Milícia some com o corpo de jovem

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Milícia some com o corpo de jovem.

O corpo de Edson, que teria sido morto por policiais, foi exumado em 13 de junho, seis anos após o assassinato. De acordo com o movimento, foi o primeiro corpo de vítimas daquele período submetido a esse procedimento “para melhor investigação”. Desde então, Santos vive uma situação de calamidade, uma onda de violência, segundo Débora.

Entre outras reivindicações, as Mães de Maio e outros coletivos e movimentos sociais defendem a federalização das investigações dos crimes de maio de 2006 e a criação de uma comissão especial nos moldes da Comissão da Verdade para apurar excessos, além do fim de ocorrências registradas nas delegacias como "resistência seguida de morte", o que, de acordo com o movimento, “dá carta branca para policiais continuarem matando”.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/situacao-na-periferia-de-sp-de-calamidade-dizem-movimentos-sociais-6601984#ixzz3adUuatYT © 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

O promotor que comanda as investigações, Armando Brasil, disse que certamente pedirá mais prazo em razão da complexidade do caso. Brasil também não quis adiantar os rumos da investigação. 

As mortes em série na madrugada na noite do dia 4 de novembro e madrugada do dia 5 começaram com o assassinato do cabo da Polícia Militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo, conhecido como Pet. Ele foi executado em frente à casa onde morava no bairro do Guamá.

Em seguida, foram registradas, pelas redes sociais, convocações feitas por supostos policiais para vingar a morte do colega e decretando toque de recolher em bairros de Belém. Ao todo, foram onze mortos (uma pessoa foi levada para o hospital e morreu no dia 6 de novembro). Há suspeitas de que as execuções tenham sido comandadas por grupos de milicianos que já atuavam nos bairros da Terra Firme e Guamá. 

Entre os mortos estava o jovem Jefferson Cabral dos Reis, 29 anos. Ele trabalhava na área de serviços gerais de um supermercado em Belém e estava afastado para o tratamento da hanseníase. Havia ido deixar a namorada no bairro da Terra Firme e foi morto quando voltava, de bicicleta, para a casa dele, no bairro do Guamá.

História parecida teve o cobrador de van, Bruno Gemaque, 20 anos, que também havia saído de casa para ir buscar a namorada na escola. Foi executado quando voltava. Com medo, a família ficou trancada em casa e levou horas até poder chegar perto do corpo por temer novas mortes. Os

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depoimentos das testemunhas indicam que os assassinatos foram cometidos por homens encapuzados que usavam um automóvel preto e motocicletas.

Rio, 29/12/2010 - A Divisão de Homicídios (DH) investiga se o assassinato da vendedora Carine Pereira Vitalino da Silva, 29 anos, fuzilada quando chegava em casa com o filho de 5 anos, em Vila Valqueire, domingo, pode ter relação com o desaparecimento de uma amiga da jovem, há menos de um mês. Os dois casos teriam envolvimento de milicianos.

Segundo conhecidos das vítimas, uma jovem identificada como Geórgia também teria sido executada a tiros. Os criminosos ainda teriam avisado à família dela que o corpo não seria devolvido. A polícia já sabe que as duas trabalharam juntas numa boate e que Carine teve relações amorosas com milicianos.

SIGILO TELEFÔNICO

Os investigadores vão pedir a quebra do sigilo telefônico de Carine e as imagens de um radar próximo ao local da execução. O corpo da vendedora de roupas foi sepultado ontem no Cemitério do Murundu, em Realengo. Cerca de 40 pessoas acompanharam o funeral. A mãe dela, identificada apenas como Vera, evitou se aproximar do caixão, que permaneceu fechado todo o tempo, apenas com uma foto da vítima por cima. Ela não quis dar declarações e deve ser chamada novamente para depor.

Na delegacia, segunda-feira, Vera disse que desconhecia a rotina da filha e que as duas não eram próximas. As investigações mostram, no entanto, que Carine passou a tarde de domingo no Morro da Mangueira, de onde seguiu para Realengo, para buscar o filho na casa da avó.

“Ela era vaidosa e acabaram com o que ela mais valorizava: sua beleza. O rosto ficou desfigurado e não pudemos nos despedir com o caixão aberto”, disse uma amiga.

A jovem deixa dois filhos, de 8 e 5 anos. O caçula estava com ela no carro na hora do crime, mas não se feriu. Ao perceber a aproximação dos criminosos, ela pediu que o menino deitasse no banco do carona. O Renault Clio teve pelo menos 11 perfurações de tiros.

Pai de um dos filhos de Carine, o empresário Paulo Rogério Pereira, de acordo com a Divisão de Homicídios, foi assessor parlamentar do vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, apontado como um dos líderes da milícia Liga da Justiça. O pai do filho caçula de Carine, segundo a polícia informou ontem, era conhecido como Lequinho — miliciano do Morro do Fubá, em Campinho, morto há 4 meses.

Fonte O Dia.Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia