bem
mal. Era isso que estava sendo oferecido ao Senhor? Uma casa grande
que já estava abandonada há muito tempo. Janelas e portas, escada e assoalho, tudo estava quebrado! A casa tinha um cheiro, como de mofo.
Ao lado do Schweizerhof havia uma pequena e velha casinha, que nos
fora destinada. Ela parecia uma casa de mercearia! A fazenda, que também pertencia ao Schweizerhof estava mal cuidada, mal
administrada. O arrendatário ou administrador da fazenda era uma
pessoa de poucos amigos, bem grosso. Ele logo me perguntou:
— De onde o senhor vem?
Mas com que tom na voz, como se quisesse me devorar. Com
tranqüilidade nós lhe respondemos, mas falamos pouco. Então já no dia
seguinte começamos a por alguma coisa em ordem. Ferramentas eu tinha em minha mala, poucas coisas, como martelo e alicate, formão,
serrote, cola e lixa. Cada dia nós progredíamos um bom pedaço. Depois
de quatorze dias chegaram nossos poucos pertences, como, eu já descrevi. Uma catástrofe! Mas nós não nos deixávamos abater e
pusemos mão à obra. Sentíamos um forte impulso para isso! Só havia
uma dificuldade. O Sr. Giesecke, o discípulo do Senhor, que vinha freqüentemente.
Nós deveríamos anotar tudo o que estávamos gastando para a
grande quantidade de material, necessário para a renovação do Schweizerhof. Infelizmente eu já tive que dizer logo para ele:
— Como posso comprar tudo isso, sem dinheiro?
— Sim, o senhor provavelmente ainda tem. – respondeu ele.
Então tive novamente de dizer um “não” para ele.
— Se o senhor soubesse a que situação chegamos, para, enfim,
podermos chegar até aqui!
Todo o transporte teve de ser pago adiantado. Já desde Vomperberg eu não recebi mais nenhum salário, já que fui embora numa época em
que não havia dinheiro. Mas eu tinha de ir embora, segundo minha
intuição! E foi a última possibilidade, o último instante para ainda poder ir embora.
— Sim, essas coisas eu conheço bem o bastante.
Eu disse:
— De qualquer forma eu não queria contar-lhe isso.
Eu lia os pensamentos dele. Mas quando se tratava de dinheiro e
ainda mais destinado para o Schweizerhof! Então ele disse:
— Logo lhe será transferido um valor mais elevado para que o
senhor compre o que for necessário.
Passaram-se novamente dias. Eu esperava e esperava, mas não
vinha nada. Até que um dia ele mesmo apareceu furtivamente. Ele logo me pareceu meio estranho. Mas eu não conseguia ser diferente. Eu
mesmo me repreendi: “Como podes pensar algo tão ruim?” Então ele
entrou pela porta e foi logo me dando 50 marcos.
— 20 marcos são para o seu sustento, o restante para as coisas!
— Não quero ser indelicado, mas isso não é nada. Eu precisaria de
pelo menos 300 a 500 marcos só para providenciar, em parte, o
material mais necessário para o Schweizerhof.
Ele disse:
— Eu retornarei nos próximos dias!
Assim estava eu ali. O Sr. Giesecke, o discípulo, se fazia de importante! Que ele fazia tudo pelo Senhor. Mas quando ele veio
novamente, então eu lhe disse tudo, mas tudo com ênfase! Para que ele
compreendesse para quem eu estava fazendo tudo aquilo. Ele tinha
dinheiro, mas ele falhava.
— Eu tenho o grande amor. Eu faço tudo, dou tudo, só para poder
preparar um lugar um pouco mais agradável para o Senhor. Nós
mesmos nos alimentamos todos esses dias apenas com pão. Só porque o senhor não abre a mão.
Eu lhe disse tudo, sim tudo:
— Quando, um dia, o senhor deixar o mundo, o senhor gostaria de devolver tudo, mas a reciprocidade dará a cada um de nós, o que ele
merece.
Eu estava furioso, pois se ele tinha dinheiro e não dava, pelo menos para o Senhor, isso era muito sujo. Eu cheguei a conhecer as pessoas
com quem eu estava lidando! Quando ele vinha ao Senhor, ele se
comportava como se ele fosse a bondade em pessoa e o melhor. Assim sofríamos e o Schweizerhof também, apenas porque ele não queria
cooperar direito.
Um dia chegou uma carta do nosso Senhor, onde Ele agradecia pelas linhas escritas, nas quais eu Lhe comunicava que dois dias depois
já havíamos partido de Ried e que já há dias estávamos trabalhando
firmemente. O Senhor escreveu que eles viriam num certo dia para dar uma passada aqui. Trabalhamos dia e noite, para conseguirmos deixar
pelo menos um pouco limpo. O Senhor se alegrou muito, Frau Maria
nem tanto. Ela perguntou logo, por que isso e aquilo não havia sido feito. Eu, então, também dei a resposta correta, que isso se devia ao Sr.
Giesecke, que ficava protelando. Então ela me respondeu novamente:
— Então faça isso pelo menos agora!
O Senhor só olhou para mim, mas Ele não disse nada. Meus olhos
falavam o idioma que o Senhor compreendia. Minha esposa limpava e
limpava o que dava. As mãos estavam feridas. Então Frau Maria disse:
— Você não tem nenhum creme para as mãos, para hidratá-las?
Sim, é fácil de falar! Da onde conseguiríamos o creme? Eu tenho de
falar com toda honestidade, me parecia que Frau Maria nunca tinha
vivenciado nada na vida. Essa impressão sempre de novo me dava a
confirmação, continuamente, infelizmente. Eu a rechaçava
continuamente, até que passava. Frau Maria havia se modificado em 1936, isso o Senhor me confirmou com as palavras:
— O senhor, Sr. Wagner, já percebeu isso na Solenidade em
1936, ao balançar a cabeça logo depois da Solenidade, sem falar nada. Em um dos atos, em um domingo, eu observei isso naquela
época.
Então eu soube o que o Senhor pensava interiormente. Contudo, apesar do ocorrido, nós procurávamos fazer tudo. Doía muito! Eu só
pensava no Senhor, que era tudo para mim e que deveria ser tudo para
nós. Assim, para mim, só havia uma coisa, procurar facilitar-Lhe a vida.
Eu pedia por esse auxílio contínuo.
O discípulo Sr. Giesecke mantinha um bom contato com Frau
Maria. O Senhor não falava muito. Parecia-me que Ele sofria e até muito! Essa confirmação tornava-se cada vez mais clara para mim,
sobre isso eu escreverei mais tarde em separado, já que isso não faz
parte desse relato.
O Senhor deixou Kipsdorf novamente depois da primeira visita, ele
estava muito satisfeito. Podia-se notar Nele. Nós agradecemos por
termos podido ajudar e por ainda podermos. Depois de quatorze dias chegou novamente uma carta do nosso Senhor. A mudança seria feita
em 27 de março, quando também chegariam as coisas do entreposto em
Rosenheim. Veio um empacotador que havia empacotado as coisas outrora e agora as iria desempacotar novamente. Agora o Trígono
estaria novamente em um lar. Agradecimento, mil agradecimentos
surgiram em mim, pelo menos por esse acontecimento. Mas, como
freqüentemente, foi-me mostrado um quadro, que eu não ouso descrever, e veja, aconteceu assim.
No Schweizerhof houve primeiramente mais trabalho com a
manutenção da casa e tudo o mais ligado a isso. O Senhor queria ver tudo mais minuciosamente no Schweizerhof, onde eu tive de
acompanhá-Lo, e foi discutido tudo o que e como ainda deveria ser
melhorado.
Então o Senhor falou novamente do falhar a partir de 1935-36 até
1938. Ele expôs em palavras aquilo que já me fora permitido ver e
vivenciar. Tornou-se totalmente consciente para mim. Também no Schweizerhof deveria ser feito só o que era mais necessário.
— O fato de ter sido muito pouco para Frau Maria, o senhor
deve entender, Sr. Wagner. Ela quer tudo de uma vez e isso não é
possível. Ela deveria saber que ela deve se adaptar ao terrenal, do contrário ela erra. Não se pode comparar as Leis do Alto com as
daqui. Durante o tempo em que estivermos juntos eu vou lhe
esclarecer muitas, muitas coisas, que vão ficar ocultas aos outros, têm de ficar ocultas. Eles simplesmente nunca podem compreender
isso, pelo simples motivo de lhes faltar a vivência. Também o fato
de que não vamos permanecer mais por muito tempo no que é
terreno. Já que Meu Pai, Deus, o Senhor, assim o organiza. Faça
tudo o que puder.
E novamente as lágrimas rolaram pela minha face, já pela forma
como o Senhor o havia dito.
— Fica o fato, que eu sempre desejo construir, já que a Luz, pela natureza da coisa, não conhece e não pode outra coisa. Só
existem dois caminhos, construir e destruir. As trevas só são
capazes de destruir, isso os convocados me provaram.
Mas o Senhor se alegrava por termos conseguido deixar nesse pouco
tempo, a casa decadente, o Schweizerhof, em tão bom estado. Eu só
disse:
— Senhor eu agradeço, por ter conseguido com auxílio dos enteais e da condução espiritual, através da intuição.
Então o Senhor riu e me olhou! Pois meus olhos brilhavam de
alegria!
O Senhor ainda disse:
— Eu sabia que o senhor irá cumprir.
O Senhor era tão grandioso, tão elevado, tão cheio de bondade, que
só pode pressentir aquele que se abre. Muitas vezes me parecia, como
se toda a figura reluzisse. Eu não posso dize-lo de outra forma. Frau Maria, ao contrário, era bem diferente. Ela logo disse:
— Isso também devia ser feito. E isso também.
— Sim – disse eu – também vou fazê-lo.
— Então faça logo!
Eu não dizia mais nada, pois muitas vezes, sim, muitíssimas vezes,
não era possível de se fazer logo. Para mim, porém, era o Trígono. Em
toda parte eu só queria ajudar, apesar de Frau Maria só ter sido impertinente. Eu ainda sei como o Senhor disse:
— Senhor Wagner, eu sei, Frau Maria só está sendo impertinente. Se isso não se modificar, algo bem incisivo irá acontecer, de modo que ela será obrigada. Mas o que é dito só vale para o senhor, nem mesmo para sua esposa. O senhor sabe que a maioria das mulheres quer dar lugar aos seus sentimentos e gosta de contar adiante, não por má intenção, mas é errado.
Assim aconteceu que eu podia saber cada vez mais através do
Senhor, até encima, nas alturas luminosas.
Ele disse:
— Se agirdes da forma como está escrito na Mensagem, então, pouco a pouco, o todo surgirá vivo diante de vós e podereis, em espírito, ver como sabedores, podereis deixar passar diante de vós o atuar e tecer da Criação, como se mostra a maravilhosa ligação do Alto até embaixo de
acordo com as Leis, o que nem contei ainda, já que eu precisava primeiramente colocar a base com a Mensagem Sagrada e apenas mais tarde, nos nove volumes, é que o ampliarei, quão maravilhoso na verdade é. Aí o ser humano não é capaz de imaginar, pois é tão difícil conduzir o
espírito humano para fora dessa confusão, desses erros. Assim nem me é possível escrever sobre algo mais elevado. Circulam muitos livros por aí de escritores que só fantasiam e apenas mui raramente esbarram num grãozinho de verdade. As alusões que tenho feito freqüentemente, porém, devem dar o que pensar ao espírito que tem a necessária vigilância.
O senhor, Sr. Wagner, ainda escreverá muitas coisas do que foi dado, apesar de que não seria sua tarefa ou sua obrigação. Mas são tantos os que falham que, assim como o conheço, ainda colocará a sua maneira de ser à disposição. Cuide bem para que o senhor não exagere, que não se esgote totalmente. E que deve guardar o último, que eu dei especialmente ao senhor, somente para sua ascensão. Dê apenas aquilo que o senhor é capaz, mas só para aqueles que possuem a sua espécie. Os outros não são dignos. Sua espécie lhe será de grande, grande auxílio, de modo que o senhor receberá terrenamente tudo o que necessitar para a vida.
Tenha sempre a grande confiança e permaneça assim como o senhor é. A compensação, a ligação irradiação-correnteza elevará então o senhor ao degrau a que pertence. Agora encontramo-nos no Schweizerhof. Muitas coisas acontecerão ainda. Ao senhor isso já fora dito.
Assim eu soube que o Senhor também sabia a respeito do que eu
havia visto. Assim eu também pude falar com Ele a esse respeito.
Fräulein Irmingard era muito reservada, podia-se sentir uma grande
distância, mas sempre objetiva. Eu não tinha muito a tratar com ela.
Parecia-me que todo o ser das Damas havia se modificado. O Senhor
entendia isso e nos auxiliava, especialmente a mim, a entender, a superar o nervosismo da Frau Maria. Do contrário eu teria ido embora.
As dificuldades no Schweizerhof aumentavam cada dia mais. A Gestapo vinha a todo o momento e queria interrogar o Senhor, e de que
forma vulgar eles agiam e falavam, para tentar tirar algo do Senhor. Eu
nunca deixava que me vissem, mesmo quando vinha alguma visita. Ajax devia ser retirado logo, pois ele teria sido bem perigoso. Tínhamos que
estar em um estado de alerta sem igual. O interrogatório deixava o
Senhor bem nervoso. Será que aqui em Kipsdorf Ele também não teria sossego? Isso era o mais difícil para meu Senhor. Esse interrogatório
era tão vil. Simplesmente terrível! O Sr. Giesecke possuía ao lado do
Schweizerhof uma fazenda, uma propriedade, onde ele havia combinado
com o administrador:
— O Sr. Wagner vem, além do mais, muito até aqui, ao senhor, onde
ele pode e deve trabalhar junto com o senhor.
Então isso era muito bem-vindo ao administrador, já que ele mal conseguia dar conta da pequena fazenda, também não havia ordem lá.
Um dia ele gritou por cima da cerca:
— Sr. Wagner e a ajuda? O senhor já está há tanto tempo aí e nem
aparece para o trabalho. À tarde eu preciso muito do senhor! A partir de
amanhã, todos os dias a partir das 6:00h da manhã.
Então tive de questionar de forma bem cordial. O administrador era
um nazista bem sujo e grosseiro.
— Desculpe, como o senhor chegou à idéia de me escalar ao serviço?
— Sim, o Sr. Giesecke não lhe disse nada?
— Não, ele só me deu a entender, caso o senhor precisasse de mim para algo difícil, eu deveria ajudá-lo um pouco.
— Ah, vamos esclarecer isso logo amanhã.
— Sim, por favor, Sr. Erdmann.
Assim se chamava o administrador. A seguir, eu fui para casa e contei isso para o Senhor, Frau Maria e para Fräulein Irmingard. Frau
Maria ficou fora de si. O Senhor disse apenas:
— Isso deve ser esclarecido.
Mas o Sr. Giesecke distorceu as coisas da seguinte forma: o Sr.
Erdmann, o administrador, só fala as coisas por falar. Eu tinha tanto
trabalho no Schweizerhof, além disso, tinha de procurar um trabalho no meu ramo, pois também tinha de ganhar um pouco. O Sr. Giesecke se
esquivava em me dar um pouco, como ele havia prometido. O Senhor
reconhecia isso plenamente. Da forma como o Sr. Giesecke era, o Senhor não entendeu bem a desculpa. Ele disse de forma bem simples:
— Se o senhor tiver um emprego, isso será o melhor.
No mesmo dia eu fui até um mestre, que me contratou com prazer. A partir de então o Sr. Giesecke se esquivou totalmente de mim. O
administrador entendeu bem, quando lhe contei que eu não poderia vir,
pois também precisava ganhar alguma coisa, na verdade devido ao fato
do Sr. Giesecke não ter cumprido o prometido. Mas isso não convinha ao administrador, o que se podia entender, já que seu patrão não havia
mantido a palavra. Para resumir: aconteceu que ele estava na cerca e
Frau Maria saiu exatamente naquele instante da casa. O administrador não pôde se conter e falou grosseiramente com Frau Maria. Frau Maria
ficou logo nervosa e explosiva. Assim uma palavra seguiu-se à outra.
Frau Maria respondeu-lhe de tal forma que ele só ficou olhando.
— Ah é? – disse o administrador – agora chega. O Sr. Giesecke tem
de vir aqui.
E depois de duas semanas recebi a convocação para o serviço militar. Essa foi a resposta à conversa afiada da Frau Maria com aquele
administrador grosseiro. O Senhor ficou ainda mais silencioso e disse
as seguintes palavras referentes à convocação:
— Mais isso ainda!
Eu senti muito! Já pela forma como o administrador disse à Frau
Maria:
— Ah! Pode esperar, nós já vamos resolver isso.
O Senhor conversou seriamente com Frau Maria a respeito desse
caso, se ela ao menos pudesse se dominar! Mas não ajudou em nada.
Assim continuou constantemente, sobre o que eu não quero mais escrever.
O Schweizerhof ficava bem no alto, de modo que levávamos cerca de doze minutos até o vilarejo, andando por um caminho íngreme. Pois
freqüentemente vinham pacotes da estação ferroviária que tinham de
ser carregados até lá em cima ou puxados com um pequeno carrinho. Pois ainda havia bem pequenas ligações com o Senhor, na verdade
raras, pois não deveria mais haver nenhum contato. Mas poderiam ter
havido bem mais contatos através de mim, já que meu caminho
passava por vinte minutos ao lado de uma floresta, e quão fácil teria sido assim apoiar o Senhor, pelos menos financeiramente. A confiança,
a intuição devia ter sido utilizada. Mas isso faltou completamente.
O Senhor me dizia às vezes e me olhava profundamente:
— O senhor, Sr. Wagner, cumpre o seu caminho, dá até o pouco que o senhor ganha para certas despesas como correio, trem, que deve ser pago. Eu sei que o senhor intercepta até pequenas contas e paga. Onde é que estão os verdadeiros portadores da Cruz? Os enteais fazem tudo para que fique de tal forma disposto, para facilitar o meu caminho, mas totalmente sem os seres humanos não dá. Foi para isso que eles prestaram o juramento!
Passaram-se dois anos assim. Uma pressão colossal imperava na
casa. Eu estava ilegal aqui, ninguém deveria notar. Eu me comportava bem silenciosamente. Sim, diariamente a pressão aumentava. O Senhor
sofria indizivelmente. Freqüentemente eu podia ir até o Senhor, e Ele
me falava daquilo que ninguém presumia, como as coisas são maravilhosamente guiadas na matéria, apenas o ser humano se
encontra do lado, ele não compreende isso.
O Senhor falou:
— E eu não posso ajudar, pois eles não querem. Por quanto
tempo isso ainda vai prosseguir, eu não quero dizer! Então se
acabou para Éfeso! Assim eu sofro como meu irmão, Jesus.
Ele, o Senhor, nessa ocasião me olhou de uma tal maneira que
fiquei muito preocupado. Mas o Senhor notou isso e disse:
— O senhor, Sr. Wagner, fez a sua parte. Permaneça como o
senhor é.
E novamente, como muitas vezes, veio a Gestapo. Era um susto
para todos nós. Pois estava no ar que o Senhor seria buscado para o campo de concentração. Mas eles viam que o Senhor não estava muito
bem de saúde.
Freqüentemente o Senhor vinha com uma garrafa de vinho embaixo
do braço e dizia:
— Querida família Wagner, eu quero vos trazer um bom gole de vinho, mas tendes de bebê-lo ainda hoje, ele está muito gostoso.
Naturalmente nós nos alegrávamos, mas toda vez me doía muito,
pois eu queria deixar tudo isso de coração para o Senhor. Eu Lhe disse:
— Por favor, Senhor, nós nem nos atrevemos a aceitá-lo.
— Sim, vocês devem aceitá-lo, eu ainda tenho para nós.
O Senhor só queria auxiliar e dar, via-se isso de forma bem nítida
em tudo. Ele queria ter-nos conduzido de maneira suave para o outro
estágio. As Damas estavam ocupadas com outras coisas. Eu e minha esposa trabalhávamos quase todos os dias até às 23:00h, então íamos
para cama e nos levantávamos às 5:00h! Sim, muitas vezes ainda mais
cedo.
O grande Dogge era um belo cão, um animal maravilhoso, que
também tinha que ser levado para fora, para passear, já bem cedo. Eu
também tinha que ir logo para o trabalho. O Dogge era como uma criança, mas uma criança bem perigosa. Eu já sabia, para onde eu
podia ir com ele.
Minha filha, Edith, foi para a casa da Sra. Vollmann em Rosenheim,
pois Frau Maria ficou tão nervosa, que a criança, que era muito
comportada e quieta, teve de ir embora para que minha esposa tivesse mais tempo livre para os muitos trabalhos. Novamente eu pude ir até o
Senhor em seu escritório, onde Ele tinha as muitas dissertações abertas
e trabalhava nelas. O Senhor falava de forma bem detalhada, instruía-me no procedimento em toda a Criação, também sobre como as coisas
iriam se desenrolar, sobre o decorrer das coisas, sobre a maravilhosa
regularidade das Leis, sobre a edificação e sua manutenção. Ele deu
indicações para mais tarde, de como se pode reconhecer mais facilmente a condução do Alto na matéria. Tudo com visão
aprofundada, como as coisas, os enteais trabalham, sem se preocupar
mais com o querer humano. Já que agora só mais impera unicamente a Sagrada Vontade.
— Atente para isso. Então o senhor verá de forma exata, tudo
ocorrerá diferentemente. Nos nove volumes tudo isso teria sido escrito.
Grande, sábio e sublime é o Senhor, Imanuel, o Espírito de Deus que queria salvar a bela Terra! A última ancoragem da Luz na matéria!
Caso acontecesse uma partida prematura do Senhor, há ainda uma
salvação para os poucos bons que, com o falhar do fermento, dos altos
convocados, jamais tiveram a possibilidade de encontrar o caminho para a Luz: uma reencarnação em uma parte do Universo situada mais
alta, onde a humanidade se desenvolveu melhor, estando, por isso,
ainda mais elevada. Pois o amor do Altíssimo não deixa cair ninguém,
que queira com sinceridade. Por isso o caminho que ainda é possível, se
seu pedido puro ansiar por isso. Felizes aqueles! Eram sete partes
universais, então haverá somente ainda cinco, que se encontram mais luminosas do que nós. Naturalmente no acontecimento universal nada
fica parado. Prossegue continuamente e continuamente é ampliado.
Este mundo irá rapidamente para baixo e o Juízo nunca mais terá fim! Isso tem de ser visto, mas apenas pelos poucos que estão acordados. Os
sinais mostram-se cada vez mais.
E novamente disse o Senhor:
— Senhor Wagner eu tenho em mente algo bem determinado (isso foi em 1940, em 11 de Agosto). Eu quero fazer já amanhã uma viagem com o senhor e com sua esposa para Bischofswerda, meu local de nascimento, minha cidade natal, passando por Dresden e depois um passeio pelos arredores, retornando novamente para casa. Mas somente se os senhores quiserem. Deixem o trabalho descansar nesse dia.
Naturalmente ficamos muito felizes, especialmente por termos sido
convidados pelo Senhor.
— Então, logo amanhã! Partiremos com o trem as 5:00h! Sairemos daqui vinte para às cinco.
Minha esposa preparou o café da manhã para o Senhor e partimos.
— Só voltaremos para casa pelas 11:00h da noite.
Para nós tudo estava bom.
O Senhor disse:
— Eu sei de tudo. Para as Damas não está certo que nós vamos.
Mas o Senhor, já como Ele era, disse:
— Agora vamos esquecer de tudo! Eu quero vos dar uma alegria, que permanecerá em vós para a vida, sim, para toda existência, pelo vosso sincero esforço e isso me causa alegria. Mas o que ainda me alegra mais, é que nunca reclamam e sempre estão de bom humor e com boa vontade, jamais resmungando. Os senhores têm coragem para servir.
O Senhor deu-nos a entender no trem, que seria a última possibilidade de podermos estar tão próximos e sozinhos com Ele. O
Senhor contou-nos muitas coisas sobre o desenrolar de sua vida. De
Kipsdorf até Dresden fomos de trem, então de ônibus até Bischofswerda. Durante toda a viagem o Senhor contou muito, muito.
A irradiação do Senhor era tão grande, tão poderosa, contudo tão
agradável, benfazeja, que nós nos curvávamos em grande humildade
diante da Sagrada vontade do Senhor. O Senhor colocou suas mãos sobre nossos ombros e disse bem sério, contudo de forma irradiante e
com amor:
— Fiquem pelo menos os senhores fiéis a mim, então um dia eu poderei levar-vos comigo para o Alto.
Eu mal conseguia respirar, de tanto que eu sentia a força sagrada,
mas ao mesmo tempo Ele me dizia em seu olhar, que logo Ele iria nos
deixar. Eu nem ousava pronunciá-lo diante Dele ou perguntar.
— Alegrem-se – disse Ele – é o único caminho!
Senti-me mais leve, por Ele me olhar de forma tão amável, também
a minha mulher.
Uma vez o Senhor já havia dito para mim, sozinho:
— O senhor não precisa dizer-me ou perguntar. É bonito de sua parte. Para isso eu já lhe dei tudo para entender. Conserve consigo até chegar a hora em que o senhor deve falar. A humanidade não quer acreditar em tudo o que eu já disse, como ela tem de se comportar no Juízo, mesmo quando o ser humano deixa a Terra, onde tem e deve observar especialmente, para que seja inserido espiritualmente como um membro útil no Além. Já aqui na Terra deve-lhe estar claro, o que irá fazer, o que ele quer no íntimo e com qual amor ele quer fazer aquilo para o que é dotado.
Sobre os fenômenos de irradiação, sobre ambas as Damas, sobre o receptáculo sagrado de Frau Maria, o Amor de Deus em ligação com o
espírito humano desenvolvido, através do qual o Amor de Deus pode e
pôde atuar na Terra. Assim também sobre Irmingard, a Pureza, sim, até mesmo o Senhor em Bernhardt. Como ocorreu, assim é totalmente
natural.
— Como ocorreu, ainda não posso dizer hoje aos seres humanos. Os seres humanos despertos até deveriam chegar a isso, se observarem, o que se encontra na Palavra dada, já que dei suficientes indicações a respeito. A Sagrada Mensagem deve ser amplamente explanada, de cada palavra devem ser escritas dissertações, livros, até mesmo desenhos.
Assim se encontra Imanuel, o Filho de Deus, na Terra, na profunda
materialidade e atua e julga em nome de Seu Pai. Maria está em Irmingard unificada no Senhor. Maria, a rosa dourada do Amor, que
bem-aventuradamente retira de si o invólucro e ingressa na
inentealidade do Pai Eterno. Muito, muito disse o Senhor. Ele nos deu coisas grandiosas, as quais eu guardava bem e, em casa, logo anotava
em papel. Infelizmente minha esposa não conseguia acompanhar muito
bem. Eu, ao contrário, estava tão preenchido por poder captar aquilo que era elevado, procurando entender tudo. Também o fato dos seres
humanos jamais ousarem expandir, ampliar a Palavra Sagrada, apesar
de terem a intuição para isso.
O Senhor disse:
— Deus, o Senhor, deu a cada um o necessário, o livre-arbítrio.
Onde é que ele está? Um falhar para onde quer que se olhe!
Sobre a viagem para Bischofswerda escreverei, em separado, de
forma detalhada.
No Schweitzerhof o Senhor disse, entre outras coisas, que Ele
gostaria de ter escondido determinados escritos, já amanhã, que não
deveriam ser encontrados agora, especialmente pelos nazistas, sobre os quais Ele jamais falava mal.
— O senhor, Sr. Wagner, irá encontrar um local!
E eu realmente iria encontrar. Quando sai do escritório do Senhor, fora-me mostrado um lugar, que eu logo falei ao Senhor. O Senhor
disse:
— Então amanhã.
As imagens da Criação também tinham sua vez, sobre o que
conversávamos minuciosamente,
— As quais o senhor, então – disse o Senhor –poderá terminar
mais tarde.
Tudo foi dado a serviço do ser humano, para despertar. Havia ainda tantas coisas para escrever, também que eu deveria fazer o exame de
motorista, é sempre prático aprender. O Senhor também falou sobre o
futuro, que eu passaria por coisas bem difíceis.
— O senhor terá muitos invejosos, devido ao fato do senhor ter podido vir até mim. Um dia o senhor deixará a Montanha por um tempo mais longo, mas a serviço e pelo senhor mesmo.
Ele também falou que ninguém deveria me tirar a Cruz de ouro,
pois ela o liga a mim. Não pode e ninguém ousará, do contrário
cometerá uma grave falta.
Houve ainda uma grande quantidade de coisas desagradáveis, as
quais não quero descrever, de tão devastadores que eram! Sim, o Senhor teve grandes dificuldades, inacreditável. Tudo vinha sobre Ele. A
pressão sagrada do Alto aumentava constantemente. O raio que partia
de Imanuel em direção à matéria, retraía-se cada vez mais e mais.
Muitas vezes me parecia como se o Senhor estivesse sustentado apenas por um tênue fio. O Senhor me falou às vezes a respeito, de modo que
eu podia compreender. Sim, eu também entendia. Quando o Senhor
tinha novamente enormes aborrecimentos, gerado por pessoas tão tolas, que não têm, nem tinham compreensão, Ele ficava muito decepcionado.
Muitas vezes, quando eu podia ir até o Senhor, eu logo percebia, muitas
vezes nem se podia reconhecer o Senhor. Parecia-me como se Sua figura reluzisse. Ele olhava de forma séria, com um olhar como se Ele
não estivesse mais ali.
Ele disse:
— A Rosa e o Lírio estão reunidas em mim, o maravilhoso caminho para o Alto está orlado à esquerda e à direita por anjos radiantes, de forma benfazeja vêm ao meu encontro, como se eu pudesse retornar e ser atraído de volta. Força sagrada flui em quantidade aumentada para mim e me liga a Deus-Pai, o Eterno, Onipotente. A Terra será envolvida com a Força Primordial, a incandescência da Luz se apaga.
O Senhor encontrava-se muitas vezes bastante cansado, apesar de
só falar de forma construtiva, pois a Sagrada Luz nem consegue de
forma diferente. Decomposição é algo estranho à Luz. Há apenas um dissolver, segundo a Lei. O Senhor preparava-se de forma ampla aqui
na matéria, o que terá de atuar e atuará de maneira incisiva.
Infelizmente isso é tarde demais. Se os espíritos humanos tivessem assimilado isso, tudo seria bem diferente! Cada um deveria assimilar
isso. Eu me sentia totalmente oprimido, quando Ele falava assim. Eu
não sabia o que dizer. Ajax ficava ao Seu lado como um animal feroz, alerta, com o olhar para o Senhor.
Às vezes Ele disse:
— Eu não devo pronunciar o que acontecerá no futuro.
Quando eu mostrei ao Senhor o esconderijo para os valiosos
escritos, o Senhor me deu um feixe com cerca de 5 centímetros de
espessura. Eu o peguei e coloquei-o sob uma viga no sótão, logo junto à primeira escada que levava ao sótão, onde o vigamento se reunia num
ângulo pontudo. A partir do sótão era muito difícil de se chegar até ali,
já que tinha de se rastejar de barriga. A partir da escada, onde eu soltei a primeira tábua, rastejei para dentro e coloquei o feixe sob a viga.
Iluminando com a lanterna, eu o mostrei ao Senhor.
— Está bom assim, - disse Ele.
Novamente o Senhor falava sobre os Burgos da Luz na Montanha,
quão belos eles teriam se tornado, como tudo fora planejado para eles. Os enteais teriam dirigido ambos de forma maravilhosa.
— Sua esposa deveria ser responsável pelo mundo das flores, pois ela já possui as mãos para isso. O senhor, Sr. Wagner, entregaria a escola dos jovens e assumiria a função de primeiro vigia do Templo, de uniforme, na Cruz de ouro um pedra com uma cor, que combinasse com o senhor, que pertencesse ao senhor. Mas assim tudo se modificou aqui no terrenal, mas absolutamente nada no espiritual. O senhor ficará sabendo a respeito de tudo e em humildade dirigirá o seu olhar para o Alto, reconhecendo cheio de alegria, porque o senhor se esforçava.
Sobre Frau Maria o Senhor disse que agora era muito difícil de entendê-la, ela está desnorteada, tudo nela deveria ser Amor.
— Muitas vezes ela se excede. O porquê o senhor sabe já desde 1936. Seus atos deveriam ser sábios. Mas a senhora, Sra. Wagner, tenha persistência, logo haverá uma modificação, então tudo ficará bem.
Minha esposa tinha lágrimas nos olhos, pois não era fácil para ela
suportar o tratamento, que muitas vezes não era bom. Mas tudo vinha
sobre o Senhor! O nervosismo também era grande junto a Frau Maria e a Fräulein Irmingard, também é de se entender. O Senhor já dera
indicações referentes a isso, de como acontecerá.
Agora a viagem para Bischofswerda.
A última viagem do Senhor
para Bischofswerda, sua cidade natal.
Às 5:00h da manhã, quando o Senhor saiu da casa, nós já estávamos esperando e fomos com Ele até a estação de Kipsdorf. De lá
nós fomos com o trem até Dresden. De lá, com um ônibus agradável até
a cidade natal do Senhor. Durante a viagem começou a chover, mas logo o Sol brilhava novamente por entre as nuvens. Nas proximidades
de Bischofswerda haviam belas alamedas ladeadas de árvores, que
davam uma maravilhosa impressão. Quando chegamos lá, encontramos uma pequena cidadezinha muito limpa, o que dava uma impressão
muito boa e de bem cuidada. As ruas e ruelas estavam varridas. Nós
observávamos admirados.
— Sim – disse o Senhor – aqui sempre foi limpo assim.
Nós nos colocamos logo a caminho, descendo reto, passando pela
pequena fábrica de cerâmica, sobre a qual o Senhor escreveu na
Sagrada Mensagem. Fomos até a janela e olhamos para dentro, onde naquele instante dois oleiros estavam trabalhando, dando forma com os
polegares e os dedos. Nós pressionamos nossos narizes contra a vidraça
para que pudéssemos olhar para dentro. Com isso rimos com gosto, até os dois oleiros riram pela visita pouco comum, a qual eles certamente
não estavam habituados. O Senhor também pressionou seu nariz
contra a vidraça, pois as janelas estavam bem empoeiradas. O Senhor disse entre outras coisas:
— Eles também não progrediram socialmente desde aquela
época, um procedimento ainda bem antigo.
Nós acenamos aos oleiros como saudação e agradecimento.
Andamos mais um trecho, passando pela igreja, mas o Senhor
queria nos mostrar algo e assim entramos, em silêncio, na igreja que
era realmente bonita, interessante, ela era simples e bela. Fomos adiante, quase até o altar, de cujo centro pendia um pano verde,
exatamente o verde da bandeira do Graal e sobre ela a Cruz do Graal
bordada. Dava uma maravilhosa impressão, tão graciosa e bela. Pois nesta igreja o Senhor fora batizado, na doutrina evangélica.
Naturalmente nós olhávamos atentamente para tudo. Bem baixinho
o Senhor disse, cautelosa e calmamente:
— É muito bonito aqui. Absolutamente nada se modificou.
Nós ficamos numa silenciosa devoção, curta, então deixamos o
recinto. Ele exerceu sobre mim uma forte impressão. O Senhor fora batizado aqui! Quando estávamos lá fora, o Senhor nos contou que Ele
pôde vivenciar muitas coisas belas nessa igreja, o que Lhe auxiliou
muito a progredir, especialmente interiormente.
Depois de algumas ruas chegamos ao restaurante e ao curtume que pertenceram a seus pais. Infelizmente não se podia mais ler a inscrição,
pois a casa havia sofrido muito nos últimos anos. Além disso, como se
podia ver, ela não era mais habitada. Ao lado havia uma pequena
casinha, que também pertencera aos Seus pais. Então o Senhor indicou
para uma pequena janela no primeiro andar que tinha cerca de oitenta
centímetros de altura por sessenta de largura. Naquela janela do pequeno quarto o Senhor escrevera a parte principal da Mensagem à luz
de velas! Quase não dava para acreditar! Ele ficou parado por um certo
tempo e parecia como se Ele quisesse deixar passar essa época mais uma vez diante de seus olhos no espírito. Nesse instante o Senhor
estava profundamente triste. Contudo, não demorou muito e Ele já se
encontrava novamente alegre. Não longe dali, chegamos a um local, que Lhe serviu de local de trabalho durante seu tempo de aprendizado. Sim,
Ele até nos mostrou a janela onde se encontrava sua escrivaninha, na
qual Ele aprendera o ofício de comerciante. O senhor contou então
como fora tudo naquela época. Tudo o que acontecera nos quatro anos de aprendizado. Ele pôde aprender bastante. E Ele havia visto e ouvido
muitas coisas. As coisas também não passavam por Ele sem deixar
marcas. Ele as acolhia assim como elas vinham, contudo teceu seus próprios pensamentos a respeito.
E novamente fomos adiante, passando por velhas lembranças que
Ele ia deixando de lado, saindo da cidade, em direção a uma floresta, depois por uma bela e maravilhosa campina, cheia de flores de todas as
espécies. Chegamos a uma trilha da campina, belíssima, onde o Senhor
ficou parado e se alegrava! A vista era tão bela, e em volta rodeada pela floresta. Novamente Ele nos conduziu floresta adentro, onde o Senhor
queria nos mostrar o mais belo de tudo e sobre o que Ele já nos havia
contado na viagem. De repente o Senhor parou e perguntou:
— Vos agrada?
— Sim, muito – respondemos.
Nós estávamos profundamente impressionados com a bela floresta.
Eu disse:
— Estas lindas florestas nós não as temos lá no Tirol.
Além disso, nós também não conhecíamos nada do belo mundo.
Assim o que nos era mostrado parecia-nos maravilhoso, ainda mais porque o Senhor nos conduzia. Sempre de novo eu escrevo “nós” e
menciono “nós”, contudo, com isso jamais tenciono dizer que nos
equiparamos ao Senhor, pois algo assim não existe. Isso sempre me esteve claro. Nós podíamos estar junto ao Senhor e nos inclinávamos
em humildade. Uma vez eu também disse isso ao Senhor, ao que Ele me
respondeu:
— Está bem assim, Sr. Wagner, eu conheço sua intenção!
Já havíamos caminhado um trecho em silêncio floresta adentro, o
Senhor também. De repente, pareceu-me como se Ele flutuasse, não
consigo descrever, tão majestoso o Senhor me parecia, sim, como se todo o peso caísse Dele. Ele parecia tão bem e feliz, renovado! É difícil
para mim, expressar minhas intuições com palavras. O lento caminhar
fazia-Lhe bem.
O Senhor estava alegre e disse:
— Hoje só queremos vivenciar coisas belas. Eu vou lhes mostrar
algo, que vós mesmos deveis e tendes permissão para vivenciar.
Depois de alguns minutos a bela campina levou a uma abertura na
floresta, maravilhosamente coberta de verde. Maravilhoso aquele tom de
verde, tão claro como se estivéssemos sobre um dos mais belos tapetes. O Senhor e nós dois nos alegramos muito com isso. Essa abertura ia
longe, floresta adentro, em linha reta e se tornava cada vez mais
estreita. Aí me chamou a atenção uma irradiação azul que se mostrava ali, indizivelmente benfazeja. Também minha esposa percebeu a mesma
coisa, de forma que ela me tocou, sem palavras, para ver se eu tinha
percebido. O Senhor estava bem quieto. Ele se alegrava muito! Essa
irradiação Lhe era especialmente benfazeja. Mas ainda fomos adiante, cheio de expectativa, até que o Senhor nos olhasse de forma bem
solene. Sua maravilhosa figura parecia-me irradiante. Profunda, mas
determinadamente Ele nos olhava, e ao mesmo tempo com um tal amor, que me fez estremecer de cima a baixo. Nesse momento eu mal ousava
respirar nessa maravilhosa irradiação. Como se ela viesse bem do Alto.
Quanto tempo durou esse momento eu não posso dizer, pois para mim, como espírito humano, foi demais. Nossos olhos reluziam e choravam.
Eu também não teria sido capaz de dizer palavra alguma.
Então o Senhor riu contente e disse:
— Os senhores o notaram? Essa é uma irradiação benfazeja do Alto, que devem intuir para que possam receber uma noção, de quão belo é nas elevadas e longínquas planícies! Tudo o que meu Pai deu ao espírito humano por meio de Seu grande amor! É uma bonita vibração, essa bela irradiação vem do Alto em ligação com a rocha (minério), que esse pedaço de terra esconde no seu interior. Por isso eu fui encarnado aqui. Uma saudação da Luz de minha Pátria luminosa, de Deus-Pai, a eterna Fonte doadora de vida! Os senhores têm a permissão de participarem dela pelo seu esforço sincero, que um dia vos levará às alturas luminosas.
A irradiação azul reluzia em tão diversas matizes. O Senhor estava encantado e se alegrava. Nós quase levitamos, quando Ele nos contou
isso. Ele também se alegrou por mostrarmos tanta abertura de espírito,
pois nós acolhíamos como crianças, nos alegrando imensamente e ficando irradiantes. Eu não consigo reproduzir esses momentos, tão
único, sim, tão grandioso parecia tudo. Assim, aconteceu que o Senhor
ainda nos deu muito, e nos contou muitas coisas. Ele nos deu explicações de aspectos até o elevado espiritual, mas também até o
terrenal.
— Apenas assim o ser humano deve e tem de crescer espiritualmente, se quiser chegar aos planos luminosos do Alto. Por isso cada um deve observar sua correta sintonização, para que sejais guiados.
Para nós era o mais belo, aquilo que o Senhor nos tornava possível
na grande esperança.
O Senhor disse:
— Eu queria mostrar-vos especialmente essa bela irradiação, para que pudésseis vivenciá-la. Esse foi, na verdade, o motivo principal da viagem, mostrar para os Wagners, o que não será possibilitado a mais ninguém. Uma saudação isso deve ser do Paraíso. Eu mesmo me alegro
toda vez que penso nisso. É a saudação do Alto, que em silêncio me une muito e me atrai para a reunificação.
Quando falava dessa forma, a seguir o Senhor ficava bem quieto.
Nós ficávamos em silêncio. Também não interrompíamos quando Ele
falava, pois nosso Senhor tinha muita saudade, como um espírito humano não pode sequer imaginar. Isso se me tornou totalmente claro.
O Senhor também nos disse às vezes, que nós combinávamos bem com
Ele, porque procurávamos compreender. Sejamos, pois, bem honestos,
quem pode se permitir de compreender o Senhor totalmente? De qualquer forma, nós nos esforçávamos e isso fez bem ao Senhor.
Por isso, já em 1936 Ele me chamou com as Palavras:
“Se uma vez chegar a hora para tanto, então venha a mim.”
Eu me alegrava, e minha esposa também.
Freqüentemente o Senhor falava:
— Veja quão maravilhoso poderia ser aqui sobre o tão belo globo terrestre. Eu desci para vos ajudar! Muito, muito sim, muitíssimo eu poderia dar, para conduzir os espíritos humanos às alturas luminosas, onde, algum dia, depois de sua peregrinação pela materialidade, será o seu lugar e irão usufruir as alegrias eternas. Assim determina Deus-Pai. Humanidade, esforça-te, faça uma profunda análise em ti: somente a vontade sincera tem que tornar-se ação e te dará a possibilidade de ascender! A irradiação de Deus despertaria tudo para o florescimento, se o ser humano o levasse a sério.
O Senhor nos contava freqüentemente, como nós necessitamos tanto daquele maravilhoso mecanismo, a intuição, pois quando a
intuição fala, o raciocínio tem e deve dar ouvidos e dizer para si: “sim,
eu já vou fazer”, ou “eu vou anotar isso, para que eu não esqueça!” – “Mas”, diz a intuição, “faça-o, não se esqueça, não seja negligente.” Mais
o Senhor não podia dar, nem auxiliar ao espírito humano. Era aí onde o
Senhor não podia ajudar, isso tem de partir do espírito humano. Pois, onde reside o falhar? Apenas no raciocínio. Aí reside o assim chamado
pecado original e esse é o grande falhar, pois nisso reside o A e o O.
Apenas assim é que a ligação com a Luz poderia ser feita, vinda de cima, através da intuição, passando pelo raciocínio para o que é
terreno. E assim surgiria o caminho normal da Luz, que conduziria e
guiaria tudo de forma pura e bela, e deve mantê-lo.
Em sua maleta o Senhor havia trazido chocolate, do qual Ele muitas
vezes nos dava. Para mim isso foi como a última ceia.
— Vamos comer novamente um pouquinho, faz bem.
Algumas vezes eu quis carregar a maleta para Ele, já desde quando
o Senhor saiu da casa em Kipsdorf. Mas o Senhor recusou em um tom
amigável e disse:
— A maleta eu mesmo vou carregar por toda a viagem.
Quando o Senhor deixou aquela abertura na floresta, Ele deu mais uma olhada ao redor, para dentro da maravilhosa irradiação azul, como
se dissesse: “Adeus”, como se Ele acenasse para alguém, que não
conseguíamos ver. Tudo só desencadeava alegria em nós. O Senhor estava tão feliz, tão solto, infelizmente não consigo escrever, reproduzir,
pois faltam-me as palavras. No caminho de volta o Senhor falava
sempre de novo sobre a tão benfazeja irradiação da Luz.
— Sim, eu acredito que isso vos tenha agradado, era isso que eu
queria vos mostrar, para que pudésseis vivenciar um pedacinho do
Alto.
O Senhor contou sobre sua juventude, algo muito bonito, que Lhe
causara grande alegria. Que, quando menino Ele pôde passear mui
freqüentemente com uma idosa dama, uma senhora de idade. Ele amava muito essa senhora. Como vim a descobrir, ela deve ter sido uma
elevada condução espiritual, sim, talvez, ela só Lhe fora mostrada
espiritualmente. O Senhor contava como se tivesse acontecido ontem, em todo o caso isso fora determinado para o Senhor de forma especial.
Essa dama que o Senhor gostava tanto, por ela falar tão bonito, por ela
saber tudo até as alturas mais elevadas! Isso era o que mais interessava ao Senhor. O Senhor nunca se cansou de ouvir sobre isso. Também o
grande amor pelos animais que Ele já possuía, fora ainda mais
despertado com isso. Nossos silenciosos e mudos amigos, que são tão
naturais, assim como o Altíssimo os criara, que possuem uma indizível fidelidade, inalterada. Assim a sábia senhora, que tinha cabelos bem
branquinhos, também contava sobre a maravilhosa irradiação azul que
do Alto alcançava até nós aqui embaixo no belo globo terrestre e fluía de volta como o circular do sangue que retorna ao coração. “Ela me
mostrou o processo de evolução na Criação inteira.” O Senhor falava
disso várias vezes e contava com prazer sobre essa sábia senhora, que tinha uma grande compreensão para as muitas e muitas perguntas que
Ele fazia. Assim aconteceu que Ele obteve e teve um conceito totalmente
diferente do que outras pessoas. Ele viu que se tinha de olhar tudo, tudo com olhos bem diferentes. Já quando jovem se lhe tornou
totalmente claro, que a sábia mulher se alegrava quando Ele fazia tais
perguntas espirituais. Dessa forma o Senhor já fora amplamente
preparado para muitas coisas e seu anseio aumentava dia a dia. Sim, assim o Senhor recebeu, como menino, de forma compreensível, o
grande anseio pela Pátria e, contudo, já naquela época Ele sabia que
seu lugar seria por longo tempo aqui sobre a Terra. Ele tinha apenas que aprender, assimilar e observar. Ele achava o ambiente ao redor
bonito, mas ainda mais belo lá em cima no céu, de onde tudo vinha. O
Senhor ria novamente contente, quando falava tão minuciosamente sobre essas coisas. As lágrimas nos afloravam, de tão feliz que o Senhor
parecia. Sempre de novo eu preciso escrever isso. Quando se pensa
quantas coisas puderam ser ouvidas de Sua elevada boca, o que
praticamente só fica resguardado aos mais altamente desenvolvidos, pode-se imaginar como nós, pequenos homúnculos, nos sentíamos.
Sim, teríamos de preferência nos escondido, mas tínhamos uma coisa:
humildade. O Senhor derramava dádivas e mais dádivas sobre nós.
Agora tínhamos saído completamente da floresta. Então Ele disse:
— Eu ainda vou lhes mostrar algo muito bonito, que sempre me
alegrou muito.
Era um pequeno lago. Ele se situava num local tão belo, com
inúmeros pequenos animais como marrecos, animais aquáticos que se
moviam alegremente. Era tudo tão alegre, uma atividade bem vivaz,
nenhum animal atrapalhava o outro, simplesmente belo de se observar! No meio do lago havia uma casinha que servia de abrigo por ocasião de
chuva, frio, igualmente para o mau tempo e para a noite, onde eles
podiam se esconder. Havia também cisnes. Então eu disse:
— Como cuidam bem dos queridos animais, admirável.
— Sim, sim – disse o Senhor – assim está certo.
Dentro e ao redor do lago podia-se ver diversos belos animais, como martim-pescador e muitos pintassilgos, cruza-bicos, abelheiras. Ao
redor do lago havia grossas árvores, um pequeno paraíso, feito para os
animais. O Senhor se alegrava muito ao contemplá-lo.
Na casinha, que ficava no meio da água, com cerca de 1,5m de
altura, bem adequada à paisagem, havia várias entradas, aberturas,
onde havia um entra e sai como se os animais estivessem brincando, e tudo ocorria de forma tão pacífica e solene, podia-se sentir a harmonia.
— As pessoas que cuidam e limpam isso devem ser pessoas nobres,
da maneira como elas mantêm tudo isso de forma única e limpa – eu
disse.
Isso foi simplesmente maravilhoso. Ao redor também havia bancos
limpos e pintados, de modo que cada visitante podia observar
tranqüilamente aquela atividade. Na água floresciam flores aquáticas brancas e vermelhas, alguns galhos de salgueiro pendiam até a água. O
Senhor nos dera novamente chocolate, o qual comemos agradecidos,
mas também o Senhor comeu. O Senhor disse:
— A cidadezinha de Bischofswerda está localizada sobre um belo granito, que irradia de forma maravilhosa e que os seres humanos têm ainda que descobrir.
— Os moradores das redondezas devem ser bem limpos, pois tudo
está tão bem cuidado, chama a atenção, como quando é esperada uma
visita ilustre – disse eu.
Sim e Ele também era, a visita mais elevada do mundo! Isso logo me chamou a atenção quando entramos na cidade. Mas, como é que
poderia ser diferente? Foi nessa região que o Senhor nasceu!
Quando nos despedimos da bela vista do lago, o Senhor nos
conduziu a uma elevação, a um banco comprido, de onde podíamos
visualizar bem a limpa cidadezinha. Eu disse:
— Um belo pedaço de terra – mas me abstive de dizer: se as pessoas
também fossem assim. – pois o Senhor dissera:
— Hoje só queremos falar de coisas belas.
O passeio foi tão inacreditavelmente belo, uma harmonia celestial.
O Senhor estava tão livre, como se tivesse deixado tudo para trás, pelo
menos nessas horas. Muitas vezes ele disse:
— Aqui nos encontramos fora do turbilhão, como em um outro
mundo.
Estávamos preenchidos de vivências que o Senhor Imanuel
presenteava, numa tal abundância, e nós agradecíamos mil vezes pela grande bondade e amor. Para nosso Senhor fora a última visita.
Às vezes ele dizia ainda:
— Tudo isso eu quero mostrar à família Wagner para vivenciar, pois me dá alegria.
Ao deixar a elevação, o Senhor nos conduziu à escola. Ali Ele contou algo bem interessante. O que lhe aconteceu na escola na sua juventude,
pois a época escolar fora bela. Quando havia exame, havia sempre uma
agitação na cidade, pois se corria e falava para cá e para lá. Ele observava tudo com calma. Era costume que o pai fosse junto por
ocasião do exame, ainda mais quando se tratava de um cidadão
respeitado. Mas como sempre, ele era bem retraído, por isso ele hesitava quando tinha de ir junto para o exame. Já com seu irmão foi assim.
Toda vez acometia ao pai um sentimento opressivo.
— O pai não sabia que eu o observava bem. Ele dava uma resposta evasiva como: “Preciso mesmo ir junto? Não se sabe se os meninos sabem tudo. É melhor a mãe ir junto! Que ela passe vergonha, eu pouco confio nisso.” Como ele pensava, eu era um menino, do qual não se podia dizer se ‘sim’ ou se ‘não’. Mas essa atitude do pai não me doía, eu já o conhecia muito bem. “Mas – disse o Senhor – eu vou mostrar para ele. No geral eu me comportava bem quieto, um pouco reservado, com certa distância, já que evidentemente eu deixava passar tudo pela cabeça. Já pela forma de ser das pessoas, os professores tomavam as coisas tão genericamente, tratando tudo da mesma maneira. Isso para mim era algo especial, pois eu gostava de estudar, especialmente de escrever redações. Então veio o exame. Eu fui chamado por primeiro. Calma como sempre a mãe me observava. Eu estava sereno, tranqüilo.
O Senhor contava de forma tão viva, como se tivesse acontecido
ontem.
— Nos exames, que aparentemente eram bem difíceis, havia alguns que não passavam. Está bem, eu dizia para mim, eu sou um rapaz esperto, que venha. Então o examinador deu um sinal: “É a sua vez. Para
você eu tenho uma pergunta bem precisa.” A pergunta fora feita, tratava-se de acontecimentos no exterior. Hum, então deixei que a pergunta passasse rapidamente pela cabeça. De repente a resposta brotou de mim, sim, ainda mais, de modo que os examinadores ficavam admirados.
Então eles perguntavam: “De onde você tirou tudo isso? Nós ainda não ensinamos tanto assim.”
O Senhor ria, pois eles não esperavam por algo assim, pois algo
assim jamais havia ocorrido em toda sua carreira de professores. Então,
o mesmo aconteceu nas outros exames como aprendiz. Quando o Senhor finalizou seu tempo de aprendizado, Ele recebeu logo um cargo
elevado. Assim aconteceu que o Senhor se tornou um colaborador de
destaque dessa empresa. A mãe estava orgulhosa de seu filho. O pai, ao
contrário, se envergonhava bastante. Ele expressou isso, ao dizer: “Sim, nesse caso eu naturalmente teria ido com prazer a esse exame!”
De preferência, ele teria se desculpado com seu filho, a quem ele
tinha dado tão pouco valor. Ainda mais que a cidade inteira falava tão bem de seu filho. O Senhor se alegrou e o pai havia aprendido algo. O
Senhor era um jovem altamente dotado, bem vestido e de boa
aparência.
Já que o Senhor estava falando sobre estar bem vestido, também
quero mencionar o que Frau Maria dizia às vezes: “Pode-se conhecer cada um, pela forma como ele é. O homem deve ter um comportamento
imaculado, estar trajado de forma limpa e ter um corte de cabelo que
lhe é adequado e o mais curto possível, pois nisso já se pode ver o caráter.”
Mais uma coisa que cada portador da Cruz deve ter em mente,
homem ou mulher: “Quando ele vai à devoção, deve estar ciente que se
deve sentar de forma ereta, não apoiar-se no encosto. Apenas assim o espírito humano vibra e é capaz de receber. A maioria se senta de forma
confortável, observe o senhor mesmo.”
O Senhor falou muitas vezes sobre comodidade. Eu mesmo já me
acostumara há muito tempo a sentar de forma ereta, é de fato melhor.
Sim, isso me vinha à mente, todas as vezes que eu ia à devoção.
O Senhor era um jovem muito esperto. Os professores contavam
que o Senhor já sempre escrevia as melhores redações, de forma bela e
limpa, e ainda a maravilhosa construção das frases.
— Sim – disse eu – o Senhor já tinha o dom de escrever dentro de si.
Os professores tinham muito orgulho dele, apesar de jamais
demonstrarem.
Fomos mais um pouco adiante até chegarmos a um simpático e
limpo restaurante. Almoçamos lá, onde foram servidos gostosos
bolinhos de batata, um pouco de carne de vitela e acompanhamento, e para beber um copo de vinho. O Senhor comeu apenas um bolinho,
bem pouco. O resto eu tive de comer, o que não me pareceu justo. O
Senhor disse:
— Sr. Wagner, o senhor precisa comer tudo, eu estou pagando.
Eu mesmo como muito pouco, mesmo em casa.
O Senhor só pensava em nós, eu o sentia muito bem. O copo de vinho o Senhor bebeu com prazer. Depois do almoço prosseguimos,
fomos até um grosso e velho carvalho, considerado patrimônio nacional,
bem em frente ao ponto de ônibus. Lá aguardamos sentados num banco muito agradável. O Senhor contava e nos dava muito, muito sobre Sua
vida e como iria prosseguir no futuro. Sobre os sinais que virão, até
mesmo os outros corpos celestes não terão sossego destes seres humanos. Poderia ser escrito um livro grosso, para poder se reproduzir
tudo isso. Os últimos minutos no banco, junto ao carvalho, pareceram-
me uma eternidade. Bischofswerda me dava muito através do Senhor,
tanto saber elevado, saber espiritual e, junto a isso, ainda as maravilhosas explanações. A irradiação do Senhor e Sua sublimidade
me transmitiram uma visão grandiosa. Em humildade eu agradecia ao
Senhor do fundo do coração, por Ele me dar tanto em tão grande amor e por me ser permitido receber isso.
Às 1:30h embarcamos novamente no ônibus, partimos da cidade natal do Senhor para Dresden. Dresden também era uma bela cidade.
Descemos pouco antes do parque, o qual o Senhor queria nos mostrar.
O dia ficou muito bonito, quase sem nuvens. No parque havia muitas coisas belas para se ver, ali também havia a possibilidade do Senhor
nos contar muitas coisas de suas viagens pelo mundo. Assim sobre a
cidade de Marselha, sobre os Estados Unidos e muitas belas cidades e paisagens, mas também sobre a Índia e sobre o mar. Naquela época as
coisas não eram tão fáceis como hoje. Em Dresden, o Senhor nos
mostrou belas construções, como o anjo dourado sobre um grande
prédio e assim por diante. Mas Bischofswerda me agradava dez vezes mais. E o tempo passava voando.
Às 7:00h da noite o trem partiu novamente de Dresden em direção a
Kipsdorf. O Schweizerhof se situava um pouco mais alto. O caminho da estação em direção à casa no alto, o Senhor trilhou bem, bem devagar.
Muitas e muitas vezes o Senhor parou e se virou. Assim o dia passava
novamente diante de nossos olhos, retrospectivamente.
— Eu sei – disse o Senhor – foi uma alegria para os senhores, também para mim, pois Bischofswerda me liga toda vez com minha Pátria luminosa, para a qual eu em breve serei novamente retirado, a fim de poder atuar de forma irradiante na maravilhosa Criação, que meu Pai fez surgir desde o Alto até bem embaixo, através do grande e sagrado Amor, para que nada, nada se perca da Sagrada Força e beneficie o eterno circular. Eu cumpri o meu círculo, eu queria mostrar o caminho ensolarado ao espírito humano, eu escrevi a base principal, para que, cada um que queira, possa encontrar o caminho para o Alto.
Chegamos à noite às 10:30h no Schweizerhof, onde ambas as
elevadas senhoras já estavam esperando. Nós agradecemos ao Senhor
no portão de todo o coração pela alegria que Ele nos proporcionou, pelo grande poder vivenciar, pela bela existência luminosa na alegria de
poder estar junto ao Senhor. Fizemos novamente a promessa de servir
em fidelidade ao Senhor, viesse o que viesse.
— Sim, sim – disse o Senhor – eu sei isso muito bem. Eu posso confiar no senhor, eu deixei que desse uma olhada de quão maravilhoso é nas
alturas luminosas, a qual o senhor pôde intuir devido ao seu sincero esforço, o qual o conduzirá um dia para o Alto. Mas ainda terão de vir certas vivências para o senhor, para auxílio de alguns e do senhor mesmo. Seja agradecido, eu vos enviarei tudo, tenha apenas confiança e fidelidade. A intuição cuidará sempre do senhor, apenas atente bem a ela. O senhor, Sr. Wagner, tomará sempre do que é meu e jamais falará de si mesmo, então a arrogância também jamais poderá surgir no senhor. Seu casamento irá bem enquanto a mulher aspire pela Luz. Atente bem para isso, hoje eu lhe dei valores eternos, bem como o caminho para o Alto em direção à Luz. Mais não é possível, mais o espírito humano não é capaz de receber na Terra.
Então o Senhor foi para o Schweizerhof e nós para a casinha ao lado. Em silêncio eu agradecia com todo meu coração, por ter podido
vivenciar tudo isso com e através de Imanuel. Fomos elevados já aqui
na Terra no alegre serviço ao Senhor. Havia muito, muito agora para ser escrito. Nessa noite eu fiz inúmeras anotações no papel, como o Senhor
havia dito, para atuar um dia. Foi para mim o mais belo dia com o
Senhor.
No dia seguinte o Senhor nos perguntou:
— Vocês dormiram bem? Foi um bonito dia, não?
— Sim, maravilhoso, mais uma vez mil agradecimentos, foi o dia
mais belo.
— Sim, para mim também, por eu ter podido vos dar e mostrar.
— Sempre traremos essa grande vivência em nós, eu, por mim, sem dúvida alguma.
Eu disse:
— Senhor, nessa noite eu pude fazer anotações de tudo.
— Ah, então o senhor não dormiu bem.
Eu disse:
— Mas pude aprender muito.
Então o Senhor riu e disse:
— A intuição continuará então a ajudar poderosamente o senhor, assim o senhor pode agarrar sempre minha mão, para o Alto em direção à Luz, o caminho o senhor já conhece.
Quase todos os dias foi-me permitido, sim, até duas vezes, ir até o
Senhor, onde, entre outras coisas, foi falado sobre o belo passeio, sobre isso e aquilo, mas também sobre elevadas coisas espirituais, como, por
exemplo, sobre os primordialmente criados. Como o Senhor nos ensina
na Sagrada Mensagem e nos dá a visão, onde está escrito: Os
primordialmente criados irradiam de fato fortemente para baixo, para a
matéria, porém, acontece algo através da irradiação dos primordialmente criados, a qual, sugando, flui de volta, atrai formas,
que só podem ser formadas em uma fusão através do calor e do frio,
com o que surge uma vibração que modifica tudo. Cada um sente a força, a qual, talvez, não pode mais ser totalmente encontrada por nós,
já que a ciência está num caminho errado. A cisão dos átomos é o
começo, algo mais também já fora encontrado em parte, mas falta totalmente a ligação com os enteais. Por isso não há progresso, tornem-
se as pessoas tão inteligentes quanto queiram, falta o principal. Reside
junto ao construtor da matéria, sobre isso o ser humano não quer saber
nada, pois lhe falta o conhecimento a respeito das Leis Primordiais. Só o Senhor poderia ter dado isso, transmitido. Se os seres humanos, que
tinham sido convocados para isso, tivessem Lhe dado ouvidos, isso
seria bem simples, o que, agora, terá de permanecer para sempre um mistério aos seres humanos. Então a maravilhosa construção teria
progredido rapidamente, pois a força já sozinha, sustenta todos os
corpos na matéria, sim, até mesmo toda a grande Criação. O que é, ninguém sabe! Sabe-se de onde ela vem, mas a correlação o Construtor
nos teria dito, por isso os enteais e o enteal. Tudo atua de forma
maravilhosa, maravilhosa. Eu não devo escrever mais nada sobre isso, pois atualmente só o saber do raciocínio mostrar-se-ia. O Senhor
também falava sobre o Além e as planícies seguintes de
desenvolvimento, bem como, o que cada pessoa tem de fazer aqui sobre a Terra, para que ela, quando deixar a Terra, será inserida como
membro útil. Cada um já deve ter aqui, claro diante de si, para o que
ele tem capacitação, e com que amor ele o fará, como continuará, já que
tudo vive. Nisso, porém, o ser humano não quer pensar de jeito nenhum, mas ele precisa. Também sobre os fenômenos de irradiação,
sobre os dois receptáculos Maria e Irmingard, de seu fenômeno de ir e
vir. Já por três vezes ela esteve aqui e nunca os seres humanos a compreenderam. Assim ela também foi novamente embora. O Senhor
também falava de novo sobre as imagens da Criação, com o que Ele me
chamou a atenção, como eu iria ter invejosos. Muitos querem saber melhor.
— Deixe eles – disse o Senhor – pois para o senhor só existe aquilo que eu lhe escrevi uma vez: o tesouro, que o senhor traz em si, ninguém pode tirar. Sua fidelidade encontra-se firme, venha o que vier. Assim também sua convocação, que o senhor recebeu de mim, já outrora junto a Abd-ru-shin, e que atualmente conduziu o senhor novamente até mim, teve de conduzir. O senhor agradeceu e tenta cumpri-la. Os 144.000 também fariam isso? Muito, muito difícil ficará para o senhor, mas o senhor permanecerá fiel e eu estarei continuamente ao seu lado. O senhor sempre me causa uma grande alegria. Muito se modificará no seu tempo. A humanidade regride constantemente. A força magnética que vai diminuir, logo será sentida. Assim a Terra será extenuada, como se o sangue fosse retirado do corpo. As águas sucumbirão, tornar-se-ão poluídas. Pássaros cairão dos ares, peixes extinguir-se-ão. A nudez
mostrar-se-á mais e mais. O caráter diminuirá, o ser humano perderá o pudor, o aperto de mão não terá mais valor, o oxigênio ficará mais escasso, os sinais mostrar-se-ão mais e mais. Assim são as coisas no e ao redor do globo terrestre, já que toda matéria fina está envenenada.
Um dia o Senhor disse:
— Senhor Wagner, o senhor não quer fazer o exame de
motorista. Seria bom para o senhor.
Isso foi como um choque, inacreditável.
— Sim – disse eu, hesitantemente.
— Sim, o senhor precisa fazer isso, Sr. Wagner. O senhor ainda
precisará disso.
Então eu logo me pus a perguntar, onde havia cursos para isso.
Depois de 14 dias deu certo. Em si já era inacreditável, como todos já
haviam sido recrutados, que eu ainda andava por aí. Eu me mantinha
bem retirado, tinha a mínima ligação possível. Eu estava agradecido, eu queria ajudar ao Senhor da melhor forma possível. Havia muito
trabalho. Trabalho no Schweizerhof e ao redor dele. Eu já sabia que em
18 dias eu teria que me apresentar. Assim me sentia ainda mais impelido a trabalhar. Por isso o Senhor me deu também a possibilidade
de fazer a bela viagem para Bischofswerda. O administrador da fazenda
sorria ironicamente por sobre a cerca e, como sempre, eu era amistoso. 14 dias depois prestei o exame de motorista. Aí se constatou como o
Senhor tinha razão de ter levantado esse tema há quatro semanas
atrás. Agora Ele disse que era para que eu pudesse ingressar numa unidade motorizada ou para o serviço de pronto socorro.
— É muito melhor do que a tropa de infantaria.
O Senhor estava muito triste. Ele disse:
— Ainda mais essa! Quem vai fazer todo o trabalho? E o senhor terá que se apresentar agora!
O Senhor ainda tinha muito para me dizer, esclarecer, dar. Especialmente a ligação material com o enteal e o espiritual. Eu estava
muito feliz, pude ir todos os dias até o Senhor, onde tudo foi
minuciosamente conversado. Eu via o que a humanidade ainda teria que aprender para poder trilhar o caminho que conduz à Luz, a fim de
libertar-se um dia da matéria. Infelizmente isso mal será possível sobre
esse globo terrestre, mas para aqueles que são sinceros ainda há uma possibilidade em cinco Partes Universais que ainda são mais claras,
para auxiliar àqueles que pedirem. Poucos serão capazes de ainda
trilhar o caminho normal, tão envenenado tudo já se encontra. O
Senhor também falava de coisas que me deixavam muito triste.
— Mas – disse o Senhor – deve ser falado. O senhor deve sabê-lo, Sr. Wagner. A maior falha, a maior decepção foi o falhar dos convocados, o não cumprimento do seu juramento. Assim as coisas virão de forma diferente. Deus-Pai deixará transcorrer de modo diferente, pois para esta
humanidade sobre este globo terrestre, que seria a última ancoragem da Luz, mas já se encontra demasiadamente tomado pelas trevas, já é tarde demais. Por isso as coisas devem acontecer e ocorrer de forma diferente. Mas não rósea! Devem vir golpes sobre golpes, já que o Juízo, que é um
Juízo Final, não terá mais fim sobre este globo terrestre. Toda inutilidade, falta de confiança desses seres humanos mostrava-se mais de ano a ano. Até mesmo os discípulos se entregam às trevas, mal podendo salvar-se um, tanto tudo já se encontra envenenado. Observai seus atos, sua vida, eles se esquivam da Verdade, não querem permanecer corretos, envolvem-se com um espesso manto, assim não podem, nem precisam atuar mais. Sim, eles não querem mais, é-lhes incomodo. Mas a Luz não dorme, não pode dormir. A reciprocidade trabalha constantemente, por isso, para os poucos bons ainda existe um caminho aberto, se pedirem por isso, pois os escolhidos não deram a possibilidade de encontrar o caminho da Luz. Vós poucos, pedi por isso, então vos será concedido encontrar o caminho em uma Parte do Universo mais elevada. Vós sereis conduzidos por mim. Deus não deixa se desintegrar nenhuma alma, Seu
amor apóia tudo o que é bom, honesto, só tenham confiança! Após a minha prisão em 1936 eu falei uma linguagem bem clara, o que teria dado muitíssimo o que pensar aos adeptos, aos portadores da Cruz, que o Amor de Deus começava a se retirar lentamente da matéria, literalmente falando, mas eu não ouvi nenhum som, que alguém tivesse indagado para saber mais a respeito, de tanto que se dormia.
Veio-me um pressentimento nos últimos quatorze dias antes da minha apresentação, cada dia mais, o que nem ouso pronunciar, que
com o Senhor se passava algo muito significativo. Ele falava de forma
completamente modificada, como se dissesse:
— Já é tarde demais para tudo. Eu vou em breve.
Aqui só um exemplo.
O Senhor disse:
— Sr. Wagner, eu vou lhe dar ainda algo mais que o senhor pode e deve entender, mas também apenas para seu desenvolvimento. Aprenda, aprenda a ligação material com o espiritual, para que então esteja pronto um dia para poder ascender para continuar o servir à Luz. Mantenha a fidelidade, então nada mais poderá acontecer-lhe, suceder-lhe. Eu me alegro com o senhor, o senhor sabe mais do que todos os outros, pois o senhor se esforçou. Eu lhe dei o instrumento para isso.
O Senhor também disse:
— Nenhum Filho de Deus pisará mais neste globo terrestre, pois o pé Divino será retirado para sempre.
Da conversa depreende-se que o Senhor em breve deixaria esta
Terra. Às vezes Ele me dava uma indicação, a qual eu acolhia toda vez consciente, mas assustado. Uma vez ousei perguntar e o Senhor
respondeu de forma bem séria:
— É, pois, de se admirar? Uma hora a condescendência de Deus
chega ao fim.
Eu me envergonhei por ter perguntado isso.
— O senhor – disse o Senhor – já deve ter notado há muito
tempo.
— Sim – disse eu.
— Sim – disse o Senhor novamente – está bem.
Ainda foi conversado sobre certas coisas, que Ele me dava e que devo guardar para mim, nem para minha mulher devo contar.
— O senhor sabe, como eu já lhe dei a entender, que seu casamento transcorrerá bem enquanto sua esposa aspire pela Luz. Organize sua vida de tal forma e aja com prudência, pois os poucos escolhidos sinceros ainda passarão por provações bem difíceis sob essa humanidade. Mas eles podem, a qualquer momento, agarrar minha mão através da
intuição. Assim eu lhe dei também os escritos que o senhor, Sr. Wagner, escondeu, talvez sirvam ainda para alguma finalidade.
Nessa ocasião o Senhor parecia que não estava totalmente presente.
Novamente eu me assustei. Ele me parecia um invólucro bem transparente, luminoso. E novamente Ele disse:
— Nenhum dos portadores da Cruz busca ligação comigo. Assim é fácil desligar-se da matéria.
Novamente o Senhor disse:
— Sr. Wagner, eu ainda tenho algo para o senhor pelo seu esforço sincero e por sua compreensão – e o Senhor sorriu contente.
Eu já estava tão extenuado, tão exausto, mal conseguia falar algo.
Diante de mim encontrava-se a partida do Senhor. Ele disse:
— O senhor ainda é forte, eu lhe dei o instrumento.
Eu disse:
— Como será então quando o Senhor nos deixar, e que está bem
próximo?
O Senhor disse:
— Caro Sr. Wagner, eu quero ainda lhe passar algo, pois eu sei que isso irá lhe causar uma alegria pura, e isso me faz bem e fortalece o senhor.
Então o Senhor pegou sua foto particular de sua escrivaninha, a
qual já muito tempo ficou pendurada na Casa do Graal e me entregou. Ele me olhou por longo, longo tempo, bem profundamente, mas com tal
amor, com tal cordialidade. Fiquei muito abalado, não me envergonhei,
as lágrimas escorriam.
O Senhor disse:
— Sim, caro Sr. Wagner, eu sei, o senhor me entende e o que eu lhe disse. Assim se passa comigo como se passou com meu irmão, Jesus, que sofreu indizivelmente até partir.
O Senhor parecia totalmente transfigurado. Ajax encontrava-se ao
Seu lado como uma chama, vigiando. Com prazer eu teria me jogado de
joelhos, mas isso o grande enteal Ajax não teria suportado, deu-me o Senhor a entender certa vez. Majestosamente o Senhor encontrava-se
diante de mim, como eu jamais O havia visto. Irradiações partiram Dele
para todos os lados, severo como um juiz, dominador, encontrava-se Ele diante de mim. Os últimos dias que ainda pude estar junto ao Senhor,
antes de ter de partir, mal podiam ser suportados, pois eu sabia tudo de
forma exata, pude vivenciar tudo, e meu único pedido ao Altíssimo era:
“Senhor e Deus, Tua Justiça abrange tudo, rege a Criação inteira. Auxilia a nós poucos, que pedem com sinceridade. Mil agradecimentos,
eu Te glorifico, e enalteço, por poder viver em tão maravilhosa Criação.
Eu cumprirei meu juramento, servirei fielmente a Imanuel.”
E novamente, após o Senhor ter me chamado, eu dava a mão ao
Senhor. Falar eu não conseguia.
O Senhor disse:
— O senhor voltará em breve e de novo para a Montanha, onde é sua pátria. Contudo, cuide para que o senhor seja alistado como motorista, então as coisas irão bem.
Já quando o Senhor me mandou chamar, eu devo ter parecido bem
transtornado. Eu bati, abri a porta, aí Ajax pulou contra a porta, mas um chamado do Senhor o conteve. Ajax estava tão inquieto. O Senhor
disse:
— Entre, apenas tenha confiança, Sr. Wagner, então tudo transcorrerá bem. A convicção e a confiança sempre acompanharão o senhor. Mantenha a intuição sempre desperta, então sempre estaremos juntos. Pense na dissertação: “A ferida”. Eu lhe desejo toda felicidade no vivenciar para o contínuo amadurecimento de seu espírito. O senhor sabe que pode sempre agarrar minha mão. Assim nada de sério lhe
acontecerá.
O Senhor estava tão calmo, cheio de bondade, me parecia como se
toda a figura reluzisse. Dele fluía uma onda de força, cheia de
severidade, mas cheia de amor celestial. Aí eu tive uma visão: como uma figura luminosa nos liga (nós seres humanos) ao Senhor, que era
como uma esfera de fogo, puxando para cima. O Dogue estava de pé na
forma de um herói, como guardião, maravilhosamente trajado, ao lado
da resplandecente figura do Senhor. Havia sempre um distanciamento do Senhor, eu nunca teria conseguido aproximar-me do Senhor, pois o
Senhor não tinha e jamais poderá ter um amigo, mesmo quando ele se
ligava de tal forma e se mostrava amável. Ele era o Senhor Imanuel, o Espírito de Deus. Cada pessoa tem de ter isso claro em mente, tudo o
mais é lisonja em altíssimo grau. E novamente o Senhor me estendeu a
mão em despedida por um breve momento, me olhando profundamente.
Eu me curvei em humildade e receava pelo Senhor. Despedi-me
rapidamente das Damas e de minha esposa e fui em direção ao portão do jardim, que ficava um pouco afastado do Schweizerhof. Próximo ao
silo de cereais eu olhei mais uma vez para trás, olhei para cima, para o
Senhor. Aí o Senhor me acenou mais uma vez e sorriu. Eu subi no trem em Kipsdorf, aí me veio tudo à mente. Eu pedi ao Senhor, que Ele me
perdoasse, se eu não fiz algo corretamente, mas uma coisa eu tinha, eu
queria ser sincero, realmente sincero. As Damas foram bem breves, pareceu-me, também correspondentemente frias na despedida. Eu
também só queria o melhor, o Senhor era tudo para mim, terrena e
espiritualmente. Ele era humano, compreensível e extremamente nobre,
assim como se intui, como era tudo o que vem do Alto, sábio e justo.
Depois de dois meses e meio eu pude realmente tirar 10 dias de
férias e fui, naturalmente, para junto do Senhor. No aprendizado, na formação eu me mostrei muito competente, entendia tudo bem rápido.
Assim fui capacitado, de modo que me tornei instrutor, passei a prova
com um A1. Então saí por 10 dias de férias, fui rápido como o vento. Eu ainda não tinha tido oportunidade para escrever para Kipsdorf, mas
quando cheguei o Senhor se alegrou muito. Quem primeiro me
cumprimentou foi minha esposa no portão, que ficava sempre fechado. Foi um grande “olá” no Schweizerhof, Frau Maria e Fräulein Irmingard
alegraram-se. Minha filha Edith estava no momento em Rosenheim,
junto aos Vollmanns. Então pude ir logo até o Senhor, em Seu escritório. Ajax estava como sempre ao lado do Senhor, atento,
aguçando as orelhas. Eu pude novamente dar a mão ao Senhor, com
grande alegria e agradecimento. O Senhor também se mostrou muito
amável e cordial. Ao dar-Lhe a mão, tive a forte impressão de que Ele, o Senhor, já estava bem distante. Senti uma onda de força, mas diferente
de quando eu havia partido. Relatei ao Senhor como tudo aconteceu,
como consegui essas férias.
Aí o Senhor disse:
— O senhor teria capacidade, para se tornar oficial.
Eu disse:
— Não, não.
— Ah, quem sabe – respondeu o Senhor.
Agora ao Senhor. Eu já sabia de antemão, como o Senhor estava e
como havia passado. Ele logo me pareceu tão, tão distante, que me
assustei profundamente. O Senhor já tinha se retraído até terrenamente
do espírito humano. Ele era tão sensível, qual uma corda de tripa. Nesses dois meses e meio em que eu estivera fora, o Senhor havia sido
tão importunado pela Gestapo, um ir e vir, sempre ficava por um triz,
para que Ele não fosse levado para o campo de concentração. O Senhor ainda me contou mais nitidamente sobre a partida, que até o Alto os
anjos já se encontravam enfileirados para poder reconduzir o Senhor, o
seu Senhor, ao Seu reino luminoso, a Seu Pai. Quando o Senhor contou
isso, Ele reluziu de forma bem forte. O Senhor estava envolto e era
sustentado por um fluxo de luz vibrante. Ele ainda me deu muitas
coisas, como uma despedida desta Terra e das forças atuantes na Criação inteira. Ele falava bem diferente do que de costume, exigindo,
obrigando, determinando, edificando.
— Agora a Espada sagrada entrará mais fortemente em atividade. Arde em toda a alma, pois ninguém cumpriu assim como Deus, meu Pai, dera a vós todos. Onde é que está o juramento, de viver fielmente de acordo com a intuição, para que seja cumprida a sagrada lei no eterno percurso, no circular da maravilhosa, bela Criação. Eu cumpri. Agora a própria humanidade tem de ver, de acordo com a Lei. A reciprocidade resolverá tudo o mais. Vela e ora, espírito humano, para que a reciprocidade não te esmague.
O Senhor só falava ainda dessa forma. Era falado para a
humanidade inteira. Ele falou muito a mim. O Senhor, porém, estava
tão cheio de uma bondade celestial, como Ele me parecia e como Ele lidava comigo, apesar de sofrer indizivelmente, eu não consigo descrever
isso. Nos 10 dias Ele me deu freqüentemente oportunidade, para me
ver, chamando-me.
Ele disse:
— O senhor pode ficar feliz, Sr. Wagner, nunca lhe acontecerá algo de grave.
Muito trabalho havia se acumulado, trabalho que não era realizado
ou que era deixado para depois. Não havia, pois, ninguém ali, Ele também não conseguiu trabalhadores. Assim eu fazia o que podia. Eu
me alegrava e me lancei sobre o muito, muito trabalho. Mal era de se
acreditar que em dois meses e meio pudesse se acumular tanto
trabalho. Antes das 11:00h da noite não havia descanso. Mas o Senhor observava tudo. Assim Ele vinha novamente às 10:30h ao porão de
carvão, como outrora, com uma garrafa de vinho embaixo do braço,
como Ele fazia às vezes e disse:
— Sr. Wagner, o senhor não quer parar para descansar, já são quase
11:00h.
— Sim, Senhor, permita que eu aproveite esses dias para que o carvão e a madeira sejam deixados em ordem. Os muitos reparos
também têm de ser feitos.
O Schweizerhof necessitava tanto de reparos. Assim havia sempre algo para fazer. Sim, como se fazia necessário um trabalhador, pensei.
O Senhor disse:
— Sim, eu entendo, mas agora o senhor tem de beber logo com sua esposa a boa garrafa de vinho, vai lhe fazer bem, saboreie-a bem. Eu sei, o senhor gosta de trabalhar.
Assim o Senhor sorria novamente satisfeito. Todo dia eu podia, por
um determinado período de tempo, ir sozinho ao escritório do Senhor,
onde Ele novamente me disse:
— Alegre-se pelo fato do senhor ter podido vir até mim, caro Sr.
Wagner. O que significa poder estar comigo, só lhe ficará claro mais tarde, aqui na Terra e ainda mais quando o senhor trilhar o caminho para o Alto. Apenas então em seu espírito ficará realmente consciente na vivência. Então seu agradecimento se elevará ao Altíssimo e o senhor reconhecerá como o senhor se esforçou e serviu de forma sincera e fiel. Paz e bênção descerão em abundância sobre seu espírito e o senhor irá, jubilando, erguer o olhar para o Alto, irá receber a pura e elevada graça e poderá cumprir o sagrado juramento. Só fique assim como o senhor é.
Eu agradeci do fundo do meu coração pela elevada graça que me fora concedida.
— Sim, o senhor o fez espontaneamente e isto está certo. O senhor
sabe, há muitos que labutam e trabalham, fazem o que podem, mas não têm a recompensa disso, pois seu trabalho não vive, é só intelectual, sem amor.
O Senhor também disse:
— Ainda não é o fim de todos os dias, alguns ainda podem se salvar, se quiserem. Para tudo é necessário amor e pureza, nisso reside o que é grandioso.
Os dias voaram, literalmente. Assim eu pude ir novamente até o
Senhor. Quando cheguei novamente ao Seu escritório, para me despedir, Ele estava de pé, poderoso e sublime diante de mim, Ajax ao
lado. Então o Senhor me olhou de forma penetrantemente severa.
Ele falou, dirigindo-se para a humanidade, as palavras:
— Tem de ser, já que o falhar foi e é tão grande. A Lei Sagrada não quer diferentemente, pois o ser humano prefere o que é cômodo, não querendo o que é belo e nobre. Duro tem de permanecer o Criador, para manter pura a maravilhosa construção. E eu tenho de cuidar disso, e assim acontecerá. Eu, o Senhor Imanuel. A vontade de meu Pai me
enviou como Juiz. O raio verde, como espada, queimará lá onde é necessário. Muito daquilo que está atado será desligado, mas muito será atado para realização na matéria, no espiritual, para que a pureza possa ingressar no último momento. Assim é da vontade de Deus, meu Pai.
Assim fui para Rússia, onde passei muito bem no começo. Eu
instruía muitas pessoas até onde foi possível, de acordo com minha
aptidão, para que pudessem saber como deviam se comportar na
batalha. Mas o principal, que eu mal conseguia fazer, era lhes ensinar como usar a intuição. Com isso o destino fará, de acordo com sua
conduta na vida. Escrevi muitas vezes para Kipsdorf, mas infelizmente
muito pouca correspondência passava. Eu sabia que o Senhor sofria muito, Ele já tinha um aspecto de cansado. Nele queimava a força que
seu corpo não conseguia mais suportar totalmente. Uma vez recebi uma
correspondência de Frau Maria, na qual ela me comunicava que o
Senhor não estava bem de saúde. Eles teriam de levar o Senhor para
exames em Dresden. Estava-me totalmente claro o que se passava com o Senhor. A ninguém mais Ele havia dito, além de mim. Eu deveria ser
forte e ficar assim. Meu pressentimento me dizia tudo. Será que já tinha
chegado a hora, como o Senhor me havia dito, tantas vezes? Sim, Ele havia me dito, para que eu ficasse sabendo. Eu sei como o Senhor, da
última vez que pude estar diante do Senhor dos Mundos, disse:
— Nós, Sr. Wagner, um dia nos encontraremos em alegria. Agüente firme, será muito difícil para o senhor, e o senhor tem grandes invejosos. Tudo será conduzido de forma diferente, não de acordo com minha vontade, por isso errado. Eu lhe dei muito, mas não pude lhe dar tudo, já que o senhor mesmo tem de vivenciar. Sede vigilante e não se deixe iludir. Na parte do Universo Éfeso não há mais lugar para uma ancoragem da Luz.
Aí Ajax saltou, de repente, para o alto com as patas dianteiras. O Senhor não se surpreendeu. Ele acariciou Ajax com grande amor.
Vieram-me lágrimas e eu não consegui falar mais nada.
— Mas nós nos entendemos – disse o Senhor – Tudo isso deve ser apenas para o senhor, eu deixo o senhor vivenciar tudo isso por sua inabalável fidelidade. Assim a Sagrada Luz brilhará vitoriosa. Deus, o Senhor, meu Pai, já me acena. Todos os luminosos se preparam, começando pelos enteais até lá em cima. A Luz só pode construir, sempre, assim quer a Lei.
Naturalmente tudo isso se revolvia dentro da minha cabeça. Será que o Senhor já teria de partir agora? Eu mal podia acreditar que não
era mais possível uma melhora. Isso me estava claro, o Senhor já havia
dito isso nitidamente. Muitas vezes eu me perguntava: o que será
então? Fiquei totalmente nervoso, eu não sabia o que fazer. Como é que o Senhor havia dito? Perseverar. Uma inquietação surgiu em mim, a
grande saudade. Mas o Senhor em breve não estará mais entre nós.
Na frente de batalha tudo estava de cabeça para baixo. De repente, eu vi o Senhor diante de mim, como Ele, envolto em um mar
chamejante, era puxado de volta, elevado. Muitas vezes eu acordava
molhado de suor. Todos os dias eu orava, para que da Luz viesse algo em auxílio. O cortejo chamejante, de qualquer forma, me dizia tudo. De
manhã eu logo escrevi para minha esposa, o que havia visto.
Um dia disseram: “Sub-oficial Wagner, para o escritório. Dentro de dois dias o senhor estará voltando para Berlim, deixando a Rússia, para
Berlim-Spandau, a um curso de oficiais. O senhor é o escolhido.” Em
mim surgiu uma grande alegria. Pelo período de três semanas eu iria
para Berlim, aí eu certamente poderia ir uma vez até Kipsdorf, pelo menos por um dia. Não era muito longe. Eu logo escrevi novamente
para Kipsdorf. Na noite de 5 para 6 de dezembro me fora novamente
mostrado um quadro, um maravilhoso quadro de irradiação, um fenômeno de espécie tão bela, uma unificação com o fluxo circulante de
Éfeso, de volta até o Alto, às alturas mais elevadas. Mas durante o dia
eu estava imprestável, apesar de termos muito a estudar nesses dias,
eu sofria de forma inacreditável.
Meu camarada Hoppe disse:
— O que há contigo, à noite você rola pra lá e pra cá, e sorri de
novo.
Eu disse apenas:
— Algo de grandioso se passa comigo, algo que não posso te dizer.
Depois de dois dias recebi uma correspondência da minha mulher.
Apenas algumas linhas. Que o Senhor, no dia 6/12 às 16:15h, havia nos deixado para sempre. Naquela noite, em que eu pudera vivenciar
algo tão belo. Fiquei por longo, longo tempo olhando para o ar, eu havia
chorado muito interiormente, já como tantas vezes. Agora a Luz havia
partido por completo desta Terra tão bela e de nós. Tudo me parecia vazio, eu pedi para que pudesse suportar, já todas as noites e todas as
manhãs com o pedido, apesar de já saber o que viria, mas ainda não
acreditava que acontecesse tão rápido. Doía-Lhe muito que quase todos Seus convocados O haviam esquecido e haviam falhado. Eles tinham de
tê-Lo ajudado, deveriam ter retirado a forte força de Imanuel no fluxo
circular.
Assim eu pedi ao General, bem cedo, que ele me liberasse por dois
dias para o sepultamento. Infelizmente meu pedido foi recusado.
Ele me respondeu:
— Só se o senhor puder provar por escrito que Ele é seu pai.
— Não – eu disse – o Senhor era muito mais para mim.
Então fiquei em Berlim com os pensamentos em nosso Senhor, em Bischofswerda, onde Ele, sem alarde, fora entregue à terra. Tudo
começou novamente a viver. A convivência com Ele, tudo, tudo veio
sobre mim, como uma chama ardente Ele se encontrava diante de mim.
O corpo inteiro me doía. O Senhor teve de se consumir em Sua própria força, força essa que não Lhe era retirada, especialmente pelos 144.000
escolhidos, que prestaram o sagrado juramento em Patmos, de Lhe
servir. Assim o Senhor teve de deixar essa Terra tão bela. Ele cumpriu de fato a Sua missão, mas quase todos os convocados falharam. O
Senhor fora retirado pelo Seu Pai, Deus, o Senhor. O raio de Imanuel
desligou-se da matéria.
O Senhor disse:
“Agora a humanidade deve trilhar seu caminho da forma como deseja, os enteais e a reciprocidade trabalham de acordo com a sagrada Lei, para que cada um receba aquilo que merece. O canal de luz se fechou para os seres humanos, os raios penetrantes que mantém o mecanismo, o curso, o curso eterno. Sagrado e irradiando numa ira chamejante encontra-se Imanuel sobre a humanidade, que em breve sobrepor-se-á tudo o mais, enquanto ela grita desesperada pelo chamado da Luz. Mas Deus, o Senhor, cerrou seus ouvidos. Ele retirou Seu Filho pelo Portal de
Ouro e levou a Rosa e o Lírio junto, para que o Sagrado Trígono impere e reine no eterno circular. Agora o Juízo encontra-se poderoso sobre a Terra. Imanuel, o Juiz de Deus, porém, executa a vontade do Pai de acordo com a sagrada e eterna Lei, com a eterna Justiça, que unicamente
ainda deve imperar sobre a Terra. Cada vez mais rápido circundam em breve as correntes douradas da eterna Luz, cada vez mais rápido e mais forte efetuam-se os acontecimentos. Novamente as trevas se revoltam e realizam atos terríveis num último desespero e em blasfêmia a Deus, onde os asseclas de Lúcifer procuram, em fúria, arrastar tudo para si. Mas sagrado é o atuar da eterna Vontade, sagrado, indescritível, incompreensível ao espírito humano tudo o que ele recebeu. Agora será lançado ao vosso encontro o vosso agir e falhar. A vós poucos só resta ainda o sagrado saber para vossa salvação. Mas o poder eterno atua, Imanuel, a Vontade Sagrada rege. Amém.”
Meu servir se destina apenas a Deus, o Onipotente, Onisciente e a Seus dois Filhos, Jesus e Imanuel. A sagrada Cruz irradia para todo o
sempre.
A Cruz: em cima – Imanuel, branco
à esquerda – Parsival, lilás
à direita – o Filho do Homem, vermelho
embaixo – Abdruschin, verde.
Esta é a Cruz Irradiante.
Eternamente oram os eternos:
“Senhor, Tua é a força e a magnificência, Tua Vontade está
novamente sobre a Terra em Teu Filho e Tua Palavra Sagrada irá agora
julgar e libertar. Amém. Assim é e assim era. Amém.”
Este escrito é plena verdade. Cada um que o entender, vivencia o
Senhor em todo o resplendor, mas também ainda mais, como o Senhor
sofreu, muito, de forma indizível, até que o Onipotente o retirou para Si, deixando a humanidade trilhar seu caminho desejado, já que a sagrada
Lei julgará tudo de acordo com o que lhe cabe e com o que merece. O
Ponto de Luz se apagou, culpa da humanidade. Agora ela afundará nesse globo terrestre. Contudo, o Amor de Deus ainda deixa um
caminho aberto para os poucos que ainda possuem boa vontade e que,
devido à partida prematura do Senhor e o falhar dos convocados não tiveram mais a possibilidade de se fortalecerem e ascenderem à Luz.
Eles podem, por meio de uma súplica pura, se encarnar ainda sobre
uma das cinco partes universais, onde ainda é mais claro e melhor, para poderem, para que lhes seja permitido um dia ascender, se essa
humanidade aprender a orar, do contrário não há mais nenhum
caminho. A Cruz irradiante: Amor, Pureza, fluxo criador para baixo,
fluxo mantenedor na horizontal, eterna Fonte de Deus.
Novamente algo do que fora anotado e que o Senhor falara, mas
com preocupação e advertindo:
“Por anos as criaturas humanas lêem e ouvem a Palavra Sagrada, sem progredirem um passo sequer. Elas têm a idéia de estar bem alto, de quão belo é poder ouvir e saber tudo isso. E elas não notam aí, que permanecem completamente estagnadas. Isso tem de se tornar diferente,
pois só ler e ouvir a Palavra Sagrada torna-se com o tempo sem gosto e cotidiano e cada um torna-se um ‘fiel por hábito’ um ‘ouvinte por hábito’, assim como ocorreu com todos fiéis das igrejas. Isso a Palavra Sagrada não permite, Ela tem de ser vivida, do contrário é novamente retirada, de alguma forma. Se isso não se modificar até 1960, acontecerá convosco, que sereis retirados como falhados, pois não cumpristes vossa tarefa, para a qual vieste à Terra. Vossas futilidades terrenas devem ficar em segundo plano. Refleti, se fordes retirados, então negligenciastes tudo e não podereis levar nada desta Terra, nenhum centavo. Isso deve estar sempre diante de vossos olhos. Certamente também deveis respeitar o que é terreno, zelar e também ser atuantes, mas como primeiro tem e deve ser cumprida a obrigação para com as coisas sagradas. Não há ninguém sobre a Terra que possa me representar, por isso não deveis
levar em conta coisas pessoais. Vós só tendes um superior para sempre: a intuição. Vós tendes de trabalhar de forma pura e autônoma, pois vossos guias e auxiliares encontram-se a todo o momento ao vosso lado, desde que se trate do que é Sagrado, mas também no restante. Observai, por meio de vossos pensamentos tudo é guiado, eles são os canais do alto, através da intuição para o cérebro. Só tendes de dar atenção a isso, vosso plexo solar não vos dá nenhum sossego, ele é um só com a intuição. Exatamente da mesma forma, a saudade que vos foi dada, não dá nenhum sossego.
Atentai um ao outro, falai um com o outro e vós vos aproximareis. Assim, formar-se-ão, na aflição, pequenos grupos entre vós no reconhecimento, que, em silêncio, se aproximam de mim. Eu prometi vos auxiliar, só que vós precisais vir ao meu encontro, com o vosso querer para a ação. Só assim mostrais que isso é verdadeiro em vós. Então pertencereis aos poucos que um dia eu virei buscar até mim, para o Alto. Esses são os escolhidos. Refleti, da forma como está prosseguindo agora, retrocede tudo, pois está estagnado. A Palavra Sagrada não admite isso, nem por um segundo, por isso vós, seres humanos, vivereis e construireis somente ainda por pouco tempo. Auxiliai um ao outro, ficai juntos, sede totalmente, completamente honestos um com o outro, já que sois todos da mesma linhagem. Nenhum se encontra mais elevado quando se trata do cumprimento, aí a posição terrena não deve desempenhar nenhum papel, tão pouco como no falecimento. Não é em vão que se diz: “Vossas obras vos seguirão.” Vós deveis formar dois grupos, um deve cuidar do preparo da Palavra Sagrada. Esse grupo é o maior que tem sempre que indicar para a Montanha, onde devem reinar paz e beleza. As pessoas que vêm devem ver algo, o vosso comportamento de modo exemplar, em toda espécie, no falar e atuar e no agir, isso é lei suprema. Do contrário, ai de vós, pois disso depende a penetração da Palavra Sagrada. Deveis viver de modo puro, foi para isso que prometestes. Refleti, a afluência que deverá vir está em vossas mãos. Expulsai todos que não são sinceros. O primeiro grupo conta a maioria das pessoas, por isso é fácil que alguns,
que são bem ruins, possam se ocultar por detrás da maioria. Eu vos digo, atentai a isso, sede vigilantes. Eu jamais quis ser adorado, só os aduladores e lisonjeadores fazem isso. É errado. Objetividade é o verdadeiro. Vós todos sois servos do Altíssimo, assim também eu. Discuti
tudo uns com os outros, com o que cada classe deve estar representada, já que entre a assim chamada classe média se encontra a maioria dos grandes. Por isso a edificação foi direcionada à classe média. O segundo grupo parece estar separado do primeiro por sua missão, que é uma das mais difíceis, mas a mais bela: detalhar a minha Palavra escrita, amplamente. De cada frase muito pode ser escrito. Esforçai-vos, esforçai-vos ao máximo. Eu dei indicações sobre tudo, de modo que podeis ir adiante. Componha-a em imagem e escrita, assim vos advirá por toda parte novo reconhecimento, já que me encontro atrás de vós, dando e impulsionando. Alguns de vós deveis fazer isso por escrito, os quais são da referida escola espiritual, por isso vibrando no amor. O que foi transmitido, o que está impulsionando jamais deve ficar parado. O segundo grupo deve cuidar disso, em silêncio: ajudar e dar ao primeiro.
Eu mesmo quero ainda ficar 40 anos entre vós para vos instruir, como tudo aqui e do outro lado vibra, aspira e vive de acordo com a Lei. Vós deveis estar especialmente familiarizados, trabalhar em conjunto, em silêncio, já que nisso reside a coroa, estar continuamente dando. A Palavra Sagrada jamais deve tornar-se um hábito, pois Ela vive. Assim deve surgir sempre coisa nova no atuar do segundo grupo, que também o recebe. Observai isso!”
Mais uma coisa: “Cada pessoa deve se instruir e se desenvolver a tal ponto, para que, quando deixar a Terra, seja recebido do outro lado e possa ser inserido como membro útil. Por isso, cada um já deve, de alguma forma, pensar a respeito, o que ele fará no Além. Do contrário, perde muito tempo, já que cada um é colocado no trabalho em que se mostra capacitado e com que amor ele o realiza. Assim ele vive então no Além e assim ele o encontra.”
O Templo do Senhor e os Atos
O Templo do Senhor era uma sala grande comprida, de madeira,
onde havia espaço para cerca de 700 pessoas. Quando se chegava ao vestíbulo, uma porta à esquerda e outra à direita, levava ao recinto de
devoção. À esquerda e à direita havia um corredor lateral. No recinto, as
cadeiras estavam dispostas quase até os degraus. Em cada um dos corredores laterais encontrava-se pendurado um grande quadro de
Parsival, num como cavaleiro, no outro como Juiz. À frente havia um
local mais amplo onde se realizavam os atos das Solenidades. Lá também se sentavam os discípulos em semi-círculo, alguns portavam
um manto cinza-prateado. Esses eram os discípulos de selamento. Eles
também portavam chapéus de três pontas. Muito bonito, no estilo
Biedermeier. Os outros discípulos estavam de fraque. No primeiro degrau estavam sentados os apóstolos, em parte com mantos. À direita
sobre esse degrau havia um púlpito de oratório com um pano preto de
veludo, sobre o qual estava bordada uma Cruz dourada. Nesse púlpito um apóstolo anunciava a seqüência dos respectivos atos solenes. Este
também portava um manto. Sobre o segundo degrau havia um púlpito
sobre o qual havia uma grande Cruz dourada, e onde era feita a promessa solene com as palavras: “Eu prometo!”. Nesse degrau
sentavam-se também os apóstolos com os mantos coloridos, cada um
em sua cor, os quais também portavam um chapéu arqueado, com uma pena de avestruz nele. E eles portavam uma espada. À esquerda e à
direita havia uma mesa com vinho e pão. No segundo degrau
encontrava-se também o porta-bandeira com a Bandeira verde do Graal, de uniforme. No quinto degrau ficava o Altar, totalmente branco,
enfeitado com rosas vermelhas, o que exalava um aroma maravilhoso e
irradiava. À frente, no Altar, pendia um pano, sobre ele bordados a Cruz
dourada com a espada, a rosa e o lírio, muito bonito. Sobre o Altar, por ocasião da Solenidade, estava o cálice do Graal e ao redor dele sete
castiçais dourados com velas acesas, ao lado o cálice vermelho de
selamento, com água pura para o selamento. Diante da taça a espada inclinada. Até 1936 a espada ficara dentro da bainha. A partir de 1936
a espada fora sacada pelo Senhor, como início do Juízo. Atrás do Altar
ficava o púlpito de oratória do Senhor. Na frente dele também pendia um pano, violeta, com a Cruz dourada bordada. Nesse púlpito o Senhor
pronunciava a Palavra Sagrada determinante, conforme a qual a
solenidade sagrada era conduzida. O Senhor ficava em pé durante toda a solenidade. Ao seu lado se sentavam Frau Maria à direita e Fräulein
Irmingard à esquerda. Frau Maria com um manto preto e Fräulein
Irmingard com um manto verde luminoso. O Senhor portava um manto
violeta, nas costas estava bordada a flor de lótus. Abaixo do manto uma veste branca. Ao lado de cada uma das Damas encontrava-se
igualmente uma coluna de dois metros de altura, sobre elas um
candelabro com sete braços com velas acesas. Além disso, nas mesas laterais encontrava-se, de cada lado, um candelabro com doze braços
com velas acesas. Atrás do Senhor o recinto da solenidade estava
fechado com uma cortina branca com dobras, da esquerda para direita. Atrás do Senhor, encontrava-se nessa cortina branca, na altura da
cabeça, bordado sobre um grande pano verde, o Olho irradiante de
Deus, maravilhoso. Quando todas as velas estavam acesas, tudo
irradiava de forma ainda mais grandiosa. Atrás da cortina tocava a música. Lá também se encontrava o local de vestiário do Trígono e dos
discípulos. O templo era aquecido com quatro estufas antes da
solenidade ou devoção, que se encontravam um em cada canto. A vibração nesse Templo era de uma espécie tão bela, que só pôde
imaginar aquele que foi sincero e fiel. Para este a Vontade sagrada
estava presente.
Ele, o Senhor dos Mundos, Parsival, ainda fortalecia isso com Sua
presença. As palavras proferidas na Solenidade do Senhor atuavam de forma tão incisiva, sim, tão poderosa, tão maravilhosa. Depois de 1936
até o raio de Luz de Imanuel estava presente, a Sagrada Vontade de
Deus, o Senhor. No selamento o Senhor falava as palavras:
“Com a pureza desta água eu vos dou o sinal de meu Pai, nosso Deus e Senhor, que vos torna Dele e vos une à Luz. Acolhei a força do Espírito Santo, que vos protegerá, guiará e iluminará, enquanto aspirardes à Luz. Amém.”
Maravilhosa, suave e sonante música aumentava a ação única da
Solenidade Sagrada. Era uma graça podermos estar ali, pois cada um
que possuía uma intenção sincera, intuía um alegre agradecimento.
Com essas palavras o selamento estava realizado, o qual também
era executado com água límpida. Por ocasião do selamento o Senhor
descia dois degraus, onde os solicitantes se ajoelhavam e o Senhor os selava. Em seguida o Senhor subia novamente os degraus em direção
ao púlpito e falava as palavras, que chamavam a atenção de cada um,
para o fato que, se agora ainda falhassem, a culpa seria dez vezes
maior.
Então era a vez de todos aqueles que devem receber o primeiro
chamado e podem portar a Cruz de ouro. Naturalmente, primeiro era
perguntado a cada um, individualmente, por carta. Assim eles eram chamados e se adiantavam para ouvir as palavras de sua convocação,
que agora já tinham sido preparadas. Então cada um se dirigia
individualmente ao púlpito, sobre o qual estava a Cruz dourada rodeada de rosas vermelhas. Lá eles prestavam a promessa solene com as
palavras: “Eu prometo!”. Depois desse ato o Senhor descia novamente
dois degraus. Nesse meio tempo estes haviam se ajoelhado e o Senhor se encontrava diante deles e falava as maravilhosas palavras:
“Vós, escolhidos! Vós consagrastes a vida Àquele que deu a vida a vós. Em Sua graça deveis repousar.”
O Senhor abria os braços e falava para eles:
“Eu vos envio! Nisso reside muito para vós, pois a força do Senhor abre vosso espírito e vos seja proteção em vosso caminho. Amém. Agora erguei-vos como escudeiros do Senhor e ide em paz.”
Esse ato era sempre de novo tão tocante, como se o céu se abrisse,
uma força e irradiação tão elevada, que se sentia de cima para baixo. O
mesmo também se dava na convocação de discípulo, o juramento segundo o qual os 144 devem viver. Os convocados, no total 144.000,
12 cavaleiros, 24 apóstolos, 144 discípulos, seriam o chamado
fermento.
Na convocação de discípulo o Senhor falava:
“O Olho de Deus repousa sobre vós! Ide agora à humanidade terrena e selai à Luz em nome do Senhor todos aqueles que pedirem com alma pura e com humildade. Eu devo poder confiar plenamente em vós, etc... Amém.”
Assim havia também casamentos, bênçãos de casamento, tudo era
muito comovente, bem como tudo o que o Senhor Parsival – Imanuel falava. Então vinha o ponto alto, a Sagrada Ceia. Nisso, todos se
levantavam e o Senhor falava novamente:
“Agora deixai-nos caminhar para a Ceia, que desfaz a antiga aliança e une novamente com a condescendência de Deus. Ficai em oração para o Alto. A força do Senhor jorra agora sobre vós e vos dá. Bebei da dádiva com a séria vontade para o bem, para que Ele um dia vos possa deixar abrir o portal para o Reino luminoso do Pai. Amém.”
“Pai, eu cumpro em Tua força. Que a força de Deus flua para o pão e o vinho, para que a Ceia seja consagrada e vos possa ligar novamente com a Luz. Vinde agora todos até a mesa do Senhor e tomai da força para a Ceia, que vos pude preparar. Cuidai, para que o amor de Deus ilumine vosso caminho. Amém.”
Nesse momento os sinos começavam a tocar e nós, então, bebíamos
o vinho. O Senhor deixava o recinto. Assim estava terminada a
maravilhosa Solenidade do Graal. Cada um que se abria, podia receber
tanto da sagrada força, quanto lhe era possível. Depois se iniciava a saída. Primeiro os altos convocados, os cavaleiros, os apóstolos, as
discípulas e os discípulos. As discípulas trajavam todas vestidos longos
que tocavam o chão e tinham uma cauda. A música soava maravilhosa como acompanhamento.
A Pré-Solenidade era como a devoção de domingo.
A Pós-Solenidade:
Os altos convocados, os senhores trajavam fraque, as damas
vestidos brancos, o mesmo valia também para todos nós. O Senhor em
veste branca, uma bela dissertação. Então a bênção que uma virgem do cisne dava com as palavras:
“Sede protegidos pela força da Luz, que a tentação e as trevas vos permaneçam distantes, até que tenhais de decidir por vós mesmos, para onde vos deve conduzir o caminho. Amém.”
Nem sempre tudo saía bem nas solenidades. Assim às vezes as velas
se consumiram e, de repente, uma vela se apagou. Também de vez em
quando foi derrubada uma bandeja com vinho.
O Senhor estava trajado como um sumo sacerdote, uma longa veste
branca e sobre ela um maravilhoso manto violeta. Nas costas a flor de
lótus bordada em tamanho ampliado, na lateral uma bela Cruz do Graal. As Damas: Frau Maria com veste preta, com um manto preto, na
lateral uma rosa dourada e acima uma Cruz dourada. Fräulein
Irmingard com uma veste branca, o manto longo verde claro, com um lírio bordado. Ambas as Damas portavam sobre a cabeça um
maravilhoso diadema irradiante. Eu desenhei aqui a flor de lótus de
forma aproximada, de forma bem parecida era a flor de lótus nas costas do manto do Senhor.
Depois de 1945 Fräulein Irmingard falou as seguintes palavras:
Bênção de Fräulein Irmingard:
“Das alturas de Deus-Pai veio a bênção a mim através de Imanuel. A vós todos que, procurando no amadurecimento, pedis por ela, também lhes será dada.”
Assim falou Fräulein Irmingard na solenidade, quando o Senhor não estava mais aqui.
Atos da Solenidade
Alocução do Senhor - Palavras de Selamento.
“Com a pureza desta água eu vos dou o sinal de meu Pai, nosso Deus e Senhor, que vos torna Dele e vos une à Luz. Assimilai a força do Espírito Santo, que vos protegerá, guiará e iluminará, enquanto aspirardes à Luz. Amém.”
Convocação da Cruz de Ouro.
O Senhor falava:
“Vós, escolhidos! Vós consagrastes a vida Àquele, que deu a vida a vós. Em Sua graça deveis repousar. Ele vos envia, nisso reside a vitória para vós. Pois a força do Senhor preenche vosso espírito e seja para vós uma proteção em vossos caminhos.”
Aos discípulos de selamento:
“Ide à humanidade terrena e selai à Luz em nome do Senhor, todos aqueles que pedirem com alma pura e com humildade. Amém.”
Na consagração de discípulo.
“O Olho de Deus repousa sobre ti, eu te dou de Sua sagrada força. Assimile-a com humildade e atue nela com pureza e em Sua honra. Amém.”
Sobre os apóstolos e cavaleiros não descobri nada.
Atos da Solenidade
Alocução do Senhor, selamento, convocação, consagração de
discípulo, consagração de discípulo de selamento, casamento, bênção de casamento àqueles que já são casados, a Ceia, fim.
Oração anunciada na véspera da Transição Universal – 20.07.1929:
“Creio na Luz, em Ti Criador do Universo, em Tua infinita Sabedoria
e Bondade, em Teu eterno poder e em Tua inexaurível força. Diante de Ti ajoelho-me e, a Ti, eu sacrifico toda a minha existência. Tu, porém,
preencha-me com força luminosa, com Tua sagrada Luz, para que eu
possa Te servir por toda a eternidade. Amém.”
No dia 13.02.1928 o Senhor se mudou definitivamente para a
Montanha.
Oração da manhã:
“A Ti pertenço, ó Senhor, que minha vida seja apenas um agradecimento a Ti. Ó, aceita misericordiosamente essa vontade e dá-me também por esse dia, o auxílio de Tua sagrada força. Amém.”
Oração do meio-dia:
“Senhor, Tu nos dás, cheio de graça, atuando em Tua Criação, a mesa para nós sempre posta. Aceita nosso agradecimento por Tua bondade. Amém.”
Oração da noite:
“Senhor, Tu que imperas sobre todos os mundos, eu Te peço, deixa-me repousar durante a noite sob Tua graça. Amém”
“Senhor, a Ti agradecemos por esta refeição, por esses alimentos, pois Tu nos dás, cheio de graça, da abundância de Tua existência. Amém.”
Os sinos vieram no dia 15.04.1948 para a Montanha. No dia 18 de
agosto o Senhor fora transladado para Munique. Em 7 de Outubro o
Senhor fora sepultado na Pirâmide. 17 de setembro, dia do casamento do Senhor. Eles se tornaram um na matéria em Ratheboll, perto de
Dresden. 1919 o Senhor foi solto da prisão na Inglaterra. O Senhor
partiu em 06.12.1941, às 16:15h. Frau Maria em 19.12.1957.
Alexander em 03.02.1968.
Sepultamento:
O caixão vem da casa mortuária para o Templo. Vestidos brancos para as mulheres, os homens com traje escuro. O Senhor e as Damas
sentavam-se no alto, como nas solenidades. Uma música de órgão.
Alocução feita por um senhor:
“Uma alma humana deixa seu pesado invólucro de matéria
grosseira, para continuar seu caminho de amadurecimento espiritual.
Com isso ela cumpre a vontade divina na Criação. Ela portava o nome terreno........ A alma conhece o caminho, a Palavra Sagrada da
Mensagem e auxiliares encontram-se ao seu lado. Rico torna-se seu
saber e seu vivenciar. Certas coisas que até então tinham lhe
permanecido incompreensíveis, já se lhe tornaram certeza. Numa admiração cheia de devoção, lhe sobrevém um pressentimento da
verdadeira grandeza de Deus, que a deixa elevar-se em seu vôo em
direção às alturas, que a conduz aos jardins luminosos da maravilhosa
Criação. Alegrai-vos com ela, vós que podeis denominar-vos amigos dela. Um dia vós a reencontrareis, a alma. Agradecei junto com ela ao
Senhor, que a conduz aos seus maravilhosos jardins, onde a vontade
pura deixa reconhecer tudo que ainda lhe é necessário para seu aperfeiçoamento espiritual. Em Seu grande amor, Ele ainda lhe dá
fortes e fiéis auxiliares para que estejam ao seu lado, de modo que ela
não pode mais tropeçar, nem cair, enquanto ela quiser trilhar o caminho certo para o alto. Deixai-nos pedir junto com ela: “Senhor, Tu que, em Tua imensa bondade, por meio de Tuas maravilhosas leis na Criação, queres auxiliar todas as criaturas humanas, que trazem em si a firme vontade de ascender, nós Te agradecemos e Te pedimos: Dê força para a alma que deseja se dirigir ao Reino Luminoso. Amém.””
Bênção, maravilhosa:
“Que a alma esteja liberta agora de todos os pesos do invólucro terreno e se lance alegremente para o alto, em direção às alturas luminosas do eterno formar-se. Nossos desejos devem acompanhá-la. Amém.”
Sobre o caixão que ainda se encontrava diante do Altar, ainda era colocada uma rosa. Uma mulher falava:
“No raio do Amor tu encontrarás o caminho para a altura
luminosa.”
Depois o locutor continuava a falar no púlpito, no Templo:
“Deixai-nos entregar o invólucro terreno despido à Terra.”
Então o caixão era levado para fora do Templo.
No túmulo, as palavras:
“Que o invólucro seja agora entregue ao curso da matéria grosseira,
amadurecida de acordo com as Leis de seu Criador, as quais
encontram-se ancoradas em perfeição.”
Bênção:
“Imanuel abriu o portal para o Reino Luminoso junto aos pés de
Seu Pai.”
As pessoas colocam flores sobre o caixão, para o amigo que partiu.
“Adeus.”
Em 15.04.1932 Anunciação, exortações.
Sete vezes os seres humanos serão exortados, pela primeira vez por
Michael (Miguel), o guerreiro, Gabriel, o anjo da Paz, Ariel, o Amor,
Ezequiel, que selou o velho e o novo Livro que será escrito como começo. Os quatro arcanjos também sustentam o Trono de Deus. Os
quatro arcanjos serão desenhados nas próximas imagens da Criação,
disse-me o Senhor.
Primeira preleção: o povo escolhido, os Ismanos.
As cores das sete grutas: amarelo, azul claro, azul, rosa
avermelhado, verde, violeta, branco.
Nosso Senhor deixou a Terra em 06.12.1941 às 16:15h.
O Senhor me disse pouco antes de partir:
“Agora, com o tempo, acontecerá como em Sodoma e Gomorra. Irá continuamente para baixo. Mas os seres humanos não têm compreensão para isso. A Terra também está superamadurecida. Essa humanidade ainda deveria ter sido salva, por um tempo. Agora se erguerão os sinais, já que o Juízo iniciou-se em 1936.”
Deus, o Senhor retirou novamente Seu Filho da humanidade que se
tornara terrenamente escura, que deveria ter sido salva, agora ela foi
entregue ao destino, para sempre.
Sobre a Terra vibra:
“Ai, ai humanidade, o que fizestes! Amém.”
Ajax, o dogue do Senhor.
Como eu conhecia Ajax, ele não era um cão, mas sim um
determinado enteal como cão. Sua fidelidade era inacreditável, o que
nenhum ser humano pode imaginar. Quando a gente olhava para ele, podia-se notar exatamente que ele era de uma espécie de entealidade
bem especial. Ele estava continuamente alerta, sempre estava presente
quando o Senhor saía de casa. Ele observava tudo. Ele podia estar bem longe lá fora no jardim, ele vinha repentinamente quando o Senhor
deixava a casa. Ele entendia tudo. Eu podia brincar com ele, fazer todo
tipo possível de brincadeiras com ele. Ele era muito amistoso, mas também muito reservado. Eu sei, eu podia sair a passear com ele, para
que ele saísse de casa e se movimentasse. Nós também fazíamos
gracejos, mas toda vez que ele percebia que alguém o considerava como
bobo, ele se transformava. Ele ficava decepcionado, então se sentava e olhava fixamente para a pessoa, como se quisesse dizer: eu conheço teu
raciocínio, tua intenção. Você também deve me entender. Nós dois nos
alegrávamos por podermos servir ao Senhor. Ele era tão compreensível e tão amável, parecia-me que ele falava comigo, tanto participava em
tudo. Emanava dele uma espécie tão forte, que se tinha que levá-lo a
sério. Ele era como uma criança. Ajax era grande e poderoso. Quando ele ficava parado diante de mim e me olhava, parecia-me toda vez como
se estivesse ali um protetor do Senhor. O Senhor disse:
“Ajax fora-me dado terrenamente como cão, apesar dele ser um grande enteal consciente, sobre o que eu ainda não falei, pois há ainda muitas coisas, que ainda não esclareci. Só se deve ser cauteloso com ele, tratá-lo bem, pois ele é uma grande proteção, que não é reconhecida.”
Uma vez, eu me lembro, o empregado do vizinho entrou pelo jardim. Justamente nesse instante Ajax saía de casa. Ele estava a uma boa
distância, de repente ele viu o vizinho, mas este também o viu. Assim o
homem saltou no último momento por cima da cerca e Ajax foi correndo
como um leão ao encontro da cerca. Por sorte o empregado ainda teve
tempo de passar para o outro lado. Ajax bateu a cabeça tão forte, que até sangrava um pouco. Em seguida Ajax veio até mim. Ele estava
parado diante de mim, com a cabeça erguida e me olhava cheio de ira.
O rabo estava esticado, parado, como se ele dissesse: “Como é que você pode deixar o homem entrar?” O empregado nunca mais entrou, ele
havia ficado branco como giz. Ajax ficou alguns dias bravo comigo. Ele
nem me olhava mais. Naturalmente eu contei isso ao Senhor.
Aí o Senhor disse:
“O senhor intuiu isso? Então o senhor sabe, qual língua ele
fala.”
Também não se podia jamais erguer Ajax, ele se comportava de forma totalmente repulsiva. Ele também não se deixava olhar muito nos
olhos, isso ele não podia suportar.
O Senhor disse:
“Isto eu acredito, com o olhar direto nos olhos, ferimos a espécie da entealidade. A espécie vive totalmente à parte, aí a humanidade não tem nada a vasculhar, digamos mais precisamente, ela nem o permite, muito menos Ajax. Mais tarde eu esclarecerei ao senhor qual a conexão disso.”
Quando eu podia ir até o Senhor, Ajax ficava sentado ao lado do
Senhor e prestava atenção a cada palavra. Quando eu relatava algo desagradável, Ajax ficava bem inquieto, visivelmente, de modo que nem
queria continuar. Assim ele se comportava. Era compreensível, ele
encontrava-se ali, ao lado do Senhor, para protegê-lo de toda e qualquer forma. Já de acordo com a irradiação. Especialmente quando se tratava
dos nazistas. Quando o Senhor tinha dificuldades, o Senhor não comia
nada, mas também Ajax recusava qualquer comida. Não havia nada o
que se pudesse fazer com ele. Para nós era muito difícil, nós víamos o quanto o Senhor estava ligado com Ajax. Os olhos de Ajax iam para a
esquerda e para a direita, nervosamente até o máximo. Aí era de se
imaginar, o que estava se passando com nosso Senhor. Quando o Senhor adoecia mais freqüentemente, Ajax ficava muito triste, sim,
muitas vezes ele ficava com os olhos molhados, como se chorasse. Ele
logo se virava, quando alguém conversava com ele. Ele se esgueirava em torno da escrivaninha, onde o Senhor sempre se sentava. Ele podia ir
muitas vezes até a cama, até seu Senhor, onde o Senhor falava com ele
e o acariciava, com grande amor. Ajax era como um cordeirinho, ele colocava a cabeça sobre a coberta na cama, seu olhos brilhavam
cansados, uma expressão que não se pode descrever. Os olhos, pois,
diziam tudo. Um dia o Senhor deixou a Terra. Isso fora o fim de Ajax.
No escritório se encontrava a cadeira de couro, com encosto, do Senhor. Ele despedaçou completamente a cadeira por dor, que seu Senhor havia
partido. Tanto assim ele sofria. Quando o Senhor fora retirado da casa,
ele gemia e uivava terrivelmente. Assim ele logo ficou muito doente, até se deitar após alguns dias diante da porta da casa, onde ele foi
encontrado morto. Ajax foi um grande dogue alemão, um animal
maravilhoso e altamente desenvolvido.
Algo que o Senhor também falava:
“Cada um deveria ler a página 389 da Mensagem (1931) *(vide ANEXO 1) e, em especial os três primeiros parágrafos, e refletir seriamente sobre isso, onde está escrito: “Feliz daquele que...”.”
“O Burgo do Graal será construído agora na Montanha, da propriedade do camponês Pointner passando pela do camponês Eckel até a cabana de esporte de trenó. Ele será construído de uma rocha branca, que virá de além-mar. A cúpula será de ouro verde, sobre ela a Bandeira verde do Graal. A estrada de acesso até o Burgo passará por Fiecht-Wetterwende. A Colônia será totalmente desmanchada, com exceção da Casa do Graal, a elevação do Graal. Essa casa deve ser mantida, a elevação do Graal jamais deve ser ampliada ou reformada. Desde a propriedade do camponês Steinlöcher saindo da floresta até o
Burgo, tudo deve ser disposto em degraus, com canteiros de flores. Carros não poderão vir até a Montanha. O Gästehaus (casa de hóspedes) deve permanecer por enquanto, um novo Gästehaus, a princípio, não deve ser construído. Quase todos os hóspedes deverão se alojar lá embaixo. Delegações deveriam morar no adendo do Burgo. A sala de Solenidade no Burgo do Graal, que será muito grande, deverá abranger 12.000 pessoas; e de grandes círculos somente representantes deveriam poder assistir a sagrada Solenidade na Montanha. Todos, todos os outros deverão poder ver isso de longe. Mas essas delegações também deverão revezar-se. Todos os camponeses venderão sua propriedade com prazer. Os servos do Templo em trajes solenes, um brasão especial, caracterizado com três pombas brancas. O Burgo do Graal deve surgir em resplendor diante do mundo todo.”
O Senhor deveria ter vivido até os 104 anos de idade. O senhor Alexander deveria chegar à idade de 70 anos, até que ele pudesse
representar o Senhor razoavelmente. Substituição cada vez por um
primordialmente criado no Reino dos Mil Anos.
“O que alguém fizer em amor a mim, para este a recompensa está perdida. Apenas para a glória do Altíssimo é o verdadeiro. Uma pessoa pode trabalhar tanto quanto quiser, se não progredir interiormente, se lhe faltar o amor, todo o muito trabalho de nada lhe adianta.”
Esboços da Criação
Deve-se tomar cuidado com falsificações, intrigas.
A Montanha se encontra sobre uma pura água mineral, 50 metros de profundidade.
Todos os fiéis Eu buscarei até Mim para um plano mais elevado.
90% dos adeptos não são legítimos.
Quem reconheceu, jamais pode falhar, jamais pode se tornar um
adversário.
Comunismo é errado. Ele desagrega.
Deve surgir uma Europa unificada.
O dinheiro vai se manter por mais tempo na Suíça.
Atentai às pedras e suas cores por causa da irradiação, também às
cores das roupas.
A Terra será elevada e terá um clima mais ameno.
As pessoas tornar-se-ão mais velhas através da penetração da força
da Luz. Sem impedimento.
Tomar alguns goles de água pela manhã para a digestão, se
possível, morna.
À noite fechar as janelas por causa da irradiação noturna. Sons dos animais não devem incomodar. A quem isso incomodar, vibra mal.
Deve-se levar as coisas um pouco menos a sério, então a vida fica
mais fácil.
Ceder passageiramente, jamais tomar algo mui tragicamente.
Deve-se atentar à mulher, especialmente quando o homem tem
azar.
Ela deve então mostrar compreensão.
Dois ou três discípulos permanecem legítimos. Todos os outros
falharão. (falado em 1940).
O cavaleiro verde foi retirado, para que a mulher, sua mulher, possa permanecer e cumprir.
Burgo luminoso na Montanha.
A cúpula mais alta do Burgo em ouro verde e com a bandeira verde.
Ouro verde, o valor, sobre o outro reside a maldição.
Gardasee (lago de Garda), harmonia, ligação com o Alto para nosso Senhor. Muito forte por causa da água.
O Senhor quer escrever ainda 9 volumes e neles esclarecer como
tudo se passa na Criação, para que o espírito humano encontre o seu caminho desejado por Deus até as alturas luminosas.
Templo intermediário para 5.000 pessoas deve ser construído em
frente ao Zidererhof em direção a Fichtunterland.
Além disso, nenhuma outra estrada.
Reforma da Casa do Graal, não.
O conselho do Senhor: Cinco homens: um terapeuta, um cientista,
um fabricante, um trabalhador braçal, um pedagogo.
Afastai-vos dos assim chamados salteadores da fé.
O fio vermelho deve ser sempre conservado. A conseqüência seria
um florescimento maravilhoso, com jubilosos cantos de louvor, um circular sem impedimentos do movimento harmônico, soariam na
Criação inteira acordes da límpida pureza.
“Os 144.000 – Assim eles puderam reconhecer por mais vezes a
salvação do que outros peregrinos terrenos, pois eles estavam mais abertos para o atuar em nome de Deus, dos Filhos da Luz do Senhor,
mas eles também tiveram uma maior responsabilidade do que outras
almas, pois deviam preparar-se para o último serviço na Terra, o serviço junto a Imanuel. O Filho de Deus os chamou à sua proximidade, para
que se purificasse o círculo de seu destino no ardor de Sua Graça
luminosa e para que estejam amadurecidos, para que Ele os usasse de acordo com Sua sagrada vontade.
Contudo, Ele não chamou unicamente as almas que O haviam
amado outrora, Ele também chamou aqueles que, no fundo, O haviam odiado e se sobrecarregado com isso com a mais grave culpa diante do
Senhor, antes que o Juízo os atingisse com força plena, vindo assim o
Amor divino pela última vez em auxílio, para expiar no reconhecimento, como a mais pura dádiva da sempiterna bondade da Luz. Assim vós
todos vos encontrais no fechamento do círculo no Juízo. Para alguns o
anel já se fechou com um barulho sonante, alguns caíram, alguns se
encontram rezando no raio do amor sagrado e seu círculo do destino se fecha na Luz do bem-aventurado reconhecimento de Deus.
Difíceis acontecimentos fecham-se agora, anel a anel. Os raios do
Juízo de Deus iluminam, fecham com força as extremidades e julgam tanto o bem como o mal. Pura irá se tornar a Terra, para que ela
também possa elevar-se para a Luz. Ela até irá se preparar alegremente
para o fechamento do anel e se enquadrará como pedra final em seu destino, o precioso diamante irradiante.
Profundo silêncio paira sobre o Burgo eterno, onde os primordialmente criados oram no recinto do Santuário. O Altar está
coberto com pano escuro e as taças resplandecentes parecem como que
apagadas aos olhos que anseiam pela Luz. Contudo, de repente irrompe
uma Luz sagrada pelo portal, onde irradia o Trono vivo do Deus Eterno, do Senhor. No portal dourado aberto encontram-se ambos os nobres
Filhos do Eterno, de mãos dadas. Ambos irradiam na perfeição, na
magnificência e no brilho primordial do mistério divino. De mãos dadas encontram-se os Filhos de Deus, que são um só com o Pai, pois cada
um vive no outro e que, por sua vez, também atuam separadamente na
força de Sua Trindade. Sagrada é a hora em que o corpo açoitado do
Salvador morreu e a alma se libertou para retornar ao Amor do Pai. O dia da hora terrena mais sombria chegou. Assim também para nosso
Senhor. Pairam asas sagradas em torno do Rei, que em solene devoção,
encontra-se olho no olho com o Pai.
Assim falou o Senhor:
“Sagrada é minha Palavra, contudo vós não a quisestes reconhecer. Sagrada é minha ira, que vive em Meu Filho, o qual vos julgará agora em Meu Nome. Fechados estão os portais da vida a partir de agora e Eu não deixarei entrar nenhum de vós, que não me seja indicado pela boca de Imanuel. Ele nasceu de Minha onipotência, eternidade e agora Eu vos obrigarei, a reconhecê-Lo em Minha Palavra.”
O trespasse do Senhor
Como me fora descrito por minha esposa
Em 06 de dezembro de 1941, às 16:15h, o Senhor Imanuel deixou a
Terra. O atuar da humanidade ocasionou isso. O Senhor não estava
muito bem por vários dias, doía-Lhe todo o corpo, queimava. Três médicos graduados o examinaram, contudo não encontraram nenhum
problema orgânico, ou seja, tudo estava em ordem. Assim Lhe deram
novamente alta do hospital em Dresden, mas Ele deveria se poupar, sem preocupações ou esforços. Em casa, em Kipsdorf, o Senhor só se
sentia melhor, quando Ele se banhava, ou seja, ficava embaixo da água.
Então, Ele não sentia dores. Mas o Senhor emagreceu dia a dia, sim, Ele emagreceu até o esqueleto. E ao mesmo tempo Ele parecia tão bem,
sem rugas, nenhuma pele enrugada. Oh não!
No Schweizerhof estavam Frau Maria, Fräulein Irmingard e minha
esposa, que faziam tudo o que podia ser feito. Assim minha esposa tinha de ir muitas vezes até o Senhor e levar para Ele uma maçã
cheirosa, o que Lhe fazia muito bem. Isso era, na verdade, Sua
alimentação principal.
Freqüentemente o Senhor disse baixinho:
“Boa Sra. Wagner, traga-me dentro em pouco novamente uma maçã bem cheirosa, não porventura para comer.”
O Senhor também falava, quando Ele se sentia melhor, como a
construção progredirá rapidamente, mas diferente. Freqüentemente e
sempre de novo Ele falava da construção, como tudo virá, sim tudo irá se modificar consideravelmente. O Senhor falava muito sobre a
maravilhosa água e seu efeito, a grande força que reside nela. A
humanidade hoje ainda não lhe dá o devido valor. O elemento mais
forte, benfazejo, construtivo, terapêutico de todas as maneiras.
O Senhor se tornava cada vez mais silencioso e cada vez mais
baixinho em seu falar, de modo que Ele mal podia ser ainda entendido.
Assim veio o tempo, em que Ele somente sussurrava ainda, de tão fraco se tornaram seus órgãos. Ele apenas ainda olhava com olhos bem
abertos para todos, totalmente consciente e severo. O Senhor
emagrecera até o esqueleto, apenas seus olhos claros e penetrantes reluziam de uma forma maravilhosa, um brilho! Ele não mostrava
cansaço, era algo de extraordinário.
Dr. Hüter fora chamado para que viesse. Ele era médico e portador da Cruz de ouro, e o Senhor sempre gostara muito dele. Visitas vinham,
de qualquer forma, muito poucas. A grande cordialidade que o Senhor
possuía era maravilhosa. O Senhor não queria mais comer. Notava-se
como o Senhor se preparava para partir. Ele estava silencioso, impressionantemente silencioso, de modo que quase não se podia
acreditar, como o Senhor já se encontrava, em momentos, passando
para o outro lado. Dr. Hüter aplicou mais uma injeção no Senhor, uma injeção para fortalecimento, já que o Senhor se encontrava diversas
vezes em agonia, mas logo voltava de novo a si. O Senhor abria os
grandes olhos, estava novamente por completo consciente e calmo. Mas
muitas vezes o Senhor se encontrava em luta, isso se podia ver Nele,
pois Ele batia forte com as mãos, como se estivesse utilizando uma espada, numa luta de natureza inacreditável. Assim aconteceu que o
Dr. Hüter fez grandes repreensões a si mesmo, por ele ter aplicado mais
uma injeção no Senhor, por ordem de Frau Maria. Desesperado ele andava de lá para cá, e dizia:
“Será que cometi um grande erro agora? Pois trata-se do Senhor!”
Ele segurava a cabeça e não sabia mais o que fazer. As Damas já estavam muito nervosas e inquietas. Corria-se para lá e para cá.
Novamente o Senhor estava em agonia, mas novamente Ele voltou,
segurou a mão do Dr. Hüter bem firme com um olhar amigável. O
Senhor não conseguia mais falar, mas seus olhos brilhavam. O Senhor ficou novamente inquieto, caiu novamente em agonia e as 16:15h Ele
deixou esta Terra para sempre. Assim apagou-se a Luz divina sobre este
globo terrestre, mas também para nós seres humanos. O Senhor Imanuel fora retirado e reunificado de novo com a sagrada Luz de Deus.
Nenhum Filho de Deus pisará mais nesta Terra, disse-me o Senhor uma
vez.
Frau Maria teria exclamado, logo que o Senhor deixara a Terra:
“Senhor, Imanuel, Tu queres nos abandonar?”
A culpa desses acontecimentos é unicamente dos espíritos
humanos, pois, o Senhor disse que “seu caminho só estava sendo
coberto com pedras.”
O Senhor foi vestido só no próximo dia, pois um discípulo achara
que “o Senhor retornaria mais uma vez.”
Palavras do Senhor:
“Deveis dar aos vossos próximos com vosso essência, com vossa maneira de ser, e nessa essência, no dar-se, no convívio com vosso próximo, na consideração, no respeito, que ofereceis voluntariamente, reside a vida.”
“Precavê-te de pensamentos confusos, de toda superficialidade no pensar, superficialidade vinga-se amargamente, pois rapidamente ela se rebaixará a um lugar de influências escuras, tornando-te facilmente descontente, mal-humorado, injusto com teu ambiente mais próximo. Nunca te esqueças, quando geras pensamentos, utilizas força de Deus, com a qual és capaz de produzir o que há de mais puro e elevado.”
22 e 23 de junho de 1936, novamente palavras do Senhor, depois da prisão:
“Tudo virá de modo diferente do que acreditais, até que o solo esteja preparado, para que a promessa da Escritura possa cumprir-se. Poderia ter sido diferente, se as pessoas tivessem assimilado a Palavra Sagrada, tornado o caminho do Senhor róseo ao invés de cobri-lo com espinhos e pedras.”
Mateus, capítulo 24, vers. 4-8, Lucas 17, vers. 24, etc... Daniel, cap.
13, vers. 7: “Deliberai conselho e ele será dissipado; tomai decisões e elas não persistirão, pois aqui é Imanuel”. Isaías 8-10. “Tomai todos disso, é o sangue do Novo Testamento, que será despejado para muitos
para perdão dos pecados.”
Eu vos digo:
“A partir de agora não bebereis mais do vinho desse recipiente de
vinho, até o dia em que eu o beberei novamente convosco no Reino
Celestial de meu Pai. Amém”
“Minha meta é de espécie espiritual, mas eu não trago nenhuma religião, não quero fundar nenhuma nova igreja, muito menos uma seita, mas dou com toda a simplicidade uma imagem clara do atuar autônomo da Criação, que traz a vontade de Deus, através da qual o ser humano pode reconhecer nitidamente, quais dos caminhos lhe são bons. Tudo o que me atribuem terrenamente, eu repudio, pois se originou de fontes hostis e vêm justamente de todos aqueles que o procuram difundir e utilizar contra mim. Desejos ou ideais políticos encontram-se igualmente distantes de mim, pois para tanto me falta a necessária compreensão. Da Colônia do Graal em Vomperberg no Tirol eu quero fazer um Refúgio de Paz e uma Fonte de Força Espiritual para todos aqueles que aspiram sinceramente por isso.
Cada visitante da Montanha deve intuir como digno de ser imitado, aquilo que vê e ouve, e esse anseio ele deve levar de forma indissolúvel consigo, até que ele próprio forme sua vida terrena de acordo com isso. Assim as pessoas levarão interiormente a Paz para seu lar, para seu país, e com essa Paz uma nova força para um alegre atuar!
Paz é inseparável de satisfação e, enraizando-se nisso, deve surgir a felicidade lá, onde o esforço encontrar o solo correto para tanto.
Refúgio de Paz! Fonte de nova Força!
Criar isso em Vomperberg, no Tirol é minha única aspiração, e isso só é capaz de trazer benefício a cada pessoa, com isso também a cada família e a cada nação.
Vomperberg, no ano de 1936.
Abdruschin.”
A Colônia do Graal não surgiu por intenção do Senhor, mas pelo
desejo e a pedido dos adeptos, que viviam e queriam viver em sua
proximidade, pois o Senhor jamais queria isso para, como
disse: “Alcançar meu objetivo”. Apenas pela insistência das pessoas, para poderem ficar perto do Senhor, é que surgiu a grande Colônia, já
que Ele esperava que as pessoas permanecessem puras e humildes. E
veja no que resultou!
Por isso o Senhor falou:
“As pessoas não são confiáveis.”
Para um portador da Cruz sincero só há uma coisa: “Por que me foi
permitido estar sobre esta Terra? Para cumprir aquilo, pelo que eu
havia pedido outrora, prestando o juramento em Patmos. Esse juramento cada um tem e deve cumprir, servindo ao Senhor com todo o
seu ser. Por isso pudemos vir à Terra.
Eu prometo servir ao Senhor, eu cumprirei. Mil agradecimentos por isso.”
Convocados
Acontecimento de luz sobre acontecimento de luz pulsava sobre a
maravilhosa parte terrena azul de Éfeso. Já há muito tempo atrás, antes do reino dos Ismanos, a Luz sempre deu a possibilidade ao
espírito humano de se desenvolver tanto para que ele possa elevar-se
para o alto, ao encontro da Luz. Os Ismanos eram espíritos que pertenciam aos mais desenvolvidos e que foram conduzidos assim como
os convocados. Eles se destacavam, de forma natural, dos outros
espíritos humanos. Era uma tribo atrás das altas montanhas, onde uma alta parede rochosa isolava o olhar para as mais baixas planícies.
Essa parede deixava-se empurrar para o lado, possibilitando uma saída.
Os Ismanos eram assim como os seres humanos devem tornar-se
depois do Juízo de Deus. Alta, elevadíssima arte fora doada a todos eles. Eles eram belas criaturas humanas. A intuição os conduzia à mais
elevada florescência do atuar enteálico, puro e claro. Os Ismanos
existiram só por pouco tempo sobre esse globo terrestre, até terem cumprido sua missão. Também não houve mais descendentes.
Ismael, o elevado guia espiritual, que tinha de preparar os sete
mundos para o Juízo, veio do quinto plano espírito-primordial, a fim de cumprir sua elevada missão. Ele foi o guia da tão bela tribo do reino dos
Ismanos, o qual brilhava claro, em humildade. Ismael teve de partir
outrora, totalmente sozinho, seguindo o chamado, para buscar o Filho da Luz Abd-ru-shin –Parsival que nascera de um casal real persa, pois
havia sido previsto que Ele corria perigo. Ismael criou o pequeno
menino de forma bela e alegre em seu reino, até que Ele próprio pudesse decidir. Abd-ru-shin significa “Filho da Luz – Parsival”. Ele logo
se sentiu impelido a sair do belo reino dos Ismanos, com o que Ismael
Lhe deu a metade do povo e dos tesouros. Assim ele cavalgou com
grande comitiva pelo portal, onde a parede rochosa se abria, para fora, rumo as longínquas planícies, bem longe, até o local que Lhe fora
mostrado para se estabelecer numa região ao sul. Lá Ele construiu seu
reino com o auxílio dos fiéis Ismanos, que O haviam acompanhado. Abd-ru-shin estava em ligação luminosa com o Alto e com Ismael. Tudo
o que Abd-ru-shin não sabia de forma exata, Ismael Lhe dizia, já que
Abd-ru-shin era um estranho na matéria, mas Ele logo se ambientou. Seu reino floresceu rapidamente. O vizinho, o faraó, invejava-O muito.
Um dia Abd-ru-shin deu de encontro com uma caravana no deserto,
onde houve uma luta com os ladrões do deserto. Lá ele salvou, no último instante, uma pequena menina e sua mãe. Ele levou consigo
essa pequena menina e sua mãe para o seu reino, onde a menina se
mostrou bem aberta espiritualmente, dando alegria a Abd-ru-shin com
seu ser. Era Nahome, que viera dos planos luminosos. Logo fora direcionado a Abd-ru-shin um povo bem infantil. Sua confiança em
Abd-ru-shin cresceu bem rapidamente. Cheios de alegria por terem
encontrado um tal líder, eles riam, gritavam e dançavam. O guia que eles possuíam, ligava-se cada vez mais a Abd-ru-shin. Assim aconteceu
que esse povo infantil, junto com seu guia, se ligou totalmente a Abd-
ru-shin. Jusu se chamava o guia desse povo. Eles também receberam o belo nome Is-Ra. Maravilhosamente irradiava o reino de Abd-ru-shin de
modo exemplar. O Filho da Luz, Abd-ru-shin – Parsival, enviado do Alto
por Imanuel. Ismael olhava freqüentemente para sua bola de cristal,
onde ele podia ver o maravilhoso atuar do Filho de Deus, Abd-ru-shin – Parsival. Grande alegria e agradecimento se elevaram dele, por sua
permissão de poder atuar. Essa maravilhosa atuação, porém, trouxe
desencadeamentos inacreditáveis. Assim como Moisés, mais tarde Kassandra, vinda do Amor de Deus e o sagrado envio do Amor na época
de Jesus, Ismael fora encarnado pela última vez como João Batista para
atuar na Terra. Assim também João, o discípulo preferido de Jesus, que agora atua em Patmos. Nesse meio tempo, foram enviados, sempre de
novo, profetas, como auxílio oriundo da Luz. Jesus, vindo do inenteal,
deu mais uma vez o grande impulso, como a última âncora de salvação
antes do Juízo.
Então veio a última etapa da Luz, os convocados para a época do
Juízo Final. Foram 144.000 que Deus, o Senhor, outrora, mandou
preparar, já sobre a Terra. São filhos dos Is-Ra, que foram cuidadosamente escolhidos, os quais também se esforçavam sem que
eles o soubessem, para poderem, um dia, fazer parte do povo escolhido,
na época do Juízo de Deus. Para tanto a Luz confiou a esses espíritos a elevada missão, para que Parsival pudesse cumprir Sua sagrada missão
entre esses 144.000. Dos Is-Ra, do povo infantil, que também
permanecera assim sobre a Terra, foram soerguidos 144.000 por irradiação a Patmos, a ilha luminosa e bem-aventurada, para prestar
diante de Deus-Imanuel o sagrado, mas também tão difícil juramento,
que os comprometia também a cumpri-lo, que os liga eternamente a Parsival, ao Filho da Luz. Eles deveriam ser escolhidos no Juízo
Sagrado, para estar ao lado de Parsival em todas as circunstâncias, com
todas suas capacidades e aptidões, as quais todos receberam, cada qual
na sua medida. Todos eles foram preparados para este chamado, quando Parsival, o Senhor, os chamasse. Uma força mais elevada fluiu
para eles, seu saber fortaleceu-se poderosamente. Sua intuição
irradiará de forma mais clara. A sua maneira de ser pessoal atuava como um imã. Seus olhos deverão reluzir e outorgar confiança. Todos
foram colocados em posições terrenas, cada qual em sua espécie. Cada
um de tal forma que o Senhor terrenamente pudesse instituí-los agora e possa liderar uma obra completa em paz e alegria, porque sagrada força
fluía abundantemente sobre todos eles. Sua vivência em Patmos fora
tão grande, tão poderosa, que todos agradeceram de joelhos e aguardavam pelo seu cumprimento. Assim os convocados foram
novamente colocados sobre o tão belo e reluzente globo terrestre verde-
azulado, onde foram instruídos e guiados, a fim de cumprirem total e
plenamente o posto que lhes fora destinado. Todos são de uma só estirpe, nenhum se encontra mais alto, pois cada servir é um servir ao
Graal e assim deve ser. Todos aceitaram seus lugares com prazer e com
gratidão. O juramento feito em Patmos irá acompanhá-los sempre, lembrá-los sempre de sua missão, para que permanecessem alerta. A
consciência, o plexo solar, a intuição irá lhes ajudar nisso, exortá-los-á
continuamente, de modo que seriam conduzidos à Mensagem Sagrada, à Verdade em sua peregrinação. A cada um dos escolhidos será dada
verdadeira humildade, de modo que já devem se destacar em sua
maneira de ser, em seu comportamento exemplar, desde a infância até
o seu cumprimento. Tanto assim a Luz se esforçou no preparo dos convocados! Parsival já estivera uma vez como estranho na matéria,
onde fora assassinado. Naquela época e agora novamente pela última
vez, onde Oskar Ernst Bernhardt já na década de 20 escreveu e editou escritos e livretos, a fim de dar ao leitor a possibilidade de se
aprofundar nas Leis da Criação, que chegaram cada vez mais a
despertar nele. Em 1926-27 Ele fora guiado de tal forma, que encontrou Frau Maria e as três crianças, que eram altos convocados, formando
assim uma família. *(N.T.: Em 13.03.1918 o marido de Frau Maria, August Freyer, faleceu no hospital militar em Charleroi, Bélgica. Frau Maria então, agora viúva de guerra, quer alugar um quarto mobiliado de sua residência para ganhar um pouco de dinheiro. O locatário foi exatamente o Sr. Oskar Ernst Bernhardt que acabara de se separar de sua esposa. Assim Abdrushin e Frau Maria se conheceram. Casaram-se em 17.09.1927) Em 1927-28 o Senhor mudou-se para Vomperberg,
onde deixou que surgisse a Colônia do Graal. Os escritos e livretos
atuavam de forma muito forte sobre certos convocados. Eles se interessavam, sim, queriam conhecer o escritor. Assim aconteceu que
no ano de 1929 despertaram os primeiros convocados.
Em 29.12.1929 veio o forte trovão do Alto, oriundo da sagrada Luz,
onde Parsival tomou posse de Oskar Ernst Bernhardt, irradiando através dele, dando-se a reconhecer e como Parsival, o Filho da Luz, no
raio de Imanuel, se revelou ao seres humanos diante do Mundo todo.
Força divina sagrada fluía poderosamente de Parsival e sobre os primeiros convocados. Na mesma hora iniciou a Estrela de Parsival a
sua peregrinação do espírito-primordial para baixo. Mas também nessa
hora fora expedido o sagrado chamado, sim, fora lançado ao mundo, por sobre o globo terrestre até os convocados, de modo que todos
tinham de ouvir e perceber o chamado, a fim de intuírem e procurarem.
O Filho da Luz, Parsival, que fora enviado para algemar Lúcifer, para tirar-lhe a lança sagrada, e assim lhe fora tirada a força e seu atuar.
Parsival realizará o Juízo de Deus, o Juízo Final. Mas, ao mesmo tempo,
introduzirá o Reino dos Mil Anos, que será erigido depois do Juízo de
Deus. Os 144.000 foram convocados como espíritos alemães. O povo convocado deve cumprir de forma orgulhosa e verdadeira. Despertado
do povo infantil dos Is-Ra. Assim eles, como alemães, devem ser agora
exemplos em todas as situações no mundo inteiro. Eles foram divididos e distribuídos para todos os povos da Terra, para atuarem.
Então fora emitido o chamado aos 144.000, tendo eles que mostrar,
se se mantiveram fiéis e despertos, se levaram a sério o sagrado juramento, ou se deixaram adormecer por Lúcifer, tornando-se pessoas
de entendimento atrofiado. Poderosa flui a sagrada força, impelindo,
despertando todos, onde cada um tinha de reconhecer, sim, se sentir impulsionado a reconhecer o seu cumprimento, o sagrado juramento
em Patmos. Fidelidade, indizível fidelidade exige Parsival de cada um.
Assim ele chama para o servir os 144.000, dos quais necessita para a
realização terrena.
Em 29.12.1929 foi realizada a primeira elevada Solenidade, conduzida por força divina, onde aqueles, que atenderam ao primeiro
chamado, também estavam presentes, e deles também surgiram os
elevados convocados.
O Senhor Parsival falou nessa ocasião as sagradas palavras, como
elas são faladas por ocasião da solenidade e os selou com as palavras:
“Com a pureza desta água eu vos dou o sinal de meu Pai, nosso Deus e Senhor, que vos torna Dele e vos une à Luz. Assimilai a força do Espírito Santo, que vos protegerá, guiará e iluminará, enquanto aspirardes à Luz. Amém.”
Maravilhosa, suave e sonante música aumentava a ação única da elevada Solenidade Sagrada. O Senhor também falava as maravilhosas
palavras que davam o apogeu à Solenidade por ocasião da Ceia
Sagrada:
“Agora deixai-nos caminhar para a Ceia, que desfaz a antiga aliança e a liga novamente com a condescendência de Deus. Ficai em oração para o Alto. A força do Senhor jorra agora por sobre vós e para dentro de vós. Bebei da dádiva com a séria vontade para o bem, para que Ele um dia vos possa deixar abrir o portal para o Reino luminoso do Pai. Amém. Pai, eu cumpro em Tua sagrada força. Que a força de Deus flua para o pão e o vinho, para que a Ceia seja consagrada e vos possa ligar novamente com a Luz. Vinde agora todos até a mesa do Senhor e tomai da força para a Ceia, que vos pude preparar. Cuidai, para que o amor de Deus ilumine vosso caminho. Amém.”
O Senhor falava essas maravilhosas palavras com grande amor e
confiança, mas também com grande alegria, pois Ele dava elevada força
divina e saber ao espírito humano. Cheio de humildade esses primeiros convocados acolhiam tudo isso ardentemente. Agradecimento, mil
agradecimentos ardiam nesses espíritos, como outrora em Patmos. Na
última Solenidade a velha aliança fora dissolvida pela última vez perante o espírito humano sobre esse globo terrestre. O Senhor falou
por ocasião dessa elevada Solenidade, realizada na Casa do Graal, as
poderosas palavras:
“Que arda agora em todos os escolhidos o sagrado juramento para o despertar. A força aumentada flui agora a todos, para abrir seu interior, o que de qualquer forma não lhes tem dado nenhum sossego, a cada um individualmente. A força da Luz tinha de explodir-lhes o coração, seu dever para com Deus.”
Parsival, o Filho da Luz, esperou e esperou. Lentamente alguns
vieram e ouviram o sagrado chamado, bem poucos. Foram cerca de dois a três mil, disse-me o Senhor em 1931, como Ele se alegrava e com que
grande confiança Ele lhes foi ao encontro. Seus escolhidos vinham até
Ele, os quais Ele precisa, que Lhe eram fiéis e os quais Lhe pertenciam, sendo guiados e apoiados por Sua força.
Em 1933, porém, o Senhor deu a entender em uma dissertação, que
os convocados estavam demorando muito e que Ele já observava como
muitos haviam soterrado o sagrado chamado, sim, nem sabiam mais dele. Isso foi muito doloroso para nosso Senhor e deixou-O muito triste,
pois para aqueles será então um tarde demais.
Nos anos até 1935 vieram ainda alguns que ouviram o chamado, pois seu intimo não lhes dava sossego, como eles mesmos disseram
admitindo. Tinha de ser assim, pois a saudade certamente não deixa
ninguém em paz. Infelizmente vieram muito poucos. Eles não se mantiveram despertos. Já em 1934-35 os líderes da Índia e da Pérsia e
outros deveriam ter vindo, já que eles haviam sido especialmente
determinados para esses povos. A sinceridade diminuía mais e mais.
Isso o Senhor já havia notado em certos convocados. Depois de algum tempo eles mostravam um lado bem diferente, é, pois, a comodidade.
Eles deram preferência à boa vida que tinham em suas posições. Sim,
isso doía muito a nosso Senhor, muitíssimo. Ele, aliás, não conseguia entender que o espírito alemão, o espírito convocado, pudesse se tornar
impuro, desonesto, cheio de arrogância, sem limites. Era
incompreensível ao Filho de Deus, ao Filho da Luz Parsival, que apesar da condução tão elevada algo assim pudesse acontecer! O Senhor
chamou a atenção para o fato que se os 144.000 não cumprissem,
então toda a parte terrenal de Éfeso cairia com eles. Ele, o Senhor, bradava isso, como se anunciasse agora a luta. E veja, em 1935 veio
um forte ataque das trevas, de convocados que haviam se tornado
escuros. Eram dois discípulos suíços, que ousaram afrontar o nosso Senhor com uma indizível infâmia. Assim surgiu a assim chamada
epidemia de discípulos.
Em 1936 deveria ter sido construído o Burgo da Luz, Burgo do
Graal, um Burgo Mundial, tudo feito de rochas preciosas, da América e do Egito. A Pirâmide de Abd-ru-shin teria sido desenterrada, tão logo
Ele, o Senhor, pisasse nessa parte da Terra. Todos os tesouros seriam
utilizados para a construção desse Burgo da Luz, com sete grutas, sete cúpulas. Então em março de 1936 aconteceu a primeira prisão do
Senhor, desencadeada pela epidemia de discípulos.
Depois da prisão, o Senhor falou as tão graves palavras, já que os muitos convocados não vinham, eles falhavam de forma deplorável. Ele,
o Senhor, lançou na cara dos escolhidos sua total falta de
confiabilidade, em qualquer situação. Mas os poucos honestos, bons, não podiam dar conta disso.
“Eles não permaneceram fiéis a Deus, o Onipotente, que lhes deu a vida, que permitiu que fossem preparados de forma tão sábia, não podendo absolutamente viver sem Sua força sagrada. Por isso, eles não podem mais ser chamados de seres humanos. Então eu também não os reconhecerei na hora de sua aflição. Eles devem perecer de forma miserável, pois se tornaram pessoas de entendimento atrofiado. Sobrevirá uma destruição, uma dor sem igual, por não terem fielmente cumprido o sagrado juramento, que Imanuel permitiu que prestassem: de serem exemplos perante a humanidade inteira. Eles aproveitaram a
preciosa dádiva unicamente para si mesmos; deplorável, e isto é sua queda. Tenho nojo de todos esses espíritos. Lúcifer ri, aprisionado. Mas esses convocados irão chorar e sangrar, é tarde demais para eles. A condescendência de Deus não se deixa escarnecer. Os poucos bons,
porém, serão fielmente cuidados nas alturas luminosas com todo amor. Assim impera Deus, o Onipotente. Depois da segunda prisão em 1938, que fora novamente preparada pelas trevas, eu tive que me consumir em minha própria força, já que o povo escolhido, o espírito alemão, falhou. Porque eles não retiravam de mim a sagrada força, assim eu fui retirado da materialidade pelo meu Pai no último minuto, por culpa dos espíritos humanos. Espírito alemão, espírito convocado, povo convocado, o que foi que fizestes! É vossa culpa, vosso falhar, vossa vida será extinta por isso.”
Imanuel, o Senhor, disse:
“Agora não virá mais nenhum Filho de Deus para esse maravilhoso globo terrestre verde-azulado, pois a humanidade aqui não merece. Um falhar, apenas! Agora, porém, o raio da ira divina golpeia chamejantemente na balbúrdia imunda e miserável e extermina tudo. Contudo, para vós poucos que vos esforçais, uma grande alegria encontrará ingresso. Mil agradecimentos serão levados para o Altíssimo em humildade e em fidelidade. Imanuel, o Senhor, virá um dia ao vosso encontro, nas alturas luminosas. Assim impera Deus. Amém.”
Oração do Senhor:
“Pai, encontrando-me em Tua sagrada Força eu Te peço, dai ainda aos poucos fiéis a força, para que possam se salvar e ter a permissão de ascender um dia. São de qualquer forma muito poucos, aos quais posso indicar o caminho para o Paraíso. Amém.”
“Senhor, a Ti agradecemos por essa Ceia, que Tu nos doas cheio de graça da abundância de Tua existência. Amém.”
O Senhor falou o seguinte:
“Até mesmo Deus, o Senhor, conforme está escrito na Sagrada
Palavra, Ele próprio coloca em torno de Si, de vez em quando, o manto divino-enteal, o que é toda vez algo grandioso, incisivo no acontecimento da Criação. Maria, o Amor divino, vem freqüentemente visitar as Ilhas das Rosas e dos Lírios, a fim de doar força. Imanuel, de Deus, envolveu-se para sempre com o manto da entealidade divina, para estar e atuar continuamente na Criação. A Rainha primordial, como a primeira no divino-enteal, também visita com freqüência as ilhas puras e luminosas que residem abaixo dela. Os arcanjos são corporificações que só podem
viver e atuar na irradiação de Deus. Eles são os primeiros emissários de Deus, o Senhor, que se encontram na esfera divina, a fim de retransmitir, de forma mais rápida, pois a força sagrada trilha apenas seu caminho de acordo com a Lei. E assim há também ainda anjos, que possuem asas e são mensageiros. Todos possuem a espécie espírito-primordial, espírito-enteal em si, e assim a forma humana.”
Sobre esse assunto o Senhor ainda não se pronunciou porque esses
anjos podem passar facilmente de um plano ao outro. A Mensagem
Sagrada trouxe primeiramente o principal, portanto a base. Além disso, os convocados devem continuar a construir, na Palavra.
“Eu me encontro atrás deles. Se eles conservarem fielmente a maravilhosa capacidade, a intuição, lhes será dito tudo por mim. Tende apenas confiança.”
Sobre Lohengrin
Para se ter a necessária compreensão, deve-se começar bem de
cima. Assim, Lohengrin é um mensageiro, originário da maravilhosa esfera dos mais elevados criados, no ápice do espiritual, portanto, visto
do Alto, do primeiro degrau do espiritual. Lá ele recebeu, como fiel, um
suplemento, a chama espírito-primordial, para atuar, da mesma forma que os discípulos aqui receberam do Senhor a chama de discípulos
como suplemento. Através dessa chama Lohengrin pode passar pela
envoltura protetora acinzentada e chegar até Patmos. Ali ele atua a partir do espiritual e recebe notícias do espiritual primordial. O Senhor
escreveu na Mensagem Sagrada que ele não é um ponto de partida de
irradiação, o que é facilmente compreensível. Assim eu coloquei
Lohengrin nas Imagens da Criação no ponto mais alto do espiritual. Lohengrin é o grande elo de ligação de cima para baixo, mas também de
baixo para cima, pois é ele quem trouxe e traz as notícias do Alto para a
materialidade. E ele trilhou o caminho de Ismael passando pelos grandes espírito-enteais até as criaturas humanas, intuitivamente, já
que ele recebeu outrora as muitas anunciações do Alto. Lohengrin se
ocupa principalmente com o espiritual, especialmente com os convocados fiéis, começando com os portadores da Cruz, até os
cavaleiros e artistas, pois ele recebe a maravilhosa música e sons,
transmitidos da Ilha dos Cisnes, os quais ele retransmite por sua vez aos agraciados. Os grandes guias espírito-enteais dos elementos
apóiam-no alegremente em seu atuar. Só é preciso se sintonizar em
Lohengrin, então já se recebe ligação com ele. Lohengrin também foi aquele que transmitiu aos primordialmente criados a queixa de que
nenhum espírito humano estava mais retornando ao Paraíso, com o que
os primordialmente criados pediram por rápido auxílio à Imanuel. Mas
Parsival já estava sendo preparado para o difícil caminho pela materialidade. Quando Parsival desceu até o Burgo, ele encontrou
Lohengrin ajoelhado em humildade, onde ele recebeu auxílio e força
ampliados para o eterno circular na tão maravilhosa Criação. Amfortas, ao contrário fora deposto como rei, contudo ainda permaneceu lá como
cavaleiro, já que seu falhar foi apenas de leve gradação, mas o jogou
fora de seu caminho e outro foi colocado em seu lugar. O grande guardião Lohengrin, que vela sobre tudo de forma clara e pura, cumpre
sua função em agradecimento. Nesse sentido o Senhor esclareceu isso
com poucas palavras. Infelizmente houve muito pouco tempo, a fim de ser dado um esclarecimento mais detalhado sobre o atuar de Lohengrin.
O Senhor teria explicado tudo isso nos nove volumes. Assim como
Lohengrin atua, todos os discípulos, apóstolos e cavaleiros devem atuar
na grande e maravilhosa materialidade, até lá em cima, em sua Pátria.
“Por isso, esforça-te espírito humano, para te tornares fiel e verdadeiro. Só assim o Paraíso permanecerá aberto para ti. A sabedoria de Deus rege o Universo. Lutai, criaturas humanas, para, no reconhecimento, possais pressentir Sua grandeza.”
Inenteal
Dois conceitos, assim como o Senhor nos dera provisoriamente. O
inenteal jamais pode ser entendido e compreendido por nós, seres
humanos. Sobre ele só se pode dizer o seguinte: Eterna vida, eterno ondular e fervilhar. Difundindo Luz, irradiando para a esfera Enteal.
Um irradiar e fluir, aspirar, impelir e impulsionar da força primordial,
sustentando a Criação inteira. Tudo vindo do grande e sagrado Amor, de Deus, o Todo-Poderoso.
Enteal
No Universo Enteal cada um sente que se encontra dentro de uma
caldeira, em um recinto, sim, em um manto, onde impera uma pressão
primordialmente poderosa. Nada se perde, tudo surge da força primordial. Nada pertence àqueles que têm permissão de existir ali. Por
isso vale apenas a única lei: observação das leis de Deus, pois são os
indicadores pelos quais o hóspede que ali habita deve se orientar, para
manter a harmonia no curso do Universo, tão belo quanto Deus, o Senhor, nos deu e deseja que permaneça. O obedecer, o esforçar-se e o
movimentar-se na existência sincera, é a base de tudo isso. Somente
através do movimento flui tudo para cima e para baixo no fenômeno universal. Um formar-se e decompor-se, e um novo formar-se. Um vai e
vem. Para todo enteal só existe um verdadeiro servir, isto é, coragem
para servir. Movimento eterno na tão maravilhosa Criação divina. O enteal só conhece um viver e vibrar na vontade de Deus, em contraste
ao livre-arbítrio. O manto azul da Rainha primordial é a Criação inteira.
A Rainha primordial é a primeiríssima forma divino-enteal, por isso, criada e formada do Espírito de Deus. Com isso ela é divino-enteal-
espiritual. Dela formou-se tudo o que é oriundo de Deus, por isso ela é
chamada de Mãe primordial. Surgiram os sete arcanjos, o quadrado dos
animais, os jardins da Pureza e das Virtudes, o Burgo do Graal com os 24 anciãos. Tudo na esfera divina. Por isso divino-enteal. Dessa esfera
irradia até embaixo na matéria grosseira.
Espírito-primordial – Enteal
Parsival como Rei do reino espírito-primordial. A partir do Burgo do
Graal que se encontra firmemente ancorado na orla da esfera divina, onde foi dito “Faça-se a Luz”, encontra-se a Criação seguinte, bem como
o circular na forma elíptica. Um circular no todo, mas também um
circular em cada esfera, assim continua de esfera a esfera e esse circular vai se tornando menor, mais estreito e mais lento, contudo
continua sempre ligado ao Burgo do Graal. O circular da irradiação
elíptica, com isso as partes positivas e negativas. Espaço e tempo
encontra-se por toda a parte. Deve tornar-se evidente, o que o Senhor quer nos dizer com tudo; de cada uma de Suas palavras devem ser
escritos dissertações, livros e feitos desenhos. Isso é esquecido por
demais. Ser espiritual significa assimilar a forma, forma que obtemos por meio da intuição, pois tudo o que vemos e vivenciamos são formas
firmes. É real. Deve-se ter isso diante dos olhos, então se nos tornará
claro o que significa, aliás, poder viver na maravilhosa Criação, formada de modo tão belo, pois a forma que nós somos, a fagulha, tem de se
tornar mais forte para continuar a existir, para continuar a atuar. Isto é
espírito e ele também vem como uma apartação à materialidade. O
espiritual encontra-se até lá em cima no divino, sim, até o Espírito Santo o é. Só assim temos participação em direção ao Alto, fazemos
parte do todo, se nos desenvolvermos. A forma humana existe, pois, até
lá no Alto e o espírito condiciona a forma humana. Ela e o enteal, o espírito-primordial – enteal, cuja irradiação se efetua principalmente na
constituição de formas, que se ligam num determinado calor. Veja a
dissertação: “O círculo do enteal”. Essa dissertação não é de forma alguma compreendida. Naturalmente os enteais são nossos mestres.
Eles ainda são muito mais, são para isso determinados pelo Alto. Eles
se alegram quando seres humanos trabalham de forma pura, já que
eles ligam o que é puro com grande alegria ao trabalho, e o desatam novamente. É como com os seres humanos: quando algo acontece com
prazer, então também dá certo, de forma bem natural. Não deve ser algo
precipitado, pressionado.
Se diz:
“Deus nos deu o Tempo, mas sobre pressa Ele nada falou.”
ou
“Lute, se esforce, mas viva.”
Tudo isso são formas. Quão importante é ocupar-se com o enteal,
nós não podemos medir o suficiente, por este nos parecer muito cotidiano, por causa do hábito. Muitas, muitas vezes o Senhor falou
sobre esse capítulo, de forma bem minuciosa, onde o amor e a pureza
têm de ser determinantes, pois vêm, por sua vez, do espírito. Pois também os enteais são perpassados pelo espírito, trabalhando em amor.
Como é belo de se ver o enteal, quando observamos os pássaros. O
porquê das fêmeas terem vestes menos chamativas do que os machos,
tem o seu motivo: para que elas não sejam tão facilmente vistas, devido a sua tarefa de chocar.
Assim a irradiação dos quatro primordialmente criados para baixo, o fluxo, deve ser visto como formas firmes, que devem ser encontradas
pelos seres humanos através da intuição, para elevar a materialidade.
Assim, deve-se ocupar realmente de forma mais minuciosa com o enteal, para poder progredir. Mas é isso que mais nos falta. Assim
poderíamos penetrar mais fundo na materialidade, a fim de
alcançarmos mais estabilidade. Isso deve ser percebido, então também aprendemos a amar os enteais, que se encontram continuamente junto
a nós e entre nós. Jamais encontramo-nos sozinhos, em nenhuma ação,
eles se encontram por toda a parte juntos. Isso deve dar algo a pensar
ao ser humano e se lhe tornar consciente, então nos envergonharíamos por demais, de realizar coisas irrefletidas. Isso todos nós esquecemos.
Assim o Senhor falou sempre de novo, e isso, que tudo está tão
evidente. A sabedoria de Deus rege o Universo. Esforça-te espírito humano, então te será dado, quão maravilhoso é tudo. Sagrada é a
Palavra. Mas só tem direito aquele que se esforça sinceramente.
Qualquer outro tem de aprender isso ou perecer.
Os quatro primordialmente criados seguram e suportam o Trono de Deus. Eles irradiam uma força vigorosa, que toda a Criação abaixo
necessita. É bem conhecido o fato de que os poderosos elementos se
ligam com o espiritual até o Círculo do Enteal e lá, como eles ainda têm calor próprio, levam-no até a matéria e a ela o ligam. Deve ser dito,
como o Senhor sempre de novo acentuava, que os seres humanos, Ele
se referia com isso sobretudo aos convocados, mal fazem uma idéia, nem querem absolutamente se interessar, quão maravilho é, aliás, o
enteal. Também quão maravilhosos são e atuam os grandes e pequenos
enteais do Círculo do Enteal. As criaturas humanas os sentem
diariamente, a minoria pelo menos observa seu ambiente. Sobre isso haveria tanta coisa bela para se ver e ouvir, daquilo que ocorre na
matéria.
Olhemos bem para o Alto, comecemos com a Criação Primordial, com as quatro colunas, que trazem o Trono de Deus e são poderosas:
Od-shi-mat-no-ke, Leilak, Leão, Merkur. Deles parte o poderoso fluxo
de força em direção descendente, até o Círculo do Enteal. A força e a irradiação não são apenas irradiação, como quase todas as pessoas
pensam. A força e a irradiação elas não as imaginam de forma correta,
pois elas são fenômenos de irradiação que assumem formas firmes e também as mantêm, as quais na verdade vão diminuindo de esfera a
esfera, mas que na matéria ainda têm tantas formas, segundo as quais
nós devemos, podemos e temos que construir de forma grandiosa daqui debaixo. São realmente fenômenos dos quais necessitamos muito e dos
quais alguns já foram encontrados, com relação, por exemplo, à física
nuclear, à força nuclear, à força atômica, à energia, à força magnética,
como o hidrogênio, o hélio, o urânio, etc., todos esses são elementos que são próprios aos primordialmente criados, que os irradiam. Eles
apenas devem ser encontrados em ligação com calor ou frio. O Círculo
do Enteal também ainda tem calor próprio. Devido ao movimento circular que parte de lá, surge calor. Esse calor é, por sua vez,
retransmitido à materialidade, já devido ao fato que muitas, muitas
entealidades só podem se desenvolver na materialidade, mas que ainda têm calor em si. Assim também ainda é gerado calor até nós aqui
embaixo, o qual certamente, pode novamente ser retirado, mas que
ainda nos aquece. Sentimos o aquecimento, por exemplo, nos raios solares, no amor, na música, nas flores, bem como em todas as ações,
etc. Isto são formas firmes.
Quanto mais o espírito se elevar, tanto mais ele irá penetrar nos
enteais que tudo perfluem e aquecem, sim, sem os quais nós nem poderíamos existir. Isso deve estar continuamente diante dos nossos
olhos. A irradiação dos enteais, que, como forma, vai até as coisas mais
ínfimas; observemos o mundo das plantas, onde cada planta possui uma forma, uma partícula delicada do enteal, cada espécie já reside
nela, por isso as muitas formas e cores diferentes. Assim é com tudo.
Até mesmo com a forma humana, que se mostra como triângulo, como
cristal. Tudo, muitos e muitos triângulos, dos quais a Criação inteira foi
construída, a partir da irradiação dos primordialmente criados. Os
primordialmente criados que se mostram como formas, começando por Parsival até a materialidade. Os enteais doadores, no entanto, dão vida
à irradiação através de seu calor próprio, apesar da irradiação dos
primordialmente criados sugar o espiritual para cima por meio de sua espécie. A força onipotente é o enteal, já se iniciando a partir de Deus.
Veja o ser humano. O ser humano não pode mudar a espécie, sua
espécie, mas sim seu estado, que pode ir muito além dos limites existentes. Assim também é para nós, seres humanos, na matéria. O
ser humano permanece ser humano, mas seus pensamentos e seu
aspirar pode e deve se elevar mais alto. Para tanto ele deve utilizar o
que é terreno de forma correta, então ele também pode progredir em sua aspiração espiritual, o que conduz para cima, a regiões que se
encontram e vivem bem acima de sua origem. Veja a convocação, o
juramento em Patmos. Devemos procurar, buscar e encontrar as muitas indicações que tantas vezes foram dadas pelo Senhor, as quais
conduzem para o Alto e indicam o caminho, para que sejamos felizes e
contentes, e as quais, aos poucos, nos conduzem para fora da materialidade. O espiritual tem a característica da atração, para não
ficar preso na materialidade. Ele tem de andar de mãos dadas com a
materialidade. As duas grandes forças, a enteal e a espírito-primordial, são de espécies tão diferentes. As duas, na verdade, irradiam para
baixo, só com a diferença que os enteais são sempre os doadores,
enquanto que os espírito-primordiais atuam atraindo. Elas não podem agir diferentemente. Assim resulta o circular da grande obra da Criação.
A intuição, que vem do espírito-primordial, rege e conduz tudo, bem
rápido, bem repentinamente; é chamada a força neutra. Ela é a fala
espiritual do Senhor, que se mostra em forma de imagem.
O Senhor falava muitas, muitíssimas vezes:
“Os seres humanos não imaginam de forma correta toda a vida e a atividade, eles nem me compreendem de modo correto, pois do contrário eles utilizariam o grande saber que eu lhes dei e escreveriam sobre ele, mais e mais. Sim, eles teriam de se sentir impelidos a me ajudarem a
expandir a Palavra Sagrada, a Verdade, já por alegria e gratidão. Sim, seres humanos, assim se passa com vós. Eu só tenho ainda pouco tempo para fazer isso. Vós deveis fazer isso, a partir de minha Palavra, de forma correta e por meio do maravilhoso dispositivo da intuição. Mostrai, ao menos um pouco, o esforço que eu tive que fazer e também fiz para que me compreendêsseis. Deveis sempre vos lembrar disso. Assim provais que o levais a sério, assim amais o próximo e auxiliais a vós próprios. Criaturas humanas, não sejais tão cômodas! Por que vos encontrais sobre a Terra? Vós tendes de vos esforçar. Não existe nenhuma outra, refleti bem sobre isso! Os descendentes também não são melhores, ao contrário, vós tendes de ser os melhores e viver exemplarmente para os descendentes. Isto também é vosso dever. Perguntai a vós mesmos, como é que deve haver uma modificação, se não fizerdes nada e não vos esforçardes. Imanuel dirige Seu olhar aguçado,
Seu olho, continuamente sobre vós, sobre o vosso agir. Seu olho irradiante vos doa continuamente força sagrada para a existência oriunda da vontade sagrada de Seu Pai. Deus expira, nós inspiramos. De forma maravilhosa tudo é conduzido para a existência da tão bela
Criação formada de maneira magnífica, onde o movimento circular aumenta o acontecimento vivo. Fala-se, escreve-se tanto sobre os enteais, mas nenhuma pessoa acerta o alvo, já que o enteal deve ser compreendido de forma totalmente diferente do que até agora. Deve ser esclarecido de forma bem diferente, senão não pode ser obtido nenhum progresso. A nova geração (a geração vindoura) regredirá constantemente. O ser humano deve esclarecer da forma como eu o expliquei a ele. Nunca diferentemente, porque realmente tudo o que existe são apartações das pequenas células dos enteais, contudo tão refinadas, tão ramificadas, tão bifurcadas, mas sempre se mostrando como forma na materialidade, o que, em parte, nossos olhos também vêem.”
Eu me alegro cada vez muito e agradeço, por poder ver claramente até o Alto, como os enteais trabalham e atuam. Que Deus, o Senhor, dê
a algumas pessoas o sagrado saber, para atuar como antena. A fonte
encontra-se continuamente aberta, a fim de saciar aqueles que têm sede. Se eles quiserem, também receberão. Assim falava o Senhor
Imanuel sempre de novo, pois o relógio universal já havia dado as doze
badaladas. E assim encontra-se o Senhor diante de vós e exige, Aquele que faz jorrar a Sua fonte milagrosa para a Terra num sagrado e
inapreensível amor e bondade:
“Olhai para dentro de vós e olhai para a Luz da Vida. Acolhei a força irradiante. Ela vos dá tudo. Vós sois criaturas humanas e tendes de permanecer criaturas humanas. A Luz vos soergueu. Perfluir-vos deve a sagrada força, que vos auxiliará na vontade sincera, na existência sincera. Coisas extraordinárias podem ser realizadas. Vossa oração deve ser para Aquele que vos deu a vida. Vós, portadores da sagrada Cruz, agradecei, agradecei que o caminho vos permaneça iluminado, a vós poucos, aos quais eu dei.”
E novamente o Senhor falou:
“Deixai a chama de vossa veneração resplandecer para Deus, o Senhor, a toda hora. Tornai vossa alma um Templo. Agradecei a Deus com cada respiração, que vos é permitido viver em Seu Filho, de servi-Lo em Sua magnificência. Amém.”
Uma vivência do Senhor como fechamento do círculo
Quando o Senhor estava em Igls, 1929, alguns discípulos viajavam
de carro com o Senhor pelas proximidades de Igls, pois a localidade era muito bonita, situada no meio das montanhas, não longe de Innsbruck.
Então aconteceu o seguinte: diante deles um motociclista foi de
encontro a um veículo e o motociclista caiu gravemente. O veículo era um automóvel e logo parou. Assim eles também pararam o carro e o
Senhor desceu. Então o Senhor foi até o homem, que estava deitado de
costas e olhou-o atentamente. O motociclista sangrava muito. Quando o Senhor se inclinou um pouco sobre ele, o motociclista abriu seus olhos
e disse essa uma palavra:
“Abd-ru-shin!”
Em seguida ele faleceu.
A polícia também chegou para averiguar o acidente. O Senhor
retornou novamente para seu carro e disse aos discípulos:
— Isso foi novamente um fechamento de círculo.
O motociclista que falecera, havia sido o negro, que assassinara
Abd-ru-shin outrora. Assim trabalham as leis.
As Imagens da Criação
Maravilhoso é o auxílio da Luz para o ser humano que procura.
Assim as imagens da Criação devem ter a finalidade de auxiliar o ser humano a compreender melhor a Mensagem Sagrada, dar uma imagem
completa de cima para baixo e debaixo para cima, assim como a
Mensagem nos ensina. As imagens devem obrigar o verdadeiro portador da Cruz a se aprofundar mais ao ocupar-se mais com o saber, de modo
a ter a Mensagem Sagrada numa visão total diante de si. As imagens
também devem contribuir para que a própria pessoa reflita, ela mesma, sobre tudo. Deve ser falado mais freqüentemente sobre o conteúdo
dessas imagens, pois cada um assimila de forma diferente a Mensagem
Sagrada. As diferentes apresentações nos desenhos devem obrigar o
observador a refletir. Assim tudo deve ser chamado à vida, mais convicção deve ser manifestada. As imagens foram dadas pelo Senhor e
uma mão deixou-se guiar em espírito e humildade. Assim também
devem ser assimiladas as frases que se encontram nos planos correspondentes. Cada qual deve se interessar bem por si mesmo,
ocupar-se com isso, consultar na Mensagem Sagrada, como e onde tudo
isso se encontra escrito. Assim se tem a Mensagem inteira de forma muito melhor e mais viva diante de si. Apenas assim cada um pode
chegar e chega mais rapidamente à meta. As imagens estão
subdivididas em Nº1, Nº 2 e Nº 3, isto tem um sentido e uma finalidade especial, que cada buscador deve compor e reconhecer por si mesmo.
Nessa seqüência as imagens instruem e conduzem o observador. Na
imagem Nº 2, por exemplo, foi mencionado um cristal, que deve mostrar que a Criação inteira, do Alto até embaixo, encontra-se construída como
um triângulo e em números. O ser humano deve ver isso, quer queira,
quer não. Por isso o Trígono divino: Deus – Jesus – Imanuel, e
Imanuel – Maria – Irmingard! A estatura do corpo, cabeça – ombros – as mãos juntadas em oração, os raios solares, bem como os raios nas
imagens. Tudo em triângulos, assim também os números de 1 a 24 etc.
Por isso cada um deve ser obrigado a refletir por si mesmo, tornando-se terrena e espiritualmente ativo e desperto. Então ainda algo bem
importante: o ser humano deve aprender a orar sem palavras! Para
tanto ele imagine as imagens, a construção inteira, tendo a visão geral até no Alto, até Imanuel, até Deus. Assim ele já pode receber ligação, se
intuir em pureza e sentir saudade. Ele intui quão belo é poder possuir a
Palavra Sagrada, o Saber. Poder imaginar figuradamente os raios, que partem de uma pessoa, sendo levada para cima, o que não se pode
expressar em palavras. Os pedidos e os agradecimentos vêm então sem
palavras. Pois cada um deve dar o que tem de melhor. Apenas assim é
possível sem palavras e vibra de forma bela e pura; pois a pureza deve de qualquer forma ser restabelecida. Para isso também as imagens
devem auxiliar, para levantar o olhar para Deus, para o Senhor, através
do grande amor sagrado, que pode vir até nós por meio de Imanuel. Agradeçamos, nós que estamos despertando, mil vezes, e prometamos
nos esforçar muito, muito mais. Então, sim, e apenas então é que
podemos contar com a Onipotência de Deus. Ficai em oração ao Senhor e dai-vos por inteiro.
Assim falou o Senhor:
“Senhor, Tu que nos destes a vida e nos despertastes para reconhecermos Tua vontade, conservai-nos em Tua sagrada
vontade e conduze-nos à meta de nossa vida. Amém.”
Expulsão de Percevejos
Como em Vomperberg surgiram percevejos, o Senhor me dera a
incumbência de expulsá-los. E veja, deu certo. Para isso é necessário um túmulo aberto. Deve-se pegar desse túmulo um osso humano, o
qual existe em qualquer cemitério, quando uma cova for escavada. Esse
osso deve ser ralado de forma bem fina. Também se deve pegar do túmulo aberto um pouco de terra fresca, cerca de 5 mãos cheias,
misturá-la com o pó de osso e espalhar a mistura pelos cômodos,
também embaixo da cama e dos móveis. Ao fazer isso se deve falar o seguinte: 5 vezes o Pai Nosso até onde diz: “Livra nos do mal”. Deve-se
omitir a palavra “mal” e falar no lugar dela a palavra “insetos”. Amém.”
“Percevejos, afastai-vos, voem para esse cadáver, voem sem parar e
deixem as pessoas vivas em paz. Em nome de Deus, do Pai, em nome de Deus, o Filho, em nome de Deus, o Espírito Santo. Amém.”
Os percevejos devem ir embora e também vão, em ligação com o
túmulo aberto. O túmulo aberto deve, se possível, ser fechado no mesmo dia com o defunto. Os cômodos, onde os percevejos se
encontravam, não devem ser varridos por uma semana. Ocorre aí um
processo de irradiação, que só tem a ver com o enteal. Além disso, essa expulsão só deve ser feita por uma pessoa nobre que sinta uma forte
ligação com o enteal e com os animais. O restante da mistura, se
possível, também deve retornar para o túmulo. A pessoa deve, na hora em que estiver espalhando a mistura, procurar uma ligação bem forte
com o enteal. Não é difícil, devido ao sagrado saber da Mensagem.
Senão não ajuda. Então é melhor deixar as mãos disso. A ligação só pode ser realizada no signo de câncer e, melhor ainda, no signo de
escorpião, nesse caso só quando escorpião se situar na lua cheia, deve
ser espalhado no mesmo minuto em que a lua está cheia e no minuto
em que começa a minguar. Favor prestar bem atenção, então dá 100% certo. Esses horários devem ser calculados de forma exata, o melhor é
consultar uma pessoa que o conhece bem, ou um astrólogo. Isso só vale
para os cômodos onde fora espalhada a mistura e onde se encontram percevejos. Para isso ajudam a fé e a confiança.
O mesmo se dá com a varinha mágica (vara para se localizar um veio de água). Também nem todo mundo é adequado para isso. A
varinha pode ser de fio de cobre, ou pode ser utilizado para tanto uma
forquilha de aveleira. O galho deve ser o mais fino possível. O mesmo com o fio.
Assim também se dá com a hemóstase:
“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sagradas são as feridas, sagradas são as horas, sagrado é o dia em que Jesus nasceu.
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso nome. Venha a
nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade.”
Repetir tudo isso três vezes.
Vomperberg, 07 de 1934.
As últimas horas terrenas do Senhor por Dr. Med. Karlheiz Hütter
Kipsdorf localizado em Erzgebirge, na Saxônia, em 5 e 6 de
Dezembro de 1941.
O Senhor está repousando, seu corpo emagrecera até o esqueleto.
Suas bochechas estão caídas, sim totalmente consumidas, a pele está firme, bem irrigada pelo sangue, com uma coloração sadia. E Seus
olhos brilham num fogo divino de uma beleza extraterrena, abrangendo
tudo.
O brilho desses maravilhosos olhos atuava hoje ainda mais
fortemente do que nunca sobre mim. Como médico se vê normalmente,
em tal estado corpóreo, olhos humanos fracos e cansados, que cintilam às vezes medrosamente inquietos e febris. Os olhos do Senhor, esses
belos e irradiantes olhos!
A Cruz luminosa está acentuadamente incrustada em Sua fronte,
ela é branca, também visível bem de perto. A pele parece não estar irrigada pelo sangue ali, de tão branca que está. Fortemente se destaca
o perfil da nobre cabeça. As mãos perderam quase toda a musculatura
e, apesar disso, a pele encontra-se tensa por toda a parte, nada está enrugado ou flácido.
Apenas sua voz não tinha mais força. É apenas um leve sussurrar,
que só se pode entender bem próximo Dele. As Damas deixaram o quarto e eu permaneci sozinho com Ele. Sentei-me bem perto de sua
cama e ouvi Suas palavras:
— A água é maravilhosa, uma preciosidade, que a humanidade ainda não sabe apreciar. O ser humano nem sequer presume, o que a
água é! Ela é bela!”
Eu sinto como o Senhor encontra-se agora ligado a esse elemento e
vivencia em si mesmo. Seus pensamentos peregrinam; feliz, extremamente feliz está Seu rosto. Firme Sua mão esquerda repousa
sobre a minha, e quando Ele fala, Ele aperta firme toda vez a minha
mão.
— Na clínica em Dresden pude vivenciar algo, que é tão divinamente
belo e único, que não posso dize-lo ao senhor!”
Após um silêncio mais prolongado, o Senhor continuou falando:
— Foi necessário que eu estivesse na clínica em Dresden, para que
a humanidade soubesse que eu não tive nenhuma doença orgânica.
— Na primavera eu quero viajar para Wörrishofen e usufruir da
água. Em breve eu também vou liderar terrenamente. Na proximidade
do Burgo deve surgir uma clínica do Graal, a qual o senhor dirigirá.
Para lá virão, todos os anos, de cada nação um ou dois dos melhores, para aprender e então retransmitir esse saber para seu povo. Sim,
assim será!
Seus pensamentos peregrinavam. Então, Ele voltou-se novamente
para mim. Ele disse:
— Por favor, cuide para que as duas (Frau Maria e Fräulein
Irmingard) não me atormentem sempre com tantas coisas que eu devo
comer. Eu recebo agora uma outra alimentação, do próprio Deus-Pai. O que é terreno me atormenta. Está tudo certo, como acontece. Agora, Eu
só quero receber ainda comida liquida e só bem pouca!
Eu prometi e o amor se apoderou de mim. Eu deitei minha cabeça sobre Sua mão esquerda. Então Ele me acariciou e disse:
— Karlheinz, eu sei, tu és meu amigo e eu te amo, mas de forma
diferente do que as pessoas imaginam. Eu te conduzirei com minha mão às alturas luminosas. Tu és meu Karlheinz.
E Ele me deu Sua bênção e nova força com ambas as mãos, que Ele
colocou na minha fronte e na parte de trás de minha cabeça. Eu fiquei
como que atordoado, depois me levantei para realizar o exame.
O coração batia calma, regular e fortemente o pulso estava em
ordem, a pressão sanguínea apresentava o baixo valor de 125/80.
Mas também anteriormente, no verão, antes do início da guerra, o Senhor já apresentava diversas vezes pressão sanguínea de tão baixos
valores. Portanto, não era nada especial e não me adveio nenhum
pensamento de que um tratamento pudesse ser necessário.
Nesse meio tempo havia anoitecido.
— O senhor ainda pode ficar comigo?
— Por quanto tempo o Senhor desejar – respondi.
— Então passe a noite aqui, isso me tranqüiliza.
E eu conduzi as Damas novamente para dentro.
— Este é meu Karlheinz. – disse o Senhor a elas, indicando
sorridente para mim.
Então eu Lhe contei que também Helmut Müller estava aí, e que
havia se preocupado muito com Ele. Se poderia ver o Senhor.
— Sim, se ele não fumar.
Eu desci e o busquei. O Senhor pegou sua mão e sussurrou:
— Meus amigos são sempre bem-vindos!
Depois Ele me mandou, junto com Frau Maria, jantar. Hellmuth
Müller despediu-se então e desceu comigo, onde nós ainda nos sentamos e bebemos uma garrafa de vinho. Contudo eu logo fui
chamado. As Damas precisavam de mim. Por volta das 9:30h o Senhor
me mandou dormir, e de forma bem enérgica. Frau Maria também se deitou um pouco.
A força trabalhava em mim de forma poderosa, zunia em ambos os
braços como uma corrente forte, no ombro esquerdo havia uma
queimação dolorida e a cabeça estava bem tonta. Eu me deitei bem
quietinho e sentia o poderoso atuar dos enteais na casa. Algo grandioso
estava sendo preparado.
De vez em quando eu adormecia por pouco tempo. Às 3:30h eu fui acordado por um forte matraquear, como de um despertador, e me
levantei imediatamente. No quarto do Senhor as Damas também
estavam acordadas. O Senhor me cumprimentou com um sorriso e disse:
— O que é que ele quer, eu já lhe disse que ele deve dormir!
Mas Ele se alegrava, por eu estar junto Dele!
Aos poucos Ele foi ficando cada vez mais inquieto. Agora o pulso
também começava a baixar, a consciência desaparecia parcialmente. O quadro havia se modificado completamente. Eu fiquei muito
preocupado. Por volta das 5:00h da manhã, devido à grande insistência
das Damas, eu dei finalmente uma injeção para fortalecimento do
coração, na musculatura do braço esquerdo.
Ele sorriu e disse:
— Isso não é nada para mim, mas também não prejudica, já que
queres ajudar agora!
Então ele olhou as Damas seriamente e disse:
— Vós não deveis pensar de forma terrena, com isso vós me
impedis!
Logo Ele ficou de novo inconsciente. O pulso desaparecia às vezes.
Então Frau Maria ficava tão desesperada e me perguntou o que se deveria fazer.
Eu aconselhei Frau Maria a tratar do Senhor. Aconteceu e nisso eu
devia controlar o pulso.
Esse fenômeno poderoso das forças da Luz se encontrando quase me tirou a razão. Isso se repetiu primeiro em longos, depois em curtos
espaços de tempo.
Por fim as Damas me perguntaram, se eu não podia fazer alguma outra coisa e se eu não tinha outra injeção para o caso mais extremo.
Eu respondi:
— O hálito de Deus está agora perpassando a casa, aí é impossível depender do querer e da capacidade de um ser humano, se o Senhor vai
ficar ou não aqui na Terra. Eu me curvo humildemente a esse poderoso
acontecimento.
Quando o Senhor voltou novamente à consciência, eu Lhe perguntei
se Ele ficaria conosco.
Ele afirmou e respondeu:
— Eu prometi!
Isso foi a última coisa que o Senhor disse.
A partir disso Ele foi se tornando cada vez mais inquieto. Ele
balançava quase que continuamente a cabeça e movimentava ambos os
braços fortemente em Sua luta de defesa, sendo que, com o braço direito, Ele golpeava quase continuamente como se estivesse numa luta
de espadas, para então esticar novamente ambos os braços para a
frente. Esse defender-se foi se tornando cada vez mais forte, mais rápido, e assim prosseguiu por quase uma hora inteira.
Às 16:15h o Senhor deixou o corpo terreno. Frau Maria exclamou para Ele:
“Imanuel, queres realmente nos deixar”
Depois que havia ocorrido o desenlace do Senhor, as Damas se
reuniram comigo e com o Sr. Hellmuth Müller na sala de jantar. De
acordo com a intuição do Sr. Giesecke, o dono da casa, nesse momento ainda não estava decidido, se o Senhor não retornaria novamente para
Seu corpo terreno e ele insistiu para que nós deixássemos a casa, para
que Ele pudesse ficar sozinho.
Nós fomos assim ao Hotel “Halali”, ficamos um pouco acordados,
para então irmos para cama.
Hellmuth Müller dormiu comigo. Antes de dormir, irrompeu nele toda a aflição pela perda de seu amado Senhor; ele realmente não
precisava envergonhar-se de suas lágrimas.
Nesse estado de alma nós dois nos prometemos, em memória ao nosso Senhor mais amado do que tudo, de mantermos uma fiel
amizade. Aos poucos adormecemos então.
Bem cedo na manhã do dia 7 de dezembro o Sr. Müller se levantou,
já que ele queria ir com o primeiro trem para Dresden, para providenciar o sepultamento do Senhor.
Ainda quando estávamos nos vestindo, o Sr. Giesecke veio até nosso
quarto. Depois que o Sr. Müller partiu, tivemos uma conversa séria e também no Sr. Otto Giesecke irromperam as lágrimas pela perda de seu
amado Senhor. Sob lágrimas prometemos, reciprocamente, nos
tornarmos amigos e permanecermos amigos, em memória a Ele, que era o conteúdo de nossas vidas.
Depois de ter organizado o necessário junto ao prefeito em Kipsdorf,
fui para a casa onde as Damas já estavam a minha espera.
Junto com a lavadeira, limpamos o corpo do Senhor. Em seguida,
eu o vesti com uma camisa de seda de amarelo suave, a qual o Senhor
havia usado por ocasião da primeira Solenidade.
Ela tinha mangas duplas, das quais a interna era mais apertada, podendo ser abotoada no punho e a outra, mais larga, cobria o braço do
ombro até o cotovelo. Um debrum de ouro fosco ornamentava o pescoço
e os punhos. Meias brancas como a neve e compridas davam a impressão de um chefe de exército real. As mãos eu juntei sobre o colo.
O linho sobre o qual Ele estava deitado era todo esticado. O travesseiro
de discípulo estava sob sua cabeça. Nos dois lados da cabeça foram
colocadas pequenas mesinhas, e sobre as mesmas um candelabro de
quatro braços.
Majestosamente encontrava-se Ele ali: Imanuel, o Rei do Graal.
A cabeça estava como que cinzelada com os traços nobres, as mãos
postas, a camisa como uma veste de coroação, alcançando até a metade da coxa, os pés cobertos com meias de algodão maravilhosamente
delicadas, que se ajustavam sem dobras. As pernas foram colocadas um
pouco de lado, para que os pés não se tocassem.
Assim Ele parecia, como Ele era: régio.
Velas foram acesas, flores e mais flores vieram para dentro do
quarto.
Assim fora tudo preparado, para permitir que os fiéis viessem até Ele.
(Falado por Joseph Wagner)
Depois da prisão de 1936, o Senhor falou na Solenidade as
gravíssimas palavras:
“Maria, o Amor de Deus, começa a se desprender lentamente da
matéria.”
* * *
Por que o Filho de Deus fora assassinado
Já era assim desde sempre que os seres humanos só procuram o
que é cômodo, assim também por ocasião do assassinato de Jesus.
Apesar dos convocados estarem ao redor Dele, já tendo se preparado junto a Abdrushin, já que a maioria se originava do povo dos Is-Ra,
tendo sido individualmente soerguidos para prestar o juramento em
Patmos, onde lhes fora dado tudo, o grande vivenciar e a gigantesca
força para servir um dia ao Filho de Deus Jesus e, por fim, a Parsival – Imanuel na Terra.
Assim eles deveriam ficar ao lado de Jesus durante toda a sua vida,
para que Jesus, imperturbado na sua peregrinação terrena, tivesse proteção contra as fortes trevas. Pois para isso os convocados foram
instruídos, para auxiliar os Filhos de Deus de toda e qualquer forma e
para que, quando eles se encarnassem novamente, já estivessem prontos em seu desenvolvimento. Sua intuição lhes teria mostrado
tudo, espiritual e terrenamente, para agir de forma correta e de acordo
com a Lei.
Mas as trevas procuraram e procuraram por um caminho e também
o encontraram para deter os convocados de alguma maneira em seu
caminho, em sua missão. Assim eles não permaneceram vigilantes em
sua missão e se deixaram influenciar pelas correntezas escuras. Os convocados eram todos comerciantes de prestígio, a casa dos quais
Jesus freqüentava. Ele os instruía e os conduzia. Mas como acontecia
com freqüência, os comerciantes viajavam longe pelo país, para o interior, a fim de fazer negócios, esquecendo com isso quase do Filho de
Deus, que Ele estava envolto por fortes trevas. Sua intuição certamente
lhes teria dito para ficarem alertas. Mas se tivessem ficado alertas – pois sabiam que o Filho de Deus sofria muito – então deveriam ter
pressentido, que em sua ausência muitas coisas poderiam acontecer.
E houve também um tumulto, onde as trevas se colocaram fortemente em primeiro plano. Apesar dos judeus terem gritado
“Hosana”, “Hosana”, eles logo em seguida caíram sob a influência das
trevas, que mudaram o modo de pensar dos judeus, com o que gritavam “crucificai-O”.
Judas esperou na frente do portão do jardim em Getsêmani, até que
Jesus saísse, onde Ele havia orado para que o cálice da dor passasse
por Ele, pois Ele já sabia, o que iria acontecer com Ele. Então Judas beijou Jesus na face como sinal de que “é ele”, tudo por um saquinho
de dinheiro. Assim foi Judas aquele que entregou Jesus. Os poucos
convocados que se encontravam ali, não eram tão fortes para interceder junto a Pilatos. Então ocorreu o grande falhar. Os convocados, que
eram todos comerciantes de grande prestígio, deveriam ter intercedido
com muita, sim, com toda a força junto a Pilatos, fazendo com que ele jamais levasse Jesus a julgamento.
Assim aconteceu que os convocados deixaram Jesus praticamente
sem proteção, por não terem ouvido sua intuição. O plano das trevas
funcionou, de modo que Jesus foi zombado, escarnecido e conspurcado.
ANEXO 1
Os 3 primeiros parágrafos da página 389 da Mensagem do Graal
“Por isso é, pois, oportuno o estímulo para a reflexão serena e para o desenvolvimento da justa capacidade de julgamento próprio, a qual
repele qualquer inclinação cega a opiniões alheias e somente assimila, pensa, fala e age de acordo com seu próprio intuir!
Jamais o ser humano deve esquecer-se de que ele, completamente só, tem de se responsabilizar por tudo aquilo que ele intui, pensa e faz,
mesmo que o tenha aceito de outrem de modo incondicional!
Feliz daquele que alcança esse nível elevado, indo ao encontro de cada parecer de modo criterioso, para então agir segundo
suas próprias intuições. Assim não co-participa da culpa, como
milhares que muitas vezes se sobrecarregam com carmas pesados,
apenas por falta de reflexão e sensacionalismo, por preconceitos e difamação, que os levam a regiões cujos sofrimentos e dores jamais
necessitariam conhecer. Com isso, freqüentemente, já na Terra deixam
se reter de muito do que é realmente bom, perdendo com isso não somente muito em benefício próprio, mas põem em jogo assim talvez
tudo, sua existência inteira.