mg 1 / V -
Transcript of mg 1 / V -
J
w
ANO XXXVN.° 18 0 9
n?
\j
SEMANÁRIO INFANTILRio de Janeiro, 5 de Junho de 1940
i j
NO RIO: $500ESTADOS: $600
»¦««_•-------------------»--------_-_-_¦«_«_-_---_----------
mg 1 / V _-<i^*^ /
O PROFESSOR: — Eu quero saber minha senhora quais as matérias que o seuIfilho sabe para poder matricula-lo...
O GAROTO: — Ora ! Isso não interessa mamãe... Diga-lhe que sou "craque" éno futebol!...
0TICO-TICO — 2 — Junho —1910
<OKTo._^ÂE WÉ1À
f"*7 v I ^^v W
I _____
• .uü > —tt m —¦_• »•.
CONTCS DA MAEPRETA — Historiasda Infância que Os-valdo Orico coligiu eadaptou á leitura dascrianças. Volume quedeve figurar entre osde mais valor na bi-blioteca dos peque-ninos. Contos das g e-rações passadas, das gerações que hão devir. Ricamente ilustrado a cores.
LUCILIA — Historia emocionante echeia de suavidade que é a mais apro-priada leitura para as meninas. A historiade LUCILIA foi escrita por NoemiaCarneiro e trai lindas ilustrações a cô-res de Luiz Gonzaga.
Os melhores livros de leitura para a infânciaforam editados pela Biblioteca Infantild'O TICO-TICO. Seus autores-festejados
escritores e artistas nacionaisderam-lhe nâo só caráter de lei-tura atraente como cunho de
preciosos agentes de cultura dascrianças. Cada li v r o editado
pela Biblioteca Infantil
~i
A' VENDA EMTODAS ASLIVRARIASD O B R A S I L
HKfltAj
1 'Z^VVfÍ c ** -X RECo.J d'0 TICO-TICO marca\AmmM\ \ V] ___¦! __- A Ji ««MM _„,_£ i )V t£ / jM tormidavel sucesso deI i li i..,^i»._a l tn)f/flAi ; ) \- y _^___^^B
BiBLi.T-CAihFANiii _'C »__rT- Jrrmm^~AM I_____ ¦¦ >«w_bw w BôLAOyV^ venda, o que
r__\ v-^' demonstra a• _||j|çp_^ —*— ^ excelência
Brü^ fam os Garotos de sua
1^í3______ iL^r^W^f^i confecção.
Js^j^plj C»>r«n^« __-_-_------W-_h__---MMÍ^i^M^MiMfc
(o m .«__«<- Quando <&.o"tá __5^ •- -»* \J° ccV_k™£ S,°(c~__r <_~ ___^*> /ftPviS^ ?'*• "I ^ ^ft*—- ; >^_^K>VAÍrl« 'BIBLIOTECA INFBNTIL DO TH Q Q A VXaVlU-A /P_
*• * - ___._.
RÉCO-RÉCO, BOLÃO E AZEITONA — Aventuras inte-ressantissimas dos tres bonecos redondos tão conhecidosda infância. Livro que Luiz Sá escreveu e ilustrou, realizan-do belissima dádiva para as crianças brasileiras.
PARA OS GAROTOS — Um livro bem es-crito e otimamente ilustrado, que reúne to-dos os requisitos para obter o maior êxitoentre as crianças. Texto cuidado e agrada-vel de Juvenal! M. Mesquita. Ilustrações acores, de Luiz Gonzaga.
PREÇO 5SOOO O VOLUME1'ciliilos «í
miIEU IMIL D'0 TICO-TICORua Sachet, 34 — Rio de Janeiro
QUANDO O CÉO SE EN-CHE DE BALÕES- — Livrode lendas e de historias dossantos do mês de Junho. En-cantadora coleção de contosde Leonor Posada, contosque enlevam a alma da cri-nnqa numa sensibilidade desonho. Ilustrações, coloridasde Cicero Vaüadares.
<â&&.Director-Gerente: A. de Souza e Silva
c> &\fe08®__© _)© x?®<?@
MEUS NETINHOS :
) TICO-TICOPropriedade da S. A. O MALHO
EXPEDIENTEASSINATURAS
Brasil .... 1 ano 25$0G06 meses .... 135000
Estrangeiro .. 1 ano 75*0006 meses .... 38>000
As assinaturas começam sempre nodia 1 do mês em que forem tomad..s cserão aceitas anual ou semestralmente.TODA A CORRESPONDÊNCIA co-mo toda a resmessa de dinheiro, (q*jcpode ser feita por vale postal ou cartacom valor declarado) deve ser dirigidai S. A. O MALHO. Travessa do Ou-vidor, 34 — Rio. Telefone: 23-..22.
Não ha criança que não goste de "sandwiches", ma»
aposto que muitos dos meus netinhos ignoram como fo-
ram inventados e porque têm esse nome.
Pois vão sabe-lo agora.
Ha muito tempo, ha perto de dous séculos, havia
um fidalgo, o conde de Sandwiches que era ministro da
marinha na Inglaterra, então governada pelo rei Jorge
III. Ora esse rei estava em guerra com a França, com a
Holanda e com os turcos, de modo que o seu ministro da
marinha tinha muito que fazer. Todos os dias o conde de
Sandwiches ia para Câmara dos Deputados e levava a
fazer discursos até muito tarde. E como êle almoçava
muito cedo, ficava com uma fome danada.
Então para evitar essa tortura, tomou o costume de
levar para a Câmara pão e presunto, cousa de que os
ingleses muito gostavam.
Mas naquele tempo os discursos eram lidos e êle,
lendo, não podia comer as duas cousas...
Mas teve uma excelente idéa, partiu o pão ao meio,
meteu a fatia de presunto entre os dous pedaços e assim
ia lendo e comendo tudo junto.Todos acharam bôa a lembrança e começaram a
imita-la, dando o nome do ministro àquela deliciosa com-
binação de pão com presunto.
VÔVÕ
^TICO-TICO — 4 — 5 — Junho — 1940
__Ti_l
I verdadeira historiaega.ee Subay
Série "««J-CERM ** (CONTINUAÇÃO)
Seria melhor que você fosse ai- ——moçar ligeiramente antes de co- y-_meçar o movimento do meio-dia.Nessa hora temos necessidade detodos os homens.
__¦ - — — — — -¦ -TT _J i ¦¦¦____JPTu_r *¦¦ L__a__a_^-™«™»__________P'f?__3 ^Sfc J______r >^_. * ^Lj_ I rf-
POUCO ANTES DO MEIO DIA DO DIA 16.UM DOS TRES AGENTES SAIU POR UM
INSTANTE.
O AGENTE BAKER. ATRAVÉS DO GUI-CHET DE VALES POSTAES. VIU UM HO-MEM DIANTE DO GUICHET DE POSTARESTANTE. MAS O FUNCIONÁRIO NAO
DEU NENHUM SINAL.
Quando aquele se retirava, surgiu um segundo.O agente Baker e o outro postado no corredor
estavam atentos.
Ha alguma carta para LouMoore?
um momento \rK "" Içae eu vou ver. \V \
Ao ouvir o nome nefasto, a funcionaria mexeua cabeça, dando o sinal convencionado.
]|i|i'|jl||J||| Wl\\\í\W^\ - _-4ffffl|[|| Ifttjjf Míos Para o alto! T__ ~~~~r>"
§P _CT^Si=== \y:: Vocé está presa Eu ?~o
AGENTE BAKER RESPONDEU IMEDIA-TAMENTE AO SINAL.
5 Guilherme Tell è'/O heróe lendário dn\ Sujssa. Este pai:', tem a figura desseí heróe nos seus selos.' postais.5 Embora n3o se'tenha encontrado na'. historia da Suissa', fundamento algum,..as lendas deste paiz',
contam que Guilhcr-:<mt Tell viveu noLtcmpo em que o. povo suisso fazia.'(guerra aos austria-. cos. Gussler, o rira-
ViO da Áustria, sus-•jjendeu um chefe•.inimigo a um poste¦no mercado da ei-•Idade e mandou que•o povo atirasse so-¦tre ele.
Tell recusou-se aobedecer a ordem e
ycomo castigo foiforçado a atirar so-
;.fcre uma maçã colo-• cada sobre a cabeça
de seu próprio fi*'lho.
Como era excc-'Jentc atirador, con-; seguiu fazel-o sem
«tingir a cabeça domenino. E' esta
| cer... que está repre-•sentada nos selos da
¦sa.
i
€r<HH
Junho — 1940 — 5 — O TICO-TICO
-•ANTES DO
COMPANHEI-RO.DE BAKERCHEGAR AO
LOCAL, OU-TRO BANDI-DO SURGIA
INESPERADA-MENTE EMAUXILIO DOCRIMINOSODETIDO.
•
CORAJOSO AGENTE RETRUCOU AO "^^^^^^^^^"^J^^BFEZ CAIR-LHE O REVOLVER DAS
.
MÃOS.
SALTANDO
DA RETA-
GUARDA, O
BANDIDO IN-
TERROMPEU
BRUSCAMEN-
TE A PRISÃO
DE "LOUIS
MOORE".
Na composiçãodo leite foram en-confrades mais de101 substancias, masaté agora ninguémsoube fabricar leite,jur.tando-as.
O mais antigoJardim Botânico foifundado ha 3.000anos por um faraohdo Egito, em Kar-nak.
Na Suécia é pro-duzido ferro em póque pode ser mode-lado por pressãoaté adquirir a dure-za desse metal.
As montanhas sãoformadas não poradição de materialmas por subtraçãode material de pia-nicie. As montanhasque se formam poradição, são obrasdos vulcões.
Um explicador daBíblia na Universi-dade Judaica de Je-rusalem fez um ra-naüiete de todas asílores mencionadasna Biblia e com elepresenteou a Uni-versidade.
. •Após muitas ob-
servações as formi-gas, as abelhas eas vespas foramproclamadas os inse-tos mais perspica-zes.
KANT —- Não houve existência menos ativa fisicamente «ne a Hp Kcnt TnAn o j c~~T~~'nada por uma única paixão: a Filosofia. Não pôdconquistar a indlnenrSIf ^ d°mI"
s.nâo ao cabo de muitos anos de sacrifícios. Depoisde ha vi sido ore eo To í< XES eC°n°miCa
conseguiu ser professor universitário #* nar* ÍP a ndver,siao Preceptor durante nove anos,
econômica que nenhuma eveS ** ^ %* ngU°m' SC ÍmpÔS Uma 0rdemseu único t?ãjo estavHão ITJmt P°de ^^ C°nta'SQ <-ue. sendo Já Professor,maior discreção <eudesejo de 11 ?^^ H&™ conve^ente exprimir-lhe, com isua velhice: J° de comPrar"lhe um P?vo. Kant se opôs terminantemente. Dizia em
O TICO-TICO —6— 5 —Junho —1940
As aventuras do Camondongo Mickey(Desenho de Walter Disney e M. B. Iwerlj, exclusividade para O TICO-TICO em ledo o Brasil}
mmímiif&.TT 1
^yS?^y:yW/i^tà -
Olha lá o bobão do Mickey bancandoa criada i
— Esta minha mulher tem cada idéa !!Cada uma ! I
, , ¦ .. i 11' '.M i . i ' « . __,-*TI P *rr^jjjj^>—
— Água quente e amoníaco, não é,Minnie 7
¦a ye\\\
' MB _ra ' .'-^H_» -_-_______l Br
— Ih I Olha lá ! Está chovendo e trovejando ! I
'UM/H CdIffi.
*_ * 9__________j
Bom: então suspende a lavagem dosvidros..*
"Entretanto, era o Donaldrffluem esta-^va faiendo chover e troveiar..."]^ ,
MEU JORNALANO VI DJreícr: — CHIÇUINHO N.* 8
^*s. X^ fi IO» ^A vida às vezes é IristePelas tristezas que temMais nela uma cousa existeQue é ainda muito mais tristeK' ter saudade de alguem...
TEREZIMIA MELO(14 anos)
***»<l^^^*^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^^*«^^-^* »¦¦*.»*- -,.,-„.„. Il-W.l runru-u^ru-u^ru-w-cnjTu-try^
A BANDEIRA BRASILEIRASabem o que represenla uma bandeira?A bandeira representa a nossa pátria,A imagem do nosso país,Represente tudo que nele existe,Ate nós estamos representados na bandeira!Portento o Brasil pende dela!Mas ela lambem pende!
! Do mastro!!!O Mastro é o nosso amado presidenteQue tudo faz para conservá-la presa em si!O mastro pende tambem!De nós, o povo patriota, que não o deixamos caido!Porque não pode haver no Brasil uma bandeira,Presa ao mastro, mas este caído.A bandeira representa o nosso amado Brasil!O mastro, o nosso querido presidente!A Urra em que está preso é o povo,A juventude brasileira que pela pátria darão a Tida!!!
] O R r, E A B D A L L A(13 anos)
O MACACO E A ONÇACerta va km macaco foi procurar
um campo para plantar porque estavasem +'*belr.c. A mulher (a macaca] e
cs filhos já estavam
quasi morrendo defome.
A onça sabendo ondec'rs viviam foi peçj-!os mas quando cheçoj
grande decepção. Omacaco já tinha
cedo de toca por ter\ li
-i 9
'-Co avisai pelocoelho, e deixou noIccal ende morara, rr.üi-tes armadilhas.
A onça que não sa-fcia pUou numa delas e
deu grande urro provocado pela dôr.O macaco quando ouviu o >.^i'o veiucom um páo e acabou de matá-la.Acabarem-se assim as aperreações domacaco.
DJALVO DE LIMA CONDE
(10 anos)
CÔlEtfQ SETHENSINO PRIMÁRIO FOR MEIODO DESEÍ1HO - INTERESSA ACRIANÇA E FACILITA O MESTOVEJA HAS liVKAfflAS OO BRASILAS OBRAS OÍ5TA OOteçAÒ OU Pt-ça PRosrecros aj"ATEUE» SCTM-B gAMAWO OBT1CAO 9-2?- BlQ;OCPOtITO EM S FWUIO
J.COUTO-R.RIACHUELO C8-A
O MENINO MÁOEra uma vez um menino chamado
•Paulo, que era muito máo.Ele prendia em gaiolas os pobres
passarinhos.Maltratava os animais. Um belo
dia ele ia pegar um pássaro num lo-gar onde era preciso atravessar umcórrego.
Ao saltar de um para o outro ladodo riacho, caiu fraturando uniaperna e um braço. Teve Paulo co-mo castigo de sua maldade de pas-sar tres meses de cama. Por isso,meus caros colegas, não devemosmaltratar os animais nem prenderos passarinhos.
RIVANDO B. CAVALCANTI(10 anos)
O TRABALHOTodos nós devemos trabalhar,
quem não trabalha torna-se inútila pátria e nunca terá bons amigos.
Podemos trabalhar de diversasmaneiras, estudando, esse é o prin-ripai dever dos estudantes, poisalém de nos instruir torna-nos oshomens de amanhã.
Si desde pequenos, não apren-«lermos a trabalhar, quando crês-cermos tornaremo-nos pessoas inu-teis e prejudiciais a pátria. Porque apreguiça é a mãe de todos os vi-cios.
Quanto mais trabalharmos maisforte seremos ou fisicamente ou in-telectualmente.
O homem trabalhador engrande-co a pátria, a fami-lia e é respeitadode todos.
Moral — Devi-mos trabalharservindo a Deuse para o engran-decimento da pa-tria.
ROBERTO BIT-TENCOURT PE-
REIRA DESOUZA
(13 anos)
O TICO-TICO — 8 — 5 — Junho --¦-; 1940
n BATER aquela arvore gigantesca não era fácil, os ma-
chadot mais forte» e mais afiados perdiam o gume, ba-
tendo em seu tronco e a cada ramo que cortavam nasciam
dois. O Rei prometera tres sacos de escudos de ouro a
quem deitasse abaixo aquela arvore, mas ninguém conse-
guia ganhar esse prêmio.Por fim, desanimado, o Rei não teve outro remédio
senão tomar o habito de mandar acender velai emsalões, durante o dia.
Mas isso não é tudo. Embora naquele país os riacho*surgissem por todos os lados, saindo até das pedras, não.havia água nos terrenos do palácio real.
No verão principalmente a falta d'aqua era tal que opessoal do palácio era obrigado a lavar as mãos com cer-
veja e o rosto com vinho do Porto. Mas era uma vergonha.Por isso o Rei prometera terras, dinheiro e um titulo
de marquês a quem conseguisse cavar no pateo do palácioum poço bastante fundo para produzir água todo o ano.Mas ninguém pudera conquistar esses tão valiosos premios,porque o palácio fora construido sob uma colina cujo soloera todo de granito massiço.
Entretanto o Rei tinha tal desejo dessas duas cousas— pôr abaixo a, arvore que lhe tirava o sol e possuir um
poço no palácio — era tal a sua ambição dessas duas fe-licidades, que não podia pensar em outra cousa. Emboraêle fosse um rei como outro qualquer, era teimoso comoum imperador da China.
Para alcançar a realisação de seus desejos mandouafixar em todo o reino cartazes enormes, com as armaireais, anunciando oi premios. A quem abatesse a manguei-ra oferecia a mão da linda princesa sua filha e a metade'de
seu reino.
W_apwi «"H ¦ r ¦'-*_-—¦. ¦_ ¦«.!¦¦¦ ' ¦¦¦i_w_i- ¦* n"1 '
a — Junho — 1940 — 9 - O TICO-TICO
^^^3 B^^T^^_^^^^^^^*^^^^^^^^^^?B^Tb '''k**?: mW^^*&^^m^^^^Hr^^m\^^^& ^PP""^
QUANTO MAIORES FOREM SEUS CONHECIMENTOS. MAIS CAPAZ SERÁ* VOCÊ DE VENCER
CENTENÁRIO DO SELO POSTALO uso do selo como franquia de correspondência data
de 5 de maio de 1840, sendo que até então o transporte decartas era pago pelo destinatário, quando este não se re-cusava a recebe-las.
O primeiro país a usar a vinheta postal foi a Inglater-ra, que emitiu, naquela data, o selo de 1 penny, preto, coma efige da rainha Vitória. A' Inglaterra seguiu-se o Brasil,
que, logo no ano seguinte, adotou a novidade, emitindo osfamosos "olhos de boi", de que são ávidos os colecionado-res; um exemplar novo de 30, 60 ou 90 réis vale, hoje, deum a tres contos de réis, cotando-se os carimbados pelametade desse preço.
UM número do "Diário de Pernam-
buco", de 1835, publicava o se-guinte aviso particular : "O Sr.
Estudante do 5.° ano que pediu umamoeda de vinte patacas emprestada,queira quanto antes satisfazer, docontrario verá seu nome publicado ppresta folha, o que por ora se omite".
MJM túmulo egípcio, que conta te-
guramente 4 mil anos, foi cn-^ontrado um estilografo forma-
do por um tubo de âmbar, 1. chado deum lado por uma rolha de madeira edo outro por uma ponta de metal per-furada, com a qual se escrevia. Os ro-manos também se utilizaram de un.aparelho semelhante, chamado "cala-mus escritorium".
(
"_ ^^ __-jS»_--Í_--f<l ^T»! I
I ^~Mi-MB«M^BI___i
'vgato era o companheiro preíe-Jrido do Cardeal Richelieu. Ele•possuía uma dúzia desses ani-
mais que brincavam em redor da suamesa e lhe marinhavam insólitamentepelas regias vestimentas. O terriveiministro de Luiz XIII divertia-se mui-tissimo com a sua coleção de felinos,na qual figuravam "Lucifer", "Pira-mo", "Tisbe', "Ludovico, o Cruel" eoutros cujos nomes ficaram perpe-tuados nas crônicas da época.
•£••», AO necessários quatro meses e^^ meio para que as unhas da mãoV-- se renovem inteiramente. Cal-cula-se que, si fosse conservada pre-ciosamente a unha do indicador, pro-tegida por um estojo semelhante aodos chinezes, no fim de sessenta anoster-se-ia uma unha com mais de doismetros de comprimento.
•>.dr. Chambers, conhecido bacte-jriologo americano, mostrou á^-"Sociedade de Fisica, dos Estados
Unidos, de como as ondas sonoraspoderão ser, dentro em breve, empre-gadas para matar os germens de mui-tas enfermidades. Essa descobertatrará grandes conseqüências para amedicina e a biologia.
LOCUÇÕES LATINAS E ESTRANGEIRAS
DULCIA LINQUIM US ARVA(Abandonamos os nossos amadoscampos). — Phrase que Virgílio(Éclogas, I, 3), põe nos lábios deMelibeu, obrigado a viver no exilio.
DURA LEX SED LEX tA lei édura, mas é a lei). — Máxima, quese cita quando se alude a uma re-gra ou proibição severa, mas queé forçoso acatar.
ECCE HOMO (Eis o homem) —Palavras de Pilatos aos Judeus (S.João, XIX, 5), quando lhes mos-trou Jesus Crlstro, coroado de es-pinhos e com uma cana na mão.Emprega-se quando se anunciaalguém ou falando-se de si pro-prio.
ECCE ITERUM CRISPINUS (Eisoutra vez Crispino). — Frase de Ju-venal (IV, I). Emprega-se geral-
nucAo E APLICAmente em mau sentido, paraanunciar o regresso de um impor-tuno.
EGO SUM QUI SUM 'Eu souquem sou). — Isto é: Eu sou o Serdos seres, o Ente supiemo. Palavrasde Deus a Moisés i_iodo, III, 14).
EHEU! FUGACES LABUNTURANNI 'Ai de nós! os anos fogemrápidos). — Palavras melancólicasde Horacio (Odes, II, 14, I), quetraduzem a celeridade com que avida passa.
EJUSDEM FARIN/E (Da mesmafarinha). — Locução que se empre-ga geralmente em mau sentido,aludindo a pessoas que tém osmesmos vícios ou defeitos.
ELI, ELI, LAMMA SABACTHA-NI (Meu Deus, meu Deus, porque
ÇÃOme aoandonastes ?)-. — Palavras(hebraicas), que Jesus Cristo pro-nunciou ao expirarna cruz (S. Ma-teus, XXVII, 46; S. Marcos, XV,34>.
ENGLISH SPOKEN (Fala-se in-glês). — Frase que se inscreve noexterior de uma loja, etc., para in-dicar que se encontra lá quem falea língua inglesa.
ENSE ET ARATRO 'Pela espadae pelo ar ado J. — Divisa do soldadoagricultor.
EN TOUTE CHOSE IL FAUTCONSIDÉRER LA FIN iEm tudodevemos considerar o fim). — Versode La Fontaine, na fábula a Rapo-sa e o abade, que nos aconselha anão tentar qualquer empresa semponderar o desfecho que ela pôdeter.
O TICO-TICO — 10 — 5 — Junho — 1940
Babe Buntinge Benjy nova-mente juntos
agindo
EmN. I
ÉPOCA DE.FÉRIAS.QUANDOCOMEÇA
ESTEEPISÓDIO
BABEE BENJY
ESTÃO AOLOXGO
DA RODO-VTA OB-SERVAN-
DO A PAS-SAGEM
DOSCARROS
Tenho desejo dea diferentes logares.
Eu lambem. Mastemos de ficaraqui todo o veràoporque vovó pre-fere o lar.
I ?íâf K não podemos ir ygSgSikSt^'( a parte alguma ^BB~S
_\\ porque não temos íj^ESággs
mim. . ' __ \
Lá vem o st. Tubbs.Talvez ele queira pas-sear. E' possível quetraga cartas.
Kãu paraporque bSo tenhoninguém que meescreva.
Esta í para você, Bcujy. Pa-rece o mesmo typo de letra d»Babe.
Ouça isto. Fomos convida-Que diz ela? dos para unia longa viagem
com Peggy e Dick.IE"
de Peggy! Que sabe vocêleia, Benjy. a respeito?
'. Amanhã. Temos ?4 \ If^ W*
Ela telefonou a sua ^^ Quan_ horas fm nos a„roll. \ ^ 1V
mie, que. consentiu. do virão eles? tarmos. Eu poderia cs- \,fM *
Agora deseja saber se y_K pro!lU cm io mi- JÊÊ_f ,-você gostaria dc ir. |)U,0$ .'v'
' // > A y*~
5 — Junho — 1940 11 O TICO-TICO
.Vir m.i
¦*•,.
Lá veia Diii! Elipcro que ;>ada haja acos
tec.doi
Nào trouxe o carro com re-ceio de que não pudéssemosfazer a. volta. Você não
_-,. jS. ^A ¦*¦*•••*»¦¦ r"*"—»^__TT^^^_ / poderia fo-
1 _.l ei 11 L. 11L- ¦ j^HI __PvL_-^_»v-^â__^_!^_________________ ______________ B^Pr^^ Ar/ v J' js
_.. Bela idéa! Podíamos levar um IPergunte a Dick. pS_d vi"i«!Klle é o chefe. / =* £' Haveria X.y' logar pa- \-»^ /àJ3*±^~^'
»___ ,^__—-r^_w r a u \T / " _fc»
N>-^ 4W§l\ cão. Mr. )^$i34.^TtH Dick? X, vt
os para o oes-te. Atra. c ..sar» mos lo-
peri£0_wt e é*>o<ii.cl que encontre-mos gente suspeita.
O quc queremos é um bom ladrador.Um mordedor poderia morder a quemnão devesse.
Buttons c >excelente la-."drador.
^X^^^Vll \mmf ^ V1""*J* .íi
¦ __^*_-§' i i-
E quando eu mandar,cie morderá tambem.
E
TURO5
mContínua
O TIC O - TIC O — 12 5 — Junho — 1940
TS1I «"**». í*-»***,*,-*-> lllfllllll _-_-__»_^ | __. «n-,». 11111lllll **"v"í* *"-**. I •*»-•>"¦««. llllllllll
'"*¦*****""-. I «_*-»¦---" lllll
^ \» ^;r_*_, i---—•¦ li|j
¦__!I**.-*.
I I ,,_«?•¦¦:
^_.__«''?h r.<* L*
!____? ¦
jp*& -^j* (-Q m ^% rr-À £
B RANÇA Rosa, a filha domoleiro, era a joven mais lm-
<3a do povoado. Sabia éla disto e
passava longas horas em frente ao
espelho, arrumando os cabelos lot-
ros e colocando enfeites e adornosf-ue mais lhe realçassem a beleza.
í Tinha umas lindas mãos de bemcuidadas unhas, que eram seu en-canto e seu desvelo. Por nada des-
;te mundo faria qualquer trabalho
)que maltratasse suas mãos.
Acabado o arranjo de sua "toi-
lete", em que gastava meio dia.empregava o resto do tempo em se
«.eixar ficar à janela, para que to-
jlos a admirassem.Soberba assim, como era, é claro
que não podia contar com a simpa-tia de ninguém, se bem que seu pai'fosse muito querido, por ser um ho-
piem bom e honesto.Um dia, em que se festejava o
padroeiro do logar, houve uma
grande reunião na praça pública a
que todos foram com as melhores
roupas de que dispunham. Branca
Rosa foi tambem e não é preciso!_izcr que, bela como era, e vestida
caprichosamente, estava deslum-
Jjrante.No melhor da festa, quando pas-
fceava, Branca Rosa encontrou umavelhinha coberta com um manto
negro e rasgado, que andava com
/dificuldade, apoiada a um bordão.A velhinha parou à frente de
Branca Rosa, impedindo-lhe a pas-•«agem.
j —- Olá, velha ! — gritou éla im-
paciente — por que não sai do ca-minho, de uma vez ?
| A velha voltou o rosto, todo co-
Serto de rugas e respondeu: Por que me tratas com tão
_>or.ca delicadeza, formosa menina 1
yim, como tu, ver a festa...
Bem podias ter ficado em
casa, para não vir atrapalhar os ou-
tros !—Acreditas que não tenho o di-
reito de vir assistir à festa ? —
perguntou a velha.Com a tua idade e com essa
cara ! ? !Menina, — 'disse a anciã —
tambem eu tive a tua idade. Fuicomo tu e tu ainda virás, um dia,
a ficar como eu !
A menina riu gostosamente, em
resposta ás palavras da velha. E
acrescentou:Nunca serei tão feia como tu !
Mas vamos: saes ou não saes docaminho, de uma vez ?
ADAPTAÇÃODE
GALVÃO DEQUEIROZ
ficarJá vou, não precisasirada...
Mal, porém, deu dois passos ei_
que cai de joelhos, apoiando-se só-bre um montão de terra molhada.
Branca Rosa soltou uma garga-lhada.
Vês — disse. Se em vez deme olhar, olhasse o teu caminho,não cairias !
Ajuda-me a levantar-me, mi-. tiha filha, pediu a velha estendeu-
do-Ihe a mão suja de barro.Estás louca, velha? Vou lá
sujar minhas mãos ? 1—- Não sejas má !... Ajuda-me!
•— implorou a infeliz velhinha.Nunca sujarei minhas mãos
Tle lama ! — exclamou BrancaRosa.
— Pois bem ! — disse a velhi-nha erguendo-se de repente e sa-
cudindo o manto, ao mesmo tem-
po que se transformava numa for-
mosa mulher. — Sou a fada Virtu-
de e vim experimentar teu caráter,tigarei tua soberba ! Não que-
rias sujar de barro a mão, pois des-.
de agora viverás metida nele !
E, tocando-a com sua varinha
mágica, transformou-a em uma ra.
Transformada, assim, num bicho
tão feio, Branca Rosa começou a
ser desprezada de todos indo parar
a um charco onde havia muitos
sapos.Levou, então, dai por diante,
uma vida amargurada, chafurdan-
do na lama que tanto horror lhe
causara sempre.Todas as tardes éla saía do
charco e se punha a chorar, lamen-
tando-sc, sem que ninguém, entre-
tanto, a escutasse e viesse socor-
rê-la. Ao contrário, nunca faltava
um menino que a perseguisse com
pedradas.Branca Rosa agora compreendia
o sofrimento dos humildes e a so-
berba sem razão dos desdenhósos:compreendia todo o mal que havia
feito e pouco a pouco seu coraçãofoi abrandando, seus sentimentos
tornaram-se mais caridosos, maishumanos. Já não sentia orgulho e
começou a mostrar-se diligente escrviçal. Os sapos, ao vê-la tãoalenta, começaram a tratá-la me-lhor e Branca Rosa conheceu a sa-tisíação de se sentir contente quan-do ajudava alguém.
Certa ocasião, em que chovia co-
piósamentc e soprava um vento fu-rioso, Branca Rosa ouviu uns gri-tos de socorro. Deteve-se, paraaveriguar quem estava em perigo.'Era uma rã velha que, do fundo .de
Junho — 19_0 — 13 O TICO-TICO
|VQ_ ESCREVER. ür< PSC-OSO ggTUM.AtJ -j [ KAxmBOVON PENSA QUE SO _.__. TCtfüaiEKflP^
Üül_XUÜ ~^?' _S__Í^^^ *TU'
i-JSPlTAVElS H-HSErJOS DAJ "j
!' VOÜ 5L!R(21P'A _ ALGUMAS FT?__5E5 i [LUSTRES MErlBRE. PA/n.NCAP-H-- - __ ST€ r-^yZ. DO PATRÃO . ELE TAM BEM COPIOU -. _ CAPmiAr- s*ufc^MonEN-o..^ V>Sg -. _, uwâoaue, ^~Í^T~^ f\
y/W^/-*¦_ ___tt~^ _¦*__!_____• . Rousc- r-^/N /fer^. Á\ 0('/y i
_____.- '" , Á\&t _^r /# tiS______¦ • ----v-,L_j_____g=-^g_jíM ^/
um barranco, pedia auxilio. Tinhacaído dc costas c não se podia vol-tar sem auxilio, tão velha e fracaera. I
Branca Rosa não vacilou e foiprestar-lhe socorro, arriscando acada passo a vida, pois o terrenoera escorregadio e o barranco mui-to profundo. Por fim, chegou atéà velha rã, depois de ter sofridoalguns golpes e diversas arranha-'duras.
E's muito bôa, filha, pois vi-este em socorro dc uma pobre ve-lha ! — disse.
Estamos neste mundo paranos ajudar uns aos outros... Mas,como se sente a senhora ?
Estou bem... estou bem, gra-.as ao teu auxilio. As velhas nãoservem já para mais nada !
Não diga assim, avózinha !Não há nada inútil.
Alegra-me ouvir-te falar as-sim ! Yò-.c que tu tens bons sen-timenlos I
Nesse mesmo instante produziu-se uma grande claridade, cessou achuva, desapareceram as nuvens,brilhou um sol formoso e surgiuante os olhos atônitos de Branca afada Virtude, |
— Branca Rosa —disse-lhe éla—já expulsaste do teu coração o
pecado da soberba e agora podesser útil à sociedade. j
Corrigiste-te porque sofreste eserás, agora, boa."Não esqueças que há humildes a
quem é uma crueldade fazer cho-rar. Vai-te embora e sê feliz !
E, tocando-a com sua varinhamágica, fê-la voltar a ser a mem-na formosa que era antes. Seuspais, radiantes, cobriram-na de ca-ric ias.
Desde então a filha do moleiroé a joven mais formosa do povoa-do, mas também a melhor, maistrabalhadora e mais caritativa.
E FOIPURISSO..."— O Quim foi reculutado
e, a estas - .horas, nhô Zé Terra
(veja só !), o desgranhado
Já deve tá lá na guerra.
O vosso fio ? ! Coitado !...ói que o pió azá da terra,
p'rá mim, é guerra. Sordado,lá, passa estreito, nhô Serra !
Tem rezão. E foi purissoque incomendei p'ró mardiçoi
ôça bem o que le digo !
Se tem de í p'rá guerra, vá.Mais, tenhe cuidado lá.Nunca se meta im pirigo !"
Fontoura Costa
O TICO-TICO — 14 — Junho — 1910
lEGIOMARIOS DA SORTE i a»
(A Wlí>TOCJA? Y pAÇA DEINOCENA /UMA CAMA DE VERDA- \^,VK,ft'ÂTE. QUALQUER DE PARA DOQMlR.E \
//— -^ f BOM LEGIONARKD V NÃO CAÇAR REBELDE6. )(y í QUE ESCAPO Lt^SW ^—t BOLAfc^-—.^^
r/^U^. T u/T ^r\ *"•"¦ j* /^ R^»-—>*y y^ttkjf ,*Í /•,. [ jV /-"\ VÍ AW^P^aaaWj' (Vi
nrni—r~
Ektqetahto,ve- I /omajor^x /yy>YYY\ =PL^-JAtfOS O QUE S>E A.? P^qu ^ / MANDE-O\ p|rPA66ANO GABINETE í JA CHEoOU, cnTRAR/
• Yyyy ^~Y YA^y p i 2
/então eu mamdo E6te"\ I I ü /Í2^nI°t\ /'Ah/^-x/MISERÁVEL PPENDEP UM (CORONEL. ^ (£NTRE,ME0)( LEGIONAPIO E ELE O COW*} r/Y^—"" / AMIGO / Jv—nDECORA... MUITO SEM / W^
' J\\T
\sma\\\m\Y//iá mwflfftl iBfjH--iH
c***i,<io<>o<*<ir^Wc^Ofio^Patriotismo lúcido é aquele que se baseia no conhecimento objetivo das cousas daPátria. Os Censos Nacionais são, pois, fontes seguras em que os verdadeiros pátrio*
tas se devem inspirar. q<i{K1<Kh--000<-<K'OOW
_ — Junho — 1940 - )5 — O TICO-TICO
--___--___.
:M «* _ * T
rÊmm\\mm^TL. __=^5_-_-~" V
m&^rx
_RA UM4\___MNÍ
O velho tio André, amigodas crianças, a quem contavainteressantes historias quemuito as divertia, instruindo-as, tinha, naquela noite, umaagradável surpreza para osseus amiguinhos.
Quando eles chegaram a suaporta, já encontraram o bomvelhote sentado junto a umaespécie de cesto de fibra vege-tal, muito bem entrelaçada.
Depois da costumada saúda-ção, a que ele correspondeucom um cordial — boa-noite,disse o tio André, sorrindo:
Tenho hoje uma pequenamerenda para vocês...
Já sei o que é; declaroulogo o Pedrinho, que era omais esperto do bando.
Então diga.¦— E' um cesto de nozes.
Não acertou; disse o ve-lho. Isso que parece a vocêsum cesto, chama-se "paneiro"e, ao invés de nozes, está cheiode castanhas...
Castanhas portuguezas?Dessas que a gente come peloNatal?... indagou, curiosa, aAnita, que era tão espertaquanto o Pedrinho.
Não, senhora: são casta-nhas brasileiras, não do caju esim das chamadas "castanhasdo Pará", embora elas sejamabundantes, não somente noPará como em toda a regiãoamazônica, incluindo o Acre.
, jEnquanto falava, o tio André
ia cortando as "embiras" que
amarravam a tampa do panei-ro, e distribuindo mãos cheiasde castanhas aos seus amigui-nhos que começaram logo apartir o rijo envólucro queprotege a saborosa amêndoa.
— A castanha é um alimen-to nutritivo e que vocês devemusar.
Fui informado de que o Mi-nisterio da Agricultura, com ointuito de espalhar o consumoda castanha entre nós, man-dou buscar grandes quantida-des dela no norte e vai man-dar vendê-la em caminhões, apreços muito baixos.
A extração da castanha, nosimensos castanhais amazoni-cos, é um trabalho dificil, pe-noso, onde o homem arrisca avida a cada instante.
A época da safra, ou da co-lheita da castanha é durante oinverno, ou melhor: no tempodas copiosas chuvas, quando aregião fica alagada e os "cami-nhos" no meio da mata estãoquase intransitáveis.
Da mesma sorte que o ho-mem que extrai a borracha da"seringt'-ira" se chama serin-gueiro, o que colhe a castanhatoma o nome da arvore que aproduz e o chamam de "casta-nheiro".
Um dos perigos da colheitada castanha está em se des-prender do alto da arvore, umdos seus pezados ouriços e apa
nhar a caí.eça do homem quetiver a infelicidade de estar aliem baixo. E' tão grande a for-ça que traz um "ouriço" ao sesoltar do alto do castanheiro,que se enterra no chão violen-tamente.
Outros perigos que ameaçamo homem que colhe a castanhasão as cobras que se enrodi-lham na mata de castanheirose podem ser confundidas comum "ouriço",
picando a mãodo infeliz que a tocar; ao abriros duros "ouriços"
pôde, tam-bem, com um golpe desastradodo facão cortar um dedo ou aprópria mão, ou ainda escorre-gar na lama e cair sobre umaponta aguda de páu, ferindo-se,quando regressa à sua barraca,levando às costas um pesadosaco, ou um grande
"paneiro"cheio de castanhas...
E um castanheiro dá mui-tas castanhas?, perguntou aAnita, que havia comido já asque lhe couberam.
Dá, sim: regula produzir,cada arvore, uma media deduas barricas por dia. Como vique vocês gostaram da nossacastanha, que tem muitas 'vi-
taminas", de outra vez trareimais para outra distribuiçãomaior.
E, com esta, até amanhã...Até amanhã; responderam
as crianças, retirando-se, comosempre, encantadas com a bon-dade do seu velho amigo.
ETJST.O_R,OIO AV -_V_Vr>_E_F^I_.EY
O TIÇO_:TÍCO 5 — Junho — 1940 o tico-tico:
Serie Educação Escolar O GEOGRAFIA DÁ AMERICA O CHILE O por Bob Steward
MAPA ESQUEMATICO E BANDEIRA DAREPUBLICA CHILENA
m*%*1 TJfflKr |^/Ü 1 JL ' /CWr_\
il ' Aà\mmmmJmímmWr
O CHILE é arepublica sulamericanacom menorn úmero deanalfabetos,o que valedizer, éo paizque tem ins-trução maisdifundida.
mxmxx
TALCO '
\\ ¦&.
ÍM mmwfma\Tà\ ^-H < **
OLIVINA ¦ -
JASPE V-jfcl
^Kí ^^ que
X^ÊÊkm gipsita %K >¦¦>
^^^mtsfmmmf_B Rfl SMw
CHILE — limites — Ao N. o PERU;
NE. a BOLÍVIA; a L. a Argentina; ao S.
c a O. o OCEANO PACIFICO.
SUPERFÍCIE — 753.000 U4, menor i
que o nosso estado do PARA
POPULAÇÃO — 5.000.000 de habitantes, j
CAPITAL - SANTIAGO, com 510.000
habitantes, banhada pelo rio MAPOCHO.
RAÇA — domina a raça branca.
LINGUA — a oficial é a espanhola,
sendo o chileno o povo da America do Sul
melhor (ala e escreve tssâ lingua.
(Veiga Cabral - Geografia Geral)
RELIGIÃO - a oficial é a Católica
Apostólica e a Romana. '
O REINO MINERAL E O MELHORREPRESENTADO NO CHILE COM: <OURO, PRATA, COBRE, FERRO, CAR-VAO DE PEDRA, PETRÓLEO, ESTANHO.MÁRMORES, SALITRE E PEDRASPRECIOSAS, EM ABUNDÂNCIA.
O CONDOR ANDINO, rapace tipica da faunachilena>_r ^__<
^m mv <«B^nB Bd^^l_rmmmW WtT ^F^ ^8 mmmTmm^ ^m*
Ám m^r ^^^^8 mWmmsfZmm^ ^ *
^ *-» ¦¦- ¦
¦
O GUANACO, ruminantebem representativcvda
fauna andi na.
As Frutas são variadase saborosas no CHILEpredominando as uvascom grande industria
vinícola.
\- mme ^*r^. I T _w^.
^mw^-X m\m\\\mM\
^%MmmMV*\
PRODUÇÕES NATURAIS DO CHILE
E* rico em todos os reinos.R. MINERAL - alem das riquezas citas,
possue Borax em quantidade, varias fontes
de asuas termais (Jahuel, Panimávida,Campanário, etc.)R. VEGETAL - masnificas florestas cedro,loureiro, pinheiro, alerce, etc.Trigo, Centeio, Cevada, Milho, Arroz, Feijão,
Café, Cana de Açúcar, Beterraba* Tabaco,
Alsodão, Canhamo, Linho, Alfafa, Legumes,
Oliveiras e Frutas (uvas, peras, maçãs, figos,
cerejas, laranjas, melões).R. ANIMAL - animais domésticos, lindas
q\zí (colibris, cisnes, flamengos, etc);alpacas, lhamas, guanacos, veados, raposas,lobos marinhos, baleias alem do Huemul,ruminante que figura no escudo d armasdo CHILE ^r^******^*. f \
—mw ) vO' . Ir * M—MsT ~&-kti /,f jtskkjy *¦":• J ^,
tf ;^^^OH I NCHILL^^^I.^H ^mW' anim*líinho andino de ^^^^^|:- B
pele cubiç.d* e caríssima
*m
O TICO-TICO 18 — 5 — Junho — 1940
A BORBOLETA AZULPOR LEONOR POSADA
* — "Venha, Pai Antônio, venhaVer a linda coleção de borboletasque tenho. Foi titio quem as ca-«•ou, todinhas, quando esteve emférias..."
E Pedrinho puxava pela mão ovelho Antônio, tão velho que a ca-beca iá era uni capulho de algodão...
Deixando-se levar docemente pe-Ja criança, o antigo filho de escravosia resmungando:
"Ê . . . ê . . . Xhônhózinhopensa que perna do "nego" pôde"anda" depressa ?... E, dando unimuxoxo: Pois sim".
Em breve chegaram ao quarto«de estudos de Pedrinho.
A criança, solícita para comaquele que vigiara o seu vovô, comtle brincara e crescera junto, fez ovelho sentar-se numa poltrona má-cia. Mas Pai Antônio reclamou:
— "Nada, Xhônhózinho, "nego
veio" fica "mêmo de pé..."Xão poude, porém, resistir ao pe-
queno. Sentou-se.Em pouco, com um grande álbum
nos joelhos, Pai Antônio ia olhan-<lo, mixto de admiração e de penaos lindos insetos pregados nas pá-ginas coloridas.
E pedrinho ia explicando e pon-do nelas o dedinho delicado:
—"Esta, titio trouxe da Tiiuca."Lá há lindas borboletas . ..
>Esta, êle apanhou em CampoGrande... Esta em Jacarépaguá!...
E virava as folhas dando as maisinteressantes e inocentes explica-çoes ao preto velho.
Quaiulo, porém, ao virar a últi-ma página, enorme, linda, toda azulceleste, com veios de ouro e qua-1ro océlos azul-marinho apareceu amais bela borboleta da coleção, Pai'Antônio soltou um gemido. Ex-pondo as mãos, e murmurou:
"A minha "borlwleta !..."Olhinhos espertos, admirados,
Pedrinho interrogou o velho.— "A sua borboleta ?"
_^yyvvvv^^^^í/VWWW*A*k*iA* «-«N^f^^^N^V^A^
E demorava no possessivo, semsabei porque, mas desejoso de aü-ançar que o inseto íornitisissimo erabem dele.
Parando uma lágrima que li.evinha descer pela face encarqm-lhada, Pai Antônio falou:
"Eu conto, Xhônhózinho. Euconto."
Antes dc começar espalmou asmãos >óbre a borboleta, e ficou uns
antes como que acordandolembranças de um passado longin-quo.
I te-poú, começou:"Eu era molecóte, Xhònhô. Mi-
nha vida era "corre" pelos cam-
\*<^. aqui, aii...\':n dia fui á Cachoeira de Itá. ..
"Onde fica essa Cachoeira.Pai Antônio ?
Lá, Nhónhózinho, em Jacaré-paguá...
"O rio ítá, em baixo parecia"canta", passando nas pedras.
Era longe ? indagou Pedri-nho.
Longe? — Muito longe...Mato só... Uma picada estreita...Um carreirinho só "prá um homepassa !"
Xêgo não era escravo... Negoera livre e podia
"anda" a vontade.A estrada passava aqui e a Ca-
choeira era lá longe..."E Pai Antônio fazia um gesto
largo como a medir distâncias..."E eu cheguei ao Itá "despois';
de "anda" muito. Cheguei. Eraum dia bonito, Nhónhózinho, Sen-tti em "riba" das pedras e fiqueia ver as águas... Espuma queDeus dava... Espuma e canto.Uma belesa ! As árvores estavamcheinhas de flor...
Abri o embornal e tirei de lá pãoe bananas. Comi que foi um re-j-álo.
De repente, uma "barboleta" gran-de, azul, começou a passar perto demim. Quasi que batia as asas naminha cara. Era como que conhe-cida.
Só lhe faltava falar. E eu qtieHtm «-ózinho, Nhônhó, gostei«Jéla. Gostei e me puz a falar-lheassim:; .— "O' belezinha, como é teu no-me ? Vóa mais p*raqui !... Vem
! E outras cousas que já nemme lembio. E a barboleta voava,
"brincai" cômico.
A noite vinha vindo sem cu datconta. A "barboleta" continuavavoar perto de mim. ..
De repente dei um pulo. O soljá tinha desaparecido. As primei-ras sombras iam caindo na mata.Como eu ia acertar a volta ?
Fiquei com medo. Xão era debich«j nem de fantasma, não Xhô-nhó. Era medo de "drumi" na matalonge de minha Mãe.
Mas parece que a "barboleta"me entendeu. E se pôs a "voá" naminha írente como p'rá me "ens:-ná" o caminho. E eu segui. —"Barboleta" na frente e eu atráz...Um vóosinho e eu "empós." Jura-ria «jue éla tinha luz nas "asa".Nhônhó, -Mjrque eu só via aquelaluzinha voando, voando, na minhafrente...
< lieguei por fim á estrada.lira noite.A "barboleta" ficou no ar um ti-
quinho, como uma estrela azul.Depois... desapareceu.Eu senti os cabelos arrepiados e
não pensei em chamar de nome ne-nhum. Tive vontade dè "ajoelha"
p'rá lhe "agradece" E'la me tinhaensinado o caminho.
i Depois dei um carreirão e che-guei "em" casa. Contei o aconti-cido á minha Mãe.
.Minha Mãe benzeu-se e disse:— Foi Xossa Senhora que te
trouxe, Menino. Foi Nossa Sc-nhora !..."
E Pai Antônio calou-se.Pedrinho ia fechar o álbum.O preto velho não o deixou, po-
rém.Com todo o respeito beijou as
largas asas do inseto morto e mur-murou como numa prece, para acriança que o olhava, enternecida-mente:
i — "Era Xossa Senhora, Nhô-nhôzinho... Efa bem Nossa Se-nhora !"
5 — Junho — 1940 — 19 — 0 TICO-TICO
As Auentuiaas ck.O Ml-
LlOMA-RIO TI-
RAHDO DOBoL*_0 UMACARTA, MOS-TRA A JUCÁTARO QUE,depois deexamina-uCuidadosa.MENTE, LECom atenção.
EM SEGUIDA, JUCÁ PARO L_= A OUT«H MISTERIOSA CARTA EMDE1.EÇADA A SI.
__^/ *T-. . __ ^^7 ^^C-. ^^-_m_mr -^^ BB"'"~" '
______^_r_è_______vi_lE ONDE ESTÃO O MAPA E |AS PEDRAS PRECIOSAS?em);
ESTAMOS AMEAÇADOS F-.R.UM PERIGOSO EASCI NO RA,MAS NÃO HA O QUE TEMER.O SMR. E%TÁ HOSPEDADO
~
AQUI SOSlMHO?
_§___!__.
NÃO SENHOR .TENHO EM Ml-NHA COM PAN Kl A, DUAS PES-SOAS DE CON FIANÇA. O MEUSECRETARIO PARTICULAR.E O SERAP/ÃO,MEU CRIADOHA MUITOS ANOS.
-.V. U**.i- i'^ QÉÊ fl _____
LOGAR SEGURO?r
_É_Jf__SlH. ESTÃO EM UM CO-FRE DE AÇO, ESCONDIDO.NA LAREIRA Do MEU
QUARTO.
O VULTO MISTERIOSO APOZ.OUVIR TODA A CONVERSA, DE-SAPARECE COMO UMA SoM-BRA PELO_C^RR_Er30R^DE^PjS-TOLA EM
<> "**^*B__. -__-^_—. rfG3í!! i,;\
VAE ATE' A PORTA PO QUARTODO MILIONÁRIO, ABRE-A CAlb
TEL05AMENTE E ENTRA,
MISTERIOSAMENTE, ALUZ APAGA-SE, E. TODOO HOTEL FICA AS ESCU-RAS DURANTE UNS VlN-TE MINUTOS.MAL ACENDEM-SE ASlâmpadas, entra no<?uarto do detetwe.esbafori do, SuandoPOR'TODOS OS Po'ROSO SERAPIÃO, O CREADOOO MILIONÁRIO, Á ÇüAIPROCURA.
UAI,PATRA0!VIR6EÍCRUI2!VENHA VÊ O OUE HAI NA LA-"REIRA DO SEU QUARTO. TAFECHADA QUE NuM ABRE NEM,PüRNADA1-
fechada?í!!quem)(argu ÉM..PODFRlATER F&-y)V FECHO íCHADO?X—^-^-> 1/ EU E'QU'1'
/(NUM EUl!-
.1A-T____tjj11 «
O TICO-TICO — 20 5 — Junho — 1940
*& 0^y^ ^^^Ã?^^^ ° CENTROPHORU-iié um peixe
mW(\l>)'7~ ^^r^^^^^ylsT^^ exquesito que só vive bem nas águas
>____! W^> —. f"i*MV <i§5. ""~^=a profundas (200 a 500 metros a baixo do ni-
^^k^L\ I ^L^^^^ ^r^^ ^^^^ *" * ' '" " "* " " ¦ ' -.ii-»..— ¦_.— !.-.
^^T^ O MACACO COLOBOV quando ain.
áSçS^ da filhote é, ao contrario dos outros
yZgr 7r /^-o^V. símios, muito pouco ativo, e em vei de
^^ *"--.—^. ./'íi?*
saltar e brincar passa os dias cho-
>wvi^ ,.. .w^ t-^ ' . -r^- y~^K^
OS LAGO&DE'. '
tâo curiosos galina- ~ Oj\ tü^-. -________rceos das regiões nevosas do N, da
Europa e Ameríca. faiem seus ninhos ^AM __«__»de neve, e possuem carne de paladar W\>
muito apreciado, JM ^pm^Am** ^^..P^^
• «».———im^m*mmm~*mma—- ¦ -4 'j£?m^
_ i -i
ir i i r - '- ... ^___ >. .
5 — Junho — 1940 — 21
'ENTURAS DE TINOCO. CAÇA
O TICO-TICO
^éras • — iPor !___ :
Tinoco é um grande pacifista. Combate ...como se fosse um tigre ou outro qual- Os partidos contrários se degladiavam noas irracionais, como grande caçador que é, quer animal selvagem. Uma vez. estava em campo de batalha e a mortandade era pa-mas tem horror a abater o próximo,... um país devastado pela guerra civil. vorosa. Tinoco, com os seus nobres...
...intuitos pacifistas, resolveu acabar com invenção, carregadas de pimenta do reino. Mister Brown louvou a obra beneméritaaquela chacina. Substituiu toda a munição ° resultado foi fantástico. Os soldados dç sfu ^. last*mando que n5o podeiSe., . ¦ . . tiveram que abandonar a luta porque nao r-cos oois lauos em luta, por balas de sua tinham tempo senão para espirrar. agora, repetir a pacifica façanha.
<i^„^IUli__vBi_»_g%_ggnc» ___»*<Pfe* W «€^©»T__Í2§Ç3.
JUNHOO SEXTO MES DO ANO ©30 DIAS - SIGNO: CÂNCER
I BomínflO {Segunda [ Terça | Quarta j Quinta | Sexta | SáÉ1 '
8 !1,
10 11 12 13 14 15== !
16 17 18 , 20 21 22
|g 24 25 26 27 28 29 ij¦~* ¦- -•— - " ¦.. —™ =— j.
22 —O TICO-TICO —
a O
O O Ar3^
mm*mm-W "H "^ ) jk^^Xa^aa^ -|«S2 / ,^7 ' I
Hi-,
o — o- J / \ \ '^
5 — Junho — lMtf
~1*iy?* ^aX /V a^a\\ \tJ|
¦3 o^C íZ3 OS
cia
S a A_-^* . -"^¦";:4P-T; * ' 7
_ —••^^^^^^^^^^"¦^"^¦—^"——~^¦M__Hi_.i_^_______MiMaBMH_a_^- ¦ ^—ar «_¦*¦_¦_¦___¦_«________¦
*" m" ¦-— * ' ¦¦-"— —— -- ~-» -- - - ,
O
• ~-¦•>r lílí, ICin» faturo S) A.Jtc,
OSÒ^E^TÕNÍ In. , WcrU n^hts rwefvttl
^ty^ycy .y^Y^fryJ — fiu chamei, chamei, mas eles não qui-S?"'^wy k^^r~~^t>-~^í zeram ir... Olhe só para eles!
Meio pratico de conhecer as horas sem relógio. Coloque na sua mão esquerda um pausinho sustentado pelas pregas da pele naconexão do polegar. Dirija o polegar para o sul. Coloque bem a mão de modo que o polegar esteja paralelo à ultima linha do Mformado pelas pregas da palma. A sombra do pausinho indicará a hora de acordo com o traçado. Este sistema é aproximado e não
se pôde muito recomendar a quem deseja tomar o trem ou ir para o colégio.w*
o
o
O TICO-TICO — 24 — 5 — Junho — 1940
O MENINO DO NOVELO
/.
P$^Quando, após tremenda explosão, a mina ruiu, houve reboliço,
desespero e gritos. Um menino de 11 anos, ia levar as marmitas ao
pai e um novelo de barbante que ele pedira, para amarrar alguns
sacos de ferramenta.Juntou-se gente e nos primeiros momentos houve confusão sô-
bre os socorros a serem prestados. O menino, Manuelzinho era seu
nome, não ficou ali parado. Deixou de lado as marmitas, mas levou
o novelo de barbante Por uma brecha, dentre as ruinas da armação
da embocadura, entrou passando entre os destroços.
Foi se arrastando, quasi sem nada enxergar, tateando sempre.
Desde a entrada, ele havia assegurado um cabo do barbante a uma
pedra e, a medida que avançava, ia desenvolvendo o novelo. Ele havia
lido a historia de Ariadna e do fio, para se orientar no labirinto. Ar-
rastou-se por longo tempo, procurando escolher a direção de onde
percebia o som de vozes e lamentações. Ao cabo de um trabalho in-
sano. cansado, arranhado, Manuelzinho alcançou um grupo de minei-
ros. E seu pai, na escuridão, reconheceu sua voz. Papai — disse o menino — a ponta do barbante está lá em
cima e a outra ponta aqui. Seguindo o barbante, pode sair ao ar livre.
O heróico menino, desse modo salvou o pai e mais quatro mi-
neiros que haviam ficado soterrados no fundo da mina.
Com mais anos o menino entrara a trabalhar na mina junto com
o pai, mas ninguém chamava o pequeno senão pelo nome do "Menino
do Novelo".
' D* « mslvmmt* » pi«»«nt« qu«»1U n»l» <fíW|».[ Urrt» ai»i|n»tur» c«
_-__ _J^J>
A mais completa, * mais perieiia, é mal»moderna revista d» elegâncias que ja sa•ditou no Brasil. Moda • Bordado não éapenas um figurino > porque tem tudoquanto se pôde desejar sobre decoração,assumptos de toilette teroinina, aclividadeidomesticas, eto.
Preces dai Assignatura»(Sob nguio)
Anno . « • •Seis mezes .' .Numero avulso •
45ÍCCOS3$ooot$oc»
A VINDA Ot T6D.VJ AS 1AMCAJOI lOfUAlS l UVXA11AS DOlUSH, PEDIDOS ENDEÍICADOJ.- »¦ uuuiA amou os
MODA E BORDADOCA__ rosiAU «¦* - no
A revê quando usada para íriecionar,pódc gerar calor. Os habitadores das zo-nas frias costumam íriecionar com neve a»extremidades do corpo, quando percebemque estão perdendo a sensibilidade porcausa do congelamento.
•UmiMsL IQ>©> .K» & PRETINHO—ii ri—i— 1 J
I II #V 9mL ~S:l hik J]l •* " 4l_iv>- Y?L =¦ -—Jt-.i.i.. ,*!> ¦ ' ¦' ¦ —i
5 — Junho — 1940 25 — O TICO-TICO
1
h m mv \mJLM
VEDETA DA PRAIA
mjf vózf^^fe^jM VILÁ, ^*W VÉOW^^f VEZ(tL^iÉiU VENTO
*^lPWBB(jP^ VIVO
VIOLETAVIOLAVIOLÃO
VEADO GALHEIRO (bras.)
VARAVATEVIDAVIVAVILA
VEADO SEM CHIFRES (bras.;
VAMPIROVULGARVALENTIMVARÃOVARA
Mf <-^-Al' ê ¦ ' '
,A~ :'
VACA
O TICO-TICO — 26 — 5 — Junho — JL940
Alfabeto Ilustrado d' 0 Tico-TicoVAMPIRO
Espécie de morcego (quiro*
ptero) que se alimenta de sen-
gue. Ouçamos Rodolfo Vor»
lhering, o grande naturalista
da fauna brasileira:"A Ordem dos Quiroptercs
*>u dos "Morcegos" destaca-so
de todos os outros mamíferos
por terem todas as suas espe-cies a faculdade de vôo muitodesenvolvida; é verdade queha vários outros mamíferos pro-vidos de membranas que fun-
cionam como paraquédas (es-pecies exóticas pertencentes adiversas famílias: Galeopi-thecus da ord. Insetivoros, Pe-taurus da ord. Marsupiais, Pte-
romys, roedores da familia dossereléjes) mas nenhum deles
chega propriamente a vcar.Nos morcegos o organismo to-do sofreu transformações qu?o adaptaram ao único modode locomoção de que é capaz:
principalmente as extremidades
anteriores foram modificadas,
fcom as falanges da mão enor-memente alongadas, de modo
o servirem de varetas articula-
?das que distendem a membra-
na ou "pataglo"; as vertebras
tervicais torceram-se, afim demanter a cabeça levantada; a
porção tcraco-lcmbar da co'u-na curvou-se para ampliar acaixa toraxica; o externo temuma crista para a Inserção des
poderosos músculos peitorais;«s co.te'es ligaram-se em par-te, para tornar o tórax mais ro-sis.enfe; a clavicu'a tcrnou-.o
grossa e fixou-se melhor; a ba-cia sofreu torsão, e na perna a
transformação chegou ao pon-to de fixar o joelho voltado
para traz.
VÀ dentiçao dos morcegos va-
ria com o modo de alimenta-
ção adotado: nas espécies Inse-
tivora os molares têm tuber-
culcs mais agudos que nos fru-
givoros; os caninos são grandes,cs incisivos sempre rudimenta-
res. Na dentiçao de leite todosos dentes têm forma de gan-cho, com uma ou duas pontas,e com elas o filhote se prendeà teta da mãe, que o carregadurante o vôo.
Ha 2 grupos principais: Me-
gaquiropteros, de cauda alon-Cjôóa, com espécies multo
grandes (Pteropus, cujo corpomede 30 cms. cem lm,5 de en-vergadura); são todos da ro-
gião trcpical do velho conti-nente; Mlcroqulrcpteros, dofocinho curto, olhes pequenos,ore has grandes; subdividem-se
em quatro famílias, duas das
queis têm apêndices e pregasda pele no nariz: RHINOLO-
PHIDEOS (dedo médio com 2falanges); PHYLLOSTOMAT.-DEOS (dedo médio com 3 fa-langes); as duas outras famíliasnão têm esses apêndices na-sais: EVBALLONURIDEOG
{cauda curta) e VESPERTILIO-NIDEOS cauda longa).
A denominação genérica"morcego"
(ou "guandlra"
em
guarar.i e ainda "guandirassú"
para as espécies maiores)ebrenge todas as 100 espéciesbrasileiras desta ordem. Csmalcres medem 15 cm. de cor-
po e 55 cms. de envergadura;os menores tem o corpo de mi-nusculos ratinhos, mas aindaassim as asas. de ponta a ponta,medernjjj cms. A côr cm ge-
ral não varia senão do preto
pardo e quando muito ao ruivoou amarelado.
VEADO"Das 7 espécies de veados
do Brasil, 2 têm chifres em for-
ma de galhadas bem desenvol-vidas, enquanto que as demaistêm apenas armação singela.O "veado
galheiro" ou "su-
essj-e+êH é o nosso cervo pro-piamente dito; é o espéciemaior, que atinge lm,70 decomprimento e Im. de altura;a côr geral é vermelho-brume.Vive nas grandes matas e de
preferencia nos brejos e banha-dos, quasi sempre em pequenosgrupos. Bem menor é a segun-da espécie galhelra, o "veado
campelro" ou "branco" cujo
nome deve Indicar não só quoprefere os campos mas que evi-ta mesmo as matas. O indiotambém o denominou "suas.ú-
t.nga", porque a barriga e olado Interno das extremidadessão de côr branca."
"Todos cs nossos veados sãounicoíeres, de côr pardo-aver-me'hada, mais clara ou maisescura, e quando muito cem o!-gumas manchas pretas ou brer.-cas na cabeça ou nas extremi-dades; os filhotes, entretanto,têm abundantes manchas br.n-cas per todo o corpo, ornatojestes que desaparecem com aidade. A caçada de veade,
qualquer que seja a espécie, émuito apreciada, não tanto pc-Io va'or da carne, como princl-palmente por ser esta, de todases nessas caças, a que exige amaior dextreza e agilidade.
VIOLETA• Planta da família das VIO-LACEAS muito enconfradica aapreciada em nesses jardins.
5 — Junho — 1940 — 27 — OT1CO-TICQ
As proezas de Gafo Felix(Duenho c. tat SuBiv-n — _>_VnivwU«ia d'0 TICO-TICO para o Br-sliJ
— Vou congelar aquele bandido! Êle vai vêr —Que radio gosado ! Não dix nada! Será surdo--_ ! r mudo ._-
«, i/vzjy l ®$? ¦ -
— Ai! Minha madrinha ! Estarei no Polo Norte ? Serei foca 7
«-— Vou irradiar a "onda Joe Louis". ago-ra...
i£ A^^^Âmmmm\ ^> S ^Át-h __ rmL^Ym m w*\m 7ac
ã^ -a/
— Aií Ai!! — ?! 71 ?!
"" " — —^mmm- • !¦ ^~"~
j— Conheceu, papudo 7 Eu tou Fe!i/. o tal!! Fe!'ui! Vou é um herói! Vocô salvou a Pátria 11(Continua)
O TICO-TICO — 28 5 — Junho — 1940
• MIN G F I , I 1 v J
Muito bem disfarçado num comum navio
mercante seguia o navio fretado pelos nossos
amigos. Com esse navio Ming consegue pôr a
pique um dos barcos do pirata Chang Ho, o
qual, furioso, persegue-o noite e dia procuran-dão ataca-lo. E' uma caçada pertinaz contra
o navio de Ming que parece indefeso.
\\W Aw&t' mw _^-t-n_-_fc i^rf-feftt J-P-fc.—. \^_B
OS INIMIGOS DE CHANG-HO NAO PO-DEM ESCAPAR A SUA JUSTA CÓLERA.
*_---_----«>M,a-_-_--_--p«anMaaaMMni_aa4i
MUSGO Sô PRODUZ FUMA-ÇA. MING DEVE ESTAR
PERDENDO O JUÍZO.
QUE MAU CHEI-RO DOS DIABOS'MAS MING DEVETER UM MOTI-
VO...
ESTE BALAZIO ASSIMPERTO DO ALVO DEVETER ALEGRADO AQUE-
LES TIPOS.
ESTA ESCRITO: NAS 1CEMOS NA INCERTEZA-E ATÉ O TÚMULO TU-
DO-É INCER-TO.
A palavra "álgebra" é termo originário de Babilônia, onde a equação era chamada de al-gabr.
5 — junho — j940 29 — O TICO-TJQfi.
V \J w L A D E
ra i€lon Waislt Corvtinuação n. 153
O DANADO DO MING ESTA NOS LEVANDO A CIRANDARATRAVEZ DOS RECIFES DA ILHA. SEM SABER QUE O TI-
GRE NAO PERDE A PISTA DO VEADO. _/ * *
:ZTSl-<
Continua
Droxima
!—__ ——!———— ¦—
si—-OLHE! CHANG-HO HA-DE FICAR "QUEM NADA NA CULPA /SURPREENDIDO COM O QUE FI- AFOGA NAS PENAS. I y*~*^ZEMOS A NOITE PASSADA. I fe^
"^^ _^_ . Copr. 1938. King Feitura SyndicatcT^WCTlJ"ri£to rt«recd- jrj^
/]}%. €?/-^"V"^ T) *V ESTÃO SE SAFAN- SEMPRE FOI PROCLAMADO: O CULPA-és/frr %, f >? ii rr\ - DO COM AS CAU- DO 6 SEMPRE COVARDE. GATO ESCAL-
#<4fc<, >ra"\V & V ,/ 1 ' <= DAS ENTRE Ai»* DADO TEM MEDO DE ÁGUA FRIA.wi& r*n^jm ' PERNAS-
A ponta do espinho do catus é tão aguçada que pode penetrar na pele ao mais leveimpulso. Os africanos servem-se desses espinhos para agulha de coser.
O TICO-TICO — 30 — 5 — Junho — 1940
Nossos ã Concursos
0JS£rAC\mÍL«__¦. *____». léy %%ypHLWmÈ ____^ ^<2/LS
*^^^*Sf**^^**^^^^*^^^^^^*^*^Ê**^*>*****^^^*aai CONCURSO N. 77 **+-r>^***r*~***s>~*s+*****p**p**v^^^^_-«->-_--^_---_--^_*_.'«^-_-_í«---^«N--
/^OM estas letras e desenhos se pôde formar uma frase que encerra uma verdade muitas vezes com-
provada.Mandem a solução até o dia 6 de Julho e aguardem o resultado na edição de 17 de Julho. Colem o vale
n.° 77 á margem e indiquem n«me e endereço completo. Daremos como premios, por sorteio, 5 lindoslivros de histórias infantis.
>-'N-*«¦'^-¦'^-^_¦^-¦N¦^-¦>-'^^-•^-•^_¦%¦>•^*^¦*¦^^
UM LOTE DE TERRENO GRÁTISA TODOS QUE DECIFRAREM O ENIGMA ABAIXO
jEEBdi ou íl -ro B BS5ISOLUÇÃONOMERUACIDADE ESTADO
Kecorte este annancio e envie fiKMPBKSA MIUIÍKAW DE MEI.IIOKA_IE._TOS
Caixa Postal, 2768 — Rua São Bento, 290, 6.» andar, «ala 12 — SÃO PAUI.0 — dcvidimi-rtepreenchido com _ foluçSo, nome e endereço bem claro» para re-poata que »erá feita pelo Correio
SRyflJ* ISolução exata do Con-
curso n. 71
Resultado do Concurso _V_ 71Enviaram soluções certas 345 so-
lucionistas.•
Foram premiados com um lindolivro de histórias infantis os seguin-tes concurrentes:
HELOÍSA PACE FERRAZ, —residente à rua Payssandú n.° 250,(térreo) Flamengo, nesta Capital.
EUCLYDES LEAL, — residen-te à rua São Benedito n.° 11, Ara-caju, Sergipe.
ODON DE MOURA SAN-TOS, — residente à rua Itaquaríii.0 221, S. Paulo, Capital.
YVOXE FERNANDES SAU-LES, — residente à rua André Ca-valcanti n.° 124 — Lapa, nestaCapital.
MARIA HELENA LANENCEMOREIRA — residente em Mi-nas Arroio dos Ratos, São Jcro-nimo. Rio Grande do Sul.
.__ k>^TÀJt<r^**\^\.\ia\ isA ¦ • ,fv______4'. Hr"»
V ' ______!- "
Wr^-yH ._^^*^-_-___i
SEJA UM ENTUSIASTA
DA "JUVENTUDE BRA-
SILEIRA",;
Junho — 1940
-^«MVM^<^#W->VWMMVMWMWWW^<
WJp Jlao
a y "diga
vqueeulhe disse:-Uso e nao mudoJUVENTUDE
ALEXANDIREPARA A BELLEZA DOSCABELLOS E CONTRACABELLOS BRANCOS
O TICO-TICO publica os retratosde todos os seus leitores, gratuita-mente.
*- 31 —
Curiosidades ile lo mudoOs restos de um lagarto que de-
via ter existido à 30 milhões deanos estão sendo examinados noMuseu Nacional de New York —
é classificado como sendo um gli-ptosaurio. Tinha quasi um metrode comprimento e as escamas da
pele eram sobrepostas como as te-lhas de uma casa.
-ar-
Na remota antigüidade o petro-leo era só empregado para embal-samar os mortos.
*Ainda não está explicado porque
certo pássaro costuma imitar o can-to dos outros de espécie diferente.
¦O lago da Cratera, no Oregon
(E. Unidos) é proclamado como olago mais azul do mundo.
A rainha das abelhas, pôde du-rante sua curta vida pôr quasi ummilhão de ovos.
O TICO-TICO
PÍLULAS
(PÍLULAS DE PAPAINA EPODOPHYLINA)
Empregadas cora successo nas moles»tias do estômago, figado ou intestinos.Essas pílulas, além de tônicas, são in-dicadas nas dyspepsias, dores de cabe-ça, moléstias do (igado e prisão de ren»tre. São um poderoso digestivo e re-gularizador das funeções gastro-rates-tinaes.
A' venda em todas as pharmacias.Depositários: JOAO BAPTISTA DAFONSECA. Rua do Acre. 38 — Vi-dro 2$5Q0. Pelo correio, 3Ç000. —Rio de Janeiro. \
Criança do Brasil, teu lu-
gar está á tua espera nas
fileiras da organisação"JUVENTUDE
BRASILEIRA"!
X Lingerie Bordada
iP_»^__L^____^rtJr V. s^^ s^^^^rn^^ \
\^y\V.-S Mi) Wto" \ 0\
\ ^-^-"^ B
Um esplendido álbum contendo mais de 120 mo-'
dslos de lingerie bordada do mais fino gosto.Camisas de dormir, Pijamos, Déshabillés, Négligés,Ltseuses. Peignoirs, Combinações, Calças, Soutiens,Lingerie para crianças e bébés, além de innumerosmonogrammas para bordar em pijamas e roupasfinas. Todos os modelos trazem os respectivos ris-cos do bordado em tamanho natural, com as neces-sarias indicações bastante minuciosas, para a exe-cução. Trabalhos em renda Milaneza, Irlandeza,opplicações de Racine, Valenciana, etc.—Um álbumde raro valor pela variedade, escolha e delicadezada que publica»
PREÇO 8SOOO
didos acompanhados das respectivas importâncias, &
IBLIOTHECA DA ARTE DE BORDAR
C. Postal, 880 — Rio de Janeiro
Aventuras de Chiquinho
_ Chiquinho amanhecera com dispo- . . . artista de "circo.
Mandou "S*seusições equilibristas, sentia a necessi- fiel amigo Benjamim procurar odade de ser . . guarda-chuva . . .
. . . da tia Joaquina. Ela estava dor-mindo, foi fácil o roubo. DepoisChiquinho . . .
.começou- as suas arriscadas pró- . . . sobre diversos caixões. O artis Quando tia Joaquina procurouvas. Primeiro sobre um parapeito. ia estava entusiasmado com as o guarda-chuva, cá dê ? . . . EntãoDepois . . suas habilidades. ouvindoTC-
v ííSvi ^> y^^^—z. y~> tv^'"t' '^-K-t-*'-»-
... • barulhada do sobrinho e da Joaquina não teve duvidas puxcu . . . Chiquinho teve que escreverassistência do circo, ela foi espiar. ambos pelas orelhas. E por uma porção de veies, na pedra,
castiço, . . para que servia o guarda-chuva,A velha