Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

download Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

of 8

Transcript of Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    1/8

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    2/8

    Microeconomia 1 Notas de Aula

    Para determinar a alocação ótima dos recursos, a economia analisa o comportamento dosagentes no ambiente econômico. Três tipos de agentes econômicos muito estudados são osconsumidores , as   firmas   e o   governo. O estudo dos agentes econômicos, tomado de modoindividual, é objeto de estudo da microeconomia.

    Os consumidores manifestam suas ações na economia por intermédio de suas demandas,isto é, da quantidade de cada bem que desejam comprar e pela sua oferta de trabalho. Elesmanifestam suas demandas e sua oferta de trabalho ao buscar obter a satisfação máxima apartir de sua riqueza e dos preços dos bens e serviços disponı́veis para consumo e dos saláriosvingentes. As firmas manifestam suas ações na economia por intermédio de sua demanda porinsumos ou fatores de produção e por sua oferta de bens e serviços produzidos. Elas manifestamessas demandas e ofertas procurando maximizar seu lucro (ou algum outro objetivo, se for ocaso) a partir da tecnologia de que dispõem para produzir o bem ofertado e dos preços dosinsumos que compõem o bem ofertado. Essas ofertas e demandas são representadas no mercado.As quantidades demandadas e ofertadas por cada agente dependem, portanto, dos preços dos

    bens e insumos. O mercado funciona cotando preços e verificando as quantidades ofertadase demandadas a cada preço. Quando a quantidade ofertada iguala a quantidade demandada,dizemos que o mercado está em equiĺıbrio. Existem vários mercados na economia, um paracada bem ou serviço.

    A análise econômica pode ser classificada como positiva ou normativa. A análise de econo-mia positiva descreve o comportamento dos agentes e os resultados da interação entre oscomportamentos dos agentes. A análise de economia normativa estuda como os resultadosdeveriam ser e o que fazer para obtê-los. Por exemplo, um modelo de economia positiva con-stata que existe monopólio em algum setor da economia. A economia normativa estuda comoeste monopólio atinge a sociedade e o que pode ser feito para corrigi-lo. Um outro exemplo

    pode ser dado com o salário-mı́nimo. A análise positiva pode constatar que a exist̂encia desalário-mı́nimo aumenta o desemprego. Uma análise normativa pode recomendar a elevaçãodo salário-mı́nimo.

    Existem dois prinćıpios básicos por detrás da economia neoclássica, que fundamenta amicroeconomia. O primeiro é o comportamento maximizador dos agentes econômicos, sujeitoa restrições (devido à escassez de recursos). O segundo é o princı́pio de equilı́brio. Por detrásdesses dois princı́pios está a idéia de racionalidade dos agentes econômicos. Racionalidade emeconomia não significa a exclusão de comportamentos prejudiciais ao próprio indiv́ıduo, comofumar ou usar drogas. Os agentes econômicos são racionais no sentido de que suas ações sãocoerentes com a busca da sua felicidade ou de seu propósito, mesmo que essa busca resulte emum comportamento prejudicial à pessoa ou à sociedade.

    Uma economia onde o sistema de preços opera livremente, isto é, os preços se movem semimpedimento, é chamada   economia de mercado. O sistema de preços é de fundamentalimportância na alocação dos recursos de uma sociedade. Ele provê informação e incentivos quecoordenam a decisão de milhares de consumidores e produtores (esse ponto foi brilhantementeargumentado por Hayek, em seu artigo “The use of knowledge in society ”, publicado na revistaAmerican Economic Review , em 1945). Cada agente econômico precisa conhecer apenas ospreços dos produtos que afetam o seu objetivo. Por isso se diz que a economia é descentralizada :cada agente decide o que consumir ou produzir, sem a exist̂encia de um “ente” que coordene

    suas ações. Apesar da falta aparente de coordenação, a forma de mercado conhecida comocompetição perfeita  é eficiente do ponto de vista econômico.

    José Guilherme de Lara Resende 2 NA 1 – Introdução

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    3/8

    Microeconomia 1 Notas de Aula

    Duas razões favorecem o sistema de preços como mecanismo de alocação de recursos. Aprimeira é que, numa economia centralizada, o planejador central precisa conhecer todas aspreferências dos consumidores e as tecnologias das firmas para decidir o que e quanto produzir.Já numa economia de mercado competitiva, cada consumidor precisa conhecer apenas suaspreferências e os preços dos bens e serviços. Por sua vez, cada firma precisa saber a tecnologiae os preços dos insumos utilizados no processo de produção, bem como o preço dos bens eserviços que ela produz – esses preços são dados pelo mercado. Portanto, existe uma economiafantástica de informação ao utilizar o mecanismo de mercado e decisões descentralizadas paraalocar recursos escassos.

    A segunda razão é que, como os consumidores desejam pagar o menor preço posśıvel pelosbens e serviços, eles compram apenas das empresas que podem ofertar mais barato – as quepodem oferecer produtos e serviços a preços inferiores por terem tecnologia mais avançadaou pagarem menos pelos seus insumos. Por outro lado, como as empresas querem vender pelopreço mais caro, elas venderão para os consumidores dispostos a pagar mais pelo bem ou serviço

    – aqueles que atribuem o maior valor ao bem. Assim, na economia de mercado, os bens sãoproduzidos pelos produtores mais eficientes e consumidos pelos consumidores que atribuem omaior valor ao bem. Esse resultado é interpretado como a famosa “m˜ ao inviśıvel ” de AdamSmith, onde cada agente, agindo de maneira egoı́sta e visando apenas ao seu próprio bem, nummercado competitivo, acaba gerando o bem comum.

    Para que a “mão inviśıvel” de Adam Smith funcione, são necessárias algumas condições,como ausência de externalidades, ausência de poder de mercado, entre outras. Quando estascondições não são válidas, dizemos que existe uma   falha de mercado.

    Uma externalidade ocorre quando a decisão de um agente afeta as prefer̂encias de outros

    consumidores ou as tecnologias de outras firmas. Poluição é um exemplo de externalidade.Quando o seu vizinho quer ouvir música alta até tarde da noite e você deseja dormir cedopor ter um compromisso na manhã do dia seguinte, o mercado não funciona bem. Neste tipode situação, pode ser necessária a ação do estado, por meio de normas juŕıdicas e a ação dapoĺıcia, para garantir a alocação do direito ao sil̂encio de maneira correta. Outro exemploé quando uma fábrica polui um rio que abastece de água potável uma comunidade. Nestecaso, há necessidade de regulação ambiental para garantir um alto ńıvel de bem-estar para acomunidade.

    Poder de mercado ocorre, geralmente, quando existe um ou poucos produtores de um deter-minado bem. Isto é comum nos mercados de infraestrutura (água encanada e esgoto sanitário,

    eletricidade, transportes, telefonia). Deixadas livres, as firmas operadoras nestes mercados po-dem elevar demasiadamente seus preços, além do ótimo para a sociedade. O estado, atravésda regulação de preços, pode melhorar a alocação desses bens e serviços para a sociedade.

    A microeconomia faz uso constante de modelos econômicos. Modelos são simplificaçõesda realidade que a judam a entender um problema complexo. Um “bom” modelo explica oproblema em mãos, sem complicações desnecessárias. Um mapa rodoviário é um bom modelo,pois simplifica a realidade (tamanho muito menor do que a área original) e serve ao propósitodesejado: indicar ruas e direções. Portanto modelos são simplificações propositadamente nãorealistas de certo problema que servem para entender como o mundo funciona.

    A  navalha de Occan   é uma regra para a escolha entre modelos: se temos dois modelos queexplicam o mesmo fenômeno da mesma maneira, escolhemos o modelo mais simples (dentro doposśıvel é claro, como Einstein bem colocou: “everything should be made as simple as possible,

    José Guilherme de Lara Resende 3 NA 1 – Introdução

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    4/8

    Microeconomia 1 Notas de Aula

    but not one bit simpler ”). Ou seja, não necessariamente o modelo mais realista é melhor, massim o modelo mais simples. Portanto julgamos um modelo pela capacidade de suas previsõese não pelo realismo de suas hipóteses.

    Algumas idéias são primordiais no racioćınio econômico e seu claro entendimento facilita a

    compreensão de diversos modelos econômicos. Vamos apresentá-las a seguir.

    3 Postulados Básicos de Economia

    Postulado 1: Escassez

    Escassez significa que os recursos da sociedade são limitados.   É imposśıvel todos teremtodas as coisas que querem. Sem escassez não existe problema econômico.

    Quando se toma uma decisão econômica, geralmente se paga alguma coisa, devido à escassezde recursos. Um indiv́ıduo, ao vender uma casa, paga em bens, entregando a casa, já o indiv́ıduoque compra a casa, paga em dinheiro. Qual o custo de comprar a casa? O valor pago? Esta éuma primeira aproximação, mas o custo pode incluir o tempo da negociação, a perda de rendaque o valor pago pela casa poderia render em aplicações alternativas, etc.

    Podemos argumentar que o custo da casa é muito próximo do valor pago por ele e estevalor serve muito bem como primeira aproximação desse custo. Mas, em algumas decisõeseconômicas, o custo do bem pode ser muito diferente do valor pago. Por exemplo, qual o custode se fazer uma graduação? O custo da mensalidade é apenas um deles, talvez pequeno, pois afaculdade pode ser gratuita, como é o caso das universidades federais do Brasil. Mas o sacrif́ıcio

    de não poder trabalhar ou trabalhar em horário reduzido gera uma perda de renda corrente, eeste custo pode ser considerável.

    Isso motiva a seguinte definição de custo: o verdadeiro custo de algum bem ou serviço éo valor da melhor alternativa de uso dos recursos utilizados para se adquirir esse bem. Noexemplo do curso superior, o custo de uma universidade pública gratuita, que só oferece cursosdiurnos e com horário disperso ao longo do dia, pode ser muito maior que o custo de umauniversidade privada noturna, mesmo com mensalidade alta. Este custo econômico é chamadocusto de oportunidade .

    Postulado 2: Escolha (tradeoffs)

    Escassez impõe a necessidade de escolher entre alternativas posśıveis. Se queremos produzirmais de um bem, teremos que produzir menos de outro bem. A palavra  tradeoff   ilustra essasituação em que para se obter alguma coisa deve-se sacrificar outra. Por exemplo, um casaltem diversos programas para fazer no domingo: ir ao cinema, ao teatro, visitar amigos etc.A escolha de um programa implica a não realização de outros. Os economistas usam a frase”n˜ ao existe almoço gr´ atis ” para ilustrar a profundidade dos tradeoffs. Muitas vezes alguémnos convida para um almoço gratuito, mas, na verdade, não é: sacrifica-se pelo menos tempopara ir ao almoço, mas outros sacrif́ıcios podem estar impĺıcitos, como, por exemplo, a perdada oportunidade de almoçar com outras pessoas. Se o almoço “grátis” é oferecido por alguém

    que quer obter algo do convidado, então, pode-se até medir mais facilmente o verdadeiro custodesse almoço supostamente grátis.

    As firmas estão, também, sempre se defrontando com escolhas. Uma situação clara de

    José Guilherme de Lara Resende 4 NA 1 – Introdução

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    5/8

    Microeconomia 1 Notas de Aula

    tradeoffs é quando uma firma tem recursos e necessita decidir se investe em aperfeiçoamentoda linha de produtos atuais ou no desenvolvimento de uma nova linha de produtos.

    Dois tradeoffs clássicos em economia são o tradeoff entre “canh˜ oes e manteiga ” e o tradeoff entre  eficiência e equidade .

    O tradeoff entre canhões e manteiga é uma metáfora sobre a escolha que a sociedade tem quefazer sobre quanto investir em segurança e quanto investir na produção de alimentos. Quantomais investir em segurança, menos se tem para investir na produção de alimentos e vice-versa.

    O tradeoff entre equidade e eficîencia ocorre porque, geralmente, para a sociedade obterequidade, entende-se que ela deve sacrificar eficîencia, e vice-versa. Por exemplo, se todosganharem a mesma remuneração, independentemente do cargo e dedicação ao trabalho, poucaspessoas irão querer ocupar os cargos de maior responsabilidade ou dedicar-se-ão com afinco àssuas tarefas. O resultado pode levar a uma queda de produção, ocorrendo perda de bem-estar e eficiência. Por outro lado, para se gerar eficiência, deve-se remunerar bem as pessoas

    mais produtivas e inventivas, pois elas produzem riqueza para a sociedade. Todavia, essadiferenciação de remuneração pode levar à desigualdade social. O governo pode tentar diminuiressa desigualdade por meio de impostos, como, por exemplo, por meio de um imposto derenda progressivo, em que a aĺıquota do imposto aumenta com a renda. Assim, quem ganhapouco, perde pouco da sua renda, e quem ganha muito, perde parte maior de sua rendapara o governo. O resultado é uma maior equidade social, assumindo que o governo distribuiessa receita para os mais pobres. Poŕem, mesmo nesse caso, a redução no incentivo à pessoaprodutiva pode acarretar perda de eficiência. Outro exemplo se dá quando a sociedade introduzo seguro-desemprego. O seguro-desemprego reduz a desigualdade de renda entre o empregadoe o desempregado, porém, pode desincentivar o desempregado a buscar um novo emprego,

    causando perda de eficiência.

    Postulado 3: Comportamento Individual Maximizador.

    Os agentes econômicos tomam decisões com algum ob jetivo em mente, e essas decisões sãotomadas para se alcançar esse objetivo. Ressaltamos nesse postulado a idéia de individualidade.A razão para estudarmos agentes individuais e não grupos é prática. Existem teorias bemestabelecidas sobre o comportamento individual, enquanto a teoria de comportamento emgrupo não é tão bem desenvolvida. Isso não é razão para não estudarmos decisões em grupos.Pelo contrário, decisões em grupo são fundamentais em macroeconomia e em certos campos demicroeconomia.

    Postulado 4: Substituição

    Substituição significa que as pessoas estão dispostas a fazer as escolhas que a escassez derecursos exige. Esse postulado diz que entre quaisquer dois bens A e B que desejamos, estamosdispostos a abrir mão de um pouco de A para receber um pouco de B. Esse postulado podesoar inócuo, porém é bastante geral: estamos dispostos a abrir mão de um pouco do bem Apara recebermos um pouco do bem B, quaisquer que sejam os bens A e B.

    Essa substituição normalmente envolve pequenos incrementos dos bens. Esses pequenos

    incrementos são chamados de marginais  pelos economistas. Por exemplo, para decidir o quantoum indiv́ıduo investe em educação, ele pensa primeiro nos benef́ıcios e custos da educaçãoprimária. Se os benef́ıcios dessa educação forem maiores que seus custos, ele fará o primário(neste caso, a decisão pode ser dos responsáveis e não do indiv́ıduo propriamente dito, mas

    José Guilherme de Lara Resende 5 NA 1 – Introdução

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    6/8

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    7/8

    Microeconomia 1 Notas de Aula

     

    Bem  Y  

    Bem  X 

                                                      

    Fronteira de Possibilidade de Produção

            

    A

    Y  0

    X 0

       

    Y  1

    X 1

    B   

       C 

    Figura 1: Fronteira de Possibilidade de Produção Linear

    Pontos na FPP representam a quantidade máxima de vinho que pode ser produzida paracerta quantidade de pão. Por exemplo, se a economia produz  X 0   unidades de pão, então aprodução máxima posśıvel de vinho para o peŕıodo de tempo em questão (digamos um ano) éY 0  litros de vinho. Obviamente, essa sociedade pode produzir menos vinho dada a quantidadeX 0  de pão, escolhendo o ponto  C  da figura, onde são produzidos  X 0  de pão e  Y 1   de vinho. Oponto  C   é no interior da região definida pela FPP, o que indica que nem todos os recursos daeconomia estão sendo plenamente usados e algum desperdı́cio está ocorrendo.

    A FPP tem inclinação negativa devido à escassez de recursos. Se estamos no ponto   ae queremos produzir mais pão, precisamos abrir mão de um pouco de vinho (a sociedaderealoca alguns dos recursos usados na produção de vinho para a produção de pão). Portanto,o postulado da escassez implica que a FPP é negativamente inclinada. Poŕem A FPP nãonecessariamente tem que ser uma linha reta. Outras formas importantes são FPP côncava eFPP convexa. A figura abaixo ilustra uma FPP côncava.

     

    Bem  Y  

    Bem  X 

    Fronteira de Possibilidade

    de Produção Côncava

            

    Figura 2: Fronteira de Possibilidade de Produção Côncava

    José Guilherme de Lara Resende 7 NA 1 – Introdução

  • 8/15/2019 Microeconomia Aula 1 - José Guilherme Lara Resende

    8/8

    Microeconomia 1 Notas de Aula

    O formato da curva da FPP reflete como o custo marginal de um bem muda com a quan-tidade do outro bem sendo produzida. Vamos primeiro definir o que é o custo marginal.

    Definição:  Custo Marginal. O custo marginal do bem  X   é o custo de produzir uma unidadeadicional de  X , expresso em unidades do outro bem que deixa de ser produzido. Matematica-mente,

    CMgX,Y    = − dY 

    dX 

    FPP 

    Esse custo de oportunidade marginal da FPP é chamado   taxa marginal de transforma瘠aodos bens . Essa taxa mede a taxa na qual um bem pode ser transformado em outro, no sentidode que os fatores de produção são realocados da produção de um dos bens para a produção dooutro bem.

    No caso de nossa economia com dois bens, o custo marginal é dado pela inclinação daFPP. Uma FPP com inclinação constante (isto é, uma reta, como na primeira figura) significaque o custo marginal é constante, independente da quantidade produzida. Para produzir maisuma unidade de vinho, temos que abrir mão sempre da mesma quantidade de pão. Uma FPPcôncava significa que o custo marginal do bem aumenta quanto mais desse bem é produzido.Ou seja, quanto maior a produção de vinho, para produzir mais um litro, temos que abrir mãode uma quantidade maior de pão. Uma FPP convexa significa que o custo marginal do bemdiminui quanto mais desse bem é produzido. Ou seja, quanto maior a produção de vinho, paraproduzir mais um litro, temos que abrir mão de uma quantidade menor de pão.

    Qual forma da FPP é mais razoável? Depende da tecnologia de produção da indústria em

    consideração. Uma FPP convexa ilustra uma situação onde os custos marginais decrescemcom a quantidade produzida, situação em que se configuram economias de escala. Quantomais produzimos, maior a economia na unidade adicional produzida. Um provável exemplo deuma indústria com economia de escala é a de software. Dado que o software foi desenvolvido,a produção de uma cópia adicional é praticamente nula. Analisaremos esses pontos com maisdetalhe na parte da teoria da firma.

    Leitura Recomendada

    1. Varian, cap. 1 - “O Mercado”.

    2. Pindick e Rubinfeld, cap. 1 - “Aspectos Preliminares” e 2 - “Os Fundamentos da Ofertae da Demanda”.

    3. Hall e Lieberman, cap. 1 - “O que é Economia” e 2 - “Escassez, Escolha e SistemasEconômicos”.

    4. Nicholson e Snyder, cap.1 “Economic Models”.

    5. F.A. von Hayek, Economics and Knowledge (1937,  Economica  4: 33-54).

    José Guilherme de Lara Resende 8 NA 1 – Introdução