Mídia e Política no Brasil: estudos e perspectivas · Hora entre 1960 e 1971 empreendida por...

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Mídia e Política no Brasil: estudos e perspectivas Antonio Albino Canelas Rubim e Fernando Antônio Azevedo * Índice 1 A Pré-História dos Estudos Sobre Mí- dia e Política no Brasil 1 2 O Impacto das Eleições Presidenciais 3 3 Panorama Atual: Lugares, Pesquisa- dores e Temáticas 6 4 Agenda de Pesquisa 8 5 Bibliografia 12 Os estudos de comunicação e política no Brasil têm história recente no Brasil. Este texto pretende, de modo não exaustivo, ras- trear seus itinerários, indicar suas tendências e, despretensiosamente, sugerir uma agenda de pesquisa para investigar este objeto de es- tudo que se constitui no lugar de convergên- cia entre a política e a comunicação. De imediato, pode-se evocar a situação político-econômica da país como um dos eixos determinantes da emergência recente destes estudos. A ditadura militar se possi- bilitou, através de uma política de comuni- cação específica, o desenvolvimento de uma * Antonio Albino Canelas Rubim é Professor de Comunicação da Universidade Federal da Bahia e Presidente da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – COMPÓS. Fer- nando Antônio Azevedo é Professor de Política de Universidade Federal de São Carlos. Esta comuni- cação foi apresentada no IV Congresso Latinoameri- cano de ciencias de la comunicación - 1998. lógica de indústria cultural e de uma ambi- ência comunicacional no país, simultanea- mente reprimiu as interações possíveis en- tre política e mídia, sejam aquelas já pre- sentes no período anterior aos Golpes de 64 e 68, sejam as novas modalidades de rela- cionamento possibilitadas pela acelerada ex- pansão das mídias, em especial a televisão. Este impedimento da política livremente se realizar na sociedade e em seus novos espaços (virtuais) de sociabilidade, engen- drados pelas mídias, determinou, por conse- guinte, que a eclosão significativa desta te- mática de estudos guardasse uma íntima co- nexão com a redemocratização do país e, em especial, com os embates eleitorais, que, neste novo contexto, se realizam em uma so- ciedade na qual a comunicação se tornou am- biente constitutivo da sociabilidade. 1 A Pré-História dos Estudos Sobre Mídia e Política no Brasil Os estudos de comunicação num formato contemporâneo surgem no país nos anos 70, mas semelhante afirmativa não deve ser feita em relação às análises de mídia e polí- tica. Nos anos 70, em particular no seu pe- ríodo inicial, estes estudos eram quase ine- xistentes. Dentre estas poucas exceções po- dem ser citados: a significativa contribui-

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Mídia e Política no Brasil: estudos e perspectivas

Antonio Albino Canelas Rubim e Fernando Antônio Azevedo∗

Índice

1 A Pré-História dos Estudos Sobre Mí-dia e Política no Brasil 1

2 O Impacto das Eleições Presidenciais33 Panorama Atual: Lugares, Pesquisa-

dores e Temáticas 64 Agenda de Pesquisa 85 Bibliografia 12

Os estudos de comunicação e política noBrasil têm história recente no Brasil. Estetexto pretende, de modo não exaustivo, ras-trear seus itinerários, indicar suas tendênciase, despretensiosamente, sugerir uma agendade pesquisa para investigar este objeto de es-tudo que se constitui no lugar de convergên-cia entre a política e a comunicação.

De imediato, pode-se evocar a situaçãopolítico-econômica da país como um doseixos determinantes da emergência recentedestes estudos. A ditadura militar se possi-bilitou, através de uma política de comuni-cação específica, o desenvolvimento de uma

∗Antonio Albino Canelas Rubim é Professor deComunicação da Universidade Federal da Bahia ePresidente da Associação Nacional dos Programas dePós-Graduação em Comunicação – COMPÓS. Fer-nando Antônio Azevedo é Professor de Política deUniversidade Federal de São Carlos. Esta comuni-cação foi apresentada no IV Congresso Latinoameri-cano de ciencias de la comunicación - 1998.

lógica de indústria cultural e de uma ambi-ência comunicacional no país, simultanea-mente reprimiu as interações possíveis en-tre política e mídia, sejam aquelas já pre-sentes no período anterior aos Golpes de 64e 68, sejam as novas modalidades de rela-cionamento possibilitadas pela acelerada ex-pansão das mídias, em especial a televisão.

Este impedimento da política livrementese realizar na sociedade e em seus novosespaços (virtuais) de sociabilidade, engen-drados pelas mídias, determinou, por conse-guinte, que a eclosão significativa desta te-mática de estudos guardasse uma íntima co-nexão com a redemocratização do país e,em especial, com os embates eleitorais, que,neste novo contexto, se realizam em uma so-ciedade na qual a comunicação se tornou am-biente constitutivo da sociabilidade.

1 A Pré-História dos EstudosSobre Mídia e Política noBrasil

Os estudos de comunicação num formatocontemporâneo surgem no país nos anos70, mas semelhante afirmativa não deve serfeita em relação às análises de mídia e polí-tica. Nos anos 70, em particular no seu pe-ríodo inicial, estes estudos eram quase ine-xistentes. Dentre estas poucas exceções po-dem ser citados: a significativa contribui-

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ção de Gabriel Cohn para a análise das co-nexões entre comunicação, teoria e ideolo-gia (COHN,1973), a investigação a partir deum modelo quantitativo, acerca da políticano noticiário do Jornal do Brasil e ÚltimaHora entre 1960 e 1971 empreendida por Lu-cila Scavone, Maria Belloni e Cléa Garbayo(SCAVONE,1975) e a análise de discurso re-alizada por Haquira Osakabe, voltada parapreocupações teóricas e para a análise em-pírica de discursos de Getúlio Vargas (OSA-KABE,1978).

A ampliação dos espaços democráticos nofinal da década de 70 e no início dos anos80 permitiu o surgimento de inúmeras inves-tigações nas fronteiras alargadas da temáticacomunicação e política. Duas vertentes deestudos então se esboçaram, sem que istosignificasse necessariamente afinidades teó-ricas. Antes conformavam espécies de sub-temáticas, articuladas pela preocupação do-minante de pensar as mídias como aparelhosde luta política e principalmente ideológica.Deste modo, a atenção voltava-se para a arti-culação entre comunicação e regimes autori-tários; classes dominantes e setores subalter-nos.

Livros como A censura política na im-prensa brasileira 1968-1978 de Paolo Mar-coni (MARCONI,1980); Comunicação demassa sem massa e Televisão e capitalismono Brasil (CAPARELLI,1980 e 1982, res-pectivamente); Estado Novo: ideologia epropaganda política (GARCIA,1982); Theimpact of the 1964 revolution on brazilian te-levision (MATTOS,1982); O discurso sufo-cado e Imprensa e capitalismo (MARCON-DES FILHO,1982 e 1984, respectivamente);além dos coletivos Comunicação e classessubalternas (MELO,1980) e Comunicação eideologia (NEOTTI,1980) podem ser alguns

dos exemplos lembrados para demonstrar aintensa politização dos estudos e de modosimultâneo a persistência da ausência de tra-balhos sobre novas modalidades de interaçãoentre mídia e política, as quais permaneciambloqueadas pelo autoritarismo estatal brasi-leiro.

Aliás, as controversas relações entre o pe-ríodo ditatorial e a comunicação permanececomo temática revisitada mesmo por traba-lhos desenvolvidos posteriormente. Dois de-les, uma tese de doutoramento e uma disser-tação de mestrado, podem ser citados: Mo-dos de olhar o discurso autoritário no Brasil(1968-1978): o noticiário de primeira páginana imprensa e a propaganda governamentalna televisão (MATOS,1989) e Ditadura & se-dução. Redes de comunicação e coerção noBrasil - 1969/1974 (WEBER, 1994).

Não por acaso, um balanço sobre a pes-quisa em comunicação no país, realizado emcongresso no começo dos anos 80 e trans-formado posteriormente em livro, além denão destacar comunicação e política comoárea específica, traz muito poucas indicaçõesde trabalhos produzidos ou em andamentoacerca da temática (MELO,1983).

A campanha pelas "Diretas, já"(1984) e ofim da ditadura (1985) certamente aparecemcomo primeiros momentos que põem emmovimento, ainda que sutilmente, a mutaçãosignificativa dos estudos brasileiros de mí-dia e política, sintonizando-os com as ques-tões características das sociedades ambienta-das pelas mídias.

Este ponto de mutação está expresso emalguns livros e artigos publicados no pe-ríodo. Dentre eles cabe destacar A máquinado narciso. Televisão,indivíduo e poder noBrasil, no qual Muniz Sodré reflete acercadas repercussões da mídia na contempora-

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neidade e, em particular, da televisão sobreo indivíduo, a sociedade e a política. Os im-pactos de uma sociedade de ambiência mi-diática, já conformada no país, sobre as con-figurações de uma política em transição co-meçam então a ser esboçadas.

Outros textos buscam também analisara nova situação. Um deles, o de GiselaSwetlana Ortriwano, sintomaticamente in-titulado "Televisão e abertura: ensaio ge-ral"(MARCONDES FILHO, 1985), tentapensar as novas modalidades de conexão emformação. Neste contexto também se ins-crevem os livros, publicados em 1985: Co-municação: teoria e política (MELO,1985-I) e Comunicação e transição democrática(MELO, 1985-II).

Com dificuldades, certamente oriundas doinusitado da situação, livros posteriormentebuscam tematizar esta nova situação da inte-ração entre política e mídia, agora livre dosentraves do período autoritário, e subsumi-das às lógicas oriundas da política em tran-sição, da indústria cultural e suas "gramáti-cas". Dentre estes livros podem ser reme-morados: Opinião pública e debates políti-cos e Pesquisas eleitorais no debate da im-prensa (THIOLLENT, 1986 e 1989, respec-tivamente); Virada eletrônica. O marketingpolítico na tv (VIANNEY,1987) e Política,o palco da simulação (BRUM,1988), alémdo artigo "Campanha política e meios de co-municação: a vitória de Jânio em São Paulo,1985"(SILVA,1986).

A trajetória da revista Comunicação & Po-lítica, fundada em março/maio de 1983, tam-bém pode ser acionada para elucidar estapassagem. Em seus primeiros cinco núme-ros a revista parece trabalhar a comunica-ção e a política como preocupações parale-las, que nunca se encontram de modo signi-

ficativo. Muitas vezes, esta possível aproxi-mação só acontece enquanto discussão daspolíticas (democráticas) de comunicação. Areversão deste caráter somatório começa aocorrer em torno dos meados da década de80. Para isto, contribui o artigo de Ro-berto Amaral Vieira e César Guimarães de-nominado "A televisão brasileira na transi-ção. Um caso de conversão rápida à nova or-dem"(VIEIRA,1986). Seguem-se a ele nestepercurso para as novas questões os artigospresentes no nono número da revista: "TheState, television and political power in Bra-zil"(LIMA,1989) e principalmente "Meiosde comunicação de massa e eleições (um ex-perimento brasileiro)", também de Amaral eGuimarães (VIEIRA,1989), que contemplao tema das eleições, tão importante para osposteriores estudos neste campo.

2 O Impacto das EleiçõesPresidenciais

Sem dúvida, a eleição presidencial de 1989,realizada depois de 29 anos sem eleições di-retas para presidente, aparece como aconte-cimento detonador de um boom imediato eposterior de reflexões sobre o enlace mídia epolítica. Pode-se afirmar que este aconteci-mento eleitoral, ao fazer emergir em toda suapotência estas novas conexões entre mídia epolítica, começa verdadeiramente a confor-mar um campo de estudos sobre comunica-ção e política no país, perpassado por olharessintonizados com esta nova circunstância desociabilidade acentuadamente midiatizada.

A rememoração de alguns textos quaseque escritos no calor da hora demonstra oimpacto da eleição de 1989 sobre a produçãoacadêmica. A revista Comunicação & Po-

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lítica, em duas edições publicadas em 1989e 1990, traz quatro artigos sobre a temática.No seu número nove aparece o texto "Comu-nicação, espaço público e eleições presiden-ciais", na qual a mídia, em especial as tele-novelas, já emergem como componentes im-portantes da construção do cenário político(RUBIM,1989). Na edição de número 11, arevista publica quatro artigos, que têm des-dobramentos posteriores desta área de estu-dos: "O presidente na televisão. A cons-trução do sujeito e do discurso político noguia eleitoral"(FAUSTO NETO,1990); "Te-levisão e política: hipótese sobre a eleiçãopresidencial de 1989"(LIMA, 1990); "Co-municação e política: enigma contemporâ-neo"(RUBIM,1990) e "Pedagogias de despo-litização e desqualificação da política brasi-leira"(WEBER,1990).

A lista das reflexões imediatas, sem umapreocupação exaustiva, pode ser acrescidados seguintes textos: "Indústria da comu-nicação: personagem principal das eleiçõesbrasileiras de 1989"(LINS DA SILVA,1990);Como ganhar uma eleição (FIGUEIREDO eFIGUEIREDO,1990); A cena persuasiva dapropaganda política (VALLE,1990) e "Po-lítica e cultura no Brasil contemporâneo:a experiência das eleições presidenciais de1989"(PEREIRA,1991).

Este impacto certamente não se circuns-creveu ao entorno temporal das eleições, maspermitiu posteriormente a emergência de no-vos estudos atentos ao tema da eleição (inau-guradora) de 1989. Dentre estes trabalhos,muitos deles dissertações e teses, podemser lembrados: The role of television ’free-time’ in Brazil: a study of the 1989 pre-sidential election in a comparative pesrpec-tive (SOUSA,1993); Eleições 89: a razão e asedução das elites (AGUIAR,1993); O cen-

tro do labirinto: um estudo sobre a competi-ção eleitoral na tv (CARVALHO,1994); Cul-tura política e imaginário. Eleição, culturapolítica e comunicação: a eleição presiden-cial de 1989 (GUIMARÃES,1995); Políticae televisão: o horário gratuito de propagandaeleitoral e A batalha da presidência: o horá-rio eleitoral na campanha de 1989 (ALBU-QUERQUE,1991 e 1996, respectivamente) eConstruindo o significado do voto: retóricada propaganda política pela televisão (SOA-RES,1996), além de inúmeros artigos em re-vistas e capítulos de livros dedicados a estatemática.

No interregno entre as eleições presiden-ciais de 1989 e 1994, o episódio do impe-achment do presidente Collor produziu umanova quantidade de estudos, imediatos e pos-teriores, que contribuíram para a continui-dade do delineamento desta área acadêmica.Novamente, sem preocupação de produziruma listagem exaustiva, podem ser recorda-dos os textos: "Museu nostálgico: guerri-lheiros udenistas"(BUCCI,1992); "Deveras,uma fabulação do real?"(CASTRO,1993);"O espetáculo da crise: os media eo processo de impeachment contra Col-lor"(ALBUQUERQUE,1993); "Política emtempos de media: impressões de cri-ses"(RUBIM,1993); "A cara pintada da po-lítica"(WEBER,1993); "Vozes do impeach-ment"(FAUSTO NETO,1994); O impeach-ment da televisão (FAUSTO NETO,1995)e Imprensa e poder: ligações perigosas(JOSÉ,1996).

A eleição de 1994, apesar dos limites im-postos pela legislação eleitoral no uso da mí-dia pelos partidos e candidatos (IMPRENSAOFICIAL,1993 e RUBIM,1994-I), como porexemplo a proibição da utilização de exter-nas e de truncagens, permitiu o desenvol-

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vimento de um novo conjunto de reflexões,consolidando a instalação do objeto e campode estudos mídia e política, em uma configu-ração mais recente, no universo acadêmicobrasileiro.

Elencar todo o conjunto de atos e falasacadêmicos acionados para esta consolida-ção certamente extrapola as fronteiras desterápido panorama que se tenta traçar. Semdúvida, inúmeros foram os trabalhos apre-sentados em encontros e os artigos publica-dos em diversas revistas, além das disserta-ções defendidas e dos livros publicados (AL-MEIDA,1996) sobre as conexões entre mídiae eleições de 1994. Dentro deste contexto,duas vertentes de estudos começam a se afir-mar. Uma delas enfatiza os estudos do dis-curso político-eleitoral e outra a questão doscenários político-eleitorais. Na bibliografiadeste artigo, busca-se indicar, mesmo que demodo incompleto, os textos localizados so-bre estas temáticas.

A emergência da temática da comunica-ção e política, sob o impacto das eleiçõespresidenciais, não só propiciou uma prolife-ração de estudos e publicações como estimu-lou a constituição de espaços de intercâmbioacadêmico acerca do assunto.

Talvez a primeira destas oportunidades dedebate específico tenha sido permitida peloI Simpósio Nacional de Pesquisa em Co-municação, realizado pelo Centro Brasileirode Estudos Latino-Americanos (CBELA),em novembro de 1990, na Escola de Ar-tes e Comunicações da Universidade de SãoPaulo. A revista Comunicação & Política,do CBELA, em sua conhecida edição intitu-lada "Comunicação e poder. Televisão e elei-ções presidenciais", quase que se constituiem uma publicação monográfica destes tex-

tos apresentados no grupo de trabalho "Co-municação e poder", então formado.

Um ano depois, em novembro de 1991, ogrupo de trabalho, agora também vinculadoa recém criada Associação Nacional de Pro-gramas de Pós-Graduação em Comunicação(COMPÓS), realiza uma reunião específicaem Salvador. Os 17 trabalhos apresentadosno evento foram reunidos em Anais e setedeles publicados em número especial e mo-nográfico (27) da revista Textos de Cultura eComunicação.

Em novembro de 1992, durante o primeiroencontro anual da COMPÓS, realizado naUFRJ, foi realizada a mesa-redonda "Comu-nicação e política na atualidade", sendo cri-ado durante a reunião o grupo de trabalhoem "Comunicação e política". O GT temsua reunião inaugural em agosto do ano se-guinte durante o segundo encontro anual daCOMPÓS, realizado na UFBA. Desde entãotornou-se um dos grupos de trabalho mais or-ganizados e ativos da Associação e um dospólos de aglutinação de estudiosos de comu-nicação e política no país. Em suas cincoreuniões de trabalho já foram apresentadospor volta de 60 "papers"produzidos por maisde 30 pesquisadores de inúmeras instituiçõesuniversitárias brasileiras. Os principais tex-tos apresentados tem sido selecionados e pu-blicados nos livros anuais editados pela en-tidade: Comunicação e cultura contemporâ-neas (1993); Brasil. Comunicação, culturae política (1994); A encenação dos sentidos.Mídia, cultura e política (1995); O indivíduoe as mídias (1996) e Mídia & Comunicação(1997).

Além deste encontro anual da COMPÓS ede seu GT especializado, os estudiosos da te-mática têm apresentado "papers"em diversoslugares acadêmicos, em especial em grupos

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de trabalho nas reuniões anuais da Associa-ção Nacional de Pesquisa e Pós-Graduaçãoem Ciências Sociais (ANPOCS) e realizadoalguns seminários voltados especialmente aeste tema.

Dentre eles podem ser destacados: o semi-nário Voto é marketing?, realizado em 1993na Escola de Comunicação da UFRJ, cujostextos e debates estão publicados em Votoé marketing? (AZEVEDO,1993); o I Semi-nário sobre Mídia e política, realizado peloGT "Mídia e política"do Mestrado de Ciên-cia Política da UNB em junho de 1994; oseminário Política, cultura e mídia: a expe-riência brasileira, promovido pelo Núcleo deEstudos e Pesquisas Sociais do Mestrado deSociologia da Universidade Federal do Ce-ará, em setembro de 1994 e ainda neste ani-mado ano, em dezembro, o I Encontro Naci-onal de Estudos sobre Comunicação e Polí-tica, com a temática central "Mídia e eleiçõesde 1994", promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Con-temporâneas da UFBA. Seus trabalhos forampublicados nas revistas Textos de Cultura eComunicação (número 33) e Comunicação& Política de abril/junho de 1995.

Neste ano de consolidação e de muitosacontecimentos na área de estudos de comu-nicação e política também foi realizado pelaFaculdade de Comunicação da UFBA o ci-clo de debates Mídia e política e o Curso deEspecialização em Comunicação e Política.

Para concluir esta retrospectiva de organi-zação e intercâmbio acadêmicos, certamenteincompleta, cabe lembrar que, em maio de1996, a PUC-SP, durante a VIII Semana deCiências Sociais, História, Geografia e Re-lações Internacionais, realizou um grupo detrabalho dedicado à temática Mídia e polí-tica.

Este conjunto de atividades e encontros,ao criar pólos de gravitação, conhecimentoe interlocução entre os pesquisadores bra-sileiros, vem permitindo que a área desen-volva uma mínima organização, imprescin-dível para sua afirmação como espaço aca-dêmico e interdisciplinar e para seu reconhe-cimento entre nós como campo relevante deestudos.

3 Panorama Atual: Lugares,Pesquisadores e Temáticas

A retrospectiva realizada até agora indica odescompasso de atenção, interesse e colabo-ração das disciplinas envolvidas na consti-tuição deste campo interdisciplinar no Bra-sil. Isto fica nítido quando se compara, porexemplo, a preocupação dos comunicólogos,apesar do caráter recente dos estudos de co-municação no país, e a pouca presença de in-vestigações e intervenções oriundas das Ci-ências Sociais e, em particular, na CiênciaPolítica, apesar da tradição e do desenvol-vimento acadêmico e institucional alcançadopor estas disciplinas no Brasil.

Para além deste dado significativo de com-posição desigual do campo interdisciplinar, opanorama apresentado aponta alguns lugaresinstitucionais, embrionários que sejam, deaglutinação e elaboração acadêmicas. Esteslugares, sem dúvida, devem funcionar comoabrigos e estímulos para a produção de estu-dos e pesquisas que estão sendo atualmentedesenvolvidos e que irão dar contornos maisconsistentes ao campo.

A Escola de Comunicação da UFRJ situa-se como um destes lugares. Apesar de umacerta diversidade de enfoques e orientaçõesteóricas, a Escola tem se caracterizado pela

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predominância de estudos que se organizamem torno do discurso político que perpassaa mídia. Nestes estudos, inscritos em pers-pectivas semiológicas, linguísticas e de aná-lise de discurso, destacam-se Antônio FaustoNeto, bem como o professor Milton JoséPinto, orientador de muitas das dissertaçõesdefendidas nesta área.

No contexto fluminense, o trabalho deAfonso de Albuquerque (UFF), centrado nacompreensão da relação entre política e te-levisão, principalmente a propaganda elei-toral, ocupa um peculiar espaço, pois suainscrição teórica distancia-se daquela predo-minante na UFRJ, trazendo ao debate umconjunto de estudiosos vinculados à tradiçãoanglo-saxônica e buscando uma interlocuçãomais íntima com autores oriundos das Ciên-cias Sociais e Política.

Aliás, os estudos dos discursos político-midiáticos, como um dos territórios mais sig-nificativos de análise das interações contem-porâneas entre comunicação e política, têmincidência em diversos outros lugares e pes-quisadores. Podem ser lembrados, entre ou-tros, os estudos de discurso realizadas por es-tudiosos como, por exemplo: Murilo Soares(UNESP), Celi Pinto (UFRGS), Tereza Hal-liday (UFRPE) e Elias Gonçalves (UFBA).

A linha de pesquisa "Mídia e política"doDoutorado e Mestrado do UFBA, entretanto,não se inscreve predominantemente nestehorizonte teórico-temático. A preocupaçãomajoritária no Programa contempla a refle-xão sobre as transformações em curso nasociabilidade contemporânea, compreendidacomo Idade Mídia, porque impregnada econfigurada por redes midiáticas, e suas res-sonâncias sobre o enlace entre comunicaçãoe política. Neste ambiente importa o desen-volvimento teórico e investigações empíri-

cas, envolvendo as interações atuais entre oscampos da política e das mídias, o problemados espaços público e virtual, a ética, as no-vas (e possíveis) configurações e impasses dapolítica, o funcionamento do jornalismo e dapropaganda e a questão da democracia. Den-tre outros localizam-se no programa os pes-quisadores Antonio Albino Canelas Rubim eWilson Gomes.

Preocupações assemelhadas, ainda quecom perspectivas teóricas não necessaria-mente aproximadas, com os padrões mi-diáticos da política estão presentes igual-mente nos textos de pesquisadoras como Ma-ria Helena Weber (UFRGS), Ceres Castroe Vera França (UFMG) e Rejane Vasconce-los (UFC). A Universidade Federal do Ce-ará, por sinal, em seu Programa de Douto-rado e Mestrado em Ciências Sociais tem re-alizado algumas incursões no campo da co-municação e política através de alguns tra-balhos de Irlys Barreira, Glória Diógenes eMárcia Vidal, baseados, por vezes, em estu-dos de discurso e voltados para a compreen-são de fenômenos da política cearense.

Também fora da área de comunicação, oNúcleo de Estudos sobre Mídia e Política daUNB tem se destacado no campo, concen-trando suas investigações nos relacionamen-tos entre mídia e comportamento eleitoral.Tais estudos têm a peculiaridade de sempreestarem orientadas pela hipótese do cená-rio de representação da política (CRP), for-mulada por Venício Lima e aplicada em es-tudos empíricos pelos componentes do Nú-cleo, dentre eles o pesquisador Mauro Porto.Ainda na UNB, o Mestrado de Sociologia re-centemente abrigou a dissertação Política emídia: uma trilha na compreensão socioló-gica de Daniella Rocha, que analisa a produ-

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ção na área e busca uma alternativa teóricadistinta das teses brasilienses do CRP.

Para completar este quadro institucionale temático-teórico, cabe assinalar no âmbitodas universidades brasileiras, o Laboratóriode Mídia e Política da IUPERJ, dirigido pelopesquisador Marcus Figueiredo, e o Cen-tro de Estudos de Opinião Pública da UNI-CAMP, o qual tem tangencialmente estudadoa questão dos enlaces entre mídia e políticano país, a partir do lugar comum intitulado"opinião pública".

4 Agenda de Pesquisa

Sem dúvida, o desenvolvimento recente, ointeresse tardio e a fraca interlocução en-tre cientistas sociais - em especial cientis-tas políticos - e comunicólogos, separadosem mundos acadêmicos distintos, se consti-tuem num dos principais fatores impeditivosà conformação de uma área temática inter-disciplinar - compartilhada basicamente porcomunicólogos e cientistas políticos, mastambém por sociólogos, antropólogos, lin-guístas, semiólogos, filósofos, etc. - capaz deviabilizar a convergência de abordagens ana-líticas distintas; permitir a aquisição e usocomum de linguagem, modelos e procedi-mentos metodológicos que demonstrem afi-nidades e, finalmente, propiciar o desenvol-vimento teórico acerca deste objeto comum.

Evidentemente a inexistência deste campode pesquisa interdisciplinar provocou prejuí-zos para a compreensão mais rigorosa das re-lações existentes entre política e mídia. Estasituação terminou por gerar uma produçãodispersa do ponto de vista institucional, te-mático e teórico-metodológico nas áreas dis-ciplinares afins, apesar dos pólos de agluti-nação ora em constituição.

A discussão de uma agenda de pesquisadeve permitir a criação de condições parareduzir descompassos, ampliar a interlocu-ção interdisciplinar e inaugurar um itinerá-rio mais consistente no sentido de conformarum campo comum de estudos. Nesta pers-pectiva dois horizontes de discussão tornam-se essenciais: o mapeamento da sua situaçãoteórica e a identificação da agenda temáticainscrita no campo.

Uma pauta de pesquisa comum aos co-municólogos e cientistas sociais e políticosdeve envolver uma avaliação prévia não sóda agenda temática hoje efetiva e em pers-pectiva, mas também do estado teórico e dosrecursos metodológicos atualmente mobili-zados. Com certeza esta não parece ser umatarefa fácil de realizar pois, se os temas quetêm freqüentado os estudos apresentam-secomo passíveis de identificação e mesmo declassificação, não se pode afirmar o mesmo,sem correr riscos de avaliação, em relação aorastreamento teórico e metodológico dos tra-balhos aqui considerados.

Tal dificuldade provém da insuficiência demodelos teóricos anteriormente existentes;da já mencionada dispersão da produção esua existência recente; do caráter inovadorde inúmeras questões em cena, que exigemo uso de novas teorias e dispositivos me-todológicos e da inexistência de um campocomum e interdisciplinar de pesquisa quepossibilite a troca e a contraposição teórico-metodológicas mais nítidas.

Contudo - e apenas como um ponto de par-tida para uma possível discussão mais apro-fundada sobre a questão - resume-se aquias vinculações teóricas mais evidentes e re-correntes que a produção considerada nestetexto adotou na trajetória que engloba o pe-ríodo pioneiro (anos 70 e 80) e o momento

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seguinte que se desdobra até hoje (final dosanos 80 e década de 90).

Entre os anos 70 e 80, como já foi anotadoem outra passagem deste texto, os temas re-tinham um território alargado, com alta per-meação da categoria ideologia, certamente,na época, noção chave demandada para des-nudar a presumida relação mídia e política.A noção de indústria cultural, muitas vezesmanuseada de modo negativo e algo distintodo universo de seus formuladores TheodorAdorno e Max Horkheimer, inscritos na Es-cola de Frankfurt; a teoria da hegemonia deAntonio Gramsci e a noção derivada e trans-mutada dos aparelhos ideológicos de Estado(AIE) passam a inspirar os estudos de comu-nicação e, em especial, aqueles localizadosno campo da mídia e política. Mesmo os es-tudos estruturalistas, em fortalecimento na-queles anos e com presença significativa nasáreas da semiologia e da linguística, privi-legiam esta impregnância da noção de ideo-logia nas reflexões acerca da comunicação.Na verdade, a recorrência a estas teses e teó-ricos guardam íntima conexão com a recep-ção positiva da Teoria Crítica e das obras deGramsci, desde o final dos anos 60, e com aascensão do marxismo como paradigma do-minante no ambiente universitário brasileiro.

O momento seguinte, inaugurado emtorno do final dos anos 80, exige abordagensteórico-metodológicas que ensejem a com-preensão da nova situação das relações en-tre mídia e política. Ele caracteriza-se pelanovidade da presença liberada da política noespaço virtual engendrado pelas mídias, in-clusive invadindo outros registros midiáti-cos, como os ficcionais, e pelo impacto dacomunicação midiática na competição elei-toral (eleições de 1989 e 1994) e no processopolítico (impeachment de Collor).

A marca deste segundo momentomanifesta-se em um complexo processode reconfiguração teórica e metodológica,ainda pouco definido quanto às suas direçõespredominantes. Mas a assimilação entrecomunicação e ideologia torna-se bastantenuançada pela introdução de uma diversi-dade de outros processos, perspectivas einteresses de investigação. Assim, algumasdas orientações teórico-metodológicasanteriores persistem, mas modificadas peloenfrentamento das novidades e pela novasaquisições teóricas.

Os estudos do discurso, por exemplo,sem abandonar obrigatoriamente as atitudessemiológico-estrutural, sofrem acentuada in-fluência dos procedimentos de leitura da cor-rente intitulada "análise de discurso", espe-cialmente de tradição francesa, e das teoriasda enunciação e da recepção. A produção daUFRJ em comunicação e política, por exem-plo, inscreve-se majoritariamente nesta pers-pectiva.

As teses gramscianas da hegemonia man-têm vigência em uma diversidade de estu-dos, por vezes de modo quase puro, por ve-zes mitigadas com formulações posteriores,como o cultural studies, cujos principais au-tores Raymond Williams e Stuart Hall rece-bem forte influência do próprio pensamentode Gramsci. O exemplo mais elaborado noBrasil da assimilação deste horizonte e datentativa de, a partir dele e de outras contri-buições afins, construir novos instrumentosde análise (como a hipótese do CRP) está lo-calizado no Núcleo de Estudos sobre Mídiae Política da UNB.

Além destas teorias e autores, inúmerosoutros estão presentes nos estudos de co-municação e política do período em refe-rência. Jürgen Habermas certamente apa-

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rece como o mais referido deles, em espe-cial por suas formulações sobre a "esfera pú-blica"e por suas teses sobre a "ação comu-nicativa". Tais noções atravessam inúmerosestudos de comunicação e política brasilei-ros, seja para serem rejeitados ou assimila-dos de modo crítico e consistente ou, por ve-zes ainda, de modo apressado, sem o devidoquestionamento requerido pelo contexto teó-rico de origem destas noções. Dentre os fran-ceses, além das presenças de Jean Baudril-lard e Paul Virilio, destaca-se Pierre Bour-dieu, mais pela influência de sua noção decampo social, base teórica para a entendi-mento do campo das mídias, que por suasteses acerca do "habitus"ou do "poder sim-bólico".

A presença de autores anglo-saxãos aindaaparece de forma tímida na literatura nacio-nal, com a exceção já assinalada dos traba-lhos de Afonso de Albuquerque; de mais al-guns outros autores e daqueles marcados pe-los cultural studies. No entanto, certa assimi-lação das teses da agenda-setting e newsma-king permeiam muitos dos estudos aqui ana-lisados sem alcançar, entretanto, um posiçãocentral como por vezes ocorre nos EstadosUnidos. Em zona de proximidade com as te-ses da agenda-setting, a reflexão de N. Luh-mann acerca da "tematização", filiada à tra-dição teórica européia, também não teve umarecepção compatível com a sua presença in-telectual internacional.

O isolamento entre os estudos acadêmi-cos e as pesquisas voltadas para o mercado(institutos de pesquisa, agências de marke-ting e propaganda, etc.), sem dúvida, tam-bém deve ser incluído como um dos fatoresque dificultam um desenvolvimento mais rá-pido deste campo de estudos, em especial,em algumas dimensões temáticas, como, por

exemplo, aquelas mais próximas do compor-tamento eleitoral ou das análises da "opiniãopública".

Quanto a identificação da agenda temá-tica, ela deve não só servir para caracteri-zar os estudos já existentes, mas, simultane-amente, iluminar os territórios temáticos queconformam o campo e as questões que de-mandam esforços de investigações específi-cas. Em uma aproximação certamente pre-liminar pode-se propor as seguintes dimen-sões: 1. comportamento eleitoral e mídias;2. discursos políticos midiatizados; 3. "es-tudos produtivos da mídia"4. ética, políticae mídia; 5. mídia e reconfiguração do es-paço público (formação da agenda, da opi-nião pública e do imaginário social, cenáriosde representação, etc); 6. sociabilidade con-temporânea, mídia e política e 7. políticaspúblicas de comunicações.

1. Apesar da crescente expansão dos es-tudos sobre mídia e comportamento eleito-ral tanto na área da Ciência Política quantona Comunicação, eles tendem, no primeirocaso, a subestimar o papel das mídias noprocesso eleitoral e, no segundo caso, asuperestimá-lo. Contudo, esta dimensão seconstitui numa das mais operativas linhas depesquisa desde as eleições presidenciais de1989 e certamente voltará a ganhar relevân-cia estratégica no próximo ano quando ocor-rerá mais uma eleição presidencial casadacom eleições estaduais e renovação do Con-gresso Nacional. Ela aglutina temas que ar-ticulam as mídias e vários aspectos do pro-cesso político, como a propaganda eleitoral,a formação da agenda das mídias e a agendapública, o impacto da imprensa e da televi-são na decisão do voto, etc.

Promissora do ponto de vista temático econtando com recursos metodológicos e ana-

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líticos desenvolvidos e estatisticamente so-fisticados, esta é uma linha de investigaçãonão só competitiva (em relação a captação definanciamentos individuais ou institucionais)como apresenta grandes chances de se con-solidar como uma das áreas acadêmicas maisdinâmicas. Diante da proximidade das elei-ções de 1998, talvez fosse interessante discu-tir inclusive a possibilidade efetiva de se arti-cular um projeto interinstitucional de alcancenacional que permitisse mapear a influênciada mídia na competição eleitoral e nas diver-sas regiões do país, a exemplo do que foifeito na célebre pesquisa eleitoral de 1974que praticamente inaugurou a moderna in-vestigação sobre partidos e eleições no Bra-sil.

2. Os estudos dos atos de fala políti-cos, também uma linha de crescente inci-dência de análises, em uma situação de mai-ores convergências do trabalho analítico ede intercâmbio de procedimentos de leitura- inclusive com áreas afins de competênciacomo a linguística, a semiologia, a semió-tica, a retórica, etc - certamente lapidaria seuinstrumental teórico-metodológico e encon-traria resultados mais elucidativos acerca dosdiscursos políticos midiáticos, de seus pro-cessos de produção de significados e símbo-los, de seus protocolos de enunciação e ne-gociação de sentidos, bem como de seus sis-temas discursivos.

3. Está agrupada nesta dimensão os vá-rios aspectos ligados à gênese, estruturação,funcionamento e a lógica operativa (o queincluiria investigações baseados na hipóteseda agenda setting e do newsmaking) das di-versas mídias, impressas, eletrônicas e digi-tais. Estudos sobre jornais e televisão, sobo aspecto da organização e produção editori-ais relacionados com a competição pela au-

diência e suas repercussões no campo polí-tico constitui um dos exemplo de questões aser desenvolvidas.

4. As reflexões acerca da ética, da co-municação e da política e das suas inter-faces encontram-se em situação contráriaas dimensões descritas nos dois primeirositens. Neste caso, o problema essencial a serenfrentado manifesta-se pela quase inexis-tência de esforços teórico-investigativos emuma questão, sem dúvida, inquietante para asociedade contemporânea, que assiste a umaintensa relativização dos valores e da mo-ral em lugares sociais estabelecidos e umademanda acelerada de axiologias para novasmodalidades de vivência sociais.

5. A emergência e mutações dos lugares emodalidades sociais de estruturação e funci-onamento da dimensão pública na sociedadeatual têm estimulado o surgimento de diver-sas formulações analíticas e teóricas. Nesteângulo específico os problemas mais mar-cantes têm sido a ausência de diálogo e tro-cas e de adequações necessárias a este inter-câmbio entre as contribuições teóricas pro-venientes das Ciência Política, da Comuni-cação e da Filosofia Política.

Dentro desta dimensão, pode-se enfatizara linha de estudo dirigida especificamentepara a análise da formação e desenvolvi-mento da "esfera pública"através da óticada "publicização", o que envolve, entre ou-tros perspectivas possíveis, a reconstituiçãoe compreensão da trajetória histórica da im-prensa e da televisão brasileira e a análiseda relação das mídias com os núcleos de po-der, dentro e fora do Estado, os partidos e osgrupos sociais, bem como o entendimento danova natureza da "esfera pública"numa soci-edade mediatizada.

6. Esta dimensão tem suas fronteiras alar-

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gadas pelos dispositivos próprios da soci-abilidade contemporânea, a qual (re)defineas hierarquias sociais e as relações de po-der instaladas e em funcionamento na so-ciedade. Trata-se aqui de buscar entenderquais as (re)configurações, tensões e impas-ses que caracterizam a realização dos cam-pos da política e da comunicação em umasociedade midiática. Esta linha de estudosrequer a compreensão das mutações expe-rimentadas pela comunicação, pela política,por seus componentes e suas conexões naatualidade.

7. Nesta linha, que já vem sendo desenvol-vida desde algum tempo na área de Comuni-cação, se encaixa os estudos relativos à polí-tica e a regulação governamental para o setordas comunicações (legislação, agências e ór-gãos institucionais, processos de concessãode canais, etc.) e a análise do seu impacto noplano político, ideológico e na configuraçãodo mercado nacional ou regional de comuni-cação. Exemplos de estudos que podem serdesenvolvidos dentro desta dimensão são osestudos de casos sobre os processos de to-mada de decisão sobre legislações específi-cas, o que envolve a reconstituição da arenadecisória e o jogo dos atores envolvidos noprocesso e a avaliação do impacto das deci-sões tomadas.

Em resumo, pode-se concluir este pe-queno e preliminar esboço do panorama deestudos de mídia e política no Brasil relem-brando traços fundamentais que demarcamsua configuração atual, mesmo sem esque-cer os avanços significativos acontecidos nosúltimos anos. Assim podem ser lembradosos seguintes aspectos: seu caráter recente;o descompasso de interesses de suas disci-plinas afins; o ainda pequeno repertório nu-mérico de trabalhos realizados; a ausência

de uma interlocução mais sistemática, apesardas iniciativas, entre estas áreas disciplinaresafins e igualmente entre o meio acadêmico eas entidades profissionais deste setor e, porfim, a reduzida elaboração teórica.

Para acelerar esta trajetória de desenvol-vimento e conformar de modo consistenteeste campo comum de estudos, será neces-sário adensar o número de projetos, investi-gações e análises; adotar desenhos de pes-quisa articulados a modelos teóricos e pro-cedimentos metodológicos mais orientadospara a especificidade do objeto de estudo; re-forçar o repertório teórico e metodológico daárea; ampliar as modalidades de intercâmbioentre os pesquisadores e fortalecer lugaresinstitucionais de ancoramento de grupos deestudiosos. A interlocução entre as colabo-rações acadêmico-intelectuais das diversasáreas disciplinares envolvidas, em especialos estudos de Comunicação e as Ciências So-ciais e Política, aparece como dado primor-dial para permitir a tessitura deste campo in-terdisciplinar de trabalho e pesquisa.

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