MINERALOGIA E GEMOLOGIA 0 - Agronomia Concursos · nismos do solo e plantas; Caracterização e...

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Leonardo 0 MINERALOGIA E GEMOLOGIA

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Leonardo

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MINERALOGIA

E

GEMOLOGIA

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SUMÁRIO PG.

INTRODUÇÃO .................................................................................. 04

1. APRESENTAÇÃO .............................................................................. 05

2. O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO? .............................................. 06

3. INTRODUÇÃO À MINERALOGIA ................................................... 10

4. DIVISÕES DA MINERALOGIA ...................................................... 15

5. OS SOLOS NOS ECOSSITEMAS .................................................. 17

6 . INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO MINERAIS ............................................ 27

7 . MINERAIS E ROCHAS ................................................................ 25

8. MINERAIS DE IMPORTÂNCIA AGRICOLA ..................................... 29

9. LISTA DE QUESTÕES ....................................................................... 35

10. GABARITO .................................................................................... 40

12. REFERÊNCIA ............................................................................... 41

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Olá, meus amigos e amigas!

Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito bom tê-los

aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos concursos com

relação as áreas agrícolas, onde faltam materiais de qualidade para que

possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso objetivo e preencher

esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma vaga, e estar entre os

classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os principais concursos

nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO - (MAPA) (Agronomia,

veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL (Agronomia,

engenharia florestal, engenharia elétrica, etc), POLÍCIA CIENTÍFICA,

INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos elaborando aulas de acordo com os

editais, com muitos exercícios, para que possamos gabaritar estas provas.

Queremos abordar várias áreas, como engenharia agrícola, florestal,

ambiental, engenharia civil, engenharia elétrica, arquitetura etc.

ENTÃO, NÃO SE ESQUEÇA: ESTE É O NOSSO ESPAÇO

O curso de mineralogia e gemologia compõem-se de quatro aulas em pdf

totalmente explicadas contemplando vários exercícios de concursos

anteriores visando o treinamento do candidato, esse material objetiva ser a

única fonte do aluno contemplando toda a matéria solicitada no edital

CODESAIMA. Então, não precisará de livros, apostilas, ou qualquer outro

material. Em caso de dúvidas, teremos um FÓRUM diretamente ligado aos

professores, no qual você pode entrar em contato, quando julgar

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necessário, para esclarecimento de pontos da aula que não ficaram tão claros

ou precisam de um aprofundamento. O site foi feito pensando em você, para

que alcance seus sonhos, passar em um bom concurso. Para isso precisamos

de excelentes materiais, o que era uma raridade nas áreas específicas, hoje

temos AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher está lacuna.

Acompanhe nossa página no Facebook com as novidade no mundo dos concurso.

Agronomia concursos

APRESENTAÇÃO

Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na Universidade

Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG (Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais). Tenho pós-

graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o Desenvolvimento

Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o mestrado em Agricultura

Tropical, na área de conservação de solos. Fui professor do curso técnico

agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e forragicultura, fertilidade do

solo e culturas anuais e olericultura. Sou professor de matemática e física do

ensino médio. Ministro vários cursos para agricultura familiar, entre eles

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fertilidade do solo, culturas anuais, olericultura, mecanização agrícola,

cafeicultura e manejo da bovinocultura de leite. Trabalho com crédito rural

(custeio e investimento), elaborando projeto e prestando orientação aos

agricultores há 10 anos. Sou responsável pela elaboração da Declaração de

Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP)

e correspondente bancário pelo sistema COPAN.

Já fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização

agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 – agronomia,

Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui reprovado em outros,

mas assim é a vida do concurseiro. Passei na Emater-MG, onde estou até hoje.

O AGRONOMIA CONCURSOS tornou-se o nosso ponto de encontro, nosso

espaço de estudo para gabaritar todas as provas de agronomia. Aproveite

todas as oportunidades. Solicitamos que os alunos que adquirirem nossos

cursos avaliem-nos no final, para que possamos melhorar a linguagem e os

temas que não ficarem tão claros. Espero que vocês também aprovem e

gostem do nosso material, e que ele possa ajudar na sua aprovação!

O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO?

ANÁLISE DO EDITAL

Analisemos agora a química e fertilidade do solo

conforme edital lançado. Inicialmente, transcrevo o

conteúdo programático do edital

PERITO CRIMINAL: MEIO AMBIENTE Botânica: Morfologia e anatomia veget

al; Taxonomia vegetal; Solos: Química e fertilidade do solo; Física do solo;

Gênese do solo; Morfologia do solo; Sistema brasileiro de classificação de so

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los; Principais domínios pedológicos brasileiros; Análise e remediação da co

ntaminação do solo; Recuperação de áreas degradadas; Evolução e cl

assificação das formas de relevo; Microflora, micro e mesofauna do so

lo; Geofísica forense; Geofísica de águas subterrâneas; Mineralogia; Gemo

logia; Erosão e conservação de solos; Riscos geológicos e impactos ambie

ntais; Inseticidas; Preservação, conservação e manejo de recursos naturais r

enováveis; Noções de ecologia; Poluição em agroecossistemas; Manejo de fl

orestas plantadas; Dendrometria e inventário florestal; Métodos de estimaç

ão de volumes de madeira; Taxonomia e identificação anatômica de madeira

s: espécies madeireiras com restrição de corte; Processos

de amostragem; Rendimento de serraria; rendimento de carvoaria. Inc

êndios florestais: causas, efeitos e dinâmica; Hidrologia e

Manejo de bacias hidrográficas; Influência das florestas no regime dos rios;

Avaliação de impactos ambientais e valoração de danos ambientais; Morfolo

gia, fisiologia, genética e taxonomia de microrganismos de importância agrí

cola; Transformações bioquímicas

envolvendo microrganismos do solo; Associações simbióticas entre microrga

nismos do solo e plantas; Caracterização e ocupação dos biomas brasileiros;

Zoneamento ambiental; Estudos ambientais: tipos e aplicações; Cartografi

a básica: Conceitos. Representação da Terra no plano. Sistemas de coorden

adas. Projeções cartográficas. Projeção UTM. Cartografia temática. Leitura d

e cartas e mapas. Topografia: Conceitos. métodos de levantamento topográ

fico e aplicações na área rural, Medida de distâncias e ângulos. Orientação.

Posicionamento planimétrico e altimétrico. Levantamentos planialtimétricos.

Locação. Terraplenagem. Cálculo de áreas e volumes. Divisão de áreas. I

nstrumentos e métodos de medição. Fotogrametria: Conceitos. Noções

de técnica fotogramétrica. Modelo estereoscópico: obtenção, uso, geomet

ria. Fundamentos matemáticos da fotogrametria. Erros na fotogrametria. Aer

otriangulação. Geodésia: Conceitos. Modelos terrestres geometria do eli

psoide. Sistemas de referência. Datum. Transporte de coordenadas. De

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terminação do elipsoide. Sistema de coordenadas: SAD 69. WGS 84, SIRGA

S. Métodos de medida e posicionamento em geodésia. Geodésia celeste. Po

sicionamento GNSS (GPS, GLONASS e Galileo). Conceitos sobre a teoria GPS

: Características gerais. Estrutura do sinal GPS. Cálculo das coordenadas do

receptor. DOP. Fontes de erros GPS. Degradação da precisão. Tipos de rece

ptores: Principais características de um receptor. Aplicações de GPS. C

artografia automatizada. Elementos matemáticos de computação gráfica

. Estrutura de computação gráfica. Métodos digitais. Cartografia digital: con

ceito. Tecnologia de produção cartográfica. Sistemas deInformações geográfi

cas –

SIGs: Fundamentos em SIGs. Elementos de SIG. Sensoriamento remoto; Ge

oprocessamento. Aquisição de dados espaciais. Qualidade de dados e dos m

apas digitais. Interpretação de fotografia aéreas, imagens de radar, imagen

s a nível orbital. Fauna brasileira. Anatomia, fisiologia e patologia dos anima

is domésticos e dos animais silvestres; Defesa animal; Noções de classificaç

ão taxonômica da fauna silvestre brasileira. Manejo de animais da fauna silv

estre brasileira; Legislação específica e normas técnicas: Lei Federal no 1

2.651/2012 e suas alterações, Lei Federal no 6.938/1981, Lei Federal

no 7.802/1989, Lei Federal no 9.605/1998, Lei Federal no 9.985/2000, L

ei Federal no 12.305/2010, Lei Federal nº 11.428/2006. Resoluções CONAM

A no 1/1986 (alterada pelas Resoluções no 11/1986, no 5/1987 e no

237/1997), no 357/2005 (alterada pelas Resoluções no 370/2006, no

397/2008, no 410/2009 e no 430/2011), nº 417/2009, nº 004/1994 e nº 26

1/1999. Normas da ABNT: NBR nº 10.151:2000 (versão corrigida:2003), N

BR no 14.653‐1:2001 (versão corrigida 2:2005) e NBR 14.653‐3:2004.

Assim, vamos montar nosso cronograma.

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Cronograma das aulas

AULA MATÉRIA DATA

00 SOLO E O ECOSSISTEMA, MINERAL, GRUPO DOS ÓXIDOS E HIDRÓXIDOS, GRUPO DOS SILICATOS

22/09/2017

01 INTEMPERISMO, ROCHAS MAGMÁTICAS, ROCHAS

SEDIMENTARES E METAMORFICAS E CICLO DAS

ROCHAS

29/09/2017

02 MINERALOGIA DE SOLOS, MODELO DE EVOLUÇÃO DOS SOLOS E NOÇOES SOBRE GEOLOGIA

HISTÓRICA E DO BRASIL

06/10/2017

03 GEMOLOGIA, DEFINIÇÃO E OBJETIVOS, ORIGENS

DOS MATERIAIS GEMOLOGICOS, PROPRIEDADES DAS GEMAS, TRATAMENTOS DAS GEMAS

13/10/2017

04 LAPIDAÇÕES DAS GEMAS, DIAMANTE, ESMERALDA,

RUBI, SAFIRAS, PÉROLAS, OUTRAS GEMAS

IMPORTANTES

20/10/2017

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INTRODUÇÃO À MINERALOGIA, PETROLOGIA E CRISTALOGRAFIA

Os estudos geológicos originaram-se nas civilizações mais antigas,

através de observações dos efeitos de terremotos e as atividades dos vulcões.

Assim, com o avanço da demanda dos produtos da Terra, avanços nos

trabalhos de pesquisa sobre a Crosta Terrestre nos seus mais variados

aspectos, como, petróleo, carvão mineral, minérios metálicos e minerais não

metálicos, exigem conhecimentos detalhados dos processos atuantes na

formação, como os tipos de rochas relacionadas, época de formação e ainda

conhecimento da quantidade provável. Desta forma, a Geologia surgi como

ramo específico da ciência para o estudo da Terra no séc. VII Nicolaus Steno

(1631-1686), o Bispo de Hamburgo, reconhecido como o fundador da

Geologia como sendo um ramo independente da Ciência; Dentre os pioneiros

no desenvolvimento da Geologia, encontram-se J.G. Lehmann, estudioso

alemão falecido em 1767, um dos primeiros a visualizar a possibilidade de

ordenar a disposição e idade das rochas da crosta terrestre.

Assim, o termo Geologia vem da palavra grega, onde GÊ,

significa Terra e LOGOS , significa Palavra, Pensamento, Ciência. Logo,

Geologia é a ciência que estuda a crosta terrestre, a matéria que a compõe,

seu mecanismo de formação, as alterações que está experimentando desde

sua origem e a textura e estrutura que sua superfície possui atualmente. O

objeto da Geologia é o estudo dos agentes de formação e transformação das

rochas, da composição e disposição das rochas na crosta terrestre.

Desta forma, a geologia se divide em:

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GEOLOGIA GERAL (DINÂMICA): Envolve o estudo da composição,

estrutura e os fenômenos genéticos formadores da crosta terrestre,

abrangendo desta forma o conjunto geral dos fenômenos que agem não

somente sobre a superfície, mais também em todo o interior da Terra.

Devido a isso, a Geologia Geral (Dinâmica), foi subdividida em:

GEOLOGIA DINÂMICA EXTERNA: Conjunto de fenômenos que agem

na superfície da Terra, esculturando a superfície do globo terrestre,

constantemente modificada pelas águas, ventos, etc., ocasionadas pela

atuação da energia solar.

GEOLOGIA DINÂMICA INTERNA: Conjunto de fenômenos que provém

do interior da Terra, formando e modificando sua composição e estrutura.

GEOLOGIA HISTÓRICA: Estuda e procura datar cronologicamente a

evolução geral, as modificações estruturais, geográficas e biológicas

ocorridas na história da Terra. Através dela se estabelece a Escala do Tempo

Geológico.

Quando a Geologia é utilizada como um instrumento, ou seja,

como uma atividade auxiliar, seja na Engenharia, na Geografia, na Ciência,

etc. surgi assim, um novo ramo da Geologia que é a GEOLOGIA

APLICADA.

GEO

LOG

IA

GEOLOGIA GERAL (DINÂMICA)

GEOLOGIA HISTÓRICA

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Dentro da Geologia, as áreas que nos interessa são a Mineralogia e a

Petrologia. Desta forma, podemos fazer a seguinte definição do que vem a ser

mineralogia e petrologia:

A petrografia é um ramo da petrologia cujo objeto é a descrição das

rochas e a análise das suas características estruturais, mineralógicas e

químicas. Assim, a mineralogia é considerada inicialmente como um meio

prático para chegar ao conhecimento de substâncias minerais úteis, possuindo

uma característica puramente utilitária, não constituindo uma verdadeira

ciência mas "uma arte de distinguir os minerais".

Este conceito foi, naturalmente, evoluindo e atualmente a Mineralogia

preocupa-se de forma geral com todas as substâncias mineralizadas; não só

com as suas formas cristalinas mas, também, com as suas propriedades

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físicas, químicas e estruturais; procura, busca também a relação entre as

formas cristalinas e suas propriedades, lugares de origem e associações mais

características para, a partir de todos estes elementos procurar reconstituir a

sua gênese.

Atualmente existem cerca de 4.714 espécies de minerais catalogadas

pela International Mineralogical Association. Destes, talvez 150 possam ser

chamados "comuns“, outros 50 são "ocasionais," e os restantes são "raros"

ou "extremamente raros“. Apesar de ser uma Ciência relativamente recente,

quando comparada com a Astronomia, a Física ou a Matemática, a

Mineralogia, foi considerada como um ramo individualizado definido o

conhecimento humano a partir do Século XVIII, tendo um papel importante

no desenvolvimento da Civilização, onde os minerais exerceram forte atração

sobre o Homem primitivo cuja atenção teria sido, naturalmente, despertada

pelas cores brilhantes, transparência e outras propriedades físicas dos

minerais.

Na Idade da Pedra as pinturas rupestres em grutas eram feitas com

pigmentos de hematita vermelha e óxido de manganês negro. As rochas eram

cortadas de diversas maneiras e utilizadas como instrumentos e armas

rudimentares caracterizando a denominada Idade da Pedra Lascada.

Posteriormente o Homem foi aperfeiçoando métodos que permitiram o

polimento da pedra, tendo esse período sido designado como Idade da Pedra

Polida. Com o emprego constante destas substâncias naturais o conhecimento

das rochas e dos minerais foi progredindo, embora de modo empírico, mas

que foi permitindo a extração de metais e de substâncias, que caracterizaram,

sucessivamente, as denominadas Idades do Cobre, do Bronze, do Ferro e do

Carvão.

As duas últimas Guerras Mundiais aceleraram a necessidade de emprego

de minerais como fontes de extração de matérias primas essenciais para as

indústria bélicas. A partir de 1900, calcula-se que tenha sido extraído da Terra

mais minerais do que em todo o período anterior da História da Humanidade.

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Além da necessidade de emprego de substâncias já conhecidas têm vindo a

ser descobertas novas aplicações industriais para muitos minerais,

antigamente supostos de menor interesse.

O quartzo tem hoje larga aplicação industrial no controle da frequência

de ondas de rádio e em diversos aparelhos electrónicos graças ao recente

reconhecimento das suas propriedades piroeléctricas e piezoeléctricas. A

primeira publicação mineralógica, com uma certa sistematização, intitulada

“De Natura Fossilium”, da autoria do sábio alemão Georges Agricola, foi

publicada em 1556. O mesmo autor, dez anos mais tarde, apresentou a obra

"De Re Metallica" que constituiu a primeira exposição pormenorizada sobre a

"Arte de Minas e Metalurgia". Esta obra contém, além da descrição de técnicas

e de métodos, considerações genéticas e observações sobre alteração

superficial de minerais, constituindo assim o primeiro registo mineralógico

que, durante mais de dois séculos, não foi ultrapassado.

Antes deste autor já alguns historiadores, filósofos e físicos gregos

faziam, a.C., referências dispersas a minerais e a técnicas mineiras, podendo

citar-se entre outros: Herodoto (484-425 A.C.) Theophrastus (372-287 A.C.)

autor de uma publicação intitulada "De Machinis Metallicis“ e o livro “Sobre as

pedras”. Strabon, geógrafo grego, autor de uma geografia contendo

indicações sobre minerais e minas, sobretudo de Espanha. Plínio o Velho,

romano (Caius Plinius Secundus 23-79 A.C.) escreveu uma "História Natural",

verdadeira enciclopédia descrevendo métodos de extração de metais de

alguns minerais.

Porém, o verdadeiro fundador da Mineralogia, em bases científicas, foi

Abraham G. Werner (1750-1817) professor, durante muitos anos, da célebre

escola de minas de Freiberg, na Saxónia. Foi um dos primeiros a classificar os

minerais de modo sistemático. A Contribuição Brasileira Foi nos últimos anos

do Séc XVIII que a Mineralogia encontrou o seu primeiro grande cultor na

pessoa de José Bonifácio de Andrada e Silva. Notável mineralogista, brasileira,

que desenvolveu saliente papel nos acontecimentos que levaram o Brasil à

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independência. Foram descoberto quatro novas espécies minerais: petalita e

espodumênio, importantes silicatos com Li, e outro silicato, a escapolita, além

de um fluoreto, a criolita. Ficaram-se ainda devendo a este mineralogista a

descrição de variedades de algumas espécies já conhecidas, como a indicolita

(var.de turmalina), salita (var. de augita); a apofilita (var de zeólita) a afrisita

(var.de turmalina), a alocroíta (var. de granada) e uma variedade de granada

que, em sua homenagem, foi mais tarde denominada Andradita.

Assim, reside a importância do estudo da mineralogia sendo que os

minerais são constituintes de todas as rochas e têm valor econômico. Muitos

minerais são importantes nas indústrias modernas, saúde e política. O

conhecimento da mineralogia é importante para a compreensão das rochas

bem como do funcionamento da terra e planetas. Vários aspectos da geologia

estão ligados à mineralogia tais como a geoquímica de fluídos (reações de

equilíbrio químico com minerais), a geofísica (propriedades das rochas ligadas

às propriedades físicas dos minerais), etc.

DIVISÕES DA MINERALOGIA

A Mineralogia pode ser dividida nos seguintes ramos:

CRISTALOGRAFIA: Por definição, toda espécie mineral possui estrutura

cristalina. Assim, a cristalografia estuda as formas habituais dos cristais, quer

através da observação de modelos quer, posteriormente, pelo reconhecimento

das várias formas exibidas pelos cristais naturais. A rigor , a cristolografia não

é um ramo particular da Mineralogia pois há muitas substância com estruturas

cristalinas, com ou sem forma poliédricas, que não são espécies minerais. É

no estudo dos mineras, porém que a cristolografia encontra seu maior

desenvolvimento.

MINERALOGIA FÍSICA: onde se estudam as várias propriedades físicas,

sejam mecânicas, térmicas, elétricas, magnéticas ou óticas dos minerais. Aqui

são utilizados muitas propriedades diretamente na caracterização

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macroscópica de minerais, como densidade, brilho, cor, dureza, clivagem,

fraturas, fusibilidade (é a facilidade com que um material derrete), etc

MINERALOGIA ÓPTICA (ÓPTICA CRISTALINA): Dedica-se ao estudo e

interpretação das propriedades ópticas dos minerais incluindo a descrição dos

instrumentos ópticos e métodos necessários para a sua determinação por

meio do denominado microscópio petrográfico. Essa capitulo tem importância

fundamental para petrologia, pois permite que os minerais constituintes de

rochas, frequentemente grânulos microscópicos, sejam identificados atráves

do levantamento de suas propriedades óticas.

DIFRATOMETRIA X: Dedica-se à aplicação do raio X ao estudo da matéria

cristalina. Modernamente, grande avanço tem sido dado à mineralogia através

da difração dos raios – X pelos cristais. Muitos problemas que não podiam ser

resolvido por outros métodos, como o ótico ou o químico, foram resolvido por

esse método com desenvolvimento de diferentes técnicas .

MINERALOGIA QUÍMICA: estudo a composição e as propriedades químicas

dos minerais. Estuda também os diferentes tipos de ligações entre os íons e

a maneira como estes se distribuem, uns em relação aos outros

GEMOLOGIA: estudo das propriedades dos minerais utilizados como

gemas. Para que algo seja consagrado como material gemológico, é preciso

que apresentem simultaneamente beleza, raridade e durabilidade.

MINERALOGIA DETERMINATIVA: Estuda os métodos de caracterização e

reconhecimento das espécies minerais. Empregam–se, para isso, os

conhecimentos relativos a todos os demais ramos, utilizando-se de caracteres

cristalográficos, físicos, químicos, óticos.

MINERALOGIA DESCRITIVA: descrição das diferentes espécies minerais

tendo em consideração as suas características cristalográficas, composição

química e estrutura, propriedades físicas, associações mais frequentes,

aplicações, modo de formação, principais ocorrências, interesse econômico,

etimologia.

O estudo das propriedades físicas dos minerais (Mineralogia Física) é

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muito importante para a sua identificação expedita. A composição química de

um mineral tem importância fundamental ainda que nem todas as

propriedades dela dependam. Da relação entre a composição química e a

morfologia cristalina, aliadas às possibilidades de estudo criadas com o

aparecimento da Difração x, verificou-se uma aproximação entre a Química e

a Cristalografia que originou a criação de um novo ramo da ciência, a

Cristaloquímica, que procura explicar as relações existentes entre a

composição química dos minerais e as suas estruturas internas relacionando-

a com as propriedades físicas.

OS SOLOS NOS ECOSSISTEMAS

O solo é o componente fundamental dos ecossistemas terrestres,

afetando o balanço de energia, o ciclo da agua, a ciclagem de nutrientes e a

produtividade do ecossistema. O solo são corpos naturais que suporta as

plantas e as edificações e apresentando propriedade resultantes da atuação

integrada do clima e dos organismos, atuando sobre o material de origem,

condicionado pelo relevo, durante um período de tempo.

O solo apresenta um importante papel na área ecológica e ambiental,

sendo um corpo natural da superfície terrestre, constituído de materiais

minerais e orgânicos resultantes das interações dos fatores de formação

(clima, organismos vivos, material de origem e relevo) através do tempo,

contendo matéria viva e em parte modificado pela ação humana, capaz de

sustentar plantas, de reter água, de armazenar e transformar resíduos.

Embora a eficiência das plantas na conversão e armazenamento da

energia solar na forma de ligações químicas existentes nos carboidratos, seja

em torno de 1% em relação ao estimado teoricamente (5-6%), o fato é que

de 90 a 95% de toda a massa vegetal proveniente do processo fotossintético

vem consolidar a definição dada por Monteith (1958), ou seja, a agricultura é

a exploração da energia solar possível pelo suprimento adequado de água e

nutrientes para manter o crescimento das plantas de que a agricultura pode

ser considerada como uma forma de exploração da energia solar, sendo isso

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possível mediante um adequado fornecimento de água e nutrientes,

necessários à manutenção e desenvolvimento da planta (Prates et al., 1986).

Assim, o comportamento das plantas quer sejam pertencente à

vegetação natural ou as referentes aos ecossistemas agrícolas, depende de

uma série de fatores diretos ou qualidades do ambiente (fig.:1). Estas

qualidades, por sua vez, dependem de fatores indiretos. Assim, as qualidades

se interdependem fortemente. Os nutrientes constituem uma destas

qualidades. As inter - relações de dependência entre os nutrientes (N) e os

fatores indiretos (solo, organismos, clima) e ainda as inter - relações entre

nutrientes e outros fatores diretos, tais como radiação solar (R), água (A),

temperatura (T), oxigênio (O) e erosão (E), mostram a rede de relações

existente (fig.: 1).

Figura 1- Esquema mostrando nutrientes como dependendo (a) genericamente do solo, clima

e organismos, (b) das interações com outras qualidades do ambiente, como radiação (R),

água (A), temperatura (T), oxigênio (O) e erosão (E) (Resende, 1988)

O homem diante de seus problemas ambientais tem assumido duas

atitudes: ou os enfrente tentando reduzi-los (práticas de redução), ou busca

conviver com os mesmos (práticas de convivência). A adubação e a irrigação

são práticas de redução dos problemas de deficiência de nutrientes e água,

respectivamente. O uso de variedades tolerantes mostra o uso de práticas de

convivência.

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Desta forma, a posição do solo como divisor de ambientes é justificada

pela sua posição peculiar na pedosfera. Ecossistema é um sistema dinâmico e

não há como compreender as relações solo-planta sem ter a devida atenção

para o funcionamento global deste sistema. A ecotessela (fitossela +

pedotessela) engloba todo o ecossistema e permite, por exemplo, o

entendimento da ocorrência de um solo pobre e vegetação rica numa região

pluviosa como exemplo a Floresta Amazônica e solo pobre numa região com

deficiência de água como exemplo o Cerrado. Os solos mais profundos

permitem a existência de um ecossistema mais estável (Figura.: 2).

Figura.: 2. Esquema simplificado da sucessão de ambientes. As espécies adaptadas às

condições adversas (à esquerda) apresentam grande capacidade de dispersão e

usam a maior parte de seu suprimento energético na reprodução. À direita, onde

a estabilidade é regra, predominam espécies capazes de vencer a competição por

espaço, usando maior quantidade de energia na especialização de funções.

(Modificado de PASCHOAL, 1987)

Além disso, uma variação relativamente pequena no relevo pela ação

das forças bioclimáticas que transformam a rocha em solo, determina grandes

variações no solo. Sendo exposta na superfície, a rocha entra em contato com

a água, que influenciada pelo CO2 torna-se ácida, destrói seus minerais e da

ROCHA SOLOS JOVENS SOLO MADURO

20

origem ao solo. Cinco fatores são responsáveis pela formação e mudanças do

solo: material de origem, clima, relevo, organismos e tempo, ao se

integrarem, formam uma grande diversidade de solos. Desta forma, a chuva

e o sol favorecem as transformações de rochas em solos e, o mesmo acontece

em relação ao relevo, que em lugares mais planos a infiltração da água é

maior e, consequentemente, as formações de solos também, diferentes de

lugares mais inclinados.

A ciência do solo, que antigamente era voltada apenas para

resolver problemas da agricultura, hoje, é fundamental na solução dos

impactos ambientais como contaminação, poluição, até o efeito estufa, todos

estão ligados e de alguma forma ocorrem no solo (fig.: 6).

Figura 6. Fatores de formação do solo e pedogênese.

Assim, quando as forças bioclimáticas são de baixa intensidade, como

numa região mais seca, ou sendo a rocha muito resistente, os solos mais

velhos como os Latossolos tendem a não existir e os imediatamente mais

novos ocupam as suas posições. A heterogeneidade de ambientes é, portanto,

menor nos solos mais velhos como nos Chapadões do Planalto Central e

maiores nos solos mais jovens.

Desta forma, um solo é, na sua maior parte, um conjunto

de espécies minerais e muitas de suas propriedades são condicionadas pela

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sua composição mineralógica, fazendo parte de sua composição o quartzo,

minerais de argila, magnetita etc. Por outro lado tem minerais que são

fertilizante por excelência como a silvita (KCl), Calcita (CaCO3) sendo o

principal constituinte do calcário.

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS MINERAIS

São elementos ou compostos encontrados naturalmente na crosta

terrestre. São inorgânicos em contraste com os químicos orgânicos que são

constituídos principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio típicos de

matéria viva. Os minerais, substâncias sólidas inorgânicas, ocorrem em todos

os ambientes naturais com materiais sólidos: rochas, solos e sedimentos. Os

minerais podem estar na forma de grãos soltos sendo encontrado nos solos e

sedimentos ou associados firmemente nas rochas.

Muitos minerais têm composição química definida. Outros têm uma série

de compostos onde um elemento metálico pode ser total ou parcialmente

substituído por outro. Neste caso temos dois minerais muito similares

quimicamente e em muitas propriedades físicas. Raramente uma propriedade

física ou química identifica um mineral, em geral são necessárias muitas

características. Dois ou mais minerais podem ter a mesma composição

química, mas estruturas cristalinas diferentes, sendo nesse caso conhecidos

como polimorfos do mesmo composto. Por exemplo, a pirita e a marcassite

são ambos constituídos por sulfeto de ferro, embora sejam totalmente

distintos em aspecto físico e propriedades.

Similarmente, alguns minerais têm composições químicas diferentes,

mas a mesma estrutura cristalina, originando isomorfos. Um exemplo é dado

pela halite, um composto de sódio e cloro, a galena, um sulfeto de chumbo, e

a periclase, um composto de magnésio e oxigênio. Apesar de composições

químicas radicalmente diferentes, todos estes minerais compartilham da

mesma estrutura cristalina cúbica. A identificação de alguns minerais raros

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requer equipamentos de laboratório, análises químicas e estudos de ótica ao

microscópio petrográfico.

VAMOS EXERCITAR!!

1 - CODEMIG - Geólogo Prospector - FGV – 2015

Alguns minerais e rochas podem ser identificados sem equipamentos

sofisticados, por meio de observações diretas e testes simples. Porém, na

maioria das vezes, é necessário recorrer a técnicas analíticas especiais para

identificar os minerais e as rochas. São técnicas utilizadas na identificação dos

minerais:

a) fluorescência de raios X, espectroscopia de absorção atômica, análises

termodiferencial e termogravimétrica;

b) difratometria de raios X, microscopia de luz refletida e luz transmitida e

microscopia eletrônica de varredura;

c) análises químicas por ICP, microscopia eletrônica de varredura e

ressonância paramagnética eletrônica;

d) espectroscopia Mössbauer, microscopia de luz refletida e fluorescência de

raios X;

e) espectroscopia Raman, espectroscopia de absorção atômica e análises

químicas por ICP.

SOLUÇÃO

As técnicas analíticas aplicadas à caracterização dos minerais

industriais:

Difratometria de raios-X

Microscópio petrográfico (luz transmitida e refletida)

Microscópio eletrônico de varredura(MEV/EDS)

Infravermelho

Ressonância paramagnética eletrônica

Espectroscopia Mössbauer

23

Análises temo-diferencial e gravimétrica

RESPOSTA B

2 - CODEMIG - Geólogo Prospector - FGV - 2015

Os minerais industriais se destacam por suas propriedades físicas ou

químicas, e não pela energia gerada ou pelos metais extraídos. Esses minerais

podem ser utilizados em processos com múltiplas funções, com maior ou

menor valor agregado, ou na forma de aditivo, diretamente ou após

beneficiamento e processamento. São exemplos de minerais industriais:

(A) talco, manganês, magnetita e cobre;

(B) hematita, calcário, argilominerais e muscovita;

(C) caulim, talco, calcário e grafita;

(D) grafita, rutilo, carvão mineral e cassiterita;

(E) gesso, quartzo, ouro e uraninita.

SOLUÇÃO

Caulim ou caulino é um minério composto de silicatos hidratados

de alumínio, como a caulinita e a haloisita, e apresenta características

especiais que permitem sua utilização na fabricação

de papel, cerâmica, tintas, etc. Apresentam plasticidade e resistência

mecânica, a seco. O mineral é formado pela caulinita, em geral de cor branca

ou quase branca, devido ao baixo teor de ferro. É um dos seis minerais mais

abundantes da crosta terrestre e ocorre à profundidade até 10 metros. Funde-

se a 1.800°C (temperatura nominal).

O talco, esteatita ou esteatite é um mineral filossilicato, com composição

química Mg3Si4O10(OH)2. Cristaliza no sistema monoclínico, sendo os cristais

muito raros. Apresenta-se geralmente em massas fibrosas ou foliadas. A sua

cor varia de branco a cinzento, verde-maçã a amarelada. Apresenta risca

branca, brilho perláceo a nacarado (lembra pérola) e é translúcido a opaco. É

24

um mineral de baixa dureza (dureza 1 na Escala de Mohs) e o peso específico

varia entre 2,7 a 2,8.

Calcário (do latim calx (gen. calicis) ou calcariu, "cal") é uma rocha

sedimentar que contém minerais com quantidades acima de 30%

de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Quando o mineral predominante

é a dolomita (CaMg(CO3)2 ou CaCO3MgCO3) a rocha calcária é

denominada calcário dolomítico.

Grafite (ou, raramente, grafita) é um mineral, um

dos alótropos do carbono. Ao contrário do diamante, a grafite é um condutor

elétrico. Por isso possui aplicações em eletrônica, como

em eletrodos e baterias. Em razão do seu alto ponto de fusão, também possui

aplicações como material refratário, como em cadinhos de fundição de aço. A

grafite pode ser dissolvida em ácido clorossulfúrico.

Mais alguns exemplos:

RESPOSTA C

25

HISTÓRICO

A Parte da Geologia que estuda os minerais e definido como Mineralogia.

A história da utilização dos minerais resulta da observação dos achados

arqueológicos. O homem pré-histórico fez uso do sílex e outras variedades de

quartzo para suas necessidades. Nas sociedades neolíticas o homem usou

gemas que são os minerais utilizados em joalherias e ourivesaria como moeda

de troca. Quando descobriu os metais (ouro, cobre, estanho, ferro) passou a

fazer uso deles. O conhecimento dos metais e a sua utilização caracterizaram

alguns períodos da antiguidade, como a Idade do bronze ou a Idade do ferro.

Atualmente, o homem faz uso direto ou indireto de quase todos os

minerais conhecidos. Como os seres vivos, as espécies minerais foram sendo

descobertas e descritas ao longo do tempo; muitas espécies minerais foram

descobertas no Brasil. A Associação internacional de Mineralogia (IMA)

estabelece os critérios para que as substâncias sejam ou não consideradas

minerais e para que as espécies descobertas possam ser reconhecidas.

MINERAIS E ROCHAS

E comum fazermos confusão na distinção dos termos mineral e rocha

sendo utilizados muita das vezes como sinônimo, é importante manter uma

distinção clara entre ambos. É preciso não perder de vista que um mineral é

um composto químico com uma determinada composição química e uma

estrutura cristalina definida. Se é verdade que existem rochas compostas por

um único mineral, na generalidade dos casos, uma rocha é uma mistura

complexa de um ou diversos minerais, em proporções variadas, incluindo

frequentemente frações, que podem ser significativas ou mesmo dominantes,

de material vítreo, isto é, não cristalino.

Os minerais específicos numa rocha, ou seja aqueles que determinam a

classificação desta, variam muito. Alguns minerais, como o quartzo, a mica

26

ou o talco apresentam uma vasta distribuição geográfica, enquanto outros

ocorrem de forma muito restrita. Mais da metade dos mais de 4000 minerais

reconhecidos são tão raros que foram encontrados somente num punhado das

amostras, e muitos são conhecidos somente por alguns pequenos cristais.

Pondere-se a diferença de abundância entre o quartzo e o diamante, sendo

certo que este último nem é dos minerais mais raros. Embora sejam

substâncias extremamente comuns, estabelecer um conceito claro e preciso

de mineral não é uma tarefa fácil. Abaixo estão listadas algumas das muitas

definições já propostas:

Um dos conceitos de maior aceitabilidade, é o de Klein & Hurlbut (1999)

que assim nos diz:

Vamos analisar algumas implicações deste conceito:

Natural: porque exclui os minerais formados em laboratório (sintéticos).

Assim, por exemplo, a substância química CaSO4 ocorre na Natureza sob a

27

forma de um mineral denominado anidrita mas, se a mesma substância for

preparada em laboratório já não é interpretada como mineral, sendo

denominada apenas por sulfato de cálcio. Isto não significa que alguns

minerais não possam e não sejam, obtidos artificialmente, e em grandes

quantidades, para usos comerciais. São os denomidados "minerais sintéticos"

como, por exemplo, os rubis e as safiras para gemas, e o corindon para

abrasivo e fins refratários.

Homogênea: substância que não pode ser fisicamente subdividida em

componentes químicos mais simples, o que depende dos meios de

observação. Sólida: exclui gases e líquidos. A água sob a forma de gelo é um

mineral, mas a água líquida não. O mercúrio (Hg) líquido também não é

considerado mineral. Estas substâncias, semelhantes a minerais, quer

quimicamente, quer quanto à ocorrência, são denominados mineralóides.

Composição química bem definida ou variando dentro de certos limites:

embora haja minerais, como o quartzo (SiO2) que, geralmente, têm

composição química bem definida, outros têm composição variável. Assim,

por exemplo, a dolomita CaMg(CO3)2 nem sempre contém apenas Ca e Mg.

Pode conter Fe, Mn em substituição parcial do Mg.

A composição da olivina varia entre os dois termos extremos da série-

forsterita Mg2SiO4 - faialita Fe2SiO4. Muitos minerais contém elementos, ou

combinações de elementos (compostos químicos), estranhos à sua

composição habitual, constituindo impurezas que, não obstante, se revestem

por vezes de excepcional interesse econômico tais como S; Ag; Au, Terras

raras, etc.

Arranjo atômico interno ordenado: quando os sólidos são desprovidos

de arranjo interno ordenado dos átomos constituintes são designados por não

cristalinos ou amorfos tais como, por exemplo os vidros e a opala. Forma

geométrica externa: Algumas substâncias naturais ou obtidas

laboratorialmente, além de possuirem um arranjo interno mais ou menos

ordenado das suas partículas constituintes (estrutura cristalina), podem ter

28

formas poliédricas mais ou menos perfeitas, isto é serem limitados por

superfícies planas, as faces. Alguns minerais aparecem na Natureza sob a

forma de excelentes cristais, permitindo a sua identificação com base nas

formas perfeitas poliédricas, sendo essencial o conhecimento da cristalografia

morfológica das diferentes espécies minerais.

Formado por processos inorgânicos: não permite incluir no domínio da

Mineralogia minerais biogênicos (formados por organismos), tais como a

aragonita da concha dos moluscos, e outros que podem ser precipitados por

organismos, como a opala (SiO2 nH2O), magnetita (Fe3O4 ), fluorita (CaF2 ),

pirita (FeS2 ), óxidos de Mn, etc.

No corpo humano também se formam substâncias minerais, tais como

a apatita [Ca5 (PO4 )3(OH)] nos ossos e nos dentes; fosfatos e oxalatos de

cálcio e fosfatos de magnésio nos cálculos renais. Substâncias de natureza

orgânica não podem ser incluídas como minerais. Ex.: o petróleo, o carvão e

o asfalto, além de não terem composição química bem definida nem arranjo

interno ordenado, embora sejam incluídos nas listas de recursos minerais.

Porém, as camadas de carvão, quando submetidas a altas temperaturas,

libertam voláteis e hidrocarbonetos cristalizando sob a forma de grafita

VAMOS EXERCITAR!!

3 - FUB - Técnico em Mineração - CESPE - 2016

Julgue o item seguinte, relativos à geologia e à mineralogia.

Os minerais são elementos ou compostos químicos, no estado sólido,

formados por processos geológicos.

o Certo

o Errado

SOLUÇÃO

Mineral é um corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da

interação de processos físico-químicos em ambientes geológicos.

29

Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na

sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais

que o compõem

RESPOSTA CERTA

Do ponto de vista físico-químico-biológico, podemos considerar o solo

um SISTEMA, composto por três fases : sólida , líquida e gasosa. A fase sólida

é subdividida em dois componentes, um orgânico e outro mineral.

Abordaremos com mais ênfase acerca dos constituintes minerais que compõe

a fase sólida do solo, devido a sua importância como fonte de nutrientes para

as plantas. Classifica-se comumente os minerais do solo, de acordo com sua

origem em:

PRIMÁRIOS

SECUNDÁRIOS.

Os minerais também são classificados em essenciais e acessórios. Os

essenciais, dispostos na Série de Bowen, são aqueles cuja presença e teor são

importantes para a classificação das rochas. Os acessórios são aqueles que,

ocasionalmente, podem estar presentes nas rochas. Os minerais primários

presentes nos solos são habitualmente estudados pela Série de Bowen

(FIG.:2).

MINERAIS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA.

30

Figura.:2. Minerais essenciais nas rochas ígneas, dispostas segundo a Série de Bowen-Goldish

MINERAIS PRIMÁRIOS

Iniciaremos essa fazendo uma prevê explanação sobre os minerais e na

próxima aula complementaremos todo esse estudo, sendo que essa aula e

demonstrativa. Assim, a origem dos minerais primários vem da rocha mãe ou

sedimento possuindo mesma composição química que minerais presentes nas

rochas localizando nas frações mais grosseiras no cascalho ( entre 2 e

20mm), na areia ( entre 2 e 0,05mm) ou no silte ( entre 0,05 e 0,002mm)

). Eles indicam reserva mineral, grau de evolução do solo (estágio de

intemperização). Os principais representantes grupo dos silicatos e

aluminossilicatos(quartzo, micas, feldspatos, anfibólios, piroxênios, etc.).

Os minerais primários do solo têm importância para a avaliação do grau

de evolução do solo e da sua reserva mineral. Assim, no que respeita ao grau

de evolução do solo pode observar-se o seguinte (fig.; 3):

Os minerais primários mais abundantes nos solos são o quartzo e

os feldspatos – são os mais abundantes nas rochas da crosta

terrestre e são os mais resistentes.

A presença de olivina, augite, horneblenda ou plagioclase cálcica,

indicam um estádio inicial de meteorização das rochas e de

evolução do solo.

Um solo derivado de rochas com quartzo, feldspatos e minerais

ferromagnesianos e em que predominam o quartzo e o feldspato

potássico como minerais primários será um solo muito mais

evoluído.

31

Fig.:3 – representação esquemática dos solos com minerais primário e

secundários.

Reserva mineral do solo

A capacidade dos minerais primários funcionarem como reserva de

nutrientes depende da sua granulometria e resistência à meteorização. Assim

pode ter-se:

Reserva mineral a curto prazo – Minerais ferromagnesianos,

feldspatos e outros mais resistentes, todos com dimensão não

superior à do limo (0,02 mm).

Reserva mineral a médio prazo – Minerais ferromagnesianos

(olivinas, anfíbolas, piroxenas e biotite) e plagioclases com

dimensão superior à do limo.(< 0,002 mm).

Reserva mineral a longo prazo - feldspatos potássicos, moscovite

e outros minerais mais resistentes, com dimensão superior à do

limo (>0,02 mm).

VAMOS EXERCITAR!!

4 – IF SC – AGRONOMIA II – SOLOS – 2010

O solo é constituído por minerais primários, provenientes do material de

origem, e por minerais secundários, originados a partir do intemperismo ou

da transformação dos minerais primários. São exemplos de minerais

32

primários, EXCETO:

A) Feldspato.

B) Esmectita.

C) Olivina.

D) Mica.

E) Quartzo

SOLUÇÃO

Os minerais primários são herdados do material originário; mantém-se

praticamente inalterado na sua composição. Como exemplos de minerais

primários que se podem encontrar nos solos, referem-se: quartzo, feldspatos,

plagioclases, micas, piroxenas, anfíbolas, olivinas, etc. A única que não e

primário é a esmectita, sendo esse secundário

RESPOSTA B

MINERAIS SECUNDÁRIOS

Os minerais sintetizados no ambiente de intemperismo são

chamados de minerais secundários e compõem o grupo dos minerais de

argila. São assim chamados por serem os principais constituintes da

fração mineral dos solos e serem de tamanho inferior a 0,002 mm de

diâmetro. Os minerais primários ou minerais das rochas são os

fornecedores das unidades básicas que formarão os minerais de argila.

Quando os minerais das rochas se decompõem liberam as seguintes

unidades básicas no ambiente (solo): tetraedro de silício, octaedro de

alumínio, octaedro de ferro, além das formas livres de Ca 2+ K+, Al3+,

Fe3+, PO43-, SO4

2-, etc.

Os minerais de argila se dividem em silicatados e não silicatados,

os silicatados são chamados de argilominerais e os não silicatados de

óxidos de ferro e óxido de alumínio. A unidade estrutural básica dos

argilominerais consiste na combinação de dois tipos de lâminas: a

33

tetraédrica e a octaédrica, sendo o tetraedro de silício e o octaedro de

alumínio, respectivamente, suas unidades fundamentais.

Em função da relação entre as lâminas tetraédricas e octaédricas os

argilominerais são divididos em 1:1 e 2:1. Os argilominerais 1:1 são

aqueles formados em ambientes em que houve uma maior perda de

sílica, resultando em uma proporção de uma lâmina de tetraedros de silício

para uma lâmina de octaedros de alumínio. A principal representante deste

grupo é a caulinita. A proporção de sílica é maior nos argilominerais

2:1, são duas lâminas tetraédricas e uma octaédrica, sendo que a octaédrica

é central. Fazem parte deste grupo as esmectitas. Vermiculita e ilita são

exemplos de esmectitas, sendo a mais comum nos solos é a

montmorilonita.

Os principais óxidos de ferro são hematita e goethita, e óxido de

alumínio a gibbsita. Os minerais de argila presentes em um determinado

ambiente possibilitam inferir sobre as condições de intemperismo ali

presentes. Em geral, a caulinita reflete condições de intensa lixiviação,

pH ácido e meio muito pobre em cátions, sendo característica de climas

tropicais úmidos. Por outro lado, a montmorilonita é formada de

preferência em ambiente mal drenado, de pH neutro a alcalino e

ambiente rico em cátions, condições climáticas temperadas a frias e

semi-áridas. A presença de gibbsita ilustra um intemperismo extremo, já

que a sílica foi removida do sistema, resultando num resíduo aluminoso.

VAMOS EXERCITAR!!

5 - FMP-RS - 2013 - MPE-AC - Analista Pericial - Engenharia Civil

Julgue o item a seguir:

Mineral é um corpo homogêneo, inorgânico com composição química

aproximadamente definida e que pode ser encontrado na natureza. Os

minerais podem ser divididos em primários e secundários. A rocha é um

agregado natural de um ou mais minerais, ou vidro vulcânico, ou ainda

34

matéria orgânica, e que faz parte importante da crosta sólida da Terra. As

rochas podem ser magmáticas, sedimentares ou metamórficas

o Certo

o Errado

O SOLUÇÃO

O conceito mais aceito, é o de Klein & Hurlbut (1999):

“Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição

química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente

ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos”.

Classifica-se comumente os minerais do solo, de acordo com sua origem

em: PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

RESPOSTA CERTO

Paramos por aqui, até a próxima aula.

Bons estudo

35

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS

1 - CODEMIG - Geólogo Prospector - FGV - 2015

Alguns minerais e rochas podem ser identificados sem equipamentos

sofisticados, por meio de observações diretas e testes simples. Porém, na

maioria das vezes, é necessário recorrer a técnicas analíticas especiais para

identificar os minerais e as rochas. São técnicas utilizadas na identificação dos

minerais:

a) fluorescência de raios X, espectroscopia de absorção atômica, análises

termodiferencial e termogravimétrica;

b) difratometria de raios X, microscopia de luz refletida e luz transmitida e

microscopia eletrônica de varredura;

c) análises químicas por ICP, microscopia eletrônica de varredura e

ressonância paramagnética eletrônica;

d) espectroscopia Mössbauer, microscopia de luz refletida e fluorescência de

raios X;

e) espectroscopia Raman, espectroscopia de absorção atômica e análises

químicas por ICP.

SOLUÇÃO

As técnicas analíticas aplicadas à caracterização dos minerais

industriais:

Difratometria de raios-X

Microscópio petrográfico (luz transmitida e refletida)

Microscópio eletrônico de varredura(MEV/EDS)

Infravermelho

Ressonância paramagnética eletrônica

Espectroscopia Mössbauer

Análises temo-diferencial e gravimétrica

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RESPOSTA B

2 - CODEMIG - Geólogo Prospector - FGV - 2015

Os minerais industriais se destacam por suas propriedades físicas ou

químicas, e não pela energia gerada ou pelos metais extraídos. Esses minerais

podem ser utilizados em processos com múltiplas funções, com maior ou

menor valor agregado, ou na forma de aditivo, diretamente ou após

beneficiamento e processamento. São exemplos de minerais industriais:

(A) talco, manganês, magnetita e cobre;

(B) hematita, calcário, argilominerais e muscovita;

(C) caulim, talco, calcário e grafita;

(D) grafita, rutilo, carvão mineral e cassiterita;

(E) gesso, quartzo, ouro e uraninita.

SOLUÇÃO

Caulim ou caulino é um minério composto de silicatos hidratados

de alumínio, como a caulinita e a haloisita, e apresenta características

especiais que permitem sua utilização na fabricação

de papel, cerâmica, tintas, etc. Apresentam plasticidade e resistência

mecânica, a seco. O mineral é formado pela caulinita, em geral de cor branca

ou quase branca, devido ao baixo teor de ferro. É um dos seis minerais mais

abundantes da crosta terrestre e ocorre à profundidade até 10 metros. Funde-

se a 1.800°C (temperatura nominal).

O talco, esteatita ou esteatite é um mineral filossilicato, com composição

química Mg3Si4O10(OH)2. Cristaliza no sistema monoclínico, sendo os cristais

muito raros. Apresenta-se geralmente em massas fibrosas ou foliadas. A sua

cor varia de branco a cinzento, verde-maçã a amarelada. Apresenta risca

branca, brilho perláceo a nacarado (lembra pérola) e é translúcido a opaco. É

37

um mineral de baixa dureza (dureza 1 na Escala de Mohs) e o peso específico

varia entre 2,7 a 2,8.

Calcário (do latim calx (gen. calicis) ou calcariu, "cal") é uma rocha

sedimentar que contém minerais com quantidades acima de 30%

de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Quando o mineral predominante

é a dolomita (CaMg(CO3)2 ou CaCO3MgCO3) a rocha calcária é

denominada calcário dolomítico.

Grafite (ou, raramente, grafita) é um mineral, um

dos alótropos do carbono. Ao contrário do diamante, a grafite é um condutor

elétrico. Por isso possui aplicações em eletrônica, como

em eletrodos e baterias. Em razão do seu alto ponto de fusão, também possui

aplicações como material refratário, como em cadinhos de fundição de aço. A

grafite pode ser dissolvida em ácido clorossulfúrico.

Mais alguns exemplos:

RESPOSTA B

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3 - FUB - Técnico em Mineração - CESPE - 2016

Julgue o item seguinte, relativos à geologia e à mineralogia.

Os minerais são elementos ou compostos químicos, no estado sólido,

formados por processos geológicos.

o Certo

o Errado

SOLUÇÃO

Mineral é um corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da

interação de processos físico-químicos em ambientes geológicos.

Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na

sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais

que o compõem

RESPOSTA CERTA

O solo é constituído por minerais primários, provenientes do material de

origem, e por minerais secundários, originados a partir do intemperismo ou

da transformação dos minerais primários. São exemplos de minerais

primários, EXCETO:

A) Feldspato.

B) Esmectita.

C) Olivina.

D) Mica.

E) Quartzo

SOLUÇÃO

Os minerais primários são herdados do material originário; mantém-se

praticamente inalterado na sua composição. Como exemplos de minerais

4 – IF SC – AGRONOMIA II – SOLOS - 2010

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primários que se podem encontrar nos solos, referem-se: quartzo, feldspatos,

plagioclases, micas, piroxenas, anfíbolas, olivinas, etc. A única que não e

primário é a esmectita, sendo esse secundário

RESPOSTA B

5 - FMP-RS - 2013 - MPE-AC - Analista Pericial - Engenharia Civil

Julgue o item a seguir:

Mineral é um corpo homogêneo, inorgânico com composição química

aproximadamente definida e que pode ser encontrado na natureza. Os

minerais podem ser divididos em primários e secundários. A rocha é um

agregado natural de um ou mais minerais, ou vidro vulcânico, ou ainda

matéria orgânica, e que faz parte importante da crosta sólida da Terra. As

rochas podem ser magmáticas, sedimentares ou metamórficas

o Certo

o Errado

O SOLUÇÃO

O conceito mais aceito, é o de Klein & Hurlbut (1999):

“Um mineral é um sólido, homogêneo, natural, com uma composição

química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente

ordenado. É geralmente formado por processos inorgânicos”.

Classifica-se comumente os minerais do solo, de acordo com sua origem

em: PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

RESPOSTA CERTO

40

GABARITO

1 - B 2 – B 3 - CERTO 4 - B 5 - CERTO

41

REFERÊNCIA

FONTES, M.P.F. In trodução ao estudo de minerais e rochas . Viçosa, Im

prensa Universitária da UFV, 1984. 23p.

HURLBUT, C.S.; KLEIN, C., 198 5, Manual of mineralogy , 20th ed., Wiley,

ISBN 0-471-80580-7.

POPP, J.H. Geologia geral. 5 ed., Rio de Janeiro, LTC, 1998. 376 p.

TEIXEIRA, W. e outros. Decifrando a terra. 2.a ed., São Paulo, Of icina de

Textos, 2003. 568p.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Categoria:Minerais, acesso em 22/10/2017.