MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

11

Click here to load reader

description

Notas bibliográficas de uma antiga mina de ferro localizada em Canguaretama no estado do Rio Grande do Norte.

Transcript of MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

Page 1: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

__________________

_____

NOTAS SOBRE A MINA DE FERRO DO

CUNHAÚ

Jonas Floripe Ginani Filho

[email protected]

_____________

_______

Page 2: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

I – Resumo da mineração de ferro no Brasil (Séc. XVI ao

XVIII):

A história da metalurgia no Brasil se inicia com forjas catalãs primitivas na chegada

de Martin Afonso de Souza em São Vicente (SP) em 1532. Nesta expedição Martin Afonso

trouxe o mestre ferreiro Bartolomeu Fagundes. Após terminar seu contrato, Bartolomeu

fixou-se em Santo Amaro (SP) onde se tornou proprietário de terras e criou a primeira forja

do Brasil. Esse fato foi mencionado por Anchieta em 1554.

Em 1589, os Afonso Sardinha (pai e filho), versados em mineração e empenhados na

procura de metais, descobriram, em uma de suas excursões, minério de ferro no sopé do

morro Araçoiaba próximo a Sorocaba (SP).Neste local, em 1591, foi instalado a primeira

usina siderúrgica constituída por dois fornos rústicos e uma forja. Ela foi fechada em 1628.

Os motivos da paralisação da produção seriam a escassez do minério e os altos custos

do ferro produzido, a que correspondiam as dificuldades com a mão-de-obra, segundo os

proprietários. A coroa tinha especial preocupação nesses anos de colonização com os índios,

assim proibiam terminantemente que eles tivessem conhecimento da técnica com receio de

trocarem as toscas armas de madeira por outras de ferro. Sobre essa preocupação, a câmara

paulistana, ainda nos anos de 1500, advertiu seguidas vezes seus ferreiros para que índios e

escravos não tivessem acesso a essas técnicas, mas como evitar, entretanto, que o ferreiro

ensinasse seu filho bastardo mameluco ou mulato, o seu ofício? Além disso, tinha o problema

do monopólio do comércio, já que Portugal, assim como a Espanha, produziam ferro.

Contudo, a necessidade, tanto pelas minas de ouro e diamante em Minas Gerais, como dos

engenhos de açúcar do litoral nordestino e fazendas de gado do sertão, de instrumentos de

ferro (como pás, enxadas, foices, machados, facões e outros utensílios de ferro) eram

tamanhas e imediatas, nem sempre dava para esperar os navios. Confirmando isso, existem

referências nos anos 1600 à forjas em Santana do Parnaíba (SP), Santo Ângelo (Missões) e

do Governador do Maranhão (Jerônimo de Albuquerque?), solicitando recursos para a

instalação do engenho de ferro, negado pela coroa pelos motivos descritos anteriormente.

Em 1703, pelo Tratado de Metthuen, entre Inglaterra e Portugal, este último para

vender seus vinhos ao primeiro, obrigou-se a destruir todas as suas manufaturas na Europa e

nas colônias, incluindo aí as forjas. Toda manufatura deveria ser importada agora da

Inglaterra.

Por fim, em 1785, dona Maria I, a louca, proíbe a indústria de ferro no Brasil, era mais

um golpe na indústria brasileira que, no entanto, continuou viva e já em 1795, essa portaria

foi revogada. Graças as necessidades e a abundância do minério de ferro no país, a siderurgia

conseguiu ultrapassar esses momentos difíceis e hoje é o maior produtor e exportador de

ferro do planeta.

Forno que foi usado em araçoiaba e típico da galícia

Page 3: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

II – A Mina de Ferro do Cunhaú - História:

1. Jerônimo de Albuquerque – o descobridor:

Jerônimo de Albuquerque que depois acrescentaria o Maranhão ao nome, nasceu em

1548 na vila de Olinda (PE) tendo sido o terceiro e último filho varão do casal Jerônimo de

Albuquerque e Maria do Espírito Santo Arco-Verde esta, filha do maioral tabajara convertida

ao catolicismo. Casou-se com Catharina Teyo e teve dois filhos: Antônio Albuquerque, que

foi Capitão-Mor da Paraíba e posteriormente o substituiu no Maranhão, e Matias de

Albuquerque, também Capitão-Mor da Paraíba em data posterior ao irmão.

Teve destacada atuação nos fatos relacionados com a reconquista da capitania do Rio

Grande aos franceses, como capitão de uma companhia enviada em dezembro de 1597 ao

Potengi, pelo Capitão-Mor do Pernambuco Manuel Mascarenhas Homem. Por patente de

dom Filipe de Castela, que acumulava a coroa de Portugal, Jerônimo foi nomeado

Capitão-Mor do Rio Grande, em substituição a João Rodrigues Colaço, que fora o primeiro a

governar a capitania, em 7 de julho de 1603, e já no ano seguinte, 2 de maio de 1604

concedeu terras aos seus filhos infantes Antonio e Matias de Albuquerque, onde foi instalado

o famoso Engenho do Cunhaú.

Foi um homem de visão e um empreendedor. O engenho de sua família tinha grande

importância econômica para a capitania, tanto que investiu em fazendas de gado no sertão, na

mineração de ferro e numa represa e canal para levar água do rio piquiri até o engenho com a

finalidade de movimentar a moenda.

Em 17 de junho de 1614, foi nomeado capitão da conquista e descobrimento do

Maranhão contra os franceses, a quem derrota definitivamente em 19 de novembro do

mesmo ano. Foi nomeado Capitão-Mor do Maranhão de 1616 a 1618, substituído pelo filho

Antônio de Albuquerque Maranhão por motivo de morte. Seu falecimento se deu no

Engenho do Cunhaú e sepultado na capela onde encontra-se a pedra tumular, segundo o

historiador Olavo Medeiros..

Jerônimo de Albuquerque O Engenho do Cunhaú segundo uma pintura holandesa

da época

Page 4: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

Lápide com os dizeres "Aqui jaz fundador Capelinha de Nossa Senhora das candeias

Jerônimo de Albuquerque Maranhão" no Engenho do Cunhaú onde se encontra

a lápide e onde ocorreu o massacre de

Cunhaú.

2. O descobrimento:

A 2 de agosto de 1608, o Capitão-Mor Jerônimo de Albuquerque, Governador da

capitania do Rio Grande, em suas andanças ao Engenho do Cunhaú, descobre um local em

que havia minério de ferro. Como seus filhos eram proprietários de engenho de açúcar e

fazendas de gado no sertão, ambas atividades comerciais muito necessitadas de utensílios de

ferro que tinham de vir de fora, caros e demorados, essa mina viria sem sombra de dúvida a

resolver muitos dos seus problemas. Sua localização próximo ao rio Curimataú, onde havia o

engenho, e ao Rio Grande(Natal) através do caminho de terra conspirava para isso. Essa mina

era fundamental para os negócios da capitania e do engenho. Pelo formato dos túneis,

entradas e respiradouros, a produção e o investimento não foram pequenos e a técnica

empregada não suscita dúvidas quanto à presença de pessoas entendidas.

3. A localização e constituição:

A primeira mina de ferro da capitania está localizada no município de Canguaretama

à altura do KM 158 da BR101, distante cerca de 200 metros em relação à margem leste da

rodovia. Suas coordenadas geográficas (aproximadas)são 6º20’25” latitude sul e 35º13’3” de

longitude oeste. O subterrâneo fica alguns metros abaixo do cume de um monte, em sua

encosta ocidental. O terreno onde foi escavado o subterrâneo é constituído por um arenito de

concreções ferruginosas, o areno-argiloso, formação barreiras.

O interior da construção recebe do exterior um pouco de ventilação e iluminação

através de respiradouros verticais, que medem cerca de três metros de altura, apresentando

diâmetros variáveis entre 22 e 33 centímetros. Foram observados 18 respiradouros, porém é

possível que haja um número maior, já que a vegetação e o barro podem ter encoberto alguns.

Esses respiradouros se encontram numa área de 25 metros de comprimento por 12 de largura.

Page 5: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

Versões de pessoas que adentraram na mina dão conta da existência de túneis com

câmaras ou salões circulares de 5 metros de diâmetros, que permitiriam a passagem de um

homem em pé e portas metálicas com correntes e inscrições. Hoje essas condições não se

verificam, pois muita terra penetrou pelos túneis, impossibilitando a entrada em alguns até

mesmo deitado.

Os trabalhadores eram escravos negros, índios, mestiços e provavelmente brancos.

Estes últimos deveriam ser entendidos em mineração e orientar as escavações em busca do

minério evitando desmoronamentos. As condições não eram favoráveis para os trabalhadores

no interior dos túneis já que todo serviço era braçal e quase sempre agachado. É provável que

tenha havido mortes devido às péssimas condições de trabalho e desmoronamentos.

Os dois quadros da esquerda mostram fase da mineração em câmaras (baixo) e túneis

(acima) usando cestos presos ao corpo para carregar o minério para o exterior. À direita

fases para buscar o minério usando picaretas, sentado ou deitado conforme a situação.

Essa ilustração é de uma mina de carvão, à época da revolução industrial inglesa, que

mostra como deveria ser o processo de lavra da mina de Cunhaú.

Suspiros encontrados duarante visita em julho de 2005

Page 6: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

Um outro suspiro observado Entrada principal da mina já

Parcialmente bloqueada com

entulho.

A entrada principal da mina no cume do morro

4. O período holandês:

Page 7: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

O domínio holandês na capitania se inicia em 8 de dezembro de 1633 e termina em 26

de janeiro de 1654. Desse período têm-se notícia de uma mina de ouro e prata conhecida

pelos flamengos desde 1637 situada no rio calabouço, afluente do Curimataú, entre Nova

Cruz e Passa e Fica. Sobre essa mina se tem documentos holandeses tratando do assunto. Um

relatório do Conde de Nassau de 28 de março de 1637,fazia menção a mina do rio Cunhaú

com grande entusiasmo e expectativa. Em 13 de fevereiro de 1645, o Supremo Conselho da

Companhia comunicava a retomada da pesquisa mineralógica pelo pregador Judocus à

Stetten, um improvisado técnico em mineração. Em 24 de junho do mesmo ano, ele escreveu

um relatório dos seus avanços à assembleia, juntando um croqui mostrando os arredores da

pretensa mina. Não deve ter tido muito sucesso como afirma um outro documento

referindo-se à mina do sertão do Cunhaú, informando que para lá foram mandados Alberto

Schmient e Paulo Semler. No local eles encontraram prata, mas sem produção suficiente.

Outras minas citadas foram a de Camarajipe (povoado de Igreja Nova) e Iporé (Sítio Novo),

ambas sem produção.

Sobre a mina de ferro, deve se deixar claro, que nada tem a ver com a mina do sertão,

conforme esclarece o historiador Olavo Medeiros Filho, contudo, embora não se tenha

notícias da mineração de ferro, a necessidade do minério era ainda maior por parte dos

holandeses que precisavam repor os utensílios de ferro dos engenhos, das fazendas de gado e

da própria guerra que se complicava com os insurretos pernambucanos já em 1645. É

provável que esse fator tenha desestimulado a lavra da mina e ela tenha sido abandonada

quando o engenho foi incendiado em 16 de maio de 1647 devido às investidas dos

portugueses e brasileiros.

5.O encerramento da mina de ferro:

Não se tem notícias de quando a mina encerrou suas atividades, é certo que desde sua

descoberta outros veios foram explorados, como mostra os túneis em Baía Formosa e em

Vila Flor(não se sabe se por portugueses, brasileiros ou holandeses) e, portanto, teve um

investimento que deve ter sido compensado por uma produção à altura. No entanto é fato que

a mineração foi encerrada, talvez por escassez do minério ou após o incêndio do engenho

durante a guerra de reconquista em meados do século XVII.

Posteriormente a mina abandonada pode ter servido como prisão e esconderijo. Foi

também, alvo de vândalos e caçadores de supostos tesouros holandês. O abandono,

vandalismo e intempéries terminaram destruindo um patrimônio histórico que hoje se

encontra em situação bastante difícil com salões, alguns suspiros e túneis aterrados.

III – As lendas e fatos curiosos:

1. O bode de ouro:

Uma versão para a denominação gruta do bode à mina é que se ouvia berros deste

animal vindo do interior dos túneis. Esse berro era estranho pois não se criava caprinos na

área. Como se achava que os holandeses ao fugirem, teriam deixado tesouros escondidos no

interior dos túneis, um deles seria um bode maciço de ouro e o chamado era um convite para

os incautos se perderem nos labirintos da mina. Esses berros podem ser escutados a qualquer

hora do dia ou da noite.

Page 8: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

2. O forasteiro:

Na tentativa de encontrar tesouros deixados pelos holandeses, muitos ousaram

desafiar seus túneis. Um desses destemidos teve sua façanha contada até hoje pelas

estranhices relacionadas com o fracasso. Ele foi um forasteiro que após algum tempo

percorrendo a mina tentando encontrar o tesouro, se perdeu em um labirinto interior. Seus

gritos ao soarem pelos suspiros, atraíram a atenção de algumas pessoas próximas, que

tentaram orientá-lo até a saída. Ao final da tarde, quando a luz diminuía e o interior dos túneis

se escurecia, a hora dos morcegos saírem tinha chegado, com os bandos de sombrias figuras

brotando pelos suspiros de maneira aterradora. A lua cheia já subindo ao alto, tinha como

fundo musical os gritos desesperados do forasteiro, cada vez mais fracos e distantes, até que,

ao chegar a hora do retorno dos senhores da escuridão, nada mais se ouviu do forasteiro.

Não se sabe quem foi, apenas que era muito jovem e ganancioso. Perdeu um tesouro valioso

que tinha, a vida, por um tesouro que talvez nem existisse. Hoje seus gritos desesperados são

ouvidos em noites de lua cheia como a avisar aos mais afoitos do perigo, e a convidar os mais

incrédulos a lhe fazer companhia

3. O bode ferroviário:

Outra versão para a origem do nome gruta do bode está relacionada à presença de um

cabrito solitário que vagava selvagem pelo local e habituou-se a pular em algum vagão vazio

do trem que passava nas proximidades do local, chegando até a estação de Canguaretama

(hoje este ramal está desativado). Este cabrito destemido descia na estação e voltava fazendo

o mesmo percurso. Tornou-se conhecido pelos maquinistas que associaram o local ao

estranho caroneiro.

4. Esconderijos e rotas de escape:

Conta a lenda que a partir da mina, usando túneis de grande extensão, é possível

chegar a casa de câmara de cadeia de Vila Flor, ao engenho do Cunhaú, a ilha do Flamengo,

ao fortim da barra (barra de Cunhaú), a mata estrela (Baía Formosa) e a fortaleza dos Reis

Magos em Natal. Esses túneis seriam usados como proteção pelos holandeses quando nesta

região estiveram, ou para fuga de presos ou, ainda, por forasteiros que vinham roubar a

cidade.

5. Os fenícios: Essa hipótese foi aventada pelo professor austríaco Ludwig Schwennhagen. Ele

acreditava que os buracos teriam sido realmente uma mina, mas explorada pelos fenícios

muitos séculos antes de cristo. Esses povos eram conhecidos por serem excelentes

comerciantes e navegadores.

O Brasil está repleto de indícios comprobatórios da passagem dos fenícios, e tudo

indica que eles concentraram sua atenção no nordeste. Pouco distante da confluência do rio

Longá e do rio Parnaíba, no Estado do Piauí, existe um lago onde foram encontrados

estaleiros fenícios e um porto, com local para atracação dos "carpássios" (navios antigos de

longo curso).

Page 9: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

Subindo o rio Mearim, no Estado do Maranhão, na confluência dos rios Pindaré e

Grajaú, encontramos o lago Pensiva, que outrora foi chamado Maracu. Neste lago, em ambas

as margens, existem estaleiros de madeira petrificada, com grossos pregos e cavilhas de

bronze. O pesquisador maranhense Raimundo Lopes escavou ali, no fim da década de 1920,

e encontrou utensílios tipicamente fenícios.

No Rio Grande do Norte, por sua vez, depois de percorrer um canal de 11

quilômetros, os barcos fenícios ancoravam no lago Extremoz. O professor austríaco Ludwig

Schwennhagen estudou cuidadosamente os aterros e subterrâneos do local, e outros que

existem perto da vila de Touros, onde os navegadores fenícios vinham a ancorar após

percorrer uns 10 quilômetros de canal. O mesmo Schwennhagen relata que encontrou na

Amazônia inscrições fenícias gravadas em pedra, nas quais havia referências a diversos reis

de Tiro e Sidon (887 a 856 a.C.).

Schwennhagen acredita que os fenícios usaram o Brasil como base durante pelo

menos oitocentos anos, deixando aqui, além das provas materiais, uma importante influência

lingüística entre os nativos.

Nas entradas dos rios Camocim (Ceará), Parnaíba (Piauí) e Mearim (Maranhão),

existem muralhas de pedra e cal erguidas pelos antigos fenícios.

E há, finalmente, a famosa inscrição da Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, bastante

conhecida: Aqui Badezir, rei de Tiro, primogênito de Jetbaal.

No nosso caso,infelizmente,nada se pode afirmar pois essas inscrições se encontram

em câmaras que se encontram aterradas e portanto,impossibilitadas no momento,de serem

comprovadas.

Navio fenício com 35 metros Provável planisfério em uma

moeda fenícia.

Page 10: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

Inscrição Fenícia encontrada em Pouso Alto - Paraíba/BR “Somos filhos de Caná, de Saida, a cidade do rei. O comércio nos trouxe a esta distante praia,

uma terra de montanhas. Sacrificamos um jovem aos deuses e deusas exaltados no ano de 19

de Hiram, nosso poderoso rei. Embarcamos em Ezion-Geber, no mar Vermelho, e viajamos

com 10 navios. Permanecemos no mar juntos por dois anos, em volta da terra pertencente a

Ham (África), mas fomos separados por uma tempestade, nos afastamos de nossos

companheiros e, assim, aportamos aqui: 12 homens e 3 mulheres. Numa nova praia que eu, o

almirante, controlo. Mas auspiciosamente passam os exaltados deuses e deusas intercederem

em nosso favor.”

A pedra da Gávea no Rio de Janeiro tendo esculpida(pelos fenícios ou pelo tempo?) uma face e a inscrição nela encontrada.

IV – Comentários finais:

A maior riqueza que uma sociedade pode ter é sua história, seja ela boa ou ruim, é

nela que os descendentes se apoiarão para decidir os melhores caminhos do futuro. Julgando

os acertos e erros do passado, teremos como melhorar nosso futuro.

Page 11: MINA DE FERRO DE CUNHAÚ

Com base nessas afirmações, a história de uma sociedade, representada pelas suas

construções, costumes e objetos, representa um patrimônio a ser deixado para as gerações

futuras. Sua perpetuação é pois, de suma importância, como legado às gerações vindouras,

que incorporarão esse sentimento de respeito à história dos antepassados. A mina de ferro do

Cunhaú, que se encontra abandonada e a ponto de desaparecer, tem uma história rica de

acontecimentos, seja em vidas humanas (negros, índios e brancos) que ali pereceram, seja no

trabalho árduo e penoso ali empregado, em prol do desenvolvimento da sociedade à época e,

portanto, não pode ser apagado da história, pois esse patrimônio do Rio Grande do Norte e

de Canguaretama, é um tesouro que outras gerações têm o direito de ver e conhecer .

V – Bibliografia:

LISBOA,Luiz C. & ROBERTO,P.Andrade. "Grandes Enigmas da Humanidade" Editora Vozes , (págs 96-100)

MEDEIROS FILHO,Olavo de.Notas para a história do Rio Grande do Norte.João

Pessoa,UNIPÊ,2001

________________________ No rastro dos flamengos.Natal.Fundação José Augusto,1989.

________________________ Aconteceu na capitania do Rio Grande.Natal,Depto.Estadual

de Imprensa,1997

________________________ O Engenho Cunhaú à luz de um inventário.Natal,Fundação

José Augusto,1993

Personalidades históricas do Rio Grande do Norte(séc.XVI a XIX)/Centro de Estudos e

Pesquisa Juvenal Lamartine.Natal (RN):Fundação José Augusto,1999.v.1

VI – Periódicos:

CARVALHO,Alfredo de.Minas de ouro e prata no Rio Grande do Norte – explorações

holandesas no séc. XVII, Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande

do Norte.Vol.III.n.1,jan.1905.

AUGUSTA SILVA,Neiva.Uma visita aos fornos da história da siderurgia no

Brasil,Galileu.9(102):68-71,jan.2000

VII – Outras fontes:

GALVÃO NETO,Francisco Alves.apostila sobre história de Canguaretama.

Canguaretama/agosto de 2008