Miguel Arroio
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Transcript of Miguel Arroio
SERVIÇO PÚBLICO FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS / CAMETÁTURMA DE HISTÓRIA 2005
DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO EM HISTÓRIAPROFESSORA: GEANICE RAIMUNDA BAIA CRUZ
ALUNO: LUCIELMA LOBATO SILVA
ATIVIDADE AVALIATIVA INDIVIDUAL
No desenrolar da contemporaneidade diversos segmentos da sociedade
tomaram novos rumos e se modificaram, no que tange seus comportamentos,
modo de pensar e agir. Nesse âmbito varias instituições seguiram o mesmo rumo
e se enquadraram nessa sociedade modificada. Porém a escola quanto instituição
ainda não entendeu que houve uma mudança no seio da sociedade e que ela
deveria seguir nessa metamorfose, o que não ocorreu. Ela no que diz respeito seu
corpo docente e administrativo, ainda se encontra fecunda a “imagem cândida,
romântica da infância” bem como de seus alunos, imagem essa que há muito
tempo não existe.
As imagens dos alunos estão todo tempo no cerne dos debates dos
docentes, uma vez que estes ainda vivem em uma idealização da infância e de
própria educação, centrada em uma imagem de alunos ordeiros, submissos,
disciplinados, sem resistência ou contestação e em muitos casos os docentes
condenam alguns , os “desregrados”,para salvar a imagem “correta” de outros, por
ouro lado essa conduta ordeira não é o que realmente se encontra na maioria das
escolas e isso causa sérios problemas para a mesma.
A nova conduta dos discentes causa um grande incomodo para a escola,
uma vez que é mais fácil trabalhar com alunos bondosos, ordeiros e
condescendentes do que com alunos que tem atitudes que fogem essa regra, mas
isso é uma idealização que vive impregnada no imaginário escolar, pois fora dele
essa imagem já foi há muito quebrada, haja vista que a sociedade onde esses
indivíduos estão inseridos mudou, dessa forma suas mentalidades também mudou
e então uma mesma situação é encarada de forma diferente de algum tempo
atrás.
O que se vê agora são alunos com atitude adultas e violentas, as quais
amedrontam a escola, uma vez que esta não está preparada para encarar esse
novo problema, pois ela não aceita ou não acredita em tais mudanças e então
uma situação não tanto drástica, de comportamento psicológico, passa a se tornar
um sério problema.
Isso é gestado devido a instituição escolar viver em um “imaginário que tem
tudo a ver com a idealização do oficio de ensina e de educar e também com os
limites que historicamente foi submetido esse oficio na escola” (p. 38), onde houve
uma necessidade de se criar um imagem admirável dos alunos.
Sendo assim o docente consegue trabalhar com apenas uma parte dos
alunos, isto é, com os ordeiros e disciplinados, excluindo do ensino os alunos
considerados problemáticos, dessa maneira os professores pioraram ainda mais a
qualidade do ensino neste país, e com isso causam uma séria tensão interna no
corpo profissional escolar, uma vez que ninguém assume a culpa e tenta resolver
o agravante, mas ficam em um jogo de culpar ao outro e o problema vai vivendo e
se fortificando diariamente no âmbito dessa instituição.
Os professores não conseguem encontrar respostas para esse problema de
conduta de seus alunos, por que elas não são esperadas pelo corpo docente,
onde estes se espantam quando vêem o pobre, o homem do campo, o negro, o
índio e/ou a mulher com atitudes violentas ou agressivas, pois neles é construída
uma imagem submissa, resignada e bondosa e a partir do momento em que essa
imagem é quebrada, por comportamento que lhe são “impróprias”, estes
personagens são vistos como pessoas estranhas, uma vez que o normal é ver a
elite agindo com atitudes violentas, pois “faz parte do jogo do poder, da
acumulação e da própria riqueza, mas do povo e de seus filhos se espera que
sejam ordeiros, pacientes e sem ambição” (p.43).
Dessa forma percebe-se que o professor e próprio corpo administrativo não
buscam enxergar que houve uma mudança na sociedade e por conseguinte na
própria esfera escolar, porém é importante que isso seja percebido para que então
o professor bem como o corpo administrativo escolar, tente buscar uma nova
forma de ensinar que envolva todos os alunos em uma dialética onde haja
questionamentos e interação por parte dos alunos no decorrer das aulas. E que
esse processo não exclua nenhum aluno, e que ajude a construir um ensino de
igual proporção a todos os membros que estão envolvidos no sistema escolar.
Essa situação é proporcionada a partir do momento em que há a quebra da
imagem construída ao redor dos alunos e estes se encare de frete como uma
realidade que realmente são, uma vez que por meio dessa quebra de idealização
há um “um encontro, uma libertação, um ganho, um estranho alivio” (p. 51) que
por meio da imagem real do aluno (infância, adolescência e juventude) se pode
construir outros diálogos e até mesmo outros contatos entre professores e alunos,
sendo que esse contato passa a ser muito mais humano e digno