MICHAEL SMITH FAZ TURNÊ PELO BRASIL

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M&S | junho / julho 2010 12 ESPECIAL Michael W. Smith, o multitarefa Seja na música, na literatura ou no cinema, Michael W. Smith é um sucesso. Após cinco anos retorna ao Brasil para uma série de shows A pós cinco anos, o can- tor e pastor Michael W. Smith retornou ao Brasil para uma série de apresentações en- cerrando a turnê A New Hallelujah. O artista, que é referência na música gospel mundial, realizou no dia 26 de maio, na loja Made In Brazil em São Paulo uma coletiva de imprensa em que falou sobre música, cinema, famí- lia, drogas e juventude. Smith falou ainda da sensação de retornar ao país. “É muito prazeroso estar de volta ao Brasil. Lembro quando estive aqui em 2005. Nenhum outro lugar do mundo tem a energia deste povo”, destacou. Smith estava acompanha- do de Valdo Romão Júnior e Ricardo Tarantello, ambos diretores da Gol- dLight, empresa promotora do even- to. “A ideia da empresa Goldlight é de trazer ao decorrer do ano diversos cantores internacionais que o públi- co tem aguardado há bastante tempo. A Goldlight quer profissionalizar o mercado de shows gospel com artis- tas renomados”, conta Valdo Romão Junior. Alexandre Medeiros, gerente comercial da Made in Brazil, loja de instrumentos e acessórios musicais, destacou Smith como referência mun- dial. “É muito importante para nós da Made agregar a marca, o nome dele ao nosso.” “O investimento financeiro para um evento deste porte é na mé- dia, três vezes maior em relação a um evento nacional. Isto só na parte técni- ca, sem contar com o cachê e despesas internacionais como passagens, docu- mentação, etc. A Goldlight, primou pela qualidade e vai manter o mesmo nível técnico para os próximos even- tos internacionais que já estão sendo agendados”, conta César Moysés, pro- dutor audiovisual do show de Michael W. Smith. Após cinco anos ele retor- nou para encerrar a turnê mundial de A New Hallelujah. O show em São Paulo aconteceu no Ginásio do Ibira- peura. Antes ele passou por Belo Ho- rizonte, Aracajú e Rio de Janeiro, após um tour pela África. Com a tradução do cantor Leonardo Gonçalves, aproximada- mente 100 pessoas entre fotógrafos, jornalistas, câmeras, músicos e líderes evangélicos participaram da coletiva Vinicius Cintra Ao lado do interprete Leonardo Gonçalves, Michael não fugiu da Sabatina Fotos Getúlio Camargo

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O Cantor gospel norte-americano Michael W. Smith passou pelo Brasil em 2010 durante sua turnê pelo país, mas sem dispensar uma coletiva de imprensa, Michael falou de música, igreja, juventude, drogas e até futebol. Confira a matéria e entrevista com um dos maiores nomes da música gospel internacional

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ESPECIAL

Michael W. Smith, o multitarefaSeja na música, na literatura ou no cinema, Michael W. Smith é um sucesso. Após cinco anos retorna ao Brasil para uma série de shows

Após cinco anos, o can-tor e pastor Michael W. Smith retornou ao Brasil para uma série de apresentações en-

cerrando a turnê A New Hallelujah. O artista, que é referência na música gospel mundial, realizou no dia 26 de maio, na loja Made In Brazil em São Paulo uma coletiva de imprensa em que falou sobre música, cinema, famí-lia, drogas e juventude. Smith falou ainda da sensação de retornar ao país. “É muito prazeroso estar de volta ao Brasil. Lembro quando estive aqui em 2005. Nenhum outro lugar do mundo tem a energia deste povo”, destacou. Smith estava acompanha-do de Valdo Romão Júnior e Ricardo Tarantello, ambos diretores da Gol-

dLight, empresa promotora do even-to. “A ideia da empresa Goldlight é de trazer ao decorrer do ano diversos cantores internacionais que o públi-co tem aguardado há bastante tempo. A Goldlight quer profissionalizar o mercado de shows gospel com artis-tas renomados”, conta Valdo Romão Junior. Alexandre Medeiros, gerente comercial da Made in Brazil, loja de instrumentos e acessórios musicais, destacou Smith como referência mun-dial. “É muito importante para nós da Made agregar a marca, o nome dele ao nosso.” “O investimento financeiro para um evento deste porte é na mé-dia, três vezes maior em relação a um evento nacional. Isto só na parte técni-ca, sem contar com o cachê e despesas

internacionais como passagens, docu-mentação, etc. A Goldlight, primou pela qualidade e vai manter o mesmo nível técnico para os próximos even-tos internacionais que já estão sendo agendados”, conta César Moysés, pro-dutor audiovisual do show de Michael W. Smith. Após cinco anos ele retor-nou para encerrar a turnê mundial de A New Hallelujah. O show em São Paulo aconteceu no Ginásio do Ibira-peura. Antes ele passou por Belo Ho-rizonte, Aracajú e Rio de Janeiro, após um tour pela África. Com a tradução do cantor Leonardo Gonçalves, aproximada-mente 100 pessoas entre fotógrafos, jornalistas, câmeras, músicos e líderes evangélicos participaram da coletiva

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Ao lado do interprete Leonardo Gonçalves, Michael não fugiu da Sabatina

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de imprensa. Sabatinado, o cantor que também é conhecido por seu engaja-mento político, social e evangelístico, falou sobre música, casamento, drogas e até Copa do Mundo. Ele arrancou risadas e até elogio dos convidados. “Gosto tanto do Brasil que vou torcer pela seleção na Copa”, sentenciou. Na coletiva Smith esbanjou simpatia e não fugiu das perguntas dos jorna-listas. Divertiu-se ao declarar que era um livro aberto, pronto para respon-der todas as questões. Com 22 discos, aos 10 anos de idade o cantor teve seu primeiro encontro verdadeiro com Deus. “Não porque meus amigos estavam fazen-do a mesma coisa, mas sim porque aquilo era muito real para mim e foi incrível”, revelou. Como tocava pia-no desde os seis anos de idade, aos 15 anos sentiu o chamado para sua vida musical. “Aos 15 anos senti que algu-ma coisa mudou e Deus me disse que esse seria o meu destino. Isso foi com certeza, a coisa certa na minha vida, embora eu quisesse ser jogador de bei-sebol profissional. Sem ser arrogante, até que jogava razoavelmente bem”, lembrou Michael, que hoje diz gostar de futebol. Pela segunda vez no Brasil, Smith disse que as suas expectativas para os shows eram novas e que ele não poderia esperar nada, pois assim é uma maneira maravilhosa de se viver a vida, sem se decepcionar. “Tudo de maravilhoso que acontece é simples-mente a cereja do bolo, mas nunca vou esquecer o que aconteceu a cinco anos no Brasil. Estou extremamente empolgado de estar aqui no Brasil, porque vocês (brasileiros) respondem

de uma maneira como nenhum outro país por qual eu já estive. Literalmen-te é de tirar o fôlego, espero que ado-rem da mesma maneira”. Casado há 28 anos, pai de cinco filhos e avô de três netos, Smith disse que mesmo ausente e com mui-tos trabalhos é preciso cuidar da famí-lia, não se desligar da comunhão da igreja e criar um sistema que proteja o lar mesmo longe de casa. “Eu não via-jo tanto quanto pensam, é claro que fico bastante tempo fora, mas quando estou em casa eu estou em casa. Eu sou muito envolvido na minha igreja, embora faça um mês que eu não vou lá devido aos shows. A minha esposa acredita em tudo o que eu faço e que isto é um chamado de Deus. Na ver-dade eu passo muito mais tempo com ela do que as pessoas pensam que eu passo. Ela viaja comigo de vez em quando, pela graça de Deus eu con-sigo uma jornada muito boa. É real-mente muito interessante estar na es-trada, em outros países. Nos Estados Unidos é sempre a mesma coisa a vida na estrada. Todo mundo pensa que é glamouroso o tempo inteiro, mas você precisa se cuidar, comer direito, fazer exercício físico e manter o seu estado espiritual no foco”. Smith terminou a coletiva falando sobre drogas, após falar da música evangélica e da relação com os cantores brasileiros que já regravaram alguns de seus hits. Após o encontro ele embarcou para Belo Horizon-te (MG) onde participou do Festival Esperança, evento promovido pela Associação Billy Grahan em parceira com Conselho de Pastores. O show na cidade de São Paulo, no dia 3 de

junho teve uma parceria com a Agên-cia Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra) para arrecadar e doar agasalhos, que para Michael foi uma ideia maravilhosa, de alguma forma ajudar outras pesso-as. “É maravilhoso que a igreja esteja fazendo isso, eu diria para as pessoas que vão receber as roupas que sejam abençoadas.”

ENTREVISTA: MICHAEL W. SMITHQual a sua análise do estilo musi-cal gospel atual e a não abordagem do evangelho nas letras em todo o mundo? Eu tenho algumas preocupa-ções, no fundo no fundo tudo acaba sendo a respeito de qual é a sua moti-vação. Penso que se a sua motivação é ser estrela, virar uma celebridade, isso não vai te levar a lugar nenhum. Acre-dito que há algumas pessoas crentes que são chamadas para fazer música pop e outras são chamadas para in-dústria fonográfica de música cristã, então seja apenas fiel aquilo que Deus te dá e mantenha real e autêntico.

Muitas igrejas promovem eventos de entretenimento ao seu público. Como você avalia a condição do Show Busi-ness na igreja? Eu não sou a favor do show business dentro da igreja. Creio que tem uma maneira de você ter um culto de adoração com som e iluminação, o problema é quando se torna entreteni-mento. Eu não quero ir para igreja para ser entretido, eu quero experimentar Deus, e com isso, todo movimento pode distrair a atenção do culto.

ESPECIAL

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Como lidar com a fama e o sucesso sendo evangélico? Qual o conselho para quem quer ter sucesso? Como foi essa relação no seu início de carreira? Diria simplesmente que não esqueça quem você é. Em qualquer momento que você se torna uma pes-soa de sucesso pode subir a sua cabeça, isso pode e vai te destruir se você não tomar cuidado. O meu conselho é que coloque ao seu redor pessoas boas, que vão te lembrar constantemente de quem você é. Isso é um dom, um pre-sente de Deus, e o retorno como res-posta é você devolver pra Ele em for-ma de trabalho. No início da carreira subiu um pouco na cabeça, um pouco de orgulho na minha vida e gostaria de mudar isso. Ter sido humilde nos primeiros anos.

Tem pretensão de gravar alguma can-ção brasileira? Qual o seu cantor bra-sileiro predileto? Estou realmente aberto para gravar alguma canção brasileira e com certeza vou ter alguns CDs para levar comigo quando eu voltar para os Estados Unidos. Talvez não este-ja tão familiarizado com os cantores brasileiros, mas eu conheço um can-tor que cantou no último disco in-clusive, o Marcos Witt, que tem uma presença forte no Brasil. Estou aberto para grandes e boas ideias, especial-mente se puder interagir com artistas brasileiros.

Como deve ser a relação da igreja com a política? Precisamos de crentes na política, nos esportes e na economia,

para causar impacto na cultura.

Como deve ser o trabalho da igreja no trabalho com jovens sobre as dro-gas, já que esse é o grande problema mundial e o Brasil vem sofrendo uma epidemia com o consumo de crack? A droga é um problema mundial, a igreja tem que fazer um trabalho forte com a juventude, mas sem intimidar os jovens.

Qual a importância das redes sociais e como você as utiliza? Eu nunca imaginei ser um twitteiro porque toma muito tempo, mas descobri uma maneira rápida de usá-lo. Acho que é importante para os fãs ao redor do mundo, porque eles gostam de saber o que você está fazen-do e com isso eles podem ter acesso a vídeos e fotos. O que mais gosto nisso tudo é que eu consigo compartilhar alguns pensamentos que acho que são palavras encorajadoras para algumas pessoas ao redor do mundo. Você con-segue enviar uma citação ou uma frase a respeito de Deus, do amor Dele por cada um de nós e o usuário começa a retwittar e imediatamente se espalha pelo mundo inteiro, é incrível, eu vou estar twittando depois dessa coletiva.

Qual a música que marcou sua vida? Quais são as experiências com Deus que o inspiraram na composição de suas músicas? Todas as minhas músicas prediletas foram feitas muito rapi-damente, músicas como ‘Agnus Dei’ ou ‘Friends’. Acho que a inspiração é divina, experimentando e compar-tilhando o sofrimento das pessoas e

também as alegrias de suas vidas. Eu adoro falar a respeito do Pai, do amor paterno de Deus por nós, de Sua graça e misericórdia. A gente precisa de mais canções desse tipo, porque, quando você vivencia isso a vida se torna realmente bela. Mui-tas pessoas ainda estão sendo mui-to performáticas, tentando viver de acordo com a lei.

Quais as suas experiências mais for-tes com Deus? Tive muitas experiências com Deus para quais não há palavra para descrevê-las, pode ser numa pe-quena igreja nos Estados Unidos, na Casa Branca com o presidente Bush ou em Goiânia há cinco anos quan-do toquei lá. Não há palavras de tão lindo que é.

Qual o conselho para os evangélicos brasileiros? Sejam fieis ao chamado de Deus para sua vida, vá em frente! Al-gumas pessoas foram chamadas para ministrarem em escala menor, outras para nações, embora Deus não tenha nenhum sentimento diferente em relação aos dois grupos de pessoas. Faça o melhor que você possa fazer, com excelência. Tenha bons amigos ao seu redor, porque é um mundo difícil lá fora. Interessante é que as pessoas vivem me dizendo o quão maravilhoso eu sou e na mesma hora Deus diz para eu negar a mim mes-mo, então eu consigo construir uma estrutura onde eu tenho pessoas pró-ximas que protegem meu coração e me protegem, todos nós precisamos disso. Deus é a favor de nós.

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junho / julho 2010 | M&S 15abril / maio 2010 | IGREJA

Para que a série de shows feitos por Michael W. Smith fosse de altíssima qualidade foram utilizados equipa-mentos que cantores internacionais como o Hillsong United usou em 2009. O responsável técnico foi o produtor César Moysés. A turnê A New Hallelujah de Michael W. Smi-th foi o primeiro show gospel a uti-lizar do sistema de sonorização K1 da L´acoustics, que atualmente é o mais avançado e chegou ao Brasil no final de 2009. Trazido pela Loudness é sistema de destaque no mercado. Equipamentos como mixers Digide-sign D-show e Profile, backline fo-ram cedidos pela Made in Brazil. Na iluminação foram usa-ados Macs 2000 head, wash e VL

ESPECIAL

O SHOW FOI SHOW3000, com console da Whole Hog. Já no vídeo, apesar de ser somente para imagem simultânea (que foi jogada nas telas laterais), foram uti-lizadas quatro câmeras Sony D55 broadcast em sistema full SDI da RBG. Outra novidade neste evento foi o Music Ticket. Utiliza-do pela primeira vez em um evento Gospel, o card de plástico contém um código para download no site da Sony. Foram disponibilizadas várias músicas, três de livre esco-lha para baixar em alta qualidade (para cada MusicTicket). Todos os ingressos deram direito a um card que pôde ser trocado em qualquer loja da Made in Brazil.