MIGRAÇÃO DA ARTE

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3 Migração da arte ue me perdoem as outras artes, às quais dedico grande admira- ção, mas, para mim, a gastronomia sempre foi a primeira e a mais importante manifestação cultural de um povo. Não é preciso muito esforço para compreender sua vital im- portância (sem trocadilhos) na história do mundo e no desen- volvimento de suas diversas civilizações. Em Poços de Caldas, numa conversa com um grande profissional, estu- dioso e apaixonado pelas cozinhas, escutei a seguinte frase: “Minas está pa- ra o Brasil assim como a França está para o mundo”. E lá, em Paris, segundo Brillat-Savarin (Fisiologia do gosto), a gastronomia é classificada entre as mais nobres artes já desenvolvidas pelo gênio humano. E não é que pessoas de todos os cantos, das principais culturas gastronô- micas do mundo, migraram para cá, para as serras do Sul de Minas? Come- çaram pelas Vertentes, por São João del-Rei e Tiradentes, desceram a Manti- queira, passando por São Vicente de Minas e região, São Lourenço, Caxam- bu, Maria da Fé etc., chegando até o Triângulo, sem deixar para trás Poços de Caldas, Andradas e região. Eles foram deixando nas cozinhas marcas pro- fundas das tradições e dos costumes portugueses, alemães, italianos, dina- marqueses, sírio-libaneses etc. Nas últimas viagens, redescobrimos antigas tradições européias já assi- miladas e devidamente “amineiradas” pelos artistas, pela paixão e pelos cos- tumes herdados de nossa alma generosa. Manteigas, cremes, queijos finos, azeite extravirgem, vinhos, produtos de qualidade indiscutível, associados ao melhor café do mundo, cachaças, licores e quitandas excepcionais já de- senham uma nova rota da gastronomia internacional. Por tudo isso, faço uma pequena retificação na verdade momentânea que ouvi do senhor Walter, e afirmo que a gastronomia de Minas e do Brasil estarão em breve para o mundo assim como a da França e a da Itália estive- ram até hoje. O tempo é o senhor da razão, mas não deixe de conferir e refletir! Boa viagem! Eduardo Avelar Chefe de cozinha Q Q

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Que me perdoem as outras artes, às quais dedico grande admiração, mas, para mim, a gastronomia sempre foi a primeira e a mais importante manifestação cultural de um povo.

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Migração da arte

ue me perdoem as outras artes, às quais dedico grande admira-ção, mas, para mim, a gastronomia sempre foi a primeira e amais importante manifestação cultural de um povo.

Não é preciso muito esforço para compreender sua vital im-portância (sem trocadilhos) na história do mundo e no desen-

volvimento de suas diversas civilizações. Em Poços de Caldas, numa conversa com um grande profissional, estu-

dioso e apaixonado pelas cozinhas, escutei a seguinte frase: “Minas está pa-ra o Brasil assim como a França está para o mundo”. E lá, em Paris, segundoBrillat-Savarin (Fisiologia do gosto), a gastronomia é classificada entre asmais nobres artes já desenvolvidas pelo gênio humano.

E não é que pessoas de todos os cantos, das principais culturas gastronô-micas do mundo, migraram para cá, para as serras do Sul de Minas? Come-çaram pelas Vertentes, por São João del-Rei e Tiradentes, desceram a Manti-queira, passando por São Vicente de Minas e região, São Lourenço, Caxam-bu, Maria da Fé etc., chegando até o Triângulo, sem deixar para trás Poçosde Caldas, Andradas e região. Eles foram deixando nas cozinhas marcas pro-fundas das tradições e dos costumes portugueses, alemães, italianos, dina-marqueses, sírio-libaneses etc.

Nas últimas viagens, redescobrimos antigas tradições européias já assi-miladas e devidamente “amineiradas” pelos artistas, pela paixão e pelos cos-tumes herdados de nossa alma generosa. Manteigas, cremes, queijos finos,azeite extravirgem, vinhos, produtos de qualidade indiscutível, associadosao melhor café do mundo, cachaças, licores e quitandas excepcionais já de-senham uma nova rota da gastronomia internacional.

Por tudo isso, faço uma pequena retificação na verdade momentâneaque ouvi do senhor Walter, e afirmo que a gastronomia de Minas e do Brasilestarão em breve para o mundo assim como a da França e a da Itália estive-ram até hoje.

O tempo é o senhor da razão, mas não deixe de conferir e refletir!Boa viagem!

EEdduuaarrddoo AAvveellaarrChefe de cozinha

QQ

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PARA ADOÇAR PENSAMENTOS

s riquezas gastronômicas, culturais e na-turais das cidades do Sul de Minas são ta-manhas que o Sabores de Minas conti-nua com a prazerosa tarefa de explorá-las. O recomeço é na região de Poços de

Caldas e a primeira parada é exatamente na famosa ci-dade das águas, a 460 quilômetros de BH. A anfitriã éAna Lourdes Ferreira de Souza, que oferece uma recei-ta capaz de adoçar até mesmo os pensamentos, tama-nha gostosura. O doce de leite com macadâmia é paraser apreciado sem cerimônias, mas com certo respeito,pois essa amêndoa, de origem australiana, é considera-da a mais nobre das nozes, como conta dona Lourdes.O produto é a principal fonte de renda da família, quetrabalha sem descanso no processo de tirar a rígidacasca da macadâmia, separar as melhores nozes e fri-tar. “Vendemos crua ou frita e, quando há encomenda,fazemos o doce”, conta. As seis pessoas que compõema equipe formam uma verdadeira linha de produção noquintal da casa. Um time que, por dia, chega a preparar170 quilos do produto para venda. O principal mercadoé São Paulo, para onde o marido de dona Lourdes seguefrequentemente. Do fogão, ela mostra que fazer o docenão é tarefa fácil, mas, ao mesmo tempo, a presença dafamília faz com que seja um saboroso ofício. Constata-ção confirmada logo na primeira mordida.

AALourdes usa doses certas de simplicidade e requinte

Embutidos

Os produtos

Frigoban, da

cidade de

Bandeira do

Sul, são

sinônimo de

sabor e

qualidade,

aprovados e

recomendados

por quem

experimenta.

Lombo,

salaminho,

calabresa e

outras peças

defumadas

podem ser

encontrados no

Mercado

Municipal de

Poços de Caldas

e no comércio

da região.

Contato:

(35) 3742-1295.

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Doce de leite com macadâmia

INGREDIENTES

● 12 litros de leite● 3,5 kg de açúcar cristal● 1 pitada de fermento em pó● 1 pitada de sal● 1 kg de macadâmia sem casca e moída (a noz pode ser

encontrada em mercados municipais)

COMO FAZER

Em um tacho, levar ao fogo alto o leite, o açúcar, o sal e o fermento empó. Mexer por duas horas, ou até a mistura engrossar. Pôr a macadâmiae mexer bem, até o doce começar a desgrudar do fundo da panela. Des-pejar em uma forma e, quando estiver morno, cortar em quadrados dotamanho desejado.

Receita fornecida por Ana Lourdes Ferreira de Souza, de Poços de Caldas: (35) 3714-1832

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SUCESSO INDISCUTÍVEL

o chegar a Caldas, a 465 quilômetros dacapital, não tenha dúvida sobre quaisquitutes típicos experimentar. Doces ebiscoitos caseiros há aos montes e, emmeio à variedade de sabores e aromas,deixe a culpa em casa e se preocupe ape-

nas em fazer agrados ao paladar. A quitandeira Rita deCássia Silva é uma das muitas “culpadas”por essas ten-tações e faz um dos biscoitos de polvilho mais famososde que se tem notícia. As iguarias por ela preparadaspodem ser experimentadas no Mercado Municipal deCaldas, acompanhadas, como não poderia deixar deser, de um cafezinho passado na hora. Outra agradáveloportunidade de provar os quitutes é na Festa do Bis-coito de Caldas, realizada anualmente nas duas últimassemanas de julho, na vila de Pocinhos do Rio Verde.“Durante a festa, assamos os biscoitos na hora em seisfornos a lenha. Participamos com mais três famílias,desde a primeira edição”, conta Rita. O evento, este anona sua 20ª edição, recebe grande número de visitantesinteressados na boa comida e nas fontes naturais deágua quente. Para dar um toque de sabor ao biscoito depolvilho, tornando-o mais tentador, Rita os recheia compernil ou frango. A invenção só rendeu elogios e, é cla-ro, boas mordidas.

AACriatividade recheia a famosa receita de Rita de Cássia

Cobertura

O mel de figo é

feito a partir de

calda de açúcar

e figos frescos.

Acompanha

muito bem

sorvetes,

pudins e outras

sobremesas,

além de ser

usado também

para adoçar o

leite. É

produzido na

cidade de Santa

Rita de Caldas,

pela empresa

Gigante, que

tem anos de

tradição no

mercado.

Contato:

(35) 3734-1206.

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77

Biscoito de Caldas

INGREDIENTES

● 1 copo (americano) de farinha de milho em flocos● 1 kg de polvilho azedo● 1 copo (americano) de água● 1 copo (americano) de leite● 1 copo (americano) de óleo● 1 ovo● 1 colher (sopa) de sal

COMO FAZER

Pôr a farinha de milho em uma vasilha, com água suficiente para cobrir.Deixar descansar por cinco minutos, antes de acrescentar o polvilho. So-var. Levar ao fogo a água com o leite e o óleo, até ferver. Despejar sobrea farinha com polvilho. Pôr o ovo e o sal e amassar até dar ponto de en-rolar. Se ficar muito duro, acrescentar um pouco mais de água. Untar asmãos com óleo e fazer cordões com a massa no tamanho desejado. Pôrem um tabuleiro e deixar descansar por 40 minutos. Assar em forno al-to por 30 minutos. Depois de pronto, uma sugestão é abrir o biscoito erecheá-lo com pernil ou frango.

Receita fornecida por Rita de Cássia do Lago Silva, de Caldas: (35) 9905-6416

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EXAGERO SEM CULPA

Fartura é palavra obrigatória na cozinha de Zé Paia

Flocos

e Caldas, seguimos para Andradas, a 498quilômetros de BH, onde encontramos oculto ao exagero e ao pecado capital da gu-la. É lá, na casa de José Roberto Jorge, ou ZéPaia, que a cerimônia fica da porta para fora

e dá passagem aos paladares famintos e dados à comilan-ça. Ex-pedreiro, Zé Paia sempre gostou de cozinhar emcasa, mas foi pelo dom de preparar grandes banquetesque, há 15 anos, largou o antigo ofício para se dedicar aoutro, que exige similar minúcia e habilidade. “A minhacasa foi meu último serviço como pedreiro. Fiz a cozinhapensando no novo trabalho”, conta. Casamentos, aniver-sários ou onde mais for preciso um cozinheiro, Zé Paia sepõe à disposição, ainda mais se for para um público “mo-desto”, algo em torno de 500, 700, até 2 mil pessoas. Pelocaderno de receitas, percebe-se que ele não pensa peque-no. Imagine um feijão-de-tropeiro: 10 kg de feijão, 5 kg delinguiça, duas dúzias de ovos e por aí vai. Ao Sabores deMinas, Zé Paia oferece uma receita típica da roça, o viradode frango, que, além de matar saborosamente a fome, dáenergia, graças à generosidade do cozinheiro. A maior di-ficuldade, contudo, foi reduzir a receita, pois, para ele, olema é servir bem e com fartura.

DD

Produzida na

cidade de

Caldas, a

farinha de

milho em

flocos da

Fecularia Faria

é ingrediente

digno das

melhores

cozinhas. Há

40 anos no

mercado, a

empresa aplica

alto controle de

qualidade nos

produtos, o

que explica o

sucesso,

especialmente

no Sul de

Minas.

Contato:

(35) 3735-1287.

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Virado de frango

INGREDIENTES

● 500 g de cebola picada ● 250 g de alho picado● 500 g de bacon picado● 250 g de linguiça calabresa picada● 2,5 kg de coxa e sobrecoxa de frango● 250 g de pimentão vermelho e amarelo, picados● 1 maço de cheiro-verde picado● 3 ovos cozidos picados● 250 g de azeitona picada● 500 g de farinha de milho torrada, em flocos● 2 colheres (sopa) de óleo● Sal a gosto

COMO FAZER

Em uma panela grande, refogar o frango no óleo com metade da cebo-la, do alho e o sal. Tapar a panela e deixar o frango secar e dourar. Emoutra panela, fritar o bacon e a calabresa. Juntar ao frango. Na panelaem que o bacon e a calabresa foram fritos, refogar a outra metade da ce-bola e do alho com o pimentão e o cheiro-verde. Pôr na panela do fran-go, juntar as azeitonas, os ovos e, com o fogo desligado, despejar a fari-nha. Mexer até todos os ingredientes ficarem bem misturados.

Receita fornecida por José Roberto Jorge, de Andradas: (35) 3731-3151

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PARA AQUECER O CORPO

vocação da cidade de Andradas para o culti-vo de uvas e produção de vinhos é conheci-da em todo o país. Legado deixado pelosimigrantes italianos, que chegaram à regiãoa partir do século 19, a atividade esteve pre-

sente durante a formação do município e, mesmo quenão seja tão expressiva como no passado, é consideradade muita importância. Tanto que o evento mais popularde Andradas não poderia ser outro. A Festa do Vinho, queocorre em julho, é realizada há mais de 50 anos e, segun-do moradores, é sinônimo de cidade cheia e de muita ale-gria. Quem participa ativamente das comemorações éSueli de Cássia Leone, a Lili. Todos os anos, ela trabalha emuma das barraquinhas mais concorridas, graças ao vinhoquente, iguaria aliada do corpo quando os termômetroscaem. “O vinho quente é uma tradição. Desde pequenavejo o pessoal fazer”, conta a experiente cozinheira, que játem 20 anos de ofício. Adepta das panelas grandes, Lili atéestranha quando faz a receita em casa e tem que trocar ocaldeirão de 70 litros, usado na festa, por um caneco co-mum. Ao ficar pronto, o vinho quente mostra que é mes-mo eficiente em sua função: espantar o frio e aquecer, demaneira doce e suave, o corpo e o paladar.

AAExperiente, Lili já se acostumou a grandes públicos

Doces

Caldas é famosa

por seus doces,

encontrados em

grande variedade

de tipos, marcas

e sabores.

Principais

produtores:

●● Doces

Castellani

(35) 3735-2500

●● Doces Colméia

(35) 3735-1101

●● Doces Fazenda

do Engenho

(35) 3735-1983

●● Doces Minas

(35) 3735-1271

ONDE COMPRAR

●● Caldas Doces

Caseiros (foto)

(35) 3735-1547

●● Doces Santa

Clara

(35) 9932-1657

Page 9: MIGRAÇÃO DA ARTE

1111

Vinho quente

INGREDIENTES

● 2 xícaras (chá) de açúcar cristal● Casca de duas laranjas● Cascas de duas maçãs (a polpa será cortada em cubinhos)● 1 pacote (12 g) de cravo da Índia● 1 pacote (8 g) de canela em pau● 1 litro de vinho tinto suave● Meio litro de água quente

COMO FAZER

Em um caneco ou caldeirão, levar ao fogo o açúcar, a canela, o cravo e ascascas de laranja e maçã. Mexer até virar uma calda escura. A partir daí,mexer até a calda açucarar e começar a esfarelar. Pôr a água e deixar vi-rar um melado. Passar em uma peneira e voltar com a mistura coada pa-ra o fogo. Pôr o vinho e retirar quando começar a ferver. Pôr os cubinhosde maçã e servir quente.

Receita fornecida por Sueli de Cássia Leone Vieira, de Andradas: (35) 3731-5956

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SINÔNIMO DE GOSTOSURA

Quitandeira de fama, Dirce herdou preciosos segredos

Gelado

Em Andradas,

o vinho é tão

popular e

apreciado que

virou até

iguaria para

comer de

colher. O

sorvete de

abacaxi com

vinho é uma

criação da

sorveteria

Sabor do

Verão, que fica

na praça

Doutor Alcides

Mosconi, ao

lado da matriz.

Contato:

(35) 9903-0100. e o biscoitinho tem origem em Andradas,pode comer sem receio que não vai se arre-pender. A cidade é um verdadeiro selo dequalidade quando o assunto é quitanda ca-seira. E mãos habilidosas não faltam. Uma

das expressivas representantes das quitandeiras é DirceMaria Secco Semionato, dona da fábrica DirVan, uma dasmais conhecidas na região. Das 14 variedades de biscoi-tos vendidos, a maioria é receita de família, que ela fazquestão de manter. “Há algumas adaptações, mas queromanter a tradição caseira, para o produto não perder aqualidade”, conta. A fábrica existe há sete anos, mas foina infância que Dirce despertou para a cozinha, seguindoos passos da mãe. Quando começou no ofício, a produ-ção era pequena e a venda ocorria de porta em porta. Ho-je, graças ao sabor único das iguarias, ela trabalha com 17funcionárias que prepararam, por dia, cerca de 600 qui-los de massa. Os biscoitos são mandados para todo o Sulde Minas, Belo Horizonte e até para São Paulo. O sucesso,para ela, é algo que não tem mistério. Basta gostar do quese faz. E ter capricho, o que é fundamental. Receita sim-ples, revelada em cada fornada.

SS

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Beijinho mineiro

Receitas fornecidas por Dirce Maria Secco Seminonato, de Andradas: (35) 3731-2713

INGREDIENTES

Para a massa● 1,4 kg de margarina● 800 g de açúcar refinado● 4 ovos● 45 g de sal amoníaco● 45 g de fermento em pó● 800 ml de leite● 4 kg de farinha de trigo● 300 g de goiabada em barra ● Manteiga para untar

Para a calda● 2,4 kg de açúcar refinado● 1,2 litro de água ● 300 g de coco ralado

COMO FAZER

Na batedeira, bater os ovos, amargarina e o açúcar. Dissolver

o fermento e o sal amoníaco noleite, um de cada vez. Juntar àmistura. Pôr a farinha e amassaraté dar ponto de enrolar. Abrir amassa em uma superfície lisa epôr a goiabada cortada em pe-daços no centro. Fazer um cor-dão com a massa e cortar em pe-daços de aproximadamente 2,5por 2,5 centímetros. Assar por 20minutos em tabuleiro untadocom manteiga, em forno aqueci-do a 180 graus. Para a calda, le-var ao fogo o açúcar e a água atédar ponto de fio (obtido quandoa calda forma um fio ao escorrerda colher). Despejar por cima dosbiscoitos assados e salpicar o co-co ralado.

INGREDIENTES

● 750 g de açúcar refinado● 8 ovos● 400 g de margarina● 1 pitada de sal● 250 ml de leite● 60 g de sal amoníaco● 300 g de açúcar cristal● 2,5 kg de farinha de trigo● Manteiga para untar

COMO FAZER

Bater na batedeira o açúcar refi-

nado, os ovos, a margarina e osal. Dissolver o sal amoníaco noleite e juntar à mistura. Pôr a fa-rinha e amassar bem, até darponto de enrolar. Abrir a massacom um rolo sobre uma superfí-cie lisa e cortar em retângulos dotamanho desejado. Salpicar açú-car cristal e levar para assar por20 minutos, em tabuleiro unta-do com manteiga, no fornoaquecido a 180 graus.

Biscoito champanhe

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PARA NÃO HAVER SAIDEIRA

inas é café, é broa, é biscoito, é doce, é qui-tanda, mas, também, sem dúvida, é cerve-ja, cachaça e tira-gosto. A cultura de botecose espalhou pelos quatro cantos do estado,com uma diversidade gastronômica im-

pressionante, marcada pela criatividade e sabor únicos.Que o diga a turma fiel do Bar Senadinho, em Poços deCaldas. De portas abertas há 30 anos, a casa foi ponto deencontro de muita gente importante da política, o quedeu origem a seu nome. Hoje, os frequentadores podematé não ser muito influentes na atividade, mas, dentro doboteco, eles dominam. Sem cerimônias, vão para o outrolado do balcão, abrem o freezer, pegam cerveja, entrampara a cozinha e preparam o tira-gosto. A farra ocorrecom harmonia e naturalidade e, é claro, com o consenti-mento dos donos, Antônio Carlos e Dulce Mara Baptista.O casal conta que nunca se imaginou cuidando de umbar, atividade que hoje é sinônimo de prazer. E eles nãohesitam em sugerir uma iguaria do cardápio: costelinhacom fava. “É uma das melhores pedidas”, garantem. O pe-tisco, premiado na edição de 2005 do Comida di Buteco, écampeão de pedidos quando começa o frio intenso na ci-dade. Um toque de pimenta, um gole da branquinha epronto. Combinação perfeita para a estação.

MMAntônio Carlos e Dulce têm receita especial para o frio

Finos

Com larga

experiência na

produção de

vinhos finos, a

Casa Geraldo, em

Andradas,

elabora duas

bebidas para

serem

degustadas ou

servidas como

acompanhamento

de sobremesas. A

jurupiga, de

origem lusitana,

é uma espécie de

licor de uva da

variedade bordô.

A mistela é feita a

partir de uvas

italianas moscato

giallo.

Contatos:

(35) 3731-3360

(Andradas)

(31) 3223-7328

(Belo Horizonte)

Page 13: MIGRAÇÃO DA ARTE

1155

Costelinha com fava

INGREDIENTES

● 300 g de fava desidratada● 500 g de costelinha de porco● 2 colheres (sopa) de óleo● Tempero caseiro a gosto● 100 g de bacon frito em pedaços● Cheiro-verde a gosto● Água

COMO FAZER

Deixar a fava de molho de um dia para o outro, trocando a água duas ve-zes. Cozinhar na panela de pressão por 40 minutos após dar pressão, usan-do a mesma quantidade de água que se usa para fazer feijão. Escorrer a fa-va, desprezar a água e reservar os grãos. Em uma panela, refogar, no óleo,a costelinha com o tempero. Quando começar a dourar, pingar água aospoucos, até que fique cozida. Em uma panela grande, pôr o bacon frito, afava e a costelinha. Completar com água quente e levar ao fogo, com a pa-nela tapada, por 10 minutos. Salpicar cheiro-verde antes de servir.

Receita fornecida por Dulce Mara e Antônio Carlos Baptista, de Poços de Caldas: (35) 8433-2030

Page 14: MIGRAÇÃO DA ARTE

1166

SOTAQUES DO TEMPERO FINAL

Histórico

Para conhecer a

história de

Botelhos e,

principalmente,

da atividade

mais expressiva

do município – o

cultivo de café –,

visite o Museu

Histórico-

Geográfico de

Botelhos e do

Café. Na Praça

Gabriel Botelho,

o museu abriga

objetos antigos,

documentos e

fotografias,

além de dar

espaço para

exposições

temporárias.

Contato:

(35) 37141-2384

asa cheia, festas que preservam o folclore e astradições, mesa grande e farta. Tradicionalmen-te, tais atributos descrevem bem as famílias ita-lianas e portuguesas, encontradas Brasil aforae compondo esse verdadeiro caldeirão cultural

que é o nosso país. E o que dizer quando as duas naciona-lidades se juntam? Aí não há como negar que, no mínimo,o resultado é uma cozinha de preciosa riqueza. Assim é nacasa de Marlene e Antônio Annoni Arcurcio, em Poços deCaldas. Ela, descendente de italianos, e ele, de portugue-ses, ambos deixam claro que as duas cozinhas convivembem e têm aprovação dos filhos e netos, não importa quala nacionalidade seja eleita para o cardápio do dia. E, paraengrossar essa mistura, o caldeirão ganha um toque daculinária mineira, com produtos típicos da região, como afava. “Aqui, ela é bem popular. Normalmente, o pessoalplanta a fava junto com a lavoura de milho. O único pro-blema é que o seu período na feira é curto, só um mês”, ex-plica Marlene. Uma das receitas mais populares de favana casa da família é a salada, batizada por eles como sala-da de gala, por se tratar de um prato especial. Para acom-panhar, um vinho produzido por Antônio, que segue atradição iniciada pelo pai. “Usamos a uva da variedade fo-lha de figo, que foi introduzida pelos portugueses. É umaparticularidade nossa”, conta Antônio. Só resta brindar aessa tão saborosa e invejável diversidade!

CCMarlene e Antônio: bem-sucedida mistura de culturas

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1177

Salada de fava

Receitas fornecidas por Marlene Annoni Acurcio, de Poços de Caldas: (35) 3721-9463

INGREDIENTES

● 1,5 kg de fava● 200 g de presunto ralado ● 200 g de salaminho ralado ● 100 g de azeitona

preta, picada● 100 g de azeitona

verde, picada● 1 cebola-roxa, cortada em

rodelas e aferventada● 1 xícara (chá) de

queijo-de-minas em cubos● Cheiro-verde e sal a gosto● 12 pedaços de tomate seco● Meia xícara (chá) de azeite,

mais 3 colheres (sopa)

● Meia xícara (chá) de vinagre● 2 colheres (sopa) de

alho picadinho

COMO FAZER

Cozinhar a fava, em panela con-vencional, por uma hora, comágua suficiente para cobrir. Es-correr e reservar. Em uma frigi-deira, fritar o alho picado, emtrês colheres de azeite. Em umatigela, misturar os demais in-gredientes, pôr a fava e despejaro alho frito, ainda quente, porcima. Servir no momento emque ficar pronto.

INGREDIENTES

● 1 kg de bacalhau● Meia xícara (chá) de azeite● 10 dentes de alho inteiros● 10 minicebolas brancas● 1 pimentão amarelo, 1 verde e

1 vermelho, picados em tiras● Sal a gosto● 1 xícara (chá) de champignon● 2 colheres (sopa) de

cheiro-verde● Folhas de couve (para decorar)

COMO FAZER

Deixar o bacalhau de molho de

um dia para o outro, na geladeira.Cozinhar e tirar quando a águaferver. Desfiar e reservar. Em umapanela, refogar, no azeite, os den-tes de alho e as cebolas inteiras. Re-servar. Na mesma panela, refogaros pimentões e reservar. Pôr o ba-calhau na panela e misturar os de-mais ingredientes. Servir em umatravessa decorada com azeitonapreta e folhas de couve.

Salada de bacalhau

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2200

FENÔMENO DE SABOR

á quem nunca tenha visto cabeça de baca-lhau. E peixe chorar, alguém já viu? É claroque esse fenômeno está mais para históriade pescador do que para realidade, aindamais se dissermos que ele foi registrado emum bar de Poços de Caldas. Mas, antes que

alguém pense que vai ver, de fato, as lágrimas do bicho,é bom explicar melhor. O peixe que chora nada mais éque uma cebola cozida e recheada com purê de batatase bacalhau. Se a explicação tirou um pouco da magia,basta uma garfada da iguaria para ficar novamente en-cantado. A combinação, criada pelo dono do estabeleci-mento – que, inclusive, leva o mesmo nome do prato –,Genézio Donizete de Lima, foi inspirada nas receitas defamília, de origem portuguesa. “Lembro-me que a gen-te não tinha dinheiro, mas na semana santa não faltavabacalhau. Ele era cozido só com batata”, diz. Segundo ele,o nome do prato foi ideia de um amigo publicitário e,rapidamente, caiu no gosto da clientela. Ex-garçom, Ge-nézio já fez de quase tudo, mas é no bar, aberto há trêsanos, que parece ter encontrado a vocação. De passa-gem pela cidade, não deixe de conferir este que não éum fenômeno da natureza, mas que pode surpreender.

HH

Na cozinha

de Genézio,

lágrima, só

se for de

alegria

Diversidade

Tem feijão para

todos os gostos

e de várias

regiões. Assim

é a barraca do

Borginho, o Rei

do Feijão, no

Mercado

Municipal de

Poços de

Caldas. A

barraca já está

na família

Borges há três

gerações e é

referência na

cidade. Ao

todo, são

vendidas mais

de 30

variedades.

Contato: (35)

3721-3989.

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2211

Receita fornecida por Genézio Donizete de Lima, de Poços de Caldas: (35) 3714-7080

Bacalhau que chora

INGREDIENTES

● 500 g de bacalhau● 1 kg de batatas, cozidas e espremidas● 12 azeitonas verdes picadas● 1 pimenta-dedo-de-moça● 1 pitada de noz-moscada● 5 cebolas grandes● 5 colheres (chá) de catupiry● 5 fatias de muçarela● Cheiro-verde a gosto● 1 colher (chá) de azeite

COMO FAZER

Descascar as cebolas e cozinhá-las inteiras, até ficarem macias. Comuma faca, retirar o miolo da cebola, de modo que fiquem apenas três ca-madas. Reservar o que foi retirado. Lavar o bacalhau em água corrente,cozinhá-lo e desfiá-lo. Em uma panela tapada, cozinhar o peixe e o mio-lo retirado das cebolas com água suficiente para cobrir. Retirar quandoa cebola começar a ficar transparente. Se for necessário, pôr mais água.Na mesma panela, pôr as azeitonas, o azeite, a batata amassada, a pi-menta e o cheiro-verde. Misturar até ficar homogêneo. Rechear as cebo-las, das quais foram retirados os miolos, com essa mistura e cobrir, cadauma, com uma colher (chá) de catupiry e uma fatia de muçarela. Levarao forno para gratinar.

Page 20: MIGRAÇÃO DA ARTE

2222

REQUINTE GELADO

oi-se o tempo em que o café era consumidoapenas em sua forma convencional. É claroque o tradicional cafezinho, vendido desdelanchonetes a estabelecimentos mais re-quintados, ainda lidera o ranking das pre-ferências, mas outras formas mais sofisti-

Camila aposta na diversidade de um sucesso nacional

cadas de se servir a bebida já caíram no gosto dosamantes do “pretinho”. Na Cafeteria Sá Rosa, em Poçosde Caldas, a bebida pode ser comparada a um bom vi-nho, uma vez que a casa oferece uma carta com 50 ma-neiras diferentes de apreciá-la. Só de café expresso são13 tipos, além de drinques com ou sem álcool, capuc-cinos, o cafezinho comum, que não poderia faltar, eoutras delícias. Quem administra a cafeteria é CamilaRosa Amo Medri, que fala com propriedade da arte deservir café. “Servimos um blend que é uma combina-ção de cafés de três regiões: Sul de Minas, Alta Mogia-na e Cerrado. Fica com um sabor mais equilibrado”,conta. O café é torrado e moído no estabelecimento e,quem quiser, pode comprar o pó e levar para casa.Com o cardápio variado em mãos, fica até difícil fazeruma escolha. O drink Sá Rosa é a pedida. Mesmo comfrio, a bebida à base de café e sorvete não deixa a dese-jar e faz jus à casa cheia.

FF

Artesanato

Criatividade e

bom gosto são

características

das peças da

marca Ôoo

de Casa,

produzidas

pela Casa do

Artesão de

Botelhos. Entre

os destaques,

bandejas de

madeira

decoradas com

grãos de café e

objetos feitos a

partir de

coadores de

papel.

Contato:

(35) 3741-1807.

Page 21: MIGRAÇÃO DA ARTE

2233

Drinque Sá Rosa

INGREDIENTES

● 1 bola de sorvete de chocolate● Meia dose de licor de cacau● Gelo● 1 xícara (café) de café expresso● 15 ml de leite● Creme chantily para finalizar

COMO FAZER

Bater todos os ingredientes no liquidificador, exceto o chantily. Pôr emuma taça, cobrir com o creme e servir logo em seguida.

Receita fornecida por Camila Rosa Amo Medri, de Poços de Caldas: (35) 9192-8180

Page 22: MIGRAÇÃO DA ARTE

2244

MÃOS CRIATIVAS

á que o assunto é café, que tal usá-lo tambémcomo ingrediente de uma receita de doce deleite para canudinho? Ou de licor? O sabor dabebida é tão apreciado que, em Botelhos, a455 quilômetros da capital, não há limites pa-ra a criatividade quando o assunto é o seu uso

na cozinha. Também pudera. A cafeicultura é a princi-pal atividade do município, que teve sua formação ba-seada no cultivo dos grãos. A bebida é, portanto, maisque popular na cidade. Quem apresenta as duas receitasé Antonieta Bernardes Viana, uma das integrantes daCasa do Artesão de Botelhos. Com quatro filhos e seisnetos, ela é conhecida carinhosamente como a avó dogrupo, que reúne 19 artesãos locais. Para a mineira, o ca-fé tem sabor mais especial do que para outras pessoas,uma vez que o produto é sua única fonte de renda, sejacom a cafeicultura, com a culinária ou com o próprio ar-tesanato. Isso porque na Casa do Artesão as peças maisexpressivas são feitas a partir de grãos de café, uma ma-ravilha de encher os olhos. Ao provar as iguarias de vóAntonieta, o que fica é uma surpresa incrível no pala-dar. Prova de que, nessa terra chamada Minas Gerais, acozinha é mesmo espaço de inesgotável sabedoria.

JJCafé ganha sabor todo especial nas mãos de Antonieta

Festas

O circuito

turístico

Caminhos

Gerais, que

abrange Poços

de Caldas (foto)

e região,

oferece aos

visitantes uma

verdadeira

maratona de

eventos

durante todo o

ano. Em julho,

são 13 festas,

com destaque

para a do

biscoito de

Caldas, a do

vinho, em

Andradas, e o

festival de

Jazz e o

Sinfonia das

águas,

em Poços.

Informações:

(35) 3721-7890.

Page 23: MIGRAÇÃO DA ARTE

2255

Licor de café

INGREDIENTES

● 1 litro e meio de café forte coado e com açúcar

● 50 g de café solúvel● 3 colheres (sopa) de

chocolate em pó● 6 colheres (sopa) de

leite em pó● 1 pitada de bicarbonato

de sódio● Meia noz-moscada ralada

● 1 quilo e meio de açúcar refinado

● 1 litro e meio de vodca

COMO FAZER

Misturar tudo em um vidro gran-de e deixar tapado por 10 dias. De-pois desse período, passar por umapeneira e, em seguida, por um fil-tro de papel. Armazenar em garra-fas esterilizadas.

INGREDIENTES

● 2 l de leite● 400 g de açúcar cristal● 1 colher (café) de

bicarbonato de sódio● 2 colheres (sopa)

de café solúvel● 100 ml de água● Canudinhos prontos para

rechear (a receita é suficientepara 150 canudinhos pequenos)

COMO FAZERFerver a água e dissolver o café.Misturar com os outros ingredien-tes e levar ao fogo alto, mexendopor cerca de uma hora e meia, ou

até adquirir consistência cremosa.Encher os canudinhos e, se desejar,decorar com grãos de café torrado.

Receitas fornecida por Antonieta Bernardes Viana, de Botelhos: (35) 9901-9835

Canudinho de doce de leite com café

Page 24: MIGRAÇÃO DA ARTE

2266

CAMPEÃ DE ELOGIOS

e a propaganda é a alma do negócio, Bote-lhos está no caminho certo para divulgar oseu Festival do Café, realizado anualmenteem maio. O evento é voltado a quem está li-gado à cafeicultura, mas um cantinho da

Casa do Artesão é atrativo para quem quer conhecer a ci-dade e um pouco das maravilhas que se pode fazer nacozinha a partir do apreciado grão. Vera Lúcia AlexandreGonçalves é uma das integrantes do grupo e orgulha-sedos elogios angariados por sua receita de bolo de café,servida no festival. Há três anos na associação dos arte-sãos, ela conta que, no início, ingressou no grupo apenaspara preencher o tempo, antes dedicado, basicamente,aos cuidados da casa e dos três filhos. Com o passar dotempo, a atividade se tornou tão prazerosa que ela não sevê fazendo outra coisa que não seja o trabalho manual.“Quando entrei não sabia fazer nada e acabei descobrin-do uma habilidade, que desconhecia, e gostava”, fala. Elacompara a experiência com o artesanato à sua na cozi-nha. “Quando casei tinha apenas 17 anos, não sabia co-zinhar, tive que aprender tudo. Hoje faço bolo, pães, sal-gados”, diz. Sem saber ao certo o que esperar do bolo decafé, a primeira mordida tem gosto de surpresa. Saborequilibrado, nada de mais ou de menos. Resumindo,sem exageros, nada além do que divino.

SSBeleza e sabor se encontram na receita de Vera Lúcia

Pesquisa

A Estação

Experimental

de Viticultura e

Enologia da

Epamig,

em Caldas,

funciona desde

1936 e oferece

cursos de

viticultura,

além de

produzir

pesquisas na

área, orientar

produtores e

fabricar vinhos

finos já

encontrados no

mercado da

região.

Contato:

(35) 3735-1101.

Page 25: MIGRAÇÃO DA ARTE

2277

Bolo de café

Receita fornecida por Vera Lúcia Alexandre Gonçalves, de Botelhos: (35) 3741-2535

INGREDIENTES

Para a massa● 6 colheres (sopa)

de manteiga● 4 ovos● 2 xícaras (chá) de

açúcar cristal● 3 xícaras (chá) de

farinha de trigo● 1 xícara e meia (chá)

de leite● 3 colheres (sopa)

de café solúvel● 1 colher (sopa) de

fermento em pó

● 1 colher (sopa) de água quente

● Manteiga e farinha de trigo para untar

Para a cobertura● 1 xícara (chá) de açúcar

cristal● 1 colher (sopa) de manteiga● 3 colheres (sopa)

de café solúvel● Meia xícara (chá) água

Material● 1 forma redonda de 26

centímetros de diâmetro

COMO FAZER

Bater a manteiga com o açúcar e as gemas, até obter um creme. Diluiro café na água quente e juntar à mistura. Pôr a farinha de trigo, o leitee o fermento e bater até que a massa fique homogênea. Bater as clarasem neve e juntar à mistura. Despejar a massa na forma untada e levarao forno aquecido a 200 graus, por 40 minutos. Para a cobertura, levartodos os ingredientes ao fogo baixo e retirar assim que engrossar. Mis-turar até que esfrie e despejar sobre o bolo quando ele sair do forno.

Page 26: MIGRAÇÃO DA ARTE

2288

TRADIÇÃO DA BOA MESA

Cachaças

A região Poços

de Caldas é

famosa pelos

vinhos, mas

também, como

não poderia

deixar de ser,

produz boas

cachaças.

Principais

marcas:

●● Tiúba de

Minas

(35) 3799-8427

●● Fazenda

Pedra Branca

(35) 3799-8944

●● Rosa Branca

(35) 3799-8944

Walter Araújo rima com talento filosofia e gastronomia

“M“Mtabelecimento mais antigo e tradicional de Poços de Cal-das, a Cantina do Araújo. Ao soltar a frase, ele assume aimportância das cozinhas de Minas para o resto do Brasil,assim como o país europeu é referência para todo o mun-do quando o assunto é gastronomia. Aberto há 55 anospelo pai de Walter, a Cantina do Araújo é um daqueles lu-gares onde é impossível não se sentir bem. Ambienteaconchegante, tratamento de primeira e um cardápio defazer salivar só de olhar. O segredo está nos detalhes. Porum vidro, é possível assistir ao espetáculo de preparo daspizzas. Espaguete, fettuccine e outras variedades de mas-sa são feitas pela própria família e a maioria das igauriasservidas na casa atravessou gerações. É o caso do pão dequeijo, receita da mãe que Walter guarda a sete chaves.Garante, sem modéstia, ser o melhor do Brasil. Em umcanto do restaurante há fotos de personalidades que já sedeliciaram no estabelecimento. E não são poucos. “Digoque são pessoas mais evidentes, mas não mais importan-tes, porque todo o cliente que entra aqui é especial”, diz.Para concluir a lista de segredinhos do sucesso, ele ensi-na:“Tem que trabalhar com o coração”. Certíssimo.

inas está para o Brasil assim comoa França está para o mundo.” Comessa frase começamos uma agradá-vel e inspiradora conversa com opaulista Walter Araújo, dono do es-

Page 27: MIGRAÇÃO DA ARTE

2299

Fettuccine ao Mediterrâneo

INGREDIENTES

● 110 g de macarrão tipo fettuccine● 6 tomates maduros, sem pele e sem sementes, picados● 2 dentes de alho, cortados em lâminas● Sal e pimenta-do-reino a gosto● 2 colheres (sopa) de azeite● 8 azeitonas pretas● 200 g de muçarela de búfala ralada ou cortada em pedacinhos

COMO FAZER

Cozinhar a massa do modo convencional (com óleo e sal na água) atéque fique al dente. Reservar um copo (americano) da água do cozi-mento. Em uma frigideira grande, refogar, no azeite, o alho e o toma-te. Pôr a água do cozimento, a azeitona, o sal e a pimenta. Misturaraté que o molho fique encorpado. Pôr o fettuccine na frigideira e mis-turar. Salpicar a muçarela.

Receita fornecida por Walter Araújo, de Poços de Caldas: (35) 3722-2225

Page 28: MIGRAÇÃO DA ARTE

3300

MISTÉRIO PARA OS OLHOS

primeira vista, para quem nunca ouviu fa-lar do produto, é difícil apontar de que éfeito o tal doce de cor roxa. Adição de co-rante ou anilina pode ser a primeira expli-cação a vir à cabeça. Mero engano. A cor é,de fato, natural e vem, numa explicação

que parece óbvia, da batata-doce roxa. Para quem nãoconhece essa variação do tubérculo, saiba que há ou-tros três tipos. Voltemos à iguaria apresentado pelo jo-vem Jefferson Willians da Silva, de Poços de Caldas. Aos22 anos, gerencia a pequena fábrica de doces caseirosCanjerô, onde trabalha desde os 15 anos. “Sempre gos-tei de doce e ficava imaginando como seria o trabalhonuma fábrica. Comecei enchendo canudinho. Eles medavam um trocado e me deixavam comer doces”, con-ta. Mas seu trabalho não é só comandar. Põe a mão namassa e é o responsável pela produção de algumas dasiguarias, como o doce de abóbora e o de batata-doce.Cheio de planos para o futuro, o rapaz não esconde asatisfação com o trabalho e acredita que estará ligado àatividade pelo resto da vida. Gostar do que se faz e terdeterminação são ingredientes que os livros não ensi-nam, mas o paladar, certamente, reconhece.

ÀÀApesar da juventude, Jefferson já esbanja experiência

Restaurantes

POÇOS DE CALDAS

Cachaçaria Água Doce

(35) 3721-4244

Pietro(35) 3721-9341

Katarino (35) 3722-4488

Dr. Cevada (foto)(35) 3721-2051

L’ itália (35) 3722-2214

Fogão caipira(35) 3721-5247

BOTELHOS

Dona Edir(35) 3741-1790

CALDAS

Pimenta Doce(35) 3735-1017

ANDRADAS

Casa Geraldo(35) 3731-2735

Page 29: MIGRAÇÃO DA ARTE

3311

Doce de batata-doce roxa

INGREDIENTES

● 1 kg de batata-doce roxa● 800 g de açúcar cristal● 2 colheres (sopa) de glicose

COMO FAZER

Cozinhar as batatas, com a casca, até que fiquem bem macias. De-pois de escorrer e descascar as batatas, passá-las em um espremedorou moedor, para que fiquem bem amassadas. Em uma panela, mis-turar a batata amassada com o açúcar e levar ao fogo. Mexer até quecomece a desgrudar do fundo. Pôr a glicose e misturar bem. Despejarem uma vasilha grande de plástico. Em uma superfície forrada comum pedaço de plástico, pôr colheradas do doce ainda quente. Deixarao sol por dois dias, coberto com uma telinha para proteger dos in-setos, cada dia de um lado.

Receita fornecida por Jefferson Willians da Silva, de Poços de Caldas: (35) 3713-1192

Page 30: MIGRAÇÃO DA ARTE

3322

PARA TODAS AS HORAS

viagem pelas terras frias do Sul de Minas vaichegando ao fim e, para fechá-la, uma recei-ta para agradar a todos, pois é simples, sabo-rosa e versátil. É o pão de mandioquinha-sal-sa ou batata-baroa, como é conhecido o pro-

duto em alguns lugares. A quitanda é uma daquelas quenão podem faltar em casa e vai bem no café da manhã ouno lanche da tarde. A responsável pela iguaria é a prenda-da Maria José Oliveira, de Poços de Caldas. Depois de traba-lhar como secretária, a mineira decidiu dar uma reviravol-ta na vida e dedicou-se ao ofício que aprendeu aos 10 anos.“Na casa da minha avó, a gente enchia as latas de biscoito,porque tinha que durar a semana inteira. Lembro-me, àsvezes, dela mexendo as gamelas.”Dona de um buffet, Ma-ria José começou a atividade com as poucas quitandas quefazia para vizinhos, colegas ou para vender de porta emporta. Hoje, orgulhar-se de não ter tempo nem sequer pa-ra oferecer os produtos e avisa aos interessados nas igua-rias que é preciso, até mesmo, fazer reserva, tamanha adisputa. “Às vezes, trago uma rosca para casa e os vizinhospedem.”A maratona de até 12 horas na cozinha não a de-sanima, ainda mais quando vê o resultado expresso norosto dos fregueses. E com alguns pãezinhos na bagagempara saborear no caminho de volta, nos despedimos da ci-dade das águas e da sua bela região.

AA

Talento tornou

agenda de

Maria José

disputadíssima

POÇOS DE CALDAS

Estalagem do Café

(35) 3721-7272

Hotel Balneário

(35) 3722-2631

Minas Garden

(35) 3712-6000

Minas Gerais

(35) 3697-3300

Sesc pousada

(35) 3722-9813

Jóia Hotel

(35) 3722-1556

BOTELHOS

Prata de Minas

(35) 8431-2331

ANDRADAS

Andradas

Palace Hotel

(35) 3722-1015

CALDAS

Hotel Rio Verde

(35) 3735-1501

ONDE FICAR

Page 31: MIGRAÇÃO DA ARTE

3333

Pão de mandioquinha

INGREDIENTES

● 1 xícara (chá) de mandioquinha-salsa (batata-baroa) cozida e picada

● 50 g de fermento biológico● 1 copo (americano) de leite morno● Meia colher (sopa) de sal● 50 g de margarina● 4 colheres (sopa) de óleo● 4 ovos (um será usado para passar por cima dos pães)● 4 colheres (sopa) de açúcar cristal● Aproximadamente 500 g de farinha de trigo

COMO FAZER

Bater no liquidificador os ingredientes, exceto a farinha de trigo. Despe-jar a mistura em uma tigela e pôr a farinha aos poucos, amassando bem,até a massa ficar homogênea e firme, no ponto que dê para enrolar comas mãos. Deixar descansar por 30 minutos. Fazer bolinhas com a massano tamanho desejado. Pôr em um tabuleiro untado. Bater um ovo e pin-celar cada pãozinho. Deixar descansar por 20 minutos ou até os pães cres-cerem. Assar por 15 minutos em forno aquecido a 180 graus.

Receita fornecida por Maria José Oliveira, de Poços de Caldas: (35) 3722-6862

Page 32: MIGRAÇÃO DA ARTE

3344

Roteiro do guia

Diretor de RedaçãoJosemar Gimenez

EditorArnaldo Viana

Editor de Artes GráficasÁlvaro Duarte

Consultor técnicoEduardo Avelar

TextosBárbara Fonseca

FotosJair Amaral

EdiçãoRoney Garcia

Projeto GráficoHudson Franco

DiagramaçãoCarlos Augusto

Film-lessTCS Soluções Gráficas

ImpressãoCGB Artes Gráficas Ltda

Gerência de PublicidadeTels.: (31) 3263-5306/3263-5224

Gerência de CirculaçãoTel.: (31) 3263-5800

Gerência de DocumentaçãoTel.: (31) 3482-8327

Redação:Avenida Getúlio Vargas, 291

Funcionários, CEP 30.112-020,Belo Horizonte - MG

Tel.: (31) 3263-5105E-mail: [email protected]

IInnffoorrmmaaççõõeess ssoobbrree ddiissttâânncciiaass ee llooccaalliizzaaççããoo ddooss mmuunniiccííppiiooss bbaasseeaaddaass eemm ddaaddooss ddoo IInnssttiittuuttoo ddee GGeeoocciiêênncciiaass AApplliiccaaddaass ((IIGGAA))

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