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Elementos para Álgebra Linear 2º Ano Licenciatura em Matemática 1 Capítulo 01 Matrizes 1.0 Introdução A teoria das matrizes é muito presente em aplicações da Economia, Engenharia, Matemática, Física, Tecnologia etc. Os chineses apresentam como um dos mais antigos povos a mencionar a teoria das matrizes. Eles gostavam de diagramas conhecidos como quadrados mágicos, como o exemplo a seguir. 4 9 2 3 5 7 8 1 6 1.1 Matriz Podemos definir matrizes com sendo uma tabela de números dispostos em linhas e colunas, colocados entre parênteses ou colchetes: 2 2 2 3 1 4 x - 32 4 0 2 1 1 x π - Tabelas com m linhas e n colunas são denominadas matrizes m x n sendo * e m n

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2º Ano Licenciatura em Matemática

1

Capítulo 01

Matrizes

1.0 Introdução A teoria das matrizes é muito presente em aplicações da Economia, Engenharia,

Matemática, Física, Tecnologia etc.

Os chineses apresentam como um dos mais antigos povos a mencionar a teoria das matrizes.

Eles gostavam de diagramas conhecidos como quadrados mágicos, como o exemplo a seguir.

4 9 2

3 5 7

8 1 6

1.1 Matriz Podemos definir matrizes com sendo uma tabela de números dispostos em linhas e colunas,

colocados entre parênteses ou colchetes:

2 2

2 3

1 4x

3 2

4 0

2

1 1x

π

Tabelas com m linhas e n colunas são denominadas matrizes m x n sendo * e m n ∈�

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2

1.2 Notação e Formação de uma Matriz

As matrizes costumam ser representadas por letras maiúsculas e seus elementos por letras

minúsculas, acompanhadas de dois índices que indicam a linhas e a coluna, respectivamente, de

cada elemento. Um formato geral para matiz m x n é:

11 1

1

An

m mn

a a

a a

=

� � �

Abreviando a matriz A teríamos:

[ ]ij m x nA a= Onde i e j representam,

respectivamente, a linha e a coluna que o

elemento ocupa.

Vejamos um exemplo de uma matriz 2 x 3. isso indica que a matriz possui duas linhas e três

colunas.

2 3

2 3 4A

1 0 5x

− =

Onde:

11 12 13

21 22 23

2 3 4

1 0 5

a a a

a a a

= = − =

= = =

As matrizes podem obedecer a uma lei de formação. Veja os exemplos a seguir.

Exemplo

E 01) Determinar a matriz 2 3[ ] 2 .ij x

A a i j= = +

Solução:

11 12 13

21 22 23 2 3

Ax

a a a

a a a

=

= 11 12 13

21 22 23 2 3

2.1 1 3 2.1 2 4 2.1 3 5

2.2 1 5 2.2 2 6 2.2 3 7x

a a a

a a a

= + = = + = = + =

= + = = + = = + =

2 3

3 4 5A

5 6 7x

=

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3

1.3 Matrizes Especiais

1.3.1 Matriz Linha

É toda matriz do tipo 1 x n , ou seja, uma única linha. Exemplo.

1 4A [4 5 1] x= −

1.3.2 Matriz Coluna

É toda matriz do tipo m x 1, ou seja, com uma única coluna. Exemplo.

4 1

3

0

1

2x

B

= −

1.3.3 Matriz Quadrada

É toda matriz do tipo m x m, ou seja, o mesmo número de linhas e colunas. Com isso

dizemos que a matriz possui ordem n onde n é seu número de linhas e colunas.

Exemplo:

2 2

1 2

4 1x

C−

=

ordem 2

3 3

4 0 1

0 0 4

1 2 4x

D

=

ordem 3

1.3.3.1 Diagonais de uma Matriz Quadrada

o Diagonal principal: é o conjunto de elementos, tal que i = j.

o Diagonal Secundária: é o conjunto de elementos, tal que i + j = n + 1.

12

21 23

13

31 32

11

22

33

A

a

a

a

a a

a

aa

a

=

Diagonal principal

Elementos 11a , 22a e 33a .

Diagonal Secundária

Elementos 31a , 22a e

13a .

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4

1.3.4 Matriz Nula

É toda matriz em que seus elementos são nulos. [ ] 0ij mxn ij

A a a= = = .

Exemplo:

3 3

0 0 0

A 0 0 0

0 0 0x

=

1.3.5 Matriz Diagonal

É toda matriz quadrada onde todos os elementos que não estão na diagonal principal são

nulos.

Exemplos:

2 2

1 0

0 1x

A

=

3 3

4 0 0

0 1 0

0 0 3x

B

= −

1.3.6 Matriz Identidade

É toda matriz quadrada onde os elementos da diagonal principal são iguais a 1 e os demais

iguais a 0.

1, [ ],

0, n ij ij

se i jI a a

se i j

== =

Exemplos:

2

1 0

0 1I

=

3

1 0 0

0 1 0

0 0 1

I

=

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5

1.3.7 Matriz Transposta

Chamamos de matriz transposta a matriz obtida a partir de uma matriz A, trocando-se

ordenadamente suas linhas por colunas ou colunas por linhas. Notação TA .

Exemplo:

Se 1 2 3

A4 5 6

− =

então T

1 4

A 2 5

3 6

= −

1.3.8 Matriz Simétrica e Anti-Simétrica

• Uma matriz quadrada é simétrica quando tem-se TA = A .

• Uma matriz quadrada é anti-simétrica quanto tem-se TA A= − .

1.3.9 Matriz Oposta

Chamamos de matriz oposta de A, a matriz obtida a partir de A, trocando-se o sinal de todos

os seus elementos. Notação: – A.

Exemplo:

3 1A

2 2

− =

− então T 3 1

A2 2

− =

Exercícios

01.) Determinar a matriz 3 3[ ]ij x

B b= , tal que 2 2

1, se

, se ij

i jb

i j i j

==

− ≠

02.) Determine as seguintes matrizes:

a. 22 2( ) ( )ij xA a i j= = +

b. 33 3( ) ( )ij xB b i j= = −

c. 2 3

2, ( )

, ij x

se i jC c

i j se i j

== =

+ ≠

03.) Dada a matriz 3 3( )ij xA a= , tal que 2 2 5ija i j= + − , calcule 12 31a a+ .

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6

Respostas

01.)

1 3 8

3 1 5

8 5 1

B

− −

= −

02.) a. 4 9

9 16A

=

b.

0 1 8

1 0 1

8 1 0

B

− −

= −

c. 2 3 4

3 2 5C

=

03.) 6

1.4 Operações com Matrizes

1.4.1 Igualdade de Matrizes

Duas matrizes A e B do mesmo tipo m x n, são iguais, se, e somente se, todos os elementos

que ocupam a mesma posição são idênticos. Notação A = B.

Exemplos

E 02) Dadas as matrizes 1 2

3A

a

=

e 3

3

xB

b

=

, determinar a, b e x para que TA B= .

Solução:

1 2

3 3 3T

x bA B

a

= ⇒ =

Então x = 1, b = 2 e a = 3.

E 03) Para que ocorra a igualdade das matrizes 2 0 11 1

2 02 1

m

m

− =

−− − qual deve ser o valor de

m?

Solução:

21 0 1 1

1 0 1

m m ou m

m m

− = ⇒ = − =

− = ⇒ = Como devem ser satisfeitas simultaneamente então m = 1.

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7

1.4.2 Adição e Subtração

Dada duas matrizes ( )ij mxnA a= e ( )ij mxnB b= , a matriz soma A + B é a matriz ( )ij mxnC c= ,

tal que ij ij ijc a b= + .

Exemplo:

1 2 0 3 1 0 2 3 1 5

3 4 1 5 3 1 4 ( 5) 2 1

+ + + = =

− − − + + − − −

Dada duas matrizes ( )ij mxnA a= e ( )ij mxnB b= , definimos a diferença A − B como a soma de

A com a oposta de B, ou seja, ( )A B A B− = + − .

Exemplos

E 04) Determine a matriz X na equação matricial 2 1 1 1/ 2 2 3/ 2

3 4 3 5 4 3X

− − − = +

− − − .

Solução:

Fazendo a b

Xc d

=

temos que 2 1 1 1/ 2 2 3/ 2

3 4 3 5 4 3

a b

c d

− − − = +

− − −

2 1 1 2

3 4 1 2

a b

c d

− + − =

+ − − − ⇒

2 1 1 2 1 1

3 1 4 2 4 2

a b a b

c d c d

− = − + = = = =

+ = − − = − = − =

1 1

4 2X

∴ =

E 05) Determine a matriz X na equação matricial

2 3 5 1

1 1 4 3

4 2 3 2

X

− + = − −

.

Solução:

Fazendo X =

3 2x

a b

c d

e f

temos que

2 3 5 1

1 1 4 3

4 2 3 2

a b

c d

e f

− + = − −

2 3 5 1 2 5 3 1 3 4

1 1 4 3 1 4 1 3 5 4

4 2 3 2 4 3 2 2 1 4

a b a b

c d c d

e f e f

+ + − + = + = − −

− + + = − ⇒ − + = + = − = − + − + + = − + = −

3 4

5 4

1 4

X

∴ = − −

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8

1.4.3 Produto de uma Matriz por um Escalar

Seja a matriz ( )ij mxnA a= e um número real k com 0k ≠ . O produto de k pela matriz A é

dado por uma matriz B, tal que, B = k.A onde .ij ijb k a= .

Exemplo:

0 2 1 3.0 3.2 3.1 0 6 3

3. 2 3 5 3.( 2) 3.3 3.( 5) 6 9 15

0 1 4 3.0 3.1 3.4 0 3 12

− − = − − = − −

Exercícios

01.) Determine a, b, c e d para que se tenha 5 5

16

2 10 3

a b

cd

− = −

.

02.) Determine x, y e z que satisfaçam 3

1 2 1 24

3 5 16 5 0

x

y z

− − = − −

.

03.) Determine p e q, tais que 2 6 2

0 2 0 3

p q

p q

+ − − =

− .

04.) Verifique se existe m, m ∈� , para que se tenha 2 2 02 9

0 03 3

m

m m

− =

− + .

05.) Determine m, m ∈� , se existir, tal que 2 0 14 1

32 3

m

m

− =

− .

06.) Seja 2 3( )ij xA a= , em que ija i j= + . Determine m, n e p em 3 4

1 2 5

m nB

n m p

+ =

− − tal

que A = B.

07.) Calcule:

a. 1 0 3 4 2 1/ 2

2 3 1 1 1 0

− − +

− − −

b. 2 3 5 4

0 13 0

− − +

c.

3 5 1 2

2 7 3 5

4 0 1 1

− − −

d.

1 0

3 2

5 4

− − −

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9

08.) Sejam as matrizes 3 2( )ij xA a= , em que 2i ja i j= + , e 3 2( )ij xB b= , em que 1 .ijb i j= + +

a. Determine A + B.

b. Determine D = A – B.

09.) Sejam 2 1

4 3A

− =

, 3 1

2 2B

− =

− e

1 3

1 0C

− =

− . Determine A + B + C.

10.) Resolva as seguintes equações matriciais:

a.

3 11

1 3

5 2

X

+ − = −

b. 2 3 4 1

4 1 0 3X

− − =

11.) Determine a matriz X em 2 4 1 3 1 2

3 5 5 0 3 4X

− − + = −

− .

12.) Sejam as matrizes 7 9( )ij xA a= , em que 2ija i j= − , e 7 9( )ij xB b= , em que ijb i j= + . Seja

C A B= + , em que ij ij ijc a b= + . Determine os elementos:

a. 21c b. 63c

13.) Dada a matriz 1 11 3

8 5 2A

− =

− , obtenha as matrizes:

a. 3.A b.

1

2A

14.) Sejam as matrizes

3 2

1 5

4 3

A

= − −

e

0 1

3 2

1 5

B

= −

. Determine as seguintes matrizes:

a. 2A B+ b. 2A B−

15.) Sejam as matrizes

2 1 0

1 2 2

0 5 4

A

= − −

e 3 3( )ij xB b= , em que ijb i j= − . Determine a matriz

1A 4

2B+ .

16.) Resolva a equação 1 2 3 1 1 0

2.X3 2 4 1 2 5

− + =

− − − .

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10

17.) Dadas as matrizes 2 0 3 1 0 2

, 1 1 0 1 1 0

A B e C−

= = = − −

, determine a matriz X, tal

que 2 2A B X C+ = + .

18.) Sendo 1 2

3 4A

=

− e

0 1

4 3

2 5

B

= −

, determine:

a. 2 TA A+ b. TB

Respostas

01.) 1

1, , 6, 106

a b c d= − = = = −

02.) 3

, 2, 14

x y z= = − =

03.) 3, 3p q= =

04.) não existe m real que satisfaça.

05.) 2m = −

06.) 2, 4, 3m n p= − = = −

07.) a. 5

5 22

3 4 1

− −

− −

b. 7 7

3 1

c.

2 7

5 2

5 1

− −

d.

1

5

9

08.) a.

6 9

8 11

10 13

b.

0 1

0 1

0 1

09.) 6 5

1 5

10.) a.

8

4

7

b. 6 2

4 4

11.) 2 5

5 9

12.) a. 21 6c = b. 63 18c =

13.) a. 3 33 9

24 15 6

− b.

1 11 3

2 2 25

4 12

14.) a.

6 3

1 8

9 1

− − −

b.

3 4

7 9

2 13

− −

15.)

71 8

27

1 32

138 2

2

− −

− −

16.)

3 30

2 21

1 22

X

− −

=

17.) 7 5

4 1

18.) a. 4 2

2 16

− b.

0 4 2

1 3 5

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11

1.5 Multiplicação de Matrizes

Dadas duas matrizes ( )ij m x nA a= e p( )ij n xB b= , chama – se o produto AB a matriz

( )ik m x pC c= tal que:

1 1 2 21

...n

ij ij i j i k i k in nk

j

c a b a b a b a b=

= ⋅ = ⋅ + ⋅ + + ⋅∑ para todo { }1,2,...,i m∈ e todo

{ }1,2,...,k p∈ .

A definição garante a existência do produto AB se, e somente se, o número de colunas de A

for igual ao número de linhas de B.

A B Cx x x

Colunas Linhas

pm pmn n

=

⋅ =������

Vejamos um exemplo prático:

Sejam as matrizes

1 2 3

5 1 2

3 2 1

A

= −

e

2 1

4 0

2 3

B

=

façamos o produto AB conforme o

esquema abaixo.

2 1

4 0

2 3

1 2 3 1*2 2*4 3*2 1*( 1) 2*0 3*3 16 8

5 1 2 5*2 ( 1)*4 2*2 5*( 1) ( 1)*0 2*3 10 1

3 2 1 3*2 2*4 1*2 3*( 1) 2*0 1*3 16 0

+ + − + +

− + − + − + − + = + + − + +

Então o produto AB foi dado por

16 8

10 1

16 0

AB

=

obs.: Lembrar que o produto de matrizes, em geral, não é comutativo, ou seja, AB BA≠ .

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12

Exemplos

E 06) Encontre a matriz X em AX = B, sendo 2 4

3 1A

− =

e 5

3B

=

− .

Solução:

Temos que 2 2 2 1

2 4 5.

3 1 3x x

X−

= −

vemos que a Matriz X é do tipo a

Xb

=

, daí

2 2 2 1

2 4 5.

3 1 3x x

a

b

− =

− ⇒

2 4 5

3 3

a b

a b

− =

+ − , donde resulta o sistema

2 4 5

3 3

a b

a b

− =

+ = − cuja a

solução é 1

2a = − e

3

2b = − . Logo

1

2

3

2

X

= −

E 07) Sejam as matrizes 6 3( )ij xA a i j= = + , e 3 8( ) 2ik xB b j k= = − . Determine o elemento

35c , sendo que C A B= ⋅ .

Solução:

Vejamos aqui que não é necessário montar as duas matrizes por completo. Para adquirir o

elemento 35c , basta usar a terceira linha de A e a coluna 5 de B.

31 32 33A a a a

=

� � �

� � �

= 4 5 6

� � �

� � �

; 15

25

35

3

1

1

b

B b

b

= = −

� � � �

� � � �

� � � �

Assim 35 4 ( 3) 5 ( 1) 6 1 11c = ⋅ − + ⋅ − + ⋅ = −

∴ 35c = − 11

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13

1.6 Matriz Inversa (parte I) Seja A uma matriz quadrada de ordem n. A é dita inversível se existir uma matriz B tal que:

nA B B A I⋅ = ⋅ =

E neste caso B é dita a inversa de A e denota-se por 1A− . A Matriz inversa de A só irá existir

se, e somente se, det( ) 0.A ≠ (Determinante será estudado no próximo capitulo).

Exemplos

E 08) Encontre a inversa da matriz 4 5

3 1A

− =

.

Solução:

Devemos ter 4 5 1 0

3 1 0 1

a b

c d

− ⋅ =

4 5 4 5 1 0

3 3 0 1

a c b d

a c b d

− − =

+ + donde o sistema

4 5 1 1 3

3 0 19 19

a ca e c

a c

− = −⇒ = =

+ = e também

4 5 0 5 4

3 1 19 19

b db e d

b d

− =⇒ = =

+ =

Assim 1

1 51 5119 19

3 4 3 419

19 19

A−

= = ⋅ − −

E 09) Verifique se as matrizes 2 0

4 3A

=

− e

10

22 1

3 3

B

= −

são inversas, isto é, 1B A−=

Solução:

Vamos fazer o produto AB.

1 2 112 0 2 0 00

2 0 1 02 3 322 14 3 1 2 1 0 1

4 3 4 0 33 3 2 3 3

− ⋅ + ⋅ ⋅ + ⋅

⋅ = = −− ⋅ − ⋅ ⋅ + ⋅

Como 1

nAB I B A−= ⇒ =

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14

Exercícios

01.) Determine os produtos.

a. 2 1 1 4 3 2

4 3 0 1 1 3

− − − ⋅

− b.

4 3 1 1

2 5 0 2

− − ⋅

02.) Sejam as matrizes

3 1

0 2

1 4

A

=

, 0 1

1 3B

=

− e

4

1C

=

− . Determine, caso existir:

a. A.B

b. B.A

c. A.C

d. BT.C

e. B.AT

03.) Sejam as matrizes

4 1 5 3

0 2 0 1

4 3 2 5

1 3 0 8

A

− =

e

10 6

5 3

2 4

1 8

B

− = −

. Se 4 2A B ( )ij xC c⋅ = = , determine

os elementos 12C e 41C .

04.) Calcule x e y em 2 4 1

3 5 3

x

y

⋅ =

− − − .

05.) Sejam as matrizes 6 3( )ij xA a= , em que ija i j= + , e 3 4( )ik xB b= , em que 3 2ikb j k= − .

Sendo 6 4( )ik xC c= a matriz produto AB, determine o elemento 52C .

06.) Determine x e y a fim de que as matrizes 2 0

3 4

− e

3

1

x

y

comutem.

07.) Resolva a equação matricial 2 3 0 3

1 4 1 5X

− ⋅ =

08.) Um fast-food de sanduíches naturais vende dois tipos de sanduíche, A e B, utilizando os

ingredientes (queijo, atum, salada, rosbife) nas seguintes quantidades, em gramas, por

sanduíche:

Sanduíche A Sanduíche B

queijo 18 g 10 g

salada 26 g 33 g

rosbife 23 g 12 g

atum 0 16 g

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

15

Durante um almoço foram vendidos 6 sanduíches do tipo A e 10 do tipo B. Qual foi a

quantidade necessária de cada ingrediente para a preparação desses 16 sanduíches?

09.) Sendo 1 2

3 4A

=

− e

0 1

4 3

2 5

B

= −

, resolva a equação T TA X B⋅ = .

10.) Resolva a equação A X B C⋅ + = , na qual 1 0

1 3A

− =

, 1

5B

=

e 0

3C

=

− .

11.) Resolva a equação A B X C⋅ = ⋅ , se 1 0 3

2 1 4A

− =

,

1 0

4 1

0 2

B

= −

e 2 1

3 4C

− =

.

12.) O produto das matrizes 2

3 1

xA

− =

e 1 1

0 1B

− =

é uma matriz simétrica. Qual é o

valor de x?

13.) (Vunesp – Adaptado) Considere as matrizes reais 2 x 2 do tipo cos( ) ( )

( )( ) cos( )

x sen xA x

sen x x

=

,

calcule A(x).A(x).

14.) Verifique se 3 / 5 2 / 5

1/ 5 1/ 5

é a inversa de 1 2

1 3

− .

15.) Determine, se existir, a inversa da matriz 2 1/ 2

4 1

.

16.) Seja 1 2

3 4A

− =

. Determine 10 1A−⋅ .

17.) Sejam as matrizes 3 2

1 1A

=

e 0 1

3 4B

=

− . Determine:

a. 1A B− + b. 1.A B−

18.) A inversa de 3

2

y

x

− é a matriz

4

5 1

x x

x

− . Determine x e y.

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

16

Respostas

01.) a. 2 7 5 1

4 19 15 17

− − − −

b. 4 10

2 8

02.) a.

1 6

2 6

4 11

− −

b. ∃

c.

13

2

0

d. 1

7

e. 1 2 4

6 6 11

− −

03.) a. 12 23C =

b. 41 3C =

04.) 7

5x = e

9

2y

−=

05.) 48

06.) 0x = e 3y =

07.)

3 6

11 119 7

11 11

X

= −

08.) 208 g de queijo, 486 g de salada, 258 g

de rosbife e 160 g de atum.

09.)

3 5 7

10 2 101 1 9

10 2 10

X

= −

10.) 1

3X

=

11.) 2 1

35 16

11 11

X

− = −

12.) x = 1

13.) 1 (2 )

(2 ) 1

sen x

sen x

14.) sim é inversa

15.)

1 1

4 81

12

16.) 4 2

3 1

17.) a. 1 1

4 7

b. 6 7

9 11

18.) x = 7 e y = 1

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2º Ano Licenciatura em Matemática

17

Capítulo 02

Determinantes

2.0 Introdução Definição: Determinante é um número real associado a uma matriz quadrada.

As aplicações dos determinantes em matemática estão associadas a:

- Cálculo da matriz inversa;

- Resolução de alguns tipos de sistemas lineares;

- Cálculo da área de um triângulo, quando são conhecidas as coordenadas dos vértices.

2.1 Determinante de 1ª Ordem Dada uma matriz quadrada de ordem 1ª Ordem 11[ ]M a= , seu determinante é dado por:

11det( )M a= .

2.2 Determinante de 2ª Ordem

Dada a matriz 11 12

21 22

Ma a

a a

=

,por definição, temos que o determinante associado a essa

matriz é dado por: 11 22 12 21det(M) a a a a= − .

Exemplo:

Sendo 2 3

4 5M

=

, então det( ) 2 5 4 3 2M = ⋅ − ⋅ = − .

Conclusão: O determinante de uma matriz de ordem 2 é dado pela diferença entre o produto

dos elementos da diagonal principal e o produto dos elementos da diagonal secundária.

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2º Ano Licenciatura em Matemática

18

Exemplos

E 10) Calcular o valor dos determinantes:

a. 1 1

2 33 8

A = � 1 1

8 3 4 1 32 3

⋅ − ⋅ = − = det( ) 3A∴ =

b. ( ) cos( )

cos( ) ( )

sen x xB

x sen x=

− � 2 2( ) ( ) ( cos( ) cos( )) ( ) cos ( ) 1sen x sen x x x sen x x⋅ − − ⋅ = + =

det( ) 1B∴ =

E 11) Calcular o valor de x, x ∈� , na igualdade:

a. 3 3

04 3

x

x=

+ � 23 ( 3) 4 3 3 3 12 0x x x x⋅ + − ⋅ = + − = donde tiramos que

4

1

x

x

= −

=

2.3 Regra de Sarrus

Para determinantes de 3ª ordem usaremos um dispositivo prático conhecido como regra de

Sarrus (lê-se “Sarrí”).

O dispositivo consiste em:

1º. Repetir as duas primeiras colunas ao lado da terceira;

2º. Multiplicamos os elementos da diagonal principal de A. Segundo a direção da diagonal

principal, multiplicamos, separadamente, os elementos das outras duas “diagonais”. Conservando o

sinal dos elementos;

3º. Multiplicamos os elementos da diagonal secundária de A, trocando o sinal do produto obtido.

Segundo a direção da diagonal secundária, multiplicamos, separadamente, os elementos das outras

diagonais, também trocando o sinal dos produtos;

4º. Somamos todos os produtos obtidos nos passos 2º e 3º.

11 12 13 11 12

21 22 23 21 22

31 32 33 31 32

a a a a a

a a a a a

a a a a a

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2º Ano Licenciatura em Matemática

19

Exemplo

E 12) Calcular o determinante da matriz

2 3 5

1 1 2

3 4 3

.

Solução:

2 3 5 2 3

1 1 2 1 1

3 4 3 3 4

− − det( ) 32 10 22A∴ = − =

Exercícios

01.) Calcule:

a. 2 5

3 8 b.

3 2

5 1

− −

− − c.

4 3

2 1−

02.) Calcule o valor de 11 7 4 5

3 2 2 3y

−= +

−.

03.) Resolva, em � , a equação 2

4 3

x xx

+= .

04.) Resolva, em � , a equação 3

2.1 1

x

x x=

+ −

05.) Resolva, em � , a desigualdade

3

2 33

1 2 5

3 1

x

xx

x

−≥

−.

06.) Calcule o valor de cada um dos determinantes.

a.

3 7 2

4 1 1

2 2 3

b.

1 1 1

2 1 1

4 3 3

6− 18+ 20+ 32=

15+ 16− 9− 10= −

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2º Ano Licenciatura em Matemática

20

07.) Qual o valor de cada um dos seguintes determinantes:

a.

0 1 3

4 2 5

3 0 1

− −

b. 2

1 1

1

1

a

a a

a a

− −

08.) Sejam as matrizes 3 3( )ij xA a= , em que 1,

2,ij

se i ja

se i j

≥=

<, e 3 3( )ij xB b= , em que

1,

1,i j

se i jb

se i j

− ≥=

<. Qual o valor de det (A) + det (B)?

09.) Resolva, em � , a desigualdade

6 1 5 1 2 1

0 1 0 4

1 3 2 0 0 6

x x

− −

>

− −

.

10.) Sejam as matrizes 1 2

1 0A

=

, 1

2B

=

− e ( )5 1C = − Pede-se:

a. Calcular BC + 2A e CB.

b. Determinar λ de maneira que det( ) 0A Iλ− = , em que I é a matriz identidade de

ordem 2.

11.) Resolva, em � , as seguintes equações:

a.

1 2

1 1 6

3 2

x

x x

x

− + = b.

0 1

2 2 0

3 2

x

x x

x x

=

12.) Determine k para qual o determinante da matriz A é nulo.

1 1 1

2 3

1 0

A k

k

=

.

13.) Determine o valor de a para que a matriz 5

1 1/ 2

aA

=

tenha determinante nulo.

14.) Na matriz do Exercício 12, faça k = 0 e resolva a equação matricial

1

. 2

1/ 2

x

A y

z

=

. Dê o

valor de x – y – z.

15.) Resolva, em � , a equação

4 23

1 12 1

1 1 3

xx

x x

x

− =

+

.

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

21

16.) Calcule o valor de x para que o determinante da matriz A seja nulo.

1 2 1

4 9 4

6 7

A

x x

= −

.

Respostas

01.) a. 1 b. -7 c. – 10

02.) – 1

03.) S = { −4 }

04.) S = {−1, 5}

05.) 1

|3

S x x

= ∈ ≤ − �

06.) a. 105 b. 0

07.) a. −1 b. 3a a−

08.)08.)08.)08.) −3

09.) { }| 1S x x= ∈ > −�

10.) a. 7 3

8 2

− e ( 7 )

b. −1 ou 2

11.) a. {1}S = b. {0, 3, 3}S = −

12.) 3

2k =

13.) 10a =

14.) zero

15.) {2}S =

16.) x = 13

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2º Ano Licenciatura em Matemática

22

2.4 Menor Complementar Chamamos de menor complementar relativo ao elemento ija de uma matriz M quadrada e de

ordem n > 1, o determinante de ordem n – 1, associado à matriz obtida de M quando suprimimos a

linha e a coluna que passam por ija .

Exemplos

E 13) Dada a matriz 11 12

21 22

a aM

a a

=

determine o menor complementar ao elemento 21a .

Solução: 11 12

21 22

a a

a a

suprimindo a linha e coluna do elemento 21a obtemos então que o menor

complementar de 21a é 12a

E 14) Obter o menor complementar ao elemento 12a da seguinte matriz 4 2

5 6M

− =

.

Solução: na matriz M o elemento 12a = 2, então 4 2

5 6

encontramos 5 como menor

complementar ao elemento 12a .

E 15) Encontrar o menor complementar ao elemento 22a na matriz

2 0 1

3 1 2

1 1 2

M

=

.

Solução: Suprimindo linha e coluna do elemento 22a , obtemos

2 0 1

3 1 2

1 1 2

a matriz 2 1

1 2

que

tem como determinante o valor 3 e, portanto, o menor complementar do elemento 22a é igual a 3.

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2º Ano Licenciatura em Matemática

23

2.5 Cofator Chamamos de cofator relativo ao elemento ija de uma matriz quadrada de ordem n o

número ijA , tal que:

( 1)i j

ij ijA MC+= − ⋅

Exemplos

E 16) Dada a matriz 3 2

1 0A

− =

determine os cofatores 11A e 21A .

Solução: 1 111 ( 1) 0 0A += − ⋅ = 1 2

12 ( 1) 1 1A += − ⋅ = −

E 17) Dada a matriz

4 1 2

3 1 0

2 3 1

M

= − −

determine o cofator 23A .

Solução: 2 323

4 1( 1) 1 (4 3 2 1) 14

2 3A

+= − ⋅ = − ⋅ ⋅ + ⋅ = −−

23 14A∴ = −

2.6 Teorema de Laplace

O determinante de uma matriz quadrada de ordem n ( 2n ≥ ) pode ser obtido pela soma dos

produtos dos elementos de uma fila qualquer (linha ou coluna) da matriz M pelos respectivos

cofatores. Assim, fixando um j ∈� , tal que 1 j m≤ ≤ :

1

detm

ij ij

i

M a A=

=∑

O teorema de Laplace se aplica a qualquer ordem de uma matriz quadrada, porém, para

ordem 2 e 3 é mais interessante aplicar regras anteriormente vistas. Esse teorema é mais interessante

ser aplicado quando a matriz possui um grande número de elementos iguais a zero em suas linhas

ou colunas.

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

24

Exemplos

E 18) Calcule o determinante da matriz

3 1 2 1

5 2 2 3

7 4 5 0

1 1 11 2

D

− = −

.

Solução: Vamos escolher a 3ª linha da matriz D. e usando o teorema de Laplace então

teremos:

31 32 33 347 4 ( 5) 0D A A A A= ⋅ + ⋅ + − ⋅ + ⋅ Trocando pelos valores devidos temos:

431

1 2 1

( 1) 2 2 3 9

1 11 2

A

= − =

, 532

3 2 1

( 1) 5 2 3 20

1 11 2

A

= − = e 633

3 1 1

( 1) 5 2 3 7

1 1 2

A = − =

não calculamos o 34A pois não há necessidade uma vez que ele está sendo multiplicado por zero.

7 9 4 20 ( 5) 7 108D = ⋅ + ⋅ + − ⋅ =

E 19) Qual é o valor de

1 0 10 0

3 2 1 1

5 0 3 2

9 0 4 7

D− −

=− −

.

Solução: Vamos escolher a segunda coluna, pois, ela apresenta um grande número de

elementos com valor zero e isso facilita as contas.

12 22 32 42 220 ( 2) 0 0 2D A A A A A= ⋅ + − ⋅ + ⋅ + ⋅ = − ⋅ Assim basta calcular apenas esse último termo.

2 222

1 10 0

( 1) 5 3 2 183

9 4 7

A += − ⋅ − − = −

, segue que ( 2) ( 183) 366D = − ⋅ − =

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2º Ano Licenciatura em Matemática

25

Exercícios

01.) Calcule os seguintes determinantes:

a.

3 4 2 1

5 0 1 2

0 0 4 0

1 0 3 3

− −

b.

2 3 1 7

0 1 2 0

3 4 5 1

1 0 2 1

− −

c.

1 1 5 1

0 3 2 1

0 0 7 1

0 0 0 4

02.) Calcule os seguintes determinantes:

a.

0 5 3 4

11 1 2 7

0 0 0 0

4 3 2 1

− −

b.

0 1

0 1 0 0

0

1 0

a b

a a b

b a

c.

1 0

0 1

0 0 0 2

1 1

x y

y x

x y

− −

03.) Resolva, em � , a equação:

0 0 3

1 0 03.

0 1 1

0 0 1 2

x

x

x

−=

− −

04.) Resolva, em � , a equação:

2 0 1 2

1 2 1 379

0 0 1 1

3 1 2 0

x

−= −

− −

.

05.) Calcule

2 2 3 4 2

0 1 0 0 0

.0 4 0 2 1

0 5 5 1 4

0 1 0 1 2

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2º Ano Licenciatura em Matemática

26

Respostas

01.) a. – 208 b. – 3 c. 84

02.) a. 0 b. 2 2a b+ c. 22 (1 )x y− +

03.) 1

0,2

S

=

04.) { }5S =

05.) 50−

2.7 Propriedades dos Determinantes Em alguns casos, o cálculo de determinantes pode ser simplificado como auxílio de algumas

propriedades.

2.7.1 Fila Nula

Quando todos os elementos de uma fila (linha ou coluna) são nulos, o determinante dessa

matriz também é nulo.

Exemplos: a.

3 0 2

1 0 5 0

2 0 7

− =

b.

4 9 8 5

0 0 0 00

1 1 2 3

3 4 1 1

=− −

2.7.2 Filas Paralelas iguais

Se duas filas paralelas de uma matriz são iguais, então seu determinante é nulo.

Exemplo:

2 1 3 5

2 1

1 4 5 00

7

3 5

8 1 3

−=

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2º Ano Licenciatura em Matemática

27

2.7.3 Filas Paralelas Proporcionais

Se duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, então seu determinante é nulo.

Exemplo:

4 4 21 2

1

1 1

2 4 2 1 2 0

2 6 2

2

3 3 32

= ⋅ =

2.7.4 Filas Paralelas com Combinações Lineares

Se os elementos de uma fila de uma matriz são combinações lineares dos elementos

correspondentes de filas paralelas, então o seu determinante é nulo.

Exemplos:

a.

1 3 4 1 3 41 3

2 42 4 6 2 4 6 0

3 2 5 3 2 53 2

=

=

+

=

=

+ =

+

b.

3 4 1 3 4 1

1 2 3 1 2

2 3 1

3 0

7 10 5 7 10 52 4 2 2 1 3⋅ + ⋅ + ⋅ +

= =

= = =

2.7.5 Teorema de Jacobi

O determinante de uma matriz não se altera quando somamos aos elementos de uma fila

uma combinação linear dos elementos correspondentes de filas paralelas.

Exemplo:

1 2 3

2 1 2 9

2 4 3

= �

1 2 2 2 3 5 2 3

2 1 2 1 2 4 1 2 9

2 4 2 4 3 10 4 3

+ ⋅

+ ⋅ = =

+ ⋅

2.7.6 Matriz Transposta

O determinante de uma matriz e o de sua transposta são iguais.

Exemplo:

1 2 3

det( ) 2 1 2 9

2 4 3

A = =

1 2 2

det( ) 2 1 4 9

3 2 3

TA = =

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

28

2.7.7 Produto de uma fila por um escalar

Multiplicando por um número real todos os elementos de uma fila em um matriz, o

determinante dessa matriz fica multiplicado por esse número.

Exemplo:

1 2 3

2 1 1 4

3 2 1

− = − multiplicando a primeira coluna por 2

2

2

2

1 2 3

2 1 1 2 ( 4) 8

3 2 1

⋅ − = ⋅ − = −

2.7.8 Troca de filas paralelas

Quando trocamos as posições de duas filas paralelas, o determinante de uma matriz muda de

sinal.

Exemplo:

2 1 1 4

3 2

1 2 3

1

− = − trocando-se a primeira linha com a segunda 1 2 3 4

3 2

2 1 1

1

= +

2.7.9 Matriz Triangular

Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são todos

nulos, o determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal.

Exemplos:

a. 3 2

2

4

1

0 0

0 4 ( 1) 8

1 7

= ⋅ ⋅ − = −

b.

1

3

4

2 2

7 1 30

0

4 12

0

= ⋅ ⋅ =

2.8 Outras Propriedades

2.8.1 Teorema de Binet

Sejam duas matrizes quadradas A e B de mesma ordem, temos:

det( ) det( ) det( )AB A B= ⋅

obs.: Como 1A A nI−⋅ = , pelo teorema acima, temos que:

1 1det( )

det( )A

A

− =

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

29

2.8.2 Produto de um escalar por toda a matriz

Quando todos os elementos de uma matriz é multiplicada por um escalar k o seu

determinante fica multiplicado por nk , onde n é a ordem da matriz.

Se k ∈� , então det( ) det( )nk A k A⋅ = ⋅ .

Exemplo:

2 1

4 5A

=

� det(A) = 6 6 3

312 15

A

=

� det(3A) = 54

det( ) det( )nk A k A⋅ = ⋅ � 54 = 32. 6

Exercícios

01.) Se 1

2

x y

z w= , qual é o valor de (diga qual a propriedade que usou):

a. x z

y w b.

2

2

x z

y w

02.) Se 3

a b c

d e f

g h i

= − , qual é o valor de

6 6 6

6 6 6

6 6 6

a d g

b e h

c f i

?

03.) Sejam A e B matrizes quadradas de ordem 3, det( ) 5A = e det( ) 3B = . Qual é o valor de:

a. det( )A B⋅

b. det( )T TB A⋅

c. det(2 )TA

Respostas

01.) a. 1

2 ( det( ) det( )TA A= ) b. 1 ( prop 2.7.7 e 2.7.6)

02.) 36 ( 3) 648⋅ − = −

03.) a. 15 b. 15 c. 40

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

30

2.9 Regra de Chió A regra de Chió nos permite passar de uma matriz de ordem n para outra de ordem n – 1, de

igual determinante. Para que a regra seja aplicada, a matriz deve ter pelo menos um de seus

elementos igual a 1 e de preferência na posição 11a .

Exemplos

E 20) Calcule, usando a regra de Chio, o determinante da seguinte matriz:

5 2 2 1 2 3 3 2 0 1 5 35 1 3

1 ( 3) 2 2 ( 3) 3 5 ( 3) 0 7 11 51 2 5

6 ( 4) 2 7 3 ( 4) 2 0

2 3

( 4) 2 19 26 7 2

0

2

3

4

1Chió

− ⋅ − ⋅ − − ⋅ − −−

= − − ⋅ − − ⋅ − − ⋅ =

− − − ⋅ − ⋅ − − ⋅ −−

Aplicando a regra

novamente, temos:

11 7 ( 5) 5 7 ( 3) 46 2611 5 386

19 2( 5) 2

5

2 ( 3) 29 8

31

12 2

7

9

− ⋅ − − ⋅ −= = = −

− − − ⋅ −

− −

E 21) Calcule, usando a regra de Chio, o determinante de:

1 2

7 4

2

3

1

0 3

− Vamos trocar a segunda com a primeira linha e em seguida aplicarmos a Regra de Chio.

7 3 2 4 3 ( 1) 1 7( 19) 19

3 0 2 2 0 (

1 2

1)3

27 4

30 2

1

3

− ⋅ − ⋅ −− = − = − = − − =

− ⋅ − ⋅ −

E 22) Calcule, usando a regra de Chio, o determinante de:

2 2 2 2

2 2 2 3

2 2 3 3

2 3 3 3

Temos que dividir toda a primeira coluna por 2, daí:

2 2 20 0 1

2 2 30 1 1 ( 1) 2

2 3 31 1 1

3 3

1

12 2

3

1

1

Chió

⋅ = = ⋅ − = −

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31

Exercícios

01.) Calcule, usando a regra de Chió:

a.

1 2 3

1 4 7

0 3 2

− b.

1 0 0 0

5 4 3 2

1 3 2 0

0 1 0 1

c.

0 1 3 0

3 5 1 1

1 4 0 0

0 2 1 1

02.) Calcule, usando a regra de Chió:

a.

3 3 3

4 5 6

1 0 2−

b.

5 3 2 0

0 2 4 6

2 4 2 8

2 0 3 0

c.

4 2 11

6 3 9

7 1 5

03.) Mostre que ( )( )( ).

a a a a

a b b ba b a c b d c

a b c c

a b c d

= − − −

04.) Resolva a equação 2

1 2 1

0 2.

3 7 4

x x =

Respostas

01.) a. 18− b. 21− c. 55−

02.) a. 3 b. 460 c. 87−

03.) Demonstração

04.) {2, 1}S = −

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2º Ano Licenciatura em Matemática

32

A1 – Apêndice Capitulo 02 - Matriz Inversa (parte II)

Com vimos anteriormente, a matriz M, de ordem n, admite inversa se, e somente se,

det(M) 0≠ . Sua inversa é representada por 1M− .

Para o cálculo da inversa usaremos o seguinte teorema.

1 1M M

det(M)− = ⋅ onde M é a matriz adjunta.

Calculamos a inversa conforme a ordem:

a. O determinante de M.

b. A matriz M’, chamada matriz dos co-fatores, substituindo cada elemento de M pelo

respectivo cofator.

c. A matriz M , chamada matriz adjunta que é a transposta de M’. M (M ')T=

d. A inversa 1M− , multiplicando M por 1

det( )M.

Exemplos

E 23) Obter a matriz inversa de 4 1

11 3M

=

.

Resolução: Seguindo os passos corretos temos:

a. O det (M) = 12 – 11 = 1

b. M’ = 1 1 1 2

2 1 2 2

( 1) 3 ( 1) 11

( 1) 1 ( 1

3 11

14 4)

+ +

+ +

− ⋅ − ⋅ =

− ⋅ − ⋅ −

c. 13

(1

')1 4

TM M

= =

d. 1 3 1 3 11 1

11 4 11 4det( ) 1M M

M

−− −

= ⋅ = ⋅ = − −

1 3 1

11 4M

−−

∴ = −

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33

E 24) Calcular a inversa da matriz

1 2 1

0 3 2

0 0 1

.

Resolução:

a. det( ) 3M =

b.

1 1 1 2 1 3

2 1 2 2 2 3

3 1 3 2 3 3

3 2 0 2 0 3( 1) ( 1) ( 1)

0 1 0 1 0 0

2 1 1 1 1 2' ( 1) ( 1) ( 1)

0 1 0 1 0 0

2 1 1 1 1 2( 1) ( 1) ( 1)

3 2 0 2 0 3

M

+ + +

+ + +

+ + +

− ⋅ − ⋅ − ⋅

= − ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅ − ⋅

=

3 0 0

2 1 0

1 2 3

− −

c.

3 2 1

( ') 0 1 2

0 0 3

TM M

= = −

d. 1

3 2 1 1 2 / 3 1/ 31 1

0 1 2 0 1/ 3 2 / 3det( ) 3

0 0 3 0 0 1

M MM

− −

= ⋅ = ⋅ − = −

Exercícios

01.) A inversa da matriz 4 3

1 1

é?

02.) Dada a matriz 1 0

0 1M

− =

, determinar o número real α tal que 1M M Mα−+ = ⋅ .

03.) (MACK) Seja a b

Ac d

=

com ad bc≠ , determine 1A− .

04.) Sejam 1 2

1 4A

=

e 2 1

Bx y

− =

duas matrizes. Se B é a inversa de A, então qual o valor

de x + y.

05.) Se 2 1

Ax x

=

, então o número de valores de x tais que 1 3 0

0 3A A

− + =

é:

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34

Respostas

01.) 1 3

1 4

02.) α = 2

03.) 1 d b

c aad bc

− ⋅

−−

04.) 0

05.) 1

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2º Ano Licenciatura em Matemática

35

Capítulo 03

Sistemas Lineares

3.0 Equação Linear

É toda equação da forma:

1 1 2 2 ...n n

a x a x a x b+ + + = onde a1, a2, a3, ..., an são números reais que recebem o nome de

coeficientes das incógnitas X1, X2, ..., Xn e b é um número real chamado termo independente.

Observação: Quando b = 0 a equação recebe o nome de linear homogênea. Exemplos: São Lineares: 1) 3 2 4 7

2) 3 7 0 (homogênea)

3) 3 8

x y z

x y z t

xy z t

− + =

+ − − =

− + =

3.1 Sistema Linear

Um conjunto de equações lineares da forma:

11 1 12 2 13 3 1 1

21 1 22 2 23 3 2 2

1 1 2 2 3 3

...

...

...

...

n n

n n

m m m mn n m

a x a x a x a x b

a x a x a x a x b

a x a x a x a x b

+ + + + =

+ + + + = + + + + =

É um sistema linear de m equações e n incógnitas.

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2º Ano Licenciatura em Matemática

36

3.2 Solução do sistema linear Chamamos de solução do sistema a n-upla de números reais ordenados 1 2 3( , , ,..., )

nr r r r que é,

simultaneamente, solução de todas as equações do sistema.

3.3 Matrizes Associadas A Um Sistema Linear

3.3.1 Matriz Incompleta

É a matriz A, formada pelos coeficientes das incógnitas do sistema. Exemplo:

Em relação ao sistema:

2 3 0

4 7

2 4

x y z

x y z

x y z

+ − =

+ + =− + + =

a matriz incompleta é:

2 3 1

4 1 1

2 1 1

A

= −

3.3.2 Matriz Completa

É a matriz B, que obtemos ao acrescentarmos à matriz incompleta uma última coluna

formada pelos termos independentes das equações do sistema.

Exemplo:

2 3 0

4 7

2 4

x y z

x y z

x y z

+ − =

+ + =− + + =

a matriz completa é

2 3 1

4 1 1

2 1 1

0

7

4

B

= −

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2º Ano Licenciatura em Matemática

37

3.4 Sistemas Homogêneos O sistema:

11 1 12 2 13 3 1

21 1 22 2 23 3 2

1 1 2 2 3 3

... 0

... 0

...

... 0

n n

n n

m m m mn n

a x a x a x a x

a x a x a x a x

a x a x a x a x

+ + + + =

+ + + + = + + + + =

É homogêneo, pois os termos independentes de todas as equações são nulos.

2 3 0

4 0

2 0

x y z

x y z

x y z

+ − =

+ + =− + + =

3.4.1 Soluções de um sistema homogêneo

A n-upla (0, 0, ..., 0) é sempre a solução de um sistema homogêneo com n incógnitas e

recebe o nome de solução trivial. Quando existem, as demais soluções são chamadas não-triviais.

3.4.2 Classificação de um sistema quanto ao número de

soluções

1) O sistema:

8

2 1

x y

x y

+ =

− = Tem uma única solução: o par ordenado (3,5). Nessas condições o sistema é possível

(tem solução) e determinado (solução única).

2) O sistema:

8

2 2 16

x y

x y

+ =

+ = Verificamos que os pares ordenados (0, 8), (1,7), (2,6), (3,5), (4,4)... São

algumas das soluções. Nessas condições, o sistema é possível e indeterminado (infinitas soluções).

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38

3) Dado o sistema:

10

10

x y

x y

+ =

− − = Vemos que nenhum par ordenado faz parte da solução desse sistema. Nessas

condições, o sistema é impossível (não tem solução).

determinado

indeterminado

SPDpossível

sistema SPI

SIimpossível

=

→ = =

3.5 Teorema de Cramer

Considere um sistema linear onde o número de equações é igual ao número de incógnitas.

Teremos então uma matriz quadrada A e seja D = det(A).

Teorema.

Seja S um sistema linear com o número de equações igual ao de incógnitas. Se 0D ≠ , então

o sistema será possível e terá solução única 1 2 3( , , ,... )n

α α α α , tal que:

ii

D

Dα = {1, 2,3,..., }i n∀ ∈

Exemplos

E 25) Seja o sistema:

6

4

2 1

x y z

x y z

x y z

+ + =

− − = − − + =

temos

1 1 1

1 1 1 4 0

2 1 1

D = − − = − ≠

, logo há uma única solução.

1

6 1 1

4 1 1 4

1 1 1

D = − − − = −

2

1 6 1

1 4 1 12

2 1 1

D = − − = − 3

1 1 6

1 1 4 8

2 1 1

D = − − = −

logo: 1 41

4

Dx

D

−= = =

−; 2 12

34

Dy

D

−= = =

− 3 8

24

Dz

D

−= = =

Portanto a solução única desse sistema (1, 3, 2)

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2º Ano Licenciatura em Matemática

39

E 26) Em um sistema 2x2:

8

2 1

x y

x y

+ =

− = temos

1 13

2 1D = = −

1

8 19

1 1D = = −

− 2

1 815

2 1D = = −

1 93

3

Dx

D

−= = =

− 2 15

53

Dy

D

−= = =

− Temos a solução o par (3, 5)

Exercícios

01.) Resolver os sistemas pela regra de Cramer.

a. 4 0

3 2 5

x y

x y

− − =

+ = b.

2 2

3 3

x y

x y

− =

− + = − c.

3 1

2 3 1

4 2 7

x y z

x z

x y z

− + =

+ = − + − =

d.

5

2 4 4

3 2 3

x y z

x y z

x y z

− + − =

+ + = + − = −

e.

1

2 2

0

2 2 1

x y z t

x y z

x y z t

x z t

+ + + =

− + =

− + − − = + + = −

f.

1

2 2

2 1

3 2 0

x y z t

x y z

x y z t

x y z t

+ + + =

− + + =

− − − = − − + + =

02.) (MAPOFEI) Resolver, aplicando a regra de Cramer, o seguinte sistema:

1

2 3 3 2

1

x y

x y z

x z

+ =

− + − = + =

03.) Se (x,y) é a solução de 2 5

4 2

x y

x y

+ =

− =então o valor de x + y vale?

04.) Sabendo que a + b = 1200, b + c = 1100 e a + c = 1500, então a + b + c vale?

05.) No sistema

2 3 1

3 3 8

2 0

x y z

x y z

y z

+ + =

− + = + =

o valor de z – xy é:

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40

Respostas

01.)

a. 1

2,2

b.

3 4,

5 5

c. ( )1,1, 1− d. ( )2,3,0− e. 1 11

4, , , 22 2

f. ( )0,0,2, 1−

02.) (−1,2,2) 03.) 3 04.) 1900

05.) 3

3.5 Discussão De Um Sistema Linear

Vimos que um sistema pode ser classificado da seguinte forma:

determinado

indeterminado

SPDpossível

sistema SPI

SIimpossível

=

→ = =

Exemplos E 27) Considere o sistema:

2 9

2 3

3 2 4

x y z

x y z

x y z

+ + =

+ − = − − = −

escalonando o sistema chegamos à

2 9

5

2 4

x y z

y z

z

+ + =

+ = =

O sistema agora na forma escalonada e com o número de equações igual ao número de

incógnitas, segue-se que é possível e determinado (SPD). (1,3,2)

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41

E 28) Considere o sistema

3 1

3 3 2 0

2 2 4

x y z t

x y z t

x y z t

+ − + =

+ + + = + + − =

escalonando o sistema chegamos à

3 1

10 3

7 4 2

x y z t

z t

y z t

+ − + =

− = −− + − =

O sistema agora na forma escalonada e com o número de equações menor que o de

incógnitas, segue-se que é possível e indeterminado.(SPI)

E 29) Considere o sistema

4

3 2 0

5 5 4

x y z

x y z

x y z

− + =

+ + = + + = −

escalonando o sistema chegamos à

4

5 2 12

10 4 24

x y z

y z

y z

− + =

− = − − = −

Esse novo sistema é equivalente a

4

5 2 12

0 0 0

x y z

y z

y z

− + =

− = − + =

pois a terceira linha é proporcional à segunda.

O sistema então fica com o número de equações menor que o de incógnitas, segue-se que é

possível e indeterminado. (SPI)

E 30) Considere o sistema

4 8

3 15

10 12 7

x y

x y

x y

+ = −

− = − =

escalonando o sistemas chegamos à

4 8

13 39

0 69

x y

y

y

+ = −

− = = −

O sistema então não haverá solução, pois, nenhum valor para y satisfaz a terceira equação. O

sistema é impossível (SI).

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42

Exercícios

01.) Escalonar, classificar e resolver os sistemas:

a.

2 1

2

2 2

x y z

x y z

x y z

− − =

− + + = − + = −

b.

2 1

2 3 2

2 2 0

x y z

x y t

x y z t

− + − =

− + = − + − =

c.

3 2 2

3 5 4 4

5 3 4 10

x y z

x y z

x y z

+ + =

+ + = + + = −

d.

1

3 2 2

2 3 2 1

x y z t

x y z t

x y z t

+ − + =

− − + =− − + + = −

e.

1

1

2 2

2 1

x y z t

x y z t

y z t

x z t

+ + + =

− + + = −

− + = + − = −

f.

2 3 5

2 5 2 3

3 2

x y z

x y z

x y z

− − =

− + + = − + − =

Respostas

01.)

a. SPD (-11, -6, -3) b. SPI c. SI d. SPI e. SPD (-1/5, 1, -1/5, 2/5) f. SI

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43

Capítulo 04

Vetores

4.0 Vetores

Vetores são representados geometricamente como segmentos de reta orientados ou como

flechas nos espaços bi e tridimensionais. Se o ponto inicial de um vetor v é A e o ponto final é B,

então escrevemos:

v AB=�

4.0.1 Soma de Vetores

Regra do paralelogramo

Sejam v e w dois vetores quaisquer. A soma v + w é representado na figura a seguir.

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44

4.0.2 Vetor Oposto

Se v é um vetor não nulo então chamamos de oposto de v o vetor –v. Esse vetor tem a

propriedade.

( ) 0v v+ − =

4.0.3 Produto Por Um Escalar

Dado um vetor 0v ≠ e um número real 0k ≠ , chama-se produto do número real k pelo vetor

v o vetor p = kv, tal que:

a) módulo: p kv k v= =

b) direção: a mesma de v

c) sentido: o mesmo de v se k > 0

contrário de v se k < 0

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2º Ano Licenciatura em Matemática

45

4.1 Vetores Em Sistemas De Coordenadas

4.1.1 Vetores no 2�

O conjunto 2 {( , ) | , }x y x y= × = ∈� � � � é interpretado geometricamente como sendo o

plano cartesiano xOy. Seja v qualquer vetor no plano e suponha que v tenha sido posicionado na

origem de um sistema de coordenadas cartesianas. As coordenadas 1 2( , )v v do ponto final de v são

chamadas componentes de v e escrevemos como 1 2( , )v v v= .

4.1.1.1 Igualdade e Operações

• IGUALDADE:

Dois vetores 1 1( , )u x y= e 2 2( , )v x y= são iguais se, e somente se 1 2x x= e 1 2y y= e

escreve-se u = v.

Exemplo

E 31) Se o vetor u = (x + 1,4) é igual ao vetor v = (5, 2y − 6) quais os valores de x e y?

Pela definição de igualdade temos x + 1 = 5 � x = 4 e 2y – 6 = 4 � y = 5.

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2º Ano Licenciatura em Matemática

46

• ADIÇÃO EM TERMOS DE COMPONENTES:

Considere dois vetores 1 1( , )u x y= e 2 2( , )v x y= a soma desses vetores é dada por:

1 2 1 2( , )u v x x y y+ = + +

Exemplo

E 32) Seja u = (2, 3) e v = ( -5, 1) vetores em 2

� . Calcule a soma u + v.

(2 5,3 1) ( 3, 4)u v+ = − + = − ∴ ( 3, 4)u v+ = −

• MULTIPLICAÇÃO POR UM ESCALAR:

Seja v um vetor ( , )v x y= e k um escalar representamos o vetor kv por:

( , ) ( , )kv k x y kx ky= =

Exemplos

E 33) Seja u = (2, 3) e k = 3 o vetor ku será representado por 3.(2,3) = (6,9)

E 34) Considere v = ( -1, 4) e k = 5− o vetor kv será representado por:

– 5. (-1,4) = (5, - 20).

E 35) Seja 2

7k = e v = ( -1,-1) calcule o vetor .k v .

2 2 2( 1, 1) ,

7 7 7

− − = − −

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2º Ano Licenciatura em Matemática

47

4.1.2 Vetores no 3�

O conjunto 3 {( , , ) | , , }x y z x y z= × × = ∈� � � � � é interpretado geometricamente como

sendo o espaço cartesiano tridimensional Oxyz.

Da mesma forma que fazemos para o plano, consideramos geralmente vetores representados

por segmentos orientados com a origem na origem do sistema. Nessas condições, cada vetor do

espaço é determinado pelo ponto extremo do segmento. Assim, o ponto P(x,y,z) individualiza o

vetor v OP=�

e escreve-se:

V = (x, y, z)

A origem do sistema O(0,0,0) representa o vetor nulo.

O vetor oposto de v = (x,y,z) é o vetor –v = (-x,-y,-z).

Assim também temos que:

I) Dois vetores 1 2 3 1 2 3( , , ) e ( , , )u u u u v v v v= = são iguais se, e somente se

1 1 2 2 3 3 u v e u v e u v= = = .

II) Dados os vetores 1 2 3 1 2 3( , , ) e ( , , )u u u u v v v v= = e α ∈� , define-se:

i. 1 1 2 2 3 3( , , )u v u v u v u v+ = + + +

ii. 1 2 3( , , )u u u uα α α α=

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

48

Exemplos

E 36) Calcule a soma v + u, sendo u = (3,0,2) e v = (-2, -9, 8).

Resolução:

u + v = (3+(-2), 0 + (-9), 2 + 8) = ( 1, -9, 10) (1, 9,10)u v∴ + = −

E 37) Seja 2α = e dado o vetor (1, 6,5)v = − Calcule αv.

Resolução:

αv = 2. (1, 6,5)− = (2.1,2.(-6),2.5) = (2, -12, 10) v (2, 12,10)α∴ = −

E 38) Seja 2

7k = e v = ( -1,-1, -1) calcule o vetor .k v .

Resolução:

.k v = ( )2

1, 1, 17

⋅ − − − =2 2 2

, ,7 7 7

− − −

4.2 Componentes de um Vetor

Às vezes um vetor ( 2� ou 3

� ) não está posicionado com seu ponto inicial na origem. Se o

vetor 1 2v PP=�

:

• Em 2� como ponto inicial 1 1 1( , )P x y= e ponto final em 2 2 2( , )P x y= , então:

1 2 2 1 2 1( , )v PP x x y y= = − −�

• Em 3� como ponto inicial 1 1 1 1( , , )P x y z= e ponto final em 2 2 2 2( , , )P x y z= , então:

1 2 2 1 2 1 2 1( , , )v PP x x y y z z= = − − −�

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Elementos para Álgebra Linear

2º Ano Licenciatura em Matemática

49

Exercícios

01.) Considere os seguintes vetores u = (9,3), w = (-1, 3, 4), v = (2,-5), p = (3,-2,-1), q = (2,0),

t = (3,4) e m = (3,0,-2).

Calcule:

a. v + u

b. w – p

c. 4.t + 3.q

d. u – t

e. 3.(q+u) – 2(v + t)

f. m + p

02.) Em um sistema cartesiano de coordenadas esboce os vetores 2� do exercício 1.

03.) Em um sistema cartesiano de coordenadas esboce os vetores 3� do exercício 1.

04.) Encontre os componentes do vetor de ponto inicial 1u e ponto final 2u .

a. 1 2(4,8), (3,7)u u

b. 1 2(3, 5), ( 4, 7)u u− − −

c. 1 2(0,0), ( 3,1)u u −

d. 1 2(4,8,2), (3,7, 1)u u −

e. 1 2(3, 7, 2), ( 2,5, 1)u u− − −

Respostas

01.) a. (11, -2), b. (-4, 5,5), c. (18,16), d. (6,-1), e. (23,11), f. (6,-2,-3)

02.) desenho individual

03.) desenho individual

04.) a. (−1,−1), b. (−7,−2), c. (−3,1), d. (−1,−1,−3) e. (−5,12,−3)

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Elementos para Álgebra Linear

50

4.3 Norma de um Vetor

O comprimento de um vetor u é muitas vezes chamado de norma de u e é denotado por u .

4.3.1 Em 2�

A norma do vetor u pode ser

calculada aplicando o teorema de

Pitágoras.

2 21 2( ) ( )u u u= +

4.3.2 Em 3�

A norma do vetor u pode ser

aplicada usando o teorema de

Pitágoras duas vezes chegando

ao resultado final como:

2 2 2u x y z= + +

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Elementos para Álgebra Linear

51

Exemplo

E 39) Calcule a norma dos vetores nos seguintes casos:

a. v = ( 2, -3 ) � 2 22 ( 3) 4 9 13v = + − = + =

b. v = (-3, 5, 2) � 2 2 2( 3) 5 2 9 25 4 38v = − + + = + + =

4.4 Distância Como, em 2

� , 1 2 2 1 2 1( , )v P P x x y y= = − −�

o cálculo da distância será dado por:

2 2

2 1 2 1( ) ( )d x x y y= − + −

Em 3� , 1 2 2 1 2 1 2 1( , , )v P P x x y y z z= = − − −

� o cálculo da distância será dado por:

2 2 22 1 2 1 2 1( ) ( ) ( )d x x y y z z= − + − + −

Exemplo

E 40) Calcule a distância d entre os pontos: 1 (2, 1, 5)P = − − e 2 (4, 3,1)P = −

2 2 2(4 2) ( 3 1) (1 5) 44 2 11d = − + − + + + = =

4.5 Aritmética Vetorial

O seguinte teorema aborda as mais importantes propriedades de vetores nos espaços bi e

tridimensionais.

TEOREMA: Se u, v e w são vetores de um espaço bi ou tridimensional e k e l são escalares, então

valem as seguintes relações.

a. u + v = v + u

b. (u + v) + w = u + (v+w)

c. u + 0 = 0 + u

d. u + (-u) = 0

e. k(lu) = (kl)u

f. l(u+v) = lu + lv

g. (k + l)v = kv + lv

h. 1.u = u

Page 52: Microsoft%20Word%20-%20AlgebraLinear

Elementos para Álgebra Linear

52

Exercícios

01.) Encontre a norma de v

a. v = (4, -3)

b. v = (2,3)

c. v = (-5, 0)

d. v = (2,2,2)

e. v = (-7,2,-1)

f. v = (0,6,0)

02.) Encontre a distância entre 1P e 2P .

a. 1 2(3, 4), (5,7)P P

b. 1 2( 3,6), ( 1, 4)P P− − −

c. 1 2(7, 5,1), ( 7, 2, 1)P P− − − −

d. 1 2(3,3,3), (6,0,3)P P

03.) Sejam u = ( 2, -2, 3), v = (1, -3, 4) e w = (3,6,-4). Calcule o pedido:

a. u v+

b. u v+

c. 2 2u u− +

d. 3 5u v w− +

e. 1

.ww

f. 1

.ww

04.) Seja v = (−1, 2,5). Encontre todos os escalares k tais que 4kv =

05.) Sejam u = (7, −3, 1), v = (9,6,6), w = (2,1,−8), k = −2 e l = 5. verifique que estes vetores e

escalares satisfazem as seguintes identidades do teorema da aritmética vetorial.

a. Parte (b)

b. Parte (e)

c. Parte (f)

d. Parte (g)

06.) Mostre que se w é qualquer vetor não – nulo, então 1

.ww

é um vetor unitário

Obs.: Vetor unitário é todo vetor que possui norma igual a 1.

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Elementos para Álgebra Linear

53

Respostas

01.) a. 5, b. 13 , c. 5, d. 2 3 , e. 3 6 , f. 6

02.) a. 13 , b. 2 26 , c. 209 , d. 3 2

03.) a. 83 , b. 17 26+ , c. 4 17 , d. 466 , e. 3 6 4

, ,61 61 61

, f. 1

04.) 4 2 30

1530k = ± = ±

05.) e 06.) demonstração

4.6 Produto Escalar

Sejam u e v dois vetores não-nulos nos espaços bi e tridimensionais e suponha esses

vetores posicionados de tal modo que seus pontos iniciais coincidam. Esses vetores formam

um ângulo θ entre si tal que 0 θ π≤ ≤ .

DEFINIÇÃO: Se u e v são vetores em 2 3 ou� � e θ o ângulo entre eles, então o

produto escalar ou produto interno será definido por:

cos 0 0

0 0 0

u v se u e vu v

se u ou v

θ ≠ ≠⋅ =

= =

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Elementos para Álgebra Linear

54

Exemplo

E 41) Sejam os vetores u = (0,0,1) e w = (0,2,2) calcule o produto interno deles sendo

considerado 045 o ângulo entre eles.

( ) ( )2 2 2 2 2 2 00 0 1 0 2 2 .cos(45 )v w⋅ = + + + + 2u w∴ ⋅ =

4.7 Produto Escalar em Termos de Componentes

Sejam 1 2 3 1 2 3( , , ) e ( , , )u u u u v v v v= = dois vetores não-nulos e θ o ângulo entre eles.

Obs.: O produto escalar pode ser denotado como u v⋅ ou também pela forma ,u v< >

Pela lei dos co-senos temos que:

2 22 cos( )PQ u v u v θ= + −

e como PQ v u= −�

, podemos escrever

que:

2 2 21cos( ) ( )

2u v u v v uθ = + − −

Simplificando a expressão temos 2 2 21

( )2

u v u v v u⋅ = + − − e substituindo os valores

2 2 2 21 2 3u u u u= + + ,

2 2 2 21 2 3v v v v= + + e

2 2 2 21 1 2 2 3 3( ) ( ) ( )v u v u v u v u− = − + − + +

chegamos a:

1 1 2 2 3 3. . .u v u v u v u v⋅ = + +

de demonstração análoga para 2� temos o produto escalar dado por:

1 1 2 2. .u v u v u v⋅ = +

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Elementos para Álgebra Linear

55

Exemplos

E 42) Sejam u = (3,−1), v = (2,2) e w = (9,−3) calcule:

a. <u,v>

Resolução: 3.2 + -1.2 = 6 – 2 = 4

b. <(u+v),w>

Resolução < (5,1), (9,−3)> = 5.9 + 1.-3 = 45 + (−3) = 42

c. <v,w>

Resolução

2.9 + 2.(−3) = 18 + (−6) = 12

E 43) Considere u = (−1,2,3) e v = (2,2,2). Calcule o produto escalar entre eles.

Resolução:

<u,v> = −1.2 + 2.2 + 3.2 = −2 + 4 + 6 = 8

E 44) Sejam v = (a,b) e w = (p,q) calcule o produto interno entre eles.

Resolução:

<v,w> = a.p + b.q

4.8 Ângulo Entre Vetores

Considere dois vetores u e v em 2 3 ou� � ambos. Como podemos escrever o produto

interno deles como sendo cos( )u v u v θ⋅ = então podemos isolar o cos( )θ ficando com:

cos( )u v

u vθ

⋅=

Obs. Para encontrar o ângulo devemos usar a função arccos ( a função 1cos−de sua

calculadora científica)

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Elementos para Álgebra Linear

56

Exemplo

E 45) Considere os vetores u = (2, -1, 1) e v = (1, 1, 2). Determine o ângulo entre u e v.

2.1 ( 1).1 1.2 1cos( )

26. 6

u v

u vθ

⋅ + − += = = e portanto 01

arccos 602

=

TEOREMA: Sejam u e v vetores em 2 3 ou� � :

a) 2

v v v⋅ =

b) se os vetores são não–nulos e θ o ângulo entre eles, então

, 0

, 0

, 0

é agudo se e somente se u v

é obtuso se e somente se u v

é reto se e somente se u v

θ

θ

θ

⋅ >

⋅ <

⋅ =

Exemplo

E 46) Se u = (1,−2,3), v = (−3,4,2) e w = (3,6,3), Calcule:

a. <u,v>

Resolução: 1 ( 3) ( 2) 4 3 2 3 8 6 5⋅ − + − ⋅ + ⋅ = − − + = − então θ é obtuso

b. <v,w>

Resolução: 3 3 4 6 2 3 9 24 6 21− ⋅ + ⋅ + ⋅ = − + + = então θ é agudo

c. <u,w>

Resolução: 1 3 ( 2) 6 3 3 3 12 9 0⋅ + − ⋅ + ⋅ = − + = então u e w são perpendiculares.

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Elementos para Álgebra Linear

57

4.9 Vetores Ortogonais

São vetores, não – nulos, perpendiculares ente si, denotamos por u v⊥ . Sejam dois

vetores u e v ( 2 3 ou� � ) se 0u v⋅ = então dizemos que os vetores são perpendiculares.

TEOREMA: Sejam u, v e w vetores em 2 3 ou� � e l um escalar, então:

)

) ( )

) ( ) ( ) ( )

) 0 0 0 0

a u v v u

b u v w u v u w

c l u v lu v u lv

d v v se v e v v se v

⋅ = ⋅

⋅ + = ⋅ + ⋅

⋅ = ⋅ = ⋅

⋅ > ≠ ⋅ = =

Exemplo

E 47) Calcule o valor de k para que o produto escalar entre u = (k, 2) e v = (3,1) seja zero.

Resolução:

<u,v> = k.3 + 2.1 = 0 � 3k + 2 = 0 � 2

3k = −

E 48) Sabe-se que os vetores u = (1,-2,-1) e w = (k, -2k ,0) são ortogonais. Determine o valor

de k.

Resolução:

<u,w> = 1.k + (-2).(-2k) + (-1).0 = k + 4k + 0 = 0 � 5k = 0 � k = 0

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Elementos para Álgebra Linear

58

4.10 Projeção Ortogonal

Se u e a (vetores) são posicionados com seus iniciais coincidindo com um ponto Q,

podemos decompor o vetor u baixando uma perpendicular da ponta de u para a reta ao longo

de a e construímos o vetor 1w de Q ao pé desta perpendicular. Em seguida tomamos a

diferença 2 1w u w= − .

O vetor 1w é chamado projeção ortogonal de u

sobre a, é denotado por:

aproj u

TEOREMA: Se u e a são vetores em 2 3 ou� � e se 0a ≠ , então:

1 2 ( )a

u aw proj u a componente vetorial de u ao longo de a

a

⋅= = ⋅

2 2 ( )a

u aw u proj u u a componente vetorial de u ortogonal de a

a

⋅= − = − ⋅

Exemplo

E 49) Sejam u = (2, -1, 3) e a = (4, -1, 2). Encontre 1 2 e w w .

1 2 2 2 2

2.4 ( 1).( 1) 3.2 15(4, 1,2) (4, 1,2)

4 ( 1) 2 21a

u aw proj u a

a

⋅ + − − += = ⋅ = ⋅ − = ⋅ −

+ − +

1

20 5 10, ,

7 7 7w

∴ = −

2

20 5 10 6 2 11(2, 1,3) , , , ,

7 7 7 7 7 7w

= − − − = − −

2

6 2 11, ,

7 7 7w

∴ = − −

obs.: Fazendo o produto escalar entre esses vetores obtemos 1 2, 0w w< >= , pois 1 2w w⊥ .

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Elementos para Álgebra Linear

59

Exercícios

01.) Encontre < u, v >

a. u = (2,3), v = (5, −7)

b. u = (−6, −2), v = (4, 0)

c. u = (1, −5, 4), v = (3,3,3)

d. u = (−2, 2,3), v = (1,7,−4)

02.) Em cada parte do exercício 1 encontre o co-seno do ângulo θ de entre u e v.

03.) Determine se u e v fazem um ângulo agudo, obtuso ou são ortogonais.

a. u = (6,1,4), v = (2,0,−3)

b. u = (0,0,-1), v = (1,1,1)

c. u = (−6,0,4), v = (3,1,6)

d. u = (2,4,-8), v = (5,3,7)

04.) Encontre a projeção ortogonal de u em a.

a. u = (6,2), a = (3,− 9)

b. u = (−1,−2), a = (−2,3)

c. u = (3,1,−7), a = (1,0,5)

d. u = (1,0,0), a = (4,3,8)

05.) Em cada parte do exercício 4, encontre o componente vetorial u ortogonal a a ( 2w ).

06.) Sendo definido como | |

|| ||a

u aproj u

a

⋅= o comprimento da projeção ortogonal de u ao

longo de a. Calcule aproj u .

a. u = (1, -2), a = (-4,-3)

b. u = (5,6), a = (2,-1)

c. u = (3,0,4), a = (2,3,3)

d. u = (3,-2,6), a = (1,2,-7)

07.) Sejam u = (5,−2,1), v = (1,6,3) e k = -4. Verifique o Teorema da página 19 para estas

condições.

08.) (a) Mostre que v = (a,b) e w = (-b,a) são vetores ortogonais.

(b) Use o resultado da parte (a) para encontrar dois vetores ortogonais a (2, 3)v = −

09.) Sejam u = (3,4), v = (5,−1) e w = (7,1). Calcule as seguintes expressões.

a. <u, (7v + w)

b. ||<u,w>w||

c. ||u||.<v,w>

d. <(||u||v),w>

10.) Encontre cinco vetores não-nulos distintos que são ortogonais a u = (5,−2,3).

11.) Use vetores para encontrar os co-senos dos ângulos internos do triângulo de vértices

(0,−1), (1,−2) e (4,1).

12.) Mostre que A(3,0,2), B(4,3,0) e C(8,1,−1) são vértices de um triângulo retângulo. Em

qual vértice está o ângulo reto?

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Elementos para Álgebra Linear

60

13.) Sejam p = (2,k) e q = (3,5). Encontre k tal que:

a. p e q são paralelos

b. p e q são ortogonais

c. o ângulo entre p e q é de 3

π

d. o ângulo entre p e q é de 4

π

Respostas

01.) a. -11 b. -24 c. 0 d. 0

02.) a. 11

13 74− b.

3

10− c. 0 d. 0

03.) a. ortogonal b. Obtuso c. Agudo d. Obtuso

04.) a. (0,0) b. 8 12

,13 13

c. 16 80

,0,13 13

− −

d. 16 12 32

, ,89 89 89

05.) a. (6,2) b. 21 14

,13 13

− −

c. 55 11

,1,13 13

d. 73 12 32

, ,89 89 89

− −

06.) a. 2

5 b.

4 5

5 c.

18

22 d.

43

54

07.) Demonstração

08.) a. <v,w> = a.(-b) + b.a = 0 b. demonstração

09.) a. 102 b. 125 2 c. 170 d. 170

10.) Demonstração

11.) 1 2 3

10 3 10cos ,cos ,cos 0

10 10θ θ θ= = =

12.) Demonstração. O ângulo reto está em B.

13.) a. 10

3 b.

6

5− c.

60 34 3

33

− + d.

1

2

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Elementos para Álgebra Linear

61

4.11 Produto Vetorial

O produto vetorial é aplicado apenas por vetores em 3R e cujo o resultado é um vetor.

Definição: Se 1 2 3( , , )u u u u= e 1 2 3( , , )v v v v= são vetores em 3R , então o produto vetorial

u v× (ou então u v∧ ) é o vetor definido por:

2 3 1 3 1 2

2 3 1 3 1 2

, ,u u u u u u

u vv v v v v v

× = −

Exemplo

E 50) Encontre u v× sendo u = (1,2,-2) e v = (3,0,1)

2 2 1 2 1 2, ,

0 1 3 1 3 0u v

− − × = −

(2, 7, 6)u v∴ × = − −

Obs.: O produto escalar é um escalar e o produto vetorial é um vetor.

4.12 Relações Entre Os Produtos

Se u, v e w são vetores em 3R , então:

a. ( ) 0u u v⋅ × =

b. ( ) 0v u v⋅ × =

c. ( ) ( ) ( )u v w u w v u v w× × = ⋅ − ⋅

4.12.1 u v× é perpendicular a u e a v

Considere os vetores u = (1,2,-2) e v = (3,0,1), vimos que (2, 7, 6)u v× = − −

Então ( ) 1.2 2.( 7) ( 2).( 6) 0u u v⋅ × = + − + − − =

( ) 3.2 0.( 7) 1.( 6) 0v u v⋅ × = + − + − =

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Elementos para Álgebra Linear

62

4.13 Vetores Unitários Canônicos

Considere os vetores i = (1,0,0), j = (0,1,0) e k = (0,0,1) estes vetores têm, cada um,

comprimento 1 e estão sobre os eixos coordenados. Eles são chamados vetores unitários

canônicos do espaço tridimensional. Cada vetor 1 2 3( , , )u u u u= pode ser expressos em termos

de i, j e k.

1 2 3 1 2 3 1 2 3( , , ) (1,0,0) (0,1,0) (0,0,1)u u u u u u u u i u j u k= = + + = + +

Por exemplo, o vetor v = (3,−2,4) pode ser escrito como 3i – 2j + 4k.

4.14 Produto Vetorial em Formato de Determinante

O produto vetorial será representado simbolicamente por um determinante 3x3 na

forma:

1 2 3

1 2 3

i j k

u v u u u

v v v

× =

Exemplo

E 51) Se u = (1,2,-2) e v = (3,0,1), Calcule u v× .

Resolução: 1 2 2 2 7 6

3 0 1

i j k

u v i j k× = − = − −

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Elementos para Álgebra Linear

63

4.15 Área de um Paralelogramo

Se u e v são vetores em 3R , então || u v× || é igual a área do paralelogramo

determinado por u e v.

Exemplo

E 52) Calcule a área do paralelogramo formado pelos vetores u = (1,2,−2) e v = (3,0,1).

Resolução:

1 2 2 2 7 6

3 0 1

i j k

u v i j k× = − = − − ∴ ||u v× || = 2 2 22 ( 7) ( 6) 4 49 36 89+ − + − = + + =

4.16 Área de um Triângulo

Considere três pontos no plano tridimensional 1 2 3, P P e P como sendo

1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3( , , ), ( , , ) ( , , )P x y z P x y z e P x y z= = = e tomando 1 2PP�

e 1 3PP�

a área do triângulo

formada por esses vetores será dada por:

1 2 1 3

1

2A PP PP= ×

� �

Exemplo

E 53) Encontre a área do triângulo determinado pelos pontos 1 (2,2,0)P = , 2 ( 1,0, 2)P = − e

3 (0, 4,3)P = .

Resolução:

1 2 ( 3, 2,2)PP = − −�

e 1 3 ( 2, 2,3)PP = −�

. Segue que 1 2PP�

x 1 3PP�

= ( -10, 5, -10) e

|| 1 2PP�

x 1 3PP�

|| = 15 e, portanto, para o cálculo de sua área temos 1 2 1 3

1

2A P P P P= ×

� �

o que se chega a 1

15 ( . )2

A u a= ⋅

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Elementos para Álgebra Linear

64

4.17 Produto Misto

DEFINIÇÃO: Se u, v e w são vetores no espaço tridimensional então ( )u v w⋅ × é

chamado produto misto de u, v e w.

O produto misto de 1 2 3( , , )u u u u= , 1 2 3( , , )v v v v= e 1 2 3( , , )w w w w= pode ser

calculado através do determinante:

Exemplo

E 54) Calcule o produto misto ( )u v w⋅ × dos vetores u = 3i – 2j – 5k, v = i + 4j – 4k e w = 3j

+ 2k.

Resolução:

3 2 5

( ) 1 4 4 49

0 3 2

u v w

− −

⋅ × = − =

TEOREMA: Se os três vetores 1 2 3( , , )u u u u= , 1 2 3( , , )v v v v= e 1 2 3( , , )w w w w= têm o mesmo

ponto inicial, então eles ficam em um mesmo plano se, e somente se,

1 2 3

1 2 3

1 2 3

( )

u u u

u v w v v v

w w w

⋅ × =

1 2 3

1 2 3

1 2 3

( ) 0

u u u

u v w v v v

w w w

⋅ × = =

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Elementos para Álgebra Linear

65

Exercícios

01.) Sejam u = (3,2,−1), v = (0,2,−3) e w = (2,6,7). Calcule:

a. v w× b. ( )u v w× × c. ( )u v w× ×

d. ( ) ( )u v v w× × × e. ( 2 )u v w× − f. ( ) 2u v w× −

02.) Encontre um vetor que é ortogonal a ambos u e v.

a. u = (−6, 4, 2), v = (3, 1, 5)

b. u = (-2, 1, 5), v = (3, 0, -3)

03.) Encontre a área do paralelogramo determinado por u e v.

a. u = (1, −1, 2), v = (0,3,1)

b. u = (2,3,0), v = (−1,2,−2)

c. u = (3,-1,4), v = (6,−2,8)

04.) Encontre a área do triângulo de vértices P, Q e R.

a. (2,6, 1), (1,1,1), (4,6,2)P Q R−

b. (1, 1,2), (0,3, 4), (6,1,8)P Q R−

05.) Encontre o produto misto ( )u v w⋅ ×

a. ( 1, 2, 4), (3, 4, 2), ( 1, 2,5)u v w= − = − = −

b. (3, 1,6), (2,4,3), (5, 1, 2)u v w= − = = −

06.) Obtenha o volume do paralelepípedo de lados u, v e w.

a. (2, 6, 2), (0,4, 2), (2,2, 4)u v w= − = − = −

b. (3,1, 2), (4,5,1), (1,2,4)u v w= = =

Respostas

1. a. (32,-6,-4) b. (-14,-20,-82) c. (27,40,-42) d. (0, 176,-264) e. (-44,55,-22)

f. (-8,-3,-8)

2. a. (18,36,-18) b. (-3,9,-3)

3. a. 59 b. 101 c.0

4. a. 374

2 b. 285

5. a. −10 b. −110

6. a. 16 b. 45