Midias globais texto

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“O capital da mídia na lógica da globalização”, de Denis Moraes Concentração horizontal: modelo de concentração que envolve agentes econômicos distintos e competidores entre si, que ofertam o mesmo produto ou serviço em um determinado mercado relevante. Concentração (ou integração) vertical: modelo de concentração que envolve agentes econômicos distintos, que ofertam produtos ou serviços distintos e que fazem parte da mesma cadeia produtiva. Conglomeração: envolve agentes econômicos distintos, que ofertam produtos ou serviços distintos que podem ou não ser complementares entre si, mas que, certamente, não fazem parte da mesma cadeia produtiva a onda de incorporações Outra grande fusão do período, ocorrida em setembro de 1999, é aquela em que uniu Viacom (contraladora da cadeia MTV e dos estúdios Paramount Pictures) e CBS numa operação de U$ 37 bilhões / Vale no BR Grande parte dessas outras atividades beneficiam-se do braço midiático das suas operações, pois tem espaço garantido para divulgar seus produtos, serviços e ideias! a opinião pública passa a ser “orientada” por um pequeno número de corporações privadas, cujo poder de abrangência é cada vez mais global (em paralelo à diminuição do número de operadores) o papel regulador do Estado é substituído por uma nova modalidade de controle, mais eficiente, baseada nos critérios privados e comerciais de liberdade de influência (perda de diversidade informativa) Hearst Corporation; Tribune Company Midas da mídia, Murdoch expandiu seu império pelos quatro cantos do planeta. Sua empresa, a News Corporation , se tornou um dos mais importantes grupos de comunicação do mundo, com redes de televisão, canais a cabo, serviços de

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“O capital da mídia na lógica da globalização”, de Denis MoraesConcentração horizontal: modelo de concentração que envolve agentes econômicos distintos e competidores entre si, que ofertam o mesmo produto ou serviço em um determinado mercado relevante. 

Concentração (ou integração) vertical: modelo de concentração que envolve agentes econômicos distintos, que ofertam produtos ou serviços distintos e que fazem parte da mesma cadeia produtiva. 

Conglomeração: envolve agentes econômicos distintos, que ofertam produtos ou serviços distintos que podem ou não ser complementares entre si, mas que, certamente, não fazem parte da mesma cadeia produtiva

a onda de incorporações

Outra grande fusão do período, ocorrida em setembro de 1999, é aquela em que uniu Viacom (contraladora da cadeia MTV e dos estúdios Paramount Pictures) e CBS numa operação de U$ 37 bilhões / Vale no BR

Grande parte dessas outras atividades beneficiam-se do braço midiático das suas operações, pois tem espaço garantido para divulgar seus produtos, serviços e ideias!

• a opinião pública passa a ser “orientada” por um pequeno número de corporações privadas, cujo poder de abrangência é cada vez mais global (em paralelo à diminuição do número de operadores)

• o papel regulador do Estado é substituído por uma nova modalidade de controle, mais eficiente, baseada nos critérios privados e comerciais de liberdade de influência (perda de diversidade informativa)

 Hearst Corporation; Tribune Company Midas da mídia, Murdoch expandiu seu império pelos quatro cantos do planeta. Sua empresa, a News Corporation, se tornou um dos mais importantes grupos de comunicação do mundo, com redes de televisão, canais a cabo, serviços de satélites, estúdios de cinema, jornais, revistas, editoras e gravadoras, serviços de telefonia e informática, cujos tentáculos se estendem pelos cinco continentes Fundado e liderado por Murdoch, a News Corp. é um dos mega grupos planetários, reunindo os estúdios de cinema e canais de TV com a marca Fox, jornais tradicionais como “The Wall Street Journal”, “New York Post”, “The Times” e “The Sun”, o sistema de TV por assinatura via satélite BSkyB, entre outros negócios

Padrões de concentração europeu (Itália)Mediaset – De propriedade do ex primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, o grupo Mediaset possui três redes de TV aberta na Itália e uma na Espanha, canais por assinatura, agências de publicidade, serviços de informação, gravadoras, produtoras de cinema, dentre outras atividades. A Mediaset faz parte do Gruppo

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Fininvest que também é dono do grupo editorial Mondadori, do tradicional Teatro Manzoni e do clube de futebol Milan

Sony Corporation; Fuji Media Holdings; CCTV - China Central Television ou Chinese Central Television, é a maior estação de televisão nacional da China. Pertencente e controlada pelo Ministério de Rádio, Televisão e Filme da China, tornou-se um ativo produtor e exportador de conteúdo audio-visual da Ásia. Vem estabelecendo acordos operacionais com grupos de mídias internacionais, como forma de ampliar sua atuação no cenário global –o mais recente (2007) com o Grupo Cisneros, venezuelano

Gazprom Media; Middle East Broadcasting Center (MBC); Al Jazeera 

Grupo Televisa (México) – Maior grupo de comunicação em espanhol do mundo, Televisa é líder em praticamente todos os setores em que atua. Dirige 5 redes de TV, dezenas de rádio, três times de futebol da primeira divisão, o maior estádio do país (o Estádio Azteca), bingos, loterias, companhia aérea, gravadora, produtora de filmes e muitos outros negócios

Grupo Salinas – Nascido no varejo através da rede de lojas Elektra (a Casas Bahia do México), esse conglomerado expandiu-se para TV com a aquisição, no início dos anos 1990, dos canais de TV do governo mexicano e transformando-os na TV Azteca. Hoje, possui banco (Banco Azteca) e seguradora, time de futebol (Monarcas Morelia), além da rede de TV latina Azteca América, presente (em TV aberta) em diversas praças importantes.

“Comunicações no Brasil: novos e velhos atores”, de Venício de LimaUm dos fatores decisivos na análise da realidade comunicativa do Brasil é o reduzido número de players efetivamente importantes para o setor. Apesar de serem em pequeno número, tais operadores conservam para si mais de 2/3 do faturamento de toda a indústria, possibilitando aos demais operadores (de menor escala) uma parcela desproporcional das receitas

“Mídia global, neoliberalismo e imperialismo”, de R. Mcchesney

A questão mais fundamental da “economia do livro” está na imensa diversidade de oferta de títulos, em meio à dispersão do público leitor virtualmente interessado em leitura+ 2 milhões de títulos NOVOS são lançados anualmente no mundo+ 500 títulos disponíveis para cada milhão de habitantesO descompasso entre a larga produção (além de um bem relativamente acessível, pode ser produzido em baixa escalada) e a incapacidade de absorção pelo público não é o único problema:• mercado de nichos com graves entraves na logística de distribuição • dificuldade de formação de público leitor (questões culturais,

econômicas, políticas)• influência das novas tecnologias concorrentes (esvaziamento do hábito

leitura)• desafio da sustentabilidade (produto ecologicamente complexo)

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Perspectivas do setorHá boas possibilidades para o livro impresso no mundo, que ainda conserva um significativo potencial de crescimento. O futuro dos livros ainda está reservado ao papel, embora as plataformas eletrônicas (e-books) estejam cada vez mais presentesEm grande parte, sua importância ainda reside na:

• Tradição (como forma de transmissão de saber)• Níveis educacionais em elevação• Mercado de nichos, que “relativiza” a concentração (diversidade de

agentes)• Compradores institucionais, garantindo a produção• Combate à pirataria e valorização do direito autoral

Circulação de jornais pelo mundoA indústria dos jornais é um dos negócios mais importantes da mídia planetária. Tanto na sua manifestação impressa quanto multimídia movimenta mais de U$ 200 bilhões em vendas, alcancando pelo menos 3 bilhões de pessoas (ou 72% dos adultos letrados dispostos pelo mundo), dos quais, 2,5 bilhões lêem jornais impressos e 600 milhões edições digitais

Conjuntura do jornalConsiderando a forte presença do jornal no cotidiano das sociedades contemporâneas, seus principais desafios estão relacionados à transformação de hábitos das pessoas, em um contexto tecnológico novo (mais integrado e interativo)

Neste cenário, apesar de relevante social e acessível economicamente, enfrenta forte concorrência:• com a dificuldade de formação de novos públicos e fuga de antigos

leitores• pela influência das novas tecnologias concorrentes (esvaziamento do

hábito leitura)• pelo desafio da sustentabilidade (produto ecologicamente complexo)

A redução das tiragensApesar do tamanho da indústria dos jornais, a queda na circulação é um dado que desafia gestores da área, após um breve período de recuperação. O setor vem encolhendo nos principais centros, com queda mais acentuada nos EUA e Europa

Quem lê jornal sabe mais... será ?O consumo de jornais é mais difundido nos países desenvolvidos, porém, vem registrando maior nível de crescimento justamente nos centros menos desenvolvidos, como algumas regiões da Ásia e da América Latina

Os maiores do mundo

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No contexto dos maiores períodos planetários, o Japão destaca-se como o país que reúne a menor quantidade de publicações, porém, com as maiores tiragens do mundo

Principais jornais brasileirosO mercado de jornais brasileiros é marcado pela forte concorrência. Novos títulos surgem com alguma frequência, sobretudo relacionados à ascensão das classes econômicas menos favorecidas

• Revistas de interesse geral: focadas em notícias mais genéricas• Revistas segmentadas por público:  dirigidas a públicos determinados• Revistas segmentadas por interesses:  dirigidas a assuntos específicos

A circulação mundial de revistasA indústria das revistas representa um significativo negócio para a mídia, movimentando um volume de receitas da ordem de U$ 100 bilhões anuais. Os Estados Unidos são o principal mercado do mundo, junto com a Europa (30% do share) e a venda de edições digitais já representa 15% da fatia do setorEntretanto, os efeitos da tecnologia digital afetam cada vez mais o negócio, implicando redução de receitas e, consequentemente, diminuição de exemplares em circulação, com exceção de mercados em desenvolvimento (como Brasil e China), onde crescem as tiragens, em termos absolutos

Revistas no Brasil: em mercado em mutaçãoNos mercados mais desenvolvidos, a indústria de revistas vem sendo obrigada a promover uma rápida mudança de plataforma em função das transformações dos hábitos de consumo do leitorNa via inversa a esta tendência, mercados de consumo mais periféricos, como Brasil, ampliam sua participação no mercado, com lançamento de novos títulos, a despeito da queda de tiragens e faturamento

Revistas no Brasil – Contrastes do setorO quadro mais contrastante do segmento de revistas no Brasil é o aumento de títulos lançados por ano, face a queda das tiragens

Jornais e periódicos: a crise no setorA crise dos jornais impressos (e revistas), que começou nos Estados Unidos, instalou-se na Europa e vem chegando ao Brasil, continua causando grandes preocupações e incertezas sobre o futuro dos veículos impressos em todo o mundoImportância• Credibilidade• Formação de pensamento crítico

Desafios• Perdas maciças das receitas de publicidade • Concorrência com novas mídias (paradigma digital)• Mudanças nos hábitos de leitura• Custo elevado (e paradigma ambiental)• Distribuição física (nos países periféricos)

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Rádio: o meio mais universalpapel social importante, alcançando comunidades remotas e marginalizadas, com eficiência, amplitude e confiabilidade na transmissão de conteúdos. A internet e o celular estão ajudando a ampliar a disponibilidade de programas de rádio e aumentar o potencial do meio

Atributos de sucessoA característica mais importante do rádio é que não há barreiras geográficas e/ou de nacionalidade que interfiram na transmissão eficaz de sua mensagem. Seu alcance é ilimitado. Potencialmente, o meio radiofônico ultrapassa também fronteiras econômicas, políticas e culturais, instalando-se na rotina de um número maior de pessoas do que aquelas atraídas por outros meios de comunicaçãoEm grande parte, o rádio encontra sua força na:• Oralidade (sensorialidade)• Individualidade/intimidade• Baixo custo• Mídia de “fundo”• Simplicidade técnica• Imediatismo• Segmentação

O rádio e a mídiaEmbora decisivo na vida de uma parcela considerável da população (sobretudo a mais desfavorecida economicamente, privada de outros meios de informação), o rádio enfrenta grave crise na concorrência com as novas mídiasImportância• Veículo tradicional • Público cativo• Força como instrumento social• Ampla presença (audiência integral ao longo do dia)• Largo alcance (cobertura AM/FM e facilidade de segmentação)

Desafios• Concorrência com novas mídias (como mídia de apoio mais perde do que

ganha)• Crise econômica (diminuição sensível de receitas nas últimas décadas)• Transição para formato digital (Podcast, rádio digital, por satélite, pelo

celular)

Mercado fonográficoImportância• Geração de empregos• Difusão de valores culturais

Desafios• Pirataria• Custos elevados• Majors x Indies

Áudio-Visual

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As audiências estão cada vez mais usando uma ampla variedade de mídias (smartphone, tablet, video-on-demand) para usufruir da experiência cinematográfica

Uma indústria global ?A produção de filmes para salas de projeção apropriadas para tal fim é o primeira manifestação orquestrada, no sentido da formação de uma indústria, no mundo das imagens. Aparece no contexto do florescimento dos mass media, iniciado com a imprensa e posteriormente com a rádio. O setor é fortemente marcado pela presença (e influência cultural) norte-americana, desde seus primórdiosCom base nesta influência, a maioria dos filmes produzidos hoje são orientados para o consumo do mercado de massa, em particular, o mercado jovem. Blockbusters, muitos baseados em histórias em quadrinhos e em sequências, são suportados pelo poderoso marketing de massa global e formam um gargalo nacional para as produções não-Hollywoodianos, com poucas e circunstânciais exceções

Fator ÍndiaA perda de espectadores tem sido particularmente mais sensível na Índia, em função das mudanças das condições sócio-econômicas da população local (e suas novas possibilidades). Entretanto, nos outros BRICs e em parte da Europa, há crescimento de audiência...Importância• Meio de expressão cultural e representação social • Forte pólo econômico e de geração de empregos• Área de importância estratégica (para Estados)

Desafios• Crescente elitização dos acessos• Novas opções de consumo (perda de público)• Pirataria x migração digital

Televisão (aberta)O crescimento da TV, como meio presente na rotina das populações tem mantido-se de ano para ano (ainda que o hábito de assistir TV venha declinando, sobretudo, nas sociedades mais avançadas tecnologicamente)

Aparelhos de TV por regiãoAs audiências de TV estão fortemente concentradas na Ásia (principalmente na China) e o crescimento tem forte relação com a transição para a TV digital e ao aumento do acesso às TVs por assinatura. Entre 600 a 700 milhões de lares com TVs estão situados na região da Ásia/Pacífico (60% deles na China).

Principais networks em operação no sistema broadcasting As principais emissoras do planeta (combinando audiência com movimentação de receitas e alcance geográfico) são as norte americanas. Na Europa, ganham destaque os sistemas públicos de TV. E na América Latina, Ásia e Oceania, prevalecem operadores de âmbito regional

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Descompasso das receitas com publicidade A TV vem enfrentando oscilações na capacidade de geração de receitas com publicidade, a principal fonte de arrecadação dos sistemas abertos (os principais motivos são a crise econômica, mas também a diminuição de audiência, em função da concorrência com outras mídias)

A TV aberta (TV terrestre) tem enfrentado forte concorrência das TVs pagas. Além disso, está passando por um delicado momento de transição técnica para o formato digital.

TV fechada: desafios• Expansão da TV digital (melhora da qualidade de programação dos

sistemas abertos)• Crescimento da Web TV digital (concorrência com as novas mídias)

O desafio da convergênciaO maior desafio para a TV por assinatura (assim como da aberta) é sobreviver a transição para a experiência da TV nas plataformas de rede interativa.As condições para esta migração (TV-Internet) já estão colocados:• os consumidores estão confortáveis com o consumo visual on-line;• as soluções técnicas que dão aos usuários acesso a conteúdo da internet

em seus televisores já estão sendo incorporadas (conexão a rede);• o acesso à internet aberta é cada vez mais possível a partir de telefones

celulares;• o conteúdo premium está largamente disponível na web;• a qualidade de vídeo on-line de serviços está melhorando;• novos players de indústrias relacionadas com a TV alinham suas

estratégias.

TelevisãoA televisão é um dos mais importantes meios de difusão de informações e entretenimento para grande parte da população do planeta. Mas, ao mesmo tempo, convive com enormes desafios para o futuro

Importância• Caráter democrático (informação e entretenimento)• Amplitude da penetração

Desafios• Declínio – perda de audiência

(grades de programação repetitivas e sem qualidade)• Convergência digital –novos rumos ?

Importância• Meio de expressão cultural e representação social • Forte pólo econômico e de geração de empregos• Área de importância estratégica (para Estados)

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Desafios• Crescente elitização dos acessos• Novas opções de consumo (perda de público)• Pirataria x migração digital

TelevisãoImportância• Caráter democrático (informação e entretenimento)• Amplitude da penetração

Desafios• Declínio – perda de audiência

(grades de programação repetitivas e sem qualidade)• Convergência digital –novos rumos ?