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ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS HABITAÇÕES POPULARES DISCENTE: Lílian Gláucia de Melo Cardia RA: A68HHI-3 TURMA: EC4P01 SÃO PAULO 2012

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ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

HABITAÇÕES POPULARES

DISCENTE: Lílian Gláucia de Melo Cardia RA: A68HHI-3

TURMA: EC4P01

SÃO PAULO

2012

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SUMÁRIO

Introdução........................................................................................2

1. Planos Habitacionais: Histórico ............................................................ 3

2. Núcleos Residenciais Populares e Déficit Habitacional do Brasil ................ 9

2.1 Núcleos Residenciais Populares ......................................................... 9

2.2 Déficit Habitacional do Brasil .......................................................... 10

3. Edificações Populares: Tipologia ......................................................... 14

4. Estudo de Caso ................................................................................ 24

5. Dados Técnico-econômicos ................................................................ 48

6. Características das Residências/Apartamentos ..................................... 49

7. Equipamentos Sociais ....................................................................... 54

8. Falhas Construtivas observadas e medidas corretivas ........................... 56

9. Pesquisa do Grau de Satisfação dos Usuários do conjunto Habitacional ... 61

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INTRODUÇÃO

A carência habitacional vista no mundo, agravada principalmente depois das

Guerras Mundiais, pôs em discussão a produção em larga escala de habitações para a

população de baixa renda. Com isso, muitos conjuntos habitacionais foram criados no

mundo, a fim de amenizar essa carência, mas essa produção ainda não atingiu níveis

toleráveis de conforto para seus habitantes. Os espaços mínimos, o barateamento da

construção, a má insolação e ventilação, as técnicas usadas, os materiais de má

qualidade e os erros estruturais são alguns fatores que agravam as precárias condições

de vida dos cidadãos.

Com o intuito de melhorar algumas dessas questões e principalmente reduzir os

custos das obras, que em muitas vezes são financiadas pelo poder público ou instituições

privadas, a industrialização da habitação mínima aderiu à utilização de técnicas

construtivas variáveis da produção civil.

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1. Planos Habitacionais: Histórico

O ato de morar faz parte da própria história do desenvolvimento da vida humana. Isso significa dizer que não podemos viver sem ocupar lugar no espaço. Entretanto as características desse ato mudam de acordo com cada contexto sociopolítico e econômico. Podemos dizer, então, que o ato de morar tem um conteúdo político, social, econômico e, principalmente, espacial. No contexto dessa espacialidade, podemos observar características diversas da habitação e, por conseguinte, formas espaciais diferentes, concretizando uma produção diferenciada da cidade.

Tomando por referências essas dimensões, é que produzimos este trabalho, que tem a intenção de analisar a política habitacional brasileira, desencadeada após a criação do Banco Nacional de Habitação (BNH) e do Sistema Federal de Habitação (Sefhau), em 1964, e sua importância para o processo de urbanização das cidades médias brasileiras. Partimos do pressuposto de que ela não somente se desencadeou em decorrência do déficit habitacional existente no Brasil naquele momento, mas se constituiu também numa resposta do Estado ao capital, no sentido da reprodução deste aos interesses externos – além de ter servido como instrumento de controle econômico e político, auxiliando, em certos momentos, a amenização dos conflitos pela posse do solo urbano.

Desse modo, devemos entender a política habitacional brasileira a partir de sua inserção no contexto maior do desenvolvimento econômico. Por isso não podemos efetivar uma leitura da política habitacional que emergiu, principalmente a partir dos anos 1960, no Brasil, como expressão de uma preocupação do Estado Brasileiro centrada no problema da moradia, que se agravava, tendo em vista o rápido movimento migratório que se desencadeou após 1964.

Depois da Segunda Guerra, ocorreram várias mudanças na economia mundial, a qual passou a ser comandada pelos Estados Unidos, tendo por fito a expansão da grande empresa capitalista. Assim sendo, o consumo em massa constituiu um dos vetores básicos para a reprodução do capital, apoiando-se principalmente no desenvolvimento do Welfare State, que passou a proteger o salário mínimo, o desemprego, o sistema previdenciário, o sistema de saúde, o sistema habitacional, além de outros serviços sociais.

A partir dos idos de 1960, a recessão competitiva dos países central, decorrente da crise do Fordismo, desencadeada nos países desenvolvidos, propiciou a liberação de créditos para os países em desenvolvimento investirem em infra-estrutura, modernização e indústria. Assim, emergiu uma oportunidade para esses países, uma vez que, a partir de então, ocorreu uma intensificação da internacionalização das grandes empresas transnacionais, tendo em vista a necessidade de expansão dos mercados e a procura por insumos e mão-de–obra barata. Tal processo foi denominado por Alain Lipietz de Fordismo Periférico. Ou seja, as formas de regulação até então atuantes no mundo desenvolvido passaram a fazer parte também do mundo subdesenvolvido.

Em virtude desse novo contexto, o Brasil passou a vivenciar um certo dinamismo econômico, configurando-se o que foi denominado de milagre brasileiro. Nessa fase, profundas mudanças ocorreram na sociedade como um todo e, de modo especial, na estrutura produtiva, que passou a ser guiada pela indústria, embora sob uma forte intervenção estatal, principalmente no que se refere aos setores ditos estratégicos da sociedade.

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Ocorrendo de forma expressiva em nível mundial, a urbanização se acentuou ao longo do século XX, variando de intensidade e de forma de um território para o outro, em decorrência das particularidades locais.

Nesse cenário é que o processo de urbanização foi desencadeado no Brasil, passando as cidades brasileiras, especialmente as grandes e médias, a requisitarem uma série de serviços e equipamentos que se colocavam na pauta de reivindicação da população, a qual deixava o campo para morar na cidade. Nesse momento já estava presente a questão do déficit de moradia.

No caso brasileiro, a urbanização já apresentou suas primeiras manifestações nos anos que se seguia a revolução de 1930. Mas foi a partir dos anos 60 que esse fenômeno se acentuou, atingindo, de forma diferenciada, todas as regiões do país. Em 1940, a taxa de urbanização brasileira era de 26,3%; em 1980, alcança 68,86%; e em 2000, ela passou para 81,2%, o que demonstra uma verdadeira inversão quanto ao lugar de residência da população do país. Esse crescimento se mostra mais impressionante ainda se lembrarmos os números absolutos: em 1940, a população que residia nas cidades era de 18,8 milhões e, em 2000, ela chega a aproximadamente 138 milhões. Constatamos, portanto, que em sessenta anos, os assentamentos urbanos foram ampliados de forma a abrigar mais de 125 milhões de pessoas nos aglomerados urbanos.

Entender a questão da moradia na sociedade capitalista significa desvendar também as contradições inerentes ao acesso à moradia. Tal entendimento deve, antes de qualquer coisa, procurar desvendar o significado da terra, isto é, de um bem natural que não pode ser reproduzido e, assim sendo, não pode ser criado pelo trabalho. Portanto o fato de alguém trabalhar na terra não significa dizer que vai produzi-la, isso porque as edificações sobre ela são produtos do trabalho, mas ela não o é.

Portanto devemos pensar a terra como um equivalente do capital, que se valoriza sem trabalho, sem uso. Além de uma falsa mercadoria, ela também se apresenta como um falso capital. A valorização da terra acontece graças à monopolização do acesso a esse bem de extrema necessidade à sobrevivência, que, diante da realidade capitalista, torna-se caro e escasso.

Diferentemente do mercado de compra e venda de outras mercadorias, no mercado de terras, a lei da oferta e da procura não funciona da mesma forma; ela só funcionava quando novos terrenos entram no mercado de terras. Na expansão do perímetro urbano ou dos loteamentos de glebas, o preço da terra, no geral, aumenta e não diminui. Desse modo, o preço da terra é definido segundo a localização dos terrenos, que, embora com dimensões semelhantes, possuem preços diferentes. Essa diferenciação proporciona ao dono da terra uma renda extra, propiciada pela produção social.

Assim sendo, solucionar o problema da moradia no Brasil, ou em qualquer país de economia capitalista subdesenvolvida, não é uma tarefa fácil. Isso porque, no mundo capitalista, a terra, mesmo não sendo uma mercadoria produzida socialmente, tem um preço e confere ao seu dono o direito de auferir uma renda por posse. Assim, para se produzir uma casa para morar, é necessário, antes de tudo, que se tenha a propriedade do solo. Não pode ser ignorado que, em virtude da sua condição de mercadoria, a terra passa a ser monopolizada por aqueles que têm dinheiro para comprá-la.

A intervenção do Estado Brasileiro, no que se refere à habitação, pode ser vista a partir das seguintes ações:

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a) na década de 30 o Estado Brasileiro assume a responsabilidade da produção e oferta de casas populares, com a criação das carteiras prediais dos Institutos de Aposentadorias e Pensões - IAPs - sendo o atendimento dispensado, principalmente, aos associados.

b) em 1964, ocorreram as criações do BNH, extinto em 1996 e do Serfhau. Esses órgãos tinham por pressuposto dar conta da política habitacional brasileira, perseguindo os seguintes objetivos: coordenar a política habitacional dos órgãos públicos; orientar a iniciativa privada, estimulando a construção de moradias populares; financiar a aquisição da casa própria, propiciando a melhoria do padrão habitacional do ambiente; eliminar as favelas; aumentar o investimento da indústria de construção civil e estimular a poupança privada e o investimento.

A ação do BNH não se limitou apenas à habitação; atuou, também, no setor de desenvolvimento urbano, sendo considerado como um dos mais expressivos agentes financeiros do processo de desenvolvimento urbano. Esse banco financiou obras de infra-estrutura urbana: melhorou o sistema viário e pavimentou das cidades; bem como aperfeiçoou a rede de energia elétrica, de transportes e de comunicação, incentivou a educação e a cultura, melhorou os serviços públicos dentre outros. Podemos, então, afirmar que o BNH foi um dos importantes promotores das transformações urbanas no Brasil.

O Sistema Financeiro de Habitação - SFH -, gerenciado pelo BNH, foi de fato um instrumento oficial através do qual se estabeleceram as condições para a capitalização das empresas ligadas à construção civil, além de permitir a estruturação de uma rede de agentes financeiros privados, realizando, assim, o financiamento da produção.

Fica claro, para nós, diante dessas informações, que, até os idos de 1960, não existia uma política urbana nacional; o que existia até então se resumia a políticas urbanas aplicadas em áreas territoriais específicas, como é o caso do planejamento urbano implementado em Belo Horizonte. Porém, para muitos estudiosos da questão, a primeira fase do planejamento urbano brasileiro se dá paralelamente à atuação do Serfhau, que tinha por meta básica promover a elaboração e a implantação de planos de desenvolvimento local e integrado, de acordo com o planejamento nacional e regional, e, ainda, colaborar com os governos municipais na execução do planejamento local e integrado, inclusive na organização de serviços de natureza municipal, assistindo-os em assuntos de seu interesse e realizar estudos relacionados com a radicação de população e as migrações internas.

Na época de 1920, os discursos das revistas examinadas se centram na idéia de que construção de “habitações higiênicas” pelo poder público resolveria o problema habitacional. Tais habitações substituíram os “casebres” e as “casas de cômodos”, considerados a origem de quase todos os males.

Nos anos 30 ainda que sejam apresentadas mudanças significativas na produção da habitação durante a década de 30, algumas propostas alternativas. Como exemplo, temos a indicação de um outro modo de viver que rompe a hierarquia dos espaços rígidos por meio de um ambiente integrado, dividido por cortinas e sem espaços de serviço.

Nos anos 40, alguns preceitos, já apontados nos anos anteriores, são ampliados nesta década como, por exemplo, àqueles ligados às ações higienistas a ao controle social da população. Além disso, a produção das unidades habitacionais coletivas, articuladas com outras funções como restaurante, lavanderias, enfermaria, assim como

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espaços para crianças, lazer e práticas esportivas, começam a ser publicadas como solução para a insalubridade presente nas moradias isoladas – casarões, mocambos, favelas e cortiços. É inevitável perceber que a política habitacional brasileira, aquela época, já começava a se referenciar aos conceitos e ás estratégias de projeto de habitação coletiva receitada pelo movimento moderno internacional.

Anos 50, nesse período, os projetos e construções dos grandes conjuntos habitacionais, emblemáticos do movimento moderno brasileiro a ser legitimado, fazem-se presentes, orientados pela premissas já apontadas nos artigos da década anterior – a produção seriada de unidades habitacionais coletivas (moradia mínima) associada aos serviços como restaurantes, lavanderias, enfermarias, locais para crianças, passeios e práticas esportivas.

A política habitacional desencadeada a partir dos anos de 1960 contou com recursos oriundos da Caderneta de Poupança, e dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS).

Nos primeiros anos de atuação do BNH, a política habitacional foi direcionada para atender à demanda das classes menos favorecidas. Por volta do ano de 1975, os segmentos populares foram relegados a um segundo plano, pois a política habitacional direcionou os programas habitacionais existentes para atender à classe média. Desse modo, ficou evidente que a quantidade de moradias, inserida na proposta do Estado de atendimento ao interesse social não correspondeu às expectativas.

No intervalo temporal de 1970 a 1980, os recursos do BNH ficaram escassos, tendo em vista, principalmente, a inadimplência dos mutuários já contemplados com a casa própria e a diminuição dos recursos oriundos do FGTS, mediante o aumento do desemprego e a retirada dos fundos por parte dos trabalhadores que ficaram desempregados. A partir de 1986, quando ocorreu a extinção do BNH, a Caixa Econômica Federal ficou com a atribuição de desenvolver a política habitacional do país.

Desde 1980, que, no Brasil, 68,6% da população, segundo dados da Fundação IBGE moram na cidade. Esse fato, cada vez mais exige uma ação positiva do Estado no ato da construção da moradia. Dessa forma, o Estado Brasileiro, ao promover a distribuição e gestão dos equipamentos de consumo coletivo, indispensáveis à reprodução da vida nas cidades - no caso particular, a moradia - tem contribuído, também, para a expansão urbana, criando condições favoráveis para que outros setores da sociedade ligados diretamente ao capital se reproduziam. É o caso das empresas de transportes, empreiteiras etc.

Com a extinção do BNH, o sistema habitacional brasileiro passou a vivenciar intensas crises, que resultaram num alto endividamento desse sistema, sem falar na incapacidade de implementação de novos projetos. As crises tiveram sua origem na inadimplência dos mutuários, tendo em vista o aumento crescente das prestações, que não era acompanhado pela política salarial. Nesse contexto, houve uma paralisação na dinâmica da política habitacional, ficando esta limitada a secretarias e ministérios criados ao longo de vários governos.

Com a elaboração da Constituição de 1988, a sociedade brasileira passou a contar com um respaldo legal importante no trato do planejamento e gestão urbanos, o capítulo da política urbana, principalmente através dos artigos 182 e 183, que estabelecem a gestão da política urbana brasileira. Mesmo assim, não se garantiu a efetiva justiça social e a gestão democrática nas cidades brasileiras.

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No governo de Collor de Melo, nos anos de 1990, com o confisco das Cadernetas de Poupança, deu-se a estagnação na poupança e no FGTS, comprometendo severamente a política habitacional do Brasil.

A ausência do Estado acentuou-se cada vez mais, tendo em vista que o acesso à terra passou a ter como referência tão somente as leis de mercado.

No final dos anos de 1990, o governo brasileiro criou o Programa Carta de Crédito, que tem proporcionado o financiamento de construção sob a forma associativa, propiciando uma nova maneira de morar, na qual as pessoas são agrupadas e coordenadas por entidades organizadas, que constroem os conjuntos habitacionais e condomínios fechados.

O financiamento individual ficou mantido na faixa de doze salários mínimos, com tratamento diferenciado para os mutuários com renda familiar de até seis salários mínimos, sob o discurso da redistribuição de renda. Com relação à taxa de juros praticados pelo Programa, variava de 3% a 9%, de acordo com as diferentes faixas de renda.

O primeiro questionamento que devemos nos fazer é se realmente existe uma política habitacional no Brasil, no sentido de que não deixemos de lado o estudo de uma problemática tão grave, que aflige milhões de brasileiros que não têm onde morar ou que, quando encontram esse lugar, ele está situado em áreas de riscos ou em áreas impróprias à construção de moradias. Constantemente, recebemos em nossas casas, através dos noticiários da televisão, a informação de que inúmeras pessoas estão desabrigadas em virtude de desabamento de morros ou transbordamento de rios, ou nos deparamos com a presença, cada vez mais acentuada, dos espaços de segregação sócioespacial das cidades: suntuosos edifícios, condomínios fechados, ao lado de favelas, cortiços e mocambos, um verdadeiro espraiamento da perversão socioespacial das cidades neste limiar de século.

Isso retrata as péssimas condições em que boa parte da população das grandes e médias cidades brasileiras vive. Na sociedade o preço do solo urbano torna-se cada vez mais raro e, ao mesmo tempo, mais caro. A conjugação dessas duas condições leva as pessoas de menor poder aquisitivo a ocupar áreas de riscos e insalubres.

Portanto, tendo em vista que, para ter acesso à casa, é necessário pagar juros, taxa de administração e de crédito, seguros por morte, invalidez, danos físicos do imóvel, correção monetária, a grande maioria dos cidadãos brasileiros não conta com uma política habitacional. A nosso ver, isso reduz a acumulação capitalista, pois é através da compra da casa própria que os trabalhadores geram lucros para os bancos e seguradoras e, ainda, para as empreiteiras, contribuindo, dessa forma, para a reprodução do capital, o que não vem ocorrendo, diante das dificuldades de acesso dos mais pobres à habitação.

Nesse contexto, o papel do Estado tem sido o de gestor e intermediário do capital financeiro, ultimamente andando contíguo ao capital imobiliário, assim como à indústria da construção civil. É desse modo que o espaço urbano vem sendo construído, através de uma articulação entre o capital e o Estado, a qual privilegia as classes mais bem abastadas, deixando à mercê grande parcela da população pobre, uma vez que apenas um número ínfimo dessa população tem tido acesso ao crédito da casa própria, restando-lhe a alternativa da cidade clandestina, ilegal, que se reproduz pela favela, pelos cortiços, pela ocupação de áreas de riscos, etc.

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Embora o BNH tenha sido extinto, o Estado Brasileiro se reestruturou no sentido da promoção de política pública habitacional, dessa vez sem os princípios de um Estado de bem-estar social ou assistencialista, como muitos o chamam. O Estado continuou a exercer um papel importante, assumindo a condição de intermediador de recursos entre o poder público e a iniciativa privada, no que se refere aos programas habitacionais. Houve, a partir desse momento, o surgimento de novos programas com base nos empreendimentos associativos, condomínios fechados, ou mesmo habitações isoladas, muito embora, na sua maioria, por meio de financiamentos ou de autofinanciamento de longa duração, através dos bancos, excluindo muitos cidadãos brasileiros.

Nessa reta final da reflexão, estamos pensando que o processo de urbanização, em certa medida impulsionado pelas políticas habitacionais implementadas pelo poder público brasileiro, contribui para melhorar as condições de vida da população. Isso é inegável, se levarmos em conta alguns indicadores sociais, como a mortalidade infantil e a esperança de vida ao nascer. Entrementes, não podemos afirmar que a vida da população do país melhorou, de um modo geral, e que tal melhora está ligada a esse processo. A evolução de outros indicadores socioeconômicos e urbanísticos evidencia contradições socioespaciais nas cidades brasileiras. Somente a persistência na investigação científica levar-nos-á a conclusões mais definitivas; por isso vamos persistir.

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2. Núcleos Residenciais Populares e Déficit Habitacional do Brasil

2.1 Núcleos Residenciais Populares

Pouco se comenta sobre a arquitetura habitacional popular no Brasil, isso porque não sabemos se, elas não são consideradas dignas de atenção ou por refletirem um momento de desleixo arquitetônico e confusão política, ou por serem em pequeno numero de unidades, já que, como dissemos anteriormente, o desprezo pelo projeto arquitetônico vigorava nesta época.

Conseguimos distinguir alguns arquitetos e suas obras que, apesar das críticas para as construções realizadas na época, são consideradas de destaque

Apartamentos de um, dois e três dormitórios, em uma das áreas mais valorizadas de São Paulo. Ampla varanda, vista privilegiada, espaços já prontos para home offices, paredes removíveis para aumentar os ambientes, preocupação com iluminação natural em todas as unidades, estacionamento para bicicletas e jardins abertos na cobertura. Tudo isso em prédios exclusivos, únicos, assinados pelos arquitetos mais disputados da capital.

Poderia muito bem ser um anúncio de uma imobiliária, um texto publicitário em um daqueles folhetos entregues no semáforo, nos quais o céu é sempre espetacularmente azul. A descrição, no entanto, é a nova maneira de a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) enxergar as unidades habitacionais construídas para população de baixa renda.

Para tentar fugir da estigmatização que sempre acompanhou a moradia social - dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs) às COHABs, Cingapuras e CDHUs, a Prefeitura agora está investindo em edifícios pequenos, em áreas nobres, com boa parte dos diferenciais que as construtoras oferecem no mercado de alto padrão de São Paulo.

Na região da Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, onde o metro quadrado já passa dos R$ 9 mil, a Sehab vai começar a construir em até dois meses prédios para moradia social em 35 áreas diferentes - cada edifício foi desenhado com um projeto específico para cada lote, por um pool de grifes da arquitetura.

Serão 4.300 apartamentos, mas, ao contrário dos velhos e criticados "conjuntões" habitacionais perdidos na periferia, os novos prédios serão erguidos até o fim do ano em áreas menores, alguns com apenas 25 unidades, e os maiores com no máximo 200 apartamentos. Essa nova tendência marca uma ruptura com o modelo tradicional de habitação popular em São Paulo, cidade com 1,1 milhão de pessoas vivendo em unidades de moradia social.

A moradia popular está sendo pensada para abrigar as famílias desapropriadas para a construção de um túnel e de um parque linear, como parte da Operação Urbana Águas Espraiadas.

São Paulo já tentou um sem-número de modelos para lidar com o assombroso déficit habitacional da capital - do primeiro grupo de edifícios projetado em 1942 para dar teto a operários da região do Glicério até o período das COHABs. Os grandes

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conjuntos viram guetos, é justamente o que não se deve fazerprédio menor, a inserção urbana é muito melhor, por

Para fugir do estereótipo dos prédios para baixa renda, os novos projetos da região da Roberto Marinho são abertos, com uso misto e área para lojas no térreo. Todos também são vizinhos a empreendimentos de alto padrão, onde as unidades chegam a custar R$ 1,5 milhão. Além disso, os projetos pegaram emprestado vários conceitos que se tornaram corriqueiros nos lançamentos imobiliários, como estacionamento para bicicletas e até mesmo paredes removíveis para o proprietário que quiser ampliar sua sala de estar ou seu quarto.

Cada um vai ter sua particularidade, um vai ter varanda, o outro jardim aberto, o outro vai ter telecentro. É uma nova forma de pensar a habitação popular, algo que respeita a cidade e as famílias.

Projetos para zona sul rompem com velhos modelos de 'conjuntões' e oferecem diferenciais antes reservados só ao público de alto padrão

2.2

O problema da moradia

e do setor privado no Brasil.

Em artigo publicado no site www.ibedec.org.br o consultor, que também faz parte dos quadros da ABMH – Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação, diz que o déficit vem aumentando porque o foco de investimentos do governo é errado. “No Brasil é injusta a distribuição de renda, mas também é injusta a atuação do governo para conter este desequilíbrio” argumenta.

Confira abaixo o que foi divulgado nos últimos meses sobras estatísticas e as propostas para minimizar esta situação.

O Problema

A maior parte da população que carece de moradia simplesmente não dispõe de renda para assumir financiamentos, por menor que sejam as parcelas, e por isso depende do apoio do poder público. Sem condições de pagar aluguel, muitas famílias se

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conjuntos viram guetos, é justamente o que não se deve fazer. Quando você faz um menor, a inserção urbana é muito melhor, porque ele não fica estigmatizado.

Para fugir do estereótipo dos prédios para baixa renda, os novos projetos da região da Roberto Marinho são abertos, com uso misto e área para lojas no térreo. Todos

inhos a empreendimentos de alto padrão, onde as unidades chegam a custar R$ 1,5 milhão. Além disso, os projetos pegaram emprestado vários conceitos que se tornaram corriqueiros nos lançamentos imobiliários, como estacionamento para

aredes removíveis para o proprietário que quiser ampliar sua

Cada um vai ter sua particularidade, um vai ter varanda, o outro jardim aberto, o É uma nova forma de pensar a habitação popular, algo que

espeita a cidade e as famílias.

Projetos para zona sul rompem com velhos modelos de 'conjuntões' e oferecem diferenciais antes reservados só ao público de alto padrão.

2.2 Déficit Habitacional do Brasil

moradia continua sendo um dos principais desafios

Apesar da ação conjunta de diferentes ministérios, secretarias estaduais, companhias municipais de habitação e entidades de classe mesmo com as diversas iniciativas que vêm sendo tomadas visando o crescimento do setor, é necessário que o governo “inverta a equação de seus investimentos, repensando as políticas habitacionais e os programas destinados a conter o déficit habitacional no país”, conforme explica Dr. Rodrigo Daniel dos Santos, consultordo IBEDEC (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo).

Em artigo publicado no site www.ibedec.org.br o consultor, que também faz parte Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação, diz que o

vem aumentando porque o foco de investimentos do governo é errado. “No Brasil é injusta a distribuição de renda, mas também é injusta a atuação do governo para conter este desequilíbrio” argumenta.

Confira abaixo o que foi divulgado nos últimos meses sobre o déficit habitacional, as estatísticas e as propostas para minimizar esta situação.

A maior parte da população que carece de moradia simplesmente não dispõe de renda para assumir financiamentos, por menor que sejam as parcelas, e por isso pende do apoio do poder público. Sem condições de pagar aluguel, muitas famílias se

Quando você faz um que ele não fica estigmatizado.

Para fugir do estereótipo dos prédios para baixa renda, os novos projetos da região da Roberto Marinho são abertos, com uso misto e área para lojas no térreo. Todos

inhos a empreendimentos de alto padrão, onde as unidades chegam a custar R$ 1,5 milhão. Além disso, os projetos pegaram emprestado vários conceitos que se tornaram corriqueiros nos lançamentos imobiliários, como estacionamento para

aredes removíveis para o proprietário que quiser ampliar sua

Cada um vai ter sua particularidade, um vai ter varanda, o outro jardim aberto, o É uma nova forma de pensar a habitação popular, algo que

Projetos para zona sul rompem com velhos modelos de 'conjuntões' e oferecem

desafios dos governantes

Apesar da ação conjunta de diferentes ministérios, secretarias estaduais, companhias municipais de habitação e entidades de classe – e mesmo com as diversas iniciativas que vêm sendo

o crescimento do setor, é necessário que o governo “inverta a equação de seus investimentos, repensando as políticas habitacionais e os programas destinados a conter o déficit habitacional no país”, conforme explica Dr. Rodrigo Daniel dos Santos, consultor jurídico do IBEDEC (Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo).

Em artigo publicado no site www.ibedec.org.br o consultor, que também faz parte Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação, diz que o

vem aumentando porque o foco de investimentos do governo é errado. “No Brasil é injusta a distribuição de renda, mas também é injusta a atuação do governo para

e o déficit habitacional,

A maior parte da população que carece de moradia simplesmente não dispõe de renda para assumir financiamentos, por menor que sejam as parcelas, e por isso pende do apoio do poder público. Sem condições de pagar aluguel, muitas famílias se

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obrigam a ocupar áreas públicas, de preservação ambiental ou áreas de risco, como meio de garantir provisoriamente um espaço como moradia. Até para famílias com uma renda mínima, a burocracia ainda impede o fácil acesso ao crédito.

Enquanto a maior parte do déficit habitacional está situada na faixa de famílias que ganham até três salários mínimos, os investimentos e direcionamento de recursos governamentais são feitos em proporções inversas para a população. Ou seja, a maior parte dos recursos para empréstimos e investimentos em habitação é voltada para imóveis para a classe média e alta e apenas ¼ dos recursos é destinado à população de baixa renda.

Conforme estudo da UNC – União Nacional da Construção, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, para combater o déficit habitacional brasileiro seriam necessários investimentos da ordem de R$ 160 bilhões aplicados ao longo de 16 anos.

A falta de incentivo do Governo para a construção de casas populares agrava a situação do déficit no País. Em 2006, o número de novas unidades habitacionais construídas com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) aumentou consideravelmente, mas ainda está longe do ideal para eliminar a carência de moradias. Mesmo diante da necessidade de ampliar os recursos para combater o déficit de habitações, o governo continua destinando a menor parte da verba do FGTS (40%) para a produção de novas unidades.

Há vários projetos de lei em andamento, uns que destinam recursos de financiamento habitacional para a terceira idade, para deficientes, para subsídio habitacional, mas todos têm andamento muito lento, a exemplo do FNM – Fundo Nacional de Moradias, que foi o primeiro projeto de lei de origem popular e que levou 14 anos para ser aprovado, e ainda não foi implementado em sua integralidade.

O impacto dessa situação é o crescimento e a perenização das favelas e consequentemente de todos os problemas sociais decorrentes, como proliferação de doenças, desemprego, aumento da violência, etc. Diante disso está a enorme dificuldade em acompanhar o ritmo de crescimento da favelização.

Números

De 1991 a 2000 a população brasileira evoluiu 15,7%, passando de 146,8 milhões para mais de 169 milhões de pessoas, conforme o último censo.

Comparando com o déficit de 2004, de 6,4 milhões de unidades, houve crescimento de 23,4%, totalizando atualmente um déficit de 7,9 milhões de moradias.

As projeções do IBGE são de que haverá no País, em 2050, cerca de 259 milhões de habitantes, com um déficit habitacional superior a 30 milhões de unidades.

Estudo da Fundação João Pinheiro mostra que 83% do déficit habitacional brasileiro são de famílias com renda inferior a R$ 1.050,00. Para combater o déficit habitacional brasileiro seriam necessários investimentos da ordem de R$ 160 bilhões.

Em 2005, foram produzidas cerca de 65 mil novas unidades habitacionais. Para atender a demanda crescente da população, teriam que ser produzidas 400.000 unidades por ano. 140 mil unidades de moradia popular foram financiadas em 2006.

O déficit nacional representa mais de 15% dos domicílios brasileiros.

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O governo continua destinando a menor parte da verba do FGTS (40%) para a produção de novas unidades. O ideal, segundo a proposta do setor da Construção, é que se destinem 75%.

De 85% dos recursos para empréstimos e investimentos em habitação são investidos em imóveis para a classe média e alta e apenas 15% são destinados à população de baixa renda.

Em 2006, o FGTS alocou R$ 1,830 bilhão em recursos a fundo perdido.

As operações com recursos do FGTS subiram de 225 mil financiamentos, em 2002, para 333 mil em 2005. E superaram os 400 mil no ano passado.

Representante do Ministério das Cidades diz que neste ano foram investidos no setor R$ 24 bilhões, englobando desde operações de mercado até recursos subsidiados e recursos financiados a juros mais baixos para a população com renda de até cinco salários mínimos.

O governo federal deve aplicar cerca de R$ 7 bilhões no setor em 2007, dos quais R$ 1,1 bilhão a fundo perdido.

Nos estados do sul

Há um déficit habitacional de 500 mil moradias no Rio Grande do Sul (296 mil referentes à falta de moradia e o restante a moradias inadequadas).

O Paraná precisa construir 260,6 mil casas para acabar com a falta de moradias populares, de acordo com levantamento da Fundação João Pinheiro utilizado oficialmente pela Companhia de Habitação do Paraná (COHAPAR). Quase 800 mil paranaenses vivem em condições inadequadas de moradia. São 130 mil as famílias da Região Metropolitana que esperam ser atendidas por programas habitacionais.

Em Santa Catarina, a estimativa é de que o déficit seja de 160 mil moradias, com 72% dos sem teto na faixa de renda inferior a R$ 1.050,00.

Propostas

A proposta defendida pela CBIC é a de se manter os investimentos atuais para os atendimentos habitacionais e ampliar substancialmente os recursos para a construção de novas moradias. Esta proposta tem esbarrado na capacidade operacional da Caixa, única operadora dos recursos do FGTS. Uma das soluções seria viabilizar a entrada neste segmento dos agentes financeiros privados.

É fundamental a continuidade de programas como o PAR – Programa de Arrendamento Residencial e o PSH – Programa de Subsídio Habitacional. Ainda que necessitem de algumas adequações pelos bons resultados obtidos ao longo do tempo, esses programas têm alcançados resultados positivos.

O Ministério das Cidades pleiteia junto ao Ministério da Fazenda e à Casa Civil da Presidência da República a ampliação dos recursos disponíveis para aplicação a fundo perdido para a habitação de interesse social, em 2007. Trata-se de recursos subsidiados para atender a população com renda familiar de até três salários mínimos. “Vamos tentar obter um volume superior a R$ 1 bilhão”, afirmou à Agência Brasil o diretor de Produção Habitacional da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Daniel Nolasco.

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Esse aumento pode ser parte do pacote de medidas que o governo federal deve divulgar em no início deste ano, com o objetivo de alavancar o crescimento do País. Além do aumento das verbas para a habitação popular, devem ser anunciadas novas medidas de desoneração fiscal de materiais de construção.

Os recursos a fundo perdido para este ano somam R$ 1,108 bilhão. Afora esses recursos, o ministério tem previsto, dentro do FGTS, mais R$ 6 bilhões para financiar a casa própria para cidadãos com renda familiar até R$ 3,9 mil. Outros R$ 1,2 bilhão visam subsidiar o financiamento das pessoas com renda familiar até cinco salários mínimos.

O orçamento para 2007 conta também com R$ 650 milhões do Programa de Arrendamento Residencial (PAR) para financiamento a famílias com renda até R$ 1.800,00, e R$ 200 milhões do Crédito Solidário, destinado à habitação popular.

A continuidade do PAR representa a possibilidade de aumento de oferta de imóveis populares regulares, o que reduz o ritmo de crescimento de favelas nas regiões metropolitanas e nas grandes cidades, além de contribuir de forma significativa com a geração de empregos formais.

E para viabilizar a participação da iniciativa privada na construção de moradias populares seriam necessárias:

- a eliminação da burocracia.

- a redução significativa da carga tributária sobre materiais, serviços, taxas e emolumentos;

- a simplificação da legislação imobiliária com relação a registros, averbações, certidões, e escrituras de imóveis de pequeno valor;

- a disponibilização de crédito farto e barato aos produtores e promotores, tais como construtoras, cooperativas, companhias e institutos de habitação.

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3. Edificações Populares: Tipologia

A contemporaneamente das obras de Affonso Eduardo Reidy, projetada na concepção de Pedregulho, Rio de Janeiro 1955, introduz no Brasil um conjunto de projetos e obras de bastante significativo, baseado nos pressupostos da arquitetura moderna, lançando um verdadeiro ciclo de projetos de habitação social.

Suas obras são geralmente consideradas como as únicas dignas de destaque no campo da habitação social segundo, o caracterizando como um dos únicos projetos de interesse social válido para o período da habitação popular.

O projeto mostra a preocupação com o homem, defendendo que “habitar não se resume à vida no interior de uma casa”, propondo a composição entre moradia e o espaço externo, promovendo a instalação de serviços complementares às famílias na mesma área dos edifícios residenciais. A obra conta com técnicas de engenharia avançados para a época.

Fig.3 1 - (Conjunto habitacional Pedregulho, Rio de Janeiro)

Fig. 3.2 - (Conjunto habitacional Pedregulho, Rio de Janeiro)

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NIEMEYER

Capitaneada pela plasticidade da obra de Niemeyer e pela argumentação teórica de Costa, estabelecendo uma forte relação entre a arquitetura tradicional brasileira e a nova arquitetura, apresentamos a renomada obra residencial JK, na Praça Raul Soares, BH e o importante Residencial Copan, SP 1962.

Fig. 3.3 - (Conjunto residencial JK, Belo Horizonte, Minas Gerais)

Fig. 3.4 - (Edifício COPAN, São Paulo)

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Fig. 3.5 - (Edifício COPAN, São Paulo)

Enquanto a visão hegemônica enfatiza exageradamente as obras de caráter monumental e único, de grande plasticidade e que, de certa forma se distanciam dos pressupostos originais do movimento moderno, sobretudo no que se refere aos objetivos de associar economia, técnica e estética para projetar o espaço habitável de toda a cidade – uma importante produção de habitação econômica e de equipamentos públicos de grande valor arquitetônico, urbanístico e social ficou até então obscurecida pela historiografia.

Uma leitura da arquitetura brasileira numa outra perspectiva de análise, no entanto, revela todo um ciclo de projetos e empreendimentos desconhecidos.

Visto todo a problemática, se produzia no Brasil, um conjunto bastante significativo de projetos e obras baseado nos pressupostos da arquitetura moderna, "um verdadeiro ciclo de projetos de habitação social", que foram encomendados a profissionais que se destacaram na fase de constituição da arquitetura moderna, como Attílio Correa Lima, MMM Roberto, Eduardo Kneese de Melo, Paulo Antunes Ribeiro e Carlos Frederico Ferreira.

A magnitude e qualidade destes projetos está nos permitindo afirmar que essas obras, longe de serem obras de exceção, seriam na verdade um ponto de chegada, o resultado culminante de uma produção pioneira de habitação social, realizada no país por órgãos públicos, como os IAPs em empresas estatais encarregadas da implantação das cidades novas e, também, por promotores privados.

Por exemplo, a edificação de grandes prédios de habitação econômica, incluindo serviços coletivos de caráter local, a semelhança das concepções da unidade de

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habitação de Le Corbusier, nas metrópoles brasileiras dos anos 50, como foi o caso de edifícios como Nações Unidas, Racy, Montreal, Paim, merece uma reflexão mais aprofundada e articulada com os projetos e as concepções presentes na produção de habitação desenvolvida pelo setor público.

Várias tipologias foram implantadas por todo país considerando aspectos como a forma em função da relação das circulações com as unidades, suas variações possíveis e as articulações com os demais edifícios, variações tipológicas classificam-se em cinco tipologias bem diferenciadas, no que tange a:

• o agenciamento dos espaços internos, a partir da elaboração de alternativas de programas dentro do mesmo bloco;

• as relações entre blocos de mesmo tipo, implantados isoladamente ou conjugados e as relações entre blocos diferentes;

Os cinco modelos identificados foram:

1) Os blocos compostos por uma caixa de escada para cada duas unidades.

Foi o modelo mais freqüente, contando com variações no pavimento térreo e nas implantações compostas por unidades isoladas e/ou conjugadas, neste último caso configurando edifícios laminares com acessos independentes.

Baseado em modelo alemão, as siedlung, compostas por edifícios laminares que ajudam a organizar os acessos, separando pedestres e veículos em vias diferentes e como política habitacional constituem um importante modelo entre as grandes iniciativas européias de produção habitacional em larga escala.

1953 - CR Deodoro FCP 1953. Arq. Fávio M. Rego Rio de Janeiro, RJ. 1314 unidades projetadas Blocos

1950 - Monte Serrat IAPI, meados de 1950 Salvador, Ba. 40 unidades.

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1959 - 28 de Agosto IAPB, 1959 Arq. Romano Botelho. Rio de Janeiro, RJ 40 unidades. Blocos.

2) Os blocos em "H" com uma caixa de escada para cada quatro unidades.

Este modelo atende o dobro de unidades do modelo anterior, com a mesma caixa de circulação vertical. Neste caso a solução típica de agenciamento das unidades é dispor as áreas mais valorizadas (salas e dormitórios) nas faces opostas às da circulação e as áreas de serviço dando para estas, aproveitando o espaço da caixa de escadas também como fosso de iluminação. O problema ocorre na orientação dos blocos que ao privilegiar um dos lados com a melhor insolação, necessariamente prejudicará o outro.

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1950 - Del Castilho IAPC, 1950 Rio de Janeiro, RJ. 1077 unidades. Casas e blocos.

1953 Jorge Rudge IAPI, 1953. Rio de Janeiro, RJ. 96 unidades Blocos.

1950 - Darcy Vargas IAPETC, década de 1950 Rio de Janeiro, RJ 342 unidades Blocos

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1950 - CR Cachambi IAPC, década de 1950 1054 unidades. Blocos

3) Blocos laminares.

Este modelo foi o que mais possibilitou variações do programa em seu interior. Embora o rendimento das circulações coletivas não seja comparável aos modelos anteriores, as possibilidades de variação e adensamento que permitem não foi motivo suficiente para que ele se difundisse como solução preferencial dos conjuntos habitacionais empreendidos pelos IAP's e muito menos daqueles realizados no período do BNH.

1940 - CR Realengo IAPI, 1940. Arq. Carlos F. Ferreira. Rio de Janeiro, RJ. 2347 unidades. Casas isoladas, geminadas, em fileiras e blocos.

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1942 - CR Penha IAPI, 1942- 1949 Irmãos Roberto. Rio de Janeiro, RJ. 1284 unidades Blocos

1945 - CR Pedregulho DHP - RJ, 1945. Afonso Eduardo Reidy Rio de Janeiro, Rj. 478 unidades projetadas

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1949 - CR Bangú IAPI, 1949 Rio de Janeiro, Rj. 2410 unidades. Blocos

1956 - Casa da

Bancária IAPB, 1956 Carlos de Azevedo

Leão. Rio de Janeiro, RJ 50 unidades Bloco

4) Blocos com pátio central. Um modelo que pode ser associado à Hof vienenses, proposta habitacional que ganhou grande destaque no governo socialdemocrata de Viena, entre 1919 e 1933.

1945 - Lagoinha IAPI, 1944. White Lírio da Silva. Belo Horizonte, MG 928 unidades. Blocos com pátio interno

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5) Blocos em "Y".

Esse esquema permite o aumento da superfície livremente ensolarada e ventilada, aliando a isso economia de circulação vertical, pois uma caixa de escada pode atender até seis unidades sem necessidade de corredores internos. A otimização deste modelo depende de um sistema de circulação vertical por elevadores para que a densidade por bloco justifique as grandes áreas necessárias para a sua implantação.

1950 - Areal IAPI, 1950 Eng. João Carlos Vital Rio de Janeiro, RJ 600 unidades Bloco

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4. Estudo de Caso Dados referentes ao empreendimento: Obra Viver Itaquera Rua Agrimensor Sugaya, 1540 – Itaquera – São Paulo/SP Empresa: Tenda Empreendimentos S/A – (Grupo Gafisa) Engenheiro responsável pelo empreendimento: Eng. Alexandre Moraes

Conjunto habitacional composto por 10 torres com 20 unidades cada, sendo 6 para pessoas portadoras de necessidades especiais (PNE) com 1 vaga de estacionamento descoberta por apartamento.

Tipologia das torres: térreo + 3 pavimentos tipos + Duplex + Barrilete Unidade padrão 2 dormitórios com 41,00m2 Unidade padrão 3 dormitórios com 49,00m2 Unidade padrão 3 dormitórios Duplex com 59,00m2

Figura 4.1 - Planta baixa - Padrão 2 dormitórios

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Figura 4.2 - Planta baixa com modulação para 3 dormitórios e planta geral do empreendimento

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Cronograma de Obra: 10 meses (93% concluído) Método Construtivo: Parede de concreto ou forma túnel Este sistema construtivo foi inicialmente projetado para construir obras de

saneamento e infra-estrutura, como galerias e túneis subterrâneos. Nas décadas de 50 e 60 começou-se a utilizar este sistema em obras de edifícios, sendo a primeira aplicação na França. As primeiras tentativas de uso desse tipo de fôrma no país ocorreram há cerca de 30 anos, mas o alto investimento inicial necessário e a pouca flexibilidade do sistema na época provocaram uma descontinuidade do desenvolvimento da tecnologia em solo brasileiro.

As fôrmas tipo túnel são um sistema que permite executar simultaneamente pilares-parede e lajes. Destaca-se pela possibilidade de repetição padronizada, por utilizar pouca mão-de-obra especializada e pela velocidade da construção. As fôrmas túneis permitem a execução de empreendimentos térreos e até mesmo de grandes edifícios. Para isso, é necessária a utilização de gruas ou guindastes para elevá-las até o pavimento desejado o que é um fator negativo pela alta demanda de equipamentos do tipo no país. Dentro das fôrmas, são inseridos antes da concretagem os conduítes, os caixilhos, os encanamentos, e por não serem possíveis alterações nos formatos das peças, é extremamente necessário que haja uma perfeita compatibilização dos projetos de estrutura e arquitetura. Com o cimento ainda quente, as fôrmas são retiradas e a execução do próximo pavimento pode ser iniciada. Por se tratar de um sistema industrializado, não há alta demanda de mão-de-obra. É necessário treinar apenas o encarregado de fôrmas, o resto da equipe apenas aperta parafusos para fixar ou remover a fôrma e colocar o concreto.

Neste empreendimento devido ao método construtivo adotado (parede de concreto ou forma túnel) é possivel executar 1 torre com 5 pavimentos a cada 15 dias, sendo concretagem de ½ pavimento/dia (lajes e paredes) com inicio por volta das 14h de cada dia, resultando em 1 laje concretada a cada 2 dias, pois há o tempo de desfôrma, além do ganho de produtividade, este sistema construtivo com formas prontas, proporcionam também uma melhor organização do canteiro de obras, redução de prazos, controle dimensional eficaz das peças, assim como controle de prumo, nível, alinhamento e esquadro. O aumento de produtividade se dá ao fato de a obra trabalhar em linha de produção, e as formas metálicas também não geram resíduos de obra como as formas convencionais, pois podem ser reutilizadas em média de 1000 até 1500 vezes em contra partida as formas convencionais sendo reaproveitadas até 3 vezes, o que visa assim um item de desenvolvimento sustentável.

Informações específicas do empreendimento: O concreto empregado é composto de Cimento CP-II-E-32 acrescido de aditivo e

fibras, com slump 20±3mm e Fck= 25Mpa. A ferragem utilizada na estrutura é tela Q92, com reforço horizontal em barras ø 6,3mm.

A remoção das escoras é feita 14h após a concretagem desde que a mesma tenha atingido resistência mínima de 3MPa, e as escoras remanescentes após 7 dias de concretagem. O controle de concreto é feito por empresa terceirizada (Falcão Bauer) e a

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desforma somente é liberada após o rompimento dos corpos de prova e os mesmos devem atingir resistência mínima de 3MPa com 14h.

A fundação profunda escolhida foi estaca pré-moldada com comprimento médio de 14m e radier, pois o lençol freático encontrava-se a nível de 12m.

As paredes têm espessura de 10 cm, apesar de menores que as convencionais de alvenaria estrutural, por serem de concreto maciço permitem melhor isolamento acústico. É executado um “estucamento” em nata de cimento onde haviam as “presilhas” que uniam as formas, pois fica um vão de aproximadamente 5mm entre a modulação das chapas metálicas.

Existe em cada apartamento um shaft feito em placa de gesso (dry wall) onde ficam localizados os medidores individuais. Os apartamentos são entregues com laje nível zero, com revestimentos em piso e azulejos apenas na cozinha e banheiro (nas unidades PNE também serão entregues louças e metais adaptados no sanitário), esquadrias de alumínio de linha comercial e esquadrias de madeira, textura rolada no teto e gesso liso nas paredes. O abastecimento de gás é feito através de gás encanado, a central de gás encontra-se localizada na entrada do empreendimento e é composta por 8 botijões de gás abastecidos pela concessionária local.

No empreendimento há o reuso de águas pluviais para rega do jardim e alimentação das bacias sanitárias. O esgoto desde por gravidade de todas as torres e posteriormente é bombeado para a rede da concessionária (SABESP), neste local foi necessário executar extensão da rede da Avenida Jacu-Pessego, pois a rede existente não era suficiente para atender a demanda. O mesmo ocorreu referente à concessionária de energia (AES Eletropaulo), o engenheiro responsável informou que devido aos processos internos de ambas as empresas não há as ligações definitivas concluídas.

A impermeabilização dos sanitários foi executada com argamassa polimérica e nas coberturas e reservatórios com manta asfáltica atendendo as exigências do fabricantes. O abastecimento do empreendimento é feito por um reservatório principal que recebe alimentação direta da rede da concessionária com capacidade 5m³ ou 5000L, além disso há em cada torre um barrilete composto por mais 2 reservatórios de 15m³ cada, onde 8m³ destina-se a reserva de incêndio.

Serviço Velocidade Equipes

(tempo / pessoas)

Piso e Azulejo 7 dias / 4 azulejistas

Esquadrias de madeira 2 dias / 2 pessoas

Esquadrias de alumínio 1 dia / 2 pessoas

Esquadrias de ferro 4 horas / 4 pessoas

Pintura 15 dias / 10 pintores

Tabela 1 - Execução de serviços de acabamento para 1 torre O efetivo de obra é composto por aproximadamente 120 pessoas, sendo de mão de

obra própria da construtora: 1 engenheiro responsável 1 mestre

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3 encarregados 1 administrativo 2 estagiários

Figura 4.3 - Vista geral das torres dos apartamentos populares a partir do canteiro de obras

Figura 4.4 - Vista do Salão de Festas – caixa d’água xxx litros – abastecimento da torres

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Figura 4.5 - Rampa de acesso ao empreendimento

Figura 4.6 - Vista interna do Salão de Festas

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Figura 4.7 - Vista externa do salão de festas

Figura 4.8 - Vista interna - Área de serviço

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Figura 4.9 - Vista interna - Banheiro

Figura 4.10 - Vista Interna - Shaft de distribuição hidráulica

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Figura 4.11 - Vista Interna - Tubulação do shaft

Figura 4.12 – Vista Interna - Descida dos tubos no shaft

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Figura 4.13 - Vista Interna - Sala de Estar

Figura 4.14 - VIsta Interna - Dormitório

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Figura 4.16 - Vista Interna - Quarto 2° pavimento do duplex

Figura 4.15 - Vista Interna - Escada

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Figura 4.17 - Vista interna - Hall de circulação

Figura 4.18 - Vista Externa - Varanda do duplex

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Figura 4.191 - Vista Externa - Vista da portaria e rampas a partir do duplex

Figura 4.20 - Vista Interna - Escada elicoidal do duplex

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Figura 4.21 - Vista Interna - Iluminação de segurança

Figura 4.22 - Vista Externa - Área Comum

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Figura 4.23 - Vista Interna - Fachada do prédio

Figura 4.24 - Vista Externa - Grupo da APS na obra

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Figura 4.252 - Vista Externa - Execução da churrasqueira e piscina

Figura 4.263 - Vista Externa - Armação do piso de acesso ao edifício pré-concretagem

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Figura 4.27 - Vista Externa - Concretagem do piso de acesso ao edifício

Figura 4.28 - Vista Externa - QF da churrasqueira (concretada com a parede)

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Figura 4.29 - Vista Externa - Método construtivo das caixas de passagem

Figura 4.30 - Vista Externa - Tubulação de água fria e acerto de terraplenagem nos fundos

do terreno

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Figura 4.31 - Vista Externa - Execução de cavas

Figura 4.32 - Recém execução do sistema de incêndio predial

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Figura 4.33 - Vista Interna - Recém passagem do cabeamento elétrico

Figura 4.34 - Vista Interna - Vista do teto com marcas do escoramento

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Figura 4.35 - Vista Interna - Vista da parede com marcas de fôrma

Figura 4.36 - Vista Interna - Marcas da fôrma de canto com sua proteções (camisinha) para melhor desforma

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Figura 4.374 - Vista externa - Fachada com fundo selador para textura

Figura 4.38 - Vista Externa - Duto de drenagem

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Figura 4.5 - Engenheiro da Obra

Figura 4.40 - Vista Externa - Vista Geral da obra

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Figura 4.41 - Alunos do grupo da APS

Figura 4.42 - Vista do portão de entrada e alunos

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5. Dados Técnico-econômicos

Tabela 2 - Fluxo de dembolso modelo

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6. Características das Residências/Apartamentos

Os apartamentos residenciais tem muitas vantagens distintas sobre as casas. Há um sentido de comunidade que pode-se sentir num complexo de apartamentos. Além disso, os moradores não precisam se preocupar a manutenção oportuna ou outros reparos. A segurança com zelador e vigia que o condomínio propiciará é um fator muito importante, principalmente em empreendimentos localizados em rua erma.

Este condomínio de apartamentos deve propiciar as condições para proporcionar aspectos como contato com a natureza, tranqüilidade e esportes aos moradores; sobretudo as crianças. Neste empreendimento, por exemplo, há muitas instalações exclusivas como: piscina adulto e infantil, solarium, churrasqueira, quadra gramada, praça de jogos, playground, salão de festas e redário; com abundante tratamento de verde no seu entorno e coletivos com predominância de materiais, texturas e cores que projetem a natureza para o interior dos mesmos. A possibilidade de integração com a paisagem natural é uma característica muito valorizada porque não é comum na cidade de São Paulo.

A sacada nos apartamentos desempenha uma função importantíssima no aspecto lazer. Ela representa um espaço aberto ou semi-aberto, rompendo assim com a predominância de limites físicos que caracteriza os apartamentos. A sacada, proporciona um visão de 180º do entorno, permite que, mesmo permanecendo no apartamento o usuário passe a ficar integrado à paisagem, seja esta natural ou urbana, desaparecendo ou minimizando a sensação de estar num espaço fechado.

São compartimentos deste empreendimento: sala, cozinha, área de serviço, banheiro, dois ou três dormitórios. No banheiro e na cozinha há piso cerâmico e azulejos até o teto. Nos demais compartimentos o piso é cimentado e as paredes são pintadas com tinha PCA. No teto, distante no mínimo 2,50m do piso, há textura branca. As dimensões dos compartimentos são compatíveis com o mobiliário mínimo.

As lajes e paredes de concreto, e as esquadrias estanques garantem um bom isolamento acústico e um bom isolamento térmico. A disposição das janela da sala com as janelas do WC e da área de serviço garantem a ventilação cruzada, situação que ajuda a diminuir a sensação térmica no interior da edificação desde que abertas.

Por se tratarem de apartamentos com dimensões diminutas, não se pode perder espaço com circulação. Para tanto, a medida do corredor de acesso ao quarto é mínima. Esse é um dos motivos do apartamento de três dormitórios dispor um quarto voltado diretamente para a sala.

A disposição do edifício garante insolação durante o dia inteiro em metade dos apartamentos na fachada norte; 1/4 dos apartamentos estão voltados para leste, ou seja pega sol apenas de manhã; e os restantes 1/4 dos apartamentos estão voltados para oeste, sol do fim de tarde.

Em tempos de falta de estacionamentos públicos, um item que se tornou extremamente valorizado é a garagem. Cada apartamento possui uma vaga.

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Figura 6.1 - Fachada do edifício (renderização)

Figura 6.2 - Área de churrasqueira (renderização)

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Figura 6.3 - Área do playground (renderização)

Figura 6.4 - Salão de festas (renderização)

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Figura 6.5 - Piscina (renderização)

Figura 6.6 - Portaria (renderização)

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Figura 6.7 -Apartamento decorado (renderização)

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7. Equipamentos Sociais Localização deve ser o primeiro fator a ser considerado pelo comprador na escolha

de um imóvel. A segurança e a facilidade de acesso ao trabalho e à escola dos filhos, bem como a boa infraestrutura de serviços do bairro, são fundamentais para a qualidade de vida. A existência de locais como comércios e shopping centers nas proximidades, fazem com que as pessoas que circulam nas ruas e a torne mais segura. Abaixo a localização do empreendimento e sua situação junto as atividades mais próximas.

Localização do empreendimento para: 1.- UBS José Bonifácio - 1,2 Km; 2. - Cemitério do Carmo 2 - 1,5 km; 3. - Biblioteca Vinícius de Moraes - 1,9 km; 4. - Hypermercado Carrefour - 2,2 km; 5. - Estação de trem Dom Bosco - 2,5 km; 6. - UBS / AMA Fazenda do Carmo - 2,6 km; 7. - CEU Inácio Monteiro - 3,1 km; 8. - Cemitério de Itaquera - 3,2 km. 9. - Parque do Carmo - 3,8 km; 10. - Estação de metrô Corinthians - Itaquera - 4,4km 11. - Hospital Geral de Guaianazes - 4,9 km; 12. - Estação de trem Guaianazes - 5,3 km; 13. - EE Pedra Branca - 5,2 km

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8. Falhas Construtivas observadas e medidas corretivas

Figura 8.1 - Vista Externa – Fachada

× Restos de materiais espalhados � Manter o canteiro lipo

Figura 8.2 – Vista Externa – Passeio

× Caixa de passagem elétrica com acumulo de água de chuva � Caixa de passagem elétrica sem contato com água

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Figura 8.3 – Vista Externa – Área de armazenamento

× Armazenamento de materiais ao ar livre sem proteção � Armazenamento identificado de materias com devida proteção

Figura 8.4 –Vista Externa – Fachada

× Irregularidade na fachada decorrente do desalinhamento das formas na concretagem � Maior cuidado na montagem das formas

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Figura 8.5 –Vista Externa – Fachada

× Reparos de eventual modificação pós-concretagem � Maior cuidado na montagem das formas

Figura 8.6 – Vista Externa – Muro de arrimo

× Muro de arrimo sem camada drenante suficiente � Melhor trabalho de drenagem do muro

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Figura 8.7 – Vista Externa – Fachada

× Pintor sem devidos EPI’s e ferramentas adequadas � Funcionário equipado com EPI’s e ferramentas adequadas (andaime)

Figura 8.8 – Vista Externa – Fachada

× Aplicação de pintura de rolo para maquiagem de irregularidades nas fachadas � Melhora na montagem de formas

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Figura 8.9 – Vista Externa - Canteiro × Acidente envolvendo materiais de acabamento � Melhora da limpeza do canteiro e maior cuidado no transporte de materiais

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9. Pesquisa do Grau de Satisfação dos Usuários do conjunto Habitacional

Não foi possível fazer a pesquisa de satisfação neste empreendimento, pois ainda

não há moradores.

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BIBLIOGRAFIA

http://socializando2008.blogspot.com.br/2008/10/histrico-da-habitao-no-brasil-parte-i.html

http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-146(083).htm

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-nova-cara-da-habitacao-popular,o,a-nova-cara-da-habitacao-popular,840506,0.htm

http://planhabdauufes.blogspot.com.br/2009/12/tipologias-habitacionais.html

http://www.ibge.gov.br

http://getinternet.ipea.gov.br

http://www.tenda.com.br