Mídias Globais - Luiz Leo - PUC-Rio

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Mídias Globais Mídia: Mídia: prática derivada de um fenômeno mais amplo, a comunicação. A comunicação contém a mídia. Prática que transcende muitas e muitas gerações; é exercício permanente e está aí desde sempre. Como objeto de estudo, porém, ela é muito recente; começou no século passado. No mundo contemporâneo é impossível não se comunicar. O que é comunicação? É colocar em comum; induz à ideia de comunhão. Universal (natureza); Humana; Interação. Tem comunicação entre as pedras, porque uma interfere na outra. Ela exerce um mecanismo. Ela faz isso pela natureza dela. Organização: todo o conjunto de partes ou elementos que de alguma maneira se influenciam reciprocamente. Informação: resultado das trocas entre os elementos que compõem a organização. Comunicação: quanto maior o nível da organização, mais complexo é o mecanismo de trocas e por consequência, mais sofisticado o fenômeno da comunicação. Comunicação está dentro da Informação que está dentro da Organização. O homem largou a sua carga instintiva por causa da razão. Nós agimos mais pela razão do que pelos sentimentos. O homem para ser alguém ele depende do outro. Homens não são ilhas; eles são espécie gregárias.

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Caderno usado para G1 de 2013.2 de Mídias Globais com Luiz Leo.

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Mídias Globais

Mídia:

Mídia: prática derivada de um fenômeno mais amplo, a comunicação. A comunicação contém a mídia.

Prática que transcende muitas e muitas gerações; é exercício permanente e está aí desde sempre. Como objeto de estudo, porém, ela é muito recente; começou no século passado. No mundo contemporâneo é impossível não se comunicar.

O que é comunicação? É colocar em comum; induz à ideia de comunhão. Universal (natureza); Humana; Interação.

Tem comunicação entre as pedras, porque uma interfere na outra. Ela exerce um mecanismo. Ela faz isso pela natureza dela.

Organização: todo o conjunto de partes ou elementos que de alguma maneira se influenciam reciprocamente.

Informação: resultado das trocas entre os elementos que compõem a organização.

Comunicação: quanto maior o nível da organização, mais complexo é o mecanismo de trocas e por consequência, mais sofisticado o fenômeno da comunicação.

Comunicação está dentro da Informação que está dentro da Organização.

O homem largou a sua carga instintiva por causa da razão. Nós agimos mais pela razão do que pelos sentimentos. O homem para ser alguém ele depende do outro. Homens não são ilhas; eles são espécie gregárias.

A comunicação é um serviço de interação. A comunicação não é um mero serviço de interferência. Ela quer vincular afetivamente um sujeito a outro. A comunicação é a chave que dá acesso a outra pessoa.

A comunicação é mais um canal para constituir-se de valores socialmente do que para informação.

19/08/2013AmbiçãoComunicação midiatizada

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23/08/2013

o poder da mídia com o capital é uma espécie de leviatã contemporâneo; é algo muito poderoso. Ela existe entre os fatores importantes; é uma parte importante, mas não é absoluta. A mídia é parte importante do sistema internacional.

O sistema internacional abriga uma quantidade plural de manifestações organizadas.

O sistema internacional é ambiente de múltiplas conexões, interferências, alinhamentos, etc, transformando o tempo inteiro. A mídia está em todo lugar desse sistema internacional. Esse ambiente também comporta outro tipo de interesse organizado, a economia. Outra organização é a política; por meio de manifestações ideológicas, etc. Eles afetam o outro e são afetados. Resumo: o sistema internacional é o conjunto de relações entre atores de um determinado meio. Na frase, meio é contexto; ambiente.

26/08/2013

debates dias 9, 13 e 16 de setembro.

Conteúdos já dados: a ideia de comunicação, a noção de mídia e o conceito de sistema internacional. Sistema internacional hoje é global; tem a sua heterogeneidade como característica, é portanto plural; tem multiplicidade de elementos/fatores que afetam o sistema internacional; desregular, é desregrado, sem regras definidas para orientar o comportamento desses sistemas a priori.

Três recortes históricos: visão micro, “a economia” (1970-xxi), visão média, “a política” (século xviii – pós 2a GM) e visão macro, “a técnica” (35.000aC – século xxi).

Nós somos ilhas, e o homem cria pontes para chegar de um lugar a outro.

30/08/2013

2. Histórico:a) Técnico;b) Político >> imperativo anglo saxões;c) Econômico.

02/09/2013

06/09/2013Faltei

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09/09/2013

globalização real é excludente, discriminatória.globalização simbólica; dos discursos, da retórica, que abarca, incorpora a globalização real, aquela do dia a dia. É essa que torna tangível a primeira.

A linguagem é mais produtora de significado que designativa.

O uso da mídia legitima uma prática global da experiência, da prática, da realidade.

Facebook é evidência da globalização. Você conecta e está em contato com alguém do outro lado do mundo. Você poder viajar pelo mundo, o que você já podia fazer antes, mas numa escala muito reduzida.

Modelo global com características regionais muito marcadas.

A globalização real é excludente, discriminatório.

O espaço que o mercado vai se apropriando vai tomar o espaço da política. A política perde espaço para o mercado.

O homem está se encaminhando para a barbárie.

As instituições são danosas aos interesses sociais das pessoas.

Capital aliado à mídia para fortalecer o mercado

Rio, 13/09/2013

A Era Planetária foi inaugurada no século 16. A conquista das Américas e a expansão das potências ocidentais da Europa sobre o mundo fazem parte dessa era. Época de predação, escravidão e colonização. Ao mesmo tempo que isso ocorreu, a civilização ocidental produziu os antídotos a essas barbáries. Precisou-se lutar contra o imperialismo ocidental para aplicar os valores ocidentais; as ideias emancipadoras.

A etapa atual da Era Planetária começa com a globalização em 1990. O duplo processo de dominação/emancipação dá ao processo novas características. Agora, opera-se uma tecnoeconômica e favorece uma mundialização vulnerável, de caráter humanista e democrática. Trata-se do estágio último da planetarização e emergência de uma infraestrutura da sociedade-mundo.

A infraestrutura de uma sociedade-mundo, no entanto, é falha. Uma sociedade traz consigo território, economia, civilização, cultura e, por isso, não podemos generalizá-la e transformá-la numa sociedade civil mundial. O traço comum de civilização e cultura ao planeta, originado pela mundialização da nação, segrega mais o mundo e impede a sociedade-mundo. Enfim, o planeta tem na bagagem sistemas diversos,

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mas, ao mesmo tempo, não tem estruturas essenciais para o convívio. Apesar de haver a infraestrutura da sociedade-mundo, falta ainda a capacidade de instaurá-la.

Com o Atentado ao WTC, em setembro de 2001, houve o sentimento de uma ameaça planetária. A investigação de uma rede clandestina político-religiosa espalhada pelo mundo despertou a necessidade de uma polícia e de uma força de segurança. Depois do ataque, os EUA assumiram a invasão com o argumento de combate ao terrorismo. Como consequência, a ONU se fortaleceu com mais equipes treinadas e os EUA adotaram um governança imperial de intervenção mundial. Isso, de certa forma, prejudica o planeta, pois há opressão a povos, além de camuflar ações do Estado, uma máquina cada vez mais forte e poderosa.

Frente ao desenvolvimento, o modelo ocidental era considerado superior exatamente por não ignorar sentimentos e considerar até aquilo que não está na produtividade monetária. O desenvolvimento tecnoeconômico traz os altos índices de crescimento e renda, interesses em lucro, mas suprime valores, como a arte, a vida e as sabedorias milenares. Esse modelo não identifica os problemas globais, mas leva a um desenvolvimento desacerbado considerado positivo, apesar de também estar relacionado à destruição de culturas e maior desigualdade.

Portanto, a ONU deveria valorizar o ideal cultural, a solidariedade, a tolerância, a aceitação da diversidade, do diferente, etc. O processo desenvolvimentista ao extremo leva à perda de valores daquela civilização com a busca desenfreada pela industrialização, pelo capitalismo. O papel a ser desempenhado deveria focar na assistência à população de forma que os valores fossem conservados a fim de beneficiar e qualificar a vida humana com ética e democracia. Cada pessoa com sua função, cada pessoa com sua crença, cada pessoa com sua visão de mundo, cada pessoa com sua consciência.

Rio, 16/09/2013

Pierre Levy

A mídia é instrumento de transformação social. Ele fala da mídia na mídia. Ele responde no universo dele. Pediram uma entrevista a ele, e ele respondeu pelo Twitter, em 140 caracteres. Se é para falar da mídia nas manifestações, eu vou falar no Twitter porque eu quero todo mundo ali para ver. Ali é aberto. Qualquer um pode abrir e ver. Compara-se Levy com Marshall McLuhan. Ambos são entusiastas da tecnologia.

Luan Santana, Psy, Michel Teló. Na dimensão da rede, isso é muito maior. Você tem muito do mesmo, e esse mesmo ser muito efêmero. Muitas vezes é a aparência, a forma, e a essência, o conteúdo continuam igual.

Qual é a conexão desse texto com a globalização? 1/3 da população mundial usa internet.

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Rio, 20/09/2013Marxista, ele acredita no fim das instituições

Tentar entender o contexto global no qual a mídia se insere. Pensar na globalização como processo de internacionalização de mercado, de relação, de políticas. Há série de variáveis que cercam esse fenômeno. O processo chamado globalização está em curso, é transitório, e nesse sentido as discussões não trazem respostas, mas levantam questionamentos, apontam dúvidas. O fenômeno está constantemente em transição. A globalização é marcada pela contradição. A globalização não é ponto de chegada, fim da linha. Não dá para discutir um negócio quando ele está em discussão, mas a gente tenta. Temos que dar um jeito de tentar entendê-la. No cenário de contradições, os autores tentam extrair impressões do fenômeno. Tentam apontar para mais de um caminho. Não me sentiria confortável em ter que escolher um deles; parecem caminhos possíveis. Menos certezas e mais tentativas de formação de impressões. Primeira reflexão diz respeito ao autor Muniz Sodré. Ele constrói impressão sobre o fenômeno muito rígida, dura. Leitura realista ao extremo da coisa. Dá pouca margem para idealismo, projeções nessa reflexão. Ele vê a globalização com duplo viés. A globalização se manifesta como real para as pessoas. A globalização é realista, mas pouco global. Ela é mais regional (há 13 servidores, por exemplo. Dez deles estão concentrados no mesmo país). Autor parte do principio que essa malha tecnológica está mais

É mais excludente, discriminatória do que o contrário disso. Outra acepção, a via ideológica, midiática, ??? 11m é produto da técnica e do capital. A mídia a serviço do capital 11m30

O discurso é para todos. A experiência prática é para alguns. É através da via do discurso que a prática se sustenta. O problema é que o discurso não dá garantias que esse processo vai se consumar. O processo é cruel, porque ele mais oculta do que revela. No fim é uma prática discriminatória. Fala da mídia como aparelho ideológico da globalização prática. Qual é a valoração, o desdobramento que o autor imagem para uma globalização mais retórica do que prática; tem mais aparência do que essência? A sua própria autodestruição, porque ele promete mais do que entrega. Ele só é garantidor de uma prática para alguns. A lógica desse consumo é a de ter, ter, então quando nos despertamos e não podemos ter, caímos na revolta. O discurso globalista nos encaminha para a nossa própria barbárie. Ter tudo. Na medida em que não podemos ter, nós nos tornamos inimigos de nós mesmos. Somos o que temos. A razão de sermos é ter. Ter tudo, qualquer coisa, ter até o que não precisamos ter. Nós nos apequenamos, nos tornamos figuras descartáveis. Pessoas e coisas só existem à medida que têm valor comercial. Se você não externaliza aquilo que você tem, você não é. É a mercantilização do sujeito. O discurso é perverso porque não nos permite despertar. Você vai em busca de um sonho inalcançável.

20m30s Para o Edgar Morin, autor do segundo texto, é que ela tem saída. A globalização é tão perversa. Ela tem problemas, mas também tem solução e pode dar certo. Ele parte de uma forma de raciocínio diferente, inversa. Ele inverte os polos. A globalização é para todos. Não discrimina ninguém. Ela integra todos.

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Todos estão aprisionados no chamado sociedade-mundo. O planeta inteiro. Não há fronteira separando ninguém. A sociedade-mundo, produto dessa engenharia técno-financeira, tem um dos problemas mais graves. A essa sociedade-mundo corresponde um cidadão planetário que não se sente parte do todo. Todos desfrutamos, mas em níveis diferentes. Ninguém está fora do jogo. A essa sociedade-mundo corresponde um cidadão que não se sente parte desse todo. Ele se sente parte da parte. “Eu sou cidadão do mundo, mas sou brasileiro”. Ele tem uma raiz particular. Todos estão alcançáveis pelo mercado, apesar de em diferentes níveis. Discordando do primeiro autor, ele acha que não espírito global, não são seduzidas pelo apelo de um mundo global, não quer saber de tecnologia, de consumo. A simbologia, os exemplos que ele usa é que a gente te uma infraestrutura global, mas nós não somos capazes de fazer funcionar. A sociedade mundo que não sabe fazer funcionar a sociedade mundo que ela instaurou. Exemplo do hardware, software. Temos corpo, mas não temos alma. Não temos cidadão que se sinta parte desse corpo. Existe experiência prática. As pessoas experimentam de forma diferente, mas não há discurso que a faça se mobilizar para esse processo (sociedade mundo). Tem saída para a sociedade mundo, para a globalização: fazer esse cara se sentir parte da sociedade mundo. A solução é constituição de um modelo de gestão de natureza antropolítica/civilizatória/humanista, que não sirva necessariamente a infraestrutura, mercado, empresas, mas sim a pessoas. Mais voltada para o interesse de indivíduos do que de instituições. A ONG Médicos Sem Fronteiras, por exemplo, faz isso. O médico abre mão do tempo dele para servir ao próximo. Isso faz com que o cidadão mundo se sinta parte da sociedade mundo.

A política que rege o mundo hoje tem mais características ocidentais. Àquelas sociedades que não se veem representadas, a sociedade mundo não faz qualquer sentido. Por isso, não faz sentido ter uma política ocidental, mas sim uma política voltada para as pessoas. Temos um modelo político voltado para alguns.

Precisa acontecer um eletrochoque, um meteoro, algo externo para despertar uma via interior, algo na pessoa. Pode até ter uma mudança externa sutil, mas que nos leve para essa mudança.

Caminho de acontecimentos naturais que despertem a via interior. Termos menos e nos contentarmos com menos. Talvez com a crise do mercado, a gente perceba a possibilidade de viver com menos.

O homem muda por uma via interna. Para isso acontecer é necessário que algo externo ocorra. Um choque, um corte, uma crise. Será que são justos esses excessos? Será que não tem lugar para viver de uma forma mais plural, mais conciliatória?

O Morin fala, ao fim do texto, que possa ser necessário que a gente passa pela barbárie para encontrar o caminho. Talvez tenhamos de chegar a um lugar sem saída para sair degenerado disso.

Marxista, Morin quer que a gente supere as instituições.

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39m20sO último texto, de Pierre Levy, aposta todas as suas fichas em negar a possibilidade da barbárie.

A saída da globalização é muito mais acessível do que a gente pode imaginar. Pela via da tecnologia, a gente vai se sentir parte do todo. A tecnologia é uma via de acesso a saberes múltiplos, plurais que te capacitam enfrentar desafios, inclusive da globalização. A velha mídia não é capaz de condicionar a nossa forma de ver o mundo. As mídias de novas gerações nos libertam condicionamentos e criam defesas contra eles. A tecnologia e o produto da tecnologia é transparente, inclusivo e universal. Produzi narrativa, discurso cada vez mais verdadeira. Nos aproximamos da verdade quanto mais gente está falando. Wikipedia, por exemplo. Ele se melhora à medida que as pessoas não sabendo usar. Universal porque todos os temas, tudo nos faz representar. A tecnologia é um ambiente universal de possibilidades. Todo tipo de demanda é legítimo. Esse uso reiterado da tecnologia produz saber comum e passamos a ter experiência no terreno da 49m50s. Ágora virtual.Esse ambiente da tecnologia, ambiente de debate, discussões permanente é chamado de ágora virtual. Todo tempo tomamos decisões importantes. No ambiente virtual somos donos dos nossos destinos. Podemos votar eletronicamente. Podemos nos manifestar numa rede social. Deliberamos permanentemente, o que ele chama de cultura de diálogo. Possibilidade de deliberar sobre tudo, o tempo inteiro, sem depende de alguém. No ambiente virtual, você pode eleger o político e cobrar, e não só votar. Ágora virtual a figuração de representação passa a ser ...

A ideia de representação se torna menos necessária.

Os usuários desse ambiente

O ativismo, que fora do mundo virtual é condenado, se torna importante o tempo inteiro. Esse processo se dá pelo uso reiterado da tecnologia. Uma hora você aprende a usar e usar com interesses coletivos. A globalização tem saída e se chama tecnologia. A tecnologia nos livra das nossas insignificâncias, pequenez, etc.

O mercado acaba constrangendo a expansão da tecnologia. A internet é livre hoje, mas não há garantia que ele continue assim amanhã.

Os interesses comerciais entram no jogo também. Direitos autorais. Pornografia dá audiência e continua na rede. Na Alemanha, o processo de cerceamento está adiantado, por exemplo.

Rio, 23/09/2013

A gente viu três conceitos aqui: comunicação, mídia e sistema internacional. Em Comunicação prece mídia, porque mídia é um ferramenta que resulta de uma

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prática. A prática é a comunicação. Mas o fenômeno Comunicação é mais abrangente. A mídia faz parte da Comunicação e não o contrário. O estudo da Comunicação comporta várias teorias. Comunicação, num primeiro plano, consiste num fenômeno de alcance universal; é um fenômeno presente da natureza. Essa prática consiste na tentativa de interferência sobre o outro. É um exercício de afetações, de influências. O exemplo mais elementar é o exemplo de uma pedra. A pedra em algum nível exerce algo parecido com isso aqui que a gente está fazendo. Se pensarmos nas moléculas que compõem a pedra, elas agem uma sobre as outras. É um mero desdobramento da lei física mantendo uns agindo sobre os outros. No nível universal é possível dizer que os elementos da natureza interferem uns sobre os outros. No nível humano, significa dar um passo além. É aquela que tem uma finalidade, resultado da racionalidade. A comunicação do homem compreende um fenômeno de sociabilidade. A gente faz comunicação em razão do outro com objetivo de alcançá-lo. Comunicação é um esforço permanente, racional de internacionalmente relacionar vínculos com o outro. Interação! Manter-se relacionado a outros indivíduos, indivíduos escolhidos. A gente lança mão de recursos – mão, olhar, etc - para vincular. Nessa busca, nessa tentativa de construção com o outro, o homem faz comunicação por meio de externalidades estéticas; técnicas externas ao seu organismo físico. O homem incorpora outros recursos; promove extensões do seu organismo físico para interagir com o outro. Uso de tecnologias com esse propósito. Uso de ferramentas externas para criar relações com pares. Lançamos mão de artifícios. As técnicas podem até ser da natureza (como o tambor, cujo sentido foi mudado), mas normalmente temos afastamento dessas técnicas do que é natural. As mídias sociais não existem na natureza. Comunicação midiatizada! A vertente midiática é, portanto, colocar os meios a serviço de uma causa social. Nesse sentido, a gente precisa entender se a comunicação do homem tem uma vertente tecnológica.

A primeira concepção de mídia corresponde à ideia de mídia. Mídia é algo que se coloca entre duas partes. Tudo que se coloca como fonte de acesso ao outro. Meio como tecnologias externas ao nosso organismo físico. Meio que amplia possiblidades de relações. Mídia diz respeito aquilo que se coloca entre duas partes, qualquer seja complexidade do objeto. A comunicação que o homem fazendo é influenciada por essas técnicas. Estamos cada vez mais cercados por externalidades, por meio. É possível fazer comunicação sem o uso dessas tecnologias? Sim, há esforço das pessoas em criar relações antes dessas tecnologias. Há tipificação das formas de comunicação.

De pessoa a pessoa, interpessoal, sem recursos tecnológicos. Isso continua sendo comunicação. Para isso acontecer é preciso que o outro aceite. A mídia é o uso da técnica, normalmente, para potencializar o resultado. A gente faz isso, mas não todo o tempo. Por mais que tecnologias sejam importantes, não podemos perder de vista que há conjunto de pessoas que alguma razão não se valem de meio no seu dia a dia – e continua sendo comunicação. Na medida em que a mídia é muito utilizada, precisa-se entender o funcionamento dela. Os meios produzem e distribuem informação a fim de suprir a necessidade de interação das pessoas com outro. Show do Justin Bieber, por exemplo, supre a sua vontade de ver o cara lá de perto. Os meios cumprem essas funções principalmente, mas para

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entender plenamente o papel dos meios, é preciso ir além desses meios. É preciso ir além dos meios que a constituem. É preciso entendê-la na sua complexidade. A teoria dos complexos midiáticos correspondem o seguinte: na base há o complexo distribuidor, que são os meios. Na base dessa estrutura midiática cumprindo a função de produzir e distribuir há os meios.

Os meios fazem a vitrinização dos eventos sociais.

Aquilo que ele tem de mais relevante é a vitrine, o espaço de vitrinização dos meios. 32min – 36min confuso E IMPORTANTE!!!!

Cada vez menos meios reproduzem os seus próprios repertórios. O complexo fomentador está cada vez mais presente e vem de terceiros (produtoras, agências, assessorias). Na base da pirâmide, há o complexo corporativo que injeta recursos (em troca de espaço de visibilidade, por exemplo) e incorpora financeiramente a mídia. Mídia não é somente meios.

Sistema internacional consiste num ambiente relacional. O sistema internacional é o contexto, o cenário no qual a mídia se insere. No que consiste a ideia de sistema internacional? Ambiente onde se dão as relações. A mídia parte dessas relações, mas ela não é o absoluto dessas relações. Relações processadas por determinados personagens, agentes, atores (como Estados, organizações, empresas) que afetam a natureza dessas relações. 50min

Orientados por determinados recursos (ideológicos, tecnológicos, econômicos),

O sistema internacional é afetado pela mídia e pelo seus subprodutos. A mídia é parte do sistema internacional; ela afeta o sistema internacional, mas ela também é afetada.

Sistema relacional é o ambiente onde se dão essas relações. O sistema é global (globalização é uma característica do sistema internacional), heterogêneo (plural; poucas convergem no mesmo lugar) e sem regras (pessoas se apropriam de direitos autorais, é como se a regra não existisse, como se não tivesse efeito, não tem garantia que será respeitada, a natureza das relações é desregrada, é caótica). Às vezes relações são mais harmônicas, mas não há garantia que elas continuem assim.

Os atores usam os fatores para afetar o sistema internacional.

Quando os comércios, etc, eram mais regionais ocorria o sistema internacional sem ser global. A Europa, por exemplo, era importante, mas o restante não era importante. Só depois com a expansão da Europa para o mundo, o sistema internacional ganha a característica global. Não faz sentido pensar no sistema internacional antes da expansão das fronteiras.

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2 – Recorte histórico

Perspectiva da técnica: forma de a gente se comunicar, até por feito da mudança da mídia, resulta em marcos tecnológicos. Conjunto de técnicas surgem à medida que a gente se desenvolve. Evoluir para outras tecnologias. Escrita, alfabeto, prensa de tipos, imprensa escrita, etc. Forma de tecnologia que afetam a nossa comunicação. Vai ficando mais complexo. O que é mais natural é você saber esses marcos. Em segundo plano, você precisa ter raciocínio lógico de que a TV sucede o rádio e não o contrário. É preciso encadeamento lógico dos marcos históricos. Estão dispensados de decorar nomes, lugares, datas. Quer saber marcos e mais ou menos a cronologia.

Perspectiva econômica: uso de natureza política. Século 18/20 imperativo anglo-saxão. Sociedades anglo-saxões. A centralidade informativa. A capacidade de produzir e distribuir informação. Pensar que a partir do século 18 se constrói hegemonia no uso dos meios. Os atores são os países anglo-saxões. No século 20 há a NOII, tentativa de Estado de contrapor esse cenário de concentração informativa. Nova ordem de ... Estado periféricos atingidos pelo fluxo dos Estados de contrapor um modelo. Modelo de distribuição pelo unilateral. É resposta a modelo hegemônico da mídia. NOII não deu certo, não obteve resultado pretendido. Straubhaar e Mattelart falam da NOII. Há descentralização da informação, mas noutra via, noutra conjuntura, que nada têm a ver com a NOII.

Perspectiva econômica: afirmação dos meios a serviço do capital. Transformação dos meios em plataforma de negócios. Meios se convertem de forma natural e espontânea em canais de comercio. Os mesmos meios que surgem para servir de ponte para as pessoas passam a serviço a seus próprios interesses. A partir dos anos 80, com cenário neoliberal, consagra-se a premissa que os meios são empresas privadas voltadas para o lucro e sem compromissos sociais. É natural que ela queira lucro. Nesse novo contexto vale o princípio dos livres fluxos. Os meios são livres para falar o que bem entenderem ainda que aquilo que falem seja mais conveniente a seus interesses do que à sociedade que deveriam servir. Prática midiática comercial preocupada com retorno econômico do que com função social. De livre esses fluxos têm muito pouco.

3 questoes para quem participou dos debates3 ou 4 sao discursivas

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