INSTITUTO FEDERAL DA BAHIATSSIA CRISTINA BASTOS DE JESUS (14)TURMA 10841A Microfsica do PoderBertrand Russel, um dos mais importantes filsofos do sculo XX, descreveu o poder como aptido de obter a produo dos efeitos desejados. Russel no foi o nico a descrever e analisar o poder. Muitos antes dele j o tinham feito. Mas nenhum, com toda certeza, o fez como Michel Foucault, principal expoente da Teoria Relacional do Poder. Michel Foucault nasceu em Poitiers, Frana, em 1926. Foi filsofo,historiador das ideias,terico social,fillogoecrtico literrio, antes de falecer em Paris, Frana, em 1984. Entre suas principais anlises e filosofias, est a teoria do poder denominada de Teorial Relacional. Antes de analisa-la, porm, faz-se necessrio descrever brevemente as duas anteriores, de modo a estabelecer comparao mais clara entre todas e de modo a compreender porque a teoria de Foucault revolucionou a noo de poder da sociedade.A primeira teoria do poder denominada de Teoria Substancialista. Segundo a mesma, o poder algo externo ao ser humano. Seu principal expoente foi Thomas Hobbes, e no se pode negar que ela pode ser bem aplicada em alguns casos. No teria o lendrio Rei Arthur conseguido seu poder atravs de uma espada cravada em uma pedra? um timo exemplo de sustento a Teoria Substancialista, mas as relaes de poder foram evoluindo e logo se fez necessrio uma nova teoria que abrangessem o novo poder surgido.Assim surgiu a segunda teoria do poder, denominada de Teoria Subjetivista. Segundo esta linha de pensamento, o poder algo inato ao ser humano, que faz parte dele e est com ele desde seu nascimento. John Locke, por sua vez, era o principal defensor desta ideia de que o poder uma capacidade pessoal do homem. Mais uma vez, precisou-se adaptar as teorias anteriores a sociedade contempornea. A Teoria Subjetivista no dava mais conta das novas relaes de poder capitalista. Surge, ento, Foucault e a Teoria Relacional, com a ideia genial de que o poder s pode ser analisado de modo comparativo. O problema das teorias anteriores o ngulo extremamente restrito atravs do qual se observa o poder. Porque restringir tanto o ngulo atravs do qual se observa o poder? Porque especificar o poder ou como inato ao ser humano ou como externo a ele?Foucault , sendo assim, o principal expoente desta teoria de que ningum tem o poder em si. Em realidade, algum s poderoso em relao a outro algum. Assim sendo, o poder se encontra em cada relao social. Se enganam os romnticos que pensam que h qualquer relao social sem poder. As relaes de poder esto to presentes em um casamento como estariam em uma transao financeira.Foucault conclui que as relaes de poder nada mais so do que um mecanismo de controle e de dominao. O mais poderoso domina o mais fraco e impe ao mais fraco a sua vontade. E o mais fraco o faz, mesmo algumas vezes sendo contra a sua vontade, pela legitimidade social que o mais poderoso discretamente tem. E aqui a anlise do francs se torna ainda mais aguada. No cabe a ele analisar como um rei subiu ao poder. Cabe a ele analisar a submisso dos sditos. Aplicando a nossa sociedade, cabia ao filsofo analisar porque os cidados obedecem ao Estado e as suas leis. O Estado nada mais , conclui o francs, do que uma instituio atravs da qual os poderosos legitimam suas vontades atravs das leis, que so obedecidas por serem entendidas pela sociedade como verdades universais. A sociedade, assim, sequer percebe a alienao e a dominao. Aceita uma verdade que nada mais do que efeito da prtica do poder.Sem sombra de dvida, a Teoria Relacional de Foucault revolucionou a viso de poder e de como ele exercido para a sociedade. O sistema capitalista e suas relaes foi, com certeza, desnudado, mas no significa, infelizmente, que estas foram alteradas. Arrisco-me dizer, inclusive, que esto mais fortes do que nunca.